com a palavra rodrigo bertoccelli, do ibdee, · 2020. 8. 21. · ano iii – nÚmero 8 – abr a...

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ANO III – NÚMERO 8 – ABR A JUN 2017 COM A PALAVRA Rodrigo Bertoccelli, do IBDEE, explica o compliance nas empresas Preparado para muitas ações O SINDCON tem uma agenda repleta de atividades para 2017. E os maiores beneficiados são os colaboradores das concessões privadas em todo o país. Confira como participar de qualificação profissional, prêmios e outras iniciativas na página 6. LIGADOS NO FUTURO Aumentam as perspectivas de investimento em saneamento no Brasil para os próximos anos. Com isso, cresce a importância e as oportunidades de quem trabalha no setor. CONCESSIONÁRIAS As melhores colocadas no Ranking do Instituto Trata Brasil

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  • ANO III – NÚMERO 8 – ABR A JUN 2017

    COM A PALAVRARodrigo Bertoccelli, do IBDEE, explica o compliance nas empresas

    Preparado para

    muitas ações

    O SINDCON tem um

    a agenda repleta de a

    tividades

    para 2017. E os maiore

    s beneficiados são os

    colaboradores das con

    cessões privadas em

    todo o país.

    Confira como partici

    par de qualificação p

    rofissional,

    prêmios e outras inic

    iativas na página 6.

    LIGADOS NO FUTUROAumentam as perspectivas de investimento em saneamento no Brasil para os próximos anos. Com isso, cresce a importância e as oportunidades de quem trabalha no setor.

    CONCESSIONÁRIASAs melhores colocadas no Ranking do Instituto Trata Brasil

  • Disponível a partir de maio, o

    Panorama da Participação

    Privada no Saneamento Brasil

    2017, contém capítulos inéditos

    sobre as contribuições que a

    iniciativa privada já realizou no

    saneamento em todo o mundo,

    além de entrevistas com

    autoridades ligadas ao setor.

    PANORAMA DAPARTICIPAÇÃO PRIVADANO SANEAMENTOBRASIL 2017

    Acesse o Panorama da Participação

    Privada no Saneamento Brasil 2017 em

    www.abconsindcon.com.br

  • / Editorial

    No Brasil, praticamente todas as residências possuem um telefone celular, mas 17% desses domicílios ainda não tem acesso à água potável. Isso sem mencionar o nosso déficit de tratamento e coleta de esgoto, que é muito maior do que o aceitável.

    Graças à regulação e à presença efetiva da iniciativa privada, a telefo-nia conseguiu em menos de duas dé-cadas aquilo que o saneamento espera atingir há muito tempo: a universali-zação dos serviços.

    Mas essa história de atraso pode estar com os dias contados. De um ano para cá, aumentou bastante a conscientização da sociedade sobre a urgência de levar o pleno sanea-mento à população, como forma de garantir mais saúde e qualidade de vida a todos.

    E, com o debate promovido a partir dessa necessidade, cresceu a percepção de que a iniciativa privada é uma alternativa cada vez mais im-prescindível, não apenas para acelerar os investimentos, mas também pro-mover a gestão que vai permitir com que mais brasileiros tenham acesso aos serviços básicos de água e esgoto.

    A expectativa é que tenhamos no-vas concessões privadas surgindo em

    um futuro próximo. Essa expansão significa aumento de responsabili-dade para nós do SINDCON, que temos como uma de nossas missões capacitar os recursos humanos que atuam em nosso segmento.

    Dessa forma, em 2017, o Sindi-cato pretende multiplicar suas ações e consolidar muitas das iniciativas que já vinham sendo realizadas e que demonstraram ter grande impacto entre nossos associados, tais como o Prêmio Sustentabilidade e os cursos de capacitação. O MBA, em parceria com a Trevisan Escola de Negócios, que inicia em abril, e os cursos EAD (já apresentados na última edição da revista) são exemplos de novas fren-tes de atuação que prometem render bons frutos.

    Como profissional que atua há vários anos no setor, sinto-me esti-mulado a contribuir com o avanço do saneamento neste novo cenário. E, como dirigente do SINDCON, acre-dito que nossos associados também estão vivendo essa expectativa.

    Por parte do Sindicato, faremos todos os esforços para municiar nosso pessoal com as ferramentas que abri-rão as portas do crescimento pessoal e profissional.

    Hora de investirALEXANDRE LOPESPresidente do SINDCON

    3 | CANAL SINDCON

  • / Índice

    06Repaginando: o SINDCON acompanha os bons ventos do setor e amplia suas atividades, de acordo com o Planejamento Estratégico definido para a entidade.

    CAPA

    14

    24

    Integrante do Comitê Jurídico da ABCON, o advogado Rodrigo Bertoccelli esclarece o que é o “compliance” e porque, em tempos de discussões éticas no ambiente empresarial, essa palavra estrangeira é tão importante.

    Concessões privadas são destaque no novo ranking do Instituto Trata Brasil com as melhores cidades no saneamento.

    Com a palavra

    Concessionárias

    ANO III – NÚMERO 8 – ABR A JUN 2017

    05 | Carta EditorialSantiago Crespo, presidente da ABCON, fala sobre o futuro

    10 | PrêmioProjetos inscritos na segunda edição do Prêmio Sustentabilidade devem ser entregues até o dia 5 de maio

    18 | SetorMomento de se discutir como o saneamento avançará nos próximos anos com a iniciativa privada

    20 | AntenaComeça a contagem regressiva para o Fórum Mundial da Água, em 2018. Todos podem contribuir com sugestões para o evento

    21 | Comunicação Entidades do setor querem tornar o saneamento uma notícia mais “quente” na imprensa

    22 | Dia do TrabalhoSaúde é o que interessa

    25 | Na RedeLivros revelam a beleza de Cabo Frio e a rica fauna da Lagoa de Araruama

    4 | CANAL SINDCON

  • / Carta Editorial

    Em conjunto com o SINDCON, a ABCON concluiu recentemente seu planejamento estratégico, e inicia, dessa forma, um novo ciclo. Duran-te os próximos cinco anos queremos ampliar a presença da iniciativa priva-da no cenário do saneamento e, assim, contribuir de forma mais efetiva para termos serviços de água e esgoto para uma parcela cada vez maior da popu-lação brasileira.

