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Como avaliar dados de infecção hospitalar
Geraldine Madalosso
Divisão de Infecção Hospitalar-CVE
Montando meu programa de vigilância epidemiológica: o que não pode faltar
Parte II
• Sistemas de Vigilância Epidemiológica de IRAS
• Indicadores Epidemiológicos
– Calculo de taxas
– Vigilância das UTIs
– Vigilância cirúrgica
• Avaliação de dados de IRAS de uma instituição
• Avaliação de dados de um conjunto de instituições
Resumo
OMS, 2002
• Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cabe às autoridades de saúde desenvolver um sistema para monitorizar infecções selecionadas e avaliar a efetividade de intervenções
Monitoramento das IH
Vigilância Epidemiológica de IH no
Mundo
NNISS/NHSN
HELICS
VICNISS
Sistemas de Vigilância Epidemiológica de IH no Mundo
PREZIES KISS
VIHDA
NACIONAL
ANVISA
Legislações
Guias de recomendações
ESTADUAL
CVE
Divisão de Infecção
Hospitalar
Coordena o sistema estadual
Define normativas
técnicas
MUNICIPAL
Coordena o sistema
municipal
Executa as ações
Grupos
regionais
Sistema de Controle de Infecção Hospitalar - Brasil
• Sistema de vigilância para IH no Estado de São Paulo implantado em abril de 2004 Dados obtidos através de vigilância por objetivo Vigilância em unidades críticas em substituição à global Notificação adequada às características básicas do hospital Taxas calculadas espelham a qualidade dos processos de atendimento à saúde
Sistema de Vigilância das IH do Estado de São Paulo
• A coleta de dados deve ser realizada de
maneira uniforme e contínua sendo a
análise dos dados e seus resultados
divulgados para que as equipes
colaborem nas medidas de controle
sugeridas
• É necessário que se utilize critérios
padronizados e bem fundamentados.
Para que a Vigilância Epidemiológica seja válida:
Tipos de Indicadores
• Área física, fluxos, materiais, equipamento,recursos humanos
ESTRUTURA
• Maneira pela qual se realiza determinada ação
PROCESSO • Freqüência de
determinado evento
RESULTADO
Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde
Exemplo de indicadores utilizados em Infecção hospitalar
Indicador Numerador Denominador
Taxa IH Episódios de IH Saídas / entradas
Densidade IH Episódios de IH Soma Pac-dia
Densidade de IH por procedimento
Infecções por topografia (pneumonia, ITU, ICS)
Soma dos procedimentos (dias de VM, dias de SVD, dias de cateter)
Taxas de utilização
Soma dos procedimentos (dias de VM, dias de SVD, dias de cateter)
Soma Pac-dia
No
sso
foco
Crité
rios
4 pacientes em VM
Pneumomia Pneumomia
4 pacientes em VM
Cálculo de Taxas UTI A UTI B
Taxa = 1 x 100 = 25%
4
Taxa = 1 x 100 = 25%
4
4 pacientes
1 pneumonia
4 pacientes
1 pneumonia
Taxa = 1 x 100
4
T = 25%
Taxa = 1 x 100
4
T = 25%
UTI A UTI B
Cálculo de Taxas
4 pacientes em VM 4 pacientes em VM
2 dias em VM
2 dias em VM
3 dias em VM
3 dias em VM
6 dias em VM
6 dias em VM
6 dias em VM
2 dias em VM
Cálculo de Densidade
2+2+3+3= 10 dias de exposição 6+6+6+2= 20 dias de exposição
UTI B UTI A
1 pneumonia
10 VM-dia
1 pneumonia
20 VM-dia
Taxa = 1 x 1000
10
Taxa = 1 x 1000
20
UTI A UTI B
Cálculo de Densidade
Taxa = 100 pneumonias por 1000 respiradores-dia
Taxa = 50 pneumonias por 1000 respiradores-dia
Taxa UTI A UTI B
Taxa de Pneumonia (%) 25 25
Densidade de incidência 100 50 (Infecções por mil
procedimentos-dia)
Taxa= as 2 UTIs parecem apresentar perfis similares de ocorrência de pneumonias DI= UTI B os pacientes ficaram mais tempo sob VM, porém a DI
foi menor, podendo indicar melhor qualidade assistencial. As taxas baseadas em densidade de incidência devem ser preferidas
Vigilância nas UTIs
