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Complementação
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS)
Complementação
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS)
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SUMÁRIO
Complementação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS)
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9 2 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................................... 13 2.1 Classificação dos resíduos sólidos .................................................................. 14 2.2 Caracterização do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos 15
2.2.1 Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC) ....... 17
2.2.5 Resíduos da Limpeza Urbana (RLU) ........................................................ 33
5 ........................................................................................................................ 47 5.1 Diretrizes e estratégias .................................................................................... 49
5.1.10 Especificações mínimas e procedimentos operacionais .......................... 49
5.3 Programas, projetos e ações ........................................................................... 64
5.3.2 Programa 2 – Três Lagoas recicla ........................................................... 64
5.3.4 Programa 4 – Educação e responsabilidade ambiental ........................... 65
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Ilustrações
Figura 1 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na sede urbana de Três Lagoas: (A) Tambores de plástico utilizados para acondicionamento de resíduos e saco plástico com excesso de resíduos acumulados; (B) Lixeira metálica; (C e D) Diversos sacos plásticos e caixas de papelão contendo resíduos sólidos dispostos inadequadamente nas vias públicas e/ou calçadas; (E) Saco plástico escorado na árvore; e (F) Lixeira de madeira (improvisada) comunitária na área do cinturão verde. .............................................................. 19
Figura 2 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC nos distritos do município: (A) Tambor plástico improvisado no distrito de Arapuá; e (B) Lixeira de madeira (improvisada) no distrito de Garcias. .............................................................................................................. 20
Figura 3 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na zona rural do município: (A e B) Lixeiras comunitárias instaladas no acesso a locais com chácaras, sítios, loteamentos, retiros e outras habitações em área rural. ................................................................................ 20
Figura 4 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na sede urbana de Três Lagoas: (A e B) Coleta no período noturno; (C e D) coleta no período diurno; e (E e F) Coleta no período noturno, observa-se diversos sacos rompidos pela ação de animais nos amontoamentos realizados pelos coletores. ............................................................................. 22
Figura 5 – Veículos utilizados para a coleta seletiva na modalidade Porta a Porta (PaP): (A e B) Caminhões compactadores; e (C e D) Equipes realizado a coleta seletiva no município, com destaque para o uso de EPIs (bonés, luvas, botinas, calças e camisas de manga longa). ....... 24
Figura 6 – Exemplos de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) distribuídos pelo município de Três Lagoas. ............................................................................................................................ 25
Figura 7 – Material de divulgação da coleta seletiva utilizado no município de Três Lagoas. ... 26
Figura 8- Termo de Convênio celebrado entre a PMTL e a CORPAZUL. ................................. 26
Figura 9 – Unidade de Triagem de Resíduos (UTR) do município de Três Lagoas/MS disponibilizado pela PMTL para a CORPAZUL. ....................................................................... 27
Figura 10 – Operação da cooperativa no UTR de Três Lagoas: (A) Descarregamento do material após a coleta seletiva; (B e C) Material separado em big bags para posterior processo de triagem; (D) Triagem manual do material reciclável, destaque para o uso de EPIs por todos os cooperados; (E) Prensa hidráulica; e (F) Material enfardado, pronto para comercialização. 28
Figura 11 – Recibo dos EPIs adquiridos pela COPRAZUL. ...................................................... 29
Figura 12 – Aterro Sanitário Municipal – estrutura de acesso: (A e B) Guarita de entrada com balança de pesagem dos veículos coletores; e (C e D) Procedimento de pesagem dos veículos coletores que entram no aterro. ................................................................................................ 30
Figura 13 – Aterro Sanitário Municipal – infraestruturas observadas: (A e B) Lavador de veículos utilizado para limpeza de maquinários e caminhões; (C) Tanque de combustível utilizado para abastecer a frota de caminhões coletores e os veículos utilizados na operação do aterro, com capacidade de 15 m³; e (D) Galpão de apoio. ....................................................... 31
Figura 14 – Aterro Sanitário Municipal – maquinários e veículos utilizados na operação do aterro. ....................................................................................................................................... 32
Figura 15 – Aterro Sanitário Municipal – maciço/célula: (A e B) Frente de operação atual; e (C e D) Adequações estruturais unificando a célula antiga e a nova. ............................................... 33
Figura 16 – Execução dos serviços de varrição manual e raspagem na região central: (A e B) Ponto de encontro dos varredores e encarregado para divisão dos serviços, materiais e do ponto eletrônico (via celular/online); (C e D) Equipamentos utilizados pelos varredores para
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execução do serviço; e (E e F) Execução do serviço de varrição manual e raspagem das vias públicas. ................................................................................................................................... 35
Figura 17 – Execução do serviço de varrição mecanizada na região central: (A e B) Veiculo realizando a varrição das vias públicas; e (C e D) Quando existem obstruções (no caso, uma caçamba) no caminho, a varrição mecanizada é prejudicada ficando o entorno do objeto sem varrição e demandando complementações via serviço manual. ............................................... 36
Figura 18 – Execução dos serviços de varrição manual e raspagem nos bairros (regiões periféricas): (A, B e C) Equipes realizando a varrição manual e raspagem das vias públicas; (C) Elevada quantidade de resíduos gerados nos serviços. ........................................................... 37
Figura 19 – Execução dos serviços de capina, roçada e poda de árvores: (A e B) Serviço de poda de árvores sendo realizado na região central da cidade; e (C) Serviços de capina e roçada sendo realizados em canteiro de avenida localizada na região central da cidade. ........ 38
Figura 20 – Execução do serviço de retirada de entulhos e volumosos: (A e B) Equipe da Prefeitura Municipal realizando a retirada de entulhos e volumosos em região periférica do município de Três Lagoas. ....................................................................................................... 39
Figura 21 – Execução dos serviços limpeza/manutenção de bueiros/bocas de lobo: (A e B) Equipamentos/maquinário utilizado nos serviços; e (C e D) Equipe realizado a limpeza e manutenção de bueiros/bocas de lobo. .................................................................................... 40
Figura 22 – Execução do serviço de limpeza de áreas públicas: (A e B) Limpeza de áreas verdes em praças do município (varrição, capina e roçada); (C e D) Limpezas áreas verdes no entorno das lagoas (varrição, capina e roçada); e (D e F) Limpeza das margens da lagoa (retirada de resíduos). .............................................................................................................. 41
Figura 23 – Formas de acondicionamento temporário dos RV no município: (A e B) Resíduos em sacos plásticos laranjas dispostos em locais pré-determinados na região central; e (C e D) Resíduos acumulados nas calçadas e/ou meio-fios para posterior coleta. ............................... 43
Figura 24 – Execução do serviço de coleta e transporte dos Resíduos Verdes (RV): (A e B) Coleta sendo realizada pelas equipes da empresa terceirizada de resíduos de pequena dimensão e peso acumulados em grande quantidade; e (C e D) Coleta sendo realizada pela frente de trabalho da PMTL de restos de poda (troncos de árvores e galhadas). ..................... 44
Figura 25 – Local de disposição final dos RV de Três Lagoas (“Buracão”): (A e B) Vestígios de queimada na área; e (C e D) Acumulo de resíduos que não poderiam ser descartados no local (eletrônicos, pneus, entre outros). ............................................................................................ 45
Figura 26 – Local de disposição final dos RV de Três Lagoas (“Buracão”): (A e B) Entrada do local com placas indicativas e cerca para controle do acesso; e (C e D) Disposição irregular de resíduos em frente ao local e no seu entorno. .......................................................................... 46
Figura 27 – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) recomendados para as equipes de coleta convencional (regular) no município de Três Lagoas. .................................................... 52
Figura 28 – Formas de segregação dos resíduos sólidos para coleta seletiva, com destaque para a segregação binária, recomendada para o município de Três Lagoas. ........................... 56
Figura 29 – Ferramentas e utensílios manuais de varrição. ..................................................... 59
Figura 30 – Exemplos de equipamentos auxiliares para o serviço de varrição. ........................ 59
Figura 31 – Exemplos de algumas ferramentas utilizadas nos serviços de capina e raspagem. ................................................................................................................................................. 60
Figura 32 – Exemplos de ferramentas utilizadas no serviço de roçada. ................................... 61
Figura 33 – Exemplos de equipamentos mecânicos para o serviço de roçada. ........................ 62
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1 INTRODUÇÃO
O presente documento foi elaborado a fim de adequar e complementar o Plano de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) do município de Três Lagoas elaborado em
maio/2012 quanto aos itens que motivaram o indeferimento da pontuação do mesmo nos
pleitos do ICMS formulados nos anos anteriores, de forma que, para o próximo pleito do ICMS
Ecológico a Prefeitura Municipal de Três Lagoas/MS (PMTL) obtenha deferimento na
pontuação do quesito especificamente relacionado ao instrumento de planejamento em alusão.
Objetiva, portanto, em essência, consolidar uma complementação dos itens apontados pelo
Imasul como “indeferidos”, ou seja, para os quais a PMTL não conseguiu pontuar para
captação do recurso oriundo do ICMS Ecológico 2018 e anteriores, sendo eles:
Caracterização do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos –
procedimentos e etapas operacionais:
o Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de
Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC);
o Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) – aqueles originários dos serviços
de limpeza urbana;
Adequação das Diretrizes e estratégias, metas, programas, projetos e ações
para gestão dos resíduos sólidos, em específico das:
o Diretrizes e estratégias, com a inserção de:
Especificações mínimas e procedimentos operacionais.
o Programas, Projetos e Ações, com modificação do:
Programa 2 – Três Lagoas recicla;
Programa 4 – Educação ambiental para redução dos rejeitos.
Observa-se que o presente documento passa a integrar o PGIRS do município,
devendo o mesmo ser considerado na futura revisão do referido instrumento de planejamento.
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COMPLEMENTAÇÃO N. 01/2018
No PGIRS de Três Lagoas/MS (maio/2012) o Capítulo 2, intitulado de “Diagnóstico
situacional dos resíduos sólidos em Três Lagoas” passa a denominar-se “Diagnóstico do
sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos” passando pelas seguintes
alterações na estrutura do escopo e conteúdo interno:
- PGIRS – ORIGINAL COMPLEMENTAÇÃO N. 01/2018
2. Diagnóstico situacional dos resíduos sólidos em Três Lagoas
Diagnóstico do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
2.1 Gestão dos resíduos sólidos Classificação dos resíduos sólidos
2.2 Caracterização dos resíduos sólidos Caracterização do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
2.2.1 Resíduos sólidos domiciliares Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC)
2.2.1.1 Geração Acondicionamento temporário
2.2.1.2 Coleta e transporte Coleta convencional (regular) e transporte
2.2.1.3 Controle da execução dos serviços Coleta seletiva
2.2.1.4 Procedimento de carga Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem dos resíduos
2.2.1.5 Procedimento de descarga Tratamento de resíduos sólidos orgânicos
2.2.1.6 Gravimetria Disposição final
2.2.2 Resíduos do serviço de saúde (RSS)
Sem alterações. 2.2.3 Resíduos perigosos
2.2.4 Resíduos da construção civil (RCC)
2.2.5 Resíduos de limpeza urbana Resíduos de Limpeza Urbana (RLU)
2.2.5.1
Conteúdo não detalhado na versão original.
Serviços de limpeza urbana e correlatos
2.2.5.2 Resíduos Verdes (RV)
2.2.5.2.1 Acondicionamento temporário
2.2.5.2.2 Coleta e transporte
2.2.5.2.3 Disposição final
2.2.5.3 Resíduos Volumosos (RVol)
2.2.5.3.1 Acondicionamento temporário
2.2.5.3.2 Coleta e transporte
2.2.5.3.3 Disposição final
Ainda passou por adequações o Capítulo 5, intitulado “Diretrizes e estratégias,
metas, programas, projetos e ações para gestão dos resíduos sólidos”, em específico no
conteúdo de parte dos tópicos dos Subcapítulos 5.1, “Diretrizes e estratégias”, e 5.3
“Programas, projetos e ações” expostos a seguir:
- PGIRS – ORIGINAL COMPLEMENTAÇÃO N. 01/2018
5.1 Diretrizes e estratégias Sem alterações.
5.1.10 Conteúdo não detalhado na versão
original. Especificações mínimas e procedimentos operacionais
5.2 Metas e indicadores de desempenho Sem alterações.
5.3 Programas, projetos e ações
5.3.2 Programa 2 – Três Lagoas recicla
Alteração apenas no conteúdo. 5.3.3 Programa 3 – Município verde
5.3.4 Programa 4 – Educação e responsabilidade ambiental
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2 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Este diagnóstico consiste na descrição e avaliação da gestão e gerenciamento de
resíduos sólidos no município de Três Lagoas/MS no que diz respeito à caracterização,
quantificação, forma e periodicidade dos serviços de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, assim como a qualidade com que estes serviços são prestados à
população três-lagoense. Informações estas fundamentais para o direcionamento de ações
de planejamento, regulação e gestão pela municipalidade.
Com base no exposto, para obter um diagnóstico fidedigno acerca da situação atual
da gestão de resíduos sólidos em Três Lagoas/MS utilizou-se diversos recursos e fontes de
informações, tais como:
Levantamento in loco (visitas técnicas) nas:
o Instituições responsáveis pela execução dos serviços relativos a
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (empresas, secretarias,
autarquias, cooperativas/associações de catadores, dentre outros);
o Infraestruturas utilizadas para a limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, a título de exemplo cita-se:
Pátios, estacionamentos e oficinas utilizados nos serviços;
Recursos humanos envolvidos nos serviços;
Identificação dos veículos e maquinários disponíveis; e
Local (is) e estrutura (as) de tratamento e disposição final de
resíduos sólidos.
o Amostragens em diferentes regiões do município, englobando as
distintas condições em que ocorrem os serviços (sede urbana,
distritos, zona rural, dentre outras indicadas pelos gestores como de
relevância);
Prospecção de dados secundários junto as empresas, secretarias,
autarquias, cooperativas/associações de catadores e outros órgãos oficiais
que detém informações sobre o tema; e
Reuniões com os gestores públicos e privados envolvidos ou interessados na
gestão dos resíduos sólidos.
