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COMPLEXO EÓLICO SEQUOIA e
COMPLEXO EÓLICO SEQUOIA II
Salvador – Bahia
Julho/2014
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
APRESENTAÇÃO
O presente Programa vem subsidiar a solicitação da Licença de Instalação – LI do Complexo
Eólico Sequoia, propriedade da Sequoia Capital, que será requerida junto ao Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA, através do cumprimento aos Condicionantes da
Licença Prévia constantes nas Portarias 457/2011, e suas alterações, com o seguinte teor:
“Projeto de intervenção entomológica para a pesquisa, captura e análise de
triatomíneo (doença de chagas), flebotomíneo (leishmaniose) e outros vetores
na AID, de acordo procedimentos e aprovação da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (DIVEP) do estado da Bahia e a Coordenação de Doenças
Transmitidas por Vetores (CODTVE), onde a equipe técnica responsável pela
execução deverá ser treinada pela DIVEP e/ou Conselho municipal de Saúde de
Pindaí.”
O Complexo Eólico Sequoia atualmente é composto por 06 parques eólicos denominados:
Acauã, Ararinha-Azul, Arapapá, Carcará, Irerê e Papagaio, onde foram acrescentados à Portaria
457/2011 através da licença de alteração Portaria nº 1281/2011 e demais.
Para tanto, os programas ambientais foram elaborados de forma integrada e unificada para os
Complexos Eólicos Sequoia, uma vez que encontram-se localizados em áreas adjacentes e
contíguas entre os municípios de Pindaí e Caetité, Estado da Bahia, conforme preconiza o Art.
2º da Portaria 1940/2012. Em anexo encontra-se a Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) do responsável técnico.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
INFORMAÇÕES GERAIS
EMPRESA EMPREENDEDORA
SEQUOIA CAPITAL LTDA CNPJ: 01.355.495/0001-34
ENDEREÇO: Rua Pedroso Alvarenga, 755, 14º andar, cj. 141, Itaim Bibi, CEP: 04.531-011, São Paulo- SP
Tel./Fax: (11) 3044-5144 RESPONSÁVEL LEGAL: Sergio Sarquis Attié.
EMPRESA CERTIFICADORA DO PROJETO EÓLICO
INOVA SERVIÇOS DE ENGENHARIA LTDA
CNPJ: 10.331.796/0001-19 ENDEREÇO: Av. Dom Luís, 1200/sl 1414 – Fortaleza/CE. CEP – 60.160-230
Telefone: +55 (85) 3263.3699 RESPONSÁVEL TÉCNICO: Eng. Marcos dos Santos Miranda (Ph.D.) CREA/CE 40.483-D
EMPRESA DE CONSULTORIA AMBIENTAL
EKOENGE TECNOLOGIAS E ESTUDOS AMBIENTAIS LTDA
CNPJ: 14.058.328/0001-73 End.: Rua das Dálias, n° 54, Pituba CEP. 41.810-040, Salvador – Bahia
Tel.: (71) 3506-2260, Cel: (71) 8873-4106/ 8734-7890 RESPONSÁVEL GERAL: Saionara Pereira de Souza – CRBio 46.577/5-D
E-mail: [email protected]/[email protected]
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
COORDENAÇÃO GERAL
SAIONARA SOUZA
Bióloga, Esp. em Tecnologias Geoambientais
CRBio 46.577/5-D - CTF/IBAMA nº 2059515
VALDEIR DANTAS Engenheiro Agrimensor
Pós-Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho CREA-BA 40.459/D – CTF/IBAMA nº 5611807
EQUIPE TÉCNICA
VANESSA ÍRIS SILVA DA SILVA Bióloga, Esp. em Gerenciamento Ambiental
CRBio 67.039/5-D
LARISSA VILAS BOAS DE SOUZA Analista Ambiental
CTF/IBAMA nº 5611787
LEONARDO SANTANA
Técnico de Meio Ambiente
CTF/IBAMA nº 5961061
FELIPE MATHEUS CARVALHO
Suporte Técnico
CTF/IBAMA nº 5996550
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Distribuição dos municípios segundo grau de risco no estado da Bahia, com
destaque para os municípios Caetité e Pindaí, 2011. ................................................................... 8
Figura 02: Ciclo de vida da Doença de Chagas. ........................................................................... 15
Figura 03: Principais espécies domiciliares, a) Triatoma sordida; b) Triatoma infestans; c)
Panstrongylus megistus; d) Triatoma brasiliensis; e) Triatoma pseudomaculata. ..................... 16
Figura 04: Flebótomo (mosquito) fêmea do gênero Lutzomyia. ................................................ 18
Figura 05: Ciclo de vida da Leishmaniose. ................................................................................... 18
Figura 06: Captura do barbeiro com uso de pinça entomológica e um frasco com papel
sanfona. ....................................................................................................................................... 22
Figura 07: Procedimento de captura de um triatomíneo ou algum vestígio. a) capture o
barbeiro protegendo-se com saco plástico; b) coloque o barbeiro dentro do saco plástico sem
furos, deixando-o no fundo; c) uso de papel para indicar o local da captura, número da casa,
data e nome do coletor; d) coloque este papel junto com o barbeiro no saco e, d) entregar os
barbeiros capturados imediatamente ao agente de saúde de sua área ou unidade de saúde
mais próxima. .............................................................................................................................. 23
Figura 08: Preparação do inseticida. ........................................................................................... 24
Figura 09: Aplicação de inseticida de uso residual. ..................................................................... 25
Figura 10: Coleta manual do tipo: a) capturador motorizado e, b) aspirador de Castro com
ampliação à direita. ..................................................................................................................... 27
Figura 11: Coleta com armadilha adesiva. a) em intradomicílio e, b) no peridomicílio. ............ 27
Figura 12: Coleta com armadilha luminosa através de: a) modelo CDC (feixe luminoso) e, b)
Shannon. ..................................................................................................................................... 27
Figura 13: Aplicação de inseticida de uso residual realizado por um agente totalmente
protegido, uso do EPI. ................................................................................................................. 30
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 9
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 10
2.1. Objetivo Geral .............................................................................................................. 10
2.1 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 11
3. PÚBLICO-ALVO ................................................................................................................ 11
5. LEGISLAÇÃO VIGENTE ...................................................................................................... 11
6. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DOS VETORES ................................................................. 14
6.1. TRIATOMÍNEO (DOENÇA DE CHAGAS) ............................................................................ 14
6.2. FLEBOTOMÍNEO (LEISHMANIOSE) .................................................................................. 17
7. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ENTOMOLÓGICO ........................................................ 20
7.1. PESQUISA, CAPTURA E ANÁLISE DO TRIATOMÍNEO (DOENÇA DE CHAGAS) .................. 20
7.2. MÉTODO DE CONTROLE (DOENÇA DE CHAGAS)............................................................. 23
7.3. PESQUISA, CAPTURA E ANÁLISE DO FLEBOTOMÍNEO (LEISHMANIOSE) ........................ 26
7.4. MÉTODO DE CONTROLE (LEISHMANIOSE) ...................................................................... 28
8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ................................................................................. 30
9. INTERRELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS .................................................................... 31
10. RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 31
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 32
12. BIBLIOGRAFIAS .............................................................................................................. 34
ANEXOS ............................................................................................................................... 37
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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1. INTRODUÇÃO
Nestes últimos anos, a ocorrência de surtos e/ou epidemias por doenças emergentes e
reemergentes deve-se as pressões demográficas, alterações ambientais, migrações humanas
não controladas e precariedade das condições socioeconômicas (saneamento, habitação e
educação). Esses fatores que geram e condicionam a ocorrência de doenças de agravos tais
como a Doença de Chagas (DC) e a Leishmaniose, consideradas como uma das enfermidades
clássicas e endêmica no Brasil, principalmente na região Norte e Nordeste.
