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Comissão de Educação, Cultura, Desporto,Ciência e Tecnologia RELATÓRIO FINAL

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Comissão de Educação, Cultura,Desporto,Ciência e Tecnologia

RELATÓRIO FINAL

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SUBCOMISSÃOINTERNET PARA TODOS

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INDICE

1- Facilitar o acesso do Cidadão.................................................52- A Subcomissão.......................................................................63- Emenda no orçamento...........................................................74- As portas da intenet para os gaúchos....................................85- Projeto de Lei nº 88/09..........................................................96- Projeto de Lei nº 372/09 .....................................................13 7-A importância da Internet.....................................................158- Novas formas de comunicação.............................................169- Internet nas empresas..........................................................1910- No Brasil.............................................................................2011- Internet nas Escolas Estaduais...........................................2112- Depoimentos......................................................................2213- Programação do Seminário................................................3114- Exemplo do Paraná.............................................................3215-Seminário............................................................................3316-Conclusões finais.................................................................8617-Registros finais....................................................................90

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FACILITAR O ACESSO DO CIDADÃO

É inconcebível que a Internet e os sistemas de comunicação venham aumentar as desigualdades sociais. Pelo contrário, as novas tecnologias digitais vieram para ficar e afetar positivamente o cidadão do mesmo modo como chegaram o rádio, o telefone e a TV.

Por isso, entendo eu as políticas públicas são essenciais para a inclusão do cidadão e dos órgãos públicos, da educação, da cultura e das empresas na sociedade de informação e da comunicação digital. Boa parte da população está tendo acesso aos computadores, mas os programas de incentivo à aquisição de computadores mostraram-se mais eficientes que as ações de estímulo ao uso da Internet ou qualquer política nessa área. Para democratizar a Internet necessitamos de redes “wireless” públicas e passa pela solução de problemas de infra-estrutura, capilarização de serviços e participação do governo na tomada de decisões e acesso amplo e igualitário aos conteúdos disponíveis ou que possam ser oferecidos.

Tal como todos os demais recursos estaduais, a infra-estrutura básica para a disseminação da Internet lamentavelmente está restrita aos principais municípios e prioriza as camadas abastadas, mas é papel dos governos facilitar o acesso do cidadão e principalmente dos jovens e dos excluídos. O que estamos assistindo é um processo que vai muito além da comunicação. Tal qual a rede de esgotos, o fio de luz e a rede telefônica, a Internet precisa estar acessível gratuita.

O Brasil é de longe o pior País colocado em números per capita de usuários de computadores pessoais, linhas e servidores da rede. Os circuitos que conectam os provedores de serviços são dos mais caros do mundo e só existe Internet visando lucro. Cresce, portanto, o papel social do Estado na democratização e via Internet para Todos será possível oferecermos um choque cultural que trará modificações sem precedentes ao Rio Grande do Sul.

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Deputado Mano ChangesRelator

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A SUBCOMISSÃO

A Subcomissão Internet para Todos foi proposta pelo deputado Mano Chances (PP) em 05/09/2007 e autorizada no dia 04/03/2008, em reunião da Comissão de Educação, Desporto, Ciência e Tecnologia (ata 05/08) é formada por Mano e pelos deputados Kalil Sehbe (PDT) e Edson Brum (PMDB).

O objetivo da Subcomissão foi o de debater e criar mecanismos para que o Estado promova a inclusão digital através da Internet gratuita para todos como forma de gerar emprego, renda, conhecimento, educação e oportunidades para a população dos municípios.

A intenção é de facilitar acesso e criar condições -principalmente para os jovens -para o estabelecimento de políticas digitais que incluam todos os municípios jamais dispensando a participação da iniciativa privada, mas fazendo com que o Estado cumpra com o seu papel.

Os deputados que concordaram com a proposta da Subcomissão entendem que a inclusão digital via ‘wireless’ é decisiva para promover ao acesso dos jovens à Internet.

Composição da SubcomissãoInternet para Todos

Deputado Mano Changes(PP) - RelatorDeputado Edson Brum(PMDB) – Membro Titular

Deputado Kalil Sehbe(PDT)– Membro Titular

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EMENDA PARAA INCLUSÃO DIGITAL

O deputado estadual Mano Changes, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, apresentou emenda orçamentária no valor de R$ 2 milhões para a implantação da banda larga pública em todos os municípios do Rio Grande do Sul.

O uso social da Internet foi uma das principais prioridades do deputado no seu primeiro mandato e uma das suas bandeiras na campanha que lhe conduz a reeleição.

O governador eleito Tarso Genro assumiu o compromisso de usar a inclusão digital como instrumento de integração social. O comprometimento, segundo o parlamentar, foi no seminário Internet para Todos, promovido pela Comissão de Educação. O então candidato ao Governo do Estado prometeu que, se fosse eleito, iria, já no seu segundo ano de governo, oferecer aulas de informática para os alunos do ensino básico da rede pública estadual de educação.

Tarso mostrou na sua campanha, ao utilizar a Internet como instrumento democrático de comunicação com o eleitor gaúcho, e depois nas suas primeiras declarações como governador eleito, que a inclusão digital será prioridade em sua gestão.

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AS PORTAS DA INTERNET PARA OS GAÚCHOS

Sem esperar que venham projetos do Governo que determinem a implantação das redes digitais sem fio em todo o Brasil o deputado estadualMano Changes apresentou quatro projetos de Internet. Trabalhando pela inovação, pelo jovem e a geração de emprego, as iniciativas visam mudar o dia-a-dia dos gaúchos e fazer com que eles recuperem, através da tecnologia, o espaço que o Rio Grande do Sul perdeu nos últimos anos.

Os projetos de lei são: o projeto de lei 288/09 institui o programa Internet para Todos levando a internet sem fio para todos os municípios gaúchos; o projeto 372/09 coloca a internet a serviço do ensino ao torná-la obrigatória em todas as escolas estaduais; o 134/07 estabelece o “Programa Estadual de Inclusão Digital do Jovem Residente na Área Rural” e o projeto de resolução n.º 10/07 dispõe sobre a criação do Banco Estadual de Informática (BEI), reaproveitando computadores substituídos principalmente do setor público, mas que tem condições de uso.

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Projeto de Lei nº. 288/09

Institui no Estado do Rio Grande do Sul o programa Internet para Todos

Art. 1º - Fica instituído no Rio Grande do Sul o programa Internet para Todos através da instalação de redes públicas de “wireless” com a finalidade de facilitar e estimular o acesso à comunicação digital.

Art. 2º - O programa será desenvolvido pelas Prefeituras com a supervisão da Secretaria da Ciência e Tecnologia, que atuará como facilitadora dando suporte, criando condições e viabilizando a instalação digital.

Art. 3º - Caberá ao Estado estimular e orientar na implantação de infra-estrutura ótica (ou de outros sistemas) para a transmissão via “wireless” de dados em alta velocidade, suporte para tecnologias de informação e comunicação, gerando oportunidades de desenvolvimento social, educação e cultura e ampliando os serviços de comunicação, auxiliando e estimulando a geração de empregos.

Art. 4º- O Estado realizará programas de implantação de municípios digitais em conjunto com a Federação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul (FAMURS).

Art. 5º- Através deste projeto de lei, o Estado facilitará e agilizará programas de interconexão, interoperacionalidade de redes e serviços que facilitem o acesso físico à comunicação e de políticas justas de tarifas de comunicação e subsidiada para determinados tipos de usuários.

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“Políticas públicas são essenciais para promover a inclusão dos cidadãos, dos órgãos públicos, da educação,da cultura e das

empresas na sociedade de informação e na comunicação digital”.

JUSTIFICATIVA

Não podemos permitir que a Internet e a comunicação sirvam para aumentar as desigualdades sociais. Pelo contrário, as novas tecnologias digitais de comunicação e informação vieram para ficar e afetar positivamente o cidadão, do mesmo modo como chegaram o rádio, o telefone e a televisão. Dessa forma, políticas públicas são essenciais para promover a inclusão dos cidadãos, dos órgãos públicos, da educação,da cultura e das empresas na sociedade de informação e na comunicação digital.

Se observarmos o que aconteceu com o acesso a Internet e ao computador nos últimos dois anos,verificaremos que os programas de incentivo à aquisição de computadores mostraram-se mais eficientes que as ações de estímulo ao uso da Internet ou qualquer outra política nessa área.

A democratização da Internet necessita de redes de “wireless” públicas e passa pela solução de problemas de infra-estrutura, capilarização de serviços, participação do Governo do Estado na tomada de decisões e acesso amplo e igualitário aos conteúdos disponíveis ou que possam ser oferecidos via Internet.

Tal como todos os demais recursos no Estado, a infra-estrutura básica para a disseminação da Internet, lamentavelmente, está restrita aos principais municípios e prioriza as camadas abastadas, tendo como paradigma para sua implementação as companhias privadas.

Hoje, temos a Internet através de companhias telefônicas, de cabo e radiofreqüência, mas é papel do Poder Público facilitar o acesso do cidadão aos sistemas.

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Hoje, o Brasil é, sem dúvida, o país que, em proporção à sua população, apresenta menor número de computadores pessoais, linhas telefônicas e servidores da rede. Os circuitos que conectam os provedores de serviços estão entre os mais caros do mundo, e só existe Internet onde quem a instala pode ter lucro.

Assim, o Estado tem importante papel social na democratização da Internet, oferecendo as soluções para a conexão a baixo custo e, em percentual razoável a ser estipulado, a custo zero.

O Estado tem importante papel, também, na orientação de organizações não-governamentais (ONGs), sindicatos, associações e entidades da sociedade civil. Por meio do programa Internet para Todos, será possível oferecermos um choque cultural que trará modificações sem precedentes ao Rio Grande do Sul.

Sala das Sessões, 12 de novembro de 2008

Deputado Mano Changes

Aquilo a que estamos assistindo é um processo que vai muito além da comunicação. Tal qual a rede de esgotos, o fio de luz e a rede telefônica, a Internet precisa estar (e estará, se depender de nós) acessível a toda população. O acesso à Internet deve ser viável a quem tiver nada mais que um computador e, de preferência, obtido gratuitamente.

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Projeto de Lei n.º 372 /2009

Institui a obrigatoriedade do acessoa Internet aos alunos das escolasestaduais do Rio Grande do Sul

Art. 1º - Fica instituído aos alunos e professores a disponibilização de acesso a rede mundial de computadores - Internet - nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul. Art. 2º - O Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul deverá prover as escolas estaduais com equipamentos necessários ao acesso e utilização da Internet gratuitamente para todos os alunos da rede pública estadual como instrumento de educação, formação, informação e conhecimento. Art. 3º- O Estado do Rio Grande do Sul fica autorizado a firmar convênios com a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) e as demais operadoras de energia elétrica e firmar parcerias com provedores de Internet para oferecer e disponibilizar, gratuitamente, a todas as escolas da rede estadual a conexão e o acesso à rede mundial de computadores. Art. 4º- A instituição da Internet nas escolas estaduais será feita de forma gradativa por quantidade de alunos, sendo elaborado um plano prévio de implantação observando-se o ponto de presença da rede e adistância para cada unidade escolar, respectivamente. Art. 5º- A Secretaria de Ciência e Tecnologia, a Secretaria da Educação e a Secretaria de Infra-estrutura e Logística, regularão e fixarão os parâmetros de funcionamento e viabilização das redes de Internet nas escolas públicas estaduais. Art. 6º- As políticas adotadas pelas escolas para a utilização da Internet no processo pedagógico serão estabelecidas pela Secretaria Estadual da Educação. Art. 7º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 8º - Ficam revogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, 26 de novembro de 2009

Deputado Mano Changes

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“Apresento o presente projeto , acreditando ser a Internet mais uma possibilidade real de um processo educacional mais qualitativo,

igualitário, acessível e, sobretudo, socialmente justo”.JUSTIFICATIVA

Parto do princípio constitucional de que a educação é dever do Estado, e que a universalização da informação deve ser facilitada como meio de garantir o pleno desenvolvimento sócio-educacional do cidadão. Não podemos esperar mais: é imposição que a Internet seja oferecida nas escolas estaduais e incentivada pelo poder público como forma de abrir as portas do mundo aos futuros cidadãos. Apresento o presente projeto de lei, acreditando ser a Internet mais uma possibilidade real de um processo educacional mais qualitativo, igualitário, acessível e, sobretudo, socialmente justo.

Como presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e com a certeza de que a Internet é a melhor e mais importante ferramenta de educação, conhecimento e formação, apresento este projeto que vai inclusive assegurar aos cidadãos do futuro o conhecimento indispensável para auxiliá-los na formação e nas oportunidades que terão para a obtenção de empregos e assegurar a própria renda.

Firmar convênios com as operadoras de energia elétrica vai permitir que se aproveite a maior rede de cabos que o Estado possui, como já fazem alguns países. Vamos servir os alunos e as escolas e disponibilizar as tecnologias existentes. Lembro que as operadoras de energia elétrica são as empresas que atingem o maior universo de consumidores com praticamente 100% de atendimento dos domicílios urbanos e quase o mesmo percentual dos rurais.

Vamos estabelecer um novo Rio Grande, de acesso digital, começando pela educação. Queremos apenas garantir o direito universal da igualdade e suas vantagens, permitindo a possibilidade do acesso à informação, ao desenvolvimento do intelecto, do social e do educacional, visando uma formação mais completa do indivíduo e do cidadão.

Sala das Sessões, 26 de novembro de 2009 Deputado Mano Changes

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A IMPORTÂNCIA DA INTERNET

Estamos na época da Internet e é através dela que podemos divulgar as nossas idéias. Há sites que pelas informações disponibilizadas fazem parte de nosso dia a dia. O Google é o mais importante. Fundado em 1998, por alguns rapazes nos Estados Unidos, o seu valor atual na bolsa de ações ultrapassa, hoje, alguns bilhões de dólares. O mercado globalizado na Internet tem mais de sete bilhões de clientes.

De um modo geral, as pessoas começam a perceber as modificações que a Internet determina e a rapidez com que isso ocorrerá. Com o aparecimento do acesso rápido, ela passou a influencia rainda mais as nossas vidas. A influência pode ser notada nos seguintes aspectos:

comunicação áudio-visual entre as pessoas; contacto à distância das empresas pelos seus dirigentes; comercialização dos objetos e dos serviços;e o mais importante, a disposição, para qualquer um, do conhecimento total

da humanidade adquirido até os dias atuais.

A melhor imagem que se pode fazer da Internet é pensar que o mundo, antes dela, era formado por milhões de cabeças e que, com o seu advento, passou a ser apenas uma cabeça pensante composta por aquelas originais que se transformam em neurônios de um cérebro mundial, aos quais estão, sempre, em comunicação entre si.

Todos esses aspectos fazem com que o desenvolvimento das ciências, das tecnologias, dos assuntos em geral, seja em um ritmo muito mais acelerado do que vem acontecendo.

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NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO

A Internet trouxe novas formas de comunicação, os comunicadores instantâneos como o MSN, o telefone pela internet como o Skype, o email, as redes sociais como o Orkut, entre outros, são ferramentas baseadas em Internet que possibilit aram uma verdadeira revolução na forma como nos comunicamos com outras pessoas.

É um ponto muito positivo, pois não só barateou o custo da comunicação como tornou as pessoas mais próximas. Mas há um lado negativo que é a exclusão digital, ou seja, muitas pessoas estão sem acesso à Internet e do ponto

de vista tecnológico estão excluídas digitalmente, tema que sempre preocupou esta subcomissão.

A descentralização da informação, cultura e educação é um ponto que reflete bem a sua importância, pois com a internet, a informação, cultura e

educação deixaram de ser priv ilégio de alguns apenas. Para sustentar esta tese citamos os seguintes itens:

- A Wikipedia já é a maior enciclopédia do mundo. Então, para a maioria das pessoas que nunca tiveram acesso à enciclopédia Britânica, por exemplo, agora pode consultar livremente o que quiser. - A educação à distância é uma realidade no Brasil com inúmeros cursos de

graduação e pós-graduação a distância. - Livros gratuitos na Internet, blogs dos mais variados assuntos, serviços de

mapas e passeios virtuais que permitem você conhecer diversas cidades, como: Roma, Milão, Nova Iorque, entre outras. - Existe uma aparente diminuição das diferenças sociais

Por todos os it ens citados, as dif erenças sociais par ecem ter diminuído , mas é bom lembrar que a Internet ainda não é acessada por todas as pessoas e o custo ainda é elevado.

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- É maior a possibilidade de exploração de novas oportunidades. Como a de novos relacionamentos, de como conhecer lugares virtualmente, fazer um curso a distância, trabalhar pela Internet, conhecer empresas e pessoas, entre outras.

MERCADO DE TRABALHO O mercado de trabalho não é mais o mesmo. Quando analisamos a história recente e comparamos com o atual momento percebemos as grandes transformações na forma de trabalhar e gerar empregos. Em épocas de mudanças constantes a Internet é, sem dúvida, uma ferramenta importante para auxiliar as pessoas na busca de novos empregos ou novas oportunidades nos locais de trabalho. Os jovens são o principal público alvo e é na Internet que eles irão buscar a tecnologia necessária e suas experiências para o mercado de trabalho.

