comportamento ambiental compact

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COMPORTAMENTO AMBIENTAL

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comportamento Ambiental

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COMPORTAMENTOAMBIENTAL

Praça da Catedral de Milão em um domingo, início

do inverno. As pessoas evitam a sombra

Fonte: Del Rio, 1990, p.101

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

Nosso comportamento e

nossas ações são

influenciados pelo

ambiente físico-espacial

que nos cerca

Praia carioca

COMPORTAMENTOAMBIENTAL

O espaço sugere,facilita

comportamentos

Praça no centro de

Copenhague

COMPORTAMENTOAMBIENTAL

O espaço define

comportamentos

O espaço define

comportamentos

Canais conectam ruas

e praças de Friburgo,

Alemanha.

Crianças brincam,

fazem barcos de

papel, molham-se.

O espaço inibecomportamentos

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

Ipanema, Rio de Janeiro, 1989:

Lixo, obstáculos e automóveis estorvam a calçada

Elementos de isolamento incorporados à

arquitetura:

-elitização, hostilização da arquitetura;

-exclusão do OUTRO;

-extinção do contato humano , fim da

sociabilidade urbana.

O espaço inibe comportamentos

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

Estratégias medievais para autoconfinamento: fosso na Barra da Tijuca (acima) e três

muralhas no bairro do Morumbi em São Paulo (2001)

Uma clara demonstração dessa hostilidade é a

ARQUITETURA ANTI-MENDIGO

“Camas de pregos“: elementos pontiagudos em

superfícies planas e accessíveis de áreas externas das

edificações, como soleiras e muretas, para impedir a sua

ocupação pela população sem teto

O espaço inibe comportamentos

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

Fonte: Sonia Maria Taddei Ferraz. Arquitetura da violência: morar com medo nas cidades. Quem tem medo de que e de quem nas

cidades brasileiras contemporâneas? br.monografias.com/trabalhos/arquitetura-viol...

Banco de ponto de

táxi com assento

basculante:

pode ser travado,

com cadeado, na

posição vertical,

evitando que

moradores de rua o

utilizem como catre.

O espaço inibe comportamentos

ARQUITETURA ANTI-MENDIGO

Arquitetura anti-mendigo em Porto Alegre:

os paralelepípedos são

assentados de forma

a impedir que medigos

deitem sob a marquise

Banco anti-mendigo

implantado no Rio de Janeiro pela Prefeitura :

bancos equipados com divisórias para impedir

que a população de rua os transforme em cama

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

Bancos anti-mendigos instalados em praças

do centro de SP (2007):

Pr. D. José Gaspar e Pr. da República:

assentos de madeira, com 4 divisórias de ferro,

que limitam o espaço, deixando o suficiente para

acomodar uma pessoa não-obesa.

Têm capacidade para 4 pessoas.

Praça da Sé: banco de concreto, menor e

acomoda pessoas obesas

“Na República, o banco anti-mendigo afugentou -

além dos dorminhocos - as pessoas obesas e os

casais que antes namoravam sentados”.

O espaço inibe comportamentos

ARQUITETURA ANTI-MENDIGO

oglobo.globo.com/sp/mat/2007/02/23/294684231.asp

Rampas anti-mendigo instaladas pela Prefeitura

de São Paulo na av. Paulista em 2005.

Uma das extremidades da avenida possui uma

passagem subterrânea que servia de abrigo para

mendigos.

A rampa tenciona impedir a concentração de

mendigos no local.

O espaço inibe comportamentos

ARQUITETURA ANTI-MENDIGO

A Rampa em concreto é chapiscada.

A textura áspera e incômoda torna

desconfortável a permanência ali.

Monumento A Pedra do Reino, no

Parque Solon de Lucena, com

artefatos à prova de vandalismo que

se misturam à obra de arte,

tornando-a agressiva

Assentamento

irregular de

seixos sob

marquise de

laboratório,

para evitar

permanências

indesejadas

Dispositivos espaciais de

segregação em João Pessoa-PB

Grade ondulada sobre estrutura

tubular obsta seu uso como encosto

ou assento, em agência central da

Caixa Econômica Federal

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

A análise comportamental ajuda a

perceber as relações entre o ambiente e o

comportamento humano

Seus estudos e experiências são

aplicados

a espaços limitados:

edificação, rua, quarteirão ou praça

Estes estudos começaram a se

difundir na década de 60 –

Morte e Vida das Grandes

Cidades, J. Jacobs (1961)

HÁ UMA CORRELAÇÃO ENTRE AS QUALIDADES FÍSICAS DE

UM ESPAÇO PÚBLICO E SEU VOLUME E CARÁTER DE VIDA

COMPORTAMENTO

AMBIENTAL

Percepção do espaço da

rua e do lar, a

territorialidade dos

moradores e seu

comportamento sob a

influência do tráfego

veicular

Plano de circulação viária nas áreas

residenciais de São Francisco

(Appleyard, anos 70):

Os territórios reconhecidos pelos

entrevistados como seu “lar”

eram inversamente proporcionais

à intensidade de tráfego das ruas

onde moravam

Propostas para minorar o impacto do tráfego nas ruas residenciais,

aumentando suas qualidades ambientais e seus espaços de vivênciaFonte: Del Rio, 1994

COMPORTAMENTO

AMBIENTAL

COMPORTAMENTO

AMBIENTAL

Determinante para implantação do

princípio de “woonerf” na Holanda:

ruas residenciais com prioridade

para pedestres, que convivem com

o tráfego local

velocidade controlada através de

legislação e elementos construtivos

(mobiliário, paisagismo etc.)

