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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL 04 de agosto de 1990 – Ano do Centenário do Município PREÂMBULO Nós representantes do Povo do Município de São Domingos do Prata, reunidos em Câmara Municipal, com o propósito de instituir ordenamento Jurídico Administrativo, capaz de assegurar a todo habitante do município a consolidação de todos os seus direitos e garantias estabelecidas na Constituição Federal, bem como dar ao cidadão um verdadeiro instrumento de promoção da sua cidadania plena, de seu desenvolvimento harmônico no seio de uma comunidade fundada na Justiça Social, promulgamos sob a proteção de Deus, a seguinte LEI ORGÂNICA MUNICIPAL.

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Page 1: CMSDP - LEI ORGÂNICA MUNICIPAL · 04 de agosto de 1990 – Ano do Centenário do Município PREÂMBULO Nós representantes do Povo do Município de São Domingos do Prata, reunidos

LEI ORGÂNICA MUNICIPAL 04 de agosto de 1990 – Ano do Centenário do Município PREÂMBULO Nós representantes do Povo do Município de São Domingos do Prata, reunidos em

Câmara Municipal, com o propósito de instituir ordenamento Jurídico Administrativo, capaz

de assegurar a todo habitante do município a consolidação de todos os seus direitos e

garantias estabelecidas na Constituição Federal, bem como dar ao cidadão um verdadeiro

instrumento de promoção da sua cidadania plena, de seu desenvolvimento harmônico no

seio de uma comunidade fundada na Justiça Social, promulgamos sob a proteção de

Deus, a seguinte LEI ORGÂNICA MUNICIPAL.

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TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Artigo 1º - O Município de SÃO DOMINGOS DO PRATA, pessoa jurídica de direito

público interno, é unidade territorial que integra a organização político-administrativa da República Federal do Brasil, dotada de autonomia política, administrativa, financeira e legislativa nos termos assegurados pela Constituição da República, pela Constituição do Estado e por Lei Orgânica.

Artigo 2º - O território do Município será dividido em distritos, criados, organizados e suprimidos por lei municipal, observada a legislação estadual, a consulta plebiscitária e o disposto nesta Lei Orgânica.

Artigo 3º - A sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria de cidade. Artigo 4º - São de propriedade do Município todos os bens móveis e imóveis,

direitos e ações que a qualquer título lhe pertençam. Artigo 5º - São símbolos do Município o Brasão a Bandeira e o Hino,

representativos de sua cultura e história.

TÍTULO II DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL

Artigo 6º - Compete ao Município:

I – legislar sobre assuntos de interesse local; II – suplementar a legislação federal e estadual no que couber e naquilo que disser respeito ao seu peculiar interesse; III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar as suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV – criar, organizar e suprimir distritos, observado o disposto nesta Lei Orgânica e na Legislação Estadual pertinente; V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, entre outros, os seguintes serviços:

a) transporte coletivo urbano intramunicipal, que terá caráter essencial; b) abastecimento de água e esgotos sanitários; c) mercados, feiras e matadouros locais; d) iluminação pública; e) limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final do lixo. VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,

programas de educação pré-escolar e ensino fundamental; VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,

serviços de atendimento á saúde da população; VIII – promover a proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico

e paisagístico local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual; IX – promover a cultura e a recreação; X – fomentar a produção agropecuária e demais atividades econômicas,

inclusive a artesanal;

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XI – preservar as florestas, a fauna e a flora; XII – realizar serviços de assistência social, diretamente ou por meio de

instituições privadas, conforme critério e condições fixadas em lei municipal; XIII – realizar programas específicos para atender a população rural do

município; XIV – realizar programas de apoio às práticas desportivas; XV – realizar programas de alfabetização; XVI – realizar atividades de defesa civil, inclusive a de combate a incêndios e

prevenção de acidentes naturais em coordenação com a União e o Estado; XVII – promover, n o que lhe couber, adequado ordenamento territorial,

mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; XVIII – elaborar e executar o Plano Diretor; XIX – executar obras de: a) abertura, pavimentação e conservação de vias; b) drenagem pluvial; c) construção e conservação de estradas, parques, jardins e hortos

florestais; d) construção e conservação de prédios públicos municipais; XX – fixar: a) tarifas de serviços públicos, inclusive dos serviços de táxis; b) horário de funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais

e serviços; XXI – sinalizar as vias públicas urbanas e rurais; XXII – regular a utilização de vias e logradouros públicos; XXIII – conceder licença para: a) localização, instalação e funcionamento de estabelecimentos

industriais, comerciais e de serviços; b) fixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, emblemas e utilização

de alto-falantes para fins de publicidade e propaganda; c) exercício de comércio eventual ou ambulante: d) realização de jogos, espetáculos e divertimentos públicos, observadas

as prescrições legais; e) prestação dos serviços de táxis.

Artigo 7º - É da competência do Município, em comum com a União e o Estado: I – zelar pela guarda da Constituição Federal, Constituição Estadual, desta Lei Orgânica, das Leis e Instituições Democráticas e pelo Patrimônio Público; II – cuidar da saúde de assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural; V – proporcionar os meios de acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, à educação e à ciência;

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VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna, a flora e os cursos d´água; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX – promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu território; XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito;

Parágrafo Único – A cooperação do Município com a União e o Estado, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, na sua área territorial, será feita na conformidade de Lei Complementar Federal. Artigo 8º - É vedado ao Município: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração em obras sociais de interesse público; II – recusar fé aos documentos públicos; III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si; IV – subvencionar ao auxiliar de qualquer modo de recursos pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de comunicação, propaganda político-partidária ou fins estranhos à administração municipal; Parágrafo Único – A publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos municipais terá caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade, de partidos ou servidores públicos.

TÍTULO III DOS DIREITOS DO HABITANTE DO MUNICÍPIO

Artigo 9º - O Município de SÃO DOMINGOS DO PRATA como entidade autônoma e básica da Federação, garantirá vida digna aos seus moradores e será administrado: I – com transparência de seus altos e ações; II – com moralidade; III – com participação popular nas decisões; IV – com descentralização administrativa. Artigo 10 – A todo habitante do Município de SÂO DOMINGOS DO PRATA é assegurado, nos termos da Constituição Federal, Estadual e desta Lei Orgânica, o direito à saúde, educação, trabalho, segurança, lazer, previdência social, proteção à maternidade, à infância, assistência aos desamparados, transporte coletivo, habitação e ao meio ambiente equilibrado.

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Artigo 11 – O Povo exercerá a sua soberania popular manifestando-se: I – pelo sufrágio universal e pelo voto direito e secreto; II – pelo plebiscito; III – pelo referendum; IV – pela iniciativa popular no processo legislativo; V – pela participação popular nas decisões do município e no aperfeiçoamento democrático de suas instituições; VI – pela ação fiscalizadora, sobre a administração pública, utilizando-se dos meios ao seu alcance.

TÍTULO IV DO GOVERNO MUNICIPAL

CAPÍTULO I

DOS PODERES MUNICIPAIS Artigo 12 – O Governo Municipal é constituído pelos Poderes Legislativo e Executivo, independentes e harmônicos entre si. Parágrafo Único – É vedado aos Poderes Municipais a delegação recíproca de atribuições, salvo nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

CAPÍTULO II DO PODER LEGISLATIVO

Seção I

DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 13 – O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal de SÃO DOMINGOS DO PRATA, composta de Vereadores, eleitos para cada legislatura entre cidadãos maiores de dezoito anos, no exercício dos direitos políticos, pelo voto direito e secreto. Parágrafo 1º – A eleição dos Vereadores se dá até noventa dias do término do mandato, em pleito direito e simultâneo aos demais municípios; Parágrafo 2º - O número de Vereadores no Município de SÃO DOMINGOS DO PRATA, será fixado proporcionalmente à população do Município, observados os limites estabelecidos no Artigo 29, item IV da Constituição Federal; Parágrafo 3º - São condições de elegibilidade para o mandato de Vereador, na forma da Lei Federal: I – a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; III – o alistamento eleitoral; IV – o domicilio eleitoral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI – a idade mínima de dezoito anos; VII – ser alfabetizado.

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Parágrafo 4º - No início e no término de cada mandato, o Vereador apresentará, à Câmara Municipal, declaração de seus bens.

Artigo 14 – Salvo disposições contrárias a esta Lei, as deliberações da Câmara Municipal são tomadas por maioria de votos, presentes a maioria de seus membros.

Seção II

DA POSSE Artigo 15 – A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão preparatória, em 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura, para a posse de seus Membros e eleição da Mesa. Parágrafo 1º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo deverá faze-lo no prazo de quinze dias, salvo motivo justo, aceito pela Câmara Municipal. Parágrafo 2º - No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e fazer declaração de seus bens, repetida quando do término do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas em ata e divulgadas para conhecimento público.

Seção III DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 16 – Cabe a Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, legislar sobre as matérias de competência do Município, especialmente no que se refere a: I – assuntos de interesse local, inclusive suplementando a legislação federal e a estadual notadamente no que diz respeito a: a) saúde, assistência pública, proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; b) proteção de documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, como monumentos, paisagens naturais notáveis e sítios arqueológicos do Município; c) impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras de arte e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do Município;

d) abertura de meios de acesso à cultura, educação e ciência; e) proteção ao meio ambiente e combate à poluição; f) incentivo a indústria e o comércio; g) criação de distritos industriais; h) fomento de produção agropecuária e organização do abastecimento

alimentar; i) promoção de programas de construção de moradias, melhorando as

condições habitacionais e de saneamento básico; j) combate às causas da pobreza e aos fatores de marginalização,

promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; l) registro, acompanhamento e fiscalização das concessões de pequenas

explorações dos recursos hídricos e minerais em seu território; m) estabelecimento e implantação da política de educação para o trânsito;

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n) cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar atendidas as normas fixadas em lei complementar federal;

o) uso e armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e afins; p) políticas públicas do Município; II – tributos municipais, bem como autorizar isenções e anistias fiscais e a

remissão de dívidas; III – orçamento anual, plano plurianual e diretrizes orçamentárias, bem como

autorizar a abertura de créditos suplementares e especiais; IV – obtenção e concessão de empréstimos e operações de crédito, bem

como sobre a forma e os meios de pagamento; V – autorização para subvencionar, doar ou outras formas de transferir a

pessoas ou entidades, bens ou verbas municipais; VI – concessão e permissão de serviços públicos; VII – concessão de direito real de uso de bens municipais; VIII – alienação e concessão de bens imóveis; IX – aquisição de bens imóveis, inclusive quando se tratar de doação; X – criação, organização e supressão de distritos, observada a legislação

estadual; XI – criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções públicas e

fixação da respectiva remuneração; XII – plano diretor; XIII – alteração da denominação de próprios, vias e logradouros públicos; XIV – ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano; XV – organização e prestação de serviços públicos.

