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Como Melhorar a aprendizagem em Química para evitar a aprovação
por Conselho de Classe
Soraia de Fátima Henriques Saleh1
Maria Teresa Garcia Badoch2
RESUMO
A presença da química no cotidiano dos alunos é algo imprescindível para que o mesmo obtenha as informações necessárias para o conhecimento de sua realidade e uso pleno da cidadania. A prática pedagógica nas escolas tem por objetivo um ensino mais contextualizado e interdisciplinar que associe o conhecimento científico ao dia a dia do aluno. O presente trabalho teve por objetivo geral tornar as aulas de química no Ensino Médio mais atrativas e interessantes, relacionando o conteúdo abordado em sala de aula com fatos da realidade do aluno, utilizando para isso diversas práticas pedagógicas para a análise das principais causas de desmotivação destes nas aulas de química no período noturno. E como objetivo específico, repensar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino de química; utilizando experimentos com a finalidade de tornar a escola um espaço de produção e não somente de reprodução de conhecimentos. A contextualização auxilia no processo ensino-aprendizagem dos conceitos químicos com a adoção de temas relacionados com a vivência do aluno a fim de contribuir para a formação de cidadãos críticos e participantes. Este trabalho iniciou-se com um questionário em 2 turmas de 1ª série do Ensino Médio noturno matriculados no Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi.
1 Introdução
O conhecimento químico não é imutável, mas está em constante
elaboração e transformação, de acordo com a evolução da humanidade e dos
processos sociais, políticos e econômicos, o aluno deverá compreender
juntamente com os conceitos de química, o conhecimento científico e
tecnológico presente na atualidade.
1 Professora PDE – Turma 2008.
2 Maria Teresa Garcia Badoch - Prof
a da Carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico,
Engenheira Química pela UFPR, com especialização em Engenharia de Produção pela UFSC e Metodologia do Ensino Tecnológico pelo então CEFET-PR. Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Sete de Setembro, 3165, Rebouças, Curitiba – PR. e-mail: [email protected]
O ensino de química em nossas escolas está desatualizado e é
percebido pela desmotivação dos alunos que não tem interesse em aprender
química, mesmo sendo o estudo da mesma tão importante, ela é colocada em
segundo plano e muitos alunos a menosprezam dizendo: “Onde irei usar esses
conhecimentos?” e não percebem como ela está inserida em seu dia a dia,
colaborando para a melhoria de sua qualidade de vida, pois se o aluno tem
conhecimentos sobre um determinado assunto ele poderá ter uma maior
participação em sua comunidade; porque é só através de seus códigos e
inserção dos conteúdos dentro da vivência do aluno é que ele terá subsídios
para opinar sobre a sua realidade social.
Todos esses aspectos não motivam o aluno a estudar química. e a
visualizam como uma matéria monótona, cheia de cálculos e memorizações e
não aceitam a proposta inovadora onde os educadores brasileiros nos últimos
anos estão se empenhando em tratar o conhecimento químico atrelado aos
aspectos sociais. O aluno terá que ser o sujeito construtor do conhecimento.
Muitos alunos se mostram desmotivados durante as aulas, e isso pode
ser atribuído a problemas sociais, familiares e até mesmo pelos tradicionais
programas de ensino.
De acordo com Fialho (2007) muitas vezes, o desinteresse do aluno é
atribuído à falta de motivação, acarretada pela forma impositiva do professor
repassar conteúdos, impingindo regras rígidas e tratando os assuntos de forma
fria e distante. Porém, as pessoas não são iguais e para transpor a elas o
conhecimento, despertando-lhes o interesse pelo assunto a ser ensinado, é
necessário usar uma linguagem mais atraente, aproximando-se o máximo
possível da realidade de cada um, de modo a transformar os conteúdos em
vivência.
Antigamente era a escola que detinha o conhecimento, hoje ela o
transmite e transforma a informação em conhecimento trazendo a teoria para
um contexto da realidade. Os alunos devem expor o que pensam sobre as
diversas situações, sem barreiras, sem limitações através de dinâmicas
diagnósticas para a identificação de seus problemas que gera uma
necessidade de aquisição de novos conteúdos para a resolução de seus
conflitos pessoais e sociais.
“Devemos ensinar química para permitir que o cidadão possa interagir melhor com o
mundo (CHASSOT,1990)
O que se nota atualmente através de questionamentos é que os alunos
da 1ª série do Ensino Médio ainda não descobriram o valor da química, em seu
pensamento ela é um complexo jogo de memorização de símbolos e fórmulas,
não imaginando que através de uma proposta pedagógica inovadora ela
poderá ser melhor apreciada como uma disciplina científica através de jogos,
experiências, leitura, análise e discussão de textos, projeção de filmes e
vídeos, debates em sala de aula, simulação, solução de problemas, visitas a
indústrias, utilização de computador, projetos, pesquisa bibliográfica e outras
formas de metodologias.
Segundo Tiba (1996), os alunos se mostram entediados com aulas
massacrantes, cheias de conteúdos, fórmulas e transmissão de conhecimentos
aos quais não compreende o seu significado. O professor deverá agir como um
mágico para despertar no aluno a sensação de uma aula agradável e
prazerosa.
