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Como Melhorar a aprendizagem em Química para evitar a aprovação por Conselho de Classe Soraia de Fátima Henriques Saleh 1 Maria Teresa Garcia Badoch 2 RESUMO A presença da química no cotidiano dos alunos é algo imprescindível para que o mesmo obtenha as informações necessárias para o conhecimento de sua realidade e uso pleno da cidadania. A prática pedagógica nas escolas tem por objetivo um ensino mais contextualizado e interdisciplinar que associe o conhecimento científico ao dia a dia do aluno. O presente trabalho teve por objetivo geral tornar as aulas de química no Ensino Médio mais atrativas e interessantes, relacionando o conteúdo abordado em sala de aula com fatos da realidade do aluno, utilizando para isso diversas práticas pedagógicas para a análise das principais causas de desmotivação destes nas aulas de química no período noturno. E como objetivo específico, repensar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino de química; utilizando experimentos com a finalidade de tornar a escola um espaço de produção e não somente de reprodução de conhecimentos. A contextualização auxilia no processo ensino-aprendizagem dos conceitos químicos com a adoção de temas relacionados com a vivência do aluno a fim de contribuir para a formação de cidadãos críticos e participantes. Este trabalho iniciou-se com um questionário em 2 turmas de 1ª série do Ensino Médio noturno matriculados no Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi. 1 Introdução O conhecimento químico não é imutável, mas está em constante elaboração e transformação, de acordo com a evolução da humanidade e dos processos sociais, políticos e econômicos, o aluno deverá compreender juntamente com os conceitos de química, o conhecimento científico e tecnológico presente na atualidade. 1 Professora PDE Turma 2008. 2 Maria Teresa Garcia Badoch - Prof a da Carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, Engenheira Química pela UFPR, com especialização em Engenharia de Produção pela UFSC e Metodologia do Ensino Tecnológico pelo então CEFET-PR. Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Sete de Setembro, 3165, Rebouças, Curitiba PR. e-mail: [email protected]

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Como Melhorar a aprendizagem em Química para evitar a aprovação

por Conselho de Classe

Soraia de Fátima Henriques Saleh1

Maria Teresa Garcia Badoch2

RESUMO

A presença da química no cotidiano dos alunos é algo imprescindível para que o mesmo obtenha as informações necessárias para o conhecimento de sua realidade e uso pleno da cidadania. A prática pedagógica nas escolas tem por objetivo um ensino mais contextualizado e interdisciplinar que associe o conhecimento científico ao dia a dia do aluno. O presente trabalho teve por objetivo geral tornar as aulas de química no Ensino Médio mais atrativas e interessantes, relacionando o conteúdo abordado em sala de aula com fatos da realidade do aluno, utilizando para isso diversas práticas pedagógicas para a análise das principais causas de desmotivação destes nas aulas de química no período noturno. E como objetivo específico, repensar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino de química; utilizando experimentos com a finalidade de tornar a escola um espaço de produção e não somente de reprodução de conhecimentos. A contextualização auxilia no processo ensino-aprendizagem dos conceitos químicos com a adoção de temas relacionados com a vivência do aluno a fim de contribuir para a formação de cidadãos críticos e participantes. Este trabalho iniciou-se com um questionário em 2 turmas de 1ª série do Ensino Médio noturno matriculados no Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi.

1 Introdução

O conhecimento químico não é imutável, mas está em constante

elaboração e transformação, de acordo com a evolução da humanidade e dos

processos sociais, políticos e econômicos, o aluno deverá compreender

juntamente com os conceitos de química, o conhecimento científico e

tecnológico presente na atualidade.

1 Professora PDE – Turma 2008.

2 Maria Teresa Garcia Badoch - Prof

a da Carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico,

Engenheira Química pela UFPR, com especialização em Engenharia de Produção pela UFSC e Metodologia do Ensino Tecnológico pelo então CEFET-PR. Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Sete de Setembro, 3165, Rebouças, Curitiba – PR. e-mail: [email protected]

O ensino de química em nossas escolas está desatualizado e é

percebido pela desmotivação dos alunos que não tem interesse em aprender

química, mesmo sendo o estudo da mesma tão importante, ela é colocada em

segundo plano e muitos alunos a menosprezam dizendo: “Onde irei usar esses

conhecimentos?” e não percebem como ela está inserida em seu dia a dia,

colaborando para a melhoria de sua qualidade de vida, pois se o aluno tem

conhecimentos sobre um determinado assunto ele poderá ter uma maior

participação em sua comunidade; porque é só através de seus códigos e

inserção dos conteúdos dentro da vivência do aluno é que ele terá subsídios

para opinar sobre a sua realidade social.

Todos esses aspectos não motivam o aluno a estudar química. e a

visualizam como uma matéria monótona, cheia de cálculos e memorizações e

não aceitam a proposta inovadora onde os educadores brasileiros nos últimos

anos estão se empenhando em tratar o conhecimento químico atrelado aos

aspectos sociais. O aluno terá que ser o sujeito construtor do conhecimento.

Muitos alunos se mostram desmotivados durante as aulas, e isso pode

ser atribuído a problemas sociais, familiares e até mesmo pelos tradicionais

programas de ensino.

De acordo com Fialho (2007) muitas vezes, o desinteresse do aluno é

atribuído à falta de motivação, acarretada pela forma impositiva do professor

repassar conteúdos, impingindo regras rígidas e tratando os assuntos de forma

fria e distante. Porém, as pessoas não são iguais e para transpor a elas o

conhecimento, despertando-lhes o interesse pelo assunto a ser ensinado, é

necessário usar uma linguagem mais atraente, aproximando-se o máximo

possível da realidade de cada um, de modo a transformar os conteúdos em

vivência.

