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CÂMARA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
CPI DOS COMBUSTÍVEIS E DO GLP
“A proteção do consumidor é um desafio
da nossa era e representa, em todo
mundo, um dos temas mais atuais no
direito” Ada Pellegrini Grinover
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA.
2019
CÂMARA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
CPI DOS COMBUSTÍVEIS E DO GLP
Relatório da Comissão Parlamentar de
Inquérito criada nos termos do artigo 16,
parágrafo XVI, artigo 29 da Lei Orgânica
Municipal, e com base no artigo 75 do
Regimento Interno da Câmara Municipal -
Requerimentos nº 31/2019 e 98/2019.
Objetivo apurar as possíveis
irregularidades relacionadas ao comércio
de combustíveis (gasolina, álcool e óleo
diesel) e gás de cozinha (Gás Liquefeito de
Petróleo - GLP).
Presidente:
Coriolano Ferreira de Moraes Neto
Relator:
Sidnei Benedito de Oliveira
Secretário:
Rodrigo Oliveira da Silva Moreira
Membros:
Cícero Custódio de Almeida
Hermínio Oliveira Neto
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2019
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos proporcionar foco, força e fé para
podermos concluir esta jornada. Agradecemos também a Câmara de Vereadores da
Cidade de Vitória da Conquista, bem como todos os colaboradores que nos
assessoraram por todo esse processo, em especial à Sra. Carla Moreno - Contadora,
o Sr. Rodrigo Gigante – Advogado, Sr. Filipe Santos - A Plenna Assessoria Contábil,.
Gostaríamos de agradecer ainda aos que contribuíram com as informações para
elaboração deste relatório, tal como a Petrobas – Petróleo Brasileira S.A., SEFAZ –
Secretaria Estadual da Fazenda do Estado da Bahia, SINDICOMBUSTÍVEIS.
Lista de Abreviaturas e Siglas
ANP – Agência Nacional de Petróleo
ATP – Assimetria Transmissão de Preço
CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
CEPEA/USP – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da
Universidade de São Paulo
CIDE – Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária
CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
IBAMETRO – Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
MPF – Ministério Público Federal
PIS – Programa de Integração Social
PMPF – Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final
PROCON – Programa de Proteção e Defesa do Consumidor
SBDC - Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
SEAE – Secretaria de Acompanhamento Econômico
SEFAZ – Secretaria Estadual da Fazenda
Sumário
1. Introdução ................................................................................................5
1.1 Da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI .......................................6
1.2 Dos Limites da CPI..................................................................................6
1.3 Da Finalidade da CPI .............................................................................7
2. Mercado de Combustíveis e GLP ............................................................9
2.1 Cadeia de Comunicação .......................................................................10
2.2 Composição dos Preços ........................................................................13
2.3 Preço de Distribuição – Contrato de Bandeira ......................................18
2.4 Verticalização ........................................................................................20
2.5 Indícios de Cartel e/ou Oligopólio ..........................................................21
2.6 Análise de Cartéis .................................................................................21
2.7 Análise de Oligopólio .............................................................................22
3. Metodologia de Análise da CPI...............................................................22
4. Ofícios Encaminhados ...........................................................................23
5. Ofícios Recebidos ..................................................................................24
6. Coleta e Análise dos Dados ...................................................................24
6.1 Análise de Amostra Estadual ................................................................25
6.2 Análise de Amostra Regional ................................................................30
7. Conclusão – Relatório Final da CPI .......................................................40
Anexos ..............................................................................................................48
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1 - Introdução
A população de Vitória da Conquista em geral tem questionado os preços
praticados pelos postos de combustíveis no município, considerando alto em
comparação aos preços observados nos postos de outras cidades. Esta mesma
reclamação ocorre também com o GLP, mais conhecido como gás de cozinha.
Os itens acima mencionados são consumidos no dia a dia de todos os
brasileiros, que influência diretamente no custo de vida de cada indivíduo. É correto
dizer que essa oscilação de preço existe entre os bairros dentro do município e dos
municípios vizinhos. Contudo, no momento em que o consumidor se distancia dos
perímetros de Vitória da Conquista, encontra inúmeros postos de combustíveis e
depósitos de revenda de GLP – gás de cozinha com ofertas e preços que também
oscilam para baixo o que gera diversos questionamentos.
Buscando compreender essa dinâmica dos preços praticados no município de
Vitória da Conquista e em municípios da região Sudoeste a comissão enviou diversos
ofícios solicitando informações a diversos órgãos: Municipal, Estadual e Federal.
Foram realizadas duas coletas de preços do combustível, gasolina “C” nas
datas de 11 de junho de 2019 e 12 julho de 2019, e uma coleta com observação de
preço de GLP - gás de cozinha na data 08 de agosto de 2019, óleo Diesel e etanol
para que fosse realizado estudos das notas fiscais de compra dos combustíveis
realizada pelos postos de combustíveis junto as distribuidoras e análise do
levantamento de preços feito pela ANP.
A Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, por meio desta Comissão
Parlamentar de Inquérito – CPI, autorizada conforme os Requerimentos de números
31/2019 e 98/2019, se empenhou em colher os mais diversos dados, bem como
buscar informações das instituições que possuem vínculo com a revenda de
combustíveis e GLP - gás de cozinha.
Os membros da CPI em questão têm como principal intuito analisar os preços
praticados pelos produtores, distribuidores e revendedores de combustíveis e GLP –
gás de cozinha.
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1.1 - Da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI
A instalação da Presente CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito, ocorreu
em função de muitos questionamentos feitos pelos consumidores de combustíveis e
GLP - gás de cozinha, que traziam à Câmara Municipal reclamações acerca dos
preços no município de Vitória da Conquista, quando comparado com os preços em
outros municípios da Região Sudoeste, apontando assim preços demasiadamente
elevados. E sem que se verificassem publicações com ações das autoridades
competentes responsáveis para combater pela fiscalização.
Nesse sentido, no dia 03 de abril de 2019, com instalação em 17 de maio de
2019, foi constituída nos termos do parágrafo XVI do artigo 16 e artigo 29 da Lei
Orgânica Municipal, e na forma do artigo 75 do Regimento Interno a criação da CPI
que tem como presidente Coriolano Moraes, que nomeou Sidnei Oliveira como relator,
Rodrigo Moreira como secretário, e por fim Hermínio Oliveira e Cicero Custódio como
membros.
1.2 - Dos Limites da CPI
Importante destacar que as atribuições da Câmara Municipal conforme art.
15, I, senão vejamos:
Art. 15. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do
Prefeito, legislar sobre matérias de competência do
Município, especialmente no que se refere ao
seguinte:
I. assuntos de interesse local, inclusive
suplementação das legislações federais e estaduais,
no âmbito de sua competência;
As CPIs municipais são respaldadas pela Constituição Federal de 1988 em
seu Artigo 58, §3º, que lhe concede poderes próprios das autoridades judiciais para
investigar determinados fatos, para tanto lhe é permitido: tomar depoimentos, ouvir
suspeitos, requisitar informações, pedir perícias, exames e vistorias, senão vejamos:
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
comissões permanentes e temporárias, constituídas
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na forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que
terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Porém, uma CPI não possui todos os poderes instrutórios dos juízes, sendo
possível apenas apurar os fatos a partir dos quais fora criada, não lhe sendo possível
processar ou julgar, apenas, verificado alguma ilicitude, será encaminhada ao
Ministério Público e demais órgãos competentes, para que as medidas cabíveis
possam ser tomadas.
É necessário salientar, que não dependerá apenas desta Comissão a solução
para questão tão grave, uma vez que o problema é de tal amplitude que exige a
conscientização e a ação conjunta e firme dos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, ladeados pela população, em especial pelas organizações não-
governamentais, clubes de serviços, associações e todas as formas de manifestações
organizadas da sociedade.
1.3 - Da Finalidade da CPI
Várias publicações dão conta que, definido como utilidade pública, pela Lei nº
9.847/1999, o setor de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados
de petróleo é o segmento com o maior número de denúncias.
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Desde setembro de 2009, existem mais de 150 (cento e cinquenta)
investigações em andamento sobre o setor perante a Secretaria de Direito Econômico
do Ministério da Justiça – SDE, além disso, a SDE recebe em média 4 (quatro)
denúncias por semana sobre cartel na revenda de combustíveis, superando 200
(duzentas) denúncias por ano.
Importante ressaltar que as ações de ilegalidade que permeiam o setor têm
repercussão nacional, uma vez que a imprensa divulga, quase que semanalmente, a
existência de fraudes e de denúncias em todas as fases da produtividade à
distribuição do produto.
Ao pesquisarmos sobre setor de combustíveis, nos deparamos com uma série
de distorções que ferem os direitos mais elementares dos consumidores brasileiros, e
por esta razão, o setor de combustíveis no Brasil vem sendo motivos de grandes
discussões.
Temos como ponto inicial o monopólio do refino, onde uma empresa domina
98% do mercado. Um outro ponto que também chama a atenção é margem de lucro
praticado pelas grandes distribuidoras e os contratos de exclusividades.
Por lidar com um produto homogêneo, custos semelhantes e principalmente,
barreiras regulatórias que dificultam a inserção de novos concorrentes, o mercado
acaba sendo controlado por um número reduzido de empresas, o que merece
investigação para se verificar a prática de Oligopólio e/ou cartel o que corresponde a
uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita.