“A informação deve ser comparada a uma agradável refeição a ser
degustada pelo aluno”. “O professor é o cozinheiro que vai preparar a informação de forma que o aluno possa consumí-la durante a aula, o
momento da refeição”. Os temperos fundamentais são: alegria, bom
humor, respeito humano e disciplina.” (TIBA, 1996)
Na opinião de Freire (1996), na relação professor e aluno, o
encantamento pelo ensino-aprendizagem deve ser recíproco fazendo com que
as atividades sejam fáceis de serem assimiladas de uma forma criativa. O
professor tem que encantar os alunos com muita magia e simpatia cativando-
os com um olhar, um gesto amigo e assim atrair a sua atenção, despertando a
curiosidade. A sala de aula deve ser como uma peça de teatro onde os atores
se inter-relacionam com os expectadores numa forma mágica de ilusão como
se eles tivessem trocado os papéis. O professor é aquele que fornece pistas,
faz junto e contribui no processo de elaboração do conhecimento e deverá ser
um agente facilitador. O papel fundamental da escola é dar ao aluno
oportunidades de agir sobre o meio onde está inserido.
“Na educação, ensinar exige alegria e esperança.” (FREIRE,1996)
A química aprendida na escola para alguns alunos não tem nada a ver
com a química da vida e não está sendo considerada como a proposta da LDB
– formação para a cidadania.
“A educação, direito e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1988, art.205)
Existem professores comprometidos com essa nova realidade que
sonham em transformar o ensino da química para a consolidação de uma nova
sociedade, em que o aluno terá participação em sua comunidade partindo de
sua concepção de vida, construída na escola através da contextualização,
trazendo para dentro da sala de aula colaborações de seu cotidiano para
poderem solucionar os problemas de sua comunidade a partir do julgamento
crítico do assunto envolvido.
A finalidade da química no Ensino Médio é a formação do indivíduo que
o habilitará a participar como cidadão na vida em sociedade onde o ensino tem
que ser contextualizado, no qual o foco não pode ser o conhecimento químico
puro, mas o preparo para o exercício consciente da cidadania.
“Isso resulta, sob outro ponto de vista, em conscientizar o cidadão quanto aos seus deveres na sociedade, no que se refere ao compromisso de cooperação e co-responsabilidade social. Portanto, a educação precisa também desenvolver no indivíduo o interesse pelos assuntos comunitários, de forma que ele assuma uma postura de comprometimento com a busca conjunta de solução para os problemas existentes. Educação para a cidadania é sobretudo desenvolvimento de valores éticos de compromisso para com a sociedade”. (Santos e Schnetzler, 2003).
Segundo Freire contextualizar o ensino significa incorporar vivências
concretas e diversificadas no aprendizado que depende da investigação e
reflexão da realidade escolar e da vida cotidiana do aluno em diversos
aspectos. A ação educativa não pode esquecer do conhecimento crítico da
situação do indivíduo no mundo sob a pena de se fazer uma educação
“bancária” ou de pregar no deserto.
A contextualização é um princípio orientador das práticas pedagógicas
que fortalece a aprendizagem significativa e, por isto, mais duradoura.
Contextualizar implica conferir significado a fatos, fenômenos,
conhecimentos e práticas com base nas percepções sociais trazidas pelos
alunos.
Aprender significa mais do que reproduzir a realidade, repetir o já
estabelecido. A descoberta de novas perspectivas, de soluções ainda não
pensadas, a visão inusitada, a atribuição de significado próprio ao que é
ensinado indicam que a verdadeira aprendizagem está em curso. Privilegiar o
aprender através do estímulo à resolução de problemas novos e aceitação da
dúvida como propulsora de pensar significa mais do que reproduzir e repetir o
já estabelecido.
Aproximar a formação ao mundo real, ao trabalho e as práticas sociais
através do desenvolvimento de tarefas autênticas que possuem utilidade e
significado para o trabalho e para a vida. Tal aspecto poderá se constituir um
facilitador da inserção profissional e da manutenção do trabalhado em atividade
produtiva, reforçando a sua “laboralidade”.
Segundo Cianato, a escola, sem dúvida é uma instituição primordial na
produção e reprodução de saberes, porém não é o único local da sociedade
onde aprendemos e produzimos conhecimento. Conferir esse papel à escola é
negar tantas outras formas de aprendizado e conhecimento extra-escolares
que existem na sociedade.
“A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a “ler o mundo” e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar, aferir e refletir sobre a ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a leitura do mundo e a interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática (CANIATO,1992).”
Um novo conceito de Ensino Médio deverá ser fundamentado na
estética da sensibilidade (dando lugar à criatividade, ao espírito inventivo, à
curiosidade pelo inusitado), na política de igualdade e na ética de identidade.
Com o avanço tecnológico da sociedade em que vivemos existe uma
grande dependência com a química, como a utilização diária de produtos
químicos, até as inúmeras influências e impactos que ela causa na natureza.
“Neste sentido, é necessário que os cidadãos conheçam como utilizar as substâncias no seu dia-a-dia, bem como se posicionem criticamente com relação aos efeitos ambientais da utilização da química e quanto às decisões referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os problemas sociais que podem
ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento.” (Santos e S).
Quando um conceito ou conteúdo de química é ensinado dentro de um
contexto, mostrando ao aluno como foi elaborado ou como é possível aplicar os
conhecimentos estudados, a aprendizagem é favorecida.