    Muitas das ações previstas pelo plano dependem do engajamento de pessoas que hoje estão envolvidas com a operação das concessionárias priva-das em todo o país, desde integrantes do corpo gerencial das empresas até o pessoal que atua diretamente em con-tato com os usuários que dependem de nossos esforços.

    A ABCON trabalha em parceria com o SINDCON em muitas frentes. Essa estreita colaboração inclui o in-centivo para que mais e mais colabo-radores das empresas participem dos debates sobre o saneamento, seja no âmbito local, regional ou nacional.

    Há vários fóruns em que o tema é motivo de discussão, começando pe-las associações de moradores das co-munidades, passando por audiências públicas, reuniões periódicas de co-mitês de bacia, agentes reguladores e intercâmbio com outras instituições e órgãos jurídicos, financeiros, ambien-tais e de defesa do consumidor.

    A ABCON vem construindo ao longo dos anos uma ampla rede de participação institucional, que está aberta à presença de novos nomes e lideranças que se interessem em fazer parte da divulgação dos princí-pios da atuação da iniciativa privada: contratos fortemente regulados e com metas de investimento, foco na gestão, transparência e parceria com o poder público.

    Os modelos e ferramentas que regulam essa participação estão de-finidos no Sistema de Integração e Representação Institucional, o SIRI, e suas representações internas e ex-ternas, já divulgadas em outras ocasi-ões aqui na Revista Canal.

    Paralelamente a esse estímulo à participação e colaboração, existe a iniciativa da entidade de levar a to-dos informações sobre o cenário do saneamento e os grandes temas que afetam o setor.

    Nesta edição da Revista Canal temos um exemplo dos debates que estão sendo travados atualmente so-bre como a participação da iniciativa privada no saneamento poderá evo-luir nos próximos anos.

    É dessa forma, com parceria, in-formação e participação, que esta-mos preparando a ABCON para uma nova etapa de sua história.

    Parcerias renovadasSantiago CrespoPresidente do Conselho Diretor da ABCON

    5 | CANAL SINDCON

  • / Capa

    Da teoria à prática

    Em março, o SINDCON e a ABCON (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Ser-viços Públicos de Água e Esgoto) concluíram seu Plano Estratégico conjunto, que estabelece uma série de diretrizes para a atuação das enti-dades nos próximos cinco anos.

    Em relação ao SINDCON, o Pla-no recomenda que o Sindicato “in-vista” em algumas ações importantes, como a construção de novas parce-rias, a promoção de eventos dirigidos (Encontro Nacional das Águas) e a realização de cursos de capacitação. No caso, essas três linhas de ativi-dade já vinham sendo contempladas pela entidade. Outras iniciativas,

    porém, são novas e começam a fa-zer parte do “mix” de produtos que o SINDCON passará a oferecer em breve para seus associados.

    Um exemplo de atividade consi-derada “chave” para o SINDCON a partir deste ano são os cursos on- line (webinars), que se consolidaram como tendência em diversos setores.

    Em 2016, aconteceu a primeira experiência bem-sucedida do Sindi-cato nessa modalidade, em parceria com a empresa Itron. Agora, a inten-ção é oferecer novas possibilidades de qualificação on-line ao associado.

    “Além de atender ao planejamento estratégico, precisamos estar atentos às oportunidades que surgirão nos próxi-

    Com novo plano estratégico, o SINDCON amplia seu leque de ações para atender às expectativas dos associados

    mos anos para promovermos a capaci-tação de quem atua no segmento priva-do do saneamento”, avalia o presidente do SINDCON, Alexandre Lopes.

    “A perspectiva é que o Brasil passe por um novo ciclo de investi-mentos no setor, o que significa mais chances de crescimento profissional para quem estiver trabalhando em concessões privadas. Quem estiver atualizado, sai na frente. O mercado tende a se tornar cada vez mais com-petitivo”, completa Alexandre.

    Acompanhe nas próximas páginas um pouco mais sobre os destaques da Agenda 2017 de atividades dirigidas a seus associados e outros públicos--alvo da entidade.

    6 | CANAL SINDCON

  • Participação em eventosEm 2017, o SINDCON vai par-

    ticipar de diversos eventos ligados ao saneamento.

    Até meados de abril, já haviam sido realizados, por exemplo, um encontro sobre recursos hídricos promovido pela ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base); a feira e congresso da Pollutec; e o 1º Simpósio Nacional sobre Dessalini-zação e Reúso de Água.

    Quando o SINDCON não par-ticipa diretamente da programação, com apresentações de números e “cases” das concessões privadas no saneamento, a entidade apoia institu-cionalmente as iniciativas, o que re-verte em descontos nas inscrições dos

    associados que desejarem participar, individualmente, dos eventos.

    Em muitas ocasiões, são repre-sentantes das concessionárias que são convidados a participarem dos even-tos. Todos contam com o suporte do SINDCON quando eventualmente é solicitada uma apresentação insti-tucional do Sindicato. Exemplares do anuário Panorama da Iniciativa Privada no Saneamento também são distribuídos e, assim, levam ao conhe-cimento do público algumas das mais importantes realizações das conces-sões privadas no país.

    No segundo semestre, o destaque será o estande da entidade no Congres-so ABES Fenasan, de 2 a 6 de outubro,

    em São Paulo. O Sindicato espera re-ceber centenas de associados durante o evento, que, juntando feira e congresso paralelo, é considerado o maior encon-tro de saneamento ambiental do conti-nente. Nele, além do estande ABCON/SINDCON, as empresas associadas inscrevem seus trabalhos e apresentam suas tecnologias, dentro da programa-ção regular do Congresso.

    A presença do SINDCON nesses seminários e fóruns de debate vem ao encontro de alguns dos principais objetivos definidos no novo Plano Estratégico do Sindicato, como a am-pliação da representação institucional e o incentivo à formação técnica e profissional de seus associados.

