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  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E

    AMBIENTAL

    COMPORTAMENTO MECNICO DE UM

    AGREGADO RECICLADO A PARTI R DE RESDUOS

    DE CONSTRUO E DEMOLIO SUBMETIDO A

    CARREGAMENTOS CCLICOS

    ALEJANDRA MARA GMEZ JIMNEZ

    ORIENTADOR: MRCIO MUNIZ DE FARIAS, PhD.

    TESE DE DOUTORADO EM GEOTECNIA

    PUBLICAO: GTD-117/16

    BRASLIA / DF: 15 DE ABRIL / 2016

  • iii

    FICHA CATALOGRFICA

    GMEZ, ALEJANDRA MARA JIMNEZ

    Comportamento Mecnico de um Agregado Reciclado a Partir de Resduos de

    Construo e Demolio Submetido a Carregamentos Cclicos, Distrito Federal, 2016

    xxviii , 185 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Doutora, Geotecnia, 2016)

    Tese de Doutorado - Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia.

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

    1. Agregados reciclados 2. Camada de base

    3. Deformao permanente 4. Mdulo de resilincia

    5. Densidade de poros 6. Shakedown

    I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    GMEZ, A.M. J. (2016). Comportamento Mecnico de um Agregado Reciclado a Partir

    de Resduos de Construo e Demolio Submetido a Carregamentos Cclicos. Tese de

    Doutorado, Publicao GTD-117/16, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de

    Braslia, Braslia, DF, 185 p.

    CESSO DE DIREITOS

    NOME DO AUTOR: Alejandra Mara Gmez-Jimnez

    TTULO DA TESE DE DOUTORADO: Comportamento Mecnico de um Agregado

    Reciclado a Partir de Resduos de Construo e Demolio Submetido a Carregamentos

    Cclicos.

    GRAU / ANO: Doutora / 2016

    concedida Universidade de Braslia a permisso para reproduzir cpias desta tese de

    doutorado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e

    cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte desta tese de

    doutorado pode ser reproduzida sem a autorizao por escrito do autor.

    _____________________________

    Alejandra Mara Gmez-Jimnez

    SCLN 407 Bloco C Apto 211

    Asa Norte

    70855530 - Braslia/DF - Brasil

  • iv

    A minha famlia pela confiana, suporte, apoio e amor .

    Tudo o que Eu sou hoje por vocs. Os amo muito.

    A pessoa que nunca me deixou desfalecer , IFO .

  • v

    AGRADECIMENTOS

    Deus por ter me permitido viver essa maravilhosa experincia e por todas as bnos

    recebidas;

    Aos meus pais, Raulito e Amparito pelo amor, apoio, confiana e pela fora quando houve

    momentos difceis. Obrigada por estarem sempre ao meu lado. Eu os amo muito;

    Ao meu esposo, companheiro de vida e aventuras. Porque sempre que eu duvido de mim, fica

    do meu lado para me mostrar que tudo possvel;

    todos os dias to perto apesar dos milhares de quilmetros que nos separam;

    minha famlia toda por sempre ter-me presente nas suas oraes e enviarem energias

    positivas;

    Ao meu orientador, Professor Mrcio Muniz de Farias, pela pacincia e oportuna orientao;

    Aos senhores Carlos Andrade e Pedro Cmara proprietrios da empresa Areia Bela Vista por

    ter fornecido todo o material desta pesquisa;

    Ao professor Doutor Diego Daro Prez Ruiz por me facilitar o laboratrio de Engenharia Civil

    da Pontifcia Universidade Javeriana de Cali para fazer os ensaios de deformao permanente;

    Ao professor Doutor Lus Eduardo Tobn Llano da Pontifcia Universidade Javeriana de Cali

    pela ajuda com as rotinas no MatLab para ajustar corretamente os dados experimentais da

    pesquisa;

    Ao professor Doutor Ivn Fernando Otlvaro Calle da Pontifcia Universidade Javeriana de

    Cali pela orientao sobre o comportamento hidromecnico do RCD e pelo projeto e construo

    do equipamento de translao de eixos para a realizao dos ensaios de suco;

    Ao grupo de professores do Programa de Ps-graduao em Geotecnia por ter contribudo na

    minha formao doutoral;

    professora Liedi Bernucci pelos questionamentos levantados na qualificao, realmente me

    ajudaram a refletir sobre as anlises apresentadas;

    Aos senhores Arthur Rocha e Gilson Ferrari pela disposio para consertar os equipamentos;

    Aos meus amigos Janana e Marcus por me abrirem as portas de sua casa e me acolherem como

    uma irm. Realmente, me sinto em famlia com vocs;

    Aos meus amigos, Jorge Cormane, Claudia Ochoa, Claudia Gmez, Ivonne Gutirrez, Catalina

    Mantilla, Esteban Alarcn, Juan Pablo Espaa y Edgar Rodrguez. Por fazer de nossa vida em

    Braslia muito mais agradvel muito bom ter um pedacinho de casa por perto;

    Aos meus colegas de doutorado Robinson Giraldo e Juan Gabriel Bastidas, pelos risos, os

    almoos no RU, as ideias trocadas e pelo apoio moral;

    Finalmente gostaria de agradecer CAPES pelo apoio financeiro.

  • vi

    RESUMO

    A pesquisa aqui apresentada foi desenvolvida baseada na premissa de que o resduo de

    construo e demolio (RCD) pode substituir o agregado natural geralmente utilizado na

    construo de camadas de base em pavimentos rodovirios.

    Ensaios de mdulo de resilincia, deformao permanente e suco por papel filtro e

    translao de eixos foram realizados no RCD a fim de caracterizar a resposta mecnica do

    material sob diferentes solicitaes de carga e umidade.

    Verificou-se que a maior degradao do material gerada durante o processo de

    compactao e no durante a aplicao de cargas repetidas. Contudo, o incremento da tenso

    desvio ou uma pequena variao de umidade, interferem diretamente na resposta mecnica do

    tipo de RCD avaliado nesta pesquisa, sendo essa desfavorvel quando aplicado um incremento

    na relao de tenses e no teor de umidade.

    Os modelos matemticos empregados para ajustar os dados experimentais obtidos nos

    ensaios laboratoriais, permitiram avaliar o comportamento mecnico do RCD desta pesquisa

    em funo da variao do nvel de tenso aplicado e da umidade adotada no ensaio.

    As curvas de reteno de gua permitiram verificar a variabilidade no comportamento

    hidrulico do RCD empregado nesta pesquisa. Tambm possibilitaram a determinao da curva

    de densidade de poros as quais definiram que o RCD avaliado apresentou trs tamanhos de poro

    caractersticos.

    A resistncia ao cisalhamento foi calculada indiretamente relacionando trs diferentes

    ensaios de resistncia aplicados no RCD. Os parmetros da resistncia ao cisalhamento

    saturados e no saturados foram apresentados.

    Por fim, uma simulao numrica empregando o software M-EPDG permitiu comparar as

    deformaes da estrutura do pavimento quando construda com materiais convencionais e

    modificando a camada de base utilizando apenas RCD.

    Os resultados obtidos, permitem aceitar a hiptese de que o RCD avaliado um material

    adequado para ser usado na camada de base, visto que o material deste estudo apresenta

    comportamento mecnico compatvel com o agregado convencional empregado habitualmente

    no Distrito Federal na construo da camada de base.

  • vii

    ABSTRACT

    The hypothesis that the construction and demolition waste (CDW) can replace partially or

    completely the commonly used granular pavement layers have been investigated in this

    research.

    Tests such as resilient modulus, permanent deformation and suction using filter paper and

    axes translation methods were carried out to characterize the mechanical performance of the

    CDW under different load requirements and moisture content.

    It was verified that most of the degradation of the recycled aggregate is produced during

    compaction stage and not during cyclic loading. However, the increase of the ratio between

    deviatoric and confining stresses or slight changes in the moisture content affects directly the

    mechanical response of the CDW. The effect is more critical when both variables are increased

    simultaneously.

    The mathematical models used to adjust the obtained experimental data from the tests

    allowed to evaluate the mechanical performance of the CDW as a function of stress ratio and

    moisture changes.

    The water retention curves allowed verifying the variability in the hydraulic performance

    of the CDW. Furthermore, the pores density curves defined that the tested material have three

    characteristic pore sizes.

    Finally, a numerical simulation using M-EPDG allowed comparing the deformations of a

    pavement structure built with conventional materials and replacing the base with CDW.

    Based on the fact that the CDW shows a better mechanical performance compared to the

    conventional materials used in granular bases of pavements, the initial hypothesis is accepted.

  • viii

    RESUMEN

    Esta investigacin se desarroll con la hiptesis de que el residuo de construccin y demolicin

    (RCD), puede substituir de manera parcial o total los materiales granulares empleados de forma

    habitual en la construccin de las capas granulares de los pavimentos viales.

    Ensayos de mdulo resiliente, deformacin permanente y succin por los mtodos de papel

    filtro y traslacin de ejes, fueron aplicados en el RCD con el fin de caracterizar su respuesta

    mecnica, bajo diferentes solicitaciones de carga y humedad.

    Se verific que la mayor degradacin del agregado reciclado se presenta durante el proceso

    de compactacin y no durante la aplicacin de cargas repetidas. Sin embargo, el incremento de

    la tensin desvo o una pequea variacin en el contenido de humedad, interfieren directamente

    en la respuesta mecnica del RCD. Siendo esta desfavorable cuando las dos condiciones crecen.

    Los modelos matemticos empleados para ajustar los datos experimentales obtenidos en los

    ensayos de laboratorio, permitieron evaluar el comportamiento mecnico del RCD en funcin

    de la variacin de las tensiones e de la humedad evaluadas.

    Las curvas de retencin de agua permitieron verificar la variabilidad en el comportamiento

    hidrulico del RCD. Adems, fue posible determinar la curva de densidad de poros las cuales

    definieron que el material evaluado posee tres tamaos de poro caractersticos.

    La resistencia al cizallamiento se calcul de forma indirecta usando tres ensayos de

    resistencia. Los parmetros en el estado saturado y no saturado fueron presentados.

