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- 9 - 1- INTRODUÇÃO Poluição sonora é o conjunto de todos os ruídos provenientes de uma ou mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo tempo num ambiente qualquer. A audição é um dos principais canais da informação do ser humano. É o sentido através do qual a linguagem verbal é adquirida num processo que envolve pensamento, memória e raciocínio. Do ponto de vista social, o ouvido é o nosso sentido mais importante. A linguagem, sistema de comunicação do homem, depende da nossa capacidade de percepção dos sons especiais transmitido aos ouvidos. Toda deficiência auditiva se não é diagnosticada a tempo tem efeitos desastrosos no desenvolvimento social e no intelectual. Sendo assim o ruído é considerado a 3°maior causa de poluição ambiental no Mundo. A partir de 1998 ficou estabelecido instrumento de gestão específica para ruídos, sendo o Brasil o único País do mundo a manter a insalubridade incorporada ao salário do trabalhador.

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1- INTRODUÇÃO

Poluição sonora é o conjunto de todos os ruídos provenientes de uma ou

mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo tempo num ambiente qualquer.

A audição é um dos principais canais da informação do ser humano. É o

sentido através do qual a linguagem verbal é adquirida num processo que

envolve pensamento, memória e raciocínio.

Do ponto de vista social, o ouvido é o nosso sentido mais importante. A

linguagem, sistema de comunicação do homem, depende da nossa capacidade

de percepção dos sons especiais transmitido aos ouvidos.

Toda deficiência auditiva se não é diagnosticada a tempo tem efeitos

desastrosos no desenvolvimento social e no intelectual. Sendo assim o ruído é

considerado a 3°maior causa de poluição ambiental no Mundo. A partir de 1998

ficou estabelecido instrumento de gestão específica para ruídos, sendo o Brasil

o único País do mundo a manter a insalubridade incorporada ao salário do

trabalhador.

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2 - CONCEITO DE POLUIÇÃO SONORA

Poluição sonora é o conjunto de todos os ruídos provenientes de uma ou

mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo tempo num ambiente qualquer.

A audição é um dos principais canais da informação do ser humano. É o

sentido através do qual a linguagem verbal é adquirida num processo que

envolve pensamento, memória e raciocínio.

Os problemas com a poluição sonora remontam a 720 A.C onde os

habitantes de Sibares (civilização grega na Itália) instituíram um sistema de

zoneamento urbano, afastando a zona industrial da residencial. O Imperador

Plínio a 620 A.C estabeleceu a 1° relação entre surdez e exposição de ruído.

Onde ele detectou que as pessoas próximas às cataratas do Rio Nilo ficavam

ensurdecidas. No século I A.C Júlio Cezar proibiu a circulação de carroças à

noite pelas ruas de Roma. Em 1830 Fosbroque cita ¨Surdez do Ferreiro¨ e

surge surdez como doença profissional. Em 1895 Maljutin fez a relação entre

surdez/ambiente ruidoso e tempo de exposição.

Ruído é considerado a 3ª maior causa de poluição ambiental. A partir

1998 ficou estabelecido instrumento de gestão específico para ruídos.

3 - A IMPORTÂNCIA DA AUDIÇÃO:

A audição é um dos principais canais de informação do ser humano. É o

sentido através do qual a linguagem verbal é adquirida num processo que

envolve pensamento, memória e raciocínio.

Do ponto de vista social, o ouvido é o nosso sentido mais importante. A

linguagem, sistema de comunicação do homem, depende da nossa capacidade

de percepção dos sons especiais transmitidos ao ouvidos.

Inicialmente a criança ouve uma confusão de ruídos e aos poucos o

processo auditivo vai amadurecendo e a criança vai adquirindo habilidades

auditivas fundamentais no desenvolvimento da linguagem, na aprendizagem

para a fala, leitura e escrita.

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Toda deficiência auditiva se não é diagnosticada a tempo tem efeitos

desastrosos no desenvolvimento da linguagem, no desenvolvimento social e no

intelectual.

Sentido da Audição:

• Constante Vigília

• Discriminam cerca de 4000.000 sons

• Linguagem Verbal

• Locomoção

• Manutenção do Equilíbrio

• Mecanismo de Alerta e Defesa

4 - ACÚSTICA

A Acústica estuda a geração, a transmissão e a recepção das vibrações

mecânicas audíveis, ou não que se propagam em um meio elástico.

Dá-se o nome de som às vibrações mecânicas que, por estarem dentro

de uma determinada faixa de freqüências, podem ser ouvidas pelo homem.

Divide-se em;

• Acústica física (vibrações e ondas mecânicas)

• Acústica fisiológica ou psicoacústica

Tipos de Onda:

• Mecânica: necessita de um meio material, onde só não se propaga no

vácuo.

• Eletromagnética ( não mecânica ): necessita de campo elétrico e

magnético, e não de um meio natural. Ex.: onda luminosa.

Quanto à direção:

• Unidirecionais: onda na corda

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• Bidirecionais: onda na água

• Tridirecionais: onda sonora

5 - SOM

È a modificação de pressão que ocorre em meios elásticos, propagando-

se em forma de ondas. Resulta de um movimento ordenado e vibratório de

partículas materiais gerando compressões e rarefações sucessivas nos meios

sólido, líquido e gasoso.

É uma forma de energia proveniente de um corpo que emite movimentos

harmônicos que se propagam em meios elásticos.

5.1 - Velocidade do Som

Depende do meio em que ela se encontra. Quanto maior a elasticidade e

menor a densidade do meio, maior a velocidade do som. No ar, a velocidade

do som ao nível da maré a 0°C (condições normais de temperatura e pressão)

é de 331,2m/s. Entretanto, geralmente adotamos para a velocidade do som o

valor de 340m/s, pois essa a velocidade numa temperatura de 14°C.

5.2 - Composição do Som

O som é composto de 03 (três) elementos:

• Freqüência: É o numero de vibrações duplas realizadas por segundo; a

unidade é o Hertz.

Altura depende da freqüência e nos permite classificar os sons em grave

e agudo.

1. Sons graves: freqüências baixas (500 a 750 Hz)

2. Sons médios: freqüências médias (1000 Hz)

3. Sons agudos: freqüências altas (2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz).

• Intensidade: (Produz o Som)

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É a energia usada na estimulação de um corpo, para que ele vibre.

Relaciona-se tanto com a amplitude quanto a pressão e energia. A intensidade

nos permite classificar os sons em fracos e fortes. Quanto maior a amplitude,

maior o efeito sobre a superfície que incide.

A pressão sonora é a força exercida pelas partículas materiais sobre a

superfície. Chama-se comprimento de uma onda à distância entre dois

máximos e dois mínimos consecutivos.