Segundo Santos e S (2003) o objetivo principal da química nos dias
atuais é preparar o indivíduo para que ele se torne um cidadão que
compreenda e faça uso das informações químicas básicas necessárias para a
sua participação na sociedade em que vive, compreendendo os fenômenos
químicos de sua vida cotidiana, manipulando as substâncias químicas com a
devida precaução, interpretando as informações químicas transmitidas pelos
meios de comunicação, manipulando corretamente os produtos e processos
tecnológicos produzidos e usados pela sociedade contemporânea sabendo
das conseqüências de sua utilização, tais como: cosméticos, combustíveis ,
bronzeadores, produtos de limpeza, inseticidas, remédios, produtos de higiene
e outros.
Nesse contexto, os professores de química são unânimes na utilização
de TEMAS no ensino da química para a formação do cidadão.
De acordo com Santos e S(2003) os temas químicos sociais
desempenham papel fundamental no ensino de química, pois propiciam a
contextualização do conteúdo químico com o cotidiano do aluno, pode-se
ensinar os conceitos químicos necessários para o cidadão ser capaz de julgar
compreendendo a sua responsabilidade social, a fim de transformar a realidade
em que está inserido, pois trazem para a sala de aula discussões de aspectos
sociais relevantes, que exigem dos alunos posicionamento crítico quanto a sua
solução.
Segundo Driver (1999) a escolha de um tema adequado é um fator
importante na aproximação entre o cotidiano e os conhecimentos científicos
desenvolvidos em sala de aula.Porém, mesmo que o tema seja sobre algo
próximo dos alunos, muitas vezes suas idéias diferenciam-se do conhecimento
científico. Essas idéias são construídas pelos alunos, apoiadas pela
experiência pessoal e pela socialização de uma visão do senso comum. São
idéias plausíveis e inteligíveis na explicação de fenômenos do dia a dia e por
isso modificá-las em favor da construção de um conhecimento aceito
cientificamente não é uma tarefa fácil.
O processo de ensino-aprendizagem não pode ignorar as divergências
entre o senso comum, presente nas idéias dos alunos e o conhecimento
científico, considera-se que o ensino de química consiste em auxiliar os alunos
numa nova visão de mundo. Desta forma, a discussão sobre as idéias dos
alunos no desenvolvimento das atividades em sala de aula pode ajudá-los a
superar dificuldades e possibilitar uma aprendizagem mais efetiva. O diálogo
entre alunos e professor torna-se essencial, no sentido de se discutir as idéias
do senso comum e auxiliar na compreensão da química.
O diagnóstico das idéias pode ser feito pelo professor através da
elaboração e interpretação de textos ou desenhos, de respostas a
questionamentos sobre o assunto, de discussão em grupos, entre outros.
Neste processo, os alunos devem ser estimulados a demonstrarem suas
idéias sobre os assuntos em pauta. A discussão sobre as concepções dos
alunos torna-se apropriada durante a abordagem inicial do tema a ser
explorado e nos momentos em que o professor desenvolve os conteúdos de
química ou atividades experimentais.
É importante que no desenvolvimento dos temas os estudantes
precisem tomar alguma decisão ou postura diante de uma situação colocada
pelo professor. A capacidade de argumentar contra ou a favor com base em
conhecimentos será desenvolvida, evitando que informações fornecidas sejam
apenas acatadas.
O tema também envolve compreensão sobre diversos fatores para a
tomada de decisões como consumidor exercendo seu papel de cidadão e
algumas atividades são recomendadas: discussão estruturada, fóruns e
debates, estudo de casos, análise de dados, leitura de textos, projetos,
experimentações, pesquisa de campo e ações comunitárias.
O emprego de experimentos como atividade didática possui um papel
primordial para despertar um forte interesse entre os alunos durante o processo
de ensino-aprendizagem, os quais atribuem aos experimentos um caráter
motivador e lúdico e por parte dos professores a utilização de experimentos
aumenta a capacidade de aprendizagem, pois funciona como meio de envolver
os alunos nos temas em pauta.
A exposição de demonstrações práticas é importante também porque o
aluno vê, toca e opera uma experiência, torna mais fácil a assimilação e a
constituição de idéias e formulação de hipóteses, algo que supera e muito, o
esforço apenas da imaginação.
Uma experimentação não pode estar desvinculada do contexto sócio-
econômico. Ao contrário, embora uma demonstração sirva para apresentar um
conceito científico, deve servir de explicação para situações cotidianas e
conhecidas do aluno para que seja concretizado o processo de ensino-
aprendizagem.
É fundamental que o aprendizado seja baseado em tentativa e erro, na
pesquisa e investigação e na solução de problemas por parte do aluno, e não
em aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas e definições.
Para alcançar o objetivo de facilitar a aprendizagem e compreensão de
conceitos, é necessário criar oportunidades para que o ensino experimental e o
ensino teórico se efetuem harmoniosamente. O conhecimento só faz sentido se
permitir compreender como o mundo funciona.
De acordo com Santos e S (2003) a experimentação no ensino de
química é importante em função do papel investigativo e pedagógico de auxiliar
o aluno na compreensão dos fenômenos químicos, o que não demanda
condições sofisticadas na escola. As experimentações poderão ser feitas
dentro da própria sala de aula, ou através da utilização de materiais reciclados
ou por apresentação de vídeos quando os experimentos forem perigosos, pois
o papel da química na escola não inclui a formação de cientistas.
