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1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Assistência Social COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, NAS 3 ESFERAS DE GOVERNO Carola Carbajal Arregui janeiro de 2016

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Page 1: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

1

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FO ME Secretaria Nacional de Assistência Social

COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, NAS 3

ESFERAS DE GOVERNO

Carola Carbajal Arregui

janeiro de 2016

Page 2: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FO ME Secretaria Nacional de Assistência Social

Referência: 914BRZ3002 - APOIO AO PROGRAMA BOLSA FA MILIA E AO PLANO PARA SUPERAÇÃO DA EXTREMA POBREZA. Controle U NESCO: 462884

Contrato n.º: SA-3359/2015

Produto 1: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL, NAS 3 ESFERAS DE GOVERNO.

Relatório diagnóstico sobre a estruturação, composição e funcionamento dos Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva democratização do SUAS.

Consultora: Carola Carbajal Arregui

Consultoria para organizar, sistematizar e produzir conteúdos de suporte à construção de referência para a formulação do Plano Decenal de Assistência Social 2016-2026, para o Eixo Participação e Controle Social.

São Paulo, 2 de janeiro de 2016.

Atesto que os serviços foram prestados conforme estabelecido no Contrato de Consultoria.

Local e data: São Paulo, 29 de dezembro de 2015

Assinatura:

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Sumário

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 9

I. OS MODOS DE FUNCIONAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NO SUAS . 17

1.1. Consolidação dos Conselhos de Assistência Social .................................... 17

1.2. Efetivação da gestão democrática ................................................................ 30

1.3. Relação de paridade e representação dos conselheiros .............................. 37

II. MODOS DE FUNCIONAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO SUAS NAS GRANDES REGIÕES E ESTADOS ........................................................................ 49

2.1. Consolidação dos Conselhos de Assistência Social ..................................... 49

2.2. Efetivação da gestão democrática ............................................................... 60

2.3. Relação de paridade e representação dos conselheiros .............................. 72

CONSIDERAÇÕES E DESTAQUE DOS ELEMENTOS QUE DIFICULTAM A PARTICIPAÇÃO POPULAR....................................................................................84

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 89

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Índice de ilustrações

Gráficos

Gráfico 1 – Distribuição de Conselhos Estaduais de Assistência Social no Brasil, segundo ano de criação por lei. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .......................... 19

Gráfico 2 – Distribuição de Conselhos Estaduais de Assistência Social com mudança de lei original de criação, segundo período de alteração. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .................................................................................................................... 19

Gráfico 3 – Distribuição de Conselhos Municipais de Assistência Social no Brasil, segundo ano de criação por lei. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .......................... 20

Gráfico 4 – Distribuição de Conselhos Municipais de Assistência Social com mudança de lei original de criação, segundo período de alteração. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .................................................................................................................... 22

Gráfico 5 – Distribuição de Conselhos Municipais de Assistência Social com mudança de lei original de criação após promulgação da PNAS, segundo período de alteração. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .............................................................. 22

Gráfico 6 – Incidência e deliberação de Planos Estaduais de Assistência Social nos estados da federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .......................... 24

Gráfico 7 – Incidência percentual da frequência com que o gestor estadual apresenta prestação de contas do fundo de assistência social ao conselho estadual. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ...................................................................................... 26

Gráfico 8 – Incidência percentual da frequência com que o gestor municipal apresenta prestação de contas do fundo de assistência social ao conselho municipal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ...................................................................................... 27

Gráfico 9 – Incidência percentual dos Conselhos Estaduais em deliberações da gestão financeira do SUAS. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ............................. 30

Gráfico 10 - Incidência dos conselhos estaduais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ....................................................................................................................... 34

Gráfico 11 - Incidência dos Conselhos Estaduais no acompanhamento de Metas de Gestão e Deliberações de Conferências. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ............... 35

Gráfico 12 – Incidência do caráter paritário dos Conselhos de assistência Social, segundo três esferas de governo. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ............................ 38

Gráfico 13 – Incidência da representação dos conselheiros, segundo classificação, no Conselho Nacional de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. . 40

Gráfico 14 – Incidência da representação dos conselheiros, nos Conselhos Estaduais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................... 40

Gráfico 15 – Incidência da representação dos conselheiros, segundo classificação, nos Conselhos Estaduais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .......................................................................................................................................... 41

Gráfico 16 – Incidência da representação dos usuários, nos Conselhos Estaduais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................... 41

Gráfico 17 – Incidência da representação dos conselheiros, nos Conselhos Municipais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................... 42

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Gráfico 18 – Incidência da representação dos conselheiros, segundo classificação, nos Conselhos Municipais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .......................................................................................................................................... 42

Gráfico 19 – Incidência da representação dos usuários, nos Conselhos Municipais de Assistência Social. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................... 43

Gráfico 20 - Distribuição de Conselhos Municipais de assistência Social segundo Grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................ 50

Gráfico 21 – Incidência percentual de planos estaduais de assistência social e planos deliberados no ceas, segundo grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................................................. 52

Gráfico 22 – Incidência percentual de planos estaduais de assistência social e planos deliberados no CEAS, segundo os estados. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................................................. 53

Gráfico 23 – Incidência dos municípios em relação à existência de planos municipais de assistência social, segundo as grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................................................. 53

Gráfico 24 – Incidência dos conselhos municipais sobre a deliberação dos planos municipais de assistência social, segundo as grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 54

Gráfico 25 – Incidência de deliberação dos conselhos municipais sobre os planos municipais de assistência social, segundo grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 55

Gráfico 26 – Incidência da prestação de contas e a apreciação pelos conselhos municipais, segundo as grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ............... 58

Gráfico 27 – Incidência dos Conselhos Estaduais em deliberações da gestão financeira do SUAS, segundo grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ........ 61

Gráfico 28 – Percentual da incidência dos conselhos municipais na deliberação da proposta orçamentária para 2014, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 62

Gráfico 29 – Percentual da incidência dos conselhos municipais sobre a deliberação dos critérios de repasse de recursos para entidades, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .............................................................................. 63

Gráfico 30 - Incidência dos conselhos estaduais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social, Grandes Regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ........................................................................................ 65

Gráfico 31 - Incidência dos conselhos estaduais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social, segundo Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ................................................................... 65

Gráfico 32 – Percentual da incidência dos conselhos municipais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ....................................................................................................................... 66

Gráfico 33 - Incidência dos Conselhos Estaduais no acompanhamento de Metas de Gestão e Deliberações de Conferências, segundo Grandes Regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 68

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Gráfico 34 – Percentual da incidência dos conselhos municipais que acompanham o cumprimento das deliberações da Conferência Municipal, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ................................................................... 69

Gráfico 35 – Percentual da incidência dos conselhos municipais no acompanhamento das metas do pacto de aprimoramento, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 71

Gráfico 36 – Distribuição de Conselhos Estaduais de Assistência Social de caráter paritário, segundo regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................... 72

Gráfico 37 – Distribuição de Conselhos Estaduais de Assistência Social de caráter paritário nos estados da federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................... 73

Gráfico 38 - Incidência dos municípios e dos conselhos municipais paritários e não paritários, segundo as grandes regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .... 73

Gráfico 39 – Distribuição de Conselheiros Estaduais de Assistência Social, segundo Classificação de representação nas regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................................................. 76

Gráfico 40 – Distribuição de Conselheiros Estaduais de Assistência Social, segundo Classificação de representação nas Unidades da Federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 77

Gráfico 41 – Distribuição de Conselheiros Representantes de Usuários, segundo Grandes Regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ............................................... 77

Gráfico 42 – Percentual da incidência da representação de conselheiros municipais, segundo Grandes Regiões. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ....................... 80

Gráfico 43 – Percentual da incidência da representação de conselheiros municipais no âmbito da gestão, segundo Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ....................................................................................................................... 81

Quadros

Quadro 1 - Classificação e subclassificação em portes da população dos municípios. PNAS-04. SNAS/MDS. Brasil. 2015 ................................................................................... 16

Tabelas

Tabela 1 – Distribuição de Conselhos Municipais de Assistência Social no Brasil, segundo porte populacional. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ............................... 21

Tabela 2 – Incidência dos municípios em relação à existência de planos municipais de assistência social, segundo porte populacional do município. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 24

Tabela 3 – Incidência de deliberação dos conselhos sobre os municípios que possuem planos municipais de assistência social, segundo porte populacional do município. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .............................................................. 25

Tabela 4 – Incidência da frequência com que o gestor municipal apresenta a prestação de contas e apreciação pelos conselhos municipais, segundo porte populacional dos municípios. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ........................................... 28

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Tabela 5 – Incidência da frequência com que o gestor municipal apresenta a prestação de contas e apreciação pelos conselhos municipais, segundo municípios de pequeno porte. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .............................................................. 29

Tabela 6 – Incidência dos Conselhos Municipais em deliberações da gestão financeira do SUAS, segundo porte populacional do município. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .................................................................................................................... 32

Tabela 7 – Incidência dos Conselhos Municipais com inscrição de entidades socioassistenciais e deliberações de repasse de recursos, segundo porte populacional do município. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ............................................. 33

Tabela 8 - Incidência dos conselhos municipais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social, segundo o porte populacional dos municípios. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ................................................ 35

Tabela 9 - Incidência dos Conselhos Municipais no acompanhamento de Metas de Gestão e Deliberações de Conferências, segundo porte populacional dos municípios. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ........................................................................................ 36

Tabela 10 - Incidência dos municípios e dos conselhos municipais paritários e não paritários, segundo o porte populacional. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .. 38

Tabela 11 – Incidência da representação dos conselheiros nos Conselhos Municipais de Assistência Social, segundo porte populacional dos municípios. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 44

Tabela 12 – Incidência da representação dos usuários nos Conselhos Municipais de Assistência Social, segundo porte populacional dos municípios. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 44

Tabela 13 - Distribuição de Conselhos Estaduais de Assistência Social, segundo ano da Lei de criação e posterior alteração, nos Estados e regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 50

Tabela 14 - Percentual de Conselhos Municipais de Assistência Social, segundo os estados e Distrito Federal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015..................... 51

Tabela 15 - Percentual de Conselhos Municipais de Assistência Social que alteraram lei de criação original dos conselhos, segundo os estados e Distrito Federal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ...................................................................................... 52

Tabela 16 – Incidência dos municípios em relação à existência de planos municipais de assistência social, segundo os estados e o distrito federal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................................................................ 55

Tabela 17 – Incidência de deliberação dos conselhos municipais sobre os planos municipais de assistência social, segundo os estados e o distrito federal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ...................................................................................... 56

Tabela 18 – Incidência da Frequência na prestação de contas pelo órgão gestor ao conselho estadual e a apreciação pelos conselhos estaduais, segundo as grandes regiões e unidades da federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ..................... 57

Tabela 19 – Incidência da Frequência na prestação de contas pelo órgão gestor ao conselho municipal e a apreciação pelos conselhos municipais, segundo as grandes regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ................................................ 58

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Tabela 20 – Incidência da Frequência na prestação de contas pelo órgão gestor ao conselho municipal e a apreciação pelos conselhos municipais, segundo os estados e o distrito federal. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015....................................... 59

Tabela 21 – Incidência dos Conselhos Estaduais em deliberações da gestão financeira do SUAS, segundo estados. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ..................... 61

Tabela 22 - Incidência dos conselhos municipais na deliberação da proposta orçamentária para 2014, segundo o estado e o Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ................................................................................................................................. 63

Tabela 23 – Incidência dos Conselhos Municipais com inscrição de entidades socioassistenciais e deliberações de repasse de recursos, segundo Grandes Regiões. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. .............................................................. 64

Tabela 24 - Incidência dos conselhos municipais sobre a deliberação dos critérios de repasse de recursos para entidades, segundo o estado e o Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ........................................................................................ 64

Tabela 25 - Incidência dos conselhos municipais sobre a regulamentação dos Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social, segundo o estado e o Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ..................................................... 67

Tabela 26 - Incidência dos Conselhos Estaduais no acompanhamento de Metas de Gestão e Deliberações de Conferências, segundo Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .................................................................................................. 69

Tabela 27 - Incidência dos conselhos municipais que acompanham o cumprimento das deliberações da Conferência Municipal, segundo o estado e o Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. .............................................................................. 70

Tabela 28 - Incidência dos conselhos municipais no acompanhamento das metas do pacto de aprimoramento, segundo o estado e o Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ....................................................................................................................... 71

Tabela 29 - Incidência dos municípios e dos conselhos municipais paritários e não paritários, segundo os estados e Distrito Federal. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ................................................................................................................................. 74

Tabela 30 – Incidência da representação dos conselheiros nos Conselhos Estaduais de Assistência Social, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ........................................................................................ 75

Tabela 31 – Distribuição de Conselheiros Estaduais Representantes de Usuários, segundo Unidades da Federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. ...................... 78

Tabela 32 – Distribuição de Conselheiros Estaduais Representantes de Trabalhadores, segundo Unidades da Federação. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015......... 79

Tabela 33 – Distribuição da representação de conselheiros municipais de usuários, segundo Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ............. 82

Tabela 34 – Distribuição da representação de conselheiros municipais de trabalhadores, segundo Unidades da Federação. Censo SUAS 2014. SNAS/MDS. Brasil. 2015. ............. 83

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9

APRESENTAÇÃO Este relatório diagnóstico sobre a estruturação, composição e funcionamento dos

Conselhos de Assistência Social, nas três esferas de governo, analisa os elementos

que se colocam como obstáculo à efetiva participação popular e democratização do

Sistema Único de Assistência Social – SUAS em sua trajetória de 2005-2015 e indica

pontos a serem considerados como desafios para a próxima década.

A inclusão de Conselhos participativos na gestão da política de assistência social foi

instituída em 1993 com a aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS.

É de se ter presente, porém, que algumas protoformas participativas de gestão

ocorriam em gestões municipais no campo da assistência social. Em geral, eram

nominadas de conselhos comunitários. Seguiam o movimento nacional pelo estado

de direito e consequente ruptura com o autoritarismo.

Os anos 70 marcam no Brasil a oposição entre a gestão tecnificada, ou dos

tecnocratas, alternado a sístole e diástole de Golbery do Couto e Silva, e a gestão

de base popular. A respeito o sociólogo Francisco de Oliveira (Oliveira,1977,122)

vaticina, a sucessão de prefeitos para ele relembra uma sucessão “quase

monárquica, para alguns nostálgicos”. SPOSATI complementa, uma realeza em que

a consanguinidade era obtida pela filiação ao Serviço Nacional de Informações, ao

capital bancário, ao empresariado da construção civil e, entre outras formas

capitalistas de portar sangue azul. As classes populares eram constrangidas e

tratadas por relações de força. Não ocorriam mediações de processos políticos, pois

sua presença implicaria em reconhecer diferenças de interesses de classe

(Sposati,1988, p:203).

Uma força na direção de novas mediações no processo de gestão ocorreu nas

primeiras gestões municipais do MDB-Movimento Democrático Brasileiro que, em

confronto com o partido da situação a ARENA, elegeu ainda sob a ditadura militar,

para o período de 1977 a 1982, prefeitos do MDB para cidades como Lages em

Santa Catarina, Piracicaba em São Paulo, que introduziram modelo de gestão

participativa centrado na mobilização popular.( FERNANDES, 2004, p.84-85) para

o desenvolvimento de programas sociais nos campos da saúde, educação

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complementar (sob influência de Paulo Freire) e habitação. Foram criados conselhos

de gestão na forma de Conselho Superior de Governo, Conselho Orçamentário de

cidadãos em Piracicaba. Ou a criação descentralizada territorialmente de

associações de moradores em bairros, distritos, núcleos agrícolas na cidade de

Lages. Aqui a população discutia os problemas dos postos de saúde, de habitação

e a organização de mutirões. Há aqui a variante participativa em que as bases

populares eram convocadas a contribuir na construção de serviços. Introduziu-se

aqui a dualidade entre a participação popular e ou representativa da população como

parte do processo decisório e como força de trabalho.

De certa forma essa dualidade ganha força já no terceiro milênio, incluindo a gestão

da assistência social quando entidades da sociedade civil que não são

necessariamente de bases populares executam atenções com apoio de convenio

púbicos ou organizações sociais que gerenciam serviços públicos de saúde e de

assistência social. Em 2015 o governo de Goiás ensaia o exercício da gestão em

parceria no campo da educação executada por entidades sociais.

Em contraponto às gestões municipais de traço participativo o governo militar de

Geisel, introduz discurso e algumas práticas voltadas para a participação comunitária

desenhadas no modelo tecnocrata. Dentre elas foram implementados monumentais

Centros Sociais Urbanos, grandes equipamentos construídos por empreiteiras de

obras públicas, e que após três décadas de existência, e durante a implementação

do SUAS+10-2005-2015, abrigam em algumas cidades brasileiras unidades de

CRAS- Centros de Referência de Assistência Social e de CREAS- Centros de

Referência Especializados de Assistência Social.

Destaca-se neste breve resgate histórico a presença da diversidade de conteúdo e

alcance do que é nominado por participação popular, participação social na gestão

de serviços sociais, de políticas sociais ou no processo de gestão pública. Neste

elenco a conservadora nominação de participação comunitária, não raro é

substituída pelo discriminador título de comunidade carente, ou mesmo de

comunidade vulnerável.

Instala-se nesse caso o paradoxo pelo qual ao mesmo tempo em que o discurso

proferido mostra aproximação à realidade popular, aplica uma forma discriminatória

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em sua identificação e com isso extrai, submete e ignora a força social da população,

tornando-a subordinável ou subordinada.

Essa diversidade é marcadamente palpável nas traduções concretas dos conselhos

de representação quer quanto a sua natureza, os estratos sociais de seus

representantes, a proporcionalidade da representação e o apoio que recebem para

afirmar a democratização do processo participativo.

A introdução da gestão participativa na assistência social, já prevista no artigo 204

da CF-88, informou-se sobretudo na experiência da gestão da política de saúde

onde a luta social protagonizada, de um lado, pelos movimentos populares de base

voltados para a provisão da saúde pelo estado; e de outro, pelo movimento dos

sanitaristas, profissionais de saúde especializados de saúde coletiva deram forma e

consistência ao modelo de gestão da política pública decentralizado, regionalizado,

participativo.

A experiência do modelo de gestão da saúde foi fortemente influenciada pela

Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde reunida em Alma –

Ata na Mongólia em setembro de 1978, como alerta uma das frases da declaração

final dessa Conferência, no inciso 3do item VII: “os cuidados primários de saúde ....

(proporcionam) ... serviços de proteção, cura e reabilitação, conforme as

necessidades”; ou ainda, pelo inciso 6 do mesmo item VII: “devem ser apoiados por

sistemas de referência integrados, funcionais e mutuamente amparados, levando à

progressiva melhoria dos cuidados gerais de saúde para todos e dando prioridade

aos que têm mais necessidade ” (OMS, 1978).

O novo modelo de saúde descentrado de hospitais e do modelo de assistência

médica trouxe a temática dos cuidados primários e, portanto, da prevenção e do

fortalecimento da população em seus cuidados. O modelo implementado de

organização e gestão da saúde pública brasileira, pautado na saúde integral como

direito de todos, conformou o Movimento Sanitarista Brasileiro. Desde o início dos

anos 70, formaram-se pelo movimento popular conselhos participativos de usuários,

na gestão de unidades básicas de saúde.

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12

Recorda-se que em 1938, logo na instauração do Estado Novo ditatorial varguista,

foi instituído o Conselho Nacional de Serviço Social –CNSS que a LOAS em 1993

extinguiu sua nomenclatura conteúdo e formato, nominando-o de CNAS-Conselho

Nacional de Assistência Social. Foi essa a primeira forma institucional que o ente

federativo nacional criou uma burocracia para esse campo de gestão estatal. Esse

CNSS estendeu-se de 1938 a fevereiro de 1994, portanto o CNAS registra um

passado de cultura conservadora de 56 anos.

Analisar avanços e desafios na implementação do Sistema Único da Assistência

Social exige lembrar que o reconhecimento da assistência social como direito do

cidadão, e, portanto, dever do Estado para a sua garantia, aconteceu a partir da

Constituição de 1988, ou seja, trata-se de uma conquista com 30 anos ainda

incompletos. Nesse sentido, a assistência social carrega um forte legado histórico de

subordinação a interesses clientelistas de governos, de operações assistemáticas e

descontinuas de ações e programas assistenciais, e de associação com práticas de

benemerência e filantropia, que por sua vez reforçam o seu caráter assistencialista

e disciplinador. A assistência social, como campo de atuação fora do universo das

políticas públicas e do direito social, estava distante de padrões de regulação

determinados pela condição de cidadania e de mecanismos de participação e de

controle social.

A Constituição de 1988 e a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, em 1993,

alteraram profundamente, do ponto de vista legal e conceitual, o campo da

assistência social, que passou a ser instituído como direito não contributivo, inscrito

no tripé da Seguridade Social juntamente com a Saúde e a Previdência Social.

A partir das aprovações da Política Nacional de Assistência Social - PNAS, em 2004,

a Norma Operacional Básica - NOB/SUAS, em 2005, e a Norma Operacional Básica

- NOB/SUAS RH, em 2006, foram materializadas as bases normativas e

institucionais para a consolidação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e

para o avanço expressivo que marcou a sua implementação: o SUAS disseminado

territorialmente e, por consequência, presente em todo o país. A aprovação da

Tipologia Nacional dos Serviços Socioassistenciais, em 2009, permitiu criar um

referencial de reponsabilidades por atenções públicas, e a promulgação da Lei

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13

12.435 de 2011, que alterou a LOAS, consolidou no plano jurídico a evolução

normativa da política e do SUAS.

O acúmulo de experiências na última década enfatiza o esforço para enfrentar novas

questões: avançar na defesa e garantia da universalidade da assistência social como

política pública, bem como no modelo de gestão democrático do SUAS e na

participação popular.

