colÉgio estadual machado de assis ensino mÉdio · a construção de um projeto coletivo de...

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COLÉGIO ESTADUAL MACHADO DE ASSIS ENSINO MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NOVA AURORA 2006 1

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COLÉGIO ESTADUAL MACHADO DE ASSISENSINO MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

NOVA AURORA2006

1

COLÉGIO ESTADUAL MACHADO DE ASSIS ENSINO MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Projeto Pedagógico do Colégio Estadual Machado de Assis – Ensino Médio apresentando ao Núcleo Regional de Educação – Assis Chateaubriand.

NOVA AURORA

2

2006

É preciso que o Ensino Médio defina sua identidade como última etapa da Educação Básica mediante um projeto que, conquanto seja unitário em seus princípios e objetivos, desenvolva possibilidades, formativas que contemplem as múltiplas necessidades sócio-culturais e econômicas dos sujeitos que o constituem – adolescentes, jovens e adultos, reconhecendo-os não como cidadão e trabalhadores de um futuro indefinido, mas como sujeito de direitos no momento em

3

que cursam o Ensino Médio. (RAMOS apud CIAVATA, 2004, p.41).

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO...........................................................................5

2 INTRODUÇÃO .............................................................................7

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ......................................................... 7

2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO ................................ 8

3 RECURSOS FÍSICOS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO ......... 9

4 OFERTA DE CURSOS E TURMAS ................................................. 9

5 CARACTERIZAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS ................................ 10

6 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR ....................... 14

3 OBJETIVOS .................................................................................16

4 MARCO SITUACIONAL................................................................20

7 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO, DO COLÉGIO ESTADUAL MACHADO DE ASSIS ....... 20

8 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA ................................................................ 22

9 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA ............. 25

10 NORMAS DE CONVIVÊNCIA ..................................................... 26

5 MARCO CONCEITUAL.................................................................27

11 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, EDUCAÇÃO, CONHECIMENTO, ESCOLA, ENSINO/APRENDIZAGEM, AVALIAÇÃO .................................................................................... 27

12 PRINCÍPIO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA: ACESSO, PERMANÊNCIA, FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES E QUALIDADE DO ENSINO/APRENDIZAGEM ....... 32

13 CURRÍCULO DA ESCOLA ....................................................... 33

14 PROGRAMA PARA VALORIZAR OS RELACIONAMENTOS ........ 36

15 PRÁTICA TRANSFORMADORA ................................................ 38

16 PRETENSÕES DO PONTO DE VISTA POLÍTICO PEDAGÓGICO 39

6 MARCO OPERACIONAL..............................................................40

17 TIPO DE GESTÃO ...................................................................... 40

18 PAPEL DE CADA ATOR SOCIAL ................................................ 40

4

19 PLANO DE AÇÃO-GESTÃO 2006/2007 ...................................... 47

20 FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES ...................... 49

21 ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS .................................................. 50

22 ACOMPANHAMENTO DOS EVADIDOS ..................................... 50

23 PRÁTICAS AVALIATIVAS ......................................................... 51

7 DIAGNÓSTICO............................................................................52

8 PROGRAMAÇÃO..........................................................................55

24 METAS ....................................................................................... 56

25 OBJETIVOS DO PLANO ............................................................. 57

9 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO..................61

10 BIBLIOGRAFIA..........................................................................62ANEXOS.......................................................................................

.............................59

1 APRESENTAÇÃO

O presente documento registra o início de um processo que visa

a construção de um projeto coletivo de trabalho educacional envolvendo

todos os profissionais que atuam no Colégio Estadual Machado de Assis

Ensino Médio, alunos, pais e demais interessados na educação.

Este Projeto Político - Pedagógico é resultado da reflexão e da

avaliação de todos envolvidos com a educação do Colégio: diretores,

equipe pedagógica, professores, alunos, pais, membros da APMF,

Conselho Escolar e Grêmio Estudantil tendo em vista o compromisso de

todos com a educação.

Traduz as formas de organização para as práticas pedagógicas, a

direção a ser dada ao processo educativo, às expectativas, os objetivos,

prioridades e metas que se pretende atingir e ações a realizar a partir de

2.006, consideramos o momento histórico em que vivemos. Momento

este, que exige capacidade de provocar rupturas com a reprodução social

e voltar-se para a transformação das estruturas.

Concebemos o Projeto Político - Pedagógico como eixo de toda e

5

qualquer ação a ser desenvolvida na escola, é uma proposta de trabalho

coletivo, que busca encontrar respostas para questões importantes da

escola; como é o seu papel; as dificuldades e alternativas possíveis. É o

momento que a escola busca se reorganizar tendo em vista as condições

necessárias para que a sua função social seja cumprida.

Para isso, indaga-se nesse momento: o que é educar? O que é

ser cidadão? Quais os valores e conhecimentos dos quais a sociedade

necessita hoje? Que tipo de cidadão se deseja para que sociedade? Que

sociedade almejamos? Quais as metodologias que podem melhor

assegurar o sucesso do ensino-aprendizagem? Por outro lado, discutem-

se os problemas existentes na escola, as possibilidades de solução a ser

assumida para a consecução dos objetivos estabelecidos.

Pretendendo-se que esse Projeto Político - Pedagógico norteie a

ação educativo-administrativa escolar, nele se delineia de forma coletiva a

competência principal esperada do educador e de sua atuação na escola

e, ao delinear essa competência, o Projeto Político Pedagógico consolida a

escola como lugar central da educação básica.

Acreditamos que todo projeto supõe rupturas com o presente e

promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado

confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e

buscar uma nova estabilidade em função da promessa de estado melhor

do que do presente. Assim temos que, este projeto é passível de análise e

discussão constantes, permite reformulações de acordo com as

necessidades históricas e as mudanças conceituais decorrentes de

estudos e pesquisas e de alteração de concepções da própria sociedade,

caracterizando-se como um processo em permanente construção pelo

coletivo da escola, que assume como sua responsabilidade ultrapassando

os limites de uma determinada gestão. É uma etapa em direção a uma

finalidade que permanece como horizonte da escola.

6

2 INTRODUÇÃO

1DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

O Colégio Estadual Machado de Assis — Ensino Médio está

situado na área urbana do município de Nova Aurora, Região Oeste do

Estado do Paraná, na rua Brasil, nº. 318, próximo ao terminal rodoviário,

fone: (45) 3243-1417, e-mail:

Colé[email protected]. É mantido pelo Governo

do Estado do Paraná e pertence ao Núcleo Regional de Educação de Assis

Chateaubriand, tendo por finalidade ministrar o Ensino Médio.

Atos autorizatórios do Governo:

Autorização de funcionamento do Estabelecimento:

Resolução nº. 2.430/82, de 02 de setembro de 1982.

Reconhecimento do Estabelecimento:

Resolução nº. 4.142/83, de 08 de dezembro de 1993.

Implantação do PROEM (Programa de Extensão e Melhoria do

Ensino Médio)

Resolução nº. 3120/98

Ato de Renovação do reconhecimento do Colégio:

Resolução nº. 1571/03 de 23/06/03

Ato administrativo de Aprovação do Regimento Escolar nº.

72/2000 de 18/07/2000.

2TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO

O Colégio Estadual Machado de Assis - Ensino Médio Foi criado

em 1968, como Grupo Escolar Machado de Assis, até o ano de 1977. No

7

ano de 1978 a 1979 passou a denominar-se Escola Machado de Assis –

Ensino de 1º Grau.

A partir de 1980, conforme Parecer nº. 026/80-DESG, passou a

oferecer o ensino de 2º Grau Regular, passando a denominar-se Colégio

Machado de Assis - Ensino de 1º e 2º Graus, ofertando os cursos de

Habilitação Básica em Saúde e Habilitação Básica em Agropecuária,

conforme Autorização de Funcionamento/ Resolução nº. 2430/82 e

Reconhecimento/Resolução nº. 412/83. A partir de 1986, foi implantado o

curso Propedêutico, através da Autorização de funcionamento/Resolução

nº. 255/86 e Reconhecimento /Resolução nº. 2089/88, tendo o curso o

nome de Educação Geral.

Através da Resolução nº. 4381/92, o Colégio foi desmembrado

em duas escolas distintas, como resultado da municipalização do ensino

de 1ª a 4ª séries do 1º Grau, passando a ter a denominação de Colégio

Estadual Machado de Assis — Ensino de 2º Grau.

O Colégio passou a oferecer os cursos de: Habilitação Magistério

através da Autorização de Funcionamento/Resolução nº. 6.637/93 e

Reconhecimento/ Resolução nº. 4030/97; e Habilitação Auxiliar de

Contabilidade conforme Autorização/ Resolução nº. 3.692/95 e

Reconhecimento/Resolução 3078/97, esta motivada pela cessação do

Colégio Cenecista Prof. Bento Munhoz da Rocha Neto.

Finalmente em 26 de novembro de 1996, foi firmado o Termo de

Adesão ao PROEM (Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio)

com o comprometimento de implantar a partir de 1997, o curso de

Educação Geral em substituição às habilitações profissionalizantes do

mesmo grau. Assim, em 1997, o Colégio tendo aderido ao PROEM,

conforme Resolução nº. 3120/98 passou a denominar-se Colégio Estadual

Machado de Assis — Ensino Médio.

3RECURSOS FÍSICOS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

O Colégio conta com área total de 8.428,12m2 sendo, 3.881,80

8

m2 de área construída e 4.546,32 m2 de área livre. Foram construídas 17

salas de aula de 48 m2, uma biblioteca, com 112 m2, um laboratório de

física, química e biologia com 48 m2, um laboratório de informática com

112m2 e uma quadra de esportes, coberta, com 868,80 m2, churrasqueira

com 72 m2, 11 banheiros com 95,33 m2 no total, uma área de 73,20 m2 de

corredores, uma secretaria, cozinha, sala da Direção, sala da Equipe

Pedagógica, sala de professores, casa do zelador, pátio coberto e parque

infantil. O Colégio é totalmente murado.

4OFERTA DE CURSOS E TURMAS

O Colégio oferece o Ensino Médio, concebido como etapa final da

Educação Básica, com duração mínima de três anos. O Ensino Médio está

organizado em séries anuais, sendo a carga horária mínima do ano letivo

de oitocentas horas, distribuídas por um número mínimo de duzentos dias

de efetivo trabalho escolar. A duração de hora-aula para o ensino médio é

de 50 minutos, independente do turno de funcionamento do curso.