Rua em Amsterdam antes e depois da

implantação de um “woonerf”.

Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

As questões básicas são:

Como as pessoas se relacionam com o meio ambiente construído?

Quais são suas necessidades?

Como aplicar tais respostas no processo de projeto?

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

O projeto correto deve responder a três

grupos básicos de satisfação do usuário:

VISUAL FUNCIONAL

COMPORTAMENTAL

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

A congruência entre comportamento e o ambiente construído

é um instrumento de medição da qualidade ambiental.

Medindo a qualidade física do ambiente urbano: fig. A: dificuldade de duas idosas tentando subir

os altos degraus de uma estreita calçada em Guadalajara, México; fig. B: a ameaça do projeto do

“orelhão” para o deslocamento de um cego que só localiza a barreira vertical tarde demais. Fonte: Del Rio, 1994.

A B

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Por outro lado, como conclui um estudo sobre

espaços públicos em Nova Iorque, embora se

acredite que as crianças brincam na rua porque não

têm local apropriado, a verdade é que muitas

gostam mesmo é de brincar na rua (WHYTE, 1980

apud DEL RIO, 1994, p.99).

O ambiente age como catalisador positivo ou negativo

O ESPAÇO PODE SER

CLASSIFICADO COMO:

SOCIOFUGAL:

QUE DESAGREGA EM

RELAÇÃO ÀS

INTERAÇÕES SOCIAIS

SOCIOPETAL :

QUE CONGREGA,

DIRECIONA A UM LUGAR

COMPORTAMENTO AMBIENTAL

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

OBSERVAR O COMPORTAMENTO HUMANO REQUER CUDADOS E

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA SE EVITAR DISTORÇÕES

Os métodos de análise comportamental se subdividem em:

OBSERVAÇÃO

DIRETA

REGISTRA O

COMPORTAMENTO NA HORA

DA OCORRÊNCIA.

OBSERVAÇÃO

INDIRETA

O FAZ DEPOIS, IDENTIFICANDO

PISTAS DAS OCORRÊNCIAS.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE:

Observação DIRETA

•A posição do observador;

•Os instrumentos de registro;

•O que observar;

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE:

Observação DIRETA

•A posição do observador em relação ao

observado pode ser:

De fora em

segredo

De fora mas

reconhecido

Participante

marginal

Participante

total

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE:

Observação DIRETA

•Os instrumentos de registro:

notações Checklists pré-

codificados

mapas Fotografias/ vídeos

Pfeiffer (1980) apud Del Rio (1994) defende que os grupos de

usuários sempre se utilizam de subespaços conforme suas

motivações e as características destes subespaços

Diagramas dos estudos de PFEIFFER: apropriação de subespaços por

usuários locais (A) e por estrangeiros em uma estação ferroviária alemã

A apropriação do ambiente segundo subespaços de

usos específicos e mais controláveis

Mapa dos percursos principais adotados pelos transeuntes, numa tarde de sexta-feira,

na praça São Miguel Paulista, São Paulo: estudos do autor com S. Maciel e R. Lana,

novembro de 1985. Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE:

Observação DIRETA

•O que observar:

A quem?atores

Fazendo o quê?ato

Com quem?Outros participantes

significativos

Quais as relações?Visuais, auditivas, simbólicas etc.

O contexto e seu arranjo físico

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

ALGUMAS CATEGORIAS DE ANÁLISE DO

DESENHO URBANO:

Um comportamento padrão ou típico

Regras e propósitos sociais

Aspectos físicos específicos

Aspectos temporais da ocorrência(hora, dia, estação, ritmo, periodicidade, duração etc.)

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

O impacto negativo da projeção de

sombras também se faz sentir no Rio,

Copacabana, Leblon e São Conrado,

antes do meio dia. Fonte: Del Rio, 1994.

Copacabana

Leblon

São Conrado

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

A adaptação do espaço para

determinar “ambientes

comportamentais” é outro objeto

de pesquisa. Fonte: Del Rio, 1994.

No Rio: em área

sombreada,

motoristas de táxi

utilizam um

encaixe adaptado à

saia de um poste

para apoiar

tabuleiro de jogo.

