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A cláusula de abertura constitucional: os tratados internacionais como norma constitucional definidora de direitos e os novos direitos fundamentais. The clause of constitutional opening: the international agreement ones as defining constitutional rules to rights and the new basic rights. Fábio Roberto Barbosa Silva 1 RESUMO: Este artigo visa abordar e discutir a Cláusula de abertura constante no artigo 5º, §2º da Carta Magna, na qual torna equivalente às Emendas Constitucionais os Tratados Internacionais que abordem os temas voltados aos direitos humanos e fundamentais, criando novos direitos fundamentais que não estão expressamente dispostos no texto Constitucional. PALAVRAS-CHAVES: Constituição Federal, Cláusula abertura, Tratados Internacionais, Direitos Fundamentais. ABSTRACT: This article aims at to approach and to argue the Clause of constant opening in the article 5º, §2º of the Great Letter, in which it equals to the condition of Constitutional Emendations the International agreement ones that approach the subjects come back to the human and basic rights, creating new basic rights that express are not made use in the Constitutional text. KEYWORDS: Federal Constitution, Clause opening, International agreement, Right Basic. 1 Advogado. Pósgraduando em Direito Público pela ASCES.

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A cláusula de abertura constitucional: os tratados internacionais como norma constitucional definidora de

direitos e os novos direitos fundamentais.

The clause of constitutional opening: the international agreement ones as defining constitutional rules to rights

and the new basic rights.

Fábio Roberto Barbosa Silva1 

RESUMO: Este artigo visa abordar e discutir a Cláusula de abertura constante no artigo 5º, §2º da Carta Magna, na qual torna equivalente às Emendas Constitucionais os Tratados Internacionais que abordem os temas voltados aos direitos humanos e fundamentais, criando novos direitos fundamentais que não estão expressamente dispostos no texto Constitucional.

PALAVRAS-CHAVES: Constituição Federal, Cláusula abertura, Tratados Internacionais, Direitos Fundamentais.

ABSTRACT: This article aims at to approach and to argue the Clause of constant opening in the article 5º, §2º of the Great Letter, in which it equals to the condition of Constitutional Emendations the International agreement ones that approach the subjects come back to the human and basic rights, creating new basic rights that express are not made use in the Constitutional text.

KEYWORDS: Federal Constitution, Clause opening, International agreement, Right Basic.

                                                            1 Advogado. Pós‐graduando em Direito Público pela ASCES. 

Introdução.

O presente artigo tem como finalidade analisar a cláusula de abertura

constitucional, aferindo até que ponto e quando os Tratados Internacionais assumem

o status de norma constitucional, criando, pois, novos direitos fundamentais.

Evidentemente que não é pretensão nossa exaurir o tema que envolve

Direitos fundamentais oriundos da Cláusula de abertura, principalmente ante a sua

complexidade e reflexo em todas as áreas do Direito e, também, ante a ritualística

processual legislativa que é utilizada para a sua positivação no ordenamento jurídico

constitucional.

Contudo, é nossa pretensão abordar de forma sucinta a evolução do

constitucionalismo, conceituando-o brevemente, além de demonstrar a evolução dos

Direitos Fundamentais nas diferentes constituições brasileiras e, ainda, a

possibilidade daqueles sofrerem majoração pela aplicação das cláusulas de abertura

constitucional vigentes em cada constituição.

Enfatizaremos, também, a eficácia e aplicação dos direitos fundamentais

oriundos dos tratados internacionais, já que, uma vez recepcionados pelo

ordenamento jurídico constitucional, aqueles assumem as características das

normas jurídicas constitucionais, inclusive, gozando da relativa imutabilidade,

conforme consta no inciso IV do §4º do artigo 60 da Constituição Federal de 1988.

Por fim estudaremos os novos direitos fundamentais, dentre eles os direitos

sociais que, igualados aos direitos fundamentais para boa parte da vanguarda dos

juristas e doutrinadores pátrios, em função, principalmente, da aplicação do princípio

constitucional da dignidade da pessoa humana e pela positivação das normas

oriundas dos tratados internacionais recepcionadas pelo ordenamento pátrio ante a

cláusula de abertura constitucional.

1. O Constitucionalismo no Brasil.

Antes de adentrar no objeto deste tópico, necessário se faz conceituar:

Estado Democrático, Direito Constitucional e Constitucionalismo.

