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1 Combustão Industrial JOSÉ EDUARDO MAUTONE BARROS Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais Coordenador do Laboratório de Combustíveis e Combustão Doutor em Engenharia Mecânica - Térmica (UFMG) Doutor em Engenharia Aeronáutica - Energia (ITA) Engenheiro Químico (UFMG) www.mautone.eng.br [email protected]

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Combustão Industrial

JOSÉ EDUARDO MAUTONE BARROS Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais

Coordenador do Laboratório de Combustíveis e Combustão

Doutor em Engenharia Mecânica - Térmica (UFMG)

Doutor em Engenharia Aeronáutica - Energia (ITA)

Engenheiro Químico (UFMG)

www.mautone.eng.br [email protected]

2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO A COMBUSTÃO

DEFINIÇÕES BÁSICAS

COMBUSTÍVEIS

CLASSIFICAÇÃO DE CHAMAS

REGIMES DE COMBUSTÃO

QUEIMADORES INDUSTRIAIS

EMISSÕES

3

REGIMES DE COMBUSTÃO

Combustão Laminar X Turbulenta – A medida que a velocidade do escoamento

aumenta a chama deixa de se plana e estável para

se tornar plissada e oscilante.

Re U D0 0

FrU

gD

02

0

Parâmetros:

No. de Reynolds

No. de Froude

4

REGIMES DE COMBUSTÃO

Combustão Laminar X Turbulenta

Vela

Chama

de Difusão

Laminar

Queimador de

Gás Natural

Chama de Difusão

Turbulenta

Queimador

de Óleo

Combustível

Chama de

Difusão

Turbulenta

5

REGIMES DE COMBUSTÃO

Combustão Laminar X Turbulenta – Características:

– O Comprimento de Chama (Lf) é o comprimento ao longo

do eixo, a partir do boca do queimador, após o qual não é

mais encontrada a presença de combustível.

– O Diâmetro da chama (Df) é o diâmetro transversal ao eixo

da chama, após o qual não é mais encontrada a presença

de combustível.

– A Velocidade de Chama (UL ou T) é a velocidade de

propagação da frente de chama em relação ao

escoamento da mistura oxidante/combustível.

Da,lCombustíve,,T,PfU

lCombustíve,,T,PfU

T

L

)swirl,Fr(Re,fD

)swirl,Fr(Re,fL

F

F

6

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Laminar

– A velocidade de chama laminar é a

velocidade de propagação da

frente de chama num escoamento

em regime laminar da mistura

oxidante combustível.

– Ela é determinada

experimentalmente para cada

combustível em função da razão

de equivalentes.

– A condições padrões de

determinação da velocidade de

chama laminar são:

T0 = 298,15 K e P0 = 101325 Pa

Velocidade de Chama Laminar (UL)

7

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Laminar

– Medida experimentais são feitas

em queimadores planares,

câmara de volume constante e

tubos de chama.

– Para outras pressões e

temperaturas deve-se corrigir a

velocidade padrão

0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8

Razão de Equivalentes Combustível/Ar

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

Ve

loc

ida

de

Pa

drã

o d

e C

ha

ma

(m

/s)

P = 101325 PaT = 298.15 K

Metanol

Gasolina C

Gasolina A

Isooctano

β

0

α

0

,0P

P

T

TUU

Velocidade de Chama Laminar (UL)

8

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Laminar

– Em Heywood, 1988, é apresentada

uma correlação empírica para os

dados de velocidade padrão de

chama laminar.

Constantes para cálculo da velocidade de queima laminar

em condições padrões para vários combustíveis (Heywood, 1988)

Combustível Bmax (m/s) Bf (m/s) (1/l)max

Isooctano 0,2630 -0,8470 1,1300

Metanol 0,3690 -1,4050 1,1100

Gasolina A 0,3050 -0,5490 1,2100

Gasolina C* 0,3387 -0,7546 1,1574

* média ponderada pela concentração volumétrica gasolina/álcool (gasolina A/metanol)

2

max

φmax,0λ

1

λ

1B BU

Velocidade Padrão de Chama Laminar (UL,0)

9

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Laminar

Exemplo – Calcular a velocidade padrão de queima

laminar do metanol para uma razão de equivalentes

de 1,0.

Exercício – Calcular a velocidade de queima laminar

do metanol para uma razão de equivalentes de 1,0 e

uma pressão de 10 bar e uma temperatura de 35 oC.