A maioria dos adultos norte-americanos considera o acesso à Internet essencial para o dia-a-dia, na atual conjuntura econômica. Alguns consideram o acesso obrigatório e mais importante do que assistir TV, segundo a pesquisa “A importância da Internet na economia atual”, realizada pela Harris Interactive e patrocinada pela Intel Corporation.

A pesquisa revelou que 65% dos adultos sentem que não podem viver sem acesso à Internet e uma proporção ainda maior, 71%, responderam que é importante ou muito importante possuir dispositivos com acesso como laptops, netbooks e dispositivos móveis para a Internet (MID) que pode oferecer atualizações em tempo real sobre assuntos importantes, incluindo a circunstância da economia. A maioria dos adultos norte-americanos classifica a Internet como uma ferramenta essencial para o gerenciamento das finanças pessoais e o acesso à Internet como indispensável em relação a outros itens, como jantar fora ou fazer compras.

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O acesso à Internet é essencial: 95% dos adultos acreditam que a conexão

é muito importante, importante ou de alguma importância para pessoas que possuem dispositivos que permitam o acesso. A maioria, 82%, concorda que dispositivos com acesso à Internet os ajudam a se manter atualizados, em tempo real, e 87% diz que o acesso à Internet os ajudou a economizar dinheiro. Desses adultos: 84% economizaram ao comparar preços online e encontrar as melhores ofertas antes de tomar decisões; 66% economizaram dinheiro ao realizar compras online; 65% disseram que a Internet ajudou a economizar; 61%, das mulheres adultas preferem abrir mão de assistir TV por duas semanas do que deixar de acessar a Internet por apenas uma semana. A maioria dos adultos norte-americanos, 58%, tanto do sexo masculino quanto feminino, concorda.

A vida é melhor por causa da Internet: 91% dos adultos acreditam que a habilidade para acessar a Internet melhorou pelo menos em um aspecto de suas vidas. Dentro desse grupo 78% dizem que a capacidade de manter contato com amigos e parentes melhorou; 68% dizem que são capazes de comprar com mais eficiência.

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INTERNET NAS EMPRESAS A Internet é importante para todos os segmentos, porém, no caso de empresas, ela tem um papel extremamente estratégico pois elas dependem de posicionamento, marketing, canais de comunicação, entre outros, e a Internet parece representar muito bem tudo isso.

A Internet trouxe também um novo modelo de trabalho onde

funcionários conseguem conversar com vários clientes e fornecedores pela rede ao mesmo tempo, ao invés de atender apenas um pelo telefone, por exemplo.

O uso do e-mail como principal ferramenta de comunicação já é adotado em muitas empresas e tem sido usado de forma produtiva no ambiente de trabalho, a rede social, quem diria, agora já é vista em algumas empresas como ferramenta de trabalho.

A importância da Internet nas empresas não é voltada apenas para a oportunidade de vendas, mas principalmente pela possibilidade de redução de custos com telefonia; com comunicação impressa, como: folders, mala direta, catálogos, entre outros e com vendedores.

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NO BRASIL

São impressionantes números da Internet no Brasil, atualizados regularmente e separados por tópicos em fevereiro deste ano: usuários 66,3 milhões de internautas. Segundo o Ibope Nielsen Online em dezembro de 2009, um aumento de 16% em relação a 2008. O Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet. Nas áreas urbanas, 44% da população está conectada à internet; 97% das empresas; e 23,8% dos domicílios brasileiros estão conectados.

Internautas ativos: 27,5 milhões acessam regularmente a Internet de casa, número que sobe para 36,4 milhões se considerados também os acesso do trabalho; 38% das pessoas acessam à web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87% dos brasileiros que entram na Internet semanalmente.

O Brasil atingiu 10,04 milhões de conexões em junho de 2008: um ano e meio antes do previsto, já que essa era a projeção para 2010. Quanto ao volume de dados, o incremento foi de 56 vezes de 2002 até 2007. E a projeção é de um aumento de 8 vezes até 2012; o número de conexões móveis cresceu de 233 mil para 1,31 milhões em um ano.

O número de usuários de computador vai dobrar até 2012, chegando a 2 bilhões. A cada dia, 500 mil pessoas entram pela primeira vez na Internet, a cada minuto são disponibilizadas 20 horas de vídeo. Em 1982 havia 315 sites na Internet. Hoje existem 174 milhões.

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INTERNET GRATUITA EM 90% DAS ESCOLAS ESTADUAIS

A Subcomissão da Internet para todos sentiu-se vitoriosa com a informação transmitida pela Secretaria Estadual de Educação de que as escolas públicas estaduais terão Internet de acordo com o que prevê o projeto de lei nº 327/09.

O relator da subcomissão, recebeu com satisfação, depois de ter participado de diversas reuniões no Palácio Piratini, a informação de que até o final do ano cerca de 90% das 2,6 mil escolas da rede estadual de ensino terão acesso à Internet gratuita. O secretário adjunto de Educação, Paulo Ricardo Rezende, assumiu o compromisso de assegurar ensino de qualidade e eficiente nas escolas do Estado.

“Esta qualidade passa necessariamente pela presença da Internet nas escolas estaduais", disse o deputado. Mano foi notificado de que, até o momento, duas mil escolas estaduais foram beneficiadas com instalação gratuita de Internet, visando auxiliar na utilização das tecnologias da informação na rede de ensino e garantir a inclusão digital de estudantes e professores. A interligação ocorre a partir de uma parceria entre o Estado e a empresa Oi.

A Internet nas escolas vai possibilitar aos professores e alunos acesso aos conteúdos educacionais transformando as informações em conhecimento.

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DEPOIMENTOS

Apresentamos alguns depoimentos colhidos, pela Subcomissão e que são considerados importantes para definir a importância da Internet para Todos

OPINIÃO DE EBERSON JOSE THIMMING SILVEIRA, GERENTE DE PROJETOS DE TIC E REDES DE CONVERGÊNCIA DA

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

A Internet gratuita- Incentiva uso do computador, reduz a exclusão digital e aumenta as

possibilidades educacionais, culturais e econômicas da população;- Possibilita o acesso contínuo à rede mundial de computadores;- Dispensa o uso de despesas com instalações físicas e equipamentos

residenciais de rede (cabeamentos, modens e roteadores);- Permite a mobilidade - poder acessar a internet de qualquer lugar, a

qualquer hora, com o mesmo equipamento.

Como Instrumento de inclusão social

Através de Redes Banda Larga de Telecomunicações em municípios, através da utilização de múltiplas tecnologias tais como fibras ópticas, rádio Wi-Fi, rádio WiMax e PLC, para o Tráfego de Serviços Públicos Estaduais e Municipais, visando promover e ampliar a conectividade, no atendimento a escolas, postos de saúde, hospitais, bombeiros, polícia civil, brigada militar e outros órgãos da administração pública estadual e municipal.

Maneira menos onerosa e mais viável para implantar a Internet gratuita

Através da Implantação de Projetos de Redes Banda Larga, em municípios, que possibilitem o uso de Internet gratuita em ambientes de acesso livre fornecidos por agentes públicos locais e regionais.

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A Secretaria da Ciência e Tecnologia e a Internet

A Secretaria da Ciência e Tecnologia desenvolve um Projeto Estruturante intitulado Tecnologia da Informação e Comunicação e Redes de Convergência. Este Projeto têm como objetivo desenvolver e implantar, no âmbito da administração pública estadual e municipal, uma rede pública de telecomunicações, com serviços banda larga, utilizando tecnologias como fibras óticas, PLC, Wi-Fi, WiMax e VoIP, através do desenvolvimento de projetos pilotos em municípios e em órgãos do governo estadual. Assim, haverá maior integração e ampliação da conectividade da rede pública estadual, dentro de um ambiente de inovação tecnológica, melhorando a qualidade e a velocidade dos serviços prestados à população gaúcha e compartilhando as facilidades oferecidas pelas modernas tecnologias de comunicação.

Municípios Digitais

O projeto prevê a implantação de Rede Banda Larga de Telecomunicações, em municípios pilotos, através da utilização de múltiplas tecnologias para o Tráfego de Serviços Públicos Estaduais e Municipais, visando promover e ampliar a conectividade, no atendimento a escolas, postos de saúde, hospitais, bombeiros, polícia civil, brigada militar e outros órgãos da administração pública estadual e municipal.

O projeto é fundamental para processo de inclusão digital através da inserção de escolas nos meios urbano e rural, para a implantação do projeto de Telemedicina previsto no TIC Saúde, para a integração da segurança pública através do projeto Polícia Digital, previsto no contexto deste estruturante e para a integração de todos os órgãos da administração pública municipal.

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A Secretaria, junto com a CEEE, a PROCERGS e os municípios de Candiota,

Piratini e Camaquã, através de protocolos específicos assinados no dia 04 de abril de 2009, no Palácio Piratini, elaborou os projetos para estas três localidades, culminando com assinatura de convênios e repasse de R$ 1.324.652,87 para implantação das Redes Banda Larga na cidade e no interior

Em Candiota, Piratini e Camaquã, serão atendidos três hospitais, 12 postos de saúde (cidade e interior do município), 23 órgãos da administração pública estadual e 39 órgãos da administração pública municipal.

RS Digital

A Secretaria celebrou um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais e a Caixa-RS, que utilizará recursos do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), por cuja execução responde na condição de mandatária do BNDES PMAT- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, observando-se todos os requisitos, critérios e condições estabelecidos.

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OPINIÃO DE MAICON LOVATO, TITULAR DO DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS SECRETARIA DA

EDUCAÇÃO

Internet pública e gratuita

Essa é uma iniciativa importantíssima principalmente e devido ao grande número de residências, estabelecimentos comerciais, ainda sem nenhum acesso à internet. Agora, porque, ao invés de seguir a lógica da iniciativa privada e instalar redes de conexão pagas (ainda que planos reduzidos), porque não seguir a tendência mundial de Wi-Fi gratuito?

Possibilitar que toda sociedade tenha acesso gratuito a Internet, representará uma grande revolução em termos de conhecimento, na educação e desenvolvimento econômico e social, compartilhando qualquer tipo de informação na rede. Importante salientar, que já pode ser considerado um dos principais, ou o principal veículo de comunicação.

Ao colocar esta opção a todos, é possível o igualitarismo nivelando os mais ricos com os mais carentes, proporcionando à todos a mesma possibilidade de acesso a informação, desenvolvimento, conhecimento e pesquisa. Exercendo assim, uma grande influência no processo de aprendizagem, tanto no ensino fundamental, médio, como também o nível universitário, e com os resultados obtidos, alavancará os jovens e adultos para um mercado de trabalho promissor.

Podemos afirmar que a Internet se converteu em um instrumento que tem se tornado cada vez mais necessário e útil dentro do cotidiano das pessoas, possibilitando avanços tecnológicos, comunicativos, intelectuais, científicos, entre outros. Estamos falando de elevar níveis educacionais, sociais, econômicos em um curto espaço de tempo e em grande escala em mega velocidade.

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Inclusão social?

A Internet tem que estar disponível. Tem que estar na escola, na praça, no posto de saúde, shopping, etc. A essência da internet é a formação de redes comunitárias e de compartilhamento de informações, e conhecimentos entre pessoas e entidades. Com este instrumento, a única diferença que teremos é a da “vontade de buscar o conhecimento” por este meio facilitador.

Plano de trabalho da Secretaria de Educação

Utilizar as escolas como meio para que este acesso seja disponibilizado ou mesmo em parceria com os municípios, tudo isso com uma banda via rádio é uma das soluções, dentro do custo benefício. As operadoras de telefonia tem um papel importante neste processo, pois é a dinâmica, seqüência da evolução, possibilitando a população acesso em alta velocidade.

O que representa a Internet

O desafio da inclusão social mediada pela Internet proposto pela administração pública à sociedade, tem uma perspectiva relacionada à disseminação e sua utilização como meio tecnológico digital de comunicação da informação, com políticas educacionais, como o ensino à distancia e inclusão social visando promover o desenvolvimento social, cultural, intelectual ao cidadão, apresentando uma alternativa possível.

A informação, é a matéria prima do conhecimento, é a mais poderosa força de transformação do homem, o poder da informação, aliado aos modernos meios de comunicação de massa, tem capacidade ilimitada de transformar culturalmente o homem, a sociedade e a própria humanidade como um todo.

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Para Todos

Em breve, a comunicação digital deverá estar presente para a maioria da população a um custo bem reduzido. O desafio da comunicação é ter qualquer informação, em qualquer lugar comum, com mobilidade, interatividade, e com qualidade. A Secretaria da Educação estará levando Internet banda larga a 90% das escolas públicas estaduais ainda em 2010, possibilitando assim que os alunos destas escolas tenham acesso a conteúdo educacional dinâmico e atualizado e tornando assim, as aulas mais atraentes.

Estes espaços chamados de "Sala de Aula Digital" são um grande movimento no sentido de universalizar ao estudante, acesso a um mundo sem limites para o conhecimento, inovação e desenvolvimento.

Desenvolvimento do Estado

O desafio da inclusão social mediada pela Internet proposto pela administração pública à sociedade, tem uma perspectiva relacionada à educação, o ganho é muito grande, pois possibilita uma evolução na dinâmica de aulas, agregando melhoria na educação e nos indicadores educacionais.

Internet é emprego, é renda, é desenvolvimento. Negócios podem ser

gerados a qualquer tempo e de qualquer lugar em uma sociedade digital, contribuindo para que haja mais valor agregado e formem uma mão de obra mais preparada no cenário atual de desenvolvimento. Com certeza, na educação, o ganho é muito grande, pois possibilita uma evolução na dinâmica de aulas, agregando melhoria na educação e dos indicadores educacionais.

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OPINIÃO DE ANTONIO RAMOS GOMES, DIRETOR- ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO E DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES DA PROCERGS

Integração

A Internet possibilita a integração e transformação de processos em termos de aumento de produtividade e ganho de conhecimento,gerando poupança na captação e transmissão de dados. Diversos ramos são beneficiados com esta ferramenta, como o bancário, o de transportes, a engenharia e o setor público. Medidas de modernização e redução de custos que trazem maior precisão e transparência aos processos, são bem vindas nos diversos segmentos da sociedade.

Neste contexto, a Internet enquadra-se perfeitamente. Todavia, para que estes benefícios gerados estejam ao alcance de todos, torna-se imperiosa a disseminação da citada ferramenta, tanto em termos culturais como materiais. Em relação ao primeiro, isto parece já estar maturado. Quanto ao último, para que a Internet chegue a um número cada vez maior de lares e organizações, é vital que o custo de sua obtenção seja baixo ou inexistente. Dessa forma, justifica-se a importância da propagação da internet gratuita.

Instrumento de inclusão social

Para que a Internet consolide-se como um instrumento de inclusão social, uma vez que em termos culturais já está disseminada, é necessário que esteja ao alcance de toda a sociedade. Para isto, deve ser incentivada a criação de telecentros- onde equipamentos, sistemas computacionais e instrutores qualificados ficam à disposição da população para inserção e progresso no mundo virtual –, além da montagem e utilização de laboratórios de informática nas escolas públicas e privadas. No caso das primeiras, além da prática de ensino da matéria aos alunos regularmente matriculados, a mesma possa ser estendida a toda a comunidade, incorporando tal atividade a projetos já existentes, como o “Escola Aberta”.

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Maneira menos onerosa e viável

A medida que a Internet consolida-se como um dos grandes agentes deste novo paradigma chamado de “revolução digital”, proporcionado pela empregabilidade das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), a crescente e contínua demanda pela sua utilização pode tornar seu acesso menos oneroso – chegando até mesmo à gratuidade do serviço – seja pela disseminação cultural, que deve tornar seu uso cada vez mais sistematizado, seja pelos ganhos de produtividade auferidos pela sociedade como um todo. A citada melhoria da produtividade, convertida em ganhos financeiros, incorporados por todas as camadas sociais, torna impensado o retorno da situação anterior ao advento da Internet.

Internet e o desenvolvimento

A Internet gratuita e acessível a todos poderá gerar ganhos de qualidade, criatividade e economia. Em relação à área de educação, através da contribuição com o aperfeiçoamento do ensino tradicional, principalmente pela utilização do método de Educação à Distância (EAD). Ao liberar o aluno da presença física em sala de aula, a EAD – sedimentada pela Internet enquanto ferramenta – permite uma economia de tempo e recursos, dado uma maior quantidade de pessoas serem assistidas pelo mesmo contingente de educadores.

Além disto, disponibiliza ao estudante um período maior para realização de outras tarefas pertencentes à sua rotina, como o trabalho, o estudo individual e o lazer. Como o deslocamento até a instituição de ensino é evitado, o dispêndio em transporte não ocorre, seja na forma de tarifas de veículos coletivos, de estacionamentos ou de gastos com combustível. Este cenário possibilita a obtenção de ganhos no setor econômico no qual o usuário estiver inserido, através do incremento da renda e do produto.

