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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Programa de Pós-Graduação de Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos Escola de Química Edson Rodrigo Fernandes dos Santos COMPÓSITOS POLIMÉRICOS MAGNÉTICOS E HIPERTÉRMICOS A BASE DE PLA PARA LIBERAÇÃO MODIFICADA DE DICLOFENACO DE POTÁSSIO PARA TRATAMENTO DE CÂNCER Tese de Doutorado Orientadores: Marcio Nele de Souza José Carlos Costa da Silva Pinto (COPPE) Fernando Gomes de Souza Jr (IMA) RIO DE JANEIRO Março/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Programa de Pós-Graduação de Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos

Escola de Química

Edson Rodrigo Fernandes dos Santos

COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

MAGNÉTICOS E HIPERTÉRMICOS A

BASE DE PLA PARA LIBERAÇÃO

MODIFICADA DE DICLOFENACO DE

POTÁSSIO PARA TRATAMENTO DE

CÂNCER

Tese de Doutorado

Orientadores:

Marcio Nele de Souza

José Carlos Costa da Silva Pinto (COPPE)

Fernando Gomes de Souza Jr (IMA)

RIO DE JANEIRO

Março/2016

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Edson Rodrigo Fernandes dos Santos

COMPÓSITOS POLIMÉRICOS MAGNÉTICOS E

HIPERTÉRMICOS A BASE DE PLA PARA

LIBERAÇÃO MODIFICADA DE DICLOFENACO DE

POTÁSSIO PARA TRATAMENTO DE CÂNCER

Tese de doutorado apresentada ao corpo

docente da pós-graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte integrante para obtenção do título de

Doutor em Tecnologia de Processos Químicos.

Orientadores:

Marcio Nele de Souza

José Carlos Costa da Silva Pinto (COPPE)

Fernando Gomes de Souza Jr (IMA)

RIO DE JANEIRO

Março/2016

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Edson Rodrigo Fernandes dos Santos

COMPÓSITOS POLIMÉRICOS MAGNÉTICOS E HIPERTÉRMICOS A BASE DE

PLA PARA LIBERAÇÃO MODIFICADA DE DICLOFENACO DE POTÁSSIO PARA

TRATAMENTO DE CÂNCER

Tese de doutorado apresentada ao corpo

docente da pós-graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte integrante para obtenção do título de

Doutor em Tecnologia de Processos Químicos.

Aprovada em 09/03/2016

______________________________________________

Dr. Márcio Nele de Souza (EQ-UFRJ)

______________________________________________

Dr. José Carlos Costa da Silva Pinto (COPPE-UFRJ)

______________________________________________

Dr. Fernando Gomes de Souza Jr (IMA-UFRJ)

______________________________________________

Dra. Maria Eugenia Ribeiro de Sena (CCBS-UNIRIO)

______________________________________________

Dr. Claudia Regina Elias Mansur (IMA-UFRJ)

______________________________________________

Dra. Sabrina Calil-Elias (GGP-CAPS-UFF)

______________________________________________

Dr. Ivaldo Itabaiana Jr (EQ-UFRJ)

______________________________________________

Dr. Erika Christina Ashton Nunes Chrisman (EQ-UFRJ)

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iv

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não poderia ser realizado sem ajuda de várias pessoas:

A Deus, por tudo que fez em minha vida que me tornou capaz em vencer os

desafios e dificuldades desta etapa de formação.

A minha família, por compreender o quanto que um doutorado consome do

nosso tempo, muitas das vezes interferindo na vida pessoal...

Ao Rogério, por ter SEMPRE uma palavra amiga e disposição em me ajudar.

Sua ajuda em vários momentos, tanto intelectual quanto sentimental, foi

crucial para o desenvolvimento deste trabalho. E vários momentos me

incentivou e me deu forças para não desistir, tentando sempre me mostrar o

quanto sou capaz. Tenha certeza que gosto de você como a um irmão...

A Carla, Luciene, Rhana, Ricardo e Bruno por terem me ajudado a manipular

equipamentos, realizar análises e orçar materiais de importância

inquestionáveis para minha pesquisa.

Aos professores do IMA por me acolherem e se mostrarem sempre dispostos

a me ajudar e compreender o mágico mundo dos polímeros.

Aos técnicos do IMA, em especial os técnicos do LAPIN, pela ajuda na

realização das análises, sempre com muita urgência, e ao Eduardo, pelas

análises de RMN.

A meu orientador Prof. Marcio Nele, pela oportunidade oferecida e por

acreditar em meu trabalho, mesmo achando que estava querendo abrir muito

meu leque de pesquisa e que minhas propostas eram muito audaciosas.

A meu co-orientador Prof. Zé Carlos, pela força e ajuda em todos os

momentos que precisei.

A meu co-orientador Prof. Fernando Gomes por estar sempre ao meu lado

como professor e amigo. Foi ele o responsável para abrir as portas do IMA e

colocar a disposição todo conhecimento adquirido por seu grupo de pesquisa

ao longo de todos estes anos. Pagou também grande parte dos reagentes e

testes necessários para a pesquisa desta tese, sem o investimento da compra

do indutor magnético toda a parte de hipertermia magnética não poderia ser

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feita, assim como o envio das amostras para o LNLS em seu projeto permitiu

a análise de SAXS. Foi à pessoa que me ajudou crescer muito

profissionalmente de diversas formas, como por exemplo, a participação na

pesquisa de diversas áreas do seu grupo, orientações de iniciação científica,

orientações de estágios o que renderam publicações de artigos, congressos e

jornadas de iniciação científica dentre outras coisas. Foi uma pessoa

fundamental como co-orientador em minhas orientações dos alunos de TCC

na Unifeso através de parcerias firmadas entre as duas instituições. Acreditou

no meu potencial e através do projeto MÊS-CUBA me possibilitou uma

possibilidade com importância inquestionável de fazer um período de três

meses de doutorado sanduíche no Instituto de Biomateriais, Biomat, da

Universidade de Havana, onde conheci pessoal que acrescentaram muito no

meu crescimento como profissional e pessoa, algo realmente inesquecível em

minha vida. Foi também alguém que me ajudou de forma vital para a escrita

não só testa tese, mas também do meu exame de qualificação. Em fim me

apresentou não somente seu grupo de pesquisa e a outros pesquisadores,

mas também abriu as portas de sua casa onde fui maravilhosamente acolhido

por sua família, a quem não posso esquecer-me de lembrar-se da sua esposa

Geisa Esperandio que também fez parte importante nesta minha caminhada.

Não posso esquecer-me de agradecer ao Luis Icart que foi, não só um dos

pesquisadores brilhantes que tive oportunidade de conhecer durante esta

caminhada, mas um amigo-irmão que, apesar de Ateu e não acreditar nisto,

me foi dado como presente diretamente das mãos de Deus. Com ele fiz

metade das minhas pesquisas de Tese, publicamos dois artigos juntos, fora

as orientações e trabalhos apresentados. Esteve do meu lado quando eu

mais precisei. Acompanhou-me nos momentos mais difíceis da minha vida

como o falecimento da minha avó Maria Fernandes (pessoa que ajudou

minha mãe em minha criação, a qual eu a amava e me amava de forma linda

e maravilhosa e deixará sempre saudades no meu coração), não saiu do meu

lado um só minuto durante os mais de seis meses de vida de minha vó que

lutamos incansavelmente por sua melhora. Esteve comigo não só aqui no

Brasil, mas em Cuba. Apresentou-me pessoas maravilhosas como sua família

e amigos de trabalho que mudaram muita coisa em minha vida, pessoas que

aprendi a amar muito e que mantenho vínculo até hoje. Responsabilizou-se

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integralmente por minha estadia em Cuba e preparou tudo que eu nunca

sonhei que precisaria para poder estar lá.

Ao Prof. Romildo da COPPE que permitiu a que eu usasse as instalações do

LaBest e, que através do seu aluno de doutorado Saulo Rocha, tive

contribuições analíticas que fizeram parte indispensável de minha tese e

publicação de artigo.

A Prof.ª Erika que sempre se colocou em atitude de ajuda quando fui procurá-

la o que ajudou muito na publicação de um artigo fora do âmbito de pesquisa

da tese.

A meus alunos de iniciação científicas e estagiários que me ajudaram a

agilizar a parte experimental.

A todas as demais pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para

que este trabalho pudesse ser desenvolvido.

Aos membros da banca examinadora, pelo aceite do convite.

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Resumo da proposta de pesquisa apresentada à Escola de Química da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) como parte integrante para o

Doutorado.

SANTOS, Edson Rodrigo Fernandes dos. Compósitos poliméricos magnéticos

e hipertérmicos a base de PLA para liberação modificada de diclofenaco de potássio

para tratamento de câncer. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos, Escola de Química, Universidade Federal do

Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015.

A OMS estima mais de 8,2 milhões de mortes por câncer para os próximos

anos. Diversos tipos de tratamentos são usados para o esta doença e a hipertermia

magnética tem sido muito estudada para este objetivo. Neste trabalho foram

estudadas a síntese e modificação de partículas de magnetite e maghemita para

serem usadas como carga com potencialidade hipertérmica em compósitos a base

de PLA carregados também com diclofenaco de potássio, que possui efeito anti-

inflamatório, alívio da dor. As partículas magnéticas foram sintetizadas por co-

precipitação e as modificações para aumentar principalmente a compatibilidade com

a matriz polimérica foi feita com PVA, SiO2, porfirina e glutaraldeído e caracterizadas

por FTIR, FM, DRX, SAXS e microscopia óptica. O PLA foi polimerizado por

policondensação e caracterizado por FTIR, RMN e análise térmica.

Os compósitos foram feitos por fusão com 0,5% de carga magnética e não

magnética (SiO2 e carvão). Foi avaliado o perfil de liberação de diclofenaco em suco

gástrico sintético obtendo-se valor máximo de 3,49 ± 0,98% para o compósito com

carvão, valores menores que o disponível comercialmente 7,64 ± 1,49%. Para os

compósitos magnéticos foram avaliadas a liberações sem campo e com campo

magnético de 4000 GAUSS e o máximo de liberação foi de 4,25 ± 0,14%, tendo um

aumento na liberação entre 0,74 e 0,94 % quando expostos a campos magnéticos. A

hipertermia magnética apresentou variações de temperaturas entre 15,6 e 21,7°C

tendo uma liberação de diclofenaco entre 66,46 e 89,84% do total de fármaco

liberado após 5 horas do teste de liberação controlada. O copolímero magnético

poli(ácido lático)-co-poli(etilenoglicol) (PLA-PEG) obtido via reação de Ugi

apresentou uma variação de temperatura de 38,3°C no teste de hipertermia. Todos

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os compósitos apresentaram uma liberação diminuída de diclofenaco e potencial

para uso em tratamento do câncer via hipertermia magnética.

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ix

Summary of the research proposal submitted to the School of Chemistry,

Federal University of Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) as part for the Doctorate.

SANTOS, Rodrigo Fernandes dos Edson. Magnetic polymer composites and

hyperthermic the PLA basis for modified release diclofenac potassium for cancer

treatment. Graduate Program in Technology of Chemical and Biochemical

Processes, School of Chemistry, Federal University of Rio de Janeiro. Rio de

Janeiro, 2013.

The World Health Organization estimates more than 8.2 million deaths from

cancer in the coming years. Various types of treatments are used for treating this

disease and magnetic hyperthermia has been studied for this purpose. This study

investigated the synthesis and modification of magnetite and maghemite particles to

be used as load with hyperthermic potential in PLA composites also loaded with

diclofenac potassium, which has anti-inflammatory effects and pain. The magnetic

particles were synthesized by coprecipitation and modifications mainly to increase

compatibility with the polymer matrix was made with PVA, SiO2 and porphyrin and

characterized by FTIR, FM, XRD, SAXS and optical microscopy. The PLA was

polymerized by polycondensation and characterized by FTIR, NMR, and thermal

analysis. The composites were made by melting 0.5% of magnetic and non-magnetic

load (SiO2, coal). We evaluated the diclofenaco release profile in synthetic gastric

juice yielding maximum value of 3.49 ± 0.98% for ocompósito with charcoal, values

smaller than the commercially available 7.64 ± 1.49%. For magnetic composites was

evaluated without the release field and magnetic field of 4000 Gauss, the maximum

release was 4.25 ± 0.14% with an increase in the clearance between 0.74 and 0.94%

when exposed to magnetic fields. The magnetic hyperthermia temperature was

varied between 15.6 and 21.7 ° C with a diclofenac clearance between 66.46 and

89.84% of the total drug released after 5 hours of controlled release test. The

magnetic PLA-PEG copolymer obtained via the Ugi reaction showed a temperature

variation of 38.3 ° C in hyperthermia test. All composites showed a decreased

release of diclofenac and potential for use in cancer treatment via magnetic

hyperthermia.

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"...²humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as

palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, ³sofre as demoras

de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro

momento tua vida se enriqueça. 4Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece

firme; na humilhação, tem paciência.”

Eclesiástico: 2,2-4.

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xi

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 -Nanopartículas de maghemita sob (a) e sem (b) influência de campo

magnético. ................................................................................................................... 4

Figura 2 - Ilustração de multidomínios e monodomínios ............................................. 5

Figura 3 - Ilustração da estrutura de uma parede de 180° de domínios adjacentes

com troca de spin. ....................................................................................................... 6

Figura 4 - Estrutura cristalina de uma célula unitária, cúbica de face centrada do tipo

espinélica. ................................................................................................................... 8

Figura 5 - Exemplos de nanocompósitos. ................................................................. 11

Figura 6 - Imagem de TEM de óxido de ferro tratado com 1000 mg de TEOS para 20

mL de 2-propanol. ..................................................................................................... 14

Figura 7 - Representação hipotética da magnetita recoberta com sílica. .................. 14

Figura 8 - Reação do silanol: 1) hidrólise e 2) condensação ..................................... 15

Figura 9 - Modificação superficial de ferritas com oligômeros de silanos. ................. 16

Figura 10 - Modificação superficial de Ferritas com silanos e álcoois ....................... 17

Figura 11 - Redução de Porfirina a clorina ................................................................ 18

Figura 12- Síntese da magnetita modificada com derivado da diaminoporfirina ....... 19

Figura 13 - Possibilidades de polimerização do ácido lático. .................................... 21

Figura 14 - Imagem de SEM PE películas de PLGA (80:20): (a) antes do ensaio e (b)

após 60 dias 37°C em solução tampão pH 7,4. ........................................................ 22

Figura 15 - Esquema de distribuição de fármacos. ................................................... 24

Figura 16 - Ilustração de um sistema hipotético de liberação de fármaco in vivo. Os

pontos x e y são os tempos necessários parainício e fim da ação farmacológica..... 25

Figura 17 - Ilustração do modelo de liberação de fármacos de matrizes poliméricas.

.................................................................................................................................. 26

Figura 18 - Liberação controlada x administração convencional. .............................. 27

Figura 19 - Esquema da reação multicomponente de Ugi ........................................ 28

Figura 20 - Estruturas dos primeiros AINE ................................................................ 30

Figura 21 - Estrutura espacial comparativa do ácido araquidônico e indomentacina e

a interação da indometacina no sítio ativo proposto. ................................................ 31

Figura 22 - Estrutura do ânion diclofenaco ................................................................ 32

Figura 23 - Efeito da concentração de PG no perfil de permeação do adesivo

transdérmico. ............................................................................................................. 33

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Figura 24 - Efeito da concentração de miristato de isopropila em gel de carbopol

contendo 40% de PG em gel transdérmico. .............................................................. 34

Figura 25 - Perfil de liberação de diclofenaco presentes em micropartículas de

compósito de resina acrílica e hidrotalcita. ................................................................ 35

Figura 26 - Exemplo de hipertemia usando fluído magnético ................................... 37

Figura 27 - Resultado da liberação de HSP70 de células de câncer coloretal com

aplicação conjunta ou isolada de hipertermia e radiação de 5 e 10 Gy .................... 39

Figura 28 - Ilustração de como uma nanopartícula magnética ou nanoesfera

polimérica magnética pode atuar no tratamento do câncer ....................................... 40

Figura 29 - Sistema para medir força magnética ....................................................... 58

Figura 30 - Análise de DRX da fita dupla-face. ......................................................... 60

Figura 31 - DRX convencional (a) e DRX em fita dupla-face (b). .............................. 60

Figura 32 - Comparação de difratogramas de H2KTP por métodos diferentes. ........ 61

Figura 33 - Ilustração do dissolutor usado no estudo de dissolutor. A) sistema usado

para dissolução com campo magnético e B) sem campo magnético. ....................... 63

Figura 34 - ilustração do aparelho que será usado para testar o efeito hipertérmico

dos compósitos magnéticos. ..................................................................................... 64

Figura 35 - Sistema reacional para policondensação ................................................ 66

Figura 36 - Sistema de síntese de PLA usando reator com 1000 mL de capacidade.

.................................................................................................................................. 67

Figura 37 - Espectro de FTIR do PLA. ...................................................................... 68

Figura 38 - Espectro de RMN¹³C do PLA em DMSO-D6 ........................................... 69

Figura 39 - Espectro de RMN¹H do PLA em DMSO-D6 ............................................ 70

Figura 40 - Ilustração do crescimento de Ostwald. ................................................... 72

Figura 41 - Ilustração do crescimento por agregação e/ou coalescência. ................. 72

Figura 42 - Imagem da magnetita. Método proposto (esquerda) e método Shengchun

Qu e colaboradores (direita). ..................................................................................... 73

Figura 43 - Comparação visual entre a maghemita (direita) e a magnetita (esquerda).

.................................................................................................................................. 74

Figura 44 – Magnetita e Maghemita sem campo (esquerda) e com alinhamento na

presença de campo magnético (direita). ................................................................... 74

Figura 45 - Força magnética de Fe reduzido, sulfato de cobre e sulfato de cobalto. 76

Figura 46 - Comparação de Força Magnética das maghemitas obtidas pelo método

proposto e pelo método segundo S. Qu. ................................................................... 77

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xiii

Figura 47 - Comparação da força magnética entre a maghemita e a magnetita. ...... 78

Figura 48 - Análises de SAXS da maghemita obtida pelo método proposto. ............ 80

Figura 49 - Análises de SAXS da maghemita obtida pelo método Shengchun Qu e

colaboradores. ........................................................................................................... 81

Figura 50 - Comparação entre os espectros de FTIR da maghemita (a), em

vermelho, e da magnetita (b). .................................................................................... 83

Figura 51 - DRX da maghemita. ................................................................................ 84

Figura 52 - Modificação de magnetita (à esquerda) para maghemita (à direita). ...... 85

Figura 53 - Espectro de FTIR de maghemita oxidada em solução aquosa contendo

PVA. .......................................................................................................................... 86

Figura 54 - Difratograma da MagPVA. ...................................................................... 86

Figura 55 - Força magnética da MagPVA ................................................................. 87

Figura 56 - DRX da Mag e MagPVA ......................................................................... 88

Figura 57 - FTIR da Magsil e da Mag ........................................................................ 89

Figura 58 - Força magnética da Magsil. .................................................................... 90

Figura 59 - Imagem de MEV: a) Maghemita; b) SiO2; c) Magsil a; d) Magsil b. ........ 92

Figura 60 - DRX de Mag, Magsil e SiO2 .................................................................... 93

Figura 61 - Soluções de porfirinas para avaliação de maghemita não complexada. . 94

Figura 62 - Espectros de FTIR de H2KTP’s. ............................................................. 96

Figura 63 - dTGA das amostras de H2KTP’s. ........................................................... 97

Figura 64 - DRX da porfirina (H2TKP), Sonicação (H2TKP1), Fusão (H2TKP2),

Impregnação (H2TKP3) e Co-precipitação (H2TKP4). .............................................. 99

Figura 65 - Esquema de preparo dos compósitos contendo PLA ........................... 101

Figura 66 - Espectro de FTIR de PLA, DCP e PLA+DCP ....................................... 103

Figura 67 - Espectros de FTIR dos compósitos ...................................................... 105

Figura 68 - DRX do DCP, PLA, carvão e sílica usados para preparo dos compósitos

................................................................................................................................ 106

Figura 69 - DRX dos compósitos não magnéticos .................................................. 107

Figura 70 - DRX dos compósitos magnéticos ......................................................... 108

Figura 71 - Força magnética dos compósitos magnéticos ...................................... 109

Figura 72 - Curva de calibração de DCP ................................................................. 111

Figura 73 - Perfil de liberação em HCl 0,1 M do DCP comercial e dos compósitos

PLA+DCP, PLA+carvão e PLA+SiO2...................................................................... 112

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xiv

Figura 74 - Perfil de liberação, dos valores médios, de DCP em HCl 0,1 M nos

compósitos magnéticos com e sem campo magnético e comparação com o fármaco

comercial ................................................................................................................. 114

Figura 75 - Curvas de liberação de DCP em HCl 0,1 M dos compósitos magnéticos

na presença e ausência de campo magnético ........................................................ 115

Figura 76 - Aumentos de temperaturas obtidas no teste de indução magnética das

cargas magnéticas sintetizadas e modificadas ....................................................... 119

Figura 77 - Aumentos de temperaturas obtidas no teste de indução magnética nos

compósitos magnéticos ........................................................................................... 120

Figura 78 - Comparação dos resultados de indução magnética comparados com os

dados de % DCP após a indução e % DCP no teste de liberação com campo

magnético externo ................................................................................................... 121

Figura 79 - Síntese de PEG bis-amino via cloreto de monocloroacetila .................. 123

Figura 80 - Espectro de FTIR do PEG-Ac e PEG-NH2 ........................................... 125

Figura 81 - Espectros de RMN-1H de PEG-Ac (a) e PEG-NH2(b) .......................... 126

Figura 82 - Espectro de FTIR da Magn (a) e MagAld (b) ........................................ 127

Figura 83 - analise termogravimétrica da Magn (a) e a MagAld (b). ....................... 128

Figura 84 - Mecanismo da reação de Ugi com a UgiMag ....................................... 129

Figura 85 - Estrutura hipotética simplificada do UgiMag ......................................... 129

Figura 86 - Espectro de FTIR do UgiMag ................................................................ 130

Figura 87 - DRX da Magn, MagAld e UgiMag ......................................................... 131

Figura 88 - analise de TGA do PEG, PLA e do UgiMag .......................................... 132

Figura 89 - Resultados de DSC do PLA, PEG e UgiMag ........................................ 133

Figura 90 - Gráfico de Força Magnética da Magnetita (a), Magnetita modificada com

glutaraldeído (b) e Ugi Magnético (c) ...................................................................... 134

Figura 91 - MEV da magnetita e do UgiMag. Magn (a) e (b) e UgiMag (c) e (d) em

duas aproximações diferentes................................................................................. 135

Figura 92 - Resultados de indução magnética no Ugi Magnético (UgiMag) e na

Magnetita (Magn) .................................................................................................... 136

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xv

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Arranjos de íons metálicos em células unitárias de ferritas. ....................... 7

Tabela 2 - Exemplos de NP’s funcionalizadas com ligações com substrato. ............ 13

Tabela 3 - Classificação da hipertermia de acordo com a temperatura usada e tipos

de danos causados ................................................................................................... 38

Tabela 4- Dados de análise de TGA e DSC do PLA. ................................................ 70

Tabela 5 - Resumo dos resultados de SAXS ............................................................ 82

Tabela 6 - dados da deconvolução dos resultados de SAXS .................................... 82

Tabela 7 - Bandas de deformações de alguns óxidos de ferro. ................................ 83

Tabela 8 - Força Magnética da Maghemita e Magsil's. ............................................. 91

Tabela 9 - Bandas características de H2KTP e maghemita. ..................................... 95

Tabela 10 - Resultados de dTGA de H2KTP’s. ......................................................... 98

Tabela 11 - Diâmetros de cristalitos da Mag e maghemita modificada com H2TKP

................................................................................................................................ 100

Tabela 12 - Códigos e quantidades de componentes para preparo dos compósitos

não magnéticos ....................................................................................................... 102

Tabela 13 - Códigos e quantidades de componentes para preparo dos compósitos

não magnéticos ....................................................................................................... 103

Tabela 14 - Resultados de força magnética e de tamanho do cristalito dos

compósitos magnéticos ........................................................................................... 109

Tabela 15 - Absorbâncias dos padrões de DCP usados na construção da curva de

calibração ................................................................................................................ 111

Tabela 16 - Valores de % DCP liberados no teste de dissolução dos compósitos não

magnéticos .............................................................................................................. 112

Tabela 17- Valores de % DCP liberados no teste de dissolução dos compósitos

magnéticos .............................................................................................................. 117

Tabela 18 - Valores de %DCP liberados no teste de indução magnética em relação

ao teste de dissolução ............................................................................................. 122

Tabela 19 - Dados de TGA e DSC do PLA, PEG-NH2 e UgiMag ........................... 134

Tabela 20 - Resultados de Força magnética da Magn, MagAld e UgiMag ............. 134

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xvi

LISTA DE ABREVIATURAS

-Fe2O3 Maghemita

Å Angstrom

ADBE Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção

AG Ácido Glicólico

AL Ácido Lático

ATR Attenuated Total Reflectance (Reflectância Total Atenuada)

DL-PLGA DL-poli(ácido lático)-co-poli(glicólico)

DMSO Dimetilsulfóxido

DNA Ácido Desoxirribonucléico

DRX Difração de Raios X

FDA Food and Drug Administration

Fe3O4 Magnetita

FM Força magnética em mN/g

FT Fourier Transform (Transformada de Fourier)

FTIR Fourie Transform Infra-Red (Espectroscopia de Absorção no

Infravermelho com Transformada de Fourrier)

GPC Cromatografia por Permeação em Gel

H2KTP 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–21H,23H-porfirina

Inca Instituto Nacional do Câncer

KBr Brometo de Potássio

LNLS Laboratório Nacional de Luz Sincrontron

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

𝑀 𝑛 Massa Molar Numérica Média

mN/g Mili Newton Divididos Por Grama

MPB’s Matrizes de Poliméricas Biodegradáveis

𝑀 𝑤 Massa Molar Ponderal Média

NNI National Nanotechnology Initiative (Iniciativa Nacional de

Nanotecnologia)

NP Nanopartícula

NP’s Nanopartículas

OMS Organização Mundial de Saúde

PCL Poli(capro-lactona)

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xvii

PD Poli dispersão

PDLA DL-poli(ácido lático)

PDS Poli(dioxanona)

PEG Poli(etileno glicol)

PEG-PLA Poli(etileno glicol)-co-Poli(ácido lático)

PG Propilenoglicol

PGA Poli(ácido glicólico)

pH Potencial de Hidrogênio

PLA L-poli(ácido lático)

PLA-PEG Poli(ácido lático)-co-Poli(etilenoglicol)

PLA-PEG-PLA Poli(ácido lático)-co-Poli(etilenoglicol)-co-Poli(ácido lático)

PLGA Poli(ácido lático)-co-Poli(ácido glicólico)

PLLA L-poli(ácido lático)

PSD Sensitive Linear Position (Sensível a Posição Linear)

PVA Poli(álcool vinílico)

RMCI Reações Multicomponentes de Isocianetos

RMCs Reações Multicomponentes

RMN Ressonância Magnética Nuclear

SAXS Espalhamento de raios X a baixo ângulo

SEM Microscopia eletrônica de varredura

Tc Temperatura de Cristalização

TEM Transmission Electron Microscopy (Microscopia Eletrônica de

Transmissão)

TEOS Tetraetóxi-silano

Tg Temperatura de Transição Vítrea

TGA Análise termogravimétrica

Tm Temperatura de Fusão Cristalina

USP United State Parmacopeial (Farmacopéia Americana)

UV Ultra Violeta

UV-Vis Espectroscopia de ultravioleta e no visível

Ʋ (cm-1) Número de Onda em Centímetros elevado a menos um

Xc Porcentagem de cristalinidade obtida a partir do DSC

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xviii

ORIENTAÇÕES DURANTE O DOUTORADO

Trabalho de conclusão de curso de graduação Wendy Vázquez Sotolongo. Síntesis y Caracterización del PVA PEGilado con potencialidades para la liberación controlada de Diclofenaco de potasio, 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Química) – Universidad de La Havana.