    A participação nos principais eventos do setor fortalece a representação institucional

    7 | CANAL SINDCON

  • / Capa/ Capa

    Panorama da Iniciativa Privada chega a 4ª edição

    Com uma palestra de apresentação dos prin-cipais números da atividade privada no setor, o SINDCON e a ABCON lançaram durante o IV EMDS – Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela FNP – Frente Nacional de Prefeitos, em Bra-sília, a 4ª edição do Panorama da Participação Privada no Saneamento.

    Este ano a publicação traz capítulos inéditos sobre as contribuições que a iniciativa privada já realizou no saneamento em todo o mundo, com exemplos colhidos em outros países; e também sobre o cenário atual do setor após 10 anos da Lei do Saneamento (Lei 11.445/07).

    O Panorama 2017 também entrevistou autoridades ligadas ao setor, e trouxe algu-mas Cidades Saneadas operadas pela iniciativa

    privada no Brasil como exemplos de bons in-dicadores e de políticas públicas para o sane-amento em parceria com a iniciativa privada.

    Os “cases” escolhidos este ano pelo Pano-rama foram: Região dos Lagos (RJ) (conces-sionária Prolagos, que atende as cidades de Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia); Araruama, Silva Jardim e Saquarema (atendi-das pela concessionária Águas de Juturnaíba), Santa Rita do Passa Quatro (concessionária Comasa) e Palestina (concessionária ESAP).

    Em 2016, o Panorama já havia destacado os municípios de Araçatuba, Barra do Garças, Campo Grande, Campos dos Goytacazes, Guará, Jundiaí, Matão, Niterói, Primavera do Leste, Ribeirão Preto e Votorantim.

    8 | CANAL SINDCON

  • Investimentos no setor

    9 | CANAL SINDCON

  • / Prêmio

    Águas de maioO mês marca a data final de entrega dos projetos que irão concorrer ao 2º Prêmio Sustentabilidade

    Terminou em março a fase de inscrição dos projetos que irão concorrer ao 2º Prêmio Sustentabilidade.

    Somando as três categorias (Gestão, Institucional e Técnica), os organizadores do Prêmio receberam 116 inscrições, vindas de praticamente todos os grupos que atuam no âmbito do SINDCON e suas concessionárias.

    Agora, os autores das inscrições que assinam os pro-jetos têm até o dia 5 de maio para formatarem e des-creverem suas iniciativas, demonstrando e mensurando os resultados obtidos.

    A cerimônia de premiação está prevista para acontecer em agosto deste ano, em São Paulo.

    No hotsite www.abconsindcon.com.br/premio es-tão todas as informações necessárias para quem já se inscreveu e agora está formatando o projeto para concorrer à premiação, que este ano será de R$ 15 mil, R$ 6 mil e R$ 3 mil para o primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente.Confira as dicas e o passo a passo para concluir com êxito a próxima etapa do Prêmio.

    Águas de maio

    10 | CANAL SINDCON

  • Este ano, o SINDCON tomou a iniciativa de vi-sitar as concessionárias para apresentar a segunda edição do Prêmio Sustentabilidade, esclarecer dúvi-das sobre o regulamento e incentivar as equipes das empresas a se inscreverem.

    Batizada de Road Show, a série de visitas atingiu diretamente mais de 200 pessoas que estiveram em contato com representantes da entidade no próprio local de trabalho.

    Além de divulgar o Prêmio, o Road Show foi uma oportunidade de o sindicato estar próximo de seus asso-

    Um show de informaçãociados, detalhando outros produtos e iniciativas, como o SPRIS, SIRI, Programas de Capacitação, News, Revista Canal, ações nas mídias sociais e outros.

    Assim, boas ideias surgiram e a integração entre o SINDCON e seus associados tornou-se ainda maior. No total, participaram 11 concessionárias associadas de norte a sul do país. As contempladas foram: Águas do Impera-dor, Manaus Ambiental, Águas de Paranaguá, Itapoá Sa-neamento, Águas de São Francisco do Sul, SÁGUA, CSJ, Ambient, Água de Guará e também a sede da ENOPS, da CAB ambiental e AEGEA.

    Equipe da CSJ de Jundiaí, SP

    11 | CANAL SINDCON

  • O Prêmio Sustentabilidade do SINDCON já está sen-do reconhecido internacionalmente como uma iniciativa que destaca as melhores práticas adotadas pelos profissio-nais das concessionárias privadas de saneamento.

    Em janeiro, o newsletter em inglês da Aquafed (Fe-deração Internacional das Concessionárias Privadas de Saneamento) trouxe uma matéria com fotos sobre o Prêmio, suas categorias e o compromisso do certame

    Ultrapassando as fronteirascom o meio ambiente e o direito à água (veja o original em https://goo.gl/HEuAzV).

    A Aquafed representa mais de 200 associados em todo o mundo, e faz parte do grupo de consultores da ONU sobre o tema “saneamento”. A missão da associação é cons-cientizar a comunidade internacional sobre os problemas da água e funcionar como canal de comunicação entre ins-tituições públicas e a iniciativa privada atuante neste setor.

    / Prêmio

    12 | CANAL SINDCON

  • QUER PARTICIPAR DA PESQUISA DA REVISTA CANAL?É so mandar um WhatsApp para 11 96577.9994 com seu número de

    telefone, seu nome e a empresa que você trabalha, que retornaremos o

    contato. Sua participação fará toda diferença!

    NA REVISTACANAL,VOCÊTEM VOZ.

  • / Com a palavra

    14 | CANAL SINDCON

  • “Compliance” é uma palavrinha em inglês que tem um significado muito importante: basicamente, ela quer dizer “cumprimento de re-gras de conduta e da legislação”. É uma referência de que, sim, é possível e é preciso viver, traba-lhar e obter resultados fazendo as coisas do jeito certo. E isso é cada vez menos uma ques-tão de “escolha” pessoal ou de cada empresa, mas sim uma real neces-sidade para quem deseja atuar no mercado de trabalho, principalmen-te depois que a Lei Anticorrupção passou a exigir a adoção do chama-do Programa de Integridade. Para explicar um pouco mais sobre reputação, transparência, ética, conduta e outros compor-tamentos e ações exigidos pelo “compliance”, nós convidamos o advogado Rodrigo de Pinho Bertoccelli, um especialista com bastante experiência também no setor de saneamento. Não perca.