Cabe ao controle social a responsabilidade e o desafio propositivo de se apropriar

do domínio e do debate público da política, iluminando não apenas providências,

mas, sobretudo, o próprio conteúdo da política, o que permitiria tensionar a gestão

democrática para a defesa e a expansão dos direitos, entre eles os

socioassistenciais. Há uma dimensão política da gestão democrática que não pode

ser ofuscada ou confundida com uma gestão fiscalizadora ou cartorial. Conforme

aponta Sposati e Lobo (1992): “Para que o controle social seja, de fato, campo de

alteridade, é necessário que se torne em espaço institucional de regulação ou que

tenha capacidade de exigir que a instituição defina sua política de regulação, na

esfera pública. Mais do que fiscalização é espaço/câmara de negociação. A relação

social fundadora das instâncias do controle social deve estabelecer regras — até

para serem modificadas no avanço da experiência — que definam espaços de

influência. Não se pode ser conivente com a transformação do espaço do controle

social em uma continuidade burocrática de reuniões, onde não se tem compromisso

com os resultados e efeitos. O exercício da alteridade supõe causar alteração”

(SPOSATI, LOBO, 1992: Pag. 377) .

Afirmar os conselhos de assistência social como espaços de interlocução, de

negociação e deliberação, pressupõe reconhecer que são lugares de disputa de

interesses, projetos e recursos, de mecanismos de partilha de poder e de

democratização da vida social.

Os esforços e as experiências coletivas de debate e deliberação precisam reverberar

e ganhar domínio público. Sistemas de informação que coletam e agregam dados

devem colaborar na construção de uma direção política clara, promovendo fluxos de

informações nas instâncias de controle social e da gestão, e, assim, contribuindo

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14

para o fortalecimento do exercício democrático da gestão da política de assistência

social. Nessa perspectiva, a assistência social ainda precisa desbravar e construir

os caminhos necessários para que o uso da tecnologia e das Tecnologias de

Informação e Comunicação - TICs favoreça a produção e a circulação de

informações - e, sobretudo das análises -, de modo a permitir assegurar tanto a

unidade de gestão, com a especificidade necessária às diferentes escalas territoriais

e institucionais, quanto a democratização da gestão da política de assistência social.

A tarefa histórica de construção de um sistema distributivo de proteção social dentro

da seguridade social brasileira ainda não foi concluída, mas a vivência de 10 anos

em busca deste objetivo permite elencar sucessos e fragilidades ao longo do

caminho trilhado entre 2005 e 2015, década que se encerra e indica orientações para

os 10 anos vindouros. A conjuntura do país não é das mais favoráveis para

desanuviar horizontes. É preciso que o mergulho na década de 2005 a 2015, bem

como o preparo para 2026, não imobilizem os agentes do SUAS diante das

adversidades, mas abram e iluminem pistas para continuar a luta. A base relacional

da política de proteção socioassistencial exige que o respeito e a valorização da

dignidade humana sejam pilares de sua sustentação. O valor da proteção social

como direito exige superar a cultura conservadora, que reproduzindo discriminações

herdadas do Brasil escravocrata, colonial e imperial, opera sob a precedência de

valores privados que sustentam, até este terceiro milênio, modelos de gestão da

política de assistência social que carregam profundas marcas de patrimonialismo,

paternalismo e clientelismo.

Romper com esses “ismos” significa adotar a materialidade das atenções

socioassistenciais sob a condição de direitos sociais, além da gestão pública da

assistência social inerente ao processo democrático e civilizacional da sociedade

brasileira, pela qual respeito à dignidade é condição humana de todos independente

das marcas da escravidão em sua ascendência. A nova década de construção do

SUAS exige uma operação desapegada de leituras parcelares e redutoras no âmbito

da ação pública do Sistema Único da Assistência Social. É preciso ultrapassar as

formas de ações sociais nas quais o Estado é mero agente financiador de práticas

privadas e privatistas, isto é, em defesa dos interesses daqueles que as praticam, e

não da população que delas se servem, ou seja, do interesse público. Resultados de

Page 15: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

15

proteção social não têm aderência com práticas dispersas, sem continuidade, sem

perspectivas de se inscreveram no campo dos direitos sociais.

Nesse sentido, a criação do Fórum Nacional de Usuários do Sistema Único da

Assistência, em 2014, representa um momento histórico para o fortalecimento da

participação popular na assistência social. Em sua Carta de Princípios, o Fórum se

define como “espaço coletivo de organização política dos/as usuários/as do SUAS,

de caráter permanente”, e que tem por finalidade “fomentar a articulação política, o

empoderamento, monitoramento, o controle social e representar o coletivo dos/as

usuários/as nas instâncias de discussão, deliberação, pactuação, controle e gestão

nacional do SUAS (FNUSUAS, 2014) ”. O fortalecimento da gestão democrática e

da participação popular no campo da assistência social pressupõe iluminar

disparidades e inequidades no campo da representação dos conselhos, e permitir

que novos personagens, historicamente invisíveis, entrem em cena e se configurem

como sujeitos sociais e que, conforme nos ensinou Eder Sader (1988, pag. 12 ),

implicam “um novo sujeito (coletivo), lugares políticos novos (a experiência do

cotidiano) e uma prática nova (a criação de direitos, a partir da consciência de

interesses e vontades próprias).

Os modelos de funcionamento da gestão democrática e do controle social no SUAS

foram analisados a partir de três eixos temáticos que abordaram a identificação dos

avanços e das dificuldades na a) consolidação dos conselhos de assistência social,

b) na efetivação da gestão democrática e, c) na relação de paridade e representação

dos conselheiros.

O presente estudo é estruturado em duas partes:

A consolidação da gestão democrática no SUAS no Brasil;

A consolidação da gestão democrática no SUAS nas regiões e estados.

Os dados quantitativos apresentados neste diagnóstico têm como base o

CensoSUAS de 2014, sendo que a análise dos municípios considerou nova

proposição de desagregação de porte populacional. Como se pode notar pelo

Quadro 1, optou-se por não se alterar os limites utilizados nos cinco portes

estabelecidos pela PNAS-04, mas introduzir subtipos em novos intervalos internos

em cada porte.

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16

A nova classificação do exame da incidência populacional dos municípios

desagregou os municípios de Pequeno Porte 1 em seis subtipos, e o Pequeno Porte

2 em dois subtipos; já o Médio Porte foi desdobrado em dois subtipos; em relação

ao Grande Porte, o desdobramento se deu em duas agregações gerais (Grande

Porte 1 e Grande Porte 2). Em relação ao Grande Porte 1, foram considerados três

subtipos; por fim, o Grande Porte 2 contou com cinco subtipos.

QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO E SUBCLASSIFICAÇÃO EM PORTES DA POPULA ÇÃO DOS MUNICÍPIOS . PNAS-04. SNAS/MDS. BRASIL . 2015

Classes Subclassificações

Pequeno Porte 1 (até 20.000 hab.)

PP1a até 2.500 hab. PP1b de 2.501 a 5.000 hab. PP1c de 5.001 a 7.500 hab. PP1d de 7.501 a 10.000 hab. PP1e de 10.001 a 15.000 hab. PP1f de 15.001 a 20.000 hab.

Pequeno Porte 2 (20.001 a 50.000 hab.)

PP2a de 20.001 a 40.000 hab. PP2b de 40.001 a 50.000 hab.

Médio Porte (50.001 a 100.000 hab.)

PMa de 50.001 a 75.000 hab. PMb de 75.001 a 100.000 hab.

Grande Porte 1 (100.001 a 900.000 hab.)

GP1a de 100.001 a 300.000 hab. GP1b de 300.001 a 600.000 hab. GP1c de 600.001 a 900.000 hab

Grande Porte 2 (mais de 900.001 hab)

GP2a de 900.001 a 1.500.000 hab. GP2b 1.500.001 a 2.500.000 hab. GP2c 2.500.001 a 3.500.000 hab. GP2d de 3.500.001 hab a 8.000.000 hab GP2e mais de 8.000.000 hab

Fonte: Adaptado do IBGE, 2000, Atlas do Desenvolvimento.

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17

I. OS MODOS DE FUNCIONAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NO SUAS

1.1. Consolidação dos Conselhos de Assistência Soc ial

A Constituição de 1988 e a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, em 1993,

alteraram profundamente, do ponto de vista legal e conceitual, o campo da

assistência social, que passou a ser instituído como direito social não contributivo

inscrito no tripé da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e a Previdência

Social. A Lei Orgânica, de 1993, ao definir os objetivos, princípios, diretrizes e as

formas de organização e gestão da política, dispõe sobre o funcionamento dos

Conselhos de Assistência Social, garantindo a participação da população, por meio

de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das

ações em todos os níveis, conforme estabelecido na Constituição de 1988, no seu

artigo 204, inciso II1.

Dessa forma, em 1993, fica instituído o Conselho Nacional de Assistência Social

(CNAS), bem como a exigência de leis específicas para a criação dos conselhos no

Distrito Federal, nos estados e nos municípios, conforme artigos 16 e 17 da lei

Orgânica de Assistência Social.

Art. 16. As instâncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo de assistência social, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil, são: I - o Conselho Nacional de Assistência Social; II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social. Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS,

órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da

Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política

Nacional de Assistência Social. (...).

1 Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de

1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto

Legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. – 35. Ed. – Brasília: Câmara

dos Deputados, Edições Câmara, 2012. 454 p. – (Série textos básicos; n. 67).

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§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16 deverão ser

instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos

Municípios, mediante lei específica.

Com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social - PNAS, em 2004, e da

Norma Operacional Básica - NOB/SUAS, em 2005, instituiu-se o Sistema Único da

Assistência Social - SUAS, com avanços expressivos na política como marcas da

sua implementação. A NOB/SUAS 2005 definiu e normatizou conteúdos do pacto

federativo, restabelecendo de forma unitária, hierarquizada e complementar as

competências dos entes federados na gestão do financiamento e execução da

Assistência Social. Após um ano, a NOB/SUAS RH, de 2006, ao abordar os aspectos

relativos à gestão do trabalho, na Assistência Social, propõe mecanismos

reguladores da relação entre gestores, trabalhadores e os prestadores de serviços

socioassistenciais no Sistema. Seguindo a evolução normativa da política, a

promulgação da Lei 12.435 de 2011, alterou a LOAS, incluindo o SUAS, as unidades

de referência, serviços e programas socioassistenciais na legislação nacional.

Também introduziu novos dispositivos relacionados ao Benefício de Prestação

Continuada e ao financiamento do sistema, firmou instrumentos de aprimoramento

de gestão do SUAS e de qualificação da oferta de serviços, sob a ótica do

planejamento e monitoramento, avançando na função de vigilância socioassistencial,

no aperfeiçoamento da definição das responsabilidades dos entes federados e no

controle e participação social.

É justamente diante da importância das mudanças produzidas do ponto de vista

normativo que interessa identificar a distribuição dos conselhos de assistência social

no território nacional, bem como a alteração nas leis de criação, tendo como

referência a aprovação da Política Nacional de Assistência Social e da Norma

Operacional Básica do SUAS.

Conforme o CensoSUAS de 2014, é possível constatar que todos os estados da

federação criaram por lei e implementaram os conselhos de assistência social, na

década de 1990, notadamente nos anos de 1995 (61,5%) e 1996 (30,8%).

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19

GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL , SEGUNDO ANO DE CRIAÇÃO POR LEI . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

E, ao longo dos quase 20 anos de existência, 61,5% dos Conselhos Estaduais de

Assistência Social - ou seja, 16 de um total de 26 - promoveram alteração da lei

original de criação dos conselhos, sendo que em 81% dos casos (13 de 16)

ocorreram de forma posterior à aprovação da Política Nacional de Assistência Social,

em 2004, e da NOB/SUAS/2005 que, além da LOAS, tornaram-se marcos de

referência fundamentais na definição das principais atribuições dos conselhos de

assistência social.

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COM MUDANÇA DE LEI ORIGINAL DE CRIAÇÃO , SEGUNDO PERÍODO DE ALTERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Em relação aos municípios, verifica-se também uma forte incidência na constituição

dos conselhos de assistência social na década de 1990. Do total de 5.366 Conselhos

7,7

61,5

30,8

1993 1995 1996

19%

81%

Anterior à PNAS eNOB-SUAS

Concomitante ou posterior àPNAS/NOB-SUAS

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de Assistência Social que responderam ao CensoSUAS, em 2014, 78,6% foram

instituídos por lei até final dos anos 1990, 7,6% no início dos anos 2000, até a

aprovação da política nacional, em 2004, e 13,6% foram estabelecidos após a

consolidação da PNAS. Entretanto, existem 15 conselhos municipais, ou seja, 0,3%

que não foram criados em lei, sendo que desse total, a maioria (11) pertence a

cidades de pequeno porte.

GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL , SEGUNDO ANO DE CRIAÇÃO POR LEI . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Paralelamente, o que chama a atenção é que as informações fornecidas pelos

conselhos municipais (CMAS), no CensoSUAS 2014, totalizaram 5.366

respondentes, o equivalente a 96,3% dos municípios brasileiros, incluindo-se, neste

total, o Conselho do Distrito Federal (CDAS). Restaram, ainda, 204 cidades sobre as

quais não há informações em relação à existência e/ou desempenho dos conselhos

municipais. Nota-se que as cidades com mais de 600.000 habitantes alcançaram a

totalidade dos conselhos respondentes, resultando em 34 cidades, somadas aos 17

municípios do Grande Porte 2. O menor percentual de respondentes foi identificado

nos municípios de Pequeno Porte 1, com a menor incidência nas 465 cidades que

têm entre 7.501 a 10.000 habitantes, em que 94,4% dos conselhos municipais

responderam ao CensoSuas 2014.

78,6

7,6 8,4 5,20,3

Até 1999 De 2000 a 2003 De 2004 a 2008 De 2009 a 2014 Não está criadopor lei

Page 21: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

PORTE PROPOSTO 2015 TIPO DE PORTE MUNICÍPIO

EXISTENTES CONSELHOS

RESPONDENTES

Pequeno Porte 1 PP1a 253 6,6% 239 94,5%

PP1b 984 25,7% 932 94,7%

PP1c 748 19,6% 719 96,1%

PP1d 465 12,2% 439 94,4%

PP1e 829 21,7% 801 96,6%

PP1f 545 14,3% 526 96,5%

Pequeno Porte 1 Total 3824 68,7% 3656 95,6%

Pequeno Porte 2 PP2a 922 84,5% 898 97,4%

PP2b 169 15,5% 165 97,6%

Pequeno Porte 2 Total 1091 19,6% 1063 97,4%

Médio Porte PMa 229 65,2% 227 99,1%

PMb 122 34,8% 118 96,7%

Médio Porte Total 351 6,3% 345 98,3%

Grande Porte 1 GP1a 218 76,0% 217 99,5%

GP1b 52 18,1% 51 98,1%

GP1c 17 5,9% 17 100,0%

Grande Porte 1 Total 287 5,2% 285 99,3%

Grande Porte 2 GP2a 8 47,1% 8 100,0%

GP2b 3 17,6% 3 100,0%

GP2c 4 23,5% 4 100,0%

GP2d 1 5,9% 1 100,0%

GP2e 1 5,9% 1 100,0%

Grande Porte 2 Total 17 0,3% 17 100,0%

Brasil 5570 100,0% 5366 96,3%

Segundo o CensoSUAS 2014, do total de 5.366 conselhos municipais, 2.769 - ou

seja, 51% - alteraram a lei original de criação do conselho, sendo que em 82% dos

casos, a alteração foi realizada após a aprovação da PNAS. É interessante perceber

que nos municípios, o impulso de mudança nas respectivas leis ocorreu,

fundamentalmente, entre os anos 2009 e 2014: 77% de um total de 2.263 conselhos

modificaram a lei neste período, posterior a 2004.

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GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COM MUDANÇA DE LEI ORIGINAL DE CRIAÇÃO , SEGUNDO PERÍODO DE ALTERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COM MUDANÇA DE LEI ORIGINAL DE CRIAÇÃO APÓS PROMULGAÇÃO DA PNAS, SEGUNDO PERÍODO DE ALTERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

À medida que a LOAS estabelece um novo desenho institucional, com comando

único, conselhos paritários de gestão e fundos financeiros em cada instância de

governo, os Planos de Assistência Social são inseridos como instrumentos

impulsionadores do exercício e da prática de planejamento da política de assistência

social, condicionando, inclusive, a transferência de recursos financeiros federais

para estados, municípios e o distrito federal, à implementação do Conselho, do Plano

e do Fundo de assistência social.

18%

82%

Anterior à PNAS eNOB/SUAS

Posterior à PNASNOB/SUAS

22,9

77,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Entre 2004 e 2008 Entre 2009 e 2014

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A elaboração dos Planos de Assistência Social exige o conhecimento e o

reconhecimento da realidade e da dinâmica dos municípios, dos estados e das

regiões, de forma a assegurar a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais

estruturados, a partir da análise das demandas e necessidades detectadas. O Plano

de Assistência não é uma peça meramente técnica, mas um instrumento

essencialmente político, que ao envolver a participação do governo e da sociedade

civil promove o exercício democrático de debate e pactuação das prioridades e dos

modos de funcionamento da política de assistência social. Elaborado pelo órgão

gestor, requer a deliberação dos Conselhos de forma a garantir o debate público e a

participação da população. Nessa perspectiva, o Plano é instrumento estratégico

para a gestão democrática da assistência social (MDS, 2008, p24).

Nesse sentido, o controle social cumpre importante papel político na formulação das

prioridades da política, na garantia e na defesa de direitos e no controle da efetiva

implementação das prioridades pactuadas nos planos de assistência social, no qual

a perspectiva da gestão financeira do SUAS, a ser contemplada no Plano, requer

uma análise global capaz de revelar a prontidão da gestão pública, baseada em

parâmetros legais que contribuam para o domínio público da política. Daí a

importância da regularidade na prestação de contas dos órgãos gestores aos

Conselhos de Assistência Social.

Segundo informações fornecidas pelo controle social em âmbito estadual no

CensoSuas 2014, dos 26 estados da federação, 21 - ou seja, 80,8% - possuíam

Plano de Assistência Social e, desses, 19 - ou seja, 90,5% - tinham sido deliberados

no âmbito do Conselhos Estaduais de Assistência Social, o que revela ainda lacunas

tanto do ponto de vista da existência de planos estaduais, como da deliberação dos

conselhos.

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GRÁFICO 6 – INCIDÊNCIA E DELIBERAÇÃO DE PLANOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOS ESTADOS DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

As informações fornecidas pelo controle social em âmbito municipal permitem

verificar que de um total de 5.570 municípios, 4.959 (89%) têm plano de assistência

social, sendo que esse total, em relação ao total de conselhos respondentes,

representa 92,4%. Ou seja, em 2014 havia ainda 407 municípios no país sem Plano

de Assistência Social, e que somados aos 204 que não responderam ao

CensoSUAS, totalizam 611 cidades (11%).

TABELA 2 – INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO À EXISTÊNCIA DE PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Com Plano de assistência SocialO Conselho deliberou sobre o Plano de

Assistência Social existente

CEAS 80,8 90,5

1,0

10,0

100,0

MUNICÍPIOS

PORTE PROPOSTO 2015 TIPO DE PORTE MUNICÍPIOS COM PLAS SEM PLAS NÃO RESPONDENTES

Pequeno Porte 1 PP1a 253 6,6% 229 90,5% 10 4,0% 14 5,5% PP1b 984 25,7% 853 86,7% 79 8,0% 52 5,3% PP1c 748 19,6% 652 87,2% 67 9,0% 29 3,9% PP1d 465 12,2% 404 86,9% 35 7,5% 26 5,6% PP1e 829 21,7% 735 88,7% 66 8,0% 28 3,4%

PP1f 545 14,3% 484 88,8% 42 7,7% 19 3,5% Pequeno Porte 1 Total 3.824 68,7% 3.357 87,8% 299 7,8% 168 4,4% Pequeno Porte 2 PP2a 922 84,5% 835 90,6% 63 6,8% 24 2,6% PP2b 169 15,5% 156 92,3% 9 5,3% 4 2,4% Pequeno Porte 2 Total 1.091 19,6% 991 90,8% 72 6,6% 28 2,6% Médio Porte PMa 229 65,2% 217 94,8% 10 4,4% 2 0,9% PMb 122 34,8% 107 87,7% 11 9,0% 4 3,3% Médio Porte Total 351 6,3% 324 92,3% 21 6,0% 6 1,7% Grande Porte 1 GP1a 218 76,0% 206 94,5% 11 5,0% 1 0,5%

GP1b 52 18,1% 48 92,3% 3 5,8% 1 1,9% GP1c 17 5,9% 16 94,1% 1 5,9% Grande Porte 1 Total 287 5,2% 270 94,1% 15 5,2% 2 0,7% Grande Porte 2 GP2a 8 47,1% 8 100,0%

GP2b 3 17,6% 3 100,0% GP2c 4 23,5% 4 100,0% GP2d 1 5,9% 1 100,0%

GP2e 1 5,9% 1 100,0% Grande Porte 2 Total 17 0,3% 17 100,0% Brasil 5.570 100,0% 4.959 89,0% 407 7,3% 204 3,7%

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25

O único porte populacional em que todos os municípios afirmaram a existência do

plano foram as cidades do Grande Porte 2. Pelo contrário, a maior incidência de

municípios sem Planos Municipais está localizada nas cidades de Pequeno Porte 1,

especialmente naquelas com 2.500 a 20.000 habitantes.

Considerando apenas os municípios que indicaram a existência de planos municipais

de assistência social, a sua deliberação pelos respectivos conselhos é de 97,3%. Do

total de 134 municípios que contam com um Plano Municipal de Assistência Social

que não foi deliberado no Conselho, 89 – ou seja, 66% - estão localizados nos

municípios de Pequeno Porte 1.

