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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR LUCAS XAVIER VIEIRA LOPES VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE SALVAMENTO VEICULAR LEVE NO CBMGO Proposta de Planejamento logístico, Plano de curso e Plano de disciplina GOIÂNIA 2018

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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

LUCAS XAVIER VIEIRA LOPES

VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE SALVAMENTO

VEICULAR LEVE NO CBMGO Proposta de Planejamento logístico, Plano de curso e Plano de disciplina

GOIÂNIA

2018

LUCAS XAVIER VIEIRA LOPES

VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE SALVAMENTO

VEICULAR LEVE NO CBMGO Proposta de Planejamento logístico, Plano de curso e Plano de disciplina

Artigo Científico, apresentado ao Comando da

Academia e Ensino Bombeiro Militar -

CAEBM, como requisito parcial para a

conclusão do Curso de Formação de Oficiais e

obtenção do título de Aspirante a Oficial, Sob a

orientação do Sr. 1º Tenente QOC Clever

Fideles Reis.

GOIÂNIA

2018

LUCAS XAVIER VIEIRA LOPES

VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE SALVAMENTO

VEICULAR LEVE NO CBMGO Proposta de Planejamento logístico, Plano de curso e Plano de disciplina

Goiânia, 09 de janeiro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Jonas Henrique Moreira Bueno - TC QOC

Oficial Presidente

________________________________________

Helaine Vieira Santos - Maj QOC

Oficial Membro

_______________________________________

Igor Eduardo Cordeiro de Moura – 1º Ten QOC

Oficial Membro

Nota

VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE SALVAMENTO VEICULAR LEVE

NO CBMGO Proposta de Planejamento logístico, Plano de curso e Plano de disciplina

Lucas Xavier Vieira Lopes1

RESUMO

O presente estudo pretende analisar a viabilidade da promoção do Curso de Salvamento

Veicular Leve pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, por se tratar da categoria

de automóveis com o maior índice de envolvimento em acidentes no Brasil. Em análise

documental revelou-se que acidentes automobilísticos ocorrem com frequência expressiva,

sendo a causa de milhares de mortes anualmente em território nacional. Nesse cenário, o Corpo

de Bombeiros Militar surge como responsável por salvaguardar pessoas e bens públicos e

privados nas situações em que os sistemas de proteção não foram perfeitamente capazes de

preservar suas incolumidades. Utilizaram-se como ferramentas metodológicas pesquisas

bibliográficas em manuais de salvamento veicular de outras corporações que já implementaram

o curso, entrevistas com militares responsáveis em promover o treinamento em seus Estados e

questionários com bombeiros do CBMGO. Nesse particular, elaborou-se o Planejamento

logístico, Plano de Curso e o Plano de disciplina, como contribuição à criação do Curso de

Salvamento Veicular Leve no Estado do Goiás. Concluiu-se, portanto, não só pela viabilidade,

mas pela imprescindibilidade da implementação do CSV - L como forma de preparação

contínua dos Bombeiros Militares no enfrentamento das adversidades existentes em ocorrências

envolvendo acidentes automobilísticos.

PALAVRAS-CHAVE: Salvamento veicular. Veículo leve. Desencarceramento.

ABSTRACT

The present study intends to analyze the viability of the promotion of the Light Vehicle Rescue

Course by the Military Fire Brigade of the Goiás state, as it is the category of automobiles with

the highest rate of involvement in accidents in Brazil. In documentary analysis it was revealed

that automobile accidents occur with expressive frequency, being the cause of thousands of

deaths annually in national territory. In this scenario, the Military Fire Brigade arise as

responsible for safeguarding people and public and private property in situations where

protection systems were not perfectly capable of preserving their safety. Bibliographic research

was used as a methodological tool in vehicle rescue manuals of other corporations that have

already implemented the course, interviews with military personnel responsible for promoting

training in their states, and questionnaires with CBMGO firefighters. In this particular, the

Logistics Planning, Course Plan and Matter Plan were developed as a contribution to the

creation of the Light Vehicle Rescue Course in the Goiás state. It was concluded, therefore, not

only viability, but also the indispensability of the implementation of CSV-L as a way of

continuous preparation of the Military Firefighters in facing the adversities existing in

occurrences involving automobile accidents.

KEYWORDS: Rescue vehicle. Light vehicle. Vehicle extrication.

1Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.

5

INTRODUÇÃO

Em análise documental na 1ª Secção do Estado Maior Geral - BM 1, no ano de 2016, o

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás - CBMGO prestou um total de 27.845

atendimentos envolvendo acidentes com automóveis. Posto isso, constata-se a expressiva

quantidade de casos em que as técnicas de Salvamento Veicular foram utilizadas como

protagonistas com a finalidade de se preservar vidas e bens materiais.

Equivocadamente pode-se interpretar salvamento veicular como sendo somente a ação

de retirada da vítima das ferragens. Entretanto, a sequência operacional tem início com o

acionamento da guarnição de salvamento pelo Centro de Operações Bombeiro Militar – COB,

sobretudo através de chamadas pelo número de emergência (193), e segue até a entrega da

vítima para a equipe de Atendimento Pré-Hospitalar - APH, a qual continuará os procedimentos

de atendimento e transporte até a unidade hospitalar mais próxima e/ou adequada.

Atualmente, o tema Salvamento Veicular é difundido pelo CBMGO como matéria nos

cursos de formação, adaptação, aperfeiçoamento e especialização, dentre outros. A proposta

deste trabalho é demonstrar a necessidade e a viabilidade da criação do Curso de Salvamento

Veicular Leve independente, para que as especificidades das operações envolvendo acidentes

automobilísticos sejam trabalhadas de maneira apurada com o escopo de se alcançar grau

máximo de eficácia e qualidade técnica nas situações envolvendo acidentes automobilísticos

com veículos leves.

A metodologia utilizada nessa pesquisa foi qualitativa, cuja preocupação era resgatar

concepções e significados, um nível da realidade que não pode ser quantificável, mas pode ser

sistematizado, catalogado, categorizado, analisado e compreendido. A técnica de coleta de

dados utilizada foi, prioritariamente, a entrevista semiestruturada, aplicada junto aos Bombeiros

Militares de outros Estados que oferecem formação especializada em salvamento veicular.

Quanto a averiguação da formação e os anseios da tropa em relação ao salvamento

veicular, foram aplicados questionários estruturados junto aos Bombeiros Militares do

CBMGO, com o intuito de se perceber a efetiva necessidade da criação do curso através dos

discursos dos profissionais que atuam em situações de acidentes automobilísticos.

A pesquisa documental foi igualmente utilizada, sendo fontes dessa investigação,

materiais com estatísticas de acidentes automobilísticos a nível mundial, nacional e estadual,

além do Manual Operacional de Bombeiros – MOB 03 do CBMGO e de Manuais de

Salvamento Veicular elaborados por outros Corpos de Bombeiros Estaduais que ofertam o

Curso de Salvamento Veicular.

6

A ausência de um curso de Salvamento Veicular desvinculado a outros cursos no

CBMGO trouxe à tona alguns questionamentos quanto a necessidade de sua criação: se as

estatísticas demonstram a significância nesse tipo de atendimento e se os militares, atualmente,

sentem-se preparados ou anseiam por uma qualificação especializada. Indaga-se ainda quanto

a viabilidade: se o CBMGO possui aporte estrutural, financeiro e intelectual para promover um

curso dessa magnitude.

O escopo maior desse trabalho consiste em demonstrar a viabilidade da criação do Curso

de Salvamento Veicular Leve no CBMGO, enquanto, de maneira subterfugiária, analisar sua

importância devido aos números expressivos de atendimentos dessa natureza prestados pelo

CBMGO, observando ainda os anseios dos militares da referida instituição quanto a

qualificação especializada sobre a temática.

Por fim, espera-se apontar algumas considerações no que se refere à viabilidade da

criação do CSV - L pelo CBMGO e à expressiva importância da implementação de cursos dessa

natureza para o desenvolvimento profissional, com a finalidade de diminuir estatísticas acerca

das consequências danosas provocadas por acidentes automobilísticos.

2. ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS: a contramão da vida

Acidentes de trânsito são responsáveis pelo maior índice de mortes entre jovens na faixa

etária de 15 a 29 anos, sendo que os homens representam 80% do total de óbitos (ONU, 2015).

Conclui-se, portanto, que as mortes ocasionadas por acidentes automobilísticos repercutem,

diretamente, na economia do país, tanto pelos custos hospitalares e previdenciários, como pela

perda de mão de obra, em razão de a faixa etária atingida estar dentro da população

potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade), segundo conceitos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE, 2010).

O Relatório Global Sobre o Estado da Segurança Viária (2015) da Organização das

Nações Unidas – ONU – revela que a meta acordada pelos Chefes de Estados que participaram

da Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015 é que até o ano 2020 seja reduzido pela

metade o número global de mortes e lesões relacionadas ao trânsito. Esse alvo faz parte dos

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável que

estipula compromissos até 2030. Isso demonstra que acidentes de trânsito e suas consequências

são preocupações a nível mundial, pois geram transtorno e sofrimento para familiares e amigos,

além de despesas para o Estado.

Para a Organização Mundial de Saúde – OMS (2015), a despeito do número alarmante

de, aproximadamente, 1,25 milhão de mortes por lesões provenientes de acidentes de trânsito

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no mundo, de acordo com dados de 2013, na maioria dos países, as estatísticas de mortes em

trânsito se estabilizaram desde 2007, mesmo com um aumento de 4% da população e de 16%

da frota rodoviária entre 2010 e 2013. Segundo a OMS, “A estabilização das mortes causadas

pelo trânsito, face ao aumento da população e da motorização, sugere que os esforços

desenvolvidos nos últimos 3 anos em prol da segurança no trânsito têm salvado vidas” (OMS,

2015 p. 5).

Não obstante os esforços para diminuir o quantitativo de acidentes entre veículos, em

2015, 68 países tiveram aumento no número de lesões por acidentes automobilísticos, sendo

que 84% são de baixa ou média renda, revelando que acidentes de trânsito estão diretamente

relacionados com o desenvolvimento econômico dos países e consequentes investimentos nas

políticas de educação no trânsito e infraestrutura.

Segundo o CONTRAN (2010), veículos leves tratam-se de ciclomotor, motoneta,

motocicleta, triciclo, quadriciclo, automóvel, utilitário, caminhonete e camioneta. Para o

Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito – DNIT (2011), veículos leves são os tipos

de veículos que, estatisticamente, estão mais envolvidos em acidentes automobilísticos em vias

brasileiras. Devido a essa questão, e observando a necessidade de um aprendizado afunilado,

optou-se pela proposta da sugestão da criação, primeiramente, de um curso voltado

especificamente para acidentes envolvendo veículos leves.