No período matutino, conta com sete turmas, sendo assim

distribuídas: 3 turmas de primeira série; 2 turmas de segunda série e 2

turmas de terceira série.

No período vespertino, conta com cinco turmas, sendo assim

distribuídas: 2 turmas de primeira série; 2 turmas de Segunda série e 1

turma de terceira série.

No período noturno, conta com cinco turmas, sendo assim

distribuídas: 2 turmas de primeira série; 1 turma de segunda série e 2

turmas de terceira série.

5CARACTERIZAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS

O Colégio é administrado por um Diretor e por uma Auxiliar de

direção. O Diretor é professor formado em Matemática, e exerce essa

função direção desde 1986. A Auxiliar de direção é formada em Geografia

9

e passou a exercer essa função em 2005. Somente no ano de 2005, o

Colégio passou a contar com uma Equipe Pedagógica, formada em

Pedagogia, composta por dois professores. A maioria dos Professores são

efetivos e todos são habilitados na disciplina que lecionam, com

licenciatura plena e pós-graduação. Um número considerável destes

professores lecionam em mais de uma escola na sede e nos distritos. A

secretária tem curso superior. O quadro de Auxiliar administrativo é

composto por 04 funcionários, sendo um em função da biblioteca e três na

secretaria; todos têm Ensino Médio completo, três têm curso superior. Os

Auxiliares de Serviços gerais, em sua maioria, tem o curso de Ensino

Médio ou estão cursando. O Conselho Escolar é composto por nove

representantes da comunidade escolar: diretor, equipe pedagógica,

secretária, aluno, professor, auxiliar de serviços Gerais, dois pais e

representante da sociedade civil. A APMF é composta por 14

representantes da comunidade escolar e o Grêmio Estudantil está em

processo de formação.

Docentes

Nome Formaçã

o

Regime de

Trabalho

Mec Disciplina Que

AtuaAdi Maria

Rodrigues

3º Grau Pss Geografia Geografia

Ana Paula Esser 3º Grau Estatutária Ed. Artística Artes

Delcy Extekoetter 3º Grau Pss Biologia Física

Dilma Esser da

Silveira

3º Grau Estatutária História História

Diva Moreto dos

Reis

3º Grau Estatutária Educação

Artística

Artes

Dorival G. da

Silva

3º Grau Estatutário Filosofia Filosofia

Genir Visoni

Debiazi

3º Grau Estatutária Química Química

10

Geny

Barbosa

3º Grau Pss Educação

Artística

Artes

Giovana Fiori 3º Grau Estatutária Química Química

Hugo Afonso

Scher

3º Grau Estatutário História História

Isabel de Souza P

Tondo

3º Grau Estatutária Geografia Geografia

José Geraldo

Bertha

3º Grau Estatutário Matemática Matemática

José Tondim Neto 3º Grau Estatutário História História

Lázaro Valentim

Borges

3º Grau Estatutário Matemática Matemática

Márcia Bedani

Rodmann

3º Grau Pss Matemática Física

Márcia da Silva 3º Grau Estatutária Inglês Inglês

Marta Barbosa da

Silva

3º Grau Estatutária Biologia Biologia

Moisés da Silva 3º Grau Estatutário Inglês Inglês

Nelci Peripolli

Godinho

3º Grau Estatutária Português Português

Osmar de

Carvalho

3º Grau Pss Ed. Física Ed. Física

Rosa Mª Marques

da Silva

3º Grau Estatutária Biologia Biologia

Sandoval Gomes

da Silva

3º Grau Estatutário Educação

Física

Educação

FísicaSandra Pessetti

Perón

3º Grau Estatutária Português Português

Suely Lemos da

Silva

3º Grau Estatutária Geografia Geografia

Therezinha Apª

Lima Dill

3º Grau Estatutária Português

Inglês

Português

DIREÇÃO

11

João Viçossio do Nascimento – Habilitado em Matemática

Isabel de Souza Pereira Tondo – Habilitada em Geografia

EQUIPE PEDAGÓGICA

Iolinda Rodrigues de Almeida Dal Molin

Regílio Xavier da Silva

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO-ADMINISTRATIVA

Secretária

Édina Carlos de Oliveira

Auxiliares

Edite de oliveira

Maria Eising

BIBLIOTECÁRIA

Alice B. Schölegel

SERVIÇOS GERAIS

Ana Luzia Garcia Boerer

Lurdes Tenfen Odelli

Maria Capelin Silva dos Santos

Fátima Braga

Sueli Aparecida Wilxenski

Colete Ferreira Primo

Nair Becker Barboza

APMF

Presidente

Antônio Walter Ismar de Souza

Vice-Presidente

Landoaldo Nanci

Tesoureiros

12

Gervásio Cezar, Maria Apª Perez Nascimento

Secretários

Hugo Afonso Scher, Maria Eising

Diretor Sociocultural e Esportivo

Leila de Rezende Silva, Sueli Apª Wilxenski

Conselho Deliberativo e Fiscal

Moisés da Silva, Sandra Apª Pessetti Perón, Nair Becker Roecker

de Carvalho, Nair Becker Barboza, Fátima Braga, Clair Martins Fonseca,

Pedro Avancini, Celso Antonio Ferrari.

Conselho Escolar

Representantes da Comunidade Escolar

João Viçossio do Nascimento – Diretor

Iolinda Rodrigues de Almeida Dal Molin – Equipe Pedagógica

Lázaro Valentin Borges – Professor

Édina Carlos de Oliveira – Secretária

Colete Ferreira Primo – Auxiliar de Serviços Gerais

Leandro Cassaro – Aluno

Paulino Moacir Moreira – Pai

Martíria W. Trevizoli – Mãe

Joaquim A. Pedroso Netto – Representantes da Sociedade Civil

GRÊMIO ESTUDANTIL

Em processo de formação

6CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

A Comunidade Escolar é heterogênea, proveniente de famílias de

13

níveis sociais e econômicos diversos da nossa comunidade. O colégio

recebe alunos provenientes de todas as escolas do Ensino Fundamental

(da sede e distritos), alunos do supletivo, resultando na existência de

estudantes de nível diversificado.

Em média , o Colégio é constituído por 563 alunos, sendo 70 %

residentes na área urbana e 30% na área rural , os quais utilizam o

transporte escolar.

Os estudantes do diurno representam 66,25% do total, sendo

25,20% proveniente da zona rural; a faixa etária varia de 14 a 20 anos;

não exercem atividade remunerada; é predominantemente do sexo

feminino; a quase totalidade pretende prosseguir os estudos, nível

superior. Já os estudantes do noturno representam 33,75% do total, sendo

20% proveniente da zona rural; a faixa etária varia de 15 a 30 anos;

exercem algum tipo de atividade remunerada; com pouca diferença, mas

predominam alunos do sexo masculino; aproximadamente 10% são

casados ,e mais de 50% pretendem prosseguir estudando após concluir o

ensino médio.

Estes estudantes são mais ou menos estáveis, não se

observando problemas sérios de evasão nos períodos diurnos; ocorrendo

porém de forma intensa este problema no período noturno. Sendo o

município e cidades vizinhas essencialmente agrícolas, sem

desenvolvimento industrial, uma parte razoável de alunos mantém

atividades econômicas que muitas vezes os obrigam a evadir, ou acabam

desestimulando-os ante as dificuldades diversas que se lhes apresentam ,

como por exemplo horário de trabalho incompatível com o escolar, falta

de tempo disponível para estudar, cansaço físico e mental.

Os alunos, principalmente os do período noturno, pela sua

condição de filhos da classe trabalhadora, em sua maioria já inseridos no

mercado de trabalho, buscam na escola não só a necessária mediação que

lhes facilite o ingresso no sistema produtivo, mas também aspiram à

continuidade de seus estudos em cursos superiores, o que não se observa

na prática.

14

3 OBJETIVOS

Pensar em educação é pensar no homem e na condição humana.

É pensar num ser que, independente do tempo e do lugar, se perpetue

enquanto ser com angústias, com momentos de desespero, com

sentimento de finitude, com desejo de viver, de amar, e de se ultrapassar.

Pensar em educação é pensar na face cambiante do mundo e do

homem. Quer dizer o homem encontra-se imerso num oceano de

mudanças e contradições.

Neste sentido, o homem atual é e não será nunca o homem de

ontem. Diferentemente de outras épocas, que o desconhecido e a

impotência o condenavam a um estado de resignação, hoje, ele não só

15

conhece e compreende melhor o seu mundo, como também pode e dispõe

dos meios tecnológicos para agir sobre ele com inteligência. Numa

sociedade de pluralidade de visões de mundo e de valores, educar

significa criar capacidade de enfrentar o individualismo e o pluralismo.

A educação é um processo por meio do qual o homem adquire

relacionamento adequado com a totalidade da sua vida. O homem

educado é aquele capaz de situar tudo em seu devido lugar na sua vida

concreta.

Os impactos da nova conjuntura sobre a vida humana como um

todo, ajudam a compreender que a educação é também uma totalidade

concreta, uma síntese de opostos, e o grande desafio da hora presente é

exatamente a questão de como equacionar de forma adequada seus

momentos construtivos. Faz-se necessário repensar o processo de

aprendizagem, pois há o perigo de reduzir a educação ao aspecto

instrutivo. A educação é a soma de instrução e formação. O desafio está

em ver a educação como transformadora no comportamento do homem, a

ponto de fazê-lo sentir-se senhor de si. Trata-se, acima de tudo, de

articular um quadro referencial básico que possibilite um agir com sentido

no mundo, pois se o homem é um ser em busca de si mesmo, o rumo

certo desta busca lhe vem de uma interpretação adequada da totalidade

do real, de uma visão básica do sentido da natureza, do homem, da vida

urbana, do absoluto e de um projeto de vida com esta visão.

Neste sentido, a educação deve visar:

• integrar o universo com cada ser para que possa colher a

diversidade cultural, racial e social. É a educação que em

primeiro lugar pode realizar a verdadeira globalização; para a

qual todos os seres são vocacionados a integrar o universo

dentro de cada um. Abrir os horizontes dos educandos para

uma visão integradora da história e do universo;

• capacitar a pessoa a buscar sempre, em sua vida,

mecanismos que efetivem a história enquanto ação humana;

que colabore na construção social solidária e de comunhão

com os outros seres. Sendo assim, surgem questões que não

16

podem deixar de se discutir no âmbito escolar: Que tipo de

professor a escola necessita? Que tipo de ser humano ela

deve formar? Que tipo de sociedade considera-se desejável?

