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PARLAMENTO EUROPEU 2009 - 2014 Comissão do Mercado Interno e da Protecção dos Consumidores 01.12.2010 COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS (07/2010) Assunto: Reunião interparlamentar "O mercado interno para os profissionais: Como fazê-lo funcionar? Melhorar o reconhecimento das qualificações profissionais" Em 26 de Outubro de 2010, a Comissão IMCO realizou uma reunião interparlamentar para ouvir os pontos de vista dos parlamentos nacionais sobre a situação actual e os desafios relacionados com o reconhecimento das qualificações profissionais, tendo em vista a revisão obrigatória da Directiva relativa à Qualificações Profissionais (2005/36/CE) até 2012. Participaram na reunião 22 membros do Parlamento Europeu e 24 membros de parlamentos nacionais. Foi feita uma introdução ao debate por representantes de engenheiros civis, farmacêuticos, enfermeiros e parteiras. Foi também apresentado um estudo de caso sobre o funcionamento do processo de reconhecimento mútuo das qualificações profissionais. Figura em anexo um resumo da reunião. CM\841031PT.doc PE454429v01-00 PT Unida na diversidade PT

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PARLAMENTO EUROPEU 2009 - 2014

Comissão do Mercado Interno e da Protecção dos Consumidores

01.12.2010

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS (07/2010)

Assunto: Reunião interparlamentar "O mercado interno para os profissionais: Como fazê-lo funcionar? Melhorar o reconhecimento das qualificações profissionais"

Em 26 de Outubro de 2010, a Comissão IMCO realizou uma reunião interparlamentar para ouvir os pontos de vista dos parlamentos nacionais sobre a situação actual e os desafios relacionados com o reconhecimento das qualificações profissionais, tendo em vista a revisão obrigatória da Directiva relativa à Qualificações Profissionais (2005/36/CE) até 2012. Participaram na reunião 22 membros do Parlamento Europeu e 24 membros de parlamentos nacionais. Foi feita uma introdução ao debate por representantes de engenheiros civis, farmacêuticos, enfermeiros e parteiras. Foi também apresentado um estudo de caso sobre o funcionamento do processo de reconhecimento mútuo das qualificações profissionais. Figura em anexo um resumo da reunião.

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REUNIÃO INTERPARLAMENTAR DA COMISSÃO IMCO Parlamento Europeu – Parlamentos Nacionais

O MERCADO INTERNO PARA OS PROFISSIONAIS.

COMO FAZÊ-LO FUNCIONAR?

Melhorar o reconhecimento das qualificações profissionais

26 de Outubro de 2010

Principais pontos do debate

A livre circulação de profissionais qualificados na Europa deve ser incentivada, tendo

especialmente em vista os desafios económicos e demográficos. No entanto, devem ser salvaguardadas a protecção e a segurança dos consumidores.

Por isso, é crucial assegurar o bom funcionamento do processo de reconhecimento das

qualificações. Actualmente, cerca de 30 000 profissionais apresentam todos os anos os seus pedidos de reconhecimento de qualificações noutro Estado-Membro.

Os oradores são unânimes em reconhecer a necessidade de uma avaliação exaustiva da

Directiva relativa às Qualificações Profissionais (2005/36/CE). A Comissão foi elogiada por ter envolvido a organização profissional numa fase inicial deste exercício de avaliação.

O Comissário Barnier anunciou a apresentação de um Livro Verde sobre o

reconhecimento das qualificações profissionais no Outono de 2011 e de um acto legislativo em 2012.

Os primeiros resultados do exercício de avaliação da Comissão revelam a necessidade de

modernizar a Directiva relativa às Qualificações Profissionais. A simplificação e a modernização dos procedimentos de reconhecimento irão beneficiar não só o mercado interno mas também os consumidores.

O sistema de reconhecimento automático, que já existe para sete profissões, é um êxito.

No entanto, para a grande maioria das profissões regulamentadas, o reconhecimento não é automático e baseia-se numa comparação caso a caso das qualificações.

As autoridades competentes dos Estados-Membros devem partilhar proactivamente as

informações sobre qualificações. Uma abordagem voluntária não é suficiente; a utilização do sistema de Informação sobre o Mercado Interno (IMI) deve ser obrigatória para todas as profissões regulamentadas.

