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Universidade de Aveiro Ano 2017 Departamento de Engenharia Mecânica CLÁUDIO ANDRÉ ANDRADE DA SILVA ESTUDO DA GEOMETRIA DE PROVETES CRUCIFORMES COM ESPESSURA UNIFORME PARA ENSAIOS BIAXIAIS DE POLÍMEROS

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Universidade de Aveiro

Ano 2017

Departamento de Engenharia Mecânica

CLÁUDIO ANDRÉ ANDRADE DA SILVA

ESTUDO DA GEOMETRIA DE PROVETES CRUCIFORMES COM ESPESSURA UNIFORME PARA ENSAIOS BIAXIAIS DE POLÍMEROS

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Universidade de Aveiro

Ano 2017

Departamento de Engenharia Mecânica

CLÁUDIO ANDRÉ ANDRADE DA SILVA

ESTUDO DA GEOMETRIA DE PROVETES CRUCIFORMES COM ESPESSURA UNIFORME PARA ENSAIOS BIAXIAIS DE POLÍMEROS

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica, realizada sob a orientação científica do Doutor Alfredo Manuel Balacó de Morais, Professor Associado do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro, e Professor António Manuel de Bastos Pereira, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro.

Apoio financeiro dos projetos UID/EMS/00481/2013-FCT e CENTRO-01-0145-FEDER-022083

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o júri

presidente Prof. Doutor António Manuel de Amaral Monteiro Ramos Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro

orientador Prof. Doutor Alfredo Manuel Balacó de Morais Professor Associado da Universidade de Aveiro

arguente Prof. Doutor Luís Manuel Pires Martins de Abreu Professor Adjunto da Universidade de Aveiro

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agradecimentos

Aos orientadores desta dissertação, Professor Doutor Alfredo Manuel Balacó de Morais e Professor Doutor António Manuel de Bastos Pereira, pela disponibilidade e apoio fornecido ao longo da realização desta dissertação. À minha família, em especial aos meus pais, a minha namorada e a todos aqueles que estiveram presentes e me ajudaram ao longo do meu percurso académico, incluindo amigos, colegas e professores.

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palavras-chave

Ensaios biaxiais; provete cruciforme; polímeros; simulação numérica; elementos finitos; tensão de von Mises; tensões normais.

Resumo Esta dissertação centrou-se no estudo de geometrias de provetes cruciformes para ensaios biaxiais. Considerou-se o caso de tensões de tração iguais segundo os eixos das solicitações. Impôs-se inicialmente a condição dos provetes terem espessura uniforme. O objetivo principal era obter um campo de tensões que, num ensaio real, conduza à rutura numa zona bem definida orientada a 45º relativamente aos eixos das solicitações. Procurou-se também que o rácio das tensões normais fosse pouco variável junta à zona crítica. O trabalho foi realizado com um software de simulação de elementos finitos, tendo sido testadas 4 formas base, cujas dimensões principais foram variadas. Os resultados permitiram propor uma geometria que deverá ser avaliada experimentalmente em trabalhos futuros.

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keywords

Biaxial tests; cruciform specimen; polymers; numerical simulations; finite element method; von Mises stress; normal stresses.

abstract

This dissertation focused on the study of cruciform specimen geometries for biaxial tests. The case of identical tensile stresses along each of the loading axes was considered. The specimen uniform thickness condition was initially imposed. The main objective was to obtain a stress field which, in a real test, would lead to failure in a well defined region oriented at 45º relative to the loading axes. It was also intended that the normal stress ratio within the critical zone showed low variability. This work was conducted with a finite element software and evaluated 4 basic shapes, whose main dimensions were varied. The results led to a specific specimen geometry that will be experimentally assessed in future works.

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Índice

1 – Introdução 1

2 - Procedimentos de modelação e análise 6

3 – Resultados e análises 10

3.1 Geometria A 10

3.2 Geometria B 18

3.3 Geometria C 29

3.4 Geometria D 36

3.5 Geometria proposta 42

4 – Conclusões e trabalhos futuros 48

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Capitulo 1

Introdução

Atualmente torna-se cada vez mais essencial o estudo dos materiais utilizados em

aplicações estruturais. Este interesse advém das vantagens competitivas que as empresas

pensam ganhar, melhorando a sua posição face à concorrência existente no mercado [1].

