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  • 1. Vanessa Aparecida R Anastacio Letras - PortugusDissertao Apresentada ao Curso de Formao de Professores do Estadode So Paulo.Outubro/2012.Quais caractersticas os alunos precisam conhecer e dominar paradesenvolver a competncia escritora?Inicialmente, necessrio salientar que o processo da escrita est inteiramenteatrelado leitura, dessa forma, no podemos pensar em desenvolver a competnciaescritora sem antes desenvolver as habilidades de leitura. Pesquisas relacionadas Educao em nosso pas apontam que grandes partes dos alunos no so capazes decompreender textos longos, de identificar e recuperar informaes literais, de criarformular e reformular hipteses interpretativas, sintetizar, argumentar e avaliarcriticamente o que lem. No cabe aqui, nesse momento, questionarmos os motivos,mas, reflitamos sobre algumas questes:- os desenvolvimentos das competncias lingusticas (tanto a leitura, quanto aescrita) esto diretamente ligados s prticas do cotidiano, no seu mais amplo sentido,isto , no somente no perodo em que o aluno se encontra no ambiente escolar; essesalunos leem?! Quais so as leituras disponibilizadas em sala de aula? Trabalham com aleitura dos textos contextualizados, sabem identificar as tipologias, os gneros textuais aoentrarem em contato com os textos?Antes de escrever, o aluno precisa estruturar o seu conhecimento, organizar suasidias, de maneira a qual, possa transmiti-las com coerncia e clareza, ou seja, acompetncia escritora, exige um crescente controle produtivo sobre as operaeslingusticas de acesso, seleo lexical e sobre a organizao sinttica do enunciadoguiado pelas intenes comunicativas. Vale salientar ainda que, de nada adianta se terconhecimento em relao s regras que dirigem a organizao formal da linguagem seno soubermos controlar a sua aplicao no desenvolvimento do texto.No basta apenas ter conhecimento generalizado e disciplinar a respeito dosgneros e tipologias textuais, preciso que o aluno saiba identific-las dentro de umcontexto, at porque esses gneros caracterizam-se muito mais por suas funes nosaspectos comunicativos (ex: cartas pessoais ou comerciais, dirios, agendas, e-mail,

2. facebook, lista de compras, cardpios, etc.), cognitivos e institucionais, do que por suaspeculariedades lingusticas e estruturais. Vejamos, por exemplo: Um aluno pode saber perfeitamente apontar quais so as caractersticas de umtexto argumentativo e, em contrapartida pode no saber identificar essas caractersticasquando em contato com um texto. Como j fora dito, conhecer um gnero de texto conhecer tambm suas condies de uso, sua pertinncia, sua adequao em relao sespecificidades do contexto social. Por exemplo, o termo Era uma vez, sem dvida aforma mais tradicional e comumente usada para dar incio a um conto, no entanto, noseria perfeitamente adequada para a composio de uma carta informativa ouinstrucional. Entendamos competncia como o estoque de conhecimentos, subsdios,habilidades, capacidades que detm o indivduo e, que assim justificam o seu altodesempenho em determinada tarefa e/ou assunto, isto , competncia envolvecontextualizao, manobra e adequao, mobilizao de conhecimentos. Dessa forma,em relao aos gneros, pensemos; Quais habilidades o aluno precisa deter para quepossa ser competente a escrever determinado tipo de texto intencional, ou proposto, semque confunda-o estrutural, ou linguisticamente: Primeiramente, preciso que ele conhea as peculariedades de cada tipologiatextual, o que faz com que meu discurso seja descritivo? Quais as caractersticasevidenciam que estou narrando? Que frases e/ou palavras apontam que estouargumentando, defendendo um ponto de vista, uma ideia?! Na tipologia descritiva, conhecer caractersticas que lhe so peculiares como o usofrequente de adjetivos inferidos a algo ou algum, inferir detalhes, uso frequente deverbos de ligao, metforas e/ou figuras de linguagens, resultando a viso, a imagemfsica e/ou psicolgica de algo e/ou algum; Na narrativa, observar o texto, h enredo?! Conflito, cenrio, tempo, espao,algum fala?! H discurso, 1 ou 3 pessoa, verbos de ao Na argumentativa, observar se h objetividade, defesa de um ponto de vista, umaideia, a linguagem denotativa ... importante que o aluno compreenda, que os inmeros gneros textuais, verbaisou no verbais, visuais, sonoros, imagticos, ou ainda o agrupamento de todos, soincontveis e, no so elementos fechados que acolhem apenas um nico sentido. Se