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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Ana Paula Ferreira Alves Elizeth Patrícia Gazeta Gomes Rosana Soares de Brito COGERAÇÃO DE ENERGIA ELETRICA - UMA NOVA RECEITA NO SETOR SUCROALCOOLEIRO Equipav S/A Açúcar e Álcool LINS – SP 2008

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Ana Paula Ferreira Alves

Elizeth Patrícia Gazeta Gomes

Rosana Soares de Brito

COGERAÇÃO DE ENERGIA ELETRICA - UMA

NOVA RECEITA NO SETOR SUCROALCOOLEIRO Equipav S/A Açúcar e Álcool

LINS – SP

2008

ANA PAULA FERREIRA ALVES

ELIZETH PATRÍCIA GAZETA GOMES

ROSANA SOARES DE BRITO

COGERAÇÃO DE ENERGIA - UMA NOVA RECEITA NO SETOR

SUCROALCOOLEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis sob orientação do Professor Everton Rodrigo Salvático Custódio e orientação técnica da Profª. Heloísa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2008

ANA PAULA FERREIRA ALVES

ELIZETH PATRICIA GAZETA GOMES

ROSANA SOARES DE BRITO

COGERAÇÃO DE ENERGIA - UMA NOVA RECEITA NO SETOR

SUCROALCOOLEIRO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: ___/___/___

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Everton Rodrigo Salvático Custódio

Titulação: Especialista em Controladoria e Finanças pela FEA/USP – Ribeirão

Preto

Assinatura: __________________________

1ºProf(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: _________________________

2ºProf(a): _______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

Assinatura: _________________________

DEDICATÓRIASDEDICATÓRIASDEDICATÓRIASDEDICATÓRIAS

A DeusA DeusA DeusA Deus

Dedico a Deus por todas as bênçãos derramadas em minha vida, agradeço também por

conceder-me mais essa conquista, dou graças á sua infinita misericórdia, por ter me consolando em

todas as vezes que precisei. Obrigada Senhor por preencher meu ser com todo seu amor. É sua toda

honra e toda glória para sempre, amém.

A minha querida mãe IsabelA minha querida mãe IsabelA minha querida mãe IsabelA minha querida mãe Isabel

Mãe eu dedico essa vitória a você, que sempre esteve ao meu lado me ouvindo, apoiando e me

compreendendo. Nos dias em que o cansaço pesava mais em mim, era você que sempre tinha uma

palavra de conforto e com seu infinito amor e dedicação, mostrou-me que para vencer é necessário

ultrapassar obstáculos e que nunca deveria desistir dos meus objetivos. Mãe, meu amor e gratidão por

ti são eterno, muito obrigado por tudo que fez e ainda faz por mim. Te Amo!

Ao meu noivo RobertAo meu noivo RobertAo meu noivo RobertAo meu noivo Robert

Meu amor obrigada pela sua compreensão e companheirismo. Você é uma pessoa

maravilhosa, que sempre esteve perto de mim, me alegrando e motivando durante toda essa jornada.

Te Amo!

As minhas amigasAs minhas amigasAs minhas amigasAs minhas amigas

Dedico á minhas amigas e também companheiras de monografia Rosana e Patrícia. Meninas,

juntas estamos concretizando mais uma etapa importante em nossas vidas. Mesmo que não nos

vejamos mais com tanta freqüência, saiba, que vocês são muito importantes para mim, afinal

compartilharmos a mesma experiência durante esses quatro anos, sabemos que não foi fácil essa

última etapa, mais graças a nossa união, amizade, compreensão e bom senso fizeram com que

chegássemos a realização de um sonho. Desejo muitas bênçãos de Deus em suas vidas, beijos.

Aninha

DEDICATÓRIASDEDICATÓRIASDEDICATÓRIASDEDICATÓRIAS

A DeusA DeusA DeusA Deus

Em primeiro lugar dedico a ti Senhor que me deu força e coragem de viver esta nova

experiência em minha vida. Por sua infinita bondade e misericórdia e por iluminar cada dia a minha

vida. Sem ti nada sou.

Aos meus paisAos meus paisAos meus paisAos meus pais

Ao meu pai José e minha mãe Margarete que me deram condições suficientes para a

conclusão desse trabalho. Pelo amor incondicional, pela compreensão, paciência; por estarem sempre

do meu lado ajudando, apoiando e incentivando na concretização deste sonho.

Ao meu pequeno príncipe DiogoAo meu pequeno príncipe DiogoAo meu pequeno príncipe DiogoAo meu pequeno príncipe Diogo

Que tanto se privou de minha presença, que me deu forças para prosseguir até o final desta

jornada. Mamãe Te Ama!

Aos meus avósAos meus avósAos meus avósAos meus avós

Dedico a vocês com todo amor e carinho.

A D. MaryD. MaryD. MaryD. Mary

Obrigada pela força e apoio nessa etapa importante na minha vida.

Aos meus amigos de salaAos meus amigos de salaAos meus amigos de salaAos meus amigos de sala

Pela amizade verdadeira, e a importância de cada um em minha vida e por tornarem esses

quatro anos tão especiais e inesquecíveis. Em especial minhas amigas Rosana, Ida e Ana Paula, que

estiveram comigo nos momentos mais felizes, assim como, nos mais difíceis, demonstrando sempre sua

amizade, companheirismo e sinceridade.

Patrícia

DETICATÓRIASDETICATÓRIASDETICATÓRIASDETICATÓRIAS

A DeusA DeusA DeusA Deus

Dedico essa vitória àquele que sempre esteve ao meu lado, que nunca me abandonou, mesmo quando

eu não percebia sua presença. Senhor obrigada por me conceder a oportunidade de vencer mais essa

etapa em minha vida, sem ti eu não conseguiria. “A ti senhor os meus diamantes”

Aos meus paisAos meus paisAos meus paisAos meus pais

Dedico a meu pai José e minha mãe Aparecida, pelo apoio e incentivo nas horas de desanimo e pelo

amor, vocês são muito importante para mim.

Ao meu esposo FernandoAo meu esposo FernandoAo meu esposo FernandoAo meu esposo Fernando

Amor sei que não foi fácil esses quatros anos, você foi maravilhoso, foi companheiro, paciente,

compreensivo, muito obrigada por estar sempre ao meu lado. Te Amo!

A minha pequenina Maria FernandaA minha pequenina Maria FernandaA minha pequenina Maria FernandaA minha pequenina Maria Fernanda

É difícil dedicar esse trabalho a você sem que meus olhos não se encham de lágrimas, mesmo não

compreendendo ainda nos seus quase dois anos de idade, o mais difícil foi renunciar a sua presença, a

sua graça, seu encanto e o seu crescimento. Perdoe a mamãe pela ausência. Você é a razão da minha

vida.

As minhas amigas Aninha e PatríciaAs minhas amigas Aninha e PatríciaAs minhas amigas Aninha e PatríciaAs minhas amigas Aninha e Patrícia

Dedico a vocês este trabalho e agradeço muito pela paciência que tiveram comigo, obrigada pela

amizade verdadeira. Aninha você é um doce de pessoa, transmite paz e muita tranqüilidade. Pati,

você é uma amiga linda, verdadeira e muito amorosa, amei ter conhecido um pouquinho de vocês

nesses últimos anos, saibam que sempre estarão no meu coração.

Rosana

AGRADECIMENTOS

A DEUS

Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque sua misericórdia é eterna. (Sal

135,1)

Louvamos-te e bendizemos Senhor, por que nós deste força para concluir mais

essa etapa.

AOS ORIENTADORES

A nossos orientadores, Prof. Everton Rodrigo Custódio Salvático e Profa. Ms.

Heloisa Helena Rovery da Silva, pela paciência e compreensão, tolerância de nossas

falhas e por contribuir pelo nosso crescimento profissional.

AOS PROFESSORES

Obrigada a todos que nesses quatros anos contribuíram para nossa formação.

A EMPRESA

Agradecemos à empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool, que abriu as portas para

que pudéssemos desenvolver o nosso trabalho, e agradecemos em especial o senhor

Rubens Nei Galaci, por tudo que fez por nós, pela disposição em ajudar e pelo tempo a

nós dispensado.

Ana Paula, Patrícia e Rosana

RESUMO

O setor sucroalcooleiro descobriu novos significados para os produtos resultantes da colheita e do processamento da cana-de-açúcar. Hoje a terra também gera energia. Em decorrência da crise energética ocorrida em 2001, houve um melhor planejamento governamental, buscando novas alternativas de energia. O Brasil possui uma vantagem nessa atividade, se comparado com outras nações, que é a possibilidade de planejar sua matriz energética através de fontes limpas e renováveis, utilizando-se de fontes primárias e subprodutos que muitas vezes seriam descartados. A grande quantidade de biomassa gerada pelo setor sucroalcooleiro pode contribuir de forma significativa no fortalecimento da matriz energética. Estima-se um crescimento anual na economia brasileira de 4% a 5%, e o consumo de energia elétrica também cresce. A maior fonte geradora de energia do país é a hidrelétrica. Porém, com a falta de investimento e problemas com os impactos ambientais somente ela não será suficiente para atender a demanda, porque as hidrelétricas dependem exclusivamente das chuvas, se não chover, o problema fica ainda pior. O setor sucroalcooleiro demonstra disposição para ajudar o Brasil a garantir energia no ritmo que vem crescendo. Sozinho, o setor sucroalcooleiro tem capacidade de atender toda a demanda de energia necessária nos próximos anos. Nesse setor, a cogeração é realizada através da queima da palha e do bagaço de cana, que embora haja muito tempo disponível, essa biomassa não tem sido utilizada em todo o seu potencial para geração comercial de energia elétrica. A transformação da biomassa da cana-de-açúcar disponível nas usinas em energia elétrica pode ser realizada por meio de diferentes processos tecnológicos. Grande parte das usinas canavieiras do estado de São Paulo utiliza processos que possuem baixo rendimento, pois a produção de energia elétrica não era a principal preocupação na época de sua implantação. Para que as usinas sucroalcooleiras possam aumentar sua produtividade na cogeração de energia elétrica são necessários investimentos em modernização de seu parque gerador para equipamento de maior rendimento. A empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool, em que foi realizada a pesquisa, acompanhou as necessidades sócio-econômicas e sócio-ambientais, investiu em equipamentos para cogeração de energia, hoje comercializa todo seu excedente, o retorno para esse avanço tecnológico é viável e á curto prazo.

Palavras-chave: Crise energética. Cogeração de energia. Energia alternativa.

