como declarar bitcoin no imposto de renda, um parecer jurídico – marco gomes

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Marco Gomes Minha história no livro da Sarah Lacy Eu na imprensa In english Contato Fundador da boo-box; Co-fundador do Mova+ e Consigliere do Jovem Nerd. Empreendedor dedicado, cristão aprendiz, ciclista cotidiano e nerd. Como declarar Bitcoin no Imposto de Renda, um parecer jurídico Publicado em 2013-12-17 Após minha participação no NerdCast 393, Ouro, Diamantes e Bitcoins , o advogado Silvio Vinhal , da Sousa Neto Advogados , me enviou proativamente um parecer jurídico sobre a declaração do investimento em Bitcoins para o IRPF. Segue abaixo o documento que recebi. Caro Sr. Marco, boa tarde! Considerando que seu intuito é redigir um post relacionado com a tributação do ganho de capital de alienação do ativo “bitcoin”, decidi me dedicar a fazer um estudo mais aprofundado sobre a matéria com certa justificação. PROCEDIMENTOS O primeiro passo foi buscar o que a jurisprudência (decisões dos órgãos julgadores) fala sobre o caso. Seja nos Tribunais como STF, STJ ou os estaduais não foi possível encontrar um único julgado acerca da matéria . Da mesma forma procedi a pesquisa no tribunal administrativo da Receita Federal o qual pela experiência vemos decisões muito mais atualizadas acerca das matérias de tributação. (processos judiciais normalmente demoram alguns anos para absorver as demandas surgidas e apresentar seus posicionamentos). O tribunal administrativo neste ponto é muito mais dinâmico sendo a primeira barreira de resposta estatal à uma situação surgida. A conclusão destas pesquisas é que o resultado financeiro da movimentação de Bitcoins ainda não refletiu de forma considerável para os órgãos responsáveis pela tributação. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA Irei então me basear nas informações fornecidas no Podcast (NC 393), para apresentação de meu parecer. Segundo afirmado: 1. Você realizou a compra de um montante de Bitcoins efetuando uma transferência bancária para um “cara no brasil”, complementando com a informação de uma Empresa de Trade, portanto, Pessoa Jurídica Brasileira. 2. Como a operação foi realizada a título de experiência o montante foi definido como mínimo/insignificante. Desta forma, a operação se deu em “frações de bitcoin” ou seja valor inferior a R$ 700,00, considerando a afirmação do programa; 3. Toda a operação se deu dentro de dois meses (novembro e dezembro de 2013), considerando aquisição, valorização e venda do bem; 4. Toda operação se deu por meio de sua pessoa física “foi da minha conta para a dele”; Proposto o problema irei apresentar os instrumentos que utilizaremos para chegar às conclusões: Se a operação se deu por sua Pessoa Física, e o questionamento se trata da tributação Search Buscar neste site Anúncios exibidos com a tecnologia da boo-box Este site é lido principalmente por jovens de 18 a 35 anos com ensino superior. Quer ter a possibilidade de ver seu anúncio no espaço acima? Anuncie no self-service da boo-box! Seguir @marcogomes Eu na Web boo-box Facebook Flickr (fotos) Last.fm (músicas) LinkedIn (currículo) Twitter @marcogomes Marco Gomes é um visionário da tecnologia Sarah Lacy, TechCrunch Criei a boo-box , empresa de propaganda em blogs, sites e redes sociais que exibe publicidade de mais de 1.500 anunciantes para 60 milhões de pessoas por mês no Brasil; e sou co- fundador do Mova+ , o programa de benefícios para quem faz exercícios físicos. Fui considerado o melhor profissional de marketing do mundo pela World Technology Network. A boo-box é uma das 5 empresas de publicidade mais inovadoras do mundo de acordo com a revista Fast Company e uma das 2 empresas mais inovadoras do Brasil segundo a Forbes . Temos investimentos da Monashees Capital e Intel Capital . Minha história abre o livro sobre

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Page 1: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

Marco Gomes Minha história no livro da Sarah Lacy Eu na imprensa In english Contato

Fundador da boo-box; Co-fundador do

Mova+ e Consigliere do Jovem Nerd.

Empreendedor dedicado, cristão

aprendiz, ciclista cotidiano e nerd.

Como declarar Bitcoin no Imposto deRenda, um parecer jurídico

Publicado em 2013-12-17

Após minha participação no NerdCast 393, Ouro,

Diamantes e Bitcoins, o advogado Silvio Vinhal, da

Sousa Neto Advogados, me enviou proativamente um

parecer jurídico sobre a declaração do investimento

em Bitcoins para o IRPF. Segue abaixo o documento

que recebi.

Caro Sr. Marco, boa tarde!

Considerando que seu intuito é redigir um post

relacionado com a tributação do ganho de capital de

alienação do ativo “bitcoin”, decidi me dedicar a fazer

um estudo mais aprofundado sobre a matéria com

certa justificação.

PROCEDIMENTOS

O primeiro passo foi buscar o que a jurisprudência (decisões dos órgãos julgadores) fala

sobre o caso. Seja nos Tribunais como STF, STJ ou os estaduais não foi possível

encontrar um único julgado acerca da matéria.