Na Bahia, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado
(DIVEP/SESAB) realizou a delimitação das áreas consideradas de risco de transmissão vetorial
da Doença de Chagas, levando em consideração a ponderação total alcançada pelo somatório
dos pesos (unidades de risco), atribuídos às variáveis de risco, em função de indicadores:
entomológicos (espécie de vetor, dispersão e infestação domiciliar), de morbidade (casos
agudos autóctones, casos crônicos autóctones) e ambientais (domiciliares e extradomiciliares),
com intuito de buscar ações de programa de controle que permitam cobrir totalmente essas
áreas, de acordo com as suas especificidades.
Então, a classificação dos municípios quanto ao grau de risco da transmissão da Doença de
Chagas (DC) atingiu os 417 municípios do estado da Bahia em 2011, sendo 101 (24,2%)
considerados de baixo risco, 219 (52,5%) de médio risco e 98 (23,3%) de alto risco. Desses
municípios, as regiões de Pindaí e Caetité, locais que serão implantadas os Parques Eólicos, de
propriedade da Sequoia Capital, encontram-se em áreas de alto risco, conforme apresentada
na Figura 01.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Figura 01: Distribuição dos municípios segundo grau de risco no estado da Bahia, com destaque para os municípios Caetité e Pindaí, 2011. Fonte: DIVEP/SESAB, 2012.
Todavia, sabe-se que em 2012 estava sendo desenvolvida a elaboração, execução e a
manutenção das atividades para o controle e eliminação do Triatoma infestans, vetor da
Doença de Chagas, através do Plano Incremental da DIVEP/SESAB, mais especificamente, em
áreas de alto risco. Essas ações de controle de agravos de doenças vetoriais incluem também a
Leishmaniose que é uma doença transmitida pelo mosquito palha, tendo a 30º Diretoria
Regional de Saúde (DIRES) de Guanambi, Estado da Bahia, como a executora para essas ações
de controle e o qual previa atingir 100% das residências da zona rural dos municípios de Pindaí
e Caetité.
Na Bahia, o foco de incidência de leishmaniose é relativamente alto, estando presente em 216
(51,7%) dos 417 municípios na sua forma mais grave, a forma visceral (LV), enquanto que em
239 (57%) está presente a forma tegumentar (LTA), segundo a Secretaria da Saúde do Estado
da Bahia (2010).
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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Os municípios com casos e incidências de Leishmaniose Visceral, na Bahia, têm sido
evidenciados nos dez municípios de abrangência da 30ª DIRES (Guanambi, Palma de Monte
Alto, Malhada, Urandi, Candiba, Sebastião Laranjeira, Iuiu, Carinhanha, Pindaí e Matina), que
acomentem os cães dessas regiões em maiores proporções. Essa ocorrência é devido os
caninos possuirem o papel de reservatório do parasito, ou seja, fonte de infecção para os
flebotomínios do tipo Lutzomyia longipalpis (vetor da leishmaniose) que não depende
diretamente de corpos d’água para a sua reprodução.
Portanto, o controle dos vetores pela interrupção da transmissão domiciliar é de suma
importância para a prevenção da doença e minimização de riscos ambientais, uma vez que as
pessoas da zona rural que possuem casas de condições precárias tem maior risco de contrai-la.
Esse programa de controle faz-se necessário esforço e empenho conjunto das diversas
interfaces em níveis estaduais, municipais, regionais e locais para buscar tornar a eficácia das
ações e controle de enfermidades como a Leishmaniose, Doença de Chagas e outras doenças
realizadas pelas secretarias de vigilância de saúde.
1.1. JUSTIFICATIVA
Os municípios de Pindaí e Caetité, local onde se pretende instalar os Parques Eólicos têm
apresentado problemas de certa gravidade, com a ocorrência de casos de doenças
transmitidas por vetores tais como da Doença de Chagas e da Leishmaniose visceral.
Para a implantação do empreendimento haverá a necessidade de retirar parte da vegetação
natural para construir as vias de acessos, pátios de montagens e outras estruturas de
atendimento as obras, e estes fragmentos florestais são os habitats naturais desses vetores.
Devido à existência de comunidades na área de entorno do empreendimento com residências
em condições precárias (estruturas de taipa, sem reboco interno, cobertura de palha com
galinheiro e outras estruturas) que tornam propícios o convívio dos vetores próximos aos
humanos, far-se-á atenção e medidas de controle, devendo ser realizada a pesquisa, captura e
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ENTOMOLÓGICA
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análise de triatomíneo (doenças de chagas), flebotomíneo (leshmaniose) e outros vetores
identificados na AID.
Esse impacto pode ser considerado como negativo e indireto, mas existem ações relacionadas
ao controle e prevenção dessas endemias desenvolvidas pelas vigilâncias de saúde,
principalmente, na região de estudo, o qual será possível desenvolver e/ou apoiar a interação
da equipe técnica responsável pelo empreendimento, agentes sociais, setor público e a
sociedade civil, com intuito de permitir que esse impacto seja temporário e reversível a médio
prazo.
Atualmente, a 30ª Diretoria de Vigilância em Saúde de Guanambi, Bahia, está desenvolvendo a
4ª etapa do Programa de Erradicação do Triatoma infestans (PETI), onde os agentes de
vigilância em saúde e agentes borrifadores irão efetuar o controle químico em 100% das casas
existentes na zona rural e 10% na área urbana. Medida esta que permite o controle dos
vetores de triatomíneo (Doença de Chagas), flebotomíneo (Leishmaniose) e outros na área
impactada pelo empreendimento.