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Seis dias de internação
Usou cateter três dias
Ex: Taxa de utilização
Taxa: procedimentos-dia x 100 pacientes-dia
3/6 x100=50%
seis pacientes-dia
três cateteres-dia =
=
Todos os pacientes internados na UTI são monitorados em busca de IH em todas as topografias e também são avaliados quanto às intervenções que podem aumentar o risco de aquisição de IH: cateter urinário, acesso vascular central e ventilação mecânica
Obs: a vigilância valoriza a presença de procedimentos bem como o tempo de exposição aos mesmos = cálculo de taxas ajustadas
Vigilância em UTI
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Cálculo de taxas = mensal
Densidade de incidência x 1000 dispositivos-dia
nº pneumonias associadas a ventilação (VAP) no mês
nº ventiladores-dia no mês X 1000
nº ITU associadas a sonda vesical (SV) no mês
nº sondas vesicais-dia no mês X 1000
nº IPCS LAB associadas a cateter central no mês
nº cateteres centrais-dia no mês
X 1000
nº IPCS CLIN associadas a cateter central no mês
nº cateteres centrais-dia no mês
X 1000
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2011
Indicadores em UTI
• As taxas baseadas em densidade de incidência são mais adequadas para a avaliação das taxas de infecção nas unidades de terapia intensiva. • Permite avaliar a intensidade de exposição de um paciente a um determinado fator de risco (ventiladores mecânicos, cateteres centrais e sondas vesicais de demora) e a conseqüente aquisição de infecções associadas a estes fatores de risco (pneumonias, infecções sangüíneas e infecções urinárias).
Densidade de Incidência
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
• O que significa o indicador de densidade de infecção?
• Trata-se de uma probabilidade relativa ao tempo de exposição.
• A DI IPCS indica a cada 1.000 dias de utilização de um cateter, qual a probabilidade de adquirir uma infecção da corrente sanguínea.
• A taxa de pneumonias por 1000 respiradores-dia expressa não somente o número de pacientes expostos ao risco, mas intensidade, em dias, dessa exposição
Compreendendo os indicadores
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Taxas de utilização de dispositivos (%)
nº ventiladores-dia no mês
Nº pacientes-dia X 100
nº sondas vesicais-dia no mês
Nº pacientes-dia
X 100
nº cateteres centrais-dia no mês
Nº pacientes-dia
X 100
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2011
Indicadores em UTI
O que significa Taxa de utilização de dispositivos?
• Significa o tempo em que os pacientes se mantém utilizando um determinado dispositivo na unidade
• São taxas acessórias, obtidas no intuito de analisar indiretamente a gravidade dos pacientes e, consequentemente, a intensidade de utilização de procedimentos invasivos e o risco associado de infecção
Compreendendo os indicadores
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
• Exemplo:
• Se em uma UTI foram obtidos 45 ventiladores-dia e 90 pacientes-dia, a taxa de utilização de ventiladores será de:
• 45/90 x 100, ou 50%.
• Esta cifra significa que os pacientes daquela UTI, no período analisado, usaram em média, ventiladores em 50% do seu período de permanência na UTI.
Taxa de utilização
Tx utilização de cateter = 45 x 100= 50%
90 Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
• Unidade de medida que representa a intensidade da exposição dos pacientes aos cateteres centrais.
• Este número é obtido por meio da soma de pacientes em uso de cateteres centrais, a cada dia, em um determinado período de tempo. No caso de UTI neonatal devem ser incluídos neste número os pacientes em uso de cateteres umbilicais.