Da mesma forma procedi a pesquisa no tribunal administrativo da Receita Federal o qual

pela experiência vemos decisões muito mais atualizadas acerca das matérias de

tributação. (processos judiciais normalmente demoram alguns anos para absorver as

demandas surgidas e apresentar seus posicionamentos). O tribunal administrativo neste

ponto é muito mais dinâmico sendo a primeira barreira de resposta estatal à uma situação

surgida.

A conclusão destas pesquisas é que o resultado financeiro da movimentação de Bitcoins

ainda não refletiu de forma considerável para os órgãos responsáveis pela tributação.

APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

Irei então me basear nas informações fornecidas no Podcast (NC 393), para apresentação

de meu parecer. Segundo afirmado:

1. Você realizou a compra de um montante de Bitcoins efetuando uma transferência

bancária para um “cara no brasil”, complementando com a informação de uma

Empresa de Trade, portanto, Pessoa Jurídica Brasileira.

2. Como a operação foi realizada a título de experiência o montante foi definido como

mínimo/insignificante. Desta forma, a operação se deu em “frações de bitcoin” ou

seja valor inferior a R$ 700,00, considerando a afirmação do programa;

3. Toda a operação se deu dentro de dois meses (novembro e dezembro de 2013),

considerando aquisição, valorização e venda do bem;

4. Toda operação se deu por meio de sua pessoa física “foi da minha conta para a

dele”;

Proposto o problema irei apresentar os instrumentos que utilizaremos para chegar às

conclusões:

Se a operação se deu por sua Pessoa Física, e o questionamento se trata da tributação

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Buscar neste site

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Este site é lido principalmente por

jovens de 18 a 35 anos com ensino

superior. Quer ter a possibilidade de

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Marco Gomes é um

visionário da tecnologia

Sarah Lacy, TechCrunch

Criei a boo-box, empresa de

propaganda em blogs, sites e redes

sociais que exibe publicidade de mais

de 1.500 anunciantes para 60 milhões

de pessoas por mês no Brasil; e sou co-

fundador do Mova+, o programa de

benefícios para quem faz exercícios

físicos. Fui considerado o melhor

profissional de marketing do mundo

pela World Technology Network.

A boo-box é uma das 5 empresas de

publicidade mais inovadoras do mundo

de acordo com a revista Fast Company

e uma das 2 empresas mais inovadoras

do Brasil segundo a Forbes. Temos

investimentos da Monashees Capital e

Intel Capital.

Minha história abre o livro sobre

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deste acréscimo financeiro no território brasileiro devemos utilizar a Legislação do Imposto

de Renda das Pessoas físicas como base. O Regulamento do Imposto de Renda é

disponibilizado no site da Receita Federal.

DESENVOLVIMENTO E CONSIDERAÇÕES

Como vimos, não existe um posicionamento consolidado seja dos tribunais seja do

Conselho de Contribuintes de como proceder a tributação de bitcoins, então peço

desculpas por desenrolar todo o raciocínio, excluindo as possibilidades que não se

encaixam até chegarmos à uma resposta razoável.

Antes de mais nada estipula o Artigo 37 do Rir. 99:

“Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, dotrabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos emdinheiro, os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos osacréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados(Lei n º 5.172, de 1966, art. 43, incisos I e II, e Lei n º 7.713, de 1988, art. 3º , § 1 º ).”

Então me desculpe o Jovemnerd e o Azaghal que no programa afirmam que é a Receita

ou o Contador necessitam ter conhecimento acerca de Bitcoins ou qualquer outro meio de

rendimento para avaliar a tributação, uma vez que isto não altera o resultado. A legislação

é pensada para incluir toda e qualquer forma de acréscimos patrimoniais sendo esta a

variável a ser considerada. Como afirma o artigo 48 do mesmo diploma:

“Art. 38. A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulosou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, daorigem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendasou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício docontribuinte por qualquer forma e a qualquer título (Lei n º 7.713, de 1988,art. 3 º , § 4 º ).”

Sendo assim temos nossa primeira premissa. Se há variação patrimonial positiva, logo há

a necessidade de tributação. Mas como a Receita vai aferir este fato na realidade?

Simples: Por movimentação financeira em conta corrente. A instrução sobre

movimentação financeira pode ser lida no site da Receita.

Em termos claros, todos os bancos informam as movimentações econômicas de seus

usuários à RFB que fica responsável por cruzar as informações e lavrar as devidas

infrações caso não sejam declaradas as operações pessoais obrigadas em lei.

“Movimentou e não declarou = malha fina e lançamento de imposto”

O estado brasileiro chega ao ponto de tributar inclusive os rendimentos advindos de

atividades ilícitas conforme artigo 55. Pecunia Non olet. (o tributo não tem cheiro)

Seção V

Outros Rendimentos

“Art. 55. São também tributáveis (Lei n º 4.506, de 1964, art. 26, Lei n º7.713, de 1988, art. 3 º , § 4 º , e Lei n º 9.430, de 1996, arts. 24, § 2 º ,inciso IV, e 70, § 3 º , inciso I):

X – os rendimentos derivados de atividades ou transações ilícitas oupercebidos com infração à lei, independentemente das sanções quecouberem;”

Tudo que for passível de apuração será tributado. Evidentemente existem critérios de

verificação que levam em conta uma melhor eficiência dos recursos de fiscalização (a

Receita irá atrás dos maiores sonegadores para obter um maior retorno de autuação dos

recursos empregados).

