conceito de relação do trabalho
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Conceito de relação do trabalho
A relação de trabalho corresponde ao vínculo jurídico estipulado, expressa ou tacitamente,
entre um trabalhador e uma pessoa física ou jurídica, que o remunera pelos serviços
prestados. Ela vincula duas pessoas, sendo que o sujeito da obrigação há de ser uma pessoa
física, em relação à qual o contratante tem o direito subjetivo de exigir o trabalho ajustado. O
trabalhador autônomo, ao contrário do empregado, assume o risco da atividade profissional
que exerce.
Na execução do contrato de trabalho, o empregado em hipótese alguma pode participar do
risco do negócio. Aliás, a subordinação jurídica peculiar a esse contrato explica-se e justifica-se
por caber exclusivamente ao empregador os riscos da atividade que empreende. Para repetir
Jean-Claude Javillier, "no regime capitalista o empregador assume todo o risco econômico. O
empregado, nenhum. A subordinação é, portanto, o reflexo dessa relação de produção".
O empregado distingue-se do trabalhador autônomo, porque, além de ficar juridicamente
subordinado ao poder de comando do empregador, este é que assume todo o risco da
atividade econômica empreendida. Já o autônomo executa o trabalho que contrata por vontade
própria e assume o risco dessa atividade, explorando sua força de trabalho em seu benefício.
Daí a definição legal: "Trabalhador autônomo é aquele que exerce habitualmente, e por conta
própria, atividade profissional remunerada" (art. 4º, “c”, da Lei nº 5.890, de 1973).
As relações de trabalho, de uma forma geral, fazem referência às relações entre o trabalho e a
mão-de-obra (que presta o trabalhador) e o capital (pago pela entidade empregadora) na área
do processo de produção.
Nas sociedades modernas, as relações de trabalho são reguladas por meio de um contrato de
trabalho, que estipula os direitos e as obrigações de ambas as partes. Por exemplo, o contrato
laboral prevê uma cláusula de proteção no emprego, segundo a qual o trabalhador (ou
assalariado) tem direito de receber uma indenização caso seja despedido sem causa justa.
Por outro lado, deve-se ter em conta que as relações de trabalho podem ser materializadas sob
a forma de negociações individuais ou coletivas. As negociações de trabalho individuais são
aquelas que são estabelecidas entre um trabalhador isolado e o seu patrão. Por sua vez, as
negociações de coletivas são as que estabelecem um sindicato em representação dos
trabalhadores com uma empresa.
As negociações coletivas surgem para minimizar a situação de dependência e de subordinação
entre o trabalhador e a entidade patronal. O sindicato tem mais poder para impor as suas
condições e conseguir uma relação trabalhista justa e imparcial para ambos os lados.
As relações entre organizações de empregadores e de trabalhadores, entre si ou com o Estado
na qualidade de intermediário, são conhecidas como diálogo social. Estas relações de trabalho
baseiam-se no princípio do tripartismo, segundo o qual as questões mais importantes
relacionadas com o emprego devem ser debatidas e resolvidas entre as três principais partes
implicadas: o Estado, a entidade patronal e o trabalhador.
As relações internacionais de trabalho passaram a ser reguladas e protegidas desde 1919,
data em que foi fundada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na
Suíça. A sua função consiste em canalizar as relações entre o governo, às organizações de
trabalhadores e as dos empregadores e promover o diálogo entre eles.
Modalidades de relação do trabalho
Contrato de empreitada: o "locador de serviços obriga-se a fazer ou mandar fazer certa obra, mediante retribuição determinada ou proporcional ao trabalho executado". Trata-se – convém sublinhar – de contrato cujo pagamento é ajustado em função de determinada obra, cuja execução é feita pelo próprio empreiteiro ou por intermédio de empregados seus, cujos serviços ele dirige pessoalmente ou mediante prepostos, utilizando material próprio ou fornecido pelo contratante.
A empreitada está regulada pelos arts. 610 a 626 do Código Civil. Ao empreiteiro cabe o risco pela má realização da obra, se fornece os materiais. Se ele só fornece a mão de obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão por conta do dono. Entretanto, cabe-lhe o risco pela má execução da obra se fornecer os materiais.
Locação de serviços: (de pessoa jurídica ou natural): para executar trabalho na empresa contratante, deve ser examinada com rigor, pois tem sido ajustada, por vezes, para fraudar a aplicação da legislação social-trabalhista. Ela deve ser apenas para misteres que não se enquadrem entre as atividades necessárias permanentes ao empreendimento econômico da locatária e cujas condições especiais de execução justifiquem o apelo a sociedades civis ou comerciais ou, ainda, a profissionais especializados (p. ex.: serviço de segurança ou vigilância, conservação de máquinas, elevadores e outros aparelhos ou equipamentos, higienização do estabelecimento, exploração de restaurantes etc.). A operação triangular, em virtude da qual a empresa contratada fornece pessoal para trabalhar sob o poder de comando da contratante, só é possível nas hipóteses restritas de trabalho temporário regido pela Lei nº 6.019, de 1974.
Representante comercial: promove a venda dos produtos objeto do contrato de representação, encaminha os pedidos ao representado e aguarda a decisão deste para concluir as operações mercantis. Mas poderá concluir desde logo os negócios que promove, se o representado outorgar-lhe poderes de mandato.
O mandato é contrato pelo qual uma pessoa obriga-se a praticar determinados atos jurídicos por conta de outrem. Como esclarecem Délio Maranhão e Luiz Inácio Carvalho, poderá ser objeto de contrato específico ou agregar-se ao contrato de trabalho. "Mas será de um ou de outro, conforme a maneira independente, ou não, pela qual a obrigação é executada".
Como caracterizar as relações de trabalho no Brasil?
No Brasil, as relações de trabalho tem se caracterizado ao longo dos anos por forte apego as necessidades emergenciais. Assim como em outras nações do mundo, o que tem garantido no Brasil a manutenção das relações trabalhistas são os interesses mútuos. O trabalhador vende sua força de trabalho em troca de uma remuneração que possa garantir-lhe o sustento e de seus dependentes, enquanto o empregador ganha com os lucros auferidos a partir da força de trabalho de seu empregado. Salário e mais-valia (Definido por Karl Marx como sendo à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de
produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista) determinam e garantem juntos hoje a manutenção das relações de trabalho no Brasil e no mundo.
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http://conceito.de/relacoes-de-trabalho
http://portal2.trtrio.gov.br:7777/pls/portal/docs/PAGE/GRPPORTALTRT/PAGINAPRINCIPAL/JURISPRUDENCIA_NOVA/REVISTAS%20TRT-RJ/REVISTA%20DO%20TRT-ESCOLA
%20JUDICIAL%20N%2046/DA%20RELA%C3%87%C3%83O%20DE%20TRABALHO.PDF
http://www.tst.jus.br/documents/1295387/1312884/1.+Da+rela%C3%A7%C3%A3o+de+trabalho