O Estado Democrático surgiu após a 2ª Grande Guerra, principalmente ante a

crise oriunda do Estado Social, cujas características não mais atendiam aos anseios

da sociedade, principalmente em razão da sua crise de legitimação. A partir deste

momento histórico surgiu o Estado Democrático de Direito. Neste foram

consagrados os direitos de 3ª geração ou, para forte corrente jurídica, dimensão

(direitos difusos) e, ainda, houve uma readequação ao novo modelo de Estado dos

direitos de 1ª e 2ª dimensão.

Portanto, descreve Dallari (1998, p. 110) que o Estado Democrático de Direito

é uma “organização flexível, que assegure a permanente supremacia da vontade

popular, buscando-se a preservação da igualdade de possibilidades, com liberdade,

a democracia deixa de ser um ideal utópico para se converter na expressão concreta

de uma ordem social justa.”.

Com a origem do Estado Democrático também se iniciou um novo ramo do

Direito, denominado de Direito Constitucional. É patente a jovialidade do Direito

Constitucional quando comparado ao direito Civil, por exemplo. Faz parte do ramo

de Direito Público e, como bem expôs Barroso (2009, p. 395), seus conceitos

essenciais são a soberania estatal e o princípio da legalidade.

Por fim, devemos conceituar o constitucionalismo, que segundo Canotilho

(1998, p. 51), nada mais é que:

(...) uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo

limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão

estruturante da organização político-social de uma

comunidade. Neste sentido, o constitucionalismo moderno

representará uma técnica especifica de limitação de poder com

fins garantísticos. O conceito de constitucionalismo transporta,

assim, um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria

normativa da política, tal qual como a teoria da democracia ou

a teoria do liberalismo.

Pois bem, podemos concluir do brilhante conceito do Ilustre Jurista acima,

que o constitucionalismo contemporâneo é representado pelo Estado de Direito, cujo

poder deste está limitado no Texto Constitucional, que, ainda, dispõe sobre a

atuação daquele na aplicação de políticas públicas e sociais para a efetiva proteção

dos direitos fundamentais.

Assim, do entendimento de Morais (Morais, 2009), podemos dizer que com o

Estado de Direito surgiu o constitucionalismo, que teve, principalmente, a função de

racionalizar e humanizar as relações do Estado com o cidadão, possibilitando a

constitucionalização dos direitos sociais.

Na história mundial, há relatos do surgimento do constitucionalismo, mesmo

que de forma tímida, desde a antiguidade clássica, como, por exemplo, no século V

a.C., nas Cidades-Estados Gregas, em que a havia o embrião do que hoje definimos

como democracia constitucional. Ainda, houve expressões do constitucionalismo

durante a idade média, onde destacamos a Magna Carta de 1215, na qual,

formalmente, houve a proteção a alguns importantes direitos individuais. Na Idade

Moderna, podemos destacar vários documentos históricos que buscaram resguardar

os direitos individuais, dentre eles: Petition of Rights, de 1628; o Habeas Corpus Act,

de 1679; o Bill of Rights, de 1689. Já na Idade Contemporânea podemos destacar,

ressalte-se, como marcos do constitucionalismo moderno o que seriam as

constituições escritas, tendo como as principais: a Constituição norte-americana de

1787 e a Francesa de 1791. Esta última, em particular, teve como preâmbulo a

Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, cuja

importância histórica para os direitos fundamentais é inquestionável.

Pois bem, uma vez resumido de forma bem sucinta os conceitos de Estado

Democrático, Direito Constitucional e Constitucionalismo, e, ainda, após uma breve

exposição da evolução do constitucionalismo desde a antiguidade clássica, deve-se,

também, demonstrar a evolução histórica do Constitucionalismo no Brasil, como

forma de demonstrar, nas diferentes constituições, a constante exposição e

evolução ou retrocesso dos direitos fundamentais como elemento necessário a

concretização de garantias para uma convivência digna e igual.

Analisando a evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, pode-se

concluir que as constituições brasileiras surgiram, sempre, a partir de

transformações substanciais ocorridas no próprio Estado, estas advindas, muitas

vezes, de atos ilegais dos governantes ou através de golpes.

A primeira Constituição brasileira data do ano de 1824, tendo sido outorgada

após a dissolução Assembléia Constituinte, por D. Pedro I. Esta Constituição

monárquica foi a Constituição brasileira que mais durou, tendo ficado em vigor por

67 anos. Na Carta outorgada não estavam presentes os direitos sociais constantes

em seu Projeto de autoria de Antônio Carlos, mas, declarou a instrução primária

gratuita a todos os cidadãos, mas, não se pode afastar a sua característica

autoritária em meio a instituições de aparência liberal. Por esta razão o Bonavides

(1990, p. 92) descreveu que “O constitucionalismo do império introduziu no País

uma forma política de organização do poder que se inspirava em grande parte nos

princípios fundamentais da ideologia liberal”.

