comportamento suicÍda entre jovens e adultos 2

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Artigo de revisão Rodrigo Pereira de Souza Leodinei Lodi COMPORTAMENTO SUICIDA ENTRE JOVENS E ADULTOS INTRODUÇÃO O suicídio é um ato humano complexo, que tem atraído a atenção da comunidade cientifica. Como um serio problema de saúde pública, embora as tentativas sejam freqüentes, são raros os casos que resultam em óbito. O comportamento suicida é comumente classificado em três diferentes categorias ou domínios: ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio propriamente dito. Uma das definições de suicídio refere-se ao ato humano de causar a cessação da própria vida 1,2 . Isto significa, que o individuo deve ter intenção de tirar a própria vida para se caracterizar em suicídio. As relações entre idade e sexo e suicídio, assim como a freqüência destes, variam muito no que concerne ao país estudado. Principalmente em países desenvolvidos, onde as altas taxas de suicídio entre jovens adultos do sexo masculino fazem com que este seja uma das principais causas de morte e de anos potenciais de vida perdidos. O suicídio na adolescência è um fenômeno trágico, que não deixa de crescer. Ele é a terceira causa de morte no mundo entre jovens de 10 – 19 anos. Mesmo assim, a taxa de

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Page 1: COMPORTAMENTO SUICÍDA ENTRE JOVENS E ADULTOS 2

Artigo de revisão Rodrigo Pereira de Souza Leodinei Lodi

COMPORTAMENTO SUICIDA ENTRE JOVENS E ADULTOS

INTRODUÇÃO

O suicídio é um ato humano complexo, que tem atraído a atenção da

comunidade cientifica. Como um serio problema de saúde pública, embora as

tentativas sejam freqüentes, são raros os casos que resultam em óbito. O

comportamento suicida é comumente classificado em três diferentes categorias

ou domínios: ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio propriamente

dito. Uma das definições de suicídio refere-se ao ato humano de causar a

cessação da própria vida 1,2. Isto significa, que o individuo deve ter intenção de

tirar a própria vida para se caracterizar em suicídio.

As relações entre idade e sexo e suicídio, assim como a freqüência

destes, variam muito no que concerne ao país estudado. Principalmente em

países desenvolvidos, onde as altas taxas de suicídio entre jovens adultos do

sexo masculino fazem com que este seja uma das principais causas de morte e

de anos potenciais de vida perdidos. 

O suicídio na adolescência è um fenômeno trágico, que não deixa de

crescer. Ele é a terceira causa de morte no mundo entre jovens de 10 – 19

anos. Mesmo assim, a taxa de suicídio nessa população é subestimada, pois

só se leva em considerações os números oficiais (suicídios declarados)

excluindo as mortes que ocorrem em acidentes automobilísticos especiais

(pegas, cavalo de pau, roleta russa, etc.) Os números de suicídio

freqüentemente são subestimados. A extensão deste viés varia de acordo com

o pais, dependendo principalmente da maneira como o suicídio é registrado.

Pensa – se que o suicídio é subestimado numa taxa de 20-25% no idoso e de

6-12% em outras faixas etárias 3.

Sendo assim, o objetivo desta revisão foi investigar o suicídio sobe o

ponto de vista indidual e coletivo e o suicídio no mundo e no Brasil e na

adolescência e nas diferentes idades como forma de informação deste tema

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que ainda é encarado com tabu pela sociedade. Para tanto foi realizada uma

pesquisa nas seguintes bases de dados: Medline/PubMed, Scielo , Lilacs,

Cochrane, Ministério da Saúde e na Organização Mundial da Saúde. Por fim,

buscou-se artigos relevantes nas referências dos artigos já localizados.

SUICIDIO

O suicídio é ato humano complexo e, embora as tentativas sejam

freqüentes, raros são os casos que resultam em óbito. Contudo, os números

vêm aumentando de maneira considerável. Para alguns autores, o crescimento

das taxas de suicídio é de 200% a 400% nos últimos vinte anos, em particular,

entre os adolescentes 4,5. A Organização Mundial da Saúde avalia o suicídio

como problema de saúde pública, pois configura uma entre as dez causas mais

freqüentes de morte em todas as idades, da mesma forma que é a segunda ou

terceira causa de morte entre 15 e 34 anos de idade 6. Estima-se que, para

cada suicídio, existem pelo menos dez tentativas suficientemente sérias ao

ponto de exigir atenção médica; mais ainda: para cada tentativa de suicídio

registrada, existem quatro não conhecidas 7. As relações entre idade e sexo e

suicídio, assim como a freqüência destes, variam muito no que concerne ao

país estudado. De maneira geral, é mais comum entre os homens com idade

entre 25 e 35 anos, ao passo que as tentativas de suicídio são mais usuais em

mulheres com idade entre 18 e 30 anos. Há alguns indicadores de suicídio,

embora novamente não se obtenha consenso entre os autores: o suicídio

estaria altamente relacionado aos desempregados, brancos, com patologia

psiquiátrica, uso de álcool e drogas, tal como com tentativa de suicídio anterior.

