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CM 108/OT 103 - Desenho Técnico Mecânico

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CM 108/OT 103 - Desenho

Técnico Mecânico

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

APRESENTAÇÃO

A execução dos projetos das áreas técnicas ainda é dependente dos desenhos bidimensionais que são utilizados para fazer o detalhamento dos detalhes construtivos que envolvem o objeto projetado.

Diferentemente das imagens tridimensionais, que podem ser entendidas por qualquer pessoa, os desenhos bidimensionais se constituem em uma linguagem gráfica que só pode ser entendida por quem a estuda. Assim, um desenhista técnico deve, não só insinuar a sua intenção, mas dar uma informação exata e positiva de todos os detalhes de máquina ou estrutura existente em sua imaginação. Eis por que o desenho é mais do que uma simples representação de um objeto, é uma linguagem gráfica completa, por meio da qual pode descrever minuciosamente cada operação e guardar um registro completo da peça, para reprodução ou reparos.

O objetivo desse curso, portanto, é que, tanto o mantenedor mecânico quanto o operador técnico, entenda esta linguagem e consiga não só lê-la prontamente quando escrita por outras pessoas, mas também escrevê-la, expressando-a com clareza.

Para que isso seja possível, o texto foi estruturado em quatro capítulos, a saber:

No Capítulo 1 apresenta-se conceitos e definições básicas, visando esclarecer a necessidade e aplicabilidade do desenho técnico.

No Capítulo 2, por outro lado, relaciona-se alguns dos instrumentos necessários para a elaboração de desenhos técnicos.

O desenho técnico, como linguagem gráfica técnica, tem necessidade fundamental do estabelecimento de regras e normas. Por exemplo, a representação de uma determinada peça deve possibilitar a todos que intervenham na sua construção, mesmo que em tempos e lugares diferentes, interpretar a produzir peças tecnicamente iguais. Portanto, no Capítulo 3 são apresentadas as padronizações e normas empregadas para a elaboração e interpretação de desenhos técnicos.

O Capítulo 4 fornece subsídios para a utilização e distinção dos vários tipos de projeções ortogonais existentes, as quais permitem reproduzir a forma exata dos objetos, com as suas três dimensões principais (comprimento, largura e altura) sobre um plano.

No Capítulo 5 são apresentados os procedimentos para a inserção de cotas nos desenhos, ou seja, a sua cotagem, permitindo informar as dimensões de um objeto representado.

O Capítulo 6 fornece procedimentos para a interpretação de perspectivas. Observa-se que a perspectiva é uma técnica de representação tridimensional que possibilita a ilusão de espessura e profundidade das figuras e, assim, pode-se representar os objetos tais como se apresentam à nossa vista e, portanto, trata-se de um assunto de grande importância.

Finalizando, quando uma peça a ser desenhada possui muitos detalhes internos ou invisíveis, as projeções ortogonais apresentam muitas linhas tracejadas e, em geral, dificultam a compreensão do desenho. Para facilitar a interpretação desses detalhes são utilizadas vistas em corte, cujo estudo é o objetivo do Capítulo 7.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

ÍNDICE

CAPÍTULO 1: CONCEITOS BÁSICOS _____________________________________________ 1 RESUMO __________________________________________________________________________ 1 1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 1 2.0 - VISÃO ESPACIAL ______________________________________________________________ 1 3.0 – ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO_______________________________________________ 1 4.0 - TIPOS DE DESENHO TÉCNICO__________________________________________________ 1 5.0 – ELABORAÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS _______________________________________ 2 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA _____________________________________________________ 2

CAPÍTULO 2: INSTRUMENTOS PARA DESENHO __________________________________ 3 RESUMO __________________________________________________________________________ 3 1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 3 2.0 - LISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS _______________________________________ 3 3.0 - PRECAUÇÕES COM OS MATERIAIS: ____________________________________________ 5 4.0 – LÁPIS E LAPISEIRA____________________________________________________________ 5

CAPÍTULO 3: NORMAS TÉCNICAS_______________________________________________ 7 RESUMO __________________________________________________________________________ 7 1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 7 2.0 – NORMAS ABNT________________________________________________________________ 7 3.0 – FORMATOS DE PAPEL _________________________________________________________ 8 4.0 - LEGENDA _____________________________________________________________________ 9 5.0 – NOTAS ADICIONAIS ___________________________________________________________ 9 5.0 – CALIGRAFIA TÉCNICA _______________________________________________________ 10 6.0 - LINHAS ______________________________________________________________________ 11

6.1 - Linha Para Contornos e Arestas Visíveis ___________________________________________________ 11 6.2 - Linha Para Contornos e Arestas Não Visíveis _______________________________________________ 11 6.3 - Eixo de Simetria ______________________________________________________________________ 11 6.4 – Linhas de Cota _______________________________________________________________________ 12 6.5 - Linhas de Chamada ou Extensão _________________________________________________________ 12 6.6 - Linhas de Corte_______________________________________________________________________ 12 6.7 - Linhas Para Rupturas Curtas_____________________________________________________________ 12 6.8 - Linhas Para Rupturas Longas ____________________________________________________________ 12 6.9 - Linhas Para Hachuras __________________________________________________________________ 12

7.0 - ESCALAS_____________________________________________________________________ 13

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

CAPÍTULO 4: PROJEÇÕES ORTOGONAIS _______________________________________ 15 RESUMO _________________________________________________________________________ 15 1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 15 2.0 – CONCEITUAÇÃO _____________________________________________________________ 15 3.0 – ARESTAS OCULTAS __________________________________________________________ 17 4.0 – ARESTAS COINCIDENTES ____________________________________________________ 18 5.0 - LINHAS DE CENTRO E DE SIMETRIA __________________________________________ 18 6.0 – VISTAS AUXILIARES _________________________________________________________ 19 7.0 - VISTAS ESSENCIAIS __________________________________________________________ 19 8.0 – VISTA ÚNICA ________________________________________________________________ 20

CAPÍTULO 5: COTAGEM_______________________________________________________ 21 RESUMO _________________________________________________________________________ 21 1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 21 2.0 – COTAS_______________________________________________________________________ 21 3.0 - REGRAS PARA A COTAGEM___________________________________________________ 23 4.0 - TIPOS DE COTAGEM__________________________________________________________ 27 5.0 - COTAGEM DE CORDAS E ARCOS ______________________________________________ 27 6.0 - COTAGEM DE ÂNGULOS, CHANFROS E ESCAREADOS__________________________ 28 7.0 - COTAGEM DE ELEMENTOS EQÜIDISTANTES E/OU REPETIDOS_________________ 28 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________________ 29

CAPÍTULO 6: PERSPECTIVAS__________________________________________________ 30 RESUMO _________________________________________________________________________ 30 1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 30 2.0 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA:__________________________________________________ 30

2.1 - Perspectiva Isométrica de Objetos Planos___________________________________________________ 30 2.2 - Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos _______________________________________________ 31

3.0 - PERSPECTIVA CAVALEIRA ___________________________________________________ 31 3.1 - Perspectiva Cavaleira de Objetos Planos ___________________________________________________ 31 3.2 - Perspectiva Cavaleira De Objetos Cilíndricos _______________________________________________ 31

4.0 - COTAGEM EM PERSPECTIVAS ________________________________________________ 32

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CAPÍTULO 7: CORTES, SEÇÕES E RUPTURAS ___________________________________ 34 RESUMO _________________________________________________________________________ 34 1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 34 2.0 – DEFINIÇÕES _________________________________________________________________ 34 3.0 – TIPOS DE PLANOS CORTE ____________________________________________________ 34

3.1 - Plano de Corte Horizontal_______________________________________________________________ 34 3.2 - Plano de Corte Vertical_________________________________________________________________ 35

3.2.1 - Plano de corte longitudinal __________________________________________________________ 35 3.2.2 - Plano de corte transversal ___________________________________________________________ 35

4.0 - LINHA DE CORTE_____________________________________________________________ 35 5.0 - CORTE TOTAL:_______________________________________________________________ 36 6.0 – HACHURAS __________________________________________________________________ 37 7.0 – CORTE EM DESVIO___________________________________________________________ 39 8.0 - CORTE PARCIAL _____________________________________________________________ 39 9.0 - SEÇÕES ______________________________________________________________________ 40

9.1 - Seções Traçadas Sobre as Vistas _________________________________________________________ 40 9.2 - Seção Traçada Fora da Vista_____________________________________________________________ 40 9.3 - Seções Traçadas Com a Interrupção das Vistas ______________________________________________ 40

10.0 - RUPTURAS __________________________________________________________________ 41 11.0 – CONVENÇÃO ABNT _________________________________________________________ 42

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“Uma imagem é algo intermediário entre uma idéia e um objeto."

Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) Poeta inglês.

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CAPÍTULO 1: CONCEITOS BÁSICOS

Em outras palavras, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.

RESUMO Este capítulo apresenta conceitos e definições básicas, visando esclarecer a necessidade e aplicabilidade do desenho técnico.

3.0 – ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO O desenho técnico, tal como ele é entendido hoje, foi desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de representação gráfica que existiam até aquela época não possibilitavam transmitir a idéia dos objetos de forma completa, correta e precisa.