• Timbre: (reconhece as vozes diferentes)

É o que nos permite diferenciar a mesma nota musical tocada por

instrumentos diferentes. É uma qualidade de fonte sonora e não do som.

5.3 - Propriedades do Som

O som necessita encontrar uma trajetória, forças friccionais que fazem

com que a energia do som produzido diminua com o tempo e com a distância

da fonte sonora.

Quando existe um objeto na trajetória, parte de som é refletido,

absorvido e o restante transmitido. As características físicas do obstáculo

influem na quantidade do som que é refletido, absorvido ou transmitido e

determinam a impedância.

• Reflexão (eco, microfonia e reverberação).

• Refração

• Transmissão

• Absorção

• Ressonância

• Transmissão

Reflexão:

As ondas sonoras quando encontram um obstáculo retornam.

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1. Eco

É a repetição de um som emitido como resultado de uma reflexão;

percebe-se dois sons distintos: o produzido e o refletido.

2. Microfonia

É o som resultante de uma onda sonora que ao se refletir vai de

encontro ao microfone que a amplifica.

3. Reverberação

Ocorre em ambientes fechados cujo o controle é fundamental tais como

auditório etc. É um fenômeno de múltiplas reflexões. Esta análise é

fundamental em salas de aula, casas de espetáculo e outros locais onde existe

um orador e a necessidade de boa compreensão da mensagem.

Tempo de Reverberação é o tempo requerido para a onda sonora

refletida ser atenuada em 60 dB, em relação ao seu nível de intensidade

original. Isto é, o tempo em que o som permanece no ambiente, realizando

inúmeras reflexões, até que sua energia caia 1 milhão de vezes em relação à

energia inicial.

Refração:

É quando uma onda sonora penetra em outro meio e há alteração na

velocidade de propagação, inclinando o raio de incidência.

Ressonância:

É a propriedade característica de certos corpos de oscilar em uma

freqüência natural quando ocorre uma transferência de energia e oscila na

mesma intensidade.

Transmissão:

O som que incide em uma parede faz com que esta vibre tornando-se

uma nova fonte sonora que transmite o som para os dois lados.

Absorção:

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Ocorre quando o obstáculo não apresenta rigidez suficiente para refletir

a onda sonora. Um material é absorvente quando não reflete o som, retendo-o.

A condição indispensável para a propagação do som é a apresentação de um

meio. O som só não se propaga no vácuo. A velocidade da onda depende das

características do meio, isto é, da elasticidade e da densidade do meio. A

velocidade da luz é maior que a do som. Ex: raio e trovão.

5.4 - Fricção ou Resistência Funcional

É a oposição ao movimento ou resistência. Serve para limitar a

velocidade do movimento vibratório.

5.5 - Amortecimento

Ocorre devido à resistência do meio aéreo e devido à fricção interna do

sistema vibratório.

5.6 - Tipos de som

- Som puro

É usado para avaliar quantitativamente a audição, isto é; é constituído

por uma freqüência. É obtido através de aparelhos especiais, não existe na

natureza e é formado apenas pelo ponto fundamental.

- Som Complexo

É usado para avaliar qualitativamente a audição. Envolve mais de uma

seqüência relacionada harmonicamente entre si. É formado pelo ponto

fundamental e pelos formantes. É encontrado na natureza e estudado na

psicoacústica.

- Harmônicos

São os sons múltiplos ou sub-múltiplos do som fundamental.

- Ruído

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É uma superposição de freqüência sem relação harmônica entre si. É

uma mistura de sons cujas freqüências não seguem nenhuma lei precisa.

Tipos de ruídos:

• Aéreo

• Ósseo

• contínuo

• Não contínuo flutuante

• Não contínuo intermitente

• Não contínuo impulsivo

• Impulsivo quase contínuo

• Estacionário

• Estacionário com características impulsivas

• Estacionário com componentes tonais.

6 - PSICOACÚSTICA

É a parte de uma ciência chamada psicofísica, que descreve as relações

existentes entre as sensações físicas e o que os indivíduos sentem. A

psicoacústica estuda as relações existentes entre os eventos acústicos e as

sensações, ou seja, as reações comportamentais. Esta relacionada com a

habilidade dos ouvintes de distinguirem entre os estímulos, de julgarem de se

relatarem suas impressões sonoras.

6.1 - Testes Psicométricos ou Psicoacústicos

São testes audiométricos subjetivos que medem a acuidade auditiva e

só foram possíveis a partir de estudos psicoacústicos. Através destes testes,

entre outros, pode-se determinar a faixa de audição humana.

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6.2 - Escala de Decibéis

É comum descrever pressões ou intensidades sonoras através do uso

de escalas logarítmicas conhecidas como níveis sonoros. A percepção humana

dos eventos físicos obedece a uma progressão logarítmica. A escala

logarítmica mais utilizada para descrever níveis sonoros é a escala de decibel.

Os medidores de nível sonoro (decibelímetros e dosímetros)

normalmente utilizam os chamados “filtros de ponderação” em suas medidas.

Estes filtros, denominados A, B, C, são utilizados para reproduzir a resposta

humana a diferentes níveis de intensidade. Os resultados destes medidores

sempre são dados em uma escala de decibéis relacionada ao filtro utilizado.

Assim, podemos ter resultados em dB (A), dB (B), dB (C).

6.3 - Nível de Pressão Sonora

É o mínimo de pressão sonora capaz de estimular o ouvido humano a

uma dada distância da fonte sonora.

O Nível de Pressão Sonora ou NPS toma por base a pressão referência de

0,0002 dina cm em 1000 Hz. Sendo esta a menor pressão audível.

6.4 - Nível de Audição

Correção dos diferentes NPS encontrados uma vez que o ouvido

humano não é igualmente sensível para todas as freqüências. É o zero dB do

audiômetro, que equivale à média dos limiares de detecção dos indivíduos

otologicamente normais dos 18 aos 25 anos de idade.

6.5 - Nível de Sensação

É o subjetivo, individual e depende do NA de cada um. É o zero dB de

cada indivíduo.

6.6 - Espectro Auditivo (Okuno, 1982).

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500 a 4000Hz Zona de maior sensibilidade auditiva

Homem 20 a 20.000 Hz

Infra-sons sons a baixo de 20Hz

Ultra-sons sons acima de 20.000Hz

Cães 15 a 50.000Hz

Gatos 10 a 60.000Hz

Morcegos 10 a 120.000Hz

Golfinhos 10 a 240.000Hz

6.7 - Características Sonoras

Nível em dB Sensibilidade /características orgânicas

O dB Liminar de audibilidade calibração do ouvido

10 a 20 dB Muito calmo

40 a 45 dB Relativamente calmo

50 a 60 dB Ruído freqüente

65 a 75 dB Ruído muito presente >>>> Estresse auditivo

85 a 95 dB Terrível de se fazer entender >> Prazer/

dependência

100 a 110 dB Muito difícil de suportar >>> Estressante/ excitante

120 a 140 dB Limite doloroso

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7 - LIMIARES AUDITIVOS ENCONTRADOS EM UMA

PESQUISA AUDIOLÓGICA:

• Limiar de Dor

• Limiar de Irritabilidade

• Limiar de Recepção

• Limiar de Inteligibilidade

• Limiar de detecção

• Limiar de desconforto

• Limiar de audibilidade (área útil de audição)

8 - COMPROMETIMENTO AUDITIVO:

Quanto ao Tipo:

• Perda Periférica – condutiva, mista ou neurossensorial.

