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6 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS

DESTAQUE

O mais importante encontro da comunidade geotécnica brasileira também congregou

diversos profissionais internacionais e intercalou mais três grandes eventos simultâneos

num congresso histórico

COM SUCESSO CONFIRMADO, COBRAMSEG 2014 REÚNE 1.500 PARTICIPANTES

Por Dellana Wolney

Com a promessa de ser um evento memorável, o COBRAMSEG 2014 (Con-gresso Brasileiro de Mecânica dos So-los e Engenharia Geotécnica) organiza-do pela ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geo-técnica) cumpriu todas as expectativas e reuniu nos dias 9 a 13 de setembro,

Mesa de abertura do COBRAMSEG 2014. Da esquerda para a direita: o presidente da ISSMGE (Sociedade Internacional de Engenharia Geotécnica e Mecânica dos Solos), Roger Frank; o presidente da SPG (Sociedade Portuguesa de Geotecnia), José Luís Machado do Vale; o presidente do SBMR 2014 e professor da PUC-Rio, Sergio Augusto Barreto da Fontoura; o engenheiro, professor associado da UFG e presidente do COBRAMSEG 2014, Maurício Martines Sales; o professor da UnB e presidente da ABMS, André Pacheco de Assis e o presidente do ISRM, Xia-Ting Feng

em Goiânia (GO), outros três grandes eventos: o VII Congresso Luso-Brasilei-ro de Geotecnia, o VI SBMR (Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas) e o VI GEOJOVEM (Simpósio Brasileiro de Jovens Geotécnicos).Há 60 anos, a primeira edição des-te evento foi realizada na cidade de

Porto Alegre (RS), o que deu início a encontros que aconteceriam a cada quatro anos, e após o ano de 2006 foi adotada a periodicidade bienal. A edição deste ano foi a segunda a ser realizada na região Centro-Oeste do Brasil e reuniu contratantes, proje-tistas, consultores, profissionais res-

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FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS • 7

1 O engenheiro e professor da EESC-USP, Nelson Aoki • 2 A enge-nheira e professora da USP, Maria Eugênia Boscov apresentou o tema “Transporte e Retenção de Contaminantes em Solos” • 3 O engenheiro e professor da UFRJ, Leonardo Becker • 4 A engenheira e professora da EESC-USP, Cristina Tsuha com o minicurso “Aspectos Gerais de Estacas Helicoidais” • 5 O en-genheiro da empresa Studio Prof. Marchetti, Diego Marchetti • 6 A engenheira da empresa Studio Prof. Marchetti, Francesca Buselli • 7 A engenheira e professora da UFRJ, Anna Lau-ra Nunes • 8 O engenheiro da empresa Maccaferri, Matheus Garcia • 9 O engenheiro Themer Yacoub apresentou o tema “Computational Modelling for Rock Engineering in Mining” • 10 A engenheira e professora da UFRJ, Laura Motta

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MINICURSOS

ponsáveis pelas principais obras de infraestrutura do Brasil, acadêmicos e toda a comunidade científica.Antes da realização do evento, a esti-mativa era de 1.200 participantes ao longo dos cinco dias de congresso, porém o COBRAMSEG 2014 conquis-tou uma participação bastante ex-pressiva e recebeu, além das expec-tativas, um total de 1.500 pessoas, somados congressistas e profissionais que trabalharam na feira, além dos palestrantes convidados.

De acordo com o engenheiro, pro-fessor associado da UFG (Universi-dade Federal de Goiás) e presiden-te do COBRAMSEG 2014, Maurício Martines Sales, o desafio de realizar quatro grandes eventos ao mesmo tempo era muito grande, porém a comunidade geotécnica respondeu de forma significativa, participan-do de todas as formas. “Tivemos um número considerável de trabalhos, um recorde de inscritos, uma feira geotécnica grandiosa e uma enorme

participação de jovens. Com o espa-ço escolhido, conseguimos manter os congressistas juntos por quase 12 horas diárias, respirando geotecnia, o que facilitou a troca de experiên-cias e contatos profissionais. Este foi um dos principais pontos ressaltados nos instrumentos de avaliação pelos participantes”, afirma.O tema escolhido para esta edição do congresso foi “Infraestrutura de um Futuro Sustentável”, que coloca claramente a necessidade imprescin-