Foram também suscitadas preocupações sobre o número de casos de fraudes relacionadas

com o reconhecimento de qualificações obtidas no estrangeiro, incluindo em países terceiros (não-UE). Existem problemas específicos relacionados com a acreditação de

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estudos em linha. Deveria ponderar-se a possibilidade de introduzir um mecanismo de alerta no IMI.

As carteiras profissionais poderiam acelerar o processo de reconhecimento, mas é

necessário superar os desafios que se colocam ao seu desenvolvimento e implementação. No caso da mobilidade temporária, a utilização habitual, pelos Estados-Membros, de

declarações prévias para quase todas as profissões regulamentadas deveria ser reconsiderada.

A Comissão vai dar início a um estudo aprofundado sobre a maneira como as reformas

dos sistemas educativos dos Estados-Membros (o Processo de Bolonha) poderão ser utilizadas para reforçar o reconhecimento das qualificações profissionais.

Para acompanhar a evolução permanente, é necessário proceder a ajustamentos a fim de

actualizar os requisitos mínimos de formação para os profissionais, incluindo disposições imperativas em matéria de formação profissional contínua.

O sistema de reconhecimento deve incluir disposições claras em matéria de requisitos

linguísticos e exames. As disposições da actual Directiva devem ser clarificadas.

Introdução

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A Sra. Vergnaud, Vice-Presidente da Comissão IMCO, abriu a sessão, dando as boas-vindas aos representantes dos parlamentos nacionais, incluindo o representante suíço e o representante norueguês, e aos membros do Parlamento Europeu.

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O papel legislativo do Parlamento Europeu foi reforçado pelo Tratado de Lisboa e neste contexto é importante trabalhar mais estreitamente

com os representantes dos parlamentos nacionais. O objectivo desta reunião interparlamentar consiste em ouvir os pontos de vista dos parlamentos nacionais sobre a situação actual e os desafios relacionados com o reconhecimento das qualificações profissionais. Este debate interparlamentar irá contribuir numa fase inicial para a revisão obrigatória da Directiva relativa às Qualificações Profissionais até 2012. A Sra. Vergnaud frisou que a livre circulação de profissionais qualificados e especializados na Europa deve ser incentivada especialmente em tempos de crise económica, e também à luz das tendências demográficas. Se a Europa quer alcançar o crescimento económico, tem de ser um lugar que facilita as vidas profissionais dos seus cidadãos talentosos, em particular dos mais jovens. No entanto, o reconhecimento das qualificações profissionais continua a ser frequentemente um processo moroso e burocrático. A Comissão IMCO está a acompanhar de perto o funcionamento da Directiva relativa às Qualificações Profissionais. Para esse efeito, criou no início de 2010 um Grupo de Reflexão especial sobre qualificações profissionais no qual estão representados todos os grupos políticos. Sessão 1 Apresentações de peritos

A Sra. Gros Pedersen, da Administração da Ramboll, apresentou os resultados de um documento de informação da IMCO, que contém uma análise dos desafios que se colocam ao reconhecimento de qualificações de quatro profissões "móveis" seleccionadas relativamente às quais são comunicados problemas com maior frequência: arquitectos, enfermeiros, engenheiros civis e guias turísticos. De um modo geral, de acordo com as experiências de oito

Estados-Membros (Reino Unido, Espanha, Dinamarca, Polónia, Eslovénia, França, Alemanha e Itália), os processos de reconhecimento não correspondem às expectativas dos profissionais que apresentam os seus pedidos. As Autoridades Competentes também têm dificuldade em identificar as suas homólogas noutros Estados-Membros. As recomendações sobre a maneira de superar os desafios identificados apontam para a utilização obrigatória do sistema IMI e para a inclusão de mais profissões e funcionalidades. O reconhecimento mútuo de qualificações deve ser assegurado mesmo nos casos em que a profissão não se encontra regulamentada no Estado-Membro de origem. Poderiam desenvolver-se melhores práticas no que respeita a medidas de compensação e à documentação exigida para a prestação de serviços temporários. As carteiras profissionais poderiam acelerar o processo de reconhecimento, mas é necessário superar os desafios ao seu

