computerworld 543 – e se você pudesse mudar o mundo?

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WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | DEZEMBRO DE 2011/JANEIRO DE 2012 | ANO XVIII | N O 543 | R$ 14,95 O PORTA-VOZ DO MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ENCURTA O CAMINHO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MELHOR, UNINDO EMPRESAS, GOVERNO E CIDADÃOS EM PROJETOS INOVADORES E DESAFIANTES CARREIRA: PROFISSIONAIS DE TI ESTÃO MAIS VALORIZADOS NO BRASIL. SALÁRIOS EM ALTA PÁG.: 46 AGORA COM NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA INTELIGÊNCIA SOCIAL Varejo sai à frente no uso de mídias sociais para fortalecer marca e entender consumidor EXECUTIVE COACH Novos tempos exigem que CIOs repensem a forma de trabalhar E SE VOCÊ PUDESSE MUDAR O MUNDO?

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Tecnologia da informação encurta o caminho para a construção de uma sociedade melhor, unindo empresas, governo e cidadãos em projetos inovadores e desafiantes.CIO 37 – Inteligência Social e CompetitivaEmpresas usam mídias socias como aditivo para valorizar marca e relacionamento com o consumidor. Varejo sai à frente na movimentação.

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Page 1: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | DEZEMBRO DE 2011/JANEIRO DE 2012 | ANO XVIII | NO 543 | R$ 14,95

O PORTA-VOZ DO MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ENCURTA O CAMINHO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MELHOR, UNINDO EMPRESAS, GOVERNO E CIDADÃOS EM PROJETOS INOVADORES E DESAFIANTES

CARREIRA: PROFISSIONAIS DE TI ESTÃO MAIS VALORIZADOS NO BRASIL. SALÁRIOS EM ALTA PÁG.: 46

AGORA COM

NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA

INTELIGÊNCIASOCIALVarejo sai à frente no uso de mídias sociais para fortalecer marca e entender consumidor EXECUTIVE COACHNovos tempos exigem que CIOs repensem a forma de trabalhar

E SE VOCÊ PUDESSE MUDAR O MUNDO?

Page 2: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

A comunicação face a face emtempo real nunca foi tão valorizada.Polycom: a empresa do ano em videoconferência na América Latina.

Pelo segundo ano consecutivo, a

Polycom recebe pela Frost & Sullivan

oBest Practices Award 2011 na

América Latina.

A Polycom agradece seus clientes

e parceiros por esta conquista!

• Excelência na Estratégia de Crescimento• Excelência na Implementação do Crescimento• Grau de Inovação, com Produtos e Tecnologias• Liderança em Valor do Cliente• Liderança emPenetração deMercado

Mais de 1.800 analistas e consultores avaliaram cerca de 300 indústrias e 250mil empresas em todomundo.O resultado você confere em um clique:www.polycom.com.br/FSwhitepaper

2011

LATIN AMERICAVIDEOCONFERENCING MARKETCOMPANY OFTHEYEAR AWARD

PRÊMIOCONQUISTADOEM2011

Escritórios na América Latina:• América Central: +506 8847 0363• Argentina: +54 11 4515 6393• Brasil: 0800 725 7526• Caribe: +1 954 384 5442• Chile: +56 2 224 34 90• Colômbia: +57 316 466 2491• Equador: +593 85 483 696• México: 01 800 527 6592

www.polycom.com.br

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DEZEMBRO DE 2011 / JANEIRO DE 2012FIQUE ATUALIZADO ACESSANDO O SITE: WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR

ESTRATÉGIA 12 AMAZON NO BRASIL

Empresa lançou no País sua operação com serviços de cloud entregues por meio de dois data centers, localizados em São Paulo, os quais serão base para atendimento em toda América do Sul

MERCADO 14 TI EM EXPANSÃO

Projeções sinalizam que o setor de TI no Brasil continuará em crescimento em 2012, com taxa de aumento entre 10% e 13%, mesmo com a crise mundial e a recessão na Europa e nos Estados Unidos

TECNOLOGIA44 VIRTUALIZAR PARA CRESCER

Cooperforte renovou servidores físicos da infraestrutura tecnológica e virtualizou 55 máquinas. Mudança reduziu consumo de energia, aumentou espaço físico e a disponibilidade

CARREIRA46 SALÁRIO EM ALTA

Profi ssionais de TI estão mais valorizados no Brasil. Consultorias revelam que a falta de talentos qualifi cados infl acionou os salários com taxas de aumento de até 20%

INTELIGÊNCIA SOCIAL E COMPETITIVA

Empresas usam mídias sociais como aditivo para valorizar marca e relacionamento com o consumidor.

Varejo sai à frente na movimentação 19Página

NEG

ÓCI

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CNO

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LID

ERA

A

CAPA

36 É POSSÍVEL TRANSFORMAR O MUNDO?

Sim. A Tecnologia da Informação pode encurtar o caminho e ajudar empresas e governos a saírem do campo da imaginação. Com apoio de novas ferramentas, eles podem viabilizar melhorias em diversos setores da economia, criando uma sociedade melhor.

Índice

Anderson FigueiredoAndy Jassy

físico e a disponibilidade

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■ Solange Calvo é [email protected]

A expectativa de vida da população continuará crescendo em razão do avanço da medicina, cada vez mais apoiada em tecnologias que permitem a realização

de pesquisas mais assertivas, desenvolvimento de novas drogas etc. Iniciativas que geram mais saúde e também sinalizam um planeta perigosamente muito populoso. Como garantir o bem-estar dessa massa crítica populacional, da natureza e o adequado equilíbrio entre as partes?

-EDITORIAL | SOLANGE CALVO

Atuação efetiva dos governos, em todo o mundo, é imprescindível. E não menos importante, a tecnologia da informação (TI). E o ideal: a junção desses dois polos. Por meio da TI, será mais fácil reeditar o mundo e torná-lo mais inteligente, visto que não poderemos infl ar o globo terrestre para ampliarmos suas riquezas e bens vitais como a água. A TI possibilita que empresas e governos viabilizem projetos nos mais variados setores da economia em prol do crescimento social sustentável.

A reportagem de capa desta edição mostra isso e apresenta como a tecnologia da informação é capaz de encurtar o caminho para a construção de um mundo melhor. Muitas ações já foram tomadas nesse sentido e estão se espalhando, gerando exemplos bem-sucedidos em que a TI protagoniza projetos que unem inteligência, criatividade e responsabilidade. Para isso, todos terão de buscar excelência em gestão de olho no futuro.

Nesse sentido, o Brasil terá grandes oportunidades para redesenhar suas cidades, injetar TI em suas veias e revitalizá-las, especialmente para receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 que irá sediar. A demanda será frenética e os desafi os

impulsionarão projetos e edifi carão a inovação. De acordo com a consultoria IDC, neste ano, os investimentos em tecnologia no mundo para o desenvolvimento de cidades inteligentes devem totalizar 34 bilhões de dólares e em 2014, 57 bilhões de dólares. Roda mundo, roda gigante, teremos de reinventá-lo.

É uma gama infi ndável de recursos. Business Intelligence (BI), Business Analytics (BA), tecnologias móveis, centros de operações que monitoram as principais atividades de uma cidade, entre outros. Tudo para proporcionar mais segurança, evitar ou se preparar melhor para vencer acidentes naturais, aprimorar o trânsito, economizar energia e água, gerenciar e reciclar o lixo e melhorar as condições de saúde e de educação da população.

Consultores acreditam que essa mobilização estará cada vez mais forte, à medida que aconteça a democratização da TI, que impulsiona o ensino, a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento de um mundo passado a limpo, ao menos em recursos tecnológicos. O futuro é agora, aproveite 2012 para colocar em prática ideias avançadas e sustentáveis. Confi ra tudo isso e muito mais em E se você pudesse mudar o mundo? Boa leitura!

PRESIDENTESilvia Bassi

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVOAdemar de Abreu

WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR

REDAÇÃOPUBLISHERSilvia Bassi

[email protected]

DIRETORA DE REDAÇÃOCristina De Luca

[email protected]

Solange [email protected]

EDITORA-ASSISTENTEEdileuza Soares

[email protected]

REPÓRTERDéborah Oliveira

[email protected]

ARTEGerson Martins, Ricardo Alves de Souza (designers)

e Juliano Chaves (produção gráfi ca)

EXECUTIVOS DE NEGÓCIOSIMPRESSOS

Luiz C. [email protected]

George [email protected]

ON-LINEWagner Kojo

[email protected] Dias Martins

[email protected] Gonçalves

[email protected] Rocha

rodrigo.rocha @nowdigital.com.brEVENTOS

Ellen [email protected]

REPRESENTAÇÃO NÃO TI WA Representações

[email protected]

MARKETING E AUDIÊNCIASUPERVISORA DE MARKETING E AUDIÊNCIA

Carolina [email protected]

CENTRAL DE ATENDIMENTOPara assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exempla-res ou compras avulsas: 11 – 3049-2039 - Grande São Paulo - 0800-7710

029 demais regiões, e-mail: [email protected] O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00

PublicidadePara anunciar na Computerworld impressa, nos nossos sites e discutir a

criação de uma estratégia de marketing para seu produto ou serviço, ligue para (11) 3049-2079 ou envie um e-mail: [email protected]

Redação Computerworld: Tel.: (11) 3049-2000Na internet

Acesse o site Computerworld: www.computerworld.com.br

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licença exclusiva da marca no Brasil.

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O mundo reeditado

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www.computerworld.com.br

OPINIÃO | WIllIaN BergamO

n Willian Bergamo é gerente de consultoria da Certisign

Comitê Gestor da ICP-Brasil

decidiu seguir o movimento

internacional, para atualizar

padrões de algoritmos

criptográficos utilizados

Desde sua instituição, em 2001, a ICP-Brasil tem ganhado notoriedade. Hoje, conta com volume mensal

acima de 100 mil certificados digitais emitidos e um total que ultrapassa os 3 bilhões, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). E isso se deve à disseminação do conhecimento sobre a tecnologia e a possibilidade do uso do certificado digital nos mais variados segmentos do mercado brasileiro, inclusive nas principais esferas de governo.

Sob o ponto de vista tecnológico, uma infraestrutura de chaves públicas, como a ICP-Brasil, beneficia-se da segurança dos inúmeros algoritmos criptográficos – procedimentos matemáticos – gerados em suas resoluções e documentos normativos. No entanto, é importante que esses padrões sejam revistos frequentemente com o objetivo de garantir ainda mais segurança a essa infraestrutura de chaves públicas.

O Comitê Gestor da ICP-Brasil decidiu então seguir um movimento internacional, e atualizar os padrões de algorítmos criptográficos utilizados. E, por meio da Resolução 65, publicada em Junho de 2009, o Comitê Gestor da ICP-Brasil, aprovou a versão 2.0 do documento contendo os novos padrões e algoritmos criptográficos.

Segundo o documento, as chaves assimétricas para o algoritmo RSA a serem utilizadas pelas Autoridades Certificadoras passarão a ser de 4096 bits em vez dos 2048 bits atuais. Já as assinaturas digitais irão acontecer utilizando o novo SHA-512 em vez do SHA-1, utilizado atualmente. Para os titulares dos certificados digitais, também estão previstas mudanças e, nesse caso, serão

geradas chaves assimétricas para o algoritmo RSA de 2048 bits, no lugar dos 1024 bits atuais.

Com isso, a partir de 1º de janeiro de 2012, nenhuma autoridade certificadora credenciada pelo ITI poderá emitir certificados digitais utilizando os padrões criptográficos anteriores e a cadeia de certificação antiga. No entanto, os certificados digitais emitidos antes dessa atualização serão válidos até atingirem a data de expiração, o que não torna necessária a substituição até o vencimento.

Diversos pontos deverão ser avaliados em decorrência da operação dessa nova cadeia de certificação. O primeiro está relacionado aos hardwares criptográficos utilizados hoje para armazenar as chaves privadas e o certificado digital dos titulares. Diversos modelos de tokens criptográficos, SmartCards e até HSMs não estão preparados para gerar e armazenar chaves assimétricas de 2048 bits, sendo necessária a sua substituição no momento da renovação do certificado digital do titular.

Quando for solicitar um novo certificado digital, se for o caso, o usuário deve também verificar se o hardware criptográfico, que é utilizado para a geração e o armazenamento da nova chave privada e do certificado digital, está em conformidade com o novo padrão criptográfico adotado pela ICP-Brasil. Alguns fabricantes de smartcards, por exemplo, já inserem uma identificação visual nos cartões para alertar sobre essa compatibilidade.

Por isso, avaliar a compatibilidade das diversas aplicações existentes para assinatura digital dos diversos documentos eletrônicos com esse novo padrão criptográfico é fundamental para garantir que nenhum processo de negócio seja interrompido inesperadamente. n

mudanças em 2012Certificações:

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AndreAlmeidaDC: Não, é mais um item em um plano de recuperação de desastres. RT @itboardbr: #cloud #virtualização Cloud é a evolução da virtualização?

olavosoares_br: Poucos dão atenção à isso! RT @itboardbr: #BAO #BI Trabalhar com informações preditivas é a chave para tomar decisões à frente da concorrência

lauro_dias: Eis um ponto em que todas as empresas deveriam trabalhar. RT @itboardbr: #gestão o desafi o de manter a equipe motivada

Euripedesfraga: #Curti o artigo, confi ram: #gestão Esqueça o que você achava que sabia sobre gerenciamento de projetos bit.ly/vVSZRw

@brunobezerra Quando o assunto é #smartercities Brasil é destaque em ranking de Cidades Digitais na América Latina

lucianokassen: @itboardbr é importante enxergar longe para mitigar riscos e traçar um caminho “mais tranquilo” com BI

blogdoimamura: Basta as pessoas começarem a utilizar... RT @itboardbr: #cidadesinteligentes Tecnologia é capaz de tornar a cidade sustentável

CarlosABarbosa: Concordo! RT @itboardbr: #segurança melhor do que proibir o uso de #redes sociais no trabalho é orientar sobre a utilização correta

ibmbrasil Cesar Taurion, executivo da IBM, revela os mitos e as verdades da plataforma de Cloud Computing bit.ly/ssWx7D

®

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A proximidade dos megaeventos esportivos como Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 tem movimentado o mercado nacional, especialmente em relação à adoção de tecnologias que auxiliem no aprimoramento de diversas áreas como transporte, saneamento e segurança, que tornam a vida do cidadão melhor e a administração do governo inteligente. No ITBoard, cidades inteligentes aparecem como alternativa para proporcionar uma vida melhor, especialmente nas metrópoles. Confi ra!

Cidades inteligentes ganham destaque no ITBoardOs recentes tweets abordam os mais variados temas como social business, virtualização, Business Intelligence e segurança, mas cidades inteligentes foi o campeão de audiência. Eles apontam para o entendimento de que a tecnologia pode promover a sustentabilidade e transformar os centros urbanos. Participe do debate. Siga-nos!

@itboardbr Os melhores tweets de tecnologia da informação e comunicação

IBMRegionais Conheça, assista, quais mudanças fazem uma cidade mais inteligente ow.ly/7BJOY #SmarterCitiesRio #smartcities

IBM_IM_BR Data mining e análise estatística: similares ou totalmente diferentes? ow.ly/5ZR39

Participe das conversas acessando itboard.com.br e siga-nos no twitter @itboardbr

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interessa. Marcam data para retirar e não aparecem. Já é a terceira. Quando desistimos, somos antiecológicos e agimos errado. Acredito que falta seriedade de quem recolhe e processa lixo eletrônico/equipamentos para reciclagem.

Leitor: Sil NogueiraReportagem: Maioria das empresas não recicla PCs, diz estudo

A invasão dos robôsNa minha visão, passamos por vários processos de evolução e um deles será quando as máquinas fi zerem todos os serviços que os humanos fariam. Quando isso acontecer, o sistema capitalista entrará em crise e cairá, dando lugar a uma nova geração. A geração de pessoas que não precisam mais ser obrigadas a trabalhar para se sustentar, pois um robô fará o serviço. Quando a humanidade chegar nesse estágio, as pessoas vão fazer o que gostam e não mais se

Cuidado com SLAs para cloudSugiro um profi ssional que já operou em sistemas de transmissão de dados, e um cientista da área em profundidade. Conheço esse profi ssional. Quando o problema foi estabelecido quanto à transmissão de 100%, ele se dedicou à busca de uma solução e a alcançou em três anos, dando a possibilidade de um avanço signifi cativo sem perda de dados e com segurança próxima a 100% também. Somente aumentando o risco pela fragilidade do ser humano que mantém o sistema.