Segundo Thums (2003ª) as aulas experimentais não devem ser apenas
uma ilustração da teoria, mas deverá ser uma reflexão da teoria onde o
professor integra o trabalho prático e complementa o teórico. Nas aulas
experimentais não são necessários materiais de precisão, pois as análises
realizadas não visam o resultado quantitativo e não devem ser como uma
receita de bolo cujo resultado não pode ser diferente do esperado, porque a
importância das aulas experimentais é a reflexão do que ocorre nas mesmas e
a argumentação do que deu certo e do que deu errado, para que haja o
desenvolvimento da criatividade do aluno e a sua função pedagógica é o seu
papel investigativo.
“É preciso ter domínio teórico da realidade para poder compreender a prática. Não existe conhecimento sem domínio dos dois mundos (teórico e prático). Valorizar um e menosprezar o outro é a miopia do ensinar e do aprender (THUMS, 2003ª).”
Durante a implementação do projeto na escola, percebe-se com grande
preocupação que os estudantes da 1ª série do Ensino Médio são muito
imaturos para determinadas matérias e conceitos metodológicos, pois qualquer
atividade fora do padrão quadro e giz, para muitos é visto como perda de
tempo, pois estão acostumados a copiarem muitos conceitos e fazerem
exercícios repetitivos para memorizarem os conteúdos ministrados .
É evidente que a indisciplina é um dos fatores que gera falta de atenção
nos alunos em relação aos conteúdos apresentados. O educador deve
encontrar um equilíbrio entre a proibição e a permissão que muito tem a ver
com os problemas de indisciplina. Na maioria das vezes o educador elabora
uma atividade extremamente programada, mas não tem controle sobre os
efeitos que produz em seus alunos.
O aluno não tem desejo de conhecimento, vai para a escola porque a
legislação o obriga e a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos,
onde a maioria se coloca à margem do processo, repassando para a escola a
educação de seus filhos, gera a indisciplina.
A função social da escola é a democratização do conhecimento e a
inclusão social e a do Ensino Médio é completar a formação do indivíduo para
a vida social, enquanto cidadão.
Para o professor saber ensinar na diversidade terá que aceitar as
diferenças trazidas pelos alunos e desenvolver estratégias de ensino-
aprendizagem diferenciadas através de planejamento de suas aulas de acordo
com a evolução das respostas aos conteúdos anteriormente ensinados e que
servirão de base para os próximos avanços na disciplina.
“A verdadeira educação consiste em ensinar a pensar e em aprender a pensar sobre o que se pensa. A reflexão nos torna cidadãos mais críticos e participativos da comunidade pensante, não nascemos com pensamentos próprios, ao longo da nossa existência adquirimos vários conhecimentos através do exercício permanente do aprender o que nos torna mais humanos. (THUMS, 2003ª.).”
Em 2003, a SEED assumiu como política pública para a educação, a
retomada da oferta da Educação Profissional e o Paraná foi o primeiro estado a
implantar o Ensino Médio Integrado. Isto significa que o aluno em um mesmo
curso, com um único currículo terá uma formação que integra as dimensões do
trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura que pressupõe a formação de
profissionais com maior qualificação para o mundo do trabalho.
Atualmente, no Paraná devido ao Programa Brasil Profissionalizado
temos vários cursos técnicos voltados para a área de química como: Técnico
em Química, Análises Químicas, Biocombustível, Análises Clínicas, Farmácia,
Biotecnologia, Meio Ambiente, Energias Alternativas, Açúcar e Álcool, Celulose
e Papel, entre outros, onde os alunos terão que ter uma base sólida de
conhecimentos de química. Como nossos alunos pertencem a uma classe de
renda baixa, serão esses cursos que trarão uma profissão para o seu futuro e
posterior crescimento profissional.
Hoje, um técnico é muito valorizado por todas as áreas empregatícias,
podendo ultrapassar até um profissional graduado em curso superior devido a
valorização de sua experiência humana e integração do conhecimento básico
com o conhecimento científico voltados para a ética e cidadania, com a
formação de pessoas com conhecimentos e com destreza para superar a
separação entre o trabalho manual e o intelectual.
Devido ao grande crescimento de cursos técnicos, o Ensino Médio
deveria ser mais valorizado pelos profissionais da Educação, pois ele é a base
para que o aluno tenha sucesso em um curso técnico.
2 RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÂO DO PROJETO NA ESCOLA
No primeiro dia de implementação do projeto no Colégio Domingos
Zanlorenzi, com as turmas 1°E e1°F foi realizado uma dinâmica de socialização
de resgate de valores que é imprescindível para a auto- estima dos alunos,
onde cada aluno apresentava o seu colega e se não o conhecesse perguntava
o seu nome e após algumas perguntas o presenteava com um elogio
começando com a inicial de seu nome. Concluímos ao final da dinâmica como
é difícil elogiarmos alguém. É muito mais fácil criticarmos através de
xingamentos e rotulaçôes.
Após foi visto um vídeo na TV Pendrive sobre “As Mensagens da
Água” do Dr. Massuru Emoto . No seu livro, o Dr Emoto afirma:
A água tem uma mensagem muito importante para nós, as energias
vibracionais humanas, pensamentos, palavras, idéias e músicas, afetam a
estrutura molecular da água. A mesma água que compreende 60% de um
corpo humano maduro e cobre a mesma proporção do nosso planeta.