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desenvolvimento e implementação. O Dr. Eng. Fuchs, Director da Verein Deutscher Ingenieure (VDI; Associação dos Engenheiros Alemães), expôs em linhas gerais a experiência alemã no domínio do reconhecimento transfronteiras das qualificações profissionais, mais especificamente as dos engenheiros. Os engenheiros não gozam do reconhecimento automático. À semelhança da maior parte das profissões regulamentadas, estão abrangidos pelo chamado sistema geral baseado no princípio do reconhecimento mútuo de qualificações caso a caso. A necessidade de engenheiros internacionais tem vindo a aumentar na Europa e assim vai continuar devido à falta de engenheiros locais em alguns países (por exemplo, na Alemanha desde há vários anos). No entanto, os requisitos profissionais variam grandemente entre os Estados-Membros. Por esse motivo, a VDI, em cooperação com a sua homóloga europeia FEANI, está actualmente a desenvolver uma carteira profissional a fim de facilitar o processo de reconhecimento. Essa carteira de engenheiro poderá simplificar e acelerar o processo de reconhecimento desde que apresente cinco características principais: deve ser abrangente, normalizada, fidedigna, descentralizada e voluntária. A partir de 2011, a carteira de engenheiro vai ser introduzida em sete Estados-Membros. Seria bom contar com o apoio do Parlamento Europeu para esta iniciativa. Debate entre membros dos parlamentos nacionais e do PE

A Baronesa Young, Câmara dos Lordes (Reino Unido), manifestou o seu apoio moral à livre circulação de pessoas, mas declarou-se particularmente preocupada com as profissões médicas em relação às normas de segurança dos pacientes. Recordou o caso de um cidadão do Reino Unido que morreu na sequência de um tratamento administrado por um médico estrangeiro. A oradora advertiu que os profissionais com processos penais num Estado-Membro não devem poder

exercer a profissão em nenhum outro Estado-Membro. A abordagem voluntária para o intercâmbio de informações entre Estados-Membros não está a funcionar correctamente. Por essa razão, as questões relacionadas com a língua e a competência devem ser cuidadosamente consideradas na futura directiva. Entretanto, as disposições da actual directiva devem ser clarificadas. O Sr. Abrignani, Câmara dos Deputados (Itália), questionou o facto de apenas sete de 800 profissões estarem harmonizadas a nível da UE, pressupondo um reconhecimento automático. Existe uma margem importante para simplificar e acelerar os processos de reconhecimento. Tanto o mercado interno como os consumidores sairão beneficiados. O orador referiu ainda que o Parlamento italiano está a preparar medidas para resolver um número considerável de casos de fraudes relacionadas com o reconhecimento de qualificações obtidas no estrangeiro. A Sra. Gebhardt (MPE) salientou a necessidade de reforçar o sistema IMI com vista ao intercâmbio de informações para determinar a autenticidade dos diplomas. Questionou ainda se os requerentes poderiam escolher livremente entre fazer um exame de aptidão ou um período de adaptação, no caso de ainda não ser possível o reconhecimento integral das qualificações. Acrescentou ainda que o Grupo S&D apoia vivamente o desenvolvimento de carteiras profissionais.

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O Sr. Fuchs comentou que a carteira de engenheiro seria muito útil para as PME porque fornece informações validadas sobre os candidatos. No entanto, reconheceu que a carteira de engenheiro só ganhará força quando tiver sido introduzida em pelo menos 10 países, o que deverá acontecer até finais de 2011. A Sra. Boldi, Senado (Itália), identificou as dificuldades relacionadas com a duração dos programas de estudos e da formação nos diferentes Estados-Membros. Por exemplo, há cidadãos italianos que obtêm diplomas de dentista na Roménia ou habilitações em engenharia no Reino Unido, que não cumprem as normas italianas. A oradora expressou também preocupações relativamente às qualificações obtidas em países terceiros (não-UE), nomeadamente, na Sérvia e na Croácia, que foram reconhecidos noutro Estado-Membro com base em informação insuficiente. Instou as autoridades competentes dos Estados-Membros a trocarem informações com maior celeridade.

