clicar meu menino jesus... lembra-me de um tempo em que não havia pai natal! lembra-te de ser...
TRANSCRIPT
Clicar
Meu Menino Jesus...
Lembra-me de um tempo em que não
havia Pai Natal!Lembra-te de ser
menino em nós, em cada Natal!
Lembra-me de um tempo antigo, em que não
tinhas barbas brancas, nem te vestias de
vermelho quentinho e neve de algodão, nem te
fingias de velhinho simpático, que finge ter um presente para todos!
Lembra-te de nascer sempre assim, despido e
singelo, nas almas esquecidas que há Frio e
Faltas...
Lembra-me de um tempo em que te anunciavas em novenas puras, rezadas
na cristalinidade das noites frias do Advento, aquecidas por cânticos que lembro celestiais!Lembra-te de mandar
soar sempre antes de Ti as trompetas da Fé, para
aqueles que se esqueceram que há
Desespero!
Lembra-me de um tempo em que me
olhavas do Presépio, com os teus olhos de
menino guloso, grandes e doces,
como as rabanadas que a minha mãe
fazia!Lembra-te de olhar sempre assim, os Homens que se
esquecem que há Fome...
Lembra-me de um tempo em que a única luz que te iluminava era uma vela
acesa com fervor... e todo Tu resplandecias, no
centro do nosso lar, mais que todas as estrelas
juntas, que vinham sempre espreitar-te pela janela! (E as estrelas, nesse tempo, eram tão mais brilhantes
que agora!...)Lembra-te de brilhar ainda
assim, para lembrar às almas que há Escuridão...
Lembra-me de um tempo em que eras tu próprio a descer na chaminé, para nos trazer os poucos e
humildes presentes, que pousavas nos nossos
sapatinhos, deixados à volta da lareira! (Por isso
os presentes eram pequenos, porque tu eras
pequenino, não podias carregar muitas coisas!)
Lembra-te de descer sempre assim, a pulso e sacrifício, nos espíritos
esquecidos que há Dificuldades!
Lembra-me de um Lembra-me de um tempo em que as noites tempo em que as noites de Natal eram de pura de Natal eram de pura
emoção e as manhãs de emoção e as manhãs de júbilo e alegria, quando júbilo e alegria, quando se desafiava o frio e o se desafiava o frio e o sono, para ir espreitar sono, para ir espreitar
os paucos presentes que os paucos presentes que Tu havias deixado!Tu havias deixado!
Lembra-te de fazer ouvir Lembra-te de fazer ouvir o teu riso inocente e o teu riso inocente e grato, nos Natais de grato, nos Natais de
quem esqueceu que há quem esqueceu que há Tristeza!Tristeza!
Lembra-me de um tempo em que bastava tão pouco para se fazer
Natal... Frio lá fora, lareira
quente, pinhas a estalar no lume...
O Presépio inventado, com musgo apanhado
nas matas, pelas minhas mãos a tiritar ansiedade...
e rios feitos de papel de prata, que se guardara dum raro chocolate... e figurinhas ingénuas, de
desproporções ingénuas, que se pediam
emprestadas aos móveis da sala...
...e Tu, Menino Jesus da minha infância, grande,
soberano, graciosamente deitado no berço-
manjedoura de palhinhas verdadeiras, os braços
abertos para nós, as pernas ensaiando irrequietudes de
menino, os olhos -ah, os olhos!- placidamente atentos
à veneração dos teus súbditos! Os teus olhos riam
e misturavam-se a nós... espreitavam conosco as
prendinhas, brilhavam com os nossos, de alegria,
refletiam o prazer dos doces, dos cheiros, dos mimos de
festa...
As tuas mãozinhas alvas, pequeninas, brincavam conosco às escondidas e
encontrávamo-las no miolo dos pinhões, que extraíamos trabalhosamente das pinhas
aquecidas......e depois, adormecias
santamente, à luz das velas do presépio, enquanto nós
jogávamos ao "par e com os confeitos que nos tinham
calhado no sapatinho... até também a nós o sono nos vir
recolher para sonhos imaculados, crentes, dum
tempo em que o Natal... era só o nascimento de um
Menino Bom... lembras-te?...
www.sergrasan.com/veraluzia
www.profeacr.xpg.com.br
Imagens da Internet
Texto de Sterea da Luso-Poemas
Formatação:A.Carlos e Vera Luzia