Renato Pereira Coelho. Síntese da resina fenólica glutaraldeído-cardanol com carga magnética com potencial para remoção de petróleo e óleos vegetais, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Felipe Luiz da Cunha Costas. Avaliação do uso de pó de mármore na produção de biodiesel, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Bernardo Kenup. Métodos de dosagem de biodiesel, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Carlos Eduardo Toste. Síntese e caracterização de compósito magnético de resina cardanol-furfural e avaliação da interferência na inclusão de borra de café para remoção de petróleo, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Michael Maffucci Gomes. Avaliação do efeito de borra de café em resina fenólica para contenção de petróleo, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Yasmim Araújo. Extração de clorofila a partir de espinafre (spinaceaoleracea) e avaliação da complexação com cobre e cromo hexavalente, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Ciências Biológicas) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Alípio Magno Pinto Bon. Visualização de Moléculas com Realidade Aumentada, 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Bacharel em Ciências da Computação) - Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Iniciação científica Vítor Corrêa Costa. Síntese de PLGA. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Jéssica Marques da Costa Tostes. Síntese de PLGA. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano.

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xix

Matheus Moreira Quelha de Sá. Extração de óleo de café assistida por ultrasson. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano.

Leonardo Amaral Pinto Ramalho. Utilização de poliuréias como fertilizante. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Nathália da Silva do Carmo dos Santos. Síntese de bioresinas a partir de cardanol, furfural e rejeitos vegetais. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Fernanda Veloso de Carvalho. Síntese de bioresinas a partir de cardanol, furfural e rejeitos vegetais. 2012. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Nathália da Silva do Carmo dos Santos. Síntese de Bioresina a partir de Cardanol e Furfural. 2012. Iniciação Científica. (Graduando em Gestão Ambiental) - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Jéssica Marques da Costa Tostes. Síntese de poliuréias. 2011. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Kallebe de Souza Pessôa. Síntese de Poliuréias para Uso como Fertilizante. 2011. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Natasha Martins de Melo. Síntese de Poliuréias para Uso como Fertilizante. 2011. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Nathali Vieira da Silva. Síntese de Poliuréias para Uso como Fertilizante. 2011. Iniciação Científica - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. Carlos Eduardo Toste Machado. Síntese de bioresinas a partir de cardanol, furfural e rejeitos vegetais. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos. Michael Maffucci Gomes. Síntese de bioresinas a partir de cardanol, furfural e rejeitos vegetais. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária) - Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Orientações de outra natureza

Wellington Ribeiro Rodrigues. Dosagem de Biodiesel em Diesel nos Postos de Xerém e Santa Cruz da Serra. 2011 (Técnico em Química) - Centro de Integração Objetivo. Viviane do Amaral Pereira. Síntese de poliuréias. 2011 (Técnico em Polímeros) - Centro Vocacional Tecnológico de Saracuruna.

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xx

Patrick Clemente de Paula Costa. Nanocompósitos Magnéticos. 2011 (Técnico em Química) - Escola Técnica Rezende-Rammel. Carlos Eduardo Gomes de Almeida. Nanocompósitos Magnéticos. 2011 (Técnico em Química) - Escola Técnica Rezende-Rammel. Leonardo Amaral Pinto Ramalho. Síntese de Poliuréia. 2011 (Técnico em Química) - Escola Técnica Rezende-Rammel.

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xxi

PUBLICAÇÕES E PARTICIPAÇÃO DE CONGRESSOS, JORNADAS E

SIMPÓSIOS DURANTE O DOUTORADO

Artigos

Daher, E. P.; Costa, R. C.; Santos, E. R. F.; Icart, L. P.; Saez, V.; Pinto, J. C. C. S.; Ramon, J. A.; Oliveira, G. E. ; Souza Jr, F. G.. Influence of PLGA and PLGA-PEG on the dissolution profile of oxaliplatin. Polímeros (São Carlos. Aceito, aguardando publicação), 2016.

L. P. Icart, E. R. F. dos Santos, E. D. Pereira, S. R. Ferreira, V. Saez, J. A. Ramon, M. Nele, J. C. S. Pinto, R. D. Toledo, D. Z. Silva, F. G. Souza Jr. PLA-b-PEG/magnetite hyperthermic agent prepared by ugi four component condensation. Express Polymer Letters, v. 10, p. 188-203, 2015, doi:10.3144/expresspolymlett.2016.18

Grance, E. O., dos Santos, E. R. F., Andrade, C., Oliveira, G. E., Pinto, J. C., Nele, M. and Souza, F. G. , Smart composite useful to acid release. J. Appl. Polym. Sci., v. 133, p. 43071-43077, 2016, doi: 10.1002/app.43071. Icart, L. P., Fernandes, E., Agüero, L., Ramón, J., Zaldivar, D. and Dias, M.

L. , Fluorescent microspheres of poly(ethylene glycol)–poly(lactic acid)–

fluorescein copolymers synthesized by Ugi four-component condensation. J.

Appl. Polym. Sci., v. 133, p. 42994-43013, 2015. doi: 10.1002/app.42994

Fernando Gomes de Souza, Andréa Maria da Silva, Geiza Esperandio de Oliveira,

Raphael Maria Costa, Edson Rodrigo Fernandes, Emiliane Daher Pereira. Conducting and magnetic mango fibers. Industrial Crops and Products. V. 68, p. 97–104, 2015, doi: 10.1016/j.indcrop.2014.09.032.

Edson Fernandes,Jéssica Vicente,Rogério Cruz,Márcio Nele,Érika Nunes,Rodrigo Costa-Félix. A methodology free of pyridine for measuring hydroxyl value in polymers and oils. Polymer Testing, v. 33, p. 16-20, 2014, doi: 10.1016/j.polymertesting.2013.10.015.

F.G. Souza, A.C. Ferreira, A. Varela, G.E. Oliveira, F. Machado, E.D. Pereira, E. Fernandes, J.C. Pinto, M. Nele. Methodology for determination of magnetic force of polymeric nanocomposites. Polymer Testing, v. 32, p. 1466-1471, 2013,

doi: 10.1016/j.polymertesting.2013.09.018 Congressos, jornadas e simpósios Souza Jr, F. G.; Ferreira, A. C.; Varela, A. V.; Oliveira, G. E.; Daher, E. P.; Machado, F.; Santos, E. R. F.; Pinto, J. C. C. S.. Determinação da força magnética e suas correlações com a susceptibilidade magnética de nanocompósitos de PLA/maghemita. In: 12º Congresso Brasileiro de Polímeros, 2013, Florianópolis. 12º Congresso Brasileiro de Polímeros, 2013.

1.

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xxii

Santos, E. R. F.; Icart, L. P.; Souza, M. N.; Pinto, J. C. C. S.; Souza Jr, F. G . Preparation, characterization and drug delivery study profile of PLA-maghemite-H2TKP-potassium diclofenac magnetic composite. In: Fourth International Conference on Natural Polymers, Bio-polymers, Bio-materials, their Composites, Nanocomposites, Blends, IPNs, Polyeletrolytes and Gels: Macro to Nano Scales (ICNP2015), 2015, Kottayam, kerala. Fourth International Conference on Natural Polymers, Bio-polymers, Bio-materials, their Composites, Nanocomposites, Blends, IPNs, Polyeletrolytes and Gels: Macro to Nano Scales (ICNP2015), 2015.

Silva, J. C.; Carvalhal, D. B.; Santos, E. R. F.; Souza Jr, F. G.. Remoção e recuperação de petróleo usando termorrígidos magnéticos baseados em glicerina, óleo de mamona e borra de café. In: I Encontro de Polímeros (Enpol),

2014, Rio de Janeiro. I Encontro de Polímeros (Enpol), 2014.

Santos, E. R. F.; Silva, R. C. D.; Jéssica da Silva Vicente; Costa-Felix, R. P. B.; Souza, M. N.. Determinação do índice de hidroxila sem o emprego de piridina. In: congresso brasileiro de mamona, 5.; simpósio internacional de oleaginosas energéticas, 2.; fórum capixaba de pinhão-manso, 1., 2012, Guarapari. Desafios e Oportunidades: anais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2012. Guarapari (ES). Resumo em anais de congresso (CNPA), 2012. p. 26-26.

Silva, J. C.; Nascimento, R. S.; Carvalhal, D. B.; Mendes, A. M. S.; Ferreira, A. L.; Rodrigues, N. S.; Hungerbuhler, G.; Vitoria, L. B.; Santos, E. R. F.; Souza Jr, F. G.. Uso de rejeito de glicerina, oriundo de síntese de biodíesel, e óleo de mamona para remoção de petróleo. In: congresso brasileiro de mamona, 5.; simpósio internacional de oleaginosas energéticas, 2.; fórum capixaba de pinhão-manso, 1., 2012, Guarapari. Desafios e Oportunidades: anais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2012. Guarapari (ES). Resumo em anais de congresso (CNPA), 2012. p. 45-45.

Santos, N. S. C.; Carvalho, F. V.; Gomes, M. M.; Machado, C. E. T.; Santos, E. R. F.; Souza Jr, F. G.. Efeito da Quantidade de Borra de Café sobre a Reticulação de Bioresina de Cardanol e Furfural. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Vitoria, L. B.; Hungerbulher, G. ; Silva, J. C.; Santos, E. R. F.; Nascimento, R. S.; Souza Jr, F. G.; Carvalhal, D. B.. Bioresina Poliuretana Compósita para aplicações em Isolamento Térmico. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Marinho, V. S.; Santos, E. R. F Dos; Souza Jr, F. G.; Chagas, W. F.; Costa, R. M. D.; Nascimento, R. S.. Resina Alquímica Baseada em Glicerina e Anidrido Maleico Carregada com Lignina Útil Para a Sorção de Petróleo. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da

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xxiii

UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Mendes, A. M. S.; Ferreira, A. L.; Silva, J. C.; Santos, E. R. F.; Nascimento, R. S.; Souza Jr, F. G.; Carvalhal, D. B.. Pasta de Limpeza de Petróleo Baseada em Bioresina Poliuretana Compósita. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Silva, J. C.; Santos, E. R. F Dos; Nascimento, R. S.; Souza Jr, F. G.. Bioresina Compósita Para Sorção de Petróleo, Óleos Vegetais e Óleos Graxos. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

SILVA, J. C.; SANTOS, E. R. F.; NASCIMENTO, R. S.; SOUZA JR, F. G.; CARVALHAL, D. B.. Poliuretano Magnético e Verde Útil Para a Sorção de Petróleo e Óleos Vegetais. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Varela, A. V.; Moreira, A. N.; Nogueira, M. A.; Santos, E. R. F.; Souza Jr, F. G.; Pinto, J. C. C. S.; Ferreira, L. P.. Obtenção de Poli(Succinato de Butileno) Via Esterificação Direta Catalisada Por Ácidos e Preparo de Nanocompósitos com Propriedades de Barreira a Gases. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Segura, T. C. A.; Santos, E. R. F Dos; Souza Jr, F. G.; Pereira, E. D.; Oliveira, G. E.; Ferreira, A. C.. Enxerto de PLA de Baixa Massa Molar Média em Nanopartículas Magnéticas Para Uso em Hipertermia Magnética. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Patrick Costa; Noé Martins; Edson Fernandes; Costa, R. M. D.; Oliveira, G. E.; Fernando Gomes. Efeito do Tamanho de Partículas de Maghemita Sobre sua Força Magnética. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

Pereira, G. S.; Costa, V. C.; Edson Fernandes; Fernando Gomes. Correlação Entre o Índice de Acidez e GPC Para Determinação da Massa Molar de PLGA. In: XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012, Rio de Janeiro. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural da UFRJ, 2012.

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xxiv

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 1

2. REVIÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 4

2.1 MAGNETISMO: TIPOS E USOS PRÁTICOS ....................................................... 4

2.1.1 Maghemita ......................................................................................................................... 7

2.2 NANOCOMPÓSITOS MAGNÉTICOS ................................................................. 10

2.3 MODIFICAÇÃO SUPERFICIAL DE NANOPARTÍCULAS ................................... 12

2.3.1 Modificação de NP’s com Sílica ..................................................................................... 13

2.4 MODIFICAÇÃO DA MAGHEMITA COM 5,10,15,20 - TETRAKIS (4-

HIDROXIFENIL) - 21H, 23H - PORFIRINA (H2TKP). ............................................... 17

2.5 PLA ..................................................................................................................... 19

2.6 MATRIZ POLIMÉRICA E LIBERAÇÃO CONTROLADA ..................................... 23

2.7 APLICAÇÃO DA REAÇÃO MULTICOMPONENTE DE UGI PARA PREPARO DE

BIOCUNJULGADOS ................................................................................................. 27

2.8 DICLOFENACO DE POTÁSSIO (DCP) .............................................................. 29

2.8.1 Controle da liberação do diclofenaco .............................................................................. 32

2.8.2 Uso conjunto do diclofenaco com quimioterápicos para tratamento do câncer .............. 36

2.9 HIPERTERMIA MAGNÉTICA APLICADA NO TRATAMENTO DO CÂNCER ..... 36

2.9.1 Técnicas e materiais para a indução da hipertermia magnética ....................................... 39

2.9.2 Uso dos polímeros na hipertermia magnética.................................................................. 41

3 OBJETIVO .......................................................................................................................... 43

3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 43

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 43

4 ORIGINALIDADE .............................................................................................................. 45

5. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 47

5.1 REAGENTES E SOLVENTES ............................................................................ 47

5.1.1 Lista de Equipamentos .................................................................................................... 49

5.2 METODOLOGIA .................................................................................................. 50

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xxv

5.2.1 Síntese de Magnetita e Maghemita .................................................................................. 50

5.2.2 Modificação da Maghemita com PVA ............................................................................ 52

5.2.3 Modificação da Maghemita com Sílica ........................................................................... 53

5.2.4 Modificação de maghemita com 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–21H,23H-porfirina

(H2TKP) ................................................................................................................................... 53

5.2.5. Síntese de Magnetita para reação de Ugi ....................................................................... 54

5.2.6 Modificação da Magnetita com glutaraldeído ................................................................. 54

5.2.7 Síntese de PLA por policondensação autocatalítica ........................................................ 55

5.2.8 Preparo dos compósitos ................................................................................................... 56

5.2.9 Acetilação do PEG........................................................................................................... 56

5.2.10 Aminação do PEG acetilado (PEG-Ac) ........................................................................ 56

5.2.11 Síntese do compósito magnético (PLA-PEG-Magnetita) via Ugi ................................. 57

5.3 MÉTODOS DE ANÁLISE .................................................................................... 57

5.3.1 Força Magnética .............................................................................................................. 57

5.3.2 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) ....................... 59

5.3.3 Análise Termogravimétrica ............................................................................................. 59

5.3.4 Difração de Raios X ........................................................................................................ 59

5.3.5 Espalhamento de Raios-X a Baixo Ângulo (SAXS) ....................................................... 61

5.3.6 Determinação da Massa Molar dos Polímeros ................................................................ 62

5.3.7 Ressonância Magnética Nuclear (1H-RMN e

13C-RMN) ................................................ 62

5.3.8 Estudo de dissolução de DCP .......................................................................................... 62

5.3.9 Indução magnética ........................................................................................................... 63

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 65

6.1 SÍNTESE DO POLI(ÁCIDO LÁTICO) POR POLICONDENSAÇÃO .................... 65

6.1.1 Caracterização do poli(ácido lático) ................................................................................ 67

6.2 SINTESE E MODIFICAÇAO DE PARTICULAS MAGNETICAS. ........................ 71

6.2.1 Síntese de maghemita ...................................................................................................... 71

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xxvi

6.2.2 Modificação da maghemita com PVA............................................................................. 85

6.2.3 Modificação da maghemita com SiO2 ............................................................................. 88

6.2.4 Modificação da maghemita com 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–21H,23H-porfirina

.................................................................................................................................................. 93

6.3 PREPARO DE COMPÓSITOS A BASE DE PLA E COMPÓSITOS

MAGNÉTICOS E HIPERTERMICOS PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER. ....... 101

6.3.1 Preparo de compósitos por fusão ................................................................................... 101

6.3.2 Preparo de compósito magnéticos e hipertérmicos por fusão ....................................... 102

6.3.3 Caracterização dos compósitos ...................................................................................... 103

6.3.4 Estudo do perfil de liberação de Diclofenaco de Potássio nos compósitos. .................. 110

6.3.5 Estudo de indução magnética ........................................................................................ 118

6.4 USO DA REAÇÃO DE UGI PARA SÍNTESE DE NOVOS COMPÓSITOS ....... 122

6.4.1 Síntese de compósito hipertérmico por reação de Ugi .................................................. 123

6.4.2 Caracterização ............................................................................................................... 124

6.4.3 Estudo de indução magnética ........................................................................................ 135

7 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 138

8 PERSPECTIVAS FUTURAS ........................................................................................... 140

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 142

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1

1 APRESENTAÇÃO

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) coleta dados gerados pelos Registros

de Câncer de Base Populacional a cada dois anos. Estes dados são de relevância

indiscutível para o sistema de vigilância do câncer. Neste último fascículo foram

reportados 19 tipos diferentes de câncer em todo o Brasil. A estimativa para 2015 foi

equivalente a esperada para o ano retrasado; aproximadamente 576 mil novos

casos de câncer, incluindo o câncer de pele não melanoma. Para o ano de 2030 o

valor aumenta para 21,4 milhões de novos casos e são esperados cerca de 13,2

milhões de mortes em decorrência do câncer. A nível internacional, a Organização

Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc,

International Agency for Research on Cancer) estimou cerca de 14,1 milhões de

novos casos de câncer, totalizando, por conseqüência, 8,2 milhões de mortes por

causa de algum tipo de câncer somente para o ano de 2014 (INCA, 2014).

De acordo com estudo bibliométrico realizado no Portal Periódicos CAPES,

foram encontrados 1.486.303 artigos científicos relacionados a câncer de 1975 a

2015. Somente nos últimos cinco anos foram 458.761 novos artigos. Esta demanda

crescente de publicações nesta área mostra que cientistas de todo mundo estão

voltados à pesquisa sobre o câncer, o que mostra a relevância no estudo do mesmo.

Dentre os tratamentos utilizados para o câncer estão a intervenção cirúrgica,

quimioterapia, radioterapia, químio-radioterapia e tratamento hormonal (DE IESO et

al., 2015; DY et al., 2009; ERICKSON et al., 2013; GANZER et al., 2015; ISLAM et

al., 2015; LEE et al., 2015; MAASS et al., 2015; PUTS et al., 2015; ROONEY et al.,

2015; SCHERPENHUIZEN et al., 2015; SINGH et al., 2015; SONPAVDE et al.,

2015; WALLNER et al., 2015), a fitoterapia também está gradativamente sendo

usada com sucesso (SINGH et al., 2015). A problemática destes tipos de tratamento

é principalmente o ataque inespecífico de células cancerosas e sãs, assim como os

mecanismos de resistência.

Como os quimioterápicos possuem vasta lista de efeitos adversos, o uso de

uma técnica que minimize tais efeitos é algo promissor como nova terapia contra o

câncer. O uso de hipertermia vem sendo estudado e demonstra resultados

satisfatórios para tratamento de câncer. Esta técnica pode ser usada isoladamente,

porém vários estudos mostram que o uso em conjunto com outras técnicas aumenta

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a eficiência do tratamento (KUMAR; MOHAMMAD, 2011; MEENACH; HILT;

ANDERSON, 2010).

Este trabalho tem como objetivo a síntese e modificação de partículas

superparamagnéticas como fonte de hipertermia magnética e o uso de PLA para

potencializar a ação hipertérmica das mesmas. Em geral são utilizadas magnetita

e/ou maghemita com ou sem modificação externa. Foram estudadas algumas

formas de modificações como dióxido de silício (SiO2), poli(álcool vinílico) (PVA), e

uma variável da porfirina, a 5,10,15,20 - tetrakis (4-hidroxifenil)–21H,23H-porfirina

comercializada como H2KTP.

A modificação com sílica é efetuada na sua totalidade com tetraetoxi silano

(TEOS) (ALFAYA; KUBOTA, 2002; BERRY; CURTIS, 2003; GUPTA; GUPTA, 2005;

JOSÉ; PRADO, 2005; LIU et al., 2005; LU et al., 2002; MARTINS; TRINDADE, 2012;

MOTTA; DUEK, 2006; SATISH K NUNE; BERKLAND, 2009; WHITE; TRIPP, 2000),

porém foi testada a modificação com SiO2, não reportado anteriormente na literatura.

A modificação com PVA já é conhecida, mas será usada como comparação com as

demais. A H2TKP nunca foi usada para modificação e usada para fins de tratamento

contra o câncer.

Os compósitos estudados foram à base de PLA e tiveram como carga

magnética a maghemita e suas estruturas modificadas que foram usadas como fonte

de geração de calor, por hipertermia magnética, para induzir a apoptose de células

cancerosas. Foi estudado também o potencial da reação multicomponente de Ugi

(CRESCENZI et al., 2003; DE NOOY et al., 2000; DÖMLING; UGI, 2000; ICART,

2015; NOOY; MASCI; CRESCENZI, 1999; WANG, 2010; ZIEGLER; GERLING;

LANG, 2000) para realizar a ligação química entre o PLA e o poli(etileno glicol)

(PEG) com a magnetita e verificar seu potencial hipertérmico.

Os processos inflamatórios e dores são comuns nos pacientes em tratamento

de câncer. Uma das saídas para amenizar estes dois sintomas é a administração

conjunta do quimioterápico com diclofenaco e seus sais, um anti-inflamatório não

esteroidal (AINE) que é capaz de aliviar inflamação e dor (ALBANO et al., 2013; AL-

NIMER; HAMEED; MAHMOOD, 2015; BAHNER; BORDEAUX, 2013; CHO et al.,

2005; DE CONNO et al., 1992; DUAN et al., 2012; KONDO et al., 2015; MINOTTI et

al., 1998; NICHOLSON et al., 2013; RANA et al., 2012; THAKUR; SANYAL, 2010).

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Como avaliação secundária, será usado o diclofenaco de potássio, como

fármaco modelo, para avaliar o perfil de liberação de fármacos que possam ser

adicionados posteriormente aos compósitos utilizados. Este estudo foi feito por teste

de dissolução em HCl 0,1 N e durante a indução magnética dos compósitos. Com a

ação anti-inflamatória do diclofenaco, pretende-se obter um possível controle de

inflamação existente ou futura durante o tratamento e, com a diminuição da

inflamação e o alívio da dor.

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2. REVIÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 MAGNETISMO: TIPOS E USOS PRÁTICOS

A palavra magnetismo está associada ao fenômeno pelo qual um ―corpo‖ tem

o poder de atrair e influenciar outro ―corpo‖. Sua origem está ligada ao nome de uma

cidade da região da antiga Turquia, que era rica em minério de ferro, a magnesita

(RIBEIRO, 2000; SCHULZ; YUN; SHANOV, 2009).

Paramagnetismo é a propriedade que uma substância possui de adquirir

campo magnético somente sob a influência de um campo magnético externo. É o

fenômeno que ocorre em materiais que possuem momentos magnéticos intrínsecos

não interagentes entre si. São caracterizados pela ausência de magnetização sem

indução de campo. A aplicação de um campo externo 𝐻 tenderá a alinhar os dipolos

na direção do campo magnético (LU; SALABAS; SCHÜTH, 2007; RIBEIRO, 2000).

A Figura 1 permite a visualização de nanopartículas (NP’s) de maghemita na

presença (a) e ausência do campo magnético (b) (LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA,

2010). Estas características tornam as NP’s superparamagnéticas muito atraentes

para uma ampla gama de aplicações biomédicas, porque existe uma grande

quantidade de materiais paragnéticos de baixa toxicidade e até mesmos aprovados

para uso clínico pela FDA (Food Drug Administration) (LU; SALABAS; SCHÜTH,

2007).

Figura 1 -Nanopartículas de maghemita sob (a) e sem (b) influência de campo magnético.

FONTE: (LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA, 2010)

a) b)

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Alguns dos materiais paramagnéticos são derivados dos metais de elementos

não magnéticos, em geral, os materiais que contêm subníveis livres ou íons de

elementos dos actinídeos, dentre outros. Por exemplo, o alumínio, o magnésio, o

sulfato de cobre e lantanídeos com carga +3 (exceção dos íons Y+3, La+3 e Lu+3) não

são paramagnéticos (LU; SALABAS; SCHÜTH, 2007; MARTINS; ISOLANI, 2005;

RIBEIRO, 2000).

Existem alguns fenômenos magnéticos como o diamagnetismo (LÜDKE,

2010; NETO et al., 2013), paramagnetismo (LU; SALABAS; SCHÜTH, 2007;

RIBEIRO, 2000) e ferromagnetismo (FRIEDERMANN; SOARES, 2005; GARLIPP;

CILENSE, 2010; JOYA; BARBA-O; PIZANI, 2012; RIBEIRO, 2000; SILVÉRIO;

BARBOSA; PILÓ-VELOSO, 2008). Porém, somente o fenômeno de

superparamagnetismo será abordado devido sua importância da biomedicina.

O superparamagnetismo ocorre quando há monodomínios magnéticos. Desta

forma cada NP é magnetizada individualmente, o que aumenta significativamente a

força magnética. A magnetização do material é sempre determinada pelo balanço de

dois tipos de energia (KLABUNDE, 2001; LABARTA; AMÍLCAR, 2002; RIBEIRO,

2000):

a) a energia magnetostática, associada à criação de pólos magnéticos na superfície

e que se reduz à medida que aparecem domínios magnéticos. Em materiais

paramagnéticos os domínios magnéticos são múltiplos e encontram-se desalinhados

antes da magnetização enquanto o superparamagético apresenta monodomínios

desalinhado de forma isolada (Figura 2).

Figura 2 - Ilustração de multidomínios e monodomínios

FONTE: (MARTINS; TRINDADE, 2012) (adaptado).

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b) a energia das paredes de domínios, que está associada às diferentes

configurações dos momentos magnéticos ao longo do volume da parede. Dentro de

cada domínio, os movimentos magnéticos se apresentam na mesma direção;

contudo, de um domínio para o outro, os alinhamentos apresentam orientações

diferentes (Figura 3).

Os fenômenos magnéticos são largamente utilizados para o desenvolvimento

de novas tecnologias, incluindo sistemas de geração e distribuição de energia,

sistemas de conversão eletromecânica e produção de artefatos, como balanças

analíticas de um único prato (AFONSO; SILVA, 2004), motores, geradores e

transformadores (BUYS, 2006; GHENO et al., 2005). Na área ambiental, o

magnetismo tem sido explorado para remoção de metais e matéria orgânica da água

(GONÇALVES; OLIVEIRA; GUERREIRO, 2008). O magnetismo encontra uso

também nas áreas de telecomunicações, nos transdutores, no sensoriamento, na

prospecção geológica, na informática, na automação industrial e na medicina

(PASCHOALINO; MARCONE; JARDIM, 2010). Na Engenharia Biomédica, o óxido

de ferro é utilizado em procedimentos de diagnóstico com ressonância magnética

nuclear (RMN), como carreador magnético de fármacos e em tratamentos baseado

na hipertermia magnética (SOUZA; MOHALLEM; SOUSA, 2011).

Figura 3 - Ilustração da estrutura de uma parede de 180° de domínios adjacentes com troca de spin.

FONTE: (CULLITY; GRAHAM, 2008)

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2.1.1 Maghemita

Entre as NP’s magnetizáveis, as NP’s de maghemita possuem grande

importância por apresentarem biocompatibilidade comprovada em diversos estudos.

NP’s de óxidos de ferro, ɤ-Fe2O3 (maghemita) e Fe3O4 (magnetita), têm sido muito

utilizadas em bioaplicações, como em imagiologia de ressonância magnética,

liberação controlada de fármacos e tratamento de câncer por hipertermia magnética

(CHAN et al., 2012; GRASSET et al., 2008; HUGOUNENQ et al., 2012; LARTIGUE

et al., 2012; LAURENT et al., 2011; LEE et al., 2012; MAHMOUDI et al., 2011;

POLLERT et al., 2009; TASSA; SHAW; WEISSLEDER, 2011).

Na forma macrocristalina, a magnetita e a maghemita possuem estrutura de

espinélica invertida, sendo que a maghemita possui defeitos catiônicos. Ambas as

formas são ferromagnéticas (JEONG et al., 2006). As ferritas possuem estruturas

espinélicas e são por vezes chamados ferroespinélicas, porque a estrutura do cristal

está estreitamente relacionada com a do mineral espinélico, MgO.Al2O3.

A Tabela 1 mostra a relação de estruturas tetraédricas e octaédricas em

unidades de célula de Ferritas.

Tabela 1 - Arranjos de íons metálicos em células unitárias de ferritas.