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Outros exemplos de ganhos proporcionados pela Internet são a prestação de serviços nas áreas de saúde e segurança pública. O uso desta ferramenta, sobretudo se não envolver dispêndio financeiro, proporciona resultados significativos, ao permitir, a qualquer momento, consulta às bases de dados carregadas de informações atualizadas sobre consultas médicas, relação e quantidade de remédios disponíveis nas farmácias públicas, sistemas de gestão de postos e centros de saúde, informações sobre detentos, mandados de segurança e de busca, remetendo tanto ao desenvolvimento do Estado, como de seus cidadãos.

PROCERGS

A Procergs, enquanto Centro de Soluções em Governo Eletrônico , explora os potenciais das TICs, colocando-as a disposição da administração pública. Isto reflete em ganhos para toda a sociedade, dado a gestão pública se tornar mais transparente e mais próxima da população.

Sustentado em aplicações web com foco para o segmento governo-negócio, aplicações web voltadas para a relação governo-cidadão e aplicações referentes a estratégias governo-governo, além da promoção destes relacionamentos em tempo real, de forma efetiva, potencializa construtivas práticas de governança, ao propiciar ao cidadão a economia de tempo e dinheiro – uma vez que consultas aos portais públicos na Internet, muitas vezes evitam o deslocamento físico até o órgão consultado – ao mesmo tempo em que reduz o custo do governo – neste caso, pela dispensa de funcionários para atender as demandas dos cidadãos. Tal processo ainda contribui para melhoria dos serviços públicos, para redução da corrupção e para transparência dos processos legislativo e judiciário.

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PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO INTERNET PARA TODOS 03 de agosto de 2010

Teatro DANTE BARONE da ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

08h30min – Credenciamento09h00min – Abertura09h30min – Manifestação de José Fogaça10h00min – Painel “A Internet como instrumento de inclusão social”.Painelista: Nelson Fujimoto, assessor do Comitê Gestor do Programa de Inclusão Digital - Presidência da República Moderador: Jaime Wagner, diretor de Relações Institucionais da InternetSul e Conselheiro da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números – ICANN - e do Comitê Gestor da Internet Brasil10h30min – Manifestação de Tarso Genro11h00min – Painel “A internet como fonte geradora de desenvolvimento sustentável”Painelistas: Ademir Milton Piccoli, diretor-presidente da ProcergsErvino Deon, Secretário Estadual da EducaçãoJúlio César Ferst, Secretário Estadual de Ciência e TecnologiaSérgio Camps de Moraes, presidente da CEEEModerador: Prefeito Vilmar Zanchin, Presidente da Famurs11h30min – Manifestação de Yeda Crusius13h30min – Painel “A experiência municipal no uso da Internet livre”Painelista: André Imar Kulczynski, diretor-presidente da ProcempaModerador: Rita Carnevale, presidente do Conselho de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre.14h30min – Painel “A iniciativa privada e a Internet livre”Painelista: José Rogério da Costa Vargens, executivo de Planejamento da OiModerador: Fabiano Vergani, presidente do Conselho Nacional das Entidades de Provedores de Serviços de Internet15h15min – Painel “A Internet na construção da cidadania”Painelista: Marta Volcker, coordenadora da Fundação Pensamento DigitalModerador: Sady Jacques, Embaixador da Software Livre.Org16h00min – Encerramento

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EXEMPLO DO PARANÁ Durante o Seminário o relator Mano Changes recebeu a seguinte informação de Marcelo Siena, presidente da RedeTelesul, do Paraná, com sede em Maringá:

“O Governo do Estado do Paraná assina hoje o Plano Estadual de Banda Larga do Paraná”. Atendendo a solicitação do governador Orlando Pessuti de utilizar forma mais intensiva e socialmente mais abrangente sua estrutura na área de telecomunicações, a Copel está se preparando para lançar um modelo inovador de inclusão digital.

O plano de inclusão digital paranaense pretende utilizar-se dos mais de 16 mil quilômetros de fibras óticas da Copel Telecomunicações, presentes em 220 municípios do Estado, para oferecer banda larga no atacado a provedores de acesso à Internet”.

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No Palácio Piratini a Subcomissão prepara Seminário Internet para Todos

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O SEMINÁRIO Presidido por Mano Changes, ele contou com a presença das

principais autoridades na área da Internet e comunicação digital, Prefeitos, secretários, vereadores, universidades, educadores e

estudantes. Ao final, foram emitidos certificados de participação.

Mano Changes, relator e proponente: Este é um dia muito importante de discussão sobre o acesso à Internet principalmente para as classes menos favorecidas. A Internet é uma ferramenta de inclusão social e para trazer atrativos turísticos para a Copa do Mundo, através da prestação de serviços. Este seminário irá discutir a implementação da Internet como ferramenta de inclusão social, de geração de emprego, renda e principalmente de informação para os nossos jovens.

Como presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, sempre tive um caráter agregador, plural, os interesses da educação acima dos político-partidários. Hoje há um grande exemplo: tenho lutado por uma Internet como ferramenta de inclusão social. Criei o projeto Internet para Todos justamente para que pudéssemos acelerar esse processo de discussão. Criei o projeto Internet nas escolas. Hoje, 90% das escolas do Estado já têm Internet. Havia o gargalo de essas salas digitais ficarem fechadas. Hoje, já se potencializa até a formação de monitores para que esses jovens possam usar esse conteúdo, fazer seus trabalhos e multiplicar o conhecimento.

Quando foi criada a Subcomissão da Internet, recebemos um carinho muito especial do Estado, que, interpretando este nosso anseio de criarmos um grupo de apoio, nos concedeu inclusive instalações do Executivo para fazermos reuniões periódicas em apoio a esse seminário.

Para chamar a atenção das universidades, principalmente das que tinham pólos tecnológicos, fizemos um questionário perguntando sobre a importância da Internet como ferramenta de inclusão social e sobre qual seria o jeito mais viável de implantar Internet na periferia. Foi sempre dando ênfase para que essa implantação fosse gratuita, pois justamente o jovem de baixa renda é aquele que mais necessita desse acesso à informação.

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Ao protocolamos o projeto, pensamos em fechar toda essa discussão com este seminário, até para comprometer provavelmente o futuro gestor do Executivo do Estado e fazê-lo entender sobre a importância da Internet gratuita como ferramenta de inclusão social e de geração de emprego, renda e turismo.

Daqui a quatro anos teremos uma Copa do Mundo em Porto Alegre. É evidente que um sinal de Internet atrairia esses jovens através dos seus celulares, dos seus palm tops, iPads possibilitando-os ter muito mais facilidade para se locomoverem, acharem hotéis, serviços e o próprio estádio onde será realizada a Copa do Mundo.

O computador ainda não engoliu a TV, mas isso está muito perto de acontecer, porque as TVs digitais já vêm com espaço para o YouTube. O sonho de consumo do brasileiro ainda continua sendo a TV, mas gradualmente iremos mudar esse sonho, porque chegará uma hora em que a indústria dos eletrodomésticos irá produzir um “eletrodoméstico” que terá TV, mas que obviamente terá todo o acesso e a facilidade de acesso à Internet. O computador e a TV estão se fundindo.

Tenho certeza de que os grandes veículos de comunicação, através dos grande portais, continuarão informando a sociedade e potencializando isso. Estamos falando na democratização da informação, da possibilidade de uma idéia boa poder ser multiplicada.

O YouTube é uma idéia que foi multiplicada, uma idéia simples, muito fácil de executar. É uma página na Internet, que, através de uma nuvem digital, armazena esses bancos de dados. Cada um pode postar seus vídeos e, através de uma legenda e de um buscador, fazer associação para buscar esse banco de dados e usufruir dessas legendas. Há cinco anos, foi inventado e potencializado o YouTube, que três anos depois, virou o maior banco de dados de vídeo do planeta e foi vendido para o Google, para o gênio da lâmpada, por 2 bilhões e 700 milhões de dólares. Foi inventado por três jovens da minha idade, mostrando que o empreendedorismo e a inovação também estão ligados à prestação de serviço.

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Hoje, uma colheitadeira tem programação de GPS

Em qualquer espaço do setor produtivo existe acesso à tecnologia. A grande dificuldade para o jovem entrar no mercado de trabalho é a falta de experiência. Ensinar o jovem a ganhar dinheiro com a Internet passa a ser fundamental, porque o jovem, por ter muito mais facilidade em assimilar essa tecnologia, acaba equilibrando a falta de experiência no mercado de trabalho. O que queremos, com este evento, é fazer uma grande discussão, chegar num denominador comum, agregar.

Pela qualidade da platéia e dos painelistas, teremos um belo trabalho, que continuará a ser realizado. Queremos potencializar, através dos deputados desta Casa, a Frente Parlamentar da Internet Livre. A Comissão de Educação está sempre de portas abertas para trabalhar as questões tecnológicas. Uma Frente Parlamentar será bem pertinente e eficaz para que possamos continuar esta discussão.

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PAINELISTA NELSON FUJIMOTO, ASSESSOR ESPECIAL DO COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

MODERADOR JAIME WAGNER, DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA INTERNET SUL E CONSELHEIRO PARA ATRIBUIÇÃO DE NOMES E NÚMEROS E

DO COMITÊ GESTOR DA INTERNET BRASIL Jaime Wagner: É uma excelente iniciativa discutirmos o tema da Internet como instrumento de inclusão social e de ativação da economia. De fato, a Internet vem se difundindo no País por ação e investimento de vários segmentos. O Comitê Gestor da Internet, do qual participo representando a iniciativa privada, particularmente provedores de Internet, existe desde 1998 e tem duas atribuições. É uma entidade stakeholder, formada por múltiplos setores da sociedade. Também represento, hoje, os provedores na Internet Corporation for Asigned Numbers and Names (ICANN) que desempenha o mesmo papel que Nick Br desempenha no Brasil, mas em nível mundial. Ela distribui os nomes de domínios e credencia registrees e registrars no mundo inteiro, além de fazer a atribuição de números IP, que é um dos recursos mais importantes da Internet.

A Internet, hoje, já é para todos. O que não é para todos talvez seja o acesso à Internet, o qual requer duas coisas que as camadas mais baixas da população não possuem: computador e acesso de banda larga. São esses dois elementos que iremos discutir. É importante lembrar que a inclusão não se faz só pelo acesso, mas também pela produção. Não podemos apenas criar o acesso de consumidores brasileiros a conteúdos gerados fora do Brasil; temos de ter uma grande preocupação com a inclusão de produtores de conteúdos na Internet.

Nelson Fujimoto: Deputado, é uma honra muito grande estar nesta Assembleia Legislativa. Digo isso porque sou, há muito tempo, não apenas um entusiasta, mas também um ativista nesta área. Tive a oportunidade de trabalhar com o deputado Adão Villaverde na Secretaria de Ciência e Tecnologia. À época, fui diretor-geral da secretaria, ocasião em que iniciamos todo o movimento relativo ao software livre, aos telecentros, à banda larga e ao Via RS.

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A sociedade brasileira só vai caminhar a passos largos, em comparação aos demais países, se investir em educação e, sobretudo, em ciência e tecnologia....É uma honra enorme poder estar presente aqui, uma vez que sempre estive aí, nas cadeiras onde estão os assessores, e agora estou podendo dividir o trabalho que desenvolvemos no governo federal ao longo dos últimos quatro anos.

A questão da Internet é fundamental. Como muitas autoridades e especialistas já entenderam, a Internet ou as tecnologias da informação e comunicação cumprem hoje o mesmo papel que cumpriram as estradas, as rodovias lá no século passado, durante a revolução industrial. Portanto, entendemos a Internet e as novas tecnologias da informação e comunicação como um grande elemento estruturador do desenvolvimento e da equalização social.

Sociedade do Conhecimento

Considero esse um elemento central. Temos de discutir portos, temos de discutir a infraestrutura do País, mas também temos de discutir como vamos fazer para termos acesso a essa infraestrutura do futuro que envolve a sociedade do conhecimento e para que seja o elemento central do desenvolvimento. A questão do acesso à Internet, que é um problema sério do País, é um dos elementos centrais que passo a tratar na minha apresentação.

(Em seu datashow Fujimoto destacou a Internet como instrumento de inclusão social, que considera uma questão de cidadania, um novo direito e sim como um meio de assegurar outros direitos tais como educação, saúde, trabalho e renda, cultura e lazer).

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O Governo Federal executa o Programa Computador para Todos com a redução de PIS-Cofins em 9,25% das soluções de informática e que, em 2004, o mercado cinza de computadores era próximo de 70% e o número de domicílios de 16,3% havendo hoje um avanço na produção com o 1º lugar de comercialização na América Latina, com 47,3% e o 5º no mundo. Em 2009 chegou-se a comercializar no Brasil mais de 11 milhões de computadores. Destacou programas como o Computador para todos, o projeto do Computador Portátil dos Professores e o Programa Nacional de Informática na Educação e Banda Larga e Um Computador por Aluno.

Considera o computador o futuro e, por isso, diz que ele precisa de incentivos fiscais e financeiros e de que haja o compartilhamento da infraestrutura pública e privada para a implementação das redes de telecomunicações.

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EX-MINISTRO DA JUSTIÇA TARSO GENRO,CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO

Na integra o depoimento:

“Falo aqui em nome da nossa chapa Unidade Popular pelo Rio Grande. Serei bastante sucinto, porque na verdade fomos convidados para apresentar rapidamente qual é a nossa visão programática sobre o signo deste seminário Internet para Todos.

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A Unidade Popular pelo Rio Grande tem como candidatos a minha

pessoa, como candidato ao governo estadual; o meu querido companheiro e amigo Beto Grill, como candidato a vice-governador; o companheiro Paulo Paim, que disputa a reeleição para o senado; e a companheira Abgail Pereira, que é a nossa candidata ao senado com o mesmo nível de importância e preferência que o nosso companheiro Paim.

Em primeiro lugar, irei arrolar rapidamente quais são os pontos de contato – creio que até já foram colocados – passíveis de serem desenvolvidos pelo governo federal em termos de parceria e que estão incorporados ao nosso programa. Refiro-me à parceria para a organização e institucionalização, numa relação com a sociedade civil, dos telecentros.

O governo federal tem recursos para equipamentos. Há pouco falaram no Pronasci, que é um exemplo típico. Não sei qual foi a iniciativa que teve o governo estadual atual não tenho informação a respeito disso-, mas foram desenvolvidos, não sei se meus dados estão atualizados, em torno de 10 mil telecentros no País a partir dessa parceria.

O Programa Cidades Digitais pode também ser trabalhado, a partir do governo do Estado, com o Ministério de Ciência e Tecnologia, com o BNDES e com o Ministério das Comunicações. Esse programa pode criar espaços de excelência nessas cidades, que podem ser irradiadas, a partir dessa experiência, para outras cidades. Portanto, pode ser dada cobertura em todo o território nessa concepção de cidades digitais.

O Plano Nacional de Banda Larga já deve ter sido comentado aqui. Evidentemente ele está na base dessa parceria que remete para os demais regimes de colaboração. Há os programas de educação do MEC, que pretendem conectar todas as escolas, fornecer equipamentos para os alunos.

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Existem programas do Ministério da Justiça, por meio do Programa

Nacional de Segurança Pública com Cidadania, que colocam os telecentros e a inclusão digital com um dos elementos de disputa que os programas municipais e estaduais podem fazer para retirar os jovens do controle da criminalidade, da atração do controle da criminalidade, trazendo-os, portanto, para essa relação universal que é proporcionada pela Internet com as conseqüências positivas culturais, educacionais e de formação profissional que conhecemos.

Há o Programa Universidade Aberta do Brasil, que leva o ensino superior à distância aos mais remotos lugares do País, com a tutoria das universidades, o que pode ser estendido também para o ensino técnico. Hoje, temos cidades no extremo sul do Rio Grande do Sul que jamais sonharam em ter uma universidade e têm em torno de 400 alunos na Universidade Aberta do Brasil, que é esse ensino feito a distância, que utiliza a Internet com a tutoria das universidades federais.

“Queremos fazer essa universalização da banda larga pelo Estado não somente por meio do uso de recursos estaduais, mas, também, dos

recursos disponíveis no governo federal”. No nosso programa de governo, estamos prevendo o fortalecimento da Procergs para ampliar os acessos através da banda larga em todas as regiões a partir dessas parcerias com o governo federal, as universidades, os pólos e os corredores tecnológicos. Nossa visão está articulada no Programa Banda Larga para todo o Estado. Queremos fazer essa universalização da banda larga pelo Estado não somente por meio do uso de recursos estaduais, mas, também, dos recursos disponíveis no governo federal.

A promoção da inclusão digital está relacionada com o programa da rede de telecentros do Rio Grande do Sul. Desse programa, que já mencionei, com um computador por aluno, do MEC, e também a criação de centros de recondicionamento de computadores, já existe experiência local, inclusive em Porto Alegre. Pretendemos ter uma grande rede de recondicionamento de computadores para poder dar acesso a vastas parcelas da população.