Ultrapassado este ponto devemos seguir. Apresentarei alguns artigos que observei na

internet vários artigos fundamentando a tributação e que eu não os considero como

adequados para tanto, e farei breves comentários justificando minha posição.

Começaremos pela tributação do trabalho assalariado prevista no art. 43:

empreendedorismo Brilliant, Crazy,

Cocky: How the Top 1% of

Entrepreneurs Profit from Global Chaos

de Sarah Lacy, jornalista do Vale do

Silício. Você pode ler em português o

trecho sobre mim clicando aqui.

Sou palestrante em eventos como o

ECOSOC, da ONU em Nova York,

sobre Economia Criativa, tecnologia e

mídias sociais, The Economist –

Content Disruptors, Campus Party, FISL

e Red Innova. Recebi o prêmio Jovem

Empreendedor de Sucesso da revista

Pequenas Empresas & Grandes

Negócios.

Trabalho com internet desde 1998,

antes de criar minha empresa participei

de projetos da Coca-Cola, Caixa,

Presidência da República, Brasil

Telecom, Embratur, entre outros.

Nasci em 1986 em Brasília, cresci no

Gama, DF. Em maio de 2007 saí do

curso de Computação na UnB e me

mudei para São Paulo para criar minha

empresa. Em outubro de 2011 me casei

com a paulistana Talita Ribeiro.

Faço parte da revolução digital e crio

produtos para a Web.

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Capítulo III

RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS

Seção I

Rendimentos do Trabalho Assalariado e Assemelhados Rendimentos doTrabalho Assalariado, de Dirigentes e Conselheiros de Empresas, dePensões, de Proventos e de Benefícios da Previdência Privada

Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalhoassalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício deempregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagenspercebidos, tais como (Lei n º 4.506, de 1964, art. 16, Lei n º 7.713, de 1988,art. 3 º , § 4 º , Lei n º 8.383, de 1991, art. 74, e Lei n º 9.317, de 1996, art.25, e Medida Provisória n º 1.769-55, de 11 de março de 1999, arts. 1 º e 2 º):

IV – gratificações, participações, interesses, percentagens, prêmios equotas-partes de multas ou receitas;

Os rendimentos previstos neste artigo 43 falam de trabalho assalariado resultando em

acréscimo patrimonial, o que por si só excluem a previsão de compra e venda de ativos

(bitcoins). Desta forma, não concordo com os defensores da tributação conforme este

artigo. Poderíamos talvez considerar esta estipulação se estivéssemos falando da

“mineração” dos bitcoins e posterior venda baseando-se em atividade remunerada por um

contratante, o que apresentadas as premissas (no programa NC 393) não é o caso. No

mesmo sentido o artigo 45:

Seção II

Rendimentos do Trabalho Não-assalariado e Assemelhados

Rendimentos Diversos

Art. 45. São tributáveis os rendimentos do trabalho não-assalariado, taiscomo (Lei n º 7.713, de 1988, art. 3 º , § 4 º ):

II – remuneração proveniente de profissões, ocupações e prestação deserviços não-comerciais;

Da mesma forma como no item acima, mesmo que não estejamos falando de trabalho

assalariado, ainda assim não houve a essência do trabalho humano por sua pessoa, ou

seja, da prestação de serviços ou equiparado tratando-se simplesmente de compra,

valorização e venda de um bem (ativo) existente, razão pela qual o artigo não deve ser

aplicado.

A meu ver, o item que mais equipara a possibilidade de tributação conforme apresentada

é o seguinte. (inclusive conforme afirmado no programa seu estudo prévio que afirma a

necessidade de recolhimento por DARF sinaliza neste sentido). Artigo 117 e seguintes:

GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS OU DIREITOS

Seção I

Incidência

Art. 117. Está sujeita ao pagamento do imposto de que trata este Título apessoa física que auferir ganhos de capital na alienação de bens ou direitosde qualquer natureza (Lei n º 7.713, de 1988, arts. 2 º e 3 º , § 2 º , e Lei n º8.981, de 1995, art. 21).

§ 1 º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, ao ganho de capitalauferido em operações com ouro não considerado ativo financeiro (Lei n º7.766, de 1989, art. 13, parágrafo único).

§ 2 º Os ganhos serão apurados no mês em que forem auferidos etributados em separado, não integrando a base de cálculo do imposto nadeclaração de rendimentos, e o valor do imposto pago não poderá serdeduzido do devido na declaração (Lei n º 8.134, de 1990, art. 18, § 2 º , e

Doe com BTC, US$ ou R$!

Seu e-mail:

Email address (optional)

Valor:

10,00 Reais

(este formulário de doações é um teste

com meus leitores, todo o valor

arrecadado é revertido p/ instituições de

fomento à educação e tecnologia)

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Lei n º 8.981, de 1995, art. 21, § 2 º ).

§ 3 º O ganho de capital auferido por residente ou domiciliado no exteriorserá apurado e tributado de acordo com as regras aplicáveis aos residentesno País (Lei n º 9.249, de 1995, art. 18).