Neste contexto, foi possível elaborar o diagnóstico do sistema de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos do município, no qual a caracterização dos resíduos gerados na
localidade é apresentada segundo a origem, o volume e as formas de destinação e
disposição final adotadas, considerando o cenário regional (Estado de Mato Grosso do Sul)
para entender o cenário em que o município se insere, possibilitando ainda compatibilizar as
políticas, projetos e ações pré-existentes com os objetivos deste PGIRS de Três
Lagoas/MS.
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Assim, nos subcapítulos seguintes discorre-se respetivamente sobre os temas:
classificação dos resíduos, segundo aspectos legais e normativos vigentes, caracterização
do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
2.1 Classificação dos resíduos sólidos
A PNRS em seu Art. 13º apresenta uma relação com as definições para as diferentes
tipologias de resíduos sólidos considerando critérios de origem e periculosidade. Já a ABNT
NBR n. 10.004:2004 segrega os resíduos segundo suas características físicas, químicas e
riscos, sendo ambas as classificações consideradas neste diagnóstico (ver Quadro 1).
Quadro 1 – Definições acerca das diferentes tipologias de resíduos sólidos envolvidos no diagnóstico. DEFINIÇÃO CRITÉRIO IDENTIFICAÇÃO
(1) DESCRIÇÃO
PNRS
Origem
A Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas
B Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana
C Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”
D
Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”
E Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”
F Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais
G
Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS
H
Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis
I Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades
J Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira
K Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios
Periculosidade
A
Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica
B Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”
ABNT
Características físicas
Resíduos secos Parcela dos resíduos com potencial para reciclagem, sendo em sua maior parte composto por plásticos, papéis, metais, vidros, entre outros
Resíduos úmidos Fração dos resíduos composta em sua maior parte por materiais orgânicos e não recicláveis
Características Resíduos orgânicos Constituídos basicamente por restos de animais ou
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DEFINIÇÃO CRITÉRIO IDENTIFICAÇÃO(1)
DESCRIÇÃO
ABNT
químicas vegetais descartados de atividades humanas
Resíduos inorgânicos
Todo material que não possui origem biológica, ou seja, que foi produzido através de atividades antrópicas, tais como a fração seca
Riscos
Resíduos Classe I (perigosos)
São aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podendo acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. São representados por aqueles contidos nos Anexos A e B da ANBT NBR 10.004:2004 ou apresentar uma ou mais das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade
Resíduos Classe II-A
(não inertes)
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos de Classe I ou resíduos de Classe II-B. Podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água
Resíduos Classe II-B
(inertes)
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT/NBR 10.007:2004, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT/NBR 10.006:2004, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspectos, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme Anexo G
Fonte: Autores, a partir da Lei Federal n. 12.305/2010 (PNRS) e ABNT NBR n. 10.004:2004. Nota:
(1) No âmbito da PNRS a “Identificação” se refere às alíneas nas quais estão inseridos os respectivos
conteúdos.
2.2 Caracterização do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos
Segundo a Lei Federal n. 11.445/2007, “saneamento básico é o conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento
sanitário, limpeza urbana, drenagem e manejo de águas pluviais, limpeza e fiscalização
preventiva das respectivas redes urbanas”. Neste tocante, a limpeza urbana pode ser
subentendida pelos serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.
A Prefeitura Municipal de Três Lagoas (PMTL), através da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura,
Transporte e Trânsito (SEINTRA), enquanto titular dos serviços, é a responsável pela gestão
dos serviços de limpeza urbana e do manejo de resíduos sólidos definidos pela Lei Federal
n. 11.445/2007 como sendo o “conjunto de atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e
do lixo orgânico originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas”.
Insta mencionar que a Lei Municipal n. 3.222/2016 que reorganiza a estrutura
administrativa do Poder Executivo do município de Três Lagoas define que os serviços de
limpeza pública e ações correlatas são de responsabilidade do Departamento de
Infraestrutura (vinculado a SEINTRA), enquanto o Departamento de Preservação,
Licenciamento e Educação Ambiental (vinculado a SEMA) compete o monitoramento das
políticas de saneamento ambiental, dentre elas o eixo dos resíduos sólidos. Logo, estes
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órgãos da administração pública acabam por atuar em conjunto na prestação e/ou
fiscalização (quando terceirizados) dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos.
Este subcapitulo descreve as etapas envolvidas no gerenciamento (do
acondicionamento à disposição final) dos resíduos sólidos urbanos gerados no município,
categorizados por tipologia, e analisados de maneira informativa e ilustrativa (com registros
fotográficos), contribuindo para que os relatos sejam de fácil compreensão e subsidiando a
construção do planejamento futuro do PGIRS de Três Lagoas.
Visando facilitar o entendimento das diferentes formas de prestação dos serviços
correlatos ao sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, elaborou-se o
Quadro 2, que permite verificar que os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos são prestados sob diferentes formas no município.
Quadro 2 – Síntese das formas de prestação dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. CATEGORIA SERVIÇOS FORMAS DE PRESTAÇÃO OBSERVAÇÕES
RSD/RSC
Coleta e transporte (convencional)
Indireta via delegação Realizado pela empresa Financial Construtora Industrial Ltda. (Financial Ambiental).
Coleta e transporte (seletiva)
Triagem Cooperativa de catadores Realizado pela Cooperativa de Reciclagem de Lixo Arara Azul.
Compostagem - Sistema inexistente.
Reciclagem - Sistema inexistente.
Disposição final Indireta via delegação Realizado pela empresa Financial Construtora Industrial Ltda. (Financial Ambiental).
RLU
Coleta Indireta via delegação
Realizado pela empresa Organizações Unidas Ltda. Transporte
Triagem
- Sistema inexistente. Compostagem
Reciclagem
Disposição final Direto pelo titular Realizado pela SEINTRA.
Fonte: Autores. Nota: RSD/RSC: Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC); RLU: Resíduos de Limpeza Urbana (RLU), classificados como Resíduos Verdes (RV) e Resíduos Volumosos (RVol) ou equiparáveis originários dos serviços de limpeza urbana.
Tais resíduos são categorizados tradicionalmente como Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU1) que são aqueles classificados como domiciliares, originários de atividades
domésticas em residências urbanas e rurais, e dos serviços limpeza urbana, provenientes
de atividades como: varrição, capina, poda, limpeza de logradouros e vias públicas e outros
serviços relacionados à limpeza pública.
Portanto nos tópicos subsequentes são apresentadas as informações diagnosticadas
quanto a gestão dos RSU, bem como os procedimentos operacionais que se aplicam a
estes atualmente, compreendendo as atividades de coleta, transporte, triagem para fins de
reuso ou reciclagem, tratamento, disposição final, varrição, capina e poda de árvores em
vias e logradouros, que também são descritos junto a outros eventuais serviços pertinentes
à limpeza pública urbana. Estas informações serão discorridas de acordo com a origem dos
1 Conforme definido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal n. 12.305/2010, o termo Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU) será utilizado como referência conjunta aos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e aos Resíduos de Limpeza Urbana (RLU).
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resíduos sólidos, ou seja, como Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de
Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC) ou Resíduos de Limpeza
Urbana (RLU).
2.2.1 Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de
Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC)
Os Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)2 correspondem aqueles que possuem
características de resíduos Classe II-A, segundo a ABNT NBR n. 10.004:2004, ou seja, são
considerados não perigosos e não inertes e, usualmente são coletados pela coleta regular
(convencional). Basicamente estes resíduos são constituídos por embalagens de plástico,
papéis, vidros, metais diversos, restos de alimentos e resíduos de jardinagem, como folhas
e aparas de grama, dentre outros.
Insta salientar que no cômputo dos RSD estão considerados os resíduos originados
e coletados tanto na área urbana (sede municipal, distritos e aglomerados urbanos
abrangidos pela coleta) quanto na rural (chácaras, sítios, clubes e outros abrangidos pela
coleta), esta é atendida parcialmente pelo sistema de coleta convencional através das
lixeiras comunitárias instaladas nas principais vias de acesso a tais locais.
Ainda segundo a PNRS (Lei Federal n. 12.305/2010) os Resíduos Sólidos de
Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços (RSC) tem como origem principal
as atividades comerciais como um todo, sendo gerados diretamente nos estabelecimentos
comerciais e/ou pelos prestadores de serviços destes, podendo ser compostos por secos
(papéis, plásticos, vidros e metais), úmidos (orgânicos), rejeitos (sanitários e outros) e
eletroeletrônicos no geral.
No geral cada categoria de estabelecimento comercial possui características próprias
de geração de resíduos, podendo ocorrer casos de predominância de orgânicos (mercados,
restaurantes, bares, etc.) ou recicláveis (centros comerciais, lojas de departamento, livrarias,
etc.).
Na conjuntura atual do município de Três Lagoas, os serviços de coleta, transporte e
destinação final dos RSC são realizados juntamente com os dos RSD, ou seja, a
responsabilidade pelo manejo destes resíduos recai integralmente sob o operador do
sistema de limpeza urbana (PMTL). Que no caso, executa estes serviços indiretamente
através do conjunto de atividades delegadas a empresa terceirizada (Financial Ambiental)
via contrato de prestação de serviços. Observa-se que o município já vem dotando medidas
para gradualmente ir mudando tal situação, como por exemplo instituindo mecanismos de
cadastro dos geradores.
Dessa forma, apresentam-se em maiores detalhes as etapas que compõem o ciclo
dos RSD/RSC no município de Três Lagoas, versando sobre assuntos como: forma de
acondicionamento destes resíduos de acordo com a sua origem; formas de coleta; triagem;
e disposição final.
2 Resíduos sólidos de natureza convencional, gerados nas residências e em estabelecimentos comerciais e/ou de prestação de
serviços e congêneres, com frequência regular e previamente estabelecida para cada parcela da zona urbana (Fonte: Atlas do Saneamento, 2011 – IBGE).
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2.2.1.1 Acondicionamento temporário
O acondicionamento temporário de RSD/RSC no município de Três Lagoas é
realizado de diversas formas, sendo utilizadas estruturas como: bombona de plástico;
tambor metálico; caixa de madeira e/ou plástico; container metálico; lixeiras de madeira e/ou
metálicas; dentre outros. Além disto, observou-se também que a população três-lagoense
dispõe seus resíduos em sacos plásticos pendurados em árvores, muretas, cercas e grades,
ou ainda, dispostos diretamente na calçada ou via pública de acordo com a localidade.
Neste contexto, há de se mencionar ainda que a Lei Municipal n. 3.388/2018 (que
institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos e o Código Municipal de Resíduos Sólidos),
define em seu Art. 3º como acondicionamento adequado dos resíduos o “ato ou efeito de
embalar os resíduos sólidos para a coleta de forma sanitariamente adequada, compatível
com o tipo e a quantidade de resíduos com embalagens flexíveis (sacos plásticos) com
fechamento adequado, rígidas ou semirrígidas (vasilhames, latões, contêineres) com
tampas, bem como estabilidade para não tombar com facilidade”. Tal instrumento legal
define ainda em seu Art. 65, § 3º, que “cabe ao gerador de resíduos sólidos domiciliares,
pessoa física ou jurídica, tomar o conhecimento quanto aos roteiros e horários de coleta,
podendo ser notificado em caso de acondicionamento inadequado e disponibilização em
horários indevidos”.
Ou seja, a priori, a forma de acondicionamento temporário dos RSD/RSC deveria
atender a normativa supramencionada, entretanto, será exposto ao longo deste item que
estas condições não são atendidas em sua integralidade em algumas regiões do município,
ocorrendo diversas situações em que a forma de disposição de resíduos pode ser
considerada inadequada, tendo em vista o dispositivo da legislação municipal e ainda em
observância a preservação ambiental e eventual proliferação de vetores (cabe mencionar
que a disposição de resíduos diretamente no solo pode causar poluição do meio e/ou
propiciar o desenvolvimento de vetores que podem disseminar doenças3).
Com base nesta contextualização e na diversidade de situações que ocorrem no
município de Três Lagoas para o acondicionamento temporário dos RSD/RSC antes de sua
coleta, apresenta-se a seguir um panorama das diferentes formas e situações de
acondicionamento que foram constatadas na sede urbana, nos distritos e nas áreas rurais.
Sede urbana:
Em relação as formas predominantes de acondicionamento temporário dos
RSD/RSC utilizadas pelos munícipes residentes na sede urbana de Três Lagoas, notou-se
que os habitantes que ocupam as áreas mais centrais do município utilizam sacos plásticos
de grande ou pequeno porte para dispor os resíduos em tambores plásticos/metálicos ou em
lixeiras metálicas (ver Figura 1 – A e B) e nas áreas comerciais e/ou de maior fluxo de
pessoas foi verificado que os resíduos são dispostos inadequadamente em sacos plásticos
3 À título de exemplo cita-se os principais vetores e doenças correlacionados ao gerenciamento inadequado de resíduos
sólidos: ratos – leptospirose, tifo murinho, hantaviroses e peste bubônica; moscas – salmonelose, cólera, amebíase, giardíase e desinteria; baratas – giardíase, cólera e diarreia; e mosquitos – dengue, zica vírus, febre Chikungunya, febre amarela, arboviroses, malária e elefantíase.