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Em conjunto, obviamente, temos de estabelecer todas as parcerias necessárias com a sociedade civil para uma destinação positiva para o lixo eletrônico, que pode ser um insumo importante não só para o desenvolvimento de microprojetos e pequenos projetos de inovação tecnológica, mas, também, para a universalização do próprio acesso à Internet.

Queremos instituir aqui no Estado padrões superiores de governança eletrônica e adotar a utilização de software livre. Essa é uma visão que estamos desenvolvendo no País, por orientação da própria presidência da República, que pretendemos implementar plenamente aqui no Estado. Queremos criar as condições já no primeiro ano para que, no segundo ano, possamos iniciar o ensinamento de ciências da computação na educação básica.

O aprendizado de computação no ensino básico é hoje quase tão importante como o do português. É uma nova linguagem que, em última análise, permite à criança rapidamente participar de um novo universo de conhecimento, de cultura, de comunicação, que, se não for trabalhada a partir da escola, gerará diferenciações regionais e sociais muito grandes.

Nossa pretensão é criar um programa de conectividade estadual, também articulado com o governo federal, criando pólos regionais de hardware e software, visando a atender o programa de conectividade estadual, estimulando a implementação de parques tecnológicos e incubadoras voltadas para o desenvolvimento da indústria de software.

Temos experiências muito fortes de incubadoras empresariais tecnológicas, mas, pelo que sei, elas não estão dirigidas para a produção de softwares. É necessário que tenhamos incubadoras destinadas especialmente a isso, porque esse será um impulso grande nessa universalização.

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“Twitteiros de todo o mundo, uni-vos! Banda larga para todos!”.

Finalmente, quero dizer que faz parte do nosso programa incluir um sistema de participação popular, que implica os Coredes, a Consulta Popular – não vamos revogá-la –, a restauração do Orçamento Participativo e a utilização dos instrumentos tecnológicos disponíveis por meio da Internet, inclusive para a participação virtual. É lógico que a participação da cidadania mais efetiva, mais importante, mais forte e que deve ser muito valorizada é a presencial na cena pública, como requer a própria gênese da democracia política. Ninguém pode ser impedido de participar, dando a essa participação os períodos devidos, através dos meios de comunicação, de integração e de informação disponíveis na Internet. É com essa visão que estamos desenvolvendo no nosso programa.

Até fiz uma brincadeira, num outro dia, que quero repetir aqui, peço que a tomem como um elemento simbólico, uma metáfora: twitteiros de todo o mundo, uni-vos! Banda larga para todos! Muito obrigado”.

Wagner: Se o senhor me permite, eu queria somente agregar que, em primeiro lugar, é importante deixar claro que aquela primeira parte são fibras já colocadas, que estão apagadas. Serão apenas ativadas.

O segundo ponto que considero muito interessante aqui nessa segunda parte é que esse processo pode ser acelerado à medida que os Estados se integrem nesse processo, à medida que haja uma inclusão digital de vontades políticas como essa.

Fujimoto: Muito bem colocado, Wagner. Naquela primeira parte, de 2010, as fibras já existem. Vamos iluminá-las e disponibilizá-las para os Estados. O Estado do Ceará, por exemplo, tem um projeto já de um backbone estadual. Então, ele pode imediatamente integrar-se a essa rede. Também é importante dizer que essa rede não vai substituir o mercado. Ela operará em parceria com o mercado. Ofertará capacidade de banda larga e Internet no atacado.

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A idéia é propiciar que pequenos prestadores de serviços, provedores de Internet, façam a última milha. Para isso, estamos criando um linha de financiamento para que esses pequenos provedores possam pegar essa capacidade de tráfego e levá-la até o município. As grandes empresas podem ser parceiras aqui. Temos a GVT, a Tim, interessadas em ser parceiras do backbone público.

Wagner: O grande mérito de iniciativas como essa não é a inclusão digital, mas, sim, a inclusão de vontades políticas comuns. A Internet tem uma característica: ela não tem dono. Não há governo na Internet e não há possibilidade de haver governo. Quando se fala em governança na Internet, fala-se de uma tênue coordenação central. O que se pode fazer é a integração de vontades e de investimentos, que já acontecem de uma maneira espalhada no Brasil. O que se pode fazer é a integração de vontades políticas, no sentido de que o que um faça não seja desfeito pelo outro e que também não se desfaça o que os vários setores fazem.

A iniciativa privada no Brasil já é responsável pela inclusão digital. No comitê gestor se diz que grande parte da inclusão digital que estava ocorrendo no Brasil era feita por lanhouses, que não se pode nem dizer que são empresas, porque algumas delas têm até existência irregular. Elas cumprem, sim, o papel de inclusão digital no Brasil.

Todas essas iniciativas precisam ser integradas. Esse é o mérito desse projeto do governo. O meu desejo é de que isso não seja politizado, partidarizado, que seja um projeto de Estado e não apenas um projeto de governo, que haja continuidade e integração de todas as esferas de governo e que haja um trabalho conjunto com a sociedade e não apenas do Estado. Isso é imprescindível.

Não é só uma questão de vontade política, mas uma questão de ser inteligente como o Pequeno Príncipe, que sempre comandava o pôr do sol às 6h da tarde, quando o sol se punha. A melhor política é comandar as coisas que tenham uma força natural.

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Temos um trabalho a fazer, porque o Brasil, nas avaliações que chamamos

de digital readiness está em 42º lugar. Deveríamos ter como meta chegar ao quinto ou até ao oitavo lugar, que é onde estaremos ou pretendemos nos situar em termos de desenvolvimento até o ano 2050.

Mano: Queria também uma manifestação sua em relação à Copa do Mundo e o serviço de Internet posto à disposição para que os turistas possam ter acesso ao GPS, à rede hoteleira, para que possam usar dessas facilidades.

No começo do nosso mandato tínhamos o dado de que um jovem ou cidadão que usa serviços tecnológicos não conhece 10% das funções de um aparelho celular ou de um smartphone. Precisamos trabalhar e mostrar o quanto é importante essa ferramenta de atração para o turista, que teria no Rio Grande do Sul maior acesso e facilidade.

Agradeço a presença do ex-prefeito de Porto Alegre, o querido José Fogaça, que há dois dias não tem cumprido os compromissos da sua agenda política devido a uma forte virose, mas, mesmo assim, comprometeu-se e hoje se faz presente neste evento:

EX-PREFEITO JOSÉ FOGAÇA, CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO Na integra o depoimento:

“Cumprimento o deputado Mano Changes por esta iniciativa do Seminário “Internet para Todos”, cujo valor está não apenas no fato de que ela nos ajuda a refletir a respeito desse assunto, mas também de que dissemina, divulga, põe em circulação um tema muitas vezes relegado a um segundo plano.

Hoje, mais do que nunca, fala-se no Rio Grande do Sul na ligação asfáltica entre os Municípios. Se formos aos centros de desenvolvimento econômico, para as cidades mais desenvolvidas, para os pólos econômicos do Estado, verificaremos que há uma grande demanda por ligação asfáltica.

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Os pequenos municípios com menos de 10 mil habitantes, que estão em

torno dos centros de produção, sentem-se preteridos e não articulados com esses centros devido à essa dificuldade física de comunicação. Mas ninguém ou quase ninguém, muito pouca gente, lembra que há uma outra estrada que precisa ser pavimentada, asfaltada, também geradora de progresso, de desenvolvimento, que faz circular o pensamento, o conhecimento e mobiliza o comércio e o desenvolvimento econômico: a estrada da Internet, a estrada da rede de dados. O nosso foco como plano de governo está centrado na idéia do desenvolvimento regional. Há muitos anos – não é de agora, mas há mais de uma década – esse desenho vem se delineando, se definindo. O Rio Grande do Sul deixou de ser um Estado unicêntrico para ser um Estado multicêntrico. O que isso quer dizer? Quer dizer que não é mais aqui na Praça da Matriz que está o único cérebro.

O Estado tem vários centros de gravidade e de interesse, de onde emanam idéias, estratégias e linhas de definição para o desenvolvimento de cada região. Essas regiões vão se configurando, vão se definindo pela aproximação entre matriz, insumo, sistemas de produção e cadeias produtivas locais, que se desenvolvem e estabelecem as suas relações, os seus vínculos, os seus sistemas de redes de produção. Somos um Estado que se desenvolve economicamente a partir das suas redes locais de desenvolvimento, seja na Serra, na Fronteira Oeste, na Campanha, na Região Central, no Alto Médio Uruguai, no planalto. Sempre há um sistema integrado gerador de desenvolvimento e de oportunidades que abre estratégias novas, que abre novas frentes de expansão da economia. Portanto, o desenvolvimento das regiões é o grande tema para os próximos anos.

É nisto que o nosso governo pretende apostar: no desenvolvimento regional, na capacidade que cada região tem de formar a sua agenda de desenvolvimento. E o governo deve entrar com a parte que lhe cabe: infraestrutura. Cabe ao governo acoplar tecnologia para o sistema de comunicações, para rede de estradas, para oferecer serviços públicos e educação de qualidade, segurança de qualidade e assistência social quando se faz necessária, serviços que, enfim, só o Estado pode prestar.

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“É importante reconhecer o quanto o Estado se desenvolve em rede – e rede exige estrada pavimentada e Internet para Todos.”

Da nossa experiência em Porto Alegre, podemos dizer: quando assumimos, havia 150 quilômetros de infovia – cabos de fibra ótica implantados –, e, quando deixei o governo, cerca de 450 quilômetros. Triplicamos em cinco anos, dadas a necessidade, a demanda e a importância que demos a esse sistema como ferramenta necessária ao desenvolvimento econômico e educacional e à busca de excelência e competitividade em todos os setores. Só conseguimos realmente ter um sistema produtivo integrado de administração pública a partir do momento em que colocamos o TI como um centro de interesse, uma ferramenta básica essencial para o desenvolvimento da administração.

Numa bela manhã, quando estávamos implantando uma rede “wireless” no Parque Moinhos de Vento, por meio da qual qualquer cidadão pode ter acesso gratuito à Internet – está aqui o presidente da Procempa, André Imar, que estava na inauguração –, perguntei: como fica uma pessoa que queira acessar a Internet gratuitamente na esplanada da Restinga? Já havíamos inaugurado na Redenção, em três pontos, e no Mercado Público. Havia vários acessos no centro da cidade, mas realmente não havia, até então, nenhum meio de comunicação, nenhuma forma de conexão na Restinga, já que utilizar a fibra ótica até lá era extremamente caro.

Como não havia marco regulatório, nenhuma legislação a respeito, tivemos de pedir autorização para implantar um projeto de pesquisa chamado Power Line Communication (PLC) e utilizar os cabos de alta tensão da rede elétrica da CEEE para levar banda larga até a Restinga. O sistema sobe, decodifica, entra na rede, usa o cabo de alta tensão e depois desce e decodifica novamente, criando a rede local de Internet. Seis meses depois dessa minha cobrança, estávamos inaugurando serviços de “wireless”, oferta gratuita de Internet, na esplanada da Restinga em Porto Alegre. Significa dizer que é possível, sim, usar diversas alternativas tecnológicas.

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A CEEE já tem a sua rede implantada, embora a utilize apenas para seus

próprios fins. O Estado também tem uma rede implantada dentro de cada setor da administração- Banrisul, Tribunal de Justiça, Ministério Público. Mas não existe um sistema integrado, uma coisa associada à outra. A Procergs também tem o seu sistema, utilizando as operadoras. Tudo isso está setorizado, está um pouco fragmentado.

O grande papel que o governo deve exercer a partir de agora é juntar, por exemplo, o que a CEEE tem com a Procergs, aproximar uma da outra e fazer com que ambas trabalhem juntas, visando a um sistema integrado e abrangente, ramificado para todos os municípios, na linha daquilo que apresenta o Plano Nacional de Banda Larga, que é quase uma espécie de Luz para Todos.

É preciso que se utilize, além da CEEE, as cooperativas de distribuição para que o sistema possa chegar a todas as cidades, em todos os recantos do Estado. Seria ilusório, seria meramente um sonho, um projeto basicamente pouco factível, se eu dissesse aqui que isso basta, que basta criar a rede, basta a tecnologia, que o sistema, chegando lá, vai acontecer. Não é verdade.

É preciso que cada município receptor, que entre na rede, tenha também a sua administrabilidade, a sua governabilidade do sistema. Ele tem que ser sustentável não só no sentido de ter os recursos para administrar um sistema, mas também de ter as pessoas que saibam lidar e operar com ele.

É um longo caminho pela frente, mas é um caminho certo. É um caminho que tem futuro. É um caminho no qual dá para apostar tranquilamente, porque há uma inteira viabilidade para isso acontecer, sobretudo porque a Internet passa a ter hoje, mais do que nunca, um papel fundamental na área da educação.

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Muita gente pergunta para que serve a Internet, qual é sua finalidade, que uso se deve dar a ela. Entendo que, antes de mais nada, a Internet tem uma finalidade associada à educação e esta deve ser o fim primordial do uso da Internet. Para que se possa atingir isso, evidentemente precisamos de investimentos para ampliar e fazer essa infraestrutura chegar aos municípios, fazendo com que também a Internet seja utilizada de maneira eficiente na prestação de serviços públicos de qualidade.

Graças à Internet, em Porto Alegre, por exemplo, uma jovem grávida pode fazer a sonografia no posto Macedônia, na Restinga, e um médico altamente especializado faz o diagnóstico da sonografia no HPV, sem precisar ir até lá.

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”A Internet a serviço da qualidade do serviço público, a serviço do interesse e dos benefícios da população realmente tem uma

importância extraordinária”. Isso multiplicou por 60 vezes a produtividade de um aparelho de sonografia do posto Macedônia, na Restinga. A Internet a serviço da qualidade do serviço público, a serviço do interesse e dos benefícios da população realmente tem uma importância extraordinária.

Um número muito maior de exames vem sendo realizados por dia, dado o fato de que não precisa mais o médico especialista estar lá. Ele pode fazer aqui, no próprio hospital materno-infantil, o diagnóstico, indicar o tratamento e trabalhar junto com o médico de família que atende a essa jovem lá na Restinga. As finalidades são amplas, são múltiplas, mas a educação, sem dúvida nenhuma, é a mais importante delas.

A outra finalidade é a econômica. A rede de Internet, na medida em que se introduz de maneira eficiente não só no ensino, não só na divulgação do conhecimento, não só na formação à distância, mas também na articulação de negócios, proporciona a mobilização e a ativação de negócios na rede.

Quando chegamos, havia apenas seis empresas no distrito industrial da Restinga. Hoje são 28 empresas instaladas. Quando uma empresa não tem acesso à Internet, ela tem dificuldade para se instalar em algum lugar, mas no momento em que ela passa a ter também a possibilidade de se conectar dentro da grande rede, tendo ela um bom terreno, tendo mão-de-obra acessível, ela tem preferência por aquela localização.

Com relação ao que aconteceu na Restinga, essa expansão extraordinária de empresas, pensamos que se deve também ao fato de haver banda larga ou não no local. É um fato concomitante, com uma situação associada a outra. Portanto, trata-se da educação, da questão da integração econômica, da integração desses setores ao mercado e, no caso do Rio Grande do Sul, da integração das regiões ao mercado e a integração ao mercado nacional e ao mercado internacional.

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De forma complementar, a Internet também servirá para a criação de telecentros, de centros de capacitação digital, centros de acesso. Ela também terá um papel complementar na produtividade individual. O indivíduo ter acesso ao e-mail, a um sistema de comunicação, bem como dar conhecimento da sua posição, dar conhecimento de si mesmo aos seus e melhorar as suas relações também é uma função que a Internet passa a ter, um direito humano fundamental o acesso à Internet.

É uma inclusão digital necessária. Mas, no meu entender, ela é complementar; essencial é o papel estratégico que a Internet pode exercer na educação. Por isso, com o mesmo entusiasmo e com a mesma eficiência com que implantamos um modelo na cidade que recebeu vários prêmios, classificando Porto Alegre como cidade digital, ou como uma das cidades digitais do Brasil, queremos trabalhar com as regiões desenvolvendo cada uma de acordo com sua estratégia, com sua vocação, com sua identidade, com a autodefinição dos seus próprios sonhos, mas nunca deixando de fora o conceito de rede.

Ou seja, são regiões, mas elas desenvolvem-se em rede, articulando entre si as relações de matriz, de insumo, a cadeia produtiva nos seus diversos pontos. Precisam ganhar competitividade e, para que isso ocorra, é preciso haver a ferramenta tecnológica adequada, que é a tecnologia da informação. Esse não é apenas um sonho, é uma possibilidade perfeita, com a qual estamos inteiramente comprometidos. Muito obrigado”.

Mano: Faço um agradecimento especial ao chefe da Casa Civil, Bercílio Silva, por atender às nossas reivindicações e por ter colocado a equipe do governo à disposição para construir esse painel. Tudo que aqui está sendo comprometido fará parte desse documento e estamos muito contentes com as manifestações ocorridas até agora.

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Ademir Piccoli: A nossa rede, que está presente em praticamente 80% do Rio Grande do Sul. Sabemos o quanto é importante que o governo do Estado invista nessa área e o quanto isso é fundamental para o desenvolvimento econômico das diversas regiões( datashow e video).