ABSTRACT

The industry sucroalcooleiro discovered new meanings for products from the harvesting and processing of sugar cane, today the land also yields energy. Due to the energy crisis occurred in 2001, there was a better government planning, searching new alternatives of energy. The Brazil has an advantage in this activity, compared with other nations, which is the ability to plan its energy matrix through clean and renewable sources, using primary sources and by-products that often were discarded. The large amount of biomass generated by sucroalcooleiro sector can contribute significantly in strengthening of the energy matrix. In the Brazilian economy is estimated at an annual growth of 4% to 5%, and consumption of electric power also grows. The largest source of energy the country is hydroelectric, but with the lack of investment and problems with the environmental impacts only it will not be sufficient accommodate demand, away that the hydroelectric depend exclusively of rains, otherwise to ran is not the problem is still worse. The industry sucroalcooleiro shows willingness to help Brazil to secure energy in the rhythm that is growing. The sucroalcooleiro sector alone has ability to accommodate all the demand of energy necessary in the next years. In this sector, the cogeneration is performed through the burning of straw and sugarcane bagasse, which although there is time available, this biomass has not been used in its full potential for commercial generation of electricity. The transformation of biomass from sugar cane available in the mills in electricity can be achieved through different technological processes. Great part of sugar mills from São Paulo State, uses procedures that have low income, as the production of electric power was not the main concern at the time of its deployment. Sucroalcooleiras, mills so that can increase its productivity in the cogeneration of electric power are necessary investments in modernization of its fleet of equipment for generating more income. The Equipav S / A Sugar and Alcohol company, which was achieved the exploratory research to this work, followed the socio-economic and socio-environmental needs, invested in equipments for cogeneration of energy, now sells all, its excess, the return to that technological advance is feasible and to the short term. Key words: Energy crisis. Cogeneration of energy. Alternative energy.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma do grupo Equipav........................................................17

Figura 2: Foto aérea da usina Equipav..............................................................23

Figura 3: Foto do açúcar cristal.........................................................................24

Figura 4: Foto de embalagens de levedura.......................................................25

Figura 5: Foto da subestação de energia da empresa Equipav........................26

Figura 6: Geração de energia no setor sucroalcooleiro.....................................43

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Equipav ontem e hoje.......................................................................23

Quadro 2: Rankings de posição das usinas do Brasil.......................................23

Quadro 3: Percentual de venda no mercado interno e externo.........................27

Quadro 4: Empreendimentos em operação no Brasil........................................31

Quadro 5: Brasil Cenário Atual/Futuro...............................................................39

LISTA DE TABELA

Tabela 1: Dados descritivos do investimento....................................................50

Tabela 2: Análise da viabilidade do investimento..............................................51

LISTA DE SIGLAS

ABCM - Associação Brasileira do Carvão Mineral

ACL - Ambiente de Contratação Livre

ACR - Ambiente de Contratação Regulada

ADC - Associação Desportista Classista

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CIBE - Consórcio Infra-Estrutura Bertin-Equipav

CSC - Central de Serviços Compartilhados

CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

COGEN - Confederação de Energia Nacional

CPFL - Central Paulista de Força e Luz

CTC - Central de Tecnologia Canavieira

CTRC - Consórcio Terminal Rodoviário de Campinas

EPE - Empresa de Pesquisa Energética

IE - Inscrição Estadual

GC - Geração Central

GD - Geração Distribuída

MME - Ministério de Minas e Energia

PAC - Programa de Aceleramento de Crescimento

PCH - Pequena Central Hidrelétrica

PROINFA - Programa de Incentivo a Fontes Alternativas

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SIN - Sistema Integrado Nacional

UNICA - União das Indústrias de Cana-de-açúcar

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................13

CAPÍTULO I – EQUIPAV S/A AÇÚCAR E ÁCOOL ........... .............................16

1 GRUPO EQUIPAV..................................................................................16

1.1 Histórico do grupo Equipav.....................................................................16

1.2 CSC – Holding........................................................................................17

1.3 Área de atuação do grupo Equipav........................................................17

1.3.1 Construção civil......................................................................................18

1.3.2 Agroindústria...........................................................................................19

1.3.3 Concessões de saneamento, rodovias e energia...................................20

1.3.4 Ambiental................................................................................................21

1.4 A empresa Equipav S.A Açúcar e Álcool...............................................22

1.4.1 Açúcar.....................................................................................................24

1.4.2 Álcool .....................................................................................................25

1.4.3 Levedura.................................................................................................25

1.4.4 Energia....................................................................................................26

1.5 Mercado que atua e principais clientes...................................................26

1.6 Motivação................................................................................................27

1.7 Projetos ambientais................................................................................28

CAPÍTULO II – COGERAÇÃO DE ENERGIA ................ .................................30

2 MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL...................... ...............................30

2.1 Fontes de energia em operação.............................................................31

2.1.1 Energia hidráulica....................................................................................31

2.1.2 Energia a gás..........................................................................................32

2.1.3 Energia do petróleo.................................................................................33

2.1.4 Energia de biomassa...............................................................................34

2.1.5 Energia nuclear.......................................................................................34

2.1.6 Energia do carvão mineral......................................................................35

13

2.1.7 Energia eólica..........................................................................................36

2.1.8 Importação de energia............................................................................36

2.2 História da cogeração.............................................................................37

2.2.1 Cogeração e o meio ambiente................................................................37

2.2.2 Cogeração no Brasil................................................................................39

2.2.3 Cogeração no estado de São Paulo.......................................................40

2.2.4 Cogeração no setor sucroalcooleiro.......................................................41

CAPÍTULO III – A PESQUISA.......................... ................................................44

3 INTRODUÇÃO........................................................................................44

3.1 Cogeração de energia na usina Equipav ...............................................45

3.2 Processo de produção de energia na usina Equipav.............................46

3.3 Processo de separação da palha na indústria........................................47

3.4 Investindo no futuro.................................................................................47

3.5 Cenário econômico de comercialização de energia ..............................48

3.6 Discussão................................................................................................50

3.7 Parecer final............................................................................................52

13

13

INTRODUÇÃO

A cogeração de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar

é um tema que há muito tempo está presente nos estudos sobre energia no

Brasil. Devido a grande preocupação no país em se buscar alternativas para

solucionar o problema da energia elétrica, percebeu-se uma oportunidade no

setor sucroalcooleiro, já que sua matéria prima provém de uma fonte limpa e

renovável.

A cogeração de energia elétrica ainda é foco de muita discussão entre

os produtores de cana de açúcar, pois são inúmeras as dúvidas entre as

vantagens, desvantagens, a importância e as dificuldades na produção de

energia elétrica, precisando ser melhores esclarecidas, antes de qualquer

atitude ou de se fazer qualquer investimento.

Nesse ramo de atividade, a produção de biomassa é muito intensa,

porém é pouco utilizada, já que a maioria das indústrias e destilarias produz

energia elétrica apenas para consumo próprio, proporcionando um grande

desperdício em relação à disponibilidade energética e de novas receitas no

setor sucroalcooleiro, comercializando apenas uma pequena parcela de toda

sua capacidade produtiva com as distribuidoras de energia.

Praticamente todo o potencial energético da biomassa constituído pela

palha da cana-de-açúcar gerada no campo e pelo bagaço produzido nas

indústrias é desperdiçado, sendo a palha queimada na própria lavoura e o

bagaço em caldeiras de baixo rendimento.

Para que a produção de energia elétrica a partir da biomassa da cana de

açúcar possa ser implementada em larga escala são necessários investimentos

na modernização dos processos produtivos e nos equipamentos das usinas.

Entretanto, não se observa um grande número de investimento nessa atividade

por parte dos produtores. As companhias distribuidoras de energia elétrica, por

sua vez, também não promovem incentivos que venham aumentar o interesse

desses produtores.

Em geral, quando são apresentados argumentos favoráveis à produção

comercial de energia elétrica pela biomassa, os produtores partidários da

utilização dessa fonte primária defendem que devem ser implantadas melhores

14

linhas de financiamento e políticas que os incentivem a aumentar o parque

gerador e que devem ser pagos melhores preços pela energia gerada devido

as vantagens dessa fonte de energia renovável.

Nesse cenário, sem grandes mudanças há muitos anos, surgiram

recentemente alguns fatores que podem alterar o interesse dos produtores do

setor sucroalcooleiro na geração de energia elétrica: o Programa de Incentivo

às Fontes Alternativas de Energia (PROINFA), do governo federal e o Mercado

de Créditos de Carbono, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto. Esses fatores

tendem a aumentar a rentabilidade da produção de energia elétrica nas usinas

de açúcar e álcool. Isso faz com que os produtores aumentem seus

investimentos nesse segmento de negócio, o que aumenta a oferta de energia

elétrica no mercado e diversifica a matriz energia nacional, contribuindo para a

confiabilidade do sistema de produção de energia elétrica.

A mudança no interesse dos produtores e suas conseqüências no

mercado produtor de energia elétrica motivam a realização deste trabalho, que

inclui um estudo sobre a viabilidade e o retorno do capital aplicado na

cogeração de energia.

Para obter essas informações, realizou-se uma pesquisa na empresa

Equipav S/A Açúcar e Álcool fundada em 1980. Tendo como objetivo a análise

de investimento e os impactos causados na atividade de cogeração de energia

no grupo Equipav.

Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: A cogeração de

energia é uma alternativa de investimento rentável para a empresa Equipav

S/A Açúcar e Álcool?

Surgiu então a seguinte hipótese: o retorno do investimento traz

resultados positivos através da venda do excedente de energia elétrica

produzida.

A pesquisa de campo foi realizada na Empresa Equipav Açúcar e Álcool,

no período de fevereiro a outubro de 2008, cujos métodos e técnicas estão

descritos no capítulo III.

O trabalho está assim organizado:

O Capítulo I apresenta a empresa em que foi realizada a pesquisa, sua

história, localização e principais produtos.

15

O Capítulo II descreve sobre cogeração de energia, definição, seus

benefícios para a matriz energética, as fontes em operação no Brasil , e sua

importância para a economia do Brasil.

O Capítulo III descreve a pesquisa realizada na empresa Equipav S/A

Açúcar e Álcool.

Para finalizar o trabalho, vem a proposta de intervenção e a conclusão.

16

CAPÍTULO I

EQUIPAV S.A. AÇÚCAR E ÁLCOOL

1 GRUPO EQUIPAV

1.1 Histórico do Grupo Equipav

No ano de 1960, surgia em Campinas, o embrião de um forte grupo

empresarial brasileiro, o Grupo Equipav, formado pelas mãos de três homens

empreendedores: Carlos de Moraes Toledo, Geraldo Natividade e Vital

Vettorazzo. A Equipav S/A Pavimentação, Engenharia e Comércio foi a

primeira empresa do Grupo voltada às obras de pavimentação.

(EQUIPAV,2008)

Com apenas um rolo, uma caldeira, um caminhão, perseverança, muito

trabalho e fé no futuro, foram realizados toda a terraplenagem, pavimentação e

construção da rede de esgotos da cidade de Flórida Paulista, no interior de São

Paulo. (EQUIPAV, 2008)

A Equipav iniciou suas atividades em uma época em que a produção de

bens e insumos necessários à demanda nacional não tinha um bom

escoamento das suas fontes produtoras em razão da precariedade das

estradas. Mas os homens que formaram o conglomerado de empresas eram

visionários e acreditavam em si e na potencialidade do país. (EQUIPAV, 2008)

A vocação para o desenvolvimento fez com que o Grupo fosse além da

Construção Civil, surgindo novos trabalhos devido aos excelentes resultados

obtidos. Hoje, está presente também nos setores agroindustrial, ambiental e de

concessões de saneamento, rodovias e energia.

Colocando em prática seus ideais, os sócios da empresa logo

conquistaram a confiança do mercado e promoveram a expansão do grupo.

Com isso a EQUIPAV foi crescendo, ampliando as atividades e novas

17

empresas foram criadas, inicialmente para suprir as necessidades da

pavimentadora.

1.2 Central de Serviços Compartilhados (CSC – Holding)

A administração do Grupo Equipav está a cargo da CSC hoje instalada

na cidade de Campinas, interior de São Paulo, com previsão de mudança em

2009 para a cidade de Promissão.