Para acompanhar as operações de controle do vetor, poderá ser realizado novas pesquisas
entomológicas rotineiras e o tratamento químico (borrifação) nas casas positivas para a
presença do vetor e colônias no intradomicílio.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O presente Projeto visa apresentar os métodos de trabalho adotados para a identificação e
registro da presença dos vetores triatomíneos e flebotomíneos em moradias habitacionais e
anexos, com vista para o controle e minimização destas doenças vetoriais, em consonância
com as técnicas adotadas pela Diretoria e Coordenação de Vigilância Epidemiológica do Estado
da Bahia.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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2.1 Objetivos Específicos
Apresentar as técnicas de captura, coleta e análise de vetores triatomíneos;
Apresentar as técnicas de captura, coleta e análise de vetores flebotomíneos;
Identificar os principais vetores da doença de chagas na região de Caetité e Pindaí-BA;
Conhecer e avaliar a situação atual das ações e programas de controle existentes na
região;
Permitir avaliar o sistema de prevenção da doença adotado na região;
Propor ações de contribuição da empresa empreendedora com as medidas de
prevenção destas doenças na AID do projeto;
Buscar canais de comunicações e informações sobre as doenças e as principais ações a
serem desenvolvidas pelos gestores de vigilância;
Contribuir na elaboração e manutenção em ações de controle de agravos dessas
doenças a serem desenvolvidas pela Diretoria Regional de Saúde (DIRES),
preferencialmente em Guanambi, estado da Bahia, em caso de necessidade;
Possibilitar a identificação e registro das localidades em que forem capturados os
vetores na AID do empreendimento e comunidades do entorno;
Oferecer condições para o desenvolvimento e ordenamento do diagnóstico e adoção
de medidas de controle e preventivas adequados aos agravos.
3. PÚBLICO-ALVO
Comunidades do entorno do empreendimento e a população da região;
Trabalhadores e funcionários;
Agentes e gestores de vigilância em saúde.
5. LEGISLAÇÃO VIGENTE
Baseado em estratégias de intervenções entomológicas na busca de uma avaliação dos
programas de controle de vetores considera-se as seguintes legislações básicas aplicáveis, a
saber:
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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Lei N° 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências;
Ressalva-se que essa lei foi de suma importância para a fundamentação da Política de Saúde
para a População do Campo tendo como princípios norteadores a regionalização,
integralidade, intersetorialidade, controle social, avaliação e gerenciamento de risco
ambiental, informação e comunicação, epidemiologia e da clínica, visando à adoção o princípio
da sustentabilidade.
Portaria N° 1.399, de 15 de dezembro de 1999 que regulamenta a NOB SUS 01/96 no
que se refere às competências da União, estados, municípios e Distrito Federal, na
área de epidemiologia e controle de doenças, define a sistemática de financiamento e
dá outras providências;
Portaria N° 1.172/GM, de 15 de junho de 2004 que regulamenta a NOB SUS 01/96 no
que se refere às competências da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, na
área de Vigilância em Saúde, define a sistemática de financiamento e dá outras
providências;
Portaria N° 5, de 21 de fevereiro de 2006 que regulamenta a inclusão de doenças na
relação nacional de notificação compulsória, define doenças de notificação imediata,
relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de
Referência Nacional ou Regional e normas para notificação de casos e seus anexos;
Portaria N° 2.472, de 31 de agosto de 2010 que define as termologias adotadas em
legislação nacional, conforme disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005
(RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação
compulsória em todo o território nacional e estabelecer fluxo, critérios,
responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Oportuno mencionar neste momento que no Art. 11 – Parágrafo Único diz:
Parágrafo único. As normas de vigilância das doenças, agravos e eventos constantes nos Anexos I, II e III serão regulamentadas no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Portaria e seus anexos.
Portaria N° 1.426/2008 que proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com
produtos de uso humano ou não registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
O caput do artigo 1° da mencionada Lei diz, in verbis:
Art. 1º Proibir, em todo o território nacional, o tratamento da leishmaniose visceral em cães infectados ou doentes, com produtos de uso humano ou produtos não-registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Art. 2º Definir, para efeitos desta Portaria, os seguintes termos: I - risco à saúde humana: probabilidade de um indivíduo vir a desenvolver um evento deletério de saúde (doença, morte ou sequelas), em um determinado período de tempo; II - caso canino confirmado de leishmaniose visceral por critério laboratorial: cão com manifestações clínicas compatíveis com leishmaniose visceral e que apresente teste sorológico reagente ou exame parasitológico positivo; III - caso canino confirmado de leishmaniose visceral por critério clínico-epidemiológico: todo cão proveniente de áreas endêmicas ou onde esteja ocorrendo surto e que apresente quadro clínico compatível de leishmaniose visceral, sem a confirmação do diagnóstico laboratorial; IV - cão infectado: todo cão assintomático com sorologia reagente ou parasitológico positivo em município com transmissão confirmada, ou procedente de área endêmica. Em áreas sem transmissão de leishmaniose visceral é necessária a confirmação parasitológica; e V - reservatório canino: animal com exame laboratorial parasitológico positivo ou sorologia reagente, independentemente de apresentar ou não quadro clínico aparente.
Instrução Normativa N° 1, de 25 de setembro de 2011 que regulamenta a Portaria MS
n.° 1.339, de 15 de dezembro de 1999, no que se refere às competências da União,
estados, municípios e Distrito Federal, na área de vigilância ambiental em saúde.
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Oportuno registrar nesse momento em seu artigo 1°:
Art. 1º O Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde - SINVAS, compreende o conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e entidades públicas e privadas relativos à vigilância ambiental em saúde, visando o conhecimento e a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos relacionados às doenças e outros agravos à saúde, em especial: I – Vetores; II – reservatórios e hospedeiros; (...)
Resolução n.° 714, de 20 de junho de 2002, do Conselho Federal de Medicina
Veterinária, que dispõe sobre os procedimentos e métodos de eutanásia em animais e
dá outras providências.
6. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DOS VETORES
6.1. TRIATOMÍNEO (DOENÇA DE CHAGAS)
A doença de Chagas é uma das consequências da infecção humana produzida pelo protozoário
flagelado Trypanosoma cruzi. A transmissão do T. cruzi para o homem ocorre por meio de um
vetor – os triatomíneos. Esses triatomíneos apenas transmitem o parasito se estiverem
infectados e isso acontece quando eles se alimentam em um dos numerosos hospedeiros, ou
seja, se os mamíferos de uma determinada área apresentar altas taxas de infecção por T. cruzi,
há probabilidade do vetor se infectar e, portanto, infectar o próximo mamífero (incluindo o
homem), no qual se alimentar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Principais formas de transmissão:
As formas habituais de transmissão da doença de Chagas para o homem são a vetorial, a
transfusional, a transplacentária (congênita) e, mais recentemente, a transmissão pela via oral,
pela ingestão de alimentos contaminados pelo T. cruzi. Mecanismos de transmissão menos
comuns envolvem acidentes de laboratório, manejo de animais infectados, transplante de
órgãos sólidos e leite materno. O principal tipo de transmissão na região de Pindaí é a
transmissão vetorial, onde a doença de Chagas passou a representar um grave problema de
saúde pública, com a domiciliação e colonização de vetores provocada pelo desequilíbrio
ambiental e invasão humana desses ecótopos.
