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ORDEM DOS ENGENHEIROS
REGIÃO NORTE
COLÉGIO DE ENGENHARIA CIVIL
Relatório de Estágio Formal
DIREÇÃO DE FISCALIZAÇÃO
Estagiário: Bárbara Emília da Silva Santos Gomes Pinhal Membro n.º: 65027 Patrono: Engenheiro Francisco José Pires Morgado Bernardo Membro n.º: 35272
DEZEMBRO, 2015
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Colégio de Engenharia Civil Relatório Estágio Formal
Bárbara Emília da Silva Santos Gomes Pinhal – Membro Estagiário n.º 65027 i
AGRADECIMENTOS
Ao meu Orientador, o Eng.º Francisco José Pires Morgado Bernardo, por ter
correspondido tão afavelmente ao meu pedido para a orientação do meu Estágio Formal
e por, ao longo destes meses, ter estado sempre pronto e disponível a partilhar os seus
doutos conhecimentos e a sua vasta e rica experiência profissional.
Aos Administradores da Empresa A400 Angola, o Eng.º Marco António Baptista, o Eng.º
António Monteiro e também o Eng.º Francisco Bernardo, por tão amavelmente terem
aceitado e permitido a realização do meu Estágio.
Ao Eng.º João Guerra e ao Eng.º Alexandre Resende, pelos conhecimentos vivenciados,
pela experiência partilhada e pela oportunidade única de aprendizagem e formação
profissional que me proporcionaram durante todo o Estágio.
À Eng.ª Filipa Gonçalves e ao Eng.º Bruno Silva, por toda a disponibilidade e amizade
que me dedicaram, sendo verdadeiros pilares da minha integração no mundo do Trabalho
da Fiscalização e na Empresa.
A todos os Colegas da A400 Angola que, direta ou indiretamente, contribuíram para o
meu crescimento profissional e pessoal, não só na área específica da Engenharia Civil,
mas também nas Especialidades mais presentes nas obras por onde passei.
À minha família e aos meus amigos, pela presença constante e pelo apoio incondicional.
O meu muito obrigada a todos!
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DECLARAÇÃO DA EMPRESA
Para os devidos efeitos, declaramos que Bárbara Emília da Silva Santos Gomes Pinhal exerceu funções na A400 Angola – Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda, onde realizou o seu Estágio Formal durante o período de tempo compreendido entre 28 de Maio de 2015 e 30 de Novembro de 2015. O estágio foi acompanhado pelo orientador Eng.º Francisco Bernardo e certificamos a sua realização.
_________________________________________________________
(Francisco José Pires Morgado Bernardo) (Administrador da A400 Angola)
_________________________________________________________
(Marco António da Costa Lima Baptista) (Administrador da A400 Angola)
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ÍNDICE AGRADECIMENTOS ....................................................................................................... I DECLARAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................... III ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. VII ÍNDICE DE QUADROS ................................................................................................ VII ABREVIATURAS .......................................................................................................... IX
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ..................................................................................... 1
1.2. APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO E OBJETIVOS ............................................................ 1
1.3. RESUMO DO TRABALHO REALIZADO ....................................................................... 2
1.4. ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO .............................................................................. 4
2. CARATERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA E INTEGRAÇÃO NA EQUIPA ............... 5
2.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................... 5
2.2. EQUIPA TÉCNICA .................................................................................................. 6
2.3. PRINCIPAIS ÁREAS DE ATIVIDADE E PROJETOS/OBRAS IMPORTANTES ..................... 6
2.4. INTEGRAÇÃO NA EQUIPA ....................................................................................... 8
3. TRABALHO REALIZADO ......................................................................................... 13
3.1. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS EXECUTADOS DURANTE O ESTÁGIO ......................... 13
3.2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS SOFTWARES UTILIZADOS............................................. 14
3.2.1. Introdução .................................................................................................. 14
3.2.2. AutoCAD .................................................................................................... 14
3.2.3. Microsoft Excel e Microsoft Word ............................................................... 15
3.3. LEGISLAÇÃO UTILIZADA ....................................................................................... 15
4. EMPREITADAS FISCALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO ....................................... 17
4.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17
4.2. OS EMPREENDIMENTOS ...................................................................................... 17
4.2.1. Kero Nova Vida II ....................................................................................... 17
4.2.2. Instituto Superior dos Petróleos ................................................................. 19
4.3. FISCALIZAÇÃO EM OBRA ..................................................................................... 22
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4.3.1. Principais Intervenientes ............................................................................ 22
4.3.2. Equipa de Fiscalização .............................................................................. 23
4.4. ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS .......................................................................... 24
4.4.1. Introdução .................................................................................................. 24
4.4.2. Arquivo de Informação ............................................................................... 24
4.4.3. Relatórios ................................................................................................... 25
4.4.4. Reuniões de Coordenação de Obra ........................................................... 30
4.4.5. Ensaios ...................................................................................................... 30
5. FORMAÇÕES REALIZADAS ................................................................................... 37
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 39
7. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 41
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1. – Organograma Funcional da A400 Angola – Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda. ........................................................................................................... 11
Figura 4.1. – Organograma dos principais intervenientes em obra e a forma como se relacionam ..................................................................................................................... 23
Figura 4.2. – Organograma funcional tipo da equipa de fiscalização ............................. 23
Figura 4.3. – Página 1 de 3 do RVO .............................................................................. 27
Figura 4.4. – Página 2 de 3 do RVO .............................................................................. 28
Figura 4.5. – Página 3 de 3 do RVO .............................................................................. 29
Figura 4.6. – Ensaio de Abaixamento ............................................................................ 32
Figura 4.7. – Boletim de Autorização de Betonagem ..................................................... 33
Figura 4.8. – Boletim de Resultados de Ensaio PDL ..................................................... 36
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1 – Composição da A400 Angola. .................................................................... 6
Quadro 2.2. – Lista das principais especialidades desenvolvidas em projeto pela A400 Angola ............................................................................................................................. 6
Quadro 2.3. – Lista de outras valências desenvolvidas pela A400 Angola ...................... 7
Quadro 3.1. – Resumo das Empreitadas acompanhadas durante o Estágio Formal ..... 14
Quadro 3.2. – Legislação, Normas e Regulamentos consultados .................................. 16
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ABREVIATURAS
FAME – Ficha de Aprovação de Material e Equipamento
RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas
REBAP – Regulamento das Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado
RSA – Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes
DL – Decreto-Lei
NP – Norma Portuguesa
DR – Diário da República
ISP – Instituto Superior dos Petróleos
R/C – Rés-do-Chão
RMO – Relatório Mensal de Obra
RVO – Relatórios de Visita à Obra
CSO – Coordenador de Segurança em Obra
RVO.CSO – Relatório de Visita à Obra do Coordenador de Segurança em Obra
RIA – Rede de Incêndio Armada
BAB – Boletim de Autorização de Betonagem
LEA – Laboratório de Engenharia de Angola
PDL – Penetração Dinâmica Ligeira
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1. INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Ser Engenheiro e praticar Engenharia tem como primeiro passo a conclusão do ciclo de
estudos académicos em Engenharia, independentemente do ramo escolhido. Contudo,
ser Engenheiro implica também a inscrição na Entidade Reguladora da Atividade, isto é,
na Ordem dos Engenheiros, para que se possa praticar a atividade profissional na sua
plenitude.
Neste sentido, o caminho para a obtenção do título de Engenheiro é traçado pela
realização de um estágio profissionalizante, regulamentado pela Ordem, que visa
estabelecer uma ponte entre os conhecimentos académicos e o exercício da profissão,
conduzindo a um desempenho profissional competente, responsável e ético.
Assim sendo, serve o presente relatório para divulgar os dois projetos de Direção de
Fiscalização em que a estagiária Bárbara Emília da Silva Santos Gomes Pinhal, membro
estagiário n.º 65027, da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, esteve envolvida, bem
como os trabalhos efetuados durante o seu estágio. Este estágio incidiu na área da
Fiscalização de Obra, mais concretamente, no acompanhamento dos trabalhos de
execução de duas obras de envergadura significativa.
1.2. APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO E OBJETIVOS Tratando-se da modalidade de Estágio Formal, torna-se oportuna uma breve
apresentação do estágio e dos seus intervenientes, fazendo-se referência ao seguinte:
Membro Estagiário: Bárbara Emília da Silva Santos Gomes Pinhal, membro
estagiário da Ordem dos Engenheiros, Região Norte, n.º 65027, concluiu o
Mestrado Integrado em Engenharia Civil, pela Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, em março de 2010, com especialização em Construções
Civis, no 5º ano do ciclo de estudos.
Patrono: Francisco José Pires Morgado Bernardo, membro efetivo da Ordem dos
Engenheiros Região Norte, n.º 35272/8872, com Licenciatura em Engenharia Civil,
pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, concluída em 1993.
