comunicaciones breves 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender...

435

Upload: nguyenhanh

Post on 04-Oct-2018

240 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente
Page 2: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

1

VIII CONGRESO

IBEROAMERICANO DE

EDUCACIÓN MATEMÁTICA

LIBRO DE ACTAS

Editado por:

Federación Española de Sociedades de Profesores de Matemáticas

C/ H. Carvajal, 5. 23740 Andújar (Jaén) España

www.fespm.es

ISBN: 978-84-945722-3-4

La Federación Española de Sociedades de Profesores de Matemáticas no se hace responsable de los trabajos publicados en estas actas. Los autores son responsables de que las citas en sus trabajos están adecuadamente indicadas con referencias apropiadas en el texto, así como de no haber utilizado fuentes distintas de las indicadas en la bibliografía, asumiendo las consecuencias de un posible plagio.

Page 3: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

2

COMUNICACIONES BREVES 201-300

Page 4: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

3

CB-203

ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL PODEM APRENDER MATEMÁTICA: UMA

REFLEXÃO QUE DESMISTIFICA O PARALISADO CEREBRAL COMO

DEFICIENTE INTELECTUAL.

Dilson Ferreira Ribeiro

[email protected]

Colégio Municipal Pelotense – Brasil

Tema: Aspectos socioculturales de la Educación Matemática.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Medio e Secundário (12 a 15 años)

Palabras clave: Ensino de Matemática, Metodologia de Ensino, Paralisia Cerebral.

Resumo

Nesta comunicação será feito uma abordagem sobre a necessidade de alunos com paralisia

cerebral (PC) aprender matemática num recorte dirigido a alunos sem deficiência intelectual. Um

texto que busca despertar no professor uma reflexão sobre sua capacidade de desconstrução e o

quão importante é investir em sua formação continuada. Não é a intenção desta comunicação

desenvolver técnicas ou receitas de como dar aula para alunos com PC, mas sim, deixar com que

o professor se permita à reinvenção, ao novo, mostrando o quanto todos temos a capacidade de

criar e inovar mesmo que, em alguns momentos, estejam imersos em uma infraestrutura de

trabalho ruída e sem perspectiva de crescimento. No desenvolvimento desta reflexão, autores

como Nóvoa & Hameline (1995), D’Ambrosio (2012) e Tardif (2002) nos ajudam a entender o

processo de formação continuada dos professores, bem como Freire (1996) e Imbernón (2011 &

2016). Para termos mais técnicos, Satow (2000), Franco (2009) e Hoffmann (2012) estão

presentes, numa abordagem que leva em conta as Leis de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional e os Parêmetros Curriculares Nacionais.

Apresentação:

Em se tratando na busca pelo aperfeiçoamento, penso que a qualidade de um professor está na sua

intenção em aprender consigo mesmo, ou como cita Francisco Imbernón, “não é um bom professor

aquele que não aprende ensinando” (Imbernón, 2016, p.40). Para esta abordagem, recordo de um

aluno portador de Paralisia Cerebral (PC) que, certa vez, me disse como era difícil marcar um

ponto no plano cartesiano de maneira precisa, já que se errasse a posição exata dada pela

coordenada, sua professora dava a questão como errada. Assim me pergunto: Como um aluno com

PC, cuja dificuldade maior está em assegurar um lápis, pode marcar com precisão um ponto num

plano cartesiano, utilizando uma folha pautada? É claro que essa é apenas uma pergunta norteadora

que cada leitor deste relato deve responder ou refletir, no entanto, a intenção aqui está em buscar

Page 5: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

4

destacar a importância do trabalho feito por professores de matemática do ensino médio com

alunos que são portadores de PC, destacando a necessidade de professores que já atuam em sala

de aula em desenvolver formação continuada para que consigam adaptar suas metodologias de

ensino e avaliação no tratamento desses alunos, numa caminhada reflexiva que busca interferir em

suas concepções de ensino e criar uma metodologia apropriada no ensino da matemática a esse

público inserido em classes regulares.

Para apoiar este texto, levo em consideração autores que destacam a coletividade na construção de

novas propostas como Nóvoa & Hameline (1995), D’Ambrosio (2012) e Tardif (2002) que

trabalham a construção do professor em seu processo de formação e a necessidade destes em

desprender-se de conceitos arraigados em sua formação inicial e que, nos dias atuais, diante de

tamanha heterogeneidade, tem a necessidade de serem rompidos. Também estão presentes Freire

(1996) e Imbernón (2011 & 2016) no toque mais que necessário ao exporem o quão é conveniente

o professor estar em contínuo processo de formação, bem como outros autores que podem elucidar

a proposta no campo da paralisia cerebral, os quais cito alguns como Hoffmann (2012), Franco

(2009), Satow (2000) e documentos como as Organizações Curriculares nacionais (PCN) e a Lei

de Diretrizes e Bases da educação nacional (LDB).

O coadjuvante.

Na obra de Suely Harumi Satow (2000, p.25) é dito que um dos principais preconceitos que o

Paralisado Cerebral sofre é o ser confundido com portador de deficiência mental, por ter

dificuldade de comunicação, descoordenação motora, movimentos involuntários, imagem bizarra

pelo tônus muscular anormal, entre outras, conforme a região do cérebro afetada. Nesta seção, o

espaço é destinado aos alunos com PC que serão considerados os coadjuvantes desta reflexão. O

recorte que faço aqui é trabalhar com PC que não demonstrem problema de déficit de atenção,

problemas de cognição ou mental, mas sim, pessoas que apresentam problema motor. Para

Hoffmann (2012) os portadores de PC podem ser com comprometimento leve cujo desempenho

intelectual favorece a aprendizagem acadêmica; no quadro moderado apresentam dificuldades de

locomoção com motricidade limitada e em alguns casos, aspectos cognitivos limitados e, por fim,

pessoas paralíticas cerebrais com dependência total cuja linguagem, fala e capacidades intelectuais

são comprometidas. No entanto, cabe salientar que não existe relação direta em “quanto maior o

transtorno motor, maior o déficit mental, principalmente porque não é previsto no quadro da

Page 6: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

5

Paralisia Cerebral, o déficit mental. Se houver, ele terá patogenias associadas” (Hoffmann, 2012,

p. 3-4).

Desta forma, há a necessidade de desconstruir o estigma da piedade e entender que ser portador de

PC requer uma atenção às limitações físicas e motoras, sem deixar de oferecer instrução

compatível à sua capacidade cognitiva que, na grande maioria, são iguais aos demais colegas de

sua idade. Isso vai ao encontro das palavras de Suely Harumi Satow (2000) quando cita sobre os

preconceitos sofridos por pessoas com PC cujo problema está na parte física e motora que, em

muitos casos, não é intelectual.

Ainda seguindo essa ideia de respeitar as limitações dos alunos com PC sem fazer com que estes

sejam tratados como pessoas cujo problema está na parte cognitiva, Rosa (2003) nos faz refletir

sobre a necessidade em se elaborar uma metodologia apropriada aos alunos com PC e da

responsabilidade que os educadores devem ter em se aperfeiçoar, para que as limitações não sejam

o empecilho encontrado por portadores de PC pelas quais não tenham as mesmas oportunidades

ou os mesmos critérios de avaliação dos demais alunos e que, num futuro não muito distante, sejam

excluídos pela sociedade por não conseguirem ter o mesmo potencial competitivo dos demais.

Assim, tratar o PC como o incapaz em aprender os mesmos conteúdos é uma forma de preconceito,

um preconceito que “faz com que seja negado ao portador de paralisia cerebral o direito de

aprender como todo e qualquer aluno. Fingir que aprova, dispensando preocupação como ato de

ensinar, é enganar o aluno (...)” (Rosa, 2003, p.66).

A personagem principal.

Começo esta seção refletindo sobre a necessidade dos professores utilizarem as dificuldades ou

novas situações que surgem no dia a dia de sua sala de aula, como propósito para dar continuidade

em sua formação fazendo assim com que deixem a passividade que serve apenas para engessar

suas concepções, muitas vezes obsoletas, e tornem-se agentes que reformulam suas práticas,

tornando-se protagonistas da mudança. O professor de escola pública que encontramos nos dias

de hoje, protagonista desta reflexão, deve estar em constante processo de formação, corroborando

com as palavras de Pedro Demo, o qual menciona: “Os novos tempos acarretam novos reptos,

entre eles saber desconstruir-se de maneira permanente, para ressuscitar todos os dias. Professor

acabado é algo fútil. Manter-se aprendendo sempre é sua glória, mais que sua sina” (Demo, 2011,

p.26). Não em sua totalidade, mas em grande parte, os professores de escola pública de hoje

desempenham uma jornada de trabalho de quarenta ou até sessenta horas. Um trabalho exaustivo

Page 7: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

6

que conta com sua atuação em mais de uma instituição de ensino, até podendo ocorrer em três

escolas diferentes. Com tantos compromissos e heterogeneidade em sala de aula, não há de sobrar

tempo para um momento de leitura, aperfeiçoamento ou busca por uma capacitação que

proporcione a esse professor uma melhora no seu desempenho em sala de aula. Por essa razão, não

podemos esquecer que “mais do que cobrar, é preciso oferecer oportunidade aos professores de se

tornarem protagonistas ao invés de ouvintes passivos e/ou cumpridores das decisões” (Hoffmann,

2015, p.138).

Esse é um discurso comumente ouvido pelos educadores e constatado num estudo de caso que fiz

durante a construção de minha dissertação de mestrado intitulada: Inovação e Resistência: Uma

análise do ensino da Matemática em uma escola pública que investigava o porquê da resistência

de professores em inovar nas suas práticas metodológicas ou avaliativas. Mas não podemos ignorar

o fato de encontrarmos educadores que, mesmo diante da sobrecarga de trabalho, arrumam tempo

para buscar novas instruções e adequar-se às situações inusitadas que surgem em sua sala de aula,

aqui lembrando a possibilidade de ter que trabalhar com PC sem nunca ter sido orientado em sua

formação para isso, imerso em uma proposta pedagógica muitas vezes trabalhada num coletivo

distante das competências individuais.

Como nos diz Paulo Freire: “Entre nós, mulheres e homens, a inconclusão se sabe como tal. Muitas

ainda, a inconclusão que se reconhece a si mesma, implica necessariamente a inserção do sujeito

inacabado num permanente processo social de busca” (Freire, 1996, p. 19). Essa ideia remete ao

fato da busca incessante pela informação e do desejo de aprender sempre mais, tornando o trabalho

do professor o material indispensável em seu processo de formação continuada que pode surgir

quando um professor que antes jamais havia lecionado para um aluno com PC, agora tenha que

desenvolver metodologias apropriadas às limitações físicas deste aluno sem que o mesmo seja

considerado apenas um aluno incluso. Aqui é percebida a confusão, muitas vezes feita pelos

educadores, com relação entre a inclusão e a integração. Apenas integrar um aluno com uma

especialidade a uma turma comum, com alunos de sua faixa etária, é a forma mais fácil de tentar

socializar, no entanto incluir vai mais além. “Para lidar com a inclusão escolar, o educador não

deve apenas contar com uma estrutura material para sua prática como também com conhecimentos

que possam orientar a elaboração dessa prática” (Franco, 2009, p. 119).

A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em seu artigo 59, no parágrafo terceiro

destaca a importância na formação de professores “com especialização adequada em nível médio

Page 8: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

7

ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados

para a integração desses educandos nas classes comuns” (Brasil, 2015, p.34). Mas será que é tão

fácil falar assim de inclusão?

Para aproveitar o depoimento de professores da rede pública que se manifestaram durante a

construção de minha dissertação de mestrado, a fala de uma professora que trabalhava com alunos

surdos, chamada Esmeralda exemplifica como “trabalhar com uma determinada especialidade faz

com que a metodologia e o processo avaliativo se tornem responsáveis pelo professor sair de sua

zona de conforto” (Ribeiro, p.78). Essa zona de conforto a qual me refiro deve ser entendida como

uma prática individual, contrária a uma zona de risco que pretende desenvolver um movimento em

busca de novos conhecimentos e entender que “o trabalho individual estimula a estagnação. É o

pensar e agir coletivo que poderão impulsionar e manter o professor numa zona de risco de forma

que ele possa usufruir o seu potencial de desenvolvimento” (Borba & Penteado, 2007, p.70).

No discurso dirigido ao professor, se faz necessário oferecer uma reflexão que faça com que suas

práticas saiam da estabilidade e que este perceba o quão necessário é investir na formação

continuada, o mesmo, segundo Imbernón (2011) deve refletir sobre sua prática e entender, junto

com a instituição escola, que esta deve aprender a modificar sua própria realidade cultural quando

o tema é a abordagem de alunos especiais, mais precisamente aqui tratados os que são portadores

de PC. Nesse processo de reflexão, a coletividade deve estar presente e as dificuldades surgidas

devem ser resolvidas pelo grupo de educadores, fazendo com que os “(...) professores não se

limitem a imitar outros professores, mas que se comprometam (e reflitam) na educação das

crianças numa nova sociedade (...)” (Nóvoa & Hameline, 1995).

Penso que o contexto o qual está inserido este professor, composta por multiculturalismo

reconhecido aqui como uma sociedade plural (Imbernón, 2016) faz dele “(...) um ator social, tem

emoções, um corpo, poderes, uma personalidade, uma cultura, ou mesmo culturas, e seu

pensamento e ações carregam as marcas dos contextos nos quais se inserem” (Tardif, 2002, p.265).

Por essa maneira, intitulo o professor como o protagonista desta reflexão numa busca por uma

desconstrução de concepções metodológicas e avaliativas, rompendo assim alguns paradigmas

construídos com muita solidez no processo de sua formação inicial, ou como diz Ubiratan

D’Ambrosio: "todo professor, ao iniciar sua carreira, vai fazer na sala de aula, basicamente, o que

ele viu alguém, que o impressionou, fazendo. E vai deixar de fazer algo que viu e não aprovou

(...)" (2012, p.83).

Page 9: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

8

Existe uma receita a seguir?

Dizer ou pensar que há uma receita ou um esquema a ser seguido quando trabalha-se com alunos

especiais é um erro, afinal, cada aluno possui sua particularidade e esta reflexão nos leva a crer

que não seria por esta ou aquela especialidade que diríamos como agir. Quando busca-se um

entendimento sobre as práticas a serem desenvolvidas com alunos especiais, encontra-se os

Parâmetros Curriculares Nacionais que mostram a necessidade de aperfeiçoar as práticas dos

professores às especialidades dos alunos da seguinte forma: “ (...) no tocante à diversidade é

necessário buscar o constante aperfeiçoamento no sentido de incorporar práticas pedagógicas

inclusivas aos portadores de necessidades especiais” (Brasil, 2002, p.128).

Devido às políticas de inclusão de alunos especiais no nível fundamental, sua presença é cada vez

mais presente no Ensino Médio. Sendo assim, vejo como objetivo contribuir à formação

continuada dos professores, proporcionando-lhes momentos de reflexão sobre suas práticas que

poderão ser compartilhados com seus pares numa ocasião futura. Como citam os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN), “as diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação

educativa; podem e devem, portanto, ser fator de enriquecimento” (Brasil, 1997, p.63).

É claro que fazer uma lista de conteúdos e técnicas de como desenvolver o trabalho com alunos

portadores de PC não serão apresentados, afinal, isso caracterizaria uma receita a ser seguida. O

que ocorre é fazer com que o leitor pare e reflita sobre suas práticas, podendo assim, desconstruir

sua metodologia e sair da zona de conforto, arriscando-se e investindo em ideias inovadoras que

proporcionem uma melhora no aprendizado desses alunos.

Mas em meio a essa reflexão, o que pode ser destacado é o fato de recorrer a estudos referentes à

resolução de problemas com as etapas que, segundo Polya (1995) e Dante (2009) estão

subdivididas em: “compreensão, elaboração de um plano, execução do plano e retrospectiva, para

verificar se é uma boa solução” (Dante, 2009, p.23) ou propostas cuja base está formada na

utilização de recursos tecnológicos como o software livre Geogebra e outros recursos que vem

somar na construção dessa nova metodologia.

Essas práticas, muito apropriada para desenvolver o raciocínio de qualquer aluno, auxiliam alunos

com PC pelo fato deste expressarem melhor sua capacidade de cognição ao falar o caminho de

resolução de um determinado algoritmo, ao invés de desenvolver numa folha de papel. Isto, cito

por experiência quando uma aluna desenvolvia a aplicação de propriedades logarítmicas oralmente

Page 10: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

9

já que sua coordenação motora era comprometida, impedindo-a de escrever como os demais

colegas.

Neste final, não poderia deixar de fora o quesito avaliação, aproveitando o momento para quebrar

uma concepção de que a prova é o único instrumento eficaz e capaz de avaliar a aprendizagem do

aluno. Essa afirmação referente à prova é uma hipótese surgida em uma de minhas investigações

em que os professores abordados definem a prova como um “[...] instrumento de avaliação que

serve tanto para saber se o aluno é capaz de avançar em seus estudos ou se o trabalho desenvolvido

pelo professor foi satisfatório” (Ribeiro, 2016, p.82). Assim, o objetivo de trazer este

questionamento é entender se o fato de um aluno portador de PC, incapaz de realizar uma prova

igual aos demais alunos da classe pelo fato de sua incapacidade motora o proibir de desenvolver

algoritmos extensos para a resolução de determinadas questões é, a partir disso, considerado um

aluno incapaz de aprender os mesmos conteúdos dos demais ou, de outra forma, apenas integrado

a uma classe sem que haja uma preocupação do professor em ensinar já que o mesmo não terá

condições, segundo a visão de alguns professores, em resolver questões dessa natureza.

Com isso, a contribuição deste texto está em desacomodar conceitos já construídos por professores

ao longo de sua formação e fazer com que estes percebam a necessidade de mudar determinados

paradigmas. Pode-se ensinar matemática fazendo com que alunos desenvolvam técnicas ou passos

estratégicos sem que ao menos elaborem um desenvolvimento escrito ou, num viés mais delicado,

é possível avaliar um aluno diante de sua capacidade de oralidade mostrando sua rapidez ou

eficiência em organização de pensamento e explicação de algoritmos. Existem outras formas de

ensinar ou avaliar, cabe ao professor, diante de situações contrárias a de sua rotina, saber lidar e se

permitir mudar.

Referências Bibliográficas

Borba, M. de C. & Penteado, M. G. (2007). Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte:

Autêntica.

Brasil.(Ed 11). (2015). Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Edições Câmara.

Brasil. (2002). PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros

Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília:

MEC/Semtec.

Page 11: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

10

Brasil. (1997). Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares

nacionais. Brasília : MEC/SEF.

D’Ambrosio, U. (Ed 23). (2012). Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus.

Dante, L. R. (2009). Formulação e resolução de problemas de matemática: teoria e prática. São

Paulo: Ática.

Demo, P. (2011). Aprendizagens e novas tecnologias. En Roteiro, 36, 9-32.

Franco, M. A. M. (2009). Paralisia cerebral e práticas pedagógicas: (in)apropriações do discurso

médico. http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECJS-

7WYEZC/marco_ant_nio_melo_franco.pdf?sequence=1/ Consultado 05/07/2016.

Freire, P. (1986). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:

Paz e terra.

Hoffmann, J. (2015). (Ed 6). Avaliar para promover: Compromisso deste século. En: Demo, P. &

Taille, Y. & Hoffmann, J. Grandes Pensadores em Educação: O desafio da aprendizagem, da

formação moral e da avaliação. (pp. 117-142). Porto Alegre: Mediação.

Hoffmann, R. A. (2012). Paralisia cerebral e aprendizagem: um estudo de caso inserido no ensino

regular. http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev02-12.pdf/ Consultado 05/06/2016.

Imbernón, F. (2011). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza.

São Paulo: Cortez.

Imbernón, F. (2016). Qualidade do ensino e formação do professorado: Uma mudança necessária.

São Paulo: Cortez.

Nóvoa, A. & Hameline, D. (et. al.) (1995). Profissão professor. Porto: Porto Editora,

Polya, G. (1995). A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático. Rio de

Janeiro: Interciência.

Ribeiro, D. F. (2016). A fala de professores de Matemática em relação à inovação do ensino:

momentos de reflexões sobre suas práticas. En: Loreto, A.B. & Fonseca, M. S. & Gil, R. L. (org.)

Escritas de Professores: Experiências de Formação. (pp.75-94). Pelotas: Ed. UFPEL.

Rosa, S. P. S. (2003). Fundamentos teóricos e Metodológicos da inclusão. Curitiba: IESDE Brasil

S.A.

Satow, S. H. (2000). Paralisado Cerebral: Construção da Identidade na Exclusão.Cabral Editora.

Tardif, M. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes.

Page 12: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

11

CB-207

UM MAPEAMENTO DE TRABALHOS QUE UTILIZAM O ESTUDO DE

AULA (LESSON STUDY) NO BRASIL E EM PORTUGAL

Grace Zaggia Utimura - Edda Curi

[email protected] - [email protected]

Universidade Cruzeiro do Sul, Brasil

Resumo

Esta comunicação é parte de uma tese em andamento, no Brasil. Apresenta um panorama dos

trabalhos que vêm sendo desenvolvidos no Brasil e em Portugal no que se refere ao Estudo de

Aula no período de 2006 a 2016. Tem como objetivo mapear e analisar estes trabalhos,

disponibilizados no banco de dissertações e teses da CAPES, na Biblioteca Digital Brasileira, no

Grupo CCPPM, no google acadêmico e no Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal.

O Estudo de Aula é um processo de formação de professores que tem como característica a

constituição de um grupo colaborativo, composto por professores e pesquisadores em prol das

aprendizagens dos alunos. Em conjunto, a aula é planejada, protagonizada por um professor,

observada por membros do grupo, refletida e pode ser replanejada. Encontramos 19 trabalhos (4

dissertações, 11 artigos, 1 livro e 3 teses em andamento). Destacamos alguns resultados: os

sujeitos mais investigados são alunos e professores do Ensino Fundamental; o Estudo de Aula

possibilita aprendizagens dos alunos e melhoria nas práticas dos professores. Evidenciou que há

um aumento ao longo dos últimos anos de dissertações defendidas e teses em andamento em

Educação Matemática que utilizam este processo nas pesquisas.

Palavras-chave: Estudo de Aula (Lesson Study); Mapeamento; Formação de Professores.

Abstract

This communication is part of an ongoing thesis in Brazil. It presents an overview of the papers

that have been developed in Brazil and in Portugal in relation to the Lesson Study from 2006 to

2016. Its objective is to map and analyze these papers, available in the dissertations and thesis

data base of CAPES, in the Brazilian Digital Library, in the CCPPM Group, in google scholar

and in the Scientific Repository of Open Access of Portugal. The Lesson Study is a teacher training

process that has as a characteristic the constitution of a collaborative group composed by teachers

and researchers in favor of the students' learning. Together, the lesson is planned, carried out by

a teacher, observed by group members, reflected and can be re-planned. We found 19 papers (4

dissertations, 11 papers, 1 book and 3 ongoing theses). We highlighted some results: the most

investigated subjects are students and teachers of Elementary School; The Lesson Study enables

the students’ learning and improves the teachers practice. It was evidenced that there is an

increase over the last few years of defended dissertations and ongoing theses in Mathematics

Education that use this process in its researches.

Keywords: Lesson Study; Maping; Teachers Training.

Page 13: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

12

Introdução

A nossa investigação sobre o processo de formação de professores Estudo de Aula Murata (2011),

iniciou em 2013, para a dissertação de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática,

defendida por Utimura, em 2015, na Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo-Brasil. Como

decidimos continuar trabalhando na pesquisa1 em andamento em nível de doutorado em Educação

Matemática na respectiva Instituição de Ensino Superior, acreditamos ser relevante ampliar nossa

investigação e aprofundamento, pois na atual pesquisa há um trabalho com formação continuada

de professores por meio de um curso de extensão, abordando os números racionais não negativos.

Nesse sentido optamos para o levantamento bibliográfico, buscas disponíveis no banco de

dissertações e teses da CAPES, no Repositório de Acesso Aberto de Portugal, na Biblioteca Digital

Brasileira, artigos no google acadêmico e no Grupo de Pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul,

intitulado Conhecimentos, Crenças e Práticas de Professores que ensinam Matemática (CCPPM),

constituído, em 2006 e coordenado pela profa. Dra. Edda Curi. Com isso, esta comunicação tem

como objetivo mapear e analisar os trabalhos do Brasil e de Portugal que utilizam o Estudo de

Aula para identificar conhecimentos, contribuições, focos, Linhas de Pesquisa e aprofundamentos

sobre o tema.

Estudo de Aula (Lesson Study)

Segundo Murata (2011) este processo constituído no Japão tem características de natureza

reflexiva e colaborativa. Assim, o Estudo de Aula (termo japonês – jugyokenkyu) e em inglês

Lesson Study, foi baseado na preocupação em melhorar as aulas para consequentemente surtir

efeitos nos resultados matemáticos apresentados pelos alunos. Parcerias foram realizadas para que

fosse disseminado para vários países do mundo como o Brasil, Camboya, Canadá, Chile, Egito, El

Savador, Estados Unidos, Filipinas, Guana, Guatemala, Honduras, Indonésia, Inglaterra, Kenia,

Nicaragua, Portugal, República Dominicana, Sul da África e Tailândia (Isoda, Arcavi, & Lorca,

2012).

Em nossas pesquisas optamos por utilizar a tradução assumida por Portugal – Estudo de Aula

(Ponte, Baptista, Velez, & Costa, 2012, 2014). De acordo com estes autores o trabalho é em grupo

e permite acompanhar o que está sendo desenvolvido nas escolas. Ao longo de algumas sessões

1 Pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES).

Page 14: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

13

de estudo, o processo interativo acontece desde o planejamento, passando pela observação até a

revisão da aula, visando a melhoria das aprendizagens dos alunos. Trabalhos utilizando o Estudo

de Aula vêm sendo desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa CCPPM, em escolas próximas umas

das outras, o que possibilita aos professores assumirem um papel de protagonistas na própria

comunidade em que trabalham, socializando entre si os resultados que vão sendo encontrados. Este

processo possibilita uma investigação sobre a própria prática, realizada em um contexto

colaborativo. Os estudos indicam que seu uso permite avanços consideráveis na formação de

professores.

Em geral, segundo Utimura y Curi (2016) em todos os países predominam três etapas que

são adaptadas de acordo com a realidade de cada país. A primeira etapa refere-se ao planejamento

da aula, realizado no grupo colaborativo formado por professores e pesquisadores, a partir de um

determinado tema ou conteúdo decidido pelo grupo. A segunda foca na observação da atividade

planejada, protagonizada por um professor, com a presença de pelo menos um pesquisador e de

outros professores quando possível e que fazem parte do grupo. A aula pode ser filmada e gravada

para ser analisada e refletida na terceira etapa. Nesta etapa, professores e pesquisadores analisam

trechos de filmagens, falas dos envolvidos, protocolos dos alunos, intervenções do professor e do

aluno, possíveis reformulações e quais aprendizagens surgiram. Nesta abordagem, o aluno

participa durante as aulas e os professores se expressam nos momentos de discussões coletivas.

Procedimentos para o mapeamento dos trabalhos

Partimos para a busca de trabalhos que utilizam o Estudo de Aula por meio eletrônico, inserindo

as expressões “Lesson Study” + “Metodologia Lesson Study” + “Estudo de Aula”. No Banco de

dissertações e teses da CAPES contabilizamos 4 pesquisas de dissertação. Na Biblioteca Digital

Brasileira de teses e dissertações, com essas expressões não encontramos nenhum trabalho. Com

a expressão “Lesson Study” encontramos três. Verificamos pelos títulos, anos de publicações,

autores e resumos que dois relacionavam-se ao Estudo de Aula, porém já tinham sido encontrados

na busca anterior. Decidimos ampliar nossa busca a nível internacional, dando prioridade ao

idioma “português”. Nosso intuito foi investigar o que o professor Dr. João Pedro Mendes da Ponte

e os pesquisadores que realizam estudos com ele sobre o Estudo de Aula, estão desenvolvendo no

Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, em Portugal, pois sabíamos que artigos são

socializados por meio eletrônico. Encontramos 67 documentos, todos encontrados no Repositório

Científico de Acesso Aberto de Portugal, com as mesmas expressões (sem as aspas), sendo

Page 15: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

14

somente um referente ao nosso tema de pesquisa, que já havíamos encontrado nos procedimentos

anteriores. Ainda em busca de mais trabalhos, ampliamos nossa busca para artigos

disponibilizados no google acadêmico. Foi possível encontrar 11 artigos relacionados a nossa

pesquisa quando inserimos as expressões “Lesson Study” + “Estudo de Aula”. Um livro foi

publicado por (Utimura & Curi, 2016) contendo dados da pesquisa de Mestrado de Utimura. As 3

teses em andamento são brasileiras, os doutorandos fazem parte do Grupo de Pesquisa CCPPM e

são formadores de professores.

Dados obtidos após trabalhos selecionados

A Tabela 1 mostra a organização dos trabalhos encontrados no período proposto.

Tabela 1: Trabalhos que utilizam o Estudo de Aula no período de 2006 a 2016.

Foco

Número

de

trabalho

Linha de Pesquisa

Autor

Tipo de

trabalho

Aprendizagens matemáticas de

alunos e de professoras dos anos

iniciais do Ensino Fundamental

3

Formação continuada

de professores

Utimura (2015)

Dissertação

Utimura (2015) Tese em

andamento

Utimura e Curi

(2016)

Livro

Aprendizagens matemáticas de

alunos e de professores dos anos

finais do Ensino Fundamental

1

Formação continuada

de professores

Borelli (2015)

Tese em

andamento

Aprendizagens profissionais de

Matemática no Ensino

Fundamental

9

Formação continuada

de professores

Baptista et al (2012)

Artigo

Baptista et al (2012)

Ponte et al (2012)

Baptista et al (2014)

Ponte et al (2014)

Quaresma et al

(2014)

Quaresma e Ponte

(2015)

Merichelli e Curi

(2016)

Ponte et al (2016)

Tensão, dificuldades e facilidades

no uso de material didático

institucional

1

Formação continuada

de professores

Merichelli (2015)

Tese em

andamento

Page 16: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

15

Tarefas para propor aos alunos para

o desenvolvimento do raciocínio

matemático

1

Formação continuada

de professores

Ponte et al (2015)

Artigo

Aprendizagens profissionais de

futuros professores de Matemática

e de Física e Química

2

Formação inicial de

professores

Coelho (2014)

Dissertação

Conceição et al

(2016)

Artigo

Prática docente 2 Investigação da

própria prática

Felix (2010)

Neto (2013)

Dissertação

Total: 19

Fonte: Dados da pesquisa.

Descrição e análises dos trabalhos selecionados

A seguir passamos a descrever e avaliar os 19 trabalhos selecionados. Constatamos que 18 são da

área de Educação Matemática e 1 envolve as áreas de Física e Química. Utimura (2015) e Utimura

& Curi, 2016) apresentam os resultados de uma pesquisa de Mestrado envolvendo as

aprendizagens de alunos e professoras de duas turmas de 5º. anos do Ensino Fundamental em

relação às figuras geométricas espaciais por meio de um Projeto da Prefeitura de São Paulo,

denominado Docência Compartilhada na perspectiva do Estudo de Aula. Os dados foram

coletados por meio da pesquisa documental, da participação da pesquisadora em todas as etapas,

diário de bordo, gravações em áudio, protocolos dos alunos, vídeo filmagens, imagens

fotográficas, questionário, entrevistas e avaliações. Segundo as autoras, os alunos foram evoluindo

em relação às aprendizagens das características das figuras geométricas espaciais; desenvolveram

autonomia; habilidade de comunicação oral e escrita e percebem a importância das medidas nas

construções geométricas de prismas. As professoras avançaram nos conhecimentos matemáticos e

didáticos dos conteúdos e ao longo do tempo se sentiram mais seguras para planejar e desenvolver

as aulas. Em sua tese em andamento Utimura (2015) é formadora de professores e faz parte do

Grupo CCPPM. A pesquisa utiliza o Estudo de Aula com alunos e professoras de sete turmas de

4º. anos do Ensino Fundamental numa parceria com a Diretoria Leste 1 da Rede Estadual de São

Paulo e a Universidade já citada por meio de um curso de extensão em que foi formadora. O tema

escolhido coletivamente refere-se aos números racionais não negativos. Borelli (2015) é professora

formadora e também faz parte do Grupo CCPPM. Na sua tese em andamento o Estudo de Aula é

utilizado para trabalhar o tema números inteiros, envolvendo aprendizagens de alunos e

Page 17: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

16

professores de duas turmas de 7º. anos do Ensino Fundamental de uma escola privada da cidade

de São Paulo.

Os pesquisadores brasileiros e portugueses (Baptista, Ponte, Costa, Velez, & Belchior,

2012), (Baptista, Ponte, Velez, Belchior, & Costa, 2012), (Ponte et al., 2012), (Baptista, Ponte,

Velez, & Costa, 2014), (Ponte et al., 2014), Quaresma, Ponte, Baptista, & Mata-Pereira, 2014),

Quaresma y Ponte (2015), Merichelli y Curi (2016) e (Ponte, Quaresma, Mata-Pereira, & Baptista,

2016) em seus artigos, identificaram aprendizagens profissionais a partir do trabalho com

conteúdos matemáticos de anos iniciais e finais do Ensino Fundamental como os números naturais,

os números racionais e o conceito de ângulo. Os dados foram coletados principalmente por meio

de notas de observação participante, gravação e filmagem da aula, diário de bordo, escritas dos

alunos e reflexões escritas das professoras participantes. As experiências foram positivas em

relação aos conceitos trabalhados, nas conduções das aulas, nos estímulos dados às atitudes de

reflexão na prática docente, na consciência das professoras em dar importância de valorizar o

raciocínio matemático desenvolvido pelos alunos e as contribuições geradas por meio do trabalho

colaborativo. Merichelli (2015) em sua tese em andamento pretende identificar os aspectos de

tensão, dificuldades e facilidades de professoras de 3º. anos do Ensino Fundamental de escolas

públicas da Rede Estadual de São Paulo ao utilizar um material didático institucional de

Matemática num curso de extensão em que foi formador e também é integrante do Grupo CCPPM.

Os dados da pesquisa serão analisados por meio das filmagens das aulas, do diário de bordo do

pesquisador, da observação participante, atividades de alunos e das falas das professoras ao longo

dos encontros. No artigo de (Ponte, Quaresma, Mata-Pereira, & Baptista, 2015) foi apresentado

análises de tarefas com cinco professoras do 2º. ciclo do ensino básico quando participaram de um

Estudo de Aula sobre propostas em relação aos números racionais, discutindo inclusive as

diferenças existentes entre exercícios, problemas e explorações. Os dados foram recolhidos por

observação participante, documentos dos alunos, diário de bordo, gravação em áudio das 12

sessões de trabalho e a filmagem da aula investigada. Alguns dos resultados apresentados pelos

autores retratam que as professoras aceitaram as distinções entre os três termos e valorizaram as

atividades exploradas apresentando tarefas com níveis de desafio e identificaram generalizações e

justificações nas escritas dos alunos.

Coelho (2014) apresenta em sua dissertação, uma experiência realizada com licenciandos

em Matemática, na disciplina “Didática Especial de Matemática II”, no Instituto de Matemática

Page 18: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

17

da Universidade do Rio de Janeiro. O objetivo é identificar as contribuições que o Estudo de Aula

pode oferecer à formação inicial de professores de Matemática. Segundo o autor, verificou-se que

a experiência possibilitou que os futuros professores participassem efetivamente do processo de

formação de saberes docentes, sendo agentes centrais no processo de revisão de conteúdos,

escolhas de métodos, plano de aula e o exercício da crítica. Destaca que a análise foi por meio de

um vídeo de uma aula fruto do Estudo de Aula. No artigo (Conceição, Baptista, & Ponte, 2016)

apresentam um Estudo de Aula com três futuros professores de Física e Química, pesquisadores,

uma investigadora e uma professora cooperante (que lecionou a aula). Os dados foram analisados

diante da observação participante, do diário de bordo, dos vídeos das sessões, entrevistas

individuais realizadas no final do Estudo de Aula e reflexões escritas individualmente e em grupo

pelos licenciandos. Exploraram o conteúdo velocidade do som. Os resultados apresentados pelos

autores mostram que estes aprendem a elaborar tarefas mais desafiantes, valorizam contextos do

cotidiano dos alunos, identificam as dificuldades dos mesmos em sala de aula e a proposta com o

uso do Estudo de Aula contribuiu para o desenvolvimento profissional dos futuros professores.

Felix (2010) e Neto (2013) em suas dissertações de Mestrado, se basearam no currículo do Estado

de São Paulo, envolvendo os seguintes conteúdos: multiplicação, divisão, máximo divisor comum,

representações decimais e geometria. Ambos analisaram suas próprias práticas com suas turmas

de alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. Os dados foram recolhidos por meio de

gravações, filmagens, imagens e protocolos dos alunos. De acordo com os resultados apresentados

pelos autores foi possível um novo olhar deles ao analisarem as atividades feitas pelos alunos e na

reflexão pós-aula, houve discussões sobre a construção dos conhecimentos dos alunos ao

participarem durante as aulas.

Conclusões

O Estudo de Aula engloba um trabalho colaborativo na formação de professores para qualquer

área da Educação e nível de ensino, visando as aprendizagens dos alunos e possibilitando o

desenvolvimento profissional. Sabemos que outros trabalhos podem ser encontrados via internet,

mas para o levantamento de dados para a respectiva proposta, ao mapearmos e analisarmos os

trabalhos de ensino e aprendizagem que vêm utilizando o Estudo de Aula, constatamos que os

pesquisadores portugueses utilizam há mais tempo que os brasileiros, produzindo artigos para

socializar os resultados realizados em parceria com escolas públicas e privadas de Portugal. No

Brasil vem aumentado ao longo dos últimos sete anos a produção de pesquisas que utilizam o

Page 19: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

18

Estudo de Aula em Programas de Pós-Graduação em Mestrado e Doutorado, mas ainda é pequeno

comparado com os artigos publicados. Dos 19 trabalhos encontrados, verificamos que a produção

em Educação Matemática e a Linha de Pesquisa em formação continuada corresponde a quase

80%. Nenhum estudo abordou conteúdos da Educação Infantil e Ensino Médio e para a recolha de

dados predominam as filmagens e as gravações das aulas. É nítido que a presença do pesquisador

em todas as etapas do Estudo de Aula e a colaboração dos envolvidos proporcionam aprendizagens

dos alunos de forma individual e em pequenos grupos e avanços na prática profissional como nos

conhecimentos didáticos e aprofundamentos dos conteúdos matemáticos. Diante do panorama

acreditamos ser importante expandir a nossa investigação utilizando o idioma “inglês” para

ampliar os estudos com pesquisadores que são referências no tema.

Referências

Baptista, M., Ponte, J. P., Costa, E, Velez, I., & Belchior, M. (2012). Lesson study na formação

de professores do 1º ciclo do ensino básico. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa,

127-138. http://repositorio.ul.pt/handle/10451/8661. Recuperado 20̸ 3/ 2017.

Baptista, M., Ponte, J. P., Velez, I., Belchior, M., & Costa, E. (2012). O Lesson study como

estratégia de formação de professores a partir da prática profissional. Instituto de Educação da

Universidade de Lisboa,493-504. http://repositorio.ul.pt/handle/10451/7070. Recuperado 20̸ 3/

2017.

Baptista, M., Ponte, J. P., Velez, I., & Costa, E. (2014). Aprendizagens profissionais de

professores dos primeiros anos participantes num estudo de aula. Educar em Revista, 30(4), 61-

79.

Coelho, F. G. (2014). A metodologia da lesson study na formação de professores: uma experiência

com licenciados de matemática (59 f). Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática)–

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Conceição, T., Baptista, M., & Ponte, J. P. (2016). Aprendizagens profissionais de futuros

professores de física e química num estudo de aula. Indagatio Didactica, 8(1), 468-485.

Felix, T. F. (2010). Pesquisando a melhoria de aulas de matemática seguindo a proposta

curricular do estado de São Paulo, com a metodologia da pesquisa de aulas (lesson study) (137

f). Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Exatas)-Universidade Federal de São Carlos,

São Carlos.

Isoda, M., Arcavi, A., LORCA, A. M. (2012). El Estudio de Clases Japonés em Matemáticas: Su

importância para el mejoramiento de los aprendizajes em el escenario global. Chile: Valparaíso.

Page 20: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

19

Merichelli, M. A. J., Curi, E. (2016). Estudos de Aula (“Lesson Study”) como metodologia de

formação de professores. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, 7(4), 15-27. http://

revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/1202. Recuperado 20̸ 3/ 2017.

Murata, A. (2011). Introduction. Conceptual overview of lesson study. In: L Hart, A. Alston, &

A. Murata (Eds.). Lesson Study research and practice in mathematics education. Dordrecht:

Springer, 1-2. http://www.springer.com/us/book/9789048199402. Recuperado 20/3/ 2017.

Neto, L. A. C. (2013). A pesquisa de aula (lesson study) no aperfeiçoamento da aprendizagem

em matemática no 6° ano segundo o currículo do estado de São Paulo (165 f) Dissertação

(Mestrado em Ensino de Ciências Exatas)-Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Ponte, J. P., Baptista, M., Velez, I., & Costa, E. (2012). Aprendizagens profissionais dos

professores através dos estudos de aula. Perspectivas da Educação Matemática, 5(n. temático),

7-24.

Ponte, J. P., Quaresma, M., Baptista, M., & Mata-Pereira, J., (2014). Os estudos de aula como

processo colaborativo e reflexivo de desenvolvimento profissional, 311-324.

http://www.researchgate.net/publication/275410215. Recuperado 20 /3/ 2017.

Ponte, J. P., Quaresma, M., Mata-Pereira, J., & Baptista, M. (2015). Exercícios, problemas e

explorações: Perspectivas de professoras num estudo de aula. Quadrante, 24(2), 11-134.

Ponte, J. P., Quaresma, M., Mata-Pereira, J., & Baptista, M. (2016). O estudo de aula como

processo de desenvolvimento profissional de professores de matemática. BOLEMA, 30(56), 868-

891s.

Quaresma, M., Ponte, J. P., Baptista, M., & Mata-Pereira, J., (2014). O estudo de aula como

processo de desenvolvimento profissional. XXV Seminário de Investigação em Educação

Matemática. Braga: APM, 311-325. Recuperado 20 /3/ 2017.

Quaresma, M., & Ponte, J. P. (2015). Comunicação, tarefas e processos de raciocínio:

Aprendizagens profissionais proporcionadas por um estudo de aula. Zetetiké, 23(44), 297-310.

Utimura, G. Z. (2015). Docência compartilhada na perspectiva de estudos de aula (lesson

study): um trabalho com as figuras geométricas espaciais no 5º ano (191 f). Dissertação

(Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática)–Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo.

Utimura, G. Z., & Curi, E. (2016). Figuras geométricas espaciais: alunos de quinto ano e suas

professoras aprendendo juntos. Brasil, Curitiba: Appris.

Page 21: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

20

CB-209

EL PROCESO DE TRANSNUMERACIÓN CON PROFESORES DE MATEMÁTICA EN

EL ANÁLISIS DE DATOS

Solangela Natividad López Huayhualla, Katia Vigo Ingar

[email protected], [email protected]

José Faustino Sánchez Carrión, Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP)

Núcleo temático: Investigación en Educación Matemática

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y Actualización Docente

Palabras clave: Pensamiento estadístico, Estudio de caso, Registros de Representación

Semiótica, Formación Docente.

Resumen Debido a las dificultades identificadas en la enseñanza de la estadística en la Educación Básica

Regular (EBR), nuestra investigación tiene como objetivo analizar los procesos de

transnumeración en profesores de matemática durante el análisis de datos, como parte del

Pensamiento Estadístico de Wild y Pfannkuch (1999). La metodología de nuestra investigación

fue de tipo cualitativa, específicamente un Estudio de Caso. Este trabajo es parte de una tesis de

Maestría, en la cual se implementaron cuatro actividades y participaron 14 profesores de

matemática de la EBR del nivel de secundaria. Aquí presentamos el análisis de una de las

actividades realizada con los profesores. En la implementación resaltamos el hecho de que el

dejar que los grupos analicen los datos por sí mismos, generó que los profesores transnumeren,

organizando los datos y estableciendo diferentes variables estadísticas así como categorías para

presentar la información que abarcaba el conjunto de datos. De esta manera, los profesores

construyeron diferentes representaciones sin forzar la construcción de gráficos establecidos o ya

conocidos. Observamos que los profesores comprendieron que hay diferentes formas de

representar un conjunto de datos y que al organizarlos según una variable y/o categorías, lleva a

una mayor comprensión del conjunto de datos.

Palabras claves: Pensamiento estadístico, Estudio de caso, Registros de Representación

Semiótica, Formación Docente

Introducción

Diversos estudios afirman que los profesores deben ser formados en la enseñanza de la estadística

desde una perspectiva didáctica y sugieren que en el proceso de enseñanza se debe enfatizar la

comprensión y percepción de qué es y de qué trata la variación. (Cooper y Shore, 2010; Ortiz,

2011). La enseñanza de la estadística no debe limitarse a que el estudiante realice solamente la

elaboración de tablas, su respectivo gráfico y el cálculo de medidas de resumen sin comprender la

Page 22: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

21

relación que hay entre estas representaciones de los conceptos estadísticos y por qué pasar de una

representación a otra. Debido a las dificultades identificadas en los estudiantes sobre la

comprensión de las medidas de la variación y la interpretación de sus significados, decidimos

investigar sobre ello, por lo que esta investigación tiene como objetivo analizar los procesos de

transnumeración realizados por profesores de matemática en el análisis de datos.

Marco Teórico

La investigación analiza los procesos de transnumeración realizado por profesores de matemática

en el proceso de análisis de datos, al organizar y construir diferentes representaciones que lo lleven

a reconocer y comprender la información que brinda el conjunto de datos. Para ello, el estudio se

centra en los fundamentos teóricos Wild y Pfannkuch (1999), quienes definen la transnumeración

como “un proceso dinámico para cambiar representaciones que engendren comprensión” (p.6). La

transnumeración implica la organización y el resumen de los datos, trata de reconocer que muchas

representaciones son necesarias para la comprensión de una situación real y la detección de nueva

información. Por lo que, en esa búsqueda de información se pueden llevar a cabo muchos procesos

de transnumeración, entendiendo que el producto de ello es una forma de representar algo de esa

base de datos.

Por ejemplo, ordenar los datos, hacer un recuento, realizar tabla de frecuencias simples, trazar

gráficos de dispersión, calcular los coeficientes de correlación, determinar valores de las medidas

de los datos, medidas de dispersión, centralización o de posición, es decir, comprimir los datos

originales mediante un valor único, así como agrupar y crear nuevas variables o nuevas categorías,

valores que representen elementos significativos de todo el conjunto de datos, del sistema real.

Asimismo, estas representaciones se pueden generar al final para explicar los resultados de haber

analizado los datos, esto es mediante una tabla u otra organización visual, como también se puede

generar al realizar el análisis o exploración de los datos, por ejemplo utilizando medidas que

representen todo el conjunto.

Además de ello, los investigadores explican que la capacidad para llevar a cabo la transnumeración

se verá limitado por las herramientas estadísticas que cada uno posea, es decir, mientras más

herramientas se tenga al alcance, se podrá aplicar más técnicas en la búsqueda de información de

los datos. Por ejemplo, si el estudiante posee conocimientos de cómo construir una tabla, calcular

y comprender las medidas de tendencia central, las medidas de variación, un gráfico de puntos,

Page 23: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

22

calcular las medidas de posición, entre otros, tendrá mayor capacidad para realizar más procesos

de transnumeración.

Entonces, aunque no se sabe de antemano qué herramientas estadísticas serán más útiles en el

análisis de los datos, el uso de estas herramientas o técnicas transnumerativas (Chick, 2004) podrá

ser guiado por la pregunta que se desea responder y el tipo de datos que se tiene. Por esta razón,

es importante la pregunta que se plantee en una situación, porque a partir de ella se considerará

qué herramientas estadísticas serán necesarias para explorar el conjunto de datos, entender la

información que encierra y responder finalmente al objetivo planteado.

Metodología de Investigación y Sujetos de la Investigación

La investigación se desarrolla bajo un enfoque cualitativo, específicamente el estudio de caso. El

estudio se desarrolla con un grupo de profesores de matemática, cuyo foco de atención es

responder, guiados por nuestro marco teórico, el cómo se presentan los procesos de

transnumeración en el estudio de la variación. Lo cual, hemos ido registrando en el desarrollo de

las actividades empleando ficha de observación, ficha de respuestas, fotografías, audios y videos.

De esta manera, las unidades de análisis establecidas han sido las acciones de los profesores,

aquellas acciones correspondientes a los procesos de transnumeración en el estudio de la

variación. Y las sub unidades de análisis, las acciones de los profesores seleccionados del total de

profesores participantes. Asimismo, realizamos el análisis de los datos en contraste con las

proposiciones hechas sobre la transnumeración, así como el contraste de los resultados con la

misma teoría.

En referencia a ello, nuestro caso, la variación, se caracteriza como descriptivo, y más aún por

tratarse de la implementación de actividades sobre variación, tiene carácter exploratorio. Así, en

referencia al análisis e interpretación de nuestros resultados, nos enfocamos en validar que los

resultados obtenidos realmente revelen las acciones que llevaron a cabo los profesores de

matemática, específicamente el cómo se presentó la transnumeración en el estudio de la variación,

respondiendo a una validación conceptual e interna. (Ponte, 2006)

Específicamente, el estudio se llevó cabo con 14 profesores de matemática de educación

secundaria, estando conformado por 4 mujeres y 10 varones, con nociones del contenido específico

de estadística, quienes se dedican a enseñar sólo a estudiantes de educación secundaria, cuyas

edades fluctúan entre los 12 y 16 años. Así, los profesores formaron grupos de dos integrantes,

Page 24: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

23

logrando establecerse siete grupos en total, sin embargo, de los siete grupos conformados se

analizaron los trabajos de dos de ellos por participar en todas las actividades programadas y haber

desarrollado todos los ítems establecidos en cada una, denominándolos Grupo 1 y Grupo 2.

Análisis de la Actividad N° 01

La actividad consistió en el análisis de un grupo de datos expresados en 21 imágenes sobre

diversas actividades realizadas por varias personas de diferentes edades. En objetivo de la

actividad era que los profesores transnumeren para identificar y comprender la información que

encierra el conjunto de datos a partir de su representación construida. Siendo el ítem presentado a

continuación:

Análisis de datos y resultados

Los grupos realizaron diferentes procedimientos que los llevaron a construir diferentes

representaciones. Como se observa, el Grupo 1 revisó qué actividades realizaban las personas e

hizo el conteo de cuántas personas realizaban cada actividad en común, tal como se muestra en la

figura 1:

Figura 11. Representación construida por el Grupo1 realizando el conteo de actividades.

En la figura 1, observamos el procedimiento que permitió al Grupo 1 obtener información e idea

sobre la variable estadística que podrían elegir para su representación de los datos. Por otro lado,

en la figura 2, se observa que el Grupo 2 también separó aquellas imágenes que presentaban la

misma actividad, contándolas y realizando un esquema como se muestra a continuación:

a) Realice una representación sobre las actividades de las personas utilizando las

figuras, ¿qué información identifica a partir de esta representación?

Page 25: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

24

Figura 2. Representación construida por el Grupo 2 mediante un esquema.

Así en la figura 2, se observa que el Grupo 2 realizó una organización estableciendo como

categorías el estudio, el deporte y el entretenimiento. Al respecto, el Grupo 1, a partir de sus

primeras representaciones, construyó una tabla, tal como se muestra en la figura 3:

Figura 32. Representación construida por el Grupo 1 mediante una tabla.

Como se observa en la figura 3, para construir esta representación, el Grupo 1 organizó los datos

presentados en las imágenes considerando la separación entre niños y adultos. Esta organización

otorgó mayor información al grupo, sobre cuántos niños y adultos realizaban cada actividad.

Además de ello, ayudó al grupo a determinar y explicar la variable que habían presentado; y así al

realizar su representación con las imágenes se tenía una idea de lo que presentarían y la

información que brindaba su representación.

Page 26: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

25

En relación a ello, en la siguiente figura 4, se observa una representación construida por el Grupo

1, con las imágenes, en la cual, se establecen las categorías de deporte, recreación y lectura, tal

como se muestra:

Figura 4. Representación construida por el Grupo 1 con las imágenes, sobre las actividades de las

personas.

En la explicación del Grupo 1 sobre la información de la representación, identificaron que cada

imagen en las columnas representaba a una cantidad, en este caso una persona. En referencia a

ello, también el grupo explicó que esta representación construida permitía saber qué actividades

realizaban específicamente los niños y adultos, así como saber cuántos de ellos realizaban cada

actividad. Estos diferentes procesos llevaron a comprender quiénes eran parte de la muestra, qué

actividades realizaban y cuántos realizaban cada actividad.

Así el Grupo 2, realizó una organización estableciendo como categorías el estudio, el deporte y el

entretenimiento. Luego reorganizaron los datos y establecieron los deportes como actividad

individual y grupal; y respecto a la actividad entretenimiento, el grupo reorganizó como actividad

de entretenimiento diversión y actividad de entretenimiento descanso, tal como se muestra a

continuación en la figura 5:

Page 27: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

26

Figura 5. Representación construida por el Grupo 2 con las imágenes, sobre las actividades de los

personas.

De esta manera, en la figura 5 se observa que el Grupo 2 organizó los datos según el número de

participantes en cada actividad, a diferencia del grupo anterior, empezando desde la parte superior

hacia la parte inferior; y presentó como categorías: el estudio, el deporte individual, el deporte

grupal, la diversión y el descanso. Asimismo, esta representación permitió saber al grupo qué

actividades realizaban y la frecuencia. Aunque el grupo no mencionó que se trataba de una variable

cualitativa el grupo y tampoco indicó qué actividad era realizada con más frecuencia, sin embargo,

sí reconoció que cada imagen representaba una persona respecto a la actividad que realizaba.

En suma, las acciones del Grupo1 y Grupo 2 muestran que construyeron diferentes

representaciones después de realizar un proceso de organizar y reorganizar los datos presentados

mediante las imágenes. Cada grupo construyó una diferente representación, un pictograma, cada

representación presentaba una información que se complementaba con la otra representación,

permitiendo la comprensión de lo que revelaba el conjunto de datos, en el sentido de Wild y

Pfannkuch (1999). A partir de los resultados, podemos afirmar que dejar que los grupos organicen

y analicen los datos libremente, promovió el surgimiento de una transnumeración muy natural, sin

forzar la construcción de gráficos establecidos o ya conocidos.

Consideraciones Finales

Según los resultados obtenidos pudimos verificar el logro del objetivo propuesto, por lo que

podemos afirmar que los profesores realizaron la construcción de diferentes representaciones del

conjunto de datos, por ejemplo, construyeron tablas, diagrama de barras, pictogramas y esquemas.

Asimismo, logramos percibir los elementos de construcción del pensamiento estadístico en los

profesores, mediante la utilización de las diferentes representaciones, es decir, mediante el

pensamiento transnumerativo.

Page 28: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

27

En esta actividad, los profesores realizaron una transnumeración natural, ya que se dejó libremente

la reorganización de los datos plasmados en las imágenes, ante lo cual, se observó varias

representaciones del mismo conjunto de datos, pero que cada vez daban mayor información, una

información más detallada, que efectivamente generó mayor comprensión, ya que la forma cómo

los habían organizado y las categorías que se habían creado lo permitió, lo cual, concuerda con lo

afirmado por Wild y Pfannkuch.

También observamos que la transnumeración es practicada por los profesores, ellos

constantemente transnumeran, es decir, construyen diferentes representaciones de un conjunto de

datos, porque tienen la noción de ello, por ejemplo construyen tablas, diagrama de barras,

pictogramas y medidas de resumen. Sin embargo, se observó que este proceso de transnumerar no

es reflexivo, es decir, se llevan a cabo dichos cambios de representación, pero todas estas

representaciones del mismo conjunto de datos, no se analizan, no se contrastan, ni se conciben

como un todo, dejando de lado la interpretación del significado de cada representación según el

contexto dado.

De esta manera, aseveramos que este proceso reflexivo del cambio de representaciones, es decir

transnumerar, debe ser generado con los estudiantes, pero incidimos que debe ser de forma

reflexiva, no mecánica, ni repetitiva; se trata de comprender que representar un conjunto de datos

no es el fin del estudio de la estadística, sino que es una herramienta que sirve para el análisis de

los datos.

REFERENCIAS

Chick, H. (2004). Tools for Transnumeration: Early stages in the Art of Data Representation.

Mathematics education for the third millennium: Towards 2010, 167-174. Recuperado de

https://www.merga.net.au/documents/RR_chick.pdf

Cooper, L. y Shore, F. The effects of data and graph type on concepts and visualizations of

variability. Journal of Statistics Education. v. 18, n. 2, 2010. Recuperado de

http://www.amstat.org/publications/jse/v18n2/cooper.pdf>.

Ortiz, J. (Ed.) (2011). Investigaciones Actuales en Educación Estadística y Formación de

Profesores. Granada: Departamento de Didáctica de la Matemática. Recuperado de

http://www.ugr.es/~batanero/pages/ARTICULOS/LIBRO.pdf

Page 29: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

28

Ponte, J. (2006). Estudos de Caso em Educação Matemática. Boletim de Educação Matemática,

19(25).

Wild C. y Pfannkuch M. (1999). Statistical Thinking in Empirical Enquiry. International

Statistical Review. 67, (223 – 265). [Traducido al castellano de inglés]

Page 30: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

29

CB-210

CRITERIOS DE IDONEIDAD COGNITIVA PARA EL ESTUDIO DE LA GEOMETRÍA

ESPACIAL EN EDUCACIÓN PRIMARIA

Andrea Cruz - María Magdalena Gea - Belén Giacomone - Juan D. Godino [email protected] - [email protected] - [email protected] - [email protected]

Universidad de Granada, España

Núcleo temático: Investigación en Educación Matemática

Modalidad: CB

Nivel educativo: Primario

Palabras clave: Geometría espacial; idoneidad didáctica; faceta cognitiva

Resumen En este artículo se identifican diversos conocimientos didáctico-matemáticos sobre el estudio de

la geometría espacial en los primeros niveles educativos. Se trata de una investigación cualitativa,

de tipo documental, basada en la enseñanza y aprendizaje de la geometría, específicamente sobre

la visualización espacial de figuras de tres dimensiones. Se comienza estudiando los aportes de

Piaget e Inhelder (1967), quienes presentan un modelo de desarrollo del conocimiento espacial

que fundamenta la planificación de la enseñanza de la geometría, que se complementa con otras

investigaciones como la clase de procesos cognitivos involucrados en el aprendizaje de la

geometría propuestos por Duval (2001) y los niveles de desarrollo espacial de Van Hiele, entre

otros. Se hace uso de la Teoría de Idoneidad Didáctica (Godino, 2013), como sistema teórico y

metodológico de apoyo al profesor en la reflexión sobre su práctica docente, como ayuda para el

diseño y mejora de la intervención educativa y a la vez, como fundamento para la formación del

profesorado. Los resultados de este estudio aportan criterios o indicadores específicos, relativos

a la faceta cognitiva del conocimiento geométrico, que será de utilidad para la labor docente

sobre el tema.

1. Introducción

Existe abundante investigación referente a los procesos de enseñanza y aprendizaje de la

geometría, cuyos resultados pueden orientar a los docentes; sin embargo, puede provocar una

dificultad para la reflexión y la toma de decisiones en el diseño y mejora de las intervenciones

educativas dada la diversidad de enfoques teóricos que las fundamentan o propósitos que abordan.

En este trabajo se presenta el proceso de elaboración de indicadores que faciliten la labor docente

en este sentido. Nos centramos en el tema de visualización espacial de figuras de tres dimensiones,

en los primeros niveles de educación primaria y se aportan criterios específicos atendiendo al grado

en que los contenidos son adecuados y se encuentran en la zona de desarrollo potencial de los

estudiantes. A continuación, se describe el marco teórico, se sintetizan las investigaciones

Page 31: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

30

relevantes en el área, se muestra la construcción de los indicadores específicos. Finalmente, se

incluyen las reflexiones finales y la implicación de este trabajo para la educación matemática.

2. Marco teórico y método

La Teoría de la Idoneidad Didáctica (TID) (Godino, 2013; Godino, Bencomo, Font y Wilhelmi,

2006) dispone de una Guía de Valoración de Idoneidad Didáctica (GVID) compuesta de seis

facetas con criterios que ayudan a describir, explicar y valorar diversos aspectos clave de un

proceso de estudio, cuya aplicación y discusión es relevante por parte de los formadores de

profesores, los propios profesores e investigadores, pues “permitirán su progresiva mejora y

enriquecimiento” (Godino, Font, Wilhelmi y Castro, 2009, p. 60). En esta investigación se

pretende refinar esta herramienta a través de un análisis de contenido de investigaciones y

publicaciones relevantes en el tema, orientadas al aprendizaje del estudiante, siendo una

investigación cualitativa de tipo descriptiva. Con la información obtenida se formulan criterios

específicos relativos a la idoneidad cognitiva sobre la visualización espacial de figuras de tres

dimensiones en educación primaria, cuya aplicación podría ayudar a alcanzar niveles altos de

idoneidad de los procesos instruccionales.

3. Investigaciones relevantes y resultados

3.1. Desarrollo del conocimiento espacial de Piaget

Piaget y colaboradores (Piaget e Inhelder, 1967; Piaget, Inhelder y Szeminska, 1960) proponen

una teoría del desarrollo de conceptos espaciales en el niño que distingue entre percepción y

representación (o imagen mental). El conocimiento espacial provendrá de la práctica sensorio

motriz, lo que posteriormente permitirá coordinar las imágenes mentales para concretarlas en

operaciones en un nivel representativo. Estas prácticas en el espacio reflejan propiedades del

pensamiento lógico-operacional y son construidas a través de la organización y coordinación

progresiva de las acciones motoras e interiorizadas del niño (Gonzato, 2013, p. 73). De esto se

desprende el siguiente indicador de idoneidad cognitiva:

- Interiorizar las representaciones de manera gradual, desde la construcción del espacio perceptual a un

nivel práctico, pasando por la representación de conexiones y relaciones espaciales entre objetos, favorece

la adquisición de representaciones mentales que se reflejan en propiedades de pensamiento lógico-

operacional.

Piaget destaca tres tipos de relaciones espaciales que distinguen los niños. En primer lugar, las

topológicas que son globales, independiente de la forma o el tamaño como la cercanía

Page 32: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

31

(proximidad), la separación, la ordenación, el cerramiento y la continuidad. El segundo grupo son

las que denomina proyectivas, que suponen la capacidad del niño para predecir qué aspecto

presentará un objeto al ser visto desde diversos ángulos. El tercer grupo de propiedades

geométricas son las euclídeas, que son las relativas a tamaños, distancias y direcciones, que

conducen por lo tanto a la medición de longitudes, ángulos, áreas, entre otras. Con este análisis se

puede establecer el siguiente indicador de idoneidad:

- Avanzar progresivamente con el fin de capacitar al alumno en la organización espacial, desde las

propiedades topológicas, como elementales entre los objetos (vecindad, separación, orden, sucesión,

continuidad); las proyectivas, que se fundan en la topológicas y responden a la necesidad de situar en

función de la perspectiva, un objeto o elementos de un mismo objeto en relación con los demás; hasta las

euclídeas, relaciones que demuestran la capacidad de coordinar los objetos entre sí en relación con unas

coordenadas de referencia (supone la utilización de medidas de longitud, capacidad, superficie, etc.).

3.2. Niveles de desarrollo del pensamiento geométrico espacial de Van Hiele

Van Hiele (2002) se enfrenta más concretamente al pensamiento geométrico y lo desarrolla en

diferentes niveles de sofisticación. Cada uno de estos niveles describen los tipos de razonamiento

geométrico, que parte del intuitivo de los niños de preescolar hasta el formal de los estudiantes de

niveles superiores. En esta teoría se explicita que, para pasar a los niveles superiores es necesario

un desarrollo mental a través de la transformación de su estructura en forma gradual o de su

sustitución por otra (reestructuración) nueva o más compleja. Por lo que, en los primeros niveles

es importante desarrollar el razonamiento intuitivo en que los estudiantes visualicen diferentes

estructuras, lo que permitirá construir conceptos más complejos y adecuados a criterios

matemáticos establecidos. El salto de un nivel a otro también dependerá de la planificación

didáctica que se realice a través de una secuencia de procesos de instrucción.

Tres son los niveles que se consideran para ser desarrollados en los primeros cuatro cursos de

educación primaria (Jaime y Gutiérrez, 1990) y que describen particularmente los tipos de

razonamiento geométrico desde el intuitivo hasta el informal. En primer lugar, el Nivel 0 referido

al reconocimiento de figuras, en que los objetos de pensamiento son formas y se conciben según

su apariencia; en segundo lugar, el Nivel 1 referido al descubrimiento de propiedades, en que los

objetos de pensamiento son clases de formas, en lugar de formas individuales; por último, el Nivel

2 referido a la deducción informal, en que se realiza la clasificación de las figuras y sus

propiedades. Por lo que se desprende el siguiente indicador referente al componente de

aprendizaje:

Page 33: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

32

- Los niños comienzan por el reconocimiento de un objeto físico en el espacio sin identificar sus partes y

razonan en base a sus experiencias y transformaciones visuales. Luego, pasan del razonamiento

experimental en que identifican propiedades a través de la observación y la experimentación, hacia un

razonamiento lógico con definiciones y argumentos informales de justificación para la definición de un

concepto y clasificación de una figura.

En este sentido, es necesario tratar el conocimiento previo para el estudio del tema:

- Conocer el nivel de razonamiento geométrico permitirá la realización de una planificación adaptada al

nivel de desarrollo mental de los estudiantes para una adecuada transformación de su estructura en forma

gradual, a través de diferentes procesos de instrucción en situaciones didácticas.

Se puede, por tanto, extraer indicadores esenciales referentes al componente de enseñanza, que

coinciden en gran medida con los que Pérez (2013) propone para determinar la ubicación de un

alumno en un nivel de este modelo. Estos son:

- La realización de desarrollos espontáneos y su construcción en los primeros años que, de manera lógica

y a través de su experimentación y observación, lograrán la identificación de las propiedades necesarias

para una idónea visualización y construcción de los objetos.

- El manejo de objetos reales del entorno en forma global y unitaria; y la identificación de figuras en

dibujos con orientaciones variadas para su descripción física y diferenciación de sus semejanzas y

diferencias.

- La utilización de vocabulario geométrico acompañado de términos de uso común para describir las

figuras geométricas y argumentar, que además muestra la apropiación y comprensión conceptual que

sobre ellas se posee, en términos de sus propiedades.

- Relacionar elementos y componentes permitirá la clasificación lógica de los objetos y el descubrimiento

de nuevas propiedades por medio del razonamiento informal.

- La formulación de generalizaciones acerca de las propiedades de figuras mediante las comprobaciones

de una o pocas clases de figuras geométricas y su uso en contexto.

- Utilizar el dibujo de figuras geométricas que contenga información específica para justificar las

conclusiones con relaciones lógicas y argumentos informales.

3.3. Procesos cognitivos de Duval

Según Duval (2001), la geometría involucra tres clases de procesos cognitivos que cumplen

funciones epistemológicas específicas: visualización, construcción y razonamiento. Para el autor

la visualización es un recurso intuitivo y no depende de la construcción, pero la construcción puede

guiar a la visualización dependiendo de las conexiones entre las propiedades matemáticas y las

herramientas usadas; y que puede ser necesario para encontrar una demostración. El razonamiento,

Page 34: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

33

en cualquier caso, nos permite desprender una nueva información de otras informaciones dadas

que se organizan a través del lenguaje y pueden ser de tres formas: inducción, abducción o

inferencia. Estas tres clases de procesos cognitivos están conectadas y su sinergia es

cognitivamente necesaria para la competencia en geometría. De lo que se puede extraer el siguiente

indicador de idoneidad:

- La visualización, la construcción y el razonamiento son procesos cognitivos siendo los efectos de sus

acciones necesarios para la competencia geométrica. No dependen entre sí, pero se encuentran

necesariamente conectados.

Los procesos cognitivos involucrados en la resolución de un problema o el desarrollo de una

demostración son tres: aprehensión perceptiva, que es la identificación simple de una

configuración; aprehensión operativa, la cual se produce cuando se modifica una configuración

inicial; y aprehensión discursiva, que produce una asociación entre una configuración y

afirmaciones matemáticas. Por tanto, se establece el siguiente indicador:

- Es importante que en los primeros niveles de enseñanza se propongan situaciones-problema naturales,

que promuevan la aprehensión perceptiva, cuya solución implique procesos de aprehensión operativa y

discursiva a través de la descripción, explicación y argumentación. Poco a poco, y de modo gradual, se

reforzarán estos procesos y se dará paso a aprendizajes teóricos.

3.4. Ejemplos prototípicos de figuras

Scaglia y Moriena (2005) mencionan que el prototipo de una figura es la imagen mental que un

alumno posee de ella y que se ha formado a partir del encuentro reiterado con representaciones

gráficas de determinadas características (conceptuales o propias del dibujo). Estas imágenes

mentales prototípicas poseen, según Hershkowitz (1989), atributos propios que hacen referencia

específica a aspectos conceptuales y a la posición particular de la representación gráfica del

concepto geométrico utilizado, pero como Rey (2004) menciona, su uso puede traer consecuencias

no deseables en la construcción de conceptos. El autor propone recurrir no sólo a ejemplos visuales

sino también a las definiciones explicadas en forma verbal y al análisis de los ejemplos tomados.

En este sentido, Pérez (2013) también hace referencia a las dificultades que los estudiantes pueden

presentar en la representación de figuras cuando tiene que ver con la comprensión de sus

características o con estrategias propias de construcción. Dado este análisis es importante

considerar los siguientes indicadores:

- La utilización de variadas representaciones gráficas, no prototípicas, con el fin de no generalizar con un

solo ejemplo las definiciones de un concepto geométrico.

Page 35: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

34

- Como refuerzo y anticipación a los posibles problemas que se pueden presentar en la visualización y

caracterización de los objetos, se sugiere reforzar la comprensión de los conceptos y técnicas con

diferentes métodos de representación.

4. Guía completa de Valoración de la Idoneidad Cognitiva

En lo que sigue, se resumen los indicadores específicos basados en las investigaciones descritas.

Se incluyen además los indicadores generales descritos en la GVID de Godino (2013).

Tabla 1.

Componentes e indicadores de idoneidad cognitiva

COMPONENTES INDICADORES

Conocimientos

previos.

Criterios generales:

- Los alumnos tienen los conocimientos previos necesarios para el estudio del tema (bien

se han estudiado anteriormente o el profesor planifica su estudio).

- Los contenidos pretendidos se pueden alcanzar en sus diversas componentes (tienen

una dificultad manejable).

Criterios específicos:

- Se hace necesario conocer previamente el nivel de razonamiento geométrico de los

estudiantes para la realización de una planificación adaptada al nivel de desarrollo

mental y de una adecuada transformación de su estructura en forma gradual, a través

de procesos de instrucción en situaciones didácticas.

- Se tiene en cuenta las dificultades, sesgos y limitaciones del pensamiento geométrico

de los estudiantes en el proceso de estudio.

Adaptaciones

curriculares a las

diferencias

individuales.

Criterios generales:

- Se incluyen actividades de ampliación y de refuerzo.

- Se promueve el acceso y el logro de todos los estudiantes.

Criterios específicos:

- Se sugiere el desarrollo gradual e inclusivo de la competencia geométrica,

considerando los niveles de visualización, construcción y razonamiento.

- Se avanza en forma progresiva desde las propiedades topológicas y proyectivas hasta

las euclídeas.

- Se sugiere reforzar los métodos de representación conceptual a través de técnicas para

comprender las características del objeto y desarrollar diferentes estrategias de dibujo

o construcción.

Aprendizaje

(Se tienen en

cuenta: los tipos

de problemas,

lenguajes,

conceptos,

procedimientos,

proposiciones,

argumentos y

relaciones entre

los mismos).

Criterios generales:

Los diversos modos de evaluación indican que los alumnos logran la apropiación de los

conocimientos pretendidos (incluyendo comprensión y competencia):

- Comprensión conceptual y proposicional; competencia comunicativa y argumentativa;

fluencia procedimental; competencia metacognitiva (planificación, control,

evaluación, análisis-síntesis).

- La evaluación tiene en cuenta distintos niveles de comprensión y competencia.

- Los resultados de las evaluaciones se difunden y usan para tomar decisiones.

Criterios específicos:

- Se involucra la visualización, construcción y el razonamiento en situaciones-problema

con procesos de aprehensión perceptiva que deriven en procesos de aprehensión

operativa y discursiva, a través de la descripción, explicación y argumentación para

dar paso a aprendizajes teóricos.

- Se utiliza un vocabulario geométrico acompañado de términos de uso común para la

descripción de figuras geométricas y argumentación de la apropiación y comprensión

conceptual que se tiene sobre ellas en términos de sus propiedades.

- Se interiorizan las representaciones mentales desde el espacio perceptual, a un nivel

Page 36: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

35

práctico y en forma gradual, pasando por la representación de conexiones y relaciones

espaciales entre objetos para contribuir en la adquisición de propiedades de

pensamiento lógico-operacional.

- Se utilizan variadas representaciones gráficas no prototípicas, lo que permitirá obtener

un aprendizaje significativo, adecuado a las definiciones de un concepto.

- Se utiliza el dibujo con información específica para la justificación de conclusiones

con relaciones lógicas y argumentos informales.

- Se promueve el manejo de objetos reales del entorno en forma global y unitaria; y la

identificación de figuras en dibujos con orientaciones variadas para su descripción

física y diferenciación de sus semejanzas y diferencias.

- Se sugiere realizar desarrollos y construcción espontáneos que comiencen por el

reconocimiento de un objeto en el espacio; para que a través de la experimentación y

la observación se realicen transformaciones visuales y se logre identificar las

propiedades para la visualización y construcción de dicho objeto.

- Se considera el nivel de reconocimiento y el razonamiento de un objeto físico en el

espacio, para reconocer la comprensión que se tiene sobre ellos con argumentos

informales en su definición y clasificación.

- Se relacionan los elementos y componentes para la clasificación lógica de los objetos

y el descubrimiento de nuevas propiedades por medio del razonamiento informal.

- Se formulan generalizaciones acerca de las propiedades de figuras mediante

comprobaciones en una o pocas clases de figuras geométricas y su uso en contexto.

Reflexiones finales

En este trabajo se elabora una guía de indicadores de idoneidad cognitiva, centrada en la

adecuación del contenido matemático de la visualización espacial tridimensional a nivel elemental.

Para ello se tuvieron en cuenta como componentes los conocimientos previos, adaptaciones

curriculares a las diferencias individuales y al aprendizaje en sus diferentes componentes

(situaciones problema, lenguajes, conceptos, procedimientos, proposiciones, argumentos y

relaciones entre los mismos).

El fin educativo que se persigue es aportar consideraciones que contribuyan al desarrollo del

conocimiento geométrico al docente, en cuanto al grado en que los contenidos son adecuados y se

encuentran en la zona de desarrollo potencial de los estudiantes. El uso competente de la

herramienta utilizada puede servir de instrumento de reflexión tanto para el investigador en

educación matemática como para el profesor (Godino, Giacomone, Batanero y Font, en prensa),

sobre los diversos factores que afectan los procesos de estudio, en este caso, de la geometría. Por

ejemplo, Beltrán (2016) elabora una guía de indicadores específicos de idoneidad didáctica para

el estudio de la probabilidad; luego utiliza la guía para valorar una unidad didáctica de azar y

probabilidad en la educación secundaria y propone mejoras para su futura implementación. El

sistema de indicadores específicos de idoneidad cognitiva elaborado en este trabajo no se considera

definitivo (Godino, Font, Wilhelmi y Castro, 2009) aunque, los aportes presentados abren sin duda

Page 37: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

36

un amplio panorama a la aplicación, no sólo en la enseñanza y aprendizaje del tema sino en el

campo de la formación docente, como así también al continuo desarrollo de la TID.

Reconocimiento

Trabajo realizado en el marco de los proyectos de investigación EDU2012-31869, EDU2016-

74848-P (FEDER, AEI) y CONICYT del Ministerio de Educación de Chile.

Referencias bibliográficas

Beltrán-Pellicer, P. (2016). Evaluación de la idoneidad didáctica de una experiencia de enseñanza

del azar y probabilidad en tercer curso ESO (trabajo fin de máster). Universidad de Granada,

España.

Duval, R. (2001). La geometría desde un punto de vista cognitivo. PMME. UNISON.

Godino, J. D. (2013). Indicadores de la idoneidad didáctica de procesos de enseñanza y aprendizaje

de las matemáticas. Cuadernos de Investigación y Formación en Educación Matemática,11,

111-132.

Godino, J. D., Font, V., Wilhelmi, M. R. y Castro, C. (2009). Aproximación a la dimensión

normativa en Didáctica de la Matemática desde un enfoque ontosemiótico. Enseñanza de las

Ciencias, 27(1), 59-76.

Godino, J. D., Giacomone, B., Batanero, C. y Font, V. (en prensa). Enfoque ontosemiótico de los

conocimientos y competencias del profesor de matemáticas. Bolema, (aceptado).

Gonzato, M. (2013). Evaluación de conocimientos de futuros profesores de educación primaria

para la enseñanza de la visualización espacial (tesis doctoral). Universidad de Granada,

España.

Hershkowitz, R. (1989). Visualization in geometry. Two sides of the coin. Focus on Learning

Problems in Mathematics, 11(1), 61-76.

Jaime, A. y Gutiérrez, A. (1990). Una propuesta de fundamentación para la enseñanza de la

geometría: El modelo de Van Hiele. En S. Llinares y M. V. Sánchez (Eds.), Teoría y práctica

en educación matemática (p.p. 295-384). Sevilla, España: Alfar.

Pérez, J. (2003). Análisis de los contenidos geométricos de los libros de texto de Matemática de

educación básica a la luz de los planteamientos teóricos del modelo de Van Hiele (tesis de

maestría). Instituto Pedagógico de Barquisimeto, Venezuela.

Piaget, J. e Inhelder, B. (1967). The child’s conception of space. New York, NY: W. W.: Norton

y Co.

Piaget, J., Inhelder, B. y Szeminska, A. (1960). The child’s conception of geometry. London:

Routledge and Kegan Paul.

Rey, J. L. (2004). Dificultades conceptuales generadas por los prototipos geométricos o cuando

los modelos ayudan, pero no tanto. Revista Premisa, Sociedad Argentina de Educación

Matemática, 22, 3-12.

Scaglia, S. y Moriena, S. (2005). Prototipos y estereotipos en geometría. Educación Matemática,

17(3), 105-120.

Page 38: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

37

Van Hiele, P. M. (2002). Similarities and differences between the theory of learning and teaching

of Skemp and the Van Hiele levels of thinking. En D. Tall y M. Thomas (Eds.), Intelligence,

learning and understanding in mathematics. Flaxton, Australia: Post Pressed.

Page 39: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

38

CB-212

RELATEMÁTICOS.

CUENTOS PARA DISFRUTAR CON LAS MATEMÁTICAS

Margarita Marín Rodríguez

[email protected]

Profesora jubilada de la Universidad de Castilla-La Mancha, España

Núcleo temático: V. Recursos para el aprendizaje y la enseñanza de las matemáticas

Modalidad: Comunicación Breve

Nivel educativo: Primaria

Palabras clave: competencia matemática, cuentos matemáticos, resolución de problemas,

aprendizaje significativo.

Resumen Los recursos literarios constituyen un poderoso aliado de los docentes para motivar y fomentar el

desarrollo de la competencia matemática. En cuentos, novelas y poesías con temática científica,

los contenidos matemáticos se presentan en un contexto y con una razón de ser, arropados por la

trama. Esta situación facilita su comprensión y aprendizaje significativo. Además, el empleo de

estos contenidos por parte del o los protagonistas para resolver sus conflictos genera en el

aprendiz una actitud positiva hacia la materia, a la vez que comienza a valorarla en su vida

cotidiana.

Por estas razones, se presenta un conjunto de veinte cuentos escritos exprofeso para disfrutar con

la geometría, la aritmética y la estadística, que se estudian en los últimos cursos de Primaria del

currículo escolar español. Están dirigidos a aprendices de ocho a doce años, fundamentalmente,

y a cualquier persona que desee deleitarse con las matemáticas a través de un relato que las

incorpora en su trama.

Algunos de estos relatos han sido evaluados en dos clases de quinto de Primaria y se recogen las

opiniones de los escolares al respecto, dadas a través de un cuestionario.

Introducción

Disfrutar haciendo matemáticas es un placer que, en principio, parece reservado a mentes brillantes

en el campo científico. Sin embargo, cualquier maestro debe ser capaz de enseñar matemáticas

fomentando la inclinación y querencia por las mismas. Con ello conseguirá que sus alumnos sean

realmente competentes en matemáticas.

A priori, matemáticas y disfrute, matemáticas y emociones, parecen muy alejadas, aunque

cualquier persona recuerda que en sus años de escolarización mantenía una relación de amor y

odio con las matemáticas. Con el paso del tiempo, lo lógico es aumentar el primero y disminuir el

segundo, pero lo lógico no siempre es lo real. Además, esta situación de amor odio, o actitud

positiva o negativa hacia las matemáticas escolares, está en correlación con las notas conseguidas

Page 40: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

39

como demuestran diversas investigaciones (Auzmendi, 1992; Cornell, 1999; Marín-Rodriguez et

al., 2006) lo que agrava o mejora la situación. Como bien dicen Hersh y John-Steiner (2012: 313)

las personas no nacen con una aversión por las matemáticas, sino que aprenden a cogerles manía

en el colegio.

Por esta razón, los maestros deben de recibir una formación matemática inicial esmerada y

profunda que les permita dominar los contenidos, ser capaces de diseñar actividades ricas en

matemáticas y ser expertos en el conocimiento y empleo de recursos varios, para fomentar el

desarrollo de la competencia matemática en su alumnado de Primaria.

Por su parte, los recursos y materiales didácticos son herramientas fundamentales en el proceso de

enseñanza del docente y en el proceso de aprendizaje de los alumnos, procesos que todo maestro

debe dominar. Ahora bien, su valor didáctico depende tanto de la concepción del propio recurso

y/o material como del buen uso que se haga de ellos dentro de los objetivos marcados y las

estrategias didácticas diseñadas.

Entre los muchos recursos y materiales con los que cuenta un docente destacan los recursos

literarios: cuentos, canciones, relatos, poesías que «tocan» directamente los sentimientos de los

niños facilitando el aprendizaje de los conceptos que vehiculan.

Debido a estas razones, esta comunicación describe una serie de cuentos, escritos ex profeso, para

enseñar y aprender matemáticas en las aulas del último ciclo de Educación Primaria —niños y

niñas de 8/9 años a 11/12 años— del actual sistema educativo español, así como su evaluación por

los escolares de quinto de Primaria.

Se ha estructurado la comunicación en tres epígrafes: a) qué supone ser competente en

matemáticas, b) qué nos ofrecen los textos literarios y cómo los segundos contribuyen al desarrollo

de la primera y c) Relatemáticos y su evaluación.

Competencia matemática

La alfabetización o competencia matemática, necesaria en la formación de los ciudadanos, es un

objetivo que debe preocupar tanto a docentes en las aulas como a gestores y directores del actual

Sistema Educativo en nuestro país. Todos somos conscientes de que nuestros trabajadores serán

competentes en la Europa del libre mercado laboral si tienen la formación matemática necesaria

para la Sociedad en la que vivimos.

Pero esta formación matemática adecuada se conseguirá si somos consecuentes con dos hechos

significativos:

Page 41: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

40

1º «‘Saber’ matemáticas es ‘usar’ las matemáticas» (NCTM, 1991:7).

2º La docencia de la asignatura debe poner su acento en el desarrollo de competencias y no en la

transmisión de los conocimientos matemáticos que conforman el currículo escolar.

De hecho, países como Holanda fundamentan la enseñanza/aprendizaje de las matemáticas en lo

que se denomina educación matemática realista de la que puede decirse, a nivel global, que solo

los contenidos matemáticos que puedan conectarse con el mundo real serán útiles como punto de

partida para la educación matemática (Goffree, 2000). Igualmente, países de lengua inglesa como

Reino Unido y Estados Unidos llevan insistiendo en las conexiones matemáticas con la realidad

como base fundamental para la enseñanza y el aprendizaje de la misma (Cockcroft, 1985; NCTM,

1991, 2004).

Así mismo, en nuestro país, la LOGSE en primer lugar y las sucesivas leyes en Educación en

segundo término han insistido en la necesidad de incorporar al currículo escolar la resolución de

problemas de la vida cotidiana.

Luego, esta alfabetización o competencia matemática consiste no sólo en saber los contenidos

matemáticos sino, fundamentalmente, en saber usarlos en el mundo real, como ya al principio de

la década de los noventa reclamaba el National Council of Teachers of Mathematics (NCTM, op.

cit.), es decir, ser capaces de matematizar, verbo que indica el proceso de hacer matemáticas y que

consta de dos pasos fundamentales:

a) el proceso de matematización horizontal que implica traducir los problemas desde el

mundo real al matemático,

b) el proceso de matematización vertical que implica la resolución del problema traducido

mediante la utilización de sus conceptos y destrezas matemáticos.

Igualmente, según la OCDE (2004), la competencia matemática supone el dominio de las

capacidades individuales del aprendiz para analizar, razonar y comunicar eficazmente en la

formulación y resolución de problemas matemáticos en una variedad de contextos y situaciones.

Por tanto, la consecución de esta competencia matemática por el aprendiz será posible siempre que

la enseñanza ponga el acento en el propio aprendiz y la construcción de sus aprendizajes, en vez

de en la mera transmisión de los contenidos curriculares. Y en este proceso de adquisición

intervienen cuatro variables fundamentales: a) el papel del profesor; b) la actitud del aprendiz; c)

las estrategias de aula elegidas; y d) los recursos empleados y las actividades a desarrollar con y a

partir de los mismos.

Page 42: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

41

Recursos literarios y competencia matemática

¿Quién no se ha sentido atrapado en un relato, inmerso en la magia de su trama, disfrutando con

su lectura que nos aísla y envuelve como un manto protector? Leer para disfrutar es el comienzo;

después el aprendiz empieza a leer para aprender, reflexionando sobre la lectura realizada.

La atracción provocada por un relato, una novela, se convierte en una poderosa motivación que

incita a sumergirse en las páginas del libro para averiguar más sobre las vivencias de los

protagonistas. Y si este relato en su trama incorporase contenidos matemáticos, el lector se

interesaría por ellos debido a esta motivación originada. Sirva como ejemplo el siguiente pasaje

de la novela El planeta de los simios:

«...Como permanecía desconcertada, retomé la libreta con autoridad y me la cedió, esta vez sin

protestar. ¿Cómo no había utilizado antes aquel sencillo recurso? Reuniendo mis recuerdos

escolares, tracé la figura geométrica que ilustra el teorema de Pitágoras...el efecto que produjeron

en Zira fue extraordinario. Su hocico se volvió púrpura y lanzó una violenta exclamación... Entre

Zira y yo se acababa de establecer una comunicación espiritual por medio de la geometría».

(Boulle, 2001: 135-141)

En este texto se aprecia la universalidad del lenguaje matemático al usar el protagonista el teorema

de Pitágoras como medio de comunicación con la doctora simia y así hacerle comprender su

racionalidad. Porque el lenguaje matemático es el lenguaje científico por excelencia entre

civilizaciones técnicas por muy diferentes que sean. Pero ¿cuál es esa figura geométrica del

teorema de Pitágoras que tanto impacto causó a la doctora simia? Es el momento de actuar el

profesor y enseñar el teorema. Los aprendices ya están motivados y a la espera del conocimiento.

Por mi experiencia de aula y la reflexión realizada sobre la utilización de los recursos literarios en

la enseñanza de las matemáticas, se puede concluir que estos nos ofrecen aspectos metodológicos

importantes en el proceso de enseñanza/aprendizaje, como son:

- Motivar a la lectura y al aprendizaje.

- Contextualizar los contenidos matemáticos.

- Hacer múltiples conexiones matemáticas.

- Valorar la utilización de las matemáticas en la vida cotidiana.

- Fomentar la actitud positiva hacia las matemáticas.

- Ser un elemento aglutinador de contenidos de diversas disciplinas.

Y se propone su utilización en el aula para:

Page 43: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

42

- Aprender mejor, significativamente, con comprensión.

- Aprender a matematizar, reflexionando cómo lo hacen otros.

Es decir, se propone utilizar los recursos literarios para desarrollar la competencia matemática,

descrita en el epígrafe superior, mediante un adecuado método de trabajo en el aula basado en los

siguientes aspectos:

- estrategias de aula de tipo heurístico,

- unas actividades bien pensadas y estimulantes a partir de la lectura del texto elegido.

Para ello, en primer lugar, se leerá el libro para disfrutar; disfrutar de su trama, de su estilo, de sus

personajes. Es decir, se debe leer, comprender y recrear el relato, hasta que texto e ilustraciones

cobren vida ante los ojos y la mente de los lectores. Con ello se contribuye al desarrollo de su

competencia lectora.

A continuación, y durante el tiempo que sea necesario, se mantendrá un diálogo interactivo con

los escolares para analizar los conceptos matemáticos emergentes a lo largo del relato y así

fomentar el razonamiento y comunicación matemáticos. Por último, se realizarán actividades en

pequeño y gran grupo, que estén en consonancia con el texto, lo que facilita un aprendizaje

cooperativo y colaborativo.

En artículos de la autora (Marín-Rodríguez, 2006, 2009), se recogen algunos títulos de novelitas

para Primaria, clasificados por ciclos, que presentan contenidos matemáticos idóneos para ser

explotados en el aula. Lo importante es aprender a leer cualquier texto con ojos matemáticos.

Relatemáticos

Si apasionante es la aventura de leer con ojos matemáticos, mucho más es la de escribir relatos

con contenido matemático. Cualquier docente con un poco de imaginación lo habrá comprobado

por sí mismo. Y la ventaja de escribir nuestros propios relatos es evidente: se acomodan

perfectamente a nuestras necesidades didácticas.

Por esta y las razones expuestas en los epígrafes superiores, comencé a escribir cuentos

matemáticos para escolares de los últimos cursos de Primaria del actual sistema educativo español.

Los primeros han sido cuentos con y sobre contenidos geométricos, propios de esos cursos, por

dos motivos: 1) son los de temática más escasa en el mercado editorial, y 2) el entorno que nos

rodea es geométrico y el aprendiz debe aprender a observarlo, analizarlo y valorarlo. Estos cuentos

están publicados con el título de Relatemáticos. Cuentos para disfrutar con la geometría (Marín-

Rodríguez, 2016).

Page 44: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

43

En el siguiente libro, Relatemáticos II. Cuentos para disfrutar con la aritmética y la Estadística

(Marín-Rodríguez, 2017), los relatos se centraron en los contenidos aritméticos y estadísticos de

los mismos cursos. Lo que iguala a ambos libros es su estructura y el número total de cuentos en

cada uno: 10.

Estos dos libros de relatos matemáticos tienen las siguientes características que los diferencian de

otras obras de temática similar:

1. Se dirigen directamente a niños y niñas de 8 a 12 años, con ganas de aprender por su

cuenta y empezar a mirar el mundo con ojos matemáticos. Para ello, se ha cuidado mucho

el lenguaje con el fin de que sea accesible a los pequeños.

2. Cada cuento está acompañado de una pequeña descripción del contenido matemático en

el que se centra y de unas propuestas para observar y razonar matemáticamente. Estas

propuestas se ofrecen a dos niveles: para principiantes y para expertos. Es decir, lees,

comprendes, aprendes y practicas lo aprendido.

3. Puede ser utilizado por padres bien para disfrutar con sus hijos de relatos de contenido

matemático específico, bien para estimularlos en el aprendizaje matemático y la

observación del mundo aplicando estos conocimientos.

4. Puede ser utilizado por cualquier docente en su clase para motivar, contextualizar,

estimular y repasar el estudio de las matemáticas.

5. Incorporan los apartados de «Soluciones» y «Glosario de términos matemáticos».

Al estar diseñados ambos libros con el objetivo inicial de ser obras de lectura autónoma por los

aprendices matemáticos en la edad reseñada, en la introducción se les aconseja que empiecen por

leer y saborear los cuentos, dejándose cautivar por ellos. Al finalizar, deben preguntarse qué le

pasaba al protagonista y cómo lo solucionó.

En una segunda lectura, ya estarán preparados para realizar las propuestas para observar y razonar

matemáticamente en situaciones que se plantean en la vida cotidiana. Solo deben mirar el apartado

«Soluciones» una vez que ellos ya las hayan obtenido y así puedan comprobar la bondad de sus

razonamientos.

Si el lector es un adulto, primero leerá los relatos para disfrutar con ellos y, posteriormente, para

intentar rememorar sus aprendizajes matemáticos escolares con las propuestas. Si en algún

momento la memoria le fallase, puede recurrir al «Glosario de términos matemáticos» que contiene

el libro.

Page 45: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

44

En cualquier caso, lo importante es que el futuro lector sepa que tiene en sus manos un libro atípico

sobre contenidos matemáticos, escrito para disfrutar y jugar con las matemáticas y aplicarlas en el

mundo real.

Como muestra de estos relatos matemáticos, en el Anexo I se ofrece el cuento «Los juegos de

Gonzalo y Pitufo» escrito con el objetivo de ilustrar el aprendizaje de los cuerpos de revolución.

Opiniones de alumnos de quinto de Primaria sobre Relatemáticos

A lo largo del curso 2014/2015, el profesor Javier Tamayo (colegio Santa María del Pilar de

Madrid) me abrió las puertas de la clase de 5º A de la que era profesor de Matemáticas.

Esta clase estaba formada por 30 escolares que se entusiasmaron con la idea de ayudarme a mejorar

los relatos, para que fuesen lo más comprensible y aprovechables a nivel matemático por ellos, sin

perder su magia textual. Por tanto, se entregaron con pasión a la lectura y posterior evaluación de

los cuentos mediante un cuestionario.

Solo leyeron los cuentos cuyo contenido geométrico estaba en consonancia con el curso que

realizaban, bien para repasar los contenidos ya abordados, bien para motivar los nuevos

aprendizajes.

Después de la lectura y debate sobre un cuento concreto, se les pasaba el cuestionario de nueve

preguntas recogido en el Anexo II. Del diálogo mantenido después de la lectura de cada cuento, se

deduce que el desarrollo de la competencia lectora personal influye poderosamente en la

adquisición del contenido matemático vehiculado por el texto. Igualmente, trabajar las

Matemáticas mediante un recurso literario es reconfortante para los aprendices con algún problema

en la asignatura, pues consideran que «no están haciendo matemáticas». Esta creencia les libera

de su actitud negativa y les facilita el aprendizaje.

Para finalizar, unas breves pinceladas sobre los resultados arrojados por el cuestionario pasado

sobre el cuento «Los juegos de Gonzalo y Pitufo».

El 82,14 % de la clase «se pone contento» leyendo un cuento que trata sobre matemáticas. Y el

85,71 % leería «a veces» más cuentos de temática matemática. Lo que mejor han entendido a

través del cuento es la esfera y otros cuerpos geométricos (el 85,71 %). Lo que peor han entendido

es «ninguno» elegido por el 78,57 %. El 17,85 % señala que lo que más les ha gustado es que

«tenga un gato»; y lo que menos se expresa en respuestas de tipo emocional dadas por el 100 %

de la clase, de las que sobresale «nada» por el 57,14 %.

Page 46: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

45

En resumen, un cuento es capaz de aunar aspectos cognitivos y afectivos, lo que permite utilizarlos

como herramienta poderosa de aprendizaje matemático. Los contenidos tienen una razón de ser y

una utilidad inmediata, por lo que es lógico comprenderlos y aprenderlos, emulando con ello al

protagonista que resolvió el conflicto a partir de este dominio conceptual.

Como bien decía Borges: «Los libros son las alfombras mágicas de la imaginación», ¡usémoslos

para imaginar matemáticas!

Referencias bibliográficas

Auzmendi, E. (1992). Las actitudes hacia la matemática/Estadística de las Enseñanzas Medias y

Universitarias. Bilbao: Editorial Mensajero.

Boulle, P. (2001). El planeta de los simios. Madrid: Suma de Letras, S.L.

Cornell, C. (1999). I hate math! I couldn’t learn it, and I can’t teach it! Childhood Education, 75,

1.

Cockcroft, W.H. (1985). Las matemáticas sí cuentan. Madrid: MEC

Goffree, F (2000). Principios y paradigmas de una «educación matemática realista». En N.

Gorgorió, J. Deulofeu y A. Bishop (coords.), Matemáticas y educación. Retos y cambios desde

una perspectiva internacional, Capítulo 9, pp. 151-167. Barcelona: Graó.

Hersh, R.; John-Steiner, V. (2012). Matemáticas. Una historia de amor y de odio. Barcelona:

Editorial Crítica.

Marín-Rodríguez, M. (2006). Las matemáticas de una novela. SIGMA, 29, 159-172.

Marín-Rodríguez, M. (2009). Matemáticas y Literatura, un binomio perfecto. UNO, Revista de

Didáctica de las Matemáticas, 50, 47-63

Marín-Rodríguez, M. (2016). Relatemáticos. Cuentos para disfrutar con la Geometría. Madrid:

Editorial Verbum.

Marín-Rodríguez, M. (2017). Relatemáticos II. Cuentos para disfrutar con la aritmética y la

estadística. Madrid: Editorial Verbum.

Marín-Rodríguez, M.; Lirio Castro, J.; Calvo Montoro, J. (2006). Proyecto Kovalevskaya.

Investigación matemático-literaria en el aula de Primaria. Madrid: MEC-CIDE.

NCTM (1991). Estándares curriculares y de educación matemática. Sevilla: S.A.E.M. THALES.

NCTM (2004). Principios y Estándares para la Educación Matemática. Sevilla: S.A.E.M.

THALES.

OCDE (2004). Learning for tomorrow’s World: First results from PISA 2003. Paris: OCDE

Page 47: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

46

Anexo I

Los juegos de Gonzalo y Pitufo

(Marín-Rodríguez, M., 2016: 49-54)

¿Alguno de vosotros tiene una mascota? Sí, ¡me alegro! Educadla bien, no os vaya a ocurrir lo

que le pasó al pobre Gonzalo con la suya. Os lo cuento.

Gonzalo es un chaval atlético que estudia 5º de Primaria y le encantan los deportes, sobre todo los

que emplean un balón. Hace un par de años, por Navidad, sus tíos le regalaron una mascota: un

precioso gato de angora, peludo y suavecito, que se hacía un ovillo en el regazo de Gonzalo. Como

os podéis imaginar, Gonzalo estaba encantado con su mascota y decidió llamarle Pitufo.

Al pasar el tiempo, el gato fue creciendo y convirtiéndose en el compañero inseparable del chico,

sobre todo para hacer travesuras, como decía mamá. A Pitufo también le volvían loco los cuerpos

redondos: pelotas, balones, ovillos... Todos les servían a la pareja para jugar.

—¡Venga, Pitufo! Vamos al parque a marcar unos goles. Tú vas a ser el portero y yo el que tira —

decía con entusiasmo Gonzalo a la vuelta del cole.

Lo que él desconocía eran los pensamientos del gato. Fijaos en qué cavilaba Pitufo:

«Este Gonzalo se cree que a mí me gusta el fútbol. ¡Qué va! Lo que a mí me encanta es observar

cómo rueda la pelota y contemplar la trayectoria seguida, pues según la impulse así se dirige a un

lado u otro, aunque a veces me llevo sorpresas cuando jugamos en un terreno pedregoso. Me echo

carreras con ella, intento cogerla y se escapa. Hay que ser muy hábil para vencer a un cuerpo

redondo».

Un día Gonzalo llegó todo emocionado del colegio y entró en casa llamando a voces a su gato:

—¡Pitufo, ven!, ¿dónde estás? ¡Tengo que enseñarte lo que he aprendido hoy! —gritaba contento.

El gato apareció estirándose, no le gustaba nada que le sacaran de su siesta vespertina, y se dirigió

hacia Gonzalo ocupado en sacar unos curiosos palitos de su cartera.

—Pitufo, te voy a explicar por qué los cuerpos redondos se llaman también cuerpos de revolución

—y poniendo cara de profe continuó diciendo—: ves este palo, fíjate: a lo largo de la parte superior

he pegado medio círculo, por lo que ahora ese trozo de palo es el diámetro del círculo; entonces

giro el palo muy, pero que muy deprisa… ¿qué ves? ¡Una esfera! —explicaba el chiquillo con toda

ilusión.

Page 48: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

47

Como en casa mamá había prohibido los balones, Pitufo se las apañaba haciendo rodar los

esqueletos del papel higiénico y el de cocina cuando se acababan. Este esqueleto es un útil cilindro

de cartón que entretenía mucho a nuestro gato, pero un día descubrió los ovillos de lana de la labor

de mamá.

Un ovillo de lana es un cuerpo esférico más blandito y suave al tacto que una pelota. «¡Qué

maravilla!», pensó Pitufo el día que los encontró, «con estas bolas sí que voy a jugar bien y además

en casa, sin pasar frío en el parque».

Pronto Gonzalo se unió al juego con los ovillos: le lanzaba uno y el gato saltaba elegantemente a

por él. Casi nunca fallaba y cada vez el niño tiraba más alto y a sitios más complicados. Podéis

imaginaros que, aparte de cómo quedaba de maltrecho el pobre ovillo, la pareja empezó a romper

varios adornos de la casa. Esto disgustó mucho a mamá y le costó a Gonzalo quedarse más de un

día sin postre.

—¡No es justo, mamá! Si yo me quedo sin postre por haber roto la figura de porcelana, Pitufo

también debe quedarse sin algo de comida, pues jugábamos los dos y además fue él quien empujó

la pieza al suelo al saltar por encima de ella.

—¡Bien pensado! —dijo la madre—. Esta noche Pitufo cenará su leche en un plato liso.

¡Pobre gato! Acostumbrado a su cuenco que tenía forma de tronco de cono con bastante capacidad,

la cena de esa noche le resultó excesivamente escasa. Tanto que sobre las tres de la mañana se

puso bajo la ventana a maullar a la luna, otro de sus cuerpos esféricos favoritos, para cantarle su

hambre gatuna.

Todos los habitantes de la casa, excepto Gonzalo, decidieron no volver a reducir la cena del gato

hiciera lo que hiciera, sino convencer al niño para que no jugaran dentro de casa con esferas o de

lo contrario… regalarían el gato.

Y así, este esférico cuento a su fin ha llegado.

Anexo II

Page 49: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

48

Cuestionario sobre el valor del cuento para aprender Matemáticas

Nombre y apellidos: ..........................................................................................................

Colegio: ............................................................................................................................

Fecha: ...............................................................................................................................

Título del cuento leído: …………………………………………………………………

Queremos ayudarte a mejorar tus aprendizajes matemáticos y para ello necesitamos SABER TU

OPINIÓN SOBRE EL VALOR DEL CUENTO COMO HERRAMIENTA DIDÁCTICA. Te

rogamos que seas totalmente sincero o sincera en tus contestaciones.

1.- El cuento me ha parecido (elige todas aquellas respuestas que mejor expresen tu opinión):

. divertido . difícil . un rollo

. ameno . fácil . interesante

2.- Que el cuento trate sobre matemáticas me pone (elige todas aquellas respuestas que mejor

expresen tu opinión):

. triste . contento/a . indiferente

. nervioso/a . aburrido/a . preocupado/a

3.- A mi entender, los contenidos matemáticos que trata el cuento son:

4.- Lo que más me ha gustado del cuento ha sido:

5.- Lo que menos me ha gustado del cuento ha sido:

6.- El concepto matemático que mejor he entendido después de leerlo ha sido:

7.- El concepto matemático que peor he entendido después de leerlo ha sido:

8.- Me gustaría leer más cuentos sobre matemáticas:

. Siempre . a veces . nunca

9.- Escribe cualquier otra opinión sobre el cuento o las matemáticas que desees decirnos.

Page 50: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

49

CB-214

INTERPRETACIÓN CRÍTICA DE LA ALFABETIZACIÓN ESTADISTICA EN

FUTUROS PROFESORES A PARTIR DE GRÁFICOS ESTADÍSTICOS

ELEMENTALES José Miguel Contreras García, Elena Molina Portillo, Juan Díaz Godino y Pedro Arteaga Cezón

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Universidad de Granada, España

Núcleo temático: VII. Investigación en Educación Matemática.

Modalidad: CB

Nivel educativo: primaria, secundaria, bachillerato y universitario.

Palabras clave: cultura estadística, statistical literacy, formación de profesores, gráficos

Resumen La formación de profesores para enseñar estadística en educación primaria debe estar orientada

a capacitarlos para que desarrollen la cultura estadística en los alumnos de los primeros niveles

educativos.

La interpretación de gráficos estadísticos forma parte de la “cultura estadística” (statistical

literacy) que cualquier ciudadano debe tener para poder desenvolverse plenamente en la actual

sociedad de la información. El logro de este objetivo implica que los profesores de matemáticas

deben tener dicha cultura y, además, estar capacitados para desarrollarla en sus alumnos. Esto

requiere que los programas de formación de maestros contemplen de manera adecuada, tanto el

desarrollo de los conocimientos, destrezas y disposiciones que caracterizan la cultura estadística

como los conocimientos y competencias didácticas para diseñar procesos de educación estadística

idóneos.

En este trabajo evaluamos aspectos importantes de la cultura estadística en futuros profesores de

educación primaria, como es la interpretación crítica de las informaciones estadísticas dadas en

los medios de comunicación mediante gráficos estadísticos elementales. Su aplicación al comienzo

de su formación, ha permitido obtener información valiosa para los formadores al revelar el

estado inicial de desarrollo de la mencionada cultura estadística, y servir de base para centrar la

atención en puntos críticos del aprendizaje.

1. Introducción

Los gráficos son un elemento de gran importancia en la cultura o alfabetización estadística, al ser

el tipo de resumen de la información más utilizado, ya que permite interpretar y evaluar

críticamente la información estadística de forma visual. Por tanto, es necesario un conocimiento

profundo de su problemática educativa, ya que un gráfico sesgado o mal construido provocará que

la información no llegue de forma correcta al ciudadano que debe interpretar los datos estadísticos.

Los gráficos de los medios de comunicación, por lo general, utilizan terminología técnica

adecuada, pero también pueden contener elementos estadísticos ambiguos o erróneos, empleando

Page 51: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

50

convenciones de comunicación de los resultados estadísticos que pueden llevar a una mala

interpretación. Por tanto, se plantea la necesidad de que los profesores entiendan que la

información estadística que aparece en los medios de comunicación puede estar sesgada, ya sea

porque la validez de los mensajes, su naturaleza, la credibilidad de la información o las

conclusiones que presentan no sean correctas, y que se debe promover acciones para facilitar la

interpretación gráfica.

En este trabajo evaluamos aspectos importantes de la cultura estadística de futuros profesores de

educación primaria, como es la interpretación crítica de las informaciones estadísticas dadas en los

medios de comunicación mediante gráficos estadísticos elementales. La aplicación de un

cuestionario a una muestra de estudiantes, al comienzo de su formación, nos ha permitido obtener

información valiosa para los formadores al revelar el estado inicial de desarrollo de la mencionada

cultura estadística, y servir de base para centrar la atención en puntos críticos del aprendizaje.

2. Marco teórico

Diversos autores han descrito los aspectos que se deben incluir en la noción de “cultura estadística”

o “alfabetización estadística” (Wallman, 1993, Batanero, 2002). Para nuestro trabajo adoptaremos

la descripción desarrollada por Gal (2002), con algunas adaptaciones, referida a los conocimientos

estadísticos y disposiciones hacia el uso de la estadística que se espera tengan los adultos que viven

en las sociedades industrializadas. En una primera aproximación Gal (2002) distingue dos

componentes interrelacionados:

“(a) la habilidad de las personas para interpretar y evaluar críticamente la información estadística,

los argumentos basados en datos, o los fenómenos estocásticos, que pueden encontrar en diversos

contextos, y cuando sea relevante (b) su habilidad para discutir o comunicar sus reacciones a la

información estadística, tales como su comprensión del significado de la información, sus

opiniones sobre las implicaciones de esta información, o sus preocupaciones relativas a la

aceptabilidad de las conclusiones dadas” (Gal, 2002, pp. 2-3).

Estas capacidades y conductas están fundadas en varias bases de conocimientos relacionados entre

sí y disposiciones que se resumen en la Tabla 1. En dicha tabla sintetizamos la propuesta de Gal

(2002), aunque también la interpretamos y completamos en algunos aspectos. Para el componente

del contexto nos parece útil tener en cuenta la clasificación usada en los informes PISA, donde se

distinguen los contextos, personal, profesional, social y científico; y para los elementos de

Page 52: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

51

disposición y evaluación crítica de las informaciones estadísticas los incluimos como parte de la

dimensión afectiva. En la dimensión afectiva, de acuerdo al modelo tetraédrico que proponen

DeBelis y Goldin (2006) distinguimos cuatro tipos de entidades afectivas: actitudes, emociones,

creencias y valores (p. 135), descritas según se indica en la Tabla 1.

Tabla 1. Componentes de la cultura estadística (síntesis de Gal, 2002, con adaptaciones)

DIMENSIÓN COGNITIVA DIMENSIÓN AFECTIVA

Lengua natural (literacy skills): Destrezas sobre la

lengua natural, procesamiento textual, tabular y

gráfico

Actitudes: Orientaciones o predisposiciones hacia ciertos

patrones de conducta. (Adoptar una posición de

cuestionamiento hacia mensajes cuantitativos que pueden

inducir a error, ser sesgados o incompletos; evaluación

crítica de gráficos)

Estadística:

1. Conocer por qué se necesitan los datos y cómo se

obtienen

2. Familiaridad con los términos e ideas básicas

sobre la estadística descriptiva;

3. Familiaridad con las visualizaciones gráficas,

tabulares y su interpretación (competencia

gráfica).

4. Comprensión de nociones básicas de probabilidad

5. 5) Conocer cómo se obtienen las conclusiones e

inferencias estadísticas

Emociones: Estados rápidamente cambiantes de

sentimientos experimentados de manera consciente o que

ocurren de manera preconsciente o inconsciente ante

determinadas situaciones.

Matemáticas:

1. Números y operaciones

2. Proporcionalidad

3. Geometría

4. Álgebra

5. Funciones

Valores:

Se refieren a ‘verdades personales’ o compromisos

profundamente apreciados por los individuos, incluyendo

componentes éticos y morales.

Ayudan a motivar elecciones a largo plazo o a establecer

prioridades a corto plazo.

Contextos:

1) Personal

2) Profesional

3) Social

4) Científico

Creencias:

Ideas u opiniones individuales sobre un tema, o dominio,

sobre uno mismo, o un contexto social; implican la

atribución de algún tipo de verdad o validez externa al

sistema de proposiciones u otras configuraciones

cognitivas.

El problema que se aborda en esta investigación consiste en describir el estado inicial de un aspecto

importante de la “cultura estadística” de los estudiantes que inician los estudios de magisterio,

como es la capacidad de interpretación crítica de gráficos estadísticos elementales usados en los

medios de comunicación. Usaremos el modelo de cultura estadística de la Tabla 1 como guía para

la selección y análisis de las tareas que incluimos en el cuestionario.

3. Antecedentes

Las escasas investigaciones centradas en la comprensión gráfica de los profesores se resumen en

su mayoría en González, Espinel y Ainley (2011) y Arteaga, Batanero, Contreras y Cañadas

Page 53: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

52

(2012). Entre ellos destacamos el de Bruno y Espinel (2005) que analizan la construcción de

gráficos por futuros profesores a partir de una lista de datos. Los errores cometidos incluyen

intervalos mal representados, omisión de intervalos de frecuencia nula, o uso de rectángulos no

adosados en variables continuas. En el polígono de frecuencias, no unen las marcas de clase,

omiten el intervalo de frecuencia nula o confunden la frecuencia y el valor de la variable. Espinel

(2007) evalúa la interpretación de gráficos en futuros profesores, comparando los resultados con

los de estudiantes universitarios americanos con un mismo cuestionario, convenientemente

traducido. Encontró mayor dificultad en los futuros profesores, sobre todo al predecir la forma de

un gráfico a partir de la descripción verbal de variables conocidas o al leer los histogramas. Todos

estos errores se reproducen en los estudios de Arteaga y Batanero (2010) y Arteaga, Batanero,

Contreras y Cañadas (2016).

Monteiro y Ainley (2007) estudian la competencia de futuros profesores en la lectura de gráficos

tomados de la prensa diaria, encontrando que muchos no tenían conocimientos matemáticos

suficientes para llevar a cabo dicha lectura. Indican que la dificultad es debida a que la

interpretación de gráficos moviliza conocimientos y sentimientos que inciden en su comprensión.

4. Metodología

El instrumento para la recogida de datos está constituido por un conjunto de 8 tareas, cada una de

las cuales está formada por ítems que evalúan aspectos de la cultura estadística relacionada con la

interpretación de gráficos estadísticos elementales (diagramas de barras, líneas y de sectores). Un

ejemplo de tarea relativa al gráfico de líneas se muestra en la Figura 1, junto con las consignas de

interpretación requeridas.

Los apartados 1, 6, 7 y 8 ponen en juego conocimientos estadísticos básicos sobre gráficos

estadísticos; el apartado 2 evalúa el conocimiento del contexto y la competencia de expresión

verbal; los apartados 3, 4 y 5 el nivel alcanzado en la lectura crítica de los gráficos de acuerdo a

Curcio (1989) Friel, Curcio y Bright (2001) y conocimientos estadísticos básicos. En concreto las

preguntas 4 y 5 requieren el nivel de lectura detrás de los datos y el resto de las preguntas al menos

el nivel de leer dentro de los datos.