No mercado oligopolista, existem poucas empresas que dominam o mercado,
como pode haver também poucas empresas que dominam um setor com muitas
empresas. Algumas empresas propõem-se a maximizar seus lucros ou preferem
aumentar participação no mercado. E esses objetivos definem a estrutura do mercado
a que a organização pertence, assim como influenciará a formação de seus preços.
A prática de cartel, é tida como uma conduta anticompetitiva e danosa ao
mercado, que acarreta o aumento indevido dos preços, o afastamento de
competidores do mercado e o enriquecimento ilícito das empresas cartelizadas, em
prejuízo do bem-estar do consumidor.
No setor de revenda de combustíveis, as denúncias envolvendo a prática de
cartel alcançam boa parte do número de condutas investigadas do âmbito Sistema
Brasileiro de Defesa da Concorrência - SBDC. Entretanto, verifica-se que, apesar das
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ilegalidades e denúncias pronunciadas pela Agência Nacional de Petróleo – ANP e
pelas investigações conduzidas pela Secretaria de Direito Econômico, pela Polícia
Civil e pelo Ministério Público, apenas um número reduzido de casos envolvendo
procedimentos ilegais resulta efetivamente em condenações.
Tais fatos nos remetem à necessidade premente de averiguar, a partir do
início da atual Legislatura, as irregularidades e as falhas relacionadas à produção e à
distribuição dos combustíveis com a profundidade e complexidade que o tema requer.
Dentre as operações a serem apuradas, destacamos a composição dos
preços de venda nas refinarias, nas distribuidoras e dos valores cobrados ao
consumidor; a incidência dos impostos sobre o combustível e GLP – gás de cozinha
e análise de pesquisas de preços da ANP.
Urge assegurar a todos os brasileiros o acesso a produtos seguros e
confiáveis e o menor preço possível em um mercado que deve ser competitivo e com
as garantias das livres concorrências dentro da legalidade.
Na complexa economia do Brasil, zelar por relações saudáveis entre os
produtores e revendedores significa preservar empregos, gerar distribuição de renda
e promover arrecadação de impostos, dessa forma o Estado poderá fazer
investimentos nas mais diversas áreas de suas obrigações legais assegurando ainda
toda a proteção ao consumidor e combater todas as formas de adulteração da
gasolina, álcool, óleo diesel e GLP – gás de cozinha às ações de organizações
criminosas, sonegação de impostos e práticas de poder econômico.
2 - Mercado de Combustíveis e GLP – Gás de Cozinha
Até o início dos anos 90 o comércio de combustíveis ainda estava preso a
fortes restrições referentes ao preço, margens de revenda e fretes, nesse cenário, os
investimentos no setor eram inibidos, com isso, em julho de 1990 o Governo Federal,
deu início a um processo de redução do controle estatal sobre a revenda de
combustível e GLP – gás de cozinha e flexibilizou as exigências de entrada nesse
mercado.
Com a mudança e abertura para economia de mercado e com o intuito de
garantir o abastecimento em todo território nacional, buscou-se promover maior
10
competitividade, desenvolver um padrão de qualidade mais adequada bem como,
melhor monitoramento dos requisitos fiscais, ambientais e de segurança.
Porém, a liberação de mercado de combustível vem resultando em uma
concentração ainda maior no setor, como pode ser observado na evolução do Market
Share das distribuidoras de 2008 até 2017.
Tabela 1
MARKET SHARE DAS TRÊS MAIORES DITRIBUIDORAS
PRODUTOS 2008 (%) 2017 (%)
GASOLINA "C" 51,49 64,87
OLEO DIESEL 63,84 72,93
ETANOL HIDRATADO 43,43 54,42
QAV 99,10 99,93
Fonte: Boletim – Abastecimento em Números da ANP
No Brasil as distribuidoras: BR Distribuidoras, Ipiranga, Raízen (Shell) em 2008
detinham 51,49% do mercado nacional e em 2018 ampliou para 63,84%. Já no Diesel,
a concentração é ainda maior, onde em 2008, o índice era de 63,84%, e em 2018,
chegou a 73,17%. Esta concentração de mercado estimula a assimetria de
transmissão de preços ao longo da cadeia de distribuição do combustível e reduz a
competição, dificultando o repasse dos benefícios em relação a redução dos preços
praticados pela Petrobrás cheguem ao consumidor final.
2.1 - Cadeia de Comercialização
Para se obter a real compreensão do mercado de combustíveis e GLP - gás
de cozinha é preciso entender o fluxo desses produtos desde o ato de extração na
natureza até a entrega ao consumidor final, sendo este um processo regulamentado
pela Agência Nacional do Petróleo - ANP e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo).
A começar pela gasolina, que por sua vez abastece hoje cerca de 60% dos
veículos de passeio do Brasil, a Figura 1 demonstra o caminho pelo qual esse produto
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percorre, tendo início na Petrobras ou importadores, a nomeada de gasolina “A” é
encaminhada para os distribuidores que a misturam com o etanol anidro recebido por
usinas especializadas, que dá origem a gasolina “C”, no qual o nível de etanol anidro
pode variar entre 18% e 27%.
O óleo diesel automotivo segue o mesmo roteiro da gasolina, porém ao invés
de etanol, nele é acrescido 10% de biodiesel, de acordo com a ANP a partir de 1º de
setembro de 2019 esse percentual será de 11%.
Figura 1 - Cadeia de Comercialização da Gasolina.
Fonte: Site oficial da Petrobras.
O mercado do GLP - gás de cozinha, atualmente é formado por 16
distribuidoras, das quais quatro empresas – Ultragaz, Liquigás, Supergasbrás e
Nacional Gás, detêm 80%, e a revenda caracteriza-se por ser um setor bastante
pulverizado, com 71 mil unidades.
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A Figura 2 ilustra o caminho percorrido pelo GLP - gás de cozinha que tem o
seu início na Petrobras, refinarias privadas, centrais petroquímicas ou importadores,
que encaminham para distribuidoras devidamente registradas na ANP, que podem
revender a granel, diretamente para industrias através de caminhões-tanque ou
cilindros e também a varejo para consumidor final em sua forma mais comum no
botijão de 13 kg.
Figura 2 - Cadeia de Comercialização do Gás Liquefeito de Petróleo - GLP.
Fonte: Site oficial da Petrobras.
Com o entendimento dos caminhos percorridos dos combustíveis e do GLP -
gás de cozinha, é possível reconhecer que cada instituição por onde o produto é
remanejado possuí seus custos gerais e tributários bem como suas margens de lucro,
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até que por fim o consumidor recebe o produto final e o preço se torna o resultado da
soma de todos estes elementos no decorrer do ciclo comercial.
2.2 - Composição dos Preços
O que determina o preço da gasolina e do diesel no Brasil é o preço do barril
de petróleo, câmbio, impostos e a margem de comercialização. Essa última composta
pelo lucro e custos das distribuidoras e revendedores. Para reduzir o preço da
gasolina, o governo precisa intervir, principalmente, no setor de downstream*,
reduzindo a carga tributária, combatendo a margem das distribuidoras e sonegação
de impostos.
Um outro ponto que influência na composição do preço é o possível abuso de
poder econômico no mercado das grandes distribuidoras, pelo Oligopólio, assim como
já aconteceu na Espanha e na Nova Zelândia. Faz-se necessário investigar se os
ativos de distribuição primária, que concedem vantagens competitivas às principais
distribuidoras, podem estar sendo usados para impedir a entrada de novos agentes
no segmento, e se há discriminação no acesso o que causaria distorção no mercado.
Cabe ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE fiscalizar e intervir.
A Figura 3, foi elaborada pela Petrobras a partir de uma coleta de preços em
13 capitais e regiões metropolitanas brasileiras, realizada pela ANP e CEPEA/USP,
entre os dias 11/08/2019 e 17/08/2019, e define cada item que dá origem ao preço
final da gasolina “C”, com origem na mistura de 73% de gasolina “A” e 27% de Etanol
Anidro.
*Downstream é um termo usado para definir, essencialmente, as atividades de transporte, comercialização e
refino de petróleo e ainda transporte e comercialização de derivados de petróleo.
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Figura 3 - Composição de preços ao consumidor – Gasolina “C”.
Fonte: Site oficial da Petrobras.
Formação de preços em R$/L - Gasolina
Ato Cotepe n. 15 de 25/06/2019 - DOU de 26/06/2019 – Vigência a partir de 01 de
julho de 2019.
Tabela 2
UF 73%
Gasolina
“A”
27%
Etanol
Anidro
73%
CIDE
73%
PIS
COFINS
Carga
ICMS
Custo
Distribuição
Alíquota
ICMS
Preço
de
Pauta
BA 1,258 0,562 0,073 0,579 1,341 3,812 28% 4,790
SC 1,308 0,537 0,073 0,579 1,045 3,542 25% 4,180
RJ 1,299 0,541 0,073 0,579 1,689 4,180 34% 4,968
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Tabela 3
Preços de Realização Gasolina BA 2019 (R$/litro)
Início da
Vigência
São Francisco
do Conde
Candeias Jequié Itabuna
11/06/2019 1,7220 1,7220 1,7793 1,7867
Ao observar a Tabela 2, ela está em conformidade com a atual legislação
brasileira, os impostos incidentes sobre a importação e a comercialização de petróleo
e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível, são
essencialmente centralizados nas produtoras ou importadoras com o objetivo de
facilitar a fiscalização tributária e reduzir os riscos de sonegação.
Por tanto, no instante em que a Petrobras ou um importador realiza uma
venda, ela passa a ter a responsabilidade de pagar os tributos federais, cujo os valores
são regulados pelo Decreto Nº 8.395, de 28 de janeiro 2015.
A Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico – CIDE, que é um
tributo federal de valor fixo por medida de combustível e o PIS/PASEP e COFINS são
impostos federais que incidem nos combustíveis, desse modo, todos os tributos
federais são pagos uma única vez na cadeia de comercialização pelos produtores e
importadores, assim como o ICMS, que por se tratar de um imposto estadual, possui
diferentes alíquotas entre os estados brasileiros.
O cálculo do ICMS é baseado em um preço médio ponderado ao consumidor
final (PMPF), que é atualizado quinzenalmente pelos governos estaduais e obtido
através de pesquisas, sendo homologado pelo CONFAZ. Ou seja, o imposto estadual
é cobrado tendo como base o preço em que o combustível será vendido ao
consumidor final.
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Figura 4 - Composição de preços ao consumidor – Diesel.
Fonte: Site oficial da Petrobras.
Formação de preços em R$/L – Diesel S10
Ato Cotepe n. 15 de 25/06/2019 - DOU de 26/06/2019 – Vigência a partir de 01 de
julho de 2019.
Tabela 4
UF 90%
Diesel
10%
Biocombu
stível
90%
CIDE
90%
PIS
COFINS
Carga
ICMS
Custo
Distribuição
Alíquota
ICMS
Preço
de
Pauta
BA 1,826 0,262 0,000 0,316 0,668 3,073 18% 3,710
ES 1,932 0,249 0,000 0,316 0,448 2,945 12% 3,734
SP 1,912 0,249 0,000 0,316 0,435 2,911 12% 3,623
Preços de Realização Diesel BA 2019 (R$/litro)
Tabela 5
Início da Vigência
São Francisco do Conde Candeias Jequié Itabuna
S500 S10 S500 S10 S500 S10 S500 S10
13/06/2019 1,9842 2,029 1,9841 2,089 2,0428 2,0875 2,0503 2,095
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No comparativo entre as figuras 3 e 4, e o Ato Cotepe n. 15 de 25/06/2019,
observasse que embora a gasolina e o óleo diesel apresentem semelhanças em seus
percursos comerciais e na tributação, ainda possuem a composição de seus preços
com grandes diferenças percentuais, que quando observadas a grosso modo no item
de tributação, passam a impressão de que o diesel é beneficiado com menores
percentuais de impostos, o que afeta positivamente o meio empresarial e agrega a
toda a população, porém, deixa o consumidor comum em desvantagem, por que em
sua maioria, consomem gasolina ‘”C” em seus veículos de passeio.
Figura 5 - Composição de preços ao consumidor – GLP Gás de Cozinha.
Fonte: Site oficial da Petrobras.
O gás liquefeito de petróleo, mais conhecido como gás de cozinha é o principal
combustível de uso doméstico, comumente comercializado através do botijão de 13kg,
possui apenas a incidência tributária do PIS/PASEP, COFINS e ICMS, com uma
margem mais elevada na distribuição e revenda quando comparado aos outros
combustíveis.
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Tabela 6 - Preços de Realização GLP P13 BA 2019 (R$/13Kg)
Início de Vigência São Francisco do Conde Itabuna Jequié
06/11/2018 25,20 25,20 25,20
05/02/2019 25,45 25,46 25,65
05/05/2019 26,33 26,33 26,53
2.3 – Preço de Distribuição – Contrato de Bandeira
A relação jurídico-econômica estabelecida com exclusividade entre os postos
e distribuidoras constitui o chamado contrato de bandeira. Onde o revendedor deve
zelar pela marca, comprar exclusivamente da distribuidora e manter o posto
funcionando regularmente, já a distribuidora, deve suprir o revendedor com o
fornecimento regular e ininterrupto de produtos de qualidade a preço competitivos.
O art. 489 do Código Civil diz que é nulo o contrato de compra e venda quando
se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação o preço. No caso do contrato
de bandeira, a fixação do preço é feita exclusivamente pela distribuidora. Além disso,
as distribuidoras praticam preços diferentes para postos bandeirados no mesmo dia e
local do pedido, o que poderia, em certos casos, configurar tratamento comercial
discriminatório, desde que atendidos os requisitos do art. 36, § 3°, X, da Lei
12.529/2011.
Ao celebrar contrato de bandeira, as partes devem ter em mente que a
colaboração recíproca é essencial, uma vez que a distribuidora deve dispensar
tratamento comercial isonômico aos postos bandeirados em uma mesma área de
influência.
Seguem abaixo tabelas comparativas das margens e preços dos combustíveis
em R$/L no mês de junho de 2019, praticados com contratos de bandeira e sem
bandeira, abrangendo as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e
o DF, com relação à gasolina e os dados do diesel S10, não abrangem o DF, o fator
de ponderação para cálculo de margem e preço médio é o número de postos
consultados pela ANP.
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Tabela 7 – Comparativo de Preços Praticados Gasolina em Distribuidoras com e sem
Bandeira em R$/L – Junho 2019
GASOLINA
DISTRIBUIÇÃO REVENDA
PREÇO
DE CUSTO
PREÇO REVENDA
DIFERENÇA PREÇO (%)
COM BANDEIRA
MARGEM (R$/L)
MARGEM (%)
PREÇO COMPRA
PREÇO VENDA
MARGEM (R$/L)
MARGEM (%)
BR COM BANDEIRA 3,824 4,045
3,23 0,220 5,5 4,045 4,492 0,447 10,0
SEM BANDEIRA 3,824 3,914 0,090 2,3 3,914 4,363 0,449 10,3
IPIRANGA COM BANDEIRA 3,824 3,990
6,09 0,166 4,2 3,990 4,439 0,449 10,1
SEM BANDEIRA 3,824 3,747 -0,077 -2,1 3,747 4,130 0,383 9,3
RAÍZEN COM BANDEIRA 3,824 4,049
4,50 0,225 5,5 4,049 4,477 0,429 9,6
SEM BANDEIRA 3,824 3,865 0,041 1,1 3,865 4,261 0,395 9,3
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
COM BANDEIRA 3,824 4,009 3,09
0,185 4,6 4,009 4,375 0,365 8,4
SEM BANDEIRA 3,824 3,885 0,061 1,6 3,885 4,344 0,459 10,6
BRASIL COM BANDEIRA 3,824 4,047
4,27 0,222 5,5 4,047 4,486 0,439 9,8
SEM BANDEIRA 3,824 3,874 0,050 1,3 3,874 4,326 0,452 10,4
RESUMO BRASIL 3,824 3,997 0,173 4,3 3,997 4,440 0,443 10,0
Tabela 8 – Comparativo de Preços Praticados Diesel S10 em Distribuidoras com e
sem Bandeira em R$/L – Junho de 2019
DIESEL S10
DISTRIBUIÇÃO REVENDA
PREÇO
DE CUSTO
PREÇO REVENDA
DIFERENÇA PREÇO (%)
COM BANDEIRA
MARGEM (R$/L)
MARGEM (%)
PREÇO COMPRA
PREÇO VENDA
MARGEM (R$/L)
MARGEM (%)
BR COM BANDEIRA 3,002 3,292
2,09 0,290 8,8 3,292 3,734 0,442 11,8
SEM BANDEIRA 3,002 3,223 0,221 6,8 3,223 3,565 0,342 9,6
IPIRANGA COM BANDEIRA 3,002 3,300
N/D 0,298 9,0 3,300 3,757 0,457 12,2
SEM BANDEIRA N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D
RAÍZEN COM BANDEIRA 3,002 3,291
2,58 0,289 8,8 3,291 3,726 0,435 11,7
SEM BANDEIRA 3,002 3,206 0,204 6,4 3,206 3,639 0,433 11,9
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
COM BANDEIRA 3,002 3,224 3,62
0,222 6,9 3,224 3,661 0,437 11,9
SEM BANDEIRA 3,002 3,107 0,105 3,4 3,107 3,502 0,394 11,3
BRASIL COM BANDEIRA 3,002 3,315
5,64 0,312 9,4 3,315 3,752 0,438 11,7
SEM BANDEIRA 3,002 3,128 0,126 4,0 3,128 3,517 0,389 11,1
RESUMO BRASIL 3,002 3,277 0,275 8,4 3,277 3,705 0,428 11,5
20
2.4 – Verticalização
Em entrevista, José Camargo Hernandes, vice-presidente da Fecombustíveis,
comenta que: no intuito de tornar o mercado de combustível no Brasil mais competitivo
e com preço mais barato para o consumidor final, o governo federal vem articulando
diversos meios, dentre eles a Verticalização.
O roteiro de “modernizar” o mercado de combustível começou a ser redigido
há um ano, logo após a greve dos caminhoneiros, quando o Conselho Administrativo
de Defesa Econômica – CADE, divulgou uma lista de nove medidas que vão desde a
venda direta de etanol das usinas para os postos até o fim da atuação da ANP, como
fiscal de contratos entre distribuidoras e postos, além da autorização para essas
mesmas companhias atuem no varejo.
Em fevereiro deste ano, a ANP, divulgou estudos em que acusa distribuidoras de estarem ganhando muito e defende mais transparência na precificação.
A primeira queda nos preços da gasolina ocorreu em 25 de abril, com o corte
de 4,4%. O diesel não era reajustado desde 3 de maio. Mas a grande cartada veio em
no dia 31 de maio, quando a gasolina e diesel caíram 7,16% e 6%, respectivamente,
nas refinarias, a partir do primeiro sábado de junho.