Ocupantes

Tipo de Sítio N° Disponível N° Ocupado Espinel normal Espinel Inverso

Tetraédrico (A) 64 8 8 M+2 8 Fe+3

Octaédrico (B) 32 16 16 Fe+3 8 Fe+3

8 M+2

FONTE: (CULLITY; GRAHAM, 2008)

Os íons de oxigênio são relativamente grandes (aproximadamente 0,13 nm de

raio) e estão próximos uns dos outros num arranjo cúbico de face centrada. Os íons

metálicos são muito pequenos (aproximadamente 0,07-0,08 nm de raio) e ocupam

os espaços entre eles. No arranjo espinélico há junção de dois tipos de cristais:

tetraédrico e octaédrico. Os vértices são ocupados por íons de oxigênio, Figura 4(A),

e octaédrico os íons de oxigênio ocupam os vértices de um octaedro, Figura 4[B]. Os

conteúdos dos dois octantes do inferior esquerdo na Figura 4c mostram a interação

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de dois campos tetraédricos e um octraedro central. Os íons de oxigênio são

dispostos da mesma maneira, em tetraedros, em todos os octantes. Nem todos os

locais disponíveis são efetivamente ocupados por íons metálicos. A maghemita

possui forma cristalina espinélica inversa, esta estrutura possui íons de ferro II em

estruturas octaédricas no lugar de íons de ferro III, o que causa vacâncias na

estrutura, Figura 4d. Estas vacâncias permitem que ferritas duplas sejam

sintetizadas ou que outros metais sejam adsorvidos pela maghemita (CULLITY;

GRAHAM, 2008).

Figura 4 - Estrutura cristalina de uma célula unitária, cúbica de face centrada do tipo espinélica.

FONTE: (CULLITY; GRAHAM, 2008; HAHN; LONG; ROLISON, 2013)

As principais vias de síntese para o preparo de NP’s Fe3O4 são (REDDY et

al., 2012):

c)

d

)

d)

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a) Métodos físicos, tais como a deposição em fase gasosa e de litografia de feixe de

elétrons. Estes métodos permitem o controle da dimensão das partículas até a

escala nano (LEE; LEE; WESTERVELT, 2001; MATHUR et al., 2008).

b) Métodos químicos de preparação por via úmida, tais como: a técnica de sol-gel

(BILECKA et al., 2011); métodos de oxidação (AMEMIYA et al., 2007; HIROYUKI

ITOH, 2003; VEREDA et al., 2008); co-precipitação química (WU et al., 2007);

reações hidrotérmicas (CHEN et al., 2008; KHOLLAM et al., 2002); síntese por

injeção de fluxo (SALAZAR-ALVAREZ; MUHAMMED; ZAGORODNI, 2006); método

eletroquímico (CABRERA et al., 2008; MARQUES et al., 2008); aerossol / fase-vapor

(GONZÁLEZ-CARREÑO et al., 1993; STROBEL; PRATSINIS, 2009); reações de

decomposição sonoquímica (DANG et al., 2009; ENOMOTO; AKAGI; NAKAGAWA,

1996); método de fluido supercrítico (ECKERT; KNUTSON; DEBENEDETTI, 1996;

LAM et al., 2008) e síntese utilizando nano-reatores (BAKAR; TAN; BAKAR, 2007;

BREULMANN et al., 1999).

c) métodos microbianos, que são geralmente simples, versáteis, eficientes e com

controle apreciável sobre a composição e a geometria da partícula do material

resultante (MOON et al., 2007, 2010a; NARAYANAN; SAKTHIVEL, 2010).

O método mais comum de preparação de óxidos ferromagnéticos consiste na

co-precipitação de sais de Fe (II) e Fe(III) em meio alcalino, usando soluções

aquosas de hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, amônia ou carbonato de

amônio, como mostra a Equação (1) (APHESTEGUY et al., 2010; LIAN et al., 2004;

LU; SALABAS; SCHÜTH, 2007):

Fe+2 + 2Fe+3 + 8OH- → Fe3O4 + 4H2O (1)

Os íons de Fe+2 e Fe+3 podem ser adicionados de formas diferentes, como

por exemplo, cloretos ferroso e férrico (LIAN et al., 2004; MINCHEVA et al., 2008;

MOHAMMADI; COLE; BERKLAND, 2009) e cloreto férrico e sulfato ferroso

(JACINTHO et al., 2009; LIAN et al., 2004; SCHWERTMANN; CORNELL, 2000;

VALENZUELA et al., 2009). Uma alternativa é a redução parcial dos íons férricos

com auxílio de um agente redutor (por exemplo: Sulfitos, hidrazina, citrato e etc)

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(BEE; MASSART; NEVEU, 1995; HONG et al., 2008; LOPES; SOUZA JR;

OLIVEIRA, 2010) ou a oxidação de íons ferrosos com nitratos (VALENZUELA et al.,

2009). A adição de ácido oléico (MARTINS; TRINDADE, 2012) ou PVA

(ALBORNOZ; SILEO; JACOBO, 2004; LU; SALABAS; SCHÜTH, 2007; XU; TEJA,

2008) promove a estabilidade coloidal e, no último caso, torna as NP’s compatíveis

com solventes não polares. Para algumas ferritas, como a de cobalto, é necessária a

realização de aquecimento para que o efeito de paramagnetismo seja alcançado

(MARTINS; TRINDADE, 2012; REDDY et al., 2012; SHENGCHUN QU, 1999; XU;

ZHENG, 2006).

2.2 NANOCOMPÓSITOS MAGNÉTICOS

A palavra nano em grego significa "anão". Na escala métrica equivale a 10-9

metros. Para colocar isso em perspectiva, um fio de cabelo humano tem cerca de

75.000 nm de diâmetro. No outro lado do conceito, você precisa de 10 átomos de

hidrogênio alinhados um ao outro para obter-se 1 nm (BOYSEN; MUIR, 2011, p.

360).

As características que definem nanotecnologia foram determinadas pela

Iniciativa Nacional de Nanotecnologia americana (National Nanotechnology Initiative,

NNI) e a convenção européia como (BOYSEN; MUIR, 2011, p. 360; ―Copyright

Information | Nano‖, 2014):

1. A nanotecnologia envolve a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia na faixa de

1 - 100nm.

2. Nanotecnologia cria e utiliza estruturas que têm propriedades novas devido ao

seu tamanho reduzido.

3. A nanotecnologia baseia-se na capacidade de controlar ou manipular em escala

atômica.

Por séculos cientistas estudam e trabalham com nanopartículas, porém a

eficiência dos seus trabalhos foi prejudicada pela incapacidade de visualizar a

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estrutura das nanopartículas. Nas últimas décadas, o desenvolvimento de

microscópios e outros equipamentos capazes de visualizar e caracterizar partículas

tão pequenas permitiu aos pesquisadores verem e entenderem, de fato, com o que

eles estão trabalhando (BOYSEN; MUIR, 2011, p. 360).

Nanocompósitos magnéticos podem ser formados a partir de uma ou mais

fases. A possibilidade de se combinar propriedades de compostos em um único

material é um desafio antigo. O estudo de novas propriedades adquiridas por

nanocompósitos orgânico/inorgânico expandiu este campo de investigações (GEHR

et al., 1996). Os sistemas magnéticos em escala nanométrica apresentam uma

grande variedade de propriedades físicas interessantes e permitem estudar diversos

problemas em física do estado sólido, como o superparamagnetismo (MØRUP;

TRONC, 1994).

A síntese de materiais magnéticos como o óxido de ferro nanoestruturado tem

sido intensamente pesquisado, devido às suas amplas aplicações em biomedicina.

Como estas nanopartículas têm elevada área específica, são muito reativas e

podem facilmente formar agregados. São biodegradáveis quando expostos à

sistemas biológicos (SOUZA; MOHALLEM; SOUSA, 2011). Por este motivo são

aplicados amplamente em nanocompósitos aplicados a biotecnologia e biomedicina.

A Figura 5 ilustra duas matrizes poliméricas, (a) e (b) e seus respectivos

nanocompósitos, (c) e (d). Os nanocompósitos não representam uma mera

dispersão de nanopartículas em uma matriz e sim fazem parte do novo material, é

impossível removê-los sem a destruição do compósito (SOUZA; MOHALLEM;

SOUSA, 2011).

Figura 5 - Exemplos de nanocompósitos.

FONTE: (SOUZA; MOHALLEM; SOUSA, 2011)

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2.3 MODIFICAÇÃO SUPERFICIAL DE NANOPARTÍCULAS

Os métodos de síntese em solventes tensoativos de elevado ponto de

ebulição resultam em NP’s hidrofóbicas, como resultado da passivação da superfície

com as respectivas moléculas orgânicas. A transferência de fase das NP’s

hidrofóbicas para meios aquosos, com a introdução de funcionalidades químicas

passíveis de interagir com biomoléculas, é um passo importante, por exemplo, para

a aplicação biológica de NP’s. As entidades biológicas são especialmente sensíveis

ao meio, em particular às condições de pH e força iônica de soluções aquosas. Por

outro lado, as NP’s deverão ser suficientemente estáveis em soluções aquosas, para

que sejam compatíveis com os fluídos biológicos. Estes meios revelam-se por vezes

agressivos para as NP’s. Por outro lado, em termos de bioaplicações, os processos

de modificação superficial podem contribuir para limitar efeitos de citotoxicidade que

eventualmente possam existir (BERRY; CURTIS, 2003; GUPTA; GUPTA, 2005;

SATISH K NUNE; BERKLAND, 2009).

A transferência de NP hidrofóbicas para soluções aquosas pode ser efetuada

por modificação prévia da superfície com ligantes hidrofílicos, segundo duas vias

distintas: a substituição dos ligantes originais por moléculas hidrofílicas ou pelo

encapsulamento das NP em revestimentos heterofuncionais, a partir de interações

hidrofóbicas com as moléculas estabilizantes.

Na primeira metodologia, a troca do ligante envolve a substituição das

moléculas estabilizantes nativas, introduzidas durante o processo de síntese, por

moléculas orgânicas compatibilizadas. Estas são moléculas bifuncionais que, por um

lado, se coordenam à superfície da NP’s como bases de Lewis (grupos tiol ou

carboxílicos) e, por outro lado, possuem grupos hidrófilos (por exemplo, grupos

carboxílicos ou amínicos) que apontam para o exterior da superfície da NP e permi-

tem estabilidade coloidal em solução aquosa. A molécula do ligante utilizado para a

substituição apresenta maior afinidade para a superfície da NP do que o ligante

original ou, então, é utilizado em excesso facilitando a substituição por transferência

de massa. Este método também é aplicável a NP sintetizada em solução aquosa

(MARTINS; TRINDADE, 2012).

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A Tabela 2 ilustra algumas formas possíveis de modificações de NP’s e suas

subsequentes reações. A parte rosada representa uma parte de molécula e que está

ligada a parte reativa e funcionalizada.

Tabela 2 - Exemplos de NP’s funcionalizadas com ligações com substrato.

Ligante Substrato Ligante Ligado ao Substrato

FONTE: (ERATHODIYIL; YING, 2011) (adaptado)

2.3.1 Modificação de NP’s com Sílica

A literatura descreve inúmeros trabalhos sobre a modificação superficial de

NP’s hidrofóbicas com camadas finas de silicatos para uma grande variedade de

materiais como, por exemplo, Fe3O4, Au, Ag e CdSe/ZnS. Nestes casos, o

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revestimento é realizado por reação de trimetoxi silanos (no lugar do TEOS) com a

superfície das NP’s hidrofóbicas, em fase orgânica, dando origem a um conjugado

NP-silano. Porém, na maioria dos casos o TEOS é o mais utilizado (LU et al., 2002).

A Figura 6 mostra a imagem de TEM de nanopartículas de óxido de ferro

recobertas com sílica.

Figura 6 - Imagem de TEM de óxido de ferro tratado com 1000 mg de TEOS para 20 mL de 2-

propanol.

FONTE: (LU et al., 2002) (adaptada).

A modificação da estrutura da maghemita com silanos é utilizada como forma

de manter o paramagnetismo da maghemita e ao mesmo tempo permitir que a

funcionalidade seja aumentada em relação à quantidade de hidroxilas livres (Figura

7). A sílica permite que novas reações, sem modificação da estrutura da maghemita,

sejam realizadas com intuído de modificar a hidrofilicidade e polaridade da partícula

inicial e também possibilita diagnósticos por imagem devido à possibilidade de

fluorescência (REDDY et al., 2012).

Figura 7 - Representação hipotética da magnetita recoberta com sílica.

Fonte: (REDDY et al., 2012)

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Os silanos são escolhidos para que a condensação de SiO2 seja iniciada na

superfície. Os trimetoxi silanos podem reagir diretamente com a superfície de NP de

óxidos metálicos (tal como o Fe3O4), em meio básico, devido à presença de

grupamentos hidroxila superficiais (LU et al., 2002; REDDY et al., 2012). As reações

de cordenação que acontecem neste processo convencionalmente são baseadas

em derivados de alcóxi-silano (Figura 8):

(1) Hidrólise do grupo com formação de grupos reativos tipo silanol.

(2) Condensação do silanol

Figura 8 - Reação do silanol: 1) hidrólise e 2) condensação

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As reações de hidrólise e condensação ocorrem via substituição nucleofílica

bimolecular no átomo de silício. Relacionando os demais alcóxidos metálicos, o de

silício é menos reativo, sendo necessário o uso de catalisadores básicos, ácidos ou

nucleofílicos (fluoreto, metilimidazol, hexametilfosforamida) tanto em reações de

condensação aquosa ou alcoólica.

A utilização de silanos no processo de recobrimento de partículas envolve

variáveis que podem alterar o resultado final de forma drástica, como pH, o tempo e

temperatura de reação, a natureza e concentração do catalisador, a concentração

dos reagentes, a razão molar H2O/Si, o tempo e a temperatura de envelhecimento e

secagem (ALFAYA; KUBOTA, 2002; JOSÉ; PRADO, 2005; WHITE; TRIPP, 2000).

Após a formação dos oligômeros ocorrem ligações hidrogênio com as

hidroxilas da camada superficial da maghemita. Durante o processo de secagem ou

cura das partículas, há perda de água com formação de ligação covalente, como

mostrado na Figura 9 (LIU et al., 2005).

Figura 9 - Modificação superficial de ferritas com oligômeros de silanos.

FONTE: (MAHMOUDIA et al., 2011) (adaptado)

Além da utilização de TEOS, outras substâncias podem ser utilizadas para a

modificação superficial de maghemita e ferritas. A Figura 10 apresenta algumas

modificações possíveis, como discutidos por Laurent e colaboradores (MAHMOUDIA

et al., 2011).

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17

Figura 10 - Modificação superficial de Ferritas com silanos e álcoois

FONTE: (MAHMOUDIA et al., 2011)

2.4 MODIFICAÇÃO DA MAGHEMITA COM 5,10,15,20 - TETRAKIS (4-

HIDROXIFENIL) - 21H, 23H - PORFIRINA (H2TKP).

As porfirinas são caracterizadas pelo macrociclo contendo quatro anéis

pirrólicos, a diferenciação destes para as clorinas é a saturação de uma dupla de um

dos quatro anéis que constituem o macrociclo. A Figura 11 mostra como a porfirina

H2TKP pode ser transformada, por hidrogenação, a clorina (CALVETE; MOURA;

GOMES, 2009).

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Figura 11 - Redução de Porfirina a clorina

FONTE: (CALVETE; MOURA; GOMES, 2009) (adaptado)

A hidrogenação da porfirina causa uma mudança aparentemente sutil na

estrutura. Porém a conjugação da clorina formada torna-se diferente da porfirina de

origem e há perda de simetria na estrutura. As alterações causadas pela

hidrogenação de porfirinas possuem grande importância para Terapia Fotodinâmica

(TFD) (CALVETE; MOURA; GOMES, 2009).

As porfirinas e clorinas possuem extensa conjugação de ligações , exibindo

assim intensa coloração. Estes compostos têm sido utilizados em muitas pesquisas

como potenciais para a TFD de tumores devido à capacidade de geração de

oxigênio singlete que é citotóxico (GAO; GU; XU, 2009; PERUSSI, 2007).

As porfirinas possuem facilidade de complexação de metais (ARAKI; TOMA,

2002). Como a maghemita nunca foi complexada com porfirina, talvez esta possa

tornar a maghemita ―solúvel‖ por complexação. A estrutura da porfirina H2TKP

possui quatro hidroxilas aromáticas, com potencial para utilização como polióis de

oligômeros de poli(ácido lático) (PLA) e poli(ácido lático)-co-poli(ácido glicólico)

(PLGA) através de reações de esterificação.

Gu e colaboradores (2005) descrevem a síntese, caracterização, e a

absorção celular do conjugado de diaminoporfirina e nanopartículas de óxido de

ferro, o que leva a um agente para o tratamento do câncer que pode ser utilizado no

tratamento combinado de TFD e a terapia de hipertermia magnética.

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A síntese do conjugado da magnetita e da diaminoporfirina é mostrada na

Figura 12 (GU et al., 2005).

Figura 12- Síntese da magnetita modificada com derivado da diaminoporfirina

FONTE: (GU et al., 2005)

Este estudo demonstra ser viável a aplicação conjunta da H2TKP com

maghemita para o tratamento do câncer por hipertermia magnética e TFD.

(CALVETE; MOURA; GOMES, 2009) demonstra que há possibilidade de conjugação

de porfirinas com agentes direcionadores do câncer, como o ácido fólico, que

potencializam o tratamento por TFD do câncer usando fluorimetria de fibra óptica.

2.5 PLA

De acordo com as suas propriedades de biodegradabilidade, os biopolímeros

podem ser classificados em biopolímeros biodegradáveis e não biodegradáveis.

Muitos implantes, tais como materiais de substituição de tecido ósseo, alguns

materiais de fixação óssea e de materiais dentários, devem possuir desempenho em

longo prazo e serem estáveis no organismo. Recentemente a evolução da

engenharia de tecidos, medicina regenerativa, terapia de gene e liberação

Bn=Benzil; i) N-hidroxi succinimida, N,N’-diciclohexil-carbonimida;

ii) CHCl3:MeOH (1:1); iii) H2, Pd/C; iv) hexano, CHCl3, MeOH

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20

controlada de fármacos promoveram a necessidade de novos biomateriais com

propriedades de biodegradabilidade e bioabsortividade (KAEDING; C, 2004; TIAN et

al., 2012).

Poliésteres alifáticos, tais como PLA, PGA, poli(capro-lactona) (PCL),

poli(ácido mandélico), poli(dioxanona) (PDS) e os seus copolímeros, têm sido

amplamente investigados para aplicação biomédica por causa da sua

biodegradabilidade, bioabsortividade e biocompatibilidade. Poliésteres alifáticos com

grupos reativos têm atraído atenção por causa da demanda de biopolímeros

sintéticos com propriedades ajustáveis, incluindo características tais como

hidrofilicidade, as taxas de biodegradação, bioadesão fármaco / alvo e (GARLOTTA,

2001; LOU; DETREMBLEUR; JÉRÔME, 2003; TIAN et al., 2012).

Biopolímeros com diversas propriedades específicas são necessários para

aplicações biomédicas, devido à diversidade e complexidade destes ambientes.

Hoje em dia, os biopolímeros sintéticos tornaram-se alternativas atraentes para

aplicações biomédicas, pelas seguintes razões (TIAN et al., 2012):

(1) embora a maioria dos derivados poliméricos biologicamente

biodegradáveis possua boa biocompatibilidade, alguns podem desencadear uma

resposta imunitária1 no corpo humano;

(2) polímeros biodegradáveis dificilmente sofrem modificações químicas em

sistemas biológicos;

(3) modificações químicas em poliméricos biologicamente biodegradáveis

podem causar alteração em suas propriedades, mas sem impossibilitar seu uso.

Os polímeros biodegradáveis, especialmente os que pertencem à família do

PLA e do PGA, desempenham um papel cada vez mais importante em ortopedia.

Estes polímeros degradam por hidrólise e atividade enzimática e têm uma gama de

propriedades mecânicas e físicas, que podem ser modificados para se adequarem a

uma aplicação em particular. As suas características de degradação dependem de

vários parâmetros, incluindo a sua estrutura molecular, cristalinidade, e razão de

1 mecanismos pelos quais um organismo multicelular se defende de invasores externos

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copolímero. Estes biomateriais estão também ganhando rapidamente

reconhecimento no campo da engenharia de tecidos porque podem ser preparados

na forma de matrizes porosas ou suportes de células, componentes da matriz

extracelular, e os agentes bioativos (ATHANASIOU; AGRAWAL; BARBER, 1998).

O PLA é um polímero termoplástico, de alta resistência, alto módulo

mecânico, que pode ser feito a partir de recursos renováveis. Pode ser utilizado para

produzir artefatos para utilização em qualquer área da embalagem industrial ou para

o mercado dispositivo biocompatível/bioabsorvível médica. É facilmente processado

em equipamento padrão de plásticos, para se obter peças moldadas, películas ou

fibras com massa molar média acima de 98000 g/mol (GARLOTTA, 2001; INKINEN

et al., 2011). A Figura 13 mostra algumas possibilidades de síntese de PLA.

Figura 13 - Possibilidades de polimerização do ácido lático.

FONTE: (GARLOTTA, 2001)

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Biopolímeros sintéticos têm excelente biocompatibilidade e boas propriedades

mecânicas. Por isso foram liberados pela FDA para aplicações ―in vivo‖, de modo

que estes têm sido os materiais mais utilizados para a engenharia de tecidos

(REZWAN et al., 2006). Muitas pesquisas vêm sendo realizada sobre poli(L-ácido

lático) (PLLA), poli(capro-lactona) (PCL), poli(DL-ácido lático)-co-poli(ácido glicólico)

(DL-PLGA) e poli(ácido glicólico) (PGA) utilizado na Engenharia de tecidual,

incluindo tecidos ósseos (LIU; MA, 2004; REN et al., 2005; REZWAN et al., 2006;

SALGADO; COUTINHO; REIS, 2004), cartilagem (MERCIER et al., 2005;

VENKATRAMAN; BOEY; LAO, 2008), cardiovasculares (VENKATRAMAN; BOEY;

LAO, 2008), arterial (ISENBERG; WILLIAMS; TRANQUILLO, 2006), de válvula do

coração (VESELY, 2005), intestino delgado, para regeneração de nervos (B et al.,

2013; CIARDELLI; CHIONO, 2006; YANG et al., 2004), substitutos dérmicos para a

regeneração da pele (VENUGOPAL; RAMAKRISHNA, 2005), substituição do

ligamento cruzado (COOPER et al., 2005; MATA et al., 2004), genitário-urinário

(ATALA; KOH, 2005) e outros campos. Neste trabalho o foco é o uso em liberação

controlada de fármaco.

Motta e Duek (2006) avaliaram a degradação de filmes do copolímero PLGA,

na razão monomérica de 80 de ácido lático e 20 de ácido glicólico usando uma

solução tampão fosfato pH 7,4 a 37°C por 60 dias. A análise foi feita por Microscopia

Eletrônica de Varredura e é possível observar na Figura 14 a degradação após o

tempo de exposição com a fragmentação superficial da membrana.

Figura 14 - Imagem de SEM PE películas de PLGA (80:20): (a) antes do ensaio e (b) após 60 dias

37°C em solução tampão pH 7,4.

FONTE: (MOTTA; DUEK, 2006)

(a) (b)

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Metters e colaboradores (2001) utilizaram copolímeros em bloco de poli(ácido

lático)-co-poli(etilenoglicol)-co-poli(ácido lático) (PLA-PEG-PLA) reticulado com

poliacrilato, e conseguiram efetuar o controle da degradação dos copolímeros em

relação à massa de PEG enxertada e a massa molar de PLA. Basicamente quanto

maior a reticulação e a massa molar maior o tempo de degradação.

Não importa se o PLA estará sendo usado como polímero ou copolímero

linear ou ramificado, segundo os dados científicos, o controle de liberação de

fármacos podem ser controlados variando a massa ou reticulação existente na

massa polimérica.

2.6 MATRIZ POLIMÉRICA E LIBERAÇÃO CONTROLADA

A farmacocinética é o estudo da evolução no tempo de um fármaco no

organismo e os processos de Absorção, Distribuição, Biotransformação e Excreção

(ADBE). Os parâmetros farmacocinéticos são obtidos a partir da medição da

concentração do fármaco(WATERBEEMD; GIFFORD, 2003).

A maioria dos fármacos é administrado oralmente, por motivos de

conveniência e comodidade. Tipicamente, um fármaco se dissolve no trato gastro-

intestinal, é absorvido através da parede do intestino e, em seguida, passa pelo

fígado para entrar na circulação sanguínea. De lá, o fármaco é distribuído a vários

tecidos e órgãos no corpo. A porcentagem da dose que alcança a circulação é

chamada de biodisponibilidade. A extensão da distribuição depende das

propriedades estruturais e físico-químicas do composto. Alguns medicamentos

podem chegar ao sistema nervoso central, atravessando a barreira hemato-

encefálica. Finalmente, a fármaco vai ligar ao seu alvo molecular, por exemplo, um

receptor ou enzima, e exerce a sua ação farmacológica (Figura 15)

(WATERBEEMD; GIFFORD, 2003).

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Figura 15 - Esquema de distribuição de fármacos.

FONTE: (WATERBEEMD; GIFFORD, 2003) (adaptada)

Após estudos no final da década de 90, nos quais a farmacocinética e a

toxicidade foram importantes para a descoberta de falhas no desenvolvimento de

fármacos, estas se tornaram assim áreas muito apreciadas e que devem ser

consideradas o mais cedo possível no processo de descoberta de medicamentos.

No entanto, nos últimos anos, a química combinatória e o rastreamento de fármacos

com alta sensibilidade aumentou significativamente o número de compostos para os

quais os dados iniciais de ADBE e toxicidade são necessários, o qual tem, por sua

vez acionado o desenvolvimento de uma variedade de médio e de alto rendimento

em ADBE ―in vitro‖ (WATERBEEMD; GIFFORD, 2003).

Tecnologia de liberação controlada tem grande potencial para avançar o

tratamento médico, bem como facilitar a investigação científica. Por exemplo,

formulações de liberação controlada feitos a partir de matrizes de polímero

biodegradável (MPB’s) tendo em vista melhorar a segurança de medicamentos

(ROTHSTEIN et al., 2012).

No entanto, o projeto em estudos de liberação ―in vitro” de efetivamente

capturar toda a gama ou a duração da cinética de uma formulação de liberação pode

não ser trivial, por duas razões principais:

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(1) Nem sempre é claro por quanto tempo um ensaio deve ser realizado,

como formulações de MPB que pode liberar fármaco por dias, semanas ou meses,

dependendo da sua composição (ROTHSTEIN; LITTLE, 2011).

(2) A taxa de liberação do fármaco pode variar dramaticamente durante o

decorrer do ensaio, o que dificulta a obtenção de dados de tempo sem um

conhecimento prévio das alterações que ocorrem na taxa de liberação (ROTHSTEIN

et al., 2012).

Devido a esses problemas, ensaios de liberação frequentemente produzem

resultados que deixa investigadores incertos do máximo de liberação de uma

formulação e as concentrações de fármaco na cuba de teste de dissolução ou a

duração da liberação do fármaco, Figura 16 (ROTHSTEIN et al., 2012).

Figura 16 - Ilustração de um sistema hipotético de liberação de fármaco in vivo. Os pontos x e y são

os tempos necessários parainício e fim da ação farmacológica

FONTE: (PALLASCH, 1988)

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Na verdade, quatro fases de pesquisas (ruptura inicial, fase de latência,

ruptura secundária e liberação final) são estudadas em liberação de fármacos a

partir de micropartículas de polímeros biodegradáveis. A Figura 17 ilustra o efeito

causado nas matrizes poliméricas (ROTHSTEIN; FEDERSPIEL; LITTLE, 2008;

ROTHSTEIN; LITTLE, 2011).

Figura 17 - Ilustração do modelo de liberação de fármacos de matrizes poliméricas.

FONTE: (ROTHSTEIN; FEDERSPIEL; LITTLE, 2008)

Cada princípio ativo possui uma quantidade mínima para que seu efeito

terapêutico seja alcançado e um nível máximo onde atinge a toxidade. É no intervalo

entre estes dois valores que a concentração plasmática do fármaco deve estar para

garantir o efeito desejado. Doses controladas por horas podem manter a

concentração dentro dos níveis desejáveis, mas, também podem causar acúmulo da

mesma podendo chegar a valores tóxicos. A Figura 18 mostra a diferença entre a

liberação controlada e a administração convencional.

