claudia vidaletti matos neves - univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo...

179
CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES CURRICULO E RELAÇÕES DE PODER: UM ESTUDO COM PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DE UM MUNICIPIO CATARINENSE ITAJAÍ (SC) 2015

Upload: others

Post on 14-Dec-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES

CURRICULO E RELAÇÕES DE PODER: UM ESTUDO COM

PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DE UM MUNICIPIO CATARINENSE

TÍTULO DA PESQUISA EM ANDAMENTO

TÍTULO DA PESQUISA EM ANDAMENTO

ITAJAÍ (SC)

2015

Page 2: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

NOME DO ACADÊMICO

ITAJAÍ (SC)

2015

UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura

Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE

Curso de Mestrado Acadêmico em Educação

CURRICULO E RELAÇÕES DE PODER: UM ESTUDO COM

PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DE UM MUNICIPIO CATARINENSE

TÍTULO DA PESQUISA EM ANDAMENTO

TÍTULO DA PESQUISA EM ANDAMENTO

Subtítulo (Opcional) Dissertação apresentada como requisito parcial à

obtenção do grau de Mestre em Educação – área de

concentração: Educação – Linha de Pesquisa -

Políticas Públicas de Currículo e Avaliação.

Orientadora: Profª Dra. Verônica Gesser

CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES

Page 3: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

LISTA DE ABREVIATURAS

ACT Admitido em Caráter Temporário

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEB Câmara de Educação Básica

CNE Conselho Nacional de Educação

DCN Diretrizes Curriculares Nacionais

EJA Educação de Jovens e Adultos

EVA Espaço de Vivências Pedagógicas

GT Grupo de Trabalho

IAS Instituto Ayrton Senna

Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação

PPP Projeto Político Pedagógico

SC Santa Catarina

SME Secretaria Municipal de Educação

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

Page 4: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama representativo dos EIXOS DE SIGNIFICÂNCIA ....................... 40

Figura 2 – Diagrama representativo do Eixo de significância “Currículo” .................. 41

Figura 3 – Diagrama representativo do Eixo de significância “Planejamento” ............ 67

Figura 4 – Diagrama representativo do Eixo de significância “Documentos oficiais” . 96

Page 5: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Documentos Oficiais............................................................................... 21

Quadro 02 – Caracterização das teorias de currículo.................................................... 33

Quadro 03 – Representativo da questão nº 06: Em sua formação acadêmica, você teve

formação sobre currículo escolar ................................................................................. 42

Quadro 04 – Representativo da questão nº 01: Você já leu ou sabe algo sobre currículo

escolar ........................................................................................................................ 43

Quadro 05 – Representativo da questão nº 30: Você se identifica como alguém que pode

participar na organização e decisão do currículo escolar que será trabalhado ............... 52

Quadro 06 – Representativo da questão nº 19: De onde você extrai os conteúdos a serem

trabalhados .................................................................................................................. 69

Quadro 07 – Representativo da questão nº 10: Você utiliza os documentos oficiais

nacionais para embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas ............................. 71

Quadro 08 – Representativo da questão nº 11: Você utiliza os documentos oficiais

municipais para embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas ........................... 72

Quadro 09 – Representativo da questão nº 17: Você faz uso de quais recursos

pedagógicos ................................................................................................................ 80

Quadro 10 – Representativo da questão nº 20: Quem faz a escolha pelo livro didático .. ...

................................................................................................................................... 81

Quadro 11 – Representativo da questão nº 21: O livro escolhido é o livro que vem para

ser trabalhado na escola .............................................................................................. 83

Quadro 12 – Representativo da questão nº 22: Já lhe foi explicado o motivo para que o

Page 6: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

livro escolhido não fosse o eleito ................................................................................. 83

Quadro 13 – Representativo da questão nº 12: Você acredita que as características

sociais, políticas e econômicas da cidade interferem na construção do currículo escolar...

................................................................................................................................... 85

Quadro 14 – Representativo da questão nº 31: O documento que é utilizado por você

atende, consegue dar conta do que você pretende nas aulas .........................................85

Quadro 15 – Representativo da questão nº 25: Você percebe diferença entre o currículo

escolar escrito e a prática que se faz dele ....................................................................89

Quadro 16 – Representativo da questão nº 27: É realizada alguma reunião no início ou

final do ano letivo para planejar o começo ou o ano seguinte ......................................90

Quadro 17 – Representativo da questão nº 28: Vocês recebem alguma orientação

preliminar da secretaria da educação ...........................................................................90

Quadro 18 – Representativo da questão nº 32: Sente dificuldade para entender termos

presentes no documento de referência (conteúdos e habilidades). Como resolve..........92

Quadro 19 – Representativo da questão nº 03: Você conhece as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação Básica...............................................................................97

Quadro 20 – Representativo da questão nº 04: Você conhece os Parâmetros Curriculares

Nacionais ....................................................................................................................98

Quadro 21 – Representativo da questão nº 05: Como você entende estes documentos .

...................................................................................................................................98

Quadro 22 – Frequência de palavras do Projeto Educativo ........................................ 111

Quadro 23 – Classificação e contagem dos conteúdos ............................................... 113

Quadro 24 – Representativo da questão nº 15: Você se disponibilizaria em reformular

Page 7: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

sua prática pedagógica, assumindo o que é proposto pelos documentos oficiais

nacionais ou municipais ............................................................................................ 115

Quadro 25 – Representativo da questão nº 07: Você compreende a importância de um

currículo escolar pensado para os anos iniciais do ensino fundamental ...................... 116

Quadro 26 – Representativo da questão nº 14: Você considera possível gerar um

currículo escolar específico para os anos iniciais do ensino fundamental de Itajaí,

levando em consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos da cidade, da

comunidade............................................................................................................... 117

Quadro 27 - Representativo da questão nº 09: Você percebe se o projeto pedagógico de

sua escola acompanha as tendências propostas pelos documentos oficiais ................. 121

Page 8: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido .................................... 134

APÊNDICE B - Roteiro da entrevista semiestruturada com professores .................... 135

APÊNDICE C - Questionário sócio-demográfico ...................................................... 137

APÊNDICE D – Consolidado do questionário sócio-demográfico ............................. 138

APÊNDICE E – Quadro com transcrição da entrevista semiestruturada .................... 139

APÊNDICE F – Quadro com as respostas das questões abertas da entrevista ............ 160

APÊNDICE G – Quadro com as temáticas da pesquisa ............................................. 175

APÊNDICE H – Roteiro de questões da entrevista com os coordenadores dos GTs ... 177

Page 9: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

RESUMO

Este estudo apresenta dados de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado Acadêmico em

Educação na Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. O objetivo foi identificar

como as relações de poder se manifestaram no processo de revisão do currículo escolar

dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental do município de Itajaí (SC), considerando as

políticas educacionais, as teorias curriculares e as discussões atuais abordadas no

contexto nacional e local. Para este estudo considera-se a análise de Foucault de que o

poder não existe, o que existe são as relações de poder que não se situam em um local

específico, mas que são imanentes ao corpo social e que atingem a realidade mais

concreta dos indivíduos e que estão ao nível do próprio corpo social, penetrando nossas

práticas cotidianas. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo para analisar o que

está explícito no texto para obtenção de indicadores que permitam fazer inferências e

também a análise documental, orientando-se basicamente na representação, organização

e localização das informações, visando torná-las mais compreensíveis e facilitando a

consulta e referenciação. É uma pesquisa de caráter qualitativo baseada em documentos

oficiais nacionais e municipais que orientam o currículo escolar do ensino fundamental.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394; Diretrizes Curriculares

Nacionais para o ensino fundamental de nove anos - Parecer CNE/CEB nº 11/2010;

Diretrizes Curriculares Nacionais para o EF de nove anos - Resolução CNE/CEB nº

7/2010; Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN) e municipais: (Projeto Educativo –

Diretrizes Básicas para o Ensino Fundamental da Rede Municipal de Itajaí e Matriz de

Habilidades e Conteúdos do município de Itajaí - SC). Analisa o conteúdo de entrevista

semiestruturada e questionário sócio-demográfico realizados com os professores da rede

municipal que atuam nas cinco séries iniciais do ensino fundamental e entrevista com os

coordenadores dos grupos de trabalho. A coleta de dados para a pesquisa foi realizada

no período de julho de 2013. As relações de poder estão fundamentadas em autores

como Foucault (1979, 2012); Apple (1979, 1989) Silva (1999, 2005); estudos de

currículo escolar em Sacristán (2000, 1998) e Goodson (1998), Hall (2002); Veiga-

Neto (2001), Pacheco (1996), Gesser e Ranghetti (2011), e teoria crítica e resistência

em Giroux (1986). Pela análise o que se pôde observar são formas heterogêneas de

exercício de poder, que ao contrário de se manterem estáticas, se encontram em

constante transformação. Estas são, por conseguinte, relações móveis, ou seja, elas

podem alterar-se, elas não são dadas de uma vez para sempre. Observou-se que os

professores entrevistados mesmo sendo regulados, em suas salas sempre têm o poder de

tomar decisões sobre o currículo e como implementar esse currículo, entretanto,

demonstraram que nem sempre têm uma clara consciência da sua autonomia, sua

liberdade, e é essa consciência que impedirá que tenham suas condutas dirigidas. Eis aí

por que as relações de poder exigem a necessidade de que se tenha consciência do

potencial de sua liberdade, para ser capaz de fazer sua escolha dentro das relações de

poder.

Palavras-chaves: Currículo escolar, relações de poder, ensino fundamental.

Page 10: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

ABSTRACT

This study presents data from a study developed for the Master’s degree in Education at

the University of Vale do Itajaí - UNIVALI. The aim was to identify how power

relations are manifested in the revision process of the school curriculum of Initial Years

and Basic Education in the municipality of Itajaí (SC), considering the educational

policies, curricular theories, and current discussions addressed in the national and local

contexts. This study considers the analysis of Foucault, that power does not exist; what

exists are power relations that are not situated in any one specific location, but are

inherent to the social body, and that reach the more concrete reality of individuals and

are at the level of the society itself, penetrating our daily practices. The technique of

content analysis was used to analyze what is explicit in the text, to obtain indicators that

enable inferences to be made, and also document analysis, basically guided by the

representation, organization and localization of information, seeking to make it more

comprehensible, and facilitating consultation and referencing. This is a qualitative

study, based on official national and municipal documents that form the basis of the

school curriculum in basic education. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

[Law of Guidelines and Bases of National Education] - LDB no. 9.394; Diretrizes

Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de nove anos [National Curricular

Guidelines for nine-year basic education] - CNE/CEB Opinion no. 11/2010; Diretrizes

Curriculares Nacionais para o EF de nove anos [National Curricular Guidelines for

nine-year basic education] - CNE/CEB Resolution no. 7/2010; Parâmetros Curriculares

Nacionais [National Curricular Parameters]– PCN) and municipal: (Projeto Educativo –

Diretrizes Básicas para o Ensino Fundamental da Rede Municipal de Itajaí e Matriz de

Habilidades e Conteúdos do município de Itajaí – SC [Educative Project – Basic

Guidelines for Basic Education of the Municipal Network of Itajaí and Matrix of Skills

and Contents of the municipality of Itajaí – SC]). It analyzes the content of semi-

structured interviews and a sociodemographic survey conducted with teachers of the

municipal network working in five initial series of basic education, and interviews with

the coordinators of the working groups. The data collection for the research was carried

out in July 2013. Power relations are underpinned by authors like Foucault (1979,

2012); Apple (1979, 1989) Silva (1999, 2005); studies of the school curriculum in

Sacristán (2000, 1998) and Goodson (1998), Hall (2002); Veiga-Neto (2001), Pacheco

(1996), Gesser and Ranghetti (2011), and critical theory and resistance in Giroux

(1986). What is seen, from the analysis, are heterogeneous forms of exercise of power

that, rather than remaining static, are in constant transformation. They are, therefore,

moving relations, i.e. they can alter; they are not given once and for all. It is observed

that the teachers interviewed, even though regulated, always have the power in their

classrooms to make decisions about the curriculum and how it should be implemented.

Meanwhile, they demonstrate that they are not always fully aware of their autonomy, of

their freedom, and it is this awareness that will prevent them from having a guided

conduct. This is because power relations require an awareness of the potential of their

freedom, to be capable of making choices within the power relations.

Keywords: School curriculum, power relations, basic education.

Page 11: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14

2 METODOLOGIA .................................................................................................. 20

2.1 O contexto da pesquisa ........................................................................................ 22

2.1.2 Sujeitos participantes da pesquisa ....................................................................... 23

2.1.3 Procedimentos de coleta de dados....................................................................... 24

2.1.4 Procedimentos para a análise de dados ............................................................... 27

3 CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO:TEORIAS E ESPECIALISTAS ................. 29

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................... 40

4.1 Eixos de significância .......................................................................................... 41

4.1.2 Currículo .......................................................................................................... 41

4.1.2.1 Concepção de currículo escolar ....................................................................... 42

4.1.2.2 Revisão da matriz e relações de poder ............................................................. 46

4.1.2.2.1 O que dizem os professores sobre sua participação na revisão da matriz

curricular .................................................................................................................... 52

4.1.2.2.2 Matriz curricular: Algumas considerações sobre o currículo por competências

................................................................................................................................... 63

4.1.3 Planejamento .................................................................................................... 67

4.1.3.1 Seleção ............................................................................................................ 69

4.1.3.1.1 Seleção de conteúdos .................................................................................... 69

4.1.3.1.2 Seleção de recursos pedagógicos .................................................................. 79

4.1.3.2 Desafios .......................................................................................................... 84

4.1.4 Documentos oficiais (Nacionais e municipais) ................................................. 96

4.1.4.1 Concepção dos professores .............................................................................. 96

4.1.4.2 Documentos nacionais e documentos municipais ........................................... 100

4.1.4.2.1 Documentos nacionais ................................................................................ 100

4.1.4.2.1.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB ........................... 100

4.1.4.2.1.2 Parecer CNE/CEB nº 11/2010 .................................................................. 101

4.1.4.2.1.3 Resolução CNE/CEB nº 7/2010 ............................................................... 102

4.1.4.2.2 Documentos municipais .............................................................................. 105

4.1.4.2.2.1 Projeto Educativo .................................................................................... 105

4.1.4.2.2.2 Matriz de habilidades ............................................................................... 112

Page 12: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

4.1.4.3 Tradução dos documentos no PPP ................................................................. 118

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 124

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 127

APÊNDICES ........................................................................................................... 133

Page 13: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

14

1 INTRODUÇÃO

A Educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades primitivas não

existiam escolas nem métodos de educação, no entanto já existia educação, com o

objetivo de promover o ajustamento da criança, dos jovens e adultos ao seu ambiente

físico e social por meio da aquisição de conhecimentos, normas de conduta padrão,

experiências de gerações passadas e a sobrevivência de suas conquistas históricas. “Este

processo de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais – processo de

socialização – costuma denominar-se genericamnte como processo de educação”.

(Sacristán, 2000, p. 13).

Por muito tempo, o espaço familiar e a comunidade foram suficientes.

Suficientes até o momento de surgir uma nova demanda colocada pelo mundo urbano-

industrial: um homem adequado a critérios de utilidade-docilidade: útil

economicamente, pelo trabalho e produção; dócil politicamente, pela passividade,

resignação e disciplina. Para uma função tão completa foi inventada a escola e foi-lhe

dado o status de lugar privilegiado, exclusivo e legitimado de saber para disciplinar e

governar os sujeitos modernos dispensando o uso da violência, valendo-se de métodos

sutis de persuasão que agem de forma indireta sobre suas escolhas, seus desejos e sua

conduta, deixando o sujeito “livre para escolher”, mesmo que constantemente envolvido

por normas que o aprisionam à sua própria consciência. Assim:

a escola moderna é o locus em que se dá de forma mais coesa, mais profunda

e mais duradoura a conexão entre poder e saber na Modernidade. [...]

funcionando, assim, como uma máquina de governamentalização que

consegue ser mais poderosa e ampla do que a prisão, o manicômio, o quartel, o hospital. (VEIGA-NETO, 2001, p. 109).

Com seus conteúdos e seu sistema de organização, introduz nos alunos, explícita

ou implicitamente, mais ou menos sutil, o conhecimento, os modos de conduta e as

ideias que a sociedade adulta requer. Entretanto é um processo marcado por conflitos e

resistências individuais e grupais. Para Sacristán (2000), “O processo de socialização

acontece sempre através de um movimento de negociação em que a resistência pode

provocar a recusa e ineficiência das tendências reprodutoras da instituição escolar”.

Ao analisar a instituição escola numa perspectiva foucaultiana, considera-se

importante salientar a diferenciação entre o exercício de violência e as relações de

poder, Assim:

Page 14: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

15

Uma relação de violência age sobre um corpo, sobre as coisas; ela força, ela

submete, ela quebra, ela destrói; ela fecha todas as possibilidades; não tem,

portanto, junto de si, outro pólo senão aquele da passividade; e, se encontra

uma resistência, a única escolha é tentar reduzi-la. Uma relação de poder, ao

contrário, se articula sobre dois elementos que lhe são indispensáveis por ser

exatamente uma relação de poder: que “o outro” (aquele sobre o qual ela se

exerce) seja inteiramente reconhecido e mantido até o fim como sujeito de

ação; e que se abra, diante da relação de poder, todo um campo de respostas;

reações, efeitos, invenções possíveis. (FOUCAULT, 1995, p. 243).

Cabe salientar que o efeito do poder disciplinar não é o de se apropriar

violentamente de um corpo para dele extrair energia, afeto, submissão e trabalho, mas é,

sim, o de adestrá-lo, tornando-o corpo dócil e útil para o corpo social. A disciplina no

não se restringe ao corpo, os conhecimentos também são submetidos à disciplina

institucional, isto é, a escolarização dos saberes. A escola disciplinar não distingue entre

corpo e conhecimento, praticando a moralização de ambos na medida em que seu

objetivo é a produção do sujeito sujeitado. Isso é garantido através de uma eficaz

vigilância conseguida através da internalização da disciplina e normatização do tempo,

como medida comum para todos. Assim, determina e responsabiliza os sujeitos pela sua

aprendizagem, pela sua adequação, produz sujeitos autocontrolados. Práticas e

dispositivos foram sendo instituídos na escola: a organização do espaço escolar, o

tempo disciplinar, a seriação, a avaliação como instrumento de classificação e punição.

É uma estratégia da escola moderna para determinar aqueles que podem ou não ocupar

o espaço escolar.

A escola age como um dispositivo de produção de subjetividade que diz respeito

ao contexto disciplinar que ocorre tanto na sala de aula como para além dela, afetando o

processo de constituição do próprio sujeito.

A disciplina, arte de dispor em fila, e da técnica para a transformação dos

arranjos. Ela individualiza os corpos por uma localização que não os

implanta, mas os distribui e os faz circular numa rede de relações. (FOUCAULT, 2012, p. 141).

Dentre todas as instituições disciplinares, a escola possui a maior abrangência,

pois é nela que os indivíduos passam a maior parte da sua formação, até que estejam

prontos para a vida adulta.

Para Foucault, a escola é uma das "instituições de sequestro", como o hospital, o

quartel e a prisão. Instituições que retiram os indivíduos do espaço familiar ou social e

os internam, durante um longo período, para moldar suas condutas, disciplinar seus

comportamentos e formatar o que pensam. (Foucault, 2012). Para entender o porquê

Page 15: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

16

dessa afirmativa faz necessário esclarecer que as leis de obrigatoriedade escolar na

Europa das últimas décadas do século XVIII e primeiras do século XIX, tinham como

objetivo capturar as crianças das ruas mantê-las em local fechado e aplicar-lhes

exercícios disciplinares que visavam governar seus corpos e almas. As crianças que

escapavam eram consideradas como potenciais causadores da desordem social (CÉSAR,

2010)1.

Assim se estabeleceu por completo a configuração da escola primária como a

forma de captura e governo da infância, a qual, por sua vez, repartia a infância entre

normal e anormal, na justa medida em que os corpos e almas das crianças eram

capturados e governados no interior das redes de escolarização ou dela escapavam.

Para cada modelo de escola existe um modelo de currículo. Conhecimentos,

práticas, comportamentos, metodologias que são escolhidas a apontam para o indivíduo

que se quer formar.

Para Silva (2005, p.16), o currículo é uma questão de poder, quando

analisa que

as teorias de currículo, na medida em que buscam dizer o que o currículo

deve ser, não podem deixar de estar envolvidas em questões de poder.

Selecionar é uma operação de poder. Privilegiar um tipo de conhecimento é

uma operação de poder. Destacar, entre as múltiplas possibilidades, uma identidade ou subjetividade como sendo a ideal é uma operação de poder.

Perceber como o currículo escolar pode apresentar-se no meio escolar,

nos possibilita também pensar em que sociedade estivera ou está inserido. Todo

currículo demanda ideias e ideais próprios de seus períodos de existência.

Cada modelo de currículo produziram e ainda produzem um aluno

diferente.

[...] a identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no

momento do nascimento. Existe sempre algo imaginário ou fantasiado sobre

sua unidade. Ela permanece sempre incompleta, está sempre em processo,

sempre sendo formada. (HALL, 2002, p.38).

É possível, construir ou reconstruir um currículo que acolha as diversas

manifestações culturais, as diferentes etnias, as diferentes orientações sexuais, e

diferenças das mais variadas, na escola?

1 Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/pensar-a-educacao-depois-de-foucault/>.

Acesso dia 21/01/2015.

Page 16: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

17

O que se tem visto é que a escola, até os nossos dias, não se dá bem com as

diferenças. Suas turmas são constituídas a partir da ideia de que conseguimos

homogeneizar os grupos de alunos, segundo um dado desempenho escolar na tentativa

de igualar níveis de competências escolares por série, ciclos de desenvolvimento e

outros. E como ponto de chegada, todos devem atingir um dado padrão de

comportamento acadêmico e os que não couberem nesse modelo são facilmente

excluídos ou limitados em sua trajetória escolar. E isso impera na maioria das escolas,

de todos os níveis de ensino – da educação infantil à universidade. Como é possível se

ensinar uma turma toda, sem adotar um ensino diversificado, a fim de englobar todos os

alunos? Sabemos que a discriminação de certos alunos começa com a formulação de

alguns rótulos ou, até mesmo, o encaminhamento desses discentes a turmas mais fracas.

(MANTOAN, 2006).

Para Sacristán (2000, p. 258):

Se a educação deve atender de algum modo à peculiaridade das pessoas, é

preciso ser pedagogicamente coerente com as diferenças. As dificuldades desse desafio estão em como satisfazer esse princípio conjugando: a) a

existência de um currículo com conteúdos de cultura comuns para todos e

que só em parte pode ser optativo; b) a gestão pedagógica da variedade de

alunos num sistema escolar inevitavelmente homogeneizador em sua

organização; c) alguns recursos limitados, quando cada professor atende

várias dezenas de alunos e até mais de uma centena.

Para o autor, se a resposta à diversidade partir do currículo comum, apresenta

limitações. Em nossa sociedade existem diferenças culturais e desigualdades

socioeconômicas, as expectativas de futuro e experiências extracurriculares das

coletividades sociais se conectam desigualmente com essa cultura comum contida nas

prescrições da política curricular que supõe a definição das aprendizagens exigidas a

todos os estudantes e, portanto é homogêneo para todas as escolas. “Dessa cultura

comum fazem parte os conteúdos, as aprendizagens básicas e as orientações

pedagógicas para o sistema e a valorização de conteúdos para um determinado ciclo de

estudos”. (Sacristán, 1998, p. 111). Na decisão de que cultura se define como

obrigatória está se expressando o tipo de normatização cultural que a escola propõe,

assim como o conhecimento válido, os padrões por quais todos serão medidos e

avaliados, valor que será conhecido pela sociedade. “Se todo currículo contém um

projeto de socialização para o aluno, os mínimos regulados como exigências para todos

denotam mais claramente essa função”. (Sacristán, 1998, p. 112).

Page 17: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

18

Há segundo este autor, um conjunto de estratégias de agrupamento que servem

para gerenciar a diversidade de ritmos de aprendizagem e de capacidades para cursar o

currículo comum, mas não se deve buscar uma forma definitiva de agrupar, pois nas

escolas existem problemas que permitem soluções diversas, sem esquecer que há

fronteiras, pois a estrutura dos espaços vem determinada. (Sacristán, 2000). “Apesar das

ordenações e regulações dos sistemas curriculares por parte do sistema político e

administrativo, nunca se pode chegar à prática diretamente, mesmo tendo-se efeitos

indiretos”. (Sacristán, 1998, p. 114).

Será que o professor sabe do seu poder de influência na definição do currículo?

Será que ele sabe disso e se ele sabe será que ele quer entrar nessa arena contestada?

Pelo exposto, pensando sobre estas questões, conhecendo a importância da

pesquisa é que surge a intenção de pesquisa cujo objetivo é responder à seguinte

problemática: Como se manifestaram as formas de relação de poder no processo de

revisão do currículo escolar dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental do município de

Itajaí (SC), no período de maio a dezembro de 2012? Tivemos como objetivo identificar como as relações de poder se manifestaram no processo de revisão do

currículo escolar dos anos iniciais do ensino fundamental do município de Itajaí (SC) no

período de maio a dezembro de 2012 (respectiva data de início e término dos encontros

dos GTs), considerando as políticas educacionais, as teorias curriculares e as discussões

atuais abordadas no contexto nacional e local.

Do objetivo geral originaram-se os seguintes objetivos específicos:

Mapear as relações de poder presentes no currículo escolar considerando seu

processo de revisão, os atores envolvidos, as disputas e os interesses em jogo;

Identificar que papel o professor vem tendo no processo de revisão do currículo

escolar dos anos iniciais do ensino fundamental do município de Itajaí (SC).

Esta pesquisa de caráter qualitativo foi desenvolvida com base na análise de

conteúdo das entrevistas e questionários realizados com os sujeitos envolvidos no

contexto pesquisado, em conjunto com a análise documental, baseada em alguns

documentos oficiais que orientam o currículo escolar do ensino fundamental. A saber:

documentos nacionais (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394;

Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de nove anos - Parecer

CNE/CEB nº 11/2010; Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de

nove anos - Resolução CNE/CEB nº 7/2010) e documentos municipais: (Projeto

Educativo – Diretrizes Básicas para o Ensino Fundamental da Rede Municipal de Itajaí

Page 18: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

19

e Matriz de Habilidades e Conteúdos do município de Itajaí - SC). A coleta de dados

para a pesquisa se iniciou no período de julho de 2013.

Por fim, esta dissertação ficou assim estruturada: O primeiro capítulo é

composto pela introdução, na qual apresento de forma sucinta o que será contemplado

no restante do trabalho e uma breve fundamentação teórica construída a respeito da

temática do estudo. O segundo capítulo apresenta a metodologia utilizada para a

realização deste estudo, ou seja, o caminho percorrido no desenvolvimento da pesquisa,

a opção metodológica, as técnicas utilizadas para as coletas dos dados, os sujeitos

envolvidos na pesquisa e os procedimentos de análise dos dados. No terceiro capítulo

apresento a matriz das categorias que estão sendo utilizadas para a análise dos dados e o

que cada uma destas se destina a explicitar. Posteriormente, a análise de dados, de

forma triangulada entre as diferentes fontes de coleta, a literatura e a legislação.

Finalizando o trabalho, no quarto e último capítulo apresento algumas considerações

reflexivas e especulativas acerca do estudo realizado.

Page 19: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

20

2 METODOLOGIA

Essa pesquisa foi realizada com os professores que atuam nas cinco séries

iniciais do ensino fundamental: 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano referente aos Anos Iniciais do

Ensino Fundamental - A partir da Lei nº 11.274, que institui o ensino fundamental

obrigatório com duração de nove anos, os anos iniciais vão da 1ª ao 5ª ano/série e os

anos finais da 6ª ao 9ª ano/série - com o objetivo de identificar as relações de poder

presentes no currículo escolar dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental do município

de Itajaí (SC), considerando as políticas educacionais, as teorias curriculares e as

discussões atuais abordadas no contexto nacional e local.

Após a devida autorização da Secretaria Municipal de Educação (SME) do

município de Itajaí/SC, para realizar a coleta de dados, a Coordenadora Técnica da

Secretaria da Educação propôs que esta fosse realizada durante a formação continuada

dos professores (prevista no calendário escolar para os dias 29, 30 e 31/07/2013),

enquanto os alunos da Rede Municipal de Ensino estavam em período de recesso

escolar.

De acordo com as informações obtidas pelo site da prefeitura municipal de Itajaí

(SC), pelo portal da Secretaria Municipal de Educação, a formação entitulada: II

Colóquio da Rede Municipal de Ensino – Vivências Pedagógicas e Diretrizes

Municipais: um diálogo necessário teve como foco a troca de vivências pedagógicas.

Este evento envolveu as 106 unidades da rede com os objetivos de promover o

intercâmbio e a socialização de saberes e ações pedagógicas entre os docentes; fomentar

o diálogo e aproximação das práticas pedagógicas; refletir sobre a prática pedagógica e

sua relação com as diretrizes municipais. A formação teve duração de três dias,

enquanto os alunos estavam em recesso escolar. Participaram da formação continuada,

trezentos professores que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental.

Foram utilizados documentos oficiais (nacionais), o material utilizado nesta

pesquisa, são documentos públicos e estão disponíveis para consultas e downloads no

portal oficial do Ministério da Educação (MEC), na internet, podendo ser acessado no

endereço www.mec.gov.br/seb, e os documentos oficiais (municipais) são próprios da

rede municipal de ensino de Itajaí (SC), disponíveis a todos os professores que atuam na

rede e foram solicitados junto à Secretaria Municipal de Educação. Neste estudo foi

utilizada a análise documental como técnica para o tratamento dos dados, objetivando

transformação das informações, visando torná-las mais compreensíveis.

Page 20: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

21

Os documentos selecionados por meio de uma leitura flutuante (BARDIN, 1977)

foram agrupados em duas categorias.

Quadro 1: Documentos Oficiais

DOCUMENTOS OFICIAIS

DOCUMENTOS OFICIAIS

(NACIONAIS)

DOCUMENTOS OFICIAIS

(MUNICIPAIS)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394/96)

Projeto Educativo

Diretrizes Curriculares

Nacionais para o ensino fundamental de nove

anos (Parecer CNE/CEB nº 11/2010)

Matriz de Habilidades e Conteúdos

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o EF de nove anos (Resolução CNE/CEB nº

7/2010)

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Na questão abaixo, buscou-se saber se os professores tem conhecimento acerca

de dois documentos nacionais, a saber, as Diretrizes Curriculares Nacionais (diretrizes

que estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar a organização,

articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as

redes de ensino brasileiras) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (diretrizes, não

obrigatórias, elaboradas pelo Governo Federal, para cada disciplina).

Para a exploração dos documentos oficiais nacionais, foram utilizados dados

quantitativos a partir da contagem da frequência de algumas palavras, a saber: currículo;

prática pedagógica; metodologia; conteúdo; espaço; material, tempo e planejamento, em

cada um dos documentos acima citados, constantes de uma dissertação do próprio

programa (CARDOSO, 2013) que utilizou o programa Adobe Reader (PDF) e após os

documentos em estudo serem “salvos” no formato PDF, utilizou o link de busca, onde

foram inseridas, individualmente, as palavras-chave. O próprio programa encarregou-se

de destacar, na cor amarela, a palavra pesquisada, assim, com o auxílio da tecla enter do

computador, deu-se a contagem das palavras uma a uma até chegar ao total. Esses dados

de caráter quantitativos possibilitaram uma análise qualitativa intradocumental, que se

refere ao conteúdo dos próprios documentos, e interdocumental, que se refere à relação

desses documentos entre si. O mesmo método foi utilizado para analisar a matriz de

habilidades e o Projeto Educativo do município.

Page 21: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

22

Neste estudo foi utilizada a análise documental como técnica para o tratamento

dos dados, objetivando transformação das informações, visando torná-las mais

compreensíveis para relacioná-las com os demais dados oriundos de outras fontes.

A análise documental consiste em identificar, verificar e apreciar os

documentos com uma finalidade específica. O tratamento documental tem por objetivo

descrever e representar o conteúdo dos documentos de uma forma distinta da original,

visando garantir a recuperação da informação nele contida e possibilitar seu

intercâmbio, difusão e uso. Algumas vantagens do método de análise documental

consistem no baixo custo e na estabilidade das informações por serem “fontes fixas” de

dados e pelo fato de ser uma técnica que não altera o ambiente ou os sujeitos. Assim, tal

técnica é considerada como o tratamento do conteúdo de forma a apresentá-lo de

maneira diferente da original, facilitando sua consulta e referenciação; quer dizer, tem

por objetivo dar forma conveniente e representar de outro modo essa informação, por

intermédio de procedimentos de transformação (BARDIN, 1977).

2.1. O contexto da pesquisa2

A Rede Municipal de Ensino de Itajaí é composta por quarenta escolas de ensino

fundamental, sessenta e dois centros de educação infantil (creches), sete centros de

educação em tempo integral (cedins), um Centro Municipal de Educação Alternativa

(CEMESPI) e a Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira

Júnior. Juntas, as unidades atendem a quase vinte e oito mil alunos com um corpo de

três mil funcionários, entre professores, agentes de atividade em educação, especialistas

e servidores administrativos. A estrutura da Secretaria Municipal da Educação está

dividida em:

I - Coordenação Técnica

II - Departamento de Ações Integradas – DAI

III - Departamento de Educação Infantil – DEI

IV - Departamento de Ensino Fundamental – DEF

V - Diretoria de Gestão de Pessoas – DGP

VI -Diretoria de Orientação e Assistência ao Educando – DOAE

2 Fonte: www.itajaí.com.br

Page 22: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

23

2.1.2 Sujeitos participantes da pesquisa

A pesquisa levantou dados sobre o perfil sócio demográfico e profissional

dos professores desse segmento escolar. Os dados foram coletados a partir da aplicação

de um questionário com indicadores (sexo - idade – experiência na docência –– estado

civil - formação acadêmica naturalidade – cidade que reside - situação funcional).

Alguns desses dados serão comparados com informações contidas em um

Estudo exploratório sobre o professor brasileiro com base nos resultados do Censo

Escolar da Educação Básica 20073

(Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, 2009), a saber, informações sobre as características de

professores e professoras brasileiros da educação básica, neste caso precisamente os que

trabalham com os anos iniciais do ensino fundamental.

A partir dos dados é possível perceber que os valores percentuais nacionais e os

valores percentuais do referido município apresentam aproximações, se comparados.

Tomando como base a quantidade de questionários respondidos o que se observa é que

a maioria são professoras, há preponderância de docentes do sexo feminino, ou seja,

90% dos docentes em regência de classe são mulheres, perfil que varia à medida que se

tomam como referência os diversos níveis da educação básica, da educação infantil ao

ensino médio e educação profissionalizante.

A maioria dos entrevistados, ou seja, 52, 3%, tem idade média entre 30 a 45

anos, a saber: 27,8% com 30 e 35 anos e 24,5% de 40 e 45 anos, enquanto os outros

docentes se distribuem de maneira bastante equitativa dentro de outras faixas. A média

brasileira de idade dos professores é de 38 anos.

Relacionado à experiência na docência, 33,3% das professoras estão na faixa

entre cinco e dez anos. As professoras declaram-se, em sua maioria, 73,3%, casadas e

com famílias relativamente pequenas, 45% possuem apenas um filho.

Do ponto de vista profissional 100% dos professores entrevistados, possui nível

superior completo (licenciatura em Pedagogia) e 81,6% já realizaram estudos de pós-

graduação no nível lato sensu – especialização, cerca de 68% do total dos docentes

recenseados em 2007 possuíam diploma de nível superior completo. Com base nos

resultados do Censo Escolar da Educação Básica 2007, dos 685.025 professores que

lecionam em turmas de 1ª a 4ª série ou do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, 6,3% dos

3 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/estudoprofessor.pdf)

Page 23: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

24

professores tem formação superior sem licenciatura, 5,6% com nível médio e menos de

1% com nível fundamental. Foram identificados que 54,9% têm curso superior com

licenciatura e 32,3% Normal ou Magistério, perfazendo 597.889 docentes (87,3%) com

a formação mínima exigida por lei para lecionar nessas séries.

Considerando as especificidades da estrutura e organização do ensino, o curso

superior de Pedagogia é tido, no entanto, como a formação mais adequada para os

professores dos anos iniciais do ensino fundamental. Nesse sentido, verifica-se, no

Censo 2007, que metade dos professores que atuam nessa primeira fase tem curso

superior em Pedagogia (50,1%) enquanto que no município pesquisado todos os

entrevistados tem formação em Pedagogia (100%).

Ficou evidenciado que quanto à situação funcional, esta é bem equilibrada,

sendo que 58,3 % dos professores são temporários e 41,6% são efetivos.

A quantidade de professores contratados temporiariamente e concursados

efetivos que responderam a pesquisa é bem equilibrada, ou seja, as respostas não

representam um único grupo.

É predominante o número de professores que trabalham no mesmo município

que moram, num total de 90%, desse número 41, 6% é natural do município, e o

restante reside nos municípios vizinhos.

Diante de potencial tão grande, foi feita uma seleção de variáveis que

permitissem o delineamento do perfil dos docentes da pesquisa desta etapa da educação

básica com o objetivo de oferecer um resumo capaz de acompanhar as análises que

serão feitas posteriormente.

2.1.1 Procedimentos de coleta de dados

Para a formação continuada os professores foram organizados pela Secretaria de

Educação em grupos, sendo que cada grupo participaria da formação em dias diferentes.

Em virtude disso a coleta de dados foi realizada por três dias durante a formação

continuada; assim distribuídos: no primeiro dia (29/07/2013), pela manhã no Auditório

da SME. Lá foi entregue aos professores o termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE)4, a entrevista semi-estruturada

5 e o questionário sócio-demográfico

6, assim foi

4 Consta no apêndice A 5 Consta no apêndice B 6 Consta no apêndice C

Page 24: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

25

realizada a coleta de dados com os professores de 1º ano. No dia seguinte (30/07/2013),

no Paço Municipal - Prefeitura Municipal, com professores de 2º e 3º anos e no último

dia (31/07/2013), no Paço Municipal - Prefeitura Municipal, com 4º e 5º anos.

Optou-se pelo questionário sócio-demográfico7, a fim de caracterizar os sujeitos

da pesquisa e entrevista semi-estruturada, a fim de obter respostas uniformes em curto

espaço de tempo com um grupo maior de pessoas; e que permitisse a comparação.

A cada início de dia a professora responsável pelo Departamento de Ensino

Fundamental brevemente fazia saber que entre os professores estava presente uma

mestranda da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), acompanhando a formação,

autorizada a realizar uma coleta de dados para sua pesquisa mediante a colaboração dos

presentes.

O questionário juntamente com a entrevista era entregue na volta do intervalo do

café conforme foi decidido pelas responsáveis da formação. Dessa forma o pesquisador

se posicionava na porta de entrada e tentava distribuir em mãos o questionário/entrevista

para o professor que voltava do intervalo.

Pela ausência de tempo para algumas explicações necessárias aos participantes

da pesquisa, todos os presentes receberam o questionário/entrevista: instrutores de

informática, professores da educação infantil, agentes de educação que atuam na

educação infantil, professores que atuam nas salas multifuncionais, professores que

atuam nas salas de Espaço de Vivencias na Alfabetização (EVA), professores de

musicalização, agentes de educação que atuam no ensino fundamental.

Uma caixa foi deixada próxima ao local de saída para que se depositassem os

questionários/entrevistas, respondidos ou não.

Muitos não responderam e outros levaram a folha consigo.

Os professores receberam além das folhas referentes à coleta de dados (três

folhas) também lhes foi entregue, uma folha para avaliação da formação (SME) e uma

folha de presença pra assinar (SME).

Foram considerados somente os questionários referentes ao escopo da pesquisa:

professores que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, perfazendo um total

de sessenta questionários/entrevistas respondidas, assim distribuídas: vinte e seis

professores responderam no primeiro dia de coleta, vinte e dois responderam no

segundo dia de coleta e doze responderam no terceiro dia de coleta. Desse total que foi

7 O consolidado do questionário sócio-demográfico consta no apêndice D.

Page 25: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

26

respondido encontram-se, alguns que não responderam todas as perguntas, deixaram

algumas perguntas em branco.

Ao final do evento (mais ou menos 15 minutos antes do encerramento) a

professora responsável pelo Departamento de Ensino Fundamental abria espaço para

comentários (que nos dois primeiros dias se resumiram a elogios aos trabalhos dos

colegas) no último dia da formação estavam presentes o coordenador e a relatora do

Grupo de Trabalho (GT) de 3º e 4º ano, que são respectivamente supervisor escolar e

professora da rede que fizeram comentários pontuais de cada experiência: referente ao

diagnóstico das aprendizagens e dificuldades da turma, realizado pela professora, a

articulação entre as áreas do conhecimento, a valorização dos saberes dos alunos nas

experiências e a importância do planejamento de todo o processo.

Por meio de contatos telefônicos, foi possível uma entrevista pessoalmente, com

um dos dois coordenadores do GT (1º ao 3º ano), que será identificado durante a

pesquisa pela letra C seguida do número 1 (por exemplo: C1). A escolha como forma de

registro, foi a gravação em áudio e transcrição.

Um questionário foi enviado por e-mail a um dos três coordenadores do GT (3º

ao 5º ano), este será identificado pela letra C seguida do número 2 (por exemplo: C2).

Para Lüdke e André (1986, p.34) as vantagens desse tipo de entrevistas sobre

outras técnicas é que ela permite captar imediatamente e eficazmente a informação

desejada permitindo correções, esclarecimentos e adaptações; aprofundar pontos

levantados por outra técnica de coleta de alcance mais superficial e atingir informantes

que não poderiam ter sido atingidos por outros meios de investigação.

É importante atentar para o caráter de interação que permeia a entrevista.

Mais do que outros instrumentos de pesquisa, que em geral estabelecem uma

relação hierárquica entre o pesquisador e o pesquisado, como na observação

unidirecional, por exemplo, ou na aplicação de questionários ou de técnicas projetivas, na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma

atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde.

(LÜDKE E ANDRÉ, 1986, p.33)

Teve-se a noção de que seria uma entrevista mais longa então foi preparado um

roteiro, mas com flexibilidade para guiar a entrevista através de tópicos principais a

serem cobertos8.

Os dois coordenadores também estavam responsáveis por alimentar um blog,

como espaço de discussão e troca de ideias a respeito da revisão do currículo.

8 Consta no apêndice H

Page 26: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

27

Esse blog dá acesso aos conteúdos trabalhados nos grupos e também possibilita

a participação dos professores, através de sugestões e comentários.

2.1.2 Procedimentos para análise dos dados

As perguntas e respostas das entrevistas foram transcritas no programa Word.

Para cada dia de coleta foi utilizada uma cor diferente, como foram três dias foi

utilizado três cores (dia 29/07, a cor da fonte utilizada para identificar os professores

que responderam foi a vermelha, ficando assim: de P1 a P26 em vermelho; dia 30/07, a

cor da fonte para identificar os professores que responderam foi azul, ficando assim: de

P27 a P48 em azul e dia 31/07, a cor da fonte para identificar os professores que

responderam foi verde oliva, ficando assim: de P49 a P60 em verde oliva). E nestas cores

estarão os trechos selecionados para análise. Foi feita a contagem das respostas:

quantos responderam as questões fechadas (ACTs/efetivos), as questões abertas

(ACTs/efetivos), quantos não responderam (ACTs/efetivos), a quantidade de respostas

afirmativas, de respostas negativas9.

Após o término da transcrição, foram realizadas várias leituras e elaborado

mais um quadro10

para analisar as respostas abertas - foram grifadas as unidades de

registro, destacando com um realce de cor amarela as com maior frequência. De acordo

com Bardin (1977, p. 104), "a unidade de registro é a unidade de significação a

codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base,

visando à categorização e à contagem frequencial”.

Foi utilizada a análise de conteúdo para analisar o que estava explícito no texto

das entrevistas, para obtenção de indicadores que permitissem fazer inferências. Assim,

procurou-se analisar a presença ou a ausência de uma ou de várias características nas

entrevistas. Entende-se por análise de conteúdo:

um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por

procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção/receção (variáveis

inferidas) destas mensagens” (Bardin, 1977, p. 44).

Organizadas e agrupadas em novo quadro11

pela análise de conteúdo, foi

9 Consta no apêndice E 10 Consta no apêndice F 11 Consta no apêndice G

Page 27: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

28

possível, através das perguntas, elaborar os vários eixos de significância, de acordo com

as temáticas que emergiram das respostas dos sujeitos de pesquisa.

Partiu-se da unidade de categoria relações de poder no currículo escolar como

categoria mais ampla, e estabeleceu-se que dessa categoria mais ampla poderia

enquadrar eixos de significância intrinsecamente relacionados a esta, a saber: currículo,

planejamento e documentos oficiais (nacional e municipal).

Todos os eixos de significância se expandiram em tantos outros achados

complexos e valiosos para o entendimento destes.

Page 28: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

29

3 CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO: TEORIAS E ESPECIALISTAS

O campo de currículo escolar é uma área abrangente, por isso, dispõe de um

número considerável de pesquisas produzidas. Com a finalidade de definir o problema,

a contribuição da investigação para o desenvolvimento deste campo de conhecimento,

identificar o que já se escreveu e o que não foi feito, se o assunto já foi abordado por

outra pessoa, mesmo que de forma indireta, ou em parte.

Foi utilizado como fonte de referência para realizar o levantamento, a base de

dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Foi

realizada uma busca por dissertações de mestrado publicadas no Brasil, de 2009 até o

primeiro semestre de 2013.

Foram encontradas três mil, quatrocentos e dezoito dissertações tratando de

currículo escolar em dissertações de Mestrado, tomando como ano base 2009 até o

primeiro semestre de 2013. Com vistas a refinar a busca optou-se por dissertações que

tratassem do currículo escolar e relações de poder no ensino fundamental.

Pela delimitação do escopo da pesquisa, foram excluídos trabalhos relacionados

ao ensino superior, à formação inicial de professores, estágio curricular, atendimento

psicopedagógico, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estudos sobre o tema quando

estes se desenvolveram exclusivamente fora da escola.

Dentre as dissertações, foram selecionados os estudos que atendessem aos

seguintes critérios de inclusão: trabalho publicado no período delimitado e que

abordassem as relações de poder nos currículos escolares do ensino fundamental da

educação básica. Assim, dezessete dissertações, foram analisadas.

As dissertações focalizam as seguintes temáticas: prática curricular: FISCHER

(2012); LIMA (2012); SILVA (2012); OLIVEIRA (2011); PERES (2012); BARCELOS

(2011); CARVALHO (2012); SOUZA (2011); MENDONÇA (2010); estudos da

diferença e prática curricular REGAZOLI (2011); organização curricular FERREIRA

(2011); estudos da diferença HANNA (2011); BRAGA (2010); BENTO (2012);

ARAÚJO (2011); seleção de conteúdos CATEN (2010); pratica docente: OLIVEIRA

(2010). As dissertações selecionadas foram submetidas a uma primeira leitura, para que

houvesse uma compreensão global dos estudos. Pelo exposto fica evidente que a

temática predominante nas produções analisadas é a prática curricular e a escola é o

lócus central das investigações que se concentram na investigação do cotidiano da

escola ou da prática pedagógica. As técnicas mais utilizadas nas pesquisas são

Page 29: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

30

entrevistas, análise de documentos, observação, questionário, diário de campo e/ou uma

combinação delas. É possível identificar uma associação de autores mais específicos do

campo do currículo com autores da filosofia, da sociologia, da psicologia, da

antropologia e das áreas específicas de ensino de componentes curriculares específicos.

Também estudos marcados pelas referências pós-críticas. Tal associação mostra-se

coerente com o hibridismo do campo do currículo. Dentre os autores mais citados

aparecem Ivor Goodson, José Gimeno Sacristán, Michel Foucault, Stuart Hall, Tomaz

Tadeu da Silva e Alfredo Veiga-Neto. As dissertações pesquisadas demonstram a

preocupação com a inovação curricular, com a contextualização dos conteúdos, a

integração entre as áreas do conhecimento, com a necessidade de respeito à existência

de diferentes culturas e da multiplicidade dos sujeitos e identidades reunidas neste

espaço social, sem tentar integrá-las na cultura dominante, num currículo unificado que

privilegie a monocultura. As dissertações pesquisadas evidenciam que a avaliação ainda

é usada como instrumento para classificar, manter a ordem ou excluir, como forma

declarada de controle e tem na obtenção da nota o motivo central da escola, a verdade

sobre a competência do aluno e tem na figura do professor cumpridor do que preceitua o

currículo formal com uma postura unilateral de transmissor de conhecimentos incontestáveis,

amparado pelo livro didático, suporte muito vezes exclusivo, que tem relação direta com

as relações de poder e dominação de determinado grupo social.

