cÓdigo nacional de organizaÇÃo da justiÇa e … · justiça desportiva impostas pela lei...

65
CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DISCIPLINA DESPORTIVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL - 2002 MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

Upload: tranthu

Post on 22-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

CÓDIGO NACIONAL DE

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DISCIPLINA

DESPORTIVA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL - 2002

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

Page 2: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

2

MINISTRO DO ESPORTE E TURISMO

CAIO LUIZ CIBELLA DE CARVALHO

SECRETÁRIO NACIONAL DE ESPORTE LARS SCHMIDT GRAEL

DIRETORA DE ESPORTE DE RENDIMENTO MARISTELA MEDEIROS DAS NEVES GONÇALVES

GERENTE DE PROJETO JOSÉ CÁCIO T. DA SILVA

TEXTO ORIGINAL PAULO MARCOS SCHMITT

COLABORAÇÃO ALBERTO PUGA BARBOSA

ALEXANDRE HELLENDER DE QUADROS ROBERTO OSIRIS SILVA

COMENTÁRIOS PAULO MARCOS SCHMITT

ALEXANDRE HELLENDER DE QUADROS

Page 3: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

3

APRESENTAÇÃO

Temos a honrosa satisfação de apresentar, à comunidade esportiva brasileira, o Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva da Administração Pública Federal destinado à organização da justiça e do processo disciplinar desportivo aplicável aos eventos sob a organização, coordenação e/ou supervisão dos órgãos da União Federal, especialmente o Ministério do Esporte e Turismo/ Secretaria Nacional de Esporte.

Ao confiá-lo ao descortino de todos aqueles que intervém ou participam, direta ou indiretamente, dos eventos desportivos acima referidos, temos arraigada a convicção de estar dando prosseguimento acertado e oportuno ao que dispõe o artigo 217 da Constituição Federal do Brasil de 1988. Este Código representa, ademais, uma extensão do papel do Estado imposto pela linha programática adotada pela Carta Constitucional em relação às práticas desportivas formais, além de um complemento necessário e avanço significativo sobre o nível organizacional das competições sob responsabilidade da Administração Pública Federal. Tais aspectos, complementação e avanço na gestão esportiva, correspondem à dinâmica da realidade social, ao ritmo acelerado dos fatos e das transformações que se operam no contexto da sociedade, notadamente no campo do esporte e do lazer.

Percebe-se que, a par do desenvolvimento do Direito Desportivo, assim como de outros ramos jurídicos afins, também a interpretação doutrinária e jurisprudencial incidentes sobre a legislação desportiva brasileira têm evoluído rapidamente, buscando alcançar um parâmetro de segurança jurídica suficiente para abrir caminho seguro para o amplo desenvolvimento da atividade desportiva no Brasil.

Este é, antes de tudo, o espírito que animou a elaboração da presente codificação.

Algumas ordens de considerações se fazem necessárias nesta Exposição de Motivos, quais sejam: (i) o reconhecimento constitucional da Justiça Desportiva com atribuições de dirimir os conflitos de natureza desportiva e competência limitada ao processo e julgamento de infrações disciplinares definidas em códigos desportivos; (ii) a estrutura orgânica da Justiça Desportiva proposta pela Lei n.º9.615, de 24 de março de 1998, destinada às entidades de administração do desporto de cada sistema, sendo deferido à Administração Pública reconhecer suas peculiaridades e estabelecer a organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva incidente sobre suas competições, respeitados os princípios gerais insculpidos na legislação de regência; (iii) a experiência prática eleita como paradigma para a presente codificação, demonstradas ao longo de mais de dez anos de evolução da Justiça Desportiva da Administração Pública do Estado do Paraná e, considerações sobre a organização da Justiça Desportiva, a competência dos órgãos julgadores, o processo disciplinar desportivo e as medidas disciplinares, tal como se encontram nesta Codificação.

A Justiça Desportiva

O constituinte de 1988 elegeu o esporte ao patamar constitucional, reconhecendo o amplo espectro de benefícios trazidos pela instituição da Justiça Desportiva, cujos limites de atuação encontram-se estabelecidos às ações relativas à disciplina e às competições desportivas.

Page 4: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

4

A Constituição Federal de 1988 foi ainda mais longe, reconhecendo um limite formal de conhecimento dos litígios desportivos perante o Poder Judiciário, vinculado ao esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva.

Desde uma abordagem imediata é possível alcançar a importância atribuída pela Constituição Federal à Justiça Desportiva, configurando-se em mais um movimento de solução alternativa de controvérsias, evitando os custos e a demora de um processo judicial.

Na realidade, a Justiça Desportiva revela-se como meio ideal para solução de conflitos estabelecidos no âmbito desportivo, pois permite a solução rápida e devidamente fundamentada, a custos mínimos e de maneira eficiente, respeitados os princípios inerentes ao devido processo legal.

A estrutura orgânica

O artigo 52 da Lei n.º9.615/98 prevê uma estrutura orgânica de caráter hierárquico para os denominados órgãos integrantes da Justiça Desportiva, reconhecendo-os como entes “autônomos e independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema”.

O artigo 13, incisos III e IV do mesmo diploma legal insere as entidades nacionais (confederações) e regionais (federações) de administração do desporto no Sistema Nacional do Desporto, razão pela qual resta claro que a estrutura orgânica proposta pela legislação de regência vincula-se à competições organizadas pelas chamadas entidades de administração do desporto.

A Administração Pública de modo geral e o Ministério do Esporte e Turismo em particular, integrantes do sistema brasileiro do desporto, não estão inseridos no sistema nacional como entidades de administração do desporto, pelo que é possível reconhecer-lhes completo descolamento da estrutura organizacional da Justiça Desportiva prevista pela Lei n.º9.615/98.

Por certo, esta afirmação não leva à conclusão de que esteja deferido à Administração Pública, seja do nível federal, estadual ou municipal, ampla liberdade para instituir dispositivos de caráter normativo destinados a afastá-la das imposições da Constituição Federal e das normas gerais sobre Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não apenas alicerçam a atividade da Administração Pública na organização de eventos desportivos, como também concedem fundamento de validade para a elaboração da presente codificação.

Entretanto, o Ministério do Esporte e Turismo – a quem é deferido promover e desenvolver a prática do desporto – não está obrigado a reproduzir a estrutura organizacional dos órgãos da Justiça Desportiva tal qual previsto na Lei n.º9.615/98. Como aquela estrutura foi prevista para as entidades de administração do desporto e o regime jurídico administrativo prevê o poder regulamentar, é plausível que a Administração Pública estabeleça sua própria organicidade, de acordo com as peculiaridades de seus respectivos eventos, desde que respeitados os princípios gerais estabelecidos pela legislação de regência.

Esta construção estabelece o apoio jurídico necessário ao reconhecimento de que à Administração Pública é deferido constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, cuja organização, funcionamento e atribuições também estarão definidos em códigos desportivos editados pela própria Administração Pública.

Neste contexto, a presente codificação prevê a instituição de comissões disciplinares, às quais compete o julgamento dos processos disciplinares. O objetivo é estabelecer uma estrutura eficiente, que possa solucionar rapidamente os conflitos de interesse surgidos durante os eventos, aliada à

Page 5: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

5

proposição de uma estrutura permanente, destinada a julgar processos remanescentes ou aqueles litígios surgidos antes ou após as respectivas competições.

O paradigma

A elaboração da presente codificação pautou-se em experiência prática regional, demonstrada ao longo de mais de dez anos de evolução da Justiça Desportiva da Administração Pública do Estado do Paraná.

Com efeito, os Tribunais de Justiça Desportiva vinculados ao Poder Executivo do Estado do Paraná são apontados em todo território nacional como celeiros de inovações e conquistas para o Direito Desportivo.

A experiência paranaense aliou, há mais de uma década, acadêmicos e profissionais de Direito e Educação Física em um movimento de estruturação que ampliou os horizontes da gestão esportiva, pois alcançou de forma legítima a regulação das atividades desportivas, reduzindo drasticamente a violência e disponibilizando aos participantes dos seus eventos a segurança jurídica necessária, através da interpretação dos dispositivos disciplinares e regulamentares.

Atualmente, a estruturação aplicada pelo paradigma permite que a indisciplina e a violência sejam punidas de forma célere, sem prejudicar a organização do evento e sempre respeitados os princípios de contraditório e ampla defesa. A experiência demonstra que o órgão julgador pode abranger todas as modalidades desportivas desenvolvidas durante o evento.

Da mesma forma, as questões de interpretação do próprio Código e do Regulamento da competição, em casos concretos, são deferidas ao órgão julgador, transmitindo segurança jurídica às pessoas físicas e jurídicas participantes.

Assim, a codificação que ora apresentamos e que encontra respaldo na organização e funcionamento da Justiça Desportiva do Paraná, é exemplo de seriedade, serenidade, celeridade e reconhecimento no âmbito do desporto organizado, coordenado ou supervisionado pelo Poder Público Estatal, tendo julgado mais de três mil processos disciplinares desde o seu nascedouro e culminando com a queda virtiginosa em mais de 60% das punições entre 1.988 e 2.001.

Como não poderia deixar de ser, o paradigma mereceu adaptações às peculiaridades dos eventos realizados pela Administração Pública Federal, configurando-se em instrumento valioso do aprimoramento destas competições.

Esta é a apresentação do Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva, através da qual registramos confiança de que se trata de instrumento capaz de auxiliar no aprimoramento das competições desportivas sob a responsabilidade dos órgãos da União Federal.

OS AUTORES E LARS SCHMIDT GRAEL

Page 6: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

6

ÍNDICE GERAL

LIVRO I

DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DO PROCESSO DISCIPLINAR DESPORTIVO

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES TÍTULO II - DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA CAPÍTULO I – DAS COMISSÕES DISCIPLINARES SEÇÃO I - DOS PRESIDENTES DAS COMISSÕES DISCIPLINARES SEÇÃO II - DOS AUDITORES CAPÍTULO II - DOS ÓRGÃOS AUXILIARES SEÇÃO I - DOS PROCURADORES SEÇÃO II - DOS DEFENSORES SEÇÃO III - DOS SECRETÁRIOS TÍTULO III - DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES E ÓRGÃOS AUXILIARES CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES CAPÍTULO II - DA COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS AUXILIARES SEÇÃO I - DA COMPETÊNCIA DA PROCURADORIA SEÇÃO II - DA COMPETÊNCIA DA DEFENSORIA SEÇÃO III - DA COMPETÊNCIA DA SECRETARIA TÍTULO IV - DO PROCESSO DISCIPLINAR CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II - DA SINDICÂNCIA CAPÍTULO III - DA SUSPENSÃO PREVENTIVA CAPÍTULO IV - DO LITISCONSÓRCIO E DA ASSISTÊNCIA CAPÍTULO V - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES CAPÍTULO VI - DAS PROVAS SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO II - DO DEPOIMENTO PESSOAL SEÇÃO III - DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA SEÇÃO IV - DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL SEÇÃO V - DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL SEÇÃO VI - DA PROVA PERICIAL SEÇÃO VII - DA INSPEÇÃO CAPÍTULO VII - DOS PRAZOS CAPÍTULO VIII - DAS NULIDADES CAPÍTULO IX - DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO X - DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO TÍTULO V - DOS PROCESSOS ESPECIAIS CAPÍTULO I - DO MANDADO DE GARANTIA CAPÍTULO II - DA IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA OU PROVA TÍTULO VI - DOS RECURSOS CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II - DO JULGAMENTO DOS RECURSOS

Page 7: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

7

LIVRO II DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS TÍTULO II - DA INFRAÇÃO TÍTULO III - DA RESPONSABILIDADE DESPORTIVA TÍTULO IV - DA ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA TÍTULO V - DO CONCURSO DE PESSOAS TÍTULO VI - DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE TÍTULO VII - DAS PENALIDADES CAPÍTULO I - DAS ESPÉCIES DE PENALIDADES CAPÍTULO II - DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE TÍTULO VIII - DAS INFRAÇÕES CONTRA PESSOAS CAPÍTULO I - DAS AGRESSÕES FÍSICAS CAPÍTULO II - DAS OFENSAS MORAIS CAPÍTULO III - DAS INFRAÇÕES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL CAPÍTULO IV - DA RIXA TÍTULO IX - DAS INFRAÇÕES CONTRA O PATRIMÔNIO DESPORTIVO CAPÍTULO I - DA SUBTRAÇÃO CAPÍTULO II - DO DANO CAPÍTULO III - DA APROPRIAÇÃO INDEVIDA TÍTULO X - DAS INFRAÇÕES CONTRA A PAZ E MORALIDADE DESPORTIVA TÍTULO XI - DAS INFRAÇÕES CONTRA A FÉ DESPORTIVA CAPÍTULO I - DAS FALSIDADES CAPÍTULO II - DA CORRUPÇÃO, CONCUSSÃO E PREVARICAÇÃO TÍTULO XII - DAS INFRAÇÕES CONTRA A ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DESPORTIVAS

CAPÍTULO I - DAS INFRAÇÕES CONTRA AS ENTIDADES PARTICIPANTES, ORGANIZADORAS E COMISSÕES DO EVENTO

CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES RELATIVAS ÀS COMPETIÇÕES PROPRIAMENTE DITAS CAPÍTULO III - DAS INFRAÇÕES CONTRA A JUSTIÇA DESPORTIVA TÍTULO XIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS TÍTULO XIV - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

ANEXOS ANEXO I - COMENTÁRIOS ANEXO II - JURISPRUDÊNCIAS ANEXO III - O PARADIGMA - A PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE ESPORTIVA SOBRE A

ATUAÇÃO DOS TRIBUNAIS NOS JOGOS OFICIAIS DO PARANÁ ANEXO IV - MODELOS DE ATOS PROCESSUAIS RELATÓRIO ARBITRAL TERMO DE DENÚNCIA TERMO DE CITAÇÃO TERMO DE INTIMAÇÃO ATA DE SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO TERMO DE DECISÃO ANEXO V - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS ANEXO VI - LEI 9615/98 - LEI PELÉ ATUALIZADA ATÉ A MP.039/2002

Page 8: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

8

CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DISCIPLINA DESPORTIVA

LIVRO I DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DO

PROCESSO DISCIPLINAR DESPORTIVO TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ART. 1º - A ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DESPORTIVA, O PROCESSO E AS MEDIDAS DISCIPLINARES RELATIVAS AOS EVENTOS ESPORTIVOS SOB A ORGANIZAÇÃO, COORDENAÇÃO E/OU SUPERVISÃO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO (MET) / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE (SNE), REGULAM-SE POR ESTE CÓDIGO, A QUE FICAM SUBMETIDAS, EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, AS PESSOAS FÍSICAS, JURÍDICAS OU EQUIPARADAS QUE DE FORMA DIRETA OU INDIRETA NELES INTERVENHAM OU PARTICIPEM.

PARÁGRAFO ÚNICO - INTEGRAM O PRESENTE CÓDIGO OS DISPOSITIVOS LEGAIS E REGULAMENTARES QUE LHES FOREM APLICÁVEIS, ESPECIALMENTE AS NORMAS GERAIS ESTABELECIDAS PELA LEGISLAÇÃO DESPORTIVA EM VIGOR.

TÍTULO II - DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA CAPÍTULO I - DAS COMISSÕES DISCIPLINARES ART. 2º - FICAM INSTITUÍDAS AS COMISSÕES DISCIPLINARES, AS QUAIS COMPETE A APLICAÇÃO DO CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DISCIPLINA DESPORTIVA DOS EVENTOS ORGANIZADOS PELA SNE/MET.

PARÁGRAFO 1º - A COMISSÃO DISCIPLINAR ESPECIAL TERÁ SEDE E JURISDIÇÃO DURANTE A REALIZAÇÃO DOS EVENTOS ESPECÍFICOS ORGANIZADOS, COORDENADOS E/OU SUPERVISIONADOS PELOS ÓRGÃOS REFERENCIADOS NO CAPUT DO ART. 1o. PARÁGRAFO 2º - A COMISSÃO DISCIPLINAR PERMANENTE DE JUSTIÇA DESPORTIVA TERÁ SEDE NA CAPITAL FEDERAL E JURISDIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL

ART. 3º - A COMISSÃO DISCIPLINAR ESPECIAL E A COMISSÃO PERMANENTE, SERÃO CONSTITUÍDAS DE 01 (UM) PRESIDENTE, DOIS (02) AUDITORES EFETIVOS, 01(UM) PROCURADOR E 01 (UM) DEFENSOR PÚBLICO. ART. 4º - OS AUDITORES EFETIVOS E EVENTUAIS SUPLENTES DAS COMISSÕES DISCIPLINARES ACIMA INSTITUÍDAS, SERÃO NOMEADOS POR ATO ADMINISTRATIVO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE, ATRAVÉS DAS RESPECTIVAS COMISSÕES EXECUTIVAS OU ORGANIZADORAS DOS EVENTOS ESPORTIVOS. ART. 5º - AOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS INSTITUÍDOS NO ART. 2º, SERÁ GARANTIDO LIVRE INGRESSO EM TODOS OS LOCAIS ONDE SE REALIZAREM OS EVENTOS REALIZADOS, COORDENADOS E/OU SUPERVISIONADOS PELO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO/SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE. ART. 6º - AS COMISSÕES DISCIPLINARES SÓ PODERÃO DELIBERAR E JULGAR COM A MAIORIA SIMPLES DE SEUS MEMBROS. ART. 7º - OCORRERÁ VACÂNCIA NOS CARGOS DOS AUDITORES PELA:

Page 9: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

9

I - MORTE, RENÚNCIA OU EXONERAÇÃO; II - CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO, NO ÂMBITO DA JUSTIÇA DESPORTIVA OU CRIMINAL; III - NÃO COMPARECIMENTO A DUAS (02) SESSÕES CONSECUTIVAS OU TRÊS (03) INTERCALADAS, SALVO JUSTO MOTIVO ASSIM CONSIDERADOS PELA COMISSÃO.

ART. 8º - O(S) AUDITOR(ES) FICA(M) IMPEDIDO(S) DE ATUAR NO PROCESSO QUANDO:

I - EM RELAÇÃO À PARTE, OCORREREM OS VÍNCULOS DE PARENTESCO E AFINIDADE; II - FOR INIMIGO OU AMIGO ÍNTIMO DA PARTE; III - PREJULGAR A CAUSA. PARÁGRAFO 1º - OS IMPEDIMENTOS A QUE SE REFERE ESTE ARTIGO DEVEM SER DECLARADOS PELO PRÓPRIO AUDITOR, TÃO LOGO TOME CONHECIMENTO DO PROCESSO; SE O AUDITOR NÃO O FIZER, PODEM AS PARTES ARGÜI-LOS NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE EM QUE SE MANIFESTAREM NOS AUTOS. PARÁGRAFO 2º - ARGÜIDO O IMPEDIMENTO, DECIDIRÁ A COMISSÃO EM CARÁTER IRRECORRÍVEL.

ART. 9º - OS MEMBROS DAS COMISSÕES DISCIPLINARES, SENDO SERVIDORES PÚBLICOS, TERÃO ABONADAS SUAS FALTAS AO TRABALHO E SENDO ACADÊMICO NAS RESPECTIVAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NA FORMA DA LEI. SEÇÃO I - DOS PRESIDENTES DAS COMISSÕES DISCIPLINARES ART. 10 - SÃO ATRIBUIÇÕES DOS AUDITORES PRESIDENTES DAS COMISSÕES DISCIPLINARES:

I - ZELAR PELO PERFEITO FUNCIONAMENTO DA JUSTIÇA DESPORTIVA E FAZER CUMPRIR A DECISÃO DO RESPECTIVO ÓRGÃO; II - DETERMINAR A INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA; III - DAR A IMEDIATA CIÊNCIA, POR ESCRITO, DA VACÂNCIA NA COMISSÃO À AUTORIDADE COMPETENTE; IV - REPRESENTAR A COMISSÃO NAS SOLENIDADES E ATOS OFICIAIS, PODENDO DELEGAR ESTA ATRIBUIÇÃO A OUTRO AUDITOR; V - COMPARECER OBRIGATORIAMENTE A TODAS AS SESSÕES, SALVO JUSTO MOTIVO; VI - DESIGNAR DIA E HORA PARA AS SESSÕES ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS E DIRIGIR OS TRABALHOS; VII - NOMEAR O AUDITOR RELATOR; VIII - VOTAR E, SE NECESSÁRIO, PROFERIR VOTO DE QUALIDADE, DURANTE AS SESSÕES, HAVENDO EMPATE NA VOTAÇÃO; IX - DETERMINAR A INSTAURAÇÃO DE PROCESSOS; X - DECLARAR-SE IMPEDIDO OU SUSPEITO, QUANDO FOR O CASO; XI - DECLARAR A INCOMPETÊNCIA DA COMISSÃO; XII - RECORRER DE OFÍCIO NOS CASOS EXPRESSOS NESTE CÓDIGO; XIII - EMPENHAR-SE NO SENTIDO DA ESTRITA OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DO PRESTÍGIO DAS INSTITUIÇÕES ESPORTIVAS; XIV - SUSPENDER PREVENTIVAMENTE; XV - APRESENTAR À AUTORIDADE COMPETENTE RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO ÓRGÃO NO TERMO FINAL DO MANDATO; XVI - PRATICAR OS DEMAIS ATOS DEFERIDOS POR ESTE CÓDIGO OU AFETOS À FUNÇÃO. PARÁGRAFO ÚNICO - NA AUSÊNCIA OU IMPEDIMENTO DO PRESIDENTE, E NÃO HAVENDO SUPLÊNCIA, OS MEMBROS DA RESPECTIVA COMISSÃO ESCOLHERÃO DENTRE SEUS PARES, UM (01) PARA PRESIDÍ-LO INTERINAMENTE.

SEÇÃO II - DOS AUDITORES ART. 11 - SÃO ATRIBUIÇÕES DOS DEMAIS AUDITORES, ALÉM DAS DEFINIDAS NO ART. 10, INCISOS V, X, XIII E XV:

I - REQUERER VISTAS DOS AUTOS; II - REQUERER A DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DA COMISSÃO; III - REQUERER A INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA DA COMISSÃO;

Page 10: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

10

CAPÍTULO II - DOS ÓRGÃOS AUXILIARES ART. 12 - FICAM INSTITUÍDOS OS SEGUINTES ÓRGÃOS AUXILIARES, CUJA COMPETÊNCIA É DEFINIDA NESTE CÓDIGO:

I - PROCURADORIA; II – DEFENSORIA; III - SECRETARIA. PARÁGRAFO ÚNICO - OS ÓRGÃOS AUXILIARES FUNCIONARÃO JUNTO ÀS COMISSÕES DISCIPLINARES.

ART. 13 - OS ÓRGÃOS AUXILIARES SERÃO REPRESENTADOS POR UM (01) MEMBRO EFETIVO.

PARÁGRAFO ÚNICO - QUANDO O VOLUME DE SERVIÇO O EXIGIR, PODERÃO SER NOMEADOS, PELO PRESIDENTE DA COMISSÃO, MEMBROS ASSISTENTES.

ART. 14 - OS MEMBROS DOS ÓRGÃOS AUXILIARES SERÃO NOMEADOS PELAS RESPECTIVAS COMISSÕES EXECUTIVAS OU ORGANIZADORAS DOS EVENTOS SOB A ORGANIZAÇÃO, COORDENAÇÃO E/OU SUPERVISÃO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE, COM MANDATO FIXADO NO RESPECTIVO TERMO DE NOMEAÇÃO.

PARÁGRAFO ÚNICO - A NOMEAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS AUXILIARES PREVISTOS NO ART. 12, INCISOS I E II, DEVERÁ RECAIR, PREFERENCIALMENTE, SOBRE PESSOA HABILITADA PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA.