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Figura 18 - Liberação controlada x administração convencional.

FONTE: (CUDWORTH; GREGGREY, 1998) (adaptado)

2.7 APLICAÇÃO DA REAÇÃO MULTICOMPONENTE DE UGI PARA PREPARO DE

BIOCUNJULGADOS

Reações multicomponentes (RMCs), por definição, consistem em um

procedimento em que três ou mais materiais de partida são reunidos em um único

recipiente para a conversão em um novo produto que reunirá partes principais de

todos os reagentes (NOOY et al., 2000). Esse procedimento distingue-se das

reações químicas clássicas, em que somente um ou dois materiais de partida

formam um produto. As vantagens das reações multicomponentes em relação à

síntese de compostos biologicamente ativos são a simplicidade operacional,

economia de átomos, diversidade estrutural e complexidades dos compostos. Por

esses motivos, as RMCs estão emergindo como uma ferramenta superior para a

síntese de compostos biologicamente ativos (ZIEGLER; GERLING; LANG, 2000).

Uma subclasse de RMCs são as reações multicomponentes de isocianetos

(RMCI), as quais estão baseadas na química dos isocianetos. Os isocianetos

apresentam uma peculiaridade diferencial devido à sua estabilidade, o que confere

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ao isocianeto uma funcionalidade dupla e uma reatividade excepcional (DÖMLING;

UGI, 2000).

A reação de Ugi, descrita em 1959, é indiscutivelmente uma das mais

importantes RMCs (WANG, 2010). Essa reação ―one-pot‖ envolve a condensação de

quatro componentes: um isocianeto, um componente aldeídico, um ácido carboxílico

e uma amina primária, obtendo como produto uma diamida.

O esquema da reação de Ugi é mostrado na Figura 19.

Figura 19 - Esquema da reação multicomponente de Ugi

FONTE: (ICART, 2015) Adaptada

Na reação de Ugi, os componentes não são convertidos simultaneamente em

um único passo. Nessa reação, ocorre a formação de intermediários até a obtenção

do produto. Na primeira etapa, a amina e o aldeído se condensam para a formação

de um intermediário com função imina. Esse intermediário é, em seguida, protonado

pelo ácido carboxílico formando um íon imínico, causando um aumento da

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eletrofilicidade da ligação carbono-nitrogênio. O ânion carboxilato adiciona-se ao

carbono do isocianeto, e este se adiciona ao carbono do intermediário. O segundo

intermediário, então formado, pode ser visto como um hetero-análogo de um

anidrido de ácido, que seria uma ―troca‖ de um átomo de oxigênio pelo grupo

amínico primário. Os anidridos são agentes de acilação fortes, assim como os

hetero-análogos formados, que reagem rapidamente com o átomo acilante mais

próximo: o átomo de nitrogênio proveniente da imina inicial. Após a acilação

intramolecular, conhecida como rearranjo de Mumm, é obtido o produto estável da

reação de Ugi (DÖMLING; UGI, 2000; DÖMLING; WANG; WANG, 2012; WANG,

2010).

Aproveitando as vantagens fornecidas pela rota sintética da reação do Ugi,

vários autores estudaram a sua aplicabilidade na síntese de conjugados

macromoleculares (ZIEGLER; GERLING; LANG, 2000). Muitos destes estudos

mostraram a possibilidade de conjugação entre sistemas poliméricos hidrofílicos e

proteínas, peptídeos, polissacarídeos e esteróides (CRESCENZI et al., 2003;

DÖMLING; UGI, 2000; KUBOTA et al., 1996; NOOY et al., 2000; NOOY; MASCI;

CRESCENZI, 1999; WANG, 2010; ZIEGLER; GERLING; LANG, 2000). Também foi

reportada a utilidade desta reação na PEGilação de proteínas, lipoproteínas,

glicoproteínas, e sistemas poliméricos hidrofílicos que ajudam na modificação da

solubilidade e propriedades farmacocinéticas de algumas moléculas biologicamente

ativas (ZIEGLER; GERLING; LANG, 2000).

2.8 DICLOFENACO DE POTÁSSIO (DCP)

O primeiro agente anti-inflamatório não esteroidal (AINE) introduzido após o

ácido salicílico foi fenilbutazona em 1952. Uma década mais tarde, os compostos

competitivos, tais como ácido mefenâmico, ibuprofeno e indometacina (Figura 20)

foram introduzidos. Surgindo assim novos esforços em sintetizar novo medicamento

anti-inflamatório com alta atividade e tolerabilidade (SALLMANN, 1986).

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Figura 20 - Estruturas dos primeiros AINE

FONTE: (SALLMANN, 1986) (adaptado)

O ácido araquidônico sob ação de ciclo-oxigenase produz prostaglandinas,

as quais (GUND; SHEN, 1977; RAHMAN; MALCOUN, 2014; SCHOLER et al., 1985,

1986; TAKEUCHI et al., 2010).

Gund e Shen (1977) conseguiram associar o sítio ativo do ácido

araquidônico com as possíveis interações da indometacina no mesmo sítio ativo,

visto que quando administrada os processos-inflamatórios e a produção de

prostaglandinas era diminuída (Figura 21). O desenvolvimento de AINE foi baseado

no sítio ativo do ácido araquidônico e com a conformação espacial do mesmo com a

indometacina.

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Figura 21 - Estrutura espacial comparativa do ácido araquidônico e indomentacina e a interação da indometacina no sítio ativo proposto.

FONTE: (SALLMANN, 1986) adaptado

Scholer e colaboradores (1986) definiram farmacologicamente o diclofenaco de

sódio como um potente agente anti-inflamatório, analgésico e antipirético. Ele atua

por meio de inibição potente da ciclo-oxigenase e modulação da liberação de ácido

araquidônico e captação. A Figura 22 mostra a estrutura do ânion diclofenaco.

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Figura 22 - Estrutura do ânion diclofenaco

Em 1971, Vane (1971) mostrou que o efeito de analgesia dos AINE é

decorrente ao fato da dor estar comumente associada processos inflamatórios. E

Kantor (1986) demonstrou que o diclofenaco de sódio administrado por via oral ou

intramuscular foi efetivo no tratamento da dor nos casos de cirurgia oral, dores

menstruais, dor lombar, cólica renal ou biliar e condições pós-traumáticas e pós-

operatórias. Outros pesquisadores também descreveram efeitos similares (CANNON

et al., 2006a, 2006b; HERRERA et al., 2007; ODOM et al., 2014; ROTH, 1985;

SCHWAIGER et al., 2004).

Em relação às reações adversas relacionada ao uso de diclofenaco, não

foram reportados efeitos que causassem incômodos ou cautela durante sua

administração, não sendo restrito a praticamente nenhum caso estudado. A irritação

gástrica é a reação adversa mais frequente observada em todos AINE . Em termos

práticos, não se busca um fármaco que seja totalmente livre de efeito adverso e,

quando monitorado diariamente, caso o doente venha a ter este desconforto, o

medicamento pode ser retirado ou o sintoma tratado imediatamente (O’BRIEN,

1986; WARNER et al., 1999).

2.8.1 Controle da liberação do diclofenaco

Como o tempo de meia vida do diclofenaco é de 1,8 horas e como os

benefícios do uso do diclofenaco podem ser amplamente explorados, é de grande

importância avaliar o retardo da liberação desta classe de fármaco (DESJARDINS et

al., 2015; MARQUES FILHO, 2003; RIESS et al., 1978; SALLMANN, 1986).

Arellano e colaboradores (1999) estudaram a interferência do propilenoglicol

(PG) e miristato de isopropila no estudo de liberação de diclofenaco de sódio em gel

de carbopol em adesivo transdérmico. O Carbopol não foi capaz de manter a

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liberação sustentada durante o estudo realizado por oito horas e o acréscimo da

quantidade de propilenoglicol (PG) (Figura 23) foi capaz de diminuir a liberação

devida este possuir menor afinidade com o fármaco. Tendo uma liberação

consideravelmente diminuída e sustentada com 60 % de PG no gel de carbopol.

Com a quantidade de PG mantida em 40% o aumento de miristato de

isopropila (Figura 24) foi capaz de facilitar a passagem pela barreira transdérmica

devido ao aumento da difusibilidade e/ou do coeficiente de partição do PG, podendo

ser usado para o controle da liberação (ARELLANO et al., 1999).

Figura 23 - Efeito da concentração de PG no perfil de permeação do adesivo transdérmico.

FONTE: (ARELLANO et al., 1999)

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Figura 24 - Efeito da concentração de miristato de isopropila em gel de carbopol contendo 40% de PG em gel transdérmico.

FONTE: (ARELLANO et al., 1999)

O uso de copolímeros de ácido metacrílico e metil metacrilato, comercializado

como Eudragit® L100 e S100, foi usado em compósito com hidrotalcita,

Mg6(CO3).(Al(OH)6)2(OH)4.4(H2O), para avaliar o perfil de liberação de diclofenaco. A

eficiência de encapsulação foi de cerca de 60% e o estudo de liberação controlada

mostrou que em uma proporção de 1 parte de hidrotalcita para 10 partes de resina

foi capaz de manter uma liberação sustentada em pH retal e intestinal (Figura 25),

mostrando-se promissor para esta nova aplicação (AMBROGI et al., 2008).

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Figura 25 - Perfil de liberação de diclofenaco presentes em micropartículas de compósito de resina acrílica e hidrotalcita.

FONTE: (AMBROGI et al., 2008)

O diclofenaco administrado em cápsulas entéricas, comercialmente disponível

como Dicloreum®, consegue diminuir a somente uma administração após o café da

manhã em relação à formulação tradicional que necessita de 2 a 3 administrações

diárias (BIASI et al., 1998; CIUREA et al., 2009).

O resinato ou colestiramina, geralmente comercializado como Amberlite e

Duolite®, respectivamente, é utilizado como resina de ancoragem iônica para reduzir

a velocidade de liberação de fármacos em suspensões de uso oral (BHASKAR et al.,

1986; PONGJANYAKUL et al., 2005; SRIWONGJANYA; BODMEIER, 1998;

WILDING et al., 1994). Está disponível no mercado o medicamento na forma de

suspensão oral de DCP com resinato ou colestiramina. Mais indicado para uso em

crianças, devido à facilidade da administração, também pode ser usado como forma

de liberação controlada do DCP.

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36

2.8.2 Uso conjunto do diclofenaco com quimioterápicos para tratamento do

câncer

Os quimioterápicos empregados no tratamento de câncer possuem várias

reações adversas. Para diminuir o desconforto e/ou efeito adverso é comum o uso

de coquetéis de medicamentos.

A dor e inflamação causada durante o tratamento é algo que não pode ser

evitado. O diclofenaco de potássio é reportado em diversos casos para alívio da dor

em sistemas conjugados com os quimioterápicos tanto para o tratamento de câncer

como para diversas (ARIAS et al., 2010; BAHNER; BORDEAUX, 2013; BARBARIĆ

et al., 2007; CHO et al., 2005; DE PAZ-CAMPOS et al., 2014; MERCADANTE et al.,

1997; MINOTTI et al., 1998; NICHOLSON et al., 2013; RANA et al., 2012; SAN

ROMÁN et al., 2013; THAKUR; SANYAL, 2010). Franco De Conno e colaboradores

(DE CONNO et al., 1992) mostraram também a associação do diclofenaco com

opióides2, como morfina, como medicamento secundário para o tratamento da dor

em pacientes sob o tratamento de câncer. Seus resultados mostram a melhora do

alívio da dor sem comprometimento da ação da morfina e com o benefício da

diminuição do risco de overdose com a administração conjunta.

Francesco Albano e colaboradores ( 2013) conseguiram mostrar que dentre

os AINE, o diclofenaco é capaz de diminuir a ploriferação de câncer do tipo

melanoma e apoptose induzida devido à disfunção mitocondrial quando

administrado em conjunto com a quimioterapia e/ou radioterapia. Efeitos anti-

proliferativos de aspirina e diclofenaco contra o crescimento de células cancerosas e

de fibroblastos também foram reportados por Al-Nimer e colaboradores (2015).

2.9 HIPERTERMIA MAGNÉTICA APLICADA NO TRATAMENTO DO CÂNCER

O crescimento de números de novos casos de câncer é algo divulgado

internacionalmente, e causa grandes preocupações, visto que dentre os tratamentos

atualmente disponíveis nenhum possui grandes taxas de cura. Dentre as diversas

terapias disponíveis para o tratamento do câncer, sempre existem as que são

preferenciais entre pacientes e médicos. Entre as novas terapias usadas atualmente

para tratamento do câncer ou como coadjuvante das terapias tradicionais se destaca

2 Substâncias derivadas do ópio, usados para alívio de dores intensas

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a hipertermia magnética (MEENACH; HILT; ANDERSON, 2010; SADHUKHA;

WIEDMANN; PANYAM, 2013; SCHILDKOPF et al., 2011).

Hipertermia é usada para denominar a geração de calor em terapias do

câncer, este efeito proporciona a morte celular programada (apoptose) das células

cancerosas por estas serem mais sensíveis ao aumento de calor que as células

saudáveis (KUMAR; MOHAMMAD, 2011). A Figura 26 ilustra o uso de fluído

magnético para uso da hipertermia.

Figura 26 - Exemplo de hipertemia usando fluído magnético

Fonte: (ASCOM, 2013)

As células cancerosas possuem como característica não sofrerem morte

celular por apoptose, porém quando expostas ao calor este efeito torna-se viável e

causa morte do tumor (KUMAR; MOHAMMAD, 2011).

A hipertermia pode ser classificada de acordo com a temperatura alcançada

durante o tratamento, como mostra a Tabela 3. Porém, qualquer tratamento

envolvendo hipertermia terá resultados diferentes de acordo com as características

das células, duração da exposição ao calor gerado e da temperatura gerada no sítio

alvo (KUMAR; MOHAMMAD, 2011; MEENACH; HILT; ANDERSON, 2010).

A hipertermia é uma terapia que complementa outros tratamentos atualmente

disponíveis, incluindo a radioterapia, a terapia gênica, a quimioterapia, a cirurgia,

técnicas de ultrassom e a imunoterapia para o câncer. A grande vantagem do uso

combinado da hipertermia com outras técnicas é a eliminação de células cancerosas

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e aumentar a vulnerabilidade destas células resistentes a outros tratamentos

(KUMAR; MOHAMMAD, 2011).

Tabela 3 - Classificação da hipertermia de acordo com a temperatura usada e tipos de danos causados

Temperatura (°C) Nome Efeito

46 - 56 Hipertermia de

alta temperatura

Necrose tecidual; Coagulação ou

Carbonização das células

41 - 46 Hipertermia moderada

Danos celulares; Danos Teciduais.

< 41 Hipertermia

branda

Degradação intra e extracelular; Desnaturação e enrolamento de proteínas;

Agregação e reticulação do DNA.

FONTE: (KUMAR; MOHAMMAD, 2011; MEENACH; HILT; ANDERSON, 2010)

Estudos, em fase pré-clínica, mostram a melhora da eficácia da hipertermia

em produzir toxidade com o acoplamento da radioterapia e/ou quimioterapia

(MEENACH; HILT; ANDERSON, 2010). Por exemplo, o uso da hipertermia acoplada

à radioterapia mostrada nas pesquisas de (SCHILDKOPF et al., 2010) para avaliar a

viabilidade de indução de morte celular em câncer coloretal.

No trabalho de Schildkopf e colaboradores (2011) foi examinado se a

combinação de irradiação (raios-X) e hipertermia ionizante de 41,5°C por 1 hora

poderia induzir a liberação de proteína de choque térmico (HSP) 70 pelas células de

tumor e, assim, levar à ativação de células dendríticas e macrófagos. Foi estudada a

secreção de proteína HSP70 por células de tumor coloretal e a subsequente

ativação de células do sistema imune com o acoplamento das duas técnicas.

Como uma das respostas, foi avaliada, pelo teste de ELISA, a liberação de

HSP70 usando intensidade de radiação GRAU (Gy) de 5 e 10, com e sem a ação da

hipertermia. A Figura 27 mostra que a hipertermia (HT) sozinha aumenta a

quantidade de HSP70 em relação ao teste controle (w/o) e quando em conjunto com

a radiação de 5 ou 10 Gy (SCHILDKOPF et al., 2011).

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Figura 27 - Resultado da liberação de HSP70 de células de câncer coloretal com aplicação conjunta ou isolada de hipertermia e radiação de 5 e 10 Gy

Fonte: (SCHILDKOPF et al., 2011) (adaptado)

Os resultados do uso da hipertermia são promissores, porém questões como

limitação de penetração de laser, micro-ondas ou ultrasom nos tecidos do corpo,

aquecimento do tecido saudável que resulta em bolhas e queimaduras e

temperaturas ineficazes em áreas mais profundas são uns dos desafios encontrados

no uso da técnica (KUMAR; MOHAMMAD, 2011).

2.9.1 Técnicas e materiais para a indução da hipertermia magnética

Com o aumento das pesquisas voltadas para hipertermia como tratamento do

câncer, vários métodos estão sendo estudados para indução da hipertermia

(ELSHERBINI et al., 2011).

Atualmente a indução de hipertermia pode ser feita por diversas técnicas

como: radiofrequência, ultrassom, micro-ondas, núcleos térmicos magneticamente

excitáveis, radiação infravermelha, e os tubos com água quente. As variações

destas técnicas ocorrem devido às limitações que cada uma apresenta (KUMAR;

MOHAMMAD, 2011).

A técnica de aquecimento mais utilizada no tratamento clínico é o uso de

eletrodos para aquecimento capacitivo com campo elétrico em radiofrequência. O

tamanho do tumor, a posição dos eletrodos e a adesão dos eletrodos para sítios

irregulares são alguns dos fatores que torna esta técnica difícil de ser aplicada

(ELSHERBINI et al., 2011).

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Em 1957, pela primeira vez, foi usada a dissipação térmica oriundas da

vibração de nanopartículas magnéticas expostas a campos magnéticos variáveis

externos para o tratamento do câncer. A vantagem desta técnica em relação às

demais está na possibilidade de guiar as nanopartículas magnéticas até o sítio

tumoral, melhorando ainda mais a eficácia do método. Outra vantagem

extremamente importante é o tamanho nanométrico capacitar a passagem entre o

tecido tumoral e se alojar dentro do tumor que possui intervalos celulares na faixa de

380 a 780 nm. Estas partículas também podem atravessar a barreira

hematoencefálica e, portanto, podem ser usadas para o tratamento de tumores

cerebrais (ELSHERBINI et al., 2011; KUMAR; MOHAMMAD, 2011). A Figura 28

ilustra a aplicação de nanopartículas magnéticas e de nanoesferas poliméricas

contendo fármaco e as nanopartículas (GOYA, 2004).

Figura 28 - Ilustração de como uma nanopartícula magnética ou nanoesfera polimérica magnética pode atuar no tratamento do câncer

Fonte: (GOYA, 2004)

Existem diversos materiais com propriedades magnéticas que podem ser

usados, em escala nanométrica, para o tratamento do câncer onde, dentre eles,

estão o ferro, cobalto, níquel e seus óxidos. O mais usado é a maghemita e seus

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óxidos mistos, conhecidos também como ferritas. As ferritas de cobalto, manganês e

níquel se destacam entre as demais. Estas nanopartículas podem ser estabilizadas

por várias macromoléculas e polímeros, evitando assim a aglomeração de

nanopartículas. As nanopartículas magnéticas a base de óxido de ferro são atóxicas,

excelente biocompatibilidade e mantem a homeostase celular de ferro pelas células,

por ser metabolizada pela hemeoxigenase-1, para formar a hemoglobina. A

aprovação destes óxidos derivados de ferro são aprovados para uso pela FDA

(CLARES et al., 2013; ZHAO; SAATCHI; HÄFELI, 2009).

2.9.2 Uso dos polímeros na hipertermia magnética

Os polímeros biocompatíveis possuem grande versatilidade e podem ser

usados como revestimento de partículas magnéticas, assim estas podem ser

aplicadas com maior segurança e também permite a incorporação de fármacos.

Para alcançar a idealidade para uso os seguintes fatores são importantes (PEREIRA

et al., 2013a, 2013b; PHILIPPOVA et al., 2011; TOMITAKA et al., 2011):

Garantir a biocompatibilidade;

Manter inalterada as funcionalidades dos nanomateriais;

Evitar a aglomeração das nanopartículas no meio biológico;

Minimiza a possibilidade de opsonisação3 das NP’s, promovendo sua remoção a

partir do fluxo sanguíneo;

Garantir a quantidade necessária para que a função principal seja alcançada;

Possibilitar a funcionalização para promover um direcionamento

bioquimicamente seletivo.

Os biopolímeros mais usados para este fim são o PLA, PEG, PGA, PLGA,

gelatina, ácidos graxos, lipossomas, dextran, alginato e quitosana (DANG et al.,

2009; FENG et al., 2008; LAURENT et al., 2011).

O uso do PLA para recobrimento ou matriz polimérica para dispersar a carga

hipertérmica é largamente difundida na literatura. Quando usado copolimerizado

com PEG, o tempo de circulação do compósito contendo a carga hipertérmica e

3 Facilita a açao do sistema imunológico por fixar opsoninas na superfície bacteriana, permitindo a

fagositose.

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fármaco é relativamente maior devido o sistema imunológico demorar em ―expulsar‖

o compósito como corpo extranho ao corpo. O PEG acaba por aumentar

abiocompatibilidade e é umaproposta viável para conjugação aos biopolímeros

citados na literatura.

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43

3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

Produzir compósitos poliméricos e compósitos magnéticos e hipertérmicos, à

base de PLA, com potencialidade para o uso em tratamento do câncer e avaliar o

perfil de liberação de um fármaco modelo, no caso o diclofenaco de potássio.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

São objetivos específicos deste trabalho:

- Sintetizar PLA por policondensaçao a partir de solução aquosa de ácido

lático a 85%;

- Caracterizar o PLA por FTIR, DRX, TGA, DSC, e RMN1H e 13C;

- Sintetizar partículas de magnetita e maghemita via co-precipitação;

- Modificar a maghemita com dióxido de silício pelo procedimento de

sonicação e co-precipitação;

- Modificar a maghemita com 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–21H,23H-

porfirina por técnica de fusão, sonicação, impregnação e co-precipitação;

- Modificar a maghemita com PVA pelo procedimento de oxidação em meio

aquoso;

- Caracterizar a maghemita e as maghemitas modificadas por FTIR, DRX,

SAXS, Força magnética e TGA;

- Produzir compósitos poliméricos com diclofenaco de potássio pelo

procedimento de fusão;

- Produzir compósitos magnéticos e hipertérmicos com diclofenaco de

potássio por fusão;

- Modificar a magnetita com glutaraldeído por sonicaçao para obter a função

aldeídica necessária para reação de Ugi.

- Caracterizar a magnetita modificada com glutaraldeído por FTIR, DRX,

Força magnética e TGA;

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- Funcionalisar o PEG com grupo amina para reação de Ugi. Para a

funcionalização será cecessáriainicialmente uma acetilaçao com cloreto de ácido

alfa halogenado para posterioe reação com diamina para a oobtençao de aminas

primárias;

- Caracterizar o PEG acetilado e aminado por FTIR, DRX, TGA, DSC, e

RMN1H e 13C;

- Produzir compósitos magnéticos e hipertérmicos com diclofenaco de

potássio mediante a reação multicomponente de Ugi;

- Caracterizar os compósitos obtidos por FTIR, DRX, força magnética, DSC e

TGA;

- Avaliar o perfil de liberação do diclofenaco de potássio, presente nos

compósitos poliméricos, em HCl 0,1 N;

- Avaliar o perfil de liberação do diclofenaco de potássio, presentes nos

compósitos magnéticos, em HCl 0,1 N com e sem aplicação de campo magnético

externo;

- Avaliar a capacidade hipertérmica dos compósitos magnéticos mediante

teste de indução magnética.

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4 ORIGINALIDADE

A 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)-21H,23H-porfirina, porfirina H2TKP, nunca

foi utilizada em estudos de modificação da Magnetita e/ou maghemita o que a torna

uma alternativa razoável para estudo desta aplicação. As porfirinas e clorinas são

indicadas em terapias fotodinâmicas para o tratamento de câncer. A utilização da

mesma na modificação das partículas magnéticas permitirá que o compósito

formado possa ser usado tanto no tratamento via hipertermia magnética quanto na

terapia fotodinâmica e, devido os grupamentos fenólicos ligados ao anel porfirínico,

a compatibilidade com a matriz polimérica pode ocorrer de forma mais efetiva.

A modificação de partículas magnéticas com organosilanos é uma linha de

pesquisa muito estudada com diversas vertentes em sua aplicação. O alto grau de

hidroxilas formadas na superfície das partículas não só melhoram a compatibilidade

com matrizes poliméricas como permitem a fixação de cargas específicas em sua

superfície como fármaco ou direcionador biológico. A modificação com dióxido de

silício até o momento não foi explorada e a inserção a partícula magnética in situ por

co-precipitação ou dispersão ultrasônica parecem ser técnicas viáveis para alcançar

a modificação superficial desejada.

O uso de partículas magnéticas é uma ferramenta poderosa para geração de

aumento de calor direcionado através de campo magnético externo oscilante. Esta

técnica pode ser usada isoladamente, porém, é mais eficaz quando aplicada em

conjunto com outras terapias tradicionais. A hipertermia magnética possibilita a

apoptose de células cancerosas que possuem maior susceptibilidade a variação de

temperatura em relação às células normais. O uso do diclofenaco tem sido mostrado

promissor para a aplicação em conjunto no tratamento do câncer para alívio de dor e

inflamação e pesquisas recentes começam a mostrar sua atuação direta em

algumas formas de câncer. A aplicação da hipertermia com o diclofenaco torna-se

assim uma opção com alta viabilidade para o uso em tratamento do câncer ainda

pouco explorada.

Embora os poliésteres biodegradáveis usados nesta pesquisa sejam

amplamente usados para o fim proposto, é a primeira vez que os mesmos são

utilizados em compósitos magnéticos e hipertérmicos com o diclofenaco de potássio.

A reação multicomponente de Ugi é muito usada para funcionalização de

pequenas moléculas e também para desenho de moléculas com radicais

específicos. O uso desta reação em biomoléculas é algo que está sendo cada vez

mais estudado, porém o uso em funcionalização ou acoplamento de cadeias

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poliméricas é uma área pouco explorada. A partir de funções específicas (amina,

aldeído, ácido carboxílico e ciano) é possível criar novas moléculas de acordo com a

necessidade de aplicação. Para facilitar o magneto-carreamento do compósito

contendo a partícula magnética o PEG que serve como agente de mascaramento

biológico das defesas normais do corpo e carreamento de fármaco, a partícula

magnética será modificada com glutaraldeído, o que permitirá a obtenção de

funcionalização terminal de aldeído. Esta partícula magnética aldeídica será usada

para a reação de Ugi em conjunto com o PEG aminado e o ácido carboxílico do PLA

para ligar a partícula magnética quimicamente ao copolímero de PEG-PLA. Este

compósito tem grande potencial para hipertermia magnética com direcionamento

magnético até o local desejado e micro-encapsulamento de fármacos na matriz

polimérica.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 REAGENTES E SOLVENTES

Os reagentes estão listados em ordem alfabética e classificados dentro da

etapa em que foram utilizados.