No Brasil, acidentes de trânsito acontecem diariamente, ocasionando sofrimento para as

pessoas diretamente envolvidas e também para seus familiares e amigos, além de prejuízos

financeiros, tanto para o Estado, quanto para os envolvidos. Estudos realizados pelo Ministério

da Saúde revelam que 37.306 pessoas morreram e 204.000 ficaram feridas e hospitalizadas em

2015, consequência de acidentes automobilísticos.

Figura – 1: Estatísticas nacionais de mortos em acidentes de trânsito no Brasil

Fonte: DATASUS, 2015

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Ademais, sobre os gastos previdenciários, o Governo Federal informou que entre o

período de 2003 a 2012, a Previdência gastou R$ 10 bilhões em auxílios-doença e

aposentadorias por invalidez; e o total de R$ 15,6 bilhões em pensões por morte (valores

corrigidos pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Estima-se que, no

Brasil, o custo total dos acidentes de trânsito para a sociedade representa 5% do PIB – Produto

Interno Bruto, o que equivale a R$ 295 bilhões. Desse total, 2,4% correspondem a custos

previdenciários.

Por oportuno, registre-se que o quantitativo de acidentes automotivos está relacionado,

diretamente, com o aumento da quantidade de veículos nas ruas e estradas. Segundo dados do

Relatório das Metrópoles em Goiás (2015), aproximadamente 1 milhão de automóveis foram

adicionados à frota entre 2001 e 2014, o que representa aumento relativo de 165,2%”.

A Associação Brasileira de Prevenção dos Acidentes de Trânsito (2017) diz que o Estado

de Goiás teve uma duplicação da taxa de motorização, passando de 21 a 41 veículos por 100

habitantes entre 2002 e 2010 e, consequentemente, o aumento do número de mortes decorrentes

de acidentes de trânsito. A partir de 2007, o índice saltou de 25 mortos por 100.000 habitantes

para 32 mortos por 100.000 habitantes em 2010.

A 1ª Seção do Estado Maior – BM/1 elaborou a tabela abaixo que revela dados de

ocorrências de acidentes de trânsito atendidas pelo CBMGO de janeiro de 2016 a outubro de

2017. Extrai-se que o número de acidentes automobilísticos, em 2016, se aproximou dos 30

mil; e a quantidade de vítimas presas em ferragens até outubro de 2017 já ultrapassou o

quantitativo de todo o ano de 2016.

ACIDENTES DE TRÂNSITO

NATUREZA 2016 2017 até outubro

Carro x carro 1.573 1.287

Carro x moto 11.125 8.166

Atropelamento 1.733 1.260

Vítimas presas em ferragens 223 256

Outros 13.191 10.060

Total de acidentes 27.845 21.029

Tabela – 1: Estatísticas de acidentes de trânsito de 2016 a outubro de 2017 em Goiás

Fonte: BM/1 – CBMGO, 2017

Araújo (2013) cita alguns fatores que favorecem a ocorrência de acidentes

automobilísticos:

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Despreparo técnico de um elevado número de motoristas, inobservância de

condutas e normas de segurança, condutas irracionais geradas pelo stress,

ansiedade, competitividade, prazer suscitado pela velocidade, estado precário

dos veículos e estado precário das estradas (ARAÚJO, 2013, p. 7).

Assim, mesmo com todos os procedimentos de segurança como Leis de trânsito,

programas educativos, fiscalização, além dos dispositivos de proteção existentes nos veículos,

o tráfego rodoviário ainda coloca seus usuários em situação de vulnerabilidade, pois depende

de fatores mecânicos dos veículos, estrutura das vias de tráfego e, principalmente, da

responsabilidade e perícia dos condutores.

3. DO SALVAMENTO VEICULAR

O conceito de Salvamento Veicular vai além da simples retirada das vítimas das

ferragens de veículos acidentados, envolve pessoal treinado, material especializado e técnicas

apropriadas para tal procedimento.

O Manual Operacional Bombeiro Militar – MOB – 03 do CBMGO (2016) traz em seu

art. 2º, I o conceito de salvamento como “sequência de procedimentos utilizados para localizar,

acessar, estabilizar, desencarcerar, extrair e transportar vítimas que estejam presas nas ferragens

de veículo acidentado”. Assim, referendado nas descrições do MOB – 03 do CBMGO (2016),

no presente trabalho utiliza-se a denominação Salvamento Veicular e não Resgate Veicular.

Menêses (2012) especifica cada etapa do Salvamento veicular, sendo: Localizar - a ação

de encontrar de forma visual o acidente; Acessar - se aproximar dos veículos acidentados e das

vítimas que podem estar dentro dos veículos ou não; Estabilizar - impedir que a cena evolua

negativamente por meio de técnicas de sinalização, isolamento e estabilização; Desencarcerar

- retirada das ferragens que estão prendendo as vítimas; Extrair - retirada das vítimas do interior

do veículo e Transportar - conduzir as vítimas até um centro médico mais próximo ou adequado.

O CBMSE (2012) exprime que Salvamento Veicular trata-se de uma sequência

operacional que se inicia com a prontidão, definida como a checagem do pessoal e material a

fim de que o Comandante de Salvamento providencie, em tempo hábil, eventuais recursos

substitutivos ou adicionais para sua guarnição. Esta é a primeira etapa do ciclo operacional que

serve para nortear os Militares sobres os procedimentos a serem adotados desde a assunção do

serviço até a passagem do mesmo.

Silva (2016) chama de Planejamento Pré-Socorro a primeira fase que se inicia antes do

acionamento de uma ocorrência de acidente automobilístico, constituindo-se em dotar uma

equipe de socorro com recursos e informações que a auxiliará na hipótese do atendimento a um

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acidente, como a averiguação do quantitativo das guarnições, dos materiais, das vias de tráfego,

da localização de hidrantes, do mapeamento das áreas de risco, etc. Após esse momento, se

configura a checagem da guarnição quanto ao cumprimento das escalas, condições físicas,

técnicas e mentais dos integrantes, conferência do material, realização de simulacros, etc.

Para Menêses (2012), a segunda etapa deverá ser o acionamento por quem tem interesse

no atendimento. O autor afirma que, “essa fase inclui: recebimento da chamada; obtenção das

informações necessárias; despacho dos recursos necessários; e orientações preliminares ao

solicitante”. Na montagem estratégica da composição do trem de socorro, o Oficial responsável

deverá observar a capacidade do mesmo em atender todas as possíveis variantes do acidente

como, incêndios, obstrução de acessos, planos inclinados, dentre outras.

O MOB – 03 do CBMGO (2016) elenca a composição e as funções da equipe de

Salvamento Veicular: Comandante, o mais antigo na cena do incidente e responsável por

determinar onde será montado o palco de ferramentas, o local de acesso e qual vítima terá

prioridade no atendimento, além da tática a ser empregada; o Condutor e operador de viatura

dirige o veículo, controla a sinalização do local para que não ocorra nenhum acidente

secundário, desliga a bateria dos veículos acidentados e prepara uma linha de mangueira

pressurizada apta a ser utilizada em eventual incêndio; Operador 1 realiza o círculo interno de

avaliação e monta o palco de ferramentas e operações; o Operador 2 é responsável pelo círculo

externo, proteção das ferragens expostas após cortes e é o auxiliar direto do Operador 1 nas

ações do Salvamento Veicular.

A próxima fase a ser empregada no ciclo operacional é a Resposta, que consiste no

deslocamento de todos os recursos necessários para cada tipo de ocorrência e disponíveis na

OBM – Organização Bombeiro Militar para o atendimento eficiente. Segundo Menêses (2012),

trata-se das ações de Salvamento Veicular propriamente ditas, denominadas rotinas de

salvamento. Silva (2016) relata:

Ressalta-se que, os recursos devem ser aqueles necessários à solução do

evento e, por isto, caso o Comandante do Socorro identifique, desde a partida,

que o incidente supera a sua capacidade de resposta, deve solicitar o

deslocamento de meios adicionais (SILVA, 2016. p. 71).

A última fase, segundo o MOB – 03 do CBMGO (2016), é a finalização que se trata da

realização de todas as medidas para que os elementos utilizados na ocorrência retornem para

sua condição de prontidão. Para isso, é imprescindível que a equipe de salvamento tenha as

cautelas necessárias a fim de não ocorrer o extravio de material; realize a manutenção, limpeza

e acondicionamento dos mesmos, além dos procedimentos indicados para manutenção e

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limpeza das viaturas. Quando todos os materiais e pessoal estiverem prontos para a próxima

ocorrência, fecha-se o ciclo operacional.

O manual do CBMES (2014) aduz que a análise pós-incidente é de fundamental

importância pois possibilita avaliar os pontos fortes e fracos do último socorro, o que foi

executado com sucesso ou quais aspectos precisam melhorar, fazendo com que a experiência

individual seja compartilhada, fortalecendo a guarnição e os próximos atendimentos mais

satisfatórios.

3.1 Gerenciamento de risco

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBMDF – a segurança é

o primeiro objetivo a ser alcançado em uma ocorrência de Salvamento Veicular. Para tanto,

todos os riscos devem ser administrados no intuito de assegurar o não surgimento de transtornos

para a equipe de salvamento e para as vítimas. Assim, o CBMDF (2016) conceitua o

gerenciamento de riscos como “[...] a fase na qual a guarnição de socorro realiza ações sobre

perigos e vulnerabilidades ou ambos, com o escopo de estabilizar a cena, tornando o risco

aceitável e a operação segura”.

As ameaças na cena do acidente podem variar de transtornos menores como

vidros quebrados, asfalto escorregadio, tempo inclemente ou escuridão, a

ameaças graves para a segurança como: fios caídos, vazamento de

combustível, ou incêndio. O tráfego e os curiosos podem vir a serem ameaças,

se não forem controlados. (CBMES, 2014. p. 80)

Corroborando, o MOB – 03 do CBMGO (2016), Gerenciamento de Risco “é a atuação

sobre as ameaças, vulnerabilidades ou ambas, procurando tornar o risco aceitável e a operação

segura”. Conceitua, ainda, ameaça como “fato ou situação que possa vir a provocar lesões ou

danos”; e vulnerabilidade como “fator que determina o quanto pessoas, propriedades ou

sistemas podem ser afetados por ameaça”.