• Quando o paciente tiver mais que um cateter central, estes deverão ser contados apenas uma vez, por dia de permanência na unidade
Ex: Paciente com Cateter Venoso Central-Dia
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Coleta de Denominadores
Dia do
Mês
Nº de Pacientes Nº Pacientes
c/ventiladores
mecânicos
Nº Pacientes c/
cateteres
centrais
Nº Pacientes c/
sondas vesicais
1 11 8 7 9
2 12 9 7 10
3 8 6 5 6
4 9 7 6 9
5 10 8 7 9
6 14 8 6 12
7 14 9 7 13
8 13 8 6 8
9 11 6 4 8
10 11 5 4 7
11 10 5 4 7
12 13 7 5 8
13 14 7 5 9
14 14 6 5 10
15 12 5 4 10
16 13 6 6 9
17 11 5 5 9
18 9 4 4 6
19 9 4 4 6
20 12 6 6 10
21 10 5 6 8
22 13 7 7 11
23 11 5 4 11
24 11 5 4 9
25 12 6 4 9
26 14 6 5 11
27 14 6 5 8
28 13 5 4 7
29 11 4 4 7
30 11 4 4 6
31 9 3 3 7
Total 359 185 157 269
Taxas de utilização de dispositivos muito altas: • Podem indicar que os pacientes são de maior gravidade e
risco, por isto, necessitam de utilização de dispositivos o tempo todo durante a internação na UTI; previsivelmente as taxas de IH serão mais altas;
Ou • Podem indicar baixo critério na indicação de dispositivos, ou
seja, pacientes permanecem com o dispositivo mesmo quando não há mais necessidade do mesmo.
Compreendendo os indicadores
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Taxas de utilização de dispositivos muito baixas:
• Podem indicar que a UTI não é realmente uma UTI. Os pacientes não são tão graves e a comparação com UTI de outras instituições é prejudicada.
Ou
• Podem indicar falhas na coleta de dados. Não são registrados todos os dias de utilização de dispositivos.
Compreendendo os indicadores
Característcas intrínsecas da unidade
Cada UTI deve ser avaliada de acordo com a especialidade
referencial-clínica, cirúrgica; o que torna a comparação de UTIs
mistas mais complexa
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Busca diária com registro das seguintes informações de todos os RNs:
presença de cateter umbilical/cateter vascular central e
Presença de ventilação mecânica
Presença de critérios para infecções com respectivos sítios e
agentes
São divididos em cinco categorias de acordo com o peso de
nascimento:
< 750g;
750 – 999g;
1000 – 1499g;
1500 – 2499g ;
>= 2500g.
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2011
Vigilância em UTI Neonatal
Cálculo de taxas = mensal/trimestral
Indicadores: densidade de incidência por 1000 dispositivos-dia
nº pneumonias associadas a ventilação (VAP) no mês
nº ventiladores-dia no mês X 1000
nº IPCS LAB associadas a cateter central no mês
nº cateteres centrais-dia no mês
X 1000
nº IPCS CLIN associadas a cateter central no mês
nº cateteres centrais-dia no mês
X 1000
POR FAIXA DE PESO AO NASCER
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2011
Indicadores em UTI Neonatal
Dia do Mês
PN<750g PN 751-999g PN1000-1499g PN 1500-2499g PN2500g
nº pac nºpac CVC/CU
nºpac VM nº pac
nºpac CVC/CU
nºpac VM nº pac
nºpac CVC/CU
nºpac VM nº pac
nºpac CVC/CU
nºpac VM nº pac
nºpac CVC/CU
nºpac VM
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
nº total de pacientes
Coleta de Denominadores
Todos os pacientes submetidos a procedimentos
operatórios nas categorias selecionadas são monitorados,
em busca de IH (ISC).