No dia seguinte, a imprensa já cobrava a redução que não havia chegado ao
consumidor. Assim, com o brasileiro já convencido de que o mercado de combustível
precisa mudar radicalmente, ficou mais fácil da sequência ao projeto de liberdade
econômica. O Conselho Nacional de Política Energética – CNPE anuncia a aprovação
de uma resolução que fomentará “a livre concorrência na atividade de abastecimento”.
Não é difícil saber o que o futuro reserva para o revendedor. Como poderão
concorrer com as distribuidoras na operação dos postos e, ao mesmo tempo, termos
contratos comerciais com nossos concorrentes? Sem ouvir os revendedores, as
autoridades que estão por trás deste enredo serão as responsáveis por decretar o
fechamento de muitas empresas familiar.
A opinião pública foi manipulada e convencida de que o alto preço é culpa do
mercado. Mas a ela não foi dito que o país perde R$50 bilhões por ano em sonegação
de impostos dos combustíveis e que o tributo, na média Brasil, representa 44% do
21
preço final do litro da gasolina e 24%, do diesel e 16,3% GLP – gás de cozinha. Fonte:
Site Oficial da Petrobras.
2.5 - Indícios de Cartéis e/ou Oligopólio
Os combustíveis são itens básicos na casa de qualquer cidadão, compondo
uma parcela considerável entre as despesas diárias, de forma direta ou indireta, com
isso, as denúncias por parte da população, a respeito de formação de cartéis e/ou
oligopólio na revenda desses produtos são corriqueiras e apresentam três diferentes
situações de forma isolada ou cumulativa: 1 – prática de preços semelhantes; 2 -
aumento dos preços pelos revendedores em datas próximas; e 3 - preço ou margem
de revenda superior em comparação com municípios vizinhos ou próximos.
Porém, mesmo que essas situações possam ser indícios de cartel e/ou
oligopólio, elas não podem ser consideradas como tal pura e simplesmente, por conta
de outros elementos ilícitos que podem justificar a ocorrência desses elementos
citados, desse modo, o esclarecimento sobre os fatores que movem os preços é
crucial para enriquecer a denúncia de um possível cartel e/ou oligopólio, mas, não
podem ser tidos como prova única.
2.6 - Análise de cartéis
A Agência Nacional de Petróleo - ANP considera em sua análise sobre a
existência de cartel em combustíveis, o comportamento dos preços médios na
revenda e na distribuição, assim como da margem nominal, como indicativo do
aumento nos lucros dos revendedores, o que poderia ser entendido como indício de
cartelização, essa análise se soma à verificação dos coeficientes de variação de
revenda e de distribuição.
Já a Secretária de Acompanhamento Econômico – SEAE em sua análise de
indícios econômicos para averiguar possível cartelização em um dado mercado de
revenda de combustíveis, observa três elementos básicos: 1 - a evolução da margem
de revenda do município no tempo; 2 - a relação entre a evolução dessa margem e a
variabilidade dos preços; e 3 - a evolução das variáveis municipais frente às variáveis
médias estaduais.
22
Outros órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE
e principalmente o Ministério Público - MP, possuem formas de análise similares na
busca por possíveis cartéis, somadas a um poder de investigação superior aos demais
órgãos, principalmente o MP que é capaz de solicitar ao Poder Judiciário a
interceptação telefônica de suspeitos, que por sua vez é a técnica investigativa que
se revelou uma das mais eficazes na comprovação de cartéis no setor.
A investigação de comerciantes e empresários no mercado brasileiro que se
encontra em situação de denúncia sobre possível formação de Oligopólio e Cartel,
assim como a aplicação de multas, é feita pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - CADE.
2.7 - Análise de Oligopólio
O setor de distribuição de combustível apresenta características que
potencializa o exercício do poder de mercado por possuir uma elevada concentração,
baixa possibilidade de substituição e significativas barreiras para entradas de novas
empresas no mesmo segmento. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo –
ANP, três empresas que atuam no mercado nacional detêm aproximadamente 70%
do volume total das vendas da gasolina “C”.
A concentração das vendas nas grandes distribuidoras, levantam suspeitas
sobre a conduta não concorrencial das distribuidoras de gasolina “C”.
A tendência de um mercado oligopolista em conluio é se aproximar do
comportamento de um mercado monopolista, uma vez que as empresas passam a se
comportar como se fosse uma, combinando os preços e as quantidades ofertadas o
que acaba influenciando na composição dos preços praticados aos consumidores
finais.
3 - Metodologia de Análise da CPI
Com o intuito de desenvolver um trabalho de apresentação bem definido a
Comissão Parlamentar de Inquéritos - CPI se realizou consultas as autoridades
23
governamentais, empresas do setor de combustível que compõem a cadeia comercial
e levantamento de preços praticados nos postos de revenda, estudos das notas fiscais
da compra dos combustíveis realizada pelos postos de combustíveis junto as
distribuidoras e análise do levantamento de preços feito pela ANP.
No decorrer da vigência da CPI, foram encaminhados diversos ofícios e
requerimentos com o objetivo de coletar documentos e informações essenciais para
o andamento dos trabalhos, todos devidamente arquivados.
Por fim, a de se destacar que todos os trabalhos realizados não geraram
custos adicionais para a Câmara Municipal de Vitória da Conquista, até mesmo a
compra de combustível e do GLP - gás de cozinha para o levantamento de preços nos
postos de revenda da cidade e da região foi realizada através de desembolsos
pessoais dos vereadores empenhados em desenvolver a pesquisa de preços.
4 - Ofícios Encaminhados
Em busca de informações fundamentais à elucidação e ao deslinde das
investigações inerentes às possíveis irregularidades, a CPI no primeiro momento,
encaminhou no dia 02 de abril de 2019, o Ofício n. 01/2019, endereçado ao Presidente
da Petrobras S.A, que solicitou informações acerca do preço médio do custo de
produção e comercialização de diesel, gasolina e GLP - gás de cozinha às
distribuidoras do estado da Bahia, com encargos e tributos, praticados na modalidade
de venda padrão.
Com o intuito de solicitar informações sobre os tributos incidentes nos
combustíveis e no GLP - gás de cozinha no estado da Bahia e obter um comparativo
do estado de Minas Gerais, encaminhamos os seguintes ofícios:
Ofício n. 03/2019 ao Secretário da Secretaria da Fazenda do Estado
de Minas Gerais – MG;
Ofício n. 04/2019 ao Secretário de Finanças do Município de Vitória
da Conquista – BA;
Ofício n. 05/2019 ao Secretário da Secretaria da Fazenda do Estado
da Bahia, subseção de Vitória da Conquista – BA.
Oficio n. 204/2019 ao Secretário da Secretaria da Fazenda do Estado
da Bahia, subseção de Vitória da Conquista – BA.
24
No dia 17 de julho de 2019 a Comissão Parlamentar de Inquérito expediu ofício
à Associação de Postos Revendedores de Combustíveis, em que foi solicitada a
presença dos seus representantes legais em reunião a ser realizada no dia 26 de julho
de 2019 na Câmara de Vereadores com a comissão.
Foram encaminhados ofícios aos revendedores de combustíveis solicitando
notas fiscais da compra de combustíveis junto as distribuidoras.
5 - Ofícios Recebidos
No dia 30 de maio de 2019, o Secretário de Finanças do Município de Vitória
da Conquista – BA, informou em resposta ao Ofício n. 04/2019, que os dados
solicitados não são de responsabilidade do Município, por se tratar de atividade sujeita
ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, de competência
privativa do Estado.
A Petrobras S.A retornou o Ofício n. 01/2019 no dia 18 de junho de 2019,
encaminhando a Nota Técnica GAPRE/GDEOC nº 000131/2019, a qual contempla
informações que suportam resposta à solicitação.
A Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais retornou o Oficio n.
03/2019 no dia 23 de maio de 2019 informando que as informações solicitadas, é de
responsabilidade da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.
No dia 24 de setembro de 2019, a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia
informou em reposta aos ofícios n. 05/2019 e 204/2019 o resumo dos encargos
tributários referente ao ICMS dos seguintes produtos: Gasolina “A” alíquota de 28%,
Óleo Diesel alíquota de 18%, GLP – gás de cozinha alíquota de 12%.
Os postos de revendas em resposta aos ofícios enviados, encaminharam as
notas fiscais de combustíveis adquiridos no período das coletas de preços.
Reunião com representantes do SINDICOMBUTIVEIS.
6 - Coleta e Análise dos Dados
A presente CPI buscou através do sistema de levantamento de preços da
ANP, evidenciar a realidade dos valores praticados no município de Vitória da
Conquista em comparativo com os principais municípios baianos e com a média de
25
preços dos combustíveis do estado da Bahia. Assim, foi feita uma coleta de dados no
site < https://preco.anp.gov.br> no período mais atual possível, sendo extraídos no dia
02 de setembro de 2019, os valores das coletas realizadas pela ANP entre o dia 01
de agosto de 2019 até o dia 29 de agosto de 2019, referentes a gasolina, o diesel
comum e o GLP gás de cozinha. A partir desses dados, foram confeccionadas tabelas
que evidenciam os preços médios praticados, as margens médias dos postos de
combustíveis e das distribuidoras, bem como a colocação dos municípios baianos em
ordem de preço.
Com a intenção de evidenciar a realidade dos preços praticados em de Vitória
da Conquista e em municípios vizinhos, a CPI se empenhou em duas coletas nos dias
11 de junho e 12 de julho, em seis diferentes roteiros, por serem esses os mais
utilizados pelos cidadãos conquistenses, seja ao decorrer de suas atividades diárias
dentro no munícipio e suas periferias, ou quando à necessidade de sair da cidade. E
foi realizado também uma coleta do GLP – gás de cozinha.