• Perda Central

Quanto ao Grau:

• Varia de leve ou discreta à profunda (Davis & Silvermann)

9 - FATORES DE RISCO:

Ruído / Nocividade

1. Susceptibilidade individual

• Grande variabilidade de susceptibilidade entre indivíduos.

• Depende das características físicas do som, e de uma série de fatores

endógenos e exógenos que podem afetar a audição e interagir com o ruído.

2. Freqüência

• As freqüências agudas são mais nocivas do que as freqüências graves.

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3. Níveis de Pressa Sonora

• NPS igual ou maior do que 85dB (A) – condições insalubres. Isto é,

capaz de causar lesões irreversíveis na audição.

• Ruído de 55 dB (A) – provoca estresse leve, excitante, causando

dependência e desconforto.

• Ruído de 65 dB (A) – provoca estresse degradativo do organismo, com

desequilíbrios bioquímicos, aumentando o risco de enfarte, derrame cerebral,

infecções, etc.

• Ruído de 80dB(A) – liberação de morfinas biológicas no corpo

provocando prazer e completando o quadro de dependência.

• Ruído de 100 dB(A) – pode haver perda imediata da audição.

A Organização Mundial da Saúde considera 55 dB(A) ( Leq) como o

início do estresse auditivo.

Duração da exposição diária

• Poucos estudos epidemiológicos

• Exposição química industrial – o processo é agudo ou crônico?

• Estudos efetuados relatam que os efeitos dos solventes podem ser

detectados a partir de dois ou três anos de exposição, mais precocemente do

que os efeitos do ruído. Um outro estudo, entretanto, só detectou um efeito

significativo dos solventes a partir de cinco anos de exposição.

• Latência certamente dependente do produto em consideração e

demanda pesquisas.

• As propriedades tóxicas de produtos químicos industriais e a interação

destes com o ruído só foram investigadas para um número reduzido de

substâncias.

Tempo de repouso

• Repouso coclear necessário = 14 horas.

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10 - EVOLUÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA PERDA

AUDITIVA GERADA POR EXPOSIÇÃO A RUÍDO

Quando estamos expostos a ruído em geral, nossos ouvidos são

dotados de mecanismos protetores que alteram a sensibilidade auditiva

durante e após a estimulação acústica. Sofremos também a ação d um

fenômeno descrito como mascaramento, toda vez que a percepção de um som

é diminuída em presença de um ruído de maior intensidade que encubra este

som. Se nossa sensibilidade auditiva é reduzida durante a apresentação de um

estímulo sonoro intenso e duradouro, dizendo que houve adaptação auditiva.

Quando, porém isto ocorre após a cessação do estímulo, encontramos em

fadiga auditiva, também chamada mudança temporária no limiar.

Os efeitos dos ruídos na audição podem ser divididos entre três categorias,

segundo Melnick (1985):

• Mudança temporária no limiar ( TTS – “Temporary Thershold Shift”);

• Trauma acústico e

• Mudança Permanente no limiar(pts – permanent Threshold Shift”) também

chamada Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).

A mudança temporária no limiar (TTS) ou fadiga auditiva é uma diminuição

gradual da sensibilidade auditiva com o tempo de exposição a um ruído

contínuo e intenso. Tal redução no limiar auditivo é um fenômeno temporário, já

que este volta ao normal após um período de repouso auditivo. Ruído

freqüência não produzem tanta fadiga auditiva quanto os de alta freqüência,

principalmente na faixa de 2.000 a 6.000 Hz em intensidade entre 60 e 80

dB(A). A maior parte TTS tende a ser recuperada nas primeiras duas a três

horas após cessada a estimulação sonora ( Merluzzi, 1981).

A expressão trauma acústico deve estar restrita somente aos efeitos da

exposição única a um ruído de grande intensidade, proveniente de uma

explosão, isto é, ruídos de impacto ou impulsivos, considerados os mais

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nocivos ao ouvido humano, por produzirem lesões mecânicas irreversíveis na

cóclea.

A mudança permanente nos limiares ( PTS) ou Perda auditiva induzida pelo

ruído ( PAIR), Perda Auditiva Induzida por Níveis de pressão Sonora

( PAINPSE) ou perda auditiva ocupacional é decorrente de um acúmulo de

exposições a ruído, normalmente diárias, que são repetidas constantemente,

por um período de muitos anos. Em geral a PAIR/PAINPSE desenvolve-se

lenta e gradualmente, em decorrência de exposição a ruídos contínuos ou

intermitentes.

Em sua fase inicial, a perda auditiva pode ser temporária, acompanhada de

sensação de ouvido tampado, abafamento auditivo e zumbidos, isto é, barulhos

subjetivos no ouvido.

Posteriormente, o limiar auditivo não se recupera mais dando lugar a uma

perda auditiva neurossensorial bilateral mais acentuada para as altas

freqüências ( acima de 3000 HZ ), o que leva a dificuldades de compreensão

de fala, principalmente em presença de ruído, e intolerância a sons intensos

(recrutamento), já que lesa as células ciliadas do ouvido interno ( Merluzzi,

1981).

É importante lembrar que os efeitos do ruído na audição sofrem

influência direta de alguns fatores, tais como intensidade e freqüência do ruído,

tempo e local de exposição, alem da susceptibilidade individual.

As alterações como desvios temporários de limiares permanecem após a

exposição ao ruído e dependem das características físicas do som. Podem

durar por minutos, horas ou até dias. Resultam em alterações de limares, que,

em indivíduos normais, não são superiores a 40dBNA, variáveis em cada

freqüência, mas cujos maiores desvios ocorrem entre 4000HZ e 6000Hz,

quando o ruído é constituído por amplo espectro de freqüências. Estão

relacionados aos distúrbios metabólicos de exaustão desencadeada na célula

ciliada que funciona como um tradutor energético e transforma a onda sonora e

impulso elétrico.

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O tempo de “repouso acústico” seria o período necessário à

normalização do metabolismo celular e recuperação dos limiares aos níveis

reais. Quanto à exposição é ocupacional, calcula-se que dure em média 14

horas.

Os desvios temporários de limiar podem significar o prenuncio do

estabelecimento da lesão permanente.

