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1 COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO QUEDAS DO IGUAÇU, SETEMBRO DE 2010.

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COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA –

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

QUEDAS DO IGUAÇU, SETEMBRO DE 2010.

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COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO

“Ninguém caminha sem aprender a

caminhar, sem aprender a fazer o

caminho caminhando, refazendo e

retocando o sonho pelo qual se pôs

a caminhar.”

Paulo Freire

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7

2.IDENTIFICAÇÃO

2.1. Dados do Estabelecimento............................................................................. 8

2.2. Histórico do Estabelecimento......................................................................... 8

3. MARCO SITUACIONAL

3.1. Descrição da realidade brasileira............................................................................................. 9

3.1.1. Descrição da realidade do Estado do Paraná....................................................................... 9

3.1.2. Descrição da realidade do município.................................................................................... 11

3.1.3. Descrição da realidade do colégio........................................................................................ 11

3.2.Quadro de Funcionários............................................................................... 12

3.2.1. Professores........................................................................................................................... 12

3.2.2. Equipe de Direção................................................................................................................. 12

3.2.3. Formação Continuada dos Profissionais.............................................................................. 13

3.3. Espaço Físico/ Oferta de Cursos e Turmas................................................. 13

3.3.1. Condições Físicas................................................................................................................. 14

3.3.2. Problemas constatados......................................................................................................... 14

4. MARCO CONCEITUAL

4.1. Concepção de Sociedade............................................................................... 15

4.1.1. Concepção de Homem.......................................................................................................... 15

4.1.2. Concepção de educação....................................................................................................... 15

4.1.3. Concepção de escola............................................................................................................ 16

4.1.4. Concepção de conhecimento................................................................................................ 17

4.1.5.Concepção de ensino – aprendizagem.................................................................................. 17

4.1.5.1.Aprendizagem, Motivação e Auto-imagem................................................................................................................ 17

4.1.5.2.Aprendizagem e Processos Cognitivos..................................................................................................................... 18

4.1.6. Concepção de cidadão e cidadania...................................................................................... 18

4.1.7.Concepção de Cultura............................................................................................................ 19

4.1.8.Concepção de Gestão Democrática....................................................................................... 19

4.1.9.Concepção de Currículo......................................................................................................... 20

4.2.0. Concepção de Avaliação....................................................................................................... 20

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5. MARCO OPERACIONAL

5.1. Forma de Gestão........................................................................................... 21

5.2. Objetivo Geral................................................................................................ 22

5.2.1. Objetivos Específicos............................................................................................................ 22

5.3. Tendência Pedagógica.................................................................................. 23

5.4. Conselho Escolar........................................................................................... 24

5.5. Conselho de Classe....................................................................................... 25

5.6. APMF.............................................................................................................. 26

5.7. Grêmio Estudantil........................................................................................... 27

5.7.1 Aluno representante de turma...................................................................... 27

5.8. Formas de avaliação...................................................................................... 28

5.9. Alunos faltosos, evasão escolar..................................................................... 30

5.9.1. Repetência............................................................................................................................ 30

5.10. Hora – atividade.......................................................................................... 30

5.10.1. Falta de professores............................................................................................................ 31

5.10.2. Proposta de trabalho do Colégio para articulação entre família e comunidade.................. 31

5.10.3. Enfrentamento às drogas, a violência e a indisciplina......................................................... 32

5.10.4. Agenda 21........................................................................................................................... 32

5.10.5. Fera Comciência................................................................................................................. 33

5.10.6. Jogos colegiais.................................................................................................................... 33

5.10.7. Campanhas/Palestras......................................................................................................... 33

5.11. Educação Especial Inclusiva....................................................................... 33

5.12. Sala de Apoio à Aprendizagem................................................................... 36

6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

6.1. ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................ 39

6.1.1.Arte............................................................................................................. 40

6.1.2.Ciências...................................................................................................... 57

6.1.3.Educação Física......................................................................................... 71

6.1.4.Ensino Religioso......................................................................................... 96

6.1.5.Geografia.................................................................................................... 101

6.1.6.História........................................................................................................ 110

6.1.7.LEM – Inglês............................................................................................... 118

6.1.8.Língua Portuguesa..................................................................................... 127

6.1.9.Matemática................................................................................................. 143

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6.2. ENSINO MÉDIO

6.2.1.Arte. ............................................................................................................. 156

6.2.2.Biologia ........................................................................................................ 168

6.2.3.Educação Física ........................................... .............................................. 183

6.2.4.Filosofia........................................................................................................ 208

6.2.5.Física ........................................................................................................... 213

6.2.6.Geografia ..................................................................................................... 221

6.2.7.Historia ........................................................................................................ 227

6.2.8.LEM - Espanhol........................................................................................... 235

6.2.9.Língua Portuguesa .................................................................................... 243

6.3.0.Matemática ................................................................................................ 253

6.3.1.Química ..................................................................................................... 264

6.3.2.Sociologia.................................................................................................. 273

7. ATIVIDADES ESCOLARES DE APOIO E COMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR

DESENVOLVIDAS NO ESTABELECIMENTO.

7.1.PROPOSTA PEDAGÓGICA DO CELEM ........................................................ 277

7.1.1. Língua Estrangeira Moderna Espanhol....................................................... 278

7.1.2. Língua Estrangeira Moderna Inglês............................................................ 288

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 294

ANEXOS

Matriz Curricular do Ensino Fundamental ............................................................ 296

Matriz Curricular do Ensino Médio ...................................................................... 297

CALENDARIO ESCOLAR ................................................................................... 298

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APRESENTAÇÃO

Projeto ou projetar significa lançar adiante, seguir um rumo, uma direção

intencional. O Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino

tem como função nortear o trabalho pedagógico de forma planejada. Apresenta

a realidade dos educandos, os objetivos a serem atingidos, a organização do

trabalho no contexto escolar, bem como, as ações e metas a serem atingidas.

O termo pedagógico refere-se à possibilidade de efetivação da finalidade

da educação, da escola, tendo o compromisso com a formação do cidadão

crítico, responsável, participativo, de forma que este se aproprie do

conhecimento historicamente construído de acordo com suas peculiaridades.

É político porque contempla o compromisso com a formação do cidadão,

para atuar em uma determinada sociedade, tendo iniciativa para tomar

decisões.

A elaboração do presente Projeto Político Pedagógico é resultado do

envolvimento, estudo e reflexão dos profissionais que fazem parte do quadro

de funcionários deste estabelecimento de ensino, objetivando, proporcionar aos

nossos educandos uma educação pública de qualidade para todos.

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1. INTRODUÇÃO

O presente Projeto Político Pedagógico tem sido objeto de estudo da Direção,

Equipe Pedagógica, Professores, Agentes Educacionais e Órgãos Colegiados do

Colégio Estadual José de Anchieta, com o objetivo de refletir, ampliar nossa atenção a

uma proposta de trabalho que venha de encontro às necessidades e anseios dos

educandos.

Nesse estudo aborda-se sobre a realidade brasileira, a realidade do Estado, do

município, da unidade escolar, a identificação do estabelecimento e a caracterização da

comunidade escolar. Também enfatizou-se sobre as concepções de sociedade,

homem, cultura, avaliação, gestão democrática, ensino-aprendizagem, a prática

docente, planejamento, formas de avaliação, a escola que queremos, a função dos

órgãos colegiados e as ações que serão desenvolvidas para atingir os objetivos que

pretendemos alcançar. Dessa forma, pretende-se fazer intervenções visando orientar

os educandos para que possam atuar efetivamente na sociedade. No entanto, há a

necessidade de uma auto-reflexão quanto ao desempenho e o compromisso de todos

os envolvidos no processo educativo.

Todos os segmentos da sociedade passam por constantes transformações e a

escola não poderá ficar à margem dessas mudanças. Nessa perspectiva, exige-se

ampliação de esforços para proporcionar aos educandos uma educação de qualidade,

tendo como meta a formação do cidadão, priorizando os aspectos sociais, cognitivos e

afetivos.

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2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

2.1. DADOS DO ESTABELECIMENTO

O Colégio Estadual José de Anchieta, Ensino Fundamental e Médio, código:

0015 está localizado na Rua Juazeiro, 1501, no centro da cidade de Quedas do Iguaçu,

Paraná, (código 2110). O colégio dispõe de duas linhas telefônicas, sendo uma (046)

35321936 e a outra (046) 35324726. O FAX é (046) 35324726 e o e-mail

[email protected]. Sua dependência Administrativa é Estadual, sendo

seu prédio de propriedade do Estado do Paraná. Está jurisdicionado ao Núcleo

Regional de Educação de Laranjeiras do Sul, código 31. A distância do Colégio até a

sede do NRE é de aproximadamente 75 km.

2.2. HISTÓRICO

O Colégio foi criado no dia 30 de dezembro de 1969 sob o decreto oficial n°

17.781 com o nome de Ginásio Estadual de Campo Novo, sendo a primeira escola de

5ª à 8ª série de Quedas do Iguaçu. Iniciou regularmente suas atividades em 1970, com

88 alunos matriculados, sob a direção do Sr. Idimir Tranqüilo Giraldi - o fundador da

Escola. O Ato de autorização da Escola foi a Resolução n° 2855/81 de 30 de novembro

de 1.981. O Ato de Reconhecimento da Escola foi através da Resolução n° 3.573/84 de

01 de junho de 1.984. O Ato de renovação do reconhecimento da Escola/Colégio foi de

acordo com a Resolução n° 2.732/2002 de 11 de outubro de 2.002. O Ato

Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar é o n° 170/00 de 21 de dezembro

de 2.000.

A Escola até chegar à denominação atual chamou-se também Escola José de

Anchieta Ensino de Primeiro Grau, posteriormente Escola Estadual José de Anchieta,

Ensino de 1º Grau.

A partir de 11 de setembro de 1998 com a Resolução Nº 3.120, passou a

denominar-se Escola Estadual José de Anchieta – Ensino Fundamental. Hoje tem por

finalidade ministrar o Ensino Fundamental de 5ª á 8ª Série e Ensino Médio,

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funcionando nos períodos matutino, vespertino e noturno. Atualmente está denominada

como Colégio Estadual José de Anchieta, Ensino Fundamental e Médio.

3. MARCO SITUACIONAL

3.1. DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA

O Brasil não é um país pobre, mas um país com muitas desigualdades sociais.

O preconceito, a discriminação, a má distribuição de renda, surgem na sociedade

brasileira como resultado de um sistema injusto, influenciado por um conjunto de

fatores históricos, econômicos, políticos e sociais. Na sociedade capitalista, o

conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses

políticos, econômicos e sociais, não atingindo a totalidade da população. As crianças e

os adolescentes são as principais vítimas desses fatores de exclusão social. E é por

eles que começa a solução para a quebra desse ciclo de exclusão que perpassa

gerações.

Essas desigualdades não podem mais ser aceitas passivamente pelos cidadãos.

Faz-se necessário requerer políticas públicas voltadas para a redução dessas

diferenças.

Analisando esse contexto, revela a necessidade de compreender que para viver

democraticamente em sociedade, é preciso respeitar e valorizar a diversidade étnica e

cultural que a constituiu. A sociedade brasileira é marcada pela presença de diferentes

etnias, grupos culturais, religiões. Isso, no entanto, não anula as diferenças

socioculturais, mas dá lugar a um multiculturalismo, que deve ser amplamente

respeitado.

As pessoas, mesmo envolvidas cotidianamente com as questões materiais

devem desejar alcançar valores éticos, morais/espirituais.

3.1.1 DESCRIÇÂO DA REALIDADE DO ESTADO DO PARANÁ

Em 1.998 haviam 8.087 Estabelecimentos de Ensino no Estado. Estavam

matriculados na Educação Infantil cerca de 1,2 milhões de alunos, no Ensino

Fundamental 1,7 milhões de alunos, no Ensino Médio 518.287 alunos e no Ensino

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Superior, 141.119. De acordo com estatística de 96 as Instituições de Ensino Superior

públicas no Paraná são 07 (sete) O Ensino Público deve ser valorizado, já que a

educação é essencial para o desenvolvimento da população e para o progresso

econômico e social do país.

Esse Estado caracteriza-se como um dos mais ricos e desenvolvidos da

Federação, porém tem a concentração de renda nas mãos de poucos que dominam os

meios de produção, gerando exclusão e desigualdades sociais.

O Estado tem sua economia baseada na produção agro-industrial, no entanto, a

concentração da população se dá no meio urbano, há o predomínio de grandes

propriedades agrícolas de monocultura de soja e trigo para a exportação, gerando

assim, o êxodo rural, o extermínio dos pequenos agricultores e da diversificação de

culturas, gerando desemprego no campo. A utilização de alta tecnologia no plantio e na

colheita, com maquinários de última geração tem dispensado quase que totalmente a

mão-de-obra.

No período de1995 a 2002 implantou-se medidas de terceirização na educação

pública. Implantou a Paraná Educação, Paraná Previdência, PROEM (este programa

extinguiu cerca de 1080 cursos profissionalizantes das escolas públicas do Estado),

Correção de Fluxo, aumento do número de alunos por turma, redução da grade

curricular, proibição de turmas do Ensino Fundamental no noturno, alteração do porte

das escolas (reduzindo horas do quadro administrativo e da equipe pedagógica,

provocando perdas de empregos), municipalização de ensino, corte do adicional de

difícil acesso, alteração das regras de aposentadoria dos professores com RDT

(Regime Diferenciado de Trabalho) e Ensino Especial, dentre outras.

As medidas privatizantes efetivadas neste período, não trouxeram benefícios à

educação paranaense, pois as avaliações realizadas pelo SAEB permitem afirmar que

muitos alunos do Ensino Fundamental chegam à 5ª série sem conhecimentos básicos

de leitura, escrita e cálculo e, concluem a 8ª série sem adquiri-los. Persistem os altos

índices de evasão e repetência, distorção idade/série, aprendizagem sem qualidade.

De modo geral, as possibilidades de capacitação de professores têm sido

limitadas às ofertas do próprio Estado. O professor, em função da baixa remuneração

pelo seu trabalho, não tem muitas oportunidades de implementar a própria capacitação.

Ainda, neste Colégio (José de Anchieta), por exemplo, não foi possível recuperar e

ampliar instalações garantindo uma infra-estrutura adequada para um trabalho

pedagógico de qualidade.

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A realidade educacional atual precisa imediatamente de mudanças, pois uma

quantidade significativa da população que necessita da escola pública recebe

educação deficitária, gerada pela rotatividade de professores nas escolas; pela

ausência de formação continuada eficiente tanto dos professores quanto dos

funcionários; pela falta de um regime diferenciado de trabalho com dedicação

exclusiva; pela falta de um plano de carreira adequado para os funcionários com

perspectivas de progressão na carreira.

3.1.2 DESCRIÇÃO DA REALIDADE DO MUNICÍPIO

Quedas do Iguaçu constituiu-se município em 15 de dezembro de 1968, quando

foi então desmembrado de Laranjeiras do Sul.

A formação étnica do povo de nosso município é predominantemente polonesa,

os quais iniciaram suas atividades através do plantio de subsistência com criação de

suínos. A região é caracterizada pelo grande número de pequenas propriedades o que

faz com que a população rural seja bem desenvolvida.

O município conta atualmente com 25 Escolas Municipais, 14 Escolas/Colégios

Estaduais, centros de Educação Infantil e uma Escola de Educação Especial. Na área

social existe a Casa Abrigo, o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o

Projeto Gente, além de outros programas de assistências às pessoas mais carentes

(PROVOPAR/CRA‟S).

As principais atividades econômicas realizadas no município são: o comércio, a

pecuária, agricultura, indústria madeireira e, confecções têxteis.

3.1.3 DESCRIÇÃO DA REALIDADE DO COLÉGIO

A origem dos educandos deste Estabelecimento de Ensino é bem heterogênea,

conta-se com alunos oriundos da zona urbana e rural, onde muitos deles utilizam

transporte escolar. Há também filhos de operários, trabalhadores autônomos, filhos de

funcionários públicos, empregadas domésticas e de pequenos agricultores. Também

entre estes, há um percentual de pais desempregados.

A renda familiar é de aproximadamente dois salários mínimos. Um grande

número de alunos está incluído nos programas do Governo Federal (PETI, Bolsa

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escola, bolsa família, auxilio gás.).

Percebe-se que os alunos demonstram interesse em continuar estudando,

mesmo sabedores das reais dificuldades e barreiras que enfrentarão para atingir seus

objetivos. Também há os casos de alunos que apresentam Necessidades Educacionais

Especiais, dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Esses fatores refletem no

processo ensino-aprendizagem, mas apesar das dificuldades citadas, no momento nos

deparamos com índices satisfatórios de aprovação.

Através de pesquisas constata-se que a maior fonte de acesso à informação é

através do rádio e da televisão, porém alguns já possuem acesso à internet. Quanto ao

nível de escolaridade dos pais, há uma diversidade: a maioria possui Ensino

Fundamental – Séries Iniciais, outros o Ensino Fundamental completo e alguns com

Ensino Médio e Ensino Superior.

3.2. QUADRO DE FUNCIONÁRIOS

Os profissionais que compõe o quadro de funcionários deste Estabelecimento de

Ensino possuem formação compatível com a função que exercem. A maioria está em

formação continuada, objetivando o aprimoramento para desempenhar sua função. Os

profissionais do colégio, professores, pedagogos, diretor, diretor - auxiliar e agentes

educacionais I e II, procuram na medida do possível realizar um trabalho em equipe

visando o bom desempenho do aluno.

3.2.1. Professores

No momento, o quadro de docentes do Colégio Estadual José de Anchieta é

composto por professores com Licenciatura (QPM, PSS) de acordo com sua área de

atuação. Conta-se também com professores (PSS) atuando fora de sua área de

formação e acadêmicos.

3.2.2. Equipe de Direção

Os profissionais que compõe o quadro da equipe de direção são compostos por:

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diretor, diretor auxiliar, quatro pedagogos, (totalizando cento e vinte horas), um

secretário e Agentes Educacionais I e II.

3.2.3. Formação Continuada dos Profissionais

A formação continuada dos profissionais da escola - Professores, Pedagogos,

Direção, Agentes Educacionais I e II acontece através da participação em Grupo de

estudos, Capacitação Descentralizada, Semana Pedagógica, Reuniões Pedagógicas,

estudos de temas sugeridos pela Direção e Equipe Pedagógica, oficinas com a equipe

Disciplinar do NRE, GTR e PDE.

3.3. ESPAÇO FÍSICO/ OFERTA DE CURSOS E TURMAS

O espaço físico do Colégio Estadual José de Anchieta contem 12 salas de aula,

uma sala de aula destinada ao Laboratório de Informática Paraná Digital, banheiros,

mini Ginásio para práticas esportivas.

Atualmente conta-se com aproximadamente 850 alunos matriculados,

frequentando regularmente o Ensino Fundamental e Médio, distribuídos em 30 turmas

nos períodos da manhã, tarde e noite e 175 alunos matriculados no CELEM (Centro

Estrangeiro de Línguas Modernas), divididos em 04 turmas da disciplina de Inglês e 06

turmas da disciplina de Espanhol.

São ministradas 5 (cinco ) aulas diárias de 50 minutos, totalizando 25 aulas

semanais, tendo a seguinte organização;

- Manhã; 7:30 às 11:50

- Tarde: 13:00 às 17:20

- Noite: 19:00 às 23:20

A organização e distribuição de turmas são realizadas de acordo com o número

de matrículas previstas para o ano letivo. A Equipe Pedagógica tem autonomia para

analisar, interferir na organização das turmas, na estruturação e reestruturação dos

horários de aulas e no cronograma de horas atividades, fundamentados em critérios

pedagógicos.

As atividades de complementação Curricular e Apoio (Sala de Recursos e Sala

de Apoio a Aprendizagem) funcionam no contra - turno de acordo com a lei vigente. As

aulas do CELEM funcionam no turno da tarde, intermediário e noite com 04 (quatro)

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aulas semanais.

Quanto à parte diversificada da matriz curricular, a mesma é composta pelas

Disciplinas de Língua Estrangeira Moderna – Inglês, no Ensino Fundamental e Língua

Estrangeira Moderna – Espanhol, no Ensino Médio. Os conteúdos referentes ao Estado

do Paraná estão inseridos nas Disciplinas de História e Geografia.

A hora atividade é distribuída de acordo com a carga horária dos professores e

de acordo com as orientações recebidas da SEED, via NRE.

3.3.1 CONDIÇÕES FÍSICAS

O espaço físico apresenta-se inadequado para o número de alunos que o

colégio atende atualmente, principalmente no que se refere ao número de banheiros,

tamanho e localização da biblioteca, da cozinha, da secretaria e da sala utilizada pela

Equipe Pedagógica.

3.3.2 PROBLEMAS CONSTATADOS

Dentre os principais motivos que interferem no bom desempenho dos alunos no

decorrer do ano letivo destacam-se os seguintes:

a) Número excessivo de faltas, sem justificativa, por parte dos alunos;

b) Alto índice de evasão escolar;

c) Repetência;

d) Indisciplina;

e) Demora por parte do órgão competente em contratar substituto para suprir

falta de professores afastados para tratamento de saúde e gozo de licença

especial;

f) Algumas turmas numerosas;

g) Desinteresse por parte dos alunos;

h) Alto índice de atestados médicos por parte dos professores e agentes

educacionais I e II;

i) Falta de Agentes Educacionais I para suprir a demanda;

j) Salas com pouca ventilação.

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4. MARCO CONCEITUAL

4.1. CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

O Brasil enfrenta profundas desigualdades sociais, econômicas e culturais,

configurando-se em sociedade capitalista como país dependente. Em decorrência, vive

um processo histórico de disputa de vários interesses sociais, por vezes inteiramente

opostos.

Segundo Dermeval Saviani, o entendimento do modo como funciona a

sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que

regem o desenvolvimento da sociedade e entender que tipo de sociedade estamos

inseridos para posicionarmos quando se questiona o sentido da escola, sua função

social e a natureza do trabalho educativo.

4.1.1 Concepção de Homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a

segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação,

envolve múltiplas relações, assim, acumula experiências e em decorrência destas,

produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho,

produzindo bens materiais e não-materiais, conforme Saviani (1992): “O homem

necessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se

adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo

trabalho”. É antes de tudo, um ser de vontade, que se pronuncia sobre a realidade.

Diante do exposto, busca-se um referencial de homem mais humano, mais

solidário, autônomo, apto a assimilar mudanças respeitando as diferenças.

4.1.2 Concepção de Educação

A educação, como prática social, constitui direito do indivíduo. Historicamente,

muitas lutas foram desenvolvidas buscando garantir esse direito a todos, a partir da

expansão e da democratização das oportunidades de escolarização.

Segundo Pinto (1994) a educação é um processo histórico de criação do homem

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para a sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade em benefício do

homem. A educação não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua

ação na sociedade e nas suas relações de trabalho.

A escola, nesse cenário é um espaço privilegiado de produção e socialização do

saber que se encontra organizada por meio de ações educativas visando à formação

dos sujeitos concretos: éticos, participativos, críticos e criativos.

Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem

suas finalidades voltadas para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para

constituir-se e transformar a realidade. No entanto, revela a necessidade da educação

básica ser de qualidade e para todas as classes sociais.

4.1.3 Concepção de Escola

A escola tem historicamente, a função de socializar a cultura produzida pela

humanidade e prover a apropriação desse conhecimento pelos estudantes que já

trazem consigo o saber popular, o saber da comunidade em que vivem.

A escola pública deverá contribuir significativamente para a democratização da

sociedade, sendo um lugar privilegiado para o exercício da democracia participativa,

comprometida com os interesses da maioria socialmente excluída ou dos grupos

sociais privados dos bens culturais e materiais.

A escola deve ser inclusiva, nos aspectos de acesso, permanência, métodos,

avaliação e conteúdos para proporcionar ao alunado uma educação de qualidade.

Um dos desafios que se apresenta à escola é entender as diferenças que

marcam os sujeitos que estão envolvidos no processo educativo, garantindo não

somente o respeito a essas diferenças, mas abrindo espaços para que cada um possa

demonstrar e ser atendido nas suas necessidades e potencialidades. Lidar com as

diferenças não é aceitar as desigualdades.

Nesse contexto, está evidente a necessidade de que a escola trabalhe também

a formação ética dos alunos, sendo necessário assumir-se como um espaço de

vivência e de discussão desses referenciais, de direitos, recusa categórica de qualquer

forma de discriminação, importância da solidariedade e observância das leis.

No entanto, devem-se respeitar os direitos humanos universais e da cidadania

compartilhada, buscando a consolidação de uma cultura da paz.

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4.1.4 Concepção de Conhecimento

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre o

homem e a natureza. Ele é produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.

Para Boff, “Conhecer implica, fazer uma experiência e a partir dela ganhar

consciência e capacidade de contextualização. O ato de conhecer representa um

caminho privilegiado para a compreensão da realidade. O conhecimento sozinho não

transforma a realidade. Somente transforma a realidade a conversão do conhecimento

em ação”. Acontece no social, gerando mudanças interna e externa no cidadão e nas

relações sociais, tendo sempre uma intencionalidade.

4.1.5 Concepção de Ensino-Aprendizagem

São muitos os pesquisadores que se dedicam ao estudo da aprendizagem, que

direta ou indiretamente procuram desvelar como o homem aprende. “Não existe uma

fonte única, capaz de englobar os elementos fundamentais á compreensão da

aprendizagem, mas acreditam – se nas propostas que ressaltam as importâncias dos

processos mentais superiores, sendo resultado da interação do indivíduo com o meio”.

(GAGNÉ, 1974, p. 25).

Aprendizagem é uma mudança na capacidade humana, se manifesta através de

uma mudança de comportamento, com caráter de relativa permanência e ocorre

quando o indivíduo interage com o ambiente onde está inserido.

4.1.5.1 Aprendizagem, Motivação e Auto-imagem

A aprendizagem dificilmente ocorre se um aluno não estiver motivado. Motivação

significa motivo de ação, que é a existência de estímulos. É fundamental, que o

professor através de sua ação pedagógica leve em consideração, os conhecimentos,

informações, experiências, interesses e necessidades dos alunos, pois informações

destituídas de significados, geralmente não despertam o interesse dos alunos e,

conseqüentemente, não os levam a aprendizagem.

Estudos alertam para os aspectos afetivo-emocionais, que podem interferir na

motivação e aprendizagem. A auto-imagem positiva da criança (a maneira pela qual ela

se vê, o jeito pelo qual ela se sente), influência muito em tudo que ela faz e,

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basicamente, em sua aprendizagem.

4.1.5.2 Aprendizagem e Processos Cognitivos

Os processos cognitivos básicos operacionalizam determinados aspectos do

desenvolvimento humano. Entre os processos de cognição que parecem mais

relacionados à aprendizagem estão: sensação, percepção, atenção, memória,

conceituação, raciocínio e linguagem, estando intimamente relacionados e com um

considerável grau de superposição.

Graças aos processos cognitivos básicos é possível organizar os conhecimentos

sobre o mundo, construir categorias, estabelecer as estratégias de aprendizagens e

resolver problemas. E, na medida em que o conhecimento se expande quantitativa e

qualitativamente, exerce uma influência determinante sobre a memória, a organização

conceitual, raciocínio e, sobre a metacognição.

Nesse sentido a escola deverá estar atenta a diversidade de alunado que

compõe a instituição, proporcionando atividades significativa estabelecendo relações

entre os conteúdos escolares, os conhecimentos previamente construídos com a

prática social. Cabe a escola e, especialmente ao professor, rever seus procedimentos

de ensino, suas concepções de ensino-aprendizagem e avaliação, para que o ensino

seja significativo, atendendo as peculiaridades.

4.1.6 Concepção de Cidadão e Cidadania

De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo histórico-social que

capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de

elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar

a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino”. A construção da

cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social

e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. O grande

desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar cidadão consciente,

(sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de construção político-

social e cultural.

Para que o cidadão se situe como sujeito de sua história, ele precisa se

apropriar da riqueza cultural produzida pela humanidade. A função da escola é

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assegurar essa apropriação e essa construção das condições subjetivas do cidadão.

Esses aspectos são essenciais ao exercício da cidadania.

4.1.7 Concepção de Cultura

Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o

que o ser humano, elabora, e elaborou desde a mais sublime música ou obra literária

até as formas de destruir-se a si mesmo, as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a

linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais,

as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (Sacristán, 2001, p, 105).

A cultura é um processo de autoliberação progressiva do homem, o que

caracteriza como um ser de mutação, um ser de projeto que se faz à medida que

transcende a sua própria experiência. O homem se define pelo lançar-se no futuro,

antecipando, através de um projeto, a sua ação consciente sobre o mundo.

As crianças, os adolescentes e os jovens formam-se na comunidade. Nela

produzem e desenvolvem hábitos, atitudes, sentimentos, conhecimentos, destrezas e

competências. Eles chegam à escola com a educação vivenciada no cotidiano e na

comunidade. Seu saber e patrimônio cultural devem fazer parte do processo da

formação escolar. Cabe à escola aproveitar essa diversidade cultural existente, para

fazer um espaço motivador, aberto e democrático.

4.1.8 Concepção de Gestão Democrática

A gestão democrática, prática prevista na Constituição Federal, na Lei de

Diretrizes de Bases da Educação Nacional, no Plano Nacional da Educação, é uma

forma de exercitar a democracia, podendo contribuir para a própria democratização da

sociedade participativa.

A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da

reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a

formulação de um projeto político-pedagógico libertador.

A participação pode ser entendida, como processo complexo que, envolve vários

cenários e múltiplas possibilidades de organização da comunidade escolar (direção,

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equipe pedagógica, professores, pais e alunos).

Nesse sentido, a democratização da gestão escolar implica a superação dos

processos centralizados de decisão, na qual as decisões nasçam das discussões

coletivas.

4.1.9 Concepção de Currículo

O currículo escolar é resultado de escolhas intencionais que se faz dentro do

conjunto de conhecimentos produzidos pela humanidade. Ele deverá resultar de uma

seleção de conteúdos essenciais na formação da consciência do cidadão.

O conceito de currículo tem se modificado ao longo do tempo. O sentido mais

usual para a palavra relaciona-se ao conteúdo, à matriz curricular, à organização dos

conteúdos distribuídos pelas disciplinas e sua carga horária, sendo a centralidade do

mesmo o conhecimento. Pode-se dizer que o currículo apresenta quatro características

principais:

- É um instrumento sistematizador, organizador, do processo educativo. É através dele

que se materializa a ação educativa;

- Envolve intenções e práticas, colocando-as em ação;

- É um conjunto de escolhas que ocorre nas escolas e vão até a sala de aula. Para

cada escolha há uma série de justificativas, de acordo com os entendimentos e

interesses políticos, científicos e pedagógicos de cada época;

- O currículo gera efeitos, contribui para a construção de identidade, deixa marcas. A

marca do professor, da instituição, e do conhecimento, que fica em cada aluno, que irá

influenciar de forma positiva ou negativa.

As escolhas devem ser feitas de forma coletiva, nenhum professor deve abdicar

do direito e do dever de discutir o currículo com o qual vai trabalhar. Construir um

currículo não é um trabalho técnico, que uma pessoa faz para outros seguirem. O

planejamento, a implantação e a avaliação do currículo deve ser tarefa de cada um e a

preocupação constante deve ser a insatisfação com o existente e a busca do novo.

4.2.0 Concepção de Avaliação

A avaliação não é uma atividade neutra: o modo como o professor efetiva-a,

implica em fazer juízos e tomar direções conservadoras ou transformadoras. A

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avaliação corresponde a uma determinada forma de olhar a questão pedagógica, o

desenvolvimento do aluno e apropriação do conhecimento.

A avaliação deverá ser um conjunto de atitudes que a comunidade escolar

deverá tomar, em consonância com o Projeto Político Pedagógico e Regimento

Escolar. A avaliação é um instrumento pedagógico com duas funções básicas:

diagnóstica e classificatória.

Entende-se por avaliação diagnóstica o uso de todos os instrumentos que

permitam ao professor detectar as dificuldades dos alunos. Com esses dados, poderá

oportunizar novos encaminhamentos de atividades, que facilitem o processo ensino-

aprendizagem. Nessa visão de avaliação, o professor assume o papel de pesquisador,

que investiga as dificuldades do aluno, analisando as causas e os efeitos, observando

com cuidado suas produções, ouvindo suas justificativas diante do erro, detectando a

forma do aluno construir o conhecimento. Nessa perspectiva, a avaliação servirá como

instrumento de aprendizagem, pois o professor utilizará todas as informações para

planejar intervenções pedagógicas, atendendo as necessidades individuais dos alunos.

Essas intervenções exigirão formas individualizadas de atendimento para que os

alunos possam desenvolver-se através do conhecimento adquirido.

A avaliação deve ser um processo, ou seja, deve acontecer durante todo o ano

letivo, em vários momentos e de diversas formas. Os alunos poderão ser avaliados

através da realização de trabalho em grupo, individual, observação, seminário,

pesquisa, trabalhos extraclasse e prova escrita, entre outros. Os instrumentos de

avaliação devem ser coerentes com a prática pedagógica do professor.

Portanto, o objetivo da avaliação não é testar o aluno, mas verificar se de fato

ocorreu o aprendizado dos conteúdos trabalhados e caso haja necessidade retomá-los,

utilizando estratégias diversificadas. Cada aluno, tem suas peculiaridades e ritmos

próprios de aprendizagem, portanto, esses aspectos deverão ser considerados pelo

professor.

5. MARCO OPERACIONAL

5.1 FORMA DE GESTÃO

A forma de gestão do Colégio Estadual José de Anchieta é pautada na Gestão

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Democrática, pois deverá permitir que os integrantes da comunidade escolar opinem

sobre as questões da escola, dando sugestões ou participando das decisões. Uma

escola democrática é um “espaço de construção e reconstrução do conhecimento”.

Somente com a construção do conhecimento e sua difusão é que conseguiremos

conviver num ambiente democrático.

Na gestão democrática, o gestor precisará saber como trabalhar os conflitos e

desencontros, deverá ter habilidade para buscar novas alternativas e que as mesmas

atendam os interesses da comunidade escolar. Deverá compreender que a qualidade

da escola dependerá da participação ativa de todos os membros, respeitando as

individualidades de cada um e buscando nos conhecimentos individuais novas fontes

de enriquecer o trabalho coletivo. A participação é o principal meio de assegurar a

gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais na

tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar.

5.2 OBJETIVO GERAL

- Proporcionar aos educandos uma educação de qualidade, onde os mesmos sejam

capazes de apropriarem-se do conhecimento, usando-o como meio para interagir no

ambiente onde estão inseridos, de forma crítica, tendo bom senso, responsabilidade e

consciência de seus direitos e deveres.

5.2.1 Objetivos Específicos

- Proporcionar aos educandos o pleno desenvolvimento, orientando-os para o

exercício da cidadania;

- Oportunizar uma crescente igualdade de direitos e deveres, desenvolvendo ao

máximo suas potencialidades;

- Promover uma parceria entre educadores, pais e professores, compartilhando

responsabilidades no aprendizado;

- Incentivar para que o diálogo seja a forma de mediar conflitos e de tomada de

decisões;

- Desenvolver a autoconfiança, auto-estima e suas capacidades afetivas, físicas,

cognitivas, éticas, de inter-relação pessoal e de inserção social;

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5.3 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA

A Tendência Pedagógica que embasará a prática docente deste estabelecimento

de Ensino é a Tendência Pedagógica Histórico-crítica.

REPRESENTANTES TEÓRICOS: Dermeval Saviani, Gaudêncio Frigotto,

Acácia Z. Kuenzer, José Carlos Libâneo...

INFLUÊNCIA PSICOLÓGICA: Corrente sócio-histórica: Vygotsky, Lúria, Leontiev

e Wallon.

FUNÇÃO DA ESCOLA: Socializar os conhecimentos historicamente acumulados

entendendo a apropriação crítica e democrática para a transformação desta realidade.

CONTEÚDOS DE ENSINO: Conteúdos culturais, universais, clássicos

indispensáveis a compreensão da prática social.

FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO: Prática emancipadora, função diagnóstica, contínua,

pressupõe tomada de decisão (Meio para obter informações necessárias sobre o

desenvolvimento da prática pedagógica e para intervenção nos processos de

aprendizagem.

RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: Relação interativa entre professor e aluno,

em que ambos são sujeitos ativos. Professor autoridade competente, direciona o

processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias a apropriação do

conhecimento, enquanto especificidade da relação pedagógica.

TÉCNICAS DE ENSINO: Discussão, debates, leituras, aula expositiva dialogada,

trabalhos individuais e em grupo, estudo de textos, pesquisa.

MÉTODO DE ENSINO: Método da prática social: Decorre das relações

estabelecidas entre conteúdo-método e concepção de mundo;

Confronta os saberes trazidos pelo aluno com o saber elaborado, na perspectiva

da apropriação de uma concepção científico/filosófico da realidade social, mediada pelo

professor.

Os fins a serem atingidos é que determina os métodos e processos de

ensino/aprendizagem.

PASSOS DO MÉTODO:

1- Prática social: ponto de partida (o aluno tem uma visão sincrética, mecânica

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desorganizada, nebulosa, de senso comum) a respeito do conteúdo. O professor

domina o conteúdo, enquanto o aluno não o domina.

2- Problematização: Instruir e conotar; momento para detectar as questões a serem

resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência que conhecimentos são

necessários a serem dominados. Identificar os tipos de conhecimentos e técnicas

necessárias à solução desses problemas.

3- Instrumentalização: apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais

necessárias a luta social para superar a condição em que vivem.

4- Catarse: Racionar e criticar, incorporação dos instrumentos culturais transformados

em elementos ativos de transformação social. Passagem da ação para a

conscientização.

5- Prática social: Ponto de chegada, retorno a prática social, com o saber concreto

pensando para atuar e transformar as relações de produção que impedem a

construção de uma sociedade igualitária. A compreensão sincrética dos alunos do

ponto de partida é agora elevada ao nível sintético. (elaborada, sistematizada,

explícita, orgânica, compreendida) visão de totalidade.

5.4 CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um Órgão Colegiado composto por representantes da

comunidade escolar que tem como atribuição deliberar sobre questões político-

pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. Cabe ao Conselho,

também, analisar as ações e os meios utilizados para o cumprimento das finalidades

da escola.

O Conselho Escolar permite a definição dos rumos e as prioridades da escola

numa perspectiva emancipadora, que considera as prioridades e necessidades da

Instituição. E com a compreensão da natureza essencialmente político-educativa do

Conselho Escolar que estes, devem deliberar, também, sobre a gestão administrativo-

financeira das unidades escolares, visando construir, efetivamente, uma educação de

qualidade. O Conselho Escolar tem as seguintes funções: Deliberativas, Consultivas,

Fiscais, Mobilizadoras.

Como órgão Colegiado, o Conselho Escolar toma decisões coletivas. Dele devem

fazer parte a direção da escola, representantes dos estudantes, dos pais ou

responsáveis dos professores, da Equipe Pedagógica e dos Agentes Educacionais I e

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II. O diretor atua como coordenador na execução das deliberações do Conselho

Escolar e também como o articulador das ações de todos os segmentos, visando a

efetivação do projeto pedagógico na construção do trabalho educativo.

5.5 CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é um órgão colegiado, presente na organização da escola,

onde os profissionais (professores, equipe pedagógica, direção) reúnem-se para refletir

e avaliar o desempenho pedagógico dos alunos.

Os profissionais analisarão e discutirão o processo de trabalho realizado em sala

de aula, isto é, os docentes trazem o rendimento do aluno em relação ao trabalho

desenvolvido em sala de aula. Dessa forma indiretamente, sua própria prática docente

será objetivo de reflexão. No entanto, os alunos e seus resultados tornam-se foco do

trabalho docente e discente.

O Conselho de Classe é um espaço interdisciplinar de estudo e tomada de

decisão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola e nesse sentido é um

órgão deliberativo sobre:

a) objetivos de ensino a serem alcançados;

b) projetos coletivos de ensino e atividades;

c) formas e critérios de avaliação;

d) formas de acompanhamento dos alunos;

e) critérios para análise do desempenho dos alunos;

f) elaboração de fichas de registros do desempenho do aluno para que seja possível

informar aos pais;

g) propostas curriculares, alternativas para alunos com dificuldades específicas;

h) adaptações curriculares para alunos portadores de necessidades educativas

especiais;

i) proposta de organização de estudos complementares.

O Conselho de Classe do Colégio Estadual José de Anchieta será realizado tendo

a seguinte organização:

a) Realização de conselho de classe sempre que necessário e em qualquer período do

ano letivo além dos previstos em calendário escolar.

b) Professores, Equipe Pedagógica, Diretor e Diretor Auxiliar.

c) Conselho de Classe participativo com professores, equipe pedagógica, diretor,

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diretor auxiliar e alunos.

d) Conselho de Classe participativo com professores, equipe pedagógica, diretor,

diretor auxiliar, alunos e pais.

O diretor, a equipe pedagógica e os professores optarão pela forma de realização

do Conselho de Classe ( a, b,c, d ) de acordo com a necessidade.

Medidas a serem tomadas pela Direção e Equipe Pedagógica:

- Comunicar aos alunos sobre os assuntos abordados no Conselho de Classe e as

medidas tomadas (Pós Conselho de Classe).

- Conscientizar os alunos sobre a importância de rever suas atitudes e os fatores que

estão prejudicando seu rendimento escolar.

- Comunicar aos pais sobre o desempenho de seus filhos e as medidas tomadas pela

escola.

- Propiciar aos professores momentos de reflexão, troca de experiências referentes a

metodologias, estratégias e recursos a serem utilizados objetivando superar ou

minimizar as dificuldades de aprendizagem dos alunos (hora atividade, grupo de

estudo, reuniões pedagógicas).

Medidas a serem tomadas pelos professores:

- Rever a prática pedagógica.

- Retomar os conteúdos.

- Auxiliar os alunos individualmente na própria sala de aula.

- Passar as informações da situação do aluno para a Equipe Pedagógica e Diretor.

- Diagnosticar a dificuldade do aluno e juntamente com a equipe pedagógica,

encaminhar o aluno para a Sala de Apoio a Aprendizagem e Sala de Recursos, após

avaliação no contexto escolar.

- Fazer uso de recursos e atividades diversificadas em sala de aula, levando em

consideração as diferenças individuais e ritmos de aprendizagens.

- Fazer adaptações curriculares (de pequeno e grande porte) de acordo com as

necessidades.

5.6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS - APMF

A associação de pais, mestres e funcionários tem como objetivo contribuir com o

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processo educacional e a integração família-escola-comunidade. Parcerias com a

APMF podem ser úteis na mobilização de recursos e na identificação de ações

necessárias.

A APMF seguirá as normas e critérios contidos no estatuto.

5.7. GRÊMIO ESTUDANTIL

O Grêmio Estudantil é a organização que representa os interesses dos

estudantes no Colégio e exerce papel importante na formação do aluno, tendo como

dimensão educacional, social, cultural e também política. As atividades do Grêmio

Estudantil representa, para muitos jovens os primeiros passos na vida inseridos no

contexto sócio-cultural e político, pois permite que os alunos discutam, criam e

fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na

comunidade. Sendo assim, o Grêmio Estudantil contribui decisivamente, para a

formação e o enriquecimento educacional de grande parcela da juventude.

O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual José de Anchieta GECEJA, está em

atividade desde março de 2.004 tendo estatuto aprovado contendo suas atribuições de

acordo com a Lei vigente.

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO GRÊMIO ESTUDANTIL GECEJA

Representar condignamente o corpo discente.

- Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do Colégio

Estadual José de Anchieta.

- Levar ao conhecimento do diretor, equipe pedagógica e professores as

reivindicações dos alunos.

- Discutir com a direção e equipe pedagógica sobre algumas ações que

deverão ser realizadas objetivando o bom funcionamento do Colégio.

- Observar tanto na sala de aula quanto no Colégio as formas de

relacionamento entre colegas, professor-aluno e comunicar a direção e

equipe pedagógica para que seja discutida coletivamente essa questão.

- Organizar reuniões com a diretoria do Grêmio sempre que necessário

5.7.1 ALUNO REPRESENTANTE DE TURMA

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A escolha do aluno representante de turma será realizada através de votação

pela turma ou escolhido pelo professor coordenador de turma.

Serão sugeridos os nomes de alguns alunos tendo como requisitos,

responsabilidade, assiduidade, respeito, bom relacionamento com os demais colegas e

profissionais do Colégio e que apresente perfil de liderança positiva. O mesmo será

informado quais serão suas atribuições e representará os interesses dos alunos.

Os representantes de turma serão reunidos pela direção e equipe pedagógica

sempre que necessário.

São atribuições dos alunos representantes de turmas:

Participar de reuniões com a direção, e equipe pedagógica quando necessário.

Auxiliar na preservação e cuidados com a sala de aula (carteiras, lixo, parede,

etc.).

Participar do Conselho de Classe sempre que necessário.

Contribuir para que as normas da escola sejam cumpridas pelos colegas de

sala, levando os fatos ocorridos ao conhecimento do Diretor e Equipe

Pedagógica.

5.8. FORMA DE AVALIAÇÃO

No Colégio Estadual José de Anchieta a avaliação será realizada de forma

contínua, através de atividades, pesquisa, trabalho oral, escrito, seminário, prova

escrita individual.

A avaliação escrita terá peso 7,0 (sete vírgula zero) e os trabalhos terão peso 3,0

(três vírgula zero), os quais ficarão a critério de cada professor. Considera-se que todos

os instrumentos de avaliação são importantes e necessários.

O objetivo de todas as avaliações realizadas será para identificar as barreiras

que estão impedindo e/ou dificultando o processo de ensino-aprendizagem em suas

múltiplas dimensões, sendo os resultados indicadores para determinar formas de

intervenções pedagógicas.

Serão no mínimo quatro (04) avaliações formais (individual) por disciplina

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durante o ano letivo.

A recuperação simultânea poderá ser realizada através de trabalho manuscrito

ou prova individual. O professor deverá identificar as dificuldades apresentadas pelos

alunos, e progresso durante o ano letivo, sendo que os aspectos quantitativos não

devem interferir sobre os aspectos qualitativos. Esse diagnóstico será fundamental e

servirá de embasamento, para tomada de decisão no Conselho de Classe Final.

O resultado das avaliações terão a seguinte organização:

1º B + 2º B + 3º B + 4º B: 4= MÉDIA ANUAL

As avaliações deverão conter questões que exijam do aluno conhecimento,

compreensão, aplicação, análise e síntese. O resultado da avaliação de recuperação

além de ser registrado no Livro Registro de Classe, deverá ser registrado em ata (

Ficha própria elaborada pela escola).

Para aprovação a média mínima anual deverá ser 6,0 (seis vírgula zero).

É importante considerar que quanto mais diversificada a forma de avaliação,

maior será o acompanhamento da evolução do processo de ensino-aprendizagem do

aluno. Também fica a critério do professor a realização de testes e sondagens, além

das avaliações aqui mencionadas.

Fica garantida avaliação diferenciada (adaptação de pequeno porte) aos alunos

que apresentam Distúrbio de Aprendizagem, Dificuldade de Aprendizagem e

Deficiência Intelectual, Visual, Auditiva e Motora.

Este Estabelecimento de Ensino terá autonomia para realizar a Classificação

e/ou Reclassificação dos alunos sempre que constatada a necessidade. Esse

procedimento está amparado legalmente pela LDB 9394/96 Art.23, 24 Cap. V. b e pela

Deliberação nº 09/01 CEE Art. (21, 22, 23, 24, 25, 26, 27), Instrução Normativa nº 20/08

SUED.

CRITÉRIOS PARA A REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE CLASSSIFICAÇÃO E

RECLASSIFICAÇÃO:

- Quando constatado pela Direção, Equipe Pedagógica e professores que o aluno

apresenta potencial para promover a aceleração de estudos, poderá ser realizado a

Classificação e/ou Reclassificação para a série compatível com sua experiência e

desempenho escolar.

- Será observado a compatibilidade de idade série: faixa etária.

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- Será realizada pela Equipe Pedagógica entrevista com o aluno a ser Classificado e/ou

Reclassificado objetivando obter dados relevantes para tomada de decisão.

- O aluno será submetido à avaliação no contexto escolar, através de provas com

acompanhamento da Equipe Pedagógica e Comissão de professores.

- A Equipe Pedagógica deverá acompanhar constantemente o desempenho escolar do

aluno beneficiado pelo processo de Classificação e/ou Reclassificação.

- O resultado das avaliações deverá ser registrado em ata padrão de acordo com a

Resolução nº 09/01-CEE.

5.9. ALUNOS FALTOSOS, EVASÃO ESCOLAR

- O professor deverá comunicar a Direção/Equipe Pedagógica o número de falta dos

alunos através de registro (ficha branca).

- Orientação individual aos alunos faltosos. (Direção/Equipe Pedagógica, professores).

- Convocar e comunicar a família para justificar a ausência do(a) aluno(a) no Colégio.

(Direção/Equipe Pedagógica ).

- Encaminhamento de listagem dos alunos faltosos ao Conselho Tutelar através da

Ficha FICA (Direção/Equipe Pedagógica ).

5.9.1 REPETÊNCIA

Com o objetivo de diminuir a repetência serão adotados alguns critérios:

- O professor deverá realizar trabalho paralelo para complementar e recuperar a

aprendizagem dos alunos durante o ano letivo.

- A Direção e Equipe Pedagógica deverão acompanhar, sugerir formas de intervenção

pedagógica a ser trabalhado com os alunos que apresentam defasagem de

aprendizagem, indisciplina e descomprometimento com as normas vigentes do Colégio.

- Acompanhar os programas de Sala de Apoio a Aprendizagem e Salas de Recursos.

- Informar aos pais ou responsáveis o desempenho do aluno durante o ano letivo.

- A Equipe Pedagógica deverá acompanhar o trabalho pedagógico repassando a

Direção informações relevantes para tomada de decisão visando um ensino de

qualidade.

5.10. HORA ATIVIDADE

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O professor deverá cumprir a hora atividade integralmente no Estabelecimento de

Ensino, sendo este um momento para:

- Planejar aulas.

- Atualizar o Livro Registro de Classe.

- Registrar avaliações.

-Trabalhar questões referentes ao ensino/aprendizagem com a Equipe Pedagógica.

- Corrigir atividades realizadas pelos alunos.

- Leitura de textos inerentes a sua função.

- Atendimento a pais, acompanhado pela Direção ou/e Equipe Pedagógica.

Cabe a Direção e Equipe Pedagógica acompanhar o trabalho realizado pelos

docentes nas horas atividades.

5.10.1. FALTA DE PROFESSORES

- Na ausência do professor (para curso oferecido pela SEED), o Colégio dará

atendimento aos alunos mediante atividades impressas, elaboradas pelo professor da

Disciplina.

- Faltas com atestado médico (até 03 dias), seguirão as normas da SEED.

5.10.2. PROPOSTA DE TRABALHO DO COLÉGIO PARA ARTICULAÇÃO COM A

FAMÍLIA E COMUNIDADE

A família tem papel fundamental para o desenvolvimento do ser humano, por isso

há a necessidade de um trabalho sempre voltado para a integração da família junto à

escola, onde ambas se complementam, totalizando a pleno desenvolvimento do

educando. No entanto considera-se que não há como a escola realizar um trabalho

sem que haja essa integração.

O contato com a família será através de:

- Reuniões;

- Palestras;

- Solicitações para acompanhar o desempenho escolar de seus filhos durante o ano

letivo;

- Participação em Conselhos de Classe;

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- Comunicação através de informativos e bilhetes;

- Aviso pelo rádio;

- Convocação através do Conselho Tutelar.

5.10.3 .ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS, A VIOLÊNCIA E A INDISCIPLINA

- Conscientização sobre as consequências do uso de drogas através de palestras

em parceria com a patrulha escolar, secretaria de saúde e acadêmicos da FAG, através

do “Projeto Mais Vida”.

5.10.4. AGENDA 21

A Agenda 21 é um programa de ação aprovado na Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente para todo o planeta e estão marcados os compromissos

que 179 países assinaram e assumiram de construir um novo modelo de

desenvolvimento que resulta melhor qualidade de vida para a Humanidade, visando

garantir um futuro melhor para o planeta, respeitando-se o homem e o seu ambiente.

Todos os problemas e dificuldades têm uma razão de existir, por isso é importante

reunir informações para conhecer a história da escola, da comunidade e efetivar ações

visando minimizar, informar, conscientizar ou até mesmo resolver alguns problemas

existentes na comunidade com apoio e parcerias do poder público, estabelecimentos

comerciais, indústrias, entre outros. No entanto, o trabalho em equipe é fundamental,

pois propicia melhores chances para alcançar soluções. A agenda 21 escolar é a

proposta que resulta do estudo das Agendas 21 Global, Brasileira, Estadual e Local e

dos diagnósticos, para ser implementada no meio, onde tal influência é exercida.

AÇÕES DA AGENDA 21- MEIO AMBIENTE:

- Conscientização sobre a importância da reciclagem do lixo produzido na escola;

- Palestra em parcerias com técnicos de Empresas: Araupel Tractebel, Ibersul;

- Visitas em Empresas locais;

- Conscientização do cuidado que devemos ter com o meio ambiente e com o

patrimônio público.

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5.10.5. FERA COMCIÊNCIA

- Realizar atividades, de acordo com temas pré-estabelecidos pela SEED;

- Mostra cultural;

- Valorização da cultura regional.

5.10.6 JOGOS COLEGIAIS

- Participar dos jogos colegiais nas modalidades, de acordo com as habilidades de

cada um.

