conceito de democracia digital

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Aula sobre o conceito basico de democracia digital.

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  • 1. Democracia Digital Rafael Cardoso Sampaio Democracia Digital
  • 2. Conceito O que seria democracia digital? Democracia online x Democratizao atravs de meios digitais Internet no iniciou a discusso?
  • 3. Por que precisamos da democracia digital? Dficit das democracias liberais-representativas: - gap ou afastamento entre esfera civil e esfera de deciso poltica (e a autonomia dessa); - dificuldade de os eleitores monitorarem seus representantes; - apatia dos eleitores (queda do nmero de votos); - cinismo e desconfiana em relao s aes dos agentes polticos; - falta de eficcia da opinio dos cidados (self- efficacy); - falta de informao poltica relevante; - falta de mecanismos para tornar os representantes mais accountables ou os cidados mais empowered.
  • 4. Como a internet poderia incrementar a democracia? Comunicao direta, rpida e barata entre muitos com potencial acesso universal; No hierrquica (sem centro), sem filtros ou controles; Acesso a uma gama maior de informaes. Liberao do plo de emisso receptor se torna produtor de informao; Comunicao multidirigida e annima;
  • 5. O que isso permitiriapotencialmente? e-Voting e-Polling e-engagement e-Participation e-Democracy Virtual Public Sphere? gora Digital? Direct Democracy?
  • 6. O outro lado da moeda No h acesso universal. H excluso digital e reforo de outras excluses (velhas elites); Comercializao ao invs de democracia; Panoptificao ao invs de acesso livre (e.g. China); Afastamento da realidade(e-voting); Falta de censura (Anonimatofacilita o discurso do dio).
  • 7. Overload de informao; Centros de visibilidade ao invs de liberao do plo de emisso (portais e jornalismo); Like-minded ao invs de esfera pblica virtual; Aumento do nmero de conectados no se traduziu em maior participao (Gomes, 2008; Sampaio, 2010).
  • 8. Determinismos Tecnolgico-A internet vai salvar a democracia: Pierre Lvy-A internet vai causar o fim da raa humana Paul Virilio (Media Malaise) Social (A internet no muda nada. As estruturas scio-poltico-econmicas continuam a ditar as transformaes);Pesquisas empricas diversas (USA; UK)
  • 9. Outra diviso Normalizao (grandes agentes tambm sabem utilizar a internet) Reforo (Pregando para os convertidos Pipa Norris, 2003) Mobilizao (Fenmeno Obama) Poltica lenta para absorver mudanas.
  • 10. Falsidade dos determinismos Internet no ferramenta neutra. O meio tambm molda a mensagem (Lemos); Ignoram que por trs de toda ferramenta de e- Democracia h um modelo de democracia; Subestimam como o meio molda a mensagem Baseados na separao online x off-line ou virtual x real. Importa tambm as formas como as tecnologias vo ser utilizadas. Os objetivos iniciais podem ser modificados (e.g. Twitter);
  • 11. A internet uma s?? Websites de governos; Websites de partidos; Websites de ongs e movimentos sociais; Websites de jornais; Redes Sociais (Twitter, Facebook); Compartilhadores de contedo (YouTube; Flickr) Wikis Blogs. Infinidade de ferramentas sobre a alcunha
  • 12. O que no pode ser desconsiderado?1)Gerao de contedo aumentou a gerao pelo indivduo, mas ainda mais visvel e concentrada nas corporaes de jornalismo e de entretenimento; Ps-News Mais que produo de contedo, muitas vezes os indivduos esto reagindo a ele (discutindo em redes sociais, criando vdeos no YouTube, repassando material). Fontes e centros de visibilidade so mantidos (ao contrrio da viso da liberao do plo de
  • 13. 2) Distribuio Mais que a produo de contedo, o fenmeno da internet est no seu gigantesco poder de distribuio.A) Os produtos passam a chegar potencialmente a qualquer um (sem limitao espao-temporal);B) todas as mdias anteriores podem ser distribudas digitalmente (impresso, rdio, TV);C) Diferente das mdias tradicionais, passa a haver a possibilidade de se guardar e de
  • 14. 3) Consumo A questo que o consumo no , necessariamente, online. A internet pode ser apenas o meio para adquirir contedo. Boa parte dos consumidores baixa o contedo e o consome na tela mais agradvel, que pode ser uma TV, um tablet, um celular ou no prprio computador. consumido na tela e na hora desejada. Ao contrrio do que se defende, grande parte do contedo visto na internet no gerado pela ou para a internet (ao menos
  • 15. Gerao de contedo aumentou a gerao individual de contedo, mas ainda se prioriza fontes oficiais (e.g. governo) e fontes tradicionais, empresas jornalsticas, pela questo da credibilidade. Logo, tambm h centros de visibilidade na rede (Wilson Gomes, 2011).
  • 16. Como usualmente se entendeDemocracia Digital? E-Democracy como sinnimo a e- participation. Quanto mais participao melhor. Em ltima instncia, a democracia digital significa democracia direta ou gora virtual. Pensamento basista ou mesmo default de democracia (Gomes, 2010).
  • 17. Tanto terica quanto empiricamente, h bases para esperar que a e-democracia opere melhor em autonomia do estado. A poltica convencional (vulgo Estado) o lugar menos provvel para acontecerem grandes mudanas. Sindicatos, partidos polticos, governos, campanhas eleitorais tendem a adaptar as novas tecnologias de comunicao para
  • 18. Complexificando: Modelos de Democracia Liberal (Accountability e Transparncia) Pluralista (mais agentes e agendas) Comunitarista (Capital Social) Participacionista (Participao civil) Deliberacionista (Discusso pblica) Gomes, 2010; Dahlberg, 2011
  • 19. Afinal, o que democraciadigital?