Artigo 17 – Compete a Câmara Municipal, privativamente, entre outras, as seguintes atribuições: I – eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma desta Lei Orgânica e do Regimento Interno; II – elaborar o seu Regimento Interno; III – fixar a remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores, observando-se o disposto no inciso V do artigo 29 da Constituição Federal e o estabelecido nesta Lei Orgânica; IV – exercer, com auxílio do Tribunal de Contas ou Órgão Estadual competente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município; V – julgar as contas anuais do Município e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de Governo; VI – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e fixar a respectiva remuneração; VIII – autorizar o Prefeito a se ausentar do Município, quando a ausência exceder a quinze dias;

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IX – mudar temporariamente a sua sede; X – fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo, incluídos os da Administração Indireta e fundacional; XI – proceder à tomada de contas do Prefeito Municipal, quando não apresentadas à Câmara dentro do prazo de sessenta dias após a abertura de sessão legislativa; XII – processar e julgar os Vereadores, na forma desta Lei Orgânica e do Regimento Interno; XIII – representar ao Ministério Público, mediante aprovação de dois terços dos seus membros, contra o Prefeito, o Vice-Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza, pela prática de crime contra a Administração Pública que tiver conhecimento; XIV – dar posse ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e conhecer de sua renúncia e afastá-lo definitivamente do cargo, nos termos previstos em Lei; XV – conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores para afastamento do cargo; XVI – criar comissões especiais de inquérito sobre fato determinado que se inclua na competência da Câmara Municipal, sempre que o requerer, pelo menos, um terço dos membros da Câmara; XVII – convocar os Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza para prestar informações sobre a matéria de sua competência; XVIII – solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre assuntos referentes à Administração; XIX – autorizar referendum e convocação plebiscito; XX – decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por voto secreto e maioria absoluta nas hipóteses prevista nesta Lei Orgânica e no Regimento Interno; XXI – conceder título honorífico a pessoas que tenham reconhecidamente prestado serviços ao Município, mediante decreto legislativo, aprovado por no mínimo, dois terços de seus membros; XXII – criar, transformar, extinguir e estruturar empresas públicas, autarquias e fundações públicas municipais; XXIII – normatizar concessões de serviços públicos e o uso de bens do Município; XXIV – autorizar consórcios, convênios e outros atos de cooperação com outros Municípios; XXV – licitar para contratação de serviços e obras, aquisição de bens imóveis salvo quando se tratar de doação sem encargos, obedecidos os critérios da Legislação Federal; XXVI – criar normas urbanísticas, particularmente relativas a zoneamento e loteamento. Parágrafo 1º - É fixado em trinta dias prorrogáveis por igual período, desde que solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os responsáveis pelos órgãos da Administração direta e indireta do Município prestem as informações e encaminhem os documentos requisitados pela Câmara Municipal na forma desta Lei Orgânica.

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Parágrafo 2º - O não atendimento, no prazo estipulado no parágrafo anterior, faculta ao Presidente da Câmara Municipal solicitar, na conformidade da legislação vigente, a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a legislação.

Seção IV DO EXAME PÚBLICO DAS CONTAS MUNICIPAIS

Artigo 18 – As contas do Município ficarão à disposição dos cidadãos durante sessenta dias, a partir do dia quinze de abril de cada exercício, no horário de funcionamento da Câmara Municipal, em local de fácil acesso ao público. Parágrafo Único – A consulta às contas municipais poderá ser feita por qualquer cidadão, independentemente de requerimento, autorização ou despacho de qualquer autoridade.

Seção V DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

Artigo 19 – A remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores será fixada

pela Câmara Municipal no último ano da legislatura, até trinta dias antes das eleições municipais, vigorando para a legislatura seguinte, observado o disposto na Constituição Federal.

Parágrafo 1º - A remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores será fixada determinando-se o valor em moeda corrente no País, vedada qualquer vinculação.

Parágrafo 2º - A remuneração de que trata o “caput” deste artigo, será corrigida na mesma data e índice dos reajustes concedidos ao funcionalismo público municipal.

Artigo 20 – Na hipótese de a Câmara deixar de exercer a competência de que trata o artigo anterior, ficarão mantidos na legislação seguinte, os valores vigentes em dezembro do último exercício da legislatura anterior, admitido apenas a atualização monetária dos mesmos.

Seção VI

DA ELEIÇÃO DA MESA Artigo 21 – Caberá ao Regimento Interno da Câmara Municipal dispor sobre a

composição da Mesa Diretora e, subsidiariamente, sobre a sua eleição. Parágrafo 1º - O mandato da Mesa será de um ano, permitido a reeleição por mais

uma vez, para o mesmo cargo, na eleição subseqüente. Parágrafo 2º - A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á obrigatoriamente na

última sessão ordinária da sessão legislativa, empossando-se os eleitos em 1º de janeiro. Parágrafo 3º - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo voto da

maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições, devendo o Regimento Interno da Câmara Municipal dispor sobre o processo de destituição e sobre a substituição do membro destituído.

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Seção VII DAS ATRIBUIÇÕES DA MESA

Artigo 22 – Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de outras atribuições

estipuladas no Regimento Interno: I – enviar ao Prefeito Municipal, até o primeiro dia de março, as contas do

exercício anterior; II – propor ao Plenário projeto de resolução que criem, transformem ou

extingam cargos, empregos ou funções da Câmara Municipal, bem como a fixação da respectiva remuneração, observadas as determinações legais;

III – declarar a perda de mandato de Vereador, de ofício ou por provocação de qualquer dos membros da Câmara, nos caos previstos nos incisos I a VIII do artigo 36 desta Lei Orgânica, assegurada ampla defesa, nos termos do Regimento Interno;

IV – elaborar e encaminhar ao Prefeito, até 31 de agosto, após a aprovação pelo Plenário, a proposta do Orçamento da Câmara, para ser incluída na proposta geral do Município, prevalecendo, na hipótese de não aprovação pelo Plenário, a proposta elaborada pela Mesa.

Parágrafo Único – A Mesa decidirá sempre por maioria de seus membros.

Seção VIII DAS SESSÔES

Artigo 23 – A sessão legislativa anual desenvolve-se de 1º de janeiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro, independentemente de convocação. Parágrafo Único – A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias, extraordinárias, solenes e especiais, conforme dispuser o seu Regimento Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido nesta Lei Orgânica e na Legislação especifica. Artigo 24 – As sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas em recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas as que se realizarem fora dele. Parágrafo 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto ou por outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas sessões em outro local, por decisão do Presidente da Câmara. Parágrafo 2º - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto da Câmara. Artigo 25 – As sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada pela maioria absoluta de seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar. Artigo 26 – A convocação extraordinária da Câmara Municipal dar-se-á: I – pelo Prefeito Municipal, em caso de urgência e de interesse público relevante; II – pelo Presidente da Câmara; III – a requerimento da maioria absoluta de seus membros. Parágrafo 1º - Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal deliberará somente sobre a matéria para a qual foi convocada.

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Parágrafo 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo 3º - Nenhum projeto de lei de iniciativa do Executivo, Legislativo ou Popular poderá ser aprovado ou rejeitado por decurso de prazo.

Seção IX DAS COMISSÔES

Artigo 27 – A Câmara Municipal terá comissões permanentes e especiais, constituídas na forma e com as atribuições definidas no Regimento Interno ou no ato de que resultar a sua criação. Parágrafo 1º - Em cada comissão será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara; I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recursos de um décimo dos membros da Câmara; II – realizar audiências públicas com entidades na sociedade civil; III – convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza para prestar informações sobre assuntos de inerentes às suas atribuições, constituindo infração administrativa a recusa ou não atendimento no prazo de trinta dias; IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa, contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas, dando-lhes os encaminhamentos legais; V – solicitar depoimento e qualquer autoridade ou cidadão; VI – apreciar programas de obras e planos sobre eles emitir parecer. Artigo 28 – As comissões especiais de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas pela Câmara, mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhado ao Ministério Público para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Artigo 29 – Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar ao Presidente da Câmara que lhe permita emitir conceitos e opiniões, junto às comissões, sobre projetos nelas se encontrarem, para estudo. Parágrafo Único – O Presidente da Câmara enviará o pedido ao Presidente da respectiva Comissão, a que caberá deferir ou indeferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o pronunciamento e seu tempo de duração.

Seção X DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 30 – Compete ao Presidente da Câmara, além de outras atribuições estipuladas no Regimento Interno: I – representar a Câmara Municipal em juízo e fora dele;

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II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara; III – interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno; IV – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem como as leis que receberem sansão tácita e aquelas cujo veto tenha sido rejeitado pelo Plenário e não tenham sido promulgadas pelo Prefeito Municipal; V – fazer publicar atos da Mesa, bem como as resoluções, os decretos legislativos e as leis por ele promulgadas; VI – declarar extinto o mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores, nos casos previstos em lei; VII – apresentar ao Plenário, até o dia vinte de cada mês, o balanço relativo aos recursos recebidos e às despesas realizadas no mês anterior; VIII – requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara; IX – exercer, em substituição, a chefia do executivo municipal nos casos previstos em lei; X – designar comissões especiais nos termos regimentais, observadas as indicações partidárias. XI – mandar prestar informações por escrito e expedir certidões requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações; XII – realizar audiência pública com entidades da sociedade civil e com membros da comunidade; XIII – administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo lavrar os atos pertinentes a essa área de gestão. Artigo 31 – O Presidente da Câmara, ou quem o substituir, somente manifestará o seu voto nas seguintes hipóteses: I – na eleição da Mesa Diretora; II – quando a matéria exigir, para a sua aprovação o voto favorável de dois terços ou de maioria absoluta dos membros da Câmara; III – quando ocorrer empate em qualquer votação no Plenário.

SEÇÃO XI DOS VEREADORES

SUBSEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 32 – Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município. Artigo 33 – Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar, perante a Câmara, sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles receberem informações. Artigo 34 – É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas aos Vereadores.

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SUBSEÇÃO II DAS INCOMPATIBILIDADES

Artigo 35 – O Vereador não poderá: I – desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com o Município, suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações ou empresas concessionárias de serviços públicos municipais, salvo quando o contrato obedecer às cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior; II – desde a posse: a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresas que gozem de favor decorrente de contrato celebrado com o Município, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que seja demissível “ad nutum” nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I, salvo o Cargo de Secretário Municipal ou equivalente; c) patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades a que se referem à alínea “a” do inciso I;

c) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo; Artigo 36 – Perderá o mando o Vereador: I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das

sessões ordinárias da Câmara, salvo em caso de licença ou missão oficial autorizada. IV – que perder ou tiver suspenso os direitos políticos; V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal; VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado; VII – que deixar de residir no Município de SÃO DOMINGOS DO PRATA. VIII – que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro do prazo estabelecido nesta Lei Orgânica; IX – que se utilizar do mandato a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa. Parágrafo 1º - Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo Presidente da Câmara, quando ocorrer falecimento ou renúncia, por escrito, do Vereador. Parágrafo 2º - Nos casos dos incisos I, II, VI, VII e IX deste artigo, a perda do mandato será decidida pela Câmara, por voto escrito e secreto da maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político. Artigo 37 – O exercício da vereança por servidor público se dará de acordo com as determinações da Constituição Federal. Parágrafo 1º - O Vereador ocupante de cargo, emprego ou função pública municipal é inamovível de ofício pelo tempo de duração de seu mandato. Parágrafo 2º - Na hipótese do § 1º, ao Vereador é facultado optar pela sua remuneração.

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SUBSEÇÃO III DAS LICENÇAS

Artigo 38 – O Vereador poderá licenciar-se: I – por motivo de saúde, devidamente comprovado; II – para tratar de interesse particular, desde que o período de licença não seja superior a sessenta dias por sessão legislativa. Parágrafo 1º - Nos casos dos incisos I e II, não poderá o Vereador reassumir antes que tenha escoado o prazo de sua licença. Parágrafo 2º - Para fins de remuneração, considerar-se-á como em exercício o Vereador licenciado nos termos do inciso I. Parágrafo 3º - O Vereador investido no cargo de Secretário Municipal ou equivalente será considerado automaticamente licenciado, podendo optar pela remuneração da vereança. Parágrafo 4º - O afastamento para o desempenho de missões temporárias, de interesse do Município, não será considerado como licença, fazendo o Vereador jus à remuneração estabelecida.

SUBSEÇÃO IV DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES

Artigo 39 – No vaso de vaga, licença ou investidura no cargo de Secretário Municipal ou equivalente, far-se-á convocação do suplente pelo Presidente da Câmara. Parágrafo 1º - O suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo de quinze dias, salvo motivo justo, aceito pela Câmara, sob pena de ser considerado renunciante. Parágrafo 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da Câmara comunicará o fato, dentro de quarenta e oito horas, ao Tribunal Regional Eleitoral. Parágrafo 3º - Enquanto a vaga, a que se refere o parágrafo anterior, não for preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores remanescentes.