A transmissão vetorial acontece pelo contato do homem suscetível com as excretas
contaminadas dos triatomíneos, também conhecidos como “barbeiros” ou “chupões”. Esses,
ao picarem os vertebrados, em geral defecam após o repasto, eliminando formas infectantes
de tripomastigotas metacíclicos, que penetram pelo orifício da picada ou por solução de
continuidade deixada pelo ato de coçar. O período de incubação da transmissão vetorial é de 4
a 15 dias. Segue abaixo a ilustração do ciclo de vida da doença de Chagas, conforme figura 02.
Figura 02: Ciclo de vida da Doença de Chagas. Fonte: SO biologia, 2012.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Tipologia de Vetores:
A maioria das espécies conhecidas vive no meio silvestre, associadas a uma diversidade de
fauna e flora. É importante ter em mente que essa associação a habitats é dinâmica, ou seja,
uma espécie hoje considerada exclusivamente silvestre pode tornar-se domiciliada se as
condições em que vive forem alteradas. Das mais de 118 espécies conhecidas e já identificadas
no Brasil, existem espécies consideradas como as mais importantes por serem domiciliadas e
de grande importância na transmissão da doença ao homem tais como Triatoma infestans,
Pastrongylus megistus, Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata, Triatoma sordida
(Figura 03).
Dentre as espécies supracitadas, o Triatoma infestans é estritamente domiciliar e possui o
hábito noturno. Ele é o principal vetor encontrado nas regiões de estudo, em que observou-se
o alto índice de infestação do mesmo na área dos parques.
Figura 03: Principais espécies domiciliares, a) Triatoma sordida; b) Triatoma infestans; c) Panstrongylus megistus; d) Triatoma brasiliensis; e) Triatoma pseudomaculata. Fonte: Ministério da Saúde, 2009.
Medidas de Prevenção:
A prevenção da Doença de Chagas está centrada no combate ao vetor, o barbeiro,
conseguinte, através da melhoria das moradias rurais (habitacionais) a fim de impedir que lhe
sirvam de abrigo. Sabe-se que ainda não existem vacinas para a prevenção dessa doença.
Sendo assim, faz-se necessário a melhoria das condições de higiene e a limpeza frequente das
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palhas e roupas costumam ser eficazes. Uma forma possível de prevenir as complicações dessa
doença é sendo um doador de sangue regular, dessa forma pode-se constatar a Chagas em
todas as amostras coletadas.
Basicamente a prevenção se dá pela eliminação do vetor, o barbeiro, por meio de medidas que
tornem menos propício o convívio destes próximo aos humanos, como a construção de
melhores habitações, pois estes insetos predominam em frestas das casas de taipa e adobe,
depósitos, galinheiros, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos e sob pedras. O
uso de inseticida é extremamente eficaz e está indicado em zonas endêmicas, já que o perigo
dos insetos transmissores é muito maior.
6.2. FLEBOTOMÍNEO (LEISHMANIOSE)
As leishmanioses são consideradas como uma zoonose podendo acometer o homem quando
este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma
antropozoonose. Esta doença é causada por protozoários do gênero Leishmania spp e da
família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades dividem-se em leishmanioses
tegumentares, que atacam a pele e as mucosas, e as viscerais (ou calazar), que atacam os
órgãos internos. O protozoário, ou parasito, é transmitido ao homem e também a outras
espécies de mamíferos por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos.
(BATISTA, 2008)
Forma de transmissão:
A transmissão da doença se dá através da picada de um inseto hematófago, o flebótomo do
gênero Lutzomyia (Figura 04), que é pequeno o suficiente para atravessar malhas de
mosquiteiros e telas. Ele recebe diversos nomes que variam com a região onde é encontrado,
como mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalhinha, asa branca, asa dura e palhinha.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Figura 04: Flebótomo (mosquito) fêmea do gênero Lutzomyia. Fonte: Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), 2012.
A transmissão ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do
hospedeiro. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa, o mosquito só transmite a
leishmania se tiver picado um animal infectado.
Figura 05: Ciclo de vida da Leishmaniose. Fonte: Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), 2012.
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Tipos de leishmaniose:
Esta doença pode se manifestar de duas formas, a saber: leishmaniose tegumentar ou cutânea
e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose tegumentar ou cutânea é caracterizada
por lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta, esta forma é conhecida
como “ferida brava”. O período de incubação (tempo decorrido entre a picada do inseto e o
aparecimento de sintomas) é em torno de 2 a 3 meses, mas pode variar de 2 semanas a dois
anos.
No que concerne a Leishmaniose visceral (LV), conhecida também como calazar é uma doença
sistêmica, pois afeta vários órgãos, sendo que os mais acometidos são o fígado, baço e medula
óssea. Sua evolução é longa e, em alguns casos, pode ultrapassar o período de 01 (um) ano. O
período de incubação varia de 2 a 6 meses. A infecção pode ser oligossintomática (quase ou
nenhum sintoma) ou de moderada a grave, levando o paciente à morte.
Tipologia dos Vetores:
Os vetores da Leishmaniose tegumentar são insetos denominados flebotomíneos,
pertencentes à Ordem Diptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, Gênero
Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito
palha, tatuquira, birigui, entre outros.
No Brasil, as principais espécies envolvidas na transmissão da LTA são: Lutzomyia
flaviscutellata, L. whitmani, L. umbratilis, L. intermedia, L. wellcome e, L. migonei. Estas
espécies de flebotomíneos foram definidas como vetores por atenderem aos critérios que
atribuem a uma espécie a competência vetorial. Cabe ressaltar que o papel vetorial de cada
uma dessas espécies dependera da espécie de Leishmania presente no intestino. As espécies
que causam formas cutâneas de leishmaniose no homem são os animais silvestres, tais como
as pacas, tutus, capivaras, bichos preguiça e outros roedores silvestres, e o animal doméstico é
o cão.