6.1 - Análise da Amostra Estadual
Na tentativa de fazer uma avaliação mais precisa foram extraídos do sistema
de levantamento de preços da ANP os dados referentes ao estado da Bahia nos três
meses que ocorreram as coletas de dados.
Tabela 9 – Média de Preços Praticados na Bahia
DADOS DA BAHIA
COLOCAÇÃO NO BRASIL
TIPO DE COMBUSTÍVEL Nº de Postos
Pesquisados
POSTO DE COMBUSTÍVEL
Preço da Distribuidora
Preço Médio
Margem Média
CLASSIFICAÇÃO- JUNHO/2019
10º GASOLINA "C" 1351 4,611 0,605 4,006
21º DIESEL COMUM 852 3,618 0,38 3,238
27º GLP 800 63,11 14,24 48,87
CLASSIFICAÇÃO- JULHO/2019
14º GASOLINA "C" 1570 4,416 0,51 3,906
18º DIESEL COMUM 1012 3,553 0,403 3,150
27º GLP 959 63,12 15,05 48,07
CLASSIFICAÇÃO- AGOSTO/2019
26
9º GASOLINA "C" 1459 4,504 0,665 3,839
22º DIESEL COMUM 873 3,509 0,392 3,117
27º GLP 841 62,81 14,86 47,95
A tabela 9 destaca que referente a gasolina “C” a Bahia se mantêm entre os
10 estados com o preço médio mais caro do Brasil, exceto no mês de julho, em que
atinge a décima quarta posição. A respeito do diesel comum o estado se mantém bem
mais abaixo, entre os vinte últimos colocados.
Após a descrição dos dados estaduais é possível fazer uma análise precisa
dos valores praticados no município de Vitória da Conquista, já que os impostos
praticados na Bahia são os mesmos em todos os municípios, não existindo impostos
municipais, comprovados conforme oficio 597/2019.
Tabela 10 – Síntese dos Preços Praticados da Gasolina “C”– BAHIA – AGOSTO 2019.
GASOLINA “C”
DADOS MUNICIPIOS
MUNICIPIOS Nº de Postos
Pesquisados
POSTO DE COMBUSTÍVEL Preço Médio
da Distribuidora
Preço de Pauta –
BA Preço Médio
Margem Média
1º PORTO SEGURO 28 4,916 0,681 4,235 4,590
2º CAETITE 28 4,851 1,026 3,825 4,590
3º LIV. DE NOSSA SENHORA 20 4,825 0,967 3,858 4,590
4º EUNAPOLIS 32 4,799 0,825 3,974 4,590
5º JUAZEIRO 40 4,783 0,813 3,97 4,590
6º BRUMADO 22 4,749 0,846 3,903 4,590
7º VITORIA DA CONQUISTA
40 4,701 0,817 3,885 4,590
8º SENHOR DO BONFIM 26 4,699 0,871 3,828 4,590
9º VALENCA 39 4,692 0,852 3,84 4,590
10º ITAMARAJU 16 4,631 0,76 3,872 4,590
11º GUANAMBI 40 4,612 0,752 3,86 4,590
12º JACOBINA 24 4,575 0,754 3,821 4,590
13º ILHEUS 48 4,555 0,646 3,909 4,590
14º ITABUNA 60 4,549 0,708 3,841 4,590
15º IRECE 26 4,506 0,707 3,799 4,590
16º SALVADOR 428 4,489 0,674 3,814 4,590
17º PAULO AFONSO 28 4,478 0,627 3,851 4,590
18º BARREIRAS 34 4,477 0,616 3,86 4,590
19º SIMOES FILHO 37 4,472 0,663 3,809 4,590
20º LAURO DE FREITAS 44 4,454 0,696 3,757 4,590
27
21º CAMACARI 48 4,439 0,622 3,817 4,590
22º POCOES 28 4,414 0,489 3,925 4,590
23º ALAGOINHAS 36 4,406 0,599 3,807 4,590
24º TEIXEIRA DE FREITAS 30 4,395 0,555 3,84 4,590
25º SERRINHA 23 4,379 0,59 3,789 4,590
26º JAGUAQUARA 35 4,344 0,493 3,851 4,590
27º IPIRA 24 4,332 0,543 3,789 4,590
28º FEIRA DE SANTANA 111 4,279 0,517 3,762 4,590
29º JEQUIE 36 4,25 0,406 3,843 4,590 30º SANTO ANTONIO DE JESUS 28 4,196 0,387 3,81 4,590
Fonte: ANP, disponível em <https://preco.anp.gov.br/> (compilação própria).
A ANP mensalmente disponibiliza dados sintéticos dos preços de
combustíveis de 30 cidades baianas, esses dados foram extraídos e compilados em
forma de classificação do maior ao menor preço médio.
O município de Vitória da Conquista se destaca na sétima colocação entre os
preços mais elevados na Bahia. Na cidade de Jequié o preço médio da gasolina “C”
foi de R$ 4,25, e em Vitória da Conquista, R$ 4,701. Portanto, há uma diferença para
mais de R$ 0,451. Analisando o preço de revenda das distribuidoras entre as duas
cidades, foi constatado que em Jequié ficou em R$ 3,843, e em Vitória da Conquista
R$ 3,885. Desta forma constata-se que na revenda de combustível por parte da
distribuidora há uma diferença, a mais, para o município de Vitória da Conquista,
ficando mais caro R$ 0,042.
Tabela 11 – Síntese dos Preços Praticados do Diesel Comum - BAHIA AGOSTO 2019.
DIESEL COMUM
DADOS MUNICIPIOS
MUNICIPIOS
Nº de Postos
Pesquisa-dos
POSTO DE COMBUSTÍVEL
Preço da Distribui-
dora
Preço de Pauta –
BA Preço Médio
Margem Média
1º PORTO SEGURO 16 4,165 - - 3,559
2º CAETITE 28 3,798 0,671 3,128 3,559
3º JUAZEIRO 25 3,69 0,481 3,209 3,559
4º VALENCA 40 3,659 0,563 3,095 3,559
5º BARREIRAS 36 3,657 0,545 3,112 3,559
6º EUNAPOLIS 24 3,652 0,455 3,198 3,559
7º ILHEUS 34 3,641 0,449 3,192 3,559
8º SENHOR DO BONFIM 32 3,621 0,517 3,103 3,559
28
9º GUANAMBI 36 3,611 0,491 3,12 3,559
10º PAULO AFONSO 21 3,609 0,467 3,142 3,559
11º ITAMARAJU 16 3,606 0,443 3,163 3,559
12º IRECE 28 3,603 0,511 3,091 3,559
13º LIV. DE NOSSA SENHORA 24 3,601 0,443 3,157 3,559
14º TEIXEIRA DE FREITAS 22 3,601 0,469 3,132 3,559
15º JEQUIE 29 3,594 0,473 3,121 3,559 16º ITABUNA 40 3,54 0,392 3,148 3,559
17º CAMACARI 23 3,532 0,414 3,119 3,559
18º BRUMADO 19 3,507 0,366 3,141 3,559
19º JACOBINA 20 3,487 0,378 3,108 3,559
20º SALVADOR 63 3,48 0,391 3,089 3,559
21º SIMOES FILHO 34 3,467 0,365 3,102 3,559
22º JAGUAQUARA 33 3,461 0,37 3,091 3,559
23º SERRINHA 20 3,459 0,386 3,074 3,559
24º LAURO DE FREITAS 15 3,437 0,408 3,029 3,559
25º IPIRA 21 3,433 0,38 3,053 3,559
26º VITORIA DA CONQUISTA 29 3,412 0,235 3,177 3,559 27º SANTO ANTONIO DE JESUS 22 3,409 0,321 3,088 3,559
28º POCOES 26 3,407 0,207 3,2 3,559
29º ALAGOINHAS 30 3,396 0,31 3,086 3,559
30º FEIRA DE SANTANA 67 3,374 0,307 3,067 3,559
Fonte: ANP, disponível em <https://preco.anp.gov.br/> (compilação própria).
Diferente da classificação na gasolina, Vitória da Conquista no mês de agosto
ficou entre as cinco cidades com valores mais baixos com relação ao diesel comum,
com um valor abaixo da média estadual e a menos de quatro centavos de ser o valor
mais baixo da Bahia. Seria por causa da proximidade a fronteira com Minas Gerais?
Na cidade de Jequié o preço médio do Diesel foi de R$ 3,594 em comparação
a Vitória da Conquista vendido a R$ 3,412 ficando o preço menor R$ 0,182. Portanto,
há uma diferença para menos de R$ 0,182. Analisando o preço de revenda das
distribuidoras entre as duas cidades, foi constatado que em Jequié ficou em R$ 3,121,
e em Vitória da Conquista R$ 3,177. Desta forma constata-se que na revenda de
diesel por parte da distribuidora há uma diferença, a menos, para o município de
Vitória da Conquista, ficando mais barato R$ 0,056.
29
Tabela 12 – Síntese dos Preços Praticados do GLP 13kg – BAHIA - AGOSTO 2019.