    Por ltimo, una simulacin numrica empleando el software M-EPDG permiti comparar

    las deformaciones de la estructura del pavimento construida con materiales convencionales y

    reemplazando la base con RCD.

    Los resultados obtenidos, permitieron aceptar la hiptesis inicial. Una vez que el RCD

    presenta un comportamiento mecnico mejor que el agregado convencional empleado en la

    construccin de bases granulares para pavimentos viales.

  • ix

    NDICE

    CAPTULO 1 INTRODUO ............................................................................................ 1

    1.1. OS RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO (RCD). POR QUE US-LOS? 1 1.2. RELEVNCIA DA PESQUISA ....................................................................................... 3 1.3. OBJETIVOS....................................................................................................................... 5 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 6

    CAPTULO 2 REVISO BIBLIOGRFICA ..................................................................... 8

    2.1. INTRODUO .................................................................................................................. 8 2.2. RECICLAGEM DE RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO ........................ 8

    2.2.1 Normativas e Legislao ......................................................................................... 11

    2.3. AGREGADO RECICLADO DE RCD COMO MATERIAL GRANULAR DE BASE OU SUB-BASE....................................................................................................................... 13

    2.4. COMPORTAMENTO RESILIENTE DO MATERIAL GRANULAR .......................... 18 2.4.1. Fatores que afetam o mdulo resiliente (MR) ..................................................... 20

    2.4.2. Modelos analticos usados na obteno do Mdulo de Resilincia ................... 21 2.5. DEFORMAO PERMANENTE EM MATERIAIS GRANULARES ........................ 26

    2.5.1. Fatores que afetam a deformao permanente ................................................... 29

    2.5.2. Teoria do Shakedown ......................................................................................... 34 2.5.3. Modelos empricos e analticos empregados na avaliao da deformao

    permanente ............................................................................................................................ 38

    2.6. IMPORTNCIA DA FORMA NOS MATERIAIS GRANULARES ............................ 40

    2.6.1. Forma ................................................................................................................. 41 2.6.2. Angularidade ...................................................................................................... 41 2.6.3. Caracterizao da forma dos agregados utilizando Anlise Digital de Imangens

    (AIMS) ............................................................................................................................ 42 2.7. AVALIAO DA DEGRADAO DOS MATERIAIS GRANULARES DEVIDO

    QUEBRA ......................................................................................................................... 43 2.8. CURVA DE RETENO DE GUA WRC .................................................................. 46

    2.8.1. Modelos para representar a curva de reteno de gua do solo ......................... 48

    2.8.2. Distribuio e tamanho de poros ........................................................................ 50

    2.9. RESUMO ......................................................................................................................... 52

    CAPTULO 3 MATERIAIS E MTODOS ....................................................................... 54

    3.1. INTRODUO ................................................................................................................ 54 3.2. SELEO DO MATERIAL ........................................................................................... 55

    3.3. CARACTERIZAO DO RCD EMPREGADO NA PESQUISA ................................. 56 3.3.1. Caracterizao fsica .......................................................................................... 57 3.3.2. Caracterizao qumica ...................................................................................... 57

    3.3.3. Caracterizao mecnica .................................................................................... 58 3.4. PROGRAMA EXPERIMENTAL ................................................................................... 59

    3.4.1. Curva granulomtrica selecionada ..................................................................... 59 3.4.2. Caractersticas de compactao e moldagem ..................................................... 60 3.4.3. Medio do mdulo de resilincia (MR) no RCD .............................................. 65

    3.4.4. Curva de reteno de gua (WRC) e avaliao da distribuio de poros do RCD

    ............................................................................................................................ 66

    3.4.5. Avaliao da degradao do RCD devido quebra ........................................... 69 3.4.6. Determinao da deformao permanente do RCD ........................................... 73

    3.5. ANLISE DOS DADOS EXPERIMENTAIS ................................................................ 75 3.6. RESUMO ......................................................................................................................... 76

  • x

    CAPTULO 4 APRESENTAO E ANLISE DE RESULTADOS .............................. 78

    4.1. INTRODUO ................................................................................................................ 78 4.2. COMPORTAMENTO RESILIENTE DO RCD .............................................................. 78

    4.2.1. Influncia da energia de compactao ............................................................... 78

    4.2.2. Influncia da cura na resposta resiliente do RCD .............................................. 82 4.2.3. Influncia da saturao na resposta resiliente do RCD ...................................... 86

    4.3. RESULTADOS DA RETENO DE GUA E DA DISTRIBUIO DE POROS DO RCD .................................................................................................................................. 90 4.3.1. Medio de suco aplicando a tcnica do papel filtro ...................................... 90

    4.3.2. Medio de suco aplicando a tcnica de translao de eixos ......................... 92 4.3.3. Caractersticas de reteno de gua .................................................................... 93

    4.3.4. Tamanho e distribuio de poros ....................................................................... 98 4.4. CARACTERIZAO DA DEFORMAO PERMANENTE DO RCD ...................... 99

    4.4.1. Influncia da tenso desvio aplicada ................................................................ 100 4.4.2. Influncia da umidade do corpo de prova ........................................................ 104 4.4.3. Aplicao da teoria do Shakedown .................................................................. 106

    4.4.4. Modelao da deformao permanente a partir dos dados experimentais ....... 112 4.5. DEGRADAO DO RCD DEVIDO QUEBRA DURANTE COMPACTAO OU

    APLICAO DE CARREGAMENTOS CCLICOS ................................................... 120 4.5.1. Variao da curva granulomtrica .................................................................... 120

    4.5.2. Avaliao da degradao por anlise digital de imagens AIMS ...................... 125 4.5.3. ndices de quebra .............................................................................................. 130

    4.6. CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................... 135

    CAPTULO 5 MODELO EMPRICO-MECANSTICO E SIMULAO DA

    ESTRUTURA DO PAVIMENTO ......................................................................................... 142

    5.1. CONSIDERAES DO MODELO ............................................................................... 142 5.2. FORMULAO DO MODELO .................................................................................... 143

    5.3. AJSUTE DO MODELO PARA OS DADOS ................................................................. 145 5.4. RESISTNCIA AO CISALHAMENTO DO RCD ........................................................ 155

    5.5. SIMULAO DA ESTRUTURA DO PAVIMENTO COM O RCD COMO MATERIAL

    GRANULAR .................................................................................................................. 161 5.6. CONSIDERAES FINAIS .......................................................................................... 168

    CAPTULO 6 ......................................................................................................................... 171

    CONCLUSES E SUGESTES PARA PESQUISAS FUTURAS ..................................... 171

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................... 176

    ANEXOS .......................................................................................................................... 182

    ANEXO 1. DADOS EMPREGADOS NA SIMULAO COM O M-EPDG ..................... 182

  • xi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2-1. Materiais tpicos que compem os RCD nos Estados Unidos (EPA, 2003). ....................... 9 Tabela 2-2. Ensaios para controle durante a construo da obra (GEAR, 2011). ................................. 10 Tabela 2-3. Quantidade total de RCD coletado no Brasil em 2011 e 2012 (ABRELPE 2012 apud

    Sinisterra, 2014). ................................................................................................................................... 11 Tabela 2-4. Especificaes para agregados reciclados de RCD para aplicaes na pavimentao (Souza,

    2015)...................................................................................................................................................... 12 Tabela 2-5. Ensaios e valores mnimos requeridos para o uso de RCD nos Estados Unidos (TRB, 2008).

    ............................................................................................................................................................... 13 Tabela 2-6. Constantes de regresso e mdulos de resilincia do RCD (Gmez, 2011). ..................... 23 Tabela 2-7. Resumo dos modelos numricos empregados para previso da deformao permanente de

    materiais granulares (modificado de Lekarp et al., 2000b). .................................................................. 39 Tabela 3-1. Caracterizao fsica do RCD (Gmez, 2011). .................................................................. 57 Tabela 3-2. Caracterizao mecnica do RCD desta pesquisa (Gmez, 2011). .................................... 59 Tabela 3-3. Parmetros de resistncia ao cisalhamento do RCD (Gmez, 2011). ................................ 59 Tabela 3-4. Curva granulomtrica empregada no RCD utilizado nesta pesquisa. ................................ 60 Tabela 3-5. Energias de compactao empregadas na compactao dos CP de Mdulo. ..................... 61 Tabela 3-6. Resultado ANOVA para CP compactados no INFRALAB, na energia Intermediria,

    considerando o ndice de vazios. ........................................................................................................... 62 Tabela 3-7. Resultado ANOVA para CP compactados no INFRALAB, na energia Modificada,

    considerando o ndice de vazios. ........................................................................................................... 62 Tabela 3-8. Resultado da ANOVA considerando homogeneidade no e CP compactados manualmente

    na PUJ. .................................................................................................................................................. 63 Tabela 3-9. Anlise de varincia simples aplicada sobre os ndices de vazios obtidos mediante duas

    metodologias de compactao. .............................................................................................................. 64 Tabela 3-10. Energias de compactao empregadas para preparao de CP para ensaios de reteno de

    gua. ...................................................................................................................................................... 65 Tabela 3-11. Anlise de varincia para os CP compactados na energia Proctor intermediria ............. 65 Tabela 3-12. Sequncia de carregamentos para materiais de base e sub-base (AASHTO T307-99). ... 66 Tabela 4-1. Coeficientes de ajuste empregados. ................................................................................... 79 Tabela 4-2. Comparao de mdulos de resilincia do RCD avaliado para diferentes perodos de cura e

    energia de compactao. ........................................................................................................................ 84 Tabela 4-3. Porcentagem de variao do MR com relao a umidade e energia de compactao. ....... 89 Tabela 4-4. Parmetros de ajuste segundo equao empregada. ........................................................... 97 Tabela 4-5. Condies gerais dos ensaios de deformao permanente aplicados no RCD ................. 100 Tabela 4-6. Dissipao de energia por ciclo de carga aplicada. .......................................................... 101 Tabela 4-7. Evoluo da deformao permanente segundo a umidade do corpo de prova para um mesmo

    estado de tenso (d/ 3 = 2,0). ............................................................................................................ 105 Tabela 4-8. Modelos analticos de deformao permanente empregados na pesquisa ........................ 112 Tabela 4-9. Parmetros de ajuste obtidos segundo o modelo de deformao permanente empregado.