Atualmente o estudo do comportamento dos materiais passa também muito pela simulação

com software, algo que tem vindo a ser cada vez mais visível nos dias de hoje. Isto permite

desenvolver produtos de forma mais rápida e a custo mais reduzido do que com o recurso

exclusivo à prototipagem e aos ensaios experimentais [2].

Muitas empresas usam ensaios uniaxiais para determinar as propriedades dos materiais,

que são uma parte importante no projeto. Todavia, os ensaios uniaxiais não permitem

caraterizar de forma completa e rigorosa o comportamento dos materiais [3]. De facto, as

aplicações estruturais envolvem quase sempre estados de tensão complexos [1,2]. A

utilização de ensaios biaxiais dá um contributo fundamental para prever com exatidão o

comportamento dos materiais até a rutura, sobretudo quando eles têm comportamento

anisotrópico.

Um dos parâmetros mais relevantes nos ensaios biaxiais acaba então por ser a geometria do

provete. Embora já existam vários trabalhos realizados neste âmbito, ainda não foi possível

definir geometrias consensuais, apesar da predominância clara do provete cruciforme [1].

Nos próximos parágrafos revê-se um conjunto de trabalhos já publicados acerca deste tema

por diversos investigadores e as respetivas conclusões.

No trabalho de Bhatnagar e outros [4] foram utilizados provetes cruciformes com raios de

concordância e uma diminuição de espessura no centro do provete de maneira a promover

a rutura na zona central (Figura 1). Todavia os ensaios experimentais mostraram que a

rutura se deu junto a uma das concordâncias (Figura 2), e não na zona central. Simulações

numéricas permitiram explicar a zona da rutura (Figura 3).

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Figura 1 - Modelo 3D do provete cruciforme de Bhatnagar e outros [4].

Figura 2 - Fotografias de provetes ensaiados por Bhatnagar e outros [4].

Figura 3 - Campo de tensões de corte obtidas em simulações numéricas realizadas por Bhatnagar e outros [4].

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Lamkanfi e outros [5] adotaram também rebaixamentos no provete. Depois de vários

ensaios chegaram à conclusão que a conjugação de dimensões do rebaixo com o raio de

concordância era crucial para obter a rutura no centro do provete.

Através de várias simulações numéricas, Batista [1] procurou desenvolver, uma geometria

na qual a rutura do provete ocorresse no centro e onde existisse um elevado grau de

uniformidade de tensões. Após um grande número de simulações, concluiu que a

geometria mais adequada teria de ter dois rebaixos e concordâncias (Figura 4a). Todavia,

registou-se um pico tensões de von Mises a 45º do centro, na periferia do raio de

concordância exterior, entre braços do provete (Figura 4b). Resultados experimentais

obtidos por Marques [6] e Domingues [7] confirmaram que a rutura se iniciou

precisamente nessa zona, ao contrário da rutura na zona central pretendida.

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a)

b)

Figura 4 - a) Geometria proposta por Batista [1]; b) Campo da tensão equivalente de von Mises

obtida em simulações numéricas.

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Figura 5 - Fotografia de um provete proposto por Batista [1] ensaiado em [6].

Estes trabalhos revelam as grandes dificuldades em obter a rutura do provete cruciforme na

zona central, apesar da complexidade da geometria frequentemente usada. Logo, neste

trabalho adotou-se uma perspetiva diferente, cujos princípios básicos são os seguintes:

- aceitar que a rutura vai ocorrer na zona de ligação dos braços do provete, sob efeito

de concentração de tensões apreciável;

- procurar uma geometria relativamente simples, nomeadamente sem variações de

espessura.

Esta abordagem é sustentada pelas elevadas capacidades:

- dos softwares de simulação numérica, já disponíveis há bastante tempo;

- das técnicas óticas mais recentes, que permitem medir campos de deformações em

zonas de dimensão considerável. Isto reduz a importância do grau de uniformidade

das tensões normalmente procurado nos ensaios de materiais. De facto, está a ser

cada vez mais utilizada a Correlação Digital de Imagem, que já foi aplicada por

Domingues [7] na Universidade de Aveiro.

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Capitulo 2

Procedimentos de modelação e análise

O software utilizado neste trabalho foi o Abaqus Student Edition [8], que se baseia no

método dos elementos finitos. Apesar de limitada a 1000 nós, a versão “Student” revelou-

se suficiente para construir modelos suficientemente refinados, face à relativa simplicidade

da geometria e das condições de fronteira.