Os coeficientes de dependência da temperatura e

da pressão são 2,0 e -0,1, respectivamente.

Bmax (m/s) Bf (m/s) (1/lambda)max

Metanol 0,369 -1,405 1,11

phi 1,00

lambda 1,00

0,3520 m/sVelocidade Laminar

10

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Regimes de Combustão Turbulenta – São definidos usando o número de Damköhler e a

energia cinética turbulenta (k½) relativa a velocidade

de chama laminar (UL).

– O número de Damköhler é a razão entre o tempo característico da turbulência (tt) e o tempo

característico da combustão (tc).

– l é diâmetro dos grandes vórtices turbulentos no escoamento e dL é a espessura da chama laminar.

k

τ

τDa

cc

t2

1

11

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Regimes de

Combustão Turbulenta – Combustão distribuída:

Região Ia e Ib

Alta turbulência

Vórtices pequenos (rel. a chama)

“Flameless

Combustion”

Baix

o N

Ox

12

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Regimes de

Combustão Turbulenta – Combustão de

chama plissada:

Região IIb e IIc

Baixa turbulência

Vórtices grandes (rel. a chama)

13

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Regimes de

Combustão Turbulenta – Combustão de flameletes:

Região IIa

Média turbulência

Vórtices grandes (rel. a chama)

14

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Típicos Regimes de

Combustão Turbulenta

nos Equipamentos

Queimadores

Industriais

15

REGIMES DE COMBUSTÃO Combustão Turbulenta

Velocidade de Chama Turbulenta (UT)

– Um Fator de Turbulência (ft) é aplicado a

velocidade de chama laminar para calcular

a velocidade turbulenta de chama.

– O fator de turbulência é função do inverso

do número de Damköhler.

– A velocidade de chama é aumentada pela

turbulência em torno de 10 a 20 vezes a

velocidade laminar de chama.

– A mistura turbulenta favorece o contato

do oxidante e do combustível.

– A turbulência também favorece a

transferência de calor da frente de chama

para a mistura combustível.

– A área de queima também é aumentada

pela turbulência.

Da

Cf

UfU

1T

LTT

16

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS. NBR 5484: Motores alternativos de

combustão interna de ignição por compressão

(Diesel) ou ignição por centelha (Otto) de

velocidade angular variável – Ensaio – Método de

ensaio. Rio de Janeiro, 1985.

BARROS, J. E. M. Estudo de Motores de

Combustão Interna Aplicando Análise Orientada a

Objetos. Belo Horizonte: Tese de Doutorado,

Engenharia Mecânica, UFMG, 2003.

17

BIBLIOGRAFIA

BAUKAL Jr., C. E. Air-oxy/Fuel Burners. In:

Industrial Burners Handbook, BAUKAL Jr., C. E.

(ed.). Boca Raton: CRC Press, 2003.

COSTA, M. Combustão sem Chama Visível

(Flameless Combustion). Palestra, II Escola de

Combustão. São José dos Campos: RNC, 22-26

de Junho de 2009.

ESCOLA DE COMBUSTÃO em

http://redenacionaldecombustao.org/escoladecomb

ustao/, jan/2011.

18

BIBLIOGRAFIA

GARCIA, R. Combustíveis e Combustão Industrial.

Rio de Janeiro: Interciência, 2002.

GLASSMAN, I. Combustion. New York: Academic

Press, 1977.

KUO K. K. Principles of Combustion. New York:

John Willey & Sons, 1986.

LEFEBVRE, A. Gas Turbine Combustion.

Philadelphia: Taylor&Francis, 1998.

LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações

Químicas. São Paulo: Edgar Blucher, vol. 2, 1974.

19

BIBLIOGRAFIA

REDE NACIONAL DE COMBUSTÃO (RNC) em

http://redenacionaldecombustao.org/, jan/2011.

SHARMA, S. P. et MOHAN, C. Fuels and

Combustion. New Delhi: Tata McGraw-Hill, 1984.

SMITH, J. M. e VAN NESS, H. C. Introdução a

Termodinâmica da Engenharia Química. Rio de

Janeiro: Guanabara Dois, 3ª Ed.,1980.

STREHLOW, R. A. Combustion Fundamentals. New

York: McGraw-Hill, 1988.

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BIBLIOGRAFIA

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Concepts and Applications. Boston: McGraw-Hill,

2000.

WILLIAMS, F. A. Combustion Theory. New York:

Benjamin Cumings Pub., 1985.