A água é uma substância muito maleável. Sua forma física adapta-se
facilmente ao ambiente que a contém. Mas a aparência física não é a única
coisa que muda, sua estrutura molecular também muda. A energia ou as
vibrações do ambiente mudarão a forma molecular da água. Neste sentido a
água tem, não somente a habilidade de refletir visualmente o ambiente, mas
também reflete molecularmente este ambiente.
O Sr. Emoto documentou visualmente estas mudanças moleculares na
água por meio de suas técnicas fotográficas. Ele congelou gotas de água e
examinou-as então sob um microscópio de campo escuro dotado de recursos
fotográficos. Seu trabalho demonstra claramente a diversidade da estrutura
molecular da água e do efeito do ambiente sobre a sua respectiva estrutura
molecular.
Congelando a água e examinando a fotografia da estrutura, como o Sr.
Emoto fez, obteve-se incríveis informações a respeito da água.
Sr. Emoto descobriu muitas diferenças fascinantes nas estruturas
cristalinas da água de muitas fontes diferentes e condições diferentes ao redor
do planeta. A nascente de água pura que jorra da montanha, mostra
maravilhosos desenhos geométricos em seus padrões cristalinos. Águas
poluídas e tóxicas das áreas industriais e povoadas, águas estagnadas das
tubulações e represadas em armazenamentos mostram estruturas cristalinas
definitivamente distorcidas e formadas aleatoriamente.
Shimanto – Rio do Japão. Rio Yodo, Japan, vazamento
Na baía de Osaka. O rio passa
Considerado o último rio pelas maiores cidades em Kasai.
limpo do Japão.
Com a popularidade recente da terapia da música, o Sr. Emoto decidiu
observar que efeito a música tem na estrutura da água. Colocou uma água
destilada entre dois alto falantes por diversas horas e fotografou então os
cristais que se formaram depois que a água foi congelada.
Pastorais de Bethoven e Sutra Tibetana Rock Heavy Metal
“Ária para a corda SOL”
De Bach.
Após ter visto como a água reagia às circunstâncias ambientais, poluição
e música, o sr. Emoto e seus colegas decidiram observar como os
pensamentos e as palavras afetavam a formação de águas destiladas não
tratadas e águas puras, usando palavras datilografadas em papel por um
processador de texto e coladas nos frascos de vidro durante a noite. O mesmo
procedimento foi executado usando os nomes de pessoas falecidas. As águas
foram então congeladas e fotografadas.
Amor e Admiração Obrigado Madre Tereza
Você me enoja. Eu vou te matar. Adolph Hitler (papéis escritos pregados nas garrafas)
Na próxima aula foi visto o filme “Mentes Perigosas”, o qual foi
escolhido por votação, entre esses três: A Sociedade dos Poetas Mortos, O
Professor e Mentes Perigosas.
O filme conta a história de uma ex-oficial da marinha que passa a
lecionar em uma escola de subúrbio nos Estados Unidos onde alunos
americanos e mexicanos convivem juntos. O filme se baseia em uma
professora em seu primeiro trabalho, tendo que enfrentar uma sala de alunos
rebeldes, cheio de problemas sociais envolvendo família, drogas e preconceito.
No começo a professora LouAnne Johnson (Michelle Pfeiffer) sente-se
desafiada e pensa por alguns instantes que não é capaz de dar aulas para
aquela turma e um outro professor lhe diz em uma conversa, que ela precisa
de algo para prender-lhes a atenção. A professora coloca a responsabilidade
para os alunos dá a todos nota A, afirmando que manter essa nota alta é mais
difícil que tirá-la uma vez só.
Em uma das cenas do filme, em que é ensinado uma série de verbos,
uma das alunas diz que o verbo mais importante falado foi o verbo “escolher”,
isso demonstra que aqueles alunos queriam escolhas, e estavam ali por não tê-
las e Michelle nesse instante convence os alunos que escolheram estar ali ao
invés de estar na rua roubando, escolheram se formar para ter um futuro
melhor e escolheram pegar o ônibus para ir a escola a consumir drogas.
Informações Técnicas
Título no Brasil: Mentes perigosas
Título Original: Dangerous Minds
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Drama
Classificação Etária: 14 anos
Tempo de Duração: 99 minutos
Ano de Lançamento: 1995
Site Oficial: Estúdio/ Distribuição: Buena Vista
Foi feita uma anamnese dos conteúdos da 8ª série através do “Show
do Real”, uma versão simplificada do “Show do Milhão”, conduzido pelo
apresentador Silvio Santos, na Rede de televisão SBT. O aluno sorteado
respondia perguntas com quatro opções de respostas. O mesmo poderia
escolher tres colegas para representar os universitários, tinha a opção das
cartas e podia pular tres vezes. Os demais colegas seriam as placas. Os alunos
gostaram muito dessa forma de revisão, mas percebeu-se a falta de pré-
requisitos das matérias do Ensino Fundamental.
Foi respondido o primeiro questionário com os alunos que está em
anexo no Projeto de Intervenção na Escola, sendo que todos gostaram de
respondê-lo dando sua contribuição.
No livro“Química & Sociedade” podemos usar vários temas para fazermos
a contextualização da química envolvendo o cotidiano do aluno. Foram levados
vários temas e foi dividida a sala de aula em 5 equipes que leram os seus temas
e após foi feito um seminário para a exposição e discussão dos mesmos. Eram
temas bem diversificados para aguçar a curiosidade dos mesmos, como:
Agrotóxico: de Mocinho a Bandido,
Água:- Fonte de Vida,
Efeito Estufa e Aquecimento Global,
O Lixo e a Reciclagem,
Lixo: Quem é Responsável por ele? A Ciência? A Química? A
Indústria? A Sociedade?