Leitor: Heber ZenunReportagem: SLAs: todo o cuidado é pouco em computação em nuvem. Será?

Reciclagem de PCJuro que eu estou tentando doar todo o equipamento ocioso (o que inclui duas impressoras matriciais funcionando), mas ninguém retira! Ninguém se

ENVIE SEU E-MAIL PARA [email protected]@O ponto de encontro dos leitores da COMPUTERWORLD

FEEDBACK

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Quatro previsões em segurança da informação para 2012O ano está chegando ao fi m, mas as ameaças de segurança não mostram sinal de cessar. Para que companhias possam se preparar no quesito proteção de dados em 2012, Steve Durbin, vice-presidente de Vendas e Marketing da instituição de segurança Information Security Forum (ISF), lista quatro principais pontos de atenção sobre o tema.

Consumerização de TI – A primeira tendência é o rápido crescimento da consumerização de TI [no qual funcionários levam para o trabalho dispositivos móveis pessoais que acessam a rede corporativa]. Esse fenômeno fez com que a área de segurança se desdobrasse para lidar com o gerenciamento e a proteção de dados que são armazenados na empresa e nos equipamentos pessoais.

“Essa onda vai levar a falhas no cumprimento legal e na divulgação de informações de negócios”, afirma Durbin. De acordo com ele, mesmo que as organizações estejam cientes

desse risco, “vamos ver problemas relacionados à consumerização nos próximos 12 meses”.

Aumento de incidentes de hacking – Não surpreendentemente, Durbin aponta que as perdas de informação deverão continuar no âmbito corporativo e pessoal, impulsionadas por ataques de hackers. “É por isso que os compromissos de organizações para evitar cenários como esses vão se manter, a exemplo da Sony que teve a rede invadida recentemente”, afi rma.

“Não acho que algumas empresas estão levando essas ameaças a sério, porque ainda há tanto espaço para que os dados sejam roubados, que nós vamos ver algumas brechas grandes e hacks vão impactar na reputação empresarial e na confi ança do consumidor.”

Proteção na nuvem – O aumento dos custos que estão associados à oferta de cloud computing e os ataques externos na nuvem vão sofrer incremento, de acordo com Durbin.

“Enquanto um número signifi cativo de

organizações está implementando estratégias para a segurança na nuvem e para estar em linha com a conformidade, ainda temos um caminho a percorrer em determinadas áreas, principalmente porque muitas empresas ainda não sabem onde há uma cloud implementada em seus negócios”, afi rma .

Perda de dados – As pessoas estão cada vez mais fazendo uso da tecnologia como smartphones e tablets, aponta o especialista em segurança. Segundo ele, esse quadro aumenta a perda de equipamentos e de informações valiosas. Além disso, a distribuição de malware conduzirá o aumento do risco de perda de informações comerciais e de fraude.

Durbin acrescenta que todos os desafi os apontados acima poderiam ser ultrapassados se as empresas aumentarem a conscientização do usuário e da segurança. “Tentamos colocar essa ideia em prática para que os profi ssionais entendam os riscos e continuem a executar suas atividades sem problemas”, fi naliza.

sujeitar a uma profi ssão por causa de dinheiro.... você então vai começar a se dedicar a algo mais interessante como pesquisa científi ca, astronomia, artes plásticas .... qualquer outra coisa que hoje você tem vontade de se dedicar... Qdo chegarmos nessa fase, os livros de história vão falar de uma época antiga, em que as pessoas tinham de trabalhar para viver.

Leitor: A. CardosoReportagem: Robôs podem substituir profi ssionais e afetar economia

BI a um cliqueGostei da matéria! Usamos uma solução própria de BI e integramos com uma outra plataforma para o envio de SMS para nossos vendedores. Economizamos e ganhamos agilidade!

Leitor: CristianoReportagem: BI salta para dispositivos móveis e acelera negócios

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O que vem pOr aímobile World Congress 2012 – 27 de fevereiro a 1o de março, em Barcelona. Celulares ganharam novas funções e agora realizam pagamentos, acessam mídias sociais, entre outros. A tecnologia móvel também está nos carros e eletrodomésticos. Esses temas serão discutidos no evento.

CIO Global Summit – 15 de março, em Curitiba. Encontro, realizado pelo Now!Digital Business, reúne CIOs com o objetivo de debater temas da atualidade, ajudando os executivos de TI a incrementar suas habilidades e tornar mais forte a rede de relacionamento com seus pares e grandes fornecedores de TI.

O ESSENCIAL & MAIS

paginaPrimeira

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10

Apdata disputa mercado externo com software de RH

gESTãO

A umentar presença no mercado internacional

é o novo alvo da Apdata, produtora nacional de software para gestão de pessoas. A companhia busca expansão da operação nos Estados Unidos e planeja para 2012 entrada na Europa e em outros países da América Latina. Apesar da crise econômica, a presidente da companhia Luiza Nizoli, acha que vale o esforço para atender aos clientes globais.

Com 26 anos de atuação no mercado brasileiro, a Apdata é especializada no fornecimento de software para RH em grandes e médias empresas. Seu produto é o Global Antares, que processa folha de pagamento, faz controle de

espanhol) para se tornar uma solução mundial. Ela garante que a tecnologia está pronta para se adaptar a qualquer empresa e atender às diversas leis, como as trabalhistas que sofrem alterações de acordo com cada país.

“Como a legislação trabalhista do Brasil é muito complexa, ir para fora é

mais fácil. Estamos preparados para atuar em qualquer outro país”, diz a executiva. Ela constata que muitas multinacionais de software de RH têm dificuldade para tropicalizar suas soluções para o mercado local por causa da particularidade das leis do Brasil.

Com a experiência adquirida no Brasil, a companhia

desembarcou em 2008 nos Estados Unidos, com abertura de uma filial. Lá, conquistou em 2009 o primeiro cliente que é a Optma Services of Orlando LLC, prestadora de serviços de mão de obra para terceiros, com mais de 700 funcionários.

Por meio do escritório norte-americano, a Apdata entrou em Angola e fechou contrato com a rede de supermercados NossoSuper, sediada em Luanda. O varejista está rodando o sistema Global Antares.

Luiza anuncia que um novo contrato está em fase de finalização nos EUA para uso da aplicação de ponto eletrônico. Para 2012, ela informa que está nos planos da companhia a entrada na Espanha e no México. Com a expansão, a Apdata estima faturar no próximo ano 35 milhões de reais, com crescimento de cerca de 35% sobre 2011. n

ponto, seleção e treinamento de pessoal, entre outras atividades. Presente em 400 clientes, a tecnologia tem integração com os pacotes de ERP como os da Oracle e SAP.

Luiza conta que o Global Antares vem sendo aprimorado desde 2008, quando passou a ser desenvolvido em três idiomas (português, inglês e

divulg

ação

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11

ESTRATÉgIA

A empresa portuguesa Alert traz uma curiosidade

competitiva em sua formação. Desenvolvedora de sistemas de gestão na área de saúde, foi fundada por Jorge Guimarães, que ao conquistar o Prêmio Bial em 1998, o maior da Europa concedido a médicos, direcionou os 75 mil euros arrebatados à criação da Alert, em 1999.

Desde então, o executivo vem dosando na estratégia um mix de medicina e tecnologia que tem sido o principal diferencial. Assim, o desenho da solução Alert abriga muito além de recursos modernos como facilidades de toutch screen e de inteligência analítica (BI), campos sob medida do dia a dia de médicos e paramédicos, que facilitam a rápida inserção de dados e, consequentemente, a aceitação da tecnologia.

Situada no edifício sede na Cidade do Porto, Vila Nova de Gaia, em Portugal, a Alert tem fi liais na Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Cingapura, Estados Unidos, México e Brasil, com escritórios em Minas Gerais e Rio de janeiro.

Em solo nacional, a solução está sendo usada em grandes projetos, de cerca de 60 instituições, entre elas o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a Fundação Oswaldo Cruz (Fio Cruz), no Rio de Janeiro, e a Secretaria do Estado de Minas Gerais. Neste último, permite monitorar as atividades dos hospitais da rede estadual e

os pontos de urgência.Guimarães criou um time

composto por psicólogos e pedagogos para realizar treinamento e acompanhar os usuários na fase de implementação do Alert nos hospitais.

Eles são recrutados por projetos e capacitados em todas as funcionalidades do produto. A equipe usa uniforme branco [com identifi cação Alert], e ajuda os usuários na inserção ou na captura dos dados. No Brasil, em 2008, foram recrutados mais de cem profi ssionais para atuar em projetos em todo o País.

Mais um ponto competitivo é trabalhar com profi ssionais que reúnam conhecimentos de TI e de medicina. Tiago Taveira Gomes, estudante do último ano de medicina da Universidade do Porto e funcionário da empresa, é um deles. “Gosto muito de TI. Procurei a Alert e apresentei alguns programas que

Alert quer expandir no Brasilcom diferenciais em saúde

CURTASASn Estudo realizado pela New

Age Software, especializada em sistemas de gestão empresarial, com o Instituto Brasileiro de Supply Chain (Inbrasc), aponta que 86% das 173 organizações de médio e grande portes entrevistadas no País não têm tecnologias de gestão de compras corporativas que atendam às necessidades da área.

n Mesmo cientes da obrigação de controle sobre a contratação de serviço que, na maioria das vezes, envolve outros setores da empresa, 63% afi rmaram que não possuem ferramentas ou processos para gerir todo o ciclo de vida de uma contratação e gerar indicadores de performance.

n Cerca de 75% dos entrevistados disseram que pretendem investir em 2012 em soluções para gerenciamento de compras e contratações. “As empresas estão percebendo o valor de uma solução de gestão que englobe diferentes áreas, em especial a de compras”, afi rma Marcelo Lombardo, diretor de Desenvolvimento de Negócios da New Age Software.

n Segundo Lombardo, no setor de Compras, a maioria das empresas usa planilhas para realizar o controle, aumentando a probabilidade de falhas.

havia desenvolvido e o Jorge convidou-me para comandar o projeto Alert Student.”

Trata-se de um portal, de acesso e uso gratuito, para estudantes de medicina que desejam aprimorar seus estudos e trocar informações sobre diversos temas do curso. “O seu maior objetivo é auxiliar na gestão do estudo”, diz.

“Mais de 5 mil universidades de todo o mundo estão associadas ao projeto. A Universidade do Porto, em Portugal, e a Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia, em Vitória, no Brasil, usam a ferramenta gratuitamente”, aponta.

Outro pulo do gato é o Network Operation Center (NOC), criado para monitorar remotamente a performance do sistema do cliente. “É muito importante porque a maioria dos hospitais não tem TI que funcione 24 horas. Assim, poderemos ajudá-los em qualquer emergência tecnológica”, relata o presidente da Alert.

No momento, a empresa trabalha na construção de uma base de conhecimento personalizada. “A ideia é poder possibilitar ao médico armazenar seus apontamentos, e artigos de interesse e acessá-los para facilitar a formação de diagnósticos entre outras ações, diz o presidente da Alert. “Atualização é estratégica. Continuaremos a construir diferenciais”, avisa. n

divulg

ação

Page 12: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

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12 PRIMEIRA PágINA

Amazon promete acelerar cloud no BrasilNEgóCIOS

A chegada da Amazon Web Services (AWS), empresa

de infraestrutura de TI, pertencente ao gigante de e-commerce norte-americano Amazon, ao Brasil, promete acelerar a popularização de cloud compunting em solo nacional.

Os serviços da AWS estão disponíveis no mercado brasileiro desde 15 de dezembro, quando a companhia lançou oficialmente operação no País, conforme a revista COMPUTERWORLD já havia antecipado. A empresa vai atuar aqui com o mesmo modelo praticado em outros países. O Brasil é a sua porta de entrada na América do Sul, a oitava região geográfica do mundo a contar com a plataforma global de computação em nuvem.

O vice-presidente mundial da Amazon Web Services, Andy Jassy, deu sinais de que dará trabalho aos concorrentes locais como Alog, Locaweb, Hostlocation, UOL Diveo. “Nosso foco é baixar preços para nossos clientes”, anunciou.

Para Gilberto Mautner, presidente da Locaweb, a chegada da AWS ao Brasil não traz nenhum impacto para sua operação. “Os preços deles são o dobro dos nossos e não acho que são nossos concorrentes”, acredita o executivo.

Ao comparar as ofertas de cloud da Amazon, ele afirma que a nova prestadora de serviços está entrando no País com pacotes distantes da realidade das pequenas empresas e startups. Mautner

dá o exemplo da contratação de um servidor de 2 GB de memória, com espaço de 50 giga para armazenamento com backup, que na Locaweb sai por 199 reais e na AWS por 360 reais, sem suporte técnico 24 horas em português.

Na opinião de Victor Arnaud, diretor de Marketing da Alog, o aumento da concorrência faz parte e é saudável a chegada da AWS. “A vinda deles mostra o potencial do Brasil para gerar negócios e deverá estimular outras empresas a fazer o mesmo”, avalia o executivo.

Arnaud destaca que a companhia está em fase de negociação com parceiros internacionais para atuarem aqui e o executivo acredita que a chegada da AWS pode acelerar esse processo.

Jassy ainda alfinetou os competidores de cloud privada, dizendo que eles defendem esse modelo com argumentos de que é mais seguro porque estão mais preocupados com

lucro. “Daqui a dez ou 20 anos, poucas companhias terão data centers próprios”, profetizou.

A Amazon vai operar no Brasil com dois data centers, em locais diferentes em São Paulo. Jassy não revelou a localização nem se o espaço utilizado é empreendimento próprio ou de terceiros. Entretanto, fontes do mercado garantem que a companhia contratou infraestutura de provedores nacionais. Eles argumentam não haver nenhuma construção nova de data center em São Paulo e que é difícil erguer obras físicas em segredo.

Rumores dão conta de que os possíveis data centers utilizados pela AWS são os da Tivit, em São Paulo, e o do grupo mineiro Algar, localizado na cidade de Campinas, no interior paulista. Nenhuma dessas empresas comenta o assunto. A Amazon também não revelou investimentos para o Brasil.

A Amazon reconheceu que estar presente no Brasil faz a diferença para a operação. Jassy comentou que muitas empresas locais exigem que seus dados sejam processados no Brasil por causa de dois fatores. Um é exigência da legislação local que não permite que informações sensíveis sejam armazenadas fora do território nacional. O outro motivo é cultural.

Por meio dos dois data centers de São Paulo, a AWS vai atender a toda a América do Sul com a entrega de mais de 20 serviços diferentes, incluindo a contratação de

servidores, storage, banco de dados e software. Entre as ofertas estão os pacotes Amazon Elastic Compute Cloud (Amazon EC2); Amazon Simple Storage Service (Amazon S3) e Amazon Relational Database Service (Amazon RDS).

Um dos planos da companhia é criar uma oferta de serviços para atender aos órgãos públicos. “Essa é a primeira região em que temos cloud dedicada a governos. Podemos ajudar os governos a poupar com aplicativos em nuven”, acredita Jassy.

A operação da AWS no Brasil e América Latina será comandada por José Nilo Cruz Martins, ex-diretor de vendas da Google, que passou pela Sun, antes da compra pela Oracle, e também atuou na Promon Tecnologia.

Nessa primeira fase, fazem parte da cadeia de entrega dos serviços de cloud da AWS empresas multinacionais e nacionais como Avanxo, Accenture, Ci&T, Concrete Solutions, Deloitte, Dedalus Prime, Dextra, Infor, Genexus, Globant, MPL, Lumis, Oracle, Summa, e UpToDate Consuting.

“Estamos começando a trabalhar com a Amazon no Brasil e queremos ir com eles para outros mercados da América do Sul e onde quer que eles estejam”, afirma, Robert Faricy, vice-presidente da Infor para a América Latina. A empresa lançou no País sua oferta global de soluções de gestão de negócios em nuvem em parceria com a AWS. n

Andy Jassy, vice-presidente mundial da Amazon Web Services (AWS)

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14

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mercado

Idc e Gartner estimam ainda que aquecimento do mercado interno reduzirá impactos da crise mundial

edIleuza soares

M esmo com a crise mundial e a desaceleração da economia nos Estados Unidos, o mercado brasileiro de Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC) continuará vivenciando crescimento em 2012. Analistas preveem que o segmento no País registrará taxa de aumento acima de dois dígitos, com projeções entre 10% e 13%.

Esse índice está bem acima da taxa

Anderson Figueiredo, analista da IDC

TIc do Brasil deverá cresceracima de 10%

em 2012de incremento estimada para o Brasil em 2012. Projeções de economistas e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) são de que o Produto Interno Bruto do País para o próximo ano ficará em torno de 3%. Já o PIB industrial está previsto em 2,3%.