Em 1890, o então presidente provisório, Marechal Deodoro da Fonseca,

convocou eleições para que uma Assembléia Constituinte votasse a primeira carta

constitucional republicana do Brasil, tendo sido, então, promulgada a Carta de 1891,

com fortes influencias pelas diretrizes liberais constantes na Constituição norte-

americana. Nesta, tentou-se a formação de um Estado laico e também, tímida foi a

inclusão em seu texto dos direitos fundamentais já consagrados na Declaração

Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Alias, isso fez o Jurista

Bonavides citar em sua obra, História constitucional do Brasil (2009, p.p. 100/101)

que a Carta de 1824 deixaria envergonhados os constituintes republicanos de 1991,

acaso as duas Constituições fossem levadas a um confronto.

Contudo, data máxima vênia, podemos destacar na Carta de 1891, grandes

avanços sociais, dentre eles: a liberdade de associação e de reunião sem armas; foi

assegurado, ainda, aos acusados de crimes o amplo direito de defesa, abolindo-se

as penas de galés, banimento judicial e de morte; e, a instituição do remédio

constitucional "habeas-corpus", até hoje em vigor.

Em 1934, na Carta Magna, também promulgada, houve a introdução no

constitucionalismo brasileiro a idéia social, já que as duas Constituições anteriores

refletiam uma concepção marcadamente liberal de Estado. A constituição de 1934

foi promulgada e, sem dúvidas, inspirada na Carta de Weimar de 1919 e na

Espanola de 1931. Houve no texto constitucional a ampliação dos poderes da união,

estendendo suas atribuições e o sistema legislativo escolhido foi unicameral. No

âmbito econômico e social, pela primeira vez o texto constitucional brasileiro

declarou que a ordem econômica devia estar de acordo com os princípios da justiça

e das necessidades da vida nacional, devendo possibilitar uma existência digna e, a

educação foi proclamada como direito social e as mulheres tiveram o direito de

votar.

A constituição de 1934 durou até meados de 1937, extinguindo-se com o

golpe de estado elaborado e desferido por Vargas. Ainda em 1937, Getúlio Vargas

outorga uma nova Constituição, com claro conteúdo populista, mas que, realmente

nunca entrou em vigor.

Por sua vez, a Constituição de 1946, com seus 218 artigos e as suas 36

disposições transitórias, logrou êxito em escrever uma Constituição com pontos

significativamente positivos, trazia, assim, equilíbrio e bom senso para as

circunstâncias da época

Contudo, a Carta de 46 ficou limitada aos termos programáticos de justiça

social, o que culminou na não concretização de cláusulas como aquelas que

determinavam a participação do trabalhador nos lucros da empresa e tantas outras

exaradas na esfera das relações do capital com o trabalho.

Bonavides afirma que a Carta de 1946 não logrou fazer-se para o povo, mas

era sim uma preocupação com a mudança do autoritarismo para a democracia, fator

que a torna "fraca".

Com o golpe de Estado de 1964, os militares instituíram o controle do País

através de um regime de força. O governo militar passou a governar com a edição

dos chamados Atos Institucionais que restringiram as liberdades individuais e os

direitos fundamentais assegurados na Constituição de 1946, mantendo-se, todavia,

naquele momento, a vigência da Carta naquilo que não fosse conflitante com

aquelas medidas de exceção.

Contudo, em 7 de dezembro de 1966, através do Ato Institucional n.4, o

Congresso Nacional é convocado extraordinariamente para discutir, votar e

promulgar uma nova Constituição, com base em projeto apresentado pelo

governante militar, tendo sido, em 24 de Janeiro do ano seguinte, “promulgada” a

Constituição do Brasil, que entra em vigor em 15 de Março de 1967. Houve, assim,

um grave retrocesso, sendo suprimidos direitos fundamentais constantes na

constituição de 1946.

Em 1969, com a enfermidade do Presidente Costa e Silva, os Ministros

militares, representantes das forças armadas, editaram a EC nº 1, cuja elaboração

não contou com a participação do vice-presidente civil, Pedro Aleixo. Assim, era

outorgada uma nova Constituição que “constitucionalizou” a utilização dos Atos

Institucionais anteriormente baixados, como constou em seu artigo 182: “Continuam

em vigor o Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, e os demais Atos

posteriormente baixados”. O milagre econômico, denominação dada ao período de

governo do General Médici, era um situação que entorpecia a sociedade brasileira,

desviando a atenção do regime extremamente autoritário, duro e sem qualquer

respeito às garantias e direitos fundamentais. Após os término do Governo do

General Médici, a insatisfação popular com a economia e com os problemas sociais

e políticos culminou com o “movimento diretas já”, ocorrido em 1985.

