colÉgio pedro ii campus humaitÁ iiº... · 2019. 9. 18. · teve formação acadêmica e passou...

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1 Di Cavalcan Tarsila do Amaral Anita Malfa Projeto Gráfico: BDM Pornari Vicente do Rego Monteiro COLÉGIO PEDRO II - CAMPUS HUMAITÁ II Elaborada em 2017 e revisada 2018 pelas professoras: Beatriz & Mªdo Carmo Coordenadora Pedagógica: Profª Maria do Carmo Nome: _____________________________________________ Nº:___ Turma:_____

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Page 1: COLÉGIO PEDRO II CAMPUS HUMAITÁ IIº... · 2019. 9. 18. · Teve formação acadêmica e passou dois anos na Europa. Retornou ao Brasil no início dos anos 1930, época em que passou

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Di Cavalcanti

Tarsila do Amaral Anita Malfatti

Pro

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: BD

M

Portinari

Vicente do Rego Monteiro

COLÉGIO PEDRO II - CAMPUS HUMAITÁ II Elaborada em 2017 e revisada 2018 pelas professoras: Beatriz & Mªdo Carmo

Coordenadora Pedagógica: Profª Maria do Carmo

Nome: _____________________________________________ Nº:___ Turma:_____

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MODERNISMO NO BRASIL

O início do século XX trouxe muitas mudanças ao Brasil, com eventos como o início da industrialização e a grande imigração, criando uma sociedade complexa. Houve um considerável crescimento econômico e muitas transfor-mações sociais, resultado da convivência com diferentes culturas. Já em 1912, críticos e escritores como Mário de An-drade e Oswald de Andrade mencionavam uma nova arte, resultado da conscientização sobre o tempo em que viviam, e falavam sobre a necessidade da valorização das raízes na-cionais. Esta arte é apresentada aos brasileiros em duas ex-posições em São Paulo, consideradas precursoras da Arte Moderna no Brasil. A primeira em 1913, de Lasar Segall (1891-1957), com obras influenciadas pelo Expressionismo e pelo Cubismo, não teve grande repercussão ou impacto, provavelmente por se tratar de um estrangeiro, a quem teria sido concedido apresentar uma arte estranha ao gosto brasi-leiro.

“Duas amigas” 1913

A exposição de Anita Malfatti (1896-1964) de 1917 provocou grande reação nas pessoas ligadas à arte acadêmica ao apresentar 53 obras, pinturas fortes e expressionistas, com cores que pareciam exagera-das, pinceladas grossas “atiradas“ sobre a tela e formas distorcidas.

“A mulher de cabelos verdes”

1915

“O Homem Amarelo” 1915 “Uma Estudante” 1915

Anita Malfatti

Lasar Segall

Telas como “A Mulher de Cabelos Verdes”, “O Homem Amarelo” e “A Estudante Russa” levaram Monteiro Lobato a escrever uma crítica contundente intitulada “A Propósito da Exposição Malfatti” no jornal Estado de São Paulo, tendo sido esta considerada a mais forte reação dos espíritos conservadores à nova arte. Esta crítica provocou uma reação nos artistas inovadores, que se uniram à pintora e com ela traba-lharam para desenvolver uma arte livre dos limites impostos pelo academicismo. Nesse aspecto, Anita as-sume uma relevância histórica para a arte no Brasil porque aglutinou esses artistas cuja obra apontava para novos rumos. Em seguida, passa a tomar corpo a ideia da realização de uma exposição coletiva com o que havia de mais atualizado no país, e um dos maiores incentivadores foi o pintor Di Cavalcanti (1897-1976).

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Foram apresentados concertos e conferências. No saguão, ficaram as exposições de artistas plásti-cos como o escultor Victor Brecheret (1894-1955)e os pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), entre outros.

A Semana de Arte Moderna de 1922 foi realizada nos dias 13,15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.