Com relação aos desvios permanentes de lineares a teoria da energia sonora

que atinge a célula ciliada é à base de toda a justificativa da lesão definitiva.

Os microtraumas persistentes e repetitivos alterariam o metabolismo celular de

forma irreversível. Esta teoria de microtraumas tem o suporte de estudos

anatomopatologicos.

11 - IMPLICAÇÕES DO RUÍDO NO HOMEM E NO MEIO

AMBIENTE

Grupo de agravos ocasionados por ação da exposição ao ruído

IMPACTOS

Teratogênico (em cobaias)

Alteração morfológica no tecido;

Esterilidade; Fissura Palatina; Sindactia,

Malformação; Adactilia; Não desenvolvem a

cauda.

Neurovegetativo Altera o metabolismo; Perda da

sensibilidade visual; Altera o ciclo do sono

insônia; Estresse; Enfarte do miocárdio;

Hipertensão arterial; Reações musculares;

atua no sistema neurológico central; Maior

prematuridade; Menor desenvolvimento

infantil; Dores de cabeça e náuseas.

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Comportamento Irritabilidade e instabilidade; Reações

emotivas abruptas; Fadiga geral acentuada

e prolongada; Altera a coordenação motora,

humor, aprendizagem e apetite; Obsessões;

Cansaço; Interfere na memória; Aumenta a

agressividade e ansiedade; Causa frigidez e

impotência.

Audição Lesa o tímpano; Destrói as células

sensoriais; Zumbido, enjôo, tonturas, mal

estar; Distúrbio labiríntico; Perda auditiva

temporária; Trauma acústico; Perda auditiva

induzida por ruídos; Perda irreversível

sensório neural.

Metabolismo Atua no eixo hipotálamo e hipofisário;

Produz descarga simpática; Aumenta a

hipertensão arterial; Altera a bioquímica do

sono; Altera hormônios supra renais,

hipofisários e tireoideanos; altera o sistema

digestivo, estomacal e endócrino.

Cognição Dificuldade de concentração; Diminui a

atenção visual e a coordenação motora;

Altera a inteligibilidade da fala; Aquisição de

leitura, desenvolvimento da linguagem,

atividade intelectual; interfere na memória.

Econômico Diminuía produtividade; Aumenta a

incidência de acidentes; Prejuízos Sociais;

Acarreta indenizações.

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Urbano e industrial; Trânsito

(aéreo/férreo/automotivo);

Industrias (máquinas/obras);

Serviços (academia de

ginástica/igreja/comércio/escola/

hospitais); Lazer

(brinquedos/trios-

elétricos/shopping/etc).

Meio ambiente / Fauna / Flora.

Psico-Social Comprometimento da sintomatologia e

grande prejuízo no tratamento em pacientes

neuróticos; Interfere na socialização/

desenvolvimento

emocional/comunicação/ansiedade.

12 - PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA:

Ø Eleição da proteção coletiva, como forma ideal de prevenção das

doenças e acidentes do trabalho.

Ø Diante da necessidade de prevenir os efeitos do ruído na audição e

diante de restrições de investimentos sistemáticos na proteção coletiva, é

fundamental lançar-se mão de mecanismos intermediários de ação e controle,

visando, pelo menos, garantir a preservação do estado auditivo dos

trabalhadores expostos a condições desfavoráveis. Neste sentido, é proposto a

implantação, execução e controle do programa de conservação auditiva.

Ø Em 1996, National Institute for Occupational Safety and Health, propôs a

utilização do termo “ Programa de Prevenção de Perdas Auditivas”, em

detrimento de “ Programa de Conservação Auditiva “.

Ø Portanto, a ação primária seria aquela em que medidas de redução da

geração e transmissão do ruído ou de conservação auditiva impediriam a

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instalação das perdas. A ação secundaria seria o diagnóstico precoce. A

ocorrência de comprometimento auditivo funcional e incapacidade e a

realocação ou reabilitação profissional seriam as formas de prevenção em nível

terciário.

12.1 - Gerenciamento Audiométrico:

Ø Estabelecer o audiograma de referência de todos os trabalhadores;

Ø Identificar a situação auditiva de cada trabalhador, fazendo o

acompanhamento periódico;

Ø Identificar os indivíduos que necessitam de encaminhamento para o

médico otorrinolaringologista;

Ø Alertar os trabalhadores sobre efeitos do ruído e de outros agentes, bem

como fornecer o resultado de cada exame;

Ø Realizar análise da mudança significativa do limiar auditivo nas

audiometrias seqüenciais visando a identificar desencadeamento ou

agravamento de perdas auditivas;

Ø Realizar acompanhamentos individual e coletivo dos exames

audiométricos;

Ø Contribuir significativamente para a implantação e eficácia do “Programa

de Prevenção de Perdas Auditivas”.

12.2 - Medidas de Proteção:

Ø A proteção individual (ações direcionadas à seleção, indicação,

adaptação e acompanhamento do uso de protetores auditivos) deveria ser

aplicada apenas quando as medidas de controle geral, para atenuação dos

níveis de pressão sonora elevados nas fontes de emissão ou na sua

propagação, não conseguem redução abaixo do nível de ação.

Ø O protetor auditivo deve ser parte integrante do Programa de

Conservação da Audição, desde que sua utilização esteja embasada em uma

política institucional, que garanta a aderência dos trabalhadores ao uso. Dois

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modelos são considerados básicos: os circum-auriculares ou os de inserção,

intra-auriculares ou simplesmente conhecidos como “plugs”.

12.3 - Seleção e Indicação do Protetor Auditivo:

Ø Valores de atenuação por freqüência com respectivo desvio-padrão;

Ø Nível de redução de ruído;

Ø Nível e tempo de exposição a ruído na função;

Ø Características gerais do ambiente de trabalho (avaliação de outros

riscos que possam interferir na adaptação do protetor);

Ø Conforto durante o uso;

Ø A aliação e determinação de condutas diante das queixas

decorrentes do uso;

Ø Avaliação do ruído residual durante o uso do protetor;

Ø Custo e vida útil do protetor.

12.4 - Homologação de Protetor Auditivos

Ø Características do ruídos; Intensidade e espectro de freqüência;

Ø Tempo de exposição;

Ø Condições ambientais predominantes;

Ø Sistema de trabalho;

Ø Outros riscos ambientais.

13 - AGENDA 21 E A POLUIÇÃO SONORA

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente de Desenvolvimento.

Agenda 21 elaborada no ano de 1992 na Eco 92 no Rio de Janeiro tinha como

tema principal a formação de pacto pela mudança do padrão de

desenvolvimento global para o próximo século.

Ø Desenvolvimento e Conservação do Meio Ambiente.