    ............................................................................................................................................................. 119 Tabela 4-10. Dimetros representativos e porcentagem de finos no RCD. ......................................... 121 Tabela 4-11. Anlise estatstica do incremento da porcentagem de finos segundo o ensaio aplicado. 125 Tabela 4-12. Classificao do RCD segundo as propriedades de forma, angularidade, esfericidade e

    textura. ................................................................................................................................................. 126 Tabela 4-13. Parmetros estatsticos obtidos a partir dos ensaios. ...................................................... 127 Tabela 4-14. ndices de quebra para diferentes energias de compactao e perodos de cura ............ 133 Tabela 4-15. Anlise de varincia considerando que os ndices de quebra so iguais sem importar o

    ensaio aplicado no RCD. ..................................................................................................................... 135 Tabela 5-1. Parmetros de ajuste do modelo NCHRP1-37A (2004), modificado para N = 106. ........ 147 Tabela 5-2. Parmetros de ajuste do modelo NCHRP1-37A (2004). Relao de tenses d/ 3 = 6,0 para

    w = 13,0 e 16,0%. ................................................................................................................................ 149

  • xii

    Tabela 5-3. Parmetros de ajuste do modelo NCHRP1-37A (2004). Relao de tenses d/ 3 = 8,0 para

    w = 13,0%. .......................................................................................................................................... 151 Tabela 5-4. Tenses principais no teor de umidade tima w = 13%, para os diferentes ensaios. ....... 156 Tabela 5-5. Parmetros da resistncia ao cisalhamento no saturada do RCD. .................................. 159 Tabela 5-6. Caractersticas fsicas e propriedades de resistncia ao cisalhamento de agregados

    reciclados. ............................................................................................................................................ 161 Tabela 5-7. Idade na qual a estrutura atinge o afundamento de projeto. ............................................. 166

  • xiii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2-1. Aplicaes dos agregados reciclados (RCD) em estradas (Petkovic et al., 2004). ............ 14 Figura 2-2. Variao da tenso mxima na ruptura com o tempo de cura aps ensaio de MR (Gmez,

    2011)...................................................................................................................................................... 15 Figura 2-3. Modelos de Mdulo de Resilincia secante e tangente (Theyse, 2007). ............................ 19 Figura 2-4. Variao do Mdulo de resilincia com relao tenso volumtrica: a) RCD pesquisa de

    Gmez (2011); b) RCD pesquisa de Leite et al. (2011). ....................................................................... 21 Figura 2-5. Evoluo do mdulo de resilincia com o incremento da tenso confinante: a) Gmez (2011)

    b) Gupta et al. (2009). ........................................................................................................................... 24 Figura 2-6. Deformao plstica gerada durante um ciclo de carga no RCD aplicando uma onda

    Haversine. .............................................................................................................................................. 27 Figura 2-7. Tenses geradas pelo pneumtico sobre o pavimento (Lekarp & Dawson, 1998). ............ 28 Figura 2-8. Curvas granulomtricas ajuste Fuller para RCD e RCD inicial (modificado Gmez 2011).

    ............................................................................................................................................................... 30 Figura 2-9. Deformao permanente do agregado reciclado de RCD, para diferentes nveis de tenso

    (Leite et al., 2011). ................................................................................................................................ 32 Figura 2-10. Estgios do Shakedown (Werkmeister et al., 2004). ........................................................ 35 Figura 2-11. Ilustrao dos tipos de deformao permanente descritos pela teoria do Shakedown

    (Theyse, 2007). ...................................................................................................................................... 36 Figura 2-12. Conceito do Shakedown aplicado deformao axial permanente em RCD

    (Leite et al., 2011). ................................................................................................................................ 37 Figura 2-13. Componentes da forma do agregado: forma, angularidade e textura (Masad, 2005). ...... 40 Figura 2-14. Variao do IDp considerando energia de compactao Proctor e teor de umidade

    (Gmez, 2011). ...................................................................................................................................... 45 Figura 2-15. Forma da curva de reteno de gua do solo segundo a distribuio do tamanho dos poros

    (Marinho, 2005). ................................................................................................................................... 47 Figura 2-16. Principais feies da curva de reteno de gua (Fredlund & Xing, 1994). ..................... 49 Figura 2-17. Analogia entre funo de densidade de poros e a curva de reteno (Otlvaro, 2013). ... 52 Figura 3-1. Metodologia adotada para a caracterizao do RCD avaliado nesta pesquisa. .................. 54 Figura 3-2. Processo de amostragem e britagem do RCD: a) armazenamento nos ptios da Areia Bela

    Vista; b) Britadora Metso Nordberg; c) tamanho RCD aps britagem primria; d) britadora de

    mandbulas empregada no processo de britagem secundrio; e) tamanho RCD aps britagem secundria

    (Gmez, 2011). ...................................................................................................................................... 56 Figura 3-3. Materiais que compem o RCD segundo a sua natureza (Gmez, 2011). ......................... 56 Figura 3-4. Granulometria utilizada nesta pesquisa e efeito do teor de umidade na compactao (Gmez,

    2011)...................................................................................................................................................... 60 Figura 3-5. Placa de presso com cermica de alto valor de entrada de ar e acoplada com uma Hanging

    column. .................................................................................................................................................. 67 Figura 3-6. Corpos de prova em processo de secagem para ensaio de suco pelo mtodo do papel filtro.

    ............................................................................................................................................................... 68 Figura 3-7. Posicionamento do papel filtro para obteno das suces matricial e total. ..................... 69 Figura 3-8. AIMS, Sistema de medio de agregados atravs de imagens (PINE, 2011). .................... 71 Figura 3-9. Prensa triaxial cclica empregada nos ensaios de deformao permanente (PUJ). ............. 75 Figura 4-1. Variao do MR para diferentes perodos de cura: a) energia Proctor intermediria; b) energia

    Proctor modificada. ............................................................................................................................... 79 Figura 4-2. Relao entre o mdulo de resilincia e a tenso octadrica: a) energia Proctor intermediria,

    b) energia Proctor modificada. .............................................................................................................. 81 Figura 4-3. Relao entre o mdulo de resilincia e a tenso volumtrica : a) energia Proctor

    intermediria, b) energia Proctor modificada. ....................................................................................... 81 Figura 4-4. Comparao entre os valores de mdulo obtidos no ensaio triaxial cclico vs. os previstos no

    Modelo Universal: a) 15 dias de cura, b) 30 dias de cura. .................................................................... 82 Figura 4-5. Comparao entre os valores de mdulo obtidos no ensaio triaxial cclico vs. os previstos no

    Modelo Universal: a) 60 dias de cura, b) 365 dias de cura. .................................................................. 83

  • xiv

    Figura 4-6. Evoluo do mdulo de resilincia no tempo a) energia Proctor intermediria; b) energia

    Proctor modificada. ............................................................................................................................... 83 Figura 4-7. Comparao entre MR do RCD e o agregado natural de Basalto. ...................................... 85 Figura 4-8. Comparao entre o MR do RCD e o agregado natural de Calcrio (BSB) ........................... 86 Figura 4-9. Mdulos de resilincia sobre corpos de prova saturados: a) compactados na energia Proctor

    intermediria, b) compactados na energia Proctor modificada. ............................................................ 87 Figura 4-10. Variao do mdulo de resilincia com o aumento da tenso volumtrica, a energia de

    compactao e o teor de umidade. ......................................................................................................... 88 Figura 4-11. Sensibilidade do mdulo de resilincia segundo a umidade e o mtodo de compactao

    (modificado de Stolle et al., 2009). ....................................................................................................... 89 Figura 4-12. Variao do mdulo de resilincia em agregados naturais (Muoz & Zapata, 2015). ..... 90 Figura 4-13. Influncia da energia e umidade de compactao na suco matricial e total do RCD. a)

    suco matricial e total, b) suco com variao da energia. ................................................................ 91 Figura 4-14. Influncia da umidade e a energia de compactao na suco medida pela tcnica de

    translao de eixos................................................................................................................................. 92 Figura 4-15. Curvas de reteno de gua (WRC) do RCD compactado na energia intermediria. ...... 93 Figura 4-16. Curvas de reteno de gua (WRC) do RCD compactado na energia modificada. .......... 94 Figura 4-17. Curvas de reteno de agua do RCD com energia de compactao varivel e umidade de

    compactao constante, = 13%. ......................................................................................................... 94 Figura 4-18. Diagrama de poros assumido: a) um poro dominante; b) dois poros dominantes; c) trs

    poros dominantes. .................................................................................................................................. 96 Figura 4-19. Curvas de reteno de gua com variao na umidade de compactao: a) energia Proctor

    intermediria, b) energia Proctor modificada. ....................................................................................... 97 Figura 4-20. Curvas de injeo de ar do RCD: a) energia Proctor intermediria; b) energia Proctor

    modificada. ............................................................................................................................................ 98 Figura 4-21. Curvas de densidade de poros do RCD: a) energia Proctor intermediria; b) energia Proctor

    modificada. ............................................................................................................................................ 99 Figura 4-22. Evoluo da dissipao da energia por ciclo de carga aplicado no RCD. ...................... 101 Figura 4-23. Deformao permanente versus o nmero de ciclos de carga para o RCD: a) w = 9,0%; b)

    w =13,0%; c) w=16,0%. ...................................................................................................................... 103 Figura 4-24. Deformao axial permanente segundo a variao de umidade para do ensaio para

    d/ 3 = 2,0, sendo d = 150 kPa e 3 = 60 kPa. .................................................................................. 105 Figura 4-25. Evoluo da deformao permanente segundo a umidade do ensaio para sd/s3 = 6,0, sendo

    d = 350 kPa e 3 = 60 kPa. ................................................................................................................ 106 Figura 4-26. Evoluo da deformao permanente do RCD segundo o conceito do Shakedown de