19
de grande porte e/ou caixas de papelão diretamente nas calçadas e/ou vias públicas (ver
Figura 1 – C e D). Já nas regiões periféricas da sede urbana observou-se que o
acondicionamento temporário é realizado no geral de forma inadequada através de sacos
plásticos pendurados e/ou escorados em árvores, cercas e muros ou ainda através de
lixeiras comunitárias improvisadas (ver Figura 1 – E e F).
Figura 1 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na sede urbana de Três Lagoas: (A) Tambores de plástico utilizados para acondicionamento de resíduos e saco plástico com excesso de resíduos acumulados; (B) Lixeira metálica; (C e D) Diversos sacos plásticos e caixas de papelão contendo resíduos sólidos dispostos inadequadamente nas vias públicas e/ou calçadas; (E) Saco plástico escorado na árvore; e (F) Lixeira de madeira (improvisada) comunitária na área do cinturão verde. Fonte: Autores.
20
Sedes distritais:
O ordenamento territorial atual do município de Três Lagoas subdivide o seu território
em mais dois distritos, sendo eles: Arapuá; e Garcias. Estes locais apresentam
características de acondicionamento temporário dos RSD/RSC semelhantes, onde são
observadas diversas estruturas e/ou dispositivos improvisados para o acumulo de resíduos
pré-coleta, tais como: tambores plásticos/metálicos; e lixeiras comunitárias improvisadas
(ver Figura 2).
Figura 2 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC nos distritos do município: (A) Tambor plástico improvisado no distrito de Arapuá; e (B) Lixeira de madeira (improvisada) no distrito de Garcias. Fonte: Autores.
Zona rural (chácaras, sítios, etc.):
A zona rural pode ser entendida como aquela que abarca todas as localidades do
município situadas fora das áreas urbanas (sede municipal e sedes distritais) que possuem
geração de RSD/RSC e são atendidas pelo serviço de coleta convencional (regular), tais
como: chácaras; sítios; loteamentos; retiros e outras habitações situadas em área rural.
Estes locais são servidos com lixeiras comunitárias instaladas pela PMTL para que os
RSD/RSC são acondicionados temporariamente para posterior coleta (Figura 3).
Figura 3 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na zona rural do município: (A e B) Lixeiras comunitárias instaladas no acesso a locais com chácaras, sítios, loteamentos, retiros e outras habitações em área rural. Fonte: Autores.
21
2.2.1.2 Coleta convencional (regular) e transporte
O serviço de coleta convencional (regular) e o transporte dos RSD/RSC no município
de Três Lagoas/MS é de responsabilidade da SEINTRA, conforme estabelecido na Lei
Municipal n. 3.222/2016. Atualmente estes serviços são executados por meio de uma
empresa terceirizada – Financial Ambiental por meio do Contrato de Prestação de Serviços
n. 112/2018 e fiscalizados pela equipe do SEINTRA com auxílio da SEMA, caracterizando-
se como uma prestação de serviço indireta via delegação.
De acordo com o contrato de prestação de serviços a empresa é responsável pela
coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais da área urbana do
município de Três Lagoas, dos distritos de Arapuá, Garcias e de lixeiras instaladas nos
acessos dos ranchos das rodovias BR-158 e BR-262, bem como pelo transporte até o
destino final no Aterro Sanitário do Município de Três Lagoas.
O serviço de coleta ocorre em diferentes frequências na área urbana do município, a
área central é atendida diariamente pelo serviço, sendo este realizado no período noturno,
as demais localidades são atendidas de modo alternado em 3 vezes por semana, exceto os
distritos de Arapuá e Garcias, que são assistidos pela coleta 2 vezes por semana (ver
Quadro 3 – Setores, turnos e horários da coleta convencional (regular) de RSD/RSC.
SETORES FREQUÊNCIA DA COLETA CONVENCIONAL (REGULAR)
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª SAB.
1 Centro N N N N N N
2 Vila Virginia e Jd. Novo Interlagos N
N
N
3 Vila Nova N
N
N
4 Paranapungá N
N
N
5 Sta. Terezinha e Nossa Senhora aparecida
N
N
N
6 Santos Dumont
N
N
N
7 Sta. Rita, Brasília e Ipê
N
N
N
8 Piloto e Distrito de Jupiá D
D
D
9 Quinta da Lagoa D
D
D
10 Jd. Alvorada e Vila Alegre D
D
D
11 Montanini e Dourados D
D
D
12 Imperial, Haro e Guanabara
D
D
D
13 Bela Vista
D
D
D
14 Maristela
D
D
D
15 São João e Planalto
D
D
D
16 Industrial D D D D D D
- Distrito de Garcias
D
D
- Distrito de Arapuá
D
D
Fonte: Autores. Nota: (D) Coleta realizada no período diurno, a partir das 07:00 horas; e (N) Coleta realizada no período noturno, a partir das 19:00 horas.
O serviço é realizado com 5 coletores por caminhão e 1 motorista, no início do trajeto
estes permanecem juntos, até chegarem em determinado ponto (geralmente metade do
trajeto de coleta), onde estes são divididos e parte da equipe inicia o amontoamento dos
resíduos nas esquinas e ruas e os demais retornam ao ponto inicial de coleta para que
iniciam os trabalhos. Esta divisão segundo informações dos responsáveis pela prestação
dos serviços (Financial Ambiental) ajuda a acelerar o processo de coleta, uma vez que o
caminhão reduz o número de paradas durante o trajeto. A prestação do serviço de coleta
regular e transporte foi acompanhada em diferentes oportunidades e locais do município,
22
observando as diversas condições em que são realizados estes serviços (ver Figura 4).
Figura 4 – Formas de acondicionamento temporário dos RSD/RSC na sede urbana de Três Lagoas: (A e B) Coleta no período noturno; (C e D) coleta no período diurno; e (E e F) Coleta no período noturno, observa-se diversos sacos rompidos pela ação de animais nos amontoamentos realizados pelos coletores. Fonte: Autores.
Conforme exposto, a técnica do amontoamento dos resíduos, apesar de trazer ganho
de tempo no serviço de coleta também atrai animais (principalmente cachorros) que rompem
os sacos causando o espalhamento dos resíduos nas vias públicas, o que acaba por atrasar
os serviços e tornar a atividade de coleta mais complexa.
Com relação aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e uniformes utilizados
pelas equipes de trabalho da Financial Ambiental na atividade de coleta e transporte dos
23
RSD/RSC, observou-se que no geral estes funcionários utilizam uniformes de manga longa,
botas, luvas, calças e bonés disponibilizados pela empresa, conforme relacionado no
Quadro 4.
Quadro 4 – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e uniformes utilizados pelas equipes de coleta e transporte dos RSD/RSC.
EPIs/UNIFORMES EXISTENTE
Camisa Camisa de manga longa com faixa refletiva na coloração verde.
Calça Calça em brim na cor também verde com faixas refletivas.
Boné Sim, bonés do tipo árabe.
Crachá Não.
Botina Sim.
Luxa emborrachada Sim.
Mascara Não.
Fonte: Autores.
2.2.1.3 Coleta seletiva
O Art. 9º, § 2º do Decreto Federal 7.404/2010, que regulamenta a Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece que o sistema de coleta seletiva deverá ser
implantado pelo titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos. Portanto, cabe à Prefeitura Municipal de Três Lagoas (PMTL) através de seus entes
responsáveis (SEMA e SEINTRA) desempenhar uma série de funções para o pleno
funcionamento deste sistema.
O serviço de coleta seletiva, também é objeto do Contrato de Prestação de Serviço
n. 112/2018 com a empresa Financial Ambiental, caracterizando-se como um serviço de
prestação indireta via delegação.
Da mesma forma que a coleta convencional, o serviço de coleta seletiva na
modalidade Porta a Porta (PaP) é segregado em setores de coleta que abrangem toda a
área urbana da sede municipal, totalizando 6 setores, atendidos numa frequência semanal,
seguindo a ordem, setor 1 na segunda feira, setor 2 na terça feira e assim por diante até
sábado, quando é atendido sexto e último setor. Em todos os setores a coleta ocorre no
período diurno. Para prestação deste serviço são utilizados 3 caminhões compactadores
com capacidade de 8 toneladas, sendo que 1 é mantido na reserva, caso precise realizar
manutenção nos outros dois ou substituir por eventual dano (Figura 5).
24
Figura 5 – Veículos utilizados para a coleta seletiva na modalidade Porta a Porta (PaP): (A e B) Caminhões compactadores; e (C e D) Equipes realizado a coleta seletiva no município, com destaque para o uso de EPIs (bonés, luvas, botinas, calças e camisas de manga longa). Fonte: Autores.
Existem ainda no município 44 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) que são
coletados conforme os setores de coleta da PaP, ou seja, a coleta seletiva é realizada de
forma simultânea nas modalidades PaP e PEVs, havendo, portanto, sobreposição de
atendimento em mesma área por modalidades distintas. Observou-se ainda que parte dos
PEVs estão instalados no interior de estabelecimentos privados (restaurantes, instituições
de ensino, hotéis, dentre outros) e os demais em locais públicos e de grande fluxo de
pessoas, como por exemplo: praças, supermercados, postos de gasolina, etc. (Figura 6).
25
Figura 6 – Exemplos de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) distribuídos pelo município de Três Lagoas. Fonte: Autores.
Além disso, a PMTL em parceria com a Cooperativa de Reciclagem Arara Azul
(CORPAZUL) vem buscando a adesão da população três-lagoense a coleta seletiva através
de campanhas de divulgação e distribuição de folder contendo orientações gerais sobre o
funcionamento do serviço de coleta seletiva, as quais são realizadas principalmente nas
escolas da rede municipal de ensino (ver Figura 7).
26
Figura 7 – Material de divulgação da coleta seletiva utilizado no município de Três Lagoas. Fonte: Autores.
2.2.1.4 Triagem e reciclagem
A adoção de um sistema de segregação dos
RSD/RSC, geralmente consolidada via unidades de
triagem de resíduos, traz benefícios ao meio
ambiente, reduzindo a carga de material disposto
nos lixões e aterros sanitários, além de possibilitar a
geração de renda às pessoas que dependem da
segregação desses resíduos para sobrevier,
proporcionando uma melhor qualidade de vida.
No município de Três Lagoas a triagem e
reciclagem dos RSD/RSC é feita através da
Cooperativa de Reciclagem Arara Azul
(CORPAZUL) em uma área cedida pela PMTL (ver
Figura 8), onde está instalada a Unidade de
Triagem de Resíduos (UTR), localizada na Rua New
York, n. 348, Bairro Vila Maria, município de Três
Lagoas.
Figura 8- Termo de Convênio celebrado entre a PMTL e a CORPAZUL. Fonte: Autores.
27
No que concerne à infraestrutura física da UTR, a unidade possui uma infraestrutura
completa com dois banheiros, sala para reuniões e palestras, recepção e maquinário, como
prensa e esteira para execução das atividades de triagem e enfardamento dos recicláveis
(ver Figura 9).
Figura 9 – Unidade de Triagem de Resíduos (UTR) do município de Três Lagoas/MS disponibilizado pela PMTL para a CORPAZUL. Fonte: Autores.
Conforme já mencionado o serviço de coleta seletiva é realizado indiretamente via
delegação (empresa terceirizada), a qual encaminha todo material recolhido para a UTR
operada pela CORPAZUL, onde é realizado o tratamento dos resíduos secos. No local, são
triados manualmente os resíduos oriundos da coleta seletiva de recicláveis (secos) de
acordo com suas características e composição. Após o processo de triagem todo o material
é encaminhando para prensagem e enfardamento, onde são armazenados até sua
comercialização em área coberta. Com exceção dos resíduos metálicos, plásticos e outros
materiais que porventura não sofram interferência direta na massa total quando molhados
(chuvas), estes são acondicionados no pátio da UTR. Além disso, os rejeitos gerados na
atividade são encaminhados para o Aterro Sanitário de Três Lagoas.
Para execução das tarefas, a UTR conta
com uma bancada de triagem, duas prensas
hidráulicas, dois caminhões de coleta seletiva
(parceria com a PMTL), um veículo (kombi),
quanto contêineres e uma empilhadeira manual
(ver Figura 10). A CORPAZUL conta atualmente
com 22 cooperados para efetuar as atividades
de prensa, triagem e guarda patrimonial (Quadro
5). Além desses, de acordo com informações da
própria CORPAZUL em breve a UTR irá possuir
mais uma bancada de triagem e mais duas
prensas hidráulicas que irão proporcionar maior
celeridade ao processo (os novos equipamentos
foram doados por uma empresa de Campo
Grande/MS).
Quadro 5 – Relação de recursos humanos e materiais da CORPAZUL.
Fonte: CORPAZUL (2018).
28
Figura 10 – Operação da cooperativa no UTR de Três Lagoas: (A) Descarregamento do material após a coleta seletiva; (B e C) Material separado em big bags para posterior processo de triagem; (D) Triagem manual do material reciclável, destaque para o uso de EPIs por todos os cooperados; (E) Prensa hidráulica; e (F) Material enfardado, pronto para comercialização. Fonte: Autores.
29
Conforme pode ser observado através da
Figura 10, em todos os setores da UTR os
cooperados estão usando os EPIs necessários
para a adequada operação com segurança na
atividade. Quanto a isto, cabe mencionar que de
acordo com as informações levantadas e
observado in loco os uniformes e EPIs são em
parte adquiridos através da própria cooperativa e,
eventualmente, são adiquiridos pelos próprios
cooperados com recursos próprios (ver Figura 11
e Quadro 6)
Figura 11 – Recibo dos EPIs adquiridos pela COPRAZUL. Fonte: CORPAZUL (2018).
Quadro 6 – Uniformes e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) utilizados pela CORPAZUL.