Prémio Fundação Eng.º António de Almeida (Melhor aluno do Curso de Engenharia
Civil, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, nos anos letivos de
1988/89 a 1992/93). Mestrado em Estruturas de Engenharia Civil, pela Faculdade
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de Engenharia da Universidade do Porto, como Bolseiro da J.N.I.C.T. Parte Escolar
concluída em 07/12/1994, com a classificação final de Muito Bom. Tese de
Mestrado concluída em 24/09/1999, sobre o tema "Análise dos Efeitos Diferidos em
Pontes Construídas por Recurso aos Deslocamentos Sucessivos", com a
classificação final de Muito Bom.
Período de Estágio: início a 28 de maio de 2015 e fim a 30 de novembro de 2015
(6 meses); é de referir que a estagiária já se encontrava em funções na Empresa,
desde janeiro de 2015.
Tema de Estágio: Direção de Fiscalização – a estagiária desenvolveu as suas
funções acompanhando, coordenando e fiscalizando o desenvolvimento dos
trabalhos das várias especialidades em obra e prestando apoio aos Diretores de
Fiscalização das obras a que esteve afeta durante o período de estágio;
Empresa: A400 Angola – Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda.
A realização do Estágio Formal permite, após a sua apreciação, o ingresso da estagiária
como Membro Efetivo na Ordem dos Engenheiros, sendo este um dos objetivos a
alcançar.
O principal objetivo do estágio centra-se na plena integração da estagiária no mundo do
trabalho, em particular na área da Fiscalização. No presente caso, a integração da
estagiária ocorreu numa Empresa que presta serviços de Fiscalização de Obra em
paralelo com a Consultoria de Engenharia e a Execução de Projetos de Engenharia Civil.
A área de Fiscalização sempre foi uma área muito aliciante para a estagiária, devido à
dinâmica inerente e aos desafios que apresenta. Há uma grande variedade de matérias
abordadas, a necessidade do engenheiro conhecer a legislação em vigor, para além de
estar sempre presente a novidade de cada projeto e a possibilidade de aplicar
diretamente inúmeros conhecimentos adquiridos durante a formação superior e a
constante procura de soluções eficazes e inovadoras.
O contacto direto com os restantes colegas, profissionais do ramo, mas de diferentes
especialidades, contribuiu, ainda, para a aquisição de novos conhecimentos e para o
crescimento pessoal e profissional da estagiária.
1.3. RESUMO DO TRABALHO REALIZADO Tal como foi referido no ponto 1.2., o presente estágio incidiu na área de Direção de
Fiscalização de projetos de engenharia civil. Durante o período de estágio, a estagiária
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fez parte da equipa de fiscalização dos trabalhos da Empreitada de Construção do
Hipermercado Kero Nova Vida II, tendo acompanhado esta obra até à sua inauguração,
e acompanhado a seguir o início dos trabalhos da Empreitada de Conceção-Construção
do Instituto Superior dos Petróleos.
Com efeito, a estagiária foi integrada na equipa de fiscalização da Empreitada do
Hipermercado Kero Nova Vida II aquando da sua entrada na Empresa, em janeiro de
2015, e aí se manteve até 16 de outubro de 2015. Posteriormente, passou para a equipa
afeta à Empreitada de Conceção-Construção do Instituto Superior dos Petróleos a 19 de
outubro de 2015, onde ainda se mantém.
Em ambas as equipas, a estagiária teve sempre o apoio dos colegas, nas áreas mais
variadas, desde a sua iniciação à utilização do sistema informático da empresa e método
de arquivo de informação até ao esclarecimento de dúvidas relativas a soluções técnicas
e à legislação aplicável. Em termos de software, no dia-a-dia, a estagiária utilizou
programas com os quais já tinha trabalhado ativamente durante o seu percurso
académico, nomeadamente:
AutoDesk AutoCAD;
Microsoft Office: Excel e Word.
No que concerne aos projetos de execução das empreitadas, onde a estagiária esteve
inserida, ambas as obras são construção nova e empreendimentos de envergadura
significativa, factos que em muito contribuíram para um Estágio rico em conteúdos, dada
a variedade de especialidades presentes e a interação e sobreposição in situ das
mesmas. Desta forma, a estagiária pôde presenciar e observar todo o desenrolar das
tarefas associadas às especialidades abaixo se referem:
Movimentação de Terras;
Estruturas de Betão Armado;
Abastecimento e Distribuição de Água;
Drenagem de Águas Residuais e Pluviais;
Abastecimento e Distribuição de Gás;
Climatização (AVAC);
Eletricidade;
Telecomunicações;
CCTV;
Deteção de Incêndio e Intrusão.
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Em cada projeto acompanhado, a estagiária elaborou e atualizou – mediante revisão dos
respetivos superiores – Relatórios Diários de visita à obra, Mapa de Controlo de Trabalhos
a Mais e a Menos, Mapa de Controlo de FAMEs (Fichas de Aprovação de Material e
Equipamento), Mapa de Controlo de Comunicações, bem como folhas de cálculo de
verificação de quantidades executadas em obra para validação de Auto de Medição.
Tarefas como a pesquisa de soluções construtivas alternativas, elaboração de medições,
alguns orçamentos e pedidos de cotação para validação de preços, também fizeram parte
das atividades da estagiária.
NOTA: Ver o significado das abreviaturas utilizadas ao longo deste relatório na página ix, “Abreviaturas”.
1.4. ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO O presente relatório divide-se nos seguintes capítulos:
Capítulo 1 – introdução do relatório de Estágio Formal, salientando o tema do
Estágio, os objetivos traçados e um resumo do trabalho efetuado nesse período;
Capítulo 2 – caracterização geral da Empresa onde decorreu o Estágio e a
integração da estagiária na equipa, apresentando uma breve história da Empresa,
a composição da sua equipa técnica e as principais atividades e projetos
concretizados;
Capítulo 3 – descrição do trabalho realizado pela estagiária, referindo as
empreitadas acompanhadas, bem como as ferramentas informáticas mais
utilizadas e a legislação consultada;
Capítulo 4 – apresentação das empreitadas em que a estagiária esteve envolvida,
destacando os aspetos mais relevantes destas obras e as tarefas desenvolvidas
durante o Estágio, no âmbito da Fiscalização;
Capítulo 5 – referência às ações de formação frequentadas e realizadas pela
estagiária;
Capítulo 6 – conclusão do relatório de Estágio Formal.
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2. CARATERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA E INTEGRAÇÃO NA EQUIPA
2.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A A400 Angola – Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda. é uma empresa jovem,
com cerca de cinco anos de presença no mercado angolano que nasceu de uma
expansão da empresa portuguesa A400 – Projectistas e Consultores de Engenharia,
Lda., fundada em 1995 e, desde então, reconhecida no mercado nacional no âmbito dos
serviços que presta nos mais variados domínios da engenharia.
A A400 Angola, apesar de ser uma empresa nova no mercado angolano, traz consigo
todo o conhecimento acumulado ao longo dos anos e os métodos de trabalho
desenvolvidos em Portugal, aplicando-os nos projetos que tem vindo a desenvolver em
Angola, o que tem sido reconhecido com a atribuição de vários prémios.
A A400 Portugal tem vindo a prestar diversos serviços na área da Engenharia Civil,
nomeadamente, na elaboração de projetos de especialidade, fiscalização, gestão e
coordenação de segurança e consultadoria, tendo como alvo os mercados das obras
públicas, dos clientes privados, singulares e/ou empresariais.
A A400 Angola, por seu lado, tem vindo a especializar-se nas áreas de projeto e
consultadoria, fiscalização e coordenação de segurança, procurando responder eficaz e
eficientemente a todas as solicitações que surgem. A sua atividade tem sido requisitada
por diversas entidades privadas, públicas e instituições de utilidade pública, tem vindo,
também, a participar em diversos concursos públicos.
Atualmente, a A400 Angola reúne uma equipa técnica permanente, na qual se integra a
estagiária, e que é constituída por dezasseis elementos (ver Quadro 2.1.).