Para síntese e modificação de partículas de maghemita foram utilizados:

Ácido clorídrico 35 - 37% P. A. - VETEC

Água deionizada – LaBioS/IMA/UFRJ

Álcool etílico 95% U. S. P. – VETEC

Cloreto de ferro III seis águas 97 – 102% P. A. / A. C. S.- VETEC

Cloreto de Metileno 99,5% P. A. Seco – VETEC

Dióxido de silício 99% (Acematt® TS100) – Evonik

Gelatina em pó – VETEC

Heptano P. A. (mistura de isômeros) – VETEC

Hidrazina monocloridrato 99% P. A. – VETEC

Hidróxido de amônio 28 - 30% P. A. / A. C. S. - VETEC

Hidróxido de potássio 85% (em pó) P. A. - VETEC

Hidróxido de sódio micropérolas 98% P. A.– VETEC

iso-Propanol 99,7% UV/HPLC Espectroscópico – VETEC

Poli(álcool vinílico) P. S. – VETEC

Sulfato de ferro II sete águas P. A. - VETEC

Sulfito de sódio anidro 97% P. A. – VETEC

Para síntese PLA e PLGA foram utilizados:

Ácido fosfórico 85,0% - VETEC

Ácido glicólico 57% - VETEC

Ácido lático (mistura de isômeros) 84,5 - 85,5 % - VETEC

Ácido L-lático 85 % - PURAC

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Ácido sulfúrico 95 – 99% P. A. - VETEC

Cloreto de cálcio duas águas 99,0 – 105,0% P. A. – VETEC

Cloreto de cobalto II seis águas 99 – 102% P. A. – VETEC

Cloreto de ferro III seis águas 97 – 102% P. A. / A. C. S. - VETEC

Cloreto de magnésio seis águas 99 – 102% P. A. – VETEC

Cloreto de Metileno 99,5% P. A. Seco – VETEC

Dilaurato de estanho II 28,0 – 30,0 % como Sn+2 (DABCO T9) – Arinos

Para síntese do produto de Ugi foram utilizados:

Álcool etílico 99% U. S. P. – VETEC

Cianeto de t-butila - Sigma-Aldrich

Cloreto de ferro III seis águas 97 – 102% P. A. / A. C. S. - VETEC

Cloreto de monocloroacetila - Sigma-Aldrich

Clorofórmio P. A. – VETEC

Éter etílico P. A. – VETEC

Etilenodiamina P. S. – VETEC

Glutaraldeído 50% solução – SP-Labor

Hexano mistura de isômeros P. A. – VETEC

Hidróxido de potássio 85% (em pó) P. A. - VETEC

Metanol P. A. – VETEC

Poli(etilenoglicol) 𝑀 𝑤 6000 - Sigma-Aldrich

Sulfato de ferro II sete águas P. A. – VETEC

Para o preparo dos compósitos foram utilizados:

Carvão Ativado – VETEC

Diclofenaco de potássio - Nortec

Dióxido de Silício - Acemat® TS100

Para as análises de caracterização foram utilizados:

Brometo de potássio espectroscópico – Sigma-Aldrich

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Clorofórmio deuterado – Sigma-Aldrich

Dimetilsulfóxido deuterado – Sigma-Aldrich

Tetrahidrofurano HPLC – Sigma-Aldrich

5.1.1 Lista de Equipamentos

Os equipamentos utilizados, disponíveis em sua grande maioria no IMA-UFRJ e EQ-

UFRJ - Rio de Janeiro – RJ, são listados a seguir.

Análise Termogravimétrica STA6000 Perkin Elmer (IMA-UFRJ)

Cromatógrafo de exclusão por tamanho (SEC) Waters 515 HPLC Pump com

detector de índice de refração Waters 2414 (Engepol)

Difratômetro de raios X, Rigaku Inc., Modelo Miniflex (IMA-UFRJ)

Difratômetro de raios X, Rigaku Inc., Modelo Ultima IV (IMA-UFRJ)

Dissolutor de comprimidos e cápsulas, Ethktechnology (LaBioS-IMA-UFRJ)

Espectrômetro de ultravioleta-visível (UV-Vis) monocromador, bioespectro modelo

SP 220 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Espectrômetro de ultravioleta-visível (UV-Vis) Varian modelo Cary 100 (IMA-UFRJ)

FTIR Varian modelo 3100 FTIR Excalibur Series (IMA/UFRJ)

FTIR-ATR NICOLET iN10 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Gaussímetro TEMPT-HALL-02 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Indutor Magnético Easy Heat LI da Ambrell Workhead série 800S (LaBioS-IMA-

UFRJ)

Liofilizadora Liotop modelo L 101 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Microscópico Eletrônico de Varredura Hitachi TM 3000 (LaBest/PEC/COPPE/UFRJ)

Microscópio óptico BEL PHOTONICS Telecamera DV1300 (LADEQ/EQ/UFRJ)

Mufla FORNITEC IND-E-COM.LTDA No. 3582 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Multímetro ICEL Manaus MD-6450 (LaBioS-IMA-UFRJ)

RMN Varian Mercury VX-300 NMR (IMA-UFRJ)

Sonicador DES500 (LaBioS-IMA-UFRJ)

Voltímetro ICEL Manaus PS4100 (LaBioS-IMA-UFRJ)

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50

O seguinte equipamento, disponível no Laboratório Nacional de Luz

Sincrontron, Campinas- SP foi utilizado:

Fonte de luz Síncrontron-Linha de Espalhamento de raios X a baixo ângulo

(SAXS) projeto Uso do SAXS para a caracterização da super estrutura de

compósitos magnetizáveis de maghemita em PLGA número SAXS1-11596 e projeto

Caracterização morfológica usando SAXS das nanopartículas com a superfície

modificada quimicamente pela inserção de molécula lipofílica número D11A-SAXS1-

11597.

5.2 METODOLOGIA

5.2.1 Síntese de Magnetita e Maghemita

5.2.1.1 Método de Qu e Colaboradores

Para síntese da maghemita foi utilizado o método de Qu e colaboradores

(1999), para isto foram preparadas duas soluções. A primeira delas foi preparada

com 84 mL NH4OH 28% e água o suficiente para 900 mL de solução (hidróxido de

amônio 1,4 M) e foi transferida para um béquer de 2000 mL com agitador mecânico

com capacidade de agitação de 2000 rpm. A segunda foi preparada em um bécher

de 250 mL, provido de agitação magnética, onde foram adicionados 30,0 mL de

cloreto férrico 2,0 M em ácido clorídrico 2,0 M (54,06 g FeCl3·6H2O / 100 mL HCl 2,0

M), 20 mL de água deionizada e 20,0 mL de sulfito de sódio 1,0M (12,6 g Na2SO3 /

100 mL). A coloração da solução ficou escura. Após o desaparecimento da

coloração escura a solução ficou amarela levemente esverdeada, indicando redução

parcial de íons férricos para ferrosos. A solução foi vertida lentamente sob a primeira

solução. A agitação foi mantida por 30 minutos e passado este tempo desligada.

Com auxílio de um imã, a decantação das partículas foi acelerada. Foi descartado o

sobrenadante e adicionado 900 mL de água deionizada. O meio foi agitado por mais

30 minutos e a operação repetida por mais duas vezes. O precipitado preto de

magnetita foi filtrado à pressão normal e seco inicialmente a 100°C por 90 minutos e

posteriormente a 150-200°C por 60 minutos, para oxidação da magnetita a

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51

maghemita. Em uma segunda etapa, a escala da síntese foi aumentada em 20

vezes em relação à escala original.

5.2.1.2 Método Adaptado

Esta síntese teve como objetivo variar a polaridade do solvente durante a

lavagem para diminuir o processo de aglomeração dos cristais. Em um béquer de

500 mL, provido de agitação magnética foi adicionado 150 mL de água deionizada e

borbulhado nitrogênio. Adicionou-se 81,09 g de FeCl3·6H2O e 3,2 mL de ácido

clorídrico 37%. A solução ficou sob agitação até dissolução completa dos sais. Em

outro sistema semelhante adicionou-se 250 mL de água deionizada e borbulhou-se

nitrogênio. A este novo sistema foi adicionado 12,6 g de sulfito de sódio e aguardou-

se a dissolução completa do sal. A solução de sulfito de sódio foi vertida sobre a

solução de cloreto férrico. O fluxo de nitrogênio só foi removido quando a coloração

da solução passou de escura para amarela levemente esverdeada. A solução foi

utilizada em no máximo 10 minutos.

Em um sistema composto por um béquer de 4000 mL e agitador mecânico

com capacidade de agitação de 2000 rpm, foi vertido 420 mL de hidróxido de

amônio 28% e 1652 mL de água deionizada (que continha 2 g de PVA). A agitação

foi ligada e adicionou-se lentamente a solução preparada anteriormente. A agitação

foi mantida por 30 minutos, depois de decorrido o tempo a mesma foi desligada e

com auxílio de um imã, acelerou-se a decantação das partículas. Foi descartado o

sobrenadante e as partículas foram lavadas por três vezes com 1000 mL de solução

de PVA aquosa a 0,1% por 30 minutos a 1000 rpm. Após este processo foi efetuada

nova lavagem com etanol hidratado por três vezes durante 10 minutos a 1000 rpm.

Lavar por duas vezes com iso-propanol por 10 minutos a 1000 rpm. A lavagem das

partículas foi finalizada com 500 mL de hexano e agitação de 1000 rpm por 10

minutos. Todas as decantações foram auxiliadas por um imã e o sobrenadante

descartado. Aqueceram-se os cristais sob agitação mecânica para retirada do

excesso de solvente e posteriormente os mesmos foram secos por 2 horas a 200°C.

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5.2.2 Modificação da Maghemita com PVA

Em um béquer de 500 mL, provido de agitação magnética foi adicionado 150

mL de água deionizada e borbulhado nitrogênio. Adicionou-se 81,0 9g de

FeCl3·6H2O e 3,2 mL de ácido clorídrico 37%. A solução ficou sob agitação até

dissolução completa dos sais. Em outro sistema semelhante adicionou-se 250 mL de

água deionizada e borbulhou-se nitrogênio. A este novo sistema foi adicionado 12,6

g de sulfito de sódio e aguardou-se a dissolução completa do sal. A solução de

sulfito de sódio foi vertida sobre a solução de cloreto férrico. O fluxo de nitrogênio só

foi removido quando a coloração da solução passou de escura para amarela

levemente esverdeada. A solução foi utilizada em no máximo 10 minutos.

Em um sistema composto por um béquer de 4000 mL e agitador mecânico

com capacidade de agitação de 2000 rpm, foi vertido 420 mL de hidróxido de

amônio 28% e 1652 mL de água deionizada (que continha 2 g de PVA). A agitação

foi ligada e adicionou-se lentamente a solução preparada anteriormente. A agitação

foi mantida por 30 minutos, depois de decorrido o tempo a mesma foi desligada e

com auxílio de um imã, acelerou-se a decantação das partículas. Foi descartado o

sobrenadante e as partículas foram lavadas por duas vezes com 1000 mL de

solução de PVA aquosa a 0,1% por 30 minutos a 1000 rpm. Em seguida foi

adicionado 1000 mL de solução aquosa de PVA a 1% para realização da

modificação. A solução foi aquecida a 80°C com agitação e borbulhando de oxigênio

durante cerca de 4 horas. Esta etapa foi interrompida após a coloração da

suspensão passar de negra para marrom. Após este processo foi efetuada nova

lavagem com 500 mL etanol hidratado por três vezes durante 10 minutos a 1000

rpm. Posteriormente foi repetido por duas vezes o procedimento com 500 mL nas

mesmas condições. A lavagem das partículas foi finalizada com 500 mL de hexano e

agitação de 1000 rpm por 10 minutos. Todas as decantações foram auxiliadas por

um imã e o sobrenadante descartado. Aqueceram-se os cristais sob agitação

mecânica para retirada do excesso de solvente e posteriormente os mesmos foram

secos por 2 horas a 200°C.

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5.2.3 Modificação da Maghemita com Sílica

Foram utilizadas duas formas de preparo da maghemita modificada com sílica

(Magsil):

O primeiro procedimento foi realizado de forma semelhante ao do método

Shengchun Qu adaptado (1999). A diferença foi que na solução de hidróxido de

amônio foram adicionados 50 g de sílica seca a 300ºC e não foi adicionado PVA.

O segundo procedimento foi realizado em um béquer de 100 mL onde foram

adicionados 1,0 g de sílica e 1,0 g de maghemita. O béquer foi posto em banho de

gelo e sonicado com potência de 450 W por 27 minutos com 40 mL de cloreto de

metileno. Após o processo o solvente foi descartado e o material seco a 200°C.

5.2.4 Modificação de maghemita com 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–

21H,23H-porfirina (H2TKP)

a) Método por sonicação: em um béquer de 50 mL foram adicionados 50 mg

de porfirina, 17,5 mg de maghemita e 6 mL de etanol 95%. A mistura foi sonicada

com potência de 450 W por três períodos de nove minutos. O álcool foi evaporado a

50°C sob fluxo de nitrogênio. Foram adicionados 20 mL de metanol e o processo de

sonicação foi repetida por dez períodos de nove minutos. O metanol foi evaporado a

50°C sob nitrogênio e seco a 50°C.

b) Método por fusão: em um cadinho de porcelana de 30 mL foram

adicionados 50 mg de porfirina e 17 mg de maghemita. A mistura foi levada à mufla

a 300°C (ponto de ebulição superior de 300°C) por trinta minutos.

c) Método por impregnação: em um béquer de 25 mL foram dissolvidos 50

mg de porfirina em 5 mL de metanol. Em um almofariz de ágata foram adicionados

17 mg de maghemita. Com auxílio de um conta-gotas, a solução foi adicionada a

maghemita até que a mesma adquirisse aspecto pastoso e macerada até a

obtenção de uma mistura sólida homogênea. O almofariz foi levado à estufa a 50°C

para evaporação do metanol. O processo foi repetido até o término da solução de

porfirina.

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d) Método por precipitação: em um tubo de ensaio de 10 mL foram

adicionados 300 µL de cloreto férrico 2,0 M em ácido clorídrico 0,25 M, 200 µL de

solução de sulfito de sódio 1,0 M e 3 mL de água. Após a solução adquirir coloração

amarelada foram adicionados 50 mg de porfirina (a cor da porfirina mudou de azul

para verde). Foram adicionados 500 µL de hidróxido de amônio e observou-se a

formação de precipitado preto. O precipitado foi lavado com água e seco a 100°C.

5.2.5. Síntese de Magnetita para reação de Ugi

O procedimento adaptado de RuizMoreno e colaboradores (2012) foi utilizado

devido à formação de menor quantidade de subprotudos inorgânicos e requerer

menos quantidade de lavagens para remoção dos mesmos. Em um béquer de 650

mL provido de agitação magnética, foi adicionados cerca de 100 mL de água

deionizada, 3,775 g de FeCl3.6H2O e 3,475 g de FeSO4.7H2O. Após a dissolução

completa foi adicionado gota a gota HCl 37% até que a solução ficar transparente.

Em outro béquer de 650 mL foi adicionado 500 mL de água e dissolvido por agitação

magnética 5,61 g de KOH. A agitação magnética da solução com sais de ferro foi

substituída por uma agitação mecânica e mantida em cerca de 800 rpm. A solução

de potassa foi vertida em cima da solução de sais de ferro rapidamente. A

suspensão negra de magnetita formada manteve sob agitação por 1 minuto, depois

de decorrido o tempo à mesma foi desligada e com auxílio de um imã, acelerou-se a

decantação das partículas. As partículas foram lavadas três vezes com água e

secas no liofilizador.

5.2.6 Modificação da Magnetita com glutaraldeído

Esta modificação foi efetuada especificamente para uso de na reação de Ugi

como fonte de grupos funcional aldeído. Segundo procedimento adaptado de

RuizMoreno (2012), em um béquer de 650 mL provido de agitação magnética, foi

adicionados cerca de 100 mL de água deionizada, 3,775 g de FeCl3.6H2O e 3,475 g

de FeSO4.7H2O. Após a dissolução completa foi adicionado gota a gota HCl 37% até

que a solução ficar transparente. Em outro béquer de 650 mL foi adicionado 500 mL

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de água e dissolvido por agitação magnética 5,61 g de KOH. A agitação magnética

da solução com sais de ferro foi substituída por uma agitação mecânica e mantida

em cerca de 800 rpm. A solução de potassa foi vertida em cima da solução de sais

de ferro rapidamente. A suspensão negra de magnetita formada manteve sob

agitação por 1 minuto, depois de decorrido o tempo à mesma foi desligada e com

auxílio de um imã, acelerou-se a decantação das partículas. Foram adicionados 75

mL de água e 10 mL de glutaraldeído a 50% as partículas e sonicado por 9 minutos

com potência de 450 W. Após a sonicação o sistema foi mantido com agitação

magnética por uma noite. As partículas foram decantadas, com auxílio de um imã,

lavadas com 100 mL de etanol e secas a vácuo a 40°C por cerca de 6 horas.

5.2.7 Síntese de PLA por policondensação autocatalítica

Em um balão tritubular de 500 mL, provido de agitação magnética, fluxo de

nitrogênio, destilação a cerca de -500 mmHg, termômetro e manta de aquecimento,

foram adicionados 250 mL de ácido lático 85%. O sistema foi aquecido a 150°C por

10 horas. A água removida do meio reacional foi recolhida em balão imerso em

banho de gelo. Para evitar que vapor de água fosse arrastado para bomba foi

utilizado um trap com nitrogênio líquido.

5.2.7.1 Aumento de escala da síntese de PLA por policondensação autocatalítica

Em um reator de 1000 mL com tampa tritubular, provido sistema de destilação

a cerca de -500 mmHg, forno que aquecimento controlado através de um termostato

ligado a um display digital, foram adicionados 750 mL de ácido L-lático 85%. O

sistema foi aquecido inicialmente a 80°C por 2 horas, 120°C por 4 horas e a 180°C

por 10 horas. A água removida do meio reacional foi recolhida em balão imerso em

banho de gelo. Para evitar que vapor de água fosse arrastado para bomba foi

utilizado um trap com nitrogênio líquido. O polímero foi purificado através da

solubilização em clorofórmio e precipitação com etanol frio.

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5.2.8 Preparo dos compósitos

Para o preparo do sistema via fusão, amostras de PLA foram aquecidas, com

auxílio de um banho de silicone a 150°C, até completa fusão para incorporação do

fármaco, concentração a ser estudada, e de 0,5% de maghemita sem e com

modificação superficial e cargas não magnéticas (Carvão e SiO2). Para a

homogeneização do fármaco ao polímero foi agitado manualmente com um bastão

de vidro. Em seguida o polímero foi resfriado à temperatura ambiente, voltando a

sua forma sólida, triturado e vertido para frasco âmbar. O método de preparo dos

compósitos por fusão foi baseado em trabalhos anteriores do grupo de pesquisa

(PEREIRA et al., 2013a, 2014).

5.2.9 Acetilação do PEG

Em um balão monotubular de 250 mL provido de agitação magnética e fluxo

de nitrogênio foram dissolvidos 5 g de PEG 𝑀 𝑤 6000 g/mol em 100 mL de uma

mistura de hexano:diclorometano (1:1). Foram adicionados 0,4 mL de cloreto de

monocloroacetila (6 equivalentes ) e manteve-se a reação sob agitação por 8 horas.

Ao balão foi adicionado 14 mL de etanol e acoplado um sistema de aquecimento e

refluxo. O aquecimento foi ligado e o sistema mantido sob refluxo por 30 minutos. O

meio reacional foi concentrado em rota evaporador a 50°C sob pressão reduzida. O

polímero modificado foi precipitado com cerca de 250 mL de éter etílico gelado,

filtrado e seco em estufa a vácuo por 6 horas a 60°C.

5.2.10 Aminação do PEG acetilado (PEG-Ac)

Em um balão monotubular de 250 mL provido de agitação magnética e fluxo

de nitrogênio foram dissolvidos 1 g de PEG-Ac em 50 mL de uma mistura de

hexano:diclorometano (1:1). Ao meio reacional foram adicionados 0,11 mL de

etilenodiamina (10 equivalentes). O meio reacional foi mantido sob agitação por 48

horas. O PEG Aminado (PEG-NH2) foi precipitado com 200 mL de éter etílico

gelado, filtrado e seco a vácuo a 40°C por 6 horas.

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5.2.11 Síntese do compósito magnético (PLA-PEG-Magnetita) via Ugi

Em um balão monotubular de 50 mL provido de agitação magnética foram

adicionados 80 mg de magnetita modificada com glutaraldeído (Magn-Ald), 2 mL de

uma mistura de clorofórmio:metanol (1:2) e 0,15 µmol de PEG-NH2. O sistema foi

mantido a baixa temperatura em atmosfera de nitrogênio e agitação por 24 horas.

Após a formação da imina foi adicionado 0,029 µmol de PLA e 0,15 µmol de cianeto

de t-butila e a reação foi mantida sob agitação e atmosfera inerte por 72 horas a

baixa temperatura. O produto foi decantado com auxílio de imã, lavado com etanol

gerado e seco a 40°C sob vácuo. As razões molares dos reagentes são Magn-

Ald:PEG-NH2-PLA:cianeto de t-butila foi de 1:5:5:1.

5.3 MÉTODOS DE ANÁLISE

5.3.1 Força Magnética

O sistema utilizado para obtenção da força magnética como função do campo

magnético foi desenvolvido pelo LaBioS, Laboratório de Biopolímeros e Sensores

(SOUZA JR et al., 2013). Consistem em um sistema simples composto por uma

balança analítica, um porta-amostra, uma fonte de tensão, um amperímetro, um

gaussímetro e um eletroímã (Figura 29).

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Figura 29 - Sistema para medir força magnética

A primeira etapa da análise consiste em fazer a calibração das medidas de

campo magnético em função da variação de corrente. Essa medida é feita utilizando

o medidor de campo magnético, que possui uma haste inserida ao suporte utilizado

para receber a amostra. Para tal calibração a corrente elétrica é variada entre 0,00 e

0,80 A em intervalos de 0,05 A e para cada variação de corrente é anotado o campo

magnético correspondente. Estes registros são feitos ao longo de diversos ciclos de

aumento e de diminuição da corrente aplicada. Os dados obtidos permitem construir

a curva analítica corrente versus campo magnético.

O próximo passo consiste em estudar as amostras aplicando a mesma

variação de corrente. Para isso, o porta-amostra é tarado e carregado com as

amostras, massa ideal entre 0,15 e 0,2 g. É pesado novamente o sistema para

determinar a massa de amostra com exatidão. Após cobrir o porta-amostra com

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filme de vidro e prendê-lo, o suporte foi inserido sobre o prato da balança analítica e

submetido à variação de corrente (campo magnético) previamente mencionada.

Para cada valor de campo magnético ajustado é anotado a massa aparente

correspondente da amostra. Conforme se aumenta ou diminui-se a corrente, o valor

da massa total do sistema suporte-amostra varia.

5.3.2 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)

Cerca de 1mg das amostras foram pesadas e misturadas a 300 mg de KBr

para preparo da pastilha. A análise de FTIR foi realizada em um equipamento Varian

modelo 3100 FTIR Excalibur Series com resolução de 4 cm-1, 20 varreduras de 4000

a 400cm-1.

5.3.3 Análise Termogravimétrica

As amostra foram levadas para a análise termogravimétrica (TGA) pelo

método rampa de aquecimento, em atmosfera inerte de nitrogênio e temperaturas

entre 25°C e 700°C com taxa de aquecimento de 20°C / min e isoterma de 3 minutos

a 800°C. O gás de purga foi utilizado com vazão de 20 mL / min.

5.3.4 Difração de Raios X

As amostras foram levadas à análise de difração de raios X no equipamento,

marca Rigaku, modelo Ultima IV em ângulo 2θ de 2° a 80° pelo método FT (tempo

fixo), sob passo de 0,05° por segundo. A análise foi feita em temperatura ambiente,

usando um equipamento ajustado com diferença de potencial de 40kV no tubo e

corrente elétrica de 20mA. A radiação utilizada foi de CuKα (1,5418 Å).

Devido os testes de modificação com porfirina terem sido feitos com apenas

50 mg de amostra, não foi possível realizar a análise de DRX de forma trivial, sendo

necessário o desenvolvimento de uma técnica para expor quantidades pequenas de

amostra sob a área do porta amostra. Para isto foi utilizada fita dupla-face para

aderir o analito. Para avaliar se a fita dupla-face não apresenta sinal no

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difratograma, a mesma foi analisada e, como mostra a Figura 30, não houve picos

com intensidades consideráveis que viessem a interferir na análise das amostras.

Figura 30 - Análise de DRX da fita dupla-face.

Para tal foi comparado o difratograma do padrão (H2KTP) de forma

convencional (Figura 31a) e em fita dupla-face (Figura 31b).

Figura 31 - DRX convencional (a) e DRX em fita dupla-face (b).

(a) (b)

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Como mostra a Figura 32 os difratogramas são idênticos e por este motivo as

demais amostras foram realizadas em fita crepe para comparação dos resultados.

Figura 32 - Comparação de difratogramas de H2KTP por métodos diferentes.

5.3.5 Espalhamento de Raios-X a Baixo Ângulo (SAXS)

As amostras foram levadas para análise de SAXS no laboratório Nacional de

Luz Sincrontron (LNLS)-Campinas, Brasil. Esta linha é equipada com um detector de

corte assimétrico e um monocromador de comprimento de onda λ igual a 1,7556 Å

que produz um feixe de raios-X focalizado horizontalmente. Um detector de raios-X

sensível a posição linear (PSD) e um analisador multicanal foram usados para

determinar a intensidade do SAXS, I (q), como função do módulo do espalhamento

de vetor q = (4π / λ). Senθ, 2θ sendo o ângulo de espalhamento. Todos os padrões

de espalhamento foram corrigidos para a intensidade de espalhamento parasita

produzida pelas fendas de colimação, para a sensibilidade não constante do PSD,

para a intensidade com variação do tempo do feixe de luz síncrontron direto e para

as diferenças de espessura da amostra. Assim, a intensidade SAXS foi determinada

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para todas as amostras nas mesmas unidades arbitrárias, de modo que elas podem

ser diretamente comparadas umas às outras (SOUZA et al., 2009).

5.3.6 Determinação da Massa Molar dos Polímeros

As amostras foram dissolvidas em THF (1 mg/mL), filtrado em filtro de

porosidade de 0,45 µm e passada pela coluna de cromatografia de permeação em

gel WATERS ULTRASTYRAGEL lineal 500A com bomba WATERS SEC

MILLIPORE 515 HPLC pump, dotado de detector de índice de refração WATERS

2414 à temperatura ambiente. A calibração foi realizada utilizando padrões de

poliestireno.

5.3.7 Ressonância Magnética Nuclear (1H-RMN e 13C-RMN)

As análises de ressonância magnética nuclear de hidrogênio e de carbono 13

foram feitas para caracterização dos polímeros sintetizados. Cerca de 80 mg das

amostras foram pesadas e solubilizadas em clorofórmio deuterado. Em alguns casos

foi usado dimetilsulfóxido deuterado. O equipamento utilizado foi um Varian Mercury

VX-300 NMR spectrometer operando a 300 MHz (¹H) e 75 MHz (¹³C).

5.3.8 Estudo de dissolução de DCP

Os compósitos contendo o fármaco foram usados para o estudo do perfil de

dissolução. Para isso, amostras do mesmo tipo foram colocadas nas três cestas

(aparato 1 da United States Pharmacopeia – USP; cada uma contendo cerca de 200

mg do compósito) do dissolutor. Seguindo o método da Farmacopéia Americana

USP, as cestas foram mergulhadas nas cubas que continham cada uma 900 mL de

solução de ácido clorídrico 0,1M. Por sua vez, essas cubas estão inseridas em

banho de água circulante, termostatizado a 37°C (UNITED STATES

PHARMACOPEIA, 2014).

Os ensaios foram feitos na ausência e na presença de campo magnético.

Para este último, imãs de Nd foram presos a cada cesta, criando um campo de

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aproximadamente 4000 Gauss sobre a amostra. Para que os imãs não tivessem

contato com o meio de dissolução foram revestidos com teflon (Figura 33).

Figura 33 - Ilustração do dissolutor usado no estudo de dissolutor. A) sistema usado para dissolução com campo magnético e B) sem campo magnético.

Alíquotas de 20 mL foram tomadas nos tempos de 0,25; 0,5; 0,75; 1; 1,5; 2;

2,5; 3; 4 e 5 horas (ODOM et al., 2014). As alíquotas foram filtradas e analisadas

com o auxílio de um espectrômetro UV-Vis. Para a construção da curva analítica

foram usadas soluções com concentrações de 1 a 40 µg/mL. O espectrofotômetro

da Varian foi utilizado para as leituras das amostras no comprimento de onda de 276

nm como indicado pela USP 2014.

5.3.9 Indução magnética

Os estudos de indução magnética foram realizados na concentração de 20

mg/mL das amostras. Foi usada uma bobina de cobre de três voltas

A

B

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correspondentes a uma freqüência ressoante de 218 Hz no indutor Easy Heat

(Figura 34). Foi testa a corrente de 400A em intervalo de 500 e medida a variação

da temperatura para cada teste. Para as medidas de temperaturas foi usado um

termômetro digital nas amostras dentro da bobina após as induções executadas e a

temperatura inicial para os testes foi de 25,0°C.