TABELA 3 – INCIDÊNCIA DE DELIBERAÇÃO DOS CONSELHOS SOBRE OS MUN ICÍPIOS QUE POSSUEM PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

TIPO DE

PORTE

PP1a 6,80% 221 96,50% 8 3,50%

PP1b 25,40% 835 97,90% 18 2,10%

PP1c 19,40% 632 96,90% 20 3,10%

PP1d 12,00% 396 98,00% 8 2,00%

PP1e 21,90% 711 96,70% 24 3,30%

PP1f 14,40% 473 97,70% 11 2,30%

67,70% 3.268 97,30% 89 2,70%

PP2a 84,30% 811 97,10% 24 2,90%

PP2b 15,70% 150 96,20% 6 3,80%

20,00% 961 97,00% 30 3,00%

PMa 67,00% 209 96,30% 8 3,70%

PMb 33,00% 105 98,10% 2 1,90%

6,50% 314 96,90% 10 3,10%

GP1a 94,50% 202 98,10% 4 1,90%

GP1b 92,30% 48 100,00%

GP1c 94,10% 16 100,00%

5,40% 266 98,50% 4 1,50%

GP2a 100,00% 8 100,00%

GP2b 100,00% 3 100,00%

GP2c 100,00% 3 75,00% 1 25,00%

GP2d 100,00% 1 100,00%

GP2e 100,00% 1 100,00%

0,30% 16 94,10% 1 5,90%

100,00% 4.825 97,30% 134 2,70%

1

Grande Porte 2 Total 17

Brasil 4.959

3

4

1

16

Grande Porte 1 Total 270

Grande Porte 2 8

Médio Porte Total 324

Grande Porte 1 206

48

Pequeno Porte 2 Total 991

Médio Porte 217

107

Pequeno Porte 1 Total 3.357

Pequeno Porte 2 835

156

404

735

484

Pequeno Porte 1 229

853

652

MUNICÍPIOS

PORTE PROPOSTO 2015 COM PLASDELIBERADOS PELO

CMAS

SEM

DELIBERAÇÃO

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26

Paralelamente, em todos os estados da federação o órgão gestor estadual presta

contas sobre a aplicação dos recursos do Fundo de Assistência Social aos

respectivos conselhos. Entretanto, a regularidade da prestação de contas apresenta

padrões expressivamente diversos, que variam da frequência mensal até a anual.

Nota-se que dos 26 estados, em 12, ou seja, em aproximadamente metade das

unidades federativas existe um processo de acompanhamento continuado da

prestação de contas do fundo de assistência social (de periodicidade mensal até

trimestral). No extremo oposto, em 9 estados da federação o acompanhamento é

anual. Por outro lado, 25 dos 26 estados emitem parecer sobre as atividades e a

execução financeira dos recursos do Fundo de Assistência Social apresentados pelo

órgão gestor, sendo o Espirito Santo a exceção.

GRÁFICO 7 – INCIDÊNCIA PERCENTUAL DA FREQUÊNCIA COM QUE O GESTOR ESTADUAL APRESENTA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO FUNDO DE ASSISTÊNC IA SOCIAL AO CONSELHO ESTADUAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Já nos conselhos municipais, a maior incidência em termos de frequência em que o

gestor apresenta ao Conselho Municipal o relatório de aplicação dos recursos dos

Fundos de Assistência Social é a anual (34,8%), seguida da apresentação semestral

(19,7%), sendo que 2% dos gestores não apresentam suas contas ao conselho, além

dos 3,7% que não responderam ao Censo Suas.

3

1

8

2

3

9

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Mensal Bimestral Trimestral Quatrimestral Semestral Anual

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GRÁFICO 8 – INCIDÊNCIA PERCENTUAL DA FREQUÊNCIA COM QUE O GESTOR MUNICIPAL APRESENTA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO FUNDO DE ASSISTÊNC IA SOCIAL AO CONSELHO MUNICIPAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Na tabela a seguir, considerando a frequência de apresentação das contas pelo

gestor, foi identificado se o conselho realizou a apreciação das mesmas. Segundo

as informações do CensoSuas 2014, dos 5.366 municípios com gestores que

apresentaram as contas, 131 (2,4%) dos conselhos deixaram de apreciá-las.

A maior frequência de realização da prestação de contas no Pequeno Porte 1 é a

semestral (98,7%), sendo que este porte tem o menor percentual de apreciação das

contas pelos conselhos, com índice de 93,5%. Essa constatação nos levou a

apresentar a desagregação do porte para que se pudesse avaliar com mais detalhes

a incidência de acordo o tamanho das cidades. Ficaram abaixo da média do porte,

que é de 93,5%, as cidades com até 7.500 habitantes, distribuídas na seguinte

conformidade: até 2.500 habitantes (92,9%); cidades que têm entre 2.201 e 5.000

habitantes (93,2%); as que têm população entre 5.001 e 7.500 habitantes (93,4%).

Este porte também foi o que apresentou o maior número de municípios que não

responderam ao CensoSuas 2014 - 168 cidades ou 4,4% do total do porte.

34,8%

19,7%

5,6%

17,9%

6,7%

13,3%

2,0%

Anualmente

Semestralmente

Quadrimestralmente

Trimestralmente

Bimestralmente

Mensalmente

Não apresenta

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TABELA 4 – INCIDÊNCIA DA FREQUÊNCIA COM QUE O GESTOR MUNICIPAL APRESENTA A PRESTAÇÃO DE CONTAS E APRECIAÇÃO PELOS CONSELHOS MU NICIPAIS , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. PORTE PROPOSTO 2015

FREQUENCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

COM PARECER DO CONSELHO

SEM PARECER

DO CONSELHO

NÃO RESPONDENT

ES MUNICÍPIO Pequeno Porte 1 Mensalmente 525 96,7% 18 3,3% 543 100,0%

Bimestralmente 258 97,0% 8 3,0% 266 100,0% Trimestralmente 621 98,9% 7 1,1% 628 100,0% Quadrimestralmente 154 96,9% 5 3,1% 159 100,0% Semestralmente 702 98,7% 9 1,3% 711 100,0% Anualmente 1.252 98,1% 24 1,9% 1.276 100,0% Não apresenta 64 87,7% 9 12,3% 73 100,0%

168 100,0% 168 100,0% Pequeno Porte 1 Total 3.576 93,5% 80 2,1% 168 4,4% 3.824 100,0% Pequeno Porte 2 Mensalmente 95 94,1% 6 5,9% 101 100,0%

Bimestralmente 64 98,5% 1 1,5% 65 100,0% Trimestralmente 178 93,2% 13 6,8% 191 100,0% Quadrimestralmente 77 96,3% 3 3,8% 80 100,0% Semestralmente 217 99,1% 2 0,9% 219 100,0% Anualmente 378 97,7% 9 2,3% 387 100,0% Não apresenta 18 90,0% 2 10,0% 20 100,0%

28 100,0% 28 100,0% Pequeno Porte 2 Total 1.027 94,1% 36 3,3% 28 2,6% 1.091 100,0% Médio Porte Mensalmente 33 97,1% 1 2,9% 34 100,0%

Bimestralmente 10 90,9% 1 9,1% 11 100,0% Trimestralmente 61 100,0% 61 100,0% Quadrimestralmente 36 94,7% 2 5,3% 38 100,0% Semestralmente 69 98,6% 1 1,4% 70 100,0% Anualmente 118 96,7% 4 3,3% 122 100,0% Não apresenta 8 88,9% 1 11,1% 9 100,0%

6 100,0% 6 100,0% Médio Porte Total 335 95,4% 10 2,8% 6 1,7% 351 100,0% Grande Porte 1 Mensalmente 32 100,0% 32 100,0%

Bimestralmente 14 93,3% 1 6,7% 15 100,0% Trimestralmente 67 97,1% 2 2,9% 69 100,0% Quadrimestralmente 21 95,5% 1 4,5% 22 100,0% Semestralmente 56 100,0% 56 100,0% Anualmente 83 98,8% 1 1,2% 84 100,0% Não apresenta 7 100,0% 7 100,0%

2 100,0% 2 100,0% Grande Porte 1 Total 280 97,6% 5 1,7% 2 0,7% 287 100,0% Grande Porte 2 Mensalmente 3 100,0% 3 100,0%

Bimestralmente 1 100,0% 1 100,0% Trimestralmente 9 100,0% 9 100,0% Quadrimestralmente 2 100,0% 2 100,0% Semestralmente 1 100,0% 1 100,0%

Anualmente 1 100,0% 1 100,0% Grande Porte 2 Total 17 100,0% 17 100,0% Brasil 5.235 94,0% 131 2,4% 204 3,7% 5.570 100,0%

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TABELA 5 – INCIDÊNCIA DA FREQUÊNCIA COM QUE O GESTOR MUNICIPAL APRESENTA A PRESTAÇÃO DE CONTAS E APRECIAÇÃO PELOS CONSELHOS MU NICIPAIS , SEGUNDO MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

PORTE ESTUDO MUNICÍPIO

FREQUENCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

COM PARECER DO CONSELHO

SEM PARECER

DO CONSELHO

NÃO RESPONDENTES

PP1a 30 100,0% Mensalmente 30 100,0% 19 100,0% Bimestralmente 19 100,0% 44 100,0% Trimestralmente 44 100,0% 7 100,0% Quadrimestralmente 7 100,0% 41 100,0% Semestralmente 39 95,1% 2 4,9% 92 100,0% Anualmente 90 97,8% 2 2,2% 6 100,0% Não apresenta 6 100,0% 14 100,0% 14 100,0% PP1a Total 253 100,0% 235 92,9% 4 1,6% 14 5,5% PP1b 186 100,0% Mensalmente 180 96,8% 6 3,2% 73 100,0% Bimestralmente 70 95,9% 3 4,1% 145 100,0% Trimestralmente 144 99,3% 1 0,7% 36 100,0% Quadrimestralmente 36 100,0% 174 100,0% Semestralmente 174 100,0% 302 100,0% Anualmente 300 99,3% 2 0,7% 16 100,0% Não apresenta 13 81,3% 3 18,8% 52 100,0% 52 100,0% PP1b Total 984 100,0% 917 93,2% 15 1,5% 52 5,3% PP1c 116 100,0% Mensalmente 112 96,6% 4 3,4% 54 100,0% Bimestralmente 54 100,0% 124 100,0% Trimestralmente 123 99,2% 1 0,8% 28 100,0% Quadrimestralmente 26 92,9% 2 7,1% 137 100,0% Semestralmente 135 98,5% 2 1,5% 241 100,0% Anualmente 231 95,9% 10 4,1% 19 100,0% Não apresenta 18 94,7% 1 5,3% 29 100,0% 29 100,0% PP1c Total 748 100,0% 699 93,4% 20 2,7% 29 3,9% PP1d 70 100,0% Mensalmente 66 94,3% 4 5,7% 26 100,0% Bimestralmente 26 100,0% 81 100,0% Trimestralmente 80 98,8% 1 1,2% 16 100,0% Quadrimestralmente 15 93,8% 1 6,3% 97 100,0% Semestralmente 96 99,0% 1 1,0% 140 100,0% Anualmente 139 99,3% 1 0,7% 9 100,0% Não apresenta 7 77,8% 2 22,2% 26 100,0% 26 100,0% PP1d Total 465 100,0% 429 92,3% 10 2,2% 26 5,6% PP1e 93 100,0% Mensalmente 91 97,8% 2 2,2% 60 100,0% Bimestralmente 56 93,3% 4 6,7% 143 100,0% Trimestralmente 142 99,3% 1 0,7% 38 100,0% Quadrimestralmente 36 94,7% 2 5,3% 151 100,0% Semestralmente 147 97,4% 4 2,6% 302 100,0% Anualmente 296 98,0% 6 2,0% 14 100,0% Não apresenta 11 78,6% 3 21,4% 28 100,0% 28 100,0% PP1e Total 829 100,0% 779 94,0% 22 2,7% 28 3,4% PP1f 48 100,0% Mensalmente 46 95,8% 2 4,2% 34 100,0% Bimestralmente 33 97,1% 1 2,9% 91 100,0% Trimestralmente 88 96,7% 3 3,3% 34 100,0% Quadrimestralmente 34 100,0% 111 100,0% Semestralmente 111 100,0% 199 100,0% Anualmente 196 98,5% 3 1,5% 9 100,0% Não apresenta 9 100,0% 19 100,0% 19 100,0% PP1f Total 545 100,0% 517 94,9% 9 1,7% 19 3,5% Pequeno Porte 1 Total 3.824 100,0% 3.576 93,5% 80 2,1% 168 4,4%

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30

1.2. Efetivação da gestão democrática

É essencial que cada um dos cidadãos e cidadãs traga consigo o sentido da

participação coletiva como um norte para a formulação, constituição e regulação do

domínio público da política e dos direitos socioassistenciais. A participação

democrática é o oxigênio que faz pulsar uma cidade, um estado e um país. Em

direção oposta, burocratizar a gestão dos conselhos de assistência social em suas

diversas instâncias também significa fechar olhos, ouvidos e portas às demandas

que emergem da população e da diversidade existente nos municípios brasileiros,

com graves consequências de despolitização do exercício do controle social.

Nessa perspectiva, a prioridade neste item é a análise de indicadores que permitam

avaliar o estágio alcançado pelos conselhos de assistência social na gestão

democrática do SUAS, no que tange à capacidade de interferir na gestão financeira,

no acompanhamento das metas de aprimoramento da gestão e nas deliberações

das conferências de assistência social.

As informações dos conselhos estaduais permitem alertar para o fato de que, em um

total de 26 estados, somente 19 - ou seja, 73,1% - incidiram, por meio de deliberação

específica, na proposta anual de orçamento do executivo da assistência social em

2014, e de que, somente 15 de 26 - ou seja, 57,7% - implementaram deliberação

quanto aos critérios de repasse de recursos para as entidades socioassistenciais.

GRÁFICO 9 – INCIDÊNCIA PERCENTUAL DOS CONSELHOS ESTADUAIS EM DELIBERAÇÕES DA GESTÃO FINANCEIRA DO SUAS. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

As informações fornecidas pelos conselhos municipais também demonstram que o

orçamento é, claramente, um elemento de disputa, e, especialmente, quando se

73,1

57,7

Deliberou sobre a proposta anual de orçamento doexecutivo para o ano de 2014

Delibera sobre os critérios de repasse de recursospara entidades

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31

considera não só o volume de recursos, mas a importância relativa do orçamento na

definição de prioridades e direção da política de assistência social.

Nota-se, por exemplo, que os municípios de maior porte (que agregam a maior

concentração populacional, e que, portanto, disputam importante volume de

recursos) são os que possuem a menor incidência de CMAS na deliberação da

proposta de orçamento para a política de assistência social no ano de referência do

CensoSUAS 2014. Enquanto no Brasil, 34,2% dos conselhos municipais não

deliberaram sobre o orçamento da política de assistência social de 2014, nos

municípios de Grande Porte 2, a representação foi de 47% das cidades. Muito mais

do que a porcentagem, o que chama a atenção são as implicações da ausência do

debate público e a baixa capacidade de pactuação do orçamento da política de

assistência social nas 8 das 17 maiores cidades do país. Não é menos grave

constatar que as cidades de médio porte estão acima da média nacional, e que, em

1.324 cidades de pequeno porte, os conselhos também não deliberaram sobre o

orçamento público da política, revelando que nas pequenas cidades, mesmo com

orçamentos comparativamente menores, também existem jogos de interesses

contrapostos à gestão democrática e descentralizada da assistência social.

Por outro lado, mais da metade dos conselhos municipais no Brasil (53,1%)

tampouco deliberaram quanto aos critérios de repasse de recursos para as entidades

socioassistenciais, em contraposição aos 43,3% que já os regulamentaram. A

análise por porte populacional revela diferenças importantes entre os municípios. A

maior incidência quanto ao estabelecimento de critérios de repasse de recursos

deliberados pelos CMAS encontra-se nas cidades de Grande Porte 1 - ou seja,

aquelas que agregam de 100.000 a 900.000 habitantes, com 73,5% dos municípios

que já estabeleceram critérios de repasse para as entidades socioassistenciais,

seguido das cidades de Porte Médio, com 63,8%, e dos municípios de Grande Porte

2, com 58,8%, sendo que nas cidades de Pequeno Porte 1 essa proporção cai para

36,8%.

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32

TABELA 6 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS EM DELIBERAÇÕES DA GESTÃO FINANCEIRA DO SUAS, SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Conforme tabela abaixo, ao considerar apenas o total de conselhos municipais que

possuem inscrição de entidades socioassistenciais, é possível observar que os 1.406

CMAS que deliberaram sobre os critérios de repasse de recursos para as entidades

representam 58,7% desse universo, sendo que a sua maior incidência está

localizada nos municípios de Grande Porte e Médio Porte. Os dois extremos dos

portes de municípios (Pequeno Porte 1 e Grande Porte 2) apresentam incidências

similares.

Observa-se também que, juntos, os municípios de pequeno porte 1 e 2 agregam a

metade do total das 34.612 entidades socioassistenciais com inscrição nos

conselhos municipais no país, o que exigiria uma discussão mais aprofundada sobre

os impactos do processo de inscrição ou mesmo de procedimentos de fiscalização,

que ao possuir forte ênfase burocrática e cartorial, pode interferir no fortalecimento

da dimensão política do controle social. Essa situação assume relevância maior, se

considerar que dos 1.399 conselhos municipais que ainda não contam com

PP1a 253 91 36,00% 148 58,50% 172 68,00% 67 26,50% 14 5,50%

PP1b 984 339 34,50% 593 60,30% 629 63,90% 303 30,80% 52 5,30%

PP1c 748 260 34,80% 459 61,40% 438 58,60% 281 37,60% 29 3,90%

PP1d 465 149 32,00% 290 62,40% 254 54,60% 185 39,80% 26 5,60%

PP1e 829 305 36,80% 496 59,80% 468 56,50% 333 40,20% 28 3,40%

PP1f 545 180 33,00% 346 63,50% 289 53,00% 237 43,50% 19 3,50%

Pequeno Porte 1 Total 3.824 1.324 34,60% 2.332 61,00% 2.250 58,80% 1.406 36,80% 168 4,40%

PP2a 922 309 33,50% 589 63,90% 430 46,60% 468 50,80% 24 2,60%

PP2b 169 56 33,10% 109 64,50% 74 43,80% 91 53,80% 4 2,40%

Pequeno Porte 2 Total 1.091 365 33,50% 698 64,00% 504 46,20% 559 51,20% 28 2,60%

PMa 229 80 34,90% 147 64,20% 81 35,40% 146 63,80% 2 0,90%

PMb 122 43 35,20% 75 61,50% 40 32,80% 78 63,90% 4 3,30%

Médio Porte Total 351 123 35,00% 222 63,20% 121 34,50% 224 63,80% 6 1,70%

GP1a 218 71 32,60% 146 67,00% 63 28,90% 154 70,60% 1 0,50%

GP1b 52 11 21,20% 40 76,90% 6 11,50% 45 86,50% 1 1,90%

GP1c 17 5 29,40% 12 70,60% 5 29,40% 12 70,60%

Grande Porte 1 Total 287 87 30,30% 198 69,00% 74 25,80% 211 73,50% 2 0,70%

GP2a 8 4 50,00% 4 50,00% 5 62,50% 3 37,50%

GP2b 3 1 33,30% 2 66,70% 3 100,00%

GP2c 4 2 50,00% 2 50,00% 2 50,00% 2 50,00%

GP2d 1 1 100,00% 1 100,00%

GP2e 1 1 100,00% 1 100,00%

Grande Porte 2 Total 17 8 47,10% 9 52,90% 7 41,20% 10 58,80%

Brasil 5.570 1.907 34,20% 3.459 62,10% 2.956 53,10% 2.410 43,30% 204 3,70%

Conselhos Não

respondentesMunicípios

Sim

Critérios de repasse de recursos para

entidadesProposta orçamentária 2014PORTE

Não Sim Não

Page 33: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

33

Secretaria Executiva, 49,9% estão localizados nos municípios de pequeno porte 1 e

2.

TABELA 7 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS COM INSCRIÇÃO DE ENTIDADES SOCIOASSISTENCIAIS E DELIBERAÇÕES DE REPASSE DE REC URSOS, SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Porte Municípios

Conselhos com

inscrição de

entidades

Conselhos que deliberaram

quanto ao repasse de

recursos para as entidades

socioassistenciais

Soma de entidades

com inscrição no

conselho

Pequeno Porte 1 3.824 2.395 62,6 1.406 58,7 9.805 28,3

Pequeno Porte 2 1.091 892 81,8 559 62,7 8.412 24,3

Médio Porte 351 307 87,5 224 73,0 4.902 14,2

Grande Porte 1 287 264 92,0 211 79,9 8.293 24,0

Grande Porte 2 17 17 100,0 10 58,8 3.200 9,2

Brasil 5.570 3.875 69,6 2.410 62,2 34.612 100,0

Assim, criar regularidades não é simplesmente se enredar na perspectiva gerencial

que tem impregnado e se tornado dominante na gestão pública, nas últimas décadas.

Criar regulações e procedimentos, bem como fortalecer a gestão democrática nos

conselhos de gestão, implica ter claro o sentido, a direção e o debate público das

prioridades, fortalecer e ampliar as estratégias e canais de participação popular e

dos usuários, bem como a necessária adequação dos serviços e benefícios

específicos da assistência social, de forma a garantir o acesso e universalização da

proteção social.

Em 2006 e 2007, o CNAS e a União2 estabeleceram critérios orientadores para a

regulamentação e provisão de Benefícios Eventuais, no âmbito da Política Pública

de Assistência Social, pelos Municípios, Estados e Distrito Federal, de forma a

garantir a sua efetiva incorporação ao SUAS, tendo como fundamentação os

princípios de cidadania e os direitos humanos, e como referência o Protocolo de

Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda3, que

estabelece a exigência de diagnóstico social e planejamento, de forma integrada aos

demais serviços da assistência social, para a sua prestação.

2 Por meio da Resolução nº 212 do CNAS, de 19 de outubro de 2006 e por intermédio do Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007 e Lei nº 12.435/2011. 3 Resolução CIT nº 7, de 10 de setembro de 2009.

Page 34: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

34

Em 2009, um levantamento nacional sobre os benefícios eventuais4 indicou a falta

de delimitação dos municípios no tocante à oferta destes benefícios, especialmente

pela provisão de itens da Política de Saúde, comprovando a existência de

incompreensões da prestação dos Benefícios Eventuais na lógica do SUAS, o que

se desdobrou na Resolução nº 39, de 09 de dezembro de 2010 do CNAS, que dispõe

sobre o processo de reordenamento dos Benefícios Eventuais à luz das diretrizes

nacionais.

As informações do CensoSuas 2014 revelam que somente metade dos estados da

federação regulamentou, por meio de resolução própria, os Benefícios Eventuais

concedidos no âmbito da Assistência Social.

GRÁFICO 10 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS SOBRE A REGULAMEN TAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Nos conselhos municipais, observa-se ainda a prevalência daqueles que não

regulamentaram os Benefícios Eventuais - 49,5% contra 46,8% daqueles que já

estabeleceram regulamentação específica -, fora os 3,7% dos municípios que não

responderam ao CensoSUAS.