Antigamente era a escola que detinha o conhecimento, hoje ela o

transmite e transforma a informação em conhecimento trazendo a teoria para

um contexto da realidade. Os alunos devem expor o que pensam sobre as

diversas situações, sem barreiras, sem limitações através de dinâmicas

diagnósticas para a identificação de seus problemas que gera uma

necessidade de aquisição de novos conteúdos para a resolução de seus

conflitos pessoais e sociais.

“Devemos ensinar química para permitir que o cidadão possa interagir melhor com o

mundo (CHASSOT,1990)

O que se nota atualmente através de questionamentos é que os alunos

da 1ª série do Ensino Médio ainda não descobriram o valor da química, em seu

pensamento ela é um complexo jogo de memorização de símbolos e fórmulas,

não imaginando que através de uma proposta pedagógica inovadora ela

poderá ser melhor apreciada como uma disciplina científica através de jogos,

experiências, leitura, análise e discussão de textos, projeção de filmes e

vídeos, debates em sala de aula, simulação, solução de problemas, visitas a

indústrias, utilização de computador, projetos, pesquisa bibliográfica e outras

formas de metodologias.

Segundo Tiba (1996), os alunos se mostram entediados com aulas

massacrantes, cheias de conteúdos, fórmulas e transmissão de conhecimentos

aos quais não compreende o seu significado. O professor deverá agir como um

mágico para despertar no aluno a sensação de uma aula agradável e

prazerosa.

“A informação deve ser comparada a uma agradável refeição a ser

degustada pelo aluno”. “O professor é o cozinheiro que vai preparar a informação de forma que o aluno possa consumí-la durante a aula, o

momento da refeição”. Os temperos fundamentais são: alegria, bom

humor, respeito humano e disciplina.” (TIBA, 1996)

Na opinião de Freire (1996), na relação professor e aluno, o

encantamento pelo ensino-aprendizagem deve ser recíproco fazendo com que

as atividades sejam fáceis de serem assimiladas de uma forma criativa. O

professor tem que encantar os alunos com muita magia e simpatia cativando-

os com um olhar, um gesto amigo e assim atrair a sua atenção, despertando a

curiosidade. A sala de aula deve ser como uma peça de teatro onde os atores

se inter-relacionam com os expectadores numa forma mágica de ilusão como

se eles tivessem trocado os papéis. O professor é aquele que fornece pistas,

faz junto e contribui no processo de elaboração do conhecimento e deverá ser

um agente facilitador. O papel fundamental da escola é dar ao aluno

oportunidades de agir sobre o meio onde está inserido.

“Na educação, ensinar exige alegria e esperança.” (FREIRE,1996)

A química aprendida na escola para alguns alunos não tem nada a ver

com a química da vida e não está sendo considerada como a proposta da LDB

– formação para a cidadania.

“A educação, direito e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1988, art.205)

Existem professores comprometidos com essa nova realidade que

sonham em transformar o ensino da química para a consolidação de uma nova

sociedade, em que o aluno terá participação em sua comunidade partindo de

sua concepção de vida, construída na escola através da contextualização,

trazendo para dentro da sala de aula colaborações de seu cotidiano para

poderem solucionar os problemas de sua comunidade a partir do julgamento

crítico do assunto envolvido.

A finalidade da química no Ensino Médio é a formação do indivíduo que

o habilitará a participar como cidadão na vida em sociedade onde o ensino tem

que ser contextualizado, no qual o foco não pode ser o conhecimento químico

puro, mas o preparo para o exercício consciente da cidadania.

“Isso resulta, sob outro ponto de vista, em conscientizar o cidadão quanto aos seus deveres na sociedade, no que se refere ao compromisso de cooperação e co-responsabilidade social. Portanto, a educação precisa também desenvolver no indivíduo o interesse pelos assuntos comunitários, de forma que ele assuma uma postura de comprometimento com a busca conjunta de solução para os problemas existentes. Educação para a cidadania é sobretudo desenvolvimento de valores éticos de compromisso para com a sociedade”. (Santos e Schnetzler, 2003).

Segundo Freire contextualizar o ensino significa incorporar vivências

concretas e diversificadas no aprendizado que depende da investigação e

reflexão da realidade escolar e da vida cotidiana do aluno em diversos

aspectos. A ação educativa não pode esquecer do conhecimento crítico da

situação do indivíduo no mundo sob a pena de se fazer uma educação

“bancária” ou de pregar no deserto.

A contextualização é um princípio orientador das práticas pedagógicas

que fortalece a aprendizagem significativa e, por isto, mais duradoura.

Contextualizar implica conferir significado a fatos, fenômenos,

conhecimentos e práticas com base nas percepções sociais trazidas pelos

alunos.

Aprender significa mais do que reproduzir a realidade, repetir o já

estabelecido. A descoberta de novas perspectivas, de soluções ainda não

pensadas, a visão inusitada, a atribuição de significado próprio ao que é

ensinado indicam que a verdadeira aprendizagem está em curso. Privilegiar o

aprender através do estímulo à resolução de problemas novos e aceitação da

dúvida como propulsora de pensar significa mais do que reproduzir e repetir o

já estabelecido.

Aproximar a formação ao mundo real, ao trabalho e as práticas sociais

através do desenvolvimento de tarefas autênticas que possuem utilidade e

significado para o trabalho e para a vida. Tal aspecto poderá se constituir um

facilitador da inserção profissional e da manutenção do trabalhado em atividade

produtiva, reforçando a sua “laboralidade”.