O objetivo da centralização é a maximização dos resultados em

benefícios de todos, garantindo um retorno positivo aos acionistas do capital

aplicado, de maneira segura e sustentada.

As atividades do grupo que envolvem: a alta gerência, assessoria de

comunicação, jurídica, financeira e contábil são de responsabilidade da CSC.

Fonte: Equipav, 2008

Figura 1: Organograma do grupo Equipav

1.3 Área de atuação do grupo Equipav

18

1.3.1 Construção Civil

No ramo da construção civil, o grupo atua há quase 50 anos com a

empresa Equipav S/A Pavimentação, Engenharia e Comércio e a Empate

Engenharia Ltda. É um trabalho desenvolvido com empresas do setor público e

privado, realizando obras em todo o país, principalmente no estado de São

Paulo.

Entre as principais obras da Equipav Construtora estão as rodovias:

Marechal Rondon, Castelo Branco, Washington Luís, recapeamento das

marginais do rio Tietê, duplicação e recapeamento de parte das rodovias BR

101, BR 116 e toda duplicação da SP 147. Obras de arte, shopping centers,

obras de saneamento, loteamentos e grandes construções comerciais e

industriais. As obras mais recentes são: a construção do novo Terminal

Rodoviário de Campinas, a recuperação de toda a extensão da pista do

autódromo de Interlagos e construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH)

em Figueirópolis, estado de Mato Grosso do Sul. (EQUIPAV, 2008)

A Pav Mix, empresa do Grupo Equipav, atua na área de argamassa

desde 1998, com tecnologia de ponta, desenvolveu um sistema de

armazenamento e mistura das argamassas nos canteiros de obras, por meio

de silos, nos quais os materiais ficam confinados, com capacidade de 10 e 20

toneladas e misturadores acoplados, para garantir a melhor mistura, com

capacidade de até 3m³ por hora. O grupo também conta com a Sarpav e

Minerpav, empresas que atuam no ramo de mineração de areia e pedra.

(EQUIPAV, 2008)

Depois de mais de três décadas atuando na área de concreto, o grupo

Equipav optou por deixar o negócio e concentrar sua atuação mais fortemente

em etanol e concessões de rodovias e de saneamento básico. (EQUIPAV,

2008)

O grupo desfez a joint-venture que detinha, em partes iguais, com a

Camargo Corrêa Cimentos, que havia sido formada no ano de 2005. A metade

das ações foi vendida à própria Camargo Corrêa por R$ 133 milhões (Cento e

trinta e três milhões), que passou a controlar 100% da Companhia Brasileira de

19

Concreto, dona das marcas Concrepav e Cauê, responsável por 8% do

mercado.

Segundo Jose Carlos Toledo quando a joint-venture, foi desfeita deixou-

se um mecanismo aberto de saída da área de concreto para avaliar as

oportunidades na indústria sucroalcooleira. (EQUIPAV, 2008)

1.3.2 Agroindústria

Na década de 80, o grupo deu início no setor agroindustrial com a

empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool, ofertando álcool ao mercado. Hoje

oferta ao mercado além do álcool, açúcar, levedura e energia elétrica. A

Equipav possui sociedade em empresas agrícolas destinadas ao plantio e

cultivo de cana-de-açúcar, onde detém mais de 90% da sociedade.

As empresas agrícolas foram criadas para completar o complexo

produtivo da Equipav. São empresas que possuem áreas próprias e parcerias

com outros produtores de cana. As empresas agrícolas constituídas são:

Agropav Agropecuária Ltda.; Barreirinha Agropecuária Ltda. e Novagropav

Agropecuária Ltda.

O grupo Equipav já se destaca nos rankings de moagem de cana do

Brasil e deve, a partir de agora ganhar cada vez mais espaço, isso porque,

além da já aguardada usina Biopav, na cidade de Brejo Alegre (SP), o grupo

tem a construção de mais duas plantas: uma no município de Chapadão do Sul

(MS) e outra em Chapadão do Céu (GO). No primeiro semestre de 2008

adquiriu 50% da usina Everest, localizada na cidade de Penápolis/SP.

(EQUIPAV, 2008)

As unidades do MS e GO, juntas, deverão processar mais de nove

milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com previsão de início de operações

para 2010 e 2011 respectivamente. O investimento previsto para a construção

das indústrias fica na ordem de US$ 250 milhões, sem contar o plantio.

(EQUIPAV, 2008)

O grupo já iniciou o plantio de 1,5 mil hectares de cana-de-açúcar e está

à procura de novos parceiros para a expansão das áreas de cultivo da matéria-

20

prima. Os trâmites legais para a construção das unidades estão em andamento

junto aos órgãos públicos dos estados onde os empreendimentos serão

instalados. (EQUIPAV, 2008)

Com essas unidades, o grupo Equipav ficará com quatro usinas em

operação, uma em Promissão, a Equipav Açúcar e Álcool, com 28 anos de

atuação; outra em Brejo Alegre, a Biopav, e as duas novas construções.

A expansão da co-geração, juntamente com a expansão da produção,

coloca a Equipav entre as maiores e melhores usinas do país, gerando novas

oportunidades de trabalho em diversos setores.

1.3.3 Concessões de Saneamento, Rodovias e Energia

Outra vertente de investimento do grupo são as concessões públicas,

que incluem rodovias federais, empresas de água, esgoto e energia. Em

parceria com o grupo Bertin, foi constituída a CIBEPAR Participações e

Empreendimentos S.A. No setor rodoviário, a CIBEPAR detém importante

concessionária em três estado brasileiros. As Rodovias das Colinas, que

administra 300 quilômetros de rodovias no interior de São Paulo; as

concessionárias Sulvias, Metrovias e Convias, que, juntas, administram 1.055

quilômetros de rodovias no Rio Grande do Sul, e a Nascente das Gerais,

empresa que administra 371 quilômetros da rodovia MG-050, a primeira,

Parceria Público-Privada rodoviária do Brasil. (EQUIPAV, 2008)

O Consórcio Infra-Estrutura Bertin – Equipav (CIBE) como é chamada,

também controla o Consórcio Terminal Rodoviário de Campinas (CTRC),

cidade distante 100 quilômetros da capital paulista. No segmento saneamento

básico, a CIBE tem o controle de quatro concessionárias, que são

responsáveis pela oferta de serviço, de abastecimento de água e coleta e

tratamento de esgotos em oito municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato

Grosso do Sul. (EQUIPAV, 2008)

As empresas da CIBE nessa área são: Águas Guariroba, que atua em

Campo Grande (MS); Prolagos, que atende as cidades de Cabo Frio, Búzios,

São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Arraial do Cabo, na região dos Lagos,

21

(RJ), Águas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ), e Águas de Itu, no

interior paulista. E, no setor elétrico, a CIBE controla atualmente cinco usinas

nos estado da região Nordeste do país. A partir de janeiro de 2009, as térmicas

administradas pela CIBE começam a gerar energia, que será entregue ao

Sistema Integrado Nacional (SIN), contribuindo efetivamente para a segurança

energética do país. (EQUIPAV, 2008)

1.3.4 Ambiental

Com o forte desejo de atuar na preservação do meio ambiente, criando a

empresa que hoje se destaca pela eficiência e tecnologia, a Colepav – Divisão

Equipav, iniciou em 1993, pequena, mas com grande visão de futuro. Sua

atividade na coleta de resíduos orgânicos começou em indústrias instaladas no

entorno da região metropolitana de São Paulo. Com sede em Barueri, a

empresa contava com poucos funcionários e apenas dois caminhões para

atendimento dos primeiros contratos. (EQUIPAV, 2008)

A trajetória de crescimento da empresa teve importantes marcos em

1997, além da coleta de resíduos orgânicos, a Colepav deu início à coleta de

resíduos perigosos. Em 1998, a empresa começou a operar na coleta

industrial. (EQUIPAV, 2008)

A empresa é responsável, desde novembro de 2006, pela manutenção

urbana e conservação de áreas verdes da cidade de Campinas, contrato

firmado com a Prefeitura. Entre os diversos serviços prestados pela empresa

estão a capinação de praças e parques, o plantio e a poda de árvores, além da

implantação e reforma de áreas verdes, com o uso de veículos e

equipamentos.

Outro marco em sua história foi a implantação da coleta eletrônica, com

um sistema simples. Desde 2006, toda coleta é registrada de forma eletrônica,

eliminando comprovantes de papel que precisavam ser impressos em três vias.

O sistema de automação, que funciona via telefone celular promoveu a

otimização de tempo e trabalho dos motoristas e operadores. Antes dessa

22

inovação, as vias impressas eram classificadas e passadas ao motorista, que a

cada coleta preenchia os dados necessários. (EQUIPAV, 2008)

1.4 A empresa Equipav S.A. Açúcar e Álcool

A Equipav S/A Açúcar e Álcool fundada em sete de julho de 1980, com

número de cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) 43.932.102/0005-81 e

inscrição estadual (IE) nº. 564.005.959.112, está estabelecida na Rodovia

Marechal Rondon, km 455 Fazenda Água Branca, bairro Patos, na cidade de

Promissão, estado de São Paulo.

Fonte: Equipav, 2008 Figura 2: Foto aérea da usina Equipav em Promissão

Tem como diretor administrativo e financeiro o Senhor Rui Marcelo Ré,

como Diretor Superintendente o Sr. Newton Salim Soares e como Diretor

Industrial o Sr. Luiz Paulo Sant’ Anna. (EQUIPAV, 2008)

Sua sede fica estabelecida na Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº. 1.744,

unidade 71, sala 07, Bairro Pinheiros, Cidade de São Paulo, Estado de São

Paulo.

Seu capital hoje é de R$ 513.751.762,77 (quinhentos e treze milhões,

setecentos e cinqüenta e um mil, setecentos e sessenta e dois reais e setenta

e sete centavos) representados por 1.084.757 (um milhão, oitenta e quatro mil,

setecentos e cinqüenta e sete reais) de ações, tendo cada uma o valor de R$

23

473,61 (quatrocentos e setenta e três reais e sessenta e um centavos).

(EQUIPAV, 2008)

Possui certificação ISO 9002 (atual ISO 9001:2000) e certificação PDV

de produtos alimentícios animal no Mercado comum Europeu. (EQUIPAV,

2008)

Realiza seu crescimento projetado de maneira sustentável, através de

investimentos constantes em novas tecnologias, no aperfeiçoamento das

equipes de trabalho, na aplicação de melhores práticas administrativas, na

implantação de políticas ambientais e de construção de uma consciência

corporativa de responsabilidade social.

Equipav ontem e hoje

1982 2008

250 funcionários Mais de 6.000 funcionários

Moagem: 411.132 ton/cana Moagem: 6,0 milhões de ton/cana

Produção de álcool: 28 milhões de litros Produção de álcool: 320 milhões de litros

Fonte: Equipav 2008 Quadro 1 – Equipav ontem e hoje

A empresa iniciou com 250 funcionários, atualmente conta com mais de

6000 funcionários Sua primeira moagem foi de 411.132 ton/cana, esse ano a

previsão é de moer cerca de 6,0 milhões de ton/cana. A primeira produção de

álcool foi de 28 milhões de álcool, para esse ano vai atingir 320 milhões de

litros de álcool. (EQUIPAV, 2008)

Os dados da usina em nível nacional são os seguintes:

Moagem de cana-de-açúcar: 5º lugar

Produção de açúcar: 17º lugar

Produção total de álcool: 4º lugar

Produção de álcool anidro: 3º lugar

Fonte: Equipav, 2008 Quadro 2 – Rankings de posições das usinas do Brasil

24

Na última safra, a usina de Promissão esteve entre as maiores do Brasil

nos rankings de moagem, com a 5ª maior produção de cana-de-açúcar do país,

segundo levantamento da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (UNICA),

entre 331 unidades. Posição que conquistou pela produção de 5,3 milhões de

toneladas de cana na safra 2007/2008.