§ 4 º Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações queimportem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão oupromessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas porcompra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação empagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra evenda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratosafins (Lei n º 7.713, de 1988, art. 3 º , § 3 º ).

§ 5 º A tributação independe da localização dos bens ou direitos, observadoo disposto no art. 997.

Vejamos:

Bitcoin é um bem imaterial (intangível), que se aproxima de commodities, sendo passível

de comercialização, mas que não se encontra vinculado necessariamente à um título, pois

não se encontra registrado em um documento reconhecido pelo Estado Brasileiro. Não

deve ser considerado, portanto, como uma “ação” de mercado de valores (deveria ser

reconhecido pela CVM).

Apesar disso possui valoração econômica reconhecida no mercado de forma atualmente

não regulamentada. Desta forma, utilizaremos a definição do Comitê de Pronunciamentos

Contábeis (órgão responsável pela unificação das regras contábeis brasileiras com as

regras internacionais) para mensuração deste ativo:

Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo “o estudo, o preparo e

a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a

divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela

entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo

de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos

padrões internacionais”.

PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC-04 ATIVOS INTANGÍVEIS

ITEM – 12. Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos dedefinição de um ativo intangível, quando:

(a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto comum contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de usopela entidade; ou

(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis daentidade ou de outros direitos e obrigações

A concepção se adequa a meu ver com perfeição.

Sendo assim devemos aferir o ganho de capital advindo da compra e venda do ativo

intangível.

1. Ganhos de capital = Variação econômica entre o valor de compra e de venda de um

bem (no caso a bitcoin).

2. O ganho de capital deve ser apurado quando da alienação de bens ou direitos de

qualquer natureza (momento da realização da venda do ativo intangível – bitcoin).

3. Os ganhos serão apurados no mês em que forem auferidos e tributados em

separado ao IRPF advindos do trabalho assalariado. Pelo que foi passado, a

operação de venda do bem intangível se deu no mês de dezembro de 2013 (Data

da entrada da importância financeira em sua conta bancária), sendo este o mês de

apuração de seu imposto.

Esta apuração se dá com o programa fornecido pela Receita Federal.

O endereço é “http://www.receita.fazenda.gov.br”. A cada ano, a Secretaria

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da Receita Federal do Brasil (RFB) coloca à disposição do contribuinte oprograma Ganhos de Capital, oferecendo as seguintes vantagens:

apuração do imposto devido, dos rendimentos sujeitos à tributaçãoexclusiva e da parcela isenta, se for o caso;impressão do Darf para pagamento do imposto;exportação/importação pelo programa IRPF2014.

Para preencher o Demonstrativo de Ganhos de Capital na declaração doimposto de renda 2014/ano base 2013, o contribuinte deve:

preencher o Demonstrativo de Ganhos de Capital por meio doprograma GCAP2013;gravar os dados do Demonstrativo em disquete, no disco removível ouno disco rígido, utilizando a opção “Exportar para o IRPF2014″ dacaixa Ferramentas do programa GCAP2013;após a liberação do programa IRPF2014 (final de fevereiro de 2014)importar os dados do Demonstrativo de Ganhos de Capital por meiodo Programa IRPF2014.

Ocorre que no caso apresentado o valor da operação, ou seja do ganho de capital a ser

apurado foi inferior à margem de isenção da Receita conforme artigo 122:

Art. 122. Está isento do imposto o ganho de capital auferido na alienação(Lei n º 7.713, de 1988, art. 22, incisos I e IV, Lei n º 8.134, de 1990, art. 30,Lei n º 8.218, de 1991, art. 21, e Lei n º 9.250, de 1995, arts. 22 e 23):

I – de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, nomês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a vinte mil reais;

§ 2 º O limite a que se refere o inciso I será considerado em relação:

I – ao bem ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesmanatureza, alienados em um mesmo mês;

II – à parte de cada condômino, no caso de bens em condomínio;

III – a cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor doconjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmomês, no caso de sociedade conjugal.

Como observamos a operação realizada foi inferior a R$ 2.000,00 sendo portanto,

rendimento isento de recolhimento do imposto de renda.

CONCLUSÃO E EXPOSIÇÕES FINAIS

Então a realidade é esta: A operação em tese é tributada devendo se apurar o ganho de

capital advindo da valorização do bem intangível vendido, aplicando-se a alíquota prevista

na legislação de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo (valorização).

Apesar disso, transações mensais inferiores ao previsto no artigo 122 não deverão

recolher o imposto, razão pela qual a operação descrita no problema apresentado está

isenta de recolhimento.

Art. 122. Está isento do imposto o ganho de capital auferido na alienação(Lei n º 7.713, de 1988, art. 22, incisos I e IV, Lei n º 8.134, de 1990, art. 30,Lei n º 8.218, de 1991, art. 21, e Lei n º 9.250, de 1995, arts. 22 e 23):

I – de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, nomês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a vinte mil reais;

A fim de fundamentar o parecer apresentamos as perguntas e respostas sobre ganho de

capital fornecidas pela própria RFB.

619 – O que se considera bem de pequeno valor para fins de exclusão doganho de capital?1 – Alienação realizada até 15 de junho de 2005:

1.1 – Para esse efeito, considera-se bem de pequeno valor aqueledecorrente da alienação de bens ou direitos

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cujo preço unitário de alienação ou cessão, no mês de sua efetivação, sejaigual ou inferior a R$ 20.000,00, exceto no caso de alienação de moedaestrangeira mantida em espécie.