Cada tarea hace referencia a un tipo de gráfico simple creado de forma incorrecta por algún medio

de comunicación. Se incluye un gráfico de dos barras adosadas, un gráfico, dos gráficos de líneas,

dos diagramas de barras simple, un gráfico de áreas y un pictograma. En el conjunto de tareas se

consideran un total de 56 ítems.

Page 54: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

53

Fig. 1. Ejemplo de tarea

Se han definido seis subescalas, sumando para las ocho tareas la puntuación en cada uno de los

ítems considerados en las mismas:

1. Resumen (Ítem 1 de cada tarea): El alumno ha de resumir la noticia indicando los datos

representados en los ejes y las relaciones que se establecen entre los mismos. Esta subescala se

obtiene sumando las puntuaciones en todas las tareas en la primera pregunta.

2. Interés (Suma de las respuestas el Ítem 2 en cada tarea): El alumno ha de explicar el uso, interés

e intencionalidad que puede tener la información mostrada en el gráfico.

3. Tendencia (Suma de las respuestas el Ítem 3 en cada tarea): El alumno ha de justificar si observa

alguna tendencia en la serie de datos.

4. Procedencia (Suma de las respuestas el Ítem 4 en cada tarea): El alumno ha de indicar cuál es

la fuente de procedencia de los datos, cómo se han recogido y si considera que la información

es fiable.

5. Gráfico correcto (Suma de las respuestas el Ítem 5 en cada tarea): El alumno ha de indicar si es

un gráfico correcto para explicar la información justificando su decisión.

6. Tabla (Suma de las respuestas el Ítem 6 en cada tarea): El alumno ha de representar la

información usando una tabla.

7. Otro gráfico (Suma de las respuestas el Ítem 7 en cada tarea): El alumno ha de representar la

información usando otra gráfica.

Page 55: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

54

8. Otra forma (Suma de las respuestas el Ítem 8 en cada tarea): El alumno ha de indicar de qué

otra manera y cómo se podrían analizar los datos para interpretar la información y obtener

conclusiones.

La población de interés en esta investigación son futuros profesores españoles del Grado en

Maestro en Educación Primaria. El cuestionario ha sido aplicado en forma piloto a un grupo de 45

estudiantes de la asignatura “Diseño y desarrollo del currículo de matemáticas en educación

primaria”, que se imparte en el tercer curso del Grado de Primaria de la universidad de Granada.

Estos estudiantes han cursado dos asignaturas previas relacionadas con la matemática y su

didáctica, en las cuáles han estudiado los gráficos estadísticos considerados en el trabajo, aunque

el tiempo dedicado a ello ha sido una o dos semanas por curso.

5. Resultados

Se ha realizado un estudio descriptivo de las respuestas de los alumnos para los diferentes ítems,

clasificado los resultados en función de si la respuesta es correcta, parcialmente correcta o

incorrecta (Tabla 2).

Tabla 2. Frecuencias y porcentajes de tipos de respuestas a los ítems

ITEM Incorrecto Par. correcto Correcto ITEM Incorrecto Par. correcto Correcto

1.1 5 (11,1) 7 (15,6) 33 (73,3) 5.1 37 (82,2) 3 (6,7) 5 (11,1)

1.2 5 (11,1) 25 (55,6) 15 (33,3) 5.2 42 (93,3) 2 (4,4) 1 (2,2)

1.3 13 (28,9) 18 (40,0) 14 (31,1) 5.3 40 (88,9) 2 (4,4) 3 (6,7)

1.4 5 (11,1) 14 (31,1) 26 (57,8) 5.4 41 (91,1) 3 (6,7) 1 (2,2)

1.5 3 (6,7) 38 (84,4) 4 (8,9) 5.5 40 (88,9) 1 (2,2) 4 (8,9)

1.6 1 (2,2) 0 (0) 44 (97,8) 5.6 44 (97,8) 0 (0) 1 (2,2)

1.7 13 (28,9) 12 (26,7) 20 (44,4) 5.7 37 (82,2) 3 (6,7) 5 (11,1)

1.8 17 (37,8) 12 (26,7) 16 (35,6)

2.1 24 (53,3) 12 (26,7) 9 (20,0) 6.1 6 (13,3) 1 (16) 23 (51,1)

2.2 20 (44,4) 18 (40,0) 7 (15,6) 6.2 9 (20,0) 20 (44,4) 16 (35,6)

2.3 28 (62,2) 12 (26,7) 5 (11,1) 6.3 14 (31,1) 22 (48,9) 9 (20,0)

2.4 9 (20,0) 24 (53,3) 12 (26,7) 6.4 9 (20,0) 31 (68,9) 5 (11,1)

2.5 4 (8,9) 35 (77,8) 6 (13,3) 6.5 4 (8,9) 3 (6,7) 38 (84,4)

2.6 5 (11,1) 4 (8,9) 36 (80,0) 6.6 15 (33,3) 13 (28,9) 17 (37,8)

2.7 10 (22,2) 4 (8,9) 31 (68,9)

2.8 29 (64,4) 5 (11,1) 11 (24,4)

3.1 21 (46,7) 10 (22,2) 14 (31,1) 7.1 6 (13,3) 1 (16) 23 (51,1)

3.2 21 (46,7) 11 (24,4) 13 (28,9) 7.2 9 (20,0) 20 (44,4) 16 (35,6)

3.3 27 (60,0) 9 (20,0) 9 (20,0) 7.3 14 (31,1) 22 (48,9) 9 (20,0)

3.4 23 (51,1) 10 (22,2) 12 (26,7) 7.4 9 (20,0) 31 (68,9) 5 (11,1)

3.5 26 (57,8) 17 (37,8) 2 (4,4) 7.5 4 (8,9) 3 (6,7) 38 (84,4)

3.6 24 (53,3) 4 (8,9) 17 (37,8) 7.6 15 (33,3) 13 (28,9) 17 (37,8)

3.7 36 (80,0) 2 (4,4) 7 (15,6)

Page 56: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

55

Como se observa en la Tabla 2, los resultados indican la problemática que representa los gráficos

simples en los futuros profesores. Entre ellos destacan los gráficos 3 (Diagrama de líneas), 4

(Diagrama de barras) y 5 (Diagrama de líneas) donde los porcentajes de ítem correctos no llegan

al 30% (excepto en el ítem 3.1 y 3.6 que apenas lo superan). De las categorías, los resultados

muestran que los futuros profesores no saben resumir correctamente los gráficos (solo cuatro de

los ocho, pero con porcentajes muy bajos de respuestas correctas, excepto el 1.1 que fue resuelto

correctamente por el 73,3%). Destacan los resultados sobre tendencia, procedencia e interés, cuyos

valores indican la poca actitud crítica, e interpretación del contexto, de los futuros profesores. Los

mejores resultados se alcanzan en los ítems relacionados con la transnumeración, paso de gráfico

a tabla y a otro gráfico, aunque mayoritariamente el gráfico usado era otro gráfico simple.

6. Interpretación

Aunque los resultados son provisionales, al tratarse de una muestra piloto, son descorazonadores

al mostrar la escasa comprensión gráfica de los estudiantes participantes en el estudio. En nuestro

caso, como en el estudio de Monteiro y Ainley (2007) se pide a los profesores interpretar gráficos

tomados de la prensa diaria. Al igual que dichos autores, nuestros resultados apuntan a que los

participantes no alcanzan suficiente conocimiento matemático o competencia gráfica para llevar a

cabo dicha lectura.

Son un poco mejores los resultados de traducir el gráfico a una tabla o a otro gráfico, en particular

en aquellos estudiantes que son capaces de hacer un resumen del gráfico y de describir su utilidad.

Estos dos puntos no han sido tenidos en cuenta en la investigación previa, pero pensamos que son

parte de la cultura estadística (Gal, 2002) que debe tener todo futuro profesor. Sería necesario

4.1 29 (64,4) 10 (22,2) 6 (13,3) 8.1 10 (22,2) 9 (20,0) 26 (57,8)

4.2 30 (66,7) 9 (20,0) 6 (13,3) 8.2 12 (26,7) 14 (31,1) 19 (42,2)

4.3 33 (73,3) 10 (22,2) 2 (4,4) 8.3 12 (26,7) 23 (51,1) 10 (22,2)

4.4 33 (73,3) 12 (26,7) 0 (0) 8.4 15 (33,3) 13 (28,9) 17 (37,8)

4.5 33 (73,3) 2 (4,4) 10 (22,2) 8.5 29 (64,4) 9 (20,0) 7 (15,6)

4.6 35 (77,8) 2 (4,4) 8 (17,8)

Page 57: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

56

realizar este tipo de actividades en la formación de profesores, que pensamos, tienen para ello

interés, al tratarse de la interpretación de información tomada de los medios de comunicación.

Estos resultados proporcionan información para los formadores de profesores sobre la necesidad

de plantear intervenciones sistemáticas orientadas a mejorar la educación estadística de los futuros

maestros.

Reconocimiento: Trabajo realizado en el marco del Proyecto EDU2016-74848-P (MEC), FCT-

16-10974, FECYT – MINECO y Grupo FQM126 (Junta de Andalucía).

Referencias bibliográficas

Arteaga, P., y Batanero, C. (2010). Evaluación de errores de futuros profesores en la construcción

de gráficos estadísticos. En M.M. Moreno, A. Estrada, J. Carrillo, & T.A. Sierra, (Eds.),

Investigación en Educación Matemática XIV (pp. 211-221). Lleida: SEIEM

Arteaga, P., Batanero, C., Contreras, J.M. y Cañadas, G. (2012). Understanding statistical graphs:

A research survey. BEIO, 28(3), 261-277.

Arteaga, P., Batanero, C., Contreras, J. M. y Cañadas, G. (2016). Evaluación de errores en la

construcción de gráficos estadísticos elementales por futuros profesores. Revista

Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa, 19 (1), 15.40.

Batanero, C. (2002). Los retos de la cultura estadística. Jornadas interamericanas de enseñanza

de la estadística, 5-7.

Bruno, A. y Espinel, M. C. (2005). Recta numérica, escalas y gráficas estadísticas: un estudio con

estudiantes para profesores. Formación del Profesorado e Investigación en Educación

Matemáticas, VII, 57-85.

Curcio, F. R. (1989). Comprehension of mathematical relationships expressed in graphs. Journal

for Research in Mathematics Education, 18(5), 382-393

DeBellis, V. A., y Goldin, G. A. (2006). Affect and meta-affect in mathematical problem solving:

A representational perspective. Educational Studies in Mathematics, 63(2), 131-147.

Espinel, C. (2007). Construcción y razonamiento de gráficos estadísticos en la formación de

profesores. En M. Camacho, P. Flores y P. Bolea (Eds.), Investigación en Educación

Matemática XI (pp. 99-119). La Laguna, España: Sociedad Española de Investigación en

Educación Matemática.

Friel, S., Curcio, F., y Bright, G. (2001). Making sense of graphs: critical factors influencing

comprehension and instructional implications. Journal for Research in Mathematics Education,

32(2), 124-158. doi: 10.2307/749671

Gal, I. (2002). Adults’ statistical literacy: meanings, components, responsabilities. International

Statistical Review, 70, 1, 1-51.

González, M. T., Espinel, M. C. y Ainley, J. (2011). Teachers’ graphical competence. En C.

Batanero, G. Burrill, & C. Reading (Eds.), Teaching statistics in school mathematics-

Page 58: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

57

Challenges for teaching and teacher education. A Joint ICMI/IASE Study (pp. 187-197). New

York, Estados Unidos: Springer.

Monteiro, C. y Ainley, J. (2007). Investigating the interpretation of media graphs among student

teachers. International Electronic Journal of Mathematics Education, 2(3), 187-207.

Wallman, K. K. (1993). Enhancing statistical literacy: Enriching our society. Journal of the

American Statistical Association, 88, 1-8.

Page 59: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

58

CB-215

MODELACIÓN MATEMÁTICA DE LA FÍSICA MODERNA APLICADA EN LA

TECNOLOGÍA DEL QUIMICO FARMACOBIOLOGO EN LA UNIVERSIDAD

MICHOACANA.

Jorge Chávez Carbajal

[email protected]

Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, México

Núcleo temático: VI

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: Pensamiento Variacional, Función, Modelación Matemática, Física

Resumen El aprendizaje de la física moderna, en estudiantes universitarios de reciente ingreso en la carrera

de Químico Farmacobiólogo, con perfil experimental, antecedentes matemáticos de bachiller e

infraestructura no diseñada para esta área de la Física, es una tarea laboriosa. Lo anterior ha

propiciado el diseño de una estrategia en base a Modelación Matemática de los fenómenos en un

entorno de simulación computacional de la tecnología de desempeño profesional. Como una

forma de llevar las Ciencias Físicas a través de la tecnología de contexto, es necesario reconocerla

en su arquitectura, funcionamiento y aplicación, para ubicar los momentos en que se presentan

estos fenómenos físicos, no sin antes abordar de la misma manera la experimentación original de

dichos fenómenos. La Modelación Matemática se apoya en el reconocimiento de las variables y

parámetros que intervienen en un fenómeno para su posterior asociación con una matemática de

dos variables. Se ha creado para el alumno un manual de apoyo en la materia con la matemática

más elemental posible basada en la función matemática y pensamiento variacional.

INTRODUCCION. La enseñanza de la física moderna, en una escuela de nivel superior que no es

de ciencias físicas o ingenierías, presenta dificultades por los antecedentes matemáticos del

alumno; por cuestión curricular estos antecedentes son insuficientes para poder abordar muchos

de los temas de la mecánica cuántica. El perfil de ingreso, muchas de las veces difiere de las

expectativas del mismo alumno puesto que sus inclinaciones hacia las matemáticas no son muy

sólidas. El contenido programático de la materia no tiene contemplado un espacio experimental y

sí únicamente el trabajo teórico diario en el aula tradicional. Al no contar con los antecedentes

cognitivos es inoperante llevarlos a una matemática como la matricial, pese a algunos temas en

donde es necesario abordar la matemática exigida. En contraparte, el perfil del alumno de QFB

Page 60: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

59

tiene un porcentaje muy alto de carga curricular en diversos laboratorios, por lo que puede ser

calificado como “de perfil experimental”, lo cual se considera como su principal fortaleza. El perfil

de egreso le exige establecer el vínculo que demanda el médico y el paciente, a través de la

actividad clínica, esto siempre con el uso de la tecnología ya diseñada para ello, tecnología propia

del contexto.

MODELACIÓN MATEMÁTICA. La Física es la disciplina que mantiene una relación estrecha

con la Matemática (ya por varios siglos) remontándose hasta la visión de Copérnico, el trabajo de

Kepler y la metodología de Galileo. En esta asociación, la matemática ha facilitado el tratamiento

de los fenómenos físicos, siendo vigente, hoy por hoy, un andar paralelo entre ambas. Los

conceptos de la Física vienen siendo representados por modelos conceptuales “como una

representación precisa, completa y consistente de los fenómenos de interés de la Física” (Moreira,

M., 1997), siendo las instituciones, revistas o información que emane de congresos el concepto

aceptado. Esto hace que la Física sea un área del conocimiento basado en conceptos, cuya actividad

fundamental es representarlos mediante modelos matemáticos. Dichos modelos, la mayoría de las

veces son construidos a partir de resultados experimentales, es decir de reproducciones controladas

de la realidad; otras veces son producto del tratamiento matemático de los propios conceptos. El

modelo matemático es tan solo un eslabón de un proceso más complejo llamado MODELACIÓN

(modelización). Una definición de modelación “como el producto de la actividad de establecer

una relación semántica entre un grupo de teorías y un fenómeno” (Greca, I., 1998). Esta relación

semántica se establece de manera dinámica desde las premisas que dispone el fenómeno y los

modelos mentales que el alumno establece de manera muy personal, tornándose como un

aprendizaje significativo en la medida que establezca un proceso evolutivo hacia el modelo

conceptual; se trata de un proceso iterativo “Comprenden las premisas y extraen de ellas una

conclusión semánticamente informativa, y entonces se aseguran de que la inferencia es válida

realizando una prueba semántica directa de su validez mediante la búsqueda de contraejemplos...”

(Johnson-Laird, P., 1998), en donde a través de los ciclos alcanza una representación mental más

cercana al modelo conceptual.

El hecho de ofrecer un curso de Física a través de la Modelación Matemática tiene ganancias

implícitas, pues trae consigo: el aprendizaje de modelación per se y la cobertura de contenidos

matemáticos (Biembenguth, M. & Bassanezi, R., 1997). Además está permitiéndose extender su

Page 61: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

60

conocimiento a otras áreas extra-matemáticas, como es el caso de la Física. El proceso de

Modelación, “cuyo producto es un modelo matemático, generado de establecer una relación entre

alguna idea matemática y una situación real” (Blomhoj, M., 2004). Su estudio demanda pasar por

varias etapas: Formulación del Problema, Sistematización, Traducción a Lenguaje Matemático,

Uso de Métodos Matemáticos para concluir en un Modelo, Interpretación de los resultados y la

Evaluación de la Validez del Modelo. No se trata de un protocolo lineal, por el contrario puede

haber subrutinas que definan etapas cíclicas. Al respecto de estas etapas (Dillwyn, E., 2001)

sugiere una etapa última en donde se extienda un reporte de la investigación.

La primera etapa, Formulación del Problema, es muy importante pues se tiene que reconocer las

características del fenómeno y tomarlas como una realidad, que sería su realidad percibida. Esta

etapa puede mostrase por el profesor como una descripción textual o una simulación por

computadora del fenómeno. Suele tener estrecha relación con la siguiente etapa, de

Sistematización, dado que las principales características del fenómeno pasan a ser objetos

relevantes asignándoles una variable matemática y no se descarta regresar, una y otra vez, a la

formulación del problema para tener claridad del fenómeno que se pretende modelar.

Dentro de la etapa de Sistematización se establecen relaciones entre las variables seleccionadas y

se definen qué teorías extra-matemáticas exige el fenómeno de estudio. Una vez que se tiene el

problema sistematizado, en una siguiente etapa, todas las variables, teorías y principios integrados,

así como los parámetros y las constantes, son transformados a Lenguaje Matemático mediante

funciones de dos variables y objetos matemáticos. La etapa central, de Modelación (en este

contexto del QFB no es necesario aplicar métodos matemáticos como Elemento Finito,

Montecarlo, etc.) se logra aplicando inferencias o deducciones, cumplimiento de teorías

mecánicas, etc., por lo que se busca reinventar modelos matemáticos establecidos en algún periodo

Page 62: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

61

de la física o en su caso asociar el fenómeno con un modelo ya existente y habrá que regresar a la

etapa de traducción a lenguaje matemático y hacer las inspecciones necesarias. El conocimiento

adquirido por la experiencia del fenómeno en la experimentación o simulación, otorga elementos

que pueden ser comparados con el modelo obtenido. Por último, con la Interpretación del Modelo

habrá que relacionarlo con los datos arrojados en el Planteamiento del Problema y de esta manera

Evaluar el Modelo; además el Modelo debe funcionar con variantes del fenómeno y en contextos

que se pudieran considerar predictivos o de interpolación o extrapolación, no solamente en el

contexto descriptivo del fenómeno.

METODOLOGÍA. De acuerdo a este panorama, se establece una propuesta para el abordaje de la

materia. Por principio ha sido diseñado un Manual de Trabajo Conceptual de la materia, el cual es

utilizado como bibliografía principal. El abordaje está basado en tres aspectos, las cuales pudieran

parecer etapas de un protocolo:

Proyección de una simulación representativa del fenómeno físico que se desea estudiar. En

alguno de los casos se pudiera proyecta un video real de una actividad experimental

ejecutada para tal situación.

Modelación matemática del fenómeno físico, por parte del alumno, buscando redescubrir

el conocimiento científico.

Validación del modelo mediante problemas que se le propongan al alumno y que sean

propios del contexto.

Estas tres etapas, son una agrupación de las propuestas por Blomhoj, centradas en la modelación.

Se sugiere se cubran en una sola sesión de dos o tres horas. El objetivo principal es la

conceptualización de la Física Moderna en un entorno experimental de simulación tecnológica con

el apoyo de la Modelación Matemática. Hoy en día se busca que lo experimental y teórico

coincidan. En la Física Moderna los contenidos matemáticos son en su mayoría de alto nivel y su

experimentación es también muy particular, está basada en observaciones indirectas, es decir no

ligadas directamente a los sentidos; en bastantes ocasiones es necesario apoyarse en matemáticas

complejas para poder acceder al conocimiento, situación que se convierte en un problema medular.

La alta carga de trabajo experimental del alumno en áreas como Biología, Química,

Instrumentación, etc. exige y define su perfil. Esto los habitúa a manejar instrumentación, tener

control de variables, relacionar resultados o parámetros. Contemplando este potencial

Page 63: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

62

experimental, se suplen los equipos por la simulación computacional, en sus dos momentos:

Primero, la experimentación ejecutada originalmente en la vivencia del fenómeno, buscando sea

semejante a como se ejecutó, tal como una cámara de niebla, tubo de rayos catódicos, etc. Segundo,

dado que estos mismos fenómenos están implícitos en la tecnología de su desempeño, se les

presenta una simulación por computadora (o en su caso un equipo real como el espectrofotómetro),

que muestre la arquitectura y funcionamiento de la tecnología. Así que, los fenómenos de la física

se estudian a través de la tecnología original y de la tecnología de aplicación en el área de

desempeño del estudiante.

En la primera parte, de la simulación experimental, el alumno hace uso de su perfil para detectar

las variables y parámetros experimentales que intervienen en el fenómeno, tales como: masa de

una partícula, energía de un fotón, velocidad, etc. Con ello se busca, por ejemplo, que establezca

asociaciones, ecuaciones de equilibrio, para redescubrir un modelo matemático. (Gaisman, M.,

2009) dice que las actividades de modelación “exigen poner atención en patrones de

comportamiento, en relaciones entre variables”. En la segunda parte de la simulación, deberán

poder describir la arquitectura de la tecnología de que se trate, el funcionamiento de la misma,

haciendo hincapié en los momentos que se vinculan con los fenómenos de la física contemplados

en los momentos adecuados de la tecnología de contexto.

La formación bajo el concepto causa-efecto en un fenómeno real, permite identificar las variables

involucradas y todos los parámetros de un fenómeno; de todo ello se definen las variables ligadas

para que, en una matemática de dos variables, se establezca una relación de dependencia. De ser

el caso, la Variable Independiente será aquella que el usuario pueda manipular experimentalmente,

o el tiempo o una Variable Observable. El proceso de Modelación Matemática, le permitiría

formalizar las características del fenómeno a través de la imagen mental del alumno, permitiéndole

que describa verbalmente el desarrollo del fenómeno. Podráe apoyarse en matemáticas de dos

variables. Deberá ser capaz de representar este modelo en un registro gráfico, y con ello tener tres

registros diferentes del fenómeno: verbal, analítico y gráfico, además de interactuar entre los

mismos, (Duval, R., 1993). Con el modelo matemático, tomado así como una herramienta, podrá

pasar a su última etapa, a través de la cual pueda extrapolar las consecuencias de un cambio de

condiciones en el fenómeno. El alumno puede establecer grupos de trabajo de dos o tres elementos

y trabajar en colaboración a lo largo de todo el proceso, en consideración de los aprendizajes

Socioepistemológicos.

Page 64: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

63

Un ejemplo de Modelación se presenta con el Fenómeno de “Producción y Aniquilación de Pares

de Partículas”. Formulación e Identificación del Problema. El profesor debe proponer el fenómeno

de estudio, describiendo históricamente su desarrollo, esto apoyándose en una simulación del

suceso experimental. El Fenómeno de Producción de Pares de Partículas se refiere a que, a partir

de un fotón gamma de alta energía, se genere un electrón y un positrón, cuando este interactúe con

el campo en las proximidades de un núcleo pesado. El positrón es una partícula que fue prevista

en un trabajo teórico de P. Dirac cuando analizaba la ecuación de energía de A. Einstein en 1928

y no fue hasta 1933 cuando C. Anderson la descubre accidentalmente en un experimento dentro

de una cámara de niebla, cuando investigaba los rayos cósmicos que se proyectaban sobre una

placa de plomo dentro de la cámara (Eisberg & Resnik; pg 68). Una simulación de este fenómeno

estará permitiendo que el alumno reviva lo que en su momento el hombre experimentó, dándole

de esta manera la oportunidad de hacer sus propias conjeturas y trazar sus propias premisas que le

permitan sistematizar el entorno del fenómeno. Esta partícula tiene vida media muy corta porque

rápidamente interactúa con un electrón desapareciendo ambas como materia y dándole lugar a un

par de fotones gamma (Feyman & Leighton, pg 18-8). Por mucho tiempo no se le dio al positrón

un uso cotidiano hasta la aparición de la tecnología PET (Positron Emission Tomography) que hoy

en día es tecnología de punta en la detección de órganos y células con alto metabolismo. Un video

y una simulación computarizada podría mostrar la arquitectura de esta tecnología, su

funcionamiento y relación que tiene con algunos fenómenos de la física; en la ocasión tendría que

dársele seguimiento al proceso que vive el positrón dentro del sistema PET y antes de, cuando es

preparado en núcleo radiactivo (F18) en un ciclotrón para posteriormente anidarlo en moléculas

de glucosa a través de un proceso químico hasta obtener el radiofármaco F18 Desoxiglucosa que

es introducido al torrente sanguíneo y llevado al órgano o células cancerígenas que exigen gran

demanda de glucosa. Una vez ahí, el átomo F18 emite un positrón de baja velocidad,

desacelerándose hasta formar una pareja de baja velocidad con un electrón; ambos se desintegran

y en su lugar se emite un par de fotones gamma sobre una misma línea pero en sentidos opuestos.

La Tecnología y Software adicional del PET se encargarán de detectar a estos fotones y valerse de

ellos para ubicar el lugar preciso en donde fueron generados estos fotones. Por ello esta tecnología

es utilizada como medio para precisar el lugar en donde se encuentra una comunidad de células

cancerígenas.

Page 65: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

64

Con todo esto, el alumno puede tener los elementos necesarios para identificar el problema que se

le está planteando que sería suficiente para desarrollar el modelo matemático que rige la

producción de un par de partículas. Preguntas como ¿Qué elementos intervienen en la interacción

inicial? ¿Qué elementos hay después de la interacción? Indicaciones como ¡La Energía, la carga y

la materia se conservan! El alumno podrá asignarle variables a las características que poseen los

elementos que intervienen en la interacción y utilizar las leyes y principios de la física clásica,

como la conservación de la energía por ejemplo, y con ello hacer la construcción del modelo

matemático que rige al fenómeno, redescubriendo el concepto físico. El alumno podrá ver que

antes de la interacción solo existe el fotón gamma, un núcleo de plomo y después de la interacción

continúa el núcleo sin cambio alguno y el electrón más el positrón describiendo una traza

semejante a una V. El balance de energía, es clave para la modelación, pues se conserva para la

interacción:

De acuerdo a la mecánica cuántica y la mecánica relativista, la energía de estas partículas antes y

después de la interacción es descrita por la relación de conservación de la energía: ℎ𝜈+𝑀0𝑐2 =

(𝑚0𝑐2 + 𝐾𝑒) + (𝑚0𝑐2 + 𝐾𝑝)+𝑀0𝑐2

La energía del núcleo se mantiene invariable y la energía cinética del par de partículas es muy

similar entre sí; la energía del fotón se utiliza en crear las partículas e imprimirles una energía

cinética: ℎ𝜈 = (2𝑚0𝑐2 + 2𝐾𝑒)

En la etapa final del protocolo, este modelo puede revisarse y validarse a través de particularidades

del fenómeno, como ¿qué sucede si la energía cinética es próxima a cero? ¿Cuál debe ser la

longitud de onda mínima para que se produzca un par de partículas?

El fenómeno de aniquilación de estos pares de partículas es también una forma de validar el modelo

obtenido, determinando que la energía de los fotones gamma producidos en la aniquilación es igual

a la energía del fotón que formó al par de partículas electrón-positrón.

CONCLUSIONES. El presente artículo muestra una manera de cómo se estudian los fenómenos

físicos, la cual tiene las siguientes características: Se parte del apoyo de un manual conceptual; la

proyección de dos simulaciones por computadora en donde la primera es el experimento original

del fenómeno y la segunda de una tecnología de contexto en donde interviene el fenómeno de

estudio; en grupos de trabajo se induce a hacer la modelación matemática, no sin antes permitir

que el alumno construya una descripción textual del experimento; por ultimo debe validar sus

resultados con las características del fenómeno y con variantes o consecuencias del mismo.

Page 66: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

65

Referencias bibliográficas

Dillwyn, E. M..,(2001), "Guide to Mathematical Modeling Palgrave Mathematical Guides";2nd

Ed, PALGRAVE Hound mills, Basingstoke, Hampshire RG21 6XS and 175 Fifth Avenue,

NewYork.

Biembengut, M. & Bassanezi, R., (1997). Modelación Matemática: Una Antigua Forma de

Investigación, un Nuevo Método de Enseñanza. Revista Didáctica de Matemática, No 32,

1997, pg. 13-25

Blomhoj, M., (2004), Mathematical Molleing- A Theory for Practic. International Perspectives on

Learning and Teaching Mathematics. National Center for Mathematics Education. Suecia.

Pg: 145-159

Duval, R., 1993. Registres de représentation sémiotique et functionnement cognitif de la pensé.

Annales de Didactique de Sciences Cognitives, Vol. 5, pg:37-65.

Feyman, R., Sands, M. & Leigthon, R. (1987). Mecánica Cuántica, Vol. III E.U.A.: ADDISON-

WESLEY IBEROAMERICANA, S.A.

Gaisman, M., (2009). El uso de la Modelación en la Enseñanza de las Matemáticas. Innovación

Educativa, Vol. 9, No46, 2009, pg:75-87.

Greca, I. & Moreira, M., (1998). Modelos Mentales, Modelos Conceptuales y Modelización. Cad.

Cat. Fis., Vol. 15, No.2:107-120.

Johnson-Laird, P. Entrevista a Philip N. Johnson Laird, citado por GARCIA, Juan A. UNED.

Facultad de psicología. Madrid, 1988. p. 317.

Moreira, M.,(1997). Modelos Mentais. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, Vol.

1(3): 193-206

Resnick, R. & Eisberg, R. (2002) Física Cuántica, Átomos, Moléculas, Sólidos, Núcleos y

Partículas. México: LIMUSA, NORIEGA EDITORES, SA. De CV.

Sadeghi, N., & Farzad, B. (2012) “Mathematical modelling in university, advantages and

challenges”; Journal of Mathematical Modelling and Aplication, 2012,Vol.1, No.7, 34-49.

Page 67: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

66

CB-216

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UM RETRATO DA REGIÃO

DO MÉDIO ARAGUAIA MATO-GROSSENSE

Eliete Grasiela Both – Bruna Camila Both – Amanda Fariasde Souza – Beatriz da Silva Almeida

– Letícia da Silva Sousa

[email protected][email protected][email protected]

[email protected][email protected]

Instituto Federal de Mato Grosso – Brasil

Núcleo temático: VIII. Historia social de la Educación Matemática en Iberoamérica.Modalidad:

Comunicación Breve (CB)

Nivel educativo: 7 – No específico

Palabras clave: Barra do Garças, História da formação docente, História Oral.

Resumo Este trabalho é um recorte de uma pesquisa desenvolvida, pelas autoras, no Instituto Federal de

Mato Grosso (IFMT), campus Barra do Garças, pesquisa esta que teve como objetivo a

investigação do processo de formação dos docentes de Matemática nesta região, no período que

circunda a implementação de um curso superior, em tal área, no município (o que se deu em

meados da década de 1980), pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Então, neste

artigo, intencionamos apresentar alguns resultados que alcançamos. A pesquisa que deu origem

a esta produção se trata de uma pesquisa qualitativa, na qual utilizamos a metodologia da

História Oral, que consiste em cotejar fontes orais, por nós produzidas, com fontes escritas

disponíveis, para, assim, construir uma narrativa histórica acerca desse aspecto da Educação

Matemática na região de Barra do Garças. A UFMT, Instituto Universitário do Araguaia (Barra

do Garças e Pontal do Araguaia), foi e ainda é um importante (ou o mais importante) meio de

formação de professores na região, tendo sido a primeira instituição de nível superior a se instalar

nesse local.

Formação de professores de matemática na região do Médio Araguaia

Em Mato Grosso a formação de professores teve início bastante tarde, em comparação com outros estados

brasileiros, uma vez que a Escola Normal e a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (Cades)

eram as únicas responsáveis por ela, até 1966 (Both, 2014). Desse modo, aqueles que pretendessem uma formação

em nível universitário necessitavam ir a outras partes do Brasil para obtê-la. Também em Barra do Garças, antes da

instalação da Universidade Federal, conforme depoentes da pesquisa que coordenamos2 (a qual deu origem a este

2Projeto de pesquisa em nível de Iniciação Científica, aprovado no Edital 046/2015 da Pró Reitoria

de Pesquisa – Propes – do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso –

IFMT, e registrado sob o número 15046332-02, no mesmo departamento.

Page 68: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

67

artigo), a formação docente ficava a cargo da Escola Normal,curso, em nível de magistério,que era ministrado pelas

freiras da congregação Salesiana, cujas aulas aconteciam no Instituto Madre Marta Cerutti, escola existente no

município até os dias de hoje.

Ainda conforme Both (2014), em julho de 1966, instalou-se na capital do estado, o Instituto

de Ciências e Letras de Cuiabá (ICLC), agregando a Faculdade de Ciências Econômicas, que havia

sido criada em 1965, e a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, fundada no início daquele

mesmo ano. O ICLC iniciou com a oferta de quatro cursos, todos voltados à formação de

professores: Matemática, Letras, História Natural e Geografia. Sendo, portanto, esta a primeira

instituição no estado a oferecer formação docente em Matemática em nível superior.

Em 10 de dezembro de 1970 foi fundada, em Cuiabá, a UFMT, a qual integrou a Faculdade de Direito e o

ICLC, que eram as duas únicas instituições a oferecer cursos superiores naquele município. Em relação à licenciatura

em Matemática, conforme dados da própria Universidade, UFMT (1974; 1985), esta iniciou em 1972, como

Licenciatura Plena, funcionando neste formato até 1974, tendo sido, nesse momento, transformada em Licenciatura

Curta em Ciências3, por meio da Resolução 82/74, do Conselho Diretor da UFMT (baseada, entre outros documentos,

na Resolução 30/744), com habilitações em Matemática, Biologia, Química e Física. Este modelo de licenciatura

permaneceu até 1985, tendo voltado, nesse ano, a ser uma Licenciatura Plena.

Durante o período de vigência das Licenciaturas Curtas, começou o movimento de

interiorização da Universidade Federal, cujo objetivo era expandir a formação docente, para que

tais professores pudessem atuar no cenário educacional mato-grossense, pois o estado possuía,

nessa época, grande carência de educadores com formações em áreas específicas de atuação. O

movimento ocorreu com a fundação de campi em cidades específicas, que possuíam destaque por

algum fator, no interior de Mato Grosso.

Um dos locais escolhidos foi o município de Barra do Garças, em que foi instituído, no ano

de 1981, um centro educacional, o qual, a priori, denominava-se Centro Pedagógico de Barra do

Garças, sendo depois chamado Centro de Ensino Superior do Médio Araguaia (Cesma),

3As Licenciaturas Curtas, durante seu período de vigência, eram cursos voltados à docência apenas

para o Ensino Fundamental II, na época Primeiro Grau, e duravam em torno de dois anos. Aos

professores que pretendessem lecionar no Ensino Médio, Segundo Grau no período, era exigida

uma das habilitações citadas anteriormente, as quais também duravam cerca de dois anos (UFMT,

1974). 4BRASIL (1974).

Page 69: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

68

posteriormente Instituto de Ciências e Letras do Médio Araguaia (ICLMA) e atualmente Instituto

Universitário do Araguaia (UFMT, 2015).

Esse Centro Pedagógico teve início com uma sala de administração, que funcionava na

Câmara Municipal, e dois cursos noturnos, cujas aulas aconteciam na Escola Estadual Gaspar

Dutra. Depois, devido ao número de turmas aumentar, passou para uma escola maior, no bairro

Jardim Amazônia (popularmente conhecido como BNH), e utilizava a sede da Associação de

Bairros para administração, biblioteca e setores de gestão. Em tal período a Universidade chegou

a construir algumas salas na escola.

Posteriormente, a UFMT transferiu o setor administrativo para um mercado que se

encontrava desativado, naquele período, no município (cujo prédio a prefeitura havia recebido em

troca de impostos devidos).Em relação às aulas, estas passaram a ocorrer no espaço da Escola

Estadual João Batista, local onde a Universidade funcionou até a transferência para seu campus

definitivo, em 1989. Este foi construído no município de Torixoréu, porque a Universidade exigia

uma área de sessenta hectares, para a construção do campus e, naquele momento, a prefeitura de

Barra do Garças, que seria o polo escolhido pela UFMT, não conseguiu dispor de alguma área em

tal tamanho, que fosse próxima à sede do município.Os responsáveis locais pela Universidade

entraram, então, em contato com o município vizinho, Torixoréu, e o prefeito da época, Valdemar

Nogueira, dispôs a área para doação à UFMT, tal área era próxima à sede do município de Barra

do Garças,correspondia ao vilarejo de Pontal do Araguaia, atualmente emancipado, e conurbado à

Barra do Garças.

Quando o campus foi inaugurado contava com um número suficiente de salas de aulas e

laboratórios, para os cursos que estavam em exercício, além de ter salas específicas para os setores

administrativos e de gestão.

A criação do Centro Pedagógico de Barra do Garças foi regulamentada pela Resolução 13/81, do Conselho

Diretor da UFMT, sendo inicialmente instituídos, pelo artigo 4º da mesma resolução, três cursos: Licenciatura Curta

em Ciências, Licenciatura Plena em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, e Educação Física. No entanto, o

último não chegou a ser oferecido na época (UFMT, 1981), isto, conforme entrevistados da pesquisa que

coordenamos5, aconteceu pelo fato de não haver demanda suficiente para justificar o funcionamento do curso.

Conforme Both e Both (2016), as primeiras turmas de Licenciatura Curta em Ciências e Licenciatura Plena em Letras

iniciaram, de fato, em 1982.

5Idem nota de rodapé número 4.

Page 70: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

69

O curso de Licenciatura Curta em Ciências teve ingressos, no polo de Barra do Garças, até

1987, momento em que foi convertido em duas Licenciaturas Plenas, uma em Matemática e outra

em Biologia (UFMT, 2015), tal conversão foi regulamentada pela Resolução 09/87 do Conselho

Diretor da UFMT. Desde então, foram realizados vestibulares para o curso de Matemática(UFMT,

1987). Cabe destacar que durante o movimento de transição entre as Licenciaturas Curta e Plena

(tanto na capital quanto no polo de Barra do Garças) os dois cursos existiam paralelamente, para

que os educandos que iniciaram o curso de Ciências tivessem a oportunidade de concluí-lo.Como

alternativa, àqueles alunos que estavam cursando Ciências e quisessem migrar para um dos dois

novos cursos, foi permitido fazê-lo sem precisar passar pelo processo de vestibular.

Quanto ao período de funcionamento do curso ser noturno, nossa pesquisa, Both et. al.

(2015), apurou que era devido a dois fatores preponderantes: a necessidade que os discentes tinham

de trabalhar durante o dia, portanto, sendo noturno havia demanda suficiente para o funcionamento

dos cursos, mas, também, pelo espaço físico disponível, inicialmente, ser de escolas que

funcionavam regularmente durante o dia e cediam seus espaços para as aulas da Universidade à

noite.

Quando a Licenciatura Plena em Matemática foi implantada no campus de Barra do Garças,

a matriz do curso precisou receber adaptações, porque o currículo da Licenciatura em Ciências não

satisfazia o novo curso. A nova matriz curricular foi implantada no ano de 1988, e era uma

adaptação das matrizes vigentes nos campi da UFMT de Rondonópolis e de Cuiabá, locais em que

o curso de Matemática já existia há mais tempo. O currículo passou por outras modificações,

infligidas pelos professores que atuavam no curso em Barra do Garças, ao final de 1990 e começo

de 1991, quando foram trocadas algumas disciplinas que vigoravam na grade por outras que não

eram contempladas.

Um professor da época, senhor Admur Severino Pamplona, destacou que o novo curso

(Licenciatura Plena em Matemática) precisava ensinar muitos conteúdos matemáticos, no entanto,

os professores sentiam necessidade de disciplinas voltadas à formação pedagógica em si, ou seja,

os discentes tinham acesso a muitos conhecimentos na área da Matemática Pura, sendo o curso

praticamente um bacharelado, porém, não recebiam, durante o curso, formação em questões

relativas ao exercício da docência, não aprendiam maneiras de ensinar os conteúdos matemáticos,

ou outras questões concernentes ao trabalho cotidiano de um professor. Assim, uma vez que as

disciplinas da área da Matemática não deveriam ser diminuídas, e os professores do curso sentiam

Page 71: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

70

necessidade de uma formação mais pedagógica do futuro docente, foram extintas algumas

disciplinas de formação geral, tais como: Língua Portuguesa e Educação Física (que faziam parte

do currículo no período inicial do curso), priorizando-se disciplinas de cunho mais educacional.

Os docentes do curso de Matemática, da fase inicial, eram, predominantemente, de estados

mais avançados em caráter universitário, na época, como São Paulo, Goiás, Minas Gerais, entre

outros, ou de cidades maiores do próprio estado de Mato Grosso, como: Rondonópolis e Cuiabá,

pois naquela época, Barra do Garças não possuía um número suficiente de professores com

formação específica. Boa parte dos primeiros docentes veio trabalhar no curso assim que terminou

a graduação, alguns deles não eram matemáticos, mas sim engenheiros ou físicos. Houve, até

mesmo, nessa fase inicial, um discente do curso de Matemática que, por ser engenheiro formado,

foi convidado a ministrar algumas disciplinas no curso enquanto era aluno em outras.

Com relação ao período de criação dos primeiros cursos em nível superior, na região, cabe

ainda comentar sobre a procedência dos primeiros alunos, da Licenciatura em Matemática, e

destacar que, como ocorre até hoje nos cursos de licenciaturas, em geral, a grande maioria dos

discentes vinha da própria região, principalmente de Barra do Garças, Pontal do Araguaia,

municípios mato-grossenses, e Aragarças, em Goiás, que são cidades contíguas, às margens dos

rios Garças e Araguaia.

Devido à instalação definitiva da Universidade, em Barra do Garças, a formação de

professores de Matemática se estendeu a outras cidades da região, aprovando-se, pela Resolução

04/93, do Conselho de Ensino e Pesquisa – Consepe – da UFMT, o Projeto do Curso de

Licenciatura Plena em Matemática – modalidade Parcelada, no município de Água Boa (Figura

2). Tal curso ofertou cinquenta vagas, destinadas, exclusivamente, a profissionais engajados na

rede pública de ensino e ficou sob a responsabilidade do Instituto de Ciências e Letras do Médio

Araguaia (UFMT, 1993).

Figura 2. Municípios destaque na pesquisa proposta.

Page 72: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

71

Fonte: Prandi(2013)6.

Ainda, em junho de 1994,houve outra alteração no currículo do curso de Matemática, o

qual passou do regime de créditos para o regime anual tendo ainda uma redução na carga horária,

de duas mil setecentas e doze horas para duas mil duzentas e oitenta e oito horas. No entanto, em

1996 o curso retomou a carga horária de duas mil setecentas e doze horas (UFMT, 1994; 1996).

Em 2003, o Conselho de Ensino e Pesquisa (Consepe - UFMT) aprovou a criação de uma

turma especial do curso de Licenciatura em Matemática, novamente no município de Água Boa,

tal curso contou com um currículo de três mil cento e sessenta horas e o ingresso dos alunos se deu

via vestibular, com oferta de 40 vagas, cujo único pré-requisito era ter o Ensino Médio concluído.

A carga horária foi dividida em semanas, ou seja, o curso obedecia ao formato modular (UFMT,

2003). Os alunos dessa turma foram, em sua grande maioria, pessoas de cidades do entorno do

município de Água Boa, entre os quais vinte e quatro se formaram, ao final do curso.

Portanto, na pesquisa que coordenamos, em nível de iniciação científica, nos voltamos a

estudar a formação de professores de Matemática na região de Barra do Garças, no período de

entorno da instalação de um campus da Universidade Federal, no local, o que aconteceu em 1981.

A partir desse estudo foi possível observar muitos pontos interessantes com relação à formação de

professores na localidade abordada, entre eles, quea UFMT foi pioneira em ofertar ensino superior

na região, iniciando com duas Licenciaturas, Plena em Letras e Curta em Ciências. Universidade

esta que foi, e ainda é, um importante meio de formação docente em uma região extremamente

carente disto, já realizando esse protagonismo há mais de 30 anos.

6Observação: Foram feitas pequenas alterações no mapa, no qual destacamos os municípios de

Cuiabá, Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Água Boa e acrescentamos a legenda.

Page 73: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

72

Referências bibliográficas

Both, B. C. (2014). Sobre a formação de professores de matemática em Cuiabá – MT (1960-

1980). Dissertação (Mestrado em Educação Matemática), Universidade Estadual Paulista, Rio

Claro, São Paulo, Brasil.

Both, E.G. ; Both, B.C.; Farias, A. S.; Almeida, B.S.; Sousa, L.S. (2015). Formação de

Professores (de Matemática) na Região de Barra do Garças – MT nas Cercanias do Período de

Implantação da UFMT. Projeto de pesquisa aprovado no Edital 046/2015 (Pró Reitoria de

Pesquisa – Propes – do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso –

IFMT), registro n. 15046332-02, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato

Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.

Both, E.G. ; Both, B.C. (2016). Um Olhar sobre a formação de professores de Matemática na

região do Médio Araguaia matogrossense. In: Encontro Nacional de Educação Matemática. XII

ENEM. Anais. São Paulo, São Paulo, Brasil.

Brasil. (1974). Resolução nº 30, de 11 de julho de 1974. Dispõe sobre o curso de licenciatura de

Ciências e fixa o respectivo currículo mínimo.Conselho Federal de Educação. Disponibilizada

pelo Departamento de Matemática.

Governo de Mato Grosso. (2009). Plano de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso –

MT+20: Planos de desenvolvimento regional. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral.

Recuperado em 26 maio, 2016, de http://www.unemat.br/prppg/docs/pdr.pdf .

Prandi, J. (2013). Mapas do Mato Grosso. Recuperado em 25 agosto, 2015, de

http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/12/mapas-do-mato-grosso.html.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1974). Resolução do Conselho Diretor nº 82, de 02 de

dezembro de 1974.Recuperado em 23 março, 2014, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=579&ano=1974&tip

oUID=1.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1981).Resolução do Conselho Diretor nº 13, de 27 de

janeiro de 1981. Recuperado em 12 abril, 2015, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=1108&ano=1981&ti

poUID=1.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1985). Resolução do Conselho Diretor nº 64, de 24 de

outubro de 1985.Recuperado em 23 março, 2014, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=1079&ano=1985&ti

poUID=1.

Page 74: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

73

Universidade Federal de Mato Grosso. (1987)Resolução do Conselho Diretor nº 09, de 13 de

fevereiro de 1987.Recuperado em 15 maio, 2016, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=2575&ano=1987&ti

poUID=1.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1993).Resolução do Conselho de Ensino e Pesquisa da

Universidade Federal de Mato Grosso nº 04, de 29 de março de 1993.

Recuperado em 15 maio, 2016, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=3671&ano=1993&ti

poUID=2.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1994).Resolução do Conselho de Ensino e Pesquisa da

Universidade Federal de Mato Grosso nº 20, de 27 de junho de 1994.

Recuperado em 15 maio, 2016,de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/OpenResolucao.aspx?resolucaoUID=3721&ano=1994&ti

poUID=2.

Universidade Federal de Mato Grosso. (1996).Resolução do Conselho de Ensino e Pesquisa da

Universidade Federal de Mato Grosso nº 24, de 15 de julho de 1996. Cuiabá – MT. Recuperado

em 15 maio, 2016,de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/FrmConsultarResolucao.aspx?pageIndex=&txtCriterio=&

txtNumero=24&txtAno=1996&tipoUID=.

Universidade Federal de Mato Grosso. (2003).Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e

Extensão da Universidade Federal de Mato Grosso nº 63, de 14 de julho de 2003. Cuiabá – MT.

Recuperado em 15 maio, 2016, de

http://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/FrmConsultarResolucao.aspx?pageIndex=&txtCriterio=&

txtNumero=63&txtAno=2003&tipoUID=.

Universidade Federal de Mato Grosso. (2015). Campus universitário do Araguaia - UFMT:

histórico. Recuperado em 12 abril, 2015, de http://araguaia.ufmt.br/?pg=historico.

Page 75: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

74

CB-219

LITERACIA FINANCEIRA: CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO

UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO COM ALUNOS DO 12º ANO DE ESCOLARIDADE

Alexandra Sofia Rodrigues1 – Corália Pimenta2

[email protected][email protected]

1. Instituto de Gouveia – Escola Profissional; UIED. Portugal

2. Instituto Educativo de Lordemão. Portugal

Núcleo temático: VI - As matemáticas e a sua integração com outras áreas

Modalidade: Comunicação Breve (CB)

Nível educativo: Terciário (16 a 18 anos)

Palavras chave: Educação Financeira, tarefa exploratória, construção do conhecimento.

Resumo A sociedade contemporânea tornou-se de tal forma exigente que um jovem que pretenda construir

uma vida social e profissional equilibrada tem que dominar um conjunto de conceitos e

procedimentos que lhe permita tomar decisões assertivas. Estes jovens, enquanto seres humanos

socialmente saudáveis, são também consumidores e, como tal, terão que estar preparados para

tomar decisões refletidas sobre as suas finanças pessoais. Como sabemos, com o desenvolvimento

tecnológico e com a oferta diversificada de produtos, incluindo os que nos chegam dos mercados

externos e que poderão ser adquiridos de formas distintas, aumentou a complexidade e a

abrangência dos conceitos e procedimentos a eles associados. Sendo a oferta comercial elevada

e o endividamento uma preocupação dos nossos tempos há que dotar os mais jovens de

conhecimentos de natureza económica que os preparem para avaliar a relação qualidade/preço

e os consciencialize da existência de formas de pagamento mais vantajosas e de riscos e

oportunidades financeiras (Ministério da Educação e Ciência, 2013).

1. Introdução

Atividades matemáticas enriquecedoras e motivantes para os alunos serão, naturalmente, as que se

encontram ajustadas à sua realidade económica, social e cultural e que proporcionam melhor

compreensão e aprendizagem da matemática (Gerdes, 2007). Esta perspetiva foi tida em

consideração para efetuar o estudo subjacente ao presente artigo, tendo-se aplicado três tarefas de

natureza exploratória ajustadas aos interesses e conhecimentos dos alunos. Com o estudo efetuado

pretendeu-se dar resposta à seguinte questão de investigação: Que conceitos, conhecimentos e

habilidades, referentes à Educação Financeira, são reconhecidas e mobilizadas pelos alunos para

construírem novo conhecimento matemático que contribua para o desenvolvimento da literacia

financeira? Realça-se a impossibilidade de apresentar neste artigo as três tarefas, face à limitação

Page 76: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

75

do número de páginas definidas, e a opção de apresentar apenas alguns resultados referentes à

primeira, que julgamos serem suficientes para que o leitor adquira uma compreensão global dos

objetivos definidos e das conclusões registadas.

As tarefas foram aplicadas a dois grupos de alunos do 12.º ano de escolaridade, um do ensino

profissional e outro do ensino regular, no ano letivo 2016/2017. A sua implementação foi dirigida

pelas professoras, também investigadoras neste estudo, nas respetivas turmas, em contexto de sala

de aula. Na análise dos resultados usou-se o modelo teórico AiC, Abstract in Context, que adota a

ideia da matematização vertical e da interligação de ações epistémicas no desenvolvimento do

processo de abstração e na construção do novo conhecimento matemático (Dreyfus, 2012).

2. Revisão de Literatura

A crescente complexidade dos termos financeiros com que somos confrontados no nosso

quotidiano, muitas vezes associados a crises financeiras e económicas, acrescidas das

responsabilidades que nos são incumbidas, obrigam-nos a um entendimento dos significados que

lhes são atribuídos. Estes conceitos, que antes só faziam parte do léxico de especialistas, são

presença diária nos noticiários e ditam decisões políticas que conduzem a nossa vida. Constatando-

se a necessidade de munir o cidadão comum de conhecimento que lhe permita gerir o próprio

orçamento (Pinto & Domingos, 2015), entende-se necessário promover a literacia financeira dos

mais jovens. Em Portugal, o Referencial para a Educação Financeira foi aprovado em 2013 e

destina-se à formação básica (Educação Pré-Escolar e Ensino Básico), secundária (Ensino

Secundário) e à Educação e Formação de Adultos. A sua aplicação visa desenvolver a educação

financeira no âmbito: (1) da dimensão transversal da educação para a cidadania; (2) na gestão de

projetos e iniciativas que contribuam para a formação pessoal e social dos alunos.

O modelo teórico RBC (Dreyfus et al., 2001), que adota o conceito de abstração no sentido de

Davydov – de ascensão do abstrato ao concreto – e de organização vertical, permite analisar de

que forma os alunos constroem novos conhecimentos matemáticos e, neste caso particular,

averiguar que habilidades desenvolvem ao realizarem tarefas exploratórias que estimulem a

utilização de conceitos de natureza financeira. Ao referido modelo estão subjacentes as ações

epistémicas Recognizing, Building-with, Constructing e Consolidation que, interligadas,

contribuem para a construção do novo conhecimento. Recognizing refere-se à percepção que o

aluno deverá ter quanto à necessidade de adquirir conhecimentos prévios que lhe facultem a

Page 77: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

76

resolução de novas situações problemáticas, ocorrendo quando ele reconhece que uma construção

específica do conhecimento anterior é relevante para o problema que está a resolver. Building-with

retrata a necessidade do aluno atingir determinado objetivo, selecionando estratégias, justificando

e apresentando soluções para o problema. Compreende a integração e combinação de construções

reconhecidas, a fim de se alcançar determinado objetivo e engloba a utilização de procedimentos

matemáticos que o aluno tenha reconhecido num contexto anterior. Construction é considerada a

ação central da abstração matemática que consiste na combinação e reorganização de construções

para produzir uma nova construção. Consolidation torna-se visível quando o aluno aplica uma

construção adquirida recentemente para alcançar uma nova construção.

3. Intervenção educativa e design de investigação

O estudo assumiu uma abordagem qualitativa e interpretativa (Bogdan & Biklen, 1994), atendendo

à natureza dos dados e ao significado das ações. Pretendia-se compreender como os alunos

constroem um novo conhecimento matemático, desenvolvendo a literacia financeira. Para a análise

dos dados utilizou-se o modelo RBC (Dreyfus et. al, 2001), procurando-se observar e descrever o

processo de abstração dos alunos durante a resolução das tarefas. As investigadoras conduziram o

estudo, descrevendo o desempenho dos alunos e a sua própria intervenção, interpretando os

resultados recolhidos de acordo com a sua experiência profissional, conhecimento e convicções.

3.1. Enquadramento e objetivos das tarefas

Todas as tarefas desenvolvidas pelas investigadoras com base no manual editado no Brasil

Educação Financeira nas escolas (CONEF, 2013) e aplicadas em contexto sala de aula

enquadram-se nas temáticas propostas no Referencial de Educação Financeira (2013). Através da

primeira tarefa – Viagem de finalistas – são trabalhadas as temáticas planeamento e gestão do

orçamento e poupança, para conduzir os alunos a: i) relacionar despesas e rendimentos, ii)

compreender a relevância do planeamento a médio e longo prazo e iii) compreender o significado

e a essência do conceito de poupança (Anexo I). A segunda tarefa – O emprego – pretendia que

os alunos analisassem três propostas de emprego em diferentes locais do país e que mobilizassem

conhecimentos com o objetivo de i) relacionar despesas e rendimentos, ii) evidenciar a relevância

do planeamento a médio e longo prazo e iii) saber que existem direitos e deveres relativamente às

questões financeiras (Anexo II). A terceira tarefa – Compra de carro – tinha como objetivos i)

relacionar despesas e rendimentos, ii) evidenciar a relevância do planeamento a médio e a longo

Page 78: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

77

prazo, iii) caracterizar empréstimos, iv) caracterizar seguros, v) caracterizar necessidades e

capacidades financeiras, vi) entender as responsabilidades decorrentes do recurso ao crédito e vii)

saber que existem direitos e deveres relativamente às questões financeiras (Anexo III).

As tarefas foram aplicadas a alunos do décimo segundo ano, de duas escolas diferentes: a escola

A, correspondente ao ensino regular situada na periferia da cidade de Coimbra e a escola B, que

ministra o ensino profissional, designadamente o Curso Técnico de Restauração – variante

restaurante bar, localizada no interior centro do país. Na turma do ensino regular, constituída por

vinte alunos com idades compreendidas entre os 17 e os 19 anos, colaboraram 10 alunos. Na turma

do ensino profissional, constituída por vinte alunos com idades compreendidas entre os 16 e os 22

anos, colaboraram 8 alunos. Os alunos empenharam-se nas tarefas propostas, desenvolvendo o seu

trabalho em pares ou grupos de trabalho constituídos por três elementos.

No início da aula, as tarefas foram apresentadas oralmente, para cada uma das turmas, procedendo-

se ao esclarecimento de dúvidas de interpretação que pudessem colocar em causa o desempenho

dos alunos. Depois de apresentadas foram distribuídas em suporte papel, tendo-se dado a

possibilidade aos alunos de as resolverem no suporte apresentado ou através de editores de texto

e/ou cálculo. A calculadora foi igualmente permitida. Durante a resolução das tarefas privilegiou-

se a partilha e discussão nos grupos de trabalho, visando as características atribuídas ao trabalho

exploratório, sendo que a apresentação dos resultados obtidos com a resolução da primeira tarefa

– Viagem de finalistas – foram alargados a toda a turma, contribuído para diversificar e consolidar

novos conceitos e procedimentos matemáticos. No que respeita ao papel reservado às professoras

durante a resolução das tarefas, realçam-se os associados à motivação e ao esclarecimento de

dúvidas.

3.2. Apresentação da tarefa Viagem de finalistas e recolha de dados

Os alunos são incentivados a orçamentar uma viagem de finalistas, solicitando-se que cumpram

os seguintes objetivos: 1) apresentar o destino escolhido e a duração da viagem; 2) definir as datas

da estadia, tendo em consideração as despesas associadas; 3) elaborar um orçamento tomando

como referência a participação de 10 alunos e tendo em consideração todos os custos associados e

eventuais imprevistos; 4) definir estratégias para angariar dinheiro e 5) conjeturar qual o valor de

poupança mensal que cada um dos alunos deverá fazer.

Page 79: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

78

Para a recolha e análise de dados recorreu-se a uma observação direta e participante das autoras

deste artigo. Esta concretizou-se através da observação e do diálogo mantido com os alunos no seu

ambiente natural – observação participante – tendo-se procurado registar nos diários de bordo das

investigadoras aspetos relacionados com o comportamento, postura e desempenho dos alunos e

das professoras durante a resolução e discussão das tarefas. Os registos escritos dos alunos foram

recolhidos e analisados.

4. Resultados

Os resultados surgem da análise dos registos escritos dos alunos e do desempenho por eles

evidenciado. Destaca-se que a ideia concebida inicialmente pela globalidade dos alunos, de que o

desafio lançado pelas professoras seria fácil e rapidamente resolvido, esta dissipou-se quando esses

se depararam com a necessidade de desenvolverem um orçamento exequível com as suas

possibilidades económicas. A seleção prematura do destino da viagem foi, por esse motivo,

abandonada por alguns dos grupos. Como tal, opções relacionadas com países ou cidades com

elevado custo de vida, hotéis e bens de luxo, foram sendo gradualmente substituídas por outras

portuguesas ou de países vizinhos. Alguns grupos decidiram-se pela estadia em Portugal, em

parques de campismo e em apartamentos alugados, pensando em economizar, sobretudo no

alojamento, nas deslocações e na alimentação. Outros optaram por visitas culturais, selecionando

Paris, Marselha, Madrid, Barcelona e Amesterdão tendo em consideração as promoções que

surgiam no momento das suas pesquisas.

As tabelas seguintes apresentam sucintamente as escolhas dos alunos das duas escolas:

Tabela 4.1. – Opções dos alunos da Escola A

Escola A

Grupos MP JE GGM NPJ

Destino da Viagem Barcelona Madrid Amesterdão Algarve

Duração da Viagem 6 dias 4 dias 8 dias 8 dias

Calendarização 29/3 a 3/4 27/2 a 2/3 23/7 a 29/7 23/7 a 29/7

Tipologia do Alojamento Apartamento Aparthotel Aparthotel Apartamento

Tabela 4.2. – Opções dos alunos da Escola B

Escola B

Page 80: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

79

Grupos LM SL JD M

Destino da Viagem Barcelona Paris Marselha Amesterdão

Duração da Viagem 4 dias 4 dias 8 dias 4 dias

Calendarização 18/4 a 21/4 27/2 a 2/3 23/7 a 29/7 31/3 a 03/4

Tipologia do Alojamento Residência Aparthotel Aparthotel Hotel

Os dados apresentados nas tabelas anteriores deixam transparecer algumas semelhanças nas

opções tomadas pelos alunos. Apesar das diferenças socioeconómicas, menos favoráveis para os

alunos da escola B, a globalidade mostrou interesse em visitar capitais europeias, parecendo

também pesar nas suas escolhas a vertente cultural. Pela natureza das opções selecionadas pelos

grupos MP, da escola A, e LM, da escola B, bem como pelos resultados por eles apresentados e,

tendo em consideração a limitação associada a este artigo, serão apenas apresentados resultados

respeitantes a estes dois grupos.

Ambos os grupos recorreram a sítios na internet (booking, e-dreams, agências de viagens, entre

outros) mas mostraram ter dificuldade em recolher a informação que precisavam, sendo necessária

a intervenção das professoras. Relativamente às opções tomadas pelos alunos quanto a

calendarização da viagem há a realçar que, depois de analisadas várias situações, o grupo MP da

escola A concluiu que tendo em consideração a época de exames, o interesse em usufruir de uma

temperatura amena e da época baixa de preços, deveriam viajar entre 29 de março e 3 de abril.

Para o grupo LM, a escolha da data entre 18 e 24 de abril foi feita por forma a antecipar o início

da Formação em Contexto de Trabalho. O enquadramento da viagem nos calendários das turmas

e a flexibilidade evidenciada pelos dois grupos para minimizar os cursos da viagem evidencia o

reconhecimento dos constrangimentos a que estavam sujeitos (Reconizing). Nesta situação, os

alunos evidenciaram conseguir aplicar os dados recolhidos para maximizar o tempo da viagem,

tendo em consideração o menor custo possível, começando a dar resposta ao pedido de elaboração

de orçamento (Building with). Os resultados apresentados revelam progressiva compreensão do

conceito de poupança, para além de projetarem a relação que os alunos vão conseguindo fazer

entre a quantia que possuem e as escolhas que podem fazer.

O par MP, da Escola A, apresentou um orçamento de 3.785,00€, recorrendo a uma folha de cálculo

no Excel, englobando de forma detalhada os custos de transporte, refeições, alojamento e visitas a

espaços culturais (Fundação Miró e Sagrada Família). Por sua vez, o grupo LM, da Escola B,

utilizou o processador de texto, apresentando o orçamento de 2.339,59€ destinados a transporte,

Page 81: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

80

alojamento, alimentação e destinando 810,00€ para atividades que incluem a visita à Sagrada

Família, Casa Batló, Parque Guell e Povo Espanhol.

Uma parte crucial da atividade foi a análise das estratégias dos alunos para a angariação de fundos

suficientes para custear a viagem de finalistas (Bulding-with). O grupo da escola A (MP)

sistematizou a poupança na tabela que se segue, onde está refletida uma maior quantia de poupança

no mês de dezembro, que foi pelos alunos associada às ofertas que recebem na época natalícia.

Tabela 4.3. – Angariação de fundos para a viagem (Escola A)

Recorrendo à calculadora do telemóvel, o grupo da escola B (LM) optou por apresentar um

orçamento de recolha de fundos, com as estratégias encontradas para custear a viagem, onde está

presente a ação epistémica Bulding-with, revelando por parte dos alunos habilidades para

relacionarem custos e fundos e gestão de bens de acordo com as suas possibilidades.

Figura 4.1. – Recolha de fundos (Escola B)

Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Total

Rifas Individual 20 20 20 20 20 20 120

Grupo 200 200 200 200 200 200 1200

Vendas Grupo 200 200 200 200 200 200 1200

Ofertas Individual 100 50

Grupo 1000 1000

Quantia angariada pelo grupo de 10 alunos: 3400

Page 82: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

81

A construção (Construction) terá apenas ocorrido quando os alunos da escola A apresentaram o

orçamento completo, no valor de 378,50€, custo individual, e 3.785,00€, custo grupo. Porém,

realça-se o facto de a despesa apresentada ser superior à receita obtida, pelo que se entende que a

construção foi parcialmente alcançada. Quando confrontados com essa diferença, os alunos

referiram que o valor em falta seria suportado por cada aluno, individualmente, opção que não se

pretendia ser tomada na elaboração deste orçamento.

Considerações finais

Os resultados registados revelam a mobilização de conhecimentos adquiridos anteriormente na

aula de Matemática e em contextos não formais para a resolução e interpretação de problemas

financeiros. As atividades aplicadas proporcionaram momentos em que os alunos assumiram um

papel ativo no seu próprio processo de aprendizagem, nomeadamente no âmbito da discussão de

pontos de vista em grande grupo e na percepção que existe mais do que uma resposta para o mesmo

problema, valorizando-se a importância da tomada de decisões assertivas e justificadas.

Os resultados obtidos sugerem que os alunos revelam interesse pela resolução de tarefas associadas

a esta temática, revelando, porém, desconhecimento acerca de conceitos e procedimentos

utilizados no planeamento e gestão de recursos financeiros. Mostram muito interesse por

desenvolver competências que os preparem melhor para compreender o seu quotidiano.

Referências bibliográficas

Bogdan, R. e Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora.

CONEF. (2013). Educação financeira nas Escolas: ensino médio. Brasília: CONEF.

Dreyfus, T., Hershkowitz, R., & Schwarz, B. B. (2001). Abstraction in Context II: The case of

peer interaction. Cognitive Science Quarterly 1, 307-368.

Dreyfus, T. (2012). Constructing Abstract Mathematical Knowledge in Context. Regular Lecture,

12th International Congress on Mathematical Education (ICME 12), Seul.

Gerdes, P. (2007). Etnomatemática – Reflexões sobre a Matemática e a Diversidade Cultural.

Braga: Edições Húmus, Lda.

Ministério da Educação e Ciência (2013). Referencial de Educação Financeira para a Educação

Pré-Escola, o Ensino Básico, o Ensino Secundário e a Educação e Formação de Adultos.

Ministério da Educação e Ciência.

Pinto, D.V; Domingos, A. (2015). A Educação Financeira para uma eficaz contenção do consumo.

In Atas do 2º Seminário de Investigação em Educação Financeira Escolar e Educação Matemática,

pp. 121. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia; Unidade de

Investigação e Desenvolvimento.

Page 83: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

82

Anexo I

Tarefa – Viagem de Finalistas Temas

Planeamento e gestão do orçamento Poupança

Objetivos Relacionar despesas e rendimentos Evidenciar a relevância do planeamento a médio e longo prazo Saber o que é a poupança e quais os seus objetivos

Estás no último ano do ensino secundário. No próximo ano poderás optar por integrar o mercado de trabalho ou prosseguir estudos no ensino superior. Habitualmente, os alunos do 12.º ano costumam planear uma viagem de finalistas.

Propomos-te que, em grupo de dois ou três elementos, planifiques uma viagem de finalistas fictícia. Para tal, procura dar resposta à seguinte sequência:

1) Decidir para onde ir;

2) Selecionar a duração da viagem e as datas;

3) Definir um programa para as datas da estadia, visando orçamentar cuidadosamente as despesas.

4) Elaborar um orçamento (supõe que participarão na viagem 10 alunos).

Será necessário determinar as despesas da viagem, fazendo uma estimativa de quanto se gasta, quando, em que produto, e eventualmente onde.

Será importante contemplar algum dinheiro para despesas imprevistas (poderá ser necessário apanhar um táxi, ir a uma consulta médica, etc).

Nota: Um orçamento pessoal ou familiar é uma tabela em que de um lado estão as despesas (“gastos”) e do outro lado as receitas (“ganhos”).

5) Definir estratégias para angariar dinheiro para a viagem de finalistas.

6) Conjeturar qual o valor da poupança mensal que cada um dos alunos terá que fazer.

Bom trabalho!

Alexandra Rodrigues & Corália Pimenta

Page 84: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

83

Anexo II

Tarefa – O emprego Temas

Planeamento e gestão do orçamento Direitos e deveres

Objetivos Relacionar despesas e rendimentos Evidenciar a relevância do planeamento a médio e a longo prazo Saber que existem direitos e deveres relativamente às questões financeiras

Supõe que após terminares o ensino secundário surgem-te, na mesma semana, três propostas de emprego, as quais passamos a apresentar:

1) Emprego na área de residência

Horário Salário base Subsídio Natal Subsídio Férias Subsídio

Refeição (dia) Bónus Salário ilíquido

40 horas (turnos)

530,00€ 44,17€ 44,17€ 4,27€ --- 712,28€

Recebe duodécimos por inteiro. Mês de 22 dias.

2) Emprego em Leiria (centro da cidade)

Horário Salário base Subsídio Natal Subsídio Férias Subsídio

Refeição (dia) Bónus (hora) Salário ilíquido

40 horas (11h30 – 15h00 19h00 – 23h30)

749,00€ 44,17€ 44,17€ Em género 3€ 793,17€

Recebe mensalmente 50% dos duodécimos. Mês de 22 dias. Horário noturno (entre 23h00 e 02h00), valor indicado em bónus.

3) Emprego em Lisboa (na zona do Saldanha)

Horário Salário base Subsídio Natal Subsídio Férias Subsídio

Refeição (dia) Bónus Salário ilíquido

40 horas (06h00 – 14h00)

1000,00€ 83,33€ 83,33€ 4,27€ --- 1083,33€

Recebe mensalmente 50% dos duodécimos. Mês de 22 dias.

Procura dar resposta à seguinte questão:

Qual é o emprego que melhor se ajusta à minha situação pessoal? Nota: procura seguir as orientações que se encontram no verso desta página.

Bom trabalho!

Alexandra Rodrigues & Corália Pimenta

Page 85: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

84

Anexo III

Tarefa – Compra de automóvel Temas

Planeamento e gestão do orçamento. Sistema e produtos financeiros. Crédito. Direitos e deveres.

Objetivos Relacionar despesas e rendimentos Evidenciar a relevância do planeamento a médio e a longo prazo. Caracterizar empréstimos. Caracterizar seguros. Caracterizar necessidades e capacidades financeiras. Entender as responsabilidades decorrentes do recurso ao crédito. Saber que existem direitos e deveres relativamente às questões financeiras

Partindo do pressuposto que podes optar por entrar no mercado de trabalho ou enveredar por prosseguir estudos no ensino superior. No teu futuro próximo poderás necessitar de adquirir uma viatura para as deslocações necessárias no teu quotidiano.

Propomos-te que simules a compra de um automóvel novo ou usado, de acordo com a tua disponibilidade financeira.

1) Escolhe o automóvel e verifica qual o preço. Podes usar um site de uma marca automóvel ou um site de venda de usados, como o stand virtual.

2) Vê qual a melhor estratégia para a compra da viatura: crédito automóvel, leasing, ALD ou a pronto pagamento. Consulta sites de entidades bancárias para simulares a renda/prestação mensal.

3) Indica um orçamento mensal, do teu rendimento, que te permitisse adquiri o automóvel. 4) Escolhe o seguro num simulador. Vê o valor do seguro anual. Vais optar por um seguro de danos

próprios ou de um seguro contra terceiros? Conheces as diferenças entre os dois?

Qual é o automóvel que se ajusta melhor à minha situação pessoal?

Nota: consulta a informação de tipos de créditos no verso desta página.

Bom trabalho!

Alexandra Rodrigues & Corália Pimenta

Page 86: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

85

CB-223

OPTIMIZACIONES EN UNA EMPRESA JUSTIFICADAS POR EL ANÁLISIS

MARGINAL

Rodríguez, María Rosa(1) - Franco, Sandra Noemí(1) - Gustavo Ariel Sota(1)

[email protected][email protected] - , [email protected] (1)Facultad de Ciencias Económicas – Universidad Nacional de Tucumán – Argentina

Núcleo Temático: VI. Matemáticas y su Integración con otras Áreas

Nivel: No Específico (Universitario)

Modalidad: Comunicación Breve (CB)

Palabras Claves: Modelos Matemáticos, Beneficios, Análisis Marginal, Mark up

Resumen En un fenómeno económico es imprescindible definir las relaciones entre las variables

involucradas, formulando modelos matemáticos que describen con precisión una realidad social.

La modelización matemática explica estos sucesos económicos y aporta la estructura necesaria

para obtener predicciones válidas. El Análisis Marginal, teoría basada en modelos matemáticos,

es una herramienta útil para tomar decisiones vinculadas con la formación de costos y precios,

conceptos fundamentales para optimizar el beneficio de una empresa.

El objetivo de este trabajo es mostrar la importancia del Análisis Marginal en la optimización del

beneficio de una empresa frente a cambios en los costos variables unitarios, o en el incremento

de las ventas debido a la disminución de los márgenes de marcación o Mark Up. En el primer

caso el aumento en los costos variables unitarios puede deberse a incrementos en los incentivos a

la producción y en el segundo, la empresa lograría aumentar sus ventas si aplica rebajas

sistemáticas de precios. Este análisis fue verificado en situaciones reales, solicitadas por dos

empresas de la provincia de Tucumán, Argentina. Esta ponencia proporciona a los docentes del

área Economía una modelización accesible aportando valiosa información y promoviendo

importantes decisiones, de manera rápida y precisa.

1.- Introducción

La Matemática es una herramienta fundamental en las Ciencias Económicas porque necesita

definir las variables de interés en cada problema; establecer las hipótesis sobre sus

comportamientos y determinar las relaciones entre ellas. El lenguaje matemático explica los

fenómenos económicos y formula modelos que interpretan la realidad social. Estos modelos

aportan la estructura conceptual necesaria para obtener predicciones válidas. Cuanto más precisas

sean las posibilidades de medir las variables de interés mayor será su contenido matemático. Todo

quehacer económico requiere el uso de algoritmos, procesos lógicos, estimación de resultados,

construcción de modelos matemáticos y utilización de procedimientos del cálculo.

Page 87: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

86

El Análisis Marginal, teoría basada en modelos matemáticos, es una herramienta fundamental para

optimizar el beneficio de una empresa vinculado con la toma de decisiones en la formación de

costos y precios. Estudia la generación de utilidades en una empresa, en función de los aportes

individuales de cada producto tangible o intangible (servicio) elaborado y vendido. Además,

modela situaciones sobre los diferentes niveles de producción que persigue el empresario a fin de

lograr mayor rentabilidad en función del capital invertido. Dichas decisiones serán racionales y

convenientes sólo si el beneficio excede el costo adicional de hacerlo.

El objetivo de este trabajo es mostrar la importancia del Análisis Marginal en la optimización del

beneficio de una empresa, frente a cambios en los costos variables unitarios o en el incremento de

las ventas debido a la disminución de los márgenes de marcación o Mark Up.

Con este trabajo se procura dar sentido y contextualizar los conceptos, a través de modelos

matemáticos que aportan valiosa información y conducen de manera rápida y precisa a importantes

decisiones e interpretaciones económicas.

2.- Conceptos Económicos Elementales

Toda empresa tendrá una serie de costos fijos y de costos variables. Incluso algunos costos que

son fijos para una, pueden ser variables para otra y viceversa.

1. Costos Fijos, Constantes o Estructurales: son los costos totales que se mantienen cuasi

constantes ante cambios en el nivel de actividad. No dependen del nivel de producción y/o ventas

de la empresa y son independientes del volumen del negocio.

2. Costos Variables: son los que aumentan o disminuyen frente a cambios en el nivel de

actividad. Dependen del volumen de producción y/o ventas de la compañía. Si la producción fuera

nula, estos costos serían prácticamente cero.

Esta clasificación de los costos no es absoluta. Algunos se mantienen constantes y otros

experimentan modificaciones al pasar de un nivel de producción a otro.

El costo total es la suma del costo fijo total más el costo variable total y se expresa:

CT = CF + cv . Q donde el costo variable total es el producto entre el costo variable unitario

(cv) y la cantidad producida (Q).

Los empresarios adoptan las decisiones más ventajosas para lograr mayor beneficio, utilidad o

renta. El costo-beneficio es una técnica importante dentro de la teoría de decisión, basada en el

principio de obtener los mejores resultados al menor esfuerzo invertido. Si los beneficios superan

el costo son exitosos, caso contrario fracasan. Además, es útil en el análisis de las ventajas de un

Page 88: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

87

proyecto de inversión. El proyecto puede consistir en el desarrollo de nuevos productos o cambios en los

niveles de producción de un negocio.

El beneficio o utilidad es: B = I – CT donde el ingreso I es la cantidad que recibe por venta

de productos o servicios. Si pv es el precio de venta unitario:

B = pv . Q – (CF + cv . Q) B = (pv – cv) . Q - CF

Se recurre al Análisis Marginal cuando se presentan modificaciones en los costos fijos, en los

costos variables unitarios o en los precios de venta. O sea, cuando cambia alguno de los términos

del beneficio y la nueva utilidad supere el costo añadido.

El factor cm = pv – cv recibe el nombre de contribución marginal unitaria de un producto y

muestra el modo en que contribuyen los precios de los productos o servicios para cubrir los costos

fijos y generar utilidad.

El producto de la contribución marginal unitaria por el número de unidades producidas o vendidas

da la contribución marginal total (CM) del producto. Como B = cm . Q – CF entonces B = CM

– CF y se pueden dar las siguientes alternativas:

1. Si la contribución marginal total absorbe el costo fijo, deja un "margen" para la utilidad o

beneficio. CM > CF B > 0

2. Cuando la contribución marginal total es igual al costo fijo, no deja ganancia y la empresa está

en su punto de equilibrio. CM = CF B = 0

3. Cuando la contribución marginal total no alcanza a cubrir los costos fijos, la empresa puede

seguir trabajando a corto plazo ya que la contribución marginal absorbe parte de los costos fijos.

CM<CF Hay Pérdida

4. La situación más crítica se da cuando la contribución marginal unitaria es negativa. En este caso

extremo, se debe tomar la decisión de no continuar con la elaboración de un producto o servicio.

cm < 0 o sea pv < cv

El concepto de contribución marginal es muy importante en las decisiones de mantener, retirar o

incorporar nuevos productos de una empresa, por la incidencia que tienen en la absorción de los

costos fijos y la capacidad de generar utilidades. Es importante relacionar la contribución marginal

unitaria de cada artículo con las cantidades vendidas porque una empresa puede tener productos

de alta rotación con baja contribución marginal, pero la ganancia total que genera supera

ampliamente la de otros artículos que tienen mayor contribución marginal unitaria pero menor

venta y menor ganancia total.

Page 89: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

88

Si no se modifican los costos fijos, pueden sufrir cambio alguno de los otros parámetros. Estos

cambios se producirían en los costos variables unitarios o en los precios de venta unitarios y el

estudio se reduce a las modificaciones en la contribución marginal unitaria. La disminución de cm

surge cuando aumentan los costos variables unitarios o reducen los precios de venta, que afectan

a toda la actividad o por tramos.

El aumento en los costos variables unitarios puede deberse a incrementos en el costo de incentivos

a la producción. Una disminución de los precios de venta puede deberse a ofertas justificadas por

rebajas sistemáticas o a compras en grandes cantidades. Existen diversos argumentos que originan

una disminución en la contribución marginal unitaria.

Las modificaciones pueden afectar a toda la actividad con la misma magnitud o bien afectar a

distintos tramos de la actividad con magnitudes diferentes para cada tramo.

3.- Aplicaciones

Como parte de la investigación, se realizó una consulta entre varias empresas de Tucumán,

interesadas en realizar cambios en la estructura de sus productos. En este trabajo se consideraron

dos situaciones distintas. En el primer caso el aumento en los costos variables unitarios se debe a

incrementos en los incentivos a la producción y en el segundo, el aumento de sus ventas se debe a

las rebajas sistemáticas de precios. Estos análisis fueron aplicados en dos empresas de la provincia

de Tucumán, Argentina.

3. 1.- Decisiones en una Fábrica de Cosméticos

Una fábrica de cosméticos de la provincia de Tucumán nos consultó sobre la toma de decisiones

en la producción de una máscara de pestañas cuando varía el costo variable unitario debido a

diversos incentivos a sus operarios, manteniéndose fijo el precio de venta. En este caso las

contribuciones marginales decrecen.

Según la información aportada por sus directivos, los costos fijos son de $70.000 mensuales y el

precio de venta de su producción es de $250 cada unidad. El costo variable unitario se compone

de $100 de materia prima más un incentivo a la producción cuyo valor por unidad producida

aumenta de a $20 cada vez que son superadas las 400, 700 y las 1000 unidades.

Cuadro Nº1 – Comportamiento de los Parámetros frente a Cambios en la Contribución

Marginal

Tramos Unidades Costos Variables

Page 90: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

89

Desde Hasta Materia

Prima Incentivo

Total

(cv)

Precio de

Venta (pv)

Contribució

n marginal

(cm)

1 1 400 100 20 120 250 130

2 401 700 100 40 140 250 110

3 701 1000 100 60 160 250 90

Como el pv no experimenta cambios y los cv aumentan entonces las cm decrecen.

El concepto económico que prima es el de Punto de Equilibrio (o punto muerto o punto de ruptura)

que es el nivel de actividad en el cual la empresa no tiene beneficios ni pérdidas.

Para determinar si se puede lograr beneficio en cada tramo, se calculan los Puntos de Equilibrio

en cada uno:

1

Q 539130

70000 2Q 636

110

70000

3Q 778

90

70000

El Punto de Equilibrio del primer tramo corresponde a 539 unidades, esto no es posible porque la

cm ya no es de $130 sino sólo de $110. En el segundo tramo es de 636 unidades que corresponde

a la cm de $110; por lo tanto este Punto de Equilibrio existe en la realidad de la empresa. En el

último tramo, el Punto de Equilibrio es de 778 unidades y también es un dato real porque la cm es

realmente de $90. Por lo tanto, la empresa no puede operar en el primer tramo porque sólo

obtendría quebrantos, mientras que en los siguientes tramos el beneficio sí es posible.

En el segundo tramo el máximo nivel es de 700 unidades con una contribución marginal unitaria

de $110 por lo tanto su beneficio es: B2 = 700 * 110 – 70000 = $7000

Para conocer el beneficio de la empresa en el tercer tramo se recurre a la expresión cm

CFBQ

donde varía la contribución marginal unitaria sin modificarse el costo fijo. Por lo tanto

3

2

cm

CFBQ

3n

856

90

700007000

Convendrá aumentar la actividad para pasar al tercer tramo si se pueden superar las 856 unidades

de máscara de pestañas.

3. 2.- Rebaja del Precio de Venta por Margen de Marcación (Mark up)

Margen o Márgenes son palabras relacionadas con el concepto de ganancia en la venta de

productos. El más sencillo es el margen de marcación o Mark Up, que es una estrategia de fijación

y ajuste de precios.

Page 91: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

90

Un negocio de marroquinería que vende carteras para damas analiza la posibilidad de generar más

ventas con mayor rentabilidad. Piensa que lo lograría si aplica rebajas sistemáticas de sus precios,

resultando un caso de contribuciones marginales decrecientes por tramos.

Sus dueños nos informaron que actualmente sus costos fijos mensuales son de $200.000. Su

margen de marcación sobre los costos de adquisición es del 100% y su venta total mensual asciende

a $500.000. Algunos estudios de mercado le permitieron estimar las siguientes posibilidades: si se

disminuye el margen al 90% podría aumentar sus ventas a $ 600.000; si disminuye al 80%, podría

aumentar a $700.000. Nos solicitaron asesoramiento sobre la política más conveniente.

Cuadro Nº2 – Comportamiento de las Ventas frente a Cambios en los Mark Up

Tramos Ventas en Términos Monetarios ($)

Mark Up (%) Desde Hasta

1 1 500.000 1.00

2 500.001 600.000 0.90

3 600.001 700.000 0.80

Para obtener el precio de venta, al costo se le agrega el margen pv = cv (1 + m) donde m=

margen de marcación. Luego m1cv

pv (1)

Es importante considerar el Punto de Equilibrio, para determinar la cantidad de productos o

servicios que se deben comercializar para cubrir o igualar a los costos fijos. Se los calcula

considerando los mark up y los costos de adquisición.

B = cm . Q – CF con B = 0 entonces CF = cm . Q

Se sabe que cm = pv – cv entonces (1) )m1(cmcmcv

pv

Luego pv )m1(cm)cv

cvpv(

y pv )m1(cm)1

cv

pv(

Así pv . m = cm (m + 1) luego cm.m

1mpv

Multiplicando por la cantidad Q, resulta Q.cm.m

1mQ.pv

Page 92: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

91

Por lo tanto el ingreso I que recibe una empresa por venta de productos o servicios se expresa por

I = m

1mCF que es el Punto de Equilibrio en términos monetarios con margen de marcación,

donde I: Ventas, CF: Costos Fijos y m: margen de marcación o mark up.

El Punto de Equilibrio en el primer tramo es 1

2.200000I1 = 400.000

El Beneficio Máximo del primer tramo: m1

m.TramoimerPrMáxVentasB1

- CF

Y resulta 2

1.500000B1 - 200000 = 50.000

Otro concepto necesario es el de Punto de Resultado Indiferente que son las ventas necesarias en

el tramo siguiente que representa el nivel de actividad que arroja un beneficio igual al que se

consigue usando al máximo la capacidad de la estructura anterior.

El Punto de Resultado Indiferente se calcula usando la fórmula del Punto de Equilibrio, donde se

suma a los Costos Fijos el Beneficio Máximo del tramo anterior:

El Punto de Resultado Indiferente del segundo tramo es m

)m1()BCF(I 1

2

Y resulta 90.0

90.1)50000200000(I2

= 527.778

El Beneficio máximo en el segundo tramo: 90.1

90.0.600000B2 - 200000 = 84.211

El Punto de Res. Indiferente en el tercer tramo: 80.0

80.1)84211200000(I3

= 639.474

El Beneficio máximo en el tercer tramo: 80.1

80.0.700000B3 - 200000 = 111.111

Puede operar con beneficios a partir de $400.000 de ventas, situación que es posible dentro del

primer tramo.

Si el estudio de mercado es acertado, la alternativa de vender rebajando el margen al 90% en el

segundo tramo, es conveniente superar los $527.778 de ventas. Pues, a menores niveles el

beneficio es menor que el que se obtiene operando al máximo en el tramo anterior. Análogamente,

para que sea conveniente disminuir el margen al 80% se debe conseguir un nivel de ventas que

supere $639.474.

4.- Conclusiones

Page 93: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

92

Cuando varía la contribución marginal unitaria en la empresa de cosméticos, se calculan los puntos

de equilibrio y el posible beneficio en cada tramo para examinar la conveniencia del aumento de

la actividad. En el primer tramo la empresa tiene pérdidas y no le conviene operar; mientras que,

en los dos siguientes sí logra beneficios que son considerados para decidir la producción que se

necesita para alcanzar la máxima utilidad.

El Mark Up es un caso de contribuciones marginales decrecientes por tramos porque la empresa

hace un estudio de mercado que le permite estimar cuánto podrían aumentar sus ventas si aplica

rebajas sistemáticas de precios.

Estos modelos con formulaciones algebraicas aportan una valiosa información, que lleva a

importantes decisiones e interpretaciones económicas. También, muestran la significación y

utilidad para el empresario, permitiéndole evaluar el impacto económico de sus decisiones, de

manera rápida y precisa. El objetivo fundamental de todo empresario es lograr mayor rentabilidad

en función del capital invertido.

El Análisis Marginal es una herramienta muy útil para la toma de decisiones en el ámbito

empresarial, tanto en el caso de producción simple como de producción múltiple. También estudia

los casos de modificaciones en la contribución marginal unitaria (creciente o decreciente) debido

a cambios en los precios de venta. No obstante, este análisis es eficiente para los casos en que

sufren modificaciones varios parámetros simultáneamente.

Esta propuesta proporciona a los docentes una modelización accesible que promueve un

pensamiento no lineal y una cierta intuición racional.

Referencias Bibliográficas

Camacho Peñalosa, E. et al. (2006). Fundamentos de Cálculo para Economía y Empresa. 1ra

Edición. Madrid: Delta Publicaciones.

Horngren, C.; Foster, G y Datar, S. (2007). Contabilidad de Costos, Un Enfoque Gerencial.

Décimo Segunda Edición México: Pearson, Prentice Hall.

Sydsaeter, K. y Hammond, P. (2006). Matemáticas para el Análisis Económico. Madrid: Pearson

Educación.

Yardín, A.; Rodríguez Jáuregui, H. y Bottaro, O. (2004). El Comportamiento de los Costos y la

Gestión de la Empresa. Buenos Aires: La Ley

Yardín, A. (2010). El Análisis Marginal, la Mejor Herramienta para Tomar Decisiones sobre

Costos y Precios. Buenos Aires: Osmar Buyatti.

Page 94: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

93

ANEXO

Tramos I m CM CF RESULT

1

0 1,00 0 200.000 -200.000

20.000 1,00 10.000 200.000 -190.000

40.000 1,00 20.000 200.000 -180.000

60.000 1,00 30.000 200.000 -170.000

80.000 1,00 40.000 200.000 -160.000

100.000 1,00 50.000 200.000 -150.000

120.000 1,00 60.000 200.000 -140.000

140.000 1,00 70.000 200.000 -130.000

160.000 1,00 80.000 200.000 -120.000

180.000 1,00 90.000 200.000 -110.000

200.000 1,00 100.000 200.000 -100.000

220.000 1,00 110.000 200.000 -90.000

240.000 1,00 120.000 200.000 -80.000

260.000 1,00 130.000 200.000 -70.000

280.000 1,00 140.000 200.000 -60.000

300.000 1,00 150.000 200.000 -50.000

320.000 1,00 160.000 200.000 -40.000

340.000 1,00 170.000 200.000 -30.000

360.000 1,00 180.000 200.000 -20.000

380.000 1,00 190.000 200.000 -10.000

400.000 1,00 200.000 200.000 0 P.E.=400.000

420.000 1,00 210.000 200.000 10.000 440.000 1,00 220.000 200.000 20.000

460.000 1,00 230.000 200.000 30.000

480.000 1,00 240.000 200.000 40.000

500.000 1,00 250.000 200.000 50.000

2

510.000 0,90 241.579 200.000 41.579

520.000 0,90 246.316 200.000 46.316

530.000 0,90 251.053 200.000 51.053

540.000 0,90 255.789 200.000 55.789

550.000 0,90 260.526 200.000 60.526

560.000 0,90 265.263 200.000 65.263

570.000 0,90 270.000 200.000 70.000

580.000 0,90 274.737 200.000 74.737

590.000 0,90 279.474 200.000 79.474

600.000 0,90 284.211 200.000 84.211

3

610.000 0,80 271.111 200.000 71.111

620.000 0,80 275.556 200.000 75.556

630.000 0,80 280.000 200.000 80.000

640.000 0,80 284.444 200.000 84.444

650.000 0,80 288.889 200.000 88.889

660.000 0,90 312.632 200.000 112.632

670.000 0,90 317.368 200.000 117.368

680.000 0,80 302.222 200.000 102.222

690.000 0,80 306.667 200.000 106.667

(1) P.R.I.=50.000

(2) P.R.I.=84.211

Beneficio Máximo

Tramo 2

Beneficio Máximo

Tramo 1

Beneficio Máximo

Tramo 3

Page 95: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

94

700.000 0,80 311.111 200.000 111.111

(1) PRI = Punto Res. Indiferente; Ingresos o Ventas = 527.778 y Beneficio = 50.000

(2) PRI = Punto Res. Indiferente; Ingresos o Ventas = 639.474 y Beneficio = 84.211

Page 96: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

95

CB-224

EXPERIENCIA PARA REFLEXIONAR LA PRÁCTICA DOCENTE SOBRE LA

ENSEÑANZA DE LOS CUERPOS GEOMÉTRICOS

Rodríguez, María Rosa(1) - Franco, Sandra Noemí(1)

[email protected][email protected] (1)Facultad de Ciencias Económicas – Universidad Nacional de Tucumán – Argentina

Núcleo temático: Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: Docentes, Autoevaluación, Reflexión, Enseñanza

Resumen Se sabe que uno de los pilares en la formación académica de los estudiantes es la Geometría, que

consta de tres procesos cognitivos: visualización, construcción y razonamiento, donde se

desarrollan las capacidades de pensamiento abstracto y formal para generalizar, elaborar

hipótesis y operar con símbolos.

En esta ponencia se muestra el desarrollo de una experiencia didáctica destinada a docentes del

nivel medio sobre el tema “Cuerpos Geométricos”, donde se indagan sus elementos, propiedades

y clasificación con el propósito de recapacitar respecto al aprendizaje de sus alumnos. Los temas

fueron abordados con metodología activa, apoyada en la resolución de problemas y se propuso a

los docentes la resolución y discusión de una actividad práctica que culmina en una

autoevaluación. A partir de sus respuestas, los docentes pudieron identificar sus fortalezas y

debilidades permitiéndoles reflexionar sobre los cambios necesarios y pertinentes para optimizar

la enseñanza.

Esta estrategia pedagógica tuvo como finalidad la reflexión de los docentes referida a la

enseñanza del tema, a fin de lograr un análisis introspectivo del proceso educativo.

La experiencia fue un aporte para los docentes con el fin de que sus alumnos generen actitudes de

investigación y trabajo grupal, estimulando continuamente el pensamiento creativo.

1.- Introducción

Es destacable la importancia de la Geometría en la formación académica de los estudiantes de

carreras científicas porque fomenta la creación del razonamiento lógico, desarrolla las capacidades

de pensamiento abstracto y formal para generalizar, elaborar hipótesis y operar con símbolos.

También, se argumentan y demuestran propiedades y teoremas por medio de la deducción,

recurriendo a tres procesos cognitivos: de visualización, de construcción y de razonamiento.

Interesadas en el “saber hacer” de los docentes formadores del nivel secundario se recurrió a una

estrategia pedagógica que además de abordar contenidos de Geometría dirige sus acciones hacia

Page 97: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

96

su práctica. La metodología de trabajo es el Taller que se caracteriza por la investigación, el

aprendizaje a través del descubrimiento y el trabajo en equipo.

Para la enseñanza de la Geometría, el docente debe:

a) Tener un nivel de competencia suficiente para llevar a cabo la práctica formal, operativa y

discursiva, en el nivel donde imparte.

b) Poder analizar y valorar la actividad de los alumnos en la identificación de objetos y sus

significados, con el fin de mejorar su aprendizaje e incrementar su desempeño.

Este análisis permite al docente prever conflictos de significados y establecer distintas

posibilidades de adquisición de los conocimientos implicados. (Godino J., 2009).

En este trabajo se muestra el desarrollo de un Taller destinado a docentes del Nivel Medio de la

Provincia de Tucumán, interesados en capacitaciones de temas de Geometría, donde se

consideraron las competencias que adquiere el alumno.

La competencia matemática consiste en la habilidad para utilizar y relacionar los números, sus

operaciones básicas, los símbolos y las formas de expresión y razonamiento matemático, tanto

para producir e interpretar distintos tipos de información, como para ampliar el conocimiento sobre

aspectos cuantitativos y espaciales de la realidad, y para resolver problemas relacionados con la

vida cotidiana y con el mundo laboral. (Gutiérrez Ocerín L. et al, 2008)

Las competencias en Geometría son las habilidades de visualización, de comunicación y de dibujo,

que suelen darse en forma conjunta. Es una disciplina eminentemente sensorial y sus conceptos

son reconocidos y comprendidos a través de la visualización. Está muy relacionada con la

imaginación espacial porque la visualización puede ser mental. La habilidad de comunicación es

la capacidad de interpretar, entender y comunicar información; en forma oral, escrita o gráfica,

usando símbolos y vocabulario propios de la Geometría. La de dibujo está relacionada con las

reproducciones o construcciones gráficas de los objetos geométricos. (Gaona Vargas, G., 2012)

Para favorecer el aprendizaje de la Geometría, el docente propone el uso de diversas

representaciones, visualizaciones, diagramas y materiales manipulativos, con la presunción de que

ellas constituyen modelos de los conceptos geométricos y de las estructuras en las cuales se

organizan. El uso de representaciones es necesario no solo para comunicar las ideas geométricas,

sino también para su propia construcción.

En el taller se trató el tema “Cuerpos Geométricos” con el propósito de que sus alumnos

reconozcan los elementos, las propiedades y la clasificación. Utilicen correctamente las fórmulas

Page 98: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

97

en los problemas propuestos, descubran relaciones y propiedades de los cuerpos a partir de su

desarrollo plano, calculen correctamente área lateral, total y volumen y adquieran destreza en el

planteo y resolución de situaciones problemáticas.

Los objetivos generales que se persiguieron en esta propuesta fue que los docentes participantes

logren que sus alumnos adquieran conceptos para explicar un procedimiento y destreza en los

distintos caminos de solución; desarrollen habilidades de medir, trazar, imaginar relaciones

geométricas planas y espaciales y generen actitudes de investigación y trabajo grupal.

Como reflexión sobre la enseñanza de la Geometría se propuso a los docentes la resolución y

discusión de un trabajo práctico que cubrió todos los conceptos adquiridos y la realización de una

autoevaluación relacionada con la planificación de la actividad docente y la propia práctica

docente en el aula. Con respecto al estudiante, se sugirió al docente que le permita reflexionar a

través de un autointerrogatorio durante la resolución de un problema, reconociendo sus

debilidades y fortalezas en la solución.

Pensamos que ambas tareas cooperan en el crecimiento y el análisis introspectivo del proceso

educativo favoreciendo el desempeño de sus alumnos.

2.- Desarrollo de la Experiencia

Consistió en el desarrollo de un Taller destinado a 60 docentes del nivel medio de la provincia de

Tucumán, interesados en el tema “Cuerpos Geométricos”. Los contenidos didáctico – geométricos

implicados fueron la conceptualización y el uso de diagramas y recursos manipulativos, que

impliquen procesos de visualización y de razonamiento.

Para optimizar del desarrollo de esta modalidad se propuso la siguiente Estrategia:

1) Reconocimiento de los diferentes cuerpos geométricos y sus elementos.

2) Planteo y discusión sobre la clasificación de los cuerpos según sus características.

3) Constitución de equipos de trabajo para la discusión y exposición sobre el planteo y resolución

de problemas, distinguiendo los lenguajes visual, gráfico y analítico.

4) Presentaciones grupales y discusiones sobre el desarrollo de sus prácticas en el aula.

5) Reflexiones sobre las prácticas docentes a través de una autoevaluación individual.

6) Respuestas del alumno a preguntas en planteo, solución y verificación de problemas.

2. 1.- Definiciones Elementales

Page 99: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

98

Se denominan cuerpos geométricos a aquellos entes reales o ideales, que existen en la realidad o

pueden concebirse mentalmente, que ocupen un volumen en el espacio. Requieren tres

dimensiones alto, ancho y largo y lo componen figuras geométricas.

Se recordaron las definiciones de caras, aristas y vértices del cuerpo. También, se reconocieron los

cuerpos convexos y cóncavos.

2. 2.- Clasificaciones de los cuerpos geométricos

Fig. 1 Elementos principales de un poliedro

2.- Se recordó que un poliedro es convexo si se puede apoyar en todas sus caras; en caso contrario

es cóncavo.

3.- Poliedro regular es aquel cuyas caras conforman polígonos regulares iguales, y todos sus

ángulos diedros y poliedros también iguales. Estas condiciones se cumplen en el poliedro convexo,

porque en los cóncavos los ángulos diedros no son todos iguales.

Fig. 2 Clasificación de los cuerpos geométricos

Existen nueve poliedros regulares, que se dividen en dos grupos: cinco son convexos y

corresponden a los sólidos perfectos o platónicos (tetraedro, octaedro, icosaedro, cubo y

1.- Los cuerpos geométricos se

clasifican principalmente en dos tipos

dependiendo de que sus caras sean

planas o superficies curvas: Poliedros

y Redondos o No Poliedros.

Page 100: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

99

dodecaedro) los cuatro restantes son cóncavos (pequeño dodecaedro estrellado, el gran dodecaedro

estrellado, el gran dodecaedro y el gran icosaedro).

Los poliedros regulares convexos son los únicos poliedros puramente regulares.

Pequeño dodecaedro estrellado Gran dodecaedro estrellado Gran dodecaedro

Fig. 3 Poliedros Cóncavos Regulares.

Un poliedro es Irregular si tiene caras o ángulos desiguales. Entre ellos, prismas, pirámides y

arquimedianos. Los prismas y las pirámides pueden ser rectos u oblicuos. Si la altura pasa por el

centro de la base, es recto y en caso contrario oblicuo.

Los poliedros Arquimedianos son convexos, cuyas caras son polígonos regulares (no

necesariamente el mismo polígono) y sus vértices uniformes (en todos los vértices del poliedro

convergen el mismo número de caras y en el mismo orden). Fueron ampliamente estudiados por

Arquímedes y sólo hay 13 poliedros arquimedianos: el Tetraedro truncado, el Cuboctaedro, el

Cubo truncado, el Octaedro truncado, el Rombicuboctaedro, el Cuboctaedro truncado, el Cubo

romo, el Icosidodecaedro, el Dodecaedro truncado, el Icosaedro truncado, el

Rombicosidodecaedro, el Dodecaedro rombo y el Icosidodecaedro truncado. De los cuales once

se obtienen truncando los poliedros regulares o platónicos.

Tetraedro truncado

Cubo truncado

Cuboctaedro

Fig. 4 Algunos de los trece Poliedros Arquimedianos.

El Deltaedro es un poliedro cuyas caras son triángulos equiláteros iguales. El nombre tiene su

origen en la letra delta. Existen 12 Deltaedros regulares, tres convexos y nueve cóncavos. Los

convexos son los sólidos platónicos: tetraedro, octaedro e icosaedro.

Dos poliedros son Duales si el número de vértices del primero coincide con el número de caras

del segundo y viceversa. Ambos deben tener el mismo número de aristas. Se construye uno a partir

del otro uniendo con segmentos los centros de dos caras contiguas del primero. Una propiedad de

los sólidos platónicos es que están relacionados entre sí por la dualidad. Por ejemplo, el dual del

tetraedro es el propio tetraedro, el dual del cubo es el octaedro y el dual del icosaedro, el

dodecaedro

Page 101: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

100

Fig. 5 Poliedros Duales.

3.- Propiedades de los Poliedros

3. 1.- Fórmula de Euler Descubierta en 1752 por el matemático suizo Leonhard Euler V +

C – A = 2 donde V: N° de vértices C: N° de caras y A: N° de aristas

Este resultado es útil para optimizar la capacidad visual y los procesos aritméticos en los

estudiantes usando la estrategia didáctica de la construcción y posterior corte de un poliedro para

que el estudiante verifique con algunos ejemplos la validez de la fórmula.

3. 2.- Prismas rectangulares El volumen de un prisma rectangular es la raíz cuadrada del producto

de las áreas de las tres caras distintas. A1 = a b , A2 = a h y A3 = b h

Donde a: largo de la base b: ancho de la base y h: altura del prisma

A1 A2 A3 = a b a h b h = a2 b2 h2 = V2 A A AV 321

4.- Justificaciones Empíricas

4. 1.-Área de la Esfera El área total de los cuerpos se obtiene realizando sus desarrollos planos,

pero en la esfera surge que no puede desarrollarse sobre un plano.

Arquímedes demostró que el área de una esfera es igual al área lateral de un cilindro que tenga el

mismo radio y cuya altura sea el diámetro de la esfera.

Se considera una esfera envuelta por un cilindro que se ajusta por completo a ella, un cilindro de

radio r y altura 2 r. Entonces el área de la esfera es igual al área lateral del cilindro: A Esfera

= A Lat. Cilindro = 4 π r2

4. 2.- Relaciones entre los Volúmenes de algunos Cuerpos

1) Si se llena una pirámide con arena y se vierte todo el contenido en un prisma de bases y alturas

congruentes, es necesario llenar otras dos pirámides para completar el volumen del prisma.

Vol. Pirámide = 1/3 Vol. Prisma

2) Se considera un cono y un cilindro con bases y alturas congruentes. Se necesitan tres conos para

llenar el cilindro. Vol. Cono = 1/3 Vol. Cilindro

3) Se considera un cilindro y un cono de radio r y altura 2 r cada uno y una esfera de radio r.

Se llena el cilindro con el agua de la esfera y el cono.

Vol. Cono = 1/3 Vol. Cilindro y Vol. Esfera = 2/3 Vol. Cilindro = 4/3 π r3

5.- Discusión de resultados

Page 102: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

101

Como se sabe, las competencias enfatizan el saber hacer, el saber convivir, el saber ser y el saber

conocer; integran la teoría con la práctica; relacionan los conocimientos, habilidades y actitudes y

promueven la autorrealización humana.

La metodología de enseñanza basada en competencias supone:

1º Que el profesor modifique su papel en el proceso enseñanza-aprendizaje y se concentre en las

tareas de organización, seguimiento y evaluación del aprendizaje.

2º Que a los estudiantes se les exija dedicación constante y sistemática al aprendizaje y que

reflexionen en la planificación y aplicación de los conocimientos adquiridos.

En el Taller se desarrolló un trabajo práctico a través de exposiciones grupales que condujeron a

valiosas discusiones, logrando monitorear (supervisar, analizar, revisar, modificar) y controlar

(dirigir) sus prácticas docentes. También, se propuso a los docentes una autoevaluación individual

que permitió reflexionar sobre sus habilidades.

La autoevaluación del docente estuvo orientada a reconsiderar los siguientes ítems:

A. Definiciones de las habilidades de visualización, de comunicación y de dibujo.

B. Las principales dificultades técnicas que presentan los estudiantes para abordar un problema

geométrico.

C. Los conceptos geométricos que sus alumnos no comprenden con facilidad.

D. ¿Se detectan y se registran las dificultades que presenta el alumnado en relación con

aprendizajes básicos no adquiridos?

E. ¿Cómo distingue que un alumno ha adquirido habilidades y las emplea con fluidez?

F. ¿Se planifican explícitamente y llevan a cabo actividades en el aula en las que se desarrollan las

competencias básicas?

G. ¿La corrección de las actividades que se realizan contribuyen al conocimiento y reflexión del

alumno sobre su propio aprendizaje?

Para un aprendizaje significativo, no basta la aplicación reiterada de un procedimiento para

resolver un problema, sino la reflexión de los recursos aplicados en su resolución. Para ello, el

docente propone al alumno un autointerrogatorio donde se formule las siguientes preguntas para

la realización de una tarea, tales como:

a) Al inicio: ¿Qué conozco acerca del problema propuesto? ¿Cuáles conceptos aplico para

resolverlo? ¿Cómo puedo aplicarlo?;

Page 103: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

102

b) Durante la resolución: ¿Qué, para qué y cómo lo estoy resolviendo? ¿Hacia dónde me conduce

este procedimiento?;

c) Al final: ¿Hay coherencia entre las respuestas y las preguntas? ¿Hay otro camino para

resolverlo? ¿Es general el método que apliqué? ¿Es posible el resultado encontrado? ¿Cumple las

condiciones iniciales del problema?.

Este autointerrogatorio incrementa la destreza del alumno en resolución de problemas,

reconociendo sus debilidades y fortalezas.

Estos recursos didácticos, extensibles a otros aprendizajes, favorecen la enseñanza y el aprendizaje

de la Geometría.

Conclusiones

Consideramos que el profesor de Geometría debe tener conocimiento, comprensión y competencia

para discriminar los distintos tipos de objetos, sistemas de representación y sus relaciones

sinérgicas en la práctica para, a posteriori, diseñar y gestionar los procesos de particularización y

de generalización.

La autoevaluación de la práctica docente parte de una actitud favorable a un cambio y centra la

mejora del proceso en el aula. Esto abarca los procesos de planificación y evaluación de los

resultados porque ambos son partes inseparables de la práctica docente. Pensamos que las

respuestas obtenidas permiten identificar las fortalezas y las debilidades en la enseñanza de la

Geometría, realizando los cambios necesarios y pertinentes para optimizar el proceso. Esta

estrategia tiene un sentido instrumental y se convierte en un factor decisivo para el cambio y la

innovación, favoreciendo los procesos de reflexión personal y colectiva; siempre que su desarrollo

sea continuo.

La resolución de problemas se complementa con el análisis epistémico – cognitivo provocada por

las consignas: ¿Qué geometría se necesita en la resolución de un problema? ¿Qué conceptos usa

el alumno? Las respuestas al interrogatorio propuesto al alumno optimizan su aprendizaje

reconociendo que puede existir más de un método de resolución, o que no hay ningún método

disponible o que no es aplicable o que resulta inadecuado para el problema propuesto. También,

identifica los aspectos positivos y negativos de la estrategia usada, estableciendo condiciones para

su aplicabilidad y creando bases para su generalización y transferencia.

Page 104: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

103

Estas técnicas permiten reconocer la complejidad de los objetos y significados puestos en juego

en las actividades matemáticas, prever potenciales conflictos, adaptarlas a las capacidades de sus

estudiantes y a los objetivos del aprendizaje.

La importancia de la manipulación de los cuerpos geométricos se manifiesta en la combinación de

poliedros regulares en diseño industrial, en mallas espaciales, en cúpulas geodésicas y también

aparecen en la naturaleza, en la estructura de diversos minerales y en elementos estructurales de

seres vivos.

Referencias Bibliográficas

Gaona Vargas, G. (2012). Desarrollo de Competencias en Geometría en Guía de Unidad de

Aprendizaje Disciplinar 3. Guanajuato, México: Universidad Pedagógica Nacional.

Godino J. D. (2009). Categorías de análisis de los conocimientos del profesor de matemáticas.

Unión: Revista Iberoamericana de Educación Matemática, 20, 13-31.

Gutiérrez Ocerín L., Martínez Rosales E. y Nebreda Saiz T. (2008). Cuadernos de Educación.

N°5. Las competencias básicas en las áreas de Matemática. España: Consejería de Educación

Cantabria.

Pimienta Prieto, J. (2012). Estrategias de Enseñanza-Aprendizaje. Docencia Universitaria Basada

en Competencias. México: Pearson Educación.

Page 105: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

104

CB-226

PLANILHAS ELETRÔNICAS E UM PROJETO PIBIDIANO VOLTADO PARA UM

PÚBLICO DIVERSIFICADO: ALUNOS E PROFESSOR EM FORMAÇÃO INICIAL E

CONTINUADA.

Dilson Ferreira Ribeiro

[email protected]

Cinthia Barreto Casagrande

[email protected]

Claudia Costa Caldeira

[email protected]

Márcio dos Santos Nizolli

[email protected]

Amanda Paracy Ribas

[email protected]

Felipe da Silva Morales

[email protected]

Instituto Federal Sul-rio-grandense & Colégio Municipal Pelotense – Brasil

Tema: Recursos para la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Médio o secundário

Palabras clave: Tecnologia no ensino, Formação Continuada, Metodologia de Ensino.

Resumo:

Este é um breve relato, cuja intenção está em mostrar a experiência vivida por alunos do Curso

de Licenciatura em Computação do Instituto Federal Sul Rio Grandense (IFSul) e professores e

alunos do Colégio Municipal Pelotense. O texto mostra, no transcorrer de sua escrita, detalhes

sobre o projeto extraclasse que inseriu a ferramenta de planilhas eletrônicas na metodologia de

ensino da matemática para alunos do primeiro ano do ensino médio, com o intuito de

complementar suas atividades desenvolvidas em sala de aula, no que tange a conteúdos como:

porcentagem, estatística básica, cálculos aritméticos, etc. Em um segundo momento, a narração

é voltada para a necessidade de sua utilização nas atividades diárias dos professores da educação

básica, cujo instrumento serve como facilitador para a organização de notas e/ou rendimentos

dos alunos. Sendo assim, este é um projeto que contribuiu para a formação inicial dos oficineiros,

para a formação continuada dos professores da comunidade escolar e para o processo de

aprendizagem dos alunos envolvidos. Utiliza como suporte teórico, Pierre Lévy (1993), que nos

fala sobre o pensamento na era da informática, Ole Skovsmose (2014) com a matemática crítica

e Pedro Demo (2015) no desafio da reconstrução das concepções dos professores.

Introdução

Page 106: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

105

Este projeto teve como objetivo inicial contribuir para o aprendizado da matemática de alunos da

escola básica, no entanto, após sua primeira edição, despertou a curiosidade de professores de

diversas áreas do conhecimento, fazendo-se presente no espaço destinado à formação continuada.

Os propositores deste projeto, alunos do curso de Licenciatura em Computação do Instituto Federal

Sul-Rio-Grandense (IFSul) são os oficineiros que desenvolveram as atividades entre 2015 e 2016

para alunos e professores. Isso corrobora com as palavras de Francisco Imbernón, o qual diz: “Não

é um bom professor aquele que não aprende ensinando” (2016, p.40), numa reflexão ao fato de

desenvolvermos nossas práticas e aperfeiçoarmos a atuação de professor em uma aliança entre o

estudo da teoria e o desenvolvimento da prática.

O público alvo deste projeto é composto por duas categorias: a primeira é formada por alunos da

educação básica, mais precisamente matriculados no primeiro ano do ensino médio regular, cujo

objetivo está associado à continuidade do aprendizado de matemática ofertado em sala de aula

com a utilização do recurso das planilhas eletrônicas; a segunda categoria são professores de

educação básica de diversas áreas do conhecimento como Física, Geografia, Matemática,

Espanhol, Artes e Língua Portuguesa, cujo interesse está em trabalhar com as planilhas eletrônicas

na facilitação de sua organização diária.