De facto, como se poderá ver adiante, nas geometrias estudadas o provete possuía cerca de

340 mm de comprimento e largura. Todavia, devido às simetrias material e de

carregamento nos eixos horizontal xx e vertical yy, apenas foi simulado um quarto do

provete (Figuras 6 e 7). Além disso, podia-se substituir a zona de amarração por condições

de fronteira e de carregamento de deslocamentos impostos.

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Figura 6 - Representação das condições de fronteira.

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Figura 7 - Representação das condições de carregamento.

Toda a modelação foi feita com elementos de casca, a 2D, utilizando as ferramentas

próprias de modelação existentes no software. Recorreu-se a elementos sólidos de 8 nós,

estado plano de tensão e integração reduzida (CPS8R). Trata-se de elementos

especialmente capazes para descrever detalhes geométricos, principalmente envolvendo

curvaturas [8,9], com custo computacional contido. Como se exemplifica na Figura 8, a

malha foi refinada nas zonas de concentração de tensões, de modo a garantir o rigor dos

resultados.

Quanto ao material, considerou-se que o provete era de polipropileno com módulo de

Young E = 1730 MPa e coeficiente de Poisson ν = 0.42, valores estes que foram medidos

em ensaios uniaxiais realizados por Marques [6]. Deve-se dizer ainda que o material foi

considerado homogéneo e isotrópico.

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Figura 8 - Exemplo de uma malha refinada.

Por fim, depois do processo ser submetido e executado, fez-se a análise dos resultados

usando as ferramentas de visualização e representação do software. Em particular,

recorreu-se aos campos das tensões normais e da tensão equivalente de von Mises.

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Capitulo 3

Resultados e análises

3.1 Geometria A

Na Figura 9 podemos ver uma representação desta geometria, que se caracteriza por uma

redução linear progressiva da secção resistente até atingir uma concordância. Como se

estudou o caso de cargas impostas iguais segundo os eixos xx e yy, adotou-se θ = 45º, e

pretendia-se que as tensões máximas ocorressem precisamente na concordância nessa

orientação.

Figura 9 - Geometria A, onde se utilizou, L = 150, b = 20 e k = 50.

As Figuras 10 a 15 apresentam os campos das tensões para algumas das dimensões

estudadas.

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Figura 10 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 5 mm e di =

15 mm.

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Figura 11 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 5 mm e di = 20 mm.

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Figura 12 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 5 mm e di = 25 mm.

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Figura 13 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 10 mm e di = 20 mm.

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Figura 14 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 10 mm e di = 25 mm.

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Figura 15 - Campos das tensões obtidos para a geometria A com Rc = 10 mm e di = 30 mm.

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Conforme se pode ver nos resultados apresentados, esta geometria padece de uma

desvantagem assinalável: os picos das tensões normais estão significativamente desviados

dos 45º de orientação pretendidos. Por outro lado, os picos da tensão equivalente de von

Mises aproximam-se da localização desejada, mas há claramente uma variabilidade

acentuada do rácio de tensões normais na zona crítica.

De referir também a elevada concentração de tensões numa região bastante reduzida e uma

zona “morta”, de tensões relativamente baixas, com dimensões consideráveis para maiores

valores de di.

Por conseguinte, era notório que se poderia melhorar os resultados com outras geometrias.

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3.2 Geometria B

De forma a evitar os defeitos da geometria anterior, optou-se por criar um furo no centro

do provete (Figura 16). Os objetivos principais eram eliminar a zona morta de tensões e, de

certa forma, “atrair” a concentração de tensões para o centro do provete.

Figura 16 - Geometria B, na qual se adotou L = 150, b = 20 e R0 = Rc = 5 mm.

As Figuras 17 a 25 apresentam os campos das tensões para algumas das combinações de

dimensões que se revelaram mais interessantes.

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Figura 17 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 45º mm e di = 15 mm.

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Figura 18 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 45º mm e di = 20 mm.

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Figura 19 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 45º mm e di = 25 mm.

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Figura 20 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 30º mm e di = 15 mm.

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Figura 21 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 30º mm e di = 20 mm.

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Figura 22 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 30º mm e di = 25 mm.

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Figura 23 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 15º mm e di = 15 mm.

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Figura 24 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 15º mm e di = 20 mm.

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Figura 25 - Campos das tensões obtidos para a geometria B com α = 15º mm e di = 25 mm.