ART. 15 - APLICA-SE AOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS AUXILIARES O DISPOSTO NOS ARTIGOS 7º, 9º E 11 DESTE CÓDIGO. SEÇÃO I - DOS PROCURADORES ART. 16 - SÃO ATRIBUIÇÕES DOS PROCURADORES, ALÉM DAS DEFINIDAS NO ART. 10, INCISOS V, XIII E XV:

I - APRESENTAR À COMISSÃO DISCIPLINAR COMPETENTE, NO PRAZO LEGAL, DENÚNCIA OU PARECER SOBRE OS FATOS NARRADOS NOS RELATÓRIOS DOS JOGOS, BEM COMO SOBRE TODA E QUALQUER IRREGULARIDADE OU INFRAÇÃO DA QUAL PRESENCIE OU TENHA CONHECIMENTO; II - FORMALIZAR AS PROVIDÊNCIAS LEGAIS E ACOMPANHÁ-LAS EM SEUS TRÂMITES; III - MANIFESTAR-SE NOS PRAZOS; IV - SUSTENTAR ORALMENTE, DURANTE AS SESSÕES, AS ACUSAÇÕES FORMULADAS; V - REQUERER VISTAS DOS AUTOS; VI - CONTRA-ARRAZOAR OS RECURSOS INTERPOSTOS; VII - IMPETRAR RECURSOS NOS CASOS PREVISTOS NESTE CÓDIGO; VIII - REQUERER A DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DA COMISSÃO; IX - REQUERER A INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA.

SEÇÃO II - DOS DEFENSORES ART. 17 - SÃO ATRIBUIÇÕES DOS DEFENSORES, ALÉM DAS DEFINIDAS NO ART. 10, INCISOS V, XIII E XV.

I - FORMALIZAR AS PROVIDÊNCIAS E ACOMPANHÁ-LAS EM SEUS TRÂMITES; II - MANIFESTAR-SE NOS PRAZOS; III - SUSTENTAR ORALMENTE, DURANTE AS SESSÕES, AS RAZÕES DE DEFESA; IV - REQUERER VISTA DOS AUTOS; V - CONTRA-ARRAZOAR OS RECURSOS INTERPOSTOS; VI - IMPETRAR RECURSOS NOS CASOS PREVISTOS NESTE CÓDIGO; VII - REQUERER A DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DA COMISSÃO; VIII - REQUERER A INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA.

SEÇÃO III - DOS SECRETÁRIOS

Page 11: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

11

ART. 18 - SÃO ATRIBUIÇÕES DOS SECRETÁRIOS DAS COMISSÕES ALÉM DAS DEFINIDAS NO ART. 10, INCISOS V, XIII E XV:

I - RECEBER, REGISTRAR, PROTOCOLAR E AUTUAR OS TERMOS DA DENÚNCIA, QUEIXA E OUTROS DOCUMENTOS ENVIADOS À COMISSÃO E ENCAMINHÁ-LOS IMEDIATAMENTE, AO PRESIDENTE DO RESPECTIVO ÓRGÃO, PARA DETERMINAÇÃO PROCEDIMENTAL; II - CONVOCAR OS AUDITORES PARA AS SESSÕES DESIGNADAS, BEM COMO CUMPRIR OS ATOS DE CITAÇÕES E INTIMAÇÕES DAS PARTES, TESTEMUNHAS E OUTROS, QUANDO DETERMINADOS; III - ATENDER A TODOS OS EXPEDIENTES DA COMISSÃO; IV - PRESTAR ÀS PARTES INTERESSADAS AS INFORMAÇÕES RELATIVAS AO ANDAMENTO DOS PROCESSOS; V - TER EM BOA GUARDA, TODO O ARQUIVO DA SECRETARIA CONSTANTE DE LIVROS, PAPÉIS E PROCESSOS; VI - EXPEDIR CERTIDÕES POR DETERMINAÇÃO DO PRESIDENTE; VII - RECEBER, PROTOCOLAR E REGISTRAR OS RECURSOS INTERPOSTOS;

TÍTULO III - DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES E ÓRGÃOS AUXILIARES. CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES ART. 19 – A COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES É DEFINIDA PELAS DISPOSIÇÕES DO PRESENTE ARTIGO.

PARÁGRAFO 1O. COMPETE À COMISSÃO DISCIPLINAR ESPECIAL PROCESSAR E JULGAR: I - AS PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS QUE INFRINGIREM, DURANTE A REALIZAÇÃO DO EVENTO ESPORTIVO SOB A ORGANIZAÇÃO, COORDENAÇÃO E/OU SUPERVISÃO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE, AS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NESTE CÓDIGO E/OU REGULAMENTO DO EVENTO; II - OS EMBARGOS DECLARATÓRIOS INTERPOSTOS SOBRE SUAS DECISÕES; III - OS MANDADOS DE GARANTIA, DURANTE A REALIZAÇÃO DOS EVENTOS; IV - AS IMPUGNAÇÕES DE PARTIDA, MODALIDADE COLETIVA, NOS TERMOS DEFINIDOS NESTE CÓDIGO; V - OS IMPEDIMENTOS OPOSTOS AOS SEUS MEMBROS; PARÁGRAFO 2O. COMPETE À COMISSÃO DISCIPLINAR PERMANENTE PROCESSAR E JULGAR: I - AS IRREGULARIDADES ÀS DISPOSIÇÕES DESTE CÓDIGO, COMETIDAS POR PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, QUANDO OS EVENTOS SOB A ORGANIZAÇÃO, COORDENAÇÃO E/OU SUPERVISÃO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO/ SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE NÃO ESTIVEREM OCORRENDO, OU QUE DECORRAM DE EVENTO ESPECÍFICO, APÓS O ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS DA COMISSÃO DISCIPLINAR ESPECIAL; II - OS EMBARGOS DECLARATÓRIOS INTERPOSTOS SOBRE SUAS DECISÕES; III - OS IMPEDIMENTOS OPOSTOS AOS SEUS MEMBROS; IV - OS RECURSOS DE REVISÃO, DE CONFORMIDADE COM AS DISPOSIÇÕES DESTE CÓDIGO. PARÁGRAFO 3O. OS CASOS OMISSOS DE NATUREZA DISCIPLINAR SERÃO RESOLVIDOS PELAS COMISSÕES DISCIPLINARES.

CAPÍTULO II - DA COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS AUXILIARES SEÇÃO I - DA COMPETÊNCIA DA PROCURADORIA ART. 20 - COMPETE À PROCURADORIA PROMOVER A RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS FÍSICAS, JURÍDICAS OU EQUIPARADAS QUE VIOLAREM AS DISPOSIÇÕES DESTE CÓDIGO E/OU REGULAMENTO DE EVENTO ESPECÍFICO, E A TODO TEMPO FISCALIZAR O CUMPRIMENTO E EXECUÇÃO DAS LEIS DESPORTIVAS. SEÇÃO II - DA COMPETÊNCIA DA DEFENSORIA

Page 12: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

12

ART. 21 - COMPETE À DEFENSORIA PROMOVER O ASSESSORAMENTO E A DEFESA DOS DIREITOS DAS PESSOAS FÍSICAS, JURÍDICAS OU EQUIPARADAS CONTRA AS QUAIS FOR INSTAURADO PROCESSO DISCIPLINAR, DESDE QUE NÃO DESCONSTITUÍDA, PODENDO ATUAR EM CONJUNTO COM O DEFENSOR CONSTITUÍDO PELA PARTE. SEÇÃO III - DA COMPETÊNCIA DA SECRETARIA ART. 22 - COMPETE À SECRETARIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES O TRABALHO DE EXECUÇÃO CARTORIAL DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS. TÍTULO IV - DO PROCESSO DISCIPLINAR CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 23 - O PROCESSO DISCIPLINAR DESPORTIVO ORIENTAR-SE-Á PELOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE, IMPESSOALIDADE, EFICIÊNCIA, OFICIALIDADE, CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, VERDADE REAL, ORALIDADE, LEALDADE, ECONOMIA PROCESSUAL, INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS E SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO. ART. 24 - O PROCESSO DISCIPLINAR É O INSTRUMENTO PELO QUAL AS COMISSÕES DISCIPLINARES APLICA O DIREITO DESPORTIVO AOS CASOS CONCRETOS E SERÁ INICIADO NA FORMA PREVISTA NESTE CÓDIGO E SE DESENVOLVERÁ POR IMPULSO OFICIAL. ART. 25 - A SÚMULA E O RELATÓRIO DA ARBITRAGEM OU COORDENAÇÃO DE MODALIDADE, QUE CONSUBSTANCIEM INFRAÇÃO DISCIPLINAR, SERÃO, POR INTERMÉDIO DA COMISSÃO DIRIGENTE, ENCAMINHADOS, NO PRAZO LEGAL, À PROCURADORIA PARA AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS. CAPÍTULO II - DA SINDICÂNCIA ART. 26 - A SINDICÂNCIA TEM POR FIM APURAR A EXISTÊNCIA DE INFRAÇÕES DISCIPLINARES E DETERMINAR A SUA AUTORIA, PARA SUBSEQUENTE INSTAURAÇÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR.

PARÁGRAFO ÚNICO - SÓ HAVERÁ INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA, COMO ANTECEDENTE NECESSÁRIO DO PROCESSO DISCIPLINAR, QUANDO NÃO FOR CONHECIDA A AUTORIA OU ELEMENTOS NECESSÁRIOS À SUA IDENTIFICAÇÃO.

ART. 27 - A INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA INICIAR-SE-Á POR DETERMINAÇÃO DO PRESIDENTE, A REQUERIMENTO DA PROCURADORIA OU DA PARTE INTERESSADA E SERÁ DIRIGIDA À COMISSÃO COMPETENTE.

PARÁGRAFO 1º - AO FORMULAR O PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA A PROCURADORIA OU A PARTE INTERESSADA REQUERERÁ AS DILIGÊNCIAS NECESSÁRIAS E A OITIVA DAS TESTEMUNHAS, SE HOUVER, SENDO FACULTADO AO PRESIDENTE DO ÓRGÃO DETERMINAR ATOS COMPLEMENTARES. PARÁGRAFO 2º - SENDO A SINDICÂNCIA INSTAURADA A REQUERIMENTO DE TERCEIRO INTERESSADO, OUVIR-SE-Á, OBRIGATORIAMENTE A PROCURADORIA QUE ACOMPANHARÁ O FEITO ATÉ FINAL CONCLUSÃO.

ART. 28 - REALIZADAS TODAS AS DILIGÊNCIAS E OUVIDAS TODAS AS TESTEMUNHAS E NÃO HAVENDO MAIS ATO INVESTIGATÓRIO A SER PRATICADO, A SINDICÂNCIA SERÁ CONCLUÍDA POR TERMO NOS AUTOS. ART. 29 - ESTANDO CARACTERIZADA QUALQUER INFRAÇÃO E DETERMINADA A AUTORIA, OS AUTOS DE SINDICÂNCIA SERÃO REMETIDOS À PROCURADORIA PARA AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS. ART. 30 - NÃO RESTANDO CARACTERIZADA INFRAÇÃO OU DETERMINADA A AUTORIA, OS AUTOS DE SINDICÂNCIA SERÃO ARQUIVADOS, POR DETERMINAÇÃO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO. CAPÍTULO III - DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Page 13: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

13

ART. 31 - QUANDO A DECISÃO JUSTIFICADAMENTE NÃO PUDER SER PROFERIDA DESDE LOGO, MAS HOUVER INDÍCIOS VEEMENTES CONTRA PESSOA FÍSICA PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR, O PRESIDENTE DA COMISSÃO COMPETENTE PODERÁ SUSPENDÊ-LA, PREVENTIVAMENTE, POR PRAZO NÃO SUPERIOR A DEZ (10) DIAS.

PARÁGRAFO ÚNICO - O PRAZO DA SUSPENSÃO PREVENTIVA SEMPRE SERÁ COMPUTADO NA SUSPENSÃO DEFINITIVA.

CAPÍTULO IV - DO LITISCONSÓRCIO E DA ASSISTÊNCIA ART. 32 - PODERÃO FIGURAR NO PROCESSO DISCIPLINAR, EM CONJUNTO, NO PÓLO ATIVO OU PASSIVO DA RELAÇÃO PROCESSUAL, DUAS OU MAIS PESSOAS, QUANDO:

I - ENTRE ELAS HOUVER COMUNHÃO DE DIREITOS OU DE OBRIGAÇÕES RELATIVAS À DEMANDA; II - OS DIREITOS OU AS OBRIGAÇÕES DERIVAM DO MESMO FUNDAMENTO DE FATO OU DE DIREITO.

ART. 33 - PODERÁ INTERVIR NO PROCESSO DISCIPLINAR, O TERCEIRO QUE TIVER INTERESSE JURÍDICO NO RESULTADO DA CAUSA. CAPÍTULO V - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES ART. 34 - CITAÇÃO É O ATO PROCESSUAL PELO QUAL A PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA É CONVOCADA PARA, PERANTE AS COMISSÕES DISCIPLINARES, COMPARECER E DEFENDER-SE DAS ACUSAÇÕES QUE LHE É IMPUTADA. ART. 35 - INTIMAÇÃO É O ATO PROCESSUAL PELO QUAL SE DÁ CIÊNCIA À PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA DOS ATOS E TERMOS DO PROCESSO, PARA QUE FAÇA OU DEIXE DE FAZER ALGUMA COISA. ART. 36 - AS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES DAS PESSOAS JURÍDICAS OU EQUIPARADAS FAR-SE-ÃO ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE LEGAL OU CREDENCIADO PERANTE OS EVENTOS ESPORTIVOS, NA FORMA DEFINIDA NESTE CÓDIGO. ART. 37 - AS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES DAS PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS DURANTE A REALIZAÇÃO DOS EVENTOS FAR-SE-ÃO POR EDITAL OU PESSOALMENTE.

PARÁGRAFO 1º - NOS DEMAIS CASOS, OS ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL FAR-SE-ÃO POR TELEGRAMA, TELEX, FAC-SÍMILE, OFÍCIO OU E-MAIL E, SÓ EXCEPCIONALMENTE, POR EDITAL. PARÁGRAFO 2º - AS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES DAS PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS PODERÃO SER DIRIGIDAS AOS REPRESENTANTES CREDENCIADOS DAS DELEGAÇÕES A QUE PERTENCEM OU ÀS ENTIDADES QUE OS REPRESENTAM, DESDE QUE O MESMO ATO DE COMUNICAÇÃO ESTEJA PUBLICADO EM EDITAL.

ART. 38 - O INSTRUMENTO DE CITAÇÃO INDICARÁ O NOME DO CITANDO, SUA QUALIFICAÇÃO E A ENTIDADE A QUE PERTENCER, DIA, HORA E LOCAL DE COMPARECIMENTO E A FINALIDADE DE SUA CONVOCAÇÃO. ART. 39 - O CITADO QUE NÃO APRESENTAR DEFESA ESCRITA OU ORAL, SERÁ CONSIDERADO REVEL DESDE QUE SEJA DESCONSTITUÍDA A DEFENSORIA.

PARÁGRAFO ÚNICO - A REVELIA IMPORTA, COMO CONSEQUÊNCIA JURÍDICA, NA CONFISSÃO QUANTO À MATÉRIA DE FATO.

ART. 40 - O COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO DA PARTE SUPRE A FALTA OU A IRREGULARIDADE DA CITAÇÃO. CAPÍTULO VI - DAS PROVAS SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 41 - TODOS OS MEIOS LEGAIS, BEM COMO OS MORALMENTE LEGÍTIMOS, AINDA QUE NÃO ESPECIFICADOS NESTE CÓDIGO, SÃO HÁBEIS PARA PROVAR A VERDADE DOS FATOS ALEGADOS NO PROCESSO DISCIPLINAR.

Page 14: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

14

ART. 42 - A PROVA DOS FATOS ALEGADOS NO PROCESSO DISCIPLINAR, CABERÁ À PARTE QUE OS FORMULAR.

PARÁGRAFO ÚNICO - NÃO DEPENDEM DE PROVA OS FATOS: I - NOTÓRIOS; II - FORMULADOS POR UMA PARTE E CONFESSADOS PELA PARTE CONTRÁRIA; III - QUE GOZAREM DA PRESUNÇÃO DE VERACIDADE.

ART. 43 - A SÚMULA E O RELATÓRIO DO ÁRBITRO, AUXILIARES OU COORDENADORES TÉCNICOS, GOZARÃO DA PRESUNÇÃO DE VERACIDADE.

PARÁGRAFO 1º - A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE CONTIDA NO “CAPUT” DESTE ARTIGO SERVIRÁ DE BASE PARA A FORMULAÇÃO DA DENÚNCIA E MEIO PROBATÓRIO DA PROCURADORIA, NÃO CONSTITUINDO VERDADE ABSOLUTA, DEVENDO SER PRODUZIDA E RATIFICADA NA INSTRUÇÃO. PARÁGRAFO 2º - NÃO SE APLICA O DISPOSTO NESTE ARTIGO QUANDO SE TRATAR DE INFRAÇÃO PRATICADA PELO ÁRBITRO, AUXILIARES E COORDENADORES TÉCNICOS.

SEÇÃO II - DO DEPOIMENTO PESSOAL ART. 44 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO PODE, DE OFÍCIO, OU A REQUERIMENTO DA PROCURADORIA OU DA PARTE INTERESSADA, ANTES DE ENCERRAR A FASE DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL, DETERMINAR O COMPARECIMENTO PESSOAL DA(S) PARTE(S) A FIM DE INTERROGÁ-LA SOBRE OS FATOS DA CAUSA.

PARÁGRAFO 1º - O DEPOIMENTO PESSOAL DEVE SER, PREFERENCIALMENTE, TOMADO NO INÍCIO DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. PARÁGRAFO 2º - A PARTE SERÁ INTERROGADA NA FORMA DETERMINADA PARA INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS.

SEÇÃO III - DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA ART. 45 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO PODERÁ ORDENAR QUE A PARTE OU PESSOA VINCULADA AO EVENTO EXIBA DOCUMENTO OU COISA QUE SE ACHE EM SEU PODER.

PARÁGRAFO ÚNICO - AO DETERMINAR A EXIBIÇÃO, O PRESIDENTE INDIVIDUALIZARÁ O DOCUMENTO OU A COISA E DETERMINARÁ A RAZÃO DA SUA APRESENTAÇÃO.

SEÇÃO IV - DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL ART. 46 - COMPETE À PROCURADORIA OU À PARTE INTERESSADA INSTRUIR A PEÇA DE DENÚNCIA OU QUEIXA, OU A SUA RESPOSTA, COM OS DOCUMENTOS DESTINADOS A PROVAR-LHE AS ALEGAÇÕES.

PARÁGRAFO ÚNICO - É LÍCITO ÀS PARTES, ATÉ O TÉRMINO DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, JUNTAR AOS AUTOS DOCUMENTOS NOVOS, DESTINADOS A FAZER PROVA DOS FATOS PERTINENTES À CAUSA.

ART. 47 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO DISCIPLINAR REQUISITARÁ ÀS COMISSÕES ORGANIZADORAS DO EVENTO, DOCUMENTOS DE INTERESSE DA JUSTIÇA DESPORTIVA. SEÇÃO V - DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL ART. 48 - A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL SERÁ SEMPRE ADMITIDA NO PROCESSO DISCIPLINAR, EXCETO QUANDO O FATO A SER PROVADO DEPENDER, EXCLUSIVAMENTE, DE PROVA DOCUMENTAL OU PERICIAL. ART. 49 - PODEM DEPOR COMO TESTEMUNHAS TODAS AS PESSOAS, EXCETO OS INCAPAZES, IMPEDIDOS OU SUSPEITOS:

PARÁGRAFO 1º - SÃO INCAPAZES: I - O QUE, ACOMETIDO POR ENFERMIDADE, OU DEBILIDADE MENTAL, AO TEMPO EM QUE OCORRERAM OS FATOS, NÃO PODIA DISCERNÍ-LOS, OU, AO TEMPO EM QUE DEVE NÃO ESTÁ HABILITADO A TRANSMITIR AS PERCEPÇÕES;

Page 15: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

15

II - O MENOR DE CATORZE (14) ANOS; III - O CEGO E O SURDO, QUANDO A CIÊNCIA DO FATO DEPENDER DOS SENTIDOS QUE LHES FALTAM. PARÁGRAFO 2º - SÃO IMPEDIDOS O CÔNJUGE, BEM COMO O ASCENDENTE E O DESCENDENTE EM QUALQUER GRAU, OU COLATERAL, ATÉ O TERCEIRO GRAU, DE ALGUMA DAS PARTES, POR CONSANGÜINIDADE OU AFINIDADE, SALVO SE O EXIGIR O INTERESSE PÚBLICO. PARÁGRAFO 3º - SÃO SUSPEITOS: I - O CONDENADO POR CRIME DE FALSO TESTEMUNHO, HAVENDO TRAMITADO EM JULGADO A SENTENÇA; II - O QUE, POR SEUS COSTUMES, NÃO FOR DIGNO DE FÉ; III - O INIMIGO DA PARTE, OU O SEU AMIGO ÍNTIMO; IV - O QUE TIVER INTERESSE NA CAUSA. PARÁGRAFO 4º - QUANDO O INTERESSE DO DESPORTO O EXIGIR, A COMISSÃO OUVIRÁ TESTEMUNHAS INCAPAZES, IMPEDIDAS OU SUSPEITAS, MAS NÃO LHES DEFERIRÁ COMPROMISSO E DARÁ AOS SEUS DEPOIMENTOS O VALOR QUE POSSAM MERECER.

ART. 50 - A TESTEMUNHA NÃO É OBRIGADA A DEPOR SOBRE FATOS A CUJO RESPEITO, POR ESTADO OU PROFISSÃO DEVA GUARDAR SIGILO. ART. 51 - INCUMBE À PARTE, ATÉ O INÍCIO DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, APRESENTAR O ROL DE TESTEMUNHAS, QUALIFICANDO-AS.

PARÁGRAFO 1º - É PERMITIDO A CADA PARTE APRESENTAR, NO MÁXIMO TRÊS (03) TESTEMUNHAS. PARÁGRAFO 2º - NOS PROCESSOS COM MAIS DE TRÊS (03) INTERESSADOS, O NÚMERO DE TESTEMUNHAS NÃO PODERÁ EXCEDER A NOVE (09). PARÁGRAFO 3º - AS TESTEMUNHAS ARROLADAS PODERÃO SER SUBSTITUÍDAS, A CRITÉRIO DA PARTE QUE AS ARROLOU, ATÉ O INÍCIO DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. PARÁGRAFO 4º - A COMISSÃO PODERÁ, EM CASOS EXCEPCIONAIS, OUVIR TESTEMUNHAS DEVIDAMENTE ARROLADAS, ANTES DA SESSÃO DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, DESDE QUE AS PARTES INTERESSADAS TENHAM SIDO INTIMADAS PARA ACOMPANHAR O DEPOIMENTO. PARÁGRAFO 5º - AS TESTEMUNHAS ARROLADAS, EXCETO AS DA PROCURADORIA, DEVERÃO COMPARECER INDEPENDENTEMENTE DE INTIMAÇÃO, E SÓ EM CASOS EXCEPCIONAIS, ASSIM CONSIDERADOS PELO PRESIDENTE DA COMISSÃO, SERÃO INTIMADAS.

SEÇÃO VI - DA PROVA PERICIAL ART. 52 - A PROVA PERICIAL CONSISTE EM EXAME E VISTORIA.

PARÁGRAFO ÚNICO - O PRESIDENTE INDEFERIRÁ A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL QUANDO: I - O FATO NÃO DEPENDER DO CONHECIMENTO ESPECIAL DE TÉCNICO; II - FOR DESNECESSÁRIA EM VISTA DE OUTRAS PROVAS PRODUZIDAS OU PASSÍVEIS DE PRODUÇÃO; III - FOR IMPRATICÁVEL; IV - FOR REQUERIDA COM FINS MERAMENTE PROTELATÓRIOS.

ART. 53 - SENDO DEFERIDA A PROVA PERICIAL, O PRESIDENTE DO ÓRGÃO NOMEARÁ O PERITO, FIXARÁ OS QUESITOS E DETERMINARÁ O PRAZO PARA A APRESENTAÇÃO DO LAUDO.

