COLETA, CONSERVAÇÃO E TRANFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM

OVINOS

Biotécnicas de Reprodução Animal

Diessa Fagundes de Azambuja

INTRODUÇÃO• Prolíferos (mais de uma cria por parto)• Rústicos e Produtivos (ciclo produtivo curto)• Ocupam pequeno espaço• Adaptam-se a vários sistemas de produção• Leite, carne, pele, lã, fibras (pelos), esterco...• Gestação (150 d) e puerpério curtos (30 dias)• Estacionalidade reprodutiva• Puberdade e reprodução pós-parto precoces

INTRODUÇÃO• Tem como principal objetivo a maximização

reprodutiva da fêmea, explorando assim seu potencial biológico ao extrapolar suas possibilidades naturais, e contribuindo para a disseminação de animais geneticamente superiores e redução do intervalo entre gerações.

INTRODUÇÃO• A técnica baseia-se na indução ou

sincronização do estro e superovulação das doadoras, seguida da cobertura ou inseminação artificial e da colheita dos embriões através da lavagem uterina.

PRIMEIRA ETAPA – “ A DOADORA”

• SELEÇÃO DAS FEMÊAS DOADORAS- escolhidas com base em seus antecedentes produtivos;SUPEROVULAÇÃO- gonadotrofina coriônica eqüina (ECG)- hormônio folículo estimulante (FSH)

• O ponto de partida é a sincronização do estro nas doadoras;

- intervalo de 10 a 14 dias- dispositivo intravaginal de silicone contendo

progesterona natural- implantes subcutâneos- esponjas intravaginais

• As esponjas são mais utilizadas em pequenos ruminantes;

• A esponja seja deixada no período de duração da fase lútea (14 dias);

• Aplicação de prostaglandina, para que não haja um corpo lúteo funcional no momento da retirada da esponja

PROTOCOLO CONVENCIONAL DE SUPEROVULAÇÃO EM OVINOS

DIA 0 = Colocar esponjaDIA 12 = AM: 1ª injeção FSH

PM: 2ª injeção FSHDIA 13 = AM: 3ª injeção FSH

PM: 4ª injeção FSHDIA 14 = AM: retirar esponja + 5ª injeção FSH

PM: 6ª injeção FSH

PROTOCOLO CONVENCIONAL DE SUPEROVULAÇÃO EM OVINOS

• DIA 15 = Controle do cio e IA ou monta natural• DIA 16 = Controle do cio e IA ou monta natural• DIA 22 = Coleta de embriões ( flushing)

INSEMINAÇÃO DAS DOADORAS

• Se realiza as 12 e 24 horas após a manifestação do estro;

• Se for monta natural, deixar o carneiro com as ovelhas desde a retirada da esponja até 72 horas após;

• A colheita dos embriões deve ser feita entre o sexto e o oitavo dia do ciclo estral (dia do estro = dia zero) devido a possibilidade de se obter embriões em estádio de mórula e blastocisto e destes poderem ser transferidos a fresco ou criopreservados. Entretanto, quando os embriões se destinam exclusivamente à criopreservação as colheitas devem ser feitas, preferencialmente, entre o 6º dia e o 7º dia devido já a partir do 8º. dia ocorrer uma elevada incidência de blastocistos eclodidos o que é indesejável quanto aos aspectos sanitário e de intercâmbio de germoplasma.

COLETA DE EMBRIÕES

• Pode ser realizada de diferentes maneiras;• Lavado por arrasto;

- entra no útero por um extremo e sai por extremo oposto;- alta porcentagem de recuperação- desvantagem de ser mais traumático

• O lavado é recolhido e mantido em temperatura ambiente (25 a 30°C), até o momento da transferência.

COLETA DE EMBRIÕES

• Lavagem laparoscopica- vantagem de ser menos traumática e pode ser repetida várias vezes- custo elevado- treinamento completo

COLETA DE EMBRIÕES

• O procedimento é realizado sob anestesia geral

• Jejum prévio de liquidos e solidos durante pelo menos 12 horas

• Em condições normais a cirurgia tem duração de 20 minutos;

PROCURA DOS EMBRIÕES

• Finalizada a lavagem, o liquido da coleta é colocado em uma placa de Petri e logo se avalia sob estereomicroscópio para procura dos embriões

• Aspira-se e passa-se a uma placa com meio de manutenção, observando para classificá-los;

PROCURA DOS EMBRIÕES

• A classificação é realizada levando em conta o estágio de desenvolvimento, morfologia e integridade, e se destina a cada embrião um grau seguindo as normas da (IETS);