5.10.7 CAMPANHAS/PALESTRAS

- Palestra sobre Importância da Preservação do Meio Ambiente;

- Gravidez na adolescência ( Lei nº 16105/2009 );

- Dia da Consciência negra;

5.11. EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

SALA DE RECURSOS

A Educação Inclusiva é um desafio que descortina para a escola deste milênio e

para todos os envolvidos com a tarefa de educar sob os princípios da ética e da

cidadania.

Tendo como norte o paradigma da inclusão, o Colégio José de Anchieta, oferece

atendimento especializado na modalidade de Educação Especial (Sala de Recursos)

para os alunos que apresentam Deficiência Intelectual, Distúrbio de Aprendizagem.

Entende-se que assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e

permanência na escola sem qualquer tipo de discriminação é um princípio que está na

Constituição Federal, na LDB nº 9394/96, na Deliberação 02/03.

Para a efetivação de um trabalho significativo, esse aluno necessita de formas

diferenciadas de atendimento, daquele realizado no ensino regular., como atendimento

individualizado, uso de recursos concretos, materiais pedagógicos diversificados. Nesta

perspectiva, objetivamos que todas as pessoas que integram a comunidade escolar

estejam mobilizadas, engajadas para as mudanças, de maneira que possam participar

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de uma sociedade menos excludente.

DEFINIÇÃO

Sala de Recursos é um serviço de Apoio Especializado, de natureza pedagógica

que complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns do Ensino

Fundamental.

ALUNOS

Os Alunos que frequentarão essa modalidade de atendimento serão alunos

regularmente matriculados no Ensino Fundamental, nas séries finais e que apresentam

dificuldades acentuadas de aprendizagem, decorrentes de Deficiência

Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos.

Serão alunos egressos de Escolas de Educação Especial, Classes Especiais e/ou

Salas de Recursos das séries iniciais do Ensino Fundamental, com avaliação no

contexto escolar, realizada por equipe multiprofissional e da classe comum. A avaliação

de ingresso na Sala de Recursos deverá ser realizada no contexto do ensino regular

pelos professores da classe comum, professor especializado, pedagogo da escola, com

assessoramento de uma equipe multiprofissional externa – (Universidades,

Faculdades, Escolas Especiais, Secretarias Municipais da Saúde, através do

estabelecimento de parcerias, entre outros) e equipe do NRE, devidamente orientada

pela SEED/DEEIN. O processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação

de alunos com indicativos de Deficiência Mental/Intelectual, deverá enfocar aspectos

pedagógicos relativos à aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção de

textos, cálculos, sistema de numeração, medidas, entre outros e das áreas do

desenvolvimento considerando as habilidades adaptativas, práticas sociais e

conceituais, acrescida do parecer psicológico.

O processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação de alunos com

indicativos de Transtornos Funcionais Específicos ( Distúrbios de Aprendizagem –

dislexia, disortografia, disgrafia e discalculia), deverá enfocar aspectos pedagógicos

relativos à aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção, cálculos, sistema

de numeração, medidas, entre outras, acrescida de parecer psicológico e

complementada com parecer fonoaudiológico e/ou de especialista em psicopedagogia

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e/ou de outros que se fizerem necessários.

O processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação de alunos com

indicativos de Transtornos Funcionais Específicos (transtorno de atenção e

hiperatividade), deverá enfocar aspectos pedagógicos relativos à aquisição da língua

oral e escrita, interpretação, produção, cálculos, sistema de numeração, medidas, entre

outras, acrescido de parecer psiquiátrico e/ou neurológico e complementada com

parecer psicológico.

ASPECTOS PEDAGÓGICOS

O trabalho pedagógico especializado, na Sala de Recursos, deve constituir um

conjunto de procedimentos específicos, de forma a desenvolver os processos cognitivo,

motor, sócio- afetivo emocional, necessários para apropriação e produção de

conhecimentos. O professor da Sala de Recursos deve elaborar o planejamento

pedagógico individual, com metodologia e estratégias diferenciadas, organizando-o de

forma a atender as intervenções pedagógicas sugeridas na avaliação de ingresso e/ou

relatório semestral.

O planejamento pedagógico deve ser organizado e, sempre que necessário

reorganizado, de acordo com:

a) os interesses, necessidades e dificuldades específicas de cada aluno;

b) as áreas de desenvolvimento (cognitiva, motora, sócio-afetivo emocional);

c) os conteúdos pedagógicos defasados das séries iniciais, principalmente Língua

Portuguesa e Matemática.

A complementação do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, na Sala

de Recursos, dar-se-á através de:

a) orientação aos professores da classe comum, juntamente com a equipe pedagógica,

nas adaptações curriculares, avaliação e metodologias que serão utilizadas no ensino

regular, em atendimento aos alunos com Deficiência Mental/Intelectual e/ou

Transtornos Funcionais Específicos;

b) apoio individual ao aluno com Deficiência Mental/Intelectual e/ou Transtornos

Funcionais Específicos, na sala de aula comum, com ênfase à complementação do

trabalho do professor das disciplinas;

c) participação na avaliação no contexto escolar dos alunos com indicativos de

Deficiência Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos.

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O trabalho desenvolvido na Sala de Recursos não deve ser confundido com

reforço escolar ou repetição de conteúdos programáticos da classe comum. O

professor deve registrar sistematicamente, todos os avanços e dificuldades do aluno,

conforme planejamento pedagógico individual.

Na Sala de Recursos, o número máximo é de 20 (vinte) alunos, com atendimento

por cronograma.

O professor da Sala de Recursos deverá participar das atividades previstas no

Calendário Escolar, especialmente do Conselho de Classe.

5.12. SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM – 5ª SÉRIE

A sala de apoio a aprendizagem – 5ª série foi criada através da Resolução nº

208/04 e tem como objetivo implementar uma ação pedagógica para enfrentamento

dos problemas relacionados ao Ensino da Língua Portuguesa e Matemática e às

dificuldades de aprendizagem , identificadas nos alunos matriculados

Compete ao Professor Regente – Ensino Regular

a) Indicar à equipe pedagógica os alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura,

na escrita e/ou cálculos essenciais para as Salas de Apoio a Aprendizagem.

b) Encaminhar à Equipe Pedagógica justificativa da necessidade de estender o tempo

do educando na escola e indicar as ações já desenvolvidas para a superação das

dificuldades.

c) Participar com a Equipe Pedagógica e o professor da Sala de Apoio a Aprendizagem

de definição de ações pedagógicas que possibilitem os avanços no processo de ensino

do aluno.

d) Manter contato permanente com o professor da Sala de Apoio à Aprendizagem,

discutindo e acompanhando os avanços do aluno. Participar de formação continuada

(cursos, oficinas, grupo de estudo, seminários, etc.) que contribuam para o

enriquecimento de sua prática pedagógica.

e) Definir com a Equipe Pedagógica e o professor da Sala de Apoio à aprendizagem o

momento de dispensa do aluno, considerando a superação das dificuldades

apresentadas no parecer descritivo.

f) Dar continuidade ao acompanhamento do aluno quando vindo da Sala de Apoio à

Aprendizagem.

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Compete ao Professor da Sala de Apoio à Aprendizagem

1. Planejar com a Equipe Pedagógica e o professor regente os encaminhamentos

metodológicos necessários para atender às necessidades do aluno encaminhado.

2. Planejar práticas de ensino, bem como encaminhamentos metodológicos pertinentes

às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, que venham suprir a defasagem do

conteúdo.

3. Manter diálogo permanente com o professor regente para redirecionar ou adequar os

encaminhamentos metodológicos, assim como diagnosticar avanços ou dificuldades,

no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

4. Comunicar o professor regente e Equipe Pedagógica sobre as faltas dos alunos,

para que seja verificado o motivo e apontando possíveis soluções.

5. Registrar os avanços pelos alunos na avaliação em fichas próprias para,

posteriormente, decidir com a Equipe Pedagógica e o professor regente a permanência

ou dispensa dos alunos.

6. Participar de formação continuada, promovida pela SEED/NRE/Escola.

Atribuições da Direção e Equipe Pedagógica

Planejar com a Equipe Pedagógica e o professor regente os encaminhamentos

metodológicos necessários para atender às necessidades do aluno encaminhado.

Planejar práticas de ensino, bem como encaminhamentos metodológicos

pertinentes às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, que venham suprir a

defasagem do conteúdo.

Manter diálogo permanente com o professor regente para redirecionar ou adequar

os encaminhamentos metodológicos, assim como diagnosticar avanços ou

dificuldades, no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

Comunicar o professor regente e Equipe Pedagógica sobre as faltas dos alunos,

para que seja verificado o motivo e apontando possíveis soluções.

Registrar os avanços pelos alunos na avaliação em fichas próprias para,

posteriormente, decidir com a Equipe Pedagógica e o professor regente a

permanência ou dispensa dos alunos.

Decidir com o professor regente a indicação dos alunos para a Sala de Apoio à

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Aprendizagem.

Planejar e acompanhar junto ao professor regente e o professor da sala de Apoio a

Aprendizagem o encaminhamento dos conteúdos, propondo metodologias

adequadas às necessidades dos alunos.

Organizar os grupos de alunos para o atendimento na Sala de Apoio à

Aprendizagem.

Estabelecer em consenso com os professores (regentes das salas de Apoio à

aprendizagem) a substituição de alunos, conforme avanços na aprendizagem.

Organizar sistematicamente reuniões de estudo (nas horas-atividade, reuniões

pedagógicas, etc.), proporcionando situações que possam subsidiar a ação

docente.

Informar a família do aluno sobre a necessidade do mesmo estender seu tempo

escolar.

Inteirar-se dos motivos das faltas dos alunos, comunicando e buscando soluções

junto aos pais ou órgãos competentes.

Na função de diretor, garantir momentos de estudo e reflexão acerca do processo

de ensino-aprendizagem, bem como a articulação de todo o trabalho pedagógico da

escola.

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6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

A Proposta Pedagógica Curricular é a expressão de uma determinada

concepção de educação e de sociedade, pensada filosófica, histórica e culturalmente,

expressa no Projeto Político Pedagógico. Foi construída pelos professores das

disciplinas e mediada pela equipe pedagógica, fundamentada nas Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná.

6.1 ENSINO FUNDAMENTAL

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6.1.1 PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ARTES

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

É provável que os futuros estudos mostrem que o ato artístico não é um ato

místico celestial da nossa alma, mas um ato tão real quanto todos os outros

movimentos de nosso ser, só que, por sua complexidade, superior a todos os demais

(VYGOTSKY,1999).

A Arte está presente desde os primórdios da humanidade, no período

denominado pré-história, como uma atividade fundamental do ser humano. Ela é uma

forma de trabalho criador e é por meio do trabalho que o homem transforma a natureza

e a si próprio. Assim, o homem, depois de imitar os objetos que via na natureza,

passou a criá-los e humanizá-los. A linguagem surgiu juntamente com o trabalho,

“somente o trabalho e através do trabalho é que seres vivos passam a ter muito que

dizer uns aos outros” (FISCHER, 1979, p.30).

Criando a arte, o homem encontrou para si um modo real de aumentar seu

poder e de enriquecer a sua vida.

Desde a pré-história até a atualidade, a arte adquire ou assume diferentes

funções em diferentes culturas: houve e há culturas para as quais a arte tem uma

função mágica na relação do homem com o mundo.

A arte é um processo de humanização e o ser humano, como criador, produz

novas maneiras de ver e sentir, que são diferentes em cada momento histórico e em

cada cultura. É fundamental considerar as determinações econômicas e sociais que

interferem nas relações entre os homens, os objetos e os outros homens, para

compreender a relatividade do valor estético e as diversas funções que a Arte tem

cumprido historicamente e que se relacionam com o modo de organização da

sociedade (PARANÁ, 1992, p.149).

Para compreendermos a relação entre arte, sociedade e cultura é importante

pensarmos sobre a complexidade do conceito de cultura. No nosso cotidiano,

encontramos diversas definições de cultura que são permanências da história do

pensamento humano. No período do iluminismo e do romantismo, um dos sentidos de

cultura é o de processo de desenvolvimento íntimo, de vida intelectual e de associar

cultura com arte, família, vida pessoal, religião e de instituições e práticas de

significados e valores.

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É importante salientar que a cultura é constituída, mas também constituinte dos

modos de produção social. Desta forma devemos falar em culturas, pois cada povo ou

grupo social tem suas próprias formas práticas de existência. Na escola, este é um

fator importante, que diz respeito às implicações educacionais do pluralismo cultural.

Um ensino pode, com efeito, dirigir-se a um público diverso sem ser ele mesmo um

ensino multicultural: ele não se torna tal senão a partir do momento no qual ele põe em

ação certas escolhas pedagógicas, que são ao mesmo tempo escolhas éticas ou

deontológicas. A diversidade de capacidades e referências culturais dos públicos de

alunos aos quais ele se dirige.

Da mesma forma que a cultura, a história social da arte demonstra que as

formas artísticas não são exclusivamente manifestações da consciência individual, mas

também exprimem uma visão de mundo. Essas formas são dependentes do modo de

produção social, isto é, em cada cultura, em cada momento histórico, as

transformações da sociedade determinam condições para uma nova atitude estética.

Novas maneiras de ver e de ouvir não são apenas o resultado de aperfeiçoamentos ou

refinamentos na percepção sensorial, mas também uma decorrência de novas

realidades sociais (...) o ritmo, o barulho e o tempo das grandes cidades estimulam

novos modos de ver e ouvir; um camponês enxerga uma paisagem de maneira diversa

da de um homem da cidade, e assim por diante (FISCHER, 1979, p.170). Pela arte, o

ser humano se torna consciente da sua existência individual e social, ele se percebe e

se interroga, sendo levado a interpretar o mundo e a si mesmo.

Nesse sentido, a escola constitui-se num espaço privilegiado para uma

educação que estabeleça o diálogo entre o particular e o universal. A disciplina de arte

deve manter este diálogo, estabelecendo relações entre as experiências, a cultura e

vivência atuais com a imagem, os sons, os gestos, os movimentos e o conhecimento

historicamente construído pela humanidade. Nessa perspectiva, educar os alunos

esteticamente é ensinar a ver, a ouvir criticamente, a interpretar a realidade, a fim de

ampliar as suas possibilidades de fruição e expressão artística. Assim, uma proposta

de ensino de arte tem como função levar o aluno à apropriação do conhecimento

estético, contextualizando-o, dando um significado à arte dentro de um processo

criador que transforma o real, produzindo novas maneiras de ver e sentir o mundo.

Sabe-se que "não há um dizer único e universal sobre as Artes e, portanto, estamos

sempre na situação de ter de fazer várias opções teóricas para sustentar nossas

propostas curriculares e metodológicas” (KUENZER 2000, p.125).

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Com as contribuições elaboradas nos diversos encontros para as orientações

curriculares do Ensino Médio da disciplina de Arte, que visou atender ao aluno como

um sujeito histórico e social, foram sistematizadas três formas de interpretação da Arte

na sociedade: arte como ideologia, arte como conhecimento e arte como trabalho

criador.

ARTE COMO IDEOLOGIA

Abordando esta questão, Peixoto (2003 p. 36) argumenta, sobre a ênfase de

Vázquez (1978) a respeito da determinação ou não da ideologia, “O autor alerta que as

relações entre Arte e Ideologia são contraditórias e complexas e que, portanto, há de

se cuidar para não cair em um dos dois extremos: o da identificação de ambas ou o de

sua oposição radical”.Ideologia é o conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de

uma “A obra de Arte é parte integrante da realidade social, é elemento da estrutura de

tal sociedade e expressão da produtividade social e espiritual do homem”, ela constitui-

se numa totalidade estruturada, que abrange uma grande diversidade de elementos da

realidade. (KOSIK, 2002 p.139). Sociedade, de uma época ou de uma classe, é

produto de uma situação histórica e das aspirações dos grupos que apresentam um

pensamento que determina sua racionalidade. A ideologia tem dupla função: ela pode

ser um elemento de coesão social, de relação de pertencer a um grupo, classe social

ou a uma sociedade, como pode ser, também, um elemento de imposição de uma

classe social sobre outra, de forma a mascarar a realidade, para manter e legitimar sua

dominação.

No século XX, a juventude foi objeto de intensa ideologia através da arte. Na

primeira metade deste século, a juventude nazista e fascista foi constituída,

principalmente, pela mídia institucional do rádio e cinema. Na década de cinqüenta, a

indústria cultural, com suas várias formas artísticas, disseminou o consumismo e o

individualismo exacerbado entre os jovens. Contrariamente, neste mesmo século, a

arte foi uma das principais formas de organização social e expressão dos jovens, em

oposição às forças dominantes neste período: os protestos mundiais dos anos

sessenta contra a sociedade de consumo e às políticas governamentais, a oposição à

ditadura militar no Brasil, o movimento da anistia e o de redemocratização do país.

Neste sentido, é fundamental trabalhar com os alunos as três principais formas de

como a arte se constitui na sociedade contemporânea: O sistema de arte é o que

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chamamos de arte erudita, ele tem uma forma de distribuição e divulgação (museus,

teatros, etc), uma forma de legitimação (críticos de arte) e de circulação pela venda a

uma elite financeira. Esta arte tem um campo de ação restrito.

A arte popular é a produzida e vivenciada pelo povo, grupos sociais e étnicos,

caracterizando-se por ser um espaço de sociabilidade e por ser elemento constituinte

da identidade destes grupos. Neste campo, podemos incluir o folclore, que apesar de

ser do povo, tem a particularidade de ser uma manifestação artística que permanece

por um tempo maior (com algumas mudanças) na história de uma determinada cultura.

A indústria cultural é a que transforma a arte em mercadoria, visando o

consumo por um grande número de pessoas. Por isso, é denominada de cultura de

massa. A indústria cultural não cria arte, ela apropria-se da produção artística da cultura

popular e da erudita, descaracteriza esta arte através de equipamentos tecnológicos

sofisticados e a direciona para o consumo em grande escala (produção em série).

Estas são três formas de como se pode ter contato com a arte, mas não são

estanques, elas interpenetram-se e são permeadas por discursos ideológicos,

principalmente para a arte vivenciada pelos jovens.

ARTE COMO FORMA DE CONHECIMENTO

Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel unidade: é

expressão da realidade, mas, ao mesmo tempo, cria a realidade que não existe fora da

obra, ou antes, da obra, mas precisamente apenas na obra (KOSIK, 2002, p. 128). A

arte não só reflete a realidade em sua aparência, mas também a traduz para além

desta, abrangendo aspectos da totalidade desta mesma realidade. O conhecimento

estético, construído historicamente pela humanidade se expressa na Arte através da

suas articulações com as quatro áreas que a constituem. O trabalho com os alunos

deve também tratar, em vários aspectos, da diversidade cultural e das desigualdades

humanidade em tempos e espaços

considerando sua origem cultural, grupo social e as manifestações artísticas que

produzem significado de vida para eles, tanto na produção como na fruição.

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ARTE COMO TRABALHO CRIADOR

A criação ou trabalho criador é um elemento essencial no ensino de arte, sem

ele a arte deixa de ser arte e não há aprendizagem. O educando precisa passar pelo

fazer artístico, pois, “ao transformarmos as matérias, agimos, fazemos. São

experiências existenciais, processos de c

nosso ser sensível, no ser pensante, no ser atuante”.(FAYGA, 1987, p.69). Quando o

homem cria, isto é, quando transforma uma matéria dando-lhe nova forma, lhe atribui

significados, emoções e a impregna com a presença do seu próprio existir, captando e

configurando-a. Estruturando a matéria, também dentro de si o ser humano se

estrutura. Criando, ele se recria. ( FAYGA, 1987 p. 51). Para a pesquisa sobre esta

questão e textos para serem trabalhados com os alunos, é importante iniciar com os

autores da escola de Frankfurt, como Benjamin (1985), Horkheimer, Adorno e

Habermas (1975) e Marcuse (1968). Veja também autores na biblioteca do professor

de sua escola, nas disciplinas de Arte, Filosofia e Sociologia. Criar, então, é

transformar, fazer algo inédito, um objeto novo e singular que expressa esse sujeito

criador e, simultaneamente, o transcende, enquanto objeto portador de conteúdo de

cunho social e histórico e enquanto objeto concreto, como uma nova realidade social.

A concepção de arte como criação, como trabalho criador, não exclui a arte

como forma ideológica ou a arte como forma de conhecimento, porém não a reduz a

nenhuma delas. Neste sentido, a arte constitui-se em um processo de humanização do

ser humano.

Com os alunos, é importante desenvolver os seguintes trabalhos:

a) Manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já executam,

possibilitando que sistematizem com mais conhecimentos suas próprias produções.

b) Produção de trabalhos artísticos na escola, nas áreas em que for possível pelas

condições de formação do professor e/ou materiais da escola.

1. Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca

coletiva, articulando a percepção, imaginação e emoção, a investigação, a

sensibilidade e a reflexão ao realizar e fluir produções artísticas.

2. Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística, bem

como, materiais e procedimentos, apreciando-os e contextualizando-os

culturalmente.

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3. Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e o

conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas,

sabendo elaborar e receber críticas.

4. Observar as relações entre arte e realidade, refletindo, investigando, indagando

com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,

argumentando a apreciando arte de modo sensível.

5. Investigar, identificar e organizar informações sobre arte, reconhecendo e

compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas

presentes na história das diferentes culturais e etnias. Observar as relações

entre artes visuais com outras modalidades artísticas e com outras áreas do

conhecimento humano.

2) CONTEÚDOS BÁSICOS

5ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas: diatônica,

pentatônica

cromática

maior, menor,

Improvisação

Gêneros: erudito,

popular

Greco-Romana

Oriental

Ocidental

Idade Média

Música Popular (folclore)

6ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

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Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas

Estrutura

Gêneros: folclórico,

popular, étnico

Técnicas: vocal,

instrumental, mista

Improvisação

Música popular e étnica (ocidental e

oriental)

Brasileira

Paranaense

Africana

Renascimento

Neoclássica

Caipira/Sertanejo Raiz

7ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Tonal, modal e a

fusão de ambos.

Técnicas: vocal,

instrumental,

eletrônica, informática

e mista

Sonoplastia

Indústria Cultural

Eletrônica

Minimalista

Rap, Rock, Tecno

Sertanejo pop

Vanguardas

Clássica

8ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA

Altura Ritmo Música Engajada

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Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Melodia

Harmonia

Estrutura

Técnicas: vocal,

instrumental, mista

Gêneros: popular,

folclórico, étnico.

Música Popular Brasileira.

Música contemporânea

Hip Hop, Rock, Punk

Romantismo

5ª SÉRIE – ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa/Abstrato

Geométrica

Técnicas: Pintura,

desenho, baixo e alto

relevo, escultura,

arquitetura...

Gêneros: paisagem,

retrato, cenas da

mitologia

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Oriental

Idade Média

Arte Popular (folclore)

Arte Pré-Histórica

Renascimento

Barroco

6ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa

Abstrata

Geométrica

Arte indígena

Arte Popular Brasileira e Paranaense

Abstracionismo

Expressionismo

Impressionismo

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48

Volume

Cor

Luz

Técnicas: Pintura,

desenho, escultura,

modelagem, gravura,

mista, pontilhismo...

Gêneros: Paisagem,

retrato,natureza

morta.

7ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnicas: pintura,

desenho, fotografia,

audiovisual, gravura...

Gêneros: Natureza

morta, retrato,

paisagem.

Indústria Cultural

Arte Digital

Vanguardas

Arte Contemporânea

Arte Cinética

Op Art

Pop Art

Clássicismo

8ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

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Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Geométrica

Figura-fundo

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnica: Pintura,

desenho,

performance...

Gêneros: Paisagem

urbana, idealizada,

cenas do cotidiano

Realismo

Dadaísmo

Arte Engajada

Muralismo

Pré-colombiana

Grafite (Hip Hop)

Romantismo

5ª SÉRIE - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões

corporais, vocais, gestuais e

faciais

Ação

Espaço

Técnicas: jogos

teatrais, teatro

indireto e direto

improvisação,

manipulação,

máscara

Gênero: Tragédia,

Comédia, enredo,

roteiro.

Espaço Cênico,

circo.

Adereços

Greco-Romana

Teatro Oriental

Africano

Teatro Medieval

Renascimento

Teatro Popular

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50

6ª SÉRIE - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões

corporais, vocais, gestuais e

faciais

Ação

Espaço

Representação,

Leitura dramática,

Cenografia.

Gêneros: Rua,

Comédia, arena,

Caracterização

Técnicas: jogos

dramáticos e teatrais,

Mímica,

improvisação, formas

animadas...

Comédia dell' arte

Teatro Popular

Teatro Popular Brasileiro e Paranaense

7ª SÉRIE - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões

corporais, vocais, gestuais e

faciais

Ação

Espaço

Representação no

Cinema e Mídias

(Vídeo, TV e

Computador)

Texto dramático

Cenografia

Maquiagem

Sonoplastia

Roteiro, enredo

Técnicas: jogos

teatrais, sombra,

adaptação cênica

Indústria Cultural

Realismo

Expressionismo

Cinema Novo

Vanguardas

Classicismo

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51

8ª SÉRIE - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões

corporais, vocais, gestuais e

faciais

Ação

Espaço

Técnicas:

Monólogo, jogos

teatrais, direção,

ensaio, Teatro-

Fórum, Teatro

Imagem

Representação

Roteiro, enredo

Dramaturgia

Cenografia

Sonoplastia

Iluminação

Figurino

Gêneros

Teatro Engajado

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro do Absurdo

Romantismo

5ª SÉRIE - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Eixo

Deslocamento

Ponto de Apoio

Formação

Técnica:

Improvisação

Gênero: Circular

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Idade Média

Arte Popular (folclore)

6ª SÉRIE - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

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52

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Gênero: Folclórica,

popular, étnica

Ponto de Apoio

Formação

Rotação

Coreografia

Salto e queda

Niveis (alto, médio e

baixo)

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Renascimento

7ª SÉRIE - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Direções

Dinâmicas

Aceleração

Improvisação

Coreografia

Sonoplastia

Gênero: Indústria

Cultural, espetáculo

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultural Dança Moderna

Dança Clássica

8ª SÉRIE - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICO

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Ponto de Apoio

Níveis (alto, médio e

baixo)

Rotação

Deslocamento

Arte Engajada

Vanguardas

Dança Contemporânea

Romantismo

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Gênero: Salão,

espetáculo, moderna

Coreografia

3) METODOLOGIA

Tendo os pressupostos teóricos como referência, devemos pensar na

metodologia, que pode ser concebida como “A arte de dirigir o espírito na investigação

da verdade” (FERREIRA, 1986). Este é o elemento da pedagogia que está mais

intimamente ligado à prática em sala de aula.

Quando se trata de metodologia, precisamos direcionar o pensamento para o

método a ser aplicado: para quem, como, por que e o quê? O trabalho em sala de aula

deve-se pautar pela relação que o ser humano tem com a arte: sua relação é de

produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras

artísticas. No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento. Desta forma

devemos contemplar, na metodologia do ensino da arte, estas três dimensões, ou seja,

devemos estabelecer como eixo o trabalho artístico, que é o fazer, o sentir e

perceber, que são as formas de leitura e apropriação e o conhecimento, que

fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho mais sistematizado,

superando o senso comum do conhecimento empírico. A seguir explicitaremos cada um

desses três eixos. Tendo em vista que os mesmos constituem-se numa totalidade, o

trabalho em sala poderá iniciar por qualquer um deles, ou pelos três simultaneamente.

O importante é que no final das atividades (em uma ou várias aulas) com o conteúdo

desenvolvido, todos os três eixos tenham sido tratados com os alunos.

É muito importante que os instrumentos sejam amplos e flexíveis, diversificados e

explorados através das práticas significativas em todas as linguagens como:

Construções bidimensionais e tridimensionais;

Esboços;

Apresentações por meio da plástica, música, cênica, audições, montagens,

escritas, relatos, descrições, análises, composições, explanações, debates,

leituras e releituras de imagens, pesquisas, entrevistas e visitas.

Quanto ao estudo da música estaremos buscando através do estudo da origem

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e desenvolvimento da música, a evolução desta linguagem tão abstrata e universal, a

sua associação imediata com a dança, o gesto, a fala e a comunicação, a música como

fruto de vivências individuais e/ou coletivas, a música religiosa medieval, modal, a

música tonal e o repertório de músicas populares compatíveis com o interesse e com a

vivência musical atual, e experimentações e improvisações aleatórias, a partir do

entorno e do meio ambiente, tem como objetivos levar os alunos a sentirem,

expressarem e pensarem a realidade sonora das grandes cidades, levando-o a ter uma

atitude crítica em relação às conseqüências da poluição sonora para o organismo

humano. Trabalhar com paisagens sonoras em ambientes reais ou mesmo ambientes

sonoros construídos, auxilia o aluno a desenvolver suas habilidades expressivas

musicais, conectando o imaginário, a fantasia, a criação, dentro de uma dimensão

poética que o remete ao seu tempo e à contemporaneidade. A música de nosso tempo

parte de uma pesquisa muito ampla, onde o silêncio e o ruído se tornam elementos

integrantes e possíveis dentro do contexto musical. Foi-se o tempo em que a música

esteve confinada a modelos formais tonais para ser considerada legítima e faz parte

dos objetivos das aulas de música, que se amplie o conhecimento sobre a música e

suas inter-relações com outras modalidades artísticas e as demais áreas de

conhecimento.

Já o conteúdo de Arte – dança e teatro - deve ser escolhido de acordo com a

faixa etária, interesse e cultura do grupo, e que seja explorado e articulado com o

conteúdo dos outros grupos dentro de cada uma das linguagens.

4) AVALIAÇÃO

A disciplina de Artes apresenta-se como componente curricular responsável por

viabilizar ao aluno o acesso sistematizado aos conhecimentos em Arte, por meio de

diferentes linguagens, proporcionando aos alunos o acesso aos conhecimentos

presentes nos bens culturais.

Uma avaliação consistente e fundamentada permite ao aluno posicionar-se em

relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos. Em uma avaliação

significativa, é preciso também que o professor tenha conhecimento das linguagens

artísticas, bem como da relação entre o criador e o que for criado.

Avaliar exige, acima de tudo, que se defina onde quer se chegar, que se

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estabeleçam os critérios, para, em seguida, escolham-se os procedimentos, inclusive

aqueles referentes à seleção dos instrumentos que serão utilizados no processo de

ensino e aprendizado.

A avaliação acompanha todo o processo de construção e a avaliação deve partir

da organização dos conteúdos, da reelaboração do conhecimento adquirido, da

ampliação dos sentidos e da percepção na resolução de uma proposta de leitura e da

representação artística, ou seja, a criatividade. Para isso, devemos ressaltar a

importância de critérios e sugerir parâmetros como: elementos de criação, elementos

de expressão, conhecimento reelaborado e estética.

Após observar os resultados, os alunos podem desenvolver os detalhes, a

pintura, a colagem ou os acabamentos necessários, usando de toda a sua criatividade

e imaginação.

Quanto à música, o educador deve perceber para posteriormente avaliar a

capacidade de memória auditiva, a observação, a discriminação e o reconhecimento

dos sons.

Enfim, o aluno deverá ser avaliado diariamente e de forma contínua, bem como

de acordo com as suas mudanças/transformações diante das atividades propostas pelo

professor.

5) REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1987.

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.

BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.5692/71: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, LDB. Brasília, 1971.

FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.

KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino médio: construindo uma proposta para os que

vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

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56

MARTIN-BARBERO, Jesus; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia

audiovisual e ficção televisiva. São Paulo: Editora Senac, 2001.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto

elaborado pelos participantes dos encontros de formação

continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro

Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG,

1992.

VÁSQUEZ, A. S. As idéias estéticas de Marx. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1978.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. São Paulo: M. Fontes, 1999.

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Artes/Ensino

Fundamental. Governo do Paraná, 2008.

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6.1.2 PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A historicidade das ciências esta ligada não somente ao conhecimento cientifico,

mas também as técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido, as tradições de

pesquisa que o produzem e as instituições que as apóiam (KNELLER, 1980). Nesses

termos, analisar o passado das ciências e daqueles que a construíram significa

identificar as diferentes formas de pensar sobre a NATUREZA nos diversos momentos

históricos em que foram disseminados .(DCE,2009 p.42)

Entretanto, diante da impossibilidade de compor uma análise totalmente

abrangente a respeito da historia da ciência optou-se, por um recorte epistemológico

dessa historia que, de acordo com Ramos (2003), permite refletir sobre a gênese, o

desenvolvimento, a articulação e a estrutura do conhecimento cientifico.

Dentre os epistemólogos contemporâneos, Gaston Bachelard (1884 – 1962)

contribuiu de forma significativa com reflexões voltadas a produção do conhecimento

cientifico, apontando caminhos para a compreensão de que, na ciência, rompe-se com

modelos científicos anteriormente aceitos como explicações para determinados

fenômenos da natureza.

Para Gaston Bacherald existem três grandes períodos do desenvolvimento do

conhecimento cientifico:

O primeiro período, que representa o estado pré-científico, compreenderia tanto

a Antiguidade clássica quanto os séculos de renascimento e de novas buscas, como os

séculos XVI, XVII até XVIII. O segundo período, que representa o estado científico em

preparação no fim do século XVIII se estenderia por todos os séculos XIX e início de

século XX. Em terceiro lugar, momento em que a Relatividade de Einstem deforma

conceitos primordiais que eram tidos como fixados para sempre ( BACHELARD, 1996,

p. 9 ).

Alguns exemplos que demonstraram o aspecto descontínuo de “validade” dos

modelos científicos são: a superação do modelo geocêntrico pelo heliocêntrico; a

substituição do modelo organicista pelo modelo do sistema para explicação do corpo

humano; a superação das ideias de criação pela teoria da evolução; a refutação da

teoria do calórico pelas noções de energia; a impossibilidade de comprovação da

matéria; a dualidade onda-partícula da luz e do elétron; a transição da mecânica

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newtoniana para relativística; e muitos outros.(DCE,2009 p.47,48).

O século XIX foi, segundo Bachelard (1996), o período histórico marcado pelo

estado científico, em que o método científico constitui-se como único para

compreensão da NATUREZA. Isto não significa que no período pré-científico os

naturalistas não se utilizavam de métodos para investigação da NATUREZA, porem, tal

investigação se aproximava mais do uso de instrumentos e técnicas isolados.

O método científico, como estratégia de investigação, é constituído por

procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, axiomatização de

síntese em leis ou teoria. Isso produz um conhecimento científico a respeito de

determinado recorte da realidade (método cartesiano), o que rompe com a forma de

construção de divulgação do conhecimento utilizada no estado pré-científico.

Gaston Bachelard promoveu, com a publicação de suas obras, um

deslocamento da nação de verdade instituída pela ciência clássica ao considerar o ano

de 1905 e a teoria da relatividade restrita como o início de um período em que valores

absolutos da mecânica clássica a respeito do espaço, do tempo e da massa, perderam

o caráter de verdade absoluto, revolucionando as ciências físicas e, por conseqüência,

as demais ciências da natureza.

É possível selecionar alguns aspectos da ciência do século XX e traçar seu

desenvolvimento (...). Os prodigiosos desenvolvimentos que se realizaram na biologia,

cobrindo a fisiologia humana e animal, a hereditariedade e a evolução, e que também

conduziram a nova disciplina da biologia molecular, campo em que a física, a química e

a teoria genética se uniram de um modo que é, sem dúvida, de maior significação.

(RONAN, 1997 d.p.78).

O estado do novo espírito científico configura-se, também, como um período

fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade de

divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influencias dos avanços

científicos. Segundo Sevcenko (2001), mais de oitenta por cento dos avanços

científicos e inovações técnicas ocorreram nos últimos cem anos, destes, mais de dois

terços após a Segunda Guerra Mundial. Ainda, cerca de setenta por cento de todos os

cientistas, engenheiros, técnicos e pesquisadores formados desde o início das ciências

ainda estão vivos, continuam a contribuir com pesquisas e reproduzir conhecimento

cientifico.

Ressalta-se que, se o ensino de Ciências na atualidade representasse a

superação dos estados pré-cientifico e cientifico, na mesma expressividade em que

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ocorre na atividade cientifica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento

cientifico seria melhor vivenciando no âmbito escolar, possibilitando discussões acerca

de com a ciência realmente funciona (DURANT, 2002).

Desde os estudiosos químicos e físicos do iluminismo, herdeiros dos filósofos

que tentaram explicar os fenômenos naturais na antiguidade, aos naturalistas que se

ocupavam da descrição das maravilhas naturais do novo mundo, passando pelos

pioneiros do campo da medicina, todos contribuíram no desenvolvimento de campos de

saber que acabaram reunidos, na escola, sob o nome de ciências, ciências físicas e

biológicas, ciências da vida, ou ciências naturais (FERNANDES, 2005, p. 04).

No entanto, o ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido a integração

de campos de referencias como a Biologia, a Física, a Química, a Geografia, a

Astronomia, entre outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para

“questões que ultrapassam os campos de saber científico e do saber acadêmico,

cruzando fins educacionais e fins sociais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 84), de modo

a possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos científicos que resultam

da investigação da NATUREZA, em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural,

ético e político.(DCE,2009 p.50)

A disciplina de Ciências, mesmo nos dias atuais, expressa a lógica de sua

criação: “a existência de um único método para o trato do conjunto das ciências

naturais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 73). Porem, aceitar “a idéia positiva de método

único e imporia que a mesma fosse admitida para o conjunto das Ciências e não

apenas para aquelas que têm a natureza como objeto” (MACEDO e LOPES, 2002, p.

82).

Do início do século XX aos anos de 1950, a sociedade brasileira passou por

transformações significativas rumo à modernização. Dentre essas transformações,

destacam-se a expansão da lavoura cafeeira, instalações de redes telegráficas e

portuárias, ferrovias e melhoramentos urbanos e as alterações no currículo de Ciências

favorecendo reformas políticas no âmbito da escola.

A disciplina de Ciências inicia sua consolidação no currículo das escolas brasileiras

com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir conhecimentos

científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência já consolidadas no

currículo escolar brasileiro.

Na década de 1950, a importância do ensino de ciências cresceu em todos os

níveis e passou a se relacionada com a tecnologia, com o desenvolvimento econômico,

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cultural e social.

Em 1960 e 1970 fatos históricos como crescente degradação ambiental e o

atrelamento do desenvolvimento cientifico, tecnológico, as guerras, fizeram ampliar as

discussões sobre a interação entre a ciência tecnologia, a sociedade e os efeitos nela

provocada.

Em 1980 as metodologias do Ensino de Ciências foram influenciadas para

defender a melhoria da qualidade de ensino. Com temas relacionados a praticas

sociais. Nessa seqüência de fatos, 1990 foi marcada pela desigualdade social que

culminou com a construção e implantação do Currículo Básico para a Escola Publica

do Estado do Paraná.

Enfim com tantas mudanças ocorridas, o Ensino de Ciências passou a ter mais

significado e maior clareza com seus objetivos priorizando uma Educação qualitativa,

promovendo o senso critico despertando o interesse e o envolvimento do aluno com o

ensino de Ciências.

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento cientifico

que resulta da investigação da NATUREZA. Do ponto de vista científico entende-se por

NATUREZA o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo, em toda a

sua complexidade. Ao homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos

observados na natureza resultantes das relações entre elementos fundamentais como

tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida.(DCE,2009 p.56)

Referente a concepção de Ciência considera-se, uma atividade humana,

complexa, histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de

questões sociais, , tecnológicas, culturais, éticas e políticas. ( DCEs.2009.p.41)

No entanto o ensino de Ciências se justifica por ser compreendido como

processo de formação de conceitos científicos, possibilitando a superação das

concepções alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica.

Espera-se uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos,

rompendo com obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de estabelecer

relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma linguagem

que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos

conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano ( DCEs 2009 p.62).

A DISCIPLINA DE CIÊNCIAS TEM COMO OBJETIVOS: Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte

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integrante e agente de transformações do mundo em que vive, em relação

essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente.

Propor conflitos cognitivos para desenvolver nos alunos, o senso crítico, o respeito

ao seu corpo e a valorização do meio ambiente;

Compreender a importância da saúde como um todo de forma a promover o bem

estar coletivo;

Relacionar a degradação ambiental e agravos à saúde humana, produção de

tecnologia e condições de vida.

Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria,

transformação espaço, tempo, sistema equilíbrio e vida;

Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros e quando

possível representá-los através de gráficos, tabelas, entre outros.

Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a

construção coletiva do conhecimento.

Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,

distinguindo usos corretos.

2 ) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS Os conteúdos estruturantes propostos nas Diretrizes Curriculares Estaduais

são saberes fundamentais capazes de organizar teoricamente os campos de estudos

da disciplina, essenciais para compreender seus objetivos de estudo e suas áreas

afins.

Na disciplina de Ciências os conteúdos estruturantes são construídos a partir da

historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do currículo,

além de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de especialização do seu

objeto de estudo e ensino (LOPES, 1999).

Propõe-se então que o ensino de Ciências ocorra por meio de integração

conceitual que estabeleça relações entre os conceitos científicos escolares de

diferentes conteúdos estruturantes da disciplina (relações interdisciplinares); entre os

conteúdos estruturantes das outras disciplinas do ensino fundamental; entre os

conteúdos científicos escolares e o processo de produção de conhecimento cientifico

(relações contextuais).(DCE,2009p.64)

Nestas diretrizes curriculares são apresentados cinco conteúdos estruturantes

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fundamentados na história da ciência base estrutural de integração conceitual para a

disciplina de ciências no ensino fundamental. São eles:

Astronomia;

Matéria;

Sistemas biológicos;

Energia;

Biodiversidade;

Série: 5ª Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Biodiversidade

Ecossistema

Evolução dos seres

vivos

Organização dos seres

vivos

Produtores e consumidores

Vegetais, seres vivos,

produtores.

Matéria

Constituição da matéria Fatores vivos e fatores não

vivos presentes nos

ambientes

O solo

A água

Propriedades do ar.

Gases que compõe o ar.

Energia

Formas de energia

Transmissão e

conversão de

energia

Decompositores.

Alimentos

O arco-iris e caminho da água

na natureza.

Níveis de

organização celular

Classificação dos seres vivos

de acordo com o número e

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Sistemas Biológicos

tipo de célula.

Astronomia

Movimentos celestes

e terrestres;

3. Universo, sistema

solar e astros;

Dia/noite

Regularidades da natureza

O sistema solar.

Relações de Contexto: Contaminação da água; Minerais e vida cotidiana;

Geladeiras, chaminés e balões de ar quente; Conservação dos alimentos; Previsão do tempo; Lixo; Reaproveitamento do lixo; Qualidade de vida; Vivendo nas cidades.

Durante o ano letivo serão abordados os seguintes temas contemporâneos: A história e cultura Afro, Indígena e Meio Ambiente

contextualizando-os com os conteúdos de Ciências.

Série: 6ª

Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Biodiversidade

4. Origem da

vida

6 Sistemática

- Organização

dos seres

vivos

5. Adaptação dos seres vivos;

6. Biodiversidade;

7. Diversidade da vida dos fungos, da

vida microscópica e dos parasitas

humanos;

8. Das células aos reinos de seres

vivos;

9. Diversidade da vida animal:

vertebrados e invertebrados;

10. Diversidade da vida vegetal;

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Matéria

Constituição

da matéria

A crosta do nosso planeta e as

condições para a existência da vida;

Fosseis: registros da historia;

Energia

- Formas de

energia

Transmissão

de energia

Diferentes formas de obtenção e

transmissão de energia;

Sistemas

Biológicos

Célula;

Morfologia e

fisiologia dos

seres vivos;

7. Reprodução humana

Astronomia

6. Astros;

6. Movimentos

celestes e

terrestres;

Fases da lua e as constelações;

Relações de Contexto: Máquinas e ferramentas; Meninos e meninas, homens e

mulheres; Sexo, saúde e sociedade; Além do que os nossos olhos podem ver.

Durante o ano letivo serão abordados os seguintes temas contemporâneos: A história e cultura Afro, Indígena e Meio Ambiente

contextualizando-os com os conteúdos de Ciências.

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Série: 7ª Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Biodiversidade

A) Evolução dos

seres vivos

Fluxo de matéria e fluxo de energia

nos ecossistemas;

Matéria

Constituição

da matéria

Principais esferas inorgânicas

constituintes do planeta Terra: ar,

água e solo;

Energia Formas de

energia

Fluxo de energia;

Sistemas

Biológicos

Célula;

Morfologia e

fisiologia dos

seres vivos;

Corpo humano: um todo formado por

muitas partes;

Ossos e músculos;

Sistema digestório;

Circulação e excreção;

Respiração pulmonar;

Sistema nervoso;

Sistema endócrino;

Som e instrumentos musicais;

Sons que ouvimos e sons que não

ouvimos;

O tato, o quente, o frio e a nossa

pele;

Luz, olho humano e óculos;

Origem e A Terra e o Universo na geração de

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Astronomia

evolução do

Universo;

energia;

Relações de Contexto: Ameaças à água, ao ar e ao solo; desenvolvimento

sustentável; Nós somos o que comemos; Balinhas e perfumes;

Durante o ano letivo serão abordados os seguintes temas contemporâneos: A história e cultura Afro, Indígena e Meio Ambiente

contextualizando-os com os conteúdos de Ciências.

Série: 8ª Conteúdos

Estruturantes Conteúdos

Básicos Conteúdos Específicos

Biodiversidade

Interações ecológicas

A evolução da diversidade;

Matéria

Propriedades da matéria

Substâncias químicas e suas

propriedades;

Energia

Formas de energia

Conversão de energia

Reações químicas: uma abordagem

microscópica;

Cargas elétricas;

Geração e aproveitamento de energia

elétrica;

Magnetismo;

Ondas eletromagnéticas;

Luz, cor e sombra;

Sistemas

Biológicos

Mecanismos

de herança

genética

Morfologia e

fisiologia dos

seres vivos

Reprodução dos seres vivos e

variabilidade dos descendentes;

Conceitos básicos da genética;

Reprodução humana e

responsabilidade

Astronomia

Gravitação

universal

Astros

Galileu e a queda livre;

Massa, força e aceleração;

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Newton e a gravitação;

Regularidade celeste;

Relações de Contexto: Garrafa térmica, estufa e aquecimento global; Bússolas,

imãs, fitas cassetes e magnetismo terrestre, Pais, mães e filhos: um pouco sobre a

genética;

Durante o ano letivo serão abordados os seguintes temas

contemporâneos: A história e cultura Afro, Indígena e Meio Ambiente

contextualizando-os com os conteúdos de Ciências.

3 ) METODOLOGIA De acordo com as DCE‟s da disciplina de Ciências, para empregarmos conceitos

científicos e valorizarmos o pluralismo metodológico é necessário superar pratica

pedagógicas centradas em um único método e baseadas em aulas de laboratório

(KRASILCHIK,1987) que visam tão somente a comprovação de teoria e leis

apresentadas previamente aos alunos.

Quando selecionamos os conteúdos para serem ensinados na disciplina de

ciências, devemos organizar o trabalho docente tendo como referencias: O tempo

disponível para o trabalho pedagógico, o Projeto Político Pedagógico da Escola, os

interesses da realidade local regional onde a escola esta inserida, a analise critica dos

livros didáticos de ciências disponíveis e informações atualizadas sobre os avanços da

produção científica.

Para que a aprendizagem tenha um bom resultado é necessário que os

conteúdos específicos de ciências sejam entendidos em sua complexidade de relações

conceituais, interdisciplinares e abordados a partir dos contextos tecnológico, social,

cultural, ético e político que os envolvem.

Tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de

ciências, é a escolha de estratégias pedagógicas adequadas. A estratégia contribui

para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma mais simplificativa.

As estratégias de ensino e os recursos pedagógicos tecnológicos e instrucionais

são fundamentais para a prática docente no ensino de ciências.

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Além disso, contribuem de forma significativa para melhorar as condições de

aprendizagem aos estudantes. Diante de todas essas considerações propõem-se

alguns encaminhamentos metodológicos a serem valorizados no ensino de ciências,

tais como: a problematização, a contextualização, a interdisciplinaridade, a pesquisa, a

leitura cientifica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental, os

recursos instrucionais e o lúdico.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, produção textual, TV multimídia,

slaides, filmes, vídeo, DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do portal

dia-a-dia, objeto de uso cotidiano dos alunos, trabalhos individuais, em grupo,

construção de cartazes, painel, maquetes, pesquisas, aulas laboratoriais

(experimentos).

4) AVALIAÇÃO A avaliação constitui-se em um momento dialético, em um processo de avanço,

buscando desenvolver ações que tenham como objetivo o crescimento individual e a

autonomia. A avaliação do aproveitamento escolar deve ser praticada como uma

atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos alunos, tendo por base

seus aspectos essenciais e, como objetivo final, uma tomada de decisão que direcione

o aprendizado e consequentemente o desenvolvimento do educando.

A avaliação é uma atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos

conteúdos científicos devendo ser continua, cumulativa em relação ao desempenho do

aluno, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação não é, unilateral ou monológica, mas dialógica. Deve ser

considerado aquele que ensina, aquele que aprende e a relação intrínseca que se

estabelece entre todos os participantes do processo do aprendizado. Portanto, não se

aplica apenas ao aluno, considerando unicamente as expectativas de aprendizagem,

avaliar a aprendizagem implica avaliar também o ensino oferecido e a prática

pedagógica do professor.

A recuperação deverá ser contínua (simultânea) devendo ser considerado o

progresso do aluno por meio de procedimentos didáticos – metodológicos

diversificados.

Faz-se necessário respeitar o estudante como um ser inserido no contexto das

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relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Dessa forma,

a considerar o modelo ensino-aprendizagem proposto nas diretrizes, a avaliação deve

se valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas

atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos

pedagógicos e instrucionais diversos.(DCE,2009p.77)

A avaliação deve ser: Um processo contínuo e sistemático, portanto, deve ser

constante e planejado, fornecendo retorno ao professor e permitindo a recuperação do

aluno. Deverá ser usado vários instrumentos como: ( observações, registros diários,

sondagens, atividades, trabalhos, pesquisas, testes, provas: orais e escritas ...), para

obter informações relevantes para organização da ação pedagógica. O resultado da

avaliação deverá ser visto como ponto de partida (diagnostica) para que o professor

possa realizar intervenções pedagógicas de maneira a superar as dificuldades

apresentadas pelos alunos.

Diante de todas essas considerações propõe-se alguns elementos da prática

pedagógica a serem a serem valorizadas ao ensino de Ciências , tais como: a

abordagem problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a

pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade

experimental, os recursos instrumentais e o lúdico, entre outros. (DCEs p. 73.2009).

5) REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências para os

anos finais do ensino Fundamental. Curitiba, 2008.

BACHELARD, G. A FORMAÇÃO DO ESPIRITO CIENTÍFICO:

Contribuição para uma psicanálise do conhecimento Rio de Janeiro: Contrapontos, 1996. CHASSOT, A. Ensino de ciências no começo da segunda metade do século da tecnologia. São Paulo: Moderna 2004. DURANT, J. O que é alfabetização cientifica? In: MASSARANI, L; Rio de Janeiro: 2005. KNELLER, G.F. A ciência como uma atividade humana. Rio de Janeiro: ZAHAR; São Paulo: USP, 1980.

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MOREIRA, M. A e AXT, R. ( Orgs) Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre:

Sagra, 1991.

KNELLER, G.F. A ciência como uma atividade humana. Rio de Janeiro: ZAHAR; São

Paulo: USP, 1980.

MOREIRA, M. A e AXT, R. ( Orgs) Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra,

1991.

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6.1.3 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

EDUCAÇÃO FÍSICA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O esporte ao longo dos anos vem sendo ministrado nas aulas de Educação

Física de formas diferenciadas, conforme o momento histórico. No início, as aulas eram

para formar homens fortes para as guerras com concepções higiênicas e militares.

As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais

recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa.

Sob a égide de conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então

denominada ginástica surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o

desenvolvimento da saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros.

Esse modelo de prática corporal pautava-se em prescrições de exercícios

visando ao aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a

destreza, a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da

autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento

patriótico.

O conhecimento da medicina configurou um outro modelo para a sociedade

brasileira, o que contribuiu para a construção de uma nova ordem econômica, política e

social. “Nesta nova ordem,na qual os médicos higienistas irão ocupar lugar

destacado, também se coloca a necessidade de construir, para o Brasil, um novo

homem, sem o qual a nova sociedade idealizada não se tornaria realidade” (SOARES,

2004, p. 70).

No contexto referido acima, a educação física ganha espaço na escola, uma

vez que o físico disciplinado era exigência da nova ordem em formação. A educação do

físico confundia-se com a prática da ginástica, pois incluía exercícios físicos baseados

nos moldes médico-higiênicos.

No Século XIX , o então Presidente da República, Rui Barbosa foi

influenciado pelas discussões de sua época. Tanto que, empenhado num projeto de

modernização do país, interessou- se pela criação de um sistema nacional de ensino –

gratuito, obrigatório e laico, desde o jardim de infância até a universidade. Para

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elaboração do seu projeto buscou inspiração em países onde a escola pública estava

sendo difundida, procurando demonstrar os benefícios alcançados com a sua criação.

Para fundamentar sua análise recorreu às estatísticas escolares, livros, métodos,

mostrando que a educação, nesses países, revelava-se alavanca de desenvolvimento.

No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de

Educação Física tornou-se obrigatória nas Instituições de Ensino para crianças a partir

de 6 anos de idade e para ambos os sexos.

Esse período histórico foi marcado pelo esforço de construção de uma

unidade nacional, o que contribuiu sobremaneira para intensificar o forte componente

militar nos métodos de ensino da Educação Física nas escolas brasileiras.