Não é de hoje que os estudiosos e educadores de diversos países se perguntam o

que as crianças e os jovens devem aprender na escola. Antigamente não havia dúvida:

transmitir os saberes que a humanidade acumulou nos últimos 10 mil anos em Ciências,

Matemática, Literatura, Arte e as demais áreas do conhecimento. Apesar de ser

pretensão, ninguém duvidava de que esse era o papel da escola.

Segundo Gesser (2002, p. 72) “O currículo, nos anos anteriores a 1900,

enfatizou valores baseados nas tradições históricas do Ocidente. Nos anos que precedem

o século XIX, o currículo foi centrado basicamente em desenvolvimento de habilidades

profissionais”.

O campo de estudos do currículo surgiu, nos Estados Unidos, no final do século

XIX como área específica da educação, em conexão com o surgimento da

industrialização e dos movimentos imigratórios europeus. O ensino em massa foi a

resposta ao modelo industrial que exigia um novo tipo de homem, adaptado ao novo

modelo de produção, ao trabalho repetitivo, à disciplina coletiva, sujeitado pelo apito da

Page 30: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

31

fábrica e pelo relógio. O sistema educacional como simulação do modelo industrial. No

dizer de Manacorda (1994, p. 246), “fábrica e escola nascem juntas”.

O livro de Bobbitt, The curriculum (1918), ao mesmo tempo em que “assinala a

emergência do currículo como campo especializado de estudo” (PACHECO, 1996, p.

22), serve aos interesses da sociedade industrial, com um sistema educacional

“eficiente” funcionando de acordo com os princípios da administração científica,

propostos por Frederick Taylor.

Em 1949, Ralph Tyler publica o livro “Princípios Básicos de Currículo e

Ensino”, que orienta a elaboração de um currículo a partir de quatro questões básicas

que correspondem respectivamente ao currículo, ensino e instrução e avaliação:

1. Que objetivos educacionais deve a escola procurar atingir? 2. Que experiências educacionais podem ser oferecidas que possibilitem a

consecução desses objetivos? 3. Como podem essas experiências

educacionais ser organizadas de modo eficiente? 4. Como podemos

determinar se esses objetivos estão sendo alcançados? (KLIEBARD, 2011,

p.23-35)

Em 1957, os soviéticos lançaram o primeiro satélite Sputnik, e os governantes

norte-americanos responsabilizaram a desadequação dos seus currículos escolares por

essa ultrapassagem, exigindo reformas imediatas, que reavivaram o currículo tecnicista

centrado na Ciência. Havia novamente a necessidade de adequar a escola às demandas

da sociedade.

Para Sacristán (1998, p. 15) Quando definimos o currículo estamos descrevendo

a concretização das funções da própria escola e a forma particular de enfocá-las num

determinado momento histórico e social determinado, para um nível ou modalidade de

educação, numa trama institucional, etc.

Todas as escolhas implicam na produção de identidades que atenderão ou não ao

arranjo social existente.

O currículo escolar é dependente de como ele é explicado, estabelecido em

diferentes momentos, em diferentes teorias, por diferentes autores.

Cada definição acaba fixando determinado tipo de compreensão e, portanto,

determinado tipo de prática de fazer educação.

Silva (2005) descreve a teoria como uma representação, uma imagem da

realidade que a precede, ou seja, uma teoria hipoteticamente descobre, descreve, explica

um objeto que já existe e não depende da teoria para existir. O autor faz um paralelo

Page 31: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

32

com a perspectiva pós-estruturalista para quem a teoria não se limita a descobrir,

descrever e explicar, mas também inventar, produzir o objeto de sua descrição.

Em se tratando de teorias curriculares a questão central de cada uma dessas

teorias está relacionada a saber “o que?” deve ser ensinado, quais saberes e

conhecimentos serão selecionados para constituir o currículo. Após essa decisão o

próximo passo será justificar a escolha por alguns conhecimentos e não outros.

Para Silva (2005), há um interesse relacionado à seleção dos conhecimentos que

serão privilegiados ou não no currículo e privilegiar um tipo de conhecimento é uma

operação de poder. Essa seleção implicará na escolha dentre múltiplas possibilidades,

numa identidade ou subjetividade como sendo a ideal e isso caracteriza uma operação

de poder.

Colada à seleção de quais conhecimentos irão compor o currículo está a escolha

de que tipo de pessoa se quer formar.

Como discorre Silva (2005, p. 15):

Na medida em que as teorias do currículo deduzem o tipo de conhecimento

considerado importante justamente a partir de descrições sobre o tipo de

pessoa que elas consideram ideal. Qual é o tipo de ser humano desejável para

um determinado tipo de sociedade? Será a pessoa racional e ilustrada do ideal humanista de educação? Será a pessoa otimizadora e competitiva dos atuais

modelos neoliberais de educação? Será a pessoa ajustada aos ideais de

cidadania do moderno estado-nação? Será a pessoa desconfiada e crítica dos

arranjos sociais existentes preconizada nas teorias educacionais críticas? A

cada um desses “modelos” de ser humano corresponderá um tipo de

conhecimento, um tipo de currículo.

Silva (1999, p.12) coloca de forma breve e simplificada algumas maneiras de ver

o currículo e a teoria do currículo:

1)A tradicional, humanista baseada numa concepção conservadora da cultura

(fixa, estável, herdada) e do conhecimento (como fato, como informação),

uma visão que, por sua vez, se baseia numa perspectiva conservadora da

função social e cultural da escola e da educação; 2) a tecnicista, em muitos

aspectos similar à tradicional, mas enfatizando as dimensões instrumentais,

utilitárias e econômicas da educação; 3) a crítica de orientação neomarxista, baseada numa análise da escola e da educação como instituições voltadas

para a reprodução das estruturas da sociedade capitalista: o currículo reflete e

reproduz esta estrutura; 4) a pós estruturalista, que retoma e reformula

algumas das análises da tradição crítica neomarxista, enfatizando o currículo

como prática de significação.

Para sintetizar utilizar-se-á um quadro que caracteriza três perspectivas do

currículo resumidamente.

Page 32: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

33

Quadro 02: Caracterização das teorias de currículo.

Perspectivas do

currículo

Teorias tradicionais

Teorias críticas

Teorias Pós-críticas

Proponente/Data Bobbitt – 1918

Charles – 1923 Dewey – 1900-1930

Freire e outros - 1970 Pinar e outros - 1990

Discurso Científico Dialético Subjetivo

Legitimidade Normativa Processual Subjetiva

Inspiração Modernidade Materialismo Histórico Pós-modernidade

Racionalidade Técnica Comunicativa Subjetiva

Termos representativos

e originários destas

perspectivas

Ensino

Aprendizagem

Avaliação

Metodologia

Didática

Organização

Planejamento

Eficiência

Objetivos

Ideologia

Reprodução cultural e

social

Poder

Classe social

Capitalismo

Relações sociais e de

produção

Conscientização

Emancipação e

libertação Currículo oculto

Resistência

Identidade, alteridade,

diferença

Subjetividade

Significação e discurso

Saber-poder

Representação

Cultura

Gênero, raça,etnia,

sexualidade

multiculturalismo

Conceito de currículo Conjunto ordenado de

elementos (objetivos,

conteúdos,

experiências, estratégias

e avaliação) para

desenvolver o ensino

O currículo é o lugar

onde, ativamente, se

produzem significações

sociais

O currículo é um

artefato social. Ele tem

um papel de construção

pela linguagem e pelo

discurso.

Fonte: GESSER e RANGHETTI, 2011.

Todo currículo demonstra ideias e ideais próprios de seus períodos de

existência. Cada modelo de currículo e suas teorias produziram e/ou produzem um

aluno diferente.

Diferentes currículos produzem diferentes pessoas, mas naturalmente essas

diferenças não são meras diferenças individuais, mas diferenças sociais,

ligadas à classe, à raça, ao gênero. Dessa forma, uma história do currículo

não deve estar focalizada apenas no currículo em si, mas também no currículo enquanto fator de produção de sujeitos dotados de classe, raça,

gênero. Nessa perspectiva, o currículo deve ser visto não apenas como a

expressão ou a representação ou o reflexo de interesses sociais determinados,

mas também como produzindo identidades e subjetividades sociais

determinadas. O currículo não apenas representa, ele faz. É preciso

reconhecer que a inclusão ou exclusão no currículo tem conexões com a

inclusão ou exclusão na sociedade. (GOODSON, 1998, p.10)

Para Pacheco (1996, p. 32) a teoria responde uma série de questões e serve de

modelo de representação do real que se pretende organizado e problematizado. E ainda:

Tais teorias são, por conseguinte, classificações ou sínteses das várias

concepções de currículo, com o intuito de facilitar a compreensão da

complexidade curricular, sendo apresentadas quer sob a forma de

Page 33: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

34

orientações, ideologias, concepções, quer sob a forma de processos de

legitimação e de modelos de conhecimento (PACHECO, 1996, p. 33).

Para Silva (2005) O currículo é sempre resultado de uma seleção e selecionar é

uma operação de poder. Cada teoria curricular vai selecionar quais conhecimentos serão

válidos ou não e justificar a escolha a partir de duas questões centrais “o quê” deve ser

ensinado e “o que eles ou elas devem se tornar”.

O currículo é o núcleo do processo pedagógico. Orienta o projeto pedagógico, o

planejamento docente, a prática pedagógica, a metodologia, a avaliação, as relações e

também as políticas públicas.

Para Silva (2005, p.148), “o conhecimento corporificado no currículo carrega as

marcas indeléveis das relações sociais de poder. (...) O currículo tem um papel decisivo

na reprodução de classes da sociedade capitalista. O currículo transmite a ideologia

dominante”.

De acordo com Foucault (2012) as relações de poder se alastram por toda a

estrutura social, nada está isento de poder dessa forma não é possível escapar dessas

relações, mas é possível resistir ao seu exercício.

Foucault (2012) chamou de poder disciplinar ou de disciplina um tipo específico

de poder, de controle que sujeita e torna o corpo útil e encontra-se em diversas

instituições como a escola, hospitais, prisões, fábrica, o exército, enfim, a disciplina

fabrica corpos “dóceis”. Para Foucault (2012, p. 132), “É dócil um corpo que pode ser

submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado”.

O poder disciplinar, “fabrica o tipo de homem necessário ao funcionamento e

manutenção da sociedade industrial, capitalista. O corpo só se torna força de trabalho

quando trabalhado pelo sistema político de dominação característico do poder

disciplinar: que se faz pela organização do espaço, controle do tempo e a vigilância. Ao

mesmo tempo em que a disciplina exerce um poder, produz um saber”. (MACHADO,

1979, XVII).

Pelo exposto, é possível entender o porquê dessa disputa por quem vai decidir o

que fará parte ou não do currículo. Não é de maneira desinteressada, que a participação

dos professores na construção/revisão curricular, seja dificultada, indesejada,

negligenciada. Afinal, a participação pode se constituir em:

assumir sua identidade como trabalhadoras/res culturais envolvidas/os na produção de uma memória histórica e de sujeitos sociais que criam e recriam

o espaço e a vida sociais. O campo educacional é centralmente cruzado por

Page 34: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

35

relações que conectam poder e cultura, pedagogia e política, memória e

história. Precisamente por isso é um espaço permanentemente atravessado

por lutas e disputas por hegemonia. Não assumir nosso lugar e

responsabilidade nesse espaço significa entregá-lo a forças que certamente

irão moldá-lo de acordo com seus próprios objetivos e esses objetivos podem

não ser exatamente os objetivos de justiça, igualdade e um futuro melhor para

todos. (SILVA, 1995, p. 28, 29)

Participar nas decisões, nas escolhas que serão incorporadas no currículo escolar

implica em assumir posição frente à complexidade das dimensões do currículo: exige

que se pense nas metas a serem atingidas; nos conteúdos que propiciarão os fins

desejados; na importância e responsabilidade sobre o que está sendo ensinado e para

quem está sendo direcionado o ensino; nos modos de se chegar ao conhecimento

requerido; nos recursos materiais, financeiros e humanos, e nas decisões necessárias à

sua concretização prática; nos modos de transmissão da cultura necessária à formação

técnica e humana do sujeito; na reflexão de tempo-lugar históricos onde ele se realiza,

além de outros aspectos.

Por trás de todo currículo existe hoje, de forma mais ou menos explícita e

imediata, uma filosofia curricular ou uma orientação teórica que é, por sua

vez, síntese de uma série de posições filosóficas, epistemológicas, científicas,

pedagógicas e de valores sociais. Este condicionamento cultural das formas de conceber o currículo tem uma importância determinante na concepção

própria do que se entende por tal e nas formas de organizá-lo. È fonte de

códigos curriculares que se traduzem em diretrizes para a prática e que

acabam se refletindo nela. (SACRISTÁN, 1998, p. 35)

O professor torna-se elemento chave para o desenvolvimento do currículo

escolar, pois através da prática docente é que se atribui significância ao currículo escolar

e se depara com muitas dimensões para serem discutidas na escola sobre o ensino (o

que, por que, para quem, como). Ao adotar um posicionamento pedagógico, que está

vinculado a uma teoria, a uma tendência pedagógica, esta determina as concepções de

homem, de sociedade, de escola, de currículo e estes determinam a prática. Não há

como negar esta dimensão, pois nenhuma prática pedagógica é neutra.

Relacionado à composição curricular a legislação educacional brasileira,

contempla dois eixos: uma Base Nacional Comum, com a qual se garante uma unidade

nacional, para que todos os alunos possam ter acesso aos conhecimentos mínimos

necessários ao exercício da vida cidadã, uma dimensão obrigatória dos currículos

nacionais e é definida pela União. E uma Parte Diversificada do currículo, também

obrigatória, que se compõe de conteúdos complementares, identificados na realidade

Page 35: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

36

regional e local, que devem ser escolhidos em cada sistema ou rede de ensino e em cada

escola. Assim, a escola tem autonomia para incluir temas de seu interesse.

É através da construção da proposta pedagógica da escola que a Base Nacional

Comum e a Parte Diversificada se integram.

As exigências estabelecidas para o currículo nacional comum já inclui muitos

elementos, restando muito pouco a acrescentar pelos docentes, de forma que esse

currículo se aproxime mais do cotidiano dos educandos. Isso torna as características

desse currículo, em sua essência, muito mais de caráter comum que diversificado.

Quanto aos docentes, o art. 13 diz que estes se incumbirão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de

ensino;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor

rendimento;

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a

comunidade. (BRASIL, 1996, p. 4).

No item II do art. 13, é apontado como dever do professor, elaborar e cumprir

plano de trabalho, de acordo com a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.

O professor, portanto, deve seguir as orientações dadas pela proposta pedagógica da

escola, o que nem sempre é possível, pois, na maioria das vezes, esse documento é

somente para atender exigências burocráticas do sistema de ensino, ou então, não está

acessível ao professor.

Para a construção do currículo deverão ser consideradas, ainda, as seguintes

diretrizes (Art. 27):

I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada

estabelecimento;

III - orientação para o trabalho;

IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas

nãoformais.

(BRASIL, 1996, p. 8).

Essas diretrizes estão mais relacionadas a questões sociais do que pedagógicas,

porém, considerando a finalidade da educação básica, que é a formação comum

Page 36: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

37

indispensável para o exercício da cidadania e o fornecimento de meios para progredir no

trabalho, tais diretrizes justificam-se.

Considerando que a LDB elenca diferentes formas de organização e avaliação na

educação básica, o que de fato temos como orientações para o ensino fundamental?

Para o currículo, o que se observa é a preocupação com o conteúdo a ser

ensinado no ensino fundamental, e, de maneira superficial, a LDB faz referência ao

material didático a ser utilizado. Assim, preocupa-nos que, para a Lei que rege a

educação nacional, o entendimento sobre o currículo esteja aquém do que realmente ele

representa para a educação.

Embora em uma lei como essa se espere que os elementos que constituem as

atividades escolares, dentre eles a prática pedagógica, estejam mais presentes e

evidentes, essa lei não contempla essas questões práticas mais minuciosamente.

A LDB trata de maneira mais ampla as questões de caráter pedagógico, dando

“dicas” superficiais sobre questões que remetem à prática pedagógica, porém a lei não

trata dessa prática como uma prática social, como defende Veiga (1998).

É certo que isso pode ser aceito com passividade ou pode aproveitar espaços

relativos de autonomia, que sempre existem, para exercer a contra hegemonia (Apple

apud Sacristán, 2000, p.157). Essa autonomia pode se refletir nos conteúdos

selecionados, mas principalmente se define na forma como os conteúdos são abordados

no ensino.

A forma como trabalhamos os conteúdos em sala de aula indica nosso

entendimento dos conhecimentos escolares. Demonstra nossa autonomia diante da

escolha.

O estudo das teorias do currículo não é a garantia de se encontrar as respostas a

todos os nossos questionamentos, é uma forma de recuperarmos as discussões

curriculares no ambiente escolar e conhecer os diferentes discursos pedagógicos que

orientam as decisões em torno dos conteúdos até a “racionalização dos meios para obtê-

los e comprovar seu sucesso” (SACRISTÁN, 2000, p.125).

Poderão, sobretudo, mostrar que os currículos não são neutros. Os currículos são

elaborados com orientações políticas e pedagógicas. Ou seja, é produto de grupos

sociais que disputam o poder.

A neutralidade é desmascarada por duas razões: em termos de resultados

econômicos e porque ignora o fato de que

Page 37: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

38

O conhecimento que agora se introduz nas escolas já é uma escolha de um

universo muito mais vasto de conhecimento e princípios sociais possíveis. É

uma forma de capital cultural que provém de alguma parte, e em geral reflete

as perspectivas e crenças de poderosos segmentos de nossa coletividade

social. Já na sua produção e propagação como mercadoria econômica e

pública – na forma de livros, filmes, materiais, e assim por diante – é

continuamente filtrado através de vínculos ideológicos e econômicos.

Valores sociais e econômicos, portanto, já estão engastados no projeto das

instituições que trabalhamos, no “corpus formal do conhecimento escolar” que preservamos em nossos currículos, nas nossas maneiras de ensinar, e em

nossos princípios, padrões e formas de avaliação. Valores que agem através

de nós, quase sempre inconscientemente, a questão não está em como se

manter acima da escolha. Está, antes, em quais são os valores que se devem,

fundamentalmente, escolher. (APPLE, 1989, p.19)

William Pinar (apud LOPES, 2006, p. 14), estudioso do campo do currículo,

afirma: “[...] estudar teoria de currículo, é importante na medida em que oferece aos

professores de escolas públicas, a compreensão dos diversos mundos em que habitamos

e, especialmente a retórica política que cerca as propostas educacionais e os conteúdos

curriculares”.

É uma realidade brasileira a dificuldade em resistir a modismos educacionais

passageiros, porque, em parte por não se lembrar das teorias e da história do currículo,

porque muito frequentemente não as estudam, visto que é necessário, assim como as

propostas curriculares, as teorias do currículo e tendências pedagógicas para que se

possa entender a própria prática e suas consequências aos alunos e docentes.

A afirmação abaixo mostra a importância de conhecer sobre as teorias de

currículo.

as teorias de currículo, na medida em que buscam dizer o que o currículo

deve ser, não podem deixar de estar envolvidas em questões de poder.

Selecionar é uma operação de poder. Privilegiar um tipo de conhecimento é

uma operação de poder. Destacar, entre as múltiplas possibilidades, uma

identidade ou subjetividade como sendo a ideal é uma operação de poder

(SILVA, 2005, p.16)

Perceber como o currículo escolar pode apresentar-se no meio escolar, nos

possibilita também pensar em que sociedade estivera ou está inserido. Todo currículo

demanda ideias e ideais próprios de seus períodos de existência.

Cada modelo da existência do currículo e suas teorias produziram/produzem um

aluno diferente. Aluno este que recebeu e reproduziu o conhecimento ou teve a

oportunidade de significar e ressignificar o conhecimento com o qual teve contato,

questionando e analisando criticamente o que lhe foi apresentado.

Page 38: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

39

[...] a identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de

processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no

momento do nascimento. Existe sempre algo imaginário ou fantasiado sobre

sua unidade. Ela permanece sempre incompleta, está sempre em processo,

sempre sendo formada (HALL, 2002, p.38).

Ao tomar consciência da abrangência que as escolhas feitas para o currículo

escolar podem alcançar é possível entender como opera a escolarização, agindo no setor

econômico de uma sociedade para reproduzir aspectos importantes da desigualdade,

também numa segunda esfera a propriedade simbólica - o capital cultural – que as

escolas preservam e distribuem. Assim, podemos adquirir uma compreensão mais

completa do modo como instituições de preservação e distribuição cultural como as

escolas produzem e reproduzem formas de consciência que permitem a manutenção do

controle social sem que os grupos dominantes tenham de recorrer a mecanismos

declarados de dominação, (APPLE, 1982).

Pertinente lembrar o que Foucault (2012, p. 133) escreveu em seu livro Vigiar e

Punir:

O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do

corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem

tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no

mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e

inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho

sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos,

de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder

que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica do poder”, está nascendo; ela define

como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para

que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as

técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica

assim os corpos submissos e exercitados, corpos “dóceis”.

Para Foucault, o poder não está na superestrutura, mas em toda parte; o poder

não é uma instituição e nem uma estrutura, não é certa potência de que alguns sejam

dotados, não é a soberania do Estado.

Page 39: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

40

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Após sucessivas leituras das entrevistas, foram identificadas, expressões e

considerações que se configuraram como pontos significativos. Para análise utilizou-se

eixos de significância. É importante salientar que nas falas trazidas no texto, ao lado

consta a letra P (Professor) e um número para identificação no universo de sessenta (60)

entrevistados (ex: P1, P2, P3 e assim por diante). E para os trechos selecionados da

entrevista com os dois coordenadores dos Gts será utilizada a letra C, seguida de um

número para identificação (ex: C1 e C2).

Partiu-se da unidade de categoria relações de poder no currículo escolar como

categoria mais ampla, e estabelecemos que dessa categoria mais ampla pudéssemos

enquadrar eixos de significância intrinsecamente relacionados a ela, a saber: currículo,

planejamento e documentos oficiais (nacional e municipal).

Enfatizamos que todos os eixos de significância se expandiram em tantos outros

achados complexos e valiosos para o entendimento destes.

Analisemos a reprodução desses eixos de significância, através de diagrama a

seguir:

FIGURA 1 - Diagrama representativo dos EIXOS DE SIGNIFICÂNCIA

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

RELAÇÕES DE PODER

NO CURRÍCULO ESCOLAR

CURRÍCULO ESCOLAR

PLANEJAMENTO

DOCUMENTOS OFICIAIS

(NACIONAIS E MUNICIPAIS)

Page 40: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

41

4.1 Eixos de significância

Para cada temática foram selecionadas respostas provenientes do questionário

realizado com os professores. Ao final de cada pergunta, foi colocado entre parênteses o

número, para localização da questão no Roteiro das entrevistas com professores (as),

constante no APÊNDICE B.

4.1.2 Currículo escolar

Esse eixo pôde ser desmembrado, pois forneceu uma variedade de sentidos,

resultando em temáticas intrinsecamente relacionadas a ele, como: Concepção de

currículo, Organização curricular e Currículo para os anos iniciais.

Apresentamos o diagrama que representa CURRÍCULO, que, através dos

aspectos observados e analisados, reforçam, na escola, a presença de um currículo

tradicional.

FIGURA 2 – Diagrama representativo do Eixo de Significância “Currículo”.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

CURRÍCULO ESCOLAR

Concepção de currículo escolar

Revisão da matriz e relações de poder

O que dizem os professores sobre sua participação na revisão da

matriz currícular

Matriz curricular: Algumas considerações sobre o currículo por

competência

Page 41: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

42

4.1.2.1 Concepção de currículo escolar

O currículo escolar é o núcleo do processo pedagógico. Daí a importância de se

ter conhecimento e/ou domínio dos fundamentos teóricos e históricos dos processos de

elaboração e implementação do currículo.

Se, por um lado, o professor pode ser “um actor curricular que tem a tarefa da

implementação e da execução de decisões prescritas”, por outro, “goza de uma

autonomia funcional que lhe advém da existência ou inexistência de ineficazes

instrumentos de controlo curricular” (Pacheco, 2001, p. 101). Esse nível de autonomia

do professor provém tanto do grau de responsabilização, como da preparação pessoal e

funcional para lidar com as responsabilidades que lhe são atribuídas (Morgado, 2000).

Pesquisadora: (nº 6) Em sua formação acadêmica, você teve formação sobre

currículo escolar?

Quadro 03: Representativo da questão nº 06: Em sua formação acadêmica,

você teve formação sobre currículo escolar?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 58 96,6%

Não 01 1,6%

Não respondeu 01 1,6%

TOTAL 60 99,8% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

As respostas demonstram que a maioria dos professores teve formação sobre

currículo escolar.

De acordo com o perfio sócio-demográfico, todos, ou seja, 100% dos

professores entrevistados possuem nível superior completo (licenciatura em Pedagogia)

e 81,6% já realizaram estudos de pós-graduação no nível lato sensu, então em algum

momento, seja na graduação, na especialização ou nas duas, é possível que tivessem

formação em currículo escolar.

No trecho abaixo selecionado da entrevista realizada com um dos coordenadores

dos GTs, é possível perceber que currículo escolar foi trabalhado durante a licenciatura

em Pedagogia e na especialização para supervisão escolar (em negrito) como um

conteúdo. Já na graduação em História o que se entende é que currículo escolar foi

Page 42: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

43

trabalhado, talvez perpassando alguns conteúdos e/ou disciplinas sem pontuar que se

estava trabalhando especificamente sobre o currículo escolar.

C1: Não, como disciplina currículo eu não me lembro, agora o conteúdo...a...na

verdade eu não me lembro assim exatamente se o nome da disciplina era currículo mas

tivemos na formação acadêmica sobre currículo sim, inclusive quando eu fiz na minha

faculdade de história não teve assim a disciplina mais especificamente a questão

currículo mas na pedagogia teve e depois na ...aí eu fiz uma... (deixa eu ver o nome que

se dava na época... é que já faz tanto tempo que a gente acaba esquecendo os nomes,

né) mas teve nós tivemos uma prorrogação da.... que não foi bem uma especialização é

que a pedagogia que eu fiz foi pra educação infantil e anos iniciais, né? E depois pra

supervisão nós tivemos mais um ano e meio pra fazer a supervisão dentro da

supervisão também teve a disciplina de currículo não especificamente a disciplina mais

o conteúdo currículo nós estudamos bastante também, tanto na pedagogia quanto

na...nessa especialização dentro da graduação se assim pode dizer eu nem saberia

dizer se é assim mas tivemos sim.

Pesquisadora: (nº 01) Você já leu ou sabe algo sobre currículo escolar?

Quadro 04: Representativo da questão nº 01: Você já leu ou sabe algo sobre

currículo escolar?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 58 96,6%

Não respondeu 02 3,3%

TOTAL 60 99,8% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

A maioria dos entrevistados, já leu ou sabe algo sobre currículo escolar. Com

base nas respostas não é possível afirmar se o conhecimento sobre currículo escolar que

tiveram na formação acadêmica foi ampliado a partir de formação continuada, em

estudos pessoais, em momentos oportunizados na escola que leciona ou se continua

sendo o mesmo repertório contruído ou ensinado no curso superior e/ou na

especialização.

Pesquisadora: (nº 02) O que você entende por currículo escolar?

Cada professor relacionou o conceito de currículo a determinadas fases que

compõe o currículo escolar e de maneira isolada. Quando o conceito de currículo está

Page 43: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

44

somente relacionado a determinado processo ou fase se torna parcial, contêm parte da

verdade do que é currículo. (Sacristán, 1998).

A partir dos conceitos presentes nos trechos abaixo é possível distinguir sob qual

teoria curricular P6, P38 e P41 entendem o currículo escolar, ou seja, pela lente da teoria

tradicional. “Os modelos tradicionais de currículo restringiam-se à atividade técnica de

como fazer o currículo”. (SILVA, 2005, p. 30). A teoria tradicional dá ênfase às

questões de organização e elaboração curricular e se define pelos conceitos que utiliza e

que podem ser visualizados em negrito, nas repostas abaixo.

P6: O currículo compreende os objetivos, procedimentos metodológicos e

recursos a serem aplicados para o desenvolvimento da aprendizagem./ P38: Grade de

conteúdos a serem trabalhados./ P41: Conjunto organizado de conteúdos e ações que

norteiam o ensino da escola.

Ao fazer um exame dos diferentes conceitos que as teorias empregam podem-se

distinguir as diferentes teorias do currículo. Diferente da teoria tradicional que tem

como questão central o quê e como ensinar, a teoria crítica questiona o porquê, e está

mais “preocupada com as conexões entre saber, identidade e poder”. (SILVA, 2005, p.

17). P20 amplia seu entendimento acerca do currículo escolar ao perceber que as ações e

atitudes fazem parte do currículo escolar ou estão em função dele. Entretanto, nem tudo

o que ocorre no processo pedagógico está explícito nos currículos, ou seja, não é

possível mapear todas as ações e atitudes para que estejam deliberadamente

sistematizadas ou incluídas no planejamento, assim, envolve também processos que

estão implícitos na escola, mas que fazem parte do processo de ensino‐aprendizagem.

São as ações implícitas que caracterizam o currículo oculto, conceito que faz parte da

teoria crítica.

P20, efet - São todas as ações, atitudes presentes no espaço escolar ou em função

dele.

De acordo com Silva (2007, p.78), “O currículo oculto é constituído por aqueles

aspectos do ambiente escolar que, sem fazerem parte do currículo oficial, explícito,

contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes”.

Ele está presente nas relações sociais da escola. São os comportamentos, os

valores e as atitudes que fazem parte do processo da aprendizagem.

As experiências na educação escolarizada e seus efeitos são, algumasvezes,

desejadas e outras, incontroladas; obedecem a objetivos explícitos ou são

expressões de proposição ou objetivos implícitos; são planejados em alguma

Page 44: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

45

medida ou são fruto de simples fluir da ação. Algumas são positivas em

relação a uma determinada filosofiae projeto educativo e outras nem tanto ou

completamente contrárias. (SACRISTÁN, 1998, p. 43).

As escolas não ensinam aos alunos apenas a ler, escrever, calcular, entre outros

conteúdos, elas são também agentes de socialização, de mudança, permeado de fatores

morais, políticos e éticos.

P30, efet - Tudo o que acontece na escola: as vivências, relações, aprendizagens

formais e informais, etc.

Ainda na mesma linha, considerando como integrante do currículo escolar tudo

o que não está explicitamente descrito, mas que compartilha o espaço, tal como foi

descrito acima. Será utilizada para definir como formal a aprendizagem que ocorre em

sala de aula e aprendizagem informal aquela que não ocorre em sala de aula.

“As práticas cotidianas da escola estão ligadas a estruturas econômicas, sociais e

ideologias que se encontram fora dos prédios escolares” (APPLE, 2006, p, 105). É

preciso considerar, assim, todo um contexto externo à escola que interfere em suas

atividades, decisões, e, consequentemente, no currículo.

C1: A gente pensa que currículo é aquela questão da grade curricular quando

na verdade não é, né? Currículo é tudo que envolve a escola tanto... a... conceituar

assim na verdade não é tão fácil assim tu pegar e conceituar mas dizer o que eu

entendo por currículo é tudo tudo que tem dentro de uma escola faz parte do currículo

tudo que envolve escola é tanto dentro da sala de aula quanto fora de extra escola extra

sala de aula pertence ao currículo, então é esse entendimento que a gente tem.

Nesse trecho selecionado, esta expressa a dificuldade para conceituar currículo e

isso tem uma explicação. O termo currículo pode ter múltiplos significados e alguns

controversos. Para LOPES e MACEDO (p. 19, 2011) “não é possível responder “o que

é currículo” apontando para algo que lhe é intrinsecamente característico, mas apenas

para acordos sobre os sentidos de tal termo, sempre parciais e localizados

historicamente”.

A partir da década de 1990, as definições de currículo procuram distingui-lo da

idéia de programa. A pesquisa sobre Currículo a partir da década de 1990 tem superado

esse conceito. A preocupação se desloca da tentativa de definir o que seja currículo para

o que está implicado quando se fala em currículo; o que em geral implica em duas

dimensões do processo educacional: saberes e condutas. O que um currículo visa é: a

Page 45: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

46

socialização; produção de um saber. Isso implica também em uma conduta e em uma

identidade das pessoas. (VIEIRA, 2011).12

Para Sacristán (1998, P. 103) “O conceito de currículo adota significados

diversos, por que, além de ser suscetível a enfoques paradigmáticos diferentes, é

utilizado para processos ou fases distintas do desenvolvimento curricular”.

Não se trata de escolher a definição mais moderna ou mais aceita pela

comunidade científica, mas de se entender currículo como o pensar e o agir a respeito

das seguintes questões: Para que ensinar? A quem ensinar? O que ensinar? Como

ensinar? O currículo tem uma especificidade muito particular. Todos os que dele

participam e todos os que têm ingerência sobre o currículo, não o fazem de maneira

neutra. Trata‐se de uma área impregnada de valores, ideologias, forças, interesses e

necessidades e exige como definição a explicitação de um quadro de referência

filosófica, histórica, política.

Portanto, não há uma definição melhor de currículo, ou mais moderna, o que

existe isto sim, é a definição que melhor explicita a filosofia, os valores do grupo a que

serve uma determinada proposta pedagógica.

Para MOREIRA (2001) “não há consenso em relação ao que se deve entender

pela palavra currículo”, por se tratar:

de um conceito que é uma construção cultural, histórica e socialmente determinada [...]. A consequência da profusão de definições é que a produção

associada ao campo acaba por referir-se a um variado e extenso leque de

temas e questões. (MOREIRA, p. 9-10, 2001)

O objetivo não é defender uma única definição para currículo, pois o foco não

está em saber quem mais se aproxima do que o currículo realmente é, mas em revelar

que o currículo é dependente de como ele é explicado, estabelecido em diferentes

momentos, em diferentes teorias, por diferentes autores.

4.1.2.2 Revisão da matriz e relações de poder

12

Entrevista com o professor Jarbas Santos Vieira (Coordenador do Programa de Pós-graduação em

Educação da UFPel/RS) sobre currículo e formação de professores Jornal de Filosofia – Philosophical

Journal; sábado, 11 de junho de 2011. Disponível em:

http://filosofiadomarcozero.blogspot.com.br/2011/06/entrevista-com-o-professor jarbas.html

acesso dia 27/11/2014.

Page 46: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

47

Entre dezembro de 2009 e maio de 2011, o Conselho Nacional de Educação

(CNE) elaborou as diretrizes curriculares atualizadas para todas as etapas da Educação

Básica, da educação infantil ao ensino médio, como orientações gerais para que as

escolas, redes e sistemas de ensino elaborassem seus currículos. Com as diretrizes

curriculares já consolidadas, o governo passou a discutir as expectativas de

aprendizagem (uma relação de conhecimentos que os alunos deverão saber após o

encerramento de cada série ou ciclo junto às condições necessárias para que a

aprendizagem aconteça) ao longo de 2012.

Logo no inicio do ano citado os docentes das escolas do município pesquisado

receberam a incumbência de elaborar em conjunto o que seriam as expectativas de

aprendizagem.

Pesquisadora: Em 2012, no início do ano, os professores que estavam na

escola receberam a responsabilidade de construir as expectativas de aprendizagem.

Confirma? Então foram enviadas para a SME. Você como supervisor escolar deve ter

acompanhado esse momento. Como surgiu essa proposta, de onde surgiu como foi o

processo de construção? O material elaborado resultou em algo positivo/aproveitável

para a Educação? O que foi feito dele?

No trecho abaixo selecionado, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho

(revisão do currículo escolar) lembra como foi a chegada da informação na escola na

qual trabalha como supervisor escolar.

C2: ...foi bem confuso.....porque não tinha entendimento...até na verdade do jeito

que chegou nas escolas, né, então teve inclusive nós não tivemos reuniões sobre isso

quem teve foram os diretores...e quem repassou para os professores são os supervisores

então aí já teve uma lacuna da qual eu tinha que escutar um terceiro pra passar pra um

quarto então esse telefone sem fio sempre tem problema, né?”.

Em seguida o outro coordenador ao lembrar também diz o que foi feito a partir

delas.

C1: Participei e foi muito bom... a partir destas expectativas o GT trabalhou

com a revisão das matrizes!

Assim teve origem o processo de revisão do currículo escolar desta rede

municipal.

Pesquisadora: Você é coordenador de um dos GTs. Gostaria que você falasse

sobre o GT. O que é...como começou?

Page 47: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

48

C2: O GT é um grupo de trabalho que visou discutir a matriz de habilidades e

conteúdos dos 4º e 5º anos da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. Todos os professores

da Rede foram convidados e os interessados foram dispensados para participarem dos

encontros mensais e/ou quinzenais.

C1: Então... foi pras escolas um e-mail né que eu me lembro da qual eu também

nem participava, eu no inicio eu não participei do GT porque quando me colocaram,

me colocaram no GT de 4º e 5º ano. Eu disse que eu não queria esse GT, eu saí, aí

tá...aí depois veio o convite pra eu fazer parte do GT. Aí lá no GT o grupo...me

convidou pra se coordenar porque não foi determinação da secretaria...foi o grupo que

elegeu, foi por eleição e aí eu aceitei e aí a gente fazia aquelas reuniões de grupos,

né?...Algumas vezes eu levava algumas coisas prontas só pra fazer a leitura e o grupo

se aceitasse ou não....eu penso que foi democrático assim porque assim embora tinha

muitas coisas que o próprio GT, algumas pessoas do GT não concordassem mas vencia

a maioria eu também fui vencida em algumas ideias minhas.

Pesquisadora: O que motivou a organização dos GTs (de quem partiu a

orientação/ordem para essa organização, quando)?

C2: Tudo partiu da Secretaria de Educação de Itajaí no início de 2012.

Pesquisadora: Que informações você recebeu? De onde vieram?

C2: Tivemos uma reunião de orientação dos trabalhos com a Coordenação

Técnica e o Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de

Educação de Itajaí.

Pesquisadora: Em que consiste sua participação no GT? (responsabilidades)

C2: Sistematizar a realização dos encontros e zelar pela produção, divulgação e

aprovação da matriz produzida pelo GT.

Todo material elaborado assim como as matrizes dos Anos iniciais (1º ao 5º ano)

ficaram disponíveis no endereço eletrônico: http://educacao.itajai.sc.gov.br/, pelo link

servidor que dá acesso à Intranet da Secretaria Municipal de Educação e por meio de

uma senha cadastrada o servidor tem acesso aos recursos online como inscrições em

Formações Continuadas, consultas ao sistema Fila Única, impressão de certificados,

requerimentos e ao Educline que dá acesso ao blog.

Pesquisadora: Quem elaborou o blog? De quem/onde veio a orientação?

Recebeu ajuda? De quem? Havia um formato para a construção?

C2: Partiu da SME e foi alimentado pela coordenação do GT.

C1: Foi, foi no Educline (...) Aí foi assim oh, aí foi contruído cada GT né

Page 48: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

49

alimentava o seu GT no caso o seu espaço e ali foi colodado tudo alguns conceitos que

nós elaboramos sobre alfabetização, sobre letramento, alguns textos elaborados pelo

grupo não só de alfabetização e letramento e depois por último a matriz tá foi e também

aberto acho pra possíveis assim sugestões mas eu acho que não teve sugestão nenhuma.

Pesquisadora: Quem é responsável pela atualização do blog?Como é o acesso

ao blog?

C2: Era comigo... desde início de 2013 a SME não movimenta os GTs.

Pesquisadora: Como é feito o registro de acessos?

C2: Pela SME... e tenho uma senha para acompanhar... mas nenhum professor

fez uso desta ferramenta. Que pena!

Pesquisadora: Qual a finalidade do blog?

C2: Divulgar, socializar, possibilitar discussões, diálogo... afinar o olhares e os

discursos.

Pesquisadora: Alcançou a finalidade a que se propôs?

C2: Não!

Pesquisadora: Existiam datas limite para as produções que eram postadas?

C2: Sim... claro! Tudo muito organizado, orientado e aplicado!

Pesquisadora: Como foi/está sendo a participação dos professores no blog?

C2: Não houve!

Pesquisadora: Como é registrada a participação dos professores que acessam

o blog?

C2: Por meio de e-mails e/ou participação em chats de discussão.

Pesquisadora: Há/houve algum espaço interativo, como uma sala de bate papo

na qual virtualmente os professores possam trocar ideias com o coordenador ou

mesmo com outros professores?

C2: Sim...

Pesquisadores: Os professores sugerem mudanças? Por exemplo? Como essas

sugestões são apresentadas, como se toma conhecimento delas? De qual maneira?

C2: No blog não!

Pesquisadora: Alguma crítica ou sugestão foi considerada durante o

processo? Você pode citá-la?

C2: Adequamos a matriz de ciências a pedido dos professores que decidiram

reorganizar os conteúdos... ordem apenas...

Page 49: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

50

Ainda que a elaboração do blog tenha sido uma tentativa de facilitar o acesso ao

processo de revisão do currículo escolar e a materiais elaborados e objetivando propiciar

maior alcance da participação dos docentes, isso não aconteceu. Embora essa tecnologia

já faça do cotidiano de professores e alunos, quer seja fora ou dentro do espaço escolar

alguns educadores podem ser considerados analfabetos digitais, pois, apesar de estarem

engajados em práticas sociais de uso de instrumentos como, por exemplo, o relógio

digital, o microondas, o caixa eletrônico dos bancos, ainda têm alguma dificuldade e

diante da dificuldade desenvolvem resistência em aprender com o computador e a

internet ou, quando já estão familiarizados com estes recursos, compreendendo diversas

de suas funções e possibilidades de utilização, não estão ainda seguros para fazer isso

sozinhos.

Ficam registradas algumas dúvidas acerca dessa renúncia em participar: O blog

elaborado foi divulgado? Todos os professores se cadastraram e receberam senha para

acessar? Tiveram conhecimento de que todo o processo de revisão estaria

disponibilizado em um blog aberto a sugestões? A equipe escolar das escolas que não

tiveram professores participantes nos GTs estava acompanhando o processo de revisão e

incentivando a participação dos professores? Todas essas são hipéteses da pesquisadora

uma vez que não houve tempo hábil para saná-las.

Em outro trecho selecionado um dos coordenadores relata que também teve

dificuldades com o acesso ao programa.

C1: (...) Eu acredito que não tenha esse movimento lá dentro do educline porque

os professores já tem uma certa dificuldade né e o próprio programa tanto que agora

eu preciso entrar e não to conseguindo também.

Esta resposta evidencia que o programa que dava acesso aos materiais

produzidos e de acompanhamento do processo de revisão apresentava problemas e às

vezes impedia o acesso. Aliado isso à resistência ou má formação que os professores

talvez apresentem, pode ter influenciado na falta de participação no blog.

Pesquisadora: Se houve mudanças no documento do município a partir do

GT? Quais você pode citar?

C2: A matriz foi revista na íntegra e produzimos um texto orientando a

metodologia de trabalho adequada para estas turmas.

Pesquisadora: Houve algum movimento de participação nas escolas, como

retorno para modificar o documento preliminar? Quais mudanças?

Page 50: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

51

C2: Houve dois encontros para participação em massa... o GT apresentou as

sugestões e todos os docentes puderam sugerir complementações ou alterações.

Pesquisadora: Alguma crítica ou sugestão foi considerada durante o

processo? Você pode citá-la?

C2: Adequamos a matriz de ciências a pedido dos professores que decidiram

reorganizar os conteúdos... ordem apenas...

Pesquisadora: Desde qual data a nova matriz está sendo utilizada? Está pronta

ou é um material preliminar? Quando e como isso foi decidido (votação, assembleia)

está registrado em ata? Houve avaliação posterior ao processo de reconstrução ou há

planos para tal?

C2: A última informação que tenho, pois estou de licença (...), é que a versão

era preliminar e que durante o ano de 2013 os professores deveriam anotar seus

pareceres para uma nova revisão e final neste ano para publicação oficial no formato

livro!

C1: (...) No inicio de 2013 teve algumas, nós fizemos algumas formações bem no

inicio do ano ai até lá eles pontuaram algumas questões assim algumas satisfações e

outras insatisfações também né? E foi pontuada lá, então já ficou meio que definido lá

como é que seria, que ano passado seria um ano assim pra eles colocarem em prática

essa nova forma da matriz de conteúdos e habilidades. Aí por conta disso eles fizeram e

depois ficou assim, porque, na verdade ano passado ficou na aplicação pra ver os

problemas, os possíveis problemas que tivessem, entedesse?

Foi confirmada pelos dois coordenadores que a matriz ainda é uma versão

preliminar, ou seja, não é a versão definitiva e que há possibilidades de mais revisões

posteriores a sua aplicação durante o ano de 2013 para possível identificação de

fragilidades.

Pesquisadora: Há continuidade deste trabalho, está em andamento? Quais os

próximos encaminhamentos?

C1: Depois do processo de construção não... não teve...vai ter mas não teve, teve

no de avaliação né?Agora tá se estudando é como eu te dizendo........ pra se reunir o

grupo de novo o grupo de avaliação, o GT de avaliação com o GT de alfabetização

aí vai ter algumas coisinhas ou outras que vão mudar né? Não agradou todo mundo

porque nem Cristo agrada mesmo né? Mas assim foram colocadas no papel algumas

questões, assim, alguma falta de entendimennto até sobre os próprios conceitos que

estão ali dentro né? Mas ainda não teve, teve toda a mudança no ano de 2012, né?.

Page 51: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

52

De acordo com esse trecho há outro GT discutindo a avaliação e possivelmente

os GTs de avaliação e alfabetização (bloco que compreende 1º ao 3º ano) estarão se

reunindo para mudanças necessárias como a falta de entendimento dos conceitos

presentes. Essa dificuldade foi apontada pelos professores entrevistados como sendo um

dos desafios enfrentados por eles e que procuravam solucioná-los por conta própria,

buscando ajuda com os especialistas, colegas, consulta ao dicionário e pesquisa na

internet.

4.1.2.2.1 O que dizem os professores sobre sua participação na revisão da matriz

currícular

O que se percebe ao longo do estudo analisando as entrevistas com os

professores é a falta de engajamento dos profissionais mesmo se percebendo como

agentes de organização e decisão curricular. De acordo com Vasconcellos (2003), a

ação do sujeito depende do querer e do poder. Ao que tudo indica a possibilidade de

participar tem avançado enquanto o professor parece indiferente a essa possibilidade.

Vasconcellos afirma (2003, p. 49) que, “tem de haver uma tomada de posição, e sendo

uma sociedade excludente, um compromisso com a transformação”.

Pesquisadora: (nº 30) Você se identifica como alguém que pode participar na

organização e decisão do currículo escolar que será trabalhado?

Apesar de ser uma pergunta fechada, este professor escreveu a seguinte frase:

P27, efet - (sim) Fazemos parte da escola.

A frase só reforça o que foi escrito acima, os professores sabem que podem

participar na organização e decisão do currículo escolar que será trabalhado.

Quadro 05: Representativo da questão nº 30: Você se identifica como alguém que

pode participar na organização e decisão do currículo escolar que será

trabalhado?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 48 80%

Não 5 8,3%

Não respondeu 7 11,6%

TOTAL 60 99,9%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Page 52: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

53

A maioria dos professores entrevistados, ou seja, quarenta e oito professores se

identificam como alguém que pode participar na organização e decisão do currículo

escolar que será trabalhado. Entretanto, forma poucos os professores que decidiram

participar do processo de revisão da matriz curricular do município. Assim, concorda-se

com Vasconcellos (1999) ao constatar que há uma falta de clareza do professor com

relação ao seu trabalho, responsável, em parte, pela sua não atuação mais efetiva na

mudança da realidade educacional ou mais geral e que a falta de lucidez vem da

situação de alienação em que se encontra o educador. Alienação entendida como estado

no qual as pessoas estranham a si mesmas e ao mundo que as rodeia a ponto de não

intervirem na sua organização sem saberem justificar os motivos de sua ação, tornando-

o objeto de manipulação de interesses de minorias dominantes. (VASCONCELLOS,

1999).