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- 28 -

Ø Sustentabilidade Ambiental: “Capacidade de suporte dos ecossistemas

associados de absorver ou se recuperar das agressões antrópicas, implicando

um equilíbrio entre as taxas de emissão e produção de resíduo e as taxas de

absorção e regeneração da base natural de recursos”. Algo entorno de 110

milhões de pessoas sofrem os agravos decorrentes da ação do ruído.

Ø Impacto vocais / auditivos / extra auditivos.

13.1 - Agenda 21 Estadual/RJ

No ano de 2000 o Governo do Estado do Rio de Janeiro elaborou uma

estratégia com propostas de diminuir o impacto sonoro para a população

carioca:

Ø Desenvolver e estimular procedimentos voltados à proteção e a

conservação da qualidade sonora ambiental para todo o ecossistema, além da

acuidade auditiva e vocal da população.

Ø Propor e aperfeiçoar a pesquisa e o desenvolvimento de estudo

voltados ao aumento do conhecimento científico sobre a Poluição Sonora,

incluindo a definição de indicadores, formação de bancos de dados, base de

informações, estabelecimentos de metas para a gestão, planejamento, controle

e fiscalização da qualidade sonora ambiental visando à proteção do ser

humano e meio ambiente através de estratégias que minimizem os atuais

índices de ruído urbano.

Ø Estabelecer, desenvolver e estimular boas práticas sonoras dos

principais atores na questão da Poluição Sonora através do fortalecimento da

legislação já existente e divulgação de dados em campanhas educativas.

13.2 - Ações

Ø Dotar orçamentos públicos em suas diversas instancias para a gestão da

Poluição Sonora.

Ø Fortalecer as deliberações do IBAMA para o controle da Poluição

Sonora em âmbito local, regional, estadual e nacional.

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Ø Fortalecer os mecanismos de controle e de fiscalização do ministério do

Meio Ambiente e as agências ambientais estaduais de meio ambiente para o

controle, fiscalização, monitoramento e educação ambiental da poluição

Sonora.

Ø Criar ou fortalecer órgãos e setores de planejamento urbano e regional

voltados para a prevenção, o controle e a mitigação dos impactos ambientais

sonoros.

Ø Definir indicadores claros de impacto ambiental sonoro em legislação

específica.

Ø Criar fóruns consultivos e deliberativos para as questões ligadas a

Poluição Sonora com a participação da comunidade acadêmica.

Ø Estabelecer mecanismo permanentes de informação e de divulgação

sobre impacto gerados pela Poluição Sonora.

Ø Dotar com recursos humanos e institucionais quadros técnicos dos

governos federal, estadual e municipal.

Ø Criar bancos de dados, indicadores ambientais e sistema de informação

de base para o controle epidemiológico da Poluição Sonora.

Ø Realizar convênios com universidades e contratar assessoria técnica de

instituições especializadas com o objetivo de formar quadros técnicos na área

de poluição Sonora para o adequado e atualizado tratamento dessas questões.

Ø Promover o estudo e o mapeamento da Poluição Sonora no Brasil.

Ø Promover uma melhor qualidade sonora ambiental nas regiões

metropolitanas.

Ø Promover sustentabilidade ambiental auditiva para a população

brasileira a fim de que a acuidade auditiva desta população seja preservada.

Ø Incentivar políticas de gestão urbana voltadas para o controle e

fiscalização da Poluição Sonora.

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Ø Institucionalizar campanhas de educação ambiental que enfoquem os

impactos ocasionados pelo ruído ao homem e ao meio ambiente em todos os

órgãos públicos.

Ø Dotar quadros técnicos e gerenciais, federais, regionais, estaduais e

municipais, capacitados para o exercício das funções técnicas e administrativas

de proteção sonora ambiental.

Ø Criação de órgãos e agências públicas, federais, regionais, estaduais e

municipais com competência e capacidade institucional requeridas pelas

atividades de planejamento, gestão, controle e fiscalização da Poluição Sonora.

Ø Dotar as secretárias de Meio Ambiente de quadros técnicos e gerenciais

especializados em ruídos, bem como instrumentos técnicos cuja calibração

seja realizada pelo órgão certificador competente (INMETRO) para que a

medição do ruído ambiental seja efetuada de forma eficaz.

Ø Promover o conforto ambiental acústico em todos os estabelecimentos

públicos de ensino e em hospitais.

Ø Cumprir o Programa “SILÊNCIO” do IBAMA.

Ø Através do uso de tecnologia limpa, reduzir gradativamente o nível de

pressão sonora (ruído), de todo o sistema de transporte público para os

recomendados pela ONU.

Ø Reexaminar as políticas, as estratégias e os planos econômicos,

setoriais e ambientais, nas esferas nacional, estadual e municipal, para efetivar

através da gestão ambiental da poluição sonora e do desenvolvimento

sustentável uma melhor qualidade sonora ambiental.

Ø Maior controle sobre o licenciamento de atividades que produzam ruídos,

bem como acompanhamento sobre os níveis de pressão sonora praticados

após a concessão do licenciamento.

Ø Desenvolvimento de material impresso com informações básicas sobre o

tema Poluição Sonora para os gestores urbanos e população em geral.

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Ø Incentivo econômicos e aprimorados dos mecanismos de tributação

existentes, visando favorecer à preservação da qualidade sonora ambiental

através da implantação de tecnologias limpas que reduzam os níveis de

emissão sonora existente.

Ø Criar mecanismos que favoreçam a uma maior participação popular nas

questões relacionadas à Poluição Sonora.

14 - DESENVOLVIMENTO URBANO E A POLUIÇÃO

SONORA

A tecnologia e o desenvolvimento trouxeram muitos benefícios à

humanidade. Não restam dúvidas de que resolveram uma série de problemas

ligados ao conforto, saúde, comunicação e até mesmo à sobrevivência humana.

Porém, esta mesma tecnologia, quando utilizada sem critérios ou de forma

inadequada, pode gerar problemas ambientais que são capazes de colocar em

riscos o mesmo conforto, saúde, comunicação e sobrevivência que foi capaz

de preservar. (Adler, P.97)

15 - DANO AMBIENTAL

“Considera-se dano ambiental qualquer lesão ao meio ambiente

causado por ação de pessoa, seja ela física ou jurídica, de direito pública ou

privado. O dano pode resultar pode resultar na degradação da qualidade

ambiental (alteração adversa das características do meio ambiente), como na

poluição, que a Lei define como a degradação da qualidade ambiental

resultante da atividade humana”. Oliveira ( 1995)

16 - PRECEITOS CONSTITUCIONAIS

Constituição Federal:

O art.23, nos incisos VI, VII e IX, estabelece a competência comum da

União, dos estados, do Distrito federal e dos municípios de proteger o meio

ambiente, promover programas de construção de moradias e a melhoria das

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condições habitacionais e de saneamento básico, além de combater a poluição

em qualquer de suas formas e preservar as florestas, a fauna e a flora.