Surge, contudo, debate sobre o momento em que se deve iniciar os procedimentos de

gerenciamento de riscos. Para alguns estudiosos do tema, o gerenciamento de risco deve iniciar

no momento da chegada ao local do evento danoso. No entanto, o manual do CBMDF (2016)

relata que o gerenciamento de risco não se dá no momento que se chega à ocorrência, ele

acontece, por exemplo, antes da partida, com a conferência dos EPI’s – Equipamentos de

Proteção Individual pelo comandante do incidente.

Após a implementação dos procedimentos para gerenciar riscos, tem-se a fase da

estabilização que, par|a Silva (2016), significa o isolamento dos riscos para que a guarnição

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possa efetuar o Salvamento com possibilidades mínimas de alguém sofrer danos. Compreende

o isolamento, a sinalização, os cuidados com árvores, muros, postes ou outras estruturas que,

porventura, estiverem sobre os veículos acidentados ou oferecendo risco de queda. Nessa etapa,

os Bombeiros precisam analisar com precisão a cena, definir quais elementos exigem

intervenção e quais equipamentos e técnicas serão empregados.

O Manual do CBPMSP (2015) divide os riscos em individuais e coletivos. Alguns dos

riscos individuais e suas formas de evitar incidentes no momento do atendimento são

demonstrados no gráfico a seguir:

Tabela 2 - Principais riscos individuais em ocorrência veiculares e suas formas de proteção

Fonte: Apostila de Salvamento Veicular Leve – CBPMESP

No intuito de observar e, em seguida, identificar os riscos, ameaças e vulnerabilidades

para definir quais medidas protetivas serão adotadas, o MOB – 03 do CBMGO (2016) adotou

a técnica de avaliação de dois círculos, onde o Operador 1 realiza o círculo interno através de

observações visuais no sentido horário, tendo como eixo os veículos acidentados. Nesse

momento, o militar deverá verificar situações de risco, vítimas, obstruções e mecanismos que

levem a entender a cinemática do acidente. O Operador 2 é o responsável pelo círculo externo,

se deslocando em sentido anti-horário e tendo como escopo a procura por outros veículos, riscos

existentes e vítimas adicionais.

Depreende-se, portanto, que a organização da cena do acidente faz parte do

gerenciamento de riscos e está presente em todas as operações de salvamento veicular,

destacando-se a sinalização e o isolamento do local do acidente, montagem do palco de

ferramentas e estipulação da área de descarte. Essa fase, além de garantir a segurança, permite

o controle do material a ser empregado, evitando extravios e danos.

De acordo com o Manual elaborado pelo CBMES (2014), os acidentes quase sempre

produzem problemas de tráfego, em razão do bloqueio total ou parcial da via; ou por motoristas

curiosos que passam lentamente ou até param para observar. A Polícia, geralmente, é

RISCOS INDIVIDUAIS PREVENÇÃO

Cortes em superfícies expostas Uso de EPI e proteção de ferragens

Acidente no manuseio de ferramentas Utilizar a técnica adequada

Contaminação Usar luvas de procedimento e

mascarilhas

Lesões ergonômicas Postura correta e uso de plataformas

(SVP)

Desidratação Preparo físico e revezamento

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responsável por realizar a sinalização e o isolamento do local. No entanto, se a Guarnição de

Salvamento for a primeira a chegar ao local, deverá providenciar o cumprimento desta etapa

com o máximo de celeridade para evitar que acidentes secundários ocorram.

4. METODOLOGIA

Para se chegar às respostas de um problema de pesquisa, necessário se faz a definição

preliminar da metodologia e dos procedimentos que serão adotados numa pesquisa científica, a

fim de se confirmar ou refutar hipóteses. Entretanto, esse caminho da pesquisa não ocorre de

maneira aleatória. O bom pesquisador não deve estar preocupado em percorrer o caminho mais

fácil ou mesmo o mais rápido, mas o que mais se adéque ao seu problema de pesquisa.

Para Gerhardt e Silveira (2009), método científico de maneira geral compreende o

colhimento de uma série de informações preliminares e um sistema de operações ordenadas

adequado para o tipo de pesquisa, a fim de que se formule conclusões, de acordo com objetivos

predeterminados. Em outras linhas, é a forma que um pesquisador possui de, através das

hipóteses elencadas, chegar ao resultado de um problema.

A análise da viabilidade da implementação do Curso de Salvamento Veicular no Estado

de Goiás foi realizada a partir de um instrumental técnico-metodológico de natureza qualitativa

que, segundo Minayo (2007), assenta-se na análise da forma como a prática se constrói em uma

determinada realidade. Para Minayo (1993), um bom método é aquele que, permitindo uma

construção correta dos dados, ajude a refletir sobre a dinâmica da teoria.

O método adotado será o crítico dialético que “[...] fornece as bases para uma

interpretação dinâmica e totalizante da realidade concreta, já que estabelece que os fatos sociais

não podem ser considerados isolados, abstraídos de suas influências políticas, econômicas e

culturais”. (GIL, 2002, p. 32). É necessário, portanto, fazer uma observação direta da realidade,

examinando as partes isoladas, buscando os nexos invisíveis ao observador superficial, para

depois recompor a realidade, desvelando o que não é possível ver a olho nu. Feito isso, o

pesquisador deverá ter um método didático para expor sua pesquisa (MALAGODI, 1993, p.

56).

Nessa esteira, o delineamento da pesquisa se deu pelo aprofundamento da literatura,

também, no que tange à implementação e efetividade do Curso de Salvamento Veicular. No

estudo bibliográfico, foram pesquisados autores interessados no estudo do salvamento veicular,

o que permitiu a reconstrução e adaptação das peculiaridades da criação do CSV na realidade

do Estado de Goiás.

14

A pesquisa de campo foi realizada no âmbito do CBMGO, onde 172 entrevistados

responderam a 13 questões, com alternativas de “sim ou não”, sobre assuntos relacionados ao

grau de conhecimento do tema Salvamento Veicular, experiências em ocorrências dessa

natureza e suas intenções quando da participação no curso. A aceitação em contribuir com a

entrevista se deu de forma voluntária.

Aplicou-se, ainda, questionário semiestruturado com 8 (oito) profissionais de 6 (seis)

corporações do Brasil, visando obter do entrevistado o que ele considera mais relevante de

determinado problema. Segundo Flick (2007), uma característica importante desse tipo de

entrevista é que questões mais ou menos abertas sejam levadas à situação de entrevista na forma

de um guia. Assim, as questões foram livremente respondidas pelos entrevistados.

Na entrevista semiestruturada, a resposta não está condicionada a uma

padronização de alternativas formuladas pelo pesquisador como ocorre na

entrevista com dinâmica rígida. Geralmente, a entrevista semiestruturada está

focalizada em um objetivo sobre o qual confeccionamos um roteiro com

perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às

circunstâncias momentâneas à entrevista. [...] É mais adequada quando

desejamos que as informações coletadas sejam fruto de associações que o

entrevistado faz, emergindo, assim, de forma mais livre. (MANZINI, 1991.

p.4)

Trabalhou-se, ainda, com análise documental obtida na 1ª Secção do Estado Maior Geral

– BM 1 do CBMGO, através de visita in locu.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram aplicados às Praças do CBMGO questionários estruturados com 13 perguntas

com alternativas de “sim ou não”. Os profissionais que participaram da pesquisa foram: 20

alunos do Curso de Habilitação a Oficiais Administrativos (CHOA); 37 do Curso de

Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), 38 do Estágio de Adaptação de Sargentos (EAS), 43 do

Estágio de adaptação de Cabos (EAC), 07 do 5º CRBM, 22 do 8º BBM e 05 do 2º Batalhão de

Bombeiros Militar (2º BBM), totalizando 172 entrevistados.

Para a análise do cálculo amostral dessa pesquisa, foi considerado o nível de confiança

de 90%, com base dos estudos de Agranonik e Hirakata (2011) e Santos (2017).

A pesquisa revelou que 66% dos militares responderam que desconhecem ou não sabem

utilizar ferramentas de estabilização como o Stab Fast ou similares. Com isso, observa-se, a

inexperiência da maioria dos entrevistados com esse tipo de equipamentos tão robusto e

eficiente em ações de estabilização veicular.

15

Gráfico 1 – Conhece e sabe manusear a ferramenta de estabilização stab fast ou similares? Fonte: Do autor

Em contrapartida, 58% dos entrevistados responderam que se consideram conhecedores

das formas de corte de veículos, como o rebatimento de painel e teto, confecção da terceira

porta e cortes de alívio, percentual demonstrado no gráfico 2, retratando que os procedimentos

elementares são cumpridos pela maioria das guarnições.

Gráfico 2 - Considera-se conhecedor das formas de corte de veículos? Fonte: Do autor

Quando questionados sobre atendimentos a ocorrências envolvendo veículos movidos a

Gás Natural Veicular (GNV), blindados e híbridos, revelou-se que quase a totalidade dos

entrevistados não se sentem preparados para atender ocorrências automobilísticas com essas

especificações. Como pode-se observar no gráfico a seguir relacionado ao atendimento a

veículos híbridos.

34%

66%

Sim Não

58%

42%

Sim Não

16

Gráfico 3 - Considera-se apto a realizar o salvamento em veículos híbridos? Fonte: Do autor

Outro dado de expressiva importância revelado durante as entrevistas se refere ao

conhecimento de técnicas de imobilização e preservação da coluna vertebral de vítimas de

acidentes de trânsito. Atualmente, uma das técnicas mais difundidas para esse fim é a técnica

de extração “Ângulo Zero”. Entretanto, as pesquisas revelaram que essa técnica, embora de

eficiência comprovada, é pouco difundida entre os Bombeiros Militares, como se observa no

gráfico abaixo, que demonstra que 9 em cada 10 militares desconhecem tal procedimento.

Gráfico 4 - Conhece a técnica Ângulo zero? Fonte: Do autor

Dado o alarme do expressivo número de profissionais que não se sentem ou não estão

devidamente capacitados a determinadas situações envolvendo acidentes automobilístico,

poderia se questionar se tais militares, em seu cotidiano de trabalho, têm contato com eventos

dessa natureza e se as normas e técnicas têm sido empregadas na prática. Assim, quando

perguntados se já participaram de ocorrências veiculares com vítimas encarceradas, mais de

90% dos entrevistados afirmaram que já vivenciaram tal experiência.