O Sr. Lechner (MPE) referiu que alguns Estados-Membros regulamentam certas profissões de forma muito rigorosa enquanto outros são mais flexíveis. Além disso, há certas profissões, como os engenheiros, que estão mais bem organizadas do que outras. Por esse motivo, uma carteira profissional pode não funcionar para todas as profissões. Também para evitar uma utilização abusiva do sistema, poderia considerar-se a possibilidade de estabelecer uma maior

diferenciação entre processos de reconhecimento para prestação de serviços com carácter temporário e a longo prazo. O Sr. Fuchs respondeu que os engenheiros utilizam uma abordagem em três fases para reduzir ao mínimo a utilização abusiva do sistema. Na primeira fase, aplicam-se as chamadas normas de acreditação EURES, na segunda, uma comissão de peritos avalia todas as acreditações, e, na terceira, é aplicado um sistema de acompanhamento permanente (através do IMI e de outras bases de dados). O Sr. Agius, Câmara dos Representantes (Malta), salientou que os estudantes dos Estados-Membros mais pequenos precisam amiúde de ir para o estrangeiro para obterem qualificações adequadas. Em Malta, por exemplo, existe apenas uma universidade de média dimensão que nem sequer oferece todos os cursos. Por isso, o Processo de Bolonha devia ser apoiado. O orador alertou também para os diplomas falsos que são oferecidos aos estudantes por estabelecimentos de ensino fraudulentos. Há problemas específicos relacionados com a acreditação de estudos em linha.

O Sr. Busoi (MPE) realçou a importância da livre circulação enquanto pedra angular do mercado único. O sistema IMI é uma ferramenta útil para a cooperação administrativa e a sua utilização deve passar a ser obrigatória. Além disso, deve reconsiderar-se a eventual utilização das declarações prévias, em particular em caso de mobilidade temporária. Parece que presentemente os Estados-Membros estão a essa utilização como um elemento padrão do processo

de reconhecimento. No entanto, essas declarações são úteis apenas se existir um risco claro

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para a saúde e segurança públicas. Embora uma carteira profissional possa ser uma solução, temos de ver muito bem a sua exequibilidade do ponto de vista técnico e as questões relacionadas com a protecção dos dados. A Sra. Weiler (MPE) manifesta as suas preocupações relativamente ao desenvolvimento de um verdadeiro mercado de trabalho europeu. Vários Estados-Membros ainda exploram um “balcão fechado” porque estão convencidos de que têm o melhor sistema de ensino. A oradora também manifesta o seu cepticismo relativamente aos progressos realizados no âmbito do processo de Bolonha.

O Sr. Correia de Campos (MPE) expressou preocupações semelhantes. Há uma série de universidades que indicaram não estar satisfeitas, e no mercado de trabalho ainda é feita uma distinção entre as qualificações obtidas antes e depois da introdução da estrutura de Bolonha. O orador acrescentou também que 50% dos enfermeiros e médicos a trabalhar em Portugal são de origem estrangeira. Em consequência, a procura do reconhecimento adequado e inteligente das qualificações é muito elevada.

Membros dos Parlamentos nacionais

Sessão II Apresentações de peritos A segunda sessão começou com duas apresentações sobre o sistema de reconhecimento automático, um sistema harmonizado baseado em requisitos mínimos de formação.

O Sr. Fortuit, da Ordre national des Pharmaciens de France (Ordem Nacional dos Farmacêuticos francesa), foi incumbido pela Comissão de coordenar o trabalho de compilação dos relatórios de experiência nacionais elaborados pelas autoridades competentes da UE para os farmacêuticos como contributo