1.0 - INTRODUÇÃO

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que possui a finalidade de representar tanto a forma quanto as dimensões e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas atividades na construção de máquinas e estruturas.

Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que têm três dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo, uma folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura).

Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da área técnica. Esse método, conhecido como mongeano,

quando foi publicado em 1715, foi chamado de geometria descritiva, sendo os seus princípios a base do desenho técnico.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (em duas dimensões) para representar formas espaciais.

No século XIX, com a revolução industrial, foi necessário normalizar a forma de utilização da geometria descritiva para transformá-la numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas.

O desenho técnico, não mostrando o objeto tal como ele é visto quando terminado, só pode ser interpretado por quem compreender a sua linguagem.

Assim, conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho em duas dimensões é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana.

Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da International Organization for Standardization – ISO normalizou a forma de utilização da geometria descritiva como linguagem gráfica da área técnica e da arquitetura, chamando-a de desenho técnico [1]. Na prática pode-se dizer que, para interpretar

um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial.

Na atualidade, a expressão desenho técnico inclui todos os tipos de desenhos utilizados nas áreas técnicas incorporando também os desenhos tais como gráficos, diagramas, fluxogramas e outros.

2.0 - VISÃO ESPACIAL 4.0 - TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

Conforme descrito em [1], visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto.

O desenho técnico é dividido em dois grandes

grupos, a saber: Desenho projetivo

Por exemplo, fechando-se os olhos pode-se imaginar a forma espacial de um motor ou outro equipamento qualquer ________________________________________________________________________________________________ Capítulo 1: Conceitos Básicos - 1

São os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas.

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Desenho não-projetivo

Na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas e outros.

Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias e alguns exemplos de utilização são, conforme [1]:

a) Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc.);

b) Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos, hidráulicos, elevadores etc.;

c) Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte, aterro, drenagem, pontes, viadutos etc.;

d) Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos;

e) Representação de relevos topográficos e cartas náuticas;

f) Desenvolvimento de produtos industriais.

g) Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos;

h) Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto.

Pelos exemplos apresentados em [1], conclui-se que o desenho projetivo é utilizado em todas as modalidades técnicas e, em função disso, apresentam nomes que correspondem a alguma utilização específica, como:

a) Desenho Mecânico; b) Desenho de Máquinas; c) Desenho de Estruturas; d) Desenho Arquitetônico; e) Desenho Elétrico; f) Desenho Eletrônico; g) Desenho de Tubulações.

Apesar dos nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas interpretações sem dificuldades e sem mal-entendidos. 5.0 – ELABORAÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS

Às vezes, a elaboração de um desenho técnico envolve o trabalho de várias pessoas.

No caso de um desenho técnico mecânico, por exemplo, um projetista planeja a peça e imagina como ela deve ser. Depois representa suas idéias por meio de um esboço, isto é, um desenho técnico à mão livre.

O esboço serve de base para a elaboração do desenho preliminar ou anteprojeto. O desenho preliminar corresponde a uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto, que ainda pode sofrer alterações.

Depois de aprovado, o desenho que corresponde à solução final do projeto será executado por um desenhista técnico. O desenho técnico definitivo, também chamado de desenho para execução, contém todos os elementos necessários à sua compreensão.

Os desenhos para execução, atualmente, na maioria dos casos, são elaborados em computadores, mas também pode ser feito em prancheta. Em qualquer caso, entretanto, deve atender rigorosamente a todas as normas técnicas que dispõem sobre o assunto.

O desenho técnico deve chegar pronto às mãos do profissional que vai executar a peça ou montagem.

Muitas vezes, nesses casos, é necessário efetuar-se a traçagem, ou seja, a marcação de curvas, retas ou pontos sobre a chapa para visualização dos locais a serem cortados, furados, dobrados, etc. Observe-se que, tais operações, normalmente, precedem às de conformação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA [1] Ribeiro, A.C.; Peres, M.P; Izidoro, N. “Leitura e

Interpretação de Desenho Técnico” – Faenquil –Faculdade de Engenharia Química de Lorena.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 1: Conceitos Básicos - 2

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CAPÍTULO 2: INSTRUMENTOS PARA DESENHO

RESUMO 2.0 - LISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS

Este capítulo relaciona alguns dos instrumentos necessários para a elaboração de desenhos técnicos.

Uma lista de materiais para desenhos manuais pode ser extensa, como, por exemplo:

a) compassos;

1.0 - INTRODUÇÃO

Os desenhos técnicos podem ser efetuados de várias formas, tais como mecanicamente, com instrumentos mecânicos e desenhos criados através da utilização de programas gráficos computacionais, CAD/CAM, projeto assistido por computador.

Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores, pois existem vários softwares que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos técnicos.

b) lápis;

Um dos programas mais populares nesse sentido é o AutoCad, da empresa Autodesk.

c) lapiseiras,

d) Minas de grafite e porta grafite

Figura 1 – Exemplo de desenho utilizando o AutoCad, da Autodesk.

e) Régua “T”; No entanto, esse assunto é tratado em um curso específico. A forma tradicional de se desenhar (manualmente) é empregando instrumentos apropriados, inclusive para que eles se tornem fáceis e precisos.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 3

Desta forma, este capítulo é dedicado a uma rápida descrição dos aparelhos usualmente necessários no desenho. Alguns outros que não de uso diário, mas destinados a trabalho especiais.

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k) Curvas francesas; f) prancheta;

l) Transferidor;

g) Esquadros de 45º e 60º;

m) Estilete;

h) Escala (três de seção achatada com duas

graduações) com escalas proporcionais em pés e polegadas;

n) Lixa para grafite;

i) Régua

o) Tecnígrafo de mola para prancheta;

j) Borracha branca macia;

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 4

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p) Normógrafo; h) espetar o compasso na prancheta; i) azeitar as articulações do compasso;

j) usar o compasso de ponta seca como martelo ou pinça;

k) colocar pesos sobre o "T”, para conservá-lo em posição;

l) traçar uma linha a lápis ou tinta voltando para traz;

m) passar a borracha por todo o desenho depois de terminado. Isso tiraria o brilho das linhas a nanquim;

n) começar o trabalho antes de limpar a mesa de instrumentos;

o) deixar os instrumentos sem limpar, principalmente tratando-se do tira-linhas;

p) guardar os compassos de mola, sem distender, para descanso das molas; q) Aranha;

q) dobrar o papel de um original ou de uma cópia;

r) introduzir no tinteiro de nanquim uma pena que tenha sido usada com tinta comum de escrever;

s) diluir o nanquim na água. Se estiver espesso é melhor jogar fora.

r) Caneta Nankin; 4.0 – LÁPIS E LAPISEIRA

A grafite foi descoberta na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na época o devido valor.

O grafite começou a ser empregado como lápis a partir do ano de 1564, com a descoberta das minas da Inglaterra e hoje é comumente utilizado em lápis escolares, técnicos e de escritório, além do lápis de carpinteiro. Componente básico das minas normais e minas finas utilizadas em lapiseiras, a indústria do lápis busca no grafite características que permitam atingir condições ideais de resistência mecânica e suavidade, associadas ao baixo coeficiente de atrito, além de uma excelente coloração negra. Há uma enorme variedade de qualidades de grafite. Envolvida em madeira (lápis), em minas simples de várias espessuras para porta minas, desde as mais vulgares 0,5 mm, 0,7 mm, 1,2 mm, até às mais grossas apenas envolvidas em plástico para desenhos que exigem um grande depósito de grafite.

3.0 - PRECAUÇÕES COM OS MATERIAIS: Em relação ao uso dos vários materiais, nunca:

Atualmente, os lápis são produzidos com uma mistura de grafite e argila que permite que eles possuam diversas durezas, desde extra-duras a extra-macias. As mais duras permitem traços finos cinzento pálido, as mais macias produzem traços mais grossos e mais negros, pois depositam mais grafite no papel.

a) usar a escala como régua; b) desenhar com a aresta inferior da régua "T"; c) cortar papel com canivete ou lâmina,

empregando a régua “T” como guia; d) usar a régua “T” como martelo;

Para desenho técnico tem-se, basicamente, a seguinte escala de grafites:

e) por qualquer das extremidades do lápis na boca;

f) trabalhar com lápis de ponta gasta;

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 5

3H, 2H, H e HB. g) aparar o lápis sobre a prancheta;

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Por H entende-se Hard, ou seja, uma mina

dura e por HB entende-se Hard/Brand, ou seja, uma mina de dureza média

Associados ao uso da grafite estão sempre os afiadores ou canivetes para afiar, as borrachas mais ou menos macias e os porta-minas.

A grafite pode ser usada praticamente em todas as superfícies, exceto nas plastificadas, onde adere mal.

O afiamento da mina é executado sobre papel ou lixa fina colada numa tabuinha de madeira compensada; esta é mantida com a extremidade para baixo, de modo a impedir que o pó da grafite caia sobre o desenho, sujando-o.

Figura 2 – Afiamento de mina.