Entre as pessoas que tentam o suicídio é comum a presença de problemas

psicossociais, tais como: separações, perdas de pessoas queridas e perda de

emprego 8.

O suicídio é um fenômeno complexo, estudado por várias disciplinas

cientificas que o percebem de forma, às vezes, antagônica, outras

complementar. De maneira geral, a psiquiatria tem encarado o suicídio como

um fenômeno individual enquanto que as ciências sociais, a partir do clássico

de DURKHEIM 9, percebem – no como um comportamento coletivo.

O comportamento suicida é comumente classificado em três diferentes

categorias ou domínios: ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio

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propriamente dito. Apesar de que poucos dados são disponíveis, estudos

clínicos e epidemiológicos sugerem a presença de um gradiente de gravidade e

também de heterogeneidade entre estas diferentes categorias10 Assim, num

dos extremos teríamos a ideação suicida -, ou seja, os pensamentos, idéias e

desejos de estar morto - e no outro, o suicídio completo ou propriamente dito,

com as tentativas de suicídio entre estes. A presença de ideação suicida e,

principalmente, de uma história positiva de tentativas de suicídio têm sido

vistas como tendo um importante valor preditivo na avaliação do risco para

suicídio 11-15.

O comportamento suicida é dividido em três categorias segundo

STUART & LARAIA16:

1. ameaças de suicídio: são as advertências indicando que a pessoa tem

a possibilidade de suicídio. Os suicidas podem indicar verbalmente que não

ficarão por dentro durante muito tempo ou comunicam sua intenção de forma

não verbal, ao se desfazer dos objetos preferidos, revisar um testamento e

assim por diante. A ameaça traduz a ambivalência da pessoa á respeito da

morte. A falta de uma resposta positiva pode ser interpretada como

encorajamento para a realização do ato.

2. tentativa de suicídio: qualquer ação auto dirigida, empreedida pela

própria pessoa e que conduzirá à morte, caso não seja interrompida.

3. suicídio: pode ocorrer depois que os sinais de advertência passaram

desapercebidos ou foram ignorados. Pessoas que tenham o suicídio não

pretendem se matar, mas podem acabar se suicidando, caso não sejam

descobertos a tempo.

Kaplan & Sadock 17 afirmam que o suicídio não é um ato aleatório ou

sem finalidade, ele representa a saída de uma situação carregada de intenso

sofrimento.

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PONTO DE VISTA INDIVIDUAL

De acordo com a teoria de freud 18, a natureza humana funciona em

duas tendências essências: Erros ( pulão que conduz á vida e tanatos ( pulsão

que conduz a morte). São dois extremos, o primeiro conduz a vida e ao

crescimento, enquanto que o segundo refere –se ao inerte, a pulsão de morte,

de reverter tudo ao nada. Ambos deveriam atuar de forma paralela, quando a

pulsão de morte se sobrepõe á pulsão de vida, ocorre o suicídio ou tentativa do

mesmo.

Na maioria dos casos o individuo elimina sua vida de forma inconsiente,

o prazer de tornar real sua fantasia de vingança, de causar sofrimento nos

outros, é como se ele estivesse vivo par visualizar os resultados de sua morte 19.

PONTO DE VISTA COLETIVO

No ponto de vista de Durkeim 18, em sua lei geral do suicídio, refere que

não se trata apenas de um ato individual, não podendo ser pensado apenas

sob ótica da psicologia individual, pois existem causas sociais dos suicidas na

sociedade. Refere que a baixa integração social, períodos de guerra e conflitos

numa sociedade, são fatores predisponentes ao suicídio. Os atos suicidas são

efetivados dentro de regularidades de acontecimentos, havendo mais casos de

suicídios em determinadas épocas do ano, por exemplo.

Kalina & Kovadloff 19, criticam o enfoque psiquiátrico individual sobre o

suicídio e ressaltam o enfoque coletivo. Colocam o suicídio não apenas como

uma reação psicótica e sim como resultado de uma indução da sociedade e da

família em que o indivíduo está inserido.

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SUICÍDIO NO MUNDO

Verificou-se através de um estudo de revisão bibliográfica sobre suicídio

na adolescência, no mundo realizado por Serfaty 22, que este constitui a 2ª ou a

3ª causa de morte para a faixa etária entre 15 e 25 anos, em que quase todos

os países. Em relação á incidência o estudo mostrou que as taxas de suicídio

são maiores no sexo masculino em todos os países da America latina.