São as mais complexas, de obtenção mais trabalhosa e de
interpretação mais difícil ( a maioria das ISC se manifesta
após a alta hospitalar)
Vigilância pós-alta:
recomendação
Vigilância do paciente cirúrgico
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
Cálculo de taxas = mensal
Indicadores: taxa de infecção de sítio cirúrgico - ISC em cirurgias limpas por 100 procedimentos (%)
nº ISC
nº cirurgias limpas realizadas no mês X 100
nº ISC por especialidade
nº cirurgias limpas por especialidade realizadas no mês X 100
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2011
Indicadores em cirurgia
As taxas de ISC em cirurgias limpas tem sido utilizadas desde 1964, por expressar a ocorrência de infecções em situações na qual a
contaminação significativa da ferida não é freqüente ou é inesperada
Tipo Definição Risco de Infecção
Limpa Sem sinais de inflamação, sem
manipulação do TGI, TGU, TResp.
1,5-2%(>=5)
Potencialmente contaminada
TGI, TResp., TGU, orofaringe em condições
controladas
2-7% (11)
Contaminada Inflamação aguda, urina ou bile infectadas, secreção de TGI,
quebras de técnica
7-15%(17)
Infectada Infecção estabelecida 10-40%(>27)
Wong. in Mayhall 2004
Classificação das cirurgias
Indicadores: taxa de infecção de sítio cirúrgico - ISC em procedimentos selecionados por 100 procedimentos (%)
nº ISC em revasc
nº revasc realizadas no mês X 100
nº ISC em parto cesariano
nº partos cesarianos realizados no mês X 100
Manual Critérios Diagnósticos – CVE 2012
Indicadores em cirurgia
•Utilização de critérios diagnósticos já estabelecidos e padronizados (manual do CVE, 2012; manual do indicador ANVISA, 2010) – padronização de coleta de dados; (falha de critérios diagnósticos, taxas subestimadas ou superestimadas) •Rotatividade de pessoal responsável pela busca ativa das IH e pelo preenchimento das planilhas (falha no método de coleta, identificação e diagnóstico); •Verificar coerência nos dados preenchidos mês a mês (falha na coleta de dados dos denominadores); •Verificar ausências de diagnósticos de IH = taxas “zero” (falha diagnóstica, subnotificação)
Fonte: GRINBAUM, 2000.
Avaliação de dados de uma instituição
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
• Taxas agregadas: baseada nas taxas mensais • Diagrama de controle: estabelecimento de limites de confiança fixos
Avaliação de dados de uma instituição
Grinbaum RS, Curso IRAS, 2004
UNIDADE MÊS DE NOTIFICAÇÃO ANO DE NOTIFICAÇÃO IPCSL CVC PAC-DIA
Hospital A JAN 2011 5 316 535
Hospital A FEV 2011 3 316 515
Hospital A MAR 2011 7 404 525
Hospital A ABR 2011 2 346 438
Hospital A MAI 2011 8 444 536
Hospital A JUN 2011 4 446 518
Hospital A JUL 2011 3 313 499
Hospital A AGO 2011 1 339 485
Hospital A SET 2011 2 343 476
Hospital A OUT 2011 2 350 435
Hospital A NOV 2011 1 395 490
Hospital A DEZ 2011 1 423 515
Exemplo: UTI Hospital A
• Planilha Hospital Geral 2011, 2012
• Disponível em: www.cve.saude.sp.gov.br na página da Infecção Hospitalar
Janeiro
Unidade PN IPCS Laboratorial IPCS Clínica IU VM CT SV Pacientes-dia
(Número de pneumonias
associadas a ventilador
mecânico)
(Número de IPCS
laboratorial associada a
cateter central)
(Número de IPCS
clínica associada a
cateter central)
(Número de infecções
urinárias associadas a
sonda vesical de demora)
(Número de pacientes
com ventilador
mecânico/dia)
(Número de pacientes
com cateter central /
dia)
(Número de pacientes
com sonda vesical de
demora / dia)
UTI - 1 5 0 316 535UTI - 2
UTI - 3
UTI - 4
UCO
UTIPE
Unidade DI PN X VM DI IPCS Lab X CT DI IPCS Clin X CT DI IU X SV TX VM TX CT TX SV
UTI - 1 #DIV/0! 15,82 0,00 #DIV/0! 0,00 59,07 0,00
UTI - 2 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 3 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 4 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UCO #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTIPE #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
Exemplo: UTI Hospital A
Total NÃO DIGITAR NESTE QUADRO
Unidade PN IPCS Laboratorial IPCS Clínica IU VM CT SV Pacientes-dia