Na maioria das vezes, os lápis são apontados por apontadores, elétricos ou não, mas o fato é que as suas pontas são curtas e com um ângulo muito acentuado. Para que o desenho seja bem, executado é necessário pontas mais longas, com ângulos suaves para que a grafite toque o papel em toda a sua extensão, como ilustrado na figura 3.

Figura 3 – Grafite tocando papel. Assim, é importante apontar o lápis com estilete, como ilustrado na figura 4 e, posteriormente afiado, como na figura 2.

Figura 4 – Apontamento de lápis. Para as lapiseiras, é conveniente usar a mina

apontada com estilete utilizando-se o mesmo procedimento anterior, principalmente naqueles casos em que deseja traçar muitas linhas retas finas de grande comprimento (tracejadas nas secções, linhas de cota), para que esta se consuma mais lentamente.

Observa-se, entretanto, que para minas de pequeno diâmetro (0,5 mm ou menor), não há necessidade de afiamento.

Durante o uso de lapiseiras com minas muito finas, deve-se ter o cuidado de que a mina não saia muito da ponteira, pois se quebram facilmente.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 6

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CAPÍTULO 3: NORMAS TÉCNICAS

RESUMO Neste capítulo são apresentadas as padronizações e normas empregadas para a elaboração e interpretação de desenhos técnicos. 1.0 - INTRODUÇÃO

O desenho técnico, como linguagem gráfica técnica, tem necessidade fundamental do estabelecimento de regras e normas. Por exemplo, a representação de uma determinada peça deve possibilitar a todos que intervenham na sua construção, mesmo que em tempos e lugares diferentes, interpretar e produzir peças tecnicamente iguais.

Isso, naturalmente, só é possível, quando se tenham estabelecido de forma fixa e imutável, todas as regras necessárias para que o desenho seja uma autentica e própria linguagem técnica, que possa cumprir a função de transmitir ao executor da peça as idéias e desejos do desenhista.

Assim, foi necessário padronizar os procedimentos de representação por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.

Observa-se que cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor.

Por outro lado, como há o comércio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, criaram a ISO - International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização).

Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional.

No Brasil, as normas são aprovadas e editadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e seguem as normas internacionais aprovadas pela ISO. 2.0 – NORMAS ABNT

A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os procedimentos para execução de desenhos técnicos

aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – Norma Geral de Desenho Técnico (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – Execução de Desenhos Técnicos de máquinas E Estruturas Metálicas (Antiga NB 13), bem como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes:

a) NBR 10647 – Desenho Técnico – Norma Geral;

b) NBR 10068 – Folha de Desenho Layout e Dimensões,

c) NBR 10582 – Apresentação da Folha para Desenho Técnico;

d) NBR 13142 – Desenho Técnico – Dobramento de Cópias;

e) NBR 8402 – Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos;

f) NBR 8403 – Aplicação de Linhas em desenhos – Tipos de Linhas – Larguras das Linhas;

g) NBR 10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico;

h) NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de Escalas;

i) NBR 12298 – Representação de Área de Corte Por Meio de Hachuras em Desenho Técnico;

j) NBR 10126 – Cotagem em Desenho Técnico; k) NBR 8404 – Indicação do Estado de

Superfície Em Desenhos Técnicos; l) NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e

Ajustes; m) NBR 8993 – Representação Convencional de

Partes Roscadas em Desenho Técnico.

Existem outras normas que regulam a elaboração dos desenhos de uma área técnica específica, como, por exemplo:

a) NBR 6409, que normaliza a execução dos

desenhos de eletrônica; b) NBR 7191, que normaliza a execução de

desenhos para obras de concreto simples ou armado;

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 7

c) NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Desta forma, os formatos da série “A” seguem

as dimensões em milímetros fornecidas na tabela 1. 3.0 – FORMATOS DE PAPEL

Conforme a NBR 10.068, as folhas de papel podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal.

Formato Dimensões

A0 841 x 1189 A1 594 x 841 A2 420 x 594 A3 297 x 420 A4 210 x 297 A5 148 x 210

Tabela 1 – Dimensões básicas das folhas da série A.

Qualquer que seja o formato do papel, os

elementos mostrados na figura 3 devem aparecer em um desenho técnico.

Figura 1 – Posição de folhas normalizadas.

Os tamanhos das folhas seguem os formatos da série A, devendo o desenho ser executado no menor possível, desde que não comprometa a sua interpretação.

O formato básico dessa série é chamado de A0, o qual corresponde a retângulo com lados de 841 mm e 1.189 mm e área igual a 1 m2. Os demais formatos são formados por divisão ao meio, sempre pelo lado maior, do A0 e dos formatos subseqüentes. Por exemplo: o formato A1 é metade do A0, o formato A2 é metade do A1, o A3 é metade do A2 e, assim, sucessivamente.

Figura 3 – Elementos de uma folha para desenho técnico.

Conforme a normalização da ABNT, a margem

esquerda em desenhos técnicos sempre é igual a 25 mm, como ilustrado na figura 3, independentemente do formato do papel. Desta forma, as demais margens são as dadas na tabela 2, com as respectivas espessuras das linhas para traçá-las.

Formato Margens (mm)

Espessura das linhas das

margens (mm)A0 10 1,4 A1 10 1,0 A2 10 0,7 A3 10 0,5 A4 5 0,5 A5 5 0,5

Tabela 2 – Dimensões das margens.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 8

A figura 4 exemplifica para uma folha de formato A3.

Figura 2 – Representação de uma folha A0 e demais formatos derivados.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Figura 4 – Dimensões de uma folha de formato A3.

4.0 - LEGENDA

A legenda é usada para informação, indicação e identificação do desenho e deve ser traçada conforme a NBR 10086.

A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal forma que contenha a identificação do desenho. Tanto nas folhas verticais quando horizontais, a legenda deve ficar no canto inferior direto nos

formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4.

A direção da leitura da legenda deve corresponder a do desenho. Ela deve ter 178 mm para formatos A4, A3, A2 e 175 mm nos A1 e A0.

Em uma legenda de desenhos técnicos devem constar as seguintes informações:

a) Titulo do desenho; b) Número do desenho; c) Designação da revisão. d) Escala; e) Designação da firma; f) Projetista, desenhista ou outro

responsável pelo conteúdo do desenho.

g) Nome e localização do projeto. h) Data e nome; i) Local, data, assinatura. j) Conteúdo do desenho k) Unidade utilizada no desenho. l) Indicação do método de projeção. m) Descrição dos componentes:

- Quantidade; - Denominação; - Peça; - Materiais, normas e dimensões.

A figura 5 apresenta um layout de legenda.

Figura 5 – Layout de legenda.

5.0 – NOTAS ADICIONAIS

Após se completar a representação de uma peça por intermédio do desenho cotado, determinados dados técnicos relativos à peça ou a seu processo de fabricação, necessitam, às vezes, ser acrescentados sob a forma de notas escritas. Eles podem ser colocados de

diversas maneiras; uma delas é numa lista geralmente localizada acima ou ao lado da legenda.

Nessa lista estão contidos os elementos específicos relativos à peça ou as peças desenhadas na folha.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 9

A figura 6 apresenta um exemplo de uma situação como esta.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Figura 6 – Notas adicionais. 5.0 – CALIGRAFIA TÉCNICA

Um dos mais importantes requisitos dos desenhos mecânicos é a caligrafia simples, perfeitamente legível e fácil de desenhar.

Desta forma, adota-se a caligrafia técnica, cujas letras e algarismos podem ficar na vertical ou inclinados para a direita, formando um ângulo de 750 com a linha horizontal.

As letras maiúsculas servem para cabeçalho e títulos; as minúsculas para subtítulos, anotações, etc. O tipo de escrita com letras altas (10 mm) não compreende as letras minúsculas.

A altura das letras minúsculas é 2/3 da altura das maiúsculas correspondentes.

As letras de altura de 2,5 e 3,5 mm são normalmente feitas á mão; podem ser executadas indiferentemente em pé ou inclinada.

As letras de 5 mm de altura são feitas a normógrafo.

Os interespaços entre as linhas podem ser de duas dimensões. Os espaços menores são indicados para linhas sucessivas escritas com caracteres de mesma dimensão; as entrelinhas maiores para linhas sucessivas escritas com caracteres de diferentes dimensões: neste caso empregar entrelinhas adequadas para os caracteres de maior dimensão.

________________________________________________________________________________________________

Capítulo 3: Normas Técnicas - 10

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

6.0 - LINHAS

As linhas de qualquer desenho devem ser negras, densas e nítidas.

São necessárias três espessuras de linhas, ou seja, grossa, média e fina.

A grossa possui espessura livre determinada pelo tamanho do desenho, a média possuirá a metade da espessura da grossa e a fina, metade da espessura da média. Os tipos de linha convencionais são os seguintes:

6.1 - Linha Para Contornos e Arestas Visíveis

A linha para contornos e arestas visíveis é uma linha grossa cheia, como mostrado.

No desenho técnico, a linha para contornos e arestas visíveis indica o contorno de modelos esféricos ou cilíndricos e as arestas do modelo que são visíveis ao observador. A título de esclarecimento, observe-se o desenho de um dado, como o da figura 7.