O que foi percebido é como a contextualização ainda não é
importante para o aluno, ele prefere infelizmente as aulas tradicionais, talvez
porque ele ainda não se acostumou e se conscientizou com a idéia de se
inteirar da sociedade em que vive e participar dela mais ativamente, eles não
gostam de ler nem interpretar o que leram e tem vergonha de expor as suas
idéias. Aí entra o papel da escola que terá que mudar essa visão para torná-los
cidadãos responsáveis pelo meio em que vivem, interessados por tudo o que
acontece a sua volta.
Os jogos lúdicos são essenciais na interação e socialização do
educando. O professor precisa buscar estratégias para que o aluno se aproprie
do conteúdo dado e por meio dos jogos e brincadeiras envolvê-los com a
disciplina. Os alunos aprendem melhor quando a aula se torna mais dinâmica e
conseguem assimilar de forma divertida o que o professor quer transmitir.
No livro “Jogos no Ensino de Química e Biologia”, a autora descreve:
Um dos jogos mais antigos e atraentes que a humanidade conhece é o dominó
que é um tipo de jogo de mesa que não tem origem perfeitamente esclarecida.
È conhecido por vários povos, tendo, assim, muitas variações para o jogo.
Pessoas de todas as idades podem jogar e se divertir com esse jogo. O
dominó de química é constituído por 28 peças onde serão envolvidos alguns
elementos da tabela periódica: os símbolos e os nomes dos elementos. È
importante que o aluno tenha em mãos uma tabela periódica, a fim de tirar
dúvidas que venham aparecer durante o jogo.
Os objetivos do jogo são:
Memorizar símbolos e nomes mais conhecidos da tabela periódica,
Exercitar a memória e o raciocínio,
Trabalhar com limites,
Trabalhar com a existência de regras,
Melhorar a capacidade de se relacionar em grupo.
Percebe-se que não é necessário muitos recursos para fugir da rotina
em sala de aula, pois pode-se organizar uma aula mais prazerosa e atrativa
através de um jogo simples.
As caixinhas de fósforo, um material alternativo que pode ser adquirido
inclusive pelos alunos, tornaram-se um material didático riquíssimo e capaz de
contribuir com a aprendizagem.
Segundo a autora, muitas vezes, adquirir jogos fabricados em série pode
não ser acessível nem ao colégio nem ao professor. Portanto, com um pouco
de criatividade e paciência é possível confeccionar jogos interessantes que não
deixam a desejar, além de que o simples trabalho do professor na confecção
desse tipo de material é supervalorizado pelos alunos.
A autora cita outro jogo: o pif-paf. O interessante nesse tipo de jogo é que o
indivíduo joga individualmente, sem parcerias, tornando-se responsável pelo
conhecimento dos conteúdos, bem como pela habilidade e estratégia a serem
usadas, caso faça um bom uso da observação. Ele será usado como uma
opção diferente de memorizar alguns metais importantes, bem como ametais e
gases nobres. Uma breve recordação desses conteúdos é indispensável nesse
momento.
Os objetivos do jogo são:
Facilitar a aprendizagem
Integrar e socializar os alunos
Aumentar o raciocínio lógico
Aperfeiçoar a capacidade de concentração,
Expressar idéias e sentimentos,
Exercitar a memória e o raciocínio,
Memorizar alguns metais e ametais.
A intenção de usar os jogos com cartas é de prender a atenção do
aluno, proporcionando-lhe assim uma aprendizagem mais facilitada. Como
jogar cartas é uma atividade divertida, interessante e atrativa, possibilita
momentos prazerosos e uma sociabilização muito grande. O aluno aprende
brincando, e sua atenção está muito voltada ao jogo. Ele busca alternativas,
usa o raciocínio para desenvolver estratégias, sempre no intuito de vencer o
jogo. E nessa situação do querer vencer, ele acaba refazendo conceitos,
memorizando conteúdos e, sem perceber, ele está aprendendo.
Outra metodologia aplicada foi usar a TV Pendrive para fazer simulações
de experiências que não podemos realizá-las no laboratório, por falta de
equipamentos e reagentes ou por serem perigosas.
São elas:
a reação do vinagre e bicarbonato;
a reação do gelo seco e café ;
megabomba de cal
brincando de fazer fumaça com os dedos
foguete com bicarbonato;
Açúcar com ácido sulfúrico;
implodindo uma garrafa de alumínio;
tudo é possível ( cobra).
bomba de cloro e leite;
bomba de cloro e álcool;
por do sol;
Show de química
coca cola e mentos
Para finalizar fizemos as atividades e experiências da Produção Didático
Pedagógica que era sobre o tema: Chuva Ácida . Os experimentos foram os
seguintes:
Verificação da condutibilidade elétrica;
Utilização de indicadores de ácidos e bases;
Titulação;
Produzindo o sangue do diabo;
Chuva Ácida;
Tinta invisível;
Cinza do cigarro.
Após foi respondido o 2º questionário para comparações das respostas
antes e depois do projeto de implementação na escola, cujos resultados
encontram-se abaixo.