O art. 30, nos incisos I e V, estabelece que compete aos municípios

legislar sobre assuntos de interesse local, organizar e prestar diretamente ou

sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local.

O art.196, estabelece a saúde como “direito de todos e dever do Estado”,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às

ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O art. 225, por sua vez, estabelece que “todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Lei n° 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente

Art. 3°

I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis influências e interações de

ordem física, química e biológica, que permite, abrigar e rege a vida em todas

as suas formas;

II – degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das

características do meio ambiente;

III – Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante da atividade que

direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população.

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões

ambientais estabelecidos;

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IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou provado,

responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação

ambiental; V – recursos

ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os

estuários , o mar territorial, o solo, o sub-solo e os elementos da biosfera, fauna

e a flora.

17 - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE GESTÃO

AMBIENTAL

Na busca de um rápido direcionamento visando conter os crescentes

problemas ambientais, entre eles a Poluição Sonora, surge o conceito de

gerenciamento ambiental é negligenciado, pode gerar alterações ambientais

irreversíveis.

O conceito original de gestão ambiental diz respeito à administração,

pelo Governo, do uso dos recursos e de outras atividades humanas que afetam

o ambiente, por meio de ações ou medidas econômicas, investimento e

providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar

a qualidade do ambiente, assegurando a produtividade dos recursos e o

desenvolvimento social. Entretanto, este conceito tem-se ampliado nos últimos

anos para incluir, além da gestão pública do ambiente, os programas de ação

desenvolvidos por empresas para gerenciar suas atividades de modo

responsável, no sentido de proteger o ambiente. “ Conjunto de ações

realizadas para se alcançar a máxima racionalidade no processo de decisão

relativo a conservação, defesa, proteção e melhoria do meio ambiente,

baseando-se em uma coordenada informação multidisciplinar e na participação

cidadã” (Coneza Fdez – Vitória,1997).

Os principais grupos sociais capazes de produzir algum tipo de

influência, quer positiva ou negativa, na qualidade do meio ambiente, podem

ser divididos em:

Empresários – poder do capital;

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Político – poder de legislar;

Juizes – poder de concentrar e absorver, etc;

Membros do Ministério Público – poder de investigar e acusar;

Dirigentes dos Órgãos Ambientais – poder em embargar, licenciar, multar e etc;

Jornalistas e Professores – poder de influenciar na formação da “opinião

pública”;

Agências Estatais de Desenvolvimento – poder de financiamento, de criação de

infra-estrutura.

Podemos observar, portanto, que não cabe exclusivamente ao Governo

a administração do uso, dos recursos e de outras atividades humanas que

afetam o ambiente. A participação de empresas, por meio de programas de

ação desenvolvidos para gerenciar suas atividades de modo responsável,

contribui na proteção e manutenção de um ambiente saudável. A participação

de atores sociais capazes de colocar em prática as diretrizes de proteção,

conservação e melhorias do meio ambiente, por meio de atitudes e medidas

concretas, buscando transmiti-las e compartilhá-las com a comunidade, é

fundamental para um verdadeiro e democrático conceito de gestão ambiental.

18 - MEDIDAS DE GESTÃO DA POLUIÇÃO SONORA NO

BRASIL

Reconhecendo que a Poluição Sonora é um dos mais graves problemas

urbanos contemporâneos, causado pelo excesso de ruídos gerados por

diversas fontes entre elas, a circulação de veículos, má localização de

aeroportos, indústrias e comércio, tornou-se necessária a criação, pelo governo

federal, de um programa que estabelecesse normas, métodos e ações para

controlar o ruído excessivo e seus reflexos sobre a saúde e bem estar da

população. Assim foi criado o “Programa Nacional de Educação e Controle da

Poluição Sonora – Silêncio”, instituído pelo Conselho Nacional do Meio

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Ambiente – CONAMA, através das Resoluções 01/90 e 02/90 e sob a

coordenação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA.

O programa tem como objetivos:

- Capacitar técnicos e logística de pessoal nos órgãos de meio ambiente

estaduais e municipais em todo país;

- Divulgar, junto à população, matéria educativa e conscientizadora sobre os

efeitos prejudiciais da poluição sonora;

- Introduzir o tema “ Poluição Sonora” nos currículos escolares de ensino médio

( 2º grau);

- Incentivar a fabricação de uso de máquinas e equipamentos com níveis

baixos de ruído operacional;

- Incentivar à capacitação dentro da Polícia Civil Militar, para combater a

poluição sonora urbana;

- estabelecer convênios, contratos e atividades afins com órgãos e entidades

que possam contribuir para o desenvolvimento do programa.

O preparo técnico dos profissionais que trabalham com avaliação e

monitoramento de Poluição Sonora dve ser encarado com seriedade, pois a

falta de informação e despreparo, incluisive para manuseio do equipamento

utilizado, porem gerar falsos resultados e atitudes inadequadas à situação

analisada.

”Plano Nacional de Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável”

– Ministério da Saúde/95.

Reconhece art.2:13

“ A saúde dos trabalhadores urbanos e rurais inclusive os do setor

informal da economia, sofre os efeitos imediatos e a longo prazo dos processos

produtivos nocivos, por meio de riscos, tais como temperaturas elevadas, ruído

excessivo, equipamentos e ambientes que provocam acidentes e contato com

substâncias perigosas ou tóxicas. A informação completa sobre os riscos e

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suas conseqüências não vem sendo fornecida de forma transparente pelas

empresas responsáveis.

Legislação Federal do Ruído no Brasil:

- Constituição Federativa do Brasil – artigo 225 contempla o direito coletivo ao

meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado.

- Portaria MINTER /º 092/80 – Estabelece critérios e diretrizes quanto à

emissão de sons e ruídos provenientes de quaisquer atividade industrial,

comercial, social ou recreativa, inclusive as de propaganda.

- LEI Nº 6938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente com os

seguintes princípios:

Controle e Zoneamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras.

Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.

- Decreto n° 88351/83 – Dispõe o Plano Básico de Zoneamento de Ruído e

Planos Específicos de Zoneamento de Ruído a que se refere o Código

Basileiro do Ar.

- Resolução CONAMA n° 01/90 – Estabelece critérios, padrões, diretrizes e

normas reguladoras da Poluição Sonora.

- Resolução CONAMA n° 02/90 – Estabelece normas, métodos e ações para

controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da

população.

- Resolução CONAMA n° 01/93 – estabelece para os veículos automotores

nacionais e importados, exceto motocicletas, motonetas, ciclomotores,

bicicletas com motor auxiliar e veículos assemelhados, limites máximos de

ruído com veículo em aceleração e na condição parado.