Durante a apresentação deste texto, podemos ver solidamente a contribuição que o Programa

Institucional de bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) faz no processo de formação inicial dos

licenciandos, bem como sua consequência positiva quanto à contribuição da aprendizagem dos

alunos fora do ambiente tradicional da sala de aula ou no processo de formação continuada de

professores que perceberam, na proposta deste projeto, uma forma de facilitar suas atividades

diárias em se tratando da organização de notas e conceitos de seus alunos. Em nossos referenciais,

foram utilizados autores de diferentes campos do saber, dentre esses, alguns serão citados: Pierre

Lévy (1993), que nos fala sobre o pensamento na era da informática, Ole Skovsmose (2014) com

seus pensamentos sobre a matemática crítica e Pedro Demo (2015) no desafio da reconstrução das

concepções dos professores.

As planilhas eletrônicas e sua contribuição na informatização do processo de ensino.

No começo desta seção, nada mais conveniente do que lembrar as palavras de Pierre Lévy, quando

cita: “(...) não há informática em geral, nem essência congelada do computador, mas sim um campo

de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado” (1993, p.9),

Page 107: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

106

numa reflexão que nos permite entender o quão perceptivo é o crescimento da área da informática

e a necessidade em se adequar as práticas à utilização dessas ferramentas, aqui, mais precisamente

destacada, as planilhas eletrônicas.

O surgimento das planilhas eletrônicas é datado de 1979, com a planilha Visicalc (Lévy, 1993),

cujo programa de simulação e de tratamento integrado de dados contábeis e financeiros

revolucionou a forma de utilizar os recursos de informática. Mesmo essa revolução ocorrida há

quase quatro décadas, ainda é possível encontrar adolescentes e jovens que desconhecem o

funcionamento de ferramentas básicas, tais como: editores de texto ou operadores matemáticos

existentes em planilhas eletrônicas. Foi a partir desta análise que surgiu a idéia de criar oficinas

que proporcionassem ao público jovem o entendimento do funcionamento de comandos que

pudessem auxiliar o aprendizado de conteúdos matemáticos, que, depois de uma primeira edição,

acabou despertando a curiosidade e o interesse em aprender o funcionamento deste recurso por

parte de professores, os quais desejaram buscar, por meio da tecnologia, a qual está à sua

disposição dentro e fora da escola, uma forma de facilitar a organização didático-pedagógica,

contribuindo para o desenvolvimento de suas tarefas.

Uma das oficineiras deste projeto diz: “adquirimos o crescimento pessoal e profissional, porque

ao inserirmo-nos na realidade da escola, apreendemos enquanto estamos ensinando”. Ao atuar

nas escolas públicas, neste caso, no município de Pelotas, como é o caso do PIBID da Licenciatura

em Computação desenvolvido no Colégio Municipal Pelotense, analisa-se e discute-se a prática

das escolas com a teoria das aulas na Universidade, resultando em uma reflexão sobre o trabalho

docente, que, certamente, agrega valor à formação de professores para a educação básica. Essa

preparação que fala do começo da experiência, passando por aquilo que pode ser chamado de

revisão, no que tange ao planejamento e à instrumentação é em que Francisco Imbernón (2011)

baseia-se ao falar de uma reflexão deliberativa ou de uma pesquisa-ação, em se tratando do fato

de o professor elaborar suas próprias soluções em relação aos problemas práticos.

As propostas do projeto voltadas para os alunos do ensino médio.

Como principal objetivo deste projeto está a incorporação das planilhas eletrônicas como auxílio

aos conteúdos das disciplinas de exatas, propondo ao aluno uma melhora no processo de

aprendizagem, com a utilização de recursos tecnológicos. Especificamente neste projeto, as

planilhas eletrônicas se fazem presentes no auxílio do entendimento de conceitos de estatística

Page 108: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

107

básica como Medidas de Tendência central: Moda, Mediana e Média e Medidas de Dispersão:

Variância e Desvio Padrão. Também são úteis na revisão de conceitos básicos como a aritmética,

álgebra, numa abordagem que trabalha com porcentagem, regra de três e criação de fórmulas

aliadas à lógica matemática, permitindo ao aluno vislumbrar a matemática voltada à sua aplicação

prática, que vai além de simples cálculos, utilizando análises de informações, como é o exemplo

de banco de dados, os quais possibilitam o raciocínio lógico diretamente relacionado à estatística

e paralelamente associado à revisão de fórmulas matemáticas.

A apresentação piloto para a comunidade escolar foi ministrada num evento pedagógico chamado

Sábado em Foco da Matemática e contou com um resumo sobre o funcionamento das planilhas e

a importância desta ferramenta no aprendizado da matemática. Ferramenta, no sentindo de

instrumento que permite o acesso, a modificação e a criação de informações por meio de recursos

informatizados, os quais carecem da matemática como suporte para utilização destes tipos de

programas: planilhas eletrônicas. Serviu, também, para a evolução dos oficineiros que, depois de

uma primeira apresentação, sentiram mais confiança em sua atuação como professores. As

atividades regulares da primeira edição ocorreram no ano letivo de 2015, com duração de dez

encontros semanais, totalizando vinte horas de atividades. Em 2016, as oficinas para os alunos

tiveram um formato mais compacto, sendo ministradas em cinco encontros consecutivos, com um

total de dez horas de atividades. O objetivo de tal modificação foi dar mais dinamismo às oficinas

e reduzir a evasão que foi perto de 40% na primeira edição e de quase zero na segunda.

Em seu desenvolvimento, três momentos foram muito significativos: num primeiro momento, foi

apresentado o conceito de planilhas eletrônicas; em seguida, os educandos tomam conhecimento

da utilização das diversas ferramentas oferecidas pelo programa de planilhas eletrônicas

(Microsoft Excel, Calc/Libre Office) e, no momento final, foram elaborados gráficos e tabelas,

juntando os conhecimentos adquiridos e as possíveis situações que ocorrem no dia a dia,

envolvendo várias áreas do conhecimento, principalmente aquelas relacionadas à estatística,

fazendo com que os temas surgissem durante a oficina, impondo ao professor sair de sua zona de

conforto, de algo pré-programado e engessado e tornando seu planejamento mais vivo, ou seja,

composto por “(...) projetos ou da pesquisa reflexiva, partindo de suas situações problemáticas

contextuais (...)” (Imbernón, 2016, p.145).

As atividades desenvolvidas abordam conhecimentos que trabalham a relação entre linhas e

colunas, as condições de construir fórmulas matemáticas que facilitem a organização de dados, a

Page 109: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

108

importância de trabalhar com números decimais e as condições oferecidas pelos recursos em

mostrar dados com arredondamento e/ou em forma de percentuais. Destaca-se, ainda, a abordagem

de temas técnicos como os operadores matemáticos, entre as funções: maior, menor, máximo,

mínimo, data e ordem. Também são abordadas as funções lógicas: “e”, “ou” e “se e”, bem como

gráficos, no que engloba sua construção, classificação e filtros, ocasionando sua plotagem a partir

dos dados digitados, explorada de forma completa, considerando recursos como: legenda, inserção

de títulos, descrição de eixos, condições de impressão, etc.

Após o conhecimento técnico ter sido trabalhado pelos alunos, os oficineiros decidiram avaliar

toda a caminhada desenvolvida durante os encontros. Nesse momento, foram escolhidas questões

comuns, de concursos e determinadas apostilas de informática como forma de fixação do

conhecimento. Quebra-se, então, um modelo entre as famosas listas de exercícios e a zona de

conforto do professor. Uma gama de sentidos é aberta quando há uma aproximação entre a

proposta do professor e a intencionalidade do aprendiz. “Não há fórmulas nem roteiros para uma

educação significativa, nem para se prever as intencionalidades dos alunos” (Skovsmose, 2014,

p.44).

A extensão do projeto de planilhas para professores da educação básica.

Entre a edição de 2015 e a edição de 2016 oferecida aos alunos, percebeu-se o interesse dos

professores, que trabalham na escola onde foram desenvolvidas as oficinas, em aprender o

funcionamento de planilhas eletrônicas como facilitadoras de suas atividades diárias na escola. Os

professores, vendo a repercussão da primeira edição da oficina dos alunos e tendo contato com os

resultados alcançados durante o ano letivo de 2015, demonstraram interesse em participar para que

pudessem estar aptos a lidar com uma ferramenta que há muito tinham à disposição em seus

computadores, mas nunca ninguém havia parado para lhes explicar seu fácil funcionamento. Com

isso, percebemos: “(...) o conhecimento que inova é o mesmo que envelhece, donde segue a

necessidade de renovação constante; na vida é mister desconstruir práticas e teorias, para se

continuar vivendo” (Demo, 2015, p.23).

Assim, montou-se uma oficina que, devido à organização da escola, ocorreu durante o horário de

reunião que a escola tem nas terças feiras no turno intermediário, entre o diurno e o noturno. A

oficina oferecida teve duração de pouco mais de uma hora, podendo assim ser considerada uma

oficina compacta. Os oficineiros, ao montar a proposta para os professores, buscaram atender seus

Page 110: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

109

anseios e falar de forma clara e simplificada como este recurso poderia mudar sua organização

diária.

O objetivo principal está em tornar professores, antes excluídos de recursos informacionais, aptos

a inserir a informática na sua rotina de trabalho. Como objetivos específicos estão a habilidade em

reconhecer linhas e colunas, alguns operadores matemáticos e o processo de construção de

fórmulas. Para ambientar esse processo, a metodologia perpassa por uma planilha cujo protótipo

organiza listagens de alunos e suas respectivas notas. As linhas e colunas são capazes de oferecer

uma organização em que o professor possa simplesmente digitar a nota e, com o advento do recurso

das planilhas eletrônicas, obterem a nota referente a cada trimestre e, também, a nota final que

seria a maior nota entre a média inicial e a nota dos estudos de recuperação. Também são

apresentados recursos de formatação condicional e a forma apropriada para imprimir, caso sintam

necessidade. Como a escola conta com aproximadamente 300 professores, o público atingido em

uma oficina é um percentual muito baixo. No entanto, esses educadores podem ser multiplicadores

dessa idéia e, em um momento futuro, é possível que o PIBID possa ter, sim, uma segunda edição

para professores. A oficina oferecida, devido à estrutura física, alcança, em cada edição, trabalhar

com um máximo de vinte professores. Os professores, ao serem consultados sobre a extensão do

projeto, disseram: “É de suma importância ter alguém qualificado para nos ensinar a utilizar esses

recursos. Ninguém nunca me ensinou a trabalhar com planilhas e já está mais que na hora de me

aperfeiçoar e buscar novas ferramentas para organizar minhas notas; estou passando trabalho à

toa”.

Esses professores demonstraram um sentimento de continuidade, colocando em prática a idéia de

que, muito embora eles tenham seu processo de formação concluído, a formação continuada está

sempre presente, entendendo que, em seu meio de trabalho, possa estar o aperfeiçoamento naquilo

que desempenham diariamente, deixando de lado, conforme cita Elli Benincá (2004), a idéia de

seres prontos e acabados, ou em outras palavras, uma visão escolástica, conservadora,

transformando o sujeito da prática e a prática pedagógica.

Os professores que realizaram a oficina demonstraram entusiasmo e destacaram a satisfação

naquele momento. Uma das professoras disse: “Achei a oficina muito boa, com linguagem simples

e ao alcance de todos. Fiquei super entusiasmada por perceber que é bem simples mexer no Excel,

não tem mistério. Gostei muito e gostaria muito que tivesse outra oficina para que possamos

aprofundar nossos conhecimentos”. Além dessa observação, manifestações no dia seguinte foram

Page 111: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

110

inevitáveis, tal como a professora que disse solucionar todos os seus problemas com planilhas em

apenas um clique, reafirmando o quanto gostou da didática apresentada e o quanto vai se dedicar

para aprender mais, depois dos conhecimentos básicos que lhe foram transmitidos.

Os resultados alcançados e algumas considerações.

Quando Ole Skosmose (2014) propõe suas idéias sobre a matemática crítica, numa relação com as

palavras de Paulo Freire (1986) ao falar da literácia como algo além da capacidade de apenas ler e

escrever, mas, sim, da capacidade de interpretar palavras, entra em cena o conceito da matemácia,

considerada como o modo de ler o mundo por meio de números e gráficos e de escrevê-lo ao estar

aberto às mudanças. Acreditamos que esse foi o principal objetivo alcançado por este projeto

realizado com alunos da educação básica, cujas atividades tiveram uma relação estreita com fatos

do cotidiano e com os conceitos formais da matemática.

Quando nossas considerações finais são voltadas aos professores que pediram a extensão desta

oficina, é percebida a importância do PIBID que, além de levar uma proposta que objetiva uma

maior solidez na formação acadêmica de futuros professores, mostra sua eficácia no que tange à

comunidade docente, muitas vezes envolvida com a falta de infraestrutura de trabalho, escassez de

tempo com horas de sala de aula em várias instituições de ensino e, até mesmo, desânimo para

buscar um aperfeiçoamento que encontra argumentos numa desmotivação ocasionada, muitas

vezes, pelas péssimas condições de trabalho. Percebemos, aqui, a culminância do projeto e a

importância em valorizar programas dessa natureza que, em hipótese alguma, devem acabar. Um

programa que fez professores utilizarem uma ferramenta disponível – a qual, por haver pouca

exploração, deixava de contribuir em sua organização diária – em suas casas, fazendo com que

esses educadores imprimissem mais qualidade ao seu trabalho.

Nesta temática, deparamo-nos com um método de formação de professores que se preocupa

diretamente com os processos de mudança, que implica desprendimento de conceitos tradicionais

de ensino, “(...) inércias e ideologias impostas, formar o professor na mudança e para a mudança

por meio de desenvolvimento de capacidades reflexivas em grupo, e abrir caminho para uma

verdadeira autonomia profissional” (Imbernón, 2011, p.15).

Esse processo de mudança não está explícito somente pelo fato de o curso ser de formação de

professores em licenciatura em computação, está também arraigado ao fato do direcionamento

dado a esse caminho de formação que busca professores, cuja capacidade está em interagir ou

Page 112: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

111

percorrer qualquer área do conhecimento, utilizando os recursos de informática como

complemento de associação, por parte de seus educandos, entre seus conceitos e a relação destes

com o cotidiano. Uma proposta que pode se estender não somente para a área das ciências exatas,

mas também para a área de humanas, por exemplo, tornando esse processo de formação mais

significante, cuja proposta é voltada para a tríade: “aprender sobre”, “aprender por meio de” e

“ensinar usando” (Almeida et. al., 2013, p.24).

Com isso, destaca-se o quanto o processo de formação de professores pretende obter um

profissional agente da mudança, proporcionando aos docentes conhecimentos, habilidades e

atitudes para criar profissionais reflexivos e/ou investigadores, os quais tenham, como meta ou

proposta, o objetivo de despertar em seus educandos a prática pelo aprimoramento de seu

conhecimento, mais do que, simplesmente, aprender por intermédio de repetições e decorebas

desassociadas de alguma prática pertinente ou pontual em seu cotidiano ou no meio em que vive.

Referencias Bibliográficas

Almeida, L.W. & Silva, K. P. & Vertuan, R. E. (2013). Modelagem Matemática na educação

básica. São Paulo: Contexto.

Benincá, E. (2004) (2 ed). A formação continuada. En: Benincá, E. & Caimi, F. E. (Org.).

Formação de professores: um diálogo entre a teoria e a prática. (pp.99-110). Passo Fundo, RS:

Universidade de Passo Fundo.

Demo, P. (et. al.) (2015) (6. Ed). Pensadores em educação: o desafio da aprendizagem, da formação

moral e da avaliação. Porto Alegre: Mediação.

Freire, P. (1986). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:

Paz e terra.

Imbernón, F. (2011). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza.

São Paulo: Cortez.

Imbernón, F. (2016). Qualidade do ensino e formação do professorado: Uma mudança necessária.

São Paulo: Cortez.

Lévy, P. (1993). As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São

Paulo: Editora34.

Skovsmose, O. (2014). Um convite à educação Matemática crítica. Campinas: Papirus.

Page 113: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

112

CB-227

EL PROFESOR ANTE LA INCORPORACIÓN DE LA MATEMÁTICA NO

INSTITUCIONALIZADA EN SITUACIONES DE APRENDIZAJE

Hugo Parra Sandoval

[email protected]

U.E. Colegio Gonzaga-Universidad del Zulia –Venezuela

Núcleo temático: Formación del profesorado en Matemática

Modalidad: CB

Nivel: Formación y actualización docente

Palabras claves: Conocimiento profesional Matemáticas no institucionalizadas

RESUMEN

A la institución escolar se le pide desarrollar en los estudiantes competencias matemáticas que

les permitan hacer un uso adecuado de las matemáticas en diferentes situaciones de vida (OCDE,

2013; Araújo, 2009). Esto será posible en la medida en que el profesor identifique, valore e

incorpore a las situaciones de aprendizaje modos de proceder matemáticos cotidianos y laborales

(Gravemeijer, Stephan, Julie, Lin & Ohtani, 2017). Muchos de estos modos de proceder no han

sido incorporados a la dinámica escolar (Parra-Sandoval, 2017). En tal sentido, se presenta el

avance de una investigación en curso que plantea describir y analizar la actitud de un educador

ante la solicitud de incorporar a las situaciones de aprendizaje modos de proceder matemáticos

no institucionalizados por la escuela. Para ello, se realiza entrevista a un maestro donde se le

presenta una situación en la que se describe un modo de proceder matemático no

institucionalizado por la cultura escolar y luego se le solicita su valoración y posibilidad de

incorporarla a situaciones de aprendizaje. Con el estudio se busca analizar la actitud del

educador ante la necesidad de problematizar una situación del contexto y ver si considera o no

aquellos contingencias que, en situaciones reales, puedan surgir.

.

Incorporar estrategias para que las matemáticas escolares trasciendan los enfoques centrados en

los contenidos y promuevan por parte de los estudiantes conocimientos propios de la sociedad y

la cultura, es una demanda que se le hace a la institución escolar desde diferentes ámbitos de la

sociedad (Gravemeijer, Stephan, Julie, Lin & Ohtani, 2017; Cantoral, Reyes-Gasperini & Montiel,

2014; Araújo, 2009; National Council of Teachers of Mathematics, 2000). Sin embargo, cuando

se revisa la literatura sobre el conocimiento profesional del profesor, los modelos que intentan

representarlo parecieran no darle importancia. Así, por ejemplo, el modelo del Pensamiento del

Profesor propuestos por Ball, Thames y Phelps (2008), o el modelo del Conocimiento

Especializado del Profesor de matemática expuesto por Rojas, Flores y Carrillo (2015), si bien

hacen mención al tema de las conexiones de las matemáticas, cuando hacen referencia al

Conocimiento en el Horizonte Matemático (Ball et al., 2008) o al Conocimiento de los Temas

(Rojas et al., 2015), dejan de lado las conexiones de las matemáticas escolares con el conocimiento

matemático que se desarrolla fuera del ámbito escolar, como son los casos de situaciones

cotidianas y laborales (Parra-Sandoval & Villa-Ochoa, 2017).

Unido a esta escasa valoración en la literatura sobre el conocimiento del profesor, está el hecho de

que tal conexión no ha resultado fácil. El establecimiento de una relación de las matemáticas

Page 114: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

113

escolares con la realidad no surge de manera automática, ni ha sido fácil su implementación. Al

respecto Niss (2001) indica que vincular las matemáticas con la realidad exige de parte del profesor

unas competencias particulares que no siempre se han desarrollado, y en muchas ocasiones se

plantean a los estudiantes situaciones estereotipadas que en nada vinculan las matemáticas con la

realidad (Villa-Ochoa, 2015).

Modos de proceder matemáticos presentes en situaciones reales

Incorporar contextos reales a las situaciones de aprendizaje matemáticas no es tarea fácil, porque

en las situaciones reales los modos de proceder matemáticos se desarrollan de manera diferente al

de la institución escolar. La dificultad radica en el hecho de que en las situaciones reales entran en

juego situaciones no matemáticas, que repercuten en los procedimientos matemáticos formales,

haciendo que estos se modifiquen. Masingila, Davidenko y Prus-Wisniowska (1996) ya lo

reportaron hace más de dos décadas, cuando describieron diferencias entre los modos de proceder

de un cocinero y las de un grupo de estudiantes a quienes se les pidió que a partir de una receta de

ensalada de frutas para seis personas, dijeran cómo harían para que sirviese a veinte personas. Los

procedimientos del cocinero respecto a los estudiantes fueron totalmente diferentes; el cocinero

consideró aspectos que los estudiantes ni se las plantearon, como por ejemplo, el hecho de que

muchos ingredientes vienen en cantidades diferentes a las que en determinado momento se

necesitan, como es el caso de una barra de mantequilla. Situación similar le sucedió a Berrío

(2011) quien presentó un problema de cultivo de café a unos estudiantes de una escuela rural. En

el problema se planteaba sembrar plantas de café en un terreno. Los estudiantes realizaron cálculos

en el que solo consideraron un criterio: a mayor área, mayor cantidad de matas de café a sembrar.

Este modo de proceder difería de la lógica de los cultivadores de la región, quienes – situados en

una región montañosa como lo son las zonas cafetaleras - consideraron la inclinación del terreno.

La inclinación del terreno repercute en la cantidad de matas de café a cultivar, ya que dependiendo

de ésta, se podría sembrar un mayor o menor número de matas de café en una misma área. De estas

experiencias podemos extraer dos valiosas conclusiones. En primer lugar se hace evidente que

estos estudiantes al carecer de los conocimientos que le aporta el saber profesional práctico de este

cocinero o de los cafetaleros, dejan de lado factores no matemáticos que de alguna manera,

repercuten en los cálculos matemáticos y en segundo lugar, los procedimientos utilizados por los

estudiantes buscan obtener cálculos exactos y de proporcionalidad directa, mientras que los

cafetaleros y el cocinero buscan la eficiencia en los resultados que se esperan obtener.

Problematización de una situación real La problematización la consideramos como pieza clave de este proceso de conectar las

matemáticas escolares con la realidad. El tema no es nuevo. Ya Freire (1970) introdujo el tema en

Latinoamérica cuando planteó que si se quiere desarrollar una pedagogía que empodere a los

sujetos que aprenden, esta debe problematizar la realidad como paso previo a su comprensión y

transformación. Más reciente ahora, y desde la socioepistemología Reyes-Gasperini y Cantoral

(2016) hablan de empoderar al docente de matemáticas mediante la problematización del saber

matemático escolar, entendiéndose por este saber como aquel conocimiento matemático del que

se hace uso en contextos escolares y que es fundamental, dependiendo del nivel educativo. Esta

problematización del saber escolar se hace desde la mirada de los estudiantes y de los usos que

este conocimiento posee en la cotidianidad del mundo escolarizado.

En nuestro caso, problematizar una situación real traspasa el mundo escolar. Problematizar “es

fundamental por cuanto se trata de definir qué interesa indagar, y para ello no basta con saber en

Page 115: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

114

líneas generales el tema,…sino de ir más allá definiendo en concreto qué queremos saber y

transformar y por qué.” (Parra-Sandoval, 2016, p. 129).

El planteamiento

Ante una demanda más creciente por parte de la sociedad para que las matemáticas escolares se

vinculen a la realidad y ante la evidencia de las dificultades existentes en la institución escolar por

satisfacerla, indagamos acerca de los modos de proceder de un maestro en ejercicio cuando se le

plantea una situación real donde las matemáticas están presentes. A partir de esa situación se le

solicita al maestro problematizar la situación para así convertirla en una situación de aprendizaje

y resolverla. Se busca analizar la actitud del educador ante la necesidad de problematizar una

situación del contexto y ver si considera o no aquellos contingencias que, en situaciones reales,

puedan surgir.

Modos de acercarnos al objeto de estudio

Presentamos los resultados de una entrevista realizada a un maestro en ejercicio a objeto de

determinar si identificaba en ella potenciales situaciones de aprendizaje a través de su

problematización. La situación que se les presentó fue una receta de cocina. Se escogió una receta

de cocina no sólo porque se adaptaba al nivel de educación primaria, sino también por su

familiaridad entre los docentes, ya que en oportunidades los textos escolares presentan situaciones

de este tipo. Se le solicitó al maestro que la leyera y pensara si esa información pudiese serle útil

para presentársela a sus estudiantes. Luego se le solicitó que describiera cómo esta receta podría

replantearse a sus estudiantes en forma problemática.

Para el análisis de las respuestas se estableció un cuadro de correlación de objetivos, categorías,

propiedades e ítems de las entrevistas. (Ver cuadro 1). Para el caso que aquí presentamos el cuadro

quedó establecido de la siguiente manera:

PROPÓSITO CATEGORÍA PROPIEDADES PREGUNTAS Y CONSIGNAS

Describir la

actitud de un

educador ante

la solicitud de

problematizar

una situación,

Valoración

matemática de

una situación

real

Problematiza-

ción de una

situación real

Identificación de

procedimientos

matemáticos en una

situación real

Pertinencia de la

situación para ser

considerada en una

situación de

aprendizaje

Reformulación de

una situación real

en un problema

matemático

Identificación de

contingencias en el

procedimiento de

¿Podrías utilizar la situación

planteada para plantear un

problema a tus estudiantes?

Señala al menos una situación

problema adaptada a tus

estudiantes

¿Consideraste la posibilidad

de que las cantidades

utilizadas pudieran no

conseguirse en el mercado?

Page 116: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

115

resolución de un

problema

Consideración de la

matemática no

institucionalizada

en el proceso de

problematización

Consideraste que en la

situación planteada las

personas que cocinan trabajan

con medidas como

“cucharada”, “cucharaditas”,

diferentes a las planteadas en

la escuela

Cuadro 1. Correlación de objetivo, categorías de análisis y propiedades

Discusión de los resultados

De la entrevista que analizamos abordamos como primera categoría de análisis, la valoración

matemática de una situación real. Nos interesaba observar si el docente entrevistado podría

identificar procedimientos matemáticos en ella y evaluar si pudiese responder a los intereses y

necesidades de sus estudiantes. Para ello se le presentó la siguiente receta de cocina tradicional de

la región en donde las medidas eran explícitas.

RECETA DEL DULCE DE HUEVOS CHIMBOS Dulce de “Huevos Chimbos” para 20 a 25 unidades aproximadamente Ingredientes 12 yemas o amarillos de huevo a temperatura ambiente Mantequilla para engrasar los moldes Ingredientes para un almíbar liviano 3 tazas de agua 2 tazas de azúcar 1/4 de cucharadita de esencia de vainilla 3 cucharadas de ron blanco

El maestro ante la situación planteada respondió que sí podía ser presentada a sus estudiantes y

trabajar con ella las medidas de peso y los números fraccionarios; sin embargo advirtió: “siempre

y cuando los estudiantes hubiesen trabajado antes lo que es ½, ¼, ¾.” De la respuesta del maestro

se evidencia en primer lugar que sólo toma en consideración el conocimiento escolar, dejando de

lado los modos de trabajar las matemáticas en un contexto diferente al escolar. En segundo lugar,

la advertencia del maestro nos indica que considera las situaciones reales como factible de

incorporar a situaciones de aprendizaje, siempre y cuando sirva para evidenciar en el estudiante la

aplicabilidad de la teoría enseñada. Esta valoración de la realidad como espacio privilegiado de

verificación de la teoría, responde a una visión platónica de los procesos de enseñanza y

aprendizaje de las matemáticas, visión ya reseñada por autores como Ernest (2000) y Gascón

(2007).

Una segunda categoría trabajada fue la problematización, nos interesó conocer cómo el maestro

reformularía la situación planteada y la problematizaría. Los registros muestran un maestro más

inseguro en sus respuestas. Los niveles de dificultad surgieron cuando en sus pensamientos

manifestaba a viva voz, que podría ser de peso y capacidad, aunque en la receta se hablaba de

“tazas”, “cucharadas” y “cucharaditas”. Intentaba establecer una equivalencia entre esas medidas

y las unidades de peso y no lograba establecerla. Preguntaba al entrevistador la equivalencia en

Page 117: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

116

peso de una taza de azúcar. Igual dificultad presentó con la indicación de la receta que señalaba

que era para unas 20 a 25 porciones aproximadamente; esta expresión se le hacía difícil y lo

confundía ante la demanda de redactar un problema. Finalmente optó por descartar las medidas no

tradicionales “cucharadas” y “cucharaditas” y seleccionar “la taza”, pero convirtiéndola a medida

de peso. Decidió establecer que “una taza vale como 1/4 de kilo, ½ kilo serán dos tazas”. Además

optó por plantear como interrogante cuánto serían las medidas para una sola porción y descartó

todos los ingredientes quedándose sólo con el azúcar. Unido a esto, simplificó la información de

las porciones a una sola cantidad: 25 porciones, descartando lo planteado por la receta: “20 a 25

porciones aproximadamente”. Al requerírsele la razón de la interrogante que planteó, manifestó

que de esa manera podrían saberse las medidas para cualquier cantidad de porciones, que en este

caso sería de 25. En cuanto a descartar medidas no convencionales como “cucharadas” o

“cucharaditas”, manifestó no considerarlas porque de acuerdo a su criterio, no eran de utilidad para

el tema de las unidades de peso.

Dos aspectos resaltan de sus respuestas, primero la simplificación de la situación real a un

problema particular. No se planteó nunca la posibilidad de ver en el campo de las recetas más de

una situación potencialmente útil para trabajar no sólo las medidas de peso, sino las de capacidad

y la proporcionalidad. Además, el maestro tampoco vio la posibilidad de conocer acerca del

proceso de la elaboración de la receta con la finalidad de identificar procesos matemáticos no

convencionales que pudieran actuar en el pensamiento matemático de las personas cuando cocinan.

El segundo aspecto resaltante fue el descarte de las medidas no convencionales. De estos dos

aspectos se hacen evidentes las falencias del maestro para problematizar situaciones reales.

Conclusiones

En los resultados registrados advertimos en primer lugar un maestro cuya valoración de la realidad

se restringe a considerarla como un espacio para demostrar que los conocimientos teóricos han

sido aprendidos, lo que caracteriza en él un arraigado pensamiento platónico. En segundo lugar

está clara la intención del maestro entrevistado de simplificar la situación real con el fin de

adecuarla a los contenidos programáticos, lo que indica que el foco de atención para organizar los

procesos de enseñanza son los contenidos y no el contexto o situaciones de vida externas al ámbito

escolar.

Estos resultados están lejos de la idea de empoderar al maestro (Gasperini & Cantoral, 2016), en

tanto que él se haga de un conocimiento profesional que le permita gestionar adecuadamente su

actuación como profesor de matemáticas, tal y como lo señalan los diferentes modelos de

representación del conocimiento profesional del profesor de matemáticas (Ball et al., 2008;

Carrillo et al., 2013; Pino-Fan & Godino, 2015). Pero más alejado aún están estos resultados de

la idea de un maestro que no sólo identifique y promueva la aplicación de procedimientos formales

matemáticos en las situaciones reales, sino que además identifique y valore aquellos conocimientos

matemáticos no formales que también hacen vida en otros ámbitos diferente al de la institución

escolar y que deberían ser incorporados a las diferentes situaciones de aprendizaje.

Para incorporar estos conocimientos matemáticos no formales a las situaciones de aprendizaje,

hace falta replantearse nuevas metas en los procesos de formación de los docentes. Una de estas

metas es la de desarrollar en el maestro o profesor las competencias profesionales necesarias para

problematizar la realidad; una realidad que no es cualquiera, sino una realidad contextualizada,

que responda a los intereses y necesidades de sus estudiantes. Esto plantea en el docente nuevas

tareas, como es la de conocer el entorno donde sus estudiantes hacen vida, adentrarse en su realidad

y descubrir tanto su cotidianidad como las expectativas que a futuro tienen. Este conocer el mundo

Page 118: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

117

de vida del estudiante permitiría identificar aquellas situaciones reales que podrían ser

problematizadas matemáticamente, reconociendo en ellas no sólo las matemáticas

institucionalizadas que la escuela deberá promover, sino también, reconocer en estas situaciones

reales aquellos conocimientos y sus procedimientos matemáticos no institucionalizados, pero que

hacen vida en esos entornos y serán necesarios para formar a sus estudiantes en y para la vida.

Referencias bibliográficas

Araújo, J. (2009). Uma abordagem sócio-crítica da Modelagem Matemática: a perspectiva da

educação matemática crítica. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 2(2), 55-

68.

Ball, Deborah Loewenberg; Thames, Mark Hoover and Phelps, Geoffrey (2008) Content

Knowledge for Teaching: What Makes It Special? Journal of Teacher Education. 59 (5): 389-407

Berríos Arboleda, Mario de Jesús (2011) Elementos que intervienen en la construcción que hacen

los estudiantes frente a los modelos matemáticos. El caso del cultivo de café. Tesis de Maestría.

Medellín, Colombia. Facultad de Ciencias Exactas. Universidad Nacional de Colombia.

Cantoral, R; Reyes-Gasperini, D; Montiel, G; (2014). Socioepistemología, Matemática s y

Realidad. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, 7(S/N) 91-116.

http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=274032530006 Consultado 27/102015

Ernest, Paul (2000): Los valores y la imagen de la matemática: una perspectiva filosófica. Revista

Uno [Revista en Línea], 23. http://ocenet.oceano.com/consulta/welcome.doc Consultado

09/07/2007.

Freire, Paulo (1970) Pedagogía del Oprimido. Montevideo: Tierra Nueva

Gascón, Josep; (2001). Incidencia del modelo epistemológico de las matemáticas sobre las

prácticas docentes. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa, julio,

129-159.

Gravemeijer, K., Stephan, M., Julie, C., Lin, Fou-Lai, Ohtani, M. (2017) What Mathematics

Education May Prepare Students for the Society of the Future?

International Journal of Science and Mathematics Education. 15(Suppl 1): 105.

doi:10.1007/s10763-017-9814-6 https://link.springer.com/article/10.1007/s10763-017-9814-6

Consultado 05/04/2017

Masingila, Joanna O.; Davidenko, Susana; Prus-Wisniowska, Ewa (1996) Mathematics Learning

and Practice in and out of School: A Framework for Connecting These Experiences. Educational

Studies in Mathematics. 31 (1/2): 175-200

National Council of Teachers of Mathematics (2000). Principles and Standards for School

Mathematics. USA. NCTM

Niss, M. (2001). Issues and Problems of Research on the Teaching and Learning of Applications

and Modelling. En J. F. Matos, W. Blum, K. Houston & S. Carreira (eds.). Modelling and

Mathematics Education. International Conference on the Teaching of Mathematical Modelling and

Applications, ICTMA 9: Applications in Science and Technology (72-89). Chichester: Horwood

Publishing

Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE) (2013) Principaux

résultats de l’Enquête PISA 2012. France. OCDE https://goo.gl/QJZhwX Consultado 19/05/2014

Parra-Sandoval, Hugo (2016) La Educación Popular en el aula. Guía didáctica para la enseñanza

y el aprendizaje de las competencias fundamentales. Tercer grado. Caracas. Fe y Alegría. ISBN:

978-980-7679-17-6

Page 119: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

118

Parra-Sandoval, Hugo (2017) Matemáticas escolares, realidad y pensamiento del profesor. En A.

Inciarte (Editora) Investigaciones en Ciencias Humanas. Estudios Postdoctorales. Vol VII.

Universidad del Zulia. Fac de Humanidades y Educación. División de Estudios para Graduados.

Maracaibo. Venezuela. ISBN: 978-980-402-186-2

Pino-Fan, Luis R.; Godino, Juan D. (2015) Perspectiva ampliada del conocimiento didáctico-

matemático del profesor. Paradigma, 36(1), 87 – 109

Reyes-Gasperini, Daniela, & Cantoral, Ricardo. (2014). Socioepistemología y empoderamiento:

la profesionalización docente desde la problematización del saber matemático. Bolema: Boletim

de Educação Matemática, 28(48), 360-382. https://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v28n48a18

Consultado 12/03/2017

Rojas, Nielka; Carrillo, José, Flores, Pablo; (2015). Conocimiento Especializado de un Profesor

de Matemáticas de Educación Primaria al Enseñar los Números Racionales. Boletim de Educação

Matemática, 29 (51), 143-166. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v29n51a08

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

636X2015000100009&lng=es&nrm=iso&tlng=en Consultado 27/11/2015

Villa-Ochoa, J. A. (2015). Modelación matemática a partir de problemas de enunciados verbales:

un estudio de caso con profesores de matemáticas. Magis, Revista Internacional de Investigación

en Educación, 8(16), 133-148. http://goo.gl/mIeL6j Consultado 14/09/2015

Page 120: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

119

CB-230

Tensão entre discreto e contínuo na perspectiva da filosofia da

diferença

Alexandrina Monteiro [email protected]

FE-UNICAMP-BR

Núcleo temático:

Modalidade: CB

Nível educativo: I. Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Palavra chaves: discreto-contínuo, Ensino de Cálculo, Filosofia da Diferença

Resumo O trabalho aqui apresentado é parte de uma pesquisa intitulada Práticas escolares

(in)disciplinares: tensão entre discreto e contínuo na perspectiva da filosofia da diferença

financiada pela FAPESP- Brasil, cujo objetivo é analisar como Deleuze mobiliza alguns saberes

matemáticos – em especial relacionados ao cálculo – e, com isso buscar compreender se tal

mobilização pode funcionar como um processo potencializador para se pensar a matemática e as

práticas pedagógicas escolares de modo outro. Esse modo relacionado às praticas pedagógicas

está se desdobrando em propostas que apostam em atividades que visam proporcionar

experiências de pensamento sobre temas presentes na disciplina de cálculo na perspectiva de uma

educação menor. Nesta apresentação, tomamos como recorte princípios propostos por Leibniz e

mobilizados por Deleuze que entendemos serem potencializadores de conexões que reflitam não

sobre o campo do entendimento de modelos e técnicas, mas, sobre o campo da experiência – uma

experiência para se pensar a matemática e não pensar sobre o pensamento matemático. Espera-

se com isso contribuir para os debates sobre o tema do infinito e continuidade em diversos níveis

de ensino, mas em especial para cursos de cálculo voltados à formação de professores

Introdução

As dificuldades enfrentadas pela maioria dos alunos nos cursos de cálculo ainda continuam sedo

um grande desafio para o ensino superior em especial para as áreas das ciências exatas. Barufi

(1999), aponta que o índice de não-aprovação em cursos de Cálculo Diferencial e Integral dos

alunos da Escola Politécnica da USP, no período de 1990 a 1995, é em média de 45%, sendo que

em algumas turmas pode-se chegar a 75%. Rezende (2003) mostra que a faixa de reprovação na

Universidade Federal Fluminense varia de 45% a 95%. Garzella (2013), numa pesquisa realizada

na Unicamp aponta que no período de 1997 a 2009 a taxa média de reprovação em Cálculo I foi

em torno de 75% aqui incluindo reprovação e evasão.

Page 121: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

120

Esses dados alarmantes nos convocam a pensar com muito cuidado sobre o que vem acontecendo

com essa disciplina nas universidades. De um modo geral, os discursos que buscam explicar os

altos índices de reprovação vão desde a falta de base dos alunos ao adentrarem na universidade,

passando pelo impacto que ela causa por tratar de assuntos muito distantes dos conteúdos do ensino

médio, pelas metodologias de ensino, abordagem pedagógica dos docentes, entre outras.

Cabe aqui ressaltar que esses problemas também estão presentes nos países chamados

“desenvolvidos”, basta analisar as pesquisas e artigos internacionais nesse campo. Por exemplo os

trabalhos de David, Vinner (1976) ou ainda o movimento deflagrado pelo documento de Peter Lax

na década de 1980, o qual criticava severamente os cursos de cálculo da época e que ficou

conhecido por “Calculus Reform” (Cálculo Reformado). Esse movimento defendeu fortemente o

uso da tecnologia como calculadoras gráficas para o ensino de cálculo além de proporem que todos

os conteúdos de cálculo deveriam ser tratados numa perspectiva numérica, algébrica e gráfica e

com um forte compromisso de aplicabilidade com exemplos próximos da realidade. No Brasil o

material traduzido que talvez mais reflita esse movimento é um livro organizado por uma equipe

apoiada pela National Science Foundation que se baseou numa experiência de Havard cujo

objetivo foi o de apresentar um material para revitalizar o ensino e o currículo de Cálculo. Apesar

de não ser um dos livros mais usados no Brasil esse material foi traduzido pela professora Elza

Gomide e publicado pela editora Edgard Blucher em 1999. Nesse modelo, há um acento nas

resoluções gráficas em detrimento das abordagens algébricas.

Porém, apesar de tantos movimentos e propostas o fato é que ainda nos encontramos diante de

grandes dificuldades com essa disciplina e, diante disso, optamos por fazer um desvio, ou seja,

optamos por sair dessa lógica em que ora o problema está na estrutura da disciplina, ora na

metodologia, ora das dificuldades conceituais prévias dos alunos ou talvez nas possíveis

combinações desses fatores, bem como da relação causa-efeito.

Sob uma outra perspectiva, nos interessa aqui apostar na possibilidade de outras formas de

pensarmos o pensado cálculo. Ou seja, problematizar alguns dos temas que povoam o campo do

cálculo a partir de conexões com a filosofia.

Não se espera com isso apresentar novas propostas de ensino e muito menos realizar qualquer tipo

de caça as bruxas do ensino de cálculo, mas simplesmente cogitar a possiblidade de criarmos

espaços-experiências que nos ajudem a pensar sobre temas explorados na disciplina de cálculo,

Page 122: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

121

talvez pensar num cálculo outro, pautado por sua menoridade no sentido do termo expresso por

Deleuze e Gattari. Mas, por onde começar a cogitar essa possibilidade de experiencias pensantes?

Nossa exploração emerge das conexões já propostas por Deleuze em algumas de suas obras7, nas quais esse autor

produz conexões com a matemática, usando em especial os trabalhos de Leibniz e Rimamm. Mas aqui nos

limitaremos a traçar um possível caminho considerando-se as conexões produzidas por ele a partir de Leibniz. Assim,

o que aqui pretendemos desenvolver, é a tese de que esse movimento que conecta pensamentos, que os

problematiza no lugar de defini-los, é potente para proporcionando sentidos outros, formas outras de pensar.

O que nos mobiliza aqui é o convite que Deleuze e Gattari (1992) nos fazem sobre as possibilidades

do pensar. De um pensar menor, criador, um movimento que ousa pensar para além do já pensado.

Para tanto, neste texto pretendemos explorar as aproximações-conectivas entre os conceitos de

Leibniz, filosofia e o Barroco discutidos no Livro A Dobra: Leibniz e o Barroco e pretendemos

com isso apontar cenários outros que possibilite exercícios de pensamentos que movem em fluxos

por meio de inflexões, de dobras e redobras. Talvez... criar cenários de inflexão que permitam

pensar o cálculo por outras perspectivas.

Deleuze (2012) explora as noções de ponto de inflexão, deslocando essa discussão de uma explicação meramente

técnica da não existência do limite. Para ele, quando há uma inflexão uma dobra é produzida, concavidades outras

emergem das curvas. Esse espaço outro que se cria, introduz o sujeito numa outra perspectiva, possibilita um outro

ponto de vista. Não exatamente um ponto de vista, mas um lugar, uma posição, um foco linear que representa uma

variação produzida pela inflexão. Essas diferentes possibilidades de perspectivas8 pertencem ao próprio mundo. Seu

ponto de vista é móvel, depende das oscilações das dobras desse espaço.

O perspectivismo assim apresentado não significa uma dependência do sujeito que se define

previamente. O ponto de vista (perspectivo) não varia com o sujeito, ao contrário ele é a condição

sob a qual o sujeito capta eventuais variações em função do lugar que ocupa. Segundo Deleuze

(2012) o perspectivismo deve ser entendido como verdade da relatividade e não relatividade da

verdade. Porque o ponto de vista é a variação em cada fonte de domínio que ordena o caos, a

condição da manifestação da verdade (p.17-33).

7 Diferença e Repetição, A lógica do Sentido, A Dobra: Leibniz e o Barroco e O que é a

filosofia? Este último escrito em parceria com Gattari 8 Essa noção é muito distinta da ideia de que a verdade depende de um ponto de vista fixo que

pertenceria a um sujeito externa à realidade ou confrontado por ela (relativismo).

Page 123: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

122

Assim, o que se busca nesse estudo é pensar em possibilidades outras não numa perspectiva

relativista, mas apostando na verdade relativa, nas verdades que emergem do plano de imanência

que se dobram e redobram. Deste modo, existe sempre um ponto de inflexão que transforma a

variação numa dobra (cfr. 27-29). O objeto seria uma superfície de curvatura contínua, em que as

inflexões contínuas produzem dobras. Já não é uma essência, mas uma flutuação contínua da

norma (a qual controla cada dobra). Ou seja, apostamos que sempre há uma possibilidade outra de

pensamento, de entendimento. Mesmo num campo tão estruturado e fechado como tenta ser o

campo da matemática.

O Leibniz de Deleuze

Deleuze em sua obra intitulada a Dobra: Leibniz e o Barroco discute temas relacionadas a arte

barroca bem como de conceitos introduzidos por Leibniz em suas discussões filosóficas e

matemáticas. Talvez coubesse aqui uma primeira conexão a ser ressaltada, visto que em seu texto

esse filósofo apresenta o pensamento de Leibniz sem qualquer demarcação disciplinar, ou seja, ele

não diferencia o pensamento desse autor entre aspectos matemáticos e filosóficos, além de articulá-

los à arte barroca.

Mas, por uma questão de espaço, neste texto destaco apenas alguns dos princípios discutidos por Leibniz que

movem Deleuze a construir seus conceitos em especial: a dobra infinita, a dobra da alma, a extensão, entre outros.

Dentre os princípios apresentados por Deleuze no livro a Dobra, destaco os de: reciprocidade, inclusão, princípio da

razão suficiente, percepção, ponto de vista, compossibilidade e mônada. Traçando um caminho apresentado por

Deleuze (2006)9 em sua aula de 15 de abril de 1980, nos deparamos inicialmente com algumas considerações que

este autor faz sobre Leibniz dentre elas ele afirma que:

Leibniz é um dos filósofos que melhor faz compreender uma resposta possível a

esta questão: o que é a filosofia? O que é que faz um filósofo? Ele se ocupa de

quê? (p.18) E, um pouco mais a frente Deleuze completa (...) Mas há algo de

espantoso em Leibniz. (Ele) É o filósofo da ordem; ainda mais, da ordem e da

polícia, em todos os sentidos da palavra polícia. Sobretudo, no primeiro sentido

da palavra polícia, a saber, a organização ordenada da cidade. Ele só pensa em

termos de ordem. Nesse sentido, ele é extremamente reacionário, é o amigo da

ordem. Mas, muito estranhamente, no seu gosto da ordem e para fundar essa

ordem, ele se engaja na mais demente criação de conceitos à qual tínhamos

podido presenciar na filosofia. Os conceitos desgrenhados, os conceitos mais

exuberantes, os mais desordenados, os mais complexos para justificar aquilo que

9 Deleuze (2006), é uma publicação das transcrições de Les Cours de Gilles Deleuze à

Vincennes, disponibilizadas em original francês publicamente no site www.webdeleuze.com

Page 124: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

123

é. É preciso que cada coisa tenha uma razão.

Assim, após pontuar algumas questões sobre Leibniz e sua importância para a filosofia, Deleuze

inicia sua discussão sobre um importante princípio, o da reciprocidade. Nesse princípio dizemos

que A=A, ou seja, a identidade A=A significa que o sujeito “A” está em relação com o predicado

“A” e, deste modo, o predicado “A” encontra-se também em relação de identidade com o sujeito

“A”. Por isso uma identidade recíproca. Assim, sujeito e predicado se co-determinam. Por

exemplo, segue Deleuze, o azul é azul, o triângulo é triângulo. Porém, nem toda relação de

identidade é reciproca. Em alguns casos outro princípio é necessário – como o da inclusão.

Para discutir o princípio da inclusão usaremos aqui também outro exemplo apresentado por

Deleuze (2006) citando Leibniz na qual ele afirma que dizer que um triângulo tem três lados não

é o mesmo que dizer que um triângulo tem três ângulos (p.23). Mas por que não? É que afirmar

que o triângulo tem três ângulos é uma afirmação idêntica e recíproca. Já afirmar que o triângulo

tem três lados não há reciprocidade. Pois dizer três lados não é o mesmo que dizer três ângulos,

pois não podemos conceber três ângulos formando uma mesma figura sem que ela tenha três lados.

Assim, ter três lados tem uma relação de inclusão com a afirmação ter três ângulos. Ter três lados

inclui ter três ângulos.

Outro importante conceito destacado por Deleuze é o princípio da razão suficiente. Leibniz (2009)

em Discurso sobre a Metafísica (§ 8,31) e em Monadologia (§ 27-39) afirma que o princípio da

razão suficiente é o princípio segundo o qual nada existe que não tenha uma razão de ser. A razão

não é, então, outra coisa que a série infinita dos requisitos dos fatos, que envolve o universo em

sua integralidade (passado, presente e futuro), como os decretos de Deus relativos à existência do

mundo.

Isso nos remete a outro importante princípio, que é o Ponto de Vista. Ou seja, a noção de

perspectivismo apontada por Leibniz e já pontuada no início deste texto. O ponto de vista é

aproximação do corpo ao mundo. Ver o mundo é uma ação intimamente ligada ao nosso corpo,

uma vez que é ele que ou por meio dele que o percebemos. Essa é uma das noções muito cara à

filosofia de Deleuze.

Outro importante princípio é o da percepção. Para Leibniz há dois tipos de percepção, a percepção

consciente e a inconsciente. De uma maneira bastante sintética, podemos afirmar que as

percepções inconscientes são da ordem do infinito, podem ser pensadas como elementos

Page 125: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

124

infinitesimais, seriam aquelas percepções sobre as quais não refletimos, mas estão presentes. Por

exemplo o som do ar condicionado. Ele está presente, mas, em geral o ignoramos.

As percepções conscientes, por sua vez são aquelas que demandam nossa atenção, estão integradas

ao nosso ambiente, mas numa relação consciente, elas nos limitam, delimitam e definem e ao

mesmo tempo modificam nosso ponto de vista pois, segundo Leibniz (2009) cada noção individual

expressa a totalidade do mundo, mas, sempre de um determinado ponto de vista. E é desse ponto

de vista que nosso corpo passa a se relacionar com o entorno. É a partir dele que podemos observar

a perspectiva das verdades que nos cerca. Assim, as verdades são constituídas tanto de essência

quanto de existência.

As essências constituintes das verdades são aquelas que podem ser comprovadas analiticamente

com um número finito de passo, ou seja, são as verdades passíveis de provas analíticas finitas. As

existências estão relacionadas às experiencias, ao sujeito e ao mundo de tal forma que a prova da

afirmação dessa existência exigiria um número infinito de passos. As verdades de existência

devem obedecer ao critério de continuidade, pois, incluem o mundo, suas infinitas possibilidades,

no processo de suas provas, o que implica num tipo de prova infinita. Segundo Leibniz tal

empreitada só é possível por uma ação divina.

Essa discussão apresentada por Leibniz nos introduz a outro conceito importante de sua filosofia

que é o conceito de compossibilidade. Para ele, compossibilidade é uma esfera lógica mais restrita

que aquela da possibilidade lógica. É o espaço no qual para que algo exista não é suficiente que

seja possível; é necessário que esse algo seja compossível com outras que constituem o mundo

real. Assim, dentro do conjunto de mundo possíveis, ou seja, de todos aqueles em que não há

contradição lógica das verdades de essência, temos subconjuntos compossíveis, que são espaços

em que não há contradição nem de essência nem de existência. Para Leibniz, o melhor dos mundos

possíveis é aquele que conserva a maior continuidade entre os sujeitos.

Mas, para essa aproximação, outro conceito se faz necessário, que é o conceito de mônada. De

modo muito breve podemos dizer que a mônada obedece ao princípio de inclusão e mantém uma

implícita ordem hierárquica. Em Monadologia Leibniz afirma que:

Uma mônada (do grego monas, unidade) é uma unidade por si mesma, analisável

em princípio ativo denominado alma, forma substancial ou enteléquia e em um

princípio passivo dito massa ou matéria primeira. A mônada encerra um tipo de

percepção e de apetição. É uma substância simples, sem partes. Toda mônada é

Page 126: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

125

um espelho vivo do universo, a partir de seu ponto de vista. Já que tudo que existe

é uma mônada, um composto de mônadas, estas são átomos substanciais. [M. 1-

21]

Ao afirmar que a constituição das verdades na existência requer um critério que é anterior e

implícito – que é o critério de continuidade e o conceito de mônadas, Leibniz apresenta uma

estreita relação com as formulações que propõe no campo da matemática, em especial com os

conceitos que desenvolve sobre o cálculo diferencial. E, essa proximidade é bastante explorada

por Deleuze.

Apesar da breve a discussão apresentada até aqui, entendemos que a mesma pode nos indicar a

pontencialidade da discussão elaborada por Deleuze para de um modo outro, explorar as noções

de série infinitas, de curvatura, ponto de inflexão e diferenciação. Assim, não se trata de uma

discussão da filosofia do cálculo, mas de filosofar sobre noções que emergem no campo das

discussões, por exemplo dos paradoxos, do infinito, entre outras.

A aposta aqui é que nessa inflexão possamos, talvez problematizar, por exemplo, o círculo vicioso

presente na significação de número real realizada por grande parte de nossos alunos, ou seja, a de

que o número irracional é definido como sendo o número real que não é racional, mas, por outro

lado, o conjunto dos números reais é obtido pela reunião dos conjuntos dos números racionais e

irracionais restringindo o domínio numérico no campo dos racionais porque, como diria Caraça

(1984), não pensam sob o ponto de vista da continuidade de seu processo de construção. Nesse

sentido a inflexão relacionada às praticas pedagógicas desdobra-se em propostas que apostam em

atividades que visam proporcionar experiências de pensamento sobre temas presentes na disciplina

de cálculo na perspectiva de uma educação menor no sentido apresentado por Gallo(2003).

Do mesmo modo, podemos problematizar o conceito de derivada, o qual se procura re-conhecer

ora por seus aspectos formais a partir da teoria dos limites ora por seus aspectos geométricos, ou

seja, como cálculo do coeficiente angular da reta tangente, ou ainda sobre a interpretação em

termos de taxa de variação instantânea. Pensar a derivada limitando-se ao re-conhecimento desses

modelos, oculta todo um processo histórico das lutas de forças que acompanharam a construção

desse saber, além de proporcionar apenas um modelo já pensado, impedindo o pensar sobre as

variações, sobre os infinitésimos e por fim um pensar sobre a continuidade.

Ressalto que pensar sobre a continuidade não é o mesmo que entender a continuidade já pensada.

Assim, essas possibilidades de conexões que aqui apostamos não está no campo do entendimento,

Page 127: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

126

mas, no campo da experiência, na experiência do pensamento. Nesse sentido é que apostamos nas

inflexões, em outras dobras, que possibilitem experiências de pensamentos outros sobre temas

relacionados ao cálculo como um importante componente curricular para a formação dos futuros

professores de matemática.

Referencias bibliográficas

BARUFI, Maria Bonomi. (1999) A construção/negociação de significados no curso universitário

inicial de Cálculo Diferencial e Integral. Tese de doutorado. Usp.

CARAÇA, Bento Jesus. (1984) Conceitos fundamentais da Matemática. Lisboa:Livraria Sá da

Costa Ed.

DELEUZE, Gilles, GATTARI, Félix. (1992) O que é a Folosofia? Rio de Janeiro: Editora 34.

DELEUZE, Gilles. (2012) A dobra: Leibniz e o Barroco. Campinas. Ed. Papirus. ______________

(2006) El Leibniz de Deleuze: Exasperación de la filosofia. Buenos Aires: Cactus.

GALLO, Silvio. (2003) Deleuze e Educação. Belo Horizonte: Autêntica.

GARZELLA, Fabiana Aurora Colombo. (2013) A disciplina de cálculo I: análise das relações

entre as práticas pedagógicas do professor e seus impactos nos alunos. Tese de doutorado.

Unicamp.

https://www.fe.unicamp.br/alle/teses_dissert_tcc/arquivos/tesefabianacolombo.pdf

LEIBNIZ, G.W. (2009) G.W. Leibniz, Discurso de Metafísica. São Paulo. Ed. Martin Claret.

LEIBNIZ, G.W. (2016) Princípios da filosofia ou a monadologia in Leibniz Brasil. Site

http://www.leibnizbrasil.pro.br/leibniz-traducoes/monadologia.htm. Acesso 17/04/2017

MONTEIRO, Alexandrina. (2015) Movimento paralisante: reflexões sobre o infinito em Zenão de

Eléia. Revista Fermentário. Instituto de Educación, Facultad de Humanidades y Ciencias de la

Educación, Universidad República. Uruguai. y Centre d’Études sur l'Actuel et le Quotidien,

Sorbonne (online) vol 2. N.9. REZENDE, Wanderley Moura. (2003) O ensino de cálculo: dificuldades de natureza

epistemológica. Tese de doutorado. Usp.

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-27022014-121106/pt-br.ph

TALL, D. e VINNER, S. (1976) Concept Image and Concept Definition in Mathematics with

Particular Reference to Limits and Continuity. Educational Studies in Mathematics, 12, p. 151-

169.

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48133/tde-06022004-105356/.../Tese.pdf

Page 128: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

127

CB-232

DISEÑO Y DESARROLLO ONLINE DE EJERCICIOS INTERACTIVOS DE

MATEMÁTICAS CON ESTRATEGIA DE TUTORIZACIÓN AUTOMÁTICA

Elena Álvarez Sáiz – Mª Reyes Ruiz Cobo

[email protected][email protected]

Universidad de Cantabria. España

Núcleo temático: Recursos para la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas

Modalidad: CB

Nivel educativo: No específico

Palabras clave: Evaluación formativa, Evaluación automática, Matemáticas, TIC en la educación

Resumo Teniendo en cuenta la incidencia de la evaluación en la enseñanza y el aprendizaje, se presenta

un sistema de evaluación mediado por ordenador centrado en el proceso y no únicamente en el

resultado. La estrategia adoptada promueve la autorregulación a través de actividades de

autoevaluación online, planteando conflictos cognitivos basados especialmente en la gestión de

errores. Se ha desarrollado para ello una herramienta que explota la posibilidad de intercambio

de información entre dos programas muy utilizados en el ámbito de las matemáticas: DescartesJS

y Geogebra. Esta ventaja ha facilitado la generación de actividades de evaluación multimedia que

incorporan, entre otros elementos, videos interactivos, animaciones, representaciones gráficas,

controles numéricos y gráficos así como evaluación de resultados por un CAS. A modo de ejemplo

de su potencial, se presenta una muestra de los objetos de aprendizaje desarrollados.

La creación de la herramienta y su experimentación en el aula forman parte de los objetivos de

un Proyecto aprobado en la III Convocatoria de Proyectos de Innovación Docente de la

Universidad de Cantabria que se está desarrollando este curso académico en cuatro de los Grados

que se imparten en la E.T.S.I. Industriales y de Telecomunicación.

1. Introducción

La evaluación adquiere un papel relevante en la enseñanza y en el aprendizaje debido, entre otras

razones, a que facilita información trascendental para los estudiantes y para el propio docente.

Bajo la concepción de la evaluación formativa, Black y William (1998) detallan un amplio estudio

de estrategias exponiendo sus ventajas en el aprendizaje del estudiante. Sin embargo, este tipo de

evaluación presenta obstáculos de aplicación en el caso de grandes grupos de estudiantes, siendo

sus principales barreras las limitaciones de tiempo y de contexto y las dificultades para desarrollar

actividades adecuadas (Hyunju Lee et al, 2012).

Por otro lado, las posibilidades que brindan actualmente las tecnologías favorecen la aplicación de

iniciativas que promuevan el aprendizaje a través de la evaluación facilitando la retroalimentación

Page 129: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

128

en los casos en que el número de estudiantes es elevado (Barbera, 2016). Así, la tecnología web,

los gestores de contenidos o las plataformas de formación de aprendizaje como Blackboard o

Moodle, proporcionan un retorno al estudiante de forma inmediata y personalizada siendo

ampliamente utilizados como apoyo en la formación (Wang, 2007). Otros sistemas de evaluación

automática en el ámbito de las matemáticas son: WebPa de la Universidad de Loughborough, el

proyecto CAS-CAT de Alberta o WebAssign de la Universidad de Georgia (Pacheco et al., 2012).

Entre las carencias que presentan estos sistemas se puede destacar que el tipo de matemáticas a

evaluar es limitado, que se orientan fundamentalmente al resultado y que no permiten introducir

fácilmente nuevos ejercicios y soluciones.

Al mismo tiempo, la posibilidad de utilizar sistemas de álgebra computacional (CAS) en cursos de

matemáticas de nivel superior, ha posibilitado la exploración interactiva y la simulación como

apoyo al aprendizaje de las matemáticas (Marshall et al, 2012). Este hecho ha motivado la

utilización de estos sistemas como herramientas aplicables en la evaluación basándose en la idea

de que las respuestas que pueda dar el estudiante sean evaluadas automáticamente por el CAS.

Algunos ejemplos de sistemas que incorporan esta posibilidad son: STACK, que funciona dentro

de un módulo Moodle, Mathletics, el sistema comercial Maple T. A., Wiris Quizzes o el entorno

Digital Mathematics Environment (Sangwin, 2013).

Con objeto de ampliar las ventajas de estos sistemas integrándolos en actividades interactivas

multimedia, se presenta en esta comunicación una herramienta de evaluación automática

desarrollada como parte de un Proyecto de Innovación Docente en la III Convocatoria de la

Universidad de Cantabria. Su utilización en la docencia de las asignaturas de Cálculo en varios

Grados de Ingeniería que se imparten en la E.T.S.I. Industriales y Telecomunicación, está

permitiendo explorar sus posibilidades.

El artículo se estructura de la siguiente forma. En primer lugar se analiza las características de la

herramienta desarrollada para posteriormente describir la metodología seguida para la creación y

posterior aplicación en el aula. Seguidamente se muestra un ejemplo de las actividades

desarrolladas. Para terminar se resumen las principales ideas expuestas y se presentan algunas de

las líneas de trabajo futuras.

2. Sistema de evaluación formativa con tutorización automática

Page 130: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

129

Dado que en la actualidad los ordenadores constituyen herramientas cotidianas en el aprendizaje

y la enseñanza, se debe potenciar también su integración en la evaluación teniendo en cuenta no

solo los beneficios que proporcionan sino también algunas de sus limitaciones (Lawson, 2012). Es

importante tener en cuenta que esta integración conlleva realizar una planificación completa de

todo el proceso ya que los resultados de aprendizaje no podrán ser los mismos y, en consecuencia,

tampoco podrá serlo su evaluación.

Según diferentes estudios (Barberá, 2016), la introducción de las tecnologías en el proceso de

formación ha producido principalmente tres estrategias en las actividades de evaluación:

Evaluación automática, principalmente mediante pruebas tipo test que utilizan bases de

datos y ofrecen a los estudiantes una evaluación inmediata.

Desarrollo de trabajos de investigación o de búsqueda de información gracias a las

posibilidades que ofrece internet como fuente de información.

Evaluación colaborativa a través de debates virtuales, foros de conversación y grupos de

trabajo.

En este artículo se presenta una herramienta de evaluación automática basada en la posibilidad de

comunicación de dos programas muy utilizados en el ámbito de las matemáticas: Descartes, que

cuenta con un intérprete javascript llamado DescartesJS (http://descartes.matem.unam.mx/), y

Geogebra (https://www.geogebra.org/cms). Descartes, nace a finales del siglo XX como una

herramienta de autor para la creación de unidades didácticas interactivas que genera archivos html

para ser visualizados en una página web. Permite incluir distintos espacios, elementos gráficos

bidimensionales y tridimensionales y distintos tipos de controles: numéricos, de texto, de audio y

de video. Geogebra es un software de matemáticas dinámicas para todos los niveles educativos

que reúne geometría, álgebra, hoja de cálculo, gráficos, estadística y cálculos numéricos y

simbólicos. Su desarrollo comenzó en el año 2001 y sus construcciones son fácilmente exportables

a páginas web. Ambas herramientas comparten que son software gratuito, que permiten generar

contenido para dispositivos móviles y que cuentan con una gran comunidad de usuarios que

produce contenidos trabajando de forma colaborativa.

La posibilidad de comunicación de Descartes con html, permite integrar construcciones Geogebra

en Descartes de manera que se comparte bidireccionalmente la información que se genera en

ambos entornos. El nivel de diálogo que se puede conseguir entre Descartes y Geogebra facilita

Page 131: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

130

lograr objetos educativos con un alto nivel de interactividad, siendo el procedimiento totalmente

transparente para el estudiante que lo utilice.

Para interactuar con aplicaciones Geogebra desde Descartes se aprovecha la posibilidad de

comunicación javascript con los objetos Geogebra y la capacidad de incorporar espacios

htmlframe en escenas Descartes. Esta comunicación se realiza en tres pasos:

1. Enviar comandos desde Descartes a una página html que contiene el objeto Geogebra.

2. Enviar este comando de la página html al applet Geogebra y obtener a través de la página

html su resultado.

3. Enviar el resultado desde la página html a la escena Descartes.

Para el paso 1 y 3 se requiere que la escena “madre” incluya un espacio HTMLIframe que permita

embeber la página html contenedora del objeto Geogebra. Para el paso 3 se utiliza el método

evalCommandCAS(string) que envía el comando a ejecutar por el CAS de Geogebra en una cadena

de caracteres y devuelve su resultado también en una cadena de caracteres.

3. Metodología

La creación de esta herramienta y las actividades generadas con ella utilizadas en el aula han

formado parte del desarrollo del proyecto: Giematic UC: Diseño y desarrollo online de ejercicios

interactivos de matemáticas con estrategias de tutorización automática dentro de la III

Convocatoria de Innovación Docente de la Universidad de Cantabria. En este momento se ha

finalizado la experimentación en la asignatura básica de primer curso Cálculo I, que se imparte en

el primer cuatrimestre en los Grados de Ingeniería Mecánica, Ingeniería de Tecnologías

Industriales, Ingeniería Química e Ingeniería de Tecnologías de Telecomunicación de la E.T.S.I.

Industriales y Telecomunicación.

La estrategia evaluativa para la asignatura Cálculo I se ha diseñado considerando los siguientes

aspectos:

Los contenidos a abordar en las actividades evaluables. Esta decisión se tomó teniendo en

cuenta por un lado el tiempo de desarrollo de la herramienta y, por otro, la idoneidad de

los temas para aportar más valor al tratar aspectos con mayor dificultad de compresión para

el estudiante.

La concreción de los contenidos principales a trabajar, priorizando las acciones en función

de los objetivos a alcanzar.

Page 132: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

131

Los distintos niveles de complejidad de cada contenido asumiendo la siguiente

clasificación: el nivel 1 para ejercicios que involucren recordar conceptos e identificar

elementos, el nivel 2 para comprender relaciones simples y el nivel 3 para resolver

problemas que exijan establecer relaciones e implicaciones.

La formulación de una tabla de especificaciones en las que, en función de los objetivos de

aprendizaje planteados, se explicitó el nivel de complejidad. Esta tabla ha facilitado

elaborar posteriormente el banco de ítems con sus características (métricas y de contenido).

Se han creado pruebas de respuesta cerrada con ítems de respuesta múltiple para dos temas de la

asignatura Cálculo I. En total se han preparado 60 ítems con sus métricas y su retroalimentación.

Las actividades se presentan mediante una plantilla creada con la herramienta Descartes lo que ha

permitido incorporar texto, imágenes fijas, animaciones, vídeo y sonido generando así escenas

interactivas que se han utilizado en la retroalimentación a las respuestas que da el estudiante (en

total 240 páginas html). Se ha generado también el modelo que permite incluir ítems de respuesta

abierta para su corrección de forma automática. Esta plantilla genera la explicación a la respuesta

dada por el estudiante de forma también automática utilizando distintos parámetros y cálculos

matemáticos.

4. Materiales

Para el diseño y creación de las actividades de evaluación se ha adoptado como estrategia plantear

conflictos cognitivos, reconociendo contradicciones, con el objetivo de intentar promover

actividades de autoevaluación basadas especialmente en la gestión de errores. La experiencia

docente del profesorado que participa en este Proyecto y los datos recabados en proyectos

desarrollados con anterioridad, ha permitido contar con amplia información de errores habituales

en la comprensión de conceptos y resolución de ejercicios de los temas seleccionados.

Como muestra de las actividades creadas, se describe brevemente uno de los ítems de evaluación

de respuesta múltiple desarrollado en el que se puede apreciar el detalle de retroalimentación que

se facilita al estudiante cuando su respuesta no es correcta.

Esta retroalimentación se ha diseñado en etapas o pasos. En la Figura 1 aparece el primero de la

resolución de la actividad dando distintas posibilidades de elección que se muestran al estudiante

de forma aleatoria. En caso de que se seleccione la opción correcta se avanzará al siguiente paso y

Page 133: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

132

en caso contrario, se solicitará de nuevo que haga una nueva elección tras una justificación de la

razón por la cual la respuesta elegida no es correcta (ver imagen de la derecha de la figura 1).

En el segundo paso, el ejercicio plantea al estudiante la descripción de un dominio regular en

coordenadas polares facilitándole una herramienta multimedia interactiva de ayuda para que pueda

explorar si lo considera conveniente. Una vez planteada la integral a realizar en el tercer paso, se

finaliza resolviendo la integral. En este último paso se facilita también una nueva herramienta para

la realización del cálculo. A la derecha de la figura 2 se muestran estas dos herramientas

proporcionadas en el proceso.

Elegida una opción:

Figura 1.Ejercicio de autoevaluación: retroalimentación guiada por pasos

Herramienta descripción dominio

Herramienta de cálculo integral

Page 134: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

133

Figura 2.Ejercicio de autoevaluación: herramientas interactivas

5. Evaluación

En este momento, se ha concluido la primera experimentación planificada en el Proyecto

permitiendo analizar inicialmente la experiencia realizada. El Proyecto continúa desarrollándose

en la asignatura Cálculo II que se imparte en el segundo cuatrimestre en las titulaciones

anteriormente citadas, por esta razón, una vez finalizado el curso se podrá realizar un análisis más

completo.

El número de estudiantes que han participado voluntariamente en esta primera experiencia ha sido

alto, un 72% de los 340 alumnos matriculados en las asignaturas implicadas. Finalizado el primer

cuatrimestre se pasó una encuesta a los participantes para conocer la valoración sobre su

satisfacción general con la experiencia, la facilidad de uso del material así como la utilidad, la

claridad y la calidad del contenido. La figura 3 resume los resultados considerando una escala

Likert de 1 a 5 (1 totalmente en desacuerdo - 5 totalmente de acuerdo).

Figura 3. Satisfacción de los estudiantes

1 2 3 4 5

Facilidad uso 0% 0% 13% 48% 40%

Utilidad 0% 2% 15% 54% 29%

Claridad 0% 0% 25% 48% 27%

Calidad 0% 0% 19% 56% 25%

Satisfacción global 0% 0% 17% 54% 29%

0%10%20%30%40%50%60%

Encuesta de opinión

Page 135: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

134

De esta consulta se ha obtenido también información muy valiosa a partir de las sugerencias que

han transmitido los estudiantes para la mejora tanto de los contenidos como de la organización de

la experiencia. Entre ellas, sugieren incluir explicaciones más detalladas de algunos aspectos,

incorporar más elementos visuales, mejorar la navegación de la herramienta y ampliar la

experiencia a otros temas de la asignatura.

6. Conclusiones y trabajo futuro

La utilización de actividades de evaluación formativa constituye una interesante herramienta de

información que promueven el aprendizaje y favorecen el desarrollo de conocimiento y

habilidades. La incorporación de retroalimentación y el análisis de errores constituyen un pilar

fundamental en la concepción de la evaluación continua como formativa.

En este artículo se ha presentado un ejemplo de actividad diseñada a partir de plantillas

configurables que facilitan la evaluación formativa gracias a la posibilidad de comunicación de las

herramientas de autor DesartesJS y Geogebra. Entre las ventajas de este tipo de evaluación se

pueden destacar la mejora del aprendizaje, un trabajo más autónomo del estudiante y un cambio

de actitud del alumnado respecto a la evaluación.

Estas actividades se han integrado dentro del proceso de aprendizaje y se han diseñado a partir de

la información recabada en proyectos anteriores desarrollados por el grupo de profesores que

imparten docencia en las asignaturas de Cálculo en los Grados de la E.T.S.I. Industriales y

Telecomunicación de la Universidad de Cantabria. Si bien el Proyecto no está concluido, se quiere

destacar la valoración positiva de los estudiantes a esta iniciativa y sus aportaciones para la mejora

de los materiales.

En el futuro se pretende explorar la inclusión de nuevas tecnologías en el desarrollo de actividades

y facilitar la creación de actividades innovadoras mejorando las interfaces para el profesorado

proporcionando también rúbricas que faciliten el automatismo en el registro de resultados.

7. Referencias bibliográficas

Barberá, E. (2016). Aportaciones de la tecnología a la e-Evaluación. Revista de Educación a Distancia, (50).

Black, P., & Wiliam, D. (1998). Assessment and classroom learning. Assessment in Education: principles, policy &

practice, 5(1), 7-74.

Hyunju Lee, Allam Feldman y Ian D. Beatty, en su artículo Factors that affect Science and Mathematics Teachers’s

Initial Implementation of Technology-Enhanced Formative Assessment Using a Classroom Response System,

Page 136: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

135

Lawson, D. (2012). Computer-aided assessment in mathematics: Panacea or propaganda?. International Journal of

Innovation in Science and Mathematics Education (formerly CAL-laborate International), 9(1).

Marshall, N., Buteau, C., Jarvis, D. H., & Lavicza, Z. (2012). Do mathematicians integrate computer algebra systems

in university teaching? Comparing a literature review to an international survey study. Computers & Education, 58(1),

423-434.

Pacheco-Venegas, N. D., López, G., & Andrade-Aréchiga, M. (2015). Conceptualization, development and

implementation of a web-based system for automatic evaluation of mathematical expressions. Computers &

Education, 88, 15-28.

Sangwin, C. (2013). Computer aided assessment of mathematics. OUP Oxford.

Wang, T. H. (2007). What strategies are effective for formative assessment in an e‐learning environment?. Journal of

Computer Assisted Learning, 23(3), 171-186

Page 137: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

136

CB-234

UMA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE VISUALIZAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS

William Vieira – Vera Helena Giusti de Souza – Roberto Seidi Imafuku

[email protected][email protected][email protected]

Instituto Federal de São Paulo/Brasil – Universidade de São Paulo/Brasil – Instituto Federal de

São Paulo/Brasil

Núcleo temático: Ensino e aprendizagem da matemática em diferentes modalidades e níveis

educacionais.

Modalidade: CB

Nível educativo: Formação e atualização de ensino

Palavras chave: Sequências numéricas, aspectos intuitivos, aspectos formais, visualização.

Resumo

Apresenta-se, neste trabalho, a análise de uma questão sobre a classificação de gráficos de

sequências numéricas, aplicada para estudantes de um curso de Licenciatura em Matemática de

oito semestres, após terem cursado a disciplina Cálculo IV (6º semestre), que trata deste tema.

Busca-se, com isso, observar como os participantes interpretam visualmente propriedades de

sequências – ser crescente, monótona, limitada, ter limite, ser convergente – e como as relacionam

nas classificações realizadas. A interação de aspectos algorítmicos, intuitivos e formais colocada

por Fischbein e o processo de visualização, relativo ao desenvolvimento do Pensamento

Matemático Avançado, destacado por Dreyfus, são as ideias teóricas que sustentam as análises

dos protocolos, que revelam dificuldades dos participantes da pesquisa em estabelecer relação

visual entre uma sequência ser convergente e ter limite; uma sequência constante com a existência

do limite; e os conceitos de sequência limitada e de convergência de sequência.

Apresentamos a análise de uma questão sobre a classificação de gráficos de sequências numéricas,

que foi aplicada para 17 estudantes de um curso de Licenciatura em Matemática, ao final da

disciplina Cálculo IV e do 6º semestre letivo (Vieira, 2016). O objetivo de nossa investigação foi

observar como os participantes interpretam visualmente conceitos e propriedades de sequências,

como ser crescente, decrescente, monótona, limitada, possuir limite e ser convergente, e como os

relacionam em suas classificações.

Fundamentação Teórica

Fischbein (1994) coloca em discussão a necessidade de interagir aspectos formais, algorítmicos e

intuitivos nos processos de criação e de aprendizagem de Matemática. Destaca ainda que, ao

considerar essa interação, estamos olhando a Matemática como um processo criativo e não como

Page 138: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

137

um corpo de conhecimentos estruturado e já estabelecido, o que envolve momentos de “(...)

iluminação, hesitação, aceitação e refutação” (Fischbein, 1994, p. 242).

Segundo Fischbein (1994), o aspecto formal refere-se aos axiomas, definições, teoremas e

demonstrações, que compõem o núcleo das ciências matemáticas e precisam ser considerados

quando analisamos ou observamos o processo de criação em Matemática.

O aspecto algorítmico corresponde às técnicas e procedimentos de resolução, que também tem um

caráter fundamental nos processos de entendimento e de criação em Matemática, uma vez que

apenas o conhecimento das estruturas formais (axiomas, definições, teoremas) não é suficiente

para conferir habilidade para resolver problemas.

O aspecto intuitivo diz respeito a uma intuição cognitiva, um entendimento intuitivo, uma solução

intuitiva que, pela sua natureza, exercem papel coercitivo no raciocínio, definindo caminhos e

estratégias para a resolução de problemas. Por vezes, isso pode se tornar um facilitador do processo

de conhecimento, se estiver de acordo com verdades logicamente justificáveis; em outros casos,

um caminho para contradições e equívocos, como aceitar, por exemplo, que “a parte é menor que

o todo”, “uma série infinita tende ao infinito, pois somamos valores indefinidamente” ou

“multiplicar sempre aumenta”. Esses exemplos caracterizam situações que um sujeito pode

considerar auto-evidentes, não vê necessidade de justificativa ou se ancora em conhecimentos mal

estruturados.

Dreyfus (1991) entende o Pensamento Matemático Avançado como uma inter-relação de

processos cognitivos como representação, visualização, classificação, justificação, generalização,

síntese e abstração.

O processo de representação desempenha papel central no desenvolvimento de Matemática, pois

só temos acesso aos conceitos e objetos por meio de suas representações. Ao discutir um conceito,

procedimento ou noção matemática, cada um de nós o relaciona com algo que vem à mente. Essa

é a representação mental que temos de tal conceito.

A visualização é um dos processos pelo qual as representações mentais podem passar a existir.

Dreyfus (1991) aponta que a geração de representações mentais depende de sistemas de

representação, de produções externas, concretas, que podem ser percebidas pelo sujeito. No caso

das sequências numéricas, gráficos, fórmulas algébricas, tabelas e representações numéricas

materializam o conceito de sequência, pois são produções, artefatos externos dessa ideia.

Page 139: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

138

A seguir, apresentamos a questão aplicada para os participantes, os resultados obtidos nos

protocolos e uma discussão sobre eles.

Análise da questão proposta

Questão 1 Os gráficos a seguir representam sequências numéricas. Admitindo que os

comportamentos indicados nos gráficos persistam, classifique essas sequências em convergente,

divergente, crescente, decrescente, limitada, sem limite, limite infinito, possui limite,

constante, monótona. Em cada caso, apresente todas as classificações possíveis.

Na Figura 1, apresentamos as classificações consideradas corretas para cada uma das sequências

da Questão 1 e a porcentagem de estudantes que marcou cada opção. Por exemplo, no caso do

gráfico A, 47% dos estudantes assinalou corretamente o termo ‘convergente’, portanto 53% não

registrou essa classificação e não considerou a sequência ‘convergente’.

Page 140: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

139

Figura 1 – gráficos ap

resentados na Questão 1

A partir da análise dos protocolos e das estatísticas indicadas na Figura 1, identificamos as classes

de erros (Cury, 2007) destacadas no Quadro 1, no qual apresentamos as frequências e os

percentuais de ocorrência de cada tipo de erro.

Quadro 1 - Erros identificados na Questão 1

Descrição do Erro Freq %

A1 - Não relacionar convergência e sequência limitada 7 41%

B1 - Não relacionar possuir limite com sequência limitada 9 53%

C1 - Não relacionar sequência constante e convergência 9 53%

D1 - Não relacionar convergência com possuir limite 6 35%

Page 141: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

140

E1 - Aplicar parcialmente ou de maneira equivocada o conceito de sequência limitada

9 53%

Os erros tipo A1 e B1 concentram os participantes que não foram capazes de identificar que a

sequência é limitada quando a classificaram como ‘convergente’ ou ‘possui limite’. De maneira

geral, houve um bom índice de acertos na identificação de sequências convergentes e que possuem

limite, conforme indicam as estatísticas apresentadas na Figura 1, apesar dos índices desses

conceitos nos gráficos A e C terem ficado em torno de 50%. Por outro lado, o conceito de sequência

limitada parece não estar claro para a maioria dos participantes; os índices de 41% de estudantes

que cometeram o erro tipo A1 e o de 53% do erro B1 corroboram as dificuldades dos participantes

na identificação/uso deste conceito.

A estudante Bia10, por exemplo, classificou apenas a sequência do gráfico E como limitada, conforme destacado na

Figura 2. Em entrevista, ao ser convidada a explicar porque classificou o gráfico D como convergente, possui limite

e crescente e não como limitado, disse “Pra ser limitada tem que ser dos dois lados, não sei se eu posso dizer isso, né?

Como aqui (gráfico E), vem em cima e embaixo, aqui (gráfico D) não, ela vem lá do infinito, do menos infinito. Ela

não é limitada aqui (aponta o início do gráfico D)”.

Essa colocação evidencia que, além da dificuldade com o conceito de sequência limitada, a

estudante também não tem clareza da definição de sequência numérica, situação que fica marcada

pela colocação “ela vem lá do infinito, do menos infinito”.

Figura 2 – Respostas da estudante Bia

10 Os nomes apresentados neste artigo são fictícios.

Page 142: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

141

Não relacionar sequências constantes com a ideia de convergência, erro tipo C1, foi cometido por

53% dos participantes da pesquisa. As respostas de Maria (Fig. 3) exemplificam esse tipo de erro

que, entendemos, estão relacionados a incompreensões de aspectos formais da definição de

convergência, uma vez que 6 dos 9 participantes (35% do total) que cometeram o erro tipo C1

classificaram a sequência do gráfico C como constante

Figura 3 – Respostas da estudante Maria

Dificuldades em relacionar convergência e sequências constantes foram identificadas por outros

autores, e explicadas como relacionar convergência com monotonicidade e movimento

(Sierpinska, 1985) e “limite ... atinge ou não?” (Cornu, 1983). Os dados de nossa investigação

corroboram esses resultados e indicam uma realidade bastante dura do ensino de Matemática no

nível superior, uma vez que, apesar dessas dificuldades já terem sido identificadas há alguns anos,

os professores de Matemática brasileiros ainda não foram capazes de criar estratégias que ajudem

os estudantes a superá-las.

As estatísticas apresentadas na Figura 1 mostram que houve um bom desempenho dos estudantes

em classificar as sequências em ‘convergente’ e ‘possui limite’; entretanto, como também mostram

Page 143: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

142

essas estatísticas, a associação entre estes conceitos nem sempre ocorreu de maneira satisfatória,

o que nos levou a identificar o erro tipo D1, não relacionar convergência com possuir limite, para

35% dos participantes. As respostas da estudante Geane (Fig. 4) são exemplos desse tipo de erro.

Figura 4 – Respostas da estudante Geane

O erro tipo E1, aplicar parcialmente ou de maneira equivocada o conceito de sequência limitada,

cometido por 53% dos participantes, reitera as confusões conceituais sobre sequência limitada e

que foram identificadas nos protocolos. O estudante Camilo, por exemplo, aplicou corretamente

este conceito para as sequências dos gráficos C, D, E e F, mas não repetiu essa classificação para

os gráficos A e B, conforme destacado na Figura 5.

Figura 5 – Respostas do estudante Camilo

Em entrevista, questionado sobre não ter classificado os gráficos A e B como limitados, Camilo disse “Porque eu acho

que eu pensei na ideia da... de uma função ser limitada mesmo. (...) No caso, eu tava confundindo limitada e tem limite

ainda”. Em seguida, interpelado sobre o que é uma função limitada, explicou que “Eu penso... eu tenho a ideia de

Page 144: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

143

função limitada as do tipo sanduíche11, né, quando o limite deles vão pra um mesmo número (faz um gesto em que as

palmas das mãos se aproximam)”, colocação que indica a confusão do estudante entre os conceitos de sequência

limitada e limite de sequências.

Em seguida, perguntamos porque ele classificou a sequência do gráfico C como limitada, mas não

como constante (Fig. 5) e Camilo respondeu “Por que que eu não coloquei que era constante? Não

sei também... Porque independentemente de qual seja meu termo, eu vou ter o mesmo número na

sequência. É constante”. E, ao justificar a classificação de limitada para o gráfico C, mostrou-se

indeciso sobre sua escolha e disse “É, mas não sei se... Eu acho que foi a mesma coisa que eu

pensei aqui (aponta gráficos A e B). Coloquei limitada porque tinha um limite e daqui (gráficos A

e B) eu tirei e daqui (gráfico C) não”. Perguntado se voltaria atrás na classificação do gráfico C,

disse que “Tiraria o limitada”.

As considerações de Camilo indicam confusões sobre aspectos formais de sequências e funções.

De fato, as explicações de Camilo para função limitada indicam que não compreende que dizer

que uma sequência é limitada significa que existe um intervalo numérico que contém a imagem

dessa sequência. Além disso, o argumento de Camilo revela aspectos intuitivos confusos e que não

estão inter-relacionados com aspectos algorítmicos e formais dos conceitos que utiliza. De fato, ao

revelar que confundia limitada com tem limite e que voltaria atrás na classificação da sequência

constante representada pelo gráfico C, este estudante coloca em xeque as outras classificações

acertadas que realizou, uma vez que dá mostras de que o conceito de função limitada não está

claramente estabelecido para ele.

Considerações Finais

A análise da Questão 1 mostra que, de fato, muitos dos participantes da pesquisa têm dificuldades

em estabelecer a relação entre sequência convergente e seu limite, como mostram as estatísticas

associadas ao erro tipo D1, e em relacionar sequência constante com a existência do limite (erro

tipo C1). Além disso, dificuldades com o conceito de sequência limitada (erro tipo E1) e em

relacioná-lo aos conceitos de convergência e ao limite de uma sequência (erros tipo A1 e B1)

também ficaram evidentes nas análises dos protocolos.

Num panorama geral, essas dificuldades encontram explicação num ensino marcado pelo

privilégio de aspectos algorítmicos e intuitivos, que não estão amparados nas justificativas formais

11 O estudante se refere ao Teorema do Confronto.

Page 145: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

144

de conceitos e resultados, situação que corrobora a posição colocada por Fischbein (1994), com a

qual concordamos, de que apenas o conhecimento de técnicas e ideias intuitivas não são suficientes

para conferir a um sujeito habilidade em resolver problemas.

Além disso, entendemos que as dificuldades apresentadas por estes participantes na interpretação

dos gráficos estão ligadas à pouca exploração de diferentes representações de conceitos

relacionados às sequências numéricas e à não interação entre aspectos intuitivos e formais

associados a essas ideias, perspectiva que não lhes conferiu familiaridade, nem habilidade, na

análise de gráficos de sequências e comprometeu o desenvolvimento do processo de visualização.

Referências bibliográficas

Cornu, B. (1983). Apprentissage de la notion de limite: conceptions et obstacles. Tese

de Doutorado. França: Universidade de Grenoble.

Cury, H. N. (2007). Análise de erros: o que podemos aprender com as respostas dos alunos. Belo

Horizonte: Autêntica.

Dreyfus, T. (1991). Advanced Mathematical Thinking Processes. In David Tall (Org.), Advanced

Mathematical Thinking, pp. 25-41. Londres: Kluwer Academic Publisher.

Fischbein, E. (1994). The interaction between the formal, the algorithmic, and the intuitive

components in a mathematical activity. In Rolf Biehler et al. (Org.), Didactics of Mathematics as

a Scientific Discipline, pp. 328-375. Dordrecht: Kluwer Academic Publisher.

Sierpinska, A. (1985). Obstacles épistémologiques relatifs à la notion de limite. Recherches en

Didactique des Mathématiques, v. 6, pp. 5-67.

Vieira, W. (2016). Do Cálculo à Análise Real: um diagnóstico dos processos de ensino e de

aprendizagem de sequências numéricas. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade Anhanguera

de São Paulo.

Page 146: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

145

CB-236

ESTUDO DE PERIODICIDADE:

FATORES DETERMINANTES EM UMA TRAJETÓRIA DE APRENDIZAGEM

Sonner Arfux de Figueiredo1 – Nielce Meneguelo Lobo da Costa 2

[email protected][email protected]

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul- UEMS/Brasil - Universidade Anhanguera de São

Paulo – UNIAN/Brasil

Núcleo temático: Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Modalidad: CB

Palabras clave: funções trigonométricas; taxonomia; aprendizagem conceitual.

Resumo O objetivo deste estudo foi identificar características da construção do significado de

periodicidade de funções trigonométricas por estudantes de um curso de Licenciatura em

Matemática. Se desenhou um experimento de ensino que contempla a caracterização do

mecanismo cognitivo centrado na relação atividade efeitos em uma Trajetória Hipotética de

Aprendizagem - THA (hypothetical learning trajectory-HLT), segundo Simon, Tzur, Heinz, Kinzel

(2004), com uma taxonomia sobre os processos de generalização a partir da ideia de abstração

reflexiva de Piaget (1977), para identificar fatores que configuram a trajetória de aprendizagem.

Os resultados indicaram uma trajetória determinada pela coordenação em gerar um conjunto de

registros sobre a relação entre a ação de modificar parâmetros relativos às funções

trigonométricas e estender a relação ao período de uma função dada para expressar

analiticamente e geometricamente para casos gerais.

Introdução

Pesquisas educacionais recentes sobre aprendizagem têm se baseado em teorias cognitivas, muitas

das quais com foco neopiagetiano. Teorias dessa natureza têm fornecido subsídios significantes e

promissores para o desenvolvimento de metodologias, na busca por avanços na compreensão sobre

a evolução do conhecimento humano. Essas teorias e pesquisas podem embasar tomadas de

decisão no dia-a-dia da sala de aula.

Em particular, em relação aos conhecimentos trigonométricos, são vários os conceitos a serem

construídos que devem anteceder a abordagem das funções seno, cosseno e tangente; Por exemplo:

priorizar o ensino das relações métricas no triângulo retângulo e das leis do seno e do cosseno por

Page 147: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

146

serem ferramentas essenciais a serem apropriadas previamente pelos alunos para melhor

compreensão das funções.

Neste artigo, a partir da ideia de caracterização do significado de periodicidade de funções

trigonométricas, investigamos em um experimento de ensino, como os alunos de Licenciatura em

Matemática constroem e consolidam o conceito de periodicidade.

O Desenho do Experimento

A investigação desenvolveu-se em um processo de formação inicial no qual se aplicou um

experimento de ensino sobre funções trigonométricas usando o Software GeoGebra em uma

relação entre a atividade efeito com o uso de lápis e papel em um entorno tecnológico, cujo objetivo

foi compreender a caracterização do conceito de periodicidade em funções trigonométricas. O

processo formativo foi desenvolvido na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS, no

Curso de Licenciatura em Matemática, da Unidade Universitária de Nova Andradina. Dezesseis

acadêmicos de ingressantes no Curso participaram do experimento de ensino sobre funções

trigonométricas, que teve duração de 12 seções de 50 minutos divididos em quatro módulos cada

um.

A pesquisa foi qualitativa, de natureza descritiva e interpretativa, com características da pesquisa-

ação e elementos do Design-Based Research (DBR) proposta por Coob, Confrey, Disessa, Lehrer

e Schauble (2003). Esse tipo de investigação (DBR) permite ajustes tanto no processo formativo

quanto no investigativo e os experimentos de ensino são desenhados de modo a se adequarem ao

grupo pesquisado, o que atendeu aos interesses desta pesquisa. Durante as seções do experimento

de ensino foram capturadas as telas com as tarefas realizadas pelos acadêmicos, assim como

diálogos e produções escritas, com o programa Gadwin Print Screen.

Para a construção e consolidação dos conceitos o experimento de ensino foi organizado

considerando uma THA com tarefas envolvendo elementos algébricos das representações

analíticas dos conjuntos estruturais e recursos tecnológicos. As tarefas dos módulos se articularam

a partir dos seguintes pontos:

Conceito de função trigonométrica e sua relação com o ciclo trigonométrico (tarefa I);

Exploração e conjecturas na validação entre o argumento de função trigonométrica e sua

definição com o uso da tecnologia (tarefa II);

Exploração gráfica com o Software GeoGebra e ampliação das definições e propriedades de

função periódica às funções trigonométricas (tarefa III).

Page 148: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

147

Taxonomia para a Generalização

A primeira dimensão do modelo de análise foi suportada pela taxonomia SOLO (Structure of the

Observed Learning Outcomes), Estrutura dos Resultados de Aprendizagem Observados, que surge

como base do enquadramento conceitual permitindo explorar o crescimento cognitivo dos alunos.

Para Biggs e Collis (1982), a ideia de abstração reflexiva de Piaget (1977) e alguns dos atributos

da teoria dos estágios de desenvolvimento foram considerados como pressupostos tais como: (i) a

existência de uma sequência de desenvolvimento cognitivo; (ii) a compreensão em níveis

particulares de desenvolvimento; (iii) padrões de desenvolvimento e (iv) graus de proficiência na

assimilação de certo tipo de experiências.

Aqui a qualidade da aprendizagem não é vista apenas como a classificação qualitativa que um

aluno obtém quando responde a uma questão, mas também como o processo qualitativo de

produção dessa resposta (raciocínio matemático) utilizando fatos, conceitos e capacidades.

Esta taxonomia SOLO, desenvolvida por Biggs e Collis (1982), estabelece cinco estágios de

compreensão classificados por ordem crescente de complexidade: (i) Pré-estrutural; (ii) Uni-estrutural;

(iii) Multi estrutural; (iv) Relacional e (v) Abstrato. Estes modos de pensamento são importantes, mas

não fornecem informação suficiente para explicar como a complexidade do pensamento matemático

ocorre em cada modo ou o que é necessário acontecer de forma que as ideias matemáticas progridam

para modos mais elevados observando as diferenças existentes entre experiências de aprendizagem e

experiências de repetição.

A Trajetória Hipotética de Aprendizagem e a Construção do Conceito de Periodicidade

Nossa hipótese é que os estudantes, depois de tratarem e compreenderem as indicações e questões

das tarefas, se familiarizem com o applet e realizem ações experimentais de forma geométrica e

analítica (ver Quadro 1). Estas ações deverão ajudar a relacionar o efeito sobre a expressão

analítica ao modificar as representações geométricas e vice-versa. Na sequência os estudantes, ao

modificarem os períodos e domínios das funções, novamente podem observar o efeito dessas

modificações na representação geométrica e vice-versa. Além disso, podem buscar outros

exemplos para comparar hipóteses e conjecturar propriedades.

Esperamos que, a partir destas ações, os alunos infiram as propriedades do tipo analítico e

geométrico, coordenando as duas linguagens. Neste sentido, entendemos que os processos de

reflexão sobre as ações com o estudo da periodicidade de diferentes funções podem auxiliar os

Page 149: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

148

estudantes a estenderem as definições e propriedades de função periódica (já conhecidas) às

funções trigonométricas.

No quadro abaixo explicitamos e relacionamos as linguagens geométrica e algébrica selecionadas

no experimento de ensino.

Quadro 1: Relação entre as linguagens algébrica e geométrica nas tarefas propostas

Atividades Geométrico Algébrica Ações

Tarefa 1:

Caracterização

da aplicação

Representação Geométrica da

função seno e cosseno.

A projeção de dois ângulos, por

exemplo, α∈1ºQ e β∈2ºQ, tal

que β = π – α

Representação

algébrica de f(x)=sin x

e g(x)= cos α = y/r, no

círculo trigonométrico

(raio 1).

Digitar no

software

GeoGebra as

funções seno e

cosseno

Tarefa 2:

Definição da

função seno x

para círculo de

raio 1

Projeção para o estudo da

variação f(x) = y = sin 𝑥

g(x) = y = cos 𝑥, para

0≤x≤2 𝜋.

A periodicidade é

válida em funções

trigonométricas, e

como definir suas

inversas

Conjecturar e

validar as

propriedades no

ciclo

trigonométrico

Tarefa 3:

Determinação

do argumento

de funções

trigonométricas

Representação Geométrica de

uma função f: R→ R periódica

de período T (Ou seja, de uma

função tal que f(𝑥 + 𝑡) = 𝑓(𝑥)

para todo 𝑥𝜖𝑅.

Se T é um período para uma

função f, então 2T também é

período pois 𝑓(𝑥 + 2𝑇) = 𝑓(𝑥 + 𝑡) = 𝑓(𝑥).

Mostrar que a função é

periódica se existir um

número real p, p>0, tal

que 𝑓(𝑥 + 𝑝) = 𝑓(𝑥),

para todo x de seu

domínio.

Movimentar um

ponto P sobre a

circunferência no

sentido anti-

horário até

completar a tabela

e o gráfico

Fonte: Acervo dos autores

Os estudantes também podem estender algumas definições como o conceito de periodicidade para

0≤x≤2 𝜋 em qualquer função trigonométrica. Neste sentido mostramos cada uma das tarefas e o

que esperamos em consonância da taxonomia de SOLO.

Tarefa 1. Caracterização da função trigonométrica

Esta tarefa objetiva gerar um conjunto de registros sobre a relação entre a ação de modificar

parâmetros relativos às funções seno e cosseno e o efeito produzido.

Consideremos a função seno do ângulo α, definida por sin α = y/r, num círculo trigonométrico de

raio r=1. Então, temos sin α = y.

Tarefa 2. Periodicidade e uma função

O objetivo da tarefa 2 é associar o conceito de periodicidade de uma função trigonométrica

conjecturando suas propriedades. Além disso, observar que as respectivas inversas não são

Page 150: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

149

injetivas quando se toma o domínio R das funções trigonométricas – ou seja, para um determinado

argumento das funções trigonométricas inversas, estas devolvem como solução uma infinidade de

ângulos possíveis, separados de um número inteiro de períodos da função trigonométrica original

(2π no caso do seno, cosseno, secante e cossecante, e π no caso da tangente e cotangente). Desse

modo, é necessário restringir o domínio da função trigonométrica para então definir a sua inversa.

Por exemplo, deve-se escolher uma restrição do domínio da função seno tal que os seus elementos

representem todos os valores possíveis da imagem da função seno.

Tarefa 3: Estender o conceito de periodicidade.

O objetivo da tarefa 3 é levar os alunos a estender e fazer inferências. A partir do estudo do período

das funções seno ou cosseno levar os alunos a concluírem que a periodicidade pode ser estendida

às demais funções trigonométricas, generalizando as suas propriedades, sejam ela algébricas ou

geométricas.

Na figura 2, apresentamos um dos applets utilizados na tarefa 3. Suponhamos que P=A e, P se

movimenta sobre a circunferência no sentido anti-horário até completar uma volta completa no

ciclo, enquanto isso o gráfico da função seno é traçado.

Figura 3: Imagem do applet funções trigonométricas para o estudo de periodicidade

Fonte: Figueiredo, 2015, pág.231.

Na mesma atividade os alunos exploraram outro applet disponibilizado com um recurso a mais,

de forma a caracterizar e generalizar suas conjecturas e afirmações sobre o conceito abordado (Ver

figura 3)

Page 151: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

150

Figura 4: Applet para estudo e conjectura das definições e propriedades trigonométricas

Fonte: Figueiredo, 2015, pág.151.

Com este applet, os alunos puderam conjecturar e validar a definição de função periódica, ou seja,

a função f(x) é periódica se existir um número real p, p>0, tal que 𝑓(𝑥 + 𝑝) = 𝑓(𝑥), para todo x

de seu domínio. O menor número positivo p que satisfaz essa condição é denominado período da

função. Assim, podem estender o conceito de função periódica no caso de uma função que é

trigonométrica, o que significa dizer que, no caso de uma função como f(x)=sin x, a curva obtida

no intervalo [0,2π] vai se repetir a cada intervalo 2π. Neste outro applet o aluno poderia

conjecturar, entre outros, também sobre o comportamento de uma função trigonométrica modular

e seu período. Em geral, o aluno verifica que kT é um período, onde k é um número inteiro.

Destacamos, no quadro 2, os tipos de generalizações esperadas.

Quadro 2: Tipos de generalizações esperadas na tarefa de periodicidade

Tipos de

generalizações

Tarefa: periodicidade

Relacionar O pensamento geométrico sintetizando e utilizando a linguagem de

figuras geométricas com suas representações gráficas e analíticas,

ou seja, objetos geométricos que expressam analiticamente a

representação geométrica e vice-versa.

Estender A partir de casos particulares, estender ao caso geral. A relação entre

o período de uma função seno (expressado analiticamente e

geometricamente)

Definir Conjecturar e definir as propriedades (algébricas ou geométricas).

Afirmar Afirmar identificando as propriedades além dos casos particulares

tais como, estender definições como o conceito de periodicidade

para 0≤x≤2 𝜋 em qualquer função trigonométrica.

Fonte: Acervo dos autores

Análise e Discussão dos Dados

Page 152: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

151

Os dados foram transcritos a partir das comunicações orais das seções que foram ilustradas com a

captura das telas dos computadores dos alunos, em seguida as indicações das ações realizadas em

cada cena com o software e applets.

Para análise, cada uma das seções com os alunos foi considerada uma unidade de análise. A cada

uma delas foi associado um tipo de ação, segundo a taxonomia de SOLO, seja de generalização ou

o produto da generalização.

Para analisar as respostas de alunos às tarefas 1, 2 e 3, no tocante à periodicidade, utilizamos a

Taxonomia SOLO para identificar o tipo de pensamento exibido pelas respostas de estudantes,

submetidos às tarefas sobre periodicidade em funções trigonométricas. Nesse artigo relacionamos

os Quadro I e II para análise da Tarefa 3.

Por fim, apresentamos a categorização em cada um dos itens da Taxonomia de SOLO.

A modelação das ações dos estudantes

Investigamos nas respostas dos alunos se nos diálogos havia referência e se compreendiam o

conceito de periodicidade de uma função trigonométrica com um indicador completo de

informações generalizadas sobre o processo de construção. O excerto da fala de um dos alunos, ao

explorar o primeiro applet, nos permite observar quando tenta entender e interiorizar o conceito.

Aluno: Seremos capazes de encontrar a forma algébrica disto?

<referindo-se ao gráfico plotado e a expressão algébrica anotada em seu caderno>

Aluno: Se eu movimentar esse ponto P no ciclo aqui vejo o comportamento do gráfico ao lado. Seria

isto mesmo? O Período é o intervalo da função aqui! Que na circunferência é 2π, e no gráfico está em

“x”. E aqui vejo que a hora que o ponto P chega em 2π no ciclo o período também se completa.

O discurso de generalização do aluno, coloca em um momento particular e geral para o conceito.

Sua estratégia que usa as anotações para criar o contexto no applet ao qual pode conjecturar as

observações geométricas no gráfico observando o ciclo. Podemos interpretar que o aluno

interioriza o conceito de periodicidade, e segundo a taxonomia SOLO, ele relaciona e identifica

informações relevantes para que os conhecimentos envolvidos de forma a relacionar os

conhecimentos entre si.

No segundo applet descrevemos a generalização realizada pelo mesmo aluno:

Aluno: bom agora este ao habilitar as funções vejo que posso modificar tanto o período como a

amplitude. A única dúvida é como vou transportar as definições aqui?

Se referindo às definições.

Quando movimento “ não altera em nada o período só sobe e desce.

< Se referindo ao deslocamento vertical do gráfico em relação ao eixo y>

Aluno: E quando movimento o “d” também não altera, mas tem um deslocamento no eixo x somente.

Page 153: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

152

As observações do aluno foram capazes de adiantar-se aos resultados nos casos possíveis da função

seno.

Aluno: agora sim, quando dizemos que 2π é o período da função f(x)=sin x, estamos falando do período

“fundamental” que diz aqui no caderno.

<se referindo a teoria e definição registrado em seu caderno >

Aluno: Mas, para um ângulo α + 2π, a função toma o mesmo valor que para o ângulo α, e também está em crescimento12. O mesmo se passa para outro ângulo β + 2π, relativamente a 2π. Ou seja, ao fim de uma volta completa os valores de seno repetem-se. < se referindo a teoria e definição registrados e anotados em seu caderno>

O mesmo se passa para a função cosseno, como se poderá facilmente verificar.

Observamos que nos diálogos acima os estudantes foram capazes de manifestar adiantando os

resultados e associar o conceito de periodicidade em uma função trigonométrica. O processo de

construção no primeiro diálogo o estudante realizou o processo pré-analítico a partir das figuras

geométricas plotadas no gráfico, realizando verbalizações e interações para resolver a tarefa. No

segundo diálogo se tratou em caracterizar a participação do aluno no contexto da manipulação do

Ponto P do gráfico e conjecturar (validar as propriedades).

Na terceira etapa e última se tratou de estabelecer se os estudantes utilizaram corretamente as

definições algébricas para validar e conjecturar o conceito de periodicidade em uma função

trigonométrica.

A análise permitiu constatar que a atividade dos alunos em contexto tecnológico, integrando

diferentes representações inter-relacionadas, ajudou os alunos a avançarem na construção do

conceito de periodicidade em funções trigonométricas, de forma que a interação e o dinamismo

das ações de relacionar, buscar e estender facilitaram a coordenação interna entre as representações

analíticas e geométricas. Neste sentido a investigação confirma que o uso simultâneo de

representações geométricas e algébricas dinâmicas em atividades interativas podem auxiliar a

avançar na compreensão e na construção de conceitos matemáticos

Agradecimentos

Agradecemos à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do

Estado de Mato Grosso do SUL (FUNDECT) pelo subsídio ao Projeto nº59/300.304/2016 e

CIAFEM 26150, ao qual se refere este artigo.

Referências Bibliográficas

Biggs, J., Collis, K. (1982). Evaluating the quality of learning: the SOLO taxonomy. New York:

Academic Press.

12 Observe: α + 2π corresponde a uma volta completa, mais um arco α, ou seja, coincide com a

posição do arco α no ciclo.

Page 154: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

153

Coob, P., Confrey, J., Disessa, A., Lehrer, R., Schauble, L. (2003).Design experiments in

education research. Educational Researcher, v.32, n.1, p. 9-13.

Figueiredo, S. A de. (2015). Formação Inicial de Professores e a Integração da Prática Como

Componente Curricular na Disciplina de Matemática Elementar. Tese de Doutorado em Educação

Matemática. Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Anhanguera

de São Paulo.

Simon, M. A., Tzur, R., Heinz, K. And Kinzel, M. (2004). Explicating a mechanism for conceptual

learning: elaborating the construct of reflective Abstraction. Journal for Research in Mathematics

Education, 35(5), 305-329. Piaget, J. (1977). Studies in Reflecting Abstraction. Sussex: Psychology Press.

Page 155: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

154

CB-237

PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: REFLEXÕES

SOBRE LIMITES E POSSIBILIDADES DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE

FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NO BRASIL

Emerson Rolkouski

[email protected]

Universidade Federal do Paraná - Brasil

Núcleo temático: Formación del profesorado en Matemáticas

Modalidad: CB

Nivel educativo: Nivel educativo primario (6 a 11 años)

Palabras clave: educación matemática, políticas públicas, formación del profesorado,

alfabetización matemática.

Resumo A partir de uma experiência anterior de formação de professores em larga escala denominada de

Pró-Letramento, a Secretaria de Educação Básica do Ministério de Educação do Brasil lança o

programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa com a adesão da quase totalidade dos

municípios brasileiros. O objetivo de tal programa é garantir a alfabetização plena de todas as

crianças brasileiras até os oito anos de idade. Um dos eixos de tal programa é a formação

continuada de professores alfabetizadores, sendo que em 2013 a ênfase de tal formação foi em

Linguagem, em 2014, em Alfabetização Matemática e nos anos de 2015 e 2016, teve caráter

interdisciplinar. Com vistas a atender a todos os professores alfabetizadores da rede pública de

ensino brasileira, mais de trinta universidades públicas produziram materiais de formação e

constituiram equipes de formação de orientadores de estudo que, por sua vez, eram responsáveis

pela formação de mais de trezentos mil professores. O objetivo desse trabalho é trazer reflexões

sobre os limites e possibilidades de tal modelo de formação, em particular no que diz respeito à

formação em educação matemática de professores alfabetizadores, discutindo aspectos

operacionais e pedagógicos.

1. Introdução

Esse texto trata de discutir limites e possibilidades de uma política pública de formação de

professores em larga escala que se iniciou em 2012 no Brasil, o Pacto Nacional pela

Alfabetização na Idade Certa13 – PNAIC. Caberá a próxima seção apresentar adequadamente o

13 É importante esclarecer que o termo “na Idade Certa”, nunca foi aceito pela comunidade

acadêmica. Trata-se da necessidade que o governo federal teve de fazer alguma referência a um outro programa exitoso denominado de PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa, que ocorreu em outro

Page 156: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

155

PNAIC, trataremos nessa introdução de delimitar nosso entendimento sobre o objeto: uma

política pública de formação de professores em larga escala, pois a circunscrição de que tal ação

é “uma política pública” e “de formação de professores” e ainda “em larga escala” remete à

necessidade de que qualquer pesquisador ao analisar concepções, eficácia, impacto etc, de

programas de tais naturezas, compreenda esse contexto.

Inicia-se com uma definição de política pública:

‘Políticas públicas’ são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras

e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores

da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou

formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam

ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. (TEIXEIRA, 2002, p.

2)

Políticas públicas são, então, ações do poder público e não do privado, e são explicitadas em

documentos oficiais. Excluem-se, portanto, diversas formas de ações que, por não partirem do

poder público, não se consideram, então, políticas públicas. Em se tratando, particularmente de

formação de professores, não se consideram políticas públicas, as ações que partem de grupos de

pesquisadores. Tal constatação, não implica, obviamente, que haja um juízo de valor em relação a

tais ações, mas que, de fato, são de natureza diferente, ainda que possam possuir o mesmo objeto,

a formação de professores, e objetivos similares, a melhoria da educação, por exemplo.

Este texto se remete a políticas públicas de formação continuada de professores, e, portanto,

seguindo o mesmo modus operandis poderia me ater a explicitar o que entendo por formação de

professores ou formação continuada de professores. Tendo em vista a amplitude do tema e a

quantidade de pesquisas faço apenas um breve diálogo com Larrosa (2004), para dar movimento

ao texto:

A experiência é um passo, uma passagem. Contém o ‘ex’ do exterior, do exílio, do

estranho, do êxtase. Contém o ‘per’ de percurso, do ‘passar através’, da viagem, de uma

viagem na qual o sujeito da experiência se prova e se ensaia a si mesmo. E não sem risco:

no experiri está o periri, o periculum, o perigo. Por isso a trama do relato de formação é

uma aventura que não está normatizada por nenhum objetivo predeterminado, por

nenhuma meta. E o grande inventor-experimentador de si mesmo é o sujeito sem

identidade real nem ideal, o sujeito capaz de assumir a irrealidade de sua própria

representação e de submetê-la a um movimento incessante ao mesmo tempo destrutivo e

construtivo. [...] um sujeito que já não se concebe como uma substância dada, mas como

uma forma a compor, como uma permanente transformação de si, como o que está sempre

estado brasileiro, o Ceará. A comunidade de educadores brasileiros entende que tal termo desmerece o esforço da Educação de Jovens e Adultos, além de considerar a alfabetização um processo finito e localizado, o que pode gerar interpretações reducionistas do que se entende por alfabetização.

Page 157: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

156

por vir. (p.67)

Abusando do entendimento das ideias de Larossa, concebo que formação é um movimento

incessante de destruição e construção contínuo, de um indivíduo que concebe-se sempre como um

por vir, em permanente transformação. Esta transformação se dá pela experiência. Prover

experiências é, portanto, um meio de auxiliar um indivíduo a se transformar, a destruir-se e

construir-se, a formar-se. Digo auxiliar, pois jamais pode-se prescindir da vontade do indivíduo de

querer experienciar.

Das palavras de Larrosa, percebe-se também, que falar de formação continuada ou contínua é, em

si, uma redundância, pois, o indivíduo é sempre um por vir. Por outro lado, o adjetivo “continuada”

é pertinente quando queremos diferenciá-la da “inicial” que ocorre, no caso dos professores,

preponderantemente nos cursos de Licenciatura, Pedagogia, Normal Superior, dentre outros, que

visam a habilitar o profissional para o exercício do magistério. Este texto trata, portanto, das ações

públicas que visam à formação de professores que já estão atuando.

Finalmente, faz-se necessário discutir a abrangência de tal política, ou seja, sua escala. No caso do

PNAIC trata-se de um programa de larga escala. Há políticas públicas no Brasil que fornecem

bolsas para pesquisadores, mas para uma pequena porcentagem, baseada em uma meritocracia, há

políticas que fornecem bolsas aos melhores alunos de matemática, sendo, portanto, uma política

seletiva. O PNAIC, é uma política pública que atinge mais de 300 mil professores alfabetizadores

da rede pública e é universal para esse segmento, essa é a escala do PNAIC, que será apresentado

a seguir.

2. PNAIC - Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa

Seria uma política pública ineficiente em sua essência? Minha resposta a esta questão é afirmativa.