Com o fim do Governo Militar, foi promulgada a constituição de 1988, que

institucionalizou a instauração de um regime político democrático no Brasil, sendo

um indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos

fundamentais e na proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A

vontade do constituinte em priorizar os direitos e as garantias fundamentais foi

exteriorizada no seu artigo 60, parágrafo 4o, da Constituição Federal de 1988, onde

os declarou cláusulas pétreas, compondo, assim, a sua relativa imutabilidade.

Outro ponto relevante da Constituição de 1988 é o fato dos direitos sociais

estarem inseridos no título específico, denominado direitos e garantias,

diferentemente do que ocorria nas Cartas anteriores, em que aqueles se

encontravam dispersos no âmbito da ordem econômica e social.

Pois bem, com isso, Greco (2005. p. 170) concluiu em sua obra, solidariedade

social e Tributação, que houve uma interessante mudança de visão do constituinte

na relação entre Estado e cidadão se comprada a Constituição de 1967 e a

Constituição de 1988. Na primeira, os capítulos iniciais dedicam-se à formação do

Estado, deixando para um segundo momento a regulação da sociedade. Já a

Constituição de 1988 primeiro dispôs sobre os direitos fundamentais para,

posteriormente, definir a regulamentação do Estado. Portanto, a Constituição de

1988 tem claro aspecto social, com a inclusão em seu texto dos direitos

fundamentais e a possibilidade de se agregar aos já existentes os, por ventura,

oriundos de Tratados Internacionais, nos quais o Brasil venha a ser signatário.

2. Definição e eficácia das normas constitucionais.

O Século XXI trouxe consigo uma evolução do constitucionalismo, passando

este a ser chamado de neoconstitucionalismo ou pós-positivismo, mostrando que o

Direito por ser um fato social, está sempre em mudança conforme os anseios e

necessidades temporais das sociedades.

Nas palavras de Walber Agra (2008, 0. 31):

O neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a

concretização das prestações materiais prometidas pela

sociedade, servindo como ferramenta para a implantação de

um Estado Democrático Social de Direito. Ele pode ser

considerando como um movimento caudatário do pós-

modernismo. Dentre suas principais características podem ser

mencionados: a) positivação e concretização de um catálogo

de direitos fundamentais; b) onipresença dos princípios e das

regras; c) inovações hermenêuticas; d) desinficação da força

normativa do Estado; e) desenvolvimento da justiça

distributiva”.

Portanto, conclui-se da argumentação do ilustre doutrinador acima

mencionado, que o neoconstitucionalismo surgiu como forma de concretizar os

direitos fundamentais já positivados e, não apenas como um limitador do poder do

Estado.

Entendemos, data máxima vênia, que o neoconstitucionalismo fincou suas

raízes na legislação pátria, principalmente a partir da Emenda Constitucional nº

45/2004, com vistas a dar maior efetividade aos direitos fundamentais, possibilitando

a sua positivação no ordenamento jurídico pátrio, notadamente aos oriundos de

Tratados Internacionais de direitos humanos.

Assim, para a positivação na legislação pátria e para que os Tratados

Internacionais tenham equivalência de Emendas à constituição, estes devem ser

aprovados por cada uma das Casas do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos seus respectivos membros, conforme dispõe o §3º do

artigo 5º da CF/88. Apenas após tal trâmite processual legislativo, é que os tratados

internacionais passam a equivaler às Emendas Constitucionais, tornando-se normas

constitucionais de plena e imediata eficácia.

Pois bem, cabe-nos conceituar normas jurídicas constitucionais, sendo

fundamental a sucinta conceituação trazida de Mello (2010, p. 20):

(...) constitui uma proposição através da qual se estabelece

que, ocorrendo determinado fato ou conjunto de fatos (=

suporte fático) a ele devem ser atribuídas certas

conseqüências no plano de relacionamento intersubjetivo (=

efeitos jurídicos). Portanto, hoje se pode dizer que as normas

constitucionais são normas jurídicas, datadas de

imperatividade e garantia, contudo, com características

ímpares, já que possuem superioridade hierárquica,

especificidade e dimensão política e social.

Aprofundado-se no tema, vemos que conceito de norma é um dos conceitos

fundamentais da Ciência do Direito e, como tal, gera discussões em todas as

esferas do mundo jurídico, assim como bem expôs Alexy (2008, p.p 51/52) em seu

trabalho intitulado Teoria dos Direitos fundamentais, no qual tratou como fato

imperativo traçar uma distinção entre norma e enunciado. Assim, ante tais

discussões, faz-se necessário, pois, distinguir norma de enunciado normativo.