Segundo Cianato, a escola, sem dúvida é uma instituição primordial na

produção e reprodução de saberes, porém não é o único local da sociedade

onde aprendemos e produzimos conhecimento. Conferir esse papel à escola é

negar tantas outras formas de aprendizado e conhecimento extra-escolares

que existem na sociedade.

“A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a “ler o mundo” e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar, aferir e refletir sobre a ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a leitura do mundo e a interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática (CANIATO,1992).”

Um novo conceito de Ensino Médio deverá ser fundamentado na

estética da sensibilidade (dando lugar à criatividade, ao espírito inventivo, à

curiosidade pelo inusitado), na política de igualdade e na ética de identidade.

Com o avanço tecnológico da sociedade em que vivemos existe uma

grande dependência com a química, como a utilização diária de produtos

químicos, até as inúmeras influências e impactos que ela causa na natureza.

“Neste sentido, é necessário que os cidadãos conheçam como utilizar as substâncias no seu dia-a-dia, bem como se posicionem criticamente com relação aos efeitos ambientais da utilização da química e quanto às decisões referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os problemas sociais que podem

ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento.” (Santos e S).

Quando um conceito ou conteúdo de química é ensinado dentro de um

contexto, mostrando ao aluno como foi elaborado ou como é possível aplicar os

conhecimentos estudados, a aprendizagem é favorecida.

Segundo Santos e S (2003) o objetivo principal da química nos dias

atuais é preparar o indivíduo para que ele se torne um cidadão que

compreenda e faça uso das informações químicas básicas necessárias para a

sua participação na sociedade em que vive, compreendendo os fenômenos

químicos de sua vida cotidiana, manipulando as substâncias químicas com a

devida precaução, interpretando as informações químicas transmitidas pelos

meios de comunicação, manipulando corretamente os produtos e processos

tecnológicos produzidos e usados pela sociedade contemporânea sabendo

das conseqüências de sua utilização, tais como: cosméticos, combustíveis ,

bronzeadores, produtos de limpeza, inseticidas, remédios, produtos de higiene

e outros.

Nesse contexto, os professores de química são unânimes na utilização

de TEMAS no ensino da química para a formação do cidadão.

De acordo com Santos e S(2003) os temas químicos sociais

desempenham papel fundamental no ensino de química, pois propiciam a

contextualização do conteúdo químico com o cotidiano do aluno, pode-se

ensinar os conceitos químicos necessários para o cidadão ser capaz de julgar

compreendendo a sua responsabilidade social, a fim de transformar a realidade

em que está inserido, pois trazem para a sala de aula discussões de aspectos

sociais relevantes, que exigem dos alunos posicionamento crítico quanto a sua

solução.

Segundo Driver (1999) a escolha de um tema adequado é um fator

importante na aproximação entre o cotidiano e os conhecimentos científicos

desenvolvidos em sala de aula.Porém, mesmo que o tema seja sobre algo

próximo dos alunos, muitas vezes suas idéias diferenciam-se do conhecimento

científico. Essas idéias são construídas pelos alunos, apoiadas pela

experiência pessoal e pela socialização de uma visão do senso comum. São

idéias plausíveis e inteligíveis na explicação de fenômenos do dia a dia e por

isso modificá-las em favor da construção de um conhecimento aceito

cientificamente não é uma tarefa fácil.

O processo de ensino-aprendizagem não pode ignorar as divergências

entre o senso comum, presente nas idéias dos alunos e o conhecimento

científico, considera-se que o ensino de química consiste em auxiliar os alunos

numa nova visão de mundo. Desta forma, a discussão sobre as idéias dos

alunos no desenvolvimento das atividades em sala de aula pode ajudá-los a

superar dificuldades e possibilitar uma aprendizagem mais efetiva. O diálogo

entre alunos e professor torna-se essencial, no sentido de se discutir as idéias

do senso comum e auxiliar na compreensão da química.

O diagnóstico das idéias pode ser feito pelo professor através da

elaboração e interpretação de textos ou desenhos, de respostas a

questionamentos sobre o assunto, de discussão em grupos, entre outros.

Neste processo, os alunos devem ser estimulados a demonstrarem suas

idéias sobre os assuntos em pauta. A discussão sobre as concepções dos

alunos torna-se apropriada durante a abordagem inicial do tema a ser

explorado e nos momentos em que o professor desenvolve os conteúdos de

química ou atividades experimentais.

É importante que no desenvolvimento dos temas os estudantes

precisem tomar alguma decisão ou postura diante de uma situação colocada

pelo professor. A capacidade de argumentar contra ou a favor com base em

conhecimentos será desenvolvida, evitando que informações fornecidas sejam

apenas acatadas.

O tema também envolve compreensão sobre diversos fatores para a

tomada de decisões como consumidor exercendo seu papel de cidadão e

algumas atividades são recomendadas: discussão estruturada, fóruns e

debates, estudo de casos, análise de dados, leitura de textos, projetos,

experimentações, pesquisa de campo e ações comunitárias.

O emprego de experimentos como atividade didática possui um papel

primordial para despertar um forte interesse entre os alunos durante o processo

de ensino-aprendizagem, os quais atribuem aos experimentos um caráter

motivador e lúdico e por parte dos professores a utilização de experimentos

aumenta a capacidade de aprendizagem, pois funciona como meio de envolver

os alunos nos temas em pauta.