Pelas análises do instituto de pesquisas Gartner, mercados emergentes de TI como 0 Brasil crescerão em 2012 acima da média

global, estimada em 4,6%. O setor de TI no País registrará elevação de mais que o dobro, podendo alcançar taxas acima de 10% no próximo ano. Os investimentos na área para 2012 estão previstos em 143,8 bilhões de dólares.

Até 2015, a consultoria projeta que o mercado brasileiro de TI experimentará taxa de crescimento anual de 9,9%. As companhias da América Latina vão investir 384 bilhões de dólares em TI até 2015, segundo o Gartner. O Brasil responderá por mais de 40% dos negócios.

Entre as tecnologias que vão levar a maior parte dos orçamentos dos CIOs em 2012 estão soluções para cloud computing, mobilidade, redes sociais e gerenciamento de Big Data.

Na avaliação de Peter Sondergaard, vice-presidente mundial do Gartner, o Brasil não deverá ser tão afetado pela crise financeira mundial. Ele destaca que o País tem consumo interno aquecido e mercado diversificado de exportação.

Sondergaard lembra da crise de 2008, quando o Brasil conseguiu se sair bem. Ele observa que as organizações brasileiras abraçaram a recessão global como uma oportunidade e buscaram a tecnologia

Nossa tecnologia da informação é quase que totalmente dependente do mercado interno, que está bastante aquecido

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mercado

Menos entusiasmo na AbineeEmpresários da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

(Abinee) demonstram menos entusiasmo com as previsões dos analistas para o mercado de TIC para 2012.

O setor estima para o próximo ano receita de 152,5 bilhões de reais, com aumento de 13%, mas segundo a Abinee atingir essa meta depende de ações do governo. “O cenário é de incertezas por causa dos rumos da economia do País e da crise internacional”, diz o presidente da entidade, Humberto Barbato.

A indústria � cou desapontada com os resultados do setor em 2011, quando havia previsão de crescimento de 13% e o balanço � nal foi faturamento de 134 bilhões de reais, com aumento de 8% comparado com os resultados de 2010. Um dos fatores que contribuíram para a queda, segundo Barbato, foi a política cambial, que mantém o real supervalorizado frente ao dólar, impactando principalmente as exportações.

“Essa situação tem provocado perda de competitividade do setor eletroeletrônico, tanto no mercado externo quanto no interno”, reclama Barbato. Ele aponta o aumento do dé� cit do setor, que em 2011 atingiu 32 bilhões de dólares, 18% acima do ano anterior, resultado das importações que alcançaram 40 bilhões de dólares, enquanto as exportações não chegaram aos 8 bilhões de dólares.

Um dos exemplos disso é a importação de celulares que aumentou 111%

no primeiro semestre de 2011, preocupando as fabricantes nacionais. As compras de terminais produzidos fora do País movimentaram 490 milhões de dólares no primeiro semestre, ante 232 milhões de dólares no mesmo período em 2010.

“Não estamos conseguindo colocar os nossos produtos no quintal [na América Latina] por causa da desindustrialização”, a� rma Barbato, que espera que o governo adote medidas de incentivo para os que produzem aqui, com revisões do Processo Produtivo Básico (PPB).

Em encontro com os empresários em dezembro, em São Paulo, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, garantiu que o governo federal está alinhavando um programa para preservar a indústria nacional. Ele anunciou que as mesmas exigências de nacionalização da lei de incentivos dos tablets podem ser estendidas para os celulares, notebooks e PCs.

“Vamos aprofundar as exigências de PPB e aumentar as exigências de conteúdo local em todas as cadeias estratégicas”, disse Mercadante, informando que iniciativas similares as que estão sendo implementadas no setor automobilístico podem ser levadas a área de TIC.

No setor automotivo, o governo brasileiro está exigindo um índice de 65% de nacionalização dos automóveis montados no Brasil. O ministro a� rma que na China essa porcentagem chega a 90%.

Projeções da indústria elétrica e eletrônica – Ano 2012

VALORES

FATURAMENTO (R$ MILHÕES)

FATURAMENTO (US$ MILHÕES)

EXPORTAÇÕES (US$ MILHÕES)

IMPORTAÇÕES (US$ MILHÕES)

SALDO NEGATIVO (US$ MILHÕES)

Nº EMPREGADOS (MIL)

2010

124.040

70.497

7.750

35.250

-27.500

175

Para 2012, a previsão é de que o faturamento da indústria eletroeletrônica cresça 13% em relação a 2011, atingindo cerca de r$ 152 bilhões. o mercado interno continuará sendo o principal alvo das empresas no próximo ano, uma vez que a guerra cambial deve permanecer por algum tempo.

Fonte: abinee

2011

134.904

80.883

7.880

40.093

-32.213

183

2012

152.534

82.264

8.275

46.100

-37.825

186

2012 x 2011

13%

2%

5%

15%

17%

2%

2009

123.100

56.062

7.486

24.947

-17.462

159,8

Abaixo da previsão Acima da previsão

como um fator decisivo, o que ajudou o País a se recuperar rapidamente na demanda e crescimento de TI. “Os CIOs brasileiros têm a oportunidade de se tornarem líderes mundiais na adoção de TI”, avalia.

Assim como o Gartner, a consultoria IDC acredita que as perspectivas são boas para o mercado brasileiro de TI em 2012. Os números e as metodologias de ambas são diferentes, mas as taxas de crescimento previstas estão nos mesmos patamares.

Pelas análises da IDC, o setor de TI

deverá movimentar 81,1 bilhões de reais em 2012, com crescimento projetado de 11,6% sobre os 72,6 bilhões de reais estimados para 2011, uma vez que o balanço ainda não está fechado.

Anderson Figueiredo, gerente de Pesquisas da IDC Brasil, acredita que a divisão da pizza dos investimentos em 2012 não deverá sofrer muita variação em comparação com 2011. De acordo com a consultoria, em 2011, os negócios com hardware deverão representar a maior

parcela dos gastos, respondendo por 54,5% da receita total do setor.

Software contribuirá com 13,5% e os 33 restantes serão gastos com serviços, área que vem crescendo nas companhias que estão recorrendo mais ao modelo de outsourcing.

O setor fi nanceiro deverá manter-se à frente dos investimentos de TI no Brasil em 2012. Mas o analista da IDC aponta outros segmentos da economia que vão aumentar as compras. Um

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deles é o de telecomunicações, que enfrenta a concorrência acirrada e vai contratar mais tecnologia. As verticais de manufatura, serviços, saúde, educação e turismo prometem gerar bons pedidos para a indústria no próximo ano.

O analista da IDC avalia que o setor de TI do Brasil continuará em alta nos próximos dois anos pelas condições favoráveis do País. “Nossa TI é quase que totalmente dependente do mercado interno, que está bastante aquecido”, diz Figueiredo. Como as exportações ainda têm peso pequeno nesse negócio, ele acha que a desaceleração da economia na Europa e EUA impacta menos no País.

Figueiredo constata uma demanda reprimida no mercado brasileiro, citando como exemplo o consumidor final, que está mudando de classe e comprando mais tecnologia. O crescimento da economia local também fez com que as pequenas e médias empresas (PMEs) buscassem mais soluções tecnológicas para melhorar a gestão de suas operações, gerando mais pedidos para as indústrias de TI.

Declínio das vendas de PCsApesar dos ventos favoráveis, o mercado de TI no Brasil cresceu menos em 2011, comparado com 2010. O aumento de 11,6% de receita ficou bem abaixo dos 20% registrados no ano anterior, segundo informa o analista da IDC.

Para Figueiredo, a queda não pode ser considerada um fator negativo. O declínio tem mais a ver com a estabilização do setor, que ficou estagnado em 2009 e conseguiu se revitalizar em 2010, atingindo expansão recorde.

Esse efeito foi visível no mercado de PCs que fechou 2011 com a venda de 15,3 milhões de unidades, 9% mais que os 14 milhões de computadores reportados em 2010, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O aumento ficou bem abaixo dos 17% registrados no exercício anterior, gerando descontentamento na indústria que esperava desempenho melhor dos negócios.

Pelos dados da Abinee, com exceção de

2009, quando o mercado brasileiro de PC fechou com o mesmo volume de vendas de 2008, o aumento de 9% registrado em 2011 foi o menor desde 2004.

Na avaliação de Hugo Valério, diretor de Informática da Abinee, a retração do mercado de PC no Brasil em 2011 pode ser atribuída à soma de alguns fatores. Um deles é o efeito cambial que acabou impactando no volume de vendas. As mudanças tecnológicas e o interesse dos consumidores pelos tablets também contribuíram para redução da demanda.

De acordo com a pesquisa, do total de computadores vendidos no Brasil neste ano, 9 milhões foram de notebooks e os 6,2 milhões de desktops. A Abinee não contabilizou nesses números a comercialização de tablets, em razão da maior parte desses portáteis ofertados no mercado local ter entrado no País via importação.

Desse total, 74% das vendas foram de equipamentos legalizados e 26% adquiridos no mercado cinza. Segundo a entidade, a comercialização de máquinas no mercado paralelo subiu 2% em 2010, quando as vendas oficiais representaram 76% das entregas de computadores no Brasil.

Com base nos resultados de 2001, as previsões da indústria de PC para 2012 não são muito otimistas. A taxa de

crescimento projetada pela Abinee é de 9% com a venda de 16,7 milhões de máquinas.

Otimismo com cautela O CEO da Itautec, Mário Anseloni, comenta que sentiu um recuo dos negócios em 2011 e espera que o ano de 2012 seja melhor. Ele afirma que a fabricante avançou no seu plano de reestruturação, traçado há um ano e meio para fortalecer a operação no mercado local e externo, mas que o balanço não foi tão positivo como em 2010.

Nos nove primeiros meses de 2011, o faturamento da Itautec foi de 1,07 bilhão de reais, inferior em 6,9% em relação ao mesmo período de 2010. Anseloni justificou que a queda foi devido a uma redução nos pedidos dos bancos, que, segundo ele, ficaram mais temerosos e compraram menos ATMs. Os governos também contrataram menos tecnologia, de acordo com o executivo.

“Em 2010, a economia estava mais ativa e em 2011 percebemos redução dos investimentos por causa do cenário menos favorável. Nossa expectativa é que o mercado reaqueça em 2012”, afirma o presidente da Itautec, que assumiu o cargo, após deixar o comando da HP Brasil, há um ano e meio, com a missão de dar novo rumo para a fabricante nacional.

Uma das apostas da Itautec para 2012

Mario Anseloni, CEO da Itautec

Nossa expectativa é que o mercado

reaqueça em 2012. Governo

e bancos não compraram tanto

em 2011

Page 18: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

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mercado

é a conquista de uma fatia das vendas de tablets para o mercado corporativo. A empresa quer também aumentar a penetração no setor de consumo, segmento que a companhia ficou de fora por algum tempo e está voltando com investimentos, principalmente em notebooks, para cativar compradores da marca.

A NCR, concorrente da Itautec na venda de ATMs para bancos, não tem muito do que reclamar. “Esse mercado cresce entre 4% e 5% ao ano”, informa o presidente da companhia no País, Elias Silva, prometendo artilharia pesada em 2012 para fortalecer a filial da empresa norte-americana no Brasil.

Segundo o executivo, a NCR é número um no fornecimento de caixa eletrônico para bancos no mercado mundial, mas não conquistou ainda essa posição no Brasil nem na Colômbia. A meta da empresa é chegar ao primeiro lugar nesses mercados em três a cinco anos.

“Queremos ser os primeiros com rentabilidade”, afirma o presidente da NCR, que prevê que 2012 será tão bom para a companhia quanto 2011. “Estamos dobrando os negócios aqui e vamos continuar com a estratégia de oferecer máquinas 100% customizadas. Um equipamento que faço para o Itaú não é o mesmo entregue ao HSBC”, diz ele.

O modelo de entrega de produto sob medida é diferente de quando a companhia

chegou ao Brasil, com o fornecimento de soluções padronizadas, como acontece na Europa e Estados Unidos. A empresa investiu em fabricação local e pesquisa e conseguiu criar sua fórmula para agradar os compradores brasileiros. Em 2011, reforçou operação com um acordo com a Scopus, do grupo Bradesco, para aumentar a capacidade de produção em Manaus.

O clima também é otimista na Avaya. “Acreditamos no mercado brasileiro e temos uma agenda de crescimento para o País”, garante Nelson Campelo, que acaba de assumir o cargo de presidente da subsidiária local, com metas agressivas.

O executivo prevê uma decolagem no Brasil dos serviços de comunicação unificada. A companhia está investindo em ampliação do seu leque de produtos para que os clientes possam fazer uso maior dos recursos de colaboração, integrando equipes por qualquer tipo de dispositivo, independente e em rede.

“Estamos prevendo para 2012 crescimento de 15% para o nosso ano fiscal, que começou em outubro”, afirma Campelo, anunciando expansão geográfica para duas novas praças no próximo ano que são as filiais de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Apostas em serviço A Stefanini promete avançar nos mercados nacional e externo em 2012 com anúncio de investimentos de 300 milhões de reais para os próximos três anos. Metade desse capital ficará no Brasil, onde há disposição para aquisições.

Os novos investimentos são para sustentar o crescimento da companhia, que fechou 2011 com receita de 1,2 bilhão de reais, com aumento de 21% em comparação com o faturamento de 1 bilhão de reais movimentado em 2010. O Brasil respondeu por 60% dos negócios e o mercado internacional por 40%.

Para 2012, as metas da Stefanini são maiores. A empresa projeta ampliação de receita de 35% e espera encerrar o exercício com 1,6 bilhão de reais. A abertura de capital permanece nos planos da companhia, mas sem data definida para acontecer. O fundador Marco Stefanini acha que IPO é algo para 2015.

“O ano de 2011 foi de muito crescimento e não fomos impactados pela crise mundial”, comemora Stefanini. A prestadora de serviços de TI tem clientes em todos continentes, incluindo Europa e Estados Unidos onde a economia está em ritmo lento. n

Marco Stefanini, presidente da Stefanini

Empresa vai fazer aquisições no Brasil e planeja abertura de capital em 2015

10 tecnologias que deverão estar no orçamento dos CIOs brasileiros em 2012

1- Gerenciamento em TI2- cloud computing3- Tecnologias para mobilidade4- Virtualização5- Business Intelligence6- Infraestrutura7- Business Process management (BPm)8- aplicações orientadas a objetos (Soa)9- Sistemas de Gestão empresarial10- Telecomunicações

Page 19: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

OPINIÃOCloud e as mudanças nos perfi s profi ssionais

EXECUTIVE COACHNovos tempos exigem novas abordagens

NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA

Pág.

Pág.

Ferramentas sociais podem e devem ser usadas em negócios de qualquer natureza. Mas é nas empresas de varejo que já fazem a diferença

14

12

GESTÃOHabilidades do CIO de alto desempenho 10

Pág.

DEZ 2011 | JAN 2012 | NO 37CIO.COM.BRINTELIGÊNCIA

SOCIAL E COMPETITIVA

Page 20: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

Impressoras ECOSYS.Economia com respeito ao meio ambiente.

INFORME PUBLICITÁRIO

Além de muito mais fáceis de manusear, as

premiadas embalagens das impressoras

ECOSYS são 100% de papelão (material

biodegradável e reciclável). Infelizmente,

muitas marcas ainda usam o plástico e

o isopor, induzindo a complicações de

descarte e reciclagem.

O nome e o conceito ECOSYS vieram de três

palavras-chave:

ECOnomia – custos de impressão reduzidos,

baixo índice de manutenção, baixo custo

operacional e de aquisição.

ECOlogia – componentes de longa duração,

baixo consumo energético, redução de

resíduos e desperdícios.

SIStema – alta performance, maior segurança,

integração com redes e dispositivos móveis.

KYOCERA MITA Brazil – www.kyoceramita.com.br

KYOCERA MITA Corporation – www.kyoceramita.com

© KYOCERA MITA Corporation. KYOCERA MITA Brazil Ltda. 2011 KYOCERA MITA Corporation, ECOSYS e o logotipo KYOCERA são marcas registradas da KYOCERA.

• Prêmio da Associação Japonesa de Técnica de Embalagem.

• Prêmio World Star, concedido pela Organização

Mundial de Embalagem (à esq.).

Frascos de toner ECOSYS vs. cartuchos de toner tradicionais.

Práticas e ecológicas desde a embalagem.

A KYOCERA MITA BRAZILPor que ECOSYS?