PARÁGRAFO 1º - É FACULTADO ÀS PARTES INDICAR ASSITENTE TÉCNICO E FORMULAR QUESITOS. PARÁGRAFO 2º - A NOMEAÇÃO DE PERITOS DEVERÁ, NECESSARIAMENTE, RECAIR SOBRE AGENTE PÚBLICO COM QUALIFICAÇÃO TÉCNICA. PARÁGRAFO 3º - O PRAZO PARA CONCLUSÃO DO LAUDO SERÁ DE QUARENTA E OITO (48) HORAS, PODENDO O PRESIDENTE PRORROGÁ-LO A PEDIDO DO PERITO, EM CASOS EXCEPCIONAIS.

SEÇÃO VII - DA INSPEÇÃO ART. 54 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO, DE OFÍCIO OU A REQUERIMENTO DA PROCURADORIA, PODE, ATÉ O TÉRMINO DA FASE DE INSTRUÇÃO, INSPECIONAR PESSOAS OU COISAS, A FIM DE SE ESCLARECER SOBRE FATO QUE INTERESSE À DECISÃO DA CAUSA.

Page 16: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

16

PARÁGRAFO ÚNICO - O PRESIDENTE DA COMISSÃO FARÁ A INSPEÇÃO DIRETAMENTE OU COM O AUXÍLIO DE PESSOA HABILITADA.

ART. 55 - CONCLUÍDA A INSPEÇÃO, O PRESIDENTE MANDARÁ LAVRAR AUTO CIRCUNSTANCIADO, MENCIONANDO NELE TUDO QUANTO FOR ÚTIL AO JULGAMENTO DA CAUSA. CAPÍTULO VII - DOS PRAZOS ART. 56 - PRAZO É O LAPSO DE TEMPO NO QUAL OS ATOS PROCESSUAIS DESPORTIVOS DEVEM SER PRATICADOS.

PARÁGRAFO 1º - CONSIDERA-SE PRAZO LEGAL AQUELES QUE DEVEM REALIZAR-SE EM CONFORMIDADE COM O PREVISTO NESTE CÓDIGO E, PRAZOS DE OFÍCIO, AQUELES FIXADOS PELO PRESIDENTE DA COMISSÃO NO CURSO DO PROCESSO, NA AUSÊNCIA DE EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. PARÁGRAFO 2º - OS PRAZOS DE OFÍCIO SERÃO DE ATÉ QUATRO (04) HORAS.

ART. 57 - CONTAM-SE OS PRAZOS DA PUBLICAÇÃO DO ATO, NA FORMA DEFINIDA NESTE CÓDIGO. ART. 58 - O PRAZO PARA O ÁRBITRO E, QUANDO FOR O CASO, PARA O COORDENADOR DA MODALIDADE ENTREGAR A SÚMULA E O RELATÓRIO NA COMISSÃO DIRIGENTE É DE ATÉ DUAS (02) HORAS CONTADAS DO ENCERRAMENTO DO PERÍODO.

PARÁGRAFO ÚNICO – A ENTREGA DA SÚMULA OU RELATÓRIO ARBITRAL FORA DO PRAZO PRESCRITO NO CAPUT NÃO IMPORTARÁ NA IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE EVENTUAL INFRAÇÃO DISCIPLINAR, CABENDO SOMENTE A RESPONSABILIZAÇÃO DA ARBITAGEM PELA INOBSERVÂNCIA INJUSTIFICADA.

ART. 59 - O PRAZO PARA A COMISSÃO DIRIGENTE REMETER A SÚMULA E O RELATÓRIO, QUE CONSUBSTANCIE INFRAÇÕES, À PROCURADORIA É DE ATÉ DUAS (02) HORAS, CONTADAS DO SEU RECEBIMENTO.

PARÁGRAFO ÚNICO – A REMESSA DA SÚMULA OU RELATÓRIO ARBITRAL FORA DO PRAZO PRESCRITO NO CAPUT NÃO IMPORTARÁ NA IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE EVENTUAL INFRAÇÃO DISCIPLINAR, CABENDO SOMENTE A RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE DESPORTIVO PELA INOBSERVÂNCIA INJUSTIFICADA.

ART. 60 - O PRAZO PARA A LAVRATURA DE ACÓRDÃO É DE VINTE E QUATRO (24) HORAS, CONTADAS DA PUBLICAÇÃO DA DECISÃO. ART. 61 - NO CASO DE DEFENSOR CONSTITUÍDO PELA PARTE O PRAZO PARA A JUNTADA DA PROCURAÇÃO É DE ATÉ 24 (VINTE E QUATRO) HORAS. CAPÍTULO VIII - DAS NULIDADES ART. 62 - A NULIDADE PROCESSUAL SOMENTE TERÁ CABIMENTO SE OCORRER INOBSERVÂNCIA OU VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS QUE ORIENTAM O PROCESSO DISCIPLINAR. ART. 63 - A NULIDADE PROCESSUAL SERÁ REQUERIDA PELA PROCURADORIA OU PARTE INTERESSADA, NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE EM QUE SE MANIFESTAR NOS AUTOS, E SERÁ DECLARADA POR TERMO NO MESMO.

PARÁGRAFO ÚNICO - A COMISSÃO, AO PRONUNCIAR A NULIDADE DECLARARÁ QUE ATOS SÃO ATINGIDOS, ORDENANDO AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS, A FIM DE QUE SEJAM RETIFICADOS OU ANULADOS.

ART. 64 - A NULIDADE NÃO SERÁ PRONUNCIADA EM FAVOR DE QUEM LHE HOUVER DADO CAUSA, COMO NÃO O SERÁ TAMBÉM, QUANDO O PROCESSO, NO MÉRITO, PUDER SER RESOLVIDO A FAVOR DA PARTE QUE A APROVEITARIA.

Page 17: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

17

ART. 65 - NÃO SERÁ DECIDIDA A NULIDADE PROCESSUAL QUANDO SE TRATAR DE MERA INOBSERVÂNCIA DE FORMALIDADE NÃO ESSENCIAL, QUE IMPEÇA A BUSCA DA VERDADE. CAPÍTULO IX - DOS PROCEDIMENTOS ART. 66 - OS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES DISCIPLINARES OBSERVARÃO O PROCEDIMENTO SUMÁRIO DEFINIDOS NESTE CÓDIGO. ART. 67 - O PROCESSO DISCIPLINAR DESPORTIVO SERÁ INICIADO POR DENÚNCIA DA PROCURADORIA OU ATRAVÉS DE QUEIXA DA PARTE INTERESSADA.

PARÁGRAFO ÚNICO - A DENÚNCIA OU A QUEIXA SERÁ DIRIGIDA À COMISSÃO COMPETENTE, E CONTERÁ: A) A QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE; B) OS FATOS E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO; C) AS PROVAS QUE O REQUERENTE PRETENDE PRODUZIR; D) O REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO DO INDICIADO, SE HOUVER.

ART. 68 - REGISTRADA E AUTUADA A DENÚNCIA OU A QUEIXA, SERÃO OS AUTOS CONCLUSOS AO PRESIDENTE PARA DESIGNAR O RELATOR E DIA E HORA DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, INCONTINENTE PROCEDER-SE-Á A CITAÇÃO E OS DEMAIS ATOS DE COMUNICAÇÃO.

PARÁGRAFO 1º - QUANDO O PROCESSO INICIAR-SE ATRAVÉS DE QUEIXA, O PRESIDENTE, ANTES DE DESIGNAR O RELATOR E DIA E HORA DA SESSÃO, REMETERÁ OS AUTOS À PROCURADORIA PARA RETIFICÁ-LA, ADITÁ-LA OU OPINAR SOBRE A SUA REJEIÇÃO. PARÁGRAFO 2º - A QUEIXA SERÁ REJEITADA, DE PLANO PELA PROCURADORIA OU NO CURSO PROCESSUAL, QUANDO: A) O FATO RELATADO, NÃO CONSTITUI INFRAÇÃO PASSÍVEL DE PUNIÇÃO; B) JÁ ESTIVER EXTINTA A PUNIBILIDADE.

ART. 69 - CUMPRIDOS OS ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL A QUE SE REFERE O ARTIGO ANTERIOR, SEGUIR-SE-Á COM A SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. CAPÍTULO X - DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ART. 70 - NO DIA E HORA DESIGNADOS, O PRESIDENTE DA COMISSÃO, HAVENDO NÚMERO LEGAL, DECLARARÁ ABERTA A SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, MANDANDO APREGOAR AS PARTES.

PARÁGRAFO ÚNICO - AS SESSÕES DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO SERÃO PUBLICAS, PODENDO O PRESIDENTE DA COMISSÃO, POR MOTIVO DE ORDEM OU SEGURANÇA, DETERMINAR QUE A SESSÃO SEJA SECRETA, GARANTIDA, PORÉM, A PRESENÇA DAS PARTES E SEUS REPRESENTANTES LEGAIS.

ART. 71 - NAS SESSÕES DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO SERÁ OBSERVADA A PAUTA PREVIAMENTE ELABORADA PELA SECRETARIA, DE ACORDO COM A ORDEM NUMÉRICA DOS PROCESSOS, RESSALVADOS OS PEDIDOS DE PREFERÊNCIA DAS PARTES QUE ESTIVEREM PRESENTES, COM PRIORIDADE PARA OS CASOS QUE EXIJAM PRONTA DECISÃO. ART. 72 - EM CADA PROCESSO, ANTES DE DAR A PALAVRA AO RELATOR, O PRESIDENTE INDAGARÁ DAS PARTES SE TEM PROVAS A PRODUZIR, INCLUSIVE TESTEMUNHAIS, MANDANDO ANOTAR AS QUE FOREM INDICADAS, PARA OS DEVIDOS EFEITOS.

PARÁGRAFO 1º - DEFERIDA PELA COMISSÃO A PRODUÇÃO DAS PROVAS, SERÃO OUVIDAS AS TESTEMUNHAS SEPARADAMENTE E, EM SEGUIDA, SERÃO OS SEUS DEPOIMENTOS REDUZIDOS A TERMO, NA PRÓPRIA ATA DA SESSÃO. PARÁGRAFO 2º - SE ESTIVER PRESENTE, O DENUNCIADO OU O REQUERENTE SERÁ TOMADO, INICIALMENTE, O SEU DEPOIMENTO E, EM SEGUIDA, REDUZIDO A TERMO NA ATA DA SESSÃO. PARÁGRAFO 3º - SE HOUVER PROVA FONOGRÁFICA OU CINEMATOGRÁFICA, SERÁ PRODUZIDA ANTES DAS TESTEMUNHAIS.

Page 18: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

18

ART. 73 - CONCLUÍDA A FASE INSTRUTÓRIA, COM A PRODUÇÃO DAS PROVAS DEFERIDAS, SERÁ DADO O PRAZO DE DEZ (10) MINUTOS, SUCESSIVAMENTE, À PROCURADORIA E A CADA UMA DAS PARTES, PARA AS SUAS RAZÕES FINAIS.

PARÁGRAFO ÚNICO - QUANDO DUAS OU MAIS PARTES FOREM REPRESENTADAS PELO MESMO DEFENSOR, O PRAZO SERÁ DE VINTE (20) MINUTOS.

ART. 74 - O PRESIDENTE, ENCERRADOS OS DEBATES, INDAGARÁ DOS AUDITORES SE ESTÃO EM CONDIÇÃO DE VOTAR E, NO CASO AFIRMATIVO, DARÁ A PALAVRA AO RELATOR, PARA PROFERIR O SEU VOTO.

PARÁGRAFO 1º - O RELATOR, FINDO O RELATÓRIO, PRESTARÁ AOS DEMAIS AUDITORES OS ESCLARECIMENTOS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIOS. PARÁGRAFO 2º - EM CASOS EXCEPCIONAIS, O PRESIDENTE PODERÁ, A PEDIDO DE QUALQUER AUDITOR, DEFERIR DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES, TENDENTES A ESCLARECER QUESTÃO CONDICIONANTE À SOLUÇÃO DA CAUSA. PARÁGRAFO 3º - AS DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES, QUANDO DEFERIDAS, DEVERÃO SER REALIZADAS DESDE LOGO E O PROCESSO, OBRIGATORIAMENTE, SER REINCLUÍDO NA PAUTA DA SESSÃO SUBSEQUENTE.

ART. 75 - NÃO SENDO PERMITIDA A RECLASSIFICAÇÃO, OS VOTOS DOS AUDITORES DEVEM SER FUNDAMENTADOS E ESTAR VINCULADOS AOS PEDIDOS DA PROCURADORIA E DEFENSORIA. ART. 76 - APÓS TIPIFICADA A INFRAÇÃO, QUANDO NÃO SE VERIFICAR MAIORIA, EM VIRTUDE DE DIVERSIDADE DE VOTOS, NA VOTAÇÃO PARA APLICAÇÃO DA PENA CONSIDERAR-SE-Á O AUDITOR QUE HOUVER VOTADO POR PENA MAIOR COMO TENDO VOTADO PELA PENA EM CONCRETO IMEDIATAMENTE INFERIOR. ART. 77 - PROCLAMADO O RESULTADO DO JULGAMENTO, A DECISÃO SERÁ IRRECORRÍVEL E PASSA A PRODUZIR EFEITOS IMEDIATOS INDEPENDENTE DE SUA PUBLICAÇÃO, SALVO SE JÁ TIVER SE OPERADO A PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA OU O CUMPRIMENTO DA PENA. ART. 78 - A LAVRATURA DO ACÓRDÃO SERÁ DETERMINADA PELO PRESIDENTE DO ÓRGÃO.

PARÁGRAFO 1º. O REGISTRO DA PUNIÇÃO, QUANDO APLICADA, SERÁ EFETUADO EM UM QUADRO DE PUNIÇÕES OU DOCUMENTO EQUIVALENTE. PARÁGRAFO 2º. A DATA DE INÍCIO PARA CUMPRIMENTO DA PENA OCORRERÁ A PARTIR DA DATA DO JULGAMENTO DO PROCESSO DISCIPLINAR, OU, DA DATA DE OCORRÊNCIA DO FATO SE ASSIM DISPUSER EXPRESSAMENTE O PRESIDENTE DO RESPECTIVO ÓRGÃO JUDICANTE.

TÍTULO V - DOS PROCESSOS ESPECIAIS CAPÍTULO I - DO MANDADO DE GARANTIA ART. 79 - CONCEDER-SE-Á MANDADO DE GARANTIA SEMPRE QUE, ILEGALMENTE OU COM ABUSO DE PODER, ALGUÉM SOFRER VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO OU TENHA JUSTO RECEIO DE SOFRÊ-LA, POR PARTE DE QUALQUER AUTORIDADE DESPORTIVA.

PARÁGRAFO ÚNICO - PARA EFEITOS DESTE CÓDIGO, CONSIDERA-SE AUTORIDADE DESPORTIVA, QUALQUER PESSOA FÍSICA QUE DETENHA PODER DECISÓRIO EM QUALQUER FUNÇÃO DURANTE O EVENTO.

ART. 80 - NÃO SE CONCEDERÁ MANDADO DE GARANTIA TENDO POR OBJETO:

I - ATO OU DECISÃO DA COMISSÃO DISCIPLINAR QUANDO HOUVER RECURSO PREVISTO NESTE CÓDIGO; II - A SUSPENSÃO DE PENA DISCIPLINAR.

ART. 81 - A PETIÇÃO INICIAL, DIRIGIDA AO PRESIDENTE DA COMISSÃO DISCIPLINAR, SERÁ APRESENTADA EM DUAS VIAS, COM OS DOCUMENTOS QUE A INSTRUÍREM.

Page 19: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

19

PARÁGRAFO ÚNICO - APÓS A APRESENTAÇÃO DA PETIÇÃO, NÃO PODERÃO SER JUNTADOS NOVOS DOCUMENTOS NEM ADUZIDAS NOVAS RAZÕES.

ART. 82 - AO DESPACHAR A INICIAL, O PRESIDENTE DA COMISSÃO ORDENARÁ QUE SE NOTIFIQUEM A AUTORIDADE COATORA, À QUAL SERÁ ENVIADA UMA DAS VIAS DA PETIÇÃO INICIAL, JUNTAMENTE COM CÓPIA DOS DOCUMENTOS, A FIM DE QUE PRESTE INFORMAÇÕES NO PRAZO DE VINTE E QUATRO (24) HORAS. ART. 83 - EM CASO DE URGÊNCIA, SERÁ PERMITIDO, OBSERVADOS OS REQUISITOS DESTE CÓDIGO, IMPETRAR MANDADO DE GARANTIA POR TELEGRAMA, FAC-SÍMILE, TELEX OU E-MAIL, PODENDO O PRESIDENTE DA COMISSÃO, PELA MESMA FORMA, DETERMINAR A NOTIFICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA. ART. 84 - QUANDO FOR RELEVANTE O FUNDAMENTO DO PEDIDO, E A DEMORA POSSA TORNAR INEFICAZ A MEDIDA, O PRESIDENTE DA COMISSÃO, AO DESPACHAR A INICIAL, PODERÁ CONCEDER MEDIDA LIMINAR.

PARÁGRAFO ÚNICO - NÃO CABERÁ CONCESSÃO DE LIMINAR SEMPRE QUE SE TRATAR DE PEDIDO QUE VENHA, DE QUALQUER MODO, ALTERAR TABELA OU A REALIZAÇÃO DE EVENTOS OFICIAIS.

ART. 85 - A INICIAL SERÁ DESDE LOGO INDEFERIDA QUANDO NÃO FOR CASO DE MANDADO DE GARANTIA OU QUANDO LHE FALTAR ALGUM DOS REQUISITOS PREVISTOS NESTE CÓDIGO. ART. 86 - FINDO O PRAZO DO ART. 82, O PRESIDENTE DA COMISSÃO CONCEDERÁ VISTA AO PROCURADOR PARA PRONUNCIAR-SE.

PARÁGRAFO 1º - RESTITUÍDOS OS AUTOS DO PROCESSO PELO PROCURADOR, SERÁ DESIGNADA SESSÃO DE JULGAMENTO, TENHAM OU NÃO SIDO PRESTADAS AS INFORMAÇÕES REQUERIDAS À AUTORIDADE COATORA. PARÁGRAFO 2º - O PRESIDENTE DA COMISSÃO, PARA O JULGAMENTO DO MANDADO DE GARANTIA IMPETRADO, PODERÁ CONVOCAR, SE NECESSÁRIO, SESSÃO EXTRAORDINÁRIA.

ART. 87 - OS PROCESSOS DE MANDADO DE GARANTIA TÊM PRIORIDADE SOBRE OS DEMAIS. ART. 88 - O MANDADO DE GARANTIA PODERÁ SER RENOVADO SE A DECISÃO DENEGATÓRIA NÃO LHE HOUVER APRECIADO O MÉRITO. CAPÍTULO II - DA IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA OU PROVA ART. 89 - É ADMITIDA A IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA OU PROVA, OU ALTERAÇÃO DE SEU RESULTADO, DE CONFORMIDADE COM O PROCEDIMENTO ADOTADO NESTE CAPÍTULO. ART. 90 - O PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA OU PROVA SERÁ DIRIGIDO À COMISSÃO COMPETENTE, OBRIGATORIAMENTE, SUBSCRITO PELO CHEFE DE DELEGAÇÃO DA AUTORIDADE REQUERENTE, NO PRAZO DE ATÉ UMA (01) HORA A CONTAR DO ENCERRAMENTO DA PARTIDA OU PROVA, OU MANIFESTAÇÃO E QUANDO HOUVER, DA JUNTA DE DECISÃO, NOS TERMOS DO ART. 91.

PARÁGRAFO 1º - PROTOCOLADO E REGISTRADO O PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO NA COMISSÃO, OS AUTOS SERÃO REMETIDOS, EM CARÁTER DE URGÊNCIA, AO PRESIDENTE DO ÓRGÃO, QUE IMEDIATAMENTE DARÁ VISTAS AO PROCURADOR PARA EMITIR PARECER, SENDO EM SEGUIDA INCLUÍDO EM PAUTA PARA JULGAMENTO, EM SESSÃO ORDINÁRIA, SE POSSÍVEL, OU EXTRAORDINÁRIA. PARÁGRAFO 2º - PROCESSADO O FEITO, A COMISSÃO DECIDIRÁ, EM CARÁTER IRRECORRÍVEL.

ART. 91 - O PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO DE PROVA OU PARTIDA, SERÁ DIRIGIDO, CONFORME O CASO E SE HOUVER, À JUNTA DE DECISÃO, VERBALMENTE OU POR ESCRITO E, OBRIGATORIAMENTE, FORMULADA PELO TÉCNICO RESPONSÁVEL PELA EQUIPE, NO PRAZO DE ATÉ UMA (01) HORA, A CONTAR DO ENCERRAMENTO DA PARTIDA OU PROVA.

PARÁGRAFO 1º - A JUNTA DE DECISÃO SERÁ COMPOSTA DE ACORDO COM AS REGRAS ADMITIDAS EM CADA MODALIDADE ESPORTIVA.

Page 20: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

20

PARÁGRAFO 2º - FORMULADA A IMPUGNAÇÃO, A JUNTA DECIDIRÁ DE CONFORMIDADE COM AS LEIS E NORMAS PERTINENTES PODENDO, APÓS SUA DECISÃO, O LEGITIMAMENTE INTERESSADO FORMULAR IMPUGNAÇÃO À COMISSÃO DISCIPLINAR COMPETENTE, QUE DECIDIRÁ EM CARÁTER IRRECORRÍVEL.

ART. 92 - SÃO PARTES LEGÍTIMAS PARA FORMULAR IMPUGNAÇÃO A ENTIDADE DIRETAMENTE LESADA OU TERCEIRA QUE TENHA LEGÍTIMO E COMPROVADO INTERESSE. ART. 93 - O PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO SERÁ LIMINARMENTE INDEFERIDO PELO PRESIDENTE DA COMISSÃO SE MANIFESTA A ILEGITIMIDADE DO REQUERENTE OU SE FORMULADO FORA DO PRAZO LEGAL. ART. 94 - O IMPUGNANTE DE PARTIDA OU PROVA, OU DE SEU RESULTADO, ESTARÁ SUJEITO ÀS PENALIDADES DO ART 184, NOS CASOS DE FORMULAÇÃO DE PEDIDOS FLAGRANTEMENTE INFUNDADOS OU MOTIVADOS POR ERRO GROSSEIRO OU SENTIMENTO PESSOAL. TÍTULO VI - DOS RECURSOS CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 95 - SÃO CABÍVEIS OS SEGUINTES RECURSOS:

I - REVISÃO; II - EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PARÁGRAFO ÚNICO - AS DECISÕES FINAIS DAS COMISSÕES DISCIPLINARES SÃO IRRECORRÍVEIS.

ART. 96 - A REVISÃO DOS PROCESSOS FINDOS SERÁ ADMITIDA:

I - QUANDO A DECISÃO HOUVER RESULTADO DE MANIFESTO ERRO DE FATO OU DE FALSA PROVA; II - QUANDO A DECISÃO TIVER SIDO PROFERIDA CONTRA LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI OU CONTRA EVIDÊNCIA DA PROVA CONTIDA NOS AUTOS; III - QUANDO, APÓS A DECISÃO, SE DESCOBRIREM PROVAS DA INOCÊNCIA DO PUNIDO. PARÁGRAFO 1O. A REVISÃO É ADMISSÍVEL ATÉ DOIS (02) ANOS APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO CONDENATÓRIA. A RENOVAÇÃO DO RECURSO DE REVISÃO SÓ SERÁ ADMITIDA, TENDO POR OBJETO O MESMO PEDIDO, SE FUNDADA EM NOVAS PROVAS. PARÁGRAFO 2O. O RECURSO DE REVISÃO SÓ PODERÁ SER INTERPOSTO PELO PUNIDO OU SEU REPRESENTANTE, QUE DEVERÁ FORMULÁ-LO MEDIANTE PETIÇÃO ESCRITA, DE OFÍCIO, PELA PARTE VENCIDA, POR TERCEIRO INTERESSADO E PELA PROCURADORIA E CONTERÁ A QUALIFICAÇÃO DO RECORRENTE, OS FUNDAMENTOS DO PEDIDO E O REQUERIMENTO. PARÁGRAFO 3O. A COMISSÃO DISCIPLINAR PERMANENTE, JULGANDO PROCEDENTE O RECURSO DE REVISÃO, PODERÁ ALTERAR A CLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO, ABSOLVER O RECORRENTE, MODIFICAR A PENA IMPOSTA OU ANULAR O PROCESSO E, EM NENHUM CASO, PODERÁ SER AGRAVADA, NO MESMO PROCESSO, A PENA IMPOSTA NA DECISÃO REVISTA. PARÁGRAFO 4O. É OBRIGATÓRIA, NOS PEDIDOS DE REVISÃO, A INTERVENÇÃO DA PROCURADORIA.