GLP
DADOS MUNICIPIOS
MUNICIPIOS Nº de Postos
Pesquisados
POSTO DE COMBUSTÍVEL Preço da
Distribuidora
Preço de Pauta –
BA Preço Médio
Margem Média
1º ILHEUS 24 81 24,58 56,41 63,05
2º BARREIRAS 16 73,44 24,1 49,34 63,05
3º SENHOR DO BONFIM 8 72,5 26,72 45,78 63,05
4º VALENCA 16 71 20,05 50,95 63,05
5º ITABUNA 32 69,25 24,36 44,89 63,05
6º VITORIA DA CONQUISTA
16 67,06 14,06 53,00 63,05
7º PAULO AFONSO 20 67 17,79 49,21 63,05
8º EUNAPOLIS 24 65,5 19,4 46,1 63,05
9º ALAGOINHAS 12 64,83 16,51 48,32 63,05
10º PORTO SEGURO 36 64,53 14,4 50,13 63,05
11º CAMACARI 32 63,88 11,85 52,03 63,05
12º SALVADOR 200 63,13 14,98 48,15 63,05
13º SIMOES FILHO 24 63,08 8,79 54,29 63,05
14º IPIRA 8 62,88 14,64 48,24 63,05
15º BRUMADO 16 61,31 17,61 43,7 63,05
16º CAETITE 21 60,86 19,86 41 63,05
17º FEIRA DE SANTANA 32 60,64 10,59 50,05 63,05
18º LAURO DE FREITAS 44 60,55 13,39 47,16 63,05
19º TEIXEIRA DE FREITAS 28 59,46 12,21 47,25 63,05
20º LIV. DE NOSSA SENHORA 12 59,42 13,42 46 63,05
21º SANTO ANTONIO DE JESUS 20 59,4 17,27 42,13 63,05
22º ITAMARAJU 16 58,75 14,59 44,16 63,05
23º JACOBINA 16 58,75 16,49 42,26 63,05
24º SERRINHA 12 58,33 14,87 43,46 63,05
25º JUAZEIRO 24 58 11,77 46,23 63,05
26º IRECE 28 57,95 11,23 46,72 63,05
27º POCOES 12 57 11,21 45,79 63,05
28º GUANAMBI 60 55,92 9,83 46,08 63,05
29º JAGUAQUARA 8 55 4,77 50,23 63,05
30º JEQUIE 24 52,83 9,06 43,78 63,05 Fonte: ANP, disponível em <https://preco.anp.gov.br/> (compilação própria).
Contudo, sobre o GLP - gás de cozinha a cidade de Vitória da Conquista está
na sexta posição entre os preços médios mais elevados, com um preço médio da
distribuidora de R$ 53,00, sendo este o terceiro valor mais caro de distribuição na
30
Bahia em agosto de 2019. Além, de um elevado preço de distribuição, a tabela
evidencia uma diferença de mais de R$ 10,00 entre Vitória da Conquista e Poções,
municípios a menos de 70 km de distância um do outro.
Na cidade de Jequié o preço médio do GLP - gás de cozinha na revenda foi
de R$ 52,83, em comparação a Vitória da Conquista, se observa o preço médio de
revenda R$ 67,06. Constatando uma diferença na revenda, para mais, de R$ 14,23
na cidade de Vitória da Conquista. Analisando o preço de revenda das distribuidoras
entre as duas cidades, foi constatado que em Jequié ficou em R$ 43,78, e em Vitória
da Conquista R$ 53,00. Desta forma constata-se que na revenda de GLP - gás de
cozinha por parte da distribuidora há uma diferença, a mais, para o município de
Vitória da Conquista, ficando mais caro R$ 9,22.
É recorrente as reclamações quanto a assimetria da transmissão do preço,
percebe-se quando os preços sobem nos produtores e distribuidores o efeito de
transmissão ao consumidor sobe imediatamente, e quando caem demora dias para
ser reduzido no preço final ao consumidor.
6.2 - Análise da Amostra Regional
A tabela a seguir demonstra a composição do preço da gasolina “C” que a
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível disponibiliza
mensalmente em seu site, os valores apresentados representam a média de mercado
de todo o Nordeste, calculada através da coleta de dados do Ministério de Minas e
Energia no Relatório Mensal do Mercado de Derivados de Petróleo.
31
Figura 6 – Composição do preço da Gasolina “C” – Agosto (Nordeste).
Fonte: Compilada a partir dos dados disponíveis no site da ANP.
Com a análise da Figura 6, observa-se uma margem bruta na revenda de
R$0,52 por litro de gasolina, no momento que a presente CPI analisou os dados
disponíveis a respeito dos demais meses anteriores a junho, foi identificado que
embora haja oscilação nos preços dos produtos a margem da região do Nordeste,
tende a se fixar na casa dos R$0,50, sendo assim, com base nessa média de lucro
seguiu-se com a análise da coleta de dados.
Com o intuído de reduzir os custos e ser preciso na avaliação, a presente CPI
coletou dados especificamente da gasolina “C” e GLP - gás de cozinha, partindo do
pressuposto que são os dois itens mais questionamentos pela população de Vitória
da Conquista. Sendo assim, os quadros abaixo descrevem toda a coleta de dados que
ocorreu em dois períodos distintos, no dia 11 de junho de 2019 e um mês depois, em
12 de julho de 2019, com o intuito de observar a variação mensal.
32
Tabela 13 – Roteiro 1 (Centro).
LOCALIZAÇÃO POSTO PREÇO
11/06/2019 12/07/2019
Pç. Caixeiro Viajante - Centro Mc Plus R$ 4,899 R$ 4,699
Av. Juracy Magalhães –
Jurema
Bambu R$ 4,800 R$ 4,550
Av. Vivaldo Mendes - Centro Pantanal 3 R$ 4,849 R$ 4,699
Rua Siqueira Campos –
Recreio
Siqueira Nogueira R$ 4,849 R$ 4,699
Av. Régis Pacheco – Centro Guanabara R$ 4,809 R$ 4,599
Av. João Pessoa – Centro PetroFlex R$ 4,809 R$ 4,559
Média de Preço R$ 4,836 R$ 4,634
Fonte: Elaboração Própria (2019).
Com a intenção de mapear as principais áreas de consumo de combustível
de Vitória da Conquista e região, a CPI deu início à coleta de dados no centro da
cidade, seguindo para os bairros e depois em direção às principais rodovias, até que
finalizasse em algumas cidades vizinhas.
A tabela 13, representa os dados do centro de Vitória da Conquista, em que,
é facilmente perceptível que os valores obtidos são os mais altos da pesquisa, seguido
muito de perto pelos bairros, no dia 11 de junho de 2019, apresenta uma média de
preço de R$ 4,836, já no dia 12 de julho de 2019 pesquisado a média cai para R$
4,634.
33
Gráfico 1 – Roteiro 1 (Centro).
Fonte: Elaboração Própria (2019) e ANP, disponível em <https://preco.anp.gov.br/>.
O gráfico acima transparece os dados descritos do Tabela 13, em um perfil
que sinaliza a simetria nos preços coletados no centro da cidade, em que as linhas de
junho e julho acompanham um traço similar, mesmo com a oscilação de preços entre
os dois meses.
Analisando a tabela do sistema de levantamento de preços da ANP, sendo
em junho recolhido preços de 1351 postos, evidenciando o valor médio de R$ 4,611,
já em julho foram pesquisados 1570 revendedores de combustíveis, com o preço
médio de R$ 4,416.
O comparativo gráfico evidencia uma discrepância significativa entre a média
de preços da Bahia e os valores praticados no centro de Vitória da Conquista, em que
as linhas tracejadas se encontram com diferenças que superam a casa dos vinte
centavos em ambos os meses de pesquisa.
R$4,10
R$4,20
R$4,30
R$4,40
R$4,50
R$4,60
R$4,70
R$4,80
R$4,90
R$5,00
Pç.CaixeiroViajante
Av. JuracyMagalhães
Av.VivaldoMendes
R SiqueiraCampos
Av. RégisPacheco
Av. JoãoPessoa
PreçoMédio -
Vitória daConquista
PreçoMédio -
Bahia
CENTRO
11/jun 12/jul
34
Tabela 14 – Roteiro 2 (Bairros).
LOCALIZAÇÃO POSTO PREÇO
11/06/2019 12/07/2019
Av. Presidente Vargas – Alto
Maron
Alto Maron R$4,80 R$4,55
Av. Pará – Ibirapuera Passarela R$4,82 R$4,579
Av. Brumado – Brasil Passarela Shell R$4,84 R$ 4,599
Av. Frei Benjamim –
Patagônia
Passarela R$4,82 R$ 4,579
Av. Presidente Dutra –
Patagônia
São Jorge 3 R$4,849 R$ 4,699
Av. Juracy Magalhães –
Felícia
Conquista Sul R$4,848 R$ 4,585
Av. Genésio Porto – Recreio Recreio R$4,849 R$ 4,558
Av. Olivia Flores – Candeias Pantanal R$4,898 R$ 4,699
Média de Preço R$ 4,841 R$ 4,606
Fonte: Elaboração Própria (2019).
Ao se comparar os preços dos combustíveis, analisando os gráficos dos
roteiros 2 e 3, observa uma diferença que varia entre o maior preço R$ 4,898 e R$
4,40 que chega a ser de R$ 0,498, levantamento feito em 11 de junho de 2019.
Comparando a segunda pesquisa realizada no dia 12 de julho de 2019, se observa o
maior preço R$ 4,699, e o menor preço R$ 4,30, portanto uma diferença de R$ 0,399.
Importante salientar que na primeira coleta o menor preço foi em um posto de revenda
na cidade de Jequié. Já na segunda coleta o menor preço identificado foi em um posto
de revenda de combustíveis localizado em Vitória da Conquista em Lagoa das Flores.