Pesquisadora: (nº 23) Como tem sido a elaboração do currículo escolar da

escola que você leciona?

Mais da metade dos entrevistados não respondeu a essa pergunta, num total de

60% do total.

Apesar de mais da metade dos professores entrevistados se reconhecer como um

potencial participante da organização e decisão a forma como o currículo escolar é

encaminhado demonstra uma centralização. Resultado do legado de uma tradição não

democrática, que, além disso, tem sido fortemente centralizadora, e o escasso exercício

poder do professorado na regulação dos sistemas educativos, sua própria falta de

formação para fazê-lo, fizeram com que as decisões básicas sobre o currículo sejam da

competência da burocracia administrativa. (Sacristán, 1998, p. 34)

Diante disso este grupo acaba ficando a meio caminho para concluir que a

participação na elaboração do currículo escolar da escola que leciona não é necessária.

P10, act - O currículo vem pronto./ P42, act - Foi montado pela Secretaria da

Educação e se fez o currículo escolar e repassaram para as escolas./ P30, efet –

Fragmentado./ P39, act - Não sei. Quando participo é sempre de apenas parte dele./ P52,

act - Não tenho conhecimento.

Abaixo, alguns entrevistados citam que a elaboração se dá através de reuniões e

estão presentes professores e especialistas da rede municipal de ensino, mas observou-se

que faltou citar quais especialistas, se são os imediatamente ligados à escola

(supervisores, orientadores, administradores, secretário e diretor) ou também participam

outros especialistas que estão ligados indiretamente às escolas, como por exemplo,

Page 53: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

54

profissionais que atendem alunos da rede regular de ensino em horários contrários ao de

aula em associações como a (humanity)13

, por meio de programas como o Programa de

Atendimento Educacional – PAE (Programa que oferece os serviços de Pedagogia em

Educação Especial. Serviço de Atendimento Educacional Especializado – SAEDE e

Serviço de Psicologia Educacional), e que podem participar na troca de experiência e

uma outra prespectiva sobre o aprendizado dos alunos.

Para Giroux (1986), afastar o professor da participação relegando a ele a

condição de mediador entre o currículo escolar e os alunos, currículo escolar que foi

decidido por diferentes grupos de especialistas acentua a mensagem que caracteriza a

divisão: “não pense, apenas siga as regras”. (Giroux, p. 100).

Não participar das decisões referentes ao currículo escolar, além de limitar a

autonomia dos professores também promove a divisão entre o trabalho mental e manual.

P6, act - Por equipe de professores e especialistas da rede./ P58, efet - Reuniões

com professores.

E os outros envolvidos na elaboração do currículo escolar onde estão? Indagou-

se onde estão os outros envolvidos na elaboração do currículo escolar, Afinal é um

processo que envolve não só professores, mas todos os que fazem parte da comunidade

escolar.

No extrato abaixo, o entrevistado acredita que a Secretaria de Educação formou

os grupos encarregados pela elaboração do currículo escolar da escola que leciona.

Evidencia a falta de conhecimento sobre a questão.

P31, efet – Foi montado grupos pela Secretaria de Educação e repassado para as

escolas.

Abaixo é possível entender como tudo aconteceu, através de trechos

selecionados de entrevista com os coordenadores dos GTs:

Pesquisadora: Como foi feita a divulgação para contar com a participação dos

professores? Por quem? Que maneira o convite foi feito?

C2: O convite foi amplo e realizado por intermédio dos gestores escolares.

13

Associação educacional para o desenvolvimento do potencial humano de Santa Catarina - Humanity

(Área de atuação: Atendimento educacional e terapeutico a pessoas com lesão cerebral e/ou autismo). A

maioria parceira da entidade é a Prefeitura Municipal de Itajaí, e com a Fundação Catarinense de

Educação Especial. A Associação Educacional Humanity têm capacidade para atender até 35 pessoas

autistas e/ou portadores de lesão cerebral. E-mail: [email protected]/ Site:

www.humanity.org.br

Page 54: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

55

C1: (...) Algumas escolas não passou pro professor (...) foi esse impasse dos

professores eu até me lembro bem assim que ainda na época eu falei mas foi pra escola

porque pra aqui veio né e nós levamos um numero bem grande de profissionais pra ser

os GTs assim né mas só que teve algumas escolas que realmente não avisaram essa

falha eu acho que ficou a nível de escola porque a secretaria mandou o recado pra

todas e algumas acredito eu por alguma conveniência sei lá...ah... eu soube por fulano

eu soube por sicrano... não soube pela escola.....né?

Ao somar as informações: convite amplo, todas as escolas e conveniência pode-

se supor porque que nem todos foram informados. A Rede Municipal de Ensino de

Itajaí é composta por quarenta escolas de ensino fundamental. Os encontros (conforme

anexo, somaram aproximadamente sete encontros do GT Diretrizes da Alfabetização)

foram realizados em horário de aula. Assim, se os encontros aconteceriam todos em

horário de aula, seria necessário que outra pessoa (que também tem uma função na

escola, talvez outro professor ou administrador, secretário, enfim) assumisse a(s)

turma(s) do(s) professor(es) ausente(s). E, de acordo com C2 “Todos os professores da

Rede foram convidados e os interessados foram dispensados para participarem dos

encontros mensais e/ou quinzenais”. Não fica difícil entender porque nem todos

ficaram sabendo.

Mesmo diante de tudo o que foi apresentado algumas conquistas decorrentes do

processo de negociação podem assegurar a conquista de direitos que terá suporte,

sobretudo da unidade e da mobilização dos professores. Em nenhum momento, durante

o processo de coleta de dados, foi registrado pelos professores entrevistados ou

coordenadores, impedimentos por parte dos gestores ou da SME, ou de reinvindicações

e proposições por parte dos professores – acts ou efetivos, que ao ficar cientes do

convite, foram negados de participar.

Pesquisadora: Aqueles que resolveram participar depois do início das

atividades nos GTs tiveram a oportunidade? Se não, explique o motivo:

C2: Tiveram sim... alguns foram entrando conforme o interesse.

Apesar desse impasse com a divulgação, um dos coordenadores afirma que

mesmo para quem soube por outras fontes (professores de outras escolas que receberam

o convite, supervisores, enfim) e mesmo com o GT em andamento foi possível aos

interessados fazer parte dos GTs.

Page 55: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

56

Pesquisadora: Como foi a adesão dos professores ao GT?

C2: Poderia ter sido bem maior... a nossa classe reclama que não há discussão e

quando isso acontece não participa! Uma pena!

Entendeu-se como momento ímpar essa preocupação da Secretaria Municipal de

Educação em fornecer um espaço aos docentes, para discussões de seus fazeres

pedagógicos. Tendo em vista que esses encontros possibilitam trocas de ideias,

exposição de muitos dos anseios que permeiam a vida escolar, compreendemos que o

não aproveitamento dos professores, seja por quais forem os motivos, foi um fato

lamentável.

Pesquisadora: (nº 35) Quem participa da definição do currículo escolar do seu

município?

Trinta e um professores não responderam a essa questão, ou seja, 51, 6%, mais

da metade abstiveram – se de respondê-la.

As respostas selecionadas abaixo apontam que a definição do currículo escolar

do município se dá pela Secretaria Municipal de Educação ora exclusivamente, ora

aliada aos professores e especialistas. De acordo com Sacristán (1998, p. 110) “O

primeiro nível de definição do currículo nos sistemas educativos minimamente

organizados parte da instância político-administrativa que o ordena”.

“A administração pode e deve regular o sistema curricular enquanto é um

elemento de política educativa que ordena o sistema curricular, facilitando os meios

para que se faça um desenvolvimento técnico-pedagógico adequado do mesmo, mas não

propondo o modelo definitivo”. (Sacristán, 1998, p. 115)

P28, efet - S.M.E./ P22, efet - SME e escola./ P26, efet - SME e alguns grupos de

estudo./ P41, act – SME, Professores, Especialistas.

Nesta seleção estes professores responderam que quem participa da definição do

currículo escolar do município são os professores e ainda.... e não incluem a presença da

Secretaria Municipal de Educação...

P29, efet - Alguns professores./ P14, act - Supervisores, diretores, professores,

orientadores.

A resposta abaixo aponta os alunos e a comunidade como participantes da

definição do currículo escolar do município. Mas há espaços para negociação em outras

instâncias, por exemplo: na escola, na classe.

P21, efet – Todos, professores, alunos, comunidade.

Page 56: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

57

Para Sacristán (1998, p. 145):

A participação possível dos alunos, pais ou outros agentes sociais reside nos

órgãos de direção das escolas, e aquelas instâncias informais de negociação

na própria escola e em cada classe em particular. Essas instâncias de determinação escolar do currículo atuam com desigual poder de influência

real e de ordenação explícita sobre diferentes âmbitos do currículo: os

conteúdos, a metodologia, a avaliação, a organização e a inovação. A

capacidade de intervenção de cada um dos níveis ou instâncias de decisão em

todos esses aspectos no dá uma radiografia sobre a distribuição de

competências e poderes moduladores do currículo como projeto, como

prática e como resultados de aprendizagem.

Com base em Sacristán, se consegue estabelecer um elo entre as

responsabilidades de cada membro da comunidade escolar, pois cada sujeito possui suas

atribuições, concorrendo todos para um objetivo único, ou seja, a formação do sujeito

aprendiz. E, constatou-se que o sujeito P21 denota essa visão integral, qual seja, a visão

de que todos são responsáveis membros ativos, dentro de uma comunidade escolar,

embora concorram em instâncias decisórias diferentes.

Logo abaixo, percebeu-se, pela resposta do sujeito P51, que a oportunidade dada

pela Secretaria Municipal de Educação em disponibilizar um espaço on-line para as

discussões dos grupos foi confundida, pelo referido informante, com momentos

presenciais utilizados pelos docentes no intuito de elaborarem o currículo para as séries

iniciais. Isso denota a desinformação que ainda persiste em fazer-se presente em um

número significativo de membros da comunidade escolar.

P51, act - Grupos de estudos on-line.

Os coordenadores, os relatores e os membros dos GTs se reuniam em encontros

presenciais e o material produzido então era postado via blog (por meio do qual se dava

a socialização e sugestões, havia a possibilidade de participação também por meio de e-

mails e/ou participação em chats de discussão).

Abaixo, averiguou-se o alienamento de alguns docentes em relação aos seus

processos de profissionalização e aos seus fazeres pedagógicos .

P52, act - Não tenho conhecimento./ P54, act - Não sei.

No entanto, constatou-se que a escassa participação dos professores tem em

parte uma explicação, conforme esses trechos selecionados a seguir.

C1: (...) teve algumas escolas que realmente não avisaram essa falha eu acho

que ficou a nível de escola porque a secretaria mandou o recado pra todas e algumas

Page 57: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

58

acredito eu por alguma conveniência sei lá... (...) ah... eu soube por fulano eu soube por

siclano... não soube pela escola.

C2: O convite foi amplo e realizado por intermédio dos gestores escolares.

Na resposta abaixo selecionada o professor demonstra interesse em participar.

P39, act - Não sei. Já me disponibilizei algumas vezes, porém nunca fui

convidada.

Mesmo havendo um desencontro de informações para participação dos

professores nos Gts, segundo um dos coordenadores a entrada não foi impedida de

imediato, aqueles que resolveram participar depois do início das atividades nos GTs

tiveram a oportunidade.

C2: Alguns foram entrando conforme o interesse. (...) Poderia ter sido bem

maior... a nossa classe reclama que não há discussão e quando isso acontece não

participa! Uma pena!

Esse tipo de comportamento, hábito ou mentalidade dentro do sistema educativo

foi moldado a partir de uma tradição de intervencionismo burocrático na administração,

sobretudo no sistema escolar sobre os professores. Há quem não sinta necessidade de

propor o debate social e cultural que esta importante decisão merece, e desenvolve a

crença em muitos professores, de que essas decisões são próprias da burocracia e não da

sociedade civil, nem das coletividades profissionais. (Sacristán, 1998).

Pesquisadora: (nº 18) Como é decidido o currículo escolar da série/ano onde

você trabalha?

Trinta e quatro professores responderam e vinte e seis não responderam.

P7, act - Em reuniões (quando somos convidados a participar act’s)./ P34, efet -

Encontros, paradas pedagógicas.

Se considerarmos que essas paradas acontecem a cada bimestre, esse momento

se limita a quatro encontros, aproximadamente, para participação e decisão, conversas e

trocas de experiências. Inferiu-se que esse sujeito percebe que somente nesses

momentos os docentes podem usufruir do contato com os demais colegas, restringindo,

significativamente, reflexões sobre suas ações, e que essas sejam transmitidas e

discutidas e reformuladas e comunicadas a outros companheiros ausentes.

P10, act - Recebo já pronto./ P32, efet - Vem da Secretaria da Educação.

Muito embora os sujeitos P10, P32 tenham respondido que já recebem o

currículo pronto, percebe-se, por meio de uma leitura mais crítica desses fragmentos de

fala, que esses informantes não sinalizam que ainda há espaço para tomada de decisões,

Page 58: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

59

como, por exemplo, na escolha das atividades escolares, na aplicabilidade de uma

metodologia adequada aos objetivos propostos. Sendo assim, é pertinente indagarmos se

esses sujeitos não desejam refletir sobre esse currículo oferecido, aceitando-o de forma

passiva, ou se, por acomodação, preferem não modificá-lo em nada, uma vez que não se

sentem capazes de implementarem, através de suas práticas, mudanças consistentes e

coerentes com a realidade em que estão inseridos.

P27, efet - Foi organizado em 2012 pela equipe de professores de cada série.

O sujeito P27 mostra-se equivocado ao responder ao questionamento da

pesquisadora, porque apesar das reuniões para o processo de revisão do currículo

escolar terem ocorrido no início do ano de 2012, a adesão dos professores não foi tão

maciça como evidencia a sua resposta, pois faziam parte do GT de 4º e 5º ano três

supervisores na função de coordenadores do GT, uma professora na função de Relatora

e duas supervisoras mais oito professores como membros do GT.

P30, efet - O currículo formal está pronto, podemos decidir como utilizá-lo o

oculto é onde se pode realmente fazer a diferença através das nossas escolhas.

Este professor entende que no currículo formal não há espaço para alterações e

reconhece a existência de um currículo paralelo a ele que permite escolhas, reconhecido

como oculto.

[...] atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e

pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo oculto, assim,

rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos, modos de

organizar o espaço escolar e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos (as)

professores (as) e nos livros didáticos. São exemplos de currículo oculto: a

forma como a escola incentiva a criança a chamar a professora (tia, Fulana,

Professora etc); a maneira como arrumamos as carteiras na sala de aula (em

círculo ou alinhadas); as visões de família que ainda se encontram em certos

livros didáticos (restritas ou não à família tradicional de classe média).

(MOREIRA, CANDAU, 2007, p.18-19)

Como pudemos entender pela fala de Moreira e Candau (2007), muitos aspectos

são relevantes no contexto sala de aula, como por exemplo, a organização do espaço

escolar, pois o lugar onde o sujeito senta configura sua posição nesse ambiente. Muitas

vezes os rótulos dos alunos surgem desses posicionamentos de classe, que, por sua vez,

vão “sugerindo” quem são os mais “espertos”, os mais “inteligentes”, os mais

“silenciosos”, os mais “participativos” e assim por diante.

P40, act - Não sei responder, porque como sou ACT nunca estou em uma escola

só.

Page 59: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

60

Nesse fragmento de fala do sujeito P40 observamos o seu desabafo, evocando a

instabilidade dos professores, uma vez que são contratados e não efetivos, fato que,

segundo ele, dificulta suas participações nos processos de discussões e tomadas de

decisões.

P47, efet - Em grupo e na maioria das vezes há pouca mudança.

Este professor cita que o currículo escolar da escola na qual trabalha é realizada

em grupo, mas não especifica quem são os integrantes desse grupo. Sua resposta nos

remete a dois entendimentos: há pouca mudança porque não há necessidade para

maiores mudanças ou há espaço para alterações que não são feitas.

P51, act - Estamos sempre fazendo, grupos de estudos, e estamos refletindo e

reformulando o P.P.P.

Constatamos na fala de P51 como esse sujeito tem consciência da necessidade de

mudanças, pois nas relações escolares, nem tudo se realiza de acordo com o previsto.

Caso os professores constatem que seus planejamentos não estão dando certo, ou suas

metodologias estão inadequadas à realidade da sua clientela, podem sim rever suas

práticas, adequando-as e atualizando-as, visando sempre a aprendizagem dos seus

discentes. Cita sua participação em grupos de estudos, sinalizando que há espaço para

discussões sobre questões pedagógicas, bem como para a reformulação do PPP. Isso

denota o compromisso desse professor em fazer parte de um movimento de ação-

reflexão-ação, no intuito de aperfeiçoar seu fazer pedagógico.

Pesquisadora: (nº 26) Como se dá o processo de seleção e organização dos

conteúdos?

Dentre os sessenta entrevistados, trinta e quatro não responderam a essa questão.

Nenhum dos entrevistados descreveu ou citou maiores informações de como se

dá o processo de seleção e organização dos conteúdos, apenas citou em quais momentos e quem

faz, participa ou decide.

P2, act - Matriz de habilidades./P28, efet - Pela Secretaria Municipal de

Educação (SME).

Percebe-se, pelas respostas de P2 e P28 que ambos respondem de forma sucinta,

sem maiores reflexões, sobre seus modos de selecionar e organizar os conteúdos a

serem ministrados. Essas respostas levam a inferir que esses docentes se guiam apenas

pela matriz de habilidades, uma vez que é a Secretaria Municipal de Educação que

fornece esse material. Fica a indagação por qual razão isso acontece, será pelo

Page 60: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

61

comodismo desses professores, ou pela satisfação que estes sentem na utilização dessa

matriz fornecida pela SME?

Na matriz citada por P2 constam os conteúdos, as habilidades, e os

procedimentos metodológicos, distribuídos em quatro bimestres, por componentes

curriculares e destinado a cada turma (matriz para 1º ano, matriz para 2º ano e assim por

diante). Mas o currículo escolar não é composto apenas de conteúdos, habilidades e

procedimentos metodológicos.

P10, act - Nos momentos de planejamento./ P29, efet - Por série/ano com os

professores relacionados./ P40, act - Por disciplina.

Os três entrevistados acima apontam para três maneiras diferentes de como se dá

o processo de seleção e organização dos conteúdos. As respostas suscitaram algumas

dúvidas como, por exemplo: Os professores dos anos iniciais se reúnem para

compartilhar as decisões ou a decisão fica restrita a cada grupo que se reuniu por turma?

Há participação de professores das outras áreas de conhecimento? Quem orienta esse

processo de seleção e organização dos conteúdos? Há comunicação com professores de

outras escolas?

P27, efet – Em 2012 tivemos um encontro com os professores para discutirmos

esta organização.

Nesse fragmento de fala de P27 percebemos que, talvez pelo fato de ter citado o

ano de 2012, esse sujeito demonstra não ser recorrente encontros com os professores na

realização da organização de conteúdos. Mais uma vez atenta-se para a falta de

informações mais pontuais em relação a periodicidade desses encontros, pois acredita-se

que não supram as necessidades e anseios do corpo docente.

P56, efet - Através dos Grupos de Trabalho, porém a posição final é da SME.

O sujeito P56 demonstra que tem conhecimento da existência dos GTs e que o

processo de seleção e organização dos conteúdos está se fazendo por intermédio deles,

mas afirma que a decisão é da SME. Quanto à composição curricular a legislação

educacional brasileira, contempla dois eixos: uma Base Nacional Comum e uma Parte

Diversificada do currículo, o segundo eixo é o espaço para que sejam realizadas

escolhas para que esse currículo se aproxime mais do cotidiano dos educandos. Mesmo

que a decisão seja da SME esse espaço existe e pode ser complementado e/ou

melhorado pelos professores.

P30, efet - Prioridade aqueles que mais relevantes, outros servem como pré-

texto.

Page 61: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

62

Interessante a maneira como o docente P30 discorre em relação aos conteúdos,

pois para ele podem ser classificados em relevantes e em conteúdos que servem como

pretexto para trabalhar temáticas mais oportunas. Observou-se que o informante não cita

qual o critério que utilizou para classificar um conteúdo como relevante e como pretexto

e qual o papel que desempenha cada conteúdo assim denominado.

P39, act - Acredito que é elaborado por pessoas que não conhecem a realidade

de uma sala de aula.

Essa fala de P39 demonstra que a seleção dos conteúdos não é feita por ele e que

quem a faz desconhece a realidade de uma sala de aula. Presume-se que, para esse

informante, pelo fato desses conteúdos terem sido elaborados por outrem, estão em

desacordo com o contexto da comunidade escolar.

P42, act - Conforme o andamento da turma na aprendizagem.

Conforme resposta de P42, constata-se que ele seleciona seus conteúdos

embasando-se no ritmo de aprendizagem da turma, para isso talvez faça um

acompanhamento, por meio de uma avaliação diagnóstica. Essa resposta evidenciou a

preocupação desse professor em considerar que a aprendizagem discente perpassa por

escolhas de conteúdos pautadas em objetivos que respeitem o perfil dos sujeitos

envolvidos no processo educacional.

P52, act - Tento trabalhar interdisciplinar.

Neste trecho o entrevistado expõe sua tentativa de trabalhar interdisplinarmente,

como uma forma de superar a fragmentação entre as disciplinas, ou seja, estabelecer um

diálogo entre duas ou mais disciplinas. A interdisciplinaridade oferece uma nova

postura diante do conhecimento que busca romper a descontextualização e com os

limites das disciplinas, visando a construção de um conhecimento globalizante. O fato

de ter citado que tenta trabalhar interdisciplinar demonstra que não é fácil ou que nem

sempre consegue.

Pesquisadora: (nº 36) Qual a sua participação na definição do currículo

escolar para a escola que você trabalha?

Dentre, os sessenta entrevistados, trinta e cinco não responderam a essa questão.

Segundo Sacristán (1998, p. 31) “A atuação profissional dos professores está

condicionada pelo papel que lhes é atribuído no desenvolvimento do currículo”.

Percebe-se pelos estratos seleciondos abaixo que os professores participaram na

definição do currículo escolar para a escola em que trabalham em diferentes momentos.

Na escolha dos conteúdos que serão trabalhados:

Page 62: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

63

P57, efet - A escolha dos conteúdos a serem trabalhados, junto aos colegas.

Na realização da prática:

P6, act - Através da ação pedagógica.

Mesmo que o professor não participe na definição do currículo escolar na escola

que trabalha, tem seu poder de participação na aplicação, ou seja, durante a ação

pedagógica irá selecionar, decidir o que será feito, ensinado, como será feito, que

estratégias utilizarão para garantir a aprendizagem, tempo destinado e os espaços

utilizados, enfim. Sua participação se dará em outra esfera, de outra forma, ou seja,

através de um currículo em ação, moldado no intuito de facilitar a sua prática. Muitas

vezes, o docente não tem consciência de como é sua participação, mas isso não a torna

menos importante, efetiva. Alguns não reconhecem que na prática participam como

definidores do currículo, como podemos ver abaixo.

P26, efet – Nenhuma./ P31, efet - Não temos acesso./ P40, act - Nenhuma por ser

ACT./ P54, act - Ainda não sei.

Abaixo, observou-se que o sujeito P28 tem uma visão muito restrita sobre

currículo, pois, para ele, o momento de sua participação se resume ao início do ano.

Percebemos um equívoco na visão deste sujeito, uma vez que o currículo é um

documento que passa por diversas modificações, ou deveria passar, durante todo o ano,

o que implicaria mais partipações em diferentes momentos. Ficou evidenciado que esse

professor não está identificando o seu fazer diário, pois talvez ainda esteja associando

somente a momentos que trata de conteúdos e habilidades.

P28, efet - Ajuda a aprovar no início do ano as modificações./ P51, act - Estou há

cinco anos e sempre participo no início do ano./ P55, act - Em reuniões pedagógicas.

4.1.2.2.2 Matriz curricular: Algumas considerações sobre o currículo por competência

Pôde-se observar que enquanto a matriz curricular referente aos três primeiros

anos do ensino fundamental sofreu pouca alteração, a matriz de quarto e quinto anos

apresentam alterações significativas, quando comparadas ao encarte do Instituto Ayrton

Senna (IAS)14

.

E pode ser confirmado através dos trechos selecionados.

Pesquisadora: Se houve mudanças no documento do município a partir do

14 Seleção da Matriz de Língua Portuguesa para o 2º ano do ensino fundamental e Matriz de Matemática

para o 4º ano do ensino fundamental. Foi realizada a seleção de uma parte da matriz e assim poder

compará-la a matriz do IAS . Consta no Anexo A.

Page 63: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

64

GT? Quais você pode citar?

C1: (...) Agora a matriz de conteúdos e habilidades foi transformada em

trimestral quando eu falei pra ti que não teve mudança não teve mudança em questão

de conteúdo e habilidade tá, não teve, mas ela passou a ser trimestral, essa foi a

mudança. Os mesmos conteúdos que antes era bimestrais era quatro bimestres, ele se

transformou em três trimestres. Então, nesse sentido do tempo mudou, não mudou o

sentido da habilidade e conteúdo.

C2: A matriz foi revista na íntegra e produzimos um texto orientando a

metodologia de trabalho adequada para estas turmas15

.

Pesquisadora: Alguma crítica ou sugestão foi considerada durante o

processo? Você pode citá-la?

C2: Adequamos a matriz de ciências a pedido dos professores que decidiram

reorganizar os conteúdos... ordem apenas...

Pesquisadora: O que foi modificado? Quais foram as mudanças

significativas? Quais alterações?

C2: Bom... neste caso convido-lhe a realizar um comparativo pois foram

muitas...muitas mesmo...há matrizes que foram 100% reorganizadas e suas habilidades

agrupadas e reescritas. Boa leitura!

Amparada nos relatos é possível visualizar como cada matriz se apresenta após

sua revisão.

A matriz está organizada por habilidades (um conjunto de habilidades

adquiridas caracteriza a competência), conteúdos e mais recente incluiu-se

procedimentos metodológicos, segue o formato da matriz de habilidades do IAS.

A noção de competência foi introduzida no Brasil em suas reformas

educacionais conduzidas a partir da década de noventa, repetindo a tendência mundial.

Foi apenas com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), aprovados em

1997 em complementação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996 (Lei

Federal 9.394), que foram positivadas oficialmente as prerrogativas para o

desenvolvimento de competências no sistema de ensino brasileiro. Começou com o

Plano Decenal de Educação (BRASIL, 1993). O texto do Plano expressa o

comprometimento brasileiro em ensinar por competências. Com a aprovação da nova

LDB, em 1996, a reforma educacional realmente se consolidou sob a forma de lei,

15 Todo material produzido ou utilizado pelos GTs estão disponíveis no Educline (intranet da SME).

Page 64: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

65

reforçando a necessidade de se propiciar a todos a formação básica comum e de

qualidade, o que pressupunha a formulação de um conjunto de diretrizes capazes de

orientar um conteúdo curricular mínimo. Essa tarefa ficou a cargo dos PCN (BRASIL,

1997/1998). Embora a nova LDB lançasse as bases iniciais para a disseminação do

conceito, são os Parâmetros Curriculares os primeiros a nos dar uma imagem sobre

como as competências de fato foram introduzidas no sistema educacional brasileiro,

respondendo às demandas anunciadas pelo Plano Decenal de Educação, ainda que não

definissem exatamente o que se entendia pelo termo. (BORGES, 2009).

Não basta visar à capacitação dos estudantes para futuras habilitações em

termos das especializações tradicionais, mas antes trata-se de ter em vista a

formação dos estudantes em termos de sua capacitação para a aquisição e o

desenvolvimento de novas competências, em função de novos saberes que se

produzem e demandam um novo tipo de profissional, preparado para poder

lidar com novas tecnologias e linguagens, capaz de responder a novos ritmos

e processos. Essas novas relações entre conhecimento e trabalho exigem capacidade de iniciativa e inovação e, mais do que nunca, “aprender a

aprender”. Isso coloca novas demandas para a escola. A educação básica tem

assim a função de garantir condições para que o aluno construa instrumentos

que o capacitem para um processo de educação permanente (BRASIL, PCN,

1997, p. 28).

O conceito na educação brasileira surge fortemente vinculado à educação

voltada para o trabalho, ainda que seu acesso tenha sido a Educação Básica.

O conceito utilizado pelo IAS e adotado pelo município pesquisado é o conceito

proposto por Perrenoud (em seu livro Construir as Competências desde a escola 2000,

presente em material elaborado no GT de Alfabetização)

A competência se faz presente quando a pessoa é capaz de mobilizar suas

habilidades (saber fazer), seus conhecimentos (saber) e suas atitudes (saber

ser) para resolver situação-problema com criatividade e eficácia. Habilidade

está relacionada ao saber fazer. São consideradas habilidades quando o

indivíduo é capaz de classificar, montar, calcular, ler, observar, interpretar,

entre outras.

Na visão brasileira, construir um currículo por competências não pressupõe

abandonar a transmissão de conhecimentos nem a construção de novos. “Ao contrário,

esses processos são indissociáveis na construção dessas competências” (BERGER,

1998, p. 3). Tal postura resolve um dilema muito presente nas discussões internacionais

sobre competências que um currículo definido em termos de competências não se

divorcia dos conteúdos, mas sim encontra seu fundamento ao entender as competências

como o conhecimento em ação (BORGES, 2009). Em outras palavras, se, por um lado,

Page 65: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

66

ter acesso aos saberes, comumente associado a uma cultura geral, não é suficiente para

colocá-los em prática, por outro, tampouco é possível desenvolver competências sem

valer-se de conteúdos os quais mobilizar e transformar em ação.

Pouco tempo se passou desde a incorporação do termo pela primeira vez nos

documentos e discursos oficiais à sua efetiva transformação em referência para a prática

docente. A partir de então, rapidamente as competências foram tomadas como

orientadoras do currículo da Educação Básica e da formação de professores. Tempo

talvez insuficiente para que uma discussão conjunta entre os formuladores de políticas e

os responsáveis pelo dia-a-dia da implementação dessas medidas para que, esse termo,

pudesse ter lugar de maneira eficiente e, ao mesmo tempo, insuficiente para a avaliação,

quanto às implicações do uso do conceito no Brasil; ainda mais para a apropriação por

parte de todos os agentes educativos do novo termo que se anunciava como o carro-

chefe das práticas educativas que se desdobrariam a partir de então (BORGES, 2009).

Conforme pondera Moretti,

Ainda hoje, não é raro encontrarmos em uma mesma escola professores com

concepções muito diversas de competência ou mesmo, o que também não é

incomum, profissionais que apenas tenham “ouvido falar” do conceito. [...]

Com essa dificuldade em vista, alguns pesquisadores têm se preocupado em definir esse conceito, que tem sido objeto de muitas críticas uma vez que é

facilmente associado a políticas educacionais vinculadas ao apoio financeiro

de organismos internacionais (MORETTI, 2007, p. 54).

Talvez em decorrência da maneira pela qual o conceito foi introduzido no

cotidiano do sistema educacional brasileiro é ainda as associado com as demandas

mercadológicas e de formação profissional. Do ponto de vista prático, o que se

evidenciou com freqüência foi uma readaptação superficial dos modelos para a

abordagem baseada em competências, sem uma alteração substancial das metodologias

e posturas adotadas. (BORGES, 2009).

Finalizando as discussões desse eixo, percebeu-se que existem diferentes

posicionamentos entre os professores, no que tange ao modo de conceberem o currículo.

Seja por meio de uma visão mais tradicional, seja por intermédio de um olhar mais

amplificado e questionador, o que ficou evidenciado é que muitos desses docentes

percebem sim seus papéis determinantes como sujeitos ativos no desenvolvimento

curricular, pois tem a consciência que é através do currículo em ação que o professor

põe em execução sua autonomia e “poder”, isto é, por meio das escolhas que lhe

compete nos âmbitos das atividades escolares, dos objetivos que deseja alcançar e

Page 66: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

67

metodologias desenvolvidas por ele em sala de aula. Sendo assim, concluiu-se, de

acordo com os conteúdos que emergiram das falas desses professores na entrevista, que

apesar dos encontros e desencontros de informações entre a SME, os gestores e os

docentes, no ato de revisão curricular dos anos iniciais do ensino fundamental do

município de Itajaí (SC), houve um espaço para que esses professores fossem ouvidos

nessa nova reorganização curricular, muito embora um número expressivo desses

docentes não tenha valorizado, com sua presença, esse momento tão significativo.

Como já foi discutido anteriormente, talvez essa participação docente tão tímida deva-se

ao fato de uma tradição burocrática e centralizadora, que, por muito tempo, impediu e

desconsiderou a participação docente em atos de elaboração curricular, participação,

essa, tão essencial e intransferível, uma vez que, no cotidiano escolar, é o próprio

docente que direciona esse currículo, através de “seu fazer pedagógico”.

4.1.3 Planejamento

Esse eixo pôde ser subdividido, uma vez que revelou diversos aspectos

relevantes concernentes ao planejamento, possibilitando-nos interpretá-los à luz de

referencial adequado à nossa proposta de trabalho.

Esse eixo contempla as seguintes temáticas: Seleção (de conteúdos e

recursos) e Desafios.

FIGURA 3 - Diagrama de representação do Eixo de Significância “Planejamento”.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

PLANEJAMENTO

SELEÇÃO DESAFIOS

Page 67: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

68

“Planejar é um ato de pensar sobre um possível e viável fazer.” Menegolla e

Sant’Anna (1993, p.17).

Para Gesser (2011, p. 23) “O planejamento, no seu sentido mais amplo, é

atividade inerente à vida do ser humano. É a forma que homens e mulheres têm

encontrado para prever, organizar e transformar suas ações na e para a humanidade”.

Trata-se do lado racional da ação. Planejar é uma atividade premeditada num

processo contínuo de tomada de decisão. Esta deliberação busca alcançar, da melhor

forma possível, alguns objetivos pré-definidos. A partir do planejamento é possível

perceber a realidade, avaliar e estruturar os caminhos adequados, construir um

referencial futuro e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina. Todos

nós planejamos nossas ações, algumas de maneira mais conscientes e estruturadas e,

outras nem tanto, mas sempre planejamos.

A sistematização do planejamento se dá fora do campo educacional, ligada ao

mundo da produção (Revolução Industrial) e à emergência da ciência da Administração,

no final do século XIX.

O planejamento surge como uma necessidade da economia capitalista, do

mercado, da indústria. Seus princípios básicos estão centrados numa

racionalidade tecnicista, na qual eficiência e produtividade são características

básicas dessa lógica reprodutivista, ou seja, desse modo de produção

capitalista. (GESSER, 2011, p. 14)

O planejamento escolar então surge como uma ferramenta usada pelo professor

para facilitar o seu trabalho e melhorar a qualidade do ensino? Segundo Corazza (1997,

p.109 “o aparecimento da escola em massa, como solução para necessidades práticas de

controle e regulação de uma nova categoria de análise e governo, isto é, a população”

Exigiu um dispositivo “para regular e normalizar a população infantil, dentro de uma

escola finalmente massiva, sem dúvida era necessário planejar suas ações, determinar

seus tempos e redistribuir seus espaços”. (Corazza, 1997, p. 110).

O planejamento de ensino pode se dar em diversos âmbitos, níveis, e para

diversas modalidades da educação. Pode-se afirmar que o planejamento no Brasil se dá

em três âmbitos: âmbito nacional - planejamento macro, relacionado às políticas

públicas e programas, leis e diretrizes, de caráter estrutural, governamental; âmbito

estadual - planejamento meso, baseado nas orientações produzidas no âmbito nacional)

e âmbito municipal - planejamento micro, com ênfase nas questões locais, tem como

Page 68: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

69

base as políticas e diretrizes produzidas no âmbito nacional e estadual. (GESSER,

2011).

4.1.3.1 Seleção

A elaboração de um plano passa por algumas etapas que se interpenetram: o

diagnóstico, os objetivos de aprendizagem, a seleção de conteúdos, as estratégias de

ensino, os instrumentos e critérios de recursos materiais e tecnológicos. (GESSER,

2011). Nesse subítem trataremos de duas seleções que são feitas pelos professores

entrevistados: seleção de conteúdos e seleção de recursos pedagógicos.

4.1.3.1.1 Seleção de conteúdos

Sem conteúdo não há ensino, ou seja, quando se ensina é para que alguém

aprenda algo. Os meios utilizados para isso (atividades, recursos, professores) tem

importância decisiva na construção da aprendizagem, nos resultados, mas seu valor é

alcançado em virtude do conteúdo comunicado. Sacristán (2000).

Pesquisadora: (nº 19) De onde você extrai os conteúdos a serem trabalhados?

Os entrevistados tinham seis opções de resposta: livro didático; avaliações

nacionais como a Prova Brasil e o Enem; matriz de habilidades e conteúdos; PCN; DCN

e espaço para acrescentar outras fontes. Alguns professores assinalaram mais de uma

opção ao mesmo tempo.

A matriz de habilidades e conteúdos é apontada como única fonte por 23,3% dos

professores. É citada, por 61,6% dos entrevistados, aliada a outra fonte tal como: livro

didático, avaliações nacionais, PCN, DCN e internet; ou aliada a várias fontes em

conjunto. Se considerarmos a utilização da matriz como fonte, ela é citada por 84,9%

dos professores entrevistados. Um total de 8,1% dos professores não citou o uso da

matriz, mas de outras fontes: livros, PCN e avaliações nacionais, em separado ou

aliados. E 60% das respostas citam o uso do livro didático com outras fontes.

Quadro 06: Representativo da questão nº 19: De onde você extrai os

conteúdos a serem trabalhados?

DESCRIÇÃO FREQUÊNCIA % Matriz 14 23,3%

Matriz e livro 08

Page 69: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

70

Matriz livro e avaliações (ex: PCN e Enem) 10 61,6%

Matriz, livro e internet 01

Matriz e avaliações (PCN e Enem) 02

Matriz, livro e PCN 03

Matriz e PCN 01

Matriz, livro, PCN e internet 01

Matriz, PCN, DCN 01

Matriz, livro didático, PCN e avaliações nacionais 01

Matriz, livro, avaliações nacionais e sites 01

Matriz, livro, avaliações, PCN, DCN, internet e pesquisa com

moradores 01

Matriz, livro, avaliações, DCN, busca em grupos de estudos e

computador 01

Matriz+ livro+avaliações+PCN+DCN 02

Matriz+ livros+ avaliações+ pesquisas diversas 01

Matriz+ livros+ avaliações+PCN+internet+ jogos,colegas 01

Assinalou todas as alternativas. 01

Assinalou tudo, troca com outros professores, internet 01

1Avaliações e PCN 01

6,6%

2Livro e avaliações 01

3livro 02

Não respondeu 05 8,3%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Ao professor recaem múltiplas exigências: tratar de diversos conteúdos e

atividades, a integrabilidade da aprendizagem pedagógica, cobrir em certa medida cada

uma das áreas das quais compõe o currículo e atender as peculiaridades dos alunos. De

algum modo recorre a fontes e recursos que possam pré-planejar sua atuação.

A debilidade da profissionalização dos professores e as condições nas quais

desenvolvem seu trabalho fazem com que os meios elaboradores do currículo sejam

como dispositivos intermediários, essenciais e indispensáveis no atual sistema escolar.

Esta é a função capital que os meios didáticos cumprem, mas, sobretudo os guias

didáticos e os livros-texto, que são os autênticos responsáveis da aproximação das

prescrições curriculares aos professores. (Sacristán, 1998, p. 149).

Pesquisadora: (nº 10) Você utiliza os documentos oficiais nacionais para

embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas?

Com base no quadro abaixo, a maioria dos entrevistados, a saber, quarenta e seis

professores respondeu que utiliza os documentos oficiais nacionais para embasar seus

Page 70: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

71

planejamentos e práticas pedagógicas. Mas em contrapartida ao juntar os oito

professores que não utilizam aos três que às vezes utilizam, teremos 11 professores,

18% dos que responderam estão atuando e não utilizam ou em parte os documentos que

contem orientações, referenciais e parâmetros da educação básica brasileira. De acordo

com outra resposta dada que será abordada na temática sobre os documentos oficiais,

mostra que a maioria desconhece quais os documentos oficiais nacionais, sendo que

26,6%% optaram por não responder e 21,6% negou ter conhecimento.

Quadro 07: Representativo da questão nº 10: Você utiliza os documentos

oficiais nacionais para embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 46 76,6%

Não 08 13,3%

Às vezes 03 5%

Não respondeu 03 5%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

A educação básica é orientada leis, políticas públicas, diretrizes, pareceres,

resoluções e documentos orientadores que estabelecem indicativos que possibilitam a

construção de uma prática pedagógica para a educação básica, neste caso nos anos

iniciais do ensino fundamental, como: o conteúdo, já que este indica os saberes

escolares; a metodologia, indicando os princípios de como o conteúdo será abordado; os

materiais, o espaço e o tempo, que determinam onde e em que momento essa prática

pedagógica será desenvolvida.

Entre as respostas selecionadas estão alguns mais antigos e outros que não são

documentos oficiais para a educação básica: “projetos de Mestrado”, “livros do Mec”,

“reportagens sobre alfabetização e infância”, “Lei orgânica”, “decretos Mec”,

“diretrizes (tenho o antigo de Santa Catarina)”.

Pesquisadora: (nº 11) Você utiliza os documentos oficiais municipais para

embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas?

A maioria dos entrevistados, a saber, cinquenta professores respondeu que

utiliza os documentos oficiais municipais para embasar seus planejamentos e práticas

pedagógicas.

Page 71: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

72

Quadro 08: Representativo da questão nº 11: Você utiliza os documentos oficiais

municipais para embasar seus planejamentos e práticas pedagógicas?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 50 83,3%

Não 04 6,6%

Às vezes 02 3,3%

Não respondeu 04 6,6%

TOTAL 60 99,7%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Mesmo a resposta sendo em sua maioria afirmativa se a compararmos a outra

resposta dada que será abordada na temática sobre os documentos oficiais, é possível

perceber que a resposta se refere ao uso do documento com o qual trabalham

diariamente (matriz), pois o Projeto Educativo (no qual constam as diretrizes básicas

para o ensino fundamental da rede municipal) foi citado uma única vez.

Abaixo foi selecionado um trecho da entrevista com C1, que expõe sua

dificuldade em lembrar quais são os documentos oficiais (nacionais e municipais) que

embasam o planejamento e a prática pedagógica dos professores do município além de

serem orientadores para toda a equipe técnico-administrativa-pedagógica.

C1: Seguimos ...os pcn né, as resoluções a nível de primeiro documento é a

LDB né? Segundo os documentos são as ...como é o nome daquele documento que eu

de te falar que eu esqueci... as normativas nacionais, as diretrizes seriam os PCNs, as

resoluções que tem essa dos 10 anos, e tem outro...o plano nacional de educação ...isso

que eu esqueci o nome agora me fugiu realmente né, que vem dando redirecionamentos,

norteando o trabalho, os pcn, né os cadernos também do município né nós também

seguimos o nosso PPP municipal não sei se tu tem conhecimento dele o azulzinho, tu

não conhece? Meu Deus ele foi desde 1998, se não me engano(...)aquele documento

azulzinho que tem umas criancinhas eu até tenho participação nele também, quer dizer

eu sempre to metida em tudo não sei pra que serve mas to sempre metida e tem ele e

tem os nossos cadernos metodológicos.

Pesquisadora: (nº 16) Como você decide o currículo escolar (conte como você

elege conteúdos, metodologia, etc., a forma de trabalhar com seus alunos).

De sessenta entrevistados vinte e cinco optaram por não responder, o que

corresponde a 41,6%.

Page 72: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

73

De acordo com as respostas dadas pelos docentes, podemos observar como são

distintas as visões sobre escolhas dos elementos curriculares. Para P34 essas escolhas

são pautadas em documentos norteadores como a matriz curricular oferecida pelo

município. No entanto, percebeu-se que P47 e P27 apresentam visões mais alargadas em

relação às escolhas, pois reconhecem que ao conhecerem melhor as necessidades da

turma, podem desenvolver melhor seus trabalhos junto às suas classes.

P5, act – reuniões com professores, diretor, supervisor.

É possível perceber que a decisão acontece com a participação de outros

profissionais da educação além do próprio professor durante reuniões.

Se a resposta quis demonstrar que é um a decisão coletiva está em consonância

com o que Vasconcelos (1999), escreve: Não importa, pois só o que se planeja, mas

também como, visto que estamos na busca do bem comum. Se a participação for

autêntica funcionará como uma estratégia de superar a dominação e a exclusão. Por

outro lado a participação pode ser uma estratégia de conseguir pela negociação,

diminuir a resistência dos próprios agentes internos à instituição.

P9, act - De acordo com o interesse das crianças tento agrupar os conteúdos e

habilidades e determino a metodologia.

Planejar de acordo com os interesses das crianças é o que defendia o movimento

escolanovista, surgido depois da I Grande Guerra, enfatizando a ligação do ensino com

os interesses dos alunos, com ênfase na espontaneidade e criatividade dos alunos. O

planejamento era feito em torno de temas amplos; ao professor cabia ter uma ideia geral

do que seria a aula, sendo que os passos seriam determinados de acordo com os

interesses emergentes, pode-se dizer que havia uma cooperação dos alunos no planejar.

A resposta demonstra que o professor ampara sua decisão primeiramente no interesse

dos alunos, mas não informam quais são seus critérios para assegurar que são mesmo os

interesses da criança e não interesses próprios.

P52, act - Não há tempo e espaço.

Tanto a distribuição do tempo quanto do espaço são determinações externas aos

professores e regulam a vida das instituições educativas. “Não se pode pedir que os

professores/as sejam participantes no desenvolvimento do currículo ou que contribuam

para analisar criticamente sua prática se não se reordena a distribuição de seu tempo de

trabalho”. (Sacristán, 2000, p. 266). Para Sacristán (2000) a configuração do espaço

revela que ele já foi planejado para uma determinada função e como ela será realizada, a

disponibilidade de locais nas escolas é coerente com a ideologia dominante sob a qual

Page 73: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

74

adquiriram forma: falta de privacidade, vigilância, pouco espaço para o trabalho

coletivo dos professores. Mas há possibilidades para a equipe docente de decisões

acerca da distribuição de área de estudo e como vai utilizar as áreas comuns.

P22, efet - Através diagnóstico da turma.

Observamos aqui um elemento importante a se considerar antes e durante todo o

planejamento, que é a realização do diagnóstico, etapa fundamental para o sucesso das

ações pensadas para o plano e, como consequência, da aprendizagem. É por meio dele

que se torna possível conhecer a situação real do público alvo em geral e

individualmente. (GESSER, 2011).

P60, efet - Conforme as necessidades que surgem na turma/Eventos na

cidade/país.

O planejamento não é uma elaboração rígida, é possível ser melhorado e

repensado a ponto de atender o que não foi possível prever. Mas não terá funcionalidade

se for elaborado para cumprir somente a uma solicitação exterior. Há uma visão de que

não dá para planejar, porque a realidade da escola não é nada simples e a sala de aula é

muito dinâmica, o dia, a classe, a aula, tudo muda. Se deixados, talvez alguns

professores seriam capazes de trabalhar por anos, sem plano. (Vasconcelos, 1999). Os

eventos podem ser incluídos no planejamento, mas não se pode perder de vista que o

planejamento é uma atividade intencional, instrumento de intervenção e alteração do

status de uma situação que se pretende qualificar. A execução de um planejamento

necessita ser coerente com sua posição e objetivos iniciais, apesar de sua flexibilidade.

(GESSER, 2011).

Dentre os eventos que tem espaço reservado no currículo escolar estão as datas

comemorativas. Para Saviani (1991):

Não é demais lembrar que este fenômeno pode ser facilmente observado no

dia-a-dia das escolas. Dou apenas um exemplo: o ano letivo começa na

segunda quinzena de fevereiro e já em março temos a semana da revolução,

em seguida a semana santa, depois a semana das mães, as festas juninas, a

semana do soldado, do folclore, a semana da pátria, jogos da primavera,

semana das crianças, semana do índio, semana da asa, etc... e nesse momento

já estamos em novembro. O ano letivo se encerra e estamos diante da

seguinte constatação: fez-se de tudo na escola, encontrou-se tempo para toda

espécie de comemoração, mas muito pouco tempo foi destinado ao processo de transmissão–assimilação de conhecimentos sistematizados. Isto é, a

transmissão dos instrumentos de acesso ao saber elaborado. É preciso, pois,

ficar claro que as atividades distintivas das semanas, acima enumeradas, são

secundárias e não essenciais à escola. Enquanto tais são extracurriculares e só

tem sentido na medida em que possam enriquecer as atividades curriculares,

Page 74: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

75

isto é, aquelas próprias da escola, não devendo em hipótese nenhuma

prejudicá-las ou substituí-las. (1991, p. 24)

Durante o ano, temos onze feriados nacionais - na média de um a cada cinco

semanas, um monte de datas para lembrar pessoas e fatos históricos. Sem contar os

acontecimentos de importância regional. Muitas vezes a escola usa o tempo das aulas

para organizar comemorações relacionadas a essas efemérides. O aluno é levado a

executar tarefas que raramente têm relação com o currículo. Para haver aprendizagem, é

preciso muita pesquisa e mais do que um dia festivo.