Figura 7 – Desenho de um dado.

Na figura 7, as letras A B C D indicam as linhas para contornos e arestas visíveis da elevação. As letras E F G H indicam as linhas para contornos e arestas visíveis da planta. As letras I J L M indicam as linhas para contornos e arestas visíveis da lateral.

As linhas para contornos e arestas visíveis estão indicando as arestas do dado que são visíveis ao observador. 6.2 - Linha Para Contornos e Arestas Não Visíveis

A linha para contornos e arestas não visíveis é uma linha tracejada de espessura média, como visto

No desenho técnico, a linha para contornos e arestas não visíveis indica as arestas que não são visíveis ao observador, isto é, as arestas que ficam encobertas.

Para exemplificar, analise-se na figura 8 um modelo com todas as faces projetadas de uma só vez. No desenho técnico deste modelo é possível reconhecer a linha para contornos e arestas visíveis e a. linha para contornos e arestas não visíveis.

Figura 8 – Arestas não visíveis (tracejadas). 6.3 - Eixo de Simetria

Como mostrado anteriormente, o eixo de simetria, bem como a linha de centro, é uma linha fina formada por traços e pontos alternados.

No desenho técnico, a função do eixo de simetria é indicar que o modelo é simétrico.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 11

De forma a um maior esclarecimento, as figura 9 e 10 apresentam, respectivamente, um modelo simétrico e um não simétrico com indicação de linha de centro.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Figura 9 - Modelo simétrico.

Figura 10 – Modelo não simétrico com indicação de linha de centro.

6.4 – Linhas de Cota

As linhas de cota são de espessura fina, traço contínuo, como citado, porém limitadas por setas nas extremidades.

Figura 11 – Utilização de linha de cota. 6.5 - Linhas de Chamada ou Extensão

São de espessura fina e traço contínuo. Não devem tocar o contorno do desenho e prolongam-se além da última linha de cota que limitam.

Figura 12 – Utilização de linha de extensão.

6.6 - Linhas de corte

As linhas de corte são empregadas para indicar cortes e seções.

Figura 13 – Utilização de linha de corte. 6.7 - Linhas Para Rupturas Curtas

Servem para indicar pequenas rupturas e cortes parciais, como na figura 14.

Figura 14 – Utilização de linhas de rupturas curtas. 6.8 - Linhas Para Rupturas Longas São utilizadas como na figura 15.

Figura 15 – Utilização de linhas de rupturas longas. 6.9 - Linhas Para Hachuras

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 12

São de espessura fina, traço contínuo ou tracejadas, geralmente inclinadas a 45º, e mostram as partes cortadas da peça. Servem também para indicar o material de que é feita, de acordo com as convenções recomendadas pela ABNT.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Além disto, pelo menos um dos lados da razão

sempre terá valor unitário, o que resulta nas seguintes possibilidades:

7.0 - ESCALAS

Como o desenho técnico é utilizado para representação de máquinas, equipamentos, prédios e até unidades inteiras de processamento industrial, é fácil concluir que nem sempre será possível representar os objetos em suas verdadeiras grandezas. Assim, para viabilizar a execução dos desenhos, os objetos grandes precisam ser representados com suas dimensões reduzidas, enquanto os objetos, ou detalhes, muito pequenos necessitarão de uma representação ampliada.

a) escala natural, ou seja, para desenhos em

tamanho natural

Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real do objeto representado, foi normalizado que as reduções ou ampliações devem ser feitas respeitando uma razão constante entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto representado.

A razão existente entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto é chamada de escala do desenho.

b) escala de redução, ou seja, para desenhos reduzidos:

É importante ressaltar que, sendo o desenho

técnico uma linguagem gráfica, a ordem da razão nunca pode ser invertida, e a escala do desenho sempre será definida pela relação existente entre as dimensões lineares de um desenho com as respectivas dimensões reais do objeto desenhado.

Existem três tipos de escalas, a saber:

a) escala natural; b) escala de redução; c) escala de ampliação. c) escala de ampliação, ou seja, para desenhos

ampliados: A escala natural é aquela utilizada, quando o tamanho do desenho do objeto é igual ao tamanho real do mesmo.

A escala de redução é aquela que é utilizada quando o tamanho do desenho do objeto é menor que o tamanho real do mesmo.

A escala de ampliação é aquela utilizada quando o tamanho do desenho de um objeto é maior que seu tamanho real.

Para facilitar a interpretação da relação existente entre o tamanho do desenho e o tamanho real do objeto, a ABNT recomenda que nas indicações de escalas se utilize a notação das razões que utiliza o símbolo ‘:’, como, por exemplo 1:1. O numeral da esquerda dos dois pontos sempre representa as medidas do desenho, enquanto que o numeral da direita dos dois pontos representa a medida real da peça.

A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para o desenho técnico, a utilização das seguintes escalas: Escalas de Redução:

1 : 2; 1 : 20; 1 : 200; 1 : 2000; 1 : 5; 1 : 50; 1 : 500; 1 : 5000; A indicação é feita na legenda dos desenhos

utilizando a palavra ESCALA, ou abreviada por ESC., seguida dos valores da razão correspondente.

1 : 10; 1 : 100; 1 : 1000; 1 : 10000 Escalas de Ampliação: Quando, em uma mesma folha, houver

desenhos com escalas diferentes daquela indicada na legenda, deverá existir abaixo dos respectivos desenhos a identificação das escalas utilizadas.

2 : 1; 20 : 1; 5 : 1; 50 : 1

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 13

10 : 1

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

A figura 16 apresenta um exemplo de escala de redução, referente à planta baixa de uma oficina. Neste caso, naturalmente, não é possível desenhá-la em tamanho real.

Note-se que, neste caso, as dimensões que estarão no desenho serão 100 vezes menores que as reais, pois a escala é 1:100.

Observação Importante: Infelizmente, por problemas de editoração do

texto, não foi possível que a figura estivesse realmente na escala 1:100. Não adiantará, pois, medir as dimensões porque elas não corresponderão aos valores reais que deveriam estar em uma planta. Mas, o importante é o exemplo e o conseqüente entendimento.

Figura 16 – Exemplo de escala de redução.

A figura 17, por outro lado, apresenta um exemplo de escala de ampliação, referente à trava do bloco complementar de um contator com contatos auxiliares. Neste caso, se o desenho fosse feito em escala natural, seria impossível observar os seus detalhes.

Note-se que, neste caso, as dimensões que estarão no desenho serão 5 vezes menores que as reais, pois a escala é 5:1.

Observação Importante: Infelizmente, por problemas de editoração do

texto, não foi possível que a figura estivesse realmente na escala 5:1. Não adiantará, pois, medir as dimensões porque elas não corresponderão aos valores reais que deveriam constar no desenho. Mas, o importante é o exemplo e o conseqüente entendimento.

Figura 17 – Exemplo de escala de ampliação.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 3: Normas Técnicas - 14

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

CAPÍTULO 4: PROJEÇÕES ORTOGONAIS

RESUMO

Esse capítulo fornece subsídios para a utilização e distinção dos vários tipos de projeções ortogonais.existentes. 1.0 - INTRODUÇÃO

A finalidade das projeções ortogonais consiste em reproduzir a forma exata dos objetos, com as suas três dimensões principais (comprimento, largura e altura) sobre um plano, o qual é o papel que se desenha. 2.0 – CONCEITUAÇÃO

Um objeto que se observa, ou se imagina, pode ser desenhado (representado) em um plano, o qual é denominado plano de projeção. A essa representação gráfica se dá o nome de projeção.

Figura 1 – Projeção.

Figura 2 – Vistas. Pode-se obter as projeções através de

observações feitas em posições determinadas. Assim, tem-se várias vistas do objeto, como ilustra a figura 2.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 15

A vista frontal recebe o nome de projeção vertical ou elevação, como é o caso ilustrado na figura 1

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

A figura 3, por outro lado, representa as

projeções horizontais vistas de cima, ou plantas dos objetos, para o observador na posição indicada pela seta.

Figura 5 – Planos de projeções.

A este conjunto de planos, diz-se que as projeções estão representadas no 1º diedro.

Se, por outro lado, os três planos de projeções

forem planificados, obtêm-se como resultado, as projeções nos três planos, representadas em apenas um plano (ou seja, do papel em que se desenha), conforme o exemplo da figura 6.

Figura 3 - Vista de cima (planta) de objetos.

Considerando-se um plano lateral, como citado, pode-se nele representar o objeto por outra vista. A vista representada no plano lateral, é denominada de vista lateral esquerda ou perfil.

Figura 6 – Projeções em três planos.

Estas projeções denominam-se projeções

ortogonais, ou seja, aquelas nas quais as linhas projetantes são perpendiculares aos planos de projeções.

Figura 4 - Representação das projeções laterais (vistas

laterais esquerdas ou perfis) de objetos.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 16

Assim, no desenho técnico elaborado empregando as normas da ABNT, as projeções ortogonais ocorrem no 1º diedro e são representados como na figura 7.