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ENTOMOLÓGICA
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Os vetores da leishmaniose visceral também são insetos hematófagos denominados
flebotomíneos. No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a
transmissão da doença Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. A primeira espécie e
considerada a principal espécie transmissora da L. (L.) chagasi no Brasil e, recentemente, L.
cruzi foi incriminada como vetor no Estado de Mato Grosso do Sul. As espécies que causam
formas viscerais de leishmaniose no homem são a raposa (animal silvestre) e o cão (animal
doméstico).
Medidas de Prevenção: A forma mais eficiente de erradicação da doença seria eliminar o mosquito agente transmissor
da leishmaniose. No entanto, a utilização de certos artifícios como coleiras e outros produtos
antiparasitantes, minimizam a propagação, embora não evitem a 100%. Uma região onde
existam charcos ou quaisquer outros meios propícios ao desenvolvimento de mosquitos, é
importante está atento ao estado de saúde do cão. É de extrema importância evitar locais com
matéria orgânica em decomposição, como lixeiras, entulhos, onde possam atrair esta espécie
de mosquito em ambientes que normalmente se desenvolve.
7. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ENTOMOLÓGICO
7.1. PESQUISA, CAPTURA E ANÁLISE DO TRIATOMÍNEO (DOENÇA DE CHAGAS)
O primeiro passo para as principais operações de campo de um procedimento e análise do
triatomíneo é o reconhecimento geográfico que tem como finalidade situar, qualificar e
nomear todas as localidades, casas e habitantes da área, bem como informar sobre acidentes
geográficos, vias de acesso, recursos assistenciais, condições sanitárias, meios de comunicação
e transporte, de acordo com Costa et al. (2012). Todas essas informações condicionam as
atividades de pesquisas entomológicas, captura, borrificação domiciliar, inquéritos sorológicos,
acompanhamento, supervisão das atividades além da instalação e intensificação das ações de
vigilância entomológicas através de postos de informações.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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Para a identificação de todo reconhecimento geográfico das localidades é necessário o uso de
croquis ou mapeamento georeferenciado que consiste no emprego do software de
geoprocessamento. Este programa serve para delimitar e analisar a área de estudo,
permitindo o planejamento das ações de campo e a identificação das localizações das
unidades domiciliares e suas localidades. A partir disso, deve ser feita as demarcações e
registros nos mapas ou croquis além da periodicidade da atualização dos mesmos, em
contribuição e apoio do poder público municipal.
Conseguinte, de acordo com Oliveira (2006) e Costa et al. (2012) é feito a pesquisa
entomológica (Triatomínica) que consiste na procura da presença de vetores da doença de
Chagas ou de vestígios em domicílios e anexos, servindo para orientar todas as ações de
controle químico. Ressalva-se que esse procedimento é realizado por pessoal institucional
capacitado e treinado em períodos anuais. Em áreas onde é executado o primeiro trabalho,
essa ação deve ser realizada simultaneamente com o reconhecimento geográfico, ou seja, o
levantamento triatomínico tendo a finalidade delimitação das áreas com riscos de transmissão
natural da doença de Chagas e os indicadores entomológicos dos vetores (conhecimento das
espécies prevalentes, do grau de domiciliações, de infecção natural e da densidade dos
vetores). Em área com aplicação regular de inseticida a pesquisa é feita antecipadamente à
borrificação (operações com inseticida através da preparação, manipulação e aplicação) e
indica a área a ser trabalhada com controle químico (OLIVEIRA, 2006).
Habitualmente, a pesquisa é executada por agentes de controle de endemias através da
captura manual com o uso de pinça entomológica, auxílio de fonte artificial de iluminação e
frasco com papel sanfonado para armazenar os insetos coletados e uso de etiqueta
identificando a data, nome do coletor, local do captura e número da casa (endereço) (Figura
06). Após este procedimento, os insetos coletados são encaminhados para a análise
parasitológica no Laboratório Regional de Entomologia da 30ª DIRES ou no Laboratório Central
de Saúde Pública – LACEN, onde será feita a identificação do vetor e o preenchimento da ficha
“exame de triatomíneos” pela equipe da Vigilância Epidemiológica.
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Figura 06: Captura do barbeiro com uso de pinça entomológica e um frasco com papel sanfona. Fonte: MADUREIRA, 2012; Ekoenge, 2012.
No ambiente intradomiciliar todas as superfícies (internas da casa) devem ser pesquisadas
bem como utensílios móveis e objetos que possam alojar o vetor. Já em relação ao ambiente
peridomiciliar deve ser iniciada pela revisão de cercas ou muros além de todos os anexos
(depósitos ou cômodos) que sirvam de abrigo ou viveiro para animais, e quaisquer outros
locais de abrigo onde haja oferta alimentar.
É importante salientar que em caso de um indivíduo (proprietário de um domicílio) encontre
triatomíneos (barbeiro) ou algum vestígio, devem-se seguir algumas orientações, a saber:
Não pegá-los com a mão “desprotegida”, esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto;
Para o manuseio dos triatomíneos deve-se proteger a mão com luva ou saco plástico
(transparente);
Em caso da utilização de saco plástico deve-se ter o cuidado de não apertar o abdômen
do inseto, pois eliminaria as fezes (material de análise);
Acondicioná-los em sacos plásticos (transparentes);
Uso de papel para indicar as informações de local de captura, data, nome do coletor e
número da casa (endereço);
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Enfim, os barbeiros ou vestígios (ninfas) que por ventura forem encontrados durante o
procedimento domiciliar devem ser entregues imediatamente ao agente de saúde de sua área
ou em uma unidade de saúde onde será encaminhado para a análise parasitológica em um
laboratório de entomologia da 30ª DIRES ou ao Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN.
Na figura abaixo ilustra o procedimento a ser realizado caso encontre ou vem a capturar
triatomíneos (barbeiro) ou algum vestígio.
Figura 07: Procedimento de captura de um triatomíneo ou algum vestígio. a) capture o barbeiro protegendo-se com saco plástico; b) coloque o barbeiro dentro do saco plástico sem furos, deixando-o no fundo; c) uso de papel para indicar o local da captura, número da casa, data e nome do coletor; d) coloque este papel junto com o barbeiro no saco e, d) entregar os barbeiros capturados imediatamente ao agente de saúde de sua área ou unidade de saúde mais próxima. Fonte: MADUREIRA, 2012.
7.2. MÉTODO DE CONTROLE (DOENÇA DE CHAGAS)
A indicação dos métodos voltados para o controle vetorial da Doença de Chagas dependerá
das características epidemiológicas e entomológicas de cada localidade. O método de controle
indicado é, inicialmente, a aplicação de inseticida (controle químico) realizada através da
borrificação domiciliar (intra e peridomicílio) em 100% destas unidades em zona rural,
abrangendo para as áreas urbanas.