Matthews et al.23, levantando todos os casos de morte por suicídio na

Escócia durante 1988 e 1989, procuraram anotações a respeito destes a partir

de seus médicos (general practicioners) na atenção primária. Constataram que

somente aqueles com passado psiquiátrico procuraram tratamento, o que

grande parte dos suicidas não fizera. Concluíram que o trabalho de prevenção

do suicídio não deveria estar centrado na atenção primária e que apenas

pacientes com doença psiquiátrica podem ser atingidos neste nível de

prevenção.

SUICÍDIO NO BRASIL

Em um estudo realizado 24, num hospital municipal do Rio de Janeiro em

1982, estudando – se 182 casos de tentativa de suicídio entre 10 a 20 anos,

verificou- se que a maioria são mulheres, sendo os homens mais bem

sucedidos por usarem métodos mais letais, como maior evidência em brancos,

nos meses quentes e no período das 12 ás 24 horas do dia.

Feijó et al.25, realizou um estudo num hospital em Porto Alegre- RS, com

32 adolescentes com idade entre 13 A 20 anos, que apresentaram tentativa de

suicídio, no ano de 1995. Concluiu que há uma predominância significativa do

sexo feminino e que a desagregação familiar, medida através da separação

parental, uso de álcool e drogas,assim como as altas taxas de morbidade entre

familiares de adolescentes com tentativa de suicídio, são importantes fatores

de risco.

Em um estudo em Riberão Preto 26, declinou um perfil epidemiológico de

60 casos de tentativa de suicídio atendidos no setor de urgência Psiquiátrica de

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um hospital universitário, no ano de 1993, e constatou que as pessoas que

tentam suicídio são na maioria mulheres entre 15 e 29 anos, que pratica o ato

suicida em locais familiares, habitualmente o próprio domicílio, de preferência

entre o fim da tarde e a noite, que deve ser de modo mais impulsivo do que

planejado, em decorrência de estados emocionais imediatos a situações de

perdas ou transtornos nas relações sócio – familiares, utilizando, ao contrário

dos homens, de métodos menos violentos.

Vasan 27 estudou a mortalidade por suicídio em Ribeirão Preto, no

período entre 1953 a 1976, obtendo um total de 324 óbitos. Observou- se maior

pico em 1964 no mês de março. Entre 0 a 19 anos obteve-se um total de 37

óbitos, sendo 4 masculinos e 33 femininos durante todo o período pesquisado.

Em outro trabalho de Vasan 28, estudou 17 casos de suicidas em

Ribeirão Preto, com idades variadas, por meio de entrevistas domiciliares com

familiares. Encontrou que a grande maioria dos suicidas estão em baixos

estratos sociais, e que 52% haviam antecedentes de comportamento

autodestrutivos. Além disso, mais da metade sofreram experiências de perdas

parentais na infância e adolescência, e os motivos mais freqüentes foram:

problemas amorosos, má saúde física, mental ou ambas. Contudo, mais da

metade foram percebidos alterações de conduta anterior á tentativa como se

encontrando tristes, pensativos, aborrecidos, agitados, desligados, indiferentes,

aéreos, desanimados e cansados. Os grupos formados por solteiros

desquitados e união livre apresentaram maior risco que os casados.

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O SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência foi descrita de acordo com o paradigma biomédico, como

uma fase do desenvolvimento humano, de transição entre a infância e a vida

adulta, na segunda década de vida, notada principalmente pelas

transformações biológicas da puberdade é relacionada á maturidade bio-psico-

social. Essas transformações são apresentadas como elementares na vida dos

indivíduos, o que leva a identificar a adolescência como sendo um período

crítico, norteado de momentos de definições de identidade sexual, profissional,

de valores, e sujeitos a crises, que muitas vezes são tratadas como patológicas 29.

Segundo a Organização Mundial da Saúde 30, os conceitos de

puberdade, adolescência e juventude são diferentes. A puberdade se refere ao

conjunto de modificações corporais, a adolescência compreende o período de

transição bio-psicossocial que ocorre entre a infância e a idade adulta, e a

juventude engloba períodos intermediários e finais da adolescência e primeiros

da maturidade, num período social dos 15 aos 24 anos.

A conduta suicidaria, tanto letal (suicídio) como não letal (tentativa de

suicídio e para-suicidio), representa um verdadeiro desafio para os serviços de

saúde mental, nomeadamente no que respeita à compreenção dos fatores

psicológicos que a ela predispõem e a precipita 31.

Os fatores de risco são numerosos, no entanto as perturbações

psiquiátricas, principalmente a depressão, e tentativas de suicídio anteriores

figuram entre as mais citadas, bem como as perturbações do comportamento e

suas associações 32,33.