Dados da Empresa
A400 Angola Morada Condomínio Vila Sol, Casa N.º 20
Talatona - Luanda, Angola Telefone fixo +244 935 453 310
E-mail Site
[email protected] http://www.a400.pt
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2.2. EQUIPA TÉCNICA
Durante o período de estágio, a estagiária esteve em contacto com a equipa base da
Empresa, que a seguir se apresenta (ver Quadro 2.1.):
Quadro 2.1. – Composição da A400 Angola
TÉCNICO HABILITAÇÕES / CARGO Eng.º Marco Baptista Eng.º Civil / Sócio Gerente Eng.º António Monteiro Eng.º Civil / Sócio Gerente Eng.º Francisco Bernardo Eng.º Civil / Sócio Gerente Engº. Miguel Mariz Eng.º Civil / Coordenador de Projeto Engº. Sérgio Silva Eng.º Eletrotécnico / Coordenador de Fiscalização Engº. João Guerra Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engº. Pedro Padrão Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engª. Filipa Gonçalves Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engº. César Bessa Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engº. António Costa Eng.º Eletromecânico / Engenheiro Fiscal Eng.º Wilson Pereira Eng.º Eletrotécnico / Engenheiro Fiscal Eng.º João Drumond Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engº. Alexandre Resende Eng.º Civil / Diretor de Fiscalização Engº. Guilherme Mukubi Eng.º Civil / Engenheiro Fiscal Engº. Bruno Silva Eng.º Mecânico / Engenheiro Fiscal Eng.ª Bárbara Pinhal Eng.ª Civil / Engenheiro Fiscal Engº. Adriano Silva Coordenador de Segurança Engª. Susana Vieira Engenheira Fiscal de Segurança Engº. Carlos Dias Engenheiro Fiscal de Segurança Eduardo Inácio Responsável de Logística
2.3. PRINCIPAIS ÁREAS DE ATIVIDADE E PROJETOS/OBRAS IMPORTANTES
A atividade da A400 Angola – Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda. carateriza-
se pela participação em diversos trabalhos nas áreas de projetos de engenharia civil,
fiscalização e coordenação de segurança. Destacam-se, a seguir, algumas das
Empreitadas de relevância fiscalizados pela A400 Angola, precedidas de uma lista das
principais especialidades de engenharia e outras serviços prestados pela Empresa
(Quadros 2.2. e 2.3.):
Quadro 2.2. – Lista das principais especialidades desenvolvidas em projeto pela A400 Angola
PRINCIPAIS ESPECIALIDADES EXECUTADAS EM PROJETO Estruturas e Fundações Abastecimento de Água, Saneamento e Águas Pluviais Abastecimento de Gás Térmica e Acústica Segurança Contra Incêndios Instalações Mecânicas Instalações Elétricas e Telecomunicações Infraestruturas Vias de Comunicação
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Quadro 2.3. – Lista de outras valências desenvolvidas pela A400 Angola
OUTRAS VALÊNCIAS Coordenação de execução de projetos, especificações e preparação de documentos para concurso Certificação Energética Medições e estimativas de custo Análise e comparação de propostas Avaliações técnicas
Empreitadas Importantes
Fiscalização para a Vigor Calima, Indústria de Produtos Alimentares e Águas, Lda.
da execução da Empreitada de Construção da Fábrica de Embalagens
Alimentares e do Edifício de Escritórios, em Luanda, Angola
Fiscalização para a CCBL – Coca-Cola Bottling Luanda da execução da Fábrica
da Empreitada de Construção da Coca-Cola Bottling Luanda, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Sodiba – Sociedade de Bebidas de Angola, Lda. da execução
da Empreitada de Construção da Empreitada de Construção da Sodiba – Unidade
de Fabrico de Cerveja, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Retail Park do Lobito, em Benguela, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Hipermercado Kero Benguela, em Benguela, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Shopping e Hipermercado Kero Rocha Pinto, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Hipermercado Kero Viana, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Hipermercado Kero Gika, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Hipermercado Kero Talatona, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Shopping Xyami Nova Vida, em Luanda, Angola
Fiscalização para a Zahara Comércio, S. A. da execução da Empreitada de
Construção do Hipermercado Kero Nova Vida II, em Luanda, Angola
Fiscalização para o Ministério dos Petróleos de Angola da execução da
Empreitada de Conceção-Construção do Instituto Superior dos Petróleos, no
Sumbe, Angola.
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Fiscalização de execução de várias Empreitadas de Construção de menor
envergadura, nomeadamente, escritórios, espaços comerciais para fins diversos
(farmácias, venda de alimentos, de roupa, etc.) e espaços habitacionais de várias
tipologias, em Angola.
2.4. INTEGRAÇÃO NA EQUIPA
A estagiária já se encontrava em funções na empresa desde janeiro de 2015, pelo que a
sua integração e boa relação com os restantes elementos da Empresa eram já uma
garantia à data do início do Estágio Formal, a 28 de maio de 2015.
Na Empreitada do Hipermercado Kero Nova Vida II, o trabalho decorreu sobretudo no
contentor de obra onde estava instalada a equipa fiscalizadora, funcionando este espaço
como uma sala open-space onde a comunicação fluía facilmente e facilitava a integração
da estagiária. Na fase final desta empreitada, a equipa de fiscalização mudou-se para os
escritórios já disponíveis no mezanino do Hipermercado, mas esta mudança não teve
qualquer impacto negativo para a dinâmica do dia-a-dia. Ao ir para a obra do Instituto
Superior dos Petróleos, no Sumbe, a estagiária voltou a trabalhar num espaço aberto
junto com os restantes elementos da nova equipa de trabalho, o que, sem dúvida,
contribuiu muito positivamente para uma fácil integração com a nova equipa, para além
de permitir uma rápida e fluída troca de informações e colocação de dúvidas e questões,
bem como procurar as soluções mais adequadas para os problemas que vão surgindo no
decorrer da obra.
É de enaltecer e de destacar aqui o importante papel do orientador, Eng.º Francisco
Bernardo, por todo o apoio prestado e pela sua presença constante durante o decurso
deste Estágio. É de salientar a ajuda prestada e a disponibilidade por parte dos Eng.os
João Guerra e Alexandre Resende no esclarecimento de dúvidas e reconhece-se,
também, os conhecimentos partilhados pelos Eng.os Bruno Silva e Wilson Pereira nas
questões mais diretamente relacionadas com as especialidades de Mecânica e
Eletricidade, respetivamente.
Na página seguinte apresenta-se o organograma funcional da empresa (Fig. 2.1.), onde
é possível observar todos os departamentos da empresa A400 Angola – Projectistas e
Consultores de Engenharia, Lda., numa perspetiva geral, elencando-se apenas a
hierarquização entre departamentos e a hierarquização dos departamentos e dentro do
próprio departamento da Fiscalização. Desta forma, a posição da estagiária encontra-se
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referida pelo nome “Fiscal”, posicionando-se sob o alçado direto do Diretor de
Fiscalização da obra a que foi afeta, nomeadamente, o Eng.º João Guerra (Empreitada
de Construção do Hipermercado Kero Nova Vida II) e o Eng.º Alexandre Resende
(Empreitada de Conceção-Construção do Instituto Superior dos Petróleos).
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Figura 2.1. – Organograma Funcional da A400 Angola - Projectistas e Consultores de Engenharia, Lda.
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3. TRABALHO REALIZADO
3.1. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS EXECUTADOS DURANTE O ESTÁGIO
O Estágio Formal desenrolou-se na área de Direção de Fiscalização, onde a estagiária
acompanhou a execução de dois projetos de engenharia civil, conforme já foi referido
anteriormente, tendo estado presente e ativamente envolvida em todas as atividades
inerentes desenvolvidas durante o período em causa.
A fiscalização da execução de qualquer empreitada, independentemente do tamanho e
da complexidade desta, não se resume somente à presença da equipa de Fiscalização
em obra e ao acompanhamento dos trabalhos de execução do empreendimento. Esta
inclui também a produção de documentos específicos que documentam a evolução da
obra em todas as suas vertentes, desde a submissão a validação e a aprovação de um
material ao controlo financeiro da empreitada e à redação das atas de reunião de obra.
Nesse sentido, a estagiária contribuiu para o desenvolvimento das seguintes tarefas:
Elaboração de Relatórios Visita à Obra, diariamente, onde são definidos,
sumariamente, os trabalhos em curso do respetivo dia;
Elaboração de mapas de medição para controlo das quantidades executadas em
obra e da evolução dos trabalhos, que também foram utilizados como base para
verificação e validação dos Autos de Medição Mensal submetidos pelo
Empreiteiro;
Verificação das incompatibilidades de projeto, sobrepondo e confrontando os
desenhos dos projetos de especialidade, e, posteriormente, elaboração da lista
das questões encontradas;
Atualização do Mapa de Controlo de FAMEs;
Atualização do Mapa de Saldos de Obra (controlo financeiro da obra);
Atualização do Mapa de Controlo de Trabalhos a Mais e a Menos;
Atualização do Mapa de Controlo de Comunicações emitidas pela Fiscalização;
Redação de minutas e de atas de reunião de obra;
Elaboração de medições e mapa comparativo de preços para validação de preços;
Plotagens e impressões;
Organização dos processos (dobragem de plantas, gravação de ficheiros nos
formatos apropriados tais como PDF e DWF, gravação dos trabalhos em CD-
ROM, entre outros).
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No Quadro 3.1. abaixo, apresentam-se as empreitadas acompanhadas no decorrer do
estágio, especificando-se o local de implantação, o Dono de Obra e a duração da afetação
da estagiária à obra em causa.
Quadro 3.1. – Resumo das Empreitadas acompanhadas durante o Estágio Formal NR.