    Werkmeister et al. (2004). ................................................................................................................... 107 Figura 4-27. Taxa de deformao permanente do RCD, utilizando o conceito do Shakedown. ......... 108 Figura 4-28. Variao da taxa de deformao permanente do RCD segundo a relao de tenses aplicada

    e o teor de umidade de cada ensaio. .................................................................................................... 109 Figura 4-29. Previso da deformao permanente do RCD, para uma umidade de 9,0% e uma relao

    de tenses: a) d/ 3=2; b) d/ 3=4; c) d/ 3=6; d) d/ 3=8. ............................................................... 113 Figura 4-30. Previso da deformao permanente do RCD, para uma umidade de 13,0% e uma relao

    de tenses: a) d/ 3=2; b) d/ 3=4; c) d/ 3=8. .................................................................................. 114 Figura 4-31. Previso da deformao permanente do RCD, para uma umidade de 13,0% e uma relao

    de tenses: a) d/ 3=2; b) d/ 3=6; c) d/ 3=8. .................................................................................. 115 Figura 4-32. Previso da deformao permanente do RCD desta pesquisa, empregando o modelo de

    Lekarp & Dawson (1998). ................................................................................................................... 116 Figura 4-33. Deformao permanente do RCD ajustado com o modelo de Prez et al. (2006): a)

    d/ 3=2,0; b) d/ 3=4,0; c) d/ 3=6,0; d) d/ 3=8,0. .......................................................................... 117 Figura 4-34. Variao da curva granulomtrica aps compactao, (Gmez, 2011). ......................... 122 Figura 4-35. Variao da curva granulomtrica aps mdulo de resilincia nas energias Proctor

    intermediria e modificada. ................................................................................................................. 122 Figura 4-36. Representao grfica da especificao Superpave para o RCD em anlise. ................. 123

  • xv

    Figura 4-37. Comparao das curvas granulomtricas do RCD aps ensaios de deformao permanente.

    ............................................................................................................................................................. 124 Figura 4-38. Montagem do agregado em anlise no AIMS. a) agregado grado, b) agregado mido.125 Figura 4-39. Distribuio da esfericidade (cubicidade) do RCD para cada tamanho de agregado grado

    analisado, considerando o efeito da compactao. .............................................................................. 128 Figura 4-40. Razes de alongamento e achatamento do RCD: a) antes da compactao (AC), b) Proctor

    intermediria (PI+MR), Proctor modificada (PM+MR). ...................................................................... 129 Figura 4-41. ndices de quebra obtidos em diferentes ensaios mecnicos dados tomados de

    Gmez (2011). ..................................................................................................................................... 130 Figura 4-42. Iso-linhas de degradao segundo a energia de compactao e o teor de umidade (Gmez

    et al., 2013). ......................................................................................................................................... 132 Figura 4-43. ndices de quebra aps ensaios de mdulo resiliente variando o tempo de cura: a) energia

    Proctor intermediria; b) energia Proctor modificada. ........................................................................ 133 Figura 4-44. Variabilidade dos ndices de quebra Bg para nveis de tenso e umidade diferentes. ..... 134 Figura 4-45. Variao do ndice de quebra segundo o ensaio aplicado para umidade constante de 13,0%.

    ............................................................................................................................................................. 135 Figura 5-1. Deformao permanente tpica de um material granular, submetido a carregamentos

    repetidos (NCHRP1-37A, 2004). ........................................................................................................ 143 Figura 5-2. Variao da deformao axial permanente em funo do nmero de ciclos e o teor de

    umidade para um nvel de tenso d/ 3 = 2,0. ..................................................................................... 146 Figura 5-3. Variao da deformao axial permanente em funo do nmero de ciclos e o teor de

    umidade para um nvel de tenso d/ 3 = 4,0. ..................................................................................... 146 Figura 5-4. Variao da deformao axial permanente em funo do nmero de ciclos para um teor de

    umidade w = 9,0% e um nvel de tenso d/ 3 = 6,0. ......................................................................... 147 Figura 5-5. Variao da deformao axial permanente em funo do nmero de ciclos para um teor de

    umidade w = 9,0% e um nvel de tenso d/ 3 = 8,0. ......................................................................... 148 Figura 5-6. Evoluo da deformao permanente para d/ 3 = 6,0 para w = 13,0% versus o modelo.

    ............................................................................................................................................................. 149 Figura 5-7. Evoluo da deformao permanente para d/ 3 = 6,0 para w = 16,0% versus o modelo.

    ............................................................................................................................................................. 150 Figura 5-8. Evoluo da deformao permanente para d/ 3 = 8,0 para w = 13,0% versus o modelo.

    ............................................................................................................................................................. 151 Figura 5-9. Evoluo da deformao permanente para d/ 3 = 8,0 para w = 16,0% versus o modelo.

    ............................................................................................................................................................. 152 Figura 5-10. Variao do parmetro com relao ao teor de umidade. ............................................ 153 Figura 5-11. Variao do parmetro 0 em funo do teor de umidade. ............................................. 153 Figura 5-12. Variao do mdulo de resilincia e deformao, segundo o teor de umidade avaliado.

    ............................................................................................................................................................. 154 Figura 5-13. Envoltria de ruptura do RCD para w = 13,0%. ............................................................. 157 Figura 5-14. Estruturas avaliadas na anlise emprico-mecanstica, de esquerda para a direita: a)

    estrutura convencional; b) estrutura com base de RCD; c) estrutura com base e sub-base em RCD; d)

    CBUQ e base em RCD; e) estrutura em RCD. .................................................................................... 162 Figura 5-15. Rodovia federal BR-020/DF (Fonte Wikipedia, 17/04/2016) ........................................ 163 Figura 5-16. Avaliao estrutural do pavimento convencional com o programa M-EPDG. .............. 164 Figura 5-17. Variao dos deslocamentos da base granular segundo o teor de umidade: a) estrutura com

    base granular em RCD; b) estrutura com base e sub-base granular em RCD. .................................... 164 Figura 5-18. Variao dos deslocamentos da base granular segundo o teor de umidade: a) estrutura com

    CBUQ+BG(RCD); b) estrutura completa em RCD. ............................................................................... 165 Figura 5-19. Afundamentos parciais e mximos das estruturas de pavimento avaliadas. ................... 166 Figura 5-20. Afundamentos previstos nas estruturas dos pavimentos simulados nesta pesquisa. ...... 167

  • xvi

    LISTA DE SMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAES

    AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials;

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas;

    ABRELPE Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais;

    AC Antes de compactao;

    AEV Air Entry Value;

    AIC Air Injection Curve;

    AIMS Aggregate Image Measurement System;

    ANOVA Anlise de Varincia Simples;

    apud Citado por;

    AR Agregado reciclado;

    ASCOLES Associao das Empresas de Coletores de Entulho de Obra e Similares de Braslia;

    ASTM American Society for Testing and Materials;

    ATT Axel Translation Test;

    Bg ndice de quebra de Marsal;

    CBR ndice de suporte de Califrnia;

    CCR Concretos Compactados com Rolo;

    CHN Anlise elementar;

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente;

    CP Corpo de prova;

    CV Coeficiente de Variao;

    DF Distrito Federal;

    H Diferencial na altura do corpo de prova em um nmero dado de aplicaes de carga;

    DNER Departamento Nacional de Estradas e Rodagem;

    DNIT Departamento Nacional da Infraestrutura de Transportes;

    DP Deformao Permanente;

    DRX Difrao de raios X;

    e ndice de vazios;

    ea ndice de ar;

    EICM Enhanced Integrated Climatic Model

    EPA US Environmental Protection Agency;

    et. al. E outros;

    ETS Especificao Tcnica de Servio;

    ew ndice de gua;

    f ndice de forma;

    F Distribuio de probabilidade Fisher;

    FPM Filter Paper Methotd;

    FRX Fluorescncia de raios X;

    GEAR Gua Espaola de ridos Reciclados Procedentes de Residuos de Construccin y

    Demolicin;

    GERD Asociacin Espaola de Gestores de Residuos de Construccin y Demolicin;

    H0 Altura inicial do corpo de prova;

    Hz Hertz;

    IDP ndice de degradao por compactao Proctor;

    INFRALAB Laboratrio do Instituto de Infraestrutura da UnB;

    IPC Instituto de Pesquisa Rodoviria;

    k1 Coeficiente de regresso dependente da rigidez do material;

  • xvii

    k2 Coeficiente de no linearidade dependente da tenso de confinamento;

    k3 Coeficiente de no linearidade dependente da tenso desvio;

    kN Quilo Newton;

    kPa Quilo Pascal;

    LET Laboratrio de Engenharia de Transportes da UFC;

    m Metros;

    m2 Metro cuadrado;

    m3 Metro cbico;

    Max Mximo;

    M-EPDG Mechanistic Empirical Pavement Design Guide

    Min Mnimo;

    mm Milmetros;

    m Micrmetro;

    MPa Mega Pascal;

    MR Mdulo de resilincia

    MRi Mdulo de resilincia na energia Proctor intermediria;

    MRm Mdulo de resilincia na energia Proctor modificada;

    M t Mdulo de resilincia tangente

    N Ciclos de carga;

    n Porosidade;

    NBR Norma Brasileira;

    NCHRP National Cooperative Highway Research Program;

    P Presso absoluta;

    pa Presso atmosfrica;

    Pa Pascal;

    PCC Pressure Constant Confinant;

    pF Coluna de gua;

    PI Eenergia de compactao Proctor intermediria;

    PM Energia de compactao Proctor modificada;

    PMSP Prefeitura Municipal de So Paulo;

    PNRS Poltica Nacional de Resduos Slidos;

    PSD Pore Size Density;

    PUJ Pontificia Universidad Javeriana - Cali, Colmbia;

    PVC Policloreto de vinila

    R2 Coeficiente de correlao linear;

    RAP Agregado Reciclado de Pavimento Asfltico;

    RAW Standard Road Specification;

    RCA Agregado Reciclado de Concreto;

    RCCP Agregado Reciclado de Concreto de Cimento Portland;

    RCD Resduos de Construao e Demolio;

    RCD-R Resduos de Construao e Demolio, Reciclados;