Não tenho dúvida que há políticas públicas que são ineficientes e ingênuas. Infelizmente não nos

faltam exemplos em todas as esferas: municipal, estadual ou federal.

De modo geral, são ações que desconhecem toda uma gama de resultados de pesquisas acadêmicas

da área. São, portanto, elaboradas por gestores públicos sem o devido diálogo com pesquisadores

em educação. Trata-se de programas que apresentam lógicas simplistas. Para citar apenas um

exemplo utilizado em alguns estados no Brasil: o pagamento de bônus a escolas que atingirem

metas em indicadores. Política ingênua, pois, considera que apenas o esforço de dirigentes e

professores pode reverter, em curto espaço de tempo, o histórico das péssimas condições de

Page 158: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

157

desenvolvimento humano das comunidades em que determinadas escolas estão inseridas, para

tecer comentários somente sobre um aspecto que interfere no rendimento escolar.

Por outro lado, façamos a pergunta oposta: seria uma política pública essencialmente eficaz?

Minha resposta é negativa, não se pode inferir a eficácia de algo que depende da implementação.

Por outro lado, é sim, possível afirmar que uma política pública é em essência inteligente.

De modo geral, são elaboradas por gestores que dialogam com pesquisadores, que respeitam

resultados de pesquisas da área de educação e, muitas vezes, são pautadas em projetos pilotos

exitosos, como é o caso do PNAIC que será apresentado na sequência.

O PNAIC é um programa que tem o seu início em 2012. Seu histórico é marcado pela experiência

de um outro programa, denominado de Pró-Letramento que teve seu início em 2005 e pela

constituição em 2004 de uma rede de Universidades Públicas, a RENAFOR - Rede Nacional de

Formação de Professores, que fomentou a criação de centros de referência em formação de

professores e hoje agrega 18 Instituições de Ensino Superior. Além desses fatores, é marcado pela

instituição da obrigatoriedade do ensino de 9 anos, o que implicou na consolidação do que

entendemos como Ciclo de Alfabetização (período relativo aos três primeiros anos de escolaridade

que se inicia aos 6 anos e finaliza aos 8 anos). De acordo com o livreto explicativo:

O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido

pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que

todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do

ensino fundamental (BRASIL, 2013, p. 13).

Destaco como pontos positivos a referência em um projeto realizado em escala menor (PAIC-CE),

o diálogo com as IES (RENAFOR) e o embasamento em um programa já existente (Pró-

Letramento).

As ações do Pacto são realizadas em 4 eixos: Formação Continuada de Professores

Alfabetizadores, Materiais Didáticos e Pedagógicos, Avaliações e Gestão, Controle e Mobilidade

Social.

O Pacto é portanto, uma política pública complexa de formação continuada, abrangendo diferentes

eixos e robusta do ponto de vista do investimento, pois todos os atores recebem bolsa. O Professor

Alfabetizador, recebe R$ 200,00, o Orientador de Estudo e Coordenadores Locais e Estaduais, R$

765,00, enquanto que os Formadores recebem R$ 1100,0014.

14 Para se ter uma ideia da representatividade desses valores, o dólar médio do período

equivale a R$ 3,10, enquanto o salário mínimo 300 dólares.

Page 159: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

158

2.1 A perspectiva de alfabetização matemática no PNAIC

A alfabetização que buscamos é uma alfabetização em um sentido amplo e fortemente atrelada às

práticas sociais. De acordo com Fonseca (2014, p. 29) essa alfabetização envolve "a apropriação

de práticas sociais de uma sociedade em que a escrita tem um papel tão decisivo - a ponto de se

dizer que a sociedade é grafocêntrica e de se reconhecer as marcas e os valores da cultura escrita

nas mais diversas atividades desenvolvidas pelas pessoas nessa sociedade".

Nessa direção é importante pensar que o ensino da matemática no Ciclo de Alfabetização somente

possui sentido se for ao encontro do entendimento das diversas práticas sociais que estamos

inseridos, incluídas aí, as informações veiculadas em todos os textos com que convivemos.

Assim, a compreensão dos textos que lemos e a eficiência dos textos que escrevemos

dependem também dos conhecimentos que vamos desenvolvendo sobre os processos, os

recursos, as representações e os critérios adotados para quantificar e operar com

quantidades, para medir e ordenar, para orientar-se no espaço e organizá-lo, para apreciar,

classificar, combinar e utilizar as formas. Esse processo ocorre porque os textos refletem

a maneira como aqueles que os escrevem se relacionam com o mundo, um modo

decisivamente marcado por esses processos, recursos, representações e critérios que se

relacionam ao que chamamos de “Matemática”. (FONSECA, 2014, p. 29)

A alfabetização matemática que preconizamos é aquela que nos permite essa leitura com

eficiência. Tal leitura, exige conhecimentos para além dos números e as quatro operações,

percorrendo conceitos de outros eixos da matemática escolar, como a geometria, estatística e as

grandezas e medidas.

Para alcançar tal alfabetização o material de formação do PNAIC – 201415, com ênfase em Matemática foi

estruturado em 10 cadernos, a saber: Organização do trabalho pedagógico; Quantificação, registros e

agrupamentos; Construção do sistema de numeração decimal; Operações na resolução de problemas;

Geometria; Grandezas e medidas; Educação Estatística; Saberes matemáticos e outros campos do saber;

Educação Matemática Inclusiva; Educação Matemática no Campo. Além desses, há um caderno de Jogos

na alfabetização matemática. Tais materiais foram desenvolvidos por professores de mais de dez

Universidades brasileiras, pesquisadores em Educação Matemática.

Nas reuniões realizadas para a elaboração do material, uma discussão que sempre vinha à tona era

sobre o nível de prescrição do conteúdo a ser disponibilizado. Nesse sentido, a equipe entendia

que o material não deveria ser prescritivo a ponto de fornecer um passo a passo do que deveria ser

15 O material é gratuito e está disponível de forma on-line em http://pacto.mec.gov.br/2012-09-

19-19-09-11, acesso em 24 de abril de 2017.

Page 160: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

159

realizado, mas que deveria disparar reflexões a partir da leitura de relatos de experiência escritos

por professores e comentados por especialistas. Nesse sentido, os cadernos contam com uma

grande diversidade de relatos de professores alfabetizadores sobre suas práticas em todas as regiões

do Brasil.

Tal abordagem tem seus limites, mas também suas possibilidades. Possibilidades de ampliar

auxiliar a promover uma formação que parte do chão da sala de aula e convida o professor a refletir

sobre sua própria prática e limites, pois exige certa habilidade do formador para dialogar, inclusive,

com professores recém ingressos no sistema escolar.

Nessa seção, o PNAIC foi apresentado, desde sua definição formal, até a perspectiva de

alfabetização matemática e de formação de professores adotada. Na sequência é apresentada uma

problematização sobre a escala e a implementação do PNAIC no Brasil, destacando seus limites e

suas possibilidades.

3. Escala e Implementação

O gestor brasileiro não pode pensar em pequena escala. A pequena escala no Brasil é quase nada.

Somos aproximadamente 200 milhões de habitantes distribuídos em mais de 8,5 milhões de

quilômetros. Isto sempre deve ser levado em conta na elaboração de políticas públicas que

pretendem fazer alguma diferença.

O Pacto é provavelmente o maior programa de formação continuada do Brasil e pela dimensão do

Brasil, um dos maiores do mundo, senão o maior. Tem como público alvo professores do ciclo I e

é universal para este segmento. Ou seja, todos os professores deste segmento são contemplados

com todas as ações, se o município aderir, ou parte das ações, caso esta adesão não seja efetivada.

A adesão ao Pacto é de mais de 90% dos municípios brasileiros, o que já indica a aceitação de sua

concepção. Mais de 300 mil professores alfabetizadores receberam uma formação de 240 horas,

120 horas em Alfabetização em Linguagem no ano de 2013 e 120 horas em Alfabetização

Matemática em 2014.

Tendo em vista que o modelo adotado é presencial há a necessidade de um contingente enorme de

professores que auxiliem na formação de outros professores. A estrutura, portanto, não poderia ser

outra que não a formação de uma rede.

Um Formador, selecionado pela IES trabalha com 25 Orientadores de Estudo, selecionados pelos

municípios, estes por sua vez trabalham com 25 Professores Alfabetizadores (o público alvo do

Page 161: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

160

projeto). Vê-se que uma estrutura como esta permite que se atinja uma quantidade enorme de

pessoas.

É positivo imaginarmos que, sendo este Orientador de Estudo, um profissional do município, este

conheça a realidade local. É razoável imaginarmos que este Orientador seja selecionado

adequadamente. No entanto, há vários indícios de que isto nem sempre ocorre. Questões que são

totalmente alheias ao pedagógico, determinam muitas destas escolhas, o que compromete a

qualidade da implantação do programa em várias localidades. Pelo sistema adotado no Brasil, o

município é autônomo nesta seleção, o MEC não tem como determinar escolhas, ainda que sugira

o que entende ser mais adequado pedagogicamente.

Ao determinar a escala de amplitude de uma ação pública, determina-se formas de implementação.

Em educação, isto implica em decisões que, de forma geral, passam por recursos humanos versus

modalidade. Radicalizando o pensamento, podemos contar com teleaulas ofertadas pela referência

mundial de Educação Matemática para todos os professores do Brasil, ou podemos, a partir deste

único formador, presencialmente, formar 30 professores, que formarão 30 professores, e assim por

diante, até atingirmos a totalidade de professores. Entre um extremo e outro, o que se procura é o

razoável, para de fato, fazer o programa chegar em todas as escolas, desde as do centro de São

Paulo, a maior cidade brasileira, até escolas itinerante do Movimento Sem Terra, para citar apenas

algumas das diversidades escolares brasileiras.

O discurso da qualidade de uma ação de formação, deve sempre vir acompanhado de impacto. E

este impacto não pode ser a longo prazo. O Brasil carece de ações continuas de médio prazo, como

as que vem se apresentando nos últimos anos. Poderia fazer a opção de investir os milhões que

tem destinado a estas políticas públicas a fomentar grupos de pesquisadores, isoladamente para

que atuem de forma presencial junto aos professores da rede pública, no entanto, pelas dimensões

do Brasil, não há recurso humano suficiente e pulverizado em todas as realidades brasileiras que

possa atingir a todos.

Como efeito colateral desejado, essas políticas têm gerado uma grande quantidade de trabalhos

acadêmicos, de forma que não caberia nesse artigo relatar qualquer parte significativa. Há aquelas

que apontam incrementos em indicadores, ao mesmo tempo em que há aquelas que apontam

estagnação nestes índices. Há as que apontam melhorias significativas e há aquelas que apontam

resultados mais modestos. Certamente isto depende do contexto, do estágio em que se encontra a

educação na região considerada, dentre outros fatores, como em qualquer ação, seja ela pública ou

Page 162: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

161

não, seja ela de larga escala ou não. É, no entanto, pertinente, trazer um dado recente a respeito do

IDEB – Indicador de Desenvolvimento da Educação Brasileira de 2015, publicado em 2016. O

único segmento que atingiu a meta proposta para o ano foi o primeiro segmento do Ensino

Fundamental, justamente aonde se situa as ações do PNAIC e dos outros programas precursores,

sendo, de fato, o único que recebeu investimentos em ações dessa natureza.

4. Considerações Finais

Do ponto de vista da pesquisa acadêmica, ressalto que há muito a ser feito. Particularmente no que

tange a realização de compilações de pesquisas já realizadas para que se possa fazer alguma

inferência de maior magnitude. Além disso, há a necessidade de se realizar pesquisas com mesma

metodologia, mas em locais distintos, ao mesmo tempo em que se deve diversificar metodologias

e aplicá-las em contextos similares. Estudos mais amplos desta natureza servirão ao salutar

redirecionamento das políticas públicas.

Vejo urgente a necessidade de um fórum específico sobre políticas públicas no âmbito de nossa

sociedade que possa servir de suporte aos gestores públicos para a elaboração de ações de formação

de professores. Meu desejo é que as discussões deste fórum possam ir muito além da qualidade

versus quantidade que somente nos tem feito perder espaços e oportunidades para implementar a

experiência acumulada que a área possui.

5. Referências

BRASIL (2013). Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, Ministério da Educação, 2013.

FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis (2014). Alfabetização Matemática. En Emerson

Rolkouski y Carlos Roberto Vianna (Eds.), Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa –

Cadernos de Formação PNAIC – Educação Matemática. Caderno de Apresentação. Brasília:

MEC/SEB.

LARROSA, Jorge. Nietzsche & a Educação. Trad. Semíramis Gorini da Veiga. 2. ed. Belo

Horizonte: Autêntica, 2004.

TEIXEIRA, Elenaldo Celso (2012). O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e

na Transformação da Realidade, Salvador: Bahia.

Page 163: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

162

CB-239

A ESPIRAL REFLEXIVA AMPLIADA COMO CAMINHAR METODOLÓGICO NA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Nickson Moretti Jorge – Patrícia Sandalo Pereira

[email protected][email protected]

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS - Brasil

Núcleo temático: IV – Formação de Professores de Matemáticas

Modalidade: CB

Nivel educativo: 5

Palavras chave: Educação Matemática, Formação de Professores, Reflexão, Pesquisa Colaborativa

Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar alguns resultados da dissertação de mestrado intitulada

"Reflexões sobre a prática docente de um professor de matemática a partir da pesquisa

colaborativa", desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, na

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a partir da metodologia de pesquisa

colaborativa (Ibiapina, 2008) e do caminhar metodológico da espiral reflexiva ampliada (Jorge,

2015). Esta pesquisa estava vinculada ao Núcleo UFMS no projeto em rede Observatório da

Educação e ao grupo de pesquisa Formação e Educação Matemática – FORMEM. Com vistas à

formação continuada do professor de Matemática para a Educação Básica, esta pesquisa buscou

compreender o processo reflexivo de um professor de Matemática sobre a sua prática docente no

âmbito de sala de aula a partir da pesquisa colaborativa, que busca fortalecer o diálogo entre a

universidade e a escola, possibilitando aos professores da Educação Básica repensar as suas

práticas pedagógicas nas aulas de Matemática. Dessa forma, concluímos que a espiral reflexiva

ampliada criou oportunidades de reflexão em um processo formativo por meio das significações

e ressignificações mediadas pela construção da prática docente dos professores, sendo, portanto,

uma contribuição para o que denominamos de formação continuada reflexiva de professores.

Introdução

Este artigo nasce da dissertação de mestrado intitulada "Reflexões sobre a prática docente de um

professor de matemática a partir da pesquisa colaborativa”, que faz parte do projeto em rede

intitulado “Trabalho colaborativo com professores que ensinam Matemática na Educação Básica

em escolas públicas das regiões Nordeste e Centro-Oeste”, vinculado ao Programa Observatório

da Educação - OBEDUC, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), que teve como objetivo propiciar por meio de práticas colaborativas, a reflexão

Page 164: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

163

dos professores sobre o trabalho didático/pedagógico e desencadear ações educativas voltadas para

a sala de aula. O projeto em rede teve a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como

instituição sede e contou com a participação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a

Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Teve como integrantes os professores da Educação

Básica da rede pública de ensino, acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática e

Pedagogia, mestrandos e doutorandos e as coordenadoras institucionais.

A Formação Continuada e a Reflexão

No processo reflexivo, compreendemos que o professor reflete, quando faz uma indagação sobre

as suas práticas docentes, de modo a transformá-las. Sendo assim, a reflexão envolve mais do que

resolver problemas e dilemas, mais que apenas pensar sobre determinado assunto, pois temos que

considerar o professor como um ser histórico (Ibiapina, 2008), que possui objetivos e limites, que

desenvolve ações pela sua constituição como pessoa, como docente, e, por esse motivo, não

podemos compreender a reflexão como passos a serem realizados que levam à reflexão. Dessa

forma, temos que condicionar a reflexividade do professor perante os seus diversos e complexos

afazeres, pois ele possui múltiplas atividades quanto ao seu trabalho docente.

No entanto, conhecendo esse movimento do trabalho docente, é necessário entendermos que a

reflexão, tão pretendida para os professores, pode ser classificada, de acordo com Liberali (1999),

em três modos: técnica, prática e crítica, conforme a Tabela 1.

Tabela 1

Os diferentes tipos de reflexão TIPOS DE REFLEXÃO CARACTERÍSTICAS

REFLEXÃO TÉCNICA

- Relacionada ao conhecimento técnico.

- Pela necessidade das pessoas em obter o controle sobre o mundo.

- Preocupada na eficiência e na eficácia para atingir determinados fins.

- Fechados a críticas ou mudanças.

REFLEXÃO PRÁTICA

- Referente ao entendimento interpessoal e à interpretação de práticas

sociais.

- Relacionada aos problemas da ação.

- Interesse pelo conhecimento que facilita o entendimento e o alcance

do entendimento com outros.

REFLEXÃO CRÍTICA

- Engloba as duas ênfases anteriores, valorizando critérios morais.

- Localiza as análises das ações pessoais em contexto histórico-social.

- Pensada para resolver as contradições da reflexão técnica e prática em

direção a uma maior autonomia e emancipação para os praticantes

Fonte: Recuperado de “O diário com ferramenta para a reflexão crítica” de F. C. Liberali, 1999, pp. 11 -15.

Page 165: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

164

Ao olharmos para a formação continuada, entendemos que a reflexão crítica seja a base para o

desenvolvimento profissional, o qual buscamos nesta pesquisa, ou como nos aponta Liberali

(2004), seja a base para a construção de uma identidade profissional transformadora. Logo, em

nosso entendimento, a reflexão crítica está imbuída em relacionar a teoria e a prática, calcada pela

autocrítica, autoavaliação, em um movimento de transformação da realidade em busca da

autonomia e da emancipação.

Nesse movimento crítico que ocorre sobre a ação, desenvolvemos a possível reflexão antes,

durante e após a realização da ação da prática docente de sala de aula.

Referencial Metodológico

Como o olhar para a formação continuada de professores, a metodologia de pesquisa colaborativa

é um meio para desenvolver a reflexão, haja vista que ela promove rupturas com as práticas

tradicionais de investigação, tendo os professores como participantes desse processo, de modo que

eles não são co-pesquisadores, mas tomam as decisões e as responsabilidades pelas ações que o

grupo desenvolve em conjunto, objetivando transformar uma realidade.

A autora em que nos atemos define a pesquisa colaborativa como:

[...] uma atividade de co-produção desenvolvida por pesquisadores e professores, com

objetivo de transformar uma determinada realidade educativa, levando tempo para ser

concretizada, pelas suas ações serem realizadas em ações formativas, buscando a

valorização do pensamento do próximo na construção dos diálogos de autonomia e respeito

mútuo (Ibiapina, 2008, p. 31).

Esse tipo de pesquisa tem visto o professor não como um objeto a ser estudado, mas como um

agente ativo na pesquisa, que possui a possibilidade de refletir e mudar a sua prática, por meio dos

significados e ressignificados que atribui a sua prática durante as atividades de co-produção. Em

nossa pesquisa partirmos das necessidades do professor, para desenvolvermos as atividades em

co-produção, por meio do diálogo e do trabalho colaborativo.

Trabalho colaborativo este que compreendemos como sendo realizado na busca por criar as

condições, para que as atividades sejam organizadas por meio do diálogo, das negociações e da

reflexão, bem como do comprometimento, considerando a opinião de todos os participantes

(Ibiapina, 2008).

Page 166: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

165

A colaboração pode estabelecer-se entre a universidade e a escola, sendo realizada por agentes de

ambas as instituições, no intuito da formação continuada dos professores. Sendo que nessa

colaboração, há tensões e contradições das quais emanam conflitos, mas que por meio das

negociações permitem o desenvolvimento do trabalho colaborativo e o desenvolvimento do grupo.

Em consonância com essa ideia, a reflexão ocorre por meio do diálogo de forma colaborativa, o

que possibilita o desenvolvimento, o crescimento pessoal e profissional de todos os membros do

grupo. Em nossa pesquisa, o grupo foi formado por mim, enquanto pesquisador e pelos integrantes

do projeto OBEDUC - Núcleo UFMS, dentre eles, a coordenadora institucional, um professor da

Educação Básica e uma acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática.

Como caminhar metodológico, guiados pela espiral reflexiva proposta por Ibiapina (2008),

iniciamos o desenvolvimento da pesquisa. A espiral reflexiva perpassa as seguintes etapas:

Planejamento, Aplicação da Aula, Entrevista e Sessão Reflexiva.

Em nossa pesquisa, a etapa do planejamento foi desenvolvida a partir de um conjunto de

movimentos realizados pelos participantes do grupo, em que foi estudado o conteúdo matemático,

de modo a elaborar e encaminhar as ações. O conteúdo matemático em nossa pesquisa foi à função

logarítmica, que foi definido a partir da necessidade do professor. A etapa da aplicação da aula foi

o momento, em que o professor da Educação Básica ministrou (colocou em ação) a aula, que foi

elaborada pelo grupo, durante a etapa do planejamento.

Tivemos o cuidado em realizar a etapa da entrevista no máximo um dia após a etapa da aplicação

da aula, ou seja, após a prática desenvolvida em sala de aula, para que não perdêssemos os fatos

que ocorreram na aula, de modo que a narrativa do professor fosse a mais fiel aos acontecimentos.

A etapa da sessão reflexiva foi o momento no qual, em conjunto, dialogamos pontos que

consideramos relevantes na etapa da aplicação da aula. Durante essas reuniões, o grupo trabalhou

dialogando e trazendo apontamentos que pensávamos ser pertinentes ao conteúdo matemático -

função logarítmica. Nesse momento, houve a possibilidade da reflexão do professor, visto que ele

observou sua ação quando assistia às suas próprias aulas.

Porém, no decorrer desse caminho, necessitamos de algo que nos permitisse compreender os

indícios de reflexão do professor com mais aprofundamento, por este motivo ampliamos a espiral

reflexiva, criando a espiral reflexiva ampliada (Jorge, 2015). Essa nova espiral, agora ampliada,

passa a ter as seguintes etapas: Planejamento, Aplicação da Aula, Entrevista, Sessão Reflexiva,

Novo Planejamento, Nova Aplicação, Nova Entrevista e Nova Sessão Reflexiva.

Page 167: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

166

Após a etapa da sessão reflexiva, realizamos a etapa do novo planejamento, envolvendo o mesmo

conteúdo matemático – função logarítmica, porém agora levando em consideração as dificuldades

que os alunos apresentaram em compreender o que era base de um logaritmo e, a partir daí, novas

atividades foram elaboradas pelo grupo. Dentre essas atividades, o grupo decidiu elaborar um jogo

de cartas envolvendo o conteúdo matemático. Assim, durante a etapa da nova aplicação, o

professor da Educação Básica desenvolveu as atividades com os alunos, que foram planejadas em

conjunto pelo grupo durante a etapa do novo planejamento.

Após a etapa da nova aplicação, desenvolvemos a etapa da nova entrevista, da mesma forma que

foi realizada a etapa da entrevista anteriormente. Porém, a partir de um novo olhar sobre a aula

desenvolvida.

Finalizando, temos a etapa da nova sessão reflexiva, que possibilitou ao professor se ver durante a

sua atuação em sala de aula, a partir das etapas do novo planejamento e da nova aplicação e refletir

novamente sobre essa nova ação, propiciando ao mesmo, novos olhares sobre a sua prática

docente.

Alguns resultados a partir da análise dos dados

Neste artigo, trazemos alguns fragmentos retirados durante a realização das etapas da espiral

reflexiva ampliada, em relação ao conteúdo matemático – função logarítmica que foi sugerido pelo

professor. Os processos de reflexões foram compreendidos por meio das ações, em uma espiral

sistemática de reflexão.

Dialogamos como forma de compreender e permitir ao professor tomar conhecimento de sua

prática docente, com o intuito da reflexão sobre a ação durante as etapas do planejamento e do

novo planejamento. Os fragmentos que apresentamos mostram momentos em que o professor

reconhece pontos positivos e negativos entre as etapas da aplicação e da nova aplicação.

N: Que diferença você pontua entre a primeira e a segunda aula?

P: Então, na segunda aula, eu já previa os possíveis erros. Eu já fui mais preparado para o

jogo. Já havia percebido o erro dos alunos em colocar as cartas nos quatro lados. Já sabia

o que podia e o que não podia. Então, já elaboramos melhor para explicar para eles a

pontuação. Essa foi a parte bacana. Nós estudamos, vimos a parte errada e como fazer para

eles não errarem. Então, eu fui mais preparado.

Page 168: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

167

N: Você verificou esse fato pelo relato dos alunos?

P: Sim, dessa vez, a grande maioria dos grupos conseguiram terminar o jogo. Escreveram

que gostaram. Eu também olhava e estavam certas as cartas. Então, conclui que houve

aprendizagem, porque senão eles não fariam. Consegui perceber que tiveram uma

aprendizagem maior.

[...]

P: Eu gostei tanto, que eu não vi falhas gritantes.

(Fragmentos retirados da etapa da Nova Entrevista, realizada em 09/10/2014).

Podemos perceber pelos fragmentos apresentados que o professor afirma que a etapa da nova

aplicação foi mais significativa em relação à aprendizagem dos alunos, pois ele entende que estava

mais preparado para os questionamentos e também por observar que houve uma maior

compreensão dos alunos durante o desenvolvimento do jogo. Como afirma Monteiro (2002), a

prática do professor estaria sendo constantemente reelaborada pela "reflexão sobre a ação", isto é,

pela reflexão empreendida antes, durante e depois da ação, tendo em vista a superação das

dificuldades experienciais no cotidiano escolar. Pudemos observar isso, durante o

desenvolvimento da espiral reflexiva ampliada, em suas etapas - novo planejamento, nova

aplicação e nova entrevista -, que permitiram ao professor compreender as suas ações,

possibilitando-lhe, por meio da reflexão crítica, a transformação de suas práticas docentes.

Podemos observar nos próximos fragmentos, retirados da etapa da nova entrevista, que o professor

reconhece que o relato que ele solicitou aos alunos após a etapa da nova aplicação da aula,

contribuiu para que os alunos pudessem se expressar e trazer os significados para eles dessa aula.

Dessa forma, o professor pode observar a aprendizagem dos alunos.

N: Durante as etapas do planejamento, aplicação da aula, novo planejamento e nova

aplicação, o que você observou de diferente?

P: Na primeira aula, faltou a previsão dos erros, ou seja, não saber como é um jogo

teoricamente. Então, na primeira aula, faltou a previsão das falhas do jogo e de como jogar.

Na segunda aula, já sabíamos os erros que eles estavam cometendo. Sendo essa a diferença

da segunda aula. Mas, para mim, ficou claro a possibilidade de uma prática diferenciada e

com uma abordagem significativa para os alunos.

(Fragmentos retirados da etapa da Nova Entrevista, realizada em 09/10/2014).

Page 169: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

168

Portanto, podemos concluir que a partir dessa etapa da nova entrevista, o professor P já admite a

possibilidade de trabalhar de maneira diferenciada em sala de aula. E, porque não dizer, até de uma

avaliação da aprendizagem por meio de um relato dos alunos sobre a aula desenvolvida.

Considerações Finais

Compreendemos pelo processo da pesquisa colaborativa por meio da espiral reflexiva ampliada,

que essa metodologia é um caminho para desenvolvermos reflexões, que na formação continuada

de professores são desenvolvidas pelos significados e ressignificados sobre a prática docente de

professores, possibilitando mudanças dessas práticas.

No aspecto da formação continuada, esse processo reflexivo demanda tempo. Mas, mais que

tempo, no âmbito das políticas públicas, necessita de investimentos, podendo não ter respostas

imediatas. Porém, perpassa por diferentes conhecimentos, que, por vezes, seria necessário haver

vários cursos formativos.

Assim, é pertinente apresentarmos os conhecimentos que a espiral reflexiva ampliada permitiu-

nos trabalhar e criar questões, que, em conjunto com o roteiro de questões proposto por Ibiapina

(2008), desenvolvemos as reflexões. As questões que foram formuladas com seus respectivos

conhecimentos foram as seguintes:

Se fosse elaborar um currículo nacional, quais conteúdos matemáticos seriam contemplados?

(Currículo e Aprendizagem);

O que motivou os alunos a fazerem ou não as atividades? (Motivação dos alunos);

Acredita que o professor tem que realizar intervenções para que ocorra a aprendizagem dos alunos?

(Professor Mediador/Transmissor);

Qual a sua compreensão quanto a ser transmissor ou mediador? (Professor Mediador/Transmissor);

O que você observou de diferente nas ações de planejamento do grupo? (Planejamento e Ações do

grupo);

Algum período de sua profissão docente você teve tempo para planejar "adequadamente" as aulas?

(Planejamento);

Qual a sua análise sobre a sua prática docente? (Prática Docente);

O que faz para alcançar essas mudanças em sua prática docente? (Prática Docente);

Como analisa/avalia a possibilidade de mudanças quanto à sua prática docente? (Prática Docente);

A que você atribui a aprendizagem da sua prática docente? (Prática Docente);

Page 170: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

169

O que faz para motivar os alunos durante a aula? (Prática Docente);

Acredita que os diálogos no grupo propiciam uma formação continuada? (Ações do grupo e Formação

Continuada);

Qual relação você faz entre o seu trabalho atual e o realizado antes de fazer parte do grupo? (Ações do

grupo e Formação Continuada);

Para constituir-se professor, você acredita que temos que refletir sobre a sua própria prática doente?

(Formação Continuada);

As atividades que elaboramos no grupo possibilitaram a participação dos alunos? (Aprendizagem e

Ações do grupo)

Você propõe alguma modificação para a próxima aula? (Autonomia).

Dessa forma, concluímos que a espiral reflexiva ampliada criou oportunidades de reflexão em um

processo formativo por meio das significações e ressignificações mediadas pela construção da

prática docente dos professores, sendo, portanto, uma contribuição para o que denominamos de

formação continuada reflexiva de professores.

Referências

Ibiapina, I. M. L. M. (2008). Pesquisa colaborativa: investigação, formação e produção de

conhecimentos. Brasília, DF: Líber Livro Editora.

Jorge, N. M. (2015). Reflexões sobre a prática docente de um professor de Matemática a partir

da pesquisa colaborativa. (Dissertação de Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul.

Liberali, F. C. (1999). O diário com ferramenta para a reflexão crítica. (Tese de Doutorado) -

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Liberali, F. C. (2004). A constituição da identidade do professor de inglês na avaliação de sua aula.

Rev. Brasileira de Lingüística Aplicada, 4, 45-56.

Monteiro, S. (2002). Epistemologia da prática: o professor reflexivo e a pesquisa colaborativa. In:

S. G. Pimenta e E. Ghedin (org). Professor reflexivo no Brasil – gênese e crítica e um conceito,

Capítulo 5, pp. 111-128. São Paulo: Cortez.

Page 171: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

170

CB-242

LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE MATEMÁTICA Y LA MATEMÁTICA

EDUCATIVA

Cecilia Crespo Crespo – Patricia Lestón – Christiane Ponteville

[email protected] - [email protected][email protected]

Instituto Superior del Profesorado “Dr. Joaquín V. González” - Argentina

Núcleo temático: Formación del Profesorado en Matemática

Modalidad: Comunicación breve

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: investigación educativa – el aula de matemática

Resumen La matemática educativa ha tenido un amplio desarrollo en las últimas décadas, preocupándose

por los procesos puestos en juego en la construcción del conocimiento matemático a través del

desarrollo de distintos marcos teóricos. El aula de matemática debe ser su destinataria. Su

presencia y repercusión en el aula de formación docente posee características muy especiales que

deben ser tenidas en cuenta y que muestran que no siempre la matemática educativa es vista por

los profesores de la misma manera que por los investigadores de esta disciplina. En este trabajo

se presentan resultados de investigaciones, observaciones y reflexiones realizadas en cursos de

formación de grado para profesores de matemática que llevan a repensar a quienes trabajando

en docencia e investigación en este nivel educativo acerca de cómo lograr un mayor impacto de

los trabajos realizados en las aulas de los institutos de formación docente y en las aulas de los

egresados, una vez que estén insertos en el sistema escolar.

La formación docente en Argentina

La formación de profesores es variada en los diversos ámbitos de los diferentes países. Así como

la universidad se ha constituido como el centro de la formación de la mayoría de los profesionales

otorgando la mayoría de los títulos de grado, en el caso de los profesores de las diversas asignaturas

existen diversos espacios de formación, inclusive dentro del mismo sistema educativo de un país.

Debido a eso, es necesario describir cómo está organizada la formación docente en nuestro país y,

dentro de ella, cuáles son las características del instituto de formación docente en el cual

trabajamos.

En la Argentina, la formación del Profesorado está en manos de instituciones de nivel superior,

tanto universitarias como no universitarias. En el sistema universitario, que se vincula con el

Ministerio de Educación y Deportes de la Nación a través de la Secretaría de Políticas

Universitarias, se pueden encontrar licenciaturas de alguna disciplina, tomemos el caso de

Page 172: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

171

matemática, que han desarrollado una opción a Profesor Universitario de Matemática, al acreditar

determinados espacios disciplinares y algunos espacios curriculares enmarcados en las ciencias de

la educación. En otros centros universitarios, las carreras de formación docente dependen de la

Facultad de Humanidades, en cuyas opciones de carreras aparecen las formaciones docentes en

disciplinas específicas. Estas carreras son todas universitarias y les permiten a sus egresados dar

clase tanto en nivel medio, entre 13 y 18 años, como en nivel superior.

También existe otro tipo de institución que se dedica a la formación docente, también de nivel

superior, que no dependen del sistema universitario. Estas instituciones son conocidas como

Institutos Superiores de Profesorado, o más comúnmente Profesorados. Estas instituciones

dependen desde lo administrativo y lo curricular de los Ministerios de Educación de las

jurisdicciones donde se encuentren, desde la implementación de la Ley Federal de Educación en

1993. Además, la Ley Nacional de Educación promulgada en 2006, incluye la creación de un

Instituto Nacional de Formación Docente para la concertación técnica de las políticas de formación

docente, acordadas en el Consejo Federal de Educación. Suelen en estas instituciones dictarse

carreras de Profesorado en diversas disciplinas, con una duración de entre 4 y 5 años, que habilitan

al igual que los títulos universitarios, para el nivel medio y superior según el título otorgado.

El caso del Instituto Suprior del Profesorado “Dr. Joaquín V. González”

En este escrito en particular vamos a reflexionar sobre uno de estos Profesorados, dado que

representa el espacio laboral que las autoras compartimos. El Instituto Superior del Profesorado

“Dr. Joaquín V. González”, a partir de aquí el Joaquín, fue fundado en el año 1904 por el entonces

presidente Quintana, quién lo encargara al Dr. Joaquín V. González. Recorrer la historia de esta

institución hace que uno vea en su espíritu la necesidad de educar a una Nación por entonces muy

joven con una población tan heterogénea como pudiera pensarse. La idea de dar elementos de

formación pedagógica a los profesionales ya graduados para que pudieran ocuparse de la escuela

media fue el germen fundacional de esta institución. Desde ese momento hasta ahora muchas cosas

han cambiado, más de un siglo de Historia Argentina dan cuenta de los procesos que se han llevado

a cabo en la educación, y esos cambios también han modificado al Joaquín. Revisar esa historia

resulta sumamente interesante, y conlleva además la necesidad de replantearse el presente de este

Instituto y su futuro. (Souto, Mastache y Mazz, 2004)

Actualmente, el profesorado cuenta con varias carreras de grado dirigidas a formar docentes de

nivel medio y superior y postítulos. Quien llega al Joaquín llega porque tiene interés en dedicarse

Page 173: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

172

a la docencia. A veces como primera opción, a veces, habiendo pasado a otras instituciones. Es en

este escenario en el cual nos hacemos algunas preguntas asociadas al rol de la matemática

educativa en esta institución.

Desde hace más de diez años, los diseños curriculares de nuestra carrera reconocen tres campos

que hacen a la formación de docentes: el campo de formación general, el campo de formación

específica y el campo de formación en la práctica profesional. Este último es, aparentemente, el

que más cercano está a la matemática educativa. Sin embargo, lo que nos cuestionamos en este

momento tiene relación con la presencia (o ausencia) de la matemática educativa en el campo de

la formación específica. ¿Cómo se visualiza la matemática educativa en las materias de

matemática? ¿Cómo hacemos para que los futuros docentes vean y se involucren con los

conocimientos de la matemática educativa al tiempo que construyen conocimientos específicos de

matemática?

La investigación en el contexto del Profesorado

Las características de la institución hacen que no espacios de investigación como los que existen

en las universidades. Los profesores no tenemos cargos sino horas cátedra asignadas siempre frente

a curso, con lo cual la investigación que se produce, poca en relación a la cantidad de profesionales,

se hace de manera informal, por grupos autogestionados y sin recursos. Sí existe en el marco

institucional la Unidad Interdepartamental de Investigación, que se ocupa de convocar, evaluar y

otorgar recursos a grupos que proponen anualmente proyectos de investigación, pero su

funcionamiento está reducido y no genera, investigaciones a gran escala.

Lo que encontramos en relación a la investigación, entonces, tiene más que ver con las necesidades

de algunos docentes en términos de estas producciones que se publican o comunican

mayoritariamente en espacios extra institucionales, con poca repercusión al seno de la institución.

Para la mayoría de los alumnos del Profesorado, el mundo de la investigación está fuera de su

realidad. En general, no sólo no están involucrados en la producción de investigaciones sino que

muchas veces no se enteran de que sus profesores hacen investigación al momento de pensar sus

clases, sus evaluaciones, sus secuencias y sus decisiones. Entendemos que en la medida en que no

pongamos de manifiesto los resultados y el uso de la investigación en el escenario del profesorado

seguirán siendo pocos los egresados que sientan la necesidad de adentrarse en ese mundo; con los

conocimientos necesarios para ponerla en práctica.

El aula del Campo de la Práctica de la Formación Docente

Page 174: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

173

En el campo de formación en la práctica docente, de manera casi natural aparecen los resultados

de algunas investigaciones, como elementos de trabajo dentro de las discusiones didácticas. Los

profesores proponen lectura de escritos en relación a obstáculos, diseños, dificultades, propuestas,

sobre distintos temas de la escuela media.

En algunos espacios realizan los estudiantes algunas investigaciones relacionadas con las

problemáticas que observan en las aulas cuando realizan sus primeras incursiones a la escuela

como futuros docentes (Lestón, 2014). Este tipo de investigación, construida en base a las

dificultades que otros docentes enfrentan, los obliga a tomar una postura de críticos externos, y la

investigación queda reducida a la búsqueda de elementos que podría darles a esos profesores como

estrategias para enfrentar sus clases.

Las investigaciones que leen resultan ser insumos a la hora de proyectar sus clases de práctica

profesional, o preparen sus exámenes. Sin embargo, la investigación no es parte de lo que se hace

en el aula, ellos no participan de la construcción de esas investigaciones. Se limitan a consumir

producciones de otros, y en sentido estricto, sólo porque sus profesores lo indican. Existen algunas

evidencias que muestran que ese tipo de práctica no redunda de forma efectiva en la toma de

decisiones de los alumnos frente a la práctica (Homilka, Crespo Crespo, Lezama y Lestón, 2008)

y entendemos en parte que el rol de “espectador” en que los alumnos son colocados no los moviliza

a modificar su futura práctica: les da más seguridad volver a lo conocido, recurrir a sus

experiencias escolares y hacer uso de prácticas tradicionales, que son las que a ellos les permitieron

aprender. Evidentemente no alcanza con lo que se les muestra de la investigación. Es más fuerte

la experiencia personal que la reflexión de otros.

El aula disciplinar de la formación docente

Comentamos previamente que los alumnos se forman en tres campos, uno de ellos que es el que

nos ocupa en este momento es el de la formación específica. En este campo los alumnos se

encuentran con cursos de álgebra, análisis matemático, geometría, probabilidades y estadística,

física, computación, historia de la matemática, fundamentos de la matemática, entre otros. Estas

son las materias “matemáticas”; las que los alumnos más esperan cuando se inscriben en el

Profesorado de Matemática, es lo que ellos perciben como el centro de su formación. Y es en ese

contexto que nos preguntamos cómo la investigación aparece en esos espacios.

A pesar de los cambios en los planes de estudio, los espacios específicos en su mayoría siguen

siendo bastante clásicos. Los cursos de matemática que se ven en nuestra formación docente siguen

Page 175: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

174

teniendo un perfil tradicional, donde el centro de la discusión son los objetos matemáticos que

aparecen descriptos en los diseños curriculares, sin que nada se cuestione en relación al por qué de

esos objetos. No se observan grandes cambios en las tradiciones escolares de nuestras aulas.

Sin embargo, en algunos espacios curriculares, sí pueden encontrarse algunos cambios. Pueden

encontrarse diferencias en las decisiones que se toman, en las actividades y evaluaciones que se

proponen, en los mecanismos de construcción que se llevan al aula. Cuando miramos con mayor

atención esas aulas, vemos que están gestionadas por un docente que hace investigación en

matemática educativa. Entendemos que existe una fuerte relación en la mirada de un docente

investigador sobre su clase y, por ende, en las decisiones que toma. Hay ideas que se ponen de

manifiesto en estas acciones no tradicionales que surgen de marcos teóricos a los cuales la

investigación los acerca.

La usanza del conocimiento teórico tiene como significación las costumbres de uso de

cierto marco teórico para hacer cierto tipo de investigación. Las costumbres las

establecen los grupos de investigación, según su experiencia y visión de la disciplina

(Cordero y Silva, 2012, p. 297).

En particular, vamos a revisar algunas ideas de la socioepistemología para poder entender cómo

esas ideas se ponen en acción dentro de las aulas del profesorado.

La socioepistemología: elementos de la teoría y algunas aulas del profesorado

En este apartado retomaremos algunas de las nociones teóricas que entendemos han afectado

nuestra manera de modificar nuestra práctica profesional. La teoría, sea cual fuere, cuando se

entiende como parte de la mirada, como lo que permite enfocar esa mirada, hace que uno revise

su aula con una concepción nueva y distinta, que tal vez permita llevar a las aulas una forma

diferente de hacer las cosas. En nuestro caso, como ya mencionamos, la socioepistemología ha

impactado en nuestra forma de hacer las cosas. Y pretendemos explicar y explicitar esos cambios

en base a algunos de los elementos teóricos de la matemática educativa:

interpreta y estudia fenómenos vinculados a la construcción social del saber

matemático, con la clara intención de lograr equidad en la construcción de este

conocimiento en los diferentes planos de la sociedad, tales como el escolar y la

cotidianidad, con la expectativa de que este conocimiento transforme la vida de los

ciudadanos (Cordero y Silva, 2012, p. 299).

Page 176: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

175

En asignaturas como Historia de la matemática, se incorporan con más presencia estudios desde

la visión socioepistemológica, que permite a los docentes, situarse en una visión no ingenua y

comprender el proceso de construcción del conocimiento matemático a lo largo del desarrollo de

la matemática en los diferentes pueblos y épocas. Esto se traduce en sus propias prácticas en el

aula, permitiendo adoptar como principio la reflexión constante de su quehacer.

Rediseño del discurso matemático escolar

el rediseño afecta el qué, el cómo, el cuándo y el porqué aprender, superando

ampliamente la consigna genérica de “aprender a aprender”. En nuestra opinión, el

Rediseño del discurso Matemático Escolar es el reto mayor del cambio educativo,

¿cómo organizar el conocimiento escolar con base en la realidad de quien aprende sin

abandonar al contenido de las Matemáticas?, ¿cómo esta organización puede ser parte

de la profesionalización docente?, y ¿qué papel juega la vida cotidiana en estos

procesos? (Cantoral, Montiel y Reyes, 2015, p. 7).

Pensando en estas ideas en un curso de álgebra, podemos caracterizar los cambios que se han

propuesto pensando no sólo en los conceptos y contenidos que se espera que los alumnos aprendan,

sino en la búsqueda de la reflexión en relación a los motivos por los cuales esos conocimientos

son necesarios en su formación y serán necesarios en su desempeño profesional posterior.

Confrontarlos con el origen y la epistemología de los conocimientos que deben construir, al tiempo

que se los piensa desde la educación superior y desde la escuela media; provoca en los alumnos

que sientan que es parte de su tarea cuestionar el conocimiento, cuestionar sus tiempos asignados

y momentos institucionales, y las prácticas que los llevan a la construcción de conocimientos.

De esta manera el conocimiento en uso cobra importancia:

La mayor producción de investigaciones […] permitió pasar del examen de la

aprensión del objeto en sí (el conocimiento matemático en situación áulica) al análisis

en profundidad del uso social de dicho objeto (el saber situado en escenarios

socioculturales), esto es el estudio del objeto para sí. Este hecho precisó de mayor

detalle y nuevos encuadres metodológicos para el examen de las prácticas normadas y

contextuales, fortaleciéndose con ello la aparición de nociones como discurso, uso,

actividad, práctica (profesional, matemática y social), comunidad, conocimiento, saber

y contexto, abriendo con ello mayores posibilidades al anhelado concepto de “cambio

educativo” (Cantoral, Montiel y Reyes, 2015, p. 8).

Page 177: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

176

En las áreas de Probabilidades y Estadística, el conocimiento en uso se puede centrar en adoptar

como centro de trabajo, las necesidades en la resolución de situaciones de prácticas profesionales

y no en tareas meramente teóricas que restan significado a las prácticas de referencia utilizadas.

Un buen ejemplo de esto puede ser el uso de las prácticas asociadas a las variables aleatorias como

elementos que permitan organizar un modelo matemático sin necesidad de abordar definiciones

matemáticas teóricas.

Este conocimiento en uso exige una mirada sistémica:

el método socioepistemológico es de naturaleza sistémica, pues permite tratar los

fenómenos de producción y de difusión del conocimiento desde una perspectiva

múltiple, al estudiar la interacción entre epistemología, dimensión sociocultural,

procesos cognitivos asociados y mecanismos de institucionalización vía la enseñanza.

Plantea el estudio del conocimiento, social, histórica y culturalmente situado

(Cantoral, Montiel y Reyes, 2015, p. 9).

La clase de álgebra no inicia con la definición de un concepto que es el centro de esa unidad. Se

plantea el origen de ese conocimiento, la lectura de algún texto en relación a su epistemología, a

la necesidad que hubo de ese significado a las dificultades propias de esa construcción y los

procesos involucrados, así como en la “vida escolar” de ese conocimiento. La búsqueda de

significados y contextos de uso, son parte de la tarea del aula y permiten que los estudiantes se

involucren en esa construcción.

la Teoría Socioepistemológica descansa en cuatro principios fundamentales […]

sostiene que las prácticas sociales son los cimientos de la construcción del

conocimiento (principio de normatividad de las prácticas sociales), y que el contexto

determinará el tipo de racionalidad con la cual un individuo o grupo […] construye

conocimiento en tanto lo signifique y ponga en uso (principio de racionalidad

contextualizada). Una vez que este conocimiento es puesto en uso, […] su validez será

relativa al individuo o al grupo, ya que de ellos emergió su construcción y sus

respectivas argumentaciones, lo cual dota a ese saber de un relativismo epistemológico

(principio). Así, a causa de la propia evolución de la vida del individuo o grupo y su

interacción con los diversos contextos, se resignificarán esos saberes enriqueciéndolos

de nuevos significados hasta el momento construidos (principio de resignificación

progresiva) (Cantoral, Montiel y Reyes, 2015, p. 16).

Page 178: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

177

La necesidad de establecer conexiones entre estos cuatro principios fundamentales se evidencia en

los cursos de Fundamentos de la Matemática, cuyo eje central es la revisión y análisis de conceptos

y metodologías utilizados a lo largo de las asignaturas anteriores de la carrera. Esta visión sistémica

permite replantearse, por ejemplo, el concepto de función teniendo en cuenta elementos cognitivos,

didácticos y epistemológicos.

Modelos de aulas de egresados

Luego de haber compartido algunos cambios que creemos que redundan en la mejora de la

formación de estos futuros docentes, nos queda aún una pregunta. ¿Por qué los egresados no logran

salir del aula tradicional cuando ellos están puestos en el centro de las decisiones del aula? Y es

aquí donde volvemos a pensar en la investigación. Los cambios que contamos están sostenidos por

un marco teórico, al que hemos accedido desde la investigación. Hay reflexión atrás de ellos, hay

análisis en base a un conocimiento adquirido a través de la investigación. Lo que no hay sin

embargo es transparencia de ese proceso. ¿Saben los alumnos qué cuestiones han hecho que

modificáramos nuestras prácticas escolares? Y es acá donde está el desafío que hoy nos

encontramos, ¿cómo hacemos para transparentar en estos espacios curriculares el lugar de la

investigación? Realmente no resulta sencillo pensar en la inclusión de estas discusiones, hacerlos

partícipes de estos procesos que ellos ven acabados cuando en el aula se enfrentan a estas

“diferencias” con respecto a otras aulas. Estamos pensando en que tal vez sea necesario poner en

acción estos procesos con los estudiantes en alguna de las unidades del diseño, hacerlos parte de

la lectura y de las decisiones, pensar con ellos el lugar de estos conceptos que antes recuperamos,

para que entiendan que lo que se hace en el aula es la profesión en acción.

Referencias bibliográficas

Cantoral, R., Montiel, G. y Reyes, D. (2015). El programa socioepistemológico de investigación.

Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa 18 (1), 5-17

Cordero, F. y Silva, H. (2012). Matemática educativa, identidad y latinoamérica: el quehacer y la

usanza del conocimiento disciplinar. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática

Educativa 15 (3), 295-318.

Homilka, L., Crespo Crespo, C., Lezama, J. y Lestón, P. (2008). Las primeras prácticas docentes

de los estudiantes del Profesorado de Matemática. En I. Zapico y S. Tajeyán (Eds.), Acta de la VII

Conferencia Argentina de Educación Matemática, 91-97. Buenos Aires: Sociedad Argentina de

Educación Matemática.

Page 179: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

178

Lestón, P. (2014). El rol de las publicaciones en la construcción de la profesionalización docente.

En P. Lestón (Ed.), Acta Latinoamericana de Matemática Educativa 27, 2043-2052. México:

Comité Latinoamericano de Matemática Educativa.

Souto, M., Mastache, A. y Mazz, D. (2004). La identidad institucional a través de la historia: el

Instituto Superior del Profesorado Dr. Joaquín V. González. Buenos Aires: Instituto Superior del

Profesorado Dr. Joaquín V. González.

Page 180: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

179

CB-246

POLIGONANDO: INTERDISCIPLINARIDADE NA CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS

MATEMÁTICOS, ARTÍSTICOS E CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Márcia Friedrich – Débora Mirtes dos Santos Ravagnani Dias – Leandra Valéria da Silva

Negretto, Silvia Denise Carneiro Santos

[email protected][email protected] - [email protected] -

[email protected]

Faculdade Padrão – Universidade Federal de Goiás – Pequeno Grupo de Pesquisa Santa Helena –

Goiânia – Goiás – Brasil.

Núcleo temático: As matemáticas e a sua integração com outras áreas

Modalidad: CB

Nivel educativo: (6 a 11 anos)

Palabras clave: Educação Matemática. Conceitos geométricos. Interdisciplinaridade.

Resumo O Projeto “Poligonando” emerge a partir de uma sequência didática pensada para trabalhar os

conceitos fundamentais da Geometria, por meio do aplicativo Stellarium e Sky Map que

proporcionou a utilização do celular e, consequentemente da tecnologia, pelos alunos e

professores, além da utilização do computador e projetor multimídia para que todos tivessem

acesso. O propósito foi desenvolver os conceitos de ponto, reta e plano, utilizando como plano de

fundo, o Universo. A sequência foi aplicada em uma escola da Rede Municipal de Educação de

Goiânia, Goiás, Brasil, de agosto a novembro de 2016. O projeto se encorpou e ampliou ao se

associar à Arte e a Educação Ambiental no projeto, quando alunos e professores reuniram-se

para tratar de conceitos das áreas envolvidas, entre eles os conceitos geométricos elementares

até chegar aos polígonos. Estes, que posteriormente foram utilizados e construídos com materiais

reutilizáveis para uma intervenção e instalação artística, que é uma forma de arte contemporânea

e efêmera. Esta foi realizada para estimular o fazer artístico dos alunos em um espaço comum da

escola que se transformou em um espaço de apreciação das criações baseadas nos conceitos de

polígonos apreendidos por meio Matemática.

A INTRODUÇÃO

O caráter formativo na constituição do ser como participante ativo na sociedade, no

verdadeiro sentido de cidadania e humanização, perpassa necessariamente os espaços sociais em

que o mesmo encontra-se inserido. Neste caso, o espaço se constitui no campo da Escola Municipal

Santa Helena, pertencente a Rede Municipal de Goiânia. Objetiva-se ampliar a visão de Ciência e

Matemática por meio da utilização da tecnologia em sala de aula como recurso pedagógico, no

aprofundamento dos conceitos geocientíficos e matemáticos fundamentais.

Page 181: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

180

A caracterização do campo de ação pedagógica acontece também por meio da inserção

dos alunos estagiários do curso de Licenciatura em Física do Instituto de Física da Universidade

Federal de Goiás (IF/UFG), no intuito de dialogar com campos de diferentes concepções, escola e

universidade. O espaço social funda-se no campo escolar e mais especificamente no campo da

escola, que é definido por Genovez (2008, p. 171), “[...] um campo de forças relativamente

autônomo, dotado de uma estrutura estruturante e estruturada pela distribuição e hierarquização

das escolas e dos professores segundo sua autonomia em relação às forças externas oriundas do

campo econômico, político, religioso (...)”.

O projeto envolve conceitos primitivos de geometria tendo como plano de fundo o

Universo. Com o uso dos aplicativos “Stellarium” e “Sky Map”, utilizados em sala de aula com os

celulares dos alunos, e projetor multimídia, foram trabalhados conteúdos básicos de Ciências

(Universo com os planetas, estrelas, luas, Via-Láctea) e de Matemática, tais como: ponto, reta,

plano, polígonos e não polígonos.

Ainda com este entendimento buscou-se na essência e na extensão desenvolver

práticas na Matemática que empoderassem os alunos de novos e mais conceitos que isolados ou

combinados pudesse vir a ser mais um elemento a complementar a estrutura do pensamento e da

ação. Assim toda a experiência foi construída com material reaproveitado. Esse elemento é a

Sustentabilidade, conceito que parte de três bases fundamentais que se estende a grandes outras

que são formadas pelo triple: Ambienta, Social e Econômico (SACHS, 2008).

A Ciência (Física) e a Matemática estão presentes em praticamente todas as ações

cotidianas realizadas pelos seres humanos. A ação se justifica pelo aparato digital e a geração de

nativos digitais que chegam à escola hoje. Agrega-se, portanto, ao Projeto de Investigação Coletivo

(PIC) “Alfabetização Científica e Matemática: pesquisa, formação de professores e produção de

conhecimento no ensino fundamental” do Pequeno Grupo de Pesquisa Santa Helena (PGP/PIBID

SANTA HELENA) inserido na Escola Municipal Santa Helena como ação pedagógica habitual

da escola.

FUNDAMENTAÇÃO DOS CONCEITOS CIENTÍFICOS E MATEMÁTICOS

A alfabetização Matemática e Científica aqui é um caminho que tem como horizonte

alguns parâmetros que visam fornecer subsídios para que todo o cidadão que adentra o campo da

Page 182: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

181

escola, seja ele, educando, profissional da educação, estagiários, pesquisadores-professores, pais

ou responsáveis (comunidade escolar), tornem-se capazes de dialogar com o mundo científico e

tecnológico que os cercam. Para tanto, faz-se necessário que os professores-pesquisadores imersos

nesse campo de ação sejam os construtores e mediadores do conhecimento e, por isso, é pertinente

que essa ação seja pautada em fundamentação teórico-prática.

A história da matemática, desde a antiguidade, aponta para a necessidade do cálculo e

do conhecimento geométrico espacial por onde o mesmo circula. Naquela ocasião, eram utilizadas

variadas ferramentas para relacionar as quantidades: desenhos, pedrinhas, pedaços de madeira, um

objeto trocado por outro, entre outras. No Egito antigo havia o interesse pela astronomia, que

segundo registros, era observado nas inundações do Rio Nilo. Naquele momento da história surgia

o calendário solar, com doze meses, cada um com trinta dias. Também nascem as noções

geométricas e as medidas da necessidade de demarcar as terras para a produção de alimentos. Ficou

caracterizado aí o inicio das operações, que na época, enfatizava a adição. Os algoritmos que fazem

parte do cotidiano hoje tiveram forte influência dos povos da Mesopotâmia (D’AMBRÓSIO,

1996).

Segundo D’Ambrósio (1996), a Matemática não era reconhecida como ciência e isso

levou a um atraso muito grande no seu desenvolvimento. Demorou muito para a mesma ser

considerada uma matéria de fundamental importância para o desenvolvimento de crianças

principalmente nos anos inicias. O movimento da “Matemática Moderna” influenciou de maneira

significativa os líderes da Educação Matemática e aproximou educadores e pesquisadores,

entretanto, não conseguiu desmistificar algumas práticas tradicionais e algorítmicas já recorrentes

no meio dos pesquisadores. O resultado foram algumas mudanças nas aulas e nas provas e emersão

da linguagem moderna de conjuntos com alguns exageros, mas com reflexos positivos.

A Matemática é fundamental para o desenvolvimento do educando e para a sua

inserção como cidadão na sociedade atual. Este conhecimento faz parte do cotidiano e está presente

em todos os currículos desde a Educação Infantil. Sendo considerado um componente curricular

básico e indispensável, atrai a atenção de profissionais das mais diversas áreas do conhecimento,

entretanto, o que está sendo ensinado nas escolas nem sempre contempla as reais necessidades dos

alunos de uma determinada sociedade. É importante mostrar aos alunos a ligação com a sala de

aula e o campo e entre o conhecimento na teoria e prática, para melhor compreensão dos conteúdos

e formação do aluno. “O ideal é o aprender com prazer ou o prazer de aprender e isso se relaciona

Page 183: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

182

com a postura filosófica do professor, sua maneira de ver o conhecimento, e do aluno-aluno

também tem filosofia de vida. Essa é a essência da filosofia da educação” (D’AMBRÓSIO, 1996,

p. 84).

As Diretrizes Curriculares da Rede Municipal de Educação de Goiânia trazem a

seguinte concepção:

Nesse sentido, no processo de aprendizagem não se dissociam o pensar e o agir. Do ponto

de vista da teoria histórico-cultural, as aprendizagens que o educando realiza em seu

cotidiano antecipam-se ao seu desenvolvimento, desafiando-o a novas aprendizagens e à

construção de novos conhecimentos. Por meio da intervenção e da colaboração de

pessoas mais experientes estabelece-se um processo de mediação que, no caso da escola,

envolve todo coletivo enquanto educadores e os educandos (GOIÂNIA, 2009, p. 62).

Para ensinar Matemática, além de ter um ambiente de aprendizagem que possibilite ao

aluno participar do processo, é necessário que ele seja o agente e interaja de maneira fluida e

natural com a Matemática. Neste momento, é importante também que o aluno consiga entender a

resolução de problemas exercitando o raciocínio, a oralidade e a construção do conhecimento

numa relação de proximidade com o professor para que sejam trabalhadas as dificuldades, pois,

assim ele consegue percebê-las, oportunizando a autorreflexão e o aprendizado também com o erro

(SKOVSMOSE, 2006).

Dessa forma, os recursos tecnológicos são imperativos muito importantes para a

dinâmica da sala de aula e o despertar de interesse dos alunos para o conteúdo que está sendo

proposto. Na reflexão sobre os ambientes de aprendizagem agrega-se o aparato tecnológico como

um suporte na mediação do conhecimento. Além do que, vai ao encontro de algo interessante para

o aluno que lhe é tolhido a todo o momento que é o seu celular. Quando este é colocado a seu

serviço torna-se um elemento motivador e instigador da sua curiosidade.

A alfabetização científica e matemática, associada à formação dos profissionais

envolvidos no projeto, são a maior parte da expectativa e dos desafios do trabalho realizado nas

escolas (FRIEDRICH, et al, 2015). Demanda que vem ao encontro de anos de trabalho em escolas

públicas de Ensino Fundamental, onde se percebe segmentos separados e conteúdos

“engavetados”. Por isso, a necessidade da interconexão entre os profissionais e consequentemente

a interdisciplinaridade são fundamentais para a formação do cidadão e de um currículo aberto e

que estabeleça intra e interconexões entre as áreas do conhecimento que não são contempladas nos

Projetos Políticos Pedagógicos fragmentados.

Page 184: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

183

O PERCURSO...

Esta é uma atividade que emerge do Pequeno Grupo de Pesquisa Santa Helena

(PGP/PIBID SANTA HELENA) em atividade desde 2011 na Escola Municipal Santa Helena. O

PGP visa trabalhar os conceitos científicos e matemáticos em uma perspectiva crítica e de

participação dos agentes do campo da escola.

A sequência didática foi montada para contemplar os elementos primitivos da

Geometria (ponto, reta, plano, polígonos e não polígonos) por meio da observação do Universo

(planetas, estrelas, constelações). O uso dos recursos tecnológicos “Stellarium” e “Sky Map”

foram fundamentais para a realização desta ação pedagógica.

Os alunos foram contatados via WhatsApp e solicitados a “baixar” em seus celulares o aplicativo

“Stellarium” ou “Sky Map”. Na sala também foi projetado no quadro branco o universo, a partir

do céu de Goiânia, via aplicativo.

A aprendizagem também perpassa pela forma particular de cada um elaborar os novos

conhecimentos e em aceitar a opinião do outro. O “aluno que aprende tem que processar sistemas

de dados matemáticos já existentes” (HUETE e BRAVO, 2006, p. 56). Isto também interfere na

argumentação particular deste ou aquele aluno e sua maneira de socializar seu conhecimento

auxiliando os colegas do grupo.

Neste momento do trabalho, os alunos não haviam diferenciado ainda, polígonos e não

polígonos. Foram trabalhados os elementos fundamentais dos polígonos e partiu-se para outra

configuração do aplicativo em que se diferenciou reta, semirreta, segmento de reta, linhas

poligonais abertas e fechadas, e o registro foi realizado pelos alunos com livre escolha dos mesmos.

Após esta etapa foi solicitado que registrassem por meio de um mosaico, apenas os polígonos, pois

já haviam contatado com a definição e condição de existência dos mesmos.

Segue-se ainda outra linha de investigação onde sobressai a pesquisa e produção do

conhecimento científico que deságua no sujeito principal do processo que é o educando. Ressalta-

se ainda que este trabalho adentra na área de Educação Ambiental, incorporando na expressão de

arte a concepção de sustentabilidade e uso adequado dos materiais.

Buscamos desenvolver com os alunos o pensamento crítico e criativo, a imaginação

relacionando a arte e a matemática. Partimos da premissa que quando a Arte faz parte

integralmente da educação, o aluno a apreende pela observação de todas as coisas existentes,

Page 185: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

184

inclusive a beleza implícita em um cálculo matemático. Interrelacionar ciência humana e ciência

exata implica em oportunizar os alunos a descobertas, a criação, a sensibilidade. A sensibilidade

nasce de um novo olhar, relacionado às experiências estéticas.

A experiência estética nasce do primordial, do olhar intenso e poético da articulação

entre a intenção, as formas, as texturas, as cores, são intercâmbio que motivam e mobilizam o

processo de criação do fazer artístico. A escolha e o caminho a ser percorrido com os alunos do

sexto ano não se preocupou com uma produção de artisticidade, mas sim de uma experiência

estética onde os conhecimentos “poligonais” da matemática estariam implícitos, assim a princípios

pensamos em sistematizar em uma instalação. Segundo Rancière (2014, p.28) que parafraseia em

Platão, “ [...] a arte não existe , apenas existem artes, maneiras de fazer.”

Assim, a experiência com a Arte desses alunos inicia com o conceito de instalação e o

vídeo da artística plástica Chiharu Shiota com a obra “Fios que tecem memórias”. Buscamos

relacionar os conceitos matemáticos para o fazer artístico a partir do trabalho da artista citada. O

percurso da criação não foi tão simples e rápido, foi um ir e vir, até que o grupo de alunos chegou

à ideia de criar molduras de quadros com diferentes formas poligonais, molduras vazadas onde

cada um é o retrato do que criou, eu me vejo no contorno do que faço.

Visto que a escola não teria grandes recursos com a aquisição de matérias para este

trabalho formos buscar formas alternativas para mais este processo de criação. Assim, a professora

Leandra Negretto mestre em educação ambiental traz a suas contribuições para esta proposta de

instalação. A proposta que se faz aos alunos é que eles observem ao seu redor quais objetos e

materiais podem ser utilizados para este trabalho e como cada um irá construir a sua moldura

retrato.

O estreitamento entre as disciplinas humanas e

exatas possibilitando o pensar no todo em não por meio da

fragmentação que desde a Idade Média faz parte do nosso

ensino. Olhar, ver e sentir, ver com cuidado, com detalhes.

A prática estética se construiu com as diversas

formas de se ver o que estava à volta é tornar o invisível em

visível, polígonos enquanto forma de moldura. Para

Rancière (2014, p. 17), “As práticas artísticas são “maneiras Figura 5: Confecção dos Polígonos

com material reaproveitado. Fonte: Arquivo pessoal

Page 186: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

185

de fazer” que intervêm na distribuição geral das maneiras de fazer e nas relações com as maneiras

de ser e formas de visibilidade”.

Os profissionais da educação, que já estão na profissão, buscam formar-se e

constituírem-se crítico-reflexivos da sua própria prática. A abrangência do trabalho reflete

igualmente na formação de cidadãos críticos, capazes de tomar decisões sobre as suas escolhas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado é um recorte da intervenção do PGP/PIBID SANTA HELENA

na Escola Municipal Santa Helena. O mesmo já se apresenta relevante pelo fato de se tratar do

ensino de Física para o Ensino Fundamental primeira fase, agregando os conceitos fundamentais

geométricos e, por conseguinte, a caracterização da arte e Educação Ambiental, que está em fase

de intervenção na Escola Municipal Santa Helena.

Prima-se pela formação dos agentes desse percurso. Os mesmos deverão compreender

que a alfabetização científica e matemática faz parte do cotidiano. Para tanto, a concepção dos

fenômenos físicos são os embasamentos fundamentais do trabalho. O envolvimento dos temas

demonstra a importância da desfragmentação e interdisciplinaridade dos objetivos previstos nos

documentos oficiais que orientam o trabalho pedagógico, como por exemplo, as Diretrizes

Curriculares Nacionais e da Rede Municipal de Goiânia.

Portanto, acredita-se que a contribuição do trabalho será intensa de surpresas

relevantes para o futuro dos alunos dos anos iniciais, da educação e da formação permanente do

professor-pesquisador no campo da escola. Da mesma forma, a interação de Pedagogos,

Matemáticos e Físicos proporciona momentos de formação de áreas específicas e tidas como

antagônicas pela comunidade científica. Com certeza, a experiência já em andamento na escola

demonstra que muito ainda pode ser realizado e muitas contribuições ainda juntar-se-ão à bagagem

cultural escolar, acadêmica e científica nas áreas envolvidas.

Para os alunos a realização da ação pedagógica foi muito importante, pois os mesmos

estão, a partir dos recursos tecnológicos fornecidos, criando seus conceitos e aplicando os mesmos

na confecção da instalação (obra de arte) que foi construida juntamente com o grupo.

Referências bibliográficas

Page 187: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

186

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação

Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes

Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretária de

Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI,

2013.

D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas, SP: Papirus,

1996.

FRIEDRICH, M.; RAVAGANANI DIAS, D. M.; GENOVESE, L. G. R. Professores e Futuros

Professores, Estágio e Estagiários: Reflexões Sobre e Formação Inicial e Continuada. In:

JARDIM, Jean. J. Goiânia, GO: Instituto Tueri, v. 5, 2015. p. 15-27.

GENOVEZ, L. G. Homo magister: conhecimento e reconhecimento de uma professora de

ciências pelo campo escolar. 2008. 228 f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências) Faculdade de

Ciências, UNESP, Bauru, 2008.

GOIÂNIA, GO. Diretrizes Curriculares. Orientações Gerais. Secretaria Municipal de Educação,

2009.

HUETE, J. C. S.; BRAVO, J. A. F. O ensino da matemática. Fundamentos teóricos e bases

psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

NACARATO, Adair Mandes, MENGALI, Brenda leme da Silva, PASSOS, Cármen Lúcia

Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: Tecendo fios do ensinar e

do aprender. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

PIRES, C. M. Carolino. Currículos de matemática: da organização linear á ideia de rede. São

Paulo: FTD, 2000.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. 2.ed.(2009) São Paulo:

EXO experimental org; Editora 34, 2 reimpressão 2014.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. 3ª edição. Rio de Janeiro: Ed.

Garamond, 2008

SKOVSMOSE, O. Diálogo e Aprendizagem em Educação Matemática. Belo Hocontinuación el

desarrollo del trabajo. Interlineado 1,5. Extensión máxima, incluyendo referencias bibliográficas,

de 8 carillas (en caso de ser necesario incluir hasta 4 páginas de Anexos después de las

Referencias). Texto justificado, sin sangrías.

Gráficas o ilustraciones: insertadas en el cuerpo del trabajo en el lugar que corresponda.

Los subtítulos deben ponerse en minúscula y en negrita.

Page 188: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

187

CB-249

MATEMAGIANDO, Una Experiencia con el Profesor Toleinstein

Ing. Marcelo Alejandro Toledo

[email protected]

Colegio Nacional de Monserrat – Universidad Nacional de Córdoba - Argentina

Núcleo temático: Comunicación y divulgación matemática.

Modalidad: CB

Nivel educativo: 7

Palabras claves: Divulgación, Matemática, sociedad

Resumen La palabra divulgar deriva del latín “divulgare” que quiere decir “poner al alcance de la gente

común”

La divulgación científica hace más accesibles los conocimientos que en principio están reservados

a ámbitos especializados.

Matemagiando presenta en forma amena diversos juegos de magia con base matemática, que

permiten sorprender a todo tipo de espectador, como lo hacen Juan Tamariz, Fernando Blasco,

Diego Golembek, entre otros.

¿Tienen relación la matemática y la magia? Sí, en la matemática se cuenta con una gran cantidad

de tópicos que, si otra persona no lo sabe, se sorprenderá.

En la magia, presentar un truco y decir cómo funciona es quitarle el encanto.

Pero, en matemagiando, el objetivo es distinto, es acercar la matemática a la gente y no tiene

nada de malo explicar algún desafío.

En la actualidad Matemagiando está dentro de dos programas de divulgación, “Científicos Con

Vos y Voz” del Dirección de Divulgación y Enseñanza de las Ciencias del Ministerio Ciencia y

Tecnología de la provincia de Córdoba y “Ciencia para Armar” de la Universidad Nacional de

Córdoba, visitando numerosos colegios de la provincia, como así también el hospital de Niños,

colegios en Contextos de Encierro y Noches de los Museos.

Introducción

Si decimos “magia” pensamos en algún mago famoso, pero con la palabra matemática, nos

imaginamos de un truco aburrido, a veces difícil de entender.

Nada más alejado de la realidad.

El trabajo que realiza la divulgación científica tiene una

relevancia sustancial, porque hace más accesibles los

conocimientos a temas, que en principio están

reservados a los ámbitos especializados.

Page 189: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

188

Utiliza por caso un lenguaje menos técnico y más coloquial, que el público en general pueda

comprender de manera sencilla, aun a los que no disponga de preparación o de conocimientos

previos.

Este proyecto nace con la idea de acercar la matemática a alumnos de cualquier nivel, pre-escolar,

primaria y media y luego se amplió a público en general.

Surgió de la inquietud docente de hacer del aprendizaje de la matemática en una actividad

placentera y divertida.

Por otro lado, creo, que este proyecto puede convertirse en

el marco perfecto para que el docente desarrolle nuevos

planteamientos y aplique una metodología más atractiva e

innovadora, de cara a solucionar el distanciamiento

detectado del estudio de la Matemática.

En la actualidad, Matemagiando se dirige a un público lo

más amplio posible y pretende introducir la belleza y

aplicaciones prácticas de la matemática.

Sabiendo que los medios de comunicación masiva son importantes para divulgar la ciencia, la

tecnología y la innovación, existen, sin embargo, otros mecanismos de educación no formal que a

través de la experiencia, el contacto y la aventura contribuyen a despertar el interés por temas

relacionados con las ciencias.

Desarrollo:

Matemática y magia y han sido compañeros de viaje durante mucho tiempo. Tanto los magos como

los matemáticos están motivados por el sentido de

sorpresa que representa el misterio esencial del

mundo.

Los magos muestran tales hechos sorprendentes

mientras que los matemáticos tratan de explicarlos, es

decir “la ilusión de la ciencia versus la ciencia de la

ilusión”.

Presentar un truco y decir cómo funciona a veces es

quitarle el encanto, hay que dejar que la magia viva por sí sola, a veces de acuerdo, al público hay

Page 190: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

189

que explicar un truco después de presentarlo, pero no todos, es importante dejarlo planteado para

que lo investiguen.

Matemagiando está dentro de un proyecto de divulgación que se denomina “Cienciamagiando”,

donde dan respuesta a interrogantes o problemas planteados explícitamente en dicha actividad.

Tiene como inquietud de transmitir conocimientos, siguiendo los ejemplos de Juan Tamariz,

Fernando Blasco, Diego Golembek, entre otros, como una forma distinta de divulgar; ya que mi

forma de enseñar matemática y física, en general la

ciencia, es usar la indagación empírica como

metodología.

Presentando en forma atractiva diversas situaciones

mágicas y descubrir que su explicación está en la

matemática, hace que el público investigue y enseñar

a realizar algunos desafíos permitirá a estos que puedan sorprender a los demás.

En Matemagiando, las actividades se centran en juegos con cartas, sogas, papel, calculadoras, etc.

usando conceptos de combinaciones, ecuaciones y muchos otros principios matemáticos.

En la actualidad Matemagiando está dentro de dos programas de

divulgación, “Científicos Con Vos y Voz” de la Dirección de

Divulgación y Enseñanza de las Ciencias del Ministerio Ciencia y

Tecnología de la provincia de Córdoba y “Ciencia para Armar”

de la Universidad Nacional de Córdoba, donde he visitado distintos

colegios de la provincia de Córdoba, participando en Ferias zonales

de Ciencias, PITi- Centro Educativo Complejo Esperanza, Colegio

de Aplicación, dependiente de la Universidad Federal de Río

Grande do Sul, de la Ciudad de Porto Alegre, Brasil, Noche de los Museos, Museo Provincial de Ciencias Naturales

entre otras actividades.

Page 191: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

190

Algunas fantasías

Agua y Aceite:

De una baraja francesa se separa un grupo par de cartas, de modo que tengan sus colores alternados,

roja-negra, roja-negra etc. y se entregan a un espectador. Se le pide que realice las siguientes

operaciones:

1 Voltear una cantidad par de cartas superiores del paquete.

2 Cortar el paquete por cualquier lugar.

3 Repetir los pasos 1 y 2 cuantas veces desee.

De este modo habrá en el paquete algunas cartas

cara arriba y otras cartas cara abajo pero

aparentemente no hay ningún control sobre el

número ni la posición de las cartas cara arriba. El

espectador entrega entonces el paquete al mago.

Este debe separar el paquete en dos montones

sobre la mesa: deja la primera carta a la izquierda,

la segunda a la derecha, la tercera sobre la primera, la cuarta sobre la segunda, y así sucesivamente,

las pares en un montón y las impares en el otro. Por último reúne ambos montones pero después

de dar una vuelta completa a uno de ellos.

Pues bien, a pesar del aparente desorden de las

cartas, en este momento habrá tantas cartas cara

arriba como cartas cara abajo. Además, en una

dirección estarán todas las cartas negras y en la

otra todas las cartas rojas.

Notas: Se podría realizar también, usando los

palos de las cartas españolas (oro, copa, espada,

bastos).

Juego del 31:

Cada jugador nombra por turnos un número del 1 al 6. Cada número nombrado se suma al resultado

anterior. Gana el primero que llegue exactamente a 31.

Page 192: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

191

Explicación:

Ganará siempre quien logre nombrar el número 24, pues el oponente no podrá nombrar el 31 pero

tendrá que decir un número cuya distancia a 31 sea menor que 7. Por la misma regla, quien nombre

los números 17, 10 ó 3 será el ganador del juego.

Una variante del juego consiste en dejar sobre la mesa cuatro montones de cartas: el primero

formado por los cuatro ases (o unos), el segundo por los cuatro doses, y así sucesivamente, el

último formado por los cuatro seises de la baraja. Cada jugador retira una carta cualquiera, por

turnos, y se van sumando los valores de las cartas retiradas. Gana quien retire la carta que suma 31

u obligue al oponente a retirar una carta de modo que la suma exceda de 31.

La diferencia estriba en que sólo puede nombrarse cada número un máximo de cuatro veces.

Así, quien empiece el juego con el tres perderá con la siguiente secuencia de números:

3 - 4 - 3 - 4 - 3 -4 -3 - 4

cuya suma es 28 pero impide nombrar el tres, al haberse agotado estas cartas. Puede ser interesante

mezclar ambas variantes para ganar a algún jugador avispado.

El truco de cartas de Einstein

Busca una baraja y sigue las instrucciones que se enumeran a continuación.

1. Deja la baraja sobre la mesa y divídela en cuatro montones más o menos iguales.

2. Elige uno cualquiera de dichos

montones (los demás ya no se usarán),

recógelo y mira la carta inferior.

Volverás a verla después de un viaje por el

espacio-tiempo.

3. Para hacer el viaje por el espacio,

aplicaremos la famosa fórmula E = m c2,

donde E no significa "energía" sino

"Einstein". Para ello, con el montón

elegido caras abajo, deletrea la palabra E-I-N-

S-T-E-I-N pasando por cada letra una carta

de arriba abajo.

4. Repite de nuevo el paso anterior: como el símbolo c no significa "velocidad de la luz"

sino "cartas", al estar elevadas al cuadrado en la fórmula, vuelve a deletrear la palabra E-

I-N-S-T-E-I-N pasando por cada letra una carta de arriba abajo.

Page 193: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

192

5. Vamos ahora a viajar por el tiempo para encontrar tu carta: deja sobre la mesa la carta

superior, pasa de arriba abajo la carta que está ahora encima, deja sobre la mesa la nueva

carta superior, pasa de arriba abajo la primera carta, y así sucesivamente.

6. El viaje termina cuando tengas en la mano una sola carta. Mírala y comprueba que la

fórmula es correcta pues se trata de la carta elegida.

Explicación:

Para que el juego funcione, el montón de cartas utilizado debe tener entre 8 y 16 cartas (lo que se

consigue fácilmente si dividimos la baraja en cuatro montones más o menos iguales).

Para la primera parte, se debe deletrear dos veces cualquier palabra de ocho letras. La tabla

siguiente muestra la posición final de las cartas en cada caso y, concretamente, la posición final de

la última carta, que es la elegida:

Número de cartas Posición final Lugar que ocupa la última carta

n = 16

n = 15

n = 14

n = 13

n = 12

n = 11

n = 10

n = 9

n = 8

a1, a2, ..., a16

a2, a3, ..., a15, a1

a3, a4, ..., a14, a1, a2

a4, a5, ..., a13, a1, a2, a3

a5, a6, ..., a12, a1, ..., a4

a6, a7, ..., a11, a1, ..., a5

a7, a8, ..., a10, a1, ..., a6

a8, a9, a1, ..., a7

a1, a2, ..., a8

16

14

12

10

8

6

4

2

8

De esta forma, la carta elegida está en la posición correcta para que sea la última que quede después

de una mezcla australiana.

Page 194: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

193

Referencias bibliográficas

Libros

Furman, M y de Podesta, M.. (2010). La aventura de enseñar Ciencias Naturales. Buenos Aires:

Aique Educación.

Gellon, G, {y otros}. (2011). La ciencia en el aula, Lo que nos dice la ciencia sobre cómo

enseñarla”. Paidos.

Espinoza, A. Casamajor, A. Pitton, E. (2009). Enseñar a leer textos de ciencias. Paidos

Meinardi, E. {y otros}. (2010). Educar en Ciencias. Paidos

Osborne, R. Freyberg, P. (1998) .El aprendizaje de las ciencias. Narceas

Información extraída de una página web

Matematicalia: revista digital de divulgación matemática. Calvo Hernando, Manuel (2005) La

divulgación de las matemáticas.

http://www.matematicalia.net/index.php?option=com_content&task=view&id=60&Itemid=65

Magia y matemáticas. Todo sobre la Magia y las Matemáticas. Agua y Aceite... y Matemáticas.

Belmonte Sergio (2012).

http://magiaymatematicas.blogspot.com.ar/2013/12/agua-y-aceite-y-matematicas.html

Consultado 15/03/2017

Unoparatodo.com.ar. Donde aprender y divertirse van de la mano. Vaira Mario (2012) Juego del

31. http://unoparatodo.com.ar/?s=juego+del+31. Consultado 20/03/2017.

Magia por principios.blogspot.com.ar. Alegría Pedro (2010) El truco de cartas de Einstein.

http://magiaporprincipios.blogspot.com.ar/2010/04/el-truco-de-cartas-de-Einstein.html.

Consultado 15/03/2017

Page 195: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

194

CB-250

ABORDAGEM DE OBJETOS MATEMÁTICOS EM AMBIENTE COMPUTACIONAL

Cristiana Fusco - Marcos Paranhos - Renata Rossini

[email protected], [email protected], [email protected]

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil

Núcleo temático: Recursos para o ensino e aprendizagem da Matemática

Modalidade: CB

Nível educativo: terceiro ou bacharelado (superior)

Palavras –chave: aprendizagem significativa - modelação matemática – ambiente computacional

– bacharelado

Resumo

O trabalho apresenta um estudo de caso realizado com dois alunos de um bacharelado em Ciência

da Computação. Foram aplicadas atividades de modelação elaboradas com o objetivo de

investigar como tais atividades em ambiente computacional podem contribuir para a articulação

da aprendizagem significativa de conteúdos matemáticos de Geometria Analítica e Álgebra Linear

como, por exemplo, transformações no Espaço Bidimensional utilizando coordenadas polares e

equações paramétricas no Espaço Tridimensional de modo a obter uma superfície paraboloide

elíptica. O software escolhido foi o Winplot, pois se trata de um software concebido para traçar e

trabalhar com curvas e superfícies em ambientes com duas ou com três dimensões. O referencial

teórico baseia-se na aprendizagem significativa de David Ausubel (1980) que acredita que para

ocorrer uma aprendizagem é necessário partir daquilo que o aluno já sabe. O trabalho também

apresenta fundamentos sobre modelação matemática apoiados em Baggio (2008), Bassanezi

(1999), Burak (1992) e Biembengut (2003).

Introdução

Pesquisadores em Educação Matemática tem se preocupado em pesquisar novas metodologias de

ensino. Professores universitários da área de Matemática estão buscando formas de facilitar a

aprendizagem de determinados conteúdos. As disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral,

Geometria Analítica e Álgebra Linear são, tradicionalmente, oferecidas em cursos da área de

exatas. Paranhos (2015) elaborou atividades de Modelação Matemática em ambiente

computacional para a sistematização, articulação e aplicação de objetos matemáticos estudados

nas disciplinas mencionadas acima.

Neste trabalho vamos apresentar um estudo de caso realizado com dois alunos de um curso de

Ciência da Computação. Aplicamos atividades de modelação elaboradas por Paranhos (2015) com

o objetivo de investigar como atividades de modelação em ambiente computacional podem

Page 196: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

195

contribuir para a articulação da aprendizagem significativa de conteúdos matemáticos de

Geometria Analítica e Álgebra Linear.

Modelagem Matemática

A Modelagem na escola diferencia-se da Modelagem Experimental das Ciências Naturais e da

Matemática Aplicada, uma vez que na escola é utilizada primordialmente como forma de ensino e

aprendizagem da Matemática.

Para Baggio (2008), a Modelagem Matemática é um método de pesquisa utilizado no ensino e

aprendizagem da Matemática, que analisando situações e fenômenos da vida real, tem como

objetivo construir um modelo que represente a situação estudada. O método é bastante utilizado e

estudado no campo da Educação Matemática, uma vez que o processo que se desenvolve para se

chegar ao modelo estudado contribui para o aprendizado do aluno, que tem a oportunidade de

aprender conceitos matemáticos e aplicá-los em algum contexto.

Estudiosos apresentam suas percepções sobre o tema:

A Modelagem Matemática utilizada como estratégia de ensino-aprendizagem é um dos

caminhos a ser seguido para tornar um curso de matemática, em qualquer nível, mais

atraente e agradável. Tal processo, que consiste na arte de transformar problemas da

realidade em problemas matemáticos, resolvê-los e, então, interpretar suas soluções na

linguagem do mundo real, é um processo dinâmico e atraente. (BASSANEZI, 1999,

p.15).

Nesse processo o aluno aprende matemática de forma contextualizada, integrada e relacionada

com conhecimentos cotidianos. O aluno é quem procura compreender o mundo em que vive, por

meio da interação com a realidade. O professor fica encarregado de mediar, auxiliar e orientar as

ações do aluno, fazendo com que haja reflexão sobre o que se vai aprender.

Essas percepções convergem em alguns aspectos: “a Modelagem Matemática constitui-se em um

conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo para tentar explicar

matematicamente, os fenômenos presentes no cotidiano do ser humano, ajudando-o a fazer

predições e a tomar decisões” (BURAK, 1992, p.62).

Porém, ao utilizar a Modelagem Matemática os professores encontram algumas dificuldades,

Biembengut (2003) apresenta e trata de uma dessas dificuldades. O professor não sabe que

caminhos o modelo tomará e muitas vezes esse modelo apresenta dificuldades de adequação ao

currículo disponível. Diante disso, Biembengut propõe uma adaptação da Modelagem Matemática

para Modelação Matemática, onde o professor pode optar por determinados modelos direcionados

a um determinado currículo, de acordo com o nível dos alunos.

Page 197: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

196

A Modelação Matemática baseia-se no conteúdo programático, partindo de modelos matemáticos

que possam ser aplicados nas diversas áreas do conhecimento. Proporciona ao aluno compreensão

dos conceitos matemáticos, capacidade de interpretar, formular e resolver problemas, além de

despertar o senso crítico e criativo. Na Modelação Matemática, o professor atua de duas formas,

uma voltada ao ensino do conteúdo programático e outra voltada ao ensino da Modelação

Matemática.

É importante ressaltar que a concepção e terminologia Modelação Matemática é a que melhor se

aplica ao que se apresenta neste artigo.

Aprendizagem significativa

O referencial teórico fundamenta-se na aprendizagem significativa, ideia central da teoria do

psicólogo americano David Ausubel (1918-2008). O autor acredita que para ocorrer uma

aprendizagem é necessário partir daquilo que o aluno já sabe. A aprendizagem significativa ocorre

quando uma nova informação se ancora em conceitos relevantes preexistentes na estrutura

cognitiva do estudante, esses prévios conhecimentos são denominados “subsunçores” por Ausubel

(Ausubel,1980)

Segundo Almeida, Silva e Vertuan (2016) uma das condições para que a aprendizagem seja

significativa é a predisposição positiva do aluno para aprender, o que não depende de sua estrutura

cognitiva, mas sim de características do ambiente de ensino e aprendizagem e de fatores

motivacionais.

O Ambiente Computacional

O Ambiente Computacional foi escolhido neste experimento exatamente por favorecer a dinâmica

que se pretende, de articulação de conteúdos e variação de possibilidades. Além de apresentar uma

nova maneira de visualizar um objeto ou problema matemático, o ambiente computacional amplia

a capacidade de análise e aprendizado da situação estudada. Ideia apresentada na reflexão a seguir:

A importância da flexibilidade representacional destes instrumentos (computadores e

calculadoras) reside em dois tipos de razões. Por um lado, diferentes representações de

uma ideia complexa permitem salientar diferentes aspectos dessa mesma ideia e, dessa

forma, favorecem vários tipos de análise. Por outro lado, é um fato que os alunos diferem

na sua capacidade de compreender e utilizar certas representações. Desta forma, ao tornar

disponível diferentes representações, com recurso ao computador e à calculadora,

alargam-se as possibilidades de aprendizagem matemática em face de uma situação real.

(MATOS, 1997, p.42).

Page 198: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

197

O software escolhido foi o Winplot, programa gráfico e gratuito que foi desenvolvido pelo

professor Richard Parris da Phillips Exeter Academy, USA. Trata-se de um software concebido

para traçar e trabalhar com curvas e superfícies, em ambientes com duas e com três dimensões.

Apresenta diferentes possibilidades de entradas para essas curvas e superfícies e vários recursos

para se trabalhar com elas, tais como equações, funções, derivadas, integrais, desigualdades no

plano cartesiano, curvas paramétricas, curvas polares, curvas cartesianas, expressões analíticas,

gráficos e tabelas. É de simples utilização pois os menus são bastante amigáveis, existe ajuda em

todas partes do programa e aceita as funções matemáticas de maneira bastante natural.

O software Winplot foi concebido para tratar de curvas e superfícies do ponto de vista da

Geometria Analítica, isso o diferencia de outros softwares como o Cabri-Géometre que trata dessas

curvas e superfícies do ponto de vista da Geometria Euclidiana permitindo que sejam construidas

todas as figuras da geometria elementar que podem ser traçadas com a ajuda de uma régua e de

um compasso. Outros softwares como o Geogebra que reúne geometria, álgebra e cálculo e o

Wolfram Mathematica apresentam as mesmas características, porém o Winplot dispensa instalação

além de ser leve e gratuito.

Estudo de caso

Esta pesquisa utiliza os pressupostos de estudo de caso, uma metodologia que tem sido utilizada

em Educação de maneira mais consistente desde 1975, segundo André (2005).

O renomado pesquisador Robert K. Yin, Yin (1994, p.19), considera que os estudos de caso

representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que” e

quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida

real.

Para Lüdke e André (1986, p.21), a preocupação central ao desenvolver um estudo de caso é a

compreensão de uma instância singular. Isso significa que o objeto estudado é tratado como único,

uma representação singular da realidade que é multidimensional e historicamente situada.

Concordando com Lüdke e André (1986) quanto à necessidade de levar em conta o contexto em

que se situa uma pesquisa, relatamos que esta pesquisa foi desenvolvida em uma instituição de

ensino superior de caráter filantrópico, situada na cidade de São Paulo, Brasil.

Selecionamos dois alunos do curso de bacharelado em Ciência da Computação de uma

Universidade particular de São Paulo. Passaremos a denomina-los Aluno 1 (A1) e Aluno 2 (A2).

Ambos já haviam cursado a disciplinas de Geometria Analítica e Álgebra Linear. A1 cursou no

Page 199: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

198

ano anterior da pesquisa e A2 havia cursado há três anos. A1 conhecia o Winplot e A2 teve seu

primeiro contato na realização da atividade. Descreveremos apenas um recorte de duas atividades

(anexadas no final). Cada aluno dispunha de um notebook com o software Winplot já instalado

para trabalhar. Receberam os textos das atividades fotocopiadas. Ao lado de cada um deles estava

uma professora observadora para fazer os registros da aplicação das atividades e de seus

comentários. Um terceiro professor atuou como tutor, orientando quanto ao uso do software,

principalmente o uso da janela equações paramétricas da reta e a animação que o software

proporciona. O tutor também esclareceu dúvidas quanto a alguns conteúdos específicos de

Geometria Analítica que não tinham sido estudados nas aulas regulares dessa disciplina.

A primeira atividade consistia de transformações no Espaço Bidimensional. Os alunos abriram,

sem dificuldade, o software Winplot e a janela 2D. Foram ao menu e escolheram a opção equação

e, depois, o tipo paramétrica. Na janela aberta apareceram campos para as coordenadas x e y e

intervalos para o parâmetro t. No item a) dessa atividade deveriam criar uma expressão para cada

coordenada usando um parâmetro e determinar o intervalo de variação de modo a obter a rotação

de ângulo de 450, em torno da origem e no sentido anti-horário, da reta y=x/2. Foi necessária a

intervenção do professor que na lousa recordou equação da reta na forma paramétrica. Para tanto

utilizou coordenadas polares, explicadas a partir do desenho de uma circunferência de centro na

origem e raio 2. Com essas orientações os alunos determinaram a equação paramétrica da reta

solicitada na forma polar: x=cost e y= 2cost+1.

Em seguida, os alunos leram a introdução da atividade 2 (em anexo) que era sobre equações

paramétricas no Espaço Tridimensional. Abriram a janela 3D do software Winplot e no menu

escolheram a opção equação, na forma paramétrica. A tarefa consistia em criar uma expressão para

cada uma das coordenadas x, y e z, usando ou não os parâmetros t e u, de modo a obter uma

superfície paraboloide elíptica. O professor inicia dizendo: “vamos pensar em coordenadas

polares? ”. Para isso, deveriam analisar a figura do texto, que representa um ponto do Espaço

Tridimensional e suas coordenadas polares. Essa figura serve como base para determinar a equação

paramétrica do paraboloide elíptico em coordenadas polares. O professor reproduz a figura do

texto na lousa, mostra que x=rcos(t)cos(u) e que y=rcos(t)sen(u). Em seguida indaga: “Como

determinar a coordenada z? ” O aluno A1 revê a figura da atividade e não consegue determinar a

coordenada z. O professor questiona: “e se fosse um cone, como seria o recorte meridional da

figura? ” O aluno A1 responde: “Seria uma reta”. O professor faz o esboço do cone e mostra que

Page 200: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

199

o recorte meridional da figura é uma reta. Os alunos pensam, mas não conseguem determinar a

coordenada z. Baseado na figura do texto, o professor mostra que a coordenada z se relaciona com

a projeção do raio (rcost) por intermédio de uma parábola. Dessa forma, a coordenada z fica sendo

rcost2. Com essas informações, os alunos digitaram as equações de x, y e z no Winplot

demonstrando dificuldades com a variação dos parâmetros t e u e, mais uma vez, foram orientados

pelo professor que esclarece que o parâmetro t varia de 0 a 𝜋/2 e o parâmetro u deve variar de 0

a 2 𝜋 e que o 𝜋 deve ser escrito literalmente pi no campo das variações dos parâmetros. No final

visualizam na tela o paraboloide elíptico conforme figura (anexo).

Considerações finais

O grau de complexidade das atividades de modelação utilizadas nesse estudo mostra que elas não

são totalmente autorrealizáveis, isto é, faz-se necessário que um professor resgate alguns pré-

requisitos necessários de conceitos matemáticos para que os alunos consigam avançar e atingir o

que lhes é solicitado. A escolha do software Winplot foi apropriada por ser de fácil utilização.

Questionamos os alunos quanto ao grau de dificuldade de utilização do Winplot e numa escala de

0 a 10 atribuíram valores 2 e 3.

Esta pesquisa mostra que as atividades propostas de modelação de curvas contribuem de forma

efetiva para uma articulação entre conteúdos matemáticos já estudados em Geometria Analítica e

Álgebra Linear. Por exemplo, um dos ganhos interdisciplinares foi a articulação entre equações

paramétricas da reta e a matriz de rotação em torno da origem e na base canônica do R2 conforme

descrito abaixo:

Exemplificando a situação, sejam a reta r de equações paramétricas IRtty

t2x:r

e M a

matriz de rotação de ângulo a, na base canônica do IR2, cujo ponto fixo é a origem do sistema de

coordenadas,

aasen

asenaM

cos

cos. O produto das matrizes

atatsen

atsenat

t

t

aasen

asena

cos2

cos22

cos

cos fornece as equações da reta s após a rotação de

ângulo a:

atattg

atattfs

cossin2)(

sincos2)(:

Page 201: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

200

A utilização do software Winplot permite inserir as funções )t(f e )t(g ; fazer uma animação,

variando automaticamente o valor de a, o ângulo de rotação. Dessa forma, a reta original

IRtty

txr

2: gira em torno do ponto )0,0( .

Os alunos conseguem movimentar retas e superfícies variando parâmetros e intervalos. A

visualização dos objetos matemáticos e, ainda mais, com movimento que os transformam torna a

aprendizagem muito mais significativa; o aluno sai de um ambiente estático como a folha de um

livro ou caderno para um ambiente dinâmico. A utilização desse recurso computacional vai ao

encontro das afirmações de Almeida, Silva e Vertuan (2016, p.36), de que “a aprendizagem

significativa dos estudantes sofre a influência de diversos fatores tais como o material de ensino”.

Referências

Almeida, L.W.; Silva, K.P.; Vertuan, R.E. (2016). Modelagem Matemática na educação básica.

São Paulo: Contexto.

Ausubel, D.P. et al. Tradução Eva Nick (1980). Psicologia Educacional 2 ed. Rio de janeiro:

Interamericana.

André, M.(2005) Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liber Livro

Editora.

Baggio, T. M. Uma proposta de modelagem matemática como estratégia de

ensino. (2008) http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br./Consultado 20/11/2012.

Bassanezi, R.C.(1999) Modelagem matemática: uma disciplina emergente nos programas de

formação de professores. Revista BioMatemática – IMECC –UNICAMP, Campinas, 9, 9-22.

Biembengut, M. S.Hein, N.(2003). Modelagem matemática no ensino. 3.ed. São Paulo:

Contexto.

Burak, D.(1992). Modelagem matemática: ações e interações no processo de ensino

aprendizagem. Tese de Doutorado em Educação – Universidade Estadual de Campinas,

Campinas.

Ludke,M.;André,M. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Coleção Temas

básicos de educação e ensino. São Paulo: EPU..

Matos, J. F.(1997) Modelação matemática: o papel das tecnologias de informação. Revista

Educação Matemática, Lisboa: APM, 45, 41-43.

Paranhos, M.M. (2015). Parametrização e movimentação de curvas e superfícies: Para uso em

Modelação Matemática. Tese de Doutorado em Educação Matemática – Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, São Paulo

Yin, R.(2001) Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. Porto Alegre:

Bookman.

Winplot para Windows 95/98 / ME / 2K / XP / Vista / 7 (846K).

http://math.exeter.edu/rparris/winplot.html. Consultado: 24/04/2014.

Page 202: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

201

Anexos

Atividade com Equações Paramétricas no Espaço Bidimensional

Essa atividade destina-se a determinar Equações Paramétricas de Curvas no Espaço Bidimensional

com o uso do software Winplot.

Na forma paramétrica as Coordenadas Cartesianas são determinadas pelas equações x=f(t) e y=g(t)

(t ∈ R) e a curva é formada pela variação de t.

Abra o software e escolha janela 2D.

No menu escolha a opção equação e, depois, paramétrica.

Na janela aberta existem campos para as coordenadas x e y e um intervalo para o parâmetro t.

Crie uma expressão para cada coordenada, usando ou não o parâmetro t, e caso use-o, determine

o seu intervalo de variação de modo a obter:

a) A reta y= x+1 (fazer de duas maneiras diferentes da forma, x= t e y= t+1).

b) Uma circunferência de raio 1

c) A elipse 1=2

y+

3

x2

2

2

2

d) A elipse 1=3

y+

x2

2

2

2

2

e) Uma espiral no intervalo [0,kπ], k N (fazer de três maneiras diferentes).

Sugestão: Em alguns casos, substitua x e y pelas projeções trigonométricas do raio.

Salve as telas para entrega ao professor.

Atividade com Equações Paramétricas no Espaço Tridimensional

Essa atividade destina-se a determinar Equações Paramétricas de Curvas e Superfícies no Espaço

Tridimensional com o uso do software Winplot.

Page 203: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

202

Na forma paramétrica as Coordenadas

Cartesianas são determinadas pelas equações x= f(t,u), y= g(t,u) e z= h(t,u) (t, u ∈ R) e a curva ou

a superfície é formada pela variação de t e u.

Abra o software e escolha janela 3D.

No menu escolha a opção equação e, depois, paramétrica.

Na janela aberta existem campos para as coordenadas x, y e z e intervalos para os parâmetros t e

u. Crie uma expressão para cada coordenada, usando ou não os parâmetros, e caso use-os,

determine os seus intervalos de variação de modo a obter:

a) Uma superfície paraboloide elíptica

b) Uma superfície cônica

c) Uma superfície esférica

d) Uma superfície cilíndrica em torno do eixo x e outra em torno do eixo z

e) Uma região do plano z=x+y

f) Uma região da superfície y

1+

x

1=z

g) A reta intersecção do plano, bissetriz do 1º quadrante, com o plano z= x+y

h) A circunferência de raio=1, centro na origem e contida no plano z= x+y

Sugestão: Em alguns casos, substitua x, y e z pelas projeções trigonométricas do raio conforme a

figura. Salve as telas para entrega ao professor.

Page 204: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

203

CB-251

COMPETENCIAS MATEMÁTICAS Y EDUCACIÓN PERMANENTE: UNA VISIÓN

DESDE EL PIAAC (ENCUESTA DE COMPETENCIAS DE LA POBLACIÓN ADULTA)

Pedro Plaza Menéndez

[email protected]

Universidad Politécnica de Madrid, España

Núcleo temático: Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Educación de Adultos

Palabras clave: Matemáticas y Educación de Adultos, PIAAC, Competencias Matemáticas

Resumo Para trabajar en innovación educativa necesitamos información de las carencias y necesidades

que existen a nuestro alrededor para poder incidir directamente sobre ellas, conocer el contexto

y la realidad sobre la cual queremos influir. Para eso la Encuesta de Competencias de la

Población Adulta (PIAAC) supone un arma novedosa e irremplazable.

En este marco teórico, y con la vista puesta en cuáles son las necesidades numéricas de una

persona adulta para entender lo que le rodea y ser partícipe de su desarrollo personal, planteo

un trabajo en competencias matemáticas desde la educación permanente. En este trabajo se

concretan las capacidades numéricas necesarias, clasificadas en centros de interés, y desde ellas

se relacionan los contenidos imprescindibles para cubrir esas necesidades.

1. Introducción

En una primera aproximación podemos acotar la competencia matemática dentro de la definición

de Niss (2002), como “la habilidad de entender, juzgar, hacer y usar las matemáticas en una gran

variedad de situaciones y contextos en los cuales la matemática juega, o podría jugar un papel

importante”.

Pero quizás entendamos mejor lo que significa la competencia matemática, si enumeramos las

carencias que supone no tenerla:

Imposibilita entender la información o provoca distorsión en ella.

Impide enfrentarse con libertad y racionalidad al consumo de bienes y a la utilización de

servicios sociales.

Page 205: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

204

Dificulta la organización personal, familiar y social de las personas, evitando la creación

de estrategias y la planificación de buenas decisiones donde los números aparezcan

Reduce sus pretensiones laborales en la búsqueda de empleo.

Impulsa a “evitar” los números, lo que impide dar los pasos siguientes en la búsqueda de

entendimientos de realidades y en la comprensión de problemas económicos, políticos y

sociales.

Favorece la falta de escepticismo reduciendo la capacidad crítica de las personas.

Priorizar las competencias es entender las matemáticas como una actividad humana más que como

una ciencia, con lo que ello implica en la selección y tratamiento de contenidos y en las formas de

aprendizaje.

2. El PIAAC, un marco teórico en la educación permanente

La innovación educativa debe partir del conocimiento del contexto y de las realidades que nos

rodean, aquellas sobre las cuales queremos influir. Sin esa información corremos el riesgo de no

acertar en las propuestas, o de alejarnos del centro de los problemas. Por eso es tan importante la

información que nos da la Encuesta de Competencias de la Población Adulta (PIAAC, Programa

internacional para la evaluación de competencias de la población adulta, en sus siglas en inglés).

El PIAAC es un proyecto absolutamente revolucionario que evalúa el nivel de competencia de la

población adulta en materia de comprensión lectora y matemática, convirtiéndose en un referente

prioritario dónde debería mirar la educación permanente. En 2014 se presentaron oficialmente los

resultados de esta encuesta realizada desde la OCDE en 23 países, la mayoría europeos más

Canadá, EEUU, Australia, Japón y Corea. Hay una segunda ronda, con los resultados a punto de

aparecer, donde están países como Chile; y una tercera ronda que ya cuenta con Méjico y Ecuador.

En la primera ronda, 157.000 personas de 16 a 65 años (nacidas entre 1946 y 1995) en 23 países

han contestado en sus hogares durante una o dos horas las preguntas de un entrevistador.

Es la primera vez que se intentan evaluar las competencias lingüísticas y matemáticas fuera de un

entorno escolar y a una población en edad laboral. Salir del círculo educativo ayuda a investigar

en qué medida la población adulta tiene capacidad de entender lo que le rodea, y en lo que incumbe

Page 206: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

205

a este artículo, si usa los conceptos matemáticos fuera del aula en el día a día y en la recogida de

información.

En las entrevistas, además de evaluar estas habilidades, se investigó sobre el nivel educativo propio

y de sus padres, educación no formal recibida en el último año, situación laboral, años de

experiencia en un trabajo, salario, tipo de trabajo, utilización o no de competencias en el trabajo,

lengua materna, país de origen de los padres, su participación en actividades asociativas y de

voluntariado, su creencia sobre si puede influir o no en los procesos políticos, autoevaluación de

la salud, número de libros en casa… Todo esto permite relacionar los resultados de las pruebas

con más de 300 variables de carácter demográfico y socioeconómico y así investigar los vínculos

entre estas habilidades cognitivas y una serie de variables demográficas, económicas y de otro tipo.

Todos los datos están abiertos, en la red, a disposición de los investigadores y estudiosos en la

materia.

Para medir las competencias lingüísticas y matemáticas se investiga la capacidad de recurrir a los

conocimientos propios, aprendidos o no en el aula, para llevar a cabo con éxito tareas en una

variedad de situaciones de la vida real, así como las estrategias que aplicamos para ello. Por

ejemplo, si se entiende los horarios de la guardería, las indicaciones de los transportes públicos, el

prospecto de un medicamento, el precio después de unas rebajas, las gráficas de los periódicos,

etc.

Para hacernos una idea vemos dos de las preguntas utilizadas, una para comprensión lectora y otra

de comprensión numérica. Las dos corresponden a un nivel medio.

Page 207: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

206

Page 208: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

207

No es éste el lugar para hacer un análisis exhaustivo de los resultados del PIAAC, y aunque las

diferencias entre países son significativas, el estudio indica que aunque la población escolarizada

sea alta (sobre todo los más jóvenes), no se consiguen buenas puntuaciones en las competencias

estudiadas. Por ejemplo, aproximadamente sólo un tercio de la población española comprendida

en las edades del estudio, contestaría acertadamente a la segunda pregunta.

Centrándonos en el apartado matemático, el PIAAC parece indicar que el éxito en competencia

matemática no se puede relacionar exclusivamente con el nivel educativo o por el número de años

pasados en las aulas, hay que tener en cuenta también las habilidades adquiridas una vez finalizada

la educación formal, las experiencias laborales o vitales, de ahí la importancia que este estudio

tiene en el ámbito del Aprendizaje a lo Largo de la Vida. Villar (2013) y Carabaña (2013)

desarrollan estas conclusiones.

El PIAAC nos ofrece un marco teórico común en la educación permanente, mirando hacia las

competencias, que pone el peso en los saberes esenciales y en la resolución de situaciones. El

PIAAC nos da pistas sobre las carencias y nos subraya los éxitos.

3. Concretando las necesidades matemáticas

Una vez aclarado el marco teórico dónde queremos movernos, necesitamos concretar la estrategia,

más que de método, de contenidos. Muchas veces reflexionamos sobre los procedimientos que

utilizamos en nuestros aprendizajes sin platearnos que si utilizamos ciertos contenidos estamos

restringiendo nuestra capacidad de influir en la educación, alejando el aula de la vida diaria. Unos

contenidos inapropiados nos pueden arruinar cualquier procedimiento magistral.

Antes, queremos observar que aunque el estudio y las reflexiones siguientes se hacen desde el

nivel de educación de personas adultas, son válidas como forma de pensar y actuar en otros niveles

educativos.

Nuestro plan es priorizar las necesidades matemáticas desde su aplicabilidad, dejando en segunda

línea otros fines que a veces, dudosamente, se le atribuye a la asignatura: capacidad deductiva,

conocimiento para el futuro, disciplina para formar la mente, etc. Es decir: es necesario recibir una

cierta formación matemática si voy a utilizarla actualmente en mi vida diaria o en un futuro

Page 209: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

208

cercano. Y estas necesidades matemáticas había que concretarlas, de lo contrario se corre el riesgo

de perdernos de nuevo entre las ideas.

Lo primero que nos interesa es saber cuáles son las necesidades matemáticas de las personas

adultas, pero para ello habría que empezar al revés, primero preguntarse ¿qué hace falta saber para

que las personas adultas se enfrenten a un mundo sin desconfianza, con autonomía y con

conciencia crítica?, para luego indagar ¿cuáles son las matemáticas que hacen falta para saberlo?

Esto no es lo mismo que dar contenidos matemáticos y pensar luego dónde se utilizan.

Para ordenarnos un poco, clasificamos las necesidades en centros de interés: vida cotidiana, salud,

consumo, mundo laboral, tecnologías, ocio, entorno democrático, economía y medio ambiente.

No podemos olvidar que las competencias que aparecen a continuación están colocadas a modo

de ejemplo y en ningún caso intentan ser exhaustivas, definitivas ni universales. Se han elegido a

partir de un cuestionario sobre necesidades matemáticas pasado en escuelas de personas adultas,

también se ha tenido en cuenta sugerencias de profesores de matemáticas en este nivel, más la

observación y los datos recogidos en muchos años de labor docente. Estos son, a modo de

ejemplos, algunos de los descriptores de los que partimos. Podrían leerse “ser capaz de…”:

Vida cotidiana:

Leer y comparar los precios, caducidad y peso de los alimentos

Elaborar el presupuesto del mes en tu casa

Hacer una estimación de los gastos que quedan hasta acabar el mes

Ser el tesorero de la comunidad de vecinos

Hacer el plano de tu casa ideal o de la obra para enseñarlo al albañil

Salud:

Calcular las cantidades de calorías, proteínas, hidratos, etc. en función de las necesidades

de cada uno

Entender las cantidades que aparecen en los análisis clínicos

Entender valores medios y percentiles de peso y altura

Entender expresiones como: factores de riesgo, esperanza de vida, herencia genética

Consumo:

Leer los horarios de los transportes en tablas de doble entrada

Page 210: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

209

Hacer un cálculo aproximado de lo que va a suponer el total de la compra antes de que lo

digan

Entender el recibo de la luz y otros recibos

Verificar el precio de una compra con la calculadora

Calcular un descuento

Entender el concepto de vida media de los electrodomésticos

Mundo Laboral:

Calcular lo que ganas en una hora de trabajo o cada día del año

Interpretar planos de transporte urbano para escoger el recorrido más apropiado

Deducir las probabilidad de éxito para acceder a un puesto de trabajo, en función del

número de aspirantes y plazas vacantes

Entender y usar palabras como plusvalía, valor añadido, impuestos directos…

Tecnologías:

Programar los electrodomésticos caseros

Utilizar aparatos para medir longitudes, pesos, tiempos, temperaturas

Conocer y desarrollar las utilidades del ordenador

Entender el uso de las tarjetas de crédito (pagos aplazados, gastos, pagos internet, códigos

de seguridad)

Ocio:

Realizar presupuestos para posibles viajes

Hacer un cambio en moneda extranjera

Planificar recorridos sobre un mapa

Entender la probabilidad de los distintos juegos de azar

Entender tablas de clasificación y estadísticas deportivas

Entorno democrático:

Entender, con referencias conocidas, los grandes números que aparecen en los medios de

comunicación

Entender la ficha técnica de las encuestas de opinión y deducir su grado de fiabilidad

Comparar beneficios de una multinacional con los presupuestos de las naciones

Comparar el gasto de alguna obra pública con lo que se utiliza en servicios sociales

Page 211: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

210

Economía y medio ambiente:

Entender el significado de los índices de contaminación

Saber que la media de los sueldos no es significativa si no conocemos la dispersión

Utilizar referencias conocidas para estimar dimensiones de un incendio forestal

Entender la diferencia ente atlas clásicos y atlas de Peters

Interpretar distintos diagramas de precipitaciones, temperaturas, demográficos…

Entender el significado de ciclo de vida, nivel de desarrollo, PNB…

Una vez que sabemos cuáles son las necesidades diarias, el paso siguiente sería buscar los

contenidos matemáticos necesarios para llevarlas a cabo. Después vendría la implementación de

esos contenidos en el desarrollo académico.

4. Contenidos matemáticos para esas necesidades

Aunque nadie ha definido qué conocimientos matemáticos se necesitan para vivir en una sociedad

como la nuestra, creemos que los esenciales girarían alrededor de los siguientes:

Conocimiento de los números y las cuatro operaciones básicas.

Estimaciones y cálculo mental.

Manejo de unidades de medida (también tiempos, números de personas y cantidades de

dinero).

Uso de planos y mapas.

Proporciones (también intereses bancarios).

Gráficas, estadística y probabilidad.

Manejo de la calculadora/ordenador.

Incluso aunque se ampliaran o variaran ligeramente las necesidades que aparecen en el apartado

anterior, estos contenidos matemáticos serían suficientes para satisfacer esas capacidades, que a

su vez cubrirían las necesidades más cercanas a la persona así como las de carácter más social.

Aunque se nos aleja del sentido de esta comunicación, quedaría por concretar cómo se trabajarían

estos contenidos con la vista puesta siempre en las necesidades diarias matemáticas de las personas

adultas.

3. Referencias

Page 212: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

211

Carabaña, J. (2013). Estimando la influencia de la escolarización en las competencias PIACC. En

Programa Internacional para la Evaluación de las Competencias de la Población Adulta. Informe

español: análisis secundario, pp. 35-64. Madrid:Ministerio de educación, cultura y deporte.

Niss, M. (2002): Mathematical Competencies and the Learning of Mathematics.

http://www7.nationalacademies.org/mseb/Mathematical_Competencies_and_the:

Learning_of_Mathematics.pdf. Consultado 4/3/2009

Plaza, P., González, M.J., Montero, B., y Rubio, C. (2004). Matemáticas críticas y

transformadoras en la educación de personas adultas. Málaga: Aljibe.

Plaza, P. (2013). Las competencias matemáticas en el aprendizaje a lo largo de la vida. SUMA,

72, 9-15.

Villar, A. (2013). Formación y habilidades cognitivas en la población adulta española.

Comparación intergeneracional de los conocimientos matemáticos a partir de los datos del PIACC.

En Programa Internacional para la Evaluación de las Competencias de la Población Adulta.

Informe español: análisis secundario, pp.191-212. Madrid:Ministerio de educación, cultura y

deporte

Page 213: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

212

CB-252

MATEMÁTICA Y PROGRAMACIÓN: UNA EXPERIENCIA INTERDISCIPLINARIA

E INTERINSTITUCIONAL

Teresa Pérez - Sylvia da Rosa

[email protected] - [email protected]

Consejo de Educación Secundaria (ANEP) Uruguay – Facultad de Ingeniería (UDELAR)

Uruguay

Núcleo temático: Matemáticas y su integración con otras áreas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: algoritmo, programa, Python

Resumen La experiencia interdisciplinaria e interinstitucional que se describe consiste en el desarrollo de

un curso para duplas de los profesores formadas por un profesor de informática y un profesor de

matemática de un mismo centro educativo de enseñanza media.

El curso tiene por objetivo trabajar en base a la integración de matemática y programación como

forma de facilitar la comprensión y el aprendizaje de conceptos matemáticos, en el entendido de

que programar una solución a un problema pone al descubierto aspectos del proceso de

resolución que de otro modo quedan ocultos, como ser la necesidad tanto de plantear los

problemas algorítmicos como tales, como de escribir las soluciones usando un lenguaje riguroso.

Este año ha participado en el desarrollo del curso un equipo formado por profesores de la

inspección de matemática y de la coordinación de informática, del consejo de educación

secundaria (CES) de ANEP, y por docentes del Instituto de Computación (InCo) de la Facultad

de Ingeniería de la UDELAR. Han culminado exitosamente la edición 2016 del curso, 40

profesores de todo el país.

En la descripción de la experiencia se incluye una síntesis de los trabajos finales de los

participantes, realizados en el aula con sus alumnos.

Introducción

La relación entre matemática y programación ha sido muy estrecha en la evolución de ambas

disciplinas. Problemas matemáticos dieron impulso al desarrollo de la computación, como por

ejemplo el “Entscheidungsproblem” o problema de decisión, que consiste en encontrar un

algoritmo general que decida si una fórmula del cálculo de primer orden es un teorema. Este

problema fue presentado por David Hilbert en 1928, y Kurt Gödel demostró que es insoluble en

1931, poniendo en discusión en el mundo matemático de la época, el problema de lo computable

y la necesidad de formalizar la noción de algoritmo. Esta noción es una de las más fundamentales

para la programación. Por otro lado, en los últimos años, la programación ha impactado

Page 214: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

213

fuertemente en la noción de prueba matemática. Por ejemplo la prueba del teorema de los cuatro

colores fue realizada en la década de 1970 con ayuda de un programa, y dio origen a un gran debate

sobre su validez.

Desde el punto de vista educativo, la integración de matemática y programación facilita la

comprensión y el aprendizaje de conceptos matemáticos, en el sentido de que programar una

solución a un problema pone al descubierto aspectos del proceso de resolución que de otro modo

quedan ocultos, Como lo ha expresado Donald Knuth en “American Mathematical Monthly en

1974: “Se ha dicho que una persona no comprende algo realmente hasta que lo enseña a otro. En

realidad, una persona no comprende algo profundamente hasta que puede enseñarlo a un

computador, es decir, expresarlo como un algoritmo.”

Por otra parte, esta propuesta busca promover la introducción de la informática como ciencia

básica en el sistema educativo medio, siguiendo recomendaciones de referentes internacionales

(CSTA 2011, Dowek 2005, Peyton Jones 2013). Hacerlo a través de cursos de matemática

resulta un camino natural, ya que proveen problemas algorítmicos interesantes cuyas

soluciones pueden implementarse en algún lenguaje de programación. Esta perspectiva

interdisciplinaria resalta aspectos que favorecen el aprendizaje de la algoritmia como disciplina de

resolución de problemas y el análisis de soluciones como objetos de estudio. Por otro lado,

implementar una solución obliga a tener en cuenta factores propios de la computación como el

rigor del lenguaje y los recursos acotados.

Este curso se ha dictado durante varios años siendo la primera edición en 1999, y es un ejemplo

de trabajo colaborativo entre el Instituto de Computación de la Facultad de Ingeniería de la

UDELAR y la ANEP. Se ha presentado la propuesta en congresos internacionales (da Rosa, 2002).

Entre 2009 y 2013 el apoyo del Instituto se concentró en la carrera del profesorado de informática

y el curso dejó de dictarse. El curso se ha vuelto a dictar desde 2014, con apoyo de la inspección

de matemática y la coordinación de informática de enseñanza secundaria. Desde entonces se utiliza

el lenguaje Python.

En el año 2016 el curso se llevó a cabo desde el 1 de agosto al 22 de octubre, y se introdujo la

modalidad de trabajo en duplas formadas por un docente de matemática y uno de informática.

Participaron 40 docentes de todo el país (20 duplas) y se dictó en forma semipresencial, usando la

Page 215: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

214

plataforma moodle del CES y la sala de video conferencia de FING. Se realizaron tres encuentros

presenciales, uno de ellos por video conferencia.

Desarrollo del curso

La propuesta consistió en que los profesores participantes trabajaran en duplas formadas por un

profesor de informática y un profesor de matemática de un mismo liceo. Como no en todos los

casos los profesores compartían algún grupo de alumnos, se los exhortó a que buscaran un espacio

común de trabajo, por ejemplo, participando el profesor de informática en las clases de matemática

donde se trabajarían los temas del curso.

La tabla abajo informa sobre la cantidad de egresados/estudiantes de los institutos de formación

docente, IPA (matemática) o INET (informática), así como participantes con otras formaciones.

Usualmente el curso está dirigido a egresados de formación docente en informática o matemática,

pero para el trabajo en duplas se consideró importante eliminar dicha restricción, ya que en muchos

liceos, los encargados de la asignatura informática no son profesores titulados.

Matemática

(inicio)

Matemática

(final)

Informática (inicio) Informática

(final)

Egresado 27 19 9 7

Estudiante 3 1 14 9

Otro 0 0 7 4

Total 30 20 30 20

Durante el curso los profesores aprenden a programar soluciones a problemas computables

sencillos, utilizando el lenguaje Python, que está instalado en las máquinas de que disponen

muchos de los profesores y de los estudiantes (otorgadas por el Plan Ceibal). Asimismo el lenguaje

es fácilmente accesible en las salas de informática de los centros educativos para los casos en que

es necesario utilizar dichas salas.

Para aprobar el curso los profesores deben diseñar, planificar y llevar a cabo una

propuesta para la clase con alumnos liceales utilizando lo visto en el curso, hacer una

presentación oral y escribir un informe sobre ello, que incluye registros de las actividades

de los alumnos.

Page 216: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

215

Problemas algorítmicos y soluciones

A pesar de que se introduce y se usa un lenguaje de programación, el enfoque del curso consiste

en enfatizar los pasos previos de la construcción de un programa, esto es, la especificación del

problema algorítmico que se plantea y el diseño de una solución.

Si bien hay muchas definiciones de algoritmo (dado que no es una definición formal),

todas requieren una anterior que es la de “problema algorítmico”. Un problema

algorítmico es:

1) una colección de datos de entrada (que puede ser infinita, por ejemplo el conjunto de

los números enteros)

2) un resultado requerido en función de los datos de entrada

La función por la cual los datos de entrada se convierten en el resultado requerido es el

algoritmo que soluciona el problema y que hay que elaborar. Esto implica pensar cuáles

son los datos del problema, qué resultado se espera y como se obtendrá el resultado en

función de dichos datos. Las características del lenguaje de programación empleado

influyen en el diseño de la solución, por lo tanto la elaboración del programa es una

actividad dialéctica, que exige sintetizar aspectos tanto del pensamiento algorítmico

como del computacional, entendido este último en el sentido de: “Computational Thinking

is the thought processes involved in formulating problems and their solutions so that the solutions

are represented in a form that can be effectively carried out by an information-processing agent.”

(Computational Thinking, 2011). Por otra parte, en el curso se recomienda modularizar

la solución, siguiendo el modelo que ilustra la siguiente tabla, (donde mcd refiere al

ejemplo desarrollado abajo).

Page 217: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

216

ingreso datos a = input (" ingrese natural distinto de 0 o 0 para finalizar ")

b = input ("ingrese numero natural distinto de 0 ")

proceso con funciones mcd = mcd (a,b)

imprimo resultados print "el max comun divisor de ", a, b, "es ", mcd

Las funciones son sub-programas cuya composición implementa el algoritmo. En el ejemplo se

trata del siguiente problema: dados dos números naturales, hallar su máximo común divisor (mcd).

Presentamos las dos soluciones trabajadas en el curso: por un lado, a partir de la definición

matemática

a,b N, b > 0, max (divisores(a) divisores(b)) = mcd (a,b)

puede plantearse una solución que involucra las siguientes funciones:

def divisores (a):

return [x for x in range (1,a+1) if a%x== 0]

dado un natural devuelve el conjunto

de sus divisores, usando la función

predefinida “módulo” (%)

def inter (lis1, lis2):

lis = []

for element in lis1:

if element in lis2:

lis.append (element)

return lis

dados dos conjuntos lis1 y

lis2, devuelve su intersección lis

Para representar conjuntos los l

lenguajes de programación suelen

usar listas (conjuntos ordenados sin

elementos repetidos)

def divisorescom (a, b):

d1 = divisores (a)

d2 = divisores (b)

dc = inter (d1, d2)

return dc

dados dos naturales devuelve el

conjunto de sus divisores comunes

(dc)

def mcd (a,b):

dc = divisorescom (a,b)

return max (dc)

dados dos naturales devuelve su

máximo común divisor, usando las

funciones anteriormente definidas y la

función predefinida max

Importa observar que los lenguajes de programación cuentan con funciones predefinidas que es

necesario conocer para que los programas resulten sencillos (%, inter, append, max). De esta

forma los estudiantes experimentan la construcción de una definición que deja de ser solamente

“un texto que hay que aprender”. Por otro lado, introduciendo la definición recursiva mcdR y la

función que implementa el algoritmo de Euclides,

Page 218: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

217

mcdR : N x (N - {0}) N

b, si (a mod b) = 0

mcdR (a,b) =

mcdR (b, (a mod b)), si no

def mcdR (a, b):

r = a%b

if r == 0:

return b

else:

return mcdR (b, r)

se puede profundizar en conceptos esenciales y las relaciones entre ellos: la especificación del

problema, la expresión matemática del algoritmo que lo soluciona como función, la propiedad que

establece el vínculo entre especificación y algoritmo y la prueba de la misma: ¿cumple el algoritmo

de Euclides la definición de mcd?

Organización del curso

Se pueden distinguir dos etapas en el desarrollo del curso: en una primera etapa se disponen en la

plataforma virtual los materiales para el estudio de los conceptos básicos de algoritmia y el uso del

intérprete Python. Los ejercicios están pensados para introducir a los participantes en la

programación de soluciones teniendo en cuenta las recomendaciones mencionadas arriba, así como

también para que reflexionen sobre la relación entre matemática y programación. Se intenta

transmitir que lo importante que aporta la informática a la matemática es la necesidad del

rigor, de pensar las situaciones “borde”, de ordenar el pensamiento. Se enfatiza el hecho

de que el computador hará lo que nosotros escribamos, sin pensar por sí mismo, o sea

que nosotros tenemos que pensar las soluciones muy rigurosamente. Coincidimos con

Dowek (2005) en que introducir esta manera de pensar desde temprano (por ejemplo

desde 1ero de liceo, alumnos de 13 años) es muy beneficioso para la formación de todos

los estudiantes. Ilustramos con el siguiente ejemplo:

Los estudiantes tienden a escribir una sentencia de lectura de datos de la siguiente

manera:

numero = input ("ingrese un numero")

Page 219: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

218

(en Python esto significa que se desplegará el mensaje entre comillas y luego lo que el

usuario escriba se asignará a la variable n), con lo cual están diciendo que la entrada

comprende varios conjuntos de números. ¿Es esperable que el número sea por ejemplo

√2? ¿o -3345466778? Algunos participantes tomaron en cuenta las diferencias de

representación de un número explícitamente. Por ejemplo, en uno de los trabajos, que

presenta la secuencia didáctica para la introducción de Ecuaciones de primer grado en un

2° año de liceo (14 años), los autores dicen: “En esa semana la profesora de Matemática

acompañará dicho trabajo con análisis de situaciones que surjan y que necesiten fundamentación

matemática. Por ejemplo la “diferencia” entre 2 y 2.0: ¿por qué al escribir 5/3 Python devuelve

1 mientras que al escribir 5.0/3.0 devuelve 1.66666666666667?”

Contenidos del curso

Diseño, escritura y ejecución de programas en Python.

Resolución de pequeños problemas algorítmicos e implementación de soluciones en Python,

enfatizando la comprensión de los mensajes de error. Selección y Sentencia for.

Ejemplos avanzados

Trabajo con ejemplos utilizando listas. Recursión e iteración (while). Definición de funciones.

Lecturas relacionadas a la programación para estudiantes de Enseñanza Media.

En una segunda etapa, los cursillistas trabajan en el diseño de una propuesta de aula y en la

experimentación de la misma en alguno de sus grupos. Para la evaluación final deben elaborar un

informe y presentarlo oralmente. El contenido en esta etapa se organiza como sigue:

Diseño de propuesta didáctica para su aplicación en el aula

Cada dupla docente elegirá un tema que pueda experimentar en alguno de sus grupos. Se trata de

diseñar una secuencia de actividades a proponer a los alumnos, con su correspondiente análisis y

detalles de implementación.

Aplicación de la propuesta y registro

Page 220: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

219

Eventualmente puede acompañar al docente, como observadores, en la presentación en alguna de

las clases, compañeros de plataforma y/o un Inspector de Matemática del CES y/o la Coordinadora

de Informática.

Elaboración de informe

Elaboración del informe de la experiencia con registro de las producciones de los alumnos y

reflexión sobre el aporte de la propuesta al aprendizaje matemático de los alumnos. Presentación

en el encuentro presencial final.

En ambas etapas los participantes disponen de foros para consultas atendidos con alta frecuencia.

La modalidad es fomentar la discusión y las distintas soluciones entre cursillistas.

La siguiente tabla muestra los temas elegidos por los docentes para el trabajo final:

Temas elegidos Cantidad

Raíces de polinomios 2

Divisibilidad 5

Función polinómica de primer grado 6

Estadística 1

Geometría Analítica 2

Temas varios (operaciones con números enteros, variables, etc) 4

La siguiente tabla muestra la cantidad de grupos y años de liceo en que se trabajó.

Año de liceo Cantidad

Primero (12-13 años) 7

Segundo (13-14 años) 6

Tercero (14-15 años) 3

Cuarto (15-16 años) 2

Quinto (16-17 años) 2

Conclusiones

Todos los profesores resaltan el estímulo que significa para la motivación de los estudiantes

trabajar con un lenguaje de programación. Muchos señalan además que constataron un impacto

significativo entre aquellos estudiantes que, en general, no muestran interés en la asignatura

Page 221: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

220

matemática. Asimismo la gran mayoría destaca aportes importantes para el aprendizaje de los

contenidos trabajados.

El trabajo en duplas fue considerado exitoso por la gran mayoría de los profesores, tanto para ellos

como para sus alumnos. Si bien los participantes tienen a su disposición un manual de Python

elaborado para el curso 2013 por los mismos cursillistas, trabajar en conjunto con un profesor de

informática ahorra a los profesores de matemática dedicar tiempo a cuestiones técnicas que no

aportan al contenido pero que es necesario superar para poder continuar con las tareas.

Como en ediciones anteriores hemos obtenido información valiosa para diseñar estrategias para

mejorar el curso, por ejemplo, la elaboración de pruebas de autoevaluación, especialmente para el

apoyo a aquellos profesores con mayores dificultades.

A pesar de que los estudiantes liceales cuyos profesores han seguido nuestro curso se benefician

de esta experiencia integradora del aprendizaje de matemática y programación y que muchos de

los participantes han dado continuidad al trabajo integrado de matemática y programación más allá

del alcance del curso, no hemos logrado que la propuesta sea aceptada institucionalmente por

razones que no tienen que ver con lo académico, sino con el hecho de que la educación en

informática en nuestro país es un campo atravesado por opiniones de la más diversa índole. De

esta forma, nuestro curso y sus efectos tienen un alcance limitado, lo que dificulta ofrecer una

valoración más adecuada de los resultados de los aprendizajes.

Referencias bibliográficas

Computational Thinking (2011) https://www.cs.cmu.edu/~CompThink/ Consultado 15/04/2017

CSTA K12 Computer Science Standards. 2011.

http://www.csteachers.org/?page=CSTA_Standards

Dowek, G. (2005) Quelle informatique enseigner au lycée? Bulletin de l'APMEP, 480. Peyton

Jones, S. (2013) Bringing Computer Science Back into Schools: Lessons from the UK,

SIGCSE'13.

da Rosa, S. (2002) The Role of Discrete Mathematics and Programming in Education. Proceedings

of Functional and Declarative Programming in Education Workshop.

Page 222: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

221

CB-253

SOFTWARE Y REGISTROS DE REPRESENTACIÓN SEMIÓTICA EN EL

APRENDIZAJE DEL CONCEPTO DE CAMPO VECTORIAL

Fabiana Pauletich1,2 – Laura del Río1

[email protected] [email protected] 1UIDET IMApEC – Dto. De Ciencias Básicas - Facultad de Ingeniería y 2 Facultad de Ciencias

Agrarias y Forestales- Universidad Nacional de La Plata-Argentina.

Núcleo temático: VII. Investigación en Educación Matemática.

Modalidad: Comunicación Breve (CB)

Nivel educativo: Educacion para adultos

Palabras clave: Campos vectoriales, Registros de representación semiótica, Software

Resumen

Los campos vectoriales constituyen una noción fundamental en el estudio de diversos temas

matemáticos y extra matemáticos en las carreras de Ingeniería. Para que los alumnos puedan

comprender este concepto, se considera imprescindible que logren realizar conversiones entre

diversos registros de representación de los campos vectoriales, evitando el encapsulamiento en

un único registro.

Cabe preguntarse entonces en qué medida las actividades que se proponen habitualmente a los

alumnos en un curso de Cálculo Vectorial en una Facultad de Ingeniería, promueven las

conversiones de registros, qué estrategias ponen en juego estos estudiantes para lograr estas

conversiones, y cuál puede ser el rol de un software graficador.

El trabajo de investigación que se propone consta de varias etapas y se adoptará como marco

teórico la Teoría de los registros de representación semiótica de Duval. En el presente trabajo, se

expondrá la primera etapa de la investigación, en la que interesa identificar las dificultades que

puedan tener los alumnos en el trabajo con diversas representaciones de campos, caracterizar los

procedimientos utilizados por los estudiantes en la resolución de actividades y, en este contexto

determinar las ventajas y dificultades de la visualización de las gráficas de campos vectoriales en

un software graficador.

Introducción

El concepto de campo vectorial forma parte de los contenidos de la formación básica de los

estudiantes de las carreras de Ingeniería. Dado que este conocimiento es de fundamental

importancia en materias más avanzadas de la carrera (Costa, 2013), es importante identificar

cuales son los obstáculos que alumnos puedan tener para su comprensión.

En este trabajo se presenta la primera etapa de una investigación de carácter exploratorio, que se

desarrolló en un curso de primer año en una facultad de Ingeniería.

Page 223: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

222

En las siguientes secciones, se desarrollará brevemente el marco teórico utilizado en la presente

investigación, el tratamiento del tema Campos Vectoriales en el contexto donde se realiza el

presente estudio, los antecedentes encontrados en la literatura, la metodología, los resultados y,

por último, las conclusiones y trabajos a futuro.

Marco teórico

La importancia de las representaciones semióticas en la actividad matemática se manifiesta en tres

aspectos (Duval, 2006). En primer lugar, a diferencia de otras disciplinas, los objetos matemáticos

no son accesibles por la percepción u otros instrumentos, sino sólo a través de sus representaciones

semióticas. En segundo lugar, la actividad matemática no puede desarrollarse sin representaciones

semióticas debido a que la misma requiere la sustitución de unos signos por otros. En tercer lugar,

dependiendo de la actividad matemática que se aborde, algunas representaciones semióticas

resultan más apropiadas que otras y, más aún, algunos procedimientos sólo pueden realizarse

utilizando sólo un tipo de representación.

Un registro de representación semiótica permite tres actividades cognitivas fundamentales de

representación: la formación, el tratamiento y la conversión (Duval, 1998):

En esta última actividad cognitiva, la conversión, se basa la articulación de diferentes registros de

representación. La relevancia de esta articulación radica en varios aspectos (Duval, 1998). En

primer lugar, la posibilidad de articular registros permite elegir el más adecuado para hacer los

tratamientos necesarios ante una tarea matemática. En segundo lugar, la elección de un registro

para representar un objeto impone la selección de los elementos significativos del objeto que serán

representados porque diferentes registros ofrecen distintas posibilidades y restricciones respecto a

los elementos del objeto que pueden representarse. En tercer lugar, la coordinación de varios

registros de representación es una condición necesaria para que no se confunda a los objetos

matemáticos con sus representaciones y, a la vez, se les pueda reconocer en cada una de ellas.

Bajo estas dos condiciones, una representación funciona verdaderamente como representación, es

decir, proporciona el acceso al objeto representado.

Existen numerosas evidencias que muestran que la conversión es difícil de adquirir (Duval, 1999).

La imposibilidad de llevar a cabo conversiones ocasiona el encapsulamiento de los registros, el

cual conduce a la consideración de dos representaciones del mismo objeto como dos objetos

matemáticos distintos. Ello impide usar el conocimiento en otros contextos, dificulta los

Page 224: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

223

aprendizajes posteriores e imposibilita el control de sentido de las actividades abordadas (Duval,

1999).

Marco Institucional

La experiencia se desarrolló con alumnos de una asignatura de primer año de Ingeniería, en la que

se abordan los temas de Calculo Integral y Vectorial en una y varias variables. Tiene una

modalidad teórico-práctica, es decir que no hay espacios separados para la teoría y la práctica. El

aula cuenta con computadoras, libros y mesas cuya disposición favorece el trabajo grupal.

Los alumnos estudian el concepto de vector y sus operaciones básicas en una asignatura anterior

y el concepto de campo vectorial se presenta en la materia a la que se hace referencia en este

trabajo, como una función que a cada punto del plano o del espacio le hace corresponder un vector.

Se define el dominio de un campo vectorial, y se trabaja tanto la expresión analítica los campos

como la representación gráfica. Sin embargo, el único tipo de actividades que se proponen que

implican un cambio entre estos tipos de representación, consiste en graficar el campo dada su

expresión analítica. La estrategia sugerida en el material de la cátedra, y la adoptada por los

alumnos, consiste en seleccionar algunos puntos del dominio del campo y calcular los vectores

asociados a los mismos para luego graficarlos. Cabe preguntarse si esta estrategia, que puede

denominarse punteo, resulta suficiente para comprender cabalmente el concepto de campo

vectorial y su representación gráfica. De este cuestionamiento surge el presente trabajo de

investigación, que se encuentra en su fase inicial, de carácter exploratoria.

Antecedentes

Se han encontrado algunas investigaciones que dan cuenta de mejoras que pueden producirse en

el aprendizaje de los campos vectoriales y de otros temas relacionados, como por ejemplo, el

electromagnetismo en física, al integrar simulaciones interactivas y applets que favorezcan la

visualización de los conceptos matemáticos.

Por ejemplo, el trabajo de Alvarez (2010) reporta mejoras en la comprensión de fenómenos

electromagnéticos por parte de los alumnos a partir de la visualización de conceptos matemáticos,

pero aclara que estos resultados “deben ser complementados con otras investigaciones de carácter

cualitativo que indaguen sobre los procesos que se han producido en los estudiantes durante el

aprendizaje del tema” (p. 148).

Costa y Di Domenicantonio (2010) también realizan un trabajo en el cual muestran mejoras en los

resultados del aprendizaje al implementar un taller en el aula de matemática integrando

Page 225: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

224

representaciones computacionales de campos vectoriales e interactuando con docentes de física,

quienes aportan las interpretaciones físicas de los conceptos matemáticos estudiados.

Estos, entre otros trabajos analizados, coinciden en que la enseñanza de estos temas es compleja,

que la visualización gráfica mediada por computadora puede contribuir de manera favorable (a

partir de tests que miden la comprensión alcanzada y/o mediante encuestas a los alumnos que

miden la percepción que estos tienen de su propia comprensión), pero se observa la necesidad de

profundizar en los procedimientos puestos en juego por los alumnos a la hora de resolver

actividades que involucran campos vectoriales y la interpretación que estos hacen de lo que

visualizan en pantalla cuando interactúan con un software.

Metodología

Dado que no se han encontrado trabajos que permitan pre-definir categorías para el análisis de las

dificultades de los alumnos al interactuar con un software graficador que permita el trabajo con el

registro de representación gráfico de campos vectoriales y de los procedimientos que ponen en

juego al utilizar una herramienta como esta para abordar actividades, se decidió llevar a cabo una

primera fase exploratoria, que permita en un futuro contar con tales categorías para avanzar en una

fase descriptiva.

Se convocó a los alumnos, luego de haber abordado el tema campos vectoriales, a participar en

forma voluntaria de una experiencia que se llevaría a cabo fuera del horario de clase.

De los 60 alumnos inscriptos en la comisión concurrieron a la cita 11 alumnos a quienes se les

otorgó computadoras para trabajar (una cada dos alumnos) y una guía de actividades que se

presenta en el Anexo. Con la computadora, los alumnos tenían acceso a un applet generado ad hoc

con GeoGebra16, el cual permite en forma muy simple obtener representaciones gráficas de campos

vectoriales a partir del ingreso de las expresiones algebraicas de sus componentes.

En este trabajo, se centrará la atención en las actividades en las que se solicita proponer una

fórmula analítica para los campos vectoriales que se muestran en la Figura 1. Esta tarea implica la

conversión del registro gráfico al analítico.

Se registraron por escrito las conversaciones más relevantes que los alumnos mantuvieron a fin de

obtener indicios sobre las estrategias puestas en juego para su abordaje, las dificultades

16 www.geogebra.org/m/GwRc5mQP

Page 226: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

225

encontradas, lo que ellos entendían a partir de las devoluciones que obtenían en pantalla, y cómo

utilizaban esa información para re-pensar la tarea en caso de no obtener lo que esperaban.

También se solicitó a los alumnos que entreguen por escrito las respuestas a las consignas,

intentando reflejar todo el procedimiento, lo más explícitamente posible, incluyendo los intentos

fallidos.

I

II

III IV

Figura 1. Campos vectoriales dados en la consigna para representar analíticamente

Resultados

En relación al gráfico I, en general no tuvieron dificultades para interpretar que el hecho de que

las “flechas” tengan longitud constante, representa que el fluido se mueve a igual velocidad en

cualquier lugar del tubo, mientras que en relación al gráfico II se considera el roce con la superficie

del tubo, dando lugar a un movimiento más lento cerca de la misma (representado con flechas más

cortas) y más rápido en el centro (flechas más largas). Es decir, que en este caso, el pasaje del

registro gráfico al lenguaje coloquial, no parece haber impuesto mayores dificultades. En los casos

III y IV, se observa que existen dificultades para expresar formalmente lo observado en las figuras,

sin embargo se observan algunas ideas generales que parecen dar cuenta de que comprenden la

representación. Por ejemplo:

A1: “En el III, los módulos de los vectores no varían, sin embargo cada vector tiene una

dirección que parece apuntar hacia afuera del centro. En el IV, los módulos de los vectores

varían y sus direcciones son similares a los vectores de velocidad de una circunferencia”.

Este alumno parece estar visualizando las líneas de campo del campo dado.

Page 227: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

226

A2: “En el III, el módulo de los vectores es el mismo, y sus direcciones son opuestas. Se

está representando una expansión. En el IV, los módulos de los vectores aumentan a

medida que nos alejamos del centro, esto indica un aumento de lo que el vector está

representando. Las direcciones adoptan una forma de espiral en el plano”.

Si bien el lenguaje utilizado por este alumno no es correcto, logra encontrar ejemplos o analogías

con fenómenos que pueden representarse con esos campos.

Otra de las actividades que se planteó, consistió en proponer una fórmula analítica para los

siguientes campos representados gráficamente (conversión del registro gráfico al analítico). En la

clase habitual de la materia, los alumnos resuelven actividades en las cuales deben pasar del

registro analítico al gráfico, pero nunca al revés. Es esos casos, los alumnos utilizan para la

resolución la técnica de punteo, es decir, seleccionan algunos puntos del dominio, evalúan la

fórmula en esos puntos y grafican las flechas correspondientes en los puntos seleccionados. Al

invertir el registro de salida y el de llegada (es decir, al solicitar que pasen del registro gráfico al

analítico) se observan múltiples dificultades entre las cuales se pueden observar:

- Algunas asociadas al concepto de vector: los alumnos no parecen dominar el lenguaje

específico. Por ejemplo, al hablar de “posición positiva o negativa”, “sentido positivo o

negativo”. Otro ejemplo se relaciona con el concepto de vector unitario, que los alumnos

aprenden en una asignatura anterior, pero parecen no dominar: “¿Así que unitario quiere

decir que tiene módulo uno?”.

- Otras asociadas a la dificultad de comprender al campo vectorial como una función. Por

ejemplo, la confusión entre las coordenadas cartesianas de un punto del dominio con las

componentes del vector que es su imagen. Esto se observa en las dificultades de los

alumnos para proponer campos en los cuales la primera componente dependa de la variable

y y que la segunda componente dependa de la variable x. Cabe notar que cuando ellos

resuelven actividades usuales de pasar del registro analítico al gráfico, como se mencionó

anteriormente, abordan múltiples ejemplos donde esto ocurre.

- Una particularidad de la representación gráfica de los campos vectoriales es que

solamente se eligen algunos puntos y se representan las flechas asociadas a los mismos.

No es posible en una región acotada del plano representar la totalidad de las flechas. La

dificultad asociada a este hecho se observa, por ejemplo, cuando frente a dos

representaciones gráficas distintas de un mismo campo vectorial, considerando distintos

Page 228: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

227

conjuntos de puntos, los alumnos no logran reconocer que puede tratarse de un mismo

campo (ver ejemplo en Figura 2).

Figura 2. La figura de la izquierda, es la presentada a los estudiantes en la consigna. Al representar en el applet el

campo <-y, x>, un grupo de alumnos tenía la vista centrada en un punto distinto del origen de coordenadas,

obteniendo un gráfico similar al de la figura de la derecha. Los alumnos no pudieron identificar que ambas gráficas

representaban el mismo campo.

En relación a los procedimientos puestos en juego por los alumnos, se puede mencionar lo

siguiente: En el primer caso (campo constante), los alumnos no tuvieron grandes dificultades para

proponer una representación analítica. En el segundo caso, algunos alumnos observaron que las

puntas de las flechas se encontraban dispuestas sobre una parábola, lo que les sugería la existencia

de alguna relación de tipo cuadrática. Sin embargo, se observó una dificultad por parte de ellos

para aceptar que la primera componente del campo dependiera de la variable y, como se señaló

anteriormente. De manera similar en el caso IV, se observa que uno de los alumnos, al visualizar

que las líneas de campo son circunferencias, propone la siguiente expresión analítica:

<cos(x),sen(y)>, de manera que asocia la definición del campo con la parametrización de la

circunferencia. Además, en la primera componente expresa una dependencia con x y en la segunda

con y.

Luego se observó que el gráfico obtenido mediante el graficador, sirvió para que los alumnos

reconozcan que la respuesta no era correcta, pero no para ayudarlos a pensar el porqué del error y

realizar una propuesta más adecuada, sino que los siguientes intentos parecieron más azarosos. Por

ejemplo, en el caso III un grupo de alumnos propone <x,y> y observan en el graficador que resulta

un campo radial, es decir que la dirección es correcta, sin embargo observan que no es de módulo

constante, y proponen entonces <x2,y2>, sin reflexionar sobre cómo lograr que los módulos sean

constantes.

Page 229: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

228

Conclusiones y trabajos a futuro

La mayor dificultad para los alumnos fue pasar del registro gráfico al analítico. Otra de las

dificultades halladas fue comprender que las componentes del campo puedan depender tanto de la

variable x como de la variable y. La idea inicial que tenían los alumnos era que la primera

componente del campo dependía solo de x y la segunda solo de y, y no les resultó sencillo superar

esta concepción. Esta dificultad, que no estaba prevista al comienzo del trabajo de investigación,

se vincula más que con la conversión entre registros, con las reglas de formación dentro del registro

analítico.

Con respecto al graficador, resultó beneficioso, pero trajo otros inconvenientes que no se habían

tenido en cuenta antes. Si bien permitió a los alumnos validar las distintas expresiones analíticas,

no ayudó a buscar la correcta. Además, si la gráfica que obtenían no era idéntica a la que se les

daba, no reconocían que podía tratarse del mismo campo. Si bien la visualización contribuye, no

implica necesariamente aprender mejor. Es necesario diseñar cuidadosamente las actividades para

que el software resulte de ayuda para realizar la conversión entre registros.

Cabe destacar que las primeras actividades con el graficador resultaron más trabajosas pero esto

les permitió adquirir mayor fluidez en las últimas actividades.

Como trabajos a futuro interesa profundizar en la identificación y caracterización de las

dificultades, saber qué tan extendidas están y poder cuantificarlas. Además, proponer actividades

para llevar al aula que permitan la conversión entre los distintos registros en particular del registro

gráfico al analítico, para mejorar la comprensión de los campos vectoriales y estudiar en qué

condiciones un software graficador puede contribuir con su aprendizaje y en la articulación de

registros de representación.

Referencias bibliográficas

Alvarez, T. (2010). La visualización de conceptos matemáticos y el aprendizaje del

electromagnetismo. Latin-American Journal of Physics Education, 4(1), 21.

Costa, V; Di Domenicantonio, R. (2010) Efecto de la implementación de estrategias didácticas en

la enseñanza del concepto “campo vectorial y sus aplicaciones”. XXIV Congreso Chileno

de Enseñanza en Ingeniería.

Costa, Viviana (2013). Aspectos destacados de las teorías cognitivas del aprendizaje, como

estrategias didácticas para la enseñanza y aprendizaje de conceptos del cálculo

vectorial. En Flores, Rebeca (Ed.), Acta Latinoamericana de Matemática Educativa (pp.

513-521). México, DF: Comité Latinoamericano de Matemática Educativa.

Page 230: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

229

Duval, R. (1998) Registros de representación semiótica y funcionamiento cognitivo del

pensamiento. En F. Hitt (Ed.) Investigaciones en Matemática Educativa II, (pp. 173 – 201).

México: Grupo Editorial Iberoamérica.

Duval, R. (1999) Semiosis y pensamiento humano. Registros semióticos y aprendizajes

intelectuales. Cali, Peter Lang, Universidad del Valle.

Duval, R. (2006). Un tema crucial en la educación matemática: La habilidad para cambiar el

registro de representación. La Gaceta de la Real Sociedad Matemática Española, 9(1),

143-168.

ANEXO En todos los casos van a trabajar con GeoGebra. Dejen por escrito todos los intentos que realizaron para resolver los ejercicios.

1) ¿Qué entienden por campo vectorial? Expliquen con sus palabras y ejemplifiquen.

2) En el siguiente gráfico se muestra un campo de velocidades de un fluido (estacionario).

Indiquen el significado de las diferentes longitudes de las flechas.

3) A partir de la visualización de los siguientes campos vectoriales, describan como son

los módulos y las direcciones de cada uno.

Page 231: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

230

4) Propongan para los gráficos de los ejercicios 2 y 3 una fórmula para poder

representarlos.

5) El concepto de campo fue desarrollado por Michael Faraday en el contexto de fuerzas

eléctricas. Un campo eléctrico existe en una región del espacio alrededor de un cuerpo

cargado. Para el caso de una carga aislada positiva, se dice que genera un campo

radial que emana de dicha carga. Por otro lado a medida que nos alejamos de la carga

el campo “pierde intensidad con el cuadrado de la distancia”.

Realicen un gráfico de dicho campo, marque las líneas de campo y proponga una

fórmula para el mismo.

6) Propongan una fórmula para el campo de la figura.

Page 232: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

231

CB-255

CONSTRUYENDO CUADRADOS CON GEOGEBRA A PARTIR DE DIFERENTES

SISTEMAS DE REPRESENTACIÓN. UN ESTUDIO CON MAESTROS DE PRIMARIA

EN FORMACIÓN

Alberto Arnal Bailera – Antonio M. Oller-Marcén

[email protected][email protected]

Universidad de Zaragoza – Centro Universitario de la Defensa de Zaragoza (España)

Núcleo temático: Formación del profesorado en Matemáticas

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: GeoGebra, Formación de profesorado, Geometría, Elementos

Resumen Estudiamos las soluciones aportadas por 18 parejas de alumnos de 3º del Grado de Magisterio

de Educación Primaria cuando trasladan a GeoGebra el proceso de construcción de un cuadrado

dado su lado tal y como aparece descrito (Proposición I.46) en dos ediciones diferentes de los

elementos de Euclides: la clásica de la editorial Gredos y la menos conocida de Oliver Byrne.

Estas ediciones emplean sistemas de representación radicalmente diferentes para presentar un

mismo contenido matemático. Teniendo en cuenta la relativa sencillez de la construcción,

sorprende el gran número de distintos procedimientos seguidos por los alumnos. En este trabajo,

describimos y analizamos esta variedad de construcciones y tratamos de identificar y discutir los

errores cometidos y las dificultades encontradas por los alumnos tanto en relación con los

distintos sistemas de representación utilizados, como con el software de geometría dinámica.

Introducción y objetivos

Múltiples ejercicios de Geometría clásica consisten en las construcción de figuras a partir de

algunos de sus elementos (construcción de un polígono regular dado uno de sus lados, construcción

de un triángulo a partir de sus tres lados, etc.) o de objetos que cumplan ciertas propiedades

(construcción de una recta perpendicular a otra por un punto, construcción de una recta tangente a

una circunferencia por un punto exterior, etc.). Estas construcciones se han realizado

tradicionalmente con regla y compás siguiendo unos procedimientos más o menos estandarizados.

Textos clásicos, como los Elementos, incluyen un amplio catálogo de tales construcciones

detallando paso a paso las operaciones a realizar con los citados instrumentos.

El uso de un software de Geometría dinámica (de GeoGebra en particular) para llevar a cabo este

tipo de construcciones implica, por sus especificidades, una reinterpretación o adaptación de los

pasos descritos en los textos clásicos que debe ir más allá de la mera traslación del procedimiento.

Page 233: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

232

Esta adaptación, no obstante, no está exenta de dificultades por cuanto las instrucciones

proporcionadas en los textos están concebidas para ser seguidas utilizando unas herramientas

concretas (la regla y el compás) que no son las que se van a utilizar hoy en día. Es evidente, además,

que esta labor de adaptación debe ser una tarea a llevar a cabo por los docentes a la hora de diseñar

y preparar sus clases o de generar recursos o actividades para sus alumnos relacionados con estos

contenidos.

Así pues, a partir de estas consideraciones nos planteamos la siguiente pregunta de investigación:

¿La utilización de un sistema de representación particular para dar instrucciones, mejora los

resultados de los alumnos de Magisterio a la hora de realizar construcciones en GeoGebra? En

particular, para tratar de responder a esta pregunta abordamos los siguientes objetivos específicos:

1. Determinar si el sistema de representación mediante el que se proporcionan las

instrucciones a los alumnos tiene alguna influencia sobre el grado de seguimiento de las

instrucciones y sobre la corrección de la construcción realizada en GeoGebra.

2. Identificar las herramientas GeoGebra utilizadas y analizar los errores cometidos por los

alumnos al realizar las construcciones que se les solicitan.

Marco teórico

La génesis instrumental es un proceso personal de cada individuo participante en la situación de

enseñanza y aprendizaje, que involucra una cierta transformación de lo que Rabardel (1995) y

Trouche (2004) llaman artefacto a lo que denominan instrumento. En este proceso, el artefacto,

una realidad física exclusivamente, se transforma en algo más complejo que incluye, además de lo

físico, una parte psicológica que aporta cada individuo y que le confiere una funcionalidad que le

permite integrarlo en su actividad. Esto se produce gracias a la emergencia conjunta de esquemas

mentales y técnicas de uso de la herramienta cuando se trabaja con tecnologías digitales (Drijvers,

2012).

En el proceso de génesis instrumental, Rabardel (1995) distingue dos subprocesos, uno orientado

al individuo y otro al artefacto. En el primero, la instrumentación, el artefacto influye en el

individuo, permitiendo desarrollar una cierta actividad matemática de un modo distinto a como

posiblemente venía realizándola. En el segundo subproceso, la instrumentalización, el individuo

influye en el artefacto, descubriendo sus funcionalidades y terminando en personalizar sus

utilidades o utilizándolo para fines no previstos por el diseñador. Durante los procesos de génesis

instrumental se dan ciertos fenómenos en el alumno que han sido descritos en Guin y Trouche

Page 234: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

233

(2002) para otros contenidos de Matemáticas, pero que son fácilmente trasladables al entorno de

nuestro estudio con contenidos de Geometría:

Comportamiento del pescador. El alumno prueba opciones del instrumento tecnológico con

la esperanza de que algo termine por ocurrir.

Transporte automático. El alumno confía en poder resolver directamente el problema con

el instrumento tecnológico de que se trate, dada su complejidad.

Determinación inflexible. El alumno repite la misma técnica y aplicación realizando ajustes

sucesivos, pero sin demasiada reflexión sobre la conveniencia de explorar otras técnicas o

aplicaciones.

Iranzo y Fortuny (2009) detallan tareas que muestran la dificultad de transferencia de las

estrategias de resolución con papel y lápiz a las estrategias con ayuda de GeoGebra y viceversa,

estableciendo tipologías de alumnos según la mayor o menor presencia de prácticas de reflexión o

procedimentales: autónomos (alto nivel de instrumentación e instrumentalización), instrumentales

(nivel medio de instrumentación e instrumentalización), procedimentales (nivel bajo de

instrumentalización) y naif, (nivel bajo de instrumentación). Estos últimos tienden a razonar sobre

el dibujo y no sobre la figura y sus construcciones no pasan el test de arrastre (Mariotti y Bartolini,

1998).

Método y muestra

La experimentación se llevó a cabo con 36 estudiantes del Grado en Magisterio de Educación

Primaria durante el curso académico 2014-2015 y en el marco de la asignatura Didáctica de la

Geometría que se desarrolla en el tercer curso. En concreto, la actividad se desarrolló en una sesión

de dos horas de duración en el aula de informática. Durante la sesión se alternó el trabajo de los

alumnos en 18 pequeños grupos formados por hasta tres personas, con las puestas en común

coordinadas por los investigadores.

La tarea propuesta a los alumnos consistió en la construcción de un cuadrado a partir de un lado

(Proposición 46 del Libro I de los Elementos). En concreto, los alumnos debían reproducir las

instrucciones proporcionadas por escrito mediante el uso de GeoGebra.

Para responder a la pregunta de investigación planteada anteriormente, se crearon dos versiones

de la tarea. En una de ellas (que llamaremos versión C), las instrucciones y figuras proporcionadas

a los alumnos provenían de la edición clásica de los Elementos de Euclides (Euclides, 1994). En

la otra (que llamaremos versión B), se proporcionan las instrucciones y figuras tal y como aparecen

Page 235: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

234

en la edición de los Elementos realizada por el inglés Oliver Byrne (Byrne, 1847). De los 18

grupos, 10 completaron el modelo B del cuestionario, mientras los 8 restantes completaron el

modelo C.

En la Figura 1 se muestran las dos versiones de la tarea. En ella se pueden apreciar los distintos

sistemas de representación utilizados, así como las ligeras diferencias que existen entre ambos

procesos de construcción.

Figura 1. Enunciado de la Tarea 1 en ambas versiones del cuestionario

Como se puede observar, la edición de Oliver Byrne de los Elementos de Euclides utiliza un

sistema de representación poco convencional. El sistema tradicional (letras mayúsculas para

puntos, segmentos denotados a partir de sus extremos, etc.), que se puede apreciar en la edición

clásica, es sustituido por un lenguaje de tipo fundamentalmente icónico en el que el color y la

representación intuitiva de objetos y conceptos resulta de gran importancia. El uso del sistema de

representación planteado por Byrne se ha utilizado recientemente de forma fructífera en trabajos

con profesorado de Secundaria en formación (Arnal-Bailera y Oller-Marcén, 2017).

El estudio realizado es de carácter exploratorio con una finalidad esencialmente descriptiva (Elliot

y Timulak, 2005). Se trata de una investigación de tipo mixto en la que se combina el enfoque

cuantitativo con el análisis de datos de tipo cualitativo. En particular, y en relación con los

objetivos enumerados anteriormente, las variables en las que se centrará principalmente nuestro

análisis son las siguientes:

Seguimiento de las instrucciones por parte de los alumnos. Queremos estudiar si los

alumnos se ajustaban o no a las instrucciones proporcionadas en el enunciado de la tarea.

Page 236: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

235

Corrección de la construcción realizada en GeoGebra. Una construcción se ha considerado

correcta cuando pasa el test de arrastre.

Herramientas de GeoGebra utilizadas por los alumnos para llevar a cabo la construcción.

Errores cometidos en el proceso de construcción.

La recogida de la información se ha llevado a cabo mediante diversos procedimientos. El primero

consistió en la observación por parte de los investigadores. En segundo lugar, se dispone de las

producciones de los alumnos tanto escritas en sus respuestas al cuestionario como digitales en los

ficheros de GeoGebra generados. Finalmente, las fases de puesta en común fueron grabadas en

video y transcritas para su posterior análisis.

Resultados

En primer lugar, es interesante señalar que la mitad de los grupos participantes no siguen al pie de

la letra las instrucciones proporcionadas en el formulario a la hora de reproducir lo construcción

en GeoGebra. Este hecho se produce además con independencia de la versión del cuestionario con

que estuviesen trabajando. Por otro lado, el hecho de no respetar las instrucciones no parece tener

influencia en la corrección de la construcción realizada (Tabla 1).

Versión B Versión C

Construcción

correcta

Construcción

incorrecta

Construcción

correcta

Construcción

incorrecta

Respetan

instrucciones 3 2 1 3

No respetan

instrucciones 4 1 1 3

Tabla 1. Corrección de las respuestas y respeto de las instrucciones según la versión de la tarea

Como hemos mencionado anteriormente, la principal pregunta de investigación que pretendemos

responder es si la utilización de un sistema de representación particular para dar instrucciones

puede mejorar resultados de los alumnos de Magisterio a la hora de construir polígonos en

GeoGebra.

Versión B Versión C

Construcción

correcta 7 2

Construcción

incorrecta 3 6

Tabla 2. Corrección de las instrucciones según versión de la tarea

Page 237: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

236

En la Tabla 2 se puede observar que los alumnos que completaron el modelo B del cuestionario

encontraron aparentemente menos dificultades a la hora de realizar la construcción correctamente

con GeoGebra. De hecho, si realizamos un test χ2 de independencia (con la corrección de Yates)

entre ambas variables, obtenemos que existe dependencia entre ellas con un nivel de confianza de

aproximadamente el 90%.

Entre los que los que lo construyen correctamente y siguen las instrucciones, tres grupos siguen el

procedimiento que se realizaría con regla y compás: Primero utilizan la herramienta ‘Recta

perpendicular’, a continuación trasladan la longitud del segmento dado con la herramienta

‘Circunferencia’ y finalmente cierran la construcción del cuadrado utilizando en dos ocasiones la

herramienta ‘Recta paralela’. El cuarto grupo se aparta de esta construcción canónica realizando

los dos primeros pasos en uno utilizando la herramienta ‘Rota alrededor de un punto’.

De entre los grupos que lo construyen de forma incorrecta aunque sigan las instrucciones, el error

principal consiste en realizar ajustes a mano de objetos que se construyen sin haber impuesto todas

las condiciones que los definen. Por ejemplo, para construir una perpendicular al segmento dado

por uno de sus extremos, algunos grupos construyen primero un punto arbitrario exterior al

segmento, para a continuación trazar una perpendicular por ese punto y arrastrarla hasta que pasa

por el extremo del segmento (ver Figura 2).

Paso 1 Paso 2

Paso 3 Paso 4

Figura 2. Construcción “incorrecta” de la perpendicular a una recta por un punto.

El mismo error (arrastrar una recta para conseguir que pase por el punto deseado) aparece en otros

grupos utilizando la herramienta recta paralela. Por otro lado, también encontramos un error

análogo arrastrando puntos en lugar de rectas, ya sea para conseguir que un segmento tenga la

longitud deseada o para que un ángulo sea recto.

Page 238: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

237

Conclusiones y discusión

Se observa que el sistema de representación utilizado para proponer la tarea, no parece tener

influencia sobre la adhesión de los alumnos a las instrucciones propuestas.

Los alumnos de Magisterio que trataron de construir el cuadrado a partir de la edición de Byrne

tuvieron una tasa de éxito mucho mayor que los que lo intentaron a partir de la de Gredos. La

presentación de la construcción del cuadrado por parte de Byrne favorece la utilización de

GeoGebra sobre todo por la reducción de simbolismo en la transmisión de información y por el

carácter más concreto y visual de las construcciones mostradas y del modo en que se representan

los objetos. Por ejemplo, cuando Byrne se refiere a un segmento, lo muestra gráficamente (color

incluido) frente a la práctica usual de hacerlo mediante la referencia a dos puntos (sus extremos)

que en ocasiones no están definidos previamente con lo que se introduce simultáneamente el

segmento y los dos puntos. De hecho, en su introducción, el propio Byrne (1847, p. viii) afirma

que “las formalidades y parafernalia del rigor se presentan tan ostentosamente que casi ocultan la

realidad” como justificación de su manera de presentar su revisión de los Elementos.

La presentación clásica de la construcción del cuadrado no favorece la utilización de GeoGebra

para esta tarea. El principal obstáculo detectado tiene que ver con el papel del punto C. Este punto

no se construye explícitamente y su único papel es el de nombrar una semirrecta. Además, se

introduce en la construcción a la vez que la propia semirrecta; con las dificultades de comprensión

que ello conlleva. De hecho, muchos de los errores detectados tienen su origen en los intentos de

los alumnos de construir previa e independientemente este punto C, lo que provoca que la

construcción necesite ser ajustada a mano y, por tanto, no pase el test de arrastre.

Entre los alumnos que han seguido las instrucciones podemos identificar tres de los perfiles

señalados por Iranzo y Fortuny (2009). Los cinco grupos que realizan la construcción de forma

incorrecta se podrían poner en relación con el perfil naif, dado que sus construcciones no pasan el

test de arrastre y parecen razonar sobre el dibujo más que sobre la figura. Los tres grupos que

siguen el procedimiento que se realizaría con regla y compás se podrían poner en relación con el

perfil instrumental, ya que utilizan GeoGebra como soporte conceptual y visual. Finalmente, el

grupo restante podría clasificarse como autónomo ya que, en cierto modo, optimiza el proceso de

construcción utilizando una herramienta (rotar alrededor de un punto) que unifica los primeros

pasos, lo que podría ser un rasgo de alto nivel de instrumentalización.

Agradecimientos

Page 239: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

238

Trabajo financiado parcialmente por el Gobierno de Aragón y el Fondo Social Europeo (Grupo

S119-Investigación en Educación Matemática) y por el Ministerio de Economía y Competitividad

de España (Proyecto EDU2015-65378-P).

Referencias bibliográficas

Arnal-Bailera, A. y Oller-Marcén, A.M. (2017). Formación del profesorado y demostración

matemática. Estudio exploratorio e implicaciones. Boletim de Educaçao Matemática, 31(57). En

prensa.

Artigue, M. (1997). Le logiciel DERIVE comme révélateur de phénomènes didactiques liés à

l’utilisation d’environnements informatiques pour l’apprentisage, Educational Studies in

Mathematics, 33(2), pp. 133-169.

Arzarello, F. y otros (2002). A cognitive analysis of dragging practises in Cabri environments,

Zentralblatt fur Didaktik der Mathematik, 34(5), 66-72.

Byrne, O. (1847). The first six books of the elements of Euclid in which coloured diagrams and

symbols are used instead of letters for the greater ease of learners. London, UK: William

Pickering.

Drijvers, P. (2012). Teachers transforming resources into orchestrations. En G. Gueudet, B. Pepin

y L. Trouche (Eds.), From text to 'lived' resources: mathematics curriculum materials and teacher

development, pp. 265-281. Nueva York: Springer.

Elliot, R. y Timulak, L. (2005). Descriptive and interpretive approaches to qualitative research. En

Miles, J. y Gilbert, P. (Eds.) A handbook of research methods for clinical and health psychology,

pp. 147-159. New York: Oxford University Press.

Euclides (1994). Elementos. Libros I-IV. Madrid, España: Gredos.

Guin, D. y Trouche, L. (2002). Mastering by the teacher of the instrumental genesis in CAS

environments: necessity of intrumental orchestrations. Zentralblatt für Didaktik der Mathematik,

34(5), 204-211.

Iranzo, N. y Fortuny, J.M. (2009). La influencia conjunta del uso de GeoGebra y lápiz y papel en

la adquisición de competencias del alumnado. Enseñanza de las Ciencias, 27(3), 433-446.

Mariotti, M.A. y Bartolini, M.G. (1998). From drawing to construction: teacher’s mediation within

the Cabri environment. En K. Newstead y A. Olivier (Eds.). Proceedings of the 22nd Conference

of the International Group for the Psychology of Mathematics Education, pp. 180-195.

Stellenbosch: PME.

Rabardel, P. (1995). Les hommes et les technologies, approche cognitive des instruments

contemporains. París, Francia: Armand Colin.

Page 240: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

239

Trouche, L. (2004). Managing the complexity of human/machine interactions in computerized

learning environments: guiding students’ command process through instrumental orchestrations.

International Journal of Computers for Mathematical Learning, 9(3), 281-307.

Page 241: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

240

CB-256

O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA COMO ESPAÇO DE

ELABORAÇÃO DE SABERES DA DOCÊNCIA

Eliane Maria de Oliveira Araman

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

Núcleo temático: Formação de Professores de Matemática

Modalidade: CB

Nível educativo: Sem especificar

Palavras chave: Formação de Professores, Laboratório de Ensino de Matemática, Saberes

Docentes

Resumo O presente trabalho apresenta os resultados de uma investigação qualitativa no âmbito da

formação de professores de matemática cujo objetivo principal foi analisar os saberes elaborados

e (re)elaborados por estudantes de um curso de Licenciatura em Matemática ao cursar uma

disciplina obrigatória denominada “Laboratório de Matemática”. Para isso foi realizada

entrevistas semiestruturadas com sete alunos do referido curso, que já haviam cursado a referida

disciplina. De acordo com as investigações da área, o Laboratório de Ensino de Matemática se

configura como um ambiente profícuo para o desenvolvimento de saberes necessários à docência,

sendo relevantes para a formação inicial de professores (Lorenzato, 2012). As questões das

entrevistas versavam a respeito das atividades desenvolvidas na disciplina e de como, sob o ponto

de vista dos mesmos, elas contribuíram para a formação docente. Para análise dos dados, foi

usada a Análise de Conteúdo (Bardin, 2004) na perspectiva da fundamentação teórica dos

Saberes Docentes (Shulman, 1986; Ball & Thames & Phelps, 2008). Os resultados foram

organizados em categorias que evidenciam a importância do Laboratório de Ensino de

Matemática na elaboração de diversos saberes pelos sujeitos entrevistados, principalmente os

saberes pedagógicos do conteúdo.

Introdução

O tema “formação de professores” tem sido muito debatido nos últimos anos, como podemos

observar pela marcante presença desse tema nos estudos e pesquisas que estão sendo publicados

em periódicos e eventos, em que essa temática vem apresentando um crescimento considerável.

Diante do emaranhado que se constitui a profissão docente, os pesquisadores buscam uma maior

aproximação com a realidade do professor, numa tentativa de compreender como se dá o processo

de formação docente e a elaboração de saberes.

Page 242: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

241

De acordo com essa perspectiva, encontramos muitos estudos que procuram aproximar a formação

do professor com a sua realidade profissional. Dentre eles, evidenciamos as relacionadas aos

saberes docentes de Shulman (1986) e Ball & Thames & Phelps, 2008, entre outros. Tais trabalhos

evidenciam a necessidade de compreender e explicitar os saberes que os professores mobilizam

durante a ação docente, bem como as possibilidades de articulação desses saberes com as pesquisas

em formação docente.

A formação inicial do professor de matemática constitui um momento importante para elaboração

de diversos saberes que serão necessários na atuação profissional (Brito y Alves, 2008), além de

outros que são desenvolvidos durante a prática. Sendo assim, pesquisar os espaços de formação

inicial do professor é relevante para compreendermos quais saberes estão sendo desenvolvidos e

de que maneira os mesmos se relacionam com a prática.

O curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus

Cornélio Procópio, traz, em sua estrutura curricular, uma disciplina denominada Laboratório de

Matemática, ofertada no quarto semestre do curso, com uma carga horária semestral de 54 h/a. O

câmpus possui uma sala de aula ampla, destinada para o Laboratório de Ensino de Matemática –

LEM, equipada com computadores com acesso à internet, muitos e diversificados materiais

didáticos e jogos pedagógicos para o ensino de matemática e uma lousa digital interativa. A

disciplina tem como principal objetivo desenvolver materiais didáticos para o ensino de

matemática na educação básica e refletir a respeito de suas possibilidades de abordagem.

Nesse sentido, compreendemos que o LEM é um espaço de elaboração de saberes que pode ser

pesquisado de forma sistemática, evidenciando quais as suas contribuições para a formação

docente, ou seja, quais saberes docentes estão sendo elaborados pelos futuros professores de

matemática que participam do LEM? Além disso, os resultados obtidos podem ser aproveitados

para futuras ações formadoras e para o aprimoramento do uso do LEM no curso de Licenciatura

em Matemática.

O Laboratório de ensino de matemática na formação inicial de professores

Nas pesquisas realizadas por Libâneo (2011) e Lorenzato (2012), o LEM traz importantes

contribuições para a formação inicial do professor de matemática uma vez que possibilita que os

futuros professores conheçam, vivenciem, elaborem materiais didáticos adequados para o ensino

Page 243: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

242

de matemática nos diferentes níveis, numa perspectiva muito próxima ao conhecimento

pedagógico do conteúdo proposto por Shulman (1986), uma vez que possibilita a articulação entre

o conhecimento pedagógico e o conhecimento disciplinar do conteúdo.

Na perspectiva de Turrioni (2004), o LEM pode ser compreendido como um agente de mudança

em um ambiente em que se concentram esforços de pesquisa na busca de novas alternativas para

o aperfeiçoamento do curso de Licenciatura em Matemática, contribuindo para o desenvolvimento

profissional e para a formação do professor pesquisador.

Para Lorenzato (2012), o LEM pode ser composto por vários tipos de materiais didáticos que

permitem uma maior participação do estudante. Esses materiais se constituem como um importante

recurso didático, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem e também a prática docente,

visto que podem tornar as aulas de Matemática mais dinâmicas e compreensíveis, na medida em

que aproxima a teoria Matemática da constatação com a prática, por meio da ação manipulativa e

reflexiva. Assim, o LEM se constitui como um ambiente que possibilita um conjunto de

explorações e investigações matemáticas, sendo passíveis de serem realizadas reflexões inerentes

aos conteúdos matemáticos, bem sobre relações entre teoria e prática docente (Araman et al.,

2016).

Nesse contexto, consideramos que o LEM constitui um ambiente profícuo para a elaboração de

diversos saberes, principalmente àqueles relacionados ao conhecimento pedagógico do conteúdo,

na perspectiva de Shulman (1986). O conhecimento pedagógico do conteúdo pode ser concebido

como um conjunto de conhecimentos e capacidades próprias do professor, que consiste nos modos

pelos quais este formula e apresenta o conteúdo com o objetivo de torná-lo compreensível para

seus alunos. Para Shulman, na categoria de conhecimento pedagógico do conteúdo podem ser

incluídas “as analogias, ilustrações, exemplos, explicações e demonstrações – em outras palavras,

as formas de representação e formulação do assunto que pode torná-lo compreensível para os

outros” (Shulman, 1986, p. 9).

Dessa forma, pode ser considerado um conhecimento que extrapola tanto a compreensão dos

conteúdos, como também dos aspectos pedagógicos. Ele articula o conhecimento que é objeto de

ensino e de aprendizagem com os procedimentos didáticos que visam favorecer o processo de

compreensão dos mesmos. Também se refere à compreensão que os professores têm do que

facilita ou dificulta a aprendizagem dos alunos em um determinado tema. O conhecimento

Page 244: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

243

pedagógico do conteúdo é fruto da relação dinâmica entre o conteúdo a ser ensinado e as formas

mais adequadas de se fazê-lo.

Metodologia

A presente pesquisa, por suas características, enquadra-se numa perspectiva qualitativa (Bogdan y

Biklen, 1994) que busca compreender o papel desempenhado pelo LEM na elaboração de saberes

de futuros professores de matemática.

Para isso, realizamos entrevistas semiestruturadas com cinco estudantes da Licenciatura em

Matemática da Universidade Tecnológico Federal do Paraná – UTFPR, câmpus Cornélio

Procópio, que já haviam cursado a disciplina de Laboratório de Matemática. As entrevistas foram

realizadas no mês de novembro de 2016, nas dependências da universidade e gravadas em áudio

com o consentimento dos entrevistados (que assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido), de modo que suas identidades ficassem protegidas. Dessa forma, para este artigo, os

trataremos por Estudante A; Estudante B e assim por diante.

A transcrição das entrevistas constitui o corpus que foi analisado com a finalidade de compreender

os saberes foram estruturados e reestruturados pelos licenciando, ao cursar a referida disciplina.

Para a análise dos dados, consideraremos os aportes teóricos e metodológicos da Análise de

Conteúdo. Das análises propostas pela Análise do Conteúdo optamos pela análise temática, que

para Bardin (2004) é o tipo de análise que mais se adequa as pesquisas qualitativas, uma vez que

“o texto pode ser recortado em ideias constituintes, enunciados e em proposições portadores de

significações isoláveis” (Bardin, 2004, p.105).

A análise temática, na perspectiva de Bardin (2004), desdobra-se em três etapas básicas: I) pré-

análise: que consiste na escolha dos documentos a serem analisados (no caso dessa pesquisa, as

transcrições das entrevistas); II) exploração do material: que consiste essencialmente na operação

de codificação; III) tratamento dos resultados obtidos e interpretação (processo de categorização e

interpretação dos resultados).

Page 245: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

244

Apresentação e análise dos dados

Após a leitura criteriosa do corpus, os trechos das entrevistas dos estudantes foram recortados em

ideias constituintes, de acordo com o objetivo da presente pesquisa. Após essa etapa de

organização dos trechos, os mesmos foram codificados e organizados em quatro categorias que

evidenciam que o LEM contribuiu para oportunidade de desenvolvimento de saberes. Para a

codificação, usamos E1, E2, E3, para estudante 1, estudante 2, e assim por diante e T1 para trecho

1 da entrevista, T2 para trecho 2 da entrevista e assim sucessivamente. Então E3T5 significa que

aquele é o trecho 5 da entrevista do estudante 1.

a) Categoria 1: conhecimento do conteúdo

Nesta categoria enquadramos os trechos que evidenciam a preocupação dos estudantes

entrevistados com o domínio do conteúdo ao recorrer aos jogos e materiais manipuláveis. Seguem

alguns trechos:

“eu acrescentaria o domínio do conteúdo, pode acontecer de um aluno perguntar

sobre o conteúdo e o professor não saber responder” E2T9

“é fundamental o professor ter o domínio sobre o conteúdo” E2T10

“se o professor soubesse levar essa parte de operações bem, que é uma parte

básica, seria tranquilo” E4T7

“resolver alguma dúvida que os alunos tenham, quando, por exemplo, na

multiplicação dos polinômios, quando não der um quadrado certinho como

explicar pros alunos como que faz pra montar o quadrado pra dar certo” E5T4

Encontramos em Shulman (1986) o estabelecimento do saber relacionado ao conteúdo necessário

para o desenvolvimento do professor. De acordo com Araman (2011, p. 35) esses conhecimentos

estão relacionados “ao conteúdo da disciplina que o professor ministra, suas compreensões dos

fatos, conceitos e procedimentos de uma área do conhecimento”.

É evidente, pelos trechos analisados, que os estudantes consideram importante o domínio do

conteúdo para responder a algumas dúvidas que possam surgir durante a atividade. É necessário

que o professor tenha domínio de um conteúdo para que possa ensiná-lo. Entretanto, como já

discutido pela literatura e como característica própria do uso de materiais manipuláveis e jogos,

apenas saber o conteúdo não é suficiente, de forma que outros saberes são necessários, como

discutido nas próximas categorias.

Page 246: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

245

b) Categoria 2: aspectos técnicos dos materiais

Percebemos, pela análise realizada, que os estudantes apresentam preocupação com relação às

questões técnicas ao se usar os materiais do LEM. Para eles, o professor precisa conhecer bem o

material, saber como funciona, como confeccionar se for necessário. Estas questões são

importantes e conduzem à uma exploração consciente do material junto aos alunos. Seguem alguns

exemplos:

“eu acho muito importante aprender isso, como trabalhar, como deve se portar

com o material manipulável” E1T3

“tem que fazer um estudo do material, ver como ele funciona” E1T10

“o professor deve ter o domínio sobre o jogo que ele vai trazer” E2T10

“fiz um guia sobre o Geoplano, aquele com pregos e elásticos e era relatar como

utilizar, tirar fotos de como confeccionar” E3T1

“a gente teve que serrar os canos, fazer toda a montagem dele, foi bem difícil e

o bom que ele proporcionaria duas atividades diferentes” E3T3

“ele tem que explorar o objeto, tem que ter total segurança de utilizar ele” E3T6

“acho que é mais mesmo uma questão do professor se preparar para manipular

o material” E5T8

Para Lorenzato (2006), para usar o LEM, assim como qualquer metodologia de ensino de

Matemática, os professores precisam de conhecimento dos materiais que se encontram disponíveis,

como funcionam e as possibilidades de abordagem deles junto aos alunos. É indispensável

conhecer os aspectos técnicos dos materiais, mas também indispensável saber como usá-los para

fins pedagógicos, como mostra a categoria seguinte.

c) Categoria 3: possibilidades pedagógicas ao usar os materiais

Esta categoria evidencia a preocupação dos estudantes em como utilizar os materiais e jogos do

LEM com a finalidade de contribuir para a aprendizagem matemática. Os trechos a seguir

exemplificam tais preocupações:

“porque às vezes você tem o material, você sabe jogar, mas você não sabe como

trabalhar e o que que tem de matemática ali” E1T10

“quando a gente chegou aqui a gente viu UNO, Detetive, Banco Imobiliário, sim,

lógico que a gente sabe que tem uma matemática por trás mas a gente não

conseguia imaginar aquela matemática sistematizada, entendeu?” E2T6

“a batalha naval com o plano cartesiano é uma coisa fantástica, entendeu?”

E2T7

Page 247: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

246

“então, saber que a gente jogava muita coisa que poderia ser usada para a

matemática e ver como pode ser usado, acho que foi o mais legal de ter visto”

E2T8

“ele teria que, ao explorar o material, conhecer as atividades que seriam

possíveis fazer com aquele material” E3T5

“de modo geral ele era um material fácil de construir, que a gente pensou em

algo fácil mas que ao mesmo tempo trabalhasse as operações para sanar as

dificuldades dos alunos” E4T5

“o material que a gente produziu no meu trabalho foi o Algeplan e ele serve pra

somar polinômios, fazer divisão de polinômios, multiplicar polinômios, é um

material muito bom” E5T2

Os trechos desta categoria apresentam questões bem próximas ao conhecimento pedagógico do

conteúdo proposto por Shulman (1986), o qual consiste nos modos pelos quais o professor formula

e apresenta o conteúdo com o objetivo de torná-lo compreensível para seus alunos. Os estudantes

E1 e E2 relatam que muitas vezes eles já conheciam os materiais, mas não conseguiam aproveitar

os conteúdos matemáticos possíveis de serem explorados por eles. Já E3 destaca a importância de

se conhecer atividades que seriam possíveis de serem abordadas com o material. Já E4 e E5

destacam os conteúdos matemáticos que podem ser explorados junto aos alunos. Dessa forma, usar

um material extrapola as questões técnicas e de conteúdo, estando associadas às formas como os

conteúdos podem ser apresentados aos alunos, no caso, por meio dos materiais e jogos do LEM,

visando a aprendizagem.

Considerações finais

A intenção desta investigação tem sido tecer um conjunto de reflexões que possam trazer

contribuições para as pesquisas em educação matemática, mais especificamente as relacionadas

ao papel do Laboratório de Ensino de Matemática - LEM na elaboração de saberes docentes. A

ideia central da nossa proposta foi compreender e analisar alguns saberes docentes estruturados e

reestruturados por estudantes da Licenciatura em Matemática que tiveram contato com o LEM por

meio de uma disciplina específica.

Com relação aos saberes docentes, os resultados indicam que a aproximação dos estudantes com

as atividades desenvolvidas no LEM enriquecem os saberes, em seus vários aspectos. A análise

dos dados evidenciou, neste trabalho, três categorias que indicam as preocupações dos estudantes

com a sua formação em relação ao uso do LEM e dos materiais lá disponíveis. A categoria

Page 248: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

247

“possibilidades pedagógicas ao usar os materiais” se aproxima do conhecimento pedagógico do

conteúdo proposto por Shulman (1986), indicando que a disciplina contribuiu para a elaboração

de saberes necessários à docência e permite destacar o LEM como um elemento formador relevante

para o futuro professor de Matemática.

Referências bibliográficas

Araman, E. M. O. (2011). Contribuições da história da matemática para a construção dos saberes

do professor de matemática. 2011. 244f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Educação

Matemática). Universidade Estadual de Londrina, Londrina.

Araman, E. M. O. et al. (2016). O Laboratório de Ensino de Matemática e suas perspectivas na

formação inicial de professors. XII Congreso Argentino de Educación Matemática. Buenos Aires.

Ball, D. L. & Thames M. H. & Phelps, G. C. (2008). Content Knowledge for Teaching: What

Makes It Special? Journal of Teacher Education, v. 59, n. 5, p. 389-407.

Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo. 3 ed. Lisboa: Edições 70.

Bogdan, R. y Biklen, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos

métodos. Portugal: Porto, 1994.

Brito, A. J. y Alves, F. T. O. Profissionalização e saberes docentes: análise de uma experiência em

formação inicial de professores de matemática. In: Nacarato, A. M. y Paiva, M. A. V. A formação

do professor que ensina matemática: perspectivas e pesquisas. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

p. 27-42.

Lorenzato, S. (2012). Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis In:

Lorenzato, S. (org.). O Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. 3 ed.

Campinas: Autores Associados, p. 03 - 37.

Shulman, L. S. (1986). Those who understands: knowledge growth in teaching. Educational

Researcher, Washington, v.15, n. 2, p. 4-14.

Turrioni, A. M. S.(2004). O Laboratório de Educação Matemática na formação inicial de

professores. Dissertação (Mestrado) – UNESP, Rio Claro.

Page 249: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

248

CB-257

SABERES NECESSÁRIOS AOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS PARA O USO

DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA EM AULAS DE MATEMÁTICA

Eliane Maria de Oliveira Araman

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

Núcleo temático: Formação de Professores de Matemática

Modalidade: CB

Nível educativo: Primário

Palavras chave: Formação de Professores, Lousa Digital Interativa, Saberes Docentes.

Resumo A inserção das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação - TDIC em aulas de

matemática é importante, uma vez pode trazer muitos contributos para o processo de

aprendizagem. Porém, o uso pedagógico das TDIC requer uma formação profissional específica

e adequada. Para que um professor tenha a competência de desenvolver, colocar em prática e

avaliar suas experiências com TDIC, requer a existência de saberes específicos. Sendo assim,

além dos conhecimentos pedagógicos do conteúdo, do currículo e das características cognitivas

dos alunos, é preciso que o futuro professor tenha a capacidade de associar estes saberes com o

conhecimento ligado à tecnologia. Esta pesquisa tem como objetivo investigar os saberes

mobilizados por profesores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao usar a lousa digital

interativa em suas aulas de matemática. Para isso, analisamos planos de aulas desenvolvidos por

quatro docentes, observando o estágio de utilização da lousa digital interativa de acordo com

pesquisas da área, bem como a evolução dos mesmos após a aplicação dos planos em suas turmas.

Introdução

Quando paramos para pensar nos mais diversos tipos de tecnologias de informação existentes

atualmente, talvez não tenhamos consciência de seu longo processo histórico de desenvolvimento

até que começassem a ser inseridas na educação. Desde a invenção da roda, das armas, das roupas

e calçados, do lápis, do papel, até os sofisticados sistemas de comunicação e informação, podemos

compreender que nenhuma criação fora concebida ao acaso, ou seja, para cada uma, houve um

tipo de desenvolvimento que emergiu da necessidade humana para sua sobrevivência e para a

convivência em sociedade. O homem permanentemente inventa, reinventa e aprimora as

tecnologias existentes para que estas venham ao encontro de suas necessidades nas diversas áreas,

tais como, da saúde, dos meios de transporte e viação, das construções, da agricultura, da educação,

dentre outras.

Page 250: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

249

A educação brasileira, desde o século XIV, percorreu momentos históricos de desenvolvimento de

tecnologias significativas e essenciais ao ensino. Nesse sentido, reconhecemos que as escolas

precisam acompanhar a evolução tecnológica em prol do ensino, não no sentido de modismo, e

sim, na qualidade de instituição que precisa refletir, modificar e ressignificar suas práticas

pedagógicas de acordo com o novo perfil do aluno, que é um nativo digital, multitarefas,

imediatista e que já não se enquadra mais nos métodos tradicionais de ensino. Papert (1994)

salienta que, embora as tecnologias possam oferecer possibilidades de ensino e aprendizagem, a

escola mudou muito pouco frente à evolução tecnológica.

Atualmente, existem poucas pesquisas a respeito da formação dos professores dos Anos Iniciais

do Ensino Fundamental para a utilização de lousas digitais interativas, portanto, o objetivo dessa

pesquisa é contribuir com a formação de professores para uso das lousas digitais interativas neste

nível de ensino, bem como, promover subsídios para que novas pesquisas possam ser realizadas.

Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação no Ensino de Matemática

As tecnologias educacionais oportunizam novas maneiras de ensinar e aprender, uma vez que

oferecem diferentes ferramentas pedagógicas para que o professor possa trabalhar os conteúdos

matemáticos de outras formas além daquelas normalmente encontradas nas salas de aula, focada

na memorização e repetição de definições e procedimentos. Nesse sentido, Pacheco (2011, p. 16-

17) argumenta que

as tecnologias educacionais são ferramentas que surgem (desenvolvidas ou adaptadas)

para o processo de ensino/aprendizagem com objetivo de facilitar o trabalho,

almejando melhoria no rendimento educacional com uma metodologia adequada tanto

para quem ensina quanto para quem aprende, buscando um melhor relacionamento

entre o educador e o educando na transmissão e construção do conhecimento. A

inclusão de novos recursos tecnológicos pode auxiliar no desenvolvimento de

atividades diferenciadas e motivantes, oportunizando o professor se atualizar de

acordo com as formas de aprender de novas gerações.

A utilização de tecnologias no ensino de matemática, por meio de práticas pedagógicas inovadoras,

contribuem para modificar esse quadro de abstração e complexidade que a matemática representa

para os alunos e, por meio do seu uso adequado, permite o desenvolvimento do cognitivo do aluno.

Carneiro e Passos (2014, p. 116) destacam ainda que as TDIC

permitem que conteúdos matemáticos sejam abordados de outras formas, fazendo com

que os alunos deixem de ver a matemática como uma disciplina em que é preciso

apenas memorizar fórmulas, procedimentos e algoritmos e tenham uma visão

diferente.

Page 251: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

250

O uso de TDIC pode incentivar e motivar os alunos uma vez que as aulas podem se tornar mais

interessantes, no entanto, como destacam Borba e Penteado (2012), as tecnologias não devem ser

vistas como meros recursos para motivação, e sim, como ferramenta capaz de transformar o ensino

capaz de provocar alterações na estrutura mental dos alunos. No que diz respeito a lousa digital

interativa, ela criada no Canadá em meados de 1987 por Dave Martin e Nancy Knowlton

fundadores da empresa Smart Technologies. A primeira LD Smart Board passou a ser

comercializada no ano de 1991. Devido a suas possibilidades pedagógicas e interativas de

trabalho, a lousa digital interativa denota um dos avanços tecnológicos promissores ao ensino e

que estão chegando nas escolas. De acordo com Nakashima e Amaral (2006, p. 37),

A lousa digital é uma tecnologia digital, moderna e inovadora com recursos que podem

auxiliar na criação de novas metodologias de ensino. Atualmente existem vários

modelos de lousas digitais, variando o tamanho, a marca e o custo, mas a maioria é

composta por uma tela conectada a um computador e um projetor multimídia. A

superfície dessa tela é sensível ao toque, isto é, quando alguém executa algum

movimento sobre ela, o computador registra o que se fez em um software específico

que acompanha a lousa digital.

A lousa digital interativa é um equipamento audiovisual que funciona a partir de um sensor

acoplado numa de suas extremidades o qual recebe um sinal de toque de uma caneta específica em

sua superfície (tecnologia touchscreen). Em alguns modelos, a transmissão das imagens acontece

por meio de um aparelho projetor multimídia enquanto há outros cujas telas que não precisam da

projeção. O conteúdo previamente preparado pelo professor, a ser transmitido na lousa digital

interativa, é originário de um desktop, notebook ou tablet nos quais precisa estar conectada por

meios de cabos VGA, HDMI ou de tecnologias sem fio. Outros periféricos como caixas de som,

microfones com ou sem fio podem ser conectados ao computador para garantir melhor qualidade

de sons. No entanto, se a lousa digital interativa não for explorada satisfatoriamente, tornar-se-á

um mero quadro branco que projeta imagens na tela e, para que isso não ocorra, é necessária a

formação de professores e o desenvolvimento de saberes.

A formação do professor para o uso da Lousa Digital Interativa

A literatura discute a importância dos saberes mobilizados pelos docentes no exercício de sua

profissão. Para que um professor tenha a competência de desenvolver, colocar em prática e avaliar

suas experiências com TDIC, é necessário a existência de saberes específicos (Tardif, 2014).

Sendo assim, além dos conhecimentos pedagógicos do conteúdo, do currículo e das características

cognitivas dos alunos, é preciso que o professor tenha a capacidade de associar estes saberes com

Page 252: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

251

o conhecimento ligado à tecnologia. O professor se depara com outras necessidades para a

utilização dos equipamentos e, além do conhecimento técnico, precisa de desenvolver

metodologias que venham ao encontro do aproveitamento pedagógico dos recursos disponíveis

nos equipamentos.

Miller et al. (2004), no que se refere à utilização da lousa digital interativa, sugere que no processo

de ensino, os professores podem percorrer, ou não, três estágios: supported didactic (suporte

didático), onde o professor faz algum tipo de uso da lousa digital, mas apenas como um suporte

visual para a aula e não como parte integrante do desenvolvimento conceitual; interactive

(interatividade), onde o professor faz algum tipo de uso do potencial da lousa digital para estimular

as respostas dos alunos no decorrer da aula e demonstrar alguns conceitos; e enhanced interactive

(interatividade aprimorada), que é caracterizado pelo desenvolvimento de estratégias de ensino e

aprendizagem para mudar o foco do professor para o aprendizado, tendo o aluno como centro do

processo.

Um dos aspectos que caracterizam a lousa digital interativa e a diferenciam do quadro negro

comum, é a possibilidade de estabelecer a interatividade entre os professores, os alunos e o

equipamento. Para o ensino de matemática, Clark (2005) identifica três níveis de interatividade:

interatividade baixa, média e alta. No nível “interatividade baixa”, a lousa digital interativa é

utilizada apenas para projeção, ou seja, não há interatividade. Na “interatividade média”, o usuário

é capaz de controlar um software e realizar discussões com a turma para ilustrar um conceito. Na

“alta interatividade”, os alunos, além de demonstrar conceitos utilizando um determinado

software, também são capazes de interagir com ele.

Metodologia

A presente pesquisa, por suas características, enquadra-se numa perspectiva qualitativa, segundo

Bogdan e Biklen (1994) que busca compreender alguns aspectos da formação do professor dos

Anos Iniciais para o uso da lousa digital interativa. Para isso, foi oferecido um curso de formação

continuada para docentes que atuavam nesse nível de ensino. O curso foi oferecido numa parceria

entre a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a Secretaria Municipal de Educação de

Ibiporã – Paraná. O curso contava com uma carga horária de 30 horas, com encontros semanais ao

longo dos meses de agosto a novembro de 2016, além de atividades a serem aplicadas nas escolas.

Foram selecionadas oito docentes dos Anos Iniciais que participaram do curso durante o horário

de trabalho. O curso envolvia três aspectos relevantes:

Page 253: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

252

- Preparação técnica para o uso da lousa digital interativa e elaboração de materiais (objetos de

aprendizagem);

- Discussão e desenvolvimento de planos de aulas de matemática nos quais o uso da lousa digital

interativa estivesse presente;

- Aplicação das aulas elaboradas em suas turmas;

- Reflexão dos resultados obtidos.

Embora todas as atividades desenvolvidas durante o curso constituíram elementos de análise, para

este artigo apresentamos a análise dos planos de aulas elaborados pelas docentes em relação aos

estágios de utilização da lousa digital interativa de acordo com Miller et al. (2004). Salientamos

que as docentes participantes do curso concordaram em fornecer os dados para as pesquisas, na

condição de que suas identidades fossem preservadas. Por isso, doravante as denominamos apenas

de D1 (docente 1), D2 (docente 2), D5 (docente 5) e D7 (docente 7), que foram as selecionadas

para este artigo.

Análise dos dados

Após a etapa do curso destinada para a preparação técnica para o uso da lousa digital interativa e

do desenvolvimento de materiais que pudessem ser usados na lousa, foi solicitado as docentes que

elaborassem, em duplas, planos de aula para algum conteúdo matemático usando a lousa digital

interativa para ser aplicado em suas turmas. A elaboração dos planos de aula ocorreu em dois

momentos distintos:

- Momento 1: primeira experiência de elaboração de plano de aula, logo após a formação

técnica recebida.

- Momento 2: elaboração do segundo plano de aula, após a aplicação do primeiro em suas

turmas e discussão dos resultados obtidos.

Momento 1

No início, apresentaram muitas dificuldades em conceber, sozinhas, uma aula com tais

características, sendo necessária a intervenção da pesquisadora em vários momentos. Após algunas

dicussões para definir o conteúdo e a forma de abordá-lo, iniciaram a preparação do plano de aula.

Neste primeiro momento, todas as duplas elaboraram planos que podem ser enquadrados no

estágio supported didactic (suporte didático) conforme Miller et al (2004), pois o uso da lousa se

deu apenas como ilustração de algum conceito ou como a reprodução de atividade que poderia ser

facilmente realizada sem a lousa digital interativa.

Page 254: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

253

Por exemplo, no plano de aula A (elaborado pelas docentes D1 e D7), optaram por abordar

operações de adição e, para isso fizeram uma consulta em sites de busca e selecionaram a atividade

exposta na figura 1. O objetivo delas, de acordo com o plano de ensino, seria “fixar” tal conteúdo

matemático já abordado nas aulas, evidenciando uma concepção de uso de tecnologia desvinculado

de momentos de aprendizagem. Também salientamos que esta atividade apresenta um nível de

interação fraco, uma vez que a única interação do aluno é preencher, com a caneta da lousa, o

resultado da operação, o que poderia ser facilmente feito em seu caderno, com o seu lápis, sem a

necessidade dela.

Seguindo na mesma concepção, no plano de aula C (elaborado pelas docentes D2 e D5), elas não

conseguiram aproveitar as potencialidades didáticas da lousa digital interativa, optando por

atividades que poderiam ser executadas em cadernos ou livros. Como trabalhavam com alunos

bem pequenos (seis anos), selecionaram, pela internet, uma atividade pronta de ligar os números e

descobrir a figura formada (Figura 1). A única ação da criança é ir até a lousa e ligar um número

ao outro, em sequência. Como todos iriam fazer uma ligação, as docentes consideram promover a

participação da turma.

Figura 1: Atividades dos planos de aula A e C do momento 1

Fonte: Planos de aula elaborados pelas docentes - dados da pesquisa

Momento 2

O desenvolvimento do segundo plano de aula foi mais tranquilo, as docentes estavam mais

confiantes por causa da experiência da aplicação do primeiro plano e das discussões sucitadas.

Observamos um avanço em relação aos primeiros, uma vez que elas tentaram aumentar o nível de

interatividade das atividades e não mais pegaram atividades prontas da internet. Consideramos que

as docentes conseguiram atingir o estágio interactive (interatividade) de utilização da lousa,

segundo Miller et al (2004), uma vez que as atividades elaboradas por elas promoveram mais

participação dos alunos e possibilidades de discussão com a turma.

Page 255: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

254

No plano de aula A do momento 2 (elaborado pelas docentes D1 e D7), o conteúdo matemático

selecionado foi números pares e ímpares. No entanto, elas não buscaram um material pronto,

preferiram produzir um Objeto de Aprendizagem que consitia em um power point, com dois

espaços para os alunos arrastarem as fichas com números pares e ímpares, conforme a figura 2.

Embora esta atividade também se enquadre na perspectiva de “fixar” um conteúdo previamente

ministrado pelas docentes, vemos uma preocupação maior com a participação dos alunos e a

interação com o objeto. Segundo a descrição delas no plano de aula, os alunos iriam ser convidados

a ir a lousa e, ao arrastar uma ficha para o grupo “pares” ou “ímpares”, teriam que relatar uma

justificativa para a escolha, proporcionando momentos de discussão com a turma, esclarecendo

algunas dificuldades que poderiam aparecer.

Já o plano de aula C do momento 2 (elaborado pelas docentes D2 e D5) também apresenta um

nível maior de interatividade, optando pela construção de um objeto de aprendizagem no qual as

crianças deveriam arrastar até os ninhos a quantidade de ovos estabelecida pelo docente e fazer a

contagem e a soma. Então, a cada atividade, a contagem e a soma se modificam, promovendo

discussões e situações novas. Esta atividade também pode ser usada, segundo as docentes em seu

plano de ensino, para introduzir contagens de dois em dois, três em três, etc, ampliando a

concepção de apenas fixar conteúdos já trabalhados anteriormente.

Figura 2: Atividades dos planos de aula A e C do momento 2

Fonte: Planos de aula elaborados pelas docentes - dados da pesquisa

Considerações finais

A partir da análise dos planos de aula elaborados pelas docentes no decorrer do curso, podemos

perceber que houve um avanço em relação aos planos elaborados no momento 2. Tal fato se deve

tanto a experiencia vivenciada por elas ao desenvolver e aplicar os planos de aula do momento 1

quanto às discussões possibilitadas por essa experiência. Ao elaborar os planos de aula do

momento 1, as docentes tiveram contato com fundamentação teórica e metodológica para uso das

Page 256: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

255

tecnologias em aulas de matemática, com as questões técnicas para uso da lousa digital interativa

e com os repositorios de objetos de aprendizagem. Tais aspectos não conseguiram fazê-las

perceber as potencialidades da lousa em suas aulas, tanto é que elaboraram planos que poderiam

ser facilmente desenvolvidos sem ela. Após a experiência de usar a lousa digital interativa em suas

aulas, as docentes ampliaram suas percepções, elaborando aulas com maior nível de interatividade

e um uso mais eficiente da tecnologia disponível.

Dessa forma, percebemos a necessidade de formação para uso das TDIC que promova o

desenvolvimento de vários saberes, desde aqueles relacionados ao conhecimento do conteúdo, aos

aspectos metodológicos do uso da TDIC no ensino, às questões técnicas para o manuseio da

tecnología escolhida e, principlamente, aos saberes da experiência de se fazer uso delas em suas

aulas.

Referências bibliográficas

Bogdan, R. y Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e

aos métodos. Portugal: Porto.

Borba, M.C. y Penteado, M.G. (2012). Informática e Educação Matemática, 4ª ed. Belo Horizonte:

Autêntica.

Carneiro, R. F. y Passos, C.L.B. (2014). A utilização das Tecnologias da Informação e

Comunicação nas aulas de Matemática: Limites e Possibilidades. Revista Eletrônica da Educação,

8(2), 101-119.

Clarck, J. A. (2005). Interactive whiteboards: developing a pedagogy for mathematics classrooms.

In: Johnston-Wilder, S. y Pimm, D. (Ed.), Teaching secondary mathematics with ICT. Berkshire,

England: Open University Press, pp. 159-173.

MILLER, D. et al. (2004) Motivation: the contribution of interactive whiteboards to teaching and

learning in mathematics. Department of Education, Keele University.

Nakashima, R. H. R y Amaral, S. F. (2006). A linguagem audiovisual da lousa digital interativa

no contexto educacional. Educação Temática Digital, Campinas, 8(1), 33 - 50.

Pacheco, C. L. (2011) Tecnologias educacionais: a lousa digital como ferramenta de inclusão:

um relato de experiência. Monografia (Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação

e Inclusão Escolar) - Universidade de Brasília, Universidade Aberta do Brasil, Brasília.

Papert, S. (1994). A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da informática. Porto

Alegre: Artes Médicas.

Page 257: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

256

Tardif, M. (2014). Saberes docentes e formação profissional. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Vozes.

Page 258: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

257

CB-260

ENSINO DE SIMETRIAS ATRAVÉS DA ARTE, DA CULTURA E DO PATRIMÔNIO:

UMA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLO

Cleber Gouvea Fernandes – Maria da Piedade Vaz Rebelo – Carlota Isabel Leitão Pires Simões

[email protected][email protected][email protected]

Instituto Federal do Rio de Janeiro - Brasil

Núcleo temático: VI – As matemáticas e a sua integração com outras áreas

Modalidade: CB

Nível educativo: 2. Primário (6 a 11 anos)

Palavras chave: Simetrias; Formação de Professores; Recursos Culturais; Recursos Patrimoniais.

Resumo O ensino de Simetrias no ensino básico pode ser viabilizado por uma grande quantidade de meios

associados a uma diversidade de recursos ligados à arte, à cultura e ao patrimonial. Desta forma,

favorece o desenvolvimento do espírito de observação e de percepção de regularidades por parte

do educando, possibilitando que este exerça livremente sua criatividade. Contudo, este conteúdo

foi excluso das formações inicias de professores. Um ensino de qualidade depende, para além das

competências e do conhecimento científico dos professores, do entendimento docente sobre ensino

e aprendizagem, reforçando a importância da formação de professores como via fulcral de

melhoria de qualidade das aprendizagens. Neste artigo apresentaremos o plano de uma Oficina

de Formação de Professores implementada em 2017 em Portugal com o objetivo de planificar,

implementar e avaliar estratégias de ensino de Simetrias no 1º Ciclo da Educação Básica através

de recursos artísticos, culturais e patrimoniais. Será ainda verificado se, através das metodologias

utilizadas, alcança-se satisfação e percepção de aprendizagem profissional dos professores e a

aquisição dos conceitos de Simetrias ao longo da formação. Esta Oficina de Formação e seus

objetivos compõem partes de um projeto de pesquisa de doutoramento, ainda em andamento,

sobre esta temática.

1. Ensino de Matemática através de recursos artísticos, culturais e patrimoniais

Pensar na aprendizagem da Matemática por meio da arte, cultura e patrimônio é uma ideia que é

percebida ao longo da história dessa ciência. Muitos filósofos, geômetras e arquitetos

desenvolveram projetos tendo a Matemática como elemento fundamental. O vínculo entre

Matemática a Arte, em geral, leva o educando a vê-la de forma equilibrada, harmônica, bela e rica

em detalhes, constituindo-se como fundamental para o desenvolvimento integral do ser humano e

para a evolução da própria sociedade. Simetria, em particular, é encarada como um dos conceitos

fundamentais da Geometria, pois “fornece discernimento no campo da matemática e no da arte e

da estética” (NCTM, 2008, p.46), estando “fortemente relacionada com a arte e o design”

Page 259: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

258

(Stylianou & Grzegorczyk, 2005, p.30). Os conceitos deste tema potencializam o processo de

ensino e de aprendizagem, pois, além de estimularem a construção e o desenvolvimento do

pensamento geométrico, auxiliam no desenvolvimento do raciocínio e capacidade de

argumentação discente (Yanik, 2011, citado por Maia, 2014), podendo ser aplicados a outras áreas

dentro da própria matemática bem como a outras áreas do saber (Son, 2006).

A aprendizagem dessa temática prevê um conjunto de vantagens na medida em que tais conceitos

estão intimamente relacionados com a capacidade intrínseca do ser humano em identificar

fenômenos que ocorrem na natureza. A introdução dos conceitos de Simetria no ensino básico

permite que os alunos desenvolvam o espírito de observação e de percepção de regularidades,

possibilitando exprimirem livremente a sua criatividade (Veloso, 1998). Segundo o NCTM (2008),

a abordagem da abordagem dos conceitos de Simetria deve distribuir-se desde o pré-escolar ao

12.º ano de escolaridade, referindo que os programas de ensino “deverão habilitar todos os alunos

para (…) aplicar transformações geométricas e usar a simetria para analisar situações

matemáticas” (p.44). No entanto, este conteúdo foi excluso das formações inicias de professores,

tanto nas Escolas Superiores de Educação como nas Universidades (Veloso, 2012).

2. Formação de Professores

Um ensino de qualidade depende, não apenas das competências e do conhecimento científico dos

professores, mas também do seu entendimento sobre ensino e aprendizagem (EACEA/Eurydice,

2011), o que reforça a importância da formação de professores como via crucial de melhoria e de

qualidade das aprendizagens. Há dados que comprovam que a formação contínua causa um

impacto considerável tanto no pensamento quanto na prática dos professores e, consequentemente,

na qualidade das aprendizagens na sala de aula, confirmando que um envolvimento ativo dos

professores é uma ação fundamental para que as mudanças ocorram. Com efeito, sendo os

professores o cerne das mudanças de práticas pedagógicas, qualquer reforma curricular ou

proposta metodológica tem necessariamente de passar por eles, assumindo as questões

relacionadas com a sua formação um papel estratégico fundamental. Assim, mudanças de

abordagens e de práticas pedagógicas só ocorrem se, necessariamente, esta for da vontade do

professor (Veiga Simão, Flores & Ferreira, 2007). Nóvoa (2008) salienta a “distância que separa

o excesso dos discursos da pobreza das práticas” (p.26-27), fato que nos convida à busca de novas

práticas docentes, as quais encontram-se, neste início do século XXI, centralidade na definição das

políticas públicas (Nóvoa, 2008).

Page 260: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

259

Sobre como atrair, aperfeiçoar e manter professores eficientes, muitos países referem-se, entre

outras questões, à debilidade dos laços existentes entre a formação inicial e a formação contínua

de professores e as necessidades demandadas pelas escolas. O papel da colaboração docente no

desenvolvimento profissional dos professores tem vindo a assumir certa relevância. Isto pode ser

propiciado através de formações de professores que criem oportunidades de aprendizagem onde

os conhecimentos práticos e acadêmicos coabitem de forma menos hierárquica (Zeichner, 2010).

Neste panorama, a formação deve proporcionar “um campo profissional autónomo,

suficientemente rico e aberto” (Nóvoa, 2009, p.53), de forma que “os professores não sejam

formados (passivamente), e sim formam-se (ativamente) (Day, 2001), fazendo com que o ato de

ensinar seja, “antes de mais, fabricar artesanalmente os saberes” (Perrenoud, 1993, p.25).

3. Uma Formação de Professores – em curso

Embora na literatura atual seja possível notar alguns poucos trabalhos que sugerem o ensino da

Matemática através de recursos artísticos ou culturais ou patrimoniais, não se notam referências

(estratégias, recursos, estudos) com o foco na formação de professores, valendo-se de uma

metodologia de investigação-ação participativa para planificar, implementar e avaliar estratégias

de ensino dos conceitos de Simetria para 1º Ciclo do Ensino Básico através desses recursos.

A Formação de Professores que apresentaremos aqui foi – e ainda está sendo – desenvolvida como

uma das ferramentas de um projeto de pesquisa de doutoramento na Faculdade de Psicologia e

Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. O projeto de pesquisa busca responder

algumas questões sobre o ensino de Simetrias através de recursos artísticos, culturais e

patrimoniais, bem como os impactos desta prática metodológica, tendo em vista levar professores

e professoras, alunos e alunas ao conhecimento matemático de Simetrias valendo-se da arte, da

cultura e do patrimônio como elementos contextualizadores. Tendo em conta as questões de

investigação, estabeleceu-se o objetivo geral da pesquisa como Planificar, implementar e avaliar

estratégias de ensino dos conceitos de Simetria para 1º Ciclo do Ensino Básico através de recursos

artísticos, culturais e patrimoniais, com o foco na formação de professores.

A Oficina de Formação, seus objetivos e calendarização foram apresentados a todos os professores

do 1º CEB de um Agrupamento de Escolas de Coimbra e a iniciamos com 10 desses professores,

os quais, voluntariamente, manifestaram interesse. Não houve critério de seleção destes, ficando

todos à vontade em participar. Em sua totalidade, a Oficina está sendo implementada em 8 sessões

presenciais que, juntas, totalizarão 20 horas e 6 sessões autônomas que, juntas, totalizarão outras

Page 261: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

260

20 horas. Além disso, serão discutidos temas como Desafios no ensino e aprendizagem de

Matemática, Geometria e Simetrias; Transversalidade e contextualização; Ensino de Matemática

através de recursos artísticos, culturais e patrimoniais; Formação de Professores; Matemática,

Geometria e Simetrias no currículo; Programas, metas e manuais e a Discussão matemática dos

conceitos de Simetrias. Neste último abordamos também do uso do termo ‘Simetrias’ ao longo dos

tempos e a atual utilização/conceitualização do mesmo. Nas sessões da Oficina são realizadas

ações com os seguintes objetivos:

i) Identificar planificações, práticas de ensino e recursos metodológicos já utilizados pelos

professores para o ensino dos conceitos de simetria;

ii) Debater a problemática ainda permanente no ensino a na aprendizagem da Matemática,

principalmente da Geometria e das Simetrias.

iii) Discutir a possibilidade e rentabilidade do ensino de Simetrias através de recursos

artísticos, culturais e patrimoniais.

iv) Criar de forma colaborativa um “Banco de Atividades” que promova o ensino dos

conceitos de simetria através de recursos artísticos, culturais e patrimoniais.

v) Desenvolver o ensino dos conceitos de simetria através de recursos artísticos, culturais e

patrimoniais nas práticas pedagógicas.

vi) Descrever e analisar práticas docentes de implementação das atividades e recursos criados.

vii) Fomentar práticas docentes que permitam aos alunos e alunas desenvolver o espírito de

observação e de percepção de regularidades, e exprimir livremente a sua criatividade.

Algumas dessas ações já ocorreram de acordo com o calendário e faseamento previsto para a

Oficina de Formação de Professores em curso e outras ainda estão por ocorrer.

Como meios de recolha de dados, foram utilizados dois questionários, um na primeira sessão e um

no meio da Oficina, além de duas entrevistas em Focus Grupo e entrevistas individuais apenas

com três dos formandos. O primeiro questionário (Q1) foi subdividido em cinco partes, abordando,

respectivamente, os seguintes temas: Dados Socioprofissionais, Experiência docente, percepção,

formas e fontes de aquisição e atualização de conhecimento científico e didático-pedagógico sobre

simetrias, Documentos oficiais e normativos e articulações com suas práticas didático-

pedagógicas, Considerações acerca do ensino e da aprendizagem de simetrias e, finalmente,

Conhecimento científico. O segundo questionário (Q2) abarcou apenas o Conhecimento científico,

contando com as mesmas questões presentes nesta parte do Q1. Desta forma, podemos comparar

Page 262: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

261

os conhecimentos científicos dos formandos antes da Oficina com os adquiridos na mesma,

verificando o avanço na aquisição destes conceitos ao longo das primeiras sessões. Para identificar

planificações, práticas de ensino e recursos metodológicos já utilizados pelos professores para o

ensino dessa temática antes mesmo da participação na Oficina, foram utilizadas algumas questões

do Q1 complementadamente pela primeira entrevista em Focus Grupo (FG1). Esta também

abordou questões que objetivaram aferir as expectativas dos formandos frente às etapas previstas

e suas respectivas abordagens na OF. Já na segunda entrevista em Focus Grupo (FG2) foram

abordados pontos sobre a pertinência do assunto à prática docente, as contribuições à melhoria das

práticas pedagógicas e a oportunidade de enriquecimento holístico proporcionado pela

metodologia proposta, incentivados os formandos a argumentarem acerca das suas vivências na

Oficina de Formação até o momento em questão.

4. Resultados

Todos os meios de recolhas de dados que utilizados na Oficina de Formação, em tempo, antes da

redação deste artigo (Q1, Q2, FG1 e FG2) nos ofereceram informações bastante esclarecedoras. É

relevante perceber – e temos total clareza disto – a necessidade de maior aprofundamento no

tratamento destes dados, o que será realizado pormenorizadamente, para a pesquisa na qual este

artigo se associa. Isto posto, apresentaremos aqui uma visão geral dos dados recolhidos até o

momento.

Sobre as respostas apresentadas na parte do Q1 referente às Experiência docente, percepção,

formas e fontes de aquisição e atualização de conhecimento científico e didático-pedagógico sobre

simetrias, percebeu-se que a maioria dos formandos têm ampla experiência docente (mais de 10

anos lecionando) mas percebem a real necessidade de adquirir conhecimentos científicos e

didático-pedagógicos acerca das Simetrias. Indicam que, mesmo os que possuem conhecimento

sobre o tema, sentem-se inseguros em abordá-lo. A aquisição e atualização dos conhecimentos

sobre as Simetrias, em geral, provêm dos manuais escolares e da web.

Na parte referente aos Documentos oficiais e normativos e articulações com suas práticas didático-

pedagógicas, os formandos mostraram ter conhecimento das mudanças ocorridas nos programas

nos últimos anos e a diminuição da importância dada ao tema em questão no atual programa

(PMEB, 2013), apesar de todos reconheceram a relevância deste tema no ensino e para a

aprendizagem. Informaram, ainda, que conhecem a existência do Caderno de Apoio

disponibilizado pelo Ministério, apesar de não o utilizarem.

Page 263: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

262

Em Considerações acerca do ensino e da aprendizagem de simetrias, ainda no Q1, alguns formados

mostraram já terem utilizado recursos tradicionais para o ensino das simetrias, como miras,

espelhos e dobraduras. Apenas um formando, dentre os que já lecionaram esta temática, disse já

ter utilizado recursos voltados à arte, enquanto que os demais alegaram utilizar prioritariamente os

recursos disponíveis nos manuais escolares, recursos estes que, segundo eles, se repetem

anualmente e nada são atraentes aos discentes.

A última parte do Q1, dedicada aos Conhecimentos científicos, demonstrou a real necessidade de

abordagem científica dos conceitos na Oficina. A maioria das questões não foi respondida e boa

parte foi respondida incorretamente. Muitos ainda parecem considerar a antiga conceptualização

de simetria – transformação que ocorre entre duas imagens – e não mostravam conhecer além do

conceito de reflexão. Em geral, transmitiram saber da existência de outros conceitos ligados ao

tema, mas não terem domínio sobre estes. Palavras como rosáceas, frisos e padrões são

reconhecidas, mas utilizadas com pouco rigor conceitual. Nenhum dos formandos sabia diferir

corretamente Isometria de Simetria.

O Q2 trouxe um panorama bastante diferente. Os formandos mostraram-se mais entusiasmados

em responder as questões, transparecendo querer confirmar o que realmente tinham aprendido

durante as sessões anteriores. Praticamente todas as questões foram respondidas e uma pequena

parcela persistiu respondida incorretamente. Diferenciam Isometria de Simetria e utilizam

corretamente, adequadamente e de forma segura as quatro simetrias – reflexão, rotação, translação

e reflexão deslizante. Reconhecem com facilidade tais conceitos nos recursos artísticos, culturais

e patrimoniais utilizados durante a Oficina e na confecção das próprias atividades a serem

utilizadas por eles, em breve, com seus respectivos alunos.

A 2ª entrevista em Focus grupo (FG2) nos revelou bastante entusiasmo dos formandos nesta fase

da Oficina. Todos se mostraram bem satisfeitos com a recolha dos motivos artísticos, culturais e

patrimoniais realizados nas sessões autônomas, bem como na criação das atividades. Relataram

também agradados com o caráter colaborativo ao longo das etapas da Oficina. Reconheceram

novamente a importância do tema para o ensino no 1º CEB e dos benefícios da metodologia

apresentada para esta viabilidade. Mostraram perceber que esta visão foi construindo-se ao longo

das sessões e que reconhecem, com mais facilidade agora, a presença cotidiana destes conceitos

de forma mais notória.

5. Considerações finais

Page 264: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

263

Entendemos que este conjunto de ações possa gerar um impacto relevante no ensino e na

aprendizagem, mesmo que de forma pontual no conteúdo matemático abarcado por este projeto de

pesquisa e pela Formação a ele associada, preenchendo, assim, as lacunas na formação de

professores que entendam a importância e necessidade de um ensino contextualizado e mais

significativo, convidando professores, alunos e alunas ao conhecimento matemático de simetrias,

valendo-se da arte, da cultura e do patrimônio como elementos interdisciplinadores.

Desejamos ainda que outros conceitos ligados a Matemática possam ter sua aprendizagem de

forma holística, contextualizada e interdisciplinar, e, consequentemente, mais rica e atraente.

Referências bibliográficas

Day, C. (2001). Desenvolvimento Profissional de Professores. Os desafios da aprendizagem

permanente. Porto: Porto Editora

EACEA/Eurydice, 2011. O Ensino da Matemática na Europa: Desafios Comuns e Políticas

Nacionais. Taken and the Current Situation in Europe. Brussels: EACEA/Eurydice. ISBN

978-92-9201-259-5; doi:10.2797/81606

Maia, C. M. F. (2014). As Isometrias na Inovação Curricular e a Formação de Professores de

Matemática do Ensino Básico. Tese de Doutoramento, Departamento de Ciências da

Educação e do Património - Universidade Portucalense, Portugal.

National Council of Teachers of Mathematics (2008). Princípios e normas para a matemática

escolar. (2.ª ed.). Lisboa. APM.

Nóvoa, A. (2008). O regresso dos Professores. In: Ministério da Educação (Org.).

Desenvolvimento profissional de professores para a qualidade e para a equidade da

Aprendizagem ao longo da Vida. Conferência promovida no âmbito da Presidência

Portuguesa do Conselho da União Europeia. Lisboa: Ministério da Educação, 21-39.

Nóvoa, A. (2009). Profesores: el future aún tardará mucho tiempo? In C. V. Medrano & D. Vaillant

(coords.), Aprendizaje y desarrollo professional docente (pp, 49-55). Madrid: Fundación

Santillana.

Perrenoud, P. (1993). Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas

sociológicas. Lisboa: Dom Quixote.

Page 265: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

264

Son, J. W. (2006). Investigating preservice teachers’ understanding and strategies on a student’s

errors of reflective symmetry. In J. Novotná, H. Moraová, M. Krátká & N. Stehlikova (Eds.),

Proceedings 30th Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics

Education (PME) (pp. 145-152). Praga: PME.

Stylianou, D. A., & Grzegorczyk, I. (2005). Symmetry in Mathematics and Art: An Exploration

of an Art Venue for Mathematics Learning. Primus: Problems, Resources, and Issues in

Mathematics Undergraduate Studies, 15(1), 30-44. doi: 10.1080/10511970508984104

Veloso, E. (1998). Geometria – Temas Actuais. Lisboa. Instituto de Inovação Educacional.

Veloso, E. (2012). Simetria e Transformações Geométricas. Textos de Geometria para

professores. Lisboa: APM

Veiga Simão, A. M.; Flores, M. A., & Ferreira, A. (2007). Oportunidades de aprendizagem e de

desenvolvimento profissional no local de trabalho: uma proposta de questionário.

Arquipélago — Ciências da Educação, 8, 59-116.

Yanik, H. B. (2011). Prospective middle school mathematics teachers’ preconceptions of

geometric translations. Educational Studies of Mathematics, 78, 231-260. doi:

10.1007/1064901193243

Zeichner, K. M. (2010). Repensando as conexões entre a formação na universidade e as

experiências de campo na formação de professores em faculdades e universidades. In:

Educação, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 479-504.

ANEXO 1

Exemplo de atividade proposta na Oficina de Formação:

Page 266: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

265

Page 267: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

266

ANEXO 2

Faseamento da Oficina de Formação:

Page 268: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

267

CB-266

INTERPRETACIÓN CRÍTICA DEL DIAGRAMA DE BARRAS EN LOS MEDIOS DE

COMUNICACIÓN PARA ABORDAR LA ALFABETIZACIÓN ESTADÍSTICA

José Miguel Contreras García, Elena Molina Portillo, Juan Díaz Godino y Pedro Arteaga Cezón

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Universidad de Granada, España

Núcleo temático: IV. Formación del profesorado en Matemáticas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: primaria, secundaria, bachillerato y universitario.

Palabras clave: diagrama de barras, cultura estadística, sesgos, objetos matemáticos.

Resumen Las gráficas son un elemento de gran importancia en la cultura estadística, al ser el tipo de

resumen de la información más utilizado, ya que permite interpretar y evaluar críticamente la

información estadística de forma visual. Por tanto, es necesario un conocimiento profundo de su

problemática educativa, ya que un gráfico sesgado o mal construido provocará que la información

no llegue de forma correcta al ciudadano que debe interpretar los datos estadísticos.

Los gráficos de los medios de comunicación, por lo general, utilizan terminología técnica

adecuada, pero también pueden contener elementos estadísticos ambiguos o erróneos, empleando

convenciones de comunicación de los resultados estadísticos que pueden llevar a una mala

interpretación. Por tanto, se plantea la necesidad de que los medios de comunicación entiendan

que deben facilitar la validez de los mensajes, su naturaleza y la credibilidad de la información o

las conclusiones que presentan.

En este trabajo describimos algunos de los sesgos más recurrentes en los diagramas de barras

que aparecen en los medios de comunicación, y los analizamos aplicando la noción de función

semiótica, herramienta del enfoque ontosemiótico del conocimiento y la instrucción matemáticos

que ayuda a identificar los objetos y significados puestos en juego en un gráfico, o en las prácticas

matemáticas realizadas para resolver una tarea.

1. Introducción

En los últimos años ha surgido la necesidad de promover y evaluar la cultura estadística de los

consumidores, término con el que Gal (2002) define a los ciudadanos receptores de información

estadística, de valorar dicha información, para ser estadísticamente cultos. Por ello organismos

como la International Association for Statistical Education (IASE), sección de educación del

International Statistical Institute (ISI), iniciaron en 2002 un proyecto a nivel internacional, The

International Statistical Literacy Project (ISLP), cuyo objetivo es contribuir a la promoción de la

cultura estadística en todo el mundo, y en todos los ámbitos de la vida.

Page 269: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

268

La estadística ha ganado importancia y reconocimiento en la sociedad actual, pero, como indica el

sociólogo Zygmunt Bauman, los consumidores estamos inmersos en una sociedad que tiene la

necesidad de agarrarse a evidencias confiables como las que ofrecen las estadísticas. Esto se

convierte en una vulnerabilidad, que nos incita a aceptar el uso, y muchas veces el abuso, de datos

numéricos para explicar cualquier cosa aprovechando la objetividad de la estadística. Es por ello

que se asume como cierto todo aquello que esté fundamentado en datos, ya que las cifras avalan

cualquier cosa que se nos diga. Pero paradójicamente, los consumidores somos muchas veces

víctimas del abuso de los datos estadísticos, causado principalmente por el escaso conocimiento

estadístico de la sociedad en general.

En este trabajo abordamos el problema del mal uso de la estadística en los medios de comunicación

desde el punto de vista del reto que supone para la formación estadística de los ciudadanos y sus

implicaciones para la formación de los profesores.

Aunque con frecuencia los errores que se observan en los gráficos estadísticos publicados en los

medios de comunicación pueden ser intencionados, esto es, se hacen de manera consciente para

inducir un efecto políticamente tendencioso, en otros casos se pueden deber a ignorancia de los

conocimientos y técnicas estadísticas requeridas. Por esta razón, consideramos de interés realizar

un análisis de tales conocimientos en algunos ejemplos de diagramas de barras publicados por los

medios de comunicación. Algunas herramientas del Enfoque ontosemiótico del conocimiento y la

instrucción matemáticos (EOS) (Godino, 2012; Godino, Batanero y Font, 2007), en particular la

noción de función semiótica, pueden ser útiles para hacer el análisis mencionado.

2. Problema y marco teórico

Los medios de comunicación, ya sean periódicos, programas de televisión o radio; los estudios

científicos, económicos, sociales; los políticos, …, incluso los recibos de la luz o el agua utilizan

datos, encuestas, estimaciones, gráficos, tablas, etc. para justificar la información que aportan al

consumidor. Pero por desgracia, cada vez más, debido, sobre todo a los medios de comunicación

y agentes políticos, la estadística está siendo utilizada como cabeza de turco para justificar malos

resultados electorales, decisiones erróneas, estimaciones fallidas, etc.

Otro punto a tener en cuenta es la “manipulación” que a veces se hace de los contenidos

estadísticos en los medios de comunicación, manipulaciones entendidas como interpretaciones

incorrectas, engañosas o carentes de sentido de elementos estadísticos, causadas en su mayoría por

falta de preparación o de asesoramiento, o en otros casos por voluntad de manipular a los

Page 270: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

269

consumidores. Errores en titulares, interpretaciones, gráficos, muestras poblacionales,

correlaciones, etc. pueden llevar a que el consumidor haga caso omiso a las evidencias y centrarse

en lo anecdótico. Como indica Cox (1997), la información, a veces sensacionalista, de los

resultados es especialmente preocupante.

3. Uso de diagramas de barras en los medios de comunicación

En este apartado se muestran algunos de los sesgos más importantes que pueden aparecer en un

gráfico de barras. Para cada ejemplo se identificarán funciones semióticas críticas que el lector del

gráfico debe establecer para una adecuada interpretación de la información suministrada.

3.1 Escalas no proporcionales a la frecuencia o porcentaje

Uno de los sesgos más importantes es la falta de proporcionalidad en las distintas barras del

gráfico, lo que llevaría a considerarlo como un gráfico incorrecto (Arteaga et al., 2016), en el que,

en función de lo que se quiera destacar (los porcentajes grandes o pequeños), se produce un

aumento o decrecimiento considerable de ciertas barras. Un ejemplo lo podemos ver en la Figura

1, donde se muestran los sondeos de las elecciones en Andalucía y las barras horizontales están en

distinta proporción. Las barras superiores están en una proporción similar, a priori correcta,

representando el 42% y el 39,2%. En cambio, los partidos minoritarios, las últimas tres barras,

presentan una proporción de tamaño errónea, tanto en la comparación entre ellas como con la de

los partidos con más porcentaje. Por ejemplo, la barra de IU representa más de la mitad que la del

PP y solo debería representar en realidad un 23.6% de ella y en cambio debería ser tres veces

mayor que la barra de UPyD; sin embargo, la diferencia es mínima.

Figura 1. Gráfico de barras con varias escalas

3.2 Eliminación de ejes

La eliminación de los ejes en un gráfico de barras puede provocar, al igual que el caso anterior,

una falsa percepción de las proporciones, aunque el gráfico en cuestión si mantenga

proporcionalidad en las distintas barras. Gillan y Richman (1994) mostraron que la existencia de

Page 271: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

270

ejes X e Y mejora la interpretación de las gráficas, ya que el tiempo de respuesta ante la

información era menor que en las gráficas exentas de ejes.

Figura 2. Diagrama de barras sin ejes

La Figura 2 muestra la distribución de frecuencias de la variable “estimación del porcentaje de

votos de los partidos” en las elecciones generales de 26 junio 2016. En la parte superior se informa

del porcentaje de voto de cada partido. Este formato de presentación de la distribución es atípico,

dado que lo usual es dar los datos en una tabla de frecuencias, distinguiendo en una columna los

valores cualitativos de la variable y en otra los valores numéricos de los %.

3.3 Ejes truncados

Un error típico, a la hora de crear diagramas de barras, es truncar el eje de ordenadas (frecuencia

o porcentaje), asignando el origen de la escala en un valor distinto de cero. Con ello se consigue

dar la sensación de más diferencia entre las barras de la que realmente existe. Este tipo de sesgo,

que se ha convertido en un recurso utilizado por parte de los medios de comunicación, aparece

cuando las diferencias reales entre los distintos valores de la variable son poco distinguibles, y se

quiere resaltar pequeñas diferencias o cambios en periodos de tiempo. En la Figura 3 se muestra

un ejemplo de diagrama de barras truncado, con un origen del eje, no explicitado, de alrededor de

1750 mill/€.

Usualmente, en los diagramas cartesianos, el origen de coordenadas se corresponde con un valor

0 de la cantidad de magnitud representada. Para una valoración correcta de la importancia relativa

de las diferencias entre los presupuestos de las tres comunidades, el lector debe estimar, que, en

este caso, al origen de comparación le corresponde un valor aproximado de 1750 millones de euros.

Page 272: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

271

Figura 3. Diagrama de barras truncado en el origen

3.4 Comparación de distintas variables

Cuando se realiza un gráfico de barras para comparar los distintos valores de la variable, es

necesario que éstas cumplan unas determinadas premisas. Como, por ejemplo, que todos los

valores de la variable que se pretende mostrar hagan referencia a elementos excluyentes o periodos

de tiempo proporcionales, ya que de no ser así se provocan interpretaciones o percepciones

incorrectas, por ejemplo, en la tendencia de los valores cuando se tratan de datos temporales. En

el ejemplo de la Figura 4, se muestra un diagrama de barras en el que se quiere indicar cómo ha

bajado el precio de la luz en el 2013.

En el mismo gráfico se están comparando dos variables diferentes:

En la parte izquierda se trata de la “variación anual del precio de la luz” en el periodo 2004

a 2012.

En la parte derecha la “variación mensual del precio de la luz” en cinco momentos

temporales de 2013.

El lector de la información debe asignar un claro significado político al mensaje visual transmitido

por el gráfico. Esto supone un nivel de lectura crítica del gráfico que se corresponde con el nivel

descrito por Friel, Curcio y Bright (2001) como “leer más allá de los datos”.

Figura 4. Diagrama de barras con varias escalas de valores de la variable

Page 273: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

272

3.5 Errores de edición

Los errores de edición son probablemente los de menor repercusión ya que, a priori, son fácilmente

identificables por su impacto visual. La necesidad, en muchas ocasiones, de maquetar con

celeridad provoca gráficos en los que el mensaje queda sesgado debido a errores en su contenido.

Es por ello que el cuestionamiento se convierte en una necesidad por parte del lector.

Figura 5. Diagrama de barras con errores en el tamaño de la barra

Como Watson (2006) indica, un ciudadano estadísticamente culto, debe de tener una actitud crítica

que cuestione argumentos basados en evidencias estadísticas.

3.6. Uso tendencioso de la información

Como indica Cazorla (2002), la presencia en los medios de comunicación e Internet de los gráficos

potencia la comunicación de la información si ésta se hace de forma eficiente. El problema

principal se produce cuando el sesgo no es producido por un error puntual, sino que es debido a

una manipulación intencionada del gráfico en cuestión para crear una imagen pública de un tema

concreto (Orcutt y Turner, 1993). En el ejemplo de la Figura 6 observamos cómo se utiliza un

diagrama de barras para mostrar, sin presentar ningún dato que justifique el tamaño de las barras,

la evolución del desempleo en Castilla la Mancha.

Figura 6. Diagrama de barras con información manipulada

Page 274: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

273

4. Conclusiones

En este trabajo se plantea una problemática que afecta a la mayoría de los medios de comunicación

y que debe de tratarse desde la perspectiva de la formación específica en estadística que deberían

tener los creadores de gráficos y para la enseñanza obligatoria de los ciudadanos.

Los gráficos de los medios de comunicación, por lo general, utilizan terminología técnica

adecuada, pero también pueden contener elementos estadísticos ambiguos o erróneos, empleando

convenciones de comunicación de los resultados estadísticos que pueden llevar a una mala

interpretación (Gal, 2002). Por tanto, se plantea la necesidad de que los medios de comunicación

entiendan que deben facilitar la validez de los mensajes, su naturaleza y la credibilidad de la

información o las conclusiones que presentan. Como indica Batanero (2004), la cultura estadística

no es solamente conocimiento y capacidad. La parte emocional, sentimientos, valores, actitudes,

etc., es una componente importante para los ciudadanos que deben interpretar los gráficos y, por

tanto, el medio de comunicación ha de facilitar, desde la objetividad, la interpretación de los datos.

De esta forma conseguiremos medios objetivos e imparciales y ciudadanos estadísticamente cultos

que sean capaces de enfrentarse a la información gráfica de los medios de comunicación.

La interpretación semiótica de los conocimientos implicados en la construcción o interpretación

de los gráficos estadísticos ayuda a reconocer en dichos conocimientos los objetos ostensivos y no

ostensivos que se ponen en correspondencia, distinguiendo, además, entre las diversas categorías

de objetos, las prácticas implicadas y su intencionalidad.

Reconocimiento: Trabajo realizado en el marco del Proyecto EDU2016-74848-P (MINECO-

FEDER), FCT-16-10974 (FECYT – MINECO) y Grupo FQM126 (Junta de Andalucía).

Referencias bibliográficas

Arteaga, P., Batanero, C., Contreras, J. M. y Cañadas, G. R. (2016). Evaluación de errores en la

construcción de gráficos estadísticos elementales por futuros profesores. RELIME. Revista

latinoamericana de investigación en matemática educativa, 19(1), 15-40.

Batanero, C. (2004). Los retos de la cultura estadística. Yupana, 1(1), 27-37.

Cazorla, I. (2002). A relaçao entre a habilidades viso-pictóricas e o dominio de conceitos

estatísticos na leitura de gráficos. Tesis Doctoral. Universidad de Campinas.

Cox, D. (1997). The Current Position of Statistics: A Personal View. International Statistical

Review / Revue Internationale De Statistique, 65(3), 261-276.

Page 275: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

274

Friel, S., Curcio, F., y Bright, G. (2001). Making sense of graphs: critical factors influencing

comprehension and instructional implications. Journal for Research in Mathematics

Education, 32(2), 124-158.

Gal, I. (2002). Adult's statistical literacy: Meaning, components, responsibilities. International

Statistical Review, 70(1), 1-25.

Gillan, D.J. y Richman, E.H. (1994). Minimalism and the Syntax of Graphs. Human Factors,

36(4), 619-644.

Godino, J. D., Batanero, C. y Font, V. (2007). The onto-semiotic approach to research in

mathematics education. ZDM. The International Journal on Mathematics Education, 39 (1-

2), 127-135.

Godino, J. D. (2012). Origen y aportaciones de la perspectiva ontosemiótica de investigación en

Didáctica de la Matemática. En A. Estepa, A. Contreras, J. Deulofeu, M. C. Penalva, F. J.

García y L. Ordóñez (Eds.), Investigación en Educación Matemática XVI (pp. 49 - 68). Jaén:

SEIEM.

Orcutt, J.D. y Turner, J.B. (1993). Shocking numbers and graphic accounts: Quantified images of

drug problems in the print media. Social Problems, 40(2), 190-206.

Watson, J. M. (2006). Statistical literacy at school: Growth and goals. Mahwah, NJ: Lawrence

Erlbaum Associates.

Page 276: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

275

CB-267

USO DE LA CONFIGURACIÓN ONTOSEMIÓTICA PARA UNA REALIZACIÓN

ADECUADA DEL DIAGRAMA DE BARRAS

Juan Díaz Godino, Elena Molina Portillo, José Miguel Contreras García y Pedro Arteaga Cezón

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Universidad de Granada, España

Núcleo temático: VII. Investigación en Educación Matemática.

Modalidad: CB

Nivel educativo: primaria, secundaria, bachillerato y universitario.

Palabras clave: cultura estadística, statistical literacy, formación de profesores, gráfico de barras.

Resumen El diagrama de barras es ampliamente usado en los medios de comunicación, ya que permiten

reflejar mejor la organización o estructura de los elementos que componen el sistema, sirviendo

de ayuda o apoyo para el cálculo, permitiendo producir nuevos conocimientos sobre el sistema en

cuestión, por ejemplo, la distribución de frecuencias, pero por desgracia con frecuencia suelen

estar mal construidos.

En este trabajo aplicamos la noción de configuración ontosemiótica de prácticas, objetos y

procesos del EOS para tratar de identificar la trama de objetos y relaciones que se ponen en juego

en un diagrama de barras bien construido con una doble finalidad: a) desvelar un cierto nivel de

complejidad, como factor explicativo de los errores y dificultades mencionadas; b) servir de

marco de referencia para el diseño de procesos de instrucción sobre este objeto estadístico. Se

aplica el método de análisis ontosemiótico en el cual se realiza, 1) identificación del tipo de

problema; 2) tipos de prácticas operativas y discursivas; 3) identificación de los tipos de objetos

primarios que intervienen (lenguajes, conceptos, procedimientos, proposiciones y argumentos) 4)

identificación de procesos matemáticos.

1. Introducción

1. Problema

El diagrama de barras es ampliamente usado en los medios de comunicación y con frecuencia

suelen estar mal construidos. También se han documentados dificultades de los estudiantes en el

aprendizaje de esta herramienta estadística. En este trabajo aplicamos la noción de configuración

ontosemiótica de prácticas, objetos y procesos del Enfoque Ontosemiótico (EOS) (Godino,

Batanero y Font, 2007) para tratar de identificar la trama de objetos y relaciones que se ponen en

juego en un diagrama de barras bien construido, con una doble finalidad: 1) desvelar un cierto

nivel de complejidad, como factor explicativo de los errores y dificultades mencionadas; 2) servir

de marco de referencia para el diseño de procesos de instrucción sobre este objeto estadístico.

Page 277: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

276

2. Antecedentes

El antecedente más próximo de este trabajo es Giacomone, Godino, Wilhelmi y Blanco (2016) en

cuanto a la aplicación de la técnica de análisis de prácticas, objetos y proceso en la resolución de

tareas matemáticas. En este trabajo se aplica la herramienta configuración ontosemiótica a una

tarea de visualización espacial, en el contexto de formación de profesores de secundaria; en nuestro

caso la aplicamos a la tarea de elaboración e interpretación de un gráfico estadístico aparentemente

sencillo, como es el diagrama de barras. Como afirman Batanero, Arteaga y Ruiz (2009), “la

simplicidad del lenguaje gráfico es aparente, pues incluso el más elemental de los gráficos puede

considerarse, de acuerdo a diversos autores, como un objeto semiótico complejo” (p. 142).

En el caso de gráficos estadísticos, Monteiro y Ainley (2007) refieren al término “transparencia”,

idea que abarca la noción de buscar no sólo "en el gráfico" sino también "a través del gráfico" para

incorporar la consideración del contexto. Consideran fundamental para la alfabetización estadística

la capacidad de mirar a través y más allá de los datos, por ejemplo, interpretar el contexto del

gráfico, las tendencias o las implicaciones, en vez de quedarse en leer los datos representados en

los diferentes puntos del gráfico.

3. Marco teórico

El significado de un objeto matemático es interpretado en el EOS en términos pragmáticos como

el sistema de prácticas operativas y discursivas que se ponen en juego al resolver un tipo de

problema en el que el objeto en cuestión desempeña un papel clave. La identificación de los

problemas y las prácticas correspondientes es un primer nivel de análisis que hay que realizar para

la caracterización del significado del objeto. Pero dado que en la secuencia de prácticas para

resolver los problemas intervienen y emergen otros objetos se considera necesario aplicar un

segundo nivel de análisis en el que se identifiquen la trama de dichos objetos y las relaciones entre

los mismos. El EOS propone como tipos de objetos primarios los siguientes: problemas, lenguajes,

conceptos/definición, proposiciones, procedimientos y argumentos.

4. Método

Page 278: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

277

Se aplica el método de análisis ontosemiótico en el cual se realiza, 1) identificación del tipo de

problema; 2) tipos de prácticas operativas y discursivas; 3) identificación de los tipos de objetos

primarios que intervienen (lenguajes, conceptos, …) 4) identificación de procesos matemáticos.

Vamos a analizar un diagrama de barras elaborado por el Instituto Nacional de Estadística (INE)

mediante el cual se representa la distribución de frecuencias de la variable “porcentaje de población

según el tamaño del hogar en el que vive”, correspondiente al año 2015 en España. La figura 1

incluye la tabla de frecuencias y el diagrama de barras correspondiente.

Población (*) %

1 persona 4.584.200 10.0%

2 personas 11.213.500 24.4%

3 personas 11.564.200 25.2%

4 personas 12.973.000 28.2%

5 personas 5.622.900 12.2%

Total 45.957.700 100.0

(*) Se considera como población total la

residente en viviendas familiares; se

excluye por tanto la que reside en

establecimientos colectivos

Figura 1. Población según el tamaño del hogar en el que vive. Año 2015 (fuente, INE:

http://www.ine.es/prensa/np965.pdf )

5. Resultados

El diagrama de barras es el objeto resultante de un proceso de representación espacial de la

información dada en una tabla de frecuencias de una variable estadística. La finalidad de la

conversión del lenguaje o registro tabular al gráfico es facilitar la comparación del tamaño relativo

de los distintos valores de las frecuencias. Se aborda, por tanto, una situación-problema de cambio

de registro cuya solución implica la realización de la siguiente secuencia de prácticas, para el caso

del ejemplo elegido:

1) Identificar la variable que se quiere representar y su tipo. En el caso dado, porcentaje de

población española que en el 2015 vivían en hogares formados por 1, 2, 3, 4, 5 o más personas por

Page 279: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

278

hogar. Se observa una imprecisión en el gráfico del INE: no es la población la que se representa,

sino el porcentaje de población. Para cada individuo se observa el rasgo, “tipo de hogar en el que

vive” (1, 2, 3, 4, 5 o más personas). Esta variable no se identifica con claridad en el gráfico, ni en

la tabla. La primera columna de la tabla y el eje de abscisas debe nombrarse como “tipo de hogar”.

2) Trazar un sistema de ejes de coordenadas cartesianas.

3) Representar en el eje de abscisas de la secuencia de valores de la variable cualitativa “Tipo de

hogar en que viven las personas”. La opción tomada en el gráfico de representar el intervalo “5 o

más personas” como si fuera un único valor es conflictiva al impedir apreciar el comportamiento

de la variable para valores superiores a 5. Falta un título apropiado para el eje de abscisas, que

debería ser: “Tipo de hogar” o “número de personas que viven en los hogares”.

4) Identificar el valor máximo de las frecuencias (28.2%) y elegir un valor próximo por exceso

(30.0%). Este valor será usado para el extremo superior de la escala del eje de ordenadas.

5) Representar en el eje de ordenadas una escala para indicar los porcentajes de cada valor de la

variable estadística. Falta un título apropiado para el eje de ordenadas, que podría ser “porcentaje

de población que viven en cada tipo de hogar”; dado que todos los números son porcentajes no es

necesario escribir el símbolo de % en todos ellos

6) Trazar un rectángulo de anchura arbitraria y altura proporcional a la frecuencia sobre cada

valor de la variable. Dado que todos los datos son porcentajes es innecesario escribir el símbolo

de % en cada valor. También es innecesario escribir los valores numéricos de los porcentajes dado

que se dispone de la escala del eje de ordenadas.

7) Interpretar el gráfico “diagrama de barras” obtenido para producir nuevos conocimientos:

a) el mayor porcentaje de población es el que vive en hogares de 4 personales (casi la

tercera parte)

b) la décima parte de la población vive en hogares unifamiliares, que viene a ser la tercera

parte de las personas que viven en hogares de 4 personas.

En la tabla 1 elaboramos los distintos tipos de objetos que intervienen en cada una de las prácticas

que acabamos de describir.

Page 280: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

279

Tabla 1. Configuración ontosemiótica del diagrama de barras

Secuencia de

prácticas

Uso e intencionalidad

de las prácticas

Objetos referidos en las prácticas (conceptos,

proposiciones, procedimientos, argumentos.)

1) Identificar

variable

Comprender la

información estadística

del problema

Conceptos: individuo, rasgo, población

estadística; variable estadística; frecuencia relativa

(%)

2) Trazar ejes Fijar el espacio de

representación

Conceptos: sistema de ejes cartesianos (abscisa,

ordenada)

Procedimiento: trazado de semirectas

perpendiculares

3) Representar

eje de abscisas

Disponer linealmente

los valores de la

variable

Conceptos: valor de la variable cualitativa

Procedimiento: escritura igualmente espaciada de

los nombres de los valores de la variable

4) Frecuencia

máxima

Fijar el espacio que

ocupará el gráfico

Conceptos: máximo de un conjunto de valores;

aproximación.

5) Escala eje de

ordenadas

Crear una referencia

visual común para las

alturas de las barras

Conceptos: escala, porcentajes

Procedimiento: trazado de la escala

6) Trazado de

barras

Conversión de los

datos numéricos a

gráficos

Conceptos: rectángulo, anchura y altura;

Procedimiento: trazado de rectángulos

Proposición P1: altura del rectángulo es

proporcional a la frecuencia relativa

Proposición P2: la anchura de las barras puede ser

cualquiera, pero la misma para todas las barras.

7) Interpretación Producir nuevo

conocimiento de

manera intuitiva sobre

la información

estadística

Concepto emergente: diagrama de barras

Procedimiento: comparación del tamaño relativo

de las barras

El objeto diagrama de barras está indisolublemente ligado al concepto de distribución de

frecuencia, ya que junto con la tabla de frecuencias constituyen sus medios de expresión

privilegiados. La razón de ser o justificación epistémica del diagrama de barras está en las

posibilidades que ofrece el razonamiento diagramático respecto del razonamiento analítico o

secuencial, como es el caso del lenguaje ordinario. Los diagramas, por sus características

Page 281: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

280

espaciales, permiten reflejar mejor la organización o estructura de los elementos que componen el

sistema. En algunos casos, el diagrama, puede servir de ayuda o apoyo para el cálculo, permitiendo

producir nuevos conocimientos sobre el sistema en cuestión, en nuestro caso, la distribución de

frecuencias.

El concepto de distribución de frecuencias es un emergente de un tipo de situaciones en las que se

tiene un colectivo de individuos para cada uno de los cuales se ha fijado la atención de un rasgo

común: p. e., el número de hermanos, en un grupo de 60 personas. Hay variabilidad estocástica

entre los individuos del colectivo en dicho rasgo, pero también hay una regularidad: algunos

individuos tienen el mismo número de hermanos. Para ciertos usos, por ejemplo, comparar

distintos colectivos, es necesario considerar globalmente cada grupo y resumir la información.

Esto lleva a una práctica de recuento del número de individuos que tienen 0, 1, 2, … hermanos, y

a disponer la información en forma tabular, lo que ofrece ventajas respecto a la descripción en

lenguaje secuencial ordinario.

6. Conclusiones

Del análisis realizado se puede deducir que el diagrama de barras es un objeto estadístico con cierto

nivel de complejidad ontosemiótica y, por tanto, su estudio requiere prestar atención específica a

algunos objetos y funciones semióticas críticas. En particular se debe tener en cuenta los objetos:

variable estadística; distribución de frecuencias, proporcionalidad, ejes de coordenadas cartesianas

y sus respectivas escalas. Los títulos de los ejes y del propio gráfico deben proporcionar la

información precisa, y de manera sintética, que permita reconocer la población y la variable

estadística representada. Esta no parece una práctica estadística fácil como se puede ver en el

ejemplo analizado en las secciones anteriores: en el gráfico publicado por el Instituto Nacional de

Estadística hemos identificado diversos aspectos conflictivos que dificultan la correcta

comprensión de la información suministrada.

Reconocimiento: Trabajo realizado en el marco del Proyecto EDU2016-74848-P (MEC), FCT-

16-10974 (FECYT – MINECO) y Grupo FQM126 (Junta de Andalucía).

Referencias bibliográficas

Page 282: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

281

Batanero, C., Arteaga, P. y Ruiz, B. (2009). Análisis de la complejidad semiótica de los gráficos

producidos por futuros profesores de educación primaria en una tarea de comparación de dos

variables estadísticas. Enseñanza de las Ciencias, 28(1), 141–154

Giacomone, B., Godino, J. D., Wilhelmi, M. R. y Blanco, T. F. (2016). Reconocimiento de

prácticas, objetos y procesos en la resolución de tareas matemáticas: una competencia del

profesor de matemáticas. En J. A. Macías, A. Jiménez, J. L. González, M. T. Sánchez, P.

Hernández, C. Fernández, F. J. Ruiz, T. Fernández y A. Berciano (Eds.), Investigación en

Educación Matemática, XX (pp. 275-284). Málaga: SEIEM.

Godino, J. D. Batanero, C. y Font, V. (2007). The onto-semiotic approach to research in

mathematics education. ZDM. The International Journal on Mathematics Education, 39 (1-

2), 127-135.

Monteiro, C. y Ainley, J. (Investigating the interpretation of media graphs among student teachers.

International Electronic Journal of Mathematics Education, 2 (3).

Page 283: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

282

CB-268

EL DESARROLLO DEL SENTIDO DE LOS SÍMBOLOS.

APORTES PARA TRABAJAR EL ÁLGEBRA EN EL AULA.

Jimena Fernández García

[email protected]

Uruguay

Núcleo temático: I. Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Terciario o bachillerato (16 a 18 años)

Palabras clave: Pensamiento algebraico, símbolos, sentido.

Resumo Hemos observado en nuestro trabajo como docentes, que generalmente los estudiantes logran

desempeños aceptables en relación a la manipulación simbólica de las diferentes expresiones

(resolver ecuaciones o inecuaciones por procedimientos estándar, operar con polinomios, reducir

a común denominador dos fracciones algebraicas, etc.). Pero cuando el trabajo va más allá de la

manipulación, cuando incluye la interpretación de los símbolos, la elaboración de expresiones, el

uso creativo del álgebra como una herramienta capaz de brindar información sobre una situación

o como un instrumento de investigación, los mismos estudiantes que mostraron ser capaces de

realizar manipulaciones algebraicas presentan serias dificultades. Esto nos lleva a cuestionarnos

al respecto del trabajo que realizamos en nuestras aulas como docentes: ¿Estamos realmente

enseñando álgebra a nuestros alumnos? ¿O estamos reduciendo simplemente el álgebra a la

manipulación simbólica de expresiones? Basándome en la propuesta desarrollada por Arcavi

(1994) en relación a lo que él denomina “el sentido de los símbolos” y los comportamientos que

este incluye, propongo una selección de actividades tendientes a promover el desarrollo de este

“sentido de los símbolos”. Esto se realiza a partir del trabajo en torno a incentivar los

comportamientos descriptos por Arcavi como deseables en una persona que aprende álgebra.

Introducción

Una afirmación a la que suelen adherir muchos profesores de matemática es la que realiza Sigrid

Wagner en su artículo de 1993: “Los símbolos literales son fáciles de usar pero difíciles de

entender”. Con símbolos literales la autora hace referencia a las letras que utilizamos comúnmente

en matemática para representar números cumpliendo diferentes roles: como variables en una

relación funcional, como incógnitas, como números generales, etc. Según Wagner los estudiantes

son capaces de manipular símbolos y resolver diferentes situaciones, pero al indagar acerca de los

significados en las tareas que realizan, hasta los estudiantes más capaces se muestran

Page 284: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

283

desconcertados. En general, esta situación planteada por la autora, no es ajena a ningún profesor

de matemática, sea cual sea el nivel en que desarrollemos nuestro trabajo.

Al analizar variadas investigaciones relacionadas con el aprendizaje del álgebra es posible apreciar

una preocupación generalizada en relación a las dificultades que el trabajo con los símbolos

presenta en estudiantes de todos los niveles de la educación y, particularmente, en la formación de

profesores.

Según la NCTM (2000)17 las competencias relacionadas con el álgebra son de suma importancia para la educación

matemática de los individuos. No solo debido a que los métodos y las ideas del álgebra son fundamentales para el

trabajo en diversas áreas de la matemática, sino también por la importancia del aprendizaje del álgebra en la vida

adulta de los individuos, tanto en lo que refiere a la educación matemática en particular, como en la formación integral

de las personas.

Debemos tener presente que es muy frecuente identificar el álgebra con la manipulación simbólica

para resolver ecuaciones y simplificar expresiones algebraicas. Los símbolos algebraicos y los

procedimientos para trabajar con ellos constituyeron un logro fundamental en la historia de la

matemática y son vitales en el trabajo matemático. Sin embargo, el álgebra es mucho más que la

simple manipulación simbólica. Es importante en la enseñanza del álgebra, que los estudiantes

comprendan los conceptos del álgebra, las estructuras y principios que rigen las transformaciones

algebraicas. La NCTM afirma que los estudiantes deben comprender cómo los símbolos pueden

ser utilizados para registrar ideas y obtener conocimiento de las situaciones a las que se enfrentan.

En especial en los tiempos que corren, donde las nuevas tecnologías son capaces de producir

gráficos, realizar operaciones con símbolos y realizar cálculos inmediatos con diferentes datos, los

estudiantes deben ser capaces de interpretar las representaciones que les brinda la tecnología y de

utilizarla de manera adecuada.

Considero al álgebra como un pilar fundamental dentro de la enseñanza de la matemática, debido

a su vinculación con sus diferentes ramas, por las posibilidades de investigación que brinda al

permitir modelar patrones, y por la utilidad que tiene en los diferentes ámbitos de la investigación

científica actual en varias ramas de las ciencias. Considero también, que el aprendizaje del álgebra

constituye un aporte muy importante en la formación integral del individuo, las actividades de

17 The National Council of Teachers of Mathematics (NCTM), presentó en el año 2000

“Principles and Standards for School Mathematics” donde realizan recomendaciones y

sugerencias para el aprendizaje y la enseñanza de la matemática.

Page 285: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

284

búsqueda de patrones y de generalización, fomentan razonamientos que pueden serles de gran

utilidad en la vida cotidiana y en sus desempeños laborales, sea cual sea el trabajo que realicen.

El sentido de los símbolos.

Arcavi plantea que el “sentido de los símbolos” es un complejo y multifacético ‘sentimiento’ hacia

los símbolos. Describe y discute distintos comportamientos que ilustran el significado que él

atribuye al “sentido de los símbolos”,

Los comportamientos que Arcavi describe como los componentes más importantes que

demuestran haber construido un “sentido de los símbolos” son:

1) Amigabilidad con los símbolos. Esto incluye la comprensión de los símbolos de forma que

estén fácilmente disponibles para ser usados cuando es conveniente y para ser dejados de lado

en el caso en que sean una opción engorrosa.

2) Capacidad para ‘manipular’ y también ‘leer a través de expresiones simbólicas’, como dos

problemas complementarios en la resolución de problemas algebraicos. Esto incluye la

capacidad de adoptar una visión global de las expresiones simbólicas y, por otro lado, poder

separarse de los significados para que las manipulaciones sean rápidas y eficientes. La lectura

de y ‘a través de’ las expresiones simbólicas con el objeto de captar significados agrega niveles

de conexión y razonabilidad a los resultados.

3) Tomar conciencia de que puede diseñar exitosamente relaciones simbólicas que expresen cierta

información dada o deseada.

4) Ser capaz de reconocer en expresiones simbólicas equivalentes, significados ‘no equivalentes’.

La manipulación simbólica de las expresiones algebraicas nos permite obtener expresiones

equivalentes, sin embargo cada expresión con la que nos enfrentamos puede ser fuente de

nuevos significados.

5) La capacidad de seleccionar una representación simbólica y, en ciertos casos, reconocer nuestra

propia insatisfacción con esa elección e ingeniárselas para buscar una mejor.

6) Realizar manipulaciones simbólicas guiadas por un objetivo buscado, evitando realizar

operaciones circulares y teniendo una visión global (“gestalt”) en la que se ven a los símbolos

organizados de una determinada manera y no solo como una concatenación de letras.

7) Conciencia de la necesidad de revisar los significados de los símbolos durante la aplicación de

un procedimiento, durante la resolución de un problema o durante la inspección de un resultado,

Page 286: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

285

y comparar esos significados con las intuiciones acerca de los resultados esperados y con la

situación misma del problema.

8) Conciencia de que los símbolos pueden desempeñar roles distintos en distintos contextos y

desarrollar un sentido intuitivo de esas diferencias.

El sentido de los símbolos en el aula.

Arcavi (2007) plantea:“Ser educadores matemáticos, significa, por lo menos en parte, diseñar e

implementar intervenciones con el objetivo de maximizar el potencial de aprendizaje de los

alumnos. Por lo tanto, debemos hacer hincapié en lo que se puede aprender, en lugar de sucumbir

a la visión fatalista de que nacemos con capacidades innatas y que poco o nada podemos hacer

al respecto mediante la educación.” (Arcavi 2007). Y continúa: “el desarrollo del hábito de usar

el sentido común y buscar significados está fuertemente ligado a la cultura del aula que lo apoya

o lo suprime, y por lo tanto, no es necesariamente una cuestión de habilidades matemáticas

innatas. Una conclusión posible, es que debemos redirigir nuestra atención hacia lo que nuestras

prácticas de aula recompensan.”

Entonces, el desarrollar sentido de los símbolos no está únicamente vinculado con los aspectos

cognoscitivos del individuo. Se relaciona directamente con lo que se espera del individuo, con lo

que se valora que realice, con lo que es aceptado. Aunque no es novedad que la cultura del aula es

un factor determinante en lo que se aprende y lo que se desarrolla, se pone en primer plano a la

hora de fomentar el desarrollo del sentido de los símbolos en los estudiantes. Para Arcavi, el

sentido de los símbolos debe ser cultivado y para ello se debe proporcionar prácticas de enseñanza

apropiadas. Por ejemplo, incitar a los estudiantes a que se acostumbren a no abalanzarse sobre los

símbolos, sino a analizar el problema usando el sentido común, a esbozar gráficos o figuras,

estimular que describan lo que ven y que razonen sobre ello. Si este tipo de actividades no son

estimuladas en el aula, si no se le brinda aprobación a este trabajo, el uso del sentido común

quedará relegado a un segundo plano o quizás no sea utilizado en absoluto.

Teniendo presente estas cuestiones consideradas anteriormente, es posible pensar qué tipo de

trabajo es posible realizar en el aula con los estudiantes que se inician en el estudio del álgebra

para promover y estimular el desarrollo del sentido de los símbolos.

Hay que tener en cuenta que es posible conversar con los estudiantes y reflexionar meta-

matemáticamente desde muy temprano, quizás antes de empezar a trabajar en los procedimientos

Page 287: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

286

rutinarios, y este tipo de reflexión puede ser un apoyo para el desarrollo del sentido de los símbolos,

si se realiza de forma continuada. Generar espacios para que los estudiantes puedan expresar sus

percepciones y sus preferencias a la hora de utilizar una u otra representación, posiblemente les

brinde a los estudiantes oportunidades de desarrollar aspectos del sentido de los símbolos y de

conversar acerca de ellos. De esta manera es posible reconocer el potencial de las situaciones

relacionadas con el sentido de los símbolos y estimular la expresión de percepciones subjetivas

acerca de los símbolos. Es deseable entonces, que las prácticas que se desarrollen en el aula se

centren en cultivar la búsqueda de los significados de los símbolos, en paralelo y a continuación

de la resolución de problemas, así como previamente a la aplicación automática de reglas. Un

hábito que puede ser estimulado por los docentes, es el de realizar un análisis a posteriori de la

solución del problema, que puede ser útil a la hora de revisar el uso de técnicas automáticas. Estas

actividades pueden brindar la oportunidad de hacer conexiones entre los distintos tipos de enfoques

que puedan surgir, ya sea simbólicos o no, y también de ver a otros realizar estas conexiones.

Otras actividades que Arcavi (2007) destaca como una práctica de aula destinada a apoyar el

desarrollo del sentido de los símbolos, son aquellas que busquen compartir con los estudiantes el

sentido del propósito de los símbolos. Mediante actividades en las que les hagan sentir a los

estudiantes que están ganando comprensión de una situación y adquiriendo poder sobre ella. Ellos

deben vivenciar desde sus primeros aprendizajes del álgebra, que el uso de los símbolos nos brinda

poder y comprensión sobre una multitud de situaciones. La manipulación simbólica debe ser

enseñada en contextos ricos, que provean a los estudiantes oportunidades para aprender cómo y

cuándo utilizar dichas manipulaciones.

A continuación propongo algunas actividades que, trabajadas como se describió anteriormente,

pueden colaborar a fomentar el desarrollo del sentido de los símbolos. Algunas de ellas son

actividades que comúnmente se plantean en las aulas, lo que propongo es darle un giro a la forma

en la que se suelen trabajar y mirarlas desde otra perspectiva.

Considera un rectángulo cualquiera. ¿Qué sucederá con su área si una de sus dimensiones (su

largo o su ancho) es aumentada un 10%, y la otra dimensión es reducida en un 10%? (Extraído

de Arcavi (1994))

La respuesta a este ejercicio contradice la intuición, ya que es posible que una respuesta inicial sea

que no hay cambio, o que el cambio depende de cuál dimensión sea aumentada y cuál reducida.

Page 288: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

287

Sin embargo, se puede observar que en todos los casos el área disminuye. Podemos llamar x e y a

las dimensiones del rectángulo original, de esta manera el área del nuevo rectángulo sería 1,1x

0,9y o 0,9x 1,1y. En ambos casos el área del nuevo rectángulo sería 0,99xy. Al observar el área

del nuevo rectángulo expresada de esta manera podemos ver que siempre decrece un 1%.

¿Puedes resolver esta ecuación en el conjunto de los reales sin realizar operaciones:

0104 24 xx ?

Es muy probable que al enfrentarse a esta ecuación un individuo tienda instintivamente a comenzar

a realizar transformaciones algebraicas que permitan resolver la ecuación. Sin embargo, la

restricción a la operatoria tiene como objetivo el forzar a que el alumno deba buscar otros caminos.

Es posible notar que sea cual sea el valor de x, los términos que resultan son todos positivos o cero,

por lo tanto la suma de esos números va a ser un número positivo o cero. Al sumar 10 al resultado

anterior obtendremos siempre un número positivo (en el caso de que 0x obtendremos el mismo

10 como resultado). Por lo tanto no es posible obtener como resultado de esa suma al 0, la ecuación

no tiene raíces reales. En este caso vemos cómo el dedicarle unos minutos a analizar el problema,

nos permite encontrar la respuesta sin realizar procedimientos mecánicos. Esta instancia es otra

muestra de haber desarrollado sentido de los símbolos.

Resuelve en R la ecuación: xx

x

x

x

25

43

2

5

52

34

Aquí presentamos una ecuación que no presenta mayores dificultades. Esta ecuación no tiene

solución en R. El objetivo es reflexionar con los estudiantes para notar que al inspeccionar esta

ecuación, podemos reconocer sin hacer transformaciones que la ecuación no tiene solución, ya que

en ambos miembros tenemos el término 52

34

x

x (en el segundo miembro aparece como

x

x

25

43

) y al cancelarlo obtenemos x2

5, pero

2

5 no es solución de la ecuación (al sustituir el

denominador se hace 0).

Page 289: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

288

A) Completa las celdas vacías para obtener

un ‘cuadrado mágico’ cuya constante es 30

(los números de cada fila, de cada columna

o de cada diagonal, suman 30).

B) Completa las celdas vacías para obtener

un ‘cuadrado mágico’ cuya constante es 15

(los números de cada fila, de cada columna

o de cada diagonal, suman 15).

¿Qué observas? ¿Por qué sucede esto?

Este ejercicio fue extraído de un artículo de Arcavi (2007), pero se le realizó una mínima

modificación. En el primer ‘cuadrado mágico’ la solución se puede encontrar sin mayores

dificultades. En el segundo caso es imposible completar las celdas de forma que se cumpla la

condición pedida. La pregunta “¿Por qué sucede esto?” apunta a que los estudiantes reflexionen

en torno a cuándo es posible que un ‘cuadrado mágico’ funcione y cuándo no. Para esto, recurrir

a los símbolos nos puede llevar a la respuesta.

Si consideramos a, b y c como los números dados en las celdas señaladas y S la suma pedida al

completar las casillas podemos notar que la fila del medio no incluye a S, por lo tanto si queremos

que la suma sea S, necesitamos que S=3b.

¿Cuántas soluciones tiene el siguiente sistema de ecuaciones? {𝑦 = (𝑥 + 2)(𝑥 − 1)

𝑥2 − 3𝑥 + 𝑦 = 0

¿Cuántas soluciones tiene el siguiente sistema de ecuaciones? {𝑦 = 𝑥2

𝑥 = (𝑦 + 1)(𝑦 + 3)

El primer sistema de ecuaciones tiene dos soluciones, y el segundo sistema de ecuaciones no tiene

solución. Cómo la pregunta es solamente la cantidad de soluciones, no es necesario averiguar qué

pares ordenados verifican cada sistema, es por esto que estos problemas se resuelven con mucha

facilidad recurriendo a las representaciones gráficas de las ecuaciones, que son parábolas.

10

4 8

6

7 5

Page 290: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

289

Al observar estas representaciones gráficas se observa fácilmente que el primer sistema tiene dos

soluciones, mientras que el segundo no tiene solución.

Este ejercicio tiene como objetivo fomentar la inspección de las expresiones para saber si es

necesario recurrir a los símbolos, o si es mejor dejarlos de lado para buscar nuevos abordajes más

adecuados.

La siguiente tabla de valores corresponde a una función f de dominio real:

Este ejercicio tiene cómo intención fomentar la creación

de una expresión analítica a partir de la información que

se brinda en la tabla de valores. Incentivando así uno de los comportamientos que componen el

sentido de los símbolos.

Referencias bibliográficas

Arcavi, A. (1994). Symbol Sense: Informal Sense- making in Formal Mathematics.En For the

Learning of Mathematics 14, 24-35. Canadá: FLM Publishing Association.

Arcavi, A. (1995). Teaching and learning Algebra: Past, present, and future. En Journal of

Mathematical Behaviour 14, 145-162.

Arcavi, A. (2005). Developing and using symbol sense in mathematics. En For the Learning

of Mathematics 25, 42- 48. Canada: FLM Publishing Association.

Arcavi, A. (2007) El desarrollo y el uso del sentido de los símbolos. Conferencia realizada

como Profesor visitante, CRICED, Tsukuba University- Japan. En

http://ebookbrowse.com/arcavi05-el-desarrollo-y-el-uso-del-sentido-de-los-simbolos-doc-

d37871752 (01/06/2011)

x -6 -5 -3 -1 1 2

f(x) -70 0 32 0 0 42

¿Puedes hallar una expresión analítica

para dicha función? En caso afirmativo

preséntala, en caso contrario indica por

qué no es posible.

Page 291: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

290

National Council of Teachers of Mathematics (2000). Principals and Standards for School

Mathematics. USA: NCTM.

Wagner, S. (1983) What are these things called variables? En Mathematics Teacher76, 474-

479

Page 292: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

291

CB-269

LOS TALLERES DE INTEGRACION EN EL INGRESO UNIVERSITARIO:

MATEMATICA Y QUIMICA EN LA FACULTAD DE CIENCIAS AGRARIAS DE LA

UNCA

Autores: Ing María Ileana Bravo, Lic. Sandra Andreo

Correo electrónico: [email protected] , [email protected]

Facultad de Ciencias Agrarias, Universidad Nacional de Catamarca. Argentina

Modalidad: CB

Nivel educativo: Universitario

Núcleo temático: Matemáticas y su integración con otras áreas.

Palabras clave: talleres de integración, matemática, química.

Resumen:

Enseñar y aprender en esta nueva era tecnológica nos obliga a reflexionar sobre el cambio de paradigma que se experimenta en las prácticas docentes. El enfoque comprensivo, plantea el manejo racionalmente por parte del docente de los contenidos de su disciplina, se apropie de los procesos de producción de los mismos y busca el aprendizaje comprensivo por parte del alumno/a (Pérez Gómez citado en Sanjurjo L., 2008). El trabajo comprensivo, planteado por la maestra e investigadora Lampert Magdalena (Gardner, H., 1997: 221) buscó trasformar el enfoque que los alumnos tenían de la matemática, de ser un tema en el que los estudiantes indagan las reglas, las respuestas correctas y la aprobación del maestro a una disciplina en la que pueden aprender todos juntos a esbozar preguntas, a plantear hipótesis acerca de los principios subyacentes y a explorar todo el conjunto de significados matemáticos. El papel del alumno es bosquejar preguntas, clasificar y trasmitir su impresión acerca de lo que vendrá a continuación. El papel del docente consiste en modificar el discurso social en la clase iniciando y dando apoyo a interacciones que ejemplifican la argumentación matemática o por quienes utilizan la matemática. Fundamentación

Enseñar y aprender en esta nueva era tecnológica nos obliga a reflexionar sobre las modificaciones

a nivel social, político, económico, y de paradigmas que se reflejan en las prácticas docentes. Estos

cambios de modelos es una contribución innegable al mejoramiento de la enseñanza y aprendizaje,

donde se observa un sincretismo entre distintos enfoques y paradigmas.

El enfoque comprensivo, plantea el manejo racionalmente por parte del docente de los contenidos

de su disciplina, se apropie de los procesos de producción de los mismos y busca el aprendizaje

Page 293: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

292

comprensivo por parte del alumno/a (Pérez Gómez citado en Sanjurjo L., 2008). El trabajo

comprensivo, planteado por la maestra e investigadora Lampert Magdalena (Gardner, H., 1997:

221) buscó trasformar el punto de vista que los alumnos/as tenían de la matemática, de ser un

tema en el que los estudiantes indagan las reglas, las respuestas correctas y la aprobación del

maestro a una disciplina en la que pueden aprender todos juntos a esbozar preguntas, a plantear

hipótesis acerca de los principios subyacentes y a explorar todo el conjunto de significados

matemáticos. El papel del estudiante es bosquejar preguntas, clasificar y trasmitir su impresión

acerca de lo que vendrá a continuación. El papel del docente consiste en modificar el discurso

social en la clase iniciando y dando apoyo a interacciones que ejemplifican la argumentación

matemática o por quienes utilizan la matemática.

La Escuela Nueva, propuesta renovadora frente a la educación tradicional, donde los talleres

surgen con el propósito de zanjar la brecha entre la teoría y la práctica. Trabajar con talleres y/o

proyectos (Gardner, H., 1997: 217-219) involucra estimular en los alumnos/as sus múltiples

inteligencias, los proyectos implican cooperación entre los estudiantes, los docentes, así como el

uso de distintas clases de recursos, como la biblioteca o las bases de datos informatizadas. La

construcción de un proyecto da lugar a oportunidades para nuevas comprensiones. Un proyecto

proporciona a los estudiantes una coyuntura de organizar los conceptos y las habilidades

previamente dominados al servicio de una nueva meta o empresa. Planificar el proyecto, hacer

inventario a lo largo del camino, ensayar, montarlo en una forma final por lo menos provisional,

responder preguntas sobre el proyecto, puede ayudar a realizar la comprensión que el estudiante

tiene del uso el tema así como su propia contribución a su realización.

Los talleres en la formación de docentes, procuran establecer relaciones entre espacios curriculares

del plan de estudio, para promover la movilización de saberes tendientes a construir competencias

y suscitar nuevos aprendizajes. Pensar estos dispositivos como un espacio que trasversaliza

temáticas y/o problemáticas propias de la formación profesional, cuyo abordaje supera los límites

de las asignaturas.

Los talleres requieren un tiempo más extenso que el horario habitual que se asigna a las clases;

Steiman, J., (2012:59-60) señala en la construcción de los talleres hay que, explicitar la secuencia

didáctica (marco metodológico) poner en consideración las actividades (incluyendo las

actividades cognitivas), las mismas articuladas con la forma básica de enseñar, permiten elaborar

secuencias de clases e ir conformando una arquitectura para concretar la trasposición didáctica. La

Page 294: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

293

especificación del contenido como objeto de enseñanza y de la particularidad contextual del grupo

como sujeto de aprendizaje.

Actividad Docente Actividad de los Alumnos

Clase teórica.

Ejercitación. Trabajo en

grupo, (sistema de

medición)

Salida de campo. Levantamiento de datos

según la guía proporcionada

por la cátedra para la

confección de un informe.

Clase expositiva. Exposición de los informes

recibidos.

La acreditación o evaluación de contenidos, entendida como el reconocimiento institucional de los

aprendizajes adquiridos por los alumnos/as, constatados a través del uso de ciertos instrumentos (

trabajos prácticos, exámenes orales, trabajos de ejercitación, entre otros,) y comunicados a través

de una escala convencional conceptual (aprobados/desaprobados, MB, B, R), numérica ( 1/10) o

alfabética ( A-B-C-D) que resulta de la consideración de ciertos criterios que se han priorizado

para tomar la decisión al respecto (Steiman, J., 2012:64). La devolución de la nota tiene sentido

cuando se le hace los señalamientos, reintegros con su respectivo comentario con brevísimos

comentarios al tipo de mal confeccionado, error conceptual; devolvemos marcando errores y

calificación a partir de ello.

La autoevaluación, (Steiman J., 2012:139) señala que, emitir un juicio de valor sobre un proceso

que se está viviendo (el enseñar o aprender) y sobre los resultados provisorios alcanzados, hasta

cierto momento, en un proceso determinado. Autoevaluarse es poder analizar con criticidad,

identificando obstáculos, descubriendo logros, es poder hacer un ejercicio metacognitivo, es el

más democrático de los procedimientos porque hace partícipe a todos los que han estado

involucrado en un proceso áulico, empezando por uno mismo.

TALLER TEÓRICO-PRÁCTICO

Interdisciplinario

Duración: 3 semanas

Destinatarios: alumnos ingresantes de 1º año

Carreras: Tecnicatura en Parques y Jardines e Ingeniería Agronómica.

Asignaturas: Química, Matemática (entre otras)

Lugares de Visita: Finca Nogalera (Concepción – Depatamento Capayán)

Page 295: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

294

Responsables: Ing. María Ileana Bravo, Lic. Sandra Andreo, Lic. Rita Herrera.

Asignatura: Matemática

La presencia de la matemática en el plan de estudios en las Ciencias Agronómicas, resulta un

engranaje lógico porque todos los desarrollos de las ciencias están supeditados al nivel de

argumentación que se desarrolla y éste sólo es posible a través de explicaciones de la ciencia de la

matemática.

Hablar de matemática aplicada hace que la asignatura adquiera un matiz interesante y necesario.

La presencia de la matemática en cualquier curso de Educación Superior se justifica solamente en

la medida que ésta se haga aplicada. Atrás debe quedar la formación básica teórica y debe aparecer,

en su remplazo, una matemática, que anclada sobre los preconceptos de los estudiantes y sobre su

fundamentación, se dedique a realizar aplicaciones. El estudiante encontrará justificado el curso

cuando lo pueda aplicar, de principio a fin, a diferentes situaciones de su quehacer profesional. El

curso de matemática aplicada que aquí se presenta pretende lograr que el estudiante utilice el

lenguaje matemático que resulta imprescindible en la formación de un profesional.

Asignatura: Química

La Química es considerada como la ciencia que estudia las propiedades y composición de los

cuerpos así como sus trasformaciones; la química no se conforma con enunciar leyes descriptivas,

también se encarga de revelar cómo se comporta la naturaleza y procura indagar las causas que

motivan dicho comportamiento. Para encontrar el porque se producen los fenómenos, imagina

una interpretación racional, coherente y luego formula una teoría.

Las teorías exponen en forma clara el funcionamiento íntimo del mundo concreto, señalando las

probabilidades de su accionar. Contextualizando la Química proporciona una nueva forma más

amigable de enseñarla, permitiendo que los alumnos adquieran los conocimientos químicos

básicos y las competencias para evaluar mejor los riesgos y beneficios y adquirir destrezas para

contar con mayor información a la hora de tomar decisiones ante problemáticas tecnológicas

relacionadas con su futuro saber profesional.

Asignatura: Matemática

Objetivos Generales:

Distinguir los diferentes sistemas de medición utilizados cotidianamente.

Page 296: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

295

Fomentar el razonamiento lógico de los estudiantes a través del seguimiento de algoritmos para

obtener conclusiones válidas en la solución de problemas.

Objetivos Específicos:

Realizar un somero repaso de los sistemas numéricos y del álgebra.

Efectuar conversiones en las diferentes clases de medidas del sistema métrico decimal y

establecer las relaciones que existen entre una clase y otra.

Tomar conciencia de la importancia de su uso e implementación en la vida cotidiana.

Contenidos: Sistema de Medición

Estrategias:

Guía para la obtención de datos (medición)

Distancia recorrida por el medio de trasporte ( salida desde la Universidad Nacional de

Catamarca hasta el arribo a la finca a determinar)

Perímetro de la finca.

Superficie de plantación de la finca.

Superficie de construcción ( casa, tinglados, entre otros)

Cantidad de árboles implantados.

CONSIGNAS PARA LA SALIDA DE CAMPO

En todos los casos, elabore proposiciones (enunciados) gramaticalmente correctas para sus

anotaciones y respuestas.

1.- ¿Cómo se denomina/n la/s empresa/s cuyo/s campo/s visitamos?

2.- ¿A qué distancia se encuentran de la FCA y en qué dirección geográfica tiene la misma?

3.- ¿A qué sector o sectores de la producción pertenecen?

4.- ¿Cuáles son las magnitudes observables en los predios y cuáles sus medidas en cantidades?

5.- Si tiene que determinar distancias y no posee cinta métrica ¿qué longitud promedio usaría para

estimar cada uno de sus pasos?

6.- Busque, en lo que observa, la presencia de figuras y cuerpos geométricos. Describa los mismos.

7.- Si recuerda los elementos que poseen, estime sus dimensiones.

Page 297: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

296

8.- Para cada figura o cuerpo geométrico observados, recuerde sus propiedades sobresalientes. En

cuestiones prácticas, ¿es necesario o conveniente tenerlas presentes? fundamente su respuesta.

9.- La forma matemática de una proporción es:2

2

1

1

y

x

y

x , donde x1, x2, y1 e y2 son cantidades

correspondientes de dos magnitudes X e Y, proporcionales.

Investigue sus posibles aplicaciones en las tareas de campo habituales de la empresa.

Desarrolle al menos dos de esas aplicaciones.

10.- Elabore una crítica valoradora de cada una de las actividades de esta salida de campo y de la

actividad en general.

Nota: consigne sus datos personales (Apellido y Nombres, DNI y carrera elegida)

Actividades:

Los alumnos en grupos de hasta 3(tres) integrantes; tendrán tareas definidas que posteriormente

compartirán para realizar el informe.

Se hará una revisión de conocimientos previos sobre el tema medición.

Los alumnos/as empleando esquemas, dibujaran las superficies medibles.

Descripción la finca visitada.

Croquis del recorrido efectuado por el trasporte.

Asignatura: Química

Contenido: Tipos de suelo-agua

Objetivos Generales:

Distinguir los diferentes componentes químicos de suelo y del agua.

Objetivos específicos:

Describir estructuras y propiedades del suelo y del agua.

Analizar la toma de muestras de suelo y del agua para determinar sus componentes.

Estrategias:

Page 298: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

297

Guía para la obtención de información sobre suelo-agua

Propiedades químicas del agua y el suelo

CONSIGNAS PARA LA SALIDA DE CAMPO

En todos los casos, elabore proposiciones (enunciados) gramaticalmente correctas para sus

anotaciones y respuestas.

1.- ¿Cómo se denomina/n la/s empresa/s cuyo/s campo/s visitamos?

2.- ¿A qué sector o sectores de la producción pertenecen?

3.- Describa y esquematice composición, estructura y perfil de suelo que observa.

4.- Utilizando el pH-Metro obtenga muestras de los diferentes tipos de suelos y aguas que se

encuentren en el lugar.

5.- Ejercicios:

Actividades:

Los alumnos conformando grupos de hasta 3(tres) integrantes, tendrá una tarea definida que

luego compartirán para realizar el informe.

Se hará una revisión de conocimientos previos sobre el tema suelo-agua.

Bibliografía General:

-Anijovich, R., Cappelletti, G., Mora, S., Sabelli, M., (2010) Transitar la Formación Pedagógica.

Dispositivos y estrategias. Paidós.

Page 299: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

298

-Anijovich, R., Mora, S., (2009) Estrategias de la enseñanza. Otra mirada al quehacer en el aula.

Buenos Aires. Argentina. . Aíque grupo editor

-Alves, E., (2003) La formación permanente del docente en el aula. El uso Universitario de la

tecnología para elevar la calidad del docente en el aula. Disponible

en: www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1316-00872003000100006.

Investigación y posgrado v18 n.l Caracas abril 2003 (Accesado 12 de diciembre 2016)

- BERMEJO, F. (1995) Problemas de Química General. Paraninfo.

-Castelnuovo, E., (1985) Didáctica de la Matemática Moderna. México: Editorial Trillas.

-Gardner, H., (1997) La mente no escolarizada. Cómo piensan los niños y cómo deberían enseñar

las escuelas. Buenos Aires, Argentina. Paidós.

- Mahan, B., Myers, R., (1990) Química Curso Universitario. , McGraw Hill.

-Pérez Casas, C., Barbadillo, L., (s/f) (2016) Taller de suelos. Jardín Botánico. I.E.E.S Nuestra

Señora del Pilar (Tetuán). Cuadernillo del alumno.

-Sanjurjo, L., (2008) La Formación práctica de los docentes. Reflexión y acción en el aula. Rosario,

Argentina.

-Sanjurjo, L., (2003) Volver a pensar la clase. Presentación al 2ª Congreso de Educación del Este

de Córdoba “Nuevas perspectivas didácticas en el aula”.

-Steiman, J., (2012) Más didáctica (en la educación superior). Buenos Aires, Argentina. Miños y

Dávila.

-Vázquez de Tapia, N., Tapia de Biblioni, A., Tapia, C., (1987) Matemáticas 2: equipos de

actividades. Buenos Aires: Ángel Estrada.

-Vilar, E., (s/f) Las matemáticas. Grimajo

Page 300: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

299

CB-271

POLINOMIOS Y SISTEMAS DE ECUACIONES EN EL AULA A PARTIR DE

ANTIGUOS TRATADOS DE ARTILLERÍA DE LOS SIGLOS XVIII Y XIX: NÚMEROS

FIGURADOS Y APILAMIENTOS DE NARANJAS

Carlos Dorce

[email protected]

Facultad de Matemáticas, Universidad de Barcelona, España

Núcleo temático: Recursos para la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas

Modalidad: CB

Nivel educativo: Medio o Secundario

Palabras clave: Historia de las Matemáticas, Polinomios, Álgebra, Recursos didácticos

Resumen La Historia de las Matemáticas no sólo es una ciencia en sí misma sino que nos proporciona los

razonamientos que las grandes figuras del pensamiento universal elaboraron para resolver

determinados problemas. En este sentido, nos podemos encontrar con los números figurados (sin

mucho interés actualmente) dentro de los tratados de aritmética que se escribieron en lengua

castellana hasta el siglo XIX. Paralelamente, distintos trabajos de artillería de esta misma época

también recogían esta invención pitagórica como base fundamental de los conocimientos que

debía tener todo artillero. ¿Por qué razón? Aquí se van a presentar una serie de actividades de

aula que, complementadas con la lectura de estas antiguas obras de los siglos XVIII y XIX, como

las del profesor catalán Tomás Cerdá (c.1715–1791), van a permitir al alumnado de secundaria

poder trabajar de manera cotidiana tanto con los sistemas de ecuaciones como con el álgebra

polinomial. Utilizando el razonamiento deductivo se presentarán los números figurados y se

deducirán las fórmulas que determinan su suma de modo que, al final, los alumnos van a ser

capaces de ver si un cierto número de naranjas pueden ser apiladas y en qué disposición.

Introducción

La invención de los números poligonales nos remite a los tiempos de los matemáticos pitagóricos,

quienes parece que construían las formas triangulares y cuadradas con determinados números de

piedrecitas (Heath, 1921). De este modo, los números triangulares son aquellos que pueden

representarse por un número determinado de puntos cuya forma es la de un triángulo:

Page 301: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

300

1 1 + 2 = 3 1 + 2 + 3 = 6 1 + 2 + 3 + 4 =10

Análogamente, los números cuadrados son los que se corresponden con las formas cuadradas:

12 = 1 22 = 4 32 = 9 42 =16

Uno de los primeros estudios de este tipo de números poligonales fue realizado por Nicómaco de

Gerasa en el siglo I-II d.C. y sus cálculos fueron ampliamente conocidos por matemáticos árabes

como Ibn al-Haytham (c. 965–1040) o Ibn al-Bannâ' (c.1256–c.1321) (Dorce, 2013). Estos

números tienen multitud de propiedades, las cuales ya fueron conocidas por los matemáticos

griegos, y aunque sólo sea por citar una de sus grandes apariciones dentro de la historia de las

matemáticas, vale la pena acordarse de la gran rapidez atribuida a un joven Carl Friedrich Gauss

(1777–1855) de 10 años de edad al calcular la suma 1 + 2 + 3 + ... + 100 = 5.050. Es evidente que

este cálculo está relacionado con la suma de la progresión aritmética planteada pero, ¿fue

consciente Gauss de que estaba calculando el 100º número triangular? ¿Por qué no? Tengamos en

cuenta que precisamente fue Gauss quien en 1796 demostró que cualquier número podía escribirse

como la suma de un máximo de tres números triangulares (Moore, 2013).

Actualmente, no es habitual hallar temas relacionados con los números poligonales en los

currículos oficiales. Sin embargo, el estudio de este tipo de números sí aparecía en los libros de

texto de los siglos XVIII y XIX, sobre todo a través de su vinculación con los manuales de artillería

que se publicaban por entonces. Un ejemplo de ello lo encontramos en las Liciones de mathematica

(1758-60), en dos volúmenes, del profesor jesuita catalán Tomás Cerdá (Tarragona, 1715–Forli,

1791). Además, Cerdá también los incluyó en su exitosa Lección de Artillería: para el uso de la

Page 302: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

301

clase (1764) y, dentro de esta misma época tenemos otros ejemplos de explicaciones de los

números poligonales y, sobre todo de sus sumas, en:

El Tratado de Artilleria theorica y practica (1733) de Juan Sánchez Reciente.

El Tratado de Artillería (1756) de Sebastián de Labairu y Azagra.

El Prontuario de Artillería (1828) de Ramón de Salas y Hernández.

El Tratado de Artillería de Marina (1829) de Francisco Ciscar.

Detalle de la lámina XIII del volumen I del Tratado de Artillería de Marina de Ciscar

La figura de Tomás Cerdá (1715–1791)

Tomás Cerdá nació en Tarragona en el año 1715 y con 17 años ingresó en la Compañía de Jesús.

Tras un período de formación, Cerdá se convirtió en profesor de filosofía, teología y matemáticas

y ejerció la docencia de estas materias en Cervera, Gerona y Zaragoza. Como matemático, el punto

de inflexión de su aprendizaje se produjo alrededor del año 1755, momento en el que la Compañía

decidió enviarlo a Marsella y ponerlo bajo la tutela del también jesuita Esprit Pézenas (1692–

1776). En 1749, Pézenas había traducido al francés y publicado el Treatise of Fluxions de Colin

MacLaurin (1698–1746) y abrió el campo del análisis infinitesimal a un Cerdá que, probablemente,

todavía no conocía su existencia. Con esta nueva visión del cálculo, regresó a Barcelona donde fue

nombrado profesor de la nueva Cátedra de Matemáticas del Colegio de Cordelles, posición que

ocupó entre los años 1756 y 1764. En esta etapa, Cerdá planeó la publicación de unas

enciclopédicas Liciones de Mathematicas en cinco volúmenes de los que sólo aparecieron los dos

primeros, dedicados a la aritmética y el álgebra (1758) y a la geometría (1760), respectivamente.

La obra puede ser considerada como una de las más completas en estas áreas y la pena es que la

impresión de los otros volúmenes no se produjera nunca, ya que prometían la aplicación del álgebra

a la geometría y, lo que hubiese sido más importante en ese momento de la historia de las

Page 303: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

302

matemáticas en España, el "Método directo e inverso de las fluxiones, que otros llaman Cálculo

Diferencial e Integral".

En el año 1764, Cerdá fue llamado a Madrid para hacerse cargo de las lecturas de Matemáticas del

Colegio Imperial, a la par que fue nombrado Cosmógrafo Mayor del Consejo de Indias. Además,

en ese mismo año, con motivo de la apertura de la Academia de Artillería de Segovia, también

publicó su Leccion de Artillería, para el uso de la clase.

Con la expulsión de los jesuitas decretada por Carlos III el 3 de abril de 1767, Cerdá se trasladó a

los Estados Pontificios, acogiéndose a la "caridad de los Padres Dominicanos de la Ciudad de

Forli" (Hervás y Panduro, 1794), donde finalmente murió en 1791.

Los apilamientos de balas en la obra de Cerdá

Dentro de las Liciones de Mathematicas, la aparición de los números poligonales y su suma se

produce en el artículo III sobre el "Modo de sumar algunas series" del capítulo XVI "De las Series"

del tomo II. Tras demostrar que:

6

121...21 222

nnn

n ,

Cerdá explica que "esta fórmula [...] se puede aplicar a las pilas cuadradas de balas que suele haber

en los almacenes de Artillería, pues las filas siguen los cuadrados de los números naturales, y los

lados de las filas los mismos números naturales, de manera que el vértice de la pila consta de 1

sola bala, la segunda fila tiene 4, la tercera 9, etc, y el lado de la primera fila es 1 bala, el de la

segunda es 2, el de la tercera 3, etc, y así la suma de todas las balas de una pila cuadrada es igual

a la suma de los cuadrados de los números naturales, hasta tantos términos cuantas balas tiene uno

de los lados de la última fila, o uno de los ángulos de dicha pila" (Cerdá, 1758). También explica

cómo calcular el número de balas de las pilas cuadradas incompletas, y el de las pilas oblongas,

completas e incompletas, que son aquellas que tienen un rectángulo de balas por base. En el

capítulo siguiente, Cerdá trata sobre los "números figurados", su cálculo y la determinación de la

suma de una serie consecutiva de los mismos.

Del mismo modo, la Leccion de Artilleria incluye un apéndice con las "Reglas para contar las

balas o bombas en los almacenes de Artillería" ya que "no llevarán a mal los que frecuentan las

Atarazanas y almacenes de Artillería, el que ponga aquí en breve algunas reglas para calcular con

expedición el número de balas o bombas que en dichos almacenes bien arreglados se encuentran"

Page 304: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

303

(Cerdá, 1764). En este caso, las fórmulas dadas, además de las correspondientes a las pilas

oblongas, son:

Pilas de base triangular (donde 2

nnTn es el enésimo número triangular):

6

23

3

2

1...

23

21

nnnnnnTTT n

Pilas de base cuadrada (donde 2nQn es el enésimo número cuadrado):

6236

32...

2323

21

nnnnnnQQQ n

Una propuesta de aula

La actividad que aquí se propone consiste en descubrir, en primer lugar, cuál es la fórmula que se

esconde tras la suma de los números cuadrados o, lo que es lo mismo, averiguar cuántas naranjas

caben en una pila de base cuadrada. Para ello, se propone a los alumnos de 4º de la Enseñanza

Secundaria Obligatoria (15-16 años) de un instituto situado en la periferia de la ciudad de

Barcelona, en España, rellenar la siguiente tabla de valores:

Pisos Nº de naranjas

1 1 2 1 + 4 = 5 3 1 + 4 + 9 = ... 4 ... ... ...

Los alumnos trabajan en grupos heterogéneos que intentan sacar el máximo provecho de las

cualidades de cada uno de sus cuatro o cinco miembros. Se parte del hecho que dicho alumnado

ha trabajado ya las funciones afín y cuadrática, con lo que la pregunta que se les propone

inicialmente es: ¿se corresponde esta tabla de valores a una función afín? Tras una breve discusión

sobre el tema, tres son los argumentos mayoritarios aportados en clase:

Page 305: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

304

1. Si se representa gráficamente, su gráfica no es una línea recta. Este argumento implica que

se tienen que representar los puntos obtenidos en la tabla de valores en unos ejes

cartesianos.

2. Si fuera una función afín nmxxf , tendría la pendiente m constante, es decir, se

cumpliría que mxfxf 1 . Este hecho no se produce:

41512 ff y 951423 ff

3. Si se plantea como un sistema de ecuaciones, no se obtiene la solución que se quiere:

34314522

11

xxfmnm

nmf

nmf

Por lo tanto, 14933·43 f .

Aprovechando este último argumento, el siguiente paso es preguntar: ¿se corresponde esta tabla

de valores a una función cuadrática? En este caso, la comparación de los puntos representados con

el trazo de una parábola cbxaxxf 2 es más difícil de ver a simple vista y, pese a que la

intuición provoca que haya alumnado que se decanta por esta posibilidad, aparece de manera

natural la resolución de un sistema de ecuaciones de tres ecuaciones con tres incógnitas:

22

7

2

52,

2

7,

2

5

14393

5242

112

xxxfcba

cbaf

cbaf

cbaf

Sin embargo, 302824·2

74·

2

54 2 f .

La resolución de un sistema lineal de estas dimensiones no está previsto a estas alturas de

programación curricular (es temario de cursos posteriores) y, por lo tanto, se propone a cada grupo

de alumnos que intente dar con algún método de solución. En este caso, de los 7 grupos que se

formaron en el aula, tan solo dos dedujeron que el método de sustitución era un camino adecuado

y un tercero propuso el método de reducción de ecuaciones:

Page 306: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

305

2

552

2395

1243

14393

5242

11

aaffba

ffba

cbaf

cbaf

cbaf

, por reducción

El resto de grupos no llegaron a ningún razonamiento correcto. De este modo, se puede aprovechar

para introducir y comentar este tipo de resoluciones para sistemas lineales con más de dos

ecuaciones y dos incógnitas.

¿Qué podemos hacer ahora, una vez hemos terminado con los argumentos conocidos? En la

actividad concreta que se realizó, se retó al alumnado a encontrar un polinomio del tipo

dcxbxaxxf 23 . Para evitar excesivos cálculos, se simplificó el problema avisando de

que 0d , con lo que, siguiendo un razonamiento parecido a los casos anteriores, el alumnado

tuvo que enfrentarse a un sistema lineal de tres ecuaciones con tres incógnitas:

0,6

1,

2

1,

3

1

1439273

52482

11

dcba

cbaf

cbaf

cbaf

Este resultado cumple, efectivamente que 304 f i que 555 f , con lo que la función

6

32

6

1

2

1

3

1 2323 xxx

xxxxf

es una buena candidata para ser la generadora de los

números que buscamos. Además, factorizando el numerador, el alumnado llegó a la conclusión de

que

6

121

xxxxf .

Para finalizar, cada grupo fue retado a encontrar la fórmula homóloga para pirámides de base

triangular.

La introducción de la historia de las matemáticas

Además de todo el razonamiento lógico y la búsqueda de estrategias que supone esta actividad,

hemos conseguido una buena excusa para introducir los números poligonales y su historia, y

también su aparición en los manuales de artillería de los siglos XVIII y XIX. La historia de las

matemáticas, como ya he comentado en otras presentaciones anteriores donde he intentado recoger

diversas pruebas de ello (por ejemplo: Dorce, 2016) consigue dar otro punto de vista a los

currículos y aporta una motivación extra al alumnado que puede ser un hilo conductor de una clase

Page 307: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

306

más interesante y amena. Así, en esta actividad concreta, algunas de las actividades que se

realizaron al respecto fueron las siguientes:

1. Presentación de la figura de Tomás Cerdá y su importancia dentro de las matemáticas

catalanas y españolas. Se propusieron trabajos voluntarios y se buscaron las referencias

concretas dentro de las Liciones de Mathematicas y la Leccion de Artilleria.

2. Trabajo voluntario sobre los números poligonales siguiendo las propiedades descritas en

Heath (1921) y Dorce (2013).

3. Visita al Museu de les Matemàtiques de Catalunya, en Cornellá de Llobregat (Barcelona),

donde puede encontrarse la fórmula de la suma de los n

primeros números cuadrados a partir de la experimentación

con material didáctico adecuado (ver anexo).

4. Introducción al problema de Kepler sobre el apilamiento de

las naranjas. Búsqueda de información al respecto y

discusión sobre los resultados obtenidos a través de internet.

Este tema posibilitó una excusa para hablar de las diferencias

entre conjetura y resultado demostrado.

5. A partir del punto anterior, se pueden buscar otras conjeturas matemáticas famosas

comprensibles para el alumnado de este nivel educativo, como la conjetura de Goldbach o

la infinitud de los números perfectos.

Con todo, esta actividad ofrece al alumnado la posibilidad de pensar, razonar, conjeturar y

demostrar resultados matemáticos dentro de una serie de clases amenas y motivadoras.

Referencias bibliográficas

Cerdá, T. (1758). Liciones de mathematica o Elementos Generales de Arithmetica, y Algebra para

el uso de la clase, Tomo II. Barcelona: Francisco Suriá.

Cerdá, T. (1764). Leccion de Artilleria, para el uso de la clase. Barcelona: Francisco Suriá.

Dorce, C. (2013). Història de la matemàtica. Des de Mesopotàmia fins al Renaixement. Barcelona:

Publicacions i Edicions de la Universitat de Barcelona.

Dorce, C. (2016). Nombres perfectes, amics i sociables. Una proposta per a l'aula. Noubiaix, 39,

desembre 2016, 35-51.

Heath, T. (1921). A History of Greek Mathematics. Oxford: Claredon Press, Volumen I.

Page 308: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

307

Hervás y Panduro, L. (1794). Viage estático al mundo planetario en el que se observan el

mecanismo y los principales fenó- menos del cielo; se indagan sus causas físicas, y se demuestran

la existencia de Dios y sus admirables atributos, Vol. 2. Madrid: Imprenta de Aznar.

Maz Machado, A. y Rico Romero, L. (2009). Las Liciones de mathemáticas de Thomas Cerda:

doscientos cincuenta años (1758–2008). Suma 60, Febrero 2009, 35-41.

Moore, T. (2013). An Investigation Relating Square and Triangular Numbers. Mathematics

Faculty Publications. Paper 37.

POLINOMIOS Y SISTEMAS DE ECUACIONES EN EL AULA A PARTIR DE

ANTIGUOS TRATADOS DE ARTILLERÍA DE LOS SIGLOS XVIII Y XIX: NÚMEROS

FIGURADOS Y APILAMIENTOS DE NARANJAS

Carlos Dorce

[email protected]

Facultad de Matemáticas, Universidad de Barcelona, España

Anexo

El material didáctico que dispone la exposición permanente del Museu de les Matemàtiques de

Catalunya para demostrar la fórmula

6

121...21 222

nnn

n ,

consta de seis piezas de madera que representan la suma 22222

5 54321 S :

La demostración consiste en ir jugando con las piezas hasta conseguir formar el ortoedro adecuado.

Los pasos son los siguientes:

Page 309: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

308

Unión de dos piezas Unión de tres piezas Unión de tres piezas (reverso)

Unión de cuatro piezas Unión de cinco piezas Unión de las seis piezas

Por lo tanto, la suma de las seis piezas 5S constituyen un ortoedro cuya base es un rectángulo de

lados iguales a 5 y 6 unidades, y altura igual a 11. Si miramos la última de las imágenes,

correspondiente al ensamblaje de las seis piezas vemos que:

11·6·56 5 S

En general, si hubiésemos considerado piezas representando a 222 ...21 nS n hubiésemos

llegado a la conclusión de que:

12·1·6 nnnSn

Consecuentemente:

6

12·1·

nnnSn

Page 310: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

309

CB-272

JUEGOS NUMÉRICOS EN EL AULA:

NÚMEROS PERFECTOS, AMIGOS Y SOCIABLES

Carlos Dorce

[email protected]

Facultad de Matemáticas, Universidad de Barcelona, España

Núcleo temático: Recursos para la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas

Modalidad: CB

Nivel educativo: Medio o Secundario

Palabras clave: Historia de las Matemáticas, Factorización, Juegos numéricos, Números perfectos

Resumen La invención de los números perfectos y de los números amigos se pierde en la antigua Grecia

pitagórica y, si bien, su determinación está a la orden del día gracias a su relación con la

búsqueda de nuevos números primos (muy necesarios en la criptografía moderna), pasan bastante

desapercibidos en los currículos oficiales tanto de la educación primaria como de la educación

secundaria. Estos tipos de números y el análisis de sus propiedades pueden ser los catalizadores

de clases motivadoras e interactivas en las que se despierten la curiosidad y el interés del

alumnado por su conocimiento. La excusa va a ser, en esta ocasión, la factorización numérica que

muchas veces se explica en las aulas de forma magistral y no produce nada más que su aprendizaje

como camino para poder determinar el m.c.d. y el m.c.m. de los números. La introducción de los

números perfectos y, de paso, de los amigos, los felices y los sociables, nos va a permitir disponer

de una serie de interesantes recursos de aula que permitirá tener al alumnado sumando,

multiplicando, factorizando,... de manera natural, sin necesidad de tener que buscar contextos

forzados en los que ubicar los cálculos.

Los conceptos de divisibilidad, múltiplos, divisores, factorización, números primos y compuestos,

etc., están muy presentes en los currículos de la educación primaria y secundaria. Sin embargo, a

pesar de los esfuerzos que muchas veces realizan los maestros/as y profesores/as en las aulas, la

correcta comprensión de estos conceptos queda muy lejos de lo que pretenden los objetivos

curriculares. El motivo de la poca consolidación del aprendizaje de este tema clave dentro de las

matemáticas modernas ha sido objeto de estudio en distintos trabajos realizados en los últimos

años, tales como Brown, Thomas y Tolías (2002), Leinkin (2006), Bodí, Valls y Llinares (2007),

y Castro y Molina (2011), donde se ha puesto de manifiesto la necesidad de profundizar en el

aprendizaje de la teoría de números elemental y, particularmente, en todos aquellos conceptos

relacionados con la divisibilidad y el teorema fundamental de la aritmética. En este sentido, son

Page 311: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

310

dos los puntos que se deberían mejorar para tener una correcta comprensión de la divisibilidad

entre números naturales. Por un lado, Zazkis (2000) estableció que basar el aprendizaje en el léxico

propio del tema como las palabras "múltiplo" y "divisor", "ser divisible", "factor", etc. muestra una

comprensión incompleta del concepto de factor, ya que el alumnado tiende a asociar "divisor" con

las divisiones y "múltiplo" con las multiplicaciones. Por otro lado, la comprensión de los números

primos está relacionada con la representación decimal con la que expresamos los números y,

muchas veces, se asocia el concepto de divisibilidad tan solo con la descomposición de un número

en factores primos (Zazkis y Liljedahl, 2004). Así, la comprensión de la factorización numérica es

clave en la correcta comprensión de la divisibilidad (Bodí, Valls y Llinares, 2005; Bodí, 2006).

Otro factor que no suma en este proceso cognitivo es la falta de un buen contexto en el que

desenvolverse. Muchas veces, los contextos que se buscan para facilitar la introducción de ciertos

temas en la clase de matemáticas no siempre nos dan los resultados previstos. Muchos de los

ejemplos y ejercicios que nos encontramos en los libros de texto referentes a los temas de la

divisibilidad, de la factorización, y de los cálculos del máximo común divisor y del mínimo común

múltiplo, son muy forzados y se convierten en un elemento más de una clase magistral. Además,

estos temas son recurrentes en los currículos, y el alumnado se ve sometido a la realización de

muchos ejercicios (tanto de consolidación como de ampliación) que no ayudan a conseguir que

nuestros adolescentes estén motivados y sientan el gusto y la pasión por las matemáticas.

Aquí se pretende presentar un recurso que puede romper con la problemática planteada a partir de

jugar con los números, sus divisores y sus factores primos: los números perfectos. La didáctica de

este tema ya ha sido abordada anteriormente (Dorce, 2016) y ahora es el momento de sacar diversas

conclusiones sobre su implementación en el aula.

Los números perfectos cumplen la propiedad de que son iguales a la suma de sus divisores

excluyéndolo a él mismo. Por ejemplo, el 6 es igual a la suma de sus tres divisores propios 1, 2 y

3 y, consecuentemente, el 6 es un número perfecto. Si se considera la función Nd

dN|

,

entonces un número N es perfecto si cumple la igualdad NN 2 .

Un poco de historia

Los números perfectos tienen su origen en las matemáticas pitagóricas (Dorce, 2013), y no fue

hasta el siglo III a.C. que Euclides los definió explícitamente en sus Elementos: "número perfecto

Page 312: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

311

es aquel que es igual a sus propias partes". Sin embargo, Euclides no se quedó aquí sino que

también demostró en la proposición 36 de su noveno libro que si un número es de la forma

122 1 nnN , con 12 n primo, entonces N es perfecto. El tema se quedó en este punto hasta

que Nicómaco de Gerasa (s. I-II d.C.) escribió su Introducción a la Aritmética donde, entre otros

temas, se dedicó a estudiar este tipo de números. Teniendo en cuenta que los únicos números

perfectos que conocía Nicómaco eran el 6, el 28, el 496 y el 8.128, el matemático griego llegó a

cinco interesantes conclusiones:

1. Hay un número perfecto de una cifra, otro de dos, otro de tres y otro de cuatro. Por lo tanto,

Nicómaco concluyó que tenía que haber un número perfecto para cada orden de cifras, es

decir, además de los cuatro conocidos, uno entre el 10.001 y el 100.000, uno entre el

100.001 y el 1.000.000, etc.

2. Por lo tanto, Nicómaco supuso la existencia de un número infinito de números perfectos.

3. Y además, todos ellos pares.

4. Este tipo de generalizaciones también le llevó a afirmar que la última cifra de los números

perfectos debía ser un 6 o un 8 y que estas se alternaban indefinidamente: 6, 28, 496, 8.128,

...6, ...8, ...

5. Finalmente, Nicómaco afirmó que los únicos números perfectos posibles debían seguir la

fórmula dada por Euclides.

Con todas estas premisas, Nicómaco no fue capaz de encontrar el quinto número perfecto. Sin

embargo, Ibn Fallūs (m.c.1250) escribió un comentario a la Introducción a la Aritmética en el

siglo XIII donde calculó los casos n = 2, 3, 4, 7, 9, 11, 13, 17, 19 y 23 (Brentjes, 1987). En esta

lista, Ibn Fallūs puso de manifiesto que en los casos n = 13, 17 y 19 se obtenía nuevos números

perfectos (números 33.550.336, 8.589.869.056 y 137.438.691.328, respectivamente) y que si n =

9, 11 y 23, entonces 12 n no es primo. Cabe decir que los números perfectos se habían dado a

conocer en el mundo árabe de la mano de Thābit ibn Qurra (836–901) y que Ibn al-Haytham (965–

1040) los estudió a conciencia, afirmando que si un número es perfecto, entonces tenía que ser

necesariamente de la forma descrita por Euclides (Rashed, 1994).

Llegados al Renacimiento Europeo, la primera aparición del quinto número perfecto (caso n = 13)

se remonta a un manuscrito anónimo fechado en el año 1458, y también a las anotaciones de

Johanes Müller, también conocido como Regiomontano (1436–1476). En 1536, Hudalrichus

Regius supo descomponer 89·231211 y encontró independientemente de los resultados

Page 313: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

312

anteriores que 1213 es primo. Sin embargo, estos apuntes históricos no pueden hacer sombra al

Tratado de los números perfectos escrito por el italiano Pietro Cataldi (1548–1626) en 1603, en el

que se dedicó a buscar todos los números primos menores que 750. A partir de esta lista demostró

que 1217 y 1219 son primos y, así, redescubrió el sexto y séptimo números perfectos. Además,

vaticinó que los casos n = 23, 29, 31 y 37 también debían arrojar números primos (como se puede

ver, ya hacía tiempo que los matemáticos habían visto que para obtener un número primo de la

forma 12 n , n también debía ser primo).

Los grandes matemáticos también aportaron su granito de arena a toda esta historia. Pierre de

Fermat (1601–1665), por ejemplo, en una carta que envió en el año 1640 a Marín Mersenne (1588–

1648), le mostró su estudio de los números del tipo 12 n , diciendo, entre otras premisas, que si n

no es primo, entonces 12 n tampoco lo es, y que si n es primo, entonces 22 n es divisible por

2n. En estos resultados, Fermat germinó su Pequeño Teorema, que afirma que si a es un número

entero no divisible por p primo, entonces 11 pa es divisible por p. Así, Fermat demostró que los

casos n = 23 y 37 de Cataldi eran erróneos, ya que consiguió factorizarlos. Mersenne, por su parte,

también decidió estudiar los números primos de la forma 12 n

nM , los cuales han pasado a la

historia como Números de Mersenne.

Como resultado importante, se debe señalar que en 1732, Leonhard Euler (1707–1783) demostró

el recíproco de la regla de Euclides para los números perfectos pares, corroborando la quinta de

las afirmaciones de Nicómaco, que suponía que el número perfecto inicial era par (Dickson, 1971).

Para terminar con toda esta historia, podemos decir que actualmente, se conocen tan solo 49

números perfectos, todos ellos pares. El último de ellos se corresponde con el caso n = 74.207.281,

termina en 6 y tiene 44.677.235 cifras. El mérito de su descubrimiento es de Curtis Cooper,

profesor en la Universidad Central de Missouri, y de su ordenador, los cuales dieron con el gran

hallazgo el 7 de enero de 2016.

Presentación en el aula

Supongamos que para presentar el concepto de factorización de un número, presentamos el tema

a partir del cálculo de los divisores del número 28 = 22· 71:

28 2 14 2

Page 314: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

313

7 7 1

¿Cómo podemos calcular sus divisores? En primer lugar, el alumnado debe saber cómo calcular

el número de divisores de un número:

Si N > 1 es un número natural tal que su descomposición en producto de factores primos

es kn

k

nnpppN ...21

21 , entonces su número de divisores es igual a:

)1...·(·)1(·)1( 21 knnnn

De este modo, el número de divisores del 28 es (2+1)·(1+1) = 3·2 = 6. Con ello, podemos empezar

a resolver el problema recogido por López, Castro y Cañadas (2013), quines explican que maestros

en formación, ante la descomposición 32· 53· 71, no son capaces de distinguir si el 21 es divisor

del número dado sin necesidad de realizar la división. Ahora, quedaría claro que el 1, el 3, el 5 y

el 7 no son los únicos divisores ya que, en este caso, 32· 53· 71 tiene (2+1) · (3+1) · (1+1) = 3 · 4 ·

2 = 24 divisores.

Llegados a este punto, ya podemos enseñar a encontrar todos los divisores de un número.

Volvamos al 28 y sigamos la descomposición factorial hallada:

1 1p 2

1p

Multiplicado por 1: 1 2 4

Multiplicado por 72 p : 7 14 28

¿Qué aporta este cálculo? ¿No hay el peligro de caer en la misma rutina que proponen ciertos libros

de texto? Después de profundizar en las posibilidades establecidas en Dorce (2016), se vio la

necesidad de escribir en la pizarra los seis divisores ordenados de menor a mayor:

1 2 4 7 14 28,

ya que, en la primera experiencia que se hizo, ninguno de los alumnos presentes se dio cuenta de

que el 28 era perfecto. Esta vez, los 25 alumnos de 2º de la ESO de un instituto público de la

periferia de Barcelona (13-14 años de edad) tuvieron delante los seis divisores ordenados y sí se

dio el resultado esperado: un alumno observó que el número 28 es igual a la suma de 1+2+4+7+14.

En ese momento, la pregunta fue: "¿y eso pasa más a menudo?". Respuesta: "Vamos a probar".

Cada uno de los alumnos y alumnas de la clase escogió un número al azar y le calculó sus divisores

(no sin producirse algún error de cálculo), con lo que se fue escribiendo en la pizarra todas las

Page 315: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

314

posibilidades obtenidas tras asegurarse de que no había ninguna repetición. Es decir, cada alumno

iba escogiendo un número sucesivamente y no se podía repetir ningún número N de los que se iban

escribiendo en la pizarra. El resultado obtenido fue el siguiente:

N Divisores < N N Divisores < N N Divisores < N

15 1, 3, 5 9 100 1,2,4,5,10,20,25,50 117 24 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12 36

2 1, 2 3 30 1, 2, 3, 5, 6,10,15 42 19 1 1

6 1, 2, 3 6 9 1, 3 4 40 1, 2, 4, 5, 8,10,20 50

8 1, 2, 4 7 50 1, 2, 5, 10, 25 43 63 1, 3, 7, 9, 21 41

11 1 1 17 1 1 12 1, 2, 3, 4, 6 16

25 1, 5 6 27 1, 3, 9 13 38 1, 2, 19 22

10 1, 2, 5 8 3 1 1 4 1, 2 3

14 1, 2, 7 10 18 1, 2, 3, 6, 9 21 42 1, 2, 3, 6, 7,14,21 54

--- --- --- 23 1 1 --- --- ---

Conclusiones a las que llega al grupo (en cursiva, las reflexiones del profesor):

1. El 6 es como el 28. Cierto. ¿Eso qué puede significar?

2. No hay muchos números que cumplan lo mismo que cumple el 28. ¿Y qué resultados se

obtienen? ¿Podemos sacar alguna conclusión?

3. Sí. Los que dan 1. Son primos. Por lo tanto, los números primos sólo tienen un divisor

distinto de él mismo. El 1. ¿Y el resto?

4. Algunos dan mucho. Se llaman números abundantes.

5. ¿Y los que dan menos? Números deficientes.

6. ¿Y qué son el 6 y el 28? Son números perfectos.

La actividad puede continuar con la comprobación efectiva de que el 496 y el 8.128 son números

perfectos.

Números amigos y sociables

Para seguir con el cálculo de divisores, se puede presentar en clase la pareja de números 220 y 284

y sugerir el cálculo de sus divisores siguiendo el patrón establecido:

220 = 22 · 5 · 11. Divisores < 220: 1, 2, 4, 5, 10, 11, 20, 22, 44, 55 y 110.

284 = 22 · 74. Divisores < 284: 1, 2, 4, 71 y 142.

Page 316: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

315

Bajo el paradigma de los números perfectos, el alumnado es invitado a comprobar si la suma de

los divisores obtiene algún resultado sorprendente y así es, ya que se cumple que

504284220284220 . En este caso, estamos delante de una pareja de números

amigos. La experiencia provoca reabrir la curiosidad por una propiedad matemática y, como antes,

se invita al alumnado a encontrar más parejas de este tipo. Se ha de señalar que, si bien se conocen

actualmente millones de parejas de números amigos, es muy difícil que alguien (al azar) dé con

una, ya que la segunda menor pareja de números amigos está formada por el 1.184 y el 1.210. Sin

embargo, los distintos resultados son muy interesantes en sí mismos. Por ejemplo, supongamos

que se escoge el 24: 362424 y 553636 . Aunque no estamos delante de dos

números amigos, podríamos mirar qué ocurre con el 55 y con todos los posibles resultados que se

van obteniendo: 1711515555 y 11717 . Todos los cálculos del alumnado

van terminando en el resultado 1 pp con p primo y este hecho es aprovechable para

conjeturar si es posible encontrar un ejemplo en el que esto no se cumpla, es decir, si existen

números 1N , 2N , ..., kN tales que 1 jjj NNN para kj 1 y 1NNN kk .

Estaríamos delante de una cadena de números sociables. La magnitud de los posibles ejemplos

hace inviable su búsqueda pero los alumnos ven que las propiedades de los números son

espectaculares. Si k = 1, los números son perfectos, y si k = 2, los números son amigos. En 1918,

P. Poulet determinó el grupo de k = 5 números sociables 12.496, 14.288, 15.472, 14.536 y 14.264

(Poulet, 1918). También determinó que el número 14.316 era el primero de una cadena de k = 28

sociables y estas asociaciones fueron las únicas conocidas hasta que en 1970, H. Cohen encontró

nueve grupos para k = 4 (Cohen, 1970).

Con todo, los alumnos y alumnas de la clase han estado calculando los divisores de los números

que han ido saliendo y se ha conseguido romper el paradigma de que los únicos divisores de un

número son sus factores primos. Como se ha visto, la descomposición factorial del número se ha

convertido en un recurso para poder determinar las propiedades de ciertos números (tan

interesantes como curiosas y, por qué no decirlo, bonitas). Además, el juego no se termina aquí.

Por ejemplo, ¿qué ocurre si sumamos sucesivamente las cifras de un número perfecto mayor que

6? ¿Ocurre los mismo con el resto de números? ¿Y si sumamos los inversos de sus divisores? Es

decir, Si los divisores del 6 son el 1, 2, 3 y 6, ¿cuál es el resultado de 61

31

21

11 ? ¿Ocurre lo

mismo con los demás números perfectos? ¿Y con otros números? Y si en lugar de sumar,

Page 317: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

316

¿multiplicamos divisores? Puede verse un resumen de estas propiedades en Dorce (2016) pero las

posibilidades que ofrecen este tipo de números a un nivel elemental parecen... infinitas.

Referencias bibliográficas

Bodí, S. D., Valls, J. y Llinares, S. (2005). El análisis del desarrollo del esquema de divisibilidad

en N. La construcción de un instrumento. Números, 60, 3-24.

Bodí, S. D. (2006). Análisis de la comprensión de la divisibilidad en el conjunto de los Números

Naturales. Tesis doctoral. Universidad de Alicante.

Bodí, S. D., Valls, J. y Llinares, S. (2007). La comprensión de la divisibilidad en N. Un análisis

implicativo. En R. Gras, B. Orús y B. Pinaud (Eds.), Noveaux apports théoriques à l'analyse

statistique implicative et applications: 4èmes recontres internationales d'analyse statistique

implicative, (pp. 99-110). Castellón: Universitat Jaume I.

Brentjes, S. (1987). Die ersten sieben volkommenen Zahlen und drei Arten befreudeter Zahlen in

einem Werk zur elementaren Zahlentheorie vol Ismācīl b. Ibrahīm b. Fallūs. NTM-Schriftenreihe

für Geschichte der Naturwissenschaften, Technik und Medizin, 24, 1, 21-30.

Cohen, H. (1970). On Amicable and Sociable Numbers. Mathematics of Computation, 24, 423-

429.

Dickson, L. E. (1971). History f the Theory of Numbers. Vol 1. Nueva York: Chelsea Publishers

Co.

Dorce, C. (2013). Història de la matemàtica. Des de Mesopotàmia fins al Renaixement. Barcelona:

Publicacions i Edicions de la Universitat de Barcelona.

Dorce, C. (2016). Nombres perfectes, amics i sociables. Una proposta per a l'aula. Noubiaix, 39,

desembre 2016, 35-51.

López, A. y Cañadas M. C. (2013). Utilización del teorema fundamental de la aritmética por

maestros en formación en tareas de divisibilidad. En L. Rico, M. C. Cañadas, J. Gutiérrez, M.

Molina e I. Segovia (Eds.), Investigación en Didáctica de la Matemática. Homenaje a Encarnación

Castro (pp. 59-66). Granada, España: Editorial Comares.

López, A., Castro, E. y Cañadas, M. C. (2013). Utilización de la noción «ser múltiplo» por

maestros de educación primaria en formación. Epsilon. Revista de Educación Matemática, 84.

Poulet, P. (1918). Question 4865. L'interméd. des Math., 25, 100-101.

Rashed, R. (1994). The Development of Arabic Mathematics: Between Arithmetic and Algebra.

Dordrecht, Boston, Londres: Kluwer Academic Publishers.

Zazkis, R. y Liljedahl, P. (2004). Understanding primes: the role of representation. Journal for

Research in Mathematics Education, 35 (3), 164-186.

Page 318: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

317

CB-273

ENSEÑANZA DE LA DIDÁCTICA DE LA GEOMETRÍA Y PSICOLOGÍA EN INGLÉS

EN EL GRADO EN MAGISTERIO EN EDUCACIÓN PRIMARIA. UNA

INVESTIGACIÓN INTER-DEPARTAMENTAL.

Alberto Arnal-Bailera – Miguel Á. Marco-Buzunáriz – Silvia Pellicer Ortín – Lucía Tomás-

Aragonés– Elena Gil Clemente

[email protected][email protected][email protected][email protected]

[email protected] Universidad de Zaragoza. España

Núcleo temático: VI. Matemáticas y su integración con otras áreas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: Didáctica de la Geometría, Psicología, CLIL, percepciones del alumnado

Resumen Presentamos parte de una experiencia interdisciplinar llevada a cabo en la Facultad de Educación

de la Universidad de Zaragoza entre los Departamentos de Matemáticas, Psicología y Filología

Inglesa. Contextualizamos esta experiencia dentro del auge de las enseñanzas bilingües tanto en

Europa como en nuestro país y, tras haber detectado un vacío en las investigaciones llevadas a

cabo en los niveles de enseñanza superior, proponemos un estudio de: i) las percepciones de

nuestros estudiantes antes y después de recibir esta enseñanza a través del inglés; ii) las

especificidades propias de las áreas de Didáctica de las Matemáticas y Psicología cuando se

aplica la enseñanza bilingüe y iii) un análisis cuantitativo y cualitativo de las diferencias en los

resultados y consecución de tareas llevadas a cabo tanto en lengua española como inglesa. Este

análisis se ha interpretado desde el enfoque actual de enseñanza bilingüe CLIL, el cual aboga por

un proceso holístico de la enseñanza-aprendizaje de lengua y contenido.

Contexto y marco teórico

Las universidades españolas han incrementado la oferta de asignaturas en inglés, especialmente

debido a su interés en mejorar la empleabilidad de sus graduados y en buscar la

internacionalización de sus estudios atrayendo a un mayor número de estudiantes extranjeros

(Coyle 2010). Estos programas bilingües se encuadran dentro del enfoque CLIL –Content and

Language Integrated Learning–, el cual se refiere a la aproximación dual a los procesos de

enseñanza y aprendizaje vía la fusión de los dos elementos –lenguaje y contenido–

tradicionalmente fragmentados.

Cuando nuestros alumnos terminan sus estudios se incorporan a una realidad educativa en la que

se han implementado en los últimos años varios programas oficiales de bilingüismo y a diferentes

niveles, los cuales llegan hoy a más de 200 centros educativos, sobre todo gracias al programa

Page 319: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

318

PIBLEA (Programa integral de bilingüismo en lenguas extranjeras en Aragón). En otras

Comunidades Autónomas también hay programas del este tipo lo que ha convertido a España en

uno de los líderes europeos en CLIL, apoyados también en nuestra propia riqueza cultural y

lingüística (Coyle, 2010).

En la Facultad de Educación de la Universidad de Zaragoza, primero el Departamento de

Psicología y Sociología (desde 2011) y después el de Matemáticas (desde 2016) han comenzado a

ofertar asignaturas impartidas a través del inglés. Al mismo tiempo, el Departamento de Filología

Inglesa y Alemana ha comenzado a desarrollar una intensa investigación y docencia entorno al

enfoque CLIL, centrándose en los retos que surgen a la hora de introducir el inglés en diferentes

contextos y niveles educativos. Todo ello lleva a los profesores involucrados a compartir

experiencias y a buscar una línea de trabajo común, que además puede ayudar a complementar las

investigaciones sobre los resultados de los programas CLIL que hasta ahora se han centrado

mayoritariamente en las etapas de educación primaria y secundaria.

Este estudio trata de responder a algunas necesidades iniciales que han ido surgiendo cuando se ha

tratado de organizar las asignaturas impartidas en inglés. Hemos observado que los profesores

necesitan: i) consultar experiencias anteriores, lo que es muy difícil dado el escaso número de

estudios sobre CLIL a nivel universitario, ii) mejorar su formación en lengua inglesa y en las

técnicas didácticas a aplicar cuando las estructuras lingüísticas están íntimamente relacionadas con

algunas áreas de contenido específico (matemáticas y psicología en este caso), iii) recoger datos

objetivos sobre el desempeño y motivación de los estudiantes que les permitan mejorar su

actuación en un ambiente bilingüe, adaptando en lo posible el contenido al contexto del aula.

Teniendo en cuenta estos parámetros iniciales, nuestro proyecto fue diseñado para responder a

varios objetivos de investigación: i) estudiar las motivaciones de los alumnos de nuestra Facultad

a la hora de elegir o no asignaturas impartidas en inglés; ii) comparar las opiniones de los alumnos

CLIL con los que siguen las clases en castellano sobre su proceso de aprendizaje; iii) analizar los

resultados obtenidos por nuestros alumnos en algunas tareas específicas realizadas en clase para

contribuir a conocer los procesos de aprendizaje en el marco de un aula universitaria CLIL. Los

dos primeros objetivos fueron estudiados en el curso 2015/16, mientras que el tercero se continúa

en este curso con el análisis de tareas de argumentación que mostraremos más adelante.

En el caso de la argumentación, Gamboa, Planas y Edo (2010) defienden la práctica de

argumentación matemática como una parte esencial de la formación de los estudiantes en primaria,

Page 320: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

319

por lo que también debe ser tenida en cuenta en la formación de los futuros maestros. Los autores

encuentran confusiones teóricas y prácticas entre distintos tipos de razonamiento, concretamente

entre explicación justificación y demostración y dificultades para plantear preguntas que requieran

argumentación. Estas ideas también pueden aplicarse al ámbito de la psicología moral, donde los

estudiantes han de elaborar un razonamiento moral y llegar a una solución pasando por similares

fases. Debido a la relevancia de las destrezas argumentativas en estas dos materias, este curso

hemos decidido estudiar la incidencia que tiene el uso de la lengua inglesa como lengua vehicular

en el desarrollo y adquisición de destrezas argumentativas.

Metodología

En las asignaturas que consideramos, los alumnos están repartidos en cuatro grupos de docencia,

uno de los grupos recibe la docencia en inglés y tres, en castellano. El grupo en inglés es de tarde,

lo que, unido a que se elige turno por nota de expediente, influye en la tipología de los alumnos ya

que, suelen preferir ir a clase por la mañana. En el curso 2015/16 55 alumnos se matricularon en

la asignatura “Psicología del desarrollo” –PD a partir de ahora– y 24 en la de “Didáctica de la

Geometría” –DG– en los grupos en inglés. En el curso 2016/17 estos números fueron de 60 y 46,

respectivamente.

DG se imparte en el tercer curso en dos sesiones de dos horas semanales en el segundo

cuatrimestre. En la primera se realizan actividades prácticas en pequeños grupos colaborativos

donde los alumnos tienen que reflexionar –con la ayuda del profesor– sobre contenidos o

problemas matemáticos y/o didácticos que se formalizan en la sesión teórica posterior, donde se

dan explicaciones en gran grupo y se realizan puestas en común sobre las actividades prácticas.

En cursos anteriores los resultados académicos han sido muy positivos (por ejemplo, 85%

superaron la asignatura en el curso 2014/15). Entre los cursos 2015/16 y 2016/17, tres profesores

del Departamento de Matemáticas han tomado parte en la enseñanza de esta asignatura.

PD se imparte se imparte en primer curso también en dos sesiones semanales, una de tres horas y

otra de dos horas. La metodología es participativa y colaborativa; los estudiantes preparan parte

de la clase ellos mismos a partir del material que se les proporciona o que ellos buscan –también

con la guía de la profesora. Las actividades incluyen presentaciones de los alumnos al resto de la

clase, discusiones sobre estudios de caso, o de documentos y videos que han debido leer o

visualizar previamente. Los resultados en cursos anteriores han sido similares a los de DG. Entre

Page 321: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

320

los cursos 2015/16 y 2016/17, una profesora del Departamento de Psicología y Sociología ha

desarrollado toda la enseñanza de esta asignatura.

Los cuatro profesores involucrados en la docencia directa de estos grupos han trabajado de forma

coordinada con una profesora del Departamento de Filología Inglesa que imparte sus enseñanzas

en cuarto curso del Grado de Magisterio en Educación Infantil y en el Posgrado de CLIL e

innovación en el aula de inglés en Educación Primaria, enseñando cómo aplicar el enfoque CLIL

en diversos contextos educativos.

Concretamos a continuación la metodología desarrollada en algunas de las actividades

desarrolladas en este estudio:

a) Estudio cuantitativo previo a que los alumnos asistan a las asignaturas impartidas en inglés: Se

suministra una encuesta a los grupos 3 y 4 de primero, que cursan PD en inglés y castellano

respectivamente y a los grupos 3 y 1 de tercero, que cursan DG en inglés y castellano

respectivamente. En esta encuesta se pregunta sobre nivel de inglés, motivaciones a la hora de

elegir el idioma de la asignatura y puntos de vista sobre aspectos del enfoque CLIL. Se realiza en

febrero de 2016.

b) Estudio cuantitativo posterior a la enseñanza: Al final de curso, se suministra otra encuesta a

los grupos que asistieron a las asignaturas CLIL. En esta encuesta se pregunta sobre nivel de inglés

y opiniones sobre el enfoque CLIL para detectar cambios respecto a las percepciones previas a la

enseñanza. Se realiza en junio de 2016.

c) Estudio estadístico con SPSS de las calificaciones de los 4 grupos de DG para ver las diferencias

entre las medias del grupo en inglés y el resto. Se realiza en junio de 2016.

d) Comparación de realizaciones de alumnos en tareas relativas a la argumentación. Una de las

tareas de la asignatura en el curso 2016/17 es el análisis y producción de argumentaciones tanto

en DG como en PD. Se realiza un análisis inicial de las producciones de los alumnos de DG en

dos grupos en inglés y castellano. Se analizan las producciones de 12 parejas (grupo en inglés) y

20 parejas (castellano).

Resultados

a-b) Estudios pre y post-enseñanza:

-El interés en las asignaturas en inglés tiene que ver con un interés más general que profesional en

el idioma. El interés profesional es mayor en 3º que en 1º (22% vs 16%)

Page 322: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

321

-Solo un 31% de los alumnos de las asignaturas en inglés tenían algún nivel de este idioma

acreditado, frente al 35% de los que cursaban las asignaturas en castellano. Tras este curso, los

alumnos consideraron que sus competencias en inglés han mejorado. Sobre todo las orales y

escritas (PD) y el uso académico del académico (DG y PD).

-De los alumnos que cursaban asignaturas en castellano por la mañana, un 39% no eligieron la

asignatura en inglés por el horario y un 32% por considerar bajo su nivel de idioma. Los alumnos

de asignaturas en castellano por la tarde, no eligieron la asignatura en inglés porque su prioridad

era aprobar (37%) o por su nivel de idioma (52%).

-Los estudiantes de las asignaturas en inglés mostraron diversos miedos respecto a las mismas:

hablar en público (PD) o el papel del profesor (DG). Al final del cuatrimestre, los miedos bajaron,

salvo el miedo al examen de DG. Los estudiantes mayoritariamente consideraron que era necesario

un nivel mínimo de idioma. Pese a estas dificultades iniciales, la mayoría recomendaría a sus

compañeros recibir estas asignaturas en inglés.

-Los alumnos que recibieron enseñanza CLIL mostraron una evolución en sus ideas acerca de la

impartición de asignaturas en inglés en Educación Primaria. Un 22% de los alumnos consideraban

previamente que sólo el inglés debía impartirse en inglés, un 46% al menos otra asignatura, y un

32% pensaba que todas las asignaturas debían ser impartidas en inglés. Estos porcentajes pasaron

a ser un 0%, 85% y un 15%, respectivamente, tras cursar las enseñanzas.

c) Estudio estadístico de las calificaciones en DG de los 4 grupos

Con ayuda del test t de SPSS, se realizó un análisis estadístico de los resultados del examen en los

cuatro grupos de DG. Los resultados muestran que los alumnos del grupo 3 (en inglés) obtienen,

como media, las mismas calificaciones que el grupo 4, ambos del turno de tarde. También se

aprecia que los grupos 3 y 4 obtienen peores calificaciones de media que los alumnos de los grupos

1 y 2, que corresponden al turno de mañana con un 90%-95% de significatividad respectivamente

(Pellicer-Ortín et al., 2016).

d) Comparación de realizaciones de alumnos en tareas de argumentación.

En el curso 2016/17 se ha desarrollado una secuencia de actividades acerca de la argumentación,

analizamos a continuación las dos primeras actividades, realizadas en la primera sesión del curso,

a modo de evaluación inicial.

Como primera actividad inicial, y con la finalidad de ver el nivel de partida de los estudiantes con

respecto de la argumentación, se propone la tarea de justificar una afirmación (ver anexos 1 y 2).

Page 323: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

322

La afirmación en el grupo de castellano es generalmente conocida por los alumnos. Esto puede ser

un problema, ya que se encuentran con la tarea de justificar algo que dan por sentado, y porque

pueden confundir la caracterización que habitualmente conocen de ángulos suplementarios (que

suman 180º) con las características presentadas, que son en sí mismas una definición de un

concepto muy similar. En el grupo de inglés esta confusión no se da, dado que, por ejemplo, no

conocen previamente ninguna definición del concepto “linear pair of angles”. En el grupo de

inglés, las justificaciones se basan fuertemente en la exposición de ejemplos (Ver tabla 1). 7 de las

parejas analizan exclusivamente el caso particular en que los ángulos suplementarios son dos

ángulos de 90º, mientras que 3 analizaron un caso más general (dos ángulos suplementarios no

rectos), o el caso particular anterior y un caso general. Solo una pareja hace una justificación sin

necesitar dibujar un ejemplo. Encontramos una relación directa (estadísticamente significativa a

un nivel 90%) entre quienes han empleado al menos el ejemplo general y han desarrollado una

cierta justificación de la afirmación en el grupo de inglés. Por su parte, en el grupo de castellano,

las justificaciones o explicaciones también se basan fuertemente en la exposición de ejemplos. 3

de las parejas analizaron exclusivamente el caso particular en el que los ángulos suplementarios

son dos ángulos de 90º, mientras que 17 analizaron un caso más general (dos ángulos

suplementarios no rectos) o el caso particular anterior y un caso general. Solo una pareja hace una

explicación sin necesitar dibujar un ejemplo. Una pareja dibuja un esquema de ejemplo general

pero no escriben texto alguno, estos dos casos no consideramos que constituyan explicación ni

justificación en el sentido de Gamboa, Planas y Edo (2010).

Los casos en los que escriben algún texto, aunque sea en el dibujo (todos menos la pareja 2),

pueden verse a continuación:

Grupo inglés Grupo castellano

Expl. Justif. Total Expl. Justif. Total

Ejº. solo 90º-90º 6 1 7 (58%) 3 0 3 (14%)

Ejº. General 1 3 4 (33%) 11 7 18 (82%)

Sin ejemplo 0 1 1 (8 %) 1 0 1 (4%)

Total 7 (58%) 5 (42%) 15 (68%) 7 (32%) Tabla 1. Resultados actividad 1 en ambos grupos.

Consideramos que los alumnos que realizan exclusivamente un dibujo acompañado de notas o

indicaciones del significado de cada elemento están realizando una explicación no verbal –un

dibujo puede ser visto como un argumento de tipo descriptivo–.

Page 324: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

323

Los alumnos de inglés parecen estar más preocupados por el lenguaje y explican/justifican

mediante un lenguaje verbal en todos los casos menos uno, mientras que en el grupo de castellano,

5 parejas no escriben ninguna frase fuera del dibujo a pesar de dibujar el ejemplo 90º-90º o el

ejemplo general.

Hay una gran diferencia entre los porcentajes de alumnos que emplean ejemplos generales en uno

y otro grupo (33% en inglés vs. 82% en castellano). Esto puede ser parcialmente debido a que los

alumnos de castellano recuerdan la apariencia gráfica de dos ángulos suplementarios y la plasman

en la resolución de sus tareas. La enseñanza en inglés podría estar eliminando parcialmente la

influencia de estos recuerdos en las actividades de argumentación. Asimismo, a pesar de ese mayor

porcentaje de alumnos empleando ejemplos generales, hay un mayor porcentaje de alumnos que

justifican en inglés (42%) que en castellano (32%). Esto, unido al resultado anterior relativo al

menor nivel académico de los alumnos de tarde, nos hace considerar que la enseñanza en inglés

puede tener el efecto de promover, en cierta manera, la necesidad de una mayor reflexión previa y

una actividad cognitiva más elevada, tanto a nivel lingüístico como de contenido, antes de escribir

las respuestas y dar una argumentación válida.

La segunda actividad del bloque inicial, realizada el mismo día que la primera, pide analizar una

justificación de un enunciado “Given any two angles, you can only draw one triangle” (ver anexos

3 y 4). El primer elemento a reseñar es que en la actividad se les presenta un enunciado falso. Así

pues, el primer elemento que analizaremos es si los alumnos consideran falso o verdadero el

enunciado. (V/F). Un segundo elemento es que se indica que para construir un triángulo se dibuja

el segundo ángulo “at the end of one of the angles”. Esta expresión trata de detectar si se conoce

el concepto de ángulo como región comprendida entre semirrectas. Analizaremos si los alumnos

detectan esta segunda falsedad. (S/N).El tercer elemento es el resultado, habitualmente conocido

por todos los alumnos, de que la suma de los tres ángulos de un triángulo es 180º. Analizaremos

si los alumnos mencionan este resultado a la hora de analizar la justificación. (S/N). El cuarto

elemento es el estudio de la unicidad a partir del resultado único de la operación propuesta por el

resultado anterior. Discutiremos si los alumnos sienten necesidad de discutir si el resultado es

“único”. Concretamente si, los alumnos han considerado importante dibujar ejemplos para

comprobar si siempre obtenían el mismo resultado y justificaban así que éste fuera único, o bien,

si han hecho referencia explícita al hecho de que variando las longitudes de los lados se obtienen

Page 325: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

324

otros triángulos. (S/N). Las parejas que solamente han dicho que “hay más triángulos” o “no hay

más triángulos” sin dar ninguna razón, las hemos etiquetado como ‘N’.

Grupo inglés Grupo castellano 1-Enunciado V: 7 (58%) F: 5 (42%) V: 17 (74%) F: 6 (26%)

2-“Extremo…” S: 0 (0%) N: 12 (100%) S: 0 (0%) N: 23 (100%)

3-Suma ángulos S: 9 (75 %) N: 3 (25%) S: 16 (70%) N: 7 (30%)

4-Unicidad S: 4 (33%) N: 8 (67%) S: 5 (22 %) N: 18 (78%)

Tabla 2. Resultados actividad 2 en ambos grupos.

La comparación entre ambos grupos (Tabla 2) mostró que el enunciado se califica como falso por

un porcentaje mucho mayor en el grupo en inglés. Ninguna pareja en ninguno de los dos grupos

detecta el error en la argumentación en el paso 2. Un porcentaje muy similar de parejas de ambos

grupos focaliza el análisis de la argumentación en el resultado que conocían del paso 3. Hay un

mayor porcentaje de alumnos que discuten la unicidad del resultado entre los alumnos de inglés.

Conclusiones

Teniendo en cuenta los datos obtenidos hasta el momento, la enseñanza CLIL en el Grado de

Magisterio en Primaria tiene efectos positivos en la visión de los alumnos respecto a la enseñanza

CLIL en los diferentes niveles de Educación Primaria.

Los resultados académicos en Didáctica de la Geometría de ambos grupos no son muy diferentes,

en particular no son peores por desarrollarse la enseñanza en inglés.

Los alumnos del grupo en inglés muestran mayor tendencia a reflexionar sobre aquello que van a

escribir, lo que redunda en mejoras en las actividades de argumentación. Relacionamos esto con

el hecho de que el realizar una serie de tareas que requieren de lógica matemática así como de

destrezas de pensamiento y habilidades comunicativas argumentativas obliga a los estudiantes a

llevar a cabo una reflexionar de una manera más profunda y significativa (Doyle, 2010).

En consecuencia, estos resultados corroboran las conclusiones de las investigaciones generales en

metodología CLIL, las cuales defienden que si este enfoque es correctamente introducido –

mediante un trabajo realizado con suficiente apoyo, colaborativo y entre iguales– no debería

impedir el aprendizaje (Ruiz de Zarobe, 2011); al contrario, CLIL debería mejorar la adquisición

del aprendizaje de la materia integrando el conocimiento de un modo global y permitiendo a los

alumnos ejercitar capacidades mentales de orden superior (Hanesova, 2014).

Agradecimientos

Trabajo financiado parcialmente por el PIIDUZ 16_305 de la Universidad de Zaragoza.

Referencias bibliográficas

Page 326: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

325

Coyle, 2010. “Foreword”, in CLIL in Spain: Implementation, Results and Teacher Training. D.

Lasagabaster y Y. Ruiz de Zarobe (eds.) Newcastle-upon-Tyne: Cambridge Scholars Publishing.

vii-viii.

Gamboa, G., Planas, N., y Edo, M. (2010). Argumentación matemática: prácticas escritas e

interpretaciones. Suma: Revista sobre Enseñanza y Aprendizaje de las Matemáticas, (64), 35-44.

Pellicer-Ortin, S, Arnal-Bailera, A., Marco-Buzunáriz, M.A. y Tomás-Aragonés, L. (2016) The

CLIL approach in higher Education: A collaborative small-scale experience a collaborative small-

scale experience (with a focus on Mathematics and Psycology) Encuentro 25, 2016, ISSN 1989-

0796, pp. 87-101

Hanesova, D. 2014. “Development of Critical and Creative Thinking Skills in CLIL”. Journal of

Language and Cultural Education, 2(2) 33-51.

Ruiz de Zarobe, Y. 2011. “Which Language competencies Benefit from CLIL? An Insight into

Applied Linguistic Research”, in Content and Foreign Language Integrated Learning. Y. Ruiz de

Zarobe, Sierra, J. and Gallardo del Puerto, F. (eds.) Berne: Peter Lang. 129-153.

ANEXOS A:

ENSEÑANZA DE LA DIDÁCTICA DE LA GEOMETRÍA Y PSICOLOGÍA EN INGLÉS

EN EL GRADO EN MAGISTERIO EN EDUCACIÓN PRIMARIA. UNA

INVESTIGACIÓN INTER-DEPARTAMENTAL.

Alberto Arnal-Bailera – Miguel Á. Marco-Buzunáriz – Silvia Pellicer Ortín – Lucía Tomás-

Aragonés– Elena Gil Clemente

[email protected][email protected][email protected][email protected]

[email protected] Universidad de Zaragoza. España

Núcleo temático: VI. Matemáticas y su integración con otras áreas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: Didáctica de la Geometría, Psicología, CLIL, percepciones del alumnado

Anexo 1: Enunciados y resultados completos de la actividad 1 en inglés.

Grupo inglés 1A 1B 2A 2B 3A 3B 4A 4B 5A 5B 6A 6B

Solo ejemplo 90º-90º X X X X X X X

Ejemplo general X X X X

Explicación X X X X X X X

Justificación X X X X X

Page 327: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

326

Anexo 2: Enunciados y resultados completos de la actividad 1 en castellano.

Grupo castellano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Solo ejemplo 90º-90º X X X

Ejemplo General X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Explicación X X X X X X X X X X X X X X X

Justificación X X X X X X X

Page 328: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

327

Anexo 3: Enunciado y resultados completos de la actividad 2 en inglés.

INGLÉS 1A 1B 2A 2B 3A 3B 4A 4B 5A 5B 6A 6B

1-Enunciado V V V F V F F V V F F V

2-“Extremo…” N N N N N N N N N N N N

3-Suma ángulos S S S N S S N S S S N N

4-Unicidad N N N N S S N N N N S S

Page 329: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

328

Anexo 4: Enunciado y resultados completos de la actividad 2 en castellano.

1 programa de inclusión para la terminalidad de la educación secundaria y formación laboral para

jóvenes de 14 a 17

CASTELLANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

1-Enunciado V V F F V V V F V V V V V F F V V F V V V V V

2-“Extremo…” N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N

3-Suma ángulos S S N N S S S S S S S N N S S S S N S N S S N

4-Unicidad N N N N N N N S N N N N N N S N N S S S N N N

Page 330: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

329

CB-276

UMA ATIVIDADE PRÁTICA INTERDISCIPLINAR POR MEIO DA MATEMÁTICA E

ASTRONOMIA

Flávio Borges do Nascimento 1 – Tatiane Xavier 2

[email protected] 1 – [email protected] 2

Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática-PECIM,

UNICAMP - BRASIL

Núcleo temático: As matemáticas e a sua integração com outras áreas.

Modalidade: Comunicação Breve (CB)

Nível educativo: Primário (6 a 11 anos)

Palavras chave: Matemática; Geografia; Relógio solar; Interdisciplinaridade

Resumo O trabalho apresenta uma experiência de aula desenvolvida interdisciplinarmente entre

Matemática e Geografia. Participam da atividade estudantes de 6º ano do ensino fundamental II,

privilegiando conteúdos de Matemática e Geografia interdisciplinarmente. O objetivo está

pautado em realizar atividades práticas astronômicas que visam auxiliar o processo de ensino e

aprendizagem em escolas públicas, no caso deste trabalho, a aprendizagem ocorre atravez da

confecção de relógios solares. Os materiais didáticos presentes no ensino público brasileiro têm

como característica a ausência de interdisciplinaridade e aprendizagem significativa. A

confecção do relógio solar, por meio da matemática e geografia, proporciona a formação

gradativa do conhecimento científico ao construir instrumentos para as capitais brasileiras. São

abordados os conceitos de, equinócio, solstício, rotação, translação, horário de verão, latitude,

longitude, medida, ângulo, distância, perpendicularidade, circunferência, triângulo, semelhança,

regra de três e trigonometria.

1. Introdução

Não se pode determinar exatamente quando e onde surgiu o primeiro relógio solar. A

humanidade começou a desenhar marcações em torno de uma haste, Gnômon, que em grego

significa relógio de sol, (BARRETO, 2001).

As unidades de tempo determinavam a passagem do tempo com relativa precisão. Com o

desenvolvimento da trigonometria pelos matemáticos gregos, as marcações que indicavam as

horas passaram a ser organizadas, não mais somente por meio da geometria, mas também com

aritmeticamente. Isso permitiu, ao longo dos séculos, o desenvolvimento dos mais sofisticados

relógios solares, (SOUZA et. al., 2003).

Page 331: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

330

ROMANELLI( 1995) assevera que o ensino de astronomia no Brasil remonta do período

colonial e está diretamente ligado ao ensino empregado pelos jesuítas que eram membros da

Companhia de Jesus, fundada em 1534 por Inácio de Loyola.

O padre Manuel da Nobrega fundou a primeira escola primaria do Brasil na cidade de

Salvador, BA, em 1549, chamada “Escola de ler e Escrever”.

No Brasil a astronomia perdeu com o decreto de 1942 do Estado Novo, ao proporcionar

mudanças no ensino brasileiro, com isso, a astronomia deixou de ser disciplina específica do

currículo escolar, (LANGHI, NARDI, 2010). Os conteúdos de astronomia passaram a fazer parte

de disciplinas como ciências e geografia no ensino fundamental II, (GHIRALDELLI, 2006).

Por ser distribuida entre disciplinas a interdisciplinaridade é uma forma de se ensinar

astronomía. A interdisciplinaridade na visão de (FAZENDA, 2001), pode ser compreendida como

sendo um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências.

Alguns fatores têm maior relevância no diálogo interdisciplinar, a autonomia de cada

disciplina deve ser assegurada como condição fundamental, proporcionando harmonia em sua

relação com as demais disciplinas, (JAPIASSU, 1976).

A interdisciplinaridade pode ser definida como um ponto de cruzamento entre atividades,

sua relação não pode ser observada apenas como um trabalho de equipe, mas também como um

trabalho individual, (KLEIN,1990).

A tentativa de transformação de aspectos teóricos em atividades práticas é conceituada por

estudiosos como, aprendizagem significativa. De acordo com (GOWIN, 1981) aprendizagem

significativa depende da captação de significados, um processo que envolve uma negociação de

significados entre discente e docente.

Segundo (AUSUBEL,2000), aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação entre

conhecimentos prévios e conhecimentos novos, essa interação é não-literal e não-arbitrária.

2. Procedimentos Metodológicos

Alguns materiais são necessários para realizar a experiência, dentre eles, cartolina branca ou

capa de caderno, tesoura ou estilete, transferidor, régua, esquadro, espetinho de churrasco para

atuar como gnômon, lápis, caneta, cola ou fita adesiva.

Não existe um Relógio de Sol que seja universal, logo, um instrumento solar que indique a

hora de forma precisa ser adequado ao local onde ele será instalado (MACHADO et al., 2013).

Page 332: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

331

Para a confecção alguns conceitos são trabalhados. Em geografia são abordados, conceitos de

orientação geográfica, construção de rosa dos ventos, equinócio, solstício, movimentos da Terra,

como a rotação e translação, latitude e longitude, definição do meio dia exato, determinação exata

dos pontos cardeais. Em matemática são feitas experiências com tamanhos e direções de sombras,

determinação do meridiano local e dos pontos cardeais, medida, ângulo, distância, bissetriz,

perpendicularidade, circunferência, triângulo, semelhança, regra de três e trigonometria, cada tipo

de relógio necessita de conceitos distintos e aprofundamento específico em determinado conteúdo.

O movimento “aparentemente” do Sol tem duração aproximada de 24 horas, em um círculo

temos 360 graus, logo, dividindo 360 graus por 24 horas obtemos 15 graus para cada hora, ou seja,

o Sol aparentemente “gira” 15 graus em cada hora ao redor da Terra (SANTOS, 2005), assim, em

um modelo simplificado para o 6º ano, cada linha de hora distancia-se 15 graus uma das outras.

A latitude e a longitude do local a ser construído o relógio pode ser encontrada em um site

comum de busca, e assim, definir a inclinação ideal para se obter as horas corretamente, é

importante ressaltar que a leitura do relógio do Sol refere-se ao centro do fuso horário, no que se

refere ao caso da faixa atlântica brasileira, o centro do fuso situa-se à longitude de 45ºW.

É necessário aplicar uma correção para a longitude, caso o local onde está instalado o Relógio

de Sol não se situe exatamente sobre essa longitude. A correção será de 4 minutos por grau a leste

ou oeste de 45ºW. Em São Paulo, onde a longitude é de 46,6ºW, a correção a ser aplicada refere-

se à diferença entre esse valor e 45ºW, ou seja, 1,6º, este valor corresponde a 6,4 minutos, o

resultado pode ser adquirido a partir de uma simples cálculo matemático utilizando regra de três.

3. A experiência escolar

A confecção do relógio solar foi desenvolvida em uma escola municipal da cidade de Monte

Mor – SP. Onde o pesquisador é docente de geografia, a pesquisadora de matemática foi convidada

a implantar a experiência.

Desenvolvida com duas salas de sexto ano a experiência interdisciplinar iniciou na primeira

semana de aula do ano letivo.

Os estudantes não haviam estudado os conceitos teóricos nas disciplinas de geografia,

matemática. A construção do primeiro relógio solar ocorreu em sala, o instrumento deveria ser feito no

caderno. O objetivo dessa fase estava pautado em auxiliar os estudantes a compreender a metodologia de

confecção, conforme pode ser visto na figura 01 a e 01 b.

Page 333: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

332

a b

Figura 01: Construção do primeiro relógio solar no caderno com transferidor.

A segunda fase de confecção iniciou com apresentação do relógio solar vertical. O docente

explicou como ocorreria a construção desse modelo. A informação mais importante foi também a

que gerou mais apreensão. Como calcular a latitude? O que é o ângulo de inclinação do

instrumento?

Nesta etapa, os estudantes montaram equipes e definiram a criação de instrumentos que

atendessem as regiões brasileiras. Para isso foi preciso encontrar a latitude e a longitude dos locais

desejados, para depois iniciar a construção do aparelho.

Os relógios começaram a ser confeccionados com o auxílio direto da docente de

matemática que auxiliou na assimilação dos graus, na construção de tipos simplificados de

triângulos, no cálculo das latitudes e principalmente como aplicar a correção da longitude. As

dificuldades apareceram no momento de construir o suporte se sustentação, espécie de triângulo

simplificado, com os graus correspondentes a cada local escolhido pelos estudantes. Algumas

incoerências foram observadas e podem ser visualizadas na figura 2a e 2b.

a b

Figura 02: Suporte de inclinação das latitudes, feitas com ângulos incorretos.

Um fator importante que os estudantes não compreenderam inicialmente, estava

relacionado a metodologia de confecção da inclinação do relógio vertical. Construíram uma

espécie de triangulo com a latitude exata do local, o correto seria fazer um triangulo com ângulo

Page 334: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

333

de 90º e a partir deste, retirar o angulo correspondente a latitude do local desejado. No caso de São

Paulo, deve-se retirar aproximadamente 23º do triangulo feito contendo 90º, portanto, a base de

inclinação deverá ter aproximadamente 67º, assim o relógio estará inclinado em 23º apoiado em

uma base contendo 67º alinhado com o equador solar, conforme figura 3a e 3b.

a b

Figura 03: Relógio feito com latitude correta para as capitais da região nordeste.

4. Resultados e discussão

Com a confecção do primeiro instrumento solar, muitas dificuldades apareceram e 14

incoerências diferentes foram contabilizados pelos docentes, a maior parte está diretamente

relacionada a ausência de conhecimento quanto ao uso do transferidor nos anos iniciais, conforme

pode ser visto na tabela 01.

Principais problemas apresentados Hipótese de causas possíveis

01 Estudantes que não sabiam qual a utilidade de um transferidor e alguns não sabiam que aquele instrumento recebia esse nome.

Ausência de utilização transferidor nas séries iniciais,

pois na atualidade o uso do equipamento ocorre somente

no 6º ano do ensino fundamental.

Nestes caso os conteúdos de astronomia estão distribuídos

em duas disciplinas, geografia e ciências, tais conceitos necessitam do uso do

transferidor nos primeiros meses do ano, no caso das

escolas em questão o transferidor é utilizado na

matemática apenas nos últimos meses do ano, ou seja, não

estão organizados para serem trabalhados

interdisciplinarmente proporcionando aos estudantes

02 Dificuldade em utilizar e consequentemente construir o relógio com o transferidor de 360º

03 Utilização da parte interna do transferidor para construir o relógio.

04 Realizaram as marcações utilizando a distância de 5 em 5 graus, quando deveria ser de 15 em 15º

05 Erros ao somar e realizar marcações de 15 em 15 graus

06 Erro no momento de escrever as horas, colocaram em graus quando deveriam ter colocado horas, mesmo com o modelo na lousa.

07 Não conseguiram encontrar o centro do transferidor

08 Relógios com marcações de 24horas feitos com transferidor de 360º

09 Ao marcar as horas pularam horas de 3 horas foi para seis horas

10 Relógio construído com horário invertido, 6 horas para o leste e 18 horas para o oeste quando construíram a face sul

11 Números das horas feitos ao contrário, de cabeça para baixo

12 Determinação do ponto central do transferidor para direita e para esquerda, gerando a marcação das horas incorretas.

Page 335: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

334

13 Determinação da parte central no meio do relógio, gerando marcações incorretas.

conhecimentos soltos não havendo conexão entre as

disciplinas e consequentemente não havendo aprendizagem

significativa.

14 Relógio construído para funcionar em por 14 horas faltando linha de marcação das horas.

Tabela 01: Erros ocorridos durante a confecção do relógio solar horizontal.

Uma das hipóteses possíveis relaciona-se aos conceitos de ângulos e atividades manuais com

uso de transferidor, não serem realizadas no ensino fundamental I. Os materiais adotados pelo

ensino fundamental I e ensino fundamental II podem ser considerados conteudista, não havendo

propostas de trabalhos com projetos, experiências interdisciplinares ou atividades alternativas para

aprofundamento como forma de proporcionar um significado ao estudante.

Os estudantes responderam uma pergunta a respeito da confecção do instrumento solar. A

pergunta foi respondida por 90 participantes e a grande maioria dos estudantes posicionou-se

positivamente a construção do relógio solar como ferramenta de auxílio na compreensão do

processo de ensino aprendizagem matemático, conforme figura 4.

Figura 04: Gráfico com resultados obtidos por meio de pergunta aos estudantes.

No total 68 alunos responderam que o instrumento astronômico ajudou na compreensão dos

conceitos abordados, pois, eles identificaram um significado perante a conhecimentos teóricos.

Observaram uma possibilidade de terem aulas de forma diferente e principalmente, exercitar de

forma prática os conceitos apresentados em sala. Responderam parcialmente 22 estudantes, pode-

se interpretar esse dado como sendo de alunos que apresentam pouca familiaridade e dificuldades

com construções manuais ou até mesmo com a astronomia. Por fim, nenhum estudante respondeu

que o relógio não ajudou no entendimento da Matemática e geografia.

Após a análise das respostas, uma questão surgiu. Quais conceitos foram melhor

compreendidos a partir da confecção do instrumento em geografia e em matemática? Este

questionamento foi levado aos estudantes, os dados podem ser observados na figura 5a e 5b.

Series10

100

sim parcialmente não

6822 0

A construção dos instrumentos ajudou a entender os conteúdos de Matemática e Geografia?

Page 336: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

335

a b

Figura 05: Respostas obtidas por meio de questionário aos estudantes.

Os 90 estudantes que participaram da experiência responderam as perguntas, constatando que

para 50%, a experiência auxiliou e proporcionou um melhor entendimento do conceito de latitude

e longitude seguidos de rotação com 33% e pontos cardeais com 22% das respostas, para a

Matemática a maior parte dos estudantes informou que o relógio auxiliou no entendimento de

Graus e triângulo seguidos respectivamente de circunferência e perpendicularidade.

A hipótese para tais resultados pode estar relacionada a dois fatores. O primeiro a

aprendizagem significativa vivenciada com a facção de um instrumento astronómico. A segunda,

está relacionada a interdisciplinaridade, pois o estudante aplica um mesmo conceito em duas

disciplinas.

Após a aplicação da atividade, ocorreu um momento de debate e troca de experiências, o

estudante do 6º A da afirmou. “não foi tão difícil quanto parecia e o mais legal é ver onde a matemática

e a geografia podem ser utilizadas, gostei muito e quero construir outros relógios e já ensinei para os

meus pais”.

Foi solicitada a opinião da professora efetiva de matemática a respeito da construção do

instrumento e também foi solicitado um retorno a respeito da aplicação da atividade. Os

pesquisadores queriam saber se a experiência foi positiva, se contribuiu de alguma forma no

processo de aprendizagem dos estudantes.

Sou professora a 16 anos e nunca havia trabalhado

interdisciplinarmente com geografia e principalmente com astronomia,

pois não tenho essa habilidade e competência. No momento em que

solicitei aos estudantes para trazerem o transferidor eles retiraram da

bolsa e afirmaram que já conheciam, então pedi para me explicarem

seu funcionamento e eles explicaram me mostrando como encontrar a

latitude de um local, para mim, ficou evidente que uma atividade

45

3015

1

Quais conteúdos Geográficos a construção do relógio ajudou a

entender

Latitude e LongitudeRotaçãoPontos Cardeais

35

19 15 21

1

Quais conteúdos Matemáticos construção do relógio ajudou a

entender

Graus Circunferência

Perpendicularidade Triângulo

Page 337: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

336

prática faz toda a diferença, nenhum aluno me perguntou, para que

serve isso? Pois todos sabiam qual a utilidade, eu adorei.

O término da atividade ocorreu com em um dia ensolarado onde foram realizados os testes

práticos. O professor sugeriu a seus estudantes que cotidianamente observem os fenômenos

astronômicos, como o movimento aparente do sol descrevendo arcos em um plano perpendicular

ao eixo terrestre, explicou também que o momento de maior utilização dos aparelhos ocorreu

durante a Idade Média, muitas catedrais e igrejas regulavam o momento das missas utilizando o

relógio solar. Com a criação de relógios mecânicos, os relógios solares tornaram-se obsoletos e

hoje é muito comum vê-los em praças públicas e museus astronômicos.

Referências bibliográficas

Ausubel, D.P. (2000). The acquisition and retention of knowledge. Dordrecht: Kluwer Academic

Publishers.

Barreto, P. (2001). Possíveis representações pré-históricas de eocos. IV Encontro Nacional de

Astronomia, Salvador: Copydesk.

Fazenda, I. C. A.(2001). Avancées théorico-méthodologiques de la recherche sur

l’interdisciplinarité au Brésil. Y. Lenoir, B. Rey e I. Fazenda (Orgs.), Les fondements de l’interdis-

ciplinarité dans la formation à l’enseignement (Sherbrooke: Éditions du crp.

Ghiraldelli Jr., P.(2006). História da Educação Brasileira. São Paulo: Cortez.

Gowin, D.B.(1981). Educating. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press.

Japiassu, H.(1976). Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago.

Klein, J. T. (1990). Interdisciplinarity: history, theory, and practice. Detroit : Wayne State

University.

Langui, R.(2009). Astronomia nos anos iniciais do ensino fundamental: repensando a formação

de professores. 2009. 370 f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências,

UNESP, Bauru.

Machado, M. A. D. et al.(2013). O Ensino de Astronomia em uma Escola Básica a partir de

uma Pesquisa colaborativa entre Universidade-Escola no âmbito do Projeto PIBID/CAPES.

São Paulo: Sociedade Brasileira de Física.

Romanelli, O. de O. (1995), História da Educação no Brasil. Petrópolis: Vozes.

Page 338: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

337

Santos, C. C. (2005). Ensino de ciências: abordagem histórico-crítica. São Paulo: Autores

Associados.

Souza, A. I. E. et al. (2011). O Ensino de Astronomia: Revivendo o projeto Céu. São Paulo:

Sociedade Brasileira de Física.

Page 339: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

338

CB-277

EL CINE COMO HERRAMIENTA DIDÁCTICA PARA APRENDER MATEMÁTICA

Jmena Fernández – Luciana Olesker– Fernando Espantoso

[email protected][email protected][email protected]

Núcleo temático: Recursos para la enseñanza y el aprendizaje de la matemática.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Medio o secundario (12 a 15 años)

Palabras clave: Cine, matemática, eduacación.

Resumo En el ámbito educativo, en general, se prioriza el lenguaje escrito sobre el visual. Sin embargo,

los materiales audiovisuales vienen tomando una importancia superlativa en el ámbito educativo.

Consideramos que el lenguaje escrito es muy importante, pues es fundamental para que el

estudiante acceda a la cultura en general y al mundo académico en particular. Sin desmedro de

ello, lo visual tiene una importancia creciente en el mundo que nos rodea, y esto tiene que hacer

eco en el aula. La educación es parte de esta sociedad que está cada vez más influida por el

lenguaje visual, y debe preparar al estudiante para que éste pueda vivir críticamente en ella.

Consideramos que ver una película tiene mucho valor y vigencia, nos enriquece como personas,

nos hace más críticos, nos ofrece vivencias y puntos de vista diferentes. Esto es lo que queremos

llevar al aula. Evidentemente trasciende a la clase de matemática, pero no queremos que nos sea

ajeno, por eso desde hace algunos años nos hemos propuesto trabajar con películas en el aula.

En esta charla presentaremos dos actividades basadas en escenas de películas comerciales, con

el objetivo de compartir nuestra experiencia con el cine en la clase de matemática.

Así como la imprenta fue una revolución para nuestra cultura, la invención del cine también lo fue.

Contar historias en una pantalla, lograr que nos podamos reflejar en ella, ver los problemas “desde

fuera”, para hacer catarsis, para reflexionar o simplemente para divertirnos fue, desde nuestro

punto de vista, revolucionario.

Consideramos que ver una película tiene mucho valor y vigencia, ver películas nos enriquece como

personas, nos hace más críticos, nos ofrece vivencias y puntos de vista diferentes. Esto es lo que

queremos llevar al aula y a nuestros estudiantes. Evidentemente trasciende a la clase de

matemática, pero no queremos que nos sea ajeno y por eso desde hace algunos años nos hemos

propuesto trabajar con películas en el aula.

La matemática no es pura y objetiva, diversos hechos de su historia evidencian que lo que sucedió

y sucede con la matemática tiene vínculos con el contexto social y cultural de la época donde

emerge. En general, la matemática se presenta en la enseñanza media desligada de toda su historia,

Page 340: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

339

desprendida de toda su carga cultural. Creemos que es necesario revertir esta situación, para

mostrar a una matemática más verdadera, más humana y así seguramente más cercana a nuestros

estudiantes. La relación de la matemática con el arte ha sido abordada de formas muy interesantes,

por ejemplo su relación con la pintura y la arquitectura es de las más estudiadas. Creemos que la

matemática tanto objeto cultural, está presente en las manifestaciones artísticas, el cine es un caso

particular de ello.

También nos gustaría aportar desde nuestra aula, aunque mal no sea mínimamente, a educar el ojo

cinematográfico del estudiante, que comprenda mejor el lenguaje cinematográfico.

No somos expertos en cine, simplemente somos amantes del séptimo arte y creemos que trabajar

con ellas en el aula puede traer impacto en los procesos de enseñanza – aprendizaje que tienen

lugar en la enseñanza media. Hemos realizado algunas actividades en el aula con películas que

nos parece que pueden ser interesantes para compartir y discutir con nuestros colegas.

La idea no es trabajar con materiales audiovisuales diseñados exclusivamente para la educación,

ni para la enseñanzade la matemática en particular, si no con películas comerciales. Tampoco

pretendimos trabajar con escenas aisladas como único objeto de der un contexto motivacional, que

por cierto sí que lo es. Pretendemos trabajar con la película en su totalidad, motivar a los

estudiantes a que investiguen los aspectos más relevantes de su ficha técnica, a que la miren en su

totalidad, a que reflexiones sobre su trama, sobre su desenlace etc. Por eso es que las actividades

que planteamos abarcan la enseñanza de un contenido matemático pero van más allá de eso.

Las razones por las que elegimos estas películas son variadas. Primero por un gusto nuestro por

ellas, en segundo lugar porque detectamos que hay un contenido matemático que se puede trabajar

con ellas y finalmente porque creemos que lo que allí se plantea pone en juego la reflexión y la

crítica de los estudiantes acerca de situaciones de la sociedad en que viven.

A continuación presentaremos dos actividades a modo de ejemplo de esta herramienta didáctica.

Estas actividades no están acabadas, son totalmente perfectibles y están abiertas a la discusión. La

estructura con la que son diseñadas las actividades consta de tres partes. Una primer parte de

búsqueda de información previa a ver la película, una segunda parte que se realiza en clase luego

de ver un fragmento de la película, y una tercera parte, posterior al trabajo en clase, en la que se

pide a los estudiantes que terminen de ver la película y respondan unas preguntas con el objetivo

de reflexionar sobre los temas que aborda la película.

Actividad 1

Page 341: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

340

Esta primer actividad está basada en la película “Cadena de favores” (“Pay it foward” (2000)). Y

tiene como objetivo trabajar el tema función exponencial en un curso de 4to año de enseñanza

media (Estudiantes de 15 o 16 años aproximadamente). A continuación detallamos el desarrollo

de la secuencia didáctica.

Parte 1. Ficha técnica de la película Cadena de favores

En esta primer parte se les solicita a los estudiantes que realicen una búsqueda de información

sobre la película con la que se va a atrabajar. Esta primera parte debe de realizarse antes de la

instancia es que se verá la película en clase. Los estudiantes deben investigar características

técnicas de la película, como ser el título original, el nombre del director, el país de origen, el año

en que fue realizada, la duración de la película, los nombres de los protagonistas y una breve

sinopsis de la misma.

El objetivo de esta primer parte es sentar las bases del trabajo que se va a realizar. Consideramos

que la instancia de ver una película con un fin educativo es distinta a la de ver una película con un

fin puramente recreativo. Si bien, como ya mencionamos, el mirar una película en clase ofrece un

importante contexto motivacional, nuestra intención es que este tipo de trabajo no quede solamente

en ello, y pensamos que es importante para que el alumno considere a la película como un recurso

con el que va a trabajar, que deba informase sobre las características de la película que va a ver.

Para pararse frente a ella con una perspectiva más “formal” que el simple hecho de mirarla.

Parte 2.Cuestionario a partir del segmento visto de “Cadena de favores”

Esta segunda parte es realizada en clase y comienza con la visualización de los primeros 30

minutos de la película aproximadamente. En este segmento de la misma se presentan a los

personajes principales de la película y se plantea la situación con la que nos interesa trabajar

“matemáticamente”. En la escena a la que nos referimos, el protagonista de la película (Trevor)

cuenta a su profesor y sus compañeros de clase su plan para contribuir a mejorar el mundo. Su idea

cosiste en realizar una cadena de favores. Es decir, Trevor hará un favor atres personas diferentes

o sea, hará tres favores, uno a cada persona, sin pedirles nada a cambio para él. Lo único que les

pedirá es que cada una de esas tres personas haga tres favores más a tres personas diferentes (un

favor a cada persona), pidiéndoles que continúen haciendo tres favores cada una.

Page 342: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

341

Luego de ver este segmento se divide a los estudiantes en pequeños equipos y se les entrega el

siguiente cuestionario:

1) Explica con tus palabras el procedimiento mediante el cual se realiza la cadena de favores.

Ayúdate realizando el esquema que realiza Trevor en la película.

2) Se estima que cada persona demora 1 día en hacer los tres favores que implica la cadena.

El primer día Trevor hace tres favores, ¿Cuántos favores se hicieron en el segundo día?, ¿y

el tercer día?, ¿y el 5to día?, ¿y el 10mo día?

3) Si llamamos xa los días que han pasado desde que se comenzó la cadena, ¿Puedes encontrar

una expresión que te permita calcular la cantidad de favores que se realizaron el día x?

4) Trevor vive en una ciudad en las afueras de Las Vegas. Si la población de la ciudad de Las

Vegas es 583 756 habitantes. ¿Aproximadamente cuántos días tienen que haber

transcurrido para que en un mismo día la cantidad de favores que se realizan sea igual a la

cantidad de habitantes de Las Vegas?

5) En la escena final aproximadamente de 9800 personas fueron a agradecerle a Trevor, pues

gracias a que él inició la cadena de favores ellos recibieron uno. ¿Cuántos días luego de

iniciada la cadena fue esto?

En esta segunda parte, se ponen en juego los conceptos matemáticos a trabajar. El objetivo es que

los estudiantes utilicen un modelo exponencial para la situación, y que trabajen con él para poder

hallar las respuestas a las preguntas. En ciertos casos podrán recurrir al concepto de logaritmo

como operación inversa de la potencia.

La idea es que los estudiantes trabajen en pequeños subgrupos discutiendo las respuestas a las

preguntas, para luego hacer una puesta en común entre todo el grupo.

Parte 3.Reflexiones en torno a la película “Cadena de favores”

Está última parte se realiza como tarea domiciliaria, que puede ser tanto individual como grupal.

Se pide a los estudiantes que terminen de ver la película en su totalidad y que respondan al

cuestionario basándose en lo que vieron en la película y a sus reflexiones personales.

1. Describe el tema central de la película.

2. ¿Qué problemáticas se están representado en la película? ¿Te parece que son problemáticas

presentes en nuestra sociedad? ¿Cómo se tratan estos problemas en nuestra sociedad?

Page 343: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

342

3. ¿Conoces una idea o propuesta cuyo objetivo sea mejorar la sociedad? Si es así explica en

qué consiste. ¿Piensas que estas propuestas que conoces han tenido o tiene éxito? ¿Por qué?

4. ¿Qué valores se ponen en juego en la película?

Como mencionamos anteriormente, las películas pueden dar lugar a reflexionar sobre cuestiones

muy diversas, más allá del trabajo en la clase de matemática, que pueden ser muy enriquecedoras

para la formación integral de los estudiantes. Está última parte aporta a esta reflexión.

Actividad 2

Esta actividad está basada en la película “Alicia en el país de las maravillas” (“Alice in

wonderland” (2010)). Y tiene como objetivo trabajar con funciones de primer grado y funciones

racionales, en un curso de 4to año de enseñanza media (estudiantes de 15 o 16 años

aproximadamente). A continuación detallamos el desarrollo de la secuencia didáctica.

Parte 1. Ficha técnica de la película Alicia en el país de las maravillas.

En esta primer parte, al igual que en la primer parte de la actividad anterior, se les solicita a los

estudiantes que realicen una búsqueda de información sobre la película con la que se va a atrabajar.

Los puntos que se pretenden que investiguen y los objetivos de esta investigación ya los

mencionamos en la actividad anterior.

Parte 2.Cuestionario a partir del segmento visto de “Alicia en el país de las maravillas”

Esta es la parte a realizar en clase. Se comienzan mirando los primeros 30 minutos de la película.

En este segmento de la película se presenta a la protagonista (Alicia), y se ven las situaciones en

las que ella se encuentra. Además de la escena que nos interesa en particular para esta actividad.

Luego de que Alicia cae por un pozo, se encuentra frente a un líquido que reduce su estatura a

medida que va tomando sorbos del mismo. En base a esta situación es que planteamos esta parte

de la actividad.

A) Contesta las siguientes preguntas luego de ver el fragmento de “Alicia en el país de las

maravillas”

1) Explica con tus palabras qué le sucede a Alicia cuando cae por el pozo.

Page 344: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

343

2) La estatura de Alicia es 1,50 m, sabemos que al tomar el líquido Alicia reduce su estatura

a 25 cm. ¿Cuántas veces se reduce la estatura de Alicia?

3) Si tú tomas una dosis del líquido ¿Cuál sería aproximadamente tu nueva estatura?

4) Completa la siguiente tabla:

Estatura

original

(cm)

120 130 140 160 170 200

Estatura

luego del

líquido

(cm)

25 30

5) Grafica los resultados obtenidos en la parte anterior.

6) Encuentra una expresión que permita encontrar la estatura de una persona luego de tomar

el líquido en función de su estatura original.

B) Por lo trabajado en la parte anterior sabemos que al tomar un sorbo del líquido la estatura

de Alicia pasa de 150cm y 25cm. A continuación se te da una expresión que te permitirá

encontrar la estatura de Alicia en función de la cantidad de sorbos que tome del líquido:

sh

6

150 donde s es la cantidad de sorbos ( 1s ) y h es la nueva estatura.

Completa la tabla y luego grafica

s 1 2 3 4 5 6 7 8

h

¿Qué sucede a medida que Alicia toma mayor cantidad de sorbos?

Esta actividad está dividida en dos partes. En la parte A, los estudiantes deben reconocer la relación

entre las alturas de una persona al tomar el líquido, trabajar con esa relación y modelizar la

situación a través de una expresión de primer grado. En la parte B, los estudiantes deberán trabajar

con una expresión racional e interpretar los resultados obtenidos.

Parte 3.Reflexiones en torno a la película“Alicia en el país de las maravillas”

Al igual que en la actividad anterior, esta parte se realizará como tarea domiciliaria y apunta a

reflexionar sobre el mensaje que nos deja la película.

Page 345: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

344

1. La historia que cuenta la película se desarrolla en el siglo XIX. ¿Qué es posible ver en la

película sobre el papel de la mujer en la sociedad de esa época?

2. Alicia fue cuestionada por varios personajes sobre quién era, y cada vez esta pregunta la

molestaba más, y esto era porque no sabía que contestar. ¿Qué cosas consideras que definen

a una persona? ¡Qué cosas consideras que te definen a ti?

3. Al final de la película Alicia vuelve al mundo real y logra tomar una decisión que en un

principio no pudo hacer. ¿Qué piensas que aprendió Alicia en su viaje por el país de las

maravillas que la ayudó a tomar esa decisión?

Esta actividad, por tratarse de una película moderna basada en dos libros muy famosos de Lewis

Carroll, puede ser complementada y enriquecida por el trabajo con dichos libros. Hay una extensa

bibliografía dedicada al trabajo con los libros de Lewis Carroll, por lo que pensamos que hay

muchas opciones para continuar con el trabajo presentado en esta actividad.

Referencias bibliográficas

Oliveira B. Abuchaim de, Cláudia Neli. Resenha de: "Como usar o cinema na sala de aula" de

Marcos Napolitano. EccoS Revista Científica [en linea] 2003, 5 (junho): [Fecha de consulta: 1 de

enero de 2017] Disponible en:<http://9www.redalyc.org/articulo.oa?id=71550112> ISSN

1517-1949

SorandoJ.M. (2004). Matemáticas… de cine. Revista Suma, 47, 83-92.

Viana, M. C. V. (2006). Historia de las matemáticas (HM) con cine. En G. Martínez

Sierra (Ed), Acta Latinoamericana de Matemática Educativa 19, 577-583.

México: Comité Latinoamericano de Matemática Educativa.

Viana, M.C.V. (2013). El profesor va al cine y la clase de matemática también. Actas del VII

CIBEM. ISSN 2301-0797

Page 346: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

345

CB-278

IMPLEMENTACIÓN DE LAS TIC EN LA ENSEÑANZA DE LAS MATEMÁTICAS DE

NIVEL UNIVERSITARIO.

María Eugenia Navarrete Sánchez – Ángela Rebeca Garcés Rodríguez – Sergio Alberto Rosalío

Piña Granja

[email protected][email protected][email protected]

Instituto Tecnológico de San Luis Potosí, México

Núcleo temático: Recursos para la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas.

Modalidad: CB, Comunicación Breve.

Nivel educativo: Terciario-universitario.

Palabras clave: plataforma digital, cálculo diferencial.

Resumen Se presenta el resultado de la investigación “Eficacia de un entorno virtual en el aprendizaje de

las matemáticas”, realizada en el Instituto Tecnológico de San Luis Potosí (ITSLP), escuela del

Tecnológico Nacional de México, la que aborda la implementación de las TIC en la enseñanza de

las matemáticas de nivel superior.

A partir del semestre Agosto-Diciembre de 2015 la Academia de Ciencias Básicas del ITSLP,

acordó utilizar MyMathLab, un entorno virtual de aprendizaje conformado por un sistema de

tareas, tutoriales y evaluaciones en línea de la editorial Pearson Educación, como apoyo a las

clases presenciales en la asignatura de Cálculo Diferencial de las carreras de ingeniería.

Se compararon las calificaciones promedio de los docentes en la encuesta al desempeño docente

en las competencias relacionadas con el uso de las TIC, antes y después de utilizar MyMathLab,

apreciándose un incremento con una diferencia significativa.

Se indagó sobre el nivel de satisfacción del uso del entorno virtual de aprendizaje entre los

estudiantes y docentes, cuyas respuestas a la encuesta aplicada muestran el grado de satisfacción

que tienen respecto al uso de la plataforma.

Introducción.

La Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO,

1998), señala la importancia de hacer uso de las Tecnologías de la Información y la Comunicación

(TIC) en el aula de una manera eficiente, sin embargo su uso en el proceso de aprendizaje no ha

sido siempre exitoso, pues ello depende de cómo y para qué las emplee el docente (Bonaveri,

Blanco, Calvo y Cepeda, 2015).

Page 347: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

346

En las instituciones de educación superior el objetivo de utilizar las TIC en la docencia consiste

en mejorar la calidad del proceso de enseñanza y aprendizaje y aprovechar el potencial de la

tecnología (Hernández, García-Muñoz y Navarrete, 2015).

Sin embargo los docentes se resisten a utilizarlas, pues ello representa múltiples implicaciones

didácticas, aunque reconocen los beneficios de hacerlo tal como reportan Arriaga y Espinosa

(2015):

Los docentes reconocen que el empleo de las TIC hace que su trabajo sea más eficaz, más

interesante y más dinámico…y algunos piensan que utilizar las TIC influye positivamente

en algunas actividades como son el autoaprendizaje, la organización del trabajo académico,

la relación con otros docentes y con los alumnos, y el manejo de información. También

influencian fuertemente la autogestión del aprendizaje, la administración del trabajo

docente, la interacción social y el aspecto informático (p.91).

Según la OCDE (2015) la tecnología es la mejor manera de ampliar el acceso al conocimiento de

manera significativa, sin embargo se requiere buscar alternativas eficaces para integrarla en el

proceso de enseñanza y aprendizaje, por lo que a partir del semestre Agosto-Diciembre de 2015 la

Academia de Ciencias Básicas del ITSLP, acordó utilizar un entorno virtual de aprendizaje

(MyMathLab) desarrollado por Pearson Education que brinda a los estudiantes la oportunidad de

practicar, obtener retroalimentación inmediata y calificaciones automáticas.

En este entorno los estudiantes pueden realizar la tarea, contestar pruebas, tener acceso al libro de

texto en formato electrónico y utilizar ayudas, como ver ejemplos resueltos o solicitar una guía

paso a paso para resolver los ejercicios.

El uso de un entorno virtual es una estrategia con la que se espera mejorar los puntajes de las

calificaciones de los docentes que imparten la asignatura de Cálculo Diferencial, en las categorías

relacionadas con el uso de las TIC, en la Encuesta al Desempeño Docente que se aplica en el

ITSLP.

Metodología.

En el presente artículo se presenta el resultado de la investigación de tipo Mixta.

Cuantitativamente, se probó la hipótesis de que existe una diferencia significativa entre

las calificaciones de los docentes en las competencias “Tecnologías de la información y la

Page 348: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

347

comunicación” y “Ambientes de aprendizaje” de la encuesta al desempeño docente por parte del

alumno, antes y después de usar el entorno virtual. Cualitativamente, se conoció la percepción

de los docentes y los estudiantes sobre el impacto que el uso del entorno virtual tuvo en el

aprendizaje.

El entorno virtual se utilizó como complemento a la clase presencial y tradicional en la asignatura

de Cálculo Diferencial, los estudiantes realizaron de 4 a 5 tareas en cada una de las cinco unidades

de aprendizaje que conforman el programa de estudios de dicha asignatura. En cada tarea los

estudiantes tuvieron hasta 3 intentos para obtener la respuesta correcta y acceso a las ayudas como:

“Ver un ejemplo”, “Ayúdame a resolverlo” y “Ver el libro de texto”. También respondieron a un

pre-examen, que se aplicó dos días antes del examen de cada unidad, en él, los estudiantes debieron

responder correctamente al primer intento y no tuvieron acceso a las ayudas.

Cada unidad de aprendizaje se evaluó de la siguiente manera:

60% examen,

20% tareas realizadas en el entorno virtual mymathlab,

10% pre-examen realizado en el entorno virtual mymathlab,

10% actividad de aprendizaje.

Para lograr los objetivos planteados se utilizaron los siguientes instrumentos:

1. La Encuesta al Desempeño Docente por parte del alumno, instrumento que pretende

verificar el avance de los profesores en el dominio de las competencias docentes necesarias

para la apropiada implementación en el aula del enfoque por competencias profesionales.

2. Dos encuestas sobre la plataforma MyMathLab, con la intención de conocer la percepción

sobre el impacto que el uso de la plataforma tuvo en el aprendizaje, una para docentes y

otra para estudiantes.

a. Encuesta al desempeño docente por parte del alumno.

En el ITSLP, los estudiantes evalúan cada semestre a los profesores con la Encuesta al

Desempeño Docente, en la que califican doce competencias entre las que se encuentran:

- “Diseño de ambientes de aprendizaje”, que se refiere a la capacidad del docente para crear

ambientes, espacios y climas donde los estudiantes aprenden con eficacia y gusto.

Page 349: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

348

- “Tecnologías de la información y de la comunicación”, para evaluar si el docente integra, con

responsabilidad, el uso intensivo de las tecnologías de la información y de la comunicación en

el proceso de aprendizaje.

Para realizar el estudio se seleccionó un grupo de 9 profesores que impartieron la asignatura

de Cálculo Diferencial en el semestre Agosto-Diciembre 2014, cuando no se utilizaba el

entorno virtual, y se realizó un estudio longitudinal comparando los indicadores de las dos

competencias mencionadas con los resultados obtenidos en el semestre Agosto-Diciembre

2016, después de tres semestres consecutivos de utilizar la plataforma, por lo que se empleó la

prueba t de Student para muestras relacionadas y el paquete estadístico SPSS Statistics Version

22.

b. Encuesta sobre la plataforma MyMathLab para estudiantes.

Se realizó en Google Forms, con reactivos tipo escala Likert de cinco puntos, se aplicó en la

semana del 14 al 18 de noviembre de 2016 y fue contestada por 807 estudiantes, que

representan el 70%, de los 1147 que cursaron la asignatura de Cálculo Diferencial en el

semestre Agosto-Diciembre del 2016.

La encuesta fue contestada por 548 hombres y 259 mujeres, el 70% de los estudiantes tenían

entre 17 y 19 años de edad, 74% cursaban la asignatura por primera vez, 83% emplearon una

computadora propia para utilizar el entorno virtual y el 79% afirmó que consultó las ayudas

que ofrece la plataforma para realizar las tareas.

c. Encuesta sobre la plataforma MyMathLab para docentes.

Se diseñó con reactivos tipo escala Likert de cinco puntos, se aplicó el 19 de noviembre del

2016 y se entregó personalmente a cada uno de los quince profesores que impartieron la

asignatura de Cálculo Diferencial y utilizaron el entorno virtual en el semestre Agosto-

Diciembre 2016. Trece docentes, es decir el 87%, devolvieron la encuesta contestada.

El 61% de los profesores tienen entre 30 y 39 años de edad, 38% son mujeres, 15% tienen un

doctorado en educación y 15% tienen un doctorado en ciencias aplicadas.

Para definir la validez de los instrumentos participaron tres docentes quienes revisaron que el

contenido y formato de los reactivos recogieran la información de interés pretendida, en función

del objetivo de la investigación, y que las preguntas y las respuestas fueran relevantes y claras.

Page 350: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

349

Resultados.

Para probar la hipótesis, primero se comprobó la normalidad mediante la prueba de Shapiro-Wilk,

posteriormente se realizó la prueba t de Student para muestras relacionadas con un nivel de

significancia, α = 5%, obteniendo los resultados presentados en la Tabla 1. Los valores de la

variable amb-apr-2014 corresponden a las calificaciones promedio de los docentes en la

competencia “Diseño de ambientes de aprendizaje” en el semestre Agosto-Diciembre 2014,

mientras que los valores de la variable amb-apr-2016 corresponden a las calificaciones del

semestre Agosto-Diciembre 2016. Y los valores de las variables tic-2014 y tic-2016 corresponden

a las calificaciones promedio de los docentes en la competencia “Tecnologías de la información y

de la comunicación” del semestre Agosto-Diciembre 2014 y Agosto-Diciembre 2016,

respectivamente.

La Gráfica 1 muestra los resultados a las preguntas comunes en las encuestas aplicadas a docentes

y estudiantes. Las preguntas se refieren al impacto que tiene en los estudiantes el uso del entorno

virtual.

En promedio, el 63% de los estudiantes y el 54% de los docentes están de acuerdo con que a los

estudiantes les gusta usar la plataforma; el 79% de los estudiantes y el 62% de los docentes están

de acuerdo en que conocer la calificación de las tareas les permite a los estudiantes identificar sus

errores, lo que se considera como una fortaleza del entorno virtual y el 69% de los estudiantes y el

46% de los docentes, están de acuerdo en que conocer la calificación de las tareas motiva a los

estudiantes a seguir estudiando.

Los profesores aprovechan el potencial del entorno virtual principalmente para realizar la gestión

administrativa del trabajo docente y en menor proporción para detectar problemas de aprendizaje

y trabajar con los estudiantes para superar dicha situación, como puede verse en las gráficas 2 y 3.

La Gráfica 2, permite apreciar que en promedio el 85% de los docentes están de acuerdo en que

usar la plataforma les facilita la revisión de las tareas y la gestión de las calificaciones, mientras

que el 77% considera que la plataforma es fácil de usar.

La Gráfica 3, muestra que en promedio el 43% de los docentes están de acuerdo en que usan el

entorno virtual para obtener un panorama general del aprendizaje y detectar los temas con los que

los estudiantes tienen problemas de aprendizaje, y solamente el 15% lo usa para diseñar planes de

estudio personalizados para los estudiantes.

Page 351: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

350

Tabla 1. Resultados de la prueba t de Student para muestras relacionadas

Diferencias emparejadas

t gl

Sig.

(bilateral) Media

Desviación

estándar

Media de

error

estándar

95% de intervalo de

confianza de la diferencia

Inferior Superior

Par

1

amb-apr -2014 –

amb-apr -2016 -0.20667 0.29841 0.09947 -0.43605 0.02271 -2.078 8 0.071

Par

2

tic-2014 –

tic-2016 -0.32111 0.28454 0.09485 -0.53983 -0.10240 -3.386 8 0.010

Gráfica 1. Opiniones de docentes y estudiantes sobre el entorno virtual.

Gráfica 2. Gestión administrativa del trabajo docente.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Les gusta usar la plataforma

Usar la plataforma les ayuda a entender el tema

Usar la plataforma les ayuda a mejorar su

calificación

Conocer la calificación de las tareas les motiva a

seguir estudiando

Conocer la calificación de las tareas les permite

identificar sus errores

Contestar el pre-examen les ayuda a mejorar la

calificación de la unidad

Porcentaje

A los estudiantes...

Estudiantes Docentes

Page 352: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

351

Gráfica 3. Gestión académica del trabajo docente.

Conclusiones.

De acuerdo a los resultados de la Tabla 1, se concluye que:

- No existe una diferencia significativa (t(9) = -2.078 p = .071) entre las calificaciones promedio de

la competencia docente “Ambientes de aprendizaje” antes de usar la plataforma ( �̅� = 3.907, SD

= 0.474 ) y después de utilizarla ( �̅� = 4.114, SD = 0.244 ).

- Existe una diferencia significativa (t(9) = -3.386, p = .010) entre las calificaciones promedio de la

competencia docente “Tecnologías de la información y la comunicación” antes de usar la

plataforma ( �̅� = 4.055, SD = 0.339 ) y después de utilizarla ( �̅� = 4.376, SD = 0.160 ). Por lo que el

uso del entrono virtual si tiene efectos significativos sobre las calificaciones de los docentes, pues

se aprecia que los docentes incrementaron su calificación de 4.055 a 4.376.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Es fácil de usar

Facilita la revisión de las tareas

Facilita la gestión de las calificaciones

Los docentes consideran que la plataforma...

Totalmente de acuerdo De acuerdo Indeciso En desacuerdo Totalmente en desacuerdo

Porcentaje

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%100%

Obtener un panorama general del aprendizaje de

mis estudiantes

Diseñar planes de estudio personalizados para

mis estudiantes

Detectar los temas con los que mis estudiantes

tienen problemas de aprendizaje

Los docentes usan la plataforma para...

Totalmente de acuerdo De acuerdo Indeciso En desacuerdo Totalmente en desacuerdo

Porcentaje

Page 353: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

352

El análisis de los resultados de las encuestas permite a los autores afirmar que después de tres

semestres consecutivos de usar el entorno virtual, se esperaría que su aceptación fuese mayor, sin

embargo consideran que su uso ha tenido un impacto positivo.

Los autores concluyen que el entorno virtual ofrece un potencial en la gestión académica del

trabajo docente que no está siendo considerado por la mayoría de los profesores, lo que

probablemente incrementaría el grado de satisfacción de su uso.

Dado que se cuenta con una percepción cualitativa del impacto del entorno virtual, como trabajo

a futuro se realizará un análisis cuantitativo para comprobar si su uso tiene un efecto significativo

en los promedios de las calificaciones obtenidas por los estudiantes en la asignatura de Cálculo

Diferencial antes y después de utilizar el entorno virtual.

Referencias bibliográficas

Arriaga, F.J. & Espinosa, A. (2015) Las prácticas didácticas relacionadas con las tic: percepción

de los docentes universitarios. En Santillán (coord.), Investigaciones, estrategias y medios

en la práctica educativa, pp. 80-96. México: Centro de estudios e investigaciones.

Bonaveri, P., Blanco, L. ,Calvo, M. & Cepeda, G. ( 2015) The Use of Computers and Technology

Increase Student Achievement and Improve Attitude. Escenarios, 13 (2), 114-134.

Hernández, G., García-Muñoz, C., y Navarrete, M.C. (2015). Aprender a enseñar con las tic; caso:

profesores universitarios. En Santillán (coord.) Investigaciones, estrategias y medios en la

práctica educativa, pp. 97-105. México: Centro de estudios e investigaciones.

ITSLP (2015). Programa Institucional de Innovación y Desarrollo 2013-2018. México:Autor.

OECD (2015). Students, computers and learning: Making the connection. OECD: Publishing.

UNESCO (1998). Declaración mundial sobre la educación superior en el siglo XXI: visión y

acción.

http://www.unesco.org/education/educprog/wche/declaration_spa.htm.

Consultado 15/03/2015.

Page 354: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

353

CB-279

FOTO-EDUCACIÓN MATEMÁTICA: DEJEMOS QUE LAS FOTOGRAFÍAS ENTREN

EN NUESTRAS AULAS

Roser Codina Pascual [email protected] Carme

Burgués Flamarich [email protected]

Facultat d’ Educació. Universitat de Barcelona, Spain

Núcleo temático: V. Recursos para la enseñanza y el aprendizaje de las matemáticas.

Modalidad: Comunicación Breve

Nivel educativo: Formación y actualización docente.

Palabras clave: Conexiones matemática y realidad, fotografía matemática, formación del

profesorado.

Resumen

En esta comunicación pretendemos dar a conocer actividades que implican el uso de imágenes en

clase de matemáticas. Nuestro objetivo es potenciar la comprensión de las ideas matemáticas que

contienen y su aplicación a contextos reales. Esta conexión adquiere una mayor relevancia en la

actual interpretación competencial del aprendizaje matemático que conlleva el uso autónomo de

las matemáticas en situaciones de todo tipo en el entorno vivencial. La capacidad de ver

matemáticas en las fotografías se puede y se debe entrenar. Las tareas que proponemos han sido

experimentadas con alumnos de Formación del Profesorado de Educación Primaria y son

adecuadas asimismo para alumnos de Educación Secundaria e incluso de Primaria. Nuestras

experiencias nos han hecho reflexionar sobre el uso que podíamos hacer de este recurso en la

formación de maestros. En este sentido se ofrecerán algunos resultados de la investigación en

curso sobre la capacidad de los alumnos de maestro de identificar conceptos y relaciones

matemáticas en las fotografías.

Introducción

La fotografía es en la actualidad un modo de comunicación que ha superado todas las expectativas

previsibles. Parecería, pues, que el grado de pericia en la interpretación de las imágenes seria

mayor de lo que realmente es. Al aforismo popular de que “una imagen vale más que mil palabras”

habría que responder con un “Depende …” pero ¿De qué depende? (Depende. Jarabe de Palo,

1998). Estudiar factores de los que depende la habilidad de leer informaciones de todo tipo en una

imagen fotográfica, es un tema de estudio en ciencias de la comunicación con el objetivo de

promoverla y, en gran manera, de influir-la. Especialistas en fotografía ya anunciaron la necesidad

Page 355: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

354

de educar esta habilidad, como el fotógrafo L.D. Brown (1942-2012) “Tal vez la habilidad más

importante en fotografía es aprender lo que las imágenes revelan”.

Un objetivo del aprendizaje matemático es la capacidad para aplicar las matemáticas a la realidad,

por ello la fotografía, que capta un momento y un lugar concretos, puede contribuir a educar la

capacidad de “ver” matemáticas en contextos cotidianos. Para ello hay que motivar el gusto por

detectar matemáticas, es decir, que ponerse las gafas matemáticas se convierta en una actitud. Esta

capacidad puede aprenderse y debe ser educada, forma parte de lo que ha dado en llamarse la foto-

educación matemática.

El objetivo esencial es mirar la realidad y descubrir las matemáticas que contiene, así como las

que se pueden usar para saber más sobre la misma. Estamos de acuerdo con la fotógrafa americana

Dorothea Lange (1895-1965) en que “La cámara fotográfica es un instrumento que enseña a la

gente como mirar sin una cámara”.

Para tratar de educar esta habilidad hemos llevado a cabo un buen número de experiencias con

alumnos de formación de profesorado de Educación Primaria que nos han hecho reflexionar sobre

el uso que podíamos hacer de este recurso para la formación matemática y didáctica de maestros.

Las actividades que hemos llevado a cabo implican esencialmente aprendizaje y profundización

de conceptos y relaciones matemáticas.

Creemos que las actividades con imágenes fotográficas deben integrarse de modo natural con otros

recursos. Se pueden usar imágenes en todos los temas curriculares, especialmente en geometría.

En todas las actividades que proponemos, las imágenes pueden tener su origen en los bancos

gratuitos de la red o bien ser obra de los alumnos. Hemos visto que en el primer caso se producen

interesantes debates matemáticos sobre si la imagen recoge o no, o en qué medida, la idea

matemática que se intenta expresar. Y en el segundo caso, la búsqueda o el diseño del escenario

conlleva discutir sobre el significado que se le da al concepto y como podría ser formulado en

imágenes. Ambas posibilidades tienen gran interés, especialmente si se discute en grupo y se

contrastan pareceres. Nuestro alumnado, en general, tiende a hacer sus fotos. No aplicamos ningún

programa de modificación de las imágenes, priorizamos la “realidad”.

En todas las actividades llevadas a cabo en nuestras experiencias, se precisa realizar una lectura

Page 356: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

355

matemática de la imagen. Diríamos que se trata de una actividad básica. Por ejemplo:

Casa Vicens, Gaudí. Barcelona.

Dada una fotografía, se trata de reconocer

conceptos o relaciones matemáticas. En este caso

rectángulos, cuadrados, descomposición de

polígonos e isometrías.

También descubrir la disección de los cuadrados en

4 rectángulos y un cuadrado que tiene como base

una subdivisión de 3x3 cuadrados iguales. Así cada

rectángulo equivale a dos cuadrados.

La práctica de la lectura matemática debe empezar por la tarea del docente, no siempre fácil, de

encontrar o hacer una foto con muchas posibilidades de detectar ideas matemáticas. Analizarla

detenidamente, testarla antes con un compañero que se preste a ello y, luego, proponerla a los

alumnos. Antes de tareas más grupales o individuales es mejor practicar con todo el grupo clase,

discutiendo lo que hay de matemáticas en la foto, lo que se puede deducir, lo que no se muestra,

etc.

Saber ver las matemáticas que contiene una imagen es una acción compleja que resulta necesaria

en todas las tareas que proponemos. No es forzoso plantearla aislada puesto que sabemos que está

contenida en cualquiera de las otras actividades.

Nuestro empeño ha sido diseñar una colección de actividades con planteamientos diversos,

poniendo énfasis en aspectos complementarios. Siempre con la idea de profundizar conceptos o

relaciones matemáticas. A continuación, pasamos a describir otros escenarios en los que usar las

imágenes fotográficas en el aprendizaje matemático.

Ilustrar un concepto o una relación con imágenes que muestren distintos significados

Page 357: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

356

¿Qué concepto se percibe en estas dos

imágenes?

¿En qué se diferencian?

El cilindro aparece en las dos fotografías y la diferencia está en el método de obtención. En la

primera se observa una banda enrollada entorno a un eje mientras que en la segunda aparece la

forma de una hélice circular. La banda de tela realiza giros en los que el radio va aumentando y se

obtiene un cilindro compacto que sugiere la idea de volumen. La hélice es una banda que describe

simultáneamente un giro de radio constante y una traslación. En este caso, el cilindro resultante

sugiere la idea de superficie lateral.

El tipo de actividad que comentamos presenta dificultades, porque habitualmente, al estudiar un

concepto se le asigna un único significado y en consecuencia no se plantea la posibilidad de

descubrirlo en situaciones diferentes. Lo mismo sucede con las relaciones. También se puede

plantear la tarea de buscar o realizar dos fotos que representen la misma propiedad indicando que

en una de ellas la propiedad se visualice en el plano y en la otra en figuras tridimensionales.

Ejemplos pueden ser el paralelismo, la perpendicularidad y la simetría.

Figura y alguna de sus propiedades contenidas en una misma imagen

Ejemplo del trabajo de un grupo de alumnas: Visualización de la imposibilidad del desarrollo plano de una esfera. Aparecen los husos esféricos tangentes.

Esta actividad nos sirve para visualizar una propiedad relativa a una figura geométrica a partir de

una fotografía. Se puede partir de una imagen dada o bien que ellos deban elegir la figura y la

propiedad, proporcionando la fotografía que las plasme. Esta tarea es de mayor complejidad,

para facilitarla se sugieren algunos temas: métodos de obtención de poliedros, métodos para

obtener cuerpos de revolución, relaciones entre poliedros y cuerpos redondos, desarrollos planos,

Page 358: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

357

secciones, propiedades métricas (áreas, volúmenes), tipos de figuras: prismas oblicuos, troncos

de cono, simetría, etc.

Ilustrar un eslogan o lema matemático y viceversa

¿Qué frase propondría para caracterizar la idea

matemática más sobresaliente en esta fotografía?

En la imagen se pueden ver montones de sombreros vietnamitas de diferentes tallas. Tienen forma

cónica y encajan perfectamente con independencia de su tamaño. Esto es debido a que el ángulo

tridimensional o ángulo sólido es coincidente. Por lo tanto, se trata de conos homotéticos o

proporcionales según su posición.

Cuando se proponga una actividad como ésta debe darse tiempo, no solo para buscar o diseñar la

imagen sino, más importante aún, para discutir la idoneidad de la misma y en qué sentido expresa

la idea matemática que contiene el lema. Para favorecer el aprendizaje y compartir conocimiento,

debe posibilitarse el debate sobre si la fotografía expresa la idea propuesta. Para ello, puede

organizarse una presentación de las diversas imágenes que cada grupo tiene sobre su eslogan. El

resto de alumnos y el docente intervienen para criticar, matizar, proponer cambios o ayudar a elegir

la mejor imagen de las que se están barajando.

Proponer y resolver problemas

Page 359: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

358

¿Qué problemas puede proponer a

partir de esta imagen?

Ejemplo: ¿Cuántos rotuladores caben

en el panel?

Resolver alguno de los planteados,

explicando que información contenida

en la imagen se ha tenido en cuenta.

El interés o la complejidad de los problemas dependerá, en general, de su experiencia. Al principio

los enunciados suelen ser preguntas simples de respuesta directa, después son series de preguntas

donde, si hay suerte, la última suele ser la más interesante. Por nuestra experiencia en este tipo de

actividades, hay dos cosas que favorecen un mayor nivel: empezar por plantear preguntas -

problema sobre fotografías muy ricas en contenido matemático y provocar preguntas interesantes

en formato de debate de todo el grupo ante una fotografía con potencial. Una variante más

compleja de esta actividad es pedir que planteen problemas a partir de una fotografía elegida por

ellos. A la dificultad de hacer preguntas se une la de encontrar una imagen adecuada. Se insiste en

imágenes que sean auto - contenidas, es decir, que la información necesaria sea explícita en ellas.

En el caso de futuros maestros o profesores de secundaria, esta variante tiene un marcado carácter

didáctico si se pide como propuesta de actividad para una clase determinada.

En general, los futuros docentes eligen fotografías ricas e interesantes para la resolución de

problemas. Aunque parezca mentira, la dificultad está en aprovechar las posibilidades de la

fotografía. Ante este hecho, visto repetidamente, hemos optado por prolongar esta actividad con

la que hemos llamado “La repregunta”. Después de revisar lo que entregan los alumnos y, previa

discusión entre nosotras, retornamos la tarea añadiendo una pregunta específica para cada imagen

Page 360: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

359

que los alumnos deben resolver. Nuestro objetivo es, sobretodo, hacer ver las posibilidades

inadvertidas. También provocar métodos de resolución que no son frecuentes en sus trabajos, como

resoluciones gráficas, por listas, usando patrones o regularidades, etc.

Poner problemas a partir de fotografías es una actividad que puede iniciarse desde la Educación

Primaria. Detectar matemáticas contenidas en la imagen no es el objetivo específico, plantear

preguntas que se puedan responder usando las matemáticas si que lo es. Como decía Albert

Einstein “La formulación del problema es a menudo más importante que su solución, que puede

ser simplemente una cuestión de habilidad matemática o experimental”.

Secuenciar procesos geométricos

¿Cómo representar un proceso mediante fotografías de modo que un observador comprenda como

se ha realizado sin la ayuda de textos descriptivos? En esta propuesta se plantea comunicar un

proceso mediante imágenes, de manera que se facilite su comprensión y sea reproducible. El

proceso puede ser aritmético, de medida o geométrico.

En este último ámbito exponemos un ejemplo de proceso de construcción llevado a

término en un grupo de futuros maestros: Generación de figuras a partir de descomposiciones

modulares del cubo. En concreto se planteó diseñar una secuencia de 4 o 5 fotografías que mostrara

el proceso seguido para formar una figura con los 8 módulos.

Las fotografías deben mostrar los “momentos clave” para entender y ser capaces de reproducir el

proceso. Es interesante señalar que las fotografías en esta actividad no son el centro de la misma,

sino una parte de un trabajo mucho más completo.

Algunos resultados de la investigación

Page 361: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

360

En la investigación en curso sobre las posibilidades del uso de la fotografía en la formación de

maestros de Educación Primaria, hemos visto que, cuando se facilitan las fotografías los alumnos

son capaces de identificar los conceptos que aparecen tanto explícitos como implícitos. Presenta

más dificultades la identificación de relaciones, especialmente las no evidentes. Cuando la imagen

es propuesta por los mismos estudiantes en respuesta a una demanda concreta, aparecen

dificultades en la identificación de conceptos, posiblemente por errores conceptuales propios.

En general se observa una buena predisposición a realizar actividades que impliquen el uso de

imágenes y voluntad de buscar o realizar fotografías que cumplan las condiciones demandadas.

No obstante, se constata que el aprovechamiento del potencial de las imágenes depende del nivel

de conocimiento matemático de quien las propone.

La mayoría de imágenes que realizan los alumnos se ubican en espacios cotidianos. Este hecho

potencia el mensaje de que estamos rodeados de matemáticas, lo que hay que hacer es descubrirlas.

Esto tiene relevancia en el contexto de formación de maestros de Primaria, potenciales generadores

de actividades matemáticas escolares.

Para terminar, H.C. Bresson dice” Es una ilusión que las fotos son hechas por la cámara, … son

hechas con los ojos, con el corazón y la cabeza”. Para nosotras el hecho de diseñar actividades

usando fotografías forma parte de nuestro aprendizaje de enseñar matemáticas y lo hacemos

usando los ojos, la cabeza y el corazón.

Bibliografía

Alsina, C., Nelsen, R. (2006). Math made visual: Creating Images for Understanding

Mathematics. Washington, DC: MAA, Col. Classroom Resources Materials.

Añón, E., Martín, O., Morales, L. (2011). Matemáticas en Imágenes. Elo editoras

Borrás, E., Moreno, P., Nomdedeu, X., Albalat, A. (2002). RITMOS: matemáticas e

imágenes. Madrid: Nivola.

«Mathematical Lens» sección de Mathematics Teacher, a partir de 2004.

Makiewicz, M. (2014) Photography for the Mathematical Culture of the Student. Research Report.

International Journal of Pedagogy, Innovation and New Technologies, 1 (1) , 61-76.

Vilches, S., Cubas, C. (2009). Diez años de concurso de Fotografía Matemática en

Cataluña. Actas XIV JAEM, Girona.

Webs d’interès

Page 362: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

361

DivulgaMAT Centro Virtual de Divulgación de las Matemáticas. Exposiciones Virtuales.

http://www.divulgamat.net

Enriching math https://www.westsussex.gov.uk/learning.aspx

Matemáticas en tu mundo

http://catedu.es/matematicas_mundo/FOTOGRAFIAS/fotografia.htm

Matemáticas y fotografía. MEC.

http://ntic.educacion.es/w3//eos/MaterialesEducativos/mem2000/matefoto/libro/index.ht

m

Problem pictures http://www.problempictures.co.uk

Page 363: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

362

CB-281

ENSINO DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA: CONCEPÇÕES REVELADAS POR

PROFESSORES QUANDO RELATAM SUAS PRÁTICAS18

Maria Ivete Basniak – Everton José Goldoni Estevam – Sani de Carvalho Rutz da Silva

[email protected][email protected] - [email protected]

UNESPAR/Brasil - UNESPAR/Brasil – UTFPR/Brasil

Núcleo temático: Formação de Professores de Matemáticas.

Modalidade: CB

Nível educativo: Formação e atualização de ensino

Palavras chave: Ensino de Matemática, Tecnologia, Prática de professores.

Resumo Admitindo que discussões sobre tecnologias na educação perpassam reflexões sobre o ensinar e

o aprender, este trabalho objetiva investigar por que professores que ensinam Matemática não

integram tecnologias à sua prática pedagógica de Matemática. Para tanto, estudos teóricos foram

associados a questionários respondidos por oito professores de Matemática da Educação Básica

e seis pós-graduandos, na busca por identificar as concepções de tecnologia e de matemática

reveladas por esses profissionais quando relatam suas práticas. Quanto à Matemática, Caraça

(1998) aponta duas concepções: ciência pronta e acabada; e ciência construída a partir das

necessidades do homem. Quanto à tecnologia, Vieira Pinto (2005) destaca quatro acepções: como

a própria técnica; epistemologia da técnica; conjunto de todas as técnicas de que dispõe uma

determinada sociedade; e ideologização da técnica. Os resultados preliminares da análise dos

questionários apontam que o uso que se faz da tecnologia está intimamente relacionado à

concepção que se tem da matemática e da tecnologia. As práticas relatadas refletem uma visão

tecnicista da matemática que se associa ao uso da tecnologia restrito à técnica, em detrimento de

reflexões pedagógicas críticas. Assim, a integração das tecnologias implica uma ressignificação

das concepções dos professores acerca da Matemática e do ensino de matemática.

Introdução

Na realização deste estudo partimos da hipótese de que o uso que se faz da tecnologia nas

aulas de matemática está intimamente relacionado à concepção que se tem da matemática e da

tecnologia. Portanto, discutimos neste trabalho por que os professores que ensinam Matemática

ainda não integram tecnologias à sua prática pedagógica.

18 Este estudo integra o projeto de pesquisa “Análise de tarefas como prática para (res)significação de conhecimentos

profissionais de professores de matemática”, financiado pela Fundação Araucária e os estudos realizados pelo

GETIEM na linha Tecnologias na Educação.

Page 364: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

363

Assim, debatemos teoricamente de forma breve diferentes concepções de tecnologia e de

Matemática para, posteriormente, problematizarmos respostas de professores de Matemática e

alunos de um curso de Mestrado em ensino de Matemática e tecnologias a um questionário, as

quais revelam sua(s) concepção(ões) acerca da tecnologia e da matemática, bem como, o modo

com estas são refletidas em sua prática pedagógica.

Concepções acerca da Tecnologia e da Matemática

Vieira Pinto (2005) destaca quatro acepções que sublinham diferentes relações da

tecnologia com a técnica: como a própria técnica; epistemologia da técnica; conjunto de todas as

técnicas de que dispõe uma determinada sociedade; e ideologização da técnica. Corroboramos com

o autor e pautamos nossa compreensão de tecnologia na última definição por entendê-la enquanto

processo de apropriação dos recursos já conhecidos para desenvolver novos elementos, com

potencial para transformar e/ou interferir na realidade presente. Nesse mesmo sentido,

compreendemos a educação como processo de apropriação cultural que não pode e não deve ser

desvinculada da interferência que a tecnologia exerce na sociedade. Dessa forma, consideramos

que tecnologia e educação possuem relação estreita, uma vez que compreendemos que ambas são

processos e, assim, estão em constante mutação, de forma que a ampliação de uma interfere direta

e indiretamente no desenvolvimento da outra.

Assim, o que nos define como humanos possui singular relação com os instrumentos que

desenvolvemos ao longo de nossa evolução, com a capacidade de nos comunicarmos, com as

técnicas que empregamos no desenvolvimento das tecnologias (D’Ambrosio, 2003; Vieira Pinto,

2005; Feenberg, 2004).

É inegável também o quanto a Matemática interfere no desenvolvimento de tecnologias

e vice-versa, de maneira que grande parte do desenvolvimento da Matemática Moderna foi

possibilitada pelo desenvolvimento de tecnologias que libertaram os humanos de cálculos

enfadonhos e cansativos, de modo que pudessem empregar a mente para pensar e desenvolver

Matemática. D’Ambrosio (2003) denuncia que precisamos evoluir nossas aulas de matemática

nesse sentido, uma vez que:

As pesquisas recentes sobre primatologia nos indicam que chipanzés têm significativa

capacidade numérica. Será uma espécie que, eventualmente, poderá nos alcançar na capacidade

de fazer contas? Não há indicações que se encaminham para desenvolver a criatividade das

explicações, da transcendência, das artes e das religiões, mas poderão ser treinados para

Page 365: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

364

aprender a fazer contas. Será correto treinarmos nossas crianças para esse mesmo aprendizado,

quando nossas crianças dispõem da tecnologia que as liberta dessa rotina mecânica?

(D’Ambrosio, 2003, p.7).

A partir do exposto, compreendemos que as tecnologias devem permear os processos de

ensino e de aprendizagem da Matemática contribuindo para superar dificuldades, tanto na

Educação Básica quanto no Ensino Superior. Embora isso seja o que se espera do trabalho do

professor atualmente, não é o que se concretiza normalmente. De acordo com Simonian (2009, p.

62), referenciando Sancho (2006), o que tem acontecido é que os professores adaptam as novas

tecnologias à forma como acreditam que ocorre a aprendizagem dos alunos, preservando a velha

metodologia utilizada em suas aulas. Assim, ao invés de aproveitarem as possibilidades que as

tecnologias digitais oferecem para modificar seu método de trabalho em sala de aula, o que ocorre,

normalmente, é a adaptação do uso dessas tecnologias à prática preponderante em sala de aula,

não trazendo grandes mudanças à sua ação pedagógica.

D’Ambrosio (2003, p. 11) denuncia que “a distribuição desequilibrada das riquezas

naturais, da população e dos meios financeiros, todas associadas e interdependentes, tem como

resposta a busca de estratégias para manutenção de privilégios de determinados grupos”. E, nesse

sentido, a educação configura-se como a “estratégia mais eficaz para esse fim”.

Por meio de um discurso de acesso aos menos favorecidos e avaliações de ranqueamento,

que objetivam unicamente manter o poder e status do grupo dominante, nos vemos reféns de

sistemas de avaliação uniformes “associados a promessas e recompensas profissionais, [que]

escondem o objetivo de cooptação embutido nos sistemas educacionais” (D’Ambrosio, 2003, p.

11).

Como alternativa para rompermos com esse ciclo, D’Ambrosio (2003) aponta a educação

crítica, a partir das ideias de Paulo Freire, que repercutiram na Etnomatemática e no movimento,

iniciado por Marilyn Frankenstein e Arthur J. Powell, denominado "Critical Math Education".

Tais alternativas requerem mudanças em relação à concepção que se tem da matemática.

Caraça (1998) aponta duas possibilidades: como ciência pronta e acabada; e como ciência

construída a partir das necessidades do homem. Embora o estudo da história da Matemática nos

revele a Matemática construída historicamente, o ensino da Matemática ainda hoje ocorre por um

processo tecnicista de reprodução, que prioriza resolução de exercícios repetitivos em detrimento

de práticas que privilegiam o raciocínio, a investigação e a agência dos alunos em meio a seu

Page 366: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

365

processo de aprendizagem. Assim, como revela D’Ambrosio (2003, p. 12), o saber Matemática

requer competências que não são expressas em provas e exames tradicionais:

Portanto, ao aplicar testes, provas e exames tradicionais, o resultado não pode ser satisfatório.

O que se pergunta nessas avaliações não é objeto do novo conceito de habilidades. Os

resultados, por vezes desastrosos, são inevitáveis, pois pouco significam para esse novo

conceito. Lamentavelmente, tem um caráter de sagrado! Se um aluno não vai bem nessas

avaliações, rejeita-se a nova pedagogia, mas não se pensa em adequar as avaliações a ela. Esse

é o maior obstáculo à inovação.

Particularmente com relação à matemática, esses estudos comparativos têm no Second

International Mathematics Studies/SIMS, que levou cerca de 10 anos entre sua concepção,

condução e conclusões parciais.

Bem sabemos que recursos tecnológicos, que não caneta e papel, são excluídos dos

processos avaliativos, pois sequer ferramentas de desenho (compasso, transferidor) têm uso

permitido em testes de desempenho. Os livros didáticos e técnicos de matemática também

apresentam a matemática estática, em que os conceitos se desencadeiam de forma ordenada, linear

e lógica. Assim, integrar tecnologias à prática pedagógica requer uma mudança de concepção da

Matemática, superando aquela que a concebe como ciência pronta e acabada. Como esclarece

Papert, citado por D’Ambrosio (2003, p. 1), "o que se requer é uma mudança profunda sobre como

pensar a educação. Assim, tecnologia não é a solução, é somente um instrumento. Mas embora

tecnologia não produza automaticamente uma boa educação, a falta de tecnologia garante

automaticamente uma má educação".

Aspectos Contextuais e Metodológicos

A fim de verificar a hipótese de que os professores não utilizam tecnologias digitais em

suas aulas para ensinar, mesmo quando acreditam que o estejam fazendo, analisamos questionários

respondidos por oito professores da Educação Básica, de um município do interior do estado do

Paraná, Brasil, e seis alunos pós-graduandos, todos professores da Educação Básica. Essas

respostas foram, portanto, associadas aos aspectos teóricos, discutidos na seção anterior, com o

intuito de identificar as concepções de tecnologia e de matemática reveladas por esses profissionais

quando relatam suas práticas.

As questões que objetivaram compreender a concepção da matemática e do ensino da matemática dos

professores, bem como o uso que fazem das tecnologias digitais em suas aulas, compreendem as apresentadas no

Page 367: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

366

questionário do Quadro 1, cujas respostas dos professores foram fonte de análise neste trabalho19. Estas são

discutidas na próxima seção, sendo os nomes omitidos para garantir sua confidencialidade, estando identificados

por Professor seguido de uma letra que se refere à ordenação no questionário.

Quadro 1. Questões que compõem as análises deste trabalho

1. Você utiliza Tecnologias Digitais em suas aulas?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

2. O que te leva a utilizar (ou não) Tecnologias Digitais em suas aulas?

Caso não utilize, vá para a questão 7.

4. Você utiliza Tecnologias Digitais em suas aulas para ensinar novos conteúdos? Em caso afirmativo descreva uma

situação em que você utilizou Tecnologias Digitais com este objetivo.

5. Você utiliza Tecnologias Digitais em suas aulas para mostrar aplicações/representações de elementos matemáticos?

Em caso afirmativo descreva uma situação em que você utilizou Tecnologias Digitais com este objetivo.

6. Você utiliza Tecnologias Digitais em suas aulas para fixar o conteúdo ensinado anteriormente? Em caso afirmativo

descreva uma situação em que você utilizou Tecnologias Digitais com este objetivo.

Fonte: Os autores, 2016.

Práticas e concepções reveladas pelos professores

As respostas ao questionário mostram que os professores trabalham a matemática de forma

tradicional, mesmo quando utilizam tecnologia. A resposta do Professor A sobre o que o leva a

utilizar (ou não) tecnologias digitais em suas aulas, revela isso: “Para um maior entendimento do

conteúdo já trabalhado de forma tradicional, onde as aulas se tornam mais lúdicas e práticas. No

meu ponto de vista, essas tecnologias também ajudam o professor a se aprofundar em conteúdos

que não ficam muito claros ao serem representados em sala, como áreas de figuras”.

Isso implica que o ensinar e o aprender ocorrem de “forma tradicional”, e a tecnologia é

utilizada para complementar o que não ficou claro, não provocando qualquer mudança de natureza

didático-pedagógica.

Quando arguidos quanto ao uso de tecnologias digitais para ensinar novos conteúdos, e

provocados a descrever uma situação (em caso de utilização) em que utilizaram tecnologias

digitais com este objetivo, observamos que a visão de ensinar utilizando tecnologias aparece de

forma equivocada. As respostas dos professores remetem ao uso de tecnologias para verificação

de cálculos, como indicado pelo Professor B: “Para o estudo das funções trigonométricas e

ângulos, utilizando software para análise gráfica e animação para veracidade dos cálculos

realizados durante a aula, como forma de fortalecer e auxiliar no entendimento do assunto, onde

num 1º momento trabalhou-se com geoplano circular, em seguida realizado cálculos e resolução

19 Algumas questões, 3, 7, 8, 9, 10 e 11 foram omitidas por não serem fonte de análise neste

trabalho.

Page 368: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

367

de exercícios durante a aula; então para fechamento, num 2º momento, foi utilizado o software no

laboratório de informática do colégio”. Ou ainda como meio para modernizar suas aulas, que

continuam sendo desenvolvidas de forma tradicional: “Utilizo as tecnologias digitais em sala de

aula sempre que possível com o intuito de levar a modernidade para as aulas tirando o peso de

uma aula tradicional, bem como para chamar a atenção dos alunos e, de certa forma, interagir

melhor com o contexto tecnológico que eles estão inseridos. Além de facilitar o entendimento e o

trabalho em sala de aula” (Professor C). Este professor, ao ser questionado sobre uma

circunstância que descreva situação semelhante, refere: “Ao dar a introdução de um novo conteúdo

já utilizei vídeos, imagens e a própria calculadora, antes de demonstrar a teoria. Por exemplo,

antes de ensinar o plano cartesiano para uma turma de 8º ano, os alunos jogaram online (jogo

gratuito disponível na internet) batalha naval, jogo que se aproxima do conteúdo plano cartesiano

por tratar de localização” (Professor C).

A situação referida pelo Professor C, supostamente descrevendo uma situação de utilização

de tecnologia para ensinar um conteúdo, revela que a utilização da tecnologia não foi planejada

com fins pedagógicos, visando à aprendizagem, mas como forma de motivação a introdução ao

conteúdo.

A utilização das tecnologias digitais também é evidenciada para ilustrar conteúdos, como

forma de visualização: “Utilizo sempre que necessário, quando a abordagem de algum conteúdo

exige a utilização de tecnologias digitais, também para aprimorar algum conceito, para que os

alunos possam visualizar melhor algo que não seja possível através de desenhos e imagens de

livros” (Professor D). Embora o professor refira demandas decorrentes da própria natureza do

conteúdo, isso não é esclarecido, e as considerações apresentadas em seguida sugerem que o papel

desempenhado pela tecnologia envolve a representação (melhor visualização), por vezes dinâmica,

de aspectos envolvendo conceitos e ideias matemáticas, mas não esclarece em que a tecnologia

auxilia ou por que ela colabora.

Verificamos ainda que a teoria parece não ser possível de ser discutida a partir de

tecnologias digitais, sendo que as respostas dos professores denotam um distanciamento entre a

introdução do conteúdo e a teoria: “Sim, já utilizei para introduzir o conteúdo de multiplicação de

matrizes no segundo ano do ensino médio, colocando um vídeo que problematizava a questão

antes de aplicar a teoria” (Professor E). Novamente, o excerto evidencia uma compreensão da

Page 369: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

368

tecnologia como meramente motivadora ou ilustrativa, sem qualquer implicação ao processo

didático-pedagógico em sala de aula.

Como é possível verificar nas respostas anteriores, as situações referidas para exemplificar

a utilização da tecnologia no ensino de Matemática são bastante superficiais, associadas a uma

perspectiva tradicional de ensino, pautada no modelo “teoria-exemplo-reprodução”. A utilização

da tecnologia nas práticas dos professores manifestadas sempre aparece ancorada na motivação ou

revisitação do conteúdo, por meio de ilustrações estimuladoras, explicações posteriores, realização

de exercícios ou reforço da teoria explicada pelo professor inicialmente. Ou seja, os usos que se

faz da tecnologia para ensinar matemática se restringem a um vídeo para ilustrar o conteúdo, ou

jogos para que adquiram “gosto” pelo mesmo. Contudo, para os professores, os aspectos teóricos

relacionados ao(s) conteúdo(s) em voga necessitam ser explicados por eles.

Conclusões

A partir da análise das respostas dos professores aos questionários, frente ao referencial

teórico construído, corroboramos com D’Ambrosio (2003, p. 13) de que: “O grande desafio que

se apresenta para os educadores é a passagem de um pensamento linear, que domina as teorias

mais prestigiadas de aprendizagem, para o pensamento complexo. Ou, em outros termos,

incorporar, mutuamente, o raciocínio quantitativo e o raciocínio qualitativo”.

Embora os professores considerem necessária a incorporação das tecnologias digitais ao

ensino da matemática, suas respostas revelam que ainda estão presos à concepção da matemática

pronta e acabada, aprendida por meio da resolução e reprodução de exercícios, precedidos da teoria

apresentada pelo professor. Portanto, ainda que admitam que a Matemática é uma ciência

construída, a concepção que revelam incorporada à sua prática educativa é da matemática pronta

e acabada. Isso requer que o ensino da matemática seja afetado por uma nova concepção por parte

dos professores que coloque o aluno no centro do processo didático-pedagógico, em que a

tecnologia seja uma “ferramenta de ensino” (Valente, 1993) com a qual o aluno desenvolve algo

e, ao desenvolvê-lo, conjectura, testa, questiona, reflete, pensa, repensa e valida. Portanto, embora

estudos discutindo meios e processos de inserção da tecnologia no ensino sejam amplamente

difundidos nos últimos anos, especialmente no campo da Matemática, parecem restritas as

investigações acerca de aspectos que suportam e promovem a integração da tecnologia no processo

didático-pedagógico de Matemática. Talvez porque estudos dessa natureza impliquem

Page 370: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

369

necessariamente a investigação longitudinal da (mudança) prática e não apenas do discurso –

instrumento que subsidia grande parte das investigações. Dessa forma, há urgência de produção

de materiais e relatos que esclareçam meios para esse processo de mudança de concepções

pedagógicas, sobre a Matemática e, por conseguinte, sobre a tecnologia.

Dentre os diversos aspectos que permeiam tal processo, acreditamos que a formação do

professor ainda requer muita atenção, pois, em geral, o que se observa em relação à formação para

a utilização da tecnologia é que esta se dá de forma a instrumentalizar o professor no uso de

determinada ferramenta, seja ela um software ou objeto virtual, em detrimento de discussões

aprofundadas em relação às mudanças que precisam se dar em relação à matemática ensinada. Ela

requer uma “nova matemática”, com “características resultantes da assimilação, pelas gerações

futuras, de instrumentos comunicativos, analíticos e tecnológicos, de natureza transcultural e

transdisciplinar. Os raciocínios formais dessa nova matemática dependerão de um tipo de rigor

diferente daquele que serve de suporte para a matemática atual” (D’Ambrosio, 2003, p. 14).

Portanto, nosso estudo evidencia que o uso que os professores de matemática fazem da

tecnologia nas aulas não mudará a menos que mudem sua concepção da matemática e,

consequentemente, sua concepção sobre como se ensina e se aprende Matemática. A

problematização desses aspectos no contexto da integração didático-pedagógica das tecnologias

digitais constitui o grande desafio a ser enfrentado nos processos formativos e nas (mudanças) da

prática dos professores.

Referências

Caraça, B. de J. (1998). Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Gradiva.

D’Ambrosio, U. (2003). Tecnologias de informação e comunicação: reflexos na matemática e no

seu ensino. Palestra de encerramento na Conferência de 10 anos do GPIMEM - Grupo de

Pesquisa em Informática, outras Mídias e Educação Matemática, Departamento de

Matemática, UNESP, Rio Claro.

Feenberg, A. (2004). Teoria crítica da tecnologia. Nota autobiográfica. Tradução: Equipe de

Tradutores do Colóquio Internacional “Teoria Crítica e Educação”. Conferência Colóquio

Internacional “Teoria Crítica e Educação”. Piracicaba.

Simonian, M. (2009). Formação continuada em ambiente virtual de aprendizagem: elementos

reveladores da experiência de professores da educação básica. Dissertação (Mestrado em

Educação). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 134 f.

Valente, J. A. (1993). Diferentes usos do computado na educação. Em Aberto, Brasília, ano 12,

n.57.

Page 371: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

370

Vieira Pinto, Á. (2005). O conceito de tecnologia. v.1. São Paulo: Paz e Terra.

Page 372: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

371

CB-283

LA ANSIEDAD HACIA LAS MATEMÁTICAS EN LOS ESTUDIANTES DE

GRADO DE MAESTRO EN EL EEES: UN ESTUDIO COMPARATIVO ENTRE

ESPAÑA Y PORTUGAL

Raquel Fernández-Cézar 1 – Margarida Rodrigues2 – João Rosa3

[email protected][email protected][email protected] 1Universidad de Castilla la Mancha, España – 2CIED, Escola Superior de Educação, Instituto

Politécnico de Lisboa, UIDEF, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa, Portugal – 3CIED, Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE-ISPA, ISPA-Instituto

Universitário, Lisboa.

Núcleo temático: Formación del profesorado

Nivel educativo: Universidad

Palabras clave: ansiedad, universitarios, grado maestro, estudio comparativo

Resumen Este estudio es parte de un proyecto más amplio para analizar la relación entre el profesor de

matemáticas y la actitud hacia las matemáticas de su alumnado en el entorno iberoamericano. En

este trabajo se estudia una muestra compuesta por estudiantes de grado de maestro españoles y

portugueses. Se estudia la ansiedad hacia las matemáticas en los mismos empleando un

cuestionario. El estudio es exploratorio e investiga la asociación de la ansiedad con los factores

sexo, país, y etapa en la que serán maestros. Se emplea una metodología cuantitativa y se obtiene

que no existe asociación entre la ansiedad y el sexo o la etapa educativa para la que se preparan,

y si entre dicha ansiedad y el país: España o Portugal, siendo mayor en este último. Se describen

los distintos caminos de formación de maestros en sendos países y se argumenta la diferencia en

base a dicha formación, y al momento de la misma en el que se ha pasado el cuestionario. Se

concluye que el alumnado llega a la universidad con un nivel de ansiedad hacia las matemáticas,

pero que es también afectado en su paso por la misma.

Introducción

En el campo de la psicología se entiende que la actitud incluye una componente conductual o

comportamental, es decir, que se reconoce la actitud como una fuerza motivacional del

comportamiento humano. También en el ámbito de la educación matemática se le reconoce este

aspecto comportamental, y es definida por Gómez-Chacón (2000) como una “predisposición

evaluativa de conducta que determina las intenciones personales e influye en el comportamiento”

(Gómez-Chacón, 2000, p 23). Siguiendo en el ámbito de la educación matemática, la actitud

empieza a estudiarse en la segunda mitad del siglo pasado. Feierabend (1960, citado en Aiken,

1970) dedica unas cuantas páginas a este aspecto afectivo de la educación matemática en su

Page 373: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

372

“Revisión de problemas psicológicos en educación matemática”. Posteriormente Aiken (1970)

realiza una revisión de los trabajos de esa década y reconoce que aunque no se cuenta con una

definición para actitud en educación matemática, hay un consenso en reconocer que tiene un

aspecto conductual y comportamental (Aiken, 1970).

Unos años después, Hart (1989) afirma que no existía en ese momento una definición acordada

por los expertos de lo que se entiende por actitud en educación matemática. Un modelo de la misma

lo constituye en el entorno iberoamericano el estudio de Gairín Sallán (1991). McLeod (1992)

realiza un primer modelo sobre el dominio afectivo en el aprendizaje matemático, considerando

que está compuesto por actitud, creencias y emociones. Otros autores (de Belis & Goldin, 1999,

citado en Zan & di Martino, 2008) proponen un modelo con 4 constructos. En este trabajo se

considera el modelo de tres dimensiones: creencias, emociones y actitud, y nos centramos en el

estudio de esta última.

El National Council of Teachers of Mathematics en 1989 (Crosswhite, Dossey & Frye, 1989)

reconoce dos categorías de actitudes en educación matemática: actitudes hacia las matemáticas, y

actitudes matemáticas. Los estudios que han tratado de establecer alguna vinculación entre ellas

son muy diferentes y poco comparables, y además aportan resultados contradictorios: Ma y Kishor

(1997) no encuentran relación significativa entre el rendimiento académico y la actitud; estudios

recientes con estudiantes españoles (Blanco, Guerrero Barona & Caballero Carrasco, 2013;

Blanco, Guerrero, Caballero, Brígido & Mellado, 2010; Jiménez Mellado, Blanco Nieto, Cortés &

Lizarazo, 2012) reconocen la vinculación del aspecto cognitivo y afectivo en estudiantes de grado

de maestro. Las actitudes hacia las matemáticas de estos estudiantes son cruciales pues serán

maestros que enseñarán matemáticas en el futuro, y transmitirán su sentimiento hacia las mismas

(Fernández Cézar y Aguirre Pérez, 2010). Según Maaß y Schlöglmann (2009), esas actitudes

fueron adquiridas a lo largo de su etapa como estudiantes, pero pueden también constituir un

obstáculo para la adquisición de nuevas competencias en el grado de maestro. Por lo tanto, dado

que no hay estudios que confirmen la no existencia de relación entre el aspecto cognitivo y afectivo

de la actitud, y el papel importante que desempeñarán los futuros maestros en la formación de la

actitud de la ciudadanía futura, nos parece pertinente el análisis de la actitud hacia las matemáticas

en estudiantes de grado de maestro.

Tampoco existe acuerdo entre los expertos en educación matemática es en cómo medir la actitud

hacia las mismas. Los psicólogos la han considerado como algo observable y medible a través de

Page 374: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

373

instrumentos adecuados de medida como los cuestionarios, mientras que los educadores no tienen

una manera única de cuantificarla. Actualmente varios autores (Blanco, Guerrero Barona &

Caballero Carrasco, 2013; Blanco, Guerrero, Caballero, Brígido & Mellado, 2010; Jiménez

Mellado, Blanco Nieto, Cortés & Lizarazo, 2012; Di Martino & Zan, 2010; 2011) proponen que

el estudio de las actitudes debe abordarse mediante ensayos o preguntas abiertas, pues argumentan

que las personas que contestan a los cuestionarios de manera directa no son sinceras sino que se

ven influidas por lo que se espera que contesten (Zan & Di Martino, 2008). Por otro lado, son muy

abundantes los estudios realizados con cuestionarios (Arrebola & Lara, 2010; Fernández Cézar &

Aguirre Pérez, 2010; Riveiro, Calvo, Mato-Vázquez, & de la Torre Fernández, 2015; Palacios,

Arias, & Arias, 2013; Vallejo Seco & Escudero García, 1999). Existen varias revisiones de los

cuestionarios empleados para el estudio de las actitudes hacia la estadística trasladados

indistintamente al estudio de la actitud hacia las matemáticas (Carmona-Márquez, 2004; Blanco-

Blanco, 2008). Carmona Márquez reconoce que el cuestionario de Auzmendi (1992) es el más

ampliamente empleado en español. Los estudios más actuales con cuestionarios, incluyen el

análisis estadístico de sus propiedades, pero al ser creados para la ocasión (Palacios, Arias, &

Arias, 2013; Riveiro, Calvo, Mato-Vázquez, & de la Torre Fernández, 2015) impiden la posterior

comparación de los datos. En este trabajo se elige un cuestionario ya empleado por otros autores

(Auzmendi, 1992; Méndez, & Macía, 2007; Fernández Cézar & Aguirre Pérez, 2010; Montero,

Pedroza, Astiz, & Vilanova, 2015). Las propiedades psicométricas del mismo fueron medidas en

el trabajo de creación de Auzmendi (1992) aportando 5 factores, aunque posteriormente Sánchez-

López (1996, citado en Carmona-Márquez, 2004) y Méndez & Macía (2007) indican 4. En un

trabajo posterior realizado con maestros y estudiantes de maestro (Fernández-Cézar et al, 2016),

emerge un modelo de un solo factor: la ansiedad. Este se llama cuestionario modificado de

Auzmendi, y es el empleado en el presente trabajo.

Los objetivos de este trabajo son explorar la información recogida con el cuestionario para

identificar los factores que pudieran influir en la ansiedad; y determinar el comportamiento de la

ansiedad respecto de los factores identificados

Metodología

Muestra e instrumento:

Page 375: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

374

Se trabaja con una muestra compuesta por 200 estudiantes universitarios del grado de maestro,

149 españoles y 51 portugueses. De ellos, 186 completan las encuestas totalmente y son empleados

para el análisis posterior. De los analizados, 165 son chicas, 99 de la etapa de ed. Infantil. Se mide

su ansiedad hacia las matemáticas con el cuestionario modificado de Auzmendi (1992), valorado

estadísticamente en un estudio previo (Fernández-Cézar et al, 2016). Está compuesto por los ítems

7, 8, 12, 13, 17, 18 y 22. Para sumarlos, los 8, 13 y 18 son invertidos por tener una formulación

negativa.

Análisis:

Se emplea el paquete SPSS v22. Se estudia la normalidad de la distribución de la ansiedad respecto

de la información recogida con los cuestionarios. Para realizar los posteriores contrastes, se estudia

la normalidad de la distribución de la ansiedad mediante test de Kolmogorov-Smirnoff (K-S) para

subgrupos de N>50, y Shapiro-Wilk (S-W) para N<50, con la corrección de significación de

Lilliefors. En los casos en que la distribución es normal se ha empleado el contraste de hipótesis

paramétrico y en los que no lo es, se ha empleado el contraste no paramétrico.

Resultados y discusión

El valor medio de la ansiedad está por debajo de la mediana, luego hay un mayor número de

estudiantes con valores de ansiedad por debajo de 22. En estudios anteriores (Checa, & Martínez-

Artero, 2013; Mendías, 2013) se obtiene una ansiedad alta para futuros maestros de primaria, pero

no es eso lo que se encuentra en nuestro caso.

Tabla 1: Estadísticos descriptivos de la ansiedad

Mínimo Máximo Media

Desviación

estándar

Mediana

9 35 21.67 5.891 22

Se identifican como posibles factores asociados con la ansiedad el sexo, la etapa educativa y el

país del estudiante. Se estudia la normalidad de la ansiedad respecto a dichos factores,

obteniéndose que es normal para el factor país (K-S; p=.004 España; p=.029 Portugal) y no lo es

para los factores sexo (K-S, p=.089 chicas; S-W, p=.016 chicos) y etapa educativa (K-S, p= .20

infantil; p=.086 primaria).

Tabla 2: Estadísticos descriptivos de la ansiedad por factores

Sexo Chicas Media 22.06

Page 376: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

375

Mediana 22.00

Desviación estándar 5.678

Chico

Media 19.71

Mediana 17

Desviación estándar 7.051

Etapa Infantil Media 21.69

Mediana 22.00

Desviación estándar 5.506 Primaria

Media 21.92

Mediana 22.00

Desviación estándar 6.297

País Portugal Media 23.27

Mediana 23.00

Desviación estándar 2.731 España

Media 21.34

Mediana 21.00

Desviación estándar 6.489

Para el factor sexo, la media obtenida para las chicas es 22.06, y la de los chicos es menor en algo

más de 2 unidades, 19.71. El contraste de hipótesis (U Mann-Whitney; p=.063) nos impide

rechazar la igualdad de medias, por lo que el factor sexo no está asociado con la ansiedad, en contra

de lo que se obtiene en otros estudios (Martínez-Artero & Nortes-Checa, 2014)

Respecto al factor etapa, la media obtenida es casi la misma, 21.69 para infantil y 21.92 para

primaria y el contraste nos hace no rechazar la igualdad (U de Mann-Whitney, p=.988). Por tanto,

la etapa para la cual se preparan no influye en la ansiedad de los estudiantes para maestros.

En cuanto al factor país, la media de la ansiedad en estudiantes portugueses es más alta que la de

los españoles (ver tabla 2), situándose la media de la muestra total entre ambas (ver tabla 1). El

rango nominal (ver tabla 1) va de 7 a 35, mientras que el real va de 7 a 33, llegando por tanto a

valores más bajos de los posibles.

La discusión sobre esta única diferencia observada puede situarse en los distintos momentos de los

estudios de grado en los que fueron aplicados los cuestionarios: en España en el primer curso que

tienen matemáticas en el grado (1º en Ed. Primaria y 2º en Ed. Infantil), y en Portugal al inicio de

su “mestrado” profesionalizante. Los distintos accesos a la profesión docente en sendos países

fueron ya descritos y estudiados por otros autores (Nieto & Jiménez, 1995), pero en la etapa

anterior al proceso de Bolonia. Actualmente en el caso español, el acceso a la profesión de maestro

Page 377: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

376

se hace mediante los estudios de Grado de Maestro en Educación Infantil o Primaria, ambos de 4

años, con 12 y 18 ECTS de asignaturas de didáctica de matemáticas obligatorias, respectivamente.

El contenido de las asignaturas está aprobado por la Agencia Nacional de Calidad (ANECA), y es

similar en todas las universidades españolas. En el caso portugués, los alumnos llegan al mestrado

(2 años), donde eligen entre Pre-escolar, Matemáticas y Ciencias Naturales, y Portugués, Historia

y Geografía de Portugal, tras completar la Licenciatura em Educação Básica (LEB) de 3 años.

En Portugal, el mayor nivel de ansiedad puede relacionarse con que en la LEB, las disciplinas de

matemática ocupan gran parte de los estudios, 30 ECTS correspondientes a ¼ de los créditos del

curso. Son, junto con el portugués, las que tienen más horas de docencia obligatoria, siendo el

contenido responsabilidad de cada institución docente. Los alumnos llegan a la LEB tras haber

cursado la enseñanza secundaria, donde la Matemática no es obligatoria en todas las opciones. Por

ello, los alumnos que ingresan a la LEB, tienen historiales de formación matemática diversos, y

también diferentes motivaciones y actitudes hacia las matemáticas.

En España, el más bajo nivel de ansiedad puede deberse a que los estudiantes españoles en el

momento de la aplicación del cuestionario venían de acabar su enseñanza secundaria. Una mayoría

de los mismos provienen de bachilleratos con matemáticas (Fernández Cézar & Aguirre Pérez,

2010), de Ciencias Sociales, Ciencias de la Salud, o Científico-tecnológico, y mostraban, según

Maaß y Schlöglmann (2009) las actitudes desarrolladas hasta ese momento.

En el caso español en los grados de maestro las matemáticas son obligatorias, luego no podemos

establecer cifras sobre cuántos alumnos las elegirían para enseñarlas de ser optativas. En el caso

portugués, apenas 34% de los estudiantes analizados escogieron el “mestrado de Matemática e

Ciências”. Aunque hay suposiciones entre los expertos, no hemos encontrado estudios que

correlacionen la ansiedad en el profesorado con la idoneidad de las pedagogías empleadas en la

enseñanza de las matemáticas. Convendría profundizar esta investigación analizando la evolución

de las actitudes hacia las matemáticas en todas las etapas educativas, y determinar la influencia de

los maestros y las pedagogías empleadas en las mismas.

Conclusiones

Los resultados muestran que no existe asociación entre la ansiedad y el sexo o la etapa educativa

para la que se preparan los estudiantes de grado de maestro, y si entre dicha ansiedad y el país:

España o Portugal, siendo mayor en este último. La actitud hacia las matemáticas de los alumnos

Page 378: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

377

se forja en su etapa de estudiante, lo que incluye la etapa universitaria. El presente estudio abre

cuestiones que merecen ser investigadas: comparar el nivel de ansiedad de estudiantes del primer

año de LEB y 1º del grado de maestro en España; observar la evolución de las actitudes entre

alumnos de LEB y los de 1er curso de mestrado en Portugal, y entre los que escogen las diferentes

opciones en el mestrado. También, investigar la asociación de la ansiedad en los alumnos con las

pedagogías empleadas por los maestros.

Referencias bibliográficas

Aiken, L. R. (1970). Attitudes toward mathematics. Review of educational research, 40(4), 551-

596.

Arrebola, I. A., & Lara, A. I. (2010). Las actitudes hacia las matemáticas en el alumnado de ESO:

un instrumento para su medición. Publicaciones, 40, 49-71.

Auzmendi-Escribano, E. (1992). Las actitudes hacia la matemática–estadística en las enseñanzas

media y universitaria. Características y medición. Bilbao: Mensajero.

Nieto, L. J. B., & Jiménez, V. M. (1995). La formación del profesorado de ciencias y matemáticas

en España y Portugal. Badajoz. Eds. Diputación Provincial de Badajoz.

Blanco Blanco, Á. (2008). Una revisión crítica de la investigación sobre las actitudes de los

estudiantes universitarios hacia la Estadística. Revista Complutense de Educación, 19(2),

311-330.

Blanco, L. J., Guerrero, E., Caballero, A., Brígido, M., & Mellado, V. (2010). The affective

dimension of learning and teaching mathematics and science. Handbook of lifelong

learning developments, 265-287.

Blanco, L. J., Guerrero-Barona, E., & Caballero-Carrasco, A. (2013). Cognition and affect in

mathematics problem solving with prospective teachers. The Mathematics Enthusiast,

10(1), 335-363. Consultado el 19/4/2017 en

http://scholarworks.umt.edu/tme/vol10/iss1/15

Carmona-Márquez, J. (2004). Una revisión de las evidencias de fiabilidad y validez de los

cuestionarios de actitudes y ansiedad hacia la estadística. Statistics Education Research

Journal, 3(1), 5-28.

Checa, A. N., & Martínez-Artero, R. N. (2013). Formación inicial de maestros: Un estudio en el

dominio de las matemáticas. Profesorado, Revista de Currículum y Formación del

Profesorado, 17(3), 185-200.

Crosswhite, F. J., Dossey, J. A., & Frye, S. M. (1989). NCTM standards for school mathematics:

Visions for implementation. Journal for Research in Mathematics Education, 20(5), 513-

522.

Di Martino, P., & Zan, R. (2010). ‘Me and maths’: towards a definition of attitude grounded on

students’ narratives. Journal of Mathematics Teacher Education, 13(1), 27-48.

Di Martino, P., & Zan, R. (2011). Attitude towards mathematics: A bridge between beliefs and

emotions. Zdm, 43(4), 471-482.

Fernández-Cézar, R., & Aguirre-Pérez, C. (2010). Actitudes iniciales hacia las matemáticas de los

alumnos de grado de magisterio de Educación Primaria: Estudio de una situación en el

EEES. Unión: Revista Iberoamericana de educación matemática, 23, 107-116.

Page 379: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

378

Fernández-Cézar, R., Solano-Pinto, N., Rizzo, K., Gomezescobar-Camino, A., Iglesias-Albarrán,

L. M., & Espinosa, A. (2016). Las actitudes hacia las matemáticas en estudiantes y

maestros de educación infantil y primaria: Revisión de la adecuación de una escala para su

medida. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad-CTS, 11(33), 227-238.

Gairín-Sallán, J. (1991). Las actitudes en educación: Un estudio sobre educación matemática

(Vol. 4). Barcelona. Marcombo.

Gómez-Chacón, I. M. (2000). Matemática emocional: Los afectos en el aprendizaje matemático.

Madrid. Narcea

Hart, L. E. (1989). Describing the affective domain: Saying what we mean. Affect and

mathematical problem solving (pp. 37-45). New York: Springer.

Jiménez-Mellado V., Blanco-Nieto, L., Cortés, A., & Lizarazo, J. A. C. (2012). Las emociones en

la enseñanza y el aprendizaje de las ciencias y las matemáticas. Grupo de Investigación

DEPROFE.

Ma, X., & Kishor, N. (1997). Assessing the relationship between attitude toward mathematics and

achievement in mathematics: A meta-analysis. Journal for research in mathematics

education, 26-47.

Maaß, J., & Schlöglmann, W. (2009). Beliefs and attitudes in mathematics education: New

research results. Rotterdam: Sense Publishers.

Martínez-Artero, R. N., & Nortes Checa, A. (2014). ¿Tienen ansiedad hacia las matemáticas los

futuros matemáticos?. Profesorado: Revista de curriculum y formación del profesorado,

18 (2), 153-170.

McLeod, D. B. (1992). Research on affect in mathematics education: A reconceptualization.

Handbook of research on mathematics teaching and learning (pp. 575-596).

McLeod, D. B. (1992). Research on affect in mathematics education: A reconceptualization.

Handbook of research on mathematics teaching and learning, 575-596.

Méndez, D., & Macía, F. (2007). Análisis factorial confirmatorio de la escala de actitudes hacia la

estadística. Cuadernos de Neuropsicología, 1(3), 337-345.

Mendías, J. S. (2013). Actitudes hacia las matemáticas de los futuros maestros de Educación

Primaria. Doctoral dissertation, Universidad de Granada. Consultado el 19/4/2017 en

https://dialnet.unirioja.es/servlet/tesis?codigo=58907

Montero, Y. H., Pedroza, M. E., Astiz, M. S., & Vilanova, S. L. (2015). Caracterización de las

actitudes de estudiantes universitarios de Matemática hacia los métodos numéricos. Revista

electrónica de investigación educativa, 17(1), 88-99.

Palacios, A., Arias, V., & Arias, B. (2013). Las actitudes hacia las matemáticas: Construcción y

validación de un instrumento para su medida. Journal of Psychodidactics, 19(1).

Riveiro, M. C. N., Calvo, C. S., Mato-Vázquez, D., & de la Torre Fernández, E. (2015). Actitudes

hacia las matemáticas y rendimiento académico en función de los estudios de acceso y

curso en futuros maestros. Investigación en Educación Matemática XIX (pp. 423-430).

Universidad de Alicante.

Vallejo-Seco, G., & Escudero-García, J. R. (1999). Cuestionario para evaluar las actitudes de los

estudiantes de ESO hacia las Matemáticas. Aula Abierta, 74.

Zan, R., & Di Martino, P. (2008). Attitude toward mathematics. Overcoming the positive/negative

dichotomy. The Montana Mathematics Enthusiast (pp. 197-214). Bharath Sriraman-The

University of Montana Eds.

Anexo 1 (items del cuestionario original de Auzmendi analizados)

Page 380: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

379

ACTITUDES HACIA LAS MATEMÁTICAS

Señalar el grado de acuerdo o desacuerdo respecto de las siguientes afirmaciones sobre

las matemáticas, según el siguiente convenio:

1: Totalmente en desacuerdo; 2: En desacuerdo; 3: Neutral (ni de acuerdo ni en

desacuerdo); 4: De acuerdo; 5: Totalmente de acuerdo:

7. Las matemáticas son una de las asignaturas que más temo.

1 2 3 4 5

8. Tengo confianza en mí cuando me enfrento a un problema de matemáticas.

1 2 3 4 5

12. Cuando me enfrento a un problema de matemáticas me siendo incapaz de pensar

con claridad.

1 2 3 4 5

13. Estoy calmado/a y tranquilo/a cuando me enfrento a un problema de matemáticas.

1 2 3 4 5

17. Trabajar con las matemáticas hace que me sienta muy nervioso/a.

1 2 3 4 5

18. No me altero cuando tengo que trabajar en problemas de matemáticas.

1 2 3 4 5

22. Las matemáticas hacen que me sienta incómodo/a y nervioso/a.

1 2 3 4 5

Page 381: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

380

CB-284

FORMAR EL PEDAGOGO PARA APRENDER A ENSEÑAR MATEMÁTICAS CON

DISPOSITIVOS DIGITALES

Mercedes Carvalho

[email protected]

Universidade Federal de Alagoas - Brasil

Núcleo temático: IV. Formación del profesorado en Matemáticas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: Formación y actualización docente

Palabras clave: tablet, tecnología, touchscreen, plan de clase

RESUMEN

Este trabajo forma parte del proyecto Tablets como recurso didáctico en la formación inicial de

estudiantes de licenciatura en Matemáticas y Pedagogía, financiado por el CNPq. Se seleccionó

una actividad desarrollada con las alumnas del 7º período del curso de Pedagogía en la

asignatura Saberes y metodología de la enseñanza de Matemáticas II que tenía el objetivo de

trabajar con la elaboración de dos planes de clase. En uno se incluía el tablet como recurso

didáctico y, en otro, un juego o material concreto para trabajar el contenido “multiplicación” a

fin de observar las diferencias/especificidades presentadas en los planes elaborados por las

alumnas. El análisis de los planes de clase mostró que, para las alumnas, usar el tablet exige que

la escuela disponga de infraestructura adecuada como internet de alta velocidad, red eléctrica,

tablets y ordenadores en número suficiente para los alumnos. Sin embargo, reconocen que esa

tecnología favorece el desarrollo de habilidades matemáticas. En cuanto a los juegos, las alumnas

entienden que son asequibles en las escuelas y fáciles de manipular, además de que permiten fijar

los contenidos estudiados. En este sentido, esos grupos ven ambos recursos con potencial

didáctico, aunque el éxito dependa de la actividad propuesta.

Introducción

Este trabajo forma parte del proyecto Tablets como recurso didáctico en la formación

inicial de estudiantes de licenciatura en Matemáticas y Pedagogía, financiado por el Consejo

Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq) en el período de 2013 a 2015. Para este

estudio se seleccionó una actividad desarrollada con las alumnas del 7º período del curso de

Pedagogía en la asignatura Saberes y metodología de la enseñanza de Matemáticas II que tenía el

objetivo de trabajar con la elaboración de dos planes de clase. En uno se incluía el tablet como

recurso didáctico y, en otro, un juego para trabajar el contenido “multiplicación” a fin de observar

las diferencias/especificidades presentadas en los planes elaborados.

Page 382: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

381

Las tecnologías de la información y comunicación

La tecnología permite la comunicación, la información en tiempo real, la transposición de

las barreras impuestas por la distancia, etc. Según Bairral (2013), reflexionar y discutir sobre los

procesos de enseñanza y aprendizaje en la actualidad significa pensar en la cibercultura

caracterizada “por la convergencia de dispositivos y redes móviles (como los laptops, celulares

inteligentes, medios locativos, Internet) y por la emergencia de los dispositivos que han

estructurado las redes sociales y educativas en la interfaz ciberespacio y ciudades” (BAIRRAL,

2013, p.1).

Para Bruno (2013) el momento en el que vivimos se caracteriza como una era de educación

híbrida, potenciada por las inúmeras posibilidades de ideas, espacios, tiempos y seres plurales, que

pueden coexistir. Ese tipo de educación provoca la apertura de espacio para la mediación

pedagógica, vista como “base de las relaciones co-construidas por la/en la acción didáctica” (p. 4)

y que busca promover encuentros y producción de conocimientos entre los sujetos del aprendizaje.

A base de eso se muestra urgente formar una generación de profesores a partir de modelos

pedagógicos atinentes a la realidad de los alumnos del siglo XXI, en los que debe coexistir la

cibercultura y todo su aparato, es decir, al tanto del uso de los aplicativos, los programas

computacionales, la Web, los software, que deben formar parte de la rutina de la enseñanza y

aprendizaje.

Tablets, dispositivos touchscreen

El mencionado proyecto aprobado por el CNPq permitió la adquisición de cuarenta tablets,

lo que hizo posible que en las clases cada alumno manejase uno. La elección del tablet se dio,

principalmente, por la movilidad, una vez que este objeto permite el acceso a internet en diferentes

espacios y a los varios aplicativos disponibles en la Web (juego, editor de texto, imagen, vídeo y

softwares matemáticos, etc.). Otra razón para su elección es que los dispositivos móviles han

ganado espacio en la vida de las personas, conforme afirman Bairral, Assis y Silva (2015).

Estudio exploratorio

Page 383: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

382

La investigación realizada se caracterizó como exploratoria, modalidad que objetiva el

desarrollo y aclaración de conceptos e ideas (GIL, 2007). La actividad propuesta a las alumnas del

7º período del curso de Pedagogía fue la elaboración de dos planes de clase, y se debería utilizar

el tablet en uno y el juego en otro. Los grupos se componían de cinco alumnas –aquí denominadas

G1, G2, G3, G4 y G5– y fueron orientados a elegir los aplicativos y juegos que se adecuasen al

objetivo de sus planes de clase. En este estudio, el análisis del plan se limitó al objetivo de la clase

debido al espacio reservado para describirlo.

Objetivo de los planes de clase

El análisis de los planes de clase elaborados por los grupos permitió percibir que los grupos

G2 y G3 entendieron que el objetivo de la actividad para desarrollar el contenido “multiplicación”

es el mismo con el uso del tablet y del juego como recursos didácticos.

Para tablet

Desarrollar las habilidades de multiplicar a través de un aplicativo del

tablet en el que se da el resultado de la multiplicación y el niño debe

informar los factores. (G2)

Ejercitar los conocimientos matemáticos de los alumnos acerca de la

multiplicación. (G3)

En el caso del G2 el objetivo se muestra más amplio e implica habilidades de multiplicar,

lo que puede estar implícito en el desarrollo de las estrategias de cálculo y la comprensión del

concepto de multiplicación, mientras que para el G3 tanto el aplicativo del tablet como el juego le

permiten al alumno ejercitar el conocimiento sobre la multiplicación, lo que puede ser

comprendido como una forma de fijar el contenido ya trabajado.

Para el juego

Desarrollar las habilidades de multiplicar utilizando un juego de dados en

el que el niño tendrá que multiplicar los números obtenidos en los dados

para alcanzar el resultado. (G2)

Ejercitar los conocimientos matemáticos de los alumnos acerca de la

multiplicación. (G3)

Para los grupos G4 y G5 los recursos atienden a diferentes objetivos. Las alumnas

consideran que el tablet permite el desarrollo del concepto de multiplicación, en especial el G5.

Los aplicativos del tablet permiten diferentes formas de construcción del concepto porque el

alumno desarrolla su estrategia de cálculo, lo que no significa que el juego no permita desarrollar

Page 384: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

383

el raciocinio matemático. El resultado nos permite suponer que las alumnas de esos grupos creen

que, por el hecho de que el tablet sea “un recurso potencialmente más desafiador, una vez que

permite la emergencia de conceptos o propiedades no conocidas por ellas”, (BAIRRAL, ASSIS,

SILVA, 2015, p. 83), es interesante para los alumnos. Las TIC pueden ser más atractivas, pero son

recursos pedagógicos y eso exige del profesor estrategias que desafíen a los alumnos (Carvalho,

2009).

Permitir diferentes formas de trabajarse la tabla de multiplicación. (G4)

Observar las ideas de la multiplicación, suma en parcelas iguales, análisis combinatorio

y razón y proporción. (G5)

Para estos grupos el juego propicia fijar la tabla, es decir, la multiplicación, lo que indica

la reproducción de la idea de que los juegos favorecen el aprendizaje de la tabla y, en consecuencia,

de la multiplicación. Ese pensamiento desconsidera el potencial pedagógico del juego y reduce el

desarrollo del concepto de multiplicación a la tabla, corroborando la averiguación de Carvalho

(2013, p. 55) acerca de que “el trabajo con la multiplicación está fuertemente asociado, por la

mayoría de los profesores, a la tabla [...] cuando bien explorada por el profesor, la tabla puede

favorecer la comprensión de los niños sobre el concepto de multiplicación”, como indicado en el

objetivo propuesto por el G1.

Fijación del contenido de la tabla. (G5)

Llevar al alumno a interiorizar las tablas de multiplicación a través de juegos

matemáticos. (G4)

Desarrollar y estimular el conocimiento matemático acerca de la multiplicación a través

de juegos pedagógicos. (G1)

El grupo G1 presentó una propuesta de resolución de problemas en la que los alumnos

deben buscar en internet imágenes que se puedan problematizar. A partir de las imágenes se les

sugiere que creen una historia y elaboren preguntas matemáticas (¿Cuántos dulces tiene Luciana?

¿Quién tiene más chocolates?). La forma como se propuso el desarrollo de la actividad favorece

la construcción de enunciados de problemas matemáticos, lo que rompe con el modelo que

determina que los “problemas tienen que estar escritos en el libro, en el cuaderno o en la hoja de

actividad” (CARVALHO, 2013, p.15). Además, la investigación de imágenes en la Web propicia

la negociación durante la elección de la imagen que se utilizará en la actividad solicitada por el

profesor y permite el trabajo colaborativo, conforme defiende Bruno (2013).

Buscar en internet imágenes que posibiliten la problematización y solicitar a los alumnos

que construyan una historia y elaboren preguntas matemáticas (G1)

Page 385: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

384

Algunas consideraciones

Para autores como Carvalho (2006) elaborar el plan de clase significa pensar el trabajo

docente, o sea, hacer un análisis crítico sobre la realidad de la sala de clase de modo que se pueda

transformarla.

A partir de los análisis de los objetivos, se observa que esos grupos consideran que los dos

recursos tienen potencial didáctico. Por lo tanto, valerse de la tecnología disponible en las clases

no impide la utilización de otros recursos, como material concreto y juegos, si atienden a la

propuesta de la clase. En cuanto a las diferencias explicitadas, se observa, aún, algunas ideas

equivocadas sobre la enseñanza de la multiplicación por alumnas de los grupos, principalmente,

en la planificación con el juego. Sin embargo, como experiencia didáctica durante la ejecución de

la actividad se observó que esos recursos didácticos permiten la mediación pedagógica como

posibilidad de fusión entre los actores del proceso de aprendizaje en sala de clase (Bruno, 2013).

Referencias bibliográficas

Bairral, M. (2013). Do clique ao touchscreen: novas formas de interação e de aprendizado

matemático. Disponible en:

<http://36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_aprovados/gt19_trabalhos_pdfs/gt19_2867_tex

to.pdf>. Acceso el 7 oct. 2013.

________ ; Assis, A. R. de ; SILVA, B. C. C. C. da . Mãos em ação em dispositivos touchscreen

na educação matemática. 1. ed. Seropédica: Edur, 2015.

Bruno, A. (2013). Educação híbrida: múltiplas possibilidades para a aprendizagem

contemporânea. II SEMANA DE EDUCAÇÃO: Educação para além do ambiente escolar –

Unifesp, ago. 2013. Anais...

Carvalho, M. Números – Conceitos e atividades para educação infantil e ensino fundamental I. 2.

ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Moran José Manuel. Tablets e netbooks na educação. Disponible en:

<http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/tablets.pdf>. Acceso el

08 de dic. de 2015.

Page 386: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

385

CB-285

ESTATÍSTICA E EDUCAÇÃO SOCIAL E EMOCIONAL INTEGRADAS

Profa. Dra. Diva Valério Novaes – Me. Jândela Cristiani G. dos Santos

[email protected][email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Brasil – Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Brasil

Núcleo temático: VI. Matemática y su integração con otras áreas

Modalidad: CB.

Nivel educativo: Médio o Secundário (12 a 15 anos)

Palabras clave: Educação Estatística, Educação Socioemocional, Formação de Professores,

Perspectiva Transdiciplinar.

Resumo Diversos pesquisadores, de diversas áreas científicas apontam e justificam mudanças necessárias

à educação atual: nos dias de hoje as pessoas são admitidas no trabalho por suas competências

técnicas e demitidas pelo comportamento pessoal; o resultado insatisfatório dos alunos

brasileiros nas avaliações gerais em Matemática, se deve em parte, à dificuldade destes para

utilizar conceitos contextualizados; no Brasil, a maior parte dos professores recebem formação

insuficiente para o atendimento das demandas de aprendizagem para a vida em sociedade nesse

milênio. Para refletir sobre a prática nestes aspectos, na disciplina de Estatística, criamos um

Projeto de Pesquisa, com alunos de um curso de Formação Inicial de Professores e mestrandos.

Buscamos responder à questão: A escolha criteriosa do contexto no processo de ensino e

aprendizagem da Estatística, considerando a Análise Exploratória de Dados, Batanero (2001) e

a metodologia da Roda de Conversa, Pizzimenti (2013), melhora a aprendizagem da Estatística e

permite simultaneamente trabalhar algum aspecto da Educação Socioemocional nos termos do

CASEL(2015)? Em pesquisa de mestrado, aplicamos uma atividade a alunos do ensino médio,

utilizando o contexto de uso de drogas. Houve grande participação dos alunos na atividade, com

resultados positivos na aprendizagem e nos aspectos de auto-gestão e tomadas de decisão

responsável.

Introdução

Anteriormente, as crianças cresciam em contato muito próximo com familiares e vizinhos.

Observavam os pais e demais membros da comunidade e tinham mais oportunidades que hoje de

internalizar as normas do seu grupo cultural, respeitadas como “valores” para a sobrevivência

individual e do grupo. Nos dias de hoje este tempo de convivência reduziu-se, crianças e

adolescentes passam mais tempo utilizando equipamentos eletrônicos, do que em convivência com

a família, afirmam Cosenza; Guerra (2011).

Page 387: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

386

Esse fato proporciona um universo de informações nunca antes disponibilizado.

O problema é que se perdeu um raciocínio crítico em relação a toda essa

informação que receberam. As conclusões a que chegam não são questionadas

em termos dos valores sociais, nem os comportamentos que adotam são debatidos

em relação às suas consequências de médio e longo prazo. COSENZA; GUERRA

(2011, p.96).

Esses autores afirmam que, se os adultos estão menos disponíveis, a escola não está

preparada e os meios de comunicação não se preocupam em promover o desenvolvimento de

capacidades importantes para a vida em sociedade, o cenário é preocupante em relação à formação

daqueles que serão os adultos do século XXI.

No Brasil, a maior parte dos professores recebem uma formação insuficiente para o

atendimento das demandas de aprendizagem para a vida em sociedade nesse milênio. Há que se

atuar de modo ativo no desenvolvimento das capacidades de raciocinar, interagir, planejar e

autorregular-se, valorizando e respeitando a existência e necessidades dos outros, opinam Cosenza,

Guerra (2011).

Avaliadores de resultados de testes nacionais e internacionais, tais como Cruz (2014),

afirmam que o resultado insatisfatório dos alunos brasileiros, em relação à Matemática, nestes

testes, deve-se em parte à dificuldade dos alunos para utilizar os conceitos matemáticos em

contextos da vida real. Assim, uma questão a ser superada é aprender a utilizar conceitos

contextualizados em questões sociais ou do trabalho.

Muitos pesquisadores, tais como Macedo; Bressan (2016), afirmam que, os conhecimentos

agregados pela neurociência podem contribuir para um avanço na educação, em busca de melhor

qualidade e resultados mais eficientes para a qualidade de vida do indivíduo e da sociedade.

Acredita-se que o progresso do conhecimento neste milênio só será possível a partir de uma

perspectiva transdisciplinar. Por meio desta perspectiva, diversas áreas do conhecimento estão

utilizando seus pressupostos para avançar em direção a um conhecimento novo na área

educacional.

Por outro lado, Novaes (2011), pesquisou concepções específicas de Estatística e didáticas

de professores da Educação Básica, nos termos de Balacheff e Gaudin (2002). Entre as dezesseis

concepções identificadas, cinco delas foi de “professor educador”. Todos os professores

pesquisados, manifestaram desejo de fazer mais que ensinar um conteúdo específico de sua

disciplina para seus alunos. Só não sabiam como fazer isso de maneira organizada, não contavam

Page 388: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

387

com um currículo preparado para essa finalidade. Agiam apenas quando surgia oportunidade para

discutir valores sociais.

Visando contribuir com a prática que promova melhoria nos aspectos, anteriormente

discutidos, na disciplina de Estatística, criamos um grupo de pesquisa em Políticas Públicas para

a Educação, inserido no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ). Desenvolvemos pesquisa com

alunos do Curso de Formação Inicial de Professores, em projetos de TCC e mestrandos do Curso

de Mestrado Profissional em Ciências e Matemática, na instituição pública federal, onde atuamos.

Criamos atividades, aplicamos em sala de aula da Educação Básica e buscamos responder à

seguinte questão: A escolha criteriosa do contexto no processo de ensino e aprendizagem da

Estatística, considerando a Análise Exploratória de Dados, Batanero (2001) e a metodologia de

Roda de Conversa, Pizzimenti (2013), melhora esse processo e permite trabalhar simultaneamente

algum aspecto da Educação Socioemocional nos termos do Collaborative for Academic, Social,

and Emotional Learning (CASEL)?

Descrevemos aspectos observados na aplicação de uma destas atividades, em pesquisa de

Mestrado Profissional em Ciências e Matemática. A interação desta discussão com os professores

em formação inicial e os professores que estão atuando na rede pública, proporciona uma

possibilidade de prática para novos conhecimentos.

Educação Socioemocional

O problema da escola de hoje, é considerar todas as condições orgânicas, sociais, cognitivas,

emocionais e físicas dos alunos, que sabidamente interferem no processo de aprendizagem, para

formar um cidadão mais responsável por si, pelo ambiente que o cerca, mais saudável e por isso

mais produtivo, afirmam Macedo e Bressan (2016).

A aprendizagem socioemocional parte da constatação de que habilidades sociais e

emocionais, são importantes para ser um bom aluno, cidadão e trabalhador. Entende ainda, que

muitos comportamentos de risco, tais como: uso de drogas, violência, bullying e abandono escolar,

podem ser prevenidos ou reduzidos se forem utilizados múltiplos esforços na educação de crianças

e adolescentes. Entre os diversos estudos que apontam esses e outros resultados, Roberts (2015)

apresenta um estudo americano apontando que para cada dólar investido em Educação

Socioemocional há um retorno de sete dólares em benefícios para gastos em saúde pública,

serviços sociais e outros.

Page 389: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

388

Segundo Macedo; Bressan (2016), os estudantes possuem o que se chama “Janelas de

oportunidades” quando estariam mais propícios para o envolvimento dentro e fora da sala de aula,

com determinados tipos de aprendizagem.

A Educação Socioemocional, é uma contribuição de pesquisas nas áreas de psicologia,

neurociências e outras, para busca de compreensão de que o cérebro é um órgão como qualquer

outro de nosso corpo e merece atenção para uma vida saudável. Tudo está imbricado no processo

educacional, que não se dá de maneira adequada sem saúde física, mental ou emocional. O cérebro

possui quatro recursos para o adequado funcionamento da mente: a atenção, as memórias, as

percepções e a consciência, Agüera (2008). Cada um desses recursos do cérebro tem uma função

importante no processo de ensino e aprendizagem. Para Macedo; Bressan (2016), a aprendizagem

é multideterminada e multicausal e uma boa estratégia para melhorar o processo de ensino e

aprendizagem seria melhorar a atuação dos recursos que a mente requer.

Os programas de aprendizagem socioemocional nas escolas brasileiras, que tivemos

acesso, têm por base o guia CASEL. A versão CASEL (2015) é destinada ao Ensino Médio e

pressupõe que a melhor aprendizagem emerge no contexto de relacionamentos de apoio que

tornam a aprendizagem desafiadora, envolvente e significativa. Trabalha com cinco aspectos inter-

relacionados de competências cognitivas, afetivas e comportamentais: 1. Autoconhecimento –

capacidade de reconhecer emoções e pensamentos e sua influência no comportamento. 2. Auto-

gestão – capacidade de regular emoções, pensamentos e comportamentos em diferentes situações.

3. Consciência Social – compreender normas sociais e éticas para o comportamento, ter empatia

com outras pessoas de origens e culturas diversas. 4. Habilidades de relacionamento –

estabelecer e manter relacionamentos saudáveis e gratificantes. Isso inclui se comunicar

claramente, ouvir ativamente, cooperar, resistir à pressão social inadequada e administrar conflitos.

5. Tomada de decisão responsável – fazer escolhas construtivas sobre o comportamento pessoal

e interações sociais com base em padrões éticos, preocupações com a segurança, normas sociais,

avaliação realista das consequências das ações e bem-estar de si e dos outros.

As habilidades emocionais podem ser trabalhadas, independente da cultura do país, porque

trata-se de traços de personalidade e habilidades universalmente reconhecidos.

Segundo CASEL (2015), uma das maneiras das escolas contribuir com o desenvolvimento de

competências pessoais e sociais de seus alunos é integrá-las em um currículo acadêmico. Essa foi

Page 390: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

389

a nossa opção , que consideramos transdisciplinar, pois os aspectos de ensino e aprendizagem da

Estatística e da educação socioemocional, estão de tal maneira integrados, que não se dissociam.

Educação Estatística

Os educadores estatísticos são unânimes em afirmar que o pensamento estatístico favorece

a criação de habilidades que capacitam o sujeito a analisar situações considerando todos os

aspectos envolvidos nas mesmas, favorecendo a atuação tanto na vida pessoal quanto profissional.

O hábito de analisar diversos aspectos de uma situação, segundo GAISE (Franklin ET AL.,2007),

pode facilitar escolhas com base em dados que favoreçam melhor atuação dos indivíduos em

sociedade. Segundo Gal (2002), é possível adquirir uma postura crítica, que pressupõe atitude de

questionamento diante de mensagens que podem ser enganosas, desproporcionais, parciais ou

incompletas.

A Análise Exploratória de dados, segundo Batanero (2001), considera que os dados são

constituídos de regularidades ou tendências e desvios ou variabilidades. A proposta é que se estude

grande parte das perspectivas envolvidas em uma situação problema, com forte apoio em gráficos,

tabelas e medidas resumo.

Acreditamos que o enfoque exploratório na análise de dados, na Educação Básica, pode

ser dirigido para contribuições com a Educação Socioemocional de maneira transdisciplinar.

Sequência didática proposta

Em abordagem qualitativa, 17 alunos de uma turma 3ºano do Ensino Médio de uma escola

pública, no interior paulista, participaram da elaboração de uma sequência didática conforme

quadro 01, sob orientação da professora da turma. A pesquisadora participou na função de

observadora. A atividade foi aplica logo após o período em que a professora da turma trabalhou o

conteúdo de Estatística do programa de ensino, utilizando o material de apoio ao currículo do

Estado de São Paulo (2014).

Quadro 01. Síntese descritiva da sequência didática realizada.

ATIVIDADE 1

Os alunos receberão indicações de procedimentos em cada etapa como segue:

I Responder individualmente o questionário: efeitos prejudiciais de beber.

II Dispostos em grupo, identificar as variáveis estatísticas envolvidas no

questionário I, organizar os dados, representa-los em tabelas e gráficos e

proceder à análise.

III Comparar os resultados obtidos em II com os mesmos itens divulgados na

pesquisa nacional LENAD (2012).

IV Uma roda de conversa para finalizar.

Page 391: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

390

ATIVIDADE 2

Os grupos receberão tabelas e gráficos disponibilizados na mídia para analisarem

I Análise dos dados constantes em 08 (oito) gráficos de maneira livre.

II Uma roda de conversa para finalizar.

Fonte: Autores

Análise de alguns resultados observados na atividade 1

I. Com relação ao processo de ensino e aprendizagem da Estatística.

Todos os itens das atividades 1 e 2 iniciaram solicitando a descrição da variável e tipo de

variável estatística envolvida na situação. Na atividade 1, os alunos tiveram dificuldade para fazer

essa identificação, porém aos poucos melhoraram a compreensão, até não apresentarem mais essa

dificuldade nos últimos gráficos e tabelas analisados, na atividade 2. Insistir nessa identificação,

em todos os itens da atividade, foi uma variável didática priorizada na elaboração das mesmas.

Essa escolha se deu em função do grande número de erros e dificuldade para fazer uma análise

exploratória de dados, observados em nossos alunos e identificados em outras pesquisas. Novaes

(2011), descreve erros no cálculo de medidas resumo e análises de dados, identificados em diversas

pesquisas nacionais e internacionais, derivados da identificação incorreta da variável estatística

envolvida nas questões. Confundir a frequência da variável com a variável, em dados

representados em tabelas é o mais frequente. Uma das consequências deste erro é calcular a média

de uma variável qualitativa nominal, utilizando os valores da frequência da variável.

Consultamos o material de apoio oferecido pela secretaria do Estado de São Paulo,

utilizado pela professora e notamos que consta uma rápida definição de variáveis qualitativas e

quantitativas. A caracterização de variáveis não é solicitada nos exercícios propostos. Passou

desapercebido para a professora da turma, pois, atuando há 25 anos, relatou nunca ter trabalhado

esse tema. Porém, ao tomar conhecimento das atividades que seriam propostas aos seus alunos,

solicitou capacitação para fazer essa discussão com os mesmos e recebeu de nossa parte, o apoio

necessário. O fato de o tema ser novo para a professora e para os alunos, pode explicar as

dificuldades iniciais dos alunos, porém, o contexto da atividade, instigante e próximo da realidade

dos mesmos, favoreceu a caracterização correta das variáveis envolvidas nas questões.

II. Com relação ao aprendizado socioemocional

Quanto à contribuição na construção de competências socioemocionais nestes alunos, no

início da atividade eles se mostraram preocupados com cálculos, sem envolvimento com o

contexto da atividade. Aos poucos, algum aspecto chamava a atenção: “Nossa, quem conhece

alguém que anda armado? Se andar bêbado já é ruim, imagine armado”. Porém, na roda de

Page 392: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

391

conversa fluiu reflexões, no início os alunos discutiam apenas os resultados da pesquisa nacional

LENAD (2012), mas aos poucos, começaram a falar de suas experiências, (Anexo2).

A roda de conversa permitiu aos adolescentes falarem de suas experiências e notarem que

não estão só nessas experiências. Permitiu também, exercitar “o ouvir” a opinião dos colegas,

concordar, discordar de maneira organizada. Essa é uma habilidade importante para a tomada de

decisões responsáveis: ouvir o que é dito e não apenas o que queremos ouvir. Preocupar-se com o

bem-estar dos colegas, foi uma socialização do exercício da empatia de alguns, com os demais.

Considerações Finais

O desenvolvimento da atividade, como proposto, trouxe contribuições para a formação

continuada da professora da turma, pois, não trabalhava com a descrição das variáveis estatísticas

e não conhecia a importância deste trabalho. Houve igualmente contribuição para os futuros

professores que participaram da elaboração das atividades.

Para observar se houve tomada de decisão responsável seria necessário observar esses

alunos por um longo período. Defendemos que a informação transformada em conhecimento por

meio da vivência permitida no desenvolvimento da atividade, é o fator inicial necessário, pois, não

se pode cobrar compromisso do ser que não tem conhecimento, Freire (2001). Dessa forma, a base

para fazer escolhas construtivas sobre o comportamento pessoal com segurança e avaliação realista

das consequências de suas escolhas foi estabelecida. Pudemos constatar que esses adolescentes,

não apenas tomaram conhecimento das consequências negativas do uso de drogas, como também

de um dos principais fatores que os predispõe ao uso: as amizades, Pinsky; Pazinatto (2014). A

socialização das reflexões dos mais conscientes com os demais foi um ponto alto na roda de

conversa, especialmente a contribuição do aluno 05 (cinco) como líder positivo, (Anexo 2). É

muito importante para o adolescente compartilhar opiniões, pois como o aluno 09 (nove) afirmou,

a influência dos amigos é muito forte, positivamente ou negativamente. Assim, além de tomada de

decisões responsáveis, nota-se ainda contribuições nos aspectos de autoconhecimento e

consciência social, pois os alunos se envolveram emocionalmente com a atividade e houve a

socialização da capacidade de alguns, com os demais, de reconhecer pensamentos e

comportamentos ligados ao uso de drogas, compreender a legislação, normas sociais e atitudes

prejudiciais à família e trabalho, bem como empatia com os colegas quando exageram no consumo.

Os alunos estão vivendo um momento propício para essa aprendizagem, “janela de

oportunidade”, Macedo; Bressan (2016). O fato de terem se envolvido emocionalmente com a

Page 393: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

392

atividade, aciona a atenção, favorece a memorização, a autoconsciência para promover a

autogestão, o que amplia a capacidade de percepção dos riscos a que estão dispostos. Contribui

para formação das funções executivas do cérebro, responsáveis pela habilidade de tomar decisões

informadas e controle da impulsividade, em desenvolvimento no sistema nervoso dos

adolescentes.

Referencias bibliográficas

Balacheff, N. ; Gaudin, N. (2002). Studensts conceptions : a introduction to a formal

characterization. Les Cahiers Du Laboratoire Leibniz, 65, 1-121. Grenoble.

Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning. Effective Social and

emotional Learning Programs: Middle and High Sxhool Edition. Chicago: CASEL, 2015.

Batanero, C. (2001). Didáctica de la estadística. Granada: Universidad de Granada.

Cosenza, R.M.; Guerra, L.B. (2011). Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto

Alegre: Artmed.

Cruz, P. (2014). Alunos brasileiros ficam entre os piores em teste de raciocínio lógico. IN:

http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/alunos-brasileiros-ficam-entre-os-piores-em-

teste-de-raciocinio-logico-12052532 consultado em 12/10/2016.

Franklin, C., Kader, G. & Mewborn, D. & Moreno, J., Peck, R. & Perry, M., et al. (2005).

Guidelines for assessment and instruction in statistics education (GAISE) report: a pre-K-12

curriculum framework. Alexandria (VA, USA): ASA.

Gal, I. (2002). Conocimientos básicos de estadística en adultos: significados, componentes,

responsabilidades. Revista Internacional de Estatística (Haifa, Israel), 70(1), 1-25.

Macedo, L.; Bressan, R. A. (2016). Desafios da Aprendizagem: como as neurociências podem

ajudar pais e professores. Campinas, SP.: Papirus 7 Mares.

Page 394: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

393

Novaes, D.V. (2011). Concepções de Professores da Educação Básica Sobre Variabilidade

Estatística. Tese de Doutorado em Educação Matemática, PUCSP. Disponível em

HTTP://www.pucsp.br/pos/edumat/

Pinsky, I.; Pazinatto, C. (2014) Álcool e drogas na adolescência: um guia para pais e professores.

São Paulo, SP. Editora Contexto.

Roberts, R. D. (2015). A Educação Emocional pode gerar uma revolução social.

http://www.escoladainteligencia.com.br/ consultado em 28/11/2016.

Profa. Dra. Diva Valério Novaes – Me. Jândela Cristiani G. dos Santos

Anexo 1

Atividade 1. Item I. Questionário

O quadro dois a seguir contém situações observadas após o consumo do álcool, relatadas por

equipes médicas e pesquisadores da área da saúde. Leia-as com atenção e reflita se já observou

essas situações em seu círculo familiar, social ou em você mesmo. Marque com um (X) na coluna

do SIM, em caso afirmativo. Se marcou SIM, marque também a idade da pessoa observada e se

não observou, marque apenas (X) na coluna do não.

Observação: Você não será identificado, portanto não é necessário colocar seu nome. Quadro 02. Efeitos prejudiciais de beber

Situações sobre o uso do álcool SIM Não Idade

1. Conhece alguém que não foi capaz de

conseguir parar depois de começar a beber.

2. Conhece alguém que já se machucou em

consequência do seu consumo de álcool.

3. Conhece alguém que bebe em * binge

(quando bebem, ingerem 4 (mulheres) ou 5

(homens) unidades ou mais de bebida alcoólica

a cada duas horas).

4. Conhece alguém que o uso de álcool já teve

efeito prejudicial no trabalho.

5. Conhece alguém que perdeu o emprego

devido ao consumo de álcool.

6. Conhece alguém que o consumo de álcool

por algum familiar teve efeito prejudicial na sua

família ou relacionamento.

Page 395: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

394

7. Conhece alguém que já se envolveu em uma

briga com agressão física depois de beber.

8. Conhece alguém que anda armado e faz uso

abusivo do álcool.

* “bingedrinking”, também denominado “beber pesado episódico” (consumo de 5 doses ou mais de bebida alcoólica em uma

mesma ocasião)

ITEM II. Organização e apresentação dos dados

1. Resuma as respostas de seus colegas apresentadas no quadro dois em tabelas e gráficos

convenientes.

2. Observe as tabelas e gráficos elaborados e classifique o tipo da variável estatística que está

envolvida no estudo. Justifique.

3. Discuta com seu colega o que se pode concluir com os dados obtidos nesta pesquisa.

ITEM III. Comparação com a pesquisa nacional (LENAD)

Compare os resultados obtidos no item I (a pesquisa realizada nesta escola), conforme

análise efetuada no item II, com os resultados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas

(LENAD), realizado no período de 2006 a 2012, escolhendo aleatoriamente indivíduos com 14

anos, ou mais, de todo o território brasileiro, em entrevista com 4607 pessoas. Os dados do

LENAD estão no Anexo 1.

Anexo 2

Professora: O que mais chamou atenção de vocês nesta pesquisa?

Aluno 1. Agressão física, porque o nº de pessoas envolvidas é alto. Dois terços dos homens jovens

bebedores problemáticos já se envolveram em uma briga com agressão física no último ano.

Aluno 4. 6% dos brasileiros referiram ter sido vítima de violência doméstica no último ano, em

metade destes casos o parceiro que exerceu a violência havia bebido. Eu não concordo, acho que

é mentira, porque o valor da porcentagem deveria ser maior, porque eu com 17 anos já conheci 5

casos como esse, imagino a nível nacional!

Aluno 1. Afeta todo mundo, principalmente as crianças, isso que me chama atenção!

Professora: O que poderia ser feito para reduzir o consumo do álcool?

Aluno 4. Polícia.

Aluno 5. Eu acho que a mídia influencia muito as pessoas, parece que não, mas na mídia só passa

propaganda relacionando bebidas e diversão, tipo ser feliz bebendo, acredito que se mostrasse as

consequências negativas com o uso da bebida. Acho que mudaria, porque a mídia influencia

bastante as pessoas.

Page 396: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

395

Aluno 6. Não. Eu não acredito que as pessoas mudarão, deixarão de beber porque ficaram sabendo

que muita gente morreu por causa de bebida. Ah! vou parar de beber porque tem muita gente

morrendo, não funciona. Mas, quando você tem medo de ser multado, preso aí funciona.

Propaganda, mídia não influencia nesse caso.

Aluno 7. Para mim é a punição, ele precisa passar por alguma coisa, para parar de beber, tipo, uma

doença, ou alguém se feriu pelo ato de beber. Então para mim a punição é que fará a pessoa parar

de beber.

Aluno 8. A minha opinião, os dois modos, punição e educação, podem ajudar na diminuição do

consumo de bebida, a mídia pode influenciar muito, colocando na mídia essa questão da bebida

alcoólica e direção e todas as consequências, mas para mim, o que mais pesa é o que pesa no bolso

do brasileiro. O que pesou no bolso, é o que o brasileiro vai temer, pagar multas por dirigir

alcoolizado.

Aluno 9. A questão da bebida é assim, você vai até a casa de um amigo, chega lá estão bebendo,

daí você se sente na obrigação de beber também.

Aluno 5. Eu não concordo com isso, quando eu vou em festas dos moleques daqui da sala e estão

bebendo eu sou o único que não bebo e não tenho problemas, não me sinto descriminado. Eles

bebem porque se sentem bem assim, eu não bebo porque me sinto melhor assim e eles são os meus

amigos do mesmo jeito. Não muda nada, eles não me obrigam a beber e eu não obrigo eles pararem.

Vai da cabeça de cada um.

Aluno 1: Não como obrigação, ninguém obriga a nada, mas se você vê todos bebendo você se

deixa influenciar. Ou bebe ou cuida dos bêbados. Risos…

Professora: Vocês se preocupam com os amigos que bebem demais?

Aluno 10: Sim, risos... Porque alguns colegas bebem demais e podem se envolver em brigas, cair

e se machucarem. Professora tem uns que bebem tanto que querem brigar até com os amigos.

Aluno 1: Tem uns que brigam por mulheres, caem no banheiro para os amigos cuidarem e ainda

acham bonito! Risos... Chegam até a dormir, tem que dar banho.

Professora: Vocês já chegaram a conversar com esses amigos sobre consequências?

Aluno 1: Professora eles não são viciados, só nas festas que ficam assim.

Aluno 10: Professora, deixei de ir a festas na praça, no clube, para ir somente na casa dos amigos,

porque sei que eles cuidarão de mim quando eu beber.

Page 397: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

396

Professora: Será que esses amigos que só bebem no final de semana e em festas não serão os

futuros alcoólatras?

Todos: Sim.

Aluno 5: Acho que sim, porque dependendo do quanto ele bebeu vai querer sempre beber mais.

Page 398: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

397

CB-286

ELEMENTOS PARA EL DISEÑO DE NUMBER MATH: UNA APLICACIÓN WEB

PARA AUXILIAR A ESTUDIANTES DE PRIMARIA EN CONTENIDOS DE SENTIDO

NUMÉRICO

Rosalba Zárate Pacheco, Xaab Nop Vargas Vásquez

[email protected] , [email protected]

Nova Universitas, México

Modalidad: CB

Nivel educativo: Primaria

Núcleo temático: Enseñanza y aprendizaje de la Matemática en las diferentes modalidades y

niveles educativos.

Palabras clave: Evaluación criterial, evaluación longitudinal, dificultades de aprendizaje, parrillas

de evaluación.

Resumen Con la intención de tener elementos para el diseño e implementación de una aplicación web que

auxilie a los estudiantes de nivel primaria a superar las dificultades de aprendizaje que enfrentan

en el eje de sentido numérico, del estado de Oaxaca, México, se aplicaron cuestionarios (a 280 de

315 estudiantes) bajo el marco de la evaluación criterial; en diciembre de 2016. Éste documento

presenta los resultados de evaluación obtenidos de los grupos de primero y segundo grados. El

análisis se realizó con auxilio de una parrilla de evaluación, tal como en los trabajos de Cruz y

Vargas (2016), Vargas (2012) y Vargas y González (2008). Los resultados indican que la

aplicación web debe centrarse en auxiliar a los estudiantes en la superación de sus dificultades

de aprendizaje relacionados con que, al parecer, carecen de habilidades para identificar los

números mal ubicados en una sucesión y colocar aquellos que faltan en una serie, además de que

se les dificulta agrupar diferentes parejas de números que al sumarse se obtenga el mismo

resultado.

Planteamiento del problema

Una manera de impartir enseñanza en matemáticas es haciendo uso de la tecnología, utilizando

aplicaciones tanto web como móviles, en los procesos de enseñanza-aprendizaje en diferentes

niveles educativos, desde preescolar (Sarmiento, 2015; Valega, 2016) hasta nivel superior

(Eugenio Jacobo Hernández, 2005; Gómez, Muñoz y Arévalo, 2007; Pizarro, 2009; Pantoja, 2015;

Cruz, 2016) pasando por la educación primaria (Francisco Javier Hernández, 2005; Aquino, 2007;

Cárdenas y Sarmiento, 2010; Cisneros, 2011; Meneses y Artunduaga, 2014), secundaria (Fallas y

Chavarría, 2009; Machado, Almeida y Silva, 2009; Alfaro, Alpízar y Loría, 2014; Díaz, 2013) y

Page 399: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

398

medio superior (Hernandez, 2005; Cuicas, Debel, Casadei y Álvarez, 2007).

Este trabajo se focaliza en tener elementos necesarios y suficientes para la construcción de una

aplicación web para la enseñanza aprendizaje de la matemática escolar en el nivel de educación

primaria a partir de conocer las dificultades que presentan los estudiantes de una primaria, tal como

en los trabajos de Hernández (2005), Aquino (2007), Cárdenas y Sarmiento (2010), Valega (2016).

Conducida por la siguiente pregunta de investigación:

¿Cuáles son las dificultades de aprendizaje que presentan los estudiantes de una primaria del estado

de Oaxaca, México; en el eje de contenidos de sentido numérico en el área de Matemáticas,

incluidos en el programa de estudios 2011, para que sirvan como elementos para el diseño e

implementación de Number Math, una aplicación web que los auxilie a superar tales dificultades

de aprendizajes?

Justificación

La localización de dificultades de aprendizaje, desde el punto de vista de la evaluación criterial,

que presentan los estudiantes cuando aprenden un concepto ha preocupado a varios investigadores

en áreas de aprendizaje de idiomas (Guzmán, 2014), Psicología (Ortiz y Vargas, 2015),

Matemáticas (Cruz y Vargas, 2016; Pacheco y Vargas, 2013; Vargas,2005), Español (Cruz y

Vargas, 2015), y, Lógica (Vargas, 2012). Aquí se utilizan las herramientas teóricas -

metodológicas de la evaluación desde el punto de vista criterial para localizar dificultades de

estudiantes de una primaria con respecto a Matemáticas, específicamente en el eje de sentido

numérico.

Fundamentación teórica

Gómez (1990) menciona que la característica fundamental de la evaluación criterial es apreciar el

logro de los objetivos por parte de cada alumno sin compararlo con el de sus compañeros. Por su

parte, Leyva (2011) menciona que

“existe acuerdo en que las características más destacadas y comunes a lo que se ha dado en

considerar una prueba referida a criterio son: Requiere la definición clara y exhaustiva de un

dominio objetivo a evaluar. Permite averiguar la posición de un sujeto respecto del dominio

de una conducta bien definida que manifieste el aprendizaje de un alumno. La interpretación

del rendimiento es directa: la ejecución que realiza el alumno indica su grado de dominio o

competencia, independientemente de lo que hagan otros sujetos. El criterio o estándar en el

cual se basa tiene un carácter absoluto, es decir que no está condicionado por el nivel de

Page 400: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

399

ejecución de un grupo. Es la descripción de la clase de conducta que el alumno puede o no

manifestar. El límite en que se basa la toma de decisiones que afectan el proceso educativo

se establece de manera descriptiva, indicando el grado de dominio alcanzado o bien

especificando un punto que se toma como punto de corte, o nivel mínimo de dominio.

Permite retroalimentar la intervención en el proceso educativo de manera inmediata” (p. 4).

Metodología

Descripción de la población

La población de estudio consta de 100 estudiantes de una primaria del estado de Oaxaca, México,

(54 mujeres y 46 hombres) cuyas edades oscilan entre los 5 y 9 años, divididos en 4 grupos, 2

grupos de primer grado y 2 grupos de segundo grado. La evaluación se realizó en el mes de

Diciembre del año 2016 y tuvo una duración media de 2 horas.

Criterios de evaluación

La evaluación criterial precisa de tener en todo momento de evaluación los criterios de aprendizaje

perseguidos. De manera que, los criterios utilizados en esta investigación están basados en el

programa de estudios 2011 y la propuesta curricular para la educación obligatoria 2016) en el eje

de sentido numérico y en el tema de número. A partir de los cuales se localizaron los temas de

evaluación (comunicar, ordenar, observar, descomponer y balancear) para la construcción del

instrumento de evaluación aplicado.

Instrumento de evaluación

El instrumento de evaluación llevó la estructura que se muestra en la tabla 1 (Anexo 1). La primera

columna muestra los temas de evaluación, en la segunda columna la descripción de los temas a la

luz de esta investigación, en la tercera columna se encuentra el aspecto a evaluar de los temas de

evaluación y en la última columna se encuentra la pregunta que evalúa tanto al aspecto como al

tema.

Criterios de calificación

Una vez aplicado el instrumento se procedió a obtener los criterios de calificación, que son valores

numéricos que se le asignan a las diversas respuestas de los estudiantes. En la tabla 2 (Anexo 2)

se presentan; a manera de ejemplo, los correspondientes al tema comunicar en su aspecto escribir,

cuyas preguntas asociadas en el instrumento son: 2, 6 y 15. En esta investigación se determinó

observar dos criterios para cada pregunta: la primera que corresponde a los niveles de respuesta

que da el estudiante desde que no responde hasta la respuesta correcta, denotada por R, la segunda

Page 401: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

400

que corresponde a que si el estudiante muestra una comprensión y/o no comprensión del problema,

denotado por C. La primera columna muestra el tema evaluado, en la segunda columna se

encuentra el aspecto a evaluar del tema, en la tercera columna se encuentra la pregunta con la que

se asocia ese aspecto y la última columna contiene los criterios de calificación.

Con los criterios de calificación establecidos, para cada tema, se analizaron las respuestas de los

estudiantes al instrumento de evaluación y éstas se vaciaron en una parrilla de evaluación que

permite un análisis de los datos para identificar las dificultades de aprendizaje que presentan los

estudiantes.

Análisis de Datos

A partir de los criterios de calificación presentados en la tabla 2 (Anexo 2) se analizaron las

respuestas de cada pregunta de la evaluación. Los resultados obtenidos se presentan en la tabla 3

(Anexo 3). En donde se puede observar:

En las columnas: La primera columna hace referencia al número de estudiantes que participaron

en la solución de la evaluación. Por cuestiones de espacio se omiten los estudiantes del 3 al 98. La

columna denominada contenidos específicos corresponde a cada pregunta asociada; a manera de

ejemplo sólo presentamos la correspondiente al tema de comunicar, en su aspecto escribir con sus

preguntas asociadas 2, 6 y 15, con sus dos criterios observados: respuesta (R) y comprensión del

problema (C).

En los renglones: Los renglones cuatro y cinco presentan los temas de aprendizaje y las preguntas

asociadas de la prueba respectivamente. A partir del octavo renglón se presentan los puntajes en

cada estudiante. El renglón P.G.O muestra el puntaje grupal obtenido, que se calcula sumando

cada uno de los puntajes obtenidos por los alumnos en la pregunta asociada correspondiente. El

renglón P.G.M (puntaje grupal máximo) presenta el resultado de la multiplicación del puntaje

máximo asignado a cada pregunta por la cantidad de estudiantes evaluados. El renglón P.G.R

(puntaje grupal relativo) muestra el resultado de dividir el valor de cada P.G.O sobre el valor de

cada P.G.M correspondiente.

Resultados

En este análisis se toman en cuenta los datos mostrados en el renglón P.G.R. que se pueden

comparar entre sí y de este modo obtener una idea de las dificultades de los estudiantes respecto a

los contenidos evaluados. En esta investigación se determinó considerar que cuando el puntaje

presentado en el renglón P.G.R fuese menor que 0.6, entonces se trata de un aspecto en el que los

Page 402: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

401

estudiantes presentan dificultades en el tema evaluado. Asimismo para efectos de observar

aspectos globales, se decidió agrupar cada aspecto en su tema correspondiente, de este modo:

En el tema de comunicar los estudiantes obtuvieron un puntaje de .7466 (promedio de los puntajes

correspondientes del renglón P.G.R. del tema indicado) por lo que se considera que no presentan

problemas en este tema. En el tema ordenar los estudiantes obtuvieron un puntaje de .8185, por lo

que se considera que no presentan problemas en este tema.

En el tema observar los alumnos obtuvieron un puntaje de .4139 por lo que se considera que los

alumnos presentan dificultades en este tema. Al analizar el tema descomponer los alumnos

obtuvieron .4204, por lo que se detectó que los alumnos presentan dificultades en este tema. En el

tema balancear los alumnos obtuvieron un puntaje de .691 de manera que se considera que no

presentan problemas en este tema.

Para ahondar en las dificultades observadas en los temas correspondientes se consideró necesario

mirar los puntajes de los aspectos que los conforman.

En cuanto al tema observar, la dificultad radica específicamente en identificar números mal

ubicados de una sucesión de números, escribir los números faltantes en una sucesión e identificar

patrones de una sucesión de figuras. En cuanto al tema descomponer, la dificultad se centra

específicamente en realizar problemas de descomposición con el uso de monedas y agrupar

diferentes parejas de números que al sumarse se obtenga el mismo resultado.

Conclusión.

Los resultados obtenidos a través del instrumento de evaluación referente a sentido numérico, da

a conocer las debilidades y fortalezas de los estudiantes de primero y segundo grados de una

escuela primaria del estado de Oaxaca, México. Detectar las dificultades permite obtener

resultados específicos donde los alumnos presentan problemas y con ello permite diseñar el

material adecuado para implementarlo en una aplicación web y con ello coadyuvar en los

estudiantes de nivel primaria a superar sus dificultades y mejorar su rendimiento académico. Así

como intervenir en el ámbito pedagógico con el uso de la tecnología para una mejor enseñanza de

la matemática en el nivel primaria brindando una herramienta de apoyo para el alumno y el

profesor.

Las debilidades que se lograron detectar nos muestran un panorama hacia donde debe estar

específicamente dirigida la aplicación web, la cual debe centrarse en auxiliar a los estudiantes en

la superación de sus dificultades de aprendizaje relacionados con que, al parecer, carecen de

Page 403: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

402

habilidades para identificar los números mal ubicados en una sucesión y colocar aquellos que

faltan en una serie, además de que se les dificulta agrupar diferentes parejas de números que al

sumarse se obtenga el mismo resultado.

Referencias bibliográficas

Alfaro, A. L., Alpízar, M. y Loría, J. R. (2014). Proyecto educativo Matemática para la

enseñanza media (MATEM), su quehacer académico el año 2012: Perspectiva de los

participantes. Uniciencia, 12(2), 45-70.

Aquino, Z. (2007). El aprendizaje de las matemáticas en segundo grado de primaria por medio de

dispositivos móviles (Tesis licenciatura, Universidad Tecnológica de la Mixteca, Oaxaca).

Recuperada de http://jupiter.utm.mx/~tesis_dig/10277.pdf

Cárdenas, M. y Sarmiento, M. (2010). Elaboración de un software educativo de matemática para

reforzar la enseñanza-aprendizaje mediante el juego interactivo, para niños tercer año de

educación básica. (Tesis de licenciatura, Universidad Politécnica Salesiana, Sede Cuenca

Ecuador). Recuperada de http://dspace.ups.edu.ec/bitstream/123456789/4734/1/UPS-

CT001710.pdf

Cisneros, F. (2011). Diseño de un software educativo para propiciar el aprendizaje

significativo de la geometría en la Educación Primaria Bolivariana. Sapiens. Revista

Universitaria de Investigación, 12(2), 31-46. Recuperado de

http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=41030368003

Cruz, E. P. (2016). Software Geogebra y su influencia en el aprendizaje de las funciones

reales en los estudiantes del primer ciclo de la facultad de ciencias contables de la

Universidad Nacional del Callao (Tesis maestría, Universidad Nacional Del Callao Escuela

de Posgrado, Perú). Recuperada de: http://repositorio.unac.edu.pe/handle/UNAC/1606

Cruz, N. y Vargas, X. N. (2015). Evaluación de las habilidades para inferir información a

partir de las pistas que ofrece un relato histórico en estudiantes de sexto grado de Primaria.

Revista Internacional de Evaluación y Medición de la Calidad Educativa, 2(1), 25-33.

Cruz, R. F. y Vargas, X. N. (2016). Dificultades de los estudiantes de 6º de primaria al aprender

números fraccionarios. Debates en Evaluación y Currículum, 2(2), 913 - 923.

Cuicas, M., Debel, E., Casadei, L. y Álvarez, Z (2007). El software matemático como herramienta

para el desarrollo de habilidades del pensamiento y mejoramiento del aprendizaje de las

matemáticas. Revista Electrónica “Actualidades Investigativas en Educación”, 7(2), 1-34.

Recuperada de: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=44770209

Díaz, L. A. (2013). La influencia del software “Geogebra” en el aprendizaje de la geometría en los

alumnos de 4to año de secundaria de la institución educativa Trilce de la Molina, período

2012 (Tesis Magister, Universidad Nacional de Educación Enrique Guzmán y Valle, Lima-

Perú). Recuperada de: http://repositorio.une.edu.pe/handle/UNE/438

Fallas, J. J. y Chavarría, J. (2009). Validación del software educativo Poliestudio 1.0:

informe de investigación. Educare, 8(2), 37-45.

Gómez, B. M. (1990). Evaluación criterial (una metodología útil para diagnosticar el nivel de

aprendizaje de los alumnos). Madrid, Narcea.

Gómez, J. M., Muñoz, E. L. y Arévalo, C. A. (2007). Evaluación y uso de software para la

enseñanza: caso de un tema específico de estadística. Investigación y Ciencia, 15(37), 19-

25.

Guzmán, S. M. (2014). Evaluación del aprendizaje en el estudio del término literario theme

Page 404: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

403

en la materia de literatura en inglés. Revista Internacional de Alfabetización y Aprendizaje

de Idiomas, 1(2).

Hernández, E. J. (2005). Software educativo para el aprendizaje experimental de las

matemáticas, Encuentro Internacional de Educación Superior UNAM, Ciudad de México.

Hernández, R. (2005). Herramienta Distribuida para Fortalecer el Proceso de Aprendizaje de las

Matemáticas de Sexto Año de Primaria mediante Tecnología CORBA. (Tesis de ingeniería,

Universidad Tecnológica de la Mixteca, Oaxaca).

Leyva, Y, E. (2011). Una reseña sobre la validez de constructo de pruebas referidas a

criterio. IISUE-UNAM, 32(131).

Machado, J., Almeida, L. y Silva, B. (2009). Ensino-Aprendizagem da Matemática com

recurso a software educativo: aptitudes e rendimiento académico dos alunos. Innovación

Educativa, 19, 451-50. Recuperada de:

http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/9966

Meneses, M. C. y Artunduaga, L. (2014). Software Educativo para la enseñanza y aprendizaje de

las matemáticas en el grado 6°. (Tesis de licenciatura, Universidad Católica de Manizales,

Huila)

Ortiz, J. M. y Vargas, X. N. (2015). Una evaluación del aprendizaje en estudiantes de licenciatura

en educación primaria de una normal de la ciudad de Oaxaca, México. Debates en

evaluación y Curriculum. Congreso Internacional de Educación.

Pacheco, C. y Vargas, X. (2013). Evaluación del aprendizaje en el estudio de la línea recta:

el caso de un estudiante. Memorias del 5o Congreso Internacional sobre enseñanza y

aplicación de las Matemáticas.

Pantoja, H. Y. (2015). Aplicación del software libre SAGE y su influencia en el

rendimiento académico en cálculo vectorial, en los estudiantes del IV ciclo de Ingeniería

Mecánica de la Universidad Nacional de Ingeniería (Tesis doctoral, Universidad Nacional

de Educación Enrique Guzmán y Valle, Lima-Perú). Recuperado de:

http://repositorio.une.edu.pe/handle/UNE/521

Pizarro, R. A. (2009). Las TICs en las Matemáticas. Aplicación al caso de Métodos Numéricos.

(Tesis de Magíster, Universidad Nacional de La Plata). Recuperada de

http://postgrado.info.unlp.edu.ar/Carreras/Magisters/Tecnologia_Informatica_Aplicada_e

n_Educacion/Tesis/Pizarro.pdf

Sarmiento, C. (2015). Efecto del uso del software educativo “PEQUEMATH MOVIL 5”

para dispositivos móviles en el proceso de aprendizaje del área de matemáticas en niños y

niñas de 5 años de la institución educativa Santa Rosa De Andahuaylas-2015 (Tesis

licenciatura, Universidad Nacional José María Arguedas, Andahuaylas). Recuperado de:

http://repositorio.unajma.edu.pe/handle/123456789/187

SEP. (2011). Programas de estudio 2011. Guía para el Maestro Primaria. Primer Grado.

SEP. (2011). Programas de estudio 2011. Guía para el Maestro Primaria. Segundo Grado.

SEP. (2016). Propuesta curricular para la educación obligatoria 2016.

Valega, F. (2016). Las TIC en el nivel inicial: Implementación de Sheppard’s Software en

la adquisición de las nociones matemáticas básicas en estudiantes de 4 y 5 años de una

institución educativa del distrito de Santiago de Surco-Lima (Tesis licenciatura, Pontificia

Universidad Católica del Perú, Perú). Recuperada de:

http://tesis.pucp.edu.pe/repositorio/handle/123456789/8247

Vargas, X (2005). Una evaluación de aprendizaje: el caso de la escuela primaria Xaam.

Tesis de Licenciatura no publicada. Escuela Superior de Física y Matemáticas del Instituto

Page 405: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

404

Politécnico Nacional ESFM-IPN, México, Distrito Federal. Disponible en

http://doc.nayuujk.com/files/original/79cc7b536ae8fdea9364f86a36894c28.pdf

Vargas, X. N. (2012). Learning to prove. A case of its evaluation. Preproceedings of 12Th

International Congress on Mathematical Education. Topic Study Group 33. 8 July – 15

July, 2012, COEX, Seoul, Korea.

Vargas, X. N. y González, L. M. (2008). An evaluation of the Ayuujk students learning in the

Xaam elementary school. International Congress on Mathematical Education. Monterrey,

México.

Anexos

Anexo 1

Tabla 1: Estructura del Instrumento de evaluación.

Tema Descripción Aspecto Pregunta asociada

Comunicar Escribir en número y en letra un número determinado. Escribir 2; 6; 15

Ordenar

Colocar un conjunto de números según el orden indicado: ascendente o descendente.

Comparar parejas de números e identificar el número

menor o mayor.

Ordenar 3; 7

Comparar 1; 9

Observar

Examinar números mal ubicados en una sucesión, colocar

números faltantes en una serie, identificar el patrón de

figuras.

Observar

5; 4 (a, b, c); 8 (a, b, c, d); 11

(a, b, c, d); 10; 12; 13 (a, b)

Descomponer Agrupar diferentes parejas de números que al sumarse se obtenga el mismo resultado, y resolver problemas de

descomposición.

Descomponer 14 (a, b, c); 16 (a, b, c, d)

Balancear Poner en equilibrio el número de puntos en cada pareja de fichas.

Balancear 17 (a, b, c, d, e)

Fuente: Elaboración propia (2017).

Anexo 2 Tabla 2: Criterios de calificación

Tema Aspecto Pregunta asociada Criterios de calificación

Comunicar Escribir 2 Respuesta (R)

a) 0 – Si no responde

b) 1 - Si escribe una respuesta fuera de contexto

c) 2 - Si escribió el número (pero no todos los números son correctos)

d) 3 - Si escribió el número correcto

Comprensión del problema (C)

a) 0 – Si no lo comprendió

b) 1 – Si lo comprendió

6 Respuesta (R)

a) 0 – Si no responde

b) 1 – Si escribe una respuesta fuera de contexto

c) 2 – Si escribe el número en letra

d) 3 – Si coloca el número correcto

Comprensión del problema (C)

a) 0 – Si no lo comprendió

Page 406: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

405

b) 1 – Si lo comprendió

15 Respuesta (R)

a) 0 – Si no responde

b) 1 – Si escribe una respuesta fuera de contexto

c) 2 – Si escribe el número en letra correctamente

Comprensión del problema (C)

a) 0 – Si no lo comprendió

b) 1 – Si lo comprendió

Fuente: Elaboración propia (2017).

Anexo 3 Tabla 3: Parrilla de evaluación.

Parrilla de evaluación

Primero y segundo grados

Alumno Contenidos Específicos

C -

E -

2 6 15 - .. ..

.. ..

R C R C R C - - .. ..

1 3 1 3 1 1 0 - - .. ..

2 3 1 1 0 1 0 - - .. ..

.. .. .. .. .. .. .. - - .. ..

.. .. .. .. .. .. .. - - .. ..

99 3 1 3 1 0 0 - - .. ..

100 3 1 3 1 0 0 - - .. ..

P.G.O 234 68 249 76 156 65 - - .. ..

P.G.M 300 100 300 100 200 100 - - .. ..

P.G.R 0.78 0.68 0.8 0.8 0.8 0.7 - - .. ..

Fuente: Elaboración propia (2017).

Page 407: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

406

CB-291

FORMACIÓN INICIAL DE MAESTRAS/OS DESDE LA PERSPECTIVA DE LOS

SABERES PRÁCTICOS

María Sotos Serrano

[email protected]

Universidad de Castilla-La Mancha. España

Núcleo temático: IV. Formación del profesorado en Matemáticas.

Modalidad: CB

Nivel educativo: 5. Formación y actualización docente

Palabras clave: Saber pedagógico, Escuela Nueva, Formación docente, Enseñanza de las

Matemáticas

Resumen La teoría del saber pedagógico (Tardif) plantea la importancia de los saberes prácticos en la

formación del docente, obtenidos mediante procesos de reflexión compartida. Dicho proceso de

desarrollo de los saberes prácticos se puede investigar mediante historias de vida, especialmente

los casos que puedan caracterizarse como buenas prácticas.

En el caso de la profesora M. Antònia Canals i Tolosa, la reflexión compartida parte de los

principios fundamentales de la Escuela Nueva (representados en las teorías de Dewey y de

Claparède) y produce los proyectos educativos de las escuelas Talitha y Ton i Guida. En el ámbito

de la enseñanza de las matemáticas, parte del modelo clásico de Montessori para ir construyendo

otro más personal, con un profundo conocimiento matemático y con las aportaciones de Piaget y

Dienes en el ámbito de la didáctica de las matemáticas.

Esto plantea la necesidad de que la formación inicial de maestras y maestros permita que los

futuros docentes cuenten con formación teórica y con conocimiento práctico de experiencias

escolares de éxito, recuperando así parte de la tradición histórica de la renovación pedagógica

que tuvo lugar en España antes de la dictadura franquista, e iniciando procesos de reflexión

compartida sobre sus prácticas escolares.

La formación profesional docente es un proceso complejo que abarca un largo período de tiempo

(sólo hay que pensar en la denominada formación permanente), y en el que intervienen múltiples

factores. Esos factores y ese dilatado período son los que determinan el saber pedagógico de cada

sujeto.

Este concepto de saber pedagógico procede del marco teórico de la teoría de los saberes docentes

de Tardif (2004), en donde plantea este concepto, que consiste en “una construcción propia dentro

Page 408: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

407

del sujeto, que lleva a cabo como resultado de las interacciones entre sus disposiciones internas y

el contexto cultural y social de manera activa y participativa, que le permite organizar, interpretar

y reestructurar el conocimiento con la experiencia, los saberes previos y la información que de

diversas fuentes recibe” (Díaz, 2005, p. 6).

En ese saber pedagógico está incluida la información recibida durante la formación académica,

pero también otros saberes previos, así como las experiencias acumuladas por cada sujeto. Y dicho

saber pedagógico no es el resultado de la suma de estos factores, sino de determinadas

interacciones entre sus disposiciones internas y el contexto sociocultural.

De manera mucho más analítica, Tardif ha distinguido entre diferentes saberes docentes que

proceden de diferentes fuentes. En primer lugar señala los saberes profesionales, que son el

conjunto de saberes transmitidos por los centros de formación del profesorado.

En segundo lugar habla de los saberes disciplinarios, que “son los saberes de que dispone nuestra

sociedad que corresponden a los diversos campos del conocimiento, en formas de disciplinas,

dentro de las distintas facultades y cursos” (Tardif, 2004, p. 30).

En tercer lugar están los saberes curriculares, que “se presentan en forma de programas escolares

(objetivos, contenidos, métodos) que los profesores deben aprender a aplicar” (Tardif, 2004, p.

30).

Y finalmente los saberes experienciales o prácticos: “los mismos maestros, en el ejercicio de sus

funciones y en la práctica de su profesión, desarrollan saberes específicos, basados en su trabajo

cotidiano y en el conocimiento de su medio. Esos saberes brotan de la experiencia, que se encarga

de validarlos” (Tardif, 2004, p. 30).

Los tres primeros tipos de saberes son de carácter externo, aunque el docente termine por

incorporarlos. Determinadas instituciones son las encargadas de organizarlos y transmitirlos,

mientras que los saberes prácticos son producidos en el interior del propio docente, a partir de sus

experiencias. Es más, Tardif señala que “los saberes experienciales surgen como núcleo vital del

saber docente, núcleo a partir del cual los profesores tratan de transformar sus relaciones de

carácter exterior con los saberes en relaciones de carácter interior con su propia práctica. En este

sentido, los saberes experienciales no son saberes como los demás; están formados, en cambio,

por todos los demás, pero traducidos, « pulidos » y sometidos a las certezas construidas en la

práctica y en la experiencia” (Tardif, 2004, p. 41).

Page 409: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

408

De hecho, son estos saberes prácticos los que forman el núcleo central de la competencia

profesional docente, pero sin que necesariamente tengan que considerarse como saberes

subjetivos, ya que ese saber experiencial se convierte en saber pedagógico mediante un proceso de

reflexión compartido. “A través de las relaciones con los compañeros y, por tanto, a través de la

confrontación entre los saberes producidos por la experiencia colectiva, los saberes experienciales

adquieren una cierta objetividad: las certezas subjetivas deben sistematizarse, a fin de

transformarse en un discurso de experiencia, capaz de informar o de formar a otros docentes y de

proporcionar una respuesta a sus problemas” (Tardif, 2004, p. 40).

Dada la importancia de estos saberes prácticos, resulta prioritario investigar sus procesos de

construcción, aunque sólo fuese por la utilidad práctica de destacar buenas prácticas que puedan

servir de guía en los procesos de formación inicial de maestras/os. Este tipo de investigación,

necesariamente diacrónica por la prolongación temporal de la construcción del saber pedagógico,

pasa por indagar las historia de vida de las/os maestras/os (Goodson, 2004). Así, como afirman

Bracho-López et al. (2014), es notorio el gran número de trabajos presentados en congresos que

tienen como hilo conductor las historias de vida asociadas a la formación del profesorado y a la

historia de la educación matemática.

Uno de estos ejemplos es el trabajo realizado sobre el caso de Maria Antònia Canals i Tolosa20.

Ahí se distingue entre el contexto familiar y el contexto social en el que desarrolla su biografía. Es

evidente que durante la formación inicial de maestras/os resulta muy difícil intervenir en el

contexto familiar, máxime si tenemos en cuenta que su influencia se produce, mayoritariamente,

durante los procesos de socialización primaria. Pero la propia formación inicial forma parte del

contexto social en el que se desenvuelven las/os futuras/os docentes, y en dicho período de

formación se pueden comenzar a desarrollar procesos de reflexión compartida sobre la práctica

escolar (tanto las que se producen durante el Practicum como las que ofrece la investigación

mediante historias de vida). ¿Qué puede utilizarse de un caso como el de Maria Antònia Canals?

20 La exposición completa de este caso puede consultarse en Sotos (2016), y una breve descripción

de la metodología empleada y del tipo de análisis realizado se encuentra en Sotos, López y

Sánchez (2016).

Page 410: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

409

La maestra catalana reconoce el importante papel que han jugado tres personas en su formación

docente: Dolors Canals21, M. Teresa Codina22 y Alexandre Galí23. Cada una de ellas le ha servido

para consolidar las características fundamentales de su saber pedagógico (figura 1), pero detrás de

cada una de ellas hay unos planteamientos teóricos y prácticos de mayor alcance. Me refiero a la

influencia de la doctora M. Montessori y los planteamientos pedagógicos de la Escuela Nueva.

Figura 1. Modelo de Saber pedagógico de Maria Antònia Canals (Sotos, 2016, p. 93)

El paidocentrismo y la educación sensorial proceden de su entorno familiar, fundamentalmente a

través de su tía Dolors, pero tienen una referencia directa con el trabajo de la doctora Montessori,

que ocupa una posición destacada en el movimiento de renovación pedagógica de principios del

siglo XX, en el que se inscribe la Escuela Nueva. En este sentido, la construcción del saber

pedagógico de Maria Antònia Canals enseña más allá de su propia experiencia personal. Detrás de

los contactos personales y las prácticas escolares que ha mantenido a lo largo de toda su trayectoria

profesional, hay un soporte teórico-pedagógico de gran envergadura.

21 Tía paterna de Maria Antònia y maestra Montessori de ed. infantil en Barcelona, desde 1917

hasta 1961. 22 Fundadora de la escuela Talitha y cofundadora de la Associació de Mestres Rosa Sensat. 23 Pedagogo catalán hasta su exilio en 1939. Volvió a Barcelona en 1942 y fue un referente

fundamental para el movimiento de renovación pedagógica catalán.

Page 411: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

410

En el ámbito más estrictamente pedagógico, la Escuela Nueva es una escuela activa centrada en el

niño. El aprendizaje se produce a partir de las propias experiencias del niño, la práctica precede a

la teoría. Esta idea está basada en lo que E. Claparède denominó las grandes leyes de la conducta,

la primera de las cuales es la ley de la necesidad: “toda necesidad tiende a provocar las reacciones

apropiadas para satisfacerla. Su corolario es: la actividad está siempre suscitada por una necesidad”

(Claparède, 2007: p. 74).

En una línea similar se encuentra el planteamiento de J. Dewey. Su concepto de interés es similar

al concepto de necesidad de E. Claparède. A partir del interés, o de la necesidad, de cada sujeto se

genera la actividad para satisfacerla. Se trata de organizar la enseñanza a partir de recompensas

intrínsecas (el acto de aprendizaje, en la medida en que soluciona un requerimiento personal

originado por un determinado interés o necesidad, es la recompensa misma), frente a la educación

conservadora que, al no construirse sobre los intereses del alumnado, necesita de todo un conjunto

de recompensas extrínsecas que obliguen al cumplimiento de las actividades académicas.

Para esta educación que surge del interés, J. Dewey propone una enseñanza basada en la

experimentación, de manera similar al papel que la experimentación juega en el desarrollo

científico. Este planteamiento no puede ser tachado de simplemente experimentalista, ya que

experiencia y pensamiento forman el conjunto que permite que se produzca el aprendizaje. “La

experiencia como ensayo supone cambio, pero el cambio es una transición sin sentido a menos

que esté conscientemente conexionada con la ola de retorno de las consecuencias que fluyen de

ella. Cuando una actividad se continúa en el sufrir las consecuencias, cuando el cambio introducido

por la acción se refleja en un cambio producido por nosotros, entonces el mero fluir está cargado

de sentido. Aprendemos algo. (…) De aquí se siguen dos conclusiones importantes para la

educación. 1) La experiencia es primariamente un asunto activo pasivo; no es primariamente

cognoscitiva. 2) Pero la medida del valor de una experiencia se halla en la percepción de las

relaciones o continuidades a que conduce. Comprende conocimiento en el grado en que acumula

o se suma a algo o tiene sentido” (Dewey, 2002: p. 124-125).

El propio Dewey señala que la experiencia en sí misma no aporta conocimiento. Para eso es

necesario poder establecer las relaciones pertinentes entre causa y efecto, algo que se realiza

involucrando al pensamiento. Y este pensamiento lo asimila a la reflexión, añadiendo además que

se debe distinguir entre las experiencias que no implican reflexión, que son las que se desarrollan

mediante el mecanismo de ensayo y error, y las que sí añaden ese proceso reflexivo. Las primeras

Page 412: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

411

sirven para modificar la conducta, pero sólo porque el ensayo y error nos permite descartar unas

opciones y elegir aquella que satisface la necesidad. Pero las segundas son las que se pueden

asemejar al proceso del conocimiento científico. “De aquí que cambia la cualidad de la

experiencia; el cambio es tan significativo que podemos llamar reflexivo a este tipo de experiencia,

es decir, reflexivo por excelencia. El cultivo deliberado de esta fase del pensamiento constituye el

pensar como una experiencia definitiva. El pensar es, en otras palabras, el esfuerzo intencional

para descubrir conexiones específicas entre algo que nosotros hacemos y las consecuencias que

resultan, de modo que ambas cosas lleguen a ser continuas” (Dewey, 2002: p. 129).

Algo similar nos encontramos en el ámbito más específico de la enseñanza de las matemáticas. La

formación universitaria de Maria Antònia Canals la provee de una base matemática muy sólida,

pero la construcción de su manera de entender la didáctica de las matemáticas está directamente

marcada por sus prácticas escolares (primero como alumna de su tía, luego como maestra en las

escuelas Talitha y Ton i Guida, y después como formadora de maestras/os en la Associació de

Mestres Rosa Sensat, siendo la socia fundadora que ocupó la responsabilidad de la enseñanza de

las matemáticas).

A partir de esas prácticas escolares entra en contacto con los tres autores que más le han influido:

M. Montessori, J. Piaget y Z. P. Dienes.

Uno de los elementos característicos del método Montessori es el uso de materiales manipulativos.

La pedagoga italiana daba gran importancia a la educación sensorial, ya que los niños aprenden

tocando y mirando, para poder continuar investigando y descubriendo. No se persigue la simple

manipulación del material, sino lo que dicha manipulación puede desencadenar. Esta misma idea

es la que plantea C. Kamii cuando afirma que “no es la manipulación de los objetos en sí lo que es

importante en el aprendizaje de los niños. Lo que sí lo es, es la acción mental, la cual se estimula

cuando los niños tienen la posibilidad de tener los objetos en sus manos” (1990, p. 11).

Para Maria Antònia Canals, el material es el mejor punto de partida para poner en marcha el

pensamiento del niño. Y para el pensamiento matemático resulta fundamental el uso de materiales

que se basen en “relacionar” por cualidades sensoriales. La doctora Montessori plantea que las

actividades de clasificación y ordenación son básicas para desarrollar el pensamiento lógico y

Page 413: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

412

Maria Antònia Canals sabe, por su formación matemática, que eso se corresponde perfectamente

con los fundamentos de las matemáticas, con relaciones de equivalencia y con relaciones de orden.

A partir de las ideas de M. Montessori, hace un análisis de los recursos manipulativos en la

enseñanza de las matemáticas que “es necesario para no caer en el error de considerar el material

manipulativo como un valor en sí mismo. Estos materiales tienen que estar siempre al servicio del

aprendizaje de las matemáticas y para ello hay que conocer sus alcances y sus limitaciones” (Sotos,

2016, p. 137).

Su papel en la Associació de Mestres Rosa Sensat, en donde era la máxima responsable de la

enseñanza de las matemáticas, le permitió profundizar en las obras de J. Piaget. Así, “descubre una

manera rigurosa de analizar las etapas de desarrollo del niño. No solo conoce la prueba de

conservación de la cantidad, sino que la pone en práctica con sus alumnos y comprueba que

funciona siempre. Pero hay otra cosa que le llama poderosamente la atención, que es el concepto

de imagen mental, que todavía no es el propio concepto matemático y que el niño la construye a

partir de sus percepciones. Esto le permite cerrar algunas dudas que tenía sobre el método

Montessori y le abre las puertas, entre otras cosas, al cálculo mental, comprendiendo así algunas

de las ideas que mantenía A. Galí” (Sotos, 2016, p. 122).

En ese proceso, el descubrimiento de los bloques lógicos de Dienes, que ponen en cuestión uno de

los principios del material Montessori, también supuso un avance importante en su manera de

abordar el razonamiento lógico.

En definitiva, el análisis del proceso de construcción del saber pedagógico de Maria Antònia

Canals permite descubrir, en un caso concreto de práctica profesional, elementos fundamentales

para la formación de cualquier docente:

Que existen fuertes conexiones entre los modelos pedagógicos teóricos y el trabajo

docente práctico.

Que es necesario reflexionar colectivamente para poder objetivar los saberes

experienciales.

Que en esa reflexión colectiva resulta muy productivo incorporar experiencias históricas

que puedan catalogarse como buenas prácticas.

Page 414: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

413

Que sin la objetivación de los saberes experienciales es imposible completar la

construcción del saber pedagógico de cada docente.

Todos estos elementos se pueden asociar a la formación inicial de maestras/os, porque la reflexión

sobre la práctica también es algo que se puede entrenar (primero desde sus experiencias como

alumnado y, después, desde las experiencias del Practicum), y tienen la ventaja añadida de que

sirven para tender puentes entre docentes con experiencia y docentes en formación, entre práctica

y teoría.

Referencias bibliográficas

Bracho-López, R., Jiménez-Fanjul, N., Maz-Machado, A., Torralbo-Rodríguez, M. y Fernández-

Cano, A. (2014). Producción científica sobre narrativa en Educación Matemática en la Web of

Science. BOLEMA-Boletín de Educaçao Matemática, 28(49), 744-761.

Claparède, E. (2007). La educación funcional. Madrid: Biblioteca Nueva.

Dewey, J. (2002). Democracia y educación. Madrid: Morata.

Díaz, V. (2005). Teoría emergente en la construcción del saber pedagógico. Revista

Iberoamericana de Educación [en línea], 37/3. Disponible en http://cort.as/EE63

Goodson, I. F. (ed.)(2004): Historias de vida del profesorado. Barcelona, Octaedro.

Kamii, C. (1990). ¿Qué aprenden los niños con la manipulación de objetos? Infancia, 2, 7-10.

Sotos, M. A. (2016). Maria Antònia Canals i Tolosa. Renovación pedagógica y didáctica de las

matemáticas. Barcelona: Octaedro.

Sotos, M. A., López, C. y Sánchez, A. B. (2016). La perspectiva biográfica. El proceso de

construcción del saber pedagógico. Teoría de la educación, vol. 28(2), 249-265. Disponible en

https://goo.gl/RTxy9p

Tardif, M. (2004). Los saberes del docente y su desarrollo profesional. Madrid: Narcea.

Page 415: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

414

CB-295

LAS FUNCIONES SIGMOIDEAS COMO MODELO DE LA HISTÉRESIS

FERROMAGNÉTICA.

1Jorge M. Gianfelice. - 2Miqueas R. Menaglio. - 3Matías A. Ruggeroni.

[email protected]. - [email protected] - [email protected]

1Universidad de Buenos Aires. y P.I.D: Universidad Tecnológica Nacional (Facultad Regional

Delta, Campana). San Martin 1170. CP. 2084. Buenos Aires.

2P.I.D: Universidad Tecnológica Nacional (Facultad Regional Delta, Campana). San Martin

1170. CP. 2084. Buenos Aires.

3P.I.D: Universidad Tecnológica Nacional (Facultad Regional Delta, Campana). San Martin

1170. CP. 2084. Buenos Aires.

Modalidad: CB

Nivel Educativo: Educación de adultos.

Núcleo temático: Matemáticas y su integración con otras áreas.

Palabras claves: Histéresis – Modelos – Sigmoides – Ferromagnetismo

Resumen:

El estudio matemático de la histéresis magnética que proviene de los materiales ferromagnéticos

no es muy común y aparecen muy pocos reportes en la literatura vigente. Tal vez, esto es así

porque el ciclo de histéresis muestra una forma poco convencional para que se ajuste una función

matemática sencilla y pueda modelarlo con solo encontrar unos pocos parámetros. Existen

algunos trabajos que han mostrado un avance usando funciones sigmoides como base de la

modelación del ciclo de histéresis.

El presente trabajo tiene por objetico presentar un análisis completo de un tipo particular de

funciones sigmoides, que a nuestro criterio, permitan ajustar el ciclo de la histéresis magnética

para distintos casos de materiales. Se pretende mostrar como variando los parámetros fijos de la

función elegida podemos modelar la histéresis magnética obtenida experimentalmente. Así se

buscará una base teórica para distintos ciclos que permiten dar cuenta de datos que resulten de

interés en el estudio de materiales ferromagnéticos.

Finalmente pretendemos comparar nuestros resultados con los obtenidos de algunas de las teorías

vigentes basadas en otro tipo de función sigmoidea, dejando un espacio abierto para discutir si el

resultado es relevante y ha aportado un avance real al modelado en cuestión.

Introducción

El análisis de las funciones matemáticas definidas en una variable real generó una abundante

literatura a lo largo de la historia. Esto permitió no sólo modelar un gran número de hechos físicos,

Page 416: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

415

sino también proporcionar una gran información en el momento de abordar trabajos de mediciones

con parámetros fijos y variables.

En la mayoría de las aplicaciones de materiales ferromagnéticos, las propiedades magnéticas son

más convenientes expresarlas como curvas de magnetización o familias de ciclos de histéresis. La

ausencia de un modelo cuantitativo adecuado del comportamiento de estos materiales ha

provocado mucha dificultad, tanto en la comprensión del proceso magnético como en la

descripción de la variabilidad de la magnetización con otros parámetros, tales como la fatiga o la

temperatura.

Aunque no hay una forma totalmente general de representar un ciclo de histéresis en materiales

ferromagnéticos, sí existe una forma de ciclo que se reproduce con frecuencia en la práctica. A

esta forma se la denominaremos "ciclo sigmoideo" representado por dos funciones sigmoideas

que han sido discutidas por Craik y Tebble. Su forma general se muestra en la figura 1,

En

esta

presentación vamos a mostrar como un determinado grupo de funciones, que en colectivo

académico se la denominan “sigmoides” o “sigmoideas” permiten modelar el ciclo de histéresis de

un material ferromagnético al ser éste sometido a un campo magnético externo. Estas funciones

que se definen en el cuerpo de los números reales con forma de “S”, y de ahí su nombre, se las

pueden expresar por medio de diferentes fórmulas. Pero nosotros para el presente trabajo

utilizaremos la denominada función generatriz que viene dada por la expresión,

dxcbaxxf tanh)( 1

Asimismo, y antes de llevar a cabo el ajuste de la función al ciclo de histéresis, comenzaremos con

un estudio matemático analítico para la función elegida.

Análisis Matemático de la función

Las propiedades y caracterización analíticamente la función sigmoidea vienen dadas por los

parámetros fijos, a, b, c y d que son los números que establecen la forma específica de cada función

y de ahí su importancia para esclarecer el modelo que mejor se adecue al ciclo de histéresis

Figura 1. Dos funciones sigmoideas que configuran un ciclo cerrado simétrico que denominaremos ciclo sigmoideo.

-2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

1.0

2.0

3.0

y = x+1.5tanh(2(x-1))

y = x+1.5tanh(2(x+1))

Page 417: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

416

ferromagnética. En el anexo I se pueden observar la variación de la función sigmoide al fijar tres

de estos parámetros y variar el cuarto.

Acotación y continuidad. Toda función sigmoidea está acotada por dos asíntotas. Estas asíntotas

se pueden encontrar siguiendo la teoría básica del cálculo diferencial sobre la lateralidad de límites.

Para el estudio vamos a considerar a la función sigmoidea de dos maneras diferentes:

Con a = 0: En este caso se puede observar que la función presenta dos asíntotas horizontales en

by e by .

Con a 0: En esta otra situación la función presenta dos asíntotas oblicuas que resultan ser,

b)(1 axxAs y b-)(2 axxAs .

Ritmo de cambio y puntos críticos. El estudio del ritmo de cambio de la curva sigmoidea permite

buscar puntos críticos con el fin de validar la representación del parámetro “d”. Parámetro que

expresa la inflexión de la curva, es decir el cambio de concavidad. Utilizando el criterio clásico

para encontrar puntos críticos, la derivada segunda de la función viene dada por,

dxcbdxcbcxf 2tanh1.tanh22)(''

si procedemos a obtener la única raíz real, ésta resulta ser d . Será ésta positiva o negativa cuando

según anule el argumento de la tangente hiperbólica, que es el término que anula la segunda

derivada. Así la raíz de la segunda derivada resulta ser,

dxsidxcbdxcbc

2tanh1.tanh220

Con el criterio de la tercera derivada podemos observar que resulta distinta de cero en la abscisa

que se anuló la segunda derivada. Así quedó probado que la curva tiene un punto de inflexión real

que marca el cambio de concavidad de la misma.

Relaciones y proporciones entre los parámetros fijos.

Definición de la curva como ciclo.

En este apartado vamos a definir un ciclo completo que genera la función sigmoidea. Para esto

partimos de la simetría que se establece de la función en términos de sus parámetros fijos. Esta

simetría debe respetar no solo su imagen especular respecto al eje de las abscisas sino también al

de las ordenadas. De esta manera, el valor de “d”, es el único, que como ya demostramos supra,

controla el punto de inflexión de la curva, y por ende su simetría cada vez que se mantengan fijos

los demás parámetros. Si procedemos ahora a tomar dos curvas sigmoideas con parámetros “d”

Page 418: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

417

opuestos, estas generan el ciclo buscado, donde se puede apreciar un área cerrada como se muestra

en la figura 2,

De esta manera, para formar un ciclo

sigmoide se utilizarán dos funciones sigmoideas como se especifican a continuación,

x

dxcbax

dxcbaxxf

tanh

tanh)(

)4(

Es menester aclarar que esta función no es una función a trozos sino son dos funciones que se

acoplan para definir el ciclo buscado. Es decir, cada función con su correspondiente “d” expresa

la mitad del ciclo.

Aproximación asintótica y acople.

El acoplamiento entre dos funciones sigmoides, está directamente definido por las asíntotas que

describimos anteriormente y su relación con los parámetros fijos como mostraremos a

continuación. Cuando nos referimos al acople nos proponemos encontrar el punto de abscisa que

proyectado en la función establezca una aproximación a la asíntota con cierto porcentaje de error

pre-establecido. Así buscaremos una fórmula que relacione los parámetros fijos y que presente un

acople con una exactitud del 99,9%. Para ello consideramos una función sigmoide con a = 0, es

decir,

dxcbxf tanh)(

cuya asíntota horizontal viene dada por by . Así buscamos el punto de abscisa que contemple

una exactitud del 99,9% en la aproximación de entre )(xf y bf )( . Así,

ddc

c

3,8

)999,0(1tanh

)5(

Esta fórmula así definida, en términos de sólo dos de los parámetros fijos, permite conocer el valor

de abscisa con la exactitud que mencionamos. Es importante destacar que el cálculo también pudo

obtenerse con la función cuyo argumento es el opuesto del considerado en la fórmula )5( . Se

Figura 2. Área encerrada por un ciclo sigmoideo.

Page 419: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

418

puede aclarar que, bajo el mismo error, no tiene sentido haber trabajado con a 0 ya que esta

situación genera asíntotas oblicuas, y en consecuencia el valor de a obtenerse es de inferior

valor numérico que el obtenido por la fórmula )5( . Es decir, que esta fórmula impone una cota, en

módulo, para los casos de ciclos sigmoides que exhiban asíntotas oblicuas. En la figura (3) se

pueden observar dos ciclos sigmoides, uno con a 0, y otro con a = 0. El valor resulta menor

en el caso de la asíntota oblicua, independientemente del ciclo considerado. Concluimos que la

exactitud del ciclo en la oblicua se mejora notablemente, y no tiene sentido buscar otra fórmula

para hallar el valor de .

Modelización y ajuste de la función sigmoidea a la curva de histéresis

Ahora vamos a establecer un ajuste por las relaciones y proporciones que se dan entre los

parámetros de la función sobre mediciones obtenidas empíricamente. Hay que tener en cuenta que

estos parámetros pueden variar de la forma, dycba 1,1,0 .

De esta manera pretendemos obtener información precisa de algunas de las magnitudes

significativas que derivan de la histéresis y dejando por sentado que no perseguimos dar un nuevo

modelo de dicho ciclo. En este trabajo presentamos solo dos magnitudes que derivan directamente

del sistema sintáctico presentado.

- El campo coercitivo y el campo remanente derivados de los parámetros y forma de la

función sigmoidea.

Para poder modelar el ciclo de histéresis ferromagnética partimos de la ecuación (1), donde la

magnetización ferromagnética del campo inducido viene dada por xH y el campo remanente

queda definido por )()( HBxf .Luego el modelo del ciclo sigmoideo definirá el ciclo de

histéresis de forma general,

dHcbaHHB tanh)(

Cuando 0)( HB el campo coercitivo está dado por cH ,

-2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

1.0

2.0

3.0

y = x+1.5tanh(2(x-1))

y = x+1.5tanh(2(x+1))

-3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0

-2.0

-1.0

1.0

y = tanh(x+1)

y = tanh(x-1)

Figura 3. Los valores de abscisas para una misma aproximación resultan siempre de menor valor absoluto en el caso que la función

sigmoidea venga dada por asíntotas oblicuas. Es decir, 21

.

1

2

Page 420: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

419

dcHcbcaH tanh0

Si a su vez el termino lineal “a” es nulo, las asíntotas serán horizontales y cH quedará definido

por el parámetro “d” resultando,

dcH

)6(

Luego el campo remanente rB vendrá dado para 0cH , y siendo,

cdbrB tanh

Por otro lado si el termino lineal “a” no es nulo, la asíntotas no serán horizontales, entonces para

calcular el cH debemos considerar,

dcHcbcaH tanh0

)7(

Luego de operar algebraicamente con relaciones hiperbólicas, ver anexo II, y realizar una

aproximación lineal se puede observar que cH viene dado por,

b

adcb

acdbcaac

b

ac

acdbcacH

2422222

1)(

2

1

)8(

La raíz negativa de la ecuación (8) no tiene sentido y por ende se descarta. Asimismo se han tomado

varios casos particulares de ciclos de histéresis cuyas gráficas han arrojado un valor del campo

coercitivo con un error cuadrático del orden de 10-3. Es importante tener en cuenta que este error

se obtuvo con sólo una aproximación lineal.

- El cálculo del área de la histéresis sigmoidea, como magnitud física de la dureza

magnética del material.

El área encerrada entre las dos curvas, que conforman el ciclo de histéresis ferromagnética,

representa la dureza magnética del material en cuestión. Dicha área se puede calcular fácilmente

con la expresión,

bdÁrea 4

)9(

Una manera práctica de aceptar la fórmula )9( surge suponiendo que “c” toma un valor elevado

como se quisiera, lo que convierte al ciclo en un rectángulo de dbase 2 y baltura 2 , Asimismo

Page 421: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

420

se en el anexo IV se puede ver la validación formal de dicha fórmula sin necesidad de hacer esta

última consideración sobre el valor de “c”. A continuación en la figura 4,

Ahora bien, sabiendo que el área entre curvas no cambia si variamos los parámetros “a” y “c”,

como se ve en la figura 5, podemos afirmar que el área se mantiene constante independientemente

de los otros parámetros.

Así

podemos afirmar que se

puede extrapolar la fórmula )9( para cualquier caso del modelo de ciclo ya explicado.

Conclusiones

El análisis de los parámetros fijos de la función sigmoidea nos permitió establecer la variación de

la forma de un ciclo sigmoideo. Estos parámetros permitieron una muy buena modelización de la

histéresis ferromagnética. Así, pudimos solapar dos curvas sigmoides con un error de 99,9% de

exactitud. Luego, teóricamente validamos el procedimiento utilizado basándonos en el ritmo de

cambio de las curvas. Asimismo establecimos las relaciones entre los parámetros mencionados y

estimamos una fórmula para calcular, con cierta aproximación, el valor del campo coercitivo y

remanente del ciclo de histéresis.

Las fórmulas (6) y (8) dan cuenta del cálculo con un error determinado por la aproximación lineal

utilizada Aproximación que se puede mejorar al aumentar el grado del polinomio interpolador.

Finalmente, en función de los resultados obtenidos, encontramos una aproximación del área del

ciclo de histéresis. Se observó que el área no depende de los parámetros “a” y “c” y conjuntamente

pudimos obtener una fórmula muy sencilla basada en el cálculo del campo coercitivo. El obtener

un buen resultado del área del ciclo de histéresis permite dar con un adecuado valor de la dureza

Figura 4. Se puede observar un ciclo de histéresis para un valor c = 100. El mismo se torna casi rectangular.

Figura 5. Dos ciclos sigmoides muy diferentes pero con igual área.

Page 422: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

421

ferromagnética de los materiales. De ahí la importancia de la búsqueda de un modelo adecuado

para el ciclo, tarea que recién comienza.

Bibliografía

Adrianov, A. V.1996. Teorem The approximation by superposition of simoidae function. Moscú.

Mathematical Notes trans.Mathemacheskie Zametkie Rusian Academy of Sciences, (59) 6.

Bertotti G., Hysteresis on Magnetism. Acade-mic Press, San Diego (1998).

Chizazumi, S. 1964. Physics of magnetism. Wiley and Sons. New York.

Della Torre, E. J. Oti, G. Kadar. Preisach model and reversible magnetization. IEEE Trans. on

magnetics, 26 no.6, pp. 3052-3058, noviembre 1990.

Jiles D.C. y D.L. Atherton, Theory of ferromag-netic hysteresis, Journal of Magnetism and

Magnetic Materials: 61, 48-60 (1986)

Karcz A. (1972). Electrometría de materiales magnéticos. Barcelona. Ed. Marcombo,

Llewellyn D.T. Yhudd RC. 1998. Steels: Metallurgy & applications, Butterworth-Hienemann,

Oxford.

Mayergoyz, I.D. 1991.Mathematical models of hysteresis. Springer-Verlag. New York.

Nuñez, F. (1972). Laboratorio de electricidad y magnetismo. Ed.Urmo

Olmo, M. & Nave, R. (2008). Histéresis. Recuperado de http://hyperphysics.phy-

astr.gsu.edu/hbasees/Solids/hyst.html#c1

Preisach F., Über die Magnetische Nachwir-kung, Zeitung für Physik: 94, 277-302 (1935)

Reitz J.R. (1996). Fundamentos de la Teoría electromagnética. Ed. Adisson –Wessley,

Shervátov, V. G. (1984). Funciones Hiperbólicas (2º Edición). Moscú. Ed. Mir.

Tom M. Mitchell, 1997. Machine Learning, WCB-McGraw-Hill.

Anexo I

Page 423: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

422

Parámetros fijos. La opción de función sigmoidea considerada presenta cuatro parámetros fijos.

A continuación vamos a caracterizarlos, fijando tres y variando uno.

Parámetro (d): Éste valor determina el punto de inflexión de la curva. La figura 1 se presenta la

función sigmoidea con la variación de este parámetro previa fijación de los demás. Asimismo se

especifican sus valores en la tabla 1,

Parámetro (c): Este parámetro controla la razón de cambio en el eje de las abscisas. La Figura 2

presenta la variación de este parámetro previa fijación de los demás. Asimismo se especifican los

valores en la tabla 2,

Parámetros fijos

a b c d

1 1 1 0.5

1 1 1 1.0

1 1 1 1.5

1 1 1 2.0

1 1 1 2.5

Parámetros fijos

a b c d

1 1 0.70 1

1 1 1.00 1

1 1 2.00 1

1 1 10.00 1

1 1 100.00 1

1.0 2.0

-1.0

1.0

2.0

y = x+tanh(1(x-1))

y = x+tanh(100(x-1))

y = x+tanh(2(x-1))

y = x+tanh(10(x-1))

y = x+tanh(0.7(x-1))

1.0 2.0 3.0 4.0

-2.0

-1.0

1.0

2.0

3.0

4.0

y = x+tanh(x-0.5)

y = x+tanh(x-1)

y = x+tanh(x-1.5)

y = x+tanh(x-2)

y = x+tanh(x-2.5)

Tabla 2. Variación del parámetro c. Figura 3. Cinco casos que muestran la variación del parámetro c.

Tabla 1. Variación del parámetro d. Figura 1. Die casos que muestran la variación del parámetro d.

Page 424: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

423

Parámetro (b): Este parámetro controla la razón de cambio en el eje de las ordenadas. La figura 3

presenta la variación de este parámetro previa fijación de los demás. Asimismo se especifican los

valores en la tabla 3,

Parámetro (a): Este parámetro controla linealmente las asíntotas. A continuación en la figura 4

se presenta la variación de este parámetro previa fijación de los demás. Asimismo se especifican

los valores en la tabla 4,

Parámetros fijos

a b c d

1 0.5 1 1

1 1.0 1 1

1 2.0 1 1

1 3.0 1 1

1 5.0 1 1

Parámetros fijos

a b c d

0.50 1 1 1

1.00 1 1 1

1.50 1 1 1

2.00 1 1 1

3.00 1 1 1

-7.0 -6.0 -5.0 -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0

-10.0

-9.0

-8.0

-7.0

-6.0

-5.0

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

y = x+0.5tanh(x-1)

y = x+tanh(x-1)

y = x+2tanh(x-1)

y = x+3tanh(x-1)

y = x+5tanh(x-1)

-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

-10.0

-9.0

-8.0

-7.0

-6.0

-5.0

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

10.0

11.0

12.0

13.0

14.0

y = 0.5x+tanh(x-1)

y = x+tanh(x-1)

y = 1.5x+tanh(x-1)

y = 2x+tanh(x-1)

y = 3x+tanh(x-1)

Tabla 3. Variación del parámetro b. Figura 3. Cinco casos que muestran la variación del parámetro b.

Tabla 4. Variación del parámetro a. Figura 4. Cinco casos que muestran la variación del parámetro a.

Page 425: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

424

Anexo II.

En este aparado demostraremos como obtener una fórmula para calcular el campo coercitivo

cuando aparecen en el ciclo de histéresis asíntotas oblicuas, es decir cuando dcH . Dada la

trascendencia de la función sigmoide usaremos, para nuestro objetivo, una aproximación lineal

con un polinomio de Taylor de primer orden para obtener una estimación aceptable del cH ,

))(tanh(0)( dHcbaHHB ccc 1

Transcribiendo la tangente hiperbólica en forma exponencial se obtiene,

1

21)tanh(

2

xex

Así resulta,

1

21))(tanh(

)(2 dHccce

bdHcb

Luego la ecuación (1) se puede expresar en forma exponencial como,

1

21

)(2 dHccce

baH

Operando algebraicamente,

211)(2

c

dHcH

c

ae c

211)(21

cc H

c

adHc

0222222

cdcH

b

acdcbacH

b

ac

Finalmente aplicando la resolvente se consigue,

b

ac

cdb

ac

b

acdcba

b

acdbca

cH4

22

4

2

2222

b

dac

b

acdcba

ac

b

ac

acdbcacH

224

2

2

1

2

1

Page 426: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

425

Esta última fórmula permite obtener el campo coercitivo cuando aparecen asíntotas oblicuas en el

ciclo de histéresis con el margen de error que arroja la aproximación lineal que se utilizó. Margen

que hemos estimado en forma numérica con el programa Excel.

Anexo III.

Demostración del cálculo del área encerrada por el ciclo.

dxgfA xx )()(lim

dxdxcbaxdxcbaxA

))(tanh())(tanh(lim

dxdxcdxcbA

))(tanh())(tanh(lim

c

xdc

xdc

bA))(cosh(

))(cosh(ln

lim

))((cosh

))((coshlnlim

2

2

dc

dc

c

bA

))(cosh(

))(cosh(lnlim2

dc

dc

c

bA

Page 427: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

426

cd

cd

cd

cdccdc

ccdcdc

dcdc

dcdc

ee

e

eeee

eeee

ee

ee

dc

dc 2

2

2

)()(

)()( 2

2))(cosh(

))(cosh(lim

cdedc

dc cd 2ln))(cosh(

))(cosh(lnlim 2

cdc

bA 22

dbA 4

Page 428: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

427

CB-300

METODOLOGIA DE ENSINO EM CONTEXTOS FORMATIVOS DE PROFESSORES

DE MATEMÁTICA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

Zenilda Botti Fernandes

[email protected]

Universidade Federal do Pará - Brasil

Modalidade: Comunicação Breve (CB)

Nivel educativo: Formação e atualização de ensino (5)

Núcleo temático: Formação de Professores de Matemáticas

Palavras chaves: Metodologia, EaD, Formação, Matemática.

Resumo

Esse artigo tem por objetivo problematizar a metodologia de ensino no curso de formação de

professores de Matemática a Distância da UFPA. Para isso, adotei a abordagem histórico-crítica

como referencial teórico na composição dos dados, oriundos de fontes bibliográficas, documentais

e orais. Mediante a análise do projeto pedagógico do curso (PPC, 2005) constatei que está

embasado no modelo construtivista, cabendo ao aluno o papel de construir conhecimento por meio

de interações interpessoais e grupais, de acordo com o que preconizou Vygotsky (1987). A

pesquisa indicou concepções metodológicas de ensino aproximativas na direção das práxis

reiterativa e reflexiva (Vázquez, 2011), ao tomar o repasse de informações como o foco central

das tutorias presenciais, em coexistência com atividades mais interativas e participativas, apenas

nas disciplinas pedagógicas. O referencial esboçado no PPC e o realizado no cotidiano do curso,

revelam os desafios e as possibilidades engendradas pela EaD nos modos e dinâmicas que

caracterizam avanços e permanências nos procedimentos didáticos e nas atitudes de professores

formadores e de tutores presenciais. Essa investigação se situa na perspectiva colaborativa à

aprendizagem da docência em Matemática uma vez que a metodologia de ensino tem implicações

significativos na prática pedagógica do futuro professor.

1. Introdução

Esta comunicação faz parte da investigação realizada no doutorado, cujo objetivo é objetivo

problematizar a metodologia de ensino no curso de Licenciatura em Matemática na Modalidade a

Distância, da Universidade Federal do Pará, em consórcio com a Universidade Aberta do Brasil.

O programa é mantido pelo governo federal que articula as instituições de ensino superior e os

governos estaduais e municipais com vistas a atender às demandas locais por educação superior,

por meio da modalidade da educação a distância. A pesquisa em foco envolveu nove turmas do

curso que ingressaram em 2009, abrangendo várias microrregiões do Estado do Pará. Mais

objetivamente, busco identificar como se constitui e como se revela a metodologia de ensino na

formação de professores de Matemática em contextos de EaD.

Page 429: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

428

2. Fundamentos teóricos

Os fundamentos teóricos da pesquisa estão baseados nos conceitos de metodologia de ensino,

dentre outros, para referenciar as análises que vou empreender, em coerência com a perspectiva

teórica adotada nesta investigação. O termo método vem do grego méthodos, que significa

caminho para se chegar a um fim. No contexto educacional, de acordo com Oliveira et al (2007),

“[...] o método é um caminho teórico para se investigar o real e o estudo teórico sobre a influência

deste método em uma prática. A questão metodológica da aplicabilidade do método constitui a

metodologia de ensino” (p. 144).

Em Oliveira et al (2007), a metodologia de ensino,

[...] Constitui uma postura, um enfrentamento da realidade na busca por compreendê-la em

sua totalidade (concretude), isto é, no próprio movimento dialético do real. A questão

metodológica apresenta-se mais complexa do que aparenta ser e reveste-se de significado

político por realizar a articulação de uma teoria de compreensão da realidade com uma

prática específica, tendo em vista o contexto histórico e social que as gerou (p.144).

O conceito de metodologia de ensino, referido por Oliveira et al (2007), é denominado de

Metodologia da Mediação Dialética (MMD) e por Vasconcellos (1995) de Metodologia Dialética

de Construção do Conhecimento em Sala de Aula (MDCC). Os dois autores apoiam suas premissas

no mesmo referencial teórico da dialética, e encontra apoio em Anastasiou (2003) que também

enfatiza o desenvolvimento das operações mentais “[...] iniciando por uma afirmação ou tese

inicial, seguida pela construção da sua contradição, ou antítese dela, para se chegar a uma

síntese”(p. 25).

Portanto, a metodologia na vertente crítico-dialética está apoiada na problematização para

estimular o pensamento crítico do aluno e tornar os conteúdos e os recursos como meios para

proporcionar experiências significativas na elaboração de soluções e o estabelecimento de novas

relações a cada contradição colocada nas situações de aprendizagem. Essa perspectiva teórica

serve de guia para a prática educativa, orientando a atividade do professor.

Considero que a metodologia de ensino está potencialmente envolvida nos processos de ensinar e

aprender, constituindo-se em práticas sociais que ocorrem pela mediação didático-pedagógica

na perspectiva da lógica dialética mediante a “[...] mobilização, a construção e a elaboração da

síntese do conhecimento, a partir do movimento do pensamento abstrato ao concreto em relação

com o contexto social mais abrangente”, conforme Vasconcellos (1994: pp. 46-47).

Page 430: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

429

Por ensino, compreendo a prática educativa do professor permeada por um referencial que orienta

a tomada de decisões sobre a organização e a condução das atividades e as experiências de

aprendizagem dos alunos. Nesse processo entram em ação os procedimentos didático-pedagógicos

que viabilizam e colocam em operação os referenciais do método de ensino adotado.

Isso significa que o conhecimento veiculado conscientemente ou não, obedece a objetivos que

podem ser numa perspectiva liberal tradicional ou numa racionalidade mais crítica. A decisão, por

uma ou outra posição no trabalho dos professores formadores e dos tutores presenciais, vai

determinar práticas mais democráticas ou mais autoritárias.

Compreendo que a docência universitária, nessa modalidade de ensino, difere, ou deveria possuir

especificidades em relação ao curso presencial, em sua forma de organização e desenvolvimento,

dado que a relação teoria-prática perpassa primeiro por significados atribuídos pelo professor

formador ao seu trabalho, evidenciadas ou não no ato de ensinar, pelo tutor presencial.

Complementarmente, Vázquez (2011) contribui com o debate por meio da premissa da práxis

nos seguintes dizeres:

[...] A práxis se apresenta como uma atividade material, transformadora e adequada a fins.

Fora dela, fica a atividade teórica que não se materializa [...]. Mas, entretanto, não há práxis

como atividade puramente material, isto é, sem a produção de fins e conhecimentos que

caracteriza a atividade teórica (p. 239).

A partir dessa definição, Vázquez (2011) propõe os níveis da práxis em dois pares: a criadora e

a reiterativa ou imitativa; a reflexiva e a espontânea. O autor destaca que o conceito de nível é

relativo, uma vez que o sujeito não se separa do objeto e nem é superior ou inferior num momento

para deixá-lo de ser em outro. Na minha visão, trata-se da interinfluência que um critério nivelador

exerce sobre o outro critério. E mais, a especificidade presente em cada nível, não exclui a

vinculação com outros, como exemplo, a práxis reiterativa guarda parentesco com a espontânea,

ocorrendo com as demais, entre si, sem que, no entanto, eles fiquem isolados uns dos outros.

Aplicadas no contexto da formação de professores de Matemática na Modalidade a Distância,

essas premissas possibilitam identificar elementos das práticas, nas acepções formuladas pelo

autor, que podem estar num nível e outro durante a experiência docente, se revezando, se

alternando e se modificando.

As reflexões sobre metodologia de ensino e práxis em contextos de EaD, quardam singularidades

que transcendem as questões didático-pedagógicas com implicações sobre o modo como os alunos

se situam em relação ao conhecimento e a constituição de suas identidades como educadores

Page 431: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

430

matemáticos e abrangem a postura e as atitudes dos professores formadores e dos tutores

presenciais, em consonância com o que propõe o PPC (2005):

[...] o conhecimento é reflexão pessoal sobre o aspecto social do mundo, tendo como

premissa a ideia de que o indivíduo é agente de seu conhecimento. Assim, cada pessoa

constrói significados e representações da realidade de acordo com suas experiências e

vivências em diferentes contextos. A produção de significados é um processo inicial e o

conhecimento é uma produção social (p,12).

3. Fundamentos metodológicos da pesquisa

Para o desenvolvimento da pesquisa adotei os fundamentos teórico-metodológicos da abordagem

histórico-dialética (Fiorentini e Lorenzato,2009), por considerá-la adequada ao estudo sobre

formação de professores, um processo dinâmico, crítico e transformador, que tem na práxis seus

fundamentos ontológicos e epistemológicos, cujos pressupostos consideram o contexto histórico,

o núcleo central para a compreensão e a interpretação da realidade social, e neste caso específico,

os significados dos fenômenos formativos.

Busquei na modalidade qualitativa (Bogdan & Biklen, 1994) os referenciais para realizar a

investigação pelo fato de propiciar a inserção do pesquisador no ambiente da pesquisa e possibilitar

a análise e a descrição de cada aspecto em sua riqueza e no que é relevante para a composição dos

dados em sua processualidade e não apenas em seus resultados.

Utilizei a entrevista semiestruturada e a análise documental para o processo de coleta de dados

por considerá-los importantes parâmetros para a compreensão da metodología de ensino a partir

das falas dos professores formadores e dos tutores presenciais, e das fontes documentais que

compõem o arcabouço legal e pedagógico do curso. O procedimento utilizado para a categorização

e interpretação dos dados foi a técnica de análise de conteúdo, a partir do que propôs Bardin (2011)

em três polos cronológicos: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados.

Os sujeitos da pesquisa foram selecionados intencionalmente por constituírem casos ricos em

informações, pelo fato de estarem inseridos no maior número de disciplinas e polos onde o curso

foi ofertado, e formaram dois grupos: cinco professores formadores (PF) - vinculados ao quadro

de servidores efetivos da UFPA, e cinco tutores presenciais (TP) que atuaram nos municípios/polos

nas áreas específica e pedagógica do curso. Em todo o percurso da investigação tomei os cuidados

éticos dos procedimentos utilizados com pesquisas que envolvem seres humanos.

4. Resultados da pesquisa

Page 432: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

431

Nos termos desta comunicação, apresento os resultados da pesquisa que enfatizam o modo como

os professores formadores e os tutores presenciais perceberam os traços próprios e específicos no

desenvolvimento do seu trabalho relacionado às concepções de metodologia de ensino, oriundas

das entrevistas.

Em primeiro lugar, destaco os papeis do professor formador atribuídos a si mesmos. Os PF1, PF2

e PF3 se viram como “orientadores de aprendizagem e responsáveis pelo planejamento e pela

seleção e organização dos conteúdos”; os PF4 e PF5 focalizaram nos exercícios semanais e nas

avaliações.”

Em segundo lugar, os professores formadores enfatizaram a centralização do papel do aluno na

aprendizagem. Palavras e expressões como: “construtor e dono do seu conhecimento para a

aquisição da autonomia” por (PF1 e PF2); “autodidatismo e vontade de aprender” por (PF3); “autor

e protagonista” por (PF4); “resistência/passividade na mudança de atitudes em face do curso em

EaD” por (PF1 e PF4); “cumprimento da lista de exercícios, semanalmente” (PF5).

Em terceiro lugar figuraram as ideias em torno da metodologia de ensino. PF5 a identificou como

“um recurso interessante apenas para determinadas situações”. As demais posições defendidas

pelos PF1, PF3 e PF4, se restringiram à comparação da metodologia na EaD com o curso

presencial, e à “culpabilização da conduta do aluno em resistir às mudanças da EaD pelos hábitos

arraigados do ensino tradicional, trazidos do Ensino Médio. Além dos aspectos anteriores, a PF2

afirmou ser “difícil dizer que tem uma prática única, que essa prática não seja mesclada por todo

o seu eixo de formação e por todos os anos de sua trajetória profissional.”

A perspectiva metodológica do ensino, exposta pelos tutores presenciais, foi associada “[...] a

recursos didáticos e mediação entre universidade, tecnologia e o aluno [...]”; “[...] a aprendizagem

condicionada à vontade do aluno”; “o uso de técnicas diversificadas de ensino por meio de leituras,

seminários; o falar, o escrever e o ouvir para desenvolver habilidades” (TP1, TP2, TP3; TP5); “à

contextualização da aula” (TP4); “à organização do ensino feita pelo professor formador” (TP5);

dentre outras nuances interessantes de serem analisadas.

Nos termos da práxis educativa, a docência, exercida na formação de professores de Matemática,

apresenta posturas antagônicas: tradicionais e construtivistas, sem que seja possível estabelecer

uma linha demarcatória, onde começa uma e termina outra. Mesmo porque, elas estão

condicionadas por múltiplas variáveis, ora com o professor formador, ora com o tutor presencial e

vice versa. As percepções reveladas sobre metodologia de ensino pelos PF2 e PF4 e pelos TP1,

Page 433: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

432

TP2, TP4 e TP5, estão mais próximas da concepção de Metodologia Dialética de Construção do

Conhecimento em sala de aula. O favorecimento do percurso pelo professor formador e pelo tutor

presencial seria pela escolha de uma metodologia de ensino coerente com essa concepção dialética

para o curso como um todo e pelo conjunto dos seus atores, e não apenas de uma ou duas

disciplinas ou de algumas tutorias.

A respeito de como deve ser o processo de ensino e aprendizagem, o PPC (2005) apresenta que:

As novas tecnologias permitem mudanças significativas nos ambientes educacionais. É variado o

conjunto de meios que podem ser utilizados na EAD, constituindo-se, entre outros, de impressos,

áudios, vídeos, multimídia, Internet, correio eletrônico (e-mail), chats, fóruns e videoconferencias

( p.12).

Por meio das narrativas, vislumbro possibilidades de superação da visão simplista de que

metodologia de ensino é “variar o ensino,” utilizando recursos virtuais ou físicos para motivar os

alunos a partir de um repertório de técnicas de ensino, o que incorreria no “mito metodológico”,

de solução genérica para todos os problemas de sala de aula. Um olhar mais atento me fez

perceber a fragilidade conceitual, presente nas narrativas de professores formadores e de tutores

presenciais, que tem provocado encaminhamentos acadêmico-pedagógicos que dificultam a

integração curricular e o diálogo entre os formadores entre si, e destes com os tutores presenciais.

A ênfase metodológica contextualizada e reflexiva encontra eco nas narrativas de tutores

presenciais (TP1, TP2, TP4) como passagem da idealização metodológica dos professores

formadores centradas em conteúdos. Segundo Melo (2012), “a metodologia de ensino favorece a

compreensão dos fundamentos epistemológicos da Matemática e sua relação com a realidade, seus

usos sociais e as diferentes linguagens com as quais se pode representar ou expressar um conceito

matemático (adaptado)( p.82).”

No que diz respeito às comparações com o ensino tradicional, a pesquisa de Pinheiro (2012)

coaduna com as narrativas de 100% dos professores formadores e dos tutores presenciais de que

reconhecem na EaD, o leitmotiv para mudanças na educação presencial. Beloni (2006) também

concorda que a EaD pode trazer transformações da função docente e nas concepções de

presencialidade e virtualidade em face da multidimensionalidade da práxis que se apresenta no

cotidiano das tutorias

Na minha compreensão, a aparente contradição das práxis, coloca o curso diante do desafio de se

voltar aos pressupostos teórico-metodológicos explicitados no PPC (2005) para manter a unidade

Page 434: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

433

de propósito no seu ideário formativo de professores de Matemática e, ao mesmo tempo, gerenciar

com eficiência as limitações impostas pela baixa utilização do aporte dos recursos tecnológicos

como foi mencionado pelos tutores, limitados por problemas de infraestrutura de rede na maior

parte da região amazônica que poderiam potencializar a comunicação e a interatividade para

contribuir na melhoria da qualidade do curso.

5. Reflexões conclusivas

A pesquisa indicou concepções aproximativas na direção da práxis reiterativa e imitativa (Vázquez

2011), ao tomar o repasse de informações, como o foco central das tutorias, em contraste com o

referencial construtivista. No entanto, foi percebida a coexistência da práxis reflexiva (Vázquez,

2011), na busca por atividades mais interativas e participativas nas tutorias presenciais,

condizentes com o referencial esboçado no PPC. No intuito de enriquecer o debate, apontei a

Metodologia da Mediação Dialética em Oliveira et. al. (2007) e Vasconcellos (1995) para

problematizar a relação do aluno com o conhecimento em três momentos: o da mobilização para

o conhecimento, a construção do conhecimento e a elaboração e expressão da síntese do

conhecimento, por considerar que ela seja mais coerente com a formação de professores e a

aprendizagem Matemática.

O referencial esboçado no PPC e o realizado no cotidiano do curso, revelam os desafios e as

possibilidades engendradas pela EaD nos modos e dinâmicas que caracterizam avanços e

permanências nos procedimentos didáticos e nas atitudes de professores formadores e de tutores

presenciais, pois nem sempre seus discursos são coincidentes com a práxis, entre o pensar e o agir.

Portanto, essa investigação se situa na perspectiva colaborativa à aprendizagem da docência em

Matemática uma vez que a metodologia de ensino tem implicações significativas na prática

pedagógica do futuro professor, pois nem sempre são coincidentes com a práxis, entre o pensar e

o agir, entre o ideal e o real.

Referências bibliográficas

Almeida, J. et.al. (2007). Mediação dialética na educação escolar: teoria e prática. São Paulo:

Edições Loyola.

Anastasiou, L. das G. C. & Alves, L. P.(Org.).(2003). Processos de ensinagem na universidade:

pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: UNIVILLE.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Page 435: COMUNICACIONES BREVES 201-300 - cibem.org · 3 cb-203 alunos com paralisia cerebral podem aprender matemÁtica: uma reflexÃo que desmistifica o paralisado cerebral como deficiente

434

Belloni, M. L. (2006). Educação a distância. (4. ed.) Campinas: Autores Associados.

Bogdan, R.& Biklen, S.(1994). Investigação qualitativa em Educação: Uma introdução à teoria e

aos métodos. Porto: Porto Editora.

Fiorentini, D. & Lorenzato, S. (2009). Investigações em Educação Matemática: Percursos teóricos

e metodológicos. Campinas, SP: Autores Associados.

Freire, P. (1999). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. (10ª ed.). São

Paulo: Paz e Terra.

Libâneo, J.C. (1994). Didática. São Paulo: Cortez.

Melo, M. J. M. D (2012). Olhares sobre a formação do professor de matemática: imagens da

profissão nas escritas de si. Natal: EDUFRN.

Oliveira, E. M. & Almeida, J. L. V. ; Arnoni, M. E. B. (2007). Mediação dialética na educação

escolar: teoria e prática. São Paulo: Loyola.

Universidade Federal do Pará (2005). Projeto didático-pedagógico do curso de Licenciatura em

Matemática a Distância. Belém.

Vasconcellos, C. S. (1995). Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad.

Vázquez, A. S. (2011). Filosofia da práxis. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular.

Vygotsky, L. (1987). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.