  • 20. Finalmente, um conceito Entendo por democracia digital qualquer forma de emprego de dispositivos (computadores, celulares, smart phones, palmtops, ipads...), aplicativos (programas) e ferramentas (fruns, sites, redes sociais, medias sociais...) de tecnologias digitais de comunicao para suplementar, reforar ou corrigir aspectos das prticas polticas e sociais do Estado e dos cidados em benefcio do teor democrtico da comunidade poltica (GOMES, 2011, p. 27-28).
  • 21. No abandonar democracia liberal e seus ganhos; Constituio, diviso de poderes, Liberdade, e igualdade poltica entre cidados; Dar maior empowerment aos setores menos representados ou menos presentes nas discusses de polticas pblicas e nas tomadas de deciso; No importa necessariamente se top- down ou bottom-up, mas a esfera civil deve ser incrementada ou reforada em
  • 22. Como fazer isso? Projetos ou iniciativas de democracia digital Iniciativas so projetos ou idias que articulam ferramentas, dispositivos e aplicativos para realizar determinadas funes dedicadas a resolver problemas ou alcanar propsitos especficos (Gomes, 2011). Contudo, iniciativas de democracia digital no so um fim em si mesmas, ou seja, no incrementam valores democrticos se no foram empregadas em situao especficas
  • 23. Iniciativas digitais relevantes 1- fortalecimento da capacidade concorrencial da cidadania (aumentar e/ou consolidar quotas relevantes do poder do cidado em relao a outras instncias na disputa da produo de deciso poltica, sendo geralmente alcanado por transparncia ou participao); 2 consolidar e reforar uma sociedade de direitos (assegurar que minorias polticas e setores vulnerveis da sociedade tinham acesso a justia); 3- promover o aumento da diversidade de agentes e agendas na discusso pblica e nas instncias de deciso poltica, aumentando
  • 24. Categorias de Anlise 1. Monitoramento de contas, obras e polticas 2. Acompanhamento dos representantes 3. Informao e educao para a cidadania 4. Expresso de reivindicao civil 5. Participao e democracia direta 6. Deliberao
  • 25. Dificuldades para e-Democracia Trs grandes motivos para serem difcil de serem implementados:1) Polticos se sentem desconfortveis em compartilhar poder;2)Custos da participao so transferidos para os representantes (excesso de emails, presena em todas redes sociais, criao e manuteno de programas de e-Democracia);3) Projetos so concebidos por consultores de tecnologia; (MARQUES, 2010).
  • 26. O que vital considerar?1) Desenho do projeto ou iniciativa; Contexto; Quem promove; objetivo, durao, Direo da comunicao; Interessados (e sua motivao); Estgio no ciclo da poltica pblica; Regras de engajamento; Empowerment (motivao), sucesso ou no. Avaliao.Quem participa, como participa e influncia da participao?
  • 27. 2) Design das ferramentas/eficincia tcnica;Usabilidade, navegabilidade, acesso (hardware e skills), canal, contedo claro, bem organizado.3) Valor democrtico a ser desenvolvidoParticipaoDeliberaoTransparnciaControle socialPluralismo Macintosh, Whyte, (2008)
  • 28. 1 Internet como plataforma de discusso (Funcionamento em rede);Cala boca, Galvo 2- Inteligncia coletiva (colaborativa);Tsunami no Japo 3 Importncia da informao acima de softwares ou hardwares;Wikileaks4 Experimentalismo no domnio pblico (Beta);e-Democracia
  • 29. Criao de projetos de engajamento 5 poltico de pequena escala;Oramento participativo digital; PPA participativo Propagao de contedo atravs de 6 mltiplos aplicativosMapas de enchentes ou de assaltos Riqueza das experincias dos 7 usurios em websites polticosGoogle Analytics e Comentrios de notcias Chadwick, Howard, 2009
  • 30. Referncias CHADWICK, A.; HOWARD, P. (Orgs.) Routledge Handbook of Internet Politics. 2009. COLEMAN, S.; BLUMLER, J.G. The Internet and Democratic Citizenship: theory, practice and policy. Cambridge University Press. 2009. DAHLBERG, Lincoln. Re-constructing digital democracy: An outline of four positions. New Media & Society, V. 13, N. 6, p. 855872, 2011. GOMES, Wilson. Democracia digital: Que democracia?. In: MIGUEL, Lus Felipe; BIROLI, Flvia. (Org.). Mdia, representao e democracia. So Paulo: Hucitec, 2010, v. , p. 241-259. GOMES, W. Internet e participao poltica. In: GOMES, W.; MAIA, R. C. M. Comunicao e Democracia: problemas e perspectivas. So Paulo: Paulus, 2008, p.293-326. GOMES, W. S. Participao poltica online: Questes e hipteses de trabalho. In: MAIA, R. C. M.; GOMES, W.; MARQUES, F. P. J. A. (Orgs.). Internet e Participao Poltica no Brasil, Sulina, 2011. MACINTOSH, Ann; WHYTE, Angus. Towards an evaluation framework for eParticipation. Transforming Government: People, Process and Policy, Vol. 2 No. 1, 2008, pp. 16-30. MARQUES, F. P. J. A. . "Muro baixo, o povo pula": iniciativas institucionais de participao digital e seus desafios fundamentais. Opinio Pblica (UNICAMP. Impresso), v. 16, p. 117-142, 2010. NORRIS, P. Preaching To the Converted? Pluralism, Participation and Party Websites. Party Politics 9(1), p. 21-45, 2003.
  • 31. Obrigado. [email protected] @cardososampaio www.comunicacaoepolitica.com.b r