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO, PROFESSOR ERVINO DEON: Cumprimentos por esta iniciativa. Isso nos força, nos impulsiona, nos estimula. Quero dizer também que isto valoriza muito e confirma a importância das inúmeras ações que este governo vem realizando nesta área, justamente para contemplar o tema aqui abordado.

O Estado, consciente de que é sua função assegurar a equidade de condições e de oportunidades aos jovens estudantes; consciente de que este tema assegura o pleno exercício da cidadania e contribui fortemente para a melhoria da qualidade da aprendizagem dos nossos alunos; consciente de que ele pode auxiliar e contribuir na diminuição de índices de reprovação e de evasão escolar, porque torna a aula atrativa; e, ainda, consciente de que qualifica o quadro de professores, tem investido muito na montagem de uma estrutura tecnológica. Isso já é uma realidade na rede de ensino do Estado do Rio Grande do Sul e pode ser contemplada com a questão da Internet para Todos (datashow).

Mano: Criamos na Comissão de Educação, o Comitê de Luta Contra o Crack, como presidente da Comissão de Educação, fiz mais de 300 palestras pelo Estado do Rio Grande do Sul provando que o crack é uma epidemia. Dessa forma, estimulávamos os jovens a fazer um rap contra o crack. Tenho mais de mil páginas de rimas escritas de próprio punho pelos alunos, mostrando que quando se cria um ambiente atrativo desperta-se a sede pelo conhecimento, o que também prova que a escola não pode ser chata.

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O gargalo das salas digitais era justamente o turno inverso. Existe

Internet, computador, mas a sala fica fechada porque não há uma pessoa para cuidar do patrimônio. Como o computador é auto-explicativo, como podemos ter softwares, vídeos, no momento em que temos o monitor e estamos gerando renda, estamos acabando com o gargalo e estamos potencializando a busca pelo conhecimento no turno inverso. São ações simples, mas muito eficazes. Como andei muito, vi a realidade das escolas, pude constatar que esse era um gargalo. Que bom que o governo soube suprir isso. Parabéns.

Ervino Deon: Para concluir a meta é de três mil formandos certificados e estagiados, sendo que agora em agosto 1500 estarão nas escolas. Destaco a parceria com a Procergs, a Ciência e Tecnologia e com a CEEE levando esta tecnologia. Já é realidade no Estado o uso de tecnologia da informação e da comunicação com os programas Professor Digital e Jovem Digital. Estamos trabalhando com os NTs, que são os núcleos tecnológicos, em cada coordenaria de educação que visa à formação dos nossos colegas professores. Já estamos com milhares deles habilitados e trabalhando na sala digital. A participação da tecnologia é uma ação importante, que vai contribuir, sem dúvida, nos resultados, nas avaliações dos próximos anos.

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Secretário da Educação Ervino Deon

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GOVERNADORA YEDA CRUSIUS,CANDIDATA AO GOVERNO DO ESTADO

Na integra o depoimento:

‘‘É uma alegria enorme o fato de a Assembleia Legislativa, através desta subcomissão, trazer para debate este tema Internet para Todos. Ganhei um livro no dia do meu aniversário, e não sabia bem do que ele tratava. As pessoas presenteiam o aniversariante com algo que pensaram para ele. O nome do livro que ganhei é Geração Y. Para quem pensa que é y de Yeda, saiba que não é. Bem que eu gostaria. Mas trata-se de uma geração nascida nos tempos em que a União Soviética ainda era União Soviética e as pessoas eram induzidas a terem o nome iniciado por Y. Não sei bem quem era o presidente na época.

A geração Y é aquela que nos diz que, pela primeira vez na história da humanidade, estamos, cinco gerações, de 20 anos cada uma, convivendo. A longevidade e uma série de elementos fazem com que a gente seja de uma geração – e alguns se recusam ou ficam brabos com isso –, faça parte de um ciclo que existe quando se nasce, e temos que nos comunicar com outras gerações.

Sou da geração x, a geração dos anos 60. E o nome x vem da época do assassinato de Malcom X, ocorrido na mesma década do assassinato de Kennedy e do discurso Eu tenho um Sonho. Eu sou uma daquelas pessoas que tiveram oportunidade de estudar. Estudei à noite e batalhei para isso. Na faculdade convivi com os primeiros equipamentos de computação, que eram de válvula, igual ao radinho de válvula. Para ouvir a Copa do Mundo, a gente tinha que dar um tapa nele. Hoje, tudo é portátil. Você leva consigo o mundo nos equipamentos que evoluíram de lá para cá.

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Então, o meu compromisso com a Internet livre não vem de hoje, mas vem desde sempre, porque tive a oportunidade de acompanhar o nascimento da liberdade e da democracia através da Internet. Faço questão de tê-la como ferramenta principal, uma ferramenta que pode dar acesso ao mesmo estudo que tive quando o Brasil ainda dava pouco acesso a quem quisesse estudar e se desenvolver. Hoje não é mais assim.

Sou da geração que acompanhou essas transformações e que se comunica com a geração seguinte. A Geração Y é a geração da Internet, é a geração que busca, com ansiedade – por isso a juventude da Geração Y é ansiosa –, o conhecimento à medida em que ele pode ser alcançado. É uma geração comunicativa por excelência.

O conhecimento é infinito. A Internet lhe dá uma possibilidade infinita de conhecimento, e você tem que ter seus próprios limites e saber a que você quer acessar e com quem quer se comunicar. Bem, por que digo que o meu compromisso não é de hoje?

Entrei na política no ano anterior à queda do Muro de Berlim. O PSDB nasceu na época da Constituinte do Congresso Nacional. Eu não era jovem e optei pelo PSDB porque era um partido que me dava os valores, a comunicação, a indução para fazer a vida político-partidária que eu queria.

Em 1993, cheguei ao ministério e conheci ali um egípcio e uma deputada federal que me ofereceram para colocar no orçamento recursos para entrar na era da Internet, para investir em segurança alimentar. Segurança alimentar é um sistema de informações, que serve, assim como o censo, para você conhecer, ter uma fotografia e poder programar, com os recursos disponíveis, as prioridades que você quer atender.

Disse, então, para a Irma Passoni, que é uma líder da Rede Vida: Olha, não dá para fazer orçamento, porque o dinheiro do orçamento é uma ficção. Você vai fazer em cruzeiros e a hiperinflação lhe destrói, e destrói diferenciadamente as coisas. Não é que os preços cresçam igualmente para tudo. Não é assim. Olha, não dá para fazer orçamento, mas esse programa tem que ser implantado, estruturado e tem o meu reforço.

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Depois, na comissão de combate à fome, à miséria e ao desemprego,

juntamente com o bispo, o Betinho e todo o governo federal, verificamos que era necessário termos informações para podermos planejar. Por isso, estou falando do censo deste ano. Depois, fui a uma candidatura federal e, em 1995, chegamos ao Congresso Nacional.

Quero fazer a minha manifestação de hoje como um tributo ao Sérgio Motta. O Sérgio Motta dizia que é preciso acabar com a reserva de mercado. O mundo mudou. Ele é avassalador na sua velocidade, na sua aceleração. O Brasil tem que se abrir. Ele fez, então, um modelo de abertura do sistema de telecomunicações para acesso universal. Ele começou a plantar isso em 1995. Nós, no Rio Grande do Sul, ainda não temos. Primeiro, porque a tecnologia evoluiu. Banda larga é hoje, fibra óptica a CEEE já fez.

Sérgio Camps está me dizendo que hoje foi publicado o edital para fazer a universalização da banda larga, o que nos propusemos a fazer desde o início do governo, mas que necessita, como as outras companhias de energia, de infraestrutura para fazer a fibra óptica. A única que temos da rede é lá em cima, a Eletrosul.

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Sérgio Camps, presidente da CEEE,e o anúncio da CEEETELECOM

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Hoje, elas são iguais. Ela teve que criar uma companhia para isso, porque

as regras mandam. O edital para a CEEE fazer a companhia estatal que vai permitir a banda larga saiu hoje no Diário Oficial. Quero dizer que não saiu porque estamos aqui. Saiu porque é difícil fazer. Você tem que levantar todos os óbices, e o primeiro que levantamos foi não ter dinheiro.

Logo que assumi o governo, disse que, gradualmente, não utilizaríamos mais o caixa único. O caixa único é para onde ia o recurso da CEEE, o recurso da Corsan, o recurso do salário-educação para pagar a folha. Não é possível! A gente precisa viver com o que tem. Vamos fazer o nosso ajuste das contas públicas para investir.

“... plantamos tudo. Só falta a banda larga, que universaliza a Internet para Todos”. Desde o primeiro momento, trabalhamos para ter aquilo que hoje é fundamental. Não preciso repetir, porque falaram o secretário da Educação e o Piccoli, da Procergs, e vai falar o secretário da Ciência e Tecnologia, Julio Ferst. Eles mostrarão tudo o que já fizemos. Ou seja, plantamos tudo. Só falta a banda larga, que universaliza a Internet para Todos. Essa é a meta que todos devem ter. Não podemos mais nos atrasar. Nós nos atrasamos, nos atrasamos muito por falta de condições, de autonomia do governo do Estado para articular e criar um meio ambiente para isso.

Faço esse tributo ao Sérgio Motta, que creio até morreu mais cedo exatamente porque levou firme a sua decisão de inserir o Brasil, por meio das telecomunicações, num mundo em que não havia mais o muro de Berlim, o muro que separava as democracias que prezam pela liberdade e os países de controle. Quando o muro caiu, pronto! Era questão de tempo.

Que a geração Y não aceita controle, não aceita. Nós não aceitávamos a geração X. Fomos para as ruas nos anos 60, e fomos de uma maneira atabalhoada, revolucionária. As mulheres queriam o seu espaço. Tive a felicidade de poder viver naquela época – e de apanhar naquela época! Não sabia que iria apanhar depois. Achei que já havia passado essa fase. Mas tudo bem, faz parte da realidade dos ativistas.

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Nesse modelo de abertura com acesso universal existem aqueles que defendem a democracia como sistema e a liberdade como alimento. Foi o que fizemos aqui, trocando a Procergs de lugar. A Procergs pertencia a uma outra secretaria. Propusemos à Assembleia, vocês analisaram e nos deram a possibilidade de que a Procergs fosse um instrumento chave para transformar o Rio Grande do Sul numa sociedade mais livre, mais democrática, com acesso universal às informações e menos sujeita àquilo que tanto atrasou o mundo e o Estado – já vivi as duas épocas –, que é a questão de tudo bordar pela ideologia. Então, você tem idéias. Somos guiados pela idéia. O nosso governo tem uma idéia e está completando aquilo que pode entregar como uma idéia.

A Procergs é a premiada. O que ela faz? O governo eletrônico. Qual foi a nossa decisão? A Procergs não vai competir com as empresas privadas. O que ela fará é serviço público. Ela será a ferramenta do governo estadual para a regulação dos hospitais, para remédios em casa, para professor digital, para jovem digital. A Procergs é a nossa principal ferramenta de inclusão e de qualificação da democracia no Estado do Rio Grande do Sul. Se houve um atraso, o que não temos hoje, é porque não havia infraestrutura. A CEEE não investia, a Corsan não investia, ninguém investia, porque tudo ia para o caixa único para pagar a folha.

Nesse – entre aspas – “milagre” que a gente fez, a Procergs teve um papel essencial.Para tudo, fizemos diminuir o tempo do acesso. Então, hoje uma empresa é feita em um dia. Hoje, a Junta Comercial do Rio Grande do Sul é premiada. Hoje, a Procergs ajuda o Banrisul a ter o sistema que tem, de rapidez em tudo. Hoje, para você ter educação, saúde e segurança, gasta muito menos tempo.

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O acesso do usuário se deu pela informatização na Secretaria da Agricultura, pela informatização na Secretaria da Saúde, pela informatização em tudo.Essa ferramenta básica, que é a causa da preocupação dos gestores deste seminário, sempre foi para nós uma forma de fazer aquilo que o Serjão buscou fazer e, afinal, conseguiu: elevar o Rio Grande do Sul na inserção pela infraestrutura e pelo potencial que ele tem e demonstra.

Nenhum outro Estado tem tanta gente acessando as redes, tanta gente formulando novidades, e nenhum outro Estado tem uma Procergs. E os recursos ficam ali. De vez em quando, até precisava que ela me emprestasse um pouquinho. Mas ela tinha o seu plano de investimentos.

. Hoje, a Procergs é uma empresa premiada, nacional e internacionalmente, pelos produtos que cria, que são produtos da era da comunicação, produtos feitos pela geração Y. É a juventude que está ali, mas uma juventude que conversa conosco. Temos o Sérgio, de cabelos brancos; o Júlio, de cabelos brancos; passam os outros três, que são jovens; temos o Ervino, de cabelos brancos; o Vicente, de cabelos brancos; temos até um sem cabelo.

Quero dizer da alegria de ser pessoa pública, que se compromete porque já criou as condições fundamentais e estruturais para fazer do Rio Grande do Sul um Estado com banda larga livre e gratuita, o que não é mais um sonho, é uma questão de tempo e é uma questão de trabalho.

Então, o que já fizemos, vocês podem continuar com os secretários para ver. A mudança da Procergs para a Secretaria da Fazenda era para que diminuíssemos o tempo para o usuário ter o seu serviço de segurança, de saúde.Viram o que estamos fazendo com a segurança pública? É na hora! Olhem o tempo de resolver um crime: passou do infinito, quando não se resolvia, para dias. Olhem o atendimento pelo 0800, pelo 192 ou pelo 193. Olhem os sistemas que temos para fazer com que o serviço público esteja à disposição do usuário, que são o cidadão e a cidadã.

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Quem sabe seja um compromisso como esse, como candidata ao

governo do Estado, o mais fácil que eu possa vir a assumir, porque é o compromisso de uma vida inteira em defesa da democracia, da palavra dada e da liberdade. Nesse sentido, parabéns a todos os que organizaram este seminário.

E o compromisso não é o que já conquistamos. Isso é o fundamento do que vamos construir. Vamos construir um Rio Grande eletrônico, e um Rio Grande eletrônico não tem fronteira, ele está no mundo. Que a geração Y, que foi a geração a qual eu pari – eu e todos os outros que vieram antes –, nos dê a sua criatividade, a sua ansiedade e vá vivendo como nós, no sentido de poder dar a sua quota na criação de uma sociedade melhor, de uma sociedade mais livre, assim como nós podemos dar a partir da política. Como candidata, só posso ser governadora se tiver o voto majoritário. Estou pedindo o voto de vocês. Obrigada’’.

Mano: Hoje é um dia histórico para a inclusão digital, porque além de contarmos com a participação dos três candidatos ao governo do Estado, está nascendo hoje a CEEE Telecom.

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PAINELISTA JÚLIO CÉSAR FERST, SECRETÁRIO ESTADUAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, E MODERADOR ,

Júlio César Ferst: Estou no comando da Secretaria da Ciência e Tecnologia deste Estado e me sinto, deputado Mano Changes, muito tranquilo em relação ao que nós, neste governo, estamos realizando para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, inovação, e também para o ensino superior. É uma honra porque também tenho, ao longo dos anos, lutado para o desenvolvimento da ciência e t e c n o l o g i a e m n o s s o Estado. E, pelo destino, acabei aqui também como secretário para fechar o que chamamos de o grande mosaico de trabalho que está sendo implantado no Estado e ficará também como um legado para que quem conduzir a ciência e tecnologia no Rio Grande do Sul possa dar continuidade.

...Posso dizer a vocês que a nossa responsabilidade tem sido exatamente a política de ciência e tecnologia do Estado, como disse, a divulgação, a transferência da ciência e tecnologia. Isso é importante, é uma luta, um trabalho que temos feito junto com as nossas vinculadas, que são instituições de pesquisa, para que todo esse resultado, todo o investimento que é feito em pesquisa possa também ser passado e gerar, no mundo corporativo, o desenvolvimento de todas as nossas regiões. Também há a cooperação científica, a implementação, enfim, é uma secretaria preocupada com o desenvolvimento da ciência e tecnologia. (datashow.)

SÉRGIO CAMPS DE MORAES, PRESIDENTE DA CEEE

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Júlio Ferst, Secretário Estadual da Ciência e Tecnologia

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Mano: permita-me registrar, secretário, que a imprensa noticiou que o Paraná será a primeira empresa popular do Brasil, graças à Copel. Passo a ler o teor da notícia: Como contrapartida ao menor custo de conexão à rede mundial, os provedores locais se comprometerão a oferecer o serviço de Internet banda larga aos cidadãos de sua área de cobertura a preços a partir de 15 reais.

Sérgio Camps: essa licitação que estamos abrindo hoje é para podermos ofertar esse serviço diretamente à população. Com isso, poderemos utilizar tecnologias novas e, inclusive, estudar a viabilidade de ampliar o Powerline Communications – PLC –, cujo projeto piloto realizado com a Procempa lá na Restinga funcionou bem. Só que essa é uma tecnologia ainda cara. Criar uma empresa separada do grupo CEEE é importante, porque vai permitir que essa especialização, sendo auto-sustentável, possa reinvestir muito mais rapidamente para que esse negócio evolua.