11%89%

Sim Não

10%90%

Sim Não

17

Gráfico 5 - Participou de uma ocorrência de Salvamento Veicular com vítimas presas em ferragens? Fonte: Do autor

Indagados se nos cursos de formação, adaptação, aperfeiçoamento, habilitação e outros

realizados no CBMGO houve instruções sobre salvamento veicular, 18% disseram que nunca

tiveram algum tipo de formação relacionada ao tema. Já 67% afirmaram que tiveram formação

como parte de outras disciplinas, enquanto 15% como disciplina específica. Dos que

informaram ter algum tipo de formação em salvamento veicular, 67% tiveram treinamento

prático com realização de cortes em veículos.

Gráfico 6 - Nos cursos militares que participou foi abordado o tema Salvamento Veicular? Fonte: Do autor

Dos entrevistados, somente 13% possuem o Curso de Salvamento Terrestre ou Curso de

Salvamento Veicular, ou seja, um número acanhado de profissionais com treinamento

especializado para realizar salvamento de vítimas de acidentes automobilísticos.

91%9%

Sim Não

15%67%

18%

Sim, matéria isolada Sim, assunto de outra matéria Não

18

Gráfico 7 - Possui o CSTER ou CSV? Fonte: Do autor

No intuito de se comprovar a necessidade e a importância da implementação do Curso

de Salvamento Veicular Leve no CBMGO, questionou-se aos entrevistados se possuem

interesse em participar de tal treinamento. Nesse ensejo, 89% demonstram efetiva disposição

em participar do Curso, revelando que os profissionais sentem necessidade de se qualificar na

área, conforme pode-se perceber no gráfico a seguir:

Gráfico 8 - Teria interesse em fazer o Curso de Salvamento Veicular Leve no CBMGO? Fonte: Do autor

5.1 Viabilidade da criação do CSVL no CBMGO

Alcançar metas em tempo e condições previamente determinados exige organização e

planejamento, o qual definirá estratégias para a concretização do plano, tomada de decisões

com a finalidade última de se obter o resultado esperado.

(...) o planejamento implica fundamentalmente em traçar o futuro e alcançá-

lo, sua essência consiste em ver as oportunidades e problemas do futuro e

explorá-los ou combatê-los conforme o caso. O planejamento é um processo

que começa com a determinação de objetivos; define estratégias, políticas e

13%87%

Sim Não

89%11%

Sim Não

19

detalha planos para consegui-los; estabelece um sistema de decisões e inclui

uma revisão dos objetivos para alimentar um novo ciclo de planificação.

(CHIAVENATO,1987. p. 275)

Sendo assim, no intuito de propor a criação do Curso de Salvamento Veicular Leve ao

CBMGO, além das medidas administrativas cabíveis à instituição, se faz necessário observar

as experiências de outros Estados brasileiros que já possuem o curso como parâmetros de

planejamento e execução, levando-se em consideração a realidade de cada Corporação.

A viabilidade da implantação do curso pelo CBMGO foi aferida a partir da análise dos

discursos de profissionais de outras corporações que indicaram as particularidades e

necessidades para a sua concretização. Após a análise desses discursos, verificou-se a realidade

estrutural e organizacional do CBMGO a fim de se concluir pela possibilidade, ou não, da

implementação do curso.

Neste trabalho foi utilizada como técnica de coleta de dados hábeis a fundamentar a

presente proposta, a realização de entrevistas com Bombeiros Militares, referências em seus

Estados, como Organizadores ou Instrutores em Cursos de Salvamento (Resgate) Veicular. Ao

todo, 8 (oito) Bombeiros Militares dos Estados de Maranhão, São Paulo, Piauí, Alagoas, Sergipe

e Brasília responderam a 9 (nove) questões abertas sobre suas experiências e indicações

relacionadas ao CSV. A partir da análise que se fez logo em seguida, verificar-se-á quanto à

viabilidade da implementação do curso no Estado de Goiás.

Registre-se que os nomes dos entrevistados foram substituídos a fim de lhes preservar a

identidade e a imparcialidade nas discussões a partir dos dados coletados nas entrevistas.

Para o entrevistado “Fox” o interesse em trabalhar com Salvamento Veicular surgiu: por

conta das estatísticas que demonstram a elevada quantidade de ocorrências envolvendo

veículos, havendo assim a necessidade de uma maior capacitação”. Já para o entrevistado

“Charlie”, a ideia iniciou-se da “necessidade de melhorar o atendimento.

O entrevistado “Golfo” afirma:

Os benefícios para sua corporação, desde a criação do CSV, estão no

conhecimento em comprar equipamentos, distribuição dos mesmos para as

unidades, qualificação e especialização dos militares e padronização nas

operações de salvamento veicular.

O entrevistado “Bravo” enfatiza que “a tropa, no que tange o Salvamento veicular,

evoluiu em seus procedimentos técnicos e de segurança, principalmente”.

Dos discursos acima, nota-se que o CSV promove para além da qualificação

operacional, mas proporciona o conhecimento dos equipamentos mais modernos para a

implementação das técnicas e, consequentemente, sua aquisição.

20

A obtenção de materiais destinados à realização do Curso é uma das necessidades que

devem ser supridas para a sua implementação. Segundo o entrevistado “Bravo”:

Precisa-se, basicamente, de: desencarceradores com todas as ferramentas e

acessórios; calços; cabos; estabilizadores; serra sabre; quebradores de vidros

(res-q-me); alavancas (Halligan), pé de cabra, alicates, sacas válvulas,

alargador, protetores de coluna, protetores de Airbag, lona para o palco de

ferramentas e plástico transparente para proteção das vítimas.

Nessa esteira, tem-se que todos esses materiais devem estar disponíveis aos alunos

durante a realização do curso, pois o mesmo conta com parte teórica e prática, como se

explicitará adiante. Ademais, a prática é o momento em que o aluno poderá executar as técnicas

apreendidas teoricamente, corrigir possíveis inconsistências e desenvolver formas pessoais de

melhor executar a técnica aprendida.

Para os entrevistados “Eco”, “Charlie” e “Delta”, os materiais utilizados no Curso são

os já existentes na própria Corporação ou deverá realizar procedimento licitatório para a sua

aquisição. O entrevistado “Bravo” relatou que é exigido do aluno um enxoval para que realize

o curso; e o entrevistado “Fox” afirma que os próprios discentes fabricam os calços de madeira.

Dos relatos trazidos acima, conclui-se que, em algumas corporações, os gastos com

materiais utilizados no curso são compartilhados com o próprio aluno, ante a exigência de

enxoval. Em outras, os custos com a aquisição de materiais para a realização do curso são

arcados, exclusivamente, pela corporação e adquiridos através de procedimento licitatório.

Quanto as ferramentas necessárias, o Manual do CBMES (2014) indica que existem

várias marcas no mercado nacional e internacional que fornecem ferramentas, equipamentos e

acessórios utilizados no salvamento veicular, são elas: Weber, Holmatro, Hurst, Lancier, Lukas,

Stihl, DeWalt, Bosch e outras.

O entrevistado “Alfa” refere que algumas empresas de desencarceradores dão apoio ao

curso, enquanto outros materiais são adquiridos pela escola. Assim, conclui-se que há a

possibilidade do estabelecimento de um sistema de “parceria” entre as empresas fornecedoras

de material para salvamento veicular e a corporação instituidora do curso, reduzindo-se, dessa

forma, os gastos na aquisição de determinados equipamentos culminando com a facilitação e

consequente viabilidade na implementação do curso de salvamento veicular.

Outro material significativo para o treinamento prático são os veículos a serem cortados.

Nesse caso, um aspecto se destaca entre todos os entrevistados: a possibilidade de consegui-

los, sem custos, por meio de requisição.

O entrevistado “Delta” diz que “os automóveis a serem cortados são adquiridos junto a

ferros velhos, DETRAN ou PRF mediante solicitação”. O entrevistado “Golfo” revela que, em

21

Brasília, a Polícia Civil é a responsável pelo fornecimento. O entrevistado “Charlie” cita

que, no Piauí, a Prefeitura ajuda com essa missão. Já o entrevistado “Alfa” relata que, em São

Paulo, parte dos veículos são destinados das próprias montadoras.

Conclui-se, portanto, que as experiências relatadas pelos entrevistados acima revelam

que a obtenção de parcerias entre Corpos de Bombeiros que implementam o curso e entidades

e empresas públicas ou privadas têm garantido a criação e concretização do curso de salvamento

veicular e, consequentemente, a aquisição de materiais e equipamentos que são utilizados,

reduzindo de forma expressiva os gastos. Esse modelo de parceria, inclusive, poderá ser adotado

pelo CBMGO quando da implementação do curso, reduzindo-se, assim, os gatos e viabilizando

sua realização.

O entrevistado “Charlie” cita que, no Piauí, os principais parceiros são: Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Secretaria de saúde, Departamento de Trânsito

(DETRAN), Polícia Militar e Imprensa. Para o entrevistado “Delta” é interessante trabalhar

com patrocinadores, órgãos públicos que detenham carros velhos apreendidos, ferros velhos e

empresas ou instituições que possuam guinchos/muque para manobras das carcaças dos

veículos.

No que se refere à duração do Curso, esta varia de um Estado para o outro, cada um

adaptando-se à sua realidade. O entrevistado “Alfa” afirma que em São Paulo existem 4 níveis

de cursos (Leve, pesado, especial e instrutor), sendo que alguns módulos são realizados à

distância e outros presenciais, com duração de 5 dias, cada nível.

O entrevistado “Bravo” aduz que, no Maranhão, o Curso tem duração de uma semana,

com instruções e provas teóricas e práticas. No Piauí, segundo o entrevistado “Charlie”, são 40

horas/aulas, sendo 20% teoria e 80% prática. Para “Delta”, em Alagoas, existe um período à

distância, em plataforma específica, de duas semanas, e uma semana presencial; “Eco” informa

que no CBMSE são 10 dias presenciais entre teoria e prática. “Fox” relata que no Distrito

Federal são duas semanas com aulas nos períodos matutino, vespertino e algumas noturnas,

inclusive com a promoção de um Curso de Formação de Instrutores na área.

A última pergunta da entrevista trata das sugestões dos entrevistados para que o

CBMGO promova um curso de excelência. O entrevistado “Fox” do CBMDF enfatiza a

importância de se ter boas fontes de pesquisa por meio de publicações de outras Corporações e

até de outros países; “Delta” afirma ser necessário não ter medo de errar, pois tudo no começo

está sujeito a falhas; “Bravo” e “Alfa” indicam a participação do CBMGO na CONASV –

Comissão Nacional de Salvamento Veicular para debates sobre o assunto e padronização de

22

procedimentos; já “Golfo” convida os Bombeiros de Goiás para uma visita técnica e

participação de um Curso de Instrutores de Salvamento Veicular.