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para a revisão da Directiva relativa às Qualificações Profissionais. O orador concluiu que o sistema de reconhecimento automático no caso dos farmacêuticos é um êxito. Salientou, contudo, a necessidade de um maior intercâmbio da informação entre Estados-Membros, lamentando por isso que nem todas as autoridades competentes participem no sistema IMI. Além disso, via que existe uma necessidade óbvia de rever as competências exigidas aos farmacêuticos e de redefinir as diferentes matérias que devem ser ensinadas aos estudantes. Para além dos anos de educação formal há que ter também em conta o número efectivo de horas de formação e de aulas frequentadas. As disposições em matéria de formação profissional contínua devem também ser incluídas na Directiva. Os anexos actuais da Directiva remontam a 1985. Uma carteira profissional, como a carteira H-pro na área da medicina, só deve ser emitida pela autoridade competente. O Professor Hazell, em representação do Conselho dos Enfermeiros e Parteiras do Reino Unido, foi incumbido pela Comissão da UE de coordenar o trabalho de compilação dos relatórios de experiências nacionais para a profissão de enfermagem. Aflorou diversas questões que estão a emergir em toda a UE, como o acompanhamento da evolução permanente das áreas da educação e da formação (condições de formação mínimas comuns), a aplicação obrigatória do princípio do desenvolvimento profissional contínuo (como acontece presentemente em 18 Estados-Membros), a extensão do mecanismo de alerta IMI às qualificações profissionais e mais clareza no que respeita aos testes de línguas. Debate entre membros dos parlamentos nacionais e membros do PE

O Sr. Taliadouros, Parlamento Helénico (Grécia), frisou a importância do reconhecimento automático para dar segurança jurídica aos requerentes. A implementação deve ter em conta as diferenças existentes a nível dos sistemas educativos e das línguas.

O Sr. Bubbico, Senado (Itália), fez referência ao relatório do Professor Monti "Uma nova estratégia para o mercado único". Os Estados-Membros têm de pôr de lado os seus receios de uma maior colaboração. Ao mesmo tempo, é importante ter normas europeias claras, a fim de proteger os consumidores e os profissionais.

O Sr. Juvin (MPE) lembrou que estamos todos convencidos de que os nossos sistemas nacionais de educação e formação são os melhores e isso dificulta o reconhecimento mútuo. Deve procurar-se assegurar uma maior harmonização dos requisitos profissionais. Salientou ainda que as línguas são mais importantes para umas profissões do que para outras.

O Sr. Repo (MPE) deu como exemplo o caso de um falso médico na Finlândia que conseguiu enganar as autoridades e os seus pacientes devido à sua grande capacidade de comunicação! O Sr. Lechner (MPE) respondeu dizendo que os requisitos linguísticos têm de ser

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proporcionados. Um número considerável de cidadãos britânicos que vivem em Espanha preferiria ser assistidos por um médico que fale inglês.

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A Baronesa O´Cathain, Câmara do Lordes (Reino Unido), salientou a necessidade de um sistema que seja simples, transparente, fiável, suportável e à prova de fraude. Esse sistema deveria incluir disposições claras sobre requisitos linguísticos e prever uma cooperação e comunicação adequadas entre as autoridades envolvidas. Experiências anteriores no Reino Unido mostram que com demasiada frequência isso não acontece presentemente.

O Sr. Pantoulas, Parlamento Helénico (Grécia), assinalou que a Directiva foi implementada na Grécia em 2010, mas o Painel de Avaliação de Julho de 2010 ainda não reflecte esse facto.

O Sr. Triantaphyllides (MPE) salientou que a livre circulação de trabalhadores é um dos pilares mais importantes da política de emprego da Europa e o reconhecimento das qualificações profissionais é uma parte importante desse pilar. É necessário um sistema de acompanhamento adequado para combater a fraude transfronteiriça.

A Sra. Stihler (MPE) destacou igualmente a importância da coerência em termos de qualificações e educação dado que a segurança dos consumidores e dos doentes é fulcral. Uma carteira profissional poderá ser útil desde que esteja ligada a uma base de dados válida. O sistema do Reino Unido já dispõe de uma base de dados em linha referente as todas as qualificações. Neste contexto, a oradora referiu também a "Declaração de Berlim" emitida recentemente por 25 entidades reguladoras nacionais para as profissões médicas, frisando que a mobilidade dos médicos deve ser acompanhada de salvaguardas para os pacientes. Esta noção de segurança aplica-se à prestação de serviços por todas os profissionais de actividades regulamentadas.

O Sr. Jasinski, Sejm (Polónia), assinalou a existência de algumas diferenças acentuadas entre os processos de qualificação das profissões médicas e as dos engenheiros ou arquitectos e perguntou se as associações profissionais e os governos concordam neste ponto.