Segundo Alexy, um enunciado normativo é um texto abstrato carente de

interpretação. Por sua vez, norma é a interpretação do enunciado normativo ou,

como dispôs Barroso (2008, p. 397), é a “regra concreta formulada a partir da

interação entre texto e realidade”.

Portanto, data máxima vênia, entendemos que o enunciado nada mais é que

um princípio constitucional, abstrato em sua essência e aplicado à uma pluralidade

de situações. A norma jurídica é, por sua vez, a interpretação de um enunciado, cuja

aplicação é objetiva e restrita as situações a que se dirigem.

Conceituada a norma jurídica constitucional e, após uma breve distinção entre

enunciado e norma jurídica, devemos estabelecer qual é sua eficácia no mundo

jurídico, quando axiologicamente trazem consigo, em seu texto, diretos

fundamentais.

As normas jurídicas constitucionais, segundo Silva (1998, p. 262) podem ser

de eficácia plena, contida ou redutível e limitada.

De eficácia plena, entendemos que são as normas que no momento em que

entram em vigor estão aptas a produzir todos os seus efeitos jurídicos

independentemente da edição de norma infraconstitucional para regulamentá-la.

Por norma constitucional de eficácia contida ou redutível, entende-se que é

aquela positivada na constituição, mas os seus efeitos jurídicos podem sofre

restrições a partir da edição de leis infraconstitucionais, a partir da incidência de

outras normas constitucionais ou, ainda, a partir da aplicação de motivos com os de

ordem pública, paz social e, bons costumes. Neste exato sentido, leciona Silva

(1998, p. 116):

“Normas de eficácia contida, portanto, são aquelas em que os

legislador constituinte regulou suficientemente os interesses

relativos a determinada matéria, mas deixou margem à

atuação restritiva por parte da competência discricionária

do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos

termos dos conceitos gerais nela enunciados”. (grifos

nossos)

Por fim, as normas constitucionais de eficácia limitada, são aquelas que estão

positivadas no texto constitucional, mas a sua eficácia plena depende,

essencialmente, da edição de lei infraconstitucional que venha regulamentar a

matéria tratada em seu texto. Contudo, segundo o Mestre mencionado no parágrafo

anterior, as normas constitucionais de eficácia limitada não estão desprovidas

completamente de efeitos, estes são mínimos, já que o legislador infraconstitucional

está adstrito aos vetores contido em seu texto.

A classificação acima exposta não é absoluta, outros doutrinadores, como

Maria Helena Diniz, Celso Bastos, Pinto Ferreira, Celso Antônio Bandeira de Mello,

dentre outros, considerando os critérios de intangibilidade e produção de efeitos

concretos, classificam as normas constitucionais, segundo a sua eficácia, em:

normas de eficácia absoluta; normas de eficácia plena; normas de eficácia relativa

restringível; e, normas de eficácia complementável.

Percebe-se que há a inclusão de uma quarta classificação, ou seja, normas

de eficácia absoluta. Tal classificação advém do fato de existirem na constituição

Federal de 1988 as chamadas cláusulas pétreas, nos termos do artigo 60, § 4º,

sendo normas constitucionais não se pode mudar, dentre eles temos os direitos e

garantias individuais (artigo 5º do inciso I ao LXXVIII), objeto deste estudo.

Portanto, as normas de eficácia absoluta, segundo Lenza (2010, p. 183): (...)

contêm um força paralisante total de qualquer legislação que, explícita ou

implicitamente, vier a contrariá-las.

3. A evolução da cláusula de Abertura Constitucional nas Constituições

Brasileiras.

Como já exposto, o presente trabalho visa expor a relevância da cláusula de

abertura como forma de tipificar os direitos fundamentais oriundos de Tratados

internacionais. Assim, devemos identificar o ponto temporal de ingresso da cláusula

de abertura no ordenamento jurídico constitucional e a sua evolução.

A presença da cláusula de abertura não é inovação da Constituição de 1988.

Cumpre-nos expor que as Constituições brasileiras anteriores, alias, desde a

Constituição de 1891, já possuíam em seu texto a possibilidade de inclusão do que

hoje entendemos como sendo direitos fundamentais não positivados originalmente

no texto constitucional. Para exemplificar, transcrevemos o artigo 78 da Constituição

de 1891 que estabelecia: “a especificação das garantias e direitos expressos na

Constituição não exclui outras garantias e direitos não enumerados, mas resultantes

da forma de governo que ela estabelece e dos princípios que consigna” (sic).

Ressaltamos que os direitos elencados na Constituição de 1891 eram, na verdade

direitos civis, garantias mínimas dadas ao cidadão, muito distante dos direitos

fundamentais positivados, como, por exemplo, na Constituição de 1988.

Já a Constituição de 1934 previu em seu texto o que hoje entendemos como

direitos fundamentais, bem como, adotou a cláusula de abertura em seu texto,

agora, com clara possibilidade de ampliação do rol de direitos fundamentais já

positivados. Para exemplificar transcrevemos o artigo 114 constante no título dos

direitos e das garantias individuais: “A especificação dos direitos e garantias

expressos nesta Constituição não exclui outros, resultantes do regime e dos

princípios que ela adota”.

A Constituição de 1937 também possuía em seu texto a cláusula de abertura,

esta constante no seu artigo 123, contudo, como poderá ser percebido, ao mesmo

tempo em que possibilitava a ampliação dos direitos fundamentais, também poderia

limitar a sua ampliação de acordo com critérios totalmente subjetivos, ante a

discricionalidade do poder Público. Assim rezava o artigo 123 daquela Constituição:

A especificação das garantias e direitos acima enumerados

não exclui outras garantias e direitos, resultantes da forma de

governo e dos princípios consignados na Constituição. O uso

desses direitos e garantias terá por limite o bem público, as

necessidades da defesa, do bem estar, da paz e da ordem

coletiva, bem como as exigências da segurança da nação e do

Estado em nome dela constituído e organizado nesta

Constituição.

A Constituição de 1946 e a Constituição de 1967, em seu artigo 144 e artigo

150, § 35 (após a emenda 1/69, o artigo 153, §36), respectivamente, também

possuíam cláusulas de abertura descritas de forma idêntica, determinando que: “a

especificação dos direitos e garantias expressas nesta Constituição não exclui

outros direitos e garantias decorrentes do regime e dos princípios que ela adota”.

Analisando o teor das cláusulas de abertura constantes nas Constituições

Pátrias, observamos que em nenhuma delas estava expressa a possibilidade de

ampliação do rol de direitos fundamentais com base em tratados internacionais, ou

seja, com influência do Direito Público Internacional. Apenas a Constituição de 1988,

em seu artigo 5º, § 2º expôs de forma expressa tal possibilidade, desde que o

processo legislativo adotado para positivar os direitos fundamentais oriundos de

Tratados internacionais atenda aos requisitos do §3º daquele mesmo artigo.

Portanto, a Constituição de 1988 teve clara intenção garantir à sociedade a

aplicação mais abrangente dos direitos fundamentais individuais e coletivos já

positivados e, ainda, dos não positivados em seu texto, já que com a incorporação

de outros direitos fundamentais oriundos do Direito Internacional, estes passariam a

gozar de status de norma constitucional, cuja aplicabilidade é imediata e tem caráter

imperativo, como vimos acima.

3.1 Conceito de Tratado internacional.

A Constituição de 1988 expõe em seu artigo 5º, §3º que não só os tratados

podem ser referendados no Congresso, mas, também as convenções internacionais

que versem sobre direitos humanos. Agregamos que o Tratado ou a Convenção só

gera efeitos jurídicos no ordenamento jurídico pátrio, a partir da promulgação de um

Decreto que o referente, através do processo legislativo indicado artigo acima

mencionado.

Cumpre-nos expor, portanto, que não há diferença jurídica entre Tratados e

Convenções, já que ambos são acordos que tem como partes signatárias pessoas

jurídicas de direito público internacional com o fim de deliberar sobre temas de

relevância internacional, com o fim de que tais deliberações venham a surtir efeitos

jurídicos nos Estados signatários.

Neste sentido, colacionamos a sucinta conceituação de Rezek (1984, p. 21),

"Tratado é o acordo formal, concluído entre sujeitos de direito internacional público,

e destinado a produzir efeitos jurídicos".

4. Conceito e regime jurídico dos Direitos fundamentais.

Com a formação e constante evolução do Estado de Direito, os direitos

fundamentais, com o passar das décadas, passaram a apresentar várias

designações, quais sejam: direitos naturais, direitos do homem, direitos individuais,

direitos humanos fundamentais, direitos fundamentais do homem, liberdades

públicas, e outras mais.

A pluralidade de terminologias que adotam os juristas nacionais e

internacionais deixa claro que não há um consenso doutrinário no sentido de tornar

universal uma das terminologias expostas no parágrafo anterior.