A escola para inserir-se no processo global de transformação há

de se transformar inteiramente levando-se em conta que:

• a escola é parte constituinte do conjunto das macro-relações,

da complexa organização da sociedade, o que implica pensá-

la na lei das relações sociais e suas interfaces;

• a sua prática é determinante e ao mesmo tempo determinada

pelos condicionamentos sócio-políticos e econômico-culturais,

colocando-se sempre num vis-à-vis com o todo social é

expressão de um ato político na medida em que cumpre uma

função política, tanto na consolidação de determinados

interesses, como de instalação de uma nova cultura, de um

novo projeto social. Isso implica afirmar que existe sempre

uma orientação política implícita na maneira como se efetiva

a prática educativa, tenha-se ou não consciência disto;

• situada, portanto, no seio da prática social global, exercendo

uma ação eminente social e política, a escola numa dada

realidade assume propósitos, explicita seus valores que são

estabelecidos no fazer cotidiano do processo educativo.

Por isso, é importante que a escola persiga a busca da qualidade,

não aquela propagada apenas para servir ao sistema capitalista, que nada

mais é do que o “tecnicismo revisitado”, aparentemente moderno em que

pese constituir mais uma tendência que busca atrelar a educação à base

econômica da sociedade, ao introjetar na prática educativa a lógica do

mercado capitalista, cujo fim último reside na crescente produtividade

econômica, em que o homem assume uma forma moderna de insumo das

produção.

O modelo inspirado no paradigma da qualidade total usurpa

valores da educação libertadora, mas não imprime transformação social;

tendo em vista que está em sintonia com o modelo conservador que o

gerou.

17

Ao colocar-se como total, a qualidade está admitindo perder o

seu movimento, a sua dinâmica, a sua dimensão de inacabamento, de

incompletude, a qualidade assim como o próprio fazer humano que lhe dá

substantivo, comporta o caráter dialético, o confronto de interesses, a

constante busca de perfeição, produzindo-se num constante vir-a-ser.

Portanto, a escola que tem um compromisso verdadeiro com o

analfabeto, com aqueles que foram excluídos do sistema educacional é

aquela que:

• se encontra compromissada com a instalação e uma nova

ética, tomada enquanto defesa da vida e estando presente

em todas as atividades humanas em suas interações

concretas, através do trabalho da ciência, da tecnologia e no

próprio exercício do poder, da prática de democracia e da

cidadania. Recriar a ética encerra pois, uma das suas tarefas;

• repudia as formas de desenvolvimento anacrônico, a tirania

de projetos políticos descomprometidos com o bem-estar

coletivo e qualquer mecanismo de dominação e domesticação

da consciência humana.

• seja capaz de vincular os valores do desenvolvimento, da

democracia e da liberdade humana;

• contribua para a construção de uma pedagogia crítica e

participativa na direção dos interesses da maioria da

população;

• se entenda como um espaço inclusivo, integrador, que atenda

também a minoria, cujo grupo inclui alunos portadores de

necessidades educativas especiais, garantindo o direito de

todos, sem exceção, ao acesso e usufruto dos bens e serviços

socialmente disponíveis.

• se comprometa com a apropriação de um saber que permita

ao homem desvelar a realidade social, na condição de um

sujeito histórico.

• passe necessariamente, pela redefinição de currículo,

conteúdos e métodos de modo a possibilitar o acesso a

18

elementos culturais significativos.

• incorpore os avanços da ciência e da tecnologia como

elementos que se colocam a serviço do processo de

aperfeiçoamento do homem de sua libertação para

desenvolver outras dimensões da vida;

• concorra para o resgate da dignidade através de um processo

permanente de formação acadêmica e de adoção de uma

política que recupere os índices salariais e as condições de

trabalho;

• se comprometa com a instalação de uma nova cultura capaz

de separar o caráter discriminatório e seletivo implícito nos

processos avaliativos adotados;

• introduza na prática cotidiana da escola, a lição do prazer, da

alegria, a partir do direcionamento das relações sociais

Portanto, o objetivo do Colégio Estadual Machado de Assis –

Ensino Médio, se preocupará em trabalhar conteúdos que estejam em

consonância com as questões sociais que marcam cada momento

histórico e vinculado a melhoria da escola, e esta por sua vez, à mudança

educativa, entendendo que a escola não é uma propriedade de ‘ninguém’,

ela deve incluir toda a comunidade educativa no planejamento e suas

metas de melhoria.

Para tanto, é necessário que os educadores, os estudantes e

funcionários apresentem um perfil diferente do tradicional, mais engajado,

mais participativo, mais comprometido.

19

4 MARCO SITUACIONAL

7DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO

MUNICÍPIO, DO COLÉGIO ESTADUAL MACHADO DE ASSIS

O que temos? O que queremos?

Sociedade

Disforme, que foge à

realidade;

Sem perspectiva de futuro;

Injusta, descomprometida,

individualista, violenta,

corruptível.

Justa, participativa,

comprometida;

Estruturada;

Crítica;

Mais humana;

Que pense e trabalhe pela

coletividade.

Escola

Reproduz a sociedade;

Assume papéis que a

distanciam da principal

função que é ensinar;

Assistencialista;

Com acervo bibliográfico,

laboratórios e equipamentos

desatualizados.

Transformadora;

Autônoma;

Bem estruturada;

Que cumpra sua função de

formação;

Democrática.

20

Alunos

Carentes de objetivos,

sonhos e perspectivas, que

leva ao desinteresse e a

indisciplina;

Muitos são provenientes de

famílias desestruturadas;

Apresentam grande

diversidade cultural.

Responsáveis e participativos;

Críticos;

Com boas perspectivas;

Criativos;

Com auto estima;

Com desejo e atitude de busca

pelo conhecimento;

Que acredite no seu potencial

transformador.

Professore

s

Com boa formação, mas que

trabalham com dificuldades

diante dos inúmeros

problemas apresentados

pelo Sistema Educacional;

Com excesso de trabalho;

Desvalorizados;

Vítimas da rupturas

causadas pela política

Educacional.

Comprometidos;

Ativos, criativos;

Conscientes de sua importância

na transformação da sociedade;

Respeitados e valorizados;

Bem remunerados;

Com auto estima;

Com formação continuada;

Funcionári

os

Bons funcionários, porém

sem estabilidade de

emprego;

Inseguros; desmotivados;

Poucos funcionários.

Estabilidade, plano de carreira;

Bem remunerados;

Respeitados e valorizados ;

Com formação continuada.

8ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA

PRÁTICA PEDAGÓGICA

• Que sujeitos queremos formar?

• Que saberes queremos discutir?

• Que sociedade queremos para viver?

• Que escola queremos?

21

• Que educação queremos priorizar?

• Que avaliação precisamos construir?

• Que cultura queremos valorizar?

• Que conhecimento queremos trabalhar?

• Que relações de poder queremos manter?

• Quem é o nosso funcionário?

• Conhecemos o seu trabalho?

• Conhecemos os seus projetos?

• Eles participam e atuam nas decisões tomadas pela escola?

• Qual a sua participação na aprendizagem do discente?

8.1 Conclusões

1) Que sujeitos queremos formar?

Sujeitos críticos, capazes de resolver os problemas pessoais,

sociais, equilibrados, comprometidos com a vida social, engajados, com

perspectiva de vida, boa estima, valorizados, respeitados, bom caráter,

construtores do saber e do conhecimento, boa saúde física, psíquica,

emocional e social.

2) Que saberes queremos discutir?

Saberes educacionais, conhecimentos científicos, sociais,

políticos, espirituais, valorização da vida como um todo, saúde física,

psíquica e emocional.

3) Que sociedade queremos pra viver?

Uma sociedade justa, organizada e estruturada para ofertar a

educação, a saúde, habilitação, lazer, segurança, com direitos e deveres

iguais, mais humana, menos opressora, mais transformadora.

4) Que escola queremos?

Uma escola com suporte e recursos suficientes para atender,

pelo menos, aos projetos no Projeto Político Pedagógico.

22

5) Que educação queremos priorizar?

Humanista e igualitária formando cidadão aptos a enfrentar e

pleitear em espaço social digno,que garanta o acesso ao conhecimento

sócio-historicamente construído...

6) Que avaliação precisamos construir?

Uma avaliação capaz de mostrar a real aprendizagem e avanços

do estudante, que proporcione uma forma de melhorar educacional

através da Observação do ensino Aprendizagem, e do rendimento

intelectual.

7) Que cultura queremos valorizar?

Queremos valorizar a cultura local, inserida nas demais culturas,

ou seja, a regional, a estadual e a nacional.

8) Que conhecimento queremos trabalhar?

Queremos trabalhar o conhecimento que se torne útil na solução

dos problemas vivenciados por quem busca tal conhecimento, mas que

também proporcione ao educando acesso ao conhecimento científico e

formação intelectual, crítica e geral sólida.

9) Que relação de poder queremos manter?

Queremos modificar esta relação de poder de forma democrática

a fim de que haja um respeito às necessidades básicas de cada indivíduo e

da coletividade.

10) Quem é nosso funcionário?

O quadro de funcionários é composto de: serventes, secretárias e

bibliotecária: Sendo todas do sexo feminino, entre 35 a 50 anos, moram

na zona urbana e o grau de formação varia entre supletivo, magistério e

faculdade à distância. Com carga horária semanal de 40 horas. Todas são

CLT e QPPE, prestam serviço no Estado entre 10 e 12 anos. Há pouca

participação nos cursos oferecidos devido a dificuldades em viabilizar as

23

condições necessárias.

11) Conhecemos o seu trabalho?

Os funcionários desempenham seu trabalho com muita

responsabilidade com qualidade e mantém bom relacionamento com a

comunidade escolar e procuram contribuir para a educação e formação do

aluno.

12) Conhecemos os seus projetos?

O projeto das funcionárias é voltado para a estabilidade

profissional para obterem segurança e condição de trabalho.

13) Eles participam e atuam nas decisões tomadas pela escola?

Passaram a Ter maior participação nas decisões, principalmente

após a reestruturação do APM para APMF, Conselho Escolar e Grêmio

Estudantil. Passaram a ser mais ativos e por este motivo também estão

sendo mais reconhecidos pelos professores e alunos. Deveriam participar

mais, dar opiniões, sugestões.

14) Qual a sua participação na aprendizagem do discente?

No convívio diário, através de orientações, exemplos para

formação do aluno, diálogo.