Dos discursos acima colacionados, verifica-se o rico debate acerca do tema. Os

profissionais entrevistados contribuíram, fartamente, com as experiências vivenciadas em suas

corporações, baseadas, por óbvio, na realidade de cada uma delas.

Quanto ao aporte intelectual para ministrar cursos dessa natureza. Através de consulta

informal, sabe-se que pelo menos dois militares do CBMGO possui o CSV e que mais de uma

centena o CESTER – Curso de Especialização em Salvamento Terrestre. Essas informações

demonstram uma quantidade importante de militares com capacitação para ministrar disciplinas

no Curso de Salvamento Veicular Leve em Goiás.

Diante dos discursos apresentados e analisando a realidade do Corpo de Bombeiros do

Estado de Goiás, conclui-se, que o CBMGO reúne condições estruturais, materiais, financeiras,

bem como aporte intelectual para a criação e implementação do Curso de Salvamento Veicular

Leve, sem que haja necessidade de aporte externo de outros Estados, se assim for o

entendimento dos gestores responsáveis em promover tal curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise acurada dos resultados dos questionários, nota-se que em vários

aspectos os militares do CBMGO alegaram não possuir treinamento específico de Salvamento

Veicular. Menos da metade conhecem procedimentos básicos de desencarceramento e extração,

enquanto a maioria não se sente capacitada a lidar com ocorrências de veículos específicos

como os blindados, com GNV ou com funcionamento elétrico.

As entrevistas com os Bombeiros Militares de outras corporações com experiência em

cursos de Salvamento Veicular demonstrou que a existência do CSV transformou de forma

substancial o atendimento a ocorrências veiculares a partir do surgimento de uma doutrina

procedimental de execução, diminuindo-se, com isso, os riscos de se incrementar os danos

sofridos pelas vítimas e colocando seus profissionais numa posição de excelência no que se

refere ao conhecimento e aplicação de técnicas de salvamento veicular.

Os entrevistados indicaram qual a logística para a implementação do curso e as

entidades que costumeiramente dão apoio, revelando que o sistema de parceria entre

instituições tem se mostrado eficaz no momento da instituição e concretização do curso.

Com efeito, o CBMGO tem, enquanto instituição/corporação, primordialmente, em sua

base, a formação e qualificação profissional como meta. Dessa forma, a viabilidade para a

criação do CSV - L aqui comprovada coaduna com o alicerce dessa corporação que é a prestação

23

de serviços de excelência. Revela-se, portanto, que o alcance dessa meta se dá através da

capacitação e qualificação de seus profissionais que, individualmente e, posteriormente,

enquanto corpo, elevam o nome da instituição CBMGO.

A presente pesquisa, concluiu, não só pela viabilidade da criação do curso no CBMGO,

conforme já fora acima comprovado, mas, também, pela sua imprescindibilidade de sua

implementação como estratégia de capacitação e qualificação profissional, onde os reflexos

primeiros se darão na população vítima de acidentes automobilísticos, na redução de danos.

Entretanto, expressivo também será o lampejo na corporação que se colocará em posição

preeminente com a implementação de mais uma fonte de qualificação técnica para seus

profissionais.

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

EsFAO

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO SOBRE SALVAMENTO VEICULAR

Este questionário servirá como parâmetro para o Trabalho de Conclusão de Curso do Cadete

CFO III Lucas Xavier Vieira Lopes no Curso de Formação de Oficiais – CBMGO, que traz

como tema a Viabilidade da criação do Curso de Salvamento Veicular no CBMGO.

1) Conhece e sabe utilizar ferramentas de estabilização veicular como o Stab Fast e

similares?

( ) Sim ( ) Não

2) Considera-se conhecedor (a) das formas de corte de veículos como o rebatimento de

painel e teto, confecção da terceira porta e cortes de alívio?

( ) Sim ( ) Não

3) Considera-se apto a realizar o salvamento no caso de acidentes com veículos movidos

a GNV – Gás Natural Veicular?

( ) Sim ( ) Não

4) Considera-se apto a realizar o salvamento no caso de acidentes com veículos híbridos?

( ) Sim ( ) Não

5) Considera-se apto a realizar o salvamento no caso de acidentes com veículos

blindados?

( ) Sim ( ) Não

6) Saberia o procedimento no caso de acidentes com veículos com tensionadores de cinto

e airbag não disparados?

( ) Sim ( ) Não

7) Conhece a técnica Ângulo Zero?

( ) Sim ( ) Não

8) Já participou de uma ocorrência de Salvamento Veicular com vítimas presas em

ferragens? Caso não, vá para a questão 10.

( ) Sim ( ) Não

9) Na ocorrência foi cumprida a distribuição das funções, conforme o MOB 03, que são:

Comandante, Operador e condutor de VTR, Operador 1 e Operador 2?

( ) Sim ( ) Não

10) Nos cursos militares (formação, estágio, aperfeiçoamento, especialização e outros)

que participou foi abordado o tema Salvamento Veicular? Caso não, encerre o

questionário nessa questão.

( ) Sim, sob forma de matéria isolada

( ) Sim, como assunto de matérias como Salvamento Terrestre, APH ou outras

( ) Não

11) Houve treinamento prático com ferramentas de estabilização e desencarceramento,

além de cortem em veículos?

( ) Sim ( ) Não

12) Possui Curso de Especialização em Salvamento Terrestre ou Curso de Especialização

em Salvamento Veicular?

( ) Sim ( ) Não

13) Se o Curso de Salvamento Veicular fosse desvinculado ao Curso de Salvamento

Terrestre, teria interesse em fazê-lo?

( ) Sim ( ) Não

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

EsFAO

APÊNDICE B

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

No que se refere a Cursos destinados a Bombeiros Militares do Brasil, nota-se a preocupação

das Corporações em promover formações de excelência, preparando sua Tropa para enfrentar

e solucionar as mais variadas situações que se apresentam no cotidiano.

A troca de experiências fortalece as Instituições, enaltece a Corporação e nivela o

conhecimento. Estamos abertos a esse intercâmbio com a contribuição de Vossa Senhoria

através da indicação de todo e qualquer material de excelência, como livros, apostilas, manuais,

ementas, POP (Procedimento Operacional Padrão), Plano de Curso, dentre outros.

Desde já, agradecemos a colaboração de Vossa Senhoria e Corporação para este trabalho

científico, certos de que, tal contribuição culminará com a criação do primeiro Curso de

Salvamento Veicular no CBMGO – Corpo de Bombeiros Militares de Goiás – trazendo a

Corporação para o nível de excelência em prestação de socorro.

O presente questionário servirá como parâmetro para a elaboração de Artigo Científico que será

o Trabalho de Conclusão de Curso do Cadete Lucas Xavier Vieira Lopes que tem o seguinte

tema: “A viabilidade da criação do Curso de Salvamento Veicular leve no CBMGO – Corpo de

Bombeiros Militar de Goiás”. As respostas e opiniões de Vossa Senhoria, por ser referência a

nível nacional sobre o tema, serão de fundamental importância, haja vista que a proposta a ser

levada ao CBMGO ganhará solidez em razão da sua valorosa contribuição com esta pesquisa.

1) Desde que ano Vossa Senhoria trabalha com Salvamento veicular?

2) Como surgiu o interesse de trabalhar com esse tema?

3) Em que aspectos um Bombeiro Militar que possui o Curso de Salvamento Veicular se

diferencia de outro que não o possui em uma ocorrência envolvendo veículos?

4) Quais melhorias o Curso de Salvamento Veicular trouxe para a Corporação desde a sua

criação?

5) Quais parcerias (públicas ou privadas) são importantes para a promoção do Curso?

6) Na Corporação de Vossa Senhoria, como são conseguidos materiais de desencarceramento

e estabilização para o Curso?

7) E os veículos a serem cortados, como são conseguidos?

8) Qual a duração do curso e em quais moldes ele é realizado?

9) Quais indicativos Vossa Senhoria pode discorrer para que o CBMGO crie um Curso de

excelência?

Lonas e protetores de coluna

APÊNDICE C

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO LOGÍSTICO PARA A REALIZAÇÃO DO

PRIMEIRO CURSO DE SALVAMENTO VEICULAR LEVE NO CBMGO

1. Custos

1.1. Horas/aula: A proposta do curso possui uma carga horária de 100 horas aulas, sendo

que a o custo da hora/aula de um especialista é de 38 reais e de um graduado 32 reais,

então o custo com instrutores totalizaria, no máximo, 3800 reais.

1.2. Material:

1.2.1. Os materiais necessários para a realização do Curso são basicamente

Ferramentas, Equipamentos e Acessórios – FEAs de estabilização e

desencarceramento. Segue abaixo um apanhado de imagens de domínio público

retiradas do sitio Google, disponível a partir do link:

https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR ou de domínio privado retiradas do

sitio da empresa SOS Sul, disponível a partir do link:

http://www.sossul.com.br/sossul/home, como forma de ilustração e sugestões de

FEAs.

Cordas

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

Calços

Estabilizador extensível

Stab Fast

Machadinha

Alavanca Halligan

Pé de cabra

Res-Q-Me

Protetor de Airbag passageiro

Protetor de Airbag motorista

Suporte para cilindro teto

Suporte para cilindro coluna

Suporte para cilindro teto

Motobomba

Carretel de mangueira hidráulica

Cortador de pedal

Almofada pneumática

Jogo de correntes

1.1.1. Uma das atividades poderia ser a confecção de calços e cunhas de madeira pelos

alunos, como acontece em outros Estados;

1.1.2. É sabido que para a aquisição de materiais pela administração se faz necessário

a realização de processo licitatório;

1.1.3. O CBMGO possui a maioria dos equipamentos listados acima, inclusive novos

equipamentos foram adquiridos recentemente pelo Comando de Apoio Logístico

- CAL, conforme tabelas abaixo disponibilizadas pelo próprio órgão:

1.1.4. Os veículos a serem cortados poderão ser conseguidos sem custos, de acordo

com relatos dos entrevistados de outros Corpos de Bombeiros Militar, mediante

requisição, junto ao DETRAN, PC, PRF, sucatas e etc;

1.1.5. Empilhadeira para o posicionamento dos veículos e montagem dos cenários

poderiam ser emprestados de empresas que voluntariamente queiram colaborar

com a realização do curso por enxergarem o aperfeiçoamento dos Bombeiros

Militares como parte do processo de segurança pública e evolução social.