    Faça a coisa certa!

    Rodrigo Bertoccelli: “Compliance é uma referência de que, sim, é

    possível dar certo, fazendo a coisa certa, do jeito certo”

    O entrevistadoRodrigo Bertoccelli é graduado em Direito Processual Civil pela Univer-sidade Mackenzie e pós-graduado em Contratos Empresariais pela FGV-GVLaw. É Secretário da Coor-denação de Saneamento do Con-selho Federal da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB), membro da Comissão de Estudos de Sanea-mento do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e do Comitê Jurídico da ABCON. O advogado desenvolveu sua car-reira no setor de infraestrutura, passando por empresas como Construbase Engenharia e Cons-trutora Andrade Gutierrez. Nesta entrevista fala também como Ge-rente Jurídico na empresa GS Ini-ma Brasil e como atual presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial – IBDEE (veja Box na página 17).

    15 | CANAL SINDCON

  • / Com a palavra

    Para quem trabalha nas empresas privadas de saneamento básico, qual é o principal desafio embutido no “compliance”?Os programas de “compliance” po-dem auxiliar as pessoas e as em-presas do setor a desenvolverem seus negócios com ainda mais transparência e gestão de riscos, bem como ajudar na preservação de suas imagens perante a socie-dade. Isso é cada vez mais impor-tante, até porque hoje já há uma grande exposição das empresas privadas de saneamento obtendo licenças, alvarás e autorizações, ou mesmo sendo contratadas por meio de licitações para a operação de ativos necessários à infraes-trutura e à qualidade de vida das pessoas. O desafio é enorme em termos de “compliance”, principal-mente em um momento tão sensí-vel para a infraestrutura nacional e diante dos fatos revelados na ‘Ope-ração Lava Jato’.

    É possível dizer então que, ao se-guir um programa de “compliance”, as pessoas passam a correr menos riscos em sua vida profissional? Sim, mas não é apenas isso. Além de amenizar possíveis sanções administrativas e/ou judiciais de-correntes da aplicação da Lei nº 12.846/13 [“Lei Anticorrupção”] e, dessa maneira, mitigar custos e ris-cos diante de sua responsabilidade objetiva por atos de corrupção, um programa de “compliance” pode ampliar a confiança nos negócios e melhorar a reputação da empresa no mercado.

    Mesmo assim, boa parte das pes-soas ainda confunde “compliance” com “burocracia”. Diante disso, qual a importância de envolver os gestores no programa?O envolvimento da alta direção é fundamental para a efetividade de um programa de “compliance”. De

    nada adianta a empresa ter como valor a integridade, se a métrica para aferir o bônus de seus profissionais pressupõe metas que demandariam ações ilegais, por exemplo. A alta direção pode servir de norte para a implantação e o desenvolvimento desse tipo de programa. Aliás, pen-so que se não houver esse compro-metimento, o “compliance” passa a ser uma ‘peça de ficção’, quando não cuida, por exemplo, da cultura e dos incentivos que as empresas oferecem às pessoas.

    Numa empresa privada de sanea-mento, qual é o passo a passo para colocar em prática e tornar eficaz um programa de “compliance”? Para colocar em prática um progra-ma desse tipo o primeiro passo é o efetivo comprometimento da alta direção da empresa, como disse antes. Na sequência, é fundamental que se crie políticas, procedimentos e controles de referência; estruture--se um programa de comunicação, treinamento e sensibilização dos colaboradores para condutas éti-cas; avalie-se, por meio de monito-ramentos e auditorias, o programa para garantir a sua efetividade; que se aplique medidas disciplinares e ações corretivas pertinentes; e busque-se a melhoria contínua. Em suma, é preciso prevenir, detectar e corrigir condutas não aderentes à legislação e ao código de conduta da empresa.

    E no setor público? Onde estão os entraves legais e culturais e como o setor privado pode contribuir contra esses desvios?Trata-se de pavimentar uma relação ética e transparente entre o setor público e o privado, de modo que se preserve o interesse público ao mesmo tempo em que se estimule o desenvolvimento de novos projetos. Muitas empresas acreditam que o governo é quem pede suborno,

    que pratica extorsão e que elas são sempre vítimas. Mas, muitas vezes, são elas que instigam esse suborno para terem resultados financeiros mais rápidos.

    Quais seriam os caminhos segu-ros para lutar contra esse “círculo vicioso”? A ação contra isso começa com a recusa de subornos e a criação de políticas para mitigar atos do gêne-ro. Exemplo disso é a recente ISO 37001, norma internacional certifi-cável e específica contra o suborno. Já existem, portanto, orientações e procedimentos específicos. O de-safio, contudo, é comunicar essas políticas aos colaboradores da em-presa a fim de que todos estejam engajados, que seja uma solução coletiva, com o apoio incondicional da alta administração da empresa.

    O senhor afirma que o “complian-ce” gera valor às empresas. De for-ma objetiva, como isso acontece? De forma objetiva, o “compliance” aumenta o seu controle sobre os negócios e consequentemente miti-ga os riscos. Já sob o aspecto éti-co, pode gerar valor às empresas à medida que a sociedade começa a perceber que o resultado pragmáti-co do lucro não é exclusivamente a medida de um bom negócio. Dessa forma, o novo desafio está em criar lucro fundamentado em boas práti-cas e com transparência.