Também a “desesperança” deve ser encarada como um preditor do

suicídio tal como a presença de perturbações afetivas, ideação suicida severa,

história de tentativa de suicídio, prévia história familiar de suicídio, história de

abuso de álcool e drogas e fatores demográficas relevantes na relação entre a

depressão e intenção suicida nos para - suicidas. A desesperança, mais do que

a depressão, parece ser um forte indicador de intenção suicida 34,35.

Estima-se que 25% da população mundial seja formada por

adolescentes e que na América Latina residam aproximadamente 30% de

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adolescentes e jovens na faixa etária de 10-24 anos 30. De acordo com o

Ministério da Saúde 36, cerca de 22,0% dos brasileiros têm de 10 a 19 anos. A

maioria destes jovens vive em setores marginais da zona urbana, o que

dificulta ainda mais o acesso à educação, trabalho e saúde, favorece a

delinqüência e a violência juvenis e aumenta as taxas de mortalidade por

causas externas, em especial, homicídios, suicídios, acidentes de trânsito 36, 37,

38,39.O suicídio é ato humano complexo e, embora as tentativas sejam

freqüentes, raros são os casos que resultam em óbito. Contudo, os números

vêm aumentando de maneira considerável. Para alguns autores, o crescimento

das taxas de suicídio é de 200% a 400% nos últimos vinte anos, em particular,

entre os adolescentes 40,41.

Vários estudos têm revelado dados epidemiológicos que demonstram

um aumento na incidência de suicídio na população geral em todo o mundo. No

que diz respeito a adolescentes, este dado vem sendo considerado como a

terceira causa de morte, também, em termos mundiais 42-48.No Brasil, os índices

de suicídio nas diversas faixas etárias não são tão alarmantes como em países

da Europa oriental (Estônia, Letônia, Lituânia, Finlândia, Hungria, Rússia) e da

Ásia (China e Japão), mas, em relação à adolescência, como ocorre na maioria

dos países mencionados, as taxas de suicídio vêm, também, aumentando 48,49.

Um estudo 50, demonstrou que Porto Alegre e Curitiba são consideradas as

capitais com os maiores índices de suicídio registrados em jovens com idades

entre 15 e 24 anos, comparadas com outras nove capitais (Belém, Fortaleza,

Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo).

Este dado torna-se alarmante principalmente porque as estatísticas sobre

suicídio são falhas e subestimadas, ainda mais no que se refere a

adolescentes, sendo que seus atos autodestrutivos são, muitas vezes, negados

e escondidos pela família.

Em outro estudo 51 feito na capital de Porto Alegre, que investigou a

presença de ideação suicida em adolescentes, com idade entre 15 e 19 anos

dos 526 adolescentes da amostra 36% apresentam ideação suicida. As

variáveis mais associadas à ideação suicida foram: sexo feminino, tentativa de

suicídio de amigo, depressão e desesperança.

Por outro lado, em um estudo com crianças e adolescentes da

população geral dos Estados Unidos, foi possível estimar que de 7 a 12%

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destes já tiveram uma ideação suicida séria 52. Evidenciou-se, ainda, em um

estudo realizado com a população geral da cidade de Colúmbia (EUA), com

210 adolescentes, que 14% apresentaram ideação suicida 53. Os

pesquisadores 54, realizando uma pesquisa na cidade de Iowa (EUA),

revelaram que dos 1.617 adolescentes pesquisados, 8,2% com 18 anos ou

mais, apresentaram ideação suicida.

Entretanto, nesta sociedade capitalista na qual vivemos estamos em

meio de constantes contradições, ou seja, espera-se dos jovens um

comportamento afetuoso, responsável, repleto de sonhos e objetivos, mas,

divulga – se violência e o comércio do próprio corpo por meio da mídia. Desta

forma, deve- se considerar que é nesse mundo de contradições e

discrepâncias que o adolescente necessita aprender a viver, construir sua

identidade e resolver seus conflitos 55.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo de revisão descreveu através da literatura consultada, a

freqüência aumentada de comportamento autodestrutivos entre jovens e

adultos tanto no Brasil, quanto no mundo, principalmente nas últimas décadas.

Como descrito os fatores de risco e a pré-disposição devem ser

trabalhados de maneira que o ato possa ser evitado. A atenção sugerida é nos

casos de desagregação familiar, uso de álcool e drogas, e nos problemas da

adolescência.

Contudo, faz-se necessário a realização de novos estudos

epidemiológicos e estudos sociológicos, com o objetivo de avaliar o impacto na

população atual frente ao fenômeno cada vez maior do suicídio. Desta forma,

poderá se ter uma visão epidemiológica e sociológica do tema, afim de traçar

estratégias de prevenção.

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