conceito de estado - estudos e pesquisas em trabalho e...

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Conceito de Estado Prof. Dr. Marcelo Lima 4009 7774 – DEPS-UFES-CE – [email protected] Referências BOBBIO, N. Dicionário de Política. Brasília:UNB, 1999. BORON, A. Estado, capitalismo e democracia na América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986. BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986. CHAUÍ, M O que é Ideologia? Brasília: Brasiliense, 1986 CHAUÍ, Marilena Público, Privado e Despotismo In: NOVAIS, Adauto (org) Ética Companhia das leras, 2002 FÁVERO, O e SEMERARO, G Democracia e construção do público no pensamento educacional brasileiro Petrópolis: Vozes, 2002. HORTA, JSB. Planejamento educacional IN: MENDES, Dumerval Filosofia da educação brasileira Civilização Brasileira,1987. KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego do juro e moeda. São Paulo: Nova Cultural, 1985. NOVAES, A A crise do Estado - Nação Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003

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Conceito de Estado

Prof . Dr. Marcelo LimaProf . Dr. Marcelo Lima

4009 7774 – DEPS-UFES-CE – [email protected]

●Referências

●BOBBIO, N. Dicionário de Política . Brasília:UNB, 1999.●BORON, A. Estado, capitalismo e democracia na América Latina . Rio de Janeiro: Paz e Terra,1994.●BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista . 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.●BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista . 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.●CHAUÍ, M O que é Ideologia? B rasília: Brasiliense, 1986●CHAUÍ, Marilena Público, Privado e Despotismo In: NOVAIS, Adauto (org) Ética Companhia dasleras, 2002●FÁVERO, O e SEMERARO, G Democracia e construção do público no pensamentoeducacional brasileiro Petrópolis: Vozes, 2002.●HORTA, JSB. Planejamento educacional IN: MENDES, Dumerval Filosofia da educaçãobrasileira Civilização Brasileira,1987.●KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego do juro e moeda . São Paulo: Nova Cultural, 1985.●NOVAES, A A crise do Estado - Nação Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003

REFERÊNCIAS

BASTOS, C. R. Curso de teoria do Estado e ciência política. São Paulo:Saraiva; 1995.DALLARI, Dalmo. O futuro do Estado. São Paulo: Saraiva, 1972.DALLARI, Dalmo. O futuro do Estado. São Paulo: Saraiva, 1972.ESPING-ANDERSEN, G. As Três Economias Políticas do Welfare State. Lua Nova,São Paulo, set. 1991MILL, J. S. Principio de economia política. São Paulo: Nova Cultural, 1996Vol. ISMITH, Adam. A riqueza das nações. Rio de Janeiro: Ediouro, 1986.SOUZA, N.A. de. O colapso do neoliberalismo. São Paulo: Global, 1995.TORRES, J. C. Brum. Figuras do Estado moderno. São Paulo: Brasiliense, 1989.1989.WOLFF, R. P. A miséria do liberalismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

O ser humano é um animal gregário, cuja estratégia de sobrevivência básica éa vida coletiva. Como todo ser grupal sua sociedade caracter iza-se pela divisãode tarefas entre os indivíduos e pela inter-complementarie dade e inter-dependênia entre os seus membros. Mas diferente das socieda des dasabelhas, formigas, etc a vida social humana não é estável e ha rmônica, pelaprópria consciência de si, o ser humano não divide apenas tar efas, tambémdivide status e poder. Embora o conflito seja sempre iminent e as sociedadeshumanas conquistaram certa estabilidade com o advento do Estado moderno .

Ética – Razão - Estado

humanas conquistaram certa estabilidade com o advento do Estado moderno .A vida coletiva impôs aos homens a necessidade da construção de valores (avida, a propriedade, a liberdade, a privacidade, a justiça, a segurança, etc) emodos de convivência que constituem um ordenamento socialmente válido.Certos aspectos da vida social compreendidos como o bem comum passarama ser protegidos coletivamente e impostos a todos os indivíd uos.

