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Preço 1$00 Quinta feira, 9 de Janeiro de 19Í8 Ano III N " ^7 Q6 CO cS 05 CU T3 sttí Proprietário, Àdminittrador e fditor 51 V . s. MOTTA PINTO REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 M O N T I J O -------------------- ------- ------------- COMPOSIÇÃO B IMKIESSÂO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TBLEF. 026 236 — MONTUO LHUPOH IDGUKA M HOdUM SOML IODOS PODEMOS SfR R ICOS Há quem suponha que a | riqueza, a autêntica, a ver- dadeira riqueza, se encontra apenas em casa das pessoas que possuem muito dinheiro, jóias, palácios, quintas, caras mobílias, grandes colecções de fatos, etc.. Sem desprezar o valor do dinheiro como elemento de grande importância no pro- gresso social, não devemos, contudo, admitir que ele se transforme num tirano e nos amargure a existência. Há um meio termo entre os dois extremos da miséria e do luxo — é a sabedoria do equilíbrio que permita uma •existência decente, embora modesta e simples. As me- llhores refeições nem sempre Isão as mais caras e, de resto, os próprios elementos fun- Idamentájs da vida são-nos dados de graça. O sol não |custa dinheiro e o ar está à [disposição de todos. A água vem das alturas celestes, e Ise a maioria dos homens não estivesse intoxicada com excessivas preocupações materiais, logo veria que a saúde é, afinal, aquela grande e autêntica riqueza a que nos queríamos referir no início desta crónica. A conservação da saúde deveria ser, enfim, a preo- cupação constante de todos nós. Ora sabe-se que o seu maior inimigo são os exces- sos de toda a natureza, a começar pelos do trabalho e a terminar nos do prazer. O método, a calma, a ordem e a disciplina das atitudes e dos movimentos são grandes remédios para grandes ma- les, e não há mal maior do que a perda da saúde. O dinheiro perdido pode re- cuperar-se ; a casa arruinada pode reconstruir-se; o fato velho pode até remendar-se, mas ai daquele — pobre ou rico ! — que tiver delapidado a grande fortuna da saúde ! Propaguemos, pois, por toda a parte, esta verdade ele- mentar : — a saúde é o su- premo bem e a única, a au- têntica riqueza, do Homem ! Poema Azul Embora estivesses perto Quando senti que te foste, - Qualsombra que se reflecte - Senti o vácuo (bem) Dum poema azul ferrete. Não foi preciso mais nada, Se me nasceu nova vida Do amor que tu me deste, E encharquei-me em melodia Dum poema azul celeste. Qnando desejo ser outro E sentir-me num amanhã Duma certeza viril. Abraço-me à claridade Dum poema branco anil. Também há cansaço e tédio No mulismo, sem resposta, Da hora amarga do céptico. Ecletismo sem poesia. Sentimento azul eléctrico... Manuel Revisão Atónitas Duequitím -54 O s q u e v e n c e ra m p e lo s e u e s fo o Eu tenho uma admiração enorme, sem limites, pelos que conseguiram vencer na Vida apenas pela sua tena- cidade e coragem. Conheci muitos nessas condições, abandonados, ao sabor das marés vivas, nas altas cristas dos vagalhões destrutivos, olhando persis- Por Á L V A R O V A L E N T E tentemente o horizonte na esperança duma jangada sal- vadora. A luta era mais que titâ- nica ! Em volta, o cachoar das ambições humanas asfixiava; e os heróicos combatentes, aos tropeções nos escolhos levados pela vontade férrea de triunfar, lá iam na vora- gem inclemente, esbrace- jando, escamujando, teiman- do nos desígnios. Vi alguns descalços, frente às intempéries, arrostando pelas ruas da amargura com fantasmas ignominiosos, — desses que nunca trepidaram nos meíos e nos processos ; vi-os no exercício de pro - fissões consideradas mesqui- nhas, — trapeiros de caixote e gancho, vendedores am- - Sintra tastelo dos Mouros A 'i68 melros acima do nível ™ mar, subindo a Serra de Bintra, vamos encontrar o ■>astelo tlos Mouros. K um dos If ais antigos castelos de Por- u»al. A sua origem perde-se j«^conjecturas habituais, jr . . ° ’ d° tempo dos árabes, fe1. 08 reis maometanos,— e sim ticamos. O certo é que Ir • aneho 1o mandou recons- L lr< •Fernando o guarne- „ •e °' depois vendido ao n a «Acom 0 Castelo da Pena, P -10 contos. L 18 0 ali se pode admi- j. e ° “servar: As ruinas moura .°apela 0,1 m esqui ta r»«. ameias com 5 tQI- lesp»m . Sepulcro anti8°> com ç.,rw e. e cru/ esculpidos; e uma lO Sa5ls*erna Je água pluvial. de h«?' ■ r’ P0I'ém, são as fontes » _ lna ^Sua, as sombras da k~ " , , n M I 1 . ' ' dinados, e os deslumbrantes e ma- ravilhosos panoramas que se es- tendem até as Iíerlengas. uuviii (iiv ai uci itugaoi e»péí"SSlma as sombra» da E esta parte, sim, que compensa s* wata, alguus trechos ajar- da subida até 468 metros do can- saço consequente,’’e da ausêneia de notáveis obras de Arte. É, principalmente, a Natureza em todo o seu esplendor e majes- tade ! bulantes de ninharias, frete- jadores de excessos, rebus- cadores de tudo e de nada que desse pão — ; e sempre nos olhos o clarão febril da confiança, o desejo inteme- rato da vitória! E isto por anos e anos sem o menor desânimo, nas épocas em que eram precisas vidas inteiras para se alcan- çar o pecúlio reconfortante da velhice. Muitos tombaram pelos ca- minhos. Também os vi nas quedas, exaustos, exangues, esfarrapados de corpo e alma; e a minha compaixão tocava as raias do desespero, na implícita contempl tção das suas desditas. Outros, porém, terido ba- tido e vencido a má sorte, como fruto do seu labor e da sua teimosia, consegui- ram alcançar a recompensa justa de tamanha pertinácia. E ’ pelos destas odisseias, que eu publico a minha quase veneração. Fico apático e indiferente perante os que se encontra- ram bem instalados na Vida, mercê do trabalho alheio e da sorte incompreensível, sem torcerem um músculo nem sofrerem um dissabor, sem dispenderem um átomo de energia nem se queixarem dum esgotamento; mas presto a minha homenagem íntima e constante aos que, apenas pelo seu esforço e pela sua inabalável teimosia, fora de auxílios e amparos, chega- ram à meta gloriosa da sua existência podendo afirmar com orgulho: «se alguma coisa sou, a mim só o devo, ao meu trabalho honrado, à minha coragem e à minha ânsia de vencer». E, caso curioso para re- forçar a minha quase vene- ração : são esses, na genera- lidade, os homens de espírito prático aberto aos generosos sentimentos e aos rasgos de altruismo, sempre prontos a perdoar*e a auxiliar os que labutam pelo dia a dia sem desfalecimentos. E ’ porque, certamente, se recordam do que passaram e sabem, com toda a profundidade, o que lhes custou a Vida em sacri- fícios, tormentos, augústias, desgostos.,. e muitas vezes em fomes. RECTOR r-ipt; • a) a, o a * £ O a h Á LV A R O V A L I TOLHA AO iiU.», Há muitas pessoas que se alheiam da parte da medicina que ensina a conservar a saúde e, por isso, com o seu criminoso comodismo, só praticam erros. Quem há que nào tenha visto em lindas e amenas tardes, cheínhas de Sol — quando tudo convida a en- trar-se em franco convívio com a natureza— os papás levarem os seus meninos para sessões de cinema, em- bora que autorizadas supe- riormente? E essa gente, no desejo de ver determinada fita, vá de agarrar na família toda e encafuá-la numa casa de espectáculos onde dificil- mente se pode respirar o ar viciado, sem se importarem com a saúde das pobres criancinhas que, na maioria das vezes, se aborrecem e acabam por adormecer bem mal acomodadas. Ora digam- -me se não fariam obra mais limpa e lucrativa se todos fossem de abalada até ao campo, para respirar ar puro a plenos pulmões, ou se se encaminhassem para os par- ques e jardins públicos, onde a criança brincando, e cor- rendo, poderia ganhar um pouco mais de saúde, devido à boa ventilação! Procedam assim, senho- res, e lembrem-se de que lhes ficam as noites para frequentar todos os diverti- mentos, sem que tenham que prejudicar a saúde dos seus meninos, para com os quais lhes cumpre usar de grandes cuidados no desejo de que se tornem os homens fortes de amanhã. Ajude-se, pois, a criança no intuito de con- seguir o rejuvenescimento da raça humana e ponha-se de banda o tal comodismo cri- minoso. Há que olhar bem a sério para o problema da família. A criança convém, sim, pular, correr e rir ao ar livre e ao Sol para que se crie e robusteça melhor. — Claro que ajudada, pelo menos, por uma regular alimen- tação. .. Saphérã Costa Ler no próximo número de a P r o v ín c ia Página de homensgem cos «Conjuntos Musicais de Montijo e seus arredores»

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Preço 1$00 Quinta feira, 9 de Janeiro de 1 9 Í8 Ano III N " ^ 7

Q6

COcS

05CU

T3fí

sttí Proprietário, Àdminittrador e fditor

5 1 V. s. MOTTA PINTO

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467M O N T I J O -------------------- ------- -------------

COMPOSIÇÃO B IM K IESSÂ O — T IP O G R A FIA cGRAFEX» — T B L E F . 026 236 — MONTUO

LHU POHIDGUKA M HOdUM SOML

IODOS PODEMOS SfR RICOSHá quem suponha que a

| riqueza, a autêntica, a v e r ­dadeira riqueza, se encontra apenas em casa das pessoas que possuem muito dinheiro, jóias, palácios, quintas, caras mobílias, grandes colecções de fatos, e tc ..