“Dançarina” Década de 20 Mármore

Victor Brecheret

“Pierrete” 1922

“Nacimento de Vênus” 1938

“Cinco moças de Guaratingueta”

1930

Di Cavalcanti

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A Semana de Arte Moderna de 1922 marcou uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte no Brasil e seus eventos significaram uma primeira ruptura da arte brasileira com o academicismo pre-dominante até então. Os artistas buscavam criar formas que pudessem ser consideradas brasileiras, em um surto de nacionalismo, embora essa não fosse uma tarefa fácil. A primeira fase modernista conta com artistas como o carioca Di Cavalcanti, cuja arte foi muito co-nhecida pela presença da mulher como tema preferido. Brasileira, mulata, com formas sinuosas e lábios carnudos como um tipo de símbolo de brasilidade, criando uma produção muito pessoal e ligada aos temas nacionais, a partir da influência europeia. Vicente do Rego Monteiro, muito influenciado pelo cubismo, com obras de temas religiosos que apresentam o predomínio de linhas retas e nas quais o corpo humano é reduzido a formas geométricas. Teve grande interesse pelos temas ligados aos mitos indígenas brasileiros. Na escultura, Vítor Brecheret imprimiu um aspecto moderno com o afastamento do modelo real e volumes geometrizados, delimitados por linhas sintéticas e com poucos detalhes.

Tarsila do Amaral

“Abaporu” 1928

Fase Pau Brasil “A Feira” 1924

“Antropofagia” 1929

Já a fase Antropofágica considerava que o artista deveria deglutir todas as tendências mundiais e as nacio-nais, incluído aqui o folclore, para criar a sua própria arte, após o processo de digestão e incorporação desse material. Tem como símbolo a tela Abaporu.

Tarsila do Amaral (1886-1973) não expôs na Semana de 22, mas colaborou decisivamente para o de-senvolvimento da arte moderna brasileira ao apontar novos rumos. Foi influenciada pelo cubismo em sua temporada europeia e, de volta ao Brasil, iniciou a sua fase que chamou de Pau Brasil, em 1924, e, posteri-ormente, a Antropofágica, em 1928. A fase Pau Brasil visava as raízes nacionais da nossa arte, com cores ditas caipiras, rosas e azuis, as flores de baú, a estilização geométrica das frutas e plantas tropicais e dos caboclos e negros, enquadrados pela construção cubista.

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Cícero Dias

Foi um pintor influenciado pelo surrealismo.

Esses movimentos foram formulados a partir da percepção da dificuldade de se criar uma arte genui-namente brasileira. A essa fase de ruptura, sucede outra em que os artistas brasileiros dos anos 1930/1940 desenvolvem mais livremente os seus caminhos, embora ainda figurativos, delimitando uma segunda fase modernista. Ganham relevo artistas plásticos que valorizavam a cultura brasileira como Oswald Goeldi (1895-1961), Ismael Nery (1900-1934), Cícero Dias (1907- 2003) e Cândido Portinari. Goeldi foi fundamental para o modernismo, tanto pela força do seu expressionismo, quanto pela in-fluência que exerceu na gravura brasileira. Seu tema é a paisagem urbana, elegendo a rua como o lugar do homem, mostrando o seu drama, sua angústia e solidão.

Oswald Goeldi

“Pescadores” 1950 “Chuva” 1957 “Auto-Retrato” 1950

Xilogravura

Ismael Nery Foi o primeiro brasileiro a apresentar tendências surrealistas em seu trabalho. Todas as suas fases foram modernas. Consistiram no expressionismo, cubismo e surrealismo.

“Eternidade” 1931 “Auto Retrato” s/d

“Composição com Estátua

e Monstro” - 1928 “Sem Título” - 1920 “Recife Lírica” - 1930

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Após a ruptura com o academicismo, a pintura moderna brasileira, influenciada pelas vanguardas eu-ropeias, ainda era figurativa. Este quadro somente seria modificado na Bienal de São Paulo de 1951, quan-do ocorre a inclinação para o abstracionismo com um sentido novo para a arte daquela década, na qual a abstração geométrica seria buscada sistematicamente.