35
Gráfico 2 – Roteiro 2 (Bairros).
Fonte: Elaboração Própria (2019) e ANP, disponível em <https://preco.anp.gov.br/>.
O Gráfico 2 ilustra as linhas traçadas em laranja e azul sempre abaixo das
barras de mesma coloração, o que demonstra a recorrência da diferença de vinte
centavos na maioria dos preços praticados na cidade de Vitória da Conquista, no
comparativo com os valores médios praticados em todo o estado da Bahia.
Gráfico 3 – Roteiro 3 (Rodovias).
Fonte: Elaboração Própria (2019).
R$4,10
R$4,20
R$4,30
R$4,40
R$4,50
R$4,60
R$4,70
R$4,80
R$4,90
R$5,00
Av.Presidente
Vargas
Av. Pará Av.Brumado
Av. FreiBenjamim
Av.Presidente
Dutra
Av. JuracyMagalhães
Av.Genésio
Porto
Av. OliviaFlores
PreçoMédio -Bahia
BAIRROS
11/jun 12/jul
Jequié Manoel Vitorino Poções Planalto Lagoa das Flores
11/jun R$4,40 R$4,65 R$4,50 R$4,70 R$4,48
12/jul R$4,58 R$4,60 R$4,40 R$4,70 R$4,30
R$4,00R$4,10R$4,20R$4,30R$4,40R$4,50R$4,60R$4,70R$4,80
Roteiro 3
11/jun 12/jul
36
Gráfico 4 – Roteiro 4 (Rodovias).
Fonte: Elaboração Própria (2019).
Analisando o Gráfico 4, apresenta um novo trajeto de Vitória da Conquista até
a cidade de Cândido Sales. No dia 11 de junho de 2019 há uma diferença entre o
menor preço praticado R$ 4,46, localizado na BR 116 e o maior preço R$ 4,81 na
cidade de Vitória da Conquista oscilando em mais de R$ 0,35. No dia 12 de julho de
2019 se verifica uma oscilação entre o maior preço em R$ 4,56 e o menor preço em
R$ 4,46, uma diferença em R$ 0,10.
Posto NovoParaíso
Posto Fiscal Posto Dantelândia Posto Ômega Cândido Sales
11/jun R$4,81 R$4,59 R$4,59 R$4,46 R$4,75
12/jul R$4,56 R$4,46 R$4,46 R$4,46 R$4,75
R$4,20
R$4,30
R$4,40
R$4,50
R$4,60
R$4,70
R$4,80
R$4,90
Roteiro 4
11/jun 12/jul
37
Gráfico 5 – Roteiro 5 (Rodovias).
Fonte: Elaboração Própria (2019).
No Gráfico 5, a coleta de dados foi realizada no roteiro de Vitória da Conquista
até Itapetinga na data de 11 de junho de 2019 verificou-se um maior preço de R$ 4,85
e o menor preço praticado R$ 4,65. No dia 12 de julho de 2019 o maior preço
observado foi de R$ 4,70 e o menor preço observado R$ 4,60. Destaca-se que no
primeiro levantamento de preços se verificou a gasolina “C” com maior preço em
Vitória da Conquista e no segundo levantamento o maior preço na cidade de Itambé.
Posto em Itapetinga ItambéEntrada de Vitória da
Conquista
11/jun R$4,65 R$4,80 R$4,85
12/jul R$4,65 R$4,70 R$4,60
R$4,45R$4,50R$4,55R$4,60R$4,65R$4,70R$4,75R$4,80R$4,85R$4,90
Roteiro 5
11/jun 12/jul
38
Gráfico 6 – Roteiro 6 (Rodovias).
Fonte: Elaboração Própria (2019).
Por fim, o último roteiro em pesquisa percorreu pelos municípios de Anagé,
Aracatu e Brumado.
No Gráfico 7, a coleta de dados realizada no roteiro de Vitória da Conquista
até Aracatu, na data de 11 de junho de 2019 verificou-se um maior preço de R$ 4,80
e o menor preço praticado R$ 4,45. No dia 12 de julho de 2019 o maior preço
observado foi de R$ 4,59 e o menor preço observado R$ 4,45. No mês de junho a
diferença entre o maior e o menor preço foi de R$ 0,35. No mês de julho essa diferença
caiu para R$ 0,14.
Saída de Brumado Aracatu Anagé
11/jun R$4,80 R$4,45 R$4,60
12/jul R$4,59 R$4,45 R$4,56
R$4,20
R$4,30
R$4,40
R$4,50
R$4,60
R$4,70
R$4,80
R$4,90
Roteiro 6
11/jun 12/jul
39
Gráfico 7 – Coleta de preços completa – Gasolina “C”.
Tabela 15
Vitória da Conquista
Gasolina “C”
Data Valor na Distribuidora Preço na Bomba
20/09/2019 4,019 4,758
Margem da Revenda – Posto de Combustível R$ 0,739
Buscando compreender também os preços relacionados ao GLP gás de
cozinha a presente CPI coletou dados especificamente do GLP - gás de cozinha 13Kg,
partindo do pressuposto que é um dos itens mais questionamentos pela população de
Vitória da Conquista. Sendo assim, o quadro abaixo demonstra coleta de dado que
ocorreu no período do dia 08 de agosto de 2019.
R$4,10
R$4,20
R$4,30
R$4,40
R$4,50
R$4,60
R$4,70
R$4,80
R$4,90
R$5,00
Coleta de preços completa – Gasolina “C”.
JUNHO JULHO
40
Tabela 16
LOCALIZAÇÃO PREÇO
Candeias R$ 63,00
Patagônia R$ 63,00
Guarani R$ 65,00
Bairro Brasil R$ 65,00
Nova Cidade R$ 67,00
7 - Conclusão – Relatório Final da CPI
Após intenso e exaustivo trabalho realizado, lastreado em fatos, sinais e
circunstâncias que conduziram a elucidar melhor compreensão da composição de
preços e tributos da cadeia de combustíveis, foram inúmeras reuniões, pesquisas
documentais, coletas dos preços dos combustíveis.
Analisamos as denúncias sobre os preços dos combustíveis e GLP – gás de
cozinha, considerados altos no município de Vitória da Conquista, em comparação
com os demais municípios da região Sudoeste.
Foi identificando diversas diferenças nos preços praticados. Verificou-se que
os preços dos combustíveis vendidos pelas distribuidoras na Bahia possuem a mesma
carga tributária, entretanto, há uma diferença nos preços na revenda por parte das
distribuidoras, deste modo, tendo em vista todo o trabalho realizado, os estudos
desenvolvidos, as análises produzidas, mediante informações obtidas através de
ofícios enviados à Petrobrás, Secretarias Municipal e Estadual, Associação de Postos
Revendedores de Combustíveis, como também, da Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.
Esta Comissão Parlamentar de Inquérito, entende que além do consumidor
final, existem vários órgãos que também são responsáveis pela fiscalização e controle
da cadeia produtiva e comercial dos combustíveis no Brasil, senão vejamos:
I. CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) – É o
responsável pela investigação de comerciantes e empresários no
mercado brasileiro, assim como a aplicação de multas.
41
II. ANP (Agencia Nacional do Petróleo) - É o órgão regulador das
atividades que integram as indústrias de petróleo e gás natural e de
biocombustíveis no Brasil, atuando na fiscalização da qualidade dos
combustíveis comercializados, bem como sua quantidade, estrutura
comercial das empresas;
III. IBAMETRO (Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade) – É o órgão
que fiscaliza as bombas medidoras de combustível.
IV. PROCON (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) - Trata-
se de um órgão administrativo de poder executivo municipal e/ou
estadual destinado à proteção e defesa dos direitos e interesses dos
consumidores. A função do Procon é a orientação dos consumidores,
mas também é a mediação de conflitos nas relações de consumo e
fiscalização dessas relações de consumo.
V. MPE (Ministério Público Estadual) - O MPE é uma instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis, atuando como fiscal da
lei.
VI. MPF (Ministério Público Federal) – O MPF é uma instituição
permanente, essencial à função jurisdicional da União, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis, atuando como fiscal da
lei.
VII. SEFAZ (Secretaria de Estado da Fazenda) - É um órgão estadual
responsável pela fiscalização, arrecadação, pagamento, controle e
contabilização de recursos públicos de cada Estado do Brasil.
42
VIII. Consumidor – Acreditamos que o Consumidor é a parte mais
importante desta balança, haja vista que, é quem de fato faz uso do
produto, devendo pagar um preço justo e obter uma mercadoria de
qualidade, e em não sendo atendida suas expectativas reclamar junto
aos órgãos competentes para que tenha seu direito protegido. Além
de ser o elo que sustenta financeiramente toda a cadeia produtiva e
comercial.
Diante do exposto a comissão parlamenta de inquérito conclui que:
A – Sugerimos ao MPF e ao CADE investigação de formação de Oligopólio e/ou
Cartel, no elo das distribuidoras dos Combustíveis Gasolina “C”, Diesel e Etanol:
Sugerimos investigação de formação de Oligopólio e/ou Cartel no elo
das distribuidoras. No Brasil as distribuidoras: BR distribuidoras,
Ipiranga, Raízen em 2008 detinham 51,49% do mercado e em 2018
ampliou para 73,17% do mercado nacional.
Essa concentração, segundo a nota técnica, estimula a assimetria na
transmissão de preços ao longo da cadeia, impedindo que os
consumidores sejam beneficiados com a redução dos custos.