4 BRASIL. BENEFÍCIOS EVENTUAIS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. Cadernos de Estudos Desenvolvimento Social em Debate. – N. 12

(2010). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação.

50%50%Sim

Não

Page 35: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

35

TABELA 8 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE A REGULAME NTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO O PORTE POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015. PORTE Municípios Não Sim Não respondentes PP1a 253 100,0% 136 53,8% 103 40,7% 14 5,5% PP1b 984 100,0% 500 50,8% 432 43,9% 52 5,3% PP1c 748 100,0% 370 49,5% 349 46,7% 29 3,9% PP1d 465 100,0% 228 49,0% 211 45,4% 26 5,6% PP1e 829 100,0% 406 49,0% 395 47,6% 28 3,4% PP1f 545 100,0% 243 44,6% 283 51,9% 19 3,5% Pequeno Porte 1 Total 3.824 100,0% 1.883 49,2% 1.773 46,4% 168 4,4% PP2a 922 100,0% 460 49,9% 438 47,5% 24 2,6% PP2b 169 100,0% 76 45,0% 89 52,7% 4 2,4% Pequeno Porte 2 Total 1.091 100,0% 536 49,1% 527 48,3% 28 2,6% PMa 229 100,0% 116 50,7% 111 48,5% 2 0,9% PMb 122 100,0% 58 47,5% 60 49,2% 4 3,3% Médio Porte Total 351 100,0% 174 49,6% 171 48,7% 6 1,7% GP1a 218 100,0% 119 54,6% 98 45,0% 1 0,5% GP1b 52 100,0% 31 59,6% 20 38,5% 1 1,9% GP1c 17 100,0% 9 52,9% 8 47,1% Grande Porte 1 Total 287 100,0% 159 55,4% 126 43,9% 2 0,7% GP2a 8 100,0% 3 37,5% 5 62,5% GP2b 3 100,0% 1 33,3% 2 66,7% GP2c 4 100,0% 4 100,0% GP2d 1 100,0% 1 100,0% GP2e 1 100,0% 1 100,0% Grande Porte 2 Total 17 100,0% 5 29,4% 12 70,6% Brasil 5.570 100,0% 2.757 49,5% 2.609 46,8% 204 3,7%

Os dados apresentados até aqui exigem interrogar e demandam maior reflexão

sobre o caráter indutor das instâncias do controle social para fortalecer a efetivação

da gestão democrática. Note-se, por exemplo, a distância entre a efetivação do

acompanhamento das metas de aprimoramento de gestão e as deliberações das

conferências municipais por parte dos conselhos municipais e estaduais. Nos

estados, 100% acompanham as deliberações das conferências estaduais, mas

somente 50% monitoram as metas de aprimoramento da gestão estadual.

GRÁFICO 11 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS NO ACOMPANHAMENTO DE METAS DE GESTÃO E DELIBERAÇÕES DE CONFERÊNCIAS . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

50,0

100,0

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Metas do pacto de aprimoramento no Estado Deliberações das Conferencias Estaduais

Page 36: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

36

Nos municípios, enquanto 80,4% dos conselhos acompanham as deliberações das

respectivas conferências, apenas 36,2% monitoram as metas de aprimoramento de

gestão. Observa-se, novamente, a diferença entre portes de municípios, reafirmando

a dificuldade das cidades de menor porte em efetivar a diversidade de funções e

responsabilidades exigidas ao controle social. Embora seja necessário realizar um

estudo posterior e de caráter qualitativo que permita analisar melhor os impactos do

acompanhamento dos conselhos na efetivação das deliberações das conferências,

importa destacar, no presente estudo, o quanto o próprio processo conferencial pode

ter incidido, enquanto impulsionador e indutor, no alcance do controle social na

análise das deliberações, ao considerar que a Conferência Nacional de 2013, com o

tema Gestão e Financiamento para a efetivação do SUAS, teve como diferencial

metodológico: “o ato de conferir a situação do SUAS por meio do monitoramento das

deliberações das Conferências de Assistência Social desde 2005, em cada nível de

gestão, de forma a avaliar e propor melhor e mais adequadamente. Assim, a tarefa

das conferências municipais e estaduais foi buscar respostas para perguntas

essenciais: onde estamos, como chegamos e, além disso, onde ainda precisamos

chegar para que o SUAS se consagre como efetiva política de Estado” (CNAS, 2013,

pag.7)5.

TABELA 9 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS NO ACOMPANHAMENTO DE METAS DE GESTÃO E DELIBERAÇÕES DE CONFERÊNCIAS , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

5 BRASIL. Anais da IX Conferência Nacional de Assistência Social. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho Nacional de Assistência Social. Brasília, 2013.

PP1a 253 148 58,50% 91 36,00% 43 17,00% 196 77,40% 14 5,50%

PP1b 984 585 59,40% 347 35,30% 140 14,20% 792 80,50% 52 5,30%

PP1c 748 446 59,60% 273 36,50% 122 16,30% 597 79,90% 29 3,90%

PP1d 465 266 57,20% 173 37,20% 61 13,10% 378 81,30% 26 5,60%

PP1e 829 497 60,00% 304 36,70% 135 16,30% 666 80,30% 28 3,40%

PP1f 545 338 62,00% 188 34,50% 87 16,00% 439 80,50% 19 3,50%

Pequeno Porte 1 Total 3.824 2280 59,60% 1.376 36,00% 588 15,40% 3068 80,30% 168 4,40%

PP2a 922 574 62,30% 324 35,10% 151 16,40% 747 81,00% 24 2,60%

PP2b 169 109 64,50% 56 33,10% 29 17,20% 136 80,50% 4 2,40%

Pequeno Porte 2 Total 1.091 683 62,60% 380 34,80% 180 16,50% 883 81,00% 28 2,60%

PMa 229 143 62,50% 84 36,70% 39 17,00% 188 82,10% 2 0,90%

PMb 122 77 63,10% 41 33,60% 27 22,10% 91 74,60% 4 3,30%

Médio Porte Total 351 220 62,60% 125 35,60% 66 18,80% 279 79,40% 6 1,70%

GP1a 218 120 55,00% 97 44,50% 45 20,60% 172 78,80% 1 0,50%

GP1b 52 30 57,70% 21 40,40% 10 19,20% 41 78,90% 1 1,90%

GP1c 17 8 47,00% 9 52,90% 3 17,60% 14 82,30%

Grande Porte 1 Total 287 158 55,10% 127 44,30% 58 20,20% 227 79,10% 2 0,70%

GP2a 8 5 62,50% 3 37,50% 2 25,00% 6 75,00%

GP2b 3 2 66,60% 1 33,30% 1 33,30% 2 66,60%

GP2c 4 0 0,00% 4 100,00% 4 100,00%

GP2d 1 1 100,00% 1 100,00%

GP2e 1 1 100,00% 1 100,00%

Grande Porte 2 Total 17 9 52,90% 8 47,10% 3 17,60% 14 82,40%

Brasil 5.570 3350 60,10% 2.016 36,20% 895 16,10% 4471 80,40% 204 3,70%

Não Acompanha Acompanha

Conselhos não

respondentes

Metas de aprimoramneto da gestão Deliberaçãoes das Conferencias

Não Acompanha AcompanhaPORTE MUNICÍPIOS

Page 37: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

37

Os esforços e as experiências coletivas de deliberação e debate precisam reverberar

e ganhar domínio público. Sistemas de informação que coletam e agregam dados,

sem ter, contudo, uma direção política clara e sem provocar fluxos de informações

nas instâncias de controle social e da gestão, pouco contribuem para o

fortalecimento do exercício democrático da gestão da política de assistência social.

Nessa perspectiva, a assistência social ainda precisa desbravar e construir os

caminhos necessários para que o uso da tecnologia, das tecnologias de informação

e comunicação (TICs) e da produção e circulação de informações - e, sobretudo das

análises -, permita assegurar tanto a unidade de gestão quanto a especificidade

necessária às diferentes escalas territoriais e institucionais, como o domínio público

da política de assistência social.

1.3. Relação de paridade e representação dos consel heiros

O artigo 16 da LOAS estabelece os conselhos de assistência social como instâncias

deliberativas do sistema descentralizado e participativo da assistência social, de

caráter permanente e com composição paritária entre governo e sociedade civil

(DOU,07/07/2011, sessão 1, p.1)6.

O CensoSUAS 2014 faz o levantamento da composição paritária dos conselhos

estaduais, municipais e do distrito federal, conforme estabelecido nas normatizações

das respectivas instâncias de controle social. Do total de 5.393 conselhos de

assistência social das três esferas de governo, o caráter paritário entre governo e

sociedade civil prepondera em 95% do total, não tendo garantido, ainda, a sua

implementação total nos conselhos estaduais - pois existem 25 de 26 -, e nos

municipais - são 5.101 de um total de 5.366 conselhos que responderam ao censo,

o que corresponde a 95,1%.

6 BRASIL. LOAS. Lei 12.435, de 6 de julho de 2011. Diário Oficial, República do Brasil. Poder Legislativo, Brasília, DF, 7 jul. 2011.

Page 38: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

38

GRÁFICO 12 – INCIDÊNCIA DO CARÁTER PARITÁRIO DOS CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO TRÊS ESFERAS DE GOVERNO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

TABELA 10 - INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS E DOS CONSELHOS MUNICIPAIS PARITÁRIOS E NÃO PARITÁRIOS , SEGUNDO O PORTE POPULACIONAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

PORTE MUNICÍPIOS PARITÁRIO NÃO PARITÁRIO NÃO RESPONDENTES PP1a 253 100,0% 220 87,0% 19 7,5% 14 5,5% PP1b 984 100,0% 868 88,2% 64 6,5% 52 5,3% PP1c 748 100,0% 672 89,8% 47 6,3% 29 3,9% PP1d 465 100,0% 411 88,4% 28 6,0% 26 5,6% PP1e 829 100,0% 756 91,2% 45 5,4% 28 3,4% PP1f 545 100,0% 514 94,3% 12 2,2% 19 3,5% Pequeno Porte 1 Total 3.824 100,0% 3.441 90,0% 215 5,6% 168 4,4% PP2a 922 100,0% 868 94,1% 30 3,3% 24 2,6% PP2b 169 100,0% 160 94,7% 5 3,0% 4 2,4% 1.091 100,0% 1.028 94,2% 35 3,2% 28 2,6% PMa 229 100,0% 223 97,4% 4 1,7% 2 0,9% PMb 122 100,0% 116 95,1% 2 1,6% 4 3,3% Médio Porte Total 351 100,0% 339 96,6% 6 1,7% 6 1,7% GP1a 218 100,0% 214 98,2% 3 1,4% 1 0,5% GP1b 52 100,0% 48 92,3% 3 5,8% 1 1,9% GP1c 17 100,0% 15 88,2% 2 11,8% Grande Porte 1 Total 287 100,0% 277 96,5% 8 2,8% 2 0,7% GP2a 8 100,0% 7 87,5% 1 12,5% GP2b 3 100,0% 3 100,0% GP2c 4 100,0% 4 100,0% GP2d 1 100,0% 1 100,0% GP2e 1 100,0% 1 100,0% Grande Porte 2 Total 17 100,0% 16 94,1% 1 5,9% Brasil 5.570 100,0% 5.101 91,6% 265 4,8% 204 3,7%

A relação de paridade na composição de representantes do governo e da sociedade

civil nos conselhos municipais varia segundo o porte populacional dos municípios.

De início, diante da não resposta de 3,7% de conselhos no país, a paridade é

verificada em 91,6% do total de municípios, obtendo 100% de paridade apenas nas

cidades acima de 1.500.000 de habitantes. A maior incidência de conselhos não

95,1

96,2

100,0

92,0 94,0 96,0 98,0 100,0 102,0

Conselhos municipais e dodistrito federal

Conselhos estaduais

Conselho Nacional

Caráter paritário

Page 39: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

39

paritários está concentrada nos municípios de pequeno porte 1 (5,6%), sendo que

nas cidades de até 2.500 habitantes aumenta para 7,5%. Também chama a atenção

a falta de paridade de conselhos municipais em cidades de grande porte, como é o

caso daquelas que concentram de 600.000 a 900.000 habitantes e de 900.000 a

1.500.000.

O presente estudo verificou a correlação entre a representação no âmbito da gestão

(considerando governo e entidades da assistência social) e a representação de

usuários e trabalhadores, de forma a analisar o peso relativo do protagonismo dos

usuários no controle social, conforme estipulado na Resolução 33 do CNAS de 2012

e 11 de 20157.

A análise específica da representação permite identificar no Conselho Nacional de

Assistência Social, entre os conselheiros titulares e os suplentes, 67% vinculados à

área de gestão da política e 17% aos usuários e aos trabalhadores, respectivamente.

7 Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012, que aprovou a Norma Operacional Básica do Sistema

Único de Assistência Social - NOB/SUAS 2012, estabelece a defesa do protagonismo e da autonomia dos

usuários como princípio ético para a oferta da proteção socioassistencial no SUAS, em especial, seus

artigos 125, 126 e 127 que elencaram a participação dos usuários no SUAS. RESOLUÇÃO CNAS Nº 11,

DE 23 DE SETEMBRO DE 2015. Caracteriza os usuários, seus direitos e sua participação na Política

Pública de Assistência Social e no Sistema Único de Assistência Social, e revoga a Resolução nº 24, de

16 de fevereiro de 2006.

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40

GRÁFICO 13 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS , SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO , NO CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Nos conselhos estaduais, 52,1% são representantes do governo, 20,1% de

entidades, 15,2% de usuários e 12,5% de trabalhadores.

GRÁFICO 14 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS , NOS CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Significa dizer que os representantes nos conselhos estaduais vinculados à área de

gestão totalizam 72%, seguidos de 15,2% de representantes de usuários e 12,5%

de trabalhadores.

67%

17%

17%

Representantes da áreade gestaõ

Representantes deusuários

Representantes detrabalhadores

52,1

20,1

15,2

12,5

Representantes do governo

Representantes de entidades

Proporção de representantes deusuários

Proporção de representantes detrabalhadores

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41

GRÁFICO 15 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS , SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO , NOS CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Considerando apenas os representantes de usuários que concentram 15,2% das

cadeiras dos conselhos estaduais, observa-se que a representação de organizações

de usuários é menor (6,8%) do que a de usuários (8,4%).

GRÁFICO 16 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS USUÁRIOS , NOS CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Nos conselhos municipais, de uma forma geral, é possível observar 51,2% de

representantes do governo, 21,8% de entidades de assistência social, 19,4% de

usuários e organizações de usuários, e 7,7% de representantes dos trabalhadores.

72,2

15,2

12,5

Representantes da áreade gestão

Representantes deusuários

Representantes detrabalhadores

8,4

6,8

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

Representante de usuários Representante de organização deusuários

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42

GRÁFICO 17 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS , NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Significa dizer que nos conselhos municipais de assistência social, 73,0% dos

representantes estão do âmbito da gestão, 19,4% são usuários, e 7,7% são

trabalhadores.

GRÁFICO 18 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS , SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO , NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Considerando apenas os representantes de usuários que concentram 19,3% das

cadeiras dos conselhos municipais, observa-se também que a representação de

organizações de usuários é menor (9,2%) do que a de usuários (10,2%).

51,2%

21,8%19,4%

7,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Representantes deGoverno

Representantes deEntidades de

Assistência Social

Representantes deusuários e

organizações deusuários

Representantes deentidades dos

trabalhadores do setor

73,0

19,3

7,7

Representantes do âmbito dagestão

Representantes de usuários

Representantes detrabalhadores

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43

GRÁFICO 19 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS USUÁRIOS , NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

A análise da representação por porte populacional dos municípios revela que quanto

menor o porte do município, maior a participação popular e dos usuários. Nos

municípios de pequeno porte 1, os usuários representam 21,8% do total dos

conselheiros em âmbito municipal, sendo que a média nacional é 19,4%, e nas

cidades de até 2.500 habitantes aumenta para 26,4%. Em contraposição, nas 17

maiores cidades do país (Grande Porte 2) representação popular dos usuários cai

para 16,3%, sendo que a menor incidência (8,4%) é observada nas cidades com

3.500.001 a 8.000.000 habitantes (GP2d).

10,2%

9,2%

8,6%

8,8%

9,0%

9,2%

9,4%

9,6%

9,8%

10,0%

10,2%

10,4%

Representante de usuários Representante de organização deusuários

Page 44: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

44

TABELA 11 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

E, paralelamente, a maior discrepância entre a incidência de organizações coletivas

de usuários e usuários também é observada nos maiores municípios do país: 4,3%

e 12,0%, respectivamente. Os municípios de pequeno porte são também aqueles

que apresentam maior incidência de representantes de organização de usuários -

10,4% no pequeno porte 1, sendo que a média nacional é de 9,2%, e nas cidades

com até 2.500 habitantes aumenta para 12,6%.

TABELA 12 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS USUÁRIOS NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO PORTE POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

PORTE CONSELHEIROS Representante de organização de

usuários

Representante de usuários

PP1a 2.783 6,00% 350 12,60% 385 13,80% PP1b 11.176 24,00% 1.234 11,00% 1.457 13,00% PP1c 8.930 19,20% 905 10,10% 1.051 11,80% PP1d 5.572 12,00% 579 10,40% 630 11,30% PP1e 10.793 23,20% 1.083 10,00% 1.031 9,60% PP1f 7.288 15,70% 682 9,40% 738 10,10% Pequeno Porte 1 Total 46.542 61,20% 4.833 10,40% 5.292 11,40%

PP2a 13.426 84,00% 1.168 8,70% 1.146 8,50%

PORTE

PP1a 2.783 6,00% 194 7,00% 735 26,40% 1.854 66,60%

PP1b 11.176 24,00% 880 7,90% 2.691 24,00% 7.605 68,00%

PP1c 8.930 19,20% 706 7,90% 1.956 21,90% 6.268 70,20%

PP1d 5.572 12,00% 429 7,70% 1.209 21,70% 3.934 70,60%

PP1e 10.793 23,20% 832 7,70% 2.114 19,60% 7.847 72,70%

PP1f 7.288 15,70% 577 7,90% 1.420 19,50% 5.291 72,60%

Pequeno Porte 1 Total 46.542 61,20% 3.618 7,80% 10.125 21,80% 32.799 70,50%

PP2a 13.426 84,00% 1.043 7,80% 2.314 17,20% 10.069 75,00%

PP2b 2.555 16,00% 183 7,20% 410 16,00% 1.962 76,80%

Pequeno Porte 2 Total 15.981 21,00% 1.226 7,70% 2.724 17,10% 12.031 75,30%

PMa 3.978 63,90% 275 6,90% 561 14,10% 3.142 79,00%

PMb 2.249 36,10% 174 7,70% 294 13,10% 1.781 79,20%

Médio Porte Total 6.227 8,20% 449 7,20% 855 13,70% 4.923 79,10%

GP1a 4.741 72,10% 350 7,40% 601 12,70% 3.790 79,90%

GP1b 1.348 20,50% 108 8,00% 181 13,50% 1.059 78,60%

GP1c 485 7,40% 47 9,70% 80 16,50% 358 73,80%

Grande Porte 1 Total 6.574 8,60% 505 7,70% 862 13,10% 5.207 79,20%

GP2a 286 38,20% 15 5,20% 50 17,40% 221 77,30%

GP2b 91 12,20% 10 11,00% 12 13,20% 69 75,90%

GP2c 307 41,00% 21 6,80% 53 17,30% 233 75,90%

GP2d 36 4,80% 3 8,30% 3 8,40% 30 83,30%

GP2e 28 3,70% 4 14,30% 4 14,30% 20 71,40%

Grande Porte 2 Total 748 1,00% 53 7,10% 122 16,30% 573 76,60%

Brasil 76.072 100,00% 5.851 7,70% 14.688 19,40% 55.533 73,00%

Representantes de

usuários

Representantes da gestão

da política CONSELHEIROS

Representação de

trabalhadores

Page 45: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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PP2b 2.555 16,00% 185 7,20% 225 8,80% Pequeno Porte 2 Total 15.981 21,00% 1.353 8,50% 1.371 8,60%

PMa 3.978 63,90% 285 7,20% 276 6,90% PMb 2.249 36,10% 150 6,70% 144 6,40%

Médio Porte Total 6.227 8,20% 435 7,00% 420 6,70% GP1a 4.741 72,10% 227 4,80% 374 7,90% GP1b 1.348 20,50% 59 4,40% 122 9,10% GP1c 485 7,40% 23 4,70% 57 11,80% Grande Porte 1 Total 6.574 8,60% 309 4,70% 553 8,40%

GP2a 286 38,20% 11 3,80% 39 13,60% GP2b 91 12,20% 5 5,50% 7 7,70% GP2c 307 41,00% 14 4,60% 39 12,70% GP2d 36 4,80% 2 5,60% 1 2,80% GP2e 28 3,70% 4 14,30% Grande Porte 2 Total 748 1,00% 32 4,30% 90 12,00%

Brasil 76.072 100,00% 6.962 9,20% 7.726 10,20%

A participação mais efetiva dos usuários de municípios de pequeno porte nos

conselhos municipais pode ser fruto da maior proximidade dos cidadãos e das

cidadãs. Por se tratarem de cidades menores, a percepção dos problemas que

atingem a população da localidade e das soluções para equacioná-los é mais

próxima da vida cotidiana, mais palpável, e de uma certa maneira pode favorecer a

adesão da população e dos usuários ao processo de debate público, já que se

enxerga muito próximo da questão a ser discutida.

Por outro lado, os municípios de maior porte carregam contra si a diluição dessa

percepção de proximidade, que exige esforços renovados e diferenciados de forma

a fortalecer a dimensão territorial e relacional da representação e efetiva participação

popular e dos usuários.

No entanto, seja nas grandes ou nas pequenas cidades, é necessário que se

fortaleça o caráter coletivo da representação e participação, que é o que permite

consolidar sujeitos sociais. E o caminho para o fortalecimento das decisões coletivas

passa pela defesa de interesses públicos, fruto da (con)vivência democrática em

espaços organizados de participação popular e defesa de direitos.