Percebemos, ainda, que o próprio Texto Constitucional de 1988 não trás

unicidade, pois aborda diferentes terminologias ao descrever princípios que versam

sobre direitos fundamentais. Podemos destacar: direitos humanos (art. 4º, II);

direitos e garantias fundamentais (Título II e art. 5º, § 1º); direitos e liberdades

constitucionais (art. 5º, LXXI) e direitos e garantias individuais art. 60, § 4º, IV).

Alguns Juristas, dentre eles Canotilho e Bonavides, entendem que Direito

humanos e Direitos fundamentais são expressões que podem ser usadas como

sinônimos, contudo, asseveram que deve haver uma distinção, com vistas a dar

mais exatidão à utilização de tais expressões.

Para Bonavides (1998, p. 16) o termo direitos humanos, por suas origens

históricas, deve ser adotada para referir-se aos direitos da pessoa humana antes de

sua constitucionalização nos ordenamentos nacionais, enquanto direitos

fundamentais designam os direitos humanos quando trasladados para o

ordenamento jurídico.

Já Canotilho (1998, p. 359), traça sua distinção no tocante a origem e

significado das expressões, assim vejamos:

(...) direitos do homem são direitos válidos para todos os povos

e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista-universalista):

direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico-

institucionalmente garantidos e limitados espaço-

temporalmente. Os direitos humanos arrancariam da própria

natureza humana e daí o seu caráter inviolável, intemporal e

universal: os direitos fundamentais seriam os direitos

objetivamente vigentes numa ordem jurídica concreta.

Data máxima vênia, somos contrários às correntes acima expostas, pois

entendemos que direitos humanos e direitos fundamentais são expressões que

representam direitos essenciais à manutenção de uma vida humana sustentada pelo

princípio da dignidade a ela inerente. Portanto, são expressões, axiologicamente,

idênticas, pois representam a mesma gama de direitos.

Neste sentido leciona Barros (2003. p. 36/48), também contrário a distinção

de Canotilho e Bonavides, dispondo que “essa dicotomia retira humanidade ao

fundamental e fundamentalidade ao humano”. Portanto, para aquele doutrinador,

todo o direito humano continua a ser fundamental, assim como todo direito

fundamental continua a ser humano, mesmo considerando em seu estudo que há

uma escala de fundamentalidade, classificando-os em direitos humanos principais e

em direitos humanos operacionais.

No tocante ao regime jurídico da norma de direito fundamental, nos termos da

lição extraída dos ensinamentos de José Afonso da Silva, entendemos que estas

são normas de eficácia plena e, portanto, imediata, já que independem de norma

regulamentadora infraconstitucional, por imposição do princípio da aplicabilidade

imediata dos direitos fundamentais (§1º do artigo 5º do CF/88).

5. Os novos direitos Fundamentais.

A constituição Federal tratou de capitular os Direitos e Garantias

fundamentais no capítulo I e os direitos Sociais no capítulo II, induzindo a falsa

conclusão que os direitos sociais não gozam de fundamentalidade e, por

conseguinte, não estão protegidos pela relativa imutabilidade das cláusulas pétreas

e, ainda, da garantia do não-retrocesso, características inerentes aos direitos

fundamentais.

A aplicação e efetivação dos direitos sociais positivados em razão de tratados

internacionais sempre foi mitigada, haja vista que para tal mister o Estado precisa

desempenhar uma maior atuação, já que aquelas são prestações materiais

exigíveis. Portanto, os direitos de segunda geração, segundo Bonavides (1997, p.

518) sempre tiveram a sua juridicidade questionada, sendo remetidos à chamada

espera programática, já que não contém, para sua concretização, aquelas garantias

habitualmente ministradas pelos instrumentos processuais de proteção aos direitos

individuais que enunciam as liberdades básicas.

Data máxima vênia, entendemos que a distinção constante na Constituição

Federal não pode e deve afastar a fundamentalidade dos Direitos Sociais, já que

estes são considerados direitos humanos fundamentais nos tratos internacionais em

que o Brasil é signatário. Podemos destacar entre os mais importantes: Declaração

Universal dos Direitos Humanos; Convenção Americana sobre Direitos Humanos; e,

Pacto de São José da Costa Rica.

Para pacificar qualquer discussão sobre o tema, basta analisarmos os artigos

XXII ao XXVII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nos quais veremos,

claramente, todos os direitos ditos sociais, constantes no artigo 6º da Constituição

Federal de 1988, mas, fundamentalizados, pois são considerados essenciais ao

desenvolvimento social e cultural do ser humano, com base em sua dignidade da

pessoa humana, sendo este o princípio matriz do nosso ordenamento jurídico

constitucional.