UNIFORMES/EPIs EXISTENTE
Camisa manga longa ou curta Sim
Calça Sim(1)
Boné comum Sim(1)
Crachá Não
Calçado fechado Sim
Luva de látex Sim
Óculos de proteção Sim
Tampão de ouvido Sim
Máscara simples Sim
Fonte: Autores. Nota:
(1) Materiais adquiridos com recursos próprios pelos cooperados.
Por fim, os materiais segregados e triados pela cooperativa são comercializados com
compradores do próprio município, de Campo Grande/MS e empresas do Estado de São
Paulo. Toda receita obtida através desta comercialização é partilhada entre os cooperados.
2.2.1.5 Disposição final
Em Três Lagoas o destino final dos RSD/RSC é o Aterro Sanitário Municipal apto a
receber resíduos de Classe II-A (não perigosos e não inertes) que é operado por uma
empresa terceirizada, a Financial Ambiental. O Aterro Sanitário Municipal está instalado em
uma área de 65,10 hectares (651.000 m²) localizada a pouco mais de 14 quilômetros do
centro de Três Lagoas, através de seu acesso principal pela rodovia MS-395 (situado no km
9, lado esquerdo) que é uma rodovia asfaltada com pavimentação em boas condições e
sinalizada.
30
A Licença de Operação (LO) n. 438/2018 (expedida em 29 de setembro de 2018)
deste empreendimento autoriza a operação de “Aterro Sanitário para Resíduos Sólidos
Urbanos e Domiciliares – Classe II-A (não perigosos e não inertes) com capacidade de
recebimento acima de 80 ton./dia.” e prevê seu funcionamento por 18 anos e 235 dias, com
capacidade para recebimento de 109,76 ton./dia no Ano 1 (2018) e de 186,15 ton./dia no
Ano 19 (2043).
O Aterro Sanitário Municipal opera durante 24 horas, para recebimento dos
caminhões coletores, visto que a coleta de RSD/RSC no município ocorre nos períodos
diurno e noturno, e conta com guarita para o controle de entrada e saída de
pessoas/veículos (ver Figura 12), além disso o empreendimento ainda conta com cercas
com arame liso e farpado, cortina arbórea e sinalização quanto a proibição da entrada de
pessoas não autorizadas.
Figura 12 – Aterro Sanitário Municipal – estrutura de acesso: (A e B) Guarita de entrada com balança de pesagem dos veículos coletores; e (C e D) Procedimento de pesagem dos veículos coletores que entram no aterro. Fonte: Autores.
O Aterro Sanitário conta com estrutura para escritório, banheiro, almoxarifado, local
para limpeza dos caminhões e tanque para abastecimento dos caminhões, ou seja,
estruturas estas que são utilizadas pelos funcionários que operam o aterro e realizam a
coleta dos RSD/RSC (ver Figura 13).
31
Figura 13 – Aterro Sanitário Municipal – infraestruturas observadas: (A e B) Lavador de veículos utilizado para limpeza de maquinários e caminhões; (C) Tanque de combustível utilizado para abastecer a frota de caminhões coletores e os veículos utilizados na operação do aterro, com capacidade de 15 m³; e (D) Galpão de apoio. Fonte: Autores.
Para operação do aterro a empresa
conta com 16 funcionários (Quadro 7), que
executam os serviços rotineiros, como:
operação de máquinas, balança, guarita,
dentre outros. Os resíduos coletados são
aterrados após a pesagem dos caminhões,
momento em que é realizado o
espalhamento e compactação na célula do
aterro e posteriormente o recobrimento,
conforme vão sendo finalizadas as frentes
de trabalho. Para este serviço são
utilizados maquinários como trator esteira,
pá carregadeira e/ou retroescavadeira,
caminhão basculante e caminhão pipa
(ver Figura 14).
Quadro 7 – Quadro de funcionários alocados para operação do Aterro Sanitário.
Fonte: Financial (2016).
32
Figura 14 – Aterro Sanitário Municipal – maquinários e veículos utilizados na operação do aterro. Fonte: Autores.
Na frente de trabalho atual (iniciada em fevereiro/2018) e localizada ao lado do
maciço encerrado, observa-se que como estão sendo realizadas adequações e
reconformações nos taludes do maciço encerrado, isso reflete na exposição de resíduos por
mais tempo. Estas adequações estruturais na célula visão adequar esta situação e unificar à
célula já encerrada a nova (em operação) (Figura 15 – C e D).
33
Figura 15 – Aterro Sanitário Municipal – maciço/célula: (A e B) Frente de operação atual; e (C e D) Adequações estruturais unificando a célula antiga e a nova. Fonte: Autores.
2.2.5 Resíduos da Limpeza Urbana (RLU)
Os Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) consistem naqueles gerados durante a
execução do conjunto de serviços de limpeza urbana que normalmente são representados
pela: varrição; capina; roçagem; raspagem; poda de árvores; pintura de meio-fio e postes;
limpeza de córregos e rios; limpeza de bueiros e bocas de lobo e manutenção de outras
áreas públicas. Lidam normalmente com resíduos de pequenas dimensões (areia, terra,
folhas, embalagens, etc.), pedaços de madeira, fezes de animais, dentre outros gerados na
execução das atividades de limpeza urbana.
Atualmente a responsabilidade pela execução destes serviços encontra-se
distribuída entre empresas terceirizadas (execução indireta via delegação) e a própria PMTL
(via SEINTRA e/ou SEMA) (execução direta via titular), conforme especificado no Quadro 8.
Quadro 8 – Relação e distribuição dos serviços de limpeza urbana e correlatos. SERVIÇO RESPONSÁVEL/EXECUÇÃO
Varrição de vias e logradouros (manual e mecanizada) e raspagem Organizações Unidas Ltda.
(terceirizada)
Capina, roçada e poda de árvores SEINTRA e SEMA
Retirada de entulhos e volumosos
Limpeza de bueiros/bocas de lobo SEINTRA
Limpeza de áreas públicas (parques, praças, áreas verdes, etc.) SEINTRA e SEMA
Fonte: Autores.
34
Com base no exposto, nos próximos subitens é realizado o detalhamento da
execução destes serviços e na sequência é apresentada as diferentes formas de
acondicionamento temporário, coleta e transporte e disposição final adotada para os
resíduos originários destes serviços, os quais são categorizados na sua maioria como
Resíduos Verdes (RV) ou Resíduos Volumosos (RVol).
2.2.5.1 Serviços de limpeza urbana e correlatos
Na sequência é apresentado o detalhamento das diferentes formas de execução de
serviços de limpeza urbana e correlatos, além de indicar os recursos materiais e humanos
utilizados nos mesmos.
2.2.5.1.1 Varrição das vias e logradouros (manual e mecanizada) e raspagem
O serviço de varrição consiste na remoção de resíduos, normalmente constituídos de
areia e terra, folhas, pequenas embalagens, pedaços de madeira, dentre outros
provenientes da limpeza de vias públicas, praças, parques e calçadões. Este serviço
encontra-se sob execução indireta via delegação, ou seja, uma empresa terceirizada presta
este serviço, no caso a empresa Organizações Unidas Ltda., em função do Contrato de
Prestação de Serviços de Limpeza Pública n. 066/AJ/2016 (com vigência prevista até 04 de
maio de 2019).
Os serviços de varrição (manual e mecanizada), de raspagem e de coleta dos
resíduos gerados são realizados por equipes compostas por encarregados e varredores.
Atualmente atuam cerca de 128 colaboradores, divididos em equipes de 15 varredores (este
número é variável, conforme a demanda pelo serviço), além de um encarregado/supervisor.
Estas equipes percorrem os bairros do município de modo que a frequência de retorno nos
bairros é quinzenal (a cada 15 dias), com exceção da área central (comercial), onde a
frequência é diária. Já a varrição mecanizada ocorre nas principais avenidas do município,
sendo que nos trechos da área central ela ocorre diariamente, e nas demais extensões das
avenidas, o serviço é realizado de forma alternada (conforme detalhado no Quadro 9).
Quadro 9 – Setores, turnos e horários de prestação do serviço de varrição.
SETORES FREQUÊNCIA DO SERVIÇO
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª SAB.
Centro N N N N N N
Bairros N/D N/D N/D N/D N/D N/D
Fonte: Autores. Nota 1: (D) Serviço realizado no período diurno, a partir das 06:00 horas; (N) Serviço realizado no período noturno, entre às 23:00 e 06:00 horas; e (N/D) Serviço iniciado no período noturno e estendendo-se até diurno, das 03:00 até 11:00 horas. Nota 2: A varrição mecanizada é realizada diariamente na área central, iniciando seus trabalhos as 01:00 horas até as 06:00 horas.
Quanto a forma de execução da varrição manual, verificou-se que as equipes se
encontram em locais predeterminados para organização e distribuição dos afazeres do dia e
registro do ponto eletrônico (realizado pelo encarregado/supervisor no início, pausadas e fim
do trabalho). Basicamente as equipes se dividem em duplas (um varredor e um “carrioleiro”)
35
executando a varrição das vias públicas utilizando equipamentos como vassourões e pás,
sendo que o varredor percorre a via amontoando resíduos e posteriormente este é coletado
com auxilio do carrinho de mão e ensacado pelo “carrioleiro” (Figura 16). Menciona-se ainda
que o serviço de raspagem é realizado em concomitância a varrição manual.
Figura 16 – Execução dos serviços de varrição manual e raspagem na região central: (A e B) Ponto de encontro dos varredores e encarregado para divisão dos serviços, materiais e do ponto eletrônico (via celular/online); (C e D) Equipamentos utilizados pelos varredores para execução do serviço; e (E e F) Execução do serviço de varrição manual e raspagem das vias públicas. Fonte: Autores.
36
Menciona-se que após ensacados os resíduos são dispostos em esquinas e
calçadas, até que o caminhão de coleta inicie seus trabalhos e destine tais materiais. A
utilização do saco laranja pra acondicionamento dos resíduos é realizada apenas nos
serviços que ocorrem na área central, de modo a evitar o espalhamento dos materiais (ação
do vento, fluxo de veículos) e aagilizar a coleta, uma vez que o fluxo de veículos na área
central inicia-se ao amanhecer.
Quanto a varrição mecanizada destaca-se que ela possibilita que sejam percorridas
grandes extensos em curto período, além de possuir um aspirador e compartimento de
armazenamento, realizando a coleta automaticamente, entretanto o equipamento se limita
em algumas situações, as quais foram observadas durante a execução do serviço (Figura
17). Na eventualidade de existirem obstruções na via (tais como: caçambas estacionadas,
veículos, dentre outros) o veiculo de varrição acaba deixando de varrer o entorno do objeto,
bem como em locais com arvores mais baixas que não permitem sua passagem,
prejudicando o serviço. Logo, estes locais demandam a realização de um acabamento pela
varrição manual, nos pontos onde não é possível a utilização da varrição mecanizada
(curvas, próximo a obstruções, no canteiro central, dentre outros).
Figura 17 – Execução do serviço de varrição mecanizada na região central: (A e B) Veiculo realizando a varrição das vias públicas; e (C e D) Quando existem obstruções (no caso, uma caçamba) no caminho, a varrição mecanizada é prejudicada ficando o entorno do objeto sem varrição e demandando complementações via serviço manual. Fonte: Autores.
37
Em relação a execução do serviço de varrição nos bairros do município, o método de
execução é semelhante ao executado na área central, entretanto os resíduos não são
acondicionados em sacos, são apenas amontoados. Os varredores utilizam os mesmos
materiais anteriormente apresentados (vassourão e carrinho de mão). Destaca-se ainda,
que em determinadas localidades a quantidade de areia recolhida através da varrição é
elevada, dificultando o serviço, isto ocorre devido ao fato de que várias vias da região
periférica do município não são pavimentadas, sendo recorrente a dispersão do material
(Figura 18).
Figura 18 – Execução dos serviços de varrição manual e raspagem nos bairros (regiões periféricas): (A, B e C) Equipes realizando a varrição manual e raspagem das vias públicas; (C) Elevada quantidade de resíduos gerados nos serviços. Fonte: Autores.
Os resíduos gerados na varrição (manual e mecanizada) e raspagem são coletados
imediatamente após a prestação dos serviços por uma equipe de coleta composta por 4
colaboradores (motorista do caminhão, operador de máquina e dois auxiliares) que
recolhem todos os resíduos acondicionados previamente pelas equipes de varrição.
Além disso, os resíduos originados da prestação destes serviços são categorizados
normalmente como Resíduos Verdes (RV), os quais terão os procedimentos operacionais
adotados para coleta, transporte e destinação final detalhados no item 2.2.5.2, pelo fato de
ser comum aos resíduos originários em outras atividades da limpeza urbana. Os demais
resíduos gerados durante a prestação deste serviço que normalmente são categorizados
como RSD/RSC são destinados como os mesmos.
38
2.2.5.1.2 Capina, roçada e poda de árvores
Os serviços de capina, roçada e poda de arvores estão distribuídos entre as frentes
de trabalho da SEINTRA e SEMA. Estas secretarias atuam em conjunto possuindo diversos
funcionários da frente de trabalho envolvidos nas atividades supramencionadas, os quais
executam as mesmas conforme demanda e/ou solicitação. Registra-se que estes serviços
eram prestados por empresa terceirizada anteriormente e que se encontram sob
responsabilidade da própria PMTL de maneira temporária, até que seja efetuada a licitação
para contratação de uma nova empresa que execute este conjunto de serviços.
Como tais serviços vêm sendo prestados de forma emergencial pela municipalidade
as equipes variam conforme a demanda, não havendo uma frequência definida (Figura 19).