Pesquisadora: Houve alguma reivindicação ou sugestão por parte dos

professores para inclusão ou exclusão de conteúdos/habilidades ou datas

comemorativas?

C2: O grupo é bem exigente e já compreende que datas comemorativas não são

prioridade na matriz... este item merece uma discussão maior!

C1: Na questão de retirar não. Porque tu não precisa retirar as datas, trabalhar

de forma diferente, o erro estava na forma como era trabalhada, essa coisa do mito,

dia do índio, dia do negro, da abolição, então não é a questão tirar, tudo que deve sim

ser trabalhado, agora é a forma de como conduzir esse trabalho e isso foi discutido em

alguns momentos né? A forma de como a gente vai trabalhar esses elementos acho que

foi por conta disso que a decisão foi de não tirar....Acho que foi mais ou menos isso. A

gente discutiu as estratégias e como vai conduzir isso, não é necessário o aluno tem

que saber por que é feriado, porque é comemorado tal dia.

A justificativa de manter pelo simples fato de garantir ao aluno ter conhecimento

do porque é feriado não sustenta a sobrecarga de datas comemorativas, o aluno tem

acesso a uma gama bem maior de informações sem que seja necessário estar incluídas

no currículo escolar. Um dos pontos a considerar é se a permanência das datas

comemorativas no currículo escolar corrobora com o processo de aprendizagem dos

alunos. Segundo o C1 não será retirado, pois o erro estava na forma como era

trabalhada. Mas que garantia C1 tem de que isso está superado, pois de acordo com C2 o

assunto ainda merece discussão maior. Como observamos o assunto é complexo,

gerando discordâncias de pontos de vista até mesmo entre os coordenadores.

Na cultura escolar o trabalho com essas datas vinculam-se, na maioria das vezes,

à disciplina de História e, no caso do feitio de presentes ou outros acessórios, à

disciplina de Artes. Quando não se questiona as finalidades de se fazer, mas sim a

necessidade de fazer, pode-se concluir que está ancorada muito mais na força da

Page 75: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

76

tradição do que em uma reflexão sobre as práticas pedagógicas voltadas para a

formação do conhecimento histórico.

P40, act - Conforme a necessidade da comunidade em que está inserido.

A aprendizagem ocorre num determinado contexto, seja a sala de aula, a escola,

a comunidade ou a sociedade como um todo. A fim de diminuir a probabilidade de ser

dominado pelas pressões as quais está sujeito, o professor pode estar atento aos anseios

da comunidade, às expectativas de seus alunos e a postura que assumem os colegas de

profissão, mas ancorar as decisões acerca do currículo escolar (eleger conteúdos,

procedimentos metodológicos e avaliação) conforme a necessidade da comunidade é

renegar a finalidade do planejamento, qual seja, “organização didático-pedagógica para

a docência, ou seja, para orientar as situações de aprendizagem com os alunos”.

(GESSER, 2011, p. 44). Assim, pode-se tentar tornar as decisões mais próximas da

relação currículo escolar-necessidades.

Pesquisadora: (nº 24) O que você acha importante levar em consideração

quando planeja o currículo escolar e a implantação dele em sua turma?

P2, act - A opinião dos alunos.

O professor defende que a opinião dos alunos deve ser considerada quando

planeja o currículo escolar e na implantação dele na turma, mas não sabemos se ele já

atua assim e também não informa em quais momentos a opinião esta sendo considerada.

O planejamento participativo pode ser utilizado como uma estratégia para aumentar a

participação e o interesse dos alunos nas aulas, permitindo ao aluno uma participação na

tomada de decisões, no processo de construção e ampliando seu envolvimento nas aulas

o que pode modificar o ambiente educacional, entretanto o professor ou a equipe

pedagógica ao adotar essa participação do aluno pode se deparar com algumas

dificuldades ao aplicar o planejamento participativo. Entre essas dificuldades estão a

organização de planejamentos e aulas diferenciadas para cada turma e a articulação dos

diferentes interesses existentes em cada turma.

P20, efet - O conteúdo pertinente e adequado à faixa etária, a organização dos

tempos e espaços.

P20 destaca que o uso do tempo e do espaço assim como o conteúdo necessita ser

adequado. Isso acontece porque apesar das prescrições preverem escolas, professores e

alunos numa mesma cadência e ritmo, expressando, dessa forma, o ideal de

uniformidade levado a cabo pelos processos de aferição da aprendizagem escolar, no

Page 76: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

77

sentido de normalizar a realidade, o tempo se faz numa realidade que se experimenta na

escola de modo singular, sendo cada um a seu tempo. Assim, a organização do tempo e

do espaço no trabalho docente se dá no enfrentamento das situações de trabalho. É no

uso que o professor faz do espaço e do tempo que possibilita novas formas de

organização. Essas formas caracterizam-se pela ressignificação das atividades frente aos

acontecimentos gerados pela indisciplina dos alunos, pelas rupturas e continuidades,

repetições, pela faixa etária, pelas interferências externas e pela imprevisibilidade e, de

certa forma, requerem uma ação imediata do professor e, às vezes, uma reordenação das

atividades desenvolvidas. As prescrições são referências para o trabalho de ensino que o

professor realiza em sala de aula. Mas, no fazer real de seu tempo pedagógico essas

prescrições são reajustadas, reorganizadas, renormalizadas, considerando as situações

vividas e o ritmo dos alunos.

P28, efet - Que contemple leitura e escrita.

P28 assim como C1 destacam a importância da leitura e da escrita. Muitas vezes o

trabalho com leitura e escrita fica reduzido a algumas produções de texto pontuais

(cartão para o dia das mães, pais e descrição de como foram as férias), sempre

utilizando uma mesma modalidade de texto e sem o aluno entender qual é a finalidade

da produção solicitada e as leituras se restringem às realizadas pelo professor ou livros

selecionados pelo próprio professor com o objetivo de realizar algum outro trabalho,

não é objetivo generalizar ou afirmar que esses professores da pesquisa ou mesmo

aquele que não participaram atuam dessa forma, pois existem propostas que diferem do

que foi exposto. Sabe-se da necessidade de maior articulação entre as disciplinas para o

enfrentamento das dificuldades de leitura e escrita dos alunos e a participação de todo

professor é essencial para que o aluno aprimore suas habilidades e estratégias para a

leitura e para a escrita, uma vez que cada área do conhecimento requer formas

específicas de leituras e usos da escrita; trata-se, portanto, de processos cujos domínios

são necessários tanto para o cumprimento dos objetivos de aprendizagem estabelecidos

pelas disciplinas curriculares quanto para proporcionar ao aluno a ampliação da sua

visão e da sua compreensão de mundo, ou seja, possibilitar e desenvolver o seu

letramento.

C1: Visão de quem tu queres agora? De supervisora ou de professora

alfabetizador? Enquanto professor alfabetizador acho imprescindível a produção de

leitura e escrita então trabalhar isso o tempo todo isso enquanto professora e

supervisora também e o resto acho que tudo é importante no planejamento senão não

Page 77: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

78

estaria ali né mais assim trabalhar muita produção, muita leitura é imprescindível isso

todo dia é o que eu falo pra eles trabalhem leitura todo dia de oportunidade para o

aluno ler uma das coisas assim que eu desprezo um pouco nos anos iniciais desprezo

talvez não seria a palavra mas que eu botaria em segundo plano as questões

ortográficas e gramaticais eu acho que se o aluno produzir bem um texto,um texto com

coerência, coesão que tenha criatividade de produzir que leia que construa eu acho

que isso é o mais importante por hora poderia deixar essas questões gramaticais e

ortográficas para o ensino fundamental dois (referente aos anos finais do ensino

fundamental).

P52, act - O conhecimento prévio do aluno.

De acordo com P52 é importante que se considere o conhecimento prévio do

aluno, ou seja, perguntar o que os alunos já sabem para verificar o nível de

conhecimento e registrar o que foi dito, pode ser verificado por observação ou propondo

atividades para verificar o nível de conhecimento dos alunos sobre um tema, ou como

forma de planejar novas intervenções.

Investigar o conhecimento, dentro dessa perspectiva, representa o início da

relação entre o ensino e a aprendizagem.

Ao fazer uma avaliação antes de iniciar um conteúdo, o professor consegue

planejar suas interferências porque tem meios de determinar por onde começar. A ação

nas próximas etapas não fica só intuitiva - é direcionada para "o que" e "como" deve

ensinar.

Apesar da difusão desse entendimento e de se reconhecer a importância de

investigar o que crianças e jovens já sabem antes de começar o trabalho sobre um novo

tema muitos professores até fazem uma avaliação inicial e registram comentários, mas

não utilizam esses dados para planejar as aulas ou pensar sobre as intervenções que

necessitam ser feitas em classe. Cada conteúdo de ensino requer uma forma de

abordagem.

Não adianta questionar sobre temas já dominados nem ser tão desafiador a ponto

de a turma não conseguir sequer entender a proposta.

Outro equívoco é considerar que tudo o que foi trabalhado foi aprendido e, por

isso, é possível seguir adiante.

Conhecimento prévio não pode ser confundido com pré-requisito, exigência de

aprendizagem que todos devem possuir como base para a experiência seguinte.

Page 78: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

79

4.1.3.1.2 Seleção de recursos pedagógicos

O material didático que os professores/as e alunos/as utilizam está ligado à

metodologia pedagógica, aos processos de aprendizagem, com a organização do tempo

e do espaço. Tais usos têm a ver com o estilo de cada docente e a peculiaridade da

matéria. (Sacristán, 2000).

Pesquisadora: (nº 17) Você faz uso de quais recursos pedagógicos?

Dentre os entrevistados dezenove professores optaram por não responder e

quarenta e um responderam como se vê abaixo. Na resposta eles associaram mais de um

material. E além dos materiais citaram também espaços pedagógicos e procedimentos

metodológicos.

Também conhecidos como “recursos” ou “tecnologias educacionais”, os

materiais e equipamentos didáticos são todo e qualquer recurso utilizado em

um procedimento de ensino, visando à estimulação do aluno e à sua

aproximação do conteúdo. (FREITAS, 2007, p. 21).

P1, act - Sim os mais diversos./ P2, act - Livros, informática, vídeos./ P5, act –

Televisão, computador, jogos./ P6, act - Jogos, brincadeiras, bingo, computador,

cantigas de roda, etc./ P7, act - Parâmetros curriculares, PCNs, Matriz de

Habilidades./ P9, act - vídeos, jogos, experiências cientificas./ P10, act - jogos, vídeos,

dinâmicas coletivas./ P13, act - livros, jogos, vídeos, músicas./ P14, act - livros, material

dourado, QVL(quadro valor lugar), historinhas diariamente, roda de conversa,

debates, técnica de leitura no quadro diariamente./ P15, act - Planejamento anual./ P17,

act - Jogos, material dourado, vídeo, literatura./ P18, efet - Computador, datashow,

materiais lúdicos./ P20, efet - literaturas, vídeos, jogos, brincadeiras, músicas,

atividades ar livre etc./ P21, efet - livros, laboratório informática, jogos, TV, DVD,

música./ P26, efet - Material concreto, histórias, jogos./ P27, efet – Aulas expositivas,

Datashow, vídeos, livros didáticos e paradidáticos, etc./ P28, efet - quadro, giz, livro

didático, biblioteca, sala de informática./ P29, efet - Jogos, livros, brincadeiras,

desafios, trabalhos em dupla e grupo./ P30, efet - Todos os que estão á disposição na

escola e outros que se cria como jogos./ P31, efet - Internet, livros didáticos (pesquisar),

jogos./ P33, efet - Datashow, computador, som, TV, material dourado, alfabeto-móvel,

bibliotecas (livros, jogos./ P34, efet – Sim, jogos, literatura, brincadeiras, informática,

músicas./ P38, act - jogos, livros, vídeos e a grade de habilidades./ P39, act - Todos os

que encontro disponíveis na escola, desde livro didático a laboratório de informática

quando estão disponíveis./ P40, act - Livro, quadro às vezes quando está funcionando a

informática./ P41, act - livros, internet, vídeos, cadernos, jogos, livros de leitura./ P42,

act - Internet, livros didáticos, jogos./ P44, act – Site, sala informática, lousa, vídeos, TV,

livros./ P46, efet - Literatura, música, jogos, informática, biblioteca./ P47, efet - Tento

usar tudo o que está no meu alcance, pelo menos fazer o que me auxilie, faço a

experiência./ P48, act - Dinâmicas, músicas, livros literários, vídeo, laboratório de

informática, trabalho de pesquisa, trabalho em grupo, simpósio, varal literário, etc./

P51, act – Atividades lúdicas, informática, vídeos./ P52, act - Vários: vídeos,

computador, máquinas digitais, etc./ P54, act - Livros, [goooy/ palavra

incompreendida] e assuntos dos quais trocamos./ P55, act - Datashow, livros didáticos,

Page 79: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

80

sala de informática, etc./ P56, efet - Quadro, datashow, informática, livros, etc./ P57, efet

-Livros, jornais, revistas, internet, pesquisa com colegas e vizinhos sobre o vale do

Itajaí/por eu não ser daqui preciso de informações p/ passar aos alunos, jogos,

material reciclado./ P58, efet - Planejamento, metas.

No quadro abaixo é possível verificar todos os recursos que foram citados e a

quantidade de vezes que cada um aparece.

Quadro 09: Representativo da questão nº 17: Você faz uso de quais recursos

pedagógicos? DESCRIÇÃO DOS RECURSOS UTILIZADOS FREQUÊNCIA

Informática(computador, site, internet) 22

Livros: (20) + jornais (1) + revistas (01) 22

Jogos 20

Vídeos: (14) + TV (4) 18

Música: (06) + som (1) + cantiga de roda (1) 08

Livro didático 07

Datashow 05

Brincadeiras 04

Quadro 05

Biblioteca 03

Trabalhos 03

Material dourado 03

Planejamento anual/ grade/ matriz de habilidades 03

Dinâmicas 02

Parâmetros Curriculares Nacionais 02

Máquina digital 01 01

Cadernos 01

Giz 01

QVL 01

Alfabeto-móvel 01

Varal literário 01

Aulas expositivas 01 01

Simpósio 01

Debates 01

Roda de conversa 01

Experiências científicas 01

Materiais lúdicos 01

Material reciclado 01

Material concreto 01

Pesquisa com colegas e vizinhos 01

Atividades lúdicas 01

Atividade ao ar livre 01

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Torna-se cada vez menor a utilização do quadronegro, do livro-texto enquanto

aumenta a utilização de novas tecnologias. Elas se caracterizam pela interatividade, pela

capacidade de simular eventos do mundo social e imaginário. Não se trata, de

Page 80: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

81

simplesmente substituir o docente e os recursos tradicionais pelo fascínio das novas

tecnologias. O professor e o aluno, conjunta e dialeticamente, poderão descobrir novos

caminhos para a aquisição do saber. É a interação e a atuação participativa necessária

em qualquer tipo de aula com ou sem tecnologia.

São inúmeros e variados os materiais e equipamentos didáticos existentes nas

escolas brasileiras, sem contar que podemos criar ou aproveitar recursos empregados para outros fins. Geralmente, esses materiais são classificados

como recursos visuais, auditivos ou audiovisuais, ou seja, recursos que

podem estimular o estudante por meio da percepção visual, auditiva ou

ambas, simultaneamente [...]. Muitos deles foram criados exclusivamente

para fins pedagógicos, isto é, foram pensados para serem didáticos, para

mediarem a construção do conhecimento que ocorre no ambiente escolar.

(FREITAS, 2007, p. 22).

Nenhum material didático pode, por mais bem elaborado que seja garantir, por si

só, a qualidade e a efetividade do processo de ensino e aprendizagem. Eles cumprem a

função de mediação e pode ser um aliado imprescindível à prática pedagógica, desde

que bem utilizado pelo docente, quando este consegue abstrair dele todo o seu potencial

educativo, somente a presença, em sala de aula, de recursos didáticos sofisticados e de

alto custo não garante a aprendizagem do aluno.

O controle direto do material didático tem como referência um modelo que

parte do pressuposto, ao menos implícito, de que os professores devem

trabalhar com materiais que facilitem sua prática com um grupo numeroso de

alunos. Além disso, muitas vezes dispõem de pouco tempo para preparar e

elaborar o currículo a ser desenvolvido, partindo de orientações gerais que

não se traduzem em esquemas práticos – um modelo que se apoia na

debilidade profissional e que contribui para estabilizá-la. É um modelo de intervenção que leva, ao mesmo tempo, à existência de uma reduzida

variedade de meios, pois, caso contrário, não poderia controlá-los. (Sacristán,

1998, p. 122)

Pesquisadora: (nº 20) Quem faz a escolha pelo livro didático?

Os entrevistados tinham três opções de resposta: os professores; a escola; a

secretaria de educação. Alguns professores assinalaram mais de uma opção ao mesmo

tempo.

Quadro 10: Representativo da questão nº 20: Quem faz a escolha pelo livro

didático?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Professores 48 80%

Professores e Secretaria da Educação 1 1,6%

Page 81: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

82

Professores e a escola 2 3,3%

A escola 3 5%

A secretaria da educação 3 5%

Não respondeu 3 5%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Eaborado pela pesquisadora

As respostas apontam que a escolha do livro é realizada pelos professores num

total de 82,7%, se somarmos isso as outras respostas que incluem os professores e a

secretaria de Educação e os professores e a escola terá um total de 89, 5% de

participação dos professores na escolha do livro didático que será utilizado em suas

aulas.

Segundo Sacristán (1998, p. 150): “É conhecida a dependência do professorado

de algum material que estruture o currículo, desenvolva seus conteúdos e apresente ao

professor em termos de estratégias de ensino”.

O livro atua como um mecanismo de controle sobre a prática profissional e sobre

os conteúdos e métodos de ensino, que persegue interesses não apenas pedagógicos,

pois são produtos comerciais. Sua função vai além de auxiliar os professores, passa a

ser uma forma de controlar o currículo e a atividade escolar, desprofissionalizando os

professores.

Pesquisadora: (nº 21) O livro escolhido é o livro que vem para ser trabalhado

na escola?

Primeiro faz-se necessário apresentar brevemente como é feita a seleção do livro

didático. A cada ano o FNDE adquire e distribui livros para todos os alunos de

determinada etapa de ensino, repõe e complementa os livros reutilizáveis para outras

etapas, por meio do Programa Nacional do Livro Didático que tem por objetivo prover

as escolas públicas de ensino fundamental e médio com livros didáticos e acervos de

obras literárias, obras complementares e dicionários. Um edital especifica todos os

critérios para inscrição das obras. Os títulos inscritos pelas editoras são avaliados pelo

MEC, que elabora o Guia do Livro Didático, composto das resenhas de cada obra

aprovada, que é disponibilizado às escolas participantes pelo FNDE. Cada escola

escolhe dentre os livros constantes no referido Guia, aqueles que deseja utilizar, levando

em consideração seu planejamento pedagógico. O livro didático deve ser adequado ao

projeto político-pedagógico da escola; ao aluno e professor; e à realidade sociocultural

das instituições.

Page 82: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

83

Quadro 11: Representativo da questão nº 21: O livro escolhido é o livro que

vem para ser trabalhado na escola?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 16

26,6%

Não 8 13,3%

Às vezes 31 51,6%

Não respondeu 05 8,3%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Dentre os sessenta entrevistados, trinta e um, ou 51% responderam que às

vezes o livro que vai para a escola é o livro que foi escolhido e outras não; e mais 13,3%

afirmou que os livros que escolhem não vêm para ser trabalhado na escola. Por que será

que isso acontece?

Pesquisadora: (nº 22) Já lhe foi explicado o motivo para que o livro escolhido

não fosse o eleito?

Um pouco mais da metade dos professores entrevistados, 55% afirmaram não

receberam nenhuma explicação acerca do motivo para que o livro que ele escolheu não

foi o livro que veio para a escola, ou seja, o eleito.

Quadro 12: Representativo da questão nº 22: Já lhe foi explicado o motivo

para que o livro escolhido não fosse o eleito?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 18 30%

Não 33 55%

Não respondeu 9 15%

TOTAL 60 100%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Os professores podem selecionar os livros a serem utilizados em sala de aula

somente pela internet16

. A escola (os professores) apresenta duas opções na escolha das

obras para cada ano e disciplina. Caso não seja possível a compra da primeira opção, o

FNDE envia à escola a segunda coleção escolhida. Portanto, a escolha da segunda

16 A escolha do livro é realizada pela internet:< http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico>.

Page 83: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

84

opção deve ser tão criteriosa quanto a primeira. Se os professores/escola podem

escolher entre duas opções da dadas, qual e o real poder de escolha?

4.1.3.2 Desafios

A atividade pedagógica implica sempre em um movimento de trocas entre

professor, alunos e conteúdos de ensino. A organização do sistema de ensino repercute

em uma proposta organizada e apresentada aos alunos. Sempre haverá uma reação

frente à proposta apresentada e esta permanecerá, pois no caso contemplará as

necessidades atuais daqueles que a presenciam ou ocorrerão alterações, o que é mais

freqüente. A mobilidade disponível para lidar com a reação é que vai proporcionar o

ganho aprendido, tanto por aquele que propõe, como para aqueles que reagem. E,

provavelmente a aprendizagem possa ser considerada o produto de tudo isso. Essa

dinâmica pode acarretar em desafios despertados aos professores e alunos, agentes

envolvidos no processo. No entanto, estes podem ser concebidos como fatores que

impulsionam (professor e aluno) a busca de inovações no plano de desenvolvimento

pessoal e profissional. Portanto ao se enfatizar os desafios vivenciados pela trajetória

profissional como docente, poderia classificá-los em dois tipos: desafios localizados no

sujeito e desafios localizados no processo de aprendizagem, que os envolve.

Pesquisadora: (nº 12) Você acredita que as características sociais, políticas e

econômicas da cidade interferem na construção do currículo escolar?

O currículo constitui-se em um sistema e nele atuam múltiplos agentes e forças

incidem sobre os vários aspectos do trabalho docente: concepções, disciplinas,

metodologias, formas de avaliação, literatura pedagógica, entre outros, e que interagem

convergentemente nas práticas docentes e interferem nos processos de ensino e

formação dos sujeitos da escola (SACRISTÁN, 1998).

Sem usar tais terminologias, encontramos nas ideias de PONTE (1992) apoio

para esta visão curricular quando este afirma que a construção do saber está impregnada

de elementos sociais, não se podendo separar um do outro. Além disso, o autor enfatiza

a importância das crenças e concepções que estão presentes em todo conhecimento. E

nesse sentido é valioso o estudo da relação entre esses fatores (crenças e concepções) e

o conhecimento do professor, já que ele é o responsável pelas experiências de

aprendizagem dos alunos, estando em um lugar privilegiado para influenciar as

concepções desses alunos.

Page 84: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

85

Quadro 13: Representativo da questão nº 12: Você acredita que as

características sociais, políticas e econômicas da cidade interferem na construção

do currículo escolar?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 56 93,3%

Não 02 3,3%

Não respondeu 02 3,3%

TOTAL 60 100%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Com base nas informações do quadro acima se pode perceber que a maioria dos

professores, ou seja, 93,3% deles acredita que as características sociais, políticas e

econômicas da cidade interferem na construção do currículo escolar.

Está de acordo com o que escreve Sacristán (1998, p. 107) “O currículo não

pode ser estendido à margem do contexto no qual se configura e tampouco

independentemente das condições em que se desenvolve; é objeto social e histórico”.

Pesquisadora: (nº 31) O documento que é utilizado por você atende, consegue

dar conta do que você pretende nas aulas?

Quadro 14: Representativo da questão nº 31: O documento que é utilizado

por você atende, consegue dar conta do que você pretende nas aulas?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 29 48,3%

Não 20 33,3%

Não respondeu 11 18,3%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Pesquisadora: (nº 37) Você segue esse currículo escolar tal e qual é criado?

Explique.

Ao observarmos essas duas questões, verificamos, por meio das respostas

fornecidas pelos docentes, que o currículo escolar referido está longe da realidade

concreta da escola, dos alunos e das condições que o professor tem para trabalhar em

sala de aula. Poucos professores afirmaram segui-lo como está prescrito e que

Page 85: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

86

costumam fazer adaptações, a fim de atenderem as suas necessidades, as da turma e da

comunidade como um todo.

P26, efet - Tento seguir, porém faço algumas adequações conforme minha

clientela. Não posso fugir muito do que é cobrado pelos supervisores.

Segundo P26, há uma cobrança feita pelos supervisores para que os professores

sigam a matriz, apesar disso ele faz adaptações de acordo com a clientela. Essa visão de

vigilância exposta pelo professor sobrevive desde 1931, data do primeiro registro legal

sobre a atuação do Supervisor Escolar no Brasil, tendo como função básica a inspeção.

(Anjos, 1988). De acordo com Sacristán (1998) vigilância e orientação são funções que

se confundem e coexistem e pode ser visualizado na exposição que C1 faz sobre sua

função como supervisor escolar, cargo que ocupa na rede municipal: Eu faço em sala de

aula, eu faço pelos alunos, por exemplo, hoje é um dia que eu vou orientar a professora

no planejmanto dela, por conta disso que eu disse pra ti que eu tenho tempo

deternminado pra isso né, (refere-se a entrevista) então é assim óh aqui é um caderno

de uma professora que eu vou ver eu faço o meu acompanhamento com o professor é

através do caderno dela né, só que isso não implica também que tá no caderno foi né

um conteúdo, eu acredito e penso que todo ele não é bobo de botar pra C1 ver né pra

fins burocráticos mas mesmo assim eu faço leitura e faço diagnostico de escrita

também na sala de aula tanto a leitura e também ás vezes que não dá tempo não é o

ideal mas é o real acompanhamento em sala eu vou lá olho mas é muito difícil por

conta da demanda de outros trabalhos que a gente tem né e também tem as avaliações

externas que vem ao encontro da matriz de conteúdos e habilidades então né a gente

sabe por ali as avaliações que vem tanto da prefeitura quanto do MEC agora por

exemplo a gente tá até organizando pra ter em todos os anos e o que mais os

instrumentos pra acompanhar o rumo dessa leitura e dessa escrita era só

P10, act - Procuro estar articulando os conteúdos estabelecidos com as

necessidades dos alunos planejando atividades diferenciadas e prazerosas./

Nesta questão P10 cita o planejamento de atividades diferenciadas e prazerosas

que sem saber ao certo quais são essas atividades diferenciadas e prazerosas e como são

planejadas e conduzidas, torna difícil um posicionamento. O sentido dessas atividades

só estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-las, tiver conhecimento

sobre os fundamentos da mesma e vontade de estar em contínuo aprendizado e

renovação, pois trazer atividades que interessem aos alunos demanda pesquisa, estudo,

observação das crianças com as quais se trabalha entre outros esforços por parte do

Page 86: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

87

educador. Pois não é só dar qualquer atividade ou jogo por ser educativo ou propor uma

brincadeira, o professor precisa mediar este processo e mesmo que não participe

efetivamente, de estar muito atento ao que acontece para saber aonde intervir. O papel

do pedagogo e do professor é de fundamental importância para a difusão e aplicação de

recursos lúdicos e de atividades diferenciadas.

P22, efet - Não isto varia conforme a capacidade de aprendizagem da turma dou

mais importância para leitura e escrita, porque minhas crianças tem pouco acesso a

leitura e escrita em casa.

O sujeito deixa claro que algumas variáveis vão determinar se o currículo

escolar vai ser utilizado sem adaptações, ou seja, tal e qual é criado, como por exemplo:

a capacidade de aprendizagem da turma ou se houver necessidade de dar atenção a

leitura e escrita caso verifique que o acesso extraescolar a ela foi insuficiente. Ao

expressar que vai priorizar a leitura e a escrita após detectar a necessidade, a ideia de P22

professor vai ao encontro do que C1 considera imprescindível constar no planejamento

do professor para que ele atue na pratica “Acho imprescindível a produção de leitura e

escrita então trabalhar isso o tempo todo isso enquanto professora e supervisora

também e o resto acho que tudo é importante no planejamento senão não estaria ali né

mais assim trabalhar muita produção, muita leitura é imprescindível isso todo dia é o

que eu falo pra eles trabalhem leitura todo dia de oportunidade para o aluno ler uma

das coisas assim que eu desprezo um pouco nos anos iniciais desprezo talvez não seria

a palavra mas que eu botaria em segundo plano as questões ortográficas e gramaticais

eu acho que se o aluno produzir bem um texto, um texto com coerência, coesão que

tenha criatividade de produzir que leia que construa eu acho que isso é o mais

importante por hora poderia deixar essas questões gramaticais e ortográficas para o

ensino fundamental dois”.

P48, act - Procuro respeitar a matriz curricular, respeitando o ritmo da turma,

pois penso que é necessário trabalhar as habilidades que eles dominem, qualidade no

lugar de quantidade. Priorizo leitura com compreensão, escrita com autonomia, leitura

de mundo que o cerca e cálculo de acordo com a série.

Alguns fatores são priorizados pelo entrevistado como: o respeito ao ritmo da

turma, trabalhar as habilidades que eles dominam (talvez praticar habilidades que já

observou que os alunos tenham e acredita que vale a pena investir mais antes de

avançar), priorizar qualidade ao invés de quantidade, a compreensão pelo aluno daquilo

que ele lê, a escrita discente com autonomia, considerar a leitura de mundo do aluno e

Page 87: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

88

seu raciocínio lógico, nos exercícios que envolvem cálculos de acordo com a série

(talvez queira se referir que às vezes os alunos estão aquém ou além do que se espera da

série/ano, ou a matriz requer conhecimentos além ou aquém do que a professor já

observou que são capazes de fazer.

P56, efet - Não. Procuro segui-lo dentro da realidade e das possibilidades do

contexto onde a escola está inserida.

Esse informante considera o contexto onde a escola está inserida, isso significa

que conhece a comunidade, respeita os conhecimentos que a criança traz de suas

vivências para a sala de aula, sem ignorar que os sujeitos são frutos de ideologias, de

um contexto cultural, de valores adquiridos no contato com seus pares.

P39, act - Não. Pois o mesmo é sobrecarregado de conteúdos, dos quais mesmo

tendo uma turma superdotada não daríamos conta de tudo./

P39 destaca que a matriz está sobrecarregada e ainda ressalta que existe uma

outra problemática, qual seja, a da superlotação das turmas, o que dificulta ao professor

uma assistência mais individualizada aos seus alunos, com o intuito de suprir as

dificuldades específicas de cada um de seus discentes.

P60, efet - Sim, mas sempre acrescentando algo, apenas me norteio pelo

documento.

Diferente da resposta fornecida por P39, P60 relata acrescentar algo em seu

planejamento, mas ficamos a indagar se esse “algo” que ele alega acrescentar se refere

aos conteúdos, as habilidades, aos conteúdos e habilidades.

Muito embora P60 não tenha especificado exatamente o que acha interessante

acrescentar no currículo fornecido/prescrito, ainda assim mostra-se aberto a transformá-

lo, tendo-o como elemento norteador e não como um documento que precisa ser

seguido à risca, mesmo que não supra seus anseios e expectativas.

Pesquisadora: (nº 25) Você percebe diferença entre o currículo escolar escrito

e a prática que se faz dele?

Dentre os entrevistados 76,6% declararam que utilizam os documentos oficiais

nacionais para embasar a prática pedagógica e 83,3% que utilizam também os

documentos oficiais municipais.

Mas quando questionados se percebiam diferença entre o currículo escolar

prescrito e a prática que se faz dele 86,6% responderam afirmativamente.

Page 88: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

89

Quadro 15: Representativo da questão nº 25: Você percebe diferença entre

o currículo escolar escrito e a prática que se faz dele?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 52 86,6%

Não 3 5%

Não respondeu 5 8,3%

TOTAL 60 99,9%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

A partir disso fica evidente que há um distanciamento entre o currículo prescrito

e o currículo em ação.

Para Sacristán (1998, p. 165) “o currículo molda os docentes, mas é traduzido na

prática por eles mesmos – a influência é recíproca”. Assim, entende-se o professor

como alguém que intervem e transforma o currículo recebido resignificando-o na

prática.

Se o currículo expressa o plano de socialização através das práticas escolares

imposto de fora, essa capacidade de modelação que os professores têm é um

contra-peso possível se é exercida adequadamente e se é estimulada como

mecanismo contra-hegemônico. Qualquer estratégia de inovação ou de

melhora da qualidade da prática do ensino deverá considerar esse poder

modelador e transformador dos professores, que eles de fato exercem num

sentido ou noutro, para enriquecer ou para empobrecer as propostas originais.

(Sacristán, 1998, p. 166)

Pode-se dizer, através das informações do quadro que a ação dos professores ao

praticar o currículo vai além de uma ação meramente adaptativa passando a configurar o

desenvolvimento de sua profissionalização aproveitando a margem de autonomia que o

sistema educativo e curricular deixa em suas mãos. Autonomia que tem limites de

atuação, às vezes evidente. A atuação ocorre dentro de uma instituição por essa razão

sua prática já é condicionada às normas de funcionamento, pela política curricular pelos

órgãos de governo de uma escola ou pela tradição.

Pesquisadora: (nº 27) É realizada alguma reunião no início ou final do ano

letivo para planejar o começo ou o ano seguinte?

Reuniões podem se constituir em momentos de trocas entre especialistas,

gestores, coordenadores pedagógicos, professores e representantes da comunidade

escolar. Momento que também pode servir para as equipes gestoras das escolas

Page 89: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

90

tomarem contato com eventuais mudanças na legislação e nas diretrizes, com o

calendário oficial e com as metas da rede de ensino.

Quadro 16: Representativo da questão nº 27: É realizada alguma reunião

no início ou final do ano letivo para planejar o começo ou o ano seguinte?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 46 76,6%

Não 9 15%

Não respondeu 4 6,6%

Nem sempre 1 1,6%

TOTAL 60 99,8% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

A maioria dos entrevistados confirma que são realizadas reuniões para planejar o

ano letivo.

Pesquisadora: (nº 28) Vocês recebem alguma orientação preliminar da

secretaria da educação?

As respostam apontam para uma divisão entre os que afirmam que recebem

orientação e os que afirmam que não a recebem. Também não discorreram sobre quais

sejam essas orientações recebidas. A questão admite como orientação desde que

relacionadas ao planejamento e a prática pedagógica: organização dos conteúdos e

habilidades, do espaço e tempo, gestão da sala de aula, respeito à diversidade, avaliação,

relação do professor com demais funcionários da escola, pais e alunos, realização de

diagnósticos, enfim.

Quadro 17: Representativo da questão nº 28: Vocês recebem alguma orientação

preliminar da secretaria da educação?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 28 46,6%

Não 25 41,6%

Não respondeu 7 11,6%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Page 90: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

91

Os professores apontam alguns dos desafios enfrentados cotidianamente que

estão relacionadas com o seu trabalho, e que extrapolam o universo da sala de aula e dos

muros da escola, como é possível observar abaixo:

Pesquisadora: (nº 13) Quais as dificuldades percebidas por você na construção

de seu planejamento?

Os professores apontam que suas dificuldades estão em articular os conteúdos

que fazem parte do plano anual com as necessidades da turma.

P5: Material pedagógico, espaço em sala-quantidade de alunos, livros/P10:

Estar articulando os conteúdos determinado no plano anual com as necessidades da

turma/ P14: O acompanhamento da família na escola que não existe em comunidades

carentes./ P33: Ter um momento p/fazer essa construção em conjunto com colegas do

mesmo ano, tirar dúvidas, compartilhar ideias/ P41: Alguns conteúdos desnecessários

fazerem parte do currículo.

Estão bem presentes nesses fragmentos de falas desses docentes algumas

dificuldades como, por exemplo, a falta de participação da família; a escassez (falta) de

recursos pedagógicos; a articulação tão imprescindível entre o plano de aula e as

necessidades da turma; as salas lotadas; o espaço físico inadequado; poucos livros e

ainda precários; falta de tempo para pesquisa e para se organizar e construir, em

conjunto com outros professores, planejamentos compatíveis com o contexto da

comunidade escolar em que atuam; compartilhar ideias e duvidas; reclamações acerca

do plano extenso e em desacordo com os anseios dos alunos; persistência no currículo

de conteúdos desnecessários, complexos e repetitivos; questões relacionadas à cultura, e

por fim, tempo disponível para realização de reflexões sobre suas práticas.

No cotidiano escolar, a cultura é, muitas vezes, associada ao que é local,

pitoresco, folclórico, bem como ao divertimento ou lazer, enquanto o conhecimento é

freqüentemente associado a um inalcançável saber. Essa dicotomia não cabe em nossos

tempos: a informação está disponível a qualquer instante, em tempo real, ao toque de

um dedo, e o conhecimento constitui-se como uma ferramenta para articular teoria e

prática, o mundial e o local, o abstrato e seu contexto físico.

Pesquisadora: (nº 32) Sente dificuldade para entender termos presentes no

documento de referência (conteúdos e habilidades)? Como resolve?

Dentre os professores entrevistados, 25% deles não respondeu. As respostas

abaixo demonstram que o professor busca alternativas de sanar suas dúvidas.

Page 91: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

92

Quadro 18: Representativo da questão nº 32: Sente dificuldade para entender

termos presentes no documento de referência (conteúdos e habilidades)? Como

resolve?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 35 58,3%

Não 15 25%

Não respondeu 10 16,6%

TOTAL 60 99,9% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

P6, act – (sim) Procuro entender conversando com outros educadores e

pesquisando./ P40, act – (sim) Peço ajuda aos especialistas.

A ajuda vem através de conversa com outros professores e/ou especialistas

(orientador educacional, supervisor escolar, supervisor de gestão, administrador,

secretários e diretores) e alguns resolvem por meio de pesquisas em relação aos termos

desconhecidos.

P9, act – (sim) Dicionário e pesquisas.

O uso do dicionário indica que alguns termos precisam ser consultados, talvez

para encontrar um sinônimo que facilite o entendimento, uma explicação da palavra

desconhecida que está descrita na matriz.

P46, efet – (sim) Busco informações que nem sempre me satisfazem.

Esse fragmento de fala de P46 evidencia que muitas vezes as pesquisas efetuadas

por ele junto aos documentos de referência não conseguem sanar as suas dúvidas, o que,

implicitamente, sinaliza que esse professor não tem uma cultura de pesquisa, por isso a

dificuldade expressada por ele, ou que esses documentos apresentam uma complexidade

que acaba por prejudicar um melhor entendimento deste, por parte de P46.

Pesquisadora: Voce percebe quais as principais dificuldades dos professores

na construção do planejamento? Como é resolvido?

C1: Aqui [o nome da escola foi mantido em sigilo] eu não sinto não por conta

que eu to e como eu ajudei a elabora eu não vejo assim essa questão porque a gente já

trabalha sobre isso, por exemplo, agora a matriz de conteúdos e habilidades foi

transformada em trimestral quando eu falei pra ti que não teve mudança não teve

mudança em questão de conteúdo e habilidade tá? Não teve, mas ela passou a ser

trimestral essa foi a mudança, os mesmos conteúdos que antes era bimenstrais era

quatro bimestre ele se transformou em três trimestres, então nesse sentido do tempo

Page 92: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

93

mudou, não mudou o sentido da habilidade e conteúdo, aí, eu faço com elas então como

a gente monta junto eu não vejo pode ser que tenha mas não aparente.

Pesquisadora: (nº 29) Quando os alunos passam para o próximo ano, os

professores conversam sobre a aprendizagem ou dificuldades dos alunos? O que é

feito a partir dessas informações?

Uma parcela de professores optou por não responder a questão, no entanto 65%

deles respondeu. Para realizar cada uma das propostas ou todas as que os professores

apontaram: mudar a prática, trabalhar diferenciado e relatório descritivo demanda a

garantia de espaço/tempo para que os professores possam se relacionar com seus pares

profissionais, possibilitando o diálogo no processo de formação docente e reflexão

sobre o processo de ensino-aprendizagem e acerca de alternativas para superar as

dificuldades.

[...] é através das relações com os pares e, portanto, através do confronto

entre os saberes produzidos pela experiência coletiva dos professores, que os

saberes experienciais adquirem uma certa objetividade: as certezas subjetivas

devem ser, então, sistematizadas a fim de se transformarem num discurso de

experiência capaz de informar ou de formar outros docentes e de fornecer

uma resposta a seus problemas. (TARDIF, 2002, p.32)

Estes espaços de diálogo entre os professores seriam, então, momentos propícios

para a construção de reflexões acerca dos métodos pedagógicos utilizados e de crianças

com dificuldades de aprendizagem.

P1, act - Mudanças de estratégias./ P47, efet - É visto nossos problemas e vamos

tentar mudar a nossa prática a partir da dificuldade./ P38, act - Tentamos trabalhar

diferenciado dando ênfase às dificuldades estabelecidas.

P1, P47 e P38 afirmam que no momento que diagnosticam problemas encontrados

em suas práticas, tentam modificá-las, a fim de que possam sanar essas dificuldades de

maneira a contorná-las.

P9, act – Nada./ P31, efet - Sim, dessas informações nada./ P57, efet - Não há essa

conversa e talvez essa falta de informação prejudique ainda mais o avanço do aluno

que apresenta dificuldade./ P25, efet – Não./ P2, act - Sim quando possível./ P52, act -

Muito pouco, vai depender de professor para professor.

De acordo com estes professores o que será feito vai depender só do professor.

Mas aprendizagem e o conhecimento são de interesse de todos, que consciente ou

inconscientemente, participam do processo de construção de saberes. Neste sentido, é

Page 93: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

94

possível perceber o quanto é imprescindível de diálogo com outros professores e demais

profissionais da escola.

P6, act - Sou ACT e cada ano trabalho numa escola diferente. Algumas escolas

conversam./ P26, efet - Muitas vezes nada, pois a maioria dos professores não retorna.

P30, efet - A rotatividade de professores aliado a pouco tempo disponibilizado a

discussão de alunos torna isso quase utópico.

Os professores elencam a rotatividade como um dificultador da continuidade do

trabalho que se propõe na escola: o quadro docente está sempre mudando. alguns

professores ficam pouco tempo na escola e outros passam pelas salas de aula para

substituir colegas que estão de licença. A rotatividade aqui citada está longe de ser

positiva. Quem fica apenas alguns meses com uma turma não cria vínculos com os

alunos - o que compromete a aprendizagem pela falta de interação e continuidade no

trabalho pedagógico - nem com a comunidade, prejudicando assim a construção da

identidade escolar. Muito se perde de informações quando esse professor sai, e leva

mais tempo leva até que o novo professor conheça a escola, os alunos, os outros

professores e a comunidade

P14, act - Um relatório descritivo sobre a aprendizagem do aluno, seus avanços

nas habilidades desenvolvidas./ P29, efet - Geralmente um relatório que nunca é

repassado para o professor seguinte.

Os professores citam a elaboração de um relatório com informações acerca dos

alunos, mas que fica sujeito a não ser repassado a outros professores que assumiram a

turma, e assim deixar de ter funcionalidade se não for apresentado para o próximo

professor que vai assumir a turma. Não foi citado se no relatório consta informações que

foram sendo observadas durante o ano ou observações pontuais acerca das

aprendizagens construídas ou em desenvolvimento ou se é um documento que não passa

de burocracia a ser entregue.

P15, act - Sim, nos conselhos de classe./ P17, act - Sim, junto com professores,

orientadores, e supervisores dependendo da instituição escolar./ P40, act - Sim pois

quando há o conselho são discutidos todos os aspectos dos alunos.

De acordo com os professores o momento no qual os professores conversam

sobre a aprendizagem ou dificuldades dos alunos é no conselho de classe. No ritmo em

que as escolas funcionam, o conselho de classe, é uma das poucas oportunidades em

que é possível reunir os docentes das diversas disciplinas de um mesmo ano com o

objetivo de analisar os processos de ensino e de aprendizagem sob múltiplas

Page 94: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

95

perspectivas. Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como

a análise do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição.

Dessa forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa,

permitindo a reavaliação da prática didática, do contrário se transforma em um desabafo

coletivo. Infelizmente, em vez de deter a análise sobre o que o estudante produz, muitas

vezes as discussões giram em torno daquilo que ele não faz.

Abaixo C1 que também é supervisor escolar na rede explica o que é elaborado ao

final do ano.

Pesquisadora: Ao final do ano é elaborado algum relatório (...) para o

próximo ano, há necessidade, isso é feito ou não?

C1: Com os alunos ANE (Alunos com Necessidades Especiais) sim e com os

alunos dos anos de alfabetização que não tem reprovação sim os outros não.

P20, efet - São traçadas metas para o ano./ P34, efet - São planejadas ações./ P41,

act - São discutidas ações para atingirmos os objetivos de aprendizagem./ P56, efet -

Sim. Buscam-se novos caminhos para alcançar esses alunos./ P60, efet - Procuro

trabalhar essas dificuldades.

Esses professores citam que as ações vão ao encontro do que for percebido a

partir das informações e servirão para orientar o planejamento, indispensável diante das

várias finalidades, que segundo GESSER (2011, p. 23), são: “viabiliza a relação teoria e

prática; aponta para a necessidade e a possibilidade de mudança da realidade; é uma

necessidade do educador e possibilita pensar a prática sobre a prática”.

Concluindo as reflexões nesse eixo suscitadas, percebeu-se que o docente possui

“poder” de escolha em relação aos materiais didáticos a serem utilizados por ele, e em

parte na seleção do livro que usará com sua turma. Acompanhamos seus relatos e

averiguou-se que alguns diversificam esses materiais, cujo intuito é de tornar suas aulas

mais atraentes. No entanto, quanto aos desafios vivenciados pelos docentes, os mesmos

reforçaram que dificuldades existem e são de toda ordem, como, por exemplo, o

problema que enfrentam no cumprimento do currículo prescrito/estabelecido; os seus

anseios em lidarem com as dificuldades de seus alunos; a falta de continuidade no ritmo

e desenvolvimento das atividades escolares, uma vez que muitos dos professores não

são efetivos; a ausência de reuniões mais sequenciais, a fim de que haja planejamento

coletivo de professores. Diante do exposto, constatou-se que, em relação aos desafios

elencados, os docentes não se sentem encorajados e empoderados, ao contrário, sentem-

se incapazes em lidar com esses entraves.

Page 95: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

96

4.1.4 Documentos oficiais (Nacionais e municipais):

Esse eixo contempla as seguintes temáticas: concepção e tradução dos

documentos no Projeto Político Pedagógico.

FIGURA 4 - Diagrama de representação do Eixo de Significância “Documentos oficiais nacionais e

municipais”.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

4.1.4.1. Concepção dos professores

Na questão abaixo, buscou-se saber se os professores tem conhecimento e qual

sua concepção acerca de dois documentos nacionais, a saber, as Diretrizes Curriculares

Nacionais (diretrizes que estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar

a organização, articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas

de todas as redes de ensino brasileiras) e os Parâmetros Curriculares Nacionais

(diretrizes, não obrigatórias, elaboradas pelo Governo Federal, para cada disciplina).

Pesquisadora: (nº 03) Você conhece as Diretrizes Curriculares Nacionais para

a Educação Básica?

As DCNs são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o

planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo Conselho

Nacional de Educação (CNE). Têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB), de 1996, que assinala ser incumbência da União "estabelecer, em colaboração

com os Estados, Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a

DOCUMENTOS OFICIAIS

CONCEPÇÃO DOS

PROFESSORES

DOCUMENTOS NACIONAIS

DOCUMENTOS MUNICIPAIS

Documentos Nacionais: LDB; Parecer CNE/CEB nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB nº 7/2010

Documentos municipais: Projeto educativo e Matriz de habilidades

TRADUÇÃO DOS DOCUMENTOS

NO PPP

Page 96: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

97

educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e

os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum".

As DCNs se diferem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Enquanto

as DCNs são leis, dando as metas e objetivos a serem buscados em cada curso, os PCNs

são apenas referências curriculares, não leis.

