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Data de Criação: 09/07/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Data de Criação: 09/07/2020

Criado por: Biblioteca

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto

na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso

mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

Auxílio emergencial freia queda do PIB

Valor ––09 de julho.............................................04

Governo quer US$ 4 bi de fundos que criticaram ações

ambientais do país

Valor ––09 de julho.............................................06

Portaria prevê desconto de até 70% em dívidas

Valor ––09 de julho.............................................08

Crise faz crédito bancário superar captação no mercado no 1º trimestre

Valor ––09 de julho.............................................10

Jogadores têm maioria favorável no STF em disputa

contra a Receita Federal

Valor ––09 de julho.............................................13

Empresas reduzem na Justiça contribuições ao Sistema

S e Incra

Valor ––09 de julho.............................................15

Entrave com BNDES influenciou entrada da Latam

Brasil em recuperação judicial nos EUA

Folha ––09 de julho.............................................17

Mercado editorial brasileiro encolhe 20% em 14 anos

Estadão––09 de julho.........................................19

Ministério da Economia estuda aumentar limite do BB e da Caixa no Pronampe

Estadão––09 de julho.........................................20

Sem prejuízo aos alimentados, mãe pode renunciar a pensão atrasada, diz STJ

Consultor––09 de julho......................................23

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Infraero deve conceder desconto a empresa que opera em aeroporto de SC

Migalhas––09 de julho......................................24

É possível adjudicar bens penhorados por 50% do valor da avaliação, decide TRT-18

Migalhas––09 de julho......................................26

Judiciário brasileiro tem ao menos 72 projetos de inteligência artificial nos tribunais

Migalhas––09 de julho......................................26

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Auxílio emergencial freia queda do PIB Estudo da UFRRJ estima que

recursos da ajuda amenizam em

dois pontos percentuais recuo

da economia

Por Rodrigo Carro — Do Rio 09/07/2020 05h01 Atualizado há 8 horas

A injeção de recursos na economia por meio do auxílio emergencial e da ampliação do programa Bolsa Família - R$ 122,17 bilhões até 3 de julho - ameniza em dois pontos percentuais a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro prevista para este ano, segundo estimativas de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

O trabalho acadêmico tomou por base o prognóstico da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de que o PIB brasileiro este ano será 7,5% menor em comparação com 2019. Com base nesse cenário, as projeções para o impacto direto e indireto das medidas de socorro apontam para um arrefecimento total de 4,21 pontos percentuais na contração da economia estimada para 2020, caso o governo federal desembolse o montante emergencial de R$ 257,2 bilhões previsto para o ano. Desse total, R$ 3 bilhões seriam recursos adicionais do Bolsa Família e o restante, do auxílio emergencial.

Dados disponíveis no painel de monitoramento dos gastos com a covid-19, mostram que até 3 de julho, o governo federal já havia transferido o

equivalente a 1,81% do PIB projetado para 2020. Dentro desse cenário, a liberação de todos os R$ 257,2 bilhões prometidos corresponderia a 3,8% do Produto Interno Bruto.

Professor da UFRRJ e um dos quatro autores do estudo, Joilson Cabral argumenta que a transferência de recursos para as famílias de renda mais baixa e com “alta propensão marginal a consumir” gera aumento instantâneo na demanda, principalmente de produtos de primeira necessidade. Ele enxerga esse impulso já no aumento de 13,9% registrado no varejo em maio, na comparação com abril, na série com ajuste sazonal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além dos efeitos das medidas sobre o PIB, foram calculados os prováveis impactos na arrecadação governamental e nos setores produtivos. Nesse último caso, as estimativas têm como base a cesta de bens e serviços de um consumidor médio elegível ao auxílio. A cesta foi construída a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE.

“Pegamos o valor de R$ 122,17 bilhões e distribuímos esse valor nessa cesta. Com isso, conseguimos identificar quais os setores mais beneficiados por essas políticas”, diz Cabral, professor do Programa de Pós-graduação em Economia Regional e Desenvolvimento da UFRRJ. A estimativa é de que o auxílio e a ampliação do Bolsa Família tenham impulsionado a demanda por artigos essenciais, como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal e vestuário.

“No acumulado de janeiro a maio, o segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo acumula alta de 5,2%”, acrescenta Everlam Montibeler, professor da UFRRJ, citando dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE.

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Para tentar mensurar o impacto sobre o setor produtivo das medidas de socorro à população vulnerável economicamente, os pesquisadores levaram em consideração 67 segmentos. São setores que compõem a matriz insumo-produto - um retrato da estrutura produtiva brasileira utilizado no cálculo das Contas Nacionais.

No tocante à arrecadação nos distintos níveis de governo, a partir da carga tributária de cerca de 33% do PIB, é possível estimar que os R$ 122,17 bilhões já transferidos às famílias geraram receita de R$ 36,4 bilhões para União, Estados e municípios. Caso o gasto total previsto seja efetivamente realizado, os governos terão retorno de até R$ 78,8 bilhões sob a forma de impostos e tributos. “O governo não está gastando R$ 200 bilhões. Está gastando R$ 200 bilhões menos o que vai retornar para ele”, diz Cabral. Além dele e de Everlam Montibeler, assinam o estudo Maria Viviana Cabral e Caio Chain.

Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia destacou que o auxílio emergencial de R$ 600 representou mais de 93% da renda dos domicílios mais pobres do país. De acordo com o texto, a medida é fortemente concentrada nos 30% mais pobres da população. O auxílio emergencial “teve um impacto significativo entre os domicílios de baixa renda per capita, onde os efeitos da pandemia da covid-19 foram mais severos”, diz a SPE, acrescentando que esses domicílios são formados por pessoas que não possuem uma fonte de renda vinda do mercado de trabalho formal ou por pessoas sem qualquer tipo de renda. O documento diz ainda que o benefício melhorou o padrão de vida em mais de 23 milhões de domicílios. (Colaborou Mariana Ribeiro, de Brasília)

https://valor.globo.com/brasil/noticia/202

0/07/09/auxilio-emergencial-freia-queda-

do-pib.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Governo quer US$ 4 bi de fundos que criticaram ações ambientais do país Em reunião com estrangeiros,

ideia é também apresentar

instrumentos financeiros de

captação

Por Cristiano Zaia — De Brasília 09/07/2020 05h01 Atualizado há 8 horas

Na reunião, Hamilton Mourão vai

falar com os gestores sobre decreto

que suspende as queimadas por 120

dias — Foto: Divulgação

Alvo de renovadas críticas internacionais por sua política ambiental, o governo pretende usar a reunião de hoje com representantes dos 29 fundos estrangeiros que ameaçaram tirar dinheiro do Brasil, diante de “incertezas” com o aumento do desmatamento no país, para convencê-