Figura 19 – Execução dos serviços de capina, roçada e poda de árvores: (A e B) Serviço de poda de árvores sendo realizado na região central da cidade; e (C) Serviços de capina e roçada sendo realizados em canteiro de avenida localizada na região central da cidade. Fonte: Autores.
Os procedimentos adotados para a coleta, transporte e destinação final dos resíduos
oriundos das atividades de capina, roçada e poda de árvores serão tratados em itens
específicos, pois podem ser categorizados como Resíduos Verdes (RV), quando de
pequena dimensão (tratado no item 2.2.5.2), e/ou Resíduos Volumosos (RVol), quando de
grande dimensão (tratado no item 2.2.5.3), pelo fato de serem comuns aos gerados em
outros serviços da limpeza urbana.
39
2.2.5.1.3 Retirada de entulhos e volumosos
A remoção de entulhos, volumosos e outros materiais inertes dispostos
inadequadamente pelo município de Três Lagoas é executada atualmente através da frente
de serviço da PMTL. Não existe uma frequência pré-estabelecida para realização deste
serviço nas diferentes regiões do município, o mesmo ocorre conforme a demanda e/ou
solicitações dos munícipes, principalmente antecedendo o início da época de chuvas como
medida de combate e controle a propagação de insetos de vetores de doenças e animais
peçonhentos.
Para execução de tais serviços a PMTL utiliza de caminhões basculantes,
equipamentos e maquinário pesado, bem como diversos funcionários próprios que
trabalham em forma de multarão visando recolher e destinar estes resíduos, conforme
exposto na Figura 20.
Figura 20 – Execução do serviço de retirada de entulhos e volumosos: (A e B) Equipe da Prefeitura Municipal realizando a retirada de entulhos e volumosos em região periférica do município de Três Lagoas. Fonte: Autores.
Cabe mencionar ainda que de acordo com as informações levantadas junto aos
responsáveis pelo serviço, a atividade de retirada de entulhos e volumosos, quando é
registrada a identificação de tais materiais em pequenas quantidades, é realizada de forma
concomitante aos demais serviços de limpeza urbana (capina, roçada, poda de árvores e
varrição). Os resíduos gerados na prestação destes serviços são destinados conjuntamente
aos RCC, RVol e RV do município para o local conhecido como “Buracão”.
2.2.5.1.4 Limpeza de bueiros/bocas de lobo
O serviço de limpeza de bueiros/bocas de lobo e dragões é executado por uma
equipe exclusiva da SEINTRA, composta por 6 pessoas (1 encarregado e 5 ajudantes)
designadas especificamente para atender este tipo de serviço em todo o município. A
equipe trabalha conforme as solicitações dos munícipes e de acordo coma demanda
direcionada pela própria SEINTRA (setorização pré-definida), além do serviço de limpeza
esta equipe também é responsável por realizar eventuais reparos de dados e a manutenção
40
de rotina nos bueiros e manilhas do município. Esta equipe trabalha de segunda à sexta-
feira das 07:00 às 16:00 horas.
Para execução dos trabalhos de limpeza, reparo de dados e manutenção a equipe
conta com 1 retroescavadeira, 1 escavadeira, 1 caminhão baú ¾, 1 bobcat (pá
carregadeira), além de ferramentas e utensílios como pás, rastelos, carrinhos de mão entre
outros (ver Figura 21). A forma de atuação da equipe se dá por setor, onde previamente são
enviados para uma determinada região para realizarem as tarefas, quando possível a
equipe atende também outras solicitações relacionadas a estes serviços no entorno do setor
de limpeza, evitando a necessidade de retornar para determinada região para prestar
serviços pontuais.
Figura 21 – Execução dos serviços limpeza/manutenção de bueiros/bocas de lobo: (A e B) Equipamentos/maquinário utilizado nos serviços; e (C e D) Equipe realizado a limpeza e manutenção de bueiros/bocas de lobo. Fonte: Autores.
2.2.5.1.5 Limpeza de áreas públicas (parques, praças, áreas verdes, etc.)
Similar a situação que ocorre com os serviços de capina, roçada e poda de árvores
(subitem 2.2.5.1.2), os serviços de limpeza das áreas públicas (parques, praças, áreas
verdes, etc.) vem sendo prestado pelas frentes de trabalho da própria PMTL (via SEINTRA e
SEMA), uma vez que o município encontra-se sem empresa terceirizada para execução dos
mesmos. Logo, estes serviços estão sendo realizados conforme a demanda e/ou
41
solicitações, executados pelas equipes da PMTL.
Destaca-se que apesar do município estar executando os serviços rotineiros de
limpeza das áreas públicas (varrição, capina, roçada e limpeza das margens das
lagoas/cursos hídricos) de forma emergencial foi verificado que estas áreas se encontram
em boa situação, não sendo observados problemas com a limpeza pública nestes locais
(Figura 22).
Figura 22 – Execução do serviço de limpeza de áreas públicas: (A e B) Limpeza de áreas verdes em praças do município (varrição, capina e roçada); (C e D) Limpezas áreas verdes no entorno das lagoas (varrição, capina e roçada); e (D e F) Limpeza das margens da lagoa (retirada de resíduos). Fonte: Autores.
42
Como os serviços prestados para limpeza das áreas públicas consistem basicamente
na varrição, capina e roçada destes locais que geram resíduos equiparáveis aos RV, os
procedimentos de manejo dos mesmos (coleta, transporte e disposição final) serão
detalhados em no item 2.2.5.2, pelo fato de ser comum aos resíduos originários em outras
atividades da limpeza urbana.
2.2.5.2 Resíduos Verdes (RV)
Todos os resíduos gerados pela prestação dos serviços de varrição das vias e
logradouros, capina, roçada, poda de árvore, limpeza de bueiros/bocas de lobo e limpeza de
áreas públicas (praças, parques, áreas verdes, etc.) e outros gerados durante os demais
serviços de limpeza urbana que possuam características vegetais, tais como folhas,
folhagens, galhos, grama cortada, cipós, entre outros similares são categorizados como
Resíduos Verdes (RV).
Dessa forma, este item busca descrever como ocorre o gerenciamento destes
resíduos atualmente, ou seja, complementando a descrição do sistema de limpeza urbana
por meio do detalhamento dos procedimentos operacionais adotados pós-serviço de limpeza
para o acondicionamento temporário, coleta e transporte e disposição final adotada.
2.2.5.2.1 Acondicionamento temporário
Em Três Lagoas somente os RV de menores dimensões e peso possuem
acondicionamento temporário específico, tais como folhas e folhagens, grama e outros
similares acompanhados normalmente de terra e/ou areia que são carreados junto no
momento da limpeza. Estes resíduos quando gerados na prestação dos serviços de limpeza
urbana na região central são acondicionamentos em sacos plásticos laranjas e dispostos em
pontos estratégicos (pré-definidos) ou quando prestados nos bairros acumulados
diretamente nas vias públicas e/ou meio-fios, para posterior recolhimento pelas equipes de
coleta e transporte destes resíduos (seja quando prestados por empresa terceirizada ou
diretamente pela municipalidade), conforme exposto na Figura 23.
43
Figura 23 – Formas de acondicionamento temporário dos RV no município: (A e B) Resíduos em sacos plásticos laranjas dispostos em locais pré-determinados na região central; e (C e D) Resíduos acumulados nas calçadas e/ou meio-fios para posterior coleta. Fonte: Autores.
Cabe destacar que os resíduos de maior dimensão e porte, como troncos de arvores
e galhadas não são acondicionados temporariamente pelos prestadores de serviço, sendo
recolhidos imediatamente pelos caminhões basculantes, conforme será detalhado no
subitem a seguir.
2.2.5.2.2 Coleta e transporte
No caso dos serviços de varrição (manual e mecanizada) e raspagem das vias e
logradouros executados pela empresa terceirizada Organizações Unidas Ltda. a coleta e o
transporte dos RV gerados na prestação destes serviços é realizada imediatamente após
sua conclusão.
44
Figura 24 – Execução do serviço de coleta e transporte dos Resíduos Verdes (RV): (A e B) Coleta sendo realizada pelas equipes da empresa terceirizada de resíduos de pequena dimensão e peso acumulados em grande quantidade; e (C e D) Coleta sendo realizada pela frente de trabalho da PMTL de restos de poda (troncos de árvores e galhadas). Fonte: Autores.
Não foram identificadas ações voltadas ao reaproveitamento destes materiais para
quaisquer fins e/ou formas de tratamento no município de Três Lagoas.
2.2.5.2.3 Disposição final
Os Resíduos Verdes (RV) gerados na prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana de Três Lagoas são destinados atualmente para uma área, próxima à sede urbana,
que antigamente era utilizada para extração de arenito (conhecida como “Buracão”). Este
local opera sem o devido licenciamento ambiental representando, portanto, um passivo
ambiental relacionado a resíduos para o município.
De acordo com informações levantadas junto a SEMA, na época de estiagem, há
ocorrência de focos de incêndio neste local, demando constantemente intervenção através
de um caminhão pipa para conter o fogo. Ainda no local foi observada a disposição de
resíduos sólidos não condizentes com os que usualmente são descartados no local (RV e
RVol), como filtros de ar, pneus, eletrônicos, entre outros (ver Figura 25).
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Figura 25 – Local de disposição final dos RV de Três Lagoas (“Buracão”): (A e B) Vestígios de queimada na área; e (C e D) Acumulo de resíduos que não poderiam ser descartados no local (eletrônicos, pneus, entre outros). Fonte: Autores.
Destaca-se quanto aos pneumáticos, que os funcionários da PMTL, quando possível,
segregam os pneus que são encontrados no “Buracão” e encaminham os mesmos para o
Ecoponto do município.
Quanto a estrutura, verificou-se que este local se apresenta cercado e sinalizado,
indicando os resíduos que são permitidos para disposição no local, entretanto há disposição
dos resíduos na frente do local, bem como seguindo o cercamento, evidenciando assim um
descaso dos próprios munícipes que dispõem inadequadamente seus resíduos no entorno
do local, dificultando ainda mais a situação.
46
Figura 26 – Local de disposição final dos RV de Três Lagoas (“Buracão”): (A e B) Entrada do local com placas indicativas e cerca para controle do acesso; e (C e D) Disposição irregular de resíduos em frente ao local e no seu entorno. Fonte: Autores.
2.2.5.3 Resíduos Volumosos (RVol)
Basicamente são enquadrados como Resíduos Volumosos (RVol) os materiais de
grandes dimensões que não são removidos pela coleta regular (convencional), tais como
móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de madeira,
podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais, de acordo com a
ABNT NBR 15.112:2004. Cabe mencionar ainda que eventualmente os RV de grande porte
também são categorizados como RVol, normalmente aqueles provenientes da manutenção
de parques, praças, áreas verdes e jardins, redes de distribuição de energia, telefonia e
outros compostos predominantemente por galhos, troncos e folhas.
Portanto, este item busca descrever brevemente como ocorre o gerenciamento
destes resíduos atualmente no município de Três Lagoas, especificando os procedimentos
operacionais adotados nos serviços de limpeza urbana para o acondicionamento
temporário, coleta e transporte e disposição final adotada.
47
2.2.5.3.1 Acondicionamento temporário
Na prática os RVol não possuem acondicionamento temporário propriamente dito,
uma vez que estes resíduos, sempre que gerados na prestação de algum dos serviços de
limpeza urbana e/ou manutenção da cidade, por serem materiais de grande dimensão e
peso, acabam sendo depositados diretamente em caminhões caçamba para que sejam
transportados para seu destino final.
No entanto, cabe mencionar que o serviço de poda de árvores de grande porte,
realizado por particulares, necessita de uma autorização dada pela SEMA, caso contrário o
proprietário será penalizado. Após a realização do serviço é de responsabilidade do
proprietário a destinação final, sendo esta feita mediante a contratação de empresas de
caçamba ou até mesmo pela pessoa contratada para prestar o serviço de poda. Podendo,
portanto, o armazenamento em caçambas dos geradores privados ser considerado como
uma prática de acondicionamento temporário dos RVol.
2.2.5.3.2 Coleta e transporte
Conforme mencionado anteriormente, os RVol normalmente são coletados e
transportados diretamente, seja por caminhões caçamba da PMTL (quando gerados nas
atividades de limpeza pública) ou empresas de caçamba (quando gerados por privados).
No caso dos resíduos gerados nas atividades da PMTL, os RVol acabam sendo
transportados junto aos RV, conforme descrito no subitem 2.2.5.2.2.
2.2.5.3.3 Disposição final
Os RVol gerados no município de Três Lagoas, assim como os demais resíduos da
limpeza pública, são destinados à uma área periférica da cidade, no mesmo local onde é
realizada a disposição final dos RV (subitem 2.2.5.2.3), mais conhecido como “Buracão”.
5.1 Diretrizes e estratégias
Sem alterações.
5.1.10 Especificações mínimas e procedimentos operacionais
Neste tópico são descritas as especificações mínimas a serem adotadas para a
estruturação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
fundamentais, sendo eles: coleta convencional (regular) dos RSD/RSC; coleta seletiva; e o
conjunto dos serviços de limpeza urbana.
5.1.10.1 Coleta convencional (regular) dos RSD/RSC
A coleta convencional consiste na coleta dos resíduos sólidos gerados em
residências, estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços
que possuam características de resíduos domiciliares, conforme Classe II–A da ABNT NBR
n. 10.004:2004. Deste modo, nos subitens seguintes, são abordados procedimentos
operacionais e especificações mínimas quanto ao acondicionamento dos resíduos, veículos
e equipamentos para coleta de RSD/RSC e orientações quanto aos uniformes e
equipamentos de segurança necessários para execução destas atividades (individuais e
coletivos).