    Quer dizer que, com o “complian-ce”, as empresas podem influen-ciar na mudança de comportamen-to no mundo dos negócios?Sim, além dos significativos riscos jurídicos decorrentes de práticas de corrupção, valores como a ética e a sustentabilidade passam a ter real valor de mercado em um novo contexto econômico. Por isso, as empresas podem influenciar uma mudança de comportamento nos

    16 | CANAL SINDCON

  • negócios. Se num certo momen-to o economista americano Milton Friedman afirmou na década de 70 que “o negócio dos negócios são os negócios”, sob uma perspectiva pragmática do lucro acima de qual-quer coisa, aos poucos um novo pa-radigma jurídico e comportamental é construído no sentido de que as empresas não estão sozinhas no mundo, mas só existem porque há pessoas, meio ambiente, parceiros e clientes.

    Em que medida isso aumenta a responsabilidade dos profissionais e das empresas em que trabalham? A responsabilidade ética que se deve cobrar das empresas e de quem ne-las trabalha é que elas pertençam a algo maior, o que também pode ser entendido como responsabilidade social, socioambiental ou como a sustentabilidade de seus negócios. Se o lucro na década de 70 era o úni-co indicativo de um negócio bem-su-cedido, a responsabilidade ética do empresário moderno está em criar lucro fundamentado em boas prá-ticas e com transparência. Ao fazer isso, a empresa agrega valor para a sociedade e cria uma referência de que sim, é possível dar certo, fazen-do a coisa certa, do jeito certo.

    • Também funciona como mecanismo de credibili-dade e transparência, dentro do interesse público de contratação de empresas idôneas para servirem à coletividade;

    • Políticas específicas não devem ser demasiada-mente extensas, densas, pouco claras. É importan-te que contenham exemplos e casos aplicáveis à rotina das pessoas que trabalham na empresa;

    • É mais efetivo à medida que acompanhado de trei-namentos regulares, com situações locais e hipóte-ses correntes no contexto de violações ao progra-ma de “compliance”;

    • Importante que esteja adaptado às peculiaridades da lei brasileira trabalhista e anticorrupção. Mesmo nos casos em que haja necessidade de que as nor-mas internacionais também sejam compreendidas, o contexto e cultura locais devem ser considerados durante a implantação;

    • O Estado brasileiro exige cada vez mais das empre-sas privadas que elas tenham programas internos de controle e integridade. Dessa forma, também se-ria importante que o próprio Estado ampliasse seus esforços e seus investimentos em programas de gestão preventiva no setor público.

    “Compliance” em pílulas

    A atuação de Rodrigo Bertoccelli como presidente do Instituto Brasi-leiro de Direito e Ética Empresarial (IBDEE), ao mesmo tempo em que também faz parte do comitê jurídi-co da ABCON/SINDCON, contribui positivamente para a aproximação entre as entidades. Atualmente o IBDEE tem em seus grupos juízes, promotores, procurado-res, advogados públicos e privados. E,

    para ajudar ainda mais a oferecer um conteúdo qualificado, conta também com professores e acadêmicos das mais renomadas universidades brasi-leiras e internacionais.Dessa forma, crescem as possi-bilidades de abertura de espaços, formação de futuras parcerias e de compartilhamento de conteúdos e experiências, de modo a também ge-rar valor para a ABCON e SINDCON.

    Vale ressaltar que o IBDEE é uma entidade sem fins lucrativos e traba-lha para refletir o Direito como meio de contribuir para a integridade dos negócios. Busca, ainda, estimular a adequada relação dos empresários com o poder público. Na prática, trata-se de beneficiar a segurança jurídica e o crescimento econômico sustentável, sem qualquer vetor ide-ológico ou político.

    IBDEE e ABCON/SINDCON

    17 | CANAL SINDCON

  • / Setor

    “A presença da iniciativa privada poderia diminuir o tempo para que nós alcançássemos a universalização dos serviços de água e esgoto”. Essa afirmação do senador Roberto Muniz (PP/BA) durante sessão deliberativa extraordinária do Senado Federal, ajudou a colocar o saneamento e a participação privada em grande evi-dência no Congresso Nacional.

    Na importante sessão, transmiti-da ao vivo pela TV Senado, Rober-to Muniz alertou que a participação do segmento privado ainda é muito tímida. “Dos 5.566 municípios, algo próximo a 320 têm algum tipo de par-ticipação das empresas privadas, por

    Congresso volta olhos para o saneamentoPrioridades estão sendo debatidas em Brasília, com importantes questões do saneamento na pauta do Congresso Nacional

    meio de concessões, parcerias, con-cessões parciais, concessões plenas, aluguéis de ativos”.

    Pouco mais de 5% a 6% dos mu-nicípios no Brasil têm algum tipo de relação com a iniciativa privada. “Até o setor de petróleo e gás, que à pri-meira vista nos parece ser um merca-do só da Petrobras, é mais acessado pela iniciativa privada do que o setor de saneamento”.

    Para o senador, a qualificação da gestão não está localizada no público ou no privado. “Nós temos exemplos em ambos os caminhos, pois conheço empresas públicas muito bem geridas e empresas privadas também muito

    bem geridas”, afirmou. “Há municí-pios grandes geridos por empresas pri-vadas, nos quais os serviços vão bem, e também municípios com menos de 10 mil habitantes, igualmente geridos por empresas privadas, em que se resguar-dam todos os interesses públicos”.

    A explicação para a dificuldade de novas e mais parcerias também passa pela derrubada de mitos e dogmas que ainda persistem. “Há possibilidade de uso da inteligência desses dois seto-res, público e privado, para que nós possamos avançar”, concluiu Roberto Muniz. “Este é um momento muito oportuno para discutirmos a questão com mais profundidade”.

    Senador Roberto Muniz: presença da iniciativa privada é importante para alcançar a universalização no saneamento

    18 | CANAL SINDCON

  • No Senado Federal, outro aspecto que chama a atenção dos parlamenta-res é a “dragagem de recursos do sa-neamento”. “É o que estamos vendo acontecer no Rio de Janeiro”, explicou o senador Roberto Muniz (PP/BA).