Agrupando-se os três planos verticais, horizontal e lateral, obtêm-se para uma peça qualquer, o ilustrado na figura 5.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Analisando-se figura 8 nota-se que a

superfície A está oculta quando a peça é vista lateralmente (direção 3), enquanto a superfície B está oculta quando a peça é vista por cima (direção 2).

Nestes casos, as arestas que estão ocultas em um determinado sentido de observação devem ser representadas por linhas tracejadas, como ilustra a figura 9.

Figura 7 – Representação das vistas em desenhos

técnicos. Note-se que qualquer desenho pode ser representado desse modo.

3.0 – ARESTAS OCULTAS Figura 9 – Vistas.

Como a representação de objetos tridimensionais, por meio de projeções ortogonais, é feita por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da forma espacial do objeto, algumas de suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao sentido de observação.

As linhas tracejadas são constituídas de pequenos traços de comprimento uniforme, espaçados de um terço de seu comprimento e levemente mais finas que as linhas cheias, conforme citado no capítulo anterior.

Deve-se procurar evitar o aparecimento de linhas tracejadas, porque a visualização da forma espacial é muito mais fácil mediante as linhas cheias que representam as arestas visíveis.

Seja o caso da figura 8, por exemplo.

É importante destacar que evitar o aparecimento de linhas tracejadas não significa omiti-las, pois, em relação ao sentido de observação, as linhas tracejadas são vitais para compreensão das partes ocultas do objeto.

As linhas tracejadas podem ser evitadas invertendo-se a posição da peça em relação aos planos de projeção (mudar a posição da vista de frente).

As Figuras 10 e 11 mostram exemplos da mudança de posição da peça em relação à vista de frente para evitar linhas tracejadas.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 17

Figura 10 – Posição inicial. Figura 8 – Peça e projeções.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

É a partir da linha de centro que se faz a

localização de furos, rasgos e partes cilíndricas existentes nas peças.

Conforme dito no capítulo anterior, a função da linha de simetria é indicar que o modelo é simétrico. Ambas as linhas ultrapassam o contorno dos desenhos dos objetos

Figura 11 – Nova posição. 4.0 – ARESTAS COINCIDENTES

Quando na tomada de vista, em um determinado sentido de observação, ocorrer a sobreposição de arestas (superfícies coincidentes), representa-se aquela que está mais próxima do observador.

Figura 12 – Arestas coincidentes.

Observando-se a figura 12, conclui-se que uma linha cheia, a qual represente uma superfície visível, sempre irá se sobrepor à uma linha tracejada, a qual represente uma superfície invisível. Em outras palavras, a linha cheia prevalece sobre a linha tracejada.

Além disto, as linhas que representam arestas (linha cheia ou linha tracejada) prevalecem sobre as linhas auxiliares (linha de centro), analisadas a seguir. 5.0 - LINHAS DE CENTRO E DE SIMETRIA

Nos desenhos em que aparecem as superfícies

curvas é utilizado um novo tipo de linha, composta de traços e pontos que é denominada linha de centro. As linhas de centro são usadas para indicar os eixos em corpos de rotação e também para assinalar formas simétricas secundárias.

As linhas de centro são representadas por traços finos separados por pontos (o comprimento do traço da linha de centro deve ser de três a quatro vezes maior que o traço da linha tracejada).

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 18

Figura 13 – Exemplos de aplicação de linhas de centro e de simetria

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

6.0 – VISTAS AUXILIARES

A principal finalidade de um desenho é

fornecer informações suficientes ao profissional, que vai utilizá-lo, para que possa construir, controlar ou montar uma peça ou um mecanismo, de acordo com as especificações do projetista. A seleção e a distribuição das vistas dependem da simplicidade ou da complexidade do objeto. Os objetos são desenhados, comumente, em três vistas, como já explicado. Além dessas três vistas básicas, outras poderão ser representadas, quando tal se fizer necessário para uma perfeita interpretação do objeto.

Nos casos em que o maior número de detalhes visíveis estiverem colocados ao lado direito (com relação á vista de frente), usa-se a vista lateral direita, que será projetada á esquerda da vista de frente, conforme o exemplo da figura 14.

Figura 16 – Utilização da vista lateral direita.

Em certos casos, porém, há necessidade de se

usar, no mesmo desenho, as duas vistas laterais para melhor esclarecimento de detalhes importantes, como ilustrado na figura 17.

Figura 14 – Exemplo de vista lateral direita.

Observe-se, a seguir, as vistas laterais das

projeções ortogonais da figura 15.

Figura 17 – Utilização de duas vistas laterais.

Quando se representam as duas vistas, as linhas médias tracejadas desnecessárias podem ser omitidas, como no exemplo da figura 17.

Figura 15 – Vistas laterais. 7.0 - VISTAS ESSENCIAIS

O maior número de detalhes visíveis do objeto

(peça) está posicionado do lado direito, com relação á vista de frente. Portanto, na vista lateral esquerda predomina a representação de maior número de linhas de contornos e arestas não visíveis.

As vistas essenciais são aquelas indispensáveis para a compreensão do desenho e, portanto, elas são as mais importantes nas representações dos objetos (peças).

Pode-se empregar três ou mais vistas, como também usar duas e, em alguns casos, até uma única vista.

Nestes casos, desaconselha-se a representação desta vista, pois o predomínio das linhas médias tracejadas em uma vista, aumenta a sua complexidade.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 19

Em qualquer uma destas situações, continuará havendo a vista principal, ou seja, a vista de frente, sendo escolhida como segunda vista, se necessário aquela que melhor complete a representação da peça.

Assim, seria mais adequada a representação da vista lateral direita, conforme ilustra o exemplo da figura 16.

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Na figura 18, a vista lateral pode ser eliminada

por apresentar detalhes que, nas demais, estão mais interpretativos.

8.0 – VISTA ÚNICA

Figura 18 – Vista suprimida. Na figura 19, por outro lado, a vista de cima foi eliminada porque a lateral esquerda apresenta os detalhes de forma mais clara

Figura 19 – Vista suprimida. Na figura 20, nenhuma das vistas foi eliminada. Cada vista apresenta um detalhe que é omisso quanto á forma real nas outras.

Figura 20 – Omissão de detalhes.

As projeções ortogonais da figura 21

representam uma peça composta de formas cilíndrica e plana.

Figura 21 – Peça cilíndrica.

Para representar estas formas, a ABNT, por

convenção, adotou a seguinte simbologia:

Com o emprego desta simbologia é possível, na maioria dos casos de peças, representá-las apenas em uma única vista. A figura 22 exemplifica para a peça cilíndrica da figura 21.

Figura 22 – Representação em vista única.

Nas projeções representadas em uma única vista, é necessário o uso da simbologia.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 20

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CAPÍTULO 5: COTAGEM

RESUMO

Este capítulo fornece os procedimentos para a inserção de cotas nos desenhos, ou seja, a sua cotagem. 1.0 - INTRODUÇÃO

O desenho técnico, além de representar, dentro de uma escala, a forma tridimensional, deve conter informações sobre as dimensões do objeto representado. As dimensões irão definir as características geométricas do objeto, dando valores de tamanho e posição aos diâmetros, aos comprimentos, aos ângulos e a todos os outros detalhes que compõem sua forma espacial.

A forma mais utilizada em desenho técnico é definir as dimensões por meio de cotas. Desta forma, esse capítulo, extraído, em grande parte, da referência [1], fornece os procedimentos para a inserção de cotas nos desenhos, ou seja, a sua cotagem, como mostrado a seguir. 2.0 – COTAS

As cotas são constituídas de linhas de chamada, linha de cota, setas e do valor numérico em uma determinada unidade de medida, conforme mostra a figura 1.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 21

Figura 1 – Cotas.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

As cotas devem ser distribuídas pelas vistas e

dar todas as dimensões necessárias para viabilizar a construção do objeto desenhado, com o cuidado de não colocar as desnecessárias.

Além disto, elas devem ser colocadas uma única vez em qualquer uma das vistas que compõem o desenho, localizadas no local que representa mais claramente o elemento que está sendo cotado, conforme mostram as figuras 2 e 3.

Figura 2 – Inserção de cotas.

Figura 3 – Inserção de cotas.

Na figura 2, o dimensionamento do rasgo existente na parte superior da peça pode ser feito somente na vista lateral esquerda ou com cotas colocadas na vistas de frente e na vista superior. Observe-se que as cotas da vista lateral esquerda definem as dimensões com muito mais clareza.

Para facilitar a leitura do desenho, as medidas devem ser colocadas com a maior clareza possível

evitando-se, principalmente, a colocação de cotas referenciadas às linhas tracejadas.

Na figura 3, por outro lado, pode-se observar que as cotas colocadas na vista de frente representam as respectivas dimensões com muito mais clareza do que as cotas colocadas nas vistas superior e lateral esquerda.

Não devem existir cotas além das necessárias para definir as medidas do objeto. O dimensionamento ou localização dos elementos deve ser cotado somente uma vez, evitando-se cotas repetidas.

Todas as cotas de um desenho ou de um conjunto de desenhos de uma mesma máquina ou de um mesmo equipamento devem ter os valores expressos em uma mesma unidade de medida, sem indicação do símbolo da unidade de medida utilizada. Normalmente, a unidade de medida mais utilizada no desenho técnico é o milímetro.