2 – Alienação realizada a partir de 16 de junho de 2005:

2.1 – Para as alienações efetuadas a partir de 16 de junho de 2005, os bense direitos de pequeno valor passaram a ter os seguintes limites:

I – R$ 20.000,00, no caso de alienação de ações negociadas no mercado debalcão;

II – R$ 35.000,00, nos demais casos.

2.2 – Para se determinar o valor do mês de junho de 2005, deve serobservado que o valor da alienação efetuada até o dia 15 não podeultrapassar o limite de R$ 20.000,00.

Atenção:

Na determinação do limite deve ser observado que:

1. no caso de alienação de diversos bens ou direitos da mesma natureza,deve ser considerado o valor do conjunto dos bens ou direitosalienados em um mesmo mês, tais como automóveis e motocicletas,imóvel urbano e terra nua, quadros e esculturas. Sendo ultrapassadoesse limite, o ganho de capital deve ser apurado em relação a cada umdos bens;

2. no caso da sociedade conjugal ou união estável (salvo contrato escritoentre os companheiros), o limite de isenção aplica-se em relação aovalor de cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e aovalor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienadosem um mesmo mês;

3. na alienação de bens ou direitos em condomínio, o limite aplica-se emrelação à parte de cada condômino ou coproprietário;

4. quando se tratar de permuta com recebimento de torna em dinheirodeve ser considerado o valor total da alienação e não apenas o valorda torna;

5. O limite de R$ 35.000,00 aplica-se à de alienação de ações em bolsano exterior, por residente no Brasil sujeita a apuração de Ganho deCapital em Moeda Estrangeira.

(Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, artigo 1.725; Lei nº 11.196, de 21de novembro de 2005, art. 38; Instrução Normativa SRF nº 599, de 28 dedezembro de 2005, art. 1º)

Consulte as perguntas 534, 562, 591, 605, 612, 620 e 621

Importante salientar que para um parecer perfeito deveríamos possuir dados

complementares e que as soluções tomadas foram baseadas meramente nos dados

informados. Várias situações inclusive poderiam se alterar tanto com o acontecimento

fático, quanto com o momento da ocorrência. Imagine, por exemplo, se considerarmos o

bitcoin como moeda estrangeira reconhecida pelo estado brasileiro (o que ainda não

ocorreu), o correto seria:

Alienação De Moeda Estrangeira Mantida Em Espécie591 – Qual é o tratamento tributário da alienação de moeda estrangeiramantida em espécie?Os ganhos em reais obtidos na alienação de moeda estrangeira mantida emespécie estão sujeitos à tributação definitiva, à alíquota de 15%, sob aforma de ganho de capital, apurado da seguinte forma:

1. o ganho de capital correspondente a cada alienação é a diferençapositiva, em reais, entre o valor de alienação e o respectivo custo deaquisição;

2. o valor de alienação, quando expresso em moeda estrangeira, éconvertido em dólares dos Estados Unidos da América, na data daalienação, e, em seguida, em reais, pela cotação média mensal do

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dólar, para compra, divulgada pela Secretaria da Receita Federal doBrasil (RFB);

3. a conversão de moeda estrangeira para dólares dos Estados Unidosda América é feita pelo valor fixado pela autoridade monetária do paísemissor da moeda, para a data do pagamento, na aquisição, e para adata do recebimento, na alienação, liquidação ou resgate;

4. o custo de aquisição de moeda estrangeira em poder do contribuinteem 31/12/1999 é o resultado da multiplicação da quantidade emestoque pela cotação fixada, para venda, pelo Banco Central doBrasil, para esta data;

5. para moeda estrangeira adquirida a partir de 01/01/2000, a cadaaquisição, o custo em reais é o resultado da multiplicação daquantidade de moeda estrangeira adquirida, convertida em dólaresdos Estados Unidos da América, na data da aquisição, pela cotaçãomédia mensal do dólar, para venda, divulgada pela Secretaria daReceita Federal do Brasil (RFB);

6. quando da alienação, o custo de aquisição da quantidade de moedaestrangeira alienada é o resultado da multiplicação do custo médioponderado do estoque existente na data de cada alienação pelaquantidade alienada;

7. o custo médio ponderado do estoque é o resultado da divisão do valortotal das aquisições em reais pela quantidade de moeda estrangeiraexistente;

8. a cada aquisição ou alienação, são ajustados os saldos em reais e aquantidade de moeda estrangeira remanescente, para efeito decálculos posteriores do custo médio ponderado;

9. o ganho de capital total é a soma dos ganhos apurados em cadaalienação;

10. o imposto incide sobre o ganho de capital total e é apuradoanualmente à alíquota de 15%, devendo ser informado na Declaraçãode Ajuste Anual e recolhido, em quota única, até a data prevista para aentrega da declaração.

Atenção:

A isenção dos ganhos de capital decorrentes da alienação de bens depequeno valor (alienação de bens de mesma natureza cujo conjunto dasoperações resulta em valor igual ou inferior a R$ 35.000,00) não se aplica àalienação de moeda estrangeira mantida em espécie Não incide o impostosobre a renda sobre o ganho de capital auferido na alienação de moedaestrangeira mantida em espécie, cujo total de alienações, no ano-calendário,seja igual ou inferior ao equivalente a cinco mil dólares dos Estados Unidosda América.