Autonomia –desejo – paixão Necessidade –

Ética – Razão - EstadoAutonomia X HeteronomiaConstume – Lei – Controle

Previsibilidade - continuidadeJustiça Pública - Monopólio

Estatal do uso legítimo da força

Necessidade –autopreservação

Autonomia da VontadeEstado de natureza –Selvageria – Vingança

Luta de todos contra todos X

Contexto Histórico

Dem

ocra

cia

Ate

nien

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raci

a

Nos grandes impérios (sociedade greco-romana e em pleno absolutismo) opoder era exercido diretamente sem mediações, correspondia, à dominação, àforça, e não requeria letigimidade social, pois o governante exercia sua

ESTADO PRÉ- MODERNO

força, e não requeria letigimidade social, pois o governante exercia suaautoridade por meio da força e do medo sem contar com a adesão voluntáriade seus súditos. Nesse caso o governo era necessariamente tirânico, ditatoriale déspota.

Déspota – termo que vem do grego despotês, era o chefe de família, quedetinha direito privado (isto é exclusivo) sobre o escravo, a mulher e sobre osfilhos. Era autor único das normas e das regras que definiam a vida familiar.Era o senhor do espaço privado e seu poder era auto-arbitrádo, pois decorriaexclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades (Chauí,p. 357).

O tirano usa a força e o ditador se conserva ilimitadamente no poder e ambosse tornam déspotas, isto é governam pela violência, pelo arbítrio de suavontade, segundo seus interesses privados e sem o consentimento doscidadãos e das leis.

Onde não há leis e o cidadão tem caçado a sua participação na polis, ou seja,

ESTADO PRÉ- MODERNO

Onde não há leis e o cidadão tem caçado a sua participação na polis, ou seja,onde a democracia (demos – povo + kratos - poder) não existe pode haver umaliderança déspota. Sua carcterística central é a subordinação dos espaço públicoao espaço privado. A imposição da vontade particular à vontade geral, onde hápolitéia não pode haver despotéia. A cidade é um todo e, logicamente, o todo éanterior às partes, sendo por isso anterior aos indivíduos e às instituições como afamília (Chauí, p. 357).

A identificação do cargo com o seu ocupante produz dois efeitos: em primeirolugar o imperador cria a própria sociedade como genitor e pai, em vez de governá-lugar o imperador cria a própria sociedade como genitor e pai, em vez de governá-la e em segundo lugar sua vida privada e sua intimidade tomam contornos edimensão de interesse público (Chauí, p. 365).

Privatizar o público é tomar o que é de todos, é privar os outros do controle dopoder e do destino da sociedade, é excluir da esfera pública a sua essência aalteridade, a impessoalidade, a transparência, a ética.

Contexto Histórico

Copérnico (1473- 1549)

Cruzadas XI-XIII

Renascimento

Estado Moderno – É o tipo de organização social que deriva do pacto (oucontrato) realizado pelos homens para evitar o confronto geral; Difere dacondição natural onde vigora o estado de natureza em que cada homem vive

CONCEITO de ESTADO Moderno

condição natural onde vigora o estado de natureza em que cada homem viveem conflito aberto com o seu semelhante, sem acordos mais amplos deconvivência, onde impera a lei do mais forte; Representa “a passagem de umacondição de equilíbrio instável para um estado de ordem estável, fundado naexistência de um poder e um governo comum reconhecido por todos emautoridade e legitimidade” (BOBBIO, 2000, p. 34); Ou seja, para não sedestruírem mutuamente, a comunidade humana constrói acordos, posições,consensos, fundando-os na forma da lei, para permitir a vida em comum.

Essa é uma necessidade que se impôs aos homens, mas, Para Hobbes, osEssa é uma necessidade que se impôs aos homens, mas, Para Hobbes, osseres humanos não são naturalmente sociáveis, ao contrário eles “(...) nãotiram prazer algum da companhia uns dos outros e sim, pelo contrário, umenorme desprazer”( Hobbes apud Ribeiro, 2003, p 40), pois se os homenspudessem viver naturalmente em harmonia, o poder seria supérfluo, mas se aconcórdia fosse contra a natureza humana, a comunidade política seriaimpossível (Wolff apud Novaes, 2003, p 15).