los a investir em programas federais de conservação florestal lançados há poucos dias. A ideia é não só ficar na defensiva, mas também apresentar novos instrumentos financeiros de captação de investimento externo, como o pagamento por serviços ambientais que, sozinho, pode atrair investimentos da ordem de US$ 4 bilhões por ano, segundo cálculos do governo. Outra aposta é num programa embrionário, chamado “Adote um Parque”, que vai ofertar 132 parques nacionais para empresas privadas interessadas em manter e conservar esses espaços. O encontro por videoconferência, que será conduzido pelo vice-presidente Hamilton Mourão, também contará com a presença de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. O chefe da autoridade monetária, um dos primeiros a alertar o governo ainda em 2019 sobre os riscos de a política ambiental afetar a entrada de capital estrangeiro no Brasil, tem feito um “meio de campo” com esses fundos, com quem tem relacionamento acumulado de duas décadas de mercado financeiro. Essa estratégia de usar os programas de conservação, que estão sob o guarda-chuva do Meio Ambiente, acontece num momento em que o ministro da pasta, Ricardo Salles, voltou a desagradar à comunidade internacional e vem recebendo críticas até mesmo de dentro do governo Bolsonaro. Integrantes da equipe econômica e ministros pragmáticos do governo inclusive passaram a defender de forma reservada a saída do ministro, depois que ele sugeriu “passar a boiada” em normas ambientais. Na reunião desta quinta-feira, Mourão vai apresentar as iniciativas à frente do Conselho da Amazônia, na intenção de mostrar a grandes fundos de private equity e de pensão, como Sumitomo, Nordea, Fram Capital, BlueBay e Robeco, que neste ano há uma ação de fiscalização mais antecipada de

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combate às queimadas, que já está em campo. A carta dos investidores, enviada ao governo Bolsonaro há duas semanas, foi organizada pelo grupo norueguês Storebrand Asset Management, que gere uma carteira de US$ 80 bilhões. O vice-presidente também comunicará os gestores dos fundos sobre decreto que o presidente Jair Bolsonaro vai editar suspendendo as queimadas por 120 dias nos biomas amazônico e do Pantanal. E fará um discurso de proteção ambiental às terras indígenas, outro alvo de críticas frequentes por multinacionais e entidades internacionais. Já a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fará uma defesa enfática de uma nova lei de regularização fundiária na Amazônia, a fim de titular terras públicas da União e dar segurança jurídica a mais de 100 mil pequenos agricultores. O governo até chegou a enviar uma medida provisória nesse sentido para o Congresso, mas, diante de resistências da oposição e de organizações não-governamentais, a “MP da Grilagem”, como chegou a ser apelidada, acabou perdendo a validade. Tereza também vai divulgar que o setor agropecuário já começa a estruturar um mercado de títulos verdes. Ao chanceler Ernesto Araújo, outro ministro que passa a enfrentar resistência interna no governo, caberá dizer que os acordos comerciais firmados com o Brasil já preveem cláusulas de preservação ambiental como condição para manter livre comércio ou redução tarifária sobre produtos. O Itamaraty cuidou de elaborar uma carta de resposta à correspondência dos fundos estrangeiros, que deve reforçar o compromisso do governo de combater os desmatamentos, e também será apresentada. O Valor apurou ainda que o governo também testará a disposição dos 38 CEOs de grandes companhias, como

Microsoft, Itaú, Vale e Santander, em investir nesses programas ambientais. Em carta ao governo, esses executivos pediram o combate à escalada de desmatamentos. Uma reunião com os representantes dessas companhias está prevista para a próxima sexta-feira.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/202

0/07/09/governo-quer-us-4-bi-de-fundos-

que-criticaram-acoes-ambientais-do-

pais.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Portaria prevê desconto de

até 70% em dívidas

PGFN estima que créditos

considerados irrecuperáveis

somem R$ 1,4 trilhão

Por Luísa Martins — De Brasília 09/07/2020 05h01 Atualizado há 8 horas

O advogado-geral da União, José Levi, publicou hoje, no Diário Oficial da União (DOU), a portaria que regulamenta os dispositivos previstos na lei que derivou da MP do Contribuinte Legal. A negociação das dívidas tributárias de pessoas físicas e jurídicas com a administração pública, de acordo com as normas que entram em vigor dia 15, estabelecem descontos de até 70% e parcelamentos em até 145 meses a devedores com créditos considerados irrecuperáveis ou de difícil recuperação, conforme minuta à qual o Valor teve acesso. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) estima que esses créditos somem R$ 1,4 trilhão, mais da metade do estoque da Dívida Ativa da União. O texto busca aumentar a arrecadação e negociar com cada devedor de acordo com o seu perfil financeiro, o que evita a concessão de benefícios a empresas que, na verdade, teriam condições de fazer o pagamento integral. O texto publicado hoje prevê que a transação possa ser oferecida pela Procuradoria-Geral da União (PGU), quando o crédito for da administração

pública direta; pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), nos casos de autarquias e fundações públicas; ou pelo próprio devedor. A proposta não poderá reduzir o montante principal da dívida, assim como ficam vedadas negociações de créditos provenientes de acordos de leniência, de decisões da Justiça Eleitoral ou de sanções por improbidade, por exemplo. Poderá ser exigida do devedor uma série de condições para celebrar o acordo, como a fixação de garantias reais, a alienação de bens e os créditos que porventura ele tenha a receber da União, se reconhecidos em decisão transitada em julgado. Há dispositivos específicos para companhias em recuperação judicial, que estipulam parcelamento em até 145 meses a microempresários individuais e a micro e pequenas empresas, com desconto de 70%. Nos demais casos, a dívida cai pela metade e pode ser parcelada em 84 meses. As empresas com créditos classificados pela União como irrecuperáveis ou de difícil recuperação poderão optar por pagar uma entrada de 5% do valor consolidado devido e, depois, parcela única com 50% de desconto ou 84 parcelas com redução de 10%. Já para pessoas físicas, a entrada é a mesma, mas as condições posteriores incluem parcela única com 70% de desconto ou 145 parcelas com redução de 10%. “Esse acerto de contas com o Estado permite, a um só tempo, a recuperação de valores pela União, a diminuição da sobrecarga do Judiciário e a regularização dos débitos dos devedores, permitindo que eles possam voltar a fomentar a atividade econômica neste período de crise”, diz o diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade da PGU, Vanir Fridriczewski. Para o coordenador-geral de cobrança da PGF, Fábio Munhoz, a principal vantagem da norma é trazer “condições perenes de negociação, ou seja,

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transações individuais de acordo com critérios previstos em lei”. https://valor.globo.com/brasil/noticia/202

0/07/09/portaria-preve-desconto-de-ate-

70-em-dividas.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Finanças, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Crise faz crédito bancário

superar captação no mercado

no 1º trimestre

Em todos os trimestres de 2019,

emissão de dívida e ações

contribuiu mais que banco para

o funding corporativo

Por Anaïs Fernandes — De São Paulo 09/07/2020 05h00 Atualizado há 8 horas

Rocca, do Cemec: medidas do BC geraram ampliação forte de crédito às empresas — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