    O Rio tem grandes déficits em di-versos setores e o Governo Federal sinalizou que, para fazer o ajuste fiscal do estado, é necessário que o Rio se comprometa a vender parte das suas ações, inclusive a Companhia Esta-dual de Águas e Esgotos (Cedae). “O problema é que o dinheiro dessa

    “Embora moralmente seja difícil ex-plicar, logicamente há um fascínio muito maior por viadutos, estradas e automóveis do que por obras vi-sando o saneamento”.Cristovam Buarque (PPS/DF)

    “É uma questão de cultura que faz com que o saneamento seja deixa-do de lado. É questão de cultura, de política e também agora uma ques-tão fiscal”.Cristovam Buarque (PPS/DF)

    “A gente pode caminhar para cons-truir uma solução pública em coo-peração com o setor privado, é pos-sível isso, com muito cuidado, mas é possível em diversos setores”.Cristovam Buarque (PPS/DF)

    “É claro que uma bem-estruturada empresa pública pode se utilizar de uma participação privada num inves-timento descentralizado num municí-pio menor, por ela subsidiado, por ela sustentado economicamente”.Roberto Requião (PMDB/PR)

    “As grandes empresas estaduais deveriam funcionar com subsídio cruzado: ganhando mais nas cida-des, com uma escala razoável de consumidores, e investindo na am-pliação do sistema nos municípios onde a remuneração é mais difícil”. Roberto Requião (PMDB/PR)

    “Acho que a gente precisa encontrar um meio termo. Não acho que o dé-ficit hoje existente no saneamento é fruto da presença do privado, por-que essa presença ainda pratica-mente não existe”.Roberto Muniz (PP/BA)

    “Com as PPIs, com as PPPs, nós precisamos atrair realmente o ca-pital privado, o capital de investi-mento, os fundos que estão por aí querendo ter lugares para investir de forma segura e de forma não destrutiva”.Hélio José (PMDB/DF) “Nós da Frente Parlamentar Mista da Infraestrutura, onde há 412 par-lamentares, poderíamos fazer um debate sobre essa questão da PPI, da PPP, do saneamento, da água e da energia”.Hélio José (PMDB/DF)

    “Tarifa social tem que ter. Aqueles que são atendidos pelos programas Bolsa Família ou estão no ‘Luz para Todos’ têm que ter a tarifa social”. Flexa Ribeiro (PSDB/ PA)

    venda não será destinado para re-solver o problema do saneamento, e sim para pagar as dívidas passadas”, alerta Muniz.

    “Ou seja, é aquela velha história de descobrir um santo para cobrir o outro”. Para o senador, se houver privatizações como a da Cedae, que sejam para acelerar a universalização dos serviços de saneamento, com os recursos da venda ficando no próprio setor. “Caso contrário, nós vamos pe-gar uma possibilidade real de alcan-çarmos algum tipo de eficiência, que

    “É descobrir um santo para cobrir o outro”é a combinação entre as empresas pú-blicas e privadas e vamos colocar essas parcerias na berlinda”.

    Para Roberto Muniz, “tirar di-nheiro do saneamento para colo-car em débitos passados não é justo, principalmente com as pessoas mais pobres do Brasil”, avaliou. “O que não podemos é entregar esses poucos recursos que estavam à disposição do setor para outros fins, pois essa é uma receita de bolo perigosa para aniqui-lar e tornar impossível o sonho da universalização do saneamento”.

    Frases da Sessão

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  • Mudanças climáticas, desenvolvi-mento sustentável dos ecossistemas, capital humano, finanças e a condição urbana. Esses são os tópicos centrais na grade de programação do 8º Fó-rum Mundial da Água, diversidade que aponta a abrangência das ques-tões relacionadas à água.

    A partir dos temas “guarda-chuva”, foram pensados subtemas no intuito de agregar todas as áreas de interes-se e discussões relativas à questão da água. Além disso, a organização do evento definiu três tópicos transver-sais, ou seja, que se permeiam rela-cionando todos os temas: governança, compartilhamento e capacitação.

    A boa novidade é que todo cidadão pode participar do processo de cons-trução do Fórum por meio da plata-forma denominada SuaVoz. A partir de qualquer cidade do mundo, basta acessar o site do Fórum e se creden-ciar gratuitamente. A partir daí, basta escolher as salas de discussão de seu interesse e interagir com os demais interessados, sempre com o apoio de moderadores treinados.

    A ferramenta de suporte A consulta on-line está preparada

    para receber contribuições em até 90 idiomas, dentre os mais falados pelo mundo. Recomenda-se o uso de lin-guagem simples e direta, já que se-rão utilizados aplicativos de tradução

    / Antena

    8º Fórum Mundial da ÁguaVocê também pode participar!

    automática. A plataforma permite a troca de arquivos magnéticos de tex-tos e/ou imagens, cujo envio e dis-tribuição deverá ser orientado pelos moderadores. Os comentários podem ser postados a qualquer hora e serão respondidos periodicamente pelos moderadores.

    Espera-se que um processo de consulta on-line aberto suscite um número expressivo de participantes, podendo chegar a milhares de con-tribuições em um curto intervalo de tempo. Nesse cenário, as colocações não serão respondidas individual-mente pelos moderadores das salas de discussão, mas transformadas em questões para reflexão. Aos modera-dores caberá organizar as manifesta-ções segundo a pertinência frente à temática em discussão e às diferentes visões apresentadas, construindo as-sim os próximos passos da discussão. Ao final da consulta, os moderadores de cada sala apresentarão um resumo das sugestões recebidas, além de um rol de questões a serem encaminhadas

    aos responsáveis pelo Fórum como contribuições.

    Os participantes da consulta on-li-ne serão de fundamental importância para apontar os encaminhamentos do 8º Fórum Mundial da Água, na medida em que são um espelho da perspecti-va da sociedade. Uma vez que este evento busca promover a conscienti-zação sobre as diversas dimensões da questão da água no mundo e construir compromissos políticos eficazes, o en-gajamento da sociedade civil é funda-mental e deverá impulsionar a vontade pública nas próximas décadas.

    O debate busca ainda induzir ações dentre temas críticos relacio-nados à água, medidas que facilitem a conservação, proteção, planeja-mento, gestão e uso eficiente do meio, com base na sustentabilidade ambiental. É neste sentido que a participação de todos os setores da sociedade, seja no meio público ou no privado, contribuirá para a sele-ção de temas mais relevantes para o enriquecimento do processo.

