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Escolher os cursos com mais empregabilidade emprego Profissões ligadas àstecnologias de informação vão continuar a crescer nos próximos anos. Além dos cursos de saúde ou matemática, o turismo também é uma boa opção e com elevada taxa de empregabilidade. GESTÃO & RH P.12

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Page 1: com mais empregabilidade - ULisboa · 2018. 7. 9. · gada a este espetro, como discipli-nas de comunicação, filosofia ou serviço social não é, ainda assim, sinónimo garantido

Escolheros cursoscom mais

empregabilidade

emprego Profissões ligadasàstecnologias de informação vãocontinuar a crescer nos próximosanos. Além dos cursos de saúdeou matemática, o turismo tambémé uma boa opção e com elevadataxa de empregabilidade.

GESTÃO & RH — P.12

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EMPREGO

Ensino superior. Os cursos com maisempregabilidade na hora de escolherProfissões ligadas às tecnologias de informação vão continuar em crescimento nos próximos anos. Além doscursos de Saúde ou Matemática, o turismo é também uma boa opção com elevada taxa de empregabilidade

—RUTE SIMÃO

[email protected]

Pousadas as canetas e arrumados os

livros, é hora de os alunos do ensi-no secundário fazerem planos àvida e ao futuro. Na quinta-feira,dia 12, são divulgados os resultadosda primeira fase dos exames nacio-nais. Menos de uma semana de-

pois, dia 18, arrancam as candidatu-ras ao ensino superior.

O curso de sonho nem semprecorresponde a um emprego de su-

cesso e, por isso mesmo, nada me-lhor do que uma atenta análise nãosó das aspirações pessoais mas tam-bém das condições reais de merca-do. O Dinheiro Vivo falou com vá-rios especialistas de recrutamento e

emprego de forma a perceber quaisas profissões que são sinónimo de

empregabilidade e crescimento nos

próximos anos.

As áreas de saúde, ciências, enge-nharias e matemáticas lideram o

topo das escolhas. As vertentes liga-das à tecnologia, como engenhariade software, data science, analyticsou machine learning traduzem-seem apostas quase ganhas, devido à

escassez destes recursos no merca-do laborai. A procura deverá crescera uma taxa de 5 % , em Portugal, nos

próximos dois anos, de acordo comdados da consultora Deloitte.

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Energias renováveis, marketingdigital, e-commerce e gestão de siste-

mas de informação são também re-feridas como escolhas que devemestar em cima da mesa no momen-to de delinear trajetórias laborais.

Por outro lado, há opções que fa-zem soar o sinal de alarme. "Nos

próximos três a cinco anos não se

vão sentir alterações na emprega-bilidade dos cursos de Ciências So-ciais e Humanas, que atualmentecontam com elevadas taxas de de-

semprego, em muitos casos supe-riores a 50%", alerta o partner daDeloitte Portugal, Sérgio do Mon-te Lee. Optar por uma vertente li-gada a este espetro, como discipli-nas de comunicação, filosofia ouserviço social não é, ainda assim,sinónimo garantido de fracasso.

"O risco de escolha de um curso,face à empregabilidade, dependeessencialmente da personalidade,contexto e capacidades técnicas decada candidato. Os candidatos comcursos nas áreas das ciências so-ciais são os que precisam de maistrabalho para se destacarem ou

para se colocarem em posiçõescom melhores condições", refereEdgar Campos, country managerda Unono em Portugal.

Também os dados do relatório co-nhecido esta semana da Direção--Geral de Estatísticas da Educação e

Ciência, divulgado pelo Ministérioda Ciência, Tecnologia e Ensino Su-

perior (MCTES), referentes à em-pregabilidade dos cursos destacamo sucesso dos alunos que envere-dam por medicina, enfermagemou engenharias (ver quadro).

Turismo emprega 90%Está fora do leque de hipóteses damaioria dos jovens na altura de es-colher uma profissão mas é um dos

setores que mais absorve mão-de--obra atualmente. A taxa de empre-gabilidade dos alunos formados pe-las escolas do Turismo de Portugalfoi de 90% no ano passado, segun-do o estudo de inserção profissionaldivulgado pela mesma entidade.

"Temos falta de pessoas, o turis-mo precisa de uma mão-de-obra in-tensiva e especializada, e com ocrescimento do turismo há menos

mão-de-obra disponível", garante o

presidente do Turismo de Portugal,Luís Araújo.

Os cursos de Técnicas de Cozinhae Pastelaria e o de Gestão Hoteleiraem Restauração e Bebidas regista-ram os valores mais elevados de em-pregabilidade, com 94% e 95% res-

petivamente. A necessidade de qua-lificar mais recursos para fazer face

ao boom do setor é uma constante."60% dos recursos humanos quetrabalham no turismo têm o ensinobásico. O nosso objetivo é daqui adez anos inverter esta situação e

que 60% dos trabalhadores tenham,pelo menos, o ensino secundário e

o ensino técnico-profissional. Por-

que é isto que nos vai permitir ser-

mos mais competitivos a nível in-ternacional", adianta Luís Araújo.

Para além do ensino profissional,também no ensino superior há vá-rias especializações na área do turis-mo que incluem opções como ges-tão hoteleira, gestão turística ouprodução alimentar.

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Adquirir competênciasA frequência universitária faz parteda preparação para o mercado labo-rai mas, segundo os especialistas,a tónica não deve recair sozinhaneste ponto. "É preciso investir emoutro tipo de aptidões mais trans-versais, como marketing pessoal,comunicação ou capacidade comer-cial, que certamente irão aumentara. performance em processos de re-crutamento futuros", enumera oconsultor da Michael Page Finance,Fábio Alves.

A visão é partilhada por EdgarCampos, que refere os estágios de

verão, as viagens e o voluntariadocomo experiências enriquecedorasdo currículo profissional. MiguelGonçalves, comandante executivoda Spark, destaca ainda a necessida-de de tirar o pulso ao mercado labo-rai previamente "não apenas paraconhecer diferentes funções e cul-turas organizacionais mas também

para começar a antecipar o ritmo do

próprio mercado de trabalho".A velocidade do crescimento e

das mudanças nas várias profissõesdevem fazer parte do horizontedos alunos que agora se candidatamao ensino superior. Mais do queaprender uma profissão, é impera-

tivo desenvolver aptidões extra quepermitam uma adaptação cama-leónica aos vários desafios futuros."É necessário desenvolver compe-tências comportamentais relacio-nadas com o trabalho em equipa,a abertura à mudança e flexibilida-de. A crescente velocidade da dis-

rupção tecnológica faz que deter-minadas competências técnicas

passem a ser obsoletas muito rapi-damente, pelo que a flexibilidade e

a capacidade de se reinventar seráfundamental neste novo contextode emprego", conclui Sérgio doMonte Lee.