De acordo com o CNE, as diretrizes curriculares contemplam elementos de

fundamentação essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou profissão,

visando promover no estudante a capacidade de desenvolvimento intelectual e

profissional autônomo e permanente. Dessa forma, foram estabelecidas: Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação Infantil; Diretrizes Curriculares Nacionais para

o Ensino Fundamental; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores.

Quadro 19: Representativo da questão nº 03: Você conhece as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação Básica?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 58 96,6%

Não 01 1,6%

Não respondeu 01 1,6%

TOTAL 60 99,8% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

De acordo com as respostas, os professores conhecem, mas as respostas não nos

oferecem qual é o conhecimento que eles têm sobre as DCNs, pode ser que somente

estejam cientes de que este documento existe e serve como o próprio nome explica,

como diretrizes curriculares nacionais para a educação básica.

Pesquisadora: (nº 04) Você conhece os Parâmetros Curriculares Nacionais?

O mesmo acontece acerca do conhecimento sobre os PCNs. Entretanto é um

material que foi disponibilizado pelo MEC aos professores e está disponível através do

site: <http://www.mec.gov.br>. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino

fundamental foram introduzidos no ano de 1998 no interior de um conjunto maior de

reformas educacionais implantadas pelo Estado brasileiro, foram por muito tempo

referência para a elaboração de planejamentos nas escolas e mesmo para realização de

avaliações do sistema escolar.

Page 97: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

98

Quadro 20: Representativo da questão nº 04: Você conhece os Parâmetros

Curriculares Nacionais?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 60 100%

Não - -

TOTAL 60 100% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Os professores foram unânimes ao afirmar que conhecem os PCNs, 100% deles

respondeu a questão e afirmativamente.

Pesquisadora: (nº 05) Como você entende estes documentos?

Dentre os entrevistados apenas dois professores optaram pela resposta que

considera os documentos como uma coleção de regras que pretendem ditar o que os

professores devem ou não fazer.

O item II do art.13 da LDB aponta que o professor deve elaborar e cumprir seu

plano de acordo com a proposta pedagógica da escola e em seu art. 15, é garantido às

unidades escolares públicas progressivos graus de autonomia pedagógica,

administrativa e de gestão financeira. Essa autonomia pedagógica pode até acontecer,

mas de maneira parcial, pois a escola, bem como o professor, já tem as regras nacionais

para a construção do currículo a ser seguido como base para a construção da prática

pedagógica.

Quadro 21: Representativo da questão nº 05: Como você entende estes

documentos?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

São referências para o ensino

fundamental de todo o país. O

objetivo é garantir a todos os

estudantes brasileiros o direito de

usufruir do conjunto de

conhecimentos reconhecidos como

necessários para o exercício da

cidadania.

56

93,3%

São uma coleção de regras

que pretendem ditar o que os

professores devem ou não fazer.

02

3,3%

Page 98: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

99

Não respondeu 02 3,3%

TOTAL 99,8% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

As respostas já direcionavam para um entendimento e este foi aceito. De acordo

com as respostas, a maioria dos professores entende que os documentos como

referências para o ensino fundamental de todo o país com o objetivo de garantir a todos

os estudantes brasileiros o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos

reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania.

As políticas educacionais e a legislação apresentam a autonomia como ponto

fundamental da prática pedagógica e da gestão, para a promoção de uma educação

democrática. Porém, isso nem sempre acontece, pelo fato de muitas das propostas, das

reformas estabelecidas, não atenderem a realidade da escola, às demandas apresentadas

por seus atores.

Pesquisadora: (nº 33) Você tem conhecimento de todos os documentos que

orientam os Anos Iniciais do ensino fundamental incluindo os municipais? Liste.

Dos entrevistados, 20% optaram por não responder e 41,6% negou ter

conhecimento, assim, não foi possível saber de mais da metade dos entrevistados, ou

seja, 61,6%, quais documentos que os professores conhecem que orientam os anos

iniciais do ensino fundamental. Entre as respostas selecionadas estão alguns

documentos mais antigos, alguns que não são documentos oficiais para a educação

básica. Assim é possível saber o que os professores estão utilizando como material de

orientação e de elaboração das aulas, ou seja, entre os vinte e três professores que

responderam, quatorze citaram os PCNs e sete a matriz proposta pelo município

(contem os conteúdos por ano e disciplina, as habilidades e e os procedimentos

metodológicos), sendo que o Projeto Educativo (diretrizes básicas para o ensino

fundamental da rede municipal) é citado uma única vez.

P2, act - Matriz curricular, projetos de Mestrado, livros do MEC, e reportagens

sobre alfabetização e infância./ P5, act - Diretrizes Curriculares Educação Infantil,

PCNs./ P7, act - PCNs, LDB./ P10, act - LDB, Matriz de habilidades, PCN, DCN./ P20,

efet - Parâmetros Curriculares, LDB, Lei orgânica, constituição, decretos MEC

(alguns)./ P22, efet – LDB – Matriz de habilidades – PCN./ P26,efet - Cadernos

metodológicos – PCNs – Diretrizes curriculares para educação básica./ P27, efet –

Matrizes de habilidades por série, PCN – Projeto Educativo – Diretrizes Curriculares

Page 99: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

100

Nacionais./ P29,efet -Geralmente me auxilio com os PCNs (tenho o antigo) e os

documentos como currículos e diretrizes (tenho o antigo de Santa Catarina)./ P30, efet -

Diretrizes Curriculares municipais e Resoluções do COMED./ P41, act – Sim. LDB,

PCN, Matriz de conteúdos e Habilidades./ P48, act - Procuro sempre estar embasada

na matriz curricular, PNCs, anos iniciais nove anos./ P51, act – PCN, PPP e DCN./ P52,

act - Sim. Alguns: PPP, currículo, etc./ P55, act - Alguns: PCN, PPP e PDE./ P57, efet -

Todos não./ P58, efet - PCN, LDB, PPP./ P60, efet - PCNs, proposta curricular, matriz

de habilidades.

Um dos coordenadores do GT também apresentou dificuldades em dizer quais

eram.

C1: ...Seguimos ...os PCNs né, as resoluções... Primeiro documento é a LDB né,

segundo os documentos... Como é o nome daquele documento que eu esqueci o nome

desse plano... As normativas nacionais, as diretrizes, as resoluções que tem essa dos 10

anos, e tem outro (...) o plano....(...) que eu esqueci o nome agora fugiu da minha mente

né, que vem dando direcionamentos, posicionamentos, os PCNs, né? Os cadernos

também do município né, nós também seguimos o nosso documento municipal não sei

se tu tem conhecimento dele o azulzinho, (...) Meu deus ele foi desde 1998, se não me

engano, aquele documento azulzinho que tem umas criancinhas eu até tenho

participação nele também, eu sempre to metida em tudo não sei pra que serve (está se

referindo ao Projeto Educativo) e tem ele e tem os nossos cadernos metodológicos

também (...)... o plano nacional de educação que é o que a gente segue também.

4.1.4.2 Documentos nacionais e documentos municipais

4.1.4.2.1 Documentos Nacionais

Para esta análise foram selecionados os seguintes documentos oficiais nacionais:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB; Parecer CNE/CEB nº 11/2010

que discute sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de

nove anos e Resolução CNE/CEB nº 7/2010 que fixa as Diretrizes Curriculares

Nacionais (DCN) para o EF de nove anos.

4.1.4.2.1.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB

Page 100: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

101

A LDB, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) é a mais importante lei

brasileira que se refere à educação. Esta lei foi aprovada em dezembro de 1996 com o

número 9394/96. É composta por 92 artigos que versam sobre os mais diversos temas

da educação brasileira, desde o ensino infantil até o ensino superior.

Esta regulamenta as diretrizes para a Educação Nacional, tem a intenção de

“disciplinar a educação escolar, predominantemente, por meio do ensino, em

instituições próprias” (BRASIL, 1996).

A LDB trata de aspectos pedagógicos, embora as orientações legais, em sua

maioria, remetem ao administrativo, a lei implica diretamente no pedagógico, nos

elementos que orientam a educação.

A LDB contempla, em seu texto, aspectos que se referem a questões

pedagógicas, porém, na identificação das palavras-chave, observa-se que, no texto

aparecem apenas seis vezes o termo Prática Pedagógica aparece apenas seis vezes;

Metodologia, três vezes; Material, quatro vezes; Tempo, oito vezes; e os termos

Conteúdo e Currículo foram encontrados onze e doze vezes, respectivamente.

O currículo, como afirma Moreira e Candau (2007), deve abranger as

experiências que envolvem a construção do conhecimento, as relações sociais e que, no

geral, contribuem de fato para a formação da identidade dos educandos.

Embora em uma lei como essa se espere que os elementos que constituem as

atividades escolares, dentre eles a prática pedagógica, estejam mais presentes e

evidentes, essa lei não contempla essas questões práticas mais minuciosamente. A LDB

trata de maneira mais ampla as questões de caráter pedagógico, dando “dicas”

superficiais sobre questões que remetem à prática pedagógica, porém a lei não trata

dessa prática como uma prática social, como defende Veiga (1998).

O fato de conteúdo e currículo estarem com maiores valores de frequência e

muito próximos entre si, além da observação feita na LDB, indica que o currículo está

sendo, principalmente relacionado à conteúdo.

4.1.4.2.1.2 Parecer CNE/CEB nº 11/2010

O Parecer CNE/CEB nº 11/2010 discute sobre as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o ensino fundamental de nove anos. O documento é destinado a

orientações necessárias à elaboração dos currículos e dos projetos políticos pedagógicos

das escolas (BRASIL, 2010b). Ele apresenta um texto dissertativo que fundamentou a

Page 101: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

102

Resolução CNE/CEB nº 7/2010, em formato de lei, que fixa as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o ensino fundamental de nove anos.

No Parecer CNE/CEB nº 11/2010 foi identificada a frequência das palavras-

chave que se reportam à prática pedagógica, sendo o termo Currículo repetido 63 vezes,

seguido de Tempo, Conteúdo e Espaço, com trinta e dois, trinta e vinte e oito vezes,

respectivamente. Os termos Prática Pedagógica e Metodologia quase não são

mencionados no texto, apenas uma vez cada um.

Isso demonstra que, provavelmente, a relação entre os termos que mais

aparecem com aqueles menos frequentes precisa ser fortalecida, pois, segundo Sacristán

(2000), o currículo é o cruzamento de diferentes práticas que se convergem em tudo o

que chamamos de prática pedagógica. Portanto são elementos interdependentes, no que

se refere à organização pedagógica.

Embora o Parecer CNE/CEB 11/2010 trate de questões pertinentes à prática,

como o currículo e o conteúdo, o texto apresenta um caráter mais informativo quando se

refere a essas questões, o que vai de encontro ao que Moreira e Candau (2007) afirmam

sobre o currículo, e, ainda, ao que Ranghetti e Gesser (2011) falam sobre a importância

da clareza e da organização dos conteúdos, ambos fundamentais para se saber o que

ensinar e como se ensinar.

Assim, é importante uma reflexão sobre a abordagem que esse documento traz

sobre esses termos que determinam a prática pedagógica, pouco significativos nesse

Parecer.

4.1.4.2.1.3 Resolução CNE/CEB nº 7/2010

A Resolução CNE/CEB nº 7/2010 fixa “[...] as Diretrizes Curriculares Nacionais

(DCN) para o EF de nove anos a serem observadas na organização curricular dos

sistemas de ensino e de suas unidades escolares” (BRASIL, 2010c, p. 1).

A princípio, esse documento trata de vários elementos que fazem parte do ensino

fundamental, dentre eles o currículo, considerando-o:

[...] constituído pelas experiências escolares que se desdobram em torno do

conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos alunos como os conhecimentos historicamente acumulados e

contribuindo para construir as identidades dos estudantes. (BRASIL, 2010c,

p. 3).

Page 102: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

103

Na compreensão de currículo, apresentado nessa resolução, é dado ênfase que se

constitui pelas experiências escolares, pelas relações sociais e articuladas às vivências e

saberes, contribuindo para a construção da identidade desses alunos, defendida por

Moreira e Candau (2007). Assim, percebemos que há, claramente, a compreensão sobre

o termo currículo nessa legislação.

Porém, quanto a esse documento, o que observamos é a intenção de estabelecer-

se, claramente, que os conteúdos curriculares da base nacional comum deverão ser

seguidos segundo as DCNs, e a parte diversificada deverá ser escolhida pelos sistemas

de ensino, considerando as diferentes realidades.

Assim, a relação desses “conteúdos curriculares” com as áreas de conhecimento

- as quais dão origem às disciplinas escolares, ao exemplo de: matemática, língua

portuguesa, história, ciências, etc. - demonstra que o foco é o que se deve ensinar no

ensino fundamental. Esse fato remete-nos a pensar que, apesar da clareza em relação ao

que venha a ser o currículo e o saber da importância da sua interdisciplinaridade, é dada

bastante ênfase à importância dos conteúdos nas áreas de conhecimento, delimitando a

autonomia da escola e a prática do professor.

Com relação ao professor, a Resolução CNE/CEB nº 7/2010 afirma, no Art.

25, que:

Os professores levarão em conta a diversidade sociocultural da população

escolar, as desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e a

multiplicidade de interesses e necessidades apresentadas pelos alunos no

desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas que melhor respondam às diferenças de aprendizagem entre os estudantes e às suas

demandas. (BRASIL, 2010c, p. 7).

Como observado no texto citado anteriormente, o documento traz o que tem de

ser feito - as metodologias e estratégias variadas -, mas não diz como devem ser feitas.

Ou, ainda, quem dará as devidas orientações em relação a quem realizará esse trabalho.

Assim, percebemos que o professor é encarregado do que se ensina e como se ensina

(SHIGUNOV NETO; MACIEL, 2009), não levando em consideração as mudanças que

deveriam acontecer no novo ensino fundamental, e que, talvez, esses professores não

estejam tão preparados assim.

O documento, no seu Art. 30, afirma que aos três anos iniciais do ensino

fundamental devem ser assegurados:

Page 103: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

104

I - a alfabetização e o letramento; II - o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o

aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a

Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da

História e da Geografia;

III - a continuidade da aprendizagem, tendo como conta a complexidade do

processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no

Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na passagem do

primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.

(BRASIL, 2010c, p. 8).

Considerando o que diz o item I, não fica esclarecido em que momento o aluno

deve estar alfabetizado ou letrado, deixando aí uma dúvida em relação a esses dois

processos de formação. Já o item II elenca as disciplinas que, obrigatoriamente, fazem

parte do ensino fundamental.

Para a avaliação dos alunos dos três anos iniciais do ensino fundamental, essa

resolução diz que a ação pedagógica deve ser redimensionada e orienta que deverá:

Art.32 [...]

I - assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua,

cumulativa e diagnóstica, com vista a:

[...]

II - utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o

registro descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os

portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a

sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do

educando;

III - fazer prevalecer os aspectos qualitativos de aprendizagem do aluno sobre

os quantitativos, [...]; IV - assegurar tempos e espaços diversos para que os alunos com menor

rendimento tenham condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano

letivo;

V - promover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência

paralelos ao período letivo, [...]. (BRASIL, 2010c, p. 9)

O item II elenca sugestões de instrumentos e procedimentos que podem ser

utilizados para a realização da avaliação dos alunos nos três anos iniciais do ensino

fundamental, e, em seguida, dá ênfase aos aspectos qualitativos, porém não menciona

como fazer a aproximação desses dois elementos - procedimento e análise -, o que para

o professor nem sempre fica esclarecido, pois são os resultados quantitativos os mais

destacados e “valorizados” pela educação nacional. Daí os dois fatores, quantitativo e

qualitativo, contrapõem-se ao invés de complementarem-se. E, por sua vez, são os

dados qualitativos, como os avanços e as dificuldades dos alunos no processo de

aprendizagem, que fornecem ao professor as indicações de como proceder e reorientar à

sua prática pedagógica. (HAYDT, 1998).

Page 104: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

105

Considerando o exposto anteriormente, em nossa análise geral do documento em

questão, foi possível observarmos que ele trata de várias questões que se referem à

Prática Pedagógica, a exemplo do currículo. Assim, foi percebido que, na Frequência

das palavras-chave, Currículo foi a palavra mais citada (32 vezes), seguida de Conteúdo

(22), Material (18), Espaço (16) e Tempo (16), enquanto que Prática Pedagógica e

Metodologia foram citadas apenas uma vez cada uma, conforme podemos observar no

gráfico 8 que segue.

Embora a Resolução CNE/CEB 7/2010 traga em seu texto vários elementos que

se relacionam à prática, não é apresentada, de maneira explícita, a importância da

composição integrada desses elementos. Logo a ausência de chamadas da Prática

Pedagógica limita o entendimento da articulação que os aspectos abordados devem ter

junto à essa prática.

4.1.4.2.2 Documentos Municipais

Para esta análise foram selecionados os seguintes documentos oficiais

municipais: Projeto educativo: Diretrizes Básicas para Ensino Fundamental da Rede

Municipal de Itajaí, nele estão contidas concepções teóricas e filosóficas acerca do

projeto educativo e diretrizes para organização do currículo básico para o ensino

fundamental e Matriz de habilidades (2007), que apresenta todas as disciplinas por

séries e em unidades, os conteúdos que os professores deverão trabalhar, ao lado, as

habilidades que os alunos deverão desenvolver com os referidos conteúdos e em uma

terceira coluna, os procedimentos metodológicos. Cada ano escolar tem uma tabela

correspondente.

4.1.4.2.2.1 Projeto Educativo

O Projeto Educativo: Diretrizes Básicas para Ensino Fundamental da Rede

Municipal de Itajaí é um documento teórico metodológico, que foi elaborado para

proporcionar aos professores/as os fundamentos necessários para compreender a

natureza do trabalho pedagógico da rede municipal de ensino. Nele estão contidas

concepções teóricas e filosóficas acerca do projeto educativo e diretrizes para

organização do currículo básico para o ensino fundamental.

Page 105: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

106

A publicação data do ano de 2000, mas começou a ser elaborada um pouco

antes, conforme podemos ler abaixo:

A partir de 1998, foram implantadas e implementadas várias ações

educacionais: Programa de Atendimento Pedagógico Específico (PAPE),

Programa de Aceleração de Aprendizagem, Educação Especial, Educação de

Jovens e Adultos, Implantação do Ciclo Básico, TV-Vídeo Escola e

informática na Educação, cujos produtos desse trabalho aliados à operacionalização do processo com vários desdobramentos, como por

exemplo, a elaboração de uma Proposta Curricular para a Rede Municipal de

Ensino de Itajaí. (SME, 2000, p. 11).

Esse documento (2000), além de ser um referencial curricular, é uma diretriz

aberta por natureza, de acordo com o Projeto Educativo da Unidade Escolar e em

função das novas demandas da sociedade global emergente, que tem como característica

o avanço científico e tecnológico, é considerado como a possibilidade de ressignificar o

espaço escolar.

O processo de elaboração considerou a participação “efetiva dos docentes e da

Equipe Técnico-Pedagógica das escolas, em todos os níveis de atuação”. (SME, 2000,

p. 11). E passou por algumas etapas, houve “aproximação sucessiva de uma proposta

inicial norteadora, provisória e flexível, elaborada na discussão e nas análises, a partir

de diretrizes oriundas das Unidades Escolares e dos grupos multiplicadores”. (SME,

2000, p. 11).

Entende-se que, “O Projeto Educativo também é um Projeto Político

Pedagógico” (SME, 2000, p. 15).

Como o material foi produzido há algum tempo, as atividades propostas

encontram-se desatualizadas, mas como o próprio documento assume: “a existência de

um projeto educativo não encerra o processo, muito menos acarreta resultado final”.

(SME, 2000, p. 17). Para dar suporte ao Projeto Educativo a Secretaria Municipal de

Ensino promoveu a edição dos Cadernos Metodológicos de Artes, Geografia, Língua

Portuguesa, História, Educação Física, Ensino Religioso, Inglês, Ciências e Matemática

(2003), uma reelaboração curricular a partir das políticas educacionais. As linhas gerais

estão nos documentos do MEC e os documentos municipais estão sempre de acordo

com esses.

Aqui também foi promovido pela Secretaria Municipal de Educação o

envolvimento dos professores (por adesão). Assim como o Projeto Educativo, os

Cadernos Metodológicos contaram com várias assessorias nas diversas áreas do

Page 106: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

107

conhecimento, bem como a participação dos professores da rede municipal de educação.

A participação se deu por adesão, portanto nem todos os profissionais de

educação fizeram parte da construção do documento. E estiveram presentes professores

de outras instituições nas mais diversas áreas de conhecimento para ajudar no

direcionamento do trabalho.

A análise desse documento se inicia na página número nove até a página número

trinta e oito, ou seja, a apresentação, introdução, justificativa e marcos (referencial,

situacional, filosófico e operativo), pois adiante o Projeto Educativo se reporta às áreas

de conhecimento e como já foi escrito a SME promoveu a edição dos Cadernos

Metodológicos para dar suporte ao Projeto Educativo. Por isso, será utilizada, de forma

suscinta uma análise já feita em uma dissertação do próprio programa (VARGAS,

2012), nos cadernos metodológicos das áreas de conhecimento.

O projeto educativo contempla, em seu texto, concepções teóricas e filosóficas

acerca do projeto educativo e diretrizes para organização do currículo básico para o

ensino fundamental, porém, na identificação das palavras-chave, observa-se que, no

texto os termos Conhecimento e Ensino aparecem vinte e cinco e vinte e uma vezes,

respectivamente. Há visivelmente um destaque para aquisição do conhecimento que se

dará pelo ensino, ligadas ao processo de ensino aprendizagem, o que se repete com os

cadernos metodológicos, pois segundo Vargas (2012), “esses cadernos (2003) destacam

o ensinar”.

O termo currículo aparece treze vezes e vem logo depois de termos como

conhecimento e ensino, apesar de ser com uma diferença de quase metade da

quantidade, revela uma concepção de currículo relacionado ao o que ensinar.

O termo Espaço aparece nove vezes e é acompanhado por palavras como

resignificar, repensar e organizar o que demonstra que foi observada a necessidade de

rever novas formas de utilização do espaço ou da utilização de outros espaços para a

construção do conhecimento.

O termo Prática (referente à prática pedagógica) aparece sete vezes se

equiparando a quantidade em que aparecem Competências e Habilidades oito e sete

vezes, respectivamente. A frequência dos termos competência e habilidades são maiores

do que a frequência da palavra conteúdo e isso demonstra um ditanciamento da prática

pedagógica, até então concentrada no ensino e aprendizagem de conteúdos e que se

desloca para o desenvolvimento de habilidades e competências.

Termos como Interdisciplinaridade e Flexibilidade aparecem quatro e três vezes,

Page 107: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

108

respectivamente e Conteúdo três vezes. No documento oficial da rede municipal, os

conteúdos são entendidos como conhecimentos que os alunos têm o direito de construir

no espaço escolar e são vistos na sua totalidade e em permanente relação, o que remete

ao conceito de interdisciplinaridade. “Interdisciplinaridade e transversalidade colaboram

para a superação da fragmentação do conhecimento e para a inclusão de conteúdos até

então não vistos como escolares” (ITAJAÍ, 2000, p. 62). A seleção dos conteúdos parte

dos saberes escolares das diferentes áreas de conhecimento, de forma interdisciplinar. A

relação desses “conteúdos curriculares” com as areas de conhecimento - as quais dão

origem às disciplinas escolares, ao exemplo de: matemática, língua portuguesa, história,

ciências, etc. -, demonstra que o foco é o que se deve ensinar no EF. Esse fato remete-

nos a pensar que, apesar da clareza em relação ao que venha a ser o currículo e o saber

da importância da sua interdisciplinaridade, é dada bastante ênfase à importância dos

conteúdos nas áreas de conhecimento, delimitando a autonomia da Escola e a prática do

professor.

Avaliação, quatro vezes e segundo o documento a avaliação aparece numa

perspectiva da substituição da nota por uma síntese qualitativa do processo de ensino e

de aprendizagem.

A metodologia associada aos métodos aparece seis vezes, não foram

apresentados como prioridade, fato que leva ao seguinte questionamento: quais

metodologias estão sendo utilizadas para se ensinar os alunos dos anos iniciais do

ensino fundamental?

Quanto aos demais elementos - objetivos três vezes; recurso, duas vezes; tempo,

uma vez; planejamento, uma vez; estes constituíram parte do texto, sem a ênfase da sua

real importância no processo de construção do currículo e da prática pedagógica. Os

termos praticamente não aparecem no texto, dando a entender que sua relação com o

currículo não é algo relevante, pois aparecem, timidamente, quase que excluído do

contexto do currículo escolar. Entende-se que por ser um documento curricular de

diretriz para todos os profissionais da rede municipal os elementos que constituem o

currículo deveriam estar em equilíbrio e articulados entre si, pois a discrepância entre

eles faz refletir, sobre a relevância que se dá a essa integração e, obviamente, a

construção do próprio currículo e demonstra que, provavelmente, a relação entre os

termos que mais aparecem com aqueles menos frequentes precisa ser fortalecida, pois

são elementos interdependentes, no que se refere à organização pedagógica.

Abaixo, será apresentada uma análise que já foi realizada nos cadernos

Page 108: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

109

metodológicos da rede municipal, referente às áreas de conhecimento, em uma

dissertação do próprio programa do Mestrado.

O Caderno Metodológico Língua Portuguesa (2003) volta a frisar a relação

histórico cultural do currículo na página 27: “A construção do conhecimento

e o fomento da cidadania, sem dúvida, podem e devem ocorrer através de um

processo mediado dentro do espaço físico escolar”. (...) A disciplina de

Artes, no Caderno Metodológico, ao enfocar a prática do professor salienta:

“Na prática, o professor, como mediador do processo, desdobra o aluno em

reflexões” (ITAJAÍ, 2003, p. 20) e, na página 25 acrescenta: “Desenvolver o

conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal

e inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no

exercício da cidadania”. (...) A superação do paradigma positivista é tratada

no Caderno Metodológico de Ensino Religioso (ITAJAÍ, 2003, p. 38 e 39):

“[...] Neste sentido a escola deverá promover a ruptura já ocorrida em

diferentes setores acadêmicos que consideram superado o paradigma

positivista de que a ciência trata de aspectos objetivos do conhecimento,

limitados aos que podem e devem ser comprovados de forma experimental”.

Percebo aqui o reforço da construção do conhecimento que leve em conta

todo a cabedal de informações trazidas pelos nossos alunos e

complementadas pelo saber construído historicamente. (...) O tratamento

dado à disciplina Ensino Religioso no Caderno Metodológico é que o mesmo não pode ser tratado isolado das demais disciplinas e atividades. Esse

incorpora discussões internas e externas. O cenário da disciplina é a

pluralidade, a interdisciplinaridade e o respeito, deixa de ser pensado como

aula de religião para uma postura de discussão do fenômeno religioso. A

disciplina de Ensino Religioso relaciona a natureza, a sociedade e o

Transcendente, como elementos que visam à construção da cidadania. É uma

oportunidade para o educando ampliar seus conhecimentos, formular

hipóteses, perceber a discrepância entre o ideal e o real, o juízo do certo e

errado e, buscar no grupo, apoio para uma ação social transformadora. O

Caderno Metodológico Língua Estrangeira apresenta dois enfoques: o

espanhol e o inglês. Vou me ater ao inglês, tendo em vista a pesquisa feita com o professor dessa área e por não haver mais na rede municipal a

disciplina língua espanhola. Inglês tem como foco de habilidades o ler, o

escrever, o ouvir e o falar, que trabalhará com conhecimentos prévios da

língua, do gênero e do mundo e promover a aplicação desses

conhecimentos nas situações cotidianas de cada aluno. A aprendizagem da

língua inglesa contribui para oportunizar o aluno vislumbrar uma sociedade

diferente da sua, o que provoca uma tomada de consciência de sua própria

condição como cidadão brasileiro e cidadão do mundo. O ensino de língua

estrangeira deve transcender aquisições linguísticas, e sim, como prática

social, domínio e interação. O Caderno Metodológico Inglês apresenta a

aprendizagem como um processo de construção de conhecimento e, por fim,

o documento apresenta o conteúdo programático para as séries finais do ensino fundamental (ITAJAI, 2000). A matemática, segundo o documento,

faz parte da vida diária dos alunos, antes mesmo desses entrarem na escola,

por isso, a partir do conhecimento empírico, os professores devem considerar

as vivências dos alunos para a sala de aula, sistematizando o conhecimento

científico. Essa disciplina é apresentada como um instrumento de libertação,

que proporciona ao educando lidar com o cotidiano. (...) A disciplina de

ciências, no documento curricular municipal, é uma emocionante aventura

intelectual, levando a entender o surgimento da Terra, do ser humano e a

interação com os diversos ambientes. O professor será o grande motivador,

que cria situações desafiadoras, fazendo a ciência ser prazerosa, instigante

e lúdica, e permite ao aluno a leitura e a interpretação da realidade física

e social da qual é integrante. Essa ação de ler e interpretar o mundo irá

subsidiá-lo para transformar o espaço geográfico e social, a fim de uma

Page 109: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

110

sociedade mais justa, igualitária e humanizada. O ensino de ciências é

entendido como um conhecimento que colabora para a compreensão do

mundo e suas transformações. Os conceitos da disciplina podem contribuir

para a ampliação das explicações dos fenômenos da natureza, como

interferir nela e como utilizar seus recursos. (...) O documento apresenta a

disciplina de história como um lugar propício para a exaltação de mitos e

heróis, caracterizando seus feitos e remetendo para segundo plano as

resistências, os confrontos e os processos de aculturação. Novos conteúdos

precisam ser introduzidos, enquanto outros devem ser reduzidos, para entender melhor a atualidade e valorizar as informações e histórias trazidas

pelos educandos, sendo indispensável implementar uma abordagem que

relacione o presente com o passado e proporcione um ensino

aprendizagem reflexivo e crítico. A importância central da história não está

num estudo do passado e sim na problematização da atualidade, das

esperanças e angústias que animam os homens e mulheres da nossa época. A

problematização recorre ao passado para indicar diferenças com os dias

de hoje e viabilizar soluções que não servem mais no presente, nem para o

futuro. “História é uma disciplina que tem como finalidade questionar a

vida atual mediante o estabelecimento de relações com sociedades,

práticas e representações ocorridas no passado, para que possamos refletir e mudar cotidianamente nossas ações”. (ITAJAÍ, 2000, p. 169). A geografia

constitui-se do estudo do espaço do homem, do meio em que vive e o

professor age como mediador e facilita o entendimento dos fatores sociais,

políticos, naturais e econômicos. É necessário que se apresente uma geografia

preocupada em transformar e inovar, com caráter crítico e construtivo. O

Caderno Metodológico de Geografia está baseado no pressuposto de que a

disciplina se apresenta dentro de uma concepção científica, constituindo-se

no estudo do espaço produzido pelo homem e o meio e o professor age

como mediador entre a produção cultural e o sujeito, o que facilitará o

entendimento dos fatores sociais, políticos, naturais e econômicos. Segundo

os documentos curriculares de educação física municipal, ao longo da história essa tem se preocupado mais com o enfoque biológico, na intenção

de formar homens e mulheres fortes, ágeis e aptos, primando a disciplina e o

corpo atlético. A partir do documento, a educação física há de ser construída

levando em conta o saber dos alunos e o estudo de temas como:

conhecimentos sobre o corpo, atividades rítmicas e expressivas, esportes,

jogos, lutas e ginásticas. Os professores são os parceiros e apontam

possibilidades de enriquecer a prática pedagógica. (VARGAS, 2012).

Na análise dos documentos curriculares municipais observa-se a ênfase dos

textos em relação aos pressupostos histórico cultural. Há presença de outras tendências

nos documentos, como a construtivista.

Há uma constante referência à cidadania nos documentos municipais. Gentili e

Alencar afirmam que “a cidadania deve ser pensada como um conjunto de valores e

práticas cujo exercício não somente se fundamenta no reconhecimento formal dos

direitos e deveres que a constituem na vida cotidiana dos indivíduos”. (Gentili e

Alencar, 2001, p. 87). Ou seja, cidadania significa, além do reconhecimento dos direitos

e deveres dos cidadãos, o cumprimento dos mesmos por parte da sociedade, pois se

desconhecem quais são seus deveres e seus direitos não podem exercê-la em plenitude.

Obviamente se trata da cidadania em termos práticos, a que deve acontecer com a

participação de cada membro, cada cidadão consciente de seus direitos, deveres e valor.

Page 110: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

111

Nos documentos municipais é possível observar mudanças quando se trata do

papel do professor, ele tem deixado de ser caracterizado um mero transmissor de

conhecimentos para ser mais um orientador, um mediador dos processos que levam os

alunos a construírem conceitos e habilidades e que estes se façam de modo que ao aluno

possa estabelecer relações entre seus conhecimentos prévios, ou seja, o que o aluno já

sabe deve ser considerado como uma ponte para a construção de um novo conhecimento

por meio da reconfiguração das estruturas mentais existentes ou da elaboração de outras

novas, tanto na sala de aula como fora dela. Os documentos apontam para uma

contextualização afim de que a aprendizagem tenha significado para o aluno ou do

contrário, ele poderá se perguntar: “Para que estou aprendendo isso?” ou “Quando eu

usarei isso em minha vida?”. Isso faz com que o aluno passe a rejeitar a matéria,

dificultando os processos de ensino e aprendizagem. A ideia da contextualização requer

a intervenção do estudante em todo o processo de aprendizagem, fazendo as conexões

entre os conhecimentos. O aluno será mais do que um espectador, como costumava ser

no ensino tradicional, passa a ser um agente que pode resolver problemas e mudar a si

mesmo e o mundo ao seu redor.

Quadro 22: Frequência de palavras do Projeto Educativo

PALAVRAS

FREQUÊNCIA

Conhecimento 25

Ensino 21

Currículo 13

Espaço 09

Competência 08

Habilidade 07

Prática 07

Métodos/metodologia 06

Avaliação 04

Interdisciplinar 04

Objetivos 03

Conteudo 03

Recursos 02

Tempo 01

Page 111: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

112

Planejamento 01

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

4.1.4.2.2.2 Matriz de Habilidades

O arquivo digital Matrizes e Habilidades (2007) foi uma reelaboração dos

conteúdos e habilidades de todas as séries do Ensino Fundamental. Nesse documento

foram elencados os conteúdos das séries e as habilidades que serão desenvolvidas a

partir dos conteúdos. Esse documento também foi elaborado com algumas assessorias

em determinadas áreas e em outras áreas foram alguns professores que elaboraram os

conteúdos e habilidades das respectivas séries do Ensino Fundamental.

Esse documento (2007) apresenta todas as disciplinas por séries e em unidades,

os conteúdos que os professores deverão trabalhar, ao lado, as habilidades que os alunos

deverão desenvolver com os referidos conteúdos e em uma terceira coluna, os

procedimentos metodológicos17

. Cada ano escolar tem uma tabela correspondente.

Dentre as cinco matrizes que orientam os anos iniciais, foram selecionadas duas:

a matriz de Língua Portuguesa do 2º ano e a matriz de Matemática. Foi utilizado o

programa Adobe Reader (PDF) e após os documentos em estudo serem “salvos” no

formato PDF, utilizou-se o link de busca, onde foram inseridas, individualmente, as

palavras-chave. O próprio programa encarregou-se de fazer a contagem de vezes da

palavra pesquisada. O formato da matriz já evidencia a prioridade dada aos conteúdos

conceituais e procedimentais em detrimentos dos atitudinais, pois a matriz contempla os

conteúdos, as habilidades e os procedimentos metodológicos. E a contagem proporciona

visualizar a ênfase por meio da quantidade de palavras que remetem aos conteúdos

priorizados.

Zabala (1998, pp. 42-48) aborda os conteúdos em três categorias: atitudinais,

conceituais e procedimentais. Os conteúdos conceituais referem-se à construção ativa de

capacidades intelectuais para operar símbolos, imagens, ideias e representações que

permitam organizar as realidades. Os conteúdos procedimentais referem-se ao fazer

com que os alunos construam instrumentos para analisar, por si mesmos, os resultados

que obtém e os processos que colocam em ação para atingir as metas que se propõem e

os conteúdos atitudinais referem-se à formação de atitudes e valores em relação à

informação recebida, visando a intervenção do aluno em sua realidade.

17 Os procedimentos metodológicos foram incluídos durante a revisão, nos GTs.

Page 112: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

113

No quadro abaixo constam as palavras que fazem parte da matriz de Língua

Portuguesa para o 2º ano:

Quadro 23: Classificação e contagem dos conteúdos

Palavras CC CP C A Quantidade

de vezes

Conhecer X 11

Produzir X 09

Reconhecer X 07

Ler X 07

Interpretar X 06

Escrever X 04

Localizar X 03

Identificar X 02

Descrever 02

Aplicar X 02

Compreender X 02

Empregar X 02

Completar X 02

Valorizar X 01

Ouvir X 01

Legenda: Cc - conteúdo conceitual; cp - conteúdo procediemental; ca - conteúdo atitudinal

Fonte: Elaborado pela autora

Há um equibíbrio entre os conteúdos conceituais e procedimentais, enquanto os

conteúdos atitudinais são citados com menor frequência e em menor número de palavras

utilizadas. Muitas vezes os professores usam os conteúdos "atitudinais" colocando em

pauta apenas elementos como "prestar atenção na aula" "não conversar", certamente

isso está relacionado a atitudes, entretanto eles não estão somente relacionados às

questões comportamentais, e sim interiorizações que serão levadas para a vida toda.

Referem-se à formação de atitudes e valores em relação à informação recebida, visando

à intervenção do aluno em sua realidade. É a vivencia do ser com o mundo que o rodeia.

Não quer dizer que quando se ensinam conteúdos conceituais ou procedimentais

não esta também se ensinando conteúdos atitudinais. O que a matriz e a contagem

mostram é que os conteúdos atitudinais não são priorizados na matriz e possivelmente

também não o sejam na prática, pelos professores.

Tendo em vista que a maioria dos professores segue a matriz do município e esta

prioriza os conteúdos conceituais e procedimentais, isto pode se repetir no

planejamento, na prática pedagógica e na avaliação dos docentes, contudo, os

professores afirmaram em sua maioria que fazem adaptações das mais diversas, talvez

Page 113: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

114

algumas dessas adaptações contemplem a utilização de conteúdos atitudinais.

Embora o planejamento seja padronizado para toda rede municipal de ensino

os/as professores/as compreendem que tem liberdade para ampliar os conteúdos. Há a

possibilidade do/a professor/a incluir, por iniciativa própria, algum conteúdo proposto,

mas ele não pode deixar de ensinar os conteúdos-habilidades propostos na Matriz.

Assim, alguns/as professores/as utilizam a matriz de habilidades para o seu

planejamento e declaram que buscam formas de incluir outros conteúdos, que

consideram mais importantes.

De acordo com C1, desde que trabalha na rede municipal o município sempre

oportunizou aos profissionais da educação um projeto curricular que norteava o

planejamento. E referente à matriz de habilidades confirma que o IAS fornecia uma

matriz e que não era seguida na íntegra, reforçando o que os professores apontam acerca

da utilização de outros meios para complementar sua prática, como livros, materiais da

internet, para torná-la mais próxima do contexto de cada escola, muito embora

reconheçam que a matriz é uma fonte inspiradora para o seu trabalho.

Pesquisadora: Antes dessa matriz de conteúdos e habilidades você lembra qual

era o documento que...(neste momento foi interrompida...documento - anterior a matriz

de habilidades - utilizado pelos professores?)

C1: Sempre teve uma matriz, sempre teve uma grade curricular vamos dizer

assim essa época já eu era professora anterior a isso, então sempre teve uma matriz de

conteúdos e habilidades não desta forma. Era uma matriz de conteúdos com objetivos

específicos e objetivos de aprendizagem que hoje é o objetivo geral e que se

transformou em habilidade. Mas sempre existiu tá.. a... rede municipal de ensino eu

trabalho aqui desde 1991 sempre existiu tá? Não era assim ao léu só que dali a gente

fazia nosso planejamento e ela se manteve assim por vários anos o mesmo assim a

matriz de conteúdos e habilidades que eu não sei te dizer exatamente o ano que teve

essa transformação ela deu uma um novo olhar pra esses conteúdos que estavam de

certa forma ultrapassados mas existir existiam embora ultrapassados.

Um documento que vai orientar o planejamento e a prática precisa atender a esse

propósito, ou seja, ser um documento funcional, auxiliando no fazer de sua prática, pois

o simples fato de ter um documento sabendo que ele não consegue atender por estar

ultrapassado inviabiliza o fazer pedagógico mais responsável, incapaz de orientá-lo na

pratica.

C2: É o mesmo documento. Apenas revisado!

Page 114: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

115

Pesquisadora: A matriz atual se assemelha com o encarte da matriz elaborada

pelo Instituto Ayrton Senna? Por que se manteve o mesmo formato da matriz

anterior?

C1: Se seguiu muito tempo ali, mas não totalmente igual, porque assim óh por

um bom tempo o Instituto Ayrton Senna (acho que tu também chegou a pegar o instituto

ou não, pegasse né?) eles eram que monitoravam e assessoravam o município, faziam

um atendimento de assessoria e monitoramento também por conta de porque eles

vinham faziam formação o município tinha que sempre ficar mandando resultado pra

eles, tinha a devolutiva então tavam sempre monitorando o estado da rede então se

seguia tinha bastante assim não se seguia essa matriz do instituto cem por cento tinha

coisas que nós colocávamos ali dentro não do instituto fidedigna ao do Instituto.

C1: O conteúdo não segue o Instituto! O formato sim... pois optamos em segui-

lo por já ser familiar ao professor!

Percebe-se pelas respostas uma tendência em manter o mesmo formato da

matriz, os mesmos conteúdos e habilidades já conhecidos, só por tradição expresso nas

falas de alguns sujeitos de pesquisa: “mesmo sendo ultrapassados”, “se seguiu muito

tempo ali”, “optamos em segui-lo por já ser familiar ao professor”.

Pesquisadora: (nº 15) Você se disponibilizaria em reformular sua prática

pedagógica, assumindo o que é proposto pelos documentos oficiais nacionais ou

municipais?

Quando a pergunta se refere a reformular a prática pedagógica de acordo com o

que é proposto pelos documentos oficiais nacionais ou municipais não está se referindo

a seguir uma receita, mas de orientações que mostre o caminho a ser trilhado pelos

professores, principalmente os que atendem os anos iniciais do ensino fundamental de

nove anos. Tais indicativos seriam: o conteúdo (os saberes escolares); a metodologia,

indicando os princípios de como o conteúdo será abordado; os materiais, o espaço e o

tempo, que determinam onde e em que momento essa prática pedagógica será

desenvolvida.

Quadro 24: Representativo da questão nº 15: Você se disponibilizaria em

reformular sua prática pedagógica, assumindo o que é proposto pelos documentos

oficiais nacionais ou municipais?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 56 93,3%

Não 02 3,3%

Page 115: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

116

Não respondeu 02 3,3%

TOTAL 60 99,9%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

A maioria dos professores se disponibilizaria em reformular sua prática

pedagógica, assumindo o que é proposto pelos documentos oficiais nacionais ou

municipais, o que demonstra que ou, podem mudar porque não agüentam as pressões do

contexto escolar e de seus integrantes que cobram a mudança, ou percebem que são eles

os agentes principais da mudança de suas práticas pedagógicas e já estão abertos a essas

mudanças e talvez ainda não saibam por onde começar. Contudo, a mudança é fonte de

sentimentos ambivalentes, pois o indivíduo, diante do dilema de manter o status quo ou

mudar, exita, tem medo e resiste. No caso dos professores, apenas dois optaram por

resistir às propostas de mudança se elas acontecessem e dois nem responderam.

Pesquisadora: (nº 07) Você compreende a importância de um currículo

escolar pensado para os anos iniciais do ensino fundamental?

Tomando como base a LDB, vários são os documentos elaborados para o ensino

fundamental, desde a implantação do ensino de nove anos, como, por exemplo: Ensino

fundamental de nove anos- orientações gerais (orienta a nova organização do ensino

fundamental, sua nomenclatura, a necessidade de reestruturação e orienta a construção

do PPP); Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de

seis anos de idade (promove orientações pedagógicas e administrativas para a inclusão

da criança de 6 anos como sujeito de aprendizagem no ensino fundamental de nove

anos) e Indagações sobre o currículo (Documento orientador 2007). São resoluções,

dispositivos legais, pareceres, relatórios e documentos orientadores. Esses documentos

quando lidos e analisados contem orientações e também nos possibilitam um maior

debate sobre esse assunto e a compreensão acerca da (re)estruturação do currículo e da

prática pedagógica para todo o Ensino Fundamental de nove anos.

Quadro 25: Representativo da questão nº 07: Você compreende a importância de

um currículo escolar pensado para os anos iniciais do ensino fundamental?

Opção de resposta Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 59 98,3%

Não - -

Não respondeu 01 1,6%

TOTAL 60 99,9% Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Page 116: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

117

A maioria dos professores respondeu afirmativamente, num total de cinquenta e

nove professores, dando a entender que compreende a importância de um currículo

escolar pensado para os anos iniciais do ensino fundamental.

Pesquisadora: (nº 14) Você considera possível gerar um currículo escolar

específico para os anos iniciais do ensino fundamental de Itajaí, levando em

consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos da cidade, da comunidade?

Mais da metade dos professores respondeu que não considera possível. Talvez a

convivência com um currículo monocultural dificulte vislumbrar um currículo

específico para os anos iniciais do ensino fundamental, que leve em consideração os

aspectos sociais, culturais e econômicos da cidade, da comunidade.

Quadro 26: Representativo da questão nº 14: Você considera possível gerar

um currículo escolar específico para os anos iniciais do ensino fundamental de

Itajaí, levando em consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos da

cidade, da comunidade?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 24 40%

Não 36 60%

TOTAL 60 100%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Segundo a LDB, em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso

dos alunos a uma base nacional comum, que se refere ao conjunto de conteúdos

mínimos das áreas de conhecimento e a “parte diversificada” envolve os conteúdos

complementares, escolhidos pelos sistemas de ensino e escolas, e integrados à base

nacional comum, de acordo com as características regionais, culturais, sociais e

econômicas. Estando cientes de que existe esse espaço para escolhas talvez, entenda-se

que as escolhas são feitas por agentes externos a escola alguns aspectos são

negligenciados ou excluídos enquanto outros são considerados válidos de ponto de vista

de quem escolhe. Estudos críticos do currículo apontam que a seleção sofre

determinações políticas, econômicas, sociais e culturais. Neste sentido, a seleção do

conhecimento escolar não é um ato desinteressado e neutro, é resultado de lutas,

conflitos e negociações.

Page 117: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

118

4.1.4.3 Tradução dos documentos no PPP

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um instrumento que reflete a proposta

educacional da escola. É através dele que a comunidade escolar pode desenvolver um

trabalho coletivo, cujas responsabilidades pessoais e coletivas são assumidas para

execução dos objetivos estabelecidos. Entretanto GESSER (2011) adverte que o fato de

se elaborar o PPP corretamente não garante a sua materialização na prática, mas orienta

as tomadas de decisões como um instrumento que a instituição educacional tem para

conseguir mudanças, pois atua nas várias dimensões: pedagógica, comunitária,

administrativa e financeira.

A LDB ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos: No

artigo 12, inciso I, a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e

executar sua proposta pedagógica. No inciso VII define como incumbência da escola

informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem

como sobre a execução de sua proposta pedagógica. No artigo 13, aparecem como

incumbências dos docentes, entre outras, de participar da elaboração da proposta

pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e elaborar e cumprir plano de

trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso II). No

artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles

é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola.

Segundo a lei os estabelecimentos de ensino e os professores têm as suas

atribuições relativas ao PPP e um dos aspectos a considerar em relação ao Projeto

Político Pedagógico é que pode ser alterado, se não estiver atendendo as necessidades

do seu público alvo, assim, não deve ser elaborado apenas para cumprir uma

determinação legal, muito menos ficar ausente do cotidiano escolar.

Algumas das finalidades, para além da conquista da autonomia, podem ser assim

resumidas:

A construção ou a luta por uma gestão democrática; a inserção de inovações

e/ou mudanças nos processos acadêmicos, administrativos e pedagógicos; a

coordenação de ações pedagógicas originadas e organizadas pela própria

escola; a mobilização para pensar e executar o fazer pedagógico de forma

consistente e coerente; a descentralização das decisões nas várias dimensões

do espaço educativo, ou seja, o exercício de nossa capacidade de tomar

decisões coletivas; a liberdade para a realização de experiências coletivas e

interpessoais; a elaboração de seu programa de formação continuada com

Page 118: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

119

apoio das políticas para ela destinadas; a inclusão, a fim de atender à

diversidade dos sujeitos constituintes da escola, e o diálogo, a cooperação, a

negociação, o comprometimento e o direito de intervenção das pessoas.