(Número de pneumonias
associadas a ventilador
mecânico)
(Número de IPCS
laboratorial associada a
cateter central)
(Número de IPCS
clínica associada a
cateter central)
(Número de infecções
urinárias associadas a
sonda vesical de demora)
(Número de pacientes
com ventilador
mecânico/dia)
(Número de pacientes
com cateter central /
dia)
(Número de pacientes
com sonda vesical de
demora / dia)
UTI - 1 0 39 0 0 0 4435 0 5967UTI - 2 0 0 0 0 0 0 0 0
UTI - 3 0 0 0 0 0 0 0 0
UTI - 4 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 39 0 0 0 4435 0 5967UCO 0 0 0 0 0 0 0 0
UTIPE 0 0 0 0 0 0 0 0
Unidade DI PN X VM DI IPCS Lab X CT DI IPCS Clin X CT DI IU X SV TX VM TX CT TX SV
UTI - 1 #DIV/0! 8,79 0,00 #DIV/0! 0,00 74,33 0,00
UTI - 2 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 3 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 4 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
TOTAL #DIV/0! 8,79 0,00 #DIV/0! 0,00 74,33 0,00
UCO #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTIPE #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
Exemplo: UTI Hospital A
• Soma dos numeradores = 39 infecções no período
• Soma dos denominadores = 4.435 pacientes com cateter-dia no período
• Taxa agregada anual: 39/4435 x 1000 = 8,79 IPCSL por 1000 cateteres-dia
Taxa Agregada: DI IPCSL
Taxa agregada = “Pooled mean”
• Soma dos numeradores = 4.435 pacientes com cateter-dia no período
• Soma dos denominadores = 5.967 pacientes -dia no período
• Taxa agregada anual: 4.435/5.967 x 100 = 74,33%
É o tempo em que os pacientes se mantiveram utilizando CVC na unidade.
Taxa Agregada: Tx Utilização CVC
• Importante: Quando um hospital vai “se olhar” ou se “comparar”(ou quando a vigilância vai olhar a taxa do hospital) ela tem que utilizar como referência o seu dado agregado (que reflete melhor a tendência central de diferentes observações) em relação a um conjunto de dados agregados de outros hospitais.
Taxa Agregada
• são gráficos baseados na teoria de probabilidades que permitem comparar a incidência observada de um determinado evento com os limites máximo e mínimo da incidência esperada. • a monitorização contínua dos níveis endêmicos pode identificar os aumentos das taxas basais de infecção, que, em pequena proporção de casos, são significativos e representam surtos ou epidemias.
Diagrama de Controle na Vigilância Epidemiológica das infecções
Hospitalares
COMO CONSTRUIR UM DIAGRAMA DE CONTROLE?
• Média de taxas (mensais ou disponíveis ao longo dos anos)
• 2 desvios-padrão acima ou abaixo da média: 95% das ocorrências – correspondente aos LIMITES DE ALERTA (maior sensibilidade)
média + 1,96*DP = limite superior
média – 1,96*DP = limite inferior
• 3 desvios-padrão acima ou abaixo da média: 99,7% das ocorrências – correspondente aos LIMITES DE CONTROLE (maior especificidade)
• Acompanhamento das taxas do ano corrente sobre o diagrama “de fundo”
• Complementar: percentil 50 e 90 do estado/NHSN
IC 95%
Diagrama de Controle na Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
Min. 6 meses, em situações de normalidade
Opcional
Opcional
mês/ano DI PNxVM DI ISxCT DI ITU x CV
jan/07 46,51 13,70 8,70
fev/07 68,63 11,70 0,00
mar/07 20,27 0,00 7,87
abr/07 6,21 0,00 7,75
mai/07 44,12 0,00 8,44
jun/07 15,50 0,00 9,57
jul/07 35,40 4,08 0,00
ago/07 22,90 0,00 20,62
set/07 51,28 0,00 16,67
out/07 19,23 0,00 0,00
nov/07 53,76 14,44 15,09
dez/07 30,00 0,00 4,78
jan/08 34,13 2,90 20,17
fev/08 23,44 3,42 10,07
mar/08 13,99 0,00 6,02
abr/08 12,78 5,83 8,67
mai/08 22,58 6,19 6,01
jun/08 14,60 13,11 6,43
jul/08 17,86 6,58 12,78
ago/08 17,73 3,19 3,13
set/08 13,57 6,71 3,42
out/08 4,55 12,82 7,12
nov/08 13,57 6,78 14,76
dez/08 8,81 15,97 3,15
soma total 611,42 127,44 201,24
média mensal (24 meses) 25,48 5,31 8,38
desvio-padrão 16,68 5,52 5,85
DPx1,96 32,69 10,82 11,47
limite superior (média + DPx1,96) 58,16 16,13 19,85
limite inferior (média - DPx1,96) -7,21 -5,51 -3,08
Pneumonia IPCS ITU
Como construir um diagrama de controle?