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Ressalva-se que os inseticidas recomendados pelo Ministério da Saúde são do grupo
piretróides, pois apresentam baixa toxidade em mamíferos ou impacto ambiental sendo
nocivos contra um número elevado de insetos. Todavia, sua aplicação deve ser seguida
adequadamente as orientações das normas técnicas e segurança normatizado pelo Programa
de Controle de Doença de Chagas (PCDCh).
De acordo com Organização Mundial da Saúde – OMS (2002), o Manual para Borrificação de
Inseticida de efeito residual para Controle de Vetores representa um guia passo a passo para o
preparo, manipulação e aplicação do inseticida que preconiza algumas atividades/cuidados:
Informar aos proprietários o propósito da borrificação;
Preparação do inseticida, onde seu manuseio implica cuidados para evitar acidentes;
Figura 08: Preparação do inseticida. Fonte: SILVA et al, 2001.
Durante a borrifação deverá tomar cuidado especial quanto à proteção dos alimentos
e de utensílios domésticos usados para seu consumo e armazenamento;
Manter animais domésticos longe da área para que não sejam expostos ao contato
com o inseticida;
O operador deverá usar equipamento de proteção individual (luvas, máscara com filtro
descartável e roupa apropriada tais como calças e camisas de mangas compridas);
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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Os moradores devem deixar as casas antes da borrifação. Antes de iniciada a
borrifação à unidade domiciliar, é necessário deixar livres as superfícies a serem
trabalhadas as paredes com o afastamento de móveis e outros objetos que impeçam o
acesso à área a ser borrifada;
No interior da casa, a borrifação deve ter início nas paredes do cômodo de acesso.
Recomenda-se também, a borrifação das superfícies de móveis que se encostem às
paredes, quadros e especial atenção aos estrados de camas. As paredes externas
devem ser borrifadas integralmente com especial atenção aos beirais que podem
servir de abrigo ao inseto.
Após a realização da borrifação intra e peridomiciliar o operador terá que assinar a ficha que,
geralmente, encontra-se atrás da porta principal e passar as instruções de procedimentos e
medidas de segurança ao morador da residência.
Figura 09: Aplicação de inseticida de uso residual. Fonte: Ministério da Saúde, 2006.
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7.3. PESQUISA, CAPTURA E ANÁLISE DO FLEBOTOMÍNEO (LEISHMANIOSE)
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), o Programa de Controle da Leishmaniose, mais
especificamente, visceral, tem como objetivo investigar e identificar áreas de transmissão com
a presença das possíveis espécies de flebotomíneos (vetores) transmissores da mesma. Assim,
regiões do sudoeste baiano como os municípios de Pindaí e Caetité têm sido alvos de
ocorrência de casos e incidências da presença desses vetores transmissores da Leishmaniose
visceral ou calazar, sendo necessárias pesquisas entomológicas para que possa ser levantadas
informações sobre os flebotomíneos.
Considerando-se que a transmissão da Leishmaniose pode envolver uma ou mais espécies de
vetores, existem várias metodologias que podem ser empregadas nas operações de campo, a
saber:
Coleta manual com capturador motorizado ou tubo de sucção tipo Castro, podendo
utilizar isca humana;
Coleta com armadilha adesiva;
Coleta com armadilhas luminosas (modelo CDC, Shannon ou similar) e,
Armadilhas com animais ou com feromônios, que é utilizada como processo de
otimização de todas as operações supracitada.
É ilustrado abaixo figuras do método de coleta para vetores da leishmaniose a serem aplicadas
durante as operações de campo, a seguir:
a) b)
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Figura 10: Coleta manual do tipo: a) capturador motorizado e, b) aspirador de Castro com ampliação à direita. Fonte: MS, 2007; MS, 2006.
Figura 11: Coleta com armadilha adesiva. a) em intradomicílio e, b) no peridomicílio. Fonte: MS, 2006.
Figura 12: Coleta com armadilha luminosa através de: a) modelo CDC (feixe luminoso) e, b) Shannon. Fonte: MS, 2007.
No ANEXO I – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS PARA A COLETA DE FLEBOTOMÍNEOS é
apresentado à forma de coleta, vantagens e desvantagens, conforme informações obtidas pelo
Ministério da Saúde (2006).
Outrossim, é de competência das áreas de vigilância em saúde a responsabilidade pelo
desenvolvimento, capacitação de agentes entomológicos, definições das áreas a serem
executadas, acompanhamento e avaliação do controle químico bem como assistência técnica
em operações de campo. Deste modo, a realização da coleta de flebotomíneos deverá ser
levada em consideração as seguintes orientações:
a) b)
a) b)
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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Utilizar de 02 (duas) ou mais armadilhas, sendo instalados em ambientes
peridomiciliares ou anexos;
Realizar coleta de campo mensal por um período de aproximadamente 5 dias (rotina);
Realizar a captura em locais susceptíveis a presença do vetor tais como residências
com peridomicílios e a existência de plantas (árvores ou arbustos), presença de
animais domésticos e acúmulo de matéria orgânica;
Expor armadilhas 01 (uma) hora após o pôr do sol até o período matutino seguinte (de
preferência retirar antes das 7 horas) durante 03 (três) noites consecutivas e;
Selecionar unidades domiciliares baseado nas condições socioeconômicas e o tipo de
moradia.
Para a análise do flebotomíneo será feita a dissecação, observação de infecção natural por
flagelados e a identificação realizada em laboratórios clínicos de referência. Na pesquisa
direta de leishmaniose visceral, as lâminas deverão ser enviadas através do acompanhamento
de um formulário específico e preenchidos corretamente. Esse formulário juntamente com as
lâminas deverá ser entregue no setor de coleta. E os cuidados recomendados é embrulhar
cada lâmina em papel absorvente higiênico de forma que não haja atrito entre elas e durante
o transporte não se quebrem. Faz-se necessário colocar etiquetas com o nome do destinatário.
7.4. MÉTODO DE CONTROLE (LEISHMANIOSE)
As medidas de controle na cadeia de transmissão em relação a LV apresentam suas
peculiaridades e características epidemiológicas particulares. Baseado, na identificação e
definição da presença desses vetores deverão ser priorizadas áreas com situação
epidemiológica mais grave, permitindo a realização de mecanismos de ações racionais e
executáveis de controle e preventivo.
Para a identificação dos vetores é realizado pesquisa de rotina com campanhas mensais e
utilização de armadilhas, citadas no item anterior. E no caso de denuncias da doença a ação
dos agentes é visitar a casa, coletar o sangue do cachorro, coloca em papel filtro e direciona
para Laboratório de referencia acompanhado de seus dados (nome do cachorro, morador e
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número da casa). Se os resultado da coleta for positiva, a equipe retorna para a casa, realiza a
borrifação na casa afetada e nas residências vizinhas, indica sacrificar o animal.