Medidas emergenciais para atenuar os efeitos da pandemia na economia tomadas pelo Banco Central em março, que injetaram mais de R$ 1 trilhão em liquidez no sistema bancário, e a “corrida” de grandes companhias, muitas com empréstimos pré-aprovados, para acessar instituições financeiras fizeram a captação líquida de recursos pelas empresas via crédito bancário livre superar o volume levantado com a emissão de ações e títulos de dívida no primeiro trimestre

deste ano, impondo ao menos uma pausa ao avanço das captações no mercado de capitais observado nos dois últimos anos. Levantamento do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec-Fipe) mostra que, de janeiro a março, os empréstimos bancários líquidos (descontados os vencimentos) com recursos livres somaram R$ 74,8 bilhões, alta de 32% em relação aos três últimos meses do ano passado - no primeiro trimestre de 2019, o saldo entre pagamentos e novas operações bancárias ficou negativo em R$ 6,1 bilhões. No ano passado, em todos os trimestres, o volume de captação líquida das empresas no mercado de capitais superou o observada no crédito bancário. No primeiro trimestre deste ano, porém, não passou de R$ 922 milhões. Embora tenha caído pela metade em relação ao fim de 2019, a emissão de ações sustentou resultado positivo de R$ 8,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Mas as operações com dívida corporativa, que atingiram R$ 52,3 bilhões no quarto trimestre de 2019, registraram contribuição negativa de R$ 7,2 bilhões no caixa das empresas. “Normalmente, primeiros trimestres são mais fracos para crédito bancário livre. Isso mostra que as medidas do BC foram extremamente robustas, geraram ampliação forte de crédito às empresas”, afirma Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec.

Com isso, o valor líquido captado pelas empresas via crédito bancário com recursos livres, que encerrara 2019 em R$ 91,3 bilhões, saltou 88,6% nos 12 meses até março, para R$ 172,2 bilhões,

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empurrando o total das operações (considerando as múltiplas fontes de recursos) de R$ 184,8 bilhões para R$ 237,8 bilhões. No sentido contrário, as captações líquidas no mercado de capitais caíram 10% nos 12 meses até março, ante 2019, embora ainda representem o maior volume (R$ 192,2 bilhões). Segundo Rocca, é possível que, além da demanda por caixa para atender compromissos num momento de queda das vendas por conta da paralisação das atividades, grandes empresas tenham feito em março o esforço de antecipar recursos para aumentar liquidez, prevendo o aprofundamento da crise nos meses seguintes. “As operações de crédito bancário não continuaram crescendo em abril e maio com o mesmo ímpeto de março”, diz. A desaceleração é até natural, já que, conforme as empresas ampliam a captação, também aumentam seu endividamento, elevando a percepção de risco diante dos bancos, ele explica. Também por isso, bem como pela recente melhora no mercado de capitais, Rocca afirma que a “corrida” das empresas ao crédito bancário é pontual. “Lógico que houve ruído, o pessoal tomou consciência de que há limites de liquidez, mas acho que a tendência de crescimento do mercado de capitais, que começou em 2017, está dada.” O economista observa, inclusive, que são as empresas de porte maior que captavam junto ao BNDES que, em geral, colocaram-se no mercado de capitais e, agora, conseguiram acessar recursos nas instituições financeiras. A evolução do saldo das operações de crédito bancário entre fevereiro, mês anterior às medidas do BC, e abril mostra crescimento de 11% para empresas grandes e de apenas 2,1% entre as pequenas, segundo o estudo. O aprofundamento dessas diferenças agora é delicado porque ocorre sobre um processo de anos. Em abril de 2012, os saldos de crédito bancário das micro, pequenas e médias empresas (R$ 577

bilhões) e das grandes (R$ 564,7 bilhões) eram praticamente iguais, observa o Cemec. Em abril deste ano, o saldo das MPMEs somava R$ 553 bilhões, queda de 4,2% ante 2012, enquanto para grandes empresas cresceu 77,5%, ao redor de R$ 1 trilhão. A trajetória oposta se acentua em meados de 2017, indicando, segundo Rocca, que pode existir correlação entre o aumento da inadimplência para MPMEs e uma subsequente queda no crédito oferecido a elas. A participação de “ativos problemáticos” de MPMEs nas carteiras dos bancos dobrou de 7% no fim de 2013 para 15% em meados de 2017. Processos assim, que alimentam um ciclo vicioso, podem se repetir agora. “Você teve um choque externo, queda na demanda, no caixa das empresas, isso acarreta aumento da inadimplência e do risco de crédito. Para se defender, bancos apertam critérios de concessões, mas a restrição adicional pode fazer com que empresas que antes teriam condições melhores também sofram, é uma hipótese”, diz Rocca. Por isso, ele ressalta a importância de medidas do BC para reforçar garantias, por exemplo. “Estamos em julho, já teve muito fechamento de empresa. A pandemia foi um evento totalmente imprevisto, mas teria sido muito melhor se os programas já tivessem saído de modo que pudessem ter sido mais eficientes até agora.” Em nota, Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), diz que as instituições estão sensíveis às necessidades das micro e pequenas empresas. Segundo ele, novas contratações, renovações de contratos e o saldo devedor de repactuações ao segmento somam R$ 154,2 bilhões na pandemia. “A Febraban entende que a demanda por novos financiamentos ainda não foi plenamente atendida”, afirma, acrescentando que novas medidas do BC reconhecem a necessidade de mais esforços para

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Valor Econômico

Caderno: Legislação, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Jogadores têm maioria

favorável no STF em disputa

contra a Receita Federal

Discussão envolve recebimento

de pagamentos por meio de

empresas

Por Laura Ignacio — De São Paulo 09/07/2020 05h01 Atualizado há 8 horas

Advogado Marcos Neder: julgamento do Supremo pode ajudar Neymar Jr. no Judiciário, onde se discute se são salários os valores recebidos do Santos — Foto: Claudio Belli/Valor

Artistas, atletas, médicos, publicitários e outros profissionais liberais que abrem empresas para receber o pagamento por serviços intelectuais - cessão de direito de imagem e palestras, por exemplo - podem ter um importante precedente do Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos ministros da Corte já votou para declarar constitucional a aplicação das normas fiscal e previdenciária que embasam a remuneração por meio de empresas (ADC n° 66). Muitos nomes conhecidos já enfrentaram ou ainda lidam com processos sobre o tema. Entre eles, os jogadores de futebol Neymar Jr. e

Alexandre Pato, o ex-técnico da seleção brasileira Felipão, o tenista Guga Kuerten e o apresentador de televisão Carlos Massa (Ratinho). A decisão do STF reforçará o argumento desses profissionais contra a Receita Federal. Para o órgão, os valores recebidos pelas empresas abertas por esses profissionais são rendimentos salariais disfarçados. A fiscalização costuma alegar vantagem econômica ilegal pelo recolhimento de 15% de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) sobre o lucro presumido. Nas autuações fiscais, cobra 27,5% de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), além de contribuições previdenciárias, sobre tudo o que entra no caixa das empresas. Está em discussão se o artigo 129 da Lei nº 11.196, de 2005, é constitucional. No processo, a Advocacia-Geral da União (AGU) alega que só afasta a incidência do dispositivo “diante da constatação de que a pessoa jurídica foi constituída como forma de dissimular verdadeira relação de emprego e tentar omitir a ocorrência de fato gerador de obrigação tributária”. Na prática, o artigo 129 autoriza a abertura de empresas por pessoa física para a prestação de serviços intelectuais, culturais, artísticos ou científicos. O dispositivo só ressalva que, se constatado desvio de finalidade da atividade empresarial ou confusão patrimonial entre os bens do profissional e da empresa, é permitida a desconsideração da pessoa jurídica. Nesse caso, os bens pessoais dos sócios podem ser penhorados para a quitação de débitos. Sete ministros do Supremo já declararam a constitucionalidade do artigo 129 e dois julgaram o pedido improcedente. O julgamento foi interrompido por pedido de vista do presidente da Corte, Dias Toffoli. O ministro Luís Roberto Barroso declarou suspeição e não votará. “A regra jurídica válida do modelo de estabelecimento de vínculo jurídico