O grupo CEEE está habilitado à exploração de sua infra-estrutura a fim de desenvolver atividades na área de transmissão de informações eletrônicas, comunicações e controles eletrônicos e de telefonia coma produção de receitas alternativas, complementares ou acessórias, inclusive provenientes de projetos associados. O Grupo possui a outorga da Anatel para trabalhar na área de comunicações e estuda as rotas que deverá implementar para viabilizar suas redes digitais.

Isso é uma garantia de que vamos ter agilidade e recursos para avançar na possibilidade de oferecer banda larga e Internet para todos, como é o espírito deste seminário que o deputado Mano está liderando.

Vamos poder avançar através da criação da Telecom, criando uma estrutura auto-sustentável como empresa que vai poder ter recursos para investir e que poderá acessar os financiamentos que certamente, através do plano nacional, do BNDES e de outras fontes de recursos, permitirão alavancar e dar muito mais velocidade a esse processo de criação da infraestrutura. Os secretários falaram muito de programas que utilizam a tecnologia. Agora, essa tecnologia requer uma infraestrutura e a CEEETELECOM poderá ser um instrumento alavancador de criação e de expansão dessa infraestrutura em todo o Estado do Rio Grande.

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Creio que ficou claro na minha exposição que há uma ação integrada de governo. Este governo age de maneira transversal e todas as suas áreas trabalham focadas. E a CEEE, como já dispõe de infraestrutura, tem a tarefa de ampliar e rapidamente fechar esse anel em todo o Estado do Rio Grande do Sul para dispor à sociedade gaúcha Internet para todos. O espírito que a governadora colocou aqui é fundamental: Internet para todos é liberdade, independência, cidadania e democracia.

Internet para todos é imprescindível, não só do ponto de vista empresarial, mas do ponto de vista do indivíduo, do jovem que através dela vai criar, acessar conhecimento e informação, gestionando sua vida como lhe convém, encontrando da maneira mais livre possível os caminhos do sucesso. Essa é a sociedade que queremos ajudar a construir. Muito obrigado.

Vilmar Zanchin: deputado, no que depender da nossa entidade, estamos à disposição para acrescentar, formar

parcerias. Tenho certeza de que Internet para todos também é uma forma de desenvolver as nossas comunidades, as nossas cidades. Com a presidente do Conselho de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre, Rita Carnevale, moderadora, e o diretor-presidente da Procempa, André Imar Kulczynski, painelista.

Mano: Se a senhora me permite, tenho uma teoria para a juventude, por isso falo tanto em jovem. Jovem, para mim, é quem tem a cabeça aberta para aprender. Quando não queremos mais aprender e achamos que sabemos tudo começamos a envelhecer.

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Deputado Mano Changesna entrega do Certificado

a Vilmar Zanchin

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Rita: Está ótimo, mas estou falando exatamente nesse sujeito que em princípio já teve uma caminhada, já contribuiu e precisa ter oportunidade de continuar contribuindo. Ao mesmo tempo, é fundamental que essa discussão perpasse outros ambientes. Um deles é o ambiente empresarial, no sentido de haver mais oportunidade para as pessoas que lá trabalham, para os co laboradores manterem-se permanentemente atua l i zados e consequentemente poderem participar de uma forma mais efetiva da tomada de decisões, para auxiliar na tomada de decisões.

Quanto ao papel das instituições de ensino, desde a pré-escola até o ensino superior, doutorado, pós-doutorado, para que esses segmentos realmente consigam trabalhar juntos precisam de meios ágeis, de meios de fácil acesso a custos cada vez mais reduzidos para que efetivamente possam ser adequadamente explorados.

André Imar Kulczynski: ... vou abordar três exemplos de legislações municipais de iniciativa, no Brasil, em relação à universalização da Internet. Mas desde já quero lhe dizer que o Legislativo é peça fundamental. Quando imaginamos que infraestrutura, tecnologia, operacionalização e gestão são viáveis, precisamos antes de tudo entender que esse tipo de serviço, esse tipo de uso de tecnologia é regrada, regulada, e o marco regulatório necessário para que se dê a sustentabilidade e o uso adequado das tecnologias passa pelo conhecimento, que não pode ser superficial, dos legisladores brasileiros, nas três esferas. Repito, é matéria regulada e como tal precisa de legislação clara e específica para atrair investimentos e permitir o uso adequado da tecnologia e de todas aquelas camadas de aplicação que surgem a partir dessa infraestrutura.

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Por essa razão eu o parabenizo e ao Legislativo porque a discussão em

nível nacional está muito centrada no Plano Nacional de Banda Larga e muito pouco tem se discutido, com exceção do Congresso, com a Lei Azeredo, como essa tecnologia beneficia e pode servir para o desenvolvimento do nosso País.

Saúdo também o colega Newton Braga Rosa, secretário da nossa Agência de Inovação, que é fundamental e importante para o Município de Porto Alegre adequar-se também a essa realidade, uma cidade vocacionada à tecnologia, portanto a Agência de Inovação tem papel fundamental nesse processo. O professor Rosa, todos sabemos, tem uma longa história na questão da TI, da Internet em especial, sendo inestimável a sua contribuição nesse processo. Saúdo também o nosso querido Fabiano Vergani, representando os provedores de Internet.

A Internet Sul é uma entidade que nos orgulha muito, porque o serviço passa pelas mãos dos provedores. É fundamental a importância daqueles que, desde o início do processo da Internet, se dedicaram a entender essa tecnologia e acima de tudo a sua aplicação. Portanto, os provedores de Internet e a Internet Sul são peças fundamentais nesse processo, porque todos os conteúdos que a Internet opera passam pelos provedores. É fundamental essa compreensão, porque não adianta só ligar cabos, switches e roteadores. Essa é a parte mais operacional, mais estrutural, mais tangível.

Sabemos que o conceito da Internet é universal e, portanto, complexo. Assim, é necessário que haja pessoas e profissionais com profundo conhecimento das implicações e das ramificações que uma rede globalizada representa.

A minha apresentação na provocação que este seminário faz é no sentido de mostrar um pouco como a capital dos gaúchos está utilizando as ferramentas de tecnologia e a Internet, inclusive nesse aspecto de chegar às pessoas, em ambientes públicos, de forma livre e gratuita.

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Talvez, nos questionamentos no final da apresentação, possamos discutir

um pouco mais essa questão de como pode uma cidade como Porto Alegre, em que esse serviço é provido por empresas privadas, ter uma empresa pública também fornecendo essa solução, de como isso se dá, como se sustenta dentro de um modelo comercial ou até mesmo dentro de um modelo eminentemente social, com o Estado agindo nesse fornecimento. É complexa, mas é muito interessante essa discussão.

Proponho mostrar um vídeo, cuja estrutura foi filmada na cidade de Porto Alegre e na empresa municipal, que é a Procempa, demonstrando, assim, materialmente, como essa relação se dá, como a tecnologia está dentro da administração pública, como chega às pessoas e como pode uma empresa pública ser a provedora desse serviço.

No Brasil, há 5.565 Municípios, e não mais do que 30 deles têm empresas como a Procempa. Parte fundamental nessa discussão, pré-existente ao uso, é a possibilidade de dispor, e os municípios brasileiros, no que diz respeito ao provimento pelo serviço público dessa solução, estão despreparados. Muitas vezes, os gestores municipais desconhecem a matéria, mas, acima de tudo, não há estrutura tecnológica nos Municípios que possa suportar o fornecimento desse serviço.

Há municípios, em número bastante significativo no Brasil, que sequer têm solução local – valem-se, ainda, das linhas discadas. Além disso, evidentemente, considera-se o alto e complexo processo de contratação dessa solução para o serviço público em função de questões relacionadas a custo.

Para terem idéia, no Amazonas – ontem eu conversava com o responsável pela área de TI de Manaus –, um mega dedicado de banda para algumas cidades custa 30 mil reais por mês. Essa é uma demonstração de que o problema é complexo porque envolve muitas camadas relacionadas à solução. Se fosse simples e barato, provavelmente teríamos uma cobertura plena no Estado e no Brasil.

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Discussões como esta só enriquecem e, acima de tudo, permitem a compreensão disso. Hoje os candidatos aqui falavam sobre estradas como meio. Podemos fazer a mesma analogia para o saneamento. Cidades que dispõem de redes de distribuição de água fazem chegar às residências, lá nas torneiras, um volume suficiente e desejado para abastecer a família. Se quisermos fazer uma analogia com a Internet, podemos dizer que as redes precisam de grandes condutos para transportar grandes volumes, dutos médios para fazer a distribuição e pequenos dutos para fazer a ramificação.

Considerem esse cenário e traduzam isso para uma rede pela qual trafega a Internet, e teremos assim condições de iniciar uma avaliação da complexidade disso. (Apresentação vídeo)

André: a Internet gratuita parte do pressuposto de que esse custo não está no usuário, mas em quem provê o serviço, no caso o Município. Sabemos que dotações orçamentárias muitas vezes são definidas de moto rápido para o investimento, mas depois de o investimento feito vem o custeio. E o custeio de

uma rede dessas pressupõe a subsistência dessa rede, a obsolescência natural do equipamento.

H á u m c r e s c i m e n t o necessário da estrutura. O que ontem chamávamos de banda larga, 512 KBPS, hoje a pesquisa e os conceitos dos institutos que fazem avaliação dizem que é quatro. Abaixo

disso não é mais banda larga. Por quê? Porque é muito pesado o uso da rede com vídeos, imagens, voz, o VoIP. Então, o município precisa ter um planejamento claro de que implantada a rede, ela precisa ser mantida e, acima de tudo, há um crescimento necessário pelo seu uso. Se os gestores municipais, onde será feita a relação íntima da conexão com o usuário, precisarem utilizar uma Internet de qualidade, essa sustentabilidade terá que se dar por um modelo de uso do município para as atividades finalísticas de Estado.

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Então, usar as redes, em especial sistemas com base web, garante para a rede implantada a sua sustentabilidade. E esta sustentabilidade garantida no uso da própria máquina pública e dos serviços públicos permite a criação dos chamados hotspots e dessa distribuição.

Se essa compreensão for do gestor público, ele certamente vai querer as duas coisas: modernizar a gestão pública e atender uma demanda hoje inevitável, que é a Internet na residência ou no dispositivo da pessoal.

A educação e a saúde são peças fundamentais. A banda larga nas escolas em Porto Alegre foi um projeto da Secretaria Municipal de Educação, que viabilizou a nossa rede wireless e hoje atende demandas de toda a administração pública. A Secretaria Municipal de Saúde, conforme assinado há poucos dias, está canalizando recursos definitivamente para colocar toda a rede em banda larga.

Rita: Além de cumprimentar a apresentação do André e, consequentemente, o trabalho do Executivo municipal, deixaria uma mensagem à Assembleia Legislativa, que é a Casa em que discussões dessa natureza têm que ser feitas e em que oportunidades de intercâmbio, de propostas, de idéias e de sugestões se fazem necessárias, numa visão fundamentalmente sistêmica, realmente harmônica, envolvendo várias percepções, vários segmentos, que precisam estar interligados para que os investimentos efetivamente o sejam e não se tornem despesas ou prejuízos.

...Mais uma vez esta Casa é um elemento extremamente importante, é um espaço fundamental para que isso seja realmente curtido no sentido de ser bem discutido e várias vezes retomado. A presença de todos é extremamente importante. Apesar de não haver possibilidade, em função do tempo, de questionamentos, que com certeza virão após este evento. Este é um dos pontapés iniciais para que se pense Internet numa dimensão mais humana, social, sem perder de vista a sua dimensão altamente tecnológica.

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Mano: o trabalho não para por aqui. Além da subcomissão, iremos instalar

a Frente Parlamentar de Internet Livre. Dentro da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, poderemos criar um grupo de trabalho. Penso que se está agregando muito. Estamos chegando a denominadores comuns, colocando, acima dos interesses político-partidários, a inclusão digital e a Internet como ferramenta de inclusão.

PAINELISTA JOSÉ ROGÉRIO DA COSTA VARGENS, EXECUTIVO DE PLANEJAMENTO DA OI E MODERADOR FABIANO VERGANI,

PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE ENTIDADES E PROVEDORES DE SERVIÇOS DA INTERNET

Mano: Parabenizo a Oi pela aquisição da Brasil Telecom e por colocar, como contrapartida, Internet banda larga em todas as escolas do Rio Grande do Sul. Tenho um projeto conhecido como Internet nas Escolas, o qual, acredito, potencializou essa contrapartida. Um dos grandes passos que demos nestes quatro anos foi priorizar o acesso à informação. Existem ainda alguns gargalos nas salas digitais, nas quais alguns monitores poderiam potencializar todo o trabalho. O nosso sonho é, como disse o André, conseguir um computador por aluno, possibilitando-lhe se capacitar cada vez mais. Mas temos de dar um passinho por vez.

Fabiano Vergani: é uma honra estar aqui. Fazemos um agrade-cimento especial ao deputado Mano, que teve a coragem de colocar em debate assunto de tamanha relevância para a nossa sociedade, o qual, atualmente, está na pauta nacional.

Parabéns, deputado Mano Changes. Realmente este seminário pode ser considerado o pontapé inicial para que o debate chegue ao nosso Legislativo.

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Fabiano Vergani, presidente da CONASPI

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Suceder nosso mestre André Imar, da Procempa, não é tarefa fácil. Por

isso, seremos um pouco redundantes em relação ao que falou o André Imar Kulcynski. Ele já nos ensinou muito. Um dos ensinamentos foi que Internet para Todos é mas para todos aqueles que necessitam. Em alguns momentos já mencionei, principalmente junto a provedores de serviços de Internet, que Internet para Todos os excluídos digitalmente falando.

Temos de ter bastante responsabilidade quando falamos em Internet para Todos, para que não sobrecarreguemos o Estado com essa missão. Muitas vezes, pelo refrão Internet livre, Internet para Todos, pode-se imaginar que isso será gratuito. Não existe almoço grátis, alguém paga a conta. Temos de ter bastante cuidado porque, no final das contas, a sociedade está por trás disso. Vou-me apresentar rapidamente. Sou aqui do Rio Grande do Sul e atualmente estou à frente do Conselho Nacional das Entidades de Provedores de Serviço de Internet (Conapsi), que congrega sete grandes associações brasileiras. Uma delas é a Internetsul, do Rio Grande do Sul, mas há também a Abrappit, a Abranet e a Abrint. A Internetsul é uma associação gaúcha, catarinense e paranaense. O nosso domínio é internetsul.org.br. Atualmente, sou conselheiro na entidade.

Essa associação representa todos os provedores de serviço de Internet, em especial do Rio Grande do Sul. Há hoje em torno de 350 provedores espalhados pelo Estado, sendo que 100 deles são associados da Internetsul e participam desse serviço extremamente importante, que é o de conectar pessoas, principalmente no interior do Estado.

A realidade dos grandes centros, como Porto Alegre, Região Metropolitana, Caxias do Sul, Santa Maria, está muito à frente de localidades muito distantes do nosso Rio Grande do Sul, como São Marcos, Erechim, São Gabriel e Capão da Canoa, que apresentam uma dificuldade muito grande de infraestrutura. O André salientou muito bem essa dificuldade de infraestrutura que se tem e o grande investimento que deve ser feito em nível municipal e nacional.

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O Plano Nacional de Banda Larga, debatido inclusive na última sexta-feira e também no início deste debate, demonstrou claramente a necessidade da universalização da Internet.

Um dos pontos importantes que o Plano Nacional da Banda Larga vem colocando em pauta é a presença de todos os atores. A importância do papel das concessionárias aqui hoje apresentadas pela OI, o papel do governo, das lanhouses, dos provedores de serviço de Internet, das espelhos, como GVT, espelhinho e Transit, enfim, de todos os atores desse setor, respeitando a particularidade de cada um, porque não podemos ser excludentes nesse sentido.

A inclusão da Telebrás, no nosso entendimento, só vem a acrescentar, porque vai aumentar a disputa e a concorrência. É extremamente importante que todos os atores tenham o seu espaço muito bem estabelecido.

Na semana passada começamos a conversar sobre o Plano Estadual de Banda Larga. Isso já é realidade em outros Estados da Federação. No Paraná, por exemplo, está para sair a lei do plano estadual que irá incrementar o plano nacional.

O plano nacional apresenta dois pontos-chaves. Um deles é a participação de todos os atores, e o outro é não ser um ato político eleitoreiro. O Plano Nacional de Banda Larga tem de ser algo do povo brasileiro, assim como o Plano Estadual de Banda Larga, independentemente de que Estado seja, não pode ter cores partidárias. Isso realmente deve prevalecer. Utilizando as palavras do deputado, isso não pode ter cor partidária, deve ser da sociedade brasileira.