    RS Rio Grande do Sul;

    RSU Resduos Slidos Urbanos;

    s Segundos;

    Sat Saturado;

    Sd Grau de solidez;

    SLU Servio de Limpeza Urbana;

  • xviii

    Sr Grau de saturao;

    ton/ano Toneladas por ano;

    TRB Transportation Research Board;

    RCS Resistncia compreso uniaxial;

    UFC Universidade Federal de Cear;

    UnB Universidade de Braslia;

    UNE-EM Norma Europia - Espaa;

    UNI Norma Europia - Italia;

    w Teor de umidade ou contedo de umidade;

    WRC Water Retention Curve;

    p Deformao axial permanente acumulada;

    r Deformao resiliente;

    % Porcentagem;

    < Menor que;

    > Maior que;

    Menor ou igual que;

    Maior ou igual que;

    Parmetro de Bishop;

    Diferencial de deformao;

    ij Delta de Kronecker;

    Diferencial de tenso;

    H2O Tenso superficial da gua

    Primer invariante de tenso ou tenso volumtrica;

    ngulo de orientao dos pontos de borda das partculas;

    Tenso volumtrica efetiva;

    S Suco matricial;

    Tenso axial;

    Integral;

    1 Tenso principal maior;

    3 Tenso principal menor;

    d Tenso desvio cclica;

    d/ 3 Relao de tenses;

    ij Tensor de tenses totais;

    ij Tensor de tenses efetivas;

    Tenso cisalhante;

    oct Tenso cisalhante octadria;

    u a-uw Suco matricial;

    Suco osmtica ;

    Somatria;

    Suco total;

  • 1

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    1.1. OS RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO (RCD).

    POR QUE US-LOS?

    Nos anos recentes, os pases desenvolvidos tm se preocupado com problemas sociais e

    econmicos relacionados ao meio ambiente. A principal preocupao tem a ver com o

    desenvolvimento sustentvel e a proteo dos recursos naturais limitados. O aumento da

    populao a nvel mundial tem acrescentado demanda de materiais adequados para a

    construo e manuteno da infraestrutura civil, com o consequente aumento dos custos de

    construo.

    Em segundo lugar, preocupa a gesto dos resduos produzidos por meio de processos

    industriais ou pela construo e demolio de estruturas civis por causa da diminuio dos

    espaos nos aterros sanitrios e aumento dos custos de disposio. Esses problemas levaram

    a uma maior sensibilidade social e poltica para o meio ambiente, com consequncias

    significativas especialmente na engenharia rodoviria. A necessidade de reduzir os custos e

    o tempo de construo levou a considerar a reciclagem de resduos como uma alternativa

    adequada para reduzir o uso de materiais virgens na construo de estradas e obras de

    manuteno ou remodelao.

    Uma das opes tecnolgicas consideradas, a nvel mundial, para a reduo de materiais

    volumosos e poluentes a utilizao dos resduos de construo e demolio para a

    construo de novas estruturas em lugar dos materiais no renovveis. A demanda por

    construes e materiais sustentveis tem promovido o desenvolvimento de tcnicas para

    reaproveitamento de resduos gerados pelos processos de construo e demolio

    (Rahardjo et al., 2011). Como tal, o emprego dos RCD como agregados na construo de

    camadas de base ou sub-base parece ser uma possibilidade vlida para resolver os problemas

    descritos. Pesquisas desenvolvidas em pases como Holanda, Hong Kong, Espanha,

    Alemanha, Estados Unidos e Brasil assim o confirmam (Park, 2003; Poon & Chan, 2006;

  • 2

    Gmez, 2011; Gngora, 2011; Leite et al., 2011; Amorim, 2013; Farias et. al., 2013;

    Sinisterra, 2014).

    A quantidade de resduos gerada em nvel mundial e local significativa e o incremento

    de volume cada vez maior devido construo de diferentes infraestruturas e renovao

    das atuais. Segundo o reportado por Gmez (2011) na Unio Europeia, so gerados em torno

    de 300 milhes de toneladas/ano. Nos Estados Unidos, em 2003, a produo de RCD chegou

    a um total de 170 milhes de toneladas provenientes das diferentes fontes ou atividades da

    construo (EPA, 2003). Em Hong Kong a produo de resduos era de 19,6 milhes de

    toneladas/ano em 2004. Segundo (Tam et al., 2008), na Austrlia a produo de RCD 44%

    dos resduos slidos urbanos (RSU) o que equivale a seis milhes de toneladas/ano. No

    Brasil, no ano 2012 a quantidade de RCD coletado por dia foi 112.248 toneladas indicando

    uma produo de 41 milhes de toneladas por ano (ABRELPE, 2012 apud Sinisterra, 2014).

    Na Colmbia especificamente na cidade de Cali localizada no Sul oeste do pas, a quantidade

    de resduos gerados no perodo compreendido entre os anos 2010 e 2014 tiveram um

    incremento de 33% passando de 800.000 toneladas/ano para 1.054.587 toneladas/ano, devido

    construo de infraestrutura rodoviria e obras pblicas conhecidas na regio como Mega

    Obras (Embus & Quintero, 2015).

    Na cidade de So Paulo, eram gerados seis milhes de toneladas/ano

    (Kazmierczak, 2001). A estimativa da Associao das Empresas de Coletores de Entulho de

    Obra e Similares de Braslia (ASCOLES) que 70% dos Resduos Slidos Urbanos (RSU)

    gerados no Distrito Federal (DF) so constitudos por RCD, com uma carga de 6000

    toneladas por dia o que equivale a 2,2 milhes de toneladas por ano (Farias, 2009; Gmez,

    2011; Souza, 2013) considerando apenas resduos coletados pelo Servio de Limpeza Urbana

    (SLU).

    Alguns usos potenciais para os RCD so: agregado para concreto de baixa resistncia,

    pavimentao de rodovias, material para drenos ou para preenchimento de estruturas de

    conteno, produo de blocos de cimento, fabricao de blocos pr-moldados para

    pavimentao e construo de caladas. A eficincia da reciclagem dos RCD pode ser

    melhorada caso exista um conjunto de instrues acompanhadas de avanos tecnolgicos e

  • 3

    de procedimentos cientificamente testados (Arm, 2001; Bakoss & Ravindrarajah, 1999;

    Brito-Filho, 1999; Franois & Jullien, 2009; Kartam et al., 2004).

    O uso do RCD em pavimentao depender das caractersticas da sua composio e das

    condies locais que incluem: intensidade das cargas mecnicas induzidas pelo trfego

    rodovirio, temperatura ambiente, umidade e a reao a vrios produtos. Por outro lado, a

    localizao do material alternativo e o custo para transport-lo so fundamentais para

    viabilizar seu uso em pavimentao.

    Para aceitar o uso de materiais alternativos na fabricao de concretos ou na construo

    de camadas de base e sub-base diversas pesquisas tem se centrado no estudo desses materiais.

    Os diversos pesquisadores Nataatmadja, A. (2001); Carpenter et al. (2007); Leite et al.

    (2011); Cerni et al. (2012); Amorim (2013); Arulrajah et al. (2013); Gmez et al. (2013);

    Li (2013); Gmez et. al. (2014); Sinisterra (2014) tm avaliado parmetros de composio,

    resistncia, degradao devido quebra de partculas, graduao, mdulo de resilincia,

    deformao permanente, tempo de cura, variabilidade do comportamento do RCD com a

    umidade, ou quanto adicionado solo, viabilidade do seu uso na fabricao de concreto

    asfltico, entre outros. Os resultados dessas pesquisas confirmam que os RCD podem ser

    empregados como materiais granulares das camadas de base, sub-base ou revestimento

    asfltico em pavimentos rodovirios.

    1.2. RELEVNCIA DA PESQUISA

    No Brasil e na Amrica Latina, a reciclagem de resduos ainda incipiente, apesar do avano

    do nmero de obras no ramo da construo civil e da escassez de agregados naturais prximos

    dos grandes centros urbanos. A diferena na porcentagem da reciclagem se d em funo da

    disponibilidade de recursos naturais, da situao econmica e tecnolgica de cada nao, das

    densidades populacionais existentes e da distncia de transporte entre a obra e os materiais

    naturais (Sinisterra, 2014). Por outro lado, a possibilidade do uso dos resduos de construo

    e demolio nos centros urbanos depender da qualidade do material, da quantidade

    disponvel e da distncia a qual se encontra a fonte do material da obra.

    A partir da publicao da resoluo CONAMA N307 (CONAMA, 2002), vrias

    pesquisas tm sido desenvolvidas no Brasil na rea de pavimentao, caracterizando resduos

    de construo fsica, qumica e mecanicamente. Cidades como Belo Horizonte, Rio de

  • 4

    Janeiro, So Paulo, Goinia, Uberlndia, Salvador, Joo Pessoa, Braslia, entre outras, j

    tiveram experincias em pavimentao com esses tipos de materiais alternativos, chegando

    concluso que os RCD apresentam boas condies de utilizao desde que sejam

    convenientemente reciclados (Balzan et.al., 2003; Motta & Fernandes, 2003; Dias et.al.,

    2006; Gmez, 2011; Gngora 2011).

    Os materiais granulares esto submetidos a diferentes estados de carga, em resposta a

    esses carregamentos, apresentam deformaes resilientes e permanentes. As deformaes

    resilientes so relacionadas com as caractersticas de rigidez do material granular a qual deve

    ser elevada a fim de evitar a apario de fissuras por fadiga na camada de revestimento

    asfltico.

    Materiais granulares alternativos como o resduo de construo e demolio reciclado

    (RCD-R); o agregado reciclado de pavimento asfltico (RAP); o agregado reciclado de

    concreto (RCA); e o agregado reciclado de concreto de cimento Portland (RPCC), tem sido

    objeto de diferentes pesquisas visando o seu uso em estruturas de pavimento. Indraratna &

    Salim (2002); Gmez (2011); Leite et al. (2011); Li (2013); Guimares (2001) mostraram

    que os materiais reciclados tm caractersticas fsicas e mecnicas comparveis com os

    agregados convencionais. No Brasil os materiais comumente empregados para pavimentao

    so o granito, basalto, cascalho latertico e o calcrio. Nesta pesquisa pretende-se caracterizar

    o comportamento mecnico de um RCD de Braslia mediante as propriedades de reteno de

    gua, resilincia e deformao permanente tendo em vista o uso potencial do agregado

    reciclado para a construo de bases granulares para pavimentos.