O dispêndio, a qualquer título, de moeda estrangeira, em espécie ourepresentada por cheques de viagem, inclusive para o pagamento dedespesas de viagem ao exterior, é considerado como alienação, e sujeita-seà apuração de ganho de capital.

O ingresso no Brasil e a saída do Brasil, de reais e moeda estrangeira, sãoprocessados exclusivamente através de transferência bancária, cabendo aoestabelecimento bancário a perfeita identificação do cliente ou dobeneficiário, à exceção do porte, em espécie, dos valores:

1. quando em reais, até R$ 10.000,00;2. quando em moeda estrangeira, o equivalente a R$ 10.000,00;3. quando comprovada a sua entrada no Brasil ou sua saída do Brasil, na

forma prevista na regulamentação pertinente.

(Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, art. 65; Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 24; Instrução Normativa SRF nº 118, de 27de dezembro de 2000, arts. 7º, 9º, 10, 14, inciso III, e 18, inciso II)

Consulte a pergunta 534

Desta forma espero ter acrescentado à discussão e me ressalvo no direito de alterar meu

Page 8: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

Divulgue este postpara seus amigos!

posicionamento caso algum estudioso apresente forma de justificação teória que me

venha a convencer de tal decisão, o que é fundamental a todo estudioso apresentado a

um problema.

Registro aqui minhas melhores estimas.

Uberlândia, 14/12/2013.

Silvio Vinhal Barbosa.

Imagem: Close-up shot of roaring lion, Shutterstock.

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29 comentários

1. Ana Malagueta comentou:

2013-Dec-17 at 14:52

Apenas para constar : Atualmente para variação patrimonial negativa temos um

algo livre de imposto : bolsa família.

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:36

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Page 9: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

Sempre lembrar da faixa isenta de impostos relativa a pessoas de

baixa renda. Um abraço!

Responder este comentário

2. Ricardo comentou:

2013-Dec-17 at 22:17

Marco e Silvio, primeiramente meus sinceros parabéns pelo post. Extremamente

elucidativo.

Me restou apenas uma dúvida: Devo declarar se movimentei mais de 20 mil

(independentemente do lucro), ou devo declarar apenas se eu tive mais de 20 mil

de lucro?

Responder este comentário

Silvio comentou:

2013-Dec-18 at 19:35

Olá Ricardo. deverá declarar o valor completo do ganho e não

apenas o que ultrapassar os 20 mil. Abraço!

Responder este comentário

Silvio comentou:

2013-Dec-18 at 20:08

Agora que reli seu comentário vi que a pergunta era outra. rsrs

Art. 122. Está isento do imposto o ganho de capital auferido na

alienação (Lei n º 7.713, de 1988, art. 22, incisos I e IV, Lei n º

8.134, de 1990, art. 30, Lei n º 8.218, de 1991, art. 21, e Lei n º

9.250, de 1995, arts. 22 e 23):

I – de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de

alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a

vinte mil reais;

§ 2 º O limite a que se refere o inciso I será considerado em

relação:

I – ao bem ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma

natureza, alienados em um mesmo mês;

OS 20 mil reais são considerados em relação ao bem vendido e

não ao ganho de capital em si. E o pagamento é calculado sobre a

diferença integral (não só sobre o que exceder 20 mil reais.

abraço.

Responder este comentário

3. Rogerio comentou:

2013-Dec-18 at 02:51

Muito bom!

Meu raciocínio não estava errado.

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:21

Page 10: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

Ótimo!!

Responder este comentário

4. sergio comentou:

2013-Dec-18 at 15:55

Como um “tantinho” antigo, adorei o “pecunia non olet”… Se bem que se a

Receita cobrar de verdade os “ilícitos” dos últimos 30 anos (né, Maluf et

caterva), creio que nossos impostos (de simples assalariados) poderão ser

zebrados por uns 10 anos!

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:22

Lembrar sempre a prescrição e a decadência em Matéria tributária

que tem a regra geral de 5 anos. (claro que varia um pouco para

cada tipo de lançamento). Abraço!

Responder este comentário

5. Antônio comentou:

2013-Dec-20 at 15:56

Olá, parabéns pelo artigo. Fiquei com uma dúvida: eu invisto em Bitcoins através

do Mercado Bitcoin, eu devo declarar e pagar o IR só quando eu transfiro o valor

ganho ou parte dele para minha conta corrente, ou seja, se eu deixar o valor

ganho num determinado mês na minha conta do Mercado Bitcoin, para transferir

futuramente ou reinvestir em Bitcoins, eu preciso declarar e pagar o IR no mês

que eu ganhei?

Obrigado.

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:25

Olá Antônio.

Com relação a sua dúvida funciona o seguinte. Toda vez que o

dinheiro movimentar na sua conta bancária você deve fazer a

avaliação entre o que comprou e o que vendeu. Caso tenha

apenas comprado créditos e recomprado os bitcoins sem o

dinheiro retornar para sua conta então dificilmente a receita irá

visualizar esta operação (isto pode mudar no futuro). Atualmente o

que ela irá observar é a movimentação bancária. Abraço!