8.2 Desafio

Como trabalhar essas questões no seio da escola, dentro da sala

de aula e no cotidiano das atividades formativas, de tal forma que nossos

alunos consigam incorporar conhecimentos e comportamentos que levem

a uma transformação para uma sociedade mais justa e humana?

O trabalho de sala de aula deve partir de conteúdos significativos

para o aluno, aliando teoria e prática, criando condições para que aponte

soluções para problemas identificados na comunidade em que vive,

24

procurando estabelecer relações mais humanas, conhecendo a realidade

para compreender e transformá-la.

Para formar este cidadão atuante, crítico, ativo e participativo,

faz-se necessário condições, como:

• professor e equipe devem atuar em um único

Estabelecimento de Ensino;

• maior número de horas/atividades para que tenham tempo de

organizar projetos e atividades de extensão;

• dispor de recursos;

• formação continuada aos professores e equipe da Escola.

9 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA

O Colégio está organizado em três turnos: matutino, vespertino e

noturno.

Horário das aulas:

Matutino: Entrada 7h30 Saída: 11h 50

Vespertino: Entrada 13h Saída: 17h 20

Noturno: Entrada 19h Saída: 23h 20

O Colégio conta atualmente com aproximadamente 563 alunos,

distribuídos em 17 turmas de Ensino Médio. O curso funciona nos

períodos matutino, vespertino e noturno.

No período matutino, conta com 201 alunos, distribuídos em 07

turmas (03 Primeira Série; 02 Segunda Série; e 02 Terceira Série);

No Período Vespertino, conta com 172 alunos, distribuídos em 05

turmas (02 turmas de Primeira Série, 02 de Segunda Série, 01 de Terceira

Série).

No Período Noturno, o Colégio conta com 190 alunos, distribuídos

em 05 turmas (02 turmas de Primeira Série, 01 de Segunda Série e 02 de

Terceira Série).

O horário das disciplinas levam em conta a disponibilidade do

25

professor, uma vez que muitos destes estão lotados em mais de uma

escola.

O horário do intervalo, após a terceira aula, é entendido como

mais um espaço pedagógico em que acontece grande interação entre

alunos, professores e funcionários. Além disso é um momento em que o

aluno aprende regras de convivência, disciplina e organização.

10NORMAS DE CONVIVÊNCIA

O convívio entre a comunidade escolar acontece de maneira

satisfatória, pois se procura respeitar a realidade individual, a diversidade

de idéias de cada um. A escola valoriza o respeito, a responsabilidade e a

solidariedade. Quando é necessário fazer alguma advertência ao aluno ou

a algum profissional da educação procuramos, através do diálogo,

conscientizá-los da importância de aceitar críticas para o crescimento

pessoal e desta forma ter condições de desenvolver um bom

relacionamento com o outro no convívio social.

A escola procura valorizar os pais e alunos respeitando-os,

acatando sugestões, atendendo-os com cortesia sempre que ela é

solicitada. É incentivando o livre acesso dos pais e alunos à escola

permitindo-se a aproximação com toda a comunidade escolar.

5 MARCO CONCEITUAL

11CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, EDUCAÇÃO,

CONHECIMENTO, ESCOLA, ENSINO/APRENDIZAGEM, AVALIAÇÃO

26

a) Concepção de Sociedade

A construção da cidadania envolve um processo ideológico de

formação de pessoal e social e de reconhecimento desse processo em

termos de direitos e deveres. Se faz através de lutas contra as

discriminações, da abolição de barreiras entre indivíduos e contra as

opressões e os tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas

condições de acesso à políticas públicas e pela participação de todos nas

tomadas de decisões.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de

se tornar cidadão consciente, (sujeito de direitos), organizados e

participativos do processo de construção político-social e cultural; a

concretização do direitos permitem ao indivíduo sua inserção na

sociedade.

Segundo Boff, as dimensões da cidadania são cinco:

• A dimensões econômico produtiva: a massa é mantida

intencionalmente, como massa e a pobreza são

empobrecimento, portanto a pobreza material e política são

produzidas e cultivadas, por isso é profundamente injusta.

• A dimensão político - participativa; as pessoas interessadas

lutam em prol de sua autonomia e participação social,

tornando - se cidadãos plenos.

• A dimensão popular: inclui somente ao que têm acesso ao

sistema produtivo e exclui somente ao que têm acesso ao

sistema produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão

vigente.

• A dimensão de co-cidadania: o cidadão deve reivindicar e

pedir ao Estado, precisam organizar-se não para substituir,

mas para fazê-lo funcionar.

• A cidadania terrenal apresenta a dimensão planetária na

consciência de causas comuns, com a responsabilidade

coletiva de garantir um futuro para a terra e a humanidade

27

Tipos de Cidadania segundo Boff:

• Cidadania seletiva: alguns setores são beneficiados pela

modernização, outros, os setores populares só cabe uma

cidadania menor.

• Cidadania menor: criador de oportunidades e de progresso

aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários.

• Cidadania maior e plena com-cidadania: está sendo

construído por todos os excluídos da história brasileira, se

organizando dentro dos movimentos raciais. Será uma

cidadania, cotidiana, plantada no funcionamento dos

movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício.

b) Concepção de Homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza

transformando-a segundo suas necessidades e para além. Nesse processo

de transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado

momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrências

destas, ele produz conhecimento. Sua ação é intencional e planejada,

mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não materiais que são

apropriados de diferentes formas pelo homem.

O homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se

pronuncia sobre a realidade.

c) Educação

É importante verificar que as políticas públicas de educação

referem-se à qualidade da educação.

A importância da democratização como política para a educação

e para a sua gestão, implica compreender que a democratização da

educação não se limita ao acesso mas envolve e garanti a prática

democrática que se desenvolve no interior da escola. Uma educação de

qualidade visa a emancipação dos sujeitos sociais. E a partir da concepção

28

de mundo, sociedade e educação, que a escola procura desenvolver o

conhecimento, habilidades e atitudes que irão encaminhar a forma pela

qual o indivíduo vai se relacionar com a sociedade, com a natureza e

consigo mesmo.

d) Conhecimento

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as

relações entre homens e a natureza.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo

e das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas

que representam as necessidades do homem a cada momento, implicando

necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação

para obtenção do conhecimento , mudando portanto a forma de interferir

na realidade.

O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera

simplificação do conhecimento cientifico, que se adequaria à faixa etária e

aos interesses dos alunos. Dessa forma, o conhecimento escolar é

resultado de fatos, conceitos, e generalizações, sendo portanto, o objetos

de trabalho do professor.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no

social gerando mudança interna e externa no cidadão e nas relações

sociais, tendo sempre uma intencionalidade.

e) Escola

Em nossa sociedade, a escola pública em todos os níveis e

modalidades da educação básica Educação infantil, Ensino Fundamental e

Ensino médio tem como função social formar o cidadão isto é, construir

conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário,

critico, ético e participativo.

Para isso, é indispensável socializar o saber sistematizado,

historicamente acumulado, como patrimônio universal da humanidade,

fazendo com que esse saber seja criticamente apropriado pelos

29

estudantes, que já trazem consigo o saber popular, o saber da

comunidade em que vivem e atuam. A interligação desses saberes pelos

estudantes e pela comunidade local representam um elemento decisivo

para o processo de democratização da própria sociedade.

A escola pública poderá dessa forma, não apenas contribuir

significativamente para a democratização da sociedade, como também

ser um lugar privilegiado para o exercício da democracia participativa,

para o exercício de uma cidadania consciente e comprometida com os

interesses da maioria socialmente excluída ou dos grupos sociais privados

dos bens culturais e materiais produzidos pelo trabalho dessa mesma

maioria. Assim a escola pública contribuirá efetivamente para afirmar os

interesses coletivos e construir um Brasil como um país de todos, com

igualdade, humanidade e justiça social.

f) Ensino e Aprendizagem

O processo ensino-aprendizagem como eixo do trabalho da

escola, deve ser identificado um dos elementos básicos desse processo

para atingir seu fim último: a formação do estudante. Ao se tratar da

aprendizagem na escola, verifica-se que a transmissão de conhecimento é

o objetivo maior, onde o professor é aquele que detém o conhecimento e

o transmite para os estudantes.

Numa educação emancipadora, que busca a transformação da

realidade, o conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva,

onde o processo de ensino-aprendizagem adquire movimento de troca e

de crescimento num movimento dialético permeado de contradições e de

mediações.

g) Avaliação

A avaliação deve ser um processo, ou seja, deve acontecer

durante todo o ano em vários momentos e de diversas formas. Os alunos

podem ser avaliados, por exemplo, por um trabalho em grupo, pela

30

observação de seu comportamento e de sua participação na sala de aula,

por atividades de pesquisa e produção. Assim, o estudante pode exercitar

e inter-relacionar suas diferentes capacidades, explorando seu potencial e

avaliando sua compreensão dos conteúdos curriculares e seus avanços.

A auto-avaliação, quando o aluno avalia a si próprio, é uma ótima

estratégia de aprendizagem e construção da autonomia, facilitando a

tomada de consciência de seus avanços, suas dificuldades e suas

possibilidades. É importante também que os alunos ajudem a escolher os

modos pelos quais serão avaliados, o que traz o comprometimento de

todos com a avaliação.

Mas a avaliação não deve se deter apenas na aprendizagem do

aluno, deve avaliar também o trabalho do professor e da escola como um

todo e periodicamente é muito importante.

A avaliação deve possibilitar novas alternativas para o

planejamento do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como

um todo.

12 PRINCÍPIO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA: ACESSO, PERMANÊNCIA,

FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES E QUALIDADE

DO ENSINO/APRENDIZAGEM

A gestão democrática implica a efetivação de novos processos

de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os

processos coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido, a

participação constitui uma das bandeiras fundamentais a serem

implementadas pelos diferentes atores que constroem o cotidiano escolar.

A educação, como prática social, constitui direito social do

indivíduo. Historicamente, muitas lutas foram desenvolvidas buscando

garantir esse direito a todos, a partir da expansão e da democratização.

Ou seja, a garantia de escola para todos constitui uma das bandeiras em

prol da inclusão social e da efetiva participação da sociedade civil.

As mudanças exigidas pelas reformas educacionais incidem

31

também na formação dos profissionais da educação na sua formação

contínua, de modo que continue aprendendo durante toda a vida

profissional.