2. Pessoal: Militares que possuam o CSTER ou CSV, principalmente os que possuem

experiência como instrutores, detém plenas condições de serem os formadores do CSV-L

no CBMGO. No entanto, caso seja a opção dos Comandantes, existe a possibilidade do

CBMGO enviar militares para Estados como São Paulo ou Distrito Federal para fazerem o

Curso de instrutores de Salvamento Veicular, conforme convite dos entrevistados. Outra

possibilidade consiste em trazer militares de outros Estados para ministrar o primeiro CSV-

L no CBMGO, como se voluntariou os entrevistados de Alagoas e Sergipe.

2.1. O CBMGO já formou mais de 100 Bombeiros Militares no CSTER;

2.2. Existem, pelo menos, 2 Bombeiros Militares de Goiás com o CSV realizado em Maceió

– AL.

3. Espaço:

3.1. A Academia Bombeiro Militar possui um grande espaço aberto, inclusive com alguns

veículos para corte, onde é totalmente viável o treinamento prático;

3.2. Um prédio atual com 7 salas de aula, além de um novo edifício, a ser inaugurado em

2018, com 3.805,57 m² de área construída, 1 UR para prevenção, 1 ABT para simulação

de chuva, roupas de aproximação e etc.

3.3. Eventuais equipamentos, como o Reboque de iluminação, por exemplo, poderão ser

cautelados junto ao 1º BBM ou em outras OBMs.

4. Participação ativa na CONASV:

4.1. A Comissão Nacional de Salvamento Veicular – CONASV é uma instituição sem fins

lucrativos, sob forma de associação, que tem por finalidade assuntos relacionados ao

Salvamento Veicular como: pesquisas, padronização de terminologias e

procedimentos, promover o avanço do conhecimento, realizar eventos, criar e manter

atualizado um acervo digital de documentos e mídias relacionadas à atividade de

salvamento veicular, dentre outras coisas;

4.2. Atualmente o representante do CBMGO na CONASV é o Capitão Luiz Eduardo

Machado Lobo na função de secretário.

5. Realização do Rescue days:

5.1. O CBMGO representa mais do que uma instituição de abrangência Estadual, sua

cultura de formação ultrapassa as barreiras territoriais. Isso pode ser percebido com a

formação de inúmeros Bombeiros Militares de outros Estados, sejam como Oficiais ou

sejam como Especialistas em diversas áreas. Também é importante salientar os eventos

de excelência realizados no Corpo de Bombeiros de Goiás, como o SENABOM de

2015 e o CIBE de 2016;

5.2. O Rescue days é o maior evento de salvamento veicular do mundo e envolve,

principalmente, Corpos de Bombeiros, empresas de automóveis e empresas de

materiais de salvamento. No ano de 2017 o encontro foi promovido pelo CBPMESP

em parceria com a Weber e a SOS Sul, onde foram realizadas diversas atividades;

5.3. Haja visto a proposta do CBMGO de ser uma Corporação referência até o ano de 2022, a

idealização de um Curso de Salvamento Veicular e posteriormente a promoção de eventos

da magnitude do Rescue days, indubitavelmente, seria de grande importância para esta

instituição.

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

APÊNDICE D

PLANO DE CURSO N. 01/2018 – CAEBM

CURSO DE SALVAMENTO VEICULAR – LEVE (CSV-L)

1. APRESENTAÇÃO / FINALIDADE:

1.1. Orientar quanto ao planejamento, organização e execução do Curso de Salvamento

Veicular – leve; estabelecer parâmetros de participação; definir carga horária e os

instrutores, de acordo com as diretrizes do Comando Geral do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Goiás - CBMGO.

2. OBJETIVOS:

2.1. Promover no CBMGO o primeiro Curso de Salvamento Veicular de veículos leves, por

se tratar dos veículos que estatisticamente estão mais envolvidos em acidentes;

2.2. Proporcionar aos Bombeiros Militares continuação detalhada dos ensinamentos de

Salvamento Veicular no que se refere às medidas de segurança, técnicas de localização,

acesso, estabilização, desencarceramento e extração de vítimas;

2.3. Dotar o Militar de condições para ser um agente multiplicador de conhecimento;

2.4. Atender o Planejamento Estratégico 2012/2022 – CBMGO.

3. PÚBLICO ALVO:

3.1. As vagas destinam-se preferencialmente aos Oficiais Subalternos e às Praças do

CBMGO.

4. DAS VAGAS:

4.1. Serão disponibilizadas 24 vagas a serem distribuídas preferencialmente entre os

Oficiais Subalternos e Praças do CBMGO e de outras instituições de acordo com o

quadro abaixo:

UNIDADE VAGAS

1º CRBM 03

2º CRBM 03

3º CRBM 03

4º CRBM 03

5º CRBM 03

Comandos e Seções Administrativas do CBMGO 03

Oficiais Subalternos do CBMGO 03

LIGABOM / OBA 03

TOTAL 22

5. COORDENAÇÃO DO CURSO:

5.1. O Curso terá com Coordenador o Posto QOC Nome completo;

5.2. O Coordenador do Curso deverá encaminhar ao CAEBM até o dia 00/00/2018, através

de Ofício, a relação de militares que comporão a Coordenação do Curso;

5.3. O Coordenador do Curso deverá encaminhar ao CAEBM até o dia 00/00/2018, através

de Ofício, a proposta da comissão para participação do TAF;

5.4. O Coordenador do Curso deverá encaminhar ao CAEBM até o dia 00/00/2018, a

relação de todos os instrutores por disciplina, conforme grade curricular, com nível de

escolaridade e carga horária;

5.5. O Coordenador do Curso deverá encaminhar ao CAEBM, no segundo dia de curso, a

relação dos militares que se apresentaram;

5.6. A Coordenação do Curso ficará responsável por contatar os instrutores de cada

disciplina, verificando a disponibilidade e montando os Quadros de Trabalho Semanais

– QTS, bem como o agendamento das visitas técnicas, palestras, viagens de estudo e

toda logística relacionada que venha ser executada no curso;

5.7. O Coordenador do Curso deverá encaminhar ao CAEBM, com no mínimo 48 horas de

antecedência à formatura, a relação nominal dos alunos com as respectivas notas, para

a confecção da Ata de formatura e certificados;

5.8. A Coordenação do Curso deverá ser composta preferencialmente por militares que

possuam o Curso de Especialização em Salvamento (Resgate) Veicular ou Curso de

Especialização em Salvamento Terrestre;

5.9. A Coordenação do Curso ficará à disposição do CAEBM, para fins de execução no 2º

Batalhão Bombeiro Militar durante a realização do curso.

6. MATRIZ CURRICULAR:

Nº MATÉRIA CARGA

HORÁRIA

01

INTRODUÇÃO AO SALVAMENTO VEICULAR:

História dos veículos e dos acidentes;

Estrutura dos veicular e tecnologias de segurança;

Fases pré-socorro e socorro;

Terminologias e FEA’s (ferramentas equipamentos e

acessórios);

A guarnição de salvamento veicular;

Gerenciamento de riscos.

25

02

APH VOLTADO AO SALVAMENTO VEICULAR:

Procedimentos iniciais;

Emergências traumáticas;

Hemorragias;

Gerenciamento dos acidentes.

20

03

TÁTICAS E TÉCNICAS DE SALVAMENTO VEICULAR:

A estabilização do veículo;

Desencarceramento e extração;

Acidentes automobilísticos envolvendo produtos

perigosos;

Acidentes automobilísticos envolvendo energia elétrica;

Veículos movidos a gás natural veicular – GNV;

Veículos elétricos (VE) e veículos híbridos (VH).

45

04 SIMULADOS E AVALIAÇÕES: 10

TOTAL 100

7. DAS VERIFICAÇÕES DE APRENDIZAGEM:

7.1. A avaliação da aprendizagem será feita por meios e processos que poderão utilizar os

seguintes instrumentos de medida de aprendizagem:

7.1.1. Serão realizadas 03 (três) avaliações no total, sendo 1 (uma) teórica e 2 (duas)

práticas;

7.1.2. A avaliação teórica irá abranger todo conteúdo apresentado pelos instrutores

durante o Curso de forma geral, sendo de caráter classificatório/eliminatório;

7.1.3. As avaliações práticas serão de caráter eliminatório, apto/inapto e serão constituídas

de dois simulados de acidentes automobilísticos a serem definidos pela

coordenação do curso em que os alunos deverão realizar todas as etapas do

Salvamento Veicular;

7.1.4. Tanto a avaliação teórica quanto as avaliações práticas terão valor mínimo de 0

(zero) pontos e máximo de 10 (dez) pontos, sendo que o participante que não atingir,

em primeira época, nota igual ou superior a 7 (sete) pontos será submetido a

segunda avaliação, em data e horário a ser definido pela Coordenação, devendo

alcançar nota igual ou superior a 5 (cinco) pontos. Caso não consiga atingir a nota

mínima estipulada, o participante será reprovado e desligado do Curso sem

aproveitamento.

8. PLANILHA DE CUSTOS:

8.1. A tabela abaixo representa apenas uma estimativa dos valores das horas aulas a serem

pagas aos instrutores, não contemplando dos custos com logística.

DESCRIÇÃO QUANT. VALOR UNIT. SUBTOTAL

Horas/aulas para graduados 55 R$ 32,00 R$ 1.760,00

Horas/aulas para especialistas 45 R$ 38,00 R$ 1.710,00

TOTAL R$ 3.470,00

CAEBM, em Goiânia, 00 de janeiro de 2018.

Sérgio Ribeiro Lopes – Cel QOC

Comandante do CAEBM

APÊNDICE E

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SALVAMENTO VEICULAR LEVE

PLANO DE DISCIPLINA – PLADIS

SALVAMENTO VEICULAR LEVE

- 2018 -

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

2

CURSO:

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SALVAMENTO VEICULAR LEVE

PLANO DE DISCIPLINA

DISCIPLINA:

SALVAMENTO VEICULAR LEVE

1. APRESENTAÇÃO CARGA HORÁRIA TOTAL: 100 HORAS

A disciplina de salvamento veicular leve do Curso de Especialização em Salvamento Veicular Leve tem por finalidade dotar o aluno de

conhecimentos pertinentes ao atendimento a ocorrências de acidentes automobilísticos que envolvam veículos com carga bruta total igual ou inferior

à 3.500 KM, por serem os tipos de veículos que estatisticamente estão mais envolvidos em acidentes nas vias brasileiras. Para o atendimento a

ocorrência automobilística faz-se necessário ter controle emocional, saber trabalhar em equipe, ter capacidade de avaliar riscos, saber utilizar as

ferramentas equipamentos e acessórios de salvamento veicular, dominar as técnicas de acesso, estabilização, desencarceramento e extração.