SEÇÃO XII DO PROCESSO LEGISLATIVO

SUBSEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 40 – O processo legislativo municipal compreende a elaboração de: I – emenda à Lei Orgânica Municipal; II – leis complementares; III – leis ordinárias; IV – leis delegadas; V – decretos legislativos; VI – resoluções.

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Parágrafo Único – São ainda objetos de deliberação da Câmara, na forma do Regimento Interno: I – a autorização; II – a indicação; III – o requerimento.

SUBSEÇÃO II DAS EMEMDAS Á LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Artigo 41 – A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta: I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal; II – do Prefeito Municipal; III – de iniciativa popular. Parágrafo 1º - A proposta de emenda à Lei Orgânica Municipal será discutida e votada em dois turnos de discussão e votação, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos membros da Câmara. Parágrafo 2º - A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem.

SUBSEÇÃO III DAS LEIS

Artigo 42 – A iniciativas das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador ou comissão da Câmara, ao Prefeito Municipal e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica. Artigo 43 – Compete privativamente ao Prefeito Municipal a iniciativa das leis que versem sobre: I – regime jurídico único dos servidores; II – criação de cargos, empregos e funções na Administração direta e autárquica do Município, bem como a fixação da respectiva remuneração; III – orçamento anual, diretrizes orçamentárias e plano plurianual; IV – criação, estruturação e atribuições dos Órgãos da Administração direta do Município. Artigo 44 – A iniciativa popular será exercida pela apresentação, à Câmara Municipal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento dos eleitores inscritos no Município, da cidade ou de bairros, bem como dos distritos. Parágrafo 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se, para o seu recebimento pela Câmara, a identificação dos assinantes, mediante indicação do número do respectivo título eleitoral competente, contendo a informação do número total de eleitores do Bairro, do Distrito, da Cidade ou do Município. Parágrafo 2º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obedecerá às normas relativas ao processo legislativo. Parágrafo 3º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara assegurar e dispor sobre o modo pelo qual os projetos de iniciativa popular serão defendidos na Tribuna da Câmara.

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Artigo 45 – São objetos de lei complementares as seguintes matérias, entre outras: I – Código Tributário Municipal; II – Código de Obras ou Edificações; III – Código de Posturas; IV – Plano Diretor; V – Diretrizes Orçamentárias; VI – Regime Jurídico dos Servidores. Parágrafo Único – As leis complementares exigem para a sua aprovação, o voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara. Artigo 46 – As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito Municipal, que deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal. Parágrafo 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência privativa da Câmara Municipal e a legislação sobre planos plurianuais, orçamentos, diretrizes orçamentárias e os relativos a codificações. Parágrafo 2º - A delegação, ao Prefeito Municipal, terá a forma de decreto legislativo da Câmara Municipal, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Parágrafo 3º - Se o decreto legislativo determinar a apreciação da lei delegada pela Câmara, esta o fará em votação única, vedada qualquer emenda. Artigo 47 – Não será admitido aumento de despesas previstas nos projetos: I – de iniciativa popular e nos de iniciativa do Prefeito Municipal, ressalvados, neste caso de leis orçamentárias, comprovada a existência de receita; II – sobre organização dos serviços administrativos da Câmara Municipal. Artigo 48 – O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo de quarenta e cinco dias. Parágrafo 1º - Decorrido, sem deliberação o prazo fixado no “caput” deste artigo, o projeto será obrigatoriamente incluído na ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação sobre qualquer outra matéria, exceto veto e leis orçamentárias. Parágrafo 2º - O prazo, referido neste artigo, não corre no período de recesso da Câmara e nem se aplica aos projetos de codificação. Artigo 49 – O projeto de lei aprovado pela Câmara será, no prazo de dez dias úteis, enviados pelo seu Presidente ao Prefeito Municipal que, aquiescendo, o sancionará no prazo de quinze dias úteis. Parágrafo 1º - Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Prefeito Municipal importará em sanção. Parágrafo 2º - Se o Prefeito Municipal considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, ou contrário ao interesse público, vedá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara, os motivos do veto. Parágrafo 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Parágrafo 4º - O veto será apreciado no prazo de trinta dias, contados do seu recebimento, com parecer ou sem ele, em uma única discussão e votação.

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Parágrafo 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos Vereadores, mediante votação secreta. Parágrafo 6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto no § 4º deste artigo, o veto será colocado na ordem do dia, da sessão imediata, sobrestados as demais proposições até sua cotação final. Parágrafo 7º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito Municipal, em quarenta e oito horas, para promulgação. Parágrafo 8º - Se o Prefeito Municipal não promulgar a lei nos prazos previstos, e ainda no caso de sansão tácita, o Presidente da Câmara promulgará, e, se este não o fizer no prazo de quarenta e oito horas, caberá ao Vice-Presidente, obrigatoriamente, faze-lo. Parágrafo 9º - A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou modificada pela Câmara. Artigo 50 – A matéria constante de projeto de lei rejeitada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara. Artigo 51 – A resolução destina-se a regular matéria político-administrtiva da Câmara, de sua competência exclusiva, não dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal. Artigo 52 – O decreto legislativo destina-se a regular matéria de competência exclusiva da Câmara que produza efeitos externos não dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal. Artigo 53 – O processo legislativo das resoluções e dos decretos legislativos se dará conforme determinado no Regimento Interno da Câmara, observado, no que couber, o disposto nesta Lei Orgânica. Artigo 54 – O cidadão, que o desejar, poderá usar da palavra durante a primeira discussão dos projetos de lei, para opinar sobre eles, desde que se inscreva em lista especial na Secretaria da Câmara, antes de iniciada a reunião. Parágrafo 1º - Ao se inscrever, o cidadão deverá fazer referência à matéria sobre a qual falará, não lhe sendo permitido abordar temas que não tenham sido expressamente mencionados na inscrição. Parágrafo 2º - Caberá ao Presidente da Câmara fixar o número de cidadãos que poderão fazer uso da palavra em cada reunião. Parágrafo 3º - O Regimento Interno da Câmara estabelecerá as condições e requisitos para o uso da palavra, pelos cidadãos.

CAPÍTULO III DO PODER EXECUTIVO

SEÇÃO I

DO PREFEITO MUNICIPAL

Artigo 55 – O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, com funções políticas, executivas e administrativas. Artigo 56 – O Prefeito e o Vice-Prefeito são eleitos simultaneamente, para cada legislatura, por eleição direta, em sufrágio universal e secreto.

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Artigo 57 – O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1º de janeiro do ano subseqüente à eleição, em sessão solene da Câmara Municipal ou, se esta não estiver reunida, perante a autoridade judiciária competente. Parágrafo 1º - Se, decorridos dez dias, o Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior devidamente comprovado e aceito pela Câmara Municipal, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Parágrafo 2º - Enquanto não ocorrer à posse do Prefeito, assumirá o cargo o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento deste, o Presidente da Câmara Municipal. Parágrafo 3º - No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito farão declaração pública de seus bens, as quais serão transcritas em livro próprio, resumidas em atas e divulgadas para o conhecimento público. Parágrafo 4º - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pela legislação local, auxiliará o Prefeito sempre que por ele convocado para missões especiais, substitui-lo-á nos casos de licença e sucedê-lo-á no caso de vacância do cargo. Artigo 58 – No caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercício do cargo de Prefeito o Presidente da Câmara Municipal. Parágrafo Único – A recusa do Presidente em assumir a Prefeitura implicará em perda do mandato que ocupa na Mesa Diretora.

SEÇÃO II DAS PROIBIÇÕES

Artigo 59 – O Prefeito e o Vice-Prefeito ficam impedidos a partir da posse, sob pena de perda de mando, de: I – firmar ou manter contrato com o Município ou com suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações ou empresas concessionárias de serviço público municipal, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; II – aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível “ad nutum”, na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público, aplicando-se, nesta hipótese, o disposto no artigo 38 da Constituição Federal; III – ser titular de mais de um mandato eletivo consecutivo; IV – patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades mencionadas no inciso I deste artigo; V – ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Município ou nela exercer função remunerada; VI – fixar residência fora do Município de SÃO DOMINGOS DO PRATA.

SEÇÃO III DAS LICENÇAS

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Artigo 60 – O Prefeito não poderá ausentar-se do Município, sem licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do mandato, salvo por período inferior a quinze dias. Artigo 61 – O Prefeito poderá licenciar-se quando impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença, devidamente comprovada. Parágrafo Único – No caso deste artigo e de ausência em missão oficial, o Prefeito licenciado fará jus à remuneração integral.

SEÇÃO IV DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Artigo 62 – Compete privativamente ao Prefeito: I – representar o Município em juízo ou fora dele; II – exercer a direção superior da Administração Pública Municipal; III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica; IV – enviar à Câmara Municipal o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e, até trinta e um de outubro, o Orçamento Anual do Município; V – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara Municipal e expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; VI – vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VII – dispor sobre a organização e o funcionamento da Administração Municipal, na forma da lei; VIII – remeter mensagem e plano do governo à Câmara Municipal por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do Município e solicitando as providências que julgar necessária; IX – prestar, anualmente, a Câmara Municipal, dentro do prazo legal, as contas do Município referente ao exercício anterior; X – promover e extinguir os cargos, os empregos e as funções públicas municipais, na forma da lei; XI – decretar, nos termos legais, desapropriações por necessidade de utilidade pública ou por interesse social; XII – celebrar convênios com entidades públicas ou privadas, para a realização de objetivos de interesse do Município; XIII – prestar à Câmara, dentro de trinta dias, as informações solicitadas, podendo o prazo ser prorrogado, a pedido, pela complexidade da matéria ou pela dificuldade de obtenção dos dados solicitados; XIV – publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária; XV – entregar à Câmara Municipal, no prazo legal os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias; XVI – solicitar o auxílio das forças policiais para garantir o cumprimento de seus atos; XVII – decretar calamidade pública quando ocorrem fatos que a justifiquem; XVIII – convocar extraordinariamente a Câmara;

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XIX – fixar as tarifas dos serviços públicos concedidos e permitidos, bem como daqueles explorados pelo Município, conforme critérios estabelecidos na Legislação Municipal; XX – requerer à autoridade competente a prisão administrativa de servidor público municipal omisso ou remisso na prestação de contas do dinheiro público; XXI – dar denominação a próprios municipais e logradouros públicos; XXII – superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as despesas e os pagamentos, dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos autorizados pela Câmara; XXIII – aplicar as multas previstas na legislação e nos contratos ou convênios, bem como relevá-las quando for o caso; XXIV – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil e com membros da comunidade; XXV – resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou as representações que lhe forem dirigidas. Parágrafo 1º - O Prefeito Municipal poderá delegar as atribuições previstas nos incisos, XII, XXII, XXIII e XXV deste artigo. Parágrafo 2º - O Prefeito Municipal poderá, a qualquer momento, segundo seu único critério, avocar a si a competência delegada.

SEÇÃO V DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA

Artigo 63 – Até trinta dias antes das eleições municipais, o Prefeito Municipal deverá prestar, para entrega ao sucessor e para publicação imediata, relatório da situação da Administração Municipal que conterá, entre outras, informações atualizadas sobre: I – dívidas do Município, por credor, com as datas dos respectivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos decorrentes de operações de crédito, informando sobre a capacidade de Administração Municipal realizar operações de créditos de qualquer natureza; II – medidas necessárias à regulamentação das contas municipais perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for o caso; III – prestações de contas de convênios celebrados com organismos da União e do Estado, bem como do recebimento de subvenções ou auxílios; IV – situação dos contratos com concessionários e permissionários de serviços públicos; V – estado dos contratos de obras e serviços em execução ou apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago e o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos; VI – transferências a serem recebidas da União e do Estado por força de mandamento constitucional ou de convênios; VII – projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso na Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração decida quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar seu andamento ou retirá-los;

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VIII – situação dos servidores do Município, seu custo, quantidade e órgãos em que estão lotados e em exercício. Artigo 64 – É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução de programas ou projetos após o término de seu mandato, não previsto na legislação orçamentário. Parágrafo 1º - O disposto neste artigo não se aplica nos casos comprovados de calamidade pública. Parágrafo 2º - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com este artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito Municipal.

SEÇÃO VI DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO

Artigo 65 – São auxiliares diretos do Prefeito, os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes, cujos cargos são de sua livre nomeação e exoneração. Artigo 66 – A Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos auxiliares diretos do Prefeito, definindo-lhes a competência, deveres e responsabilidades. Artigo 67 – São condições essenciais para a investidura no cargo de Secretário ou Diretor equivalente: I – ser brasileiro; II – estar no exercício dos direitos políticos; III – ser maior de vinte e um anos. Artigo 68 – Além das atribuições fixadas em lei, compete aos Secretários ou Diretores: I – subscrever atos e regulamentos referente a seus órgãos; II – expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e regulamentos; III – apresentar, ao Prefeito, relatório anual dos serviços realizados por suas repartições; IV – comparecer a Câmara Municipal, sempre que convocados pela mesma, para prestação de esclarecimentos oficiais; V – praticar os atos atinentes às atribuições que lhes forem outorgados ou delegadas pelo Prefeito. Parágrafo Único – A infringência ao item IV deste artigo, sem justificação, importa em crime de responsabilidade. Artigo 69 – Os Secretários ou Diretores são solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem. Parágrafo Único – Ficam sujeitos a punição os Secretários, Diretores e dirigentes de órgãos públicos que violarem os direitos constitucionais ou cometerem crimes administrativos como: corrupção, tráfego de influência ou omissão dolosa. O crime não prescreve com o afastamento ou demissão do cargo. Artigo 70 – Os auxiliares diretos do Prefeito farão declaração de bens no ato da posse e ao término do exercício do cargo.

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Artigo 71 – Lei complementar disporá sobre a criação, estruturação e atribuição das Secretarias Municipais ou órgãos equivalentes. Parágrafo 1º - Nenhum órgão da Administração Pública Municipal direta deixará de ser estruturado a uma Secretaria Municipal ou órgão equivalente. Parágrafo 2º - A Chefia do Gabinete do Prefeito e a Assessoria Jurídica do Município terão a estrutura de Secretaria Municipal ou órgão equivalente.

SEÇÃO VII DA CONSULTA POPULAR

Artigo 72 – O Prefeito Municipal poderá realizar consulta popular para decidir sobre assuntos de interesse específico do Município, de bairro ou de distrito, cujas medidas deverão ser tomadas diretamente pela Administração Municipal. Artigo 73 – A consulta popular poderá ser realizada sempre que a maioria absoluta dos membros da Câmara ou pelo menos cinco por cento do eleitorado inscrito no Município, no bairro ou no distrito, com a identificação do título eleitoral, apresentarem proposição nesse sentido. Artigo 74 – A votação será organizada pelo Poder Executivo, no prazo de dois meses após a apresentação da proposição, adotando-se cédula oficial que conterá as palavras “SIM” e “NÃO”, indicando, respectivamente, aprovação ou rejeição da proposição. Parágrafo 1º - A proposição será considerada aprovada se o resultado lhe tiver sido favorável pelo voto da maioria dos eleitores que comparecerem às urnas, em manifestação a que se tenham apresentado pelo menos cinqüenta por cento da totalidade dos eleitores envolvidos. Parágrafo 2º - Serão realizados, no máximo, duas consultas por ano. Parágrafo 3º - É vedada a realização de consulta popular nos quatro meses que antecederem as eleições para qualquer nível de Governo. Artigo 75 – O Prefeito Municipal proclamará o resultado da consulta popular, que será considerado como decisão sobre a questão proposta, devendo o Governo Municipal, quando lhe couber, adotar as providências legais para sua consecução.

TÍTULO V DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 76 – A Administração Pública direta, indireta ou fundacional do Município obedecerá, no que lhe couber, ao disposto no Capítulo VII do Título III da Constituição Federal e nesta Lei Orgânica. Artigo 77 – Os planos de cargos e carreiras do serviço público municipal serão elaborados de forma a assegurar aos servidores municipais remuneração compatível com o mercado de trabalho para a função respectiva, oportunidade de progresso funcional e acesso a cargo de escalão superior.

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Parágrafo 1º - O Município proporcionará aos servidores oportunidade de crescimento profissional através de programas de formação de mão-de-obra, aperfeiçoamento e reciclagem. Parágrafo 2º - Os programas mencionados no parágrafo anterior terão caráter permanente. Para tanto, o Município poderá manter convênios com instituições especializadas. Artigo 78 – O Prefeito Municipal, ao promover os cargos em comissão e as funções de confiança, deverá faze-lo de forma a assegurar que pelo menos cinqüenta por cento desses cargos e funções sejam ocupados por servidores de carreira técnica ou profissional do próprio Município. Artigo 79 – Lei Municipal definirá o percentual de cargos e empregos públicos para preenchimento pelos portadores de deficiências. Artigo 80 – O Município assegurará a seus servidores e dependentes, na forma da Lei Municipal, serviços de atendimento médico, odontológico e de assistência social. Parágrafo Único – Os serviços referidos neste artigo são extensivos aos aposentados e aos pensionistas do Município. Artigo 81 – O Município poderá instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social. Artigo 82 – Os concursos públicos, para preenchimento de cargos, empregos ou funções na Administração Municipal, não poderão ser realizados antes de decorridos trinta dias do encerramento das inscrições, as quais deverão estar abertas por, pelo menos, quinze dias. Artigo 83 – O Município, suas entidades da Administração indireta e fundacional, bem como as concessionárias e as permissionárias de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Artigo 84 – A revisão geral da remuneração dos servidores públicos far-se-á sempre na mesma data, ou seja, no mês de agosto de cada ano, em índice único, ficando, entretanto, assegurada a preservação periódica de seu poder aquisitivo, na forma da Lei, que observará limites previstos na Constituição da República, salvo mudança na data de revisão, decidida em assembléia da categoria.

SEÇÃO I DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Artigo 85 – O Município instituirá regime jurídico único e plano de carreira para os servidores de órgãos da administração direta, de autarquias e de fundações públicas. Parágrafo 1º - A política de pessoal obedecerá as seguintes diretrizes: I – valorização e dignificação da função pública e do servidor público; II – profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público; III – constituição de quadro dirigente, mediante formação e aperfeiçoamento de administradores; IV – sistema de mérito, objetivamente apurado para ingresso no serviço e desenvolvimento na carreira;

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V – remuneração compatível com a complexidade e a responsabilidade das tarefas e com a escolaridade exigida para o seu desempenho. Parágrafo 2º - Ao servidor público que, por acidente ou doença, torna-se inapto para exercer as atribuições específicas de seu cargo, serão assegurados os direitos e vantagens a ele inerentes até seu definitivo aproveitamento em outro cargo. Parágrafo 3º - Para provimento de cargo de natureza técnica, exigir-se-á respectiva habilitação profissional. Artigo 86 – O Município assegurará ao servidor os direitos previstos no artigo 7º, incisos IV, VI, VII, IX, XII, XV, XVI, XVII, XVIII, XX, XXII e XXX da Constituição da República, e os que nos termos da lei, visem à melhoria de sua condição social e à produtividade no serviço público, especialmente: I – adicionais por tempo de serviços; II – assistência e previdência sociais, extensivas ao cônjuge ou companheiro e aos dependentes; III – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; IV – adicional sobre a remuneração, quando completar trinta anos de serviço, ou antes disso, se implementado o interstício necessário para a aposentadoria. Artigo 87 – É estável, após dois anos de efetivo exercício, o servidor público nomeado em virtude de concurso público. Parágrafo 1º - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Parágrafo 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor público estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. Parágrafo 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor público estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Artigo 88 – É vedado ao servidor público municipal desempenhar atividade que não seja própria do cargo de que for titular, exceto quando ocupar cargo em comissão ou desempenhar função de confiança. Artigo 89 – O servidor público será aposentado: I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e, proporcionais, nos demais casos; II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; III – voluntariamente: a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem e aos trinta, se mulher, com proventos integrais; b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor e vinte cinco, se professora, com proventos integrais;

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c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço. Parágrafo 1º - Lei Complementar Federal poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas. Parágrafo 2º - A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos, funções ou empregos temporários. Parágrafo 3º - O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Parágrafo 4º - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores, sendo também estendidos aos Inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. Parágrafo 5º - O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo anterior.

CAPÍTULO II DOS ATOS MUNICIPAIS

Artigo 90 – A publicação das leis e dos atos municipais far-se-á em órgão oficial ou, não havendo, em órgãos da imprensa local. Parágrafo 1º - No caso de não haver periódicos no Município, a publicação será feita por afixação, em local próprio e de acesso público, na sede da Prefeitura Municipal e da Câmara Municipal. Parágrafo 2º - A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, poderá ser resumida. Parágrafo 3º - A escolha dom órgão de imprensa particular para a divulgação dos atos municipais será feita por meio de licitação, em que se levarão em conta, além dos preços, as circunstancias de periodicidade, tiragem e distribuição. Artigo 91 – A formalização dos atos administrativos da competência do Prefeito far-se-á: I – mediante decreto, numerado, em ordem cronológica, quando se tratar de:

a) regulamentação de lei; b) criação e extinção de gratificações, quando autorizadas em lei; c) abertura de créditos especiais e suplementares; d) declaração de utilidade pública ou de interesse social para efeito de

desapropriação ou servidão administrativa; e) criação, alteração e extinção de órgãos da Prefeitura, quando

autorizada em lei; f) definição de competência dos órgãos e das atribuições dos servidores

da Prefeitura, não privativas de lei:

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g) aprovação de regulamentos e regulamentos dos órgãos da administração direta;

h) aprovação dos estatutos dos órgãos e das atribuições dos servidores da Prefeitura, não privativos de lei:

i) fixação e alteração dos preços dos serviços prestados pelo Município e aprovação dos preços dos serviços concedidos e autorizados;

j) permissão para a exploração de serviços públicos e para uso de bens municipais;

l) aprovação de planos de trabalho dos órgãos da Administração direta; m) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos

administradores, não privativos de lei; n) medidas executórias do Plano Diretor; o) estabelecimento de normas de efetivos externos, não previstas de lei; II – mediante portaria, quando se tratar de: a) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de efeito

individual relativos aos servidores municipais; b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;

c) criação de comissões e designação de seus membros; d) instituição e dissolução de grupos de trabalho; e) autorização para contratação de servidores por prazo determinado e nos

termos da lei; f)abertura de sindicância e processos administrativos e aplicação de penalidades; g)outros atos que, por sua natureza ou finalidade, não sejam objeto de lei ou decreto.