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  • / Comunicação

    Ao lado de outras entidades, o SINDCON e a ABCON partici-param em janeiro de um encontro promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), com o objetivo de lançar a Câmara Temática de Comunicação no Saneamento.

    O encontro foi coordenado por Dante Ragazzi Pauli, ex-presidente nacional da entidade. Ele apresen-tou uma preocupação que é unânime entre as entidades: a falta de espaço do saneamento na mídia. “A crise hí-drica ocorrida em 2014-2015 trouxe

    Em pauta, o saneamentoà tona um pouco mais sobre o assun-to, mas também revelou um grande desconhecimento sobre o tema, tanto na imprensa como entre os próprios profissionais do setor. Isso nos leva a uma necessidade de discutir comuni-cação. A população não sabe o que é saneamento”, afirmou ele. Para Dan-te, essa falta de conhecimento é re-sultado de uma falha de comunicação entre o setor e a sociedade.

    O ex-presidente da ABES também abordou a questão dos investimentos. “Nosso setor é pobre, uma vergonha. O Brasil investe apenas 2% de seu

    PIB em infraestrutura e nem 10% desse total vai para o saneamento”, completou.

    O encontro contou com a presen-ça do repórter Talis Maurício, repór-ter da rádio CBN em São Paulo, que mostrou algumas das características da imprensa em geral, enfatizando a necessidade de fomentar os veículos de comunicação com dados consisten-tes, bem como o interesse da mídia de ter acesso a fontes dispostas a serem entrevistadas, para esclarecer as muitas dúvidas sobre o saneamento que ainda persistem entre a população.

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  • / Dia do Trabalho

    Trabalhando em prol do saneamento e da saúde

    Neste Dia do Trabalho, a Revista Canal homena-geia os profissionais que trabalham em prol do melhor saneamento, e que são também considerados profis-sionais da saúde, uma vez que se dedicam ao nosso futuro: as crianças. Assim, é muito oportuno nos ins-pirarmos em Guimarães Rosa, que escreveu com ma-estria sobre uma época e uma região do sertão mineiro onde as condições de saneamento básico eram quase inexistentes.

    A água tratada muito escassa e, mesmo a sem tra-tamento, nem sempre disponível, se somavam aos rios infestados por caramujos transmissores de esquistos-somose. O resultado era cruel para os mais jovens,

    quando as doenças diarreicas imperavam como gran-des responsáveis pela alta mortalidade e as verminoses eram comuns na vida diária de crianças e adultos.

    Se recuarmos poucas décadas na história do Bra-sil, encontramos altas taxas de mortalidade infantil, muito em função do cenário tão bem descrito pelo romancista. No ano de 1980 foi registrada uma taxa de 70 óbitos de menores de um ano para cada 1.000 nascidos vivos, estando a diarreia entre as principais responsáveis. Hoje o Brasil apresenta uma Taxa de Mortalidade Infantil abaixo de 15 para cada 1.000 nascidos vivos. Um grande avanço, que ainda indica um grande desafio.

    Um menino nasceu, o mundo tornou a começar.(Guimarães Rosa)

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  • Com mais de 35 anos de experiência como pediatra do sistema pú-blico nos mais distantes rincões do Brasil, a Dra. Heleny Machado concedeu entrevista à revista sobre o tema da saúde infantil e as transformações das últimas décadas.

    Como a infraestrutura afeta a saúde infantil no caso brasileiro?A redução da natalidade, o acesso à água e esgoto devidamente tra-tados, a melhoria das condições habitacionais e a imunização são os grandes responsáveis pela diminuição da mortalidade infantil. Os micróbios (bactérias, vírus ou parasitas) que causam diarreia aguda são transmitidos pela água ou alimentos contaminados ingeridos. Vale lembrar ainda da presença dos agrotóxicos e dos metais pesa-dos na água, que também se controla com água e esgotos tratados. Ora, mesmo ainda estando aquém do ideal, algumas cidades brasi-leiras já alcançaram muito bom nível de saneamento básico, mas a situação ainda é muito desigual. Os piores índices ainda estão nas regiões Nordeste e Norte do país.

    Quais os efeitos das doenças transmitidas pela água nas crian-ças? E quais as consequências?As crianças estão mais sujeitas à desidratação que é causada pe-las perdas líquidas e, dependendo do estágio da desidratação, pode evoluir para um quadro grave, sendo necessária internação. É claro, também, que há perdas de nutrientes e outras graves repercussões sistêmicas que podem levar à desnutrição aguda e anemias, entre outros problemas.

    Que medidas você considera importantes para a defesa da saúde infantil hoje?Continuar as estratégias para alcançar a meta de universalização do saneamento básico no país, que está ainda abaixo de 50% da população, se considerarmos a média da população brasileira. E ainda incentivar o aleitamento materno em menores de seis meses; Ampliar a cobertura vacinal dos menores de cinco anos; combater o surgimento de mosquitos transmissores das arboviroses; melhorar o padrão educacional das famílias; garantir boas condições de habi-tação e aumentar a cobertura e a qualidade do pré-natal.

    Dra. Heleny Machado

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  • / Concessionárias

    Todo ano, o Instituto Trata Brasil (ITB) publica um ranking com a situ-ação do saneamento nos 100 maiores municípios brasileiros. A lista inclui todas as capitais e leva em conside-ração a evolução dos indicadores de água, esgotos, investimentos e perdas de água.

    Entre os 30 melhores colocados estão seis municípios que possuem concessões privadas, ou seja, 20% dos melhores desempenhos já contam com a parceria com o privado. Um resulta-do significativo, se considerarmos que a participação da iniciativa privada no setor não ultrapassa os 5% (e apenas 23% dos municípios por ela atendidos são de grande ou médio porte).

    Ainda de acordo com o ranking, baseado nos dados nacionais de sane-amento constantes do SNIS 2015, o Brasil tem 50,3% da população sem acesso à coleta dos esgotos, e somente 42% dos esgotos coletados são tratados.