Nota-se formas de participação popular, de caráter autônomo, se instituem

formalmente na política de assistência social, somente em 2014 com a criação do

Fórum Nacional de Usuários do Sistema Único da Assistência, que na sua Carta de

Princípios se define como “espaço coletivo de organização política dos/as

Page 46: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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Usuários/as do SUAS, de caráter permanente” e que tem por finalidade “fomentar a

articulação política, o empoderamento, monitoramento, o controle social e

representar o coletivo dos/as usuários/as nas instâncias de discussão, deliberação,

pactuação, controle e gestão nacional do SUAS (FNUSUAS, 2014)8”.

A dimensão política do Fórum como espaço coletivo de participação popular e de

organização dos usuários, não só permeia a Carta de Princípios como explicita

objetivos que precisam, ainda ganhar capilaridade na política e se fazer presentes

no próximo Plano decenal:

• Debate e diálogo permanente com o CNAS, as Comissões Intergestoras e

outros atores em defesa dos interesses coletivos de Usuários/as do SUAS;

• Articulação e diálogo entre Usuários, Organizações e Fóruns membros na

construção da unidade política e agenda comum, e com atores diversos,

especialmente movimentos sociais, na perspectiva da defesa dos direitos

humanos, da cidadania e dos direitos sociais;

• Formação política dos usuários/as do SUAS;

• Criação dos Fóruns por regiões, estados/distrito fe deral, metrópoles,

territórios e municípios para viabilizar a descentralização e garantir o

fortalecimento dos usuários;

• Diálogo com os Conselhos Estaduais e Municipais de Assistência Social

para que tenham ações propositivas no incremento das mesas estaduais e

municipais de negociação do SUAS (FNUSUAS, 20149).

Note-se por exemplo, que segundo o CENSOSUAS 2014, apesar de que 82,2% dos

Conselho Municipais deixam as atas das reuniões em local de livre acesso para a

população, apenas 1,5% enviam tais informações aos representantes de usuários

8 O Fórum destaca como marcos determinantes para a sua instalação, a Reunião Descentralizada e Ampliada do CNAS, com o tema representação e representatividade de entidades, trabalhadores e usuários do SUAS e a participação nos conselhos de Assistência Social e a Oficina sobre mecanismos e modelos de mobilização para a participação dos Usuários, realizadas no ano de 2014. FNUSUAS. FÓRUM NACIONAL DE USUÁRIOS DO SUAS .CARTA DE PRINCÍPIOS PARA CONSULTA PÚBLICA. PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM NACIONAL DOS USUÁRIOS DO SUAS Salvador/BA, 19 de novembro de 2014. FÓRUM NACIONAL DE USUÁRIOS DO SUAS . 9 PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM NACIONAL DOS USUÁRIOS DO SUAS Salvador/BA, 19 de novembro de

2014. FÓRUM NACIONAL DE USUÁRIOS DO SUAS – FNUSUAS CARTA DE PRINCÍPIOS PARA CONSULTA PÚBLICA

Page 47: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

47

e/ou de entidades de trabalhadores do setor que não estão representados nos

conselhos, o que pode significar não só em ausência do domínio público da política,

mas também em empecilhos para a participação popular.

O FNUSUAS elegeu, dentre as três prioridades para 2015, articular a instalação dos

Fóruns Municipais e Estaduais no processo de realização das conferências em 2015.

As postagens publicadas no blog10 do FNUSUAS, no ano de 2015, destacam a

participação dos usuários nas conferências municipais e na constituição dos Fóruns

Estaduais de Usuários nos estados de Rondônia, Piauí e Amazonas. “ Não quero

ajuda, quero reconhecimento!11”, proclamava o FNUSUAS ao convocar reunião na

X Conferência Nacional, exigindo a necessária “ampliação, consolidação e garantia

da participação na discussão, mobilização e articulação em torno da garantia de

nossos direitos de cidadania, e só assim consolidar o SUAS que queremos”.

Por outro lado, em 2015, o CNAS aprova resolução12, que ao caracterizar os

usuários, seus direitos e sua participação na Política Pública de Assistência Social e

no Sistema Único de Assistência Social estabelece, no artigo 5, inciso 1, como

organizações de usuários: coletivos de usuários (organizados a partir da oferta de

serviços e benefícios da política), associações de usuários (legalmente constituídas),

fóruns de usuários, conselhos locais de usuários (instituídos nos equipamentos

públicos da política), redes (enquanto articulação de movimentos, associações,

organizações, coletivos de organizações de usuários), e comissões ou associações

comunitárias ou de moradores (organizadas em base territorial, no âmbito da

política).

Nesse sentido, merecem destaque os avanços na caracterização das novas

possibilidades organizativas aprovadas em resolução do CNAS, em 2015. No

entanto, é indispensável estar atento ao “respeito à autonomia da organização dos

usuários”, conforme prevê um dos princípios do FNUSUAS. Há que se garantir que

10 forumusuariosuas.org/2015/. Consultado em 22.12.2015.

11 Publicado em 9 de dezembro de 2015por forumusuariosuas 12 RESOLUÇÃO CNAS Nº 11, DE 23 DE SETEMBRO DE 2015, que revoga a Resolução nº 24, de 16 de fevereiro

de 2006.

Page 48: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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as novas possibilidades organizativas não sejam utilizadas como um atalho para a

indicação aos conselhos de representantes ligados à gestão, ação que configuraria

a persistência de práticas tutelares e antidemocráticas que impedem a efetivação da

participação popular.

No artigo 5, inciso 3, a resolução do CNAS também estabelece parâmetros que

precisam ser assegurados e reconhecidos para os usuários nas instâncias

deliberativas e em atividades de controle social:

• A não representação dos usuários por gestores públicos estatais, entidades

ou organizações de assistência social e trabalhadores do SUAS;

• A participação de comunidades rurais, étnicas e povos e comunidades

tradicionais;

• A efetivação de programas de formação para usuários e lideranças

comunitárias;

• A realização, por parte dos Conselhos de Assistência Social, de fóruns,

seminários, audiências e eventos em que os usuários possam apresentar

suas ideias, reflexões, debates, reivindicações e soluções junto aos

representantes;

• O reconhecimento e materialização, nas instâncias do SUAS, da condição

de cidadania e de sujeito de direitos dos usuários.

O fortalecimento da gestão democrática e da participação popular no SUAS para o

próximo decénio exige fortalecer o caráter indutor da participação pública. Tal

adensamento pode ser conquistado por meio de padrões construídos no âmbito do

debate público e do exercício cívico e democrático. Há que se alargar os horizontes

dos interesses meramente gerenciais - sejam eles do governo ou das entidades

socioassistenciais que configuram arenas heterogêneas de disputas – para que o

campo das conquistas sociais e de direitos, adquiridas a partir da Constituição de

1988, continue a florescer vida democrática, fértil e participativa para todos.

Page 49: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

49

II. MODOS DE FUNCIONAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO SUAS NAS GRANDES REGIÕES E ESTADOS

2.1. Consolidação dos Conselhos de Assistência Soci al

Conforme pode ser observado na tabela a seguir, Mato Grosso, na região Centro-

Oeste, e Tocantins, na região Norte, foram os primeiros estados a constituírem por

lei os Conselhos Estaduais de Assistência Social, em 1993. A região Nordeste

implementou os CEAS praticamente em sua totalidade em 1995 (com exceção de

Alagoas, em 1996). Em 1995, os conselhos também foram implementados nos

estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste; Santa Catarina, na

região Sul; São Paulo e Espírito Santo, no Sudeste, além de Rondônia, Amazonas e

Amapá, na região Norte. Em 1996, todos os estados da federação contavam com

conselhos estaduais de assistência social, criados por lei.

Em todas as regiões houve alteração na lei original que criou os conselhos estaduais,

sendo que a maioria se deu em período posterior à aprovação da PNAS e NOB-

SUAS. Na região Sul, a alteração da lei ocorreu em todos os estados, sendo no

Paraná, em 2013, e Santa Catarina, em 2014. Já no Rio Grande do Sul, a alteração

da lei ocorreu em 2000, em um período anterior à aprovação da política nacional e

da NOB/SUAS. Na região Centro-Oeste, Goiás e Mato Grosso alteraram a lei original

em um período posterior à PNAS/NOB-SUAS. No Nordeste, 06 dos 09 estados da

região também apresentaram alteração da lei original do conselho. Em Sergipe,

Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco ocorreu após a política nacional

e a norma operacional básica do SUAS, e em Alagoas, no período anterior. No Norte,

Tocantins e Amazonas alteraram a lei original em 2009 e 2004, respectivamente, e

o Acre, em 2001. Já no Sudeste a alteração se deu em Minas Gerais, em 2011, e no

Espírito Santo, em 2012.

Page 50: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

50

TABELA 13 - DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO ANO DA LEI DE CRIAÇÃO E POSTERIOR ALTERAÇÃO , NOS ESTADOS E REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Ano Publicação de lei que criou o CEAS

Posterior alteração de lei

Anterior a PNAS/NOB-SUAS

Concomitante ou posterior à

PNAS/NOB-SUAS Goiás 1995 Sim 2013 Mato Grosso 1993 Sim 2008 Mato Grosso do Sul 1995 Não Região Centro-Oeste 3 2 2 Piauí 1995 Não Sergipe 1995 Sim 2013 Maranhão 1995 Não Paraíba 1995 Sim 2009 Bahia 1995 Não Ceará 1995 Sim 2014 Alagoas 1996 Sim 2002 Rio Grande do Norte 1995 Sim 2009 Pernambuco 1995 Sim 2006 Região Nordeste 9 6 1 5 Roraima 1996 Não Acre 1996 Sim 2001 Tocantins 1993 Sim 2009 Pará 1996 Não Amapá 1995 Não Amazonas 1995 Sim 2004 Rondônia 1995 Não Região Norte 7 3 1 2 Rio de Janeiro 1996 Não Espírito Santo 1995 Sim 2012 Minas Gerais 1996 Sim 2011 São Paulo 1995 Não Região Sudeste 4 2 2 Paraná 1996 Sim 2013 Rio Grande do Sul 1996 Sim 2000 Santa Catarina 1995 Sim 2014 Região Sul 3 3 1 2 Total 26 16 3 13

Em relação à presença e distribuição dos conselhos municipais que responderam ao

CensoSUAS 2014 nas grandes regiões brasileiras, é possível identificar no quadro

abaixo que nenhuma das regiões alcançou a totalidade de municípios com os seus

respectivos conselhos, sendo que o Norte teve o menor percentual, com 92,2%. No

extremo oposto, a região Nordeste alcançou 97,1%, e a Sul, 97%.

GRÁFICO 20 - DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEGUNDO GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

92,2%

96,1%96,6%

97,0% 97,1%96,3%

89,0%

90,0%

91,0%

92,0%

93,0%

94,0%

95,0%

96,0%

97,0%

98,0%

Norte Sudeste Centro-Oeste Sul Nordeste Brasil

Page 51: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

51

O menor percentual da presença de conselhos municipais da região Norte é

confirmado quando se verifica a distribuição pelos estados, pois quatro de seus sete

estados têm os mais baixos percentuais nacionais: Amapá (81,3%), Rondônia

(82,7%), Amazonas (88,7%) e Acre (90,9%). Os estados com a totalidade de

conselhos municipais implementados são Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no

Centro-Oeste; Sergipe, no Nordeste; Roraima, no Norte, e Paraná, na região Sul.

TABELA 14 - PERCENTUAL DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO OS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. UF MUNICÍPIO CONSELHOS DF 1 0,0% 1 100,0% MS 79 1,4% 79 100,0% MT 141 2,5% 141 100,0% SE 75 1,3% 75 100,0% RR 15 0,3% 15 100,0% PR 399 7,2% 399 100,0% CE 184 3,3% 182 98,9% RJ 92 1,7% 91 98,9% MG 853 15,3% 841 98,6% PB 223 4,0% 219 98,2% PI 224 4,0% 218 97,3% BA 417 7,5% 403 96,6% RN 167 3,0% 161 96,4% MA 217 3,9% 209 96,3% PE 185 3,3% 178 96,2% TO 139 2,5% 133 95,7% SC 295 5,3% 282 95,6% RS 497 8,9% 474 95,4% AL 102 1,8% 97 95,1% PA 144 2,6% 136 94,4% ES 78 1,4% 73 93,6% GO 246 4,4% 230 93,5% SP 645 11,6% 598 92,7% AC 22 0,4% 20 90,9% AM 62 1,1% 55 88,7% RO 52 0,9% 43 82,7% AP 16 0,3% 13 81,3% Brasil 5.570 100,0% 5.366 96,3%

Paralelamente, 51% dos CMAS alteraram a lei de criação original, sendo que na

maioria - 81,7% dos casos -, ocorreu posteriormente à aprovação da política nacional

de assistência social. A maior incidência de mudanças de lei que antecederam a

aprovação da PNAS se observa em Goiás, Alagoas e no Conselho de Assistência

Social do Distrito Federal.

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52

TABELA 15 - PERCENTUAL DE CONSELHOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL QUE ALTERARAM LEI DE CRIAÇÃO ORIGINAL DOS CONSELHOS , SEGUNDO OS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Unidades da Federação

Total Anterior à PNAS Posterior à PNAS

AC 4 0 0,0 4 100,0 AP 4 0 0,0 4 100,0 RR 8 0 0,0 8 100,0 TO 74 3 4,1 71 95,9 RO 15 1 6,7 14 93,3 PR 275 24 8,7 251 91,3 MT 77 7 9,1 70 90,9 MA 104 10 9,6 94 90,4 SE 59 6 10,2 53 89,8 PB 78 8 10,3 70 89,7 RN 64 7 10,9 57 89,1 MS 55 7 12,7 48 87,3 ES 54 7 13,0 47 87,0 BA 231 30 13,0 201 87,0 PI 36 5 13,9 31 86,1 SC 163 26 16,0 137 84,0 PE 72 12 16,7 60 83,3 SP 333 58 17,4 275 82,6 MG 512 125 24,4 387 75,6 AM 12 3 25,0 9 75,0 CE 95 24 25,3 71 74,7 RJ 56 15 26,8 41 73,2 RS 262 72 27,5 190 72,5 PA 36 12 33,3 24 66,7 GO 59 27 45,8 32 54,2 AL 30 16 53,3 14 46,7 DF 1 1 100,0 0 0,0 Total Geral 2769 506 18,3 2263 81,7

Por outro lado, 80,8% dos estados possuem planos estaduais de assistência social,

distribuídos de forma diferenciada pelas regiões: 100% dos estados no Centro-Oeste

e no Sul; 77,8% no Nordeste; 75% no Sudeste e 71% no Norte. Com exceção da

região Sul, todos os planos estaduais existentes foram deliberados pelos seus

respectivos conselhos.

GRÁFICO 21 – INCIDÊNCIA PERCENTUAL DE PLANOS ESTADUAIS DE ASSISTÊ NCIA SOCIAL E PLANOS DELIBERADOS NO CEAS , SEGUNDO GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

O CensoSuas de 2014 aponta para a falta de Plano Estadual de Assistência Social

nos estados do Piauí, Bahia, Roraima, Tocantins e Espírito Santo, além da ausência

100,077,8 71,4 75,0

100,0 80,8

100,0100,0 100,0 100,0 33,3 90,5

Região Centro-Oeste

Região Nordeste Região Norte Região Sudeste Região Sul Total

Plano de assistência Social O Conselho deliberou sobre o Plano de Assistência Social

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53

de deliberação do plano estadual pelos respectivos conselhos no Rio Grande do Sul

e em Santa Catarina.

GRÁFICO 22 – INCIDÊNCIA PERCENTUAL DE PLANOS ESTADUAIS DE ASSISTÊ NCIA SOCIAL E PLANOS DELIBERADOS NO CEAS, SEGUNDO OS ESTADOS . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

A existência dos planos municipais distribuídos pelas grandes regiões tem o maior

alcance nos municípios da região Sul, com 95,5%. Por outro lado, a região que

apresentou o menor percentual foi a Sudeste (84,2%), em que 11,9% dos municípios

afirmaram não ter plano municipal de assistência social.

GRÁFICO 23 – INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO À EXISTÊNCIA DE PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

A deliberação dos planos municipais distribuídos pelas regiões indica que o Sudeste

tem o menor percentual (81%) de conselhos municipais que deliberam sobre os

planos municipais. Já a região Sul se destaca com o maior percentual (94,5%). O

Plano de assistência Social O Conselho deliberou sobre o Plano de Assistência Social

84,2%88,2% 89,2% 89,9%

95,5%89,0%

11,9%

4,0%

7,9% 6,6%

1,5%

7,3%

3,9%

7,8%

2,9% 3,4%3,0%

3,7%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

120,0%

Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Brasil

COM PLAS SEM PLAS NÃO RESPONDENTES

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54

maior percentual dos conselhos que afirmaram não deliberar sobre os planos

municipais pertence às regiões Centro-Oeste e Sudeste, ambas com 3,2%. A região

Sudeste também tem o maior percentual de conselhos que não responderam se

realizam as deliberações dos planos municipais (11,9%).

GRÁFICO 24 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE A DELIBERA ÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Os municípios que informaram sobre a elaboração de planos municipais de

assistência social com apreciação pelos respectivos conselhos distribuídos pelas

regiões, indicam que a região Sul, além de ter o maior percentual de municípios com

planos municipais, também tem o maior percentual de conselhos que deliberam

sobre esses planos. Na região Sudeste, 3,8% dos conselhos afirmaram não

deliberarem sobre os planos municipais.

Em relação à existência de planos municipais agregados pelos estados, é possível

destacar o Paraná com 98% de seus municípios com planos municipais de

assistência social, o maior percentual entre todas as unidades federativas. O menor

percentual está no Amapá, com 62,5%. A região Sudeste, que apresentou o menor

percentual de planos municipais por região, tem em Minas Gerais o menor percentual

(80,2%) de planos municipais. São 157 cidades - 18,4% do total dos munícipios no

estado - sem elaboração do plano de assistência social, ou seja, é um número

próximo da totalidade dos municípios do Rio de Janeiro e do Espírito Santo,

somados.

86,7% 86,7% 86,2%81,0%

94,5%86,6%

3,2% 2,6% 2,0% 3,2% 1,0% 2,4%

6,6% 7,8% 4,0% 11,9% 1,5% 7,3%

3,4% 2,9%7,8%

3,9% 3,0% 3,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Brasil

CONSELHOS MUNICIPAIS RESPONDENTES SIM CONSELHOS MUNICIPAIS RESPONDENTES NÃO

CONSELHOS MUNICIPAIS RESPONDENTES SEM RESPOSTA NÃO RESPONDENTES

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GRÁFICO 25 – INCIDÊNCIA DE DELIBERAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS S OBRE OS PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

TABELA 16 – INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO À EXISTÊNCIA DE PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO OS ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. UF MUNICÍPIOS MUNIC COM PLAS MUNIC SEM PLAS NÃO RESPONDENTES

DF 1 1 100,0% PR 399 1,1% 391 98,0% 8 2,0% MS 79 2,5% 77 97,5% 2 2,5% TO 139 2,6% 133 95,7% 6 4,3% SC 295 0,3% 281 95,3% 1 0,3% 13 4,4% PE 185 4,0% 176 95,1% 2 1,1% 7 3,8% AL 102 0,3% 96 94,1% 1 1,0% 5 4,9% CE 184 3,3% 173 94,0% 9 4,9% 2 1,1% RS 497 0,9% 465 93,6% 9 1,8% 23 4,6% MA 217 1,7% 201 92,6% 8 3,7% 8 3,7% PI 224 4,0% 206 92,0% 12 5,4% 6 2,7% PA 144 5,3% 131 91,0% 5 3,5% 8 5,6% MT 141 1,3% 127 90,1% 14 9,9% ES 78 1,4% 70 89,7% 3 3,8% 5 6,4% SE 75 3,0% 67 89,3% 8 10,7% SP 645 0,4% 570 88,4% 28 4,3% 47 7,3% GO 246 1,4% 215 87,4% 15 6,1% 16 6,5% AM 62 3,3% 54 87,1% 1 1,6% 7 11,3% RJ 92 11,6% 80 87,0% 11 12,0% 1 1,1% BA 417 7,2% 353 84,7% 50 12,0% 14 3,4% RN 167 7,5% 141 84,4% 20 12,0% 6 3,6% PB 223 15,3% 188 84,3% 31 13,9% 4 1,8% AC 22 3,9% 18 81,8% 2 9,1% 2 9,1% MG 853 4,4% 684 80,2% 157 18,4% 12 1,4% RR 15 1,8% 12 80,0% 3 20,0% RO 52 8,9% 39 75,0% 4 7,7% 9 17,3% AP 16 2,5% 10 62,5% 3 18,8% 3 18,8%

Brasil 5.570 100,0% 4.959 89,0% 407 7,3% 204 3,7%

98,9%

97,7%97,2%

96,4% 96,2%

97,3%

1,1%

2,3%2,8%

3,6% 3,8%

2,7%

94,0%

95,0%

96,0%

97,0%

98,0%

99,0%

100,0%

101,0%

Sul Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Brasil

DELIBERADOS PELO CMAS SEM DELIBERAÇÃO

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56

A presença de planos municipais e a deliberação pelos conselhos distribuídos pelos

estados indica que praticamente em todos os casos os planos elaborados tiveram

deliberação dos conselhos municipais, com exceção para o Distrito Federal e os

estados de Roraima e Paraná. Diferente do que ocorre em Minas Gerais, onde os

684 municípios que elaboraram seus planos foram apreciados pelos conselhos

municipais (94%), e 41 municípios (6%) não submeteram à deliberação do respectivo

conselho municipal.