Esta ocorrência se

repetia quase

todos os dias na

hora do almoço

numa esquina do

bairro Jardim

Botânico.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

“Compreender quais são os „ambientes

comportamentais‟ de um espaço urbano, como são

apropriados, quais os comportamentos com que se

relacionam e qual sua periodicidade são temas

básicos.

O importante é que estes ambientes pressupõem a

repetição dos comportamentos: certos arranjos

tendem a fazer com que diferentes atores se

comportem da mesma forma”

(DEL RIO, 1994, p.101).

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

No Alfama, em Lisboa:

adaptação do ambiente para a feira,

protegendo as barracas e

compradores com plásticos, não do

sol, pois são transparentes, mas da

roupa escorrendo nos varais.

A adaptação do espaço para

determinar “ambientes

comportamentais” é outro objeto

de pesquisa. Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

As temáticas de investigação, classificadas, por

Del Rio (1994) em quatro grupos principais:

Seqüências comportamentais

Palcos de ação

Atividades específicas

territórios

Estas temáticas podem

ser instrumentalizadas

através de observação

sistematizada,

fotografias (sequenciais

ou não) ou filmes,

entrevistas,

questionários,

mapeamentos e

diagramas de uso,

estudos de costumes,

entre outros.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Seqüências comportamentaisSérie de comportamentos pelo mesmo usuário ou grupo de usuários

durante um determinado percurso ou evento.

Dificuldades de

trajetos sendo

revelados em

sequencias

comportamentais,

seguindo uma

transeunte no

Leblon.

Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Palcos de açãoContexto em que se dá o

comportamento, e “ambientes

comportamentais”, condições

físico-espaciais específicas do

comportamento.

Uso das calçadas como integração

das esferas privada-pública no Morro

do Pinto, Rio.

Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

Um “palco de ação”: a apropriação de

toda a murada frontal da Catedral da

Cidade do México por autônomos e

biscateiros à espera de fregueses e

transeuntes.

Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

Atividades

específicasInvestigação de onde/como

ocorrem usos ou ações

específicas, em percursos ou

num espaço determinado,

como atravessar a rua, formar

fila, conversar, vendas de

ambulantes etc.

Atividades específicas como

atravessar a rua (A) e ocupação por

ambulantes (B), ambas no centro do

Méier, Rio de Janeiro.

Fonte: Del Rio, 1994.

A

B

ANÁLISE

COMPORTAMENTAL

TerritóriosDistâncias e espaços delimitados

como espaços de “defesa” ou com

sua privacidade controlada por

“indivíduo” ou um grupo, e os usos

envolvidos neles.

Estudo de PFEIFFER sobre o interior de

estação com uso de fotografia sequencial:

definição de subespaços onde se repetem

padrões comportamentais inconscientes (junto

à saída das escadas rolantes) e conscientes

(junto ao pilar). Fonte: Del Rio, 1994.

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

“a vida no interior das edificações e entre as

edificações parece ser muito mais essencial e

mais relevante do que os próprios espaços e

edificações”

(GEHL, 1980 apud DEL RIO, 1994, p.105).

Os estudos do comportamento do homem no

espaço podem ser muito importantes para subsidiar

projetos de Desenho Urbano.

Ex.: APOs (avaliações pós-ocupação) são um

relevante instrumento.

ANÁLISE COMPORTAMENTALExemplos

a b c

Imagem 31 (a, b, c) – Ambulantes vendendo lanches, côcos e sorvetes. Fonte: arquivo pessoal (junho/2008)

“Na área onde os quiosques foram demolidos, para suprir a demanda por lanches,

côcos e sorvetes – alimentos comuns da área praieira –, diversos ambulantes vêm

cobrindo essa região; alternativa esta que, levando-se em conta que há pouco espaço

para construções, motivo pelo qual os antigos quiosques tinham sido demolidos, pode

vir a se tornar uma boa solução – desde que haja regulamentação, uma gestão eficiente

e fiscalização sanitária adequada.”

Fonte: ROSAS, Clarissa. Refazendo a orla marítima de Manaíra. TFG em Arquitetura e Urbanismo, UFPB, 2008.2.

Imagem 28 (a, b, c, d) – Senhor com cachorro atravessando gabião na praia: aproximação do obstáculo (a), interrupção do percurso (b), desvio (c) e ultrapassagem (d). Fonte: arquivo pessoal (junho/2008)

a b c d

“As atividades que envolvem deslocamentos – como passeios, cooper, ciclismo – têm

grande representatividade, mas os usuários desse espaço urbano encontram diversos

obstáculos para praticá-las, como se percebe na seqüência que flagra um senhor com

um cachorro atravessando um gabião de pedra que corta a praia.”

Fonte: ROSAS, Clarissa. Refazendo a orla marítima de Manaíra. TFG em Arquitetura e Urbanismo, UFPB, 2008.2.

MAPAS COMPORTAMENTAIS

• REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

DEL RIO, Vicente. Desenho Urbano no

Processo de Planejamento. São Paulo:

Pini, 1990. cap. 5.