CAPÍTULO III DAS FINANÇAS PÚBLICAS

SEÇÃO I

DO SISTEMA TRIBUTÃRIO MUNICIPAL

Artigo 92 – Compete ao Município instituir os seguintes tributos: I – Impostos sobre:

a) propriedade predial e territorial urbana; b) transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição; c) venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;

d) serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,

efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos ou divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

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Parágrafo Único – O imposto previsto no inciso l “a”, poderá ser progressivo nos termos da Lei Municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

Artigo 93 – A Administração Tributária é atividade vinculada, essencial ao Município e deverá estar dotada de recursos humanos e materiais necessários ao fiel exercício de suas atribuições, principalmente no que se refere a:

I – cadastramento aos contribuintes e das atividades econômicas; II – lançamento dos tributos; III – inscrição dos inadimplentes em dívida ativa e respectiva cobrança

amigável ou encaminhamento para cobrança judicial. Artigo 94 – O Município poderá criar colegiado constituído paritariamente por

servidores, designados pelo Prefeito Municipal e contribuintes, indicados por entidades representativas de categoria econômicas e profissionais, com atribuição de decidir em grau de recurso, as reclamações sobre lançamentos e demais questões tributárias.

Parágrafo Único – Enquanto não for criado o órgão previsto neste artigo, os recursos serão decididos pelo Prefeito Municipal.

Artigo 95 – O Prefeito Municipal promoverá, periodicamente, a atualização da base de cálculo dos tributos municipais.

Parágrafo 1º - A base de cálculo do imposto predial e territorial urbano – IPTU, será atualizada anualmente, antes do término do exercício, podendo para tanto, ser criada comissão da qual participarão, além dos servidores do Município, representantes dos contribuintes, de acordo com decreto do Prefeito Municipal.

Parágrafo 2º - A atualização da base de cálculo do imposto municipal sobre serviços de qualquer natureza, cobrado de autônomos e sociedades civis, obedecerá aos índices oficiais de atualização monetária e poderá ser realizada mensalmente.

Parágrafo 3º - A atualização da base de cálculo das taxas decorrentes do exercício do poder de polícia municipal, obedecerá aos índices oficiais de atualização monetária e poderá ser realizada mensalmente.

Parágrafo 4º - A atualização da base de cálculo das taxas de serviços levará em consideração a variação de custos dos serviços prestados ao contribuinte ou colocados à disposição, observados os seguintes critérios:

I – quando a variação de custos for inferior ou igual aos índices oficiais de atualização monetária, poderá ser realizada mensalmente;

II – quando a variação de custos for superior àqueles índices, a atualização poderá ser feita mensalmente até esse limite ficando o percentual restante para ser atualizado por meio da lei, que deverá estar em vigor antes do início do exercício subseqüente.

Artigo 96 – A concessão de isenção e de anistia de tributos municipais dependerá de autorização legislativa, aprovada por maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

Artigo 97 – A remissão de créditos tributários somente poderá ocorrer nos casos de calamidade pública ou notória pobreza do contribuinte, devendo a lei que a autorize ser aprovada por maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

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Artigo 98 – A concessão de isenção, anistia ou moratória não gera direito adquirido, e, será revogada, de ofício, sempre que se apure que o beneficiário não satisfazia ou deixou de cumprir os requisitos para sua concessão.

Artigo 99 – É de responsabilidade do órgão competente da Prefeitura Municipal a inscrição em dívida ativa dos créditos provenientes de Impostos, taxas, contribuição de melhoria e multas de qualquer natureza, decorrentes de infrações à legislação tributária, com prazo de pagamento fixado pela legislação ou por decisão proferida em processo regular de fiscalização.

Artigo 100 – Ocorrendo a decadência do direito de constituir o crédito tributário ou a prescrição da ação de cobrá-lo, abrir-se-á inquérito administrativo para apurar as responsabilidades, na forma da lei.

Parágrafo Único – A autoridade municipal, qualquer que seja seu cargo, emprego ou função, e independentemente do vinculo que possuir com o Município, responderá civil, criminal e administrativamente pela prescrição ou decadência ocorrida sob sua responsabilidade, cumprindo-lhe indenizar o Município do valor dos créditos prescritos ou não lançados.

SUBSEÇÃO I

DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Artigo 101 – É vedado ao Município, sem prejuízo das garantias asseguradas aos contribuintes e do disposto no artigo 150 da Constituição da República e na legislatura complementar especifica, estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino.

SUBSEÇÃO II DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO EM RECEITAS

TRIBUTÁRIAS FEDERAIS E ESTADUAIS

Artigo 102 – Pertencem ao Município em relação aos impostos da União e do Estado: I – o produto da arrecadação do imposto sobre rendas e proventos de qualquer natureza, incidente e na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pela administração direta, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Município; II – cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural relativamente aos imóveis situados no Município; III – cinqüenta por cento do produto de arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território; IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ICMS, na fórmula do disposto no parágrafo único, incisos I e II do artigo 158 da Constituição da República e § 1º do artigo 150 da Constituição do Estado.

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Artigo 103 – Caberá ainda ao Município: I – a respectiva quota do Fundo de Participação dos Municípios, conforme o disposto no artigo 159, inciso I, alínea “b”, da Constituição da República; II – a respectiva quota do produto de arrecadação do imposto de que trata o inciso V do artigo 153 da Constituição da República, nos termos do § 5º, inciso II, do mesmo artigo; III – a respectiva quota do produto de arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, conforme o disposto no artigo 159, inciso II e § 3º da Constituição da República e artigo 150, inciso III da Constituição do Estado. Artigo 104 – Ocorrendo a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos decorrentes da repartição das receitas tributárias por parte da União e do Estado, o Executivo Municipal adotará medias judiciais cabíveis à vista do disposto nas Constituições da República e do Estado. Artigo 105 – O Município, divulgará até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, o montante de cada um dos tributos arrecadados e os recursos recebidos, discriminados por rubricas.

CAPÍTULO IV DOS PREÇOS PÚBLICOS

Artigo 106 – Para obter o ressarcimento da prestação de serviços de natureza comercial ou industrial ou de sua atuação na organização e exploração de atividades econômicas, o Município poderá cobrar preços públicos. Parágrafo Único – Os preços devidos pela utilização de bens e serviços municipais deverão ser fixados de modo a cobrir os custos dos respectivos serviços e ser reajustados se tornarem deficitários. Artigo 107 – Lei Municipal estabelecerá outros critérios para fixação de preços públicos.

CAPÍTULO V DOS ORÇAMENTOS

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 108 – Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. Parágrafo 1º - O plano plurianual compreenderá: I – diretrizes, objetivos e metas para as ações municipais de execução plurianual; II – investimentos para execução de programas de duração continuada. Parágrafo 2º - As diretrizes orçamentárias compreenderão:

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I – as prioridades da Administração direta e da Administração indireta, com as respectivas metas, incluindo a despesa de capital para o exercício financeiro subseqüente; II – orientação para a elaboração da lei orçamentária anual; III – alterações na legislação tributária; IV – autorização para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a demissão de pessoal a qualquer título pelas unidades governamentais da Administração direta ou indireta, inclusive as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Públicas Municipal, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Parágrafo 3º - O orçamento anual compreenderá: I – o orçamento fiscal da Administração direta municipal, incluindo os seus fundos especiais; II – os orçamentos das entidades de Administração indireta, inclusive das fundações instituídas pelo Poder Público Municipal; III – o orçamento de investimentos das empresas em que o Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; IV – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculada, da Administração direta ou indireta, inclusive das fundações, instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. Artigo 109 – Os planos e Programas Municipais de execução plurianual ou anual serão elaborados em consonância com o plano plurianual e com as diretrizes orçamentárias, respectivamente, e apreciados pela Câmara Municipal. Artigo 110 – Os orçamentos previstos no § 3º do artigo 108, serão compatibilizados com o plano plurianual e as diretrizes orçamentárias, evidenciando os programas e políticas do Governo Municipal.

SEÇÃO II DAS VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Artigo 111 – São vedados: I – a inclusão de dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa, excluindo-se as autorizações para abertura de créditos adicionais suplementares e contratações de operações de crédito de qualquer natureza e objetivo; II – o início de programas ou projetos na incluídos no orçamento anual; III – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários originais ou adicionais; IV – a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, aprovados pela Câmara Municipal por maioria absoluta; V – a vinculação da receita de Impostos a órgãos ou fundos especiais, ressalvada a que se destine à prestação de garantia às operações de crédito, por antecipação de receita; VI – a abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais, sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes:

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VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados; VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social, para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos especiais; IX – a instituição de fundos especiais de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. Parágrafo 1º - Os créditos adicionais especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. Parágrafo 2º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender as despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública.

SEÇÃO III DAS EMENDAS AOS PROJETOS ORÇAMENTÁRIOS

Artigo 112 – Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e aos créditos adicionais suplementares e especiais serão apreciados pela Câmara Municipal, na forma do Regimento Interno. Parágrafo 1º - Caberá à comissão da Câmara Municipal: I – examinar e emitir parecer sobre os projetos de plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual e sobre as contas do Município apresentadas anualmente pelo Prefeito; II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas municipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes, ou não, da execução do orçamento, sem prejuízo das demais comissões criadas pela Câmara Municipal; Parágrafo 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão de Orçamento e Finanças, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma do Regimento Interno, pelo Plenário da Câmara Municipal. Parágrafo 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que modifiquem somente poderão ser aprovadas caso: I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas ou os provenientes de anulação de despesas, excluídas as que indicam sobre:

a) dotação para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias para autarquias e fundações instituídas e

mantidas pelo Poder Público Municipal; III – sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

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Parágrafo 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

Parágrafo 5º - O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação na comissão de orçamento e finanças, da parte cuja alteração é proposta.

Parágrafo 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito Municipal nos termos de lei municipal, enquanto no viger a lei complementar de que trata o § 9º do artigo 165 da Constituição Federal.

Parágrafo 7º - Aplicam-se aos projetos referidos, neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

Parágrafo 8º - Os recursos, que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais com prévia e específica autorização legislativa.

SEÇÃO IV DAS CONTAS MUNICIPAIS

Artigo 113 – Até sessenta dias após o inicio da sessão legislativa de cada ano, o Prefeito Municipal encaminhará, ao Tribunal de Contas do Estado ou Órgão equivalente, as contas do Município, que se compõem de: I – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras da Administração direta e indireta, inclusive dos fundos especiais e das fundações, instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras consolidadas dos órgãos de Administração direta com as dos fundos especiais, das fundações e das autarquias, instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal; III – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras consolidadas das empresas municipais; IV – notas explicativas das demonstrações de que trata este artigo; V – relatório circunstanciado da gestação dos recursos públicos municipais, no exercício demonstrado.

SEÇÃO V DO CONTROLE INTERNO INTEGRADO

Artigo 114 – Os poderes Executivo e Legislativo, manterão, de forma integrada, um sistema de controle interno, apoiado nas informações contábeis, com objetivo de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual e a execução dos programas do Governo Municipal; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto a eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nas entidades da Administração Municipal, bem como, da aplicação de recursos públicos municipais por entidades de direito privado;

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III – exercer o controle dos empréstimos e dos financiamentos, avais e garantias, bem como, dos direitos e haveres do Município.

CAPÍTULO IV DA ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

Artigo 115 – Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços. Artigo 116 – Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, com a identificação respectiva, numerando-se os móveis, seguindo o que for estabelecido em regulamento, os quais ficarão sob a responsabilidade do Chefe da Secretaria ou Diretoria a que forem distribuídos. Artigo 117 – Os bens patrimoniais do Município deverão ser classificados: I – pela sua natureza; II – em relação a cada serviço. Parágrafo Único – Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escrituração patrimonial com os bens existentes, e, na Prestação de Contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens municipais. Artigo 118 – A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência pública, dispensada esta nos casos de doação e permuta; II – quando móveis, dependerá apenas de concorrência pública, dispensada esta, nos casos de doação de interesse público relevante, justificado pelo Executivo. Artigo 119 – O Município, preferentemente à venda ou doação de seus bens imóveis, outorgará concessão de direitos real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública. Parágrafo 1º - A concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando o uso se destinar a concessionária de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver relevante interesse público, devidamente justificado. Parágrafo 2º - A venda, aos proprietários de imóveis lindeiros, de áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificações, resultantes de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autorização legislativa, dispensada a licitação. As áreas resultantes de modificações de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, que sejam aproveitáveis ou não. Artigo 120 – A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa. Artigo 121 – É proibida a doação, venda e concessão de uso de qualquer fração dos parques, praças, jardins, ou largos públicos, salvo a permissão a título precário, de pequenos espaços destinados à venda de jornais e revistas. Artigo 122 – O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá ser feito mediante concessão ou permissão, à título precário e, por tempo determinado, conforme o interesse público exigir.

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Parágrafo 1º - A concessão administrativa de bens públicos, de uso comum, somente poderá ser outorgada para finalidade escolares de assistência social ou turística, mediante autorização legislativa. Parágrafo 2º - A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita a título precário, por ato unilateral do Prefeito, através de decreto. Artigo 123 – Poderão ser cedidos a particulares, para serviços transitórios, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que não haja prejuízo para os trabalhos do Município e o interessado recolha previamente o valor do preço cobrado.

TÍTULO VI DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

CAPÍTULO I

DA ORDEM ECONÔMICA

SEÇÃO I DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA

ATIVIDADE ECONÔMICA Artigo 124 – A ordem econômica, na circunscrição territorial do Município, dentro de sua competência constitucional, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I – autonomia municipal; II – propriedade privada; III – função social da propriedade; IV – livre concorrência; V – defesa do consumidor; VI – defesa do meio-ambiente; VII – redução das desigualdades religiosas sociais; VIII – busca do pleno emprego; IX – participação comunitária no planejamento e controle da execução de programas que lhe forem pertinentes; X – tratamento favorecido para as cooperativas e empresas de pequeno porte e microempresa, instaladas no Município. Parágrafo 1º - É assegurado, a todos, o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização dos órgãos públicos municipais, salvo nos casos previstos em lei e especialmente quanto a atividade poluidoras. Parágrafo 2º - Na aquisição e na contratação de bens e serviços, o Poder Público Municipal dará tratamento preferencial, na forma da lei, a empresas brasileiras, instaladas no Município, observado em cada caso: I – emprego de mão-de-obra local; II – recolhimento de impostos da competência do Município; III – emprego de bens e produtos de origem municipal.

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Parágrafo 3º - A exploração direta da atividade econômica, pelo Município, só será permitida em caso de relevante interesse coletivo, na forma da lei complementar, que dentre outras, especificará as seguintes exigências para as empresas públicas ou entidades que criar ou manter: I – regime jurídico das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias; II – proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado; III – adequação da atividade ao plano plurianual e às diretrizes orçamentárias; IV – orçamento anual aprovado pelo Prefeito; Artigo 125 – A prestação de serviços públicos pelo Município, diretamente ou sob regime de concessão, será regulada em lei complementar eu assegurará: I – exigência de licitação em todos os casos; II – definição com caráter especial dos contratos de concessão ou permissão, casos de prorrogação0, condições de caducidade, forma de fiscalização e rescisão; III – direitos do usuário; IV – política tarifária; V – obrigação de manter serviço adequado e preço justo. Artigo 126 – O Município criará Conselho de Desenvolvimento Econômico, como órgão consultivo, que assessorará a administração pública municipal quanto a sugestões para implantação de unidades industriais, comerciais e outras que beneficiem o crescimento econômico diversificado no Município. Parágrafo Único – O Município manterá, para apoio ao Conselho de Desenvolvimento Econômico, corpo técnico, com atribuições definidas em lei. Artigo 127 – O Município criará mecanismo de assistência e incentivo ao desenvolvimento industrial e comercial, definidos em lei.

SEÇÃO II DA POLÍTICA URBANA

Artigo 128 – A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, suas regiões, bairros e vilas e dos aglomerados urbanos, garantindo-lhes o bem estar. Parágrafo 1º - O Plano Diretor, lei básica do Município, definirá a política de desenvolvimento urbano do Município, que determinará a utilização do solo urbano e rural e a sua função social. Parágrafo 2º - É facultado ao Município, mediante lei específica, para área incluída no Plano Diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento sob pena, sucessivamente, de: I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.

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Artigo 129 – Para cumprir a função social, o Plano Diretor estabelecerá, entre outras: Parágrafo 1º - Delimitação e discriminação de área específica, no Município, para: I – fins residenciais; II – fins comerciais; III – fins industriais; IV – preservação do meio-ambiente; V – esporte e lazer; VI – zona rural. Parágrafo 2º - Qualquer iniciativa para mudança de uso do solo urbano ou de sua função dependerá de aprovação pela Câmara Municipal. Parágrafo 3º - Definição de áreas destinadas à expansão urbana, áreas e imóveis de interesse cultural histórico, artístico, paisagístico e arqueológico. Artigo 130 – O Plano Diretor estabelecerá áreas destinadas à construção de moradias populares e definirá as áreas para produção de hortifrutigranjeiros. Artigo 131 – O Plano Diretor estabelecerá normas proibitivas de novas construções em áreas de saturação urbana, risco sanitário e/ou ambiental, áreas históricas e reservas para fins especiais.

CAPÍTULO II DA ORDEM SOCIAL

Artigo 132 – A ordem social tem como base o primado do trabalho, e, como objetivo o bem estar e a justiça social.

SEÇÃO I DA SAÚDE

Artigo 133 – A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, assegurada mediante políticas econômicas, sociais, ambientais e por outros meios que visem a prevenção e redução do risco de doenças e de outros agravos, e, ao acesso universal e igualitário a ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Parágrafo Único – O direito à saúde implica na garantia de: I – condições dignas de trabalho, moradia, alimentação, educação, transporte, lazer e saneamento básico; II – acesso a informações de interesse para a saúde, obrigando-se o Poder Público a manter a população informada sobre os riscos e danos à saúde e sobre as medidas de prevenção e controle; III – dignidade, gratuidade e boa qualidade no atendimento e no tratamento de saúde; IV – participação da sociedade, por intermédio de conselho municipal de saúde, criado por lei, na elaboração de políticas, na definição de estratégias de implementação e no controle das atividades com impacto sobre a saúde; V – serviços de assistência à maternidade e à infância;

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VI – funcionamento interrupto dos postos e unidades de saúde, com quadro profissional, instalação física e material suficiente e adequado; VII – respeito ao meio ambiente e controle de poluição ambiental. Artigo 134 – O Município elaborará programa de saúde, que além de outras, conterá as seguintes ações: I – controle e fiscalização de procedimento, produtos e substâncias de interesse para a saúde; II – vigilância sanitária e epidemiológica, bem como a saúde do trabalhador; III – ordenação para que se formem recursos humanos na área de saúde; IV – formulação da política e da execução do saneamento básico; V – fiscalização e inspeção de alimentação, compreendida o controle de seu teor nutricional, bem como de bebida e de água para consumo humano; VI – controle e fiscalização, no âmbito do Município, da produção, transporte, guarda, e utilização de substancias e produtos psicopáticos, tóxicos e radioativos; VII – colaboração na proteção ao meio ambiente, nele compreendido e do trabalho; VIII – incrementação, de sua área de atuação, do desenvolvimento, científico e tecnológico. IX – auxílio na fiscalização e controle de locais de trabalho que ofereçam risco de saúde ao trabalhador. Artigo 135 – A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Parágrafo Único – É vedada a destinação de recursos públicos para auxilio ou subvenção a instituições privadas, com fins lucrativos. Artigo 136 – O Sistema Único de Saúde, ao âmbito do município será financiado com recursos do orçamento municipal e dos orçamentos da seguridade social da União e do Estado, além de outras fontes. Parágrafo Único – Os recursos para o programa municipal de saúde e saneamento básico não serão inferiores aos destinados a outros investimentos, ressalvados os de aplicação definida nas Constituições da República e do Estado.

SEÇÃO II DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Artigo 137 – A assistência social será prestada pelo Município a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, sem prejuízo da assegurada no artigo 203 da Constituição da República, e tem por objetivos prioritários: I – proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – amparo às crianças e adolescentes carentes; III – amparo aos desassistidos de qualquer renda ou benefício previdenciário; IV – proteção à maternidade desamparada; V – promoção de integração no mercado de trabalho aos portadores de deficiência. Artigo 138 – As ações do Município, na área de assistência social, serão implementadas com recursos do Orçamento Anual e de outras fontes.

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Parágrafo Único – Na formulação e desenvolvimento dos programas de assistência social, o Município buscará participação das associações representativas da comunidade.

SEÇÃO III DA EDUCAÇÃO

Artigo 139 – A educação, direito de todos, dever do Poder Público e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Artigo 140 – O Município manterá seu sistema de ensino em colaboração com a União e o Estado, atuando, prioritariamente, no ensino fundamental e pré-escolar. Artigo 141 – O dever do Município com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria; II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III – atendimento educacional, especializado, aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, sem limite de idade; IV – atendimento, em creche e pré-escolar, às crianças de zero a seis anos de idade, em horário integral, com garantia de acesso ao ensino de primeiro grau; V – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VI – atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático escolar, transporte gratuito, alimentação e assistência à saúde; VII – amparo ao menor carente ou infrator e sua formação em escola profissional; VIII – supervisão e orientação educacional, em todos os níveis e modalidades de ensino, nas escolas municipais, exercidas por profissional habilitado. Parágrafo 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito, no Município, é direito público subjetivo. Parágrafo 2º - O não oferecimento do ensino obrigatório, pelo Poder Municipal, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. Parágrafo 3º - Compete ao Poder Público Municipal recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. Artigo 142 – Para o atendimento pedagógico às crianças de zero a seis anos de idade, o Município deverá criar e implantar as creches, com a sua orientação, supervisão e fiscalização. Artigo 143 – Na promoção da educação pré-escolar e do ensino de primeiro e segundo graus, o Município observará os seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

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III – conhecimento e progresso científico, assegurando uma educação pluralista de idéias e concepções filosóficas, políticas, estéticas, religiosas e pedagógicas, que conduzam o educando à formação de uma postura ética, social e crítica, própria; IV – valorização dos profissionais do ensino, com a garantia de plano de carreira, piso de vencimentos profissional, pagamento por habitação e ingresso por concurso público, de prova e títulos, sob o regime jurídico único dos servidores municipais; V – garantia de princípio do mérito, objetivamente apurado na carreira do magistério; VI – garantia do padrão de qualidade do ensino mediante:

a) reciclagem periódica dos profissionais da educação; b) avaliação periódica, por órgão próprio do sistema educacional, do

corpo docente, dos alunos e seus responsáveis; c) funcionamento da biblioteca, laboratórios e equipamentos

pedagógicos e rede física adequada. VII – gestão democrática do ensino público, mediante, entre outras medidas,

a instituição de: a) assembléia escolar, enquanto instância máxima de deliberação de escola

municipal, composta por servidores nela lotados, por alunos e seus pais e membros da comunidade;

c) direção colegista de escola municipal. Parágrafo Único – o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina

dos horários normais das escolas públicas municipais e ensino fundamental. Artigo 144 – O Município aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e cinco por

cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida e proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Parágrafo Único – Excluem-se do percentual previsto no “caput” do artigo, as verbas destinadas a atividades esportivas, culturais e recreativas, bem como, aos programas suplementares de alimentação e saúde.

Artigo 145 – O Município assegurará, a cada unidade do sistema municipal de ensino, dotação de recursos, excluída a de pessoal, para fins de conservação, manutenção e aquisição de equipamentos e materiais pedagógicos.