    Considerando essas perspectivas e tendo-se em conta a capacidade instalada do

    Laboratrio de Infraestrutura (INFRALAB) da Universidade de Braslia (UnB) em termos

    de recursos fsicos e humanos, esta pesquisa foi desenvolvida dentro do marco do projeto

    , no qual foram

    considerados diversos materiais alternativos, abordando a possibilidade de re-uso na

    pavimentao. Dentre os materiais avaliados encontram-se resduos de fosfogesso, lodos

    residuais de plantas de tratamento de guas, borracha produzida a partir de pneus descartados

    e resduos de construo e demolio da cidade de Braslia, os quais no desenvolvimento

    desta pesquisa sero chamados de RCD.

  • 5

    O material empregado no desenvolvimento desta pesquisa foi utilizado em vrios outros

    trabalhos relacionados ao referido projeto PRONEX. Gmez (2011), autora da presente tese,

    caracterizou o RCD utilizado a partir de ensaios fsicos, qumicos e mecnicos e estudou seu

    comportamento mecnico com especial nfase no mecanismo de quebra de gros e na

    determinao de mdulos de resilincia. Sinisterra (2014) avaliou a aplicabilidade do RCD

    do estdio Man Garrincha como agregado na elaborao do concreto asfltico e estudou

    cenrios de aplicao rodovia BR-020/DF, com o emprego de modelos mecansticos do

    guia M-EPDG e avaliaes econmicas baseadas no programa HDM-4. Souza (2015)

    utilizou o RCD desta pesquisa em um prottipo de estrutura de pavimento em verdadeira

    grandeza, totalmente instrumentado e sujeito a cargas cclicas de um eixo padro, com o

    intuito de inferir o comportamento do material em campo.

    O problema analisado no desenvolvimento da pesquisa foi como o carregamento cclico

    na estrutura do pavimento influencia no comportamento mecnico da camada de base

    construda com RCD.

    A hiptese base da pesquisa foi que o comportamento mecnico da camada de base

    construda com RCD, quando submetida a carregamentos cclicos, apresenta deformaes

    permanentes compatveis com as observadas para agregados naturais. Tendo em vista o

    problema e a hiptese, foram formulados os objetivos a seguir.

    1.3. OBJETIVOS

    Avaliao do desempenho em laboratrio do comportamento mecnico da base do pavimento

    flexvel sob carregamentos cclicos usando agregados reciclados a partir de resduos de

    construo e demolio.

    Para atender a este objetivo, so propostos os seguintes objetivos especficos:

    Determinao da influncia da variao de umidade e o estado de tenso nas deformaes

    permanentes e nos mdulos de resilincia na camada de base construda com RCD sujeita

    a carregamentos cclicos;

    Caracterizao das propriedades de reteno de gua e da densidade de poros do RCD

    utilizando a tcnica de suco capilar;

  • 6

    Ajuste dos parmetros do modelo mecanstico-emprico de previso da deformao

    permanente do RCD considerando o estado de tenses aplicado e a variao de umidade.

    1.4. ESTRUTURA DO TRABALH O

    O presente trabalho foi estruturado nos captulos que se descrevem a seguir:

    Captulo 1 Introduo

    Apresenta uma breve descrio sobre os RCD, o histrico do tema, a relevncia do

    trabalho, o objetivo geral e os especficos que foram necessrios para o desenvolvimento da

    pesquisa.

    Captulo 2 Reviso Bibliogrfica

    Recolhe diferentes pesquisas apresentadas por investigadores sobre agregados reciclados

    gerados a partir de resduos de construo e demolio (RCD), e o uso desses em

    pavimentao. As propriedades fsicas e mecnicas dos RCD. A degradao por

    compactao. A mudana de comportamento devido variao da suco. Os conceitos de

    deformao permanente, e shakedown e alguns modelos matemticos que intentam prever o

    comportamento dos materiais granulares.

    Captulo 3 Materiais e Mtodos

    Apresenta a descrio detalhada do RCD empregado nesta pesquisa. Os mtodos de

    caracterizao fsica e mecnica empregados. A normativa e os equipamentos utilizados. Os

    estados de tenso que foram aplicados e as trajetrias de suco.

    Captulo 4 Apresentao e Anlise de Resultados

    A partir dos dados experimentais obtidos nos ensaios de laboratrio, se discutem os

    resultados mediante o uso de artigos tcnicos.

    Captulo 5 Calibrao do Modelo Emprico

    O captulo apresenta a aplicao do modelo mecanstico emprico proposto pela

    NCHRP1-37A (2004) nos resultados obtidos para o RCD avaliado nesta pesquisa. O modelo

    que considera a variao do teor de umidade e do estado de tenses foi empregado para

    determinar a resposta mecnica do material frente a deformao permanente. A resistncia

    ao cisalhamento do material tambm considerada nesse captulo.

  • 7

    Captulo 6 Concluses e Sugestes para Pesquisas Futuras

    Apresenta as concluses mais relevantes obtidas a partir dos dados experimentais e das

    anlises numricas desta pesquisa. Adicionalmente deixa inquietudes sobre alguns itens no

    avaliados durante o desenvolvimento do trabalho os quais podero ser estudados no futuro.

    Por ltimo sero apresentadas as Referncias Bibliogrficas utilizadas.

  • 8

    CAPTULO 2

    REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. INTRODUO

    A reviso bibliogrfica forneceu informao relevante sobre a produo dos RCD no Brasil

    e no Mundo, as diferentes aplicaes desses materiais na engenharia e os aspectos do

    comportamento fsico e mecnico dos RCD. As pesquisas consultadas permitiram relacionar

    o comportamento do RCD avaliado com materiais granulares convencionais. O captulo

    ilustra a aplicao dos resduos de construo e demolio nas camadas de base e sub-base

    para pavimentos. Alm disso, apresenta os diversos fatores que afetam o comportamento das

    deformaes permanentes e resilientes dos materiais granulares. O mdulo de resilincia, a

    degradao devido quebra durante a compactao ou aplicao de carregamentos, e as

    caractersticas de reteno de gua sero discutidas ao longo do captulo.

    2.2. RECICLAGEM DE RESD UOS DE CONSTRUO E DEMOLIO

    Nas ltimas duas dcadas a explorao dos recursos naturais visando construo tem se

    tornado uma grande preocupao devido ao impacto ambiental envolvido, uma vez que os

    materiais extrados no so renovveis e parte deles so resduos que chegam sem controle

    aos aterros sanitrios. Por isso, diversas pesquisas tm se desenvolvido com o intuito de

    analisar as propriedades fsicas e mecnicas dos RCD, resultando na possibilidade de

    reciclagem desses resduos.

    Conforme a US Environment Protection Agency (EPA, 2003) os RCD so gerados

    quando estruturas novas so construdas ou quando estruturas existentes so reformadas ou

    demolidas. Dentro das estruturas se incluem todos os prdios residenciais e no residenciais,

    tanto os projetos de obras pblicas quanto estradas, rodovias, pontes, peres e barragens. Os

    diferentes materiais que constituem o RCD variam de estado a estado e depende das tcnicas

    construtivas de cada pas. As componentes mais comuns encontradas nesses resduos so

    apresentadas na Tabela 2-1.

  • 9

    Em 2011 a Associao Espanhola de Gestores de Resduos de Construo e Demolio

    (GERD siglas em espanhol) apresentou o Gua Espaola de ridos Reciclados Procedentes

    de Residuos de Construccin y Demolicin (GEAR, 2011).

    Tabela 2-1. Materiais tpicos que compem os RCD nos Estados Unidos (EPA, 2003).

    Materiais constituintes Exemplo da composio

    Madeira Formas de madeira, tocos de madeira/rvores.

    Drywall Lajes de gesso acartonado.

    Metais Tubos, barras e cabos de ao.

    Plsticos Revestimentos de vinil, portas, janelas, pisos, tubos e embalagens.

    Cobertura Madeira, telhas de ardsia e azulejos, mantas asflticas.

    Alvenaria Blocos de concreto, tijolos, alvenaria de cimento.

    Vidro Janelas, espelhos, luzes.

    Diversos Carpetes, luminrias, isolamento, telhas cermicas.

    Papelo Geralmente usado para proteo de itens a serem instalados.

    Concreto Fundaes, estacionamentos, caladas de pedestres, pisos, superfcies de

    pavimento rgido.

    Fresado de revestimento

    asfltico

    Caladas para pedestres e estruturas de pavimentos feitas com Concreto

    asfltico.

    O GEAR recompila os resultados das pesquisas desenvolvidas por diferentes

    Universidades e instituies de pesquisa reconhecidas na Espanha. O conjunto de

    recomendaes tcnicas inclui diretrizes orientadas ao uso potencial dos RCD em aterros

    para muros de arrimo, aterros para rodovias, elementos pr-fabricados de concreto, concretos

    compactados com rolo (CCR) e concretos em massa. O guia estabelece os requisitos mnimos

    e os controles de qualidade que se devem levar em considerao para cada uma das aplicaes

    acima nomeadas. Segundo o GEAR (2011) as caractersticas fsicas mais relevantes na hora

    de empregar o RCD na construo de bases rodovirias so: granulometria, forma,

    composio, lamelaridade, plasticidade, resistncia abraso, limpeza, sanidade. Para a

    caracterizao qumica deve-se considerar a quantidade de enxofre e a solubilidade de

    sulfatos. No que se refere ao comportamento mecnico compactao Proctor na energia

    modificada e o ndice de suporte Califrnia (CBR). A Tabela 2-2 apresenta a relao de

    ensaios e a frequncia com que se deve verificar a qualidade do RCD durante a construo

    da obra.

    Segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT, 2004), na NBR 15116 o

    resduo de construo pode ser dividido em resduos de construo civil e agregado reciclado.

