coleção taxonômica 2010

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Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA Disciplina: Zoologia Professora: Andréa Bezerra de Castro COLEÇÃO TAXONÔMICA Conceito: A coleção taxonômica é a reunião ordenada de espécimes mortos ou partes corporais desses espécimes, devidamente preservados para estudos. Importância das coleções: É imprescindível para estudos taxonômicos – toda a classificação animal se fundamenta em estudo comparativo de caracteres morfológicos que podem ser analisados em espécimes preservados. Oferecer os elementos para comprovação de toda pesquisa pregressa – todo material utilizado por pesquisadores anteriores para publicação dos resultados de seus estudos há que estar devidamente preservado e será utilizado, posteriormente, em confrontações. Fontes de material para Coleção Coleta: Expedições zoológicas e levantamentos faunísticos. Permuta: Troca de espécimes entre instituições. Retenção: O especialista que recebe espécimes para identificar, combina que determinado número de espécimes irão para a coleção. Doação: Espécimes doados para a coleção. Tipos de Coleções Coleções Didáticas: Abrigam material destinado a ensino, demonstrações e treinamento. Coleções Científicas (de Pesquisa): Abrigam material destinado a pesquisa científica. Coleções de Interesse Econômico: Colecionam grupos de interesse para sua área (insetos pragas de lavouras, vetores, animais peçonhentos, etc.). 1

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Page 1: Coleção taxonômica  2010

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRADisciplina: ZoologiaProfessora: Andréa Bezerra de Castro

COLEÇÃO TAXONÔMICA

Conceito:

A coleção taxonômica é a reunião ordenada de espécimes mortos ou partes corporais desses espécimes, devidamente preservados para estudos.

Importância das coleções: É imprescindível para estudos taxonômicos – toda a classificação animal se

fundamenta em estudo comparativo de caracteres morfológicos que podem ser analisados em espécimes preservados.

Oferecer os elementos para comprovação de toda pesquisa pregressa – todo material utilizado por pesquisadores anteriores para publicação dos resultados de seus estudos há que estar devidamente preservado e será utilizado, posteriormente, em confrontações.

Fontes de material para Coleção Coleta: Expedições zoológicas e levantamentos faunísticos. Permuta: Troca de espécimes entre instituições. Retenção: O especialista que recebe espécimes para identificar, combina que

determinado número de espécimes irão para a coleção. Doação: Espécimes doados para a coleção.

Tipos de Coleções Coleções Didáticas: Abrigam material destinado a ensino, demonstrações e

treinamento.

Coleções Científicas (de Pesquisa): Abrigam material destinado a pesquisa

científica.

Coleções de Interesse Econômico: Colecionam grupos de interesse para sua

área (insetos pragas de lavouras, vetores, animais peçonhentos, etc.).

Coleta (livro de campo)

Data da Coleta; Horário; Localidade; - Coordenada Geográfica (Latitude e Longitude). Município; Estado; País; Nome do Coletor;

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Page 2: Coleção taxonômica  2010

Outras Informações: habitat (vegetação, solo), comportamento, condições climáticas, etc.

Rotulagem de campo- Rotulador (Etiquetador) ou papel vegetal caneta com tinta nanquim.

Técnicas de coleta – depende do material zoológico que se deseja coletar.

Organização e Manutenção da Coleção

Livro Tombo ou de Registro: O material (espécime) é tombado, recebendo um número e seus dados de

coleta são registrados em um livro.

Curadoria das Coleções: Curador: Desempenha as atividades de coleta, preservação, armazenamento e

catalogação do material científico.

Acesso à Coleção: Coleção Pública; Objetivo (Projeto de Pesquisa); Função da Coleção.

Sala de Coleção Zoológica: Local de Guarda do Material: Gavetas, Armários, Tambores, Vidros; Via Seca ou Úmida; Livro Tombo; Catálogo; Coleções Informatizadas.Manutenção da Coleção: Exames periódicos da coleção. Evitar incidência de luz, umidade e pó. Acrescentar ou substituir periodicamente produtos defensivos, repelentes

ou preservativos nas coleções a seco. Manter o álcool nas coleções úmidas.

Identificação Por remessa de material a especialista Identificação por comparação direta Identificação por bibliografia (Chaves taxonômicas, guias de identificação e

descrições). Etiqueta de identificação

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Page 3: Coleção taxonômica  2010

Preservação e Montagem

Preservação Temporária- Quando não há tempo para montagem logo após a coleta- Método depende do tempo que ficarão estocados até a montagem

a. Refrigeração - Recipiente adequado – papel filtro no fundo para manutenção da umidade

dentro do recipiente – refrigerador ou freezer – vários dias.

b. Preservação em Via-líquida - Em álcool 70% ou outros conservantes apropriados- Vários anos- Não recomendado para alguns grupos: Lepidoptera em geral e Diptera-

Culicidae (mosquitos) – são frágeis e possuem escamas e cerdas importantes para a identificação.

c. Preservação em Via-Seca - Alfinetagem- Envelopes ou triângulos- Etiquetas – procedência

Montagem e Conservação permanente

Conservação em via seca

- Câmara úmida: recipiente com abertura ampla que não permita a entrada de ar com fundo de areia úmida/ papel filtro e conservante (fenol, naftalina ou creosoto de faia).

- Alfinetagem: melhor processo para conservação de insetos de corpo duro. Utiliza-se alfinete entomológico de aço (para não enferrujar) com espessura adequada ao tamanho do inseto (0 a 7). O alfinete deve ser introduzido diretamente no local indicado para cada tipo de inseto, mas sempre do lado direito e de maneira perpendicular com o corpo.

- Montagem: utiliza-se placa de isopor forrada de papel para que o corpo do inseto possa estar assentado e possa ser arrumado (pernas, antenas, asas—alfinetes entrecruzados).

- Montagem de Lepidoptera e Odonata – utiliza-se esticadores ou tábuas de distensão, ou improvisa-se com isopor.

- Montagem em lâminas – Deve-se montar em lâminas insetos pequenos e frágeis como pulgões e trips.

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Page 4: Coleção taxonômica  2010

Cuidados durante a montagem- Quando estocados em mantas/envelopes – devem ser bem amolecidos em

câmara úmida.- Quando estocados em via líquida – para os frágeis – devem ser

devidamente desidratados (usa-se série alcóolica – 75 – 80 – 85 – 90 – 95 º ); para os esclerotizados – alfineta-se logo após a retirada do álcool.

Conservação em via líquida- Principal substância – álcool geralmente 70 %; Hymenoptera (parasitóides) –

álcool 95 % - previne enrrugamento do corpo e da asa; Trips e Ácaros – álcool mais ácido acético glicerinado; formas imaturas – Kahle Dietrich ou KAA. Muitas vezes aconselha-se matar em água quente e depois mergulhar no conservante para não haver perda da coloração.

Cuidados com a coleção via líquida- Revisão periódica para reposição do líquido conservante (evaporação; estes

recipientes devem ser acondicionados em armários com portas bem fechadas e longe da coleção via seca.

Etiquetagem Insetos montados ou armazenados em via seca ou úmida devem receber etiquetas:- Etiquetas de 1,6 X 0,6 cm escrita em naquim ou tinta preta a prova d´água

em papel resistente paralela ao corpo do inseto em distância também de mais um menos 1 cm ou na medida padrão (bloco de madeira ou medidor).

- As etiquetas para os vidros podem ser maiores (proporcionais) em papel vegetal à lápis ou nanquim.

Procedimentos após a montagem

Os insetos devem ser colocados em estufa por 24 a 48 horas para a eliminação da umidade

Bibliografia

• PAPAVERO, Nelson. 1994. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica (coleções, bibliografia, nomenclatura). Editora Unesp/ Fapesp AWRENCE, G.H.M. 1977.

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Belém - Pará - Brasil

10/01/2010

A.B. Castro leg.

Page 5: Coleção taxonômica  2010

• BARNES, Robert S.K.; CALOW, P. & OLIVE, O. J.W. Os invertebrados: uma nova síntese. São Paulo, Atheneu. 1995.

• POUGH, F. H.; JANIS, C. M. & HEISER, J. H. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo. 2003.

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