A exposição de demonstrações práticas é importante também porque o

aluno vê, toca e opera uma experiência, torna mais fácil a assimilação e a

constituição de idéias e formulação de hipóteses, algo que supera e muito, o

esforço apenas da imaginação.

Uma experimentação não pode estar desvinculada do contexto sócio-

econômico. Ao contrário, embora uma demonstração sirva para apresentar um

conceito científico, deve servir de explicação para situações cotidianas e

conhecidas do aluno para que seja concretizado o processo de ensino-

aprendizagem.

É fundamental que o aprendizado seja baseado em tentativa e erro, na

pesquisa e investigação e na solução de problemas por parte do aluno, e não

em aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas e definições.

Para alcançar o objetivo de facilitar a aprendizagem e compreensão de

conceitos, é necessário criar oportunidades para que o ensino experimental e o

ensino teórico se efetuem harmoniosamente. O conhecimento só faz sentido se

permitir compreender como o mundo funciona.

De acordo com Santos e S (2003) a experimentação no ensino de

química é importante em função do papel investigativo e pedagógico de auxiliar

o aluno na compreensão dos fenômenos químicos, o que não demanda

condições sofisticadas na escola. As experimentações poderão ser feitas

dentro da própria sala de aula, ou através da utilização de materiais reciclados

ou por apresentação de vídeos quando os experimentos forem perigosos, pois

o papel da química na escola não inclui a formação de cientistas.

Segundo Thums (2003ª) as aulas experimentais não devem ser apenas

uma ilustração da teoria, mas deverá ser uma reflexão da teoria onde o

professor integra o trabalho prático e complementa o teórico. Nas aulas

experimentais não são necessários materiais de precisão, pois as análises

realizadas não visam o resultado quantitativo e não devem ser como uma

receita de bolo cujo resultado não pode ser diferente do esperado, porque a

importância das aulas experimentais é a reflexão do que ocorre nas mesmas e

a argumentação do que deu certo e do que deu errado, para que haja o

desenvolvimento da criatividade do aluno e a sua função pedagógica é o seu

papel investigativo.

“É preciso ter domínio teórico da realidade para poder compreender a prática. Não existe conhecimento sem domínio dos dois mundos (teórico e prático). Valorizar um e menosprezar o outro é a miopia do ensinar e do aprender (THUMS, 2003ª).”

Durante a implementação do projeto na escola, percebe-se com grande

preocupação que os estudantes da 1ª série do Ensino Médio são muito

imaturos para determinadas matérias e conceitos metodológicos, pois qualquer

atividade fora do padrão quadro e giz, para muitos é visto como perda de

tempo, pois estão acostumados a copiarem muitos conceitos e fazerem

exercícios repetitivos para memorizarem os conteúdos ministrados .

É evidente que a indisciplina é um dos fatores que gera falta de atenção

nos alunos em relação aos conteúdos apresentados. O educador deve

encontrar um equilíbrio entre a proibição e a permissão que muito tem a ver

com os problemas de indisciplina. Na maioria das vezes o educador elabora

uma atividade extremamente programada, mas não tem controle sobre os

efeitos que produz em seus alunos.

O aluno não tem desejo de conhecimento, vai para a escola porque a

legislação o obriga e a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos,

onde a maioria se coloca à margem do processo, repassando para a escola a

educação de seus filhos, gera a indisciplina.

A função social da escola é a democratização do conhecimento e a

inclusão social e a do Ensino Médio é completar a formação do indivíduo para

a vida social, enquanto cidadão.

Para o professor saber ensinar na diversidade terá que aceitar as

diferenças trazidas pelos alunos e desenvolver estratégias de ensino-

aprendizagem diferenciadas através de planejamento de suas aulas de acordo

com a evolução das respostas aos conteúdos anteriormente ensinados e que

servirão de base para os próximos avanços na disciplina.

“A verdadeira educação consiste em ensinar a pensar e em aprender a pensar sobre o que se pensa. A reflexão nos torna cidadãos mais críticos e participativos da comunidade pensante, não nascemos com pensamentos próprios, ao longo da nossa existência adquirimos vários conhecimentos através do exercício permanente do aprender o que nos torna mais humanos. (THUMS, 2003ª.).”

Em 2003, a SEED assumiu como política pública para a educação, a

retomada da oferta da Educação Profissional e o Paraná foi o primeiro estado a

implantar o Ensino Médio Integrado. Isto significa que o aluno em um mesmo

curso, com um único currículo terá uma formação que integra as dimensões do

trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura que pressupõe a formação de

profissionais com maior qualificação para o mundo do trabalho.

Atualmente, no Paraná devido ao Programa Brasil Profissionalizado

temos vários cursos técnicos voltados para a área de química como: Técnico

em Química, Análises Químicas, Biocombustível, Análises Clínicas, Farmácia,

Biotecnologia, Meio Ambiente, Energias Alternativas, Açúcar e Álcool, Celulose

e Papel, entre outros, onde os alunos terão que ter uma base sólida de

conhecimentos de química. Como nossos alunos pertencem a uma classe de

renda baixa, serão esses cursos que trarão uma profissão para o seu futuro e

posterior crescimento profissional.

Hoje, um técnico é muito valorizado por todas as áreas empregatícias,

podendo ultrapassar até um profissional graduado em curso superior devido a

valorização de sua experiência humana e integração do conhecimento básico

com o conhecimento científico voltados para a ética e cidadania, com a

formação de pessoas com conhecimentos e com destreza para superar a

separação entre o trabalho manual e o intelectual.

Devido ao grande crescimento de cursos técnicos, o Ensino Médio

deveria ser mais valorizado pelos profissionais da Educação, pois ele é a base

para que o aluno tenha sucesso em um curso técnico.