Figura 34 - ilustração do aparelho que será usado para testar o efeito hipertérmico dos compósitos

magnéticos.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 SÍNTESE DO POLI(ÁCIDO LÁTICO) POR POLICONDENSAÇÃO

Esta técnica de polimerização produz polímeros de massa molecular média

acima de 10000 g/mol, mas com impurezas catalíticas consideráveis, devido aos

elevados níveis necessários para velocidades de reação aceitáveis. Este catalisador

residual pode causar muitos problemas durante o processamento, tais como a

degradação indesejada, taxas de hidrólise não controladas ou não reprodutíveis, ou,

no caso de aplicações médicas, a toxicidade do catalisador. O catalisador pode ser

desativado pela adição de ácido fosfórico ou pirofosfórico, e de preferência dois

equivalentes de ácido para cada equivalente de catalisador de estanho divalente são

usados. Isto proporciona um polímero com uma melhor resistência às condições

atmosféricas e ao calor e com maior estabilidade de armazenamento. O catalisador

também pode ser precipitado por meio da adição de ácidos fortes tais como o ácido

sulfúrico e removido por filtração. Níveis de catalisador podem ser reduzidos para 10

ppm ou menos (GARLOTTA, 2001).

Para eliminar os problemas com resíduos de catalizador a policondensação

voi realizada por autocatálise, devido a possibilidade de auto-protonaçao do

monômero pela dissociação do hidrogênio hionizável do mesmo.

A síntese preliminar do biopolímero de PLA foi realizada a partir de solução

racêmica de ácido lático para avaliar o sistema de polimerização usado devido o

custo reduzido em relação ao enantiomericamente puro. A temperatura do meio

reacional mantido sob vácuo foi de 160ºC. O sistema reacional é mostrado na Figura

35.

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Figura 35 - Sistema reacional para policondensação

A Massa Molar Numérica (𝑀 𝑤 ) do PLA sem uso de catalisador foi de 3292

g.mol-1 e a ponderal (𝑀 𝑤 ) de 4641g.mol-1, com Polidispersão, 𝑀 𝑛 𝑀 𝑤 , (PD) de 1,41.

A Massa Molar encontrada foi baixa, mesmo após cerca de 10-12 horas de reação,

sendo o PLA produzido um oligômero e não polímero. Para utilização no preparo do

compósito, o ideal seria Mn entre 5000-10000 g/mol, já que massas molares muito

altas estão correlacionadas a uma liberação muito lenta do fármaco (GUTERRES et

al., 1995).

Durante o procedimento inicialmente utilisado foi observado que o sistema de

aquecimento se mostrou ineficiente e não homogênio, o que pode ter sido

responsável pela massa molar abaixo de 5.000 daltons.

A síntese do PLA foi refeita com maior quantidade de ácido lático para evitar

usar mistura de matrizes poliméricas para obtenção da massa necessária para o

preparo dos compósitos, as caracterizações e os testes de dissolução e hipertermia.

Nesta etapa foi usado ácido L-lático, visto que o isomérico não era racêmico e não

há intuito de avaliar a diferença de razões isomérica nesta pesquisa.

A mudança do sistema mostrado na Figura 35 para o da Figura 36 foi

necessária para garantir aquecimento homogêneo e impedir que a temperatura

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externa causasse flutuação da temperatura na parte superior do reator, causando

precipitação do vapor de água que está sendo expulso do meio reacional.

Foi montado um forno elétrico com controle digital e um termopar para ser

inserido dentro do meio reacional. Desta forma a temperatura pode ser controlada

mais facilmente e com eficiência a temperaturas altas como 180°C. Um reator de

1000 mL foi usado e acoplado um sistema de destilação a vácuo, Figura 36.

Figura 36 - Sistema de síntese de PLA usando reator com 1000 mL de capacidade.

Como na síntese prévia de PLA foi observada à cristalização de oligômeros

na parede do condensador, para esta síntese a temperatura foi aumentada

gradativamente. Desta forma foi possível remover toda água contida no ácido lático

e alcançar a temperatura de 180°C sem que o mesmo fenômeno fosse observado.

Após a síntese, o PLA foi todo dissolvido em clorofórmio e cristalizado com

etanol gelado.

6.1.1 Caracterização do poli(ácido lático)

Os dados de Massa Molar encontrados foram de 𝑀 𝑛 6576 e 𝑀 𝑤 11006 g/mol

com polidispersão (𝑀 𝑤 𝑀 𝑛) de 1,6, ou seja, dentro da faixa desejada para preparo

dos compósitos. O aumento da 𝑀 𝑛 e 𝑀 𝑤 , mesmo no sistema que possibilitou o uso

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de maior quantidade de monômero, mostra que o segundo sistema se mostrou mais

eficiente que o primeiro.

O PLA sintetizado foi analisado estruturalmente através de espectroscopia na

região do infravermelho, apresentando as seguintes bandas de absorção (ʋ, cm-1):

3500 (O-H terminal), 2997 e 2946 (CH, CH3), 1753 (C=O), 1464 e 1455 (CH

3), 1183

(C-C=O), 1129, 1086 e 1044 (C-O), 1046 (O-H), 871 e 756 (C-C) e 689 (O-H

terminal), que caracterizam o PLA (Figura 37) (GARLOTTA, 2001; ZHU; LIU;

ZHANG, 2012).

Figura 37 - Espectro de FTIR do PLA.

O espectro de RMN13C, Figura 38, mostra os seguintes deslocamentos

químicos (DMSO,

δ, ppm): 16,64 (CH3); 68,89 (CH) e 169,32 (C=O), que

caracterizam o PLA (SELUKAR et al., 2012).

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Figura 38 - Espectro de RMN¹³C do PLA em DMSO-D6

O espectro de RMN1H, Figura 39, mostra os seguintes deslocamentos

químicos (CDCl3,

δ, ppm): 1,50 (3H, CH3), 5,20 (1H, CH) e 4,21 (OH) que só foi

possível de ser observado devido à baixa massa molar polimérica. O espectro

apresenta também sinal de água do solvente em 3,30 ppm (KİREMİTÇİ-

GÜMÜŞDERELİOĞLU; ANKARA-TURKEY; DENİZ, 1999; QIU et al., 2004;

SELUKAR et al., 2012).

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Figura 39 - Espectro de RMN¹H do PLA em DMSO-D6

A análise de TGA sob atmosfera de nitrogênio foi usada para avaliar qual a

temperatura que o polímero poderia ser manipulado para produção de compósitos

por fusão, sem ocorrência de degradação do mesmo e verificar a faixa de análise de

DSC sem que a amostra sofresse degradação. A Tabela 4 mostra os valores obtidos

a partir das análises térmicas.

Tabela 4- Dados de análise de TGA e DSC do PLA.

Amostra Tg (°C) Tc (°C) Tm (°C) Td (°C)

PLA 59,8 98,6 168,8 301,8

O valor de Tg de 59,8°C garante que o compósito pode ser manipulado com

facilidade à temperatura ambiente e que o compósito não irá ficar fluído durante o

teste de dissolução feito a 37°C. O início da degradação térmica ocorre em cerca de

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200°C, o que garante que os compósitos possam ser produzidos a 150 °C sem

degradação da matriz polimérica.

6.2 SINTESE E MODIFICAÇAO DE PARTICULAS MAGNETICAS.

6.2.1 Síntese de maghemita

Para a síntese da maghemita foi utilizado o método segundo Qu e o

tratamento térmico segundo Lopes para oxidação da magnetita a maghemita

(LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA, 2010; SHENGCHUN QU, 1999).

Inicialmente é realizada a redução parcial dos íons férricos com sulfito de

sódio. A reação ocorre com a formação de um complexo que se decompões

gerando íons ferrosos. Posteriormente com a adção de base é formada a magnetita

de coloração negra (Equação 2 a 4).

2𝐹𝑒𝐶𝑙3 + 𝑁𝑎2𝑆𝑂3 → 𝐹𝑒2 𝑆𝑂3 𝐶𝑙4 + 2𝑁𝑎𝐶𝑙 (2)

𝐹𝑒2 𝑆𝑂3 𝐶𝑙4 + 𝐻2𝑂 → 2𝐹𝑒𝐶𝑙2 + 𝑁𝑎2𝑆𝑂4 + 2𝐻𝐶𝑙 (3)

𝐹𝑒𝐶𝑙2 + 2𝐹𝑒𝐶𝑙3 + 8𝑁𝐻4𝑂𝐻 → 𝐹𝑒3𝑂4 + 8𝑁𝐻4𝐶𝑙 + 4𝐻2𝑂 (4)

A lavagem com água após o preparo da magnetita é muito importante para

que possam ser removidos todos os sais inorgânicos solúveis em água formados

como subprodutos. A lavagem ineficiente pode favorecer a formação de cristais de

NaCl, Na2SO4 e NH4Cl. Durante o processo de lavagem pode ocorrer crescimento

dos cristais por dois mecanismos distintos de forma isolada ou simultânea:

Crescimento de Ostwald: esta forma de crescimento de cristais está

relacionada diretamente ao raio termodinamicamente estável dos nanocristais.

Basicamente o que ocorre é a dissolução dos nanocristais com raios inferiores ao

termodinamicamente estável e, devido à saturação da solução, os cristais com raio

igual ou maior aos de estabilidade crescem a custa da dissolução dos menores

(Figura 40). Este fenômeno ocorre espontaneamente, decorrente da maior

estabilidade termodinâmica dos nanocristais maiores em relação aos menores,

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embora não seja um processo cineticamente favorável (SUSAN L. BRANTLEY,

2008).

Figura 40 - Ilustração do crescimento de Ostwald.

Agregação: esta forma de crescimento está correlacionada ao potencial Zeta

das partículas e solução. Em meio aquoso, as nanopartículas de magnetita

apresentam ―hidroxilas‖ livres devido à adesão de água em sua superfície. Estas

―hidroxilas‖ são quimicamente reativas e, devido à presença de água, causam a

aglomeração das partículas. Há favorecimento da atração quando o potencial Zeta

está abaixo de 30 mV (Figura 41), este efeito pode causar floculação ou até mesmo

mudança morfológica da magnetita (JOLIVET, 2000).

Figura 41 - Ilustração do crescimento por agregação e/ou coalescência.

Para facilitar a secagem e diminuir o processo de agregação durante a

lavagem, filtração e/ou secagem, foi proposto lavagens sucessivas com solventes

para diminuir a polaridade e evitar que a água presente no meio reacional aglutine

as partículas.

Com o intuído de minimizar o crescimento das nanopartículas foi usado PVA

1%, evitando também a formação de agregados de partículas.

Outra vantagem observada durante a obtenção da maghemita é a diferença

durante o tratamento térmico. Como o último solvente é o heptano, é necessário

retirar o excesso do mesmo na capela em placa de aquecimento com agitação para

que não haja risco de explosões, quando este for levado à estufa ou mufla, devido à

resistência da estufa, ou mufla quando em menor quantidade. Para este processo

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utilizou-se de uma placa de aquecimento e um agitador mecânico. Percebe-se

nitidamente na Figura 42 a diferença entre as duas técnicas: A esquerda encontra-

se a mistura de maghemita e magnetita após a evaporação do heptano e em

seguida a maghemita após secagem a 150-200ºC. A direita é possível visualizar que

a magnetita encontra-se aglomerada e necessitará de posterior moagem para que

sejam desfeitos os aglomerados da mesma, esta foi obtida pelo método Shengchun

Qu e colaboradores

O método segundo Shengchun Qu e colaboradores se mostra viável e eficaz,

porém o produto final obtido é muito aglomerado, necessitando de moagem. Se

preparado em quantidades maiores à moagem fica prejudicada e torna-se

inapropriada, visto que a mesma é realizada em almofariz de ágata.

O método proposto, embora seja mais demorado, por várias lavagens.

Apresenta algumas vantagens. Os solventes da lavagem podem ser reaproveitados,

o material obtido já está em pó

Após tratamento térmico a 200°C, o precipitado, inicialmente negro,

correspondente a magnetita, adquiriu coloração marrom-avermelhada característica

da maghemita (HIROYUKI ITOH, 2003).

Uma forma simples de distinguir a magnetita de outros óxidos de ferro é

através da sua coloração preta, enquanto que os demais variam de castanho-escuro

a avermelhado. Na Figura 43 são apresentada as pastilhas de KBr da maghemita e

da magnetita (VALENZUELA et al., 2009).

Figura 42 - Imagem da magnetita. Método proposto (esquerda) e método Shengchun Qu e

colaboradores (direita).

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Figura 43 - Comparação visual entre a maghemita (direita) e a magnetita (esquerda).

A Figura 44 mostra as fotografias tiradas sob ação de campo magnético, é

possível visualizar o alinhamento das partículas frente ao campo magnético

(LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA, 2010).

Figura 44 – Magnetita e Maghemita sem campo (esquerda) e com alinhamento na

presença de campo magnético (direita).

Para quantificar a força magnética foi usado o sistema desenvolvido pelo

LaBioS para medir a força magnética em relação ao campo exercido pelo eletroímã,

foram usados três substâncias (SOUZA JR et al., 2013). A avaliação da

sensibilidade e a capacidade de medição de força magnética do sistema foram

utilisados substâncias com baixo, alto e sem campo magnético. Segundo Martins e

Magnetita

Maghemita

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Isolani, o cobre e seus sais não são paramagnéticos, por este motivo o sulfato de

cobre penta hidratado foi escolhido para avaliar se o sistema detectaria alguma força

magnética de zero a 540 Gauss. Segundo Lu, Salabas e colaboradores (LU;

SALABAS; SCHÜTH, 2007) o cobalto metálico e seus óxidos são paramagnéticos,

sabendo-se que o sulfato de cobre provavelmente possui uma quantidade muito

pequena de óxido de ferro devido à formação de óxidos mesmo em pH ácido, cerca

de 4, o sulfato de cobalto foi utilizado para medir a sensibilidade do sistema. O ferro

reduzido foi usado como padrão de força magnética (LU; SALABAS; SCHÜTH,

2007; MARTINS; ISOLANI, 2005; RIBEIRO, 2000). As amostras de sulfato de cobre

e sulfato de cobalto foram trituradas por causa do tamanho de cristais irregulares e,

para manter a distribuição média entre as substâncias, todas foram classificadas

granulometricamente utilizando peneira de 100 mesh.

A Figura 45 mostra a força magnética das substâncias escolhidas para

avaliação do sistema. É possível verificar que o sistema manteve-se inalterado com

o sulfato de cobre, como já era previsto. O sistema mostrou-se sensível o suficiente

para detectar forças magnéticas baixas 0,09 ± 0,01 mN/g, quando utilizado o sulfato

de cobalto. Para o ferro reduzido o sistema se demonstrou robusto o suficiente para

determinações na ordem de 758 ± 25,9 mN/g.

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Figura 45 - Força magnética de Fe reduzido, sulfato de cobre e sulfato de cobalto.

A força magnética do método proposto em relação ao método segundo

Shengchun Qu apresentaram 780,00 ± 0,03 mN/g e 667,08 ± 7,07 mN/g

respectivamente (Figura 46). Um valor 16,7 % maior que o valor encontrado no

método da literatura. Este resultado pode estar relacionado a menos aglomeração

de cristalitos ou de partículas em relação ao método da literatura, visto que o método

proposto já fornece a maghemita em pó. O súperparamagnetismo surge quando há

formação de monodomínios magnéticos porém, mesmo que estes monodomínio

seja criado, se ocorrerem formação de aglomerados, cada aglomerado se

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comportará como multidomínio e terá sua força magnética diminuída. Este pode ter

sido o fenômeno observado nas partículas de maghemitas produzidas plo método de

Qu e colaboradores.

Figura 46 - Comparação de Força Magnética das maghemitas obtidas pelo método proposto e pelo método segundo S. Qu.

A magnetita foi isolada após as lavagens e seca à 50ºC. Como mostrado na

Figura 47, pode-se observar que embora sejam similares os perfis da força

magnética das partículas, a maghemita apresentou valores maiores do que da

magnetita, chegando a cerca de 176,0 % mais forte que a magnetita (em 792,5

Gauss). Esse aumento potencializa o uso da maghemita em aplicações dentro da

área de nanomedicina e está de acordo com os valores encontrados pelo grupo do

LaBioS (GRANCE et al., 2012; SOUZA JR et al., 2013). A diferença de forças

magnéticas entre a magnetita e maghemita levaram a desenvolver as pesquisas

preferencialmente com a maghemita.

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Figura 47 - Comparação da força magnética entre a maghemita e a magnetita.

As amostras foram levadas a análise de SAXS no Laboratório Nacional de

Luz Sincrontron (LNLS)-Campinas, Brasil pelo grupo de pesquisa do professor

Fernando Gomes.

A técnica de SAXS foi escolhida por permitir a investigação de estruturas

morfológicas que possuam dimensões entre 0,5 e 200nm. A maior vantagem desta

técnica reside na possível obtenção de resultados estatisticamente significativos,

como áreas, os tipos de superfície, os tamanhos dos centros espalhantes, etc

(SOUZA et al., 2009).

As análises de SAXS foram realizadas para avaliação do raio de giro das

partículas em pó e em suspensão. Para tal, foram comparadas as amostras

sintetizadas segundo Qu e colaboradores (lavagem com água seguido de secagem)

e o desenvolvido no LaBioS (lavagens seguidas com os solventes água, etanol, iso-

propanol e heptano). Tais lavagens foram feitas para diminuir a polaridade do meio e

evitar que as partículas aglomerassem (QU et al., 1999).

As análises não fornecem um resultado absoluto das partículas da substância

analisada (análises em suspensão e em pó). Apesar de ser uma técnica de

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espalhamento de raios-X de baixo ângulo utilizando elétrons de alta potência, a

mesma não consegue distinguir aglomerados de monodomínios, todos os cristalitos

são medidos. Por este motivo, uma das formas utilizadas para tentar minimizar o

efeito de aglomeração de nanopartículas é a realização de análises em suspensão,

as quais têm como princípio que as forças atrativas entre os clusters diminuem ao

serem dispersos, causando menor probabilidade de sinterização (LOPES; SOUZA

JR; OLIVEIRA, 2010).

São apresentadas na Figura 48 as análises de SAXS da maghemita obtida

pelo método proposto, enquanto que na Figura 49, as obtidas pelo método

Shengchun Qu e colaboradores.

A partir dos gráficos gerados dos dados de raio de giro e intensidade obtidos

por ambas as técnicas (em pó e em suspensão) foi possível observar que os

mesmos apresentam similaridade entre as duas técnicas para maghemita

sintetizada pelo método proposto, o que sugere menos dispersão entre os tamanhos

de raio de giro detectados. O mesmo não pode ser afirmado para a sintetizada pelo

método Shengchun Qu e colaboradores.

Quanto ao raio de giro das partículas sintetizadas obtidos por SAXS, pela

metodologia Shengchun Qu e colaboradores, é possível a visualização de uma

dispersão bimodal de raio de giro em ambos os tipos de análises, enquanto que no

método proposto, um distribuição aparentemente unimodal, porém com a análise de

deconvolução é possível observar um comportamento trimodal em ambos os tipos

de análises.

Levando-se em consideração que não foi necessário triturar as partículas, a

qual é necessária no método Shengchun Qu e colaboradores, foi possível afirmar

que o número de monodomínios aglomerados era menor, assim como a distribuição

bimodal deveu-se provavelmente a forma de maceração, fornecendo quebras dos

aglomerados de forma heterogênea (LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA, 2010; QU et

al., 1999).

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Análise em pó

Análise em suspensão

Figura 48 - Análises de SAXS da maghemita obtida pelo método proposto.

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Análise em pó

Análise em suspensão

Figura 49 - Análises de SAXS da maghemita obtida pelo método Shengchun Qu e colaboradores.

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Na Tabela 5 é apresentado um resumo dos resultados obtidos por SAXS.

Tabela 5 - Resumo dos resultados de SAXS

Método

Análise em pó Análise em suspensão

Raio de giro

(nm) Erro

Raio de giro

(nm) Erro

Shengchun Qu 22,7 0,427 16,0 0,632

Proposto 15,3 0,048 16,1 0,069

Os resultados obtidos pelo SAXS, utilizando o programa Gnome para

tratamento dos dados, não mostrou diferença entre os métodos (VARELA et al.,

2013). Por este motivo a análise de deconvolução dos gráficos da análise de SAXS

foi feita pelo software Fityk (SOUZA et al., 2008). O parâmetro usado para

determinar o número de gaussianas foi à correlação do modelo matemático criado

(R²) em relação aos dados utilizados fossem maiores ou iguais a 0,96. Os valores

encontram-se na Tabela 6.

Tabela 6 - dados da deconvolução dos resultados de SAXS

Método Análise em pó Análise em suspensão

Centros (nm) R² Centros (nm) R²

Shengchun Qu 6,4 e 20,3 0,99723 7,3; 13,5 e 22,4 0,99610

Proposto 6,4; 13,0 e 22,9 0,99837 6,6; 13,6 e 24,9 0,99793

A Figura 50 apresenta a comparação dos espectros de infravermelho da

magnetita e da maghemita sintetizadas. Ambos os espectros apresentaram bandas

características disponíveis na literatura para ambos os compostos, como mostrado

na Tabela 7.

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Tabela 7 - Bandas de deformações de alguns óxidos de ferro.

Óxido Bandas (cm-1)

magnetita 590

maghemita 630, 590, 570, 450

hematita 540, 470

ferroxihita 1110, 920, 790, 670

lepidocrocita 1026, 1161, 753

goetita 890, 797

akaganeita 840, 640

FONTE: (ANDRADE et al., 2009; CAVALCANTE; LAGE; FABRIS, 2008)

Figura 50 - Comparação entre os espectros de FTIR da maghemita (a), em vermelho, e da

magnetita (b).

A Figura 51 mostra o difratograma de raios-x da maghemita. A presença dos

picos em valores de 2θ iguais a 30,3º; 35,7º; 43,3º; 57,3º; 63,0º e 53,9º no

difratograma da maghemita comprovou que a estrutura do cristal corresponde à

estrutura do tipo espinélico característica da substância, estando de acordo com a

literatura (ROCA et al., 2007; SCHIMANKE; MARTIN, 2000; XU; ZHENG, 2006).

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Figura 51 - DRX da maghemita.

O monodomínio das partículas de maghemita foi determinado a partir da

Equação de Sherrer (XU; ZHENG, 2006):

𝐿𝑐 =𝐾∙𝜆

𝛽∙𝑐𝑜𝑠𝜃 (5)

Onde:

Lc é o comprimento de correlação, descrito como o diâmetro médio das

partículas;

K é a constante que depende da forma das partículas (para esfera = 0,94);

𝜆 é o comprimento de onda da radiação eletromagnética;

β é a largura a meia altura do pico de difração no ângulo de 2θ;

θ é o ângulo de difração do feixe incidente

Com base nos resultados de análises mostrado na Figura 51, foram obtidos

os valores do pico (311) e obtidos os seguintes valores: sabendo-se que a fonte

geradora era de cobre (Cu-Kα) o valor de 𝜆 é igual a 0,154060 nm, o valor de β

encontrado foi de 1,22474 e o θ exato foi de 35,7032. Utilizada a Equação (5) para

calcular o monodomínio, o valor de Lc obtido é igual a 8,3 ± 0,4 nm.

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6.2.2 Modificação da maghemita com PVA

A modificação de magnetita em maghemita não foi feita com a partícula seca,

como descrita na literatura (LOPES; SOUZA JR; OLIVEIRA, 2010). Para a

modificação em solução, foi borbulhado ar com aquecimento a 85ºC por 4 horas. A

mudança pode ser demonstrada visualmente, como mostrada na Figura 52. Este

tipo de modificação permitiu que as modificações fossem feitas ainda com a

magnetita em solução, evitando que as partículas se aglomerem.

Figura 52 - Modificação de magnetita (à esquerda) para maghemita (à direita).

Para confirmar a modificação foi retirada uma amostra, lavada com água,

etanol e posteriormente seca em dessecador sob vácuo, para garantir que a

temperatura não mascarasse a avaliação do processo oxidativo da magnetita

realizado em solução. A Figura 53 mostra as bandas característica da maghemita

(468, 560, 580 e 635 cm-1) e ao contrário da amostra que não foi aquecida sob fluxo

de ar, pode-se observar a presença das bandas características do PVA (1469, 2852

e 2922 cm-1). Isto leva a sugerir que houve oxidação da maghemita e modificação

externa da nanopartícula com PVA e que a banda em 1635 seja a interação do PVA

com a maghemita (MANSUR et al., 2008; REIS et al., 2006).

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Figura 53 - Espectro de FTIR de maghemita oxidada em solução aquosa contendo PVA.

A análise de DRX mostrou que o padrão de difração de raios-X corresponde

ao descrito na literatura (ROCA et al., 2007; SCHIMANKE; MARTIN, 2000; XU;

ZHENG, 2006), Figura 54.

Figura 54 - Difratograma da MagPVA.

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87

Como mostrado na Figura 55, pode-se observar que embora sejam similares

os perfis da força magnética das partículas, a MagPVA apresentou forca magnética

de 629,59 ± 4,71 mN/g e a maghemita 725,95 ± 2,62 mN/g, tendo cerca de 14% (em

680 Gauss) a menos de força magnética em relação a maghemita. Este fenômeno

deve-se a presença do PVA presente na MagPVA. Este decréscimo de força

magnética já era esperado e está de acordo à literatura (ROCA et al., 2007;

SCHIMANKE; MARTIN, 2000). Mesmo com a perda da força magnética a

modificação da maghemita com PVA é de extrema importância para avaliar a

interferência do recobrimento da maghemita com PVA e sem recobrimento nas

análises que serão realizadas.

Figura 55 - Força magnética da MagPVA

Através da análise de TGA foi possível observar uma perda de massa de

14,1%, o que corrobora o valor de perda magnética encontrada.

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88

A análise de DRX mostrou que os padrões de difração de raios-X que

caracterizam a maghemita foram mantidos no MagPVA (Figura 56).

Figura 56 - DRX da Mag e MagPVA

Como efetuado no capítulo 4.2.1 o diâmetro do cristalito calculado para o

MagPVA foi de 8,0 ± 0,6 nm. Resultado similar ao da Mag, mostrando que o PVA

não conseguir diminuir o tamanho do cristalito, porém permitiu que se mantivesse

estável após o processo de oxidação e modificação simultânea da Magnetita pelo

processo em solução aquosa.

6.2.3 Modificação da maghemita com SiO2

A modificação da maghemita com sílica não foi feita com compostos

organosilanos (AMBROGIO et al., 2011; FERREIRA et al., 2009; GE; YIN, 2008;

HODGKINS et al., 2007; HUI et al., 2011; JOKERST; GAMBHIR, 2011; LEE et al.,

2011; REDDY et al., 2012; SARKAR; BISWAS; P., 2010; SCHLENOFF, 2010;

SOUZA; MOHALLEM; SOUSA, 2011; ZHOU et al., 2012), como descrito na

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89

literatura, para esta foi utilizada sílica seca a 300ºC, comercialmente vendida como

Acematt® TS100. Este procedimento foi feita com óxido de silício, este foi escolhido

por ser mais barato e permitir a avaliação se a partícula de maghemita seria envolta

em sílica ou somente dispersa.

A modificação foi efetuada por dois métodos: a) ativação da sílica em meio

alcalino e co-precipitação com a magnetita e b) sonicação.

No método (a), foi dispersa a sílica na solução de hidróxido de amônio 1,4 M

e a mistura de Fe+2/Fe+3 foi vertida sob a solução (BARDHAN et al., 2011). Desta

forma houve a co-precipitação da magnetita com a sílica dispersa. A magnetita-sílica

foi tratada termicamente para oxidação a maghemita-sílica (Magsil). Enquanto o

método (b) a sílica e maghemita foram sonicadas em meio orgânico.

A caracterização por FTIR permitiu a visualização das bandas características

da sílica (1076 cm-1) sem sobreposição com as bandas de maghemita (641, 582 e

432 cm-1), possibilitando a confirmação da modificação da maghemita (FERREIRA et

al., 2009), Figura 57.

Figura 57 - FTIR da Magsil e da Mag

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90

Com intuito de comparar as forças magnéticas da maghemita em relação à

Magsil obtidas pelo método a e b, foi feita a análise de força magnética como

descrito anteriormente. Os resultados são mostrados na Figura 58. Como o

campomagnético gerado pelo eletroímã depende da corrente elétrica fornecida pela

fonte de tensão. Esta fonte fornece valores máximos diferentes para cada conjunto

de análise e, consequentimente, o campo magnético máximo gerado também sofre

variações. Para evitar que não seja possível a comparação das forças magnéticas

entre as amostras, todo comjunto de amostras a serem comparados devem ser

analisados em uma única batelada, mesmo que isto signifique refazer novamente o

teste de força magnética.