Responder este comentário

6. Jacy comentou:

2013-Dec-20 at 18:46

O cara enrolou enrolou enrolou pra no final a regra ser praticamente a mesma

que a do mercado de ações, excluindo-se as retenções na fonte e aplicando

alíquota única de 15%.

Responder este comentário

Page 11: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:30

Esta é a importância de um estudo acadêmico. Demonstrar o

raciocínio lógico entre a dúvida e o resultado.

O que diferencia o profissional de um amador (deixo claro o

amador em termos de relação com o objeto, ou seja, não se trata

de falta de conhecimento e sim de atuação de trabalho) é que o

profissional sabe o porquê deve ser assim. (o raciocínio por trás do

resultado).

O amador pode sugerir e acertar ou errar. O profissional tem o

dever de conhecer o objeto de estudo como um todo, dominando

todos os aspectos. Não pode sugerir um resultado sem a devida

justicficação.

Um abraço!

Responder este comentário

7. Jean comentou:

2013-Dec-26 at 01:51

Caro Silvio,

Quando da compra das bitcoins como fica a questão do IOF-Câmbio?

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:32

Jean, o IOF depende tanto que fica complicado responder aqui. É

pessoa física? Jurídica? No Brasil? No exterior? Com quem é feita

a relação? Por depósito, transferência? cartão? infelizmente

infinitas variáveis…

Irei escrever sobre o IFO e enviar para o Marco. Assim que der te

passo o link. Abraço.

Responder este comentário

8. Guedes comentou:

2013-Dec-31 at 16:33

Excelente artigo, muito elucidativo.

Só fiquei ainda com dúvida em relação à mineração. Recaímos no mesmo

cenário de “Ganhos de capital”? Minha dúvida está no problema de não haver

uma operação de compra envolvida no processo de mineração, apenas a venda

e, ao mesmo tempo, não caracteriza trabalho. No meu entender do artigo, valeria

a mesma incidência de 15% de imposto sobre o retorno proveniente de

mineração, tão logo convertido em reais. Está correta essa minha interpretação?

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:34

Não sei se foi o Sr. que me enviou um e-mail. Irei colar aqui a

resposta, qualquer dúvida fique à vontade para perguntar.

Infelizmente depende muito da forma de operação como se dará a

mineração de bitcoins. Pode ser por pessoa física, por pessoa

jurídica, etc.

O fundamental a se considerar é como a Receita irá vislumbrar tal

Page 12: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

ato.

Acredito que a maior possibilidade é de ela observar a entrada de

valores não tributados pela movimentação em conta bancária.

Neste sentido, podemos avaliar corretamente da forma como o

Senhor apresentou: “dinheiro recebido por PF vindo do exterior”.

(observar se a transferência virá realmente do exterior, pois no

caso o Marco Gomes ele fez a troca de dinheiro por crédito com

empresa dentro do território brasileiro, o que exclui esta hipótese).

A tributação, se ocorrer por meio de pessoa física iria somar aos

demais rendimentos tributáveis, adequando-se às diversas

alíquotas até o limite de 27,5% (lembrando-se que depende muito

da forma de operação).

Caso o Senhor não desenvolva grande transferência, eu não vejo

problema.

Agora, se falarmos de um grande volume de mineração e

transferência de rendimentos, eu sugeriria criar uma Pessoa

Jurídica com este fim pois a margem de tributação é bem menor

que a relativa à pessoa física.

Espero ter esclarecido um pouco e fico à disposição para

eventuais dúvidas que venham a surgir.

Atenciosamente;

Silvio Vinhal Barbosa.

Responder este comentário

9. Franklin Maia comentou:

2014-Jan-02 at 01:41

Muito interessante, contudo as operacoes de compra e venda de bitcoin nunca

me causaram duvidas em relacao a tributacao ,visto que são muito semelhante a

comodities e acoes.Agora, no caso da mineiração, como proceder?Na pratica vc

se asemelha muito a uma fabrica, voce investe em computadores que passam a

produzir um produto que é vendido por dinheiro.Apurar a tributacao por ganho de

capital não faz sentido para mim, pois fere a essencia do que seria considerado

ganho de capital.

Responder este comentário

Silvio Vinhal comentou:

2014-Jan-02 at 17:35

Agora vi e reconheci o nome. Já respondi seu e-mail. (qualquer

coisa colei logo acima).

Qualquer dúvida basta perguntar.

Abraço!

Responder este comentário

10. Marcio Silva comentou:

2014-Jan-07 at 13:13

O Bitcoin não é considerado moeda pelo governo, talvez como Debentures, mas

todos sabemos que o bitcoin não é um título e não funciona assim. Portanto os

ganhos com bitcoins e que permanecerem como bitcoins não serão taxados até

que tributaristas inventem uma outra categoria que “enquadre” os bitcoins e os

disponibilize para a sanha arrecadadora do governo. Mas se isso ocorresse ,

seria como se o governo considerasse o bitcoin uma moeda concorrente do seu

papel pintado, mas fora do seu sistema bancário e financeiro.