Portinari (1903-1962)

Teve formação acadêmica e passou dois anos na Europa. Retornou ao Brasil no início dos anos 1930, época em que passou a estabelecer seu estilo influenciado pelo cubismo, expressionismo e pelos muralistas mexicanos. Iniciou aqui o seu trabalho com a pintura mural, no que foi um vanguardista no Brasil. Consa-grou-se pintando homens brasileiros, imigrantes, trabalhadores rurais, dedicando-se às injustiças sociais.

“Mulher do Pilão” 1945 “Enterro na Rede” 1944

“CAFÉ” 1925

BIBLIOGRAFIA:

BARCINSKI, Fabiana Werneck (ORG.). Sobre a Arte Brasileira: da Pré- história aos 1960. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes: Edições SESC São Paulo, 2014. CANTON, Katia. Retrato da Arte Moderna: uma história no brasil e no mundo ocidental.(1860-1960). São Paulo: Martins Fontes, 2002 CAVALCANTI, Carlos. Como entender a pintura moderna. 5 ed. Rio de Janeiro, Ed. Rio, 1981. COSTA, Cacilda Teixeira. Arte no Brasil 1950-2000: Movimentos e Meios. São Paulo: Alameda, 2ª Edição, 2006. Enciclopédia virtual Itau Cultural. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/ HELENA, Lucia. Modernismo brasileiro e vanguarda. São Paulo: Editora Ática, 3ª Edição, 2003. OLIVEIRA, Myriam A.R.; PEREIRA, Sonia G. e LUZ, Angela A. História da Arte no Brasil. Textos de Síntese. Rio de Janeiro, EDUFRJ, 2013. PECCININI, Daisy. Figurações. Brasil anos 60. São Paulo: EDUSP, 1999. PROENÇA, Graça. História da arte. Ed. Ática; SP, 2001. REZENDE, Neide. A Semana de Arte Moderna. São Paulo: Editora Ática, 2ª Edição, 2006. STANGOS, Nikos. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda, 1991. STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Tradução Angela Lobo de An-drade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO DO 3º TRIMESTRE

1) Quais foram as duas exposições consideradas precursoras da Arte Moderna no

Brasil?____________________________________________________________

Fale sobre cada um(a) dos(as) artistas que participaram e as características

de suas obras.______________________________________________________

__________________________________________________________________

Quais os movimentos artísticos europeus presentes em seus trabalhos?

__________________________________________________________________

2) Qual o nome do evento que marcou o Modernismo Brasileiro?

__________________________________________________________________

Em que cidade aconteceu? Em que local? Em que ano?

__________________________________________________________________

Quais os artistas participaram dessa exposição?

__________________________________________________________________

Fale sobre as características do trabalho de cada um deles.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________ O que queriam os Modernistas Brasileiros?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________ 3) Fale sobre a primeira fase do Modernismo Brasileiro, seus principais artistas e

as características de suas obras.

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________ 4) Fale sobre Tarsila do Amaral:

Recebeu influências de que movimentos artísticos europeus?____________

__________________________________________________________________

O que visava a Fase Pau Brasil? ___________________________________

Explique a Fase Antropofágica. ____________________________________

_____________________________________________________________

5) Fale sobre a segunda fase do Modernismo Brasileiro, seus principais artistas e

as características de suas obras. _______________________________________

__________________________________________________________________

Receberam influências de quais movimentos artísticos europeus?__________

__________________________________________________________________

Qual foi o artista moderno brasileiro que foi influenciado pelos muralistas me-

xicanos? __________________________________________________________

6) Como é caracterizada a arte moderna brasileira até 1951?_________________

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Que modificação a Bienal de São Paulo de 1951 traz para a Arte Moderna

Brasileira?_________________________________________________________