Ao término da disciplina o aluno torna-se, portanto, um especialista em salvamento veicular leve treinado para executar todas as etapas da

prestação do atendimento a ocorrências automobilísticas, com vistas à padronização das condutas prestadas e a criação de uma doutrina

procedimental que iniciasse com a assunção do serviço, conferência de pessoal e material, passando pelo atendimento propriamente dito, até a

passagem do mesmo, voltando a deixar todo aparato em condições de prontidão.

2. OBJETIVOS PARTICULARES DA DISCIPLINA NO CURSO

a. Capacitar o aluno como especialista em salvamento veicular leve, para realizar procedimentos relacionados ao atendimento a acidentes

automobilísticos.

b. Preparar o aluno para o trabalho em equipe, podendo desempenhar qualquer uma das funções operacionais de acordo com o Manual

Operacional de Bombeiros – MOB 03 e distribuição hierárquica da guarnição.

c. Expor e padronizar as ações e medidas a serem tomadas, bem como o que não deve ser realizado, evitando-se assim o agravo da ocorrência

e, por conseguinte, potencializando os riscos para todos os envolvidos.

d. Instruir o bombeiro militar a conhecer o Salvamento Veicular, o histórico, a estrutura dos veículos, ferramentas e nomenclaturas.

e. Preparar o bombeiro militar a se proteger de agentes contaminantes, bem como, realizar os primeiros procedimentos de APH em vítimas de

acidente automobilístico.

f. Capacitar o bombeiro militar para localizar, acessar, estabilizar desencarcerar, extrair e transportar uma vítima que esteja presa no interior de

um veículo, utilizando técnicas peculiares ao salvamento veicular.

3

g. Avaliar os conhecimentos dos alunos no que se refere aos ensinamentos oferecidos no Curso de Especialização em Salvamento Veicular Leve.

h. Contribuir para melhorar o desempenho e a qualificação dos Bombeiros Militares, possibilitando à sociedade, uma assistência mais eficiente

pela atuação especializada dos profissionais no que tange o salvamento veicular.

i. Desenvolver mudanças de atitude, a partir de visão interdisciplinar e globalizada, levando os participantes do curso a conhecer novas realidades

e doutrinas.

j. Promover o intercâmbio entre as corporações bombeiro militar e formar agentes multiplicadores.

k. Padronizar as ações de resposta às ocorrências de salvamento veicular e integrar as equipes nas ações em apoio à diversas naturezas de

ocorrências de resgate, salvamento e combate a incêndio, aprimorando o serviço prestado à sociedade.

3. COMPETÊNCIAS DO PERFIL PROFISSIONAL DO BOMBEIRO MILITAR – ESPECIALISTA EM SALVAMENTO VEICULAR LEVE

3.1 Competências Cognitivas

Possuir conhecimento e demonstrar domínio das legislações pertinentes ao salvamento veicular, atuando segundo normas, protocolos e

regulamentos vigentes relacionados às atividades bombeiro militar e portarias da Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP.

Atuar demonstrando conhecer e respeitar os direitos humanos.

Ser capaz de operar serviços de comunicação (rádio, celulares e outros), demonstrando conhecimento da linguagem técnica utilizada.

3.2 Competências Operativas

Ser capaz de comandar, ser comandado e agir em tarefas variadas reconhecendo os riscos da cena e o contexto da ocorrência.

Ser capaz de coordenar, cumprir ordens e trabalhar em equipe.

Aplicar e cobrar os procedimentos de segurança ao realizar as tarefas inerentes à atividade de salvamento veicular.

Conhecer e executar os procedimentos preconizados nos protocolos, sendo capaz de realizar todas as etapas do salvamento veicular.

Ser capaz de solicitar apoio de outros órgãos, se necessário, buscando suporte à sua ação.

Ser capaz de informar à vítima, e se necessário, à pessoa responsável por ela, sobre os procedimentos que estão sendo efetuados.

Ter capacidade de tranquilizar as vítimas e seus familiares, quando necessário, demonstrando respeito e cordialidade.

Ter capacidade de orientar populares em situações diversas, procurando demonstrar controle da situação e mantendo a segurança do local.

Ser capaz de elaborar relatório, conhecendo os tipos de documentos e utilizando linguagem técnica segundo padrões de redação e de língua

portuguesa.

4

3.3 Competências Atitudinais

Ser dinâmico, ter coragem, capacidade de trabalhar sob pressão e estresse.

Ter capacidade para lidar com a morte no dia a dia do trabalho.

Possuir deferência (capacidade de cumprir ordens, respeitar a hierarquia e saber acatar as determinações).

Possuir autoconfiança adequada à tarefa, ter resistência à frustração, ser meticuloso (detalhista).

Agir com disposição para o trabalho (energia, motivação), com prudência (cuidado) e ter perseverança.

Agir com respeito ao próximo, discernimento (julgar e agir de forma clara, com base na razão e sem deixar-se envolver por sentimentos e emoções).

4. EMENTA

Introdução / apresentação da disciplina, histórico e tipos de automóveis, estrutura dos veicular e tecnologias de segurança, fases pré-socorro

e socorro, terminologias e FEAS, guarnição de salvamento veicular, procedimentos iniciais, emergências traumáticas, hemorragias e PCR, situações

específicas, estabilização do veículo, desencarceramento e extração, acidentes envolvendo produtos perigosos, acidentes envolvendo energia

elétrica, acidentes automobilísticos envolvendo veículos movidos a Gás Natural Veicular – GNV, acidentes automobilísticos envolvendo veículos

elétricos ou veículos elétricos híbridos, acidentes automobilísticos envolvendo veículos blindados, prova teórica, simulado e prova prática.

5. METODOLOGIA

A disciplina será desenvolvida por meio de aulas expositivas oral com auxílio recursos didáticos como datashow, quadro de acrílico, caixa de

som, pinceis, passador de slide, flip chart, dentre outros, e de instruções práticas com a interpretação de cenários, execução dos procedimentos de

gerenciamento de risco, realização das técnicas de acesso, desencarceramento e extração, por meio de atividades individuais e/ou coletivas, através

de uma situação problema, além da realização de simulacro operacional.

6. AVALIAÇÃO

A verificação do aproveitamento da disciplina deverá incidir sobre o desempenho do aluno nas diferentes situações da aprendizagem, sendo

trabalhadas avaliações teóricas e práticas, por meios e processos que utilizem os seguintes instrumentos de medida de aprendizagem: prova escrita

e/ou prova oral, prova prática ou de execução, que possam avaliar o desempenho dos discentes de acordo com os objetivos educacionais

preconizados neste plano de disciplina.

Deverá ser observado a Norma de Ensino - 04 para definir a quantidade de avaliação necessárias, em função da carga horária, para a

formulação da média final da disciplina.

5

7. PLANO DE UNIDADE DIDÁTICA - PUD: CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SALVAMENTO VEICULAR LEVE

CARGA HORÁRIA 100 horas

UNIDADE DIDÁTICA I – INTRODUÇÃO AO SALVAMENTO VEICULAR 25 h/a

ASSUNTOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS C/H

1. Introdução / apresentação da disciplina.

Apresentação da turma / Instrutor.

Orientações acerca da disciplina e desenvolvimento das instruções.

Explanação do conteúdo programático da disciplina.

Esclarecimentos de dúvidas acerca da ementa.

1 h/a

2. Histórico e tipos de automóveis.

Descrever um breve histórico sobre a segurança dos ocupantes de veículos automotores.

Conceituar os tipos de veículos dando ênfase aos veículos leves por serem o principal objeto de estudo do curso. 2 h/a

3. Estrutura dos veicular e tecnologias de segurança.

Apresentar o conhecimento sobre estrutura veicular.

Demonstrar os mecanismos de proteção existentes nos veículos como: célula de sobrevivência ou habitáculo; barras

de proteção contra impactos laterais; novos materiais empregados na composição de um automóvel; airbag; pré-

tensionador de cinto de segurança; sistema ROPS e zona de absorção de impacto.

8 h/a

4. Fases pré-socorro e socorro.

Apresentar o Planejamento e rotina operacional pré-socorro: assunção do serviço; conferência de pessoal;

conferência de materiais; orientações organizacionais; treinamento; simulacros, simulados e estudos de casos e

instruções.

Ensinar sobre as fases do socorro: aviso e acionamento da prontidão; partida; deslocamento; chegada;

reconhecimento e planejamento.

Estudar sobre gerenciamento de riso: posicionamento de cones de sinalização; isolamento do local do acidente e

divisão da cena em perímetros (zona quente, morna e fria).

Demonstrar os objetivos gerais no salvamento veicular e o planejamento estratégico, tático e operacional:

estabelecimento; operação; controle ou avaliação de progresso; inspeção final; desmobilização; regresso e pós-

evento.

8 h/a

5. Terminologias e FEAS.

Descrever os conceitos empregados no salvamento veicular como forma de padronizar as etapas. 3 h/a

6

Apresentar as FEAs (Ferramentas, Equipamentos e Acessórios) utilizados nas ações de salvamento à veículos

acidentados: hidráulicas, elétricas, pneumáticas e mecânicas.

6. Guarnição de salvamento veicular.

Apresentar a guarnição padrão de salvamento veicular, sua composição e funções de cada integrante. São eles:

Comandante do socorro; Condutor e operador de viatura; Operador 1 e Operador 2. 3 h/a

UNIDADE DIDÁTICA II – APH VOLTADO AO SALVAMENTO VEICULAR 20 h/a

ASSUNTOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS C/H

7. Procedimentos iniciais.

Demonstrar os procedimentos de biossegurança e conhecer as doenças infectocontagiosas e vacinas para

imunização, além de condutas em caso de acidente do socorrista com material biológico.

Observar a cinemática do trauma para classificar as colisões automobilísticas e apontar possíveis lesões em cada

caso.

Realizar a avaliação da cena para identificar as ameaças e riscos que podem existir num cenário de ocorrência de

acidente automobilístico.

Conhecer a avaliação da vítima: avaliação primária e avaliação secundária.

Apresentar os cuidados com as vias aéreas e a aplicação da oxigenoterapia.

Explicar e demonstrar as técnicas e a sequência a ser adotada na conduta de atendimento a uma vítima com OVACE.

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

4 h/a

8. Emergências

traumáticas.

Conhecer sobre traumatismo crânio encefálico – TCE e quais os procedimentos devem ser adotados pelo socorrista.

Explicar sobre traumatismo raquimedular – TRM, como identificar, quais as técnicas de imobilização e procedimentos

a serem realizados pelo socorrista.