5.1.10.1.1 Acondicionamento
Acondicionar os resíduos sólidos domésticos, conforme Instituto Brasileiro de
Administração Municipal – IBAM (2001), significa separá-los para a coleta de forma
sanitariamente adequada e compatível com o tipo e a quantidade de resíduos. O adequado
acondicionamento destes resíduos propicia uma maior eficiência no procedimento de coleta
e transporte, com o aumento da produtividade dos coletores, minimizando os riscos de
acidentes, de proliferação de vetores e dos impactos visuais e olfativos.
Quadro 10 – Responsabilidades do gerador e da administração municipal quanto ao acondicionamento de RSD/RSC.
GERADOR PREFEITURA MUNICIPAL
Acondicionamento adequado dos resíduos domiciliares, comerciais e de prestadores de serviços.
Fiscalização, regulação e iniciativas de educação ambiental. Cabe também ao poder Poder Público disciplinar as formas de acondicionamento.
Fonte: Autores.
Deste modo, os recipientes utilizados no acondicionamento devem obedecer a
requisitos mínimos de funcionalidade e de higiene, devendo ter um aspecto que não o torne
repulsivo ou desagradável, podendo ser utilizados recipientes reutilizáveis e/ou
descartáveis.
Os recipientes reutilizáveis (bombonas, tambores, contêineres, etc.) devem possuir
um formato que facilite seu esvaziamento (sem aderência nas paredes internas e nos
cantos), ser confeccionado em material resistente (plástico ou metal) e que evite
vazamentos, ter alças laterais e tampas, além de capacidade máxima de 100 L, a fim de não
dificultar a coleta.
Os resíduos sólidos domiciliares, comerciais e de prestadores de serviço devem ser
acondicionados em sacos plásticos com capacidade volumétrica máxima de 100 L ou 20 kg,
respeitando os padrões estabelecidos na ABNT NBR n. 9.191:2008, e dispostos em lixeiras
ou abrigo de resíduos.
Nos locais em que ocorre grande concentração de pessoas, ou seja, onde ocorre
elevada geração de resíduos, tais como condomínios, edifícios, centros comerciais,
estabelecimentos comerciais, supermercados, indústrias, shoppings e outros, poderão ser
adotados contêineres de maior capacidade, superior a 100 litros, com rodízios, de modo a
facilitar a coleta, desde que se conte com veículo coletor que possua dispositivo para
realizar a basculação mecanicamente.
Nas vias públicas e áreas com grande circulação de pessoas (região de comércio,
próximos a órgãos públicos, praças, parques, etc.) deverão ser disponibilizados coletores
padronizados confeccionados em plástico ou metal dispostos de acordo com espaçamento
definido por estudo específico, com identificação clara da categoria de resíduo que poderá
ser armazenado.
Buscando a concretização da proposta, a administração pública e o prestador do
serviço deverão realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental para que os
geradores adotem formas de acondicionamento temporário adequado, bem como para que
os resíduos sejam acondicionados externamente apenas no horário próximo a coleta.
5.1.10.1.2 Veículos e equipamentos para a coleta
Para a operacionalização da coleta convencional dos resíduos sólidos domiciliares é
necessária a disponibilidade de veículos coletores de tração mecânica para transportar os
resíduos coletados até o local de disposição final ambientalmente adequada, sendo a
escolha mais adequada aquela que equalizar os aspectos técnicos e operacionais, culturais,
sociais e econômicos.
Considerando os aspectos técnicos e operacionais para a execução dos serviços de
coleta convencional, deverão ser utilizados caminhões de categoria “médio” (toco)
implementados com compactadores de resíduos. Este implemento permite o transporte de
maiores volumes de resíduos em uma carga através da aplicação de pressão sobre os
resíduos sólidos que ocasiona a redução dos índices de vazios e, consequentemente, o
aumento da densidade aparente.
Conforme mencionado anteriormente, o implemento do tipo compactador foi
concebido portando dispositivo hidráulico para basculamento de contêineres metálicos e
plásticos, facilitando a operação de recolhimento em localidades estratégicas do município
caracterizadas por locais com maior geração de resíduos, de modo a fornecer maior
agilidade na coleta.
Destaca-se que os veículos de coleta devem ter condições satisfatórias de uso, ou
seja, não podem causar prejuízos à segurança e eficiência da coleta. Neste sentido, devem
ser realizadas manutenções preventivas e periódicas nos veículos de coleta.
A ABNT NBR n. 12.980:1993 estabelece como equipamentos de segurança para
veículo coletor os seguintes itens:
Jogo de cones para sinalização, bandeirolas e pisca-pisca acionado pela
bateria do caminhão;
Duas lanternas traseiras suplementares;
Estribo traseiro de chapa xadrez, antiderrapante;
Dispositivo traseiro para os coletores de resíduos sólidos se segurarem;
Extintor de incêndio extra com capacidade de 10 kg;
Botão que desligue o acionamento do equipamento de carga e descarga ao
lado da tremonha de recebimento dos resíduos, em local de fácil acesso, nos
dois lados;
Buzina intermitente acionada quando engatada a marcha ré do veículo
coletor; e
Lanterna pisca-pisca giratória para a coleta noturna em vias de grande
circulação.
Desta maneira, os referidos equipamentos devem acompanhar todos os veículos
designados para a coleta de resíduos sólidos. Ressalta-se que, em decorrência dos avanços
tecnológicos ou em virtude de critérios operacionais distintos, poderão ser adotados
equipamentos e máquinas com especificações distintas das sugeridas neste Plano, desde
que respeitada a qualidade almejada dos serviços.
5.1.10.1.3 Uniformes e Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPIs e EPCs)
Os coletores e motoristas devem ter sua higiene e segurança assegurados pelo uso
de equipamentos de proteção individual (EPIs) e por vacinas. Neste sentido, a ABNT NBR n.
12.980:1993 estabelece como equipamentos mínimos de segurança os elencados na Figura
27.
Figura 27 – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) recomendados para as equipes de coleta convencional (regular) no município de Três Lagoas. Fonte: Autores.
É importante mencionar que independentemente de os serviços serem executados
indiretamente via delegação (terceirizados) cabe a municipalidade a responsabilidade de ter
inserido nas especificações contratuais a obrigação da empresa executora de disponibilizar
EPIs compatíveis a salubridade das atividades executadas, bem como exercer a adequada
fiscalização do uso dos mesmos.
No que concerne às vacinas indicadas aos coletores, a Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIM) recomenda as vacinas especialmente indicadas no Quadro 11, que
também devem ser ministradas para os receptores e organizadores de resíduos.
Quadro 11 – Vacinas especialmente indicadas para os coletores de resíduos, considerado os riscos ocupacionais da atividade. VACINAS INDICADAS
(1) ESQUEMAS E RECOMENDAÇÕES
Hepatites A, B ou A e B
(2)
Hepatite A: duas doses, no esquema 0 – 6 meses; Hepatite B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses; Hepatite A e B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses. A vacinação combinada das hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada das hepatites A e B.
Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa ou dTpa-VIP)
Sempre que possível, aplicar dTpa independente de intervalo prévio com dt ou TT; Com esquema de vacinação básico para tétano completo: reforço com dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a cada dez anos; Com esquema de vacinação básico para tétano incompleto: uma dose de dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a qualquer momento e complementar a vacinação básica com uma ou duas doses de dT de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.
Influenza (gripe)
(3)
Dose única anual. Desde que disponível, a vacina influenza 4V é preferível à vacina influenza 3V, inclusive em gestantes, por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina influenza 4V, utilizar a vacina influenza 3V.
Febre tifoide(4)
Dose única. No caso do risco de infecção permanecer ou retornar, está indicada outra dose após três anos
(5).
Fonte: Autores, a partir do Guia de Imunização SBIm/Anamt – Medicina do Trabalho 2016-2017. Nota:
(1) Todo indivíduo deve estar em dia com o calendário de vacinação para sua faixa etária. Estas
recomendações consideram apenas as vacinas particularmente recomendadas para a prevenção de doenças infecciosas relacionadas ao risco ocupacional para o trabalhador;
(2) Sorologia 30 e 60 dias após a terceira dose
da vacina é recomendada para: profissionais da saúde (ou coletores de resíduos da saúde), imunodeprimidos e renais crônicos. Considera-se imunizado o indivíduo que apresentar título anti-HBs ≥ 10 UI/mL;
(3) Vacinas vivas
atenuadas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes; (4)
A indicação deve ser analisada de acordo
com o tempo de permanência em região de risco para a doença; e (5)
Para aqueles que atuem em situações em que há possibilidade de surto e na dependência de risco epidemiológico.
Em relação aos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) que são os dispositivos
de proteção de sistemas que abrangem dois ou mais funcionários ou terceiros objetivando a
preservação da integridade física e da saúde destes. Os EPCs diferem-se dos EPIs por ser
um sistema de uso coletivo, enquanto que o EPI tem o uso individual para proteção e
promoção da segurança e saúde no trabalho.
Na execução do serviço de coleta convencional, os EPCs devem ser itens
obrigatórios dos veículos coletores, sendo utilizados principalmente para a sinalização viária
e do próprio veículo coletor, constituindo-se basicamente de jogo de cones de sinalização e
bandeirolas.
A proposição da relação dos EPCs para a prestação dos serviços de coleta
convencional na cidade de Três Lagoas, bem como a descrição sintética e vida útil são
expostas de forma sistematizada através do Quadro 12.
Quadro 12 – Relação de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) necessários à prestação dos serviços de coleta convencional com descrição sintética e vida útil.
ITEM DESCRIÇÃO VIDA ÚTIL (MESES)
ILUSTRAÇÃO
Cone de sinalização
Cone para sinalização viária de cor laranja com anéis retro refletivos resistente às intempéries de altura de no mínimo 75 cm e peso mínimo de 3 kg, contendo oito sapatas distribuídas uniformemente melhorando a fixação ao solo e permitindo a passagem de água. Deve atender a NBR n. 15.071:2005 da ABNT.
18
Bandeirola Bandeirola de sinalização, fabricado em tecido fluorescente, na cor laranja com lima limão, com 50 cm de altura por 60 cm de comprimento, resistente a intempéries (sol e chuva), ou similar.
12
Sirene de ré Sirene de aviso que o veículo se encontra em ré. - -
Fonte: Autores.
5.1.10.2 Coleta seletiva
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal
n. 12.305/2010, a coleta seletiva é instrumento da mesma e é definida como o recolhimento
de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição.
Com isso, visando atingir as metas de disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos e as metas de redução de resíduos secos e úmidos aterrados, a implementação da
coleta seletiva é considerada uma ação essencial para alcançar tais metas.
De acordo com o Decreto Federal n. 7.404/2010, a coleta seletiva deverá ser
implantada pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,
devendo estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos, estendendo
progressivamente à separação destes em suas parcelas específicas. Ainda, fica
estabelecido no Art. 10 do referido decreto que os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos definirão os procedimentos para acondicionamento
adequado e disponibilização dos resíduos sólidos objeto da coleta seletiva.
Isto exposto, este item objetiva apresentar as orientações técnicas recomendadas
para o atendimento das determinações previstas na PNRS e em seu decreto
regulamentador, servindo de base para as decisões da administração municipal. Assim, os
próximos subitens apresentam as recomendações gerais para a coleta seletiva, que
atualmente ocorre no município de Três Lagoas, caracterizando as modalidades de
operação recomendadas, a forma de segregação e acondicionamento dos resíduos
gerados, os veículos para coleta dos materiais recicláveis, e orientações quanto aos
uniformes e equipamentos de segurança necessárias para execução destas atividades
(individuais e coletivos).
5.1.10.2.1 Modalidades de operação
A definição da modalidade de operação da coleta seletiva deve se embasar nos
recursos financeiros e de mão de obra existentes (envolvendo, preferencialmente, catadores
de materiais recicláveis), bem como na aceitação da comunidade. Dentre as modalidades
existentes, destacam-se três: “entrega voluntária”, “porta a porta” e “por organização de
catadores de materiais recicláveis”. Outro fato que justifica a combinação entre as
modalidades de coleta seletiva, é a minimização dos aspectos negativos, elencados no
(Quadro 13), uma vez que uma compensa a outra. É evidente que os aspectos negativos
ainda existirão, porém terão menor impacto no sistema.
Primeiramente, deve-se priorizar a prestação dos serviços através de associações
e/ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Entretanto, para obtenção de uma
maior eficiência e aceitabilidade pela comunidade, é interessante que se elabore um
planejamento específico para a coleta seletiva, denominado de Plano de Coleta Seletiva –
PCS e que, em seu conteúdo, seja verificada a possibilidade da combinação desta
modalidade, assim facilitando a adesão dos munícipes no sistema de coleta diferenciada.
Por fim, deve-se garantir a frequência e regularidade dos serviços, tendo em vista
que o não cumprimento do planejado e divulgado faz com que a comunidade fique
descrente com os serviços, inclusive podendo parar de contribuir.
Quadro 13 – Modalidades de coleta seletiva. MODALIDADE DESCRIÇÃO
Entrega voluntária
(PEVs)
O próprio gerador deverá deslocar-se até um PEV, disponibilizado pela PMTL em locais de grande fluxo de pessoas (supermercados, postos de combustíveis, praças, etc.) e depositar o material reciclável, previamente segregado, em recipientes específicos. Conforme horários predefinidos, o prestador de serviço
(1) realiza a coleta.
Aspectos Positivos:
Maior facilidade e menor custo de coleta;
Possibilita a redução de custos de coleta e transporte, com otimização de percursos e frequências, especialmente em bairros com população esparsa;
Em função do tipo de recipientes e estímulos educativos adotados, permite a separação e o descarte de recicláveis, por tipos, facilitando a triagem posterior.