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estabelecido entre prestador e tomador de serviços deve pautar-se pela mínima interferência na liberdade econômica constitucionalmente assegurada e revestir-se de grau de certeza para assegurar o equilíbrio nas relações econômicas e empresariais”, diz a ministra relatora Cármen Lúcia. Segundo o tributarista Fabio Calcini, do Brasil Salomão e Matthes Advocacia, o Supremo deixa claro que a abertura de empresa por esses profissionais e a tributação como pessoa jurídica não ofendem a Constituição Federal. “A Receita Federal aplica multa de 150% na maioria desses casos, mas, agora, vários desses autos de infração administrativos serão cancelados”, afirma. O assunto já havia chegado aos tribunais superiores. Em fevereiro de 2018, ao julgar processo (1584593/RJ) referente ao jornalista Ricardo Boechat, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região pela legalidade do recolhimento do imposto como pessoa jurídica. Os ministros, porém, não analisaram o mérito. Diversos outros processos sobre o tema devem aparecer no Judiciário nos próximos anos. O próprio Neymar Jr. discute a questão na Justiça, após derrota parcial no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - processo nº 15983.720065/2015-11. “O conselho aceitou quando patrocinadoras como Nike e Red Bull pagavam para a pessoa jurídica do Neymar, mas na relação com o Santos Futebol Clube, o Fisco afastou a aplicação do artigo 129”, afirma Marcos Neder, tributarista do Trench Rossi e Watanabe e representante do jogador no processo. “Agora, o julgamento da ADC pode ajudá-lo no Judiciário, onde se discute se os valores recebidos do Santos são salários ou não.” Mesmo no Carf, o julgamento do STF pode abrir a possibilidade de rediscussão de várias decisões, segundo Neder. Para ele, se uma câmara baixa decidiu que o artigo 129 não se aplica, após o julgamento da ADC 66 passará a existir a possibilidade de reversão na

Câmara Superior. “Principalmente agora, que o voto de qualidade é favorável ao contribuinte nas discussões de mérito”, diz. A Lei nº 13.988, de abril deste ano, acabou com o desempate no Carf por representante do Fisco. Contudo, a Portaria nº 260, do Ministério da Economia, permite a aplicação da antiga norma nos julgamentos de natureza processual e de responsabilidade solidária. “Como em todos esses casos as pessoas físicas foram responsabilizadas solidariamente pelos débitos das empresas, nesse aspecto deve ser mantida a regra de desempate favorável à Fazenda”, diz Neder. A questão preocupa porque ainda é no Carf onde se concentra a maioria dos processos sobre o assunto e os julgamentos têm sido desfavoráveis aos contribuintes. “Não há previsão para efeito vinculante de entendimento em ADC no Carf. Mas, de qualquer maneira, vamos invocar a ADC no conselho para reforçar nossa argumentação”, diz Ricardo Maitto da Silveira, do TozziniFreire Advogados. Advogados também destacam a importância da decisão do STF porque, no plano de fiscalização para 2020, a Receita Federal indica entre suas prioridades identificar “omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoas jurídicas, considerando remuneração disfarçada envolvendo situações de pejotização na pessoa física”.

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/

2020/07/09/jogadores-tem-maioria-

favoravel-no-stf-em-disputa-contra-a-

receita-federal.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Legislação, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Empresas reduzem na Justiça

contribuições ao Sistema S e

Incra

Pedidos para limitar a base de

cálculo dessas contribuições se

tornaram mais frequentes após

decisão da 1ª Turma STJ

Por Joice Bacelo — De Brasília 09/07/2020 05h01 Atualizado há 9 horas

Advogado Marcos Martins: com

base no teto, cliente teria economia

de 89% nos últimos cinco anos —

Foto: Silvia Zamboni

Empresas vêm conseguindo, na Justiça, limitar a 20 salários mínimos a base de cálculo das contribuições destinadas ao Incra e ao Sistema “S” - o que pode reduzir bastante a carga tributária. O peso dessas contribuições é de, em média, 5,8% e o entendimento da Receita Federal é de que a alíquota deve incidir sobre toda a folha de salários. Os pedidos para limitar a base de cálculo dessas contribuições se tornaram mais frequentes depois de uma decisão da 1ª Turma do Superior

Tribunal de Justiça (STJ), do mês de fevereiro, favorável ao contribuinte (REsp 1570980). Os ministros não se manifestavam sobre o tema, de forma colegiada, desde 2008. “Gerou uma movimentação muito grande nos últimos meses. Os contribuintes ficaram animados porque a decisão reduz drasticamente os pagamentos”, diz o advogado Gustavo Taparelli, do escritório Abe Giovanini, que ajuizou pelo menos 15 ações a pedido de clientes. Ele obteve, recentemente, uma decisão favorável no Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, com sede em São Paulo. A primeira instância, em São Paulo e Minas Gerais, pelo menos, também vêm proferindo liminares e sentenças nesse mesmo sentido. Antes da decisão do STJ eram raras as que favoreciam os contribuintes, segundo advogados. Essa discussão se dá em torno de duas leis da década de 80, uma de 1981 e a outra de 1986. A mais antiga, de nº 6.950, prevê no artigo 4º que a base de cálculo das contribuições previdenciárias deve respeitar o limite de 20 salários mínimos e o parágrafo único complementa que este mesmo teto tem de ser observado para as contribuições destinadas a terceiros - Incra e Sistema “S”. O Decreto nº 2.318, de 1986, no entanto, revogou o limite imposto para o cálculo “da contribuição da empresa para a Previdência Social”. Por entender que as contribuições parafiscais estariam atreladas ao financiamento da Previdência, a União começou a alegar que o parágrafo único também havia sido abolido, exigindo que tanto a contribuição patronal como a destinada a terceiros incidissem sobre toda a folha. Já os contribuintes defendem que o decreto tratou expressamente da contribuição previdenciária e, por esse motivo, o limite de 20 salários mínimos não poderia ser liberado para as