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2009 média mensal limite superior P50 CVE 2008
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2009 média mensal limite superior P50 CVE 2008
Pneumonia
ITU
Diagrama de Controle na Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
Parâmetro externo
Parâmetro externo
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2009 média mensal limite superior P50 CVE 2008
IPCS
Diagrama de Controle na Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
Parâmetro externo
Fonte: Rev Saúde Pública 2003;37(6):768-74
Diagrama de Controle na Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
COMO INTERPRETAR O DIAGRAMA DE CONTROLE?
• Quando os coeficientes se situarem dentro da faixa esperada (FAIXA ENDÊMICA) – variações aleatórias da incidência de infecção e sem maior significado epidemiológico
• Ultrapassada a FAIXA ENDÊMICA – variações não naturais, possibilidade de surtos – investigar e adotar providências;
Diagrama de Controle Interpretação
• ENDEMIA: quando a freqüência de infecção hospitalar se mantiver dentro da faixa endêmica estabelecida para o hospital
• SURTO DE INFECÇÃO HOSPITALAR: quando existe um aumento estatisticamente significativo de determinada infecção, acima dos valores máximos esperados ou do limite superior endêmico (p< 0,05)
Conceitos: Surtos e Endemias
Qual a aplicação prática desses conceitos?
• Por definição, surtos hospitalares são preveníveis
• Importância de reconhecimento dos surtos
• Importância da investigação dos surtos precocemente
• Importância da implementação de medidas de controle
Vigilância epidemiológica das IH
• Indicadores de Infecção hospitalar apresentam grandes variações entre os diferentes hospitais. Comparações devem ser feitas com critério e com cautela. • Taxas ajustadas permitem a comparação de indicadores independentemente das características locais) • Hierarquização de acordo com o percentil é mais lógica e interpretável (“ranking das taxas”) • Taxa agregada e Percentis: Parâmetros que a instituição utiliza como referência externa para comparações contemporâneas com outras organizações e serviços (benchmarking)
Avaliação de um conjunto de instituições
1º Passo) Avaliação de dados agregados para cada instituição:
• Excel
• TAXA AGREGADA ANUAL (x 1000 ou x 100):
soma dos numeradores (n. de infecções) no período
soma dos denominadores no período
(n. de dispositivos ou pacientes-dia)
O Total de cada Planilha é a taxa agregada anual
Avaliação de um conjunto de instituições
UNIDADE MÊS DE NOTIFICAÇÃO ANO DE NOTIFICAÇÃO IPCSL CVC PAC-DIA
Hospital A JAN 2011 5 316 535
Hospital A FEV 2011 3 316 515
Hospital A MAR 2011 7 404 525
Hospital A ABR 2011 2 346 438
Hospital A MAI 2011 8 444 536
Hospital A JUN 2011 4 446 518
Hospital A JUL 2011 3 313 499
Hospital A AGO 2011 1 339 485
Hospital A SET 2011 2 343 476
Hospital A OUT 2011 2 350 435
Hospital A NOV 2011 1 395 490
Hospital A DEZ 2011 1 423 515
Exemplo: UTI Hospital A
Taxa agregada
Total NÃO DIGITAR NESTE QUADRO
Unidade PN IPCS Laboratorial IPCS Clínica IU VM CT SV Pacientes-dia
(Número de pneumonias