ART. 97 - OS EMBARGOS DECLARATÓRIOS SERÃO INTERPOSTOS NO MESMO PROCESSO DISCIPLINAR, APÓS O PRONUNCIAMENTO DA DECISÃO PELA COMISSÃO DISCIPLINAR.

PARÁGRAFO 1O. - O PRAZO PARA A INTERPOSIÇÃO DO EMBARGO SERÁ DE ATÉ 2 (DUAS) HORAS APÓS A PUBLICIDADE DO ACÓRDÃO, NO CASO DA COMISSÃO ESPECIAL, E DE ATÉ 2 (DOIS) DIAS ÚTEIS, NO CASO DA COMISSÃO PERMANENTE. PARÁGRAFO 2O. –CABE EMBARGO DE DECLARAÇÃO QUANDO: I - HÁ NA DECISÃO OBSCURIDADE, DÚVIDA OU CONTRADIÇÃO; II - FOR OMITIDO PONTO SOBRE O QUE DEVIA A COMISSÃO PRONUNCIAR-SE.

CAPÍTULO II - DO JULGAMENTO DOS RECURSOS ART. 98 - OS RECURSOS SERÃO JULGADOS PELA RESPECTIVA INSTÂNCIA DISCIPLINAR, DE ACORDO COM A COMPETÊNCIA FIXADA NESTE CÓDIGO.

Page 21: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

21

PARÁGRAFO 1O. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SERÃO PROCESSADOS E JULGADOS IMEDIATAMENTE PELA COMISSÃO QUE PROFERIR A DECISÃO E PODERÃO TER CARÁTER MODIFICATIVO, EXCEPCIONALMENTE, QUANDO UTILIZADOS PARA CORREÇÃO DE ERRO MATERIAL MANIFESTO, SUPRIMENTO DE OMISSÃO, OU EXTIRPAÇÃO DE CONTRADIÇÃO, DESDE QUE A INFRINGÊNCIA DO JULGADO ESTEJA LIMITADA À CONSEQÜÊNCIA DO PROVIMENTO DO RECURSO. PARÁGRAFO 2O. PROTOCOLADO O RECURSO DE REVISÃO NA SECRETARIA DA COMISSÃO DE ORIGEM, SERÁ O MESMO JUNTADO AOS AUTOS E, EM SEGUIDA, CONCEDIDA VISTAS AO RECORRIDO, POR QUARENTA E OITO (48) HORAS PARA AS SUAS CONTRA-RAZÕES. PARÁGRAFO 3O. - DECORRIDOS OS PRAZOS FIXADOS NO PARÁGRAFO ANTERIOR, OS AUTOS SERÃO REMETIDOS, ATRAVÉS DE DESPACHO, À COMISSÃO DISCIPLINAR PERMANENTE. PARÁGRAFO 4O. - REGISTRADO O RECURSO DE REVISÃO NA SECRETARIA DA COMISSÃO DISCIPLINAR PERMANENTE, OS AUTOS SERÃO CONCLUSOS AO PRESIDENTE PARA DESIGNAÇÃO DO RELATOR E SESSÃO DE JULGAMENTO. PARÁGRAFO 5O. - A SECRETARIA, EM SEGUIDA, INTIMARÁ AS PARTES DA SESSÃO DE JULGAMENTO, COM ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE QUARENTA E OITO (48) HORAS. PARÁGRAFO 6O. - DECLARADA ABERTA A SESSÃO DE JULGAMENTO, O PRESIDENTE, APÓS A MANIFESTAÇÃO DO AUDITOR RELATOR, CONCEDERÁ QUINZE (15) MINUTOS, INICIALMENTE, AO RECORRENTE E, EM SEGUIDA, AO RECORRIDO PARA SUSTENTAÇÃO ORAL DE SUAS RAZÕES, INCONTINENTE SERÃO PROFERIDOS OS VOTOS A PARTIR DO RELATOR. PARÁGRAFO 7O. - PROFERIDOS OS VOTOS, O PRESIDENTE DETERMINARÁ A LAVRATURA DO ACÓRDÃO. A DECISÃO QUE RESULTAR EM MINORAÇÃO DA PENA ANTERIORMENTE IMPOSTA, ESTA SERÁ COMPUTADA A PARTIR DA DATA DE INÍCIO DA PUNIÇÃO REGISTRADA NO REPECTIVO QUADRO DE PUNIÇÕES OU DOCUMENTO EQUIVALENTE.

LIVRO II

DAS MEDIDAS DISCIPLINARES TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 99 - É PUNÍVEL TODA INFRAÇÃO DISCIPLINAR, RESSALVADAS AS HIPÓTESES LEGAIS. ART. 100 - NINGUÉM SERÁ PUNIDO POR FATO QUE LEI POSTERIOR DEIXE DE CONSIDERAR INFRAÇÃO DISCIPLINAR, CESSANDO EM VIRTUDE DELA A EXECUÇÃO E OS EFEITOS DA PUNIÇÃO.

PARÁGRAFO 1º - A LEI POSTERIOR QUE, DE OUTRO MODO FAVOREÇA O INFRATOR, APLICA-SE AO FATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. PARÁGRAFO 2º - A LEI POSTERIOR QUE COMINE PENA MENOS RIGOROSA, APLICA-SE AO FATO JULGADO POR DECISÃO IRRECORRÍVEL, A REQUERIMENTO DA PARTE, DESDE QUE A PENA IMPOSTA SUPLANTE O MÁXIMO PREVISTO, SENDO ANALISADO PELA COMISSÃO DISCIPLINAR.

ART. 101 - CONSIDERA-SE PRATICADA A INFRAÇÃO NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO, AINDA QUE OUTRO SEJA O MOMENTO DO RESULTADO. TÍTULO II - DA INFRAÇÃO ART. 102 - INFRAÇÃO DISCIPLINAR É TODA AÇÃO OU OMISSÃO ANTI-DESPORTIVA, TÍPICA E CULPÁVEL.

PARÁGRAFO ÚNICO - A OMISSÃO É JURIDICAMENTE RELEVANTE QUANDO O OMITENTE DEVIA E PODIA AGIR PARA EVITAR O RESULTADO. O DEVER DE AGIR INCUMBE PRECIPUAMENTE A QUEM: A) TENHA POR OFÍCIO A OBRIGAÇÃO DE VELAR PELA DISCIPLINA OU COIBIR VIOLÊNCIAS OU ANIMOSIDADES; B) COM SEU COMPORTAMENTO ANTERIOR, CRIOU O RISCO DA OCORRÊNCIA DO RESULTADO.

Page 22: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

22

ART. 103 - DIZ-SE A INFRAÇÃO: I - CONSUMADA, QUANDO NELA SE REÚNEM TODOS OS ELEMENTOS DE SUA DEFINIÇÃO; II - TENTADA, QUANDO INICIADA A EXECUÇÃO, NÃO SE CONSUMA POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS À VONTADE DO AGENTE. PARÁGRAFO 1º - SALVO DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, PUNE-SE A TENTATIVA COM A PENA CORRESPONDENTE À INFRAÇÃO CONSUMADA, DIMINUÍDA DE DOIS TERÇOS (2/3). PARÁGRAFO 2º - NÃO SE PUNE A TENTATIVA QUANDO, POR INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO OU POR ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO, É IMPOSSÍVEL CONSUMAR-SE A INFRAÇÃO.

ART. 104 - O AGENTE QUE, VOLUNTARIAMENTE, DESISTE DE PROSSEGUIR NA EXECUÇÃO OU IMPEDE QUE O RESULTADO SE PRODUZA, SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ PRATICADOS. ART. 105 - DIZ-SE A INFRAÇÃO:

I - DOLOSA, QUANDO O AGENTE QUIS O RESULTADO OU ASSUMIU O RISCO DE PRODUZI-LO; II - CULPOSA, QUANDO O AGENTE DEU CAUSA AO RESULTADO POR IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPERÍCIA.

ART. 106 - O ERRO QUANTO À PESSOA CONTRA A QUAL A INFRAÇÃO É PRATICADA NÃO ISENTA DE PENA. ART. 107 - SE O FATO É COMETIDO SOB COAÇÃO IRRESISTÍVEL OU EM ESTRITA OBEDIÊNCIA À ORDEM, NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAIS, DE SUPERIOR HIERÁRQUICO, SÓ É PUNÍVEL O AUTOR DA COAÇÃO OU DA ORDEM. ART. 108 - NÃO HÁ INFRAÇÃO QUANDO O AGENTE PRATICA O FATO:

I - EM ESTADO DE NECESSIDADE; II - EM ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER DE OFÍCIO; III - EM LEGÍTIMA DEFESA; IV - NO EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. PARÁGRAFO ÚNICO - O AGENTE, EM QUALQUER DAS HIPÓTESES DESTE ARTIGO, RESPONDERÁ PELO EXCESSO DOLOSO OU CULPOSO.

TÍTULO III - DA RESPONSABILIDADE DESPORTIVA ART. 109 - É ISENTO DE PUNIÇÃO O AGENTE QUE, POR DOENÇA MENTAL ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO.

PARÁGRAFO ÚNICO - A IRRESPONSABILIDADE SÓ SERÁ RECONHECIDA, PELA COMISSÃO, SE HOUVER PROVA MÉDICA QUE ATESTE A DEBILIDADE MENTAL.

ART. 110 - OS MENORES DE QUATORZE (14) ANOS SÃO CONSIDERADOS DESPORTIVAMENTE IRRESPONSÁVEIS NA REFERIDA COMPETIÇÃO, FICANDO APENAS SUJEITOS À ORIENTAÇÃO DE CARÁTER PEDAGÓGICO.

PARÁGRAFO ÚNICO – NOS CASOS DE REINCIDÊNCIA DA PRÁTICA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR POR ATLETAS DESPORTIVAMENTE IRRESPONSÁVEIS, RESPONDERÁ O SEU TÉCNICO OU REPRESENTANTE LEGAL NA RESPECTIVA COMPETIÇÃO, CASO NÃO TENHAM SIDO ADOTADAS AS MEDIDAS CABÍVEIS PARA ORIENTAR E COIBIR NOVAS INFRAÇÕES.

ART. 111 - EXCETUADAS AS HIPÓTESES ACIMA, NÃO SERÁ RECONHECIDA QUALQUER OUTRA ESPÉCIE DE IRRESPONSABILIDADE DESPORTIVA. TÍTULO IV - DA ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA ART. 112 - OS ATLETAS DESPORTIVAMENTE IRRESPONSÁVEIS QUE PRATICAREM QUALQUER INFRAÇÃO DISCIPLINAR NA REFERIDA COMPETIÇÃO, RECEBERÃO APENAS ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA, A SER MINISTRADA POR PROFISSIONAL HABILITADO E/OU TÉCNICO RESPONSÁVEL. TÍTULO V - DO CONCURSO DE PESSOAS

Page 23: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

23

ART. 113 - QUEM, DE QUALQUER MODO, CONCORRE PARA A INFRAÇÃO, INCIDE NAS PENAS A ESTA COMINADAS, NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE.

PARÁGRAFO ÚNICO - SE A PARTICIPAÇÃO FOR DE MENOR IMPORTÂNCIA, A PENA PODE SER DIMINUÍDA ATÉ A METADE.

TÍTULO VI - DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ART. 114 - EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE:

I - PELA MORTE DO INFRATOR; II - PELA RETROATIVIDADE DA LEI QUE NÃO MAIS CONSIDERA O FATO COMO INFRAÇÃO; III - PELA PRESCRIÇÃO OU PEREMPÇÃO; IV - PELO CUMPRIMENTO DA PENALIDADE; V - PELA REABILITAÇÃO.

ART. 115 - PRESCREVE A AÇÃO EM DOIS (02) ANOS, CONTADOS DA DATA DO FATO OU, NOS CASOS DE FALSIDADE IDEOLÓGICA OU MATERIAL, E NAS INFRAÇÕES PERMANENTES OU CONTINUADAS, CONTADOS DO CONHECIMENTO DA FALSIDADE OU DA CESSAÇÃO DA PERMANÊNCIA OU CONTINUIDADE. ART. 116 - PRESCREVE A CONDENAÇÃO, IGUALMENTE, EM DOIS (02) ANOS, QUANDO NÃO EXECUTADA, A CONTAR DA DATA QUE TRANSITOU EM JULGADO A DECISÃO. ART. 117 - OCORRE A PEREMPÇÃO QUANDO O QUEIXOSO DEIXA O PROCESSO PARALISADO POR MAIS DE TRINTA (30) DIAS. ART. 118 - INTERROMPE A PRESCRIÇÃO:

I - PELO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA; II - PELA INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA; III - PELA DECISÃO CONDENATÓRIA. PARÁGRAFO ÚNICO - INTERROMPIDA A PRESCRIÇÃO, TODO O PRAZO COMEÇA A CORRER, NOVAMENTE, DO DIA DA INTERRUPÇÃO.

TÍTULO VII - DAS PENALIDADES CAPÍTULO I - DAS ESPÉCIES DE PENALIDADES ART. 119 - AS INFRAÇÕES DISCIPLINARES PREVISTAS NESTE CÓDIGO, TEM COMO CONSEQUÊNCIA AS SEGUINTES PENALIDADES:

I - ADVERTÊNCIA; II - CENSURA ESCRITA; III - SUSPENSÃO POR PRAZO; IV - EXCLUSÃO DA RESPECTIVA COMPETIÇÃO.

ART. 120 - APLICAR-SE-Á A PENA DE ADVERTÊNCIA OU CENSURA ESCRITA, AOS CASOS DE MERA INOBSERVÂNCIA DAS REGRAS OU REGULAMENTOS DESPORTIVOS E DESDE QUE NÃO RESULTEM EM DANOS A TERCEIROS OU AOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E PRIVADOS PARTICIPANTES OU PROMOTORES DOS EVENTOS DESPORTIVOS.

PARÁGRAFO ÚNICO - A CENSURA ESCRITA DEVERÁ SER APLICADA NOS CASOS EM QUE NÃO COUBER ADVERTÊNCIA, PELA ANÁLISE DE GRAVIDADE DA INFRAÇÃO.

ART. 121 - A SUSPENSÃO POR PRAZO PRIVA A PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA DE PARTICIPAR DE TODO E QUALQUER EVENTO ESPORTIVO SOB A ORGANIZAÇÃO, COORDENAÇÃO E/OU SUPERVISÃO DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE, PELO PRAZO FIXADO NA DECISÃO.

PARÁGRAFO 1º - A PESSOA FÍSICA A QUE SE REFERE O “CAPUT”, NÃO TERÁ ACESSO AOS RECINTOS RESERVADOS DE PRAÇAS DESPORTIVAS E NÃO PODERÁ EXERCER QUALQUER FUNÇÃO OU CARGO NAS ENTIDADES PARTICIPANTES E COMISSÕES DO EVENTO, E A SUSPENSÃO É EXTENSIVA A TODAS AS

Page 24: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

24

COMPETIÇÕES REFERENCIADAS NO CAPUT, INDEPENDENTE DA FAIXA ETÁRIA, SEXO, MODALIDADE OU FUNÇÃO. PARÁGRAFO 2º - A SUSPENSÃO PROFERIDA CONTRA AS PESSOAS JURÍDICAS, SERÃO ESTABELECIDAS DE ACORDO COM A MODALIDADE E SEXO, NAS COMPETIÇÕES DOS JOGOS EM QUE FORAM PUNIDAS.

ART. 122 - A EXCLUSÃO PRIVA A PESSOA JURÍDICA OU EQUIPARADA DE CONTINUAR PARTICIPANDO DA RESPECTIVA COMPETIÇÃO DESPORTIVA, IMPLICANDO NO SEU AFASTAMENTO IMEDIATO.

CAPÍTULO II - DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE ART. 123 - A COMISSÃO, NA FIXAÇÃO DAS PENALIDADES ENTRE LIMITES MÍNIMOS E MÁXIMOS, LEVARÁ EM CONTA A GRAVIDADE DA INFRAÇÃO, A SUA MAIOR OU MENOR EXTENSÃO, OS MEIOS EMPREGADOS, OS MOTIVOS DETERMINANTES, OS ANTECEDENTES DESPORTIVOS DO INFRATOR E AS CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES. ART. 124 - SÃO CIRCUNSTÂNCIAS QUE AGRAVAM A PENALIDADE A SER APLICADA:

I - TER SIDO PRATICADA COM O CONCURSO DE OUTREM; II - TER SIDO PRATICADA COM O USO DE INTRUMENTO OU OBJETO LESIVO; III - TER CAUSADO PREJUÍZO PATRIMONIAL OU FINANCEIRO; IV - SER O INFRATOR, MEMBRO OU AUXILIAR DA JUSTIÇA DESPORTIVA, TÉCNICO OU CAPITÃO DA EQUIPE, DIRIGENTE DE ENTIDADE, MEMBRO DA DELEGAÇÃO SEDE OU INTEGRANTE DE ÓRGÃO OU COMISSÃO VINCULADA AO EVENTO; V - SER O INFRATOR REINCIDENTE. PARÁGRAFO 1º - VERIFICA-SE A REINCIDÊNCIA QUANDO O INFRATOR COMETE NOVA INFRAÇÃO, DEPOIS DE TRANSITAR EM JULGADO A DECISÃO QUE HAJA PUNIDO ANTERIORMENTE. PARÁGRAFO 2º - PARA EFEITO DE REINCIDÊNCIA, NÃO PREVALECE A CONDENAÇÃO ANTERIOR, SE ENTRE A DATA DO CUMPRIMENTO OU EXECUÇÃO DA PENA E A INFRAÇÃO POSTERIOR TIVER OCORRIDO PERÍODO DE TEMPO SUPERIOR A TRÊS (03) ANOS.

ART. 125 - SÃO CIRCUNSTÂNCIAS QUE SEMPRE ATENUAM A PENALIDADE A SER IMPOSTA:

I - SER O INFRATOR MENOR DE DEZOITO (18) ANOS, NA DATA DA INFRAÇÃO; II - TER O INFRATOR PRESTADO RELEVANTES SERVIÇOS AO DESPORTO ESTADUAL OU NACIONAL; III - TER SIDO O INFRATOR AGRACIADO COM PRÊMIO CONFERIDO NA FORMA DAS LEIS DO DESPORTO; IV - NÃO TER O INFRATOR SOFRIDO QUALQUER PUNIÇÃO NOS TRÊS (03) ANOS IMEDIATAMENTE ANTERIORES À DATA DO JULGAMENTO.

ART. 126 - NO CONCURSO DE AGRAVANTES E ATENUANTES, A PENA DEVE APROXIMAR-SE DO LIMITE INDICADO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS PREPONDERANTES, ENTENDENDO-SE COMO TAIS AS QUE RESULTAM DA GRAVIDADE DA INFRAÇÃO, OS MOTIVOS DETERMINANTES, PERSONALIDADE DO INFRATOR E REINCIDÊNCIA. ART. 127 - A PENA SERÁ FIXADA ATENDENDO-SE AO CRITÉRIO FIXADO NO ART. 123 DESTE CÓDIGO, EM SEGUIDA SERÃO CONSIDERADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES, BEM COMO AS CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DA PENA, SE HOUVER.

PARÁGRAFO 1º - SE HOUVER EQUIVALÊNCIA ENTRE AGRAVANTES E ATENUANTES, A COMISSÃO NÃO CONSIDERARÁ QUALQUER DELAS. PARÁGRAFO 2º - PREPONDERANDO CAUSA AGRAVANTE OU ATENUANTE, A PENA BASE SERÁ AUMENTADA OU DIMINUÍDA EM ATÉ UM TERÇO (1/3), EXCETO SE JÁ HOUVER CAUSA DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO PREVISTA PARA A INFRAÇÃO, DESDE QUE O QUANTUM FINAL NÃO SUPLANTE O MÁXIMO OU DIMINUA O MÍNIMO PREVISTO.

ART. 128 - SENDO CONSIDERADA GRAVÍSSIMA A INFRAÇÃO PRATICADA, PODERÁ A COMISSÃO APLICAR A PENALIDADE DE EXCLUSÃO, SEM PREJUÍZO DA COMINADA NA RESPECTIVA INFRAÇÃO. ART. 129 - HAVERÁ CONCURSO DE INFRAÇÕES:

Page 25: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

25

PARÁGRAFO 1º - QUANDO O AGENTE, MEDIANTE UMA SÓ AÇÃO OU OMISSÃO, PRATICA DUAS OU MAIS INFRAÇÕES, IDÊNTICAS OU NÃO, APLICAR-SE-LHE-Á A MAIS GRAVE DAS PENAS CABÍVEIS OU, SE IGUAIS, SOMENTE UMA DELAS, MAS AUMENTADA EM QUALQUER CASO, DE UM TERÇO (1/3) ATÉ A METADE. PARÁGRAFO 2º - QUANDO O AGENTE, MEDIANTE MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO, PRATICA DUAS OU MAIS INFRAÇÕES, IDÊNTICAS OU NÃO, APLICAM-SE CUMULATIVAMENTE AS PENAS, SE A AÇÃO OU OMISSÃO É DOLOSA E AS INFRAÇÕES CONCORRENTES RESULTAM DE DESÍGNIOS AUTÔNOMOS.

ART. 130 - QUANDO O AGENTE, MEDIANTE MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO, PRATICA DUAS OU MAIS INFRAÇÕES, DA MESMA ESPÉCIE E, PELAS CONDIÇÕES DE TEMPO, LUGAR, MANEIRA DE EXECUÇÃO E OUTROS SEMELHANTES, DEVEM AS SUBSEQUENTES SER HAVIDAS CONTINUAÇÃO DA PRIMEIRA, APLICANDO-SE-LHE A PENA DE UMA SÓ DAS INFRAÇÕES, SE IDÊNTICAS, OU A MAIS GRAVE, SE DIVERSOS, AUMENTADA, EM QUALQUER CASO, DE UM TERÇO (1/3) ATÉ A METADE. TÍTULO VIII - DAS INFRAÇÕES CONTRA PESSOAS CAPÍTULO I - DAS AGRESSÕES FÍSICAS ART. 131 - PRATICAR AGRESSÃO FÍSICA:

I - CONTRA PESSOA SUBORDINADA OU VINCULADA A DELEGAÇÕES DESPORTIVAS, EQUIPE DE ARBITRAGEM OU COMISSÕES DO EVENTO, POR FATO LIGADO AO DESPORTO. PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 09 MESES A 02 ANOS. II - CONTRA MEMBROS DAS ENTIDADES OU ÓRGÃOS PROMOTORES, DA JUSTIÇA DESPORTIVA, AUTORIDADES PÚBLICAS OU DESPORTIVAS, POR FATO LIGADO AO DESPORTO. PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS.

CAPÍTULO II - DAS OFENSAS MORAIS ART. 132 - OFENDER MORALMENTE:

I - PESSOA SUBORDINADA OU VINCULADA ÀS DELEGAÇÕES DESPORTIVAS, EQUIPE DE ARBITRAGEM OU COMISSÕES DO EVENTO POR FATO LIGADO AO DESPORTO. PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. II - OS MEMBROS DAS ENTIDADES OU ÓRGÃOS PROMOTORES, DA JUSTIÇA DESPORTIVA E AUTORIDADES PÚBLICAS OU DESPORTIVAS, POR FATO LIGADO AO DESPORTO. PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 09 MESES A 02 ANOS.

CAPÍTULO III - DAS INFRAÇÕES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL ART. 133 - CONSTRANGER ALGUÉM, MEDIANTE VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA OU POR QUALQUER OUTRO MEIO, A NÃO FAZER O QUE A LEI PERMITE OU A FAZER O QUE ELA PROÍBE.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. PARÁGRAFO ÚNICO - A PENA SERÁ MAJORADA EM ATÉ DOIS TERÇOS (2/3) QUANDO, PARA A EXECUÇÃO DA INFRAÇÃO SE REÚNEM MAIS DE DUAS PESSOAS, OU HÁ EMPREGO DE ARMAS.

ART. 134 - AMEAÇAR ALGUÉM, POR PALAVRA, ESCRITO OU GESTOS OU POR QUALQUER OUTRO MEIO CAUSAR-LHE MAL INJUSTO OU GRAVE.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. CAPÍTULO IV - DA RIXA ART. 135 - PARTICIPAR DE RIXA, SALVO PARA SEPARAR OS CONTENDORES.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. TÍTULO IX - DAS INFRAÇÕES CONTRA O PATRIMÔNIO DESPORTIVO

Page 26: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

26

CAPÍTULO I - DA SUBTRAÇÃO ART. 136 - SUBTRAIR, PARA SI OU PARA OUTREM, BEM PERTENCENTE AO PATRIMÔNIO DESPORTIVO, COM OU SEM EMPREGO DE VIOLÊNCIA.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. CAPÍTULO II - DO DANO ART. 137 - DANIFICAR, DESTRUIR, INUTILIZAR OU DETERIORAR BEM DESPORTIVO, POR NATUREZA OU DESTINAÇÃO, DE QUE TENHA OU NÃO POSSE OU DETENÇÃO.

PENA: INDENIZAÇÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. CAPÍTULO III - DA APROPRIAÇÃO INDEVIDA ART. 138 - APROPRIAR-SE DE BEM DE NATUREZA DESPORTIVA, DE QUE TENHA A POSSE OU A DETENÇÃO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. TÍTULO X - DAS INFRAÇÕES CONTRA A PAZ E MORALIDADE DESPORTIVA ART. 139 - INCITAR PUBLICAMENTE A PRÁTICA DE INFRAÇÃO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 03 MESES A 01 ANO. ART. 140 - ASSUMIR ATITUDE CONTRÁRIA À DISCIPLINA OU À MORAL DESPORTIVA, EM RELAÇÃO A QUALQUER PESSOA VINCULADA DIRETA OU INDIRETAMENTE AO EVENTO DESPORTIVO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 364 DIAS. TÍTULO XI - DAS INFRAÇÕES CONTRA A FÉ DESPORTIVA CAPÍTULO I - DAS FALSIDADES ART. 141 - FALSIFICAR, NO TODO OU EM PARTE, DOCUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR, OMITIR DECLARAÇÃO QUE NELE DEVERIA CONSTAR, INSERIR OU FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU DIVERSA DA QUE DEVERIA SER ESCRITA, PARA O FIM DE USÁ-LO PERANTE OS ÓRGÃOS DESPORTIVOS.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. PARÁGRAFO ÚNICO - NAS MESMAS PENAS INCORRERÁ QUEM FIZER O USO DO DOCUMENTO FALSIFICADO, CONHECENDO-LHE A FALSIDADE.

ART. 142 - ATESTAR, CERTIFICAR OU OMITIR, EM RAZÃO DA FUNÇÃO, FATO OU CIRCUNSTÂNCIA QUE HABILITE O ATLETA A OBTER REGISTRO, INSCRIÇÃO, TRANSFERÊNCIA OU QUALQUER VANTAGEM INDEVIDA.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. ART. 143 - USAR COMO PRÓPRIO QUALQUER DOCUMENTO DE IDENTIDADE DE OUTREM OU CEDER A OUTREM PARA QUE DELE SE UTILIZE.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. ART. 144 - OBTER, PERANTE A ORGANIZAÇÃO DO EVENTO, PARA SI OU PARA OUTREM, VANTAGEM INDEVIDA, MEDIANTE ARTIFÍCIO ARDIL.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. CAPÍTULO II - DA CORRUPÇÃO, CONCUSSÃO E PREVARICAÇÃO ART. 145 - DAR OU PROMETER VANTAGEM INDEVIDA A QUEM EXERÇA FUNÇÃO DE NATUREZA DESPORTIVA, PARA QUE PRATIQUE, OMITA, OU RETARDE ATO DE OFÍCIO, OU AINDA PARA QUE PRATIQUE ATO CONTRA EXPRESSA DISPOSIÇÃO DE NORMA DESPORTIVA.

Page 27: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

27

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. ART. 146 - RECEBER OU SOLICITAR, PARA SI OU PARA OUTREM, VANTAGEM INDEVIDA EM RAZÃO DE FUNÇÃO DE NATUREZA DESPORTIVA PARA PRATICAR, OMITIR OU RETARDAR ATO DE OFÍCIO OU AINDA, PARA PRATICÁ-LO CONTRA EXPRESSA DISPOSIÇÃO DE NORMA DESPORTIVA.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS.

ART. 147 - DEIXAR DE PRATICAR ATO DE OFÍCIO, POR INTERESSE PESSOAL, PARA FAVORECER OU PREJUDICAR PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, COM ABUSO DE PODER OU EXCESSO DE AUTORIDADE.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. ART. 148 - DAR OU PROMETER QUALQUER VANTAGEM A ÁRBITRO, AUXILIAR OU COORDENADOR TÉCNICO, PARA QUE INFLUA NO RESULTADO DA COMPETIÇÃO.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. PARÁGRAFO ÚNICO - NA MESMA PENA INCORRERÁ O PROPONENTE OU O INTERMEDIÁRIO.

ART. 149 - DAR OU PROMETER QUALQUER VANTAGEM A DIRIGENTE, TÉCNICO OU ATLETA PARA QUE GANHE OU PERCA PONTOS NA COMPETIÇÃO COM A INTENÇÃO DE PREJUDICAR TERCEIROS.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. PARÁGRAFO ÚNICO - NAS MESMAS PENAS INCORRERÁ O PROPONENTE OU O INTERMEDIÁRIO.

ART. 150 - ALICIAR ATLETA OU TÉCNICO VINCULADO A QUALQUER EQUIPE.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS. TÍTULO XII - DAS INFRAÇÕES CONTRA A ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DESPORTIVAS CAPÍTULO I - DAS INFRAÇÕES CONTRA ENTIDADES PARTICIPANTES, ORGANIZADORAS E COMISSÕES DO EVENTO ART. 151 - MANIFESTAR-SE DE FORMA DESRESPEITOSA OU OFENSIVA CONTRA ATO, DECISÃO OU PROVIDÊNCIA DA ENTIDADE PARTICIPANTE, ORGANIZADORA E COMISSÕES DO EVENTO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. ART. 152 - DEIXAR DE CUMPRIR DELIBERAÇÃO, RESOLUÇÃO, DETERMINAÇÃO OU REQUISIÇÃO DE ÓRGÃO PÚBLICO, ENTIDADES ORGANIZADORAS OU COMISSÕES DE EVENTO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. ART. 153 - VEICULAR, SEM PRÉVIO CONSENTIMENTO, O NOME E/OU LOGOMARCA DO MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO / SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE OU DE COMPETIÇÃO OFICIAL, EM EVENTOS ESPORTIVOS.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. ART. 154 - RECUSAR, SEM JUSTA CAUSA, SUA PRAÇA OU INSTALAÇÕES DESPORTIVAS, QUANDO REQUISITADA.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. ART. 155 - RECUSAR O INGRESSO, AOS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO DO EVENTO, EM SUAS PRAÇAS OU INSTALAÇÕES DESPORTIVAS.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 15 MESES. ART. 156 - ABANDONAR A DISPUTA DO EVENTO, APÓS O SEU INÍCIO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 03 ANOS.

Page 28: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

28

ART. 157 - NÃO COMPARECER PARA A DISPUTA DE PARTIDA OU PROVA OFICIALMENTE PROGRAMADA, OU COMPARECER FORA DO PRAZO REGULAMENTAR, SEM CONDIÇÕES MATERIAIS EXIGIDAS PELAS REGRAS ESPECÍFICAS DA RESPECTIVA MODALIDADE PARA ATUAÇÃO.

PENA: ADVERTÊNCIA E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 18 MESES. PARÁGRAFO 1º - A SUSPENSÃO E/OU ADVERTÊNCIA APLICAM-SE À PESSOA JURÍDICA NA MODALIDADE/SEXO EM QUESTÃO. PARÁGRAFO 2º - A SUSPENSÃO SOMENTE SERÁ APLICADA, PREFERENCIALMENTE, QUANDO EXISTIR PREVISÃO REGULAMENTAR OU RESTAR PLENAMENTE CARACTERIZADA A MÁ-FÉ OU O DOLO NO COMETIMENTO DA INFRAÇÃO. PARÁGRAFO 3º - NAS HIPÓTESES DE NÃO COMPARECIMENTO, COMPARECIMENTO FORA DO PRAZO REGULAMENTAR OU SEM AS CONDIÇÕES MATERIAIS EXIGIDAS PARA ATUAÇÃO, EM RELAÇÃO A ATLETAS PERTENCENTES A UMA MESMA PESSOA JURÍDICA, NOS CASOS DAS MODALIDADES QUE COMPORTAM A DISPUTA INDIVIDUAL “SIMPLES”, APLICAR-SE-Á EXCLUSIVAMENTE A PENA DE ADVERTÊNCIA.

ART. 158 - DEIXAR DE COMPARECER, COMPARECER TARDIAMENTE OU SEM CONDIÇÕES EXIGIDAS PARA SOLENIDADE DE ABERTURA DE EVENTO ESPORTIVO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 12 MESES E/OU CENSURA ESCRITA PARA A MODALIDADE/SEXO PARTICIPANTE.

ART. 159 - IMPEDIR, SEM JUSTA CAUSA, A REALIZAÇÃO DE PARTIDA OU PROVA MARCADA PARA SUA PRAÇA OU INSTALAÇÃO DESPORTIVA.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 MÊS A 01 ANO E/OU CENSURA ESCRITA. ART. 160 - ORDENAR OU DIFICULTAR QUE O ATLETA ATENDA À CONVOCAÇÃO OFICIAL.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 18 MESES. ART. 161 - DEIXAR DE ENCAMINHAR OU EXIBIR ÀS ENTIDADES ORGANIZADORAS DOS EVENTOS DOCUMENTOS SOLICITADOS DE INTERESSE PÚBLICO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 MESES A 01 ANO. ART. 162 - TOMAR ATITUDES, ASSUMIR COMPROMISSOS OU ADOTAR PROVIDÊNCIAS EM SEMINÁRIOS, GERENCIAMENTOS, CONGRESSOS OU REUNIÕES COM FINS DESPORTIVOS, CAPAZES DE COMPROMETER A ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES OFICIAIS.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 15 MESES E/OU CENSURA ESCRITA PARA A MODALIDADE/SEXO PARTICIPANTE. PARÁGRAFO 1º - A SUSPENSÃO E/OU CENSURA APLICAM-SE À PESSOA JURÍDICA NA MODALIDADE/SEXO EM QUESTÃO. PARÁGRAFO 2º - A SUSPENSÃO SOMENTE SERÁ APLICADA QUANDO RESTAR PLENAMENTE CARACTERIZADA A MÁ-FÉ OU O DOLO NO COMETIMENTO DA INFRAÇÃO.

ART. 163 - DEIXAR DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO DE NATUREZA DESPORTIVA, REFERENTE A SEDIAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS, ASSUMIDA OFICIALMENTE EM QUALQUER DOCUMENTO.

PENA: CENSURA ESCRITA. ART. 164 - DEIXAR DE MANTER PRAÇAS OU INSTALAÇÕES DESPORTIVAS EM CONDIÇÕES DE ASSEGURAR PLENA GARANTIA AOS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO, DA JUSTIÇA DESPORTIVA, DA EQUIPE DE ARBITRAGEM E DAS COMISSÕES DO EVENTO, PARA DESEMPENHO DE SUAS FUNÇÕES.

PENA: CENSURA ESCRITA. CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES RELATIVAS ÀS COMPETIÇÕES PROPRIAMENTE DITAS. ART. 165 - ORDENAR AO(S) ATLETA(S) QUE SE OMITA(M), DE QUALQUER MODO, NA DISPUTA DA PARTIDA OU PROVA.

Page 29: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

29

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 166 - SUBMETER CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOB SUA AUTORIDADE, GUARDA OU VIGILÂNCIA A VEXAME OU A CONSTRANGIMENTO, SENDO, NESTE CASO, OS AUTOS REMETIDOS AO CONSELHO TUTELAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 MESES A 02 ANOS. PARÁGRAFO ÚNICO – NAS MESMAS PENAS INCORRE, NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE, O TÉCNICO RESPONSÁVEL PELO ATLETA DESPORTIVAMENTE IRRESPONSÁVEL REINCIDENTE NA MESMA COMPETIÇÃO.

ART. 167 - OMITIR-SE NA DISPUTA DA PARTIDA OU PROVA DEPOIS DE INICIADA, POR ABANDONO, SIMULAÇÃO OU CONTUSÃO E DESINTERESSE NAS JOGADAS OU TENTAR IMPEDIR, POR QUALQUER MODO, O SEU PROSSEGUIMENTO.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 09 MESES A 02 ANOS. ART. 168 - PERMITIR A PARTICIPAÇÃO EM SUAS EQUIPES DE ATLETA(S) SEM CONDIÇÕES LEGAIS DE ATUAÇÃO, EXIGIDAS PELO(S) REGULAMENTO(S) DA(S) COMPETIÇÃO(ÕES).

PENA: EXCLUSÃO OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 09 MESES A 02 ANOS. PARÁGRAFO 1º - A SUSPENSÃO APLICA-SE TÃO SOMENTE À MODALIDADE/PROVA/SEXO QUE HOUVER A PARTICIPAÇÃO DA PESSOA FÍSICA SEM AS CONDIÇÕES LEGAIS DE ATUAÇÃO. PARÁGRAFO 2º - SUJEITAM-SE ÀS PENAS DESTE ARTIGO O TÉCNICO E O ATLETA SEM AS CONDIÇÕES LEGAIS DE ATUAÇÃO, NA MEDIDA DE SUAS CULPABILIDADES.

ART. 169 - IMPEDIR O PROSSEGUIMENTO OU DAR CAUSA À SUSPENSÃO DE PARTIDA OU PROVA. PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 MESES A 01 ANO. PARÁGRAFO ÚNICO - A ENTIDADE FICA, TAMBÉM, SUJEITA ÀS PENAS DESSE ARTIGO SE A SUSPENSÃO DA PARTIDA OU PROVA TIVER SIDO, COMPROVADAMENTE, CAUSADA OU PROVOCADA POR SUA TORCIDA.

ART. 170 - PRATICAR ATO HOSTIL, DESLEAL OU INCONVENIENTE DURANTE A COMPETIÇÃO.

PENA: ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 09 MESES. ART. 171 - PRATICAR JOGADA VIOLENTA.

PENA: SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 04 A 18 MESES. PARÁGRAFO ÚNICO - SE A JOGADA RESULTAR LESÃO DE NATUREZA GRAVE, A PENA SERÁ MAJORADA EM ATÉ DOIS TERÇOS (2/3).

ART. 172 - RECLAMAR OU DESRESPEITAR POR MEIO DE GESTOS, ATITUDES OU PALAVRAS, A ARBITRAGEM OU COORDENAÇÃO DE MODALIDADE.

PENA: ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 09 MESES. ART. 173 - DEIXAR DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO DE OFÍCIO, CUMPRI-LA COM EXCESSO OU ABUSO DE AUTORIDADE.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 18 MESES. ART. 174 - OMITIR-SE NO DEVER DE PREVENIR OU DE COIBIR VIOLÊNCIA OU ANIMOSIDADE ENTRE AS PESSOAS FÍSICAS CONSTANTES NA SÚMULA.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 01 ANO. ART. 175 - NÃO SE APRESENTAR DEVIDAMENTE UNIFORMIZADO OU APRESENTAR-SE SEM O MATERIAL NECESSÁRIO AO DESEMPENHO DE SUAS ATRIBUIÇÕES DE OFÍCIO.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 364 DIAS. ART. 176 - DEIXAR DE COMUNICAR À AUTORIDADE COMPETENTE, EM TEMPO OPORTUNO, QUE NÃO SE ENCONTRA EM CONDIÇÕES DE EXERCER SUAS ATRIBUIÇÕES.

Page 30: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

30

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 364 DIAS. ART. 177 - DEIXAR DE COMPARECER REGULARMENTE NO LOCAL DA PARTIDA OU PROVA PARA A QUAL FOI DESIGNADO.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 18 MESES. ART. 178 - NÃO CONFERIR OS DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DAS PESSOAS FÍSICAS CONSTANTES DA SÚMULA.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 179 - DEIXAR DE ENTREGAR AO ÓRGÃO COMPETENTE, NO PRAZO LEGAL, OS DOCUMENTOS DE PARTIDA OU PROVA, REGULARMENTE PREENCHIDOS.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 364 DIAS. ART. 180 - PERMITIR A PERMANÊNCIA NO RECINTO DE JOGO, DE PESSOAS QUE NÃO AS AUTORIZADAS.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 A 364 DIAS. ART. 181 - ABANDONAR, DE OFÍCIO, SEM JUSTA CAUSA, A COMPETIÇÃO ANTES DO SEU TÉRMINO OU RECUSAR-SE A INICIÁ-LA.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. CAPÍTULO III - DAS INFRAÇÕES CONTRA A JUSTIÇA DESPORTIVA ART. 182 - DEIXAR OS AUDITORES, A PROCURADORIA, A DEFENSORIA E O SECRETÁRIO, SALVO JUSTO MOTIVO, DE OBSERVAR OS PRAZOS LEGAIS.

PENA: ADVERTÊNCIA OU CENSURA ESCRITA. ART. 183 - DEIXAR, A AUTORIDADE QUE TOMOU CONHECIMENTO DE FALSIDADE DOCUMENTAL, DE ENCAMINHAR OS ELEMENTOS DA INFRAÇÃO À COMISSÃO COMPETENTE DA JUSTIÇA DESPORTIVA.

PENA: CENSURA ESCRITA OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 184 - OFERECER QUEIXA OU NOTICIAR INFRAÇÃO FLAGRANTEMENTE INFUNDADA OU DAR CAUSA, POR ERRO GROSSEIRO OU SENTIMENTO PESSOAL, À INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO OU PROCESSO DISCIPLINAR NA JUSTIÇA DESPORTIVA.

PENA: EXCLUSÃO OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 185 - PRESTAR DEPOIMENTO FALSO PERANTE A JUSTIÇA DESPORTIVA.

PENA: EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 03 ANOS. PARÁGRAFO ÚNICO - A PENALIDADE SERÁ REDUZIDA ATÉ À METADE, SE ANTES DA DECISÃO O DEPOENTE SE RETRATAR E DECLARAR A VERDADE.

ART. 186 - DEIXAR DE CUMPRIR OU RETARDAR O CUMPRIMENTO DE DECISÃO DA JUSTIÇA DESPORTIVA.

PENA - EXCLUSÃO E/OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 187 - DEIXAR DE COMPARECER, SEM JUSTA CAUSA, À JUSTIÇA DESPORTIVA, QUANDO REGULARMENTE INTIMADO.

PENA - SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. ART. 188 - ADMITIR, COMO INTEGRANTE DA DELEGAÇÃO, EM QUALQUER FUNÇÃO OU CARGO, REMUNERADOS OU NÃO, QUEM ESTIVER ELIMINADO OU EM CUMPRIMENTO DE PENA DISCIPLINAR.

PENA - SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS.

Page 31: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

31

ART. 189 - DAR, PROMETER OU OFERECER DINHEIRO OU QUALQUER OUTRA VANTAGEM À TESTEMUNHA, PERITO, TRADUTOR, INTÉRPRETE, PARA FAZER AFIRMAÇÃO FALSA, NEGAR OU CALAR A VERDADE EM DEPOIMENTO, PERÍCIA, TRADUÇÃO, INTERPRETAÇÃO, AINDA QUE A OFERTA NÃO SEJA ACEITA.

PENA: EXCLUSÃO OU SUSPENSÃO PELO PRAZO DE 01 DIA A 02 ANOS. TÍTULO XIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 190 - AS INFRAÇÕES PREVISTAS NO PRESENTE CÓDIGO E PASSÍVEIS DE SANÇÃO PENAL E/OU ADMINISTRATIVAS PROPRIAMENTE DITAS, SERÃO OBJETO DE NOTIFICAÇÃO À AUTORIDADE COMPETENTE PARA A APURAÇÃO E PROMOÇÃO DAS RESPONSABILIDADES, A CRITÉRIO DISCRICIONÁRIO DOS PRESIDENTES DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DESPORTIVA. ART. 191 - AS CONDUTAS REINCIDENTES NAS PENALIDADES DE ADVERTÊNCIA OU CENSURA ESCRITA IMPLICARÁ NA APLICAÇÃO DA PENA DE SUSPENSÃO, QUANDO HOUVER SUA PREVISÃO ALTERNATIVA NO RESPECTIVO TIPO INFRACIONAL. ART. 192 - OS CASOS OMISSOS E AS LACUNAS DESTE CÓDIGO, SERÃO RESOLVIDOS DE ACORDO COM OS COSTUMES, PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO, ANALOGIA E A JURISPRUDÊNCIA APLICADA À ESPÉCIE. ART. 193 - A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONTIDAS NESTE CÓDIGO, REGER-SE-Á PELAS REGRAS GERAIS DA HERMENÊUTICA E BUSCARÁ SEMPRE A DEFESA DA DISCIPLINA E DA MORALIDADE DO DESPORTO. TÍTULO XIV - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ART. 194 - NENHUM ATO ADMINISTRATIVO PODERÁ PREJUDICAR AS DECISÕES PROFERIDAS PELAS COMISSÕES DISCIPLINARES. ART. 195 - ESTE CÓDIGO ENTRARÁ EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO, FICANDO REVOGADAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.

ANEXO I - MODELOS DE ATOS PROCESSUAIS

Page 32: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

32

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

RELATÓRIO ARBITRAL

1. DADOS GERAIS da PARTIDA: Competição: ................................................................................................................. Local: ........................................................ Modalidade: ............................................. Jogo: .......................................................... X ............................................................. Data: ...../....../...... Horário de encerramento: ........:.......... - do jogo ÁRBITRO(s): ............................................................................................................. 2. IDENTIFICAÇÃO RELATANTE(s): ........................................................................................................ RELATADO(s):........................................................................................................... 3. OCORRÊNCIAS (se necessário, utilize o verso) relato com objetividade, descrevendo o momento em que se deu(ram) o(s) fato(s), os envolvidos e suas efetivas participações, as providências adotadas (regras aplicadas) e as expressões literalmente proferidas (se houveram) ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... Sem mais para o momento, é o relatório. ................................................................................. nome e assinatura - Relatante(s) ENCAMINHAMENTO: Comissão Organizadora: Recebido por ................................... Data: ....../...../...... Horário: ......:....... Comissão Disciplinar: Recebido por ....................................... Data: ....../...../...... Horário: ......:.......

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO

Page 33: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

33

SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

TERMO DE DENÚNCIA

EXMO Sr. PRESIDENTE DA COMISSÃO DISCIPLINAR PROCESSO Nº...... /02 A PROCURADORIA, ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS, VEM, RESPEITOSAMENTE , COM FUNDAMENTO NAS RAZÕES DE FATO E DE DIREITO QUE ABAIXO ADUZ, OFERECER DENÚNCIA CONTRA: DOS FATOS: .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... DO FUNDAMENTO JURÍDICO: .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... DO PEDIDO ISTO POSTO, é a presente para requerer: - Seja determinada data e horário da Sessão de Instrução e Julgamento, bem como procedida a Citação dos denunciados e Intimação do - seja verificado os antecedentes esportivos, do(s) ora denunciado(s); - a produção de todas as provas, em direito admitido; - a condenação do(s) denunciado(s) com base no(s) artigo(s) ................................ do C.N.O.J.D.D. ........................., ......... de ..................de 2002. ......................................................... PROCURADOR

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO

Page 34: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

34

SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

TERMO DE CITAÇÃO

Aos ........... dias do mês de .................... de dois mil e dois, por determinação do Senhor Presidente da Comissão Disciplinar, com sede no município de ..................................., Estado ...................., e, de acordo com o art. 34 e seguintes do Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva (CNOJDD), procedi a formalização do termo de citação de (os): .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... (pessoa(s) física(s): nome / função / delegação / modalidade / sexo) (pessoa(s) jurídica(s): delegação / modalidade / sexo ) Para que compareça(m) a sessão de instrução e julgamento, designada para o dia ......./......./......., marcada para as ........:......... horas, na sala de Reuniões da supra referida Comissão, situada na Rua ..................................................................., para que apresente defesa escrita ou oral, diretamente ou através de defensor público ou particular, no processo disciplinar nº ............./....... em que figura como denunciado, pela prática de infração prevista no(s) artigo(s) .................................................. do CNOJDD, por ocasião dos jogos ..............................................................................., fase ............................., realizado em ........................................ Nestes termos, É a citação Secretaria Anexos: cópia da denúncia e do relatório do árbitro (se houverem).

Page 35: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

35

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

INTIMAÇÃO

PREZADO SENHOR(a): .......................................................................................................................................... (pessoa(s) física(s): nome / função / delegação / modalidade / sexo) (pessoa(s) jurídica(s): delegação / modalidade / sexo ) tem a presente a finalidade de intimar Vossa Senhoria para que compareça(m) perante a Comissão Disciplinar, situada na Rua .................................................., nº .........., no Município de .................................., para prestar esclarecimentos que se fizerem necessários no processo disciplinar autuado sob o nº .............../......... em que figura(m) como denunciado(s) o(s) ......................................................................................................................................... (pessoa(s) física(s): nome / função / delegação / modalidade / sexo) (pessoa(s) jurídica(s): delegação / modalidade / sexo )

às .........: ...... horas do dia ....../....../....... O comparecimento é obrigatório, nos termos do art. 187 do Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva. Nestes Termos, É a Intimação ............................, ....... de ...................... de 2002. .................................................. Presidente

Page 36: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

36

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

ATA DE SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

COMISSÃO DISCIPLINAR PROCESSO Nº ........./........ Aos .......... dias do mês de ..................... dois mil e dois, às ........... horas, por ocasião dos ................................. (nome da competição), na sala de sessões, sito a Rua .................................................., nº .........., no Município de .................................., reuniu-se a Comissão Disciplinar, integrada por ............................................................................................... (nome do presidente e dos auditores), presidido pelo primeiro, pelo(a) Sr(a). .............................................. (nome e OAB defensor), representando a Defensoria e o(a) Sr(a). ........................................... (nome procurador), representando a Procuradoria e o(a) Sr.(a) ....................................................... (nome secretária), como secretário(a), tendo em pauta o processo discilpinar de nº ............/......., no qual figura(m) como denunciado(a)(s) o(a)(s) ......................................................................................................................................... (pessoa(s) física(s): nome / função / delegação / modalidade / sexo - pessoa(s) jurídica(s): delegação / modalidade / sexo ). Aberta a sessão de instrução, nomeado como relator o auditor .......................... (nome auditor), a Procuradoria ................................... (ratifica as provas já produzidas, retifica, faz juntada de novas provas), a Defensoria ........................................ (requer a oitiva de testemunhas - qualificando-as, ratifica as provas já produzidas, retifica, faz juntada de novas provas). Em seguida foram produzidas as provas cinematográficas, fonográficas e juntada de documentos (se houverem). Em seguida, foi feita a oitiva do(s) denunciado(s) que perguntado respondeu:............................(relato resumido do depoimento do(s) denunciado(s) - perguntas do presidente, procurador, defensor e auditores). Em seguida foi feita a oitiva do(s) árbitro(s) da partida (se for o caso), que prestando compromisso legal e perguntado, respondeu: ...................................... (relato resumido do depoimento - perguntas do presidente, procurador, defensor e auditores - assinatura ao final). Em seguida foi feita a oitiva do(a) Sr(a)., que prestando compromisso legal e perguntado respondeu: ..................................... (relato resumido do depoimento das testemunhas da Procuradoria - perguntas do presidente, procurador, defensor e auditores - assinatura ao final). Em seguida, foi feita a oitiva do(a) Sr(a). que prestando compromisso legal e perguntado, respondeu: .................................. (relato resumido do depoimento das testemunhas da Defensoria - perguntas do presidente, procurador, defensor e auditores - assinatura ao final). Passada à fase de alegações finais, dada a palavra à Procuradoria pelo prazo de ............. minutos (10 min. p/ um denunciado, 20 min. p/ mais de um denunciado), esta assim se manifestou: ................................................. (resumo dos argumentos e pedido da Procuradoria). Dada a palavra à Defensoria pelo prazo de ............. minutos (10 min. p/ um denunciado, 20 min. p/ mais de um denunciado), esta assim se manifestou: ................................................. (resumo da defesa). Passada à fase de julgamento, dada a palavra ao auditor relator ...................., este assim votou: .......................................................... (análise sucinta dos argumentos

Page 37: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

37

Procuradoria/Defesa, fundamento e voto - considerando causas de aumento ou diminuição de pena, se houverem). Dada a palavra ao auditor ................................., este assim votou: .......................................................... (fundamento e voto - considerando causas de aumento ou diminuição de pena, se houverem). Dada a palavra ao auditor presidente ................................., este assim votou: .......................................................... (fundamento e voto do presidente - considerando causas de aumento ou diminuição de pena, se houverem). (se condenado) Isto posto, fica fixada a sanção base em ............................ (dias/meses/anos ou advertência/censura escrita/exclusão - se condenado). Feito o concurso de atenuantes e agravantes, ......................... (prevalecem ou não) as circunstâncias .......................... (atenuantes ou agravantes), por ser o denunciado ......................... (hipóteses dos arts 124 e 125). Finalmente fica, portanto, o denunciado .............................................. (pessoa(s) física(s): nome / função / delegação / modalidade / sexo - pessoa(s) jurídica(s): delegação / modalidade / sexo ), ............................................ (condenado ou absolvido), a pena de (se condenado...) à pena final de .............................. (suspensão advertência/censura escrita/exclusão ou indenização), pelo prazo de ............................... (se pena de suspensão), no valor de R$ ................................(se pena de indenização), com base no(s) artigo(s) ................................................. do CNOJDD (fundamento jurídico). Nada mais havendo a consignar, encerrei e subscrevi a presente ata. ................................................................ (nome e assinatura secretário(a) COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL (nome e assinatura): PRESIDENTE: AUDITOR RELATOR: AUDITOR: PROCURADOR: DEFENSOR (nome e nº OAB):

Page 38: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

38

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE

JUSTIÇA DESPORTIVA - COMISSÃO DISCIPLINAR

TERMO DE DECISÃO A COMISSÃO DISCIPLINAR, por ocasião dos ............................................................... (competição), tendo em pauta o processo nº ............./........, julgou .................................. (procedente, parcialmente procedente ou improcedente) a denúncia, ............................................. (condenando ou absolvendo) o(a) ............................................................................................. (pessoa física: nome / função / delegação / modalidade / sexo - pessoa jurídica: delegação / modalidade / sexo), (se condenado...) à pena de .............................. (suspensão, exclusão, censura escrita, advertência ou indenização), pelo prazo de ............................... (se pena de suspensão), no valor de R$ ................................(se pena de indenização), com base no(s) artigo(s) ................................................. do CNOJDD (fundamento jurídico). Obs: se mais de um denunciado, identificar e fundamentar a decisão de cada qual. Razões e decisão, constantes da ata e fls. PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DISCIPLINAR (nome e assinatura): PRESIDENTE: AUDITOR RELATOR: AUDITOR: PROCURADOR: DEFENSOR (nome e nº OAB): VOTO VENCEDOR:

...................................., .........de ..................................de 2002

ANEXO II - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

Page 39: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

39

ABUSO DE PODER: É toda a ação que torna irregular a execução do ato administrativo, legal ou ilegal, que propicia, contra seu autor, a imposição de medidas disciplinares. ACÓRDÃO: Decisão coletiva das Comissões Disciplinares. AFINIDADE: Vínculo que se estabelece entre um cônjuge e os parentes do outro cônjuge (cunhado, sogro, etc). ATO ADMINISTRATIVO: Declaração do Estado ou de quem o represente, que produza efeitos jurídicos imediatos, com observância de lei, sob regime jurídico de Direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. AUTORIDADE COATORA: Aquela que supostamente exerce o constrangimento ilegal contra a liberdade ou o direito líquido e certo de alguém, legitimando a impetração do Mandado de Garantia. AUTUAR: Reunir e por em ordem as primeiras peças para a formação do processo, lavrando-se o respectivo termo. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES: Circunstâncias que se verificam como assessórias da infração principal, e com o aumento do grau de gravidade, do que resulta elevação da pena que lhe se comina. CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES: Circunstâncias que motivam a redução da pena atribuída. COAÇÃO IRRESISTÍVEL: Situações cujos efeitos são impossíveis de evitar. COMPETÊNCIA: Poder legal que a pessoa física, em razão da função ou cargo que exerce, tem para a prática dos atos inerentes ao exercício de suas atribuições. Em técnica de organização judiciária, diz-se do grau de jurisdição ou poder conferido ao juiz ou tribunal, para congecer e julgar certo feito, submetido à sua deliberação, dentro de determinada circunstância judiciária. CONTRA-ARRAZOAR: Arrazoado com conclusões contrárias às do que foi apresentado por uma das partes litigantes. DE OFÍCIO: Por força do cargo. DENEGAÇÃO: Ação de negar, de recusar, de indeferir, de não conceder ou não conhecer, ou de não reconhecer o que é pedido ou pleiteado. DENÚNCIA: Narração escrita e circunstanciada do fato infracional, que serve de fundamento para a instauração do processo disciplinar, contra o indiciado, cuja condenação pede de conformidade com a lei. Diz-se, também, do ato verbal ou escrito pelo qual se dá ciência à autoridade competente de um fato punível que deve ser averiguado. DESÍGNIO: Objetivo do agente no cometimento da infração disciplinar. DILIGÊNCIA: Ato pelo qual os componentes dos órgãos da Justiça Desportiva realizam investigações, apreensões ou outros serviços fora da sede das Comissões Disciplinares. EDITAL DE CITAÇÃO: Ato citatório, quando desconhecido ou incerto o citando, ou ignorado, inascessível ou incerto o lugar em que ele se encontra. EFEITO DEVOLUTIVO: Efeito recursal que devolve à instância o conhecimento da causa, sem que haja suspensão do feito, pois a execução da sentença pode ser promovida provisoriamente em autos suplementares. EFEITO SUSPENSIVO: Recurso dirigido à instância superior, que suspende o andamento do feito, não se podendo executar a decisão de primeiro grau mesmo provioriamente. EFETIVO: Quem se encontra num exercício permanente de um cargo ou função. ERRO ESSENCIAL: O que recai sobre os elementos constitutivos da infração. ERRO DE DIREITO: Constitui uma das modalidades do erro na intenção, e que ocorre quando o imputado está seguro do fato em si, mas não sabe que sua ação ou omissão é adquirida porque desconhece a norma legal que o proíbe ou

Page 40: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

40

ordena de fazer. Dá-se quando o imputado ignora que o ato que pratica é infracional, por ser previsto na legislação desportiva disciplinar. ERRO DE FATO: Modalidade do erro na intenção e existe quando o agente ou omitente confunde, no seu espírito, as condições do fato sobre que atua, ou que omite; acredita num perigo, ameaça ou mal inexistente, e pratica uma ação ou omição infracional, supondo que pratica uma reação lícita. ESTADO DE NECESSIDADE: Quem pratica um ato de violência para preservar direito seu ou alheio de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, pela sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não está legalmente obrigado a afastar o perigo. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: Ato praticado por dever de ofício ou de função. Daquele que importa em comportamento obrigatório da pessoa. O ato praticado no estrito cumprimento do dever legal não constitui infração. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: Diz-se daquele em que o agente agiu dentro dos limites do direito que torna inculpável o fato. EXCESSO DE AUTORIDADE: Quando o próprio conteúdo do ato administrativo vai além dos limites legais fixados. FATO ANTI-DESPORTIVO: Fato contrário às normas gerais do deporto (regras, regulamentos, leis, Códigos e outras, oficiais que versem a respeito do desporto). FATO TÍPICO: É o comportamento humano (positivo ou negativo), que provoca um resultado (em regra), e é previsto no Código como infração. FORMALIDADE: Maneira expressa de proceder. Diz-se, também, do concurso de coisa e de condições necessárias para a validade de um ato. HERMENÊUTICA: Método adotado para interpretar determinada norma objetivando o alcance do seu real sentido. IMPEDIMENTO: Motivo legítimo ou do obstáculo legal que impossibilita alguém, ocasionalmente, da prática de certo ato ou do exercício do seu cargo, encargo ou função. IMPERÍCIA: Falta de aptidão especial, habilidade, ou experiência, no exercício de determinada função, profissão ou ofício. IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO: Dá-se quando o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta, ou quando, pela sua situação ou condição, torna impossível a produção do resultado visado pelo agente. IMPRUDÊNCIA: Diz-se da inadvertência, da indiscrição, do erro. Falta involuntária de observância de medidas de precaução e segurança, de consequências previsíveis, que se faziam necessárias no momento para evitar o mal ou a infração. IMPUGNAÇÃO: Conjunto de razões ou argumentos mediante os quais se refuta uma pretensão deduzida em juízo. Diz-se, assim, da oposição a ato ou fato, ou a certo direito alegado ou deduzido. INCOMPETÊNCIA: Ausência de poder conferido ao presidente de determinada Comissão, para conhecer e julgar certo feito. INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO: Dá-se quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria natureza, é absolutamente incapaz de produzir a infração desportiva. JURISDIÇÃO: Poder legal competente, amplo ou limitado, de julgar e administrar a justiça, dentro de determinada circunscrição ou de certa esfera judiciária. JURISPRUDÊNCIA: Modo pelo qual os tribunais realizam, interpretativamente, a aplicação completa das normas legais vigentes, cujo resultado se admite como fonte do direito. Diz-se, também, do conjunto de decisões uniformes de um ou de vários tribunais/comissões, sobre o mesmo caso ou dada matéria. LAVRATURA: Ato de lavrar; exarar por escrito.

Page 41: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

41

LEGÍTIMA DEFESA: Faculdade necessária de que usa aquele que tem diante de si uma agressão injusta e real, ou iminente, à sua pessoa ou à sua honra ou a uma outra de outrem, ou a direito prórpio ou de terceiro, ao opor-lhe imediata, moderada e apropriada repulsa, para evitar a consumação de um mal maior irreparável, embora para isso pratique uma infração, pela qual não é disciplinariamente responsável. MEDIDA LIMINAR: Medida concedida pelo presidente da Comissão Disciplinar ao autor da ação, antes da instrução ou julgamento do feito, salvo se houver necessidade de uma justificação prévia. MÉRITO: Diz-se do apreço que resulta do conjunto de fatos, provas ou razões da causa, que conduzem à formação de um juízo. NEGLIGÊNCIA: Omissão voluntária de diligência ou de cuidado. NULIDADE: Qualidade do que é nulo; da ineficácia total ou parcial do ato jurídico a que falta alguma formalidade ou solenidade intrínseca ou extrínseca que lhe é essencial. PARECER: Diz-se da opinião; do conselho ou do esclarecimento que o advogado, o jurisconsulto ou qualquer outro técnico que exerce função pública, emite sobre determinada questão de direito ou de fato, submetida a seu juízo. PEREMPÇÃO: Modo pelo qual se extingue a ação e o processo, por ato do queixoso ou procurador pela paralização do mesmo por determinado prazo. PETIÇÃO INICIAL: Diz-se daquela mediante a qual se instaura uma demanda. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: Assegura que toda instrução deverá ser contraditória, ou seja, o processo é um fenômeno bilateral, em função de existirem partes com pretensões contrárias, isto é, num polo de relação processual situa-se a acusação; e no outro, a defesa. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: A Justiça desportiva está estruturada e aparelhada para agir rápido e cumprir com suas obrigações sem morosidade. Seguindo esta orientação, não há razões para que se pratiquem atos desnecessários. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE: A função de julgar é atribuída, exclusivamente, a quem está investido em tal função. PRINCÍPIO DA ORALIDADE: Nos atos processuais da Justiça Desportiva, predominam a palavra ou a forma não escrita, com exceção dos atos principais e essenciais. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Todos os atos praticados no processo são públicos e todas as pessoas tem acesso a eles. Nenhum ato deve ser praticado sigilosamente, salvo em situações de grande excepcionalidade e previstas em lei. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL: Na Justiça Desportiva, os auditores não estão presos, exclusivamente, às circunstâncias formais do processo que são alegadas pela acusação e defesa, mas encontra-se ele com liberdade de justificar sua decisão com base nestas e noutras circunstâncias que não foram alegadas, formalmente, no processo, mas que são fundamentais para o atingimento da verdade. PROCESSO: Conjunto de atos coordenados e dirigidos a um fim específico, isto é, a decisão ou sentença. QUEIXA: Exposição escrita e circunstanciada que o ofendido, ou quem o represente, faz, perante o presidente da Comissão Disciplinar competente, indicando o nome do querelado e das testemunhas, o tempo e o lugar em que o fato infracional se deu, as razões da acusação e o valor provável do dano, concluindo por pedir a aplicação, ao acusado da sanção punitiva a que está sujeito. REINCIDENTE: Indivíduo que pratica nova infração, após o trânsito em julgado da decisão que o condenou por infração da mesma ou de outra natureza. RELATOR: Aquele que, na sessão de instrução e julgamento, relata ou expõe o fato que deve ser objeto de debate e decisão. REPRESENTANTE LEGAL OU CREDENCIADO: Aquele que possui legitimidade, através de procuração, ou que possui credencial das pessoas jurídicas a que representam.

Page 42: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

42

RESOLUÇÃO: Ato baixado por autoridade administrativa graduada, estabelecendo normas ou regulando certa matéria. ROL DE TESTEMUNHAS: Relação das pessoas que vão prestar depoimento testemunhal numa audiência. SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: É ato processual complexo que objetiva a instrução (momento no qual todas as provas são produzidas) e o julgamento (momento no qual os auditores, com base na instrução, proferem seus votos e proferem decisão final). SUPLENTE: Diz-se da pessoa que legalmente substitui o titular de um certo cargo ou função durante o seu impedimento, ou ausência ocasional, ou temporária. SUSPEIÇÃO: Diz-se do receio legítimo, oponível à imparcialidade dos membros das Comissões Disciplinares, motivado por certas circunstâncias, ou interesses intercorrentes, que possam impedir ou privar qualquer deles da exação no cumprimento do dever. TESTEMUNHA: Pessoa física que comparece a juízo para depor, sob compromisso de afirmar a verdade do que souber, de ciência própria, ou por ouvir de outrem, relativamente ao fato controvertido, ou esclarecer e provar. TRÂNSITO EM JULGADO: Diz-se da decisão, que se tendo tornado irretratável, por não haver contra ela mais qualquer recurso. VACÂNCIA: Tempo em que se deixa de estar ocupado ou preenchido algum encargo, emprego, ofício ou dignidade. VOTO DE QUALIDADE: Aquele que tem efeito de desempate e é usado pelo presidente da Comissão.

Page 43: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

43

ANEXO III - LEI Nº 9615/98 - LEI PELÉ ATUALIZADA

LEI Nº 9.615 , DE 24 DE MARÇO DE 1998.

Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências.

Texto atualizado em 17.6.02 Última Lei nº 10.264, de 16.7.01

Medida Provisória nº 2.216-37, 31.8.01 e 2.193-6, 23.8.01, 39, de 14.6.2002

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1o O desporto brasileiro abrange práticas formais e não-formais e obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito.

§ 1o A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto.

§ 2o A prática desportiva não-formal é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 2o O desporto, como direito individual, tem como base os princípios:

I - da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática desportiva;

II - da autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas físicas e jurídicas organizarem-se para a prática desportiva;

III - da democratização, garantido em condições de acesso às atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de discriminação;

IV - da liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de acordo com a capacidade e interesse de cada um, associando-se ou não a entidade do setor;

V - do direito social, caracterizado pelo dever do Estado em fomentar as práticas desportivas formais e não-formais;

VI - da diferenciação, consubstanciado no tratamento específico dado ao desporto profissional e não-profissional;

VII - da identidade nacional, refletido na proteção e incentivo às manifestações desportivas de criação nacional;

VIII - da educação, voltado para o desenvolvimento integral do homem como ser autônomo e participante, e fomentado por meio da prioridade dos recursos públicos ao desporto educacional;

IX - da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral;

X - da descentralização, consubstanciado na organização e funcionamento harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal;

XI - da segurança, propiciado ao praticante de qualquer modalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou sensorial;

Page 44: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

44

XII - da eficiência, obtido por meio do estímulo à competência desportiva e administrativa.

(XIII)(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

CAPÍTULO III

DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO

Art. 3o O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente;

III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.

Parágrafo único. O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado:

I - de modo profissional, caracterizado pela remuneração pactuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva;

II - de modo não-profissional, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.(Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

a) semiprofissional, expresso em contrato próprio e específico de estágio, com atletas entre quatorze e dezoito anos de idade e pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho; (Revogada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

b) amador, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de qualquer forma de remuneração ou de incentivos materiais para atletas de qualquer idade. (Revogada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

CAPÍTULO IV

DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO

Seção I

Da composição e dos objetivos

Art. 4o O Sistema Brasileiro do Desporto compreende:

I - o Ministério do Esporte e Turismo; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - o Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto - INDESP;

III - o Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB;

III - O Conselho Nacional do Esporte - CNE; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade desportiva.

§ 1o O Sistema Brasileiro do Desporto tem por objetivo garantir a prática desportiva regular e melhorar-lhe o padrão de qualidade.

Page 45: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

45

§ 2o A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social.(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

§ 3o Poderão ser incluídas no Sistema Brasileiro de Desporto as pessoas jurídicas que desenvolvam práticas não-formais, promovam a cultura e as ciências do desporto e formem e aprimorem especialistas.

Seção II

Do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto - INDESP

Art. 5o O Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto - INDESP é uma autarquia federal com a finalidade de promover, desenvolver a prática do desporto e exercer outras competências específicas que lhe são atribuídas nesta Lei.

§ 1o O INDESP disporá, em sua estrutura básica, de uma Diretoria integrada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República.

§ 2o As competências dos órgãos que integram a estrutura regimental do INDESP serão fixadas em decreto.

§ 3o Caberá ao INDESP, ouvido o Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB, propor o Plano Nacional de Desporto, observado o disposto no art. 217 da Constituição Federal.

§ 4o O INDESP expedirá instruções e desenvolverá ações para o cumprimento do disposto no inciso IV do art. 217 da Constituição Federal e elaborará o projeto de fomento da prática desportiva para pessoas portadoras de deficiência.

Art. 6o Constituem recursos do INDESP:

I - receitas oriundas de concursos de prognósticos previstos em lei;

II - adicional de quatro e meio por cento incidente sobre cada bilhete, permitido o arredondamento do seu valor feito nos concursos de prognósticos a que se refere o Decreto-Lei nº 594, de 27 de maio de 1969, e a Lei no 6.717, de 12 de novembro de 1979, destinado ao cumprimento do disposto no art. 7o;

III - doações, legados e patrocínios;

IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal, não reclamados;

V - outras fontes.

§ 1o O valor do adicional previsto no inciso II deste artigo não será computado no montante da arrecadação das apostas para fins de cálculo de prêmios, rateios, tributos de qualquer natureza ou taxas de administração.

§ 2o Do adicional de quatro e meio por cento de que trata o inciso II deste artigo, um terço será repassado às Secretarias de Esportes dos Estados e do Distrito Federal, ou, na inexistência destas, a órgãos que tenham atribuições semelhantes na área do desporto, proporcionalmente ao montante das apostas efetuadas em cada unidade da Federação para aplicação segundo o disposto no art. 7o.

§ 3o Do montante arrecadado nos termos do § 2o, cinqüenta por cento caberão às Secretarias Estaduais e/ou aos órgãos que as substituam, e cinqüenta por cento serão divididos entre os Municípios de cada Estado, na proporção de sua população.

§ 4o Trimestralmente, a Caixa Econômica Federal-CEF apresentará balancete ao INDESP, com o resultado da receita proveniente do adicional mencionado neste artigo.

Art. 7o Os recursos do INDESP terão a seguinte destinação:

I - desporto educacional;

II - desporto de rendimento, nos casos de participação de entidades nacionais de administração do desporto em competições internacionais, bem como as competições brasileiras dos desportos de criação nacional;

III - desporto de criação nacional;

IV - capacitação de recursos humanos:

Page 46: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

46

a) cientistas desportivos;

b) professores de educação física; e

c) técnicos de desporto;

V - apoio a projeto de pesquisa, documentação e informação;

VI - construção, ampliação e recuperação de instalações esportivas;

VII - apoio supletivo ao sistema de assistência ao atleta profissional com a finalidade de promover sua adaptação ao mercado de trabalho quando deixar a atividade;

VIII - apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência.

Art. 8o A arrecadação obtida em cada teste da Loteria Esportiva terá a seguinte destinação:

I - quarenta e cinco por cento para pagamento dos prêmios, incluindo o valor correspondente ao imposto sobre a renda;

II - vinte por cento para a Caixa Econômica Federal - CEF, destinados ao custeio total da administração dos recursos e prognósticos desportivos;

III - dez por cento para pagamento, em parcelas iguais, às entidades de práticas desportivas constantes do teste, pelo uso de suas denominações, marcas e símbolos;

IV - quinze por cento para o INDESP.

Parágrafo único. Os dez por cento restantes do total da arrecadação serão destinados à seguridade social.

Art. 9o Anualmente, a renda líquida total de um dos testes da Loteria Esportiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, para treinamento e competições preparatórias das equipes olímpicas nacionais.

§ 1o Nos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Pan-Americanos, a renda líquida de um segundo teste da Loteria Esportiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, para o atendimento da participação de delegações nacionais nesses eventos.

§ 2o Ao Comitê Paraolímpico Brasileiro serão concedidas as rendas líquidas de testes da Loteria Esportiva Federal nas mesmas condições estabelecidas neste artigo para o Comitê Olímpico Brasileiro-COB.

Art. 10. Os recursos financeiros correspondentes às destinações previstas no inciso III do art. 8o e no art. 9o, constituem receitas próprias dos beneficiários que lhes serão entregues diretamente pela Caixa Econômica Federal - CEF, até o décimo dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador.

Seção III

Do Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB

Art. 11. O Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro – CDDB é órgão colegiado de normatização, deliberação e assessoramento, diretamente vinculado ao Gabinete do Ministro de Estado do Esporte e Turismo, cabendo-lhe:" (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 11. O CNE é órgão colegiado de normatização, deliberação e assessoramento, diretamente vinculado ao Ministro de Estado do Esporte e Turismo, cabendo-lhe: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

I - zelar pela aplicação dos princípios e preceitos desta Lei;

II - oferecer subsídios técnicos à elaboração do Plano Nacional do Desporto;

III - emitir pareceres e recomendações sobre questões desportivas nacionais;

IV - propor prioridades para o plano de aplicação de recursos do INDESP;

Page 47: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

47

V - exercer outras atribuições previstas na legislação em vigor, relativas a questões de natureza desportiva; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

VI - aprovar os Códigos de Justiça Desportiva e suas alterações; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

VII - expedir diretrizes para o controle de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. O INDESP dará apoio técnico e administrativo ao Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro - CDDB.

Art. 12. (VETADO)

Art. 12-A. O CNE terá a seguinte composição:(Artigo incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

I - Ministro de Estado do Esporte e Turismo, que o presidirá; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

II - Secretário Nacional de Esporte do Ministério do Esporte e Turismo; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

III - Secretário-Executivo do Ministério da Educação; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

IV - Secretário-Geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

V - Secretário-Executivo do Ministério da Justiça; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

VI - Secretário-Executivo do Ministério do Trabalho e Emprego; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

VII - Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

VIII - Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

IX - Presidente da Confederação Brasileira de Futebol; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

X - Presidente do Conselho Federal de Educação Física; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

XI - Presidente da Comissão Nacional de Atletas; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

XII - Presidente do Fórum Nacional de Dirigentes Estaduais de Esporte; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

XIII - três representantes do desporto nacional, indicados pelo Presidente da República; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

XIV - três representantes indicados pelo Congresso Nacional, sendo um Senador e dois Deputados; e (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

XV - um representante dos clubes de futebol. (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

Seção IV

Do Sistema Nacional do Desporto

Page 48: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

48

Art. 13. O Sistema Nacional do Desporto tem por finalidade promover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento.

Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, encarregadas da coordenação, administração, normalização, apoio e prática do desporto, bem como as incumbidas da Justiça Desportiva e, especialmente:

I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB;

II - o Comitê Paraolímpico Brasileiro;

III - as entidades nacionais de administração do desporto;

IV - as entidades regionais de administração do desporto;

V - as ligas regionais e nacionais;

VI - as entidades de prática desportiva filiadas ou não àquelas referidas nos incisos anteriores.

Art. 14. O Comitê Olímpico Brasileiro-COB e o Comitê Paraolímpico Brasileiro, e as entidades nacionais de administração do desporto que lhes são filiadas ou vinculadas, constituem subsistema específico do Sistema Nacional do Desporto, ao qual se aplicará a prioridade prevista no inciso II do art. 217 da Constituição Federal, desde que seus estatutos obedeçam integralmente à Constituição Federal e às leis vigentes no País.

Art. 15. Ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, entidade jurídica de direito privado, compete representar o País nos eventos olímpicos, pan-americanos e outros de igual natureza, no Comitê Olímpico Internacional e nos movimentos olímpicos internacionais, e fomentar o movimento olímpico no território nacional, em conformidade com as disposições da Constituição Federal, bem como com as disposições estatutárias e regulamentares do Comitê Olímpico Internacional e da Carta Olímpica.

§ 1o Caberá ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB representar o olimpismo brasileiro junto aos poderes públicos.

§ 2o É privativo do Comitê Olímpico Brasileiro – COB e do Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPOB o uso das bandeiras, lemas, hinos e símbolos olímpicos e paraolímpicos, assim como das denominações "jogos olímpicos", "olimpíadas", "jogos paraolímpicos" e "paraolimpíadas", permitida a utilização destas últimas quando se tratar de eventos vinculados ao desporto educacional e de participação.(Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o Ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB são concedidos os direitos e benefícios conferidos em lei às entidades nacionais de administração do desporto.

§ 4o São vedados o registro e uso para qualquer fim de sinal que integre o símbolo olímpico ou que o contenha, bem como do hino e dos lemas olímpicos, exceto mediante prévia autorização do Comitê Olímpico Brasileiro-COB.

§ 5o Aplicam-se ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, no que couber, as disposições previstas neste artigo.

Art. 16. As entidades de prática desportiva e as entidades nacionais de administração do desporto, bem como as ligas de que trata o art. 20, são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, e terão as competências definidas em seus estatutos.

§ 1o As entidades nacionais de administração do desporto poderão filiar, nos termos de seus estatutos, entidades regionais de administração e entidades de prática desportiva.

§ 2o As ligas poderão, a seu critério, filiar-se ou vincular-se a entidades nacionais de administração do desporto, vedado a estas, sob qualquer pretexto, exigir tal filiação ou vinculação.

§ 3o É facultada a filiação direta de atletas nos termos previstos nos estatutos das respectivas entidades de administração do desporto.

Art. 17. (VETADO)

Page 49: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

49

Art. 18. Somente serão beneficiadas com isenções fiscais e repasses de recursos públicos federais da administração direta e indireta, nos termos do inciso II do art. 217 da Constituição Federal, as entidades do Sistema Nacional do Desporto que:

I - possuírem viabilidade e autonomia financeiras;

II - apresentarem manifestação favorável do Comitê Olímpico Brasileiro-COB ou do Comitê Paraolímpico Brasileiro, nos casos de suas filiadas e vinculadas;

III - atendam aos demais requisitos estabelecidos em lei;

IV - estiverem quites com suas obrigações fiscais e trabalhistas.

Parágrafo único. A verificação do cumprimento das exigências contidas nos incisos I a IV deste artigo será de responsabilidade do INDESP. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 19. (VETADO)

Art. 20. As entidades de prática desportiva participantes de competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais.

§ 1o (VETADO)

§ 2o As entidades de prática desportiva que organizarem ligas, na forma do caput deste artigo, comunicarão a criação destas às entidades nacionais de administração do desporto das respectivas modalidades.

§ 3o As ligas integrarão os sistemas das entidades nacionais de administração do desporto que incluírem suas competições nos respectivos calendários anuais de eventos oficiais.

§ 4o Na hipótese prevista no caput deste artigo, é facultado às entidades de prática desportiva participarem, também, de campeonatos nas entidades de administração do desporto a que estiverem filiadas.

§ 5o É vedada qualquer intervenção das entidades de administração do desporto nas ligas que se mantiverem independentes.

(§ 6o)(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

Art. 21. As entidades de prática desportiva poderão filiar-se, em cada modalidade, à entidade de administração do desporto do Sistema Nacional do Desporto, bem como à correspondente entidade de administração do desporto de um dos sistemas regionais.

Art. 22. Os processos eleitorais assegurarão:

I - colégio eleitoral constituído de todos os filiados no gozo de seus direitos, admitida a diferenciação de valor dos seus votos;

II - defesa prévia, em caso de impugnação, do direito de participar da eleição;

III - eleição convocada mediante edital publicado em órgão da imprensa de grande circulação, por três vezes;

IV - sistema de recolhimento dos votos imune a fraude;

V - acompanhamento da apuração pelos candidatos e meios de comunicação.

Parágrafo único. Na hipótese da adoção de critério diferenciado de valoração dos votos, este não poderá exceder à proporção de um para seis entre o de menor e o de maior valor.

Art. 23. Os estatutos das entidades de administração do desporto, elaborados de conformidade com esta Lei, deverão obrigatoriamente regulamentar, no mínimo:

I - instituição do Tribunal de Justiça Desportiva, nos termos desta Lei;

II - inelegibilidade de seus dirigentes para desempenho de cargos e funções eletivas ou de livre nomeação de:

a) condenados por crime doloso em sentença definitiva;

Page 50: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

50

b) inadimplentes na prestação de contas de recursos públicos em decisão administrativa definitiva;

c) inadimplentes na prestação de contas da própria entidade;

d) afastados de cargos eletivos ou de confiança de entidade desportiva ou em virtude de gestão patrimonial ou financeira irregular ou temerária da entidade;

e) inadimplentes das contribuições previdenciárias e trabalhistas;

f) falidos.

(III)(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

Art. 24. As prestações de contas anuais de todas as entidades de administração integrantes do Sistema Nacional do Desporto serão obrigatoriamente submetidas, com parecer dos Conselhos Fiscais, às respectivas assembléias-gerais, para a aprovação final.

Parágrafo único. Todos os integrantes das assembléias-gerais terão acesso irrestrito aos documentos, informações e comprovantes de despesas de contas de que trata este artigo.

Seção V

Dos Sistemas dos Estados, Distrito Federal e Municípios

Art. 25. Os Estados e o Distrito Federal constituirão seus próprios sistemas, respeitadas as normas estabelecidas nesta Lei e a observância do processo eleitoral.

Parágrafo único. Aos Municípios é facultado constituir sistemas próprios, observadas as disposições desta Lei e as contidas na legislação do respectivo Estado.

CAPÍTULO V

DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL

Art. 26. Atletas e entidades de prática desportiva são livres para organizar a atividade profissional, qualquer que seja sua modalidade, respeitados os termos desta Lei.

Art. 27. É facultado à entidade de prática desportiva participante de competições profissionais: (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

I - transformar-se em sociedade civil de fins econômicos; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - transformar-se em sociedade comercial; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

III - constituir ou contratar sociedade comercial para administrar suas atividades profissionais. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o (parágrafo único original) (Revogado). (Revogado pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 2o A entidade a que se refere este artigo não poderá utilizar seus bens patrimoniais, desportivos ou sociais para integralizar sua parcela de capital ou oferecê-los como garantia, salvo com a concordância da maioria absoluta da assembléia-geral dos associados e na conformidade do respectivo estatuto. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o Em qualquer das hipóteses previstas no caput deste artigo, a entidade de prática desportiva deverá manter a propriedade de, no mínimo, cinqüenta e um por cento do capital com direito a voto e ter o efetivo poder de gestão da nova sociedade, sob pena de ficar impedida de participar de competições desportivas profissionais. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000 e revogado pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001) § 4o A entidade de prática desportiva somente poderá assinar contrato ou firmar compromisso por dirigente com mandato eletivo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000 e revogado pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

(§ 5o),(§ 6o),(§ 7o)(Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

Page 51: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

51

Art. 27-A. Nenhuma pessoa física ou jurídica que, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante da mesma competição profissional. (Art. incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o É vedado que duas ou mais entidades de prática desportiva disputem a mesma competição profissional das primeiras séries ou divisões das diversas modalidades desportivas quando: (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

a) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamente, através de relação contratual, explore, controle ou administre direitos que integrem seus patrimônios; ou, (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

b) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de mais de uma sociedade ou associação que explore, controle ou administre direitos que integrem os seus patrimônios. (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 2o A vedação de que trata este artigo aplica-se: (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

a) ao cônjuge e aos parentes até o segundo grau das pessoas físicas; e (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

b) às sociedades controladoras, controladas e coligadas das mencionadas pessoas jurídicas, bem como a fundo de investimento, condomínio de investidores ou outra forma assemelhada que resulte na participação concomitante vedada neste artigo. (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o Excluem-se da vedação de que trata este artigo os contratos de administração e investimentos em estádios, ginásios e praças desportivas, de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade e de propaganda, desde que não importem na administração direta ou na co-gestão das atividades desportivas profissionais das entidades de prática desportiva, assim como os contratos individuais ou coletivos que sejam celebrados entre as detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, e entidades de prática desportiva para fins de transmissão de eventos desportivos. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 4o A infringência a este artigo implicará a inabilitação da entidade de prática desportiva para a percepção dos benefícios de que trata o art. 18, bem como a suspensão prevista no art. 48, IV, enquanto perdurar a transgressão. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 5o Ficam as detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, impedidas de patrocinar entidades de prática desportiva. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 28. A atividade do atleta profissional, de todas as modalidades desportivas, é caracterizada por remuneração pactuada em contrato formal de trabalho firmado com entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão unilateral.

§ 1o Aplicam-se ao atleta profissional as normas gerais da legislação trabalhista e da seguridade social, ressalvadas as peculiaridades expressas nesta Lei ou integrantes do respectivo contrato de trabalho.

§ 2o O vínculo desportivo do atleta com a entidade contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais, com o término da vigência do contrato de trabalho.

§ 2o O vínculo desportivo do atleta com a entidade contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais, com o término da vigência do contrato de trabalho, salvo na hipótese prevista no § 3o, inciso II, do art. 29 desta Lei. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

§ 3o O valor da cláusula penal a que se refere o caput deste artigo será livremente estabelecido pelos contratantes até o limite máximo de cem vezes o montante da remuneração anual pactuada. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Page 52: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

52

§ 4o Em quaisquer das hipóteses previstas no § 3o deste artigo, haverá a redução automática do valor da cláusula penal apurada, aplicando-se, para cada ano integralizado do vigente contrato de trabalho desportivo, os seguintes percentuais progressivos e não-cumulativos: (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

a) dez por cento após o primeiro ano; (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

b) vinte por cento após o segundo ano; (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

c) quarenta por cento após o terceiro ano; (Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

d) oitenta por cento após o quarto ano.(Alínea incluída pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 5o Quando se tratar de transferência internacional, a cláusula penal não será objeto de qualquer limitação, desde que esteja expresso no respectivo contrato de trabalho desportivo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 6o Na hipótese prevista no § 3o, quando se tratar de atletas profissionais que recebam até dez salários mínimos mensais, o montante da cláusula penal fica limitado a dez vezes o valor da remuneração anual pactuada ou a metade do valor restante do contrato, aplicando-se o que for menor. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000 e revogado pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora de atleta terá o direito de assinar com este o primeiro contrato de profissional, cujo prazo não poderá ser superior a dois anos.

Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de assinar com este, a partir de dezesseis anos de idade, o primeiro contrato de trabalho profissional, cujo prazo não poderá ser superior a cinco anos. (Redação dada pela Medida Provisória 2.193-6, de 23.8.2001)

Parágrafo único. (VETADO)

§ 2o Para os efeitos do caput deste artigo, exige-se da entidade de prática desportiva formadora que comprove estar o atleta por ela registrado como não-profissional há, pelo menos, dois anos, sendo facultada a cessão deste direito a entidade de prática desportiva, de forma remunerada. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o A entidade de prática desportiva detentora do primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado terá o direito de preferência para a primeira renovação deste contrato. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o Apenas a entidade de prática desportiva formadora que, comprovadamente, firmar o primeiro contrato de trabalho com o atleta por ela profissionalizado, terá direito de exigir, do novo empregador, indenização de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

I - formação, quando da cessão do atleta durante a vigência do primeiro contrato, que não poderá exceder a duzentas vezes o montante da remuneração anual, vedada a cobrança cumulativa de cláusula penal; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

II - promoção, quando de nova contratação do atleta, no prazo de seis meses após o término do primeiro contrato, que não poderá exceder a cento e cinqüenta vezes o montante da remuneração anual, desde que a entidade formadora permaneça pagando salários ao atleta enquanto não firmado o novo vínculo contratual. (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. Não se aplica ao contrato de trabalho do atleta profissional o disposto no art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 31. A entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de salário de atleta profissional em atraso, no todo ou em parte, por período igual ou superior a três meses, terá o contrato de trabalho daquele atleta rescindido, ficando o atleta livre para se transferir para qualquer outra agremiação de mesma modalidade, nacional ou internacional, e exigir a multa rescisória e os haveres devidos.

Page 53: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

53

§ 1o São entendidos como salário, para efeitos do previsto no caput, o abono de férias, o décimo terceiro salário, as gratificações, os prêmios e demais verbas inclusas no contrato de trabalho.

§ 2o A mora contumaz será considerada também pelo não recolhimento do FGTS e das contribuições previdenciárias.

§ 3o Sempre que a rescisão se operar pela aplicação do disposto no caput, a multa rescisória a favor da parte inocente será conhecida pela aplicação do disposto nos arts. 479 e 480 da CLT.

Art. 32. É lícito ao atleta profissional recusar competir por entidade de prática desportiva quando seus salários, no todo ou em parte, estiverem atrasados em dois ou mais meses;

Art. 33. Cabe à entidade nacional de administração do desporto que registrar o contrato de trabalho profissional fornecer a condição de jogo para as entidades de prática desportiva, mediante a prova de notificação do pedido de rescisão unilateral firmado pelo atleta ou documento do empregador no mesmo sentido, desde que acompanhado da prova de pagamento da cláusula penal nos termos do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em especial: (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

I - registrar o contrato de trabalho do atleta profissional na entidade de administração nacional da respectiva modalidade desportiva; (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à participação nas competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias ou instrumentais; (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

III - submeter os atletas profissionais aos exames médicos e clínicos necessários à prática desportiva. (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 35. São deveres do atleta profissional, em especial: (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

I - participar dos jogos, treinos, estágios e outras sessões preparatórias de competições com a aplicação e dedicação correspondentes às suas condições psicofísicas e técnicas; (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - preservar as condições físicas que lhes permitam participar das competições desportivas, submetendo-se aos exames médicos e tratamentos clínicos necessários à prática desportiva; (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

III - exercitar a atividade desportiva profissional de acordo com as regras da respectiva modalidade desportiva e as normas que regem a disciplina e a ética desportivas. (Inciso incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 36. A atividade do atleta semiprofissional é caracterizada pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho, pactuado em contrato formal de estágio firmado com entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão unilateral. (Revogado pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000) § 1o Estão compreendidos na categoria dos semiprofissionais os atletas com idade entre quatorze e dezoito anos completos. § 2o Só poderão participar de competição entre profissionais os atletas semiprofissionais com idade superior a dezesseis anos. § 3o Ao completar dezoito anos de idade, o atleta semiprofissional deverá ser obrigatoriamente profissionalizado, sob pena de, não o fazendo, voltar à condição de amador, ficando impedido de participar em competições entre profissionais. § 4o A entidade de prática detentora do primeiro contrato de trabalho do atleta por ela profissionalizado terá direito de preferência para a primeira renovação deste contrato, sendo facultada a cessão deste direito a terceiros, de forma remunerada ou não. § 5o Do disposto neste artigo estão excluídos os desportos individuais e coletivos olímpicos, exceto o futebol de campo. Art. 37. O contrato de estágio do atleta semiprofissional obedecerá a modelo padrão, constante da regulamentação desta Lei. (Revogado pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Page 54: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

54

Art. 38. Qualquer cessão ou transferência de atleta profissional ou não-profissional depende de sua formal e expressa anuência. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 39. A transferência do atleta profissional de uma entidade de prática desportiva para outra do mesmo gênero poderá ser temporária (contrato de empréstimo) e o novo contrato celebrado deverá ser por período igual ou menor que o anterior, ficando o atleta sujeito à cláusula de retorno à entidade de prática desportiva cedente, vigorando no retorno o antigo contrato, quando for o caso.

Art. 40. Na cessão ou transferência de atleta profissional para entidade de prática desportiva estrangeira observar-se-ão as instruções expedidas pela entidade nacional de título.

Parágrafo único. As condições para transferência do atleta profissional para o exterior deverão integrar obrigatoriamente os contratos de trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva brasileira que o contratou.

Art. 41. A participação de atletas profissionais em seleções será estabelecida na forma como acordarem a entidade de administração convocante e a entidade de prática desportiva cedente.

§ 1o A entidade convocadora indenizará a cedente dos encargos previstos no contrato de trabalho, pelo período em que durar a convocação do atleta, sem prejuízo de eventuais ajustes celebrados entre este e a entidade convocadora.

§ 2o O período de convocação estender-se-á até a reintegração do atleta à entidade que o cedeu, apto a exercer sua atividade.

Art. 42. Às entidades de prática desportiva pertence o direito de negociar, autorizar e proibir a fixação, a transmissão ou retransmissão de imagem de espetáculo ou eventos desportivos de que participem.

§ 1o Salvo convenção em contrário, vinte por cento do preço total da autorização, como mínimo, será distribuído, em partes iguais, aos atletas profissionais participantes do espetáculo ou evento.

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a flagrantes de espetáculo ou evento desportivo para fins, exclusivamente, jornalísticos ou educativos, cuja duração, no conjunto, não exceda de três por cento do total do tempo previsto para o espetáculo.

§ 3o O espectador pagante, por qualquer meio, de espetáculo ou evento desportivo equipara-se, para todos os efeitos legais, ao consumidor, nos termos do art. 2º da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 43. É vedada a participação em competições desportivas profissionais de atletas não-profissionais com idade superior a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 44. É vedada a prática do profissionalismo, em qualquer modalidade, quando se tratar de:

I - desporto educacional, seja nos estabelecimentos escolares de 1º e 2º graus ou superiores;

II - desporto militar;

III - menores até a idade de dezesseis anos completos.

Art. 45. As entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de acidentes de trabalho para atletas profissionais a ela vinculados, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. A importância segurada deve garantir direito a uma indenização mínima correspondente ao valor total anual da remuneração ajustada no caso dos atletas profissionais. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 46. A presença de atleta de nacionalidade estrangeira, com visto temporário de trabalho previsto no inciso V do art. 13 da Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980, como integrante da equipe de competição da entidade de prática desportiva, caracteriza para os termos desta Lei, a prática desportiva profissional, tornando obrigatório o enquadramento previsto no caput do art. 27.

Page 55: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

55

§ 1o É vedada a participação de atleta de nacionalidade estrangeira como integrante de equipe de competição de entidade de prática desportiva nacional nos campeonatos oficiais, quando o visto de trabalho temporário expedido pelo Ministério do Trabalho recair no inciso III do art. 13 da Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980.

§ 2o A entidade de administração do desporto será obrigada a exigir da entidade de prática desportiva o comprovante do visto de trabalho do atleta de nacionalidade estrangeira fornecido pelo Ministério do Trabalho, sob pena de cancelamento da inscrição desportiva.

Art. 46-A. As entidades de administração do desporto e as de prática desportiva envolvidas em quaisquer competições de atletas profissionais, independentemente da forma jurídica adotada, com ou sem finalidade lucrativa, são obrigadas a elaborar e publicar as demonstrações contábeis e balanços patrimoniais, de cada exercício, devidamente auditados por auditoria independente. (Art. incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001) (Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

Parágrafo único. Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na legislação tributária, trabalhista, previdenciária, cambial, e das conseqüentes responsabilidades civil e penal, a infringência a este artigo implicará: (Parágrafo incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

I - para as entidades de administração do desporto, a inelegibilidade, por dez anos, de seus dirigentes para o desempenho de cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação, em quaisquer das entidades ou órgãos referidos no parágrafo único do art. 13 desta Lei; (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

II - para as entidades de prática desportiva, a inelegibilidade, por cinco anos, de seus dirigentes para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva." (Inciso incluído pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

CAPÍTULO VI

DA ORDEM DESPORTIVA

Art. 47. No âmbito de suas atribuições, os Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros e as entidades nacionais de administração do desporto têm competência para decidir, de ofício ou quando lhes forem submetidas pelos seus filiados, as questões relativas ao cumprimento das normas e regras de prática desportiva.

Art. 48. Com o objetivo de manter a ordem desportiva, o respeito aos atos emanados de seus poderes internos, poderão ser aplicadas, pelas entidades de administração do desporto e de prática desportiva, as seguintes sanções:

I - advertência;

II - censura escrita;

III - multa;

IV - suspensão;

V - desfiliação ou desvinculação.

§ 1o A aplicação das sanções previstas neste artigo não prescinde do processo administrativo no qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.

§ 2o As penalidades de que tratam os incisos IV e V deste artigo somente poderão ser aplicadas após decisão definitiva da Justiça Desportiva.

CAPÍTULO VII

DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Art. 49. A Justiça Desportiva a que se referem os §§ 1o e 2o do art. 217 da Constituição Federal e o art. 33 da Lei no 8.028, de 12 de abril de 1990, regula-se pelas disposições deste Capítulo.

Page 56: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

56

Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em Códigos Desportivos.

Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em códigos desportivos, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.193-6, de 23.8.2001)

§ 1o As transgressões relativas à disciplina e às competições desportivas sujeitam o infrator a:

I - advertência;

II - eliminação;

III - exclusão de campeonato ou torneio;

IV - indenização;

V - interdição de praça de desportos;

VI - multa;

VII - perda do mando do campo;

VIII - perda de pontos;

IX - perda de renda;

X - suspensão por partida;

XI - suspensão por prazo.

§ 2o As penas disciplinares não serão aplicadas aos menores de quatorze anos.

§ 3o As penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas não-profissionais.

§ 4o Compete às entidades de administração do desporto promover o custeio do funcionamento dos órgãos da Justiça Desportiva que funcionem junto a si. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 51. O disposto nesta Lei sobre Justiça Desportiva não se aplica aos Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros.

Art. 52. Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva são autônomos e independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema, compondo-se do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do desporto; dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades regionais da administração do desporto, e das Comissões Disciplinares, com competência para processar e julgar as questões previstas nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a ampla defesa e o contraditório. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o Sem prejuízo do disposto neste artigo, as decisões finais dos Tribunais de Justiça Desportiva são impugnáveis nos termos gerais do direito, respeitados os pressupostos processuais estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 217 da Constituição Federal.

§ 2o O recurso ao Poder Judiciário não prejudicará os efeitos desportivos validamente produzidos em conseqüência da decisão proferida pelos Tribunais de Justiça Desportiva.

Art. 53. Junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, para julgamento envolvendo competições interestaduais ou nacionais, e aos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionarão tantas Comissões Disciplinares quantas se fizerem necessárias, compostas cada qual de cinco membros que não pertençam aos referidos órgãos judicantes e que por estes serão indicados. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o (VETADO)

§ 2o A Comissão Disciplinar aplicará sanções em procedimento sumário, assegurados a ampla defesa e o contraditório.

Page 57: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

57

§ 3o Das decisões da Comissão Disciplinar caberá recurso ao Tribunal de Justiça Desportiva e deste ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, nas hipóteses previstas nos respectivos Códigos de Justiça Desportiva. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 4o O recurso ao qual se refere o parágrafo anterior será recebido e processado com efeito suspensivo quando a penalidade exceder de duas partidas consecutivas ou quinze dias.

Art. 54. O membro do Tribunal de Justiça Desportiva exerce função considerada de relevante interesse público e, sendo servidor público, terá abonadas suas faltas, computando-se como de efetivo exercício a participação nas respectivas sessões.

Art. 55. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva e os Tribunais de Justiça Desportiva serão compostos por nove membros, sendo: (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

I - dois indicados pela entidade de administração do desporto; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que participem de competições oficiais da divisão principal; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

III - dois advogados com notório saber jurídico desportivo, indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

IV - um representante dos árbitros, por estes indicado; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

V - dois representantes dos atletas, por estes indicados. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o (Revogado). (Revogado pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 2o O mandato dos membros dos Tribunais de Justiça Desportiva terá duração máxima de quatro anos, permitida apenas uma recondução. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 3o É vedado aos dirigentes desportivos das entidades de administração e das entidades de prática o exercício de cargo ou função na Justiça Desportiva, exceção feita aos membros dos conselhos deliberativos das entidades de prática desportiva. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 4o Os membros dos Tribunais de Justiça Desportiva poderão ser bacharéis em Direito ou pessoas de notório saber jurídico, e de conduta ilibada. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

CAPÍTULO VIII

DOS RECURSOS PARA O DESPORTO

Art. 56. Os recursos necessários ao fomento das práticas desportivas formais e não-formais a que se refere o art. 217 da Constituição Federal serão assegurados em programas de trabalho específicos constantes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além dos provenientes de:

I - fundos desportivos;

II - receitas oriundas de concursos de prognósticos;

III - doações, patrocínios e legados;

IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal não reclamados nos prazos regulamentares;

V - incentivos fiscais previstos em lei;

VI - outras fontes.

VI – dois por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios.(Redação dada pela Lai nº 10.264, de 16.7.2001)

§ 1o Do total de recursos financeiros resultantes do percentual de que trata o inciso VI do caput, oitenta e cinco por cento serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro e quinze por cento ao Comitê Paraolímpico

Page 58: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

58

Brasileiro, devendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

§ 2o Dos totais de recursos correspondentes aos percentuais referidos no § 1o, dez por cento deverão ser investidos em desporto escolar e cinco por cento, em desporto universitário.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

§ 3o Os recursos a que se refere o inciso VI do caput:(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

I – constituem receitas próprias dos beneficiários, que os receberão diretamente da Caixa Econômica Federal, no prazo de dez dias úteis a contar da data de ocorrência de cada sorteio;(Inciso incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

II – serão exclusiva e integralmente aplicados em programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, de formação de recursos humanos, de preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas, bem como sua participação em eventos desportivos.(Inciso incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

§ 4o Dos programas e projetos referidos no inciso II do § 3o será dada ciência aos Ministérios da Educação e do Esporte e Turismo.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

§ 5o Cabe ao Tribunal de Contas da União fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro em decorrência desta Lei.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.264, de 16.7.2001)

Art. 57. Constituirão recursos para a assistência social e educacional aos atletas profissionais, ex-atletas e aos em formação, recolhidos diretamente para a Federação das Associações de Atletas Profissionais – FAAP: (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

I - um por cento do contrato do atleta profissional pertencente ao Sistema Brasileiro do Desporto, devido e recolhido pela entidade contratante; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

II - um por cento do valor da cláusula penal, nos casos de transferências nacionais e internacionais, a ser pago pelo atleta; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

III - um por cento da arrecadação proveniente das competições organizadas pelas entidades nacionais de administração do desporto profissional; (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

IV - penalidades disciplinares pecuniárias aplicadas aos atletas profissionais pelas entidades de prática desportiva, pelas de administração do desporto ou pelos órgãos da Justiça Desportiva. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

(Parágrafo único) (Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

Art. 58. (VETADO)

CAPÍTULO IX

DO BINGO

Art. 59. Os jogos de bingo são permitidos em todo o território nacional nos termos desta Lei.

Art. 59. A exploração de jogos de bingo, serviço público de competência da União, será executada, direta ou indiretamente, pela Caixa Econômica Federal em todo o território nacional, nos termos desta Lei e do respectivo regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 31.8.2001) (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Art 60. As entidades de administração e de prática desportiva poderão credenciar-se junto à União para explorar o jogo de bingo permanente ou eventual com a finalidade de angariar recursos para o fomento do desporto. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o Considera-se bingo permanente aquele realizado em salas próprias, com utilização de processo de extração isento de contato humano, que assegure integral lisura dos resultados, inclusive com o apoio de sistema de circuito fechado de televisão e difusão de som, oferecendo prêmios exclusivamente em dinheiro.

Page 59: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

59

§ 2o (VETADO)

§ 3o As máquinas utilizadas nos sorteios, antes de iniciar quaisquer operações, deverão ser submetidas à fiscalização do poder público, que autorizará ou não seu funcionamento, bem como as verificará semestralmente, quando em operação.

Art. 61. Os bingos funcionarão sob responsabilidade exclusiva das entidades desportivas, mesmo que a administração da sala seja entregue a empresa comercial idônea. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Art. 62. São requisitos para concessão da autorização de exploração dos bingos para a entidade desportiva: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

I - filiação a entidade de administração do esporte ou, conforme o caso, a entidade nacional de administração, por um período mínimo de três anos, completados até a data do pedido de autorização;

II - (VETADO)

III - (VETADO)

IV - prévia apresentação e aprovação de projeto detalhado de aplicação de recursos na melhoria do desporto olímpico, com prioridade para a formação do atleta;

V - apresentação de certidões dos distribuidores cíveis, trabalhistas, criminais e dos cartórios de protesto;

VI - comprovação de regularização de contribuições junto à Receita Federal e à Seguridade Social;

VII - apresentação de parecer favorável da Prefeitura do Município onde se instalará a sala de bingo, versando sobre os aspectos urbanísticos e o alcance social do empreendimento;

VIII - apresentação de planta da sala de bingo, demonstrando ter capacidade mínima para duzentas pessoas e local isolado de recepção, sem acesso direto para a sala;

IX - prova de que a sede da entidade desportiva é situada no mesmo Município em que funcionará a sala de bingo.

§ 1o Excepcionalmente, o mérito esportivo pode ser comprovado em relatório quantitativo e qualitativo das atividades desenvolvidas pela entidade requerente nos três anos anteriores ao pedido de autorização.

§ 2o Para a autorização do bingo eventual são requisitos os constantes nos incisos I a VI do caput, além da prova de prévia aquisição dos prêmios oferecidos.

Art. 63. Se a administração da sala de bingo for entregue a empresa comercial, entidade desportiva juntará, ao pedido de autorização, além dos requisitos do artigo anterior, os seguintes documentos: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

I - certidão da Junta Comercial, demonstrando o regular registro da empresa e sua capacidade para o comércio;

II - certidões dos distribuidores cíveis, trabalhistas e de cartórios de protesto em nome da empresa;

III - certidões dos distribuidores cíveis, criminais, trabalhistas e de cartórios de protestos em nome da pessoa ou pessoas físicas titulares da empresa;

IV - certidões de quitação de tributos federais e da seguridade social;

V - demonstrativo de contratação de firma para auditoria permanente da empresa administradora;

VI - cópia do instrumento do contrato entre a entidade desportiva e a empresa administrativa, cujo prazo máximo será de dois anos, renovável por igual período, sempre exigida a forma escrita.

Art. 64. O Poder Público negará a autorização se não provados quaisquer dos requisitos dos artigos anteriores ou houver indícios de inidoneidade da entidade desportiva, da empresa comercial ou de seus dirigentes, podendo ainda cassar a autorização se verificar terem deixado de ser preenchidos os mesmos requisitos. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Page 60: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

60

Art. 65. A autorização concedida somente será válida para local determinado e endereço certo, sendo proibida a venda de cartelas fora da sala de bingo. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. As cartelas de bingo eventual poderão ser vendidas em todo o território nacional.

Art. 66. (VETADO)

Art. 67. (VETADO)

Art. 68. A premiação do bingo permanente será apenas em dinheiro, cujo montante não poderá exceder o valor arrecadado por partida. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 69. (VETADO)

Art. 70. A entidade desportiva receberá percentual mínimo de sete por cento da receita bruta da sala de bingo ou do bingo eventual. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. As entidades desportivas prestarão contas semestralmente ao poder público da aplicação dos recursos havidos dos bingos.

Art. 71. (VETADO)

§ 1o (VETADO)

§ 2o (VETADO)

§ 3o (VETADO)

§ 4o É proibido o ingresso de menores de dezoito anos nas salas de bingo.

Art. 72. As salas de bingo destinar-se-ão exclusivamente a esse tipo de jogo. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. A única atividade admissível concomitantemente ao bingo na sala é o serviço de bar ou restaurante.

Art. 73. É proibida a instalação de qualquer tipo de máquinas de jogo de azar ou de diversões eletrônicas nas salas de bingo. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Art. 74. Nenhuma outra modalidade de jogo ou similar, que não seja o bingo permanente ou o eventual, poderá ser autorizada com base nesta Lei. (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. Excluem-se das exigências desta Lei os bingos realizados com fins apenas beneficentes em favor de entidades filantrópicas federais, estaduais ou municipais, nos termos da legislação especifica, desde que devidamente autorizados pela União.

Art. 75. Manter, facilitar ou realizar jogo de bingo sem a autorização prevista nesta Lei: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Pena - prisão simples de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 76. (VETADO)

Art. 77. Oferecer, em bingo permanente ou eventual, prêmio diverso do permitido nesta Lei: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Pena - prisão simples de seis meses a um ano, e multa de até cem vezes o valor do prêmio oferecido.

Art. 78. (VETADO)

Page 61: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

61

Art. 79. Fraudar, adulterar ou controlar de qualquer modo o resultado do jogo de bingo: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Pena - reclusão de um a três anos, e multa.

Art. 80. Permitir o ingresso de menor de dezoito anos em sala de bingo: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 81. Manter nas salas de bingo máquinas de jogo de azar ou diversões eletrônicas: (Art. com vigência até 31.12.2001, conforme o art. 2º da Lei 9.981, de 14.7.2000)

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os dirigentes, unidades ou órgãos de entidades de administração do desporto, inscritas ou não no registro de comércio, não exercem função delegada pelo Poder Público, nem são consideradas autoridades públicas para os efeitos desta Lei.

Art. 83. As entidades desportivas internacionais com sede permanente ou temporária no País receberão dos poderes públicos o mesmo tratamento dispensado às entidades nacionais de administração do desporto.

Art. 84. Será considerado como efetivo exercício, para todos os efeitos legais, o período em que o atleta servidor público civil ou militar, da Administração Pública direta, indireta, autárquica ou fundacional, estiver convocado para integrar representação nacional em treinamento ou competição desportiva no País ou no exterior. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 1o O período de convocação será definido pela entidade nacional da administração da respectiva modalidade desportiva, cabendo a esta ou aos Comitês Olímpico ou Paraolímpico Brasileiros fazer a devida comunicação e solicitar ao INDESP a competente liberação do afastamento do atleta ou dirigente. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

§ 2o O disposto neste artigo aplica-se, também, aos profissionais especializados e dirigentes, quando indispensáveis à composição da delegação.

Art. 84-A. Todos os jogos das seleções brasileiras de futebol, em competições oficiais, deverão ser exibidos, pelo menos, em uma rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclusive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo realizados. (Art. incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. As empresas de televisão de comum acordo, ou por rodízio, ou por arbitramento, resolverão como cumprir o disposto neste artigo, caso nenhuma delas se interesse pela transmissão. O órgão competente fará o arbitramento. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 85. Os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as instituições de ensino superior, definirão normas específicas para verificação do rendimento e o controle de freqüência dos estudantes que integrarem representação desportiva nacional, de forma a harmonizar a atividade desportiva com os interesses relacionados ao aproveitamento e à promoção escolar.

Art. 86. É instituído o Dia do Desporto, a ser comemorado no dia 23 de junho, Dia Mundial do Desporto Olímpico.

Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente.

Parágrafo único. A garantia legal outorgada às entidades e aos atletas referidos neste artigo permite-lhes o uso comercial de sua denominação, símbolos, nomes e apelidos.

Page 62: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

62

Art. 88. Os árbitros e auxiliares de arbitragem poderão constituir entidades nacionais e estaduais, por modalidade desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o recrutamento, a formação e a prestação de serviços às entidades de administração do desporto.

Parágrafo único. Independentemente da constituição de sociedade ou entidades, os árbitros e seus auxiliares não terão qualquer vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas onde atuarem, e sua remuneração como autônomos exonera tais entidades de quaisquer outras responsabilidades trabalhistas, securitárias e previdenciárias.

Art. 89. Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, as entidades de administração do desporto determinarão em seus regulamentos o princípio do acesso e do descenso, observado sempre o critério técnico.

Art. 90. É vedado aos administradores e membros de conselho fiscal de entidade de prática desportiva o exercício de cargo ou função em entidade de administração do desporto.

(Parágrafo único) (Vide Medida Provisória nº 39, de 14.6.2002)

CAPÍTULO XI

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 91. Até a edição dos Códigos da Justiça dos Desportos Profissionais e Não-Profissionais continuam em vigor os atuais Códigos, com as alterações constantes desta Lei.

Art. 92. Os atuais atletas profissionais de futebol, de qualquer idade, que, na data de entrada em vigor desta Lei, estiverem com passe livre, permanecerão nesta situação, e a rescisão de seus contratos de trabalho dar-se-á nos termos dos arts. 479 e 480 da C.L.T.

Art. 93. O disposto no art. 28, § 2o, desta Lei somente produzirá efeitos jurídicos a partir de 26 de março de 2001, respeitados os direitos adquiridos decorrentes dos contratos de trabalho e vínculos desportivos de atletas profissionais pactuados com base na legislação anterior. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000 e vetado)

Parágrafo único. (VETADO) (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 94. Os artigos 27, 27-A, 28, 29, 30, 39, 43, 45 e o § 1o do art. 41 desta Lei serão obrigatórios exclusivamente para atletas e entidades de prática profissional da modalidade de futebol. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Parágrafo único. É facultado às demais modalidades desportivas adotar os preceitos constantes dos dispositivos referidos no caput deste artigo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 94-A. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei, inclusive a distribuição dos recursos, gradação das multas e os procedimentos de sua aplicação. (Art. incluído pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)

Art. 95. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 96. São revogados, a partir da vigência do disposto no § 2 o do art. 28 desta Lei, os incisos II e V e os §§ 1o e 3o do art. 3o, os arts. 4o, 6o, 11 e 13, o § 2o do art. 15, o parágrafo único do art. 16 e os arts. 23 e 26 da Lei no 6.354, de 2 de setembro de 1976; são revogadas, a partir da data de publicação desta Lei, as Leis nos 8.672, de 6 de julho de 1993, e 8.946, de 5 de dezembro de 1994.

Brasília, 24 de março de 1998; 177o da Independência e 110o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende Pedro Malan Paulo Renato Souza Paulo Paiva Reinhold Stephanes Edson Arantes do Nascimento

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.3.1998

Page 63: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

63

MEDIDA PROVISÓRIA No 39, DE 14 DE JUNHO 2002.

Altera a Lei no 9.615, de 24 de março de 1998, que institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: Art. 1o A Lei no 9.615, de 24 de março de 1998, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 2o ............................................

.........................................................

XIII - da livre empresa no desporto profissional, caracterizado pela natureza eminentemente empresarial da gestão e exploração do desporto profissional." (NR)

"Art. 4o ............................................

............................................

§ 2o A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social, inclusive para os fins do disposto nos incisos I e III do art. 5o da Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993.

............................................" (NR)

"Art. 20. ............................................

............................................

§ 6o As ligas formadas por entidades de prática desportiva envolvidas em competições de atletas profissionais equiparam-se, para os fins do art. 46-A, às entidades de administração de desporto." (NR)

"Art. 23. ............................................

............................................

III - destituição de seus dirigentes, caso incorram em qualquer das hipóteses do inciso

Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 27 às entidades de administração de desporto profissional." (NR)

"Art. 27. Em face do caráter eminentemente empresarial da gestão e exploração do desporto profissional, as entidades de prática desportiva participantes de competições profissionais e as ligas em que se organizarem que não se constituírem em sociedade comercial ou não contratarem sociedade comercial para administrar suas atividades profissionais equiparam-se, para todos os fins de direito, às sociedades de fato ou irregulares, na forma da lei comercial.

............................................

§ 5o O disposto no art. 23 aplica-se, no que couber, às entidades a que se refere o caput.

§ 6o A entidade que não se constituir regularmente em sociedade comercial, na forma deste artigo:

I - fica impedida, ainda que presentes os requisitos da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, de optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES;

II - não se sujeita à contribuição de que trata o § 6o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, incidindo, no caso, as contribuições de que tratam os incisos I e II do mesmo artigo, sem prejuízo das demais contribuições para o custeio da seguridade social;

III - fica impedida de gozar de qualquer benefício fiscal em âmbito federal.

Page 64: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

64

§ 7o Os associados demandados pelos débitos contraídos por entidade equiparada à sociedade comercial de fato ou irregular na forma do caput tem o direito de que sejam excutidos primeiramente os bens de seus dirigentes."(NR)

"Art. 57. ............................................

............................................

Parágrafo único. A contribuição de que trata o inciso I fica reduzida pela metade se a entidade de prática desportiva contratante constituir-se regularmente em sociedade comercial, na forma do art. 27." (NR)

"Art. 90. ............................................

............................................

Parágrafo único. Em face do disposto no § 2o do art. 4o, qualquer sócio ou cotista de entidade de prática desportiva, bem assim os membros do CNE são partes legítimas para representar ao Ministério Público da União contra os dirigentes das entidades referidas no parágrafo único do art. 13, indicando os fatos concretos e os elementos probantes da prática de ato com violação da lei ou dos respectivos estatutos." (NR)

Art. 2o O art. 46-A da Lei no 9.615, de 1998, passa a vigorar com a seguinte alteração, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1o:

"Art. 46-A. A entidade de administração de desporto e a de prática desportiva envolvidas em qualquer competição de atletas profissionais ficam obrigadas a:

I - elaborar e publicar suas demonstrações financeiras na forma definida pela Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, após terem sido auditadas por auditores independentes devidamente registrados na Comissão de Valores Mobiliários;

II - apresentar suas contas juntamente com os relatórios da auditoria de que trata o inciso I ao CNE, na forma do regulamento.

............................................

§ 2o Constitui inadimplência na prestação de contas da entidade, dentre outras hipóteses, o não cumprimento do disposto neste artigo." (NR)

Art. 3o Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 14 de junho de 2002; 181º da Independência e 114o da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Caio Luiz de Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 17.5.2002

Page 65: CÓDIGO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E … · Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não

65