TABELA 17 – INCIDÊNCIA DE DELIBERAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS S OBRE OS PLANOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO OS ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

UF MUNICÍPIOS COM PLAS

DELIBERADOS PELO CMAS

SEM DELIBERAÇÃO

DF 1 100,0% 1 100,0% RR 12 100,0% 12 100,0% PR 391 100,0% 391 100,0% MA 201 100,0% 200 99,5% 1 0,5% AC 18 100,0% 17 94,4% 1 5,6% AM 54 100,0% 53 98,1% 1 1,9% AP 10 100,0% 9 90,0% 1 10,0% TO 133 100,0% 132 99,2% 1 0,8% ES 70 100,0% 69 98,6% 1 1,4% SC 281 100,0% 280 99,6% 1 0,4% MS 77 100,0% 75 97,4% 2 2,6% AL 96 100,0% 94 97,9% 2 2,1% RN 141 100,0% 139 98,6% 2 1,4% SE 67 100,0% 65 97,0% 2 3,0% PA 131 100,0% 129 98,5% 2 1,5% CE 173 100,0% 170 98,3% 3 1,7% RO 39 100,0% 36 92,3% 3 7,7% PE 176 100,0% 172 97,7% 4 2,3% RJ 80 100,0% 76 95,0% 4 5,0% PI 206 100,0% 201 97,6% 5 2,4% GO 215 100,0% 209 97,2% 6 2,8% MT 127 100,0% 120 94,5% 7 5,5% PB 188 100,0% 181 96,3% 7 3,7% SP 570 100,0% 563 98,8% 7 1,2% RS 465 100,0% 454 97,6% 11 2,4% BA 353 100,0% 334 94,6% 19 5,4% MG 684 100,0% 643 94,0% 41 6,0% Brasil 4.959 100,0% 4.825 97,3% 134 2,7%

A frequência com que os gestores estaduais prestam contas da aplicação de

recursos do fundo estadual de assistência social aos conselhos estaduais varia entre

regiões e estados, sendo difícil, em alguns casos, identificar padrões. Somente na

região Centro-Oeste é possível identificar um processo de prestação de contas

contínuo, pelo qual todos os conselhos emitem parecer sobre o relatório apresentado

pelo órgão gestor. Nas outras regiões, a frequência varia substancialmente. No

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57

Nordeste, a prestação de contas anual prevalece em 4 dos 9 estados, seguida pela

trimestral, sendo que em todos os casos os conselhos emitem parecer do relatório

apresentado pelo órgão gestor. No Norte varia, sendo a menor frequência a

trimestral, em Tocantins, e a anual com maior frequência, em Roraima, Acre e

Amazonas. Na região Sudeste prevalece também uma sistemática continuada da

prestação de contas da aplicação de recursos dos Fundos Estaduais de assistência

Social, com exceção do Espírito Santo que, além de prestar contas no período anual,

não apresenta parecer do Conselho Estadual. Na região Sul, cada estado apresenta

uma frequência diferente.

TABELA 18 – INCIDÊNCIA DA FREQUÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO ÓRGÃO GESTOR AO CONSELHO ESTADUAL E A APRECIAÇÃO PELOS CONSELHOS ES TADUAIS , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Região UF Frequência em que o gestor apresenta ao Conselho relatório de aplicação dos recursos dos Fundos de

Assistência Social

COM PARECER DO CONSELHO

Centro-Oeste

GO Bimestralmente Sim

MT Mensalmente Sim

MS Trimestralmente Sim

Nordeste

PI Semestralmente Sim SE Trimestralmente Sim MA Anualmente Sim PB Anualmente Sim BA Trimestralmente Sim CE Mensalmente Sim AL Anualmente Sim RN Anualmente Sim PE Trimestralmente Sim

Norte

RR Anualmente Sim

AC Anualmente Sim

TO Trimestralmente Sim

PA Quadrimestralmente Sim

AP Semestralmente Sim

AM Anualmente Sim

RO Quadrimestralmente Sim

Sudeste

RJ Trimestralmente Sim

ES Anualmente Não

MG Trimestralmente Sim

SP Trimestralmente Sim

Sul

PR Mensalmente Sim

RS Anualmente Sim

SC Semestralmente Sim

Quanto à prestação de contas do fundo municipal de assistência social, a região Sul

apresenta 95,5% dos seus municípios em que o gestor presta conta aos conselhos,

com a maior incidência de frequência anual (43,8%). Em seguida vem a região

Centro-Oeste, com 95,3% das contas apresentadas, sendo que a frequência em

maior escala é a trimestral (27,4%). A região com menor percentual na prestação de

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contas é a Norte (87,6%), com preferência pela frequência anual, em 30,7% dos

municípios.

GRÁFICO 26 – INCIDÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS E A APRECIAÇÃO PEL OS CONSELHOS MUNICIPAIS , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

TABELA 19 – INCIDÊNCIA DA FREQUÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO ÓRGÃO GESTOR AO CONSELHO MUNICIPAL E A APRECIAÇÃO PELOS CONSELHOS M UNICIPAIS , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015. FREQUENCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

COM PARECER DO CONSELHO

SEM PARECER DO CONSELHO

NÃO RESPONDENTES MUNICÍPIO

Mensalmente 91 20,4% 1 16,7% 92 19,7% Bimestralmente 43 9,7% 1 16,7% 44 9,4% Trimestralmente 122 27,4% 3 50,0% 125 26,8% Quadrimestralmente 24 5,4% 24 5,1% Semestralmente 76 17,1% 1 16,7% 77 16,5% Anualmente 81 18,2% 81 17,3% Não apresenta 8 1,8% 8 1,7%

16 100,0% 16 3,4%

Centro-Oeste Total 445 8,5% 6 4,6% 16 7,8% 467 8,4%

Mensalmente 229 13,5% 6 14,0% 235 13,1% Bimestralmente 90 5,3% 3 7,0% 93 5,2% Trimestralmente 284 16,7% 7 16,3% 291 16,2% Quadrimestralmente 79 4,6% 3 7,0% 82 4,6% Semestralmente 341 20,1% 4 9,3% 345 19,2% Anualmente 659 38,8% 15 34,9% 674 37,6% Não apresenta 17 1,0% 5 11,6% 22 1,2%

52 100,0% 52 2,9%

Nordeste Total 1.699 32,5% 43 32,8% 52 25,5% 1.794 32,2%

Mensalmente 13 3,3% 2 9,5% 15 3,3% Bimestralmente 19 4,8% 1 4,8% 20 4,4% Trimestralmente 89 22,6% 4 19,0% 93 20,7% Quadrimestralmente 94 23,9% 6 28,6% 100 22,2% Semestralmente 40 10,2% 2 9,5% 42 9,3% Anualmente 121 30,7% 4 19,0% 125 27,8% Não apresenta 18 4,6% 2 9,5% 20 4,4%

35 100,0% 35 7,8%

Norte Total 394 7,5% 21 16,0% 35 17,2% 450 8,1%

Mensalmente 271 17,4% 14 32,6% 285 17,1% Bimestralmente 115 7,4% 5 11,6% 120 7,2% Trimestralmente 258 16,5% 7 16,3% 265 15,9% Quadrimestralmente 32 2,1% 1 2,3% 33 2,0% Semestralmente 386 24,7% 2 4,7% 388 23,3% Anualmente 473 30,3% 12 27,9% 485 29,1% Não apresenta 25 1,6% 2 4,7% 27 1,6%

65 100,0% 65 3,9%

Sudeste Total 1.560 29,8% 43 32,8% 65 31,9% 1.668 29,9%

87,6%

93,5%

94,7%

95,3%

95,5%

94,0%

4,7%

2,6%

2,4%

1,3%

1,5%

2,4%

7,8%

3,9%

2,9%

3,4%

3,0%

3,7%

80,0% 82,0% 84,0% 86,0% 88,0% 90,0% 92,0% 94,0% 96,0% 98,0% 100,0% 102,0%

Norte

Sudeste

Nordeste

Centro-Oeste

Sul

Brasil

COM PARECER DO CONSELHO SEM PARECER DO CONSELHO NÃO RESPONDENTES

Page 59: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

59

Mensalmente 84 7,4% 2 11,1% 86 7,2% Bimestralmente 80 7,0% 1 5,6% 81 6,8% Trimestralmente 183 16,1% 1 5,6% 184 15,4% Quadrimestralmente 61 5,4% 1 5,6% 62 5,2% Semestralmente 202 17,8% 3 16,7% 205 17,2% Anualmente 498 43,8% 7 38,9% 505 42,4% Não apresenta 29 2,6% 3 16,7% 32 2,7%

36 100,0% 36 3,0%

Sul Total 1.137 21,7% 18 13,7% 36 17,6% 1.191 21,4%

Brasil 5.235 100,0% 131 100,0% 204 100,0% 5.570 100,0%

A deliberação dos conselhos distribuídos pelos estados indica que Roraima é o

estado em que 100% dos seus municípios têm apreciação das contas pelos

conselhos municipais, seguido pelo Paraná com 99,5%. Já o Amapá tem o

percentual mais baixo: 68,8% dos conselhos emitem parecer sobre a prestação de

contas. Percebe-se que os estados que figuram no fim da tabela pertencem à região

Norte.

TABELA 20 – INCIDÊNCIA DA FREQUÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO ÓRGÃO GESTOR AO CONSELHO MUNICIPAL E A APRECIAÇÃO PELOS CONSELHOS M UNICIPAIS , SEGUNDO OS ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

UF MUNICÍPIO COM PARECER DO CONSELHO

SEM PARECER DO CONSELHO

NÃO RESPONDENTES

DF 1 100,0% 1 100,0% RR 15 100,0% 15 100,0% PR 399 100,0% 397 99,5% 2 0,5% 0,0% CE 184 100,0% 182 98,9% 2 1,1% MT 141 100,0% 139 98,6% 2 1,4% MS 79 100,0% 76 96,2% 3 3,8% MG 853 100,0% 819 96,0% 22 2,6% 12 1,4% SE 75 100,0% 72 96,0% 3 4,0% PI 224 100,0% 215 96,0% 3 1,3% 6 2,7% TO 139 100,0% 133 95,7% 6 4,3% RJ 92 100,0% 88 95,7% 3 3,3% 1 1,1% PB 223 100,0% 213 95,5% 6 2,7% 4 1,8% AL 102 100,0% 96 94,1% 1 1,0% 5 4,9% MA 217 100,0% 204 94,0% 5 2,3% 8 3,7% BA 417 100,0% 391 93,8% 12 2,9% 14 3,4% SC 295 100,0% 276 93,6% 6 2,0% 13 4,4% RN 167 100,0% 156 93,4% 5 3,0% 6 3,6% RS 497 100,0% 464 93,4% 10 2,0% 23 4,6% GO 246 100,0% 229 93,1% 1 0,4% 16 6,5% ES 78 100,0% 72 92,3% 1 1,3% 5 6,4% PE 185 100,0% 170 91,9% 8 4,3% 7 3,8% SP 645 100,0% 581 90,1% 17 2,6% 47 7,3% PA 144 100,0% 129 89,6% 7 4,9% 8 5,6% AC 22 100,0% 19 86,4% 1 4,5% 2 9,1% AM 62 100,0% 49 79,0% 6 9,7% 7 11,3% RO 52 100,0% 38 73,1% 5 9,6% 9 17,3% AP 16 100,0% 11 68,8% 2 12,5% 3 18,8%

Brasil 5.570 100,0% 5.235 94,0% 131 2,4% 204 3,7%

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60

2.2. Efetivação da gestão democrática

A análise sobre a incidência do controle social, em âmbito estadual, na gestão

financeira do SUAS permite identificar desempenhos diferenciados entre regiões e

estados. A região Centro-Oeste é a única onde 100% dos conselhos estaduais

deliberaram sobre a proposta de orçamento do executivo para o ano de 2014. Em

contraposição, é a que apresenta menor incidência quanto à deliberação de critérios

de repasse de recursos para entidades de assistência social, observado apenas no

estado do Mato Grosso. No Nordeste, 77,8% dos conselhos estaduais deliberaram

sobre o orçamento da política de assistência social, e 55,6% sobre os critérios de

repasse de recursos. O que chama a atenção, e não apenas na região Nordeste, é

que não há necessariamente um caráter indutivo entre os dois tipos de deliberações.

No Nordeste, somente três unidades da federação - Bahia, Ceará e Rio Grande do

Norte - contam com deliberações sobre os dois assuntos. No Sul, somente no Paraná

houve a deliberação sobre o orçamento e sobre os critérios de repasse de recursos,

sendo que a região conta ao todo com dois estados que deliberaram sobre o

orçamento e dois estados sobre os critérios. No Sudeste, somente Espírito Santo e

São Paulo deliberaram sobre ambas as questões. De fato, a maior incidência de

deliberação sobre os dois temas pode ser observada na região Norte,

especificamente nos estados do Pará, Amapá, Amazonas e Rondônia. Os estados

que não deliberaram sobre o orçamento da política em 2014 são: Piauí, Alagoas,

Roraima, Acre, Tocantins, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. E aqueles que não

deliberaram sobre os critérios de repasse de recursos para as entidades de

assistência social são: Goiás, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Maranhã, Paraíba,

Pernambuco, Roraima, Tocantins, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.

Page 61: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

61

GRÁFICO 27 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS EM DELIBERAÇÕES DA GESTÃO FINANCEIRA DO SUAS, SEGUNDO GRANDES REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

TABELA 21 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS EM DELIBERAÇÕES DA GESTÃO FINANCEIRA DO SUAS, SEGUNDO ESTADOS . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Unidade da Federação Deliberou sobre a proposta anual de orçamento do executivo para o ano

de 2014

Delibera sobre os critérios de repasse de recursos para entidades

Goiás Sim Não Mato Grosso Sim Sim Mato Grosso do Sul Sim Não

Piauí Não Sim Sergipe Sim Não Maranhão Sim Não Paraíba Sim Não Bahia Sim Sim Ceará Sim Sim Alagoas Não Sim Rio Grande do Norte Sim Sim Pernambuco Sim Não

Roraima Não Não Acre Não Sim Tocantins Não Não Pará Sim Sim Amapá Sim Sim Amazonas Sim Sim Rondônia Sim Sim

Rio de Janeiro Não Não Espírito Santo Sim Sim Minas Gerais Sim Não São Paulo Sim Sim

Paraná Sim Sim Rio Grande do Sul Não Sim Santa Catarina Sim Não

100,0%

77,8%

57,1%

75,0%

66,7%73,0%

33,3%

55,6%

71,4%

50,0%

66,7%

57,6%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

120,0%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Brasil

Deliberou sobre a proposta anual de orçamento do executivo para o ano de 2014

Delibera sobre os critérios de repasse de recursos para entidades

Page 62: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

62

A deliberação dos conselhos municipais sobre a proposta orçamentária da política

de assistência social, em 2014, aconteceu em 62,1% dos municípios do país, e se

traduz também de maneira diferenciada nas regiões e nos estados. Ficam acima da

média nacional, o Sul, com 65,2%, e o Nordeste, com 63,7%, sendo que a menor

incidência está localizada na região Norte, com 52,4%.

GRÁFICO 28 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS NA DELIBERAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA 2014, SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

A maior incidência de municípios que deliberaram a proposta orçamentária da

política de assistência social, em 2014, está localizada no estado do Ceará, com

81,5% dos municípios, resultado que representa quase 20 pontos percentuais acima

da média nacional. De um total de 26 estados da federação, 18 deles estão abaixo

da média nacional, sendo a menor incidência observada no Amapá.

Assim como no âmbito estadual, o controle social em âmbito municipal apresenta

menor incidência na definição dos critérios de repasse de recursos paras as

entidades socioassistenciais, que está materializada em apenas 43,3% dos

municípios brasileiros, com a sua maior incidência na região Sudeste (54,7%), e a

sua menor incidência na região Nordeste (28,6%).

34,9%

33,4%

39,8%

35,2%

31,7%

34,2%

61,7%

63,7%

52,4%

60,9%

65,2%

62,1%

3,4%

2,9%

7,8%

3,9%

3,0%

3,7%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Brasil

Não Sim Não respondentes

Page 63: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

63

TABELA 22 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS NA DELIBERAÇÃO D A PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA 2014, SEGUNDO O ESTADO E O DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015. UF Municípios Não Sim Não respondentes

DF 1 100,0% 1 100,0% CE 184 100,0% 32 17,4% 150 81,5% 2 1,1% PR 399 100,0% 108 27,1% 291 72,9% PE 185 100,0% 52 28,1% 126 68,1% 7 3,8% MA 217 100,0% 62 28,6% 147 67,7% 8 3,7% PI 224 100,0% 70 31,3% 148 66,1% 6 2,7% RS 497 100,0% 155 31,2% 319 64,2% 23 4,6% GO 246 100,0% 76 30,9% 154 62,6% 16 6,5% SP 645 100,0% 197 30,5% 401 62,2% 47 7,3% MS 79 100,0% 30 38,0% 49 62,0% RJ 92 100,0% 35 38,0% 56 60,9% 1 1,1% MG 853 100,0% 325 38,1% 516 60,5% 12 1,4% BA 417 100,0% 152 36,5% 251 60,2% 14 3,4% PB 223 100,0% 85 38,1% 134 60,1% 4 1,8% MT 141 100,0% 57 40,4% 84 59,6% RO 52 100,0% 13 25,0% 30 57,7% 9 17,3% TO 139 100,0% 53 38,1% 80 57,6% 6 4,3% SC 295 100,0% 115 39,0% 167 56,6% 13 4,4% SE 75 100,0% 33 44,0% 42 56,0% AL 102 100,0% 40 39,2% 57 55,9% 5 4,9% ES 78 100,0% 30 38,5% 43 55,1% 5 6,4% AC 22 100,0% 8 36,4% 12 54,5% 2 9,1% RR 15 100,0% 7 46,7% 8 53,3% RN 167 100,0% 74 44,3% 87 52,1% 6 3,6% AM 62 100,0% 23 37,1% 32 51,6% 7 11,3% PA 144 100,0% 69 47,9% 67 46,5% 8 5,6% AP 16 100,0% 6 37,5% 7 43,8% 3 18,8%

Brasil 5.570 100,0% 1.907 34,2% 3.459 62,1% 204 3,7%

GRÁFICO 29 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SO BRE A DELIBERAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Impulsionar avanços nessas duas regiões não é questão menor se considerarmos

que, conforme tabela abaixo, o Sudeste e o Nordeste agregam 60% dos conselhos

com inscrição de entidades, além de abrigarem praticamente três quartos das

entidades de assistência social do país.

51,8%

68,5%

62,4%

41,4%

43,2%

53,1%

44,8%

28,6%

29,8%

54,7%

53,8%

43,3%

3,4%

2,9%

7,8%

3,9%

3,0%

3,7%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Brasil

Não Sim Não respondentes

Page 64: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

64

TABELA 23 – INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS COM INSCRIÇÃO DE ENTIDADES SOCIOASSISTENCIAIS E DELIBERAÇÕES DE REPASSE DE REC URSOS, SEGUNDO GRANDES REGIÕES. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Grandes Regiões Conselhos com

inscrição de entidades

Soma de entidades com inscrição no

conselho Norte 283 7,3 2.362 6,8 Nordeste 1.005 25,9 9.596 27,7 Sudeste 1.307 33,7 15.599 45,1 Sul 974 25,1 4.991 14,4 Centro-Oeste 306 7,9 2.065 6,0 Brasil 3.875 100,0 34.613 100,0

Note-se que os estados da federação com maior proporção de conselhos municipais

que deliberaram sobre os critérios de repasse de recursos para as entidades

socioassistenciais estão localizados na região Sudeste. Entretanto, se forem

considerados números absolutos, são 588 conselhos municipais que deliberaram

dos 1.307 que possuem inscrição de entidades. E na região Nordeste foram 436

conselhos que deliberaram, sendo que existem 1.005 com inscrição de entidades.

TABELA 24 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE A DELIBERA ÇÃO DOS CRITÉRIOS DE REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES , SEGUNDO O ESTADO E O DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015. UF Municípios Não Sim Não respondentes

MS 79 100,0% 13 16,5% 66 83,5% ES 78 100,0% 17 21,8% 56 71,8% 5 6,4% PR 399 100,0% 132 33,1% 267 66,9% SP 645 100,0% 189 29,3% 409 63,4% 47 7,3% RJ 92 100,0% 34 37,0% 57 62,0% 1 1,1% AP 16 100,0% 5 31,3% 8 50,0% 3 18,8% RS 497 100,0% 239 48,1% 235 47,3% 23 4,6% SC 295 100,0% 143 48,5% 139 47,1% 13 4,4% MG 853 100,0% 450 52,8% 391 45,8% 12 1,4% RO 52 100,0% 21 40,4% 22 42,3% 9 17,3% MT 141 100,0% 86 61,0% 55 39,0% PE 185 100,0% 107 57,8% 71 38,4% 7 3,8% GO 246 100,0% 142 57,7% 88 35,8% 16 6,5% AM 62 100,0% 34 54,8% 21 33,9% 7 11,3% BA 417 100,0% 263 63,1% 140 33,6% 14 3,4% PA 144 100,0% 90 62,5% 46 31,9% 8 5,6% CE 184 100,0% 127 69,0% 55 29,9% 2 1,1% RN 167 100,0% 113 67,7% 48 28,7% 6 3,6% SE 75 100,0% 54 72,0% 21 28,0% MA 217 100,0% 154 71,0% 55 25,3% 8 3,7% TO 139 100,0% 100 71,9% 33 23,7% 6 4,3% PI 224 100,0% 165 73,7% 53 23,7% 6 2,7% AL 102 100,0% 75 73,5% 22 21,6% 5 4,9% PB 223 100,0% 171 76,7% 48 21,5% 4 1,8% AC 22 100,0% 17 77,3% 3 13,6% 2 9,1% RR 15 100,0% 14 93,3% 1 6,7% DF 1 100,0% 1 100,0% Brasil 5.570 100,0% 2.956 53,1% 2.410 43,3% 204 3,7%

Page 65: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

65

Passados sete anos das regulamentações do CNAS e da União13, que

estabeleceram critérios orientadores para a regulamentação e provisão de

Benefícios Eventuais no âmbito da Política Pública de Assistência Social, as

informações do CensoSuas 2014 revelam expressivas disparidades entre as regiões

e os estados no que se refere às deliberações específicas dos conselhos estaduais.

Enquanto todos os CEAS na região Centro-Oeste efetivaram tal regulamentação, na

região Norte a concretização da regulamentação foi observada apenas em 28,6%

dos conselhos. Restam efetivar: Sergipe, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte,

Pernambuco, Roraima, Acre, Pará, Amazonas, Rondônia, Espírito Santo, São Paulo

e Rio Grande do Sul.

GRÁFICO 30 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS SOBRE A REGULAMEN TAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL , GRANDES REGIÕES. CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

GRÁFICO 31 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS SOBRE A REGULAMEN TAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

13 Por meio da Resolução nº 212 do CNAS, de 19 de outubro de 2006 e por intermédio do Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007 e Lei nº 12.435/2011.

100,0

44,4

28,6

50,0

66,7

50,0

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Região Centro-Oeste

RegiãoNordeste

Região Norte Região Sudeste Região sul Brasil

Regulamentou os Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social

Regulamentou os Benefícios Eventuais concedidos no âmbito da Assistência Social

Page 66: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

66

Enquanto 46,8% dos conselhos municipais no Brasil já regulamentaram, por meio de

resolução própria, os Benefícios eventuais concedidos no âmbito da Assistência

Social, a sua incidência nas regiões Sul e Centro-Oeste sobe para 57,3% e 51%,

respectivamente. Em contraposição, as regiões Norte e Sudeste ficam abaixo da

média nacional, com 34,9% e 41,4%, respectivamente. A Região Nordeste

acompanha a média nacional.

GRÁFICO 32 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SO BRE A REGULAMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

O Distrito Federal e 46% dos estados brasileiros ficam acima da média nacional,

sendo que a maior proporção de conselhos que regulamentaram os benefícios

eventuais está localizada no Mato Grosso do Sul, com 97,5%, índice 5 vezes maior

do que o verificado no estado de São Paulo.

Somam-se a São Paulo os estados de Pernambuco, Roraima, Amazonas, Paraíba

e Alagoas como aqueles que apresentam menos de um terço de conselhos que

regulamentaram os benefícios eventuais concedidos no âmbito da Assistência

Social, fato que revela o predomínio da oferta dessa modalidade fora dos padrões

estabelecidos no SUAS. A falta desse tipo de regulação é indicativo da disputa que

ainda se trava e persiste na política de assistência social, pois mesmo com um

volume de recursos orçamentários expressivamente menor que os benefícios de

caráter continuado, a ausência de critérios de regulamentação de acesso, conforme

o padrão orientado pelo SUAS, beneficia e reproduz práticas clientelistas,

45,6%

50,2%

57,3%

54,7%

39,7%

49,5%

51,0%

46,9%

34,9%

41,4%

57,3%

46,8%

3,4%

2,9%

7,8%

3,9%

3,0%

3,7%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Brasil

Não Sim Não respondentes

Page 67: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

67

fragmentárias, fisiologistas e tutelares, que fazem parte do legado histórico da

política que ainda se faz presente na assistência social. Eis aqui um patamar político

fundamental para a função da vigilância socioassistencial no controle social, a

denúncia e o combate à falta do cumprimento da lei, da falta de regulação e da

violação da garantia de acesso aos direitos sociais, e dentre eles aos direitos

socioassistenciais.

TABELA 25 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE A REGULAME NTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS CONCEDIDOS NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO O ESTADO E O DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015. UF Municípios Não Sim Não respondentes

DF 1 100,0% 1 100,0%

MS 79 100,0% 2 2,5% 77 97,5%

AP 16 100,0% 13 81,3% 3 18,8%

PR 399 100,0% 116 29,1% 283 70,9%

ES 78 100,0% 20 25,6% 53 67,9% 5 6,4%

CE 184 100,0% 62 33,7% 120 65,2% 2 1,1%

SC 295 100,0% 98 33,2% 184 62,4% 13 4,4%

MT 141 100,0% 55 39,0% 86 61,0%

BA 417 100,0% 152 36,5% 251 60,2% 14 3,4%

PI 224 100,0% 88 39,3% 130 58,0% 6 2,7%

MA 217 100,0% 84 38,7% 125 57,6% 8 3,7%

MG 853 100,0% 365 42,8% 476 55,8% 12 1,4%

RJ 92 100,0% 46 50,0% 45 48,9% 1 1,1%

SE 75 100,0% 41 54,7% 34 45,3%

RS 497 100,0% 259 52,1% 215 43,3% 23 4,6%

PA 144 100,0% 79 54,9% 57 39,6% 8 5,6%

AC 22 100,0% 12 54,5% 8 36,4% 2 9,1%

RN 167 100,0% 107 64,1% 54 32,3% 6 3,6%

TO 139 100,0% 89 64,0% 44 31,7% 6 4,3%

RO 52 100,0% 27 51,9% 16 30,8% 9 17,3%

GO 246 100,0% 156 63,4% 74 30,1% 16 6,5%

PE 185 100,0% 123 66,5% 55 29,7% 7 3,8%

RR 15 100,0% 11 73,3% 4 26,7%

AM 62 100,0% 40 64,5% 15 24,2% 7 11,3%

PB 223 100,0% 166 74,4% 53 23,8% 4 1,8%

AL 102 100,0% 77 75,5% 20 19,6% 5 4,9%

SP 645 100,0% 482 74,7% 116 18,0% 47 7,3%

Brasil 5.570 100,0% 2.757 49,5% 2.609 46,8% 204 3,7%

A distância entre a efetivação do acompanhamento das metas de aprimoramento de

gestão e as deliberações das conferências estaduais, em nível nacional, fica

expressa de forma diferenciada entre regiões e estados. Nota-se que a região

Centro-Oeste é a única que apresenta 100% dos conselhos estaduais que

monitoram as metas de gestão. A região Sul, que acompanha na sua totalidade as

deliberações das respectivas conferências, não garante o acompanhamento das

metas em função da situação apresentada no Rio Grande do Sul. A região Nordeste,

Page 68: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

68

terceira colocada em termos de seguimento das deliberações das conferências

estaduais (88,9%), apresenta apenas 33,3% dos conselhos que monitoram as metas

de gestão, localizados em Sergipe, Paraíba e Ceará. Na região Norte, somente o

Conselho estadual de Roraima deixou de acompanhar as deliberações estaduais,

mas apenas três dos sete estados monitoram as metas de gestão (Acre, Amazonas

e Rondônia). Já no Sudeste, o Espírito Santo não acompanha as deliberações das

conferências e as metas de gestão. O não seguimento das metas de gestão também

é verificado no Rio de Janeiro.

GRÁFICO 33 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS NO ACOMPANHAMENTO DE METAS DE GESTÃO E DELIBERAÇÕES DE CONFERÊNCIAS , SEGUNDO GRANDES REGIÕES. CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Nos municípios, verifica-se também uma alta incidência de conselhos que

acompanham as deliberações de suas respectivas conferências. Observa-se no

gráfico a seguir que a região Nordeste, com 87,8%, apresenta um índice acima da

média nacional (83,9%). A maior incidência de ausência de acompanhamento das

deliberações das conferências localiza-se na região Sul, com 19,3%, seguida da

Sudeste, com 17,6%. Ambas estão abaixo da média nacional (16,1%).

100,0

33,3

42,950,0

66,7

50,0

100,0

88,9

71,475,0

100,0

84,6

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Brasil

Acompanha as metas do pacto de aprimoramento no Estado

Acompanha o cumprimento das deliberações da Conferência Estadual

Page 69: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

69

TABELA 26 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS ESTADUAIS NO ACOMPANHAMENTO DE METAS DE GESTÃO E DELIBERAÇÕES DE CONFERÊNCIAS , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Unidade da federação

Acompanha as metas do pacto de

aprimoramento no Estado

Acompanha o cumprimento das deliberações da

Conferência Estadual

Goiás Sim Sim

Mato Grosso Sim Sim

Mato Grosso do Sul Sim Sim

Piauí Não Sim

Sergipe Sim Sim

Maranhão Não Sim

Paraíba Sim Sim

Bahia Não Sim

Ceará Sim Sim

Alagoas Não Sim

Rio Grande do Norte Não Sim

Pernambuco Não Não

Roraima Não Não

Acre Sim Sim

Tocantins Não Sim

Pará Não Sim

Amapá Não Sim

Amazonas Sim Sim

Rondônia Sim Sim

Rio de Janeiro Não Sim

Espírito Santo Não Não

Minas Gerais Sim Sim

São Paulo Sim Sim

Paraná Sim Sim

Rio Grande do Sul Não Sim

Santa Catarina Sim Sim

GRÁFICO 34 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS QU E ACOMPANHAM O CUMPRIMENTO DAS DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES. CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

16,3%

12,2%

17,1%

17,6%

19,3%

16,1%

23,8%

30,9%

20,0%

21,6%

25,6%

25,5%

22,5%

19,8%

26,0%

15,7%

11,6%

17,6%

8,6%

8,1%

6,7%

10,1%

8,3%

8,7%

25,5%

26,1%

22,4%

31,2%

32,2%

28,6%

3,4%

2,9%

7,8%

3,9%

3,0%

3,7%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Brasil

Não acompanha Sim, através de relatórios de gestão

Sim, por meio de comissão específica constituída para tal fim Sim, por meio de comissão não específica

Sim, por outros meios Não respondentes

Page 70: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

70

A alta incidência de acompanhamento das conferências no Nordeste é corroborada

pelo desempenho dos seus estados, já que 5 dos 6 entes estaduais colocados acima

da média nacional estão localizados nessa região, além de Roraima e do Distrito

Federal. Em contraposição, Mato Grosso do Sul e Acre são aqueles que apresentam

maior incidência de conselhos que ainda não acompanham as deliberações das

conferências municipais (27%).

TABELA 27 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS QUE ACOMPANHAM O CUMPRIMENTO DAS DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL , SEGUNDO O ESTADO E O DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

UF Municípios Não Sim Não respondentes

DF 1 1 100,00%

RR 15 1 6,70% 14 93,30%

PI 224 12 5,40% 206 91,90% 6 2,70%

MA 217 20 9,20% 189 87,20% 8 3,70%

PB 223 26 11,70% 193 86,60% 4 1,80%

CE 184 24 13,00% 158 85,80% 2 1,10%

PE 185 20 10,80% 158 85,30% 7 3,80%

PR 399 64 16,00% 335 83,90%

RN 167 21 12,60% 140 83,80% 6 3,60%

MT 141 23 16,30% 118 83,60%

AL 102 13 12,70% 84 82,30% 5 4,90%

MG 853 150 17,60% 691 81,10% 12 1,40%

GO 246 31 12,60% 199 80,90% 16 6,50%

BA 417 66 15,80% 337 80,80% 14 3,40%

PA 144 21 14,60% 115 79,90% 8 5,60%

SE 75 17 22,70% 58 77,30%

SP 645 103 16,00% 495 76,80% 47 7,30%

AM 62 8 12,90% 47 75,90% 7 11,30%

TO 139 28 20,10% 105 75,50% 6 4,30%

AP 16 1 6,30% 12 75,00% 3 18,80%

SC 295 61 20,70% 221 74,90% 13 4,40%

RS 497 105 21,10% 369 74,30% 23 4,60%

RJ 92 23 25,00% 68 73,90% 1 1,10%

MS 79 22 27,80% 57 72,20%

ES 78 17 21,80% 56 71,80% 5 6,40%

AC 22 6 27,30% 14 63,60% 2 9,10%

RO 52 12 23,10% 31 59,60% 9 17,30%

Brasil 5.570 895 16,10% 4471 80,40% 204 3,70%

No âmbito do controle social municipal, assim como no estadual, a falta de

acompanhamento das metas de aprimoramento do pacto de gestão prevalece em

todas as regiões e na maioria dos estados da federação. A maior incidência de

acompanhamento é observada na região Centro-Oeste, seguida da região Norte

(embora seja, também, a que apresenta maior índice de conselhos não

respondentes, o que pode resultar em variações no resultado final). Em

contraposição, a menor incidência está localizada na região Nordeste, onde apenas

Page 71: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

71

33,6% dos conselhos municipais monitoram as metas pactuadas de aprimoramento

de gestão.

GRÁFICO 35 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS NO ACOMPANHAMENTO DAS METAS DO PACTO DE APRIMORAMENTO , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

TABELA 28 - INCIDÊNCIA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS NO ACOMPANHAMENT O DAS METAS DO PACTO DE APRIMORAMENTO , SEGUNDO O ESTADO E O DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

UF Municípios Acompanha as metas do pacto de aprimoramento

de gestão

Não acompanha as metas do pacto de aprimoramento de

gestão

Não respondentes

DF 1 100,00% 1 100,00% 0 0,00% RR 15 100,00% 13 86,70% 2 13,30% 0,00% MS 79 100,00% 50 63,30% 29 36,70% TO 139 100,00% 80 57,60% 53 38,10% 6 4,30% PR 399 100,00% 204 51,10% 195 48,80% RJ 92 100,00% 41 44,60% 50 54,30% 1 1,10% CE 184 100,00% 79 42,90% 103 56,00% 2 1,10% MA 217 100,00% 91 41,90% 118 54,40% 8 3,70% SP 645 100,00% 258 40,00% 340 52,70% 47 7,30% MT 141 100,00% 54 38,30% 87 61,80% AM 62 100,00% 23 37,10% 32 51,60% 7 11,30% PE 185 100,00% 68 36,80% 110 59,50% 7 3,80% AC 22 100,00% 8 36,40% 12 54,50% 2 9,10% GO 246 100,00% 89 36,20% 141 57,30% 16 6,50% RN 167 100,00% 59 35,30% 102 61,00% 6 3,60% MG 853 100,00% 291 34,10% 550 64,50% 12 1,40% PI 224 100,00% 75 33,50% 143 63,80% 6 2,70% AP 16 100,00% 5 31,30% 8 50,00% 3 18,80% RS 497 100,00% 148 29,80% 326 65,60% 23 4,60% ES 78 100,00% 23 29,50% 50 64,10% 5 6,40% BA 417 100,00% 122 29,30% 281 67,40% 14 3,40% PA 144 100,00% 41 28,50% 95 66,00% 8 5,60% AL 102 100,00% 29 28,40% 68 66,60% 5 4,90% PB 223 100,00% 61 27,40% 158 70,90% 4 1,80% SE 75 100,00% 19 25,30% 56 74,70% SC 295 100,00% 72 24,40% 210 71,20% 13 4,40% RO 52 100,00% 12 23,10% 31 59,60% 9 17,30%

Brasil 5.570 100,00% 2.016 36,20% 3.350 60,10% 204 3,70%

36,2

35,6

36,8

40,4

33,6

41,5

60,1

61,4

59,3

51,8

63,5

55,1

3,7

3,0

3,9

7,8

2,9

3,4

0 20 40 60 80 100 120

Brasil

Sul

Sudeste

Norte

Nordeste

Centro-Oeste

Sim Não Não respondente

Page 72: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

72

Os estados onde o monitoramento das metas prevalece em relação à falta de

monitoramento, no que se refere ao total de conselhos municipais por estado, são:

Roraima (86,7%), Mato Grosso do Sul (63,3%), Tocantins (57,6%) e Paraná (51,1%),

além do Distrito Federal. Os maiores percentuais de conselhos que não

acompanham as metas de gestão estão localizados em Sergipe (74,7%), Santa

Catarina (71,2%) e Paraíba (70,9%).

2.3. Relação de paridade e representação dos consel heiros

A composição paritária entre governo e sociedade civil, conforme estabelecido na

LOAS, está garantida nas normatizações dos conselhos estaduais na totalidade dos

estados das regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste, e em 8 dos 9 estados da

região Nordeste, conforme pode ser observado nos gráficos a seguir. No

CensoSUAS 2014, Alagoas apresenta 9 conselheiros representantes do governo e

8 da sociedade civil, o que fere a paridade na composição do Conselho Estadual.

GRÁFICO 36 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE CARÁTER PARITÁRIO , SEGUNDO REGIÕES. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

3

8

7

4

3

25

0 5 10 15 20 25 30

Região Centro-Oeste

Região Nordeste

Região Norte

Região Sudeste

Região Sul

Total

Conselhos Paritários

Page 73: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

73

GRÁFICO 37 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE CARÁTER PARITÁRIO NOS ESTADOS DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

A garantia da paridade nos conselhos municipais, segundo as respectivas

normativas, se expressa em 91,6% deles, em nível nacional, sendo que 4,8% não

possuem representação paritária e 3,7% não responderam ao CensoSUAS. O maior

índice de não paridade dentre os que responderam é observado na região Centro-

Oeste, com 7,7%, e na região Sul, com 6% dos seus respectivos conselhos

municipais. Em contraposição, o maior índice de conselhos paritários - acima da

média nacional - está localizado na região Nordeste, com 94,2%. Em seguida

aparece a região Sul, com 91%. Já a região Norte apresenta 86,9% de conselhos

paritários, 5,3% de não paritários e 7,8% de municípios que não responderam aos

CensoSUAS.

GRÁFICO 38 - INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS E DOS CONSELHOS MUNICIPAIS PARITÁRIOS E NÃO PARITÁRIOS , SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Conselhos Paritários

7,7%

2,9%

5,3%

4,9%

6,0%

4,8%

88,9%

94,2%

86,9%

91,2%

91,0%

91,6%

3,4%

2,9%

7,8%

3,9%

3,0%

3,7%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Brasil

NÃO PARITÁRIO PARITÁRIO NÃO RESPONDENTES

Page 74: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

74

O que chama a atenção é que com a exceção do Amapá e do Distrito Federal, em

todos os estados da federação existem conselhos municipais nos quais as suas

normativas não garantem a paridade da representação entre governo e sociedade

civil. O maior número de conselhos não paritários, em termos absolutos, está

localizado em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, que

agregam 51% do total de conselhos não paritários do Brasil.

TABELA 29 - INCIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS E DOS CONSELHOS MUNICIPAIS PARITÁRIOS E NÃO PARITÁRIOS , SEGUNDO OS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015. UF MUNICÍPIOS PARITÁRIO NÃO PARITÁRIO NÃO RESPONDENTES

DF 1 100,0% 1 100,0% SE 75 100,0% 74 98,7% 1 1,3% 0,0% CE 184 100,0% 180 97,8% 2 1,1% 2 1,1% MS 79 100,0% 77 97,5% 2 2,5% 0,0% PR 399 100,0% 387 97,0% 12 3,0% 0,0% RJ 92 100,0% 89 96,7% 2 2,2% 1 1,1% PI 224 100,0% 216 96,4% 2 0,9% 6 2,7% BA 417 100,0% 400 95,9% 3 0,7% 14 3,4% RN 167 100,0% 157 94,0% 4 2,4% 6 3,6% RR 15 100,0% 14 93,3% 1 6,7% 0,0% MG 853 100,0% 794 93,1% 47 5,5% 12 1,4% PE 185 100,0% 172 93,0% 6 3,2% 7 3,8% PA 144 100,0% 133 92,4% 3 2,1% 8 5,6% MA 217 100,0% 200 92,2% 9 4,1% 8 3,7% PB 223 100,0% 203 91,0% 16 7,2% 4 1,8% MT 141 100,0% 128 90,8% 13 9,2% 0,0% ES 78 100,0% 70 89,7% 3 3,8% 5 6,4% TO 139 100,0% 123 88,5% 10 7,2% 6 4,3% SC 295 100,0% 260 88,1% 22 7,5% 13 4,4% SP 645 100,0% 568 88,1% 30 4,7% 47 7,3% RS 497 100,0% 437 87,9% 37 7,4% 23 4,6% AC 22 100,0% 19 86,4% 1 4,5% 2 9,1% AL 102 100,0% 88 86,3% 9 8,8% 5 4,9% GO 246 100,0% 209 85,0% 21 8,5% 16 6,5% AP 16 100,0% 13 81,3% 0,0% 3 18,8% AM 62 100,0% 50 80,6% 5 8,1% 7 11,3% RO 52 100,0% 39 75,0% 4 7,7% 9 17,3%

Brasil 5.570 100,0% 5.101 91,6% 265 4,8% 204 3,7%

Do ponto de vista das representações dos conselheiros estaduais da assistência

social, é possível observar diferenças entre regiões e estados. Em nível nacional,

52,1% dos conselheiros estaduais cadastrados no CadSUAS em 2014 eram

representantes de governo. A maior incidência deste universo é observada na região

Sudeste, com 54,1% de representantes de governo, e a menor se dá na região

Centro-Oeste, com 46,6%. Entretanto, em termos de estados da federação, a maior

incidência de conselheiros representantes de governo é detectada no Maranhão, na

região Nordeste, e no Acre, na região Norte, ao passo que a menor incidência está

em Goiás, no Centro-Oeste (39,1%). Os representantes das entidades de assistência

social ocupam, em nível nacional, o segundo lugar (20,1%), resultando em maior

incidência regional no Norte e, em menor proporção no Centro-Oeste. Em relação

Page 75: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

75

aos estados da federação, a maior incidência de representantes das entidades de

assistência social está no Rio Grande do Norte, e a menor, no Mato Grosso. Os

representantes de usuários nos conselhos estaduais, que alcançam 15,2% de

representação em nível nacional, aparecem com maior incidência na região Centro-

Oeste, com 24,7%, e com menor proporção no Sudeste, com 13%. Já os

trabalhadores, com 12,5% de representação no país, alcançam 15,9% na região Sul

e 9,0% na região Norte.

TABELA 30 – INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DOS CONSELHEIROS NOS CONSELHOS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO GRANDES REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Total Representantes

do governo

Representante de entidades de

assistência social

Proporção de representantes de

usuários

Representantes de

trabalhadores Goiás 23 39,1 17,4 30,4 13,0 Mato Grosso 26 50,0 11,5 26,9 11,5 Mato Grosso do Sul 24 50,0 16,7 16,7 16,7 Região Centro-Oeste 73 46,6 15,1 24,7 13,7 Piauí 29 44,8 13,8 27,6 13,8 Sergipe 25 52,0 20,0 16,0 12,0 Maranhão 15 66,7 13,3 20,0 0,0 Paraíba 26 46,2 23,1 11,5 19,2 Bahia 13 53,8 15,4 23,1 7,7 Ceará 36 50,0 16,7 16,7 16,7 Alagoas 16 62,5 12,5 6,3 18,8 Rio Grande do Norte 25 48,0 32,0 4,0 16,0 Pernambuco 34 52,9 26,5 8,8 11,8 Região Nordeste 219 51,6 20,1 14,6 13,7 Roraima 20 50,0 25,0 20,0 5,0 Acre 21 66,7 14,3 14,3 4,8 Tocantins 24 50,0 16,7 16,7 16,7 Pará 18 61,1 16,7 11,1 11,1 Amapá 28 53,6 28,6 10,7 7,1 Amazonas 21 47,6 38,1 9,5 4,8 Rondônia 13 38,5 23,1 23,1 15,4 Região Norte 145 53,1 23,4 14,5 9,0 Rio de Janeiro 39 48,7 20,5 20,5 10,3 Espírito Santo 36 52,8 16,7 16,7 13,9 Minas Gerais 34 55,9 17,6 8,8 17,6 São Paulo 37 59,5 29,7 5,4 5,4 Região Sudeste 146 54,1 21,2 13,0 11,6 Paraná 60 50,0 16,7 16,7 16,7 Santa Catarina 22 63,6 18,2 4,5 13,6 Região Sul 82 53,7 17,1 13,4 15,9 Brasil 666 52,1 20,1 15,2 12,5 Rio Grande do Sul não foi considerado pois consta a informação de apenas 1 conselheiro Fonte: CADSUAS, 2014

As tendências acima apontadas se desdobram em 72,2% de presença dos

representantes do âmbito da gestão da política nos conselhos, sendo que as regiões

Norte e Sudeste apresentam uma incidência acima da média nacional, com 76,6% e

75,3%, respectivamente. A menor incidência é verificada na região Centro-Oeste,

onde os representantes do governo e das entidades socioassistenciais representam

61,6% do total dos conselheiros. É também na região Centro-Oeste onde se verifica

Page 76: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

76

a maior incidência de representantes de usuários nos conselhos (24,7%), sendo que

o restante das regiões fica abaixo da média nacional (15,2%). Em termos de

representantes de trabalhadores nos conselhos, é possível identificar a maior

incidência na região Sul (15,9%), e a menor na região Norte (9,0%).