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contribuições parafiscais, que não foram tratadas na norma. “Com essa limitação, as empresas podem reduzir a parcela do orçamento dedicada ao pagamento de tributos. Um valor essencial, sobretudo em tempos de crise”, afirma Isadora Miranda, do Andrade Silva Advogados, que obteve decisão favorável a um de seus clientes em Minas Gerais (processo nº 1002799-46.2020.4.01.3811). Por essa regra mais favorável ao contribuinte, a alíquota de, em média, 5,8% só poderia incidir sobre R$ 20,9 mil - levando em conta o salário mínimo atual, de R$ 1.045,00. Um cálculo feito por Marcos Martins, do Pallotta, Martins e Advogados, para um de seus clientes mostra que ele teria uma economia de 89% se, nos últimos cinco anos, tivesse recolhido a contribuição ao Incra e ao Sistema “S” com base no teto de 20 salários mínimos. Ele pagou R$ 630 mil. Seriam R$ 70 mil se respeitada a limitação. O advogado conseguiu liminar para um cliente na 11ª Vara Cível Federal de São Paulo (processo nº 5011775-37.2020.4.03.6100). A juíza Regilena Emy Fukui Bolognesi manteve o teto de 20 salários mínimos para os pagamentos ao Incra e ao Sistema “S”, mas liberou desse limite o salário-educação, com base na Lei nº 9.424, de 1996” - que instituiu alíquota de 2,5% sobre o total de remunerações pagas. O desembargador Marcelo Saraiva, da 4ª Turma do TRF da 3ª Região, adotou entendimento semelhante ao julgar recurso de uma empresa representada pelo advogado Gustavo Taparelli. Ele citou, na decisão, o precedente da 1ª Turma do STJ (processo nº 5013104-51.2020.4.03.0000). Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que considera equivocadas as decisões. Para a entidade, o STJ não tratou das contribuições devidas ao Sesi e Senai. A autora da ação, acrescenta, restringiu o seu pedido ao salário-educação e às

contribuições ao Incra, à Divisão de Portos (DPC) e ao Fundo Aeroviário (FAer).

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/

2020/07/09/empresas-reduzem-na-justica-

contribuicoes-ao-sistema-s-e-incra.ghtml

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Caderno: Mercado, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Entrave com BNDES

influenciou entrada da Latam

Brasil em recuperação

judicial nos EUA

Recuperação lenta da demanda

também influenciou decisão, diz

presidente da empresa

Ivan Martínez-Vargas

SÃO PAULO

A demora para finalizar a negociação de um pacote de socorro com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a lenta retomada da demanda por voos influenciaram a decisão da Latam Brasil de incluir a filial no processo de recuperação judicial do grupo nos Estados Unidos nesta quinta (9), segundo o presidente da empresa, Jerome Cadier.

"Em maio, imaginávamos que estávamos mais próximos de encontrar um meio termo que satisfizesse o banco e a Latam para o financiamento do BNDES, e isso até agora não aconteceu. A gente esperava que isso acontecesse no fim de junho, e não se materializou", afirmou o executivo à Folha.

Pessoas familiarizadas com as tratativas disseram à reportagem que o BNDES foi pego de surpresa pelo anúncio da Latam. O banco tem buscado uma solução única de financiamento para atender Azul, Gol e Latam, o que na visão de Jerome Cadier não é o ideal.

Com o ingresso oficial da Latam Brasil no processo de reestruturação negociado pela holding chilena do grupo nos EUA, a empresa pode obter recursos por meio de outros

financiamentos por meio de empréstimos DIP (Debtor in Possession, que garantem ao credor prioridade no recebimento dos créditos).

"Existe um receio natural do BNDES de tomar decisões diferentes das corriqueiras, o DIP não é um mecanismo que o banco está acostumado a usar, como debêntures conversíveis. Temos conversado nas últimas semanas e direcionando as negociações [para um DIP]", afirma.

"Na cabeça do BNDES, o ideal seria que Azul, Latam e Gol tivessem o mesmo mecanismo de financiamento, e eu tenho minhas diferenças em relação a isso. A Latam é quase do mesmo tamanho das outras duas somadas, opera mais internacionalmente, foi mais afetada pela crise e faz parte de um grupo. É difícil achar que o mesmo tipo [de empréstimo] sirva para as três".

Com a entrada da Latam Brasil no processo de recuperação judicial, qualquer aporte deve ser feito por meio desse mecanismo, de acordo com o executivo. Cadier afirma que um pedido de recuperação judicial no Brasil está descartado.

O grupo Latam anunciou nesta quinta que formalizou a proposta de um DIP de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões no câmbio atual) do fundo Oaktree Capital Management. A proposta, que ainda precisa ser aprovada pela corte de Nova York, sinaliza que investidores veem o grupo como economicamente viável.

Os recursos complementam o aporte de US$ 900 milhões anunciados em maio pela empresa, prometido pela Qatar Airways e pelas famílias Cueto e Amaro, controladoras da holding.

A dívida listada pelo grupo Latam em seu pedido de recuperação judicial é de aproximadamente US$ 18 bilhões.

A retomada da demanda por voos tem sido mais lenta que o esperado,

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segundo Cadier. A Latam Brasil opera hoje com 20% da sua capacidade e prevê chegar ao fim do ano a níveis entre 50% e 60%.

"A gente não imaginava uma recuperação tão lenta. Ela existe, mas é volátil e muda toda semana. A recuperação, principalmente no internacional, é mais lenta do que tínhamos imaginado", disse o executivo.

A Latam Brasil hoje é a companhia aérea brasileira com a maior fatia da receita vinda de voos internacionais. Segundo Cadier, a empresa tem 1.300 pilotos no Brasil destinados a voar em rotas internacionais, contra 700 que operam voos domésticos.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2

020/07/entrave-com-bndes-influenciou-

entrada-da-latam-brasil-em-recuperacao-

judicial-nos-eua.shtml

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Caderno: Cultura, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Mercado editorial brasileiro

encolhe 20% em 14 anos

Dados são da série histórica da

Pesquisa Produção e Venda do

Setor Editorial 2006-2019

Maria Fernanda Rodrigues, O

Estado de S. Paulo

09 de julho de 2020 | 11h00

Quando os resultados da Pesquisa

Produção e Venda do Setor

Editorial foram revelados no início de

junho, uma surpresa: depois de anos de

recessão, o mercado apresentava,

enfim, números positivos e fechava

2019 com um crescimento real de 6,1%.

Livraria Cultura do Conjunto Nacional

Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Esse crescimento, porém, não foi

suficiente para melhorar

significativamente a série histórica

da pesquisa, feita, a partir deste ano,

pela Nielsen Book para a Câmara

Brasileira do Livro e Sindicato Nacional

de Editores de Livros. Somando os

dados de 2019 aos dos anos anteriores,

o mercado editorial encolheu 20%

desde 2006 - com a crise se acentuando

depois de 2015. A queda, até o ano

passado, era de 25%.

Os organizadores desmembraram os

dados em dois períodos (2006-2014 e

2014-2019), e sua análise confirma que

as coisas começaram a sair dos trilhos

logo após o fenômeno do livro de

colorir, que não foi substituído por

nenhuma outra tendência, e na esteira

da crise macroeconômica.

"Essa pesquisa é muito importante para

o setor editorial porque nos ajuda e

avaliar períodos mais longos e nos dá

base para futuros investimentos e

estratégias. Quando pegamos esse dado

histórico, percebemos que quando o

País está bem economicamente, com

um bom nível de emprego, e a

população está com uma renda per

capta melhor, os números ficam acima

da nossa expectativa", diz Vitor

Tavares, presidente da Câmara

Brasileira do Livro.

Nesse período, o subsetor de livros

Científicos, Técnicos e Profissionais

(CTP) tem sido o mais afetado. Ele

perdeu 41% nas vendas ao mercado nos

últimos 14 anos. Houve um bom

momento, até 2014, quando o

faturamento do setor foi impulsionado

pelos investimentos no ensino superior,

crescendo 17%. Depois disso, por causa

da desaceleração do investimento em

educação e das mudanças tecnológicas,

a queda foi de 50%.

O único subsetor que registrou algum

crescimento - de apenas 2% - nessa

quase uma década e meia foi o de livros

religiosos, quando consideradas as

vendas para o mercado. A pesquisa

divide, também, o desempenho do

mercado editorial no que diz respeito às

vendas ao mercado e ao governo.

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As editoras que produzem livros

didáticos, bastante dependentes dessas

compras governamentais, que chegam a

ser responsáveis por 50% de seu

faturamento, viram suas vendas

encolherem 8% de 2006 a 2019.

Quando avaliamos o desempenho das

vendas para o mercado, essa queda foi

ainda maior - de 23%.

O subsetor de obras gerais, o grande

salvador do mercado editorial no último

ano, quando cresceu 28% (15% só de

vendas ao mercado), tem um

decréscimo acumulado de 37% nas

vendas para o mercado e de 34% no

total. "Este é um setor que está se

recuperando, mas ele ainda tem muito a

crescer para compensar as perdas",

comenta Tavares.

Vale lembrar que desde 2019 as duas

principais redes de livraria do Brasil,

a Saraiva e a Cultura, estão em

recuperação judicial e às voltas com a

tentativa de manutenção de crédito com

as editorias para as quais elas devem -

para poder continuar vendendo - e às

voltas com a própria manutenção de

sua estrutura - a Saraiva, por

exemplo, tem fechado lojas e

gostaria de vender parte das restantes.

E vale lembrar, ainda, que as livrarias

ficaram fechadas por mais de três

meses para evitar a disseminação

do coronavírus. Assim, os números

do próximo ano não devem ser muito

animadores. "Vamos ter uma outra

realidade no ano que vem. Pode ser que

a queda não seja tão absurda, mas com

certeza o canal de vendas livraria

física vai ser muito prejudicado",

finaliza o presidente da CBL.

https://cultura.estadao.com.br/noticias/lit

eratura,mercado-editorial-brasileiro-

encolhe-20-em-14-anos,70003357850

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Caderno: Economia, quinta-feira, 9 de julho de 2020.

Ministério da Economia

estuda aumentar limite do BB

e da Caixa no Pronampe

Programa é aposta de Bolsonaro

para destravar o crédito para

ajudar micro e pequenas

empresas na crise; bancos estão

entre os que mais emprestaram

Aline Bronzati, O Estado de S.Paulo

08 de julho de 2020 | 05h00

O Ministério da Economia estuda

ampliar o limite do Banco do Brasil e

da Caixa Econômica no Programa

Nacional de Apoio às

Microempresas e Empresas de

Pequeno Porte (Pronampe), aposta

do governo Bolsonaro para destravar

o crédito para socorrer micro e

pequenos empresários na crise, apurou

o Estadão/Broadcast com três

fontes, que aceitaram falar na condição

de anonimato.

Juntos, os dois bancos públicos já

emprestaram mais de R$ 5 bilhões.

Os concorrentes privados, por sua vez,

ainda não começaram a operar a linha.

O secretário especial de

Produtividade, Emprego e

Competitividade do Ministério da

Economia, Carlos Alexandre da

Costa, admitiu ontem que os recursos

do Pronampe terão de ser revistos. “Já

estamos preocupados, porque recursos

do Pronampe vão terminar em breve”,

admitiu, durante audiência pública

virtual da Comissão

Mista do Congresso que acompanha

as medidas ligadas à pandemia

do novo coronavírus.

Ministério da Economia teria pedido

ajuda ao BB. Foto: José Cruz/Agência

Brasil

Diante disso, o Ministério da Economia

teria solicitado ao Banco do Brasil, que

administra o Fundo Garantidor de

Operações (FGO), responsável por

garantir as operações, rever os limites

do programa. São duas consultas,

explica uma fonte. De um lado, a pasta

solicitou uma análise sobre a

possibilidade de aumentar o limite dos

bancos de maneira geral. Também

pediu um estudo com foco

somente no próprio BB e na

Caixa, o que poderia elevar o limite

apenas das instituições públicas, que

têm sido as mais atuantes no Programa.

Recursos

O orçamento total do Pronampe é

de R$ 18,7 bilhões, a partir de R$

15,9 bilhões que foram aportados em

recursos do Tesouro no FGO para

serem utilizados como garantias. Cada

banco tem direito a um pedaço desses

recursos, que varia conforme o porte

das instituições. “A divisão inicial foi

simplista. Foi em torno de 20% para

cada um dos cinco grandes bancos. Não

faz muito sentido isto. Então, é natural

um ajuste”, diz uma fonte, que prefere

não ser citada.

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O BB foi o banco que mais

emprestou no Pronampe até

agora. O banco contratou R$ 3,3

bilhões e espera alcançar o teto, de R$

3,7 bilhões, ainda nesta semana. Em

operações, já foram quase 54 mil,

conforme informações exclusivas

obtidas pelo Estadão/Broadcast. A

Caixa liberou R$ 1,84 bilhão em um

total de 22,32 mil contratos, de

acordo com balanço do banco até às 19

horas de hoje.

Caso o limite de BB e Caixa seja

alterado, a fatia para os rivais

privados pode se reduzir. Gigantes

como Itaú Unibanco e Bradesco,

por exemplo, ainda não deram o

pontapé na modalidade. As

justificativas para não terem começado

a operar o Pronampe vão de questões

burocráticas, e que impedem a oferta

em larga escala e em canais digitais, ao

retorno da linha, considerado baixo.

A expectativa de alguns bancos era a de

que parte dos entraves caísse com a

aprovação de uma nova versão do

regulamento do FGO, que garante as

operações, esperada para essa semana.

Do lado do retorno, o Banco

Central flexibilizou as exigências de

capital na modalidade como uma forma

de torná-la mais atrativa para as

instituições financeiras.

Na semana passada, o vice-

presidente de agronegócio e

governo do BB, João Pinto Rabelo,

disse que o Pronampe havia atraído o

interesse de 23 instituições

financeiras. Desse grupo, 14

entregaram a documentação ao

BB, que administra o Fundo

Garantidor de Operações, e 5 já

tiveram a adesão formalizada.

O Pronampe é mais uma tentativa do

governo Bolsonaro de fazer o crédito

chegar às mãos dos micro e pequenos

negócios. Procurado, o Ministério da

Economia não comentou. BB e Caixa

também não se manifestaram.

https://economia.estadao.com.br/noticias/

geral,ministerio-da-economia-estuda-

aumentar-limite-do-bb-e-da-caixa-no-

pronampe,70003357093

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Quinta-feira, 9 de julho de 2020

Sem prejuízo aos

alimentados, mãe pode

renunciar a pensão atrasada,

diz STJ 9 de julho de 2020, 8h16

Por Danilo Vital

A irrenunciabilidade e a vedação à transação estão limitadas ao valor dos alimentos presentes e futuros, não havendo os mesmos obstáculos quanto aos alimentos pretéritos. Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça definiu que é possível a realização de acordo para exonerar o devedor de pensão alimentícia do pagamento das parcelas vencidas.

Irrenunciabilidade de pensão alimentícia só serve para parcelas atuais e futuras, diz STJ Pxhere

O caso tem origem em ação de cobrança de alimentos que foi extinta após renúncia, pela mãe, aos valores não pagos pelo pai entre janeiro de 2010 e março de 2011.

Inconformado, o MP recorreu por entender que o caráter irrenunciável e personalíssimo da obrigação alimentar

não permite que a genitora renuncie a verba alimentar da qual suas filhas, absolutamente incapazes, são credoras. A renúncia foi mantida em decisão de segundo grau.

Segundo o relator, o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, o acórdão Tribunal de Justiça do Distrito Federal aplicou corretamente o artigo 1.707 do Código Civil, segundo o qual: pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

"A vedação legal à renúncia ao direito aos alimentos decorre da natureza protetiva do instituto dos alimentos, contudo, a irrenunciabilidade atinge tão somente o direito, e não o seu exercício", explicou o ministro.

Por isso, a irrenunciabilidade e a vedação à transação estão limitadas aos alimentos presentes e futuros. Além disso, o Ministério Público não especificou qual prejuízo concreto decorreu da transação do débito alimentar.

"Ademais, destaca-se que, especialmente no âmbito do Direito de Família, é salutar o estímulo à autonomia das partes para a realização de acordo, de autocomposição, como instrumento para se alcançar o equilíbrio e a manutenção dos vínculos afetivos", concluiu o ministro Villas Bôas.

REsp 1.529.532

https://www.conjur.com.br/2020-jul-

09/irrenunciabilidade-pensao-nao-vale-

parcelas-atrasadas

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Quinta-feira, 9 de julho de 2020

Infraero deve conceder

desconto a empresa que opera

em aeroporto de SC

A empresa ainda conseguiu a homologação de licitação em outro aeroporto do Estado.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Uma empresa que administra estacionamento no aeroporto de Joinville/SC conseguiu desconto nas faturas de contrato de concessão de uso devido à pandemia. A Infraero ainda deve permitir a homologação de licitação da empresa no aeroporto de Navegantes/SC. Decisão é do juiz Federal Adelmar Aires Pimenta da Silva, da 2ª vara Cível de Tocantins.

A empresa ajuizou ação requerendo a suspensão de contrato com a Infraero de concessão de uso de área destinada à exploração comercial de atividade de estacionamento de veículos no aeroporto de Joinville/SC em razão da pandemia. Alegou, ainda, que participou de procedimento licitatório para concessão do uso no aeroporto de Navegantes/SC, tendo sido vencedora do certame, mas em razão dos atrasos nos pagamentos em Joinville, recebeu

ofício exigindo a regularização dos débitos sob pena de ser excluída do procedimento. Ao analisar o caso, o juiz constatou que o faturamento da empresa teve queda de 35% no mês de março, chegando a 99% no mês de maio. Diante disso, o magistrado considerou que solução mais justa, equitativa e proporcional seria a redução do valor das parcelas devidas. “A parte autora carreou aos autos balancetes financeiros da empresa que comprovam a queda vertiginosa do faturamento da empresa requerente que saiu da média mensal de R$ 140 mil e alcançou apenas R$ 1 mil.” No que tange ao certame, o magistrado destacou que a exigência da quitação de todos os débitos da empresa é desarrazoada. “É medida de justiça que o objeto seja a ela homologado, até mesmo como forma de aumentar seu faturamento mensal proporcionando a ela mais uma forma de conseguir cumprir com as obrigações de ambos os contratos.” Assim, foi determinada a redução dos valores nas proporções de 50% na fatura de março, 4% na fatura de abril e 1% na fatura de maio, mantendo a redução em 1% para as demais faturas vincendas enquanto perdurar a pandemia. A Infraero ainda deve homologar o certame para concessão de uso no aeroporto de Navegantes/SC, independente de comprovação de quitação dos valores em atraso no contrato de concessão do aeroporto de Joinville/SC. Em embargos de declaração, a decisão foi mantida. O escritório Gazzana de Almeida Advocacia Empresarial atua pela administradora do estacionamento.

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Quinta-feira, 9 de julho de 2020

É possível adjudicar bens

penhorados por 50% do valor

da avaliação, decide TRT-18

O pedido de adjudicação foi deferido nos autos de uma ação trabalhista.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

A 3ª turma do TRT da 18ª região deferiu o pedido de adjudicação de bens penhorados nos autos de ação trabalhista, no percentual de 50% do valor da avaliação. O colegiado ressaltou que a prerrogativa de adjudicar os bens penhorados por 50% do valor da avaliação foi estendida à Fazenda Pública na cobrança judicial da dívida ativa, sendo possível também a aplicação ao credor trabalhista.

Um homem interpôs agravo de petição contra decisão que indeferiu o pedido de adjudicação por ele formulado. No entanto, o juízo de 1º grau indeferiu o pedido sob a fundamentação do previsto no art. 876, do CPC, o qual possui o seguinte teor: “é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados”. Ao apreciar o agravo, o desembargador Elvecio Moura dos

Santos, relator, afirmou que a prerrogativa de adjudicar os bens penhorados por 50% do valor da avaliação foi estendida à Fazenda Pública na cobrança judicial da dívida ativa, ao observar a lei 8.212/91. Para ele, por força do art. 889 da CLT, o privilégio de adjudicar os bens penhorados por 50% do valor da avaliação também deve ser aplicado ao credor trabalhista. “Importa destacar que o fato da regra prevista no art. 98, §7º, da lei n. 8.212/91 não ter sido reproduzida, por opção legislativa, na lei n. 6.830/80, é irrelevante para o deslinde da questão, vez que o fato juridicamente relevante é que o privilégio de adjudicar os bens penhorados por 50% do valor da avaliação foi garantido à Fazenda Pública e por isso tal privilégio também se aplica ao credor trabalhista, por força do disposto no art. 889 da CLT." O advogado Claudio Mendonça dos Santos atuou no caso. Processo: 0011843-23.2016.5.18.0018

https://migalhas.com.br/quentes/330494/

e-possivel-adjudicar-bens-penhorados-por-

50-do-valor-da-avaliacao-decide-trt-18

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Quinta-feira, 9 de julho de 2020

Judiciário brasileiro tem ao

menos 72 projetos de

inteligência artificial nos

tribunais

Ferramentas são usadas para auxiliar agrupamento de demandas repetitivas a até para sugerir minutas

HYNDARA FREITAS

BRASÍLIA

09/07/2020 07:59

Crédito: Pexels

O Judiciário brasileiro tem ampliado os investimentos em inteligência artificial nos últimos anos, de forma que metade dos tribunais do país já usam este tipo de tecnologia. A descoberta é da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que aponta que há 72 projetos diferentes, em diferentes fases de implementação. A pesquisa contempla o Supremo Tribunal Federal (STF), o

Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os tribunais de Justiça estaduais, os tribunais regionais federais e os tribunais regionais do trabalho, além do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O estudo Tecnologia Aplicada a Gestão de Conflitos no Poder Judiciário com ênfase em inteligência artificial, coordenada pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da FGV (Ciapj), mostra a diversidade das ferramentas tecnológicas adotadas pelos tribunais, utilizadas para agilizar tanto atividades-meio quanto atividades-fim dos tribunais.