As relações entre a institucionalização da disciplina de Educação Física no

Brasil e a influência da ginástica, explicitam-se em alguns marcos históricos, dentre

eles:

- A criação do “Regulamento da Instrução Física Militar” (Método Francês), em

1921;

- A obrigatoriedade da prática da ginástica nas instituições de ensino, em 1929;

- A adoção oficial do Método Francês , em 1931, no ensino secundário;

- A criação da Escola de Educação Física do Exército, em 1933;

- A criação da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade do

Brasil, em 1939.

Preponderando uma visão mecanicista e instrumental sobre o corpo, o método

ginástico francês priorizava o desenvolvimento da mecânica corporal. Conforme esse

modelo, melhorar o funcionamento do corpo e a eficiência do gasto energético

dependia de técnicas que atribuíam à Educação Física a tarefa de formar corpos

saudáveis e disciplinados, possibilitando a formação de seres humanos aptos para

adaptarem-se ao processo de industrialização que se iniciava

no Brasil (SOARES, 2004).

Com a promulgação da Nova Constituição e a instalação efetiva do Estado

Novo, em 10 de novembro de 1937, a prática de exercícios físicos em todos os

estabelecimentos de ensino tornou-se obrigatória.

Durante o Estado Novo implantado em 1937, a Educação Física sofreu grande

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inquietação. Encarada pelos militares como uma arma na estruturação humana,

entendiam que a maneira como o corpo é educado é resultado direto das normas

sociais impostas, que definem consequentemente a estruturação da sociedade, que

através dos seus gestos ou ações motoras revelam a natureza do sistema social. Os

militares fazem então um grande investimento na política esportiva, certos de que

assim teríamos uma nítida melhoria da saúde do povo brasileiro, tendo

consequentemente mais homens aptos ao serviço militar, que nesta época continha

uma grande quantidade de jovens dispensados por incapacidade física (LEANDRO,

2002, p. 43).

No final da década de 1930, o esporte começou a se popularizar e, não por

acaso, passou a ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de Educação

Física. Com o intuito de promover políticas nacionalistas, houve um incentivo às

práticas desportivas como a criação de grandes centros esportivos, a importação de

especialistas que dominavam as técnicas de algumas modalidades esportivas e a

criação do Conselho Nacional dos Desportos, em 1941.

Com o fim da II Guerra Mundial, teve início um intenso processo de difusão do

esporte na sociedade e, consequentemente, nas escolas brasileiras. O esporte afirma-

se paulatinamente em todos os países sob a influência da cultura europeia. No Brasil

as condições para o desenvolvimento do esporte, quais sejam, o desenvolvimento

industrial com a consequente urbanização da população e dos meios de comunicação

de massa, estavam agora, mais do que antes, presentes. Outro aspecto importante é a

progressiva esportivização de outros elementos da cultura de movimento, sejam elas

vindas do exterior como o judô ou o karatê, ou genuinamente brasileiras como a

capoeira (BRACHT, 1992, p. 22).

No início da década de 1940, o governo brasileiro estabeleceu as bases da

organização desportiva brasileira instituindo o Conselho Nacional de Desportos, com

o intuito de orientar, fiscalizar e incentivar a prática desportiva em todo o país.

Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos esportivos

do rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e a

racionalização de meios e técnicas. Trata-se não do esporte da escola, mas sim do

esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de

reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica

desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide

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esportiva. (BRACHT, 1992, p. 22).

No contexto das reformas educacionais sob a atuação do ministro Gustavo

Capanema, a Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada em 09 de abril de 1942,

demarcou esse cenário ao permitir a entrada das práticas esportivas na escola,

dividindo um espaço até então predominantemente configurado pela instrução militar.

Com tais reformas, a Educação Física tornou-se uma prática educativa

obrigatória, desta vez com carga horária estipulada de três sessões semanais para

meninos e duas para meninas, tanto no ensino secundário quanto no industrial, e com

duração de 30 e 45 minutos por sessão (CANTARINO FILHO, 1982).

A Lei Orgânica do Ensino Secundário permaneceu em vigor até a aprovação da

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 4.024/61, em 1961.

Com o golpe militar no Brasil, em 1964, o esporte passou a ser tratado com

maior ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de Educação Física. Os

chamados esportes olímpicos – vôlei, basquete, handebol e atletismo, entre outros –

foram priorizados para formar atletas que representassem o país em competições

internacionais. Tal preferência sustentava-se na “teoria da pirâmide olímpica”, isto é,

a escola deveria funcionar como um celeiro de atletas, tornar-se a base da pirâmide

para seleção e descoberta de talentos nos esportes de elite nacional.

Predominava o interesse na formação de atletas que apresentassem “talento

natural”, de modo que se destacavam, até chegar ao topo da pirâmide, aqueles

considerados de alto nível, prontos para representar o país em competições nacionais

e internacionais.

Na década de 70, a Lei n. 5692/71, por meio de seu artigo 7o e pelo Decreto n.

69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação Física nas escolas,

passando a ter uma legislação específica e sendo integrada como atividade escolar

regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis dos sistemas de ensino.

Conforme consta no Capítulo I, Art. 7o da Lei n. 5692/71, “será obrigatória a inclusão

de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programa de

Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1o e 2o graus, observado

quanto à primeira o disposto no Decreto-lei n. 869, de 12 de setembro de 1969”

(BRASIL, 1971).

Ainda nesse período, aos olhos do Regime Militar, a Educação Física era um

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importante recurso para consolidação do projeto “Brasil-Grande” (BRACHT, 1992).

Através da prática de exercícios físicos visando ao desenvolvimento da aptidão física

dos alunos, seria possível obter melhores resultados nas competições esportivas e,

consequentemente, consolidar o país como uma grande potência olímpica, elevando

seu status político e econômico.

ABORDAGENS PEDAGÓGICAS

Na Década da 90, houve um movimento de renovação do pensamento

pedagógico da Educação Física que trouxe várias proposições e interrogações acerca

da legitimidade dessa disciplina como campo de conhecimento escolar. Tais propostas

dirigiram críticas aos paradigmas da aptidão física e da esportivização (BRACHT,

1999). Entre as correntes ou tendências progressistas, destacaram-se as seguintes

abordagens:

Desenvolvimentista: defende a ideia de que o movimento é o principal meio e

fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo com

uma sequência de desenvolvimento. Sua base teórica é, essencialmente, a

psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;

Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista-

interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano.

Embora preocupada cultura infantil, essa abordagem se fundamenta também na

psicologia do desenvolvimento, difundidas por Piaget;

Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das

ciências humanas, sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as

concepções críticas da Educação Física. O que as diferencia daquelas descritas

anteriormente é o fato de que as abordagens crítico-superadora e crítico-

emancipatória, descritas abaixo, operam a crítica da Educação Física a partir de sua

contextualização na sociedade capitalista;

Crítico-superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico- critica e

estipula, como objeto da Educação Física, a Cultura Corporal;

A Cultura Corporal representa as formas culturais do “ movimentar-se humano “

historicamente produzidas pela humanidade. Nesse sentido, entende-se que a prática

pedagógica da Educação Física no âmbito escolar deve tematizar as diferentes formas

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de atividades expressivas corporais, sistematizadas aqui nos seguintes Conteúdos

Estruturantes: Esporte; Ginástica; Lutas; Dança; Jogos e Brincadeiras.

Crítico-emancipatória: Nessa perspectiva, o movimento humano em sua

expressão é considerado significativo no processo de ensino/aprendizagem, pois

está presente em todas as vivências e relações expressivas que constituem o “ser

no mundo”. Nesse sentido, parte do entendimento de que a expressividade

corporal é uma forma de linguagem pela qual o ser humano se relaciona com o

meio, tornado-se sujeito a partir do reconhecimento de si no outro. Esse processo

comunicativo, também descrito como dialógico, é um ponto central na abordagem

crítico-emancipatória.

No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no final

da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início as discussões

para a elaboração do Currículo Básico. O Currículo Básico, para a Educação Física,

fundamentava-se na pedagogia histórico-crítica, identificando-se numa perspectiva

progressista e crítica sob os pressupostos teóricos do materialismo histórico-dialético.

Esse documento caracterizou-se por ser uma proposta avançada em que o mero

exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas

dimensões. O reflexo desse contexto para a Educação Física configurou-se em um

projeto escolar que possibilitasse a tomada de consciência dos educandos sobre seus

próprios corpos, não no sentido biológico, mas especialmente em relação ao meio

social em que vivem.

No mesmo período, foi elaborado o documento intitulado Reestruturação da

Proposta Curricular do Ensino de Segundo Grau, também para a disciplina de

Educação Física. Assim como antes, a proposta foi fundamentada na concepção

histórico-crítica de educação para resgatar o compromisso social da ação pedagógica

da Educação Física. Vislumbrava-se a transformação de uma sociedade fundada em

valores individualistas, em uma sociedade com menor desigualdade social.

Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a dimensão

social da Educação Física e possibilitou a consolidação de um novo entendimento em

relação ao movimento humano, como expressão da identidade corporal, como prática

social e como uma forma do homem se relacionar com o mundo. A proposta valorizou a

produção histórica e cultural dos povos, relativa à ginástica, à dança, aos esportes, aos

jogos e às atividades que correspondem às características regionais. Contudo, o

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ensino da Educação Física na escola se manteve, em muitos aspectos, em suas

dimensões tradicionais, ou seja, com enfoque exclusivamente no desenvolvimento das

aptidões físicas, de aspectos psicomotores e na prática esportiva.

Os avanços teóricos da Educação Física sofreram retrocesso na década de 1990

quando, após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB n. 9394/96), o Ministério da Educação (MEC) e Secretaria de Estado da

Educação do Paraná apresentaram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para

a disciplina de Educação Física, que passaram a subsidiar propostas curriculares nos

Estados e Municípios brasileiros.

Apesar de sua redação aparentemente progressista, pode-se dizer que os

Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental e

Médio constituíram uma proposta teórica incoerente. As diversas concepções

pedagógicas ali apresentadas valorizaram o individualismo e a adaptação do sujeito à

sociedade, ao invés de construir e oportunizar o acesso a conhecimentos que

possibilitassem aos educandos a formação crítica.

Os estudos sobre a história da produção do conhecimento, seus métodos e

determinantes políticos, econômicos, sociais e ideológicos, relacionados com a história

da Educação Física, e as teorias da aprendizagem, possibilitam uma fundamentação

mais aprofundada para que os professores de Educação Física deste Colégio,

possam melhorar sua prática pedagógica.

O breve histórico da disciplina de Educação Física, apresentado, aponta marcos

importantes para que o professor entenda as mudanças teórico-metodológicas que

ocorreram no decorrer dos anos e que, por sua vez, configuraram a atual concepção de

Educação Física defendida nesta Proposta Pedagógica Curricular.

Os alunos da Educação Básica, do Colégio Estadual José de Anchieta, crianças e

jovens, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas e rurais, de diversas

regiões e bairros com diferentes origens étnicas e culturais devem ter acesso ao

conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos

conteúdos das disciplinas escolares. Assim sendo, assumir o currículo da disciplina de

Educação Física, significa dar ênfase à escola como lugar de socialização do

conhecimento, pois essa função da instituição escolar é especialmente importante para

os estudantes das classes menos favorecidas, que têm na escola pública a

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oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao conhecimento científico,

socialmente produzido pela humanidade.

Sugere-se que os conteúdos de Educação Física devam serem tratados, na

escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se relações interdisciplinares de

maneira que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais,

políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e

propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, nos contextos em

que elas se constituem.

Entende-se por conteúdos os conhecimentos fundamentais para cada série da

etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados

imprescindíveis para a formação

conceitual dos estudantes na disciplina de Educação Física.

A Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Educação Física, deste

Colégio, busca atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua condição social e

econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais

para a aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades

para promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para

todos.

Embasados teoricamente, os professores de Educação Física, deste Colégio,

estão conscientes de que devem participar ativamente da constante construção

curricular e da organização do trabalho pedagógico a partir dos conteúdos

estruturantes da disciplina de Educação Física.(Ginástica, Dança, Esportes, Jogos

e atividades que correspondem às características regionais).

Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande

amplitude, conceitos, teorias ou práticas, que identificam e organizam os campos de

estudos da disciplina de Educação Física, considerados fundamentais para a

compreensão de seu objeto de estudo/ensino. Esses conteúdos são selecionados a

partir de uma análise histórica da ciência relacionada à Educação Física, trazidos para

a escola para serem socializados e apropriados pelos alunos, por meio das

metodologias críticas de ensino-aprendizagem.

Deverá fazer parte do trabalho permanente do professor de Educação Física

deste Estabelecimento de Ensino, procurar produzir uma cultura escolar de Educação

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Física que mobilize práticas que afirmem valores e sentidos, que ampliem as

possibilidades formativas, evitando formas de discriminação, segregação e competição

exacerbada.

Nessa concepção de currículo, a disciplina da Educação Física, terá, em seus

conteúdos estruturantes, os campos de estudo que as identificam como conhecimento

histórico. Dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos básicos a serem

trabalhados por série. Esses conteúdos, articulados entre si e fundamentados nas

respectivas orientações teórico-metodológicas, embasados principalmente pelas

DCE‟s. Paraná- 2008, fazem parte desta Proposta Pedagógica Curricular de Educação

Física.

A partir da Proposta Pedagógica Curricular, o professor elaborará seu Plano de

Trabalho Docente, vinculado à realidade e às necessidades de suas diferentes turmas.

No plano, se explicitarão os conteúdos específicos a serem trabalhados nos bimestres

letivos, bem como as especificações metodológicas.

No Plano de Trabalho Docente, os conteúdos básicos terão abordagens diversas

a depender dos fundamentos que recebem de cada conteúdo estruturante. Quando

necessário, serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre considerando- se o

aprofundamento a ser observado para a série e etapa de ensino.

O plano é o lugar da criação pedagógica do professor, onde os conteúdos

receberão abordagens contextualizadas histórica, social e politicamente, de modo que

façam sentido para os alunos. O plano de trabalho docente é, portanto, o currículo

em ação. Nele estará a expressão singular e de autoria, de cada professor, da

concepção curricular construída nas discussões coletivas.

FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

A atuação do professor de Educação Física, efetiva-se na quadra, em outros

lugares do ambiente escolar e em diferentes tempos pedagógicos, seu compromisso,

tal como o de todos os professores, é com a aprendizagem dos alunos, sempre em

favor da formação humana.

Considerando o exposto, sugere-se uma mudança na forma de pensar o

tratamento teórico-metodológico dado às aulas de Educação Física. Significa,

repensar a noção de corpo e de movimento isto é, ir além da ideia de que o movimento

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é predominantemente um comportamento motor, visto que também é histórico e social.

Sendo assim, tais consequências na prática pedagógica vão para além da

preocupação com a aptidão física, a aprendizagem motora, a performance esportiva,

etc.

É partindo dessa posição que as diretrizes desta Proposta Curricular , apontam a

Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação Física. A ação

pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e

representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela

expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes.

Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa necessariamente abordar

o conteúdo „teórico‟, mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha como

eixo central a construção do conhecimento através do aprendizado das técnicas

próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, tudo isso

segundo o princípio da complexidade crescente, em que um mesmo conteúdo pode ser

discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.

Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, a Cultura Corporal,

a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à

reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente

produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal de formação de um

ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas

também agente histórico, político, social e cultural.

ELEMENTOS ARTICULADORES DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA A

EDUCAÇÃO FÍSICA

Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido tratados

na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas corporais de

forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos Elementos

Articuladores. (DCEs.p.53)

Nesta Proposta Pedagógica Curricular, propõem-se os seguintes elementos

articuladores:

• Cultura Corporal e Corpo;

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• Cultura Corporal e Ludicidade;

• Cultura Corporal e Saúde;

• Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;

• Cultura Corporal e Desportivização;

• Cultura Corporal – Técnica e Tática;

• Cultura Corporal e Diversidade;

• Cultura Corporal e Mídia.

Os elementos articuladores alargam a compreensão das práticas corporais,

indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem

no cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo de

ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e

específicos de modo a articulá-los o tempo todo.

CULTURA CORPORAL E CORPO

Nestas Diretrizes, o corpo é entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano

é o seu corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização – ou não

– do corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção

hegemônica do referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos

mercadológicos e midiáticos, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um

objeto de consumo.

As preocupações com o corpo e com os significados que o mesmo assume na

sociedade constituem um dos aspectos que precisam ser tratados no interior das aulas

de Educação Física, para que sejam desmistificadas algumas perspectivas ingênuas

no trato com essa questão.

Pretende-se que as discussões que envolvem o corpo, estejam atreladas

a todas as manifestações e práticas corporais que emergem nos Conteúdos

Estruturantes destas Diretrizes.

CULTURA CORPORAL E LUDICIDADE

Esse elemento articulador ganha relevância porque, ao vivenciar os aspectos

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lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de estabelecer

conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis assumidos nas

relações em grupo.

Assim, o lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se

constitui nas

interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice. Essa

problemática precisa ser discutida e vivenciada pelos alunos, para que a ludicidade não

seja vivida através de práticas violentas, como em algumas brincadeiras que ocorrem

no interior da escola. O professor deve lançar mão das diversas possibilidades que o

lúdico pode assumir nas diferentes práticas corporais.

CULTURA CORPORAL E SAÚDE

Esse elemento articulador permite entender a saúde como construção que

supõe uma dimensão histórico-social. Na esteira dessa discussão, propõem-se alguns

elementos a serem considerados como constitutivos da saúde:

Nutrição: refere-se à abordagem das necessidades diárias de ingestão de

carboidratos, de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos, e também

de seu aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre

durante uma determinada prática corporal;

Aspectos anátomo-fisiológicos da prática corporal: trata-se de conhecer o

funcionamento do próprio corpo, identificar seus limites na relação entre prática

corporal e condicionamento físico, e propor avaliação física e seus protocolos;

Lesões e primeiros socorros: abordam-se informações sobre as lesões mais

frequentes ocorridas nas práticas corporais e como tratá-las a partir das noções

de primeiros socorros. Trata-se, ainda, de discutir as consequências ou sequelas

do treinamento de alto nível no corpo dos atletas;

CULTURA CORPORAL E MUNDO DO TRABALHO

O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos Estruturantes da

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Educação Física, na medida em que concentra as relações sociais de

produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na Educação Física, em

específico. Com isso, o professor poderá debater com seus alunos as consequências

da profissionalização e o assalariamento de diversos atletas, vinculados às diferentes

práticas corporais.

CULTURA CORPORAL E DESPORTIVIZAÇÃO

O processo de desportivização das práticas corporais é um fenômeno cada vez

mais recorrente, impulsionado pela supervalorização do esporte na atual sociedade.

O professor poderá discutir com seus alunos as contradições presentes nesse

processo de esportivização das práticas corporais, visto que no ensino de Educação

Física é preciso compreender o processo pelo qual uma prática corporal é

institucionalizada internacionalmente com regras próprias e uma estrutura competitiva

e comercial.

Tal olhar pode ser lançado sobre todos os Conteúdos Estruturantes,

percebendo em que condições seus conteúdos específicos tornaram-se esporte

institucionalizado e quais os impactos desta transformação.

CULTURA CORPORAL - TÉCNICA E TÁTICA

Os aspectos técnicos e táticos são elementos que estão presentes nas mais

diversas manifestações corporais, especificamente naquelas que constituem os

conteúdos da Educação Física

na escola.

As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o

legado cultural das diferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a

importância do aprendizado das diferentes técnicas e elementos táticos. Trata- se, sim,

de conceber que o conhecimento sobre estas práticas vai muito além dos elementos

técnicos e táticos. Do contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as possibilidades

de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no

desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento

físico.

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CULTURA CORPORAL E DIVERSIDADE

Propõe-se uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação da

diversidade nas relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem

revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as

diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização humana, para que o outro

seja considerado.

É preciso que os alunos convivam com as diferenças e estabeleçam relações

corporais ricas em experimentações. Um exemplo disso seria o desenvolvimento de

atividades corporais, oferecendo aos alunos a experimentação de esportes adaptados.

CULTURA CORPORAL E MÍDIA

Esse elemento articulador deve propiciar a discussão das práticas corporais

transformadas em espetáculo e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos

meios de comunicação para promover e divulgar produtos. Para uma análise crítica

dessa concepção das práticas corporais, diversos veículos de comunicação podem

servir de referência, quais sejam: programas esportivos de rádio e televisão, artigos de

jornais, revistas, filmes, documentários, entre outros.

A atuação do professor de Educação Física é de suma importância para

aprofundar a abordagem dos conteúdos, considerando as questões veiculadas pela

mídia em sua prática

pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão sobre: a

supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde, consumo; os extremos sobre a

questão salarial dos atletas; os extremos de padrões de vida dos atletas; o preconceito

e a exclusão; a ética que permeia os esportes de alto nível, entre outros aspectos que

são ditados pela mídia.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Nestas Diretrizes Curriculares, os Conteúdos Estruturantes foram definidos como

os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e

organizam os campos de estudos da Educação Física escolar, considerados

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fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se

historicamente e são legitimados nas relações sociais.

Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica devem

ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos níveis de

ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento

sistematizado, que devem ser consideradas no processo de ensino/aprendizagem.

A Educação Física e seu objeto de ensino, a Cultura Corporal, deve, ainda,

ampliar a dimensão meramente motriz (movimento). Para isso, pode-se enriquecer os

conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas, priorizando as

particularidades da comunidade e da região.

Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado nesta Proposta Pedagógica

Curricular sob uma abordagem que contempla os fundamentos da disciplina, em

articulação com aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais.

Desde a quinta série, o aluno terá contato com regras e jogos pré- desportivos e

esportivos, jogos cooperativos e atividades recreativas, sendo o enfoque diferenciado

para cada série, de acordo

com sua capacidade de abstração. Logo, na quinta e sexta séries, o aluno terá

condições de vivenciar regras gerais de determinado esporte, aprofundando isso na

sétima e oitava, por meio de competições e festivais esportivos.

Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação

Básica são os seguintes:

• Esporte;

• Jogos e brincadeiras;

• Ginástica;

• Lutas;

• Dança.

ESPORTE

A Educação Física Escolar, deverá garantir aos alunos o direito de acesso e de

reflexão sobre as práticas esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar.

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Nesse sentido, a prática pedagógica de Educação Física não deve limitar-se ao

fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas,

destrezas motoras, táticas de jogo e regras.

Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante esporte, os professores devem considerar

os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte ao longo

dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa prática corporal, através

de jogos.

Portanto, o conteúdo estruturante, esporte, deve ser entendido como uma

atividade teórico- prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e

abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o

aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais.

Superar a ênfase na competição, na técnica, no desempenho máximo, que faz do

esporte na escola, uma prática excludente, deve ser um dos grandes desafios da

Educação Física, o que exige um trabalho intenso de redimensionamento do trato com

o conteúdo esporte na escola.

Os valores que privilegiam o coletivo, são imprescindíveis para a formação do ser

humano o que pressupõe compromisso com a solidariedade e o respeito, a

compreensão de que o jogo se faz a dois, e de que é diferente jogar com o

companheiro e jogar contra o adversário (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 71).

Sendo assim, sugere-se uma abordagem que privilegie o esporte da escola, e

não somente o esporte na escola. Isso pressupõe que as aulas de Educação Física

sejam espaços de produção de outra cultura esportiva evitando priorizar o esporte

somente como forma de competição.

No entanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim

contemplar o aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades

esportivas, mas não se limitar a isso.

JOGOS E BRINCADEIRAS

Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante jogo, o professor pode apresentar aos seus

alunos diversas modalidades de jogo, com suas regras mais elementares. Pode, ainda,

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discutir em que o jogo se diferencia do esporte, principalmente quanto à liberdade do

uso de regras, conforme a necessidade dos encaminhamentos metodológicos.

Nestas Diretrizes, os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira

complementar, mesmo cada um apresentando as suas especificidades. Como

Conteúdo Estruturante, ambos compõem um conjunto de possibilidades que ampliam

a percepção e a interpretação da realidade.

No jogo, ao respeitarem as regras, os alunos aprendem a se mover entre a

liberdade e os limites estabelecidos pelas regras. Além de seu aspecto lúdico, o jogo

pode servir de conteúdo para que o professor discuta as possibilidades de

flexibilização das regras.

As aulas de Educação Física podem contemplar variadas estratégias de jogo. É

interessante reconhecer as formas particulares que os jogos e as brincadeiras tomam

em distintos contextos históricos, de modo que cabe aos professores de Educação

Física, valorizarem pedagogicamente as culturas locais e regionais que identificam

determinada sociedade.

Dessa maneira, é possível garantir o papel da Educação Física no processo de

escolarização, a qual tem, entre outras, a finalidade de intervir na reflexão do aluno,

realizando uma crítica aos modelos dominantes. Intervenção esta que requer um

exercício crítico por parte do professor diante de suas práticas. Exige, também, a

busca de alternativas que permitam a participação de todos os alunos nas aulas de

Educação Física.

Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o

desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de representação do real

através de situações imaginárias, cabendo à Educação Física escolar fomentar e criar

as condições apropriadas para as brincadeiras e jogos.

Os jogos também comportam regras, mas deixam um espaço de autonomia para

que sejam adaptadas, conforme a necessidade dos encaminhamentos metodológicos

do professor e as necessidades dos participantes.

GINÁSTICA

Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as

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possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo deve ser as diferentes

formas de representação das ginásticas. Por meio da ginástica, o professor poderá

organizar a aula de maneira que os alunos se movimentem, descubram e reconheçam

as possibilidades e limites do próprio corpo. Com efeito, trata-se de um processo

pedagógico que propicia a interação, o conhecimento, a partilha de experiências e

contribui para ampliar as possibilidades de significação e representação do movimento.

Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões estéticos,

a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem como os

modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas corporais,

inclusive na ginástica.

LUTAS

Da mesma forma que os demais Conteúdos Estruturantes, as lutas podem fazer

parte do contexto escolar, pois se constituem das mais variadas formas de

conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas e repletas de simbologias.

Ao abordar esse conteúdo, deve-se valorizar conhecimentos que permitam identificar

valores culturais, conforme o tempo e o lugar onde as lutas foram ou são praticadas.

Tanto as lutas ocidentais como as orientais surgiram de necessidades sociais, em

um dado contexto histórico, influenciadas por fatores econômicos, políticos e culturais.

Temos outra prática corporal genuinamente brasileira, a capoeira que foi criada

pelos escravos como forma de luta para se conquistar a liberdade. Não obstante, hoje

ela é considerada um misto de dança, jogo, luta, arte e folclore (FALCÃO, 2003).

O desenvolvimento de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho corporal, a

aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do ser humano, como, por

exemplo: cooperação, solidariedade, o autocontrole emocional, o entendimento da

filosofia que geralmente acompanha sua prática e, acima de tudo, o respeito pelo outro,

pois sem ele a atividade não se realizará.

As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de maneira

reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver

capacidades e potencialidades físicas.

Além dos jogos de oposição, para se trabalhar com o conteúdo de lutas, os

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professores podem propor pesquisas, seminários, visitas às academias para os alunos

conhecerem as diferentes manifestações corporais que fazem parte desse Conteúdo

Estruturante.

DANÇA

O professor, ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve tratá-la de

maneira especial, considerando-a conteúdo responsável por apresentar as

possibilidades de superação dos limites e das diferenças corporais.

A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e

suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se concretizam

em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais), danças

folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre outras, mostrando que a dança pode

ser realizada por qualquer pessoa independentemente dos seus limites. Dessa

maneira, é importante que o professor reconheça que a dança se constitui como

elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois

contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a

cooperação, entre outros aspectos.

SUGESTÕES DE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Seguem exemplos de alguns conteúdos específicos a serem abordados a partir

dos conteúdos básicos. Caberá ao professor, selecionar e/ou adicionar outros

conteúdos, de acordo com a suas possibilidades e necessidades. O desenvolvimento

das atividades, poderá ser encontrado através de pesquisas:

5a. Série

Esporte

Coletivos Individuais

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras Brinquedos e cantigas de roda

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Jogos de tabuleiro Jogos cooperativos

Dança

Danças folclóricas Dança de rua Danças criativas

Ginástica Ginástica Ritmica Ginástica Circense

Ginástica Geral

Lutas

Lutas de aproximação

6a. Série Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Esporte

Coletivos Individuais

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares Brinquedos e cantigas de roda Jogos de tabuleiro Jogos cooperativos

Dança

Danças folclóricas

Danças de rua

Danças criativas

Danças Circulares

Ginástica

Ginástica Ritmica

Ginástica Circense

Ginástica Geral

Lutas

Lutas de aproximação

Capoeira

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7a. Série Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Esporte

Coletivos Individuais

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares Jogos de tabuleiro Jogos dramáticos Jogos cooperativos

Ginástica

Ginástica Ritmica Ginástica Circense Ginástica Geral

Lutas

Lutas de aproximação

8ª SÉRIE

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Esporte

Coletivos Radicais

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares Jogos de tabuleiro Jogos dramáticos Jogos cooperativos

Ginástica

Ginástica Ritmica Ginástica Circense

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Ginástica Geral

Lutas

Lutas com instrumento mediador Capoeira

3) ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Considerando que o objeto de ensino e de estudo da Educação Física

Escolar tratado nesta Proposta Pedagógica Curricular, é a Cultura Corporal, por

meio dos Conteúdos Estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas,

jogos e brincadeiras –, a Educação Física tem a função social de contribuir para que

os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma

expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais.

Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação Física

na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz

como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da

realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e mobilização do aluno para

a construção do conhecimento escolar.

A utilização de recursos tecnológicos, como a exposição de vídeos na TV

multimídia , para oportunizar aos alunos o contato com imagens ou vídeos de alguns

fundamentos básicos dos dos diversos conteúdos estruturantes, será um meio

importante para melhorar as aprendizagens.

As pesquisas através da Internet, no site do dia-a-dia educação, na disciplina

de Educação Física e em outros sites como google, poderão servir de recursos

metodológicos para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

A EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTA OS SEGUINTES OBJETIVOS:

- Ampliar o campo de intervenção da Educação Física para além das abordagens

centradas na motricidade;

- Desenvolver os conteúdos de acordo com a capacidade cognitiva e motora do aluno;

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- Integrar a disciplina no processo pedagógico como elementos fundamentais para o

processo de formação humana do aluno;

- Proporcionar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual está inserido;

- Realizar atividades que contemplem a participação de todos os alunos de forma ativa;

- Oportunizar aos alunos através de práticas corporais condições de entender e

respeitar as diferenças entre eles.

- Propiciar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual está inserido e que

possa utilizar-se desses conhecimentos para sua vida e transformação da sociedade

que leve a desenvolver um cidadão crítico, sujeito a ações e movimentos conscientes.

4) AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação em Educação Física, deve se fazer presente,

tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como

instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma

dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a

verificação dela, mas também permite que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

Nas aulas de Educação Física, o professor é quem compreende a avaliação e a

executa como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de

conhecimento e de aprendizagem continuada do aluno. Este conhecimento poderá ser

observado na prática ( ação do aluno na quadra) ou teoricamente, de acordo com as

intervenções metodológicas do professor.

A avaliação deverá ser um processo contínuo, permanente e cumulativo, onde o

professor organizará o seu trabalho, respeitando as diferenças individuais de cada

indivíduo, visando as diversas manifestações corporais, podendo ser:

Diagnóstica, onde permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e

atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de

ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos.

Somativa, tem a função de classificação de atribuição de notas para cumprir o

aspecto legal da avaliação.

Participativa, define critérios com a participação dos alunos nas várias atividades

propostas pelo professor.

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Teórica e Prática, na teórica através de testes ou trabalhos escritos e práticos por

meio de testes e gestos práticos da modalidade ensinada. Se o aluno se mostra

envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou

realizando relatórios.

Partindo-se desses critérios, o professor organizará e reorganizará o seu

trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os

jogos e brincadeiras, a dança e a luta.

O resultado da avaliação deve ser utilizado não somente para verificar a

aprendizagem do aluno e atribuir notas, mas também para fornecer dados ao professor

para reflexão, análise e reconstrução do trabalho docente.

No cotidiano das aulas, isso significa que:

No Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos a serem

trabalhados num determinado período de tempo, já se definem os critérios,

estratégias e instrumentos de avaliação, para que professor e alunos

conheçam os avanços e as dificuldades, tendo em vista a reorganização do

trabalho docente;

A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os

conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do

aluno, assim, sendo, é preciso investir em todas as estratégias e recursos

possíveis para que ele aprenda na prática.

A recuperação é justamente o esforço de retomar , de modificar os

encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de

aprendizagem.

Ao professor de Educação Física, cabe a responsabilidade de acompanhar a

participação e a aprendizagem prática dos seus alunos e o desenvolvimento

dos processos cognitivos. ( conhecimentos conceituais )

5) REFERÊNCIAS

BRACHT,Valter. Educação Física e a aprendizagem Social. Porto Alegre: Magister,

1992

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95

LABAN, Rudolf,. Domínio do Movimento. 4a. ed. São Paulo: Summus, 1978

CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a Educação Física na escola e a Educação

da escola.2a.ed.Campinas: Autores Associados, 2005.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo:

Cortez, 1992

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e Educação Física. 2a. ed. Ijuí:

Unijuí, 2003.

PARANÁ Secretaria de Estado da Educação, Superintendência da Educação –

Departamento da Educação Básica. Diretizes Curriculares de Educação Física para

os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba:SEED,2008

VEIGA, Ilma Passos Projeto Político-Pedagógico da Escola. 20a. ed. São Paulo:

Papiruz Editora, 2005.

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6.1.4 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

ENSINO RELIGIOSO.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:

A disciplina de Ensino Religioso insere-se como patrimônio da humanidade, e em

conformidade com a legislação brasileira a qual pressupõe promover ao alunado a

oportunidade de processo de escolarização fundamental para se tornarem capazes de

entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura, possuir o substrato

religioso, de modo a colaborar com a formação da pessoa.

O Ensino Religioso contribui para superar a desigualdade étnico-religioso a

garantir o direito constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme artigo

5º, inciso VI da Constituição Brasileira.

Este conteúdo permitirá que ao alunado possam refletir e entender como os

grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o sagrado, e

ainda, compreender suas trajetórias, suas manifestações no espaço escolar,

estabelecendo relações entre cultura, espaços e diferenças, para que no entendimento

destes elementos o aluno possa elaborar o seu saber, passando a entender a

diversidade de nossa cultura, marcada pela religiosidade.

O Ensino Religioso, valorizando o pluralismo e a diversidade cultural presente na

sociedade brasileira, facilita a compreensão das formas que exprimem o

Transcendente na superação da finitude humana e que determinam, subjacentemente

o processo histórico da humanidade. Portanto,os objetivos do Ensino Religioso são:

Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõe o fenômeno

religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no contexto do

educando;

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Subsidiar o aluno na formulação do questionamento existencial, em

profundidade, para dar sua resposta devidamente informado;

Analisar o papel das tradições religiosas na estruturação e manutenção das

diferentes culturas e manifestações socioculturais;

Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé das

tradições religiosas;

Refletir o sentido da atitude moral, como conseqüência do fenômeno religioso e

expressão da consciência e da resposta pessoal e comunitária do ser humano;

Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na construção de

estruturas religiosas que têm na liberdade seu valor inalienável;

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Paisagem

Religiosa

Universo

Simbólico

Religioso

Textos Sagrados

5ª série

Organizações religiosas

Lugares Sagrados

Textos Sagrados orais ou escritos

Símbolos Religiosos

Educação Ambiental

6ª série

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Paisagem

Religiosa

Universo

Simbólico

Religioso

Textos Sagrados

Cultura Afro-Brasileira e Indígena

Temporalidade Sagrada

Festas Religiosas

Ritos

Vida e Morte

3) METODOLOGIA

A metodologia do Ensino Religioso é dinâmica, permitindo a interação, o diálogo

e uma postura reflexiva perante a vida e o fenômeno religioso. Sendo uma área de

conhecimento ele é enfocado em articulação com os demais aspectos da cidadania e

com outras áreas de conhecimento.

A observação – visa a sensibilização para o mistério e a leitura da linguagem mítico-

simbólica. Pode-se organizar uma exposição de símbolos, livros sagrados, ilustrações

e fatos para serem analisados pelos alunos. Se possível pesquisa de campo em

templos, igrejas e lugares sagrados da comunidade, para colher dados e informações

sobre o tema abordado.

A reflexão – é o espaço para o diálogo, oportunidade para o educando manifestar o

seu pensamento e a sua opinião sobre o conteúdo em estudo. Poderá ser orientado

através de perguntas, problematizações, respeitando a liberdade do aluno, e

articulando a conversação de modo a evitar juízos e atitudes preconceituosas.

A informação – é o momento onde os esclarecimentos do educador, o compartilhar de

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experiências entre os alunos, a pesquisa, a leitura de textos, o filme e a internet

subsidiam o processo de construção e reconstrução do conhecimento.

Esses momentos não são dissociados um do outro, porém, cada momento prioriza

determinada função, mesmo que todos estejam interligados.

Compromisso de vida – é o momento onde os alunos aplicam o conhecimento a

fim de estabelecer formas de convivência solidária, de atitudes éticas. O professor

orientará, a partir do tema abordado a elaboração de proposições éticas a serem

experienciadas pelos alunos em seu convívio social.

4) AVALIAÇÃO

O Ensino Religioso não se constituiu como objeto de reprovação, bem como não

terá registro de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo

caráter facultativo da matrícula e da disciplina.

A avaliação do Ensino Religioso pressupõe um caráter inclusivo e não

excludente. É processual, contínua.

Avaliar, portanto significa basicamente, acompanhar a aprendizagem, uma vez

que a avaliação não é um momento isolado, mas acompanha todo o processo ensino-

aprendizagem.

5) REFERÊNCIAS

BOSI, Alfredo (org.) – Cultura Brasileira: Temas e Situações. São Paulo: Ática, 1987.

COSTELA, Domênico. O Fundamento Epistemológico do Ensino Religioso. In:

JUQUEIRA, Sérgio. WAGNER, Raul (Orgs.) O ensino religioso no Brasil. Curitiba:

Champagnat, 2004.

OLIVEIRA, Maria Antonieta Albuquerque de. “Componente Curricular”. In: Ensino

Religioso no Brasil. JUQUEIRA, Sérgio. WAGNER, Raul (Orgs.) O ensino religioso no

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100

Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Ensino

Religioso/Ensino Fundamental. Governo do Paraná, 2008.

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101

6.1.5 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

GEOGRAFIA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Podemos perceber em todo o planeta, as transformações tecnológicas,

científicas, políticas e econômicas. Estas transformações desenvolveram-se através do

avanço da hegemonia do capital, provocando mudanças de hábitos, novas

necessidades, alteração dos valores sociais e culturais, explorando novos recursos

naturais, alterando também o fator físico do planeta. Essa nova onda de avanço do

capital passou a dominar o mundo inteiro, o que chamamos de Globalização.

Com essa evolução, o ensino de Geografia, não pode ficar parado no tempo, é

preciso acompanhar as transformações sociais e culturais da população. O trabalho do

professor de Geografia no ensino fundamental e médio é complexo, pois além de

realizar a leitura do espaço geográfico, como está organizado e porque, precisa fazer a

leitura da realidade de seus alunos e de seus espaços. Neste sentido, os profissionais

do ensino de Geografia, devem estar atualizando constantemente seus conhecimentos

para que esta disciplina não represente um atraso na formação do conhecimento dos

cidadãos.

De acordo com Libâneo (1994), os resultados das ações educativas, conforme

propósitos sociais e políticos, é um processo que necessita de transformações

sucessivas, tanto na história como na formação e desenvolvimento da personalidade

de todo ser humano.

A preocupação do ensino de Geografia, e de todos os que assumiram o

compromisso com a formação de profissionais, é com a formação de alunos que sejam

capazes de enfrentar as reais condições adversas impostas pelo mundo competitivo e

excludente em que vivemos e transformá-los em um mundo para todos. Para isso, a

Geografia deve estar inserida na sociedade em que se faz presente, criando

possibilidades para a formação de cidadãos críticos.

Dentro de uma perspectiva crítica, a Geografia não pode ser centralizada na

descrição empírica das paisagens, nem baseada exclusivamente na interpretação

política e econômica do mundo. Precisa sim, ser uma ciência que trabalhe desde as

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relações socioculturais das regiões, considerando os elementos físicos, biológicos que

fazem parte dela. Concordamos com CALLAI quando aponta os principais motivos para

se ensinar Geografia; compreender o mundo para obter informações a respeito;

conhecer o espaço produzido pelo ser humano e a relação com a natureza; fornecer

aos alunos condições para sua formação para a cidadania.

É importante que o aluno perceba que as informações sobre o mundo podem ser

registradas por meio de diferentes linguagens e que um mesmo assunto pode ser

tratado sob diferentes pontos de vista.

Subsidiar os alunos a pensar e agir criticamente buscando elementos que

permitam compreender e explicar o mundo, cabendo assim, à Geografia a função de

preparar o aluno para uma leitura crítica da produção social do espaço.

O estudo do espaço geográfico, como objetivo de estudo de Geografia,

pressupõe a compreensão da dinâmica da sociedade , que nele vive e o ( re ) produz

constantemente e da dinâmica da natureza, fonte primária de todo o real e

permanentemente apropriada e modificada pela a ação humana.

A natureza deve ser entendida como um todo e para entender isso é preciso

analisar as partes que compõe e as suas interações. A compreensão do espaço

geográfico também passa pelo estudo da questão ambiental que é fundamental para se

prescrutarem os rumos da humanidade e de cada sociedade neste novo século.

Portanto, sendo o espaço geográfico o objeto de estudo da Geografia, este deve

ser uma preocupação pedagógico constante, levando os alunos a construir conceitos e

fazer ele se perceber como agente social e que tem uma história de vida a ser levada

em conta no processo educativo. Estudar o mundo externo à nossa realidade é

também uma forma de conhecer melhor o espaço em que vivemos. É importante

mostrar aos alunos que podemos contribuir para a construção e consolidação da

sociedade brasileira, sem perder de vista, experiências que deram certo em outros

lugares. Sendo o espaço geográfico mundia complexo e dinâmico estando em

constante mutação obedecendo uma lógica ou seqüencia pré-determinada. Os temas

contemporâneos, como a Cultura Afro, Indígena, , Lei nº 11.645/3/2008, também serão

desenvolvidas de maneira crítica, envolvendo toda a comunidade escolar, trabalhos

estes realizados durante o ano Letivo.

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103

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS

5ª. Série

Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos Básicos

Dimensão econômica do

espaço geográfico.

Dimensão política do espaço

geográfica.

Dimensão cultural

demográfica do espaço

geográfico.

Dimensão socioambiental do

espaço geográfico.

- Formação e transformação das paisagens naturais e

culturais.

- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego

de tecnologias de exploração e produção.

- A formação, localização e exploração dos recursos

naturais.

- A distribuição espacial das atividades produtivas, a

transformação da paisagem, a (re)organização do

espaço geográfico.

- As relações entre campo e a cidade na sociedade

capitalista.

- A mobilidade populacional e as manifestações

socioespaciais da diversidade cultural.

- A evolução demográfica, a distribuição espacial da

população e os indicadores estatísticos.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico

6a. Série

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

Dimensão econômica do espaço

- Formação território brasileira.

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104

geográfico.

Dimensão política do espaço

geográfica.

Dimensão cultural demográfica

do espaço geográfico.

Dimensão socioambiental do

espaço geográfico.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a

reconfiguração do território brasileiro.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo

emprego de tecnologias de exploração e produção.

- As diversas regionalizações do espaço brasileiro.

- A mobilidade populacional e as manifestação

socioespaciais da diversidade cultural.

- A evolução demográfica da população, sua

distribuição espacial e indicadores estatísticos.

- Movimentos migratórios e suas motivações

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a

apropriação do espaço.

- O formação, o crescimento das cidades, a

dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização.

- A distribuição espacial das atividades produtivas, a

(re)organização do espaço geográfico.

- A circulação de mão- de- obra, das mercadorias e

das informações

7ª Série

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

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Dimensão econômica do espaço

geográfico.

Dimensão política do espaço

geográfica.

Dimensão cultural demográfica

do espaço geográfico.

Dimensão socioambiental do

espaço geográfico.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a

reconfiguração dos territórios do continente

americano.

- A nova ordem mundial, os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

- O comércio em suas implicações socioespaciais.

- A circulação de mão-de-obra, do capital, das

mercadorias e informações.

- A distribuição espacial das atividades produtivas,

a (re)organização do espaço geográfico.

- As relações entre o campo e a cidade na

sociedade capitalista.

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- A evolução demográfica da população, sua

distribuição espacial e os indicadores estatísticos.

- Os movimentos migratórios e suas motivações.

- A mobilidade populacional e as manifestações

sociespaciais da diversidade cultural.

- A formação, o localização, exploração dos

recursos naturai

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8ª. Série

Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Dimensão econômica do

espaço geográfico.

Dimensão cultural e

demográfica do espaço

geográfico.

Dimensão política do

espaço geográfico.

Dimensão socioambiental

do espaço geográfico.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o

papel do Estado.

- A revolução tecnico-científico-informacional e os novos

arranjos no espaço da produção.

- O comércio mundial e as implicações socioespaciais.

-A formação, mobilidade das fronteiras e a

reconfiguração territórios.

- A evolução demográfica da população, sua distribuição

espacial e os indicadores estatísticos.

- A mobilidade populacional e as manifestações

sociespaciais da diversidade cultural.

- Os movimentos migratórios mundiais e suas

motivações.

- A distribuição das atividades produtivas, a

transformação da paisagem e a (re)organização do

espaço geográfico.

- A formação, localização, exploração dos recursos

naturais.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego

de tecnologias de exploração e produção.

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- O espaço em rede: produção, transporte e

comunicações na atual configuração territorial

3) METODOLOGIA

Propõe-se que os conteúdos geográficos devam ser trabalhados de uma forma

crítica e dinâmica, mantendo a coerência com os fundamentos teóricos, cujos

conteúdos específicos deverão ser abordados a partir do enfoque de cada Conteúdo

Estruturante.

O professor deve estimular a participação ativa dos alunos, mediante a aplicação

de várias técnicas ou estratégicas, seja de ensino individualizado, seja de ensino

socializado (trabalho em equipe, debates, questões desafiadoras, discussões coletivas,

estudos dirigidos, produção individual.

Por meio de mapas, fotografias, poemas, charges, textos e outras linguagens

indispensáveis ao ensino, o aluno deve desenvolver a capacidade de observar,

perguntar, ler (gráficos e mapas) comparar, justificar, explicar, habilidades

indispensáveis para que esteja em contínua reconstrução do seu conhecimento.

O uso de recursos audiovisuais como mobilização para pesquisa deve ser um

instrumento problematizador e estimulador da aprendizagem, levando o aluno a duvidar

das verdades anunciadas e das paisagens exibidas.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser diagnostica ,continuada e acumulativa, dando ênfase na

aprendizagem. Deverá ser entendida como resultado de um trabalho realizado pela

unidade escolar. Deverá ser usados instrumentos quem contemplem várias formas de

expressão dos alunos.

A avaliação será vista não como um fim, mas como um meio para identificar os

avanços e as dificuldades do seu trabalho e da aprendizagem do aluno. Diante do

diagnóstico deverá reorientar sua prática pedagógica em busca dos objetivos da

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aprendizagem.

Critérios que devem nortear a avaliação: formação de conceitos básicos,

entendimento de relações sócio-espaciais, capacidade de caracterização dos

elementos, interpretação e leitura de mapas, fotos, imagens, gráficos, tabelas para a

compreensão do espaço nas diversas escalas geográficas articulados entre teoria e

prática, apreensão do conhecimento

Instrumentos de avaliação:

-Seminários.

-Resenhas.

-Análise, descrição e mapas geográficos.

-Provas escritas.

-Trabalho em grupo e individual.

-Fichas de acompanhamento

-Auto-avaliação.

-Relatórios, entre outras.

5) REFERÊNCIAS

ANDRADE, M.C. de Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas, 1987.

ARCHELA, R. S. E GOMES, M. F. V. B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual

de aulas Práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.

CASSETI, V. A natureza e o espaço geográfico. In: MENDON?A, F. E KOZEL, S.(Orgs.)

Elementos de Epistemologia da Geografia contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR,

2002, p. 145-163.

CHISTOFOLETTI, A. (Org.) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982.

CORREA, R. L. Região e Organização Espacial. São Paulo ?tica, 1986.

GONÇALVES, C. W. P. Os (des)Caminhos do meio Ambiente. São Paulo: Contexto,

1999.

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109

MENDONÇA, F. Geografia Sócio-Ambiental. In: Revista Terra Livre, n? 16, AGB

Nacional, 2001, p. 113.

MORAES, A.C.R. Geografia - Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1987.

______________ Geografia Crítica – A Valorização do Espaço. São Paulo: Hucitec,

1984.

______________ Ideologias Geográficas. São Paulo: Hucitec, 1991.

SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS, A. F. A.

(Org.) A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1999.

TUAN, Y. F. Geografia Humanística. In: CHISTOFOLETTI, A. (Org) Perspectivas da

Geografia. São Paulo: Difel, 1982.

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Geografia Ensino Médio. Governo

do Paraná, 2008.

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6.1.6 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

HISTÓRIA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:

A disciplina de História contribui para a formação de uma consciência histórica

crítica. Trata o conhecimento histórico como o resultado do processo de investigação e

sistematização de análises sobre o passado, de modo valorizar diferentes sujeitos

históricos e suas relações.

Para a disciplina de História privilegiou-se as relações culturais, de trabalho e de

poder como recortes deste processo histórico. Estão interligados entre si e permitir a

busca do entendimento da totalidade das ações humanas.

Ao proporcionar o conhecimento histórico, oferecemos as diversas teorias

históricas bem como as diferentes concepções a fim de obter referencial crítico,

palpável e que, desmistifique os nossos anseios.

Assim, ao estudar História prioriza-se o caráter de análise crítica, observa-se as

conjunturas históricas e se direciona ao “reflexivo”. Preparar os alunos, com base nas

questões cotidianas, porém de forma consciente e que seja capaz de analisar,

entender, refletir e que leve-os a agir socialmente e se tornar de fato “cidadão”.

A Disciplina de História tem como objetivo:

Desenvolver a capacidade de análise crítica da realidade relacionada ao

contexto histórico.

Proporcionar a compreensão de como se encontram as relações de trabalho no

mundo contemporâneo , como estas se configuram e como o mundo do trabalho se

constitui em diferentes períodos históricos , considerando os conflitos inerentes as

relações de trabalho.

Analisar como as relações de poder encontram-se em todos os espaços sociais

e em diferentes temporalidades , analisando os mecanismos que as constituíram.

Oportunizar a análise da construção cultural, as especificidades de cada

sociedade e as relações entre elas.

Analisar como se constituíram as experiências culturais dos sujeitos ao longo do

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tempo e identificar as permanências e mudanças.

Possibilitar o estudo do passado através de questionamentos feitos no presente

por meio da análise de diferentes documentos históricos e problematização de

questões atuais.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS

5ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL

RELAÇÕES SÓCIO - CULTURAIS

RELAÇÕES DE PODER

Memórias da família;

História e o Tempo;

A evolução do ser humano.

Grécia e na Roma:

RELAÇÕES DE TRABALHO

RELAÇÕES DE PODER

A vida humana no Paleolítico, Neolítico e a

Idade dos Metais.

A revolução agrícola;

A sociedade indiana e Chinesa na

antiguidade:

O surgimento das cidades.

RELAÇÕES SÓCIO - CULTURAIS

Os povos indígenas do Brasil;

Os mitos Lendas Rituais ;

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A religiosidade dos Hebreus:

6ª SÉRIE

RELAÇÕES DE PODER

Europa Feudal;

Crescimento do comércio e das cidades

na Europa medieval.

As Revoltas camponesas;

A conquista do sertão.

As missões jesuíticas.

Conflitos na Colônia.

RELAÇÕES DE TRABALHO E PODER

A africa das sociedades tribais;

-Os povos Incas, Astecas e Maias;

-As atividades econômicas na colônia

portuguesa e espanhola.

-A sociedades açucareira e mineradora.

-A escravidão Africana na América.(

resistência, luta e captura).

- A Africa das sociedades tribais.

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113

RELAÇÕES SÓCIO - CULTURAIS

Os povos Incas, Astecas e Maias;

7ª SÉRIE

RELAÇÕES DE PODER

A Inglaterra Absolutista e as Treze colônias.

A época do Ouro no Brasil.

RELAÇÕES DE TRABALHO E PODER

-Revolução Industrial

-Revoluções na América e na Europa.

-A Era de Napoleão e a independência da

América Espanhola.

-A independência do Brasil e o Primeiro

Reinado.

RELAÇÕES SÓCIO-CULTURAIS Revoluções agitam a Europa;

Brasil: da Regência ao Segundo Reinado;

8ª SÉRIE

RELAÇÕES DE PODER O imperialismo

A republica no Brasil

Revoltas e conflitos na cidade

A primeira guerra mundial

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Educação e Propaganda

A Guerra Fria

RELAÇÕES DE TRABALHO O movimento operário no Brasil

O Trabalho na Era Varguista

Repressão e Tortura na ditadura.

A política desenvolvimentista no Brasil.

A Globalização e seus efeitos.

RELAÇÕES SÓCIO - CULTURAIS O socialismo na Rússia

O nazismo e o Fascismo

A 2º guerra mundial

O Estado de bem-estar social

Indústria cultural e esporte

A tecnologia,o cinema,a propaganda.

3) METODOLOGIA

Pretende-se que o ensino de Historia contribua para a construção da

consciência histórica do indivíduo. É imprescindível que o professor observe

constantemente com os seus alunos como se dá o processo de construção do

conhecimento histórico,baseando-se no relato de experiências e conhecimentos das

realidades dos alunos . A partir dessa coleta de informações é que o trabalho do

historiador produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a

diversidade das experiências políticas, econômico,sociais e cultural traçando objetivos

reais e úteis a fim de que o aluno sinta a importância da história em seu cotidiano.