GRÁFICO 39 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHEIROS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO NAS REGIÕES . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Rio Grande do Sul não considerado pois consta a informação de apenas 1 conselheiro

Ao considerar a realidade por estados da federação, as discrepâncias aumentam

consideravelmente. De um total de 26 unidades federativas, em 12 estados (ou seja,

46%) a preponderância de conselheiros no âmbito da gestão da política fica acima

da média nacional (72,2%), sendo que em São Paulo essa proporção chega a 89,2%.

De fato, em sete estados (Maranhão, Rio Grande do Norte, Acre, Santa Catarina,

Amapá, Amazonas e São Paulo), a proporção de representantes do âmbito da

gestão fica em torno ou acima de 80%, o que significa que restam 20% para

representantes de usuários e trabalhadores. E, ainda, em todos os estados

brasileiros, o âmbito da gestão supera 50%.

61,671,7 76,6 75,3 70,7 72,2

24,714,6

14,5 13,013,4 15,2

13,7 13,7 9,0 11,6 15,9 12,5

Região Centro-Oeste

Região Nordeste Região Norte Região Sudeste Região Sul (*) Brasil

Proporção de representantes de trabalhadores

Proporção de representantes de usuários

Preponderância de representantes no âmbito de gestão da política

Page 77: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

77

GRÁFICO 40 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHEIROS ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL , SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO NAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Rio Grande do Sul não considerado pois consta a informação de apenas 1 conselheiro

Em relação à representação dos usuários nos conselhos estaduais, observa-se

preponderância de organizações de usuários nas regiões Norte e Sudeste - 9,7% e

9,6%, respectivamente -, enquanto nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul, há

maior incidência de usuários. Chama a atenção, na região Sul, a ausência de

representações organizadas dos usuários.

GRÁFICO 41 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHEIROS REPRESENTANTES DE USUÁRIOS , SEGUNDO GRANDES REGIÕES. CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Rio Grande do Sul não considerado pois consta a informação de apenas 1 conselheiro

56,558,6

61,5

61,566,766,766,7

66,769,269,269,2

69,472,0

73,5

75,075,0

77,879,4

80,080,081,081,8

82,185,7

89,272,2

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Goiás

PiauíMato Grosso

Rondônia

Mato Grosso do SulCeará

TocantinsParaná

ParaíbaBahia

Rio de JaneiroEspírito Santo

SergipeMinas Gerais

AlagoasRoraima

ParáPernambuco

Maranhão

Rio Grande do NorteAcre

Santa CatarinaAmapá

AmazonasSão Paulo

Total

Preponderância de representantes no âmbito de gestão da política

17,8

9,14,8 3,4

13,48,4

6,8

5,59,7 9,6

6,8

Região Centro-Oeste

Região Nordeste Região Norte Região Sudeste Região Sul Brasil

Representante de usuários Representante de organização de usuários

Page 78: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

78

Ao considerar a realidade por estados, a maior incidência de representantes de

usuários pode ser identificada em Goiás, onde agregam 30,4% do total das cadeiras

do conselho estadual, e as menores incidências estão no Rio Grande do Norte (4%)

e Santa Catarina (4,5%). Em relação a representação de organização de usuários,

os estados da Bahia, Rondônia e Rio de Janeiro apresentam os maiores índices.

TABELA 31 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHEIROS ESTADUAIS REPRESENTANTES DE USUÁRIOS , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Proporção de

representantes de usuários

Representante de usuários

Representante de organização de usuários

Bahia 23,1 0,0 23,1 Rondônia 23,1 0,0 23,1 Rio de Janeiro 20,5 0,0 20,5 Piauí 27,6 10,3 17,2 Espírito Santo 16,7 2,8 13,9 Tocantins 16,7 4,2 12,5 Mato Grosso 26,9 15,4 11,5 Amapá 10,7 0,0 10,7 Amazonas 9,5 0,0 9,5 Goiás 30,4 21,7 8,7 Maranhão 20,0 13,3 6,7 Alagoas 6,3 0,0 6,3 Pernambuco 8,8 2,9 5,9 Pará 11,1 5,6 5,6 Roraima 20,0 15,0 5,0 Acre 14,3 9,5 4,8 São Paulo 5,4 2,7 2,7 Mato Grosso do Sul 16,7 16,7 0,0 Sergipe 16,0 16,0 0,0 Paraíba 11,5 11,5 0,0 Ceará 16,7 16,7 0,0 Rio Grande do Norte 4,0 4,0 0,0 Minas Gerais 8,8 8,8 0,0 Paraná 16,7 16,7 0,0 Santa Catarina 4,5 4,5 0,0 Brasil 15,2 8,4 6,8 Rio Grande do Sul não foi considerado, pois consta a informação de apenas 1 conselheiro

A representação dos trabalhadores nos conselhos estaduais é ainda menos

expressiva. O estado da Paraíba, com 19,2% das cadeiras do Conselho Estadual

para representantes de trabalhadores, simboliza 4 vezes mais do que o Amazonas

e o Acre, que possuem 4,8% dos conselheiros representantes de entidades de

trabalhadores do setor. O estado do Maranhão não possui essa representação.

Page 79: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

79

TABELA 32 – DISTRIBUIÇÃO DE CONSELHEIROS ESTADUAIS REPRESENTANTES DE TRABALHADORES , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSOSUAS, 2014, SNAS/MDS. BRASIL 2015.

Representantes de

trabalhadores Paraíba 19,2 Alagoas 18,8 Minas Gerais 17,6 Mato Grosso do Sul

16,7

Ceará 16,7 Tocantins 16,7 Paraná 16,7 Rio Grande do Norte

16,0

Rondônia 15,4 Espírito Santo 13,9 Piauí 13,8 Santa Catarina 13,6 Goiás 13,0 Sergipe 12,0 Pernambuco 11,8 Mato Grosso 11,5 Pará 11,1 Rio de Janeiro 10,3 Bahia 7,7 Amapá 7,1 São Paulo 5,4 Roraima 5,0 Acre 4,8 Amazonas 4,8 Maranhão 0,0 Brasil 12,5 Rio Grande do Sul não foi considerado pois consta a informação de apenas 1 conselheiro

Nos Conselhos Municipais, todas das regiões ultrapassam 50% de cadeiras para

representação do governo, sendo a menor incidência no Sul, com 50,5%, e a maior

no Centro Oeste, com 52,0%. Em relação à representação de entidades de

assistência social, o Sudeste agrega 26%, enquanto o Nordeste apresenta 17,4%.

Em termos de representantes de usuários nos conselhos municipais, o maior índice

é verificado na região Sul (11,1%), e a menor incidência na região Norte (8,3%). Já

os trabalhadores alcançam o maior nível de representação na região Nordeste, com

9,2%, e o menor índice no Sudeste, com 5,8%, o que demonstra a falta de padrões

de representação democrática, também, na gestão municipal da assistência social.

Page 80: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

80

GRÁFICO 42 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DE CONSELH EIROS MUNICIPAIS , SEGUNDO GRANDES REGIÕES. CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Ao considerar a realidade por estados da federação, as discrepâncias entre

conselhos municipais confirmam a preponderância de conselheiros no âmbito da

gestão da política - 73% na média nacional -, que aumenta para 80,9% no

Amazonas, sendo que a menor representação está localizada em Rondônia, com

62,2%. Ou seja, nos conselhos municipais nenhum estado fica abaixo de 50% na

representação no âmbito da gestão. Entretanto, ao se comparar esse indicador no

controle social municipal e estadual, verifica-se que em âmbito municipal, a menor

incidência é mais alta nos CMAS do que no CEAS, e, no entanto, a maior incidência

de representantes da gestão no controle social em nível municipal é

expressivamente menor do que no estadual, já que no primeiro, somente Amazonas

fica acima de 80%, e essa incidência é constatada em 7 dos 26 estados da

federação.

9,1%

9,2%

7,7%

5,8%

7,8%

9,2%

11,9%

11,5%

6,9%

7,9%

9,9%

10,1%

8,3%

10,0%

11,1%

19,7%

17,4%

21,5%

26,0%

22,7%

52,0%

51,5%

51,0%

51,3%

50,5%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Representação das entidades dos trabalhadores do setor

Representante de organização de usuários

Representante de usuários

Representante de entidades de assistência social

Representante do Governo

Page 81: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

81

GRÁFICO 43 – PERCENTUAL DA INCIDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DE CONSELH EIROS MUNICIPAIS NO ÂMBITO DA GESTÃO , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

Em relação à representação dos usuários, 13 dos 26 estados possuem uma

proporção acima da média nacional - de 19,4%, sendo que o Piauí lidera o índice

com 28,2% das cadeiras do Conselho Estadual, e o Rio de Janeiro apresenta a

menor incidência, com 13,8%. Paralelamente, em 14 estados observa-se a

preponderância de representantes de organização de usuários sobre a de usuários.

80,9%

78,6%

78,1%

76,5%

76,3%

75,8%

74,9%

73,4%

73,4%

73,3%

72,8%

72,7%

72,7%

72,7%

72,5%

72,2%

72,0%

71,2%

70,7%

69,5%

69,0%

67,1%

66,4%

66,3%

63,3%

62,6%

62,2%

73,0%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0%

AM

DF

RN

MA

AL

SC

MT

RR

PB

AP

CE

SP

PE

PI

AC

RJ

GO

TO

PA

ES

PR

MG

BA

MS

SE

RS

RO

Brasil

Representante de âmbito de gestão

Page 82: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

82

TABELA 33 – DISTRIBUIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DE CONSELHEIROS MUNICI PAIS DE USUÁRIOS , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

UF

Total Representante de Representante de

organização de usuários

usuários

PI 654 28,20% 412 17,80% 242 10,40%

PB 633 26,40% 319 13,30% 314 13,10%

RN 524 23,80% 231 10,50% 293 13,30%

RR 34 22,60% 20 13,30% 14 9,30%

AM 170 21,80% 92 11,80% 78 10,00%

PA 388 21,10% 239 13,00% 149 8,10%

MT 513 21,10% 253 10,40% 260 10,70%

CE 614 20,80% 275 9,30% 339 11,50%

MA 538 20,80% 298 11,50% 240 9,30%

BA 1109 20,30% 672 12,30% 437 8,00%

SC 824 20,20% 323 7,90% 501 12,30%

SE 223 19,90% 101 9,00% 122 10,90%

RS 1315 19,60% 709 10,60% 606 9,00%

AL 195 19,10% 106 10,40% 89 8,70%

RO 114 19,00% 72 12,00% 42 7,00%

PE 486 18,70% 278 10,70% 208 8,00%

AC 49 18,50% 22 8,30% 27 10,20%

MG 2160 18,50% 899 7,70% 1.261 10,80%

GO 519 18,20% 272 9,50% 247 8,70%

TO 323 18,20% 186 10,50% 137 7,70%

ES 223 18,10% 95 7,70% 128 10,40%

DF 31 17,90% 14 8,10% 17 9,80%

PR 1226 17,70% 368 5,30% 858 12,40%

MS 207 17,40% 73 6,10% 134 11,30%

SP 1374 15,20% 506 5,60% 868 9,60%

AP 23 14,90% 11 7,10% 12 7,80%

RJ 219 13,80% 116 7,30% 103 6,50%

Brasil 14688 19,40% 6.962 9,20% 7.726 10,20%

Em relação à representação dos trabalhadores, a maior incidência é observada no

estado de Roraima, com 14%, índice que representa aproximadamente 3 vezes mais

do apresentado no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, com 5,2% de representação

dos trabalhadores.

Page 83: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

83

TABELA 34 – DISTRIBUIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DE CONSELHEIROS MUNICI PAIS DE TRABALHADORES , SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO . CENSO SUAS 2014. SNAS/MDS. BRASIL . 2015.

UF Representação das entidades dos trabalhadores do

setor RR 21 14,00% AL 140 13,80% AM 92 11,80% PB 266 11,10% MA 264 10,20% RN 219 9,90% DF 17 9,80% MS 117 9,80% PI 222 9,60% SE 106 9,50% MT 228 9,40% PE 239 9,20% PR 621 8,90% GO 244 8,50% RO 50 8,30% CE 233 7,90% BA 389 7,10% RS 468 7,00% SC 285 7,00% TO 123 6,90% SP 604 6,70% AP 10 6,50% PA 115 6,20% AC 15 5,70% ES 66 5,40% MG 614 5,20% RJ 83 5,20%

Brasil 5.851 7,70%

Page 84: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

84

CONSIDERAÇÕES E DESTAQUE DOS ELEMENTOS QUE DIFICULTAM A PARTICIPAÇÃO POPULAR

O relatório diagnóstico sobre a estruturação, composição e funcionamento dos

Conselhos de Assistência Social, nas três esferas de governo permitiu identificar os

avanços conquistados pelo controle social, no atual estágio de desenvolvimento da

política e os elementos que se colocam como obstáculo à efetiva participação

popular e democratização do Sistema Único de Assistência Social - SUAS.

As informações fornecidas pelos conselhos municipais (CMAS), no CensoSUAS

2014, totalizaram 5.366 respondentes, o equivalente a 96,3% dos municípios

brasileiros, incluindo-se, neste total, o Conselho do Distrito Federal (CDAS).

Restaram, ainda, 204 cidades, especialmente de pequeno porte 1, sobre as quais

não há informações em relação à existência e/ou desempenho dos conselhos

municipais.

Ao longo dos quase 20 anos de existência, 61,5% dos Conselhos Estaduais de

Assistência Social - ou seja, 16 de um total de 26 - promoveram alteração da lei

original de criação dos conselhos, sendo que em 81% dos casos ocorreram de forma

posterior à aprovação da Política Nacional de Assistência Social, em 2004, e da

NOB/SUAS/2005 que, além da LOAS, tornaram-se marcos de referência

fundamentais na definição das principais atribuições dos conselhos de assistência

social. E nos municípios, o impulso de mudança nas respectivas leis ocorreu,

fundamentalmente, entre os anos 2009 e 2014, o que pode demonstrar o caráter

indutor das mudanças produzidas do ponto de vista normativo.

De outro lado, verifica-se a alta incidência de planos municipais e estaduais de

assistência social no país e da participação dos seus respectivos conselhos em

termos de deliberações. Entretanto, é preciso avançar na sua completude, de forma

a adensar o exercício e a prática de planejamento da política de assistência social e

o seu domínio público, conforme estabelecido na LOAS.

Page 85: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

85

A prestação de contas dos órgãos gestores estaduais e municipais sobre a aplicação

dos recursos do Fundo de Assistência Social aos respectivos conselhos é uma

prática consolidada na gestão democrática do SUAS. Entretanto, a regularidade da

prestação de contas apresenta padrões expressivamente diversos tanto nos

conselhos estaduais como nos municipais. Mas o que chama atenção no estudo é

a, ainda, baixa capacidade de interferência do controle social na gestão financeira

do SUAS, já que conforme o estudo, 26,9% dos conselhos estaduais não

deliberaram sobre a proposta anual de orçamento do executivo da assistência social

e 43,3% tampouco quanto aos critérios de repasse de recursos para as entidades

socioassistenciais. Nos conselhos municipais, aumenta para 34,2% com relação ao

orçamento da política e para 53,1% com relação aos critérios de repasse de recursos

para as entidades socioassistenciais.

Observou-se também que, juntos, os municípios de pequeno porte 1 e 2 agregam a

metade do total das 34.612 entidades socioassistenciais com inscrição nos

conselhos municipais no país, o que exigiria uma discussão mais aprofundada sobre

os impactos do processo de inscrição ou mesmo de procedimentos de fiscalização,

que ao possuir forte ênfase burocrática e cartorial, pode interferir no fortalecimento

da dimensão política do controle social. Essa situação assume relevância maior, se

considerar que dos 1.399 conselhos municipais que ainda não contam com

Secretaria Executiva, 49,9% estão localizados nos municípios de pequeno porte 1 e

2.

Apesar dos avanços do CNAS e da União no estabelecimento de critérios

orientadores para a regulamentação e provisão de Benefícios Eventuais, no âmbito

da Política Pública de Assistência Social, as informações do CensoSuas 2014

revelam que somente metade dos estados da federação e dos municípios

regulamentou, por meio de resolução própria, os Benefícios Eventuais concedidos

no âmbito da Assistência Social.

O diagnóstico também ilumina as falhas e inconsistências da perspectiva burocrática

do controle social que impede o fortalecimento da gestão democrática nos conselhos

de gestão, e, que ao desconsiderar a direção e o debate público das prioridades do

controle social e da política de assistência social, não fortalecem, nem ampliam as

Page 86: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

86

estratégias e canais de participação popular e dos usuários, bem como a necessária

adequação dos serviços e benefícios específicos da assistência social, de forma a

garantir o acesso e universalização da proteção social. Note-se por exemplo, que

segundo o CENSOSUAS 2014, apesar de que 82,2% dos Conselho Municipais

deixam as atas das reuniões em local de livre acesso para a população, apenas 1,5%

enviam tais informações aos representantes de usuários e/ou de entidades de

trabalhadores do setor que não estão representados nos conselhos, o que pode

significar não só em ausência do domínio público da política, mas também em

empecilhos para a participação popular. Os dados apresentados exigem interrogar

e demandam maior reflexão sobre o caráter indutor das instâncias do controle social

para fortalecer a efetivação da gestão democrática e da participação popular.

Com relação à participação, do total de 5.393 conselhos de assistência social das

três esferas de governo, o caráter paritário entre governo e sociedade civil

prepondera em 95% do total, não tendo garantido, ainda, a sua implementação total

nos conselhos estaduais - pois existem 25 de 26 -, e nos municipais - são 5.101 de

um total de 5.366 conselhos que responderam ao censo, o que corresponde a 95,1%.

O presente estudo verificou a correlação entre a representação no âmbito da gestão

(considerando governo e entidades da assistência social) e a representação de

usuários e trabalhadores, de forma a analisar o peso relativo da participação e

protagonismo dos usuários e da população no controle social, conforme estipulado

na Resolução 33 do CNAS de 2012 e 11 de 2015.

A análise específica da representação permitiu identificar a alta incidência da

representação vinculada à área de gestão da política nas três esferas de governo,

gerando desequilíbrio na representação e participação dos usuários e trabalhadores

na gestão democrática do SUAS.

Com relação á participação dos usuários, a análise da representação por porte

populacional dos municípios revela que quanto menor o porte do município, maior a

participação dos usuários e maior a incidência de representantes de organização de

usuários.

Page 87: COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS ......Conselhos de Assistência Social, nas 3 esferas de governo, analisando os elementos dificultadores da participação popular e efetiva

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Entretanto, os municípios de maior porte carregam contra si a diluição dessa

percepção de proximidade, que exige esforços renovados e diferenciados de forma

a fortalecer a dimensão territorial e relacional da representação e efetiva participação

popular e dos usuários.

Seja nas grandes ou nas pequenas cidades, é necessário que se fortaleça o caráter

coletivo da representação e participação da população e dos usuários, que é o que

permite consolidar sujeitos sociais. E o caminho para o fortalecimento das decisões

coletivas passa pela defesa de interesses públicos, fruto da (con)vivência

democrática em espaços organizados de participação e defesa de direitos.

Nota-se formas de participação popular, de caráter autônomo, se instituem

formalmente na política de assistência social, somente em 2014 com a criação do

Fórum Nacional de Usuários do Sistema Único da Assistência, que na sua Carta de

Princípios se define como “espaço coletivo de organização política dos/as

Usuários/as que demanda novos espaços de articulação, debate, e formação

política. E que ao convocar uma reunião de discussão dos usuários na X Conferência

Nacional proclamava “Não quero ajuda, quero reconhecimento!”, exigindo a

necessária “ampliação, consolidação e garantia da participação popular na

discussão, mobilização e articulação em torno da garantia dos direitos de cidadania.

A política de assistência social tem construído avanços, nessa dimensão, ao

caracterizar as novas possibilidades organizativas por meio da resolução número 11

do CNAS, em 2015. No entanto, é indispensável estar atento ao respeito à autonomia

da organização da população e dos usuários, conforme prevê um dos princípios do

FNUSUAS. Há que se garantir que as novas possibilidades organizativas e de

participação popular não sejam utilizadas como um atalho para a indicação aos

conselhos de representantes ligados à gestão, ação que configuraria a persistência

de práticas tutelares e antidemocráticas.

O fortalecimento da gestão democrática e da participação popular no SUAS para o

próximo decénio exige fortalecer o caráter indutor da participação pública. Tal

adensamento pode ser conquistado por meio de padrões construídos no âmbito do

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debate público e do exercício cívico e democrático. Há que se alargar os horizontes

dos interesses meramente gerenciais -sejam eles do governo ou das entidades

socioassistenciais que configuram arenas heterogêneas de disputas – para que o

campo das conquistas sociais e de direitos, adquiridas a partir da Constituição de

1988, continue a florescer vida democrática, fértil e participativa para todos.

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FERNANDES, Antonio Sergio Araújo, sob o título Gestão municipal e participação Social no Brasil: A trajetória de recife e Salvador (1986-2000) Annablume, Fapesp,2004.

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OLIVEIRA, Francisco de. A economia da dependência imperfeita. Rio de Janeiro: Graal,

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