Quando houver necessidade de predominante, o símbolo da unidade deve ser indicado ao lado do valor da cota.

A figura 4 mostra a utilização de unidades diferentes. Enquanto a maioria das cotas está em milímetro e sem indicação da unidade utilizada, o comprimento da peça, na vista de frente, está cotado em centímetro, bem como a largura, na vista lateral, e o diâmetro do furo, na vista superior, estão em polegadas.

Figura 4 – Cotas com unidades diferentes.

Note-se na figura 4 que podem ser utilizadas cotas com tolerância de erro admissível para uma determinada dimensão. No caso mostrado a cota de 20 + 0,1 significa que, no processo de fabricação, a dimensão da peça poderá variar de 19,9 a até 20,1.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 22

Na prática, a escolha das cotas ou a colocação de tolerâncias para limitar os erros dependerá dos processos utilizados na fabricação do objeto e também da sua utilização futura.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

A figura 5 mostra que as dimensões do recorte

que aparece na vista de frente pode ser cotado valorizando o espaço retirado (figura 5 a), ou pode ser cotado dando maior importância às dimensões das partes que sobram após o corte (figura 5 b).

3.0 - REGRAS PARA A COTAGEM

A figura 6 mostra que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota e também deve haver um pequeno espaço entre a linha do elemento dimensionado e a linha de chamada.

As linhas de chamada devem ser, preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado. Em alguns casos, para melhorar a clareza da cotagem, as linhas de chamada podem ser oblíquas em relação ao elemento dimensionado, porém mantendo o paralelismo entre si, conforme mostra a figura 6 c.

As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como linhas de chamada, conforme mostra a figura 6 b. No entanto, é preciso destacar que as linhas de centro ou as linhas de contorno não devem ser usadas como linhas de cota.

a) Vista frontal com cotagem.

a)

b) Cotagem das partes após o corte. b)

Figura 5 – Cotagem de peças.

Outro exemplo de destaque da importância de uma determinada dimensão é a localização do furo em relação ao comprimento da peça, que na figura 5 a é feito pela face esquerda com a cota de 25, enquanto na figura 5 b é feito pela face direita com a cota de 55.

De acordo com as dimensões de maior importância, o construtor da peça fará o direcionamento dos erros conseqüentes dos processos de fabricação e a opção por um dos tipos exemplificados na figura 5 será feita em função da utilização ou do funcionamento da peça.

c)

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 23

Figura 6 – Cotagem.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

O limite da linha de cota pode ser indicado por

setas, que podem ser preenchidas ou não, ou por traços inclinados, conforme mostra a figura 7. A maioria dos tipos de desenho técnico utiliza as setas preenchidas. Os traços inclinados são mais utilizados nos desenhos arquitetônicos.

Figura 9 – Cotagem de raios.

Os elementos cilíndricos sempre são dimensionados pelos seus diâmetros e localizados pelas suas linhas de centro, conforme mostra a figura 10.

Figura 7 – Linhas de cotas.

Em um mesmo desenho a indicação dos

limites da cota deve ser de um único tipo e também deve ser de um único tamanho. Só é permitido utilizar outro tipo de indicação de limites da cota em espaços muito pequenos, conforme mostra a figura 8.

Figura 10 – Cotagem de elementos cilíndricos.

Para facilitar a leitura e a interpretação do desenho, deve-se evitar colocar cotas dentro dos desenhos e, principalmente, cotas alinhadas com outras linhas do desenho, conforme mostra a figura 11.

Figura 8 – Limites de cota.

Havendo espaço disponível, as setas que

limitam a linha de cota ficam por dentro da linha de chamada com direções divergentes, conforme são apresentadas nas cotas de 15, 20 e 58 da figura 8.

Quando não houver espaço suficiente, as setas serão colocadas por fora da linha de cota com direções convergentes, exemplificadas pelas cotas de 7, 8 e 12. Observe que a cota de 12 utiliza como seu limite uma das setas da cota de 15

Quando o espaço for muito pequeno como é o caso das cotas de 5, os limites da cota serão indicados por uma seta e pelo traço inclinado.

Na cotagem de raios, o limite da cota é definido por somente uma seta que pode estar situada por dentro ou por fora da linha de contorno da curva, conforme está exemplificado na figura 9.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 24

Figura 11 – Colocação de cotas.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Outro cuidado que se deve ter para melhorar a

interpretação do desenho é evitar o cruzamento de linha da cota com qualquer outra linha.

As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor, para evitar o cruzamento de linhas de cotas com as linhas de chamada, conforme mostra a figura 12.

Figura 14 – Cotas alinhadas.

Os números que indicam os valores das cotas devem ter um tamanho que garanta a legibilidade e não podem ser cortados ou separados por qualquer linha.

Figura 12 – Linhas de cota. Sempre que possível, as cotas devem ser

colocadas alinhadas, conforme mostram a Figuras 13 e 14.

A Norma NBR 10126 da ABNT fixa dois métodos para posicionamento dos valores numéricos das cotas.

O primeiro método, que é o mais utilizado, determina que:

a) nas linhas de cota horizontais o número

deverá estar acima da linha de cota, conforme mostra a figura 15 a;

b) nas linhas de cota verticais o número deverá estar à esquerda da linha de cota, conforme mostra a figura 15 a;

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 25

c) nas linhas de cota inclinadas deve-se buscar a posição de leitura, conforme mostra a figura 15 b. Figura 13 – Cotas alinhadas.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Figura 15 – Valores numéricos conforme a ABNT.

Pelo segundo método, as linhas de cota são

interrompidas e o número é intercalado no meio da linha de cota e, em qualquer posição da linha de cota, mantém a posição de leitura com referência à base da folha de papel, conforme mostra a figura 16.

b)

Figura 17 – Cotagem de ângulo (continuação).

Para melhorar a leitura e a interpretação das cotas dos desenhos são utilizados símbolos para mostrar a identificação das formas cotadas, conforme mostrado a seguir:

Figura 16 – Segundo método da ABNT. Os símbolos devem preceder o valor numérico da cota, como mostra a figura 18.

As figuras 17 a e b mostram, respectivamente, a cotagem de ângulos pelos dois métodos normalizados pela ABNT. A linha de cota utilizada na cotagem de ângulos é traçada em arco cujo centro está no vértice do ângulo.

a)

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 26

Figura 18 – Símbolos na cotagem. Figura 17 – Cotagem de ângulo

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Na cotagem em série, mostrada na figura 20,

durante os processos de fabricação da peça, ocorrerá a soma sucessiva dos erros cometidos na execução de cada elemento cotado, enquanto no tipo de cotagem mostrado na figuras 21 como todas as cotas, de uma determinada direção, são referenciadas ao mesmo elemento de referência, não ocorrerá a soma dos erros cometidos na execução de cada cota.

Quando a forma do elemento cotado estiver claramente definida, os símbolos podem ser omitidos, conforme mostra a figura 19.

Na prática é muito comum a utilização combinada da cotagem por elemento de referência com a cotagem em série, conforme mostra a figura 22.

Figura 19 – Omissão de símbolos. 4.0 - TIPOS DE COTAGEM

As cotas podem ser colocadas em cadeia (cotagem em série), na qual as cotas de uma mesma direção são referenciadas umas nas outras, como mostra a figura 20, ou podem ser colocadas tendo um único elemento de referência, como na Figuras 21 (cotagem em paralelo).

Figura 22 – Cotagem combinada.

5.0 - COTAGEM DE CORDAS E ARCOS

A diferença entre a cotagem de cordas e arcos é a forma da linha de cota. Quando o objetivo é definir o comprimento do arco, a linha de cota deve ser paralela ao elemento cotado.

Figura 20 – Cotagem em série.

A figura 23 mostra na parte superior (cota de 70) a cotagem de arco e na parte inferior (cota de 66) a cotagem de corda.

Figura 21 – Cotagem em paralelo. ________________________________________________________________________________________________

Capítulo 5: Cotagem - 27

Figura 23 - Cotagem de cordas e arcos.

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6.0 - COTAGEM DE ÂNGULOS, CHANFROS E

ESCAREADOS

Para definir um elemento angular são

necessárias pelo menos duas cotas, informando os comprimentos de seus dois lados ou o comprimento de um dos seus lados associados ao valor de um dos seus ângulos, conforme mostra a figura 24 a. Quando o valor do ângulo for 45°, resultará em ângulos iguais e lados iguais e, nesta situação, pode-se colocar em uma única linha de cota o valor dos dois lados ou de um lado associado ao ângulo, como mostra a figura 24 b.

Figura 25 - Cotagem de chanfros.

Da mesma forma, os cantos vivos dos furos também são quebrados com pequenas superfícies inclinadas, que no caso dos furos são chamadas de escareados. A cotagem dos escareados segue os princípios da cotagem de elementos angulares e está exemplificada na Figura 26.

a)

Figura 26 - Cotagem de escareados.

