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Compreendendo o Universo
através das galáxias
Marcio A.G. Maia
Ciclo de Palestras do LNCC “FIQUE POR DENTRO" 30 de agosto de 2010
Galileo Galilei (cerca de 1610)
Utilizando uma luneta, por ele (re)inventada,
confirma que a Via Láctea é formada por estrelas.
Além disso, vê satélites de Júpiter o que reforça a
teoria heliocêntrica.
“A Via Lactea não é nada mais do que umamassa de inumeráveis estrelas plantadasjuntas em aglomerações. Para qualquer parteque você dirija o telescópio, imediatamenteuma vasta multidão de estrelas apresenta-sea vista.”
Galileo (1610)
Eppur si muove !
Compilou o Catalogue des nébuleuses et des
amas d'étoiles que l'on découvre parmi les
étoiles fixes, sur l'horizon de Paris. Nele
estão as primeiras referências a aglomerados
de galáxias. Messier listou 103 nebulæ, 30
das quais são galáxias.
Charles Messier (1784)
M101M1
Nebulosa do Caranguejo Galáxia do Cata-vento
Suas descobertas com o telescópio construído por
ele mesmo, fizeram com que o rei da Inglaterra
financiasse a construção do maior telescópio da
época, com 1.47m de abertura.
Em 1785 ele publicou On the Construction of the
Heavens, no qual sugeriu que “o sistema sideral
que habitamos” é uma nebulosa comum em
aparência a muitas outras, as quais por sua vez,
devem ser externas à nossa.
Wilhelm Herschel (1785)
Descrição de Herschel para a Via Láctea
William Parsons (Lorde Rosse) 1845
Constrói um telescópio de 1.80m de
diâmetro e descobre que algumas
nebulosas possuíam formato espiralado.
Edwin Hubble (1923-1929)
Determina a distância de uma
“nebulosa” na constelação de
Andrômeda, usando, para isso,
uma estrela cefeida (1923).
Demonstrou que algumas delas
são de natureza extragaláctica.
Observando mais galáxias, e
adicionando os dados de Slipher,
Hubble concluiu que: as galáxias
se afastam mais rapidamente
quanto mais longe estão (1929).
H0 ~ 70 km/s/Mpc
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Matéria Escura – Primeiras evidências
Aglomerado de Coma
Em 1933 Fritz Zwicky mostra que a
massa do aglomerado de Coma era
diferente quando determinada pelo
teorema do virial ou pela relação
M/L de suas galáxias. Sobrava
alguma matéria não visível – hoje
chamada de matéria escura.
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A “brilhante” idéia da Matéria Escura
Para explicar a curva de rotação observada, que contraria a tendência de
queda da velocidade de rotação nas suas partes externas, foi sugerida a
existência de matéria além dos limites observáveis da galáxia.
Representação da
distribuição de matéria
escura em torno de
uma galáxia
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A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.
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A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.
Pequenas flutuações de
densidade na distribuição de
matéria escura fizeram com
que esta produzisse certas
concentrações deste
material.
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A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.
Pequenas flutuações de
densidade na distribuição de
matéria escura fizeram com
que esta produzisse certas
concentrações deste
material.
Mais tarde quando o
Universo estava mais frio, a
matéria bariônica começou a
ser puxada para estes poços
de potenciais.
Aglomerado de galáxias 1E 0657-56 (Bullet )
Este aglomerado é resultado da colisão de dois outros. O gás emissor
em raio-x é mostrado em vermelho e a matéria escura em azul. Esta
imagem é considerada uma prova da existência da matéria escura.
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Candidatos a Matéria Escura
Matéria Ordinária
- Gás e poeira (matéria visível é composta de 75% de Hidrogênio)
- MACHOS (Massive Halo Compact Objetcs, Planetas, anãs marrons,…)
A quantidade de matéria escura é 10 vezes maior
do que a de matéria convencional (bariônica).
Matéria ou Teoria Exótica
- Neutrinos
- WIMPS (Weakly Interacting Massive Particles)
- Mudança da Gravidade
Até o momento não há nenhuma detecção
direta de matéria escura.
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Supernova tipo Ia
Supernova Ia é a explosão de uma estrela anã branca em um
sistema binário. Esta explosão libera sempre, mais ou menos a
mesma quantidade de energia, a qual pode ser determinada
através do máximo de seu brilho.
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Supernova tipo Ia
Simulações sobre explosão de SN Ia
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Encontrando Supernovas:
Subtração de Imagens
Antes Depois
SN 2002ha (Ia) z = 0.014
A Energia Escura
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Encontrando Supernovas:
Subtração de Imagens
Antes Depois Diferença
SN 2002ha (Ia) z = 0.014
A Energia Escura
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Curvas de Luz + Redshift
A relação entre distância e redshift é diferente em um universo acelerado.