    Confira o ranking do ITB no site www.tratabrasil.com.br

    Ribeirão Preto, SP

    Campo Grande, MS

    Jundiaí, SP

    Niterói, RJ

    Operações privadas são destaque no ranking das melhores em saneamento

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  • / Na Rede

    O livro, patrocinado pela concessionária Prolagos e grupo Aegea, traz um olhar diferente da cidade litorânea flumi-nense, que desde 1998 conta com a parceria da iniciativa privada para a melhoria de seus indicadores de saneamen-to. As imagens foram registradas ao longo de um ano por uma equipe de mais de 100 fotógrafos.

    #400vezesCaboFrio

    / Na Rede

    Aves da Laguna AraruamaDurante muito tempo, a Laguna Araruama recebeu volumo-sos lançamentos de esgoto in natura e, em 2000, chegou a ser considerada “morta”. Mas, nos últimos anos, com a presença de concessionárias privadas na região, a fauna voltou a se revitalizar. Este livro, também patrocinado pela concessionária Prolagos e grupo Aegea, é um testemunho desse belo processo de recuperação e preservação.

    25 | CANAL SINDCON

  • / Na Rede

    Saneamento é dignidade: informação ao alcance de todos

    A importância do saneamento básico e outros tipos de infraestrutura para a construção de um país mais jus-to e digno para todos já é de reconhecimento público, mas como nos manter informados e com propriedade para debater o tema?A página Saneamento É Dignidade, do jornalista Talis Mauricio, repórter da CBN e autodenominado “um cidadão inquieto com o descaso do poder público”, é um espaço dedicado aos assuntos que afetam o setor.Talis atualiza o blog com conteúdos próprios e pautas

    realizadas para a CBN, e também reproduz notícias de destaque na mídia. Com um texto simples, agradável e direto, ele nos leva até histórias de brasileiros comuns que sofrem com a falta de saneamento. O jornalista traz aos internautas informação substan-cial e ótimos comparativos. Leitura obrigatória para quem atua em serviços de água e esgoto.

    Vale a pena conferir.www.saneamentoedignidade.wordpress.com

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  • Diretoria

    Diretor PresidenteAlexandre Ferreira Lopes - Sanessol

    Diretor de Relações Institucionais e CorporativasCarlos Henrique Paganetto Roma Junior - Prolagos

    Diretora de Gestão e FinançasElisa Ribeiro da Silva Novaes Tuksa - Águas de Marília

    Diretor de Tecnologia e QualidadeLeonardo Silva Macedo - São Gabriel Saneamento

    Diretor de Relações TrabalhistasCarlos Henrique da Cruz Lima - Águas de Niterói

    Presidente do Conselho DiretorGiuliano Vito Dragone - CAEPA (Companhia de Água e Esgoto de Paraibuna)

    Conselho DiretorAndré Ferreira - CAB Ambiental

    André Lermontov - Águas de Nova FriburgoCarlos Roberto Ferreira - Sesamm

    Eduardo Berrettini - Samar Elizabeth Maia de Souza Mattoso Maia - Águas de Juturnaíba

    Felipe Bueno Marcondes Ferraz - Nascentes do Xingu Fernando Humphreys - Águas Guariroba

    Heraldo José de Lima - AmbientOswaldo Cruz - Águas do Mirante

    Eduardo Caldeira - Águas de Andradina Luiz Pannuti Carra - CSJ

    Maria Elena Simonin Ibertis Sanama - Saneamento Alta MaceióOsvaldo Rodrigues Souza - Manaus Ambiental

    Paulo Cesar de Oliveira Sá - Sagua - Soluções Ambientais de Guarulhos

    Conselho FiscalEduardo Cerquetani - ESAP

    Márcio Salles Gomes - Águas do ImperadorRonaldo Oller Tossi - Águas de Votorantim

    StaffDiretora Executiva do SINDCON - Ana Lia de Castro

    Assessoria Técnica - Giuliana Talamini e Patrícia MisturaGestão Financeira - Eliana Gonçalves Buratto

    Gestão Administrativa - Elaine Cristina das ChagasEstagiária - Mariana Zito

    Comunicação - Ana Rizzo - Comunicação IntegradaAssessoria de Imprensa - Em Foco Assessoria de Comunicação

    Assessoria Jurídica - Lacaz Martins

    Av. São Gabriel, 149 - Cj 507 - Itaim Bibi - CEP: 01435-001 - São Paulo - SPTel.: 55 11 3165-6158 - www.abconsindcon.com.br - [email protected]

    REVISTA CANAL SINDCON:Uma publicação do SINDCON - Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto

    CONSELHO EDITORIAL:Ana Lia de Castro - Diretora Executiva do SINDCON; Giuliana Talamini e Patricia Mistura - Assessoria Técnica do SINDCON;Ana Rizzo Comunicação Integrada; Aurea Figueira, Nelson Lourenço e Olivo Pucci - Em Foco Assessoria de Comunicação

    Desenvolvimento e gestão do projeto: Ana Rizzo - Ana Rizzo Comunicação IntegradaRedação: Em Foco Assessoria de Comunicação | Jornalista responsável: Nelson Lourenço (MTb 22.899)

    Projeto Gráfico: Desafio Comunicação | Impressão: Gráfica MundoTiragem: 5.500 exemplares | Periodicidade: Quadrimestral

    / Expediente

  • O saneamento é a peça-chave que liga o bem-estar das pessoas e a

    preservação do meio ambiente. Graças aos pro�ssionais que trabalham

    todos os dias para o saneamento das cidades e pela preservação dos

    corpos d’água, é que avançamos na busca da excelência e de condições

    dignas para a população brasileira.

    Neste Dia do Trabalho, a Revista Canal homenageia todos os pro�ssionais

    que não medem esforços para melhorar cada vez mais o saneamento no

    Brasil e a vida das pessoas, entregando águas de qualidade para a popu-

    lação e devolvendo em bom estado ao meio ambiente.

    1º DE MAIO - dia do trabalho

    365 diasde dedicação.