    O resduo inclui resduos que provm de reformas, reparos e demolies de obras da

    construo civil como tijolos, blocos, argamassa, gesso, telhas, cermicos e concreto. O

  • 10

    agregado reciclado um material granular que provm do beneficiamento de resduos de

    construo e demolio e que apresenta caractersticas tcnicas para sua aplicao em obras

    de edificao e infraestrutura (ABNT, 2004).

    Tabela 2-2. Ensaios para controle durante a construo da obra (GEAR, 2011).

    Ensaio Norma Frequncia

    Equivalente de areia UNE-EN 933-8

    A cada 1.000 m3, ou cada dia se uma quantidade menor de

    material for produzida. O controle deve ser aplicado sobre

    duas amostras uma pela manh e outra tarde.

    Azul de metileno UNE-EN 933-9

    A cada 5.000 m3 de material produzido, ou uma vez por

    semana se a produo for menor.

    Granulometria UNE-EM 933-1

    Composio UNE-EM 933-11

    Limite de liquidez UNE 103103

    ndice de plasticidade UNE 103104

    Proctor modificado UNE 103501

    Partculas alongadas UNE-EN 933-3

    Partculas trituradas UNE-EN 933-5

    Umidade natural UNE-EN 1097-5

    Abrao Los ngeles UNE-EN 1097-2 A cada 20.000 m3 de material produzido, ou uma vez por

    ms se a produo for menor.

    Como citado por Gmez (2011) a classificao dos resduos de construo civil no Brasil,

    includos na norma NBR 15116, obedece aos critrios definidos na Resoluo CONAMA n

    307/2002 . Nessa resoluo so definidas as seguintes classes:

    Classe A: Resduos reutilizveis ou reciclveis como agregados empregados na

    fabricao de concreto, reformas e reparos de pavimentao, demolio e obras de

    infraestrutura como solos provenientes de terraplenagem. Incluem-se tambm os resduos

    gerados por reformas e reparos de edificaes como componentes cermicos, tijolos, blocos,

    telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto. Abrange tambm o grupo os resduos

    obtidos pelo processo de fabricao ou demolio de peas pr-moldadas.

    Classe B: Resduos reciclveis para outras destinaes, tais como plsticos, papel,

    papelo, metais, vidros madeiras e gesso.

    Classe C: Resduos para os quais no foram desenvolvidas tecnologias ou aplicaes

    economicamente viveis que permitam a sua reciclagem e recuperao.

    Classe D: Resduos perigosos oriundos do processo de construo, tais como tintas,

    solventes e leos, ou aqueles contaminados oriundos de demolies, reformas e reparos de

  • 11

    clnicas radiolgicas e instalaes industriais. A partir da expedio da resoluo

    CONAMA n348 de 2004 o amianto foi includo nesta classe.

    A lei 12.305 de 2010 que instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS) deixa

    claro que os RCD so de responsabilidade do gerador dos mesmos. Contudo, so os

    municpios os encarregados da coleta de tais resduos de obras sob sua responsabilidade e

    aqueles lanados em ruas ou locais pblicos aumentando o gasto pblico de saneamento

    urbano. A Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais

    (ABRELPE, 2012 apud Sinisterra, 2014) registrou a quantidade total aproximada de RCD

    coletado no Brasil no perodo compreendido entre 2011 e 2012. A Tabela 2-3 permite

    observar um acrscimo superior a 5% na quantidade coletada, sendo o Centro-Oeste a regio

    com maior quantidade de RCD coletado no Brasil por habitante e por dia, nestes dois anos.

    Tabela 2-3. Quantidade total de RCD coletado no Brasil em 2011 e 2012 (ABRELPE 2012 apud

    Sinisterra, 2014).

    Regio

    2011 2012

    RCD Coletado (t/dia) ndice

    (kg/hab./dia)

    Populao Urbana

    (hab.)

    RCD Coletado

    (t/dia)

    ndice

    (kg/hab./dia)

    Norte 3.903 / 0,330 12.010.233 4.095 0,341

    Nordeste 19.643 / 0,502 39.477.754 20.932 0,530

    Centro-

    Oeste 12.231 / 0,966 12.829.644 12.829 1,000

    Sudeste 55.817 / 0,742 75.812.738 59.100 0,780

    Sul 14.955 / 0,638 23.583.048 15.292 0,648

    BRASIL 106.549 / 0,656 163.713.417 112.248 0,686

    2.2.1 Normativas e Legislao

    De forma geral, cada pas tem desenvolvido uma legislao que permite controlar a

    disposio dos resduos slidos da construo civil, visando proteo do meio ambiente, e

    a incluso de materiais alternativos nos processos construtivos.

    Na Holanda, por exemplo, os requisitos para que agregados reciclados sejam usados em

    sub-base de pavimentos foram publicados desde 1995, na Standard Road Specifications

    (RAW). A Itlia segue a UNI Standard 10006, e no Reino Unido as especificaes dos

    materiais esto no documento Specification for Highway Works. Na Austrlia, a qualidade

    dos resduos reciclados regulada por Guidelines for Recycled Buildings Materials

    (Poon, 1997; Hendriks & Janssen, 2001). Espanha segue as recomendaes tcnicas

  • 12

    estipuladas no Gua Espaola de ridos Reciclados Procedentes de Resduos de

    Construccin y Demolicin (GEAR) que entrou em vigncia em 2011.

    No Brasil no que se refere ao tema de pavimentao existem basicamente duas normas:

    a ETS-001 da PMSP/SP (2003), e a norma, NBR 15115 da ABNT (2003). Esta ltima

    especifica a utilizao de agregado reciclado RCD em camadas de base, sub-base e reforo

    do subleito de pavimentos rodovirios. A Tabela 2-4 apresenta os valores mnimos requeridos

    nestas duas especificaes brasileiras para o uso dos RCD em diferentes camadas da estrutura

    do pavimento.

    Tabela 2-4. Especificaes para agregados reciclados de RCD para aplicaes na pavimentao

    (Souza, 2015).

    Parmetros PMSP/SP 001

    (2003) NBR 15115 (2003)

    Dimenso mxima caracterstica

    (mm) 50,0 63,5

    Frao menor que 0,42mm (%)

    Coeficiente de uniformidade > 10 > 10

    Coeficiente de curvatura no consta

    Porcentagem de materiais

    indesejveis

    mesmo grupo no consta 2,0%

    grupos distintos no consta 3,0%

    Forma dos gros (% de gros

    lamelares) no consta Mximo 30%

    ndice de suporte Califrnia (CBR%)

    base (b) (a)

    sub-base

    Ref. de subleito

    Expanso

    base

    sub-base

    Ref. de subleito (a) permitido o uso de agregado reciclado em camada de base para vias de trfego com N 106 repeties

    do eixo- padro de 80 kN no perodo do projeto; (b) permitido o uso de agregado reciclado em camada de base para vias de trfego com N 105 repeties

    do eixo-padro de 80 kN no perodo do projeto.

    Nos Estados Unidos mediante o relatrio NCHRP 598 (TRB, 2008) se determinou que

    os agregados reciclados de concreto (RCP) e os agregados reciclados de concreto asfltico

    (RAP) podem ser empregados na construo de bases e sub-bases granulares para volumes

    de trfego pesado, mdio e baixo. Segundo a Transportation Research Board (TRB, 2008) o

    comportamento mecnico dos agregados reciclados depende no s das tenses aplicadas,

    mas tambm das condies de saturao e do clima. A Tabela 2-5 apresenta os valores de

    referncia, os ensaios mnimos recomendados e as condies de trfego e clima que devem

    ser levados em considerao na hora de trabalhar com agregados reciclados de concreto ou

    de asfalto.

  • 13

    Tabela 2-5. Ensaios e valores mnimos requeridos para o uso de RCD nos Estados Unidos

    (TRB, 2008).

    Ensaio

    (Parmetro de

    ensaio)

    Trfego H M H L M L

    Umidade H L H L H L H L

    Temperatura F NF F NF

    Micro-Deval (porcentagem perdido) < 5% < 15% < 30% < 45%

    Suco capilar (constante dieltrica) 7 20

    Triaxial esttico

    (Tenso desviomax)

    opt, c = 34,5 kPa 689,5 kPa 413,68 kPa 172,40 kPa N.A.

    sat, c = 103,4 kPa 1241,05 kPa 930,80 kPa 413,68 kPa N.A.

    Triaxial cclico

    (Tenso desvio na

    falha)

    opt, c = 103,4 kPa 1241,05 kPa 1.103,2 kPa 620,53 kPa N.A.

    sat, c = 103,4 kPa 1241,05 kPa 1.103,2 kPa 413,68 kPa N.A.

    Mdulo de resilincia 413,68 MPa 275,80 MPa 172,40 MPa N.A.

    H: Alto volume de trfego ou umidade; M: trfego mdio NF: No congelado

    L: Baixo volume de trfego ou umidade N.A.: No aplica

    F: Congelado opt: umidade tima, sat: umidade de saturao

    2.3. AGREGADO RECICLADO DE RCD COMO MATERIAL GRANULAR DE

    BASE OU SUB-BASE

    Os materiais reciclados esto sendo cada vez mais utilizados em pavimentao para as

    camadas de base / sub-base. Essa prtica ajuda a reduzir custos e impactos ambientais da

    construo da estrutura. No entanto, as variaes em misturas originais e a histria do servio

    destes materiais reciclados geram incertezas no seu desempenho quando empregados nas

    diferentes camadas do pavimento. Para validar o uso dos RCD se faz necessrio estudar suas

    caractersticas e compar-las com os materiais granulares convencionais (Gmez, 2011;

    Cerni et al., 2012a; Arulrajah et al., 2013; Li, 2013).

    Petkovic et al. (2004) afirmaram que possvel utilizar agregados reciclados em todas as

    estruturas envolvidas em uma obra rodoviria, incluindo alm da base, a sub-base, o

    revestimento asfltico e o reforo do subleito, as drenagens sub-superficiais e as barreiras

    antirrudo como observa-se na Figura 2-1, porm, esses usos dependeram da quantidade e

    qualidade do material disponvel.