Entender os traumas abdominais; diferenciar lesões de órgão oco, sólido e vascular e estudar a fisiopatologia das

lesões abdominais.

Identificar os sinais e sintomas do Estado de Choque e demonstrar o tratamento específico.

Interpretar a existência de lesões torácicas e descrever a conduta pré-hospitalar a ser adotada.

Localizar fraturas, estorces e luxações em extremidades e realizar os procedimentos de imobilização.

Observar os cuidados com vítimas especiais como idosos, crianças e gestantes.

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

6 h/a

7

9. Hemorragias e PCR.

Definir hemorragia e hemostasia.

Classificar as hemorragias com base em sua etiologia.

Identificar os principais tipos de hemorragias e seus sinais e sintomas.

Demonstrar a conduta necessárias para promover a contenção da hemorragia (hemostasia), conforme a gravidade

do ferimento.

Demonstrar como executar um torniquete.

Identificar os sinais e sintomas do Estado de Choque e demonstrar o tratamento específico.

Reconhecer a parada cardiorrespiratória e demonstrar a conduta de reanimação cardiopulmonar (RCP).

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

6 h/a

10. Situações específicas.

Desenvolver medidas em acidentes com múltiplas vítimas através da utilização do método START.

Demonstrar e praticar as técnicas relativas à remoção de vítimas com e sem a utilização de materiais: KED,

cobertor, Chave de Rauteck e retirada rápida.

Conhecer a teoria da técnica de extração ângulo zero.

Aprender a sincronizar o atendimento junto a guarnição de resgate para que haja um atendimento continuado.

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

4 h/a

UNIDADE DIDÁTICA III – TÁTICAS E TÉCNICAS DE SALVAMENTO VEICULAR 45 h/a

ASSUNTOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS C/H

11. Estabilização do veículo.

Aprender a importância de se estabilizar os veículos envolvidos no acidente previamente para que se possa

realizar as ações de salvamento.

Conhecer a finalidade básica dos calços e cunhas para elevação e estabilização veicular.

Descobrir as técnicas de estabilização de veículos apoiados nas quatro rodas: levantamento manual do veículo;

técnica de estabilização em quatro pontos e técnica de estabilização em três pontos.

Assimilar as técnicas envolvendo veículos lateralizados (tombados) nas seguintes situações: técnica de

estabilização de um veículo lateralizado e apoiado sobre uma de suas laterais e as laterais das rodas; técnica de

estabilização de um veículo lateralizado apoiado sobre as colunas e com as laterais das rodas suspensas; técnica

15 h/a

8

de estabilização de um veículo lateralizado apoiado sobre uma das suas laterais e com indicativo de queda para o

lado do assoalho.

Aprender as técnicas de estabilização envolvendo veículos com o teto virado para o chão (capotado) nas seguintes

situações: técnica de estabilização de um veículo capotado e com o capô apoiado no solo; técnica de estabilização

de um veículo capotado e com o bagageiro encostado no solo; técnica de estabilização de um veículo capotado e

com o bagageiro e o capô suspensos.

Conhecer as técnicas de estabilização envolvendo acidentes com veículos um sobre o outro ou com objetos

pesados como postes ou árvores, por exemplo.

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

12. Desencarceramento e extração.

Entender que prioritariamente deve-se utilizar de técnicas não destrutivas para acessar às vítimas.

Conhecer os diferentes tipos de vidros: vidro temperado, laminado e de policarbonato.

Aprender sobre gestão de bancos, pedais e volante: afastamento manual dos bancos; afastamento dos pedais;

elevação do volante e da barra de direção com o uso do cilindro de resgate; elevação do volante e da barra de

direção com o uso de correntes; remoção do volante.

Assimilar os conhecimentos pertinentes a abertura forçada e remoção de portas no que diz respeito a: obtenção

do ponto de apoio para as ferramentas; retirada pelas dobradiças; retirada pela fechadura; terceira porta em veículos

de 2 portas; retirada das portas de um mesmo lado; retirada de porta de veículo capotado sobre o seu teto; Retirada

das portas de um mesmo lado de um veículo capotado sobre o seu teto.

Aprender sobre técnicas de rebatimento de teto para trás, para frente e lateral; retirada do teto tipo ostra traseira

ou ostra lateral.

Instruir sobre o rebatimento de painel utilizando correntes e ferramenta combinada, ou ainda a expansão do

mesmo com o cilindro expansor e seus calços.

Realizar a técnica de extração Ângulo zero como forma de movimentar o mínimo possível a vítima, preservando,

principalmente, sua coluna espinhal.

Executar (os alunos) os procedimentos ensinados como mecanismo de massificação do conhecimento.

18 h/a

9

13. Acidentes envolvendo produtos perigosos.

Compreender, de forma breve, os procedimentos envolvendo acidentes automobilísticos com produtos perigosos:

chegada, isolamento, identificação do produto e avaliação da cena, acionamento da guarnição especializada, ações

de proteção e entrada na zona de perigo.

2 h/a

14. Acidentes envolvendo energia elétrica.

Realizar breves considerações sobre o sistema distribuição de energia elétrica da companhia energética de goiás

(CELG).

Estudar as noções sobre choque elétrico, tensão de toque, tensão de passo e gaiola de Faraday.

Assimilar os procedimentos nos casos de fios pendurados, caídos ou baixos.

Atentar sobre a possibilidade dos pneus do veículo estar em contato com a eletricidade.

2 h/a

15. Acidentes automobilísticos envolvendo veículos movidos a Gás Natural Veicular – GNV.

Saber como identificar um veículo movido a GNV.

Conhecer os principais componentes de um sistema de GNV: Cilindro de armazenamento de GNV; Registro ou

válvula do cilindro de GNV; Válvula de abastecimento; Redutor de pressão ou válvula reguladora de pressão;

Manômetro; Tubulação e Chave comutadora.

Aprender os procedimentos no caso de vazamento de GNV ou de incêndio.

3 h/a

16. Acidentes automobilísticos envolvendo veículos elétricos ou veículos elétricos híbridos.

Conhecer as formas de identificar um VE ou VEH e aprender suas classificações, conforme princípio de

funcionamento.

Aprender os procedimentos no caso de acidente de um VE ou VEH com rompimento de cabo de alta tensão.

Estudar como proceder no caso de submersão de um VE ou VEH.

Entender com desarmar o sistema de alimentação de um VE ou VEH.

Compreender os procedimentos no caso de incêndio nas baterias de alta tensão de VE ou VEH.

Atentar aos procedimentos no caso de acidente envolvendo veículos elétricos com painel solar.

3 h/a

17. Acidentes automobilísticos envolvendo veículos blindados.

Estudar sobre uma breve abordagem do que são veículos blindados, como se dá processo de blindagem e os

materiais utilizados.

Entender sobre a resistência dos materiais de blindagem.

Aprender as técnicas de acesso no caso de acidentes envolvendo veículos blindados.

2 h/a

10

UNIDADE DIDÁTICA IV – SIMULADOS E AVALIAÇÕES 10 h/a

ASSUNTOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS C/H

18. Prova teórica.

Realizar uma avaliação teórica, com os assuntos ministrados durante o curso, contendo questões subjetivas e/ou

de múltipla escolha, a critério da coordenação e dos instrutores, como meio de avaliar a assimilação dos

ensinamentos pelos alunos.

Mensurar a aptidão dos alunos, que deverão atingir nota igual ou superior a 70% das questões, servindo como um

dos critérios de conclusão do curso.

2 h/a

19. Simulado e prova prática.

Realizar um simulado e prova prática com a utilização de veículos, bonecos e/ou pessoas (que farão o papel de

vítimas), troncos, postes ou outros obstáculos, além das Ferramentas, Equipamentos e Acessórios de salvamento

veicular, ABT para simulação de chuva, dentre outras possibilidades, a critério da coordenação e dos instrutores,

para que os alunos possam executar na prática os procedimentos e técnicas estudadas durante o CSVL.

Mensurar a aptidão dos alunos, que deverão atingir nota igual ou superior a 70% dos parâmetros preestabelecidos,

servindo como um dos critérios de conclusão do curso.

8 h/a

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ARAÚJO, Sérgio Baptista de. Manual Técnico de Resgate Rodoviário: Desencarceramento rodoviário. Boa Vista: CBMRR, 2013. 140 p. Disponível em < http://docs.wixstatic.com/ugd/bda500_d8fc1f541e554019ad56925197a7c70c.pdf >. Acesso em: 14 jan. 2018. ESPIRITO SANTO. Rodrigo Nascimento Ribeiro Alves. Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Org.). Resgate Veicular. Vitória: CBMES, 2014. 168 p. Disponível em < https://cb.es.gov.br/Media/CBMES/PDF's/CEIB/Cursos%20e%20treinamentos/apostila_resgate_veicular.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2018. GOIÁS. Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO - 2011. ______. Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (Org.). Do Salvamento Veicular: Manual Operacional n. 03. Goiânia: CBMGO, 2016. 11 p. MENÊSES, João Adauto Oliveira. Manual de Resgate Veicular: Veículos leves. Aracajú: CBMSE, 2012. 131 p. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Org.). Curso de Salvamento Veicular Leve: Manual do participante. São Paulo: CBPMESP, 2015. 75 p. SILVA, Renato Augusto; BENIGNO, Paulo do Nascimento; MONTALVÃO, Rubens Bezerra Lima de. Curso de Resgate Veicular. Brasília: CBMDF, 2016. 300 p. Disponível em < https://pt.scribd.com/document/364348760/Curso-Resgate-Veicular-2017-CBMDF> Acesso em 14 jan. 2018.

11

Academia Bombeiro Militar – [email protected]

Avenida Pedro Paulo de Souza, quadra HC-04, Setor Goiânia - II, Goiânia-GO, CEP 74663-520, telefone 3201-2306, fax 3201-2307

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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

CESSÃO DE DIREITOS

Eu, LUCAS XAVIER VIEIRA LOPES - Cad QPEsp autorizo que o Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Goiás – CBMGO faça a reprodução de cópias, empréstimos e

comercialização de tais cópias somente para propósito acadêmico ou científico e publique no

site da corporação o meu trabalho de conclusão de curso produzido no 3° ano do curso de

Formação de Oficiais cujo o tema é: VIABILIDADE DA CRIAÇÃO DO CURSO DE

SALVAMENTO VEICULAR LEVE NO CBMGO: Proposta de Planejamento logístico, Plano

de curso e Plano de disciplina.

___________________________________________________

Lucas Xavier Vieira Lopes – Cad QPEsp