Percebe-se ainda por parte das distribuidoras a prática de abuso de
poder econômico, quando não repercute imediatamente a diminuição
dos preços ao consumidor.
Foram recorrentes as reclamações quanto a assimetria da
transmissão do preço, percebe-se quando os preços sobem nos
produtores e distribuidores, o efeito de transmissão ao consumidor
sobe imediatamente, e quando caem demora dias para ser reduzido
no preço final ao consumidor.
Segundo a própria nota técnica 02/2019 – ANP, o valor da gasolina
“C”, sem impostos, que estava na média nacional em R$ 2,1381, no
dia 18 de setembro de 2018, tinha sido reduzido para R$ 1,6761 no
dia 17 de novembro do mesmo ano. No entanto apenas R$ 0,04
tinham sido repassados ao consumidor final. Assim os preços da
gasolina “C”, sem os impostos, no dia 24 de novembro de 2018, com
43
o valor de 18 de setembro do ano passado, demonstra que, embora
o preço tenha caído R$ 0,51/litro, as distribuidoras na média só
repassam R$ 0,26/litro, sendo que o consumidor final, por sua vez,
constatou redução de apenas R$ 0,10/litro nos preços de bombas.
Sugerimos responsabilização das distribuidoras por práticas de abuso
de poder econômico quando praticam indevidamente assimetria da
transmissão do preço, percebe-se quando os preços sobem nos
produtores e distribuidores o efeito de transmissão ao consumidor
sobem imediatamente, e quando caem demora dias para ser reduzido
no preço final ao consumidor.
Responsabilizar as distribuidoras por práticas anticompetitiva e
unilateral ao realizar os contratos chamados de bandeira com
exclusividade na aquisição de produtos.
Margens das distribuidoras é burlada como margem da revenda
quando de fato é exorbitante, sugerindo a redução das margens
praticadas pelas distribuidoras, tanto para com a Gasolina “C”.
As distribuidoras aumentaram suas margens quando teve queda de preço na
Petrobras. Denota claramente pratica abusiva com o aumento da margem de lucro.
B – Sugerimos ao MPF e ao CADE investigação de formação de Oligopólio e/ou Cartel
e uma possível formação de Cartel e abuso de posição dominante, no elo das
distribuidoras dos Combustíveis tipo GLP – Gás de Cozinha 13kg, senão vejamos:
Atualmente, o mercado de GLP – Gás de Cozinha, é formado por 16
distribuidoras, das quais 04 empresas – ULTRAGÁS, LIQUIGÁS, SUERGÁSBRAS e
NACIONAL GÁS, detêm 80% de todo o mercado nacional.
No próprio site oficial da Petrobras, e como também mostra a Figura 05 deste
relatório, o custo de produção realizado pela própria Petrobras compõe 35%, já os
impostos que incidem o GLP – gás de cozinha, somam 16,03%, entretanto a margem
das distribuidoras e revendas chegam à 46% do valor do preço final do produto.
44
Observando que na data do dia 06 de novembro de 2018, o preço praticado
pela Petrobras na cidade de Jequié GLP-P13 (13kg) teve como custo de produção o
valor de R$ 25,20.
COMO PODE O PREÇO DE PRODUÇÃO SER DE R$ 25,20, SENDO QUE
SÃO VENDIDOS AO CONSUMIDOR FINAL COM VALORES VARIAVEIS DE R$
63,00, R$ 65,00, ATÉ R$ 67,00, QUANDO OS IMPOSTOS A SEREM IMBUTIVOS
CHEGAM À SOMA DE 16,03%?
Percebe-se que a apuração de 46% como “margem de distribuidora e
revenda” máscara o acumulo real feito por ´parte das distribuidoras o que necessita
urgentemente de investigação.
Observando as diferenças de preços praticados nas distribuidoras na cidade
de Jequié e Vitoria da Conquista. O preço do GLP – gás de cozinha em Vitória da
Conquista R$ 53,00 e Jequié R$ 43,78 uma diferença de R$ 9,22, o que demonstra
claramente a necessidade de investigação acerca da formação de Oligopólio e/ou
Cartel.
Solicitamos da ANP e o CADE que criem mecanismos com regras, ou que
impeçam que as distribuidoras atuem no varejo, caso ocorra, sereia uma pratica
anticompetitiva, abuso de poder econômico, onde milhares de pequenos e médios
empresários que atuam na revenda nos postos de combustíveis poderão perder seus
negócios, uma vez que, havendo concentração de distribuidoras no varejo o
consumidor é quem irá pagar por essa concorrência desleal.
C – Sugerimos fiscalização:
A CPI solicita diversas ações na região Sudoeste da Bahia:
Aferição volumétrica de todas as bombas dos postos de revenda de
combustível em Vitória da Conquista e demais municípios pelo
Ibametro.
Fiscalização dos órgãos de controle para eliminar a sonegação que
ocorre na venda de etanol entre as usinas e os revendedores de
postos de combustíveis na região Sudoeste.
45
Fiscalização para se combater as misturas, acima do permitido na
legislação de etanol anidro na gasolina “C”
Fiscalização para se combater as misturas, acima do permitido na
legislação de biodiesel no diesel.
Verificar se os postos de revenda que trabalham com a venda dos
preços de combustíveis abaixo do preço de pauta, proposto pela
Petrobras, praticam algum tipo de ilícitos, ou se é concorrência, pois
essa divergência gera questionamentos por parte do consumidor e da
imprensa.
SE AS REVENDAS NOS POSTOS TRABALHAM ABAIXO DO PREÇO DE
PAUTA SUGERIDO PELA PETROBRAS, SERIA CONCORRÊNCIA? SERIA
GASOLINA COM MISTURAS FORA DOS PADRÕES TÉCNICOS
ESTABELECIDOS?
SERIA SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS?
SERIA DIVERGÊNCIA NA AFERIÇÃO VOLUMÉTRICA, QUE SE TRATA
DIFERENÇA ENTRE A QUANTIDADE DE LITROS MARCADA NA BOMBA E A
QUANTIDADE DE LITROS EFETIVAMENTE ENTREGUE AO CONSUMIDOR?
SERIA CONCORRÊNCIA DESLEAL COM TENTATIVA DE DUPPING?
D – Tributos:
Redução da base de cálculo da gasolina “C” que chega a 46%.
Reforma tributária que promova redução dos impostos praticados na
cadeia dos combustíveis.
E – Distribuidoras de GLP Gás de Cozinha
Sugerimos investigação de formação de Oligopólio e/ou Cartel no elo
das distribuidoras, haja vista que no Brasil temos quatro grandes
46
distribuidoras do GLP- gás de cozinha (ULTRAGÁS, LIQUIGÁS,
SUERGÁSBRAS e NACIONAL GÁS) que detêm 80% de todo o
mercado nacional. Considerando que a margem da distribuição e
revenda do GLP – Gás de Cozinha chega a 46% do preço final
praticado ao consumidor.
F – Postos com bandeira e sem bandeira no âmbito de Vitória da Conquista
Sugerimos que os postos de revenda em Vitória da Conquista,
trabalhem em média com preço de pauta proposto pela da Petrobras,
em virtude do impacto negativo que o consumidor final vem sofrendo;
Coibir a pratica indevida acerca da assimetria da transmissão do
preço, uma vez que quando os preços sobem nos produtores e
distribuidores o efeito de transmissão ao consumidor é imediato, e
quando caem demora dias para ser reduzido no preço final ao
consumidor.
PROCON juntamente com ANP fiscalizem as redes de postos de
combustíveis que praticam preços mais altos em Vitória da Conquista
em comparação aos postos da mesma rede em municípios vizinhos.
G – Sugestão de políticas públicas a serem implantadas.
Criação de um selo “Combustível Legal”;
Campanha de Divulgação do selo “Combustível Legal”
Retorno do “Fundo de Estabilização de Preços”, fazendo uso dos
Royalty.
Promover o tabelamento de preços dos combustíveis e GLP para
reduzir o abuso de poder econômico por parte das distribuidoras e
revenda.
Bombas com identificação de capacidade de armazenamento de
controle de estoque. Para que garantam ao consumidor quando
ocorrer aumento de combustível os postos só poderão fazê-los assim
que acabar o estoque comprado pelo preço anterior ao do aumento.
Bombas com identificador de percentual etanol anidro e Biodiesel.
47
Sendo assim, esta Comissão Parlamentar de Inquérito finaliza suas atividades
apresentando o presente relatório ciente de que buscou cumprir com todas as suas
obrigações legais e morais.
Acreditamos que de posse deste relatório, várias atuações podem ser
tomadas por diversos órgãos da sociedade, visando assim reduzir o preço dos
combustíveis aqui considerados demasiadamente elevados para os padrões da
população brasileira como um todo, em especial o município de Vitória da Conquista,
criando assim mecanismos para que possa ser combatido a sonegação fiscal, a
redução de tributos, a redução da margem de lucro das distribuidoras e a prática de
abuso de poder econômico, e por fim o cumprimento do preço de pauta proposto pela
Petrobras, dessa forma estabelecendo um preço justo dos combustíveis e GLP – gás
de cozinha para toda sociedade brasileira.
Que Deus nos abençoe.
Vitória da Conquista – BA, 26 de setembro de 2019.
__________________________
Coriolano Ferreira de Moraes Neto
Presidente
____________________________ ____________________________
Sidnei Benedito de Oliveira Rodrigo Oliveira da Silva Moreira
Relator Secretário
____________________________ ____________________________
Cícero Custodio de Almeida Herminio Oliveira Neto
Membro Membro
48
Anexos