porum lado o aluno (leitor) no est livre para atribuir qualquer sentido ao que l, por outrolado, quando as marcas textuais so observadas, identificadas e, por conseguinte, as 3. relaes com outros textos so estabelecidas esse aluno/leitor acaba descobrindoinmeras possibilidades de leitura e reconhecimento de suas respectivas peculariedades,assim, o acesso a diferentes gneros textuais de suma importncia para que os alunoscriem uma bagagem textual e, com isso, saibam escolher cada um deles em dadocontexto. Essa bagagem que os propicia a escolha adequada de uma produo textualem dada situao comunicativa, isto , a partir desse estoque, dessa bagagem que oaluno ser capaz de (re)produzir de maneira concreta, isto , de escrever a respeitodaquilo que compreende, questionar, defender ou descrever com competncia.Um dos mtodos para se ensinar gnero para o aluno usando sequnciasdidticas. O que so sequncias didticas? Por que usar sequncias didticas noensino de gnero? As sequncias didticas, pressupe a elaborao de um conjunto de atividadesligadas entre si e planejadas para ensinar determinado contedo etapa por etapa. Asatividades sequenciais trabalham com conhecimentos prvios dos alunos, promovendoumaaprendizagemsignificativa, atravs da interao e contextualizao dosconhecimentos, elas auxiliam o professor a organizar o ensino em sala de aula demaneira gradual, ouso dizer ainda que, esse procedimento de ensino atravs desequncias um recurso quase que instintivo do professor, posto que, ele geralmente jfaz isso no ensino de sua disciplina, sem talvez necessariamente usar esse nome ...Essa organizao de atividades em sequncia age de maneira a oportunizar osalunos a desenvolver competncias a determinada disciplina e/ou assunto, por exemplo, otrabalho com sequencias auxilia o aluno a compreender os mais diversificados gnerostextuais que permeiam a vida em sociedade, oferecendo subsdios para melhorar suacapacidade de ler e por conseguinte, escrever.Consideremos a exemplo, uma situao hipottica; a organizao de umasequncia de atividades para estudar o gnero textual Crnica nas aulas de Literatura.A sequncia ser planejada para ser desenvolvida em oito oficinas, com cerca deduas aulas cada uma. O trabalho ser iniciado com a apresentao do gnero, bem comoas situaes sociais em que estes textos so produzidos, com que finalidade, onde estestextos so encontrados e quem so os leitores. Na etapa seguinte, o professor irapresentar aos alunos gneros textuais diversos para que identifiquem entre esses textosa crnica. Depois, apresentar sua situao de produo, nessa etapa o aluno elaborarcrnicas que sero lidas em sala e posteriormente, avaliadas pelo professor e 4. encaminhadas para reescrita quando necessrio. Esse trabalho com sequncia didtica, permite portanto que o aluno trabalhe aevoluo de seus conhecimentos e competncias atravs da leitura de diferentes textosde um mesmo gnero, no hipoteticamente trabalhado temos por exemplo, a crnicanarrativa, jornalstica, humorstica, dissertativa, descritiva, histria, entre outras. Estruturalmente a sequencia didtica abordar a apresentao da situao, nocaso, do gnero, sua situao de uso, variantes, a produo inicial, um mdulo decomentrio do professor a respeito das dvidas dos alunos, das dificuldades encontradasna produo (por parte dos alunos) e da correo (por parte do professor) e a produofinal, que a possibilidade de reescrita, do qual o professor tem a oportunidade deobservar se o aluno evoluiu sua aprendizagem em relao ao gnero e ao que lhe foisolicitado no momento da produo e, ao aluno proporcionado a capacidade de avaliarsobre a sua prpria evoluo em relao ao conhecimento do gnero e de suashabilidades na produo. Por fim, durante todo esse percurso do Curso de Formao, temos trabalhado arespeito da importncia da leitura, da escrita, da intertextualidade, da prtica da interaoe contextualizao dos conhecimentos disciplinares com os sociais, culturais e individuaisdo aluno, nesse contexto, o trabalho com gneros pelos subsdios da sequencia didtica,possibilitam o aluno a participar de maneira ativa na construo de seus prprios saberes,estratgias de ensino como esta possibilitam trabalhar a educao de maneira interativa,preservando e aprimorando o conhecimento que o aluno j tem, que j conhece, quedomina, contribuindo assim para a construo positiva do indivduo, no seu mais amplosentido, como cidado, capaz de pensar, agir e argumentar a respeito de si e dasociedade em que vive.