SEÇÃO IV DA CULTURA

Artigo 146 – Compete ao Município promover o desenvolvimento cultural da comunidade local, mediante: I – oferecimento de estímulos concretos ao cultivo das ciências, artes e letras; II – preservação e proteção dos locais, objetos e edificações de interesse histórico e artístico; III – incentivo a promoção e divulgação da história, dos valores humanos e das tradições locais; IV – criação e manutenção de bibliotecas públicas descentralizadas;

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V – promoção, por meio de incentivos especiais, de atividades e estudos de interesse local, de natureza científica ou sócio-econômica. Artigo 147 – O Município, com a colaboração da comunidade, protegerá o patrimônio cultural por meio de inventários, registros, fiscalização, tombamento, desapropriação e outras formas de preservação, além da repressão aos danos e ameaças a esse patrimônio. Artigo 148 – Ficam isentos do pagamento do imposto predial e territorial urbano, os imóveis tombados pelo Município, em razão de suas características históricas, artísticas, culturais e paisagísticas. Artigo 149 – Consideram-se, entre outras, manifestações culturais, no Município: o carnaval de rua, o congado, as bandas de música e a festa do padroeiro. Parágrafo Único – O Poder Executivo poderá celebrar convênios, atendidas as exigências desta Lei Orgânica, com órgãos e entidades da sociedade civil, para viabilizar o disposto no artigo.

SEÇÃO V DO DESPORTO E DO LAZER

Artigo 150 – O Município fomentará as práticas desportivas, especialmente nas escolas a ele pertencentes. Artigo 151 – O Município incentivará o lazer como forma de promoção social e proporcionará meios de recreação sadia e consultiva à comunidade, mediante: I – reserva de espaços verdes ou livres, em forma de parques, bosques, jardins e praças, como base física da recreação urbana; II – construção e equipamentos de parques infantis, centros de juventude e convivência cultural; III – aproveitamento e adaptação de vales, colinas, montanhas, matas e outros recursos naturais, como locais de passeio e fontes de lazer. Artigo 152 – É vedado ao Município a subvenção de entidades desportivas profissionais.

SEÇÃO VI DO MEIO AMBIENTE

Artigo 153 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, e, ao Município e à coletividade é imposto o dever de defendê-lo, para as gerações presentes e futuras. Parágrafo 1º - Para assegurar a efetividade do direito a que se refere este artigo, cabe ao Poder Público Municipal, entre outras atribuições: I – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino municipal e disseminar as informações necessárias à conscientização pública para a preservação do meio ambiente; II – assegurar o livre acesso às informações ambientais básicas e divulgar, sistematicamente, os níveis de poluição e de qualidade do meio ambiente no Município;

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III – prevenir e controlar a poluição, a erosão, o assoreamento e outras formas de degradação ambiental; IV – proteger a fauna e a flora, a fim de assegurar a diversidade das espécies e dos ecossistemas e a preservação do patrimônio genético, vedadas, na forma da lei, as práticas que provoquem a extinção das espécies ou submetem os animais a crueldade; V – estimular e promover o reflorestamento com espécies nativas, objetivando especialmente a proteção de encostas e dos recursos hídricos; VI – promover ampla arborização dos logradouros públicos de área urbana, bem como a reposição dos espécimes em processo de deterioração ou morte; VII – garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer condição nociva a sua saúde física e mental; VIII – sujeitar à prévia anuência do órgão municipal de controle e política ambiental, o licenciamento para início, ampliação ou desenvolvimento de atividade de construção ou reforma de instalações, capazes de causar degradação do meio ambiente, sem prejuízo de outras exigências legais; IX – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais; Parágrafo 2º - O licenciamento de que trata o inciso VIII do parágrafo anterior dependerá, no caso de atividade ou obra potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, de prévio relatório de impacto ambiental, seguido de audiência pública para informação e discussão sobre o projeto. Parágrafo 3º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica indicada pelo órgão municipal de controle e política ambiental. Parágrafo 4º - A conduta e a atividade consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão o infrator, pessoa física ou jurídica, as sanções administrativas, sem prejuízo das obrigações de reparar o dano e das cominações penais cabíveis. Artigo 154 – São vedados no território municipal: I – concessão de recursos públicos ou incentivos fiscais a atividades que desrespeitem as normas e padrões de proteção ao meio ambiente; II – armazenamento e eliminação inadequada de resíduos tóxicos; III – caça profissional, amadora e esportiva; IV – uso do fumo em ambientes públicos fechados, notadamente em estabelecimentos de ensino municipal; Artigo 155 – É obrigatória a reposição florestal, às empresas consumidoras ou produtoras de carvão vegetal, no território do Município. Artigo 156 – O Poder Público Municipal manterá obrigatoriamente o Conselho Municipal de Meio-Ambiente, órgão colegiado autônomo e deliberativo composto, paritariamente, por representantes do Poder Público e entidades ambientais, representantes da Sociedade Civil, que terão atribuições definidas em lei. Artigo 157 – O Poder Público Municipal garantirá espaço, sob as formas, de divulgação informativa do Município, para assuntos relativos ao meio ambiente.

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SEÇÃO VII DO TRANSPORTE PÚBLICO

Artigo 158 – Incumbe ao Poder Público Municipal, às entidades da Administração direta e ao particular delegado, assegurar, na prestação de serviços públicos a efetividade: I – dos requisitos, dentre outros, de eficiência, segurança e continuidade dos serviços de transporte, do preço ou tarifa justa e compensada; II – dos direitos do usuário; Parágrafo Único – A lei disporá sobre: I – regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços público, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação e as condições de exclusividade dos serviços, caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou da permissão: II – política tarifária; III – obrigação de o concessionário e o permissionário manterem o serviço adequado. Artigo 159 – Lei Municipal disporá sobre a organização, funcionamento e fiscalização dos serviços de transporte coletivo e de táxi, devendo ser fixadas diretrizes de caracterização precisa e proteção eficaz do interesse público e dos direitos dos usuários. Artigo 160 – O planejamento dos serviços de transporte coletivo deve ser feito com observância dos seguintes princípios: I – compatibilização entre transporte e uso do solo; II – integração física, operacional e tarifária entre as diversas modalidades de transportes; III – racionalização dos serviços; IV – análise de alternativa mais eficiente ao sistema. Artigo 161 – As tarifas de serviços de transporte coletivo e de táxi, no âmbito municipal, serão fixadas pelo Poder Público. Parágrafo 1º - O Poder Executivo deverá proceder ao cálculo da remuneração do serviço de transporte de passageiros à empresa operadora, com base em planilha de custos, contendo metodologia de cálculo, parâmetros e coeficientes técnicos, em função das peculiaridades do sistema de transporte urbano municipal. Parágrafo 2º - fixar tabela ou outro instrumento, com o fim de uniformizar as tarifas de táxi. Artigo 162 – É dever do Poder Público Municipal estabelecer a circulação viária de todos os tipos de veículos ns vias urbanas e estradas municipais, sinalizando-as, de modo a garantir segurança, qualidade de vida e proteção do patrimônio em geral. Parágrafo Único – As vias integrantes dos itinerários das linhas de transporte coletivo de passageiros terão prioridade para pavimentação e conservação.

SEÇÃO VIII DA POLÍTICA RURAL

Artigo 163 – A política rural, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das

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funções sociais do Setor Rural, garantir o abastecimento alimentar e o bem-estar da população. Parágrafo Único – A política rural será planejada e executada com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como, os setores de comercialização de armazenagem, do cooperativismo e de assistência técnica e expansão rural. Artigo 164 – O serviço de assistência técnica e extensão rural, mantido coparticipativamente pelo Município, incluirá na sua programação educativa, ensinamentos e informações sobre conservação do solo e da água, uso adequado dos agrotóxicos nas atividades agropecuárias, especialmente quanto à escolha dos produtos, preparo e diluição, aplicação, destino de resíduos e embalagens e período de carência, visando a proteção dos recursos naturais e do meio ambiente, a segurança dos trabalhadores rurais e a qualidade dos produtos agrícolas, destinados à alimentação. Artigo 165 – É de competência administrativa do Município, da União e do Estado, observada a Lei Complementar Federal, o exercício das seguintes medidas: I – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; II – preservar os recursos naturais:

a) solo; b) água; c) flora; d) fauna.

Parágrafo Único – Nas atribuições de competência administrativa comum, o Município buscará a assistência técnica e financeira da União e do Estado, inclusive através de órgãos da Administração indireta, para organizar e manter coparticipativamente serviços e programas que visem o seu fortalecimento econômico e social, o aumento de sua competência e controle, no esforço de desenvolvimento, e a proteção de sua autonomia.

Artigo 166 – O Município terá um plano de desenvolvimento rural integrado, visando o aumento da produção e da produtividade, a garantia do abastecimento alimentar, a geração de empregos e a melhoria das condições de vida e bem-estar da população rural.

SEÇÃO IX

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA E DO IDOSO

Artigo 167 – A família receberá proteção do Município, nos limites de sua

competência e em colaboração com a União e o Estado, com o objetivo de assegurar: I – livre exercício do planejamento familiar; II – orientação psicossocial às famílias de baixa renda; III – prevenção da violência no âmbito das relações familiares; IV – acolhimento, preferentemente, em casa especializada, de mulher,

criança, adolescente e idoso, vítimas de violência no âmbito da família e fora dele. Parágrafo Único – O Município quanto aos incisos III e IV do artigo, proverá a

criação e manutenção de entidade de atendimento para assistência, apoio e orientação jurídica à mulher, à criança, ao adolescente e ao idoso, na defesa de seus direitos.

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Artigo 168 – É dever da família, da sociedade e do Poder Público assegurar à criança e ao adolescente, com prioridade, o direito à vida, saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Parágrafo Único – Será punido na forma da lei qualquer atentado ao Poder Público, por ação ou omissão, aos direitos fundamentais da criança e do adolescente.

Artigo 169 – O Município assegurará condições de prevenção das deficiências físicas, sensorial e mental, com prioridade para a assistência pré-natal e à infância de integração social ao portador de deficiência, em especial do adolescente, e de facilitação de acesso a bens e serviços coletivos, com eliminação de preconceitos e remoção de obstáculos arquitetônicos.

Parágrafo 1º - Para assegurar a implementação das medidas indicadas neste artigo, incumbe ao Poder Público:

I – celebrar convênios com entidades profissionalizantes sem fins lucrativos, com vista à formação profissional e à preparação para o trabalho;

II – estimular a empresa, mediante colocação de mecanismos, inclusive incentivos fiscais, absorver a mão-de-obra de portador de deficiência.

Parágrafo 2º - Ao servidor público que passe à condição de deficiente no exercício de cargo ou função pública, o Município assegurará assistência médica e hospitalar, medicamentos, aparelhos e equipamentos necessários ao tratamento e adaptação às novas condições de vida.

ATOS DA DISPOSIÇÕES ORGAN IZACIONAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter secular e serão administrados pela autoridade municipal, sendo permitido, a todas as confissões religiosas, praticar neles, seus ritos. Parágrafo Único – As associações Religiosas e os particulares poderão, na forma da lei, manter Cemitérios próprios, fiscalizados, porém, pelo Município. Artigo 2º - Os Conselhos criados ou previstos nesta Lei Orgânica, inclusive os populares, serão regulamentados em até cento e oitenta dias, contados da sua promulgação. Artigo 3º - Os veículos licenciados pelo Município para transporte de passageiros, inclusive os táxis, e que, na data da promulgação desta Lei Orgânica não estejam em serviço, na sua finalidade específica, terão suas licenças canceladas pelo Poder Executivo. Artigo 4º - As estradas do Município terão o seguinte espaçamento: I – vicinais: seis metros de leito e dois metros de cada lado para as devidas divisórias; II – secundárias: quatro metros de leito e um metro de cada lado para as devidas divisórias.

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Artigo 5º - O transporte de trabalhadores, por qualquer meio e no território do Município, além de outros requisitos, observará o da segurança. Parágrafo Único – Cabe ao Poder Executivo, além da fiscalização, a instituição de normas que disciplinarem o transporte coletivo previsto no “caput” deste artigo, com especial atenção à segurança do trabalhador. Artigo 6º - O Poder Executivo submeterá a Câmara Municipal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, o Plano de Carreira dos servidores públicos municipais, a partir da promulgação desta Lei Orgânica. Artigo 7º - O mandato da atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Domingos do Prata observará o disposto no Regimento Interno. Artigo 8º - A Câmara Municipal, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, promoverá a revisão e adaptação de seu Regimento Interno, às normas vigentes. Artigo 9º - Os recursos, correspondentes às dotações orçamentárias, destinadas à Câmara Municipal, inclusive os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês, na forma que dispuser a lei complementar a que se refere o artigo 165 § 9º da Constituição Federal. Artigo 10 – O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal no prazo de até doze meses, da promulgação desta Lei Orgânica, projeto de leis complementares visando adequar aos princípios desta, o Código Tributário, o Código de Obras e Edificações, o Código de Posturas e a matéria sujeita à codificação. Parágrafo Único – Terá o Executivo prazo máximo de noventa dias, para a elaboração dos regulamentos indispensáveis é eficácia das medidas de que trata esta Lei. Artigo 11 – O Conselho Municipal, previsto no artigo 126 desta Lei Orgânica, será criado no prazo de seis meses, contados da promulgação da mesma. Artigo 12 – Nos dez primeiros anos da promulgação da Lei Orgânica, o Poder Público desenvolverá esforços, com a mobilização de todos os setores organizados da sociedade, e com a aplicação de, pelo menos cinqüenta por cento dos recursos a que se refere o artigo 144 desta Lei Orgânica, para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental. Artigo 13 – O Plano Diretor, com horizonte previsto de dez anos, deverá ser elaborado com base em diagnóstico da situação atual do Município, no prazo de dezoito meses, a contar da promulgação desta Lei Orgânica. Parágrafo Único – O horizonte de revisão do Plano Diretor será, de no mínimo três anos e, no máximo, de cinco anos. Artigo 14 – O Prefeito Municipal, noventa dias após a promulgação desta lei, deverá concluir levantamento completo sobre todas as dívidas contraídas pelo Município, seu montante, data de transação, sua origem e aplicação dos recursos. Parágrafo Único – Concluindo o levantamento, este será enviado à Câmara Municipal e afixado em quadro próprio para conhecimento público. Artigo 15 – Ficam revogados todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo, competência assinalada pela Constituição, ao Poder Legislativo. Artigo 16 – A Prefeitura Municipal se obriga, no prazo de doze meses, a concluir o primeiro cadastro geral estabelecido no artigo 116 desta Lei.

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Artigo 17 – Serão publicadas cópias, do texto da Lei Orgânica, em condições populares, que serão colocadas, gratuitamente, à disposição das escolas, dos cartórios, dos sindicatos, das igrejas e de todas as entidades e autoridades representativas da comunidade. Artigo 18 – O Prefeito Municipal e os membros da Câmara Municipal prestarão o compromisso de manter, defender e cumprir esta Lei Orgânica, no ato e na data de sua promulgação. SÃO DOMINGOS DO PRATA, 04 DE AGOSTO DE 1990. 1990 – ANO DO CENTENÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO PRATA

MESA DA CÂMARA Presidente: LÍGIA LIMA DRUMOND GUERRA Vice-Presidente: VICENTE CAETANO FILHO 1º Secretário: JUDITH DA CONSOLAÇÃO AZEVEDO BARCELOS 2º Secretário: ILO JOSÉ LANA MORAIS Relator: Dr. LAÉRCIO ÁLVARES MACIEL Vereadores:

ADELMO PADILHA DE MIRANDA ANA LÚCIA ARTHUSO VASCONCELOS JOÃO BATISTA MORAIS JOSÉ EUSTÁQUIO CARNEIRO JOSÉ MARTINS CORREIA JOSÉ ONOFRE MARIA RAIMUNDA ARAÚJO PENA VICENTE VIEIRA DA SILVA Assessoria Jurídica: Dr. Adilson Prates dos Reis Assessoria Técnica: Antônio Geraldo Nardy Secretárias: Maria Aparecida Rolla Nardi Domingues Elizabeth Ferreira Gomes Correção Texto: Maria do Carmo Perdigão Mendes

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EMENDAS À LEI ORGÂNICA MUNICIPAL EMENDA Nº 001, À LEI ORGÂNICA DE SÃO DOMINGOS DO PRATA DE 02 DE ABRIL DE 2004. Altera os §§ 1º e 2º do art. 13, o art. 19, o inciso IV do artigo 62, o art. 87 e o Parágrafo Único, do art. 136, e incluo o art. 19-A na Lei Orgânica de São Domingos do Prata. A Mesa da Câmara Municipal de São Domingos do Prata, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ela promulga a seguinte emenda à Lei Orgânica. Art. 1º Os §§ 1º e 2º, do art. 13 passam a vigorar com a seguinte redação: “§ 1º A eleição dos vereadores se dá mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o país, para mandato de quatro anos. § 2º É de treze o número de Vereadores à Câmara Municipal de São Domingos do Prata.” Art. 2º O art. 19 passa a vigorar com a seguinte redação: “ Art. 19 O Subsídio dos agentes políticos do Município será fixado no segundo semestre do último ano da legislatura, até 30 de setembro, para vigorar na subseqüente, observados os arts. 37, XI, 39 § 4º, 150, II, 153, III e § 2º, I, da Constituição Federal. § 1º Observar-se-ão, ainda, quanto aos Vereadores, o disposto no art. 29, VI e VII; quanto ao Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários Municipais, os arts. 29, V, 37, X, todos da Constituição, além das disposições contidas na Lei Orgânica. § 2º Os subsídios de que trata esta Emenda serão fixados por Lei de iniciativa do Poder Legislativo Municipal. § 3º Para os fins e efeitos desta Emenda, subsídio é o valor fixado em parcela única e mensal, como forma de retribuição ao efetivo exercício de cargo ou função de que o agente político do Município seja titular.

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§ 4º O Vereador que esteja no efetivo exercício do cargo de Presidente da Câmara Municipal receberá, exclusivamente, o subsídio relativo a este Cargo. § 5º Observado o que dispõe o § 3º deste artigo, é vedado incluir ao subsídio de qualquer agente político, abrangido por esta Emenda, qualquer espécie de parcela remuneratória, inclusive gratificação, abono, prêmio, adicional, ajuda de custo e verba de representação. § 6º O subsídio do Vereador corresponderá à retribuição financeira pela efetiva presença às reuniões ordinárias, regimentalmente previstas, e às extraordinárias, regularmente convocadas, no período de recesso parlamentar, podendo as últimas ser indenizadas à razão de um quarto das ordinárias, até o máximo do subsídio mensal. § 7º Será deduzido do subsídio mensal do Vereador o correspondente às reuniões a que houver faltado, sem motivo justo, proporcionalmente, conforme dispuser o regimento interno da Câmara Municipal. § 8º Observados os critérios constantes de Lei, os agentes políticos farão jus, exclusivamente, segundo o caso, à percepção de diárias, destinado à cobertura de despesas com transporte, alimentação e estadia, a título de ressarcimento, nos casos de deslocamento do Município e a serviço deste, ou para participação de evento relacionado ao aperfeiçoamento do agente político, nesta condição. § 9º De acordo com a Lei, assegura-se aos agentes políticos o direito de perceberem o décimo terceiro subsídio, por ocasião do pagamento do décimo terceiro salário dos servidores públicos municipais. § 10 – A correção dos subsídios dos agentes políticos de que trata este artigo observará o disposto no art. 37, X, parte final, da Constituição Federal. § 11 – A fixação do subsídio dos agentes políticos fora do prazo estabelecido no caput deste artigo será nula de pleno direito; neste caso e no caso de a Câmara Municipal não deliberar sobre o assunto, aplicar-se-á a regra contida no Parágrafo único, do art. 179, da Constituição do Estado de Minas Gerais“. Art. 3º A Lei Orgânica passa a vigorar acrescida do seguinte art. 19-A: “Art. 19-A Relativamente à despesa com os Vereadores e servidores do Poder Legislativo Municipal, observar-se-ão os seguintes limites”. I – o total da despesa com o Poder Legislativo Municipal não ultrapassará o percentual da receita efetivamente arrecadada no exercício anterior, correspondente à faixa de população em que se situe o Município de São Domingos do Prata, nos termos do art. 29-A da Constituição Federal;

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II – o subsídio dos Vereadores tem como limite o percentual do subsídio do Deputado Estadual, previsto no art. 29, VI, da Constituição Federal, para a faixa de população em que se situe o Município de São Domingos do Prata; III – o total da despesa com o subsídio dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município, nos termos do art. 29, VII, da Constituição Federal; IV – o total da despesa com o pessoal da Câmara Municipal, observado o disposto no § 2º deste artigo, não poderá ultrapassar o montante de seis por cento da receita corrente líquida do Município, enquanto que a folha de pagamento, incluindo o gasto com o subsídio dos vereadores, não ultrapassará de setenta por cento da receita da Câmara. § 1º A receita a que se refere o inciso I deste artigo corresponderá à soma da receita tributária arrecadada pelo Município e das receitas a ele transferidas, previstas nos arts. 153, § 5º, 158 e 159, da Constituição Federal. § 2º A despesa com o pessoal de que trata o inciso IV deste artigo inclui todo o dispêndio financeiro da Câmara Municipal com seus servidores, relativamente a vencimento, vantagem fixa ou variável, adicional, incluído o de férias, férias-prêmio, gratificação, hora-extra, encargos sociais, contribuições previdenciárias, pensões e contratos de terceirização, bem como os subsídios dos Vereadores e o Presidente da Câmara. § 3º A verificação dos limites previstos nos incisos deste artigo obedecerá a procedimentos específicos de controle implantados pela Mesa da Câmara, sob pena de responsabilidade, com as medidas de correção ou compensação que se impuserem, de modo que tais limites estejam integralmente cumpridos no encerramento do exercício. § 4º O controle a que se refere o § 3º será feito mês a mês, adotando-se como valor de referência mensal o correspondente a um doze avos da receita efetivamente arrecadada no exercício anterior, nos termos do caput do art. 29-A, da Constituição Federal. § 5º A Mesa da Câmara Municipal fará publicar, até o décimo dia do mês subseqüente, o demonstrativo da despesa total do Poder Legislativo, com o desdobramento constante dos incisos deste artigo. § 6º Obriga-se o Prefeito Municipal repassar ao Poder Legislativo, sob a cominação prevista no art. 29-A, da Constituição Federal, até o dia 20 de cada mês, o recurso financeiro na proporção fixada na Lei Orçamentária anual. § 7º Incidirá em crime de responsabilidade o Presidente da Câmara que infringir a regra do inciso IV deste artigo, nos termos do art. 29-A, § 3º, da Constituição Federal“.

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Art. 4º O inciso IV, do art. 62, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 62 .... ........... IV – enviar à Câmara Municipal o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias, até trinta de abril e, até trinta de setembro, o Orçamento Anual; .........”. Art. 5º O caput do art. 87, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 87 São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”. Art. 6º - O Parágrafo único do art. 136, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 136 ........... Parágrafo único – O Município aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde no mínimo quinze por cento dos recursos oriundos do produto de arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os art. 158 e 159, inciso I, alínea “b” e § 3º, da Constituição Federal“. Art. 7º Esta Emenda entra em vigor na data de sua publicação. Sala de Sessões da Câmara, em 02 de abril de 2004.

GERALDO DE CASTRO FRADE PRESDIENTE

DAVID GOMES FERREIRA VICE-PRESIDENTE

ANTONIO ROBERTO SILVA PRIMEIRO SECRETÁRIO

GERALDO BARROSO DA SILVA SEGUNDO SECRETÁRIO