2 RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÂO DO PROJETO NA ESCOLA

No primeiro dia de implementação do projeto no Colégio Domingos

Zanlorenzi, com as turmas 1°E e1°F foi realizado uma dinâmica de socialização

de resgate de valores que é imprescindível para a auto- estima dos alunos,

onde cada aluno apresentava o seu colega e se não o conhecesse perguntava

o seu nome e após algumas perguntas o presenteava com um elogio

começando com a inicial de seu nome. Concluímos ao final da dinâmica como

é difícil elogiarmos alguém. É muito mais fácil criticarmos através de

xingamentos e rotulaçôes.

Após foi visto um vídeo na TV Pendrive sobre “As Mensagens da

Água” do Dr. Massuru Emoto . No seu livro, o Dr Emoto afirma:

A água tem uma mensagem muito importante para nós, as energias

vibracionais humanas, pensamentos, palavras, idéias e músicas, afetam a

estrutura molecular da água. A mesma água que compreende 60% de um

corpo humano maduro e cobre a mesma proporção do nosso planeta.

A água é uma substância muito maleável. Sua forma física adapta-se

facilmente ao ambiente que a contém. Mas a aparência física não é a única

coisa que muda, sua estrutura molecular também muda. A energia ou as

vibrações do ambiente mudarão a forma molecular da água. Neste sentido a

água tem, não somente a habilidade de refletir visualmente o ambiente, mas

também reflete molecularmente este ambiente.

O Sr. Emoto documentou visualmente estas mudanças moleculares na

água por meio de suas técnicas fotográficas. Ele congelou gotas de água e

examinou-as então sob um microscópio de campo escuro dotado de recursos

fotográficos. Seu trabalho demonstra claramente a diversidade da estrutura

molecular da água e do efeito do ambiente sobre a sua respectiva estrutura

molecular.

Congelando a água e examinando a fotografia da estrutura, como o Sr.

Emoto fez, obteve-se incríveis informações a respeito da água.

Sr. Emoto descobriu muitas diferenças fascinantes nas estruturas

cristalinas da água de muitas fontes diferentes e condições diferentes ao redor

do planeta. A nascente de água pura que jorra da montanha, mostra

maravilhosos desenhos geométricos em seus padrões cristalinos. Águas

poluídas e tóxicas das áreas industriais e povoadas, águas estagnadas das

tubulações e represadas em armazenamentos mostram estruturas cristalinas

definitivamente distorcidas e formadas aleatoriamente.

Shimanto – Rio do Japão. Rio Yodo, Japan, vazamento

Na baía de Osaka. O rio passa

Considerado o último rio pelas maiores cidades em Kasai.

limpo do Japão.

Com a popularidade recente da terapia da música, o Sr. Emoto decidiu

observar que efeito a música tem na estrutura da água. Colocou uma água

destilada entre dois alto falantes por diversas horas e fotografou então os

cristais que se formaram depois que a água foi congelada.

Pastorais de Bethoven e Sutra Tibetana Rock Heavy Metal

“Ária para a corda SOL”

De Bach.

Após ter visto como a água reagia às circunstâncias ambientais, poluição

e música, o sr. Emoto e seus colegas decidiram observar como os

pensamentos e as palavras afetavam a formação de águas destiladas não

tratadas e águas puras, usando palavras datilografadas em papel por um

processador de texto e coladas nos frascos de vidro durante a noite. O mesmo

procedimento foi executado usando os nomes de pessoas falecidas. As águas

foram então congeladas e fotografadas.

Amor e Admiração Obrigado Madre Tereza

Você me enoja. Eu vou te matar. Adolph Hitler (papéis escritos pregados nas garrafas)

Na próxima aula foi visto o filme “Mentes Perigosas”, o qual foi

escolhido por votação, entre esses três: A Sociedade dos Poetas Mortos, O

Professor e Mentes Perigosas.

O filme conta a história de uma ex-oficial da marinha que passa a

lecionar em uma escola de subúrbio nos Estados Unidos onde alunos

americanos e mexicanos convivem juntos. O filme se baseia em uma

professora em seu primeiro trabalho, tendo que enfrentar uma sala de alunos

rebeldes, cheio de problemas sociais envolvendo família, drogas e preconceito.

No começo a professora LouAnne Johnson (Michelle Pfeiffer) sente-se

desafiada e pensa por alguns instantes que não é capaz de dar aulas para

aquela turma e um outro professor lhe diz em uma conversa, que ela precisa

de algo para prender-lhes a atenção. A professora coloca a responsabilidade

para os alunos dá a todos nota A, afirmando que manter essa nota alta é mais

difícil que tirá-la uma vez só.

Em uma das cenas do filme, em que é ensinado uma série de verbos,

uma das alunas diz que o verbo mais importante falado foi o verbo “escolher”,

isso demonstra que aqueles alunos queriam escolhas, e estavam ali por não tê-

las e Michelle nesse instante convence os alunos que escolheram estar ali ao

invés de estar na rua roubando, escolheram se formar para ter um futuro

melhor e escolheram pegar o ônibus para ir a escola a consumir drogas.