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Descoberta da
Aceleração
Cósmica com
Supernovas
distantes (alto z).
Aplica-se a mesma
Relação Brilho-
Declínio da Luz
em altos z.
SNe que
explodiram quando
o Universo tinha
2/3 de seu
tamanho atual são
~25% mais fracas
que o esperado.
= 0.7
= 0.
m = 1.
Dis
tân
cia
redshift
Acelerando
Sem aceleração
A Energia Escura
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A Energia Escura
A energia escura é uma força desconhecida acelerando a
expansão do universo. Foi descoberta através de
observações de supernovas distantes.
Esta expansão diminuiu a aglomeração de matéria escura,
um dos maiores constituintes do universo.
Se conseguirmos medir com precisão a expansão de
Hubble, e entendermos o crescimento das estruturas,
podemos testar teorias sobre a física da energia escura,
pois distintas teorias prevêem diferentes cenários.
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Simulação do Milênio
Distribuição de galáxias
Distribuição de matéria escura
Matéria comum e escura se distribuem de formas similares pelo universo !
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Energia Escura e o Destino do Universo
A natureza da Energia Escura determina o futuro do
Universo.
Aceleração continuada: o Universo além do Grupo
Local de galáxias desaparecerá além do horizonte em
~100 bilhões de anos.
“Energia Escura Fantasma”: em algumas teorias, a
densidade de energia escura cresce com o tempo,
leavando a uma sempre crescente taxa de expansão.
Eventuamente galáxias, estrelas, átomos serão
desmembrados.
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Outras formas de estudar a Energia EscuraLentes Gravitacionais (miragens cósmicas)
A matéria tem a propriedade de curvar o espaço, e
consequentemente a trajetória de um raio luminoso. Este
efeito pode ser usado para estudar a distribuição de
matéria pelo universo.
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Outras formas de estudar a Energia EscuraAglomerados de Galáxias
Z=0.041 Z=0.277
Z=0.377
Nestas imagens pode-se ver como a cor,
magnitude, e tamanho dos aglomerados
variam com o redshift. Seus tamanhos
são influenciados pela sua massa e pela
energia escura.
Z=0.138
52
52
SDSS
Outras formas de estudar a Energia EscuraDistribuição de Galáxias em Grande Escala
A Era Dourada da Cartografia Cósmica
Projetos cosmográficos
em curso durante nossas
vidas expandiram
enormemente o volume
do Universo “conhecido”.
Devemos esperar uma
era na qual o Universo
visível não tenha um
“cosmos incognita”.
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Outras formas de estudar a Energia EscuraDistribuição de Galáxias em Grande Escala
Através da distribuição de
galáxias no cosmos ao
longo do tempo (redshift)
podemos inferir o grau de
aglomeração dos objetos e
entender como a energia
escura afeta a evolução do
universo como um todo.
Não se deixe enganar pelo lado luminoso do Universo !O lado escuro é que domina.
A Matéria Escura o mantém unido.
A Energia Escura determina seu destino.
D.W.
O que estamos fazendo para
entender a energia escura ?
http://www.des-brazil.org/
http://www.on.br/sdss3/
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The Dark Energy SurveyDECam
3.6 m
1.6 m
Hexapod
Lentes
Controles
de filtros O projeto inclui
gerenciamento
de grande
quantidade de
dados e prevê
melhorias no
telescópio.
Leitura para
> 70 CCDs
Câmera de 500 Mpix
O Universo em seis linhas- O Universo começou há ~14 bilhões de anos, quente,
denso e bastante uniforme;
- As estruturas evoluíram de flutuações quânticas do vácuo;
- Estrelas, planetas, galáxias, aglomerados de galáxias,
formaram-se de material primordial colapsando por efeito
da gravidade, nos halos de matéria escura;
- Aglomerados formam-se pela queda de “bolsões” de
matéria ao longo de filamentos;
- As galáxias formaram primeiramente suas estrelas,
depois terminaram de se formar, e mais recentemente
estão construindo os aglomerados e superaglomerados;
- A composição do Universo é de 5% matéria normal, 25%
de matéria escura e 75% de alguma forma de energia que
produz a sua expansão acelerada;
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Reflexões
Somos seres feitos de cinzas de estrelas,
moramos na periferia de uma galáxia situada
nos arrabaldes de um superaglomerado, que
por sua vez encontra-se em um canto
qualquer do Universo, o qual é feito na sua
maior parte, sabe-se lá do que !!!
http://staff.on.br/maia