Foram encontrados nos tribunais 27 projetos de inteligência artificial que ajudam a verificar se o caso se enquadra no artigo 332 do Código de Processo Civil, que prevê que o juiz julgará liminarmente improcedente pedidos que contrariem súmulas e teses do STF e do STJ, bem como se verificada a ocorrência da decadência ou prescrição. Já outros 12 projetos servem para sugerir minutas para decisões e acórdãos. A pesquisa ainda aponta que há ao menos nove ferramentas de inteligência artificial que se dedicam a verificar a admissibilidade de recursos.

Os principais objetivos dos tribunais na implementação de inteligência artificial foram a automação das atividades e a eficiência e produtividade, bem como garantir a celeridade processual.

Renata Braga, pesquisadora colaboradora e professora do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Volta Redonda, diz que a pesquisa levou em conta tanto projetos que estão implementados quanto projetos-piloto ou em desenvolvimento. Boa parte deles, ela destaca, são relacionados a recursos e temas repetitivos, e temas de repercussão geral. “Existe um esforço grande para lidar com demandas de massa, vemos isso desde os tribunais de Justiça até o STF. A questão da

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demanda de massa está muito presente em quase todos os locais”, afirma.

A pesquisadora também destaca como descoberta positiva a cooperação entre os tribunais, uma iniciativa muito incentivada pelo CNJ e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). “Geralmente, as pessoas querem um robô pra chamar de seu. Mas a gente identificou esse movimento no CSJT e no CNJ de cooperação, de integração entre os sistemas. Toda nossa pesquisa é trabalhada no valor da colaboração, é o que nos move. Conseguir identificar esse movimento na construção desses sistemas foi muito interessante”, elogia.

E a colaboração não é apenas entre os tribunais: boa parte dos projetos de inteligência artificial são frutos de termos de cooperação com universidades. A pesquisa identificou ao menos nove projetos desenvolvidos pelas equipes dos tribunais em parcerias com instituições de ensino superior. Na prática, tribunais criam termos de cooperação com as universidades, com áreas do doutorado, mestrado ou graduação, e as duas partes têm o compartilhamento daquela construção, e o staff interno do tribunal se comunica com as equipes das universidades.

O desembargador do TJRJ Elton Leme é coordenador da pesquisa, e destaca a importância de pensar novas tecnologias em um Judiciário cujo volume de processos aumenta a cada ano, e que, assim como os outros Poderes, têm passado por restrições orçamentárias e tem diminuído as contratações de novos servidores.

Em sua visão, não há como se substituir o trabalho humano, mas ferramentas de inteligência artificial permitem que se economize tempo e dedicação em determinados processos internos dos tribunais. “Nós temos um limite concreto, não podemos aprovar em concurso público uma legião imensa de juízes porque os cofres públicos não

conseguem absorver todo essa despesa com pessoal, então nós temos que, obrigatoriamente, buscar caminhos que equacionem esta realidade. E nós temos feito isso”, afirma Leme. “O Judiciário, se fizer uma análise do passado recente, dos últimos 20 anos, a evolução do ponto de vista da metodologia de trabalho foi incrível. Há 20 anos, o processo de informatização estava começando. E de lá para cá já estamos falando de inteligência artificial. O fato é que nós temos conseguido evoluir muito do ponto de vista da metodologia de trabalho”.

Um bom exemplo encontrado pela pesquisa que Leme cita é o Horus, ferramenta de inteligência artificial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que possibilita um método de distribuição de ações que faz, em poucos minutos, o que levaria-se muitas horas para fazer. “A meta era distribuir 48 mil execuções fiscais, e no mesmo tempo se distribuíram mais de 200 mil. A execução fiscal é um gargalo importante, que uma grande parcela das ações em curso na Justiça é relacionada à execução fiscal. E essa experiência foi muito bem sucedida na atividade meio, ou seja, fazer com que o processo cumpra muitas de suas etapas com rapidez e eficiência, até chegar no ponto do juiz decidir”, fala.

Outro exemplo bem sucedido de inteligência artificial no Judiciário é o Sócrates, do STJ, capaz de identificar grupos de processos similares em 100 mil processos, em menos de 15 minutos, bem como os demais processos que tratam da mesma matéria em um universo de 2 milhões de processos e 8 milhões de peças processuais, o que abrange todos os processos em tramitação no STJ e mais 4 anos de histórico, em 24 segundos. Já no Tribunal de Justiça do Amazonas, há o Leia Peticionamento, que sugere ao advogado o tipo de petição intermediária correta a ser juntada, evitando erros de classificação. Houve redução de 90% da quantidade de

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petições erroneamente classificadas como genéricas.

Pesquisa contínua

Os estudos sobre a aplicação da inteligência artificial no Judiciário estão apenas no início. Isso porque a pesquisa da FGV vai ter novas fases, e a universidade quer incluir outras instituições de pesquisa e universidades e aprofundar a análise desse tema. A cada seis meses, a FGV deve colher e divulgar novos resultados, já que sempre há novas ferramentas em desenvolvimento para melhorar o Judiciário.

Nas próximas versões, os pesquisadores querem aprofundar os estudos sobre a normatização dessas tecnologias no Brasil, como a questão da transparência do algoritmo, além de questões éticas. Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei que quer instituir o Marco Legal da Inteligência Artificial no Brasil, proposto pelo deputado Eduardo Bismarck (PDT-SP), o PL 21/2020. A FGV espera contribuir para este projeto com notas técnicas.

Outro objetivo da pesquisa é analisar a possibilidade da ampliação das funcionalidades dos projetos já existentes, agregadas às plataformas de resolução consensual de conflitos.

“Em determinados TRTs, há um sistema de inteligência artificial que prevê a possibilidade de haver conciliação naquele processo. Nem todos os sistemas estão voltados para as fases processuais por si só. Queremos identificar de que maneira as plataformas de resolução consensual de conflitos vêm usando a inteligência artificial”, conta Renata Braga.

HYNDARA FREITAS – Repórter em Brasília. Cobre Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes, foi repórter no jornal O Estado

de São Paulo. Email: [email protected]

https://www.jota.info/coberturas-

especiais/inova-e-acao/judiciario-

brasileiro-tem-ao-menos-72-projetos-de-

inteligencia-artificial-nos-tribunais-

09072020

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