Possibilita contribuir ainda para que os alunos valorizem e contribuam para a

preservação de documentos, dos lugares de memória como museus, bibliotecas,

acervos privados e públicos de fotografias, de documentos escritos e audiovisuais,

entre outros, seja pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso

de documentos que podem se constituir em fontes de pesquisas. Assim, se torna

possível o resgate de valores morais e familiares que acaba desenvolvendo um

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sentimento próprio para que possamos a valorizar cada vez mais nossas heranças e

melhorar nossa qualidade de vida.

Considerando que a apropriação do conhecimento pelos alunos é processual,

exigirá que seja constantemente feito comparações e tomada de consciência sobre as

diversas realidades e problemáticas existentes em nosso meio para assim assimilar a

aprendizagem. È sabido,da importância de se trabalhar os conteúdos interdisciplinares

referentes às Leis nº10.639/03 – sobre História e Cultura Afro-Brasileira; Lei nº

11.645/08 - Inclusão da História e Cultura Indígena e a Lei nº 9.795/99 – Lei da

Educação Ambiental que buscam melhorar a qualidade de vida,bem de uso comum e

sua sustentabilidade.

O professor terá que ir muito além do livro didático, uma vez que as explicações ali

apresentadas são limitadas,enquanto que o professor sendo ser humano e participativo

na construção desse processo pode e deve envolver-se diretamente com o aluno já

que é seu veículo de transmissão e meio de avaliar seu desempenho profissional. É

por meio disto que podemos observar se a sociedade está passando por

transformações de ideais e objetivos de luta, sem se preocupar com a quantidade de

conteúdos, atendendo às demandas do mercado editorial e sim ao interesse do nosso

educando e do meio que o cerca. Busca-se é claro, atender a toda parte burocrática

que rege o Ensino mas com uma metodologia menos metódica e fria mas envolvente.

Esse é o nosso anseio e maior desafio.

Não podermos desprender do uso da biblioteca, e é necessário que sejam

orientados e incentivados pelo professor de Historia a conhecer o acervo especifico, as

obras que poderão ser consultadas ao longo de cada ano letivo, bem como os

procedimentos para se apropriar dos conhecimentos que estão nos livros,

compreendendo os diferentes conteúdos da disciplina. Para tanto, também se faz

indispensável utilizar recursos didáticos pedagógicos e tecnológicos disponíveis na

escola, como TV pendrive, laboratório de informática para melhorar o interesse e

despertar para a importância de estar inserido nessa nova tendência mundial.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação será formal, processual, contínua e diagnóstica.

O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem tem como finalidade

principal à visão do desenvolvimento do processo e da reflexão sobre o método de

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trabalho, oportunizando ao professor a percepção da apropriação do conhecimento

histórico.

A avaliação deve considerar três aspectos importantes que são: a apropriação de

conceitos históricos e o aprendizado dos conteúdos estruturantes e dos conteúdos

específicos, Aspectos estes são entendidos como complementares e indissociáveis.

Desta forma o professor deve utilizar em diferentes atividades como leitura ,

interpretação e análise de textos históricos, produção de narrativas históricas ,

pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de

seminários, trabalhos individuais, trabalhos escritos, atividades, prova oral e escrita,

entre outras.

5) REFERÊNCIAS

BRASIL.Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.

PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no ensino

fundamental e médio da rede pública estadual de ensino, conteúdos da disciplina

historia do Paraná. Diário Oficial do Paraná. N. 6.134 de 18/12/2001

AQUINO, Rubim Santos Leão et alli. Sociedade brasileira: uma historia através

dos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Record.(s.d.)

BRASIL.lei n.9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases

da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.

CERRI, Luis Fernando. O que a historia fez com a lógica de organização dos

conteúdos, e o Ensino de Historia fará com essa história? In: Diretrizes curriculares da

educação fundamental da rede de educação básica do estado do Paraná: ensino

fundamental- versão preliminar. Curitiba:2005.

GIROX, Henry A. os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica

da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Medicas, 1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São

Paulo: Cortez, 2002

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117

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de

Educação.SEED . Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de

História para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

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118

6.1.7 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:

Historicamente o ensino de LEM no Brasil sofreu várias mudanças devido a

organização social, política e econômica. A partir disso as propostas curriculares e as

metodologias de ensino visam atender as demandas sociais contemporâneas

propiciando aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos.

É válido ressaltar que o currículo e os métodos referentes a disciplina de LEM

assumem um aspecto dinâmico e flexível para atender as necessidades no processo

de ensino e aprendizagem vigente. Torna-se necessário para situarmos melhor nosso

trabalho abordar brevemente a dimensão histórica do ensino de Língua Inglesa.

Diante do contexto da colonização do Brasil, os Jesuítas eram os responsáveis

para evangelizar e ensinar latim como língua culta aos povos que habitavam o

território. Porém, isso contribui para a expulsão dos Jesuítas da América, fazendo com

que em 1759, o ministro Marquês de Pombal instituísse o sistema régio no Brasil,

contratando somente professores não religiosos. Em 1809, D. João VI assinou o

decreto 22 de junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês afim de melhorar a

instrução pública, com isso valorizando o ensino da LEM. Na tentativa de valorizar o

ensino de Língua Inglesa, percebia-se uma abordagem pedagógica tradicional que

focava as estruturas gramaticais, privilegiando as traduções e as regras de escrita. Em

1916 a linguagem assume um caráter científico com os importantes estudos de

Saussure.

Com a vinda dos imigrantes para o sul do Brasil principalmente no Paraná,

muitos colonos se organizaram para construir e manter escolas para seus filhos. O

ensino da Língua Portuguesa nessa época era ministrado como uma língua

estrangeira. Em meados de 1910, surge os ideais do nacionalismo buscando novos

padrões culturais e a solidificação da escolarização para as futuras gerações.

Conforme as DCE's:

A dependência econômica do Brasil em relação ao Estados Unidos se acentuou durante e após a segunda guerra mundial. Com isso, intensificou-se a necessidade de aprender inglês . Na década de 1940, professores universitários , militares, cientistas , artistas , imbuídos por missões norte americanas, vieram para o Brasil e , com eles a produção cultural daquele país. Assim, falar inglês

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119

passou a ser uma anseio das populações urbanas , de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais espaço no currículo, no lugar do ensino do Francês.

O ensino de Língua Inglesa permite ao educando tornar-se não apenas um

cidadão, mas um cidadão do mundo, capaz de interagir por meio das práticas

discursivas (leitura, oralidade e escrita) e até mesmo de desafios, os quais só

podem ser enfrentados e superados através da educação e o conhecimento de

outras culturas.

Todavia, tais práticas discursivas não se restringem apenas a língua materna,

mas principalmente na língua estrangeira, pois é a partir dela que o aluno está

desenvolvendo a aprendizagem, num processo de reflexão sobre a realidade. É o

momento em que o indivíduo é o protagonista do seu conhecimento, pois a língua

como discurso não serve para estruturar códigos a serem decifrados, mas ela

constrói significados.

O aprendizado de Língua Inglesa de acordo com as DCE‟s se apresenta como

espaço de construção discursiva, de produção de sentidos e de sujeitos,

possibilitando ao educando vivenciar criticamente a diversidade cultural sem perder

sua identidade local. É o conhecimento de mundo de cada um sendo respeitado e

partilhado.

Enfatizando essa afirmação, Pennycook considera que:

... a expansão do inglês no mundo não é mera expansão da língua, mas também um conjunto de discursos que fazem circular idéias de desenvolvimento, democracia, capitalismo, neoliberalismo, modernização... hoje, poderíamos dizer que as várias facetas do Comunicativo se desenvolvem com o objetivo principal de difusão do inglês como língua internacional.(Apud, DCE's)

Conforme o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual José de Anchieta, a

educação é vista como uma prática social que constitui o direito do indivíduo. Sua

finalidade está voltada para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para

constitui-se e transformar a realidade, sendo uma educação de qualidade e de

acesso a todas as classes sociais.

O discurso como objeto de estudo na disciplina de LEM possibilita um espaço

para a socialização do saber e para a formação de sujeitos éticos e participativos.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

5ª Série: Conteúdo Estruturante: Discurso como Prática Social

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120

Gêneros Discursivos Conteúdos Básicos

história em

quadrinho;

piada;

poemas;

exposição oral (

diálogos);

comercial de TV;

diário;

quadrinhas

bilhetes;

fotos;

horóscopo;carta;

textos midiáticos;

e-mail;

cartaz;

lista de compras;

avisos;

músicas.

Leitura

Identificação do tema, do argumento principal.

Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade

e intertextualidade do texto.

Linguagem não verbal.

Oralidade

Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Exemplos de pronúncias e do uso de vocábulos da língua

estudada em diferentes países.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos

formais e marcas lingüísticas.

Clareza de ideias

Coesão e coerência.

Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, palavras

interrogativas, substantivos, preposições,verbos,

concordância verbal e nominal e outras categorias como

elementos do texto.

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121

8. Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

Vocabulário.

6ª série Conteúdo Estruturante: Discurso como Prática Social

Gêneros Discursivos

Conteúdos Básicos

entrevista;

notícia;

- música;

- tiras;

- textos

midiáticos;

- propaganda;

- charges;

- provérbios;

- diário;

- cartoon;

- narrativa;

- música, etc.

Leitura

7. Identificação do tema, do argumento principal.

7. Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade

e intertextualidade do texto.

Linguagem não verbal.

Oralidade

B) Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Exemplos de pronúncias e de uso de vocábulos da língua

estudada em diferentes países.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos composicionais,

elementos formais e marcas lingüísticas.

Clareza de idéias.

Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.

Coesão e coerência.

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122

Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos,

palavras interrogativas, advérbios, preposições, verbos,

substantivos, substantivos contáveis e incontáveis,

concordância verbal e nominal e outras categorias como

elementos do texto.

Vocabulário.

Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

7ª série

Conteúdo Estruturante: Discurso como Prática Social

Gêneros Discursivos Conteúdos Básicos

Reportagem;

slogan;

sinopse de filme;

textos midiáticos;

anúncio publicitário;

outdoor;

blog, etc.

Leitura

Identificação do tema, do argumento principal e dos

secundários.

Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade

e intertextualidade do texto.

Linguagem não- verbal.

Oralidade

Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Exemplos de pronúncias e de vocábulos da

língua estudada em diferentes países.

Escrita

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123

4. Adequação ao gênero: elementos composicionais,

elementos formais e marcas lingüísticas.

Clareza de idéias.

Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.

5. Coesão e coerência.

Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos,

verbos,

preposições, advérbios, locuções adverbiais, palavras

interrogativas,substantivos, su-bstantivos contáveis e

incontáveis, question tags, falsos cognatos, conjunções, e

outras categorias como elementos do texto.

Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

Vocabulário.

8ª série Conteúdo Estruturante: Discurso como Prática Social

Gêneros Discursivos Conteúdos Básicos

Reportagem

oral e escrita;

textos

midiáticos;

histórias de

humor;

músicas;

charges;

Leitura

Identificação do tema, do argumento principal e dos

secundários.

7 Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade

e intertextualidade do texto.

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124

entrevistas;

depoimentos;

narrativa;

imagens,etc.

- Linguagem não- verbal.

Realização de leitura não linear dos diversos textos.

Oralidade

11. Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua

estudada em países diversos.

Finalidade do texto oral.

Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos composicionais,

elementos formais e marcas lingüísticas.

Paragrafação.

Clareza de idéias.

Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.

Coesão e coerência.

Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos,

verbos,

preposições, advérbios, locuções adverbiais, palavras

interrogativas,substantivos, substantivos contáveis e

incontáveis, question tags, falsos cognatos, conjunções, e

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125

outras categorias como elementos do texto.

Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

Vocabulário.

3) METODOLOGIA

No Colégio Estadual José de Anchieta, a disciplina de Inglês é ofertada apenas no

Ensino Fundamental.

Recursos como revistas, jornais, livros, TV, vídeo, DVD, jogos, serão utilizados na

elaboração das tarefas pedagógicas, para vincular o que se faz em sala de aula com o

mundo exterior.

Trabalhos em duplas e em grupos, facilitam a conversação e estimulam o aluno

ao diálogo e a leitura.

Na abordagem metodológica ainda serão contempladas as práticas de leituras e

análises de textos de diversos gêneros, observando as relações dialógicas entre os

mesmos. É muito importante que a partir dos textos trabalhados ocorra o momento de

discussão e debate sobre o tema apresentado. De acordo com a realidade de cada

turma, trabalhar a produção, a revisão e a reestruturação textual, ampliando os

conhecimentos lingüísticos em língua inglesa. A partir do texto escolhido para

desenvolver as práticas discursivas, define-se os conteúdos específicos a serem

estudados, norteados pelo gênero do texto.

Pensa-se que não há um método pronto, acabado, mas uma variedade de opções

pedagógicas que norteiam o processo educativo e que podem facilmente serem

adaptadas de acordo com o contexto, para atingir o objetivo esperado.

O trabalho referente as leis: História e Cultura Afro, Indígena (11.645/3/2008) e

Meio Ambiente (9795/99) serão contemplados nas aulas de Inglês por meio de

conversas, pesquisas, documentários, realizando um paralelo entre essas culturas.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação tem por objetivo a orientação para a intervenção pedagógica,

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126

visando a aprendizagem de forma mais adequada para o aluno. É um elemento de

reflexão contínua para o professor sobre a sua prática educativa. É um instrumento

para que o aluno possa tomar consciência de seus progressos, dificuldades e

possibilidades.

O texto é uma unidade de sentido e deve ter um significado real para o aluno.

Sendo assim, o aluno deve demonstrar compreensão geral de textos variados,

selecionar as informações específicas do texto, demonstrar conhecimento da

organização textual, consciência de que a leitura não é apenas um processo linear que

exige a decodificação de cada palavra, mas acima de tudo assumir uma postura crítica

aos objetivos do texto e possuir um conhecimento sistêmico fixado no mesmo.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser processual,

contínua, formativa, e diagnóstica, levando em consideração as diferenças individuais e

sócio-econômicas da escola, alcançando a construção permanente do conhecimento.

Sendo assim, no Colégio Estadual José de Anchieta será utilizada bimestralmente uma

avaliação escrita no valor de 70 pontos e trabalhos valendo 30 pontos. Nesses

trabalhos serão contemplados avaliação oral (reading/speaking), atividades de

“listening”, atividades escritas e de pesquisa, trabalhos individuais e em grupos, etc.

O aluno que não atingir a média bimestral de 6,0, terá direito a recuperação

simultânea de conteúdos. Esta acontecerá com a retomada de conteúdos em sala de

aula de acordo com as necessidades de aprendizagem apresentadas pelo educando,

seguida de uma avaliação escrita no valor de 7,0.

5) REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação, Superintendência de Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira

Moderna para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba,2008.

PARANÁ. Colégio Estadual José de Anchieta – Ensino Fundamental e Médio.

Projeto Político Pedagógico. Quedas do Iguaçu, 2010.

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127

6.1.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

LÍNGUA PORTUGUESA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O processo de ensino de Língua Portuguesa iniciou com a educação jesuítica,

que propunha alfabetizar e catequizar os indígenas e formar a elite colonial. Esse

processo tinha como concepção filosófica que reproduzia o modo de pensar.

Segundo LUZ-FREITAS, nesse período não havia uma educação

institucionalizada. O sistema jesuítico de ensino organizava-se a partir de dois

objetivos. Primeiro uma pedagogia catequética que visava a expansão católica com um

modelo econômico de subsistência da comunidade. Segundo tinha como objetivo a

formação de elites subordinadas à metrópole.

A escola letrada destinava-se somente aos filhos da elite colonial e o ensino do

latim moldava-se às primeiras práticas pedagógicas, para os que tinham acesso a uma

escolarização mais prolongada com base em uma educação voltada para a

perpetuação de uma ordem patriarcal e colonial.

Quanto ao ensino da Língua Portuguesa limitava-se às escolas de ler e escrever,

mantidas pelos jesuítas e nos cursos secundários, as aulas eram de gramática latina e

retórica, com estudo de grandes autores clássicos.

Ainda no período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi e o

português, “era a língua da burocracia”(ILARI, 2007), ou seja, a língua das transações

comerciais e dos documentos legais.

A fim de reverter esse quadro, em 1978, um Decreto do Marquês de Pombal

tornou a Língua Portuguesa oficial do Brasil, proibindo o uso da língua geral. No ano

seguinte os jesuítas que catequizaram os índios e produziram literatura em língua

indígena, foram expulsos do Brasil.

Essa hegemonia da língua portuguesa foi “conseguida, historicamente, a ferro e

fogo: com decretos e proibições, expulsões e prisões, perseguições e massacres.

(BAGNO, 2003, p.74).

A partir da Reforma Pombalina, a educação brasileira passou por mudanças

estruturais. O ensino não se limitava mais às escolas de ler e contar, elas também

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128

mantinham cursos de letras, filosofia e teologia.

As primeiras instituições do ensino superior foram instaladas no Rio de Janeiro

(1920), destinadas às classes privilegiadas, já as classes populares que precisavam

aprender a ler escrever, continuavam negligenciadas.

Somente nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa

passou a integrar os currículos escolares brasileiros, de forma fragmentada subdividida

em gramática, retórica e poética, e os professores eram médicos, advogados,

engenheiros que detinham cargos públicos.

Com a revolução industrial, houve necessidade de formação profissional,

fortalecendo o caráter utilitário da educação, ampliando-se assim o acesso ao ensino

às camadas cada vez maiores da população.

Em 1871, por decreto imperial, passou a gramática denominar-se Português e

criou-se o cargo de “Professor de Português”.

Em 1922, houve um rompimento dos modelos tradicionais portugueses e uma

aproximação com a língua escrita do falar cotidiano brasileiro.

No período de consolidação da ditadura militar, houve uma tendência à

concepção tecnicista de educação. Com a lei 5692/71, o ensino estava voltado à

qualificação para o trabalho, com um viés mais pragmático, que privilegia o aluno

oriundo das classes letradas, afastando o aluno vindo das classes menos favorecidas.

Assim, a disciplina de Português passou a denominar-se no primeiro grau

Comunicação e Expressão e Comunicação em Língua Portuguesa nas quatro ultimas

séries do Ensino Fundamental, baseando-se nos estudos de Jacobson, referentes à

teoria da comunicação, fundamentando-se em exercícios estruturais, técnicas de

redação e treinamento de habilidades de leitura, sendo que a leitura de textos literários,

no ensino primário e ginasial, visava transmitir a norma culta da língua, através da

gramática, estratégias para discutir valores religiosos, morais e cívicos, para despertar

o sentimento nacionalista e formar cidadãos respeitadores da ordem estabelecida.

Cabia ao professor a condução da análise literária e, aos alunos, a condução de meros

ouvintes, para não despertar o espírito crítico e criador dos alunos.

A partir de 1979, houve um aumento de cursos de pós-graduação para a

formação de uma elite de professores e pesquisadores, possibilitando um pensamento

crítico em relação à educação.

Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa, os

Parâmetros Curriculares Nacionais, do fim da década de 1990, também fundamentou a

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proposta para a disciplina de língua Portuguesa, nas concepções interacionistas.

Confrontando-se com o grande número de analfabetismo funcional e as

dificuldades de leitura e produção de textos apresentada, hoje pelos alunos de

educação básica, as Diretrizes Curriculares estaduais de Língua Portuguesa requerem,

novos posicionamentos em relação às práticas de ensino, resultando, nas DCEs, uma

proposta que dá ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação,

permanentemente reflexiva e produtiva, para isso deve-se considerar as práticas

lingüísticas que o alunos traz ao ingressar na escola e construir ferramentas básicas na

amplitude das aptidões lingüísticas dos estudantes.

Dessa forma, será possível a inserção de todos os que freqüentam e escola

pública em uma sociedade cheia de conflitos sociais, raciais, religiosos e políticos de

forma ativa, marcando, assim, sua voz no contexto em que estiver inserido.

É através da linguagem que o ser humano consegue expressar-se, defender

suas idéias, enfim, interagir com outro. Cabe à escola e à Língua Portuguesa garantir

que o aprendiz a utilize significativamente, para que possa participar plenamente da

sociedade. É através do uso eficaz da linguagem que o indivíduo poderá exercer sua

cidadania.

Em relação à variação lingüística, a única aceita como correta no espaço

escolar, até a década de 70, era a norma culta. Assim, a escola empenhava-se em

“corrigir” a fala do aluno. Desconsiderando a linguagem, inclusive os aspectos culturais

inerentes a cada uma dessas variações.

Justifica-se o fato de a escola ensinar a língua padrão, pois os alunos precisam

ter domínio sobre ela. Porém, é necessário combater o preconceito no que se refere a

considerar uma variação “certa” e outra “errada”. O que precisa ficar claro é que a

linguagem deve ser adequada ao seu objetivo, tendo em vista o contexto e os

interlocutores a que se destina. Isso implica no uso efetivo da linguagem, que permite a

igualdade de participação social.

Em relação aos tipos de texto, deve circular a mais ampla variedade textual

possível, devem ser, acima de tudo, de boa qualidade e de gêneros variados, que

sirvam para finalidades distintas. A leitura de textos variados permite uma compreensão

maior sobre o uso e as funções da linguagem. Além disso, permite ao aprendiz

adentrar-se nos pensamentos alheios e conhecer outras maneiras de viver e de

conceber o mundo. O trabalho com a diversidade textual possibilita ao indivíduo um

posicionamento crítico diante das mais variadas situações.

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130

Seguindo a concepção de língua como interação no ensino da língua materna,

três objetivos fundamentarão todo o processo.

Empregar a língua em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada

contexto e interlocutor; descobrir as intenções dos discursos e posicionar-se diante

deles.

Desenvolver habilidades de uso da língua escrita, por meio de práticas textuais,

considerando-se os interlocutores, seus objetivos, o assunto, os gêneros e o contexto.

Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de refletir sobre os textos

que lêem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo de forma contextualizada, as

características de cada gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais

empregados na organização do discurso ou texto.

2) CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICO:

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

5ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNERO DISCURSIVO

O

DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

LEITURA

Identificação do tema

Interpretação textual,

observando:

- conteúdo temático

- interlocutores

- fonte

- intertextualidade

- informatividade

- intencionalidade

- marcas lingüísticas

Identificação do argumento

principal e dos argumentos

secundários

Inferências

- história em quadrinho

- piadas

-adivinhas

- lendas,

- fábulas,

- contos de fadas

- poemas

- narrativa de enigma

-narrativa de aventura

-dramatização

-exposição oral

-comercial para TV

-causos

-carta pessoal

- carta de solicitação

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131

-e-mail

- receita

-convite

- autobiografia

- cartaz

-carta do leitor

-classificados

-verbete

-quadrinhas

-cantigas de roda

- bilhetes

- fotos

- mapas

- aviso

- horóscopo

- regras de jogo

- anedotas

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ORALIDADE

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

5. Variedades lingüísticas

6. Intencionalidade do texto

7. Papel do locutor e do

interlocutor:

- participação e cooperação

Particularidades de pronúncia

de algumas palavras

Elementos extralingüísticos:

entonação, pausas, gestos...

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ESCRITA

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

9. Argumentação

10. Paragrafação

11. Clareza de idéias

12. Refacção textual

ANÁLISE LINGÜÍSTICA

perpassando as práticas de

leitura, escrita e oralidade:

6. Coesão e coerência do texto

lido ou produzido pelo aluno

7. Expressividade dos

substantivos e sua função

referencial no texto.

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132

8. Função do adjetivo, advérbio,

pronome, artigo e de outras

categorias como elementos do

texto.

1. A pontuação e seus efeitos de

sentido no texto.

2. Recursos gráficos: aspas,

travessão, negrito, hifen,

italíco.

3. Acentuação gráfica.

4. Processo de formação de

palavras.

5. Gírias.

6. Algumas figuras de

pensamento ( prosopopéia,

ironia...).

7. Alguns procedimentos de

concordância verbal e

nominal.

8. Particularidades de grafia de

algumas palavras

6ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS GÊNEROS DISCURSIVOS

O DISCURSO

COMO

PRÁTICA

SOCIAL

LEITURA

8. Interpretação textual,

observando:

- conteúdo temático

- interlocutores

- fonte

- ideologia

-entrevista (oral e escrita)

- crônica de ficção,

-música,

-notícia,

-estatutos,

-narrativa mítica,

-tiras,

Page 133: COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA ENSINO … · 2012-02-10 · Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses

133

- papéis sociais representados

- intertextualidade

- intencionalidade

- informatividade

- marcas lingüísticas

8 Identificação do argumento

principal e dos argumentos

secundários

8. As particularidades (lexicais,

sintáticas e textuais) do texto

em registro formal e informal.

9. Texto verbal e não-verbal

- propaganda,

-exposição oral,

-mapas,

-paródia,

-chat,

-provérbios,

-torpedos,

-álbum de família,

- literatura de cordel,

-carta de reclamação,

-diário,

-carta ao leitor,

-instruções de uso,

-cartum,

-história em quadrinhos,

-placas,

-pinturas,

-provérbios,

-discrição,

-poesia,

-texto publicitário

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ORALIDADE

- Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

12. Procedimentos e marcas

lingüísticas típicas da

conversação (entonação,

repetições, pausas...)

13. Variedades lingüísticas

14. Intencionalidade do texto

15. Papel do locutor e do

interlocutor:

- participação e cooperação

Particularidades de pronúncia de

algumas palavras

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ESCRITA

C) Adequação ao

gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

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134

- marcas lingüísticas

Linguagem formal/informal

Argumentação

Coerência e coesão

textual

Organização das

idéias/parágrafos

Finalidade do texto

Refacção textual.

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ANÁLISE LINGÜÍSTICA

perpassando as práticas de

leitura, escrita e oralidade:

Discurso direto, indireto e indireto

livre na manifestação das vozes que

falam no texto

Função do adjetivo, advérbio,

pronome, artigo e de outras

categorias como elementos do

texto.

A pontuação e seus efeitos de

sentido no texto.

Recursos gráficos: aspas,

travessão, negrito,

itálico, parênteses, hífen.

Acentuação gráfica.

Valor sintático e estilístico dos

modos e tempos verbais.

A representação do sujeito no

texto (expressivo/elíptico;

determinado/indeterminado;

ativo/passivo).

Neologismo.

Figuras de pensamento

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135

(hipérbole, ironia, eufemismo,

antítese).

Alguns procedimentos de

concordância verbal e

nominal.

Linguagem digital.

Semântica.

Particularidades de grafia de

algumas palavras.

7ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS

DISCURSIVOS

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

LEITURA

Interpretação textual,

observando:

- conteúdo temático

- interlocutores

- fonte

- ideologia

- intencionalidade

- informatividade

- marcas lingüísticas

Identificação do argumento

principal e dos argumentos

secundários.

As diferentes vozes sociais

representadasno texto.

Linguagem verbal, não-verbal,

midiático,infográficos, etc.

Relações dialógicas entre textos.

-regimento

- slogan

-telejornal

-telenovela

-reportagem (oral e

escrita)

-pesquisa

-conto fantástico

-narrativa de terror

-charge

-narrativa de humor

-crônica jornalística

-paródia,

-resumo

-anúncio publicitário

-sinopse de filme

-poema

-biografia

-narrativa de ficção

Page 136: COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA ENSINO … · 2012-02-10 · Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses

136

O DISCURSO

COMO

PRÁTICA

SOCIAL

ORALIDADE

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

- Coerência global do discurso oral

- Variedades lingüísticas

- Papel do locutor e do

interlocutor:

- participação e cooperação

- turnos de fala

Particularidades dos

textos orais

Elementos

extralingüísticos:

entonação, pausas,

gestos...

Finalidade do texto oral.

científica

-relato pessoal

- outdoor

blog

-haicai

-júri simulado

-discurso de defesa e

acusação

- mesa redonda

-dissertação escolar

-regulamentos

-caricatura,

-escultura

O DISCURSO

COMO PRÁTICA

SOCIAL

ESCRITA

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

Argumentação.

Coerência e coesão textual.

Paráfrase de textos.

Paragrafação.

Refacção textual.

ANÁLISE LINGUISTICA

PERPASSANDO AS PRÁTICAS DE

LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE

Semelhanças e diferenças entre

o discurso oral e escrito.

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137

Conotação e denotação.

A função das conjunções na

conexão de sentido.

Progressão referencial ( locuções

adjetivas,

Pronomes, substântivos.

Função do adjetivo, advérbio,

pronome, artigo e de outras

categorias como elementos do

texto.

A pontuação e seus efeitos de

sentido no texto.

Recursos gráficos: aspas,

travessão, negrito, hífen, itálico.

Acentuação gráfica.

Figuras de linguagem.

Procedimentos de concordância

verbal e nominal.

A elipse na sequencia do texto.

Estrangerismos.

As irregularidades e

regularidades da conjunção

verbal.

A função do advérbio:

modificador e circunstanciador.

Complementação do verbo e de

outras palavras.

8ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS

DISCURSIVOS

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138

LEITURA

Interpretação textual, observando:

- conteúdo temático;

-interlocutores;

-fonte;

intencionalidade;

-intertextualidades;

-ideologia;

-informatividade;

-marcas linguisticas.

Identificação do argumento

principal e dos argumentos

secundários.

Informações implicitas em textos.

As vozes pessoais presentes nos

textos.

Estética do texto literário.

Artigos de opiniões,

debate, reportagem,

manifesto, seminário,

relatório cient5ífico,

resenha crítica,

narrativa fantástica,

romance, histórias de

humor, contos, músicas,

charges, editorial,

curriculun vitae,

entrevista oral e escrita,

assembléia, agenda

cultural, reality show,

novela fantástica,

conferência, palestra,

totoblog, depoimentos,

imagens, instruções.

ORALIDADE

Adequação ao gênero:

-conteúdo temático;

-elementos composicionais;

-marcas linguisticas;

-variedades linguisticas;

-intencionalidade do texto oral;

argumentação;

papel do locutor e interlocutor;

turnos de fala;

elementos

extralinguisticosentoação,pausas,

gestos...

ESCRITA

Adequação ao gênero:

-conteúdo temático;

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139

-elementos composicionais;

-marcas linguisticas

Argumentação

Resumos de textos.

Paragrafação.

Paráfrase.

Intertextualidade.

Refacção textual.

ANÁLISE LINGUISTICA PERPASSANDO

AS PRÁTICAS DSE LEITURA, ESCRITA

E ORALIDADE

Conotação e denotação

Coesão e coerência textual.

Vícios de linguagem.

Operadores argumentativos e os

efeitos de sentido.

Expressões modalizadoras( que

revelam a posição do falante em

relação ao que diz, como

felizmente....

Semântica.

Expressividade dos substântivos e

sua função referencial no texto.

Função do adjetivo, advérbio,

pronome, artigo e de outras

categorias como elementos do

texto.

A pontuação e seus efeitos de

sentido no texto.

Recursos gráficos: aspas,

travessão, negrito, hífen, itálico.

Acentuação gráfica.

Estrangerismos, neologismos,

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140

gírias.

Procedimentos de concordância

verbal e nominal.

Valor sintático e estilístico dos

modos e tempos verbais.

A função das conjunções e

preposições na conexão das partes

do texto.

Coordenação e subordinação nas

orações do texto.

3) METODOLOGIA

Para ampliar o domínio da língua e da linguagem dos alunos, organizar

situações de ensino para que eles desenvolvam conhecimentos discursivos e

lingüísticos. Serão consideradas a diversidade de textos que circulam socialmente,

para construir a reflexão sobre a linguagem e seu uso em situações significativas de

interlocução. Priorizar o texto como unidade básica de trabalho. Garantir o uso

apropriado de padrões da língua escrita e refletir sobre os fenômenos da linguagem,

propiciando a utilização real da linguagem. Trabalhar com a multiplicidade de

linguagens que serão utilizadas na produção textual dos alunos.

O ensino da Língua Portuguesa precisa dar conta da complexidade cada vez

maior da experiência do homem moderno, procurando fazer justiça à complexidade dos

conteúdos inscritos na realidade social.

Uma realidade dinâmica como a nossa, que se transforma na mesma velocidade

com que se disseminam informações nos meios eletrônicos, é essencial o papel que a

disciplina de (Língua Portuguesa) desempenha na educação formal do indivíduo.

Considera-se que a linguagem permeia todas as atividades humanas, em todas as

esferas sociais.

O ensino de Português em virtude de suas variadas práticas de linguagem,

participa ativamente do processo de construção das capacidades leitoras. Por essa

razão, o aluno será levado a ler nas mais diferentes situações de trabalho, seja na

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abordagem de textos literários seja na construção de conhecimentos lingüísticos seja

na produção de textos.

A produção textual não será feita somente para o professor corrigir, mas para

que o aluno assuma o papel de autor, constituindo um momento de produtiva reflexão,

para socializar a produção textual, afixando-os no mural, seja reunindo-os em

coletânea ou publicando no jornal da escola, recuperando o caráter interlocutivo da

linguagem, valorizando assim o trabalho dos alunos.

Organizar situações em que os conhecimentos sejam tematizados para formar

leitores capazes de reconhecer as sutilezas e peculiaridades com os sentidos e a

extensão das construções literárias e cotidianas.

Por mais que estejamos vivendo a era da informação, e esta que se diga, está

substituindo a narratividade e contribuindo para atrofia da memória, temos a

responsabilidade social, como professores da Língua Portuguesa, de desenvolver a

capacidade de refletir, dialogar e discordar.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, produção textual, TV multimídia,

slaides,

A Proposta Pedagógica Curricular é a expressão de uma determinada

concepção de educação e de sociedade, pensada filosófica, histórica e culturalmente

no PPP. Ela é construída pelos professores das disciplinas e mediada pela equipe

pedagógica, os quais lançam mão dos fundamentos curriculares historicamente

produzidos para proceder a esta seleção de conteúdos e métodos com sua respectiva

intencionalidade. fitas, vídeo,DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do

portal, objeto de uso cotidiano dos alunos, trabalhos individual, em grupo, construção

de cartazes, painel, maquetes, pesquisas.

Referente à Lei 11.645/3/2008, que trata da História e Cultura Afro, indígena, e

lei 9795/99 que trata do Meio Ambiente serão selecionados textos contemporâneos

para análise e discussão bem como a participação dos alunos em gincanas e palestras

sobre o tema.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser fonte de informação não só do aluno, mas também do

professor, permitindo-lhe observar o alcance de suas intenções educativas. A avaliação

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diagnóstica deverá ser uma constante na prática do professor, pois informa-nos a zona

de desenvolvimento real do aluno, permitindo assim, que professor e aluno percebam

como está a aquisição do conhecimento nas diferentes etapas de sua aprendizagem.O

professor, de posse de tal informação, deverá elaborar novas situações de

aprendizagem, ampliando as possibilidades de desenvolvimento do aluno.

A principal finalidade de avaliação é auxiliar alunos e professores, seja com

relação à percepção de sua própria aprendizagem. No caso do aluno, seja com relação

à bagagem trazida pelos estudantes e ao alcance deles nas diversas etapas de

aprendizagem, podendo haver ajustes feitos por ambas as partes.

Assim, a avaliação deve ser vista como uma oportunidade de reflexão sobre o

próprio processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o desenvolvimento

dos alunos, mas principalmente para refletir sobre suas ações pedagógicas. Ela deve

subsidiar o professor para eventuais ajustes na programação e no encaminhamento

pedagógicos de certos temas ou de certas práticas.

Quanto aos instrumentos, estes devem manter coerência com os objetivos, bem

como as atividades realizadas. Vários tipos de instrumentos devem ser utilizados, tais

como produção de textos variados, observação de debates, pesquisas, trabalhos com

leitura extra-classe de diversos textos, provas escritas, seminário, trabalho individual e

coletivo para que tenhamos uma visão mais abrangente do desenvolvimento do aluno.

5) REFERÊNCIAS

CABRAL, Isabel; Palavra Aberta. São Paulo, SP. Editora Atual/2ª Edição, 2000.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa

para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.

PROJETO ARARIBÁ: português/obra coletiva, 1.ed-São Paulo:Moderna, 2006.

CEREJA, WILLIAM ROBERTO. Português: Linguagens:vol.1,2,3: ensino médio/

William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5ª ed.- São Paulo:Atual,2005.

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143

7.1.9 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

MATEMÁTICA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Fazendo uma retrospectiva na história da Matemática pode-se observar que a

matemática teve seu início a.C, quando os povos registravam suas atividades

econômicas utilizando-se da álgebra elementar. Surgindo no campo de conhecimento

na Grécia, onde os pitagóricos e seus seguidores iniciaram suas discussões no ensino

da matemática formal. (DCEs, 2008.p.3).

A matemática passa a ser usada na educação grega e valoriza-se a leitura e

escrita apenas para a nobreza.Constata-se que demorou mais um século para a

matemática ser inserida no contexto educacional, onde através do raciocínio abstrato

busca-se entender o mundo e sua origem. A matemática como disciplina, surge apenas

no século XVII d.C. e sistematizou-se em aritmética, geometria, álgebra e

trigonometria.( RIBNIKOV, 1987 apud DCE's 2008).

a matemática passa a ser incluída nos estudos pelos Sofistas no século V a.C.

Estes, preocupados em formar o ser político capaz de persuadir por meio desse

conhecimento matemático. No entanto, o ensino da matemática era restrito de maneira

formal e limitava-se aos números e sua memorização através da decoreba.

O grande salto no ensino da matemática foi quando Euclides por volta de 330 e

320 a.C. Em sua obra Elementos ensinou matemática de forma tão especial que a

mesma começa a avançar como ciência, sendo que é considerado como o profissional

que mais influenciou o estudo da matemática devido à sistematização do conhecimento

até os dias atuais. (DCEs, 2008.)

Observa-se que no século I a.C. a matemática foi reconhecida como disciplina

básica. No entanto, dividia-se nas seguintes áreas: aritmética, geometria, música e

astronomia. No século V d.c. possuía apenas caráter religioso. Nos séculos XIII e IX

aconteceram mudanças significativas com o surgimento das escolas

O ensino da Matemática passou a ser utilizado para reforçar constatações

empíricas nas universidades de filosofia. Após o século XV com o aumento de

comércio, com a industrialização e o avanço das navegações, a matemática começa a

fazer parte das atividades práticas. No século XVI, o conhecimento sistematizado de

matemática denominou-se grandezas variáveis influenciada pela geometria analítica, a

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projetiva, o cálculo diferencial e integral, a teoria das séries e das equações

(RIBNIKOV, 1987 apud DCE's 2008 p.40).

Nesse período histórico a matemática passa a ser utilizada amplamente em todos

os ramos da atividade comercial e econômica. Por esse motivo, houve uma grande

modernização nas manufaturas e nas necessidades técnico-militares sendo que o

objetivo da matemática era preparar os jovens para a profissão.

Os Jesuítas contribuíram para que a disciplina da matemática fosse introduzida

no currículo das escolas brasileiras, mas o ensino de conteúdo de matemática não

alcançou destaque nas práticas pedagógicas. Posteriormente com a Revolução

Francesa e Industrial, a matemática tornou-se imprescindível, sendo considerada a

ciência que daria base ao entendimento e solução dos problemas práticos.

No final do século XIX e início do século XX iniciam-se discussões com a

finalidade de elaborar propostas pedagógicas que vinculassem o ensino da matemática

como disciplina exigível das transformações sociais e econômicas dos últimos séculos.

Eliminação da organização excessivamente sistemática e lógica dos

conteúdos, consideração da intuição como um elemento inicial importante para

a futura sistematização, introdução de conteúdos mais modernos, como as

funções, valorização das aplicações da Matemática para a formação dos

estudantes e percepção da importância da “fusão” ou descompartimentalização

dos conteúdos ensinados (MIORIN, 1998, p. 78 apud DCE's 2008 p. 42 ).

A partir dessas discussões, o ensino da Matemática articulou-se numa única

disciplina, subdividida em Aritmética, a Álgebra, a Geometria, a Trigonometria .

Assim como a educação passou por períodos de movimentos históricos o mesmo

aconteceu com a matemática. Na Escola Nova, valorizava processos de aprendizagem

e o envolvimento em atividades lúdicas, jogos, resolução de problemas e experimentos.

Na formalista clássica, caracterizava a lógica, a estática e o dogma do conhecimento

matemático, sendo sua principal função o pensamento lógico-dedutivo, a aprendizagem

centrada sendo ele, o transmissor e expositor do conteúdo. A aprendizagem pautada

na memorização. Com o movimento da Matemática Moderna motivou estudos de

renovação pedagógica, pautada na tendência tecnicista, preparando o indivíduo para o

sistema produtivo. O método de aprendizagem era a memorização de princípios,

fórmulas, algoritmos, expressões algébricas. Na tendência construtivista, objetivando

as ações interativas e reflexivas dos estudantes no ambiente e nas atividades

pedagógicas. A tendência sociotecnicocultural, valorizava aspectos socioculturais da

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145

educação matemática e suas bases teóricas e práticas na Etnomatemática. A tendência

histórico-crítica que busca construção do conhecimento, a partir da prática social. A

aprendizagem da matemática consiste em criar estratégias que possibilitem o aluno

atribuir sentido e construir significados as idéias matemáticas de modo a tornar-se de

estabelecer relações, isto é, relacionar conteúdos, justificar, analisar, discutir e criar

soluções para desenvolver habilidades de cálculo e resolução de problemas( DCEs,

2008. p. 45)

A aprendizagem somente é completa pela reflexão do aluno em face de várias

situações que envolvem uma idéia. Aprender com compreensão é mais do que dar

resposta certa a um determinado desafio semelhante a outros já vistos; é poder

construir o maior número possível de relações entre os diferentes significados da idéia

investigada; é predispor-se a enfrentar situações novas estabelecendo conexões entre

o novo e o conhecido.

A matemática tem uma estrutura de desenvolvimento que revela características,

tópicos, situações-problema, conceitos e propriedades que serão usadas e vivenciadas

no dia a dia em sala de aula com o alunado. Embora o objeto de estudo da Educação

Matemática ainda encontre-se em processo de construção, pode-se dizer que ele está

centrado na prática pedagógica da Matemática, de forma a envolver-se com as

relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático. Investiga

também, como o aluno desenvolve valores e atitudes, visando sua formação integral

como cidadão.

A matemática no ensino fundamental evidencia a importância do aluno em

valorizá-la como instrumento para compreender o mundo à sua volta, como área do

conhecimento que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o

desenvolvimento da capacidade de desenvolver atitudes de segurança no trabalho e de

preservar a busca de soluções.

A Disciplina de Matemática tem como objetivos:

Desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair

e generalizar as informações que nos rodeiam:

- Desenvolver o raciocínio lógico e o hábito de praticar cálculos mentais e manuais;

- Habituar-se ao estudo, atenção, observação, responsabilidade e cooperação

enquanto cidadão;

- Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-a

com a linguagem usual;

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146

- Adquirir conhecimentos básicos, a fim de possibilitar sua integração na sociedade em

que vive;

- Desenvolver, a partir de suas experiências um conhecimento organizado que

proporcione a construção de seu aprendizado;

- Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de conjecturas, a

descoberta de soluções e a capacidade de concluir;

- Associar a matemática a outras áreas do conhecimento;

- Construir uma imagem da matemática como algo agradável e prazeroso,

desmistificando o mito da “genialidade”;

- Fazer com que o estudante construa, criticamente, por intermédio do conhecimento

matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do ser

humano e atitudes que revelem autonomia em suas relações sociais como cidadão.

O conhecimento matemático desenvolvido no Ensino Médio deve abordar os

aspectos formativo e instrumental. Ao observarmos o valor formativo da matemática,

entendemos que ela auxilia a estrutura, o pensamento do aluno e o raciocínio dedutivo.

Dessa forma, contribuindo para o desenvolvimento de processos de pensamento,

estará também auxiliando no desenvolvimento de atitudes que acabam transcendendo

o âmbito da própria matemática. Em relação ao aspecto instrumental da matemática,

ao longo do Ensino Médio, o aluno desenvolve um conjunto de técnicas e estratégias a

serem aplicadas também em outras áreas do conhecimento.

A matemática também deve ser vista como ciência e, como tal, impregnada de

características referentes à sua estrutura específica. Nesse sentido, o processo de

ensino aprendizagem da matemática devem perceber que as definições, as

demonstrações, bem como todos os encadeamentos lógicos e conceituais, permitem a

construção de novos conceitos a partir de outros, além, de validar intuições e dar

sentido aos processos e técnicas que são aplicadas.

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008), é necessário que o processo de

ensino aprendizagem em matemática contribua para que o estudante tenha condições

de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem

adequada para descrever e interpretar fenômenos ligados „a Matemática e a outras

áreas do conhecimento. Assim, a partir do conhecimento matemático, seja possível o

estudante criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas.

Segundo Vygotsky (2000), os professores utilizam muito o enfoque de que o aluno

precisa aplicar a matemática em experiências do seu cotidiano, entretanto, jamais

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147

deverão esquecer que o aluno necessita antes obter os conceitos científicos da

matemática e somente depois colocá-lo em experiências do seu dia- a- dia.

Dentro do conhecimento matemáticos vários itens devem ser destacados no

desenvolvimento de suas capacidades entre eles destacamos:

Capacidade de revolver problemas;

Capacidade de comunicar-se;

Capacidade de não apenas tomar decisões, mas respeitar e discutir outras

decisões;

Capacidade de trabalhar em equipe, respeitando opiniões divergentes;

Capacidade de elaborar conjecturas com bases sólidas que exigem uma formação

continuada;

Capacidade fundamental de ser criativo em situações diversas.

Essas capacidades são exigidas não só pela sociedade da informação

globalizada, mas também observadas de maneira cada vez mais clara em diversas

áreas do conhecimento.

O ensino e aprendizagem da matemática têm manifestado uma necessidade de

um olhar mais crítico sobre as condições em que a aprendizagem da matemática se

processa. Assim dentro de nossa proposta para o Ensino Médio, desejamos que o

aluno possa:

Ler, interpretar e até produzir textos relacionados a matemática, valorizando a sua

história e evolução;

Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas como tabelas, gráficos,

diagramas presentes em veículos de comunicação, realizar a análise crítica e a

valorização de informações de diferentes origens;

Utilizar de forma adequada e investigativa os recursos tecnológicos, como

calculadora e o computador, bem como a utilização correta de instrumentos de

medidas;

Transpor para a prática docente o objeto matemático construído historicamente e

possibilitando ao estudante ser conhecedor desse objeto;

Compreender e aplicar os conceitos, procedimentos e conhecimentos matemáticos

em situações diversas;

Desenvolver estratégias de resolução de problemas, o que permitirá uma melhor

compreensão de conceitos matemáticos, além de desenvolver as capacidades de

raciocínio;

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Observar e estabelecer as conexões existentes entre diferentes tópicos da

matemática e conhecimentos aplicados em outras áreas, observando diferentes

representações de um mesmo conceito;

Compreender e utilizar a precisão da linguagem e as demonstrações matemáticas,

utilizando raciocínio dedutivo e indutivo, que permitirá a validação de conjecturas,

além da compreensão de fatos conhecidos e sistematizados por meio de

propriedades e relações;

Desenvolver e aplicar conhecimentos matemáticos em situações presentes no real.

E a capacidade de utilizar a matemática não apenas na interpretação do real, como

também, quando necessária, como forma de intervenção.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

PROPOSTA DE CONTEÚDOS PARA A DISCIPLINA DE MATEMÁTICA-

ENSINO FUNDAMENTAL

ABORDAGEM TEÓRICA METODOLÓGICA: Os conteúdos básicos do Ensino

Fundamental poderão ser abordados de forma articulada, que possibilitem uma

observação, intercomunicação e complementação dos conceitos pertinentes a disciplina

de Matemática.

Numa perspectiva de valorizar os conhecimentos de cada aluno, quer seja adquirido em

séries anteriores ou de forma intuitiva. Estes conhecimentos e experiências provenientes

das vivencias dos alunos, deverão ser aproveitados, aprofundados e sistematizados, com

o objetivo de validar cientificamente, ampliando e generalizando – os conforme a

necessidade do alunado..

O estudo da educação matemática em construção está centrado na prática pedagógica

de forma a envolver-se com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o

conhecimento matemático, buscando a melhoria da qualidade de ensino, em sua

natureza pragmática.

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5ª Série Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Sistemas de Numeração;

- Números Naturais;

- Múltiplos e divisores;

- Potenciação e radiciação;

- Números Fracionários;

- Números decimais.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Medidas de comprimento;

- Medidas de massa;

- Medidas de área;

- Medidas de volume;

- Medidas de tempo;

- Medidas de ângulos;

- Sistema Monetário.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Dados, tabelas e gráficos;

- Porcentagem.

6ª Série Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Números Inteiros;

- Números racionais;

- Equação e Inequação do 1º grau;

- Razão e proporção;

- Regra de três.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Medidas de temperatura;

- Ângulos.

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GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometrias Não-Euclidianas.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Pesquisa Estatística;

- Média Aritmética;

- Moda e mediana;

- Juros simples.

7ª Série Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Números Irracionais;

- Sistemas de Equações do 1º grau;

- Potências;

- Monômios e Polinômios;

- Produtos Notáveis.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Medida de comprimento;

- Medida de área;

- Medidas de ângulos.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-Euclidiana.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Gráfico e Informação;

8. População e amostra.

9.

8 ªSérie Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos

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151

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Números Reais;

- Propriedades dos radicais;

- Equação do 2º grau;

- Teorema de Pitágoras;

- Equações Irracionais;

- Equações Biquadradas;

Regra de Três Composta.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;

- Trigonometria no Triângulo Retângulo;

FUNÇÕES

- Noção intuitiva de Função Afim .

- Noção intuitiva de Função Quadrática.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometria Não-Euclidiana.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Noções de Análise Combinatória;

- Noções de Probabilidade;

- Estatística;

- Juros Compostos.

3) METODOLOGIA

Os conteúdos de Matemática no Ensino Médio deverão ser abordados articuladamente,

contemplando os conteúdos ministrados no Ensino Fundamental e também através da

intercomunicação dos conteúdos estruturastes.

As tendências metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de matemática

'

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152

devem ser encaminhadas através de aulas interativas, utilizando recursos didáticos

pedagógicos e tecnológicos como meio facilitadores da aprendizagem. Desenvolver os

conhecimentos matemáticos a partir do processo dialético que possa intervir como

instrumento eficaz na aprendizagem das propriedades e relações matemáticas, bem

como as diferentes representações e conversões através da linguagem e operações

simbólicas, formais e técnicas.

Objetivando uma formação científica geral, os procedimentos e estratégias a serem

desenvolvidos pelo professor poderão garantir ao aluno o avanço em estudos

posteriores, na aplicação dos conhecimentos matemáticos em atividades tecnológicas,

cotidianas, das ciências e da própria ciência matemática.

Em relação as abordagem, destaca-se a análise e interpretação crítica para a resolução

de problemas não somente pertinentes a ciência matemática, mas como nas demais

ciências que em determinados momentos fazem uso da matemática . O contexto

histórico e sócio-cultural desde a antiguidade até a atualidade .

Destacam-se também os conteúdos básicos: Medidas e grandezas vetoriais; de Energia

e de Informação, tendo como objetivo a complementação e o entendimento dos demais

conteúdos.

O ensino não pode ter como objetivo a simples transmissão de informações para o

aluno. Deve garantir-lhe autonomia de pensamento, capacidade de tomar iniciativa e

de desenvolver o pensamento crítico, para viver em uma sociedade em constante e

acelerado processo de crescimento e transformação.

No trabalho pedagógico é relevante considerar o aluno como agente da construção

de sua aprendizagem, utilizando atividades e desafios, estimulando-o a agir

reflexivamente, trocando idéias e opiniões com o professor e os colegas sobre as

possíveis soluções. Os conteúdos serão articulados, por meio de situações reais e

significativas para o aluno, procurando valorizar seu conhecimento anterior,

demonstrado-lhes que os assuntos apresentados são importantes para sua vida,

mesmo fora da escola, e desenvolver sua capacidade de gerenciar informações.

Os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências metodológicas

da Educação Matemática que fundamentam a prática docente, das quais destacamos:

• resolução de problemas;

• modelagem matemática;

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• mídias tecnológicas;

• etnomatemática;

• história da Matemática;

• investigações matemáticas.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, TV multimídia, slaides, fitas,

vídeo,DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do portal, objeto de uso

cotidiano dos alunos, trabalhos individual, em grupo, construção de gráficos, painel,

pesquisas, entre outros.

É possível trabalhar a interdisciplinariedade nos conteúdos de matemática por

meio de situações do dia-dia envolvendo história , cultura afro-brasileira e indígena

segundo as leis: 9795/99 – lei da educação ambiental

10639/03 – lei da história e da cultura afro-brasileira

11645/08 – inclusão da história e cultura indígena

4) AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser compreendida como um conjunto de ações organizadas

com a finalidade de obter informações sobre o que o aluno aprendeu, de que forma, em

quais condições. Para tanto, é preciso elaborar um conjunto de procedimentos

instigativos que possibilitem o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para

tornar possível o ensino e a aprendizagem.

A avaliação deve ser compreendida como constitutiva da prática educativa, dado

que é análise das informações obtidas ao longo do processo de aprendizagem de

forma que possibilite ao professor a organização de sua ação de maneira adequada e

com melhor qualidade.

Ao se avaliar, devem-se buscar informações não apenas referentes ao tipo de

conhecimento que o aluno constituiu, mas também é, sobretudo, responder as

questões sobre porque os alunos aprenderam, o que aprenderam naquela situação de

aprendizagem, como aprenderam, o que mais aprenderá e o que deixaram de

aprender. Para isso, o professor precisa construir formas de registro qualitativamente (

observações, registros diários, sondagens, atividades, trabalhos, pesquisas, testes,

provas: orais e escritas ...), para obter informações relevantes para organização da

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ação pedagógica. O resultado da avaliação deverá ser visto como ponto de partida

(diagnostica) para que o professor possa realizar intervenções pedagógicas de maneira

a superar as dificuldades apresentadas pelos alunos.