3 Resultados
Questionário nº 1
Infelizmente devido a evasão escolar e baixa freqüência dos alunos, o nº de
respondentes do 2º questionário foi bem menor do que no 1º questionário.
Para as perguntas que aparecem em ambos questionários, as respostas foram
apresentada em conjunto
Pergunta nº 1
Idade do aluno
1º questionário 2º questionário
Idade (em
anos)
Nº de
alunos
Percentual
(%)
Idade (em
anos)
Nº de
alunos
Percentual
(%)
14 4 11,8 14 2 10
15 5 14,7 15 2 10
16 7 20,6 16 5 25
17 9 26,5 17 5 25
18 3 8,8 18 4 20
19 3 8,8 19 1 5
21 1 2,9 21 1 5
22 2 5,9 - - -
Total 34 100 Total 20 100
Observa-se que a idade dos alunos está entre 14 e 22 anos, o que nos mostra
que a classe é heterogênea. No 1º questionário somente 26,5% estavam na
idade correta para a 1ª série do Ensino Médio. A grande maioria (73,5%)
encontra-se fora do padrão de idade para a referida série.
Pergunta nº 2
Sexo do aluno
1º questionário 2º questionário
Sexo Nº de alunos Percentual (%) Sexo Nº de alunos Percentual
(%)
Feminino 12 35,3 Feminino 7 35
Masculino 22 64,7 Masculino 13 65
Verifica-se o predomínio de alunos do sexo masculino provavelmente pelo fato
das aulas serem no período noturno e ocorrer muita violência no bairro.
Acredita-se que apenas às alunas que trabalham durante o dia estudam à
noite, sendo que as demais preferem o turno vespertino.
Pergunta nº 3
Enumere em ordem crescente as disciplinas que você mais gosta., sendo 1
para não gosta e 9 para gosta muito.
Disciplinas * Não gostam (%) Gostam pouco (%) Gostam
(%)
Gostam muito (%)
Arte 20 16 36 28
Inglês 40 32 16 8
Educação
Física
12 12 16 60
Matemática 28 12 24 40
Física 20 44 32 4
Geografia 12 44 32 12
História 36 32 16 16
Português 12 40 24 20
Química 16 40 28 16
Podemos observar que as disciplinas que os alunos mais gostam são:
Educação Física, Matemática e Artes, possivelmente por estas exigirem do
aluno criatividade, raciocínio e condicionamento físico.
As disciplinas que os alunos menos apreciam são: Inglês, Física e História.
Pergunta nº 4
Você acha importante estudar Química?
A maioria dos estudantes (76%) acha muito importante estudar a disciplina de
Química, mesmo não conseguindo visualizar a importância que a mesma tem
no seu cotidiano.
Pergunta nº 5
Você trabalha?
Quase a metade (44%) dos alunos trabalha. Os que ainda não trabalham
provavelmente estão à procura do 1º emprego muito comum nessa faixa etária.
Pergunta nº 6
Para àqueles que trabalham, foi questionado o nº de horas trabalhadas por
semana.
A maioria dos alunos (66%) trabalha 40 horas ou mais semanalmente. Esse
fato pode estar relacionado ao desinteresse dos mesmos durante as aulas,
pois muitas vezes estão cansados, com fome, além de alguns terem que
assumir a responsabilidade de chefe de família através do sustento de seus
lares. Nessa faixa etária é comum os jovens trabalharem em supermercados
ou outros empregos afins com um ritmo de trabalho extenuante.
Pergunta nº 7
O fato de você trabalhar e estudar à noite, dificulta a sua aprendizagem em
Química?
Entre os quinze alunos que trabalham, 60% responderam que sim.
Para os alunos, o fato de eles trabalharem e estudarem à noite pode ter
relação quanto ao baixo rendimento na disciplina de Química.
Pergunta nº 8
Na área em que trabalha você precisa dos conceitos de química?
A grande maioria (87%) diz não necessitar dos conceitos de química em seus
locais de trabalho e isso pode resultar em um menor interesse para estudá-la,
bem como em assimilar os conteúdos, pois no momento não os estão
aplicando na prática.
Pergunta n° 9
Você acha que o estudo de ciências no ensino fundamental forneceu requisitos
básicos para você estudar Química?
Embora na prática isso não seja verificado, a grande maioria dos alunos (70%)
respondeu que a disciplina de ciências no Ensino Fundamental, ajudou na
compreensão dos conteúdos de Química.
Perguntas nº 10 e 4, respectivamente do 1º e 2º questionário
Qual a sua opinião sobre as aulas de Química?
No 1º questionário, menos de 1% considera péssima, 48% consideram boas e
32% consideram excelentes.
No 2º questionário 65% dos alunos considera que elas são ótimas ou
excelentes. Se compararmos com o resultado anterior, houve uma redução no
percentual de alunos que gostam muito das aulas de Química. Isso pode ter
acontecido pelo fato de que o número de alunos foi menor na 2ª etapa.
Pergunta nº 11 e 8, respectivamente do 1º e 2º questionário
Os fatores que os alunos consideram mais importante no ensino da disciplina
de química:
Para os alunos em primeiro lugar está a explicação do professor, em segundo
os exercícios de fixação, em terceiro o livro didático, em quarto a internet, em
quinto as aulas no laboratório e por último o trabalho em grupo. Isso mostra
que a figura do professor é de suma importância para eles.