    Motta (2005) analisou, em laboratrio, aspectos fsicos e mecnicos de um agregado

    reciclado da cidade de So Paulo, Brasil, utilizado para confeco de camadas de base e sub-

    base. Com o intuito de avaliar o desempenho do material, a autora executou ensaios de:

    compactao, ndice de suporte Califrnia (CBR), resistncia trao por compresso

    diametral, resistncia compresso simples e mdulo de resilincia. O estudo envolveu a

    anlise do agregado reciclado in natura, alm de misturas RCD + 4% de cal ou RCD + 4%

  • 14

    de cimento Portland, com o intuito de melhorar a resistncia do material. Entre as concluses

    obtidas pela autora se tem que o agregado reciclado de resduo slido da construo civil tem

    uma perspectiva promissora como insumo para a construo de camadas de bases e sub-bases

    em vias de baixo volume de trfego, e podem ser usados em substituio aos materiais

    convencionais para as condies referidas.

    Figura 2-1. Aplicaes dos agregados reciclados (RCD) em estradas (Petkovic et al., 2004).

    Gmez (2011) avaliou as propriedades fsicas e o comportamento resiliente do RCD

    proveniente da demolio do estdio Man Garrincha da cidade de Braslia, Brasil. O

    material foi testado aplicando as normas de ensaio para os agregados brasileiros

    convencionais. Os resultados mostraram que o agregado reciclado apresentava propriedades

    fsicas e mecnicas comparveis s dos agregados de calcrio utilizados na capital brasileira

    para a construo de bases granulares. O ensaio de compactao Proctor mostrou que para as

    diferentes energias empregadas no h uma curva bem definida, porm, a umidade tima de

    compactao foi estabelecida em 13% j que para esse teor de umidade o material apresentou

    a melhor trabalhabilidade. A partir de curvas granulomtricas de RCD a autora definiu a

    quebra produzida durante a compactao. O ndice de quebra de Marsal Bg foi calculado com

    base na variao das curvas granulomtricas aps ensaios de compactao. Os ndices de

    quebra obtidos variaram entre 9, 13 e 18% para as energias de compactao normal,

    intermediria e modificada respectivamente. Ainda Gmez (2011) avaliou as caractersticas

    pozolnicas do agregado fino do RCD mediante o procedimento estabelecido na norma

  • 15

    NBR - 7215 (ABNT, 1996). O RCD no atingiu o valor mnimo requerido (30,2 MPa) para

    ser considerado como uma pozolana pura. Contudo, a resistncia compresso simples

    alcanou um valor razovel (15,7 MPa).

    Motta (2005) avaliou o comportamento de resduos de construo e demolio coletados

    na cidade de So Paulo. Estes agregados foram misturados com cal ou cimento Portland com

    o intuito de melhorar sua resistncia mecnica. Gmez (2011) avaliou um agregado reciclado

    gerado durante a demolio do estdio Man Garrincha da cidade de Braslia.

    Diferentemente dos resduos avaliados por Motta (2005), o RCD brasiliense apresentou

    um ganho de at 23% com o aumento do tempo de cura, sem precisar adio de materiais

    pozolnicos. Essa variao foi medida a partir da tenso mxima na ruptura obtida no ensaio

    de cisalhamento rpido aplicado aps o ensaio de mdulo de resilincia, para uma tenso de

    confinamento s3 = 35 kPa, como se pode observar na Figura 2-2.

    Figura 2-2. Variao da tenso mxima na ruptura com o tempo de cura aps ensaio de MR

    (Gmez, 2011).

    Gngora (2011) analisou o comportamento de brita de calcrio e RCD da remodelao

    do Palcio de Planalto da cidade de Braslia, como materiais de aterro para estradas no

    pavimentadas mediante ensaios laboratoriais de carregamento cclico. A ideia era simular a

    carga produzida por um semi-eixo padro. Uma carga de 18 kN foi aplicada a uma frequncia

    de 1 Hz mediante uma placa circular. Quando a estrutura de pavimento atingia 25 mm de

  • 16

    deslocamento vertical o teste era parado. O material de aterro que apresentou melhor

    comportamento em termos de resistncia ao nmero de ciclos de carga foi de forma geral o

    arranjo feito com RCD, chegando a 1.710 ciclos de carga contra os 1.630 ciclos do pavimento

    construdo com brita de calcrio.

    Delongui (2012) caracterizou os RCD-R produzidos no municpio de Santa Maria RS,

    Brasil. Os resultados demonstraram que os agregados reciclados atendem as especificaes

    normativas at mesmo para altos volumes de trfego. No geral, os agregados reciclados

    alaram melhores resultados quando submetidos energia de compactao intermediria,

    comportando-se semelhantemente s britas.

    Amorim (2013) analisou a viabilidade de uso do RCD e solo na construo de bases em

    obras virias. O resduo e o solo avaliados na pesquisa foram obtidos em Campo Verde

    Mato Grosso, Brasil. A pesquisa incluiu ensaios de campo e laboratrio. O autor verificou

    que o incremento do RCD ao solo elevou a resistncia compresso simples e o mdulo de

    resilincia de modo que produziu um material com um comportamento mecnico melhorado.

    No caso das deflexes obtidas no trecho experimental em estudo, realizadas com a viga

    Benkelman, observaram-se valores dentro dos limites aceitveis para o trfego atuante.

    Souza (2015) avaliou o comportamento do RCD caracterizado por Gmez (2011) como

    material de base de um pavimento flexvel. O foco da pesquisa foi avaliar o RCD em

    condies de servio. Dessa maneira, o autor utilizou um modelo fsico de verdadeira

    grandeza que permitiu simular a estrutura do pavimento. A estrutura foi submetida a

    carregamentos cclicos. Quanto avaliao do desempenho da estrutura do modelo fsico o

    autor concluiu que apesar do controle de compactao apresentar deficincias, os valores das

    instrumentaes apontaram para um bom comportamento da estrutura do modelo fsico. Com

    os deslocamentos plsticos iguais a 2,75 mm determinados no ponto de aplicao da carga e

    para um nmero de ciclos igual a 1 x 106 se verificou o bom comportamento da estrutura em

    relao ao limite crtico de afundamento para um pavimento. O comportamento dos

    deslocamentos plsticos a partir de 1 x 105 ciclos indica que a taxa de deformao decresce

    at um valor nulo evidenciando a ocorrncia do comportamento de Shakedown plstico. Para

    os deslocamentos elsticos obtidos na superfcie do revestimento foi possvel verificar que a

    estrutura do pavimento para o nmero total de ciclos do ensaio estaria em condies

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    estruturais ainda boas segundo o critrio da norma DNER-PRO 011 (DNER, 1979). As taxas

    de acrscimos de tenso se estabilizam para valores acima de 1 x 105 ciclos onde a partir

    desse nmero de ciclos os acrscimos so relativamente constantes. As tenses registradas

    na parte inferior da camada de base foram 82% menores que a tenso aplicada na superfcie

    do revestimento o que demonstra o bom desempenho do revestimento e base para reduo

    das tenses a serem transmitidas para o subleito.

    Li (2013) avaliou o comportamento resiliente e a deformao permanente de diferentes

    materiais granulares, entre os quais se encontram o agregado de calcrio, agregado reciclado

    de asfalto e agregado reciclado de concreto. O estudo permitiu concluir que a deformao

    permanente se incrementa com o aumento da tenso desvio; tenses desvio baixas (68,9 kPa)

    e densidades relativas entre 85 e 95% no afetam significativamente o comportamento da

    deformao permanente dos materiais testados; um contedo de finos alto (12,4 - 12,6%)

    gera uma deformao permanente menor do que uma quantidade de finos pequena

    (0,8 - 2,2%), indicando que a resposta resiliente dos materiais granulares funo no s da

    distribuio granulomtrica, mas tambm da resistncia ao cisalhamento do material

    avaliado.

    As pesquisas de Motta (2005); Gmez (2011) e Delongui (2012) mostraram que os

    resduos gerados em diferentes cidades do Brasil tm caractersticas fsicas e mecnicas

    comparveis aos materiais convencionais empregados. Todas essas pesquisas apontam que

    os agregados reciclados poderiam passar a ocupar o espao que os materiais granulares

    convencionais, sempre que tenham adequadas prticas de reciclagem. Porm, o fato de esses

    materiais alternativos serem pouco homogneos, diminui a viabilidade de seu uso. A

    variabilidade devido procedncia do resduo, e uma alta absoro associada sua

    porosidade (superior aos 2% das britas comuns) demandam controles de obra mais rigorosos,

    e do conhecimento em profundidade das propriedades fsicas e mecnicas dos RCD, j que

    resduos que provm da mesma regio podem ter uma composio diferente e, portanto, tero

    uma resposta mecnica distinta.

    Dentre as propriedades que devem ser avaliadas antes de viabilizar o uso de um RCD

    encontram-se a distribuio granulomtrica, a sua composio, isso quantidade de concreto,

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    brita ou cermicos, resistncia ao cisalhamento, rigidez, deformao permanente entre

    outros. Vrios dos aspectos sero abordados nos itens seguintes.

    2.4. COMPORTAMENTO RESILIENTE DO MATERIAL GRANULAR

    O termo resilincia significa energia armazenada num corpo deformado elasticamente, a qual

    devolvida quando cessam as tenses causadoras das deformaes, correspondendo

    energia potencial de deformao (Medina & Motta, 2015).

    At a dcada de 70, os mtodos de dimensionamento, usualmente empregados no Brasil,

    caracterizavam-se por enfocar, basicamente, a capacidade de suporte dos pavimentos em

    termos de ruptura plstica sob carregamento esttico, retratada pelo valor de CBR. No

    entanto, observou-se que boa parte da malha rodoviria vinha apresentando uma deteriorao

    prematura, que era atribuda fadiga dos materiais gerada pela contnua solicitao dinmica

    do trfego atuante. Essa realidade acabou por dar ensejo introduo de estudos da resilincia

    de materiais empregveis em pavimentos, permitindo avaliar comportamentos estruturais at

    ento no explicveis pelos procedi