- Resolução CONAMA n° 08/93 – Estabelece a compatibilização dos

cronogramas e implantação dos limites de emissão dos gases de escapamento

com os de ruído dos veículos usados no ciclo Diseil, estabelecidos na

Resolução CONAMA n ° 01/93.

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- Resolução CONAMA n° 20/94 – Institui o Selo Ruído como forma de

indicação do nível de potência sonora medido em decibel, dB(A), de uso

obrigatório a partir desta resolução para aparelhos eletrodomésticos, que

venham a ser produzidos, importados e que gerem ruído no seu funcionamento.

- Resolução CONAMA n° 17/95 – Ratifica os limites máximos de ruído e o

cronograma para seu atendimento determinados no artigo 2° as resolução

CONAMA n° 08/93, executada a exigência estabelecida para a data de 1° de

janeiro de 1996.

18.1 - Âmbito Estadual

- Constituição Estadual

- Capitulo do Meio Ambiente – art. 258 – indicando o direito coletivo a um

ambiente saudável e equilibrada. Art. 227 – a Lei instituirá norma para coibir a

poluição sonora.

Outras normas:

Normas técnicas da ABNT

NBR 10.151 – Referente à avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o

conforto da comunidade. Esta norma foi revisada recentemente, devendo ser

submetida a uma nova avaliação.

NBR 10.152 – Referente à avaliação de níveis de ruído para o conforto

acústico.

19 - POLUIÇÃO SONORA NO MUNÍCIPIO DO RIO DE

JANEIRO

Para que possamos entender a forma de gestão dos problemas

ambientais no Município do Rio de Janeiro, é importante ressaltar que o

município é dividido em cinco áreas de planejamento.

Em cada área de planejamento, a Secretaria Municipal possui um

Escritório Técnico Regional, perfazendo em total de cinco ETR’s..

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Segundo o IQM/2000 ( índice de qualidade dos municípios) produzindo

pelo Centro de Informações e Dados do rio de Janeiro ( CIDE), o município do

RJ comanda a Região Metropolitana constituindo-se no principal centro

produtor e distribuidor de bens e serviços de todo o Estado, alem de ser sede

do governo Estadual e de diversas instituições públicas e privadas reunindo de

41% da população e 59% da economia de todo o Estado.

Ainda, segundo o IQM, o município do Rio de Janeiro possui uma área

de 1.264 Km2, com uma população aproximada de 5.580.764 e com uma

média de 45 automóveis licenciados por 1.000 habitantes.

Castro, em 99 nos indica que 80% do transporte brasileiro em área

urbana é realizado por carros e ônibus, torna-se, portanto fácil enteder porque

o RJ é uma das cidades mais estridentes do mundo.

Um agravante a este perverso sistema de geração de tráfego é a

estrutura dos ônibus: muitos ainda têm chassi de caminhão, não tem câmbio

automático e os sistemas de amortecimento e travagem são barulhentos.

Se associarmos ao ruído de trânsito o ruído produzido por britadeiras,

bares, restaurantes, clubes, igrejas, academias, festas, vendedores e

compradores de ferro-velho, pamonhas e outros, munidos de alto-falantes, que

não reconhecem limites, veremos que o barulho típico das grandes cidades

brasileiras é permanente e de difícil controle.

Entretanto, não é o bar da esquina nem o homem da pamonha, que faz

o Rio de Janeiro possuir o título de barulhenta. Segundo informações da

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, as ruas mais barulhentas são aquelas

transformadas em corredores de transporte, em particular, as que recebem

tráfego de veículos pesados. Considerando que existem 45 automóveis

licenciados por 1.000 habitantes, teremos 45% da população circulando com

seus automóveis, o que equivaleria a aproximadamente 251.134 automóveis

particulares em circulação, só de moradores do Município do Rio de Janeiro,

sem contar com moradores de outros municípios que fazem uso de seus

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automóveis para deslocar-se de sua residência para o local de trabalho,

quando este está localizado no município do Rio de Janeiro.

20 - MEDIDAS DE GESTÃO DA POLUIÇÃO SONORA NO

MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO

Segundo a Lei Orgânica do Município, a Legislação referrente à Poluição

Sonora, dispõe da seguinte forma:

Capítulo do Meio Ambiente

Art. 460 – indicando o direito coletivo a um ambiente sadio e equilibrado;

Art 461 – incubido ao poder público o controle que comportem riscos efetivos

ou potencial para a qualidade de vida e meio ambiente;

Art.476 – dando o direito de denúncia aos cidadãos para agirem junto à

procuradoria geral do município por causa de danos à saúde individual ou

coletiva.

21 - MEDIDAS DE GESTÃO DA POLUIÇÃO SONORA

PELA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Atua de acordo com o previsto pelo regulamento 15 – Da proteção

contra ruídos – aprovado pelo Decreto Municipal nº 1.601/78 e alterado pelo

decreto municipal n° 5.412/85.

A atuação obedece a seguinte rotina: após o recebimento da reclamação,

que pode ser encaminhada por telefone, por carta, etc é procedida a vistoria ao

local onde são aferidos os níveis de ruído e confrontados com os permitidos

pelo decreto.

Este Decreto estabelece níveis máximos de ruído para os períodos

diurnos e noturnos, que variam de acordo com o uso permitido para o local

( residencial, comercial, etc.) . No período noturno estes limites variam entre 50

e 60 dB e, no período diurno, entre 55 e 70 dB.

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Caso a reclamação faça parte dos ruídos vistoriados pela Secretaria –

SMAC um técnico comparecerá ao local utilizando um aparelho denominado

medidor de nível de pressão sonora que mede os níveis de ruído. A medição

deve ser feita, no mínimo a 1,5m da divisa do lote onde está ocorrendo o ruído,

podendo também ser realizado no local onde é sentido o incômodo.

SECRETARIA VISTORIA SECRETARIA NÃO VISTORIA

Bares e restaurante com música Carros de som itinerante

Templos de qualquer culto religioso Reuniões e aglomerações de pessoas

em logradouros públicos

Sinaleiras de advertência Escolas em atividades curriculares

Casas de espetáculos Reclamações internas de condomínios

Criadouros comerciais de animais Animais

Obras e industrias Ruído de transito

Se constatado o descumprimento à legislação, o estabelecimento é

intimado a adequar os níveis de ruído aqueles permitidos pela legislação, no

prazo de 72h. Se constatado, através de vistorias, o descumprimento a

legislação , são lavrados autos de infração, em valores progressivos e, se o

problema permanecer, é elaborado edital de Interdição da fonte sonora.

Entretanto, se de todo não forem cumprida as medidas administrativas, o

processo é encaminhado à Procuradoria Geral do Município, que faz o

ajuizamento de ação judicial.