PROCESSO DESIGNAÇÃO DA
EMPREITADA LOCAL DE
IMPLANTAÇÃO DONO DE
OBRA PERÍODO DE AFETAÇÃO
2014010 Empreitada de Construção do Hipermercado Kero Nova Vida II
Nova Vida, Luanda, Angola
Zahara Comércio, S.A.
28 de maio a 16 de outubro de 2015
2015003 Empreitada de Conceção-Construção do Instituto
Sumbe, Cuanza-Sul, Angola
Ministério dos Petróleos de
Angola
19 de outubro a 30 de novembro de 2015
NOTA: Ver o significado das abreviaturas dos termos utilizados na página ix, “Abreviaturas”. O “Nr. Processo” diz respeito à organização interna da Empresa quanto aos projetos/processos em carteira, identificando-os com um número específico.
3.2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS SOFTWARES UTILIZADOS
3.2.1. INTRODUÇÃO Na vida prática de um engenheiro existe, atualmente, uma simbiose dinâmica entre o
desenvolvimento e a execução de um empreendimento (desde a fase de projeto à
execução da obra no sentido mais estrito) e o domínio e utilização de ferramentas
informáticas essenciais ao desenrolar dos trabalhos do dia-a-dia. Estas ferramentas são
diversos programas informáticos: programas de cálculo, de desenho, de escrita e edição
de texto, onde é exigida a mestria do engenheiro. Estes programas visam,
fundamentalmente, o auxílio e a otimização do trabalho a executar, permitindo ao
utilizador a elaboração de projetos de uma forma mais rápida, eficaz e sistematizada.
A estagiária teve a oportunidade de, até à data, contactar com diversos programas de
computador, sobretudo durante o seu percurso académico. Contudo, durante o Estágio
Formal, os programas mais utilizados foram o Autodesk AutoCAD, na sua vertente 2D, o
Microsoft Excel e o Microsoft Word, os quais se descrevem, sumariamente, a seguir.
3.2.2. AUTOCAD A análise, estudo e sobreposição de desenhos de especialidade, a definição e delimitação
de espaços e áreas em execução nos desenhos, a medição de quantidades e a avaliação
de pormenores construtivos, constituem a base do trabalho de gabinete realizado na área
da Fiscalização. Em ambas as obras, que a estagiária acompanhou, todos os desenhos
recebidos da equipa projetista do Dono de Obra foram concebidos e, posteriormente,
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estudados pela equipa de fiscalização com recurso ao programa AutoCAD 2D da
Autodesk.
A estagiária já trazia noções sobre o funcionamento deste programa, adquiridas pela
frequência das disciplinas académicas que requerem a sua utilização e solidificadas pela
realização de uma formação em AutoCAD 3D, frequentada ainda durante a Faculdade.
Todavia, a utilização do programa AutoCAD, num contexto profissional, no Estágio
Formal, permitiu aperfeiçoar os conhecimentos já adquiridos e incrementar a
desenvoltura e o à-vontade da estagiária com esta ferramenta.
3.2.3. MICROSOFT EXCEL E MICROSOFT WORD O normal decorrer da atividade profissional no âmbito da Engenharia hoje já não é
possível sem a presença constante das ferramentas informáticas do Microsoft Office, em
particular o Excel e o Word. A elaboração de documentos e de folhas de cálculo são parte
vital da atividade do engenheiro e estas foram, sem dúvida, as ferramentas informáticas
mais utilizadas pela estagiária no decorrer deste Estágio Formal. Enquanto estudante
universitária, a estagiária frequentou também uma formação em Microsoft Excel
Avançado, para garantir uma melhor preparação para o mundo do trabalho.
3.3. LEGISLAÇÃO UTILIZADA
Como é natural, a execução de uma empreitada pressupõe o cumprimento de legislação
e regulamentos das várias especialidades em causa. Estes documentos podem existir na
forma de normas, decretos-lei, portarias ou regulamentos e estão sujeitos a uma
permanente atualização.
A Empresa sempre disponibilizou à estagiária os documentos necessários à correta
execução dos diversos trabalhos das várias especialidades de engenharia civil com que
se pudesse vir a deparar em obra, disponibilizou, ainda, o livre acesso à internet, o que
permitiu, paralelamente, colmatar qualquer falta de legislação em Angola. Em situação
de falta de legislação e regulamentos angolanos que definam claramente quais os
requisitos e procedimentos a aplicar em obra, está estabelecido que devem ser utilizados
os documentos portugueses.
O Quadro 3.2. apresenta uma lista que reúne, até à data do término do estágio, as
principais normas, decretos-lei, portarias e regulamentos consultados:
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Quadro 3.2. – Legislação, Normas e Regulamentos consultados
LEGISLAÇÃO, REGULAMENTOS E NORMAS APLICÁVEIS
Geral RGEU (Regulamento Geral das Edificações Urbanas)
Estabilidade
REBAP (Regulamento das Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado)
RSA (Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes)
Decreto-Lei n.º 301/07 de 23 de agosto
NP EN206-1 (Betão - Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade)
NP EN12350 (Ensaios do Betão Fresco)
NP EN12350-1 (Amostragem)
NP EN12350-2 (Ensaio de abaixamento)
NP ENV 13670-1 (Betão - Parte 1: Regras Gerais)
Abastecimento de Água
Drenagem de Águas Residuais
Drenagem de Águas Pluviais
DR n.º 23/95 de 23 de agosto (Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais)
Segurança Contra Incêndios
Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de novembro (Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios)
Portaria n.º 1532/2008 (Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em Edifícios)
Resíduos de Construção e Demolição
Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de março
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4. EMPREITADAS FISCALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO
4.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo, serão abordados os trabalhos desenvolvidos ao longo do
acompanhamento e fiscalização dos trabalhos executados na Empreitada de Construção
do Hipermercado Kero Nova Vida II e na Empreitada de Conceção-Construção do
Instituto Superior dos Petróleos, durante o período correspondente ao Estágio Formal.
Conforme já foi esquematizado no Quadro 3.1., durante o decorrer do Estágio Formal, a
estagiária fiscalizou a Empreitada do Kero durante cerca de 4 meses e meio, e esteve a
fiscalizar a Empreitada do Instituto Superior dos Petróleos durante apenas 1 mês e meio.
Apesar de a primeira empreitada ter sido acompanhada durante mais tempo, salienta-se
que, em ambas as obras, foram utilizados os mesmos princípios e métodos de trabalho,
devidamente adequados às fases de obra em que cada um destes empreendimentos se
encontrava durante o período correspondente a este estágio.
De uma forma muito sucinta e apenas como nota introdutória, o Hipermercado Kero Nova
Vida II, fiscalizado pela estagiária nos meses finais que conduziram à inauguração, é uma
superfície comercial, inserida no Shopping Xyami Nova Vida, localizada em Nova Vida,
Luanda, Angola; o Instituto Superior dos Petróleos é um futuro campus universitário em
toda a sua plenitude, localizado na proximidade do Instituto Médio dos Petróleos, no
Sumbe, Angola, tendo a estagiária acompanhado o desenrolar dos trabalhos iniciais.
4.2. OS EMPREENDIMENTOS
4.2.1. KERO NOVA VIDA II A Empreitada de Construção do Hipermercado Kero Nova Vida II surgiu em função da
necessidade sentida pelo Dono de Obra (Zahara Comércio, S.A.) de expandir a sua
presença em Nova Vida, utilizando o lote onde havia sido construída a primeira superfície
comercial do Grupo, o Kero Nova Vida I. Contudo, a visão do cliente não implicou apenas
uma mera expansão do espaço já existente, mas sim a implementação de um Shopping,
com a inclusão do novo Hipermercado Kero no interior deste, tendo sido o Hipermercado
Kero Nova Vida I mantido em funcionamento até à inauguração da nova superfície
comercial.
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Em termos de planeamento e organização dos trabalhos, a Empreitada de Construção
do Hipermercado Kero Nova Vida II esteve sempre interligada com os trabalhos do
Shopping Xyami Nova Vida. Com efeito, o caminho crítico do planeamento das tarefas do
Kero Nova Vida II foi bastante influenciado, sobretudo na fase inicial dos trabalhos, pela
evolução dos trabalhos em curso no Shopping, especialmente no que diz respeito à
execução das estruturas de betão armado e da cobertura em chapa metálica da área
destinada ao Hipermercado. Em suma, o Kero Nova Vida II assumiu o caráter de um
lojista, cuja empreitada foi iniciada em meados de janeiro de 2015, tendo os seus
trabalhos de execução sido desenvolvidos em paralelo com os do Shopping.
O Kero Nova Vida II é uma grande superfície comercial (área comercial aberta ao público
de aproximadamente 7.000 m2), com uma área total de construção de 14.749,25 m2,
dividida em piso 0 (12.510,40 m2) e mezanino com vista direta para a placa de vendas
(2.238,85 m2). O rés-do-chão é constituído por placa de vendas, cofre, espaço gourmet,
cafetaria, restaurante com linha de self-service, takeaway, armazém não alimentar,
armazém de produtos de grande consumo, área de apoio a clientes e laboratórios; o
mezanino, por seu lado, alberga os escritórios, a área de informática, o refeitório e os
balneários dos funcionários.
Na conceção do edifício optou-se, a nível estrutural, por pilares em betão armado e lajes
maciças. A solução adotada para a cobertura consiste em chapa metálica simples
assente sobre estrutura metálica apoiada sobre os pilares, estando os vãos longitudinais
afastados, no máximo, de 4,50 m e os vãos transversais distam 9,0 m entre si. Criou-se,
assim, uma malha interior que facilitou a posterior suspensão dos caminhos de cabos
para as especialidades de eletricidade e telecomunicações, de mecânica, de CCTV e de
deteção de incêndio e intrusão, as réguas de iluminação e os diversos elementos de
sinalética de marketing da placa de vendas, uma vez que permitiu reduzir o número
inicialmente previsto de furações para elementos de suspensão na chapa de cobertura,
o que, por sua vez, diminuiu o número de pontos frágeis da cobertura. Salienta-se, ainda,
que esta estrutura metálica de suporte foi reforçada nas zonas de apoio das unidades de
tratamento de ar, claraboias de desenfumagem e nas zonas onde ficaram colocados os
condensadores de frio.
O revestimento da cobertura é constituído por telas de impermeabilização sobre chapa
metálica com isolamento térmico.
As paredes exteriores são constituídas por panos simples de bloco de cimento com
fachada ventilada. Esta fachada ventilada foi conseguida criando um sistema de suporte
e a aplicação de chapa metálica colorida, de acordo com as definições do projeto do
Shopping Xyami Nova Vida. As paredes interiores são constituídas por blocos de cimento
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de menor largura, com acabamento estanhado, pintado com tinta plástica nas áreas
acessíveis ao público e com acabamento areado, pintado com tinta plástica nas zonas
técnicas. É de salientar que as paredes divisórias dos escritórios foram executadas em
gesso cartonado e que as paredes interiores do Restaurante, Cafetaria e Self-service e
do atendimento do Talho, da Peixaria e da Padaria receberam revestimento cerâmico à
cor definida para cada um destes espaços.
A nível de tetos, optou-se por deixar os espaços em teto real nas áreas técnicas e nos
armazéns e na placa de vendas, onde a altura que vai da linha de visão do utilizador até
à cota da cobertura excede os 9 metros. Nos restantes espaços foi colocado teto falso
em placas de gesso cartonado de caraterísticas hidrófugas (balneários e refeitório),
resistente ao fogo (bastidores, áreas de informática e salas de quadros elétricos) e
normais (circulações horizontais e verticais interiores e escritórios).
Na zona dos laboratórios, a delimitação dos espaços foi conseguida através da colocação
de painéis pré-fabricados de Frio Industrial, concebidos especificamente para estes
efeitos. Estes painéis delimitam os vários espaços, formando a sua envolvente (chão,
paredes e tetos), e obedecem às funções dos espaços a que se destinam: espaço de
refrigeração ou espaço de congelação, apresentando espessuras diferentes consoante a
sua função.
Na zona dos checkouts, dada a existência de um piso de estacionamento abaixo, com
altura livre suficiente, a passagem de todas as infraestruturas elétricas e informáticas
necessárias foi feita através de um caminho de cabos suspenso do teto do piso -1 e o
atravessamento da laje para a passagem das ligações a cada um dos 38 checkouts foi
realizado através de carotes. Optou-se por esta solução para aliviar o número de
estruturas suspensas da chapa da cobertura e da estrutura metálica, para diminuir a
quantidade de caminhos de cabos visíveis aos olhos dos futuros clientes, para facilitar a
manutenção dos cabos e dos checkouts, mas, sobretudo, devido ao facto de o Dono de
Obra estar já a acautelar a possibilidade de ter que renovar os checkouts, alterando os
cabos passados e, eventualmente, ter que aumentar significativamente a largura do
caminho de cabos usado. Assim, a solução adotada congregou vários argumentos a seu
favor, nomeadamente, as vantagens estética, funcional e económica.
4.2.2. INSTITUTO SUPERIOR DOS PETRÓLEOS O Instituto Superior dos Petróleos (ISP) é um projeto em execução para o Ministério dos
Petróleos de Angola. Esta empreitada surgiu das necessidades do país na formação de
cargos superiores angolanos no campo da exploração petrolífera, reduzindo, assim, o
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recurso à contratação de profissionais estrangeiros, mas é também uma aposta numa
educação superior de excelência e de reconhecimento internacional.
Pretende-se que o ISP seja um campus universitário autossustentável, dispondo de todas
as comodidades possíveis para os professores e para a comunidade estudantil que ali
conviverá. Esta obra está implantada num lote com cerca de 304.500 m2, onde serão
construídos 23 tipos diferentes de edifícios:
1. Guaritas
2. Edifício Business Center
3. Edifício Administração
4. Edifício Direção Académica
5. Edifício Biblioteca
6. Edifício Salas de Aula
7. Edifício Docentes
8. Edifício Auditório
9. Edifício Refeitório
10. Edifício Clínica
11. Moradias dos Professores
12. Residências Subdiretores
13. Moradias VIP
14. Lavandaria
15. Edifícios Dormitórios
16. Ginásio
17. Associação de Estudantes
18. Campo de Futebol
19. Anfiteatro
20. Piscina Olímpica
21. Campo Multiusos
22. Campo de Futsal
23. Edifício Minimercado
Das construções acima mencionadas, é de salientar que há construções que serão
executadas mais do que uma vez. Assim, serão construídas duas Guaritas, dois Edifícios
para Salas de Aula, quarenta Moradias dos Professores (construção geminada, num total
de vinte construções independentes), quatro Moradias dos Professores, quatro
Residências Subdiretores, duas Moradias VIP, quatro Edifícios Dormitórios e dois
Campos de Futsal. Para além das edificações já referidas, esta empreitada inclui também
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a execução de uma rede de vias de comunicação e todos os arranjos exteriores do ISP,
que incluem espaços verdes, espaços de leitura e espelhos de água.
Pelo exposto, poder-se-á constatar que esta Empreitada, planeada para dois anos de
construção, será bastante desafiante e trará inúmeras hipóteses de aprendizagem e
experiências de crescimento profissional para a estagiária, dada a variedade de
especialidades envolvidas e o número de empreendimentos a construir.
Dada a complexidade deste empreendimento e o facto de não ter havido um período de
tempo suficiente entre a adjudicação da obra e a sua consignação, os projetos de
execução das várias tipologias de construção foram e serão emitidos de forma desfasada
no tempo, até ao final do ano de 2015, de modo a permitir um arranque em diversas
frentes e em plena força em 2016. Desta forma, neste período inicial de execução da
empreitada, a equipa projetista emitiu os projetos das Moradias de Professores e os
projetos de Arquitetura e de Estruturas dos Dormitórios dos Alunos, permitindo, assim, o
arranque da obra, enquanto desenvolvem os restantes projetos de todas as outras
edificações.
As Moradias dos Professores e os Dormitórios dos Alunos foram criados com o intuito de
serem utilizados como os espaços de habitação dos professores e dos alunos,
respetivamente, durante a sua passagem pelo ISP, pelo que estes espaços foram
projetados tendo em vista a sua utilização futura.
Os Dormitórios dos Alunos são constituídos por um conjunto de quatro edificações de
tipologia R/C + 1, construídas em duas linhas paralelas entre si, numa distribuição em
quadrado. Resumidamente, cada um destes edifícios é composto por um total de
quarenta e quatro quartos duplos e oito espaços de arrumos, permitindo, na sua ocupação
máxima o alojamento de trezentos e cinquenta e dois alunos. Cada um destes quartos
foi dimensionado para ser utilizado por duas pessoas, tendo sido projetado com o aspeto
de um apartamento de pequena dimensão que inclui uma cozinha, um quarto de banho
e espaço de dormida e trabalho partilhado.
As Moradias dos Professores, por seu lado, são constituídas por vinte aglomerados de
moradias de tipologia T2 geminadas, resultando num total de quarenta habitações
destinadas aos docentes do campus, que já contemplam a possibilidade de estes
trazerem a sua família. Cada uma destas Moradias, a nível individual, tem dois quartos
de dormir (um deles com quarto de banho anexo, em regime de suite), uma cozinha, uma
sala comum e um quarto de banho de serviço.
Em ambas as tipologias, a estrutura resistente dos edifícios será executada em betão
armado, devendo os panos das paredes interiores e exteriores ser executados em bloco
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de cimento com reboco areado com aplicação posterior de tinta plástica à cor definida.
Nas zonas húmidas (quartos de banho e cozinhas), as paredes serão revestidas com
revestimento cerâmico até uma altura de 2,0 metros. As coberturas serão planas e não
acessíveis, executando-se uma laje de cobertura, devidamente impermeabilizada e
isolada, para garantir o bom isolamento e a boa drenagem destas áreas.
Note-se que as construções, acima referidas, destinam-se aos professores e alunos que
morem demasiado longe do ISP para poderem fazer esse trajeto diariamente. É evidente
que, dada a dimensão desta empreitada, o corpo de docentes e de estudantes será
bastante superior aos números populacionais anteriormente citados.
Durante o período de estágio, a estagiária acompanhou os trabalhos abaixo indicados:
Dormitórios dos Alunos:
o Trabalhos de escavação até ao nível de implantação das sapatas do
Dormitório 15B
o Trabalhos de escavação da camada superior de terras na área de
implantação do Dormitório 15A
Moradias dos Professores:
o Trabalhos de escavação até ao nível de implantação das sapatas das
moradias 11G, 11H, 11I, 11J, 11L, 11M, 11N, 11O, 11P, 11Q, 11R, 11S,
11T e 11U (catorze moradias geminadas)
o Execução de betão de limpeza das sapatas nas moradias 11G, 11H, 11I,
11J, 11L, 11M, 11N, 11O, 11P, 11Q, 11R, 11S, 11T e 11U (catorze
moradias geminadas)
o Execução de cofragem e armadura das sapatas e dos arranques dos
pilares nas moradias 11G, 11H, 11I, 11J, 11L, 11M, 11N, 11O, 11P, 11Q,
11R, 11S, 11T e 11U (catorze moradias geminadas)
o Execução de betonagem das sapatas nas moradias 11I, 11J, 11L, 11M,
11O, 11P, 11Q, 11R, 11S, 11T e 11U (onze moradias geminadas)
o Trabalhos de aterro controlado até à cota da face superior das sapatas das
moradias 11S, 11T e 11U (onze moradias geminadas)
4.3. FISCALIZAÇÃO EM OBRA
4.3.1. PRINCIPAIS INTERVENIENTES Cada empreitada apresenta diferentes desafios, novos materiais e técnicas construtivas,
porém, os principais intervenientes em obra e a maneira como estes interagem e se
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relacionam entre si e com a obra em curso permanece constante. Na Figura 3.1.
apresenta-se um organograma com os principais intervenientes em obra, as suas funções
e a forma como estes elementos se inter-relacionam, tanto na empreitada do Kero Nova
Vida II, como na empreitada do ISP:
Figura 4.1. – Organograma dos principais intervenientes em obra e a forma como se relacionam
4.3.2. EQUIPA DE FISCALIZAÇÃO
Relativamente à constituição das equipas de fiscalização, a A400 tem uma estrutura geral
de funcionamento e constituição destas equipas, conforme se pode observar a seguir. É
de salientar que nas duas empreitadas acompanhadas pela estagiária, foi-lhe atribuído o
cargo “Civil – Engenheiro” (identificado com um asterisco).
Figura 4.2. – Organograma funcional tipo da equipa de fiscalização
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4.4. ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS
4.4.1. INTRODUÇÃO
Durante a execução destes empreendimentos, as funções essenciais que a A400 prestou
aos Donos de Obra de cada uma das empreitadas acompanhadas, foram as seguintes:
Controlo do prazo de realização da empreitada (planeamento);
Controlo da qualidade de realização da empreitada;
Implementação de um arquivo de informação em obra, com registos em papel e
suporte digital;
Verificação e autorização de faturas;
Defesa da segurança dos utentes da obra;
Defesa da segurança dos trabalhadores na obra através de relatórios semanais
de segurança e saúde.
4.4.2. ARQUIVO DE INFORMAÇÃO A A400 estabeleceu como princípio de trabalho que cada equipa de fiscalização, durante
o acompanhamento dos trabalhos, deve fazer o seu próprio arquivo de informação de
todos os dados importantes intrínsecos à construção de cada empreendimento. Este
arquivo deve ser o mais completo possível, existindo em suporte físico e em suporte
digital. Este suporte digital consiste numa pasta de obra, existente no computador do
Diretor de Fiscalização de cada empreitada, sendo este elemento responsável por mantê-
la atualizada e sincronizada com os servidores da A400, para garantir que não há
qualquer perda de informação. Deste arquivo de obra fazem parte os seguintes
documentos:
Peças escritas e desenhadas do projeto de execução;
Proposta do empreiteiro com lista de preços unitários contratuais;
Cópia do contrato;
Cópia da licença de construção;
Plano de estaleiro;
Correspondência geral, com troca de emails entre os diversos intervenientes:
o Fiscalização ↔ Empreiteiro
o Fiscalização ↔ Dono de Obra
o Fiscalização ↔ Projetistas
o Fiscalização ↔ Gabinetes de Apoio Técnico
o Fiscalização ↔ Outras entidades
Atas de reuniões semanais de coordenação de obra;
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Dossier de trabalhos a mais e a menos;
Autos de medição mensais;
Documentação técnica;
Resultados de ensaios;
Relatórios diários e mensais enviados ao Dono de Obra;
Outros elementos.
Este sistema de informação constitui uma “base de dados” vital para o trabalho da equipa
de fiscalização no seu dia-a-dia em obra, permitindo à Fiscalização uma tomada de
decisões e atitudes fundamentadas perante todos os intervenientes durante o decorrer
dos trabalhos de construção da empreitada, bem como um repositório de informação
facilmente acessível para a clarificação de questões que surjam.
4.4.3. RELATÓRIOS A realização de Relatórios de Fiscalização é uma parte integrante dos serviços base
fornecidos pela A400, ficando à escolha do Dono de Obra se pretende, para além do
Relatório Mensal de Obra (RMO), também a elaboração de Relatórios de Visita à Obra
(RVO) de caráter diário ou semanal. Nas empreitadas que a estagiária acompanhou,
ambos os Donos de Obra escolheram a elaboração de RVOs diários, em complemento
ao RMO. Relativamente à área da Segurança e Higiene em Obra, há um técnico
exclusivamente dedicado a esta área em todas as empreitadas fiscalizadas pela A400,
designado por Coordenador de Segurança em Obra (CSO). O CSO é responsável por
emitir semanalmente um Relatório de Visita à Obra do Coordenador de Segurança em
Obra (sigla de identificação interna RVO.CSO), relativamente à sua ida à obra
acompanhado pelo Responsável de Segurança e Higiene em Obra do Empreiteiro.
O RMO é elaborado mensalmente pelo Diretor de Fiscalização e enviado ao Dono de
Obra até ao dia 7 do mês seguinte ao qual se reporta. O RMO baseia-se e inclui todos os
RVOs diários elaborados, pela estagiária, e acompanhados pela respetiva recolha
fotográfica diária. A estes documentos juntam-se, ainda, todos os RVO.CSO do mês
decorrido, para além de uma cópia de todas as comunicações ocorridas durante esse
período, as versões mais recentes do Mapa de Controlo de FAMEs, do Mapa de Saldos
de Obra, do Mapa de Controlo de Trabalhos a Mais e a Menos e do Mapa de Controlo de
Comunicações e também uma cópia de todas as atas das reuniões semanais de
coordenação de obra, ocorridas naquele mês, devidamente assinadas por todos os
intervenientes.
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Quanto aos relatórios diários elaborados pela estagiária, estes documentos são
reproduzidos abaixo no corpo do relatório, sendo descritos sequencialmente quais os
assuntos abordados em cada página. O RVO é constituído por três páginas e tem um
caráter prático, cuja finalidade é dar uma visão rápida e resumida dos trabalhos
desenvolvidos diariamente na obra.
Na primeira página desses relatórios, faz-se referência aos seguintes aspetos:
Condições Climáticas;
Presenças em Obra;
Mão-de-obra / Equipamentos do Empreiteiro Geral e Subempreiteiros.
O registo das condições climatéricas é especialmente importante em Angola, pois este é
um país onde as variações térmicas são muito significativas e onde a ocorrência de
chuvadas de grande intensidade afetam o desenrolar dos trabalhos de execução das
empreitadas. Estes dois parâmetros podem fazer com que o Empreiteiro tenha que
reduzir o seu ritmo de trabalho ou até que tenha que adiar a realização das tarefas
previstas, para além do modo como a temperatura e a humidade afetam também os
materiais (pense-se no processo de presa e cura do betão, secagem de rebocos e
pinturas, entre outros).
Os restantes dois quadros da primeira página do RVO destinam-se ao registo das
presenças dos intervenientes em obra e ao registo de ocorrências pontuais referentes à
Mão-de-obra / Equipamentos no dia em causa. Por definição da A400, os mapas de
controlo de carga de mão-de-obra e de controlo de equipamentos são enviados ao CSO,
sendo este responsável por controlar e verificar o número de trabalhadores e
equipamentos em obra, bem como toda a documentação inerente a estes.
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Figura 4.3. – Página 1 de 3 do RVO
A segunda página do RVO é constituída por dois quadros, onde é feito o registo dos
seguintes aspetos:
Planeamento / Desenvolvimento na obra;
Observações gerais.
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O primeiro quadro é preenchido com a lista de todas as tarefas em curso na obra, durante
o dia a que se refere o RVO, com o maior detalhe possível. O segundo quadro está
destinado às observações gerais do dia, sempre que se justifique, a saber, o registo do
número de cubos de betão realizados durante a betonagem ocorrida nesse dia, o registo
de atraso de receção de algum material em obra, ou o registo de variações de volume de
trabalho e a(s) sua(s) causa(s).
Figura 4.4. – Página 2 de 3 do RVO
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A última página do RVO é constituída apenas por um quadro, onde é feito o registo de:
Exemplos dos trabalhos observados, com ilustração fotográfica.
Aqui, deve ser feita referência diariamente a, pelo menos, 3 trabalhos em curso
observados, identificando-se o local e a tarefa em curso e colocando uma fotografia
ilustrativa dessa situação no campo adjacente. Note-se que em todas as fotografias de
obra deve estar visível a data do dia em que foram tiradas, para uma documentação mais
fácil e inequívoca dos trabalhos desenvolvidos em obra.
Figura 4.5. – Página 3 de 3 do RVO
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4.4.4. REUNIÕES DE COORDENAÇÃO DE OBRA Semanalmente, foram realizadas reuniões de coordenação de obra, com a presença dos
representantes do Dono de Obra, do Empreiteiro e da Fiscalização. Algumas vezes foi
requerida a presença de outros intervenientes, a saber, projetistas e técnicos
especialistas de apoio à obra.
Nestas reuniões, faz-se o ponto de situação da obra, abordando-se os trabalhos em
curso, os documentos submetidos a validação e aprovação, a logística da obra, eventuais
desvios e alterações do planeamento de obra, questões relacionadas com a área da
Higiene e Segurança em Obra, entre outros. Aqui, são, também, apresentados os
assuntos pendentes da obra que, devido à sua complexidade e importância ou por
precisarem da opinião e decisão do Dono de Obra, são reservados para estes encontros
semanais onde representantes de todos os intervenientes estão presentes e discutem e
tentam resolver as questões apresentadas.
Na sequência de cada reunião, elabora-se a respetiva ata, que é enviada para todos os
intervenientes até 48 horas após a conclusão da reunião. Esta ata é depois assinada por,
pelo menos, um representante de cada interveniente na reunião seguinte, sendo,
posteriormente, enviada uma cópia digitalizada para todos os presentes e o original é
colocada no arquivo de informação da obra.
4.4.5. ENSAIOS Durante o decorrer dos trabalhos de execução de cada empreitada, são realizados
diferentes ensaios, que visam garantir a qualidade dos materiais e técnicas de construção
aplicados e a satisfação do Dono de Obra com o produto final recebido.
Desta forma, nas duas empreitadas onde esteve e no período referente a este Estágio, a
estagiária presenciou e acompanhou os seguintes ensaios:
Hipermercado Kero Nova Vida II:
o Ensaios de estanquidade de pavimentos impermeabilizados
o Ensaios de estanquidade das Redes de Abastecimento de Água e da Rede
de Incêndio Armada (RIA)
ISP:
o Ensaios de abaixamento do betão
o Ensaios de resistência à compressão do betão
o Ensaios de penetração dinâmica
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Apresentam-se, a seguir, cada um dos ensaios acima referidos:
Ensaio de estanquidade de pavimento impermeabilizado Ensaio de caráter prático realizado para avaliar a estanquidade das telas de
impermeabilização de pavimento aplicadas na empreitada. No caso da empreitada
do Hipermercado, este ensaio foi realizado nas zonas de confeção de alimentos nos
pisos 0 e 1, nos laboratórios do piso 0 e nos balneários dos funcionários e quartos
de banho administrativos do piso 1.
Este ensaio foi realizado com a colocação de um volume de água significativo
diretamente sobre as telas de impermeabilização aplicadas, marcando-se na tela que
protege as paredes do compartimento a altura deste volume. Note-se que a altura
final deste volume de água não pode exceder a altura da tela de parede, para que
não haja infiltração de água pela parede, falseando, assim, os resultados do ensaio.
A duração mínima em obra deste ensaio foi de, pelo menos, 24 horas.
Ensaio de estanquidade da rede de abastecimento de água e da RIA Ensaio realizado após a conclusão das redes em causa, para verificação da sua
estanquidade, devendo as tubagens, juntas e acessórios estarem à vista,
devidamente travados e com as extremidades obturadas e desprovidas de
dispositivos de utilização, de acordo com o que é preconizado pelo Regulamento
Geral.
O ensaio processa-se da seguinte forma:
1. Ligação da bomba de ensaio com manómetro à rede, o mais próximo possível
do ponto de menor cota do troço a ensaiar;
2. Expulsão de todo o ar contido nas condutas, enchendo estas tubagens com
água, através da ação da bomba, e aplicando uma pressão de 900 kPa,
correspondente a uma vez e meia a pressão máxima de serviço, conforme
definido regulamentarmente;
3. Verificação do manómetro da bomba, de modo a garantir que este não acusa
nenhuma redução de pressão. Apesar de o intervalo mínimo de tempo definido
para a validação deste ensaio ser, no mínimo, de quinze minutos, em obra,
definiu-se que este teria sempre uma duração mínima de 24 horas.
4. Esvaziamento do troço ensaiado.
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Ensaio de abaixamento do betão Este ensaio é também comummente designado por ensaio Slump e é uma
ferramenta muito usada para avaliar o abaixamento do betão fresco, aquando da sua
chegada à obra para a betonagem de elementos estruturais. Assim, recolhe-se uma
amostra de betão fresco que é compactado no interior de um molde de forma
troncocónica, em três camadas apiloadas com 25 pancadas em cada camada, e é
feita a regularização superficial da 3ª camada, antes da remoção do cone. O cone é
removido, num movimento ascendente contínuo, que faz com que o betão fresco se
espalhe e abaixe. É este abaixamento do betão que estabelece a medida da sua
consistência, sendo medida e registada a diferença de alturas entre o momento inicial
(igual à altura do cone) e o momento final (altura do ponto mais alto do betão fresco),
conforme se ilustra na figura seguinte:
Figura 4.6. – Ensaio de Abaixamento
Esta diferença de cotas é arredondada ao centímetro mais próximo e permite
rapidamente verificar em obra se o betão recebido cumpre a classe de abaixamento
preconizada em projeto e se os valores se encontram dentro dos limites definidos na
norma NP EN206-1. No caso da empreitada do ISP, até à data todos os elementos
estruturais têm sido executados com betão C25/30, da classe S3, e os resultados
obtidos nos vários ensaios de abaixamento realizados em obra têm estado dentro
dos limites estabelecidos pela Norma já referida (Classe S3 – abaixamento do betão
deve estar entre os 10 e os 15 centímetros).
Este ensaio realiza-se de todas as vezes que é recebido betão fresco em obra,
fazendo-se um ensaio Slump e os respetivos provetes de ensaio por cada camião
recebido, sendo depois estes dados registados num Boletim de Autorização de
Betonagem (BAB), conforme se pode observar a seguir:
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Figura 4.7. – Boletim de Autorização de Betonagem
Ensaio de rotura à compressão do betão Este ensaio é bastante utilizado no desenrolar dos trabalhos de execução de
empreitadas, para aferir a capacidade resistente do betão aplicado, uma vez que a
característica mecânica mais importante do betão é a sua resistência à compressão,
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sendo a função deste material resistir às tensões de compressão, enquanto as
armaduras de aço no seu interior têm a função de resistir às tensões de tração.
Aquando da betonagem dos elementos estruturais, foram recolhidos provetes
cúbicos que depois foram submetidos a uma solicitação axial, num ensaio
normalizado de curta duração, onde há uma velocidade de carregamento elevada
até à sua rotura, de acordo as premissas estabelecidas nas normas.
É de notar que, na obra do ISP, em cada camião recebido com betão fresco foram
retirados provetes cúbicos, para a realização posterior de ensaios de rotura à
compressão do betão nas idades habitualmente ensaiadas (7 dias e 28 dias). A
norma NP EN206-1 especifica a recolha de 6 cubos por cada 50 m3 de betão
aplicado em obra, contudo, nesta fase inicial, houve uma decisão conjunta do
Empreiteiro e da Fiscalização de fazer a recolha de 2 cubos em todos os camiões de
betão fresco, independentemente do volume total recebido em cada betonagem,
criando, assim, um histórico de qualidade do betão aplicado na empreitada. Para a
realização destes ensaios, a estagiária deslocou-se ao laboratório incluído na central
de betão do fornecedor de betão da empreitada do ISP, tendo acompanhado e
registado fotograficamente os vários ensaios. Para verificação e confirmação de
resultados, alguns dos provetes realizados foram enviados para Luanda, onde foram
ensaiados nas instalações do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA), na
presença de representantes do Empreiteiro e da Fiscalização.
Após a receção dos dados referentes à realização destes ensaios, cumpre ao Diretor
de Fiscalização registar no Mapa de Controlo de Ensaios de Compressão de
Provetes: o número de cada provete recolhido em obra, qual a guia de remessa a
que se reporta, quais os provetes ensaiados e em que data, a idade em que foram
ensaiados, o peso dos provetes e quais os resultados obtidos para cada provete
testado.
Ensaio de penetração dinâmica Este ensaio consiste na cravação por percussão de uma haste com ponta cónica,
que permite medir, através da energia necessária para assegurar a cravação, a
resistência encontrada pela ponta cónica para atravessar segmentos de 10
centímetros. O ensaio realiza-se, em geral, em fase de anteprojeto, uma vez que se
trata de um ensaio expedito e relativamente barato, para além de permitir a sua
utilização em locais de difícil acesso.
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Este ensaio permite a realização de verificação da resistência do solo em vários
pontos da empreitada, pelo que, normalmente, os seus resultados são apresentados
num documento único. Este documento é composto por um texto inicial onde se
descreve a obra, os locais ensaiados e onde foram detetados os valores mínimos de
tensão admissível do solo para a posterior execução das fundações, seguido pela
compilação dos boletins de todos os locais testados. Em cada boletim de ensaio, há
uma tabela onde está registado o número de pancadas necessárias para a ponteira
atravessar cada camada de solo de 10 centímetros de espessura (N10), até ao ponto
onde a ponteira já não consegue penetrar mais no solo, acompanhados pela
representação gráfica da evolução de N10, da resistência de ponta dinâmica e da
tensão máxima admissível.
Apesar de este ser um tipo de ensaio mais utilizado em fase de anteprojeto, foi
também utilizado na empreitada do ISP já durante a sua fase de execução. Em
Angola, o período das chuvas começa em outubro/novembro, sendo as chuvadas de
duração média, mas de grande intensidade, que podem levar a uma diminuição do
volume de trabalhos em curso e até à paragem dos mesmos. É de salientar que a
primeira chuvada da obra, em novembro, foi muito intensa, tendo havido
deslizamento de terras para o interior da área escavada das sapatas e a completa
saturação dos solos, pelo que foi necessário verificar se os solos de fundação ainda
cumpriam com as tensões mínimas admissíveis exigidas em projeto. Assim sendo,
para responder a esta questão foi solicitada a realização de novos ensaios de
Penetração Dinâmica Ligeira (PDL) a uma entidade externa à obra, a Geosol, que já
tinha realizado o estudo geotécnico do lote onde está a ser implantado o ISP.
Nos boletins de ensaio recebidos, a informação está condensada na tabela de registo
do número de pancadas (N10) necessários para atravessar cada camada de 10
centímetros, já mencionada anteriormente, bem como dois gráficos. No primeiro
gráfico, representa-se a evolução do número de pancadas N10 e da resistência de
ponta dinâmica (Rd), em MPa, ao longo das várias camadas do solo e, no outro
gráfico, apresenta-se a variação dos valores das tensões máximas admissíveis para
areais e argilas, conforme se pode constatar no exemplo que se apresenta abaixo na
Figura 4.8..
A realização destes ensaios é uma mais-valia para os intervenientes em obra, uma
vez que permite uma fácil visualização e descrição do solo ensaiado nos vários
pontos do lote. Note-se que, no caso da empreitada do ISP, os resultados obtidos
nos ensaios PDL realizados implicaram a destruição das sapatas em espera das
moradias 11G, 11H, 11N e 11O, tendo-se, a seguir, agido no sentido de melhorar as
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qualidades do seu solo de fundação (remoção da camada superficial e consequente
execução de aterro controlado em solo vermelho até à cota de implantação das
sapatas definida em projeto) e refeito todos os trabalhos anteriores, nomeadamente,
o betão de limpeza e a cofragem e armadura das sapatas e arranques dos pilares
destas moradias.
Figura 4.8. – Boletim de Resultados de Ensaio PDL
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5. FORMAÇÕES REALIZADAS
Ainda durante a Faculdade, a estagiária para melhor se preparar para o mundo do
trabalho, fez Cursos de Formação Profissional, em regime pós-laboral, para melhorar o
domínio das ferramentas informáticas base da profissão de Engenheiro e expandir os
seus conhecimentos, a saber:
Formação Profissional em Microsoft Project;
Formação Profissional em Microsoft Excel Avançado;
Formação Profissional em AutoCAD 3D.
Desde a conclusão do seu Mestrado, a estagiária manteve constante o interesse e a
vontade de aprender e complementar os conhecimentos adquiridos durante o seu
percurso académico para melhor dominar e explorar ferramentas técnicas de trabalho ao
seu dispor, tendo, para isso, realizado os seguintes Cursos de Formação:
CAP – Formação Pedagógica Inicial de Formadores;
CPE – Certificate of Proficiency in English;
Elaboração e Certificação de Projetos de Segurança Contra Incêndios de 3ª e 4ª
Categoria de Risco, estando a estagiária já registada na Autoridade Nacional da
Proteção Civil.
Aquando do seu ingresso na Ordem dos Engenheiros – Região Norte, a estagiária fez
nas instalações da referida Ordem, no Porto, o curso de Ética e Deontologia Profissional.
Em Anexo, apresentam-se os Certificados de Aprovação dos Cursos de Formação acima
citados, bem como o Certificado de Aprovação do Curso de Ética e Deontologia
Profissional.
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6. CONCLUSÃO
Concluído o período de tempo correspondente à duração definida para o Estágio Formal,
a estagiária começou a preparar e organizar todos os dados e documentos necessários
à elaboração do presente Relatório, elementos esses que, durante o período de Estágio,
a estagiária foi recolhendo e reunindo para melhor apresentar e ilustrar este período da
sua formação profissional. A redação deste Relatório obedece à sequência cronológica
dos trabalhos executados nas duas empreitadas, que a estagiária acompanhou, para
mais objetivamente refletir e dar conta do trabalho desenvolvido ao longo do Estágio.
Fazendo uma avaliação global do período de Estágio é reconfortante e compensador
poder afirmar que o balanço é francamente positivo. A estagiária conseguiu atingir todos
os objetivos definidos, a começar pela sua plena integração na equipa de trabalho e na
própria Empresa, conseguindo estabelecer e manter uma ótima relação de convivência e
colaboração profissional com todos os colegas. Estes aspetos foram facilitadores para o
crescimento e enriquecimento profissional da estagiária, que sempre procurou a ajuda
dos colegas com grande e rica experiência profissional, para encontrar as respostas para
as dúvidas que tinha e as soluções para os problemas que se apresentavam. Muito
aprendeu também no contacto direto com os diferentes intervenientes nos trabalhos de
execução das obras em curso, conseguindo testar aí a sua autonomia e segurança nos
conhecimentos adquiridos e nas experiências compartilhadas.
Quer a estagiária aqui reafirmar, ao seu Orientador e aos Administradores da A400, a
grande honra e a feliz oportunidade aliadas às melhores condições de trabalho, vividas
num ambiente de inteira disponibilidade e abertura e de franco diálogo, que lhe
proporcionaram e sempre lhe souberam garantir, e que tanto contribuíram para otimizar
a realização do Estágio. Não pode a estagiária concluir sem uma palavra muito pessoal
para reafirmar também o grande espírito de equipa sentido na Empresa A400 Angola,
onde se vive, para além do grande profissionalismo e dos excelentes conhecimentos
técnicos, o melhor do companheirismo, da interajuda e disponibilidade de todos os
colegas. Fatores estes tão e mais apreciados quando estamos longe de casa e dos
nossos. Para a estagiária, este Estágio, estes Colegas e esta Empresa serão
indissociáveis e terão para sempre um lugar muito especial na sua grata memória. Sabe
a estagiária que com todos muito aprendeu e cresceu neste mundo do trabalho e
reconhece que se sente pronta e preparada e com confiança e segurança para enfrentar
as grandes responsabilidades e desafios da profissão que quer abraçar plenamente.
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7. BIBLIOGRAFIA
Apontamentos compilados durante a Faculdade.
RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas
Decreto-Lei n.º 301/2007 de 23 de agosto.
Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de março.
Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de novembro – Regime Jurídico de Segurança Contra
Incêndios em Edifícios.
Portaria n.º 1532/2008 – Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em
Edifícios.
DR n.º 23/1995 de 23 de agosto – Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais
de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais.
NP EN 206-1 – Betão - Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade.
NP EN12350 – Ensaios do Betão Fresco.
NP EN12350-1 – Amostragem.
NP EN12350-2 – Ensaio de abaixamento.
NP ENV 13670-1 – Betão - Parte 1: Regras Gerais.
REBAP – Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado.
Tabelas Técnicas.
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