Nas áreas de maiores casos e incidências é importante o papel na busca ativa de adoções de
atividades educacionais em saúde junto à comunidade. Essas atividades deverão estar
inseridas num contexto participativo, comunicativo e informativo sobre as doenças e as
principais ações a serem desenvolvidas pelos gestores de vigilância além do desenvolvimento
de oficinas e reuniões, seminários, congressos, boletins epidemiológicos ou informativos
acessível à população.
Em relação às áreas de perfil periurbano deve-se buscar a redução do contato vetorial através
de inseticidas de uso residual, do uso de medidas de proteção individual como mosquiteiros,
telas finas nas janelas e portas quando possível, repelentes e roupas que protejam as áreas
expostas, e procurar um distanciamento das moradias em relação à mata. Outras estratégias
de controle seria a abordagem dos focos de transmissão peridomiciliar, através da
implementação do saneamento e o manejo ambiental como evitar o acúmulo de lixo (matéria
orgânica) e de detritos que possam atrair roedores e pequenos mamíferos, somados as
melhorias das condições habitacionais. Aliadas a estas medidas deveriam ser valorizadas as
atividades de capacitação continuada dos profissionais de saúde em todos os seus níveis, com
o envolvimento efetivo de equipes multiprofissionais e multi-institucionais com vistas ao
trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviços.
Dentre esses controles deve-se também atentar para os domínios da população de animais
(cães) como a rotina de captura e prática da eutanásia (a todos os animais sororreagentes ou
parasitológico positivo) além da utilização de inseticidas de ação residual (borrificação),
considerada uma medida de controle vetorial. Essa medida é voltada apenas para os insetos
adultos para que evite ou reduza o contato entre a população humana e o inseto transmissor,
com intuito de diminuir o risco da transmissão da doença.
O processo de borrificação deve ser feito em locais domiciliares e peridomicílios (abrigos de
animais ou anexos), preferencialmente, nas paredes internas e externas além dos tetos,
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quando a altura destes for de até 3 metros. É recomendável que os agentes usem
equipamentos de proteção individuais (EPIs) tomando os devidos cuidados no manuseio,
transporte e aplicação do inseticida (Figura 13).
Figura 13: Aplicação de inseticida de uso residual realizado por um agente totalmente protegido, uso do EPI. Fonte: Ministério da Saúde, 2006.
8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
O acompanhamento é um processo que supervisiona as operações de controle do vetor que
deve ser estabelecido através de monitoramento, análise e avaliação das áreas de risco de
transmissão dos vetores existentes. Para a eficácia das ações de monitoramento deverá ser
aplicado questionários à população, buscando avaliar o alcance dos objetivos estabelecidos
para a interrupção e eliminação desses vetores de doença de agravos.
Em relação às populações de flebomíneos, o monitoramento deverá ser baseado na utilização
de armadilhas, visando estabelecer momentos mais favoráveis de transmissão da LV e, assim,
permitir a aplicação de medidas de controle e prevenção, com o uso de produtos químicos.
É necessária ativação e integração das ações de vigilância entomológica bem como a instalação
de posto de informações, mais especificamente, em áreas de pesquisa entomológica para que
possa ser desenvolvido treinamento de pessoal, incentivo e orientação à população da
necessidade de fazer notificações da presença de triatomíneos, uso de equipamentos de
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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proteção e de borrificação de boa qualidade para as operações de campo, com intuito de
minimizarem riscos a saúde humana e danos ambientais.
O emprego de ações e atividades educativas são de fundamental importância para os
trabalhos de rotina, acompanhamento, avaliação e auxílio nos métodos de controle desses
vetores.
9. INTERRELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS
Programa de Educação em Saúde, principalmente, voltado para as comunidades do
entorno e trabalhadores do empreendimento;
Programa de Educação Ambiental;
Programa de Comunicação Social que esteja voltado para as comunidades do entorno
do empreendimento; e
Outros condicionantes da Licença como o Mapeamento das Unidades Domiciliares
(intra e peridomiciliar) com condições físicas de construção (do tipo taipa, palha, sem
reboco interno ou externo, incluindo galinheiros, ou demais estruturas) que não seja
de alvenaria rebocada e pintada e que necessite de condições de melhorias, reforma
ou reconstrução na AID do projeto.
10. RESPONSABILIDADES
Gestores da vigilância em saúde;
Prefeituras locais e poderes públicos;
Profissionais especializados na área de saúde e vigilância;
Agentes de saúde e colaboradores;
Equipe técnica responsável pela execução, podendo ser treinada pela DIVEP e/ou
Conselho municipal de Saúde de Pindaí-BA, caso não capacitados;
População da localidade.
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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As metodologias e técnicas apresentadas neste projeto são voltadas para a captura e coleta
dos vetores de triatomíneos e flebotomíneos no ambiente peri e intradomiciliar a fim de
identificação e registro dos vetores contaminados pela doença. Estes procedimentos estão em
consonância com as técnicas adotadas pela Diretoria e Coordenação de Vigilância
Epidemiológica do Estado da Bahia e pelas diretrizes do Ministério da Saúde.
Considerando que boa parte dos mecanismos de ações previstas terá um caráter mitigador e
de controle das doenças de agravos existentes na região dos municípios de Pindaí e Caetité,
Bahia, local onde será implantado os Parques Eólicos, este estudo visa estabelecer apoio as
prefeituras municipais com parcerias com as secretarias de vigilância em saúde e poder
público municipal no sentido de adotar as medidas de controle e preventivas a esses vetores.
Durante a implantação dos parques eólicos, especialmente na etapa de supressão vegetal,
poderá ocorrer o deslocamento destes vetores para os domicílios no entorno do
empreendimento, devido a retirada de seu habitat natural. Com a ação que a 30ª DIRES
(Diretoria de Vigilância em Saúde) de Guanambi está desenvolvendo na região, inclusive no
município de Pindaí e áreas de intervenção do empreendimento, sendo efetuado a borrifação
(controle químico) pelos agentes de vigilância em saúde em 100% das casas da zona rural (4ª
etapa do Programa de Erradicação do Tritoma infestans – PETI), proporcionará o controle ou a
contenção da dispersão do vetor nestas residências de entorno por certo período.
