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POLÍCIA MILITAR DO AMAPÁ GABINETE DO COMANDO GERAL CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA PMAP MACAPÁ-AP 2011 APÊNDICE “G”

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POLÍCIA MILITAR DO AMAPÁ GABINETE DO COMANDO GERAL

CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA PMAP

MACAPÁ-AP 2011

APÊNDICE “G”

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LEI Nº _______ DE ____DE _______DE 2011

Institui o Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar do Estado do Amapá.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ

estatui e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Organização do Código

Art. 1º Esta Lei institui o Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar do Amapá (CEDPM-AP), que dispõe sobre o comportamento ético e estabelece os procedimentos para apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar dos integrantes da PMAP. Abrangência

Art. 2º Estão sujeitos a esta Lei os policiais militares ativos e da reserva, exceto os reformados, nos termos da legislação vigente. Alunos

§1º Os alunos de órgãos específicos de formação, especialização e aperfeiçoamento de policiais militares ficam sujeitos às disposições deste Código, sem prejuízo das leis, regulamentos, normas e outras prescrições das Organizações Policiais Militares (OPM) em que estejam matriculados.

§2º Caberá ao Comando Geral disciplinar, através de regulamento escolar próprio, as transgressões e respectivas sanções escolares, a que estarão sujeitos os Alunos de cursos e estágios desenvolvidos pelo órgão de formação, especialização e aperfeiçoamento da Polícia Militar.

Finalidade

Art. 3º O CEDPM-AP tem por finalidade especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas ao desenvolvimento regular de processos administrativos vinculados à disciplina e hierarquia, a avaliação de condutas meritórias individuais, à classificação do comportamento policial militar das praças, à interposição de recursos contra a aplicação das sanções disciplinares e recompensas.

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Equiparação a OPM

Art. 4º Para efeito deste Código, são OPM’s o Quartel do Comando-Geral, Diretorias, Unidades Operacionais de Polícia Ostensiva, Gabinete de Segurança Institucional da Governadoria, Gabinetes Militares, Assessorias Militares, Centros de Formação, Aperfeiçoamento e Especialização de Policiais Militares e áreas de instrução e exercício.

CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Hierarquia

Art. 5º A hierarquia policial-militar é a ordenação progressiva da autoridade, em níveis diferentes, decorrente da obediência dentro da estrutura da Polícia Militar, alcançando seu grau máximo no Governador do Estado, que é o Comandante supremo da Corporação.

Ordenação da autoridade

§ 1º A ordenação da autoridade se faz por postos e graduações, de acordo com o escalonamento hierárquico, a antigüidade e a precedência funcional.

Posto

§ 2º Posto é o grau hierárquico do Oficial, correspondente ao respectivo cargo, conferido por ato do Governador do Estado e atestado em Carta Patente.

Patente ou carta patente

§3ºPatente ou Carta Patente significa o documento que, emitido individualmente, confere determinado nível hierárquico ao Policial Militar no círculo de Oficiais.

Incompatibilidade com o oficialato

§ 4ºDiz-se do Oficial incompatível com o Oficialato, aquele cuja índole e procedimentos não se harmonizam com os deveres da disciplina, da liderança e do desempenho técnico-profissional, comprometendo, irreparavelmente, sua permanência no círculo de Oficiais.

Indignidade com o Oficialato

§ 5º Diz-se do Oficial indigno do Oficialato, aquele cuja conduta é moralmente reprovável, que macula a honra pessoal, o pundonor policial Militar e o decoro da classe comprometendo, irreparavelmente, sua permanência no círculo dos Oficiais. Graduação

§ 6º Graduação é o grau hierárquico das praças, correspondente ao respectivo cargo, conferido pelo Comandante-Geral da Polícia Militar. Antiguidade

§ 7º Nos casos de declaração a Aspirante a Oficial, incorporação e promoção por conclusão de curso de formação, prevalecerá, para efeito de antigüidade, a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos ou concursos.

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§ 8º A ordenação dos postos e graduações em relação à antigüidade e precedência na Polícia Militar se faz conforme preceitua o Estatuto da Polícia Militar do Amapá. Disciplina

Art. 6º A disciplina policial-militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes do organismo policial-militar. Manifestações essenciais

§ 1º São manifestações essenciais de disciplina, dentre outras: I - a correção de atitudes; II - a obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos; III - a dedicação integral ao serviço; IV - a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da Instituição; V - a consciência das responsabilidades; VI - a rigorosa observância das prescrições regulamentares.

Condutas permanentes

§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos permanentemente pelos policiais militares na ativa e na inatividade. Obediência às ordens

Art. 7º As ordens devem ser prontamente obedecidas, desde que não manifestamente ilegais. Responsabilidade

§ 1º Cabe ao policial militar a responsabilidade pelas ordens que emitir e pelas conseqüências que delas advirem. Esclarecimento sobre ordem

§ 2º Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários ao seu total entendimento e compreensão. Excesso e omissão

§ 3º Cabe ao policial militar que exorbitar ou se omitir no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer ou pelo que deixou de fazer.

CAPÍTULO III DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Comando Art. 8º Comando é a soma da autoridade, deveres e responsabilidades que o

policial militar é investido legalmente na condução e/ou direção de uma OPM. O Comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui prerrogativa impessoal, na qual se define e se caracteriza o chefe.

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Equiparação a comandante § 1º Equipara-se a comandante, para efeito de aplicação desta Lei, toda

autoridade policial-militar com função de direção e chefia. Equiparação a superior

§ 2º O policial militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, tendo posicionamento mais elevado na escala hierárquica, será considerado superior. Subordinação

Art. 9º A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do Policial Militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar. Oficiais

Art. 10 O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do comando, da chefia e da direção das Organizações Policiais Militares. Subtenentes e sargentos

Art. 11 Os Subtenentes e Sargentos auxiliam ou complementam as atividades dos Oficiais no emprego de meios, na instrução, na administração e na operacionalidade. Cabos e soldados

Art. 12 Os Cabos e Soldados são, essencialmente, destinados a execução de atividades operacionais.

CAPÍTULO IV DA DEONTOLOGIA POLICIAL-MILITAR

Deontologia

Art. 13 A Deontologia policial militar é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão policial-militar atinja, plenamente, aos ideais de realização do interesse público. Finalidade

Parágrafo único. A deontologia policial militar reúne valores úteis, lógicos e razoáveis, destinados a elevar a profissão policial militar à condição de missão. Camaradagem

Art. 14 A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio da família policial militar, devendo existir as melhores relações sociais entre os policiais militares. Responsabilidade de todos

Parágrafo único. Cabe a todos os integrantes da Polícia Militar incentivar e manter a harmonia e a amizade entre si.

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Civilidade Art. 15 A civilidade é parte da educação policial militar e, como tal, de interesse

vital para a disciplina consciente cabendo, a todos os integrantes da Corporação, reciprocamente, a observância rigorosa dos preceitos regulamentares vigentes. Militares de outras corporações

Parágrafo único. As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os policiais militares, devem ser dispensadas aos militares das Forças Armadas e aos policiais e bombeiros militares de outras Corporações. Valores policiais militares

Art. 16 São atributos inerentes à conduta do policial militar, que se consubstanciam em valores policiais militares:

I - a cidadania; II - o respeito à dignidade humana; III - a primazia pela liberdade, justiça e solidariedade; IV - a promoção do bem-estar social sem preconceitos de origem, raça, sexo,

cor, idade, religião e quaisquer outras formas de discriminação; V - a defesa do Estado e das instituições democráticas; VI - a educação, cultura e bom condicionamento físico; VII - a assistência à família; VIII - o respeito e assistência à criança, ao adolescente, ao idoso, ao índio e aos

portadores de necessidades especiais; IX - o respeito e preservação ao meio ambiente; X - o profissionalismo; XI - a lealdade; XII - a verdade real; XIII - a honra; XIV - a honestidade; XV - o respeito à hierarquia; XVI - a disciplina; XVII - a coragem; XVIII - o patriotismo; XIX - o sentimento de servir à comunidade estadual; XX - o integral devotamento à preservação da ordem pública, mesmo com o

risco da própria vida; XXI - o civismo e o culto das tradições históricas; XXII - a fé na missão elevada da Polícia Militar; XXIII - o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela OPM onde serve; XXIV - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; XXV - o aprimoramento técnico-profissional.

Objetividade dos valores

§ 1º Os valores cominados são essenciais para o entendimento objetivo do sentimento do dever, da honra pessoal, do pundonor policial-militar, do decoro da classe, da dignidade e compatibilidade com o cargo. Sentimento do dever

§ 2º Sentimento do dever é o comprometimento com o fiel cumprimento da missão policial-militar.

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Honra pessoal § 3º Honra pessoal é o sentimento de dignidade própria, como o apreço e o

respeito de que é objeto ou se tornam merecedores os policiais militares perante seus superiores, pares e subordinados. Pundonor policial militar

§ 4º Pundonor policial militar é o dever de pautar sua conduta com correção de atitudes, como um profissional correto. Exige-se do policial militar, em qualquer ocasião, comportamento ético que refletirá no seu desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido. Decoro da classe

§ 5º Decoro da classe é o valor moral e social da Instituição, representando o conceito do policial militar em sua amplitude social, estendendo-se à classe que o militar compõe, não subsistindo sem ele. Indignidade

§ 6º A indignidade para com o cargo é o ferimento a preceitos morais e éticos vinculados à conduta do policial militar. Incompatibilidade

§ 7º A incompatibilidade para com o cargo é a inabilitação ao exercício funcional decorrente da falta de preparo técnico-profissional.

CAPÍTULO V DA ÉTICA POLICIAL MILITAR

Seção I

Dos Preceitos Fundamentais

Preceitos éticos

Art. 17 O sentimento do dever, o pundonor policial militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética policial militar:

I - cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado do Amapá e da Polícia Militar e zelar por sua inviolabilidade;

II - preservar a natureza e o meio ambiente; III - servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão de

preservar a ordem pública, promover, sempre, o bem-estar comum, dentro da estrita observância das normas jurídicas e das disposições desta Lei;

IV - atuar com devotamento ao interesse público, colocando-o acima dos anseios particulares;

V - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com respeito mútuo de superiores e subordinados, e preocupação com a integridade física, moral e psíquica de todos os policiais militares do Estado, envidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas apresentados;

VI - ser justo na apreciação de atos e méritos dos subordinados;

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VII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições legalmente definidas, a Constituição, as leis e as ordens legais das autoridades competentes, exercendo suas atividades com responsabilidade, incutindo-a em seus subordinados;

VIII - estar sempre preparado para as missões que desempenhe; IX - exercer as funções com integridade, probidade e equilíbrio, segundo os

princípios que regem a Administração Pública, não sujeitando o cumprimento do dever a influências indevidas;

X - procurar manter boas relações com outras categorias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites de competência, mas elevando o conceito e o processo administrativo disciplinar da própria profissão, zelando por sua competência e autoridade;

XI - ser fiel na vida policial-militar, cumprindo os compromissos relacionados às suas atribuições de agente público;

XII - manter ânimo forte e fé na missão policial militar, mesmo diante das dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para solucioná-las;

XIII - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional, solidarizando-se nas dificuldades que estejam ao seu alcance, minimizando e evitando comentários desairosos sobre os componentes da Instituição Policial;

XIV - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar do Estado;

XV - conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de respeito e decoro;

XVI - abster-se do uso do posto, graduação ou função para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XVII - prestar assistência moral e material à família; XVIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade como

fundamentos de dignidade pessoal; XIX - exercer a profissão sem discriminações ou restrições de ordem religiosa,

política, racial, de condição social, de gênero ou qualquer outra de caráter discriminatório;

XX - atuar com prudência nas ocorrências policiais; XXI - respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do preso ou de

quem seja objeto de incriminação; XXII - não solicitar ou provocar publicidade visando à própria promoção pessoal; XXIII - observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com isenção,

eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não usando sua condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedade;

XXIV - exercer a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie;

XXV - não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbito do ensino policial-militar;

XXVI - não abusar dos meios do Estado postos à sua disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da Administração Pública, coibindo, ainda, a transferência, para fins particulares, de tecnologia própria das funções policiais;

XXVII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação dos bens públicos cuja utilização lhe for confiada;

XXVIII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e desprendimento pessoal;

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XXIX - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;

XXX - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação;

XXXI - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

XXXII - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;

XXXIII - observar as normas da boa educação; XXXIV - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a que

não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial-militar;

XXXV - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar;

XXXVI - dedicar-se integralmente ao serviço policial-militar e ser fiel à Instituição a que pertence, mesmo com o risco da própria vida;

XXXVII - tratar o subordinado dignamente e com urbanidade; XXXVIII - tratar de forma urbana, cordial e educada os cidadãos.

Vedação a atividades comerciais

Art. 18 Ao militar em serviço ativo é vedado exercer ou administrar atividades de segurança particular ou qualquer atividade estranha à Instituição Policial Militar. Vedação a atividades comerciais a policiais militares da reserva revertidos à ativa

Parágrafo único - Os policiais militares da reserva remunerada, quando convocados para o serviço ativo, ficam submetidos à legislação pertinente à situação de atividade na Corporação. Declaração de bens

Art. 19 A inclusão de policial militar, no estado efetivo da instituição, ficará condicionada à apresentação de declaração de bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivado no serviço de pessoal competente.

Parágrafo único. A declaração será atualizada anualmente podendo ser substituída pela entrega à Administração Policial-Militar de cópia da declaração anual do imposto de renda de pessoa física.

Seção II Do Compromisso Policial-Militar

Aceitação das obrigações

Art. 20 Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante concurso público, ao término do curso de formação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los. Compromisso de honra

Art. 21 O compromisso, a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na presença de tropa, tão logo o policial militar tenha adquirido o grau de instrução compatível com os seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia Militar do Amapá, prometo

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regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”. Compromisso do Aspirante-a-oficial

§ 1º O compromisso do Aspirante a Oficial é prestado na solenidade de conclusão do curso de formação de oficiais, de acordo com o cerimonial previsto no regulamento do estabelecimento de ensino, e terá os seguintes dizeres: “Ao ser declarado Aspirante a Oficial da Polícia Militar do Amapá, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”. Compromisso do Oficial

§ 2º O compromisso do Oficial nomeado ao primeiro posto é prestado em solenidade, de acordo com o cerimonial previsto em legislação específica, e terá os seguintes dizeres: “Perante as Bandeiras do Brasil e do Amapá e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do Amapá e dedicar-me inteiramente ao serviço policial’’.

Seção III Da violação dos deveres policiais militares

Violação dos deveres éticos

Art. 22 A violação dos deveres éticos poderá acarretar responsabilidade administrativa, independente da penal e da civil.

Parágrafo único. A violação dos preceitos da ética policial-militar é tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer. Vedação a manifestações coletivas

Art. 23 São proibidas quaisquer manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e/ou de cunho político-partidário, sujeitando-se as manifestações de caráter individual aos preceitos deste Código.

CAPÍTULO VI

DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO E ABRAGÊNCIA DO CÓDIGO

Competência geral

Art. 24 A competência para aplicar as prescrições contidas neste Código é conferida à função, observada a hierarquia.

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Autoridades competentes para punir disciplinarmente Art. 25 O Governador do Estado é competente para aplicar todas as sanções

disciplinares previstas neste Código aos policiais militares, cabendo às demais autoridades as seguintes competências:

I - ao Comandante Geral: todas as sanções disciplinares a policiais militares ativos e inativos, até os limites máximos previstos neste Código, excluindo-se a demissão de oficiais;

II - ao Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Governadoria: as sanções disciplinares de repreensão, detenção e prisão a policiais militares sob o seu comando, até os limites máximos estabelecidos neste Código;

III - ao Subcomandante Geral da Polícia Militar: as sanções disciplinares de repreensão, detenção e prisão a policiais militares ativos, exceto ao Comandante Geral e ao Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Governadoria, até os limites máximos estabelecidos neste Código;

IV - ao Corregedor Geral, nos processos desenvolvidos pela Corregedoria: as sanções disciplinares de repreensão, detenção e prisão a policiais militares ativos, exceto ao Comandante-Geral, ao Sub-Comandante Geral, ao Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Governadoria, até os limites máximos estabelecidos neste Código;

V - os Diretores, os Comandantes de Batalhões, os Comandantes de Companhias Independentes: as sanções disciplinares de repreensão, detenção até vinte dias para oficiais e até trinta dias para praças, e prisão até quinze dias para oficiais e até trinta dias para praças, a policiais militares ativos sob os seus comandos;

VI - os Subcomandantes de Batalhões, de Companhias Independentes: as sanções disciplinares de repreensão e detenção a policiais militares ativos sob o seu comando ou chefia, de até dez dias para oficiais e de até quinze dias para praças;

VII - os comandantes de Companhias e Pelotões Destacados: as sanções disciplinares de repreensão e detenção a policiais militares ativos sob o seu comando, de até cinco dias para oficiais e de até dez dias para praças.

Parágrafo único - A competência conferida aos Diretores limitar-se-á às ocorrências relacionadas às atividades inerentes ao serviço de suas Diretorias. Obrigação de informar ato atentatório à disciplina

Art. 26 Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá participá-lo ao seu chefe imediato, por escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve confirmar a participação, por escrito, no prazo máximo de três dias. Requisitos da informação

§ 1º A Parte deve ser clara, concisa e precisa; deve conter dados capazes de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias que a envolveram, sem tecer comentários ou opiniões pessoais. Prazo para providências da autoridade competente

§ 2º A Autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve tomar providências no prazo máximo de oito dias. Encaminhamento à autoridade competente

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§ 3º A autoridade que receber a parte, não sendo competente para providenciar a respeito, deve encaminhá-la a seu superior imediato. Conflito de competência

Art. 27 Nas ocorrências disciplinares que envolvam policiais militares de mais de uma OPM, caberá ao comandante que primeiro tomar conhecimento do fato comunicá-lo, imediatamente e por escrito, à Corregedoria-Geral, que deliberará conforme o caso.

TÍTULO II

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES, NORMAS PARA APLICAÇÃO E MODIFICAÇÃO DAS SANÇÕES, COMPORTAMENTO E RECOMPENSAS

CAPÍTULO I

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Seção I Do conceito de transgressão disciplinar

Conceito de transgressão disciplinar

Art. 28 Transgressão disciplinar é qualquer violação concreta aos preceitos éticos, aos deveres e às obrigações policiais militares, na sua manifestação elementar e simples, e qualquer omissão ou ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, ainda que constituam crime, cominando ao infrator as sanções previstas neste Código. Independência da sanção disciplinar

Art. 29 A sanção disciplinar independe de processo civil ou criminal a que se sujeite também o militar relacionado ao mesmo fato. Consequências da absolvição em processo criminal ou cível § 1º A absolvição de militar em processo criminal e/ou cível pelo mesmo fato, também classificado como transgressão da disciplina, só tem repercussão na esfera administrativa, impondo o retorno do sancionado à condição jurídica anterior a sanção, se a sentença absolutória dispor, categoricamente, sobre a inexistência do fato e/ou de autoria imputada ao militar arrolado. Não repercussão na esfera administrativa § 2º A absolvição por insuficiência, ineficiência ou deficiência de provas não repercute na esfera administrativo-disciplinar Classificação das transgressões

Art. 30 A transgressão disciplinar classifica-se, de acordo com sua gravidade, em leve, média ou grave, conforme estabelecido neste Código. Competência e pressupostos para a classificação das transgressões

Art. 31 As transgressões decorrentes de infringências a preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, não classificadas nos Art 37, 38 e 39

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desta lei, ainda que constituam crime, serão classificadas, pela autoridade a quem couber aplicar a punição, observando-se aos seguintes pressupostos:

De natureza leve § 1º De natureza “leve”, quando constituírem atos que por suas conseqüências

não resultem em grandes prejuízos ou transtornos: I - ao serviço policial-militar; II - à Administração Pública. De natureza grave § 2º De natureza “grave”, quando constituírem atos que: I - sejam atentatórios aos direitos humanos fundamentais; II - sejam atentatórios às instituições ou ao Estado; III - afetem o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial-militar

ou o decoro da classe; IV - atentem contra a moralidade pública; V - gerem grande transtorno ao andamento do serviço; VI - também sejam definidos como crime; VII - causem grave prejuízo material à Administração. De natureza média § 3º A transgressão será considerada de natureza “Média” quando não se

enquadrar nas hipóteses dos parágrafos anteriores.

Seção II Do julgamento das transgressões

Critérios para julgamento das transgressões

Art. 32 O julgamento de transgressão deve ser precedido de uma análise que considere:

I - os antecedentes do transgressor; II - as causas que a determinaram; III - a natureza dos fatos ou os atos que a envolveram; e IV - as conseqüências que dela possam advir.

Obrigatoriedade de observar causas de justificação, atenuantes e agravantes

Art. 33 No julgamento da transgressão devem ser perquiridas possíveis incidências de causas que justifiquem a falta ou de circunstâncias atenuantes e agravantes. Causas de justificação

Art. 34 Haverá causa de justificação quando a transgressão for cometida: I - na prática de ação meritória ou no interesse do serviço ou da ordem pública; II - em legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito ou

estrito cumprimento do dever legal; III - em obediência a ordem superior, quando não manifestamente ilegal; IV - para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em caso

de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, preservação da ordem pública e da disciplina;

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V - por motivo de força maior ou caso fortuito plenamente comprovado; Inexistência de transgressão disciplinar

Parágrafo único. Não haverá transgressão disciplinar quando for reconhecida qualquer causa de justificação, devendo a decisão ser publicada em boletim. Atenuantes

Art. 35 São circunstâncias atenuantes: I – ótimo ou excepcional comportamento; II - relevância de serviços prestados; III - ter sido cometida a transgressão para evitar conseqüências mais danosas

que a própria transgressão; IV - ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos ou de

outrem, desde que não constitua causa de justificação; V - falta de prática do serviço; VI - ter sido a transgressão praticada em decorrência da falta de melhores

esclarecimentos quando da emissão da ordem ou de falta de meios adequados para o seu cumprimento, devendo tais circunstâncias serem plenamente comprovadas.

VII – o registro de elogio individual nos assentamentos do transgressor. VIII - ter o transgressor confessado espontaneamente a prática da transgressão. IX – nunca ter sofrido sanção disciplinar; X – ter o transgressor procurado diminuir as conseqüências da transgressão,

antes da conclusão do processo administrativo disciplinar, reparando os danos Agravantes

Art. 36 São circunstâncias agravantes: I - mau ou insuficiente comportamento; II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões; III - reincidência de transgressão; IV - conluio de duas ou mais pessoas; V - a prática de transgressão durante a execução do serviço ou em razão dele; VI - ser cometida a falta em presença de subordinado; VII - ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica ou funcional; VIII - a prática da transgressão com premeditação; IX - a prática de transgressão em presença de tropa e/ou público.

Entendimento de reincidente Parágrafo único-É considerado reincidente o Policial militar que já tenha sido sancionado pela prática do mesmo ato transgressivo.

Seção III Das especificações das transgressões

Subseção I Das transgressões de natureza grave

Art. 37 São consideradas transgressões de natureza “Grave”.

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I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa humana ou que ofenda os princípios da cidadania e dos direitos humanos, devidamente comprovados em processo apuratório;

II - usar de força desnecessária no atendimento de ocorrência ou no ato de efetuar prisão;

III - deixar de providenciar para que seja garantida a integridade física das pessoas que prender ou manter sob sua custódia;

IV - agredir física, moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou permitir que outros o façam;

V - permitir que o preso, sob sua guarda, conserve em seu poder instrumento ou objetos com que possa ferir a si próprio ou a outrem;

VI - reter o preso, a vítima, as testemunhas ou partes por mais tempo que o necessário para o desembaraço da ação policial;

VII - soltar preso ou pessoas detidas em ocorrência, sem ordem de autoridade competente;

VIII - receber ou solicitar vantagem de pessoa interessada, no caso de furto, roubo, objeto achado ou qualquer outro tipo de ocorrência;

IX - receber ou permitir que seu subordinado receba, em razão da função pública, qualquer objeto ou valor, mesmo quando oferecido pelo proprietário ou responsável;

X - desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por palavras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrência policial ou em outras situações de serviço;

XI - deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimento de ocorrência, quando esta, por sua natureza ou amplitude assim o exigir;

XII - violar ou deixar de preservar local de crime; XIII - descumprir, retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou

de polícia judiciária de que deva promover; XIV - dirigir viatura policial, pilotar aeronave ou embarcação com imprudência,

imperícia, negligência ou sem habilitação; XV – omitir, deliberadamente, em boletim de ocorrência, relatório ou qualquer

documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos; XVI - não cumprir ou retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem

legal recebida; XVII - deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera

de suas atribuições; XVIII - deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação

e no mais curto prazo, recurso administrativo ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se não estiver na sua alçada dar solução;

XIX - deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria, medidas contra qualquer irregularidade que venha a tomar conhecimento; XX – faltar o serviço para o qual esteja devidamente escalado;

XXI - interferir na administração de serviço ou na execução de ordem ou missão sem ter a devida competência para tal;

XXII - trabalhar mal em qualquer serviço, instrução ou missão; XXIII - causar ou contribuir para a ocorrência de incidente ou acidente em

serviço ou instrução; XXIV - passar, deliberadamente, à condição de ausente; XXV - Se afastar do serviço para o qual tenha sido designado ou recusar-se a

executá-lo na forma determinada;

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XXVI - deixar de cumprir punição legalmente imposta; XXVII - desrespeitar corporação judiciária ou qualquer de seus membros;

XXVIII - ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não declare ou omita a verdade em procedimento administrativo civil ou penal;

XXIX- apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio público ou particular; XXX - empregar subordinado, funcionário civil ou voluntário civil sob sua

responsabilidade ou não para a execução de atividades diversas daquelas para as quais foram destinados, em proveito próprio ou de outrem;

XXXI - desviar qualquer recurso material ou financeiro sob sua responsabilidade ou não para a execução de atividades diversas daquelas para as quais foram destinados, em proveito próprio ou de outrem;

XXXII - provocar desfalques no patrimônio público ou deixar de adotar providências, na esfera de suas atribuições, para evitá-los;

XXXIII - utilizar-se da condição de militar do Estado para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XXXIV - dar, receber ou pedir gratificação ou presente com finalidade de retardar, apressar ou obter solução favorável em qualquer ato de serviço;

XXXV - fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, agiotagem ou transação pecuniária envolvendo assunto de serviço, bens da Administração Pública ou material cuja comercialização seja proibida;

XXXVI - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

XXXVII - subtrair, extraviar, danificar, falsificar, desviar ou inutilizar documentos de interesse da Administração Pública ou de terceiros;

XXXVIII - não ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inutilizar, por ação ou omissão, bens pertencentes ao patrimônio público ou particular que estejam ou não sob sua responsabilidade;

XXXIX - retirar ou tentar retirar de local sob administração policial-militar material, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem ou autorização;

XL - negociar, não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou desobediência a regras ou normas de serviço, material da fazenda federal, estadual ou municipal que esteja ou não sob sua responsabilidade direta;

XLI - procurar desacreditar seu superior, igual ou subordinado hierárquico; XLII - faltar à verdade; XLIII – utilizar-se do anonimato; XLIV - autorizar, promover ou participar da elaboração de petições ou de

manifestações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário, de crítica ou de apoio a ato irregular de superior, para tratar de assuntos de natureza policial-militar;

XLV - recorrer a outros órgãos, autoridades ou instituições, exceto ao Poder Judiciário, para resolver assunto de interesse pessoal relacionado com a Polícia Militar, sem a devida autorização do Comando da Instituição;

XLVI - dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior; XLVII - ofender, provocar ou desafiar superior, igual ou subordinado; XLVIII – freqüentar ou fazer parte de sindicatos ou grevar; XLIX – coagir ou aliciar subordinados no sentido de se filiarem à associação

profissional ou sindical, ou a partido político; L – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,

companheiro ou parente até o segundo grau;

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LI - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever policial-militar;

LII – dificultar, ao subordinado, a apresentação de recursos ou representação ou, ainda, de exercer o seu direito de petição;

LIII - dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexeqüível que possa acarretar ao subordinado responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida;

LIV - prestar informação a superior induzindo-o, deliberadamente, a erro; LV - exercer ou administrar, o militar do Estado, em serviço ativo, a função de

segurança particular ou qualquer atividade estranha à Instituição Policial-Militar com prejuízo do serviço ou com emprego de meios do Estado;

LVI - fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo assunto de serviço, bens da Administração Pública ou material proibido ;

LVII - portar ou possuir arma em desacordo com as normas vigentes; LVIII - andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se achando de

serviço e sem o devido porte legal; LIX - disparar arma de fogo por imprudência, negligência ou

desnecessariamente; LX - não obedecer às regras básicas de segurança ou não ter cautela na guarda

de arma própria ou sob sua responsabilidade; LXI - fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de substância proibida,

entorpecente ou que determine dependência química, ou introduzi-las em local sob administração policial-militar;

LXII - ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar-se alcoolizado para prestá-lo;

LXIII – ter em seu poder ou introduzir, em área policial militar ou sob circunscrição policial-militar, publicações, estampas ou jornais que atentem contra a disciplina ou a moral;

LXIV - ter em seu poder ou introduzir, em área policial-militar ou sob a circunscrição policial-militar, inflamável ou explosivo sem permissão da autoridade competente;

LXV – exercer coação ou assediar pessoas com as quais mantenha relações funcionais;

Subseção II Das transgressões de natureza média

Art. 38 São consideradas transgressões de natureza “Média”.

I - desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou de navegação marítima, lacustre ou fluvial, quando de serviço;

II - conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarcação oficial sem autorização do órgão competente da Polícia Militar, mesmo estando habilitado;

III - transportar, na viatura, aeronave ou embarcação que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pessoal ou material sem autorização da autoridade competente;

IV- deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos praticados por subordinados que agirem em cumprimento de sua ordem;

V - deixar de punir transgressor da disciplina;

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VI - não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe couber reprimir, ao conhecimento da autoridade competente, no mais curto prazo;

VII - deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito;

VIII - deixar de comunicar ao superior imediato ou na ausência deste, a qualquer autoridade superior, toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço, logo que disto tenha conhecimento;

IX - deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida, tão logo seja possível;

X - deixar de participar a tempo, à autoridade imediatamente superior, a impossibilidade de comparecer à OPM ou a qualquer ato de serviço;

XI - deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OPM para a qual tenha sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou serviço extraordinário para os quais tenha sido designado;

XII- não se apresentar à superior hierárquico ou de sua presença retirar-se sem obediência às normas regulamentares em local sujeito à administração militar ou em qualquer ato de serviço ou instrução;

XIII - deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de subordinado; XIV - deixar o subordinado, quer uniformizado ou não, de cumprimentar superior

uniformizado ou não, neste caso, desde que o conheça, ou prestar-lhe as homenagens e sinais regulamentares de consideração e respeito;

XV - deixar ou negar-se a receber vencimentos, alimentação, fardamento, armamento, equipamento, material ou documento que lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;

XVI - deixar o Oficial ou Aspirante a oficial, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao de maior posto ou ao substituto legal imediato da OPM onde serve para cumprimentá-lo, salvo ordem ou instrução a respeito;

XVII - deixar o Subtenente ou Sargento, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao seu comandante ou chefe imediato;

XVIII - deixar de instruir processo que lhe for encaminhado, exceto no caso de suspeição ou impedimento, ou absoluta falta de elementos, hipóteses em que estas circunstâncias serão fundamentadas;

XIX - deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a remuneração do cargo;

XX - deixar de portar o seu documento de identidade, quando de serviço, e de exibi-lo, quando solicitado;

XXI - faltar ao expediente para o qual esteja escalado; XXII- afastar-se, quando em atividade policial-militar, com veículo automotor,

aeronave, embarcação, montaria ou a pé, da área em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de patrulhamento predeterminado;

XXIII - dormir em serviço, salvo quando autorizado; XXIV - permutar serviço sem permissão da autoridade competente; XXV - entrar, ou sair, ou tentar fazê-lo, de OPM com tropa armada ou não sem

prévio conhecimento da autoridade competente, salvo para fins de instrução autorizada pelo comando;

XXVI - permitir que pessoa não autorizada adentre prédio ou local interditado; XXVII - deixar de exibir a superior hierárquico, quando por ele solicitado, objeto

ou volume, ao entrar ou sair de qualquer OPM;

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XXVIII - representar a OPM, e mesmo a Corporação, em qualquer ato sem estar devidamente autorizado;

XXIX - tomar compromisso pela OPM que comanda ou em que serve sem estar autorizado;

XXX - tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro nos permitidos, em área policial-militar ou sob circunscrição policial-militar;

XXXI - abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM fora das horas de expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração do motivo, salvo situações de emergência;

XXXII - usar, quando uniformizado, barba, bem como cabelos, bigode ou costeletas excessivamente compridos ou exagerados em desacordo com a regulamentação específica;

XXXIII - deixar de atender, sem justificação, citação ou intimação administrativa ou judicial;

XXXIV - usar vestuário incompatível com a função, ou descuidar do asseio próprio, ou prejudicar o de outrem;

XXXV - comparecer uniformizado a manifestações ou reuniões de caráter político-partidário, salvo por motivo de serviço;

XXXVI - apresentar-se, para qualquer ato de serviço ou instrução, desuniformizado, mal uniformizado ou com o uniforme alterado;

XXXVII - ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância;

XXXVIII - portar-se sem compostura em lugar público; XXXIX - concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade entre

camaradas; XL - travar discussão, rixa, ou luta corporal com seu superior, igual ou

subordinado; XLI – freqüentar lugares incompatíveis com o decoro da classe, salvo por

motivo de serviço; XLII – ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação

possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço; XLIII – publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou

assuntos policiais-militares que possam concorrer para o desprestígio da corporação ou firam princípios da hierarquia e disciplina;

XLIV – apresentar parte ou petição sem seguir as normas e preceitos regulamentares ou em termos desrespeitosos, ou com argumentos falsos ou de má-fé;

XLV - evadir-se ou tentar evadir-se de local de detenção ou prisão, de escolta, bem como resistir a esta;

XLVI - recusar fé a documentos públicos; XLVII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício

do cargo ou função e com o horário de trabalho; XLVIII – não portar etiqueta de identificação quando em serviço, salvo se

previamente autorizado, em operações policiais específicas.

Subseção III Das transgressões de natureza leve

Art. 39 São consideradas transgressões de natureza “Leve”.

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I - não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber que o mesmo foi interrompido, quando para isso haja expressa determinação;

II - deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade cívico-militar, de subordinado que a ela compareça em uniforme diferente do previsto;

III - deixar o oficial ou Aspirante-a-oficial, ao entrar em OPM onde não sirva, de dar ciência da sua presença ao oficial de dia e, em seguida, de procurar o comandante ou o mais graduado dos oficiais presentes para cumprimentá-lo;

IV - deixar o subtenente, sargento, cabo ou soldado, ao entrar em OPM onde não sirva, de apresentar-se ao oficial de dia ou seu substituto legal;

V - deixar o comandante da guarda ou agente de segurança correspondente de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou à permanência na OPM de civis, militares ou policiais militares estranhos à mesma;

VI - deixar de comunicar a alteração de dados de qualificação pessoal ou mudança de endereço residencial;

VII - chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja escalado ou a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir;

VIII - permanecer, alojado ou não, deitado em horário de expediente, no interior da OPM, sem autorização de quem de direito;

IX - içar ou arriar bandeira ou insígnia sem ordem para tal; X- dar toque ou fazer sinais sem ordem para tal; XI - deixar de seguir a cadeia de comando, sem prejuízo de acesso à

Corregedoria Geral da PMAP, nos casos a ela competentes; XII - sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como,

indevidamente, distintivo, condecoração ou similares; XIII - andar o policial militar a pé ou em coletivos públicos com uniforme

inadequado, contrariando o Regulamento de Uniformes da PMAP ou normas a respeito;

XIV - usar, quando uniformizado ou à paisana em serviço público, elementos estéticos e adereços que possam ir de encontro à sobriedade e discrição inerentes à condição de militar;

XV - fumar em serviço ou em local não permitido; XVI – acessar ou tentar acessar qualquer sistema informatizado, de dados ou

de proteção, para o qual não esteja autorizado; XVII – deixar de observar princípios da boa educação e correção de atitudes.

CAPÍTULO II DAS SANÇÕES DISCIPLINARES E DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E

CUMPRIMENTO

Seção I Das disposições gerais e das espécies sanções disciplinares

Caráter educativo da sanção disciplinar

Art. 40 A sanção disciplinar possui caráter educativo, individual e coletivo, objetivando o fortalecimento da disciplina.

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Espécies de sanções disciplinares Art. 41 As sanções disciplinares, a que estão sujeitos os policiais militares,

segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, são as seguintes, em ordem crescente de gravidade:

I - repreensão; II - detenção; III - prisão; IV - reforma administrativa disciplinar; V - licenciamento a bem da disciplina, para praças sem estabilidade; VI - exclusão a bem da disciplina, para praças com estabilidade; VII - demissão, para oficiais.

Seção II Das sanções que não implicam em desligamento ou exclusão imediata do

serviço ativo.

Repreensão

Art 42 A repreensão é a sanção mais branda que, publicada em boletim e lançada nos assentamentos, não priva o punido da liberdade. Detenção

Art. 43 A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deve permanecer nas dependências do aquartelamento que trabalhe, sem que fique, no entanto, confinado. Comparecimento à instrução e serviços

Parágrafo único. O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços. Prisão

Art. 44 A prisão consiste no confinamento do punido em alojamento do círculo hierárquico a que pertence ou local determinado pela autoridade competente, inclusive o xadrez. Assistência da família

§ 1º Ao policial militar preso nas circunstâncias deste artigo é garantido direito de ser assistido pela família. Cumprimento da punição em outra OPM

§ 2º Quando a OPM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicou a punição solicitar ao escalão superior local para servir de prisão em outra OPM. Separação de presos disciplinares dos judiciais

§ 3º Os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposição da Justiça.

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Prejuízo da instrução e serviços Art. 45 A prisão será cumprida sem prejuízo da instrução e dos serviços

internos ou externos. Quando o for com prejuízo, esta condição deve ser declarada em boletim.

Seção III Das sanções que implicam no desligamento do serviço ativo.

Reforma administrativa disciplinar Art. 46 A reforma administrativa disciplinar consiste em medida excepcional, de

conveniência da administração, que culmina no afastamento do militar, de ofício, do serviço ativo da Corporação, pelo reiterado cometimento de faltas e/ou pela sua gravidade. Vedações à aplicação da reforma disciplinar

§ 1º Não poderá ser reformado disciplinarmente o militar que: I – estiver indiciado em inquérito ou submetido a processo por crime contra o

patrimônio público ou particular; II – tiver sido condenado à pena privativa de liberdade superior a dois anos,

transitada em julgado, na Justiça Comum ou Militar, III - Estiver cumprindo de sanção administrativa ou criminal; IV – Contar com menos de 15(quinze) anos de efetivo serviço.

Aplicação da reforma administrativa disciplinar

§ 2º A reforma administrativa disciplinar somente poderá ser aplicada após a conclusão de processo administrativo disciplinar desenvolvido por conselho de disciplina(PAD-CD), à praça com estabilidade assegurada, julgada sem condições para continuar no desempenho das funções inerentes ao cargo, nos termos deste Código e da legislação aplicável. Proventos do reformado disciplinarmente

§ 3º A reforma disciplinar do policial militar é efetuada no grau hierárquico que possuir na ativa e com proventos proporcionais ao tempo de serviço. Licenciamento a bem da disciplina

Art. 47 O licenciamento a bem da disciplina consiste no desligamento da praça, sem estabilidade assegurada, das fileiras da Corporação após conclusão de processo administrativo disciplinar ordinário (PADO). Exclusão a bem da disciplina

§ 1º A exclusão a bem da disciplina é o desligamento do serviço ativo da Corporação podendo ser aplicada ao Aspirante a Oficial e à Praça com estabilidade assegurada, após conclusão de PAD-CD. Remuneração do licenciado ou excluído a bem da disciplina

§ 2º A praça licenciada ou excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou indenização.

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Demissão Art. 48 A demissão consiste no desligamento do Oficial da Corporação, estando

no serviço ativo ou na reserva remunerada, por indignidade ou incompatibilidade com o oficialato, sendo aplicada nos seguintes casos:

I – quando da instauração de PAD-CJ, nos termos das alíneas a), b) e c) do inciso I do Art. 182, desta lei, sobre o que tenha decidido o Tribunal de Justiça do Estado, pela perda da patente e do posto do Oficial acusado;

II – quando o Tribunal de Justiça do Estado tenha decidido pela perda da patente e do posto de Oficial condenado por crime militar ou comum a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, sendo indiferente se tal decisão tenha sido proferida em decorrência de PAD-CJ ou de representação do Ministério Público.

III - Somente se aplicará a demissão ao Oficial da reserva remunerada se o processo no Tribunal de Justiça for originado em decorrência do requisito contido na alínea c) do inciso I do artigo 182 e do inciso II do artigo anterior. Remuneração do demitido

Parágrafo único. O Oficial demitido não terá direito a qualquer remuneração ou indenização. Sujeição a outras medidas administrativas

Art. 49 Poderão ser aplicadas, cumulativamente com as sanções disciplinares, havendo compatibilidade e conveniência para a Administração Militar, as seguintes medidas administrativas:

I – cancelamento de matrícula, com desligamento de curso estágio ou exame; III – destituição de cargo, função ou comissão; IV – movimentação de Unidade.

Seção IV Das normas para aplicação e cumprimento das sanções

Limite máximo da detenção e da prisão disciplinar Art. 50 As penas disciplinares de prisão ou detenção não poderão ultrapassar

trinta dias. Aplicação da punição

Art. 51 A aplicação da punição compreende uma descrição sumária, clara e precisa dos fatos e circunstâncias que consubstanciaram a transgressão, o enquadramento da punição e a publicação em boletim da OPM. Enquadramento

§ 1º O enquadramento é a caracterização da transgressão, acrescida de outros detalhes relacionados com o comportamento do transgressor e cumprimento da punição. No enquadramento devem ser necessariamente mencionados:

I - a transgressão cometida, em termos precisos e sintéticos, e a especificação da norma transgredida;

II - as circunstâncias atenuantes ou agravantes; III - a classificação da transgressão;

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IV - a punição imposta; V - a classificação do comportamento militar em que a praça punida permaneça

ou ingresse; VI - o local do cumprimento da punição, se for o caso; VII - a data do início e do fim do cumprimento ou a determinação para posterior

cumprimento, se o punido estiver baixado, afastado do serviço ou à disposição de outra autoridade. Publicação

§ 2º. A publicação em boletim é o ato administrativo que formaliza a aplicação da sanção ou a justificação. Inexistência de boletim na OPM

§ 3º Quando a autoridade que aplica a punição não dispuser de boletim para sua publicação, esta deve ser feita no boletim da autoridade imediatamente superior. Início do cumprimento da punição

§ 4º O início do cumprimento da sanção disciplinar ocorrerá com a publicação em boletim da OPM ou, posteriormente, nos casos do inciso VII deste artigo. Ininterrupção do cumprimento de sanção disciplinar

§ 5º Não será interrompido o cumprimento de sanção disciplinar, exceto na superveniência de afastamentos de caráter obrigatório previstos em lei. Baixa hospitalar ou em locais similares

§ 6º Hospitais, enfermarias ou Policlínicas poderão servir como locais para cumprimento de sanção disciplinar, desde que haja determinação médica expressa. Parecer médico com permanência em residência

§ 7º O militar, que estiver em cumprimento de sanção disciplinar e obtiver parecer médico para que permaneça em residência, não terá seu cumprimento suspenso. Publicação em Boletim reservado

Art. 52 A publicação da sanção imposta à Oficial ou à Aspirante a Oficial poderá ser em boletim reservado, conforme as circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem. Limites das punições disciplinares

Art. 53 A aplicação da sanção deve obedecer às seguintes normas: I - a sanção deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos

seguintes limites: a) de repreensão até dez dias de detenção para transgressão leve; b) de onze dias de detenção até dez dias de prisão para a transgressão média; c) de onze dias de prisão até reforma administrativa disciplinar, licenciamento

ou exclusão a bem da disciplina ou demissão, para transgressão grave. II - a sanção deve ser dosada proporcionalmente quando ocorrerem

circunstâncias atenuantes e agravantes; III - por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição; IV - a sanção disciplinar, no entanto, não exime o punido de responsabilidade

civil ou penal que lhe couber;

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V - havendo mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser imposta a sanção correspondente, devendo ser apuradas em processos distintos.

VI - havendo conexão, as de menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão principal. Conexão

Parágrafo único. São transgressões disciplinares conexas aquelas que se relacionam por um nexo ou liame. Vedação especial a interrogatório

Art. 54 Nenhum policial militar deverá ser interrogado em estado de embriaguez ou sob a ação de alucinógenos ou entorpecentes, mas ficará, desde logo, convalescendo em hospital, enfermaria ou dependência similar em sua OPM, até a melhora de seu quadro clínico. Punição a policial militar à disposição

Art. 55 A autoridade que necessitar sancionar disciplinarmente seu subordinado à disposição ou a serviço de outra autoridade deve a ela requisitar a apresentação do militar para cumprimento da punição. Suspensão de licenças e afastamentos temporários

Art. 56 Todas as licenças e afastamentos temporários poderão ser suspensos, salvo os por recomendação médica, a critério do Governador do Estado ou do Comandante-Geral, para submeter o policial militar sob seu comando a processo administrativo, de acordo com a abrangência desta lei, ou a cumprimento de sanção disciplinar. Suspensão do cumprimento de sanção

Art. 57 Durante o cumprimento de sanção disciplinar e havendo necessidade de licença para tratamento de saúde própria ou de pessoa da família, baixa hospitalar ou afastamento temporário do sancionado, será o cumprimento suspenso até que cesse o motivo que lhe deu causa. Publicação da suspensão

Art. 58 Tanto o afastamento quanto o retorno do militar ao local de cumprimento da sanção disciplinar serão publicados em boletim, incluindo-se na publicação do retorno a nova data em que militar será posto em liberdade.

CAPÍTULO III DA MODIFICAÇÃO E DO CANCELAMENTO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Seção I

Da modificação das sanções disciplinares

Competência para modificação das sanções Art. 59 A modificação da aplicação de sanção pode ser realizada pela

autoridade que a aplicou ou por outra superior e competente, motivadamente, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.

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Espécies de modificação de punição Parágrafo único. As modificações na aplicação de sanção são: I - conversão; II - relevação; III - atenuação; IV - agravação; V - avocação;

Conversão

Art. 60 A pedido do transgressor, o cumprimento das sanções de prisão e detenção disciplinar poderá, a juízo da autoridade que a aplicou, devidamente motivada e publicada em boletim, ser convertida em prestação de serviço com jornada extraordinária, desde que não implique prejuízo para a manutenção da hierarquia e da disciplina. Comportamento disciplinar após a conversão

§ 1º Na hipótese de conversão, a classificação do comportamento do policial militar será feita com base na sanção originária. Equivalência na conversão

§ 2º Considerar-se-á um serviço operacional com jornada extraordinária, de no máximo 6 (seis) horas ininterruptas, equivalente ao cumprimento de um dia de detenção e dois serviços, de mesma natureza, equivalentes ao cumprimento de um dia de prisão. Prazo para interposição

§ 3º O pedido de conversão poderá ser proposto a partir do momento que o transgressor tenha conhecimento da punição aplicada, inclusive durante o cumprimento da sanção. Solução imediata

§ 4° A autoridade que aplicou a sanção, ao conhecer do pedido de conversão, de imediato, deliberará acerca do pleito. Inadmissibilidade de recurso

§ 5º O pedido de conversão elide o pedido de reconsideração de ato. Limite de prestação de serviço com jornada extraordinária

§ 6º A prestação de serviço com jornada extraordinária, nos termos do caput deste artigo, consiste na realização de atividades, administrativas ou operacionais, por período nunca inferior a seis ou superior a doze horas, no seu período de folga. Limite máximo para conversão

§ 7º O limite máximo de conversão da detenção ou prisão disciplinar em serviço com jornada extraordinária é de até a metade da sanção aplicada e será sempre cumprida na fase final do período de punição.

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Impedimento de dobrar serviço operacional § 8º A prestação do serviço com jornada extraordinária e de caráter operacional

não poderá ser executada imediatamente após o término de um serviço ordinário ou imediatamente anterior a este. Relevação

Art. 61 A relevação da sanção consiste na suspensão do seu cumprimento. Pressupostos para concessão

§ 1º A relevação da sanção pode ser concedida: I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a

aplicação da mesma, independente do tempo de cumprimento; ou II - por motivo de passagem de comando da Corporação, data de aniversário da

Polícia Militar ou data de aniversário da OPM, quando já tiver sido cumprida pelo menos metade da punição. Competência para relevação

§ 2º É competente para relevar sanção disciplinar somente a autoridade que a aplicou. Delegação da Competência

Art. 62 O Comandante-Geral poderá delegar poderes ao Corregedor-Geral para decidir sobre relevações de sanções por ele aplicadas. Atenuação

Art. 63 A atenuação da sanção consiste na transformação da reprimenda em outra menos rigorosa, se assim exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do punido. Agravação

Art. 64 A agravação da sanção consiste na transformação da punição em outra mais rigorosa, se assim exigir o interesse da disciplina. Avocação

Art. 65A autoridade de hierarquia superior e competente, discordando da solução emitida sobre o processo administrativo disciplinar pela autoridade de hierarquia inferior, poderá avocá-la, fundamentadamente, dando-lhe solução diferente. Pressupostos para avocação

Parágrafo único. A avocação será admitida: I - quando a decisão disciplinar for contrária à evidência dos autos; II - quando a decisão disciplinar se fundar em depoimentos, exames ou

documentos comprovadamente falsos; III - quando a decisão disciplinar estiver eivada de vícios que a torne irregular

e/ou ilegal. Arquivamento e publicação das decisões modificativas de punições Art. 66 As decisões modificativas de sanções disciplinares serão publicadas no Boletim da OPM ou no Geral, conforme o caso, seguindo os autos apensados ao processo originário.

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Seção II

Do cancelamento de sanções disciplinares e vedações a registros

Cancelamento Art. 67 Cancelamento de punição é o direito concedido ao policial militar de ter desconsiderada a averbação de sanção disciplinar e de outras notas a ela relacionada em suas alterações. Condições para concessão

Art. 68 O cancelamento da punição deve ser concedido ao policial militar que o requerer dentro das seguintes condições, cumulativamente:

I - não ser a transgressão, objeto da punição, atentatória ao sentimento do dever, à honra pessoal, ao pundonor policial-militar ou ao decoro da classe;

II - ter completado, sem qualquer punição: a) 4(quatro) anos de efetivo serviço, a contar da data de cumprimento do último

dia, exclusive, da sanção de prisão a que referira a requisição de cancelamento; b) 3(três) anos de efetivo serviço, a contar da data de cumprimento do último

dia, exclusive, da sanção de detenção a que se refira a requisição de cancelamento; c) 1(um) ano de efetivo serviço, a contar da data de publicação, exclusive, da

sanção de repreensão a que se refira a requisição de cancelamento. Competência para decidir

Art. 69 A solução do requerimento de cancelamento de punição, de competência do Comandante-Geral, deve ser publicada em boletim geral e registrada nos assentamentos do policial militar. Efeitos do cancelamento de sanção disciplinar

Art. 70 O cancelamento de sanção disciplinar implica a mudança de comportamento do requerente, que retornará ao grau em que se encontrava classificado no momento imediatamente anterior a aplicação da sanção cancelada ou permanecerá no comportamento atual se mais benéfico, exceto se por outra sanção não puder ter seu comportamento reclassificado. Eliminação de registros

§ 1º O cancelamento de sanção deve eliminar toda e qualquer anotação ou registro nos assentamentos do militar, com a substituição da folha de alterações, fazendo constar no espaço correspondente o número e a data do boletim que publicou o cancelamento. Eliminação de registros em ficha disciplinar ou em qualquer outro documento equivalente

§ 2º A eliminação dos registros, a que se refere o parágrafo anterior, abrange as consignações de sanções constantes de fichas disciplinares próprias ou em quaisquer outros documentos equivalentes, que deverão ser substituídos sem qualquer menção à reprimenda disciplinar eventualmente cancelada. Vedação a comunicação da sanção cancelada Art. 71 Depois de cancelada, a sanção disciplinar não terá qualquer repercussão na vida do militar, considerando-se, para todos os efeitos, como se

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nunca tivesse sido aplicada, sendo vedada qualquer informação escrita ou verbal sobre o seu conteúdo.

CAPÍTULO IV DO COMPORTAMENTO

Seção I

Da classificação e reclassifição do comportamento Comportamento disciplinar

Art. 72 O comportamento policial-militar das praças espelha o seu procedimento profissional, sob o ponto de vista disciplinar. Competência

§ 1º A reclassificação do comportamento se dará ex-offício, sendo da competência do Comandante-Geral, do Subcomandante-Geral, do Corregedor-Geral e dos Comandantes de OPMs, obedecido ao disposto neste capítulo. Competência das OPMs

§ 2º A competência dos Comandantes de OPMs para reclassificação de comportamento das Praças dar-se-á a partir do escalão batalhão, incluindo-se as Companhias Independentes e os Gabinetes Militares. Comportamento inicial

§ 3º Ao ser incluída na Polícia Militar a Praça será classificada no comportamento “BOM”. Espécies de comportamento

Art. 73 O comportamento disciplinar da praça deve ser classificado em: I - EXCEPCIONAL: quando, no período de seis anos de efetivo serviço, não

tenha registros de sanções disciplinares; II - ÓTIMO: quando, no período de quatro anos de efetivo serviço, tenha

registros de sanções disciplinares que equivalham a até uma prisão, observada a equivalência do Art. 77;

III - BOM: quando, no período de dois anos de efetivo serviço, tenha registros de sanções disciplinares que equivalham a até duas prisões, observada a equivalência do Art. 77;

IV - INSUFICIENTE: quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha registros de sanções disciplinares que equivalham a mais de duas prisões e menos de três, observada a equivalência do Art. 77;

V - MAU: quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha registros de sanções disciplinares que equivalham a três prisões, observada a equivalência do Art. 77. Limites de sanções ultrapassados

Parágrafo único - Consideram-se ultrapassados os limites de sanções disciplinares estabelecidos nos incisos II e III deste artigo quando, nos períodos de tempo indicados, haja a aplicação de qualquer sanção prevista nesta lei, mesmo que não atinja direta ou de forma equivalente, conforme Art. 77, ao quantitativo de duas ou três prisões, respectivamente.

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Definição de tempo de efetivo serviço Art. 74 Considera-se, para efeitos de classificação de comportamento, somente

o lapso temporal computado dia a dia na Polícia Militar, excluindo-se qualquer período de tempo prestado às Forças Armadas ou Co-irmãs, bem como o tempo passado em gozo de licença sem vencimentos e aquele decorrido na ocupação de cargos de natureza civil. Contagem automática

Art. 75 A contagem de tempo e a própria reclassificação de comportamento é automática podendo, conforme o caso, iniciar-se na data em que se encerra o cumprimento de sanção disciplinar ou, fazendo a análise em intervalos de tempo, sempre empregando a fórmula que traga maior benefício ao policial militar. Ingresso automático

Art. 76 Ingressará, automaticamente no comportamento mau, independente do comportamento que detenha, a praça que for condenada por crime doloso, com pena de reclusão, superior a dois anos, após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Reclassificação de comportamento

Parágrafo único - O Policial Militar que ingressar automaticamente no comportamento mau, de acordo com o previsto neste artigo, não deverá ter reclassificado o seu comportamento enquanto perdurar o cumprimento da pena ou encerrado o período de suspensão condicional desta, ou enquanto esteja submetido a processo administrativo disciplinar em decorrência da condenação ou, ainda, enquanto perdurar o processo judicial deflagrado por representação do Ministério Público para a perda da graduação, isolada ou cumulativamente. Equivalência entre as sanções disciplinares

Art. 77 Para efeito de classificação e reclassificação do comportamento disciplinar ficam estabelecidas as seguintes equivalências:

I - duas repreensões equivalem a uma detenção; II - quatro repreensões equivalem a uma prisão; III - duas detenções equivalem a uma prisão.

Seção II Das recompensas e do registro disciplinar

Definição Art. 78 As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços

prestados por policiais militares. Espécies de recompensas

Art. 79 Além de outras previstas em leis e regulamentos, são recompensas na Polícia Militar:

I - o elogio; II - as dispensas do serviço; III - a dispensa da revista do recolher e do pernoite nos centros de formação,

para alunos dos cursos de formação.

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Espécies de elogio Art. 80 O elogio pode ser individual, coletivo ou perante a tropa.

Elogio individual

§ 1º O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais, somente poderá ser formulado a policiais militares que se hajam destacado da coletividade no desempenho de ato de serviço ou ação meritória. Os aspectos principais que devem ser abordados são os referentes ao caráter, à coragem, ao desprendimento, à inteligência, às condutas civil e policial-militar, às culturas profissionais em geral, à capacidade como instrutor, à capacidade como comandante e como administrador ou à capacidade física. Elogio coletivo

§ 2º O elogio coletivo visa reconhecer e ressaltar um grupo de policiais militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão. Publicação dos elogios

§ 3º Os elogios, individual e coletivo, deverão ser publicados em boletim da OPM da autoridade que o emitiu ou de autoridade superior, se aquela não dispuser de tal instrumento. Elogio perante a tropa

§ 4º O elogio perante a tropa é procedido informalmente, durante reuniões, paradas, formaturas e afins, o qual não constará nos assentamentos do policial militar. Recomendações da sociedade civil

§ 5º As observações positivas elaboradas por autoridades, representantes da sociedade civil ou cidadãos, individualmente, somente serão registradas como elogio nos assentamentos do policial militar se devidamente ratificadas pela autoridade policial-militar competente. Dispensas do serviço

Art. 81 As dispensas do serviço, como recompensas, podem ser: I - dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OPM, inclusive

os de instrução; II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que devem

ser especificados no ato da concessão. Limites da dispensa

§ 1º A dispensa total do serviço é concedida pelo prazo máximo de oito dias, não podendo ultrapassar o total de dezesseis dias no decorrer de um ano civil. Esta dispensa não invalida o direito de férias. Gozo fora da sede

§ 2º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da sede, fica subordinada às mesmas regras da concessão de férias. Publicação

§ 3º O ato administrativo que concede a dispensa do serviço, devidamente publicado, deverá indicar o início e o término da dispensa.

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Dispensa da revista do recolher e do pernoite Art. 82 As dispensas da revista do recolher e do pernoite nos cursos de

formação podem ser incluídas em uma mesma concessão. Essas dispensas não significam que o aluno esteja dispensado de qualquer outro serviço ou instrução para o qual esteja escalado ou ao qual deva comparecer. Competência para concessão

Art. 83 São competentes para conceder as recompensas de que trata este capítulo as autoridades especificadas no art. 25 deste Código.

TITULO III DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS NA PMAP

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Acepção terminológica de processo administrativo

Art. 84 Entende-se por processo administrativo o conjunto de atos e fatos jurídicos que, observando uma sucessão ordenada, havendo ou não contraditoriedade, encaminham-se à produção de ato administrativo final, com vistas sempre à satisfação do interesse público. Acepção de procedimento

Parágrafo único. O processo administrativo, como instrumento de realização da função administrativa, realiza-se através de procedimentos a fim de cumprir determinadas formalidades sequenciais para se chegar ao ato final. Abrangência da lei

Art. 85 Para efeitos desta Lei, de acordo com os fins específicos a que se destinem, são Processos Administrativos na PMAP:

I – o Inquérito Policial Militar (IPM) – destinado à apuração preliminar de infrações penais militares objetivando fornecer elementos ao órgão competente visando à propositura de ação penal;

II – Inquérito Técnico Administrativo (ITA) - destinado à apuração preliminar de responsabilidade civil por eventuais danos causados ao patrimônio público;

III – Conselho Especial a Apurar Possível Ato de Bravura (CEAB) – destinado à avaliação de condutas individuais meritórias concernentes a supostos atos de bravura;

IV - Conselho de Ética e Disciplina da Polícia Militar (CED) - órgão consultivo destinado a avaliar possíveis desvios de conduta de policiais militares, objetivando subsidiar decisão do Comandante Geral da Corporação acerca do submetimento de militares a Conselho de Disciplina e de Justificação; apreciação de mérito relativo a procedimentos concernentes a supostos atos de bravura, bem como emitir avaliação prévia acerca da possibilidade de concessão de medalhas a policiais militares;

V – Processo Administrativo de Deserção (PD) – destinado ao desenvolvimento de atos administrativos relativos à instrução provisória de processos judiciais concernentes à persecução criminal do delito militar de deserção, de acordo com o previsto no Código Penal Militar e no Código de Processo Penal Militar

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VI – Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS); Processo Administrativo Disciplinar Ordinário (PADO); Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de Disciplina (PAD-CD) e Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de Justificação (PAD-CJ) – destinados à apuração, apreciação e julgamento de faltas disciplinares possibilitando a imputação de responsabilidade disciplinar. Dos princípios informadores

Art. 86 Os Processos Administrativos indicados no artigo anterior deverão ser conduzidos com observância aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, interesse público, motivação, razoabilidade e proporcionalidade e segurança jurídica.

CAPÍTULO II DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DIVERSOS

Seção I Do IPM

Conceito e finalidade

Art. 87 Nos termos do Art. 9º do Código de Processo Penal Militar (CPPM), Decreto – Lei 1.002, de 21 de outubro de 1969, o Inquérito Policial Militar (IPM) é a apuração sumária de fato que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal militar. Procedimento investigatório

Art. 88 O encarregado de IPM aplicará sua habilidade pessoal, técnicas e outros conhecimentos adquiridos na vida profissional, com o objetivo de melhor apurar os fatos que deram origem ao feito. Constrangimento ilegal

§1º O indiciamento de militar em IPM deve constituir-se em ato fundamentado, de sorte que a investigação deva estar revestida de elementos probatórios que possibilitem ao Oficial encarregado motivar as razões do seu ato de indiciar. Princípio de prova

§2º O encarregado do IPM deve ter em mente que o indiciamento do militar pressupõe a existência de pelo menos um princípio de prova acerca da materialidade e da autoria da infração penal militar, podendo constituir-se constrangimento ilegal indiciar o meramente suspeito de autoria. Regulamentação específica

Art. 89 Será objeto de regulamentação específica desta lei a determinação de todos os atos administrativos que devem consubstanciar a feitura de IPM.

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Seção II Do ITA

Conceito e finalidade

Art. 90 Inquérito Técnico Administrativo (ITA) é o instrumento de natureza administrativa e de caráter inquisitorial que tem por finalidade apurar evento danoso, envolvendo bem patrimonial permanente sob administração militar, produzindo provas e esclarecendo circunstâncias, de forma a auxiliar decisão da autoridade competente, com a eventual e conseqüente imputação de responsabilidade ao seu causador, bem como subsidiar, se for o caso, a ulterior propositura de ação judicial. Abrangência de material bélico

Parágrafo único. O ITA destina-se também a pesquisar as causas de acidentes com arma e/ou munição, de modo a racionalizar a apuração, precisar as providências dos diversos escalões e tornar rápidas as medidas para a volta do material ao serviço, quando possível e oportuno. Casos omissos

Art. 91 Os casos omissos serão supridos, subsidiariamente, e sem prejuízo da índole do processo administrativo:

I) Pela legislação processual penal militar; II) Pela legislação processual penal comum; III) Pela jurisprudência; IV) Pelos princípios gerais do direito.

Instauração

Art. 92 O ITA é iniciado mediante Portaria expedida pela Diretoria de Apoio Logístíco (DAL). Regulamentação específica

Art. 93 Será objeto de regulamentação específica desta lei a determinação de todos os atos administrativos que devem consubstanciar a feitura de ITA.

Seção III Do CEAB

Finalidade Art. 94 O processo administrativo denominado de Conselho Especial a Apurar

Possível Ato de Bravura (CEAB) destina-se a verificar a existência dos requisitos fáticos que possam sugerir a promoção por bravura de Policial Militar. Significação genérica da expressão ato de bravura

Parágrafo único – Para efeito destas normas a expressão ato de bravura equivale-se a atos de bravura e a ação ou ações de bravura. Requisitos para a configuração de ato de bravura

Art. 95 O CEAB, no tocante à análise da conduta de Policial Militar, deverá observar a existência, cumulativamente, para a possível configuração de ação de bravura, dos seguintes requisitos:

I – O ato em análise foi desenvolvido em nível tal de coragem e audácia que extrapolou o limite de atuação de um policial militar no cumprimento de seu dever;

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II – O ato em análise representou feito indispensável ou útil às operações militares ou, o Policial Militar, mesmo não estando de serviço e não inserido no contexto de operações militares, mas, agindo em razão da função policial militar, alavancou contribuição relevante no sentido de proteger quem se achava em perigo atual ou iminente de morte. Debilidade física permanente

Art. 96 Pode ser submetido ao CEAB, o ato de Policial Militar que, agindo em razão da função e empregando o que preceitua a técnica policial militar, independentemente dos requisitos do artigo anterior, sofra, em conseqüência de sua atuação, debilidade física permanente de membro, sentido ou função, atestada pela Junta Médica da PMAP. Parecer independente de reforma

§ 1º A avaliação realizada pelo CEAB independe do Policial Militar ser transferido ou não para inatividade mediante reforma, de acordo com a legislação vigente. Condição de militar da ativa

§ 2º O submetimento de atos, conforme preceitua o artigo anterior ao CEAB, só será realizado se o Policial Militar estiver na ativa ou se o CEAB iniciou os trabalhos antes da efetiva transferência para a inatividade mediante reforma. Regulamentação específica

Art. 97 Será objeto de regulamentação específica desta lei a determinação de todos os atos administrativos que devem consubstanciar a elaboração de CEAB.

Seção IV Conselho de Ética e Disciplina da Polícia Militar (CED)

Conceito e Finalidade

Art. 98 O CED, órgão colegiado, consultivo e de assessoramento direto ao Comando Geral da Instituição, cujos atos serão desenvolvidos através de processos administrativos, tem a finalidade de avaliar desvios de condutas de policiais militares, bem como emitir parecer acerca do reconhecimento de atos meritórios. Competência do CED

Art. 99 O CED, após deliberação do Comandante Geral, terá competência para emitir parecer acerca do seguinte:

I – Submetimento de Policiais Militares a CD ou CJ; II – Relatório de CD e CJ; II – Cancelamento de sanções disciplinares; III – Nomeação de CEAB, bem como parecer acerca de sua conclusão; IV – Avaliação de procedimentos relativos a concessão de medalhas a

policiais, com exceção das de dedicação policial militar;

Da nomeação e da Composição do CED Art. 100 O CED, nomeado semestralmente pelo Comandante Geral da Polícia

Militar, terá as seguintes composições: §1º Quando destinado avaliar atos de Praças: I – Subcomandante – Membro nato e Presidente do Conselho;

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II – Corregedor Geral – Membro nato; III – 01(um) Oficial, membro convocado, Comandante de Unidade operacional; IV – 01(um) Oficial, membro convocado, oriundo do quadro de praças, do

último posto; V – 01(um) Subtenente, membro convocado.

§2º Quando destinado avaliar atos de Oficiais: I – Subcomandante – Membro nato e Presidente do Conselho; II – Corregedor Geral – Membro nato; III – 01(um) Oficial, membro convocado, Comandante de Unidade operacional; IV – 02(dois) Oficiais superiores do quadro combatente, membros convocados.

Obrigatoriedade de membro de maior precedência hierárquica

§3º Em qualquer dos casos descritos nos parágrafos anteriores, os componentes do CED deverão ter, pelo menos, precedência hierárquica sobre os militares que figurarem no bojo da apreciação, nomeando-se outros, quando houver necessidade. Decisão do Conselho

Art. 101 A decisão do CED será apurada pela maioria de votos, sendo que o voto do Presidente não terá prevalência alguma sobre os dos demais membros. Vinculação à decisão do Comandante Geral

Art. 102 O ato decisório do Comandante Geral somente estará vinculado à decisão do CED, quando esta for apurada à unanimidade ou por quatro votos a um.

§ 1º Nos atos de competência do Governador do Estado o parecer do CED somente terá caráter consultivo.

§ 2º Da decisão do CED não caberá qualquer recurso ou pedido de revisão. Regulamentação específica

Art. 103 Será objeto de regulamentação específica desta lei a determinação de todos os atos administrativos que devem consubstanciar a elaboração de CED.

Seção V Do Processo Administrativo de Deserção (PD)

Finalidade

Art. 104 O Processo Administrativo de Deserção (PD) é destinado ao desenvolvimento de atos administrativos relativos à instrução provisória de processos judiciais concernentes à persecução criminal do delito militar de deserção de acordo com o previsto no Código Penal Militar (CPM) e Código de Processo Penal Militar (CPPM).

Marco inicial do crime de deserção

Art. 105 O marco inicial do crime de deserção configura-se quando o militar incorre no nono dia consecutivo de ausência de sua OPM, impondo-se, ao Comandante do desertor, a lavratura imediata do termo de deserção. A contagem dos dias de ausência, para a configuração do crime de deserção, iniciar-se-á à zero hora do dia seguinte àquele em que foi verificada a falta injustificada do militar.

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Exemplificação para contagem de prazo

§ 1º Como exemplificação para a configuração do crime de deserção tem-se que, anotada a injustificada falta no dia 10, inicia-se a contagem do prazo à zero hora do dia 11 e, consumar-se-á a deserção, a partir da zero hora do dia 19.

Natureza do crime deserção

§ 2º O crime de deserção é de natureza permanente, a consumação se prolonga no tempo, assim, pode o Policial Militar ausente, após a lavratura do termo de deserção, ter cerceada sua liberdade, a qualquer momento, se capturado ou mesmo se apresentar-se voluntariamente.

Roteiro a seguir

Art. 106 Até a confirmação do crime de deserção, conforme tipificação do Art. 187 do CPM, a OPM, a partir do escalão Batalhão ou Companhia Independente, Diretoria de Pessoal (DP) e Corregedoria Geral (Correg), no que lhes competirem, deverão cumprir, para formação do PD, o seguinte roteiro;

I – Comunicação da falta ao serviço ou expediente, seguindo-se a elaboração da Parte de Ausência (OPM);

II – Primeiro despacho do Comandante da OPM;

III – Lavratura do Termo de Inventário dos bens da Fazenda Pública deixados ou extraviados pelo ausente (OPM);

IV – Comunicação da deserção (OPM);

V – Segundo despacho do Comandante da OPM;

VI – Lavratura do Termo de Deserção e publicação em BI e BG, com a suspensão imediata da remuneração (OPM e DP);

VII – Exclusão do serviço ativo, para as Praças sem estabilidade, inclusive Praças especiais, ou agregação para Oficiais e para Praças com estabilidade assegurada (DP);

VIII – Remessa do Processo de Deserção à Justiça Militar (OPM e Corregedoria Geral)

1ª Fase do PD

§ 1º Os atos administrativos indicados nos incisos anteriores serão desenvolvidos pela OPM e pela Diretoria de Pessoal, formando, cronologicamente, um único processado que, ao final, será remetido pela OPM à Corregedoria para a remessa à Auditoria Militar.

Competência da Corregedoria Geral

§ 2º Caberá à Corregedoria Geral fazer a numeração e correição dos Processos de Deserção

Comunicação da falta e parte de ausência.

Art. 107 Confirmada a ausência do militar, que se caracteriza, nos termos dos incisos I e II, do Art. 85 da Lei Federal 6.652, de 30 Maio de 1979, Estatuto da PMAP, pela sua não apresentação, por mais de vinte e quatro horas consecutivas na sua OPM ou ausentar-se sem licença da Unidade em que serve ou, ainda, ausentar-se do local onde deva permanecer, pelo mesmo período de tempo, o

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Comandante imediato do ausente deverá encaminhar ao Comandante da OPM a parte de ausência.

Despacho do Cmt da OPM

Art. 108 Recebida a parte de ausência, o Comandante da OPM, em despacho a ser publicado em Boletim, nomeará Oficial para inventariar os bens deixados ou extraviados pelo ausente, determinando, ao seu Comandante imediato, que empreenda diligências, no mínimo oito, com a finalidade de encontrar o militar e instá-lo a apresentar-se na OPM, evitando, assim, a consumação do crime de deserção.

Termos de diligências

§ 1º De cada diligência será lavrado um termo que constará do PD. As diligências não se restringiram somente à residência ou endereço registrado na Administração da PMAP e sim em todos os lugares nos quais o ausente conviva ou tenha convivido, domicílios de amigos ou de parentes próximos.

Arquivamento dos autos e instauração de PD

§ 2º Caso o militar ausente se apresente voluntariamente ou seja instado a fazê-lo , antes de consumada a deserção, os autos serão arquivados e, incontinenti, o Comandante da OPM deverá instaurar Processo Administrativo Disciplinar em desfavor do militar.

Termo de inventário

Art. 109 O Oficial designado pelo Comandante de OPM lavrará o Termo de Inventário dos bens deixados ou extraviados pelo militar ausente.

Comunicação da deserção

Art. 110 Nos termos do § 3º do Art. 456 do CPPM, recebida a comunicação da deserção, o Comandante da OPM, em despacho no Boletim, designará um Oficial, Subtenente ou Sargento para a lavratura do Termo de Deserção.

Natureza do termo de Deserção

§ 1º O Termo de Deserção tem caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal no Juízo Militar sujeitando, desde logo, o desertor à prisão, nos termos do Art. 452 do CPPM. O Termo de Deserção é o documento mais importante do processo e, partir de sua lavratura, revestida das formalidades legais, e da correspondente publicação em Boletim, o militar ausente passa à condição de desertor.

Lavratura direta do Termo de Deserção

§ 2º De acordo com o estabelecido no Art. 454 do CPPM, não haverá comunicação de deserção, no caso de Oficial, sendo lavrado, diretamente, pelo Comando da OPM, o Termo de Deserção.

Agregação do Oficial ou Praça estável

§ 3º Sendo o desertor Oficial ou Praça com estabilidade assegurada esta, com dez ou mais anos de tempo de efetivo serviço, conforme alínea a), do inciso III do Art. 50 do Estatuto da PMAP, proceder-se-á, pela Diretoria de Pessoal, a agregação do desertor, conforme previsto na alínea f), inciso III, Art. 79 da mesma lei.

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Suspensão da remuneração

§ 4º O Termo de Deserção deverá ser publicado no Boletim da OPM, sendo, de imediato, encaminhada uma cópia à DP para publicação em Boletim Geral e a conseqüente suspensão da remuneração do Policial Militar desertor, de acordo com o previsto na legislação remuneratória.

Exclusão do serviço ativo

§ 5º Se o desertor for Praça Especial ou sem estabilidade será excluída do serviço ativo, nos termos do § 4º do Art. 456 do CPPM e § 2º do Art. 118 do Estatuto da PMAP.

Remessa à Vara de Auditoria Militar

§ 6º Após a lavratura do Termo de Deserção, o Processo de Deserção será remetido, via Corregedoria Geral, à Auditoria Militar do Estado, com todos os documentos produzidos, inclusive cópias dos assentamentos do militar desertor.

2ª Fase do Processo de Deserção

Art. 111 Depois da remessa do PD à Auditoria Militar, alguns eventos que ocorram no âmbito da Administração terão repercussão na esfera judicial, portanto, conforme o caso, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

I - Após um ano de agregação, sem apresentação voluntária ou captura, o Oficial será demitido e, no caso de Praça estável, será excluída, conforme prevê o § 1º Art. 118 do Estatuto da PMAP.

II - Apresentando-se espontaneamente ou sendo capturado, durante o período de um ano, o Oficial desertor continuará agregado e, nesta situação, será processado;

III - Sendo Praça estável, ao apresentar-se ou sendo capturada, no período de um ano, será revertida ao serviço ativo e assim denunciada pelo crime;

III – Como procedimento prudente da Administração Militar, o Oficial e a Praça estável, quando apresentarem-se ou sendo capturados, deverão ser submetidos à inspeção de Saúde (IS) e, em caso de incapacidade definitiva para o serviço ativo, o PD, a Juízo da Auditoria Militar, ser arquivado;

IV – Havendo apresentação do Oficial ou da Praça estável, após o período de um ano, salvo se o Oficial tiver 60 anos ou mais e a Praça 45 anos ou mais, o primeiro será reincluído e depois agregado, para assim ser processado, e a Praça será reincluída, sendo, após, para ambos, adotadas as providências do inciso anterior quanto à IS;

V – No caso de Praça Especial ou Praça sem estabilidade, apresentando-se, a qualquer tempo, salvo se tiver 45 anos ou mais, será submetida à IS e, se apta, será reincluída, para ser processada, se considerada inapta definitivamente para o serviço, a Administração não a reincluirá e a Auditoria Militar decidirá pelo arquivamento do processo judicial de deserção.

Prisão a qualquer tempo

§ 1º Em qualquer dos procedimentos descritos, salvo o do inciso I, o desertor permanecerá preso até decisão definitiva da Auditoria Militar.

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Comunicação à Auditoria Militar

§ 2º Todos os procedimentos descritos nos incisos anteriores deverão, imediatamente, serem comunicados à Auditoria Militar, com cópias da documentação correspondente

Prescrição especial

§ 3º Embora decorrido o prazo prescricional de 4(quatro) anos, esta não extingue a punibilidade, salvo se decorrido, concomitantemente, o lapso temporal para o alcance da prescrição etária, que para a Praça é de 45(quarenta e cinco) anos e para o Oficial é de 60(sessenta) anos.

Conseqüência administrativa da prescrição

§ 4º Confirmada a prescrição estabelecida no parágrafo anterior, a Administração não adotará os procedimentos estabelecidos nos incisos IV e V do artigo anterior.

Atos da DP ainda no curso do PD

Art. 112 Os atos descritos como de competência da DP, se forem realizados ainda no curso do PD, deverão ser a ele juntados, na OPM, com cópia respectiva da publicação em Boletim Geral.

Atos da DP após o processo de deserção ser encaminhado à Auditoria Militar.

Art. 113 Caso os autos do Processo de Deserção já tenham sido remetidos à Auditoria Militar, tal encaminhamento caberá à Diretoria de Pessoal, por intermédio da Corregedoria Geral.

Atas de inspeção de Saúde

Art. 114 Caberá à Diretoria de Saúde, após a realização de IS mandada proceder em militar desertor, encaminhar a referida Ata à Diretoria de Pessoal para publicação em Boletim Geral e posterior encaminhamento à Auditoria Militar, por intermédio da Corregedoria Geral.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE OS PROCESSOS ADMNISTRATIVOS DISCIPLINARES E RECURSOS DISCIPLINARES

Seção I Generalidades

Processo Administrativo Disciplinar

Art. 115 Espécie do gênero processo administrativo constante do Art. 84, o processo administrativo disciplinar faz-se como instrumento para a realização da função administrativa disciplinar na PMAP, de acordo com o estabelecido no inciso V do Art. 85. Espécies de processos de processos administrativos disciplinares

Art. 116 São processos administrativos disciplinares: I - Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS); II - Processo Administrativo Disciplinar Ordinário (PADO);

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III - Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de Disciplina (PAD - CD);

IV- Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de Justificação (PAD - CJ). Fases do processo administrativo

Art. 117 Os processos administrativos constantes do artigo anterior terão, obrigatoriamente, as seguintes fases:

I – Instrução – destinada à coleta de elementos que possibilitem o esclarecimento dos fatos apontados;

II – Defesa – disponibilizada ao acusado para a apresentação de suas argumentações no sentido de contradizer as imputações que lhe pesam;

III – Relatório – destinada à exposição pormenorizada dos fatos desde o início, concluindo pela inocência ou responsabilidade do acusado, indicando, se a hipótese for esta, a disposição legal transgredida;

IV – Julgamento – destinada ao pronunciamento final da autoridade administrativa competente sobre o mérito. Conveniência para adoção

Art. 118 Adotar-se-á o processo administrativo disciplinar nos casos em que houver indícios suficientes de autoria e materialidade da transgressão da disciplina policial-militar, observando-se, dentre outros princípios, o do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Normas específicas

Art. 119 As disposições expressas neste capítulo aplicam-se, indistintamente, a todos os processos administrativos disciplinares, salvo normas específicas que disponham diversamente.

Seção II

Da Ampla Defesa e Contraditório

Direitos do militar para fins de ampla defesa e contraditório

Art. 120 É assegurado ao militar acusado em processo administrativo disciplinar o seguinte:

I – ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento, aplicação e cumprimento da punição disciplinar, de acordo com os procedimentos adequados para tal situação:

II – ser ouvido; III – produzir provas; IV – obter cópias de documentos necessários à defesa; V – fazer-se representar por advogado devidamente constituído; VI – ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se às acusações

que são imputadas; VII – utilizar-se dos recursos disciplinares cabíveis; VIII – adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; IX – ser informado da decisão que fundamente, de forma objetiva e direta, o

eventual não acolhimento de alegações formuladas e de provas apresentadas; X – a oportunidade de contrapor-se acerca de provas emprestadas ao processo.

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Seção III Da comunicação dos atos processuais

Da citação

Art. 121 Ato processual com que se dá conhecimento ao Policial Militar da acusação contra ele intentada a fim de que possa defender-se e vir integrar a relação processual, devendo ser desencadeada após a publicação do ato de instauração do processo. Citação inicial

§ 1º A citação feita no início do processo é pessoal, bastando, para os demais termos, a intimação ou notificação do seu defensor, Ausência de citação § 2º Sendo ato essencial, imposição categórica de garantia constitucional, a ausência de citação é causa de nulidade absoluta do processo. Requisitos da citação

§ 3º São requisitos para a citação válida: I - o inteiro teor do ato administrativo de instauração; II - o local, o dia e a hora em que o acusado deverá comparecer para a sua

qualificação e interrogatório, com, pelo menos, vinte e quatro horas de antecedência; III – o rol de testemunhas; IV - a data em que foi expedida; V - a assinatura do encarregado ou presidente do PAD.

Requisito de validade

§ 4º É requisito da citação válida a comprovação do recebimento do documento citatório por parte do acusado. Recusa do acusado em receber e assinar a citação § 5º O Encarregado ou Presidente do processo deverá certificar a negativa, preferencialmente com nome e assinatura de duas testemunhas que presenciaram a recusa por parte do militar processado. Citação do acusado solto

§ 6º A citação do acusado em liberdade far-se-á com antecedência mínima de vinte e quatro horas em relação ao ato da qualificação e interrogatório, por intermédio do seu Comandante, que deverá efetivá-la. Citação do acusado preso

§ 7º A citação do acusado preso far-se-á com antecedência mínima de quarenta e oito horas, devendo ser precedida de solicitação genérica à autoridade administrativa ou judiciária para que o preso possa figurar no processo, comparecendo a todos os atos para os quais sua presença se faça necessária. Processo à revelia

§ 8º Somente caberá processo disciplinar à revelia do acusado, no caso do militar inativo que não atender a convocação, decorrido o período de 10(dez) dias da publicação da citação por edital, lavrando-se o termo de revelia.

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Nomeação de curador § 9º Após lavrado o termo de revelia, o Presidente ou Encarregado, designará e

nomeará um curador, pessoa com capacidade jurídica que acompanhará o processo, e um defensor, sendo que a figura do primeiro não substitui a do defensor, que é obrigatório. Da intimação

Art. 122 Ato pelo qual se dá ciência ao acusado e ao seu defensor da prática de um ato, despacho ou decisão do Presidente ou encarregado do PAD. Da notificação

Art. 123 Ato de comunicação ao acusado e ao seu defensor do dia, hora e local da realização de um ato processual a que devam se fazer presentes. Aplicação genérica

Art. 124 Aplicar-se-ão às notificações e intimações, no que se fizer necessário, as mesmas regras estabelecidas para a citação.

Seção IV Dos prazos

Contagem dos prazos

Art. 125 Os prazos começam a correr a partir da data cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Prorrogação para dia útil § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. Contagem contínua § 2º Os prazos expressos em dias e horas contam-se de modo contínuo. Preclusão §3º Decorrido o prazo, extingue-se, independente de deliberação administrativa, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa. Restituição de prazo § 4º Quando, por qualquer motivo, a Administração Militar obstar a prática de ato, haverá a restituição do tempo necessário à realização do ato.

Seção V Dos impedimentos e da suspeição

Impedimentos Art. 126 Fica impedido de atuar em Processo Administrativo Disciplinar, como

Encarregado, Presidente ou Membro qualquer Policial Militar que:

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I – tiver comunicado o fato motivador da instauração do PAD ou tiver sido encarregado do inquérito policial-militar, auto de prisão em flagrante ou qualquer outro processo administrativo sobre o fato acusatório;

II – tenha emitido parecer favorável ou desfavorável sobre a acusação; III – estiver submetido à PAD; IV – tenha parentesco consangüíneo ou afim, em linha ascendente,

descendente ou colateral, até o 3° grau, inclusive, com quem fez a comunicação ou realizou a apuração ou com o acusado;

V - Não ter idoneidade moral; VI – Estar classificado, se Praça, nos comportamentos insuficiente ou mal. Art. 127 Fica suspeito para atuar em PAD o Policial Militar que: I – seja inimigo ou amigo íntimo do acusado; II – tenha particular interesse no deslinde da causa.

Momento da arguição

§ 1º A argüição de impedimento poderá ser feita a qualquer tempo e a de suspeição até o término da primeira participação do acusado no processo, sob pena de decadência, salvo quando fundada em motivo superveniente. Em PAD-CD e PAD-CJ a argüição de impedimento ou suspeição deverá se dá na reunião de instalação do Conselho. Consequência da arguição

§ 2º Até a decisão final sobre a argüição de impedimento e suspeição o PAD ficará sobrestado. Arguição a destempo

§ 3º Não constituirá causa de anulação ou nulidade do processo ou de qualquer de seus atos a participação de Policial Militar cuja suspeição não tenha sido argüida no prazo estipulado no § 1°, exceto em casos de comprovada má-fé. Competência para solução do incidente

Art. 128 Havendo argüição de impedimento ou suspeição de Encarregado ou Presidente de PAD, a situação será resolvida pelo Corregedor Geral Consequência da arguição

Parágrafo único. Até a decisão final sobre a argüição de impedimento e suspeição o PAD ficará sobrestado.

Seção VI Das nulidades no PAD

Entendimento de nulidade ou invalidade Art. 129 Para efeitos desta lei considera-se nulidade ou invalidade a sanção

imposta pela Administração Militar em relação a ato praticado em desconformidade às prescrições legais, decretando sua ineficácia. Princípios informadores

Art. 130 Para declaração da nulidade de ato inválido devem ser observados os seguintes princípios:

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I – do prejuízo: não será decretada a nulidade de ato sem prova de prejuízo ao acusado;

II – do interesse: não será decretada a nulidade de ato em benefício de quem provocou a nulidade ou a invalidade;

III – da irrelevância: não será decretada a nulidade de ato que não tiver influído na apuração da verdade substancial:

IV – da extensão: a nulidade de um ato acarretará a do subseqüente que dele seja dependente.

V – da instrumentalidade das formas: os atos e termos do processo não possuem forma determinada, salvo quando a lei expressamente exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Nulidades absolutas e relativas

Art. 131 Considera-se eivado de nulidade absoluta o ato que ofenda a estrutura do processo, sendo informado por vício insanável, devendo ser declarada de ofício e, a qualquer tempo, sua invalidação. Declaração de convalidação expressa

§ 1º Considera-se eivado de nulidade relativa o ato que apresente defeito de forma, devendo ser declarada expressamente a sua convalidação. Declaração de validação tácita

§ 2º Opera-se a validação tácita de ato eivado de vício sanável quando, pelo decurso do tempo, a nulidade não foi argüida ou a própria Administração não o fez de ofício. Competência § 3º É competente para decidir pela invalidação e convalidação de ato administrativo em processo disciplinar, em primeira instância, o Encarregado ou Presidente do processo e em grau de recurso, a própria autoridade que instaurou o PAD. Competência § 4º Se houver argüição de nulidade de ato relativo à competência do Encarregado ou Presidente para a condução do PAD, esta deverá ser interposta diretamente à autoridade que instaurou o processo. Efeitos

§ 5º A contar da sua expedição, o ato eivado de vício produz efeitos no PAD, se invalidado ou convalidado. Invalidação na fase recursal

Art. 132 Deverá ser invalidado, de ofício, pela própria Administração Militar, o ato que publique sanção disciplinar, independentemente do efetivo cumprimento, antes de esgotados os prazos recursais constantes desta lei.

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Seção VII Dos recursos disciplinares

Subseção I

Das disposições gerais Definição

Art. 133 Recurso disciplinar constitui ato administrativo interposto pelo militar acusado em PAD que objetiva a modificação da apreciação preliminar de autoridade competente que considerou injustificada a falta disciplinar, bem como improcedentes os argumentos de defesa. Finalidade

Art.134 O recurso disciplinar tem por finalidade desconstituir, fundamentadamente, a pretensão de aplicar sanção da Administração Militar. Pressupostos

Art.135 O recurso, para ser conhecido, deve conter os seguintes pressupostos: I - legitimidade para recorrer; II - interesse (iminência de prejuízo); III - tempestividade; IV – adequabilidade.

Interposição de recursos

Art. 136 Interpor recurso disciplinar é o direito concedido ao policial militar que se julgue prejudicado em decisão disciplinar proferida pela autoridade instauradora de PAD. Efeito imediato da interposição de recursos §1º Havendo interposição de recursos ou quando não esgotados os prazos recursais, conforme preceitua este Código, fica a Administração impedida de efetivar qualquer ato tendente a aplicação de sanção disciplinar. Espécies de recursos

§2º São recursos disciplinares: I - reconsideração de ato; II - recurso hierárquico; III – revisão disciplinar.

Prova da alegação de impossibilidade de conhecer da decisão

Art. 137 Se houver lapso temporal entre a publicação do ato administrativo recorrido e a ciência do interessado, os recursos de que trata este capítulo deverão ser devidamente motivados e instruídos com a prova de que o recorrente esteve impossibilitado de tomar conhecimento do ato na data da publicação. Prazo para decisão

Art. 138 As autoridades as quais forem dirigidos os recursos, que possuem efeito suspensivo, devem decidir a respeito no prazo máximo de oito dias, não devendo iniciar o cumprimento de sanção disciplinar, enquanto não esgotados os prazos recursais

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Subseção II Da reconsideração de ato

Reconsideração de ato

Art. 139 A reconsideração de ato é o recurso interposto mediante requerimento por meio do qual o policial militar que se julgue prejudicado solicita à autoridade que proferiu a decisão disciplinar que reexamine sua decisão e reconsidere seu ato. Autoridade competente para decidir

§ 1º O pedido de reconsideração de ato, interposto por uma única oportunidade, deve ser encaminhado diretamente à autoridade que, manifestamente, considere improcedentes os argumentos de defesa. Prazo para interposição

§ 2º O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de cinco dias, a contar da data em que o policial militar tome conhecimento oficialmente, por meio de publicação em boletim ou no Diário Oficial, da decisão sobre a qual deverá versar o pedido.

Subseção III Do recurso hierárquico

Recurso hierárquico

Art. 140 O recurso hierárquico, interposto por uma única vez, será redigido sob a forma de requerimento endereçado diretamente à autoridade imediatamente superior àquela que não reconsiderou o ato. Cabimento

§ 1º A apresentação do recurso hierárquico só é cabível após o pedido de reconsideração de ato ter sido negado, não podendo ser impetrado sem a existência deste último. Prazo para interposição

§ 2º A interposição do recurso hierárquico deve ser feita dentro do prazo de cinco dias, a contar da data em que o policial militar tome conhecimento oficialmente, por meio de publicação em boletim ou no Diário Oficial, do ato que indeferiu o pedido de reconsideração de ato.

Subseção IV Da revisão

Revisão Art. 141 Caberá revisão, que será processada em autos apartados, dos

processos findos, exauridos os recursos administrativos admitidos anteriormente, reconsideração de ato e recurso hierárquico, quando o interessado aduza fatos novos capazes de elidir as razões que fundamentaram o ato punitivo, no qual tenha havido erro quanto aos fatos, sua apreciação, avaliação ou enquadramento.

Parágrafo único. Não caberá pedido de revisão durante o cumprimento de sanção disciplinar.

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Competência para julgamento § 1º São autoridades competentes para decidir sobre o pedido de revisão: I - O Governador do Estado, quando aplicou a sanção disciplinar ou quando

esta foi aplicada pelo Comandante-Geral ou pelo Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Governadoria;

II - O Comandante-Geral, quando a sanção disciplinar tiver sido aplicada por seus comandados. Prescrição da revisão

§ 2º O direito ao pedido de revisão prescreverá em 5(cinco) anos, a contar da data da publicação do ato punitivo. Consequências da revisão

§ 3º Decidindo procedente o pedido de revisão, a sanção aplicada será anulada, por reconhecida ilegalidade, gerando, em conseqüência, o restabelecimento de todos os direitos decorrentes da aplicação do ato punitivo. Restrição aos efeitos da revisão

§ 4º Como conseqüência do pedido de revisão poderá resultar a decisão pela procedência do pedido, anulando-se o PAD e, por conseqüência, a sanção disciplinar outrora imposta, ou a improcedência do pedido, com a estabilização definitiva da situação disciplinar do recorrente. Vedação a revisão

§ 5º Caberá revisão, em sede administrativa, em relação a todas as sanções disciplinares previstas neste Código, salvo quando a aplicação da sanção decorreu de decisão do Tribunal de Justiça do Estado que tenha pugnado pela perda da patente e do posto de Oficial ou da graduação de Praça. Inadmissibilidade de recurso § 6º Da decisão proferida em sede de revisão não caberá qualquer espécie de recurso.

CAPÍTULO IV DOS PROCESSOS ADMNISTRATIVOS DISCIPLINARES EM ESPÉCIE

Seção I

Do Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS)

Finalidade

Art. 142 O PADS tem por finalidade definir, sem prejuízo aos preceitos constitucionais aplicáveis à Administração Pública, as regras para a análise e julgamento de ações ou omissões imputáveis a Policiais Militares, que se caracterizem, nos termos do artigo 28 do presente Código, como transgressões disciplinares. Objetivo do PADS Art. 143 O PADS tem por objetivo estabelecer maior celeridade, através de procedimento sumário, na apuração de transgressões disciplinares, como forma de manter a regularidade da Instituição militar.

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Conveniência para adoção do PADS Art 144 Serão submetidos ao PADS os Policiais Militares que tiverem condutas comissivas ou omissivas supostamente amoldadas ao previsto nos incisos XIV, XX, XXI, XXII, XXIII, XXV, XXVI, XXXIX, XLVI, XLVII, LIII, LVII, LVIII, LXII e LXIII do Art. 37, nos incisos I, II, III, X, XI, XII, XIII, XVI, XVII, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV, XXVIII, XXIX, XXXII, XXXIII, XXXV, XXXVI, XXXVIII, XLIV, XLV e XLVIII do Art 38 e nos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XII, XIII e XV do Art. 39 desta lei. Parágrafo único - As transgressões disciplinares decorrentes de infringências a outras leis e normas, conforme acepção genérica estatuída no Art. 28, poderão ser apuradas através de PADS desde que sejam classificadas como de natureza “leve”, de acordo com os pressupostos previstos nos incisos I e II do § 1º do Art. 31 deste Código. Vedação para adoção do PADS Art. 145 Ao PADS não serão submetidos os Policiais Militares que, embora tenham condutas conforme estabelecido no artigo anterior, estiverem classificados, ao tempo da suposta transgressão disciplinar, nos comportamentos insuficiente ou mau, de acordo com o previsto nos incisos IV e V do Art. 73 desta lei, respectivamente. Limites para aplicação de sanções. Art. 146 Da conclusão de PADS não poderá resultar imputação de sanção disciplinar superior a 11(onze) dias de prisão. Competência para aplicação Art. 147 São competentes para a instauração de PADS as autoridades elencadas no Art. 25 do presente Código, salvo as indicadas no inciso VII do mesmo artigo. Formalização do PADS

Art. 148 Recebida e processada a comunicação da suposta infração disciplinar, a autoridade competente instaurará o PADS, sendo, de imediato, entregue ao militar arrolado, o Formulário para Apuração de Transgressão Disciplinar (FATD), constante da regulamentação desta lei, que aporá o seu ciente na 1ª via e permanecerá com a 2ª via, tendo, a partir de então, 5(cinco) dias para apresentar por escrito (de próprio punho ou impresso) e assinado, suas alegações de defesa, no verso do formulário, acrescendo mais folhas, se julgar necessário. Justificação ou desconstituição inicial da falta disciplinar

§ 1º Se a autoridade competente considerar, inicialmente, justificada ou desconstituída a falta disciplinar, determinará o arquivamento do PADS, caso contrário, ordenará a continuidade do feito. Prescrição § 2º Decorridos mais 45(quarenta e cinco) dias da comunicação, por escrito, de suposta transgressão disciplinar, constante do Art. 144, a qualquer das autoridades elencadas no Art. 25 desta lei, prescreve para a Administração Militar o poder-dever de instaurar PADS em desfavor do militar participado.

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Instauração em desfavor da autoridade desidiosa § 2º A conduta desidiosa prescrita no parágrafo anterior deverá ser apurada através de processo disciplinar adequado. Citação e notificação § 3º A entrega do FATD ao militar acusado servirá como citação e notificação deste, devendo o encarregado do Processo estabelecer data, local e horário para sua oitiva, bem como de testemunhas que, porventura, o acusado pretender apresentar. Natureza do FATD Art. 149 O FATD é o instrumento que consubstancia a elaboração do PADS, nada impedindo de serem juntados ou elaborados outros documentos necessários à apuração disciplinar. Negativa ou inércia na defesa

Art. 150 Caso não deseje apresentar defesa, o militar deverá manifestar esta intenção, de próprio punho, no verso do FATD.

Parágrafo único. Em caso de inércia do militar em apresentar sua defesa, a autoridade que estiver conduzindo a apuração do fato, certificará no FATD, juntamente com duas testemunhas, que o prazo concedido para apresentação de defesa expirou e o Policial Militar permaneceu inerte. Decisão da autoridade competente

Art. 151 Cumpridas as etapas anteriores, a autoridade competente para aplicar a punição emitirá, em 3(três) dias, conclusão escrita, quanto à procedência ou não das acusações e das alegações de defesa, que subsidiará a análise para o julgamento da transgressão. Do preenchimento do formulário

Art. 152 O preenchimento do FATD se dará sem emendas ou rasuras, segundo a regulamentação, sendo que os documentos escritos de próprio punho deverão ser confeccionados com tinta azul ou preta e com letra legível. Da instrução do processo

Art. 153 O militar arrolado como suposto autor de transgressão disciplinar deverá ser ouvido, bem como o encarregado deverá juntar ao processo quaisquer documentos, apresentados por este, desde que tenham relação direta com sua defesa. Testemunhas

Parágrafo único. O militar arrolado como suposto autor da transgressão disciplinar poderá indicar, até no máximo, duas testemunhas, que serão apresentadas por este, em dia e hora designados para sua oitiva. Prazo

Art. 154 O prazo para a conclusão do PADS será de 15(quinze) dias, começando a fluir a contar do dia útil imediatamente posterior à data da ciência do suposto transgressor no FATD.

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Prazo para frações destacadas de tropa § 1º Sendo o PADS conduzido por autoridades de frações destacadas de

tropa, o prazo para conclusão do PADS será de 25(vinte e cinco) dias. Competência do Cmt Geral

§ 2º Caberá ao Comandante Geral definir, em regulamentação específica, quais as OPMs que se enquadram no parágrafo anterior. Encarregado

Art. 155 Dependendo do grau hierárquico do suposto transgressor poderão ser designados como encarregados de PADS, as praças, a partir da graduação de 1° Sargento PM, do Quadro de Praças Combatentes e do Quadro Especial e os Oficiais do Quadro de Combatentes e do Quadro de Oficiais de Administração. Dos recursos

Art.156 Contra o ato da autoridade competente que aplicar punição disciplinar podem ser impetrados os recursos regulamentares da PMAP. Do controle dos processos

Art. 157 A numeração e controle dos PADS se darão por OPM, tendo a Corregedoria Geral da PMAP, a competência supervisional e correicional sobre os mencionados processos. Regras específicas

Art. 158 Sem prejuízo aos princípios da ampla defesa e contraditório, o PADS, por suas características de objetividade e celeridade, será desenvolvido de acordo com as normas específicas estabelecidas nesta Seção, devendo, na existência de lacunas, haver a aplicação de normas gerais deste Código, no que couber.

Seção II Do Processo Administrativo Disciplinar Ordinário (PADO)

Conveniência do PADO

Art. 159 Adotar-se-á o PADO nos casos em que houver indícios suficientes de autoria e materialidade de transgressão da disciplina militar, afastada a aplicação de PADS, constante da seção anterior. Competência e instauração do PADO

Parágrafo único. O PADO será instaurado através de decreto ou portaria por qualquer uma das autoridades previstas no Art. 25 deste Código, exceto a indicada no inciso VII do mesmo artigo. Competência para aplicar o licenciamento a bem da disciplina

Art 160 Dá conclusão do PADO poderá ser aplicada até sanção de licenciamento a bem da disciplina, constante do inciso V do Art. 41 e nos termos do § 2º do Art. 47, sendo competentes para aplicá-la as seguintes autoridades:

I - O Governador do Estado, quando instaurar o PADO ou quando o fato e as circunstâncias exigirem o agravamento da punição disciplinar imposta ao acusado;

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II - O Comandante-Geral, quando instaurar o PADO ou quando o licenciamento a bem da disciplina for proposto pelas autoridades indicadas no art. 25, incisos II à VII deste Código, através de PADO que tenham instaurado. Observação da Cadeia de Comando

Art. 161 Se a autoridade que instaurar o PADO entender que a sanção devida está fora dos limites de sua competência remeterá o processo à autoridade compatível com a sanção a ser aplicada, seguindo a cadeia de comando. Possibilidade de delegação

Art. 162 A autoridade instauradora poderá delegar suas atribuições para instruir o PADO a policial militar, que será denominado de Presidente, o qual deverá ser superior hierárquico do acusado ou, excepcionalmente, mais antigo. Grau hierárquico para condução de PADO

Parágrafo único. A condução de PADO recaíra, dependendo do grau hierárquico do acusado, sobre praça, de qualquer Quadro, de graduação não inferior a de Subtenente e sobre Oficiais, independente do Quadro. Prazo para conclusão

Art. 163 O prazo de conclusão do PADO é de 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação do decreto ou da portaria de instauração/delegação no Diário Oficial do Estado ou em Boletim Geral ou Interno da OPM, conforme o caso. Prazo para frações destacadas de tropa

§ 1º Sendo o PADO conduzido por autoridades de frações destacadas de tropa, o prazo para conclusão será de 40(quarenta) dias. Competência do Cmt Geral

§ 2º Caberá ao Comandante Geral definir, em regulamentação específica, quais as OPMs que se enquadram no parágrafo anterior. Prorrogação do prazo

Art. 164 Os prazos especificados no § 1º e no caput do art.163 poderão ser prorrogados por mero despacho, sem exigência de publicação, por até 15(quinze) dias, pela autoridade policial-militar instauradora, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados ou haja necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser motivado e feito tempestivamente. Possibilidade de nova prorrogação

Art. 165 Não haverá mais prorrogação além da prevista no art. 148, salvo dificuldade insuperável, a juízo da autoridade instauradora e que não deverá superar 10 (dez) dias. Remessa posterior de provas

Parágrafo único. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos à autoridade instauradora para juntada aos autos.

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Seção III Do Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de

Disciplina (PAD - CD)

Subseção I Generalidades

Finalidade

Art. 166 O PAD-CD tem a finalidade de julgar a capacidade de permanecer na ativa do Aspirante a Oficial e das demais praças, estas últimas com estabilidade assegurada pelo decurso de tempo, nos termos da legislação vigente. Policiais militares na reserva remunerada

Parágrafo único. O PAD-CD deverá ser aplicado às praças inativas, da reserva remunerada, que, em tese, sejam incapazes de permanecerem nessa situação. Requisitos para instauração

Art. 167 O PAD-CD é instaurado mediante decreto ou portaria, ouvido o CED, nos termos desta lei, quando a praça for acusada oficialmente ou por qualquer meio de comunicação social de:

I - praticar novo ato com indícios de transgressão disciplinar de natureza grave, estando classificada, há mais de 1(um) ano, no comportamento “mau”, devendo, neste caso, ser analisada toda sua vida profissional;

II - ter praticado a Praça, estando no serviço ativo, na reserva remunerada ou agido em razão da função, ato de natureza grave que afete a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe, independentemente de seu comportamento, sendo, por conseqüência, considerada indigna ou incompatível para o exercício do cargo. Independência de apuração na esfera criminal

§ 1º Dada à natureza da apuração na esfera administrativa, o PAD-CD deverá ser instaurado independentemente da existência de inquérito policial militar ou comum, iniciados ou não por auto de prisão em flagrante, ou de processo criminal a que seja submetido Policial Militar. Condenação a pena restritiva de liberdade

§ 2º A praça sendo condenada por crime militar ou comum, com sentença transitada em julgado, à pena de reclusão superior a dois anos, deverá ser submetida à PAD-CD, salvo se já houver, pelo mesmo fato, representação do Ministério Público ao Tribunal de Justiça para a decretação da perda da graduação. Arquivamento do PAD-CD

§ 3º Havendo conhecimento oficial de representação do Ministério Público, sobre o que alude o parágrafo anterior, após a instauração do PAD-CD, este deverá ser arquivado. Análise da incidência dos requisitos

Art. 168 A autoridade competente, para análise preliminar de incidência dos requisitos estabelecidos nos incisos I e II do artigo anterior, deverá utilizar-se das definições constantes dos §§ 1º ao 7º do artigo 16 desta lei.

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Competência para o submetimento de Policial Militar a PAD-CD Art. 169 O Governador e o Comandante-Geral são as autoridades competentes

para submeterem Policiais Militares a PAD-CD, após manifestação, nos termos desta lei, do CED. Competência da Corregedoria Geral

§ 1º Caberá à Corregedoria Geral o desenvolvimento de atos administrativos concernentes à nomeação de Policiais Militares para a composição de Conselhos de Disciplina, sem qualquer fixação de periodicidade. O ato de nomeação dos Policiais Militares se fará com as indicações dos respectivos suplentes dos titulares.

§ 2º A fim de cumprir o estabelecido no § 2º do Art.167, deverá, ainda, a Corregedoria Geral manter estreita ligação com o Poder Judiciário e Ministério Público objetivando a constatação de condenações definitivas, superiores a 02(dois) anos de reclusão, de Policiais Militares, bem com identificar se há a respeito representação do Ministério Público, ao Tribunal de Justiça do Estado, para a perda da graduação. Relação de Policiais Militares

§ 3º A Corregedoria Geral deverá manter relação atualizada de Policiais Militares aptos a figurarem em CD. Apuração de fatos determinados

§ 4º Os Conselhos de Disciplina serão instituídos para apurarem, através de PAD, fatos determinados, independente do número de acusados, não devendo, um mesmo Conselho, apurar mais de um fato, salvo se pelas condições de tempo e lugar os fatos subseqüentes sejam havidos como continuidade dos antecedentes. Afastamento das funções

Art. 170 Ao ser publicado o ato administrativo de instauração do PAD-CD, a praça acusada é imediatamente afastada do exercício de suas funções, ficando à disposição do CD.

Subseção II Da organização funcional do PAD-CD

Membros do Conselho de Disciplina Art. 171 O CD é composto de três Policiais Militares da ativa da Corporação, sendo um Oficial, do Quadro de Combatentes ou de Administração, e duas Praças de graduações não inferiores a 1º Sargento PM, do Quadro de Combatentes. Requisito § 1º Além das causas impeditivas e de suspeição previstas nos artigos 126 e 127, não poderá figurar como membro de CD o Policial Militar, Oficial ou Praça, que contar menos de 10(quinze) anos de efetivo serviço. Organização funcional do CD

§ 2º O membro mais antigo do CD, Oficial, no mínimo do posto de Capitão, é o Presidente; o graduado mais antigo é o interrogante e relator, e o mais moderno é o escrivão.

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Atribuições do Presidente do CD Art. 172 São atribuições do Presidente do Conselho, dentre outras: I - presidir todos os atos do PAD-CD, zelando pela regularidade do processo,

pela execução da lei e pela garantia da ordem; II – manifestar-se imediatamente à autoridade competente sobre qualquer

nulidade que não tenha conseguido sanar, para que esta mande corrigir a irregularidade ou determine o arquivamento do processo.

III- instalar o Conselho, prestando exigindo o compromisso legal de todos os membros;

IV - citar o acusado, em cujo anexo, deverá constar o libelo acusatório; V - determinar diligências necessárias à elucidação do fato; VI- sugerir, a autoridade competente, o arquivamento PAD-CD por comprovada

insanidade mental do acusado; VII - intimar o acusado sobre a conclusão a que chegaram os membros do CD; VIII - apresentar o acusado ao comandante de sua OPM de origem, após o

encerramento dos trabalhos; IX - remeter os autos do PAD-CD ao Corregedor Geral para o devido registro e

controle e o posterior encaminhamento a autoridade competente; Do libelo acusatório

§ 1º Em relação ao libelo acusatório, documento que deve seguir anexo à citação deverá constar a fotocópia da portaria e demais peças acusatórias, que deverão ser entregues contra-recibo ao acusado, cientificando-o de que terá, ao final da apuração, um prazo de cinco dias úteis para apresentar suas razões finais de defesa; Encaminhamento à Junta Médica Pericial

§ 2º Precede ao ato estabelecido no inciso VI, após surgir fundadas suspeitas sobre a sanidade mental do acusado, o encaminhamento do militar à Junta Médica Pericial da PMAP ficando, até o parecer conclusivo da Junta, sobrestado o PAD-CD, por ato emanado do Corregedor Geral. Consequência da insanidade mental

§ 3º Confirmada a insanidade mental, após a perícia psicopatológica, o processo será encerrado e arquivado na Corregedoria Geral, devendo ser comunicado à Diretoria Pessoal para as providências legais quanto à situação funcional do militar. Atribuições do Interrogante e Relator do CD

Art. 173 São atribuições do interrogante e relator, dentre outras: I - interrogar o acusado, inquirir testemunhas e requerer diligências necessárias

à elucidação do fato; II - elaborar o relatório e submetê-lo à apreciação dos demais membros;

Atribuições do Escrivão do CD

Art. 174 São atribuições do escrivão, dentre outras: I - autuar o processo e, na reunião de instalação, autuará todos os documentos

apresentados pelo acusado, inclusive a procuração de constituição de defensor; II - cumprir os despachos do Presidente; III - elaborar as atas das sessões do Conselho; IV - digitar as peças instrutórias e o relatório do Conselho.

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Inquirições no CD Art. 176 É lícito aos membros do Conselho e à defesa perguntar e reperguntar,

por intermédio do Presidente, sobre o objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. Compromisso

Art. 177 O Presidente do CD, na reunião de instalação, prestará o compromisso, em voz alta, de pé e descoberto, com as seguintes palavras: "Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica postura, cada um dos outros membros confirmará: "Assim o prometo".

Subseção III

Das peças fundamentais do processo

Peças estruturais do processo Art. 178 São peças estruturais do PAD-CD: I – a autuação; II – a portaria; III – a citação do acusado e de seu defensor, para a reunião de instalação e

interrogatório; IV – a juntada da procuração do defensor; V – o compromisso do CD; VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia ou deserção do acusado; VII – a defesa prévia do acusado, nos termos do §1° deste artigo; VIII – os termos de inquirição de testemunhas; IX – as atas das reuniões do PAD-CD; X – as razões finais de defesa do acusado; XI – o parecer do CD, que será digitado e assinado por todos os membros, que

rubricarão todas as suas folhas. Apresentação da defesa prévia

§ 1° O acusado e seu representante legal devem ser notificados para apresentar defesa prévia, sendo obrigatória a notificação por edital quando o primeiro for declarado revel ou não for encontrado. Constituição de defensor

§ 2° O defensor deverá ser devidamente constituído por instrumento particular de procuração. Portaria

§ 3º A Portaria a que se refere o inciso II deste artigo conterá a nomeação do CD e o conseqüente submetimento do(s) acusado(s) ao PAD-CD, o libelo acusatório, sendo acompanhado do Extrato dos Registros Funcionais (ERF) do(s) acusado(s) e dos documentos que, supostamente, fundamentam a acusação. Defesa prévia

Art. 179 Ao acusado é assegurado o prazo de cinco dias úteis, após o interrogatório, para querendo, apresentar defesa prévia e o rol de testemunhas.

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Contradita de testemunha Art. 180 Antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a

testemunha e, em caso de acolhimento pelo Presidente do PAD-CD, não se lhe deferirá o compromisso ou será dispensada. Registro da instrução processual

Art. 181 De toda sessão será lavrada ata a fim de registrar o que ocorrer, devendo ser assinada pelos membros do Conselho, acusado e defensor. Regra para funcionamento

Parágrafo único. O CD funcionará com a totalidade de seus membros. Prazo para conclusão

Art. 182 O prazo de conclusão dos trabalhos é de quarenta dias, a contar da publicação do ato administrativo de instauração do PAD-CD, podendo ser prorrogado por vinte dias, pela autoridade competente. Motivação do pedido de prorrogação

§ 1º O pedido de prorrogação deve ser motivado e feito tempestivamente. Forma da prorrogação

§ 2º A concessão ou denegação da prorrogação será realizada por despacho.

Subseção IV Do desenvolvimento do processo

Disposições gerais quanto ao desenvolvimento do PAD-CD:

Art. 183 O CD, no desenvolvimento dos atos processuais, atenderá ao seguinte:

I – providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa instrução do processo, até mesmo acareação de testemunhas e exames periciais, e indeferirá, motivadamente, solicitação de diligência descabida ou protelatória;

II – é permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria, perguntar às testemunhas, por intermédio do interrogante, e apresentar questões de ordem, que serão respondidas pelo CD quando não implicarem nulidade dos atos já praticados;

III – efetuado o interrogatório, apresentada a defesa prévia, inquiridas as testemunhas e realizadas as diligências deliberadas pelo CD, o presidente concederá o prazo de cinco dias úteis ao acusado para apresentação das razões finais de defesa, acompanhadas ou não de documentos, determinando que se lhe abra vista dos autos, mediante recibo;

IV – havendo dois ou mais acusados, o prazo para apresentação das razões finais defesa será comum de dez dias úteis;

V – Recebidas as alegações finais e sendo suscitadas novas diligências deverá o Presidente, em acolhendo a pretensão da defesa, proceder as diligências e, após, abrir novo prazo ao acusado para as alegações finais;

VI – se a defesa não apresentar suas razões escritas, tempestivamente, novo defensor será nomeado, mediante indicação pelo acusado ou nomeação pelo presidente CD, renovando-se-lhe o prazo, apenas uma vez, que será acrescido ao tempo estipulado para o encerramento do processo;

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VII – findo o prazo para apresentação das razões escritas de defesa, à vista das provas dos autos, a CD se reunirá para emitir parecer sobre a procedência total ou parcial da acusação ou sua improcedência, propondo, conforme o caso, as medidas cabíveis previstas no art. 179;

VIII – na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao defensor do acusado assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas antes da data de sua realização;

IX – o parecer do CD será posteriormente redigido pelo relator, devendo o membro vencido fundamentar seu voto;

X – as folhas do processo serão numeradas e rubricadas pelo escrivão, inutilizando-se os espaços em branco;

XI – os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável;

XII – as resoluções do CD serão por maioria de votos; XIII – a ausência injustificada do acusado ou do defensor não impedirá a

realização de qualquer ato do CD, desde que haja um defensor nomeado pelo presidente;

XIV – os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem;

XV – o acusado será notificado de prova ou diligência ordenada com antecedência mínima de quarenta e oito horas, mencionando-se data, hora e local de realização. Aplicação genérica

Parágrafo único. Os atos instrutórios descritos nos incisos acima poderão ser empregados em quaisquer dos processos disciplinares abrangidos por este Código, salvo se der causa ao descumprimento de normas específicas.

Subseção V Da conclusão e dos recursos

Relatório do PAD-CD

Art. 184 O relatório é assinado por todos os membros do Conselho, concluindo se o policial militar é culpado ou não da acusação que lhe foi imputada, bem como se é capaz ou não de permanecer na ativa ou na situação em que se encontra na inatividade. Votação no PAD-CD

Art. 185 A conclusão do PAD-CD será tomada por maioria de votos de seus membros, iniciando-se o escrutínio pelo Policial Militar mais moderno. Decisão da autoridade competente que determinou o submetimento de militar a PAD-CD

Art. 186 Recebidos os autos do PAD-CD e após parecer do CED, nos termos desta lei, a autoridade competente, dentro do prazo de vinte dias, aceitando ou não a conclusão, motivadamente, decidirá:

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I – pela baixa do processo ao CD para sanar irregularidades ou realizar diligências, para o que determinará prazo não superior a quinze dias;

II- arquivar o processo, se considerar improcedente a acusação; III - aplicar a sanção disciplinar de até trinta dias de prisão, se entender

oportuna e eficaz à reeducação da Praça; IV - efetivar a reforma disciplinar ou a exclusão a bem da disciplina, observando

o que dispõe os §§ 1º, 2º e 3º do artigo 46 e os §§ 1º e 2º do artigo 47; V – encaminhar o PAD-CD ao Tribunal de Justiça do Estado para decisão sobre

a perda de graduação da praça se a instauração foi motivada pelo contido no § 2º do art. 167 desta lei. Do recurso fundamentado em pedido de reconsideração de ato

§ 1º Da decisão que recair sobre os incisos III ou IV deste artigo, caberá recurso, em primeira instância, fundamentado em pedido de reconsideração de ato, destinado ao Comandante Geral, no prazo de dez dias, após a publicação e intimação do acusado sobre a solução do PAD-CD. Do recurso hierárquico

§ 2º Em segunda instância, caberá recurso hierárquico ao Governador do Estado, no prazo de dez dias, após a publicação e intimação do acusado sobre o indeferimento do pedido de reconsideração de ato, não subsistindo tal recurso sem a existência ou denegação do primeiro. Dos efeitos dos recursos

§ 3º Os recursos terão efeito suspensivo. Prazo para julgamento dos recursos § 4º A autoridade competente para a apreciação de recursos, Comandante Geral ou o Governador do Estado, conforme o caso, terá o prazo de cinco dias para emitir seu julgamento. Não cabimento de recurso § 5º Não caberá recurso, em sede administrativa, da decisão do Tribunal de Justiça que decidir pela perda da graduação de praça, devendo o Comandante Geral, tão logo seja notificado de tal decisão, excluir a praça a bem da disciplina.

Seção IV Do Processo Administrativo Disciplinar desenvolvido por Conselho de

Justificação (PAD - CJ) Finalidade

Art. 187 O PAD-CJ é destinado a julgar a capacidade do Oficial da Polícia Militar do Amapá em permanecer na ativa. Alcance aos Oficiais da reserva remunerada

Parágrafo único. O PAD-CJ também poderá ser aplicado ao Oficial inativo, da reserva remunerada, presumivelmente incapaz de permanecer nessa situação.

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Competência para instauração Art. 188 O Governador do Estado é a autoridade administrativa competente

para instaurar e decidir em sede de PAD-CJ. Requisitos para instauração do PAD-CJ

Art. 189 O PAD-CJ é instaurado, após parecer do CED, nos termos desta lei, mediante decreto do Governador do Estado, nas seguintes hipóteses:

I - quando o Oficial for acusado oficialmente ou por qualquer meio de comunicação social de ter:

a) procedido incorretamente no desempenho do cargo, violando o sentimento do dever no exercício de função ou de serviço policial militar;

b) sido punido com três prisões disciplinares no período de um ano e praticar novo ato com indícios de transgressão disciplinar de natureza grave, devendo, neste caso, ser analisada toda sua vida profissional; e

c) praticado ato de natureza grave que afete a honra pessoal, o pundonor policial militar ou o decoro da classe, estando de serviço policial militar ou, não estando, mas agindo em razão da função, mesmo sendo Oficial da reserva remunerada;

II - considerado não habilitado para o acesso em caráter provisório, em decorrência de indícios de indignidade ou incompatibilidade para com o cargo, no momento em que venha a ser objeto de apreciação para ingresso em quadro de acesso à promoção; Independência de apuração na esfera criminal

§ 1º Dada à natureza da apuração na esfera administrativa, o PAD-CJ deverá ser instaurado independentemente da existência de inquérito policial militar ou comum, iniciados ou não por auto de prisão em flagrante, ou de processo criminal a que seja submetido o Oficial Condenação a pena restritiva de liberdade

§ 2º O Oficial sendo condenado por crime militar ou comum, por sentença transitada em julgado, a pena restritiva de liberdade superior a dois anos, deverá ser submetido à PAD-CJ, salvo se já houver, pelo mesmo fato, representação do Ministério Público ao Tribunal de Justiça para a decretação da perda da patente e do posto. Arquivamento do PAD-CJ

§ 3º Havendo conhecimento oficial de representação do Ministério Público, sobre o que alude o parágrafo anterior, após a instauração do PAD-CJ, este deverá ser arquivado pela autoridade competente. Atribuição da Corregedoria Geral § 4º Caberá à Corregedoria Geral o controle sobre Policiais Militares que se encontrem sendo processados pela Justiça Criminal. Afastamento das funções do justificante

Art. 190 Ao ser publicado o decreto de constituição de Conselho de Justificação, o Oficial da ativa será imediatamente afastado do exercício de suas funções, ficando à disposição do Conselho.

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Membros do CJ Art. 191 O CJ é composto de três Oficiais da ativa de postos superiores ao do

justificante. Organização funcional do CJ

§ 1º O membro mais antigo do CJ, no mínimo um Oficial superior da ativa, é o Presidente, o que lhe segue em antiguidade é o interrogante e relator, e o mais moderno é o escrivão. Justificante do posto de Coronel

§ 2º Quando o justificante for Oficial superior do último posto, os membros do CJ serão nomeados dentre os Oficiais daquele posto, da ativa ou da inatividade, mais antigos que o justificante, sendo estes convocados, por ato do Governador do Estado, ao serviço ativo para este único fim. Aplicação por analogia

Art. 192 Aplicam-se, feitas as devidas adequações, para o desenvolvimento de PAD-CJ, o previsto nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do Art. 169, 172, 172, 174, 175, 176, 177, 179, 180, 181, 183, 184 e 185 desta lei, concernentes ao desenvolvimento de PAD-CD. Remessa ao Governador do Estado

Art.193 Elaborado o relatório, o CJ, depois de submeter o processo ao CED, remete o processo ao Governador do Estado, por intermédio do Comandante-Geral da Corporação. Decisão do Governador do Estado

Art. 194 Recebidos os autos do PAD-CJ, o Governador do Estado, dentro do prazo de vinte dias, aceitando ou não o julgamento dos membros do CJ e parecer do CED, justificando os motivos de sua decisão, determinará:

I - o arquivamento do processo, se considerar procedente a justificação; II - a aplicação de pena disciplinar de até trinta dias de prisão, se entender

oportuna e necessária à reeducação do Oficial; III - na forma da legislação policial militar, a adoção das providências

necessárias à transferência para a reserva remunerada, se o Oficial for considerado não habilitado, em caráter definitivo, para o acesso ao quadro de promoções, conforme dispõe o inciso II do artigo 189;

IV - a remessa do processo ao Tribunal de Justiça, se a razão pela qual o Oficial foi julgado culpado estiver prevista no inciso I e/ou § 2º do artigo 189 e ensejar as providências do artigo 197. Do recurso fundamentado em pedido de reconsideração de ato

§ 1º Da decisão que incidir sobre os incisos II ou III deste artigo, caberá recurso, por uma única oportunidade, fundamentado em pedido de reconsideração de ato, destinado ao Governador do Estado, no prazo de dez dias, após a publicação e intimação do acusado sobre a solução do PAD-CJ. Da natureza do recurso

§ 2º O recurso terá efeito suspensivo, obstando, até seu julgamento, a execução dos atos pertinentes.

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Competência do Tribunal de Justiça Art. 195 É de competência do Tribunal de Justiça julgar, em instância única, os

processos oriundos de CJ a ele remetidos pelo Governador do Estado. Defesa no Tribunal

Art. 196 No Tribunal de Justiça, distribuído o processo, será relatado por um dos seus membros que, antes, deve abrir prazo de cinco dias para a defesa se manifestar por escrito sobre a decisão do CJ. Julgamento no Tribunal

Parágrafo único. Concluída esta fase, o processo é submetido a julgamento. Decisão do Tribunal

Art. 197 O Tribunal de Justiça, caso julgue procedente a acusação contra o Oficial constante do PAD-CJ, instaurado em conseqüência do contido no inciso I e/ou do § 2º do artigo 189, considerando o acusado indigno do oficialato e/ou com ele incompatível, decidirá sobre a perda de sua patente e posto. Perda do posto e da patente

Parágrafo único. A demissão do Oficial, em conseqüência da perda da patente e posto, é efetuada por ato do Governador do Estado, tão logo seja publicada o acórdão do Tribunal de Justiça.

TÍTULO IV DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Representação

Art. 198 A representação é o instrumento, normalmente redigido sob forma de requerimento, interposto por policial militar que se considere vítima de abuso por parte de autoridade funcionalmente superior que, no exercício de suas funções, atente contra direito legalmente garantido. Autoridade a quem dever ser dirigida

Art. 199 A interposição de representação deve ser dirigida à Corregedoria, ser feita individualmente, tratar de casos específicos, cingir-se aos fatos que a motivaram e fundamentar-se em indícios de provas. Providências na Corregedoria

Art. 200 A Corregedoria, no prazo máximo de oito dias, emitirá parecer fundamentado acerca das providências adotadas, quanto à instauração de processo administrativo disciplinar. Prescrição

Art. 201 O direito de instaurar processo administrativo disciplinar, salvo disposições específicas, prescreve passados 3 (três) anos sobre a data em que a falta disciplinar foi cometida, prescrevendo igualmente se, comprovadamente conhecida a falta por qualquer das autoridades elencadas no art. 25, não for instaurado o competente processo disciplinar no período de 06(seis) meses.

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Prescrição penal § 1º Se o fato qualificado de infração disciplinar for também considerado

infração penal e os prazos da prescrição do procedimento criminal forem superiores a 3 (três) anos, aplicar-se-ão ao processo disciplinar os prazos estabelecidos na lei penal. Ininterrupção da prescrição

§ 2º Não haverá, em hipótese alguma, a interrupção da prescrição. Afastamento cautelar

Art. 202 O Policial Militar que envolver-se em ocorrência que seja de grande repercussão negativa na imprensa local poderá, como medida cautelar, ser afastado de suas funções independente da conclusão do processo administrativo a que seja submetido. Competência e alcance do afastamento

Parágrafo único. O afastamento se dará sem prejuízos remuneratórios podendo ser determinado a partir do escalão Comando de Batalhão ou equivalente, salvo se houver determinação superior em contrário. Aplicação supletiva

Art. 203 Aplicam-se a este Código, supletivamente, as normas do Código de Processo Penal Militar. Regulamentação

Art. 204 O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Polícia Militar, em 30(trinta) dias, a contar da data de publicação desta lei, baixarão as respectivas normas regulamentares necessárias à aplicação deste Código. Revogações

Art. 205 Revogam-se as disposições em contrário, deixando, especificamente, de ser aplicadas na Polícia Militar do Amapá as Leis Federais 6.784, de 20 Maio e 1980, que trata do Conselho de Justificação e a 6. 804, de 07 de julho de 1980, que trata do Conselho de Disciplina, além do Decreto nº 036, de 17 de dezembro de 1981, que dispunha sobre o Regulamento Disciplinar da PMAP. Vigência

Art. 206 Esta Lei entrará em vigor após três meses de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO, de de 2011.

Carlos Camilo Góes Capiberibe Governador