7.0 - COTAGEM DE ELEMENTOS EQÜIDISTANTES

E/OU REPETIDOS

A cotagem de elementos eqüidistantes pode ser simplificada porque não há necessidade de se colocar todas as cotas. Os espaçamentos lineares podem ser cotados indicando o comprimento total e o número de espaços, conforme mostra a figura 27. Para evitar problemas de interpretação, é conveniente cotar um dos espaços e informar a dimensão e a quantidade de elementos.

b)

Figura 24 - Cotagem de ângulos

Para evitar nos objetos que serão manuseados o contato com cantos vivos, é usual quebrar os cantos com pequenas inclinações chamadas de chanfros, conforme mostra a figura 25. A cotagem dos chanfros segue mesmos os princípios utilizados na cotagem de elementos angulares

Figura 27 – Cotagem de elementos repetidos. ________________________________________________________________________________________________

Capítulo 5: Cotagem - 28

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Os espaçamentos eqüidistantes angulares

podem ser cotados indicando somente o valor do ângulo de um dos espaços e da quantidade de elementos, conforme mostra a figura 28.

Figura 28 – Cotagem de espaçamentos eqüidistantes angulares.

Quando os espaçamentos não forem

eqüidistantes, será feita a cotagem dos espaços,

indicando a quantidade de elementos, conforme mostra a figuras 29.

Figura 29 – Cotagem de espaçamentos não eqüidistantes

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA [1] Ribeiro, A.C.; Peres, M.P; Izidoro, N. - “Leitura e

Interpretação de Desenho Técnico” – Faenquil –Faculdade de Engenharia Química de Lorena.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 5: Cotagem - 29

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CAPÍTULO 6: PERSPECTIVAS

RESUMO 2.0 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA:

Perspectiva isométrica é aquela na qual se representam as dimensões dos objetos, segundo três eixos isométricos.

Este capítulo fornece procedimentos para a interpretação de perspectivas isométricas e cavaleiras com formas planas e cilíndricas. O ângulo formado entre os três eixos é o de

120°, pois, isométrica significa medidas iguais. Os três eixos são divergentes, sendo que um

deles situa-se na posição vertical, enquanto que os outros dois formam ângulos de 30° com a posição horizontal, partindo um para a direita e outro para a esquerda, como ilustrado na figura 2.

1.0 - INTRODUÇÃO Na literatura técnica, incluindo manuais de montagens de equipamentos, é muito comum deparar-se com desenhos que mostram os objetos com sua três dimensões, permitindo, assim, a sua visualização de sua forma geral.

Um desenho como este está em perspectiva. Portanto, a perspectiva é uma técnica de

representação tridimensional que possibilita a ilusão de espessura e profundidade das figuras e, assim, pode-se representar os objetos tais como se apresentam à nossa vista.

Figura 2 – Eixos.

A perspectiva isométrica, pó sua vez, é

classificada em isométrica de objetos planos e isométrica de objetos cilíndricos. 2.1 - Perspectiva Isométrica de Objetos Planos

Na perspectiva isométrica de objetos planos,

os três eixos coincidem, com três das arestas do objeto. As arestas paralelas do objeto são traçadas nessa perspectiva por meio de linhas paralelas aos eixos.

Figura 1 – Exemplos de perspectivas.

Existem vários tipos de perspectivas, mas, nesse texto, serão analisadas apenas as isométricas e as cavaleiras.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 6: Perspectivas - 30

Figura 3 - Perspectiva isométrica de objetos planos.

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Observa-se que existe uma pequena redução

na marcação das medidas sobre os eixos, mas, neste texto, não serão consideradas.

Ângulo entre a linha obliqua e a posição

horizontal. Redução

30º 1/3 45º 1/2 60º 2/3

2.2 - Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos

A perspectiva isométrica de objetos cilíndricos possui as mesmas características da de objetos planos. Um detalhe importante que surge, entretanto, são as circunferências do objeto que, em perspectiva, são representadas por meio de elipses.

Tabela 1 - Redução nas medidas marcadas sobre a

linha obliqua.

A figura 6 exemplifica o exposto.

Figura 4 - Perspectiva isométrica de objetos cilíndricos. 3.0 - PERSPECTIVA CAVALEIRA

A perspectiva cavaleira é aquela que representa uma das faces do objeto em vista de frente.

Nesta face, vêm representadas duas de suas três dimensões.

A outra dimensão será representada segundo uma linha oblíqua, que forma com a posição horizontal, um ângulo de 30°, 45° ou 60°.

Figura 6 - Redução nas medidas marcadas sobre a linha

obliqua

Figura 5 - Perspectiva cavaleira de objetos planos.

3.2 - Perspectiva Cavaleira De Objetos Cilíndricos A perspectiva cavaleira também possui duas classificações, ou seja, a de objetos planos e de objetos cilíndricos.

Na perspectiva cavaleira de objetos

cilíndricos, as circunferências do objeto são desenhadas em vista de frente.

3.1 - Perspectiva Cavaleira de Objetos Planos A circunferência não sofre redução em sua

dimensão. Na perspectiva cavaleira de objetos planos, as medidas horizontais e verticais que são as que formam a face que é representada em vista de frente não sofrem reduções.

As geratrizes do cilindro são desenhadas, segundo uma linha oblíqua que forma com a posição horizontal o mesmo ângulo da perspectiva cavaleira de objetos planos.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 6: Perspectivas - 31

As medidas situadas sobre a linha oblíqua, sofrem as mesmas reduções apresentadas na tabela 1

Deve-se atentar para o fato de que as medidas marcadas sobre a linha obliqua sofrem uma redução, conforme mostra a tabela 1.

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Figura 7 - Perspectiva cavaleira de objetos cilíndricos. 4.0 - COTAGEM EM PERSPECTIVAS

Em todos os casos de perspectivas, sejam elas isométricas ou cavaleiras, deverão estar sempre cotados.

Figura 9 – Exemplos de utilização de linhas de extensão.

A cotagem dos desenhos em perspectivas possui os mesmos objetivos da cotagem das projeções ortogonais, ou seja, determinar o tamanho e localizar exatamente os detalhes da peça.

c) Quando se traçam mais de uma cota parcial e total em uma mesma direção, elas deverão ser paralelas entre si, e o espaçamento entre uma e outra, constante;

As linhas utilizadas para a cotagem, das perspectivas, são as mesmas para a cotagem das projeções ortogonais, isto é, linhas de cota, linhas de extensão e o valor numérico.

Figura 10 – Cotas paralelas.

d) O valor numérico da cota deverá vir escrito no

centro da linha, eqüidistante dos extremos;

Figura 8 – Cotagem em perspectivas.

Quando se faz a cotagem em uma perspectiva isométrica ou cavaleira devem-se observar os seguintes detalhes:

a) As linhas de cotas deverão ser paralelas às

arestas da face cujas medidas serão indicadas; b) As linhas de extensão deverão delimitar a face

cotada, porém sem tocá-la;

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 6: Perspectivas - 32

Figura 11 – Valores numéricos das cotas.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

e) A maneira de se representar uma linha de cota

em cotas parciais, cotas totais, cotas de pequenas espessuras, cotas de raios, cotas de diâmetro, etc, é a mesma das projeções ortogonais.

f) No caso das cotas de diâmetro, entretanto, também pode-se empregar as cotas como na figura 12.

Finalmente, observa-se que na cotagem de

perspectiva cavaleira, não se considera a redução quando se registra o valor numérico.

Figura 12 – Cotagem de diâmetros.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 6: Perspectivas - 33

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CAPÍTULO 7: CORTES, SEÇÕES E RUPTURAS

RESUMO 3.0 – TIPOS DE PLANOS CORTE

Quando uma peça a ser desenhada possui muitos detalhes internos ou invisíveis, as projeções ortogonais apresentam muitas linhas tracejadas e, em geral, dificultam a compreensão do desenho. Para facilitar a interpretação desses detalhes são utilizadas vistas em corte, cujo estudo é o objetivo deste capítulo.

Os cortes, como citado anteriormente, têm por finalidade mostrar, claramente, os detalhes internos dos objetos, existindo dois tipos de planos de corte, ou seja, o horizontal e o vertical. 3.1 - Plano de Corte Horizontal

O plano de corte horizontal é aquele que se obtêm quando se secciona um objeto por um plano horizontal, paralelo ao plano da base do objeto.

1.0 - INTRODUÇÃO

Nos capítulos anteriores foram mostrados os procedimentos para desenhar os objetos sendo vistos externamente através de projeções ortogonais e perspectivas.

Para ilustrar o conceito, tem-se:

a) Imaginar o objeto sendo cortado no sentido horizontal.

Nesses casos, se os detalhes internos das peças forem em pequena quantidade, representá-los por meio de linhas tracejadas é suficiente para a boa interpretação do desenho.

No entanto, nem sempre é assim. Se o objeto possuir muitos detalhes internos, torna-se necessário representá-los com uma forma mais definida.

Para que isto seja possível, emprega-se cortar os objetos em posições adequadas, ou seja, utiliza-se a técnica de cortes, como se analisa a seguir. 2.0 – DEFINIÇÕES

b) Imaginar que seja retirada a parte de cima do objeto.

Denomina-se corte a projeção que se obtém, quando se secciona um objeto por um plano vertical ou horizontal. A figura 1 ilustra.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 34

c) A projeção dos detalhes internos da parte inferior do objeto é o corte horizontal. Figura 1 – Conceito de corte.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

3.2.2 - Plano de corte transversal

3.2 - Plano de Corte Vertical O plano de corte transversal é o plano

vertical que secciona os objetos no sentido da largura. O plano de corte vertical subdivide-se em

longitudinal e transversal. O seccionamento de um objeto no sentido

transversal se dá na mesma seqüência que vimos para o sentido longitudinal, como ilustrado a seguir.

3.2.1 - Plano de corte longitudinal

O plano de corte longitudinal é o plano

vertical que secciona os objetos no sentido do comprimento.

Para ilustrar o conceito, tem-se: a) Imaginar o objeto sendo cortado no

sentido longitudinal;

b) Imagine a parte da frente do objeto sendo retirada;

4.0 - LINHA DE CORTE

Linha de corte é uma linha grossa, do tipo traço-

ponto, que indica nas vistas a posição em que o plano de corte seciona o objeto.

Ela possui a seguinte representação:

Geralmente, indica-se o sentido em que é observada uma vista em corte através de uma seta, como representado a seguir.

c) A projeção dos detalhes internos da parte posterior e o corte longitudinal.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 35

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A linha que indica o corte transversal é

representada na vista de frente do objeto e o corte é representado na vista lateral esquerda ou direita.

Para identificar uma vista em corte com o seu respectivo plano, utiliza-se letras nas extremidades das linhas de cortes, as quais podem ser repetidas ou seqüenciadas.

Em geral, são empregadas as primeiras letras do alfabeto.

Na vista em corte correspondente a cada linha de corte, escreve-se a identificação como a seguir:

5.0 - CORTE TOTAL:

Corte total é aquele que secciona, imaginariamente, o objeto em toda a sua extensão.

Para reconhecer um corte total, basta observar a indicação da linha de corte. Se ela estiver indicada em toda a extensão da vista, o corte será total.

As figuras a seguir apresentam a indicação do corte total para cada tipo de corte.

No corte longitudinal a linha que o indica é

representada na vista de cima ou de lado do objeto e o corte é representado na vista de frente.

Figura 2 - Corte longitudinal.

No corte horizontal a linha que o indica é

representada na vista de frente do objeto e o corte é representado na posição da vista da cima.

Figura 3 – Corte horizontal:

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 36

Figura 4 – Corte transversal:

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

As perspectivas em corte total também são

representadas em corte longitudinal, horizontal e transversal. Porém, a linha de corte não é indicada.

As figuras a seguir exemplificam.

Figura 5 - Perspectiva em corte longitudinal. Figura 8 – Exemplo de hachuras.

O espaçamento entre as hachuras deverá

variar com o tamanho da área a ser hachurada como na figura 9.

Figura 6 - Perspectiva em corte horizontal.

Figura 9 – Espaçamento entre hachuras.

Quando a área a ser hachurada for muito

grande pode-se colocar as hachuras acompanhando o contorno da peça, como ilustrado na figura 10.

Figura 7 - Perspectiva em corte transversal.

6.0 – HACHURAS

A finalidade das hachuras é indicar as partes

maciças, evidenciando as áreas de corte. Figura 10 – Hachuras para grandes áreas.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 37

Havendo necessidade de fazer qualquer inscrição na área hachurada, deve-se interromper as hachuras para deixar bem nítida a inscrição feita, como mostra a figura 11.

As hachuras são constituídas de linhas finas, eqüidistantes e traçadas a 45° em relação aos contornos ou aos eixos de simetria da peça, conforme mostra a figura 8.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Observe-se que, em uma mesma peça, as

hachuras devem ter uma só direção.

Figura 11 – Inscrição dentro das hachuras.

As hachuras de peças com espessura muito pequena, peças delgadas, são representadas em preto, com filetes brancos separando as partes contíguas, conforme ilustra a figura 12.

Figura 12 – Hachura de peças delgadas.

Nos desenhos de conjuntos as peças

adjacentes devem ser hachuradas em direções diferentes. A figura seguinte mostra um conjunto de peças, desenhadas montadas, sem corte na figura 13 e em corte na figura 14.

Observe que a vista em corte com variação das direções e dos espaçamentos das hachuras permite a identificação dos limites de cada peça e facilita bastante a interpretação do desenho.

Figura 13 – Conjunto sem cortes.

Figura 14 – Conjunto com cortes. ________________________________________________________________________________________________

Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 38

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Existem normas específicas que permitem a

utilização das hachuras para indicar o tipo do material da peça. A figura 15 mostra algumas hachuras convencionadas para representar o tipo de material utilizado na construção da peça.

Figura 17 – Corte horizontal:

Figura 18 – Corte transversal:

8.0 - CORTE PARCIAL

Muitas vezes, é interessante mostrar, apenas, partes dos detalhes internos do(s) objeto(s). Nesse caso, não é necessário recorrer ao corte total ou meio corte. Utiliza-se, então, o corte parcial.

Figura 15 – Hachuras conforme o material.

Portanto, o corte parcial é aquele utilizado para mostrar apenas uma parte dos detalhes internos do(s) objeto(s).

7.0 – CORTE EM DESVIO

Corte em desvio é aquele que secciona, imaginariamente, os objetos em toda a sua extensão, porém em planos diferentes.

Para reconhecer um corte em desvio, basta observar a indicação da linha de corte na vista. Se ela mudar de posição no interior do objeto e estiver indicada em toda a sua extensão, o corte será em desvio.

As figuras a seguir apresentam a indicação do

corte em desvio para cada tipo de corte.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 39

Figura 19 – Exemplos de cortes parciais. Figura 16 – Corte longitudinal:

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9.0 - SEÇÕES

Denomina-se seção a interseção do plano

secante com o objeto.

Figura 21 – Seção traçada sobre a vista.

Para reconhecer se a seção está traçada sobre a vista, basta observar se ambas estão representadas na forma da figura 21. A parte seccionada estará sempre hachurada. 9.2 - Seção Traçada Fora da Vista

Nas seções traçadas fora das vistas, tem-se o

desenho da seção representado ao lado da vista do objeto.

Neste caso, indica-se sobre a vista, através da linha de corte, a posição em que o objeto foi secionado.

Abaixo do desenho da seção, conforme a identificação que utilizamos na linha de corte, escreve-se:

SEÇÃO - AA; SEÇÃO - BB; etc.

Figura 20 – Exemplo de seções.

Nos desenhos das seções não se representam as partes não secionadas, conforme acontece nos desenhos de cortes.

As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de peça evitando, assim, vistas desnecessárias, como ilustrado a seguir.

Figura 22 – Seção traçada fora da vista.

As seções são representadas em três situações, ou seja:

9.3 - Seções Traçadas Com a Interrupção das Vistas a) seções traçadas sobre as vistas;

b) seções traçadas fora das vistas; Nas seções traçadas com a interrupção das

vistas, temos o desenho da seção representado no meio da vista do objeto. Para isto, interrompe-se a representação da vista, antes e depois do desenho da seção.

c) seções traçadas com a interrupção das vistas.

9.1 - Seções Traçadas Sobre as Vistas

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 40

Para reconhecer se a seção esta traçada com a interrupção da vista, basta observar se ambas estão representados na forma da figura 23.

Nas seções traçadas sobre as vistas, temos o desenho da seção representado em cima da própria vista, como ilustra a figura a seguir.

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CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Em objetos trapezoidais:

Figura 23 - Seção traçada com a interrupção das vistas. Em objetos cilíndricos:

10.0 - RUPTURAS

Quando se empregam rupturas, na realidade, retira-se uma parte do objeto da vista. Elas são utilizadas apenas nas partes que possuem detalhes que não necessitam ser mostrado para facilitar a interpretação do objeto.

As linhas de ruptura são de espessura média.

Em objetos cônicos:

Figura 24 – Exemplo de rupturas.

As rupturas ocorrem em quatro situações, a

saber:

a) em objetos planos paralelos; As figuras a seguir apresentam exemplos de rupturas de peças em projeções ortogonais cotadas. b) em objetos trapezoidais;

c) em objetos cilíndricos; d) em objetos cônicos.

A representação das rupturas se faz do modo

apresentados nas figuras a seguir. Em objetos planos paralelos:

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 41

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11.0 – CONVENÇÃO ABNT

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas convencionou não hachurar, mesmo que sejam atingidos pelo plano de corte, os seguintes elementos de máquinas: parafusos e porcas, pinos, rebites, chavetas, esfera de rolamentos, braços de polia, nervuras e eixos.

As figuras a seguir apresentam exemplos em projeções ortogonais.

Os eixos somente são hachurados, quando são cortados no sentido transversal.

Observe-se a seguir o desenho de um motor

elétrico em conjunto. Ele está em corte parcial, mostrando os detalhes do eixo, chaveta, rolamentos, parafusos e etc, de acordo com as normas da ABNT.

________________________________________________________________________________________________ Capítulo 7: Cortes, Seções e Rupturas - 42