Figura 58 - Força magnética da Magsil.

Como descrito na literatura (AMBROGIO et al., 2011; FERREIRA et al., 2009;

GE; YIN, 2008; HODGKINS et al., 2007; HUI et al., 2011; JOKERST; GAMBHIR,

2011; LEE et al., 2011; REDDY et al., 2012; SARKAR; BISWAS; P., 2010;

SCHLENOFF, 2010; SOUZA; MOHALLEM; SOUSA, 2011; ZHOU et al., 2012) já

era esperado que a força magnética da maghemita modificada com sílica fosse

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91

menor que a da maghemita. Se for descontado a massa de sílica a força magnética

do método b comparável com o da maghemita. As forças magnéticas são mostradas

na Tabela 8.

Tabela 8 - Força Magnética da Maghemita e Magsil's.

Amostra FM (mN/g) FM Relativa

Maghemita 783,991 ± 0,029 -

Magsil a 428,862 ± 0,774 54,7 %

Magsil b 85,153 ± 0,027 10,9 %

Sabendo-se que a Magsil possui cerca de 50% de sílica, se for recalculada a

força magnética em relação a sua massa correspondente a maghemita, a força seria

de 857,724 mN/g. Esta força é superior a da Mag (783,991 mN/g) a 695 Gauss.

A partir das imagens obtidas pelo MEV (Figura 59), é possível observar que o

método b (Figura 59d) somente dispersou a maghemita na sílica de forma

heterogênea enquanto o método a (Figura 59c) mostrou uma mudança uniforme das

partículas obtidas, alterando a superfície ―lisa‖ da Maghemita (Figura 59a)para uma

superfície mais ―aveludada‖(Figura 59b), semelhante à superfície observada na

sílica.

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92

Figura 59 - Imagem de MEV: a) Maghemita; b) SiO2; c) Magsil a; d) Magsil b.

Como a Magsil b não teve o dispersão uniforme da maghemita no dióxido de

silício nenhuma outra análise foi realizada para sua caracterização.

Nos difratogramas da Figura 60 é possível verificar os halos amorfos da sílica.

Os picos característicos da maghemita aparecem no difratograma da Magsil, da

mesma forma que uma parte amorfa referente à sílica ainda é perceptível

(FERREIRA et al., 2009).

a b

c d

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93

Figura 60 - DRX de Mag, Magsil e SiO2

Utilizando a Equação de Scherrer (2) foi encontrado um tamanho de partícula

de 11,6 ± 1,0 nm para a Magsil b. Sabendo-se que inicialmente a partícula

sintetizada de maghemita mediu 8,3 ± 0,4 nm, a análise de DRX mostrou um

aumento do tamanho do cristalito. Embora o tamanho do cristalito esteja maior a

sílica pode ter, de certa forma, diminuído a aglomeração dos cristalitos, isto poderia

estar relacionada a este pequeno aumento na força magnética.

6.2.4 Modificação da maghemita com 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxifenil)–

21H,23H-porfirina

Foi avaliada a possibilidade de complexação de maghemita por quatro

técnicas distintas: sonicação (H2KTP1), fusão (H2KTP2), impregnação (H2KTP3) e

co-precipitação (H2KTP4).

Com exceção da H2KTP2, as soluções contendo 1mg de analito em 50 mL de

metanol, não mostraram inicialmente nanopartículas de maghemita depositadas no

fundo ao serem expostas a campo magnético. Após 24 horas de repouso, somente a

Inte

nsid

ade

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H2KTP4 não mostrou nanopartículas de maghemita. Esta apresentou uma

quantidade muito pequena somente após cerca de 5 dias (isto foi identificado com a

junção das nanopartículas quando foi colocado o ímã nos frascos). Isto não confirma

a formação de complexo entre a porfirina e a maghemita, porém demonstra que é

possível preparar uma mistura solúvel, que proporcionará um compósito polimérico

mais homogêneo e com menor probabilidade de aglomerações de maghemita. A

Figura 61 mostra a visualização da maghemita decantada por ação magnética da

H2KTP2 (fusão).

Figura 61 - Soluções de porfirinas para avaliação de maghemita não complexada.

Para confirmação estrutural das estruturas das amostras foi feito teste de

FTIR com pastilha de KBr (cerca de 1mg de analito em 300 mg de KBr), cujo

espectros são mostrados na Figura 62. As bandas características que comprovam a

estrutura das amostras encontram-se na Tabela 9.

De acordo com a Figura 62 é possível visualizar que a H2KTP2 (fusão) que

as bandas características da porfirina não foram apresentadas, o que indica possível

degradação da porfirina. Outra forma de confirmação que pode ser utilizada é que as

bandas que o espectro apresenta são as que caracterizam a maghemita.

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95

Tabela 9 - Bandas características de H2KTP e maghemita.

Substância Função Bandas (cm-1)

H2KTP

anel fenólico 3369; 1602; 1500; 803ª

anel pirrólico 3326; 1463; 1264;

1234;1170; 967bc

Maghemita -

H2KTP1

(sonicação)

anel fenólico 3400; 1606; 1509; 801ª

anel pirrólico 3400; 1469; 1263;

1233;1170; 968bc

Maghemita 637; 599; 563; 430d

H2KTP2

(fusão)

anel fenólico -

anel pirrólico -

Maghemita 641; 583; 561; 450d

H2KTP3

(impregnação)

anel fenólico 3378; 1608; 1512; 805ª

anel pirrólico 3378; 1463; 1266;

1234;1170; 968bc

Maghemita 635; 599; 556; 429d

H2KTP4

(co-precipitação)

anel fenólico 3398; 1605; 1481; 819ª

anel pirrólico 3398; 1278; 1229;1175;

968bc

Maghemita 635; 595; 564; 445d

a(SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006)

b (DIAS; PEREZ; SANTANA, 2004)

c (FAGADAR-COSMA et al., 2007)

d (ANDRADE et al., 2009; CAVALCANTE; LAGE; FABRIS, 2008)

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96

Figura 62 - Espectros de FTIR de H2KTP’s.

Para avaliar a fração de do H2KTP com a maghemita foi feita a Análise

Termogravimétrica (TGA) na amostra padrão e nas amostras modificadas com

rampa de aquecimento de 10°C/min até 800°C sob atmosfera inerte. A Figura 63

mostra os gráficos da derivada da análise térmica (dTGA).

É possível observar mudanças no padrão de dTGA das amostras. Como visto

nos resultados anteriores à amostra H2KTP1 mostra apresenta pouca perda de

massa, o que corrobora para afirmativa de calcinação da amostra.

Tra

nsm

itância

(%

)

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97

Figura 63 - dTGA das amostras de H2KTP’s.

De acordo com a Tabela 10 pode-se dizer que a temperatura de 800°C em

atmosfera inerte não foi o suficiente para que toda amostra fosse degradada. Como

a perda não foi de 100% não é possível correlacionar a porcentagem residual da

análise com a quantidade de maghemita presente na amostra, mesmo sendo de

conhecimento que o resíduo das amostras modificadas possuem óxido de ferro.

As temperaturas de perda de massa mostrada na Tabela 10 na H2TKP e na

H2TKP2 (impreguinação) sugerem que a perda em 61 e 62 °C respectivamente

pode estar relacionada a resíduo de solvente orgânico usado na purificação. A perda

em 496 °C na H2TKP pode estar relacionada a algum tipo de subproduto ou forma

enantiomérica da porfirina.

Dentre as amostras somente a H2KTP3 (impregnação) e H2KTP4 (co-

precipitação) mostraram maior variação e aparecimento de novas perdas mássicas

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98

(além da correspondente a H2TKP em 505 °C), o que sugere que a estrutura sofreu

mudança química e não física. O H2KTP também apresenta picos de perda mássica

diferentes do padrão (H2KTP), porém somente a perda em 706°C parece ser

provavelmente a equivalente a modificação química da estrutura.

Tabela 10 - Resultados de dTGA de H2KTP’s.

Amostra Perda mássica (°C) Resíduo (%)

H2KTP

61

496

505

51,86

H2TKP1 (Sonicação)

502

684 55,91

H2TKP2 (Fusão)

568 64,62

H2TKP3 (Impregnação)

62

503

706

49,58

H2TKP4 (Co-precipitação)

673 44,52

Os difratogramas das amostras são mostrados na Figura 64.

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99

Figura 64 - DRX da porfirina (H2TKP), Sonicação (H2TKP1), Fusão (H2TKP2), Impregnação (H2TKP3) e Co-precipitação (H2TKP4).

O difratograma da H2KTP mostra a cristalinidade da amostra antes dos testes

de complexação. Com exceção da H2KTP2 (fusão) que não apresentou o pico (422)

característico da maghemita, em todas as amostras foi possível observar os picos

característicos da maghemita, como este pico é de pequena intensidade há

possibilidade do mesmo não ter sido detectado devido à pequena quantidade

utilizada. É perceptível também a perca da cristalinidade da porfirina. Sendo esta

mais acentuada no método de co-precipitação (H2KTP4).

A Tabela 11 mostra o tamanho dos cristalinos calculados através das análises

de DRX.

Inte

nsid

ad

e

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Tabela 11 - Diâmetros de cristalitos da Mag e maghemita modificada com H2TKP

Amostra Diâmetro do Cristalito (Lc)

Mag 8,3 ± 0,4 nm

H2TKP1 11,8 ± 1,0 nm

H2TKP2 9,3 ± 0,8nm

H2TKP3 10,6 ± 0,9 nm

H2TKP4 14,8 ± 1,3 nm

A modificação por fusão (H2TKP1) apresentou um pequeno aumento do

diâmetro cristalino durante o processo, sem nenhuma justificativa na literatura que

justifique este efeito. A modificação por co-precipitação (H2TKP4) pode ter causado

esta modificação devido o ferro estar complexado com a porfirina, ou pela falta de

agitação durante o processo de adição de base.

Com base, principalmente nos dados TGA, somente a H2TKP4 foi sintetizada

em maior escala. Após a síntese foi efetuado o teste de força magnética. Antes não

foi possível devido às modificações terem sido feitas em 50 mg de porfirina.

A força magnética da H2TKP4 sintetizada em maior quantidade foi de 271,69

± 0,07 mN/g a 660 Gauss. A força magnética é 62,6% menor quando comparada

com a Mag. Como na análise de TGA com fluxo de N2 não apresentou baixo resíduo

para a H2TKP, o cálculo teórico de Maghemita presente na amostra modificada fica

prejudicada, não podendo assim comparar a força magnética com a massa de

maghemita contida na amostra.

As partículas de Maghemita e as modificações feitas com PVA, dióxido de

silício e porfirinas possuem potencialidade para uso em hipertermia magnética

aplicada no tratamento do câncer. Para avaliar a comparação entre a maghemita

sem e com modificações estas foram usadas no preparo de compósitos poliméricos

e estudadas em função do teste de liberação de diclofenaco com e sem campo

magnético externo e o teste de indução magnética.

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101

6.3 PREPARO DE COMPÓSITOS A BASE DE PLA E COMPÓSITOS

MAGNÉTICOS E HIPERTERMICOS PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER.

A Figura 65 mostra um esquema simplificado do preparo dos compósitos

magnéticos e não magnéticos.

Figura 65 - Esquema de preparo dos compósitos contendo PLA

6.3.1 Preparo de compósitos por fusão

Como é de interesse que o diclofenaco possua liberação lenta devido o tempo

de meia-vida ser de cerca de duas horas (AMBROGI et al., 2008; ARELLANO et al.,

1999; BHASKAR et al., 1986; BIASI et al., 1998; CIUREA et al., 2009;

PONGJANYAKUL et al., 2005; SRIWONGJANYA; BODMEIER, 1998; WILDING et

al., 1994), foram testados vários sistema a base de PLA para avaliar o perfil de

liberação de DCP.

Foi preparado um compósito somente com o PLA e o DCP. Os demais foram

preparados com PLA, DCP e carga (Tabela 12). A quantidade de fármaco foi

mantida igual em todos os casos para que, posteriormente, o teste de dissolução

pudesse ser comparado.

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102

Tabela 12 - Códigos e quantidades de componentes para preparo dos compósitos não magnéticos

Amostra Sigla Componentes do Compósito (%)

Carga DCP PLA

Com DCP PLA+DCP - 25 75

Com Sílica PLA+SiO2 0,5 25 74,5

Com carvão PLA+carvão 0,5 25 74,5

O SiO2 foi usado por ser inerte e ter sido um dos reagentes usado para

modificação da maghemita, e o carvão por ser inerte, possuir capacidade de sorção

e desorção de diversos compostos orgânicos por equilíbrio químico que possibilita

seu uso não só na sorção de pesticidas mas no controle de liberação de herbicidas e

ser usado para tratamento de algumas feridas e na desintoxicação por ingestão de

diversos produtos químicos, não apresentando desta forma toxidade quando

ingerido (BORTOLETTO-SANTOS; RIBEIRO, 2014; MOREIRA et al., 2012;

QUEIROZ; FONSECA; SILVA, 2011).

6.3.2 Preparo de compósito magnéticos e hipertérmicos por fusão

Os compósitos magnéticos que foram produzidos com a Mag, MagPVA,

Magsil (obtida por co-precipitação) e H2TKP4 serão usados para avaliar a liberação

do DCP e a potencialidade do uso dos mesmos para hipertermia magnética no

tratamento do câncer (Tabela 13).

A quantidade de fármaco foi mantida igual em todos os casos para que,

posteriormente, o teste de dissolução pudesse ser comparado sem que houvesse

variáveis nos compósitos. A quantidade de partículas modificadas com maghemita

foi baseada na quantidade total da carga, isto foi necessário por não conhecer a

quantidade de maghemita contida em todas as partículas modificadas.

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103

Tabela 13 - Códigos e quantidades de componentes para preparo dos compósitos não magnéticos

Amostra Sigla Componentes do Compósito (%)

Carga DCP PLA

Mag PLA+Mag 0,5 25 74,5

MagPVA PLA+MagPVA 0,5 25 74,5

Magsil PLA+Magsil 0,5 25 74,5

H2TKP4 PLA+H2TKP4 0,5 25 74,5

6.3.3 Caracterização dos compósitos

Os compósitos foram caracterizados por DRX, força magnética e indução

magnética.

Para análise dos compósitos por FTIR foi realizado análises individuais de

PLA e DCP por que contém maior percentual nos compósitos. Posteriormente foi

realizada a análise da mistura de PLA+DCP para avaliar quais seriam as bandas de

DCP visíveis na mistura. A Figura 66 mostra o espectro de FTIR do PLA, DCP e

PLA+DCP.

Figura 66 - Espectro de FTIR de PLA, DCP e PLA+DCP

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

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104

As bandas que caracterizam o PLA já foram discutidas no item 4.1.3. As

bandas que caracterizam o DCP são (ʋ, cm-1): 3259 (N-H, amina secundária), 1579

((C=O)O-), 1557 e 1504 (C=C anel aromático), 1454 e 1469 (CH2), 1383 (C-N), 766 e

743 (C-H aromático) (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006).

Após a formação do compósito PLA+DCP por fusão, algumas bandas não

foram observadas. Porém, foram identificadas as bandas referentes ao PLA e ao

DCP. As bandas identificadas do PLA foram (ʋ, cm-1): 1761 (O-(C=O), 1375 (CH3),

1270, 1215 e 1188 (C(C=O)C-O), 1135, 1093 e 1047 (C-O de éster) e 691 (OH). As

bandas identificadas do DCP foram (ʋ, cm-1): 1578 ((C=O)-O-) e 1386 (C-N). As

demais bandas sofreram efeito das bandas mais intensas entre o PLA e DCP. Uma

das duas bandas de C=C de anel aromático não foi observada devido à banda em

cerca de 1557 cm-1 ter se fundido com a banda de carboxilato, permitindo ser

observado somente a de 1507 cm-1. O mesmo fenômeno foi observado para as

bandas referentes à CH2 do DCP e CH3 do PLA, as bandas sofrerão fusão e só foi

observada uma única banda em 1456 cm-1 referente ais C-H alifáticos presentes no

compósito. Duas bandas são características de C-C para o PLA (871 e 755 cm-1) e

duas para o C-H do anel aromático do DCP (1557 e 1504 cm-1), porém, devido à

proximidade da segunda banda de C-C do PLA (755 cm-1) e das bandas de C-H

aromático do DCP foi observado somente uma banda larga em 871 cm-1.

A Figura 67 mostra os espectros de FTIR dos compósitos na faixa de 2000 a

400 cm-1 por apresentarem as bandas de maior importância quanto à caracterização.

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105

Figura 67 - Espectros de FTIR dos compósitos

Como discutido por Pereira e colaboradores (PEREIRA et al., 2013b) as

bandas referentes à maghemita não aparecem em compósitos poliméricos devido

sua baixa intensidade, o mesmo foi observado nos espectros dos compósitos, com

exceção do PLA+SiO2 que apresentou uma banda em cerca de 480 cm-1 que não é

referente à maghemita sem a sílica. O compósito PLA+carvão não era esperado

novas bandas, visto que o carvão não possui bandas de 4000 a 400 cm-1 no FTIR.

Não foi possível fazer a identificação das cargas pelo FTIR. A análise de DRX

foi utilizada para verificar padrão de picos referentes às cargas utilizadas nos

compósitos.

O PLA e o DCP foram analisados separadamente por DRX para verificar o

padrão de difração dos mesmos, com o intuito de tentar identificá-los nos

compósitos (Figura 68).

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

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106

Figura 68 - DRX do DCP, PLA, carvão e sílica usados para preparo dos compósitos

O DCP apresenta um pico intenso em 24,7°, 27,1° e um sequência de picos

entre 31,9° e 36,9°. O PLA apresenta um pico em 15,3°, 17,1° (correspondente a

cristalinidade do mesmo), 19,4° e 22,8° (SANTOS; TAVARES, 2013; SOUZA et al.,

2014). O carvão e a sílica apresentaram somente halos amorfos.

A Figura 69 mostra o DRX dos compósitos não magnéticos.

Sílica

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107

Figura 69 - DRX dos compósitos não magnéticos

O DRX dos compósitos não magnéticos mostra que o difratograma de

PLA+DCP apresenta o pico de cristalinidade do PLA em e o pico de 27,1° e a

sequência de picos entre 31,9° e 36,9°, sendo possível, identificar a presença do

PLA e do DCP no compósito. No PLA+carvão os mesmos picos foram observados e

a presença do halo amorfo do carvão não interferiu nos picos referentes ao PLA e

DCP no difratograma. Em relação ao PLA+SiO2 a característica amorfa da sílica

interferiu no compósito, impedindo a visualização do pico característico do PLA

(17,1°) e do de 27,1° observado nos dois outros compósitos. Foi possível observar

somente o padrão de ruídos entre 31,9° e 36,9° característico do DCP.

A Figura 70 mostra o DRX dos compósitos magnéticos.

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108

Figura 70 - DRX dos compósitos magnéticos

Nos difratogramas não foi possível observar o pico característico da

cristalinidade do PLA. Em relação ao DCP só foi possível identificar as interferências

entre 31,9° e 36,9°. Em relação aos picos característicos da maghemita, já era

esperado que não fossem visualizados todos os picos devido à pequena carga

magnética adicionada ao compósito, porém foi possível identificar os três picos mais

intensos (35,7°, 62,9° e 55,7°).

A força magnética não foi feita nos compostos não magnéticos por não

apresentarem nenhuma partícula magnética.

A Figura 71 mostra os gráficos de força magnética dos compósitos

magnéticos que mostram uma grande queda na força magnética de todos os

compósitos avaliados devido cerca de 99,5% da massa da amostra ser orgânica

enaomagnética.

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109

Figura 71 - Força magnética dos compósitos magnéticos

Se compararmos o tamanho dos diâmetros cristalinos das partículas

magnéticas modificadas e do Mag calculados a partir da análise de DRX dos

mesmos antes do preparo do compósito, a explicação da diferença da força

magnética inicialmente parece ter correlação entre o tamanho do cristalito (Tabela

14), porém não há correlação linear entre o tamanho do cristalito e a forma

magnética do compósito. Este efeito leva a sugerir que pode ter ocorrido menor

formação de aglomerado de cristalitos durante a modificação da maghemita, porém

para que possa ser afirmado, uma análise por TEM é sugerida para esta verificação.

Tabela 14 - Resultados de força magnética e de tamanho do cristalito dos compósitos magnéticos

Compósito Força magnética (mN/g) Lc (nm)

PLA+Mag 21,14 ± 0,01 8,3 ± 0,4 nm

PLA+MagPVA 23,19 ± 0,07 8,0 ± 0,4 nm

PLA+Magsil 40,61 ± 0,10 11,6 ± 1,0 nm

PLA+H2TKP4 13,82 ± 0,06 14,8 ± 1,3 nm

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110

6.3.4 Estudo do perfil de liberação de Diclofenaco de Potássio nos compósitos.

O teste de liberação foi feito com intuito de avaliar o perfil de liberação e a

influência do uso de campo magnético nos compósitos com cargas de Maghemita

(PLA+Mag) e maghemitas modificadas com PVA (PLA+MagPVA), dióxido de silício

(PLA+Magsil) e porfirina (PLA+H2TKP4).

No mercado já existe uma formulação de diclofenaco que é usada para uso

em crianças e quando é necessária uma liberação mais lenta do fármaco. Este é

comercializado como diclofenaco colestiramina. O que foi usado para testes

comparativos foi o Flotac comercializado pela Novartis que possui uma dosagem de

diclofenaco de 70mg equivalente a DCP por cápsula.

O teste de liberação, conhecido também como teste de dissolução, foi

efetuado de acordo com as especificações da USP (UNITED STATES

PHARMACOPEIA, 2014), reconhecida mundialmente como referência para análise

de fármacos e princípios ativos. Para avaliar se os compósitos possuem capacidade

de uma liberação sustentada o tempo de análise foi estendido para 5 horas.

Como o diclofenaco de potássio, assim como os derivados do diclofenaco,

possui tempo de meia visa de 1,8 horas (RIESS et al., 1978; SALLMANN, 1986),

foram produzidos compósitos do DCP somente com PLA e para avaliação de cargas

não magnéticas foram usados SiO2 e carvão ativo.

Para avaliar a concentração de DCP liberado nas alíquotas retiradas do teste

de liberação foi construída uma curva analítica usando DCP dissolvido em água na

faixa de 1 a 40 µg/mL de DCP usando valor fixo de leitura em 276 nm como descrito

pela literatura (UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2014). Esta faixa foi escolhida

por estar dentro da faixa de linearidade da curva analítica. Considerando que fosse

liberado todo fármaco a concentração de DCP máxima na alíquota seria de 77,8

µg/mL, sendo necessária efetuar a diluição da amostra para que a absorbância seja

colocada dentro dos valores reportados na curva analítica. Durante os testes de

liberação Os valores de Absorbância e o gráfico da curva de calibração são

apresentados na Tabela 15 e na Figura 72.

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111

Tabela 15 - Absorbâncias dos padrões de DCP usados na construção da curva de calibração

[DCP] (µg/mL) Absorbância

1 0,03678 ± 0,00008

5 0,15952 ± 0,00019

10 0,31866 ± 0,00029

20 0,63826 ± 0,00057

40 1,23214 ± 0,00027

Figura 72 - Curva de calibração de DCP

As leituras de absorbância mostraram uma variação muito pequena entre as

leituras, mostrando que as triplicatas foram reprodutíveis.

A correlação dos pontos da curva analítica foi feita através do programa

OringPro 8 e mostraram uma correlação linear ótima de R2 de 0,9999.

A Figura 73 mostra o perfil de liberação dos compósitos não magnéticos e do

fármaco comercial e a Tabela 16 mostra o percentual de DCP liberado no decorrer

de 5 horas.

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112

Tabela 16 - Valores de % DCP liberados no teste de dissolução dos compósitos não magnéticos

Amostra % de DCP liberado

Comercial 7,64 ± 1,49

PLA+DCP 2,72 ± 0,55

PLA+carvão 3,49 ± 0,98

PLA+SiO2 1,84 ± 0,36

Figura 73 - Perfil de liberação em HCl 0,1 M do DCP comercial e dos compósitos PLA+DCP, PLA+carvão e PLA+SiO2

O resultado do teste de liberação mostrou que os três compósitos não

magnéticos apresentaram uma liberação sustentada e inferior a do fármaco de

liberação lenta de DCP disponível no mercado. Este resultado mostra que somente

a presença do PLA já é suficiente para diminuir o percentual de DCP liberado e

manter a liberação sustentada.

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113

Estatisticamente o carvão ativo usado como carga apresentou o mesmo perfil

de liberação do compósito somente com PLA e DCP (PLA+DCP) não afetando o

perfil de liberação. Este resultado mostra que, na concentração da carga de carvão

estudada, provavelmente não ocorre o fenômeno de sorção-desorção por difusão e

equilíbrio químico entre carvão e o fármaco em estudo o que pode justificar a

inalteração do perfil de liberação comparado com o PLA+DCP (BORTOLETTO-

SANTOS; RIBEIRO, 2014). O dióxido de silício conferiu ao PLA+SiO2 uma liberação

mais lenta, quando comparada com o PLA+DCP e PLA+carvão. Este efeito pode

estar relacionado ao aumento da área superficial porosa da matrícula MagSiO2

devido à presença da sílica. Esta característica proporciona maior sorção do

fármaco e o alto número de hidroxilas pode causar também melhor interação entre

carga-fármaco (REDDY et al., 2012). Estes efeitos podem ser responsáveis pela

menor liberação. Todos os compósitos não magnéticos estudados mostram a

capacidade de uma liberação sustentada do fármaco.

Os testes de liberação dos compósitos magnéticos foram avaliados com

campo magnético (4000 GAUSS) e sem campo magnético. Como mostrado no

trabalho de (PEREIRA et al., 2014) os compósitos magnéticos na presença de

campo apresenta um fenômeno denominado de constricção magnética. Este

fenômeno causa uma compactação da matriz polimérica forçando que o fármaco

seja liberado mais rápido.

Para as análises do teste de liberação sem o campo magnético foram

inseridas as letras sc (sem campo) e para as análise com campo magnético foram

usadas cc (com campo) aos códigos dos compósitos.

A Figura 74 mostra que em todos os casos, na presença e ausência de

campo magnético os compósitos magnéticos apresentaram uma liberação de DCP

menor que a do fármaco comercial.

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114

Figura 74 - Perfil de liberação, dos valores médios, de DCP em HCl 0,1 M nos compósitos magnéticos com e sem campo magnético e comparação com o fármaco comercial

A Figura 75 apresenta o perfil de liberação dos compósitos magnéticos,

individualmente, na ausência e na presença de campo magnético.

Dentro do intervalo de 5 horas de liberação é possível verificar que cada

carga adicionada ao compósito teve uma interferência diferenciada em relação ao

PLA+DCP.

A inclusão da Mag conferiu ao compósito PLA+Mag uma característica que

não havia sido observado nos demais compósitos. A liberação de DCP ocorreu de

forma crescente, não foi observada uma liberação sustentada como visto nos

demais compósitos magnéticos e não magnéticos.

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Figura 75 - Curvas de liberação de DCP em HCl 0,1 M dos compósitos magnéticos na presença e ausência de campo magnético

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116

Os autores mostram que há uma liberação sustentada usando 5% de carga

de Mag, porém este efeito não foi observado no compósito PLA+Mag.Apenas o

aumento da liberação do DCP quando o PLA+Mag é submetido a campo magnético

(PEREIRA et al., 2013b, 2014).

De acordo com (ROTHSTEIN; FEDERSPIEL; LITTLE, 2008) o que pode ter

ocorrido no caso do compósito com maghemita não modificada (PLA+Mag) é a

presença de uma quantidade maior de DCP mais externo na matriz polimérica,

causando uma fase de liberação inicial, conhecida como ruptura inicial, de forma

mais prolongada.

O perfil de liberação de PLA+H2TKP4 mostra um perfil diferenciado. Dentro

do intervalo de 5 horas é provável que a ruptura inicial alcançou seu limite e o inicio

do aumento da concentração de DCP pode estar relacionada a fármaco ocluso, que

são responsáveis pela liberação da fase de latência (ROTHSTEIN; FEDERSPIEL;

LITTLE, 2008).