A avaliação não é, unilateral ou monológica, mas dialógica. Deve ser

considerado aquele que ensina, aquele que aprende e a relação intrínseca que se

estabelece entre todos os participantes do processo do aprendizado. Portanto, não se

aplica apenas ao aluno, considerando unicamente as expectativas de aprendizagem,

avaliar a aprendizagem implica avaliar também o ensino oferecido e a prática

pedagógica do professor.

A recuperação deverá ser contínua (simultânea) devendo ser considerado o

progresso do aluno por meio de procedimentos didáticos – metodológicos

diversificados.

5) REFERÊNCIAS

DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas. São Paulo: Ática, 1989.

D‟ AMBROSIO, U. Etnomatemática – arte ou técnica de explicar e conhecer. São

Paulo: Ática, 1998.

MACHADO, N. Matemática e Realidade: análise dos pressupostos filosóficos que

fundamentam o ensino da matemática: São Paulo, Cortez, 1994.

BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blucher/Edusp, 1974.

CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa, s.c.p., 1970.

IEZZI, G. et alii. Coleção Fundamentos de Matemática Elementar. São Paulo: Atua,

1998.

MACHADO, N. J. et alii. Coleção Vivendo a Matemática. São Paulo: Scipione, 1999.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.

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Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para os

anos finais do ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.

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6.2 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – ENSINO MÉDIO

6.2.1 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

ARTE.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

É provável que os futuros estudos mostrem que o ato artístico não é um ato

místico celestial da nossa alma, mas um ato tão real quanto todos os outros

movimentos de nosso ser, só que, por sua complexidade, superior a todos os demais

(VYGOTSKY,1999).

A Arte está presente desde os primórdios da humanidade, no período

denominado pré-história, como uma atividade fundamental do ser humano. Ela é uma

forma de trabalho criador e é por meio do trabalho que o homem transforma a natureza

e a si próprio. Assim, o homem, depois de imitar os objetos que via na natureza,

passou a criá-los e humanizá-los. A linguagem surgiu juntamente com o trabalho,

“somente o trabalho e através do trabalho é que seres vivos passam a ter muito que

dizer uns aos outros” (FISCHER, 1979, p.30).

Criando a arte, o homem encontrou para si um modo real de aumentar seu

poder e de enriquecer a sua vida.

Desde a pré-história até a atualidade, a arte adquire ou assume diferentes

funções em diferentes culturas: houve e há culturas para as quais a arte tem uma

função mágica na relação do homem com o mundo.

A arte é um processo de humanização e o ser humano, como criador, produz

novas maneiras de ver e sentir, que são diferentes em cada momento histórico e em

cada cultura. É fundamental considerar as determinações econômicas e sociais que

interferem nas relações entre os homens, os objetos e os outros homens, para

compreender a relatividade do valor estético e as diversas funções que a Arte tem

cumprido historicamente e que se relacionam com o modo de organização da

sociedade (PARANÁ, 1992, p.149).

Para compreendermos a relação entre arte, sociedade e cultura é importante

pensarmos sobre a complexidade do conceito de cultura. No nosso cotidiano,

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157

encontramos diversas definições de cultura que são permanências da história do

pensamento humano. No período do iluminismo e do romantismo, um dos sentidos de

cultura é o de processo de desenvolvimento íntimo, de vida intelectual e de associar

cultura com arte, família, vida pessoal, religião e de instituições e práticas de

significados e valores.

É importante salientar que a cultura é constituída, mas também constituinte dos

modos de produção social. Desta forma devemos falar em culturas, pois cada povo ou

grupo social tem suas próprias formas práticas de existência. Na escola, este é um

fator importante, que diz respeito às implicações educacionais do pluralismo cultural.

Um ensino pode, com efeito, dirigir-se a um público diverso sem ser ele mesmo um

ensino multicultural: ele não se torna tal senão a partir do momento no qual ele põe em

ação certas escolhas pedagógicas, que são ao mesmo tempo escolhas éticas ou

deontológicas. A diversidade de capacidades e referências culturais dos públicos de

alunos aos quais ele se dirige.

Da mesma forma que a cultura, a história social da arte demonstra que as

formas artísticas não são exclusivamente manifestações da consciência individual, mas

também exprimem uma visão de mundo. Essas formas são dependentes do modo de

produção social, isto é, em cada cultura, em cada momento histórico, as

transformações da sociedade determinam condições para uma nova atitude estética.

Novas maneiras de ver e de ouvir não são apenas o resultado de aperfeiçoamentos ou

refinamentos na percepção sensorial, mas também uma decorrência de novas

realidades sociais (...) o ritmo, o barulho e o tempo das grandes cidades estimulam

novos modos de ver e ouvir; um camponês enxerga uma paisagem de maneira diversa

da de um homem da cidade, e assim por diante (FISCHER, 1979, p.170). Pela arte, o

ser humano se torna consciente da sua existência individual e social, ele se percebe e

se interroga, sendo levado a interpretar o mundo e a si mesmo.

Nesse sentido, a escola constitui-se num espaço privilegiado para uma

educação que estabeleça o diálogo entre o particular e o universal. A disciplina de arte

deve manter este diálogo, estabelecendo relações entre as experiências, a cultura e

vivência atuais com a imagem, os sons, os gestos, os movimentos e o conhecimento

historicamente construído pela humanidade. Nessa perspectiva, educar os alunos

esteticamente é ensinar a ver, a ouvir criticamente, a interpretar a realidade, a fim de

ampliar as suas possibilidades de fruição e expressão artística. Assim, uma proposta

de ensino de arte tem como função levar o aluno à apropriação do conhecimento

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estético, contextualizando-o, dando um significado à arte dentro de um processo

criador que transforma o real, produzindo novas maneiras de ver e sentir o mundo.

Sabe-se que "não há um dizer único e universal sobre as Artes e, portanto, estamos

sempre na situação de ter de fazer várias opções teóricas para sustentar nossas

propostas curriculares e metodológicas” (KUENZER 2000, p.125).

Com as contribuições elaboradas nos diversos encontros para as orientações

curriculares do Ensino Médio da disciplina de Arte, que visou atender ao aluno como

um sujeito histórico e social, foram sistematizadas três formas de interpretação da Arte

na sociedade: arte como ideologia, arte como conhecimento e arte como trabalho

criador.

ARTE COMO IDEOLOGIA

Abordando esta questão, Peixoto (2003 p. 36) argumenta, sobre a ênfase de

Vázquez (1978) a respeito da determinação ou não da ideologia, “O autor alerta que as

relações entre Arte e Ideologia são contraditórias e complexas e que, portanto, há de

se cuidar para não cair em um dos dois extremos: o da identificação de ambas ou o de

sua oposição radical”.Ideologia é o conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de

uma “A obra de Arte é parte integrante da realidade social, é elemento da estrutura de

tal sociedade e expressão da produtividade social e espiritual do homem”, ela constitui-

se numa totalidade estruturada, que abrange uma grande diversidade de elementos da

realidade. (KOSIK, 2002 p.139). Sociedade, de uma época ou de uma classe, é

produto de uma situação histórica e das aspirações dos grupos que apresentam um

pensamento que determina sua racionalidade. A ideologia tem dupla função: ela pode

ser um elemento de coesão social, de relação de pertencer a um grupo, classe social

ou a uma sociedade, como pode ser, também, um elemento de imposição de uma

classe social sobre outra, de forma a mascarar a realidade, para manter e legitimar sua

dominação.

No século XX, a juventude foi objeto de intensa ideologia através da arte. Na

primeira metade deste século, a juventude nazista e fascista foi constituída,

principalmente, pela mídia institucional do rádio e cinema. Na década de cinqüenta, a

indústria cultural, com suas várias formas artísticas, disseminou o consumismo e o

individualismo exacerbado entre os jovens. Contrariamente, neste mesmo século, a

arte foi uma das principais formas de organização social e expressão dos jovens, em

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oposição às forças dominantes neste período: os protestos mundiais dos anos

sessenta contra a sociedade de consumo e às políticas governamentais, a oposição à

ditadura militar no Brasil, o movimento da anistia e o de redemocratização do país.

Neste sentido, é fundamental trabalhar com os alunos as três principais formas de

como a arte se constitui na sociedade contemporânea: O sistema de arte é o que

chamamos de arte erudita, ele tem uma forma de distribuição e divulgação (museus,

teatros, etc), uma forma de legitimação (críticos de arte) e de circulação pela venda a

uma elite financeira. Esta arte tem um campo de ação restrito.

A arte popular é a produzida e vivenciada pelo povo, grupos sociais e étnicos,

caracterizando-se por ser um espaço de sociabilidade e por ser elemento constituinte

da identidade destes grupos. Neste campo, podemos incluir o folclore, que apesar de

ser do povo, tem a particularidade de ser uma manifestação artística que permanece

por um tempo maior (com algumas mudanças) na história de uma determinada cultura.

A indústria cultural é a que transforma a arte em mercadoria, visando o

consumo por um grande número de pessoas. Por isso, é denominada de cultura de

massa. A indústria cultural não cria arte, ela apropria-se da produção artística da cultura

popular e da erudita, descaracteriza esta arte através de equipamentos tecnológicos

sofisticados e a direciona para o consumo em grande escala (produção em série).

Estas são três formas de como se pode ter contato com a arte, mas não são

estanques, elas interpenetram-se e são permeadas por discursos ideológicos,

principalmente para a arte vivenciada pelos jovens.

ARTE COMO FORMA DE CONHECIMENTO

Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel unidade: é

expressão da realidade, mas, ao mesmo tempo, cria a realidade que não existe fora da

obra, ou antes, da obra, mas precisamente apenas na obra (KOSIK, 2002, p. 128). A

arte não só reflete a realidade em sua aparência, mas também a traduz para além

desta, abrangendo aspectos da totalidade desta mesma realidade. O conhecimento

estético, construído historicamente pela humanidade se expressa na Arte através da

sua própria organização, como: os elementos formais que constituem a música, as

ntes da disciplina e

suas articulações com as quatro áreas que a constituem. O trabalho com os alunos

deve também tratar, em vários aspectos, da diversidade cultural e das desigualdades

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160

s pela

considerando sua origem cultural, grupo social e as manifestações artísticas que

produzem significado de vida para eles, tanto na produção como na fruição.

ARTE COMO TRABALHO CRIADOR

A criação ou trabalho criador é um elemento essencial no ensino de arte, sem

ele a arte deixa de ser arte e não há aprendizagem. O educando precisa passar pelo

fazer artístico, pois, “ao transformarmos as matérias, agimos, fazemos. São

expe

nosso ser sensível, no ser pensante, no ser atuante”.(FAYGA, 1987, p.69). Quando o

homem cria, isto é, quando transforma uma matéria dando-lhe nova forma, lhe atribui

significados, emoções e a impregna com a presença do seu próprio existir, captando e

configurando-a. Estruturando a matéria, também dentro de si o ser humano se

estrutura. Criando, ele se recria. ( FAYGA, 1987 p. 51). Para a pesquisa sobre esta

questão e textos para serem trabalhados com os alunos, é importante iniciar com os

autores da escola de Frankfurt, como Benjamin (1985), Horkheimer, Adorno e

Habermas (1975) e Marcuse (1968). Veja também autores na biblioteca do professor

de sua escola, nas disciplinas de Arte, Filosofia e Sociologia. Criar, então, é

transformar, fazer algo inédito, um objeto novo e singular que expressa esse sujeito

criador e, simultaneamente, o transcende, enquanto objeto portador de conteúdo de

cunho social e histórico e enquanto objeto concreto, como uma nova realidade social.

A concepção de arte como criação, como trabalho criador, não exclui a arte

como forma ideológica ou a arte como forma de conhecimento, porém não a reduz a

nenhuma delas. Neste sentido, a arte constitui-se em um processo de humanização do

ser humano.

Com os alunos, é importante desenvolver os seguintes trabalhos:

Manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já executam,

possibilitando que sistematizem com mais conhecimentos suas próprias

produções.

Produção de trabalhos artísticos na escola, nas áreas em que for possível pelas

condições de formação do professor e/ou materiais da escola.

Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca

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coletiva, articulando a percepção, imaginação e emoção, a investigação, a

sensibilidade e a reflexão ao realizar e fluir produções artísticas.

Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística, bem

como, materiais e procedimentos, apreciando-os e contextualizando-os

culturalmente.

Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e o

conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas,

sabendo elaborar e receber críticas.

Observar as relações entre arte e realidade, refletindo, investigando, indagando

com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,

argumentando a apreciando arte de modo sensível.

Investigar, identificar e organizar informações sobre arte, reconhecendo e

compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas

presentes na história das diferentes culturais e etnias. Observar as relações

entre artes visuais com outras modalidades artísticas e com outras áreas do

conhecimento humano.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ENSINO MÉDIO - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Modal, Tonal e fusão

de ambos.

Gêneros: erudito,

clássico, popular,

étnico, folclórico, Pop

Técnicas: vocal,

instrumental,

Música Popular Brasileira

Paranaense

Popular

Indústria Cultural

Engajada

Vanguarda

Ocidental

Oriental

Africana

Latino-Americano

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eletrônica, informática

e mista

Improvisação

ENSINO MÉDIO - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Técnica: Pintura,

desenho, modelagem,

instalação

performance,

fotografia, gravura e

esculturas...

Gêneros: paisagem,

natureza-morta,

designer, história em

quadrinhos...

Arte Ocidental

Arte Oriental

Arte Africana

Arte Brasileira

Arte Paranaense

Arte Popular

Arte de Vanguarda

Indústria Cultural

Arte Engajada

Arte Contemporânea

Arte Digital

Arte Latino-Americana

ENSINO MÉDIO - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

Personagem: expressões

corporais, vocais, gestuais e

faciais

Técnicas: jogos

teatrais, teatro direto

e indireto, mímica,

Teatro Greco-Romano

Teatro Medieval

Teatro Brasileiro

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Ação

Espaço

ensaio, Teatro-Fórum

Roteiro

Encenação, leitura

dramática

Gêneros: Tragédia,

Comédia, Drama e

Épico

Dramaturgia

Representação nas

mídias

Caracterização

Cenografia,

sonoplastia, figurino,

iluminação

Direção

Produção

Teatro Paranaense

Teatro Popular

Indústria Cultural

Teatro Engajado

Teatro Dialético

Teatro Essencial

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro de Vanguarda

Teatro Renascentista

Teatro Latino-Americano

Teatro Realista

Teatro Simbolista

ENSINO MÉDIO - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICO PARA A SÉRIE

Movimento Corporal Tempo Espaço

Eixo

Dinâmica

Aceleração

Ponto de Apoio

Salto e Queda

Rotação

Níveis

Formação

Deslocamento

Improvisação

Coreografia

Gêneros:

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Renascimento

Dança Clássica

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Hip Hop

Expressionismo

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Espetáculo,

industrial cultural,

étnica, folclórica,

circular, populares,

salão, moderna,

contemporânea...

Indústria Cultural Dança Moderna

Arte Engajada

Vanguardas

Dança Contemporânea

3) METODOLOGIA

Tendo os pressupostos teóricos como referência, devemos pensar na

metodologia, que pode ser concebida como “A arte de dirigir o espírito na investigação

da verdade” (FERREIRA, 1986). Este é o elemento da pedagogia que está mais

intimamente ligado à prática em sala de aula.

Quando se trata de metodologia, precisamos direcionar o pensamento para o

método a ser aplicado: para quem, como, por que e o quê? O trabalho em sala de aula

deve-se pautar pela relação que o ser humano tem com a arte: sua relação é de

produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras

artísticas. No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento. Desta forma

devemos contemplar, na metodologia do ensino da arte, estas três dimensões, ou seja,

devemos estabelecer como eixo o trabalho artístico, que é o fazer, o sentir e

perceber, que são as formas de leitura e apropriação e o conhecimento, que

fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho mais sistematizado,

superando o senso comum do conhecimento empírico. A seguir explicitaremos cada um

desses três eixos. Tendo em vista que os mesmos constituem-se numa totalidade, o

trabalho em sala poderá iniciar por qualquer um deles, ou pelos três simultaneamente.

O importante é que no final das atividades (em uma ou várias aulas) com o conteúdo

desenvolvido, todos os três eixos tenham sido tratados com os alunos.

É muito importante que os instrumentos sejam amplos e flexíveis, diversificados e

explorados através das práticas significativas em todas as linguagens como:

Construções bidimensionais e tridimensionais;

Esboços;

Apresentações por meio da plástica, música, cênica, audições, montagens,

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escritas, relatos, descrições, análises, composições, explanações, debates,

leituras e releituras de imagens, pesquisas, entrevistas e visitas.

Quanto ao estudo da música estaremos buscando através do estudo da origem

e desenvolvimento da música, a evolução desta linguagem tão abstrata e universal, a

sua associação imediata com a dança, o gesto, a fala e a comunicação, a música como

fruto de vivências individuais e/ou coletivas, a música religiosa medieval, modal, a

música tonal e o repertório de músicas populares compatíveis com o interesse e com a

vivência musical atual, e experimentações e improvisações aleatórias, a partir do

entorno e do meio ambiente, tem como objetivos levar os alunos a sentirem,

expressarem e pensarem a realidade sonora das grandes cidades, levando-o a ter uma

atitude crítica em relação às conseqüências da poluição sonora para o organismo

humano. Trabalhar com paisagens sonoras em ambientes reais ou mesmo ambientes

sonoros construídos, auxilia o aluno a desenvolver suas habilidades expressivas

musicais, conectando o imaginário, a fantasia, a criação, dentro de uma dimensão

poética que o remete ao seu tempo e à contemporaneidade. A música de nosso tempo

parte de uma pesquisa muito ampla, onde o silêncio e o ruído se tornam elementos

integrantes e possíveis dentro do contexto musical. Foi-se o tempo em que a música

esteve confinada a modelos formais tonais para ser considerada legítima e faz parte

dos objetivos das aulas de música, que se amplie o conhecimento sobre a música e

suas inter-relações com outras modalidades artísticas e as demais áreas de

conhecimento.

Já o conteúdo de Arte – dança e teatro - deve ser escolhido de acordo com a

faixa etária, interesse e cultura do grupo, e que seja explorado e articulado com o

conteúdo dos outros grupos dentro de cada uma das linguagens.

4) AVALIAÇÃO

A disciplina de Artes apresenta-se como componente curricular responsável por

viabilizar ao aluno o acesso sistematizado aos conhecimentos em Arte, por meio de

diferentes linguagens, proporcionando aos alunos o acesso aos conhecimentos

presentes nos bens culturais.

Uma avaliação consistente e fundamentada permite ao aluno posicionar-se em

relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos. Em uma avaliação

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significativa, é preciso também que o professor tenha conhecimento das linguagens

artísticas, bem como da relação entre o criador e o que for criado.

Avaliar exige, acima de tudo, que se defina onde quer se chegar, que se

estabeleçam os critérios, para, em seguida, escolham-se os procedimentos, inclusive

aqueles referentes à seleção dos instrumentos que serão utilizados no processo de

ensino e aprendizado.

A avaliação acompanha todo o processo de construção e a avaliação deve partir

da organização dos conteúdos, da reelaboração do conhecimento adquirido, da

ampliação dos sentidos e da percepção na resolução de uma proposta de leitura e da

representação artística, ou seja, a criatividade. Para isso, devemos ressaltar a

importância de critérios e sugerir parâmetros como: elementos de criação, elementos

de expressão, conhecimento reelaborado e estética.

Após observar os resultados, os alunos podem desenvolver os detalhes, a

pintura, a colagem ou os acabamentos necessários, usando de toda a sua criatividade

e imaginação.

Quanto à música, o educador deve perceber para posteriormente avaliar a

capacidade de memória auditiva, a observação, a discriminação e o reconhecimento

dos sons.

Enfim, o aluno deverá ser avaliado diariamente e de forma contínua, bem como

de acordo com as suas mudanças/transformações diante das atividades propostas pelo

professor.

5) REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1987.

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.

BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.5692/71: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, LDB. Brasília, 1971.

FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.

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167

KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino médio: construindo uma proposta para os que

vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

MARTIN-BARBERO, Jesus; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia

audiovisual e ficção televisiva. São Paulo: Editora Senac, 2001.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto

elaborado pelos participantes dos encontros de formação

continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro

Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG,

1992.

VÁSQUEZ, A. S. As idéias estéticas de Marx. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1978.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. São Paulo: M. Fontes, 1999.

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Artes/Ensino

Fundamental. Governo do Paraná, 2008.

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6.2.2 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

BIOLOGIA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O objeto de estudo da Biologia é o fenômeno da vida em todas as suas

manifestações, desde o nível molecular microscópico até a grande intrínseca teia da

Biosfera. A vida não pode ser definida ou delimitada por um simples conceito, mas é

possível caracterizá-la. Cabe a Biologia, portanto, investigar e levantar todos os dados

possíveis, informações e processos sobre o fenômeno da vida, de modo a sintetizá-los,

interpretá-los e torná-los compreensíveis ao homem.

A história da Ciência mostra que tentativas de definir a Vida têm origem na

Antiguidade. Idéias desse período, que contribuíram para o desenvolvimento da

Biologia, tiveram como um dos principais pensadores o filósofo Aristóteles ( 384 a.C. –

322 a.C.). Esse filósofo deixou contribuições relevantes quanto à organização dos

seres vivos, com interpretações filosóficas que buscam, dentre outras, explicações para

a compreensão da natureza.

No século IX e X, surgiram as primeiras universidades medievais para assim

suprir a necessidade de organizar, sistematizar e agrupar o conhecimento produzido

pelo homem.

A história da Ciência, na Renascença, também foi marcada pelo confronto de

idéias. Ao mesmo tempo em que alguns naturalistas utilizaram o pensamento

matemático como instrumento para interpretar a ordem mecânica da natureza ( ROSSI,

2001), outros, como os botânicos, realizavam seus estudos sobre o enfoque descritivo.

O número elevado de espécimes vegetais e a “uniformidade estrutural das plantas

frutíferas ( angiospermas) ( MAYR, 1998, p. 99) despertaram maior interesse pela

observação empírica e direta das plantas representando a preocupação dos

naturalistas em descrever e ilustrar a natureza”.

Os estudos de Zoologia desenvolveram-se mais rapidamente a partir do avanço

tecnológico posteriores a 1800, com o desenvolvimento das técnicas de conservação

dos animais, que permitiram estudos anatômicos comparativos, dando novo impulso a

sistemática animal e aperfeiçoando as observações e descrições feitas por Aristóteles (

RONAN, 1987; MAYR, 1998).

Enquanto a Zoologia, a Botânica e a Medicina trataram de explicar a natureza de

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forma descritiva, no contexto filosófico discutia-se a proposição de um método científico

a ser adotado para compreender a natureza. Em meio às contradições desse período

histórico, o pensamento do filósofo Francis Bacon ( 1561 – 1626) contribuiu para uma

nova visão de ciência, pois recuperou o domínio de homem sobre a natureza.

Neste mesmo período René Descartes ( 1596 – 1650) contrapõe-se ao

pensamento baconiano considerando que “ (...) o domínio e a compreensão do mundo

requerem a aceitação de um poder especial na mente que assegurava a verdade: a

razão humana (...)”( FEIJO, 2003, p. 20) O uso da razão é a faculdade máxima do

conhecimento e para isto, o uso do método permite “ a ampliação ou o aumento dos

conhecimentos e procedimentos seguros que permitem passar do já conhecido ao

desconhecido”. ( CHAUI, 2005, p.128)

Os embates teóricos tornaram-se mais evidentes com o questionamento sobre a

origem da VIDA. As idéias sobre a geração espontânea, aceita pelos naturalistas até o

século XIX, começaram a ser contrariadas no século XVII quando o físico italiano

Francesco Redi ( 1626 – 1698), entre outros, apresentou estudos sobre a biogênese.

O pensamento mecanicista reafirmou-se com a invenção e o aperfeiçoamento

de instrumentos que permitiram ampliar a visão anatômica e fisiológica. Para entender

o funcionamento da vida, a Biologia fracionou os organismos vivos em partes cada vez

mais especializadas e menores, com o propósito de compreender as relações de causa

e efeito no funcionamento de cada uma delas.

No fim do século XVIII e início do século XIX, a imutabilidade da vida foi

questionada com as evidências do processo evolutivo dos seres vivos. Estudo sobre a

mutação das espécies ao longo do tempo foram apresentados principalmente por

Erasmus Darwin ( 1731 – 1802), médico, poeta e naturalista e por Jean – Baptiste de

Monet, conhecido por Lamarck ( 1744 -1829).

Erasmus Darwin acreditava na herança de características adquiridas e com essa

crença, produziu o que era uma emergente teoria da evolução, embora, de fato, ainda

deixasse muitas questões sem resposta ( RONAN, 1987, p.9). Lamarck considerava a

classificação importante, porém artificial, por acreditar na existência de uma “seqüência

natural” para origem de todas as criaturas vivas e que elas mudavam e criadas pelo

ambiente ( RONAN, 1987, p.9).

No início do século XIX, o naturalista britânico Charles Darwin (1809 – 1882)

apresentou suas idéias sobre a evolução das espécies. Inicialmente, manteve-se fiel à

doutrina da igreja anglicana. Entretanto os espécimes coletados na viagem pelas Ilhas

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Galápagos começaram a lhe fornecer evidências de um mundo mutável. Com Darwin,

a concepção teológica criacionista, que compreendia as espécies, como imutável

desde a sua criação, deu lugar à reorganização temporal dessas espécies, inclusive do

homem. “Quando lemos a origem das espécies não surge dúvida nenhuma de que

Darwin incluía o homem entre os produtos da seleção natural.” ( REALE & ANTISERI,

2005, p. 344)

Ao se afirmar que todos os seres vivos, atuais e do passado, tiveram origem

evolutiva e que o principal agente de modificação seria a ação da seleção natural sobre

a ação individual. Criou-se a base para a teoria da evolução das espécies, assentada

no ponto de intersecção entre o pensamento científica e filosófico. A idéia de propor

generalizações teóricas, sobre os seres vivos e sugerir evidências científicas, e não

mais teológicas, permitiu pensar também na mobilidade social do homem.

No século XIX, a biologia fez grandes progressos com a proposição da teoria

celular a partir de descrições feitas por naturalistas como os alemães Matthias

Schleiden ( 1804 – 1881), em 1838, Theodor Schwan (1810 – 1882), em 1839, ao

afirmarem que todas as coisas vivas – animais e vegetais eram compostos por células.

O aperfeiçoamento dos estudos sobre a origem da vida contribuiu para a refutação do

vitalismo e da idéias de geração espontânea.

No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de Mendel

e provocou uma revolução conceitual na biologia que contribuiu para a construção de

um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos vinculados ao material genético, sob

influência do pensamento biológico evolutivo.

Os estudos do geneticista Thomas Hunt Morgan (1866 – 1945) contribuíram

para que a genética se desenvolvesse como ciência e, aliada aos movimentos políticos

e tecnológicos decorrentes das grandes guerras, promoveu uma ressignificação do

darwinismo e deu força ao processo de unificação das ciências biológicas. Nesse

contexto histórico e social, a Biologia começou a ser vista como utilitária pela aplicação

de seus conhecimentos na medicina, na agricultura e em outras áreas.

A Biologia então, ampliou sua área de atuação e se diversificou. Uma dessas

áreas é a Biologia Molecular, considerada por Mayr (1998) o centro dos interesses

biológicos da atualidade. Os avanços dessa área, sobretudo aos relativos à bioquímica,

à biofísica e a própria biologia molecular permitiram o desenvolvimento de inovações

tecnológicas e interferiram no pensamento biológico evolutivo. Por exemplo, ao

conhecer a estrutura e a função dos cromossomos foi possível desenvolver técnicas

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que permitiram intervir na estrutura do material genético e, assim, compreender,

manipular e modificar a estrutura físico-química dos seres vivos e as conseqüentes

alterações biológicas. Organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da

história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer compreensão dos

contextos em que a disciplina de Biologia é contemplada nos currículos escolares.

Assim, torna-se necessário levar os educandos a compreender que o

conhecimento científico é o resultado de um longo processo histórico. Com isso eles

poderão perceber através da interdisciplinaridade e da contextualização dos produtos

gerados pelos saberes científicos, que são resultado de uma combinação entre

natureza e cultura e que os recursos da tecnologia são partes dessa nossa cultura

científica, visando que nossos alunos desenvolvam a postura de que continuarão a

aprender por toda a vida.

Em termos de objetivos gerais, o ensino da Biologia deve:

* identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e

condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica e

compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, mas

sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das praticas tecnológicas;

* compreender a natureza como uma intrincada rede de relação, um todo

dinâmico o ser humano á parte integrante. Com ela interage, dela depende e

nela interfere, reduzindo seu grau de dependência mas jamais sendo

independente;

* identificar a condição do ser humano de agente e paciente de transformações

intencionais por ele produzidas;

* relacionar degradação ambiental e agravos á saúde humana, compreendendo-

a como bem-estar físico, social e psicólogo e não como ausência de doença;

* Compreender a vida do ponto de vista biológico, como fenômeno que se

manifesta de formas diversas, mas sempre como sistema organizado e

integrado, que interage como meio físico-químico através de um ciclo de matéria

e de um fluxo de energia;

* Compreender a diversificação das espécies como resultado de um processo

evolutivo, que compreende dimensões temporais e espaciais;

* Compreender que o universo é composto por elementos que agem

interativamente e que é essa interação que configura o universo, a natureza

como algo dinâmico, o corpo como um todo integrado e que confere à célula

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condição de sistema vivo;

* Dar significado a conceitos científicos básicos em biologia tais como: energia,

matéria, transformação, espaço, tempo, sistema equilíbrio dinâmico,

hereditariedade e vida;

* Articular conceitos das diferentes Ciências particulares na interpretação e

análise de fenômenos naturais e no embasamento da compreensão e

julgamento de conquista tecnológicas;

* Obter informações e dados através de observação, experimentação, e leituras

de textos conceituais, combinando tais procedimentos a outros que permitam

articulá-los a uma rede de idéias, sendo capaz de elaborar conceitos e realizar

generalizações;

* Apresentar hipótese acerca dos fenômenos em estudo, utilizando-se de dados

e articulações entre dados para validá-las ou refutá-las;

* Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a

partir de elementos da Biologia, colocando em prática os conceitos,

procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

* Organizar registros de dados, fatos, idéias, discussões e comunicá-los através

da produção de textos, esquemas, gráficos, tabelas, etc.;

Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação

critica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS

Conteúdos Estruturantes são os saberes conhecimentos de grande amplitude,

que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar,

considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino e,

quando for o caso, de suas áreas de estudos.

Os conteúdos devem ser abordados de forma integrada, com ênfase aos aspectos

essenciais da disciplina organizados da seguinte maneira:

organização dos seres vivos,

mecanismos biológicos,

biodiversidade,

manipulação genética.

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1ª série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdo Básico Conteúdo Especifico

Organização dos

Seres Vivos

*Mecanismos celulares

bioquímicos e

biofísicos.

- Biologia: visão geral

- Das origens até os dias de hoje

- Composição química das células

- Introdução a citologia e superfície das

células

- Citoplasma

- Metabolismo energético das células

- Histologia Animal

Mecanismos

Biológicos

* Mecanismos de

desenvolvimento

embriológico

- Reprodução: Assexuada e Sexuada

- Gametogênese

- Sistema Genital: Masculino e Feminino

- Desenvolvimento Embrionário

Biodiversidade * Teorias evolutivas - Origem dos seres vivos

- Abiogênese

- Biogênese

- Hipóteses sobre a Origem da Vida

Manipulação

Genética

*Transmissão das

característica

hereditárias

- Núcleo

- Partes do Núcleo

- Cromossomos

- Síntese de RNA e proteínas

2ª Série

Conteúdo Estruturante Conteúdo Básico Conteúdo Especifico

Organização dos Seres

Vivos

* Classificação dos seres

vivos:critérios taxonômicos

- A diversidade de Seres Vivos

- Noções de Sistemática

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e filogenéticos

- Grupos de Seres Vivos

* Vírus

* Reino Monera

* Reino Protista

* Reino Fungi

* Reino Plantae

* Reino Animália

Mecanismos Biológicos *Sistemas Biológicos:

anatomia, morfologia e

fisiologia.

- Nutrição, sustentação,

respiração, circulação,

mecanismos de defesa,

excreção, coordenação,

regulação, reprodução.

Biodiversidade * Teorias Evolutivas - A planta em desenvolvimento

- Morfologia da raiz, caule,

folha, flor e fruto

- Fisiologia das angiospermas:

absorção,condução,

transpiração, fotossíntese

- Hormônios vegetais

Manipulação Genética * Organismos

geneticamente modificados

- Produção de sementes

transgênicas

- Clonagem de organismos

multicelulares

3ª Série

Conteúdo Estruturante Conteúdo Básico Conteúdo Especifico

Organização dos Seres

Vivos

* Teorias Evolutivas

- Teorias e evidencias da

evolução

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* Dinâmica dos

ecossistemas: relações

entre os seres vivos e

interdependência com o

ambiente.

- Genética de população e

especiação

- Ecologia – Introdução

- Fluxo de Energia e ciclo da

matéria

- Relações entre seres vivos

de uma comunidade e ecologia

da população

- Sucessão ecológica e

principais ecossistemas

- Equilíbrio ambiental

Mecanismos Biológicos * Mecanismos celulares

bioquímicos e biofísicos.

* Transmissão de

características hereditárias.

- Visão histórica da genética

- Cromossomos e genes

- Primeira Lei de Mendel e

noções de probabilidade

- Herança dos grupos

sanguíneos

- Segunda Lei de Mendel

Biodiversidade * Transmissão de

características hereditárias

- Interação Gênica

- Herança quantitativa

- Genes ligados

- Permutação e segregação

independente

- Determinação cromossômica

do sexo

- Anomalias relacionadas aos

cromossomos sexuais na

espécie humana

Manipulação Genética * Organismos

geneticamente modificados

- Mapeamento dos genes nos

cromossomos

- DNA recombinante e

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organismos transgênicos

- Clonagem de DNA

- Programa de triagem

populacional

- Vacinas transgênicas

3) METODOLOGIA

Como qualquer investigador, para fazer suas descobertas o aluno utiliza uma

base conceitual prévia. Dessa forma, na construção de seu conhecimento o aluno, ao

ser colocado diante de desafios e problemas, busca resolvê-los com seus próprios

conhecimentos e modelos; assim, ele sempre poderá encontrar uma explicação para a

questão, mesmo que ela pareça incoerente para o professor. Então, a ação do

professor deve se voltar para:

Identificar as idéias prévias dos alunos;

Propor conflitos cognitivos para os alunos, isto é, questionamentos, problematizando-

os;

Introduzir novas idéias capazes de esclarecer e, se possível, resolver o conflito

cognitivo;

Proporcionar aos alunos oportunidades de aplicar as novas idéias em situações

diferentes.

É importante que os alunos, por meio das atividades práticas compreendam e

reflitam as noções e conceitos pertinentes ao fenômeno em estudo, bem como sobre o

processo de extração e industrialização da matéria-prima, os impactos ambientais

decorrentes dos processos de extração/industrialização, os materiais utilizados, os

procedimentos dessas atividades e os mecanismos de descartes dos resíduos.

Cada um dos materiais alternativos, reagentes químicos, equipamentos, precisa

ser conhecido pelos estudantes, considerando desde a sua origem, composição

química, funcionalidade, até a sua relevância, não só no momento da atividade prática,

para estudo do fenômeno em questão, mas também na vida cotidiana sem deixar de

considerar, sempre, os princípios da disciplina de Biologia e os aspectos econômicos,

políticos, sociais, ambientais, éticos, entre outros.

Nesse sentido, o importante é o desenvolvimento da educação para a Biologia. A

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experimentação formal em laboratórios didáticos por si só, não resulta na apropriação

dos conteúdos/conceitos muito importante para o ensino da Biologia, pelos alunos.

Sendo assim, ressalta-se que as atividades práticas acontecem em diversos

ambientes, na escola ou fora dela, ou seja, o laboratório não é o único cenário para o

desenvolvimento dessas ações. As atividades experimentais podem ser realizadas em

sala de aula, por demonstração, em visitas, saídas de campo e por outras

modalidades, com o objetivo de permitir a apropriação de noções e conceitos e de

suscitar a reflexão sobre o objeto estudado, o fenômeno envolvido e, ainda, sobre a

conjuntura em que este se insere. Faz-se necessário fazer a integração de conceitos

científicos trabalhando de forma contextualizada com o conhecimento prévio dos

alunos.

As aulas práticas não esgotam as possibilidades de tratamento dos conteúdos,

em que configuram uma das várias estratégias metodológicas com caráter de

ilustração, concretização e reflexão dos conteúdos da disciplina de Biologia. Qualquer

que seja a atividade a ser desenvolvida deve se ter clara a necessidade de períodos

pré e pós-atividade (vinculando teoria e prática), visando à construção das noções e

conceitos. Essa perspectiva evita a dicotomia entre teoria e prática, eliminando o

caráter autoritário e dogmático, conferido pela utilização de roteiros e procedimentos

que induzem as respostas ou comprovação de uma lei, teoria ou fenômeno (princípio

da provisoriedade do conhecimento científico).

Como recursos didáticos tecnológicos a disciplina de Biologia pode utilizar-se de

diversos recursos didáticos como: TV Pendrive, revistas científicas, livros didáticos,

livros de pesquisas, recursos da videoteca, mapas didáticos, desenvolvimento de

atividades práticas quando forem possíveis.

Durante o ano letivo será trabalhado os conteúdos contemporâneos: Drogas ,

Sexualidade, História e cultura Afro- brasileiro, Africana e Indígena,Educação

Ambiental, Educação Fiscal e Violência na escola, inserindo-os aos conteúdos de

Biologia segundo as leis:

9795/99 – Lei da Educação Ambiental

10639/03 – Lei da História e Cultura Afro-brasileira

11645/08 – Inclusão da História e Cultura Indígena

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4) AVALIAÇÃO

A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas.

Precisamos, primeiramente, nos libertar da idéia de que o senso comum é

suficiente para julgarmos um desempenho. Essa libertação permite estabelecer

parâmetros para uma avaliação mais competente, tornando possível um maior

desenvolvimento do indivíduo que estamos avaliando, neste caso, o aluno. Desse

modo, a avaliação deve ser:

Um processo contínuo e sistemático; portanto, deve ser constante e planejado,

fornecendo retorno ao professor e permitindo a recuperação do aluno;

Funcional, porque verifica se os objetivos previstos estão sendo atingidos;

Orientadora, pois permite ao aluno conhecer erros e corrigi-los o quanto antes;

Prova escrita – é uma forma eficaz de avaliar se o aluno aprendeu a matéria com

questões dissertativas, de múltipla escolha, e objetivas, entre outras.

Prova oral – pode ser desenvolvida por entrevistas e questões respondidas

oralmente, avaliando conhecimentos e habilidades de expressão oral.

Auto-avaliação – estimula o aluno a refletir sobre seu próprio desempenho. Para ser

eficaz, a auto-avaliação deve ser orientado pelo professor, que poderá sugerir

alguns itens para o aluno responder sobre si mesmo.

Trabalhos de pesquisas feitos em casa – devem ser avaliados com reserva, pois

nem sempre é o aluno quem executa o trabalho. Assim, é interessante que, após a

entrega, o aluno ou o grupo descrevam as etapas do trabalho, as dificuldades, as

fontes, entre outros.

Tarefas em classe – podem ser realizadas individualmente ou em grupos ajudando

a reforçar o aprendizado, pois motivam o aluno à reflexão e à prática.

Trabalho integrado – oportunizar que certas tarefas sejam realizadas (em grupo ou

individualmente) em conjunto com outras disciplinas.

A avaliação do processo de aquisição e construção dos conteúdos pode ser

efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas,

cujo entendimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que

interpretem uma história, uma figura, um texto ou trechos do texto, um problema ou um

experimento. São situações que também induzem a realizar comparações, estabelecer

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relações, executar determinadas formas de registro, entre outros procedimentos que

desenvolveu no transcorrer de sua aprendizagem.

Dessa forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de

procedimentos e estão sendo avaliados. O erro deve ser visto como elemento que

sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno, servindo, então, para reorientar

a prática pedagógica e fazer com que ele avance na construção mais adequada de seu

conhecimento.

Se a avaliação contínua e formativa visa a aprendizagem, a formação do aluno,

então essa continuidade precisa se concretizar, de fato, nas diferentes atividades de

ensino/aprendizagem que acontecem na sala de aula e estes acontecem da seguinte

maneira:

Atividade de leitura compreensiva de textos: a avaliação de leitura de textos é

uma das possibilidades para que o professor verifique a compreensão dos

conteúdos abordados em aula, analisando o conhecimento prévio do aluno.

Assim, o professor deve considerar algumas situações para esse tipo de

avaliação: a escolha do texto, o roteiro de análise e os critérios de avaliação.

Projeto de pesquisa bibliográfica: o projeto de pesquisa bibliográfica, constitui-se

numa consulta bibliográfica que tem como finalidade proporcionar ao aluno o

contato com que já foi escrito ou pensado sobre o tema que ele está

pesquisando. Esse contato, entretanto, não poderá se resumir à mera cópia. O

aluno precisa construir esse conhecimento e, para isso, não é suficiente que se

dê para ele o título da pesquisa. Para uma consulta bibliográfica é necessário ter

contextualização, isto é, introdução ao tema, o problema, isto é, uma questão

levantada sobre o tema, a justificativa, isto é,a argumentação sobre a

importância da pesquisa, a revisão bibliográfica, isto é, o texto escrito pelo aluno

a partir das leituras que fez.

Produção de Texto: as atividades de produção escrita devem considerar a

característica dialógica e interativa da linguagem e o processo interlocutivo. Isso

significa compreender que a linguagem e, por conseguinte, os textos se

constroem justamente nas práticas de linguagem que se concretizam nas

atividades humanas. Os critérios de avaliação para esta prática é verificar se a

produção de texto atende às circunstâncias de produção; expressar as ideias

com clareza; adequar a linguagem às exigências do contexto de produção;

elaborar argumentos consistentes; produzir textos respeitando o tema;

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estabelecer relações entre as partes do texto,estabelecer relação entre a tese e

os argumentos elaborados para sustentá-las.

Palestra/apresentação oral: a apresentação oral é uma atividade que possibilita

avaliar a compreensão do aluno a respeito do conteúdo abordado; a qualidade

da argumentação; a organização e exposição das ideias. Os critérios de

avaliação inerentes a essa atividade são: conhecimentos do conteúdo;

argumentos selecionados; adequação da linguagem; sequência lógica e clareza

na apresentação; produção e uso de recursos.

Atividades experimentais: são aquelas atividades que tem, de fato, a

característica de experimentação. São práticas que dão espaço para que o

aluno crie hipóteses sobre o fenômeno que está ocorrendo. A atividade

experimental possibilita que se avalie o estudante quanto a sua compreensão do

fenômeno experimentado, do conceito a ser construído ou já construído, a

qualidade da interação quando o trabalho se realiza em grupo, entre outras

possibilidades, a atividade experimental requer clareza no enunciado, que

recursos vai utilizar, o registro das hipóteses e dos passos seguidos no

procedimento são importantes para que o professor e aluno avaliem a atividade.

Projeto de pesquisa de campo: o projeto de pesquisa de campo possibilita que o

professor avalie o desempenho dos alunos durante todo o processo, observando

a adequação de seus procedimentos em relação ao tema da pesquisa e aos

dados que se quer coletar, a conclusão do projeto poderá ocorrer na forma de

relatórios, elaboração de croquis, produção de textos, cartazes, avaliação

escrita, entre outros, nos quais os alunos terão avaliada sua compreensão a

respeito do conhecimento construído, sua capacidade de análise dos dados

coletados, sua capacidade de síntese.

Relatório: é um conjunto de descrições e análise da atividade desenvolvida. O

relatório possibilita ao estudante a reflexão sobre o que foi realizado,

reconstruindo seu conhecimento, o qual foi desenvolvido na aula de campo,

pesquisa, laboratório, atividade experiemental, entre outras,deve ainda

apresentar quais dados ou informações foram coletadas ou desenvolvidas e

como esses dados foram analisados, bem como quaisquer resultados que

podem se extair deles.

Seminário: é um procedimento metodológico que tem por objetivos a pesquisa, a

leitura e a interpretação de textos, trata-se de uma discussão ricas de ideias,

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onde cada um participa questionando, de modo fundamentado, os argumentos

apresentados. É importante que a avaliação do seminário seja dividida em itens,

com valores especificos para cada um deles. Entre algumas possibilidades, é

importante que se avalie: a consistência dos argumentos tanto na apresentação

quanto nas réplicas; a compreensão do conteúdo abordado; a adequação da

linguagem; a pertinência das fontes de pesquisa; os relatos trazidos para

enriquecer a apresentação; a adequação e relevância das intervenções dos

integrantes do grupo que assiste a apresentação.

Debate: é no debate que podemos expor nossas ideias e, ouvindo os outros, nos

tornamos capazes de avaliar nossos argumentos, mas para que isso ocorra é

necessário garantir a participação de todos. No debate constituem-se em

possíveis critérios de avaliação a serem considerados: aceitar a lógica da

confrontação de posições; estar dispostos e abertos a ultrapassar os limites da

suas posições pessoais;explicitar racionalmente os conceitos e valores que

fundamentam a sua posição; admitir o caráter, as vezes contraditórios a sua

argumentação; buscar na medida do possível uma posição de unidade ou maior

aproximação possível entre os participantes; registrar por escrito, as ideias

surgidas no debate.

Atividades com textos literários: ao utilizar textos literários como recurso de

aprendizagem, o professor poderá, entre várias possibilidades, enriquecer as

discussões acerca do conteúdo que esta sendo discutido; apresentar o conteúdo

no contexto de outra linguagem; utilizá-lo como metáfora do que está sendo

exposto. A atividade com texto literário possibilita ainda que o professor avalie: a

compreensão e interpretação da linguagem utilizada do texto; a articulação do

conceito/conteúdo/tema discutido nas aulas com o texto literário lido; o

reconhecimento dos recursos expressivos específicos do texto literário.

Trabalho em grupo: o objetivo do trabalho em grupo é desenvolver dinâmicas

com pequenos grupos, na tentativa de proporcionar, aos alunos, experiências

que facilitem o processo de aprendizagem. Nesta atividade, o professor pode

avaliar se cada aluno: demonstra os conhecimentos formais da disciplina

estudados em sala de aula; compreendem a origem da construção histórica dos

conteúdos trabalhados e sua relação com a contemporaneidade e o seu

cotidiano.

Questões discursivas: essas questões fazem parte do cotidiano escolar dos

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alunos e possibilitam verificar a qualidade da interação do aluno com o

conteúdo abordado em sala de aula. Uma questão discursiva possibilita que o

professor avalie o processo de investigação e reflexão realizado pelo aluno

durante a exposição/discussão do conteúdo, dos conceitos. Além disso, a

resposta a uma questão discursiva permite que o professor identifique com

maior clareza o erro do aluno, para que possa dar a ele a importância

pedagógica que tem no processo de construção do conhecimento. Além disso

deve ser considerado ainda se o aluno compreendeu o enunciado da questão;

observar se o aluno planejou a solução e se esta foi adequada;capacidade do

aluno se comunicar por escrito, com clareza, utilizando-se da norma padrão da

língua portuguesa; observar se houve a sistematização do conhecimento de

forma adequada.

Questões objetivas: este tipo de questão deverá ser utilizada como um

componente da avaliação, nunca deve ser aplicada como a única ou principal

forma avaliativa, pois seu principal objetivo é a fixação do conteúdo. A questão

objetiva possibilita que se avalie a leitura compreensiva do enunciado; a

apropriação de alguns aspectos definidos do conteúdo; a capacidade de se

utilizar de conhecimentos adquiridos.

5 ) REFERÊNCIAS

CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2005

FEIJO, R. Metodologia e filosofia da Ciência. São Paulo: Atlas, 2003

MAYR, E. Desenvolvimento do Pensamento Biológico: Diversidade, evolução e

herança. Brasília: UnB, 1998

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação, Superintendência de Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Biologia para os anos

finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008

REALE, G & ANTISERIE, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2005

RONAN, C. A. História ilustrada da Ciência: Oriente, Roma e Idade Média. Rio de

Janeiro: Jorga Zahar Editor, 1997 a.

ROSSI, P. O nascimento da Ciência Moderna na Europa. Bauru, SP: Edusc, 2001

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6.2.3 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

EDUCAÇÃO FÍSICA

1)APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O esporte ao longo dos anos vem sendo ministrado nas aulas de Educação Física

de formas diferenciadas, conforme o momento histórico. No início, as aulas eram para

formar homens fortes para as guerras com concepções higiênicas e militares.

As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais

recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa.

Sob a égide de conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então

denominada ginástica surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o

desenvolvimento da saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros.

Esse modelo de prática corporal pautava-se em prescrições de exercícios visando

ao aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a destreza, a

agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da autodisciplina, de

hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento patriótico.

O conhecimento da medicina configurou um outro modelo para a sociedade

brasileira, o que contribuiu para a construção de uma nova ordem econômica, política e

social. “Nesta nova ordem,na qual os médicos higienistas irão ocupar lugar

destacado, também se coloca a necessidade de construir, para o Brasil, um novo

homem, sem o qual a nova sociedade idealizada não se tornaria realidade” (SOARES,

2004, p. 70).

No contexto referido acima, a educação física ganha espaço na escola, uma vez

que o físico disciplinado era exigência da nova ordem em formação. A educação do

físico confundia-se com a prática da ginástica, pois incluía exercícios físicos baseados

nos moldes médico-higiênicos.

No Século XIX , o então Presidente da República, Rui Barbosa foi influenciado

pelas discussões de sua época. Tanto que, empenhado num projeto de modernização

do país, interessou- se pela criação de um sistema nacional de ensino – gratuito,

obrigatório e laico, desde o jardim de infância até a universidade. Para elaboração do

seu projeto buscou inspiração em países onde a escola pública estava sendo difundida,

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procurando demonstrar os benefícios alcançados com a sua criação. Para

fundamentar sua análise recorreu às estatísticas escolares, livros, métodos, mostrando

que a educação, nesses países, revelava-se alavanca de desenvolvimento.

No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de Educação

Física tornou-se obrigatória nas Instituições de Ensino para crianças a partir de 6 anos

de idade e para ambos os sexos.

Esse período histórico foi marcado pelo esforço de construção de uma unidade

nacional, o que contribuiu sobremaneira para intensificar o forte componente militar nos

métodos de ensino da Educação Física nas escolas brasileiras.

As relações entre a institucionalização da disciplina de Educação Física no Brasil

e a influência da ginástica, explicitam-se em alguns marcos históricos, dentre eles:

A criação do “Regulamento da Instrução Física Militar” (Método Francês), em

1921;

A obrigatoriedade da prática da ginástica nas instituições de ensino, em 1929;

A adoção oficial do Método Francês , em 1931, no ensino secundário;

A criação da Escola de Educação Física do Exército, em 1933;

A criação da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade do

Brasil, em 1939.

Preponderando uma visão mecanicista e instrumental sobre o corpo, o método

ginástico francês priorizava o desenvolvimento da mecânica corporal. Conforme esse

modelo, melhorar o funcionamento do corpo e a eficiência do gasto energético

dependia de técnicas que atribuíam à Educação Física a tarefa de formar corpos

saudáveis e disciplinados, possibilitando a formação de seres humanos aptos para

adaptarem-se ao processo de industrialização que se iniciava

no Brasil (SOARES, 2004).

Com a promulgação da Nova Constituição e a instalação efetiva do Estado Novo,

em 10 de novembro de 1937, a prática de exercícios físicos em todos os

estabelecimentos de ensino tornou-se obrigatória.

Durante o Estado Novo implantado em 1937, a Educação Física sofreu grande

inquietação. Encarada pelos militares como uma arma na estruturação humana,

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entendiam que a maneira como o corpo é educado é resultado direto das normas

sociais impostas, que definem consequentemente a estruturação da sociedade, que

através dos seus gestos ou ações motoras revelam a natureza do sistema social. Os

militares fazem então um grande investimento na política esportiva, certos de que

assim teríamos uma nítida melhoria da saúde do povo brasileiro, tendo

consequentemente mais homens aptos ao serviço militar, que nesta época continha

uma grande quantidade de jovens dispensados por incapacidade física (LEANDRO,

2002, p. 43).

No final da década de 1930, o esporte começou a se popularizar e, não por acaso,

passou a ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Física.

Com o intuito de promover políticas nacionalistas, houve um incentivo às práticas

desportivas como a criação de grandes centros esportivos, a importação de

especialistas que dominavam as técnicas de algumas modalidades esportivas e a

criação do Conselho Nacional dos Desportos, em 1941.

Com o fim da II Guerra Mundial, teve início um intenso processo de difusão do

esporte na sociedade e, consequentemente, nas escolas brasileiras. O esporte afirma-

se paulatinamente em todos os países sob a influência da cultura europeia. No Brasil

as condições para o desenvolvimento do esporte, quais sejam, o desenvolvimento

industrial com a consequente urbanização da população e dos meios de comunicação

de massa, estavam agora, mais do que antes, presentes. Outro aspecto importante é a

progressiva esportivização de outros elementos da cultura de movimento, sejam elas

vindas do exterior como o judô ou o karatê, ou genuinamente brasileiras como a

capoeira (BRACHT, 1992, p. 22).

No início da década de 1940, o governo brasileiro estabeleceu as bases da

organização desportiva brasileira instituindo o Conselho Nacional de Desportos, com o

intuito de orientar, fiscalizar e incentivar a prática desportiva em todo o país.

Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos esportivos do

rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e a

racionalização de meios e técnicas. Trata-se não do esporte da escola, mas sim do

esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de

reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica

desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide

esportiva. (BRACHT, 1992, p. 22).

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No contexto das reformas educacionais sob a atuação do ministro Gustavo

Capanema, a Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada em 09 de abril de 1942,

demarcou esse cenário ao permitir a entrada das práticas esportivas na escola,

dividindo um espaço até então predominantemente configurado pela instrução militar.

Com tais reformas, a Educação Física tornou-se uma prática educativa

obrigatória, desta vez com carga horária estipulada de três sessões semanais para

meninos e duas para meninas, tanto no ensino secundário quanto no industrial, e com

duração de 30 e 45 minutos por sessão (CANTARINO FILHO, 1982).

A Lei Orgânica do Ensino Secundário permaneceu em vigor até a aprovação da

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 4.024/61, em 1961.

Com o golpe militar no Brasil, em 1964, o esporte passou a ser tratado com maior

ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de Educação Física. Os

chamados esportes olímpicos – vôlei, basquete, handebol e atletismo, entre

outros – foram priorizados para formar atletas que representassem o país em

competições internacionais. Tal preferência sustentava-se na “teoria da pirâmide

olímpica”, isto é, a escola deveria funcionar como um celeiro de atletas, tornar-se a

base da pirâmide para seleção e descoberta de talentos nos esportes de elite nacional.

Predominava o interesse na formação de atletas que apresentassem “talento

natural”, de modo que se destacavam, até chegar ao topo da pirâmide, aqueles

considerados de alto nível, prontos para representar o país em competições nacionais

e internacionais.

Na década de 70, a Lei n. 5692/71, por meio de seu artigo 7o e pelo Decreto n.

69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação Física nas escolas,

passando a ter uma legislação específica e sendo integrada como atividade escolar

regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis dos sistemas de ensino.

Conforme consta no Capítulo I, Art. 7o da Lei n. 5692/71, “será obrigatória a inclusão

de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programa de

Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1o e 2o graus, observado

quanto à primeira o disposto no Decreto-lei n. 869, de 12 de setembro de 1969”

(BRASIL, 1971).

Ainda nesse período, aos olhos do Regime Militar, a Educação Física era um

importante recurso para consolidação do projeto “Brasil-Grande” (BRACHT, 1992).

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Através da prática de exercícios físicos visando ao desenvolvimento da aptidão física

dos alunos, seria possível obter melhores resultados nas competições esportivas e,

consequentemente, consolidar o país como uma grande potência olímpica, elevando

seu status político e econômico.

ABORDAGENS PEDAGÓGICAS

Na década da 90, houve um movimento de renovação do pensamento

pedagógico da Educação Física que trouxe várias proposições e interrogações acerca

da legitimidade dessa disciplina como campo de conhecimento escolar. Tais propostas

dirigiram críticas aos paradigmas da aptidão física e da esportivização (BRACHT,

1999). Entre as correntes ou tendências progressistas, destacaram-se as seguintes

abordagens:

Desenvolvimentista: defende a ideia de que o movimento é o principal meio e

fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo com

uma sequência de desenvolvimento. Sua base teórica é, essencialmente, a

psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;

Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista-

interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano.

Embora preocupada cultura infantil, essa abordagem se fundamenta também na

psicologia do desenvolvimento, difundidas por Piaget;

Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das ciências

humanas, sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as concepções

críticas da Educação Física. O que as diferencia daquelas descritas anteriormente

é o fato de que as abordagens crítico-superadora e crítico-emancipatória,

descritas abaixo, operam a crítica da Educação Física a partir de sua

contextualização na sociedade capitalista;

Crítico-superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico- critica e

estipula, como objeto da Educação Física, a Cultura Corporal;

A Cultura Corporal representa as formas culturais do “ movimentar-se humano “

historicamente produzidas pela humanidade. Nesse sentido, entende-se que a prática

pedagógica da Educação Física no âmbito escolar deve tematizar as diferentes formas

de atividades expressivas corporais, sistematizadas aqui nos seguintes Conteúdos

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Estruturantes: Esporte; Ginástica; Lutas; Dança; Jogos e Brincadeiras.

Crítico-emancipatória: Nessa perspectiva, o movimento humano em sua

expressão é considerado significativo no processo de ensino/aprendizagem, pois

está presente em todas as vivências e relações expressivas que constituem o “ser

no mundo”. Nesse sentido, parte do entendimento de que a expressividade

corporal é uma forma de linguagem pela qual o ser humano se relaciona com o

meio, tornado-se sujeito a partir do reconhecimento de si no outro. Esse processo

comunicativo, também descrito como dialógico, é um ponto central na abordagem

crítico-emancipatória.

No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no final

da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início as discussões

para a elaboração do Currículo Básico. O Currículo Básico, para a Educação Física,

fundamentava-se na pedagogia histórico-crítica, identificando-se numa perspectiva

progressista e crítica sob os pressupostos teóricos domaterialismo histórico-dialético.

Esse documento caracterizou-se por ser uma proposta avançada em que o mero

exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas

dimensões. O reflexo desse contexto para a Educação Física configurou-se em um

projeto escolar que possibilitasse a tomada de consciência dos educandos sobre seus

próprios corpos, não no sentido biológico, mas especialmente em relação ao meio

social em que vivem.

No mesmo período, foi elaborado o documento intitulado Reestruturação da

Proposta Curricular do Ensino de Segundo Grau, também para a disciplina de

Educação Física. Assim como antes, a proposta foi fundamentada na concepção

histórico-crítica de educação para resgatar o compromisso social da ação pedagógica

da Educação Física. Vislumbrava-se a transformação de uma sociedade fundada em

valores individualistas, em uma sociedade com menor desigualdade social.

Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a dimensão

social da Educação Física e possibilitou a consolidação de um novo entendimento em

relação ao movimento humano, como expressão da identidade corporal, como prática

social e como uma forma do homem se relacionar com o mundo. A proposta valorizou

a produção histórica e cultural dos povos, relativa à ginástica, à dança, aos

esportes, aos jogos e às atividades que correspondem às características

regionais. Contudo, o ensino da Educação Física na escola se manteve, em muitos

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aspectos, em suas dimensões tradicionais, ou seja, com enfoque exclusivamente no

desenvolvimento das aptidões físicas, de aspectos psicomotores e na prática

esportiva.

Os avanços teóricos da Educação Física sofreram retrocesso na década de 1990

quando, após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB n. 9394/96), o Ministério da Educação (MEC) e Secretaria de Estado da

Educação do Paraná apresentaram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

para a disciplina de Educação Física, que passaram a subsidiar propostas

curriculares nos Estados e Municípios brasileiros.

Apesar de sua redação aparentemente progressista, pode-se dizer que os

Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino

Fundamental e Médio constituíram uma proposta teórica incoerente. As diversas

concepções pedagógicas ali apresentadas valorizaram o individualismo e a adaptação

do sujeito à sociedade, ao invés de construir e oportunizar o acesso a conhecimentos

que possibilitassem aos educandos a formação crítica.

Os estudos sobre a história da produção do conhecimento, seus métodos e

determinantes políticos, econômicos, sociais e ideológicos, relacionados com a história

da Educação Física, e as teorias da aprendizagem, possibilitam uma fundamentação

mais aprofundada para que os professores de Educação Física deste Colégio,

possam melhorar sua prática pedagógica.

O breve histórico da disciplina de Educação Física, apresentado, aponta marcos

importantes para que o professor entenda as mudanças teórico-metodológicas que

ocorreram no decorrer dos anos e que, por sua vez, configuraram a atual concepção de

Educação Física defendida nesta Proposta Pedagógica Curricular.

Os alunos da Educação Básica, do Colégio Estadual José de Anchieta, crianças e

jovens, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas e rurais, de diversas

regiões e bairros com diferentes origens étnicas e culturais devem ter acesso ao

conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos

conteúdos das disciplinas escolares. Assim sendo,assumir o currículo da disciplina de

Educação Física, significa dar ênfase à escola como lugar de socialização do

conhecimento, pois essa função da instituição escolar é especialmente importante para

os estudantes das classes menos favorecidas, que têm na escola pública a

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oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao conhecimento científico,

socialmente produzido pela humanidade.

Sugere-se que os conteúdos de Educação Física devam serem tratados, na

escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se relações interdisciplinares de

maneira que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais,

políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e

propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, nos contextos em

que elas se constituem.

Entende-se por conteúdos os conhecimentos fundamentais para cada série da

etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados

imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes na disciplina de Educação

Física.

A Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Educação Física deste Colégio,

busca atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica,

seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para a

aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para

promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para todos.

Embasados teoricamente, os professores de Educação Física, deste Colégio,

estão conscientes de que devem participar ativamente da constante construção

curricular e da organização do trabalho pedagógico a partir dos conteúdos

estruturantes da disciplina de Educação Física.(Ginástica, Dança, Esportes, Jogos

e atividades que correspondem às características regionais).

Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande

amplitude, conceitos, teorias ou práticas, que identificam e organizam os campos de

estudos da disciplina de Educação Física, considerados fundamentais para a

compreensão de seu objeto de estudo/ensino. Esses conteúdos são selecionados a

partir de uma análise histórica da ciência relacionada à Educação Física, trazidos para

a escola para serem socializados e apropriados pelos alunos, por meio das

metodologias críticas de ensino-aprendizagem.

Deverá fazer parte do trabalho permanente do professor de Educação Física

deste Estabelecimento de Ensino, procurar produzir uma cultura escolar de Educação

Física que mobilize práticas que afirmem valores e sentidos, que ampliem as

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possibilidades formativas, evitando formas de discriminação, segregação e competição

exacerbada.

Nessa concepção de currículo, a disciplina da Educação Física, terá, em seus

conteúdos estruturantes, os campos de estudo que as identificam como

conhecimento histórico. Dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos

básicos a serem trabalhados por série. Esses conteúdos, articulados entre si e

fundamentados nas respectivas orientações teórico-metodológicas, embasados

principalmente pelas DCEs. Paraná- 2008, fazem parte desta Proposta Pedagógica

Curricular de Educação Física.

A partir da Proposta Pedagógica Curricular, o professor elaborará seu Plano de

Trabalho Docente, vinculado à realidade e às necessidades de suas diferentes turmas.

No plano, se explicitarão os conteúdos específicos a serem trabalhados nos bimestres

letivos, bem como as especificações metodológicas.

No Plano de Trabalho Docente, os conteúdos básicos terão abordagens diversas

a depender dos fundamentos que recebem de cada conteúdo estruturante. Quando

necessário, serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre considerando- se o

aprofundamento a ser observado para a série e etapa de ensino.

O plano é o lugar da criação pedagógica do professor, onde os conteúdos

receberão abordagens contextualizadas histórica, social e politicamente, de modo que

façam sentido para os alunos. O plano de trabalho docente é, portanto, o currículo

em ação. Nele estará a expressão singular e de autoria, de cada professor, da

concepção curricular construída nas discussões coletivas.

FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

A atuação do professor de Educação Física, efetiva-se na quadra, em outros

lugares do ambiente escolar e em diferentes tempos pedagógicos, seu compromisso,

tal como o de todos os professores, é com a aprendizagem dos alunos, sempre em

favor da formação humana.

Considerando o exposto, sugere-se uma mudança na forma de pensar o

tratamento teórico-metodológico dado às aulas de Educação Física. Significa,

repensar a noção de corpo e de movimento isto é, ir além da ideia de que o movimento

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é predominantemente um comportamento motor, visto que também é histórico e social.

Sendo assim, tais consequências na prática pedagógica vão para além da

preocupação com a aptidão física, a aprendizagem motora, a performance esportiva,

etc.

É partindo dessa posição que as diretrizes desta Proposta Curricular , apontam a

Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação Física. A ação

pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e

representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela

expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes.

Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa necessariamente abordar o

conteúdo „teórico‟, mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha como

eixo central a construção do conhecimento através do aprendizado das técnicas

próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, tudo isso

segundo o princípio da complexidade crescente, em que um mesmo conteúdo pode ser

discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.

Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, a Cultura Corporal,

a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à

reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente

produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal de formação de um

ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas

também agente histórico, político, social e cultural.

ELEMENTOS ARTICULADORES DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA A

EDUCAÇÃO FÍSICA

Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido tratados

na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas corporais de

forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos Elementos

Articuladores. (DCEs.p.53)

Nesta Proposta Pedagógica Curricular, propõem-se os seguintes elementos

articuladores:

• Cultura Corporal e Corpo;

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• Cultura Corporal e Ludicidade;

• Cultura Corporal e Saúde;

• Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;

• Cultura Corporal e Desportivização;

• Cultura Corporal – Técnica e Tática;

• Cultura Corporal e Diversidade;

• Cultura Corporal e Mídia.

Os elementos articuladores alargam a compreensão das práticas corporais,

indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem

no cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo de

ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e

específicos de modo a articulá-los o tempo todo.

CULTURA CORPORAL E CORPO

Nestas Diretrizes, o corpo é entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano

é o seu corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização – ou não

– do corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção

hegemônica do referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos

mercadológicos e midiáticos, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um

objeto de consumo.

As preocupações com o corpo e com os significados que o mesmo assume na

sociedade constituem um dos aspectos que precisam ser tratados no interior das aulas

de Educação Física, para que sejam desmistificadas algumas perspectivas ingênuas

no trato com essa questão.

Pretende-se que as discussões que envolvem o corpo, estejam atreladas

a todas as manifestações e práticas corporais que emergem nos Conteúdos

Estruturantes destas Diretrizes.

CULTURA CORPORAL E LUDICIDADE

Esse elemento articulador ganha relevância porque, ao vivenciar os aspectos

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lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de estabelecer

conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis assumidos nas

relações em grupo.

Assim, o lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se

constitui nas interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice.

Essa problemática precisa ser discutida e vivenciada pelos alunos, para que a

ludicidade não seja vivida através de práticas violentas, como em algumas brincadeiras

que ocorrem no interior da escola. O professor deve lançar mão das diversas

possibilidades que o lúdico pode assumir nas diferentes práticas corporais.

CULTURA CORPORAL E SAÚDE

Esse elemento articulador permite entender a saúde como construção que

supõe uma dimensão histórico-social. Na esteira dessa discussão, propõem-se alguns

elementos a serem considerados como constitutivos da saúde:

Nutrição: refere-se à abordagem das necessidades diárias de ingestão de

carboidratos, de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos, e também

de seu aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre

durante uma determinada prática corporal;

Aspectos anátomo-fisiológicos da prática corporal: trata-se de conhecer o

funcionamento do próprio corpo, identificar seus limites na relação entre prática

corporal e condicionamento físico, e propor avaliação física e seus protocolos;

Lesões e primeiros socorros: abordam-se informações sobre as lesões mais

frequentes ocorridas nas práticas corporais e como tratá-las a partir das noções

de primeiros socorros. Trata-se, ainda, de discutir as consequências ou sequelas

do treinamento de alto nível no corpo dos atletas;

CULTURA CORPORAL E MUNDO DO TRABALHO

O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos

Estruturantes da Educação Física, na medida em que concentra as relações sociais de

produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na Educação Física, em

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específico. Com isso, o professor poderá debater com seus alunos as consequências

da profissionalização e o assalariamento de diversos atletas, vinculados às diferentes

práticas corporais.

CULTURA CORPORAL E DESPORTIVIZAÇÃO

O processo de desportivização das práticas corporais é um fenômeno cada vez

mais recorrente, impulsionado pela supervalorização do esporte na atual sociedade.

O professor poderá discutir com seus alunos as contradições presentes nesse

processo de esportivização das práticas corporais, visto que no ensino de Educação

Física é preciso compreender o processo pelo qual uma prática corporal é

institucionalizada internacionalmente com regras próprias e uma estrutura competitiva

e comercial.

Tal olhar pode ser lançado sobre todos os Conteúdos Estruturantes,

percebendo em que condições seus conteúdos específicos tornaram-se esporte

institucionalizado e quais os impactos desta transformação.

CULTURA CORPORAL - TÉCNICA E TÁTICA

Os aspectos técnicos e táticos são elementos que estão presentes nas mais

diversas manifestações corporais, especificamente naquelas que constituem os

conteúdos da Educação Física na escola.

As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o

legado cultural das diferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a

importância do aprendizado das diferentes técnicas e elementos táticos. Trata- se, sim,

de conceber que o conhecimento sobre estas práticas vai muito além dos elementos

técnicos e táticos. Do contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as possibilidades

de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no

desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento físico.

CULTURA CORPORAL E DIVERSIDADE

Propõe-se uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação da

diversidade nas relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem

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revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as

diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização humana, para que o outro

seja considerado.

É preciso que os alunos convivam com as diferenças e estabeleçam relações

corporais ricas em experimentações. Um exemplo disso seria o desenvolvimento de

atividades corporais, oferecendo aos alunos a experimentação de esportes adaptados.

CULTURA CORPORAL E MÍDIA

Esse elemento articulador deve propiciar a discussão das práticas corporais

transformadas em espetáculo e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos

meios de comunicação para promover e divulgar produtos. Para uma análise crítica

dessa concepção das práticas corporais, diversos veículos de comunicação podem

servir de referência, quais sejam: programas esportivos de rádio e televisão, artigos de

jornais, revistas, filmes, documentários, entre outros.

A atuação do professor de Educação Física é de suma importância para

aprofundar a abordagem dos conteúdos, considerando as questões veiculadas pela

mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão

sobre: a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde, consumo; os extremos

sobre a questão salarial dos atletas; os extremos de padrões de vida dos atletas; o

preconceito e a exclusão; a ética que permeia os esportes de alto nível, entre outros

aspectos que são ditados pela mídia.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Nestas Diretrizes Curriculares, os Conteúdos Estruturantes foram definidos

como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e

organizam os campos de estudos da Educação Física escolar, considerados

fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se

historicamente e são legitimados nas relações sociais.

Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica

devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos níveis

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de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento

sistematizado, que devem ser consideradas no processo de ensino/aprendizagem.

A Educação Física e seu objeto de ensino, a Cultura Corporal, deve, ainda,

ampliar a dimensão meramente motriz (movimento). Para isso, pode-se enriquecer os

conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas, priorizando as

particularidades da comunidade e da região.

Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado nesta Proposta

Pedagógica Curricular sob uma abordagem que contempla os fundamentos da

disciplina, em articulação com aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos,

culturais.

Desde a quinta série, o aluno terá contato com regras e jogos pré- desportivos

e esportivos, jogos cooperativos e atividades recreativas, sendo o enfoque diferenciado

para cada série, de acordo

com sua capacidade de abstração. Logo, na quinta e sexta séries, o aluno terá

condições de vivenciar regras gerais de determinado esporte, aprofundando isso na

sétima e oitava, por meio de competições e festivais esportivos.

Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação

Básica são os seguintes:

• Esporte;

• Jogos e brincadeiras;

• Ginástica;

• Lutas;

• Dança.

ESPORTE

A Educação Física Escolar, deverá garantir aos alunos o direito de acesso e de

reflexão sobre as práticas esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar.

Nesse sentido, a prática pedagógica de Educação Física não deve limitar-se ao

fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas,

destrezas motoras, táticas de jogo e regras.

Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante esporte, os professores devem

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considerar os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte

ao longo dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa prática corporal,

através de jogos.

Portanto, o conteúdo estruturante, esporte, deve ser entendido como uma

atividade teórico-

prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode

ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o aprimoramento da saúde e

para integrar os sujeitos em suas relações sociais.

Superar a ênfase na competição, na técnica, no desempenho máximo, que faz

do esporte na escola, uma prática excludente, deve ser um dos grandes desafios da

Educação Física, o que exige um trabalho intenso de redimensionamento do trato com

o conteúdo esporte na escola.

Os valores que privilegiam o coletivo, são imprescindíveis para a formação do

ser humano o que pressupõe compromisso com a solidariedade e o respeito, a

compreensão de que o jogo se faz a dois, e de que é diferente jogar com o

companheiro e jogar contra o adversário (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 71).

Sendo assim, sugere-se uma abordagem que privilegie o esporte da

escola, e não somente o esporte na escola. Isso pressupõe que as aulas de Educação

Física sejam espaços de produção de outra cultura esportiva evitando priorizar o

esporte somente como forma de competição.

No entanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim

contemplar o aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades

esportivas, mas não se limitar a isso.

JOGOS E BRINCADEIRAS

Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante jogo, o professor pode apresentar aos

seus

alunos diversas modalidades de jogo, com suas regras mais elementares. Pode, ainda,

discutir em que o jogo se diferencia do esporte, principalmente quanto à liberdade do

uso de regras, conforme a necessidade dos encaminhamentos metodológicos.

Nestas Diretrizes, os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira

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complementar, mesmo cada um apresentando as suas especificidades. Como

Conteúdo Estruturante, ambos compõem um conjunto de possibilidades que ampliam

a percepção e a interpretação da realidade.

No jogo, ao respeitarem as regras, os alunos aprendem a se mover entre a

liberdade e os limites estabelecidos pelas regras. Além de seu aspecto lúdico, o jogo

pode servir de conteúdo para que o professor discuta as possibilidades de

flexibilização das regras.

As aulas de Educação Física podem contemplar variadas estratégias de jogo. É

interessante reconhecer as formas particulares que os jogos e as brincadeiras tomam

em distintos contextos

históricos, de modo que cabe aos professores de Educação Física, valorizarem

pedagogicamente as culturas locais e regionais que identificam determinada

sociedade.

Dessa maneira, é possível garantir o papel da Educação Física no processo de

escolarização, a qual tem, entre outras, a finalidade de intervir na reflexão do aluno,

realizando uma crítica aos modelos dominantes. Intervenção esta que requer um

exercício crítico por parte do professor diante de suas práticas. Exige, também, a

busca de alternativas que permitam a participação de todos os alunos nas aulas de

Educação Física.

Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o

desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de representação do real

através de situações imaginárias,

cabendo à Educação Física escolar fomentar e criar as condições apropriadas para as

brincadeiras e jogos.

Os jogos também comportam regras, mas deixam um espaço de

autonomia para que sejam adaptadas, conforme a necessidade dos

encaminhamentos metodológicos do professor e as necessidades dos

participantes.

GINÁSTICA

Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as

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possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo deve ser as diferentes

formas de representação das ginásticas. Por meio da ginástica, o professor poderá

organizar a aula de maneira que os alunos se movimentem, descubram e reconheçam

as possibilidades e limites do próprio corpo. Com efeito, trata-se de um processo

pedagógico que propicia a interação, o conhecimento, a partilha de experiências e

contribui para ampliar as possibilidades de significação e representação do

movimento.

Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões

estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem como

os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas corporais,

inclusive na ginástica.

LUTAS

Da mesma forma que os demais Conteúdos Estruturantes, as lutas podem fazer

parte do contexto escolar, pois se constituem das mais variadas formas de

conhecimento da cultura humana,

historicamente produzidas e repletas de simbologias. Ao abordar esse conteúdo, deve-

se valorizar conhecimentos que permitam identificar valores culturais, conforme o

tempo e o lugar onde as lutas

foram ou são praticadas.

Tanto as lutas ocidentais como as orientais surgiram de necessidades sociais,

em um dado contexto histórico, influenciadas por fatores econômicos, políticos e

culturais.

Temos outra prática corporal genuinamente brasileira, a capoeira que foi

criada pelos escravos como forma de luta para se conquistar a liberdade. Não

obstante, hoje ela é considerada

um misto de dança, jogo, luta, arte e folclore (FALCÃO, 2003).

O desenvolvimento de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho corporal, a

aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do ser humano, como, por

exemplo: cooperação, solidariedade, o autocontrole emocional, o entendimento da

filosofia que geralmente acompanha sua prática e, acima de tudo, o respeito pelo outro,

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pois sem ele a atividade não se realizará.

As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de

maneira reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente

desenvolver capacidades e potencialidades físicas.

Além dos jogos de oposição, para se trabalhar com o conteúdo de lutas, os

professores podem propor pesquisas, seminários, visitas às academias para os alunos

conhecerem as diferentes manifestações corporais que fazem parte desse Conteúdo

Estruturante.

DANÇA

O professor, ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve tratá-la de

maneira especial, considerando-a conteúdo responsável por apresentar as

possibilidades de superação dos limites e das diferenças corporais.

A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e

suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se concretizam

em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais), danças

folclóricas, danças de rua, danças

clássicas entre outras.

Em situações que houver oportunidade de teorizar acerca da dança, o professor

poderá aprofundar com os alunos uma consciência crítica e reflexiva sobre seus

significados, criando situações em que a representação simbólica, peculiar a cada

modalidade de dança, seja contemplada.

Alguns assuntos podem ser discutidos com os alunos, como o uso exacerbado

da técnica,

mostrando que a dança pode ser realizada por qualquer pessoa independentemente

dos seus limites. Dessa maneira, é importante que o professor reconheça que a

dança se constitui como elemento significativo da disciplina de Educação Física no

espaço escolar, pois contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a

expressão corporal, a cooperação, entre outros aspectos.

SUGESTÕES DE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

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Seguem exemplos de alguns conteúdos específicos a serem abordados a partir

dos conteúdos básicos. Caberá ao professor, selecionar e/ou adicionar outros

conteúdos, de acordo com a suas possibilidades e necessidades. O desenvolvimento

das atividades, poderá ser encontrado através de pesquisas na Internet.

ENSINO MÉDIO 1ª, 2ª, 3ª SÉRIE

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos

Esporte

Coletivos Individuais Radicais

Dança

Danças folclóricas Danças de salão Danças de rua

Ginástica

Ginástica Artística/Olímpica Ginástica de Academia Ginástica Geral

LUTAS Lutas com aproximação Lutas que mantêm a distância Lutas como instrumento mediador Capoeira

Esporte

Jogos e brincadeiras

Coletivos

Individuais

Jogos e brincadeiras populares

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Dança

Ginástica ___________________ Lutas

Brincadeiras e cantigas de roda ________________________________________ Jogos de tabuleiro ________________________________________ Jogos dramáticos ________________________________________ Jogos cooperativos Danças folclóricas _______________________________________ Danças de salão _______________________________________ Danças de rua ________________________________________Danças criativas ________________________________________Danças circulares

Ginástica artística/ olímpica ________________________________________Ginástica rítmica ________________________________________Ginástica de academia ______________________________________ Ginástica circense ________________________________________Ginástica geral ________________________________________ Lutas de aproximação ________________________________________ Lutas que mantém a distância ________________________________________ Capoeira

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3) ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Considerando que o objeto de ensino e de estudo da Educação Física Escolar

tratado nesta Proposta Pedagógica Curricular, é a Cultura Corporal, por meio dos

Conteúdos Estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e

brincadeiras –, a Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos

se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade

corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais.

Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação Física

na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz

como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da

realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e mobilização do aluno para

a construção do conhecimento escolar.

A utilização de recursos tecnológicos, como a exposição de vídeos na TV

multimídia , para oportunizar aos alunos o contato com imagens ou vídeos de alguns

fundamentos básicos dos diversos conteúdos estruturantes, será um meio importante

para melhorar as aprendizagens.

As pesquisas através da Internet, no site do dia-a-dia educação, na disciplina

de Educação Física e em outros sites como google, poderão servir de recursos

metodológicos para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

A EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTA OS SEGUINTES OBJETIVOS:

- Ampliar o campo de intervenção da Educação Física para além das abordagens

centradas na motricidade;

- Desenvolver os conteúdos de acordo com a capacidade cognitiva e motora do

aluno;

- Integrar a disciplina no processo pedagógico como elementos fundamentais para o

processo de formação humana do aluno;

- Proporcionar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual está inserido;

- Realizar atividades que contemplem a participação de todos os alunos de forma

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ativa;

- Oportunizar aos alunos através de práticas corporais condições de entender e

respeitar as diferenças entre eles.

- Propiciar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual está inserido e que

possa utilizar-se desses conhecimentos para sua vida e transformação da

sociedade que leve a desenvolver um cidadão crítico, sujeito a ações e movimentos

conscientes.

4) AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação em Educação Física, deve se fazer

presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto

como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume

uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a

verificação dela, mas também permite que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

Nas aulas de Educação Física, o professor é quem compreende a avaliação e a

executa como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de

conhecimento e de aprendizagem continuada do aluno. Este conhecimento poderá ser

observado na prática ( ação do aluno na quadra) ou teoricamente, de acordo com as

intervenções metodológicas do professor.

A avaliação deverá ser um processo contínuo, permanente e cumulativo, onde o

professor organizará o seu trabalho, respeitando as diferenças individuais de cada

indivíduo, visando as diversas manifestações corporais, podendo ser:

Diagnóstica, onde permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e

atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de

ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos.

Somativa, tem a função de classificação de atribuição de notas para cumprir o

aspecto legal da avaliação.

Participativa, define critérios com a participação dos alunos nas várias atividades

propostas pelo professor.

Teórica e Prática, na teórica através de testes ou trabalhos escritos e práticos por

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meio de testes e gestos práticos da modalidade ensinada. Se o aluno se mostra

envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou

realizando relatórios.

Partindo-se desses critérios, o professor organizará e reorganizará o seu

trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os

jogos e brincadeiras, a dança e a luta.

O resultado da avaliação deve ser utilizado não somente para verificar a

aprendizagem do aluno e atribuir notas, mas também para fornecer dados ao professor

para reflexão, análise e reconstrução do trabalho docente.

No cotidiano das aulas, isso significa que:

No Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos a serem

trabalhados num determinado período de tempo, já se definem os critérios,

estratégias e instrumentos de avaliação, para que professor e alunos conheçam os

avanços e as dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente;

A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os

conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,

assim, sendo, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para

que ele aprenda na prática.

A recuperação é justamente o esforço de retomar, de modificar os

encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de

aprendizagem.

Ao professor de Educação Física, cabe a responsabilidade de acompanhar a

participação e a aprendizagem prática dos seus alunos e o desenvolvimento dos

processos cognitivos. ( conhecimentos conceituais )

5) REFERÊNCIAS:

BRACHT,Valter. Educação Física e a aprendizagem Social. Porto Alegre: Magister,

1992

LABAN, Rudolf,. Domínio do Movimento. 4a. ed. São Paulo: Summus, 1978

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207

CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a Educação Física na escola e a Educação

da escola.2a.ed.Campinas: Autores Associados, 2005.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo:

Cortez, 1992

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e Educação Física. 2a. ed. Ijuí:

Unijuí, 2003.

PARANÁ Secretaria de Estado da Educação, Superintendência da Educação –

Departamento da Educação Básica. Diretizes Curriculares de Educação Física para

os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba:SEED,2008

VEIGA, Ilma Passos Projeto Político-Pedagógico da Escola. 20a. ed. São Paulo:

Papiruz Editora, 2005.

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6.2.4 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

FILOSOFIA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Filosofia apresenta-se, como conteúdo filosófico e também como uma

ferramenta que possibilita ao estudante desenvolver um estilo próprio de pensamento

que priorize a capacidade de criar conceitos. O que o ensino de filosofia tem de

específicos é ser um espaço para a criação de conceitos, unindo a filosofia e o filosofar

como atividades indissociáveis que da vida à aula de filosofia.

Existem formas diversificadas de trabalhar os conhecimentos filosóficos

manifestados nos currículos escolares.

Estamos fazendo uma opção pelo ensino de filosofia a partir de seis conteúdos

estruturantes, que são temas clássicos da filosofia.

Estes conteúdos organizam o currículo de Ensino Médio, porém não esgotam o

conhecimento filosófico, não é esta a intenção. Este é um recorte curricular a partir de

temas importantes da filosofia, com a intenção de possibilitar o ensino de filosofia no

ensino médio.

Os temas devem ser trabalhados na perspectiva de responder a problemas da

vida atual, com significado histórico e social para os alunos e que podem ser

adequadamente tratados no ensino médio, dado a especificidade desta etapa de

formação.

A aula de filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por

isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com

uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o aluno a sua

própria realidade. Desse modo, partindo de problemas atuais, estudados partir da

história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras

ciências, e de sua abordagem contemporânea, o aluno do ensino médio pode formular

seus conceitos, construir seu discurso filosófico. No entanto, o texto filosófico que

ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em

questão deve ser trazido para o presente, o contemporâneo no sentido de fazer

entender o que ocorre hoje e como podemos a partir da História da Filosofia entender

os problemas atuais de nossa sociedade.

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Destacar-se-a os seguintes objetivos da disciplina de filosofia:

- Levar o aluno a perceber seu papel na sociedade, através de temas discutidos

procurar entender, e assim compreender a realidade dos problemas e buscar imediatas

soluções.

- Resgatar ao mesmo tempo os valores humanos da sociedade para assim

poder melhorar até mesmo seu convívio perante a sociedade.

- conscientizar o aluno sobre a importância dos temas, como exemplo a questão

do trabalho na sua vida profissional, cultural.

-Melhorar no aluno a sua capacidade crítica e reflexiva, por meio de temas

abordados em sala de aula.

2) CONTEÚDOS BÁSICOS DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

MITO E FILOSOFIA

Saber mítico;

Saber filosófico;

Relação Mito e Filosofia;

Atualidade do mito;

O que é Filosofia?

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

TEORIA DO CONHECIMENTO

Possibilidade do conhecimento;

As formas de conhecimento

O problema da verdade;

A questão do método;

Conhecimento e lógica;

CONTEÚDO

CONTEÚDOS BÁSICOS

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ESTRUTURANTE

ÉTICA

Ética e moral;

Pluralidade ética;

Ética e violência;

Razão, desejo e vontade;

Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas;

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

FILOSOFIA POLÍTICA

Relações entre comunidade e poder;

Liberdade e igualdade política;

Política e Ideologia;

Esfera pública e privada;

Cidadania formal e/ou participativa;

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Concepções de ciência;

A questão do método científico;

Contribuições e limites da ciência;

Ciência e ideologia;

Ciência e ética;

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CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

ESTÉTICA

Natureza da arte;

Filosofia e arte;

Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico,

grotesco, gosto, etc.

Estética e sociedade;

3) METODOLOGIA

Para ensinar Filosofia deve ser utilizadas metodologias que sigam princípios

críticos, partindo da realidade dos alunos para construir um conhecimento crítico,

reflexivo mais amplo.

Os temas e conceitos serão ligados a vida, interação social, organização a fim

de preparar os alunos e a sociedade em geral para o efetivo exercício da “cidadania”.

Também a oportunidade de proporcionar aos alunos o conhecimento e a

conscientização da realidade que os cercam.

Os conteúdos serão trabalhados de forma que melhore sua capacidade crítica e

reflexiva, por meio de textos, análises, filmes, situações que forneçam condições de

desenvolver a aprendizagem em fim os conhecimentos através da oralidade de textos,

músicas, debates e questionamentos.

4) AVALIAÇÃO:

A avaliação para o ensino de Filosofia não deve se restringir ao mero

cumprimento das exigências legais, para a mensuração de notas. A avaliação deve

estar inserida no contexto da própria aula de filosofia e sua especificidade.

A Filosofia como prática, como discussão com o outro, como construção de

conceitos, encontra então seu sentido na experiência de pensamento filosófico.

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A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não possui

uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo redirecionar o

curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade

do processo educacional, que professores, estudantes e a própria instituição de ensino

estão construindo coletivamente. Não se trata de perceber o quanto o aluno assimilou o

conteúdo presente na História de Filosofia, o problema dos filósofos, nem tão pouco

sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. O professor deve ter um profundo

respeito pela pessoa e pelas posições dos estudantes mesmo que o professor não

concorde com elas, o que está em jogo é a capacidade de argumentar e de identificar

os limites da própria posição.

O que deve ser levado em consideração é a atividade com conceitos, a

capacidade de construir e avaliar posições em detectar os princípios subjacentes aos

temas e discursos.

Avaliar a capacidade do estudante do ensino médio em criar conceitos. A

avaliação de Filosofia tem início já com a sensibilização, coletando o que o aluno pensa

antes e o que pensa após o processo de criação de conceitos. É um processo que

ocorrerá no interior da própria aula de filosofia e não um momento em separado

destinado a avaliar

5) REFERÊNCIAS

VERNANT, Jean-Pierre. Entre Mito e Política. São Paulo: Editora da USP,2001. SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências; São Paulo, Cortez, 2003. DA COSTA, Newton Carneiro. O Conhecimento Científico. São Paulo: Discurso editorial,1997. DARNOT, R. O Iluminismo Como Negócio. São Paulo, Spione,1993. SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Filosofia/Ensino Médio. Governo do Paraná, 2008.

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6.2.5 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

FÍSICA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução

cósmica, das partículas que compõem a matéria, ao mesmo tempo em que permite

desenvolver novas fontes de energia e criar novos materiais, produtos e tecnologias.

Incorporado à cultura e integrado como instrumento tecnológico, esse

conhecimento tornou-se indispensável à formação da cidadania contemporânea.

Espera-se que o ensino de Física contribua para a formação de uma cultura

científica que permita ao educando a interpretação dos fatos, fenômenos e processos

naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com a natureza como

parte da própria natureza em transformação. Para tanto, é essencial que o

conhecimento físico seja explicitado como um processo histórico, objeto de contínua

transformação e associado à outras formas de expressão e produção humana. É

necessário também que essa cultura em Física inclua a compreensão do conjunto de

equipamentos e procedimentos, técnicos ou tecnológicos, do cotidiano doméstico,

social e profissional.

Ao propiciar esses conhecimentos, o aprendizado da Física promove a

articulação de toda uma visão de mundo, de uma compreensão dinâmica do universo.

Assim ao lado de um caráter mais prático, a Física revela também uma dimensão

filosófica com uma beleza e importância no processo educativo.

O ensino de Física deve promover um conhecimento contextualizado e integrado

a vida do jovem que explique, por exemplo, a queda dos corpos, o movimento da Lua

ou das estrelas no céu, o arco-íris e também os raios laser, as imagens da televisão e

as formas de comunicação. Uma Física que explique os gastos da “conta de luz” ou o

consumo diário de combustível e também as questões referentes ao uso das diferentes

fontes de energia em escala social, incluída a energia nuclear com seus riscos e

benefícios. Uma Física que discuta a origem do universo e sua evolução. Que trate do

refrigerador ou dos motores a combustão, das células fotoelétricas, das radiações

presentes no dia-a-dia, mas também dos princípios gerais que permitem generalizar

essas compreensões.

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Para isso, é imprescindível considerar o mundo vivencial dos alunos, sua

realidade próxima ou distante, os objetivos e fenômenos com que efetivamente lidam,

ou os problemas e indagações que movem sua curiosidade. Esse deve ser o ponto de

partida e, de certa forma, também o ponto de chegada. Ou seja, feitas as

investigações, abstrações e generalizações potencializadas pelo saber da Física, em

sua dimensão conceitual, o conhecimento volta-se novamente para os fenômenos

significativos ou objetivos tecnológicos de interesse, agora com um novo olhar, como

exercício de utilização do novo saber adquirido em sua dimensão aplicada ou

tecnológica.

Como ponto de partida, trata-se de identificar questões e problemas a serem

resolvidos, estimular a observação, classificação e organização dos fatos e fenômenos

à nossa volta segundo os aspectos físicos e funcionais relevantes. Isso inclui, por

exemplo, reconhecer diferentes aparelhos elétricos e classificá-los segundo sua

função, identificar movimentos presentes no dia-a-dia segundo suas características;

classificar diferentes formas de energia presentes no uso cotidiano, como em

aquecedores, meios de transportes, refrigeradores, eletrodomésticos, observando suas

transformações, buscando regularidade nos processos envolvidos nessas

transformações.

Contudo para que possa haver uma apropriação desses conhecimentos, as leis

e princípios gerais precisam ser desenvolvidos passo a passo, a partir dos elementos

próximos e vivenciais. As noções de transformação e conservação de energia, por

exemplo, devem ser cuidadosamente tratadas, reconhecendo-se a necessidade de que

o “abstrato” conceito de energia seja construído “concretamente”, a partir de situações

reais.

Assim, o aprendizado da Física deve estimular os jovens a acompanhar as

notícias científicas, orientado-os para a identificação sobre o assunto que está sendo

tratado e promovendo meios para a interpretação de seus significados. Notícias como

uma missão espacial, um novo método para extrair água no subsolo, o

desenvolvimento da comunicação via satélite, telefonia celular, são alguns exemplos de

informações presentes nos jornais e programas de televisão que podem ser tratados

em sala de aula.

A percepção do saber físico como construção humana constitui-se condição

necessária, para que se promova a consciência de uma responsabilidade social e ética.

Nesse sentido deve ser considerado o desenvolvimento da capacidade de se

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preocupar com o todo social e com a cidadania. Como por exemplo, a necessidade de

se avaliarem as relações de risco/benefício de uma construção de uma usina

hidrelétrica, as implicações de um acidente envolvendo radiações, as opções para uso

de diferentes formas de energia, a escolha de procedimentos que envolvam menor

impacto ambiental sobre o efeito estufa ou a camada de ozônio, assim como a

discussão sobre a participação de físicos na fabricação de bombas atômicas.

Sendo o ensino médio um momento particular do desenvolvimento cognitivo dos

jovens, o aprendizado de Física tem características específicas que pode favorecer

uma construção rica em abstrações e generalizações tanto no sentido prático como

conceitual.

A Física tem uma maneira própria de lidar com o mundo que se expressa na

busca da regularidade, na conceituação e quantificação das grandezas, na

investigação dos fenômenos. Aprender essa maneira de lidar com o mundo envolve

uma questão importante no processo de ensino-aprendizagem relacionados a

compreensão e investigação em Física.

A Disciplina de Física tem como objetivos:

Proporcionar aos alunos, dentro do papel da ciência, no processo do

desenvolvimento tecnológico e social:

Conhecer cada vez mais seu universo físico e os fenômenos que nele acontecem;

Educar para a cidadania contribuindo para desenvolvimento de um sujeito crítico,

capaz de admirar a beleza da produção científica ao longo da história;

Entender o universo, sua evolução, suas transformações e as interações que nele

se apresentam;

Entender o comportamento energético da matéria e quantificação das diferentes

formas de energia envolvidas nos fenômenos físicos;

Desenvolver o raciocínio associativo e as capacidades dedutivas que possibilitem

inserir em novos conhecimentos, motivando a experimentação;

Contribuir para a formação de uma cultura científica efetiva permitindo ao educando

interpretação de fatos, fenômenos e processos da natureza em transformação.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

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ESTRUTURANTES

MOVIMENTO

Momentum, inércia e a

conservação do

momentum linear e

angular.

Espaço, tempo, massa e velocidade.

Rotação

1ª Lei de Newton, referenciais, inércia

e não inpercia: unidades: vetores.

Variação de quantidade de

movimento = impulso e a

2ª Lei de Newton

Força

Força resulçtante e a formula de Euler,

impulso, aceleração, movimento

acelerado e retardados.

2ª Lei de Newton:unidades, vetores.

Gravidade/campo e força. Rotação e translação: Leis de Kepler,

Lei da gravitação Universal, força da

gravidade: peso, massa, gravitacional

e inercial; unidades, vetores.

3ª Lei de Newton e

condição de equilíbrio.

Centro de gravidade: sistema, massa

mola ( lei de hooke) , força resultante,

unidades, vetores.

Energia e o Princípio da

Conservação de Energia

Energia Cinética e potencial: a

conservação de energia mecânica;

transformação de energia e trabalho; ;

massa, energia e quantização de

energia nuclear; unidades

Fluídos Massa específica de densidade,

pressão e volume; princípios de

Arquimedes e o empuxo, presão

hidrostática, e atmosférica, lei de

Stevin, teorema de Stevin, vasos

comunicantes e princípio de Pascal.

Tensão superficial, capilaridade,

viscosidade, Unidades.

Oscilação Ondas mecânicas (acústicas): sistema

massa-mola, pêndulo, ressonância,

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217

refração e reflexão, interferência,

ondas estacionárias, efeito doopler,

unidades.

TERMODINAMICA

Lei zero da

Termodinâmica

Calor e temperatura: propriedades

térmicas, instrumentos de medida de

temperatura - o termômetro e as

escalas termométricas; equilíbrio

térmico; teoria cinética dos gases, leis

dos gases ideais: unidades

Propriedades térmicas e

dilatação dos materiais

Condutividade Termica, coeficiente de

dilatação, dilatação térmica em sólidos,

líquidos e gases; unidades

1ª Lei da Termodinâmica Capacidade calorifíca e calor

específico de substâncias nos

estados: sólidos, liquidos, e gasosos;

mudança de fase; calor latente, calor

sensível e o calor como energia;

energia interna de um gás ideal;

conservação de energia, variação de

energia e o trabalho sobre um

gás:unidades.

2ª Lei da Termodinâmica Máquinas térmicas; variação de

energia de um sistema, trabalho,

potência e rendimento; ciclo de Camot:

unidades.

Energia e a 3ª Lei da

Termodinâmica

Processos reversíveis e irreversíveis; a

energia como uma constante do

universo e a entropia; unidades.

Carga elétrica Carga eletrica, condutividade elétrica,

quantização de carga, processos de

eletrização; unidades.

Campo eletromagnético Campo, indução eletromagnética,

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218

ELETRO

MAGNETISMO

transformadores, valores; unidades.

Força eletromagnética Força elétrica e força e magnética

Equações de Maxwell Lei de Gauss

Lei de Coulomb

Lei de Lenz e a conservação da

energia .

Lei da Ampera e a indução

eletromagnética.

Energia e o Princípio da

conservação da energia

Lei de Lenz e a conservação da

energia; transformação da energia,

geradores e motores, trabalho e

potencial elétrico, a energia potencial

elétrica, energia nuclear, fissão e fusao

nuclear:unidades.

Elementos de um círculo

elétrico

A variação da carga elétrica no tempo,

fontes de energia, geradores, motores,

resistores, capacitores:unidades.

Luz Fenômeno luminosos: refração e

reflexão, espelhamento, interferencia e

difração efeito fotoelétrico; efeito

Campton: dualidades onda-partícula

3) METODOLOGIA

A Física, instrumento para a compreensão do mundo em que vivemos, possui

também uma beleza conceitual, que por si só poderia tornar seu aprendizado

agradável. Este aprendizado, no entanto, é comprometido pelo enfoque matemático

com o qual a Física é freqüentemente confundida, pois os alunos têm sido expostos ao

aparato matemático-formal, antes mesmo de terem compreendido os conceitos a que

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tal aparato deveria corresponder.

Os conteúdos da disciplina de Física serão abordados de forma contextualizada

com uso de linguagem, comum entre professor e aluno aprofundando o assunto à

medida que se amplie a área comum de compreensão e domínio.

Para que o aluno tenha de fato um a visão mais abrangente do universo

precisamos informar a eles que as fórmulas matemáticas representam modelo, os

quais são elaborações humanas criadas para entender determinado fenômeno físico.

A atividade experimental deve ser o segundo passo onde, pode-se fazer o

confronto entre as concepções prévias dos estudantes e a concepção científica,

facilitando a formação de um conceito científico.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, produção textual, TV multimídia,

slaides, filmes, vídeo, DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do portal

dia-a-dia, objeto de uso cotidiano dos alunos, trabalhos individuais, em grupo,

construção de cartazes, painel, maquetes, pesquisas, aulas laboratoriais

(experimentos).

4) AVALIAÇÃO

A avaliação deve levar em conta a apropriação dos conceitos , leis e teorias que

compõe o quadro de conteúdos básicos considerando o progresso do alunado quanto

aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das idéias em Física e não

neutralidade da ciência.

Na avaliação será considerando aspectos que envolvem a compreensão dos

conceitos físicos; a capacidade de análise de um texto; emitir uma opinião que leve em

conta o conteúdo físico, a capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento

ou qualquer outro evento que envolva a Física. Para constatar a aprendizagem será

utilizada vários instrumentos de avaliação: observação contínua das atividades

realizadas em sala de aula, produção de trabalhos individuais e em grupos, elaboração

de relatórios de atividades e experimentos, provas e testes que sintetizem um

determinado assunto.

A partir dos resultados das avaliações serão identificados os progressos e as

dificuldades dos alunos, utilizando estas informações para recuperar ou avançar o

processo de ensino-aprendizagem.

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Neste sentido, considera-se a avaliação, como um conjunto de ações que possibilita

ao aluno identificar seus avanços e suas dificuldades e implica também avaliar o ensino

oferecido e a prática pedagógica do professor.

A recuperação deverá ser contínua (simultânea) devendo ser considerado o

progresso do aluno por meio de procedimentos didáticos – metodológicos

diversificados,levando-o a buscar caminhos para solucioná-las progredindo no

aprendizado da Física.

5) REFERÊNCIAS

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Fìsica/Ensino Médio. Governo do

Paraná,

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221

6.2.6 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

GEOGRAFIA.

1) APRESENTA DA DISCIPLINA

Podemos perceber em todo o planeta, as transformações tecnológicas,

científicas, políticas e econômicas. Estas transformações desenvolveram-se através do

avanço da hegemonia do capital, provocando mudanças de hábitos, novas

necessidades, alteração dos valores sociais e culturais, explorando novos recursos

naturais, alterando também o fator físico do planeta. Essa nova onda de avanço do

capital passou a dominar o mundo inteiro, o que chamamos de Globalização.

Com essa evolução, o ensino de Geografia, não pode ficar parado no tempo, é

preciso acompanhar as transformações sociais e culturais da população. O trabalho do

professor de Geografia no ensino fundamental e médio é complexo, pois além de

realizar a leitura do espaço geográfico, como está organizado e porque, precisa fazer a

leitura da realidade de seus alunos e de seus espaços. Neste sentido, os profissionais

do ensino de Geografia, devem estar atualizando constantemente seus conhecimentos

para que esta disciplina não represente um atraso na formação do conhecimento dos

cidadãos.

De acordo com Libâneo (1994), os resultados das ações educativas, conforme

propósitos sociais e políticos, é um processo que necessita de transformações

sucessivas, tanto na história como na formação e desenvolvimento da personalidade

de todo ser humano.

A preocupação do ensino de Geografia, e de todos os que assumiram o

compromisso com a formação de profissionais, é com a formação de alunos que sejam

capazes de enfrentar as reais condições adversas impostas pelo mundo competitivo e

excludente em que vivemos e transformá-los em um mundo para todos. Para isso, a

Geografia deve estar inserida na sociedade em que se faz presente, criando

possibilidades para a formação de cidadãos críticos.

Dentro de uma perspectiva crítica, a Geografia não pode ser centralizada na

descrição empírica das paisagens, nem baseada exclusivamente na interpretação

política e econômica do mundo. Precisa sim, ser uma ciência que trabalhe desde as

relações socioculturais das regiões, considerando os elementos físicos, biológicos que

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fazem parte dela. Concordamos com CALLAI quando aponta os principais motivos para

se ensinar Geografia; compreender o mundo para obter informações a respeito;

conhecer o espaço produzido pelo ser humano e a relação com a natureza; fornecer

aos alunos condições para sua formação para a cidadania.

É importante que o aluno perceba que as informações sobre o mundo podem ser

registradas por meio de diferentes linguagens e que um mesmo assunto pode ser

tratado sob diferentes pontos de vista.

Subsidiar os alunos a pensar e agir criticamente buscando elementos que

permitam compreender e explicar o mundo, cabendo assim, à Geografia a função de

preparar o aluno para uma leitura crítica da produção social do espaço.

O estudo do espaço geográfico, como objetivo de estudo de Geografia,

pressupõe a compreensão da dinâmica da sociedade , que nele vive e o ( re ) produz

constantemente e da dinâmica da natureza, fonte primária de todo o real e

permanentemente apropriada e modificada pela a ação humana.

A natureza deve ser entendida como um todo e para entender isso é preciso

analisar as partes que compõe e as suas interações. A compreensão do espaço

geográfico também passa pelo estudo da questão ambiental que é fundamental para se

prescrutarem os rumos da humanidade e de cada sociedade neste novo século.

Portanto, sendo o espaço geográfico o objeto de estudo da Geografia, este deve

ser uma preocupação pedagógico constante, levando os alunos a construir conceitos e

fazer ele se perceber como agente social e que tem uma história de vida a ser levada

em conta no processo educativo. Estudar o mundo externo à nossa realidade é

também uma forma de conhecer melhor o espaço em que vivemos. ? importante

mostrar aos alunos que podemos contribuir para a construção e consolidação da

sociedade brasileira, sem perder de vista, experiências que deram certo em outros

lugares. Sendo o espaço geográfico mundia complexo e dinâmico estando em

constante mutação obedecendo uma lógica ou seqüencia pré-determinada. Os temas

contemporâneos, como a Cultura Afro, Indigena, , Lei n? 11.645/3/2008, também serão

desenvolvidas de maneira crítica, envolvendo toda a comunidade escolar, trabalhos

estes realizados durante o ano Letivo.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS

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Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos Básicos

-Dimensão econômica do

espaço geográfico.

-Dimensão política do

espaço geográfica.

-Dimensão cultural

demográfica do espaço

geográfico.

-Dimensão socioambiental

do espaço geográfico.

1. - A formação e transformação das paisagens.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo.

-Emprego de tecnologias de exploração e produção.

- A distribuição espacial das atividades produtivas, a

transformação da paisagem, a (re)organização do espaço

geográfico.

- A formação, localização e exploração dos recursos

naturais.

- A revolução técnico-científica-informacional e os novos

arranjos no espaço da produção;

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na

atual configuração territorial.

- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e

das informações.

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração

dos territórios.

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade

capitalista.

- A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos

espaços urbanos e a urbanização recente.

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224

- Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação

do espaço.

- A evolução demográfica, a distribuição espacial da

população e os indicadores estatísticos.

- Os movimentos migratórios e suas motivações.

- A mobilidade populacional e as manifestações

socioespaciais da diversidade cultural.