A formação continuada do professor vem ao encontro do fato de

que na sociedade do conhecimento e no mundo do trabalho será preciso

achar formas de continuar aprendendo e desenvolver profissionalmente;

pois o mundo se transforma e a escola também deverá ser transformada e

contribuir para transformar essa sociedade, precisamos ser cidadãos

criativos e atuantes para que possamos formar cidadãos igualmente

criativos e atuantes. A mudança no perfil e nas incumbências do

professor, exigidas pela LDB 9394/96 e pela reforma educacional

(Orientações Curriculares do Estado do Paraná), implementada na gestão

2004/2006, são exemplos da necessidade de os profissionais educacionais

e as instituições serem flexíveis para poder acompanhá-las e continuar

aprendendo; estamos, portanto, no âmbito da formação continuada e a

escola é o local privilegiado para esses estudos. Porém ,há a necessidade

de termos clareza teórica e de concepção de educação, homem,

sociedade, cultura, conhecimento, avaliação para construirmos a

identidade do Colégio, de modo que seu Projeto Político Pedagógico não

seja vulnerável à mudança meramente política, mas que cumpra a

Legislação e Diretrizes Educacionais.

13 CURRÍCULO DA ESCOLA

O professor deve buscar as coisas novas para as futuras

gerações, que consideram necessárias a eles ordenando o campo dos

saberes escolares. Porém, deve garantir acesso aos conhecimentos

históricos, como patrimônio da humanidade.

Em relação a escolarização, ela impõe certas definições sobre o

ser ensinado, implicando em critérios de seleção e ordenação dos saberes,

bem como na definição de formas pedagógicas de apresentá-los aos

estudantes.

32

As idéias devem ser tomadas como terreno de produção

simbólica cultural, funcionando como matéria prima de criação, recriação

e, sobretudo de contestação e transgressão.

O currículo, dentro da perspectiva de produção e criação

simbólica cultural, deve representar um espaço de organização de

saberes, valores e sentimentos que podem ser respectivamente

ensinados, formados e experienciados.

Os conteúdos, ao expressar experiência social acumulada,

devem também contemplar as experiências da diversidade de ambientes

culturais das alunas e alunos para orientar as atividades pedagógicas em

sala de aula, podendo assim, diferenciar os tipos de classes e os

diferentes modos vivenciados.

O currículo deve propiciar a socialização das experiências sociais

que tanto os estudantes quanto os professores os trazem. Para isso, os

professores devem orientar as atividades pedagógicas em sala de aulas,

na perspectiva de levar aos temas de formação de identidade – como:

valores, condutas e temas que lhes são significativos.

Assim, há a necessidade de alterar as tradições e construir uma

nova cultura pedagógica, partindo dos interesses e necessidades dos

estudantes. E, para que isso aconteça, é importante que a escola promova

e organize situações pedagógicas que possibilitem o acesso a saberes e

bens culturais, mas que efetivem a aprendizagem e a ressignificação de

valores.

Os pontos de partida podem estar ancorado em objetos e temas

de estudos fixados a partir do ambiente cultural como: a) a investigação

do contexto da instituição escolar; b) a sistematização das histórias de

vida dos estudantes; c) identificação dos elementos dos ambientes

culturais dos estudantes; d) levantamento de expectativas de estudos

fundados em necessidades e interesses, desenvolvimento de projetos que

visem provocar atitudes de reflexão sobre si mesmo e o contexto social

em que está inserido; e) atividades didático-pedagógica que prime pela

pesquisa como método de estudo, hábito necessário a ser desenvolvido no

estudante do Ensino Médio.

33

13.1 Objetos e Temas de Estudos

A diversidade de temas permite a convergência de ações

pedagógicas, que propiciem aos educandos se apropriarem do

conhecimento.

Dentro dessa idéia, os conteúdos ordenados não serão aplicados

como necessários, mas ajudam a organizar citações pedagógicas que

serão aprimoradas dentro das problemáticas construídas; sendo assim, a

ação docente volta-se para a aprendizagem e interação.

Os objetos de estudo, quanto mais complexos forem, mais irão

requerer acessos constantes e intensos relacionados ao saber, à natureza,

a arte, a cultura corporal e a realidade social. Tal perspectiva não deverá

ser trabalhada numa teoria única, por mais clara que se apresente aos

professores, mas que possibilitem uma compreensão mais abrangente e

crítica da realidade.

As práticas escolares devem revelar saberes no espaço escolar

que possibilitem o desenvolvimento do senso crítico, ampliando-a efetiva

autonomia, e, para que isso aconteça, a ação docente deve possibilitar a

construção da ética e a concepção de valores.

A realidade do aluno é o ponto de partida para o trabalho com os

conteúdos.

13.2 A Organização das Turmas

O professor deverá organizar as turmas respeitando as

diversidades. É importante que o professor consiga superar os

mecanismos de seleção de regulação padronizada e de nivelamento.

A Proposta Curricular do Colégio parte dos pressupostos como:

todos podem aprender, o respeito às diferenças, a superação dos

fracassos escolares e a escola deverá estar preparada pedagogicamente.

34

É preciso confrontar e romper com as representações populares

sobre a escola que reconhece o diploma como definidor de status social

decorrente de sacrifício individual ou mérito pessoal, levando o estudante

a incorporar as concepções defendidas pelo Projeto Político Pedagógico do

Colégio.

13.3 Currículo e Inclusão

Hoje, as diretrizes educacionais nacionais, através da LDB

9394/96, determinam que as instituições escolares devem ser inclusivas.

Assim, teríamos os grupos de incluídos:

• pessoas com necessidades educacionais especiais;

• os migrantes;

• os marginalizados;

• a totalidade de estudantes em suas diferenças.

Reconhece-se que seria de extrema importância a inclusão

desses grupos. No entanto, para que isso fosse possível, seria necessário

professores capacitados para trabalhar com esses estudantes e que

houvesse materiais especiais para atender as diversas necessidades, ou

seja, que o Colégio dispusesse de condições física, materiais e humanas

para atender à todos em suas necessidades individuais, e em especial, às

pessoas com necessidades educacionais especiais.

13.4 Currículo e Organização Disciplinar

Os currículos na educação regular tradicionalmente foram

organizados na forma disciplinar; isso gerou a fragmentação dos

processos pedagógicos em disciplinas. Por isso, muito se fala em

interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, na busca da superação dessa

fragmentação. Devido à forte tradição pedagógica e à formação

profissional é mais propício à manutenção do sistema disciplinar, mas isso

35

não dispensa a importância das relações entre as disciplinas, constituindo

experiências e práticas coletivas entre professores especialistas e

estudantes, visando superar a segmentação e formalização dos conteúdos

escolares.

14PROGRAMA PARA VALORIZAR OS RELACIONAMENTOS

A escola é cobrada a assumir o papel de auxiliar no

desenvolvimento humano, moral e ético dos seus alunos, além de

responsável em desenvolver com sucesso, os conteúdos curriculares

através de processos pedagógicos. Com o objetivo de cumprir tais

compromissos, propomos o PVR (Programa de Valorização de

Relacionamentos). A finalidade deste projeto é motivar os jovens a

expressar seus sentimentos e valorizar ações e atitudes que enriqueçam

os relacionamentos.

Nas escolas existe violência verbal, onde alguns estudantes

ficam inibidos, passivos e paralisados pelo temor de uma retaliação verbal

por parte do grupo dominador. Existem também agressões escritas nas

carteiras, nas paredes e até nas roupas dos estudantes e isto atrai cada

vez mais adeptos e quase nunca uma resistência criativa capaz de gerar

postura contrária.

Mas na escola pública é possível de resgatar e encontrar valores

humanos que, bem encaminhados podem ajudar a criar e a disseminar o

hábito de bendizer. Os educadores e estudantes devem desenvolver

formas de relacionamento interpessoal construtivas e minimizadoras das

condições negativas e da violência.

A escola pública deve oferecer oportunidades que se

contraponham às ações violentas percebidas nos relacionamentos, no

linguajar e na escrita dos alunos. Essas oportunidades devem ser criativas,

contagiantes e atrativas.

Os estudantes devem expressar suas emoções através do

esporte, da música ou da arte, trazendo elementos contrários à violência.

36

Muitos não conseguem visualizar qualidades e si e nos outros. A maioria é

motivada a enxergar e a valorizar pontos que enriqueçam seu

desenvolvimento moral.

O papel do professor é o de incentivar e “garimpar” riquezas

encontradas no caráter de cada um. Estes devem unir-se para formar

estudantes, não apenas motivando, mas encontrando formas mais

adequadas de seus alunos expressarem sentimentos pela escrita, música,

arte, entre outras.

O papel dos professores é desarmar os estudantes de seus

medos: o de elogiar, de pedir desculpas e perdoar, de pedir ajuda e

ajudar, incentivar, abraçar, rir, chorar, admitir, brincar, ouvir, escrever,

falar e serem bons uns com os outros. Os alunos devem perceber em seus

professores exemplos coerentes com as palavras.

O programa deve ser permeado pelo interesse e não pelo dever,

pela vontade e não pelas regras, pela aceitação e não pela imposição. É

possível mudar um momento social violento e desumano a partir do

instante em que se está mais próximo do estudante.

O objetivo maior do PVR é gerar o hábito de valorizar e bendizer.

O que determinará o sucesso do programa é o envolvimento contínuo das

pessoas da comunidade escolar.

14.1 Trabalho Coletivo

O trabalho coletivo garante uma atuação pedagógica

consistente, coerente e integrada. Discute caminhos e alternativas para

sua concretização de ações no dia-a-dia. Este tem sido considerado o

caminho mais propício para o alcance das novas finalidades da educação

escolar, pois é coerente a natureza do trabalho na escola e o enaltecer do

indivíduo como pessoa e como ser social. No entanto, reconhecemos que

o trabalho coletivo não é tarefa simples, é uma tarefa que precisa ser

explorada de maneira cooperativa, incorporada de forma progressiva aos

trabalhos da escola, de modo que este se realize de acordo com seus

37

objetivos.

15PRÁTICA TRANSFORMADORA

A prática educacional transformadora deve estar associada as

mudanças sociais contemporâneas entre elas, as novas tecnologias.

A informática apresenta-se como um poderoso instrumento

educacional, porém tudo deve ser feito com planejamento de modo a

explorar, e exercitar as diferentes formas de interpretação. (visual,

auditiva, entre outras.)

O professor tem o papel de mediador, do processo, o qual

conduz, provoca reflexões, interage, comparando e aproximando os

conteúdos e objetivos educacionais propostos em sala de aula, portanto,

as tecnologias representam instrumentos que contribuem de forma eficaz

para seu trabalho.