(GESSER, 2011, p. 42).

Pesquisadora: (nº 08) Como você percebe a contribuição deste documento (do

projeto pedagógico da escola) para sua prática pedagógica?

Dos sessenta entrevistados, 43,3% não responderam a essa questão. Nos trechos

selecionados os professores relacionam a importância do PPP como norteador de sua

prática, facilitador do reconhecimento da comunidade e também como guia que

contempla a base comum curricular.

P31, efet - Planejar as aulas e ajudar em nossa prática./ P27, efet - Como um

documento importante, norteador e que deve estar sendo lido, discutido e colocado em

prática./ P30, efet - Dependendo da sua elaboração, objetividade, por exemplo, pode

contribuir ou atrapalhar a prática se for “burrocrático”.

No referido documento também estão presentes (ou pelo menos deveriam estar

presentes) dados acerca da escola, da comunidade e também sobre a realidade social,

econômica e cultural de seus alunos. Essas informações tem seu valor, pois para

planejar a prática é necessário saber a serviço de quem estamos quem são as crianças

que fazem parte da escola, em que comunidade estão inseridas, qual é a realidade ou

perfil desta comunidade.

De acordo com P1, informação constante abaixo, compreendemos que adequar a

aprendizagem à comunidade específica, não quer dizer rotular um grupo como inferior,

que não tenha as mesmas condições de aprendizagem que outra comunidade qualquer.

Também não devemos marginalizar os alunos, pois sabemos que todos os indivíduos

são capazes, o que nos cabe, enquanto educadores, é entendermos que somos seres

culturais e, portanto, possuímos ideologias, valores, conhecimentos, que, muitas vezes,

são distintos daqueles vivenciados por nossos alunos. No entanto, isso não significa que

a cultura destes seja inferior a nossa, ou a qualquer outra. O que atentaremos na

execução do PPP é a maneira como serão tratados os conteúdos, pois para cada

comunidade escolar existe uma forma de ser realizada uma prática condizente com seus

anseios e expectativas. Isso é possível e perfeitamente exequível. Portanto, cada

comunidade escolar requer um determinado trabalho pedagógico a ser implementado,

pois é um atraso trabalhar um currículo que desconsidere as características, os

diferenciais dessa comunidade escolar, num contexto mais amplo, em que são levadas

Page 119: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

120

em conta dimensões como: social, econômica, política, cultural e histórica.

P1, act - Porque nos orienta a conhecer a escola./ P29, efet - Esse documento

contribui para que possamos adequar os trabalhos de aprendizagem as comunidades

específicas.

O trecho selecionado está relacionado à composição curricular (legislação

educacional brasileira), que contempla dois eixos: uma Base Nacional Comum - com a

qual se garante uma unidade nacional, para que todos os alunos possam ter acesso aos

conhecimentos mínimos e é definida pela União e a Parte Diversificada.

E se refere ao documento curricular da escola como tendo a única contribuição

em conter o currículo comum a ser trabalhado em todo o país, ou seja, a contribuição

deste documento escolar está em justamente conter a parte diversificada do currículo,

também obrigatória, com conteúdos complementares, identificados na realidade

regional e local, que devem ser escolhidos em cada sistema ou rede de ensino e em cada

escola. Assim, a escola tem autonomia para incluir temas de seu interesse. É através da

construção da proposta pedagógica da escola que a Base Nacional Comum e a Parte

Diversificada se integram.

P44, act - Ele contribui p/ que todas as escolas do país trabalhem os conteúdos

determinadas séries.

Pesquisadora: Você tem conhecimento de qual documento se constitui num

referencial curricular e que apresenta os princípios que irão nortear a elaboração e a

execução dos planejamentos, que abarcam conceitos subjacentes à educação:

conceitos Antropológicos: (relativos à existência humana, conceitos Epistemológicos:

aquisição do conhecimento, conceitos sobre Valores: pessoais, morais, étnico,

político: direcionamento hierárquico, regras..., concepções de educação, teóricos que

orientam, a abordagem adotada?

C1: Tá no PPP agora nesse instrumento de avaliação, tá no PPP, tá no

regimento da escola também né que é uma repetição porque são dois documentos

separados né, mas que tem tudo a ver um com o outro praticamente o regimento o PDE

da escola (plano de desenvolvimento escolar) é tudo dentro do PPP, porque nós até em

2012 nós tivemos três documentos na escola, que era o PPP, que era o PDE e o

regimento, o PDE tá todo dento do regimento, todo dentro do PPP e uma parte do

regimento também tá então o que norteia as ações da escola em questão de avaliação,

procedimentos metodológicos, visão do aluno, de escola, família toda essa parte ta tudo

dentro do PPP é pra ta pelo menos. Esta no nosso está.

Page 120: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

121

A contribuição deste documento vai além do que foi exposto, ao construir o PPP

a comunidade escolar está planejando intencionalmente o que pretende realizar com

base no que se tem e com vistas ao que é possível alcançar e de acordo com Veiga

(1995, p. 14) “a principal possibilidade [finalidade] de construção do projeto

pedagógico passa pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear sua

própria identidade”. As finalidades não se esgotam ao que foi elencado, assim mais

finalidades podem ser apontadas:

A construção ou luta por uma gestão democrática; a inserção de inovações

e/ou mudanças nos processos acadêmicos, administrativos e pedagógicos; a

coordenação de ações pedagógicas originadas e organizadas pela própria

escola; a mobilização para pensar e executar o fazer pedagógico de forma

consistente e coerente; a descentralização das decisões nas várias dimensões

do espaço educativo, ou seja, o exercício de nossa capacidade de tomar

decisões coletivas; a liberdade para a realização de experiências coletivas e

interpessoais; a elaboração de seu programa de formação continuada com apoio das políticas públicas para ele destinadas; a inclusão, a fim de atender à

diversidade dos sujeitos constituintes da escola e; o diálogo, a cooperação, a

negociação, o comprometimento e o direito de intervenção das pessoas, entre

outros. (GESSER, 2011, p. 34).

Em síntese, o PPP, assim se constitui: esboça uma situação futura a partir da

situação atual; prevê questões como: o que, como, onde, quando e por que se quer

realizar e garante: objetividade, operacionalidade, funcionalidade, exequibilidade,

continuidade e produtividade da ação. (GESSER, 2011).

Pesquisadora: (nº 09) Você percebe se o projeto pedagógico de sua escola

acompanha as tendências propostas pelos documentos oficiais?

A maioria dos entrevistados respondeu que percebe que o projeto pedagógico de

sua escola acompanha as tendências propostas pelos documentos oficiais, mas na

resposta anterior, 41,6% deles negou ter conhecimento de todos os documentos oficiais

(nacionais e municipais) que orientam os anos iniciais do ensino fundamental. E dentre

os que responderam citam com frequência a matriz de habilidades e conteúdos proposta

pelo município e os PCNs.

Quadro 27: Representativo da questão nº 09: Você percebe se o projeto

pedagógico de sua escola acompanha as tendências propostas pelos documentos

oficiais?

Opção de resposta

Frequência das

respostas

Porcentagem

Sim 40 66,6%

Page 121: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

122

Não 15 25%

Não respondeu 05 8,3%

TOTAL 60 99,8%

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

E acordo com Gesser (2011) se observa no campo teórico é que parece haver

uma superação em relação à abordagem meramente burocrática, mas que nas escolas

essa abordagem é ainda presente o que talvez possa explicar a contradição acima.

A

o término das reflexões levantadas em relação a esse eixo, isto é, sobre os documentos

nacionais e municipais, que serviram de “inspiração” para a revisão do currículo escolar

dos anos iniciais do ensino fundamental do município de Itajaí (SC), compreendemos a

complexidade desses documentos. Eles englobam teorias, cujo intuito principal é o de

nortearem as práticas docentes. Sendo assim, como ponto fundamental, enfatizamos que

as teorias ainda encontram-se muito distantes da prática.

Tanto os documentos nacionais como os municipais preocupam-se com a

qualidade da formação oferecida aos estudantes, no entanto, seguir à risca certas

orientações fornecidas nesses documentos é tarefa árdua e, até mesmo, pretenciosa, em

determinadas situações e momentos. Afirmamos isso, uma vez que concebemos

algumas dessas orientações como verdadeiros desafios a serem alcançados, como, por

exemplo, na Resolução da CNE/CEB nº 7/2010 em que é preconizado ( no art. 32,

inciso II) que o docente realize avaliações de cada um de seus alunos, por meio de

relatórios descritivos e reflexivos. Convenhamos que salas superlotadas (em que um

único professor é destinado a atender a, pelo menos, trinta crianças em fase de

alfabetização e letramento) dificultam, sobremaneira, a confecção desses relatórios

pormenorizados, que, sem dúvida, enriquecem a avaliação, pois dão conta de detalhar o

cotidiano escolar desses sujeitos.

Outros aspectos, também constantes nessa mesma Resolução (art.32, inciso IV),

referentes ao tempo e espaços de aprendizagem, em nossa percepção, também merecem

destaque. Desse modo, não obstante esses elementos sejam relevantes ao sucesso

escolar, percebemos, na prática, que o tempo é um inibidor em potencial da

aprendizagem, para muitos alunos. Sabemos que cada indivíduo tem seu próprio tempo

para apreender o conteúdo, mas isso, infelizmente, não é respeitado no cotidiano

escolar, uma vez que os professores seguem prazos prescritos no calendário escolar,

Page 122: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

123

referentes à apresentação dos conteúdos e as aplicações de avaliações, no fechamento de

bimestres e, consequentemente, de semestres.

Quanto aos espaços de aprendizagem, observamos que são, quase sempre, os

mesmos, isto é, a sala de aula, a biblioteca, as salas de leitura (quando existem). Em

raríssimas exceções as escolas apresentam espaços diversificados, que possam

corroborar com as práticas docentes. Não obstante esses espaços serem reduzidos nas

escolas, eles ficam restritos a elas. Na maioria dos casos isso acontece, pois sabemos

que ainda perdura uma cultura que privilegia como espaço de aprendizagem somente a

escola, por não haver a compreensão que a aprendizagem se dá ininterruptamente, pois

estamos sempre aprendendo e, para isso, não precisamos somente dos espaços escolares.

Em se tratando das relações de poder presentes nesses documentos, concluímos

nossas reflexões, ressaltando que muito embora elas existam18

, não são levadas a cabo

por muitos dos docentes, porque, como já exemplificamos anteriormente, muitas vezes

são inviáveis e consideradas por muitos profissionais até mesmo de utópicas.

18 Através das orientações constantes nesses documentos, que não deixam de serem prescritivas, portanto,

injuntivas/ordenativas.

Page 123: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

124

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao refletir sobre o corpus, pensou-se ser pertinente retomar algumas reflexões já

discutidas, como forma de recapitular os pontos principais dessa pesquisa. Sendo assim,

constatou-se que a maioria dos professores teve formação sobre currículo escolar. Seja

essa formação em nível de graduação ou pós-graduação, percebeu-se que os docentes

possuem conceitos próprios do que vem a ser um currículo escolar. Foi observado, ao

longo das exposições das falas dos sujeitos da pesquisa, que suas opiniões sobre

currículo vão das mais tradicionais às mais contextualizadas à realidade escolar.

Dessa forma, se compreendeu que o conhecimento sobre as teorias curriculares

auxilia, sobremaneira, o docente a ampliar o seu foco de visão em relação à

complexidade inerente às questões referentes ao currículo. Isso porque o currículo

carrega ideologias, valores, culturas, intenções; elementos que tem o poder de libertar

ou sujeitar o indivíduo aprendiz.

Quando se adota um posicionamento pedagógico vinculado a uma teoria, a uma

tendência pedagógica, esta determina as concepções de homem/mulher, de sociedade,

de escola, de educação e assim, determinam a prática pedagógica, o planejamento

docente, a metodologia e a avaliação. Não há como negar esta dimensão, pois nenhuma

teoria curricular é neutra.

Ao discutir questões de relevância como, por exemplo, a “revisão da matriz

curricular”, averiguou-se que ainda há uma burocracia a atrapalhar e a entravar

momentos de suma importância, como o da reunião de professores dos anos iniciais do

ensino fundamental, a fim de tratarem da reformulação da matriz curricular para esses

anos. Os desencontros relativos à falta de comunicação entre a SME, os gestores, os

professores, que acabaram por provocar a pouca adesão dos docentes nesses encontros,

ora gerada pelo desconhecimento desses eventos, por parte dos professores; ora gerada

por suas omissões, provam que há muito trabalho a ser realizado, no intuito de

conscientizar o docente de seu papel relevante nessas discussões. Talvez essa

dificuldade docente, qual seja, de perceber essa responsabilidade que lhe cabe, seja fruto

de um passado em que essa função era centralizada por um “mecanismo regulador”,

que, por sua vez, não repartia essa atribuição. No entanto, com o passar do tempo,

vamos percebendo que paulatinamente esses “mecanismos reguladores” vão se diluindo,

propiciando que o poder decisório possa ser melhor distribuídos entre os diversos

Page 124: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

125

interessados. Sendo regulados ou não, os professores em suas salas sempre tem o poder

de tomar decisões sobre o currículo e o como implementar esse currículo.

Nas discussões sobre planejamento, foi percebido nas falas docentes um poder

que eles mesmos se autoinvestem, isto é, se acham os responsáveis e definidores de um

currículo em ação, o que é uma realidade. Com isso, acabam por exercitar sua

autonomia por meio de escolhas que realizam no tocante aos materiais, recursos

didáticos e atividades que desenvolvem em sala de aula. Como nos foi relatado, eles

podem escolher os livros com os quais trabalharão, bem como podem acrescentar em

seus planejamentos conteúdos relativos ao contexto de suas turmas; espaços esses que

sinalizam as relações de poder de atuação docente. Não obstante exista esse espaço para

que o docente realizasse as escolhas citadas acima, por intermédio de seus discursos,

não se deixou de captar anseios, frustrações e desejos de mais apoio e reconhecimento.

Expuseram uma variedade de desafios que ainda persistem e limitam suas ações,

evidenciando que o empoderamento que se sentem investidos, cai por terra, quando se

deparam com turmas superlotadas, com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos,

com a ausência de planejamentos coletivos, com a falta de reuniões rotineiras para troca

de conhecimentos. Sendo assim, essas falas sinalizam que os professores precisam unir

forças para ampliarem seus espaços de ação.

Em relação aos documentos oficiais, compreendeu-se que estes, por serem

documentos com força de lei, carregam em seus bojos o poder a eles outorgado.

Portanto, já nascem com caráter regulador, prescritivo e injuntivo.

Pela análise o que se pôde observar são formas heterogêneas de exercício de

poder, que ao contrário de se manterem estáticas, se encontram em constante

transformação. As relações de poder são modos de ação que atuam direta ou

indiretamente sobre as ações, assim a relação na qual um quer tentar de dirigir a conduta

do outro. Estas são, por conseguinte, relações que se pode encontrar em diversos níveis,

sob diferentes formas; estas relações de poder são relações móveis, ou seja, elas podem

alterar-se, elas não são dadas de uma vez para sempre. Podemos afirmar que Foucault

considerou como relação de poder toda relação que compromete o ser humano. Vendo

por este ângulo, toda ação do cotidiano, mesmo a menor e a mais banal, constitui uma

relação de poder. Dentro das relações de poder, pressupõe-se que as partes têm noção de

duas coisas: primeiro que a liberdade de cada um é um elemento intocável pelo outro,

segundo que o poder não deve ser utilizado para a manipulação, mas para o crescimento

das pessoas. Assim, quando Foucault fala das relações de poder, ele se refere à

Page 125: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

126

experiência que os indivíduos fazem do exercício de sua liberdade, chegando mesmo a

dizer que quando não existe tal consciência não existe relação de poder. Na concepção

das relações de poder em Foucault, “as relações de poder são relações móveis”, isto

significa que devemos ter uma clara consciência da autonomia de nossa liberdade, pois

é tal consciência que impedirá a realização da tentativa de dirigir nossas condutas. Eis aí

por que as relações de poder exigem uma consciência do compromisso social, isto é, a

necessidade de todo ser humano ter consciência do potencial de sua liberdade, para ser

capaz de fazer sua escolha dentro das relações de poder.

Percebeu-se ao longo do trabalho que surgiram muitas dúvidas que não foram

sanadas através das entrevistas, e que seria necessário retomar com os professores para

maiores esclarecimentos. Concluo o trabalho e espero ter atingido meu objetivo de

identificar como as relações de poder se manifestam no processo de revisão do currículo

escolar dos anos iniciais do ensino fundamental do município de Itajaí (SC). Deixo

minha contribuição para próximas pesquisas acerca do motivo que leva professores a

renegar sua participação nas decisões acerca do currículo escolar. Alias, quantas e quais

seriam as principais razões pelas quais os professores nao se engajam nesse processo de

maneira mais efetiva par além das rotineiras afirmações de que nao participam porque

tudo vem determinado ou porque nao tomaram conhecimento? Por outro lado, até que

ponto as condições criadas pela SME viabilizaram que a participação fosse mais ativa e

determinante por parte dos professores? Acredito que pesquisas longitudinais e do tipo

etnograficas talvez pudessem melhor desvendar esta histórica trama.

Page 126: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

127

REFERÊNCAS

ANJOS, Almerinda dos. Relação entre a função de liderança do Supervisor Escolar e a

satisfação de professores: estudo de caso na 1ª D. E. de Porto Alegre. Dissertação

(Mestrado em Educação). Porto Alegre: PUCRS, 1988.

APPLE, Michael. Educação e poder. Tradução de Maria Cristina Monteiro. – Porto

Alegre: Artes Médicas, 1989.

APPLE, Michael. Ideologia e Currículo. Tradução: Carlos Eduardo Ferreira de

Carvalho. Editora Brasiliense. São Paulo, 1982.

ARAÚJO, Rubenilson P. Gênero, diversidade sexual e currículo: um estudo de caso

de práticas discursivas e de (não) subjetivação no ambiente escolar. Araguaína –

TO, 2011. Dissertação disponível em:

<file:///C:/Users/Claudia%20Pc/Downloads/Disserta%C3%A7%C3%A3o+Rubenilson+

+Vers%C3%A3o+Final.pdf>. Acesso em: 19 de junho de 2013.

BARCELLOS, Adriana Pionttkovsky. Currículos em redes tecidos com os cotidianos

da EEEFM David Roldi: sobre os movimentos/processos de implementação e os

primeiros usos do documento “Currículo Básico da Escola Estadual” – SEDU – ES.

Vitória - ES, 2011. Dissertação disponível em:

<http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_5608_Adriana%20Pionttkovsky%20Barcello

s.pdf>. Acesso em: 19 de junho de 2013.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições: 70, 1977.

BERGER, R. (1998). Formação baseada em competências numa concepção

inovadora para a formação tecnológica. In: Congresso de Educação Tecnológica dos

Países do Mercosul, 5, Pelotas, ETF-Pel, 1998.

BORGES, Carla Juliana Pissinatti. A incorporação da abordagem por competências

nas reformas educativas da década de noventa no Brasil e na Argentina: uma

perspectiva comparada. Buenos Aires, 2009. Disponível em:

<www.saece.org.ar/docs/congreso3/Pissinatti.doc>. Acesso em 24/01/2015.

BRAGA, Veronice L. S. O sistema de avaliação nacional da educação básica e os

descaminhos para uma proposta de educação escolar indígena. Campo Grande –

MS, 2010. Disponível em:

<http://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/8121-o-sistema-de-avaliacao-nacional-da-

educacao-basica-e-os-descaminhos-para-uma-proposta-de-educacao-escolar-

indigena.pdf>. Acesso em: 19 de junho de 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais (INEP) Resumo Técnico do Censo da Educação Superior 2007. Brasília,

DF, 2009b. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/

download/superior/censo/2007/Resumo_tecnico_2007.pdf>.Acesso em:

14 maio 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. LDB - Lei no 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.

Page 127: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

128

Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

_______. Ministério da Educação. Parecer nº 11, de 07 de julho de 2010. Brasília:MEC

CNE/CEB, 2010b.

_______. Ministério da Educação. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010.

Brasília: MEC CNE/CEB, 2010c.

BRASIL (1993). Plano Decenal de Educação para Todos 1993-2003. Brasília, MEC.

1993.

CARDOSO, DORENILDA DA SILVA. O ensino fundamental de nove anos: os

documentos oficiais e a prática pedagógica. Itajaí-SC, 2013. Dissertação disponível em:

<http://siaibib01.univali.br/pergamum/biblioteca/index.php>. Acesso em 19 de junho de

2013.

CARVALHO, Aldenora M. C. P. A leitura de mitos clássicos na EJA: superando as

relações de poder na sala de aula para a formação do leitor literário. São Luís - MA,

2012. Dissertação disponível em:

<http://caxias.ufma.br:8080/pgcult/dissertacoesdoc/2010/A_LEITURA_DE_MITOS_C

LASSICOS_EJA.pdf>. Acesso em: 19 de junho de 2013.

CATEN, Artemio Tem. A prática da educação étnico-racial: um estudo da

implantação da lei federal 10.639/03 no paraná a partir do professor como leitor do livro

didático público. Cascavel – PR, 2010. Dissertação disponível em:

<http://projetos.unioeste.br/pos/media/File/educacao/Dissertacao_Artemio_Caten_LEI1

0639.pdf >. Acesso em 19 de junho de 2013.

CORAZZA, Sandra Mara. Planejamento de ensino como estratégia de política

cultural. In: MOREIRA, Antônio Flávio B. Currículo: Questões atuais. Campinas, SP:

Papirus, 1997.

FERREIRA, Eucaris J. R. A emancipação nas relações de poder em um currículo

organizado em ciclos. Cuiabá – MT, 2011. Dissertação disponível em:

<file:///C:/Users/Claudia%20Pc/Downloads/Eucaris%20Joelma%20Rodrigues%20Ferre

ira.pdf>. Acesso em 19 de junho de 2013.

FISCHER, Gabriela M. O contexto escolar sob a ótica de crianças com histórico

escolar de repetência. Itajaí - SC, 2012. Dissertação disponível em:

<http://www6.univali.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1161.

Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pergamum/biblioteca/index.php>. Acesso

em: 19 de junho de 2013.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. Uma

trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro:

Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder/ Michel Foucault; organização e tradução

de Roberto Machado. – Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel

Ramalhete. 40 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

Page 128: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

129

FREITAS, Olga. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de

Brasília, 2007.

GESSER, V. A evolução histórica do currículo: dos primórdios à atualidade.

Contrapontos, v. n. 4, p. 69 – 81, 2002.

GESSER, V. O planejamento educacional: da gênese histórico-filosófica aos

pressupostos da prática. 1ª ed. – Curitiba, PR: CRV, 2011.

GIROUX, Henry. Teoria crítica e resistência em educação: para além das teorias de

reprodução. Petrópolis: Vozes, 1986.

GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2ª Ed. 1998.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da

Silva e Guacira Lopes Louro. 7ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

HANNA, Paola C. M. Educação intercultural: limites e possibilidades para a

superação das violências nas escolas de educação básica. Curitiba – PR, 2011.

Dissertação disponível em:

<http://www.biblioteca.pucpr.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1975>.

Acesso em: 19 de junho de 2013.

HAYDT, R. C. C. Curso de didática geral. 5. ed. São Paulo: Ática, 1998.

KLIEBARD, Herbert M. Os princípios de Tyler. Currículo sem Fronteiras, v.11, n.2,

pp.23-35, Jul/Dez 2011).

LIMA, Valdivan Ferreira de. Educação Ambiental: Aspectos que dificultam o

engajamento docente em escolas públicas do Distrito Federal. Brasília-DF, 2012.

Dissertação disponível em:

<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10934/1/2012_ValdivanFerreiradeLima.pdf>

Acesso em: 19 de junho de 2013.

LOPES, Alice Casimiro. Currículo da educação básica (1996-2002) / Coordenação:

Alice Casimiro Lopes, Elizabeth Macedo; Equipe de pesquisa : Alice Casimiro Lopes ...

[et al.]. – Brasília : Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, 2006.

LÜDKE, Menga. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas / Menga Lüdke,

Marli E. D. A. André. – São Paulo: EPU, 1986.

MANACORDA, M. A. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 4.ed.

São Paulo: Cortez, 1994.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. PROPOSTA PEDAGÓGICA: O DESAFIO DAS

DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. Salto para o futuro. Disponível em:

http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/175610Desafio.pdf.Acesso em: 26/01/2015.

Page 129: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

130

MENDONÇA, Lívia C. Na vida com todas as letras: Manifestações sociais da escrita:

práticas escolares e usos cotidianos. Salvador – BA, 2009. Dissertação disponível em:

<http://www.ppgel.uneb.br/wp/wp-content/uploads/2011/09/mendonca_livia.pdf>.

Acesso em: 19 de junho de 2013.

MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Currículo conhecimento e cultura. In: BRASIL.

Ministério da Educação. Indagações sobre o currículo. Brasília: MEC, 2007.

MORGADO, J. C. (2000). A (Des) Construção da Autonomia Curricular. Porto:

Edições Asa.

OLIVEIRA, Fernanda Silva de. Vozes da docência: o desafio da implementação do

ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na prática pedagógica. Belo

Horizonte – MG, 2010. Dissertação disponível em:

<http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308285007_ARQUIVO_

TrabalhocompletoFernandaSilva.pdf>. Acesso em : 19 de junho de 2013.

OLIVEIRA, Maria Helena Negreiros de. Da Invisibilidade Afro-Brasileira à

valorização da diversidade cultural: A implementação da Lei 10639/03 na rede

municipal de ensino de São Bernardo do Campo. São Bernardo do Campo – SP,

2011. Dissertação disponível em:

<http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_arquivos/1/TDE-2011-05-30T123519Z-

938/Publico/Maria%20Helena%20Negreiros%20VF%20Maio.pdf>. Acesso em 19 de

junho de 2013.

PACHECO, J. A. Currículo: teoria e práxis. Porto Editora, 1996.

PERES, Marília F. F. Análise de contingências no ensino e na aprendizagem de

descritores de desempenho escolar no Ensino Fundamental. Bauru - SP, 2012.

Dissertação disponível em:

<http://www2.fc.unesp.br/BibliotecaVirtual/ArquivosPDF/DIS_MEST/DIS_MEST201

20309_PERES%20MARILIA%20FERNANDA%20DE%20FREITAS.pdf>. Acesso

em : 19 de junho de 2013.

PONTE, J. P. Concepções dos professores de Matemática e processos de formação

em Educação Matemática. In: PONTE, J. P. (Ed.). Educação matemática: temas de

investigação. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1992.

RANGHETTI, D, S.; GESSER, V. Currículo escolar: das concepções histórico-

epistemológicas a sua materialização na prática dos contextos escolares. 1. Ed. Curitiba,

PR: CRV, 2011.

REGAZOLI, Juliana. A educação para as relações étnico-raciais em espaço escolar

em uma comunidade negra. Florianópolis – SC, 2011. Dissertação disponível em:

<http://capesdw.capes.gov.br/?login-url-success=/capesdw/>. Acesso em 19 de junho de

2013.

SACRISTÁN J. G. PÉREZ GÓMEZ A. I. Compreender e transformar o ensino.

Porto Alegre: ArtMed, 2000.

Page 130: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

131

SACRISTÁN. J. C. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed,

1998.

SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica. Sobre a natureza e especificidade

da educação. São Paulo: Cortez. Autores Associados, 1991.

SHIGUNOV NETO, A.; MACIEL, L. S. B. A Importância da pesquisa para a prática

pedagógica dos professores que atuam na educação superior brasileira: algumas

discussões iniciais. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em

Administração, v. 1, n. 1, p.04-23, Maio/2009.

SILVA, ALINE PEREIRA DA. Representações de escola e escrita de si:

subjetividades de alunos do 9º ano do ensino fundamental. Taubaté – SP, 2012.

Dissertação disponível em:

<http://capesdw.capes.gov.br/?login-url-success=/capesdw/#120>. Acesso em 19 de

junho de 2013.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Currículo como fetiche: a poética e política do texto

curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

______________________ . Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do

currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

SILVA, T. T.; MOREIRA, Antonio Flávio (org.) Territórios Contestados. O currículo

e os novos mapas políticos culturais. Petrópolis: RJ, Vozes, 1995.

SOUZA, Adriana Ramos dos Santos. O diálogo das escolas ribeirinhas do juruá com

as questões do trabalho e do meio ambiente. Niterói – RJ, 2011. Dissertação

disponível em:

<http://capesdw.capes.gov.br/?login-url-success=/capesdw/>. Acesso em 19 de junho de

2013.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 4.ed. Petrópolis: Vozes,

2002. 325p.

VARGAS, Roberto Lucio de, Políticas de currículo: ressignificações no contexto da

prática / Roberto Lucio de Vargas, 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade do

Vale do Itajaí.Disponível em:

< http://siaibib01.univali.br/pdf/Roberto%20Lucio%20de%20Vargas.pdf>. Acesso em:

19 de junho de 2013.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento:Projeto de Ensino-

Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico.São Paulo: Libertat, 2003.

VEIGA, I. P. A. A prática pedagógica do professor de didática. 1988. 286f. Tese de

doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas/SP. 1988. Disponível em <

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000017932>. Acesso em: 10

fev. 2013.

Page 131: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

132

VEIGA-NETO, A. Incluir para excluir. In: LARROSA, Jorge; SKLIAR Carlos.

Habitantes de Babel: políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica,

2001. p. 105-118.

ZABALA, Antoni. A prática educativa. Tradução: Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre:

ArtMed, 1998.

Page 132: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

133

APÊNDICES

Page 133: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

134

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Você está sendo convidado (a) a participar de um estudo denominado “As

relações de poder presentes no currículo escolar dos anos iniciais do ensino

fundamental do município de Itajaí (SC)”, cujo objetivo é identificar as relações de

poder presentes no currículo escolar dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental do

município de Itajaí (SC), considerando as políticas educacionais, as teorias curriculares

e as discussões atuais abordadas no contexto nacional e local. A justificativa pela

escolha deste estudo se configura no sentido de que a instituição escolar é atravessada

por relações de poder e pela articulação entre poder e saber, já que a escola é, por

excelência, o lugar de produção de saber. Várias práticas e dispositivos foram sendo

instituídos na escola: a organização do espaço escolar, o tempo disciplinar, a seriação

por idade como formas hierarquizadas de normatização/normalização. Portanto, um

espaço de lutas pela conservação de regras, normas e manutenção de um padrão de

normalidade.

Inicialmente será aplicado um questionário sócio-demográfico a fim de

caracterizar os sujeitos da pesquisa, em seguida entrevista semi-estruturada. A sua

participação no referido estudo será no sentido de responder questionário relacionado ao

foco da pesquisa, visando realizar a coleta de dados sobre sua participação no processo

de organização do currículo escolar das séries iniciais do ensino fundamental do

município de Itajaí (SC).

Fica registrado que o anonimato dos participantes desse estudo está garantido de

toda forma, de maneira que sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou

qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, lhe identificar, será

mantido em sigilo.

Fica esclarecido que a adesão a esse termo de consentimento pode ser retirada a

qualquer momento, mesmo no decorrer da pesquisa.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são a mestranda Claudia

Vidaletti Matos Neves e a professora Dra. Verônica Gesser, vinculadas às pesquisas do

Mestrado em Educação da Universidade do Vale do Itajaí, e você poderá manter contato

conosco pelos telefones: (47)3341- 7516 / (47)84526465.

Sua participação na pesquisa, em muito acrescentará aos estudos

relacionados ao currículo para as séries iniciais do ensino fundamental do município de

Itajaí (SC).

Nome do Pesquisador: Claudia Vidaletti Matos Neves

Assinatura do Pesquisador: ________________________________________________

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO

Eu,__________________________,RG_____________,CPF __________abaixo

assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente

informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim

como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me

garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à

qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.

Local e data: ___________________________________________________________

Nome: ________________________________________________________________

Assinatura do Sujeito/Responsável:_______________fone/contato: ________________

Pesquisador Responsável: Claudia Vidaletti M. Nevesfone/contato: (47)3341 - 7516 /

(47) 9996-1649

Page 134: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

135

APÊNDICE B - Roteiro da entrevista semiestruturada com professores

Questionário aos professores que configuram os sujeitos do estudo intitulado: “As

relações de poder presentes no currículo escolar das séries iniciais do Ensino

Fundamental do município de Itajaí (SC)”.

1. Você já leu ou sabe algo sobre currículo?

( ) sim ( ) não

2. O que você entende por currículo escolar?

3. Você conhece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica?

( ) sim ( ) não

4. Você conhece os Parâmetros Curriculares Nacionais?

( ) sim ( ) não

5. Como você entende estes documentos?

( ) são referências para o ensino fundamental de todo o país. O objetivo é

garantir a todos os estudantes brasileiros o direito de usufruir do conjunto de

conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania.

( ) são uma coleção de regras que pretendem ditar o que os professores devem

ou não fazer.

6. Em sua formação acadêmica, você teve formação sobre currículo escolar?

( ) sim ( ) não

7. Você compreende a importância de um currículo pensado para as séries iniciais

do Ensino Fundamental?

( ) sim ( ) não. __________________________

8. Como você percebe a contribuição deste documento (do projeto curricular da

escola) para sua prática pedagógica?

9. Você percebe se o projeto pedagógico de sua escola acompanha as tendências

propostas pelos documentos oficiais?

( ) sim ( ) não

10. Você utiliza os documentos oficiais nacionais para embasar seus planejamentos

e práticas pedagógicas?

( ) sim ( ) não

11. Você utiliza os documentos oficiais municipais para embasar seus

planejamentos e práticas pedagógicas?

( ) sim ( ) não

12. Você acredita que as características sociais, políticas e econômicas da cidade

interferem na construção do currículo escolar?

( ) sim ( ) não

13. Quais as dificuldades percebidas por você na construção de seu planejamento?

14. Você considera possível gerar um currículo específico para as séries iniciais do

Ensino Fundamental de Itajaí, levando em consideração os aspectos sociais,

culturais e econômicos da cidade, da comunidade?

( ) sim ( ) não

15. Você se disponibilizaria em reformular sua prática pedagógica, assumindo o que

é proposto pelos documentos oficiais nacionais ou municipais?

( ) sim ( ) não

16. Como você decide o currículo (conte como você elege conteúdos, metodologia,

etc., a forma de trabalhar com seus alunos).

17. Você faz uso de quais recursos pedagógicos?

Page 135: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

136

18. Como é decidido o currículo da série/ano onde você trabalha?

19. De onde você extrai os conteúdos à serem trabalhados?

( ) livro didático ( ) avaliações nacionais como a Prova Brasil e o Enem ( )

matriz de habilidades e conteúdos ( ) PCN ( ) DCN ( ) outro.

Qual?_____________________________________________

20. Quem faz a escolha pelo livro didático?

( ) os professores ( ) a escola ( ) a secretaria de educação

21. O livro escolhido é o livro que vem para ser trabalhado na escola?

( ) sim ( ) não

22. Já lhe foi explicado o motivo para que o livro escolhido não fosse o eleito? (não

veio pra escola)

( ) sim ( ) não

23. Como tem sido a elaboração do currículo desta escola?

24. O que você acha importante levar em consideração quando planeja o currículo e

a implantação dele em sua turma?

25. Você percebe diferença entre o currículo escrito e a prática que se faz dele?

( ) sim ( ) sim

26. Como se dá o processo de seleção e organização dos conteúdos?

27. É realizada alguma reunião no início ou final do ano letivo para planejar o

começo ou o ano seguinte?

( ) sim ( ) não

28. Vocês recebem alguma orientação preliminar da secretaria da educação?

( ) sim ( ) não

29. Quando os alunos passam para a próximo ano, os professores conversam sobre a

aprendizagem ou dificuldades dos alunos? O que é feito a partir dessas

informações?

30. Você se identifica como alguém que pode participar na organização e decisão do

currículo que será trabalhado?

( ) sim ( ) não

31. O documento que é utilizado por você atende, consegue dar conta do que você

pretende nas aulas?

( ) sim ( ) não

32. Sente dificuldade para entender termos presentes no documento de referência

(conteúdos e habilidades)?

( ) sim ( ) não

33. Você tem conhecimento de todos os documentos que orientam as séries iniciais

do ensino fundamental incluindo as municipais? Liste.

34. Como você descreve o processo de organização do currículo escolar do seu

município?

35. Quem participa da definição do currículo do seu município?

36. Qual a sua participação na definição do currículo para a escola que você

trabalha?

37. Você segue esse currículo tal e qual é criado?

Page 136: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

137

APÊNDICE C – Questionário sócio-demográfico dos professores

O

objetivo deste questionário é descrever os perfis sócio-demográficos dos professores sujeitos da pesquisa. O critério principal é que os sujeitos atuem diretamente com as séries iniciais do

Ensino Fundamental.

INFORMAÇÕES GERAIS

1. Nome (opcional) __________________________________________________________

2. Idade entre

20e 25

25 e 30

30 e 35

35 e 40

40 e 45

45 e 50

50 e 55

55 e 60

60 e 65

65 e 70

3. Sexo

Masculino Feminino

4. Há quantos anos você atua nas séries iniciais do Ensino Fundamental?

menos de 5 anos

entre 5 e 10 anos

entre 10 e 15 anos

entre 15 e 20 anos

mais de 20 anos

5. Qual é a sua formação?

graduação

especialização

mestrado

doutorado

pós-doutorado

outra: _________________ 6. Qual a sua ocupação?

Professor(a)

7. Qual o seu estado civil?

solteiro(a)

casado(a)

divorciado(a)

viúvo(a)

8. Você tem filhos? Se sim, quantos?

Sim

Não

1 (um)

2 (dois)

3 (três)

4 (quatro)

mais de quatro___________

9. Qual sua naturalidade?

Itajaí

outra _______________

11. Reside em Itajaí? Há quanto tempo?

Sim, ______anos Não 12. Em qual escola do município você leciona?

20h _________________________________20h __________________________

40h ________________________________________________________________________

13. Você é professor:

ACT 20h

ACT 40h

ACT 20h e EFETIVO 20h

EFETIVO 40h

outra: _________________

Page 137: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

138

APÊNDICE D – Consolidado do questionário sócio-demográfico

IDADE

ANOS LECIONA

FORMAÇÃO

ESTADO CIVIL

FILHOS

20 e 25

1

- 5

9

Graduação

12

solteiro

12

(Não tem filhos) 12

25 e 30

8

30 e 35

17

5 e 10

20

Especializaç

48

casado

44

(Tem um filho)

27 35 e 40

10

40 e 45

15

10 e 15

12

Mestrado

1

divorciado

2

(Três responderam)

2 filhos

45 e 50

7

50 e 55

1

15 e 20

12

Doutorado

0

viúvo

1

(Sete responderam)

3 filhos

55 e 60

1

60 e 65

0

+20

7

Pós-doutor

0

Não resp.

1

(Um respondeu)

4 filhos 65 e 70

0

Não resp

1

ñr

1

(Um respondeu) Com + de 4 filhos

NATURALIDADE

SEXO

RESIDE

VÍNCULO

Joinville 1 Itajaí 54 20h act 13

Itajaí 25 Masculino 0 Navegantes 3

Florianópolis 2 Piçarras 1 20h efet 6

Penha 1 Penha 1

Itaiópolis 1 Feminino 54 Balneário Camboriú 1 20h a+20h e 5 SP 5

Joaçaba 1 Outra ñ respondeu 1 40h act 23

Brusque 1 Não respondeu

6

Outra ñ/escr. 7 40h efet 14

Não respondeu 2

Rio do S 2 Blumenau 2

Canoinhas 1

Laguna 2

Paraná 3

São Louren d’Oeste

1

Portobelo 1

RS 1

RJ 1

Page 138: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

139

APÊNDICE E – Quadro com transcrição da entrevista semiestruturada

29/07/2013 30/07/2013 31/07/2013

ACT EFET ACT EFETIVO ACT EFETIVO

*

C/N

**

S/N

***

ASS

*

C/N

**

S/N

***

ASS

*

C/N

**

S/N

*

C/N

**

S/N

*

C/N

**

S/N

*

C/N

**

S/N

07 08 02 02 05 02 07 04 08 03 05 02 05 0

17 09 11 11 07 05

26 PROFESSOES 24F 2 nr 22 PROFESSORES 12 ROFESSORES

*Com nome/ **sem nome/ *** somente a assinatura

SEXO FEMININO E MASCULINO

Legenda: vermelho dia 29/07 azul dia 30/07 verde dia 31/07

QUANTIDADE

PERGUNTAS E RESPOSTAS

SIM (58= 25

efet+33act) (25=9ef+16act )

(21=11ef+10act)

(12=5ef+7act)

NÃO RESPONDEU

(2act)

(1act)

(1act)

01) V

OCÊ JÁ LEU OU SABE ALGO SOBRE CURRÍCULO ESCOLAR?

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P14, act/ P15, act/ P16, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34,

efet/ P35, act/ P36, act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P43,

act/ P44, act/ P45, efet/ P46, efet/ P47, efet.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/

P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO RESPONDEU

P13, act.

P48, act.

RESP

(31=15efet+16act)

(4efet+6act)

(7efet+6act)

(4efet+4act)

NÃO RESP

(29=10efet+19act)

(17=5efet+11act)

(9=4efet+5act) (4=1efet+3act)

02) O

QUE VOCÊ ENTENDE POR CURRÍCULO ESCOLAR?

P1, act - não respondeu./ P2, act - Um regimento que direciona o

ensino na escola e no seu sistema./ P3 act - não respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act - O que a escola oferece para o educando e a comunidade

e professores./ P6, act - O currículo compreende os objetivos, procedimentos

metodológicos e recursos a serem aplicados para o desenvolvimento da

aprendizagem./ P7, act -Documento que permeia todo o processo da educação

escolar./ P8, act – não respondeu./ P9, act – Sim./ P10, act – não respondeu./

P11, act – não respondeu./ P12, act – não respondeu./ P13, act – não respondeu./

P14, act – não respondeu./ P15, act - Norteador do ensino./ P16, act – não

respondeu./ P17, act – não respondeu./ P18, efet – não respondeu./ P19, efet –

não respondeu./ P20, efet -São todas as ações, atitudes presentes no espaço

escolar ou em função dele./ P21, efet - Norteador das práticas escolares./ P22,

efet - São documentos que referenciam as ações pedagógicas./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet – não respondeu./ P26, efet -

Determinação do trabalho a ser realizado.

P27, efet - É o que norteia o trabalho escolar./ P28, efet – não

Page 139: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

140

respondeu./ P29, efet - É um documento pautado em outros documentos e que

auxilia e/ou orienta os professores a desenvolver os trabalhos do ano letivo

com resultados mais plausível dentro das diversas realidades./ P30, efet -

Tudo o que acontece na escola: as vivências, relações, aprendizagens formais

e informais, etc./ P31, efet -Documento que consta conteúdos da LDB, PCNs,

Matrizes de habilidades p/ serem trabalhados por ano na escola./ P32, efet –

não respondeu./ P33, efet – não respondeu./ P34, efet - São conhecimentos

necessários para a formação de um aluno cidadão./ P35, act – não respondeu./

P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act - Grade de

conteúdos a serem trabalhados. / P39, act - Conteúdos e habilidades que precisam ser desenvolvidos durante o ano letivo./ P40, act - Onde se define os

objetivos e metas dos conteúdos a serem aplicados./ P41,act - Conjunto

organizado de conteúdos e ações que norteiam o ensino da escola./ P42, act -

Prática pedagógica que trabalhamos os conteúdos baseados na LDB, PCNs,

matrizes curriculares por ano/série na escola./ P43, act – não respondeu./ P44,

act - Referência, um norte para trabalhar e orientar os conteúdos./ P45, efet –

não respondeu./ P46, efet - Documento que norteia o trabalho do professor./

P47, efet - A história de conhecimento necessário para cada turma.

P48, act – não respondeu./ P49, act – não respondeu./ P50, act – não

respondeu./ P51, act - O currículo é tudo que faz parte da escola, desde as vivências, é o conjunto de conhecimentos, desde o oculto./ P52, act - Nosso

ponto de apoio./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Alguma coisa./ P55, act -

Toda informação relacionada à estrutura e organização da escola./ P56, efet -

O norteador interno de cada escola./ P57, efet - O conteúdo a ser trabalhado

durante o ano./ P58, efet - Toda a estrutura escolar./ P59, efet – não

respondeu./ P60, efet - Serve para nortear o trabalho do professor e

padronizar os conteúdos as séries/anos.

SIM

(58=24efet+34act)

(8efet+17act) (11efet+10act)

(5efet+7act)

NÃO

(1act)

NÃO RESPONDEU

(1ef)

03) V

OCÊ CONHECE AS DCNS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA?

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P16, act/ P17, act/ P18, efet/

P19, efet/ P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34,

efet/ P35, act/ P36, act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P41, act/ P42, act/ P43, act/ P44,

act/ P45, efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO

P40, act.

NÃO RESPONDEU

P24, efet. SIM

(60=25efet+35act)

(9ef+17act )

(11efet+11act)

(5efet+7act)

04) V

OCÊ CONHECE OS PCNS?

SÃO

REFERÊNCIAS...

(56=25efet+31act)

(9efet+16act)

05) C

OMO VOCÊ ENTENDE ESSES DOCUMENTOS?

Não respondeu - P8, act/ P37, act.

Page 140: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

141

(11efet+8act)

(5efet+7act)

SÃO UMA

COLEÇÃO...

(2act)

NÃO RESPONDEU

(2act=1act+1act)

São referências para o ensino fundamental de todo o país. O

objetivo é garantir a todos os estudantes brasileiros o direito de usufruir do

conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício

da cidadania

P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P9, act/ P10, act/

P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P16, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34,

efet/ P35, act/ P36, act/ P38, act/ P39, act/ P41, act/ P42, act/ P44, act/ P45, efet/ P46,

efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/

P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

São uma coleção de regras que pretendem ditar o que os professores

devem ou não fazer.

P40, act/ P43, act

SIM

(58=24efet+34act)

(25=9ef+16act)

(21=10ef+11act)

(12=5ef+7act)

NÃO (1act)

NÃO RESPONDEU (1efet)

06) E

M SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA, VOCÊ TEVE FORMAÇÃO

SOBRE CURRÍCULO ESCOLAR?

SIM

P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34, efet/ P35, act/ P36, act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P44,

act/ P45, efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/

P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

P16, act – Não.

P46, efet – Não respondeu.

SIM (59=25

efet+34act)

(26=9efet+17act )

(21=11efet+10act) (12=5efet+7act)

NÃO RESPONDEU (1act)

07) V

OCÊ COMPREENDE A IMPORTÂNCIA DE UM CURRÍCULO

ESCOLAR PENSADO PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL?

SIM

P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34,

efet/ P35, act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P44, act/ P45,

efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

P36, act – Não respondeu.

Page 141: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

142

SIM

(34=17efet+17act)

(11=5efet+6act)

(8=4efet+4act)

(15=8efet+7act)

NÃO RESP

(26=8efet+18act)

(15=4efet+11act)

(7=+3efet+4act)

(4=1efet+3act)

08) C

OMO VOCÊ PERCEBE A CONTRIBUIÇÃO DESTE DOCUMENTO

(DO PROJETO CURRICULAR DA ESCOLA) PARA SUA PRÁTICA

PEDAGÓGICA?

P1, act - Porque nos orienta a conhecer a escola./ P2, act - Para

direcionar e regularizar as ações pedagógicas./ P3, act - não respondeu./ P4,

act – não respondeu./P5, act - A participação de todos./ P6, act - Um projeto

que venha de encontro com as necessidades dos educandos./ P7, act - É através do currículo que podemos permear a nossa prática./ P8, act – não

respondeu./ P9, act - Importante pois nos faz compreender toda a dinâmica da

escola./ P10, act – não respondeu./ P11, act – não respondeu./ P12, act – não

respondeu./ P13, act – não respondeu./ P14, act – não respondeu./ P15, act – não

respondeu./ P16, act – não respondeu./ P17, act – não respondeu./ P18, efet - Um

caminho para auxiliar o desenvolvimento das minhas aulas./ P19, efet -

Direciona com flexibilidade para adaptações./ P20, efet - Ele deve nortear o

trabalho pedagógico./ P21, efet - É um seguimento do planejamento, o

norteador./ P22, efet – não respondeu./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet –

não respondeu./ P25, efet – não respondeu./ P26, efet - Importante.