- O comércio e as implicações socioespaciais.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- As implicações socioespaciais do processo de

mundialização.

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o

papel do Estado.

3) METODOLOGIA

Propõe-se que os conteúdos geográficos devam ser trabalhados de uma forma

crítica e dinâmica, mantendo a coerência com os fundamentos teóricos, cujos

conteúdos específicos deverão ser abordados a partir do enfoque de cada Conteúdo

Estruturante.

O professor deve estimular a participação ativa dos alunos, mediante a aplicação

de várias técnicas ou estratégicas, seja de ensino individualizado, seja de ensino

socializado (trabalho em equipe, debates, questões desafiadoras, discussões coletivas,

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estudos dirigidos, produção individual.

Por meio de mapas, fotografias, poemas, charges, textos e outras linguagens

indispensáveis ao ensino, o aluno deve desenvolver a capacidade de observar,

perguntar, ler (gráficos e mapas) comparar, justificar, explicar, habilidades

indispensáveis para que esteja em contínua reconstrução do seu conhecimento.

O uso de recursos audiovisuais como mobilização para pesquisa deve ser um

instrumento problematizador e estimulador da aprendizagem, levando o aluno a duvidar

das verdades anunciadas e das paisagens exibidas.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação dever ser diagnostica ,continuada e acumulativa, dando ênfase na

aprendizagem. Deverá ser entendida como resultado de um trabalho realizado pela

unidade escolar. Deverá ser usados instrumentos quem contemplem várias formas de

expressão dos alunos.

A avaliação será vista não como um fim, mas como um meio para identificar os

avanços e as dificuldades do seu trabalho e da aprendizagem do aluno. Diante do

diagnóstico deverá reorientar sua prática pedagógica em busca dos objetivos da

aprendizagem.

Critérios que devem nortear a avaliação: formação de conceitos básicos,

entendimento de relações sócio-espaciais, capacidade de caracterização dos

elementos, interpretação e leitura de mapas, fotos, imagens, gráficos, tabelas para a

compreensão do espaço nas diversas escalas geográficas articulados entre teoria e

prática, apreensão do conhecimento

-Instrumentos de avaliação:

-Seminários.

-Resenhas.

-Análise, descrição e mapas geográficos.

-Provas escritas.

-Trabalho em grupo e individual.

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-Fichas de acompanhamento

-Auto-avaliação.

-Relatórios, entre outras.

5) REFERÊNCIAS

ANDRADE, M.C. de Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas, 1987.

ARCHELA, R. S. E GOMES, M. F. V. B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual

de aulas Práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.

CASSETI, V. A natureza e o espaço geográfico. In: MENDON?A, F. E KOZEL, S.(Orgs.)

Elementos de Epistemologia da Geografia contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR,

2002, p. 145-163.

CHISTOFOLETTI, A. (Org.) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982.

CORREA, R. L. Região e Organização Espacial. São Paulo ?tica, 1986.

GON?ALVES, C. W. P. Os (des)Caminhos do meio Ambiente. São Paulo: Contexto,

1999.

MENDON?A, F. Geografia Sócio-Ambiental. In: Revista Terra Livre, n? 16, AGB

Nacional, 2001, p. 113.

MORAES, A.C.R. Geografia - Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1987.

______________ Geografia Crítica – A Valorização do Espaço. São Paulo: Hucitec,

1984.

______________ Ideologias Geográficas. São Paulo: Hucitec, 1991.

SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS, A. F. A.

(Org.) A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1999.

TUAN, Y. F. Geografia Humanística. In: CHISTOFOLETTI, A. (Org) Perspectivas da

Geografia. São Paulo: Difel, 1982.

SEED.Diretrizes Curriculares Educacionais de Geografia Ensino Médio. Governo

do Paraná, 2008.

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6.2.7 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

HISTÓRIA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de História contribui para a formação de uma consciência histórica

crítica. Trata o conhecimento histórico como o resultado do processo de investigação e

sistematização de análises sobre o passado, de modo valorizar diferentes sujeitos

históricos e suas relações.

Para a disciplina de História privilegiou-se as relações culturais, de trabalho e de poder

como recortes deste processo histórico. Estão interligados entre si e permitir a busca

do entendimento da totalidade das ações humanas.

Ao proporcionar o conhecimento histórico, oferecemos as diversas teorias históricas

bem como as diferentes concepções a fim de obter referencial crítico, palpável e que,

desmistifique os nossos anseios.

Assim, ao estudar História prioriza-se o caráter de análise crítica, observa-se as

conjunturas históricas e se direciona ao “reflexivo”. Preparar os alunos, com base nas

questões cotidianas, porém de forma consciente e que seja capaz de analisar,

entender, refletir e que leve-os a agir socialmente e se tornar de fato “cidadão”.

A Disciplina de História tem como objetivo:

Desenvolver a capacidade de análise crítica da realidade relacionada ao

contexto histórico.

Proporcionar a compreensão de como se encontram as relações de trabalho no

mundo contemporâneo , como estas se configuram e como o mundo do trabalho

se constitui em diferentes períodos históricos , considerando os conflitos inerentes

as relações de trabalho.

Analisar como as relações de poder encontram-se em todos os espaços sociais

e em diferentes temporalidades , analisando os mecanismos que as constituíram.

Oportunizar a análise da construção cultural, as especificidades de cada

sociedade e as relações entre elas.

Analisar como se constituíram as experiências culturais dos sujeitos ao longo do

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tempo e identificar as permanências e mudanças.

Possibilitar o estudo do passado através de questionamentos feitos no presente

por meio da análise de diferentes documentos históricos e problematização de

questões atuais.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

1ª série

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO

MÉDIO

RELAÇÕES DE PODER

RELAÇÕES CULTURAIS

O Estudo da História

-O surgimento do homem

A Antiguidade Oriental

O Surgimento do Estado

Mesopotâmia

Hebreus

Fenícios e Persas

RELAÇÕES DE PODER E

TRABALHO

A Civilização Grega

Grécia Antiga

Período Homérico

Período Clássico

Período Helenístico

A Cultura Grega

RELAÇÕES DE TRABALHO E

Roma

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PODER A Organização Política

Atividades Econômicas

O Imperialismo Republicano

Expansionismo da Sociedade Romana

Alta Idade Média

Império Bizantino

A História no mundo do Trabalho

Os povos Bárbaros

A Civilização Islâmica

RELAÇÕES DE TRABALHO E

PODER

O Feudalismo

A Sociedade Feudal

As relações de Trabalho na Sociedade Feudal

O Papel da Igreja

O Desempenho do Estado no Feudalismo

_ As Cruzadas

O Renascimento Comercial e Urbano

Crescimento das Cidades

A Formação do Estado Nacional e a centralização

do Poder.

_ A Nova Medida do Homem

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230

RELAÇÕES CULTURAIS E

PODER

As Grandes Navegações

As expansões espanhola e portuguesa

O Renascimento Cultural

O Berço do Renascimento

Renascimento Científico

A Reforma Religiosas

A Contra-Reforma

O Absolutismo

A Sociedade do Antigo Regime

As Revoluções Inglesas

O Mercantilismo

2ª série

RELAÇÕES DE PODER

- O Novo Mundo

Uma História da África: Lei nº 10.639/03

Lei nº 11.645

Lei nº 9.795

- Formação da América Portuguesa

- Invasões no Império Português

RELAÇOES DE TRABALHO

O Ouro vermelho e o Ouro das Minas

- Formação da América Espanhola

- Formação da América Inglesa

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231

RELAÇÕES CULTURAIS O Século das Luzes

- A Independência das Treze Colônias

- O Pacto Colonial entra em crise

RELAÇÕES DE PODER E

TRABALHO

- Revolução Industrial

Revolução Francesa

O Brasil torna-se Reino Unido

- A Independência da América Espanhola

3ª SÉRIE

RELAÇAÇÕES DE TRABALHO

RELAÇÕES DE PODER

RELAÇÕES CULTURAIS E

RELAÇÕES DE PODER

- O Brasil Imperial

A Consolidação dos EUA

Os movimentos Políticos

A Organização Operária

Nacionalismo e Imperialismo

A Crise do Império Brasileiro

A República da Espada

Surge a URSS

O Capitalismo em Crise

América Latina em meados do Século XIX

Ideologias nascidas da crise

A Era Vargas

República Populista

- Anos Rebeldes

Panorama da América Latina

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232

Nova República

O Fim do Império Vermelho

3) METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA

Pretende-se que o ensino de Historia contribua para a construção da

consciência histórica do indivíduo. É imprescindível que o professor observe

constantemente com os seus alunos como se dá o processo de construção do

conhecimento histórico,baseando-se no relato de experiências e conhecimentos das

realidades dos alunos . A partir dessa coleta de informações é que o trabalho do

historiador produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a

diversidade das experiências políticas, econômico,sociais e cultural traçando objetivos

reais e úteis a fim de que o aluno sinta a importância da história em seu cotidiano.

Possibilita contribuir ainda para que os alunos valorizem e contribuam para a

preservação de documentos, dos lugares de memória como museus, bibliotecas,

acervos privados e públicos de fotografias, de documentos escritos e audiovisuais,

entre outros, seja pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso

de documentos que podem se constituir em fontes de pesquisas. Assim, se torna

possível o resgate de valores morais e familiares que acaba desenvolvendo um

sentimento próprio para que possamos a valorizar cada vez mais nossas heranças e

melhorar nossa qualidade de vida.

Considerando que a apropriação do conhecimento pelos alunos é processual,

exigirá que seja constantemente feito comparações e tomada de consciência sobre as

diversas realidades e problemáticas existentes em nosso meio para assim assimilar a

aprendizagem. È sabido,da importância de se trabalhar os conteúdos interdisciplinares

referentes às Leis nº10.639/03 – sobre História e Cultura Afro-Brasileira; Lei nº

11.645/08 - Inclusão da História e Cultura Indígena e a Lei nº 9.795/99 – Lei da

Educação Ambiental que buscam melhorar a qualidade de vida,bem de uso comum e

sua sustentabilidade.

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O professor terá que ir muito além do livro didático, uma vez que as explicações ali

apresentadas são limitadas,enquanto que o professor sendo ser humano e participativo

na construção desse processo pode e deve envolver-se diretamente com o aluno já

que é seu veículo de transmissão e meio de avaliar seu desempenho profissional. É

por meio disto que podemos observar se a sociedade está passando por

transformações de ideais e objetivos de luta, sem se preocupar com a quantidade de

conteúdos, atendendo às demandas do mercado editorial e sim ao interesse do nosso

educando e do meio que o cerca. Busca-se é claro, atender a toda parte burocrática

que rege o Ensino mas com uma metodologia menos metódica e fria mas envolvente.

Esse é o nosso anseio e maior desafio.

Não podermos desprender do uso da biblioteca, e é necessário que sejam

orientados e incentivados pelo professor de Historia a conhecer o acervo especifico, as

obras que poderão ser consultadas ao longo de cada ano letivo, bem como os

procedimentos para se apropriar dos conhecimentos que estão nos livros,

compreendendo os diferentes conteúdos da disciplina. Para tanto, também se faz

indispensável utilizar recursos didáticos pedagógicos e tecnológicos disponíveis na

escola, como TV pendrive, laboratório de informática para melhorar o interesse e

despertar para a importância de estar inserido nessa nova tendência mundial.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação será formal, processual, contínua e diagnóstica.

O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem tem como finalidade

principal à visão do desenvolvimento do processo e da reflexão sobre o método de

trabalho, oportunizando ao professor a percepção da apropriação do conhecimento

histórico.

A avaliação deve considerar três aspectos importantes que são: a apropriação de

conceitos históricos e o aprendizado dos conteúdos estruturantes e dos conteúdos

específicos, Aspectos estes são entendidos como complementares e indissociáveis.

Desta forma o professor deve utilizar em diferentes atividades como leitura ,

interpretação e análise de textos históricos, produção de narrativas históricas ,

pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de

seminários, trabalhos individuais, trabalhos escritos, atividades, prova oral e escrita,

entre outras.

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234

5) REFERÊNCIAS

BRASIL.Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.

PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no ensino

fundamental e médio da rede pública estadual de ensino, conteúdos da disciplina

historia do Paraná. Diário Oficial do Paraná. N. 6.134 de 18/12/2001

AQUINO, Rubim Santos Leão et alli. Sociedade brasileira: uma historia através

dos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Record.(s.d.)

BRASIL.lei n.9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases

da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.

CERRI, Luis Fernando. O que a historia fez com a lógica de organização dos

conteúdos, e o Ensino de Historia fará com essa história? In: Diretrizes curriculares da

educação fundamental da rede de educação básica do estado do Paraná: ensino

fundamental- versão preliminar. Curitiba:2005.

GIROX, Henry A. os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica

da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Medicas, 1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São

Paulo: Cortez, 2002

Referência da DCE:

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de

Educação.SEED . Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de

História para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

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235

6.2.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Considerando que o objetivo geral para a educação básica é o preparo para o

exercício consciente da cidadania, e entendemos que novas propostas curriculares

precisam ser desenvolvidas dentro de tal concepção para que possam garantir o

alcance do citado objetivo.

A língua espanhola foi reconhecida como língua estrangeira por representar para

o governo um modelo de patriotismo e respeito daquele povo as suas tradições e a

história nacional. O mesmo deveria ser seguido pelos estudantes. A partir daí o ensino

do espanhol passou a ser repassado no lugar dos idiomas alemão, japonês e italiano

que após a segunda guerra mundial foram desvalorizados no Brasil. Ainda com a

valorização do espanhol no ensino secundário, destaca-se que o ensino de inglês

também teve seu espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma usado para

comercializações , e o francês era mantido por sua tradição curricular no ensino

secundário.

No entanto, desde que a elaboração de propostas de ensino implica a adoação

de princípios filosóficos que as orientem torna-se imprescindível realizar investigações

que forneçam subsídios para o alcance daquele objetivo básico do ensino da Língua

Espanhola.

Tais investigações foram realizadas então na busca de respostas aos seguintes

questionamentos: O que significa e como seria o ensino de Espanhol para formar o

cidadão? Quais foram as condições necessárias para sua implementação no Brasil?

Será esse ensino viável no contexto nacional?

O processo de integração em andamento na América Latina, tem no Mercosul

seu mais eloquente marco, serve de comprovação às nações desenvolvidas de que

nós, latino-americano, temos plenas condições de garantir uma participação destacada

na nova sociedade.

Em poucos anos, a sociedade brasileira, do Paraguai, da Argentina, Uruguai,

Chile, Bolívia e Peru se aproximaram alastrando-se nos segmentos sociais e culturais

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236

e todos os que se sentiram atraídos pelos ideais de integração passaram a conhecer e

estudar a língua espanhola conquistando assim, um espaço cada vez maior no ensino

da Língua Espanhola no Brasil.

É indiscutível o papel que a Língua estrangeira desempenha no mundo

globalizado. Cada vez mais pessoas estudam, falam e ouvem a Língua Estrangeira em

todo o mundo.

Já há algum tempo que a L.E. tornou-se um dos principais veículos de comunicação

nos meios diplomáticos, no comércio mundial, nas competições esportivas, no turismo,

nos encontros de líderes políticos mundiais, nos congressos sobre ciência, tecnologia,

arte, etc.

Assim, é de suma importância conhecer a L.E. para não se sentir isolado do mundo

globalizado de hoje. Por isso, devemos conscientizar o aluno de que a L.E. faz parte do

contexto em que ele vive e que é notória a importância de se aprender a L.E. nos

tempos atuais, pois, a L.E. é utilizada como idioma padrão em comunicação.

Para que o aluno se sinta motivado é de suma importância conscientizá-lo de que

através da L.E. ele poderá entrar em contato com novas culturas, com modos

diferentes de ver e interpretar a sua realidade.

Com isso, é fundamental que desde o inicio da aprendizagem da L.E. o professor

desenvolva com seus alunos, um trabalho que lhes possibilite o despertar e o interesse

pelo idioma e, para que ela se efetive, o professor deve levar em conta o nível de

desenvolvimento cognitivo, psíquico e social em que o aluno se encontra.

Sendo assim, é fundamental diagnosticar os conhecimentos e o domínio satisfatório

da língua materna, possibilitando ao aluno confiar na sua própria capacidade de

aprender, em torno de temas de interesse e interagir de forma cooperativas com os

colegas.

Portanto, a L.E. pode ser vista como uma estrutura que faz intermediação entre o

indivíduo e o mundo contribuindo para o processo educacional como um todo, indo

muito além da aquisição de um conjunto de habilidades desenvolvendo uma maior

consciência do funcionamento da própria língua materna e contribuindo para

desenvolver a percepção da própria cultura através da compreensão da cultura

estrangeira. É também uma experiência de vida, pois possibilita a leitura, a escrita, a

fala e a compreensão auditiva nas várias práticas sociais em que o educando está

inserido.

Na aprendizagem de L.E. o aluno deverá ser capaz de:

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237

Integrar-se no mundo atual e independente, caracterizado pelo avanço

tecnológico e pelo grande intercâmbio da cultura entre os povos.

Cultivar a linguagem para um melhor relacionamento com os semelhantes, como

expressão do mundo interior e exterior do educando.

Conscientizar-se da importância da L.E., considerada hoje como instrumento de

comunicação universal.

Refletir sobre os temas transversais referentes aos assuntos trabalhados.

2) CONTEUDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS

2ª série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdos Básicos

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema, do argumento principal e dos

secundários.

Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade

e intertextualidade do texto.

Linguagem não- verbal.

Oralidade

Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua

estudada em diferentes países.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos composicionais,

elementos formais e marcas lingüísticas.

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238

Clareza de idéias.

Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.

Análise Lingüística

Coesão e coerência.

Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos,

verbos, preposições, advérbios, locuções adverbiais,

palavras interrogativas,substantivos, falsos cognatos,

conjunções, e outras categorias como elementos do texto.

Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

Vocabulário.

Acentuação.

Gêneros discursivos

reportagem, slogan,sinopse de filme, textos midiáticos, anúncio publicitário, outdoor,

blog, música, poesias, tiras etc.

3ª Série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdos Básicos

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema, do argumento principal e dos

secundários.

Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte,

intencionalidade e intertextualidade do texto.

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239

Linguagem não- verbal.

As particularidades do texto em registro formal e informal.

Finalidades do texto.

Estética do texto literário.

Realização de leitura não linear

dos diversos textos.

Oralidade

Variedades lingüísticas.

Intencionalidade do texto.

Particularidade de pronúncias da língua estudada em

diferentes países.

Finalidade do texto oral.

Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos.

Escrita

Adequação ao gênero: elementos composicionais,

elementos formais e marcas lingüísticas.

Paragrafação.

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Clareza de idéias.

Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.

Análise Lingüística Coesão e coerência.

Função dos pronomes, artigos,adjetivos, numerais

preposições, advérbios, locuções adverbiais,

conjunções,verbos, palavras interrogativas, substantivos,

falsos cognatos, discurso direto e indireto, verbos modais,

concordância verbal e nominal, e outras categorias como

elementos do texto.

Acentuação.

Vocabulário.

Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.

Pontu

Gêneros discursivos para o Ensino Médio:

crônica, lendas, contos,poemas,fábulas, biografias, classificados, notícias, reportagem,

entrevistas, cartas, artigos de opinião, resumo, textos midiáticos, palestra, piadas,

debates, folhetos, horóscopo, provérbios, charges, tiras, música etc.

A diversidade de gêneros discursivos deve estar contemplada em todas as

séries do Ensino Fundamental e do Médio.

Ressalta-se que a diferença significativa entre as séries está no grau de

complexidade dos textos e de sua abordagem.

A partir do texto escolhido para desenvolver as práticas discursivas, define-se os

conteúdos específicos a serem estudados, norteados pelo gênero do texto.

A cultura Afro-brasileira e Africana e a Cultura Indígena será ser contemplada em

diversos momentos.

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241

3) METODOLOGIA

Cada professor tem uma realidade muito própria, única e que necessita de

abordagens específicas. Contudo, o professor precisa ousar e inovar para atingir

objetivos e despertar no aluno o gosto pelo aprendizado de uma L.E.

Mas para que o novo aconteça, segundo BOHN (2001), o professor que ensina,

dentro de uma perspectiva inovadora precisa estar em estado de aprendência. No

momento que se distancia da aprendizagem torna-se autoritário, patriarcal, prescritivo.

Recursos como revistas, jornais, livros, TV, vídeo, DVD, devem ser utilizados na

elaboração das tarefas pedagógicas, para vincular o que se faz em sala de aula com o

mundo exterior.

Trabalhos em duplas, grupos ou a classe utilizando formas de conversação

facilitam o aprendizado e estimulam o aluno ao diálogo e a leitura.

Assim, em vez de utilizar imposições feitas por diferentes métodos,pensa-se em termos

de variedade de opções pedagógicas a fim de atingir o objetivo esperado.

4) AVALIAÇÃO

Elemento que integra o ensino e a aprendizagem, a avaliação tem por meta o

ajuste e a orientação para a intervenção pedagógica, visando a aprendizagem de forma

mais adequada para o aluno. É um elemento de reflexão contínua para o professor

sobre sua prática educativa é instrumento para que o aluno possa tomar consciência

de seus progressos, dificuldades e possibilidades.

Para uma avaliação satisfatória devemos levar em conta que o aluno deve

demonstrar compreensão geral dos textos variados, selecionar as informações

especificas do texto, demonstrar conhecimento da organização textual, consciência de

que a leitura não é um processo linear que exige o entendimento de cada palavra, ser

crítico em relação aos objetivos do texto e possuir um conhecimento sistêmico fixado

para o texto.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua

permanente e cumulativa e diagnóstica levando em consideração as diferenças

individuais e sócio-econômicas das escolas. Sendo assim, serão utilizadas avaliações

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escritas de ( 6,0 pontos ) e quarenta pontos de trabalhos, individuais e em grupos,

atividades de leitura, escrita e pesquisa de acordo com o sistema bimestral do colégio.

5 ) REFERÊNCIAS

BOHN, H.I. Maneiras inovadoras de ensinar e aprender: A necessidade de

des(re)construção de conceitos. In: LEFFA, V. O Professor de Línguas Estrangeiras.

Construindo a Profissão. Pelotas:EDUCAT,2001.

BUENO, Eduardo. Náufragos, traficantes e Degredados: as primeiras expedições

ao Brasil. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1998.

CHARLAN, Vamireh. O MERCOSUL a integração econômica da América Latina.

São Paulo: Spione, 1996.

DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA

MODERNA. ESPANHOL

SEED. Diretrizes Curriculares Educacionais de Espanhol/Ensino Médio. Governo

do Paraná, 2006. Versão preliminar.

PICANÇO,D.C.L. História, memória e ensino de espanhol ( 1942-1990). Curitiba:

UFPR, 2003.

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243

6.2.9 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

LÍNGUA PORTUGUESA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O processo de ensino de Língua Portuguesa iniciou com a educação jesuítica,

que propunha alfabetizar e catequizar os indígenas e formar a elite colonial. Esse

processo tinha como concepção filosófica que reproduzia o modo de pensar.

Segundo LUZ-FREITAS, nesse período não havia uma educação

institucionalizada. O sistema jesuítico de ensino organizava-se a partir de dois

objetivos. Primeiro uma pedagogia catequética que visava a expansão católica com um

modelo econômico de subsistência da comunidade. Segundo tinha como objetivo a

formação de elites subordinadas à metrópole.

A escola letrada destinava-se somente aos filhos da elite colonial e o ensino do

latim moldava-se às primeiras práticas pedagógicas, para os que tinham acesso a uma

escolarização mais prolongada com base em uma educação voltada para a

perpetuação de uma ordem patriarcal e colonial.

Quanto ao ensino da Língua Portuguesa limitava-se às escolas de ler e escrever,

mantidas pelos jesuítas e nos cursos secundários, as aulas eram de gramática latina e

retórica, com estudo de grandes autores clássicos.

Ainda no período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi e o

português, “era a língua da burocracia”(ILARI, 2007), ou seja, a língua das transações

comerciais e dos documentos legais.

A fim de reverter esse quadro, em 1978, um Decreto do Marquês de Pombal

tornou a Língua Portuguesa oficial do Brasil, proibindo o uso da língua geral. No ano

seguinte os jesuítas que catequizaram os índios e produziram literatura em língua

indígena, foram expulsos do Brasil.

Essa hegemonia da língua portuguesa foi “conseguida, historicamente, a ferro e

fogo: com decretos e proibições, expulsões e prisões, perseguições e massacres.

(BAGNO, 2003, p.74).

A partir da Reforma Pombalina, a educação brasileira passou por mudanças

estruturais. O ensino não se limitava mais às escolas de ler e contar, elas também

mantinham cursos de letras, filosofia e teologia.

As primeiras instituições do ensino superior foram instaladas no Rio de Janeiro

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(1920), destinadas às classes privilegiadas, já as classes populares que precisavam

aprender a ler escrever, continuavam negligenciadas.

Somente nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa

passou a integrar os currículos escolares brasileiros, de forma fragmentada subdividida

em gramática, retórica e poética, e os professores eram médicos, advogados,

engenheiros que detinham cargos públicos.

Com a revolução industrial, houve necessidade de formação profissional,

fortalecendo o caráter utilitário da educação, ampliando-se assim o acesso ao ensino

às camadas cada vez maiores da população.

Em 1871, por decreto imperial, passou a gramática denominar-se Português e

criou-se o cargo de “Professor de Português”.

Em 1922, houve um rompimento dos modelos tradicionais portugueses e uma

aproximação com a língua escrita do falar cotidiano brasileiro.

No período de consolidação da ditadura militar, houve uma tendência à

concepção tecnicista de educação. Com a lei 5692/71, o ensino estava voltado à

qualificação para o trabalho, com um viés mais pragmático, que privilegia o aluno

oriundo das classes letradas, afastando o aluno vindo das classes menos favorecidas.

Assim, a disciplina de Português passou a denominar-se no primeiro grau

Comunicação e Expressão e Comunicação em Língua Portuguesa nas quatro ultimas

séries do Ensino Fundamental, baseando-se nos estudos de Jacobson, referentes à

teoria da comunicação, fundamentando-se em exercícios estruturais, técnicas de

redação e treinamento de habilidades de leitura, sendo que a leitura de textos literários,

no ensino primário e ginasial, visava transmitir a norma culta da língua, através da

gramática, estratégias para discutir valores religiosos, morais e cívicos, para despertar

o sentimento nacionalista e formar cidadãos respeitadores da ordem estabelecida.

Cabia ao professor a condução da análise literária e, aos alunos, a condução de meros

ouvintes, para não despertar o espírito crítico e criador dos alunos.

A partir de 1979, houve um aumento de cursos de pós-graduação para a

formação de uma elite de professores e pesquisadores, possibilitando um pensamento

crítico em relação à educação.

Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa, os

Parâmetros Curriculares Nacionais, do fim da década de 1990, também fundamentou a

proposta para a disciplina de língua Portuguesa, nas concepções interacionistas.

Confrontando-se com o grande número de analfabetismo funcional e as

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245

dificuldades de leitura e produção de textos apresentada, hoje pelos alunos de

educação básica, as Diretrizes Curriculares estaduais de Língua Portuguesa requerem,

novos posicionamentos em relação às práticas de ensino, resultando, nas DCEs, uma

proposta que dá ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação,

permanentemente reflexiva e produtiva, para isso deve-se considerar as práticas

lingüísticas que o alunos traz ao ingressar na escola e construir ferramentas básicas na

amplitude das aptidões lingüísticas dos estudantes.

Dessa forma, será possível a inserção de todos os que freqüentam e escola

pública em uma sociedade cheia de conflitos sociais, raciais, religiosos e políticos de

forma ativa, marcando, assim, sua voz no contexto em que estiver inserido.

É através da linguagem que o ser humano consegue expressar-se, defender

suas idéias, enfim, interagir com outro. Cabe à escola e à Língua Portuguesa garantir

que o aprendiz a utilize significativamente, para que possa participar plenamente da

sociedade. É através do uso eficaz da linguagem que o indivíduo poderá exercer sua

cidadania.

Em relação à variação lingüística, a única aceita como correta no espaço

escolar, até a década de 70, era a norma culta. Assim, a escola empenhava-se em

“corrigir” a fala do aluno. Desconsiderando a linguagem, inclusive os aspectos culturais

inerentes a cada uma dessas variações.

Justifica-se o fato de a escola ensinar a língua padrão, pois os alunos precisam

ter domínio sobre ela. Porém, é necessário combater o preconceito no que se refere a

considerar uma variação “certa” e outra “errada”. O que precisa ficar claro é que a

linguagem deve ser adequada ao seu objetivo, tendo em vista o contexto e os

interlocutores a que se destina. Isso implica no uso efetivo da linguagem, que permite a

igualdade de participação social.

Em relação aos tipos de texto, deve circular a mais ampla variedade textual

possível, devem ser, acima de tudo, de boa qualidade e de gêneros variados, que

sirvam para finalidades distintas. A leitura de textos variados permite uma compreensão

maior sobre o uso e as funções da linguagem. Além disso, permite ao aprendiz

adentrar-se nos pensamentos alheios e conhecer outras maneiras de viver e de

conceber o mundo. O trabalho com a diversidade textual possibilita ao indivíduo um

posicionamento crítico diante das mais variadas situações.

Seguindo a concepção de língua como interação no ensino da língua materna,

três objetivos fundamentarão todo o processo.

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246

Empregar a língua em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada

contexto e interlocutor; descobrir as intenções dos discursos e posicionar-se diante

deles.

Desenvolver habilidades de uso da língua escrita, por meio de práticas textuais,

considerando-se os interlocutores, seus objetivos, o assunto, os gêneros e o contexto.

Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de refletir sobre os textos

que lêem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo de forma contextualizada, as

características de cada gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais

empregados na organização do discurso ou texto.

2) CONTEÚDO ESTRUTURANTE E BÁSICOS: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

ENSINO MÉDIO 1ª,2ª e 3ª SÉRIES

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS

DISCURSIVOS

O DISCURSO

COMO

PRÁTICA SOCIAL

LEITURA

Interpretação textual, observando:

- conteúdo temático

- interlocutores

- fonte

- intencionalidade

- ideologia

- informatividade

- situacionalidade

- marcas lingüísticas

Identificação do argumento principal e dos

argumentos secundários.

Inferências

As particularidades (lexicais, sintáticas e

composicionais) do texto em registro formal e

informal

-textos dramáticos,

-romance,

-novela fantástica,

-crônica,

-conto,

- poema,

-contos de fada

contemporâneo,

-fábulas,

-diários,

-testemunhos,

-biografia,

-debate regrado,

-artigos de opinião,

-editorial,

-classificados,

-notícia,

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As vozes sociais presentes no texto

Relações dialógicas entre textos

Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.

Estética do texto literário

Contexto de produção da obra literária

Diálogo da literatura com outras áreas

-reportagem,

-entrevista,

-anúncio,

-carta de leitor,

-carta ao leitor,

-carta de

reclamação,

-tomada de notas,

-resumo,

-resenha,

-relatório,científico,

dissertação –

-escolar, seminário,

-conferência,

-palestra,

- pesquisa e defesa

de trabalho-

-acadêmico,

-mesa redonda,

-instruções,

-regras em geral,

-leis,

-estatutos,

-lendas,

-mitos,

-piadas,

-histórias de humor,

-tiras,

-cartum,

-charge,

-caricaturas,

-paródia,

- propagandas,

O DISCURSO

COMO

PRÁTICA

SOCIAL

ORALIDADE

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

Variedades lingüísticas

Intencionalidade do texto

Papel do locutor e do interlocutor:

- participação e cooperação

- turnos de fala

Particularidades de pronúncia de algumas

palavras

Procedimentos e marcas lingüísticas típicas da

conversação (entonação, repetições, pausas...)

Finalidade do texto oral

Materialidade fônica dos textos poéticos.

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-placas,

-outdoor,

-chats,

-e-mail

, folder,

-blogs,

-fotoblog,

-orkut,

-fotos,

-pinturas,

-esculturas,

-debate,

-depoimento,

-folhetos,

-mapas,

-croqui,

-explicação,

- horóscopo,

-provérbios.

O DISCURSO

COMO

PRÁTICA

SOCIAL

ESCRITA

Adequação ao gênero:

- conteúdo temático

- elementos composicionais

- marcas lingüísticas

Argumentação

Coesão e coerência textual

Finalidade do texto

Paragrafação

Paráfrase de textos

Resumos

Diálogos textuais

Refacção textual

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O DISCURSO

COMO

PRÁTICA

SOCIAL

ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as

práticas de leitura, escrita e oralidade:

Conotação e denotação

Figuras de pensamento e linguagem

Vícios de linguagem

Operadores argumentativos e os efeitos de

sentido

Expressões modalizadoras (que revelam a

posição do falante em relação ao que diz, como:

felizmente, comovedoramente)

Semântica

Discurso direto, indireto e indireto livre na

manifestação das vozes que falam no texto

Expressividade dos substantivos e sua função

referencial no texto

Progressão referencial no texto

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e

de outras categorias como elementos do texto.

Função das conjunções e preposições na

conexão das partes do texto

Coordenação e subordinação nas orações do

texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,

hífen,

itálico

Acentuação gráfica

Gírias, neologismos, estrangeirismos

Procedimentos de concordância verbal e nominal

Particularidades de grafia de algumas palavras

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3) METODOLOGIA

Para ampliar o domínio da língua e da linguagem dos alunos, organizar

situações de ensino para que eles desenvolvam conhecimentos discursivos e

lingüísticos. Serão consideradas a diversidade de textos que circulam socialmente,

para construir a reflexão sobre a linguagem e seu uso em situações significativas de

interlocução. Priorizar o texto como unidade básica de trabalho. Garantir o uso

apropriado de padrões da língua escrita e refletir sobre os fenômenos da linguagem,

propiciando a utilização real da linguagem. Trabalhar com a multiplicidade de

linguagens que serão utilizadas na produção textual dos alunos.

O ensino da Língua Portuguesa precisa dar conta da complexidade cada vez

maior da experiência do homem moderno, procurando fazer justiça à complexidade dos

conteúdos inscritos na realidade social.

Uma realidade dinâmica como a nossa, que se transforma na mesma velocidade

com que se disseminam informações nos meios eletrônicos, é essencial o papel que a

disciplina de (Língua Portuguesa) desempenha na educação formal do indivíduo.

Considera-se que a linguagem permeia todas as atividades humanas, em todas as

esferas sociais.

O ensino de Português em virtude de suas variadas práticas de linguagem,

participa ativamente do processo de construção das capacidades leitoras. Por essa

razão, o aluno será levado a ler nas mais diferentes situações de trabalho, seja na

abordagem de textos literários seja na construção de conhecimentos lingüísticos seja

na produção de textos.

A produção textual não será feita somente para o professor corrigir, mas para

que o aluno assuma o papel de autor, constituindo um momento de produtiva reflexão,

para socializar a produção textual, afixando-os no mural, seja reunindo-os em

coletânea ou publicando no jornal da escola, recuperando o caráter interlocutivo da

linguagem, valorizando assim o trabalho dos alunos.

Organizar situações em que os conhecimentos sejam tematizados para formar

leitores capazes de reconhecer as sutilezas e peculiaridades com os sentidos e a

extensão das construções literárias e cotidianas.

Por mais que estejamos vivendo a era da informação, e esta que se diga, está

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251

substituindo a narratividade e contribuindo para atrofia da memória, temos a

responsabilidade social, como professores da Língua Portuguesa, de desenvolver a

capacidade de refletir, dialogar e discordar.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, produção textual, TV multimídia,

slaides, fitas, vídeo,DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do portal,

objeto de uso cotidiano dos alunos, trabalhos individual, em grupo, construção de

cartazes, painel, maquetes, pesquisas.

Referente à Lei 11.645/3/2008, que trata da História e Cultura Afro, indígena, e

lei 9795/99 que trata do Meio Ambiente serão selecionados textos contemporâneos

para análise e discussão bem como a participação dos alunos em gincanas e palestras

sobre o tema.

4) Avaliação

A avaliação deve ser fonte de informação não só do aluno, mas também do

professor, permitindo-lhe observar o alcance de suas intenções educativas. A avaliação

diagnóstica deverá ser uma constante na prática do professor, pois informa-nos a zona

de desenvolvimento real do aluno, permitindo assim, que professor e aluno percebam

como está a aquisição do conhecimento nas diferentes etapas de sua aprendizagem.O

professor, de posse de tal informação, deverá elaborar novas situações de

aprendizagem, ampliando as possibilidades de desenvolvimento do aluno.

A principal finalidade de avaliação é auxiliar alunos e professores, seja com

relação à percepção de sua própria aprendizagem. No caso do aluno, seja com relação

à bagagem trazida pelos estudantes e ao alcance deles nas diversas etapas de

aprendizagem, podendo haver ajustes feitos por ambas as partes.

Assim, a avaliação deve ser vista como uma oportunidade de reflexão sobre o

próprio processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o desenvolvimento

dos alunos, mas principalmente para refletir sobre suas ações pedagógicas. Ela deve

subsidiar o professor para eventuais ajustes na programação e no encaminhamento

pedagógicos de certos temas ou de certas práticas.

Quanto aos instrumentos, estes devem manter coerência com os objetivos, bem

como as atividades realizadas. Vários tipos de instrumentos devem ser utilizados, tais

como produção de textos variados, observação de debates, pesquisas, trabalhos com

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leitura extra-classe de diversos textos, provas escritas, seminário, trabalho individual e

coletivo para que tenhamos uma visão mais abrangente do desenvolvimento do aluno.

5) REFERÊNCIAS

CABRAL, Isabel; Palavra Aberta. São Paulo, SP. Editora Atual/2ª Edição, 2000.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa

para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.

PROJETO ARARIBÁ: português/obra coletiva, 1.ed-São Paulo:Moderna, 2006.

CEREJA, WILLIAM ROBERTO. Português: Linguagens:vol.1,2,3: ensino médio/

William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5ª ed.- São Paulo:Atual,2005.

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253

6.3.0 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

MATEMÁTICA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Fazendo uma retrospectiva na história da Matemática pode-se observar que a

matemática teve seu início a.C, quando os povos registravam suas atividades

econômicas utilizando-se da álgebra elementar. Surgindo no campo de conhecimento

na Grécia, onde os pitagóricos e seus seguidores iniciaram suas discussões no ensino

da matemática formal. (DCEs, 2008.p.3).

A matemática passa a ser usada na educação grega e valoriza-se a leitura e

escrita apenas para a nobreza.Constata-se que demorou mais um século para a

matemática ser inserida no contexto educacional, onde através do raciocínio abstrato

busca-se entender o mundo e sua origem. A matemática como disciplina, surge apenas

no século XVII d.C. e sistematizou-se em aritmética, geometria, álgebra e

trigonometria.( RIBNIKOV, 1987 apud DCE's 2008).

a matemática passa a ser incluída nos estudos pelos Sofistas no século V a.C. Estes,

preocupados em formar o ser político capaz de persuadir por meio desse conhecimento

matemático. No entanto, o ensino da matemática era restrito de maneira formal e

limitava-se aos números e sua memorização através da decoreba.

O grande salto no ensino da matemática foi quando Euclides por volta de 330 e

320 a.C. Em sua obra Elementos ensinou matemática de forma tão especial que a

mesma começa a avançar como ciência, sendo que é considerado como o profissional

que mais influenciou o estudo da matemática devido à sistematização do conhecimento

até os dias atuais. (DCEs, 2008.)

Observa-se que no século I a.C. a matemática foi reconhecida como disciplina

básica. No entanto, dividia-se nas seguintes áreas: aritmética, geometria, música e

astronomia. No século V d.c. possuía apenas caráter religioso. Nos séculos XIII e IX

aconteceram mudanças significativas com o surgimento das escolas

O ensino da Matemática passou a ser utilizado para reforçar constatações

empíricas nas universidades de filosofia. Após o século XV com o aumento de

comércio, com a industrialização e o avanço das navegações, a matemática começa a

fazer parte das atividades práticas. No século XVI, o conhecimento sistematizado de

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matemática denominou-se grandezas variáveis influenciada pela geometria analítica, a

projetiva, o cálculo diferencial e integral, a teoria das séries e das equações

(RIBNIKOV, 1987 apud DCE's 2008 p.40).

Nesse período histórico a matemática passa a ser utilizada amplamente em

todos os ramos da atividade comercial e econômica. Por esse motivo, houve uma

grande modernização nas manufaturas e nas necessidades técnico-militares sendo que

o objetivo da matemática era preparar os jovens para a profissão.

Os Jesuítas contribuíram para que a disciplina da matemática fosse introduzida

no currículo das escolas brasileiras, mas o ensino de conteúdo de matemática não

alcançou destaque nas práticas pedagógicas. Posteriormente com a Revolução

Francesa e Industrial, a matemática tornou-se imprescindível, sendo considerada a

ciência que daria base ao entendimento e solução dos problemas práticos.

No final do século XIX e início do século XX iniciam-se discussões com a

finalidade de elaborar propostas pedagógicas que vinculassem o ensino da matemática

como disciplina exigível das transformações sociais e econômicas dos últimos séculos.

Eliminação da organização excessivamente sistemática e lógica dos

conteúdos, consideração da intuição como um elemento inicial importante para

a futura sistematização, introdução de conteúdos mais modernos, como as

funções, valorização das aplicações da Matemática para a formação dos

estudantes e percepção da importância da “fusão” ou descompartimentalização

dos conteúdos ensinados (MIORIN, 1998, p. 78 apud DCE's 2008 p. 42 ).

A partir dessas discussões, o ensino da Matemática articulou-se numa única

disciplina, subdividida em Aritmética, a Álgebra, a Geometria, a Trigonometria .

Assim como a educação passou por períodos de movimentos históricos o mesmo

aconteceu com a matemática. Na Escola Nova, valorizava processos de aprendizagem

e o envolvimento em atividades lúdicas, jogos, resolução de problemas e experimentos.

Na formalista clássica, caracterizava a lógica, a estática e o dogma do conhecimento

matemático, sendo sua principal função o pensamento lógico-dedutivo, a aprendizagem

centrada sendo ele, o transmissor e expositor do conteúdo. A aprendizagem pautada

na memorização. Com o movimento da Matemática Moderna motivou estudos de

renovação pedagógica, pautada na tendência tecnicista, preparando o indivíduo para o

sistema produtivo. O método de aprendizagem era a memorização de princípios,

fórmulas, algoritmos, expressões algébricas. Na tendência construtivista, objetivando

as ações interativas e reflexivas dos estudantes no ambiente e nas atividades

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pedagógicas. A tendência sociotecnicocultural, valorizava aspectos socioculturais da

educação matemática e suas bases teóricas e práticas na Etnomatemática. A tendência

histórico-crítica que busca construção do conhecimento, a partir da prática social. A

aprendizagem da matemática consiste em criar estratégias que possibilitem o aluno

atribuir sentido e construir significados as idéias matemáticas de modo a tornar-se de

estabelecer relações, isto é, relacionar conteúdos, justificar, analisar, discutir e criar

soluções para desenvolver habilidades de cálculo e resolução de problemas( DCEs,

2008. p. 45)

A aprendizagem somente é completa pela reflexão do aluno em face de várias

situações que envolvem uma idéia. Aprender com compreensão é mais do que dar

resposta certa a um determinado desafio semelhante a outros já vistos; é poder

construir o maior número possível de relações entre os diferentes significados da idéia

investigada; é predispor-se a enfrentar situações novas estabelecendo conexões entre

o novo e o conhecido.

A matemática tem uma estrutura de desenvolvimento que revela características,

tópicos, situações-problema, conceitos e propriedades que serão usadas e vivenciadas

no dia a dia em sala de aula com o alunado. Embora o objeto de estudo da Educação

Matemática ainda encontre-se em processo de construção, pode-se dizer que ele está

centrado na prática pedagógica da Matemática, de forma a envolver-se com as

relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático. Investiga

também, como o aluno desenvolve valores e atitudes, visando sua formação integral

como cidadão.

A matemática no ensino fundamental evidencia a importância do aluno em

valorizá-la como instrumento para compreender o mundo à sua volta, como área do

conhecimento que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o

desenvolvimento da capacidade de desenvolver atitudes de segurança no trabalho e de

preservar a busca de soluções.

A Disciplina de Matemática tem como objetivos:

- Desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair e

generalizar as informações que nos rodeiam;

- Desenvolver o raciocínio lógico e o hábito de praticar cálculos mentais e manuais;

- Habituar-se ao estudo, atenção, observação, responsabilidade e cooperação

enquanto cidadão;

- Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-a

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256

com a linguagem usual;

- Adquirir conhecimentos básicos, a fim de possibilitar sua integração na sociedade em

que vive;

- Desenvolver, a partir de suas experiências um conhecimento organizado que proporcione

a construção de seu aprendizado;

- Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de conjecturas, a

descoberta de soluções e a capacidade de concluir;

- Associar a matemática a outras áreas do conhecimento;

- Construir uma imagem da matemática como algo agradável e prazeroso, desmistificando

o mito da “genialidade”;

- Fazer com que o estudante construa, criticamente, por intermédio do conhecimento

matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do ser

humano e atitudes que revelem autonomia em suas relações sociais como cidadão.

O conhecimento matemático desenvolvido no Ensino Médio deve abordar os

aspectos formativo e instrumental. Ao observarmos o valor formativo da matemática,

entendemos que ela auxilia a estrutura, o pensamento do aluno e o raciocínio dedutivo.

Dessa forma, contribuindo para o desenvolvimento de processos de pensamento,

estará também auxiliando no desenvolvimento de atitudes que acabam transcendendo

o âmbito da própria matemática. Em relação ao aspecto instrumental da matemática,

ao longo do Ensino Médio, o aluno desenvolve um conjunto de técnicas e estratégias a

serem aplicadas também em outras áreas do conhecimento.

A matemática também deve ser vista como ciência e, como tal, impregnada de

características referentes à sua estrutura específica. Nesse sentido, o processo de

ensino aprendizagem da matemática devem perceber que as definições, as

demonstrações, bem como todos os encadeamentos lógicos e conceituais, permitem a

construção de novos conceitos a partir de outros, além, de validar intuições e dar

sentido aos processos e técnicas que são aplicadas.

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008), é necessário que o processo de

ensino aprendizagem em matemática contribua para que o estudante tenha condições

de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem

adequada para descrever e interpretar fenômenos ligados „a Matemática e a outras

áreas do conhecimento. Assim, a partir do conhecimento matemático, seja possível o

estudante criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas.

Segundo Vygotsky (2000), os professores utilizam muito o enfoque de que o aluno

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precisa aplicar a matemática em experiências do seu cotidiano, entretanto, jamais

deverão esquecer que o aluno necessita antes obter os conceitos científicos da

matemática e somente depois colocá-lo em experiências do seu dia- a- dia.

Dentro do conhecimento matemáticos vários itens devem ser destacados no

desenvolvimento de suas capacidades entre eles destacamos:

Capacidade de revolver problemas;

Capacidade de comunicar-se;

Capacidade de não apenas tomar decisões, mas respeitar e discutir outras

decisões;

Capacidade de trabalhar em equipe, respeitando opiniões divergentes;

Capacidade de elaborar conjecturas com bases sólidas que exigem uma formação

continuada;

Capacidade fundamental de ser criativo em situações diversas.

Essas capacidades são exigidas não só pela sociedade da informação globalizada,

mas também observadas de maneira cada vez mais clara em diversas áreas do

conhecimento.

O ensino e aprendizagem da matemática têm manifestado uma necessidade de

um olhar mais crítico sobre as condições em que a aprendizagem da matemática se

processa. Assim dentro de nossa proposta para o Ensino Médio, desejamos que o

aluno possa:

- Ler, interpretar e até produzir textos relacionados a matemática, valorizando a sua

história e evolução;

- Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas como tabelas, gráficos,

diagramas presentes em veículos de comunicação, realizar a análise crítica e a

valorização de informações de diferentes origens;

- Utilizar de forma adequada e investigativa os recursos tecnológicos, como calculadora e

o computador, bem como a utilização correta de instrumentos de medidas;

- Transpor para a prática docente o objeto matemático construído historicamente e

possibilitando ao estudante ser conhecedor desse objeto;

- Compreender e aplicar os conceitos, procedimentos e conhecimentos matemáticos em

situações diversas;

- Desenvolver estratégias de resolução de problemas, o que permitirá uma melhor

compreensão de conceitos matemáticos, além de desenvolver as capacidades de

raciocínio;

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258

- Observar e estabelecer as conexões existentes entre diferentes tópicos da matemática e

conhecimentos aplicados em outras áreas, observando diferentes representações de

um mesmo conceito;

- Compreender e utilizar a precisão da linguagem e as demonstrações matemáticas,

utilizando raciocínio dedutivo e indutivo, que permitirá a validação de conjecturas, além

da compreensão de fatos conhecidos e sistematizados por meio de propriedades e

relações;

- Desenvolver e aplicar conhecimentos matemáticos em situações presentes no real. E

a capacidade de utilizar a matemática não apenas na interpretação do real, como

também, quando necessária, como forma de intervenção.

2) CONTEÚDOS BÁSICOS

PROPOSTA DE CONTEÚDOS PARA A DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

ENSINO MÉDIO

ABORDAGEM TEÓRICA METODOLÓGICA: Os conteúdos de Matemática no Ensino Médio

deverão ser abordados articuladamente, contemplando os conteúdos ministrados no Ensino

Fundamental e também através da intercomunicação dos conteúdos estruturantes.

As tendências metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de matemática devem

ser encaminhadas através de aulas interativas, utilizando recursos didáticos pedagógicos e

tecnológicos como meio facilitadores da aprendizagem. Desenvolver os conhecimentos

matemáticos a partir do processo dialético que possa intervir como instrumento eficaz na

aprendizagem das propriedades e relações matemáticas, bem como as diferentes

representações e conversões através da linguagem e operações simbólicas, formais e

técnicas.

Objetivando uma formação científica geral, os procedimentos e estratégias a serem

desenvolvidos pelo professor poderão garantir ao aluno o avanço em estudos posteriores, na

aplicação dos conhecimentos matemáticos em atividades tecnológicas, cotidianas, das

ciências e da própria ciência matemática.

Em relação as abordagem, destaca-se a análise e interpretação crítica para a resolução de

problemas não somente pertinentes a ciência matemática, mas como nas demais ciências

que em determinados momentos fazem uso da matemática . O contexto histórico e sócio-

cultural desde a antiguidade até a atualidade .

Destacam-se também os conteúdos básicos: Medidas e grandezas vetoriais; de Energia e de

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Informação, tendo como objetivo a complementação e o entendimento dos demais

conteúdos.

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos 1ª Série

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números reais;

- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e

Modulares.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Medidas de área;

- Medidas de Volume;

- Medidas de Grandezas Vetoriais

FUNÇÕES

- Função Afim;

- Função Quadrática;

- Função Polinomial;

- Função Exponencial;

- Função Logarítmica;

- Função Modular;

- Progressão Aritmética;

- Progressão Geométrica.

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos 2ª Série

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Sistemas lineares;

- Matrizes e Determinantes

GRANDEZAS E

MEDIDAS

- Medidas de Informática;

- Medidas de Energia;

- Trigonometria.

FUNÇÕES - Função Trigonométrica

GEOMETRIAS - Geometria Plana

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TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Analise Combinatória;

- Binômio de Newton;

- Estudo das Probabilidades

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos 3ª Série

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

- Números complexos;

- Polinômios.

GEOMETRIAS

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias Não- Euclidianas.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

- Estatística;

- Matemática Financeira.

No trabalho pedagógico é relevante considerar o aluno como agente da construção

de sua aprendizagem, utilizando atividades e desafios, estimulando-o a agir

reflexivamente, trocando idéias e opiniões com o professor e os colegas sobre as

possíveis soluções. Os conteúdos serão articulados, por meio de situações reais e

significativas para o aluno, procurando valorizar seu conhecimento anterior,

demonstrado-lhes que os assuntos apresentados são importantes para sua vida,

mesmo fora da escola, e desenvolver sua capacidade de gerenciar informações.

3) METODOLOGIA

O ensino não pode ter como objetivo a simples transmissão de informações para o

aluno. Deve garantir-lhe autonomia de pensamento, capacidade de tomar iniciativa e

de desenvolver o pensamento crítico, para viver em uma sociedade em constante e

acelerado processo de crescimento e transformação.

Os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências metodológicas

da Educação Matemática que fundamentam a prática docente, das quais destacamos:

• resolução de problemas;

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• modelagem matemática;

• mídias tecnológicas;

• etnomatemática;

• história da Matemática;

• investigações matemáticas.

Para o desenvolvimento das atividades deverão ser utilizados vários recursos

pedagógicos: aula expositiva, interativa, debates, TV multimídia, slaides, fitas,

vídeo,DVDs,/CD-ROM educativo, softwares livres, Recursos do portal, objeto de uso

cotidiano dos alunos, trabalhos individual, em grupo, construção de gráficos, painel,

pesquisas, entre outros.

É possível trabalhar a interdisciplinariedade nos conteúdos de matemática por

meio de situações do dia-dia envolvendo história , cultura afro-brasileira e indígena

segundo as leis: 9795/99 – lei da educação ambiental

10639/03 – lei da história e da cultura afro-brasileira

11645/08 – inclusão da história e cultura indígena

4) AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser compreendida como um conjunto de ações organizadas

com a finalidade de obter informações sobre o que o aluno aprendeu, de que forma, em

quais condições. Para tanto, é preciso elaborar um conjunto de procedimentos

instigativos que possibilitem o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para

tornar possível o ensino e a aprendizagem.

A avaliação deve ser compreendida como constitutiva da prática educativa, dado

que é análise das informações obtidas ao longo do processo de aprendizagem de

forma que possibilite ao professor a organização de sua ação de maneira adequada e

com melhor qualidade.