Sabemos que a receita-federal emprega os maiores técnicos e as maiores

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mentes tributaristas do mundo, então poderemos esperar por soluções geniais e

mirabolantes para que o estado pratique o confisco também de bitcoins, e com a

inermidade e complacência do brasileiro que até achará bom ser confiscado e os

preços dos bitcoins irão disparar.

Responder este comentário

11. Jõao comentou:

2014-Jan-14 at 02:56

Acabei de descobrir uma coisa…

Eu realmente não quero estudar Direito.

Responder este comentário

12. JOAO FERNANDES comentou:

2014-Jan-14 at 03:10

Muito interessante, parabéns pela iniciativa. Eu pretendo investir algum dinheiro

em equipamentos para minerar Bitcoins. Gostaria de saber como deveria

declarar os meus ganhos, pois terei custos para manter os equipamentos. E o

dinheiro obtido com a mineração não é 100% lucro. Pretendo vender os Bitcoins

em um trade e fazer depósitos regulares na minha conta, como seria tributado

sendo pesso física e como seria seria para pessoa jurídica. Lembrando que os

bitcoins serão obtidos a partir os “esforços” dos meus equipamentos e recursos.

Obrigado !!!

Responder este comentário

13. Bruno Baruffi comentou:

2014-Jan-14 at 12:09

Silvio, Seu post esta excelente e muito esclarecedor. Porem gostaria de tentar

elucidar-me com uns exemplos, por favor me corrija se eu estiver errado.

Suponhamos que eu entre com o valor de R$50.000,00 na bolsa de bitcoin, esse

dinheiro foi conseguido de forma legal vindo direto do salario, portanto já pago

por algum imposto de anos anteriores.

Suponhamos que tenhamos 20% de lucro na bolsa no momento que retirei o

dinheiro. logo retirei R$75,000,00.

O imposto será aplicado sobre a diferença entre o que entrou e o que

saiu(Baseado na CPC-04).

Sendo assim, teríamos R$75.000,00 – R$50.000,00 = R$25.000,00.

Sendo assim o imposto sera cobrado pois o valor do ganho neste mês excede

R$2.000,00. Sendo o imposto de 15% aplicado sobre o GANHO de R$25.000,00

logo teremos R$3.750,00

O dinheiro inicial foi colocado no mês 03 e retirado no mês 06. Logo o imposto

será cobrado e deve ser declarado no mês 06.

Esta correto?

Neste momento apareceu uma duvida, se eu obtive este lucro e ao invés de

sacar ele todo de uma vez, eu dividi-lo entre os messes para valores menores

que 2.000,00, escaparia do imposto?

Espero estar certo! =)

Obrigado

Responder este comentário

Page 14: Como Declarar Bitcoin No Imposto de Renda, Um Parecer Jurídico – Marco Gomes

14. Tiago Struck comentou:

2014-Jan-15 at 15:50

Muito bom o artigo.

Porem, me resta uma duvida:

- No Brasil esta crescendo cada vez mais o numero dos chamados “mineradores”

de moeda digital. Onde por intermédio de um computador super potente os

“mineiros” ganham essas moedas digitais (Bitcoin ou Litecoin)e efetuam a troca

por moeda corrente.

Neste caso nao ha uma compra e venda da moeda digital, somente a venda.

Neste caso como declarar da onde isso veio?

Parabéns pelo estudo profundo nesse mercado que esta crescendo cada vez

mais.

Abraços

Responder este comentário

15. Onofre Caxias comentou:

2014-Jan-21 at 16:21

Silvio,

Essa lei 9250 já foi atualizada em 2005, veja o texto definitivo em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9250compilado.htm

Segundo o artigo 22, há isenção do IR para bens que NÃO sejam “ações

negociadas no mercado de balcão” (e as bitcoins de fato não são) quando a

alienação mensal for inferior a R$35.000.

Favor corrija o artigo para não confundir as pessoas.

No mais, ainda fica a dúvida de se uma venda de R$25 mil em bitcoins e outra de

R$ 25 mil em litecoins, ambas no mesmo mês, ultrapassam ou não o limite de

isenção. Será que todas as moedas virtuais seriam bens de mesma natureza?

(Na minha opinião, não.)

Responder este comentário

16. nerdnerd comentou:

2014-Mar-09 at 08:12

Boa tarde, venho fazendo diversos investimentos em mineração de bitcoin desde

o inicio da moeda, a ponto de hoje eu ter 250 maquinas minerando fora do pais,

cada uma faz 0.3 bit por dia hoje, sendo que a 4 meses atras faziam 1 bit por dia.

como declaro meus ganhos sobre mineração de bitcoins? sendo que todo o

investimento que fiz foram pagos em bitcoins, ganhos de outras minerações

anteriores. resumindo cada maquina custou 5 mil dolares, comprei 250 em

bitcoins, e estao minerando. tenho ganhos vendo moedas no mercado mas nao

estou recebendo em minhas contas vendo moedas apenas em especie, no qual

nao tenho patrimonio que vieram de venda de bitcoins.

Responder este comentário

17. marcio comentou:

2014-Mar-14 at 20:39

puxa vida, escrevem uma bíblia, não poderiam dar um resumo para leigos??

Responder este comentário

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Visual baseado no tema Old Popular Yolk feito por Joshua Goodwin e profundamente modificado por Marco Gomes.

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