Informações Técnicas

Título no Brasil: Mentes perigosas

Título Original: Dangerous Minds

País de Origem: Estados Unidos

Gênero: Drama

Classificação Etária: 14 anos

Tempo de Duração: 99 minutos

Ano de Lançamento: 1995

Site Oficial: Estúdio/ Distribuição: Buena Vista

Foi feita uma anamnese dos conteúdos da 8ª série através do “Show

do Real”, uma versão simplificada do “Show do Milhão”, conduzido pelo

apresentador Silvio Santos, na Rede de televisão SBT. O aluno sorteado

respondia perguntas com quatro opções de respostas. O mesmo poderia

escolher tres colegas para representar os universitários, tinha a opção das

cartas e podia pular tres vezes. Os demais colegas seriam as placas. Os alunos

gostaram muito dessa forma de revisão, mas percebeu-se a falta de pré-

requisitos das matérias do Ensino Fundamental.

Foi respondido o primeiro questionário com os alunos que está em

anexo no Projeto de Intervenção na Escola, sendo que todos gostaram de

respondê-lo dando sua contribuição.

No livro“Química & Sociedade” podemos usar vários temas para fazermos

a contextualização da química envolvendo o cotidiano do aluno. Foram levados

vários temas e foi dividida a sala de aula em 5 equipes que leram os seus temas

e após foi feito um seminário para a exposição e discussão dos mesmos. Eram

temas bem diversificados para aguçar a curiosidade dos mesmos, como:

Agrotóxico: de Mocinho a Bandido,

Água:- Fonte de Vida,

Efeito Estufa e Aquecimento Global,

O Lixo e a Reciclagem,

Lixo: Quem é Responsável por ele? A Ciência? A Química? A

Indústria? A Sociedade?

O que foi percebido é como a contextualização ainda não é

importante para o aluno, ele prefere infelizmente as aulas tradicionais, talvez

porque ele ainda não se acostumou e se conscientizou com a idéia de se

inteirar da sociedade em que vive e participar dela mais ativamente, eles não

gostam de ler nem interpretar o que leram e tem vergonha de expor as suas

idéias. Aí entra o papel da escola que terá que mudar essa visão para torná-los

cidadãos responsáveis pelo meio em que vivem, interessados por tudo o que

acontece a sua volta.

Os jogos lúdicos são essenciais na interação e socialização do

educando. O professor precisa buscar estratégias para que o aluno se aproprie

do conteúdo dado e por meio dos jogos e brincadeiras envolvê-los com a

disciplina. Os alunos aprendem melhor quando a aula se torna mais dinâmica e

conseguem assimilar de forma divertida o que o professor quer transmitir.

No livro “Jogos no Ensino de Química e Biologia”, a autora descreve:

Um dos jogos mais antigos e atraentes que a humanidade conhece é o dominó

que é um tipo de jogo de mesa que não tem origem perfeitamente esclarecida.

È conhecido por vários povos, tendo, assim, muitas variações para o jogo.

Pessoas de todas as idades podem jogar e se divertir com esse jogo. O

dominó de química é constituído por 28 peças onde serão envolvidos alguns

elementos da tabela periódica: os símbolos e os nomes dos elementos. È

importante que o aluno tenha em mãos uma tabela periódica, a fim de tirar

dúvidas que venham aparecer durante o jogo.

Os objetivos do jogo são:

Memorizar símbolos e nomes mais conhecidos da tabela periódica,

Exercitar a memória e o raciocínio,

Trabalhar com limites,

Trabalhar com a existência de regras,

Melhorar a capacidade de se relacionar em grupo.

Percebe-se que não é necessário muitos recursos para fugir da rotina

em sala de aula, pois pode-se organizar uma aula mais prazerosa e atrativa

através de um jogo simples.

As caixinhas de fósforo, um material alternativo que pode ser adquirido

inclusive pelos alunos, tornaram-se um material didático riquíssimo e capaz de

contribuir com a aprendizagem.

Segundo a autora, muitas vezes, adquirir jogos fabricados em série pode

não ser acessível nem ao colégio nem ao professor. Portanto, com um pouco

de criatividade e paciência é possível confeccionar jogos interessantes que não

deixam a desejar, além de que o simples trabalho do professor na confecção

desse tipo de material é supervalorizado pelos alunos.

A autora cita outro jogo: o pif-paf. O interessante nesse tipo de jogo é que o

indivíduo joga individualmente, sem parcerias, tornando-se responsável pelo

conhecimento dos conteúdos, bem como pela habilidade e estratégia a serem

usadas, caso faça um bom uso da observação. Ele será usado como uma

opção diferente de memorizar alguns metais importantes, bem como ametais e

gases nobres. Uma breve recordação desses conteúdos é indispensável nesse

momento.

Os objetivos do jogo são:

Facilitar a aprendizagem

Integrar e socializar os alunos

Aumentar o raciocínio lógico

Aperfeiçoar a capacidade de concentração,

Expressar idéias e sentimentos,

Exercitar a memória e o raciocínio,

Memorizar alguns metais e ametais.

A intenção de usar os jogos com cartas é de prender a atenção do

aluno, proporcionando-lhe assim uma aprendizagem mais facilitada. Como

jogar cartas é uma atividade divertida, interessante e atrativa, possibilita

momentos prazerosos e uma sociabilização muito grande. O aluno aprende

brincando, e sua atenção está muito voltada ao jogo. Ele busca alternativas,

usa o raciocínio para desenvolver estratégias, sempre no intuito de vencer o

jogo. E nessa situação do querer vencer, ele acaba refazendo conceitos,

memorizando conteúdos e, sem perceber, ele está aprendendo.

Outra metodologia aplicada foi usar a TV Pendrive para fazer simulações

de experiências que não podemos realizá-las no laboratório, por falta de

equipamentos e reagentes ou por serem perigosas.