Quando iniciamos nossas operações, em 1995, ensinávamos as pessoas a usarem o Windows 3.11, o Netscape e tantos outros softwares. E ainda temos esse papel extremamente importante, que é o pilar, muito bem referido pelo André, do ensinar. Não adianta darmos um automóvel para uma pessoa, se ela não souber dirigir. Isso é óbvio. Portanto, temos o papel de incluir e de ensinar.

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José Rogério da Costa Vargens: farei uma apresentação de mais ou

menos 45 minutos, mas gostaria de passar pelos highlight, pelos pontos mais importantes, para que possamos discutir aqui e fechar este seminário. Para finalizar, agradeço e deixo uma mensagem positiva, noticiando que seremos o patrocinador oficial da Copa de 2014.

Isso é muito importante para a nossa empresa, porque consolidamos nossa marca, é um bom efeito estratégico de marketing, que irá dar resultado e que simboliza também o nosso esforço nesta década em que esperamos que o Brasil dê um grande salto em termos de desenvolvimento social e econômico. Queremos participar desse salto, contribuir e também tirar benefícios dele. Por isso, estamos patrocinando a Copa de 2014 e fornecendo os serviços de infraestrutura necessários à sua realização. Muito obrigado.

Mano: Sugiro que os questionamentos sejam feitos por escrito para acoplarmos no relatório do seminário e da subcomissão.

Na semana passada, foi feito o fórum para debater o Plano Nacional de Banda Larga, e combinei que todo o conteúdo de discussão desse fórum será agregado à Subcomissão da Internet para Todos.

Acredito que todo esse material que estamos construindo poderá servir para implementar o Plano Estadual de Banda Larga – como estávamos comentando. Assim, o Estado também poderá dar a sua contrapartida, não ficará de fora, e poderemos acelerar cada vez mais esse processo.

É isto que viemos fazer aqui hoje: multiplicar e agregar. Tenho certeza de que demos um passo significativo nesse sentido com o edital da CEEE Telecom e com as manifestações que tivemos da Próxima, do governo federal, do governo estadual, da iniciativa privada e dos provedores. Precisamos construir um denominador comum para facilitarmos o acesso à informação, principalmente para quem precisa, que é a população de baixa renda. Agradeço a presença do Fabiano, cuja participação é importantíssima na construção dessa Frente Parlamentar de Internet Livre.

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PAINELISTA MARTA VOLCKER E MODERADOR-EMBAIXADORDA SOFTWARE LIVRE.ORG, SADY JACQUES

Sady Jacques: Inicialmente, agradeço ao deputado Mano Changes e às autoridades presentes pela oportunidade de participar deste seminário. É desnecessário falar da sua importância no contexto do cenário atual que estamos vivendo e das consequências dessa discussão para o desenvolvimento econômico e social do País, do Estado e da cidade de Porto Alegre. Essa iniciativa soma-se a muitas ações de governo – houve aqui menção a várias delas –, como, por exemplo, a que aconteceu, em 1999, oportunidade em que a Procergs inaugurou o primeiro telecentro na cidade de Porto Alegre, o Centro Vida, na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. Assim teve início um processo que já se processava em São Paulo.

A capital paulista já vinha trabalhando com a política de inclusão digital – já havia dado os primeiros passos nesse sentido. Porto Alegre logo em seguida acompanhou esse processo, até chegarmos à recente iniciativa do governo federal, que merece ser salientada, que envolveu o edital relativo ao Telecentros-BR. Isso colocará cerca de 300 novos telecentros do Rio Grande do Sul, envolvendo um kit completo que inclui máquinas, todo o mobiliário, projetor e tela, tudo para viabilizar a formação das pessoas.

Esses são aspectos bastante relevantes, que estabelecem o contexto da nossa discussão. E a importância que assume o software livre nessa discussão resulta exatamente de ele ser mais uma peça fundamental das sociedades livres. Toda sociedade que se pretender democrática, pretender-se participativa e plural, precisa, acima de tudo, de liberdade. A liberdade precisa ser exercitada no conjunto dos processos que compõem e viabilizam a construção dessa mesma sociedade, sobretudo no que diz respeito ao acesso à informação

Tivemos em Porto Alegre, recentemente, a realização do 11º Fórum Internacional do Software Livre. O evento reuniu cerca de 7.500 participantes na PUC, todas eles discutindo o tema.

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Muitos dos que estão aqui no dia de hoje participaram daquele fórum. Creio que não precisamos avançar muito mais no que diz respeito ao software livre, mas é preciso dizer, ainda nesta direção, que a Associação de Cidadania Digital, uma ONG criada em 2003 ou 2004, assim como a Associação Software Livre, a Província Marista e a Fundação Pensamento Digital são fundamentais para a construção desse debate, para a construção da ação propriamente dita de construção digital neste País. Nesse quebra-cabeças que se compõe de governo, iniciativa privada, instituições de ensino e outras, o terceiro setor é fundamental.

Marta Volcker: A Fundação Pensamento Digital começou como movimento, em torno de 2000, dentro da Parceiros Voluntários, em Porto Alegre. No início, nossa principal ação era recuperar computadores doados, repassá-los para organizações que estavam dentro das comunidades de baixa renda e dar formação para as

equipes dessas organizações.

Devagarinho, o governo foi assumido esse papel, enquanto política pública, nas diversas instâncias, e a tecnologia foi caindo de preço. Começamos a perceber que o uso dessa tecnologia precisava de uma atenção. Longe da idéia de que o governo estaria tomando nosso espaço, estávamos vendo que muita coisa ainda era necessária dentro desse mar de necessidades que as tecnologias trazem ao desenvolvimento social.

Parte da nossa equipe já estava dentro da universidade, outra parte dentro do conselho nas empresas. Fomos crescendo e caminhando nesses nove anos com um pé na prática e o outro na pesquisa. Crescemos para dentro da área da informática e da educação. Até 2008, tínhamos uma ação praticamente como cabeça de rede de telecentro, na criação e doação de equipamentos e na formação das equipes.

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Marta Volcker

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Depois disso, começamos a nos concentrar em alguns projetos de pesquisa, um deles apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, junto com o Ministério da Educação, documentando as iniciativas pré-piloto – chama-se assim – dentro do projeto UCA. As cinco escolas que receberam computadores, em 2007 e 2008, no Brasil, trabalharam com pesquisadores, mas não tinham documentação elaborada.Os primeiros resultados estão disponíveis num site ainda provisório, que é o UCA.org.br. Assim que ele for finalizado, vai para o.gov.Estamos fazendo outro projeto de pesquisa com a Universidade de Washington sobre o impacto dos pontos públicos de acesso à informação.

Hoje, no nosso projeto, nosso laboratório de metodologia é o centro social localizado dentro da Vila Cruzeiro, que foi o primeiro OSCIP com o Estado do Rio Grande do Sul. Estamos prestando atendimento integral a jovens de 12 a 17 anos no período extraclasse. As políticas públicas oferecem para as crianças de seis a 12 anos atendimento em maior escala. Nessa faixa etária, a criança está menos assistida para a mãe conseguir trabalhar, e verifica-se uma lacuna no seu atendimento. Essa é uma idade bomba-relógio, pois supostamente as crianças estão mais prontas para estarem desatendidas pelos pais, mas, ao mesmo tempo, estão mais suscetíveis a perigos.

Estamos construindo um modelo para conseguir atraí-las, mantê-las e dar-lhes uma formação diferenciada em vez de simplesmente tirá-las da rua no período extraclasse.

A pesquisa que conduzimos, no Brasil, em 2008, junto com a Universidade de Washington, foi paralela em 25 países. Alguns questionários foram espalhados pelas cinco regiões brasileiras. Dentro do guarda-chuva voltado para o desenvolvimento que se tem no exterior e de uma cultura do hemisfério norte de investimentos em bibliotecas comunitárias como pontos públicos de acesso à informação, a grande dúvida que gerou essa pesquisa era como dar continuidade a esse tipo de investimento e onde as comunidades vão passar a buscar informação, já que, diferentemente do nosso histórico, eles contavam com redes comunitárias de bibliotecas e os telecentros começavam a surgir.

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Foram aplicados vários tipos de questionários, em diferentes públicos, mas verificamos que nosso público, majoritariamente, não busca informação nos telecentros, lanhouses e até mesmo bibliotecas quando usam os computadores, mas, sim, acesso a serviços de comunicação.Pesquisamos de forma diferente, ou paralela, telecentros, lanhouses e bibliotecas equipadas. A pesquisa buscava mais especificamente saber que conteúdo, que informação falta para a população acessar para que consiga melhorar de vida.

Novamente identificamos quase uma quebra da pergunta, não é isso que falta. O conteúdo nós temos. Há países com problemas de língua, com pouca produção, e não é esse o problema do Brasil. O que conseguimos identificar, buscando dados inclusive em outras pesquisas já secundárias, foram índices de alfabetismo funcional.Se pesquisarmos no Google o Instituto Paulo Montenegro, que é o braço social do Ibope, constataremos que eles anualmente realizam uma pesquisa para analisar o alfabetismo em matemática e em português da população economicamente ativa de 15 a 64 anos. Eles a dividem em quatro faixas: aproximadamente 8% são analfabetos; depois, há faixas que variam em torno dos 30%.

A faixa relativa ao conceito de Plenamente Alfabetizado reúne apenas 29%, dizendo respeito àqueles que conseguem estabelecer relação entre dois textos. A de Habilidades Básicas de Alfabetização – entendem o que há em um texto pequeno – reúne em torno de 30%, da mesma forma que a faixa relativa ao conceito de Rudimentarmente Alfabetizado, ou seja, das pessoas que entendem só a manchete, só o título.Essa é a nossa população alfabetizada. Eu diria que tal quadro é mais preocupante do aquele de 1950, que indicava que 50% da nossa população era analfabeta.

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Digo isso porque os analfabetos conseguiam empregos apertando

parafusos. Já a pessoa que tem habilidades básicas de alfabetização não vai conseguir acessar serviços de governo, que vão passar passar a migrar. Que bom que o nosso iGovernment está evoluindo; ao mesmo tempo em que a tecnologia traz, talvez, o problema – porque agora está tudo escrito, e eles não vão conseguir acessar –, ela também traz oportunidades de solução; traz a oportunidade de inserir a língua escrita na vida dessas pessoas. É importante, primeiro, termos esse dado. Trata-se de um dado importantíssimo e muito pouco conhecido, resultante de um trabalho fantástico que o Instituto Paulo Montenegro realiza e que está disponível, é só botar o nome deles no Google.

A pesquisa que eles fazem traz, num ano, dados relativos ao conhecimento em matemática, e, no outro, ao conhecimento em português. Ela é realizada na população economicamente ativa, que é a que os telecentros e as ONGs pegam.

Esse pesquisado já saiu dos bancos escolares, da escola básica. Ele dificilmente vai voltar; pode entrar no EJA, mas muitas vezes até quem concluiu a escola tem esses níveis de alfabetização. E o uso da Internet é um recurso para melhorar isso, desde que se tenha esse objetivo claro.

Se a olharmos o desenvolvimento econômico e compararmos a Internet às estradas, estaremos lidando com atores mais maduros. Presume-se que o empresário, uma vez que empregarmos a Internet em sua estrutura, em seu meio ambiente dele, possui mais autonomia para usufruir do recurso. Já na área social e da educação são necessários programas específicos. São necessárias mudanças em práticas usuais principalmente na educação, o que estamos estudando a fundo agora. Já na área social eu diria que é necessário atenção e um pouco de investimento em recursos humanos.

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O quadro que desde o início se construiu no Brasil para os telecentros, no

qual se prevê jovens moradores de comunidades recebendo bolsas de auxílio, é ótimo para o acesso à informação. Havendo tecnologia naquela comunidade, um telecentro, possibilita-se um potencial de desenvolvimento de habilidades daquelas pessoas em termos de melhora da leitura, de desenvolvimento de habilidades de empreendedorismo e uma série de questões, até aperfeiçoamento em outras áreas, mas esses cursos, esses potenciais de desenvolvimento não podem ser desenvolvidos com um rapaz de 17 anos, que vai ganhar 300 reais por dia. Ele não tem esse potencial.

Então, temos de cuidar com essas mágicas, porque elas não acontecem. É o início? É. Há um enorme potencial? Há, mas é preciso projetos.

Talvez por segmentação muitos projetos não aconteçam no Brasil. O serviço de Apoio Socioeducativo( Sase), em Porto Alegre, por exemplo, é um recurso da FASC que chega nas organizações sociais para as crianças que vão à escola de manhã ficarem na ONG à tarde ou vice-versa. Remuneram-se educadores, que fazem diversas atividades com essas crianças. Na mesma ONG, há o telecentro, que às vezes tem recurso para o monitor, e às vezes não.

São projetos separados. Se pensássemos em unir as duas coisas, em capacitar o educador do programa, fundamentado nos seus projetos, a usar a tecnologia, talvez pudéssemos, utopicamente, reduzir o custo do programa ou, no mínimo, otimizar, potencializar o uso. Então, é fundamental que na área social isso entre como transversal, tanto em orçamentos, para dar sustentabilidade, quanto em forma metodológica, buscando objetivos.

Outra questão é o uso da informática nas escolas – estou batendo aqui que quem não conseguir ler não será um cidadão pleno. O uso da informática nas escolas é bastante polêmico quando se começa a discutir, mas todo mundo sabe que tem de entrar, é parte do desenvolvimento. Nós, da área, brincamos que a última inovação tecnológica que entrou na escola foi a imprensa, em 1500, com Gutenberg. O livro é a inovação tecnológica que a escola usa.

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Um dispositivo que garanta acesso ilimitado à informação, que permita

construção, edição, colaboração no processo de autoria do aluno, do aprendiz, que permita simulações em ciências, não pode ser ruim. É uma questão de método, de sabermos como usar.

Só que não é tão simples. Pergunto a vocês por que escolas ricas não usam um computador por aluno? Por que no hemisfério norte não usam? Porque não se trata de capacitação, mas de uma mudança drástica. Fazer o aluno se tornar o protagonista, parar de ouvir o professor falando é como se eu quisesse agora passar o microfone a vocês e transmitir o que tenho a dizer com vocês e eu perguntando, nós interagindo. Não sei fazer isso agora, neste momento. São demandas de mudança, é uma construção da nossa era, são desafios da nossa era. A própria OLPC no mundo todo não levantou a bandeira drasticamente e disse que era preciso mudar a sala de aula, se não nem deveria se pegar o computador. Por quê? Porque aí a resistência vai aumentar.

Os programas de introdução de informática na educação começam assim: vamos dar uma formação ao professor, ele vai criando fluência e devagarinho, depois, vamos mudando as práticas. Só que aí o impacto não acontece.Temos o Infodev, segmento do Banco Mundial que trabalha com information for development e o próprio BID, super ativo no um para um, um computador por aluno na América Latina toda. Os dois lançaram recentemente artigos dizendo isso: se não houver mudança drástica não acontece.

Fiquei feliz porque sou doutoranda da Léa Fagundes, que vem dizendo isso há tempo. E sabemos que há resistências práticas para mudar, tanto que a minha proposta de doutorado é trazer um aporte da administração para ajudar a escola a planejar a apropriação e a mudança com o uso da tecnologia.

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Sady: Aproveito esse gancho para dizer que essa é exatamente uma das

razões pelas quais a introdução do software livre é fundamental nesse contexto, dentro desse mix de iniciativas, de ações, de elementos que precisam compor esse cenário. Software é fundamental porque o software livre é construído no mundo todo à base de compartilhamento e colaboração.

Esse é o método que vai engendrar a escola do futuro. Já engendra algumas iniciativas fabulosas com o próprio software livre. Existem milhares e milhares de aplicações para qualquer coisa que vocês imaginam. Todas elas são absolutamente qualificadas, absolutamente capazes de dar conta do que quiserem, do que for necessário e são produzidas a base de compartilhamento e colaboração. Estávamos comentando justamente isso. Trata-se de uma mudança cultural. Na realidade, precisa-se colocar uma nova escola no lugar dessa, com um outro ferramental, uma outra estrutura.

Quero salientar novamente que a articulação desses vetores todos é fundamental. Em 1994, entraram os PCs no Brasil; em 1995, entrou a Internet; e, em 1999, começamos a fazer inclusão digital. Por isso estamos aqui, hoje, fazendo este debate.Este debate não pode terminar, precisa ter continuidade. A excelente iniciativa do deputado Mano Changes conta conosco para que tenha continuidade nesta Casa. É fundamental que este debate tenha vida até que tenhamos uma nova realidade constituída. Para isso, é fundamental que rompamos com aquelas resistências de natureza político-partidária e enxerguemos iniciativas como o Telecentros.BR, os pontos de cultura, os telecentros de modo geral e qualquer ação dentro desse contexto, dessa necessidade.

Sem sombra de dúvida – jogando um pouco água no moinho do pensamento digital –, não faremos muita coisa ou faremos muito menos do que precisamos se não tivermos projetos pedagógicos e uma discussão profunda sobre o que fazer com essas ferramentas, que conteúdos criar, por que e para que criá-los. Essas são as minhas considerações finais.