Sem desprezar o valor do dinheiro como elemento de grande importância no pro­gresso social, não devemos, contudo, admitir que ele se transforme num tirano e nos amargure a existência. Há um meio termo entre os dois extremos da miséria e do luxo — é a s a b e d o r i a do equilíbrio que permita uma

•existência decente, embora modesta e simples. As me-

llhores refeições nem sempre Isão as mais caras e, de resto, os próprios elementos fun-

Idamentájs da vida são-nos dados de graça. O sol não

|custa dinheiro e o ar está à [disposição de todos. A água vem das alturas celestes, e

Ise a maioria dos homens não estivesse in to x i c a d a com excessivas p r e o c u p a ç õ e s materiais, logo veria que a saúde é, afinal, aquela grande e autêntica riqueza a que nos queríamos referir no início desta crónica.

A conservação da saúde deveria ser, enfim, a preo­cupação constante de todos nós. Ora sabe-se que o seu maior inimigo são os exces­sos de toda a natureza, a começar pelos do trabalho e

a terminar nos do prazer. O método, a calma, a ordem e a disciplina das atitudes e dos movimentos são grandes remédios para grandes ma­les, e não há mal maior do que a perda da saúde. O dinheiro perdido pode re­cuperar-se ; a casa arruinada pode reconstruir-se; o fato velho pode até remendar-se, mas ai daquele — pobre ou rico ! — que tiver delapidado a grande fortuna da saúde ! Propaguemos, pois, por toda a parte, esta verdade ele­mentar : — a saúde é o su­premo bem e a única, a au­têntica riqueza, do Homem !

Poema AzulEmbora estivesses perto Quando senti que te foste,- Qualsombra que se reflecte - Senti o vácuo (bem)Dum poema azul ferrete.

Não foi preciso mais nada, Se me nasceu nova vida Do amor que tu me deste,E encharquei-me em melodia Dum poema azul celeste.

Qnando desejo ser outro E sentir-me num amanhã Duma certeza v ir il. Abraço-me à claridade Dum poema branco anil.Também há cansaço e tédio No mulismo, sem resposta, Da hora amarga do céptico.— Ecletismo sem poesia. Sentimento azul eléctrico...

Manuel Revisão

A tón ita s D u e q u it ím - 5 4

O s q u e v e n c e r a m

p e l o s e u e s f o r ç oEu tenho uma admiração

enorme, sem limites, pelos que conseguiram vencer na Vida apenas pela sua tena­cidade e coragem.

Conheci m u i t o s nessas condições, abandonados, ao sabor das marés vivas, nas altas cristas dos vagalhões destrutivos, olhando persis-

Por

Á L V A R O V A L E N T E

tentemente o horizonte na esperança duma jangada sal­vadora.

A luta era mais que titâ­nica !

Em volta, o cachoar das ambições humanas asfixiava; e os heróicos combatentes, aos tropeções nos escolhos levados pela vontade férrea de triunfar, lá iam na vora­gem in c l e m e n t e , esbrace­jando, escamujando, teiman­do nos desígnios.

Vi alguns descalços, frente às intempéries, arrostando pelas ruas da amargura com fantasmas ignominiosos, — desses que nunca trepidaram nos meíos e nos processos ; vi-os no exercício de pro­fissões consideradas mesqui­nhas, — trapeiros de caixote e gancho, vendedores am-

- S i n t r atastelo dos MourosA 'i68 melros acima do nível

™ mar, subindo a Serra de Bintra, vamos encontrar o ■>astelo tlos Mouros. K um dos If ais antigos castelos de Por-

u»al. A sua origem perde-se j«^conjecturas habituais, j r . . ° ’ d° tempo dos árabes, fe1. 08 reis maometanos,— e

■ sim ticamos. O certo é que Ir • aneho 1 o mandou recons- L lr< • Fernando o guarne- „ • e °' depois vendido ao n a «Acom 0 Castelo da Pena,

P -10 contos.L 18 0 ali se pode admi- j. e ° “servar: As ruinas moura .°apela 0,1 m esqui ta r»«. ameias com 5 tQI-lesp»m. Sepulcro anti8°> com ç.,rw e. e cru/ esculpidos; e umalO Sa5ls*erna Je água pluvial.de h«?' ■ r’ P0I'ém, são as fontes

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k~ " , ,

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dinados, e os deslumbrantes e ma­ravilhosos panoramas que se es­tendem até as Iíerlengas.uuviii (iiv ai uci itugaoi

e»péí"SSlma as sombra» da E esta parte, sim, que compensa■ s* wata, alguus trechos ajar- da subida até 468 metros do can­

saço consequente,’’e da ausêneia de notáveis obras de Arte.

É, principalmente, a Natureza em todo o seu esplendor e majes­tade !

bulantes de ninharias, frete- jadores de excessos, rebus- cadores de tudo e de nada que desse pão — ; e sempre nos olhos o clarão febril da confiança, o desejo inteme­rato da v i tór ia !

E isto por anos e anos sem o menor desânimo, nas épocas em que eram precisas vidas inteiras para se alcan­çar o pecúlio reconfortante da velhice.

Muitos tombaram pelos ca­minhos. Também os vi nas quedas, exaustos, exangues, esfarrapados de corpo e alma; e a minha compaixão tocava as raias do desespero, na implícita contempl tção das suas desditas.

Outros, porém, terido ba­tido e vencido a má sorte, como fruto do seu labor e da sua teimosia, consegui­ram alcançar a recompensa justa de tamanha pertinácia.

E ’ pelos destas odisseias, que eu publico a minha quase veneração.

Fico apático e indiferente perante os que se encontra­ram bem instalados na Vida, mercê do trabalho alheio e da s o r t e incompreensível, sem torcerem um músculo nem sofrerem um dissabor, sem dispenderem um átomo de energia nem se queixarem dum esgotamento; mas presto a minha homenagem íntima e constante aos que, apenas pelo seu esforço e pela sua inabalável teimosia, fora de auxílios e amparos, chega­ram à meta gloriosa da sua existência podendo afirmar com orgulho: «se alguma coisa sou, a mim só o devo, ao meu trabalho honrado, à minha coragem e à minha ânsia de vencer».

E , caso curioso para re­forçar a minha quase vene­ração : são esses, na genera­lidade, os homens de espírito prático aberto aos generosos sentimentos e aos rasgos de altruismo, sempre prontos a perdoar*e a auxiliar os que labutam pelo dia a dia sem desfalecimentos. E ’ porque, certamente, se recordam do que passaram e sabem, com toda a profundidade, o que lhes custou a Vida em sacri­fícios, tormentos, augústias, desgostos., . e muitas vezes em fomes.

R E C T O Rr-ipt;

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TOLHA AO i i U . » ,

Há muitas pessoas que se alheiam da parte da medicina que ensina a conservar a saúde e, por isso, com o seu criminoso c o m o d is m o , só praticam erros.

Quem há que nào tenha visto em lindas e amenas tardes, cheínhas de Sol — quando tudo convida a en­trar-se em franco convívio com a natureza— os papás levarem os seus meninos para sessões de cinema, em­bora que autorizadas supe­riormente? E essa gente, no desejo de ver determinada fita, vá de agarrar na família toda e encafuá-la numa casa de espectáculos onde dificil­mente se pode respirar o ar viciado, sem se importarem com a saúde das pobres criancinhas que, na maioria das vezes, se aborrecem e acabam por adormecer bem mal acomodadas. Ora digam- -me se não fariam obra mais limpa e lucrativa se todos fossem de abalada até ao campo, para respirar ar puro a plenos pulmões, ou se se encaminhassem para os par­ques e jardins públicos, onde a criança brincando, e cor­rendo, poderia ganhar um pouco mais de saúde, devido à boa ventilação !

Procedam assim, senho­res, e lembrem-se de que lhes ficam as noites para frequentar todos os diverti­mentos, sem que tenham que prejudicar a saúde dos seus meninos, para com os quais lhes cumpre usar de grandes cuidados no desejo de que se tornem os homens fortes de amanhã. Ajude-se, pois, a criança no intuito de con­seguir o rejuvenescimento da raça humana e ponha-se de banda o tal comodismo cri­minoso. Há que olhar bem a sério para o problema da família.

A criança convém, sim, pular, correr e rir ao ar livre e ao Sol para que se crie e robusteça m e lho r . — Claro que ajudada, pelo menos, por uma regular alimen­tação. ..

Saphérã Costa

L e r n o p r ó x i m o

n ú m e r o d e

a P r o v í n c i a

P á g in a de h o m e n sg e m co s

«Conjuntos Musicais de

Montijo e seus arredores»

A P R O V IN C IA

V I D A

PROfISSIONAL

M é d i c o s

Dr. à v e i i n o R o cha B a rb o saDas 15 às 20 h.

R. Alm irante Reis, 68, 1.° Telef. 026245 — M O N T IJO

Consultas em Sarilhos Grandes, às 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.

O r . fa us to N e ivaLargo da Igreja, 11

Das to íis 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026 256 - M O N T IJO

Dr." Isobel Gom es PiresEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.

Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras

li. Almirante Reis, 68-1.°-Montijo Todos os dias

Rua Morais Soares, 116-1.° Í.ISBOA Telef. 4 8649

Médicos VeterináriosOr. C r i s t ia n o d a S i lva M endo nçaAv. Luís de Camões - MON FIJ O Telef.s 026502 - 026465 - 026 012

P a r t e i r a s

àm quda M a rq . C h a r n e i r a M o re iraParteira-Enfermeira

Diplomada pela Faculdade de Medicina de Coimbra

R. José Joaquim Marques — N.° 231 MONTI JO

A rm a n d a LagosParteira-EnfermeiraPARTO SEM DOR

ííx-estagiária das Maternidade» de Paris e de Strasbourg.

De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038

De noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO

Telefones de u r g ê n c i o

Hospital, 026 046 Serviços Médico Sociais, 026198

Bombeiros, 026048 Taxis, 026025 e 026479

Ponte dos Vapores, 026425 Polícia, 026144

Obras de Álvaro Valente— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; «Daqui.. .fala Ri­batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto. 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

^ ú i ú r f i l i u eTrabalhos para amadores Fotografias d'flrte fl pare lhos fotográficos

Reportagem FotográficaRua Bulhão Pato, 11 - MONIIjO

M O N T j OFê S I J S P O P U L f l R f S

~ D f S. P f D R O “Começamos seis meses

cintes; mas há mais tempo começou a Comissão respe­ctiva e ninguém estranha, por fazer parte das suas habituais actividades.

Começamos seis meses antes e já podemos ir dando algumas n o t í c i a s a c e r c a dessa sensacional manifes­tação montijense.

Por exem plo:— Estiveram em Montijo

recentemente os represen­tantes da firma Constantino Lira (Herdeiros), de Felguei- ras, que vieram conferenciar com a Comissão a propósito dos novos projectos de de ­corações para as Festas deste ano.

A Comissão escolheu os modelos que entendeu e em breve se a s s i n a r ã o os contratos.

Será tudo completamente diferente dos anos anteriores, e a Praça da República terá uma iluminação no relvado que irá causar sucesso.

Aquela firma via confir­mados os seus méritos há poucos dias na cidade do Porto, onde foi contemplada com o 1 .° prémio nas orna­mentações das ruas durante a quadra do Natal e Ano Novo, o que confirma tam­bém a justa escolha da sua categorizada valia para inter­v ir nas nossas Festas.

— Sabemos ainda que as Festas este ano serão cinco dias e não seis, como era costume, atendendo a razões ponderosas.

— Sabemos mais que os Ranchos Folclóricos se exi­birão este ano na Praça G o ­mes Freire de Andrade, em recinto reservado, com en­tradas e cadeiras numeradas, não obstante o público assis­tir às exibições sem pagar. Atende-se a s s im à maior comodidade dos espectado­res e à necessidade de au­mentar as receitas.

— Sabemos, f ina lm en te , que a Batalha de Flores é suprimida este ano, visto que o dia de S . Pedro cai num domingo e nesse dia se rea­lizará a Procissão e, possi­velmente, toirada de grande gala ou formal.

E é o que, por enquanto, podemos informar. .. e que já não é ponco.

E quanto soubermos a este respeito, iremos comunicando aos nossos leitores.

Passeio pelo MercadoAgora, sim senhor. Agora

merece a pena v ir até ao Mercado e passear dentro dele. No dia da abertura é que não. Houve gente a mais. Gente a passear e a bisbilhotar o que comprava a v iz in h a .. .

E assim comoçou o ano novo.

Dava gosto percorrer as instalações, — as das horta­liças e frutas, as do peixe, as dos talhos, as da Cantina, as dos frigoríficos. Tudo magnífico e primorosamente i n s t a i a do . Até provocava arrepios o lembrar o «velho», o «caixote» an tigo ! Parece impossível como ali viveu uma g e r a ç ã o de vende­dores e por ali passou outra de compradores ! Enfim , já lá vai e que a sua alma es­teja em descanso para sem­pre. ,.

Hoje . , é um primor. Até os vendedores, compenetra­dos do seu papel, são edu­cados e têm boas maneiras ! É V. Ex .a para aqui, V . Ex .a para a l i . . . Assim, é uma beleza !

Demos também a nossa volta em observação.

Ervilhas a 10$00 esc. o quilo; peros a 9$00; cara­paus a 6$00. . Adiante.

As balanças para o peixe é que nos agradaram, pela novidade e pela dificuldade

em falcatruar o peso. Muito bem !

Vimos igualmente o talho de carne de cavalo, — a tal que causa engulhos, sem razão, a muita gente.

Não percebo porque embir­ram com esta carne. É mais barata e em bifes ou assada é talvez melhor do que a de vaca.

Faz impressão porquê ? Querem pior do que a gali­nha e o porco ? E todos comem sem repugnância...

O ra deixem-se de esquisi­tices e provem. Depois, já não querem outra. . .

A cantina, do nosso amigo e assinante João Gonçalves Palmeiro,_ está também um prim or! É pena a escada ser estreita e um pouco aca­nhada. Custa a chegar até lá. Mas, depois de se lá chegar, é comer e chorar por" mais ! Belos pequenos almoços, belos almoços, etc..

Pois, senhores: Ninguém diria por fora o que o M er­cado era por dentro.

Alegre, vistoso, cheio de luz e de ar, lavado e tenta­dor !

Até apetece comprar e rv i­lhas, peros, carapaus, carne de cavalo e ir depois almo­çar à cantina. Agora, sim. Agora estamos, finalmente, bem s e r v i d o s . . . e bem arranjados.

Zé Pobra

Jòoas bestas*

JE •■í’ 1

Tiveram a gentileza de nos enviar seus cartões de Boas Festas as entidades e pessoas abaixo designadas, o que r e c o n h e c i d a m e n t e agradecemos, bem como re­tribuímos com o m a i o r afecto:

— Sociedade Filarmónica 1.° de Dezembro, Banda Democrática 2 de Janeiro (Comissão Pró-sede), Ateneu Popular, Comissão das Fes ­tas Populares de S. Pedro, Sociedade Recreativa do Alto das Vinhas Grandes, «O Pa l­meiras» — Clube Montijense de Desportos, «Unidos do Jazz», D irecção do C írio dos Atrasados à N.a S .a da Ata-

S A N F E R D A

SEDE Illl ARMAZÉNSLISBOA, Rua de S. Julião, 41-1.° |||| IflOfllIJO, Rua da Bela Yisla

A E R O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao ciclone — F E R R O S para construções, A R A M E S , A R C O S , etc.

C IM E N T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç Ã O de a lim en ­tos para gados

R IC IN O B E L G A para adubo de batata, cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m aterial para Ca­

minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

laia, Sequeira & Santos, Ld.*, Repal, Ld.u, — de Montijo; Sociedade F. Recreioe União, de Alhos Vedros, Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim, D irecção da Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, Marialvas, de S . Cristóvão, — Lisboa, Academia Dramática Fam i­liar, — Lisboa, Direcção do Orfeão da Covilhã, Direcção da Sociedade R. Musical Trafariense, D i r e c ç ã o da Academia Filarmónica Verdi, Lisboa, Comissão Pró-sede da Sociedade F. Humanitá­ria, de Palmeia, Direcção da Sociedade F. Capricho Moitense, «Pal» — Pub lic i­dade de A l g é s ; António Gregório, bandarilheiro, de Montijo, Soeiro da Costa. Ponte de Lima, Manuei T e i­xeira de Castro e esposa, Montijo. Fernando Pedro de Oliveira, de Alcobaça, José António Moedas, de Beja, José A. Pinto da Costa, de Mesão F r i o , António de Abreu, L i s b o a , professor José Manuel Landeiro e es­posa, M o n t i j o , Humberto Sousinha Macatrão, do Bom ­barral, Mário C laro Lopes, do Entroncamento, Joaquim Acácio de Figueiredo, de

E m t e m p o s q u e j á l á v ã o ,

E a o s q u a i s d i s s e m o s « a d e u s *

A r u a J o ã o d e D e u s

F a z i a s e m p r e u m v i s t ã o /

D u m l a d o e d o o u t r o I a m , I E m m a j e s t o s a f i l e i r a ,

O a r v o r e d o a l i p l a n t a d o

T i n h a g r a ç a v e r d a d e i r a .

M a s o s m o r a d o r e s ,

— D o n o s e s e n h o r e s / — N u m g e s t o e g o i s t a ,

P r o t e s t a r a m

E g r i t a r a m

O u e a s á r v o r e s a l i p l a n t a d a , I T ã o b e l a s e d e l i c a d a s ,

L h e s o f e n d i a m a v i s t a , , ,

E c o m f ú r i a e h i s t e r i s m o

L á f o i t u d o p r ó a b i s m o /

A s á r v o r e s s a r r o t a d a s ,

C o r t a d a s ,

D e c a p i t a d a s

S e m p i e d a d e !

E a r u a f l o r i d a ,

A s s i m t ã o f e r i d a ,

F i c o u «l i m p i n h a » e m v e r ]

[ d a d e , , ,

P a s s a m - s e o s a n o s

E o s d e s e n g a n o s ,

E n o v a s á r v o r e s s e v ã o p l m \

[ t a r .

—■ B r a v o ! M u i t o b e m / A s s i m é q u e é .

E s e h o u v e r a l g u é m

Q u e s o f r a d a v i s i t a

Q u e v á c o n s u l t a r

O e s p e c i a l i s t a .

A s s i m é q u e è !

E h a j a d e p o i s o q u e h o u v t A

D e i x e m a s pobres v i v e r !

- R a p a , t i r a , d e i x a e p õ e | D e i x e m a s á r v o r e z i n h a s

C r e s c e r a g o r a

P o r a i f o r a

C o m o l ) e u s d i s p õ e .

C o m b a r b a s e c a b e l e i r a ,E m m a j e s t o s a f i l e i r a .

A t é m o r r e r e m v e l h i n h a s !

E d e i x e m l á e s s a s vistas, N ã o e s t e j a m d e s c o n t e n t e s .

S e j a m a n t e s m a i s b a i r r i s t a s !

E s e j a m m a i s M o n t i j e n s e s ]

Homem ao mar

C a m a r a l i u n i c i p a ] |

d e M o n t i j oV e n d a d e l i x o s

Faz-se público que até ao diafll de Janeiro corrente, pelas 17 h>| se recebem propostas para a vendi de lixos e de dejectos a produjjT pela limpeza da vila de Monlijl durante o ano de 1958, sendo i| base de licitação de 40.000$00.

Montijo, 3 de Janeiro de 1958 | O Presidente da Câmara, a) José da Silva Leite

Abaças, António J. Fernal des & Filhos, de Lanhelafl

— Dos nossos prezadcf assinantes Manuel BeatrT e D. Aura, residentes el Tetuan, recebemos um cal tão ilustrado de Boas Festaí o que muito nos sensibilizo1!

— Da Mesa Adm inistrai! da Santa Casa da Misei córdia de Montijo, receW mos também um penhorai ofício de saudações e desfj jos de Boas Festas.

A todos, expressamos: nossa maior gratidão.

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6-I-958 A P R O V IN C IA 3

M O N T I J OA GENDA E L E G A M E

AGEhDA UTILITÁRIA

SIMPlfS R EP A R O ...A n i v e r s á r i o s

_Xo dia 6, completou mais umaniversário a sr.a I). Maria cias Dores I. Correia de Sousa Fortu­nato, esposa do nosso pre/.ado assinante sr. Francisco da Mónica Sousa Fortunato._No dia 8, completa os seus

17 aniversários o sr. Augusto José de Almeida Júnior, neto do nosso dedicado assinante, sr. Augusto Gervásio Júnior.

— No dia 10, o menino Joaquim José Almeida Capela, lilho do nosso prezado assinante, sr. Joa­quim Mendes Capela._No dia 10, a menina Laurinda

da Conceição Marques, irmã do sr. Eduardo da Conceição Marques, funcionário da Tipografia Grafex.

— No dia 10, completa as suas 17 risonhas primaveras a gentil menina Maria Felisbela Dias Grage, filha do nosso estimado assinante, sr. Edmundo Duarte Grage._No dia 12. completa os seus

6 aniversários o menino João Joé Barreira Martins, filho do nosso prezado assinante, sr. Avelino Martins Tomé.

— No dia 12, o sr. José Tavares de Almeida, nosso estimado assi­nante, residente em Lisboa.

— No dia 13, a sr.a D. Laura Maria da Cruz Leitão, mãe do nosso estimado assinante, menino João Carlos da Cruz Leitão.

— No dia 13, o sr. Amaro Soares da Silva, nosso dedcado assinante, residente no Brasil.

— No dia 15, a menina Maria llosália da Fonseca Bodrigues, net i do noss"i estimado assinante, sr. Manuel Nunes.

Acção de Beneficência

no Bairro do Dito

das Vinhas GrandesJi aludimos na semana finda, ao

louvável gesto de beneficência le­vado a efeito na véspera de Ano Novo, no Alto das Vinhas Grandes, por iniciativa do nosso colabora­dor naquele bairro satélite da nossa vila, sr. Manuel Gomes, ao qual deram o seu valioso concurso algumas individualidades de Mon­tijo.

Para esse efeito, foram recebi­dos os seguintes donativos, dos sis. Joaquim da Fonseca Júnior, 100$'10 ; ..loão da Silva Barreira, J0J00; Alvaro Tavares Mora, 40$00; Carlos Amaral, 30100 ; Ter- tuliano Bod-igues, lOjfOO; António l.opa. 20$00: António Pedro l omé, 5$00; José de Sousa Mar­tins, 2850; Anónimo, $50; Miguel Horta Bordeira, 10$00; Filipe Ma­nuel Bilvas, 5$00; José da Silva Leite, 50$00; e do seu promotor, 35$50 - Total, 338150.

Em géneros, Ioi recebido do sr. Francisco Tobias Augusto, um •luilo de chouriço de s mgue ; bem ‘ omodosr. Francisco Barreias, 5 pares de peúgas, e deste jornal, (só- "ras da nossa distribuição do Na­tal), um casaco dc* malha, para recem-nascido, e algumas dúzias de cadernos escolares, dois pares de peúgas e um par de botinas, para criança.

A despesa efectuada, foi como segue: Pão, 62*90 : B . talas, 120500; Joucinho, 30$00; Hortaliça, 35J00; Açúcar UI$00 e papel para emba- laSens, 9560 - Total, :!38$50.

‘■°i assim cumprida a missão empreendida por aquele nosso colaborador, secundando a inicia- "'** do Natal de «A Província»,

em benelicio dos pobres do seu ‘»rro, cuja acção é digna dos nos-

sos welhorcs louvores.

A r m a z é n s— Arrendam-se dois nesta vila,

a área de 600 m2. - Infor- *-se nesta redacção.

B a n d a D e m o c r á t i c a

2 d e J a n e i r o

0 seu aniversárioDecorreram com grande bri­

lhantismo as comemorações do 44.° aniversário desta prestigiosa agremiação musical de Montijo.

Embora não tivéssemos tido convite, certamente por mero lapso, acompanhámos em espírito as festividades, pela muita simpa­tia que sempre nos mereceu a colectividade e a sua Banda.

O concerto público, no dia 1 do corcente, 110 coreto municipal da Praça da Bepública, sob a regên­cia do Maestro Homero Uibeiro Apolinário, foi muito prejudicado pelo tempo agreste e chuvoso que fez. No entanto, ainda o pudemos apreciar e admirar.

Gostámos da «Bienzi» e da res­tante parte do concerto, da pre­cisa execução das peças e da es­merada afinação dos naipes.

Felicitamos, pois, o seu distinto Begcnte pela exibição da Banda nesse dia e lamentamos que o tempo não permitisse maior assis­tência e completo cumprimento do belo programa.

Também o tempo não permitiu a saída da Banda 110 dia 2, limi- tando-se aos cumprimentos da Di 1ecção.

Veio a Direcção à nossa sede deixar o seu carlão com esses cumprimentos, o que muito agia- decemos.

Desejamos à Banda Democrática 2 de Janeiro que esse aniversário se repita por anos infinitos e que os disfrute com as maiores pros­peridades e mais elevados êxitos.

F O G O !Na passada segunda-feira, dia 6 ,

pelas 10 horas, declarou-se incêndio na fábrica de cerâmica Santa Ma­ria, pertencente ao nosso estimado assinante sr. Tomás Manhoso Iça.

O fogo, segundo o que se julga, foi originado por ponta de cigarro, e destruiu um barracão cheio de tardos de palha, batatas, e muitos utensílos peitencentes à lavoura.

Os prejuizos são superiores a 30 contos, estando parte deles cober­tos pelo seguro.

O ataque ao incêndio seguiu-se após a chegada dos nossos bom­beiros, os quais compareceram no local em número de 14 e coman­dados pelo bombeiro de 2.* classe sr. Manuel Martins Gonçalves, que dirigiu coín muito acerto.

E se não houve consequências de maior, foi devido à abundância de água que se encontrava 11a dita fábrica.

L U T U O S ANa casa de sua residência, à rua

Cândido dos Beis, em Montijo, faleceu, no passado dia 31 de De­zembro. o nosso velho e querido amigo, muito prezado assinante do nosso jornal, sr. Carlos Augusto de Campos Kamalho, de 80 anos de idade, natural do Funchal, e Inspector de Finanças aposentado.

A sua morte foi muito sentida nesta vila, onde residia há bastan­tes anos e era estimadíssimo pelas suas qualidades primorosas de educação, de carácter e de afabai- lidade.

Era pai do também nosso pre­zadíssimo assinante, sr. Carlos Augusto Coelho Bamalho. digno chefe de escritório da Casa Gabriel do Carmo, em Montijo, e das Sr.as D Judite Coelho Ramalho e D. Julieta Coelho Ramalho de Freitas.

O funeral, que constituiu uma sentida manifestação de pesar por parte dos seus numerosos amigos e dos montijenses, realizou-se no dia seguinte para o cemitério local.

«A Província» endereça as suas condolências a toda a família de luto e nomeadamente ao seu Ex.mo filho, nosso assinante, significan­do-lhe o quanto partilhamos a sua dor e o seu profundo desgosto.

O nosso Município, muito lou­vavelmente, está procurando em­belezar algumas das artérias de Montijo, para o que começaram os trabalhos de arborização da Ave­nida João de Deus, desta vila.

Mas em simples contraste, — com tão porfiado intento, lembra­mos às entidades competentes o aspecto desagradável que oferece o mictório do Largo da Igreja.

Ou não será ainda oportunidade de se pensar na construção de mictórios subterrâneos e instala­ções sanitárias no local nde exis­tiu o antigo mercado ?

Evitar-se-ia, desse modo, o in­decoroso espectáculo que ali se patenteia, desde que o antigo mer­cado foi encerrado.

O N a t a l d o s P o b r e s

e m M o n H j o

Ju v e n tu d e O p e r á r i a C a tó l ica f e m in i n a

Correspondendo à inioiativa lançada por esta prestante organi­zação da «Campanha do Natal», a favor da pobreza envergonhada, desta vila, obteve-se a receita de Esc. 3.455$00, cuja importincia foi distribuída em géneros, roupas e donativos em dinheiro, 11a vés­pera do Natal, aos domicílios das famílias necessitadas.

A sua direcção pede-nos para testemunhar em seu nome o mais grato reconhecimento a todos os benfeitores.

Sociedade Recreativa

Progresso AfonsoeirenseRealizou-se no último domingo,

dia 5, nesta popular agremiação recreativa 110 vizinho bairro do Afonsoeiro, um animado baile que foi abrilhantado pela distinta Or­questra Típica «Os Vencedores», de Rio Frio, do qual é seu director artístisco o sr. Manuel da Guia.

A sua actuação foi de muito agrado à numerosa assistência, distinguindo-se nesse exímio Con­junto o seu vocalista.

No próximo domingo, 12, leva-se ali a efeito um novo baile, em «soirée», ao qual presta a sua colaboração o apreciado Conjunto Musical «Os Príncipes-, desta vila.

A G R A D E C I M E N T O SConstança Faria RamalhoSua familia, por desconheci­

mento de moradas de algumas das pessoas que lhe testemunharam o seu pesar pelo falecimento da saudosa extinta, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que lhe 'ipresentaram as suas condo­lências ou acompanharam á última morada, sua mãe, sogra, e parente.

Para todas, o preito do seu maior reconhecimento.

Carolina de Jesus CardosoSeus filhos, netos e bisnetos, vêm

por este meio, e por desconheci­mento de moradas, agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à sua última morada a sua saudosa e querida mãe, avó, e bisavó.

Este agradecimento torna-se extensivo ao ilustre clínico sr. Dr. José Grilo Evangelista, pela torma carinhosa e inexcedivel dedicação com qut a tratou, na sua longa doença. Não querendo de forma alguma ferir a modéstia de tão ilustre clínico, aceite, no entanto este agradecimento como sincera manifestação do muito grato sentir da família da extinta.

Para todos, aqui fica a nossa maior gratidão.

Sociedade filarmónica V de Dezembro

Esta honrosa agremiação musi­cal da nossa vila, leva a efeito, no actual mês, três «soirées» dançan­tes, cujo programa é o seguinte:

Domingo, 12, abrilhantada pelo Conjunto Musical «Reis da Ale­gria»; Domingo, 19, com a cola­boração da Orquestra «Eldorado»; e no Domingo, 26, em que toma parte o Conjunto Musical «Os Príncipes».

Dada a categoria dos agrupa­mentos musicais que tomam parte nas festas associativas que se rea­lizam no Salão da 1.° de Dezem ­bro é de presagiar larga assis­tência a esses bailes.

Dr. António Gonçalves

A Associação dos Proprietários do Barreiro homenageou, há pou­cos dias, o nosso amigo e estimado assinante sr. Dr. António Gonçal­ves Rita, distinto advogado nesta Comarca e consultor jurídico da­quela Associação há 25 anos.

Houve uma sessão solene, em que vários oradores exaltaram o valor e as elevadas qualidades do homenageado, e foi-lhe oferecida uma estatueta simbolizando «A Justiça».

«A Província» associa-se intei­ramente à justa homenagem pres­tada e cumprimenta, por este facto, o seu amigo e dedicado assinante.

Melhoramentos— Está-se procedendo ao calce­

tamento em volta do novo Mer­cado, o que era de toda a conve­niência em virtude do lamaçal que se formara com as chuvas recentes.

— Na Avenida João de Deus acabou esta semana a plantação de árvores nos dois passeios laterais, o que, decerto, muito a embelezará.

— Começou a desmanchar-se o velho Mercado da Praça 5 de Ou­tubro, para que desapareça de vez aquele «espantalho>.

Ainda não sabemos a que será destinado o recinto que vai ficar devoluto. Oxalá seja para um novo jardim, com seu lago, repuxo, e alguns bancos em roda. Simples aspiração, afinal...

U m a c t o d e h o n r a d e z

Nunca é demais acentuar e pu­blicar estes factos, quer por justa referência, quer como exemplo e estímulo.

No passado dia 6, a sr-a D. Luísa Xavier Lopes, de Montijo, perdeu a quantia de 80$00 esc. nas ruas da vila.

No dia seguinte, seu marido, o sr. João António Xavier Lopes, lembrou-se e dirigiu-se ao Posto da Polícia de Segurança Pública, 11a esperança de que alguém ti­vesse encontrado a quantia per­dida.

Em tào boa hora o fez que lá a foi encontrar.

Tinha sido entregue pela sr.® D. Maria João de Sousa Pinto, de 17 anos, costureira, residente no Bairro da Barrosa, 31 - Montijo, que assim praticou um acto que que muito a honra e dignificou.

O sr. João António Xavier Lo­pes e sua esposa pedem-nos para tornar público o seu reconheci­mento para com essa senhora, e ainda para com o Comandante do Posto, sr. Tobias Pereira, pela forma distinta e correcta como arrumou o assunto, o que de bom grado fazemos.

farmácias de Serviço

5.*-feira, 9 — G i r a l d e s6.” - feira, 10 — M o n t e p i oSíibado, 11 — M o d e r n aDomingo, 12 — H i g i e n e2 / -feira, 13 — D i 0 g 03.» -feira, 14 — G er a Ides4.*- feira, 15 — M o n t e p i o

Boletim Religioso

Culto CatólicoMISSAS

5.*-feira, às 8,30 e 9 h.6.*-feira, às 8,30 e 9 h.Sábado, às 9 e 9,30 h.Domingo, às 8, 10, 11,30 e 18 h.

na Igreja Paroquial; às 9 h., no Afonsoeiro; e às 11,30. na Atalaia.

E s p e c t á c u l o s

CINEMA TEATROJOAQUIM DE ALMEIDA

5.a feira, 9; (Para 17 anos), o grande espectáculo alegre da tem­porada com «achados cómicos maravilhosos», «A Loira Explo­siva», com Jayne Mansfield. No orograma, Cine Jornal de actua­lidades.

Sábado, 11; (Para 17 anos), um filme policial de excepcional en­vergadura, «Não Quero Roubar», com Anita Ekberg, a anatomia perfeita; uma obra famosa da lite ralura policial. No programa. Ima­gens de Portugal.

D >mingo, 12; (Para 12 anos), Matinée às 17,15 - Soirée às 21,15 horas. Danny Kaye o actor de muitos, no seu film e mais espec­tacular, «O Bobo da Corte». Entre idílio 1 e torneios desenrola se uma intriga de suprema comicidade.

3.a feira, 14; (Para 12 anos , um film i' maravilha em Cineinascop , «Os Cavaleiros de Cai los \la411 ».

Baile no Salão de festas

do Café PortugalPromovido pela agremiação lo­

cal, «O P A LM ElB AS», Clube Montijense de Desportos, realiza- -se no próximo domingo, dia 12 , uma «matinée» dançante, no saláo de festas do conceituado Café Por­tugal, desta vila, a qual será abri­lhantada pelo progressivo Con­junto Musical «Os Reis da Ale­gria», de Montijo.

Felicitamos a colectividade or­ganizadora, auspiciando-lhe o me­lhor êxito do seu enpreendimento.

Este número de «A Pro­víncia» foi visado pela

C E N S U R A

Telefone Oiti 57tí

'P a u l hnai (f.o ta ç u ilia i

Fofo Montijense

V e n d e - s e

Propriedade comaáreadel6 km. quadrados, a 3 km. de Montijo, junto à Estrada Nacional.

Nesta redacção se informa.

4 A P R O V I N C I A 9-1-958

Com • pedido de p u b l i c a ç ã o , re c e b em o s do R e p a r t iç ã o J e P ro p a g a n d oCampeonato Nacio­nal da 2.a Divisão

M o n H j o , 5 - C o r u c h e n s e , 0

Defesa CivilA ’ g r a n d e maioria dos

nossos leitores é desneces­sário dizer-lhes o que é a D. C. T .. No entanto, não queremos deixar de recordar a necessidade desta Organi­zação.

Quando o avião de com­bate cruzou pela primeira Vez os ares, o Mundo veri­ficou aterrado que a guerra já não se localizava unica­mente nas trincheiras. O campo de batalha estendia -se a todo o território da nação beligerante.

Desde e n t ã o tornou-se necessãria a existência de uma organização que tivesse

— Mantenha a chaminé e 0 telhado sempre em boas condições.

— Se tem sótão, não o transforme em armazém de coisas velhas.

— As escadas e vestíbulos, devem estar sempre limpos e livres de coisas inúteis.

— Nâo deVe permitir lixo e papéis velhos perto de sua casa.

— Os circuitos e aparelhos eléctricos devem estar sem­pre em boas condições.

— Não deve acumular, na cave ou no sótão, latas aber-

do Territóriopor base as próprias popu­lações civis a defenderem a sua Vida, encarregada de actuar contra os efeitos dos bombardeamentos. S u r g i u assim, pela primeira Vez, na guerra de 1914-18, um es­boço de Defesa Civil. En tre ­tanto, a aviação desenvol- Veu-se rápidamente e na úl­tima guerra esta arma surgiu s enho ra de um poderio imenso, com uma capacidade de destruição aterradora. Os países em guerra Viram-se 8 na necessidade de dedicarem maior atenção às suas orga­nizações de Defesa Civil.

tas contendo óleo ou tintas, trapos, aparas de madeira junto da bancada de traba­lho, combustível a menos de um metro da fornalha, papéis velhos e lixo empilhado.

Frequente os cursos que a D. C. T. organiza, es­colhendo segundo a sua vo­cação ou aptidão pessoal. Isso não implica qualquer outro compromisso que não seja apenas servir como au­xiliar da D. C. T. em caso de emergência. Faça-o por espírito humanitário e pa­triótico !

Equipa* = M O N TIJ O: Redol; Anica e Barrigana; Serralha, Ma­nuel Luís e André 11; Romeu, André I, Veredas, José Paulo e Er- nerto.

CORUCHENSE: José Maria; Faustino e Bailão ; Alfredo, Prate* e Rocha; Foguete, Izabelinha 1, Manuel Jorge e Fernando.

■Vrbitro = António Calheiros, de Lisboa.

Campo == Luís de Almeida Fi­dalgo, em Montijo.

Montijo, 59Jogo para o Campeonato Regio­

nal, disputado em Montijo sob a arbitragem dos Srs. Frederico So­bral e Hermíno Castro.

Alinharam:MONTIJO : (26 cestas e 1 lances

livres transformados em 13 tenta­dos) Luciano (2), Américo (7), José Maria (21), Tomás (26) e Teode­miro (3).

MUNDET : (14 cestas e 2 lances livres transformados em 12 tenta­dos) Cunha (3), Aldemiro, Dia­mantino (4), Paulo (10), Pescadinha (13), Costa e Herlder.

Ao intervalo 29-6Nunca poderemos fazer aprecia­

ções a nosso contento sempre que se efectuem jogos em campos nas condições em que estava o do C. D. M. no passado domingo.

Comercialmente falando, era *um terreno impróprio para con­sumo». Contudo, não estava im­próprio para se jogar, porque se jogou; estava sim incapaz para que nele se observasse uma pe­quena centelha, apenas, de razoá­vel Basquetebol.

O Basquetebol não é um Des­porto de jogar a bola rente ao solo, é jogado com a bola no ar à altura do peito, mas quando se torna necessário o batimento para a finta, drible ou passe -picado», a bola tem que se elevar o sufi­ciente. Ora num terreno como se encontrava aquele isso não é poi- sível, a bola prende-se e não salta.

Montijo, 6 de .íaueiro de 1958Senhor Director do Jornal «A Província»

Para fins convenientes, agra­decia que V. publicasse o «Regu­lamento» relativo à exposição de pombos correios que esta colecti­vidade pretende levar a efeito.

— Art.® 1.° — Só poderão tomar parte nesta Exposição pombos com anilha oficial, não viciadas; sendo excluídos igualmente exemplares c im anilha de rebite.

— Art.® 2.° — Os expositores terão que entregar os pombos no dia 24, às 16 horas.

— Árt.° 3.® — Todos os exem- llares s rão submetidos a uma. prévia inspecção, sendo excluído* os que não se apresentarem nas devidas condições exigidas.

— Art.® 4.° — A inscrição será de 5$00 (cinco escudos) por cada pombo.

— Art.“ 5.* — Só poderão entrar na exposição pombos classificados em concursos de mais de 200 k."1 para adultos, e de 100 k.™ parai portadores da anilha do ano ante­rior.

— Art.* 6.® — Serão conferidas medalhas para os dois machos mais classificados e duas medalhas para.

O encontro tem pouca história.Até ao intervalo, as duas equi­

pas quase se igualaram, tanto que só aos 30 minutos Ernesto conse­guiu o 1.° golo de Montijo.

Quando se passou à 2.* parte depois do intervalo com 1-0 a fa­vor do Montijo, nada fazia prever a estrondosa derrota do Coru­chense, embora o domínio dos montijenses se tivesse acentuado para o fim da 1.® parte.

No primeiro quarto de hora da

- Mundet, 30Isso impede a continuação duma jogada, possibilita a penalização do lance, porque o jogador incor­reu em falta por vários batimen­tos, etc.

Outras vezes o jogador vai em corrida para o cesto, escorrega e lesiona-se gravemente.

Tudo isto tira beleza ao Basque­tebol e quase tudo sucedeu no domingo. Dizemos “quase» porque, felizmente, não há a apontar aci­dentes.

E pena que Montijo ainda tenha que jogar num campo como aquele. Lamentamos que tal ainda suceda; mas... descansem, «senhores», que não vamos falar deste «caso».

Simplesmente achamos que é cómodo o direito da sucessão. Assim pensou Eduardo VII, actual Duque de Windsor...

Elogiamos, para terminar, os componentes de ambas as equipas que souberam galhardamente lu­tar naquele «terreno impróprio para consumo».

Deste jogo, porém, temos uma agradável recordação :

Se tivéssemos veia musical, tí­nhamo-nos inspirado na, sinfonia, autêntica, formada pelo espezinhar da lama.

— Talvez assim s ja mais «cul­tural» o Basquetebol, devem pen­sar os «senhores»...

RESERVAS : Montijo 46 - Mun- del 27.

Luciano Mocho

as duas fêmeas mais classificadas, sendo igualmente conferidos di­plomas de honra àqueles, até ao10.® lugar, classificados de cada sexo.

— Art.® 7.° - A exposição será aberta ao público nos dias 25 e 26, das 16 às 24 horas.

— Art.® 8.® — O método de jul­gamento será o do padrão aprovado pelo Congresso InternacionalOlímpico de 1951.

Pen«a a direcção da Sociedade Columbófila de Montijo, solicitar autorização da Federação Poi tu- guesa de Columbofilia para expor borrachos portadores da anilha oficial de 1957, a fim de ter mais quantidade de exemplares na dita Exposição. Seriam conferidos di­plomas de honra até ao 10.® dos exemplares, ptla beleza, apresen­tados ao público.

Aproveito a oportunidade para apresentar a V. os meus sinceros agradecimentos e os protestos da mais elevada consideração.

A Bem da Columbofilia O Presidente,

a) António J. Lucas Catita

Cumprimentamos o Clube pela sua iniciativa interessante e dese­jamos-lhe o maior èxilo,

2.* parte, ainda o jogo se manteve na mesma toada de equilíbrio; mas daí em diante a équipa do Coruchense, denotando franco es­gotamento, deixou de atacar e pas­sou à defesa.

Foi, então, fácil aos montijenses enfiltrarem-se e marcarem mais quatro golos, aos 48 m. por Vere­das, aos 72, 77 e 86 pelo mesmo jogador.

E o encontro finalizou cóm o ««core» de 5-0, a favor de Montijo, como podéria ter sido maior, em vista do rebaixamento físico, e consequentemente moral, da equipa coruchense.

É possível que c> terreno lann- cento, desconhecido para os visi­tantes, tivesse influído no resul­tado; mas não consegue explicar tamanha diferença de marcação.

Notaram-se na equipa monti­jense: Redol, Anica, Barrigana. e Romeu; na do coruchense, José Maria e Rocha.

A arbitragem sem reparos dc maior.

Vai, assim, Montijo em 4.° lugar, com 22 pontos, seguido de perto pelo Juventude, com 2.?, e pelo Olhanense, com 24.

Campeonato da 2/ Divisão do

Regional de Setúbal

T r a f a r i a , 2

A l h o s V e d r o s , 2

Nesta tarde amena, jogou-se o desafio para o respectivo campeo­nato, no Campo Pépita, entre a equipa local e o Clube de Futebol de Alhos Vedros, arbitrado pelo sr. José Ferreira, de Setúbal.

Jogo normal, demonstrando muita coragem, muita combativi­dade, bastantes lances de boa urdidura, vistosos; porém, a inde­cisão junto da área das redes inu­tilizou a conclusão de jogadas.

A poucos minutos do início, os visitantes movimentaram o mar cador, marcando um golo por intermédio do avançado Norberto, aproveitando uma bola vinda da direita.

Depois, o jogo assentou, esfor­çando-se os locais paia estabelecer o empate, o que só conseguiram aos trinta minutos, por intermédio de José Luís.

De nova entusiástica avançada resultou o segundo golo, cine) minuto» depois, da autoria de Agostinho.

Minutos de entusiasmo su -ede- ram a este resultado, pois os viti tantes náo se conformavam com a situação.

Com 2 a 1 terminou a primeira parte.

Reentrados 110 campo, após o descanso, o jogo tomou o ritmo de voluntariedade. As descidas ao campo adverso sucediam-se de parte a parte. Os elementos trafa­rienses rivalizavam com os visi­tantes em energias desperdiçadas junto às redes ou invalidadas pelos guarda-redes contrários. Partida agradável, bem arbitrada.

No último quarto de hora, o grupo de Alhos Vedros reforçou o ataque, dominando o meio campo contrário; mas o marcador tei raava em fívorecer os visitados. Mereciam o empate; contudo, de­balde tentavam as balizas.

Não seria justo 0 resultado. Na certeza porém, um penalti dis­cutível, para não dizer injusto, veio proporcionar o almejado em­pate, no último minuto.

Foi um acidente da partid’ , que o árbitro interpretou de maneira... discutível. Quanto ao resto, tudo decorreu naturalmente.

Alinharam pelo «Trafaria»;Joanito, Armando e J -eirinho.

Rosa, Nunes, Abreu, Nicola", Silva Marques, José Luís, J. Pequeno e Agostinho.

Pelo «Alhos Vedros»:Narciso, Tarouca e Guinol, Jú­

lio, Escada e Paulino, Zambujo. Marques, Norberto, Rosa e Sousa.

Distinguiram-se os marcadores das bolas, os guarda-redes, Nunes e Armando, Zambujo e Sousa.

Harmfnio Farraira

Conearso ie Prnpnsticns ie F a l É

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C u p ã o N.° 1©

C o n c u r s o d e P r o g n ó s t i c o s d e F u t e b o l

d e « A P r o v i n c i a »

2.“ Divisão (Zona Norte) 2.a Divisão (Zona Sul)Leixões Vila Real Olhanense Montijo

Vianense Gil Vicente Almada Coruchen e

Guimarães Sanjoanense Serpa Atlético

Tirsense Marinhense Portimonens. Juv< ntude

Peniche Covilhã Arroios União Sport

Leões Boavista Estoril Farense

Chaves Espinho Portalegre BejaCampeonato Nacional da 1.“ Divisão

Benfica Port»

N om e................

Morada

Localidade____

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0. E. I.--I (HiMi ii (ais un pra a groliiiãii ia laias aisDiminua os perigos de incêndio em sua casa

(Baiaiietek&L

f í ô l a m b ô f i l i a

Gostosamente publicamos a segainte carta:

9-1-958 A P R O V I N C I A 5

(ReotLaçõet

duma aetiiz.(Continuação da última pág.)

equação se resolverá mais tarde! — Mas creia, sincera­mente, que o Alves Barbosa é um bom e simpático colega, o que se chama uma jóia de rapaz. . .

— Então sempre e ver­dade ?

E com o mesmo sorriso gaiato, a loiríssima Maria Dulce term ina:

— Deixe lá que tem muito tempo de sab e r .. •

Incontestavelmente as mal­fadadas reticências mantêm- -se, pairam sobre este mis­tério i n s o n d á v e l , mais insondável do que o segredo das pirâmides do Egito !

É assim a personalidade de Maria Dulce, um nome que já firmou os seus crédi­tos, tanto no cinema como no teatro de Portugal e E s ­panha, isto é, simultânea­mente sério e trocista (no bom sentido da palavra), amável e artista.

A título de curiosidade direi que a protagonista de tantíssimas películas, rece­beu há pouco o Diploma de Honra de São João Bosco, que lhe foi concedido em Espanha, pela sua melhor interpretação de carácter re­ligioso, realizada no país vizinho, intitulada «Un dia perdido», ao lado da grande Ana Marisca! e dirigida por José Maria Fourqué.

— Projectos?— Inquirimos.— De momento nada mais

lhe posso dizer de que o único projecto mais imediato que tenho é a minha actua­ção num f i l m e folclórico a fazer, com a mesma produ­tora e com a cooperação entre Portugal e Espanha.

E aqui nos despedimos da simpática Maria Dulce, cujas interpretações em Portugal e Espanha já fizeram da artista uma «vedeta» inter­nacional.

Aníbal Anjos

Alcobaça— M e l h o r a m e n t o a s s i n a ­

l á v e l — Acaba de ser apre- ciàvelmente melhorada a ilu­minação pública desde a praça D. Afonso Henriques até à extremidade da vila, na direcção de Leiria. L i ­nhas, postes e lâmpadas, tudo foi substituído por ma­terial novo, e a vetdade é que a diferença é quase comparável à que existe en­tre a noite e o dia. Com ­preende-se, pois, o regozijo com que assinalamos esta reali/.ação dos S e r v i ç o s Municipalizados, confiando ainda que dentro de pouco tempo outras artérias venham a receber idêntica beneficia­ção.

— P l a n o d e u r b a n i z a ç ã o

— Está aberto inquérito pú­blico para apreciação do a n t e p l a n o de urbanização desta vila. Qualquer recla­mação que os interessados julguem dever formular, de­verá dar entrada na Secre ­taria da Câmara até ao dia 2 7 de Janeiro.

— N o v a v i a t u r a p a r a o s

B o m b e i r o s — A posse de uma viatura dotada de mo­dernos meios de combate ao fogo, constituía uma das aspirações dos Voluntários desta vila. Pois, 'mercê do valioso auxílio do Conselho Nacional dos Serviços de I n c ê n d io s , a Corporação acaba de receber um pronto- -socorro de nevoeiro, uni­dade de extraordinária valia em certas emergências e que, portanto, muito contribuirá para a eficiência destes ser­viços.

— N o v o h o r á r i o d a s m i s ­

s a s d o m i n i c a i s —>A fim de tornar possível o cumpri­mento do preceito dominical

às pessoas que estão impos-

M i n h o

sibilitadas de o fazer du­rante a manhã, a partir do dia 1 de Janeiro haverá uma missa às 16,30 horas. Con­sequentemente, as missas dominicais na igreja do M os­teiro passam a realizar-se às 7,30, 10,30 e 14,30.

— A s s e m b l e i a s G e r a i s — Efectuaram-se recentemente as Assembleias Gerais da Associação dos Bombeiros, Círculo de Arte e Cultura, e G inásio Clube de Alcobaça. Na Associação dos Bom bei­ros, foram reeleitos os diri­gentes que a vêm servindo há cinco anos, com a se­guinte distribuição de car­gos : Assembleia Geral — eng .0 João de Sousa e Brito, eng .0 Orlando Almeida e Sousa, Albertino Carlos T e i­xeira e Alberto Tomás C or­reia. Direcção — dr. José R i b e i r o Coutinho, Leonel Afonso Belo, H ilário Pereira André e Arlindo A lves de Sousa. Conselho Fiscal — Joaquim F e r r e i r a Gomes, Joaquim Duarte e o repre­sentante da Câmara, ainda por designar.

O Círculo elegeu a sua p r i m e i r a Direcção, após a aprovação dos respectivos estatutos. A votação foi a seguinte: Ass. G e ra l— Jo a ­quim Augusto de Carvalho, padre João de Sousa, José Teimo Carvalho e Raul Ga- meiro. D irecção — eng. João de Sousa e Brito, Abel dos S a n t o s , C a m i l o Marques Bento e Jo sé Sineiro Canha. Conselho Fiscal — Francisco Trindade Rodrigues, Filipe R a m o s , Afonso Franco e Augusto Beuto.

Finalmente, no Ginásio, tratou-se da alteração aos direitos dos associados. Foi aprovada a proposta da D i­recção, em conformidade com a qual o sócio que pague

15$00, ou mais, mensal­mente, passa a ter direito à entrada livre em todos os jogos de futebol, ou de hó­quei, organizados pelo clube.

— D e s a s t r e m o r t a l — No sábado, no lugar da Vestia­ria, foi vítima de lamentável acidente o proprietário sr. Mário Romão de Figueiredo. Cerca das 17 horns, termi­nada a labuta na fazenda, o o sr. Figueiredo subiu para um carro de bois e empreen­deu o r e g r e s s o a casa, a c o m p a n h a d o dum filho de quinze anos. Este, a certa altura, passou para a frente do gado, para o guiar pelo melhor caminho, mas suce­deu que, apesar de tal pre­caução, ao chegar a uma bifurcação, um dos animais espantou-se, dando origem a que o carro tombasse numa pequena ribanceira. O sr. Figueiredo foi cuspido e com tal infelicidade que ficou em estado melindroso. Condu­zido para o hospital de A l­cobaça, ali veio a falecer pelas 4 horas da madrugada de domingo, em consequên­cia de fractura do crâneo. O filho nada sofreu, e, quanto aos animais, também sairam ilesos do desastre. O extinto era casado com a sr.a D. Celeste Jáconje de Figuei­redo. — (C .)

Valério da fonsecafabricante de apoios de borracha para todas as marcas de automóveis.

Rua Frença Borges, 52

L A V R A D I O

Baixa da Banheira— J á f o i n o m e a d o u m

e l e c t r i c i s t a — A fim de exer­cer as funções de fiscal dos serviços eléctricos nesta lo ­calidade, foi recentemente nomeado o nosso dedicado assinante Sr. João Amado, motivo porque muito since­ramente o felicitamos. Con­fiamos, porém, em que as avarias registadas constan­temente até agora, tenham terminado por completo. A humilde população da Baixa da B a n h e i r a encontra-se muito satisfeita, e pede-nos para que, por intermédio do nosso jornal, se manifeste a m a io r g r a t i d ã o ao Sr. Presidente da Câmara por tão importante melhoramento e tão acertada nomeação.

Aguardamos agora que o S r. Presidente da Câmara, embora com sacrifício mas com um bocado de boa von­tade, não deixe de dotar a Baixa da Banheira, num fu­turo muito próximo, com ou­tros m e lh o r a m e n to s , tais como os principais: a elec­trificação onde não existe ainda; o abastecimento de água potável, para o que já não falta tudo, Visto que as obras de «pesquisas» foram concluídas com óptimos re ­sultados, respectivamente em 15-2 e 25-5-57; os canos de esgotos, Visto que não exis­tem ainda ; e o calcetamento das ruas, pois que as mesmas se encontram no geral em mísero estado. — (C .)

« A P r o v í n c i a »ASSINATURAS

Pagam anto ad ian tad a10 números — 9S90 20 números ~ 20$00 52 números — 50S00 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estran­geiro acresce o porte de correio.

N . ° 8 6 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 9 - 1 - 1 9 5 8

9ÍIdeia do ffívessoéPcc cAlvarc 9-9atente

falar, para quê ? As palavras apagam-se perante a majestade daqueles horizontes, perante a grandeza do espectáculo !

Desce, toma o café da sacola, roi a broa e acha a Vido esplêndida, magnífica, in ve jáve l!

Enfardela a tralha, olha por despedida o oásis, e parte novamente.

A C A M IN H O D A S L A G O A SMais doze quilómetros de trepadela.Mete ao atalho coleante e sobe, sobe sempre.Olhar para trás é ficar suspenso, atónito, aparvalhado!O Homem sente-se ínfimo, — coisa perdida na imensidade dos vales e

das distâncias.A perder de vista, estende-se o caminho andado e arredores. Parece o

mar intérmino, com calmos espreguiçamentos a uns lados e revoltas e on­deantes tempestades a outros.

Nos prados extensos borbulham carapinhas verdejantes; ressaltam casalitos como brinquedos; e as nuvens passam por baixo dos cumes — P:'stas de algodão a esfiarem-se, e vão repousar nas planícies.

Encrustada nos longes, — Sabugeiro— , a nossa aldeia mais alta, 1070 metros de altitude! Vista cá do caminho, parece que lançaram na cova man­cheia de p é ro la s ...

— Haverá gente a v ive r nessas pérolas ?E o Homem sobe, desespera-se para vencer as alturas, bate-que-bate

com o cajado, dobra-se, curva-se, leva a respiração opressa e o coração ao compasso do pau ferrado . . .

De vez em quando detém-se e inspira fundo; depois, recobra energias e sobe, sobe sempre.

O Homem é a forja; os pulmões, o fole — fu-. . í u . . . fu.E le gosta das ascensões porque se aproxima do desconhecido, de qual­

quer coisa que o intriga e o confunde. ..Na última curva, descobre a lagoa.— Chamam-lhe «a comprida» por ser a maior da serra, em comprimento.

Dorme plàcidamente, estendida pelo vale, entalada entre altas penedias e encostas verde-negras, jorrando quedas de água para o «Pomar de Judas».

Nova paragem.Nova debicadela, que o ar pica, atravessa os tecidos e aguça o ape­

tite. ..M ais contemplação, — contemplação que não finda, que dá êxtases e

pasmos.A serra abriu uma boca e não a poude fechar. Toda a chuva que caiu,

ali ficou. E assim se formou a lagoa. •.Dizem que há também uma nascente: — Talvez água engulida e que

vem à boca por agon ias. , .A vegetação é quase nula nesta altitude: zimbro e mais zimbro.Não se ouve um pio e as águas vivem paradas, silenciosas, numa quie­

tude que irrita !O Homem segue-lhe as pisadas. Olha, perscruta, e não exclam a: —

está dominado !No entanto, tem zumbidos nos ouvidos e, em certas ocasiões, ensur­

dece por momentos. Precisa, então, de apertar as narinas e com a pressão interna desentupir o canal auditivo.

Pela tarde, enfardela mais uma vez e continua a ascensão pela vereda à esquerda.

( C O N T I N U A )

6 A P R O V I N C I A 9-1-958

H ã OO lançamento do «Sputnik»

e do «Mutnik», para os lon­gínquos espaços siderais, foi um acontecimento extraor­dinário, que sem dúvida al­guma marcou uma nova era na História, rasgando ante a Humanidade os mais. vas­tos horizontes.

Alguém afirmou, e com razão, que 0 lançamento do primeiro satélite artificial fora acontecimento de superior transcendência ao do lança­mento à água do primeiro barco. O Homem libertara- -se, enfim, da esmagadora força da gravidade, dando um grande passo em frente na conquista do espaço.

Os eruditos na matéria, nào esconderam 0 seu assom­bro, afirmando ser 0 satélite duma utilidade incomensurá­vel e importantíssima na de­cifração de certos mistérios até agora impenetráveis.

Colaborando com os ho­mens, Limonehik, — a cade­linha «laika» foi sacrificada à C iência, tornando-se dum momento para 0 outro conhe­cida em todo 0 mundo e até durante algum tempo 0 as­sunto de interesse geral.

Houve, porém, quem não ocultasse a mais veemente repulsa, mormente os que se intitulavam amigos dos animais, os quais, condoidos pela sorte da eadelinha, pro­testaram ruidosamente con­tra «cientistas tão cruéis e insensíveis que assim con­denavam à morte a pobre «laika», exortando todas as pessoas movidas por senti­mentos humanos a manifes­tarem a sua consternação e repugnância. Outros pediram ainda que pela cadelinha fosse guardado «um minuto de s ilêncio»; e uma senhora, muito aflita, reclamava pro­vidências, pois ouvia através da rádio os latidos tristes da p o b r e z i n h a aterrorisada pela escuridão do Infinito. Orga­nizou-se também uma mani­festação canina em frente a certas instituições interna­c i o n a i s , transportando os manifestantes d í s t i c o s de protesto e desaprovação pelo acontecido.

Tivem os a impressão de que do muito que se disse e se fez neste propósito se. exagerou bastante, pois tais protestos estiveram longe de nos convencer das razões aduzidas.

Evidentemente que toda a gente, e nós também, dese­jaríamos 0 regresso da L i­monehik, pois sentimos a maior admiração pelos cães, de cuja fidelidade e amor para com os homens existem inegáveis provas. São eles, na verdade, os nossos me­lhores amigos, que nunca nos enganam, que nunca nos ofendem, que não sâo egoís­tas nem hipócritas. Shope- nhauer, azedo filósofo ale­mão após analisar bem os homens, distinguia-os com e s t e a f o r i s m o célebre: «Quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cão».

No entanto, a utilização

i a h a v id o e x a g e r o ? Glória que não tem um pedestal de calúnias, não é glória.

Vargas Vi/a

da Limonehik, como cobaia, foi duma utilidade tão pro­funda para 0 progresso da humanidade, que os protes­tos dos discordantes causa­ram um sorriso de increduli­dade àqueles que desapai- xonadamente acompanhavam 0 caso, admirando-o apenas sob 0 aspecto científico, por­que não passaram de meras manifestações platónicas que em nada alteraram os factos e nem nos convenceram de que tais indivíduos fossem mais amigos dos animais do que ninguém. Raciocínios tais, ou são originados pela cândida ingenuidade , dos simples, ou por almas incen­diadas de ódios — 0 que só os ridiculariza.

Na primeira hipótese, 0 bom senso terá que superar os ímpetos e a sensibilidade das almas condoidas, ante 0 complexo do caso. Pela nossa parte, jamais nos atrevería­mos a condenar como mons­

truosidade 0 sacrifício da «Laika», pois se tantos outros cães igual sorte têm tido nos laboratórios.. . Ainda há al­gum tempo, lemos na im­prensa diária a enxertia de parte dum cachorro no pes­coço dum cão já velho, criando-se assim um monstro de duas cabeças que conse­guiu sobreviver alguns d ia s !

Além disto, c h e g a - 11 os constantemente às mãos no-

sequer conseguiu sarar as feridas causadas pela última!

Como nos arrogaríamos a condenar tais ensaios inter- planetários com a morte dum simples cão, se pelo mundo fora tantas criancinhas e tantos vèlhinhos esmolam 0 humilhante pão da caridade, sem que a luz do horizonte os ilumine'.

Na s e g u n d a hipótese, ainda 0 bom senso deverá

P o r -- f o s é R o s a f i g u e i r e d otícias de torneios de tiro aos pombos, de toiros de morte e outras diversões deste gé­nero. Vemos aviários cheios de avezitas condenadas à prisão perpétua. Pior que tudo isto, os homens ainda se divertem em combates de box ou de luta livre, e os jornais enchem colunas com píevisões e ameaças duma nova guerra quando, final­mente, 0 mundo ainda nem

superar os a n t a g o n i s m o s idiológicos, porque a C iên ­cia e a Arte não têm cor nem país, e venham de onde vierem deverão ser recebi­das de braços abertos, sem que qualquer influência lhes deminua 0 mérito.

Ja im e Brasil, num artigo publicado há mais de vinte anos, já nos dizia que «a arte e a ciência não têm política, porque são 0 Eterno,

acima, muito acima do que é mudável».

Albert Enstein, Leonardo da Vinci, Luís de Camões, Leão Tolstoi, e tantos outros que foram grandes nos mais variados campos da vida social, tê-lo-iam sido sem­pre, antes que não houves­sem nascido onde nasceram.

Infelizmente, não foi pos­sível fazer regressar a pobre Limonehik, e 0 seu corpo continua a girar em volta da terra, como certeza de que os homens ali poderão che­gar num próximo futuro. E tudo 0 que se disse a seu respeito, não conseguiu alte­rar a imutável marcha dos satélites na grandeza e alti­tude do céu.

Uma vez mais, foi confir­mada quão verdadeira é a filosofia do povo, pois na verdade «nem todas as vozes lá conseguem chegar». . .

(QtodaçÕej duma aetiiz Uma entrevista de

A n í b a l A n j o sEm visita à vila de M on­

tijo, e também ao nosso jor­nal, na pessoa do seu D irec­tor, Sr. Á l v a r o Valente, veio aqui pela primeira vez, no pretérito dia 1.° de De­zembro, a jovem e talentosa actriz cinematográfica e tea­tral, M aria Dulce, que, du­rante cerca de três anos tem vivido e trabalhado em M a ­drid e até por toda a Espa­nha.

Actualmente em I.isboa, onde veio a convite do actor- -cantor Alberto Ribeiro, tam­bém produtor cinematográ­fico, interpretar a protago­nista feminina da película «O homem do dia», dirigida por Henrique de Campos e ao lado dos corredores ciclis­tas A lves Barbosa e Pedro Polainas, não quis Maria Dulce deixar escapar esta oportunidade de visitar Mon­tijo e «A Província».

Se bem que um pouco t a r d i a m e n t e , por motivos alheios à vontade do signa­tário, só hoje nos é possível dar à publicidade desta en­trevista, feita logo após a visita da brilhante artista a Montijo, — cujos poemas pri­morosos e cheios de patrio­tismo os nossos leitores já devem ter tido ocasião de escutar através da Rádio.

Demos, portanto, a palavra à nossa entrevistada.

-D ig a-n os , Maria Dulce, as suas impressões a respeito de Montijo e do seu público ?

— Achei Montijo bonitinho e muito interessante, e con­fesso-lhe que não me desa­gradaria visitar tão pitoresca vila, de vez em quando. Todavia, depois de ter conhe­cido 0 tão pacato Montijo, de que guardarei inolvidá­veis recordações, gostaria de voltar a visitá-lo durante os seus tradicionais festejos, cuja fama já ultrapassou

fronteiras e chegou até E s ­panha.

A inolvidável intérprete de «Frei Luís de Sousa» e de «Senhora de Fátima» faz uma pausa, para logo pros­seguir.

— Quanto ao seu público, se bem que nunca tenha tido um contacto directo com o mesmo, parece-me que não sou ali de todo ignorada,

Valente, Director do referido jornal, e pela sua Fam ília.

— Conte-nos as suas im­pressões sob 0 Cine-Teatro Joaquim de almeida ?

— As minhas impressões são as melhores, como aliás já tive a oportunidade de dizer pessoalmente à G erên ­cia daquela esplêndida casa de espectáculos, pois achei a sua sala muito moderna e

M A l i l A D V l . C E

ampara o corredor

ALVES BARBOSA

1108 seus primeiros

passos... de bici­

cleta, apôs a frac­

tura dc que ele fo i

v i t i ma , no braço

d i r e i t o , quando

con: a nossa entre­

vistada actuava em

«O homem do dia».

I m m

pois fui reconhecida e abor­dada até por algumas das jovens habitantes, c a ç a d o r a s

de autógrafos.Antes, contudo, de pros­

seguir na entrevista que v. tão amàvelmente me solici­tou para 0 simpático jornal «A Província», quero expres­sar aqui os meus mais sin­ceros agradecimentos pela forma carinhosa com que fui r e c e b id a pslo Sr. Alvaro

confortável — uma das me­l h o r e s das m u i t a s que conheço — , e para completar a minha opinião, seria inte­ressante que ali se estreiasse a película «O homem do dia». •.

— A propósito : — O que , pensa, Maria Dulce, de «Ohomem do dia» que você está a interpretar com Alves Barbosa e Pedro Po la inas?

— Com todo 0 gosto. Con­

tudo, se bem que eu seja suspeita para lhe dar a mi­nha opinião sobre tal assunto, direi-lhe-ei que esta produ­ção tem condições, 0 melhor possível, e que, depois de pronta, muito honrará Portu­gal e os portugueses. A última palavra sobre tal as­sunto, como aliás é natural e lógico, tê-la-á 0 público. Espero, no entanto, que se­jam benevolentes e espero também que o nosso esforço nào tenha sido vão.

— Toda a Imprensa diz que a Maria Dulce está noiva de A lves B rabosa ; mas, em vista de tantas reticências e contradições, gostaria que você nos esclarecesse sobre 0 que a tal respeito se tem dito e redito, isto é, do seu possível c a s a m e n t o com Alves Ba rb o sa !

Com um sorriso agaiatado, que faz parte integrante da personalidade da intérprete de «O homem do dia», a actriz esclarece-me:

— Pois éexactamente isso. Nós, nada sabemos além do que tem vindo nos jornais. Contudo, como sabe, a vida é feita assim, de certezas e de incertezas; mas, como você pretende saber a ver­dade, acho que 0 melhor será aguardar os aconteci­mentos, para depois ver. Confesso-lhe que, apesar da muita consideração que te­nho por si, nada lhe posso dizer de mais concreto do que lhe disse. Além dis=>o, há um ditado que reza assim ; «que a verdade é como 0 azeite. Vem sempre ao cimo da água.» e, se me permite, deixo-lhe 0 problem a.. . cuja

(Continua na págin a ó)