1.4.1 Açúcar

A produção de açúcar cristal iniciou em 1993 quando a Usina passou a

vender para o mercado de produtos alimentícios e bebidas. Nesse ano a

produção de açúcar na Usina de Promissão atingiu 250 mil sacas e no ano

seguinte saltou para 1 milhão de sacas. (EQUIPAV, 2008)

Em 2005, a produção da Equipav foi de 3,9 milhões de sacas de açúcar,

com um total de 48 mil hectares de área plantada de cana-de-açúcar. Além

disso, a empresa ampliou suas instalações e construiu um novo barracão com

capacidade para armazenar 1 milhão e 600 mil sacas de 50 kg, além de uma

nova linha de moagem. (EQUIPAV, 2008)

Em 2007, a produção chegou a sua melhor marca, atingindo 5,7 milhões

de sacas e para a o ano de 2008 estima-se atingir 6 milhões de sacas.

Fonte: Elaborada pelas autoras Figura 3: Foto açúcar cristal

25

1.4.2 Álcool

A usina Equipav produz o álcool etílico anídro carburante, o álcool etílico

hidratado carburante e álcool etílico anídro industrial e desde o início vem

superando sua produção, da primeira safra quando produziu 28 milhões de

litros de álcool, dando um salto para 58 milhões na segunda safra em 1983.

Em 1992, o índice de produção atingiu 160 milhões de litros. Em 2007

foram produzidos 260 milhões e a expectativa para as safras de 2008/2009 é

de 320 milhões de litros, respectivamente. (EQUIPAV, 2008)

1.4.3 Levedura

A atual oferta da Equipav S/A Açúcar e Álcool são compostos também

por levedura seca, bagaço de cana-de-açúcar e melaço. Dentre esses

subprodutos, destaca-se a Nutripav, levedura seca de cana-de-açúcar. Trata-

se de um microingrediente que apresenta proteína de alto valor biológico, ideal

para bovinos, aves, crustáceas e peixes. (EQUIPAV, 2008)

Na última safra foram comercializadas 4.841 toneladas de levedura e a

expectativa do Grupo é atingir a marca de 6 mil toneladas vendidas na próxima

safra de 2008. (EQUIPAV, 2008)

Fonte: Equipav, 2008 Figura 4: Embalagens de levedura

26

1.4.4 Energia.

A usina Equipav, sempre produziu energia para consumo próprio,

utilizando o bagaço da cana. Com a crise de energia elétrica em 2001, investiu

em cogeração, instalando uma termelétrica. Com os investimentos, passou a

produzir toda a energia necessária para a sua produção e comercializar o

excedente.

A estratégia de se investir em energia deu tão certa que, em 2006, a

empresa iniciou a 2ª fase de cogeração com a estimativa de alcançar o índice

de 400 mil Mwh nos dois anos seguintes. Hoje sua produção é de 440 mil Mwh,

o suficiente para abastecer 2 milhões de habitantes. (EQUIPAV, 2008)

Fonte: Equipav, 2008 Figura 5: Subestação de energia da empresa Equipav

1.5 Mercado que atua e principais clientes

A Equipav S/A Açúcar e Álcool comercializa seus produtos para o

mercado interno e externo. Os produtos são vendidos para empresas no ramo

alimentício, distribuidoras de combustíveis e também para Comercial

Exportadora.

A empresa atualmente vende no mercado interno mais de 50% dos seus

produtos produzidos, com exceção da energia que é vendida 100% no

mercado interno.

27

Produto Venda mercado interno Venda mercado externo

Açúcar 56,95% 43,05%

Álcool 66,35% 33,65%

Levedura 59,34% 40,66%

Energia Elétrica 100% 0

Fonte: Elaborado pelas autoras Quadro 3: Quadro percentual de venda no mercado interno e externo

O açúcar cristal é comercializado no mercado interno para indústrias do

ramo alimentícias. Dentre seus clientes, estão empresas como: Bauducco,

Marilan, Dori, Yoki, Perdigão, Balas Toffano, Bel Alimentos e outros.

O álcool combustível é vendido para distribuidoras de combustíveis e

lubrificantes como Esso, Petrobrás, Shell, Ipiranga, Repsol, e outros.

No mercado externo, os produtos são comercializados para países do

Oriente Médio, Extremo Oriente, Sudeste Asiático, África Oriental e Ocidental,

Estados Unidos, Caribe, União Européia, Chile, Uruguai e outros. Os principais

clientes são: Coimex Trading Ltda., Cargill International S.A., Sucden Middle

Easr, Sucre London Ltda., Alcotra S.A., Tate & Lyle.

1.6 Motivação

A Equipav conta com vários programas de incentivo a seus

colaboradores, como parceria junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI), oferecendo cursos de capacitação e aperfeiçoamento,

cedendo bolsas de estudos de 40%, participação de lucros e o grupo, através

de provas, seleciona alguns filhos de funcionários para receber cursos de

capacitação profissional para futuramente trabalharem na empresa, uma

parceria da empresa junto ao SENAI. (EQUIPAV, 2008)

Um dos projetos que merece destaque é o programa em parceria com a

Fundação IOCHPE, o programa visa profissionalizar jovens de baixa renda,

com o objetivo de integrá-los à sociedade com melhores índices de

28

empregabilidade. A primeira turma foi formada em 2007 por 20 jovens, com

idade entre 17 e 18 anos. O curso de operador de produção em processos

contínuos, tendo duração de um ano, foi realizado dentro da unidade Equipav

Açúcar e Álcool, de Promissão (SP). Os educadores são colaboradores

voluntários da usina que passaram por treinamento pedagógico para

exercerem a nova função. (EQUIPAV, 2008)

A escassez de mão-de-obra que o setor atravessa é amenizada pelo

plano de desenvolvimento de funcionários que a usina pratica. É oferecido

capacitação e treinamento específico para manuseio e reparos mecânicos em

novos equipamentos adquiridos. (EQUIPAV, 2008)

A usina conta com escolas de tratoristas e motoristas e aulas de

informática. Com essas iniciativas, o número de demitidos na entressafra é

cada vez menor, pois os funcionários são realocados em funções de

manutenção. (EQUIPAV, 2008)

A empresa ainda conta com um clube de lazer, Associação Desportista

Classista (ADC), onde todos os funcionários e seus dependentes podem

desfrutar das instalações. Atualmente são treinadas no time de futebol

90 crianças e adolescentes com idade entre 08 e 17 anos. São dependentes

dos colaboradores da Equipav S/A Açúcar e Álcool que têm à sua disposição

recursos da ADC e profissionais habilitados. Os alunos têm alcançado bons

resultados e despertado o interesse de outros times das cidades da região.

Além das aulas de futebol, os participantes têm acompanhamento do seu

desempenho escolar e àqueles que possuem dificuldades na escola, são

oferecidas aulas de reforço nas dependências do Clube. (EQUIPAV, 2008)

1.7 Projetos Ambientais

Os projetos ambientais da usina são: aquisições de novos

equipamentos com tecnologia e desempenho superiores aos que estão em

operação (caldeiras e sistema de controle para lançamento de particulado na

atmosfera); redução do uso de recursos hídricos (investimento em torres de

29

resfriamento da água, circuito fechado possibilitando o reuso de água, melhoria

nos processos, aproveitamento das águas no processo de fertirrigação);

aproveitamento de subprodutos, eliminando passivos ambientais e gerando

divisas (bagaço da cana-de-açúcar para produzir vapor e gerar energia elétrica,

resíduo do processo de fermentação para produção de levedura seca para

alimentação animal, resíduo da destilação do álcool, vinhaça aplicada no solo

em dosagem adequada contribuindo na reposição de nutrientes, resíduo do

processo de decantação do caldo, torta de filtro incorporada no solo, resíduo do

sistema de lavagem da fuligem que será misturado com as cinzas das caldeiras

e incorporado no solo); ampliação da adutora de vinhaça em aproximadamente

22 km com estação de bombeamento e equipamentos para aplicação;

aquisição de máquinas para colheita mecânica e conseqüente redução da

queima da palha da cana; políticas para reuso de material ou descarte que

possibilite a reciclagem dos resíduos; conservação das áreas de preservação

permanentes; recomposição da vegetação da mata ciliar em vários projetos

com a manutenção das 180.000 mudas de espécies nativas da região.

(EQUIPAV, 2008)

30

CAPÍTULO II

COGERAÇÃO DE ENERGIA

2 MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

O Brasil tem sua matriz energética considerada limpa, pois dispõe

geograficamente da maior bacia hidrográfica do mundo, sendo um país

privilegiado em relação à matriz energética mundial que é considerada suja por

produzir energia elétrica através de combustíveis fósseis, enquanto a maioria

das fontes do Brasil é renovável.

As fontes que geram energias são chamadas de fontes limpas e fontes

sujas. As fontes limpas são as que geram menor impacto ao o meio ambiente,

enquanto as fontes sujas o agridem mais.

São classificadas também como energia renovável e não renovável. A

energia renovável é obtida de fontes capazes de se regenerar e são

consideradas como energias alternativas ao modelo energético tradicional,

tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida como pelo seu

menor impacto ambiental. Fazem parte da energia renovável a eólica, a solar, a

gerada de biomassa e a hidráulica. A energia não renovável, como o próprio

nome já diz, não renova com o passar do tempo, ou seja, sua fonte é finita. São

fontes não renováveis: o carvão mineral, o gás natural e a energia nuclear,

todos oriundos de um combustível fóssil.

As hidrelétricas brasileiras são responsáveis pela produção de 70,53%

do total da energia gerada no Brasil. As demais fontes como o gás natural

produz 10,40%, o Petróleo 4,23%, a Biomassa 4,02%, a Energia nuclear

1,83%, o Carvão mineral 1,33%, a Energia eólica 0,22%, e importa cerca de

7,45% de energia de países vizinhos. Segundo a Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL), a atual capacidade instalada de geração de energia elétrica

do país é de 109.673.511 KW, contando com 1728 empreendimentos em

operação, gerando 101.503.530 KW de potência. Para os próximos anos está

31

prevista uma adição de 41.224.171 KW na capacidade de produção do país,

provenientes dos 137 novos empreendimentos em construção.

Fonte: Aneel, 2008.

Quadro 4: Empreendimentos em operação no Brasil

2.1 Fontes de energia em operações no Brasil

2.1.1 Energia hidráulica

Quando chove nas colinas e montanhas, a água concentra-se em rios

correntes que se deslocam para o mar. O movimento dessa água ou a sua

queda contém energia cinética que pode ser aproveitada para gerar energia.

Nas barragens são construídos diques que param o curso da água

acumulando-as num reservatório; em outros casos os diques não param o

curso da água, mas obriga-a a passar pela turbina de forma a produzir

eletricidade.

As hidrelétricas dependem das águas dos rios em níveis adequados em

seus reservatórios para gerar energia. A falta de chuvas, de investimento e o

32

aumento do consumo de energia podem gerar escassez de energia, como o

conhecido apagão de 2001 e 2002.

Apesar da tendência de aumento de outras fontes, devido a restrições socioeconômicas e ambientais de projetos hidrelétricos e aos avanços tecnológicos no aproveitamento de outras fontes, tudo indica que a energia hidráulica continuará sendo por muito tempo a principal fonte de energia elétrica do Brasil. (ANEEL, 2005, p. 43).

Conforme ANEEL (2008) existem em operação no Brasil, 690 usinas

hidrelétricas, correspondendo a 70% do total de energia produzida. A

predominância da geração de energia elétrica ser hídrica deve-se às

características físicas e geográficas do Brasil. O país é privilegiado em

recursos hídricos e altamente dependente deles.

Mesmo sendo uma energia renovável, as construções de novas

hidrelétricas causam impacto ao meio ambiente, pois tendem a alagar áreas

extensas, alterando o ecossistema. As barragens impedem ou dificultam a

piracema das espécies de peixes.

A geração de energia por meio das usinas hidrelétricas enfrenta

problemas como: a falta de investimento e o questionamento sobre o impacto

ambiental. No Programa de Aceleramento de Crescimento (PAC) afirma-se que

haverá um investimento de R$ 78,4 bilhões no setor de energia elétrica (entre

geração e transmissão). Até 2010 planeja incorporar 12.300 megawatts

(milhões de watts – MW). Entre os investimentos no presente e no futuro estão

as megas-usinas na região Amazônica, duas no rio Madeira (Jurau e Santo

Antonio) e uma no Xingu (Belo Monte), além de várias outras nas demais

regiões do país.

A empresa Central Paulista de Força e Luz (CPFL) pretende investir até

2010 R$ 300 milhões em geração, dos quais R$ 100 milhões serão voltados

para as pequenas centrais hidrelétricas (PCH), tem quatro projetos de PCHs

em tramitação para conseguir autorização da Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL) e licenciamento ambiental.

2.1.2 Energia a gás

33

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leve que, à

temperatura ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado gasoso. É

um gás inodoro e incolor, não é tóxico, sendo mais leve que o ar. O gás natural

é uma fonte de energia limpa, que pode ser usada nas indústrias, substituindo

outros combustíveis mais poluentes, como óleos combustíveis, lenha e carvão.

O gás é resultado da decomposição da matéria orgânica fóssil no interior

da Terra, encontrado acumulado em rochas porosas no subsolo,

frequentemente acompanhado por petróleo, constituindo um reservatório.

O combustível fóssil é formado em milhões de anos. Trata-se de uma

energia não renovável, portanto, finita. Sendo um gás natural, apresenta riscos

de incêndio, explosão e asfixia.

Por outro lado, existem meios de controlar esses riscos causados pelo

uso do gás natural. Por ser mais leve que o ar, o gás natural tende a se

acumular nas partes mais elevadas quando em ambientes fechados. Para

evitar risco de explosão, devem-se evitar, nesses ambientes, equipamentos

elétricos inadequados, superfícies superaquecidas ou qualquer outro tipo de

fonte de ignição externa. Em 2007, a Petrobras anunciou elevação dos

investimentos de 2007/2011 de R$ 47,4 bilhões para R$ 54,9 bilhões e grande

parte desse aumento, cerca de R$ 3,3 bilhões, será destinada ao gás natural.

2.1.3 Energia do petróleo

É uma fonte de energia não renovável, de origem fóssil, é matéria-prima

da indústria petrolífera e petroquímica. No Brasil, a participação do petróleo na

matriz energética é de 4,23%. Muitos dos produtos derivados do petróleo,

como o óleo diesel possui muita energia.

As refinarias são complexos industriais de áreas grandes que, durante o

processo, geram grandes impactos ao meio ambiente. Dentre eles, as

emissões de vários poluentes como o CO2 e o H2O, elevadas cargas

orgânicas nos efluentes líquidos e resíduos sólidos diversos, como solos

contaminados, borras oleosas e outros. O PAC anunciou em 2007 o

investimento de R$ 179 bilhões no setor de petróleo e gás natural.

34

2.1.4 Energia de biomassa

“A biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de

origem animal ou vegetal) que pode ser utilizada na produção de energia”.

(ANEEL, 2005, p.77)

A biomassa é uma fonte de energia renovável, apresentando os

seguintes tipos: bagaço da cana de açúcar, resíduos de madeira, madeira,

casca de arroz, casca da castanha de caju, casca da castanha de Pará, coco

da Bahia, coco babaçu, dendê, bagaço da laranja, lixo urbano e, mais

recentemente, a utilização da palha de cana-de-açúcar.

Hoje, a energia a partir da biomassa corresponde a 4,2% do total da

matriz elétrica brasileira. No Brasil, o bagaço de cana-de-açúcar é a biomassa

de maior significância. A meta do governo é chegar em 2010 com uma potência

instalada de 250 megawatts em centrais termoelétricas à biomassa. Segundo o

Ministério da Economia, isso significa um investimento global de 500 milhões

de euros no setor e a criação de 500 a 1000 novos empregos diretos. Essa

capacidade instalada permite reduzir em 700 milhões de toneladas as

emissões de CO2 para a atmosfera.

2.1.5 Energia nuclear

As usinas nucleares fornecem cerca de 16% da eletricidade mundial.

Alguns países dependem mais que os outros da energia nuclear para obter

eletricidade. No Brasil, conforme a ANEEL, menos de 2% de energia gerada

tem origem das usinas nucleares.

A energia nuclear provém da fissão nuclear do urânio, do plutônio ou do

tório ou da fusão nuclear do hidrogênio. É energia liberada dos núcleos

atômicos, quando os mesmos são levados por processos artificiais a condições

instáveis. É uma energia não-renovável, cara, gera lixo radioativo que precisa

ser isolado e riscos para o meio ambiente e à saúde humana.

35

Há risco de acidentes e um vazamento pode causar câncer e mutações

ao seres humanos. O governo pretende estimular fortes investimentos na

geração de eletricidade de origem nuclear e poderia até mesmo modificar a

constituição nacional para permitir a participação do setor privativo.

2.1.6 Energia do carvão mineral

O carvão mineral possui cor preta, é um combustível de origem fóssil, ou

seja, não é renovável, é formada a partir do soterramento e compactação de

materiais orgânicos, principalmente a madeira. Gradualmente, esses materiais,

ao sofrerem soterramento e compactação em bacias de deposição,

apresentam enriquecimento no teor de carbono. É encontrado em jazidas

localizadas no subsolo terrestre e extraído pelo sistema de mineração. O

carvão mineral é composto por carbono na grande parte, oxigênio, hidrogênio,

enxofre e cinza.

Começou a ser utilizado, em grande escala, como fonte de energia, na

época da Revolução Industrial (século XVIII). Nessa época, era usado para

gerar energia para as máquinas e locomotivas. Até hoje é usado como fonte de

energia. A queima do carvão mineral, na geração de energia, lança no ar

partículas sólidas e gases poluentes. Estes atuam no processo do efeito estufa

e do aquecimento global, sendo assim, o carvão mineral não é uma fonte de

energia limpa e deveria ser evitada pelo ser humano. Porém, em função de

questões econômicas, em algumas regiões do mundo é uma fonte barata,

sendo muito utilizado para gerar energia elétrica em usinas termoelétricas.

Para melhorar os investimento no setor, segundo a Associação

Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), é necessário mudar as regras dos

leilões, umas delas é aumentar de 15 para 30 anos o período de validade dos

leilões. O governo federal, recentemente, anunciou investimentos de R$ 50

milhões para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ligadas à geração de

energia pela queima do carvão, o que acendeu o interesse em melhorar o

setor.

36

2.1.7 Energia eólica

É a energia obtida do ar (vento), uma abundante fonte de energia

renovável, limpa e disponível em todos os lugares. Essa fonte já é conhecida

há milhares de anos em mecanismos básicos de um moinho de vento. O vento

atinge uma hélice que ao movimentar-se gira em um eixo que impulsiona uma

bomba geradora de energia.

Embora não queimem combustíveis fósseis e não emitam poluentes, as

fazendas eólicas não são totalmente desprovidas dos impactos ambientais,

alteram a paisagem com suas torres e hélices e podem ameaçar pássaros se

forem instaladas em rotas de migração. Emitem certo nível de ruído (de baixa

freqüência) que podem causar algum incômodo. E podem, além disso, causar

interferências em torres de televisão.

Fundado há mais de 100 anos, na cidade Argentina de Mendonza, o

grupo Impsa é hoje um dos maiores produtores de energia alternativa do Brasil.

Atualmente a empresa tem parques eólicos no Ceará e pretende investir cerca

de R$ 1,2 milhões em Santa Catarina, onde está sendo construído outro

parque de geração do grupo. (GOVERNO... 2008)

2.1.8 Importação de Energia

Desde o ano de 2007, o Brasil começou a importar em larga escala

energia dos países vizinhos, devido ao aumento do consumo. O país está

importando cerca de 10% do seu consumo atual e o custo deve chegar a US$

400 milhões por ano. Os países que estão exportando para o Brasil são:

Paraguai, Argentina, Venezuela e Uruguai. A importação de energia é uma

medida que a ANEEL vem tomando para aumentar a oferta, além da

construção de novas usinas termelétricas e de incentivar o desenvolvimento de

outras fontes alternativas.

37

2.2 História da Cogeração

Cogeração é a produção simultânea e de forma seqüenciada, de duas ou mais formas de energias a partir de um único combustível. O processo mais comum é a produção de eletricidade e energia térmica (calor ou frio) a partir do uso de gás natural e/ou biomassa, entre outros. (ALVES et al, 2007)

Segundo a Confederação de Energia Nacional (COGEN, 2008), os

primeiros sistemas de cogeração instalados pelo mundo aconteceram na

primeira década do século XX. A produção de energia centralizada era bem

rara nessa época. Ainda não existia a grande central geradora de energia pela

inexistência de uma tecnologia eficiente. Até a década de 40, era comum o

consumidor ter sua própria central de energia.

Com o avanço de novas tecnologias, os sistemas de cogeração e

geração distribuída (GD), ou seja, geração elétrica feita junto à carga foi

gradativamente perdendo participação no mercado para os novos conceitos de

geração de energia e interligações de sistemas elétricos, as conhecidas como

geração central (GC), feitas de forma centralizada que, apoiadas as grandes

centrais com geradores de grande porte, conseguiam fornecer energia

abundante e de baixo custo.

Hoje o setor energético tem vivenciado crises e as centrais geradoras

com grande sistema de geração de energia passaram a ser exigidas em novas

condições de operação e começaram a dar sinais de vulnerabilidade, devido ao

aumento da demanda de energia, ocasionados pelo crescimento do mercado

consumidor.

Essa tendência cria oportunidades e possibilita o avanço do sistema de

geração distribuída, através dos quais os clientes finais (indústria, comércio e

serviços), utilizando fontes de energia primária disponível (biomassa e/ou gás

natural), produzem, consomem e administram as suas necessidades de

energia elétrica e térmica, com fatores de eficiência energética e de custos

posicionados, conforme a visão estratégica dos seus empreendedores.

2.2.1 Cogeração e o Meio Ambiente

38

O dióxido de carbono é proveniente, na maioria das vezes da queima de

combustíveis fósseis e outros gases que atuam no chamado efeito estufa,

deixando o calor passar pela atmosfera na forma de radiação solar e evitando

que o calor escape para o espaço.

Esse efeito está causando o aquecimento global, que poderá ter grande

impacto ambiental e social pelo resultado das inundações de áreas costeiras

devido à elevação do mar, secas e inundações mais severas e mudanças na

produtividade da agricultura. Chuva ácida, diminuição da camada de ozônio e

outros resultados da poluição resultantes da queima de combustíveis fósseis

são problemas significantes e estão cada vez mais sendo preocupações

públicas.

Os sistemas de cogeração diminuem as emissões de gases devido a

sua alta eficiência energética e efetivos sistemas de controle de emissões de

gases.

Conforme Alves et al. (2007), em 1997 na cidade de Kyoto, no Japão, foi

estabelecido um acordo internacional chamado de Protocolo de Kyoto.

Segundo esse protocolo, os países desenvolvidos devem reduzir suas

emissões de gases de efeito estufa entre 2008 a 2012, 5,2% em média, em

relação às emissões de 1990.

O Brasil não tem o compromisso de redução ou limitação de emissões

de gases de efeito estufa, pois é considerado um país em desenvolvimento.

O Brasil é privilegiado por precisar pouco de fontes externas e ter uma

energia limpa, o que abre janelas de oportunidades para investidores em

mecanismos energéticos sustentáveis.

Nos países em desenvolvimento, o protocolo é importante porque

possibilita a aplicação do princípio de responsabilidade comum, mas cabe aos

países industrializados, maiores emissores históricos, assumirem a

responsabilidade do controle do aquecimento global.

Embora o Brasil não tenha a responsabilidade internacional relativa a

emissões, no país são desenvolvidos programas e ações que implicam na

redução considerável das emissões de gases e efeito estufa. Iniciativas como

essas são responsáveis pelo Brasil possuir sua matriz energética relativamente

limpa, com menores emissões de gases de efeito estufa por unidade de

energia produzida ou consumida.

39

2.2.2 Cogeração no Brasil

No Brasil predomina a geração de energia hidráulica cerca de 77% da

matriz energética. Há muito a ser explorado do potencial hidráulico, porém sua

viabilização está cada vez mais condicionada às soluções de questões de

ordem regulatória, econômicas e, principalmente, relacionadas com questões

sócio-ambientais, pois os recursos naturais disponíveis estão localizados em

regiões distantes dos centros de consumo e exigem investimentos altos em

transmissão de energia.

Em 2002 o governo federal criou o Programa de Incentivo as Fontes

Alternativas (PROINFA), que é um importante instrumento de para

diversificação da matriz energética, é coordenado pelo Ministério de Minas e

Energia (MME). O PROINFA tem o suporto do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê financiamento de

até 70% do investimento.

Com o crescimento das atividades econômicas no país se faz

necessário a expansão de oferta de energia elétrica.

Brasil: Cenário Atual/Futuro

Capacidade instalada de energia: 100.000MW

Carga no sistema: 53 mil MW médio

Considerando para os próximos 10 anos, os

seguintes níveis de crescimento:

Economia 4% a 5% ao ano

Energia 5,2% ao ano

Será necessário, em 10 anos, um adicional de

50.000 MW (50% do toda energia que existe hoje)

sendo, portanto 5.000 MW por ano.

Fonte: Balleotti, 2008, p. 35 Quadro 05: Brasil: cenário atual/futuro

40

Nos próximos anos o Brasil passará por um grande processo de

crescimento do consumo energético. O País tem instalado atualmente cerca de

100.000 MW e a demanda de energia crescerá certa de 5,% ao ano, segundo

dados da consultoria koblitz, empresa especializada em engenharia de

sistemas elétricos.

Em 10 anos o Brasil terá que implantar cerca de 50.000 MW no sistema

elétrico nacional, ou seja, 50% de toda energia que existe hoje, portando 5.000

MW por ano.

No país, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no ano de

2007, o consumo de energia cresceu 5,3%, cresceu o número de máquinas

nas indústrias, aumentou o número de casa com luz, a atividade comercial

expandiu, e para movimentar a economia, o Brasil precisou de mais energia.

(BALEOTTI, 2007)

Se o produto interno bruto do país crescer cerca de 4% a 5% como está

previsto e não chover o suficiente em 2009 poderá haver problema devido à

falta de chuva, segundo a EPE, torna-se uma questão de chuva.

É importante reduzir a fragilidade do sistema de geração hidrelétrica

buscando diversificar a atual Matriz Energética, através dos sistemas de

cogeração ou através de termelétricas que utilizam o gás natural ou incorporam

outras formas de energia renovável.

Os efeitos de apoiar as necessidades de expansão das ofertas e

diversificação das fontes de energia da Matriz Energética formam um conjunto

de fatores que são fundamentais para o aumento da confiabilidade do sistema.

2.2.3 Cogeração no Estado de São Paulo

No estado de São Paulo, a cogeração de energia está sendo implantada

a partir de iniciativas das distribuidoras de gás natural e das usinas produtoras

de açúcar e álcool e das indústrias e empresas comerciais que desejam reduzir

a fragilidade do sistema de energia elétrica, principalmente a partir do

racionamento de 2001.

41

Os projetos de cogeração em operação, no Estado de São Paulo,

atingiram cerca de 10% (cerca de 1.500MW). Os principais projetos que

somam mais de 500 MW são:

a) biomassa da cana-de-açúcar: Usinas Equipav, Vale do Rosário,

Santa Elisa, Cocal, Cresciumal, entre outras.

b) gás natural: Corn Products, Cia. União Refinadora, AmBev, Shopping

Taboão, Coca Cola, Iguatemi Business Plaza. (COGEN, 2008)

2.2.4. Cogeração no setor sucroalcooleiro

A cana-de-açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil,

perdendo apenas para a soja e para o milho. É cultivada desde a época da

colonização. Da sua industrialização obtêm-se produtos como o açúcar, o

álcool (anídro e hidratado), o vinhoto, o bagaço, a levedura e a energia elétrica.

Desde a sua implantação e em maior escala a partir da metade do

século XX, as indústrias do setor sucroalcooleiro desenvolveram instalações

próprias de geração elétrica, seja através de pequenos aproveitamentos

hidrelétricos, óleo diesel, e depois face à indisponibilidade de energia elétrica e

aos seus custos, adotaram-se sistemas de geração, em processo de

cogeração, ajustados às necessidades do processamento industrial da cana de

açúcar, utilizando o bagaço.

Mas o setor sucroalcooleiro e o Brasil estão descobrindo dois novos significados para os produtos resultantes da colheita e do processamento da cana-de-açúcar. Cada muda plantada no País não é mais apenas o início da produção de açúcar e álcool, da terra também brota energia (BALEOTTI, 2007, p. 34).

As usinas de açúcar e álcool demonstram interesse e disposição para

assumir a responsabilidade de ajudar o país a garantir energia no ritmo em que

vem crescendo.

Conforme Marcos Jank, presidente da União da Indústria da cana-de-

açúcar (UNICA) é preciso inteligência para desenvolver um programa

adequado de ajustes regulatórios e incentivos, onde o setor ajudará a suprir

15% das necessidades elétricas nacionais, o equivalente a quase duas usinas

42

do porte de Itaipu. (BALEOTTI, 2007)

A agroindústria canavieira nacional tem hoje cerca de 3.000 mW de

potência instalada e não é totalmente utilizada. As usinas vendem apenas uma

parte do volume gerado (600 MW), outra parcela produzida é consumida, mais

de 2000 mW durante a safra. A energia do bagaço e da palha junta representa

menos de 1% da matriz geradora nacional, considerando outros resíduos, a

biomassa corresponde a 4,2% do total consumido no país. (BALEOTTI, 2007)

O Setor sucroalcooleiro poderia produzir mais, sem plantar nenhuma

nova muda de cana, apenas com modernização tecnológica das unidades já

existentes, poderia dobrar a potência oferecida.

Das 360 usinas em funcionamento todas geram insumos para a sua

própria demanda, porém apenas 10% comercializam excedentes para o

mercado. Segundo a UNICA algumas unidades ainda não se sentem

estimuladas pelos preços oferecidos aos insumos a investir em novos

equipamentos para tornar a energia uma receita adicional aos seus tradicionais

produtos.

É um potencial desperdiçado que cresce a cada safra pelo aumento de produção de matéria-prima (cana), pelo incremento da tecnologia empregada e pelas possibilidades de aproveitamento da palha resultante da colheita mecanizada, a cada dia que passa o potencial de geração de energia do setor está crescendo mais (BALEOTTI, 2007, p.38).

Conforme Baleotti (2007) um estudo realizado pela empresa de

consultoria Koblitz, o setor sucroalcooleiro é capaz de elevar os atuais 3000

mW de potência instalada para 29.900 MW (quase 12 mil mW) antes de 2015.

O levantamento mostra que quando as usinas estiverem moendo 500 milhões

de toneladas de cana, volumes previstos para 2010, na safra 2007/2008, a

colheita alcançou 475,1milhões de toneladas do produto.

Quando o setor estiver moendo 500 milhões de toneladas de cana, terá

capacidade para produzir 4.886 mW médios, apenas com a geração do

bagaço, a palha e os ponteiros vão agregar maior volume para cogeração.

Um terço da energia da cana presente nos resíduos é jogada fora em

decorrência do corte manual, que exige a queima da cana no campo. São

Paulo, maior estado produtor de cana do país, o fim das queimadas do material

foi antecipada de 2021 para 2014, um acordo entre as usinas e o governo

estadual.

43

A cada tonelada de cana, 140 quilos são de palha e ponteiros. Desse

volume, 50% podemos ser usadas para gerar energia, outra metade por

questões agronômicas, deve ficar no campo. De acordo com a Koblitz, se usar

palhas e pontas, o setor terá mais 6.518 mW médios de excedentes.

Para tornar a energia um produto rentável, o setor precisa investir em

tecnologia de alta pressão e disseminar o uso da palha como combustível para

caldeiras.

Segundo o Baleotti (2007), o aproveitamento e a oportunidade de

geração de energia, com bagaço de cana, demanda apontes R$ 36,7 bilhões.

O uso da palha consumirá mais recursos, R$ 37,9 bilhões. No total será

necessário um investimento de R$ 74,7 bilhões.

Geração de Energia no Setor Suroalcooleiro

(500 milhões de toneladas de c ana/safra)

Potencial

Bagaço = 4.886 MW médios (14.700 MW)

Pontas e Palhas = 6.518 MW médios ( 15.177 MW)

Total = 11.410 MW médios (30 mil MW)

Investimentos necessários

Bagaço = R$ 36,7 bilhões

1. Pontas e Palhas = R$ 37,9 bilhões

Total = R$ 14 bilhões

Fonte: Baleotti, 2007, p.38 Figura 06: Geração de energia no setor sucroalcooleiro

E se os investimentos forem concretizados, o setor adicionaria ao seu

faturamento anual R$ 30 bilhões/ano com os negócios voltados para açúcar e

álcool, cerca de R$ 14 bilhões/ano provenientes da comercialização de

energia, o que representa um incremento de aproximadamente 45% na receita.

(BALEOTTI, 2007)

44

CAPITULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para demonstrar que o investimento na cogeração de energia é viável e

o retorno rápido, foi realizada uma pesquisa na empresa Equipav S/A Açúcar e

Álcool, no período de fevereiro a outubro de 2008.

A pesquisa teve como base os seguintes métodos:

a) estudo de caso: realizado na empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool,

para analisar a rentabilidade do capital investido na cogeração de

energia;

b) observação sistemática: em que foram observados e analisados o

tempo do retorno do capital investido na cogeração de energia na

empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool;

c) método histórico: foi observada a evolução histórica da empresa em

relação ao investimento em cogeração de energia na Equipav S/A

Açúcar e Álcool.

As técnicas utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa foram:

Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)

Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)

Roteiro do Histórico da empresa (Apêndice C)

Roteiro de Entrevista para o Analista de Custo (Apêndice D)

Roteiro de Entrevista para o Gerente de Investimentos (Apêndice E)

Roteiro de entrevista para o Gerente Contábil (Apêndice F)

A empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool disponibilizou todas as

informações necessárias para elaboração desse trabalho.

45

3.1 Cogeração de energia na usina Equipav

A usina Equipav foi uma das pioneiras no setor de cogeração. Hoje é a

maior geradora de energia elétrica de biomassa no país. Em 2001, com a falta

de energia elétrica devido às privatizações e estiagem que ocorreram na

época, a Equipav, que já produzia energia para sua demanda interna a partir

do bagaço da cana, viu a oportunidade em ampliar o mix de seus produtos. O

grupo começou a avaliar esse projeto e fez a opção por investir, mudando toda

tecnologia de caldeira e geradores, ampliando sua termoelétrica para atender a

usina e vender os excedentes.

A energia é gerada a partir do bagaço da cana, que gera calor e energia.

Diante do aumento da eficiência do vapor na produção de açúcar e álcool e da

queima do bagaço, a usina gera vapor excedente. O bagaço de cana é usado

exclusivamente para cogeração de energia.

O bagaço é um material orgânico que sobra depois da moagem da cana quando é extraído o caldo para produção de açúcar e álcool. Num passado não muito distante, o acúmulo de bagaço significava apenas um problema ambiental, por não saber o que fazer a Equipav chegou a enterrar a sobra de bagaços. (STEFANO, 2008, p.45).

A geração de energia na usina Equipav ocorre durante a safra, nos

períodos de abril a novembro de cada ano. Nesses meses, a cana atinge seu

melhor grau de maturação.

O único impedimento para gerar energia de janeiro a dezembro é

justamente a falta de bagaço na entressafra, período que vai de dezembro a

março de cada ano, época em que a empresa utiliza para fazer manutenção

nos equipamentos.

No ano de 2007 a empresa deixou de gerar energia apenas durante 20

dias e para 2008 o projeto é parar apenas uma semana para manutenção.

A empresa, desde o início, tinha que encontrar uma solução para o

bagaço que não era utilizado, pois a quantidade excedia à demanda necessária

e para estocar o bagaço seria necessário dispor de uma área extensa, já que a

quantidade era relativamente grande. Com a crise ocorrida em 2002, a

empresa conseguiu utilizar o bagaço que foi conservado devido as

propriedades que dificultam a sua decomposição natural.

46

3.2 Processo de produção de energia na usina Equipav

O bagaço produzido pela Equipav é utilizado nas caldeiras para produzir

vapor. As caldeiras com pressão de 65 kgf/cm2 e 480 ºC são utilizadas para

gerar vapor e acionamento dos turbo-geradores de contrapressão e de

condensação para produção de energia elétrica. Após o acionamento do

gerador de condensação, o vapor resultante é condensado e será reutilizado

nas caldeiras. Após o acionamento de contrapressão, o vapor resultante na

pressão de 21kg/cm2 será utilizado para o acionamento mecânico de

equipamentos do processo da usina Equipav, tais como: turbo-bombas,

moendas, peneiras e entre outros.

O vapor direto utilizado anteriormente é reutilizado, recebendo a

denominação de vapor de escape, com pressão de 1,3 a 1,5 kgf/cm2 como

energia térmica utilizada no processo da Usina para aquecimento e

concentração de caldo. Sua capacidade de geração antes da ampliação de

2001/2002 era de 8MW de geração de força instalada em apenas um turbo

gerador, pasando depois para dois turbos geradores, gerando 60MW.

Para retirar a palha da lavoura a solução encontrada pela a Equipav

segue um sistema desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) o

qual consiste em não separar a palha da cana. Na safra atual, o corte de cana

crua será de 53%, sendo que, 13% dessas palhas seguirão para a queima na

caldeira. Essa porcentagem de palha não é aleatória, porque após testes de

viabilidade econômica chegou-se a esse número.

A idéia inicial da empresa era desligar o ventilador. A experiência não

foi bem sucedida, porque de um lado a máquina ganhou velocidade e

consumiu menos, porém por outro lado, os 20% a mais da palha exigiam um

número maior de caminhões e transbordo, o que fez com que aumentassem os

custos com transportes e, além do mais, levou muita terra para a indústria,

provocando danos aos equipamentos. A conclusão que se chegou foi de que o

mais correto seria reduzir a velocidade do ventilador, mas não desligá-lo.

Chegou-se, então, aos 13% de palha, porcentagem que não onera o transporte

e nem arrasta grande quantidade de terra.

47

3.3 Processo de separação da palha na indústria

Ao chegar à indústria, a cana crua picada passa pela mesa de limpeza a

seco, onde um possante ventilador joga as palhas e a terra em direção a uma

grande tela vertical. Dali ela segue para a peneira rotativa que separa as

impurezas minerais. A terra é recolhida e volta à lavoura e a palha é levada ao

triturador convencional que permitiu algumas adaptações para recebê-la. Após

passar pelo triturador, a palha segue por uma esteira e vai se integrar ao

bagaço em direção às caldeiras.

O palhiço é basicamente constituído de pontas de cana, folhas verdes, palhas, restos de cultura e frações de colmos, que permanecem sobre o talhão oriundo de colheita sem queima prévia e apresenta produtividade de 4 a 10 t/ha, considerando-se seu peso em base seca e função de variedade, época de colheita, etc. (PAIVA, 2008a, p.22)

De acordo com Luiz Paulo, diretor industrial da usina Equipav, para cada

1,7 toneladas de bagaço, mistura-se uma tonelada de palha. A utilização da

palha durante a safra possibilitou, a formatação de um estoque de bagaço de

70 mil toneladas, o que permitiu à Equipav gerar energia na parada de 2007 e

2008.

A Equipav não forma estoque com a palha, porque entra mais fácil em

combustão do que o bagaço. A tendência é aumentar os estoques de bagaço a

cada ano, principalmente porque com o aumento do corte mecanizado de cana

crua haverá mais palha. Em 2010, a empresa espera colher 75% de cana crua

e 100% em 2014.

3.4 Investindo no futuro

De olho no futuro, a empresa iniciou em 2007 a segunda fase da

cogeração de energia, investindo cerca de R$ 130 milhões. O projeto de

ampliação incentivou, além do uso do bagaço, o uso da palha. A previsão para

48

término desse novo investimento era abril de 2008, devido alguns atrasos foi

finalizado em agosto de 2008.

Conforme Luiz Paulo Sant’ Anna, diretor industrial da usina, atualmente

ela conta com duas caldeiras de 170 t/h de vapor e 65 kgf/cm² e duas caldeiras

de 200 t/h de vapor. Construiu uma estação de tratamento de água e

desmineralizadora com capacidade de 45m³ e circuito fechado, que permite

repor só a quantidade de água necessária ao processo.

O desafio é produzir bioeletricidade o ano todo, Para isso conta com o

recolhimento das palhas da cana, que levadas à caldeira durante a safra,

possibilitam estoque de bagaço na entressafra.

Os resultados já começaram aparecer. Em 2007, a usina gerou 171.227

MWh/ano. Em 2008 a expectativa é de 471.934 MWh/ano. Para 2009 a

previsão será de 525.883 MWh/ano e para 2010 é esperada a produção de

680.000 MWh/ano, volume adquirido do conjunto bagaço mais palha.

3.5 Cenário econômico de comercialização de energia na usina Equipav

A energia elétrica é comercializada de acordo com os parâmetros

estabelecidos pela Lei n° 10848/2004, pelos decreto s nº 5163/2004 e n°

5.177/2004 e pela Resolução Normativa ANEEL nº 199/2004, que constituiu a

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

As relações comerciais entre os participantes da CCEE são regidas

predominantemente por contratos de compra e venda de energia e todos os

contratos celebrados entre os participantes no âmbito do Sistema Integrado

Nacional (SIN) devem ser registrados na CCEE. O registro engloba as partes

envolvidas, os montantes de energia e o período de vigência não são

registrados na CCEE, sendo utilizado apenas pelas partes envolvidas em suas

liquidações bilaterais. (CCEE, 2008)

O novo modelo do setor elétrico instituído pelo governo em 2004 define

a comercialização de energia elétrica a ser realizada em dois ambientes de

mercado: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de

Contratação Livre (ACL).

49

A contratação de energia no ACR é feita através de contratos bilaterais

regulados, celebrados entre agentes vendedores e compradores, ou seja

distribuidoras que participam dos leilões de compra e venda de energia elétrica.

No ACL há livre negociação entre os agentes geradores, comercializadores,

consumidores livres, importadores e exportadores de energia, sendo que os

acordos de compra e vendas são pactuadas por meio de contratos bilaterais.

As empresas geradoras de energia podem vender energia elétrica nos

dois ambientes, mantendo o caráter competitivo da geração e que todos os

contratos sejam ARC ou ACL devem ser registrados no CCEE, servindo de

base para a contabilização e liquidação das diferenças no mercado de curto

prazo. (CCEE, 2008)

A usina Equipav mantém um contrato de compra e venda de energia

com a Eletropaulo, com validade de 10 anos no período de 2002 a 2011. No

contrato, a Equipav se compromete a fornecer 53,5% de energia firme, que é a

energia que não pode sofrer interrupções, 46,5% de energia interruptível, que é

passível de sofrer interrupções ou quedas. A Equipav pode fornecer o

excedente de energia disponível quando a cogeração ultrapassar os

compromissos impostos no contrato. O repasse é feito através da linha de

transmissão, onde a Equipav passa para a CPFL que repassa à Eletropaulo.

O aumento do volume de energia produzida pela empresa permitiu que

ela pudesse cumprir seu contrato com a Eletropaulo e vendesse o excedente

ao mercado spot, alcançando melhores preços. Em 2007 a empresa

comercializou 31, 8 kw por tonelada de cana, o equivalente a 2/3 de sua

produção de energia. Para 2008, espera-se chegar a 75,2kw/tc, para 2009

serão 83,kw/tc e para 2010 a expectativa é de 108,36 km/c.

Em julho, a usina fechou contrato no valor de US$ 250 milhões com a

International Paper, multinacional produtora de papel, para fornecer energia

para suas fábricas localizadas no interior de São Paulo. O contrato prevê 12

anos de fornecimento de energia elétrica limpa gerada a partir do bagaço e da

palha da cana.

A Equipav é a primeira usina a transportar a palha junto com a cana, a

bioeletricidade deverá ser a segunda maior unidade de negócios no setor

sucroalcooleiro a partir de 2012, depois do etanol e, em terceiro, pela produção

de açúcar.

50

3.6 Discussão

Através dos dados fornecidos pela empresa Equipav S/A Açúcar e

Álcool será realizada uma análise do valor do investimento total, dos custos e

despesas do período de 2008, comparando com o valor do faturamento

proporcionado através da venda do excedente de energia. Levando-se em

consideração a estrutura do Grupo Equipav, o cenário atual da economia e os

demais segmentos do mercado.

De acordo com os dados da tabela acima, o investimento realizado pela

Equipav Açúcar e Álcool no ano de 2007 foi de R$ 130.000.000,00.

O Grupo estima um aumento na quantidade de MW produzido, porém,

no período pesquisado foi constatada uma produção média mensal de 23.562

MW. Seu preço líquido dos impostos é de R$ 153,94 por MW, tendo uma

somatória de custos e despesas sobre cada MW produzido na quantia de R$

40,00.

Diante dos dados apurados pela pesquisa na Empresa Equipav, chega a

um resultado médio mensal de R$ 2.684.654,28, com uma margem de

contribuição de 74%. Pode se dizer, então, que a cada R$ 100,00 de energia

produzida, a Empresa Equipav paga seus compromissos e tem um lucro de

aproximadamente R$ 74,00.

Ao investir na cogeração, a empresa sabe que esta deixando de ganhar

um rendimento que lhe é oferecido naturalmente pelo sistema financeiro, como

51

caderneta de poupança, fundos de renda fixa, títulos do tesouro nacional, entre

outros. (BUARQUE, 1994)

O custo de oportunidade de capital é um custo financeiro que equivale à

perda que o capital investido sofre por estar vinculado ao projeto e não pode

ser investido em nenhuma outra alternativa oferecida pelo mercado. (SIVIERO;

ZANQUETA, 2007)

Em seguida, foi realizada uma análise baseada no período payback

descontado, que consiste em considerar o valor do dinheiro no tempo,

determinado por meio de um fluxo de caixa descontado. (KASSAI, 1999)

52

De acordo com a tabela a acima, o valor do investimento foi corrigido a

juros real de poupança no período de janeiro a outubro de 2008 e para corrigir

os demais meses, foi feita uma estimativa da taxa de poupança.

Logo no primeiro mês, pode-se observar que o valor do investimento de

R$ 130.000.000,00 aplicado a juros de poupança de 0,60% teria uma

rentabilidade de aproximadamente R$ 781.950,00. O resultado líquido mensal

obtido na cogeração de energia foi de R$ 2.684.654,28, atingindo um

percentual de 3,43%, sobre o investimento, proporcionando um retorno de

aproximadamente 243% acima do rendimento que obteria se tivesse investido

na poupança.

O saldo a recuperar no primeiro mês é de R$ 128.097.295,72. Esse

cálculo foi efetuado até outubro de 2012, onde foi recuperado totalmente o

saldo do investimento e ainda obteve um lucro de R$ 451.367,91.

Observa-se, ainda, o retorno do capital investido e dos juros totais que

teria alcançado no período de aproximadamente cinco anos. Levando-se em

conta o valor investido, o porte e a estrutura da empresa Equipav S/A Açúcar e

Álcool é considerado um retorno a curto prazo.

Tendo uma expectativa de crescimento contínuo, constata-se que o

grupo Equipav realmente saiu na frente de seus concorrentes nesse segmento

e seu investimento será contínuo diante do resultado alcançado.

O Grupo Equipav tem a perspectiva de desvincular a atividade de

cogeração de energia das demais atividades do grupo, tratando esse

segmento, como uma unidade de negócio específica.

3.7 Parecer Final sobre o Caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos

O setor sucroalcooleiro é de grande importância para a economia

brasileira, pois a cana-de-açúcar é o terceiro maior produto agrícola do país.

Embora os investimentos para a cogeração ainda sejam altos e o preço pago

pela energia não seja muito satisfatório, investir em cogeração para a Equipav

S/A Açúcar e Álcool foi em alternativa viável de grande importância, porque

53

além do retorno do capital acontecer em pouco tempo, ela torna-se auto-

suficiente em energia, contribui com o meio ambiente no momento em que

deixa de queimar a palha no campo e utiliza a energia excedente como mais

um produto mix de produção. Além de possuir um diferencial de apresentação

e negociação junto aos seus diversos clientes, a empresa trata diretamente do

crescimento sustentável e do respeito ao meio ambiente.

54

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A empresa Equipav S/A Açúcar e Álcool teve visão de futuro ao

investir na cogeração de energia. Atualmente, no Brasil, é a maior geradora de

energia a partir da biomassa. Promoveu a diversificação dos seus produtos que

deixaram de ser apenas álcool e açúcar, para agora ter também a energia.

Conforme foi analisado, a empresa Equipav traz apenas 13% da palha

resultante da colheita mecanizada, deixando no campo 87 % devido o alto

custo do transporte.

Observando a necessidade do país em busca de fontes alternativas de

energia e o alto poder calórico da palha, propõe-se à empresa investir em

estudos voltados para a logística de transportes buscando novas tecnologias

para trazer para a indústria os 87% que hoje ficam no campo, sem que haja

expressivos aumentos no custo, podendo assim produzir mais MW de energia

e ampliar a comercialização dos mesmos.

55

CONCLUSÃO

Através da realização desse trabalho na Equipav S/A Açúcar e Álcool

pode-se demonstrar que a empresa está sempre em busca do crescimento e

desenvolvimento sustentável. Um dos seus objetivos é alcançar recordes na

produção de energia, além de expandirem-se nos demais segmentos que o

grupo atua.

O setor sucroalcooleiro ganha uma nova receita, hoje além do álcool e

do açúcar conta com a energia, que em pouco tempo se tornará uma das

principais do setor.

A biomassa da cana-de-açúcar pode ajudar muito o Brasil a diversificar

sua matriz energética e a evitar um futuro racionamento de energia no país. A

empresa Equipav sai na frente com a ampliação de seu parque industrial,

produzindo mais energia, além de gerar para seu próprio consumo, vende o

excedente, aumentando sua receita.

A pesquisa responde à pergunta formulada, demonstrando que o retorno

que a empresa terá com a venda do excedente de energia justifica o

investimento em cogeração feito pela Equipav.

A empresa, além de vender o excedente em energia, está contribuindo

com o meio ambiente, reduzindo as emissões de gás carbono, o que lhe traz

benefícios também, porque adquirindo os créditos de carbono pode

comercializá-los com os países industrializados.

Ganha a empresa, ganha o meio ambiente e ganha a sociedade, que

tem o consumo de energia garantido em novas fontes de energia.

O trabalho aqui apresentado foi de grande importância para nós, porque

aprendemos que o profissional contábil precisa estar atento a todas às

mudanças que ocorrem dentro de uma empresa, para poder auxiliar na tomada

de decisão, analisando as diversas situações que podem ocorrer na

rentabilidade de um capital aplicado.

O assunto abordado é envolvente e atual, mas não se esgota aqui.

Outros aspectos poderão ser observados, cabe a outros estudantes aprofundá-

lo, complementá-lo e atualizá-lo no decorrer do tempo.

56

REFERÊNCIAS

ALVES, C. A. C. et al. Cogeração de energia elétrica. 2007. Monografia (Graduação em Administração) - Unisalesiano, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. ANEEL. Atlas de energia elétrica no Brasil . Brasília, 2005. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/índex.html Acesso em: 10/07/2008. ______. Banco de Informações de Geração . Brasília, 2008. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.asp. Acesso em: 15/09/2008

BALEOTTI. L. O lixo que vira luz. Alcoolbrás. Arujá, v. IX, n. 113, p, 34-46, 2007. BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos . Rio de Janeiro: Campus, 1994.

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APÊNDICES

61

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Será realizado um levantamento dos processos de cogeração de energia

na empresa Equipav S/A, assim como sua localização, missão, objetivos,

estrutura organizacional, histórico e inicio das atividades no setor energético.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO

a) Descrição do processo de cogeração de energia

b) Apresentação das fontes em operações de energia

c) Cenário econômico da cogeração de energia

d) Serão entrevistados: Analista de custo, gerente de investimento e

planejamento e gerente contábil.

3 DISCUSSÃO

Será realizado um confronto entre a teoria e a pratica utilizada na empresa

estudada.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE

MANUNTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS

62

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Atividade Econômica:

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Aspectos físicos.

2 Procedimentos.

3 Técnicas.

4 Qualidade.

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APÊNDICE C – Roteiro do Histórico da Cogeração de Energia

1 IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Atividade Econômica:

II ASPECTOS A SEREM DESCRITOS

1 Inicio das atividades.

2 Evolução do projeto de cogeração.

3 Momento atual da empresa.

4 Cenários econômicos no setor sucroalcooleiro.

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APÊNDICE D – Roteiro de entrevistas para Analista de Custos

I IDENTIFICAÇÃO

Cargo/Função:

Experiência Profissional:

Formação acadêmica:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual o sistema de custo gerencial adotado pela Usina Equipav?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 Qual o sistema mais adequado para mensurar corretamente os custos

ligados a cogeração de energia na Usina Equipav?

...............................................................................................................................

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...............................................................................................................................

3 Existe um sistema para controlar o custo da cogeração de energia

produzida pelo bagaço da cana-de-açúcar?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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4 Como era mensurado o custo da palha e do bagaço da cana-de-açúcar

antes da cogeração de energia?

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...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Quais as variações obtidas no custo através da produção de energia

elétrica gerada da palha e do bagaço da cana-de-açúcar?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para o Gerente de Investimento e

Planejamento.

I IDENTIFICAÇÃO

Cargo/Função:

Experiência profissional:

Formação acadêmica:

II PERGUNTAS ESPECIFICAS

1 O que fez a empresa Equipav investir em um novo ramo de atividade?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 A Empresa Equipav pretende aumentar ainda mais seu projeto de

cogeração de energia?

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...............................................................................................................................

3 Quais são os possíveis clientes que poderão negociar a compra de

energia elétrica da Usina Equipav?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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4 Ao iniciar o projeto de cogeração de energia, a empresa Equipav estava

ciente dos benefícios que poderia contribuir para o meio ambiente?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Antes de ser realizado o investimento, quais foram os estudos realizados

na empresa Equipav?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

6 Futuramente a empresa pretende investir em novos projetos para a

cogeração de energia?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista para o Gerente Contábil.

I IDENTIFICAÇÃO

Cargo/Função:

Experiência profissional:

Formação acadêmica:

II PERGUNTAS ESPECIFICAS

1 Os lançamentos gerados na contabilidade expressam realmente os fatos

ocorridos no processo de cogeração de energia?

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2 Como é contabilizado o retorno do investimento na cogeração de

energia da empresa Equipav?

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ANEXOS

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ANEXO A – Foto aérea da Usina Equipav

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ANEXO B – Vista da usina pela lagoa de vinhaça

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ANEXO C – Foto da área industrial

Foto 01: Área industrial durante o dia

Foto 02: Área industrial à noite

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ANEXO D – Foto das caldeiras

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ANEXO E – Cogeração de energia

Foto 01: Esteiras que levam bagaço e palha para a caldeira

Foto 02: Casa de Força

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ANEXO F – Chegada da cana-de-açúcar na indústria para moagem

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ANEXO G – Corte mecanizado