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Dos resultados acima apresentados pode-se concluir que, apesar de não conseguir

concentrar os picos das tensões σx e σy na orientação pretendida (θ = 45º), esta geometria

atinge esse objetivo para a tensão equivalente de von Mises. Os ângulos α de 45º e 30º

revelaram-se mais favoráveis.

Observa-se também que as geometrias com di mais pequeno têm um pico de tensões

espúrio junto ao furo. Além disso, devido à elevada concentração de tensões, seriam

provavelmente demasiado frágeis para os ensaios.

De qualquer forma, a concentração de tensões na vizinhança da concordância é sempre

bastante pronunciada, o que se deve em grande medida aos raios R0 e Rc serem

relativamente pequenos.

Em resumo, a geometria B constituiu uma melhoria notória em relação à geometria A, mas

havia claramente margem para melhoria.

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3.3 Geometria C

Com esta terceira geometria pretendeu-se sobretudo:

- aproximar as zonas dos picos de σx e σy;

- simplificar a forma do provete;

- usar raios de curvatura maiores, de modo a aumentar o tamanho das zonas sob

tensões mais elevadas.

A Figura 26 mostra a forma genérica adotada.

Figura 26 - Geometria C, na qual se usou L = 150 e b = 20.

As Figuras 27 a 31 mostram os campos das tensões para algumas das combinações de

dimensões R0 e Rc estudadas.

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Figura 27 - Campos das tensões obtidos para a geometria C com Rc = 10 mm e R0 = 25 mm.

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31

Figura 28 - Campos das tensões obtidos para a geometria C com Rc = 15 mm e R0 = 15

mm.

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32

Figura 29 - Campos das tensões obtidos para a geometria C com Rc = 15 mm e R0 = 20 mm.

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33

Figura 30 - Campos das tensões obtidos para a geometria C com Rc = 15 mm e R0 = 25 mm.

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34

Figura 31 - Campos das tensões obtidos para a geometria C com Rc = 20 mm e R0 = 25 mm.

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35

Os resultados obtidos mostram que, mantendo a zona crítica na orientação pretendida (θ =

45º), os máximos das tensões σx e σy se aproximaram claramente em relação à geometria B.

As dimensões Rc = 15 mm e R0 = 15 mm (Figura 28) produzem uns picos de tensões

espúrios significativos junto ao furo central, pelo que não são uma escolha adequada.

Já as restantes configurações apresentam resultados bastante satisfatórios, e são objeto de

avaliação posterior. Não obstante, nota-se que a configuração com Rc = 10 mm e R0 = 25

mm (Figura 27) apresenta uma área resistente algo pequena, o que pode tornar este provete

algo débil para ensaios.

Fez-se mais uma tentativa para melhorar os resultados.

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3.4 Geometria D

Com a geometria D (Figura 32) procurou-se aproximar ainda mais os picos das tensões

normais, mesmo que a zona crítica deixasse de ser na concordância externa, e passasse a

ser no furo. O sentido da curvatura da primeira foi invertido, tendo-se por isso criado raios

de concordância adicionais de transição Rt.

Figura 32 - Geometria D em que se adotou L = 150 e b = 20.

As Figuras 33 a 36 mostram os campos das tensões para algumas das combinações de

dimensões R0, Rc e Rt consideradas.

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Figura 33 - Campos das tensões obtidos para a geometria D com Rc = 40 mm, R0 = 25 mm e Rt

= 10 mm.

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Figura 34 - Campos das tensões obtidos para a geometria D com Rc = 50 mm, R0 = 25 mm

e Rt = 20 mm.

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Figura 35 - Campos das tensões obtidos para a geometria D com Rc = 45 mm, R0 = 30 mm

e Rt = 20 mm.

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Figura 36 - Campos das tensões obtidos para a geometria D com Rc = 50 mm, R0 = 35 mm

e Rc = 20 mm.

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Como se pode ver nas figuras anteriores, foi possível criar uma zona crítica junto ao furo

na orientação pretendida (θ = 45º). Porém, esta geometria não conseguiu aproximar os

picos das tensões σx e σy. Além disso, criou picos espúrios de σx e σy nas transições para os

braços de carregamento, os quais, por vezes, excedem bastante os valores junto ao furo.

Portanto, a maior complexidade desta geometria não trouxe benefícios, não sendo por isso

considerada para análise subsequente.

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3.5 Geometria proposta

Face os resultados obtidos, a geometria que melhor satisfez os objetivos do trabalho foi a

geometria C. Para identificar qual das suas configurações proporcionava melhores

resultados, procedeu-se a esta análise final. Considerou-se a melhor configuração aquela

que garantisse uma menor variação do rácio de tensões σx/σy na zona de tensões

equivalentes de von Mises mais elevadas. Esta foi definida como sendo a zona na qual a

tensão equivalente de von Mises era igual ou superior a 80% do valor máximo. As figuras

37 a 40 destacam essas zonas nas configurações sob avaliação. Note que o valor médio do

referido rácio é 1, dado que se impôs carga igual nos dois braços.

Figura 37 - Visualização da zona com tensão de von Mises igual ou superior a 80% do valor máximo para a

geometria C na configuração de Rc = 10 mm e R0 = 25 mm.

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43

Figura 38 - Visualização da zona com tensão de von Mises igual ou superior a 80% do valor máximo para a

geometria C na configuração de Rc = 15 mm e R0 = 20 mm.

Figura 39 - Visualização da zona com tensão de von Mises igual ou superior a 80% do valor máximo para a

geometria C na configuração de Rc = 15 mm e R0 = 25 mm.

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44

Figura 40 - Visualização da zona com tensão de von Mises igual ou superior a 80% do valor máximo para a

geometria C na configuração de Rc = 20 mm e R0 = 25 mm.

Verifica-se desde já que a geometria C na configuração de Rc = 10 mm e R0 = 25 mm tem

uma zona crítica bastante mais pequena que as outras. Isto é uma desvantagem que se

acrescenta à relativa fragilidade, por via de uma secção resistente mais limitada.

Nas figuras 41 a 44 apresentam-se os valores do rácio σx/σy nos pontos de integração da

zona crítica, enquanto que os valores do desvio padrão são resumidos na Tabela 1. Os

resultados mostram que a configuração de Rc = 20 mm e R0 = 25 mm é a mais satisfatória,

face à menor dispersão do referido rácio.

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45

Figura 41 - Valores do rácio σx/σy nos pontos de integração da zona crítica para a geometria C na

configuração de Rc = 10 mm e R0 = 25 mm.

Figura 42 - Valores do rácio σx/σy nos pontos de integração da zona crítica para a geometria C na

configuração de Rc = 15 mm e R0 = 20 mm.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

S11

/S2

2

von Mises/ von Mises max.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

S11

/S2

2

von Mises/ von Mises max.

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46

Figura 43 - Valores do rácio σx/σy nos pontos de integração da zona crítica para a geometria C na

configuração de Rc = 15 mm e R0 = 25 mm.

Figura 44 - Valores do rácio σx/σy nos pontos de integração da zona crítica para a geometria C na

configuração de Rc = 20 mm e R0 = 25 mm.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

S11

/S2

2

von Mises/ von Mises max.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

S11

/S2

2

von Mises/ von Mises max.

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47

Tabela 1 - Resumo dos desvios padrão do rácio σx/σy na zona crítica.

Rc (mm) R0 (mm) Desvio padrão

10 25 0,869

15 20 1.052

15 25 0,855

20 25 0,816

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48

Capitulo 4

Conclusões e trabalhos futuros

Neste trabalho estudaram-se geometrias de provetes cruciformes para ensaios biaxiais de

materiais poliméricos sob cargas de tração iguais nos eixos das solicitações. Os resultados

mostraram que foi possível satisfazer os seguintes requisitos:

- relativa simplicidade, sobretudo por via da espessura uniforme;

- possuir um campo de tensões propiciador de rutura numa zona bem definida

orientada a 45º relativamente aos eixos das solicitações;

- ter rácio das tensões normais pouco variável junta à zona crítica.

Propôs-se uma geometria em particular que pode ser facilmente maquinada a partir de uma

placa. Evidentemente, só os resultados experimentais permitirão concluir se a geometria é

efetivamente adequada.

Portanto, um dos trabalhos futuros essenciais é precisamente a realização de ensaios

experimentais. Outros trabalhos a desenvolver passam pelo estudo de:

- outras combinações de carregamento, caso de cargas de tração diferentes segundo

os dois eixos de solicitação, combinações de tração-compressão e de compressão-

compressão;

- provetes de materiais compósitos, caracterizados por elevada anisotropia.

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49

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Integrado em Engenharia Mecânica, Universidade de Aveiro.

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