A infração OS é recordista tanto de inquérito instaurado pela

Procuradoria de Meio Ambiente do Ministério Público como de reclamações e

processos abertos pela SMAC.

Dos 542 inquéritos em tramitação no MP, 128 são sobre OS dos quais

19, até outubro de 1998, resultaram em ações civis publicas. Os bares são

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responsáveis por 30% dos inquéritos. No entanto, a maioria das ações civis

públicas instauradas pelo MP é contra clubes.

Segundo dados da SMAC, são registradas mensalmente, cerca de 400 a

500 reclamações por excesso de barulho. No ano de 1998, de Janeiro a

outubro, a SMAC aplicou 285 multas por OS, num total de R% 361.000,00. Dos

2.134 processos instaurados em 2000, 66.6% são sobre OS.

Embora a SMAC não tenha competência para atuar no caso de fontes

moveis de ruído, das reclamações de barulho que a secretaria recebe

diariamente, cerca de 13% são de vendedores que usam carros com alto-

falantes. A lei proíbe esse comércio e cria multas de 245 Ufirs ( cerca de

R$ 239,00), por venda de produtos sem autorização, e 122.5 Ufirs ( cerca de

R$ 120.00), por uso de aparelho de som.

22 - PESQUISA APLICADA

Realizada pesquisa com 81 funcionários, sendo 29 da Companhia de

Engenharia de tráfego (CET Rio) e 52 da Guarda Municipal, cuja finalidade

seria verificar alguns impactos e reações ocasionados pela exposição a ruídos.

22.1- Análise comportamental

Irritabilidade

77%

23%

Manifestam

Não Manifestam

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Agressividade

67%

33%

Manifestam

Não Manifestam

22.2- Neurogetativo

Insônia

56%

44%Manifest am

Não Manif estam

Estresse

88%

12%

Manifest am

Não Manif estam

22.3- Cognição

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Dificuldade de concentração

80%

20%

Manif est am

Não Manif est am

Interferência na memória

59%

41%

Manif est am

Não Manif est am

22.4- Ações preventivas

Utilização de protetor auricular

15%

49%

36% Frequentemente

Esporadicamente

Raramente

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Realização periódica de exames de audiometria

61%22%

17%

Frequentemente

Esporadicamente

Raramente

Recebe informações sobre os cuidados necessários com a audição

41%

49%

10%

Frequentemente

Esporadicamente

Raramente

Gostaria de receber com maior freqüência informação sobre os cuidados com a

audição

89%

11% 0%

Frequentemente

Esporadicamente

Raramente

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23 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo nos mostra a grande importância da saúde ocupacional

dentro das instituições. As pesquisas apontaram para uma realidade muito

preocupante, mais de 50 % dos entrevistados demonstraram algum tipo de

desvio, seja comportamental, neurovegetativo ou de cognição. E 89%

percebem que deveriam receber mais informações sobre os cuidados com a

audição.

Quando do falamos em preocupação ambiental, devemos sempre ficar

atentos com os cuidados necessário para os seres humanos. Pequenas ações

dentro da própria empresa poderão muitas vezes amenizar ou acabar com

alguns males.

A multiplicação do conhecimento muitas vezes pode se tornar um fator

fundamental e com atitudes simples como o treinamento de alguns funcionários

que possam atuar como agentes multiplicadores de conhecimento, se tornando

sábio e útil, através de palestras e cursos, pode gerar grande benefício para

todos.

Quem deseja enxergar um modelo ideal de desenvolvimento sustentável,

deverá primeiramente observar as condições internas, estudá-las e

desenvolver medias para resolver suas questões.

A natureza apela para que o ser humano repense suas ações nesse mundo,

para que ele não sucumba de vez com tanta poluição, tanto descaso e tanta

irresponsabilidade. O homem não tem se preocupado com o meio ambiente, é

preciso respeitar mais e proteger a natureza para ser protegido, inclusive a

própria natureza humana.

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24 - BIBLIOGRAFIA:

1) Centro Nacional de Referência em Gestão Ambiental Urbana –

Ministério do Meio Ambiente.

2) PDBG – Subprojeto de Educação Ambiental d o Programa de

Despoluição da Baía de Guanabara- (1997).

3) Conferência Pan-Americana sobre Saúde e Ambiente no

desenvolvimento humano Sustentável Plano Nacional de Saúde e

Ambiente no Desenvolvimento Sustentável. Ministério da Saúde. Brasília.

1995.

4) Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso

Futuro Comum. Rio de Janeiro: Ed. FGV. 1992.

5) Brasil – Constituição Federal de 1988.

6) Brasil – Lei nº 6.938\81 – Política Nacional do Meio Ambiente.

7) Vocabulário Básico de Meio Ambiente – FEEMA.

8) Brasil – Portaria MINTER\Nº 092\80 – Estabelece critérios e diretrizes

quanto `a emissão de sons e ruído provenientes de quaisquer

atividades industriais comerciais sociais ou recreativas, inclusive as de

propaganda.

9) Brasil – Decreto nº 88351\83 – Dispõe sobre o Plano Básico de

Zoneamento de Ruído e Planos Específicos de Zoneamento de Ruído a

que se refere o Código Brasileiro do Ar.

10) Resolução CONAMA nº 01\90 – Estabelece critérios, padrões, diretrizes

e normas reguladoras da Poluição Sonora.

11) Resolução CONAMA nº 02/90 – Estabelece normas, métodos e ações

para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-

estar da população.

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12) Resolução CONAMA nº 01/93 – Estabelece para os veículos

automotores nacionais e importados, exceto motocicletas,

motonetas,ciclomotores, bicicletas com motor auxiliar e veículos

assemelhados, limites máximos de ruído com veículo em aceleração e

na condição parado.

13) Resolução CONAMA nº 08/93 – Estabelece a compatibilização dos

cronogramas de implantação dos limites de emissão dos gases de

escapamento com os de ruído dos veículos pesados no ciclo Diesel,

estabelecidos na Resolução CONAMA no 01/93.

14) Resolução CONAMA nº 20/94 - Institui o Selo Ruído como Forma

de indicação do nível de potência sonora medido em decibel, dB (A), de

uso obrigatório a partir desta resolução para aparelhos eletrodomésticos,

que venham a ser produzidos e que gerem ruído no seu funcionamento.

15) Resolução CONAMA nº 17/95 – Ratifica os limites máximos de ruído

e o cronograma para seu atendimento determinados no artigo 2º da

Resolução CONAMA nº 08/93, excetuada a exigência estabelecida

para a data de 1º de janeiro de 1996.

16) Brasil - Constituição Estadual / RJ.

17) Brasil - NBR 10151 - Referente à avaliação do ruído em áreas

habitadas, visando o conforto da comunidade. Esta norma foi revisada

recentemente, devendo ser submetida à uma nova avaliação.

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