P27, efet - Como um documento importante, norteador e que deve

estar sendo lido, discutido e colocado em prática./ P28, efet – não respondeu./

P29, efet - Esse documento contribui para que possamos adequar os trabalhos

de aprendizagem as comunidades específicas./ P30, efet - Dependendo da sua

elaboração, objetividade, por exemplo, pode contribuir ou atrapalhar a

prática se for “burrocrático”./ P31, efet - Planejar as aulas e ajudar em nossa

prática./ P32, efet – Diretriz./ P33, efet – não respondeu./ P34, efet - Ele é o

documento que norteia nossa prática pedagógica./ P35, act – não respondeu./

P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act – Colaboradora./

P39, act - Como um norteador do nosso trabalho./ P40, act - Como um

documento que posso recorrer quando surgir alguma dúvida./ P41, act - Para sabermos onde queremos chegar com nosso aluno, qual objetivo exato ele

está nas nossas mãos./ P42, act - Serve para nortear o trabalho em sala,

planejar as aulas./ P43, act – não respondeu./ P44, act - Ele contribui p/ que

todas as escolas do país trabalhem os conteúdos determinadas séries./ P45,

efet – São documentos que norteiam a prática de pedagógica do professor./

P46, efet – não respondeu./ P47, efet - O projeto deveria ser o norte do

trabalho, porém muitas vezes o mesmo não contempla as necessidades./ P48,

act - Importante, pois é um referencial o professor necessita desse suporte, o

que não significa cumpri-lo como está ele é flexível cabe adequar as

necessidades.

P49, act – São importantíssimos p/ que possamos desenvolver um trabalho de qualidade./ P50, act – não respondeu./ P51, act - Importante, pois

não basta estar no papel, mas participar do contexto escolar./ P52, act - É um

documento norteador./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Muito importante./

P55, act – não respondeu./ P56, efet – Norteador./ P57, efet - É a base para o

deslanchar de conteúdos./ P58, efet - Contribuir diretamente com nossos

alunos./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet – Como objeto norteador do

trabalho.

SIM

(40=15efet+25act)

(22=7efet+15act ) (11=5efet+6act)

(7=3efet+4act)

NÃO (14=6efet+8act)

09) V

OCÊ PERCEBE SE O PROJETO PEDAGÓGICO DE SUA ESCOLA

ACOMPANHA AS TENDÊNCIAS PROPOSTAS PELOS

DOCUMENTOS OFICIAIS?

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P9, act/ P10, act/

P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P19, efet/ P20, efet/ P21, efet/

Page 142: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

143

(3=2efet+1act)

(7=3efet+4act)

(4=1efet+3act)

NÃO RESP

(5=3efet+2act)

(1act)

(4=3efet+1act)

(1efet)

ÀS VEZES NÃO

(1efet)

(1efet)

P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P33, efet/ P35, act/ P36, act/ P37, act/ P38,

act/ P41, act/ P45, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P55, act/ P56, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO P8, act/ P18, efet/ P25, efet.

P31, efet/ P39, act/ P40, act/ P42, act/ P43, act/ P46, efet/ P47, efet.

P52, act/ P53, act/ P54, act/ P58, efet.

NÃO RESPONDEU

P16, act.

P32, efet/ P34, efet/ P44, act.

P57, efet.

ÀS VEZES NÃO

P28, efet.

SIM

(46=18efet+28act)

(23=8efet+15act )

(14=5efet+8act)

(10=5efet+5act)

NÃO (8=5efet+3act)

(2=1efet+1act)

(6=4efet+2act)

ÀS VEZES

(3=1efet+2act)

(1efet)

(2act)

NÃO RESP

(3=1efet+2act)

(1act)

(2=1efet+1act)

10) V

OCÊ UTILIZA OS DOCUMENTOS OFICIAIS NACIONAIS PARA

EMBASAR SEUS PLANEJAMENTOS E PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS?

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P9, act/ P10, act/

P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P19, efet/ P20, efet/ P21, efet/

P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P30, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P35, act/ P36, act/ P37,

act/ P38, act/ P39, act/ P41, act/ P43, act/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/ P58,

efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO P8, act/ P18, efet/

P29, efet/ P31, efet/ P40, act/ P42, act/ P45, efet/ P47, efet.

ÀS VEZES

P34, efet.

P53, act/ P54, act.

NÃO RESPONDEU

P16, act.

P44, act/ P46, efet.

SIM

(50=23efet+27act) (23=8ef+15act )

(17=10ef+7act) (10=5ef+5act)

NÃO (4=1efet+3act)

(1act)

(3=1efet+2act)

ÀS VEZES

(2act)

11) V

OCÊ UTILIZA OS DOCUMENTOS OFICIAIS MUNICIPAIS PARA

EMBASAR SEUS PLANEJAMENTOS E PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS?

SIM

P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/ P21, efet/

P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34, efet/ P35,

act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P41, act/ P43, act/ P45, efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48,

act.

Page 143: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

144

NÃO RESP

(4=1efet+3act)

(2=1ef+1act )

(2act)

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/ P58,

efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO P15, act.

P31, efet/ P40, act/ P42, act.

ÀS VEZES P53, act/ P54, act.

NÃO RESPONDEU

P16, act/ P20, efet.

P36, act/ P44, act.

SIM

(56=24efet+32act)

(24=8efet+16act)

(20=11efet+9act)

(12=5efet+7act)

NÃO (2=1efet+1act)

(1ef)

(1act)

NÃO RESP (2act)

(1act)

(1act)

12) V

OCÊ ACREDITA QUE AS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS,

POLÍTICAS E ECONÔMICAS DA CIDADE INTERFEREM NA

CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR?

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P19, efet/ P20, efet/

P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34,

efet/ P35, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P43, act/ P44, act/ P45,

efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO P18, efet.

P37, act.

NÃO RESPONDEU

P16, act.

P36, act.

RESP

(30=14efet+16act)

(11=4efet+7act)

(13=7efet+6act)

(6=3efet+3act)

NÃO RESP

(30=11efet+19act)

(15=5efet+10act)

(9=4efet+5act)

(6=2efet+4act)

13) Q

UAIS AS DIFICULDADES PERCEBIDAS POR VOCÊ NA

CONSTRUÇÃO DE SEU PLANEJAMENTO?

P1, act – não respondeu./ P2, act - não respondeu./ P3, act - não

respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act - Material pedagógico, espaço

em sala - quantidade de alunos, livros./ P6, act - Número de alunos e espaço

físico. Ex: o parquinho está desativado e outros espaços são restritos./ P7, act

- Integração do planejamento anual com a matriz de habilidades./ P8, act –

não respondeu./ P9, act - Determinar prioridades de aprendizagem de forma

interdisciplinar./ P10, act - Estar articulando os conteúdos determinado no

plano anual com as necessidades da turma./ P11, act – não respondeu./ P12, act – não respondeu./ P13, act - Falta de recursos para promover atividades fora

da escola./ P14, act - O acompanhamento da família na escola que não existe

em comunidades carentes./ P15, act - não respondeu./ P16, act – não

respondeu./ P17, act – não respondeu./ P18, efet - Não tenho dificuldades./ P19,

efet – não respondeu./ P20, efet - Encontrar a estratégia mais assertiva para

os meus alunos compreenderem./ P21, efet - Às vezes o professor não tem

suporte para fazer o que o currículo nos pede Ex: jogos, ludicidade./ P22, efet

- Tempo./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet – não

Page 144: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

145

respondeu./ P26, efet – não respondeu.

P27, efet – não respondeu./ P28, efet – não respondeu./ P29, efet - Ela

se apresenta mais na esfera cultural./ P30, efet – Ter que utilizar uma planilha

que não contempla as dificuldades de aprendizagens./ P31, efet – não

respondeu./ P32, efet - Tempo para organizar, pensar, pesquisar atividades./

P33, efet - Ter um momento p/fazer essa construção em conjunto com colegas

do mesmo ano, tirar dúvidas, compartilhar ideias. / P34, efet - Planejar não é

difícil. Difícil é assegurar os conteúdos mínimos aos alunos ou que aprendam

os mesmos./ P35, act – não respondeu./ P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act – Conteúdos muito complexos para crianças em nível de

alfabetização./ P39, act - Conciliar as habilidades a serem desenvolvidas com

a realidade da sala de aula./ P40, act - Os conteúdos propostos, quase não tem

material necessário para ser trabalhado./ P41, act - Alguns conteúdos

desnecessários fazerem parte do currículo./ P42, act - Que o plano anual não

vem “todo” de encontro com o conteúdo necessário para se trabalhar

naquele ano-série./ P43, act – não respondeu./ P44, act – não respondeu./ P45,

efet – não respondeu./ P46, efet - As repetições de conteúdos desconectadas

com a realidade e com a necessidade da aprendizagem efetiva./ P47, efet -

Falta de tempo para pesquisar./ P48, act - Não tenho problemas na construção

do planejamento, acredito ser imprescindível o professor planejar suas aulas.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act - Fazer

sempre de acordo com as dificuldades dos alunos, não podemos deixar de

lado o olhar diferenciado./ P52, act – Várias./ P53, act – não respondeu./ P54,

act - A da realidade com as crianças./ P55, act – não respondeu./ P56, efet –

Nenhuma./ P57, efet - Os livros didáticos são precários. Para encontrar o

conteúdo desejado preciso utilizar mais de um livro entre outros./ P58, efet -

Nem todos falam a mesma língua./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet – não

respondeu.

SIM

(56=24efet+32act) (25=9efet+16act )

(19=10efet+9act)

(12=5efet+7act)

NÃO

(1ef)

NÃO RESPONDEU

(3act)

(1act) (2act)

14) V

OCÊ CONSIDERA POSSÍVEL GERAR UM CURRÍCULO ESCOLAR

ESPECÍFICO PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS

ASPECTOS SOCIAIS, CULTURAIS E ECONÔMICOS DA CIDADE,

DA COMUNIDADE?

SIM

P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/ P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P27, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34, efet/ P35,

act/ P37, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P43, act/ P44, act/ P45,

efet/ P46, efet/ P47, efet.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P53, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/

P57, efet/ P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO

P28, efet.

NÃO RESPONDEU

P16, act.

P36, act/ P48, act.

SIM

(56=24efet+32act)

(25=9efet+16act )

15) V

OCÊ SE DISPONIBILIZARIA EM REFORMULAR SUA PRÁTICA

PEDAGÓGICA, ASSUMINDO O QUE É PROPOSTO PELOS

DOCUMENTOS OFICIAIS NACIONAIS OU MUNICIPAIS?

Page 145: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

146

(20=10efet+10act)

(11=5efet+6act)

NÃO (2act) (1act)

(1act)

NÃO RESP

(2=1efet+1act)

(1act) (1efet)

SIM P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P9, act/

P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/ P18, efet/ P19, efet/

P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet.

P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34, efet/ P35,

act/ P36, act/ P38, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P42, act/ P43, act/ P44, act/ P45,

efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act.

P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P54, act/ P55, act/ P56, efet/ P57, efet/

P58, efet/ P59, efet/ P60, efet.

NÃO

P37, act.

P53, act.

NÃO RESPONDEU

P16, act.

P27, efet.

SIM

(35=19efet+16act)

(13=5ef+8act)

(14=10ef+4act)

(8=4ef+4act)

NÃO RESP

(25=6efet+19act) (13=4efet+9act)

(8=1efet+7act)

(4=1efet+3act)

16) C

OMO VOCÊ DECIDE O CURRÍCULO ESCOLAR (CONTE COMO

VOCÊ ELEGE CONTEÚDOS, METODOLOGIA, ETC., A FORMA DE

TRABALHAR COM SEUS ALUNOS)

P1, act - não respondeu./ P2, act - Meu planejamento é baseado

primeiramente nos conhecimentos adquiridos pelos alunos, partindo assim

para conteúdos que visam e se embasam nas diretrizes de ensino, buscando o

aprendizado significativo./ P3, act - não respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act – reuniões com professores, diretor, supervisor./ P6, act - Procuro

refletir sobre ação pedagógica, tentando aperfeiçoar as necessidades dos

educandos./ P7, act – não respondeu./ P8, act – não respondeu./ P9, act - De

acordo com o interesse das crianças tento agrupar os conteúdos e

habilidades e determino a metodologia./ P10, act - Procuro planejar os

conteúdos conforme os assuntos e necessidades da turma./ P11, act – não

respondeu./ P12, act – não respondeu./ P13, act - A partir do interesse e

necessidade dos alunos./ P14, act - Decido os conteúdos de acordo com o

planejamento anual e as habilidades propostas pela planilha./ P15, act – não

respondeu./ P16, act – não respondeu./ P17, act - Através das matrizes de

habilidades, envolvendo conteúdos de uma maneira lúdica, com materiais concretos, com leituras literaturas, rotinas e melhorando a minha prática./

P18, efet - Desenvolvo a partir da matriz de habilidades./ P19, efet – não

respondeu./ P20, efet - Baseado no plano anual, na proposta pedagógica da

unidade, nos referenciais nacionais e nas leis vigentes (regimento interno./

P21, efet - Habilidades, competências do plano./ P22, efet - Através

diagnóstico da turma./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./

P25, efet – não respondeu./ P26, efet - Sigo o planejamento anual da SME.

P27, efet - Trabalho com as matrizes de habilidades e conteúdos

programáticos. A partir do momento que conheço a turma, vou fazendo uma

seleção das habilidades ainda ñ desenvolvidas. Contextualizando os temas as

vivências em grupo./ P28, efet - De acordo com as propostas do município./ P29, efet - Fazendo os levantamentos diagnósticos individual e coletivo./ P30,

efet - A partir do diagnóstico que dá o nível de cada grupo de alunos./ P31,

efet - Utilizo o plano que consta os conteúdos e metodologias para nortear o

meu trabalho./ P32, efet - “pensando nas dificuldades deles – nas habilidades

a alcançarem – com a ajuda de outros colegas (EVA)./ P33, efet - Tenho

sempre como ponto de partida o planejamento anual e depois vou pesquisar.

Até porque esse é o meu primeiro ano com o segundo ano./ P34, efet - Uso a

matriz proposta pelo município./ P35, act – não respondeu./ P36, act – não

Page 146: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

147

respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act – não respondeu./ P39, act - A

cada ano é elencado os conteúdos e habilidades que mais se adequam com a

realidade dos alunos./ P40, act - Conforme a necessidade da comunidade em

que está inserido./ P41, act - Adaptando as necessidades e a realidade do

grupo./ P42, act - Utilizo do plano anual para nortear o trabalho./ P43, act –

não respondeu./ P44, act – não respondeu./ P45, efet – não respondeu./ P46, efet

- Através das necessidades dos alunos, da turma e da carência de estímulos

que apresentam./ P47, efet - Eleito conforme a grade da rede. Vejo o que

realmente é necessário conforme minha comunidade./ P48, act – não

respondeu.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act -

Pesquisando e conhecendo a realidade e o contexto em que esse aluno está

inserido, minha escola que é um exemplo de que temos que buscar, formas

diferentes./ P52, act - Não há tempo e espaço./ P53, act – não respondeu./ P54,

act - Com a necessidade da qual percebo com eles./ P55, act - De acordo com

o perfil da turma./ P56, efet - Procuro selecionar de acordo com as

necessidades da turma com o que é essencial metodologicamente./ P57, efet -

Partindo principalmente da dificuldade apresentada pelos alunos./ P58, efet -

Regra da escola./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet - Conforme as

necessidades que surgem na turma/Eventos na cidade/país.

SIM

(41=19efet+22act)

(16=5efet+11act)

(17=10efet+7act)

(8=4efet+4act)

NÃO RESP

(19=6efet+13act)

(10=4efet+6act)

(5=+1efet+4act) (4=1efet+3act)

17) V

OCÊ FAZ USO DE QUAIS RECURSOS PEDAGÓGICOS?

P1, act - Sim os mais diversos./ P2, act - Livros, informática, vídeos./

P3 act não respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act – Televisão,

computador, jogos./ P6, act - Jogos, brincadeiras, bingo, computador,

cantigas de roda, etc./ P7, act - Parâmetros curriculares, PCNs, Matriz de

Habilidades./ P8, act – não respondeu./ P9, act - vídeos, jogos, experiências

cientificas./ P10, act - jogos, vídeos, dinâmicas coletivas./ P11, act – não

respondeu./ P12, act – não respondeu./ P13, act - livros, jogos, vídeos, músicas./ P14, act - livros, material dourado, QVL(quadro valor lugar), historinhas

diariamente, roda de conversa, debates, técnica de leitura no quadro

diariamente./ P15, act - Planejamento anual./ P16, act – não respondeu./ P17,

act - Jogos, material dourado, vídeo, literatura./ P18, efet - Computador,

datashow, materiais lúdicos./ P19, efet – não respondeu./ P20, efet - literaturas,

vídeos, jogos, brincadeiras, músicas, atividades ar livre etc./ P21, efet - livros,

laboratório informática, jogos, TV, DVD, música./ P22, efet – Sim./ P23, efet –

não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet – não respondeu./ P26, efet

- Material concreto, histórias, jogos.

P27, efet – Aulas expositivas, Datashow, vídeos, livros didáticos e

paradidáticos, etc./ P28, efet - quadro, giz, livro didático, biblioteca, sala de informática./ P29, efet - Jogos, livros, brincadeiras, desafios, trabalhos em

dupla e grupo./ P30, efet - Todos os que estão á disposição na escola e outros

que se cria como jogos./ P31, efet - Internet, livros didáticos (pesquisar),

jogos./ P32, efet – Sim./ P33, efet - Datashow, computador, som, TV, material

dourado, alfabeto-móvel, bibliotecas (livros, jogos./ P34, efet – Sim, jogos,

literatura, brincadeiras, informática, músicas./ P35, act – não respondeu./ P36,

act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act - jogos, livros, vídeos

e a grade de habilidades./ P39, act - Todos os que encontro disponíveis na

escola, desde livro didático a laboratório de informática quando estão

disponíveis./ P40, act - Livro, quadro às vezes quando está funcionando a

informática./ P41, act - livros, internet, vídeos, cadernos, jogos, livros de leitura./ P42, act - Internet, livros didáticos, jogos./ P43, act – não respondeu./

P44, act – Site, sala informática, lousa, vídeos, TV, livros./ P45, efet – não

respondeu./ P46, efet - Literatura, música, jogos, informática, biblioteca./ P47,

efet - Tento usar tudo o que está no meu alcance, pelo menos fazer o que me

Page 147: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

148

auxilie, faço a experiência./ P48, act - Dinâmicas, músicas, livros literários,

vídeo, laboratório de informática, trabalho de pesquisa, trabalho em grupo,

simpósio, varal literário, etc.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act –

Atividades lúdicas, informática, vídeos./ P52, act - Vários: vídeos,

computador, máquinas digitais, etc./ P53, act – não respondeu./ P54, act -

Livros, [goooy/ palavra incompreendida] e assuntos dos quais trocamos./ P55,

act - Datashow, livros didáticos, sala de informática, etc./ P56, efet - Quadro,

datashow, informática, livros, etc./ P57, efet -Livros, jornais, revistas, internet, pesquisa com colegas e vizinhos sobre o vale do Itajaí/por eu não ser daqui

preciso de informações p/ passar aos alunos, jogos, material reciclado./ P58,

efet - Planejamento, metas./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet – Sim.

SIM

(34=19efet+15act)

(12=6efet+6act)

(14=9efet+5act)

(8=4efet+4act)

NÃO RESP

(26=6efet+20act)

(14=3ef+11act)

(8=2efet+6act)

(4=1efet+3act)

18) C

OMO É DECIDIDO O CURRÍCULO ESCOLAR DA SÉRIE/ANO

ONDE VOCÊ TRABALHA?

P1, act - não respondeu/ P2, act – Por meio das planilhas de

avaliação./ P3, act – não respondeu/ P4, act – não respondeu/ P5, act - Em

reuniões./ P6, act -Trabalho de acordo com as habilidades e competências, adequando a realidade dos educandos./ P7, act - Em reuniões (quando somos

convidados a participar act’s)./ P8, act – não respondeu./ P9, act – não

respondeu./ P10, act - Recebo já pronto./ P11, act – não respondeu./ P12, act –

não respondeu./ P13, act – não respondeu./ P14, act – não respondeu./ P15, act -

Não sei./ P16, act – não respondeu./ P17, act – não respondeu./ P18, efet -

Planejamento anual-matriz de habilidades./ P19, efet – não respondeu./ P20,

efet - No regimento interno da unidade, no plano anual de ensino, na minha

formação etc.; (no PPP)./ P21, efet -Em cima das Habilidades e

competências./ P22, efet - Através da LDB, PCN e Matriz de Habilidades SME

e reuniões./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet –

SME./ P26, efet -Planejamento anual com base no documento enviado pela SME (Matriz de habilidades e conteúdos).

P27, efet - Foi organizado em 2012 pela equipe de professores de

cada série./ P28, efet - Pela S.M.E./ P29, efet - A escola propõe por série/ano./

P30, efet - O currículo formal está pronto, podemos decidir como utilizá-lo o

oculto é onde pode-se realmente fazer a diferença através das nossas

escolhas./ P31, efet - Pela S.E./ P32, efet - Vem da Secretaria da Educação./

P33, efet – não respondeu./ P34, efet - Encontros, paradas pedagógicas./ P35,

act – não respondeu./ P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38,

act - Recebemos uma matriz com habilidades a serem trabalhadas./ P39, act -

Também gostaria muito de saber sobre isso. Sempre que chego nas escolas

eles estão prontos e decididos./ P40, act - Não sei responder, porque como sou ACT nunca estou em uma escola só./ P41, act – não respondeu./ P42, act - Vem

da Secretaria da Educação./ P43, act – não respondeu./ P44, act – não

respondeu./ P45, efet – não respondeu./ P46, efet - Imposto sem o bom senso de

atingir o que é realmente importante./ P47, efet - Em grupo e na maioria das

vezes há pouca mudança./ P48, act - Nosso município já possui matriz de

habilidades e conteúdos, esse documento foi formulado por um grupo de

professores e procuro trabalhar de acordo com o andamento da turma, sem

deixar o básico.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act -

Estamos sempre fazendo, grupos de estudos, e estamos refletindo e

reformulando o P.P.P./ P52, act - Não tive esse epaço e não sei quem fez, já peguei tudo pronto./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Não sei./ P55, act - De

acordo com a realidade da escola./ P56, efet - É decidido pela SME./ P57, efet

- Penso que é decidido pela Secretaria da Educação./ P58, efet - Através dos

conteúdos e habilidades./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet - Na verdade ele

Page 148: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

149

é de nível municipal, apenas acrescentamos eventos que fazem parte do

calendário escolar.

SIM (

ñr(3act) s(9ef+14act)

ñr(2act)s(20=9act+11ef

)s(7=4ef+3act)

19) D

E ONDE VOCÊ EXTRAI OS CONTEÚDOS A SEREM

TRABALHADOS?

MATRIZ (P1, act/ P6, act/ P7, act/ P8, act/ P10, act/ P20, efet/ P25, efet/ P26, efet/

P43, act/ P44, act/ P45, efet/ P46, efet/ P47, efet/ P48, act/

LIVRO DIDÁTICO (P15, act/ P54, act/

LIVRO+MATRIZ (P21, efet/ P22, efet/ P28, efet/ P39, act/ P40, act/ P42, act/ P50,

act/ P58, efet/

LIVRO DIDÁTICO+MATRIZ+INTERNET (P4, act)

LIVRO + MATRIZ+AVALIAÇÕES NACIONAIS (P14, act/ P18, efet/

(P32, efet/ P33, efet/ P41, act/ P49, act/ P55, act/ P56, efet/ P59, efet/ P60, efet)

LIVRO+MATRIZ+ INTERNET (SITES, BLOGS) (P30, efet/

MATRIZ+AVALIAÇÕES NACIONAIS (P2, act/ P9, act)

LIVRO+AVALIAÇÕES (P53, act/

NÃO RESPONDEU(P3, act/ P12, act/ P16, act/ P36, act/ P37, act

AVALIAÇÕES+PCN (P11, act)

MATRIZ+PCN (P24, efet)

LIVRO DIDÁTICO+MATRIZ+PCN (P13, act/ P27, efet/ P31, efet/

LIVRO+MATRIZ+AVALIAÇÃO+PCN (P34, efet/

LIVRO+MATRIZ+PCN+COMPUTADOR (P5, act)

MATRIZ+PCN+ DCN (P19, efet)

TODAS AS ALTERNATIVAS+TROCA COM PROFESSORES

+SITES (P35, act/

LIVRO+AVALIAÇÕES+MATRIZ+ SITES (P17, act)

LIVRO+AVALIAÇÕES+MATRIZ+PCN+DCN

(P23, efet/ P52, act

LIVRO+AVALIAÇÃOES+MATRIZ+PESQUISAS DIVERSAS

(P29, efet)

LIVRO+AVALIAÇÕES+MATRIZ+PCN+INTERNET,JOGOS,COLEGAS

(P38, act)

Todas as alternativas+internet+pesquisa com moradores (P57, efet)

LIVRO+AVALIAÇÕES+MATRIZ+DCN+BUSCA EM GRUPOS DE

ESTUDOS, COMPUTADOR, BLOGS P51, act

Page 149: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

150

NÃO RESP

(3=1efet+2act)

(2=1efet+1act)

(1act)

20) Q

UEM FAZ A ESCOLHA PELO LIVRO DIDÁTICO?

OS PROFESSORES (P1, act/ P2, act/ P3, act/ P4, act/P5, act/ P7, act/ P8,

act/ P9, act/ P10, act/ P11, act/ P12, act/ P13, act/ P14, act/ P15, act/ P17, act/

P18, efet/ P20, efet/ P21, efet/ P22, efet/ P23, efet/ P24, efet/ P25, efet/ P26, efet/

P27, efet/ P28, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P31, efet/ P32, efet/ P33, efet/ P34, efet/

P36, act/ P39, act/ P41, act/ P42, act/ P43, act/ P44, act/ P45, efet/ P46, efet/ P47,

efet/ P48, act/ P49, act/ P50, act/ P51, act/ P54, act/ P55, act/ P57, efet/ P59, efet)

A ESCOLA (P6, act/ P40, act/ P53, act)

OS PROFESSORES+ESCOLA (P52, act/ P58, efet)

NÃO RESPONDEU (P16, act/ P19, efet/ P37, act)

PROFESSORES+SME (P35, act)

SME (P38, act/ P56, efet/ P60, efet)

NÃO RESP

(5=3efet+2act)

(3=2efet+1act)

(2=1efet+1act)

21) O

LIVRO ESCOLHIDO É O LIVRO QUE VEM PARA SER

TRABALHADO NA ESCOLA?

SIM (P1, act/ P8, act/ P11, act/ P13, act/ P15, act/ P20, efet**/ P21, efet/

P22, efet/ P25, efet/ P27, efet/ P32, efet/ P38, act/ P47, efet/ P54, act/ P55, act/ P57,

efet/

ÁS VEZES (P2, act/ P3, act/ P4, act/ P5, act/ P6, act/ P7, act/ P10, act/

P12, act/ P14, act/ P17, act*/ P18, efet/ P26, efet/ P29, efet/ P30, efet/ P34, efet/ P35,

act/ P36, act/ P39, act/ P40, act/ P41, act/ P43, act/ P45, efet/ P46, efet/ P48, act/ P49, act/ P50, act/ P51, act/ P52, act/ P56, efet/ P58, efet/ P59, efet/

NÃO (P9, act/ P24, efet/ P28, efet/ P31, efet/ P42, act/ P44, act/ P53, act/

P60, efet.

NÃO RESPONDEU (P16, act/ P19, efet/ P23, efet/ P33, efet/ P37, act/

*Nem sempre o número exato de alunos com os livros disponíveis

(faltam livros), depende da escola.

**Ás vezes não vem a quantidade adequada.

SIM (18=9efet+9act)

(7=2efet+5act)

(8=5efet+3act)

(3=2efet+1act)

NÃO

(33=11efet+22act)

(15=4efet+11act

(10=4efet+6act)

(8=3efet+5act)

NÃO RESP

(9=5efet+4act)

22) J

Á LHE FOI EXPLICADO O MOTIVO PELO QUAL O LIVRO

ESCOLHIDO NÃO FOSSE O ELEITO?

Page 150: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

151

(4=3efet+1act)

(4=2efet+2act)

(1act)

SIM (15=5efet+10act)

(7=1efet+6act)

(8=4efet+4act)

NÃO RESP

(36=16efet+20act)

(19=8efet+11act)

(13=7efet+6act)

(4=1efet+3act)

23) C

OMO TEM SIDO A ELABORAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR DA

ESCOLA QUE VOCÊ LECIONA?

P1, act - Através de grupo de estudo./ P2, act – Conjunta./ P3, act - não respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act - Com reuniões de estudo./

P6, act - Por equipe de professores e especialistas da rede./ P7, act – não

respondeu./ P8, act – não respondeu./ P9, act - Através do Grupo de estudo

Municipal./ P10, act - O currículo vem pronto./ P11, act – não respondeu./ P12,

act – não respondeu./ P13, act – não respondeu./ P14, act – não respondeu./

P15,ct – não respondeu./ P16, act – não respondeu./ P17, act – não respondeu./

P18, efet – não respondeu./ P19, efet – não respondeu./ P20, efet - Nas

formações e discussões do grupo de trabalho, na discussão do PPP./ P21, efet

– não respondeu./ P22, efet – não respondeu./ P23, efet – não respondeu./ P24,

efet – não respondeu./ P25, efet – não respondeu./ P26, efet – não respondeu.

P27, efet – não respondeu./ P28, efet – não respondeu./ P29, efet –

Ultimamente em conjunto./ P30, efet – Fragmentado./ P31, efet – Foi montado

grupos pela Secretaria de Educação e repassado para as escolas./ P32, efet –

não respondeu./ P33, efet – não respondeu./ P34, efet – não respondeu./ P35, act

– não respondeu./ P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act

– Coerente./ P39, act - Não sei. Quando participo é sempre de apenas parte

dele./ P40, act - Não sei lhe informar./ P41, act - Geralmente pela direção, em

alguns momentos com os professores em reuniões./ P42, act - Foi montado

pela Secretaria da Educação e se fez o currículo escolar e repassaram para

as escolas./ P43, act – não respondeu./ P44, act – não respondeu./ P45, efet –

não respondeu./ P46, efet – não respondeu./ P47, efet - Em momentos de estudo./ P48, act – não respondeu.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act - Início

do ano e agora estamos refazendo o P.P.P./ P52, act - Não tenho

conhecimento./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Não sei./ P55, act -Com a

participação do corpo administrativo e docente./ P56, efet - Em grupo pelos

profissionais./ P57, efet - Opinião dos professores./ P58, efet - Reuniões com

professores./ P59, efet – não respondeu./ P60, efet - Já vem pronto./

SIM (19=8efet+11act)

(11=4efet+7act)

(8=4efet+4act)

NÃO RESP

(27=10efet+17act)

(15=5efet+10act)

(8=4efet+4act)

(4=1efet+3act)

24) O

QUE VOCÊ ACHA IMPORTANTE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO

QUANDO PLANEJA O CURRÍCULO ESCOLAR E A

IMPLANTAÇÃO DELE EM SUA TURMA?

P1, act - A comunidade que serão trabalhadas./ P2, act - A opinião

dos alunos./ P3, act - não respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act -Olhar

o que precisa melhorar./ P6, act - O que os alunos já sabem e o que precisam

saber./ P7, act – não respondeu./ P8, act – não respondeu./ P9, act - Retomada

de conceitos não consolidados./ P10, act - O contexto social dos alunos da

comunidade./ P11, act – não respondeu./ P12, act – não respondeu./ P13, act –

não respondeu./ P14, act - A vivência, o nível de idade série, as condições

financeiras da comunidade./ P15, act – não respondeu./ P16, act – não

respondeu./ P17, act – não respondeu./ P18, efet – não respondeu./ P19, efet –

não respondeu./ P20, efet - O conteúdo pertinente e adequado a faixa etária, a organização dos tempos e espaços./ P21, efet - Sim pois este deve ser conforme

a realidade vivenciada./ P22, efet - Claro, é sempre bom a prática p/reflexão e

mudança./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet –

Page 151: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

152

não respondeu./ P26, efet - A realidade onde a criança está inserida (social-

histórico-cultural).

P27, efet – não respondeu./ P28, efet - Que contemple leitura e

escrita./ P29, efet - Adequá-lo à turma para conseguir melhor resultados./ P30,

efet - Considerar o nível da turma e suas necessidades antes de tudo./ P31,

efet - De acordo com a necessidade da turma (favoreça a aprendizagem)./

P32, efet – não respondeu./ P33, efet – não respondeu./ P34, efet - A realidade

do aluno, as necessidades dos mesmos./ P35, act – não respondeu./ P36, act –

não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act - Nível da turma, realidade, interesse./ P39, act - Que ele seja focado na realidade da sala de aula./ P40, act

- A característica dos alunos./ P41, act - O nível de aprendizagem que o grupo

se encontra./ P42, act - O que vem de encontro (conteúdo) à necessidade de

aprendizagem da turma./ P43, act – não respondeu./P44, act – Sim./ P45, efet –

não respondeu./ P46, efet - Bom senso./ P47, efet - O que realmente faz parte

do que é realidade e necessidade./ P48, act - É necessário fazer um

diagnóstico da turma para saber de que forma adequar as habilidades para o

nível da turma, mas sempre desafiá-los.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act – Fazer

de acordo com sua realidade./ P52, act - O conhecimento prévio do aluno./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Não tive a oportunidade de participar./

P55, act - O perfil e realidade da turma./ P56, efet - As necessidades dos

discentes./ P57, efet - O rendimento do aluno./ P58, efet - O histórico dos

alunos-comunidade./ P59 efet – não respondeu./ P60, efet - A realidade da

comunidade.

SIM

(52=24efet+28act)

(22=9efet+13act)

(19=10efet+9act)

(11=5efet+6act)

NÃO (3act)

(2act)

(1act)

NÃO RESP

(5=1efet+4act)

(2act)

(3=1efet+2act)

25) V

OCÊ PERCEBE DIFERENÇA ENTRE O CURRÍCULO ESCOLAR

ESCRITO E A PRÁTICA QUE SE FAZ DELE?

SIM

(26=13efet+13act)

(9=4efet+5act)

(11=6efet+5act) (6=3efet+3act)

NÃO RESP

(34=12efet+22)

(17=5efet+12act)

(11=5efet+6act)

(6=2efet+4act)

26) C

OMO SE DÁ O PROCESSO DE SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS

CONTEÚDOS?

P1, act - não respondeu./ P2, act - Matriz de habilidades./ P3, act - não

respondeu./ P4, act – não respondeu./ P5, act – Através de reuniões por níveis./

P6, act - Por uma equipe da rede municipal de ensino./ P7, act – não

respondeu./ P8, act – não respondeu./ P9, act – não respondeu./ P10, act - Nos

momentos de planejamento./ P11, act – não respondeu./ P12, act – não

respondeu./ P13, act – não respondeu./ P14, act – não respondeu./ P15, act - não

respondeu./ P16, act – não respondeu./ P17, act - Através planejamento anual./

P18, efet – não respondeu./ P19, efet – não respondeu./ P20, efet – não

respondeu./ P21, efet - Planilha competências e habilidades./ P22, efet - Estudo

e encontros./ P23, efet – não respondeu./ P24, efet – não respondeu./ P25, efet -

Matriz de habilidades – SME./ P26, efet - Através da matriz.

P27, efet – Em 2012 tivemos um encontro com os professores para

discutirmos esta organização./ P28, efet - Pela Secretaria Municipal de

Page 152: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

153

Educação (SME)./ P29, efet - Por série/ano com os professores relacionados./

P30, efet - Prioridade aqueles que são mais relevantes, outros servem como

pré-texto./ P31, efet - Pela Secretaria de Educação (S.E.)./ P32, efet – não

respondeu./ P33, efet – não respondeu./ P34, efet – não respondeu./ P35, act –

não respondeu./ P36, act – não respondeu./ P37, act – não respondeu./ P38, act -

De acordo com as habilidades a serem trabalhadas.”/ P39, act - Acredito que

é elaborado por pessoas que não conhecem a realidade de uma sala de aula./

P40, act - Por disciplina./ P41, act - Temos a matriz dos conteúdos e

habilidades que recebemos da rede./ P42, act - Conforme o andamento da

turma na aprendizagem./ P43, act – não respondeu./ P44, act – não respondeu./ P45, efet – não respondeu./ P46, efet – não respondeu./ P47, efet -Conforme

orientações e necessidades./ P48, act – não respondeu.

P49, act – não respondeu./ P50, act – não respondeu./ P51, act - De

acordo com o planejamento anual./ P52, act - Tento trabalhar

interdisciplinar./ P53, act – não respondeu./ P54, act - Não sei./ P55, act – não

respondeu./ P56, efet - Através dos Grupos de Trabalho, porém a posição final

é da SME./ P57, efet – não respondeu./ P58, efet - Através do conhecimento

prévio dos alunos./ P59, efet – não respondeu./ P60, Pré-determinado pela

Secretaria de Educação (SEDUC).

SIM (46 (19=+7ef12act)

(16=8ef+8act)

(11=5ef+6act)

NÃO (9

(2=1ef+1act)

(1act)

(6=2ef+4act)

NÃO RESP (4

ñr(1act)

Ñr(3=2act+1ef)

27) É

REALIZADA ALGUMA REUNIÃO NO INÍCIO OU FINAL DO ANO

LETIVO PARA PLANEJAR O COMEÇO OU O ANO SEGUINTE?

P17, act - Mas, tem anos que os professores ACTs são contratados

próximo do início das aulas e não tem como participar junto com os

profissionais efetivos.

P30, efet - Nem sempre.

SIM

(28=10efet+18act) (13=3efet+9act /+1act “nem

sempre”)

(10=5efet+5act)

(5=2efet+3act)

NÃO

(25=12efet+13act) (13=6efet+7act)

(7=4efet+3act)

(5=2efet+3act)

NÃO RESP

(7=3efet+4act)

(5=2efet+3act)

(2=1efet+1act)

28) V

OCÊS RECEBEM ALGUMA ORIENTAÇÃO PRELIMINAR DA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO? QUAL?

P2, act - Nem sempre./ P5, act - Como receber nossas crianças e entre

outros./ P6, act - Planilha de habilidades e competências./ P9, act - O plano

pronto./ P12, act - Formação continuada./ P18, efet - Capacitações./ P22, efet -

Formação continuada./ P26, efet - Fazer o planejamento anual.

P27, efet - No início do ano com encontros./ P28, efet - Formação a respeito./ P30, efet - Mas nem sempre com essa intenção./ P38, act –Cursos./

P40, act – Cobranças./ P41, act – Formações./ P47, efet - Nas formações./ P48,

act - Cursos de formação continuada.

P50, act - Através de formação continuada./ P51, act - Habilidades e

competências a serem alcançadas./ P55, act - Acredito que pela supervisão e

repassado aos professores./ P59, efet - Formações continuadas./ P60, efet –

Cursos/reuniões.

SIM (43=22efet+21

act)

(19= 9 efet+10 act) (16=9efet+7act)

(8=4efet+4act)

29) Q

UANDO OS ALUNOS PASSAM PARA O PRÓXIMO ANO, OS

PROFESSORES CONVERSAM SOBRE A APRENDIZAGEM OU

DIFICULDADES DOS ALUNOS? O QUE É FEITO A PARTIR

DESSAS INFORMAÇÕES

Page 153: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

154

NÃO RESP (21

(11=3efet+8act)

(6=2efet+4act)

(4=1efet+3act)

P1, act - Mudanças de estratégias./ P2, act - Sim quando possível./ P3,

act - Não respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act – Metas para

alcançar./ P6, act - Sou ACT e cada ano trabalho numa escola diferente.

Algumas escolas conversam./ P7, act – Não respondeu./ P8, act – Não

respondeu./ P9, act – Nada./ P10, act - Sim, procurar solucioná-los./ P11, act –

Não respondeu./ P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não respondeu./ P14, act

- Um relatório descritivo sobre a aprendizagem do aluno, seus avanços nas

habilidades desenvolvidas./ P15, act - Sim, nos conselhos de classe./ P16, act –

Não respondeu./ P17, act - Sim, junto com professores, orientadores, e supervisores dependendo da instituição escolar./P18, efet - Sim, cria-se um

perfil da turma./ P19, efet – Não respondeu./ P20, efet - São traçadas metas

para o ano./ P21, efet - Sim, através de conselho de classe./ P22, efet -

Planejamento e reuniões./ P23, efet – Não respondeu./ P24, efet – Não

respondeu./ P25, efet – Não./ P26, efet - Muitas vezes nada, pois a maioria dos

professores não retorna.

P27, efet – Fizemos um relatório de como está a turma para

discussão (Perfil da turma)./ P28, efet – Não./ P29, efet - Geralmente um

relatório que nunca é repassado para o professor seguinte./ P30, efet - A

rotatividade de professores aliado a pouco tempo disponibilizado a discussão de alunos torna isso quase utópico./ P31, efet - Sim, dessas informações nada./

P32, efet - Sim, sempre trocamos informações./ P33, efet – Não respondeu./ P34,

efet - São planejadas ações./ P35, act – Não respondeu./ P36, act - Sim

relatórios feitos alunos./ P37, act – Não respondeu./ P38, act - Tentamos

trabalhar diferenciado dando ênfase as dificuldades estabelecidas./ P39, act -

É feito alguns relatórios, que são repassados para os professores seguintes./

P40, act - Sim pois quando há o conselho são discutidos todos os aspectos dos

alunos./ P41, act -São discutidas ações para atingirmos os objetivos de

aprendizagem./ P42, act - É conversado e repassado por relatórios. Nada./ P43,

act – Não respondeu./ P44, act – Não respondeu./ P45, efet – Não respondeu./

P46, efet – Não./ P47, efet - É visto nossos problemas e vamos tentar mudar a nossa prática a partir da dificuldade./ P48, act - Isso depende da unidade

escolar, porque há professores ACT assim como sou e nem sempre

continuamos na mesma rede.

P49, act – Não respondeu./ P50, act – Não respondeu./ P51, act - Não

tive acesso./ P52, act - Muito pouco, vai depender de professor para

professor./ P53, act – Não respondeu./ P54, act - Não sei./ P55, act - Sim. É

traçado plano de ação./ P56, efet - Sim. Buscam-se novos caminhos para

alcançar esses alunos./ P57, efet - Não há essa conversa e talvez essa falta de

informação prejudique ainda mais o avanço do aluno que apresenta

dificuldade./ P58, efet - Registrado no conselho de classe./ P59, efet – Não

respondeu./ P60, efet - Procuro trabalhar essas dificuldades.

SIM

(48=20efet+28act)

(22=8efet+14act)

(16=9efet+7act)

(10=3efet+7act)

NÃO (5=3efet+2act)

(2=1efet+1act)

(2=1efet+1act) (1efet)

NÃO RESP

(7=2efet+5act)

(2act) (4=1efet+3act)

(1efet)

30) V

OCÊ SE IDENTIFICA COMO ALGUÉM QUE PODE PARTICIPAR

NA ORGANIZAÇÃO E DECISÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR QUE

SERÁ TRABALHADO?

P27, efet - (sim) Fazemos parte da escola.

Page 154: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

155

SIM

(29=13efet+16act)

(13=5efet+8act)

(7=4efet+3act)

(9=4efet+5act)

NÃO

(18=8efet+10act)

(8=4efet+4act) (7=3efet+4act)

(3=1efet+2act)

NÃO RESP

(11=3efet+8act)

(4 act)

(7=3efet+4act)

31) O

DOCUMENTO QUE É UTILIZADO POR ATENDE, CONSEGUE

DAR CONTA DO QUE VOCÊ PRETENDE NAS AULAS?

P10, act – (Assinalou as duas alternativas)

P2, act – (não) Muitas habilidades não são coerentes.

P29, efet – (sim) Obs: com algumas reformulações.

1ef escreveu: “nem sempre, muito conteúdo”

SIM

(35=13efet+22act)

(14=4efet+10act) (13=7efet+6act)

(8=2efet+6act)

NÃO (15=9efet+6act)

(7=4efet+ 3act)

(4=2efet+1act/1act “às

vezes”)

(4=3efet+1act)

NÃO RESP

(10=3efet+7act) (5=1efet+4act)

(5=2efet+3act)

32) S

ENTE DIFICULDADE PARA ENTENDER TERMOS PRESENTES NO

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA (CONTEÚDOS E HABILIDADES)?

COMO RESOLVE?

Não (P1, act+P2, act+P3, act+ P18, efet+P21, efet+P22, efet+P26,

efet+P29, efet+P30, efet+P41, act+P51, act+P56, efet+P57, efet+P60, efet)

Sim (P4, act+P8, act+P12, act+P24, efet+P36, act+P45, efet+P53, act)

P5, act – (sim) Pesquisando./ P6, act – (sim) Procuro entender

conversando com outros educadores e pesquisando./ P7, act – (sim)

Orientação com supervisor escolar e troca com outros professores./ P9, act –

(sim) Dicionário e pesquisas./ P10, act – (sim) Ser flexível./ P11, act – Não respondeu./ P13, act – Não respondeu./ P14, act – (sim) Às vezes solicito

explicações p/tirar possíveis dúvidas da supervisora e da diretora./ P15, act –

(sim) Ser mais específico e menos repetitivo./ P16, act – Não respondeu./ P17,

act – Não respondeu./ P19, efet – (sim) Diálogo-troca de ideias./ P20, efet –

(sim) Procuro a supervisão escolar e demais colegas./ P23, efet – Não

respondeu./ P25, efet – (sim) Procuro orientação com supervisora e outros

professores.

P27, efet – (sim) Vou buscar com meus pares./ P28, efet – (sim) Vou

em busca de conhecer./ P31, efet – (não) Quando tenho alguma dúvida

pergunto para outros./ P32, efet – Não respondeu./ P33, efet – Não respondeu./

P34, efet – Ás vezes pesquiso./ P35, act – Não respondeu./ P37, act – Não respondeu./ P38, act – (sim) Peço ajuda a orientação./ P39, act – (sim) Busco

informações com especialistas./ P40, act – (sim) Peço ajuda aos especialistas./

P42, act – (sim) Pesquisando e informando com outras pessoas./ P43, act – Não

respondeu./ P44, act – (sim) Pesquisa./ P46, efet – (sim) Busco informações que

nem sempre me satisfazem./ P47, efet – (sim) Peço auxílio a supervisora./ P48,

act –Ás vezes.

P49, act – (sim) Peço ajuda as pessoas que dominam tal assunto./ P50,

act – (sim) Consulta a supervisora./ P52, act – (sim) Busco ajuda e pesquisa./

P54, act – (sim) Pesquisando./ P55, act – (sim) Perguntando a supervisão./ P58,

efet – (sim) Discutindo./ P59, efet – (sim) Consulta-se a supervisão direção.

SIM (

(13=8act+5ef)

(10=5ef+5act)

33) V

OCÊ TEM CONHECIMENTO DE TODOS OS DOCUMENTOS QUE

ORIENTAM OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

INCLUINDO OS MUNICIPAIS? LISTE.

Page 155: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

156

NÃO

(13=9act+4ef)

NÃO RESP (

(12=6act+6ef)

Nr(4=1ef+3actact)

Nr(7=4ef+4)

P1, act – Não./ P2, act - Matriz curricular, projetos de Mestrado,

livros do MEC, e reportagens sobre alfabetização e infância./ P3, act - Não

respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act - Diretrizes Curriculares

Educação Infantil, PCNs./ P6, act – Não./ P7, act - PCNs, LDB./ P8, act – Não

respondeu./ P9, act - Não./ P10, act - LDB, Matriz de habilidades, PCN, DCN./

P11, act – Não respondeu./ P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não

respondeu./ P14, act – Não respondeu./ P15, act – Não./ P16, act – Não

respondeu./ P17, act – Não respondeu./ P18, efet - Não./ P19, efet – Não

respondeu./ P20, efet - Parâmetros Curriculares, LDB, Lei orgânica, constituição, decretos MEC (alguns)./ P21, efet – Não./ P22, efet – LDB –

Matriz de habilidades – PCN./ P23, efet – Não respondeu./ P24, efet – Não

respondeu./ P25, efet – Não respondeu./ P26,efet - Cadernos metodológicos –

PCNs – Diretrizes curriculares para educação básica.