O Estado foi criado exatamente porque não há uma unidade natural no povo,porque as contradições são tão profundas e irreconciliáveis que foi necessárioinventá-lo. O Estado é fruto de um sistema que se auto - legitima por formas

CONCEITO de ESTADO Moderno

inventá-lo. O Estado é fruto de um sistema que se auto - legitima por formasvinculatórias que criam normas jurídicas obrigatórias que são tomados comoproduto do interesse geral (Marés, 2003, p 240).Ele [...] se apresenta como uma rede conectiva de relações unificadas queconstitui o momento político de gestão do poder para fins de manutenção dapaz interna e da administração dos conflitos (BOBBIO, 1999, p. 427). “O Estadoemerge na sociedade para evitar que os grupos antagônicos se consumamnuma luta infrutífera”, afetando a sociabilidade (Hegel apud CARNOY, 1994, p.69). Ele “é um ente racional e detentor da coação física legítima que seexpressa como ordenamento jurídico que regula e monopoliza o uso da força”expressa como ordenamento jurídico que regula e monopoliza o uso da força”(Weber apud BOBBIO, 2000, p. 82), exercendo poder soberano criando eaplicando normas vinculatórias para todos aqueles que vivem num dadoterritório (BOBBIO, 2000, p. 94-95).O Estado em geral produz uma uniformidade linguístico-cultural que tendeintegrar os membros da sociedade no mesmo referencial simbólico, excluindo adiversidade, tomada como fator de desagregação em nome de uma ordempolítico-ideológica.

CONCEITO de ESTADO Moderno

O Estado se constitui por um “[...]conjunto de instituições políticas,jurídicas, policiais, administrativas quese submetem a um governo autônomoque ocupa um território próprio eindependente [...]” (MARCONDES;JAPIASSU, 1991, p. 88).

Segundo Bobbio, o “Estado representa o lugar onde se desenvolvem,compõem e se recompõem os conflitos, através dos instrumentos jurídicos,num acordo continuamente renovado representado pelo contrato social”(BOBBIO, 1999, p. 27). Os Estados constitucionais nasceram sob o signo daesperança de se construir comunidades de indivíduos iguais em direitos,solidários entre si, autônomos para manifestarem suas vontades individuais,cujo único limite seria a individualidade e a liberdade do outro(Marés, 2003,p231).

Contexto Histórico

� se insere dentro do contexto da transição feudo-capitalista

absolutismo dos reis: unificação do poder político /

James Hargreaves 1769 – fiandeira

Arkwrigth 1769 –TorceduraCartwrigth 1784 – Tear

político / Estado Moderno

monarquias nacionais: Portugal, França, Espanha, Inglaterra

� racionalismo razão acima da fé / avanço científico: artes, literatura, ciências, tecnologia

Cartwrigth 1784 – Tear mecânicoJames Watt e Thomas Newcomen – maquina a vapor

Entre 1804 a 1823: locomotivas e barcos

● Telégrafo: Morse 1837ciências, tecnologia

� Princípio do “Humanismo”:�Antropocentrismovalorização do homem e da natureza em oposição ao divino e sobrenatural

● Telefone: Graham Bell 1875

● Motor a explosão: Rudolf Diesel

● Motor a gasolina: Karl Benz

● Lâmpada elétrica: T. Edison

● Telegrafo sem fio: Marconi

Características do Estado Liberal

Estado - ordem jurídica soberana, que tem por fim o bem comum de um povosituado em um determinado território” (DALLARI, 1972,p.104). Organização políticasob a qual vive o homem moderno. Resulta de um povo vivendo sobre um territóriodelimitado e governado por leis que se fundam, não sobrepujado por nenhum outroexternamente e supremo internamente. Liberalismo - Visa proporcionar coesão aoexternamente e supremo internamente. Liberalismo - Visa proporcionar coesão aoconjunto das classes (dominados e dominantes), favorecendo a derrocada dofeudalismo. Calcado no individualismo, preconiza a defesa irrestrita da propriedadeprivada. Demonstra que a busca do interesse próprio e a liberdade plena garantem oequilíbrio funcional do sistema e a felicidade de todos, capitalistas e trabalhadores. Apropriedade privada e a liberdade aparecem assim como elementos fundamentaisno capitalismo, tendo a segunda o papel de necessidade orgânica vital paraliberalismo, e convertendo-se na bandeira dos grupos liberais e posteriormente dosneoliberais, Souza (1995). Liberdade é o elemento fundamental para a construçãodo sistema social (político e produtivo).do sistema social (político e produtivo).Bentham, filósofo utilitarista, já defendia em seus escritos a liberdade de expressãooral e escrita. Bentham - somente um governo que assegure liberdade epropriedade pode ser considerado como um bom governo. Stuart Mill - Em seu livro“Da Liberdade” de 1859 – admite o controle social quando uma pessoa inflige ummal a outrem. Mill reconhece a necessidade de alguma restrição, mas sempre comocondição para a vida social e para salvaguardar a própria liberdade Mill (1996).

Características do Estado Liberal

Para Mill “as ações são corretas na proporção em que se prestam a produzir afelicidade; são incorretas quando tendem a produzir o reverso da felicidade (MILLapud WOLFF, 1989, p.13)”. Em Mill, o Estado liberal assemelha-se ao Estado deSmith, devendo limitar-se a fim de não interferir na vida privada, devendo manter-sena defesa e na garantia dos direitos e das liberdades individuais dos cidadãos, meiona defesa e na garantia dos direitos e das liberdades individuais dos cidadãos, meiopelo qual se pode chegar chegar à felicidade plena da nação.O Estado deve: a)promover a soberania nacional, defendendo a sociedade da violência e invasãoexternas; b) promover a proteção interna dos membros da sociedade contra aopressão e injustiças de outros membros, e, c) erigir e sustentar as instituições eobras públicas que sejam vantajosas para a sociedade, mas que não sejam atrativaspara os capitalistas, seja pelo lucro, risco ou incapacidade dos mesmos de mantê-los funcionando, Smith (1986). A intervenção do Estado, além das funções mínimasjá mencionadas, somente obstaculizaria os ganhos que o comércio livre poderiacriar, estimularia o surgimento de monopólios, o protecionismo e a ineficiência.criar, estimularia o surgimento de monopólios, o protecionismo e a ineficiência.Esta defesa ardorosa da liberdade do individuo e do mercado, e conseqüenteadesão ao capitalismo de mercado deve ser entendida em um contexto sócio-político e econômico próprio para a época, ou seja, “não devemos esquecer que arealidade da qual falavam era a de um Estado que preservava privilégiosabsolutistas, protecionismo mercantilistas e corrupção por toda parte.” (ESPING-ANDERSEN, 1991, p.86) Assim, se torna compreensível que o alvo de ataque dosliberais constitui-se no sistema de governo do Estado Absolutista, pois o mesmoreprimia as liberdades e as iniciativas dos burgueses naquele momento.

A segurança é a proteção oferecida pela sociedade da conservação da pessoa, de seusdireitos e de suas propriedades. A sociedade deve garantir ao proprietário a extração dolucro decorrente do investimento de seu capital. O Estado deve ser o agente da ordeme da paz. O governo não tem outra função senão garantir a proteção do jogo econômico

Valores do Liberalismo

e da paz. O governo não tem outra função senão garantir a proteção do jogo econômicode modo que a propriedade venha ser o real título de cidadania (HORTA, 1987, p. 129-202).

“Nós temos por testemunho as seguintes verdades: todos os homens são iguais: foram aquinhoados pelo seu Criador com certos direitos inalienáveis e entre esses direitos se encontram o da vida, da liberdade e da busca da felicidade. Os governos são estabelecidos pelos homens para garantir esses direitos, e seu justo poder emana do consentimento dos governados. “Todas as vezes que uma forma de governo torna-se destrutiva desses objetivos, o povo tem o direito de mudá-lo ou de governo torna-se destrutiva desses objetivos, o povo tem o direito de mudá-lo ou de abolir, e estabelecer um novo governo, fundando-o sobre os princípios e sobre a forma que lhe pareça a mais própria para garantir-lhe a segurança e a felicidade”. (Trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, reflexo na América dos ideais liberais iniciados pela Revolução Gloriosa em 1688, na Inglaterra).

O liberalismo político constitui-se sobretudo contra o absolutismo real, buscando nasteorias contratualistas as formas de legitimação do poder, não mais fundado no direitodivino dos reis nem na tradição e herança, mas no consentimento dos cidadãos.

A decorrência dessa forma de pensar é o aperfeiçoamento das instituições do voto e darepresentação, a autonomia dos poderes e a conseqüente limitação do poder central. O

Valores do Liberalismo

representação, a autonomia dos poderes e a conseqüente limitação do poder central. Oliberalismo econômico se opôs inicialmente à intervenção do poder do rei nos negócios,que se dava por meio de procedimentos típicos da economia mercantilista tais como aconcessão de monopólios e privilégios.Os primeiros a se insurgirem contra o controle da economia foram os fisiocratas, cujolema era "laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même" ("deixai fazer, deixaipassar, que o mundo anda por si mesmo"). Tais idéias são desenvolvidas peloseconomistas ingleses Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823).

A liberdade pressupõe o direito à existência, a conservação e a autonomia racional. AA liberdade pressupõe o direito à existência, a conservação e a autonomia racional. Aigualdade é tomada na sua forma jurídica em que todos têm o direito à liberdade.Contempla a igualdade de oportunidades bem como a abolição de restrições legais àlivre competição dos indivíduos.

A propriedade, por sua vez, constitui um direito natural, dado que existe uma ligaçãoexistencial entre propriedade e felicidade. Esta passa pela utilização e gozo dos bens evisa a acumulação, o entesouramento e a capitalização. A Apropriação dos meios deprodução em a noção de propriedade é o motor da economia.

Liberais e Contratua listas

Fisiocratas e o Liberalismo Econômico A indústria foi prejudicada em seu desenvolvimento em função dos impostos e tarifas e pedágios internos, que dificultava o movimento das mercadorias; a agricultura vivia sobrecarregada pelas condições impostas vivia sobrecarregada pelas condições impostas pela nobreza que era a proprietária das terras; as guildas continuaram a ser um grande obstáculo ao impedir a entrada de mão-de-obra especializada em certas ocupações .

Segundo Turgot, na passagem do feudalismopara o capitalismo “(...) um cidadão não podiafazer nem vender nada sem ter comprado odireito de sua admissão numa corporação ... O

FRANÇOIS QUESNAY (1694-1774)

o autor da famosa fraselaissez-faire, laissez-passer;para ele a sociedade eradireito de sua admissão numa corporação ... O

governo autorizava que se regulamentasse ocomprimento, a largura, o número de fios paraque um tecido fosse produzido ecomercializado tendo esse obtido um selocheio detalhes. Proibia-se a abundância docereal, tornando a situação do agricultor quequisesse produzir mais incerta do que a detodos os outros cidadãos que queriamconsumir”.

para ele a sociedade eraanáloga ao organismo físico.A circulação de riqueza deriqueza e de bens naeconomia era como acirculação do sangue nocorpo deveria fluir livre semobstáculos

Principais características da Escola Clássica :

● O primeiro princípio era o laissez-faire. O melhor governo é aqueleque menos governa ; As forças do mercado competitivo livre orientama produção, a troca e a distribuição; A economia era considerada autoajustável e tendia para o pleno emprego, sem a intervençãoajustável e tendia para o pleno emprego, sem a intervençãogovernamental; Visava a promoção do máximo crescimento edesenvolvimento econômico e a crença do desejo individual inato deacumular riqueza como um fim em si mesmo;

Crise da Escola Clássica : A doutrina do laissez-faire sucumbiuquando as flutuações das empresas abalaram o equilíbrio dasociedade capitalista e quando a concorrência cedeu lugar asociedade capitalista e quando a concorrência cedeu lugar aestruturas de mercado alteradas, caracterizadas pelo quas e-monopólio, pelo oligopólio, pelas indústrias regulamenta das eassim por diante; Menosprezo a mudanças tecnológicas futuras;Comércio Internacional que prejudica aos menos desenvolvi dos.

Contexto Históricoag

ríco

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Eco

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Trabalho no Capitalismo

Formas Pré-Capitalistas

Escravidão / Servidão

Trabalho para Subsistência

Trabalho – Artesanal- Doméstico- Força Física- Baixa tecnologia- Ferramentas- Integral- Autônomo- Autogestão

Inexistência de Direitos

Sociedade Estamental

Capacidade de produção < / = Capacidade de consumoForça de trabalho em formação = meio de produção

Trabalho no CapitalismoEconomia Fabril - Fordismo

Trabalho – Livre- Alienado

- Assalariado- Abstrato {

Exploração baseada na extração de mais-valia absoluta e Mão de obra - Abstrato

- Fragmentado- Heterogestão

{valia absoluta e relativa

Mão de obra CrescenteProdução em Massa para consumo em massa

•Máquina à vapor•Máquinas Elétricas•Tecnologia eletromecânica•Criação dos Direitos•Sociedade Dividida em Classes Sociais•Sociedade Dividida em Classes Sociais•Desigualdade, Mobilidade Social •e Desemprego Constitutivo à Acumulação

Capacidade de Produção > Capacidade de ConsumoProdução e consumo em massa / produção crescente e Mão de obra crescente

Conflitos e problemas da sociedade urbano-industrial

1)Destruição da antiga economia agrícola,quase artesanal dos vilarejos; 2) Surgimentode grandes fábricas; 3) Aglomeração dosde grandes fábricas; 3) Aglomeração dostrabalhadores, nas proximidades das fábricas,em favelas onde a forma de vida eracaracterizada pela miséria, a fome, asdoenças, os crimes e os vícios; 4) Osacidentes industriais traziam miséria, semnenhuma compensação para as famílias dosaleijados ou mortos; 5) Não existiam direitospolíticos para os assalariados e os sindicatospolíticos para os assalariados e os sindicatoseram proibidos; 6) A pobreza das massasparecia cada vez mais opressiva à medidaque as grandes fortunas se multiplicavam.7) A Revolução Industrial não conduziu aoparaíso.

Contexto Histórico

DiretosDiretos CivisCivis eePolíticosPolíticosXVXV-- XVIIIXVIII

Características e Insuficiências do Estado Liberal e o Surgimento do Estado Intervencionista

DiretosDiretos SociaisSociaisXIXXIX-- XXIXXI

XVXV-- XVIIIXVIII

Direito de Ir e Vir Igualdade jurídicaTrabalho Livre

Proteção à vida e à propriedadeDesilgualdade

econômica legítima

Assistência SocialEducação Saúde

HabitaçãoLimites à desigualdade

econômica

Estado Liberal Sociedade capitalista

Democracia

Estado Intervencionista Keynesiano

Sociedade capitalistaDemocracia Social

Liberalismo Político Liberalismo Econômico

II II –– A IDADE MÉDIAA IDADE MÉDIAII II –– A IDADE MÉDIAA IDADE MÉDIA

A MAGNA CARTA (1215)

Não lançaremos taxas ou tributos sem o consentiment o do conselho geral do reino (commue concilium regni), a não ser para resgate da n ossa pessoa, para armar cavaleiro nosso filho mais velho e para celebrar, m as uma única vez, o casamento da nossa filha mais velha; e esses tributos não exc ederão limites razoáveis. De da nossa filha mais velha; e esses tributos não exc ederão limites razoáveis. De igual maneira se procederá quanto aos impostos da c idade de Londres, ...E, quando o conselho geral do reino tiver de reunir para se ocupar do lançamento dos impostos, exceto nos três casos indicados, e do lançamento de taxas, convocaremos por carta, individualmente, os arcebis pos, abades, condes e os principais barões do reino; além disso, convocaremo s para dia e lugar determinados, com a antecedência, pelo menos, de qu arenta dias, por meio dos nossos xerifes e bailios, todas as outras pessoas q ue nos têm por suserano; e em todas as cartas de convocatória exporemos a causa d a convocação; e proceder-se-á à deliberação do dia designado em conformidade co m o conselho dos que não tenham comparecido todos os convocados.

Nenhum homem livre será detido ou sujeito à prisão, ou privado dos seu s bens, ou colocado fora da lei, ou exilado, ou de qualquer modo molestado, e nós não procederemos nem mandaremos proceder contra ele sen ão mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do país.

Não venderemos, nem recusaremos, nem protelaremos o direito de qualquer pessoa a obter justiça.

Os mercadores terão plena liberdade para sair e ent rar em Inglaterra, e para nela residir e a percorrer ... vendendo quaisquer coisas , ...

No século XVII, enquanto o absolutismo triunfa na França, a Inglaterra sofre as revoluções lideradas pela burguesia, que visam limitar a autoridade dos reis.

A primeira foi a Revolução Puritana, em meados do século em questão, culminando com a execução do rei Carlos I e a ascensão questão, culminando com a execução do rei Carlos I e a ascensão de Cromwell. Mas a liquidação do absolutismo se dá mesmo com a Revolução Gloriosa, em 1688, quando Guilherme III é proclamado rei, após ter aceito a Declaração de Direitos que limitava muito sua autoridade e dava mais poderes ao parlamento. Ficava, portanto, o poder executivo subordinado ao legislativo.

As conquistas burguesas exigem do rei a convocação regular do parlamento, sem o qual ele não pode fazer leis ou revogá-las, As conquistas burguesas exigem do rei a convocação regular do parlamento, sem o qual ele não pode fazer leis ou revogá-las, cobrar impostos ou manter um exército. Institui-se ainda o habeas corpus a fim de evitar as prisões arbitrárias; a partir de então, nenhum cidadão pode ficar preso indefinidamente sem ser acusado diante dos tribunais, a não ser por meio de denúncia bem-definida.

Leis trabalhistasLeis trabalhistasLeis trabalhistasLeis trabalhistas

Inglaterra

Segunda metade do século XVI – Inglaterra - leis que tratavam dos recursos e da responsabilidade de assistência aos m endigos e desocupados – 1601 - Lei dos Pobres - caráter eminentemente social e desocupados – 1601 - Lei dos Pobres - caráter eminentemente social e assistencialista.

Fim do séc. XVIII – 1795 - Lei Speenhamland - caso um trabalhador recebesse por seu trabalho uma renda inferior à ren da mínima, deveria a sociedade pagar a diferença entre uma e outra. Em s eguida, no início do séc. XIX (1802), surgiu o Peel’s Act (que tratou basicamente das normas protetivas de menores).

1843 - leis das minas – proibia o trabalho de mulheres e crianças nas 1843 - leis das minas – proibia o trabalho de mulheres e crianças nas minas de carvão

1848 - leis das dez horas – proibia que a carga horá ria de crianças não poderia exceder à dez horas diárias

1875 – permitia organização sindical dos trabalhador es

A Declaração de Independência dos A Declaração de Independência dos EUA que vai inspirar A Declaração dos EUA que vai inspirar A Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão de Direitos do Homem e do Cidadão de

A Declaração de Independência dos A Declaração de Independência dos EUA que vai inspirar A Declaração dos EUA que vai inspirar A Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão de Direitos do Homem e do Cidadão de

A Revolução Americana de 1776A Revolução Americana de 1776

Direitos do Homem e do Cidadão de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 na França1789 na França

Direitos do Homem e do Cidadão de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 na França1789 na França

4 de julho de 1776, Declaração Unânime dos Treze Est ados Unidos da América.... Consideramos ... que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienávei s, que entre estes dotados pelo Criador de certos direitos inalienávei s, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade . Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; ... baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felic idade, mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra .

Direito positivo Direito positivo – – Gêneso do direito a Gêneso do direito a dignidade dignidade -- AssistênciaAssistência

REPÚBLICA REPÚBLICA JACOBINA JACOBINA

REPÚBLICA REPÚBLICA JACOBINA JACOBINA JACOBINA JACOBINA JACOBINA JACOBINA

Auxílio aos indigentes, que participaram da distribuição dos bens dos condenados; •Proclamação da Primeira República Francesa (setembro de 1792);

•Elaboração da Constituição do Ano I (1793), que pregava uma ampla liberdade política e o sufrágio pregava uma ampla liberdade política e o sufrágio universal masculino. Essa Carta, inspirada nas idéias de Rousseau, era uma das mais democráticas da história;

•Criação do ensino público gratuito

Declaração dos Direitos do Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)Homem e do Cidadão (1789)Declaração dos Direitos do Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)Homem e do Cidadão (1789)

A REVOLUÇÃO FRANCESAA REVOLUÇÃO FRANCESA

Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum.Art. 5.º - A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é vedado pela lei não pod e ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o q ue ela não ordene.Art. 6.º - A lei é a expressão da vontade geral. Tod os os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente o u cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente o u através de mandatários, para a sua formação. Ela de ve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para pun ir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualme nte admissíveis a todas as dignidades, lugares e empreg os públicos, segundo a sua capacidade e sem outra dist inção que não seja a das suas virtudes e dos seus talento s.

Crise do Capitalismoe

Ressurgimento do intervencionismo Econômico

O Crash de 1929 e recessão do anos 1930

Expansão descontrolada do crédito bancário;Especulação financeira;Especulação financeira;

Crise da bolsa; falta de investimento; Superprodução agrícola e industrial;

queda de consumo; desemprego;

Conseqüências GeraisO Crash da Bolsa de Valores de

Nova Iorque�Falência de 9.000 bancos;�Falência de 9.000 bancos;

�Falência de 85 mil empresas;

� Queda de 85% no valor das ações (1929-32);

� Redução salarial de 60%;� Redução salarial de 60%;

� Desemprego: 13 milhões, somente nos EUA

A fome aliada ao desemprego, mais o abandono social , A fome aliada ao desemprego, mais o abandono social , marcaram os EUA da primeira metade dos anos 1930marcaram os EUA da primeira metade dos anos 1930

Milhares de acionistas aglomeram -se diante da Bolsa de Valores de Nova Iorque a espera

de boas notícias que não viriam

““SopõesSopões ” urbanos procuravam aliviar a fome. Até ” urbanos procuravam aliviar a fome. Até criminosos, como Al Capone, incumbiacriminosos, como Al Capone, incumbia --se de se de

distribuir comida para a imensa horda de distribuir comida para a imensa horda de marginalizadosmarginalizados

Franklin Franklin DelanoDelano Roosevelt reconstruiu o país, assumindo após derrotar o Roosevelt reconstruiu o país, assumindo após derrot ar o “presidente da fome”, “presidente da fome”, HerbertHerbert HooverHoover, cuja preocupação primordial era , cuja preocupação primordial era

ajudar as empresasajudar as empresas

CONTEXTO CONTEXTO CAPITALISTA DE PRODUÇÃOCAPITALISTA DE PRODUÇÃO

(Política do “New Deal”)

Keynesianismo

(Política do “Laissez – faire”)

Liberalismo

X(Política do “New Deal”) (Política do “Laissez – faire”)X

SÉCULO XVIII

SÉCULO XIX ESTADO = elite política + burocracia

leis, impostos ���� território determinadoDireitos políticos ���� lutas populares pela

ampliação da igualdade de direitosControle da vida individual via aparato administrativo

ESTADO

SÉCULO XVIIILiberalismo ���� Estado moderno (Nação)

Aparato administrativo ���� leis: normas que pretendem a validade na Nação

Contradição entre liberdade X igualdade

SÉCULO XX Direitos sociais

A ampliação desses direitos ���� EBES Acréscimo de direitos trabalhistas

prestações de natureza social reclamadas ao Estado

(educação, saúde, seguridade e previdência)

Década 1945-1973Década 1945-1973Welfare State e Keynesianismo

Dimensão econômica : Ativa intervenção estatal na economia; pleno emprego; atuar nos setores estratégicos

Dimensão social : Welfare State; Produção de políticas públicas sociais; Atendimento àsnecessidades básicas da população

Dimensão Administrativa : Modelo Burocrático; procedimentos rígidos; forte hierarquia;Planejamento Econômico e Tecnocracia