dível da expansão da infraestrutura do Brasil e de todo o mundo, assim como a consciência de que este pro-cesso deverá envolver novas tecno-logias para garantir um futuro sus-tentável às próximas gerações que habitarão este planeta.“Certamente a temática não é inovadora, mas é atual. O cresci-mento do País nos últimos oito anos expõe a urgente necessidade de expansão da infraestrutura, e todos estes projetos passam pela boa prá-tica da geotecnia. A segunda parte do tema visa chamar a atenção de que muitos paradigmas mudaram, e a variável ‘sustentabilidade’ não é mais um anseio e sim uma necessi-dade. Temos que repensar todas as nossas práticas de engenharia, in-cluindo a geotécnica. Ser engenhei-ro hoje não é mais procurar uma boa solução técnica e econômica, mas também necessariamente uma boa solução ambiental”, explica Sales.A exploração da tecnologia dos dis-positivos móveis teve o seu lugar de destaque no COBRAMSEG. Um aplicativo que possibilita o acesso à programação, notícias e avisos ins-tantâneos foi disponibilizado aos congressistas. Alguns trabalhos téc-nicos também estiveram disponíveis para que os participantes pudessem ler com antecedência e planejar sua participação no congresso, inclusive sabendo a localização dos exposito-res na feira.Para Sales, com a crescente tecnolo-

Mesa de abertura do GEOJOVEM

O engenheiro, professor da UnB e presidente da ABMS, André Pacheco de Assis

O professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco e mem-bro do Conselho Diretor da ABMS, Alexandre Duarte Gusmão

O engenheiro do LNEC de Portugal, Luís Manuel Nolasco Lamas

O presidente do ISRM, Xia-Ting Feng

O engenheiro, professor associado da UFG e presidente do COBRAMSEG 2014, Maurício Martines Sales



gia nos meios de comunicação, os eventos também terão de se adaptar às novas formas de interação entre os participantes. Segundo ele, a ini-ciativa foi bem aceita pelo público, apesar de ser uma inovação. “Reco-nhecemos que as alterações neces-sitam ser gradativas para agradar a todos, mas a experiência deixou um saldo bastante positivo e, mesmo após o evento, o aplicativo possibili-tará contatos e acesso aos trabalhos via dispositivos móveis”, descreve.

MINICURSOSO primeiro dia foi dedicado a oito minicursos que aconteceram para-lelamente. Na área de pavimenta-ção, a engenheira e professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laura Motta apresentou o tema “Mecânica dos Pavimentos: a base para o novo método de di-mensionamento de pavimentos no Brasil”. A Mecânica dos Pavimentos é a disciplina que trata da modela-gem do pavimento como um sis-tema em camadas, submetido ao carregamento móvel dos veículos. Ela fornece a base teórica para o dimensionamento dos pavimentos asfálticos ou de concreto pela aná-lise de tensões e deslocamentos, compatibilizando a deformabilida-de dos materiais escolhidos para cada camada. Motta apresentou os ensaios dos materiais para obtenção dos parâ-metros necessários para o dimen-

O vencedor do Prêmio Fernando Barata, Adriel Rocha Lopes

O vencedor do Prêmio Icarhy da Silveira, Pedro Eugênio Silva de Oliveira

Assis e a convidada internacional, professora da University of Helwan, Fatma El-Zahraa Baligh

Todos os vencedores reunidos

O vencedor do Prêmio Costa Nunes, Edgar Poiate Junior



sionamento que são os ensaios triaxiais de carga repetida para os solos (define o módulo de resiliência e o modelo de deformação perma-nente) e de compressão diametral para as misturas asfálticas (módulo de resiliência e vida de fadiga). Ela também mostrou um novo método de dimensionamento mecanístico empírico de pavimentos asfálticos novos e de reforço.“O novo método está sendo desen-volvido dentro da Rede Temática de Asfalto que reúne várias universida-des e o IPR (Instituto de Pesquisas Rodoviárias) do DNIT (Departamen-to Nacional de Infraestrutura de Transportes) com a coordenação do

O presidente do SBMR 2014 e professor da PUC-Rio, Sergio Augusto Barreto da Fontoura durante a abertura do RockBowl

Algumas equipes que participaram do jogo

Lamas durante a abertura do RockBowl

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de ferrovias é uma atitude louvável para melhorar a logística dos trans-portes, e sendo uma construção de custo inicial elevado, toda melhoria no dimensionamento do pavimen-to ferroviário ou mesmo na seleção dos solos é fundamental para viabi-lizar mais quilômetros construídos. ”A mecânica dos pavimentos hoje tem sido objeto de pesquisa e de-senvolvimento na COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Gra-duação e Pesquisa de Engenharia) e em outras universidades. Poten-cializar o uso dos materiais natu-rais ou industrializados é parte do futuro sustentável. Temos buscado fortemente trabalhar com resíduos diversos, visto que a pavimentação consome volumes enormes de solo e britas. Parte destes materiais pode ser substituída por alguns resíduos sólidos, ou complementados, o que é uma saída adequada sob o ponto de vista técnico e ambiental para a sua disposição”, esclarece.Ela completa que a busca pela dimi-nuição das temperaturas de usina-gem das misturas asfálticas, as cha-madas misturas mornas, é também um assunto do momento, tratado como forma de diminuir a poluição e aumentar a durabilidade dos reves-timentos asfálticos. Segundo o seu relato, estes são alguns exemplos de ações que têm sido feitas na pavi-mentação como forma de contribuir para a sustentabilidade do planeta. “Os engenheiros geotécnicos estão cada vez mais conscientes de que as ações antrópicas podem ser condu-zidas para melhorar a vida das pes-soas não somente agora, mas tam-bém para o futuro”.Outros temas foram tratados ao lon-go dos dois primeiros dias. “Risco em Obras Geotécnicas”, apresentado pelo engenheiro e professor da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo), Nel-son Aoki abordou de forma prática a análise de risco em obras de fun-dações. Nesta mesma linha houve o minicurso “Fundações”, que destacou os aspectos gerais das estacas helicoi-dais através do relato da engenheira e professora da EES C-USP, Cristina Tsuha e “Modelagem Numérica” mi-

Uma das equipes sendo premiada

Equipe julgadora das respostas do RockBowl

CENPES (Centro de Pesquisas e De-senvolvimento da Petrobras). É um movimento importante visto que estamos propondo substituir o tra-dicional método do CBR (Índice de Suporte Califórnia) que está ultra-passado”, ressalta Motta.Este minicurso foi um dos mais pro-curados neste congresso em parte pelo fato de ser um assunto “multi-disciplinar” sob o ponto de vista da mecânica dos solos clássica. Segun-do ela, em muitos cursos de mes-trado, a pavimentação nem se situa na área de geotecnia, mas sim na de transportes. “Nos congressos da ABMS, ao longo dos anos a abertu-ra de seções com esta temática tem

sido variável: às vezes vem explícito ou misturada em outras seções. Na pavimentação temos que conside-rar muitos aspectos do conheci-mento de solos e também de outros materiais, do tráfego, do clima etc. A beleza da geotecnia é esta gama de atividades”, comenta.A professora Laura Motta relaciona o tema do seu minicurso ao lema do evento e enfatiza que a pavimen-tação é uma infraestrutura muito importante para diminuir o cha-mado “Custo Brasil” tendo em vista que se trata de um país continental, cuja rede de rodovias pavimentada ainda é somente 12% da rede to-tal. Para ela, a volta da construção

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nistrado pela engenheira e profes-sora da UFRJ, Anna Laura Nunes e pelo engenheiro da empresa Mac-caferri do Brasil, Matheus Garcia. Já o engenheiro e professor da Es-cola Politécnica da UFRJ, Leonardo Becker com o tema voltado para “Contenções” enfatizou o dimensio-namento de estruturas de conten-ções em solo reforçado com geos-sintéticos. Para ele, atualmente este tipo de curso exerce um papel fun-damental na formação e atualização dos engenheiros. “A gama de conhe-cimentos da engenharia aumenta mais a cada ano, com a introdução de novas técnicas e métodos de projeto e construção, torna-se inviável abor-dar todos os assuntos de interesse da prática geotécnica na graduação. Os estudantes e os recém-formados buscam os cursos como forma de aperfeiçoamento e os engenheiros experientes procuram-nos como for-ma de se atualizarem frente a esta evolução dos conhecimentos e téc-nicas”, opina Becker.A seção de minicursos também teve um espaço reservado para os profissionais internacionais com tópicos relacionados ao ensaio in situ e modelagem numérica para a mecânica de rocha e mineração. Nesta etapa estiveram presentes o engenheiro Themer Yacoub e os engenheiros da empresa Studio

O engenheiro e professor emérito da Universidade da Califórnia, James K. Mitchell durante a Victor de Mello Lecture intitulada “Lessons from the Lives of Two Dams”

Auditório principal

O engenheiro e professor da FEUP, Manuel de Matos Fernandes durante a Conferência Pacheco Silva

Troféu do primeiro lugar do RockBowl

O gerente de Concepção e Projetos Civis do Metrô de São Paulo, Argimiro Alvarez Ferreira durante palestra no Congresso Luso-Brasileiro

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ceram os prêmios Fernando Barata para o melhor TCC (Trabalho de Con-clusão de Curso), Icarhy da Silveira para a melhor dissertação e Costa Nunes para a melhor tese. Também foi realizado o RockBowl que é um jogo de perguntas e respostas, em que as equipes concorrentes são desafiadas a responder questões técnicas e não-técnicas, cujo tema central é a Mecânica de Rochas. A competição foi aberta aos alunos de universidades brasileiras associadas ativas no CBMR (Comitê Brasileiro de Mecânica das Rochas) da ABMS. As equipes inscritas continham no mínimo um aluno de graduação e no máximo um de doutorado.De acordo com a engenheira e membro da Secretaria do Comitê Organizador do SBMR, Vivian Mar-quesi o jogo surgiu da ideia de tra-zer uma nova atividade para os jo-vens profissionais e estudantes do segmento. “A primeira iniciativa veio da ABMS de fazer há alguns anos o GEOJOVEM, que já é um espaço vol-tado para o jovem geotécnico, po-rém queríamos trazer uma alterna-tiva divertida, uma brincadeira em que ao mesmo tempo fosse séria, envolvesse conhecimento técnico e também a energia de uma compe-tição. Desta forma, indiretamente, o jogo motiva as pessoas a estudarem, se interessarem pela área de rochas

e pensarem em um futuro profissio-nal”, exemplifica.As equipes que participaram eram formadas por profissionais de di-versos cursos como geologia, en-genharia de minas, engenharia civil e engenharia de petróleo. “A Me-cânica de Rochas engloba diversas áreas, então a ideia foi que outros cursos, não só a engenharia civil, fi-zesse parte do jogo. Com este racio-cínio até conseguimos uma equipe formada apenas por geólogos. As perguntas que foram levantadas na competição foram elaboradas pelo Comitê Organizador e auditadas por profissionais seniores de todas as áreas relacionadas, o que resultou no envolvimento de diversos tópi-cos. Tentamos colocar as perguntas mais amplas possíveis, de acordo com os diversos temas propostos”, observa a engenheira e membro da Secretaria do Comitê Organizador do SBMR, Talita Miranda.“É explícito que a formação do pro-fissional depende de vários aspec-tos e um deles é o interesse que cada um tem pela área de atua-ção. Acreditamos que o RockBowl permite despertar esse interesse. Além de ser uma maneira divertida de envolver grupos de alunos em uma disputa sadia, notamos que o público presente também partici-pou e torceu no jogo. O RockBowl sem sombra de dúvidas marcou o COBRAMSEG 2014 e mostrou que precisamos ser criativos e inovado-res para tornar nossa engenharia melhor”, destaca o engenheiro e vi-ce-presidente do SBMR 2014, Paulo César de Almeida Maia.

CONGRESSO LUSO-BRASILEIROOrganizado pela SPG (Sociedade Portuguesa de Geotecnia), pela ABMS, pelo DECivil-IST (Departa-mento de Engenharia Civil, Arqui-tetura e Georrecursos do Instituto Superior Técnico) e pelo LNEC (La-boratório Nacional de Engenharia Civil) o VI Congresso Luso-Brasilei-ro de Geotecnia teve como tema principal a “Geotecnia em Obras Metrô-Ferroviárias”, além de subte-mas como estabilização de taludes,

Palestra do engenheiro, diretor da empresa Geoprojetos e pesquisador conveniado da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Sandro Salvador Sandroni O engenheiro Bengt Fellenius

Prof. Marchetti, Francesca Buselli e Diego Marchetti.

JUVENTUDE EM DESTAQUECom a premissa de aumentar o nú-mero de jovens associados a ABMS, anteriormente lançou uma promo-ção em que todos os jovens que fizessem a inscrição para o evento já se tornariam automaticamente associados. A proposta obteve êxi-to e geotécnicos recém-formados, mestrandos e mestres tiveram uma maior participação no COBRAM-SEG. Ao mesmo tempo, o fórum jo-vem permitiu um rico intercâmbio entre diferentes escolas, cumprindo o propósito da ABMS de zelar pela continuidade da ciência.A associação promoveu no ano de 1985 o “Encontro Sul-Americano de Engenheiros Jovens” na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e com grande suces-so essa ideia passou adiante. A partir de 2004 a comunidade geotécnica brasileira criou o “GEOJOVEM”, um evento bianual para que profissio-nais e estudantes de até 35 anos pu-dessem mostrar seus resultados num ambiente mais descontraído, sem a concorrência de profissionais de maior “tempo de estrada”. A iniciativa perdura até hoje e cada vez mais des-perta o interesse dos profissionais.Para celebrar essa reunião, aconte-

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ENCONTRO COM AS EMPRESAS

Momento empresarial da empresa CZM com a engenheira Leandra Magalhães

Workshop da ABINT (Associação Brasileira das Indústrias de Não Tecidos e Tecidos Técnicos) com a engenheira Vera Fernandes Hachich

Momento empresarial da empresa Geo Soluções com o engenheiro José Orlando Avesani Neto

Exposição de LEGO da empresa HUESKER

Momento empresarial da empresa Arcos Engenharia de Solos com o engenheiro Alysson Resende

Momento empresarial da Incotep realizado pelo engenheiro Francisjones Marino Lemes. Da esquerda para a direita: o engenheiro da empresa EMBRE Engenharia, Carlos Medeiros, o engenheiro da empresa SEEL, Paulo Henrique Dias e o engenheiro Lemes

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ESTANDES DAS EMPRESAS QUE MARCARAM PRESENÇA NO COBRAMSEG 2014

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fundações, reabilitação de ferrovias, túneis em obras ferroviárias e valori-zação de resíduos.Com objetivo de proporcionar aos geotécnicos brasileiros e portugue-ses um convívio que permitisse uma visão atualizada das realidades na-cionais neste domínio, o congresso também colocou em pauta os mais recentes progressos da geotecnia. A mesa-redonda sobre a implantação dos TAVs (Trens de Alta Velocidade) que ganhou destaque em ambos os países. Nesta ocasião foi discutida a experiência europeia e as expectati-vas luso-brasileiras sobre este tipo de obras. Em Portugal foram destacados os projetos Lisboa-Madri, Lisboa-Por-to e Porto-Vigo. No Brasil, foi falado sobre a licitação do trecho Rio-São Paulo e em fase de discussão prelimi-nar o trecho Brasília-Goiânia.Para Sales, esta reunião entre os pro-fissionais dos dois países é sempre um momento especial, pois permite uma rica troca de experiência entre problemas distintos da geotecnia do “novo” e “velho” continente. “O tema de obras Metrô-Ferroviárias atraiu bastante interesse, visto que o Brasil se prepara para aplicar a tecnologia dos TAVs, já executados em várias partes da Europa, com a participa-ção dos geotécnicos portugueses. Em 2016 teremos a oportunidade de retribuir a visita na cidade do Porto, em Portugal e todos já estão convi-

dados para representarem o Brasil lá”, enfatiza.A parceria tradicional na área vem desde o início da ABMS, e neste sen-tido o engenheiro e presidente do Núcleo Regional de Minas Gerais da ABMS, Ivan Libanio Vianna lem-bra que no ano de 1960 ocorreu a primeira Jornada Luso-Brasileira de Mecânica de Solos em Lisboa e em 1967 a II Jornada Luso-Brasileira de Mecânica dos Solos no Rio de Janei-ro (RJ) e São Paulo (SP). Posterior-mente, o LNEC em Lisboa, Portugal sediou o 1º Encontro Luso-Brasileiro de Geotecnia em 1981 e no ano se-guinte o 2º Encontro Luso-Brasileiro de Geotecnia foi sediado no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro (RJ). Para ele, o entrosamento entre os profissionais e acadêmicos geotéc-nicos portugueses e brasileiros sem-pre foi motivo de desenvolvimento na área geotécnica e muitas obras importantes da engenharia nacional contaram com a participação dos portugueses. ”A cada duas edições do evento é realizado no Brasil este congresso, porém sua importância mudou esse prazo, pois o próximo evento será em 2016 juntamente com o XVI COBRAMSEG. Já o VI Sim-pósio Brasileiro de Mecânica das Rochas, ocorrido em Goiânia (GO), recebeu o importante status inter-nacional de conferência especializa-da da ISRM (International Society for

Rock Mechanics) e conta com o apoio da ARMA (American Rock Mechanics Association) e do CSRME (Chinese So-ciety for Rock Mechanics and Enginee-ring)”, pontua.

SBMRA cada quatro anos o CBMR (Comi-tê Brasileiro de Mecânica das Ro-chas) organiza o SBMR (Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas). Esse evento é caracterizado como o fórum nacional mais importante para a apresentação e discussão de pesquisas científicas e tecnológicas, projetos e obras no âmbito da Me-cânica das Rochas. Em 2014, aconte-ceu a sua sexta edição paralelamen-te ao COBRAMSEG.O seu intuito é muito semelhante aos outros eventos, pois a intenção é congregar os profissionais que fa-zem uso da Mecânica das Rochas em qualquer uma de suas aplicações na engenharia e na geologia. O simpó-sio destacou três contextos princi-pais que foram a geotecnia, minera-ção e petróleo. “Esta edição do SBMR conseguiu destaque pelo número e qualidade dos artigos. Além disso, a quantidade de participantes brasi-leiros e estrangeiros mostrou que os temas abordados foram importantes e merecem atenção”, analisa Maia.Dois minicursos compuseram a pro-gramação do SBMR: Estabilização de Taludes em Rochas e Computational Modelling for Rock Engineering in Mi-ning, bem como um workshop sobre Geomechanics Challenges for Petro-leum Engineering Problems. Totali-zando, foram 92 trabalhos aceitos e 54 apresentados, desta vez em por-tuguês e inglês. Por se tratar de um evento oficial da ISRM, esses artigos podem ir para a base de dados da biblioteca online da Sociedade In-ternacional, onde passam a ter visi-bilidade no mundo inteiro. Também aconteceram oito sessões paralelas, direcionadas especialmente ao pú-blico jovem. Neste ano, a edição do SBMR foi a maior, de acordo com os registros gerais, e o que contribuiu para este sucesso foi o processo de divulga-ção que percorreu diversos países, assim como agregou o apoio de

O presidente do Núcleo Regional de Minas Gerais da ABMS, Ivan Libanio Vianna

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importantes instituições nacionais e internacionais. Segundo Maia, o CBRM traçou uma estratégia para trazer empresas patrocinadoras, tra-balhos técnicos, outras associações parceiras e congressistas. “Esse trabalho de divulgação foi li-derado pelo presidente do SBMR 2014 e professor da PUC-Rio, Sergio Augusto Barreto da Fontoura que de-positou muito tempo e dedicação. A disseminação começou desde os pri-meiros momentos da organização do evento, e também contou com toda a ajuda da Comissão Organizadora. O resultado foi o reconhecimento do SBMR como Specialized Conference da ISRM, a presença de importantes empresas da área de mecânica das rochas, e a participação de vários representantes de associações par-ceiras, inclusive do atual presidente da ISRM, Xia-Ting Feng”, certifica o vice-presidente do SBMR 2014, Paulo César de Almeida Maia.Fontoura afirma que nesta edição eles conseguiram atrair grupos que antes não participavam ativamente, como os de mineração e de petróleo e que em 2016, a expectativa para o simpó-sio que irá ocorrer em Belo Horizonte é aumentar muito a participação des-

tes segmentos. “Tivemos uma mesa redonda sobre aplicação de mecânica de rochas em mineração e colocamos duas seções paralelas dedicadas a esse tema. Recebemos muitos tra-balhos sobre o assunto também. Foi uma resposta bastante positiva a essa abertura dada e foi muito bem aceito pelo meio técnico”, conta.Para ele, o grande destaque do evento foi a presença de profissionais estran-geiros, que concederam outra dimen-são a programação. “As pessoas perce-beram que nós conseguimos atrair a atenção do mundo também. O desa-fio agora é fazer com que o pesquisa-dor brasileiro não hesite em escrever em inglês. No Brasil as pessoas ainda ficam um pouco inibidas em apresen-tar trabalhos técnicos em inglês, mas o jovem vai ter que se acostumar a fazer isso para internacionalizar seu trabalho”, aconselha Fontoura.

INDÚSTRIA EM FOCOO Brasil vive hoje um crescimento econômico relevante e como con-sequência se depara com a necessi-dade de expansão de sua infraestru-tura prezando a inclusão de novas tecnologias que facilitem este de-senvolvimento. Para aproximar os

participantes do congresso as em-presas presentes houve ao longo de três dias de evento o “Encontro com a Indústria”. Empresas como CZM Foundation Equipment, Geobrugg e Incotep falaram sobre a atualização de seus equipamentos e das novas tecnologias lançadas no mercado.Um dos grandes diferenciais desta edição do COBRAMSEG foi a apro-ximação na feira entre contratantes e executores, que tradicionalmente participam e patrocinam o congresso. O espaço dedicado à Feira Geotécnica teve área superior a 3.800 m², em am-biente todo climatizado e pé-direito de 10 m, permitindo estandes maio-res (de 12 m² a 96 m²). A feira contou com restaurante próprio e ambientes confortáveis para todos os visitantes e seus clientes em potencial.A empresa Huesker aproveitou o es-paço e inovou em sua maneira de exibir as soluções com geossintéti-cos, apresentando uma exposição de LEGO, em parceria com a LUG Brasil, uma comunidade formada por fãs do brinquedo. As peças foram utili-zadas para reproduzir os princípios de trabalho e o espírito inovador da empresa. Os produtos da Huesker também puderam ser conferidos

Plateia durante as sessões paralelas

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PALESTRANTES DAS SESSÕES PARALELAS

de forma física em uma vitrine que compôs parte do piso do estande e através de exposição de amostras em grande escala emolduradas em uma posição de grande visibilidade no es-tande. Outra novidade do evento foi o GEONIGHT, sucesso entre os jovens, realizado pela Comissão Organizado-ra do COBRAMSEG, com patrocínio exclusivo da Huesker.

Já a empresa Maccaferri do Brasil, que comemorou na ocasião 40 anos de sua filial no país, ofereceu aos par-ticipantes do congresso um coquetel especial com estilo italiano, país de origem da multinacional. Os produ-tos MacSoil e MacGrid Net foram os principais destaques da fabricante. O MecGrid Net totalmente produzido no Brasil é uma solução diferencia-

da para separação e reforço de solo, pois apresenta resistência mecânica elevada para aplicação em diversas áreas da infraestrutura, construção civil e obras ambientais. O MacSoil foi detalhado em uma pales-tra ministrada pelo engenheiro e coor-denador de marketing da Maccaferri, Paulo Ferretti e também foi o tema da palestra “Sistema de Contenção e Re-

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vestimento”. Outra palestra da empre-sa foi a respeito da “Análise de Funda-ção de Contenção em Solo Reforçado”, em que foi apresentado o caso de obra da Arena Corinthians pelo engenheiro e gerente técnico da Maccaferri, Petru-cio dos Santos.Com os produtos Geobloco A, Geo-bloco H, Lock & Load e StrataSlope, a empresa Geo Soluções teve uma

relevante participação no momento empresarial. Na ocasião, o engenhei-ro e diretor-executivo da Geo Solu-ções, Victor Pimentel e o engenheiro e coordenador do Departamento Téc-nico, José Orlando Avesani Neto apre-sentaram os quatro sistemas e a par-ticularidade de cada um, ilustrando suas principais aplicações em casos de obras reais.

RESULTADOS POSITIVOSClaramente, as palestras foram o ponto alto do evento, lotando os au-ditórios e despertando elogios e o interesse dos congressistas. O desta-que foi a Victor de Mello Lecture, cujo tema “Lessons from the Lives of Two Dams” foi ministrado pelo engenhei-ro e professor emérito da Universida-de da Califórnia, James K. Mitchell,

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aplaudido em pé durante após o tér-mino da apresentação.A Victor de Mello Lecture já é tradição do COBRAMSEG e acontece a cada dois anos, mas de forma intercalada entre o Brasil e Portugal. “Este ano tivemos uma brilhante palestra, Mit-chell é uma lenda viva da geotecnia mundial, contemporâneo do saudo-so Victor de Mello e que certamente fez parte da formação de quase to-dos os geotécnicos brasileiros com seus livros e trabalhos. Goiânia (GO) foi presenteada com uma magnífi-ca apresentação na área de projeto de barragens, que ilustrou a impor-tância dos conceitos técnicos e da sagacidade que deve acompanhar todo geotécnico. Os longos aplausos ainda foram poucos para agradecer esta histórica apresentação”, declara o presidente do COBRAMSEG 2014, Maurício Martines Sales.Com a Conferência, Pacheco Silva veio também o lançamento de um livro. A ABMS instituiu a conferência para homenagear o ilustre profissio-nal e ex-presidente da associação, Francisco Pacheco Silva, conforme deliberação do conselho diretor em reunião do dia 8 de novembro de 1990. Então, desde 1992 a conferên-cia tem sido realizada bienalmente tendo sempre como conferencista um engenheiro geotécnico escolhi-do por votação.

Nesta edição, o vencedor foi o enge-nheiro professor da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Manuel de Matos Fernandes que escolheu o tema “Grandes Esca-vações no Meio Urbano: Novos De-senvolvimentos para Controle e Pre-visão dos Movimentos Induzidos em Solos Moles”. Na ocasião ele mostrou um pouco dos desafios que a geotec-nia tem enfrentado para realizar com sucesso estas obras de que a comuni-dade tanto necessita e lançou o livro de sua autoria intitulado “Mecânica dos Solos: Introdução à Engenharia Geotécnica – Vol.2”. De acordo com Sales, a quantidade de trabalhos superou bastante a previ-são inicial e foi preciso locar mais sa-las para ampliar o número de sessões paralelas. No total foram 34 sessões abordando os 22 temas sugeridos aos autores, buscando uma maior versati-lidade dos congressistas para assisti-rem trabalhos em sua área de interes-se, bem como um elevado número de apresentações. Mais de 200 trabalhos foram apresentados oralmente o que incentivou a participação de muitos pesquisadores. A forma de apresentação dos demais trabalhos também foi elogiada pelos presentes. A apresentação dos “Pôsteres” foi feita de forma digital, dentro da feira e em horário que não comprometesse as demais atividades.

O próximo COBRAMSEG já tem local e data para acontecer. Belo Horizon-te sediou o 3º Congresso de Mecâ-nica dos Solos em 1966 e passados exatos cinquenta anos, acontecerá na capital mineira no período de 19 a 22 de outubro de 2016 o XVI COBRAMSEG. Para o presidente do Núcleo Regional de Minas Gerais da ABMS, Ivan Libanio Vianna a organi-zação do evento será uma grande responsabilidade para o núcleo que prepara o que há de melhor para oferecer aos colegas participantes. “Serão também realizados o VII GEO-JOVEM, o VII SBMR e teremos uma Feira de Expositores de fornecedores e empresas ligadas ao ramo. Um dos temas do congresso será ‘Geotecnia de Mineração’ e as principais mine-radoras atuantes no estado de Minas Gerais estarão apoiando o evento. Dentro das atividades culturais e so-ciais teremos um dia de visitas ao Cen-tro de Arte Contemporânea Inhotim, enorme espaço dedicado à exibição de arte situado dentro de um jardim botânico maravilhoso, hoje a maior atração turística de Minas Gerais”, re-vela Vianna.Sales finaliza dizendo que presidir a Comissão Organizadora do COBRAM-SEG 2014 foi uma oportunidade muito enriquecedora dotada por um trabalho intenso, muitas atividades, muita demanda, mas com uma re-compensa valorosa: os agradecimen-tos dos participantes. “Foi um evento memorável, trabalhamos o tempo todo alinhados com a Comissão de 2016, para que eles pudessem obter todas as informações e aprender com a nossa experiência”, relata.“Agradeço a colaboração da fantás-tica comissão organizadora que de-dicou mais de dois anos no plane-jamento e execução do evento, aos participantes e todos os associados que deram o melhor de si para fazer este congresso excepcional. Agrade-ço também à diretoria da ABMS, os colegas que colaboraram na revisão dos resumos e artigos, bem como nas mesas diretivas de tantas sessões. Por fim, meu profundo agradecimento a todos os patrocinadores que viabili-zaram e abrilhantaram este grande evento”, complementa.

Homenagem ao presidente do COBRAMSEG 2014

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