São elas:

a reação do vinagre e bicarbonato;

a reação do gelo seco e café ;

megabomba de cal

brincando de fazer fumaça com os dedos

foguete com bicarbonato;

Açúcar com ácido sulfúrico;

implodindo uma garrafa de alumínio;

tudo é possível ( cobra).

bomba de cloro e leite;

bomba de cloro e álcool;

por do sol;

Show de química

coca cola e mentos

Para finalizar fizemos as atividades e experiências da Produção Didático

Pedagógica que era sobre o tema: Chuva Ácida . Os experimentos foram os

seguintes:

Verificação da condutibilidade elétrica;

Utilização de indicadores de ácidos e bases;

Titulação;

Produzindo o sangue do diabo;

Chuva Ácida;

Tinta invisível;

Cinza do cigarro.

Após foi respondido o 2º questionário para comparações das respostas

antes e depois do projeto de implementação na escola, cujos resultados

encontram-se abaixo.

3 Resultados

Questionário nº 1

Infelizmente devido a evasão escolar e baixa freqüência dos alunos, o nº de

respondentes do 2º questionário foi bem menor do que no 1º questionário.

Para as perguntas que aparecem em ambos questionários, as respostas foram

apresentada em conjunto

Pergunta nº 1

Idade do aluno

1º questionário 2º questionário

Idade (em

anos)

Nº de

alunos

Percentual

(%)

Idade (em

anos)

Nº de

alunos

Percentual

(%)

14 4 11,8 14 2 10

15 5 14,7 15 2 10

16 7 20,6 16 5 25

17 9 26,5 17 5 25

18 3 8,8 18 4 20

19 3 8,8 19 1 5

21 1 2,9 21 1 5

22 2 5,9 - - -

Total 34 100 Total 20 100

Observa-se que a idade dos alunos está entre 14 e 22 anos, o que nos mostra

que a classe é heterogênea. No 1º questionário somente 26,5% estavam na

idade correta para a 1ª série do Ensino Médio. A grande maioria (73,5%)

encontra-se fora do padrão de idade para a referida série.

Pergunta nº 2

Sexo do aluno

1º questionário 2º questionário

Sexo Nº de alunos Percentual (%) Sexo Nº de alunos Percentual

(%)

Feminino 12 35,3 Feminino 7 35

Masculino 22 64,7 Masculino 13 65

Verifica-se o predomínio de alunos do sexo masculino provavelmente pelo fato

das aulas serem no período noturno e ocorrer muita violência no bairro.

Acredita-se que apenas às alunas que trabalham durante o dia estudam à

noite, sendo que as demais preferem o turno vespertino.

Pergunta nº 3

Enumere em ordem crescente as disciplinas que você mais gosta., sendo 1

para não gosta e 9 para gosta muito.

Disciplinas * Não gostam (%) Gostam pouco (%) Gostam

(%)

Gostam muito (%)

Arte 20 16 36 28

Inglês 40 32 16 8

Educação

Física

12 12 16 60

Matemática 28 12 24 40

Física 20 44 32 4

Geografia 12 44 32 12

História 36 32 16 16

Português 12 40 24 20

Química 16 40 28 16

Podemos observar que as disciplinas que os alunos mais gostam são:

Educação Física, Matemática e Artes, possivelmente por estas exigirem do

aluno criatividade, raciocínio e condicionamento físico.

As disciplinas que os alunos menos apreciam são: Inglês, Física e História.

Pergunta nº 4

Você acha importante estudar Química?

A maioria dos estudantes (76%) acha muito importante estudar a disciplina de

Química, mesmo não conseguindo visualizar a importância que a mesma tem

no seu cotidiano.

Pergunta nº 5

Você trabalha?

Quase a metade (44%) dos alunos trabalha. Os que ainda não trabalham

provavelmente estão à procura do 1º emprego muito comum nessa faixa etária.

Pergunta nº 6

Para àqueles que trabalham, foi questionado o nº de horas trabalhadas por

semana.

A maioria dos alunos (66%) trabalha 40 horas ou mais semanalmente. Esse

fato pode estar relacionado ao desinteresse dos mesmos durante as aulas,

pois muitas vezes estão cansados, com fome, além de alguns terem que

assumir a responsabilidade de chefe de família através do sustento de seus

lares. Nessa faixa etária é comum os jovens trabalharem em supermercados

ou outros empregos afins com um ritmo de trabalho extenuante.

Pergunta nº 7

O fato de você trabalhar e estudar à noite, dificulta a sua aprendizagem em

Química?

Entre os quinze alunos que trabalham, 60% responderam que sim.

Para os alunos, o fato de eles trabalharem e estudarem à noite pode ter

relação quanto ao baixo rendimento na disciplina de Química.

Pergunta nº 8

Na área em que trabalha você precisa dos conceitos de química?

A grande maioria (87%) diz não necessitar dos conceitos de química em seus

locais de trabalho e isso pode resultar em um menor interesse para estudá-la,

bem como em assimilar os conteúdos, pois no momento não os estão

aplicando na prática.

Pergunta n° 9

Você acha que o estudo de ciências no ensino fundamental forneceu requisitos

básicos para você estudar Química?

Embora na prática isso não seja verificado, a grande maioria dos alunos (70%)

respondeu que a disciplina de ciências no Ensino Fundamental, ajudou na

compreensão dos conteúdos de Química.

Perguntas nº 10 e 4, respectivamente do 1º e 2º questionário

Qual a sua opinião sobre as aulas de Química?

No 1º questionário, menos de 1% considera péssima, 48% consideram boas e

32% consideram excelentes.

No 2º questionário 65% dos alunos considera que elas são ótimas ou

excelentes. Se compararmos com o resultado anterior, houve uma redução no

percentual de alunos que gostam muito das aulas de Química. Isso pode ter

acontecido pelo fato de que o número de alunos foi menor na 2ª etapa.

Pergunta nº 11 e 8, respectivamente do 1º e 2º questionário

Os fatores que os alunos consideram mais importante no ensino da disciplina

de química:

Para os alunos em primeiro lugar está a explicação do professor, em segundo

os exercícios de fixação, em terceiro o livro didático, em quarto a internet, em

quinto as aulas no laboratório e por último o trabalho em grupo. Isso mostra

que a figura do professor é de suma importância para eles.

Após um semestre os alunos continuam achando prioritário a explicação do

professor e os exercícios de fixação, mas houve significativa alteração no

quesito aulas de laboratório que antes ficava na 5ª posição e passou para a

terceira colocada. Isso demonstra que o fato deles terem aulas práticas no

laboratório, fez com que as mesmas passassem a ter um grau maior de

importância na opinião deles.

Pergunta nº 12

Quando questionados se a falta de aulas experimentais gerava desinteresse na

aprendizagem da disciplina de química a maioria (88%) respondeu que sim.

Isso nos mostra que os alunos consideram que as demonstrações são muito

importantes para a assimilação dos conteúdos.

Pergunta nº 13

Quando indagados se tinham sonhos que gostariam de realizar, 88% dos

alunos responderam que sim e isso demonstra que mesmo com as dificuldades

do dia-a-dia não perderam a esperança com um futuro promissor e que sem

sonhos ninguém chega a nenhum lugar.

Pergunta nº 14

Quando questionados se achavam que eram pessoas determinadas 88%

disseram que sim. Isso nos mostra que os alunos sabem o que querem e lutam

pelo que desejam.

Pergunta nº 15

Somente 21% dos alunos nunca precisaram do conselho de classe para serem

aprovados, 12% foram aprovados através de conselho de classe mais do que 4

vezes, 26% foram aprovados por conselho de classe uma única vez. O restante

41% foram aprovados por conselho de classe duas, três ou quatro vezes. Isso

justifica o fato da idade da turma variar de 14 a 22 anos, devido ao número de

repetências em química e/ou outras disciplinas.

Pergunta nº 16

Foi questionado se quando percebem que não estão conseguindo boas notas

eles esperam ser aprovados por conselho de classe e 70% deles responderam

que sim. Isso nos leva a crer que como sabem que no final eles serão

aprovados, isso faz com que alguns alunos não se esforcem muito durante o

período letivo.

Resultados do 2º questionário

Pergunta nº 3

Passados dois trimestres, 85% dos alunos consideram que a disciplina de

Química é importante para o currículo.

Pergunta nº 5

Para 85% dos alunos as aulas experimentais fizerem com que eles

entendessem melhor a disciplina de química.

Pergunta nº 6

A maioria dos alunos (80%) considera que a leitura de textos, pesquisas,

seminários e trabalhos em grupo fizeram com que eles compreendessem

melhor os conteúdos de química ensinados em sala de aula.

Pergunta nº 7

Quase a totalidade dos alunos (95%) consideram que os conteúdos aprendidos

no 1º ano do EM irão contribuir para a continuação do estudo de química nos

próximos anos.

Pergunta nº 9

A maioria dos alunos (80%) continua consciente da importância da disciplina de

química no cotidiano deles.

Pergunta nº 10

Quando indagados se eles acham que podem ser aprovados sem necessitar

da “ajuda” do conselho de classe, uma grande parcela (75%) está certa que

tem condições para que isso ocorra.

Pergunta nº 11

A Classe ficou dividida quanto a essa pergunta, pois metade dos alunos

considera ser correto ser aprovado por conselho de classe e a outra metade

não.

Pergunta nº 12

A maioria dos alunos (85%) considera que seis meses após o início do ano

sentem-se mais motivados em relação à disciplina de Química.

4 Conclusão

Os alunos da 1ª série do Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi

demonstraram gostar de química, cujos fatores que mais se destacaram foram,

a explicação do professor e metodologias diferenciadas que eles acreditam que

contribuem significamente para uma melhor aprendizagem.

Eles consideraram que a aula prática pode contribuir para a

aprendizagem do conteúdo, pois é um fator motivador para aprender química e

aulas contendo temas sobre diversos assuntos ligados ao seu dia a dia são

muito importantes no desenvolvimento de sua cidadania e conscientização de

seu papel na sociedade.

Foi possível comprovar que com a realização de aulas diversificadas e a

inserção da experimentação e contextualização proporcionaram motivação e

interesse dos alunos tornando a aprendizagem mais significativa.

Os alunos se sentem mais motivados para entender os conteúdos de

química, quando se tem uso de aulas práticas e mais dinâmicas, onde

possibilitem aos mesmos uma interação entre eles e o próprio professor.

É bastante eficaz ao iniciar o ano letivo a realização de um diagnóstico

prévio da turma com o intuito de saber o nível de conhecimento, as

experiências de vida de cada um, motivações e interesses.

O planejamento do professor deverá ser elaborado de acordo com os

anseios dos alunos, desenvolvendo sua capacidade de compreensão, análise,

senso crítico e principalmente inseri-los na sociedade mais conscientes e

participativos para evitar a aprovação por Conselho de Classe no final do ano

letivo.

5 Referências

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Unijuí. Ed.,1990

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FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no Ensino de Química e Biologia. Curitiba.

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FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996

SANTOS, Wildson Luiz Pereira & MÓL, Gerson de Souza.Química &

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