associadas a ventilador
mecânico)
(Número de IPCS
laboratorial associada a
cateter central)
(Número de IPCS
clínica associada a
cateter central)
(Número de infecções
urinárias associadas a
sonda vesical de demora)
(Número de pacientes
com ventilador
mecânico/dia)
(Número de pacientes
com cateter central /
dia)
(Número de pacientes
com sonda vesical de
demora / dia)
UTI - 1 0 39 0 0 0 4435 0 5967UTI - 2 0 0 0 0 0 0 0 0
UTI - 3 0 0 0 0 0 0 0 0
UTI - 4 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 39 0 0 0 4435 0 5967UCO 0 0 0 0 0 0 0 0
UTIPE 0 0 0 0 0 0 0 0
Unidade DI PN X VM DI IPCS Lab X CT DI IPCS Clin X CT DI IU X SV TX VM TX CT TX SV
UTI - 1 #DIV/0! 8,79 0,00 #DIV/0! 0,00 74,33 0,00
UTI - 2 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 3 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTI - 4 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
TOTAL #DIV/0! 8,79 0,00 #DIV/0! 0,00 74,33 0,00
UCO #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
UTIPE #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
Exemplo: UTI Hospital A
2º Passo) Conjunto de instituições: classificar as taxas agregadas de todos os hospitais notificantes pela distribuição em percentis: 10, 25, 50, 75, 90.
• Excel
• Função Percentil
• Matriz (lista de taxas agregadasde todas as instituições)
• K (0,1-0,25-0,5-0,75-0,9)
Avaliação de dados de IH de um conjunto de instituições
• Percentil: divisão de uma escala de valores ordenados em partes iguais.
• Um percentil é o ponto abaixo do qual a porcentagem especificada de observações ocorre. P.ex.:percentil 20 é o ponto abaixo do qual estão 20% das observações e acima dele, 80% delas.
• Divisão em quatro partes = gera os quartis • 1o.Quartil = percentil 25 (inclui 25% dos
valores mais baixos) • 2o. Quartil = percentil 50 (mediana) • 3o. quartil = percentil 75 (inclui 25% dos
valores mais altos)
Avaliação de dados de IH de um conjunto de instituições
Percentil
valor
observado 12 12 12 13 15 18 19 20 20 21 27 31 32 32 34 36 39 39 39 42 44 45 45 46 49 58 63 65 68 79 79
ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Percentil 25 Percentil 75
Percentil 50
mediana
50% dos
hospitais com
taxas de IH nos
“valores
médios”
25% dos
hospitais com
as taxas mais
baixas
25% dos
hospitais com
as taxas mais
altas
Percentil
Hospital Taxa agregada DI
IPCS Lab
1 8,79
2 3,70
3 0,00
4 3,52
5 6,75
6 4,40
7 5,65
8 0,00
9 15,69
10 5,61
11 5,51
12 5,10
13 4,84
14 0,00
15 4,80
16 4,92
17 21,62
18 3,30
19 4,29
20 0,00
21 11,25
22 2,34
23 10,25
24 4,57
Listar as taxas agregadas
Comparação de dados no conjunto
AVALIAR: •Conjunto de hospitais
•Por regional •Por natureza •Por nº leitos
•Série histórica do próprio hospital
Comparação de dados no Estado
• Verificar a taxa agregada anual da sua instituição (de cada indicador calculado)
• Comparar com as taxas apresentadas no ranking de percentis ( para cada indicador) da Regional, do estado, do Brasil, de programas internacionais...
• O ideal = P50 ou entre P25 e P75 – (não se acomodar!)
• P90 = taxas muito altas – verificar falhas de critério, erro de digitação – providências!