Portanto, não se pode conceber a redução dos direito sociais, enquanto

direitos fundamentais que são, ante a aplicação direta do princípio do não

retrocesso, não podendo ser suprimidos da sociedade os direitos já

fundamentalizados e positivados no ordenamento jurídico, sob pena de mitigação de

sua própria essência axiológica.

Soares (2010, p. 153) estudando a obra de Flávia Piovesan, dispõe que o

enfraquecimento sistemático dos direitos sociais é uma flagrante violação à ordem

constitucional, já que tais direitos também estão protegidos pela garantia de

imutabilidade (artigo 60, §4º da CF/88). Portanto, são direitos intangíveis e

irredutíveis, importando em inconstitucional qualquer norma que tente reduzi-los,

restringi-los ou expurgá-los do nosso ordenamento jurídico.

Podemos incluir, ainda, no rol de novos direitos fundamentais, os direitos das

pessoas com deficiência, aprovado pelo Congresso Nacional através do Decreto

Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, cujo procedimento legislativo obedeceu o §

3º do art. 5º da Constituição, recebendo, assim, status de norma constitucional.

Assim, foi igualada à norma constitucional a Convenção sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, cuja função foi positivar os

direitos como acessibilidade, igualdade, não-discriminação, liberdade, nacionalidade

e, dentre estes, os direitos sociais fundamentalizados a todos os cidadãos que

possuam limitações físicas.

Portanto, por exemplo, o direito à acessibilidade foi elevado a condição de

norma jurídica constitucional, originando um novo direito fundamental, agora

positivado em razão de sua recepção do ordenamento pátrio, através da

possibilidade de abertura do catálogo de direitos fundamentais esculpida no §2º do

artigo 5º da CF/88.

Concluímos, pois, que o direito a saúde, a acessibilidade, meio ambiente

saudável, educação, trabalho, segurança, ou seja, os direitos constantes no artigo 6º

da Constituição Federal e os diretamente oriundos dos Tratados internacionais,

mesmo sendo direitos sociais, passaram a ser fundamentalizados, já que são

decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição Federal e, ainda,

pela recepção dos tratados internacionais como norma constitucional.

Conclusão.

O objetivo deste estudo foi traçar a evolução do constitucionalismo no Brasil,

para aferir o grau de inclusão dos Direitos fundamentais no texto constitucional e,

ainda, para demonstrar a importância da cláusula de abertura constitucional, como

textualizada no artigo 5º, §2º da Constituição Federal de 1988, possibilitando a

inclusão de novos direitos, não só advindos do regime e dos princípios adotados por

aquela Constituição, mas trazendo a possibilidade de abertura do catálogo de

direitos pela inclusão dos oriundos de tratados internacionais.

A conceituação da norma constitucional e a eficácia e aplicabilidade daquela,

quando positiva um direito fundamental, também foram objeto deste estudo, pois era

necessário demonstrar que as normas de direitos fundamentais constitucionalizadas,

oriundas de tratados internacionais gozam dos requisitos inerentes às normas

constitucionais, ou seja, tem aplicação imediata e plena, além de terem o seu

conteúdo e significado protegido pelo artigo 60º, § 4º, IV da CF/88.

É evidente que há a possibilidade de discussão da constitucionalidade das

normas oriundas de Tratados internacionais, diferentemente do que ocorre com os

direitos fundamentais positivos constantes originalmente no texto constitucional.

Contudo, data máxima vênia, entendemos que nada obsta de usar as regras

de ponderação entre os princípios constitucionais positivos e as normas positivadas

pela recepção dos tratados internacionais, já que esta última passou gozar de

relevância no ordenamento jurídico pátrio, uma vez que, passaram a equivaler às

emendas constitucionais.

Conceituamos os tratados internacionais para, ao fim, podermos dissertar

sobre os novos direitos fundamentais, dentre estes, os direitos sociais

fundamentalizados em razão da recepção dos tratados internacionais no

ordenamento jurídico constitucional. Diante do direito público internacional,

concluímos que não há a distinção entre direitos humanos e sociais, como consta

em nosso texto constitucional, já que para uma existência digna e fraterna, há de se

preservar o meio ambiente, desenvolver a educação e a saúde, o lazer e a

segurança pública.

Portanto, concluímos que os direitos sociais, após a cláusula de abertura

constitucional, passaram a ter maior relevância de estudo e aplicação, não mais

sendo normas programáticas, já que é incontestável que foram fundamentalizados,

principalmente em função do princípio constitucional da dignidade da pessoa

humana.

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