Aspectos Negativos:
Requer maior disponibilidade da população que deverá se deslocar até um LEV ou Ecoponto;
Suscetível a vandalismo (desde o depósito de lixo orgânico e animais mortos no interior do recipiente de coleta até a danificação de sua estrutura);
Exige manutenção e limpeza periódica;
Necessita, em alguns casos, de equipamento especial para coleta;
Não possibilita a identificação dos domicílios e estabelecimentos participantes, dificultando a avaliação e mensuração da participação da comunidade ao programa.
MODALIDADE DESCRIÇÃO
Porta a Porta (PaP)
O material reciclável, previamente segregado, é acondicionado pelo próprio gerador, para posteriormente, ser coletado por veículo dimensionado para realizar tal
tarefa ainda na porta da residência do munícipe, trazendo maior comodidade aos cidadãos. Esta modalidade deve ser executada por prestador de serviço
(1) contratado pela
PMTL ou diretamente por ela em parcelas crescentes do município e de forma escalonada. Aspectos Positivos
Dispensa o deslocamento do cidadão até um LEV ou Ecoponto, o que influi positivamente quanto à participação na coleta seletiva;
Permite mensurar a participação da população no programa pela facilidade de se identificar os domicílios e estabelecimentos participantes;
Agiliza a descarga nas Unidades de Triagem de Resíduos. Aspectos Negativos
Exige maior infraestrutura de coleta, consequentemente maiores custos de operação (aumento de frota de veículos e recursos humanos);
Tende a apresentar custos mais elevados de coleta e transporte comparado com outras modalidades;
Atrai a presença de maior número de catadores informais na região onde está implantada (questão social).
Por organizações de catadores de
materiais recicláveis.
Grupos de trabalhadores organizados em cooperativas e/ou associações devidamente legalizados e contratados, recolhem o material em pontos geradores específicos e parceiros (grandes geradores, comércios e domicílios), previamente segregados por tipo. A coleta pode ser feita por carrinhos manuais ou por outros tipos de veículos da cooperativa. Aspectos Positivos
Promove a inclusão social;
Gera emprego e renda;
Reduz o custo de coleta, transporte, triagem e destinação final de resíduos sólidos para a administração municipal;
Em relação às demais modalidades de coleta seletiva, apresenta maior independência e menor vulnerabilidade às descontinuidades da administração municipal;
Quando organizadas em associações ou cooperativas, o município é priorizado nos processos de seleção de projetos para pleito de recursos federais.
Aspectos Negativos
Está direcionada para materiais com maior valor de mercado;
Apresenta elevado risco de acidentes, principalmente, quando os trabalhadores atuam sem equipamentos de sinalização de trânsito e de proteção individual;
Dificulta a mensuração da participação da população;
Em alguns casos é explorada a mão de obra do trabalhador e/ou o trabalho infantil.
Fonte: Adaptado de Grimberg e Blauth (1998). Ilustração: CEMPRE (2014). Nota:
(1) A coleta seletiva pode ser realizada pela cooperativa de catadores, caso seja esta a opção da
municipalidade, neste aspecto cumpre evidenciar que a contratação desta pelo poder público é dispensada de licitação.
Logo, a proposição para coleta seletiva dos resíduos secos recicláveis é a
manutenção do sistema em duas modalidades, sendo a PaP e por meio de Pontos de
Entrega Voluntária (PEVs), sendo estes compostos por no mínimo um dispositivo de
acondicionamento até que surja a demanda de implementação de dispositivos adicionais.
5.1.10.2.2 Segregação dos resíduos
A segregação dos resíduos na fonte geradora consiste na primeira etapa do sistema
de coleta seletiva. Para realização dessa etapa existem basicamente três formas de
segregação dos RSD/RSC (Figura 28), das quais devem ser definidas aquelas que melhor
se ajustem às necessidades e objetivos do município e, a partir dela, determinar o processo
de operação da coleta seletiva.
A segregação binária, ou seja, a separação de resíduos secos (potencialmente
recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e rejeitos), é a que apresentada maior probabilidade
de aceitação pelos cidadãos, uma vez que demanda menor quantidade de recipientes para
acondicionamento, facilita a separação dos resíduos pela população e colabora para uma
maior cooperação em virtude da simplicidade.
Destaca-se que os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos deverão observar as regras definidas pelo Código Municipal de Resíduos
Sólidos (Lei Municipal n. 3.388/2018), que determina a separação em resíduos secos e
úmidos e, progressivamente, estender à separação dos resíduos secos em suas parcelas
específicas.
Figura 28 – Formas de segregação dos resíduos sólidos para coleta seletiva, com destaque para a segregação binária, recomendada para o município de Três Lagoas. Fonte: Autores. Nota: A segregação binária será definida como uma regra geral para o município, evoluindo para a segregação tríplice conforme o avanço da conscientização popular e do sistema de limpeza urbana. No que tange à segregação em diversas categorias, esta deve ser considerada ao longo da implementação do Plano, através das revisões, considerando entre outros aspectos a adesão, correta segregação e sensibilização da população.
Desta forma, a população três-lagoense deve ser orientada através de iniciativas e
programas, objetivando a sensibilização socioambiental sobre a correta separação em
RSD/RSC recicláveis secos, úmidos e rejeitos, bem como acerca de para qual tipo de coleta
deverá ser destinado cada tipo de resíduo.
5.1.10.2.3 Acondicionamento
A qualidade da operação da coleta seletiva depende da forma adequada do
acondicionamento dos resíduos secos em local, dia e horários estabelecidos pela gestão
municipal, tendo a população participação importante e decisiva nesta operação.
Considerando a segregação binária, os resíduos secos (papel, papelão, plásticos,
metais e vidro) podem ser acondicionados em sacos plásticos, preferencialmente de cor
diferenciada, em caixas (tal como as confeccionadas em papelão) e outros meios, de modo
que não dificulte a identificação para o coletor.
Caso esteja disponibilizada a coleta seletiva na modalidade Porta a Porta (PaP), o
cidadão deverá dispor os resíduos secos segregados e devidamente acondicionados em
local de fácil acesso aos coletores (garis), preferencialmente, em lixeiras, bombonas
plásticas ou metálicas. Recomenda-se que os resíduos secos sejam dispostos para coleta
apenas no dia em que houver a coleta seletiva, evitando a atração de catadores informais.
Para a entrega voluntária dos resíduos potencialmente recicláveis em PEVs, estes
também devem estar devidamente acondicionados.
5.1.10.2.4 Veículo para coleta seletiva dos materiais recicláveis (secos)
Para a operacionalização da coleta seletiva (seja utilizando a modalidade PaP, seja
através da entrega voluntária nos PEVs) é necessário a utilização de veículos específicos
para coletar e transportar os resíduos da fonte geradora até o local de triagem, adequados
as características do município. Neste sentido, para o município de Três Lagoas, são
recomendados caminhões gaiola para a operacionalização da coleta seletiva, considerando
principalmente a execução pela modalidade PaP (Quadro 14).
Quadro 14 – Veiculo recomendado para a operação da coleta seletiva no município de Três Lagoas.
VEICULO OBSERVAÇÕES
Caminhão Gaiola
Caminhão com carroceria do tipo gaiola para o transporte de resíduos sólidos;
Modelo ideal para a implantação da coleta seletiva porta a porta e em locais de entrega voluntária; e
Como os materiais recicláveis possuem massa específica reduzida, recomenda-se que as carrocerias dos veículos sejam equipadas com sobrecargas altas fechadas com tela, formando uma “gaiola”, podendo-se aumentar significativamente a capacidade de carga e evitar os inconvenientes do espalhamento de materiais leves durante o deslocamento.
Fonte: Autores.
Destaca-se que a escolha do tipo de veículo a ser adotado dependerá,
principalmente, da quantidade de resíduos que serão coletados, sendo aconselhado
dimensionar a frota conforme metodologia adotada pela Fundação Nacional da Saúde –
FUNASA (2010). Neste sentido, ressalta-se a importância da elaboração do estudo
específico (Projeto Executivo de Coleta Seletiva) para a operacionalização do Programa de
Coleta Seletiva, no qual ocorrerá o detalhamento do programa e o pré-dimensionamento da
frota para o sistema.
Salienta-se, independentemente do modelo, todos os veículos de coleta seletiva
devem ter condições satisfatórias de uso, ou seja, não podem causar prejuízos à segurança
e eficiência da coleta. Assim, recomenda-se a realização de manutenções preventivas e
periódicas nos veículos coletores.
5.1.10.2.5 Uniformes e Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPIs e EPCs)
Todos os funcionários envolvidos na operação da coleta seletiva deverão ter sua
saúde, segurança e higiene asseguradas pelo uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e por vacinas específicas, conforme
previsto no subitem 5.1.10.1.3.
Destaca-se que os EPIs e EPCs poderão ser alterados durante a execução dos
serviços, devido às características encontradas em determinados locais e em prol da
melhoria da produtividade e da ergonomia dos trabalhadores designados para as atividades.
5.1.10.3 Serviços de limpeza urbana
Os serviços de limpeza urbana rotineiros são os de “varrição”, “capina”, “roçada” e
raspagem, bem como dos serviços de limpeza de dispositivos de drenagem (bocas de lobo)
e da limpeza de áreas públicas (parques, praças, áreas verdes, etc.), além daqueles
gerados em mutirões de limpeza e/ou similares executados pela municipalidade. A
execução destes serviços tem como objetivo evitar os problemas sanitários para a
comunidade, a interferência perigosa no trânsito de veículos e pedestres, o prejuízo ao
turismo e inundações das ruas pelo entupimento das bocas de lobo e canais de drenagem
(Quadro 15).
Quadro 15 – Aspectos relacionados à limpeza urbana. ASPECTOS DESCRIÇÃO
Sanitários Previne contra doenças resultantes da proliferação de vetores em depósitos de lixo nas ruas ou
em terrenos baldios; e
Evita danos à saúde resultantes de poeira em contato com os olhos, ouvidos, nariz e garganta.
Estéticos Uma cidade limpa instiga orgulho a seus habitantes, melhora a aparência da comunidade, ajuda
a atrair novos residentes e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios.
Segurança
Previne contra danos a veículos, causados por impedimentos ao tráfego, como galhadas e objetos cortantes;
Promove a segurança do tráfego, pois a poeira e a terra podem causar derrapagens de veículos, assim como folhas e capim secos podem causar incêndios; e
Evita o entupimento do sistema de drenagem de águas pluviais.
Fonte: IBAM (2001).
Diante do exposto os próximos subitens apresentam as regras gerais para o
gerenciamento dos resíduos gerados nos serviços de limpeza urbana, contemplando o
gerenciamento durante a execução dos serviços de varrição, capina e roçada, limpeza de
bocas de lobo/bueiros e a limpeza de áreas públicas, e o gerenciamento dos resíduos
originados pós-execução destes serviços, tipicamente classificados como Resíduos Verdes
(RV) e/ou Resíduos Volumosos (RVol).
5.1.10.3.1 Gerenciamento dos resíduos durante a execução dos serviços de limpeza urbana
Entende-se como gerenciamento dos resíduos gerados na execução dos serviços de
limpeza urbana aquelas atividades necessárias para o correto manejo dos resíduos de
forma imediata, ou seja, no momento em que se executa o serviço de limpeza.
5.1.10.3.1.1 Varrição
A ABNT NBR n. 12.980:1993, define que a varrição é o ato de varrer de forma
manual e/ou mecânica as vias, sarjetas, escadarias, túneis e logradouros públicos em geral
pavimentados. Neste sentido, a varrição é uma das principais atividades de limpeza pública
e sua intensidade está relacionada às características da cidade e ao grau de sensibilização
da população frente ao descaso com os resíduos sólidos dispostos de maneira incorreta.
O método de varrição recomendado para o município é a combinação entre as duas
modalidades, uma vez que, em determinadas áreas (canteiros centrais, locais de difícil
acesso), a varrição mecanizada não atende, viabilizando a varrição manual, além de
propiciar a geração de empregos e renda. E em determinadas situações poderão ser
utilizadas máquinas, ou seja, o método de varrição mecanizado, acelerando a execução do
serviço, evitando, por exemplo, transtornos em vias públicas.
O serviço deverá ser realizado junto às sarjetas, em uma faixa de até 1 metro. A
varrição das calçadas em áreas residenciais é de responsabilidade expressa dos
proprietários e os mesmos deverão mantê-las limpas e desobstruídas, devendo constar nos
Códigos de Posturas, na Política Municipal de Resíduos Sólidos ou outra legislação
pertinente tal obrigação, caso não haja tal regulamentação.
A varrição manual exige elevado número de trabalhadores e de materiais para a sua
execução e, portanto, requer ajustes e expansões constantes. Embora apresente menor
rendimento quando comparada à varrição mecânica, há a expectativa do benefício social no
que se refere ao emprego de mão de obra pouco qualificada.
Além disso, o serviço de varrição demanda uma grande quantidade de ferramentas e
utensílios, conforme ilustrado na Figura 29 e Figura 30. No que concerne ao vestuário,
recomenda-se a utilização de calça, blusão, borzeguim, boné e faixas reflexivas.
Figura 29 – Ferramentas e utensílios manuais de varrição. Fonte: Autores.
Os resíduos devem ser acumulados durante
a varrição, acondicionados nos recipientes ou
carrinhos de coleta e descarregados em um local
previamente determinado, podendo ser em
caçambas estacionárias, no próprio veículo que fará
o transporte até a destinação final ambientalmente
adequada. Preferencialmente, deve-se acondicionar
em sacos plásticos de 100 litros.