Toda a montagem das máquinas ECOSYS é

feita nas fábricas da KYOCERA MITA, que são

reconhecidas pela norma ISO 14.001. Entre as

conquistas ambientais mais importantes da

da Alemanha (um dos países mais rigorosos no

quesito sustentabilidade), o Top 3 neste ano no

GreenBest (maior prêmio ambiental brasileiro)

e o prêmio de Melhor Linha de Impressoras

Monocromáticas de 2011 concedido pelo

BLI, laboratório referência mundial em testes

com equipamentos de escritório. A ECOSYS

também possui o selo Energy Star, o que

comprova sua capacidade de poupar energia

e reduzir as emissões de carbono.

Postura ambiental reconhecida.

Cilindros delonga duração.

Já foi o tempo em que adotar práticas sustentáveis

nas empresas era uma opção. Hoje, essa postura

é praticamente obrigatória para companhias que

querem crescer com responsabilidade e se manter

vivas no mercado. Pensando nisso, a KYOCERA MITA

criou as impressoras ECOSYS, com destaque para

o modelo colorido FS-C5250DN (foto), que traz

menos peças, baixa manutenção e componentes

muito mais duráveis, reduzindo custos de impressão

em até 30%, sem agredir a natureza. Con�ra.

Com a função de revelar

as imagens no papel, o cilindro

é uma das peças mais importantes

de uma impressora. Revestidos com

cerâmica, os cilindros KYOCERA MITA foram

inovados neste ano, �cando, em média, até 30 vezes

mais duráveis e resistentes que os cilindros de OPC

(fotocondutor orgânico). Isso praticamente elimina

a necessidade de sua troca durante a vida útil

da FS-C5250DN e dos demais equipamentos

ECOSYS, reduzindo custos, desperdícios e o tempo

de máquina inoperante. Capazes de imprimir até

200 mil páginas, os cilindros da FS-C5250DN

também funcionam em papel reciclado,

mantendo a qualidade das cores e a performance

do equipamento.

Muitas impressoras ainda operam com cartuchos

tradicionais, que trazem toner e cilindro juntos,

além de mais de 60 poluentes em sua composição.

Já na impressora colorida FS-C5250DN, bem

como em toda linha ECOSYS, os frascos de toner

têm poucos elementos e são totalmente separados

do cilindro – assim, quando o toner

acaba, substitui-se só o frasco de

toner, evitando gastos e desperdícios

com a troca integral do cartucho.

O frasco vazio ainda pode ser

encaminhado para o programa

de reciclagem da KYOCERA MITA BRAZIL,

contatando o Dealer Autorizado mais próximo.

É uma �lial da KYOCERA MITA Corporation,

companhia japonesa reconhecida em todo

o mundo como um dos maiores fabricantes

e fornecedores de soluções em documentos.

No Brasil, iniciou suas operações em 2005,

dispondo de estoque e estrutura completa nas

áreas de suporte técnico, vendas, marketing e

administração, com distribuição em todo o país.

Escolha do Ano pelo laboratório americano

BLI, na categoria Impressoras Coloridas

A4 para Médias Empresas.

FS-C5250DN Impressora Colorida Laser A4• Impressão em rede e USB.• Alta definição em imagens coloridas.• Frente e verso automático.• 28ppm* em cor e PB.

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gin

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Page 21: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

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Page 22: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

www.cio.com.br

4

A s mídias sociais chegaram, tomaram conta do universo pessoal e foram esgueirando-se pelo mundo

corporativo até atingir em cheio as estratégias das empresas. O potencial de propagação exponencial dessas redes chamou a atenção do marketing de organizações do mundo inteiro. Isso significa que as companhias ganharam importantes canais para novas oportunidades, mas também para novos riscos, afirma o professor de TI do MBA da Universidade de Pittsburgh, Brian Butler, especialista em redes sociais.

Segundo ele, as redes sociais nada mais são do que o velho modelo de comunicação chamado de “boca a boca”, que costumava ser em grande parte invisível, e que com elas passou a ser detectável e influenciável.

E vão muito mais além, na opinião de Sérgio Hart, CIO da L’Oréal Brasil. É importante entender como funciona o ciclo de uso das redes sociais. No início, tem de conquistar a confiança dos consumidores para ter fãs, depois torná-los defensores da marca e, por fim, compradores.

Empresas descobrem nas mídias sociais aditivo para suas estratégias de valorização da marca e relacionamento com o

consumidor. Varejo sai à frente na movimentação

gestão

Cindy WaxerCom e Solange Calvo

IntelIgêncIa socIal e

competItIva

Page 23: Computerworld 543 – E se você pudesse mudar o Mundo?

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ganhando adeptos e formando opinião, seja ela positiva ou negativa. Pura dinamite. “Por isso, a empresa deve ter cuidado, pois o que é falado de ruim sobre ela pode ser altamente destrutivo para a imagem e deve ser respondido o quanto antes”, diz Carlos Calegari, analista sênior da consultoria IDC Brasil.

Calegari destaca que o ingrediente que faltava era justamente o lugar de voz dos clientes e consumidores, de maneira efetiva e de impacto. Com isso, veio o grande interesse de ouvi-los, formando hoje o que se chama de “social everything”, um guarda-chuva que abriga social business, social CRM, entre outros. “A forma de lidar com o cliente mudou. E se a empresa não usar tecnologia para monitorar o que está sendo falado sobre ela, para que ela reaja a isso de imediato, o prejuízo pode ser grande”, avisa o consultor.

A L’Oréal entende que a estratégia é interagir o mais rapidamente possível. “Há um time direcionado para esse fim em nosso contact center, chamado de Contact Center 2.0”, diz Marcia Gonçalves, gerente de CRM e Marketing Digital Corporativo da L’Oréal Brasil.

Marcia explica que o sistema de atendimento e acompanhamento das redes sociais na companhia conta também com a atuação terceirizada de agências, homologadas, que monitoram a movimentação por cada marca da L’Oréal, que totalizam cerca de 23 no Brasil.

“Todo o conteúdo que é postado é desenvolvido em conjunto com o Marketing e qualquer manifestação do consumidor, que

Segundo ele, é necessário acompanhar, monitorar e analisar a evolução da marca. “As redes sociais podem ser usadas para aferir como está a imagem da empresa, mas também como canal de vendas.”

Dez anos atrás, Logicalis, um integrador de sistemas, precisaria de um grampo para escutar as queixas de clientes insatisfeitos de um concorrente ou prospect. Mas quando um representante de vendas Logicalis viu um post no LinkedIn, revelando a frustração de um indivíduo com o serviço de uma empresa rival da nuvem, ele sabia exatamente o que fazer.

“A pessoa estava reclamando porque um provedor de serviços entrou em contato com eles e pediu-lhes para investir em uma solução de cloud”, lembra Lisa Dreher, vice-presidente de Marketing da Logicalis, em Farmington Hills, Michigan. No entanto, quando a pessoa descobriu que o fornecedor, na verdade, não foi capaz de oferecer a solução certa, usou o LinkedIn para dar voz a sua “frustração”, que, de acordo com Lisa, “foi uma ação boa porque tínhamos a solução cloud de que necessitavam. Então, o nosso representante de vendas foi capaz de dizer, ‘Nós poderemos ajudá-lo’.”

Há vários anos, empresas têm usado ferramentas para monitorar o que as pessoas dizem sobre elas nos meios de comunicação social. A novidade é que mais e mais companhias estão aproveitando o fluxo de mídia social para obter informações altamente valiosas sobre a concorrência, avalia Richard Plansky, diretor administrativo sênior da Kroll, consultoria sediada em Nova York.

“As mídias sociais movem grande parte do que costumava ser uma informação privada para a esfera pública”, diz Plansky. “E isso torna muito mais fácil a tarefa de reunir informações sobre as atividades das empresas que estamos habituados e a necessidade de vigilância para aprender. Agora podemos fazê-lo de nossos desktops.”

Especificações do produto, testes de produtos, ofertas promocionais, dados financeiros, esforços de recrutamento, demissões, demografia da indústria e níveis de satisfação do cliente são apenas alguns dos detalhes que podem ser obtidos a partir de perfis do Facebook, feeds do Twitter e blogs.

O mundo está exposto nesses canais sociais e a informação viaja à velocidade da luz,

Brian Butler, professor de TI do MBA da Universidade de Pittisburgh: redes sociais nada mais são do que a evolução do “boca a boca”, agora detectável e influenciável

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necessite de um atendimento mais profissional, é suportada pelo Contact Center 2.0”, diz.

A responsabilidade é muito grande com as redes sociais, segundo Marcia, e tem uma razão imperiosa. A L’Oréal Paris possui no Brasil a maior legião de fãs na modalidade Beleza. Nada menos do que 1,6 milhão. “Isso significa que essa comunidade, de fato, tem intenção de relacionamento”, destaca a executiva, que avalia ser esse grupo altamente valioso para a estratégia da companhia. “É a maior página do Facebook na categoria Cosméticos no Brasil”, reforça.

Marcia diz que todas as informações dessa comunidade não estão necessariamente na base de dados da empresa. “Até porque, os integrantes elegeram um canal, em que compartilham informações com uma plataforma aberta. Temos de ser cuidadosos ao tratar com eles”, alerta. Segundo ela, à medida que demostrarem interesse em aprofundar o relacionamento, “com certeza teremos plataforma para eles”.

As manifestações dos consumidores pelas mídias sociais têm gerado mudanças de todos os tipos, segundo Marcia. Desde o desenho do site, a forma da comunicação de todas as marcas e até mesmo alterações em embalagens. “Sem contar que ainda usamos as redes sociais como ferramentas de pesquisa. Antes de lançarmos uma cor de batom, por exemplo, testamos antes nesse canal, o que torna nossa ação mais assertiva”, garante.

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Fonte de segredos“Muitos dos dados em redes sociais são inócuos, se vistos em pequenos pedaços, mas quando combinados com muitos outros, abre uma janela grande e real em uma empresa”, diz Shane MacDougall, sócio da Inteligência Tática, consultoria canadense.

As mídias sociais engajadas aos empregados não são os únicos canais a derramar segredos. “Muitas organizações estão preocupadas com o que seus funcionários estão divulgando, mas, invariavelmente, descobre-se que algumas das informações mais importantes são veiculadas pelas próprias empresas, na forma de documentos de vendas, apresentações em conferências e dados indevidamente protegidos no próprio site”, avisa MacDougall.

O erro mais comum das companhias é na aplicação de controles em relação ao uso das redes sociais no ambiente de trabalho, de acordo com o professor Butler. Ele destaca que as políticas bem-sucedidas são as que combinam orientação sobre o que pode ser praticado e o que não pode. “Mas a melhor estratégia é reconhecer e responder às questões levantadas nos comentários negativos, por exemplo”, diz. “Contudo, não é bom responder diretamente ao comentador, pois poderá ampliar o problema. Comentários indiretos amenizam e são o caminho mais acertado”, ensina.

Um CEO postou uma pergunta no Quora, site de perguntas e respostas colaborativas, sobre um modelo rival de receita. Ele, que pediu para permanecer anônimo, queria saber como um de seus concorrentes-chave fazia dinheiro, depois de não conseguir descobrir essa informação on-line. Depois de alguns dias, “o chefe de desenvolvimento de negócios da empresa, na verdade, respondeu à minha pergunta - não sabendo que eu era um concorrente”.

Quando ele não posta perguntas no Quora, aborda clientes dos seus concorrentes no Twitter. “Eu sempre tento iniciar a conversa perguntando ao cliente sobre uma empresa rival, ‘Por que você não gosta do produto? O que gosta nele?”. É um pouco como pesquisa de cliente, mas eu considero isso inteligência competitiva porque você nunca vai saber mais sobre seus concorrentes do que por meio dos seus clientes.”

“Inteligência competitiva não é apenas coleta

Marcia Gonçalves, gerente de CRM e

Marketing Digital Corporativo da L’Oréal

Brasil: No Brasil, a L’Oréal Paris possui a

maior legião de fãs na categoria Cosméticos no

Facebook, 1,6 milhão

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de dados”, aconselha Leonard Fuld, fundador da Fuld & Co, uma empresa de consultoria de inteligência competitiva baseada em Cambridge, Massachusetts. “No final do dia, é realmente uma boa análise sobre o que leva você para uma solução muito singular, que permitirá tomar uma decisão um pouco mais rápida e melhor do que seus concorrentes.”

Plansky concorda. “Há mais inteligência competitiva do que apenas olhar uma conta no Twitter ou pesquisar nome de alguém no Google. O truque é ter a formação investigativa e instintos para compreender como seguir o caminho correto.”

Na avaliação do professor Butler, da Universidade de Pittsburgh, por essa razão, é importante um trabalho coordenado entre marketing, relações públicas, TI e gestão de RH. O mais importante é traçar uma estratégia e políticas que não podem ser definitivas, pois será necessário que amadureçam.

Leandro Balbinot, CIO da Renner, diz ter

na base de dados da empresa 18,4 milhões de clientes [ativos e não ativos] que se somam às informações dos mais de 2 milhões de itens ativos de produtos. Ele diz que as mídias sociais são fundamentais para o entendimento desse universo e obtenção de análises ricas para os negócios.

“Coletamos dados de variados canais como Facebook e Twitter. Esses dados não estruturados são trabalhados pela TI e transportados para a nossa base. A partir daí, as áreas de negócios elaboram variadas ações.”

Balbinot ressalta a importância de ter uma base de dados estruturada e limpa para que todas as informações [de todos os clientes, dos variados canais, nos diversos formatos] sejam acessadas de maneira rápida, inteligente e, dessa forma, viabilizem as ações. “Por isso, já estamos nos preparando com soluções de Big Data para o próximo ano”, adianta o executivo que lembra a aquisição da Camicado [loja de utensílios

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Para as empresas que preferem uma abordagem “faça você mesmo” para a inteligência competitiva, há mais de 200 ferramentas de monitoramento de mídias sociais promete interação entre empresa e seus concorrentes.

Se opta por uma solução de monitoramento gratuito, como Google Alerts, a parte mais difícil sobre redes sociais de mineração é evitar a sobrecarga de informações. “O desafio agora não é sobre encontrar informações”, adverte Plansky. “É justo o grande volume. O truque é separar o joio do trigo.”

Para evitar o dilúvio de dados, Lisa diz que é fundamental que as empresas determinem com antecedência quais informações deseja recolher e como eles pretendem aplicar esse conhecimento. “Você tem de decidir quais são as principais coisas que você realmente quer saber sobre seus concorrentes e as que você não vai ver agora.”

Quando a Logicalis recentemente expandiu atuação para o mercado de cloud computing, a empresa começou a monitorar as respostas dos clientes às ofertas dos seus concorrentes de nuvens e as características do produto por meio de canais de mídia social.

Dilemas éticos podem surgir a partir de coleta de inteligência competitiva por meio da mídia social. Em alguns casos, a linha entre um espírito competitivo e espionagem direta é clara. “Criando uma conta no Facebook falso, buscando aproximação com um concorrente é completamente e totalmente antiético”, diz Plansky. Em outras situações, a linha pode ser um pouco embaçada. Por exemplo, é errado alimentar um concorrente do Twitter, a fim de roubar clientes insatisfeitos?

“Quando alguém está alimentando o mercado com fluxos no Twitter e com informações sobre LinkedIn”, diz Fuld, “o que há de errado com a verificação sobre essa informação?”.

Muito tem de ser revisto em relação a procedimentos quando o assunto envolve redes sociais. “As melhores práticas ainda estão evoluindo. O importante é construir estratégias que possam ser adaptadas às questões em desenvolvimento”, diz o professor Butler. “Por mais perturbador que isso possa parecer”, avisa. CIO

domésticos] pela a empresa e, portanto, expansão expressiva da base de dados.

Ajuda externa Plansky recomenda serviços de terceiros com profissionais altamente treinados na coleta de dados, utilizando tecnologia de monitoramento e desenho de todos os tipos de informações e fontes. Lisa, da Logicalis, usou uma empresa de pesquisa on-line, a Webbed Marketing para identificar, investigar e analisar seus concorrentes. Embora a Logicalis não tenha um programa de inteligência competitiva oficial, Lisa diz: “Você precisa de alguém que consolide a informação que está coletando em um formato estratégico. Se houver pedaços e peças em todo o lugar, nunca vai chegar a um formato consolidado, em que as pessoas possam realmente adquirir conhecimento a partir da informação coletada.”

A L’Oréal trabalha com um grupo de terceiros que realiza o monitoramento da companhia nas variadas mídias sociais. “Esse trabalho é feito por cada marca”, diz Marcia, da área de CRM e Marketing Digital. Segundo ela, todos eles têm de passar por treinamento no sistema de atendimento ao consumidor da L’Oréal e, somente depois de homologados, ficam responsáveis por essa tarefa e então alimentam o Contact Center 2.0, que cuida especificamente do atendimento a esses canais sociais.

Na Renner, quem monitora a movimentação do social business é a 3YZ, uma agência digital, que coleta todos os dados que, depois de avaliados pela Renner, são imputados no sistema para gerar uma série de ações. “O importante é tornar essas informações acessíveis em nossa base de dados. E a TI viabiliza essa operação”, diz Balbinot, CIO da Renner.

Leandro Balbinot, CIO da Renner: dados coletados

de variadas mídias sociais como Twitter e Facebook

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gestão

O s CIOs mais bem-sucedidos do mercado conseguem alianças fortes com seus funcionários, bons

pares e parceiros de negócios e criam um ecossistema que favorece o trabalho. Essa é a opinião dos autores do livro “The CIO Edge: Seven Leadership Skills You Need to Drive Results”, de autoria do consultor de programas executivos do instituto de prsquisas Gartner, Graham Waller, e dos estudiosos de prática de liderança em TI da Korn/Ferry George Hallenbeck e Caren Rubestrunk.

De acordo com Waller, os CIOs entendem que precisam gerenciar processos de TI e que sua meta é entregar recursos e atingir as expectativas dos negócios. Sabem também que precisam liderar pessoas para chegar a resultados. Mas poucos entendem a importância de combinar essas duas missões e trabalhá-las simultaneamente.

Os autores apontam sete habilidades essenciais para atingir as metas e conquistar o ideal de reunir os funcionários e stakeholders em torno de um mesmo objetivo.

ThOmas Wailgum, CiO ( Eua)

sete habilidades essenciaispara CIOS de

alta performance

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11integrar pessoas aos processos é o melhor caminho para chegar a excelentes resultados

1 – Liderança vem acima de tudoO Gartner e a consultoria Korn/Ferry revelam que os CIOs de melhor desempenho são efetivos porque têm clara a ideia de que tudo o que eles precisam alcançar será conquistado com as pessoas e pelas pessoas. Eles não ficam só no discurso. Eles vivem isso. E, assim, lideram.

2 – Liderança também depende de colaboração

Um CIO de alta performance é complexo e um pensador criativo. Mesmo assim, ele não confia somente no seu próprio “brilhantismo” para atingir os feitos. Age colaborativamente para achar a solução que realmente seja a melhor possível.

3 – Papel de durão não ajudaO CIO vive um paradoxo: uma das formas de ganhar mais influência é não manter controle de tudo e se permitir um pouco de vulnerabilidade. Essa situação será revertida em conexões pessoais profundas, o que vai aumentar a habilidade do profissional de inspirar pessoas dentro e fora da organização.

4 – Resultados certos vêm com os relacionamentos certos

CIOs de alto desempenho gastam boa parte do seu tempo e energia gerenciando relacionamentos dentro e fora das organizações. Eles investem propositalmente em relacionamentos horizontais que formam a base para atingir resultados extraordinários.

5 – CIOs são comunicadores natosO melhor líder de tecnologia sabe que seus colegas estão sempre o observando. Claro que eles tiram vantagem disso sempre reiterando suas mensagens centrais e valores, coerentes com a forma como agem. Com transparência, consistência, autenticidade e paixão sendo demonstradas diariamente, eles têm a certeza de que suas mensagens não apenas são entendidas, como também sentidas. Eles querem comunicar um sentimento que empurra as pessoas para as ações corretas.

6 – Liderar é inspirarEm troca de um salário, muitas pessoas terão desempenho somente adequado. Elas só darão o melhor se acreditarem que estão envolvidas em uma missão maior do que elas mesmas. Os melhores CIOs fornecem visão atraente para as pessoas e envolvem todos no desafio de transformar a corporação na melhor do mercado. Isso só se consegue mostrando como a contribuição de cada um é significativa e tem valor.

7 – Construa pessoas, não sistemas

Todas as dicas anteriores são sobre pessoas. E o sétimo fundamento do CIO é saber preparar todo mundo para ser o próximo líder, deixando seu legado. Assim, cada funcionário deve ser tratado como um líder em potencial, para o qual todos os conhecimentos e valores devem ser transmitidos diariamente. CIO

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opinião

Cezar Taurion *

Adoção crescente de cloud computing provoca o surgimento de novas funções no mercado de TI. Conheça algumas delas

? O assunto cloud computing está aumentando em abrangência e importância. A velocidade

com que as novidades surgem está acelerando e já começamos a ter dificuldades em acompanhar o ritmo de inovações. Hoje, já existe consenso de que a nuvem provocará

profundas mudanças na maneira como as empresas operam e entregam TI. E como os profissionais de TI desempenharão suas funções. Ignorar a computação em nuvem é suicídio ou encurtamento rápido de carreira.

Falando em carreira, veremos surgir novas funções como:

Sua empreSa já tem um

Cloud ServiCe arChiteCt

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*�Cezar�Taurion�é diretor de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil e editor do primeiro blog da América Latina do Portal de Tecnologia da IBM developerWorks.

a) “Cloud Service architect”, que terá como responsabilidade principal juntar todas as peças para criar e ofertar serviços nas nuvens.

b) “Cloud orchestration Specialist”, que vai manter tudo funcionando nas nuvens.

c) “Cloud Services Manager”, que vai se responsabilizar pelas relações da empresa com seus provedores de nuvem.

d) “Cloud infrastrucuture administrator”, que será a nova versão do system administrator, mas voltado para o ambiente em nuvem.

Claro que continuarão ativos os desenvolvedores e projetistas de sistemas, mas terão de desenvolver novas habilidades para criar aplicações para nuvens, considerando características como multi-tenancy e uso de novas tecnologias como Hadoop.

E o CIO? Se ele não quiser ver sua sigla ser sinônimo de “Career Is Over” deve assumir a liderança no processo de adoção de cloud computing na empresa.

Também veremos profundas mudanças no ecossistema que compõe a cadeia de valor de TI atual. Veremos novos atores surgindo como:

a) “Cloud Builders”, que ajudarão os clientes a desenhar, construir e gerenciar demandas de TI em nuvens computacionais. Também ajudarão a integrar nuvens públicas com nuvens privadas, criando ambientes de nuvens híbridas.

b) “Cloud infrastructure Providers”, que oferecerão nuvens, IaaS ou PaaS, ao mercado.

c) “Cloud application Providers”, que ofertarão seus aplicativos na modalidade SaaS, em suas nuvens ou na de terceiros.

d) “Cloud Solution Providers”, que ofertarão serviços de valor agregado às empresas ou provedores de nuvens, como consultoria, help desk, suporte técnico, treinamento, serviços como backup/recuperação etc.

e) “Cloud Technology Providers”, que ofertarão tecnologias de valor agregado às nuvens, como ferramentas de billing, monitoração, provisionamento e alocação de recursos etc. Já começamos a ver algumas ferramentas interessantes como Monexa, Vindicia e Zuora. Como vemos, é um setor que está gerando start-ups rapidamente.

f) “Cloud agregators”, que atuarão como brokers, identificando de um lado que querem usar nuvens e de outro as melhores ofertas de nuvens a cada momento.

g) “Cloud Markets”, que serão portais de acesso a aplicativos, nos moldes do Android Market ou App Store para smartphones.

É importante lembrar que as empresas que ofertarão esses serviços poderão ser dedicadas a cada tipo de oferta ou que agregarão várias delas. CIO

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executiveMartha heller*

* Martha Heller é presidente da Heller Search Associates, empresa de recrutamento de executivos e cofundadora do CIO Executive Council

Q uer gostemos ou não, os CIOs têm novos orçamentos, uma nova era da computação, um conjunto (altamente exigente) de novos usuários de tecnologia, e, claro,

novos paradoxos. Seu orçamento é a conta, mas a empresa quer tudo mais rápido. TI é a cola da estratégia corporativa da sua empresa, mas muitas vezes, você é o último a saber a estratégia. Novos tempos exigem novas abordagens.

Aqui estão algumas ideias dos CIOs para a liderança de TI.

Seja técnico também. Durante anos, pregamos que os CIOs deveriam conhecer mais o negócio e brandir seus MBAs. Mas eles ainda precisam se lembrar do “T” de TI. “Permanecer atualizado em relação ao desenvolvimento tecnológico se torna mais difícil a cada dia”, diz Barry Libenson, CIO da Land O’Lakes.

Vinte anos atrás, a carteira era menor e era possível controlá-la mais facilmente. Agora, as comportas se abriram, e você, pessoalmente, tem a obrigação de entender cloud computing, a arquitetura orientada a serviços e as mudanças na tecnologia de servidor. Se não acompanhar as mudanças de tecnologia “estará prestando um desserviço para sua empresa”, diz Libenson. “Você não precisa ser programador em Java, mas tem de conhecer as tecnologias emergentes.”

Abrace o prestador de serviços. “CIOs gastam muito tempo pensando em como podem se tornar mais importantes para a organização”, diz Frank Wander, CIO do Guardian Life Insurance. Seria melhor aceitar de uma vez por todas a posição de provedor de serviços, hoje um papel extremamente importante.”

E onde fica todo aquele clamor para que os CIOs conquistem um assento na diretoria? “Eles podem informar os demais executivos das áreas de negócio e ajudá-los a atingir

seus objetivos, mas se tentar definir a estratégia de negócios, falharão. O negócio é dono do negócio. CIOs podem ser parte importante do jogo sem ser o líder.”

Honre o direito a mais recursos. De acordo com Ray Barnard, CIO da Fluor Corporation (FLR), os executivos de TI mais bem-sucedidos assumiram a perspectiva do conselho de administração. “Esse foi um grande desafio, até que aprendi a separar o joio do trigo”, diz Barnard, reconhecendo o joio como orçamentos, cobranças e custos

internos, e o trigo como as receitas e os lucros. “Como um fornecedor de serviços, o CIO precisa evitar a maldição do joio”, diz ele.

Foque na gestão de expectativas. “Estamos entregando produtos muito mais rapidamente, às vezes nos movendo mais rápido do que um ciclo de vida de desenvolvimento de software tradicional nos permite”, diz Ken O’Brien, CIO da RR Donnelley (RRD). “Precisamos ter certeza de que a gestão de expectativas não se perde ao longo do caminho.”

Conselho de O’Brien: desenvolva um vocabulário simples e faça sua equipe se concentrar na definição de expectativas do cliente. “Você já afirmou e confirmou a data de entrega? Será que o cliente entendeu as responsabilidades que tem no projeto? Já estabeleceu a expectativa de que os prazos podem mudar? A abordagem mais simples para gestão de expectativas tem realmente ressonância na organização?”.

Para ter certeza de que está fazendo a ação certa, garanta que os pilares testados e comprovados de liderança de TI, como a construção do relacionamento da equipe com os clientes e de bons canais de comunicação, ainda estejam de pé. CIO

Dado que o nosso ambiente mudou

(queiramos ou não), cabe a todos nós gastar

um pouco de tempo repensando a forma que desenvolvemos

nosso trabalho

coach

A liderança de TI tambémO mundo mudou.

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OPINIÃO | MarcOs chIavONe

n Marcos chiavone é diretor comercial da Distribuidora saas

Cada vez mais empresas irão adotar soluções envolvendo cloud computing. Segundo pesquisa recente da

consultoria Frost & Sullivan, o conceito está na prioridade dos CIOs brasileiros. Pelo menos 44% deles já têm conhecimento mediano sobre o assunto e 66% das empresas de grande porte devem investir na nuvem. Contudo, especialmente para as PMEs, é interessante avaliar alguns pontos antes de adotar o conceito.Segurança: algumas pessoas acreditam que irão compartilhar informações confidenciais e deixá-las espalhadas pelo espaço, o que definitivamente não é verdade. A estrutura de segurança existente nos servidores que hospedam os arquivos em cloud é normalmente muito superior aos modelos tradicionais, já que esses grandes data centers online usam tecnologia de ponta. Para o mercado PME, a segurança se torna uma grande vantagem ao aderir a tecnologias em cloud e no modelo SaaS, pois poderão contar com essa estrutura robusta - praticamente as mesmas usadas por instituições de grande porte.Quem é o fornecedor?: da mesma forma que um serviço convencional, as organizações devem buscar empresas conceituadas e serviços com credibilidade no mercado. A mesma confiança que é dedicada, por exemplo, a comprar um software e instalar em suas máquinas, é necessária na contratação de um serviço em cloud. É preciso ter referência do fabricante e dos prestadores de serviço. Link de Internet: este com certeza é o ponto de maior sensibilidade na adoção do modelo cloud. Infelizmente, a infraestrutura no Brasil ainda tem muito a evoluir. Não adianta contratar um serviço “maravilhoso” na nuvem sem um link de internet adequado, pois dificilmente a expectativa será atendida, independente da qualidade do fornecedor do serviço.

Escalabilidade: para as PMEs, ter uma solução com escalabilidade é extremamente racional. Com a computação em nuvem, a tecnologia já está disponível de forma ampla, sem necessidades de adaptações no futuro. À medida que a empresa cresce, não serão necessários novos investimentos na compra de licenças ou infraestrutura, apenas adequar a quantidade dos serviços já prestados. O mesmo ocorre se por algum motivo for necessário reduzir a quantidade, sem que existam problemas de qualquer espécie.Custos: a questão da escalabilidade leva imediatamente à discussão em relação às vantagens de custo para as PMEs ao investirem em cloud computing. Com soluções na nuvem, as empresas estão sempre adequadas ao seu momento. Isso evita, por exemplo, que havendo mudança da área de atuação ou redução do número de funcionários, que as licenças compradas no modelo tradicional sejam abandonadas. A empresa deve sempre ponderar quais custos terá no modelo tradicional e na adoção de softwares na nuvem. No tradicional, é preciso considerar investimentos em licenças, infraestrutura, servidores etc. A opção de SaaS está ligada à possibilidade de transformar gastos antecipados em despesas mensais adequadas ao volume de utilização, facilitando o fluxo de caixa e a adequação do investimento de informática à realidade da empresa.O que levar para a nuvem?: qualquer serviço em cloud depende da internet. Uma rede de supermercado, por exemplo, necessita que as informações sejam armazenadas internamente, mesmo que a empresa seja pequena. Os terminais dos caixas precisam acessar informações e trocar dados de forma constante, sem dependência externa. Nesse caso, é desaconselhável trabalhar 100% na nuvem. Já o e-mail, o backup e o antivírus na nuvem são soluções totalmente aconselháveis e já consolidadas pelo mercado. n

As organizações devem buscar empresas conceituadas e serviços com credibilidade no mercado

dicas para PMesCloud computing:

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capa

Tecnologia da Informação permite que empresas e governos saiam do campo da imaginação e viabilizem melhorias em diversos setores da economia por uma sociedade melhor

Déborah olIveIra

e se você pudesse mudar o mundo?

com TI, o caminho é mais curtoÉ possível.

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Pedro Bicudo, sócio-diretor da TGT Consult

Governo tem papel fundamental na corrida rumo a um mundo melhor e deve tratar tecnologia como bem disponível para todos

A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta: até 2050 dois terços da população mundial viverão nos grandes centros.

São Paulo e Rio de Janeiro estão na lista das 30 cidades com maior contingente populacional, que somará mais de 9 bilhões. Os números assustam e mostram que virá uma série de desafi os. Para onde vai o lixo gerado? Haverá comida e água para todos? A infraestrutura das cidades vai comportar essa massa? E o sistema de saúde e de educação? Essas são apenas algumas perguntas que acionam o alerta vermelho indicando a necessidade de construir um futuro melhor a partir de agora. Foi dada a largada!

Nos últimos anos, avanços foram observados em diversos setores da economia, como saúde, infraestrutura, saneamento e educação, especialmente nos países mais desenvolvidos. Mas ainda há um longo caminho pela frente para garantir excelência aos cidadãos e possibilitar crescimento sustentável em escala global.

Nesse cenário, a tecnologia da informação (TI) surge como protagonista. Ela pode sanar problemas reais da sociedade e revolucionar a vida das pessoas, apontam especialistas do setor. Mas sozinha não é capaz de mudar nações. É preciso aliar criatividade e inteligência. “TI não apenas transforma o mundo, como também abre novas perspectivas e amplia o leque de oportunidades”, resume Pedro Bicudo, sócio-diretor da consultoria TGT Consult.