O uso pedagógico das novas tecnologias, deve ser mediado pelo

senso crítico em que o aluno deve ser conscientizado sobre os efeitos

vantajosos e desastrosos que a mesma pode causar.

O uso da tecnologia deve estar previsto no plano de formação

continuada.

16PRETENSÕES DO PONTO DE VISTA POLÍTICO PEDAGÓGICO

Através do trabalho coletivo, pretendemos diminuir a evasão

escolar por meio de acompanhamento dos evadidos e de práticas

avaliativas que visem a inserção social dos estudantes, tentando assim a

diminuição na exclusão social. Porém, para o bom andamento de tal

projeto, dependemos de uma boa formação continuada dos professores e

equipe.

38

6 MARCO OPERACIONAL

17TIPO DE GESTÃO

A gestão democrática é participativa, autônoma, comprometida,

onde todos (alunos, pais, professores, funcionários, direção e equipe

pedagógica) estão voltados para a busca de uma educação mais séria,

verdadeira e real.

A comunidade escolar deve ser mais participativa e atuante na

análise da qualidade do Colégio e na busca de alternativas para superar as

dificuldades. Oportunizamos para o professor um amplo espaço de

comunicação das informações e de discussão, que isso de caráter

consultivo, deliberativo e avaliativo, permitindo legitimar as decisões.

18PAPEL DE CADA ATOR SOCIAL

a) Diretor e Auxiliar de Diretor

Cuidar dos problemas administrativos e da relação com a

comunidade escolar objetivando um bom desempenho pedagógico é

tarefa fundamental da direção. É um procedimento essencial para a

construção de uma escola competente.

O Diretor que busca uma gestão participativa não é aquele que

procura resolver todos os problemas pela comunidade, mas o que

consegue maior participação de todos. É sua responsabilidade fazer

prevalecer as decisões do grupo, esclarecê-lo sobre os limites e as

possibilidades conferidos por lei; zelar para que as decisões sejam justas e

a favor da coletividade; passar informações; não tomar partido de nenhum

grupo específico; resolver os problemas emergenciais de infra-estrutura;

garantir a participação de todos. É ainda sua função coordenar reuniões

de forma a garantir a todos o uso da palavra e o diálogo, evitando que as

opiniões dadas caiam no vazio, não sendo debatidas e avaliadas pelos

39

demais. Cabe ainda ao Diretor , garantir a defesa do direito de

participação de cada segmento, assim como cobrar o cumprimento de

seus deveres. Cabe ao Diretor proporcionar os momentos de troca de

experiências, grupos de estudo, buscar textos para leitura, valorizar o que

há de positivo em qualquer trabalho, seja tradicional ou moderno, saber

questionar e avaliar em conjunto resultados negativos de qualquer prática.

É fundamental que o diretor pergunte sempre em que medida sua atuação

nas questões administrativas e sociais têm contribuído para o êxito do

trabalho pedagógico. O diretor de escola deve ser capaz de organizar e

fazer desenvolver um trabalho coletivo; apresentar uma visão de conjunto

e estratégia com conhecimento da política da legislação educacional; ter

competência administrativa e pedagógica; ter habilidade de planejamento,

manejo, controle de orçamento, organização, avaliação e uso de

variedade de técnicas de solução de problemas tomando decisões

eficazes, resolvendo problemas criativa e coletivamente, e, ainda,

habilidade de comunicar-se, mobilizando a comunidade local, facilitando

processos de equipe. Outra competência a considerar é o apoio ao

trabalho do professor com a Informática: o Diretor deve criar condições de

trabalho procurando evitar a burocratização que pode acabar

inviabilizando qualquer iniciativa do professor; deve reconhecer e valorizar

a atividade educativa com a informática.

b) Equipe Pedagógica

A função da Equipe Pedagógica deve ser confiada ao profissional

qualificado portador de formação específica com experiência em sala de

aula. Ele se apresenta como especialista em relações, resgatando a

importância da relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem.

É ele, com a sua competência técnica, que deve conhecer e trabalhar os

fenômenos do grupo, as tensões, os conflitos, os papéis, os modelos de

interação que interferem na relação professor-aluno, em que o professor

mediatize a relação aluno-conhecimento. É ele que se apresenta como

sendo o responsável pela ponte escola-família-comunidade, cabendo a ele

40

redefinir esta relação.

A Equipe Pedagógica atua, proporcionando o aprofundamento da

compreensão do professor quanto às características do aluno, enquanto

componente de um grupo sócio-econômico-cultural e quanto às

peculiaridades do aluno, enquanto componente do grupo de crianças ou

de jovens. Propomos, então, uma atuação voltada para o contexto, mais

imediato, ressalvando-se as reais possibilidades do orientador “conduzir”

o processo face às influências reconhecidas mais intensas.

Está superado o papel tradicional desempenhado pela Equipe

Pedagógica no sentido de resumir a sua prática na cobrança de planos,

estratégias, objetivos e avaliações que devem ser executadas pelo

professor. A Equipe deve ser a que conhece em profundidade a proposta

pedagógica construída na escola. Mais do que pretender ensinar novas

metodologias de ensino, a grande questão que se coloca à Equipe

Pedagógica em nossas escolas é encontrar alternativas de ação que

possibilitem ao professor viver a práxis, isto é, como possibilitar aos

professores ocasiões para que eles juntos possam rever a própria prática.

Outro passo é criar momentos de reflexão, para que juntos os educadores

possam trocar experiências, rever o que foi feito e juntos encontrar

alternativa de ação. É muito importante que a equipe pedagógica participe

do trabalho de seus professores: que estejam presentes às salas de aulas,

que discutam com eles os aspectos observados e que o façam em função

daquilo que ambos entendem por Educação.

São habilidades da Equipe Pedagógica:

• participar de reuniões com direção e equipe técnica a fim de

garantir uma unidade de ação pedagógica na escola;

• solicitar a colaboração dos professores, diretor e demais

profissionais da escola no reconhecimento e identificação dos

problemas dos alunos;

• fornecer à direção e professores, esclarecimentos sobre

fundamentação psicológica necessários à solução de

problemas escolares;

41

• discutir com os professores quais os fatores que influenciam o

comportamento desviante dos alunos e os efeitos positivos ou

negativos da punição;

• promover o entrosamento escola-família-comunidade, tendo

em vista o aproveitamento mútuo de recursos;

• realizar reuniões com os professores para discutir problemas

comuns e específicos de cada classe.

c) Professor

Na práxis pedagógica, o Professor é aquele que tem certa

compreensão da realidade em que atua. Precisa compreender a sociedade

na qual vive, através de sua história, sua cultura, suas relações de classe,

suas relações de produção, suas perspectivas de transformação . Ele

precisa ter comprometimento político com o que faz. Compreendendo a

sociedade em que vive, terá clareza daquilo com que está comprometida

a sua ação.

Na área pedagógica, é importante o professor deixar de ser mero

transmissor do conhecimento e passar a ser um facilitador, um mediador

da aprendizagem do aluno. Ele deve determinar o conteúdo a ser

trabalhado, levando em conta as necessidades que surgem em sala de

aula, assim ele passa a ser um facilitador da construção de sentidos

tornando o aluno não mais um receptáculo do conhecimento, mas um

sujeito ativo e participativo na construção do seu conhecimento; um

sujeito que sabe porquê e para quê estuda determinados conteúdos. O

professor necessita conhecer bem o campo científico com o qual trabalha,

não pode, de forma alguma mediar a cultura de sua área se não detiver os

conhecimentos e as habilidades que o dimensionam. Para tanto, deverá,

no seu trabalho docente, estar atento a todos os elementos necessários

para que o educando efetivamente aprenda e se desenvolva, tendo no

processo de avaliação uma forma de diagnosticar necessidades de

aprendizagem e propor soluções.

Ainda na área pedagógica e de gestão de sala de aula o

42

Professor deve ter habilidade de desenvolver e manter a disciplina em

sala de aula; motivar e mobilizar a atenção dos alunos; diagnosticar

necessidades de aprendizagem e propor soluções; realizar planejamento

pedagógico coerente com os objetivos; compreender o ponto de vista dos

alunos e a dinâmica de grupo de sua turma; fazer demonstrações criativas

de conceitos a serem aprendidos; utilizar uma variedade de técnicas de

avaliação de alunos. É importante ainda que, além do conhecimento do

conteúdo, o professor desenvolva uma perspectiva interdisciplinar e que

tenha visão integrada do currículo e relação à realidade. Deve ser postura

permanente a busca do domínio de novos conceitos e sua aplicação , a

exemplo das tecnologias utilizáveis em sua área, especialmente no que se

refere ao uso de tecnologia informática .

Na área escolar, é necessário que o professor tenha habilidade

de trabalhar em equipe; ser participativo em reuniões; perceber a relação

entre o trabalho de sua turma com o contexto da escola; escutar e

compreender o ponto de vista de colegas e pais; zelar pela sua formação

continuada.

d) Aluno

Procuramos proporcionar ao aluno que tenha um relacionamento

aberto e de diálogo com seus colegas, professores, comunidade escolar e

sociedade, respeitando e valorizando sua individualidade e a do outro. Um

relacionamento que seja autêntico e livre, co-responsável de forma a

favorecer o crescimento pessoal. É necessário que o aluno desenvolva o

gosto pelo estudo e que busque na educação escolar acesso aos

conhecimentos essenciais para formar-se um cidadão autônomo, crítico,

de atitudes responsáveis, participativo, com capacidade decisória. É

necessário que o aluno desenvolva habilidade na identificação e solução

de problemas, que valorize o respeito ao próximo e a ética nas relações

interpessoais e grupais, que são condições para o exercício da cidadania.