Após um semestre os alunos continuam achando prioritário a explicação do
professor e os exercícios de fixação, mas houve significativa alteração no
quesito aulas de laboratório que antes ficava na 5ª posição e passou para a
terceira colocada. Isso demonstra que o fato deles terem aulas práticas no
laboratório, fez com que as mesmas passassem a ter um grau maior de
importância na opinião deles.
Pergunta nº 12
Quando questionados se a falta de aulas experimentais gerava desinteresse na
aprendizagem da disciplina de química a maioria (88%) respondeu que sim.
Isso nos mostra que os alunos consideram que as demonstrações são muito
importantes para a assimilação dos conteúdos.
Pergunta nº 13
Quando indagados se tinham sonhos que gostariam de realizar, 88% dos
alunos responderam que sim e isso demonstra que mesmo com as dificuldades
do dia-a-dia não perderam a esperança com um futuro promissor e que sem
sonhos ninguém chega a nenhum lugar.
Pergunta nº 14
Quando questionados se achavam que eram pessoas determinadas 88%
disseram que sim. Isso nos mostra que os alunos sabem o que querem e lutam
pelo que desejam.
Pergunta nº 15
Somente 21% dos alunos nunca precisaram do conselho de classe para serem
aprovados, 12% foram aprovados através de conselho de classe mais do que 4
vezes, 26% foram aprovados por conselho de classe uma única vez. O restante
41% foram aprovados por conselho de classe duas, três ou quatro vezes. Isso
justifica o fato da idade da turma variar de 14 a 22 anos, devido ao número de
repetências em química e/ou outras disciplinas.
Pergunta nº 16
Foi questionado se quando percebem que não estão conseguindo boas notas
eles esperam ser aprovados por conselho de classe e 70% deles responderam
que sim. Isso nos leva a crer que como sabem que no final eles serão
aprovados, isso faz com que alguns alunos não se esforcem muito durante o
período letivo.
Resultados do 2º questionário
Pergunta nº 3
Passados dois trimestres, 85% dos alunos consideram que a disciplina de
Química é importante para o currículo.
Pergunta nº 5
Para 85% dos alunos as aulas experimentais fizerem com que eles
entendessem melhor a disciplina de química.
Pergunta nº 6
A maioria dos alunos (80%) considera que a leitura de textos, pesquisas,
seminários e trabalhos em grupo fizeram com que eles compreendessem
melhor os conteúdos de química ensinados em sala de aula.
Pergunta nº 7
Quase a totalidade dos alunos (95%) consideram que os conteúdos aprendidos
no 1º ano do EM irão contribuir para a continuação do estudo de química nos
próximos anos.
Pergunta nº 9
A maioria dos alunos (80%) continua consciente da importância da disciplina de
química no cotidiano deles.
Pergunta nº 10
Quando indagados se eles acham que podem ser aprovados sem necessitar
da “ajuda” do conselho de classe, uma grande parcela (75%) está certa que
tem condições para que isso ocorra.
Pergunta nº 11
A Classe ficou dividida quanto a essa pergunta, pois metade dos alunos
considera ser correto ser aprovado por conselho de classe e a outra metade
não.
Pergunta nº 12
A maioria dos alunos (85%) considera que seis meses após o início do ano
sentem-se mais motivados em relação à disciplina de Química.
4 Conclusão
Os alunos da 1ª série do Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi
demonstraram gostar de química, cujos fatores que mais se destacaram foram,
a explicação do professor e metodologias diferenciadas que eles acreditam que
contribuem significamente para uma melhor aprendizagem.
Eles consideraram que a aula prática pode contribuir para a
aprendizagem do conteúdo, pois é um fator motivador para aprender química e
aulas contendo temas sobre diversos assuntos ligados ao seu dia a dia são
muito importantes no desenvolvimento de sua cidadania e conscientização de
seu papel na sociedade.
Foi possível comprovar que com a realização de aulas diversificadas e a
inserção da experimentação e contextualização proporcionaram motivação e
interesse dos alunos tornando a aprendizagem mais significativa.
Os alunos se sentem mais motivados para entender os conteúdos de
química, quando se tem uso de aulas práticas e mais dinâmicas, onde
possibilitem aos mesmos uma interação entre eles e o próprio professor.
É bastante eficaz ao iniciar o ano letivo a realização de um diagnóstico
prévio da turma com o intuito de saber o nível de conhecimento, as
experiências de vida de cada um, motivações e interesses.
O planejamento do professor deverá ser elaborado de acordo com os
anseios dos alunos, desenvolvendo sua capacidade de compreensão, análise,
senso crítico e principalmente inseri-los na sociedade mais conscientes e
participativos para evitar a aprovação por Conselho de Classe no final do ano
letivo.
5 Referências
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Unijuí. Ed.,1990
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Papirus,1992
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Federal, Centro Gráfico, 1988.
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FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no Ensino de Química e Biologia. Curitiba.
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FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996
SANTOS, Wildson Luiz Pereira & MÓL, Gerson de Souza.Química &
Sociedade. São Paulo: Editora. Nova Geração, 2005
SANTOS, Wilson Luiz Pereira & SCNETZLER, Pacheco Roseli. Educação em
Química Compromisso com a Cidadania. 3 ed.Ijuí, 2003
THUMS, Jorge. Ética na Educação: filosofia e valores na escola.
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TIBA, I. Disciplina: limite na medida certa. São Paulo: gente, 1996