Ao se avaliar, devem-se buscar informações não apenas referentes ao tipo de

conhecimento que o aluno constituiu, mas também é, sobretudo, responder as

questões sobre porque os alunos aprenderam, o que aprenderam naquela situação de

aprendizagem, como aprenderam, o que mais aprenderá e o que deixaram de

aprender. Para isso, o professor precisa construir formas de registro qualitativamente (

observações, registros diários, sondagens, atividades, trabalhos, pesquisas, testes,

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provas: orais e escritas ...), para obter informações relevantes para organização da

ação pedagógica. O resultado da avaliação deverá ser visto como ponto de partida

(diagnostica) para que o professor possa realizar intervenções pedagógicas de maneira

a superar as dificuldades apresentadas pelos alunos.

A avaliação não é, unilateral ou monológica, mas dialógica. Deve ser

considerado aquele que ensina, aquele que aprende e a relação intrínseca que se

estabelece entre todos os participantes do processo do aprendizado. Portanto, não se

aplica apenas ao aluno, considerando unicamente as expectativas de aprendizagem,

avaliar a aprendizagem implica avaliar também o ensino oferecido e a prática

pedagógica do professor.

A recuperação deverá ser contínua (simultânea) devendo ser considerado o

progresso do aluno por meio de procedimentos didáticos – metodológicos

diversificados.

5) REFERÊNCIAS

DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas. São Paulo: Ática, 1989.

D‟ AMBROSIO, U. Etnomatemática – arte ou técnica de explicar e conhecer. São

Paulo: Ática, 1998.

MACHADO, N. Matemática e Realidade: análise dos pressupostos filosóficos que

fundamentam o ensino da matemática: São Paulo, Cortez, 1994.

BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blucher/Edusp, 1974.

CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa, s.c.p., 1970.

IEZZI, G. et alii. Coleção Fundamentos de Matemática Elementar. São Paulo: Atua,

1998.

MACHADO, N. J. et alii. Coleção Vivendo a Matemática. São Paulo: Scipione, 1999.

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263

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para os

anos finais do ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.

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6.3.1 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

QUÍMICA

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A História da Química é tão antiga quanto a própria ciência, considerada como

conhecimento racional, isento de influencias místicas ou religiosas, mesmo antes de

escrever a história da ciência e propriamente da química, ela já existia e se fazia

presente no cotidiano que inconsciente da humanidade e nesta inconsciência se

desenvolvia e tomava corpo para posteriormente ocorrer a nomeação de “Ciências ou

Química”

As novas concepções do estudo da Química estão se voltando para um ensino

que desmistifique o ensino tradicional e conteúdista, preocupado apenas com os

aspectos formais da química.

Segundo Chassot: “alternativas para um ensino com utilidade onde se busca

mostrar uma educação através da Química que contribua para a alfabetização do

cidadão e da cidadã”. (Chassot, 1995,p. 151). Neste contexto o alunado deve perceber

que tudo a sua volta tem um aspecto químico, e nele deverá ser incrustado o senso

crítico e lógico para que absorva um mínimo necessário de conhecimento científico e

tecnológico, e que esse conhecimento lhe dê oportunidade de participação através de

atitudes críticas e atuação transformadora. Este desafio cabe ao professor que deverá

trabalhar em busca da formação de conceitos fazendo a inter relação entre as

concepções do senso comum, estruturas conceituais, alternativas que não podem ser

ignoradas pelos professores e sim devem ser superadas na construção de conceitos

científicos e não apenas na substituição de idéias alternativas por idéias científicas.

Para tal serão tomadas como pressupostos uma concepção teórica direcionada

pelos conteúdos estruturantes norteando-se no objeto de estudo de estudo/ensino

Substancias e Materiais, sendo sustentada pelo esquema da tríade proposto por

Mortimer e Machado que analisa e reconhece a Composição, Propriedades e

Transformações, que possam ocorrer aos conteúdos estruturantes Matéria e sua

natureza, Biogeoquimica e Química Sintética.

Todo esse esforço terá validade quando junto ao aluno/sociedade quando

ocorrer a desmistificação de que a Química é um “bicho – papão”, que ora nos assusta

com tantas informações regras e fórmulas, aparentemente desconectada, ora ameaça

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nossa qualidade de vida com poluição, artificialismo, destruição e formamos um

cidadão crítico, consciente e que busque uma sociedade justa.

O Ensino de Química tem como objetivo:

-Contextualizar a Química, fazendo a interdisciplinaridade entre as ciências exatas e

sociais e tecnológicas relacionando-as com o cotidiano.

- Desenvolver a capacidade de participar através de atitudes críticas e ações

transformadoras.

-Contribuir para a alfabetização científica do cidadão.

-Promover o diálogo entre aluno e professor de forma clara e livre de termos técnicos.

-Possibilitar a comparação das formas de pensar do professor, dos colegas, dos livros,

etc.

-Formar conceitos científicos baseados nos conhecimentos de senso comum.

2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

1ªsérie

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

MATÉRIA E SUA NATUREZA

BIOGEOQUIMICA

MATÉRIA

Constituição da Matéria.

Estados de agregação.

Natureza elétrica da matéria.

Modelos atômicos (Rutheford, Thomson,

Dalton, Bohr...).

Tabela Periódica.

Métodos de separação.

VELOCIDADE DAS REAÇÕES

Reacões químicas

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QUIMICA SINTÉTICA

Lei das reações Quimicas:Prost,Lavoisier,

Boyle;

Apresentação das reações quimicas.

LIGAÇÃO QUÍMICA

Propriedades dos materiais.

Tipos de ligações químicas em relação as

propriedades dos materiais

Ligações polares e apolares

ÓXIDO-REDUÇÃO

Estudo dos metais( tabela periódica,

propriedades...)

Balanceamento de reações de óxido-

redução;

GASES

Estados físicos da matéria;

Misturas gasosas;

Diferença entre gás e vapor;

2ªsérie

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

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MATÉRIA E SUA NATUREZA

BIOGEOQUIMICA

QUIMICA SINTÉTICA

SOLUCÃO

Substancia:simples e composta;

Misturas;

Solubilidade;

Concentração;

Forças intermoleculares;

Temperatura e pressão;

Dispersão e suspenção;

Tabela periódica.(sais: solúvel, pouco

solúvel e insolúveis)

VELOCIDADE DAS REAÇÕES

Condições fundamentais para a

ocorrência das reações químicas

(natureza dos reagentes, Teoria das

colisões);

Fatores que interferem na velocidade

das reações ( Superfície de contato,

temperatura, catalizador e concentração

dos reagentes);

Lei da velocidade das reações;

Inibidores das reações;

Tabela periódica:

EQUILIBRIO QUÍMICO

Reações reversíveis;

Concentração;

Relações matemáticas para o equilíbrio

químico (constante de equilíbrio);

Deslocamento de equilíbrio (principio de

Le Chatelier): concentração, pressão,

temperatura e efeito dos catalisadores;

Equilíbrio em meio aquoso (pH,

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constante de ionização Ks);

Tabela periódica;

GASES

Estados físicos da matéria

Tabele periódica

Propriedades dos gases

(densidade/difusão e fusão,

pressão X temperatura,

pressão X volume, temperatura X

volume);

Modelo de partículas para os materiais

gasosos;

Misturas gasosas;

Diferença entre gás e vapor;

Leis dos gases;

LIGAÇÃO QUIMICA

Solubilidade e as ligações químicas

(polar e apolar);

FUNÇÕES QUÍMICAS

Princípio da termodinâmica;

Calorias;

Reações exotérmicas e endotérmicas;

Variação de entalpia;

Equações termodinâmicas;

Lei de Hess;

Diagrama das reações exotérmicas e

endotérmicas;

3ªSÉRIE

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CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

MATÉRIA E SUA NATUREZA

BIOGEOQUIMICA

QUIMICA SINTÉTICA

VELOCIDADE DAS REAÇÕES

Inibidores das reações químicas;

Interações intermoleculares e

propriedades das substancias

moleculares;

LIGAÇÃO QUÍMICA

Ligações de hidrogênio;

Ligações metálicas;

ligações sigma e PI;

Ligações polares e apolares;

Alotropia;

RADIOATIVIDADE

Emissões radioativas;

Leis da radioatividade;

Fenômenos radioativo (fusão e fissão

nuclear);

FUNÇÕES QUÍMICAS

Funções orgânicas;

Funções inorgânicas;

Tabela periódica;

Polímeros sintéticos;

Noções sobre alguns compostos

presentes nos seres vivos;

Química orgânica e o ambiente;

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3) METODOLOGIA

Visando a formação de alunos/cidadãos o estudo da Química volta-se para

as relações presente no cotidiano, intencionado assim que se evite o mero ato de

repetição de fórmulas, números,leis e conceitos. Desenvolver o conhecimento partindo

de senso comum em direção ao conhecimento formal, científico, tecnológico e social

proporcionando ao aluno uma formação social, crítica e científica que o capacite para a

tomada de decisão, tornando-o um aluno inovador em suas práticas e ações

pedagógicas, ofertando assim a possibilidade de o transformar num agente

investigador e pesquisador, bem como participante ativo e crítico do meio social.

Sendo assim, quando a abordagem for referente ao conteúdo estruturante

Biogeoquímica é preciso que se dialogue com a atmosfera, hidrosfera e litosfera; na

abordagem com o conteúdo Química sintética o foco é a produção de novos materiais

que atendam as novas exigências da vida moderna, para o conteúdo estruturante

Matéria e sua natureza deve-se relacionar o comportamento macroscópico da matéria.

Para os conteúdos estruturantes Biogeoquímica e química sintética a

sistematização dos conceitos acontecerá por meio das abordagens histórica, social,

ambiental,representacional e experimental dos conteúdos químicos. Mas para o

conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza tais abordagens são ilimitadas, pois pela

sua origem,apenas a abordagem representacional como as fórmulas químicas,

modelos podem ser exploradas amplamente.

Para o desenvolvimento das atividades, os professores poderão utilizar os mais

variados recursos pedagógicos:

slides, fitas, VHS, DVD´s, CD´s, CD-ROM´s educativos e softwares livres dentre

outros, etc.;

Textos e pesquisas;

objetos do uso do cotidiano do aluno, material alternativo para a realização de

experimentos;

experimentos práticos, proporcionando ao educando a realização e a interação

da teoria com a prática;

trabalhos em grupos;

construção de cartazes que facilite o entendimento do aluno;

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4) AVALIAÇÃO

Na disciplina a avaliação deve ser entendida de forma processual e formativa,

visando os condicionantes do diagnóstico e da continuidade, sendo assim as

interações devem ser recíprocas para p desenvolvimento da aula podendo, portanto,

estar aberta a alterações e acréscimos ao seu desenvolvimento.

Estando embasado na Lei de Diretrizes s Bases da Educação nº 9394/96, a

avaliação formativa e processual vem suprir uma necessidade histórica de inter-relação

entre educando e educador, priorizando o processo educativo, sempre contínua, para

tanto o conhecimento exposto pelo educador deve ser confrontado ao conhecimento

prévio que trás o aluno interagindo desta forma e construindo e reconstruindo conceitos

a partir das discussões críticas para desenvolver a aprendizagem. O processo de

avaliação não deve ser pressuposto como o fim do trabalho do professor, mas sim

direcionar novas abordagens e direcionamentos no processo educacional coletivo.

Sendo a avaliação processual e formativa, valoriza não apenas a mera

valorização e repetição de conceitos, mas, a formação de conceitos científicos

valorizando a ação pedagógica que busca tal formação ao considerar conhecimentos

prévios, como caminho para o conhecimento científico, e interação social do aluno, pois

o mesmo deve interagir histórico,social, ambiental e experimental na formação de seus

conceitos químicos

A Avaliação se dará ao longo do processo ensino-aprendizagem

possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos,

contribuições importantes para verificar em que medida os alunos se apropriam dos

conteúdos específicos tratados neste processo. É necessário que o processo avaliativo

aconteça de forma sistemática e a partir de critérios avaliativos, que sejam

considerados aspectos como os conhecimentos que possuem sobre determinados

conteúdos, a prática social desses alunos, o confronto entre esses conhecimentos e os

conteúdos específicos, as relações e interações estabelecidas por eles no seu

processo de ensino e de aprendizagem e, no seu cotidiano, e estando em consonância

com o Regimento Escolar que refere-se na seção X da aprendizagem, da recuperação

de estudos de tal maneira:

A Avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento

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global do aluno e considerar as características individuais destes no conjunto dos

componentes curriculares cursados,com preponderância dos aspectos qualitativos

sobre os qualitativos;

Dar-se a relevância as atividades críticas, a capacidade de síntese e a elaboração

pessoal, sobre a memorização;

A Avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e

instrumentos diversificados, coerentes as concepções e finalidades educativos

expressas no PPP;

A Recuperação de Estudos dar-se-a de forma permanente e concomitante ao

processo de ensino e aprendizagem e será organizada com atividades

significativas, por meio de procedimentos didáticos_metodológicos diversificados.

5) REFERÊNCIAS

SARDELLA, A.; Falcone, M. Química: Série Brasil. São Paulo: Ática, 2004.

FONSECA, Martha Reis Marques da Química: Físico-química / Martha Reis Fonseca

– São Paulo: FTD, 1992.

FONSECA, Martha Reis Marques da. Química Integral, 2º grau: volume único /

Martha Reis. – São Paulo: FTD, 1993.

Revista Química na Escola

SARDELLA, Antonio. Química, volume único / 5ª edição. São Paulo, 2003.

RUSSEL, J, B. Química Geral. São Paulo: Mc Graw – hill, 1981.

DCE.Diretrizes Curriculares Educacionais de Química/Ensino Médio. Governo do

Paraná, 2008.

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6.3.2 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

SOCIOLOGIA.

1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Disciplina de Sociologia contribui para conhecer o eu, os outros e a sociedade

humana. A Disciplina pode ser aplicada à vida das pessoas, ajudando-a entender as

ações dos outros e a sua própria identidade histórica, pensamentos e ações. Ela abre

caminhos para entender as diversas organizações humanas, bem como as relações de

trabalhos, oportunizando aos alunos a consciência de cidadãos capazes e

participativos da sociedade onde está inserido.

Os conteúdos trabalhados na disciplina de Sociologia contribuem para a

ampliação do conhecimento humano e para a análise da sociedade. A disciplina como

ciência pode ser mobilizada para a conservação ou para a transformação da

sociedade, para a melhoria ou para a degradação humana. No entanto, deverá ser

trabalhada a análise crítica, caracterizando pelo questionamento, contextualizando com

a realidade.

A Disciplina de Sociologia tem como objetivos:

-Compreender o mundo com maior comprometimento, responsabilidades e fazer

com que reflitam sobre seu real papel na sociedade, frente as mudanças e inovações,

bem como entender os problemas sociais.

-Analisar a sociedade, as mudanças e os problemas sociais para entender o

homem.

-Compreender o mundo sob a ótica da sociologia, analisando os vários

comportamentos humanos.

-Refletir criticamente sobre o papel da sociedade frente a modernidade.

-Justificar a importância do estudo da Sociologia para maior comprometimento e

responsabilidade com a sociedade.

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2 ) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS

Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos

3.Cultura e Indústria Cultural

Desenvolvimento antropológico do conceito de

cultura e sua contribuição na análise das

diferentes sociedades;

Diversidade cultural;

Identidade;

Indústria cultural;

Meios de comunicação de massa;

Sociedade de consumo;

Indústria cultural no Brasil;

Preconceito;

Questões de gênero;

Cultura afro-brasileira e africana;

Cultura indígena.

Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos

4.Trabalho, Produção e

Classes Sociais

O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes

sociedades;

desigualdades sociais: estamentos, castas, classes

sociais

Trabalho nas sociedades capitalistas e suas

contradições;

Globalização;

Relações de trabalho;

Neoliberalismo;

Trabalho no Brasil;

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Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos

5. Poder, Política e Ideologia

Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;

Democracia, autoritarismo, totalitarismo

Estado no Brasil;

Conceitos de Poder;

Conceitos de Ideologia;

Conceitos de dominação e legitimidade;

As expressões da violência nas sociedades

contemporâneas.

Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos

6. Direito, Cidadania e

Movimentos Sociais

Direitos: civis, políticos e sociais;

Direitos Humanos;

Conceito de cidadania;

Conceito de Movimentos Sociais;

Movimentos Sociais urbanos e rurais;

Movimentos Sociais no Brasil;

Movimentos ambientalistas;

ONG's;

3) METODOLOGIA

Os conteúdos da Disciplina de Sociologia deverão ser trabalhados por meio de

atividades e aulas práticas, desde que se considere a coerência entre a teoria e a

prática. Para que o currículo de Sociologia se efetive na escola é preciso que os

participantes do processo de ensino e aprendizagem trabalhem a concepção de

Sociologia para a ampliação do conhecimento humano e análise da sociedade.

A Disciplina como Ciência pode ser mobilizada para a conservação ou

transformação humana. O aluno deverá analisar criticamente, questionando e

contextualizando os conteúdos trabalhados com a realidade. É importante que os

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alunos, aprendam a pensar sociologicamente. A Sociologia nos permite ver o mundo

social a partir de vários pontos de vista de como a agir criticamente na sociedade.

4) AVALIAÇÃO

O processo de avaliação deverá perpassar todas as atividades relacionadas a

disciplina. Observação e análise da realidade, análise de textos, produção de textos,

resenha, síntese, mudança no olhar referente aos problemas sociais, ter iniciativa e

atitudes para romper com a acomodação e o senso comum. Refletir sobre os

problemas do cotidiano através de debates,pesquisas, palestras, produção de

trabalhos em grupo e individual, provas orais e escritas.

5) REFERÊNCIAS

Filosofando, introdução a Filosofia Edit. Moderna. 2ª ed. 1994. SEED.Diretrizes

Curriculares Educacionais de Sociologia/Ensino Médio. Governo do Paraná, 2008.

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7. ATIVIDADES ESCOLARES DE COMPLEMENTAÇÃO

CURRICULAR DESENVOLVIDAS NO ESTABELECIMENTO.

7.1 . PROPOSTA PEDAGÓGICA DO CELEM

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7.1.1. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ESPANHOL

A) APRESENTAÇÃO

O processo de integração em andamento na América Latina tem no MERCOSUL

seu mais eloquente marco. Serve de comprovação às nações desenvolvidas de que

nós, latino-americanos, temos plenas condições de garantir uma participação

destacada na nova sociedade.

Em poucos anos, a sociedade brasileira, do Paraguai, da Argentina, Uruguai,

Chile, Bolívia, Venezuela e Peru se aproximaram, alastrando-se nos segmentos sociais

e culturais e todos os que se sentiram atraídos pelos ideais de integração passaram a

conhecer e estudar a língua espanhola conquistando assim, um espaço cada vez maior

no ensino da Língua Espanhola no Brasil.

O aprendizado da Língua Espanhola é uma possibilidade de aumentar a auto

percepção do aluno como ser humano e como cidadão e o papel educacional da

Língua Espanhola tornam-se imprescindível para o desenvolvimento integral do

individuo proporcionando uma nova experiência de vida. Experiência esta, que significa

uma abertura para o mundo, tanto o mundo próximo, quanto o mundo distante,

contribuindo assim, para a construção de competências não somente no aprendizado

da língua Espanhola, mas também na compreensão de outras disciplinas, de novas

culturas e ampliando também a possibilidade de inserção do individuo no mundo de

trabalho.

Por isso, o CELEM, no que se refere ao ensino da Língua Espanhola,

proporciona ao aluno participante, habilidades comunicativas não apenas na língua

materna, mas também a língua estrangeira que está desenvolvendo na aprendizagem,

num processo de reflexão sobre a realidade social, política e econômica, com valor

intrínseco, pois há inúmeras razões para se estudar a Língua Espanhola. Os resultados

obtidos através dela, proporciona o acesso com povos, visões de mundo, hábitos e

valores que comumente são bem diferentes dos nossos e, por essa razão, abrem a

mente e outras possibilidades no mundo social e do trabalho.

Outro aspecto relevante na aprendizagem da Língua Espanhola é a abertura de

novas possibilidades de acesso à informação. A apropriação de informação é tão veloz

nos dias de hoje, diante da globalização, e muitas delas nos chegam em outros idiomas

dando cobertura dos fatos que faz-se mais do que nunca uma necessidade conhecer e

estudar outros idiomas para ter acesso a essas informações.

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Já a algum tempo que a L.E. tornou-se um dos principais veículos de

comunicação nos meios diplomáticos, no comércio mundial, nas competições

esportivas, no turismo, nos encontros de líderes políticos mundiais, nos congressos

sobre ciência, tecnologia, arte, etc.

Assim, é de suma importância conhecer a L.E. para não se sentir isolado do

mundo globalizado de hoje. Por isso, devemos conscientizar o aluno de que a L.E. faz

parte do contexto em que ele vive e que é notória a importância de se aprender a L.E.

nos tempos atuais, pois, a L.E. é utilizada como idioma padrão em comunicação.

Para que o aluno se sinta motivado é de suma importância conscientizá-lo de que

através da L.E. ele poderá entrar em contato com novas culturas, com modos

diferentes de ver e interpretar a sua realidade.

Com isso, é fundamental que desde o inicio da aprendizagem da L.E. o professor

desenvolva com seus alunos, um trabalho que lhes possibilite o despertar e o interesse

pelo idioma e, para que ela se efetive, o professor deve levar em conta o nível de

desenvolvimento cognitivo, psíquico e social em que o aluno se encontra.

Sendo assim, é fundamental diagnosticar os conhecimentos e o domínio

satisfatório da língua materna, possibilitando ao aluno confiar na sua própria

capacidade de aprender, em torno de temas de interesse e interagir de forma

cooperativa com os colegas.

Portanto, a L.E. pode ser vista como uma estrutura que faz intermediação entre o

indivíduo e o mundo, contribuindo para o processo educacional como um todo, indo

muito além da aquisição de um conjunto de habilidades desenvolvendo uma maior

consciência do funcionamento da própria língua materna e contribuindo para

desenvolver a percepção da própria cultura através da compreensão da cultura

estrangeira. É também uma experiência de vida, pois possibilita a leitura, a escrita,

a fala e a compreensão auditiva nas várias práticas sociais em que o educando está

inserido.

OBJETIVO GERAL:

O objetivo do ensino e aprendizagem da Língua Espanhola é alcançar a

competência comunicativa lingüística, textual, discursiva, sócio cultural,contemplando à

História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena de acordo com a Lei 11645/08,

tendo consciência de sua importância, dominando assim as quatro habilidades usando

adequadamente a língua em estudo. Na aprendizagem da Língua Espanhola, o aluno

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deverá ser capaz de integrar-se ao mundo atual e independente, caracterizado pelo

avanço tecnológico e pelo grande intercâmbio da cultura entre os povos, cultivando a

linguagem para um melhor relacionamento, como expressão do mundo interior e

exterior do educando e Conscientizá-lo da importância da L.E. considerada hoje como

instrumento de comunicação universal.

B ) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS

CONTEÚDOS BÁSICOS - P1 ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS GÊNEROS TEXTUAIS

Esfera cotidiana de circulação:

Bilhete Carta pessoal

Cartão felicitações Cartão postal

Convite Letra de música Receita culinária

Esfera publicitária de circulação:

Anúncio** Comercial para radio*

Folder Paródia Placa

Publicidade Comercial

Slogan

Esfera produção de circulação:

Bula Embalagem

Placa Regra de jogo

Rótulo

Esfera jornalística de circulação:

Anúncio classificados Cartum Charge

Entrevista** Horóscopo

Reportagem** Sinopse de filme

Esfera artística de circulação:

Autobiografia Biografia

Esfera escolar de circulação:

Cartaz Diálogo**

Exposição oral* Mapa

Resumo

Esfera literária de circulação:

Conto Crônica Fábula

História em quadrinhos Poema

Esfera midiática de circulação:

Correio eletrônico (e-mail)

Mensagem de texto (SMS) Telejornal* Telenovela* Videoclipe*

* Embora apresentados oralmente, dependem da escrita para existir. ** Gêneros textuais com características das modalidades escrita e oral de uso da língua.

PRÁTICA DISCURSIVA: Oralidade

ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA

Fatores de textualidade centradas no leitor:

· Tema do texto; · Aceitabilidade do texto; · Finalidade do texto; · Informatividade do texto; · Intencionalidade do texto; · Situacionalidade do texto; · Papel do locutor e interlocutor; · Conhecimento de mundo; · Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos; · Adequação do discurso ao gênero; · Turnos de fala; · Variações linguísticas. Fatores de textualidade centradas no texto:

· Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos; · Adequação da fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como conectivos, gírias, expressões, repetições); · Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

· Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos; · Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral trabalhado; · Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos; · Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; · Estimular a expressão oral (contação de histórias), comentários, opiniões sobre os diferentes gêneros trabalhados, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros; · Selecionar os discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como: cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

Espera-se que o aluno:

· Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal e/ou informal); · Apresente suas ideias com clareza, coerência; · Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos; · Organize a sequência de sua fala; · Respeite os turnos de fala; · Explore a oralidade, em adequação ao gênero proposto; · Exponha seus argumentos; · Compreenda os argumentos no discurso do outro; · Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões (quando necessário em língua materna); · Utilize expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos que julgar necessário.

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PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura

ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA

AVALIAÇÃO

Fatores de textualidade centradas no leitor:

· Tema do texto; · Conteúdo temático do gênero; · Elementos composicionais do gênero; · Propriedades estilísticas do gênero; · Aceitabilidade do texto; · Finalidade do texto; · Informatividade do texto; · Intencionalidade do texto; · Situacionalidade do texto; · Papel do locutor e interlocutor; · Conhecimento de mundo; · Temporalidade; · Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto:

· Intertextualidade; · Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia; · Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito); · Partículas conectivas básicas do texto.

· Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros atrelados à esfera social de circulação; · Considerar os conhecimentos prévios dos alunos; · Desenvolver atividades de leitura em três etapas: - pré-leitura (ativar conhecimentos prévios, discutir questões referentes a temática, construir hipóteses e antecipar elementos do texto, antes mesmo da leitura); - leitura (comprovar ou desconsiderar as hipóteses anteriormente construídas); · - pós-leitura (explorar as habilidades de compreensão e expressão oral e escrita objetivando a atribuição e construção de sentidos com o texto). · Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; · Encaminhar as discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade; · Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; · Utilizar de textos verbais diversos que dialoguem com textos não-verbais, como: gráficos, fotos, imagens, mapas; · Socializar as ideias dos alunos sobre o texto; · Estimular leituras que suscitem no reconhecimento das propriedades próprias de diferentes gêneros: - temáticas (o que é dito nesses gêneros); - estilísticas (o registro das marcas enunciativas do produtor e os recursos linguísticos); - composicionais (a organização, as características e a sequência tipológica).

Espera-se que o aluno:

· Realize leitura compreensiva do texto; · Identifique o conteúdo temático; · Identifique a idéia principal do texto; · Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto; · Perceba o ambiente (suporte) no qual circula o gênero textual; · Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo; · Analise as intenções do autor; · Identifique e reflita sobre as vozes sociais presentes no texto; · Faça o reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual; · Amplie seu léxico, bem como as estruturas da língua (aspectos gramaticais) e elementos culturais.

PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

AVALIAÇÃO

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Fatores de textualidade centradas no leitor:

· Tema do texto; · Conteúdo temático do texto; · Elementos composicionais do gênero; · Propriedades estilísticas do gênero; · Aceitabilidade do texto; · Finalidade do texto; · Informatividade do texto; · Intencionalidade do texto; · Situacionalidade do texto; · Papel do locutor e interlocutor; · Conhecimento de mundo · Temporalidade; · Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto:

· Intertextualidade; · Partículas conectivas básicas do texto; · Vozes do discurso: direto e indireto; · Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação das palavras, figuras de linguagem; · Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explicitas; · Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); · Acentuação gráfica; · Ortografia; · Concordância verbal e nominal.

· Planejar a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade; · Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto; · Acompanhar a produção do texto; · Encaminhar e acompanhar a re-escrita textual: revisão dos argumentos (ideias), dos elementos que compõem o gênero; · Analisar a produção textual quanto à coerência e coesão, continuidade temática, à finalidade, adequação da linguagem ao contexto; · Conduzir à reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. · Oportunizar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual; · Conduzir a utilização adequada das partículas conectivas básicas; · Estimular as produções nos diferentes gêneros trabalhados.

Espera-se que o aluno:

· Expresse as ideias com clareza; · Elabore e re-elabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade); - à continuidade temática; · Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; · Use recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade, etc; · Utilize adequadamente recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, numeral, substantivo, adjetivo, advérbio, etc.; · Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, em conformidade com o gênero proposto; · Use apropriadamente elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos atrelados aos gêneros trabalhados; · Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual.

CONTEÚDOS BÁSICOS - P2 ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS GÊNEROS TEXTUAIS

Esfera cotidiana de circulação: Comunicado

Curriculum Vitae Exposição oral*

Ficha de inscrição Lista de compras

Piada** Telefonema*

Esfera publicitária de circulação: Anúncio**

Comercial para televisão* Folder

Inscrições em muro Propaganda**

Publicidade Institucional Slogan

Esfera produção de circulação:

Instrução de montagem Instrução de uso Manual técnico Regulamento

Esfera jornalística de circulação:

Artigo de opinião Boletim do tempo**

Carta do leitor Entrevista**

Notícia** Obituário

Reportagem**

Esfera jurídica de circulação:

Boletim de ocorrência Contrato

Lei Ofício

Procuração Requerimento

Esfera escolar de circulação:

Aula em vídeo* Ata de reunião Exposição oral

Palestra* Resenha

Texto de opinião

Esfera literária de circulação:

Contação de história* Conto

Peça de teatro* Romance

Sarau de poema*

Esfera midiática de circulação: Aula virtual

Conversação chat Correio eletrônico (e-mail) Mensagem de texto (SMS)

Videoclipe*

* Embora apresentados oralmente, dependem da escrita para existir. ** Gêneros textuais com características das modalidades escrita e oral de uso da língua.

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PRÁTICA DISCURSIVA: Oralidade ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Fatores de textualidade centradas no leitor: ·Tema do texto; ·Aceitabilidade do texto; ·Finalidade do texto; ·Informatividade do texto; ·Intencionalidade do texto; ·Situacionalidade do texto; ·Papel do locutor e interlocutor; ·Conhecimento de mundo; ·Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos; ·Adequação do discurso ao gênero; ·Turnos de fala; ·Variações linguísticas. Fatores de textualidade centradas no texto: ·Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos; ·Adequação da fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como conectivos, gírias, expressões, repetições); ·Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

·Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos ·Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral trabalhado; ·Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos; ·Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; ·Estimular a expressão oral (contação de histórias), comentários, opiniões sobre os diferentes gêneros trabalhados, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros; ·Selecionar os discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como: cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

Espera-se que o aluno: ·Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal e/ou informal); ·Apresente suas ideias com clareza, coerência; ·Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos; ·Organize a sequência de sua fala; ·Respeite os turnos de fala; ·Explore a oralidade, em adequação ao gênero proposto; ·Exponha seus argumentos; ·Compreenda os argumentos no discurso do outro; ·Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões (quando necessário em língua materna); ·Utilize expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos que julgar necessário.

PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

AVALIAÇÃO

Fatores de textualidade centradas no leitor: ·Tema do texto; ·Conteúdo temático do texto; ·Elementos composicionais do gênero; ·Propriedades estilísticas do gênero; ·Aceitabilidade do texto; ·Finalidade do texto; ·Informatividade do texto; ·Intencionalidade do texto; ·Situacionalidade do texto; ·Papel do locutor e interlocutor; ·Conhecimento de mundo; ·Temporalidade; ·Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto: ·Intertextualidade; ·Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia; ·Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito); ·Partículas conectivas básicas do texto; ·Elementos textuais: levantamento lexical de palavras italicizadas, negritadas, sublinhadas, números, substantivos próprios;

·Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros atrelados à esfera social de circulação; ·Utilizar estratégias de leitura que possibilite a compreensão textual significativa de acordo com o objetivo proposto no trabalho com o gênero textual selecionado; ·Desenvolver atividades de leitura em três etapas: - pré-leitura (ativar conhecimentos prévios, discutir questões referentes a temática, construir hipóteses e antecipar elementos do texto, antes mesmo da leitura); - leitura (comprovar ou desconsiderar as hipóteses anteriormente construídas); - pós-leitura (explorar as habilidades de compreensão e expressão oral e escrita objetivando a atribuição e construção de sentidos com o texto); ·Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; ·Encaminhar as discussões sobre: tema, intenções, finalidade, intertextualidade; ·Utilizar de textos verbais diversos que dialoguem com textos não-

Espera-se que o aluno: ·Realize leitura compreensiva do texto com vista a prever o conteúdo temático, bem como a ideia principal do texto através da observação das propriedades estilísticas do gênero (recursos como elementos gráficos, mapas, fotos, tabelas); ·Localize informações explícitas e implícitas no texto; ·Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto; ·Perceba o ambiente (suporte) no qual circula o gênero textual; ·Reconheça diversos participantes de um texto (quem escreve, a quem se destina, outos participantes); ·Estabeleça o correspondente em língua materna de palavras ou expressões a partir do texto; ·Analise as intenções do autor; ·Infira relações intertextuais; ·Faça o reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual; ·Amplie seu léxico, bem como as estruturas da língua (aspectos gramaticais) e elementos

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·Interpretação da rede de relações semânticas existentes entre itens lexicais recorrentes no título, subtítulo, legendas e textos.

verbais, como: gráficos, fotos, imagens, mapas; ·Relacionar o tema com o contexto cultural do aluno e o contexto atual; ·Demonstrar o aparecimento dos modos e tempos verbais mais comuns em determinados gêneros textuais; ·Estimular leituras que suscitem no reconhecimento das propriedades próprias de diferentes gêneros: - temáticas (o que é dito nesses gêneros); - estilísticas (o registro das marcas enunciativas do produtor e os recursos linguísticos); - composicionais (a organização, as características e a sequência tipológica).

culturais.

PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita

ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA

AVALIAÇÃO

Fatores de textualidade centradas no leitor: ·Tema do texto; ·Conteúdo temático do texto; ·Elementos composicionais do gênero; ·Propriedades estilísticas do gênero; ·Aceitabilidade do texto; ·Finalidade do texto; ·Informatividade do texto; ·Intencionalidade do texto; ·Situacionalidade do texto; ·Papel do locutor e interlocutor; ·Conhecimento de mundo; ·Temporalidade; ·Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto: ·Intertextualidade; ·Partículas conectivas básicas do texto; ·Vozes do discurso:direto e indireto; ·Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação das palavras, figuras de linguagem; ·Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explicitas; ·Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); ·Acentuação gráfica; ·Ortografia; ·Concordância verbal e nominal.

·Planejar a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade; ·Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto; ·Acompanhar a produção do texto; ·Encaminhar e acompanhar a re-escrita textual: revisão dos argumentos (ideias), dos elementos que compõem o gênero; · Analisar a produção textual quanto à coerência e coesão, continuidade temática, à finalidade, adequação da linguagem ao contexto; ·Conduzir à reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ·Oportunizar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual; ·Conduzir a utilização adequada das partículas conectivas básicas; ·Estimular as produções nos diferentes gêneros trabalhados.

Espera-se que o aluno: ·Expresse as ideias com clareza; ·Elabore e re-elabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: -às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade); -à continuidade temática; ·Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; ·Use recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade, etc; ·Utilize adequadamente recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, numeral, substantivo, adjetivo, advérbio, etc.; ·Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, em conformidade com o gênero proposto; ·Use apropriadamente elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos atrelados aos gêneros trabalhados; ·Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual; ·Defina fatores de contextualização para o texto (elementos gráficos, temporais).

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C) METODOLOGIA DA DISCIPLINA

A metodologia no ensino da LEM tem como ponto de partida o discurso como a

prática social possibilitando ao educando vivenciar criticamente a diversidade cultural

sem perder sua identidade local. É o conhecimento do mundo de cada um sendo

respeitado e partilhado, ao mesmo tempo em que proporciona aos educandos

oportunidade de expressar-se, respeitando suas limitações, familiarizando-os com sons

específicos da língua estudada.

Por meio da pesquisa, independente do recurso utilizado (internet, livro,

conversa informal, etc.) o aluno tem possibilidade de descobrir um mundo diferente,

coisas novas, curiosidades. Sendo assim, eles serão orientados para essa busca de

informações. Serão disponibilizadas referências bibliográficas e materiais para

pesquisa. Os educandos serão conscientizados de que uma pesquisa não é uma mera

cópia e sim, a síntese de um conjunto de informações.

Trabalhos em duplas e em grupos serão uma opção, pois facilitam a

conversação e estimulam o aluno ao diálogo e a leitura.

O diálogo será resultado das pesquisas, promovendo a oralidade e a interação

entre os alunos e professores, possibilitando reflexões sobre o que foi pesquisado

pelos alunos, aprofundando ou confrontando informações, proporcionando aos alunos

uma aprendizagem significativa. Recursos como revistas, jornais, livros, TV, vídeo,

DVD e jogos, serão utilizados na elaboração das atividades pedagógicas, para vincular

o que se faz em sala de aula com o mundo exterior.

Dentro de uma abordagem discursiva serão realizadas leituras compreensivas

de textos, auxiliando os alunos a localizarem as informações explicitas no texto,

estimulando-os a se posicionarem, argumentando sobre o assunto em questão.

A leitura e discussão dos textos lidos servirão de base para a produção textual,

onde o aluno fará uso tanto da linguagem formal e informal, quanto dos recursos

textuais para registrar suas idéias.

D) AVALIAÇÃO

A prática avaliativa é um instrumento de avaliação do professor e do aluno,

sendo para o professor um norteador de sua prática docente e para o aluno a forma

pela qual ele passa a conhecer seus progressos, dificuldades e possibilidades.

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286

Portanto deve ser parte integrante do processo de aprendizagem contribuindo para a

construção dos saberes, além de ser contínua e cumulativa servirá para que o

educador pense sua prática a fim de fazer com que aprendizado torne-se efetivo.

Na Língua Espanhola são muitas as formas de avaliação possíveis: individual,

coletiva, oral e escrita. Os instrumentos de avaliação serão a observação sistemática

durante as aulas sobre as perguntas feitas pelos alunos, as respostas dadas, os

registros de debates e as avaliações escritas, orais em individuais ou coletivas.

Para uma avaliação satisfatória consideraremos que o aluno deve demonstrar

compreensão geral dos textos variados, selecionando as informações específicas do

texto, demonstrando organização textual e consciência de que a leitura não é um

processo linear, mas sim que exige o entendimento de cada palavra e que seja crítico

em relação aos objetivos do texto.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua

permanente e cumulativa.

O processo de avaliação ocorrerá bimestralmente, de forma somativa, onde o

aluno será avaliado através das mais diversas formas: oralmente, trabalhos em grupo,

oficinas, avaliações diárias e trabalhos individuais.

Trabalhos em duplas, grupos ou a turma utilizando formas de conversação,

serão utilizados pois facilitam o aprendizado e estimulam o aluno ao diálogo e a leitura.

Este trabalho será desenvolvido através de atividades práticas e teóricas e será

dividido por bimestres, onde o conteúdo desenvolvido em cada bimestre servirá de

subsídios para os conteúdos do bimestre seguinte.

Para efeitos de aprovação serão considerados os seguintes critérios:

Freqüência superior a 75% do total de horas letiva e média superior a 6,0 (seis

vírgula zero).

Para cálculo de Média Anual será adotada a seguinte fórmula:

MA = 1B+2B+3B+4B = 60

4

E) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO, Eduardo. Náufragos, Traficantes e Degradados: as primeiras expedições ao

Brasil. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1998.

CHARLAN, Vamireh. O MERCOSUL a integração economica América Latina. São

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287

Paulo: Spione, 1996.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendencia da Educação.

Departamento da Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Lngua Estrangeira

Moderna. Curituba, 2008

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7.1.2. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS

A) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Historicamente o ensino de LEM no Brasil sofreu várias mudanças devido a

organização social, política e econômica. A partir disso as propostas curriculares e as

metodologias de ensino visam atender as demandas sociais contemporâneas

propiciando aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos.

É válido ressaltar que o currículo e os métodos referentes a disciplina de LEM

assumem um aspecto dinâmico e flexível para atender as necessidades no processo

de ensino e aprendizagem vigente. Torna-se necessário para situarmos melhor nosso

trabalho abordar brevemente a dimensão histórica do ensino de Língua Inglesa.

Diante do contexto da colonização do Brasil, os Jesuítas eram os responsáveis

para evangelizar e ensinar latim como língua culta aos povos que habitavam o

território. Porém, isso contribui para a expulsão dos Jesuítas da América, fazendo com

que em 1759, o ministro Marquês de Pombal instituísse o sistema régio no Brasil,

contratando somente professores não religiosos. Em 1809, D. João VI assinou o

decreto 22 de junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês afim de melhorar a

instrução pública, com isso valorizando o ensino da LEM. Na tentativa de valorizar o

ensino de Língua Inglesa, percebia-se uma abordagem pedagógica tradicional que

focava as estruturas gramaticais, privilegiando as traduções e as regras de escrita. Em

1916 a linguagem assume um caráter científico com os importantes estudos de

Saussure.

Com a vinda dos imigrantes para o sul do Brasil principalmente no Paraná, muitos

colonos se organizaram para construir e manter escolas para seus filhos. O ensino da

Língua Portuguesa nessa época era ministrado como uma língua estrangeira. Em

meados de 1910, surge os ideais do nacionalismo buscando novos padrões culturais e

a solidificação da escolarização para as futuras gerações.

Conforme as DCE's:

A dependência econômica do Brasil em relação ao Estados Unidos se acentuou durante e após a segunda guerra mundial. Com isso, intensificou-se a necessidade de aprender inglês . Na década de 1940, professores universitários , militares, cientistas , artistas , imbuídos por missões norte americanas, vieram para o Brasil e , com eles a produção cultural daquele país. Assim, falar inglês passou a ser uma anseio das populações urbanas , de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais espaço no currículo, no lugar do ensino do Francês.

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289

Portanto o CELEM no que se refere ao ensino de Língua Inglesa permite ao

educando tornar-se não apenas um cidadão, mas um cidadão do mundo, capaz de

interagir por meio das práticas discursivas (leitura, oralidade e escrita) e até mesmo de

desafios, os quais só podem ser enfrentados e superados através da educação e o

conhecimento de outras culturas.

Todavia, tais práticas discursivas não se restringem apenas a língua materna,

mas principalmente na língua estrangeira, pois é a partir dela que o aluno está

desenvolvendo a aprendizagem, num processo de reflexão sobre a realidade. É o

momento em que o indivíduo é o protagonista do seu conhecimento, pois a língua

como discurso não serve para estruturar códigos a serem decifrados, mas ela constrói

significados.

O aprendizado de Língua Inglesa de acordo com as DCE‟s se apresenta como

espaço de construção discursiva, de produção de sentidos e de sujeitos, possibilitando

ao educando vivenciar criticamente a diversidade cultural sem perder sua identidade

local. É o conhecimento de mundo de cada um sendo respeitado e partilhado.

Enfatizando essa afirmação, Pennycook considera que:

... a expansão do inglês no mundo não é mera expansão da língua, mas também um conjunto de discursos que fazem circular idéias de desenvolvimento, democracia, capitalismo, neoliberalismo, modernização... hoje, poderíamos dizer que as várias facetas do Comunicativo se desenvolvem com o objetivo principal de difusão do inglês como língua internacional.(Apud, DCE's)

Conforme o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual José de Anchieta, a

educação é vista como uma prática social que constitui o direito do indivíduo. Sua

finalidade está voltada para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para

constitui-se e transformar a realidade, sendo uma educação de qualidade e de acesso

a todas as classes sociais.

O discurso como objeto de estudo na disciplina de LEM possibilita um espaço

para a socialização do saber e para a formação de sujeitos éticos e participativos.

B) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES :DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.

CONTEÚDOS EXPRESSOS COM HABILIDADES TRABALHADOS NA ORALIDADE,

NA LEITURA E NA ESCRITA.

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Primeiro e segundo semestre - P1

- Associar os diferentes sons às letras do alfabeto.

- Identificar os dias da semana, meses e estações do ano.

- Identificar as cores, objetos da casa e da escola, vestuário e partes do corpo

humano.

- Identificar os membros da família.

- Utilizar-se de expressões e cumprimentos.

- Verbo “to be” – presente e passado.

- Descrever pessoas.

- Localizar objetos.

- Pedir e dar informações.

- Dominar as formas de apresentação (nome, idade, profissão, nacionalidade,e tc).

- Números cardinais.

- Presente simples.

- Uso de Do e Does

- Horas.

- Noções de tempo.

- Pronomes pessoais.

- Artigos definidos e indefinidos.

- Aspectos culturais dos Estados Unidos.

- Dar e pedir informações sobre localização e lugares.

- Desenvolver a conversação.

- Pronomes demonstrativos.

- Verbo “There to be” – presente e passado.

- Verbo “to have”.

- Preposições.

- Verbo “can”..

- Pronomes interrogativos

- Presente contínuo.

- Forma imperativa.

- Emprego de “let”.

- Uso do “why e because”.

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- Pronomes possessivos.

- Possessivos adjetivos

- Caso genitivo.

- Plural dos substantivos.

- Textos.

- Músicas.

Primeiro e segundo semestre – P2

- Futuro simples.

- Futuro imediato.

- Uso do “going to”.

- Verbos regulares e irregulares.

- Auxiliar Did.

- Narrar fatos no passado.

- Relacionar profissões com sua área e os produtos que utilizam

- Condicional “IF”.

- Expressar hipóteses no tempo passado ou condicional.

- Grau dos adjetivos.

- Question tag.

- Verbos modais.

- Ampliar vocabulário sobre alimentos.

- Expressar desejos e opiniões.

- Números ordinais.

- Nacionalidades.

- Presente perfeito.

- Advérbios.

- Voz passiva e agente da passiva.

- Pronomes reflexivos.

- Pronomes relativos.

- Argumentar um ponto de vista.

- Verificar os significados das expressões idiomáticas.

- Reconhecer os falsos cognatos.

- Escrever carta formal ou informal.

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- Músicas.

- Textos.

- Poemas

- Provérbios.

- Aspectos culturais da Inglaterra.

C) METODOLOGIA DA DISCIPLINA

No Colégio Estadual José de Anchieta, a disciplina de Inglês está presente

apenas no Ensino Fundamental.

Recursos como revistas, jornais, livros, TV, vídeo, DVD, jogos, serão utilizados na

elaboração das tarefas pedagógicas, para vincular o que se faz em sala de aula com o

mundo exterior.

Trabalhos em duplas e em grupos, facilitam a conversação e estimulam o aluno

ao diálogo e a leitura.

Na abordagem metodológica ainda serão contempladas as práticas de leituras e

análises de textos de diversos gêneros, observando as relações dialógicas entre os

mesmos. É muito importante que a partir dos textos trabalhados ocorra o momento de

discussão e debate sobre o tema apresentado. De acordo com a realidade de cada

turma, trabalhar a produção, a revisão e a reestruturação textual, ampliando os

conhecimentos lingüísticos em língua inglesa. A partir do texto escolhido para

desenvolver as práticas discursivas, define-se os conteúdos específicos a serem

estudados, norteados pelo gênero do texto.

Pensa-se que não há um método pronto, acabado, mas uma variedade de

opções pedagógicas que norteiam o processo educativo e que podem facilmente

serem adaptadas de acordo com o contexto, para atingir o objetivo esperado.

O trabalho referente as leis: História e Cultura Afro, Indígena (11.645/3/2008) e

Meio Ambiente (9795/99) serão contemplados nas aulas de Inglês por meio de

conversas, pesquisas, documentários, realizando um paralelo entre essas culturas.

D) AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA

A avaliação tem por objetivo o ajuste e a orientação para a intervenção

pedagógica, visando a aprendizagem de forma mais adequada para o aluno. É um

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elemento de reflexão contínua para o professor sobre a sua prática educativa. É um

instrumento para que o aluno possa tomar consciência de seus progressos,

dificuldades e possibilidades.

O texto é uma unidade de sentido e deve ter um significado para o aluno real para

o aluno. Sendo assim, para se obter uma avaliação satisfatória, devemos levar em

conta que o aluno deve demonstrar compreensão geral de textos variados, selecionar

as informações específicas do texto, demonstrar conhecimento da organização textual,

consciência de que a leitura não é apenas um processo linear que exige a

decodificação de cada palavra, mas acima de tudo assumir uma postura crítica aos

objetivos do texto e possuir um conhecimento sistêmico fixado no mesmo.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua e

formativa, alcançando a construção permanente do conhecimento. Sendo assim, será

utilizada avaliação escrita, avaliação oral (reading), atividades de “listening”, trabalhos

individuais e em grupos, pesquisa de campo, construção de painéis informativos,

pesquisas, etc.

O aluno que não atingir a média bimestral de 6,0, terá direito a recuperação

simultânea de conteúdos. Esta acontecerá com a retomada de conteúdos em sala de

aula de acordo com as necessidades de aprendizagem apresentadas pelo educando,

seguida de uma avaliação escrita no valor de 7,0.

5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SEED. Diretrizes Curriculares Educacionais da rede Pública de Educação básica

do estado do Paraná / Língua Estrangeira Moderna – Inglês. Secretaria de Estado

da educação. Curitiba:2006.

MASCIA, M.A.A. Discursos fundadores das metodologias e abordagens de ensino de

língua estrangeira. Campinas: Mercado das Letras, 2003.

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294

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOFF, Leonardo. Ética da Vida. 2º Ed. Brasília. Letraviva, 2000.

BRASIL, LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Disponível em < www.planalto.gov.br >.

GAGNÉ. R. M. Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e

Científicos, 1974.

PINTO, Álvaro V. Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

SACRISTÁN, Gimeno José. Educação Obrigatória: sem sentido educativo e social.

Porto Alegre: ArtMed, 2001.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico - Crítica: primeiras aproximações. 3ª Ed. São

Paulo. Cortez: Autores Associados, 1992.

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295

9. ANEXOS

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296

Matriz Curricular Ensino Fundamental

Município : QUEDAS IGUACU

Estabelecimento : JOSE DE ANCHIETA, C E - E FUND MEDIO

Período Letivo : 2010-1

Curso : ENS. FUNDAMENTAL DE 5/8 SERIE

Matriz Curricular

Organização da Matriz

Nº Nome da Disciplina (Código

SAE)

Composição

Curricular

Carga Horária

Semanal das

Seriações

5 6 7 8

1 ARTE (704) BNC 2 2 2 2

2 CIENCIAS (301) BNC 3 3 3 4

3 EDUCACAO FISICA (601) BNC 3 3 3 3

4 ENSINO RELIGIOSO

(7502)

BNC 1 1 0 0

5 GEOGRAFIA (401) BNC 3 3 3 3

6 HISTORIA (501) BNC 3 3 4 3

7 LINGUA PORTUGUESA

(106)

BNC 4 4 4 4

8 MATEMATICA (201) BNC 4 4 4 4

9 L.E.M.-INGLES (1107) PD 2 2 2 2

Total C.H.

Semanal

25 25 25 25

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297

Matriz Curricular Ensino Médio

Município : QUEDAS IGUACU

Estabelecimento : JOSE DE ANCHIETA, C E - E FUND MEDIO

Período Letivo : 2010-1

Curso : ENSINO MEDIO

Nº Nome da Disciplina (Código

SAE)

Composição

Curricular

Carga Horária

Semanal das

Seriações

1 2 3

1 ARTE (704) BNC 2 0 0

2 BIOLOGIA (1001) BNC 2 2 3

3 EDUCACAO FISICA (601) BNC 2 2 2

4 FILOSOFIA (2201) BNC 2 2 0

5 FISICA (901) BNC 2 2 2

6 GEOGRAFIA (401) BNC 2 2 2

7 HISTORIA (501) BNC 2 2 2

8 LINGUA PORTUGUESA

(106)

BNC 4 3 4

9 MATEMATICA (201) BNC 4 4 3

9 SOCIOLOGIA (2301) BNC 0 2 2

10 QUIMICA (801) BNC 3 2 3

10 L.E.M.-ESPANHOL (1108) PD 0 2 2

Total C.H.

Semanal

25 25 25

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JANEIRO FEVEREIRO

MARÇO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 12 7 8 9 10 11 12 13

10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17 18 19 20 23

17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24 25 26 27 dias

24 25 26 27 28 29 30 28 28 29 30 31

31

1 Dia Mundial da Paz 16 Carnaval

ABRIL MAIO JUNHO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q S S

1 2 3 1 1 2 3 4 5

4 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12

11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 21

18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 dias

25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30

30 31

2 Paixão 21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho 3 Corpus Christi 8 OBMEP (1ª FASE)

JULHO AGOSTO SETEMBRO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 12 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4

4 5 6 7 8 9 10 dias 8 9 10 11 12 13 14 12 5 6 7 8 9 10 11

11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 21

18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 dias

25 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30

7 Independência

11 OBMEP (2ª FASE)

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4

3 4 5 6 7 8 9 18 7 8 9 10 11 12 13 20 5 6 7 8 9 10 11

10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15 16 17 18 16

17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25 dias

24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 31

31

12 N. S.Aparecida 2 Finados 15 Feriado Municipal

15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 19 Emancipação Política do Pr

11 Referente ao feriado municipal 20 Dia Nacional da Consciência Negra 25 Natal

Feriado Municipal 1 dia

Dias letivos 200

Início/Término

Planejamento e Replanejamento 1º Bimestre 01/02 a 28/04

Férias 2º Bimestre 29/04 a 09/07

Recessos 3º bimestre 12/07 a 08/10

Formação Continuada 4º Bimestre 08/10 a 22/12

Conselho de Classe

Reuniões Pedagógicas

Calendário Escolar 2010 – José de Anchieta