Classificação de embriões de acordo com o proposto pela IETS

ESTÁDIO EVOLUTIVO QUALIDADE0= não fertilizado 1= excelente1= 2-4 células 2= bom2= 8 células 3= regular3= 16 células 4= pobre4= mórula compacta

5= blastocisto inicial

6= blastocisto

7= blastocisto expandido

8= blastocisto eclodido

• A classificação é muito importante: determina o destino possível dos embriões colhidos;

• Estádio de 4 a 8: são considerados normais em virtude dos dias de desenvolvimento;

• Estádio 3: baixa probabilidade de serem viáveis

RESULTADOS ESPERADOS

• Pode-se esperar uma média de cinco embriões transferíveis por ovelha;

• Esse valor deve ser aceito com cuidado, devido a enorme variabilidade individual, o desvio-padrão é maior que a média ( a variação é de 0 a 30 embriões por doadora).

SEGUNDA ETAPA: “ A RECEPTORA”

• Os embriões assim que coletados podem ser transferidos de imediato ou também ser congelados para transferência posterior;

SELEÇÃO DAS RECEPTORAS

• A fêmea receptora será a encarregada de levar a gestação do embrião, parto e criação até o desmame.

• Animais com boa saúde reprodutiva;• Receptora de raça diferente da doadora;• Devem estar em bom estado nutricional;

SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS

• A receptoras devem estar sincronizadas com as doadoras para que se utilize um protocolo semelhante ao descrito para as doadoras;

• O ideal é que a sincronia doadora-receptora não seja superior a + ou – 24 horas.

TÉCNICA DE TRANFERÊNCIA

• A transferência dos embriões ao útero receptor realiza-se sob anestesia geral ou sedação/analgesia profunda;

• Técnica cirúrgica=laparotomia mediana: verificar em que ovário se encontra o corpo lúteo;

TÉCNICA DE TRANFERÊNCIA

• Caso se disponha de laparoscópio, pode usar-se uma técnica mista na qual se verifica de que lado ovulou a receptora e exterioriza-se o corno correspondente com ajuda laparoscópica, o que faz com a cirurgia seja mais rápida e menos traumática.

TÉCNICA DE TRANFERÊNCIA

• Técnica laparoscópica: o embrião é inovulado dentro do utero utilizando a pipeta de inseminação semelhante a de inseminação intra-uterina

EM TODOS OS CASOS O EMBRIÃO DEVE SER DEPOSITADO NO TERÇO TUBÁRICO DO ÚTERO, JÁ QUE É O LUGAR NATURAL PARA UM EMBRIÃO DE 6-7 DIAS

• Depois da transferência aplica-se um antibiótico como profilaxia e devem-se deixar as receptoras em um curral sem perturba-las pelo tempo de 12 horas ( com comida e água) para que se recuperem totalmente da anestesia, antes de serem transferidas onde ficarão de forma definitiva.

RESULTADOS ESPERADOS

• Trabalhando com embriões frescos de graus 1-2, a porcentagem de prenhez é da ordem de 80%, no entanto, para embriões de grau 3 e congelados, porcentagem é de 50%.

CONGELAÇÃO DE EMBRIÕES

• A criopreservação de embriões normalmente é realizada com fins comerciais ( venda de embriões). A capacidade de congelar embriões abre a porta ao comércio internacional de genética, um elemento extremamente importante não somente ao melhoramento racial, mas também para a incorporação para novas raças exóticas na região.

CONGELAÇÃO DE EMBRIÕES

• CONGELAÇÃO LENTA: os que funcionam a alcool metilico (maiores e ostentosos); e os que fucionam a nitrogenio liquido ( pequenos e portateis).

• VITRIFICAÇÃO: colocar o embrião em baixas temperaturas e utilizando altas concentrações de crioprotetor

CONCLUSÃO

• A tecnologia de superovulação e transferência embrionária em ovino tem alcançado um nível de desenvolvimento comercial que está abaixo do que sugerem as vantagens que oferece. As causas principais para essa falta de penetração comercial inclui a enorme variabilidade de resultados, a natureza cirúrgica dos procedimentos envolvidos e o alto custo por cria nascida.

• As causas principais para essa falta de penetração comercial inclui a enorme variabilidade de resultados, a natureza cirúrgica dos procedimentos envolvidos e o alto custo por cria nascida.

• Em conseqüência, a tecnologia é somente utilizada em animais de valor extremo para a incorporação de genética procedente de outros países.

MUITO OBRIGADA!!!