O Sr. Spaller, Assembleia Nacional (Hungria), advertiu por fim para a necessidade de evitar que a revisão da Directiva conduza à criação de novas autoridades, que poderá até complicar ainda mais os processos de reconhecimento. Intervenção do Comissário Europeu

O Comissário Barnier, responsável pelo Mercado Interno e Serviços, frisou a importância da Directiva para os Europeus nas suas vidas diárias. Todos os anos, cerca de 30 000 profissionais, não só do sector da saúde mas de muitas outras áreas, apresentam os seus pedidos de reconhecimento noutro Estado-

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Membro, e há muitos mais interessados. A nossa economia está a precisar cada vez mais de trabalhadores qualificados de dentro e de fora da UE e a Directiva deve responder a essas mudanças económicas e demográficas. Os primeiros resultados do exercício de avaliação iniciado pela Comissão em princípios de 2010 mostram a necessidade de modernização da Directiva.1 Na sua intervenção, o Comissário abordou especificamente três grandes linhas de acção para melhorar a Directiva: (1) mais simplificação, (2) modernização das regras e (3) cooperação proactiva entre os Estados-Membros. (1) Um dos principais objectivos da Directiva de 2005 consistia em incentivar a mobilidade temporária. Os Estados-Membros têm-se demonstrado relutantes em implementar esse objectivo. A simplificação deveria pressupor também a utilização de meios electrónicos. Actualmente, na maior parte das vezes, apenas são aceites os documentos ou certificados originais, o que limita a possibilidade de pedir o reconhecimento em linha. Uma carteira profissional poderia constituir uma mais-valia para os profissionais em termos de simplificação da mobilidade e de diminuição da burocracia, e poderia proporcionar às autoridades um rápido acesso a informação fiável sobre as qualificações. A carteira poderia igualmente estar ligada a uma base de dados central acessível a todas as autoridades e também aos empregadores que dessa forma podem certificar-se de que os seus trabalhadores são efectivamente qualificados. O sistema de reconhecimento automático, que já existe para certas profissões, é um êxito. Foi originalmente estabelecido numa CEE de seis Estados-Membros mas ainda permanece válido numa União de 27. São necessários alguns ajustamentos para actualizar os requisitos mínimos de formação. No entanto, para a grande maioria das profissões regulamentadas, o reconhecimento não é automático mas sim baseado numa comparação das qualificações caso a caso. Esta não é uma tarefa fácil, também devido às reformas dos sistemas educativos dos Estados-Membros na sequência do Processo de Bolonha. O Comissário anunciou o início de um estudo aprofundado sobre a maneira como estas reformas poderiam ser utilizadas para reforçar o reconhecimento das qualificações. O Comissário aludiu a numerosas questões, em particular no que toca às práticas ilegais de médicos estrangeiros. Isto mostra a necessidade de cooperação proactiva entre as autoridades competentes. Deveria ponderar-se a introdução de um sistema de alerta no IMI como o que já existe para a Directiva relativa aos Serviços. O Comissário anunciou a sua intenção de apresentar um Livro Verde, como parte do Acto para o Mercado Único, no Outono de 2011 e um acto legislativo em 2012. Observações finais A Sra. Vergnaud encerrou a reunião, agradecendo ao Comissário a informação actualizada sobre a revisão da Directiva e recordou-lhe o grande desejo do Parlamento de ser envolvido

1 Na sexta-feira, 22 de Outubro, a Comissão publicou 170 relatórios de experiência apresentados por Autoridades Competentes, juntamente com um relatório de transposição sobre a Directiva.

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nesse processo. A oradora salientou a importância da livre circulação de pessoas qualificadas na Europa, devendo ao mesmo tempo ser garantida a saúde e a segurança dos cidadãos. Por isso, é crucial assegurar o bom funcionamento do processo de reconhecimento das qualificações. A encerrar o debate, a oradora agradeceu a todos os participantes pelas suas úteis contribuições. As recomendações formuladas deverão tidas em consideração na revisão da Directiva.

Presidente da sessão e Comissário

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ANEXO 1

REUNIÃO INTERPARLAMENTAR DA COMISSÃO IMCO Parlamento Europeu – Parlamentos Nacionais

MERCADO INTERNO E PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR

PROGRAMA

O MERCADO INTERNO PARA OS PROFISSIONAIS.

COMO FAZÊ-LO FUNCIONAR?

Melhorar o reconhecimento das qualificações profissionais

26 de Outubro de 2010

Sala PHS 3C50 Parlamento Europeu, Bruxelas

Sessão de Abertura: 15.00–15.10 Observações iniciais pela Vice-Presidente da IMCO, Sra. Bernadette

Vergnaud Sessão I: Reconhecimento das qualificações profissionais 15.10–15.20 Apresentação pelo serviço de consultoria da Rambøll sobre os

resultados do documento de informação da IMCO 15.20–15.30 Apresentação de peritos pelo Dr. Eng. Willi Fuchs, Director da Verein

Deutscher Ingenieure 15.30–16.30 Debate entre os membros do Parlamento Europeu e os membros dos

parlamentos nacionais. Sessão II: Recomendações para a próxima revisão da Directiva 2005/36/CE

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16.30–16.40 Apresentação de perito por Patrick Fortuit, Ordre national des Pharmaciens de France*

16.40–16.50 Apresentação de perito do Prof. Tony Hazell, Presidente do Conselho

dos Enfermeiros e Parteiras, RU* 16.50–17.45 Debate entre os membros do Parlamento Europeu e os membros dos

parlamentos nacionais.

Comissão Europeia e observações finais: 17.45 - 18.15 Intervenção do Comissário Europeu do Mercado Interno e Serviços, Sr.

Michel Barnier, sobre a revisão da Directiva 2005/36/CE 18.15 - 18.30 Observações finais da Vice-Presidente, Sra. Bernadette Vergnaud

***

Ponto para imprensa

* Incumbido pela Comissão de coordenar o trabalho de compilação dos relatórios de

experiência nacionais elaborados pelas autoridades competentes da UE, respectivamente, para farmacêuticos, enfermeiros e parteiras, com vista à revisão da Directiva relativa às Qualificações Profissionais.

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ANEXO 2 Participantes: Membros do Parlamento Europeu (22). Partido Popular Europeu (PPE)

Sr. Arias Sra. Corraza Bildt Sra. Handzlik Sr. Juvin Sr. Lechner Sr. Mayer Sr. Poupakis Sra. Roithova Sra. Soullie Sra. Thun

Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D)

Sr. Correia de Campos Sra. Gebhardt Sr. Repo Sra. Schaldemose Sra. Stihler Sra. Vergnaud Sra. Weiler

Aliança dos Democratas e Liberais (ALDE):

Sr. Busoi Verdes/Aliança Livre Europeia:

Sra. Rühle Sra. Turunen

Conservadores e Reformistas Europeus (ECR):

Sr. Kozusnik Esquerda Unitária Europeia (GUE):

Sr. Triantaphyllides

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Membros dos Parlamentos Nacionais (24): Bélgica: Sr. Boogaerts (Senado) Bulgária: Sr. Agush (Assembleia Nacional)

Sr. Chervenkondev (Assembleia Nacional) Sr. Petkov (Assembleia Nacional)

República Checa: Sr. Krejča (Senado) Grécia: Sr. Pantoulas (Parlamento Helénico)

Sr. Taliadouros (Parlamento Helénico) Espanha: Sra. Aragon Amunarriz (Senado)

Sra. Rubial Cachorro (Senado) Itália: Sr. Abrignani (Câmara dos Deputados)

Sra. Boldi (Senado da República) Sr. Bubbico (Senado da República)

Hungria: Sr. Spaller (Assembleia Nacional) Malta: Sr. Agius (Câmara dos Representantes) Polónia: Sr. Jasinski (Sejm)

Sra. Streker-Dembinska (Sejm) Portugal: Sr. Freitas (Assembleia da República)

Sr. Rafael Moreira (Assembleia da República) Roménia: Sr. Pasca (Senado) Eslováquia: Sr. Kolesik (Conselho Nacional) Reino Unido: Sra. O'Cathain (Câmara dos Lordes)

Sra. Young of Hornsey (Câmara dos Lordes) EEE/EFTA: Noruega: Sr. Wickholm (Stortinget) EFTA: Suíça: Sra. Bänziger (Nationalrat)

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ANEXO 3

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