Bruno Arrial dos Anjos, analista sênior de Mercado da Frost & Sullivan, explica de que forma uma nação aproveita as oportunidades que TI traz. São três estágios. O primeiro é o acesso, depois vem o uso, e, por último, a colheita dos frutos. “De acordo com relatório do Banco Mundial, o Brasil está na 56ª posição entre 138 países em acesso à TI. Quando o tópico é uso, o País cai para o 110º lugar. Há muito que ser feito”, reconhece.

Segundo ele, o ponto nevrálgico para mudar o panorama é apostar em gestão. “Planejar o futuro das cidades é

o caminho que deve ser seguido. O que vivemos hoje é fruto de anos e anos de ações não planejadas. TI é alavanca.” No País, a criação de um polo regional tecnológico aceleraria os passos para melhorias em diversas áreas formando um ciclo virtuoso, acrescenta.

E explica. “Se o Brasil construir data centers, será referência em terceirização de TI e cloud computing, fortalecerá a economia e levará empresas de telecom a aperfeiçoar a qualidade de rede, aprimorar a energia e a sustentabilidade etc. Isso benefi cia toda a região, atrai investimentos e promove melhorias.” Índia e Malásia já implementaram essa estratégia, completa.

Outro benefício dessa atividade, destaca, é o investimento em educação e pesquisa para formar recursos humanos qualifi cados. Marcos regulatórios também fazem parte do quadro para fomentar a cadeia de valor.

Já Bicudo acredita que o governo tem papel fundamental na corrida rumo a um mundo melhor e deve tratar tecnologia como um bem disponível para todos, independentemente da classe social. “TI ainda é vista como luxo, algo muito caro. É necessário inverter esse pensamento”, diz.

No entanto, Arrial dos Anjos acredita que esse quadro está mudando e a TI passando a fazer parte da agenda pública. Em solo nacional, ele cita como

exemplo Minas Gerais, que centralizou a administração do governo estadual em uma cidade digital para modernizar a gestão pública, aumentar a efi ciência dos serviços prestados e atender a mais pessoas em menos tempo, contemplando requisitos de qualidade.

“Tecnologia da informação é reconhecida como estratégica para vários governos ampliarem competitividade e é considerada tão vital quanto energia e telecomunicações”, opina. “Competitividade gera crescimento econômico, que, por sua vez, amplia a qualidade de vida”, completa.

A movimentação do governo cresceu, diz Fernando Faria, diretor de Soluções de Governo, Saúde e Educação da Oracle para a América Latina, porque setores como fi nanças, varejo e telecomunicação têm implementado tecnologias para se transformarem nos últimos dez anos e estão mais maduros. “Hoje, o cidadão demanda mudanças na forma como se relaciona com os órgãos públicos e o governo tem percebido que TI é aliada na promoção de transparência e efi cácia”, aponta.

A indústria está em linha. Segundo ele, a Oracle tem uma abordagem chamada e-Government, conjunto de iniciativas para o setor público, que busca mudar a interação entre governo, empresas e cidadão. “Temos nos preocupado em ajudar o setor público a

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Bruno Arrial dos Anjos, analista sênior de Mercado da Frost & Sullivan

Planejar o futuro das cidades é o caminho que deve ser seguido. TI é alavanca para que esse cenário se torne realidade

aprimorar essa relação e torná-la mais inteligente. A vertical é importante agente transformador”, assinala.

Um governo que conseguiu mudar a interação com ajuda da Oracle, diz, foi o de Nova York. Há nove anos, a cidade passou a contar com um telefone único para atendimento ao cidadão, o 311, e vem aprimorando serviços diversos. “O modelo foi expandido para Madrid e estamos começando a discuti-lo no Brasil, que deverá, por meio da tecnologia, fazer com que solicitações sejam mais rápidas, evitando ainda o deslocamento para resolver questões com o setor público e diminuir gargalos”, afi rma.

Na opinião de Faria, o investimento em cidades é ponto central para mudar a forma como as pessoas vivem e trabalham hoje e a estratégia da Oracle está apoiada nessa máxima. “Temos atuado na modernização de portos, aeroportos e ferrovias e na mobilidade para reduzir deslocamentos desnecessários”, detalha. “Por exemplo, serviços públicos realizados em casa podem diminuir em 35% o tráfego em cidades. Comprovamos a partir de iniciativas em outros países”, completa.

Metrópoles à beira do caos? “Cidade tem pontos de lentidão e mais de

200 quilômetros de congestionamento.” Nos grandes centros, não é raro ouvir notícias como essas, somente em São Paulo o congestionamento gera custo anual de 35 bilhões de reais, segundo projeções da IBM. As cidades consomem 75% da energia mundial e são responsáveis por mais de 80% das emissões de dióxido de carbono e 95% despejam esgoto não tratado em rios, lagoas e oceanos. E com as previsões da ONU sobre a mudança da população do campo para as metrópoles o quadro deverá ser pior.

Por outro lado, as nações têm mostrado foco na melhoria da infraestrutura, incluindo ainda malhas rodoviárias, ferroviária, portuária, aérea, ampliação do acesso a banda larga, internet, estrutura de saúde etc. No Brasil, a Copa, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, têm impulsionado as ações.

Relatório recente da Ericsson em conjunto com a consultoria de gestão Arthur D. Little intitulado “Índice de Cidades com Sociedades Conectadas da Ericsson” avalia as 25 das maiores cidades do mundo de acordo com a habilidade de transformar Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em benefícios sociais, econômicos e ambientais em diferentes áreas como

saúde, educação, economia, meio ambiente, efi ciência e melhoria na interação com cidadãos.

A conclusão é que as três cidades com melhor desempenho são Seul, Cingapura e Estocolmo. Cingapura, por exemplo, está impulsionando a inovação em saúde digital, e é pioneira na gestão de congestionamentos de trânsito. Enquanto isso, Seul utiliza TIC para realizar iniciativas ecológicas e de alta tecnologia, aponta o documento.

Na lista, São Paulo e Nova Déli são citadas como as que contam com iniciativas para reduzir desigualdade socioeconômica. A cidade paulista, 15ª colocada no ranking, tem trabalhado, por exemplo, em programas de inclusão digital. Já na indiana, a população foi benefi ciada ao poder realizar transações fi nanceiras de baixo valor por meio de telefones celulares.

“As cidades bem-sucedidas têm excelente desempenho ao atrair ideias, capital e pessoas capacitadas. Isso requer progresso econômico constante, bem como em contexto social e ambiental”, afi rma Patrik Regardh, do Laboratório da Sociedade Conectada da Ericsson. Segundo Erik Almqvist, diretor do Arthur D. Little, à medida que as pessoas têm necessidades básicas atendidas, a atenção se volta para vida equilibrada, boas instalações de transporte, saúde e ambiente limpo.

Dados da consultoria IDC apontam que, em 2011, os investimentos em tecnologia para o desenvolvimento em cidades inteligentes, conceito que usa a TI para facilitar e automatizar a interação entre cidadão e o governo, movimentou 34 bilhões de dólares em todo o mundo. Esse montante, segundo a consultoria, deverá saltar 18% ao ano até 2014, quando somará 57 bilhões de dólares.

A IBM trabalha nesse contexto nos últimos três anos. Mas desde sua existência contribuiu para mudar a vida das pessoas, quando, por exemplo, criou há 30 anos o primeiro computador pessoal, afi rma Pedro Almeida, diretor de Cidades Inteligentes da IBM Brasil.

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Pedro Almeida, diretor de Cidades Inteligentes da IBM Brasil

Uma cidade ideal é aquela que tem capacidade de gestão e pode pensar de forma antecipada.

Cidades inteligentes é tema estratégico na companhia e a receita desse setor, globalmente, deve chegar a 10 bilhões de dólares até 2015.

“Empunhamos essa bandeira e em 2010 criamos uma divisão no Brasil para cuidar do assunto. A área está focada em quatro pilares: segurança, transporte, infraestrutura e energia e estamos ingressando em saúde e educação”, diz Almeida. Boas práticas com outras nações estão sendo trocadas para que possam ser replicadas por aqui.

Na opinião dele, uma cidade ideal é aquela que tem capacidade de gestão e pode pensar de forma antecipada. “Ferramentas analíticas ajudam nesse sentido”, indica. No Brasil, ele aponta que segurança, transporte e educação são áreas críticas que precisam de mudanças urgentes.

Arrial dos Anjos acredita que Business Analytics (BA) vai ser cada vez mais usado nos próximos anos, coletará dados de pessoas em todo o mundo e será caminho para eliminar desafi os diversos. “As informações ajudariam a melhorar ruas e tráfego”, afi rma. Tecnologias de coleta de dados vão gerar bilhões de informações sobre o fl uxo de pessoas, veículos e necessidades das metrópoles. Em alguns anos, entender o que acontece com a população e dar início a iniciativas de melhoria estará a um clique. “O grande atrativo de TI é que ela possibilita efi ciência”, completa.

Recentemente, o Rio de Janeiro deu um importante passo rumo à construção de uma cidade inteligente. Trata-se do Centro de Operações, projeto desenvolvido pela IBM que demandou investimentos da ordem de 11 milhões de reais. O local foi preparado para detectar e administrar situações de emergência, como chuvas intensas que podem causar alagamentos. Auxiliará ainda na gestão dos grandes eventos que o Rio de Janeiro sediará, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Outro exemplo, diz Almeida, é o controle dos ônibus de Salvador. O Grupo Evangelista, responsável por 35% da frota da cidade, implementou sistema de inteligência de negócios

com tecnologia IBM para monitorar em tempo real os veículos. O sistema permite que o Grupo desenvolva rotas mais efi cientes do ponto de vista de uso de combustível e ajude nas tomadas de decisão.

A IBM também busca despertar nas pessoas a vontade de construir um futuro melhor, afi rma o executivo. O SmartCamp, que reúne empreendedores, investidores e mentores do mundo todo, tem como foco acelerar o desenvolvimento de soluções para oferecer melhores serviços aos cidadãos.

Neste ano, entre os fi nalistas do Brasil, um dos projetos, batizado de Opará, investe na rastreabilidade de frutas, desde o campo até o supermercado. O sistema reduz atrasos e desperdícios, além de ajudar produtores a identifi car origem de produtos que não podem mais ser consumidos.

Almeida aponta ainda que outra área que a IBM quer ajudar a aprimorar é a de Energia. Segundo ele, hoje, em média, as companhias do setor registram 15% de perda e roubo de energia, percentual que pode ser poupado para as próximas gerações. “Smart grid (rede inteligente), que mapeia a energia remotamente pode eliminar esse desafi o. Ajudamos a CPFL Energia a implementar a tecnologia e certamente veremos muitas melhorias”, pontua.

Para a Microsoft, cuidar das cidades e

torná-las sustentáveis é vital. O assunto ganhou importância na organização e uma área foi criada em 2010 para endereçar essas questões. Sob o nome de Competitividade Nacional, ela atua por meio de três pilares: educação e capacitação, inovação e cidades sustentáveis. “Olhamos as 13 prioridades do governo nacional e focamos em seis delas”, diz Roberto Prado, diretor de Competitividade Nacional da Microsoft.

Globalmente, a Microsoft promove ainda a Imagine Cup, que inspira jovens a mobilizar suas habilidades, imaginação e criatividade para o desenvolvimento de inovações tecnológicas que podem fazer diferença no mundo. Neste ano, uma equipe de estudantes de Curitiba ganhou a competição ao criar um jogo em que uma cidade virtual é transformada a partir do trabalho voluntário de seus habitantes. Lá, os problemas desaparecem conforme as pessoas realizam ações como não deixar o lixo acumular, diminuir o trânsito e acabar com a falta de água.

No campo da saúde, iniciativa recente no Brasil foi a aliança estabelecida entre a Microsoft e a Associação de Assistência à Criança Defi ciente (AACD) que passará a usar Kinect, controle baseado em gestos do videogame Xbox, para auxiliar na reabilitação de pessoas com defi ciência.

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Roberto Prado, diretor de Competitividade Nacional da Microsoft

Transformar o mundo ganhou importância signifi cativa na empresa e uma área foi criada em solo nacional para endereçar essas questões

“Podemos ajudar milhares de pessoas. Não é uma caridade, é uma forma de impactar na vida desses cidadãos”, avalia Prado.

A Dell também tem viabilizado tecnologias para aprimorar o atendimento aos pacientes. O Mobile Clinical Computing permite que médicos e profi ssionais de saúde acessem dados clínicos em estações diversas (desktop, notebook, smartphone). “Com essa mobilidade, é possível aumentar em até 25% a produtividade das operações dos hospitais e aprimorar a atenção ao paciente”, explica Francisco Carrieri, Business Developer para Saúde da Dell.

Máquinas como o supercomputador Watson, da IBM, que responde a perguntas, já estão aí e podem tornar-se assistentes de profi ssionais como médicos, ajudando no diagnóstico de doenças. Prova de que melhorias já saltam da fi cção para o mundo real.

Bicudo, da TGT Consult, aponta que nos Estados Unidos já é comum o monitoramento de pacientes a distância. “Caso um idoso precise tomar um remédio em determinado horário e esquece, um alerta é emitido para a central de controle e uma pessoa liga

para lembrá-lo”, explica. Segundo ele, monitoramento remoto tem duplo benefício: além de reduzir custos, oferece mais qualidade de vida ao paciente.

Algo parecido tem sido feito pelo laboratório Fleury, que de acordo com Arrial dos Anjos, da Frost & Sullivan, está em fase experimental de uma solução de monitoramento de pacientes que, por exemplo, têm problemas cardíacos. Qualquer variação no coração, um alerta é emitido e o médico aciona a pessoa. “A evolução da tecnologia Machine to Machine é caminho sem volta. Hospitais podem tirar proveito dela”, projeta.

Educação na linha de frenteOutro setor de atenção e essencial para a melhoria do futuro é o de educação. Nos próximos dez anos, o governo nacional afi rmou que o investimento público em educação deverá fi car entre 7% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Nessa esteira, a TI tem potencial de impulsionar o ensino. Bicudo afi rma que é preciso não só inserir tecnologia, mas também criar novos modelos. “Se os livros que os alunos recebem hoje fossem digitais, imagina a economia de papel

que teríamos? A vida está cada vez mais baseada em interações digitais”, refl ete.

A Positivo Informática tem sua história atrelada à melhoria da educação no País. Desde 1989, a companhia desenvolve soluções para o setor e prova que tecnologia + educação é capaz de impulsionar o aprendizado. O projeto Aprendendo com Tecnologia é exemplo.

Em José de Freitas, a 48 quilômetros da capital, soluções como lousas interativas com câmeras, mesas educacionais e laboratórios de informática com software próprio foram implementadas em 11 escolas públicas. O projeto foi fruto da parceria entre a fabricante, a prefeitura municipal e o governo estadual do Piauí. Cerca de 2,2 mil alunos, do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental, e 180 educadores foram benefi ciados na cidade desde 2009.

Os resultados foram observados rapidamente. “Em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município nas escolas estaduais era de 3,3. Em 2009, passou para 4,4. Já nas escolas municipais, era 2,8 e saltou para 3,4”, contabiliza Melissa Rosa, coordenadora pedagógica da Positivo Informática responsável pelo projeto.

Segundo ela, tecnologia educacional é capaz de melhorar a qualidade da educação e o projeto comprova. “Antes, o professor falava e o aluno ouvia. Agora, há troca de informações. A relação aluno/professor mudou, ambos estão mais interessados e as aulas fi caram mais ricas”, observa. Alunos que estão próximos de abandonar a escola fi caram motivados e tiveram um salto na aprendizagem, relata.

O Aprendendo com Tecnologia foi avaliado ainda pela Fundação Carlos Chagas que aplicou provas para verifi car ganhos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática dos alunos do segundo ao quinto ano do Ensino Fundamental. Ao mesmo tempo, o instituto aplicou provas para um grupo de alunos com características semelhantes aos de José de Freitas. Como resultado, identifi cou ganhos de aprendizado em Português de 6,5 pontos em José de

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Cássio Tietê, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Intel Brasil

A universalização da informação tem

guiado nações nos últimos anos,

possibilitando saltos inimagináveis

Freitas e de 0,2 pontos no outro grupo. “Aprender por meio da TI muda a postura da criança”, avalia Melissa.

Seguindo o exemplo de escolas da Itália, EUA, Canadá, China, Reino Unido, México, entre outros países, a Dell adotou no Brasil, em 2009, a solução Sala de Aula Conectada. O projeto está em andamento no interior de São Paulo. Em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 23 escolas públicas da cidade de Hortolândia, cerca de 6 mil alunos e cem professores já trabalham nesse novo modelo, que conta com lousa digital interativa, pranchetas digitais, projetores interativos, impressoras, netbooks para alunos, computador etc.