Em relação ao PLA+MagPVA o que parece favorável é assumir que o PVA

conseguiu compatibilizar de forma eficiente a partícula magnética à matriz

polimérica, visto que, quando comparado com o PLA+Mag, a liberação observada se

comporta de forma sustentada. De alguma forma o PVA conseguiu ocluir mais o

DCP na matriz polimérica. Este efeito também pode estar correlacionado a maior

compatibilidade do DCP com PVA devido à solubilidade serem parecidas.

O PLA+Magsil também mostrou uma liberação sustentada de DCP, através

de um perfil parecido com o PLA+MagPVA.

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117

Tabela 17- Valores de % DCP liberados no teste de dissolução dos compósitos magnéticos

Compósito % DCP liberado Variação %DCP*

PLA+Magsc 3,41 ± 0,15 0,88

PLA+Magcc 4,25 ± 0,14

PLA+MagPVAsc 1,14 ± 0,28 0,74

PLA+MagPVAcc 1,88 ± 0,13

PLA+Magsilsc 0,94 ± 0,07 0,94

PLA+Magsilcc 1,88 ± 0,03

PLA+H2TKPsc 2,07 ± 0,21 0,82

PLA+H2TKPcc 2,89 ± 0,37

*Variação calculada pela diferença da %DCP da liberação com campo e sem campo

A Tabela 17 mostra que os percentuais de DCP liberados em 5 horas, sem

campo, estão abaixo do que foi encontrado para o compósito não magnético de PLA

e fármaco (PLA+DCP) que teve 2,72 ± 0,55 % de DCP liberado. Em relação às

liberações com campo magnético mesmo com uma porcentagem muito pequena de

carga usada, 0,5%, a liberação foi afetada pela constricção magnética e teve um

aumento na liberação que variou de 0,74 a 0,94% a mais de DCP liberado. Assim

como o perfil de liberação diferenciado do PLA+Mag, o percentual de liberação

dentro do intervalo de tempo estudado também foi maior que os demais. Há uma

possibilidade da má eficiência da compatibilização da Mag na matriz polimérica. Em

geral os trabalhos apresentados na literatura mostram a liberação de fármacos com

presença ou ausência de campo magnético externo sem comparação com o

compósito sem a presença das partículas. Outra forma de comparação realizada é a

do fármaco livre, não levando em consideração a interferência do polímero. Porém

como o DCP é bem solúvel em água, a liberação alcançaria o máximo em pouco

tempo.

Se for comparado à liberação de DCP no compósito a base de SiO2 e com

Magsil, é possível perceber que nos dois casos a liberação retardada de DCP em

relação aos outros meios estudados. Este efeito pode estar ligado à melhor

interação do SiO2 com o PLA e também a provável interação do DCP com o mesmo.

Neste caso a interação do DCP com SiO2 pode ser responsável pelo baixo teor de

DCP liberado no decorrer das cinco horas (LU et al., 2002; REDDY et al., 2012).

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118

As liberações encontradas retardam a liberação de DCP que pode ser útil

para aumentar o tempo de presença de diclofenaco no corpo, visto que o tempo de

meia vida é muito curto.

6.3.5 Estudo de indução magnética

Nesta etapa da pesquisa torna-se necessária a avaliação do potencial

hipertérmico dos compósitos magnéticos e também a avaliação da % de DCP

liberado durante a análise de indução magnética.

As análises de indução magnética foram efetuadas em água como meio

dispersante do calor. Inicialmente foram testadas as partículas magnéticas antes de

serem incorporadas ao sistema polimérico.

A Figura 76 mostra a temperatura máxima alcançada durante a exposição de

um campo magnético externo oscilante gerado com uma corrente elétrica de 400

amperes durante o tempo de 500 segundos.

Os resultados confirmam a propriedade hipertérmica das partículas (KUMAR;

MOHAMMAD, 2011; MEENACH; HILT; ANDERSON, 2010; SADHUKHA;

WIEDMANN; PANYAM, 2013; SCHILDKOPF et al., 2010).

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119

Figura 76 - Aumentos de temperaturas obtidas no teste de indução magnética das cargas magnéticas sintetizadas e modificadas

O resultado de indução magnética mostra que a Magn possui 10,3% a menos

de capacidade de aquecimento do fluido aquoso em relação à Maghemita (Mag).

Este valor corrobora os encontrados no teste de força magnética, onde a Magn

apresenta 22,8% a menos de força magnética em relação a Mag. Estes resultados

se complementam quando correlacionamos a hipertermia com a força magnética da

Mag e Magnetita (Magn). Estes resultados são inéditos e podem ser usados para

justificar a preferência do uso de Mag, preferencialmente, nos novos compósitos a

serem estudados.

Em relação às maghemitas modificadas, todas mostram valores de

temperatura superiores as da Mag. Isto mostra que quando modificada a Mag tende

a possuir maior capacidade hipertérmica. Se for comparado o percentual encontrado

na MagPVA de 13% e os teóricos da Magsil de 50% e da H2TKP4 de 74% de

modificação, embora a força magnética seja drasticamente reduzida à capacidade

hipertérmica é aumentada. A modificação permite não só uma maior

compatibilização polimérica, mas promove a possibilidade de ligar quimicamente a

partícula ao fármaco ou até mesmo a matriz polimérica. Esta possibilidade mostra

um grande avanço na pesquisa de compósitos e nanocompósitos a base de Mag.

59,9

66,8

68,5

70,0

71,7

54

56

58

60

62

64

66

68

70

72

74

Magn Mag MagPVA Magsil H2TKP4

ΔTem

pe

ratu

ra (

°C)

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120

Se comparado os dados de tamanho do cristalito mostrados na Tabela 14, é

possível especular que a capacidade hipertérmica não está relacionada diretamente

ao tamanho do cristalito somente, mas com a forma de distribuição sem

aglomeração das cargas.

Para avaliar a relação de tamanho dos aglomerados de nanocristalitos é

necessário que seja feito uma análise que meça o tamanho real dos aglomerados.

Sem estes dados não é possível que seja feita uma discussão entre o tamanho da

partícula e sua capacidade hipertérmica com os compostos usados neste trabalho.

A Figura 77 mostra os valores de acréscimo de temperatura alcançado para

os compósitos nas mesmas condições usadas para as partículas magnéticas.

Os resultados encontrados são comparáveis aos das partículas quando

comparado a capacidade hipertérmica com a modificação das partículas.

Figura 77 - Aumentos de temperaturas obtidas no teste de indução magnética nos compósitos magnéticos

O resultado sugere que independente da quantidade de carga, quando

comparado, a proporção de aumento da temperatura será sempre a mesma que foi

observada na carga isolada.

15,6

19,120,6

21,7

0

5

10

15

20

25

PLA+Mag PLA+MagPVA PLA+Magsil PLA+H2TKP4

ΔTem

pe

ratu

ra (

°C)

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121

Figura 78 - Comparação dos resultados de indução magnética comparados com os dados de % DCP após a indução e % DCP no teste de liberação com campo magnético externo

É possível observar na Figura 78 que os resultados do aumento de

temperatura no teste de indução magnética dos compósitos magnéticos não

apresentam valores proporcionais de liberação de DCP. O compósito PLA+Mag foi o

que menos causou variação da temperatura do sistema e na quantidade de DCP

dosado após o teste foi o que mais liberou DCP para o sistema. Se compararmos os

resultados do teste de liberação em meio ácido por cinco horas é possível observar

que a liberação obedece à mesma característica que observada no teste de indução

magnética.

Portanto uma hipótese válida pode ser de que a liberação do DCP no teste de

indução magnética segue o mesmo perfil do teste de liberação ácida por cinco

horas, não tendo correlação com a temperatura alcançada no teste de indução com

a % de DCP liberada ao término do mesmo.

Os resultados mostrados na Tabela 18 mostram que a quantidade de DCP

liberado durantes os 500 segundos de indução magnética possui uma equivalência

de 65,1 a 89,9% de DCP liberado durante as cinco horas no teste de liberação. Este

efeito mostra que durante o processo de hipertermia magnética a quantidade de

fármaco liberada aumenta consideravelmente em um curto intervalo de tempo.

15,6

19,120,6

21,7

3,82

1,23 1,25

2,35

4,25

1,88 1,88

2,89

0

1

2

3

4

5

6

7

0

5

10

15

20

PLA+Mag PLA+MagPVA PLA+Magsil PLA+H2TKP4

% D

CP

ΔTem

pe

ratu

ra (

°C)

Temperatura (°C) %DCP Ind. %DCP Liber.

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122

Podemos dizer assim que vinculado a morte das células cancerosa devido possuir

menos resistência a aumentos de temperatura, o DCP é liberado mais rápido

durante o tratamento por hipertermia magnética e, desta forma, a sua eficácia é

alcançada em maior escala no momento do que o paciente estiver sendo submetido

à indução magnética. Assim, os efeitos de ação farmacológica do fármaco têm um

pico de ação que pode fornecer ao paciente alívio rápido dos possíveis efeitos

adversos relacionados ao tratamento.

Tabela 18 - Valores de %DCP liberados no teste de indução magnética em relação ao teste de dissolução

6.4 USO DA REAÇÃO DE UGI PARA SÍNTESE DE NOVOS COMPÓSITOS

Muitos dos sistemas usados na liberação controlada de fármacos são

baseados em polímeros, entre os quais, os mais utilizados são o poli(etilenoglicol)

(PEG) e o poli (ácido láctico) ou o análogo glicólico (CHEN et al., 2003; PERRY et

al., 2012). A capacidade de biomascaramento do PEG tem sido reportada como uma

de suas principais características (FONTANA et al., 2001; HUANG et al., 2005;

OHGUCHI et al., 2008). Porém, a conjugação do PEG a diferentes sistemas de

liberação controlada ou fármacos (peptídeos e proteínas) prevê o reconhecimento

do sistema por diferentes sistemas de defesa do organismo.

A reação multicomponente de Ugi foi muito explorada na formação de

moléculas pequenas. As formações de moléculas complexas por via sintética

geralmente estão vinculadas a várias etapas que, na sua grande maioria, possui

baixo rendimento, podendo invibializar a síntese das mesmas fora da escala

laboratorial. A reação de Ugi vem sendo usada com sucesso para a junção de

Compósito %DCP

(Teste de liberação – indução)

PLA+Mag 89,84

PLA+MagPVA 65,51

PLA+Magsil 66,46

PLA+H2TKP4 81,14

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123

macromoléculas como peptídeos e proteínas, porém o uso com polímeros é uma

nova possibilidade de aplicação ainda não explorada.

O principal objetivo deste estudo foi à preparação de um novo sistema de

liberação controlada baseado na ligação química de três elementos previamente

mencionados (PLA, PEG e partículas magnéticas), mediante a utilização da reação

multi componente de Ugi. Adicionalmente a presença de partículas magnéticas no

compósito permite o direcionamento mediante a ação de um campo magnético

externo, além da alteração da cinética de liberação, via constrição magnética

(PEREIRA et al., 2013b; RĂCUCIU; CREANGĂ; AIRINEI, 2006), bem como a

habilidade de produzir hipertermia magnética, todos muito importantes para o

tratamento do câncer.

6.4.1 Síntese de compósito hipertérmico por reação de Ugi

A reação de Ugi envolve quatro grupos funcionais distintos que são o aldeído,

o grupo amina, o ácido carboxílico e um grupo ciano. Para a síntese do Ugi

Magnético (UgiMag) foram usados o PEG bis amino (PEG-NH2), a magnetita

modificada com glutaraldeído (magnetita aldeídica) o PLA e o cianeto de t-butila.

O PEG-NH2 foi sintetizado a partir do PEG comercial, obtendo-se rendimento

final de 95%, segundo a reação mostrada na Figura 79. O PEG foi aminado via

acetilação com cloreto de monocloroacetila (CCA), (1), com posterior aminação com

etileno diamina, (2). Os rendimentos obtidos coincidem com os reportado na

literatura para este tipo de reação (BISCHO, RAINER, 1993).

Figura 79 - Síntese de PEG bis-amino via cloreto de monocloroacetila

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124

A magnetita aldeídica foi preparada por co-precipitação de sais de ferro II e

ferro III (RUIZMORENO et al., 2012) e modificada com glutaraldeído por sonicação.

O método de preparo foi diferente do utilisado por Qu e colaboradores pelo fato do

métoto com redução parcial de íons férricos com sulfito gerarem grande quantidade

de sais inorgânicos solúveis. Estes sais necessitam que seja realizada lavagens

excessivas para evitar resíduos salinos, o que ocorre em menor quantidade pelo

método segundo RuizMoreno (QU et al., 1999; RUIZMORENO et al., 2012).

Para que a reação da partícula magnética com o glutaraldeído seja efetiva é

necessário o uso das hidroxilas externas da partícula que são formadas no processo

de síntese em fase aquosa. Para garantir a presença dos grupos hidroxílicos o

processo de oxidação térmica da maghemita não pode ser aplicado por eliminar toda

água e consequentemente as hidroxilas livres. Mesmo sabendo que as análises

anteriores de força magnética e indução mostraram maior potencialidade para a

maghemita, os resultados encontratos para amagnetiva se mostraram aceitáveis

para os fins propostos.

O PLA utilizado foi o sintetizado para preparo dos compósitos.

6.4.2 Caracterização

A caracterização do PEG aminado (PEG-NH2) e do PEG acetilado (PEG-Ac)

foram iniciadas por FTIR. Na Figura 80 observam-se os sinais que identificam os

grupos funcionais do PEG, banda a 1751 e 1730 cm-1 (C=O) do grupo Ester do

PEG-CCA e PEG bis amino respectivamente. A banda referente à N-H de amina,

deveria ser um dublete, porém devido à presença em quantidades equimolares de

aminas primárias e secundária, provavelmente tenha ocorrido uma junção das três

bandas gerando somente uma única banda em 3420 cm-1 (N-H) do PEG bis amino.

Não foi possível observar o sinal correspondente ao grupo (C-N) devido à baixa

razão molar do grupo amino em comparação com o PEG e por que a banda possui

absorção muito próxima das bandas referentes a C-O de éter e (C=O)O-C de éster

(SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006).

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125

Figura 80 - Espectro de FTIR do PEG-Ac e PEG-NH2

O PEG-Ac e PEG-NH2 foram caracterizados posteriormente por RMN-1H. Na

Figura 81 (a) observam-se dois sinais a 4,11 e 3,45ppm que identificam o CH2-Cl do

CCA e o CH2-CH2 do PEG respectivamente. Na Figura 81 (b) não se observa o sinal

correspondente ao CCA o que sugere o consumo deste grupo funcional com a

reação com etilenodiamina. Não foi possível observar o sinal correspondente ao

grupo (CH2–CH2) do etilenodiamina no PEG-NH2 provavelmente devido ao overlap

com os sinais do grupo (CH2–CH2) do PEG.

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Figura 81 - Espectros de RMN-1H de PEG-Ac (a) e PEG-NH2(b)

Para caracterização da Magnetita modificada com aldeído (MagAld) foi

realizado inicialmente a de FTIR para confirmar os grupos funcionais referentes ao

glutaraldeído preso quimicamente a superfície da Magn.

O espectro da Figura 82 (a) mostra as bandas em 588 e 585 cm-1, que

identificam a Magn, o que coincide com os resultados reportados na literatura em

estudos de analises de magnetita por FTIR (ANDRADE et al., 2009; CAVALCANTE;

LAGE; FABRIS, 2008). Também se observam na Figura 82 (b) os sinais que

identificam os grupos funcionais do glutaraldeído ligado na superfície da magnetita,

as em bandas 1717 cm-1 (C=O), 2860 cm-1 ((C=O)H) e 2927 cm-1 (CH2), o que

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corrobora a presença do glutaraldeído na partícula magnética (SILVERSTEIN;

WEBSTER; KIEMLE, 2006).

Figura 82 - Espectro de FTIR da Magn (a) e MagAld (b)

Para quantificar a quantidade de glutaraldeído ligado quimicamente a

magnetita, foi usado a análise de TGA. As analises de TGA da Magn e MagAld

mostraram uma perda de massa de 2%, provavelmente perda de água, e uma

segunda perda de 22,9% provavelmente devido à presença do glutaraldeído ligado

à partícula magnética (Figura 83).

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Figura 83 - analise termogravimétrica da Magn (a) e a MagAld (b).

Caracterizado os produtos que fazem parte da reação de Ugi, o produto da

reação multicomponente de Ugi foi obtido com um 80% de rendimento segundo o

procedimento descrito na Figura 84, e foi caracterizado por técnicas de FTIR, DSC,

TGA, DRX e força magnética. A Figura 85 mostra a partícula de UgiMag, de forma

simplificada, após a reação de Ugi.

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Figura 84 - Mecanismo da reação de Ugi com a UgiMag

Figura 85 - Estrutura hipotética simplificada do UgiMag

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130

A Figura 86 mostra o resultado correspondente à análise por FTIR.

Figura 86 - Espectro de FTIR do UgiMag

Na Figura 86 se observam os sinais que identificam os grupos funcionais do

PEG e do PLA. As bandas do PEG a 2945 e 1093 cm-1 correspondentes aos grupos

CH2 e C-O respectivamente e as bandas do PLA a 2996, 2881, 1762 e 1048

correspondentes aos grupos CH3, CH, C=O e (C=O)-O-C respectivamente. Também

se observam as bandas que identificam a magnetita a 588 e 585 cm-1 (ANDRADE et

al., 2009; GARLOTTA, 2001; ZHANG et al., 2012).

Para verificar o padrão de difratograma da magnetita na Magn, MagAld e

UgiMag, ao mesmos foram analisados por DRX apresentaram picos a 2θ com

valores de 30.3°, 35.7°, 43.3°, 53.9°, 57.3° e 63.0°, o que confirma a estrutura

espinélica do cristal da magnetita, sugerindo que a reação do Ugi não mudou a

estrutura cristalina da partícula magnética (Figura 87). Os picos obtidos coincidem

com os reportados na literatura em estudos de DRX de magnetita (ROCA et al.,

2007; SCHIMANKE; MARTIN, 2000; XU; ZHENG, 2006). Também segundo a

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equação de Sherrer foi calculado o tamanho do cristal da magnetita, magnetita

aldeídica e o produto do Ugi (XU; ZHENG, 2006) obtendo se valores de 13,6, 13,4 e

12,5 nm respectivamente.

Figura 87 - DRX da Magn, MagAld e UgiMag

A análise de TGA foi usado para verificar as temperaturas máximas de

degradação térmica do PEG e PLA ligados a estrutura do UgiMag. Os resultados

correspondentes ao TGA do produto do Ugi se apresentam na Figura 95 onde se

observam duas temperaturas de perdas de massa a 264,4 °C e 362,2 °C no

compósito magnético feito por Ugi, as quais coincidem com as temperaturas

registradas para o PLA e o PEG respectivamente o que sugere a presença dos dois

polímeros no compósito magnético.

Inte

nsid

ade

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Figura 88 - analise de TGA do PEG, PLA e do UgiMag

A análise de DSC foi realizada para identificação dos eventos térmicos no

PEG analise de DSC mostrou uma queda dos valores da Tg, Tm e temperatura de

cristalização (Tc) do Ugi magnético em comparação com o PLA, provavelmente

devido à substituição das interações rígidas e homogêneas na estrutura do PLA por

interações mais heterogêneas do tipo PLA-PEG produto da reação do Ugi (Figura

89(a)). Conseqüentemente o produto do Ugi apresentou valores de Tg de 52,8°C

menores aos valores obtidos para o PLA o qual foi de 59,9°C (Tabela 19). Este

resultado coincide com os reportados em estudos de analise térmico de copolímeros

PLA-PEG onde se observou uma queda da Tg do copolímero em comparação com o

PLA (PAUL et al., 2003). Esperadamente também se observou uma redução da

15°C na Tc de do compósito de Ugi em comparação com o PLA, o que coincide com

o reportado na literatura (OZKOC; KEMALOGLU, 2009). O valor da Tm do compósito

do Ugi também apresentou uma queda entre 14 e 21°C em comparação com o PLA,

provavelmente pela influência do PEG na estrutura do PLA. Esta queda da Tm do

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compósito poderia se considerar como um indicativo da formação do compósito

(Figura 89 (b)) (YANG et al., 2006). Finalmente porcentagem de cristalinidade (Xc)

do compósito apresentou um aumento 21.2% to 29.2% em comparação com o PLA,

o que já foi reportado em estudos similares (THOMAS et al., 2013; ZHONG et al.,

2012). Os resultados de DSC se apresentam na Figura 89 e Tabela 19.

Figura 89 - Resultados de DSC do PLA, PEG e UgiMag

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Tabela 19 - Dados de TGA e DSC do PLA, PEG-NH2 e UgiMag

Amostra Tg (°C) Tc (°C) Tm (°C) (%) Xca Td (°C) b

PLA 59,8 98,6 144,0

154,4 21,2 272,8

PEG-NH2 - - 56,7 - 394,1

UgiMag 52,8 84,2

140,3

123,2

54,4

29,2 264,4

392,4

a Determinado considerando °Hm (padrão) = 106 J/g (MOON et al., 2010b)

b Temperatura máxima de degradação térmica determinada por TGA

O produto de Ugi também foi caracterizado pelo teste de força magnética, os

resultados se apresentam na Figura 90 e na Tabela 20.

Tabela 20 - Resultados de Força magnética da Magn, MagAld e UgiMag

Amostras Força Magnética (mN/g) Força Magnética Relativa (%)

Magn 762,89 ± 1,20 -

MagAld 589,10 ± 0,74 70,67

UgiMag 103,14 ± 1,20 13,52

Figura 90 - Gráfico de Força Magnética da Magnetita (a), Magnetita modificada com glutaraldeído (b) e Ugi Magnético (c)

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135

A Figura 90 se mostra uma perda da força magnética com a modificação da

superfície da magnetita o que corrobora a presença dos dois polímeros ligados

quimicamente na superfície da partícula magnética.

Morfologicamente o compósito foi caracterizado por técnica de MEV, se

observando a presença de um filme em volta da partícula de magnetita o que sugere

a presença do sistema polimérico PLA-PEG ligado na partícula magnética. Os

resultados são mostrados na Figura 91.

Figura 91 - MEV da magnetita e do UgiMag. Magn (a) e (b) e UgiMag (c) e (d) em duas

aproximações diferentes

6.4.3 Estudo de indução magnética

Os sistemas de compósitos magnéticos produzido por fusão mostraram

capacidade de hipertermia magnética para o tratamento de câncer. Os resultados

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discutidos no item 4.3.5 mostram que a carga magnética dispersa na matriz

polimérica não atrapalhou a viabilidade do compósito ser hipertérmico.

Neste novo sistema, produzido por síntese via reação de Ugi, Há ligação

química efetiva entre o PEG, o PLA e a magnetita, diferentemente dos compósitos

magnéticos estudados anteriormente. A indução magnética é importante para

verificar se a ligação química da carga magnética com o polímero não apresentará

problemas na capacidade hipertérmica. Neste momento não será avaliado a

liberação do DCP por que o mesmo ainda não foi incorporado a este novo compósito

magnético. Esta incorporação do DCP deverá ser avaliada futuramente.

A indução foi realizada nas mesmas condições que nos sistemas feitos por

fusão.

A Figura 92 mostra que a Magnetita apresentou aumento de temperatura 45,7

% menor que no Ugi Magnético. Este efeito não foi observado nos compósitos

magnéticos obtidos por fusão.

Figura 92 - Resultados de indução magnética no Ugi Magnético (UgiMag) e na Magnetita (Magn)

A diferença entre o aumento da temperatura obtida no teste indução da Magn

citada no item 4.3.5 e a usada para a reação de UgiMag pode estar relacionada à

rota sintética diferente para cada Magn que podem apresentar tamanhos diferentes

dos aglomerados de cristalito.

Como já era esperado a ligação química do PLA e PEG com a Magn não

interferiu na capacidade hipertérmica do compósito UgiMag. Tendo este o mesmo

17,5

38,3

0

10

20

30

40

50

Magn UgiMagn

ΔTe

mp

era

tura

(°C

)

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potencial que os compósitos magnéticos obtidos por fusão de uso no tratamento de

câncer por hipertermia magnética.

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138

7 CONCLUSÕES

- A avaliação dos biocatalisadores na síntese do PLA não encontrou

diferenças em comparação com a síntese autocatalítica nas condições testadas em

relação à massa molar (5000-10000 Da). A síntese de PLA por policondensação não

possibilita o alcance de massas molares altas. Provavelmente por este motivo, não

foi possível observar diferenças entre os polímeros sintetizados com os diferentes

catalisadores. A polimerização auto-catalítica foi uma via de obtenção de PLA viável

mesmo sem o uso de catalisadores, por este motivo foi escolhida;

- As variações realizadas no procedimento de síntese de maghemita

garantiram a síntese de partículas magnética de tamanho do cristalito semelhantes,

aumento de escala em dez vezes sem perda da força magnética e obtenção final de

partículas em pó sem que fosse necessário o processo de trituração;

- Todos os compostos usados na modificação da superfície da maghemita,

garantiram a obtenção de partículas magnéticas modificadas e potencialmente mais

biocompatíveis. O procedimento de co-precipitação garantiu melhor modificação

com H2TKP e dióxido de silício;

- O procedimento de síntese por fusão garantiu o preparo dos compósitos

poliméricos com dióxido de silício, carvão e diclofenaco de potássio com uma

liberação sustentada do fármaco entre 1,84 a 3,89% menor que a obtida pelo

fármaco comercial, 7,64%, durante cinco horas de estudo;

- O procedimento de síntese por fusão também garantiu o preparo dos

compósitos magnéticos com diclofenaco de potássio, usando maghemita e

partículas magnéticas modificadas com PVA, H2TKP e sílica. A modificação das

partículas magnéticas com PVA e sílica promoveu um perfil de liberação de

diclofenaco de potássio sustentado, diferenciando-se do perfil de liberação dos

compósitos magnéticos com maghemita e partículas modificada com H2TKP que

apresentaram um perfil de liberação modificada de diclofenaco de potássio.

- A presença do campo magnético externo durante o estudo de dissolução

dos compósitos magnéticos promoveu um aumento de 0,74 a 0,94% de liberação de

diclofenaco de potássio em comparação a avaliação do mesmo compósito feito

ausência do campo magnético;

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139

- Todos os compósitos magnéticos sintetizados demonstraram ser

hipertérmicos, apresentaram um aumento de temperatura entre 40,6 e 46,7°C

mediante a ação de um campo magnético oscilante externo.

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140

8 PERSPECTIVAS FUTURAS

Com a obtenção de PLA de baixa massa molar por policondensação, seria

indicado usar a polimerização de abertura de anel lactídico para que as

propriedades termoplásticas e mecânicas possam ser melhor avaliadas e

observadas no uso de cada catalisador;

As partículas de Magnetita e maghemitas com e sem modificação não foram

analisadas por técnicas que permitissem a determinação do tamanho real das

partículas. Para permitir a avaliação do tamanho da partícula seria indicado o uso do

nanosize, o que permitiria calcular a o número médio de nanocristalitos presentes

nos aglomerados se este for o caso;

Todas as modificações feitas deveriam ser analisadas por TEM para avaliar o

tipo de modificação obtida em cada caso. Como não houve mudanças no padrão de

difração de raios-X a possibilidade de modificação externa é grande e não de

mudança da estrutura cristalina da partícula.

Outras concentrações de cargas deveriam ser usadas para avaliar se a

correlação entre a liberação, hipertermia e percentual de carga possui aumento

linear ou não;

O potencial de morte celular programada por apoptose após o teste de

indução magnéticas é uma vertente de grande interesse científico e que não foi

explorada durante a tese. A viabilidade de morte celular deve ser explorada para

garantir o potencial dos compósitos magnéticos no tratamento de vários tipos de

câncer.

O micro ou nano encapsulamento do fármaco é algo que proporcionaria uma

faixa mais ampla de uso dos compósitos estudados. Além de administração oral a

muscular faria a amplitude de aplicação crescer consideravelmente, assim como o

tratamento de outros tipos de câncer.

A capacidade de encapsulação de fármaco pelo Ugi magnético deve ser

explorado pelo mesmo motivo que o citado anteriormente.

Comprovada a capacidade de liberação lenta e sustentada, na maioria dos

casos, de DCP nos compósitos magnéticos e não magnéticos, o aumento da

concentração de DCP sistêmico possui grande chance de ter sido alcançado. É

necessário um estudo in vivo para avaliar este fenômeno, porém há grande chance

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141

de ser confirmado o perfil de liberação de DCP, sendo necessário a dosagem de

DCP plasmático para confirmação de tal afirmação;

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142

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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