• P10 = subnotificação – providências!
Apresentação de dados Ano 2010;
Disponível em: www.cve.saude.sp.gov.br
ANO 2010
nº
hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total
UTI ADULTO 355
DI PN x VM 16,64 3,58 8,46 15,20 23,17 30,96
TX VM 43,69 25,26 32,94 42,73 55,36 64,74
DI IS x CT 6,35 0,00 1,82 5,07 8,37 13,99
TX CT 54,34 29,92 42,56 56,02 67,34 76,86
DI IU x SV 7,25 1,20 2,87 6,07 9,64 14,52
TX SV 65,01 42,21 53,78 67,20 79,06 86,66
PAC-DIA 4103 1199 1778 2857 5407 7478 1456582
UCO 44
DI PN x VM 19,95 3,06 12,05 16,69 28,99 36,80
TX VM 22,75 7,20 14,33 19,96 31,43 38,50
DI IS x CT 4,88 0,00 1,39 3,79 8,37 10,10
TX CT 39,45 15,79 26,76 40,21 49,56 61,92
DI IU x SV 6,85 2,50 3,16 6,02 10,84 12,50
TX SV 44,18 17,35 27,44 47,27 56,22 74,53
PAC-DIA 2647 1481 2474 3115 2647 3554 116470
UTI PED 128
DI PN x VM 8,21 0,00 2,90 5,69 10,55 16,37
TX VM 44,76 21,30 29,41 45,81 58,07 70,45
DI IS x CT 8,79 0,00 3,69 6,80 10,99 15,92
TX CT 43,20 17,75 29,51 40,03 57,07 70,40
DI IU x SV 7,97 0,00 0,00 4,46 9,31 16,00
TX SV 20,34 3,74 8,90 16,30 31,12 40,53
PAC-DIA 1970 778 1127 1754 2316 3102 252245
Comparação de dados no Estado
Boletim Informativo nº 04/ANVISA/fev 2012 Disponível em: www.anvisa.gov.br
Comparação de dados no BRASIL
Maria Clara Padoveze
Etapa 1:
a) Estimular os hospitais a comparar as suas taxas com distribuição dos percentis das taxas das instituições do seu Estado.
• Identificar se as taxas anuais da instituição (agregada) estão acima ou abaixo do percentil 50.
• Taxas acima do percentil 90 sugerem necessidade de implementar medidas para redução de infecção.
• Taxas inferiores ao percentil 10 ou 25 devem ser estudadas cuidadosamente em relação ao perfil do hospital, para assegurar que não há falhas na notificação.
Interpretação de dados
Maria Clara Padoveze
Etapa 1 (continuação)
b) Estimular os hospitais a olhar as taxas de infecção sempre em comparação com as taxas de utilização de dispositivos.
• Espera-se que não haja grande discrepância no posicionamento dos percentis entre estas duas faixas.
• Taxas muito altas de infecção e muito baixas de utilização de dispositivo podem indicar um grave problema de infecção ou falhas no método de coleta de dados.
Interpretação de dados
Maria Clara Padoveze
Etapa 2: avaliar a distribuição de percentis do município ou regional em comparação aos dados divulgados no Estado (CVE), ou outros sistemas de dados divulgados (NHSN/CDC/USA)
• Taxas muito altas podem indicar problemas de infecção ou supernotificação de casos
• Taxas muito baixas podem indicar subnotificação de casos ou o serviços avaliados não correspondem ao conceito de UTI
Interpretação de dados
• E-mail: [email protected]
• Site: www.cve.saude.sp.gov.br
Agradecimentos (slides):
Prof. Dra. Maria Clara Padoveze
Escola de Enfermagem da USP
Obrigada!
• Ocorre aumento aparente do número de casos
• Na realidade não houve aumento do número de casos
O QUE PODE TER OCORRIDO?
• modificação do sistema de vigilância epidemiológica
• melhora do diagnóstico laboratorial
• alteração do perfil da população atendida
• contaminação dos frascos de coleta
Conceitos: Pseudo-surtos