Avaliação da Unesco aponta que o rendimento em matemática dos alunos participantes em Hortolândia melhorou 20%, sete vezes mais do que grupos não-participantes da ação. Além disso, 44% dos estudantes disseram que as aulas com tecnologia são mais interessantes.

Educação, saúde, empreendedorismo e voluntariado são os focos da HP para impactar positivamente na vida das pessoas. “Uma empresa de TI, que possui produtos de ponta e 370 mil funcionários em todo o mundo tem potencial de inovar nas comunidades por meio da tecnologia”, afi rma Tarsila Arnone, gerente de Inovação Social da HP Brasil.

Tasila defi ne a HP como uma empresa que vai além da preocupação com os resultados fi nanceiros e está focada no bem-estar das populações. “Não doamos dinheiro porque visamos mudanças e impactos positivos de longo prazo e TI é oportunidade social”, pontua.

Impulsionar estudantes universitários é uma das bandeiras da companhia. O HP Catalyst, que como o nome diz, é catalisador de projetos inovadores de estudantes nas áreas de ciências, matemática, tecnologia e engenharia que utilizam TI para melhorar o ensino. Tarsila explica que estudantes submetem ideias e as melhores são premiadas e recebem produtos da HP para executar o projeto. Em 2010, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de

Janeiro foi eleita pelo projeto Blended On Line – Colaboração para a Educação Global de Engenharia, que criou um método de ensino a distância.

A executiva afi rma que esse é apenas um dos programas que a HP tem para garantir crescimento econômico e sustentável das comunidades. O HP Life é outro, realizado globalmente, com o objetivo de fazer com que alunos, empresários potenciais e pequenos proprietários de empresas utilizem o poder da TI para estabelecer e ampliar os negócios. “São treinamentos individuais e ferramentas on-line que abordam as necessidades educacionais das pessoas, melhoram e reforçam habilidades e permitem que elas progridam”, explica. Até hoje, foram mais de 500 mil profi ssionais capacitados em 50 países.

Internet = oportunidadeConsiderada por muitos um divisor de águas na história da humanidade, a internet aproximou nações, agilizou trabalhos, ajudou a derrubar políticos, disseminou informações rapidamente... “A web possibilitou e universalizou o acesso ao conhecimento. É uma mudança impactante e no momento não temos

como dimensionar na era em que vivemos”, avalia Bicudo. A popularização do PC, aponta Arrial dos Anjos, foi igualmente importante e o casamento entre os dois elementos têm possibilitado grandes mudanças na sociedade.

Cássio Tietê, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Intel Brasil, concorda com os analistas. Para ele, a universalização da informação tem guiado o mundo nos últimos anos e possibilitado saltos antes inimagináveis. “Ajudamos a fazer com que o computador se tornasse importante peça na vida das pessoas. O mundo interconectado levanta essa questão e permite o livre compartilhamento de ideias”, assinala.

Democratizar a TI é, segundo Tietê, missão infi ndável da Intel. “Trabalhamos para ter dispositivos cada vez mais acessíveis e para que a banda larga esteja disponível a todos por um custo adequado. Temos defendido, por exemplo, o modelo pré-pago de banda larga e em breve teremos novidades nessa área”, adianta.

Vai contribuir para ampliar os horizontes a nuvem, acredita.

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Megatendências que vão transformar o mundoA Frost & Sullivan defi ne as megatendências como elementos que impactam signifi cativamente a sociedade, diferentes indústrias e empresas. Elas são chave para construir o futuro, viabilizar processos de inovação e mudar a produção e o planejamento de tecnologias. Abaixo, veja algumas das 36 megatendências que vão pautar a sociedade até 2020.

Urbanização: migração para as cidades vai impactar na mobilidade, no trabalho e nas sociedades.Cidades e infraestruturas inteligentes: efi ciência energética e eliminação de emissões de gases prejudiciais serão a premissa básica dessas iniciativas.Geração Y: comportamento desse grupo vai infl uenciar desenvolvimento de produtos, tecnologia e estratégias de marketing. Mulheres ganham espaço: cerca de 25 das 500 empresas que fazem parte da lista Fortune Global serão lideradas por mulheres. elas terão mais decisões no desenvolvimento dos negócios.Força da classe média: crescimento desse segmento da sociedade terá impacto em serviços e produtos e no poder de compra.Geo-socialização: a próxima plataforma de rede social vai contar com serviços geográfi cos mudando a forma de interação entre as pessoas.Novas economias emergentes: México, argentina, polônia, egito, África do Sul, Turquia, Indonésia, Filipinas, vietnã e Irã serão os motores do crescimento econômico.Terceirização: ganhará novos destinos como américa latina e Ásia central.Zonas de comércio: acordos, especialmente na Ásia, África e américa latina, deverão aumentar desenvolvimento e plataformas de comércio eletrônico.Nuvens inteligentes: deverão sanar problemas específi cos, integradas à infraestrutura existente de empresas.

Satélites: cerca de 900 novos estão navegando com sistemas que comportam tecnologias como machine to machine.Mundo virtual: vai governar o mundo na educação, saúde, negócios e relações pessoais. avatares vão simular vida real e interagir com vida virtual.Robôs: tecnologia robótica e inteligência artifi cial vão ajudar na manufatura, serviços militares, segurança e transporte.Eletrônicos: 3D hDTv, controle de vídeo por meio da mente são exemplos de tecnologias que estarão no mercado.Tecnologias inovadoras: as emergentes serão observadas nas áreas de nanomateriais, lasers e materiais inteligentes.Infraestrutura, energia, água e transporte: 41 bilhões de dólares serão destinados para essas áreas, resultando em melhoria na efi ciência.Fábricas do futuro: inteligentes e verdes, elas vão operar sem intervenção humana.Saúde: com medicamentos mais inteligentes, hospital virtual, cyber doutores, indústria passará por mudança radical.Energia: energias renováveis e energia nuclear vão responder por mais de um terço da geração até 2020.Mobilidade: evolução da tecnologia vai acelerar interação entre mundo físico e virtual por meio de interconexões entre dispositivos móveis, sensores e máquinas.

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Tarsila Arnone, gerente de Inovação Social da HP Brasil

Visamos mudanças e impactos positivos

de longo prazo e TI é oportunidade social.

Uma empresa como a HP tem potencial

de inovar

“Computação em nuvem vai ser uma realidade e as interações entre homem e dispositivos inteligentes vão transcender os teclados e aí teremos outros patamares de colaboração.” Não esquecendo da aplicação nos negócios, o executivo cita que a nuvem também fará com que companhias, especialmente as pequenas, possam a alcançar mercados que não conseguiriam sem a web.

Seguindo esse mesmo pensamento está a Google, que aposta na internet para possibilitar crescimento. Para isso, iniciou o programa Conecte Seu Negócio, que incentiva a entrada de pequenos negócios na web, permitindo que eles desenvolvam o primeiro site da empresa de maneira simples, contribuindo para ampliar as oportunidades no mercado de atuação.

Iniciativa realizada em 11 países, em solo nacional, em seis meses de existência contabiliza 19 mil companhias que criaram seus sites, em uma média de 250 por dia. “A Google acredita que micros e pequenas empresas no País são motor fundamental de desenvolvimento da economia. Nosso compromisso é ajudá-las a melhorar seus resultados e a crescer”, afi rma Susana Ayarza, diretora de Marketing B2B para Google América Latina.

A possibilidade de manter uma página on-line amplia os horizontes e quebra barreiras físicas. Empresas, de ateliê de doces a estúdio fotográfi co, deixam de ser locais para serem globais. Elas podem melhorar a produtividade, diminuir custo e ampliar a taxa de crescimento, prossegue Susana. “Muitas oportunidades surgem. Há grande quantidade de companhias fora da web e queremos mudar esse quadro.”

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que entre 2000 e 2010, o número de micro e pequenas companhias aumentou de 4,2 milhões para 6,1 milhões indicando a força que esses negócios têm no País. Susana lembra ainda que PMEs com presença na internet apresentam 10% a mais de produtividade em comparação com as que não fazem parte desse mundo. “É terreno de oportunidades”, ressalta.

Web como forma de conhecer problemas de outras nações, compartilhar ideias e colaborar para um futuro melhor é pilar da Polycom, que atua no setor de comunicações unifi cadas (UC). A partir de parceria criada com a ONG Global Nomads Group (GNG), a companhia criou o “Agents of Change Program” que, por meio de videoconferência, promove diálogos interculturais entre jovens para abordar os desafi os vividos em cada uma das comunidades. Em 12 anos de existência, mais de 1 milhão de pessoas foram conectadas em 45 países em todos os continentes.

Ruanda, na África, e Estados Unidos, com culturas diferentes, puderam falar sobre seus problemas, preocupações, desejos para o futuro e até mesmo desmistifi cam estereótipos que vivem no imaginário sobre como se vestem e vivem. “Estudantes percebem que não importa como você se parece, que língua fala ou onde vive, todos querem o mesmo: alegria, prosperidade e paz”, diz vídeo de apresentação da GNG.

Recentemente, no Brasil, um debate entre adolescentes de Salvador (BA) e norte-americanos abordou temas relacionados ao combate e prevenção da AIDS. É a internet unindo pessoas e nações.

Talvez, diz Arrial dos Anjos, da Frost & Sullivan, o mundo dos Jetsons [desenho animado criado em 1962 que mostra um

mundo repleto de recursos inovadores como pílula que substitui refeição e naves que transportam pessoas] esteja longe de acontecer.

A evolução da tecnologia da informação é inegável, basta olhar para trás. Exemplos como celular, internet, tecnologias que processam dados mais rapidamente, aparelhos que auxiliam no setor de saúde e tantos outros apontam que mudar o mundo é possível. A boa notícia é que com TI, o caminho é mais curto.

“TI é alavanca para desenvolver a economia de países, refl etindo diretamente na vida dos cidadãos”, opina ele. “Podemos ir muito além. O planeta pede socorro e TI está aí para ajudar. Se a usarmos bem, vamos dar um grande passo e novas tecnologias surgirão para fazer mais e melhor”, comenta Prado, da Microsoft. Para Bicudo, da TGT Consult, somente um ponto pode destruir todas as perspectivas. “Nosso grande desafi o é encontrar uma solução defi nitiva para o aquecimento global”, fi naliza. ■

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tecnologia

cooperforte reduziu consumo de energia, ganhou espaço físico e aumentou disponibilidade

A necessidade de atualizar a infraestrutura tecnológica para atender ao crescimento esperado dos negócios somada

à limitação de espaço fez a cooperativa de crédito urbano Cooperforte acelerar os passos rumo à virtualização. Por mês, a companhia realiza cerca de 3 milhões de transações, que incluem saques, empréstimos e aplicações, e registra incremento na base de associados que hoje soma 110 mil. Atender a essa massa com qualidade e agilidade tornou-se um desafio.

“O ambiente que tínhamos não estava compatível com a demanda gerada pela expansão da Cooperforte nos últimos anos. Já enfrentávamos limitações de disponibilidade das informações e segurança”, afirma Wilson Celso Petry, gerente de TI da Cooperforte.

Petry diz que metade dos associados da companhia se relaciona com a Cooperforte via canais virtuais e call center. Esse cenário, prossegue, gera demanda de serviços cada vez maior. “Estávamos no limite”, observa.

O executivo explica que enxergou na virtualização a saída adequada

para eliminar esses problemas. “Identificamos que a tecnologia poderia diminuir o custo de propriedade, reduzir consumo de energia e de refrigeração e aprimorar o gerenciamento de equipamentos. Foi o que conquistamos”, lista.

Ele acrescenta ainda a queda nos custos com a renovação dos contratos de licenças de software. O executivo aponta que o conhecimento adquirido por ter trabalhado muitos anos com plataforma alta, que há tempos vem sendo virtualizada, o ajudou a executar o projeto com tranquilidade. Mas o apoio do seu time, diz, foi fundamental para o sucesso da iniciativa.

A empresa contava com 36 servidores físicos e decidiu renová-los por outros da HP, mas manteve o mesmo número de equipamentos, adicionando 55 servidores virtuais, com o auxílio da tecnologia VMware. Petry diz que cerca de 2 milhões foram investidos no projeto e que a iniciativa trouxe benefícios.

Assim como as empresas que estão ingressando no mundo da virtualização, a Cooperforte começou a testar a tecnologia pelos sistemas que geram menos impacto aos negócios para depois conquistar maturidade e estendê-la para as aplicações de missão crítica. “Tínhamos de ter certeza do seu potencial e segurança. Hoje, nosso servidor de e-mail, ERP, aplicações web e banco de dados estão em ambiente virtual”, assinala.

Há pouco mais de um ano com a nova estrutura, Petry diz que além dos objetivos propostos terem sido alcançados, o tempo de backup sofreu redução considerável, de 14 horas para 7 horas,

para crescerVirtualizarDéborah oliveira

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Cooperfortewww.cooperforte.org.br

n Desafios: renovar a infraestrutura de servidores para suportar o crescimento dos negócios sem implicar em ampliação do espaço para comportar novas tecnologias e diminuir o trabalho de gestão dos equipamentos.

n Soluções: servidores da linha blade da hP e plataforma de virtualização da vMware.

n Resultados: redução da complexidade do ambiente, diminuição do custo total de propriedade, menor consumo de energia, custo mais baixo do sistema de refrigeração, aumento na disponibilidade e menor esforço para gerenciar equipamentos físicos.

n Expectativa: garantir sempre a disponibilidade dos sistemas utilizados pelos associados da cooperativa de crédito, fazendo da ti um meio para viabilizar esses objetivos.

virtualização não é um ‘bicho de sete cabeças’, é um caminho sem volta”, avalia.

Uma nova rodada de aquisições de servidores está prevista. Seis da linha blade serão adquiridos e virtualizados. Mas isso não significa, segundo Petry, que a estrutura atual não comporta as demandas. “A garantia de alguns servidores do parque vai vencer e ampliar a de equipamentos ociosos, o que é mais caro do que adquirir novos”, explica.

Ele acrescenta que os equipamentos vão permitir à Cooperforte ganhar eficiência e performance e ficar em linha com o posicionamento estratégico da companhia, que busca cada vez mais a sustentabilidade. “Os blades nos ajudam nessa missão.” Agora, a Cooperforte, com fôlego para crescer, está preparada para demandas atuais e futuras, finaliza o gerente de TI. n

ganho de 50% na realização da atividade. “Agora, temos cópias de segurança de máquinas inteiras, o

que nos permite prover equipamentos virtuais mais rapidamente”, assegura. O gerente de TI notou

que antes de colocar em prática o projeto, a equipe de TI consumia boa parte do tempo apagando incêndios, prejudicando a

capacidade de abraçar novas demandas e o desenvolvimento de soluções para os negócios.

Mas com a facilidade de administração do

ambiente, esse cenário ficou para trás, avalia. Com a infraestrutura em

dia, a Cooperforte conseguiu aumentar os negócios, ampliar

a velocidade das atividades, garantir disponibilidade e, de acordo com Petry, essa combinação de fatores reflete diretamente nos associados.

Animada com os resultados, a cooperativa de crédito faz muitos planos

para o futuro. O novo ambiente permitiu que a companhia estivesse pronta para ampliar os

serviços prestados aos associados. Como exemplo, Petry cita que, de olho na mobilidade, a Cooperforte quer

oferecer no primeiro trimestre de 2012 atendimento por meio de dispositivos móveis, inicialmente no iPad e iPhone, e que a partir

de agora é possível suportar essa demanda. “Com virtualização, não preciso aumentar a quantidade de racks,

consigo suportar o aumento previsto sem dificuldades”, pontua. Para ele, a estrutura anterior certamente iria frear a expansão dos negócios e, com isso, a companhia perderia competitividade.

Diante dos resultados positivos que a virtualização possibilitou para a companhia sediada em Brasília (DF),

um dos próximos passos é ampliar o uso da tecnologia para o site de contingência, que está instalado no Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob),

a alguns quilômetros do site principal. “Aprendemos que

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consultorias revelam que a falta de talentos qualificados inflacionou salários com taxas de aumento de até 20%edileuza soares

Profissionais de Ti estão maisvalorizados no Brasil

O crescimento acima de 10% do mercado de TI no Brasil e a taxa cambial ajudaram a supervalorizar os profissionais

do setor. Atualmente, os executivos brasileiros da faixa “C-Level”, que ocupam altos cargos, estão entre os que recebem os melhores salários em comparação com os que desempenham a mesma função em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Cingapura, constatam pesquisas de consultorias de recursos humanos. A situação favorável do País tem despertando interesse de

talentos estrangeiros a virem para cá, principalmente os de regiões onde a crise econômica reduziu as ofertas de emprego.