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Mano: Pegando esse gancho, quero dizer que o professor, hoje, é o

orientador do conteúdo. Logo, o desafio dele é muito maior, porque ele não é mais o dono do conteúdo, mas seu orientador. O conteúdo pode estar com erros, mas é o professor quem tem que chegar para o Joãozinho e dizer: Olha, Joãozinho, essa bibliografia que tu estás consultando não diz a verdade. A capacitação é maior, e a constância no trabalho é fundamental. Aqui agregamos numa pessoa só várias ações. Sou presidente da Comissão de Educação e autor da Subcomissão sobre a Instalação de Pontos de Acesso Sem Fio à Internet nos municípios do RS e das leis Internet nas Escolas e Internet para Todos.

Lutei muito pelo projeto Música nas Escolas. Graças à lei do senador Cristovam Buarque, a partir de 2002, todas as escolas são obrigadas a oferecer aulas de música. Só que um dos defensores do projeto diz que, se não trabalharmos a implementação correta do Música nas Escolas, pode ser um tiro no pé. Se a aula de música for chata, não adiantará absolutamente nada. Ela tem que seduzir o aluno. O que propomos? A frente parlamentar de Internet livre, a criação de um grupo de trabalho.

Todas as pessoas aqui vieram para agregar. Hoje não tivemos vaias, apenas palmas, porque todos estão no mesmo conceito. Esse conceito é fundamental e tem de ser multiplicado. Esse é o meu objetivo com este seminário, com as leis.

Por mais que o Internet para Todos seja inconstitucional, queremos aproveitar o pleito eleitoral para snookar, de certa forma, o futuro gestor do Estado do Rio Grande do Sul, para que entenda a importância da Internet como ferramenta de inclusão digital, de atração turística, de geração de renda e etc. Essas são as minhas conclusões.

Marta: Na área da educação ela é muito importante. Desde a década de 70 estuda-se o uso da tecnologia na educação, a partir do estudo fundamentado em Piaget de como o cérebro funciona e como a programação, desde a linguagem Logo e simulações, podem ajudar a criança a construir na Matemática.

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Isso foi evoluindo: entrou a Internet e observaram-se as trocas que a

criança faz. Ou seja, quando ela publica seu trabalho, o colega e o professor comentam, ela tem a possibilidade de reeditar. Esse é o ciclo espiral de construção de conhecimento a partir da interação. Você representa a sua leitura de mundo, apresenta, interage e vai aperfeiçoando isso.

Esses modelos têm resistências porque demandam mudanças da prática da sala de aula. Entretanto, hoje, se pegarmos a bibliografia existente, veremos que há diversos segmentos que não têm nada a ver com a tecnologia demandando, escancaradamente, a mudança da escola. São professores universitários, empregadores, em resumo, que recebem um jovem egresso da escola.

O que eles pedem? Melhores habilidades de comunicação, de colaboração, iniciativa, empreendedorismo, liderança, pensamento crítico e habilidade de resolução de problemas. Há inclusive organizações voltadas a parcerias para as habilidades do século XXI. Uma organização de empregadores de grandes empresas americanas que demanda a mudança na escola. Em Harvard, há o grupo Liderança para Mudança da Escola – da educação, não da tecnologia.

Trabalhar com programação com os novos produtos, posteriores à linguagem Logo, é fantástico para isso. E aqueles outros todos – de comunicação, iniciativa e liderança, de concretização do conhecimento, publicação, interação e colaboração com os colegas –, modelos que surgiram do estudo cognitivo, vêm ao encontro exatamente das demandas de uma sociedade que mudou e que precisa de um trabalhador que pense e se comunique. Mesmo as empresas que trabalham com linhas industriais precisam de funcionários que pensem, construam soluções e saibam se comunicar. Nos Estados Unidos, realizaram-se pesquisas para as quais foram ouvidos mais de 400 empresários. Trago os resultados obtidos lá, porque as pesquisas de impacto são realizadas antes lá – eles têm mais dinheiro para fazer pesquisas –, não porque aqui faltem dados.

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A oportunidade é enorme. Não se trata somente de aprender informática

para conseguir um emprego nessa área; trata-se de colocar informática nas escolas para desenvolver as habilidades necessárias hoje na área de comunicação, para melhorar a aprendizagem, a liderança, a solução de problemas, as simulações e uma série de atividades que, sem a informática, são difíceis de desenvolver. Como um trabalhador pode ser proativo, ter iniciativas, se ele passou 11 anos sentado, ouvindo um professor nos bancos escolares?

Sady: A Marta me fez lembrar um aspecto que faço questão de frisar, pois é da máxima importância. Na realidade, o Brasil tem dado sinais de que é vocacionado para este ambiente do software – várias informações e notícias apontam para isso.

Quero lembrar que, para podermos resolver o problema econômico e social de 193 milhões de habitantes, segundo dados atuais do IBGE – o censo, que iniciou domingo, vai nos dar o número real de habitantes –, precisamos, sem sombra de dúvida, além de continuar fazendo os investimentos que já fazemos, promover o desenvolvimento nas áreas em que temos expertise. É fundamental trabalhar cada vez mais em inovação e tecnologias do conhecimento e produzir valor agregado. Hoje, indiscutivelmente, o valor agregado é que tem alavancado diversos Tigres Asiáticos, India e China, justamente no desenvolvimento de software.

O Brasil tem absoluta condição de ser um dos principais países em desenvolvimento de software na próxima década, desde que comece imediatamente um processo que não é só de inclusão, mas que também – aliado de novo ao uso de software livre –, comece um processo de desenvolvimento dessa juventude, para que ela possa tomar gosto pelo exercício do desenvolvimento de software, porque existe hoje uma série de aplicativos que permite isso. Estes favorecem o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento de lógica de programação.Quem sabe, isso significará a redenção deste País na próxima década ou nos próximos 100 anos. Acho fundamental que se diga isso aqui.

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Marta: Hoje, têm softwares produzidos pelo MATLAB, que são livres para baixar e que já estão em português – tem o Scratch, se não conhecem, sugiro –, que são fantásticos, nos quais as crianças podem criar animações e joguinhos facilmente. Em meia hora eles saem fazendo. E tem um portal à disposição de publicação. A criança faz upload, faz remix no projeto do outro, tudo com a lógica booleana básica de programação.

Então, software não falta, assim como não falta conteúdo. Falta, sim, a nossa atitude e coragem para enfrentar a mudança, sabendo que a construção e o resultando não vêm em um ano, nem em dois, mas que é uma mudança de era. Tenho a certeza de que nossos netos ou bisnetos, quando estudarem história, vão ver a Idade da Informação, alguma coisa que estamos vivendo agora, a mudança. Vai haver uma mudança marcada neste período em que estamos vivendo.

Mano: Vai ser a mudança da TV para o computador.Marta: Do passivo para o ativo.Mano: Exato, para interagir. Penso que toda esta discussão é para

fomentar a inclusão social, é para pensarmos em mudanças pertinentes. Realmente, aqui estamos em um grande grupo de trabalho, e o resultado desse seminário vai ser priorizado a todas as pessoas que se fizeram presentes, que se manifestaram e que se cadastraram nesse seminário.

Quero agradecer a toda equipe de trabalho, tanto do nosso gabinete como da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, que fez com que tivéssemos, através da organização, muito sucesso.

Ontem, à noite, no twitter, mandei um direct messenger para os candidatos Serra e Dilma, falando sobre o seminário. E hoje, pela manhã, vi que o Serra havia comentado. Não sei se a Dilma já teve oportunidade de comentar sobre isso.Isso mostra que o acesso está cada vez mais fácil, mais democrático. Quanto mais entendermos essa questão e levarmos essa informação, principalmente para a população de baixa renda, estaremos dando um passo cada vez maior de inclusão social, de prevenção ao crack, de geração de renda. A Internet, no ano passado, movimentou 20 trilhões de dólares, e nós arrecadamos 1 trilhão de dólares em impostos.

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A capacidade do jovem para assimilar essa tecnologia é fundamental para entendermos o mundo globalizado, para entendermos que esse investimento em educação tem que ser constante e que estamos plantando uma semente, sim.

A manifestação dos próprios candidatos ao governo e a de pessoas que conhecem muito o assunto e que deram a sua brilhante contribuição não param por aqui. Isso está recém sendo começado.

Muito obrigado a todos que nos ajudaram a construir este seminário e a dar um passo em direção a se construir o projeto do plano estadual de banda larga.Quando se fala em inclusão social, nos referimos a se assimilar uma tecnologia importantíssima para o desenvolvimento. Acredito que à próxima Copa do Mundo já estaremos assistindo pelo computador. Quanto mais acesso à Internet tivermos, mais iremos facilitar tudo, agregar renda e poder aquisitivo para o nosso País e para a nossa sociedade.

Não se esqueçam de que tudo começa no silício e que o único País que exporta a matéria-prima do microchip é o Brasil, porque somos um País riquíssimo culturalmente, com minérios, com espaço, com água. A China não tem água, gente. A primeira coisa que os chineses fazem quando vem para o Brasil é comentarem como há água aqui, e água é 70% do nosso corpo, é a matéria-prima de todos nós.

Entendemos que precisamos usar o imposto gerado pelo silício para criar centros tecnológicos com a finalidade de desenvolver o microchip e tecnologias nacionais que irão gerar renda e agregar valor ao produto. O microchip vale 90 vezes mais do que a quantidade usada de silício e gera 20 vezes mais empregos.

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O que temos que fazer é acabar um pouco com a burocracia e destinar

recurso ou imposto arrecadado certo para fomentar políticas públicas com o fim de gerar desenvolvimento sustentável para o nosso País. Muito obrigado pela presença de todos. Foi um prazer e uma honra contar com a participação dos senhores. Para mim, este foi um dia histórico, que, espero, possamos multiplicar cada vez mais.

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CONCLUSÕES FINAIS

Foram extremamente positivos os resultados alcançados pela Subcomissão que assume aqui o compromisso de continuar trabalhando pela Internet para Todos acessível e gratuita e que colhe frutos dos anúncios feitos durante o Seminário que realizamos pelo Governo do Estado de que a inclusão digital é sua prioridade. Sem dúvida, foi um dos pontos culminantes a criação da empresa digital da CEEE (já publicada no Diário Oficial do Estado) que vai levar a Internet a todos os recantos seja a periferia, o meio rural ou as barrancas dos rios.

Nossa maior conquista é o compromisso dos candidatos ao Governo estadual de realizarem, o quanto antes e de forma definitiva, a inclusão digital gratuita, uma referência positiva quando o nosso Estado terá a atenção mundial devido à Copa do Mundo de 2014.

Diante dos depoimentos, das experiências e relatos ouvidos, a Subcomissão da Internet para Todos, tendo como ponto alto o seminário chegou a conclusões importantes que deverão ficar nos anais da Assembleia Legislativa e que serão remetidas aos governos – estadual, federal e, inclusive, às Prefeituras, porque é importante que cada município- seguindo o exemplo de muitos, faça a sua inclusão digital.

É, pois, dever do Estado oferecer os mecanismos capazes de promover a inclusão digital dando conhecimento e socializando as novas gerações, permitindo-lhes o acesso aos conhecimentos contextualizando-os e contribuindo na ampliação do capital simbólico existente, propiciando às crianças, jovens e adultos conhecer o mundo em que vivem e compreender as suas contradições.

A Internet é sinônimo de infra-estrutura de comunicações que possibilita tráfego de informações e conhecimento, melhorando todas as comunicações e a qualidade de vida.

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Fica clara a importância da banda larga para oferecer experiência, melhorar o preparo dos jovens e dos profissionais e incrementar a cidadania e a inclusão digital ampliando a importância e a melhoria que ela terá na prestação dos serviços públicos e comunicação em geral.

É inegável que esta é a principal plataforma de interiorização do desenvolvimento, a aproximação das pessoas e de comunicação com o futuro e é inegável a contribuição para a educação e qualificação profissional e o desenvolvimento o social, sendo instrumento de lazer e cultuar e inserção econômica e emprego.

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AS IDÉIAS DE INTERNET PARA TODOS REPRESENTAM OPORTUNIDADES DE APRENDIZADO CONHECIMENTO E PERSPECTIVA DE VIDA MELHOR. DIANTE DISSO, OS DEPUTADOS QUE COMPÕEM A

SUBCOMISSÃO, OUVIDOS A COMUNIDADE E SEGMENTOS RELACIONADOS, CONCLUEM O QUE SEGUE:

1- Vivemos um momento inédito em que os governos devem ampliar

sempre mais suas ofertas às populações em conhecimento, a cultura e informação e tecnologia.

2- A Internet veio para ampliar as oportunidades e situações que promovam aprendizagens significativas e emancipadoras. 3- Repensar a sociedade sob o ponto de vista da comunicação e integração social se constitui em um imperativo atual e complexo, mas importante e decisivo.

4- É preciso interligar, via Internet, todos os recantos e periferias, para promover o conhecimento e a geração de emprego e renda.

5- Nesta integração ganha destaque a interligação de pequenos e médios empreendedores em cadeias produtivas de grandes empresas o que vai proporcionar aumento de produtividade e integração.

6- Do pondo de vista dos governos será importante instrumento para a execução de políticas públicas de educação, saúde, segurança e ampliação dos canais que proporcionarão melhorias na gestão pública.

7- Vemos perspectivas como redução de desigualdades sociais, regionais e geração de emprego e renda e qualificação de serviços gerando competividade e inserção para incorporar os cidadãos.

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9- Inegavelmente, é de fundamental importância massificarmos o acesso à Internet gratuita em todo o Estado para o cidadão, instituições de governo, sociedade civil e iniciativa privada de modo a promover oportunidades, conhecimento e renda e incluir os cidadãos. 10- A Subcomissão discutiu exaustivamente como aumentar da participação do aluno em oficinas culturais, esportivas e digitais, em turno inverso ao escolar, visando sua maior inclusão social. Temos que fazer com que a escola se torne sempre mais atraente aos alunos de maneira que busquem nela, e não na rua, alternativas para o tempo em que estiverem fora da sala de aula. A Internet será peça fundamental para isso.

11- É importante lembrar que os movimentos sociais sempre acreditaram na Educação Integral. Por falta de investimentos e de criar condições, até mesmo alternativas, o Estado vem prorrogando a questão, pois necessita mudar toda a estrutura da educação nos municípios. Chegou a hora de repensarmos definitivamente nesta questão.

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REGISTROS FINAIS

Ao final dos trabalhos desenvolvidos da Subcomissão, cabe registrar um sentimento comum a todos os seus membros, que é de fundamental importância para a viabilização do programa Internet Para Todos como requisito indispensável para garantir a cidadania e condição para que a sociedade possa construir um projeto político, econômico e social que garanta uma vida de respeito e dignidade a seus membros.

A Internet para Todos vai se constituir numa forma importante de combater a pobreza e a desigualdade, uma chance de oportunidades iguais para todos em termos de conhecimento para o jovem aprender e desenvolver-se, preparando-se para a vida como cidadão.

A Subcomissão Internet para Todos espera poder dar sua contribuição para o conhecimento, o desenvolvimento social, e a geração de emprego e renda.

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COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SUBCOMISSÃO DA INTERNET PARA TODOSAssembléia Legislativa, Porto Alegre

3ºandar sala 304Fone: (51)32101181Fax:(51)32102641

e-mail mano: [email protected]: http://www.al.rs.gov.br

Jornalista responsável: José Antonio Conti – n.º 5.817Produção visual: Fernanda Denardin

Coordenador da Subcomissão: Sergio AraujoFotos: Superintendência de Comunicação, Palácio Piratini e Assessoria da

Comissão de Educação

52ª Legislatura – 2009/2010Presidência:

Deputado Mano Changes (PP) 11º andar Ramal: 1100

Vice-Presidência:Deputado Kalil Sehbe (PDT) 3º andar Ramal: 2310

TitularesDeputada Marisa Formolo (PT) Deputada Stela Farias (PT) Deputado Edson Brum (PMDB) Deputado Marco Alba (PMDB) Deputado Frederico Antunes (PP) Deputado Adilson Troca (PSDB) Deputado Abílio dos Santos (PTB) Deputado Paulo Borges (DEM) Deputado Miki Breier (PSB) Deputado Raul Pont (PT)

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A INDISPENSÁVEL INTERNET O trabalho da Subcomissão Internet para Todos mostra o quanto é oportuno o debate do tema e o Seminário Internet Para Todos, com a presença dos principais especialistas e inclusive dos principais candidatos ao Governo do Estado, ressaltaram a importância da Internet para gerar conhecimento,informação e renda. Os três candidatos se compro-meterem publicamente com o projeto e caberá ao governador eleito executá-lo.Nós vamos acompanhar de perto .

A Internet aumenta a cada dia a sua importância e já movimenta mais de 20 trilhões de dólares no mundo. Hoje as colheitadeiras programam o trajeto a ser feito na roça através do GPS, o que mostra que a Internet veio para ficar. E, portanto, cada vez mais nós trabalhamos para que a Internet possa ser alcançável à todos os gaúchos, pois quem não tiver acesso terá sérias dificuldade para obter emprego e renda.

MANO CHANGES

Deputado Estadual