Portanto muitas das casas existentes na AID do parque, provavelmente, foi ou será foco de
atuação dos agentes de vigilância para o processo de borrificação com o controle químico
(alfacipermetrina 20%) e provavelmente durante a implantação do parque não haverá grandes
incidências de deslocamento do vetor para as residências, pois este inseticida possui um
período médio de atuação de 8 meses e evita a formação de colônias intradomiciliares por
qualquer espécie de triatomíneo, além de agir também contra o vetor da leishmaniose,
dengue e insetos como o escorpião.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ENTOMOLÓGICA
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Caso a supressão vegetal para implantação do empreendimento ocorra num espaço superior
ao período de atuação do veneno (controle químico), sugere-se que o empreendedor solicite
junto a DIRES uma ação de reforço com a borrifação nos domicílios do entorno ou nas áreas
prevista para intervenção com o intuito de minimar uma possível ocorrência de alojamento
destes vetores epidemiológicos, complementando esta ação do estado.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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12. BIBLIOGRAFIAS
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Nacional ou Regional e normas para notificação de casos e seus anexos. Disponível em: <
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competências da União, estados, municípios e Distrito Federal, na área de vigilância em saúde, define
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adotadas em legislação nacional, conforme disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005
(RSI 2005), a relação de doenças, agravos e ventos em saúde pública de notificação compulsória em
todo o território nacional e estabelecer fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos
profissionais e serviços de saúde. Diário Oficial da União de 01/09/2010 Seção I pág.50. Disponível em:
<http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/105285-2472.html>. Acesso em: 01 de abril de 2012.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde: Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. 1ª edição – 3ª reimpressão.
Série A. Normas e Manuais Técnicos, Brasília – DF, p. 120, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose
Tegumentar Americana - Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília – DF, p.108, 2007.
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ENTOMOLÓGICA
35
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proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências. Disponível em: < http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf>.
Acesso em: 01 de abril de 2012.
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<http://www.funasa.gov.br/internet/arquivos/legislacao/instrNormFunasa/in_001_2001.pdf>. Acesso
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MADUREIRA, C. F. Ações da Vigilância Entomológica realizadas pelo Programa de Controle da Doença
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Leishmaniose. Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br>. Acesso em: 02 de
abril de 2012.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doença de Chagas. Disponível em:
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OLIVEIRA, A.W.S. Distribuição Geográfica e Indicadores Entomológicos de Triatomíneos sinantrópicos
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PROJETO DE INTERVENÇÃO
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36
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VIEIRA, J.L. A Doença: Transmissão. Laboratório de Pesquisas em Auto-imunidade e Imuno-regulação,
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ENTOMOLÓGICA
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ANEXOS
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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ANEXO I – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS PARA A COLETA DE FLEBOTOMÍNEOS
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS PARA A COLETA DE FLEBOTOMÍNEOS METODOLOGIA CARACTERIZAÇÃO VANTAGEM DESVANTAGEM
Coleta de método manual
Consiste na coleta do inseto realizada com o auxílio de um tubo de sucção (tipo aspirador de Castro) ou aspiradores elétricos (6 volts) e uma fonte de luz (lanterna). Na coleta manual são pesquisadas as paredes externas e internas do domicílio dormitórios, os anexos e os abrigos de animais. O período mínimo de pesquisa: 30 minutos/domicílio, distribuídos em 15 minutos cada para ambientes intradomicílios e peridomicílios, podendo ser aumentado em função do tipo de habitação.
• ser qualitativa; • ser seletiva; • permite verificar a preferência alimentar da espécie; • permite estimar as taxas de agressividade dos vetores; • não exige equipamentos sofisticados e de alto custo; • boa efetividade, quando praticado com habilidade.
• ser aleatória, pois esta sujeita as condições metrológicas; • submete o operador ao risco de injeção pelo parasito, quando o mesmo não estiver utilizando devidamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI); • exige um numero importante de operador para cobrir uma área extensa; • operacionalmente inadequada para observar a flutuação noturna do vetor (limitada no tempo por questões operacional).
Coletas com armadilha luminosa
A coleta com armadilha de isca luminosa baseia-se no princípio de fototactismo dos insetos, ou seja, a influência que a luz exerce sobre os movimentos dos seres. A atração dos flebotomos pela luz pode variar em função da espécie. A coleta de flebotomos com armadilhas luminosa e realizada com armadilhas expostas geralmente no intra e peridomicilio. O número de armadilhas pode variar de acordo com os objetivos que se deseja alcançar. Em geral, a utilização de duas armadilhas por domicílio, uma no intra
• se mostra mais precisa para detectar a presença do vetor no interior e no exterior da casa (mesmo apos o repasto sanguíneo a fêmea continua sendo atraída pela luz); • quantitativa, permite detectar a abundância relativa da espécie; • oferece uma maior viabilidade para a investigação de grandes áreas com poucos recursos humanos, considerando que um homem pode instalar vinte armadilhas/noite, ou seja,
• não ser seletiva em relação a outros insetos; • a recuperação e triagem do material e delicada e exige paciência, habilidade e rigor do operador, para não perder a informação qualitativa e quantitativa; • alto custo do equipamento bem como o consumo de pilhas; • inconveniência do horário matutino de recolhimento do
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e a outra no peridomicilio e suficiente para observar a infestação do vetor nos dois ambientes.
coletar flebotomos em dez casas/noite. material, sobretudo para os habitantes.
Coletas com armadilhas adesivas
Trata-se de uma técnica de intercepção, onde os vetores ficam grudados no papel oleoso ao tentar repousar sobre a superfície. Segundo a metodologia adaptada por Passarat Silans, no ano 2000, cada armadilha compreende um conjunto de cinco folhas de papel sulfite impregnadas com óleo de rícino, que deverão ser expostas no intra e peridomicilio, por um período previamente determinado (tempo de exposição deverá ser de quatro dias), de acordo com o objetivo proposto (as folhas conservam a viscosidade necessária para grudar os insetos durante uma semana). Após a exposição, as iscas são recolhidas e colocadas em sacos plásticos, por cômodo, devidamente etiquetados e enviados para o laboratório. No laboratório, os insetos deverão ser removidos com a ajuda de um estilete fino e mergulhados em solução de detergente por 5 minutos. Este procedimento deveráser repetido mais duas vezes em novas soluções. Em seguida, com auxilio de uma lupa entomológica, os flebotomíneos deverão ser separados e
• fácil de confeccionar; • fácil de instalar; • baixo custo e possibilidade de cobrir grandes áreas com recursos humanos reduzidos; • assegurar a coleta do vetor por várias noites seguidas (maior chance de encontrar o vetor);
• dificuldade de aceitação na zona urbana (o óleo pode manchar as paredes); • pouco efetiva em área com baixa densidade de flebotomos; • aumenta o trabalho do laboratório;
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conservados no álcool a 70% para posterior identificação. Ressalva-se que deverão ser expostas, no mínimo, uma armadilha em cada ambiente.
Fonte: Ministério da Saúde, 2006.
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ANEXO II – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART)