código de ética farmacêutica

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Page 1: Código de ética farmacêutica
Page 2: Código de ética farmacêutica

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA

DIRETORIA

Presidente: Jaldo de Souza SantosVice-presidente: Edson Chigueru TakiSecretária Geral: Lérida Maria dos Santos VieiraTesoureiro: Salim Tuma Haber

CONSELHEIROS FEDERAIS

Efetivo Suplente

Clóvis Lorena Cavalcanti Pedroso (AL) Suetônio Q. de Araujo (AL)Sebastião Ferreira Marinho (AM/RR) José Carlos Cavalcante (AM/RR)Jorge Antônio Piton Nascimento (BA) Ademarisa Fontes (BA)Marco Aurélio Schramm Ribeiro (CE) Cândida Vitória Guimarães (CE)Rogério Tokarski (DF) Paulo de Oliveira Martins Júnior (DF)Magali Demoner Bermond (ES) Ulan Bastos (ES)Jaldo de Souza Santos (GO) Joaquim Netto do Prado (GO)Ronaldo Ferreira Perreira Filho (MA) Marcelo de Carvalho Gonçalves (MA)Ângela Ferreira Vieira (MG) Rilke Novato Públio (MG)Osnei Okumoto (MS) José Henrique Ibanez (MS)Edson Chigueru Taki (MT) Claiton Luiz Maciel (MT)Salim Tuma Haber (PA/AP) Armando Luciano de L. Marçal Filho (PA/AP)João Samuel de Morais Meira (PB) Alexandre Targino Soledade (PB)Carlos Alberto Cavalcanti Gallindo (PE) Mônica Maria Henrique dos Santos (PE)Ronaldo Costa (PI) Francisco Teofilo Alves Sales Ribeiro (PI)Arnaldo Zubioli (PR) Valmir de Santi (PR)Jorge Cavalcanti de Oliveira (RJ) Guacira Correa de Matos (RJ)Lenira da Silva Costa (RN) Nilsen Carvalho F. de O. Filho (RN)Lérida Maria dos Santos Vieira (RO/AC) Francimary Muniz de Lima (RO/AC)Célia Machado Gervásio Chaves (RS) Antônio Roberto Fontoura Pereira (RS)Paulo Roberto Boff (SC) Vera Lúcia Dal Forno (SC)Maria da Aparecida Vianna (SE) Germana Sobreira Braga (SE)Dirceu Raposo de Mello (SP) Ely Eduardo Saranz Camargo (SP)Amilson Álvares (TO José Batista de Rezende (TO)

Page 3: Código de ética farmacêutica

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO . ...................................................................................................................... 02

DECRETO Nº 20.377 - De 8 de setembro de 1931 .................................................................... 03

LEI Nº 3.820 - De 11 de novembro de 1960 ............................................................................... 04Capítulo I O Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Farmácia .................................... 04Capítulo II Dos Quadros e Inscrições ......................................................................................... 05Capítulo III Das Anuidades e Taxas ............................................................................................. 06Capítulo IV Das Penalidades e sua Aplicação ............................................................................. 07Capítulo V Da Prestação de Contas ........................................................................................... 07Capítulo VI Das Disposições Gerais e Transitórias ...................................................................... 07

DECRETO Nº 85.878 - De 7 de abril de 1981 ............................................................................ 09

RESOLUÇÃO Nº 417 - De 29 de setembro de 2004 .................................................................. 11Anexo Código de Ética da Profissão Farmacêutica .............................................................. 11Capítulo I Dos Princípios Fundamentais .................................................................................... 11Capítulo II Dos Deveres ............................................................................................................. 11Capítulo III Das Proibições ......................................................................................................... 12Capítulo IV Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos ............................................................... 13Capítulo V Dos Direitos ............................................................................................................. 13

RESOLUÇÃO Nº 418 - De 29 de setembro de 2004 .................................................................. 15Capítulo I Do processo ............................................................................................................. 15Capítulo II Do Recebimento da Denúncia ................................................................................... 15Capítulo III Da Instauração ou Arquivamento .............................................................................. 15Capítulo IV Da Montagem do Processo Ético Disciplinar ............................................................. 16Capítulo V Da Instalação dos trabalhos ..................................................................................... 16Capítulo VI Da Conclusão da CE ................................................................................................ 16Capítulo VII Do Julgamento ......................................................................................................... 17Capítulo VIII Dos Recursos e Revisões ......................................................................................... 17Capítulo IX Da Execução ............................................................................................................ 18

RESOLUÇÃO Nº 431 - De 17 de fevereiro de 2005 ................................................................... 19

Page 4: Código de ética farmacêutica

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Prezados farmacêuticos e farmacêuticas,

A globalização e a facilidade dos meios de comunicação de massa cobram um novo perfil doprofissional, em todos os segmentos do saber. O exercício de qualquer atividade profissional queenseje conhecimentos técnicos e profissionais, reclamando qualificação adequada, ligada à existênciade lei, nesse sentido, implica em conduta ímpar, acima da exegese da legislação.

Sabedor dessa necessidade, o Conselho Federal de Farmácia traz à baila as Resoluções números417 e 418, todas de 29 de setembro de 2004, que tratam dos novos códigos de Ética e de ProcessoÉtico da Profissão Farmacêutica, no País, revogando as resoluções números 241/93, 290/96 e 259/94,que tratavam da matéria.

Oportuno lembrar que, também, foi editada a Resolução 431, de 17 de fevereiro de 2005, quetrata da disposição das infrações e sanções éticas e disciplinares aplicadas aos farmacêuticos, o quetorna limitada a ação punitiva nos termos do artigo 30, da Lei Federal número 3.820/60, não vinculandoao interesse subjetivo do aplicador da penalidade, mas definindo a previsão e a gradação da penaaplicada.

A ética farmacêutica mostra-se flagrante reflexão filosófica sobre a moral e a conduta doprofissional, não havendo como não ser operada a revisão desse aspecto pelo Conselho Federal deFarmácia, ultimados mais de dez anos de estudos sobre o tema.

O termo ética vem do grego ethos, que originalmente significa morada, ou seja, o habitat dosanimais, seja a morada do homem, lugar onde se sente acolhido e abrigado. A conceituação éticaatual reclama reflexões acima da ética, dentre estas a bioética, que tem objeto as pesquisas e ospossíveis limites que possam ser impostos à ciência na auto-reflexão da ética.

Feliz o seguinte comentário do Professor Álvaro Valls (“O que é ética”, São Paulo, Brasiliense,1993, pág. 7): “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis deexplicar, quando alguém pergunta”.

Espero que os novos códigos de Ética e de Processo Ético da Profissão Farmacêutica possamauxiliar, juntamente com a disposição das infrações e sanções éticas e disciplinares aplicáveis,constantes das Resoluções números 417 e 418, de 29.09.2004, e 431, de 17.02.2005, possam auxiliar-nos à compreensão do verdadeiro sentido da ética farmacêutica, preservando a identidade da Farmácia,que é uma das profissões antigas do mundo, conforme atesta a história universal.

Jaldo de Souza SantosPresidente do Conselho Federal de Farmácia

APRESENTAÇÃO

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DECRETO Nº 20.377DE 8 DE SETEMBRO DE 1931 (*)

Aprova a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica no Brasil.

O Chefe do Governo Provisório da República dosEstados Unidos do Brasil:

Resolve aprovar o regulamento anexo, que vaiassinado pelo ministro de Estado da Educação e SaúdePública, para o exercício da profissão farmacêutica noBrasil.

Art. 2º O exercício da profissão farmacêutica com-preende:

a) a manipulação e o comércio dos medicamen-tos ou remédios magistrais;

b) a manipulação e o fabrico dos medicamen-tos galênicos e das especialidades farmacêu-ticas;

c) o comércio direto com o consumidor de to-dos os medicamentos oficinais, especialida-des farmacêuticas, produtos químicos, galê-nicos, biológicos, etc., e plantas de aplica-ções terapêuticas;

d) o fabrico dos produtos biológicos e químicosoficinais;

e) as análises reclamadas pela clínica médica;

f) função de químico bromatologista, biologis-ta e legista.

§ 1º As atribuições das alíneas c a f não são pri-vativas do farmacêutico.

§ 2º O fabrico de produtos biológicos a que serefere a alínea d só será permitido ao médico que nãoexerça a clínica.

Art. 3º As atribuições estabelecidas no artigo pre-cedente não podem ser exercidas por mandato nem re-presentação.

Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1931, 110º daIndependência e 43º da República.

Getúlio Vargas.Belisario Penna.

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LEI Nº 3.820DE 11 DE NOVEMBRO DE 1960

DOU DE 21/11/1960

Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras Providên-cias.

O Presidente da República:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta eeu sanciono a seguinte Lei:

Art.1º - Ficam criados os Conselhos Federal eRegionais de Farmácia, dotados de personalidade jurí-dica de direito público, autonomia administrativa e finan-ceira, destinados a zelar pela fiel observância dos prin-cípios da ética e da disciplina da classe dos que exer-cem atividades profissionais farmacêuticas no País.

CAPÍTULO I

Do Conselho Federal e dos Conselhos Regionaisde Farmácia

Art. 2º - O Conselho Federal de Farmácia é o ór-gão supremo dos Conselhos Regionais, com jurisdiçãoem todo o território nacional e sede no Distrito Federal.

Art. 3º - O Conselho Federal será constituído detantos membros quantos forem os Conselhos Regionais(Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995).

§ 1º - Cada conselheiro federal será eleito, emseu Estado de origem, juntamente com um suplente(Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995).

§ 2º - Perderá o mandato o conselheiro federalque, sem prévia licença do Conselho, faltar a três reuni-ões plenárias consecutivas, sendo sucedido pelo suplen-te (Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995).

§ 3º - A eleição para o Conselho Federal e paraos Conselhos Regionais far-se-á através do voto direto esecreto, por maioria simples, exigido o comparecimentoda maioria absoluta dos inscritos (Obs.: Redação dadapela Lei nº 9.120, de 26/10/1995).

Art. 4º - Revogado (Obs.: Revogado pela Lei nº9.120, de 26/10/1995).

Art. 5º - O mandato dos membros do ConselhoFederal é privativo de farmacêuticos de nacionalidadebrasileira, será gratuito, meramente honorífico e terá aduração de quatro anos (Obs.: Redação dada pela Leinº 9.120, de 26/10/1995).

Parágrafo único. O mandato da diretoria do Con-selho Federal terá a duração de dois anos, sendo seusmembros eleitos através do voto direto e secreto, pormaioria absoluta (Obs.: Acrescido pela Lei nº 9.120, de26/10/1995).

Art. 6º - São atribuições do Conselho Federal:

a) organizar o seu regimento interno;

b) eleger, na primeira reunião ordinária de cadabiênio, sua diretoria, composta de Presiden-te, Vice-Presidente, Secretário-Geral e Te-

soureiro (Obs.: Redação dada pela Lei nº9.120, de 26/10/1995);

c) aprovar os regimentos internos, organizadospelos Conselhos Regionais, modificando oque se tornar necessário, a fim de manter aunidade de ação;

d) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas sus-citadas pelos Conselhos Regionais e dirimi-las;

e) julgar em última instância os recursos dasdeliberações dos Conselhos Regionais;

f) publicar o relatório anual dos seus trabalhose, periodicamente, a relação de todos os pro-fissionais registrados;

g) expedir as resoluções que se tornarem ne-cessárias para a fiel interpretação e execu-ção da presente lei;

h) propor às autoridades competentes as modi-ficações que se tornarem necessárias à regu-lamentação do exercício profissional, assimcomo colaborar com elas na disciplina dasmatérias de ciência e técnica farmacêutica,ou que de qualquer forma digam respeito àatividade profissional;

i) organizar o Código de Deontologia Farmacêu-tica;

j) deliberar sobre questões oriundas do exercí-cio de atividades afins às do farmacêutico;

k) realizar reuniões gerais dos Conselhos Regi-onais de Farmácia, para o estudo de ques-tões profissionais de interesse nacional;

l) ampliar o limite de competência do exercícioprofissional, conforme o currículo escolar oumediante curso ou prova de especialização,realizado ou prestado em escola ou institutooficial;

m) expedir resoluções, definindo ou modifican-do atribuições ou competência dos profissio-nais de Farmácia, conforme as necessidadesfuturas;

n) regulamentar a maneira de se organizar e fun-cionarem as assembléias gerais, ordinárias ouextraordinárias, do Conselho Federal e dosConselhos Regionais;

o) fixar a composição dos Conselhos Regionais,organizando-os à sua semelhança e promo-vendo a instalação de tantos órgãos quantosforem julgados necessários, determinandosuas sedes e zonas de jurisdição;

p) zelar pela saúde pública, promovendo a as-

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sistência farmacêutica (Obs.: Acrescida pelaLei número 9.120, de 26/10/1995);

q) (VETADO) (Obs.: Acrescida pela Lei número9.120, de 26/10/1995);

r) estabelecer as normas de processo eleitoralaplicáveis às instâncias Federal e Regionais(Obs.: Acrescida pela Lei número 9.120, de26/10/1995).

Parágrafo Único. As questões referentes às ativi-dades afins com as outras profissões serão resolvidas,através de entendimentos com as entidades regulado-ras dessas profissões.

Art. 7 - O Conselho Federal deliberará com a pre-sença mínima de metade mais um de seus membros.

Parágrafo Único. As resoluções referentes às alí-neas “g” e “r” do Art.6º só serão válidas, quando apro-vadas pela maioria dos membros do Conselho Federal(Obs.: Redação dada pela Lei número 9.120, de 26/10/1995).

Art. 8 - Ao Presidente do Conselho Federal com-pete, além da direção geral do Conselho, a suspensãode decisão que este tome e lhe pareça inconveniente.

Parágrafo Único. O ato de suspensão vigoraráaté novo julgamento do caso, para o qual o Presidenteconvocará segunda reunião, no prazo de 30 (trinta) dias,contados do seu ato. Se no segundo julgamento o Con-selho mantiver, por maioria absoluta de seus membros,a decisão suspensa, esta entrará em vigor, imediatamen-te. (Obs.: Redação dada pela Lei número 9.120, de 26/10/1995).

Art. 9º - O Presidente do Conselho Federal é oresponsável administrativo pelo referido Conselho, in-clusive pela prestação de contas perante o órgão fede-ral competente.

Art. 10 - As atribuições dos Conselhos Regionaissão as seguintes:

a) registrar os profissionais de acordo com apresente lei e expedir a carteira profissional;

b) examinar reclamações e representações es-critas acerca dos serviços de registro e dasinfrações desta lei e decidir;

c) fiscalizar o exercício da profissão, impedindoe punindo as infrações à lei, bem como envi-ando às autoridades competentes relatóriosdocumentados sobre os fatos que apurareme cuja solução não seja de sua alçada;

d) organizar o seu regimento interno, submeten-do-o à aprovação do Conselho Federal;

e) sugerir ao Conselho Federal as medidas ne-cessárias à regularidade dos serviços e à fis-calização do exercício profissional;

f) eleger seu representante e respectivo suplen-te para o Conselho Federal (Obs.: Redaçãodada pela Lei número 9.120, de 26/10/1995);

g) dirimir dúvidas relativas à competência eâmbito das atividades profissionais farmacêu-ticas, com recurso suspensivo para o Conse-lho Federal.

Art. 11 - A responsabilidade administrativa decada Conselho Regional cabe ao respectivo Presidente,inclusive a prestação de contas perante o órgão federalcompetente.

Art. 12 - O mandato dos membros dos Conse-lhos Regionais é privativo de farmacêuticos de naciona-lidade brasileira, será gratuito, meramente honorífico eterá a duração de quatro anos (Obs.: Redação dada pelaLei número 9.120, de 26/10/1995).

Parágrafo Único. O mandato da diretoria dosConselhos Regionais terá a duração de dois anos, sen-do seus membros eleitos através do voto direto e secre-to, por maioria absoluta (Obs.: Acrescida pela Lei núme-ro 9.120, de 26/10/1995).

CAPÍTULO IIDos Quadros e Inscrições

Art. 13 - Somente aos membros inscritos nosConselhos Regionais de Farmácia será permitido o exer-cício de atividades profissionais farmacêuticas no País.

Art. 14 - Em cada Conselho Regional serão ins-critos os profissionais de Farmácia que tenham exercí-cio em seus territórios e que constituirão o seu quadrode farmacêuticos.

Parágrafo Único. Serão inscritos, em quadrosdistintos, podendo representar-se nas discussões, emassuntos concernentes às suas próprias categorias:

a) os profissionais que, embora não farmacêuti-cos, exerçam sua atividade (quando a lei oautorize) como responsáveis ou auxiliares téc-nicos de laboratórios industriais farmacêuti-cos, laboratórios de análises clínicas e labo-ratórios de controle e pesquisas relativas aalimentos, drogas, tóxicos e medicamentos;

b) os práticos ou oficiais de farmácia licenciados.

Art. 15 - Para inscrição no quadro de farmacêuti-cos dos Conselhos Regionais é necessário, além dosrequisitos legais de capacidade civil:

1) ser diplomado ou graduado em Farmácia porInstituto de Ensino Oficial ou a este equipara-do;

2) estar com o seu diploma registrado na repar-tição sanitária competente;

3) não ser nem estar proibido de exercer a pro-fissão farmacêutica;

4) gozar de boa reputação por sua conduta pú-blica, atestada por 3 (três) farmacêuticos ins-critos.

Art. 16 - Para inscrição nos quadros a que se refe-re o parágrafo único do Art.14, além de preencher os re-quisitos legais de capacidade civil, o interessado deverá:

1) ter diploma, certificado, atestado ou docu-mento comprobatório da atividade profissio-nal, quando se trate de responsáveis ou auxi-liares não farmacêuticos, devidamente auto-rizados por lei;

2) ter licença, certificado ou título, passado por

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autoridade competente, quando se trate depráticos ou oficiais de Farmácia licenciados;

3) não ser nem estar proibido de exercer suaatividade profissional;

4) gozar de boa reputação por sua conduta pú-blica, atestada por 3 (três) farmacêuticos de-vidamente inscritos.

Art. 17 - A inscrição far-se-á mediante requeri-mento escrito, dirigido ao Presidente do Conselho Regi-onal, acompanhado dos documentos comprobatórios dopreenchimento dos requisitos dos artigos 15 e 16, con-forme o caso, constando obrigatoriamente: nome porextenso, filiação, lugar e data de nascimento, currículoeducacional e profissional, estabelecimento em que hajaexercido atividade profissional e respectivos endereços,residência e situação atual.

§ 1º- Qualquer membro do Conselho Regional,ou pessoa interessada, poderá representar documenta-damente ao Conselho contra o candidato proposto.

§ 2º- Em caso de recusar a inscrição, o Conselhodará ciência ao candidato dos motivos da recusa, e con-ceder-lhe-á o prazo de 15 (quinze) dias para que os con-teste documentadamente e peça reconsideração.

Art. 18 - Aceita a inscrição, o candidato prestará,antes de lhe ser entregue a carteira profissional, peranteo Presidente do Conselho Regional, o compromisso debem exercer a profissão, com dignidade e zelo.

Art. 19 - Os Conselhos Regionais expedirão car-teiras de identidade profissional aos inscritos em seusquadros, aos quais habilitarão ao exercício da respecti-va profissão em todo o País.

§ 1º- No caso em que o interessado tenha de exer-cer temporariamente a profissão em outra jurisdição,apresentará sua carteira para ser visada pelo Presidentedo respectivo Conselho Regional.

§ 2º- Se o exercício da profissão passar a ser fei-to, de modo permanente, em outra jurisdição, assim seentendendo o exercício da profissão por mais de 90 (no-venta) dias da nova jurisdição, ficará obrigado a inscre-ver-se no respectivo Conselho Regional.

Art. 20 - A exibição da carteira profissional pode-rá, em qualquer oportunidade, ser exigida por qualquerinteressado, para fins de verificação da habilitação pro-fissional.

Art. 21 - No prontuário do profissional de Farmá-cia, o Conselho Regional fará toda e qualquer anotaçãoreferente ao mesmo, inclusive elogios e penalidades.

Parágrafo único. No caso de expedição de novacarteira, serão transcritas todas as anotações constantesdos livros do Conselho Regional sobre o profissional.

CAPÍTULO IIIDas Anuidades e Taxas

Art. 22 - O profissional de Farmácia, para o exer-cício de sua profissão, é obrigado ao registro no Conse-lho Regional de Farmácia a cuja jurisdição estiver sujei-to, ficando obrigado ao pagamento de uma anuidade

ao respectivo Conselho Regional, até 31 de março decada ano, acrescida de 20% (vinte por cento) de mora,quando fora desse prazo.

Parágrafo Único. As empresas que exploramserviços para os quais são necessárias atividades pro-fissionais farmacêuticas estão igualmente sujeitas aopagamento de uma anuidade, incidindo na mesma morade 20% (vinte por cento), quando fora do prazo.

Art. 23 - Os Conselhos Federal e Regionais co-brarão taxas de expedição ou substituição de carteiraprofissional.

Art. 24 - As empresas e estabelecimentos que ex-ploram serviços para os quais são necessárias atividadesde profissional farmacêutico deverão provar, perante osConselhos Federal e Regionais,que essas atividades sãoexercidas por profissionais habilitados e registrados.

Parágrafo Único. Aos infratores deste artigo seráaplicada pelo respectivo Conselho Regional a multa deCr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cincomil cruzeiros).

Art. 25 - As taxas e anuidades a que se referemos artigos 22 e 23 desta Lei e suas alterações posterio-res serão fixadas pelos Conselhos Regionais, com inter-valos não inferiores a 3 (três) anos.

Art. 26 - Constitui renda do Conselho Federal oseguinte:

a) 1/4 da taxa de expedição de carteira profissi-onal;

b) 1/4 das anuidades;

c) 1/4 das multas aplicadas de acordo com apresente lei;

d) doações ou legados;

e) subvenção dos governos, ou dos órgãos au-tárquicos ou dos paraestatais;

f) 1/4 da renda das certidões.

Art. 27 - A renda de cada Conselho Regional seráconstituída do seguinte:

a) 3/4 da taxa de expedição de carteira profissi-onal;

b) 3/4 das anuidades;

c) 3/4 das multas aplicadas de acordo com apresente lei;

d) doações ou legados;

e) subvenções dos governos, ou dos órgãosautárquicos ou dos paraestatais;

f) 3/4 da renda das certidões;

g) qualquer renda eventual.

§ 1º- Cada Conselho Regional destinará 1/4 de suarenda líquida à formação de um fundo de assistência a seusmembros necessitados, quando inválidos ou enfermos.

§ 2º- Para os efeitos do disposto no parágrafosupra, considera-se líquida a renda total com a só dedu-ção das despesas de pessoal e expediente.

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CAPÍTULO IVDas Penalidades e sua Aplicação

Art. 28 - O poder de punir disciplinarmentecompete, com exclusividade, ao Conselho Regionalem que o faltoso estiver inscrito, ao tempo do fatopunível em que incorreu.

Art. 29 - A jurisdição disciplinar, estabelecidano artigo anterior, não derroga a jurisdição comum,quando o fato constituir crime punido em lei.

Art. 30 - As penalidades disciplinares serão asseguintes:

I) de advertência ou censura, aplicada sempublicidade, verbalmente ou por ofício doPresidente do Conselho Regional, chaman-do a atenção do culpado para o fato bran-damente no primeiro caso, energicamentee com o emprego da palavra censura nosegundo;

II) de multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cru-zeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros),que serão cabíveis no caso de terceira fal-ta e outras subseqüentes, a juízo do Con-selho Regional a que pertencer o faltoso;

III) de suspensão de 3 (três) meses a um ano,que será imposta por motivo de falta gra-ve, de pronúncia criminal ou de prisão emvirtude de sentença, aplicável pelo Conse-lho Regional em que estiver inscrito o fal-toso;

IV) de eliminação, que será imposta aos queporventura houverem perdido alguns dosrequisitos dos artigos 15 e 16 para fazerparte do Conselho Regional de Farmácia,inclusive aos que forem convencidos, pe-rante o Conselho Federal de Farmácia ouem juízo, de incontinência pública e escan-dalosa ou de embriaguez habitual; e aosque, por faltas graves, já tenham sido trêsvezes condenados definitivamente a penasde suspensão, ainda que em ConselhosRegionais diversos.

§ 1º - À deliberação do Conselho procederá,sempre, audiência do acusado, sendo-lhe dado de-fensor, se não for encontrado ou se deixar o proces-so à revelia.

§ 2º - Da imposição de qualquer penalidadecaberá recurso, no prazo de 30 (trinta) dias, conta-dos da ciência, para o Conselho Federal, sem efeitosuspensivo, salvo nos casos dos números III e IV desteartigo, em que o efeito será suspensivo.

CAPÍTULO VDa Prestação de Contas

Art. 31 - Os Presidentes do Conselho Federale dos Conselhos Regionais de Farmácia prestarão,anualmente, suas contas perante o Tribunal de Con-tas da União.

§ 1º - A prestação de contas do Presidente doConselho Federal será feita diretamente ao referidoTribunal, após aprovação do Conselho.

§ 2º - A prestação de contas dos Presidentesdos Conselhos Regionais será feita ao referido Tribu-nal por intermédio do Conselho Federal de Farmácia.

§ 3º - Cabe aos Presidentes de cada Conselhoa responsabilidade pela prestação de contas.

CAPÍTULO VIDas Disposições Gerais e Transitórias

Art. 32 - A inscrição dos profissionais e práti-cos já registrados nos órgãos de Saúde Pública, nadata desta lei, será feita, seja pela apresentação detítulos, diplomas, certificados, ou carteiras registra-das no Ministério da Educação e Cultura, ou Depar-tamentos Estaduais, seja mediante prova de registrona repartição competente.

Parágrafo único. Os licenciados, práticos ha-bilitados, passarão a denominar-se, em todo territó-rio nacional, oficial de farmácia.

Art. 33 - Os práticos e oficiais de farmácia, jáhabilitados na forma da lei, poderão ser provisiona-dos para assumirem a responsabilidade técnico-pro-fissional para farmácia de sua propriedade, desdeque, na data da vigência desta lei, os respectivoscertificados de habilitação tenham sido expedidos hámais de 6 (seis) anos pelo Serviço Nacional de Fisca-lização da Medicina ou pelas repartições sanitáriascompetentes dos Estados e Territórios, e sua condi-ção de proprietários de farmácia date de mais de 10(dez) anos sendo-lhes, porém, vedado o exercício dasdemais atividades privativas da profissão de farma-cêutico.

§ 1º - Salvo exceção prevista neste artigo, sãoproibidos provisionamentos para quaisquer outras fi-nalidades.

§ 2º - Não gozará do benefício concedido nesteartigo o prático ou oficial de farmácia estabelecido comfarmácia sem a satisfação de todas as exigências le-gais ou regulamentares vigentes na data da publica-ção desta lei.

§ 3º - Poderão ser provisionados, nos termosdeste artigo, as Irmãs de Caridade que forem respon-sáveis técnicas de farmácia pertencentes ou admi-nistradas por Congregações Religiosas. (Obs.: Reda-ção dada pela Lei nº 4.817, de 29/10/1965).

Art. 34 - O pessoal a serviço dos Conselhosde Farmácia será inscrito, para efeito de previdênciasocial, no Instituto de Previdência e Assistência dosServidores do Estado (IPASE), em conformidade como artigo 2º do Decreto-Lei número 3.347, de 12 dejunho de 1941.

Art. 35 - Os Conselhos Regionais poderão, porprocuradores seus, promover perante o Juízo da Fa-zenda Pública, e mediante processo de executivo fis-cal, a cobrança das penalidades e anuidades previs-tas para a execução da presente lei.

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Art. 36 - A assembléia que se realizar para aescolha dos membros do primeiro Conselho Federalde Farmácia será presidida pelo consultor técnico doMinistério do Trabalho, Indústria e Comércio e seconstituirá dos delegados eleitores dos sindicatos eassociações de farmacêuticos, com mais de 1 (um)ano de existência legal, no País, eleitos em assem-bléias das respectivas entidades, por voto secreto esegundo as formalidades estabelecidas para a esco-lha de suas diretorias ou órgãos dirigentes.

§ 1º - Cada sindicato ou associação indicaráum único delegado-eleitor, que deverá ser, obrigato-riamente, farmacêutico e no pleno gozo de seus di-reitos.

§ 2º - Os sindicatos ou associações de farma-cêuticos, para obterem seus direitos de representa-ção na assembléia a que se refere este artigo, deve-rão proceder, no prazo de 60 (sessenta) dias, ao seuregistro prévio perante a Federação das Associaçõesde Farmacêuticos do Brasil, mediante a apresenta-ção de seus estatutos e demais documentos julga-dos necessários.

§ 3º - A Federação das Associações de Farma-cêuticos do Brasil, de acordo com o Consultor Técni-co do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,tomará as providências necessárias à realização daassembléia de que cogita este artigo.

Art. 37 - O Conselho Federal de Farmácia pro-cederá, em sua primeira reunião, ao sorteio dos con-selheiros federais que deverão exercer o mandato porum, dois ou três anos.

Art. 38 - O pagamento da primeira anuidadedeverá ser feito por ocasião da inscrição no Conse-lho Regional de Farmácia.

Art. 39 - Os casos omissos verificados nestalei serão resolvidos pelo Conselho Federal de Farmá-cia. Enquanto não for votado o Código de Deontolo-gia Farmacêutica, prevalecerão em cada ConselhoRegional as praxes reconhecidas pelos mesmos.

Art. 40 - A presente lei entrará em vigor, emtodo o território nacional, 120 (cento e vinte) diasdepois de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Brasília, 11 de novembro de 1960; 139º da In-dependência e 72º da República.

Juscelino KubitschekS. Paes de Almeida

Clóvis SalgadoAllyrio Sales CoelhoPedro Paulo Penido

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DECRETO Nº 85.878DE 7 DE ABRIL DE 1981.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso daatribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Cons-tituição.

DECRETA:

Art 1º São atribuições privativas dos profissio-nais farmacêuticos:

I. desempenho de funções de dispensaçãoou manipulação de fórmulas magistrais efarmacopéicas, quando a serviço do públi-co em geral ou mesmo de natureza priva-da;

II. assessoramento e responsabilidade técni-ca em:

a) estabelecimentos industriais farmacêu-ticos em que se fabriquem produtos quetenham indicações e/ou ações terapêu-ticas, anestésicos ou auxiliares de di-agnóstico, ou capazes de criar depen-dência física ou psíquica;

b) órgãos, laboratórios, setores ou estabe-lecimentos farmacêuticos em que seexecutem controle e/ou inspeção dequalidade, análise prévia, análise decontrole e análise fiscal de produtos quetenham destinação terapêutica, anesté-sica ou auxiliar de diagnósticos ou ca-pazes de determinar dependência físi-ca ou psíquica;

c) órgãos, laboratórios, setores ou estabe-lecimentos farmacêuticos em que sepratiquem extração, purificação, contro-le de qualidade, inspeção de qualida-de, análise prévia, análise de controlee análise fiscal de insumos farmacêuti-cos de origem vegetal, animal e mine-ral;

d) depósitos de produtos farmacêuticos dequalquer natureza;

I I I . a fiscalização profissional sanitária e técni-ca de empresas, estabelecimentos, seto-res, fórmulas, produtos, processos e mé-todos farmacêuticos ou de natureza farma-cêutica;

IV. a elaboração de laudos técnicos e a realiza-ção de perícias técnico-legais relacionadoscom atividades, produtos, fórmulas, pro-cessos e métodos farmacêuticos ou de na-tureza farmacêutica;

V. o magistério superior das matérias privati-vas constantes do currículo próprio do cur-so de formação farmacêutica, obedecida alegislação do ensino;

VI. desempenho de outros serviços e funções,não especificados no presente Decreto,

que se situem no domínio de capacitaçãotécnico-científica profissional.

Art 2º São atribuições dos profissionais farma-cêuticos, as seguintes atividades afins, respeitadasas modalidades profissionais, ainda que não privati-vas ou exclusivas:

I. a direção, o assessoramento, a responsa-bilidade técnica e o desempenho de fun-ções especializadas exercidas em:

a) órgãos, empresas, estabelecimentos, la-boratórios ou setores em que se prepa-rem ou fabriquem produtos biológicos,imunoterápicos, soros, vacinas, alérge-nos, opoterápicos para uso humano eveterinário, bem como de derivados dosangue;

b) órgãos ou laboratórios de análises clí-nicas ou de saúde pública ou seus de-partamentos especializados;

c) estabelecimentos industriais em que sefabriquem produtos farmacêuticos parauso veterinário;

d) estabelecimentos industriais em que sefabriquem insumos farmacêuticos parauso humano ou veterinário e insumospara produtos dietéticos e cosméticoscom indicação terapêutica;

e) estabelecimentos industriais em que sefabriquem produtos saneantes, insetici-das, raticidas, antisséticos e desinfetan-tes;

f) estabelecimentos industriais ou institui-ções governamentais onde sejam pro-duzidos radioisótopos ou radiofármacospara uso em diagnóstico e terapêutica;

g) estabelecimentos industriais, institui-ções governamentais ou laboratórios es-pecializados em que se fabriquem con-juntos de reativos ou de reagentes des-tinados às diferentes análises auxiliaresdo diagnóstico médico;

h) estabelecimentos industriais em que sefabriquem produtos cosméticos sem in-dicação terapêutica e produtos dietéti-cos e alimentares;

i) órgãos, laboratórios ou estabelecimen-tos em que se pratiquem exames de ca-ráter químico-toxicológico, químico-bro-matológico, químico-farmacêutico, bio-lógicos, microbiológicos, fitoquímicos esanitários;

j) controle, pesquisa e perícia da poluiçãoatmosférica e tratamento dos despejosindustriais.

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II. tratamento e controle de qualidade daságuas de consumo humano, de indústriafarmacêutica, de piscinas, praias e balne-ários, salvo se necessário o emprego dereações químicas controladas ou opera-ções unitárias;

Ill. vistoria, perícia, avaliação, arbitramento eserviços técnicos, elaboração de parece-res, laudos e atestados do âmbito das atri-buições respectivas.

Art 3º As disposições deste Decreto abrangemo exercício da profissão de farmacêutico no serviçopúblico da União, dos Estados, Distrito Federal, Ter-ritórios, Municípios e respectivos órgãos da adminis-tração indireta, bem como nas entidades particula-res.

Art 4º As dúvidas provenientes do exercício deatividades afins com outras profissões regulamenta-

das serão resolvidas através de entendimento diretoentre os Conselhos Federais interessados.

Art 5º Para efeito do disposto no artigo anteri-or, considera-se afim com a do farmacêutico a ativi-dade da mesma natureza, exercida por outros profis-sionais igualmente habilitados na forma da legisla-ção específica.

Art 6º Cabe ao Conselho Federal de Farmáciaexpedir as resoluções necessárias à interpretação eexecução do disposto neste Decreto.

Art 7º Este Decreto entrará em vigor na data desua publicação, revogadas as disposições em contrá-rio.

Brasília, 07 de abril de 1981; 160º da Indepen-dência e 93º da República.

JOÃO FIGUEIREDOMurilo Macêdo

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.4.1981

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RESOLUÇÃO Nº 417DE 29 DE SETEMBRO DE 2004

Ementa: Aprova o Código de Ética da Profissão Farmacêutica.

O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exer-cício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea“g”, da Lei n° 3.820, de 11 de novembro de 1960, RE-SOLVE:

Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE ÉTICA FARMA-CÊUTICA, nos termos do Anexo desta Resolução, da qualfaz parte.

Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data dapublicação, revogando-se as disposições em contrário e,em especial, os termos da Resolução/CFF nº 290/96.

ANEXOCÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO

FARMACÊUTICA

PREÂMBULO

O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DASAÚDE, CUMPRINDO-LHE EXECUTAR TODAS AS ATI-VIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL FAR-MACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SAL-VAGUARDA DA SAÚDE PÚBLICA E, AINDA, TODAS ASAÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À COMUNIDADE NAPROMOÇÃO DA SAÚDE.

TÍTULO IDo Exercício Profissional

CAPÍTULO IDos Princípios Fundamentais

Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica,como todo exercício profissional, tem uma dimensãoética que é regulada por este código e pelos diplomaslegais em vigor, cuja transgressão resultará em sançõesdisciplinares por parte do Conselho Regional de Farmá-cia, após apuração pelas suas Comissões de Ética, in-dependentemente das penalidades estabelecidas pelasleis do País.

Art. 2° - O farmacêutico atuará sempre com omaior respeito à vida humana, ao meio ambiente e àliberdade de consciência nas situações de conflito entrea ciência e os direitos fundamentais do homem.

Art. 3° - A dimensão ética da profissão farmacêu-tica é determinada, em todos os seus atos, pelo benefí-cio ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente,sem qualquer discriminação.

Art. 4º - Os farmacêuticos respondem pelos atosque praticarem ou pelos que autorizarem no exercícioda profissão.

Art. 5° - Para que possa exercer a profissão far-macêutica com honra e dignidade, o farmacêutico devedispor de boas condições de trabalho e receber justaremuneração por seu desempenho.

Art. 6° - Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeitodesempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e bomconceito da profissão.

Art. 7° - O farmacêutico deve manter atualizadosos seus conhecimentos técnicos e científicos para aper-feiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua ativi-dade profissional.

Art. 8° - A profissão farmacêutica, em qualquercircunstância ou de qualquer forma, não pode ser exer-cida exclusivamente com objetivo comercial.

Art. 9° - Em seu trabalho, o farmacêutico não podese deixar explorar por terceiros, seja com objetivo delucro, seja com finalidade política ou religiosa.

Art. 10 – O farmacêutico deve cumprir as disposi-ções legais que disciplinam a prática profissional no País,sob pena de advertência.

CAPÍTULO IIDos Deveres

Art. 11 - O farmacêutico, durante o tempo em quepermanecer inscrito em um Conselho Regional de Far-mácia, independentemente de estar ou não no exercícioefetivo da profissão, deve:

I. comunicar às autoridades sanitárias e profis-sionais, com discrição e fundamento, fatosque caracterizem infringência a este Códigoe às normas que regulam o exercício das ati-vidades farmacêuticas;

II. colocar seus serviços profissionais à disposi-ção das autoridades constituídas, se solicita-do, em caso de conflito social interno, catás-trofe ou epidemia, independentemente dehaver ou não remuneração ou vantagem pes-soal;

III. exercer a assistência farmacêutica e fornecerinformações ao usuário dos serviços;

IV. respeitar o direito de decisão do usuário so-bre sua própria saúde e bem-estar, excetu-ando-se o usuário que, mediante laudo mé-dico ou determinação judicial, for considera-do incapaz de discernir sobre opções de tra-tamento e/ou decidir sobre sua própria saú-de e bem-estar;

V. comunicar ao Conselho Regional de Farmá-cia e às autoridades sanitárias a recusa ou ademissão de cargo, função ou emprego,motivada pela necessidade de preservar oslegítimos interesses da profissão, da socie-dade ou da saúde pública;

VI. guardar sigilo de fatos que tenha conhecimen-to no exercício da profissão, excetuando-seos de dever legal, amparados pela legislação

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vigente, os quais exijam comunicação, denún-cia ou relato a quem de direito;

VII. respeitar a vida humana, jamais cooperandocom atos que intencionalmente atentem con-tra ela ou que coloquem em risco sua integri-dade física ou psíquica;

VIII. assumir, com responsabilidade social, sani-tária, política e educativa, sua função na de-terminação de padrões desejáveis do ensinoe do exercício da Farmácia;

IX. contribuir para a promoção da saúde indivi-dual e coletiva, principalmente no campo daprevenção, sobretudo quando, nessa área,desempenhar cargo ou função pública;

X. o farmacêutico deverá adotar postura científi-ca, perante as práticas terapêuticas alternati-vas, de modo que o usuário fique bem infor-mado e possa melhor decidir sobre a suasaúde e bem-estar;

XI. selecionar, nos limites da lei, os auxiliares parao exercício de sua atividade;

XII. denunciar às autoridades competentes quais-quer formas de poluição, deterioração domeio ambiente ou riscos inerentes ao traba-lho, prejudiciais à saúde e à vida;

XIII. evitar que o acúmulo de encargos prejudique aqualidade da atividade farmacêutica prestada.

Art. 12 - O farmacêutico deve comunicar ao Con-selho Regional de Farmácia, por escrito, o afastamentode suas atividades profissionais das quais detém res-ponsabilidade técnica, quando não houver outro farma-cêutico que, legalmente, o substitua.

§ 1º – A comunicação ao Conselho Regional deFarmácia deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco)dias após o afastamento, quando este ocorrer por moti-vo de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou outro,a ser avaliado pelo CRF.

§ 2º - Quando o afastamento for motivado pordoença, o farmacêutico ou seu procurador deverá apre-sentar à empresa ou instituição documento datado eassinado, justificando sua ausência, a ser comprovadapor atestado, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º – Quando o afastamento ocorrer por motivode férias, congressos, cursos de aperfeiçoamento, ativi-dades administrativas ou outras atividades, a comunica-ção ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrercom antecedência mínima de 1 (um) dia.

CAPÍTULO IIIDas Proibições

Art. 13 - É proibido ao farmacêutico:

I. participar de qualquer tipo de experiência emser humano, com fins bélicos, raciais ou eu-gênicos, pesquisa clínica ou em que se cons-tate desrespeito a algum direito inalienável doser humano;

II. exercer simultaneamente a Medicina;

III. praticar procedimento que não seja reconhe-cido pelo Conselho Federal de Farmácia;

IV. praticar ato profissional que cause dano físi-co, moral ou psicológico ao usuário do servi-ço, que possa ser caracterizado como impe-rícia, negligência ou imprudência;

V. deixar de prestar assistência técnica efetivaao estabelecimento com o qual mantém vín-culo profissional, ou permitir a utilização doseu nome por qualquer estabelecimento ouinstituição onde não exerça pessoal e efeti-vamente sua função;

VI. realizar, ou participar de atos fraudulentosrelacionados à profissão farmacêutica, emtodas as suas áreas de abrangência;

VII. fornecer meio, instrumento, substância ouconhecimento para induzir a prática (ou delaparticipar) de eutanásia, de tortura, de toxi-comania ou de qualquer outra forma de pro-cedimento degradante, desumano ou cruelem relação ao ser humano;

VIII. produzir, fornecer, dispensar, ou permitir queseja dispensado meio, instrumento, substân-cia e/ou conhecimento, medicamento ou fór-mula magistral, ou especialidade farmacêuti-ca, fracionada ou não, que não contenha suaidentificação clara e precisa sobre a(s)substância(s) ativa(s) contida(s), bem comosuas respectivas quantidades, contrariandoas normas legais e técnicas, excetuando-sea dispensação hospitalar interna, em quepoderá haver a codificação do medicamentoque for fracionado, sem, contudo, omitir o seunome ou fórmula;

IX. obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora dasautoridades sanitárias ou profissionais;

X. no exercício da profissão farmacêutica, acei-tar remuneração abaixo do estabelecido comoo piso salarial, mediante acordos ou dissídi-os da categoria;

XI. declarar possuir títulos científicos ou espe-cialização que não possa comprovar;

XII. permitir que pessoa ou instituição interfiraem seus resultados apresentados comoperito ou auditor;

XIII. aceitar ser perito quando houver envolvi-mento pessoal ou institucional;

XIV. exercer a profissão farmacêutica quando es-tiver sob a sanção disciplinar de suspensão;

XV. expor, dispensar, ou permitir que seja dis-pensado medicamento em contrariedade àlegislação vigente;

XVI. exercer a profissão em estabelecimento quenão esteja devidamente registrado nos ór-gãos de fiscalização sanitária e do exercí-cio profissional;

XVII. aceitar a interferência de leigos em seus tra-balhos e em suas decisões de natureza pro-fissional;

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XVIII. delegar a outros profissionais atos ou atribui-ções exclusivos da profissão farmacêutica;

XIX. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os queexercem ilegalmente a Farmácia, ou comprofissionais ou instituições farmacêuticasque pratiquem atos ilícitos;

XX. assinar trabalhos realizados por outrem, alheioà sua execução, orientação, supervisão ou fis-calização, ou ainda assumir responsabilida-de por ato farmacêutico que não praticou oudo qual não participou efetivamente;

XXI. prevalecer-se do cargo de chefia ou deempregador para desrespeitar a dignidadede subordinados;

XXII. pleitear, de forma desleal, para si ou paraoutrem, emprego, cargo ou função que es-teja sendo exercido por outro farmacêuti-co, bem como praticar atos de concorrên-cia desleal;

XXIII. fornecer, ou permitir que forneçam, medi-camento ou fármaco para uso diverso dasua finalidade;

XXIV. exercer a Farmácia em interação com ou-tras profissões, concedendo vantagem, ounão, aos demais profissionais habilitadospara direcionamento de usuário, visando aointeresse econômico e ferindo o direito dousuário de livremente escolher o serviço eo profissional;

XXV. receber remuneração por serviços que nãotenha efetivamente prestado;

XXVI. exercer a fiscalização profissional e sanitá-ria, quando for sócio ou acionista de qual-quer categoria, ou interessado por qualquerforma, bem como prestar serviços a empre-sa ou estabelecimento que explore o co-mércio de drogas, medicamentos, insumosfarmacêuticos e correlatos, laboratórios,distribuidoras, indústrias, com ou sem vín-culo empregatício.

Art. 14 – Quando atuante no serviço público, évedado ao farmacêutico:

I. utilizar-se do serviço ou cargo público paraexecutar trabalhos de empresa privada de suapropriedade ou de outrem, como forma deobter vantagens pessoais;

II. cobrar ou receber remuneração do usuáriodo serviço;

III. reduzir, irregularmente, quando em função dechefia, a remuneração devida a outro farma-cêutico.

CAPÍTULO IVDa Publicidade e dos Trabalhos Científicos

Art. 15 – É vedado ao farmacêutico:

I. divulgar assunto ou descoberta de conteúdoinverídico;

II. publicar, em seu nome, trabalho científico doqual não tenha participado ou atribuir-se au-toria exclusiva quando houver participação desubordinados ou outros profissionais, farma-cêuticos ou não;

III. promover publicidade enganosa ou abusivada boa fé do usuário;

IV. anunciar produtos farmacêuticos ou proces-sos por meios capazes de induzir ao uso in-discriminado de medicamentos;

V. utilizar-se, sem referência ao autor ou sem asua autorização expressa, de dados ou infor-mações, publicados ou não;

VI. promover pesquisa na comunidade, sem oseu consentimento livre e esclarecido, e semque o objetivo seja a proteção ou a promo-ção da saúde.

CAPÍTULO VDos Direitos

Art. 16 – São direitos do farmacêutico:

I. exercer a profissão sem ser discriminado porquestões de religião, raça, sexo, nacionalida-de, cor, idade, condição social, opinião políti-ca ou de qualquer outra natureza;

II. interagir com o profissional prescritor, quandonecessário, para garantir a segurança e a efi-cácia da terapêutica farmacológica, com fun-damento no uso racional de medicamentos;

III. exigir dos demais profissionais de saúde o cum-primento da legislação sanitária vigente, emespecial quanto à legibilidade da prescrição;

IV. recusar-se a exercer a profissão em institui-ção pública ou privada, onde inexistam con-dições dignas de trabalho ou que possamprejudicar o usuário, com direito a represen-tação junto às autoridades sanitárias e pro-fissionais, contra a instituição;

V. recusar-se a exercer a profissão, ou suspen-der a sua atividade, individual ou coletivamen-te, em instituição pública ou privada, ondeinexistam remuneração ou condições dignasde trabalho ou que possam prejudicar o usu-ário, ressalvadas as situações de urgência oude emergência, devendo comunicá-las ime-diatamente ao Conselho Regional de Farmá-cia e às autoridades sanitárias e profissionais;

VI. recusar-se a realizar atos farmacêuticos que,embora autorizados por lei, sejam contráriosaos ditames da ciência e da técnica, comuni-cando o fato, quando for o caso, ao usuário,a outros profissionais envolvidos ou ao res-pectivo Conselho Regional de Farmácia.

TÍTULO IIDas Relações Profissionais

Art. 17 - O farmacêutico, perante seus colegas e

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demais profissionais da equipe de saúde, deve compro-meter-se a:

I. obter e conservar alto nível ético em seu meioprofissional e manter relações cordiais com asua equipe de trabalho, prestando-lhe apoio,assistência e solidariedade moral e profissio-nal;

II. adotar critério justo nas suas atividades e nospronunciamentos sobre serviços e funçõesconfiados anteriormente a outro farmacêuti-co;

III. prestar colaboração aos colegas que delanecessitem, assegurando-lhes consideração,apoio e solidariedade que reflitam a harmo-nia e o prestígio da categoria;

IV. prestigiar iniciativas dos interesses da cate-goria;

V. empenhar-se em elevar e firmar seu próprioconceito, procurando manter a confiança dosmembros da equipe de trabalho e do públicoem geral;

VI. limitar-se às suas atribuições no trabalho,mantendo relacionamento harmonioso comoutros profissionais, no sentido de garantirunidade de ação na realização de atividadesa que se propõe em benefício individual ecoletivo;

VII. denunciar, a quem de direito, atos que con-trariem os postulados éticos da profissão.

TÍTULO IIIDas Relações com os Conselhos

Art. 18 - Na relação com os Conselhos, obriga-seo farmacêutico a:

I. acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluçõesdo Conselho Federal e os Acórdãos e Delibe-rações dos Conselhos Regionais de Farmá-cia;

II. prestar, com fidelidade, informações que lheforem solicitadas a respeito de seu exercícioprofissional;

III. comunicar ao Conselho Regional de Farmá-cia em que estiver inscrito, toda e qualquerconduta ilegal ou antiética que observar naprática profissional;

IV. atender convocação, intimação, notificaçãoou requisição administrativa no prazo deter-minado, feita pelos Conselhos Regionais deFarmácia, a não ser por motivo de força mai-or, comprovadamente justificado.

Art. 19 – O farmacêutico, no exercício profissio-nal, fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivoCRF todos os seus vínculos, com dados completos daempresa (razão social, CNPJ, endereço, horário de fun-

cionamento e de RT), mantendo atualizado o seu ende-reço residencial e os horários de responsabilidade téc-nica ou de substituição.

TÍTULO IVDas Infrações e Sanções Disciplinares

Art. 20 – As sanções disciplinares consistem em:

I. de advertência ou censura;

II. de multa de (um) salário-mínimo a 3 (três)salários-mínimos regionais;

III. de suspensão de 3 (três) meses a um ano;

IV. de eliminação.

TÍTULO VDas Disposições Gerais

Art. 21 – As normas deste Código aplicam-se aosfarmacêuticos, em qualquer cargo ou função, indepen-dentemente do estabelecimento ou instituição onde es-tejam prestando serviço.

Art. 22 - A verificação do cumprimento das nor-mas estabelecidas neste Código é atribuição dos Con-selhos de Farmácia e de suas Comissões de Ética, dasautoridades da área de saúde, dos farmacêuticos e dasociedade em geral.

Art. 23 - A apuração das infrações éticas compe-te ao Conselho Regional de Farmácia em que o profissi-onal está inscrito ao tempo do fato punível em que in-correu, por meio de sua Comissão de Ética.

Art. 24 - O farmacêutico portador de doença queo incapacite para o exercício da farmácia, apurada peloConselho Regional de Farmácia em procedimento ad-ministrativo com perícia médica, terá suas atividadesprofissionais suspensas enquanto perdurar sua incapa-cidade.

Art. 25 – O profissional condenado por sentençacriminal, definitivamente transitada em julgado, por crimepraticado no uso do exercício da profissão, ficará suspen-so da atividade enquanto durar a execução da pena.

Art. 26 – Prescreve em 24 (vinte e quatro) mesesa constatação fiscal de ausência do farmacêutico noestabelecimento, através de auto de infração ou termode visita, para efeito de instauração de processo ético.

Art. 27 - Aplica-se o Código de Ética a todos osinscritos no Conselho Regional de Farmácia.

Art. 28 - O Conselho Federal de Farmácia, ouvi-dos os Conselhos Regionais de Farmácia e a categoriafarmacêutica, promoverá a revisão e a atualização desteCódigo, quando necessário.

Art. 29 - As condições omissas neste Código se-rão decididas pelo Conselho Federal de Farmácia.

Jaldo de Souza SantosPresidente – CFF

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RESOLUÇÃO Nº 418DE 29 DE SETEMBRO DE 2004

Ementa: Aprova o Código de Processo Ético da Profissão Farmacêutica.

O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exer-cício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea“g”, da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, RE-SOLVE:

Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE PROCESSO ÉTI-CO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA, nos termos doAnexo desta Resolução, de que faz parte.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na datada publicação, revogando-se as disposições em contrá-rio e, em especial, os termos das Resoluções/CFF nOS

241/93 e 259/94.

ANEXOCÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO

TÍTULO IDas Disposições Gerais

CAPÍTULO IDo processo

Art. 1º - A apuração ética, nos Conselhos Regio-nais de Farmácia, reger-se-á por este Código, aplican-do-se, supletivamente, os princípios gerais de direito aoscasos omissos e/ou lacunosos.

Art. 2º - A competência disciplinar é do ConselhoRegional em que o faltoso estiver inscrito ao tempo dofato punível em que incorreu, devendo o processo serinstaurado, instruído e julgado em caráter sigiloso, sen-do permitida vista dos autos apenas às partes e aos pro-curadores, fornecendo-se cópias das peças requeridas.

Parágrafo Único. - No decurso da apuração éti-ca, poderá o profissional solicitar transferência para ou-tro CRF, sem interrupção ou prejuízo do processo éticono CRF em que tenha cometido a falta. Neste caso, apóso processo transitado em julgado, deverá o CRF julga-dor informar ao CRF em que o profissional estiver inscri-to quanto ao teor do veredicto e à penalidade imposta.

Art. 3º - Os Conselhos Regionais instituirão Co-missões de Ética, com a competência de opinar pelaabertura ou não de processo ético disciplinar.

§ 1º - Cada Comissão de Ética será compostapor, no mínimo, 3 (três) farmacêuticos nomeados peloPresidente do CRF e homologados pelo Plenário, commandato igual ao da Diretoria.

§ 2º - Compete à Comissão de Ética escolherdentre os seus membros o seu Presidente.

§ 3º - É vedada à Diretoria a participação na Co-missão de Ética.

§ 4º - Verificada a ocorrência de vaga na Comis-são de Ética, o Presidente do CRF indicará o substitutopara ocupar o cargo.

Art. 4º - A Apuração Ética obedecerá, para suatramitação, cronologicamente os seguintes passos:

I. Recebimento da denúncia;

II. Instauração ou Arquivamento;

III. Montagem do Processo Ético-disciplinar;

IV. Instalação dos trabalhos;

V. Conclusão da Comissão de Ética;

VI. Julgamento;

VII. Recursos e Revisões;

VIII. Execução.

Art. 5º - Compete aos Conselhos Regionais deFarmácia processar e julgar em primeira instância os pro-fissionais sob sua jurisdição e seus membros colegiados.

Art. 6º - Compete ao Conselho Federal de Far-mácia julgar em instância de recurso os processos dis-ciplinares éticos.

TÍTULO IIDos procedimentos

CAPÍTULO IIDo Recebimento da Denúncia

Art. 7º - A apuração do processo ético inicia-sepor ato do Presidente do CRF, quando este:

I. tomar ciência do ato ou matéria que caracte-rize infração ética profissional;

II. tomar conhecimento de infração ética profis-sional por meio do Relatório de Fiscalizaçãodo CRF que preside.

Art. 8º - O Presidente do CRF encaminhará, ematé 20 (vinte) dias, corridos do conhecimento do fato,despacho ao Presidente da Comissão de Ética, determi-nando a elaboração de parecer sobre a viabilidade deabertura de Processo Ético-disciplinar, com base nosindícios apresentados na denúncia recebida.

§ 1o - O Presidente da Comissão de Ética terá oprazo de 20 (vinte) dias, contados a partir do recebi-mento da solicitação, para entregar o parecer.

§ 2o - O parecer do Presidente da Comissão deÉtica deverá conter uma parte expositiva, onde serãofundamentados os motivos e uma outra, conclusiva, ondese explicite a frase “pela instauração de Processo Ético-disciplinar” ou “pelo arquivamento”. No primeiro caso,deverá(ão) constar o(s) artigo(s) do Código de Ética emtese infringido(s).

CAPÍTULO IIIDa Instauração ou Arquivamento

Art. 9º – O Presidente do CRF analisará o pare-cer do Presidente da Comissão de Ética e despachará,em até 20 (vinte) dias, pelo arquivamento ou pela ins-tauração de Processo Ético Disciplinar.

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Parágrafo Único – Para abertura de processo éti-co com fundamento na ausência do profissional no es-tabelecimento a que presta assistência técnica, confor-me dispõe o inciso V, do artigo 13 do Código de Ética,serão necessárias, no mínimo, 3 (três) constatações fis-cais no período de 24 (vinte e quatro) meses.

CAPÍTULO IVDa Montagem do Processo Ético Disciplinar

Art. 10 - Instaurado o Processo Ético Disciplinarmediante despacho do Presidente do CRF, a Secretariao registrará por escrito e o autenticará, atribuindo aoprocesso um número de protocolo que o caracterizaráe, de imediato, o encaminhará à Comissão de Ética.

Art. 11 - O processo será formalizado através deautos, com peças anexadas por termo, sendo os despa-chos, pareceres e decisões juntados em ordem numéri-ca.

CAPÍTULO VDa Instalação dos trabalhos

Art. 12 – Recebido o processo, o Presidente daComissão de Ética terá até 180 (cento e oitenta) dias,para instalar e concluir os trabalhos da Comissão deÉtica, obedecendo aos seguintes procedimentos:

I. Lavrar o competente termo de instalação dostrabalhos;

II. Designar, dentre os membros da comissão,o relator do processo;

III. Designar um empregado do CRF para secre-tariar os trabalhos da Comissão;

IV. Designar local, dia e hora para a Sessão deDepoimento do indiciado;

V. Determinar a imediata comunicação por cor-respondência ao indiciado, relatando-lhe:

a) da abertura do processo ético;

b) do local, data e hora designados para asessão em que ocorrerá o seu depoimen-to;

c) do direito de arrolar até 3 (três) testemu-nhas na sua defesa prévia, que deve(m)ser apresentada(s) em até 7 (sete) diasanteriores à data da audiência.

Parágrafo Único - O indiciado ou seu procuradorterá livre acesso aos originais dos autos do processosempre que desejar consultá-los, observando-se o ex-pediente da Secretaria do CRF.

Art. 13 - Compete ao Relator da Comissão de Éti-ca no Processo Ético-disciplinar:

I. Instruir o processo para julgamento;

II. Intimar pessoas;

III. Requerer perícias e demais provas ou diligên-cias consideradas necessárias à instrução doprocesso;

IV. Emitir relatório;

V. Requerer ao Presidente da Comissão de Éti-ca a realização de nova sessão de depoimen-to, se necessário.

Art. 14 – A sessão de depoimento do indiciadoobedecerá ao que segue:

I. Somente poderão estar presentes no recintoos membros da Comissão de Ética, o depo-ente e/ou seu procurador, as testemunhas, oadvogado do CRF e o funcionário do CRF res-ponsável por secretariar a Comissão de Éti-ca;

II. Cabe ao Presidente da Comissão de Éticadeterminar a ordem de entrada e/ou perma-nência no recinto dos participantes da ses-são;

III. A sessão de depoimento poderá ser gravadaem áudio, sendo as fitas anexadas ao pro-cesso;

IV. Ao final da sessão de depoimento, o relatordo processo oferecerá aos presentes o “Ter-mo de Depoimento”, por escrito, em duas viasde igual teor, que deverá ser lido e assinadopelos presentes.

Art. 15 – Caso o indiciado não se manifeste àComissão de Ética e também não compareça ao local,no dia e na hora marcados para prestar depoimento, oPresidente da Comissão de Ética o convocará novamen-te, declarando-o revel, se ausente. No primeiro dia útilseguinte, o Presidente da Comissão de Ética comunica-rá o ocorrido ao Presidente do CRF, requerendo-lhe anomeação de Defensor Dativo.

§ 1o – O Presidente do CRF terá o prazo de 10(dez) dias para a proceder a nomeação do DefensorDativo.

§ 2o – O Defensor Dativo, a partir de sua nomea-ção, terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar,por escrito, à Comissão de Ética, a defesa do indiciado.

Art. 16 - O revel poderá intervir no processo emqualquer fase, não lhe sendo devolvido prazo já venci-do.

CAPÍTULO VIDa Conclusão da CE

Art. 17 - Concluída a instrução processual, o Re-lator da Comissão de Ética apresentará seu relatório.

§ 1º – Caso haja necessidade de perícias e de-mais provas, ou diligências consideradas necessáriasna instrução do processo e que demandem maior tem-po em face de maior complexidade do processo, o pra-zo para conclusão poderá ser prorrogado por até 180(cento e oitenta) dias, mediante justificativa apresenta-da pelo Presidente da CE ao Presidente do CRF.

§ 2º - O relatório a que alude o “caput” deste arti-go conterá uma parte expositiva, mediante sucinto rela-to dos fatos, com a explícita referência ao local, à data eà hora da infração, com a apreciação das provas acolhi-das; e outra parte, conclusiva, com a apreciação do va-

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lor probatório das provas, indicando a infração e os dis-positivos do Código de Ética infringidos, e se houve, ounão, culpa.

Art. 18 – O Presidente da Comissão notificará naaudiência o indiciado para, no prazo de 15 (quinze) dias,apresentar as razões finais.

Art. 19 – Concluído o processo, o Presidente daComissão de Ética remeterá os autos ao Presidente doCRF para as providências cabíveis.

CAPITULO VIIDo Julgamento

Art. 20 - Recebido o processo, o Presidente doCRF terá o prazo de 10 (dez) dias para:

a) marcar a data de julgamento do processo emReunião Plenária;

b) mediante distribuição pela Secretaria, desig-nar um Conselheiro Relator entre os Conse-lheiros Efetivos;

c) comunicar ao indiciado a data de julgamen-to, com antecedência mínima de 15 (quinze)dias.

Parágrafo Único – A Plenária de julgamento doProcesso Ético-disciplinar deverá ser realizada, no pra-zo máximo de 60 (sessenta) dias corridos, contados, apartir da data de recebimento do Processo Ético-disci-plinar pelo Presidente do CRF.

Art. 21 - O Conselheiro Relator designado deveráapresentar seu parecer na Reunião Plenária em que oprocesso será submetido a julgamento, na data marca-da.

Parágrafo Único – Não apresentando o Conse-lheiro Relator o parecer, sem justificativa prévia, o Presi-dente do CRF designará outro Relator, que o apresenta-rá na plenária subseqüente.

Art. 22 - Abrindo a Sessão de Julgamento, o Pre-sidente da Reunião Plenária concederá a palavra aoConselheiro Relator, que lerá seu parecer e, após a con-cessão de direito à defesa oral, por 10 (dez) minutos,proferirá o seu voto, com julgamento que poderá ser re-alizado, em sessão secreta, a critério do CRF.

Art. 23 - Cumprido o disposto nos artigos anteri-ores, o Presidente da Reunião Plenária dará a palavra,pela ordem, aos Conselheiros que a solicitarem, para:

I. requerer vista dos autos;

II. requerer a conversão do julgamento em dili-gência, com aprovação do Plenário, caso emque determinará as providências que devemser adotadas pela Comissão de Ética;

III. Opinar sobre a matéria ou os fundamentosou conclusões do Relator;

IV. Proferir seu voto.

Art. 24 - Caso haja pedido de vista dos autos ouconversão do julgamento em diligência, o processo seráretirado de pauta, e seu julgamento final ocorrerá naReunião Plenária subseqüente.

§ 1o - Na hipótese de pedido de vista ou de con-versão do julgamento em diligência, cumpridas as res-pectivas providências, os autos serão devolvidos aoConselheiro Relator para juntar seu parecer.

§ 2o - A Comissão de Ética terá o prazo máximode 60 (sessenta) dias, contados a partir da data da rea-lização da Plenária que deu origem ao pedido de dili-gência, para devolver ao Presidente do CRF o ProcessoÉtico-disciplinar considerado.

§ 3o – Após cumprida(s) a(s) diligência(s), o Pre-sidente da Comissão de Ética remeterá ao Presidentedo CRF o Processo Ético-disciplinar, quando se conta-rão novamente os prazos previstos no artigo 20.

Art. 25 - A decisão dos Conselhos Regionais deFarmácia será fundamentada com base no parecer e votodo relator.

Parágrafo Único - Na hipótese de divergência dovoto do Relator e com pedido de revisão por outro Con-selheiro, o Presidente do CRF designará este como Re-visor, que deverá apresentar voto, por escrito, na Ses-são Plenária subseqüente ou em sessão extraordinária.

Art. 26 - A decisão do Plenário terá a forma deAcórdão, a ser lavrado de acordo com o parecer do Con-selheiro, cujo voto tenha sido adotado.

CAPÍTULO VIIIDos Recursos e Revisões

Art. 27 - Da decisão do Conselho Regional cabe-rá recurso ao Conselho Federal, no prazo de 30 (trinta)dias corridos, a contar da data em que o infrator delatomar conhecimento.

§ 1º - Interposto tempestivamente, o recurso teráefeito suspensivo nos casos previstos em lei.

§ 2º - No caso de interposição intempestiva, quedeverá ser certificada, nos autos, pelo Conselho Regio-nal, o processo será arquivado, com trânsito em julga-do.

Art. 28 - O recurso será julgado de acordo com oque dispuserem as normas do Conselho Federal de Far-mácia.

Art. 29 - No prazo de até um ano, a contar dotrânsito em julgado da decisão, o punido poderá reque-rer revisão do processo ao CRF, com base em fato novo,ou na hipótese de a decisão condenatória ter sido fun-dada em depoimento, exame pericial ou documento cujafalsidade ficar comprovada.

Parágrafo único - Considera-se fato novo aqueleque o punido conheceu somente após o trânsito em jul-gado da decisão e que dê condição, por si só, ou emconjunto com as demais provas já produzidas, de criarnos julgadores uma convicção diversa daquela já firma-da.

Art. 30 - A revisão terá início por petição dirigidaao Presidente do CRF, instruída com certidão de trânsitoem julgado da decisão e as provas documentais com-probatórias dos fatos argüidos.

Parágrafo Único – O Presidente do CRF, ao aca-

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tar o pedido, nomeará um relator para emissão de pare-cer, o qual será submetido a julgamento em sessão ple-nária, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

CAPÍTULO IXDa Execução

Art. 31 - Compete ao Conselho Regional a execu-ção da decisão proferida em Processo Ético-disciplinar,que se processará nos estritos termos do Acórdão e seráanotada no prontuário do infrator.

§ 1º - Na execução da penalidade de eliminaçãodo profissional, além dos editais e das comunicaçõesfeitas às autoridades e interessados, proceder-se-á aapreensão da Carteira Profissional do infrator.

§ 2º – Na hipótese de aplicação definitiva de pe-nalidade de suspensão, o CRF deverá promover publici-dade da decisão.

TÍTULO IIIDas Disposições Finais

Art. 32 - Considera-se prorrogado o prazo até o1º (primeiro) dia útil subseqüente, se o vencimento domesmo cair em feriado ou em recesso do Conselho.

Art. 33 - A representação por procurador deveráestar instruída com instrumento de procuração, com fir-ma devidamente reconhecida, excetuando-se aquelaoutorgada a advogado.

Art. 34 - A punibilidade de farmacêutico por faltasujeita a Processo Ético-disciplinar, por meio do CRF emque esteja inscrito, prescreve em 5 (cinco) anos, conta-dos da data de verificação do fato respectivo.

Art. 35 - O conhecimento expresso ou a notifica-ção feita diretamente ao profissional faltoso interrompeo prazo prescricional de que trata o artigo anterior.

Parágrafo único. O conhecimento expresso ou anotificação de que trata este artigo ensejará defesa es-crita ou a termo, a partir de quando recomeçará a fluirnovo prazo prescricional.

Art. 36 - Todo processo disciplinar paralisado, hámais de 3 (três) anos, pendente de despacho ou julga-mento, será arquivado ex officio, ou a requerimento daparte interessada, sem prejuízo de serem apuradas asresponsabilidades pela paralisação.

Jaldo de Souza SantosPresidente – CFF

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RESOLUÇÃO Nº 431DE 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Ementa: Dispõe sobre as infrações e sanções éticas e disciplinares aplicáveis aosfarmacêuticos.

O Conselho Federal de Farmácia, com fundamen-to no artigo 6º, alínea “g”, da Lei n.º 3.820, de 11 denovembro de 1960,

Considerando a necessidade de regular a aplica-ção de penalidades por procedimento administrativo, de-finidas no artigo 30 da Lei n.º 3.820/60, RESOLVE:

Art. 1º - As transgressões aos Acórdãos e às Re-soluções do Conselho Federal de Farmácia, às Delibe-rações dos Conselhos Regionais de Farmácia e as infra-ções à legislação farmacêutica são passíveis de apena-ção constante desta Resolução, ressalvadas as previs-tas em normas especiais.

Art. 2º - As infrações éticas e disciplinares serãoapenadas, de forma alternada ou cumulativa, sem pre-juízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis,com as penas de:

I. advertência;

II. advertência com emprego da palavra “cen-sura”;

III. multa;

IV. suspensão;

V. eliminação.

Art. 3º - A imposição das penas e sua gradaçãoserão feitas em razão da aplicação do Código de Pro-cesso Ético, nos termos da lei.

§ 1º - A pena de advertência será aplicada, deforma verbal ou escrita, por ofício do Presidente do Con-selho Regional de Farmácia da jurisdição, quando a fal-ta disciplinar for leve.

§ 2º - A advertência, com o emprego da palavra“censura”, será aplicada, de forma escrita, por ofício doPresidente do Conselho Regional de Farmácia da juris-dição, quando a falta disciplinar for leve.

§ 3º - A pena de multa consiste no recolhimentode importância em espécie, variável segundo a gravida-de da infração, de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimosregionais, aplicada com publicidade.

§ 4º - A pena de suspensão consiste no impedi-mento de qualquer atividade profissional, variável segun-do a gravidade da infração, de 3 (três) meses a 1 (um)ano, e será imposta por motivos de falta grave, de pro-núncia criminal ou de prisão em virtude de sentença,aplicável pelo Conselho Regional de Farmácia com pu-blicidade.

§ 5º - A eliminação da inscrição no quadro defarmacêuticos dos Conselhos Regionais de Farmáciaserá aplicada com publicidade aos que, por faltas gra-ves, já tenham sido 3 (três) vezes suspensos por mani-festação favorável de dois terços dos membros do Con-selho Regional da jurisdição.

Art. 4º - As infrações éticas e disciplinares classi-ficam-se em:

I. leves, aquelas em que o indiciado é benefici-ado por circunstância atenuante;

II. graves, aquelas em que for observada umacircunstância agravante; e

III. gravíssimas, aquelas em que for observada a exis-tência de duas ou mais circunstâncias agravan-tes.

Art. 5º - Para a imposição de pena e sua gradação,o Conselho Regional observará os seguintes aspectos:

I. as circunstâncias atenuantes e agravantes;

II. a gravidade do fato, em razão de suas con-seqüências para o exercício profissional e asaúde coletiva;

III. os antecedentes do indiciado em relação àsnormas profissionais de regulação da ativi-dade farmacêutica.

Art. 6º - São circunstâncias atenuantes:

I. a ação do indiciado não ter sido o fundamen-to para a consecução do evento;

II. a confissão espontânea da infração, se for re-levante para a descoberta da verdade, com opropósito de reparar ou diminuir as suas con-seqüências para o exercício profissional e asaúde coletiva;

III. ter o indiciado sofrido coação a que não po-dia resistir para a prática do ato;

IV. ser o infrator primário, e a falta cometida, denatureza leve; e

V. ter o indiciado atendido, no prazo determina-do, as convocações, intimações, notificaçõesou requisições administrativas feitas pelo Con-selho Regional de Farmácia da jurisdição.

Art. 7º - São circunstâncias agravantes:

I. a premeditação;

II. a reincidência, considerada como tal sempreque a infração for cometida antes de decorri-do um ano após o cumprimento de pena dis-ciplinar imposta por infração anterior;

III. a acumulação de infrações, sempre que duasou mais sejam cometidas no mesmo momento;

IV. o fato de a infração ou as infrações serem co-metidas durante o cumprimento de pena dis-ciplinar ou no período de suspensão de inscri-ção;

V. ter o indiciado cometido a infração para ob-ter vantagem pecuniária decorrente do con-sumo, pelo público, do produto elaborado ou

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serviço prestado, em desobediência ao quedispõem as normas profissionais e sanitári-as, quando for o caso;

VI. o conluio com outras pessoas;

VII. ter a infração conseqüências calamitosas paraa atividade profissional e a saúde coletiva; e

VIII. a verificação de dolo, em qualquer de suas for-mas.

Parágrafo único. A reincidência torna o indicia-do passível de enquadramento na pena de suspensão ea caracterização da infração como gravíssima.

Art. 8º - Ocorrendo concurso de circunstânciasatenuantes e agravantes, a aplicação de pena será con-siderada em razão das que forem preponderantes.

Art. 9º - Quando aplicada a pena de suspensão eeliminação, deve esta ser publicada no órgão de divul-gação oficial do Conselho Regional de Farmácia, depoisdo trânsito em julgado.

Art. 10 - As sanções aplicadas serão objeto deregistro na ficha individual do farmacêutico, devendoainda ser comunicadas, no caso de suspensão, ao em-pregador e ao órgão sanitário competente.

Art. 11 - São infrações éticas e disciplinares:

I. deixar de comunicar às autoridades farmacêu-ticas, com discrição e fundamento, fatos de seuconhecimento que caracterizem infração ao Có-digo de Ética da Profissão Farmacêutica e àsnormas que regulam as atividades farmacêuti-cas;

Pena - advertência

II. desrespeitar ou ignorar o direito ao consenti-mento livre e esclarecido do usuário sobre suasaúde e seu bem-estar, excetuando-se o usu-ário que, por laudo médico ou decisão judici-al, for declarado incapaz;

Pena - advertência com emprego da palavra“censura”

III. violar o sigilo profissional de fatos que tenhatomado conhecimento no exercício da profis-são, com exceção daqueles presentes em leique exigem comunicação, denúncia ou rela-to a quem de direito;

Pena - suspensão de até 3 (três) meses

IV. exercer a profissão farmacêutica sem condi-ções dignas de trabalho e remuneração;

Pena - advertência ou advertência com em-prego da palavra “censura”

V. afastar-se de suas atividades profissionais pormotivo de doença, férias, congressos, cursosde aperfeiçoamento ou atividades inerentes noexercício profissional, quando não houver ou-tro farmacêutico que o substitua, sem comuni-car ao Conselho Regional de Farmácia da ju-risdição;

Pena - advertência com emprego da palavra“censura”

VI. participar de qualquer tipo de experiência emseres humanos com fins bélicos, raciais, eu-gênicos e em pesquisa clínica, na qual se ob-serve desrespeito dos direitos humanos;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12(doze) meses

VII. exercer, de forma simultânea, a Farmácia e aMedicina;

Pena - suspensão de 3 (três) meses

VIII. exercer atividade farmacêutica com funda-mento em procedimento não reconhecidopelo Conselho Federal de Farmácia;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-ses

IX. praticar ato profissional que cause dano físi-co, moral ou material ao usuário do serviço,caracterizado como imperícia, negligência ouimprudência;

Pena - suspensão de 3 (três) a 12 (doze) me-ses

X. deixar de prestar assistência técnica ao esta-belecimento com o qual mantenha vínculoprofissional ou permitir a utilização de seunome por qualquer estabelecimento ou insti-tuição onde não exerça pessoal e efetivamen-te sua função;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-ses

XI. efetivar ou participar de fraudes em relação àprofissão farmacêutica em todos os camposde conhecimento e técnica farmacêutica;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-ses

XII. fornecer meio, instrumento, substância e co-nhecimento para induzir e/ou participar daprática de aborto, eutanásia, tortura, toxico-mania ou outras formas de procedimento de-gradante, desumano ou cruel para com o serhumano;

Pena - suspensão de 3 (três) a 12 (doze) me-ses

XIII. produzir, fornecer, dispensar ou permitir adispensa de meio, instrumento, substânciaou conhecimento, fármaco, medicamento oufórmula farmacopéica ou magistral, ou pro-duto farmacêutico, fracionado ou não, semobedecer à legislação vigente;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XIV. extrair, produzir, fabricar, fornecer, transfor-mar, sintetizar, embalar, reembalar, importar,exportar, armazenar produtos dietéticos, ali-mentares, cosméticos, perfumes, produtosde higiene, produtos saneantes e produtosveterinários, em desacordo com a regula-ção sanitária e farmacêutica;

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Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XV. emitir laudos técnicos e realizar perícias téc-nico-legais em relação às atividades de aná-lises clínicas e em laboratórios ou estabeleci-mentos em que se pratiquem exames de ca-ráter químico-toxicológico, químico-bromato-lógico, químico-farmacêutico, biológicos, he-moterápicos, microbiológicos e fitoquímicos,sem observância ou obediência à legislaçãovigente.

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XVI. produzir, fabricar e fornecer, em desacordocom a legislação vigente, radioisótopos econjuntos de reativos ou reagentes, desti-nados às diferentes análises complementa-res do diagnóstico clínico;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XVII. obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dosfiscais do Conselho Regional de Farmácia,quando no exercício de suas funções;

Pena - advertência

XVIII. omitir das autoridades competentes, ou par-ticipar com quaisquer formas de poluição, de-terioração do meio ambiente ou riscos ine-rentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e àvida;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XIX. aceitar remuneração inferior ao piso salarialestabelecido por acordos ou dissídios da ca-tegoria, para assunção de direção, respon-sabilidade e assistência técnica de estabe-lecimento ou empresa farmacêutica;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XX. aceitar a interferência de leigos em suas ati-vidades e decisões de natureza profissional;

Pena - advertência

XXI. delegar a outras pessoas atos ou atribui-ções exclusivas da profissão farmacêutica;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XXII. cometer o exercício de encargos relaciona-dos com a promoção, proteção e recupe-ração da saúde a pessoas, sem a necessá-ria habilitação legal;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XXIII. exercer a profissão e funções relacionadasà Farmácia, sem a necessária habilitaçãolegal;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XXIV. declarar possuir títulos científicos que nãopossa comprovar;

Pena - multa

XXV. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os queexercem ilegalmente a profissão farmacêu-tica ou com os profissionais ou instituiçõesfarmacêuticas que pratiquem atos ilícitos;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XXVI. deixar-se explorar por terceiros, com finali-dade política ou religiosa;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a12 (doze) meses

XXVII.exercer a profissão quando estiver sob asanção disciplinar de suspensão;

Pena - suspensão a eliminação

XXVIII. exercer a profissão em estabelecimentosem registro obrigatório no Conselho Regi-onal de Farmácia da jurisdição;

Pena - multa

XXIX. assinar documentos resultantes de traba-lhos realizados por outrem, alheio à sua exe-cução, orientação, supervisão e fiscaliza-ção, ou ainda assumir a responsabilidadepor ato farmacêutico, no qual não tenhaparticipação;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a 6(seis) meses

XXX. publicar, em seu nome, trabalho científicodo qual não tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva, quando houver parti-cipação de subordinados ou outros profis-sionais, farmacêuticos ou não;

Pena - multa

XXXI. expor, dispensar ou permitir a dispensa deproduto farmacêutico, contrapondo-se à le-gislação vigente;

Pena - advertência com emprego da pa-lavra “censura”, multa e/ou suspensão de3 (três) meses

XXXII. aviar receitas com prescrições médicas ede outras profissões, em desacordo coma técnica farmacêutica e a legislação vi-gente;

Pena – advertência, com emprego da pa-lavra “censura”, multa e/ou suspensão de3 (três) meses

XXXIII. fornecer ou permitir que forneçam medi-camento ou fármaco para uso diverso desua finalidade;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três)a 12 (doze) meses

XXXIV. exercer atividade farmacêutica em inte-ração com outros profissionais, com pro-pósito econômico e inobservando o di-

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reito do usuário de escolher o serviço e oprofissional;

Pena - multa

XXXV. exercer a fiscalização profissional e sani-tária quando for sócio ou acionista dequalquer categoria, ou interessado porqualquer forma, bem como prestar servi-ços a empresa ou estabelecimento queexplore o comércio de drogas, medica-mentos, insumos farmacêuticos e corre-latos, laboratórios, distribuidoras e indús-trias, com ou sem vínculo empregatício;

Pena - multa

XXXVI. fazer propaganda de produtos sob vigi-lância sanitária, contrariando a legislaçãosanitária;

Pena - multa

XXXVII. alterar o processo de fabricação de pro-dutos sujeitos a controle sanitário, modi-ficar os seus componentes básicos, nomee demais elementos objeto do registro,contrariando as disposições legais e re-gulamentares;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três)a 12 (doze) meses

XXXVIII. fazer publicidade enganosa em relaçãoa produtos farmacêuticos e à divulgaçãode assuntos científicos fundados na pro-moção, proteção e recuperação da saú-de;

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-ses

XXXIX. inobservar os Acórdãos e as Resoluçõesdo Conselho Federal de Farmácia e dosConselhos Regionais de Farmácia;

Pena – advertência, com emprego da pa-lavra “censura”, multa e/ou suspensão de3 (três) a 12 (doze) meses

XL. deixar de informar, por escrito, ao ConselhoRegional de Farmácia sobre todos os víncu-los profissionais, com dados completos daempresa (razão social, nome dos sócios,CNPJ, endereço, horário de funcionamento ede assistência e responsabilidade técnica),bem como deixar de manter atualizado o en-dereço residencial e os horários de assistên-cia e responsabilidade técnica ou de substi-tuição;

Pena – advertência, com emprego da palavra“censura”, multa e/ou suspensão de 3 (três)a 12 (doze) meses.

Art. 12 - As infrações éticas e disciplinares de or-dem farmacêutica prescrevem em 5 (cinco) anos.

Art. 13 - Esta Resolução entra em vigor a partirde sua publicação.

Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrá-rio.

Jaldo de Souza SantosPresidente – CFF