Figura 30 – Exemplos de equipamentos auxiliares para o serviço de varrição. Fonte: Autores.
Para atender a geração de resíduos nas áreas de circulação de pessoas, como
calçadas, praças e parques, o município necessita instalar recipientes para o
acondicionamento dos resíduos, de forma a possibilitar a contribuição da população no
encaminhamento correto dos materiais, facilitando a operação de limpeza dos logradouros
públicos.
A periodicidade da atividade de “varrição” dependerá das características dos
logradouros, da mão de obra local e equipamentos disponíveis, podendo ser realizada
diariamente, duas ou três vezes por semana, ou em intervalos maiores. O planejamento
desta atividade deverá abordar os itinerários de coleta, as equipes envolvidas e a
fiscalização do serviço. Entretanto, este Plano recomenda para as regiões centrais a
varrição diária sem repasse e, para os bairros, sugere-se a varrição corrida com frequência
mínima de 15 dias. O horário adotado para a varrição será preferencialmente no período
diurno.
Na varrição manual cada trecho deve ser varrido por grupos de dois trabalhadores
que revezam entre si as funções de varrer, de coletar e de remover os resíduos. O serviço
realizado individualmente apresenta melhor rendimento, embora a demanda por
equipamentos e materiais também seja maior.
A fiscalização do serviço deve ser feita por um encarregado de turma, normalmente
um encarregado para cada grupo de 12 a 15 varredores. Além de verificar se o serviço está
sendo realizado de forma adequada, o encarregado deve servir, também, como apoio para
os varredores repondo, por exemplo, sacos plásticos quando necessário.
5.1.10.3.1.2 Capina e raspagem
A capina e a raspagem consistem nas atividades de remoção de mato, ervas
daninhas, terra e resíduos das sarjetas, assim propiciando melhores condições de
drenagem.
Na execução desses serviços são utilizadas, geralmente, enxadas de 3½ libras, bem
afiadas, sendo os resíduos removidos com o auxílio de pás quadradas ou forcados de
quatro dentes. Ainda, devido à compactação da terra, utiliza-se enxada ou chibanca para
raspá-la e para a lama, utiliza-se a raspadeira, no acabamento dos serviços podem ser
utilizados rastelos e vassouras (Figura 31). Destaca-se que é importante efetuar a limpeza
das caixas coletoras, de águas pluviais em conjunto com os serviços em epígrafe, que em
geral, se encontram obstruídas quando as sarjetas estão cobertas com terra e mato.
Figura 31 – Exemplos de algumas ferramentas utilizadas nos serviços de capina e raspagem. Fonte: Autores.
5.1.10.3.1.3 Roçada
As atividades de roçada também são importantes ações a serem executadas pela
gestão pública de limpeza urbana, não apenas em ruas e passeios, mas também nas
margens dos canais de drenagem. O serviço pode ser executado tanto de maneira manual
(quando existe mão de obra disponível), quanto mecanizada e/ou química.
São atividades realizadas em vias e logradouros públicos, procedendo-se o corte da
vegetação com utilização de roçadeira, em superfícies regulares sem pedras nem tocos. O
corte pode ser executado de forma manual com o emprego de enxadas, chibancas,
picaretas ou ferramentas e instrumentos equivalentes. A roçada mecanizada pode ser
executada através da utilização de maquinário, como a roçadeira costal mecânica.
A mão de obra a ser utilizada poderá
ser a mesma envolvida na atividade de
varrição, em períodos distintos e com uma
frequência a ser analisada conforme a
necessidade.
No que concerne às ferramentas,
destaca-se o uso de foices do tipo roçadeira
ou gavião (Figura 32) para o corte do capim e
do mato alto, bem como para cortar galhos.
Enquanto que para a roçagem da grama,
utilizam-se alfanjes. Podem ser utilizados
ancinhos para o acabamento da capina.
Figura 32 – Exemplos de ferramentas utilizadas no serviço de roçada. Fonte: Autores.
Deve-se evitar o corte do mato e ervas daninhas manualmente, pois o rendimento é
cerca de 8 vezes mais baixo quando comparado com a roçada utilizando ceifadeiras
mecânicas portáteis (carregadas nas costas dos operadores). Portanto, deve-se priorizar a
adoção destas e ceifadeiras montadas em tratores de pequeno, médio e grande porte, que
possuem elevada qualidade e produtividade no corte da vegetação.
As ceifadeiras portáteis possuem rendimento aproximado de 800 m² /máquina/dia e
são mais indicadas para terrenos acidentados e para locais de difícil acesso e
trabalhabilidade de ceifadeiras maiores. Já, as ceifadeiras acopladas a tratores são
indicadas para terrenos relativamente planos, possuindo rendimento de 2.000 a 3.000
m²/máquina/dia. Para acostamentos de estradas podem ser utilizadas ceifadeiras com
braços articulados, montadas lateralmente em tratores agrícolas.
Portanto, para o serviço de
roçada mecanizada pode-se utilizar
roçadeira, braço roçador, microtrator
aparador de grama, roçadeira
rebocada, dentre outros. Destaca-se
que a definição dos equipamentos
necessários para o serviço deverá levar
em consideração a quantidade de
funcionários, qualidade do serviço e
demanda (Figura 33).
Figura 33 – Exemplos de equipamentos mecânicos para o serviço de roçada. Fonte: Autores.
Os resíduos devem ser amontoados ou ensacados com o auxílio de forcados de 4
(quatro) a 10 (dez) dentes e vassouras de mato e colocados à espera da remoção, que não
deve demorar mais que dois dias, uma vez que, estes estão sujeitos à queima ou
espalhamento. Inerente a isto, os resíduos devem ser destinados à um local de disposição
final adequado, podendo ainda ser utilizados no processo de compostagem (caso este
venha ser implementado no município).
5.1.10.3.1.4 Limpeza de caixas coletoras (bocas de lobo)
O serviço de limpeza de caixas coletoras de águas pluviais (bocas de lobo) deve ser
realizado de forma contínua, tendo como objetivo a manutenção do sistema de drenagem
urbana. Consiste na completa remoção dos resíduos acumulados no interior das caixas, no
carregamento, remoção e transporte desses resíduos, executados de forma manual ou
mecanicamente. Os resíduos coletados precisam ser destinados para um local de
disposição final ambientalmente adequada, como os aterros sanitários.
A mão de obra a ser utilizada poderá ser a mesma envolvida na atividade de
varrição, em períodos distintos e com uma frequência a ser analisada conforme a
necessidade de cada localidade. O planejamento deste serviço deverá identificar os roteiros,
frequência e equipe necessária para a execução do trabalho.
5.1.10.3.1.5 Limpeza de áreas públicas (parques, praças, áreas verdes, etc.)
O serviço de limpeza de áreas públicas consiste na varrição manual, capina e
roçada, coleta e transporte dos resíduos gerados nas vias e logradouros públicos onde
estão localizadas estas estruturas, bem como, sua eventual lavagem com caminhão pipa.
Logo, a limpeza destas áreas segue o mesmo padrão operacional dos serviços de varrição,
capina e roçada, devendo ser realizado com frequência definida de acordo com as
características dos locais.
A limpeza de praças, parques e áreas verdes deve ser realizada, preferencialmente,
após os serviços de poda, capina e roçada para recolhimento de resíduos remanescentes
gerados por estes serviços. Diante do exposto, comprova-se a importância da definição dos
itinerários destes serviços.
5.1.10.3.2 Gerenciamento pós-execução dos serviços de limpeza urbana
Nos subitens seguintes serão apresentados em pormenores os procedimentos
operacionais necessários pós-execução dos serviços de limpeza urbana, que geram uma
extensa variedade de tipos de resíduos, os quais em sua maioria são classificados como
Resíduos Verdes (RV) ou Resíduos Volumosos (RVol), a depender de características
específicas dos resíduos, podendo ocorrer casos em que o resíduo pode ser classificado em
ambas classes (por exemplo troncos de árvores e peças de madeira). Podem compor ainda
a variedade de resíduos que normalmente é gerada nos serviços de limpeza urbana os
equiparáveis a RSD/RSC, além da terra, areia, dentre outros.
5.1.10.3.2.1 Segregação
Devido à grande variedade destes resíduos, os mesmos devem ser segregados
preferencialmente entre os de pequena dimensão e peso (galhos, folhas e pequenos
pedaços de árvores) que possam ser incorporados às leiras de compostagem (se adotada
esta alternativa) e/ou reaproveitados, que no geral são tratados como RV. Já os resíduos de
grande dimensão e peso (troncos de árvores, peças de madeira, móveis usados, etc.)
devem ser desmontados se necessário, triados e destinados conforme as suas
características.
Neste sentido, destaca-se a importância de serem previstas áreas para a triagem dos
resíduos nas estruturas de destinação licenciadas para o recebimento de pequenos e
grandes volumes destes resíduos.
5.1.10.3.2.2 Acondicionamento
Conforme mencionado, após a segregação, os resíduos devem ser adequadamente
acondicionados de acordo com suas características, em locais distintos, para que possam
ser aproveitados numa futura utilização, como material lenhoso, ou no caso de folhas e
galhos menores, encaminhados para compostagem (se adotada esta alternativa) e/ou local
de disposição final. Devido ao grande volume ocupado por esses resíduos, deve ser
considerada a possibilidade de trituração de galhos e troncos, no caso dos RV, e de
desmonte de alguns materiais (moveis, peças de madeira), reduzindo consideravelmente o
volume ocupado por estes resíduos.
5.1.10.3.2.3 Regras de transporte
O transporte destes resíduos deve ser realizado através de caçambas e/ou em
carrocerias de caminhões. Neste sentido os subitens seguintes apresentam recomendações
relacionadas com o transporte externo dos RV e RVol para o município de Três Lagoas:
O gerador só pode dispor em equipamentos de coleta (caçambas
estacionárias e caçambas de caminhões basculantes) RCC, RV e RVol;
O transportador fica proibido de coletar e transportar equipamentos com
resíduos domiciliares, industriais e outros;
O gerador só pode dispor resíduos até o limite superior original do
equipamento de coleta (caçambas);
O transportador fica obrigado a usar dispositivo de cobertura de carga dos
resíduos;
As caçambas devem ser estacionadas prioritariamente no interior do imóvel;
O posicionamento das caçambas em vias públicas é responsabilidade do
transportador, sua posição não pode ser alterada pelo gerador;
As caçambas estacionárias podem ser utilizadas pelo prazo máximo de cinco
dias ou quarenta e oito horas em vias especiais;
Ao gerador fica proibido contratar transportador não cadastrado pela
administração municipal e/ou não apto a operacionalizar o sistema de
manifesto; e
O gerador tem o direito de receber do transportador documento de
comprovação da correta destinação dos resíduos coletados.
Devem ser observadas ainda as regras para utilização de caçambas para coleta de
entulho, terra, provenientes de construções, reformas, demolições e limpeza nas vias e
logradouros públicos do município, instituídas pela Lei Municipal n. 2.418/2009 (Código de
Posturas do Município de Três Lagoas), somadas as diretrizes de uso de caçambas
preconizadas pela Lei Municipal n. 3.888/2018 (Política Municipal de Resíduos Sólidos e
Código Municipal de Resíduos Sólidos de Três Lagoas), as quais acabam por se aplicar ao
acondicionamento e transporte dos volumosos e verdes. Neste sentido, ressalta-se a
importância do gerador de resíduos se atentar à legislação municipal e, quando necessário,
contratar empresas licenciadas e cadastradas para a realização do transporte externo, bem
como para a destinação dos resíduos.
5.3 Programas, projetos e ações
Sem alterações.
5.3.2 Programa 2 – Três Lagoas recicla
Quadro 16 – Projetos, objetivos e ações que compõe o Programa 2. PROGRAMA 2 – TRÊS LAGOAS RECICLA PRAZO
PROJETO: COLETA SELETIVA
Objetivo Implantar programa de coleta seletiva no município, visando o tratamento e aproveitamento dos recicláveis e a redução do volume de resíduos destinados a disposição no aterro sanitário.
2020/2021
Ações Elaborar Plano de Coleta Seletiva municipal que atenda toda a população. 2020
Implantar atividades previstas no Plano de Coleta Seletiva. 2021
PROJETO: SEGREGAÇÃO NA FONTE
Objetivo Incentivar e conscientizar a população e empreendedores a realizar a segregação dos resíduos recicláveis na fonte e disponibilização para coleta.
2018/2033
Ações
Distribuir cartilhas e manuais com informações sobre os tipos de resíduos recicláveis e como deve ser feita a segregação.
2018/2033
Divulgar a rotina de coleta seletiva nos setores municipais. 2018/2033
Disponibilizar locais para entrega voluntária de materiais recicláveis. 2018/2033
Promover ampla divulgação do projeto em mídias como rádio, televisão, outdoors, etc. 2018/2033
Fonte: Autores:
5.3.4 Programa 4 – Educação e responsabilidade ambiental
Quadro 17 – Projetos, objetivos e ações que compõe o Programa 4. PROGRAMA 4 – EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PRAZO
PROJETO: EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DOS REJEITOS
Objetivo
Conscientizar a população sobre a importância de sua participação no processo de gestão de resíduos, buscando reduzir o volume de resíduos produzidos por meio da educação ambiental e diminuir a quantidade de rejeitos destinada ao aterro sanitário por meio do apoio da população ao programa de coleta seletiva.
2018/2033
Ações
Elaborar Plano Municipal de Educação Ambiental para gestão dos resíduos sólidos. 2020
Distribuir cartilhas com informações sobre a importância da participação social no processo de reciclagem.
2021
Promover programas de educação ambiental nas escolas e centros de educação infantil do município.
2018/2033
Fonte: Autores: