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Publicação BIMESTRAL N.º 245 janeiro-fevereiro 2017 ISSN 0871-5688 O PREÇO - 0,10 (IVA incluído) Com Maria, manter viva a chama missionária P. e Dário Balula Chaves [email protected] Lusa Neste ano do centenário das aparições, pedimos a Maria que mantenha sempre viva a chama missionária na Igreja e nos cristãos de Portugal. P ara a Igreja em Portugal e também para os Missionários Combonia- nos, 2017 vai ser um ano especial. Va- mos celebrar o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima com a presença do Papa Francisco, e, como Fa- mília Comboniana, celebramos também 70 anos de presença dos Combonianos em Portugal. A alegria do Evangelho é a nossa missão O Ano Santo da Misericórdia mexeu bastante com a mentalidade das pessoas e com os programas das dioceses e das paróquias: fez-nos sentir a necessidade de uma profunda renovação espiritual e pastoral a todos os níveis. Por todo o lado, como cristãos, sentimos cada vez mais necessidade de traduzir a fé que pro- fessamos em gestos concretos de amor misericordioso e de serviço e passar das tradições para um estilo de vida segundo os valores do Evangelho. Como cristãos, queremos ser uma Igreja “em saída”, mar- cada pela alegria do Evangelho e ser fiéis à vocação de discípulos missionários que recebemos no Batismo. Por isso mesmo, a diocese do Porto, por exemplo, iniciou um plano de pastoral para os próximos cinco anos cujo lema geral é «A alegria do Evangelho é a nossa missão». Ao longo de 2017, a nossa atenção volta-se para Maria, mãe e modelo da Igreja. É Ela que nos indica o caminho a seguir para sermos como Ela verda- deiros discípulos missionários. Ela é a virgem peregrina que nos guia para as fontes da alegria, onde a Igreja se renova em missão. A celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fá- tima com a presença do Papa Francisco no próximo mês de maio vai ser uma ocasião única de renovação espiritual e missionária para a Igreja em Portugal. Nesse sentido, evoco também o lema pastoral da diocese do Porto para este Ano Mariano «Com Maria, renovai-vos nas fontes da alegria». É um convite à renovação do espírito missionário da Igreja a todos os níveis. Um ano para dar graças O ano de 2017 é especial também para os Missionários Combonianos, que este ano celebram 70 anos da sua pre- sença em Portugal. Foi em 1947 que os primeiros missionários combonianos, vindos da Itália, chegaram a Viseu. Fo- ram recebidos de braços abertos naquela diocese e marcaram profundamente os cristãos com o seu espírito missionário e estilo de vida simples. Depois, mais seis comunidades surgiram em outras partes de Portugal, entre 1956 e 2012. A nossa missão é dupla: animação missionária da Igreja em Portugal e formação de novos missionários portugueses. E a semente vai produzindo bons frutos. Neste Ano Comboniano queremos dar graças a Deus pelos muitos missio- nários combonianos portugueses que seguiram os passos de S. Daniel Com- boni. Queremos também dar graças a Deus pelos muitos amigos da família comboniana que, com a sua oração, apoio e amizade, participam ativamente na tarefa da evangelização. Neste ano do centenário das apari- ções, pedimos a Maria, a serva fiel que disse “sim” à missão que Deus lhe con- fiou, a primeira missionária que trouxe Jesus ao mundo, que mantenha sempre viva a chama missionária na Igreja e nos cristãos de Portugal.

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Publicação BIMESTRAL

N.º 245 janeiro-fevereiro 2017

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

Com Maria, manter viva a chama missionária

P.e Dário Balula [email protected]

Lusa

Neste ano do centenário das aparições, pedimos a Maria que mantenha sempre viva a chama

missionária na Igreja e nos cristãos de Portugal.

Para a Igreja em Portugal e também para os Missionários Combonia-

nos, 2017 vai ser um ano especial. Va-mos celebrar o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima com a presença do Papa Francisco, e, como Fa-mília Comboniana, celebramos também 70 anos de presença dos Combonianos em Portugal.

A alegria do Evangelho é a nossa missão

O Ano Santo da Misericórdia mexeu bastante com a mentalidade das pessoas e com os programas das dioceses e das paróquias: fez-nos sentir a necessidade de uma profunda renovação espiritual e pastoral a todos os níveis. Por todo o lado, como cristãos, sentimos cada vez mais necessidade de traduzir a fé que pro-fessamos em gestos concretos de amor misericordioso e de serviço e passar das tradições para um estilo de vida segundo os valores do Evangelho. Como cristãos, queremos ser uma Igreja “em saída”, mar-cada pela alegria do Evangelho e ser )éis à vocação de discípulos missionários que recebemos no Batismo. Por isso mesmo, a diocese do Porto, por exemplo, iniciou um plano de pastoral para os próximos cinco anos cujo lema geral é «A alegria do Evangelho é a nossa missão».

Ao longo de 2017, a nossa atenção volta-se para Maria, mãe e modelo da Igreja. É Ela que nos indica o caminho a seguir para sermos como Ela verda-deiros discípulos missionários. Ela é a virgem peregrina que nos guia para as fontes da alegria, onde a Igreja se renova em missão. A celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fá-tima com a presença do Papa Francisco no próximo mês de maio vai ser uma

ocasião única de renovação espiritual e missionária para a Igreja em Portugal. Nesse sentido, evoco também o lema pastoral da diocese do Porto para este Ano Mariano «Com Maria, renovai-vos nas fontes da alegria». É um convite à renovação do espírito missionário da Igreja a todos os níveis.

Um ano para dar graçasO ano de 2017 é especial também

para os Missionários Combonianos, que este ano celebram 70 anos da sua pre-sença em Portugal. Foi em 1947 que os primeiros missionários combonianos, vindos da Itália, chegaram a Viseu. Fo-ram recebidos de braços abertos naquela diocese e marcaram profundamente os cristãos com o seu espírito missionário e estilo de vida simples. Depois, mais seis comunidades surgiram em outras partes de Portugal, entre 1956 e 2012. A nossa

missão é dupla: animação missionária da Igreja em Portugal e formação de novos missionários portugueses. E a semente vai produzindo bons frutos.

Neste Ano Comboniano queremos dar graças a Deus pelos muitos missio-nários combonianos portugueses que seguiram os passos de S. Daniel Com-boni. Queremos também dar graças a Deus pelos muitos amigos da família comboniana que, com a sua oração, apoio e amizade, participam ativamente na tarefa da evangelização.

Neste ano do centenário das apari-ções, pedimos a Maria, a serva )el que disse “sim” à missão que Deus lhe con-)ou, a primeira missionária que trouxe Jesus ao mundo, que mantenha sempre viva a chama missionária na Igreja e nos cristãos de Portugal.

2 FAMÍLIA COMBONIANA

JUSTIÇA E PAZ

Zero plásticos

Ir. Bernardino Frutuoso

Em Portugal, há uns anos que nos supermercados se têm de pagar os sa-cos plásticos, uma medida que procura diminuir o seu consumo. Recordemos que um saco de plástico demora, em média, mil anos para se decompor completamente. Noutras latitudes do planeta, adotaram-se medidas mais rígidas. Por exemplo, o Estado da Califórnia, nos EUA, realizou em novembro de 2016 um referendo no qual se aprovou a proibição do uso de sacos plásticos. Todos os anos, os norte-americanos deitam fora milhões de sacos plásticos, causando enormes danos no meio ambiente e pondo em risco a vida de várias espécies de ani-mais – principalmente espécies mari-nhas, como baleias, tartarugas e focas.

Efetivamente, o plástico é o princi-pal contaminante dos oceanos, segun-do denunciou a ONG Surfrider após um estudo de contaminação em cinco pontos da costa francesa e espanhola. «Todos os dias oito milhões de tone-ladas de resíduos acabam no oceano. E 80 % da poluição dos nossos mares é de origem terrestre e consequência da atividade humana, com repercus-sões terríveis na biodiversidade e no conjunto de nosso meio ambiente», afirma o presidente da Surfrider Foundation Europe, Gilles Asenjo. No documentário Plasticized (www.plasticizedthemovie.com) pode-se ver um grupo de especialistas a calcular o nível de resíduos de plástico no oceano.

Compromisso

O projeto europeu Zero Plásticos

para aterros em 2020 visa reduzir os

10 milhões de toneladas de resíduos de plástico – depositados em aterros todos os anos na União Europeia – para perto de zero. Pretende-se estimular o setor de reciclagem de plásticos, ao dispo-nibilizar mais resíduos de plástico e a recuperação de energia e, simultanea-mente, criar mais postos de trabalho na Europa. O objetivo é conseguir que cerca de 80 milhões de toneladas de re-síduos plásticos não acabem no aterro em 2020. Essa quantidade representa cerca de mil milhões de barris de pe-tróleo e uns 70 mil milhões de euros.

Viver sem plástico

O vídeo Vamos viver sem plás-

tico (www.youtube.com/watch?v= qP2qSJ9n7Ok, em inglês), ajuda-nos a conhecer alguns dados importantes sobre o nosso real consumo de plástico.

O vídeo apresenta imagens inéditas da ilha do lixo nas Maldivas e dá-nos algumas pistas inteligentes de como se poderia reduzir, signi4cativamente, os desperdícios de plástico. «Quando começamos a perceber a quantidade de plástico que usamos na nossa vida diária, é realmente difícil parar de in-formar sobre o mal que estamos a fazer uns aos outros e à Natureza. É nossa responsabilidade tomar uma decisão consciente todos os dias, a 4m de evi-tar dani4car o nosso meio ambiente. Vivemos num belo planeta que merece ser protegido», diz Alexis McGivern, autora do vídeo no seu blogue.

Ao dizer «não» ao plástico, econo-mizamos e cuidamos da nossa Casa Comum.

Os materiais plásticos fazem parte da nossa vida diária. Todavia, o uso inconsciente faz com que permaneçam na Natureza

centenas de anos. É urgente assumir atitudes responsáveis, para não poluir mais a nossa Casa Comum.

A Europa quer que em 2020 não haja resíduos de plástico depositados em aterros, em

contraposição com os 10 milhões de toneladas atuais

FAMÍLIA COMBONIANA 3

para a missão em portugal e na europa

P.e Claudino Gomes [email protected]

A Igreja celebra em 2017 o cente-nário das aparições de Nossa Senhora, em Fátima (13 de maio a 13 de outubro de 1917). Exultamos nesta experiência: Deus ama-nos e faz-Se próximo de nós, seu povo peregrino, enviando--nos Maria. Ela vem reencaminhar-nos para Jesus, único Salvador. Isto é o que evocam os bispos portugueses na carta pastoral Fátima, sinal de esperança para

o nosso tempo.

Nossa Senhora é portadora de bênçãos

A Mãe clemente foi enviada à lusa gente, de quem é a padroeira, para trazer ao mundo a bênção de Deus. Acerca da aparição de 13 de outubro, escreveu a Irmã Lúcia: «Vimos […] Nosso Senhor que parecia abençoar o mundo.» E os bispos portugueses refe-rem: «Deus […] na presença cheia de luz e beleza da Virgem Maria, mostrava a sua proximidade misericordiosa, junto do seu povo peregrino. No meio de situações verdadeiramente dramá-ticas, quando muitos contemporâneos estavam dominados pela angústia e a incerteza, quando a força do mal e do pecado parecia impor o seu domínio, a Virgem Maria faz brilhar […] uma bênção que revela a extensão da sua ternura a todas as criaturas.» Acres-centam os prelados, Maria «sai ao encontro dos seus 4lhos peregrinos para lhes oferecer consolação, estímulo e alento» e «desbloquear os obstáculos que impedem os seres humanos de experimentar a bondade» de Deus.

Remédios para a Igreja e a Europa

Os bispos encontram cinco remé-dios na Mensagem de Fátima.

1 - Adoração: crer, esperar, amar, adorar Deus, Trindade de Amor, que ama e quer ser amado. A adoração é «o modo de estar diante d’Aquele que está acima de todos os ídolos» com que o materialismo, o ateísmo e a indiferença «pretendem seduzir» as pessoas.

2 - Oração, que brota espontânea da união com Deus. «Do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!», disse o beato Francisco Marto. A oração no íntimo da alma é diálogo de amizade com Aquele que, uma vez encontrado e acolhido, transforma a vida dos Pas-torinhos e as nossas e leva a sentir e agir com Ele e como Ele.

3 - «Arder naquela luz que é Deus», partilhando a dor e a tristeza de Deus

Cura para a EuropaO Papa Francisco tem insistido com vigor na denúncia dos males que dilaceram

a Europa. Na sua visita a Portugal, usará por certo, como tem feito, maior energia e persistência em apontar os remédios e os processos de cura.

A isso apela a Mensagem de Fátima.

pelas ofensas e pecados e a consolá--l’O amando-O; palpitar em uníssono com o Coração de Maria, santuário da «graça e a misericórdia» de Deus para os pecadores e desgraçados.

4 - «Penitência! Não ofendam mais Nosso Senhor!» É urgente converter--se: deixar o mal, a indiferença e o mundanismo e praticar o Evangelho.

5 - Missão: o acontecimento de Fátima é um convite dirigido também a nós. O dom recebido leva consigo a entrega da própria vida em favor dos pecadores: penitência, oração, sacrifí-cio e reparação. Esta é também a nossa missão para uma Europa e um mundo renovado e mais feliz.

San

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A passagem pelo Pórtico Jubilar marca o inicio do Itinerário do Peregrino durante o Ano

Jubilar do Centenário das Aparições na Cova da Iria

6 FAMÍLIA COMBONIANA

linha direta

Corrida armamentistaMundo

Vaticano

Peru

O mercado do armamento não conhece o conceito “crise”

O Papa Francisco aponta a não-violência como um estilo de uma política para a paz na Mensagem para o Dia Mundial da Paz celebrado a 1 de janeiro. «Possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas», escreve. «Responder à violência com a violência leva a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos. No pior dos casos, pode levar à

Em 2016, as despesas militares registaram um aumento signi4cativo em todo o mundo. Atingiram a cifra de 1,5 mil milhões de dólares. Há uma corrida armamentista das superpotências, destinada a contrabalançar o poderio dos rivais. Neste sentido, os países com gastos militares mais elevados são os EUA (622 mil milhões de dólares), seguindo-se a China (191,8 mil milhões), o Reino Unido (53,8), a Índia (50,6), que de sexto passa para o quarto lugar (superando a Rússia), e a Arábia Saudita (48,6).

Contribui igualmente para o aumento das despesas nos orçamentos da defesa os con^itos em países da Ásia – Síria, Afeganistão, Iémen, por exemplo –, do Médio Oriente – Ira-que, Israel –, e de África: Sudão do Sul, República Centro--Africana, Nigéria, República Democrática do Congo.

Igreja aponta caminho para a paz

P.e Josef Schmidpeter (à esquerda) foi distinguido pelo seu

empenho constante e generoso em favor dos doentes e dos pobres

O P.e Josef Schmidpeter, missionário comboniano natural da Alemanha, é reconhecido pelo seu empenho constante e generoso em favor dos doentes e dos pobres. Aos 80 anos, trabalha no Peru. Ali, fundou duas policlínicas em Arequipa, cidade no Sul deste país da América do Sul, e um centro de saúde em Lima, a capital. Na policlínica de Arequipa são atendidas diariamente até 2200 pessoas. E muitas delas são pobres.

Por isto, o Governo alemão conferiu-lhe a Cruz de Mérito e, na circunstância, foram-lhe dirigidas estas palavras: «O P.e Josef é um construtor de pontes entre homens e culturas. É um exemplo para a nossa sociedade, que tem necessidade de pessoas como ele que nos recordam que vivemos no bem-estar e nos convidam a partilhar os nossos bens com os necessitados.»

morte física e espiritual», argumenta o papa. E defende: «Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência», esclarecendo que isso não significa rendição, negligência e passividade. Pelo contrário, «quando sabem resistir à tentação da vin-gança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais críveis de processos não-violentos de construção da paz», regista.

Cruz de mérito para padre comboniano

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FAMÍLIA COMBONIANA 7

O instituto comboniano nasceu há 150 anos

Relendo as origens do nosso Ins-tituto, é-nos difícil imaginar no que se tornaria com o passar do tempo. À morte do nosso Fundador, os mis-sionários contavam-se pelos dedos de uma mão. No 4m do século xix, o Instituto contava 18 sacerdotes, 21 Irmãos e 21 candidatos ao sacerdócio.

Os chamamentos de Deus

Daniel Comboni sentiu o chama-mento de Deus quando era ainda muito jovem, aluno do Colégio Mazza, lendo o testemunho dos mártires do Japão e depois ouvindo D. Angelo Vin-co, missionário acabado de chegar da África Central. Não obstante a idade, tomou a decisão que nunca abando-naria: dedicar toda a vida a anunciar o Evangelho aos povos africanos que – como intuía – tinham uma grande necessidade de conhecer a Boa Nova.

Como aconteceu com outros fun-dadores no seu percurso vocacional, também São Daniel Comboni foi obri-gado pelas circunstâncias a tornar-se fundador de uma família missionária. Esta sua experiência recorda-nos a importância de nos mantermos 4éis a um ideal, lembrando que como os marinheiros se deixavam guiar pelas estrelas se queriam chegar ao porto, nós temos de deixar-nos guiar pelos ensinamentos do Evangelho se que-remos ser pessoas coerentes e fiéis. A vocação missionária e a pertença a uma família missionária são um dom, não são mérito nosso. Somos missio-

nários porque Deus foi bom e quer servir-se de nós para mostrar o seu rosto aos que ainda não O conhecem.

Elos de santidade

Agradecemos a Deus pelo testemu-nho de tantos missionários que nos precederam e ofereceram a sua vida pela missão. Eles são os elos de uma longa cadeia de que fazemos parte, que nos reporta às origens, à fonte de onde nascemos. Pertencemos a uma família de santos de que devemos es-tar orgulhosos. Somos fruto do amor apaixonado do nosso fundador pela missão, herdeiros de uma vocação que brota do coração traspassado de Deus e nos leva até às periferias existenciais da História. Alguns de nós foram abençoados com o dom do martírio, expressão máxima de doação, como nos recorda o Evangelho: Não há maior amor do que dar a vida pelos seus ami-gos (Jo 15, 13).

Chamados a testemunhar o Reino

Continuamos a ser um Instituto pequeno: nunca ultrapassámos na nossa história os dois mil membros. Mas isto não deve desencorajar-nos, pelo contrário, deve estimular-nos a ser testemunhas 4éis da bondade e da misericórdia de Deus entre os últimos, aqueles que a sociedade esqueceu. A presença dos missionários que são testemunhas do Ressuscitado no meio dos pobres e marginalizados é uma bênção que nos recorda a razão de ser da nossa opção de vida. Eles são «pará-bolas existenciais», pontos de referên-cia nas tarefas que desempenhamos.

Vivamos este 150.º aniversário como uma oportunidade para apro-fundar e estender as nossas raízes, revigorar o nosso tronco e continuar a ser uma árvore que dá bons frutos de justiça, de paz e de caridade, para contribuir para o crescimento do Reino de Deus.

A 1 de junho de 1867, São Daniel Comboni fundou em Verona o Instituto para as Missões da Nigrícia – mais tarde chamado Missionários Combonianos do Coração

de Jesus. Para comemorar o 150.º aniversário, a Direção-Geral do Instituto escreveu uma carta a toda a família comboniana, de que publicamos trechos.

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Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 10020)Redação: Fernando Félix (CP 2838)/Carlos Reis (CP 4073)Gra%smo: Luís FerreiraArquivo: Amélia Neves

Redação e Administração: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Nº de registo: 104210Depósito legal: 7937/85Impressão:Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 29.500 exemplares

Ao chegar ao 4m o ano de 2016, re^etimos sobre todo o caminho feito pelo JIM-Jovens em Missão. Considero que foi um ano muito positivo, intenso em atividades e com várias alterações na estrutura do nosso movimento juvenil missionário inspirado em S. Daniel Comboni.

Ao longo de 2016, principalmente no Norte, onde os grupos JIM estão mais ativos (no Sul ainda estamos a traba-lhar na construção de grupos JIM), as várias equipas foram acompanhando os seus grupos, deslocando-se às paróquias para o efeito. E foram surgindo alguns grupos JIM.

Na Quaresma, tivemos os nossos retiros JIM, um Maia e outro em Santarém. De destacar que este ano arrancou no Sul, a partir do retiro JIM em Santarém, o grupo Fé e Missão, o qual só existia no Norte. Desde então, uma vez por mês, vários jovens dedicam um 4m de semana à oração, à missão e ao discernimento vocacional.

No verão, e apesar de a realização das Jornadas Mundiais da Juventude, na Polónia, coincidirem com a data da pere-grinação jovem a Fátima, a Semp’ábrir, tivemos um bom grupinho que rumou até ao santuário mariano, com muita alegria, fé e entusiasmo. Considero que foi um dos melhores anos desta peregrinação, que permitiu uma união de grupo, uma entreajuda e uma maior re^exão e oração.

O Fé e Missão do Norte também foi à JMJ na capital polaca, e regressaram dizendo que foi um encontro que os

fortaleceu imenso na fé e na sua união com a Igreja a que pertencem.

Em agosto, aconteceu, uma vez mais, em Camarate, o Missão Mais, onde os jovens encheram o seu coração com atividades de missão.

Em outubro, com muita alegria, mas também com alguma tristeza, vimos partir o P.e Leonel Claro para a missão no Chade, como ele tanto desejava. Deixou-nos em herança o JIM, ele que foi o maior entusiasta dos grupos Jovens em Missão. E, entretanto, várias outras atividades têm surgido, seja no Norte, seja no Sul, tais como a assistência a sem--abrigo, o evento Horizontes do Mundo e o Natal +.

O JIM em 2017

O futuro mostra-se risonho. Há muitos sonhos, muitos projetos para 2017. Há o sonho de o Sul ter grupos JIM; o sonho de alguns jovens Fé e Missão, Sul e Norte, partirem juntos para Moçambique, em missão durante um mês. Há muita vontade de trabalho, muito desejo de fazermos caminho juntos... 2017 será um grande ano simplesmente porque Deus conta connosco: conta comigo, conta contigo... Vais 4car no sofá?

Embalado por 2016, o JIM idealiza 2017

Pedro Nascimento [email protected]

O movimento JIM quer enviar jovens em missão para Moçambique

em 2017

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