43

e) Secretaria

A Secretaria é o setor que tem a seu encargo, toda a

administração documental do estabelecimento e os serviços são

coordenados e supervisionados pela direção. O cargo de secretário é

exercido por um profissional devidamente qualificado, indicado pelo

diretor, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educação,

em ato específico. Compete ao secretário: assessorar a direção e a equipe

pedagógica, dando suporte teórico na legislação e documentação escolar;

redigir a correspondência que lhe for confiada; distribuir e coordenar as

tarefas decorrentes dos encargos as secretaria aos seus auxiliares,

elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridades

competentes. Os funcionários da secretaria poderão participar de cursos

de aperfeiçoamento dentro da área, bem como de cursos que o setor

exija. É importante que a secretaria participe de reuniões e discussões

pedagógico-administrativas, dando sugestões na tomada de decisões .

f) Serviços Gerais

Os serviços gerais têm a seu encargo, o serviço de limpeza,

merenda, manutenção, preservação, segurança do estabelecimento de

ensino, sendo coordenado pela direção. Cabe ao serviços gerais também

zelar pela disciplina individual e coletiva, orientando os alunos sobre as

normas para manter ordem e evitar acidentes. Poderão participar de

cursos referentes à sua área e dar sugestões que venham contribuir para

o bom desenvolvimento do trabalho escolar.

g) Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado composto por

representantes da comunidade escolar local, que tem como atribuição

deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas,

financeiras, no âmbito da escola. Cabe ao conselho, também, analisar as

44

ações a empreender e os meios a utilizar para o cumprimento das

finalidades da escola. Representa a comunidade escolar e local, atuando

em conjunto e definindo caminhos para tomar as deliberações que são de

sua responsabilidade. Representa, assim, um lugar de participação e

decisão, um espaço de discussão, negociação e encaminhamento das

demandas educacionais, possibilitando a participação social e

promovendo a gestão democrática. É, enfim, uma instância de discussão,

acompanhamento e deliberação, na qual se busca incentivar uma cultura

democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela cultura

participativa e cidadã.

h) APMF

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários busca a integração

dos segmentos da sociedade organizada, no contexto escolar, discutindo a

política educacional, visando sempre a realidade dessa comunidade,

proporcionando condições ao educando, para participar de todo o

processo escolar. A APMF deve gerir e administrar os recursos financeiros

próprios e os que lhes forem repassados através de convênios, de acordo

com as prioridades estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho

Escolar.

i) Grêmio Estudantil

O Grêmio é a organização dos estudantes na Escola. Ele é

formado apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo

atividades culturais e esportivas, produzindo jornal, organizando debates

sobre assuntos de interesse dos estudantes, que não fazem parte do

Currículo Escolar, e também organizando reivindicações, tais como

compra de livros para a biblioteca, transporte gratuito para estudantes, e

muitas outras coisas.

45

19PLANO DE AÇÃO-GESTÃO 2006/2007

O Colégio está permanentemente em busca de soluções para os

diversos problemas que enfrenta. Coletivamente, traçamos linhas de

ações para que possamos superá-los, ou pelo menos, atenuá-los em busca

da valorização da escola, do trabalho pedagógico mais dinâmico, da

permanência do aluno na escola. Muitas destas ações já colocadas em

prática, apresentam bom resultado, as quais manteremos nesta gestão,

como segue:

1) Valorizar o profissional de Educação consultando-o na tomada

de decisões, para que desta forma todos se envolvam no trabalho

educacional coletivo.

2) Promover grupo de estudos, com auxílio da equipe

pedagógica, para que todos os professores tenham oportunidade de

estudar a LDB 9394/96, e demais Diretrizes Curriculares Nacionais e

Orientações Curriculares do PR.

3) Promover momentos de troca de experiências entre os

professores da mesma área para avaliação da própria prática pedagógica.

4) Incentivar os professores para que participem do plano de

formação oferecido pela SEED e demais órgãos da Educação,

proporcionando oportunidade de repasse aos colegas.

5) Investir no melhoramento dos equipamentos e materiais do

laboratório de Química/física/biologia.

6) Construir uma sala de Artes para que os alunos desenvolvam

atividades livremente; ensaiem dramatizações.

6) Construir uma sala própria para uso do vídeo e atividades

educativo-pedagógicas.

7) Investir no acervo bibliográfico, oferecendo mais e melhores

materiais de leitura e pesquisa para professores e estudantes.

8) Agilizar o serviço da Biblioteca informatizando-a.

9) Eleger e apoiar ao Grêmio Estudantil e à Comissão de

Formatura em suas promoções.

10) Envolver a APMF e Conselho Escolar para dar uma melhor

46

assistência social aos alunos carentes.

11) Oportunizar maior participação da APMF e do Conselho

Escolar no desenvolvimento do sistema educativo do Colégio.

12) Incentivar a participação do Colégio em atividades cívicas,

culturais, sociais e desportivas da comunidade.

13) Promover gincanas recreativas e culturais com alunos e

professores

14) Continuar a promover palestras e debates com profissionais

qualificados, abordando temas do meio ambiente, sexualidade, drogas,

água e outros que se fizerem necessários.

15) Promover excursões com alunos e visitas à Universidades da

Região.

16) Elaborar com os estudantes, regras de disciplina a serem

seguidas dentro da sala de aula e fora dela.

17) Divulgar a cada início do ano letivo, o calendário escolar para

a comunidade.

18) Viabilizar a participação dos funcionários administrativos em

cursos de aperfeiçoamento.

19) Manter o incentivo de atividades culturais no Colégio.

20) Criar um sistema de monitoria para os alunos que

necessitam de recuperação para aprendizagem.

21) Reivindicar cursos específicos que trabalhem a

interdisciplinaridade em forma de projetos e metodologias inovadoras.

22) Buscar parcerias com a comunidade.

23) Num sistema de troca de experiência, visitar escolas vizinhas

que desenvolvam atividades pedagógicas inovadoras, com objetivo de

analisar a possibilidade de implantá-las em nosso Colégio, e vice-versa.

24) Viabilizar a hora-atividade para que os professores preparem

suas aulas de modo interdisciplinar e contextualizadamente, corrijam as

atividades produzidas pelos alunos e que busquem o aperfeiçoamento de

suas metodologias.

25) Manter e ampliar o laboratório de Informática.

26) Reelaborar coletivamente os critérios de avaliação para o

47

Conselho de Classe.

27) Buscar dinâmicas para promover a auto-estima e melhor

relacionamento entre os profissionais.

28) Promover maior interação entre escola e comunidade.

29) Cursos de formação específico para o Ensino Médio, para

todos os professores de uma mesma escola, simultaneamente, para que

todos tenham o mesmo nível de envolvimento.

30) Cursos com todos os professores, simultaneamente, de uma

mesma escola, que prepará-los para projetar e desenvolver os trabalhos

interdisciplinares e contextualizados, pois em sua formação tradicional

essa prática não foi vista.

A escola para minimizar os problemas da indisciplina propõe-se

a:

• estimular o diálogo e os debates;

• estabelecer um vínculo afetivo em sala de aula;

• priorizar os interesses da coletividade dando atenção

especial, mesmo fora do horário de aula, àqueles estudantes

que escapam ou resistem à coletividade;

• trabalhar com os alunos com problemas de aprendizagem

como desafios pedagógicos a ser compreendido e, dentro das

possibilidades, superá-los gradativamente.

20FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES

A formação contínua do professor deve ser voltada para uma

prática pedagógica, com embasamento prático/teórico/tecnológico que

aproxime-o do mundo moderno e acompanhe transformações sociais

compreendendo e incorporando as novas tendências apontadas pelas

pesquisas, bem como a inclusão, como propõe a LDB 9394/96 e DCNs da

Educação Especial.

Durante sua formação, o professor deve ter acesso a capacitação

para aplicação prática dos conteúdos de sua disciplina e com a

48

incorporação das TICS (tecnologia de informação e comunicação)

21ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS

As sala de aulas serão organizadas por séries, o tempo será

distribuídos de maneira que o aluno permanecerá entre 50 ou 100

minutos, totalizando 250 minutos diários, obedecendo a carga-horária do

professor e por disciplina, conforme determina a Matriz Curricular do

Colégio.

As turmas são organizadas de maneira que terão entre 40 a 45

alunos, de acordo com a Resolução Nº. 1.150/2002 e Resolução Nº.

864/2001, Coletânea XII, p. 8.

22ACOMPANHAMENTO DOS EVADIDOS

• Verificar os alunos que não estão freqüentando as aulas;

• confirmar o endereço de cada aluno;

• formar grupos de no mínimo 3 pessoas e visitar os alunos

desistentes, entrevistar os mesmos verificando as possíveis

causas da desistência, informando e conscientizando sobre a

importância de estudar, reforçando a idéia de que a escola

está de “braços abertos” para receber o mesmo de volta;

• fazer uma pesquisa com alunos e família enfatizando: raça,

cor, sexo, trabalho exercido pelos mesmos, bem como a

questão de saúde, alimentação, moradia e relações anteriores

com alunos e professores, comunidade escolar.

Após relatório final dos dados com as possíveis causas das

evasões organizar em forma de “Estudo de caso” e propor trabalho

pedagógico para atender as especificidades e necessidades caso a caso.

49

23 PRÁTICAS AVALIATIVAS

O processo de avaliação ainda não alcançou progressos no

ensino, mantendo-se classificatório e seletivo.

A avaliação exige seriedade técnico-científica, ampliando o

aspecto pedagógico. O professor deve avaliar constantemente com a

preocupação de não fragmentar o processo.

Hoje a avaliação é objeto de constantes pesquisas voltadas para

enfoques variados: educativo, formativo, político, filosófico, tecnológico e

sociológico.

A avaliação inclui antes de tudo um julgamento a respeito do

significado do resultado, que é baseada em testes que são feitos a partir

de algum critério, expectativa (padrão de desenvolvimento).

O julgamento deve levar a um diagnóstico sobre os problemas

apontados pelo resultados e também uma ação corretiva, para isso deve

ser bem elaborados, de forma que professores e alunos possam

compreender os problemas de desempenho a partir das respostas dadas

no teste.

Uma das maiores preocupações é o ensino de qualidade, com o

diferencial na vida dos educandos. Espera-se que ele seja capaz de saber

mais sobre si e que consiga refletir sobre a realidade que o cerca: que

tenha discernimento do justo, que seja coerente e conseqüente. Para isso,

a Escola deve ser responsável pelo desenvolvimento cognitivo, afetivo e

moral dos estudantes. Ao possibilitar aos educandos o domínio do

conhecimentos culturais e científicos, a educação escolar socializa o saber

sistematizado e desenvolve capacidade cognitivas e operativas para se

atuar no trabalho e na sociedade pelos direitos e conquista da cidadania.

As teorias sobre o desenvolvimento da aprendizagem indicam

caminhos que percorrem para professores e estudantes.

Mas a avaliação acompanha tudo o processo de aprendizagem e

não só o momento privilegiado das provas.

A avaliação acontece em, todas as atividades com as trocas de

informações do educando de seus colegas, do professor e da comunidade.

50

7 DIAGNÓSTICO

Analisando a realidade neste Colégio com o objetivo de detectar

os problemas que vem interferindo no bom andamento do processo

escolar, selecionou-se os principais problemas encontrados pelos alunos,

pelos professores, pela equipe pedagógica, pelo diretor, auxiliar de

direção, bibliotecários, secretárias, auxiliares administrativos, pais de

alunos, APMF, Grêmio Estudantil, Conselho Escolar e Serviços Gerais:

Problemas com o aluno

• falta de interesse em aprender, falta de motivação;

• atraso de alunos na 1ª aula;

• indisciplina durante a aula e fora da sala de aula;

• falta de respeito com o professor e com os colegas;

• não realização de provas, trabalhos em datas previstas;

• gazeamento de aulas no noturno;

51

• evasão e reprovação.

Problemas com o professor

• cansaço físico e mental, falta de motivação;

• metodologia predominantemente tradicional: aula expositiva;

• despreparo do professor para lidar com metodologias,

práticas e teorias inovadoras;

• dificuldade em contextualizar os conteúdos e trabalhar

interdisciplinarmente;

Problemas com a Equipe Pedagógica

• excesso de atividades atribuídas à equipe e que não compete

a ela desempenhar;

• número de Professor Pedagogo insuficiente para atender as

necessidades.

• dificuldade em alguns aspectos de sua função.

Problemas no Conselho de Classe

• critérios insuficientes para análise do aproveitamento escolar

do aluno.

Problemas na biblioteca

• acervo bibliográfico insuficiente e desatualizado;

• falta de treinamento específico para os bibliotecários.

Problemas com Auxiliar Administrativo e Serviços Gerais

52

• falta de treinamentos específicos na função que desempenha;

• número insuficiente para executar o trabalho.

Problemas com os pais

• preocupação quase exclusiva com nota e com reprovação do

filho;

• pouca participação durante o ano letivo.

Problemas com espaço físico e recursos pedagógicos

• falta de um espaço próprio para o aluno desenvolver

atividades que necessitam de maior liberdade, sem

preocupação com barulho;

• falta de uma sala própria para a equipe pedagógica

desenvolver atividades pedagógico-educativas com alunos

que estão com aula vaga;

• falta de materiais necessários para o laboratório de Ciências e

informática.

Problemas com a Direção

• excesso de trabalho;

Problemas com o Conselho Escolar, APMF e Grêmio

Estudantil

• falta de tempo para reuniões;

• falta de capacitação.

53

8 PROGRAMAÇÃO

A escola como contexto de formação irá planejar as atividades

de acordo com as necessidades de seus profissionais

Grupos de estudos com colegas da

mesma área

De acordo com programação da

SEEDElaborar projetos interdisciplinares Planejamento ou quando se fizer

necessárioEstudo do Projeto Político Semana Pedagógica

54

PedagógicoReuniões com colegas da mesma

série, área, escola ou escolas

diferentes para discussão de

projetos, temas, conteúdos,

atividades, projetos pedagógicos

Bimestral

Elaborar critérios e indicadores de

avaliação da prática pedagógica

1º semestre

Seleção e elaboração de material

didático e discussão sobre formas de

utilização

Na hora atividade

Visita a escolas que realizam

experiências interessantes

Quando ocorrer

formação através de cursos à

distância

Quando ocorrer

cursos oferecidos por órgãos

competentes

Quando ocorrer

repasse pelo participantes dos

cursos realizados pela SEED aos

colegas da mesma área e áreas

afins

Quando ocorrer

Projeto Agenda 21 Escolar Durante o ano letivo (em anexo)FERA De acordo com cronograma da SEEDEducação com Ciência De acordo com cronograma da SEEDGincana Cultural 2º SemestrePalestras Educativas Durante o ano letivo

24METAS

Esses estudos de formação permanente nas escolas terão as

seguintes características:

• formação dirigida à Equipe de Professores;

• ter como eixo norteador a demanda concreta e

contextualizada dos professores que participam da formação;

• os estudos devem ser realizados em horário de hora

55

atividade, pois faz parte da atuação docente;

• conceder um papel protagonista à Equipe no planejamento e

na realização das atividades de formação e evitar ações

estereotipadas e elaboradas externamente;

• reconhecer que as tarefas de formação permanente são um

instrumento básico para garantir o desenvolvimento

profissional;

• reconhecer a relevância da autogestão do Colégio, da

formação do professor, estimulando o desenvolvimento de

projetos pessoais de estudo e trabalho

Por tudo o que foi dito, pode-se afirmar que a formação

permanente deve ser considerada como um dos elementos do projeto

pedagógico da escola, cujo objetivo é potencializar a reflexão e a

elaboração das equipes sobre a prática. É uma postura que favorece o

desenvolvimento profissional e da prática educativa.

25OBJETIVOS DO PLANO

• Ler, analisar, interpretar e contextualizar as idéias contidas na

LDB, Diretrizes;

• reconhecer que a formação contínua é uma exigência, dada a

complexidade e transformações sociais, políticas, econômicas

e educacionais ocorridas na sociedade. O professor precisa

perceber que o modelo de capacitação “modular” está

superado e como profissional da educação constrói saberes,

têm conhecimentos científicos específicos, vivencia e reflete

sobre novas tendências educacionais e está diariamente

diante de questões educacionais que exigem reflexão e

postura crítica. Portanto, o professor diante desse contexto

deve conceber-se como capaz de refletir, discutir, pesquisar

sobre sua própria ação docente. Assim, deve tomar

consciência que, os conhecimentos são sempre provisórios e

56

que, como profissional da educação, deverá estar sempre

estudando e aprendendo;

• aperfeiçoar a prática educativa e o crescimento profissional,

participando de cursos específicos;

• zelar pela aprendizagem dos alunos, transformar sua relação

com o saber e modo de ensinar;

• citar e utilizar vários meios de ensino, pois o foco deve ser a

aprendizagem e o aluno;

• desenvolver uma avaliação formativa e permanente durante o

trabalho.

Pessoas envolvidas

• As pessoas envolvidas na formação continuada serão os

profissionais da educação atuando no Colégio.

Tempo para a formação continuada

• Durante o ano letivo, inserido na hora atividade, conforme

necessidades.

Espaço para a formação

• Os encontros serão no próprio estabelecimento de ensino, em

outras escolas, em outras cidades.

25.1 Plano de Interação Escola/Comunidade

Muitos pais têm poucas condições de acompanhar o trabalho dos

filhos, por falta de tempo, de interesse ou de condições institucionais que

57

restringem o contato com a escola na ocasião de entrega de boletins. Mas

ver o boletim, sem ter contato direto com a dimensão substantiva da

escola faz pouco sentido. Assim, manteremos algumas ações que

apresentam resultado positivo :

• será mantido o livre acesso dos pais à escola e à Equipe

Pedagógica, permitindo a aproximação com os professores

quando necessário;

• entrega bimestral de boletim;

• participação da comunidade em pesquisas para fins de

avaliação da escola e tomada de decisões; envolvimento em

campanhas; pesquisas desenvolvidas pelos alunos na

comunidade referente questões sociais da comunidade;

• disponibilidade da escola durante o ano inteiro em dias não

letivos.

25.2 Ações a serem desenvolvidas com a comunidade

Os pais serão estimulados a freqüentar reuniões periódicas na

escola, principalmente no início do ano letivo, para informar sobre a

estrutura e funcionamento da escola e bimestralmente após o Conselho

de Classe, com informativos gerais, análise dos resultados do ensino-

aprendizagem, oportunizando à família fazer colocações e dar sugestões

para a melhoria:

• incentivar a comunidade a assistir apresentações artísticas,

cívicas e educativas na escola;

• participar de promoções de eventos esportivos;

• realizar encontros com os pais para discussão de temas como

adolescência, auto-estima, drogas, disciplina, valores, saúde,

aprendizagem;

• prestar informações aos pais, através de rádio e

correspondência, sobre questões de interesse da comunidade

escolar;

58

Busca-se com essa interação, sobretudo a valorização do

trabalho escolar, que incluirá também a publicização da produção escolar

tanto dos professores quanto dos alunos. Não é suficiente o aluno ou o

professor afirmar que o que fazem é importante, é preciso demonstrá-lo

publicamente. Tudo o que é produzido deve ser visto por todos em classe,

divulgado na escola, levado ao conhecimento dos pais. A memória

pedagógica e a prestação de conta junto à comunidade, divulgando o que

se fez são meios essenciais para a afirmação da escola como necessária e

significativa para a vida dos alunos.

59

9 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Será feita uma avaliação da escola abrangendo o contexto

analisando os seguintes aspectos:

• gestão escolar;

• organização e desenvolvimento da equipe pedagógica;

• ensino-aprendizagem (transposição didática,

interdisciplinaridade, adaptações curriculares, , projetos,

contextualização, valores, problematizações).

A avaliação será feita através

• questionários;

• reuniões; debates; pesquisas;

• fichas;

• relatórios;

• grupos de estudos;

• acompanhamento diário.

Órgãos avaliadores

• Instâncias Colegiadas;

• pais de alunos;

• atores sociais.

Tempo de avaliação

60

• A avaliação será feita semestralmente.

10 BIBLIOGRAFIA

CIAVATTA, M. A formação integrada: a escola e o trabalho como lugares

de memória e de identidade. Apostila: Assis Chateaubriand, 2005.

DUARTE, N. Vygotsky e o aprender a aprender. 2 ed. São Paulo:

Papirus, 2001.

LIBÂNEO, C. Didática. São Paulo: Cortez, 1996.

LÜCK, H.[et al.]. A Escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio

de Janeiro: DP& A, 1998.

MARCONDES, M. A. S. Avaliação da Aprendizagem. Apostila: Assis

chateaubriand, 2004.

RAMOS, M. N. O projeto unitário para o Ensino Médio sob os

princípios do trabalho, da ciência e da cultura. Brasília: Mec, 2004.

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre:

Artmed, 2000.

SACRISTÃN, J. G. A educação obrigatória: uma escolaridade igual para

sujeitos diferentes em uma escola comum. Artmed, 2001.

SILVA, M. A. M. Especialização em: Administração, Supervisão e

61

Orientação Educacional. Apostila: Assis chateaubriand, 2004.

VEIGA, I. P. A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto

político pedagógico. Campinas, Papirus, 1998.

Nova Aurora, 10 de abril de 2006.

_______________________________________

João Viçossio do Nascimento

Diretor

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ANEXOS

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