Esse cenário aumentou ainda mais o custo da mão de obra de TI no Brasil, que já era considerado um dos mais altos do mercado mundial por conta da pesada carga de impostos. O encarecimento dos profissionais gera impacto em organizações que atuam com projetos globais. Alternativas estão sendo buscadas para minimizar o problema e companhias esperam que a Medida Provisória (MP) 540/11, sancionada pela

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presidente Dilma Rousseff, desonerando a folha de pagamento, ajude a reduzir gastos com recursos humanos.

A MP faz parte do Plano Brasil Maior lançado pelo governo federal para melhorar a competitividade de alguns segmentos da economia nos mercados local e externo. Entre os contemplados estão desenvolvedores de software e prestadores de serviços de TI que foram beneficiados com a substituição da taxa de 20% da contribuição previdenciária por uma cobrança de 2,5% sobre o faturamento. A isenção foi aprovada por um período de dois anos e vale até dezembro de 2014.

“Estamos pagando mais para os profissionais porque o Brasil ficou muito tempo sem investir em TI. Hoje, nossos investimentos são duas vezes e meia maiores que a média mundial”, analisa Lucas de Toledo, gerente-executivo da divisão de Tecnologia da consultoria Michael Page, especializada na contratação de executivos. Ele constata que as companhias estão contratando especialistas e pagando mais para ter bons talentos.

David Braga Dasein, gerente-geral da Dasein Executive Search, outra consultoria que recruta executivos do alto escalão, contabiliza que o volume das contratações de TI no Brasil só perde para o setor comercial. A busca por talentos é para atender à demanda das companhias do País que, segundo o instituto de pesquisas Gartner, vão aumentar em 10% os gastos com tecnologia até 2014. Para 2012, a consultoria estima que os investimentos serão da ordem de 143,8 bilhões de reais.

Como o Brasil tem déficit de talentos de TI, Braga afirma que a escassez ajuda a inflacionar os salários. Isso em razão de os profissionais serem mais assediados. O professor do curso de pós-graduação da Fiap, Sérgio Alexandre Simões, que também é sócio da PriceWaterhouseCoopers (PwC) Brasil, acredita que o encarecimento da mão de obra no País é reflexo da valorização do real frente ao dólar e dos movimentos de

David Braga Dasein, gerente-geral da Dasein Executive Search

Executivos brasileiros têm maestria para gerenciar problemas em tempos de crise

formalização dos contratos trabalhistas. “Há cinco anos, os modelos de

contratação de ‘PJ’ (Pessoa Jurídica) e ‘Pejotinha’ eram muito praticados no Brasil. Com o aumento dos processos trabalhistas, muitas companhias oficializaram os contratos e os profissionais ficaram mais caros. Pela CLT, eles custam o dobro para as empresas”, diz o consultor Simões.

Salários do mercado brasileiro Uma confirmação de que as companhias estão pagando mais para os profissionais de TI é o Guia Salarial 2011-2012, realizado ela consultoria Robert Half, especializada em recrutamento de talentos. O estudo com organizações pequenas, grandes e médias constatou que os empregados do setor tiveram valorização salarial média em torno de 20% no último ano.

Segundo a consultoria Robert Half, um dos motivos da valorização dos profissionais brasileiros é a alta demanda por TI no País nos diversos segmentos da economia, principalmente em áreas como Finanças, Indústria e Serviços. Os talentos mais reconhecidos são os que possuem perfis mais seniores e que, além de conhecimentos técnicos, têm visão

estratégica. Ou seja, são os que sabem transformar tecnologia em negócios.

Os que sabem traduzir os anseios das linhas de negócios em projetos de TI e convencer o board sobre a necessidade de investimento em determinada área, são hoje os mais cotados. “O profissional que consegue mesclar excelência técnica com habilidades de negociação e comunicação, por exemplo, é muito demandado e está entre os mais valorizados em salário no último ano”, explica Maria Paula Menezes, gerente da divisão de TI da Robert Half. Ela dá o exemplo do teto salarial de um analista de negócios no nível de entrada que aumentou de 5 mil reais em 2010 para 6,5 mil reais em 2011.

O estudo “O mercado de profissionais de TI no Brasil”, que acaba de ser divulgado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), revela que os salários do setor crescem acima da inflação na maioria dos estados desde 2003. Como resultado disso, a média mensal do salário de TI para quem tem nível superior é de 2.950 reais, quase o dobro da nacional que é de 1.499 reais.

As remunerações de TI variam de acordo com o estado. Um analista

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carreira

Faixas salariais nas pequenas, médias e grandes empresas (em R$)

Cargo Porte da Empresa 0-2 anos 3-5 anos

Experiência no cargo6-9 anos >10 anos

Diretor de TI / CIO

Gerente de TI

Gerente de Infraestrutura / Telecom

Gerente de Sistemas / Desenvolvimento

Gerente de Serviços / Operações

Gerente de Projetos

Coordenador de Infraestrutura / Telecomunicações

Coordenador de Sistemas / Desenvolvimento

Coordenador de Segurança/ Redes

Analista de Negócios / Processos

Analista de ERP

Analista de Business Intelligence

Analista de Infraestrutura / Telecom

Analista de Sistemas / Desenvolvimento

-28.000 - 50.00017.000 - 26.00018.000 - 30.000

-17.000 - 29.000

-17.000 - 28.000

-15.000 - 28.0009.000 - 16.000

11.000 - 20.0009.000 - 15.000

10.000 - 17.00010.000 - 15.00011.000 - 17.000

- 9.000 - 16.0008.000 - 14.0009.000 - 17.0008.000 - 15.0009.000 - 16.5008.000 - 14.0009.000 - 15.0007.500 - 13.0008.000 - 15.0008.000 - 14.0008.500 - 15.000

-23.000 - 35.00015.000 - 20.00016.000 - 24.000

-14.000 - 22.000

-14.000 - 20.000

-13.000 - 19.0008.500 - 12.000

10.000 - 15.0008.000 - 11.0009.000 - 13.5009.000 - 11.000

10.000 - 13.500 -

9.000 - 13.5007.000 -13.0008.000 - 15.0006.000 - 12.0007.000 -14.0005.000 - 10.0006.000 - 11.0005.000 - 9.000

6.000 - 11.0006.000 - 10.0007.000 - 12.000

-20.000 - 29.00013.000 - 18.00014.500 - 21.000

-12.000 - 19.000

-12.000 - 18.000

-11.000 - 16.0007.500 - 10.5009.000 - 12.5007.000 - 10.0008.000 - 11.0007.000 - 10.0008.000 - 11.000

- 7.000 - 11.0004.500 - 8.000

5.000 - 12.0004.500 - 8.500

5.000 -12.0003.500 - 6.5004.000 - 8.0004.000 - 6.5004.500 - 7.5003.500 - 7.0004.000 - 8.500

-19.000 - 25.00011.000 - 16.00012.000 - 18.000

-11.000 - 16.000

-11.000 - 15.500

-9.500 - 14.0006.500 - 9.000

7.500 - 10.5006.000 - 8.5006.500 - 9.0006.000 - 8.5007.000 - 9.500

- 5.500 - 8.0003.500 - 6.0004.000 - 6.5003.000 - 5.0003.500 - 6.0002.500 - 5.0003.000 - 5.5003.000 - 5.0003.500 - 5.5002.500 - 4.5003.000 - 5.000

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

P/MG

*Pequena e média empresa – até r$ 500 milhões de faturamento ao ano / Grande empresa – a partir de r$ 500 milhões de faturamento ao ano

de desenvolvimento de sistemas, por exemplo, pode ganhar mensalmente 3.980 reais no Distrito Federal, 3.415 reais no Rio de Janeiro e 2.950 reais em São Paulo. Se essa mesma pessoa estivesse empregada no Paraná ou Bahia, seu salário seria mais baixo e em torno de 2,2 mil reais. Na média nacional, a remuneração desse profissional é 2.862 reais por mês.

Apesar das boas oportunidades de emprego no setor, a evasão nos cursos superiores de TI chegou a 87% no País em 2010, segundo estudo da Brasscom. A associação mapeou o mercado de profissionais de TI em oito estados para analisar essa contradição e tentar entender as causas do déficit de mão de obra, com previsões de aumento em 2011 para 92 mil pessoas.

Hoje, a demanda por talentos no País é maior do que o número de jovens que saem anualmente das universidades, agravando o problema da escassez por talentos qualificados. Um exemplo disso é o estado de São Paulo, que contratou 14 mil profissionais de TI em 2010 e as instituições de ensino formaram 10 mil estudantes.

A pesquisa prevê que em 2014 haverá uma demanda por 78 mil profissionais de TI nas oito unidades da federação analisados (SP, RJ, PR, DF, MG, BA, PE e RS), enquanto que o número de formandos não alcançará nem a metade disso. As projeções indicam que apenas 33 mil estudantes de cursos na área sairão das universidades nos próximos três anos. Os únicos estados que terão talentos na quantidade necessária são BA, MG e PE.

O presidente da Brasscom, Antonio

Rego Gil, é a favor de uma redistribuição das vagas nas universidades brasileiras, com cursos que atendam à demanda das empresas do setor e nos locais onde elas estejam instaladas. “As próprias companhias de TI podem reestruturar suas operações de acordo com o panorama apresentado pelo estudo”, orienta o executivo.

Em busca de alternativas O problema do déficit de profissionais de TI gera impacto para as companhias na hora de contratar novos talentos ou de realizar projetos globais, colocando por vezes o CIO brasileiro numa saia justa. Fernando Birman, diretor de Sistemas de Informação da Rhodia para a América Latina, admite que não é fácil justificar para matriz, na França, o alto custo da mão de obra do Brasil.

Fonte: Robert Half

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r$ 4.000

r$ 3.500

r$ 3.000

r$ 2.500

r$ 2.000

r$ 2.000

r$ 1.500

r$ 1.000

dF rJ sP rs Pe MG Ba Pr

rJ sP rs MG Pe Pr Ba

R$ 2.862

R$ 1.833

Fonte: Brasscom

Os gráfi cos correspondem às séries históricas das médias ponderadas dos salários admissionais anuais das funções relacionadas ao setor de TIC

analista de desenvolvimento de sistemas

analista de suporte computacional

Panorama inicial por função

Lucas de Toledo, gerente-executivo da divisão de Tecnologia da consultoria Michael Page

Muitos heads de TI do Brasil possuem salários maiores que os que atuam nas matrizes no exterior

A Rhodia opera com times globais de TI. A subsidiária brasileira, que tem uma equipe de 90 profi ssionais, atende aos Estados Unidos e centros de competência mundial da fabricante. A realização de projetos é feita por um grupo misto de profi ssionais distribuídos pelo mundo para aproveitar as habilidades de cada um. O Brasil se destaca pela sua expertise no sistema de gestão empresarial (ERP) da SAP, em Business Intelligence e infraestrutura.

“Antes, o nosso custo não aparecia tanto e até dava para disfarçar. Agora, com a valorização do real, o custo do pessoal técnico do Brasil está próximo ao da Europa”, conta o CIO. Geralmente, os talentos envolvidos nos projetos globais são de nível sênior e com bagagem para atender às demandas da companhia.

A forma que ele encontrou para se defender é argumentar que não pode substituir os técnicos com muito conhecimento. “Eles conhecem os processos de negócio e são bons em qualquer lugar do mundo. Vamos ter difi culdade para encontrar talentos como esses não só no Brasil como nos Estados Unidos e Europa”, diz.

Para convencer a matriz a não mexer no seu time, ele justifi ca que o Brasil deixou de ser “low cost” para tornar-se uma equipe de alta qualidade. Como não haverá corte, as contratações de nível sênior não aumentarão. A empresa investirá em novos talentos e tentará capacitá-los de acordo com as necessidades da Rhodia.

Interesse dos estrangeiros Assim como a Rhodia, outras multinacionais estão buscando alternativas para equilibrar o alto custo da mão de obra de TI no Brasil. Algumas estão repatriando talentos que estão no exterior e outras até procurando profi ssionais mais baratos em outros mercados.

Lucas Toledo, da Michael Page, informa que algumas fazem outsourcing de talentos localizados em outros países e até de mercados vizinhos na América Latina. Ele constata que o processo de

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carreira

7 profissões que serão bem remuneradas em 2012

1. Desenvolvedores de aplicativos móveisProfissionais de Ti com habilidade para desenvolver para dispositivos móveis vão ocupar posição de destaque no mercado até 2013. as companhias precisam desses talentos para adaptar seus sites e aplicativos para smartphones e tablets.

2. Desenvolvedores de softwaredesenvolvedores de aplicativos baseados em Pc não devem se sentir desprezados por seus colegas móveis. as empresas precisam de sua quota de Java, .NeT, c#, sharePoint, e desenvolvedores web. Java continua sendo uma plataforma quente, por ser aberta, falar com qualquer sistema de back-end, e ser usada em grandes organizações para transferir dados de sistemas legados.

3. Designers Muitas empresas estão desenvolvendo aplicativos para Pcs ou dispositivos móveis, vol-tados para o cliente. elas vão precisar de designers de ue (user experience) para entregar aos usuários aplicações intuitivas e divertidas de usar.

4. Profissionais de segurançacomo as ameaças à segurança da informação e as crescentes violações de dados, as organizações precisam de profissionais de Ti que possam afastar ataques de malware e ladrões cibernéticos. a migração para nuvem também vai aumentar demanda por espe-cialistas em segurança de infraestrutura.

5. Arquitetos de data warehouse, analistas e desenvolvedoreso desejo das empresas para extrair percepções dos petabytes de dados em seus siste-mas de back office impulsionam a demanda por arquitetos de data warehouse, analistas e desenvolvedores. as empresas farão um grande esforço em 2012 para limpar e organizar seus dados para que possam fazer melhor uso deles.

6. Profissionais de infraestruturacomputação em nuvem não vai eliminar empregos em infraestrutura. em 2012, as mi-grações para cloud computing e Windows 7 aquecem a busca por engenheiros de rede e administradores de sistemas. estarão em alta também os profissionais que saibam configurar e gerenciar servidores virtuais.

7. Especialistas em web e-commercea popularização das redes sociais e a necessidade de as empresas estarem presentes na web vão exigir a contratação de especialistas em web e principalmente em e-commerce. com as baixas de varejistas virtuais no Brasil, especialistas em rH acreditam que haverá esforço maior das companhias em 2012 para atender os consumidores on-line.

as companhias brasileiras vão continuar investindo fortemente em Ti no próximo no e algumas profissões serão mais valorizadas. confira abaixo quais talentos estarão em alta:

imigração é caro e que as empresas têm de oferecer ao empregado uma contrapartida para que ele se mude para o Brasil. Por isso, os convites para transferência de estrangeiros para cá são mais para executivos do alto escalão.

Mesmo assim, as consultorias estão sendo bombardeadas por candidatos estrangeiros a uma vaga no mercado local. “Recebo uma média de 40 currículos por dia de profissionais de TI de diversos níveis querendo trabalhar no Brasil”, informa Braga, da Dasein Executive Search.

“Chega diariamente por aqui entre dez e 15 currículos só de candidatos de TI”, contabiliza Toledo, da Michael Page. Segundo ele, a procura é maior por talentos entre 25 e 35 anos, que estão mais dispostos a fazer mudanças e correr riscos.

“Somos menos procurados pelos heads, mas já fomos acionados por CIOs de bancos dos EUA, querendo vir para o Brasil”, revela Toledo. Eles sentem-se atraídos pelas oportunidades de emprego e perspectivas de ganhos. “Vários heads de TI do Brasil têm salários maiores que os que atuam nas matrizes, no exterior”, afirma o headhunter. Eles consideram a situação favorável do Brasil e a maturidade do mercado interno em TI oportunas para evoluírem na carreira.

Quando vêm para cá, nem todos conseguem se adaptar ao ritmo de trabalho dos executivos brasileiros, acostumados com as longas jornadas. “Alguns gestores trabalham até às 23 horas e essa realidade não é vivida por outros países”, constata.

Em sua opinião, o brasileiro trabalha mais não por ser improdutivo ou gerenciar mal o seu tempo, mas porque é obrigado a lidar com a ineficiência operacional do Brasil. O executivo tem de conhecer a burocracia logística, os problemas tributários e administrar todas as dificuldades do País. “Os executivos brasileiros têm maestria para gerenciar problemas em tempos de crise. Eles são competentes e tudo isso impacta nos salários”, afirma o headhunter da consultoria internacional Dasein. n

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