P27, efet – Matrizes de habilidades por série, PCN – Projeto

Educativo – Diretrizes Curriculares Nacionais./ P28, efet – Não./ P29,efet -

Geralmente me auxilio com os PCNs (tenho o antigo) e osdocumentos como

currículos e diretrizes (tenho o antigo de Santa Catarina)./ P30, efet -

Diretrizes Curriculares municipais e Resoluções do COMED./ P31,efet – Não

respondeu./ P32, efet – Não respondeu./ P33, efet – Não respondeu./ P34, efet – Não respondeu./ P35, act – Não./ P36, act – Não respondeu./ P37, act – Não

respondeu./ P38, act – Não respondeu./ P39, act – Sim./ P40, act – Não./ P41, act

– Sim. LDB, PCN, Matriz de conteúdos e Habilidades./ P42, act – Não

respondeu./ P43, act – Não respondeu./ P44, act – Não respondeu./ P45, efet –

Não respondeu./ P46, efet – Não respondeu./ P47, efet – Não./ P48, act -

Procuro sempre estar embasada na matriz curricular, PNCs, anos iniciais

nove anos.

P49, act – Não respondeu./ P50, act – Não respondeu./ P51, act – PCN,

PPP e DCN./ P52, act - Sim. Alguns: PPP, currículo, etc./ P53, act – Não

respondeu./ P54, act – Não./ P55, act - Alguns: PCN, PPP e PDE./ P56, efet – Não./ P57, efet - Todos não./ P58, efet - PCN, LDB, PPP./ P59, efet – Não

respondeu./ P60, efet - PCNs, proposta curricular, matriz de habilidades.

SIM (19

(9=7act+2ef)

(10=5act+5ef)

NÃO RESP (34

(17=7efet+10act)

(12=6efet+6act)

(5=2ef+3act)r(7=3ef+4

act)

34) C

OMO VOCÊ DESCREVE O PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DO

CURRÍCULO ESCOLAR DO SEU MUNICÍPIO?

P1, act – Não respondeu./ P2, act - Precisa ser reestruturado para o

aluno./ P3, act – Não respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act – Regular./

P6, act - Está em transformação./ P7, act – Regular./ P8, act – Não respondeu./

P9, act - Através do grupo de estudo municipal./ P10, act - Pré determinado./

P11, act – Não respondeu./ P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não

respondeu./ P14, act - Bem elaborado e coerente com a realidade./ P15, act –

Não respondeu./ P16, act – Não respondeu./ P17, act – Não respondeu./ P18, efet

– Não respondeu./ P19, efet – Não respondeu./ P20, efet – Não respondeu./ P21, efet – Não respondeu./ P22, efet - Participativo./ P23, efet – Não respondeu./

P24, efet – Não respondeu./ P25, efet – Não respondeu./ P26, efet - Não atende a

todas as necessidades.

P27, efet – Participação dos professores no início do ano letivo.

Através um encontro em 2012 com toda a rede./ P28, efet – Não respondeu./

P29, efet - Complicado inatingível à todos./ P30, efet - Extenso, repetitivo e

inchado./ P31, efet - Os professores ano/série deveriam ter acesso a

organização do C.E./ P32, efet – Não respondeu./ P33, efet – Não respondeu./

P34, efet – Não respondeu./ P35, act – Não respondeu./ P36, act – Não

respondeu./ P37, act – Não respondeu./ P38, act – Não respondeu./ P39, act – Inadequado./ P40, act – Foge um pouco da realidade./ P41, act - Descrevo

como algo que está melhorando a cada ano./ P42, act - Todos os professores

do ano/série deveriam ter acesso a organização do C.E./ P43, act – Não

respondeu./ P44, act – Não respondeu./ P45, efet – Não respondeu./ P46, efet –

Page 156: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

157

Não respondeu./ P47, efet - Necessita de mais estruturação./ P48, act - Bom e

vem sempre aprimorando.

P49, act – Não respondeu./ P50, act – Não respondeu./ P51, act -

Grupos de estudos./ P52, act - Envolver todos no processo./ P53, act – Não

respondeu./ P54, act – Satisfatório./ P55, act - Não tenho muito conhecimento

da forma de organização./ P56, efet - Fora da realidade, realizado por

pessoas que estão fora da sala de aula./ P57, efet – Não respondeu./ P58, efet –

Bom./ P59, efet – Não respondeu./ P60, efet – Bom.

Ñr(15=9act+6)

r(11=8act+3efet) Ñr(12=6act+6ef)

S(10=5act+5ef)

Nr(4=1ef+3act)

r(8=4ef+4act)

35) Q

UEM PARTICIPA DA DEFINIÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR DO

SEU MUNICÍPIO?

P1, act – Escola./ P2, act - A secretaria da educação e alguns

profissionais./ P3, act – Não respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act -

Todos do corpo docente./ P6, act - Uma equipe de educadores e gestores./ P7,

act - Toda equipe docente./ P8, act – Não respondeu./ P9, act - Representantes

efetivos de professores./ P10, act - Secretaria da educação./ P11, act – Não

respondeu./ P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não respondeu./ P14, act -

Supervisores, diretores, professores, orientadores./ P15, act – Não respondeu./

P16, act – Não respondeu./ P17, act – Não respondeu./ P18, efet – Não

respondeu./ P19, efet – Não respondeu./ P20, efet – Não respondeu./ P21, efet – Todos, professores, alunos, comunidade./ P22, efet - SME e escola./ P23, efet –

Não respondeu./ P24, efet – Não respondeu./ P25, efet – Não respondeu./ P26,

efet - SME e alguns grupos de estudo.

P27, efet – Não respondeu./ P28, efet - S.M.E./ P29, efet - Alguns

professores./ P30, efet - Poucos profissionais de alguns segmentos da

comunidade escolar./ P31, efet - Não tenho certeza, acho que devem ser

alguns professores e supervisores responsáveis por essa definição./ P32, efet –

Não respondeu./ P33, efet – Não respondeu./ P34, efet – Não respondeu./ P35,

act – Não respondeu./ P36, act – Não respondeu./ P37, act – Não respondeu./

P38, act – Não respondeu./ P39, act - Não sei. Já me disponibilizei algumas vezes, porém nunca fui convidada./ P40, act – Professores./ P41, act – SME,

Professores, Especialistas./ P42, act - Creio que seje alguns professores e

supervisores de gestão./ P43, act – Não respondeu./ P44, act – Não respondeu./

P45, efet – Não respondeu./ P46, efet – Não respondeu./ P47, efet - Os

profissionais da educação em pequenos grupos./ P48, act - Gestores,

professores, supervisores, etc.

P49, act – Não respondeu./ P50, act – Não respondeu./ P51, act -

Grupos de estudos on-line./ P52, act - Não tenho conhecimento./ P53, act – Não

respondeu./ P54, act - Não sei./ P55, act - Não tenho muito conhecimento da

forma de organização./ P56, efet – A SME./ P57, efet - Profissionais da

educação./ P58, efet – Secretaria./ P59, efet – Não respondeu./ P60, efet - Um grupo de estudo (GT) formado por professores e supervisores.

Ñr(18=11act+7efet)

r(8=6act+2efet)

Ñr(13=6act+7ef)

S(9=5act+4ef)

Nr(4=1ef+3act)r(8=4ef

+4act)

36) Q

UAL A SUA PARTICIPAÇÃO NA DEFINIÇÃO DO CURRÍCULO

ESCOLAR PARA A ESCOLA QUE VOCÊ TRABALHA?

P1, act - Não respondeu./ P2, act – Opinando./ P3, act – Não

respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act - Tento participar o possível./ P6,

act - Através da ação pedagógica./ P7, act – Regular./ P8, act – Não

respondeu./ P9, act - Aplicar para os alunos./ P10, act - Pouca vezes./ P11, act –

Não respondeu./ P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não respondeu./ P14, act

– Não respondeu./ P15, act – Não respondeu./ P16, act – Não respondeu./ P17,

act – Não respondeu./ P18, efet – Não respondeu./ P19, efet – Não respondeu./ P20, efet – Não respondeu./ P21, efet – Não respondeu./ P22, efet - Através de

reuniões e leitura./ P23, efet – Não respondeu./ P24, efet – Não respondeu./ P25,

efet – Não respondeu./ P26, efet – Nenhuma.

Page 157: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

158

P27, efet – Não respondeu./ P28, efet - Ajuda a aprovar no início do

ano as modificações./ P29, efet - Apenas no grande encontro dos segundos (2º)

anos./ P30, efet - Tento participar às vezes com discussões que instigue aos

colegas a se posicionar./ P31, efet - Não temos acesso./ P32, efet – Não

respondeu./ P33, efet – Não respondeu./ P34, efet – Não respondeu./ P35, act –

Não respondeu./ P36, act – Não respondeu./ P37, act – Não respondeu./ P38, act

– Não respondeu./ P39, act - Fragmentada. Participo de algumas partes

somente./ P40, act - Nenhuma por ser ACT./ P41, act - Contribuo nas reuniões,

nas discussões abertas quando acontecem e no dia-a-dia em sala./ P42, act - Nenhuma. Não temos acesso a participação nesta definição./ P43, act – Não

respondeu./ P44, act – Não respondeu./ P45, efet – Não respondeu./ P46, efet –

Não respondeu./ P47, efet – Não respondeu./ P48, act - Eu estou na rede desde

2009 e já participei da reformulação, penso que está no caminho é um

referencial não um dogma fechado.

P49, act – Não respondeu./ P50, act – Não respondeu./ P51, act - Estou

a cinco anos e sempre participo no início do ano./ P52, act – Nenhuma./ P53,

act – Não respondeu./ P54, act - Ainda não sei./ P55, act - Em reuniões

pedagógicas./ P56, efet - Nenhuma./ P57, efet - A escolha dos conteúdos a

serem trabalhados, junto aos colegas./ P58, efet – Participativa./ P59, efet – Não respondeu./ P60, efet - Participei do GT.

RESPOND

(31=14efet+17act)

(11=3efet+8act)

(13=7efet+6act)

(7=4efet+3act)

NÃO RESP

(29=11efet+18act)

(15=6efet+9act)

(9=4efet+5act) (5=1efet+4act)

37) V

OCÊ SEGUE ESSE CURRÍCULO ESCOLAR TAL E QUAL É

CRIADO? EXPLIQUE.

P1, act - Sim, dentro da realidade das crianças./ P2, act – Algumas

vezes sim, na produção e elaboração desse projeto e na fundamentação de

projetos da escola./ P3, act – Não respondeu./ P4, act – Não respondeu./ P5, act

- Na maioria das vezes, tem momentos que exploro outros caminhos./ P6, act -

Procuro seguir o currículo, na medida do possível./ P7, act - Sim, pois vem

pronto apenas fazemos algumas adaptações de acordo com nossas

necessidades (realidade)./ P8, act – Não respondeu./ P9, act - Sigo na maneira do possível, dentro da realidade das crianças./ P10, act - Procuro estar

articulando os conteúdos estabelecidos com as necessidades dos alunos

planejando atividades diferenciadas e prazerosas./ P11, act – Não respondeu./

P12, act – Não respondeu./ P13, act – Não respondeu./ P14, act - Sigo o

currículo escolar no meu dia-a-dia de forma flexível, adaptando as atividades

de acordo com as habilidades propostas e a realidade de cada turma./ P15, act

– Não respondeu./ P16, act – Não respondeu./ P17, act – Não respondeu./ P18,

efet – Não respondeu./ P19, efet – Não respondeu./ P20, efet – Não respondeu./

P21, efet - Sim, pois o currículo deve ser conforme a realidade de cada classe

escolar./ P22, efet - Não isto varia conforme a capacidade de aprendizagem

da turma dou mais importância para leitura e escrita, porque minhas

crianças tem pouco acesso a leitura e escrita em casa./ P23, efet – Não respondeu./ P24, efet – Não respondeu./ P25, efet – Não respondeu./ P26, efet -

Tento seguir, porém faço algumas adequações conforme minha clientela. Não

posso fugir muito do que é cobrado pelos supervisores.

P27, efet - O currículo vem orientar o trabalho em sala de aula. É um

documento que procuro trabalhar conforme as diretrizes deste currículo,

analisando, experimentando em minha prática, porém adaptando às vivências

de minha classe, (sala de aula)./ P28, efet – Não./ P29, efet - Não. Eu o

desenvolvo adicionando a ele algumas pesquisas com leituras de

pesquisadores como Magda Soares, Carlos Cagliari, Roxane Rojo, Maria da

Glória Seber. Gosto muito também de Esther Pillar Grossi (Piajetiana)./ P30, efet - Não. Ele é parâmetro não é intocável, ele pode e deve ser modificado

sempre que houver a necessidade./ P31, efet - Não. O planejamento oscila,

conforme as dificuldades dos alunos./ P32, efet – Não respondeu./ P33, efet –

Não respondeu./ P34, efet – Não respondeu./ P35, act – Não respondeu./ P36, act

Page 158: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

159

– Não respondeu./ P37, act – Não respondeu./ P38, act - Procuro me basear no

currículo para realização das atividades e nos conteúdos a serem avaliados

preparando os alunos para o processo de alfabetização e cumprir com os

objetivos esperados e propostos./ P39, act - Não. Pois o mesmo é

sobrecarregado de conteúdos, dos quais mesmo tendo uma turma

superdotada não daríamos conta de tudo./ P40, act – Não./ P41, act - Na

maioria do tempo sim. Mas com adaptações, reflexões e mudanças que se

fazem necessárias./ P42, act - Não. Pois o planejamento oscila conforme o

desenvolvimento na aprendizagem dos alunos./ P43, act – Não respondeu./ P44,

act – Não respondeu./ P45, efet – Não respondeu./ P46, efet – Não./ P47, efet - Não, ainda está fora das necessidades./ P48, act - Procuro respeitar a matriz

curricular, respeitando o ritmo da turma, pois penso que é necessário

trabalhar as habilidades que eles dominem, qualidade no lugar de

quantidade. Priorizo leitura com compreensão, escrita com autonomia,

leitura de mundo que o cerca e cálculo de acordo com a série.

P49, act - Nem sempre, muitas vezes faço as adaptações de acordo

com a realidade dos meus alunos./ P50, act – Não respondeu./ P51, act – Não

respondeu./ P52, act - Nem sempre, às vezes mudo alguma coisa, busco novos

caminhos./ P53, act – Não respondeu./ P54, act – Não respondeu./ P55, act -

Faço adaptações de acordo com a necessidade da turma./ P56, efet - Não. Procuro segui-lo dentro da realidade e das possibilidades do contexto onde a

escola está inserida./ P57, efet - Procuro seguir todo, porém tenho que em

primeiro lugar ver o que realmente o aluno precisa saber, aprender e

entender, não é simplesmente jogar o conteúdo. Preciso que ele desperte o

conhecimento sem pular etapas. Ex: Se não tem um conteúdo que penso ser

importante para que o aluno entenda outro conteúdo começo daí até alcançar

o meu objetivo. Precisamos ter o olhar de que preciso passar o

CONHECIMENTO, não somente o conteúdo./ P58, efet - Não. Só na escola./

P59, efet – Não respondeu./ P60, efet - Sim, mas sempre acrescentando algo,

apenas me norteio pelo documento.

Page 159: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

160

APÊNDICE F – Quadro com as respostas das questões abertas da entrevista

Questionário aos professores que configuram os sujeitos do estudo intitulado:

“As relações de poder presentes no currículo escolar das séries iniciais do Ensino

Fundamental do município de Itajaí (SC)”.

2) O que você entende por currículo escolar?

Norteador de conteúdos

e de ensino

Relações, vivências,

aprendizagens

Estrutura

”/ “Norteador do

ensino”/ “Norteador das

práticas escolares”/ ”/ “É

o que norteia o trabalho

escolar”/ “Serve para

nortear o trabalho do

professor e padronizar

os conteúdos as

séries/anos”/ “O

norteador interno de

cada escola”/ “O

conteúdo a ser

trabalhado durante o

ano”/ “Onde se define os

objetivos e metas dos

conteúdos a serem

aplicados”/ “Grade de

conteúdos a serem

trabalhado”/ “Prática

pedagógica que

trabalhamos os

conteúdos baseados na

LDB, PCNs, matrizes

curriculares por

ano/série na escola”/

“Referência, um norte

para trabalhar e orientar

os conteúdos”. “A

história de

conhecimento necessário

para cada turma”/

“Documento que consta

conteúdos da LDB,

PCNs, Matrizes de

habilidades p/ serem

trabalhados por ano na

escola”/ Documento que

”/ “O currículo

é tudo que faz parte

da escola, desde as

vivências, é o

conjunto de

conhecimentos, desde

o oculto”/ “Tudo o

que acontece na

escola: as vivências,

relações,

aprendizagens

formais e informais”/

“São todas as ações,

atitudes presentes no

espaço escolar ou em

função dele”/ “O

currículo compreende

os objetivos,

procedimentos

metodológicos e

recursos a serem

aplicados para o

desenvolvimento da

aprendizagem”/ “São

documentos que

referenciam as ações

pedagógicas”/

“Documento que

permeia todo o

processo da educação

escolar”. “O que a

escola oferece para o

educando e a

comunidade e

professores”/

Alguma

coisa “Nosso

ponto de apoio”.

“Toda a

estrutura

escolar”/ “

“Toda

informação

relacionada a

estrutura e

organização da

escola”/ “

Page 160: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

161

norteia o trabalho do

professor“Conteúdos e

habilidades que

precisam ser

desenvolvidos durante o

ano letivo”/ “ Um

regimento que direciona

o ensino na escola e no

seu sistema“Conjunto

organizado de conteúdos

e ações que norteiam o

ensino da escola”/ “É

um documento pautado

em outros documentos e

que auxilia e/ou orienta

os professores a

desenvolver os trabalhos

do ano letivo com

resultados mais

plausível dentro das

diversas realidades

“”/“São conhecimentos

necessários para a

formação de um aluno

cidadão”/

“Determinação do

trabalho a ser realizado”/

8) Como você percebe a contribuição deste documento (do Projeto curricular da

escola) para sua prática pedagógica?

Norteador da prática das

aulas

Relacionado a conteúdos

Outros

“Ele deve nortear o

trabalho pedagógico”/ “Serve

para nortear o trabalho em

sala, planejar as aulas”/

“Como um norteador do

nosso trabalho”/ “São

documentos que norteiam a

prática pedagógica do

professor”/ “É um

seguimento do planejamento,

o norteador”/ “Como um

documento importante,

norteador e que deve estar

sendo lido, discutido e

colocado em prática”/ “Ele é

o documento que norteia

“Ele contribui p/

que todas as escolas do

país trabalhem os

conteúdos determinadas

séries”/ “É a base para o

deslanchar de

conteúdos”/

“Porque nos orienta

a conhecer a escola”/

“Importante pois nos faz

compreender toda a

dinâmica da escola/“muito

importante”/ “A

participação de todos”/

“Importante”/ “Esse

documento contribui para

que possamos adequar os

trabalhos de aprendizagem

as “comunidades”

específicas”. “Um projeto

que venha de encontro com

as necessidades dos

educandos/ “Como um

Page 161: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

162

nossa prática pedagógica”/

“O projeto deveria ser o norte

do trabalho, porém muitas

vezes o mesmo não

contempla as necessidades”/

“Norteador”/ “Como objeto

norteador do trabalho”/ “É

um documento norteador”.

“diretriz”/ ”/ “Para direcionar

e regularizar as ações

pedagógicas” “Um caminho

para auxiliar o

desenvolvimento das minhas

aulas”/ “Importante, pois é

um referencial o professor

necessita desse suporte, o que

ñ significa cumpri-lo com

está ele é flexível cabe

adequar as

necessidades”/“Planejar as

aulas e ajudar em nossa

prática” “Direciona com

flexibilidade para

adaptações”/ “Dependendo

da sua elaboração,

objetividade, por exemplo,

pode contribuir ou atrapalhar

a prática se for

burrocrático”/ “É através do

currículo que podemos

permear a nossa prática”.

“Para sabermos onde

queremos chegar com nosso

aluno, qual objetivo exato ele

está nas nossas mãos”/

documento que posso

recorrer quando surgir

alguma dúvida”/

“Colaboradora”/

“Contribuir diretamente

com nossos alunos”/

“Importante, pois não basta

estar no papel, mas

participar do contexto

escolar.”/

“importantíssimos p/ que

possamos desenvolver um

trabalho de qualidade”/

13) Quais as dificuldades percebidas por você na construção de seu planejamento?

Referente a

utilização da

Matriz...

Referente a

estrutura, recursos,

quantidade de

alunos, tempo,

participação da

família, equipe,

contexto social

Sem dificuldades Outros (estratégias,

interdisciplinariedade,

adequar à

necessidade)

“Integração

do planejamento

anual com a matriz

de habilidades”

“Estar articulando

“Falta de

recursos para

promover atividades

fora da escola”/

“Material

“Não tenho

dificuldades”.

“Não tenho

problemas na

construção do

“Encontrar a

estratégia mais

assertiva para os

meus alunos

compreenderem

Page 162: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

163

os conteúdos

determinado no

plano anual com as

necessidades da

turma“Que o plano

anual não vem

“todo” de encontro

com o conteúdo

necessário p/ se

trabalhar naquele

ano-série“Alguns

conteúdos

desnecessários

fazerem parte do

currículo”/

“conteúdos muito

complexos para

crianças em nível

de alfabetização”/

“Conciliar as

habilidades a

serem

desenvolvidas com

a realidade da sala

de aula”/ “As

repetições de

conteúdos

desconectadas com

a realidade e com a

necessidade da

aprendizagem

efetiva” “Ter que

utilizar uma

planilha que não

contempla as

dificuldades de

aprendizagens

pedagógico, espaço

em sala-quantidade

de alunos, livros”/

“Nº de alunos e

espaço físico. Ex: o

parquinho está

desativado e outros

espaços são

restritos.” “As vezes

o profº não tem

suporte p/fazer o

que o currículo nos

pede Ex: jogos,

ludicidade”

“Tempo”/ “Falta de

tempo para

pesquisar”/ “Ter um

momento p/fazer

essa construção em

conjunto com

colegas do mesmo

ano, tirar dúvidas,

compartilhar

ideias”/ “Tempo

para organizar,

pensar, pesquisar

atividades”. “Os

conteúdos

propostos, quase não

tem material

necessário p/ ser

trabalhado“Os livros

didáticos são

precários. “Para

encontrar o

conteúdo desejado

preciso utilizar mais

de um livro entre

outros...” “O

acompanhamento da

família na escola

que não existe em

comum idades

carentes”/ / “Nem

todos falam a

mesma língua”/ “a

da realidade com as

crianças” / “Ela se

apresenta mais na

esfera cultural”/

planejamento,

acredito ser

imprescindível o

professor planejar

suas aulas”/ ”/

“Nenhuma

“Várias” “Planejar

não é difícil. Difícil é

assegurar os

conteúdos mínimos

aos alunos ou que

aprendam os

mesmos”/

“Determinar

prioridades de

aprendizagem de

forma

interdisciplinar/

“Fazer sempre de

acordo com as

dificuldades dos

alunos, não podemos

deixar de lado o olhar

diferenciado”.

Page 163: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

164

16) Como você decide o currículo escolar (conte como você elege conteúdos,

metodologia, etc., a forma de trabalhar com seus alunos)

Segue a matriz Matriz aliada à outros Não especifica

(diagnóstico, realidade,

perfil da turma, contexto

social, etc...)

“Sigo o planejamento

anual da SME” “Desenvolvo a

partir da matriz de habilidades”

“Habilidades, competências do

plano” “de acordo com as

propostas do município”/ “Uso a

matriz proposta pelo município”

“Utilizo do plano anual para

nortear o trabalho” “Regra da

escola”/ “Através das matrizes

de habilidades, envolvendo

conteúdos de uma maneira

lúdica, com materiais concreto,

com leituras literaturas, rotinas e

melhorando a minha prática”/

“Decido os conteúdos de acordo

com o planejamento anual e as

habilidades propostas pela

planilha” “De acordo com o

interesse das cças tento agrupar

os conteúdos e habilidades e

determino a metodologia”

“Utilizo o plano que consta os

conteúdos e metodologias para

nortear o meu trabalho”/ “tenho

sempre como ponto de partida o

planejamento anual e depois vou

pesquisar. Até porque esse é o

meu primeiro ano com o

segundo ano”/ “Eleito conforme

a grade da rede. Vejo o que

realmente é necessário conforme

minha comunidade”/ “A cada

ano é elencado os conteúdos e

habilidades que mais se adequam

com a realidade dos alunos”/

“Trabalho com as matrizes de

habilidades e conteúdos

programáticos. A partir do

momento que conheço a turma,

vou fazendo uma seleção das

habilidades ainda ñ

“Baseado no

plano anual, na

proposta pedagógica da

unidade, nos

referenciais nacionais e

nas leis vigentes

(regimento interno)”

“A partir do

interesse e necessidade dos

alunos”/ “reuniões com

professores, diretor,

supervisor”/“Procuro

refletir sobre ação

pedagógica, tentando

aperfeiçoar as

necessidades dos

educandos”/“Através

diagnóstico da turma”/

“Procuro planejar os

conteúdos conforme os

assuntos e necessidades da

turma”/ “Meu

planejamento é baseado

primeiramente nos

conhecimentos adquiridos

pelos alunos, partindo

assim para conteúdos que

visam e se embasam nas

diretrizes de ensino,

buscando o aprendizado

significativo” “A partir do

diagnóstico que dá o nível

de cada grupo de alunos”/

“Através das necessidades

dos alunos, da turma e da

carência de estímulos que

apresentam”/ / “Adaptando

as necessidades e a

realidade do

grupo”/“Conforme a

necessidade da

comunidade em que está

inserido”/ “Fazendo os

levantamentos

diagnósticos individual e

coletivo”/ “Procuro

selecionar de acordo com

as necessidades da turma

com o que é essencial

Page 164: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

165

desenvolvidas. Contextualizando

os temas as vivências em grupo”/

“pensando nas dificuldades deles

– nas habilidades a alcançarem –

com a ajuda de outros colegas

(EVA)

metodologicamente”/

“Partindo principalmente

da dificuldade apresentada

pelos alunos”/ “Conforme

as necessidades que

surgem na turma/Eventos

na cidade/país..."/

"Pesquisando e

conhecendo a realidade e o

contexto em que esse

aluno está inserido, minha

escola que é um exemplo

de que temos que buscar,

formas diferentes.”/ “Não

há tempo e espaço”/ “com

a necessidade da qual

percebo com eles”/ “De

acordo com o perfil da

turma”.

17) Você faz uso de quais recursos pedagógicos?

Espaços

pedagógicos

Materiais

pedagógicos

(incluindo os

impressos e

audiovisuais)

Estratégias

pedagógicas

Diversos

Laboratório

de informática,

biblioteca.

Livros de

literatura e

didáticos, jornais,

revistas, datashow,

computador, TV,

som, vídeos,

material dourado,

material concreto,

quadro, cadernos,

materiais lúdicos,

giz, material

reciclado, máquinas

digitais,

planejamento anual,

parâmetros

curriculares, PCNs,

Matriz de

Habilidades,

planejamento,

metas, sites,

Dinâmicas,

brincadeiras,

cantigas de roda,

roda de conversa,

experiências

científicas, músicas,

leitura, debates,

trabalho em grupo,

simpósio, varal

literário, trabalho

de pesquisa, aula

expositiva,

desafios, atividades

lúdicas, jogos,

bingo.

“Sim os

mais diversos”/

“Tento usar tudo o

que está no meu

alcance, pelo menos

fazer o que me

auxilie, faço a

experiência.”

Page 165: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

166

alfabeto móvel.

“Sim os mais diversos”/ “Computador, Datashow, materiais lúdicos”/ “sim”/

“livros, laboratório informática, jogos, TV, DVD, música.”/ “Jogos, brincadeiras, bingo,

computador, cantigas de roda, etc...”/ “Televisão, computador, jogos,”/17 “literaturas,

vídeos, jogos, brincadeiras, músicas, atividades ar livre etc...”/18 “vídeos, jogos,

experiências cientifica”/ 19 “jogos, vídeos, dinâmicas coletivas,”/20 “livros, jogos,

vídeos, músicas”/21 “livros, material dourado, QVL, historinhas diariamente, roda de

conversa, debates, técnica de leitura no quadro diariamente.”/22 “Jogos, material

dourado, vídeo, literatura”/23 “Material concreto, histórias, jogos.”/24 “Livros,

informática, vídeos.”/25 “Planejamento anual”/26 “Parâmetros curriculares, PCNs,

Matriz de Habilidades.”

“Dinâmicas, músicas, livros literários, vídeo, laboratório de informática, trabalho

de pesquisa, trabalho em grupo, simpósio, varal literário et...”/ “site, sala informática,

lousa, vídeos, TV, livros...”/ “jogos, livros, vídeos e a grade de habilidades”/ “livros,

internet, vídeos, cadernos, jogos, livros de leitura”/ “internet, livros didáticos, jogos”/

“livro, quadro as vezes quando está funcionando a informática”/ “Todos os que

encontro disponíveis na escola, desde livro didático a laboratórios de informática

quando estão disponíveis”/ “Sim”/ “Internet, livros didáticos(pesquisar), jogos”/ “Aulas

expositivas, Datashow, vídeos, livros didáticos e paradidáticos, etc”/ “Sim, jogos,

literatura, brincadeiras, informática, músicas...”/ “quadro, giz, livro didático, biblioteca,

sala de informática”/ “Literatura, música, jogos, informática, biblioteca.”/ “Jogos,

livros, brincadeiras, desafios, trabalhos em dupla e grupo”/ “Tento usar tudo o que está

no meu alcance, pelo menos fazer o que me auxilie, faço a experiência.”/ “Datashow,

computador, som, TV, material dourado, alfabeto-móvel, bibliotecas(livros, jogos...”/

“Todos os que estão á disposição na escola e outros que se cria como jogos.”

“Livros, jornais, revistas, internet, pesquisa com colegas e vizinhos sobre o vale

do Itajaí/por eu não ser daqui preciso de informações p/ passar aos alunos, jogos,

material reciclado.”/ “Planejamento, metas.”/ “Quadro, Datashow, informática, livros,

etc”/ “Sim”/ “Datashow, livros didáticos, sala de informática, etc”/ “Livros, gooo e

assuntos dos quais trocamos”/ “Vários: vídeos, computador, máquinas digitais, etc,

etc...”/ “Atividades lúdicas, informática, vídeos”.

18) Como é decidido o currículo escolar da série/ano onde você trabalha?

Segue o documento municipal:

Uso do documento

municipal aliada a

outras fontes:

Respostas que

demonstra

desconhecimento da

seleção/elaboração:

“SME; planejamento anual-

matriz de habilidades; em cima das

Habilidades e competências; trabalho

de acordo com as habilidades e

competências; planejamento anual

com base no documento enviado pela

“Através da

LDB, PCN e Matriz

de Habilidades SME

e reuniões; no

regimento interno da

unidade, no plano

anual de ensino, na

“Por meio das

planilhas de

avaliações; adequando

a realidade dos

educandos; em

reuniões; não sei; em

reuniões (quando

Page 166: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

167

SME (Matriz de habilidades e

conteúdos); vem da Sec. da educação;

pela S.E; pela S.M.E; nosso

município já possui matriz de

habilidades e conteúdos; recebemos

uma matriz com habilidades a serem

trabalhadas; vem da S.E; através dos

conteúdos e habilidades; é decidido

pela SME; já peguei tudo pronto;

imposto sem o bom senso de atingir o

que é realmente importante; a escola

propõe por série/ano; esse documento

foi formulado por um grupo de

professores e procuro trabalhar de

acordo com o andamento da turma,

sem deixar o básico; sempre que

chego nas escolas eles estão prontos e

decididos; penso que é decidido pela

Secretaria da Educação; na verdade

ele é de nível municipal, apenas

acrescentamos eventos que fazem

parte do calendário escolar; recebo

já pronto; foi organizado em 2012

pela equipe de professores de cada

série; o currículo formal está

pronto”.

minha formação

etc.(no PPP)”.

somos convidados a

participar ACTs);

podemos decidir como

utilizá-lo o oculto é

onde pode-se

realmente fazer a

diferença através das

nossas escolhas;

também gostaria muito

de saber sobre isso;

estamos sempre

fazendo, grupos de

estudos, e estamos

refletindo e

reformulando o P.P.P;

não tive esse espaço e

não sei quem fez; não

sei; de acordo com a

realidade da escola;

não sei responder,

porque como sou ACT

nunca estou em uma

escola só; em grupo e

na maioria das vezes

há pouca mudança;

encontros, paradas

pedagógicas;

23) Como tem sido a elaboração do currículo escolar da escola que você leciona?

Utilizam o documento

municipal disponibilizado

pela SME e discutido em

GT :

Demonstra que participam

de momentos de

construção coletiva do

material ou estão

informados do movimento

de discussão que acontece

(GT):

Demonstram não estar

informados (ou não ter

participado) da elaboração:

“O currículo vem

pronto; através do GT

municipal; através de

grupo de estudo; foi

montado pela S.E., depois

repassado para as escolas;

quando participo é sempre

de apenas parte dele; foi

montado grupos pela S.E. e

se fez o currículo escolar e

“Com reuniões de

estudo; por equipe de

professores e especialistas

da rede; conjunta; nas

formações e discussões do

grupo de trabalho, na

discussão do PPP; em

momentos de estudo;

ultimamente em conjunto;

coerente; geralmente pela

“Fragmentado; não

sei; não sei lhe informar;

não tenho conhecimento;

não sei”.

Page 167: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

168

repassado p/ as escolas; já

vem pronto.”

direção, em alguns

momentos com os profs em

reuniões; opinião dos

professores; em grupo

pelos profissionais;

reuniões com professores;

início do ano e agora

estamos refazendo o P.P.P;

com a participação do

corpo administrativo e

docente.”

24) O que você acha importante levar em consideração quando planeja o currículo

escolar e a implantação dele em sua turma?

Realização de uma

avaliação diagnóstica e

posterior perfil da turma

para identificar os

conhecimentos,

necessidades, o ritmo,

etc...

o que os alunos já sabem e o que precisam saber;

retomada de conceitos não consolidados; as necessidades

dos mesmos; o nível de aprendizagem que o grupo se

encontra; o que vem de encontro(conteúdo) à necessidade de

aprendizagem da turma; o conhecimento prévio do aluno; é

necessário fazer um diagnóstico da turma para saber de que

forma adequar as habilidades para o nível da turma, mas

sempre desafiá-los; as necessidades dos discentes; nível da

turma, realidade, interesse; de acordo com a necessidade da

turma(favoreça a aprendizagem); adequá-lo à turma para

conseguir melhor resultados; considerar o nível da turma e

suas necessidades antes de tudo; o que realmente faz parte

do que é realidade e necessidade; o perfil e realidade da

turma; fazer de acordo com sua realidade”; a realidade do

aluno, a característica dos alunos; que ele seja focado na

realidade da sala de aula; o conteúdo pertinente e adequado

a faixa etária, a organização dos tempos e espaços;

rendimento do aluno;

Refletir sobre a prática

para adequação ou

mudanças,

Claro, é sempre bom a prática p/reflexão e mudança;

olhar o que precisa melhorar;

Considerar o contexto

social-histórico-cultural:

a realidade onde a criança está inserida (social-

histórico-cultural); contexto social dos alunos da

comunidade; a comunidade que serão trabalhadas;

realidade da comunidade; o histórico dos alunos-

comunidade; “A vivência, o nível de idade série, as

condições financeiras da comunidade;

sim pois este deve ser conforme a realidade vivenciada; a opinião dos alunos;

que contemple leitura e escrita; bom senso; sim; não tive a oportunidade de participar;

Page 168: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

169

26) Como se dá o processo de seleção e organização dos conteúdos?

Matriz Citaram reuniões separados por anos e/ou

desconhecem

“Planilha competências e

Habilidades; através da matriz; por uma

equipe da rede M.E; atriz de habilidades;

matriz de habilidades – SME; através do

planejamento anual; pela S.E.; pela S.E.;

temos a matriz dos conteúdos e

habilidades que recebemos da rede; de

acordo com as habilidades a serem

trabalhadas; através dos GTs, porém a

posição final é da SME; pré-determinado

pela SEDUC; de acordo com o

planejamento anual.”

“Estudo e encontros; nos

momentos de planejamento; através de

reuniões por níveis; conforme orientações

e necessidades; prioridade aqueles que

são mais relevantes, outros servem como

pré-texto; por série/ano com os

professores relacionados; em 2012 tivemos

um encontro com os professores para

discutirmos esta organização; conforme o

andamento da turma na aprendizagem;

por disciplina; acredito que é elaborado

por pessoas que não conhecem a realidade

de uma sala de aula; através do

conhecimento prévio dos alunos; tento

trabalhar interdisciplinar; não sei”.

28) Vocês recebem alguma orientação preliminar da secretaria da educação?

Qual? - Entendem como orientação:

A formação

continuada

Seguir/fazer o

currículo

prescrito

Uso do

momento para

outros fins

Lembrete Não tem

certeza/ Não

deixou claro

“Formação

continuada;

capacitações;

formação a

respeito; nas

formações;

cursos de

formação

continuada;

formações”

“O plano pronto;

planilha de

habilidades e

competências;

fazer o

planejamento

anual;

habilidades e

competências a

serem

alcançadas”

“Mas nem

sempre com

essa intenção;

cobranças

“Como

receber nossas

crianças e

entre outros”;

“Acredito que

pela supervisão

e repassado aos

professores”;

“Cursos,

reuniões; no

início do ano

com encontros”

29) Quando os alunos passam para o próximo ano, os professores conversam sobre

a aprendizagem ou dificuldades dos alunos? O que é feito a partir dessas

informações?

Conversa, troca de

informações ou registro em

Conselho de Classe

“Planejamento e reuniões; sim, nos conselhos de

classe; sim, através de conselho de classe; registrado no

Conselho de Classe; sim pois quando há o conselho são

discutidos todos os aspectos dos alunos; sim quando

possível; sim, junto com professores, orientadores, e

supervisores dependendo da instituição escolar; sim,

sempre trocamos informações;

Page 169: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

170

sim, cria-se um perfil da turma; fizemos um

relatório de como está a turma para discussão (Perfil da

turma); um relatório descritivo sobre a aprendizagem do

aluno, seus avanços nas habilidades desenvolvidas; é

feito alguns relatórios, que são repassados para os

professores seguintes; sim relatórios feitos alunos;

geralmente um relatório que nunca é repassado para o

professor seguinte;

Metas, ações, mudanças de

estratégias

são traçadas metas para o ano; metas para

alcançar; são discutidas ações para atingirmos os

objetivos de aprendizagem; sim, buscam-se novos

caminhos para alcançar esses alunos; mudanças de

estratégias; é visto nossos problemas e vamos tentar

mudar a nossa prática a partir da dificuldade; são

planejadas ações; sim, é traçado plano de ação; procuro

trabalhar essas dificuldades; tentamos trabalhar

diferenciado dando ênfase as dificuldades estabelecidas;

procurar solucioná-los;

Não se conversa ou

pouco/nada se faz a partir

disso

Não; sim, dessas informações nada; é

conversado e repassado por relatórios. Nada; não há

essa conversa e talvez essa falta de informação

prejudique ainda mais o avanço do aluno que apresenta

dificuldade; não tive acesso”. muito pouco, vai

depender de professor para professor; não sei;

Sente diferença nos

encaminhamentos das

escolas por ser ACT

isso depende da unidade escolar, porque há

professores ACT assim como sou e nem sempre

continuamos na mesma rede; sou ACT e cada ano

trabalho numa escola diferente. Algumas escolas

conversam; a rotatividade de professores aliado a pouco

tempo disponibilizado a discussão de alunos torna isso

quase utópico; muitas vezes nada, pois a maioria dos

professores não retorna;

32) Sente dificuldade para entender termos presentes no documento de referência

(conteúdos e habilidades)? Como resolve?

“Ser mais específico e menos repetitivo; ser flexível”

“Procuro entender conversando com outros educadores e

pesquisando; às vezes solicito explicações para tirar possíveis

dúvidas da supervisora e da diretora; procuro a supervisão

escolar e demais colegas; diálogo-troca de idéias; procuro

orientação com supervisora e outros professores; orientação com

supervisor escolar e troca com outros professores; pesquisando;

dicionário e pesquisas; pesquisando e informando outros com

pessoas; busco informações com especialistas; peço ajuda aos

especialistas; pesquisa; peço ajuda a orientação; às vezes

Page 170: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

171

pesquiso; quando tenho alguma dúvida pergunto para outros;

peço auxílio a supervisora; busco informações que nem sempre

me satisfazem; vou em busca de conhecer; ou buscar com meus

pares; sim discutindo; consulta-se a supervisão direção; consulta

a supervisora; peço ajuda as pessoas que dominam tal assunto;

perguntando a supervisão; pesquisando; busco ajuda e

pesquisa”.

33) Você tem conhecimento de todos os documentos que orientam os Anos Iniciais

do ensino fundamental incluindo os municipais? Liste

Documentos oficiais

nacionais

Documentos oficiais

municipais

Outros

Parâmetros

Curriculares Nacionais,

Diretrizes Curriculares

Nacionais Gerais para a

Educação Básica (para a

Educação Infantil e para o

Ensino Fundamental de

nove anos) Lei de

Diretrizes e Bases da

Educação Nacional

Matriz de

Conteúdos e Habilidades,

Projeto Educativo

Projetos de

Mestrado, livros do MEC,

reportagens sobre

alfabetização e infância, Lei

Orgânica, Constituição,

decretos do MEC (alguns),

Cadernos Metodológicos, ,

Resoluções do COMED1,

Proposta Curricular de

Santa Catarina, Projeto

Político Pedagógico. 1 COMED (Conselho Municipal de Educação) É um instrumento de participação democrática de

pais de alunos, contribuintes e organizações da sociedade civil no planejamento, funcionamento,

expansão e aperfeiçoamento do Sistema Municipal de Ensino. Tem como finalidade precípua colaborar

na política municipal de educação e exercer atuação fiscalizadora, normativa, consultiva, deliberativa,

propositiva, mobilizadora e de acompanhamento e controle social quanto à organização, funcionamento,

expansão e aperfeiçoamento do Sistema Municipal de Ensino.

“Matriz curricular, projetos de Mestrado, livros do Mec, e reportagens sobre

alfabetização e infância”/ “Não”/ “Não”/ “Não”/ “Não”/ “ Não”/ “ Não”/ “PCNs, LDB”/

“DB, Matriz de habilidades, PCN, DCN”/ “Diretrizes Curriculares ED. Infantil, PCNs”/

“Parâmetros Curriculares, LDB, Lei orgânica, constituição, decretos Mec(alguns)”/

“Cadernos metodológicos – PCNs – Diretrizes curriculares para educação básica”/

“LDB – Matriz de habilidades – PCN”“Diretrizes Curriculares municipais e Resoluções

do COMED”/ Geralmente me auxilio com os PCNs (tenho o antigo) e os documentos

como currículos e diretrizes (tenho o antigo de Santa Catarina)”/ “Não”/ “Não”/

“Matrizes de habilidades por série, PCN – Projeto Educativo – Diretrizes Curriculares

Nacionais.”/ “Sim”/ “Não”/ “Sim – LDB/PCN/Matriz de conteúdos e Habilidades”/

“Procuro sempre estar embasada na matriz curricular, PNCs, anos iniciais 9 anos”/

“Não”. “PCNs, proposta curricular, matriz de habilidades; não; PCN, LDB, PPP; todos

não; alguns: PCN, PPP e PDE; PCN, PPP e DCN; não; sim. Alguns: PPP, currículo,

etc”.

34) Como você descreve o processo de organização do currículo escolar do seu

município?

Page 171: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

172

Está satisfeito

“Bem elaborado e coerente com a realidade; bom e

vem sempre aprimorando; bom; participativo; descrevo

como algo que está melhorando a cada ano; satisfatório”.

Necessidade de mudanças

e participação na

construção

“Precisa ser reestruturado para o aluno; necessita de mais

estruturação; regular; todos os professores ano/série

deveriam ter acesso a organização do C.E.; envolver todos

no processo”.

Demonstra estar em

construção

“Está em transformação; através do grupo de estudo

municipal; participação dos professores no início do ano

letivo, através um encontro em 2012 com toda a rede;

grupos de estudos”.

Não atende necessidades

“Não atende a todas as necessidades; inadequado;

extenso, repetitivo e inchado; complicado inatingível à

todos; fora da realidade; realizado por pessoas que estão

fora da sala de aula; pré determinado; foge um pouco da

realidade”.

Desconhecimento “Não tenho muito conhecimento da forma de

organização”.

35) Quem participa da definição do currículo escolar do seu município?

“Todos, alunos, professores, comunidade; escola”.

Somente a Secretaria de

Educação

“S.M.E; a SME; secretaria; secretaria da

educação”.

Secretaria e outros

grupos

“SME e alguns grupos de estudo;

SME/Professores/Especialistas; SME e escola; a secretaria

da educação e alguns profissionais”.

Professores

“Representantes efetivos de professores; toda equipe

docente; todos do corpo docente; alguns professores;

professores”.

Professores e outros

profissionais

“Supervisores, diretores, professores, orientadores;

uma equipe de educadores e gestores; não tenho certeza,

acho que devem ser alguns professores e supervisores

responsáveis por essa definição; um grupo de estudo (GT)

formado por professores e supervisores; gestores,

professores, supervisores etc.; creio que seje alguns

professores e supervisores de gestão; os profissionais da

educação em pequenos grupos; poucos profissionais de

alguns segmentos da comunidade escolar; profissionais da

educação; grupos de estudos on line”.

Não sabe

“Não sei. Já me disponibilizei algumas vezes, porém

nunca fui convidada; não sei; não tenho conhecimento; não

tenho muito conhecimento da forma de organização”.

36) Qual a sua participação na definição do currículo escolar para a escola que

Page 172: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

173

você trabalha?

Não participa Executa De maneira

informal/coadjuvante

Participa

efetivamente

“Nenhuma; tento

participar o

possível; poucas

vezes; regular;

fragmentada;

participo de

algumas partes

somente; nenhuma

por ser ACT;

nenhuma. Não

temos acesso a

participação nesta

definição; não

temos acesso;

ainda não sei”.

“Aplicar para os

alunos; através da

ação pedagógica;

a escolha dos

conteúdos a serem

trabalhados, junto

aos colegas”.

“Opinando; através de

reuniões e leitura;

contribuo nas

reuniões, nas

discussões abertas

quando acontecem e

no dia-a-dia em sala;

tento participar às

vezes com discussões

que instigue aos

colegas a se

posicionar; apenas no

grande encontro dos

2ºs anos; ajuda a

aprovar no início do

ano as modificações;

em reuniões

pedagógicas”.

“Participei do GT;

eu estou na rede

desde 2009 e já

participei da

reformulação,

penso que está no

caminho é um

referencial não um

dogma fechado;

participativa; estou

há cinco anos e

sempre participo

no início do ano”.

37) Você segue esse currículo escolar tal e qual é criado? Explique.

Seg

ue

sem

adap

taçõ

es

sim, pois o currículo deve ser conforme a realidade de cada classe

escolar; Sim, dentro da realidade das crianças; procuro respeitar a matriz

curricular, respeitando o ritmo da turma, pois penso que é necessário

trabalhar as habilidades que eles dominem, qualidade no lugar de

quantidade. Priorizo leitura com compreensão, escrita com autonomia,

leitura de mundo que o cerca e cálculo de acordo com a série; procuro estar

articulando os conteúdos estabelecidos com as necessidades dos alunos

planejando atividades diferenciadas e prazerosas; procuro me embasar no

currículo para realização das atividades e nos conteúdos a serem avaliados

preparando os alunos para o processo de alfabetização e cumprir com os

objetivos esperados e propostos;

Page 173: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

174

Seg

ue

faze

ndo a

dap

taçõ

es

Sigo o currículo escolar no meu dia-a-dia de forma flexível,

adaptando as atividades de acordo com as habilidades propostas e a

realidade de cada turma; sim, pois vem pronto apenas fazemos algumas

adaptações de acordo com nossas necessidades (realidade); sim, mas sempre

acrescentando algo, apenas me norteio pelo documento; na maioria do

tempo sim. Mas com adaptações, reflexões e mudanças que se fazem

necessárias; o currículo vem orientar o trabalho em sala de aula. É um

documento que procuro trabalhar conforme as diretrizes deste currículo,

analisando, experimentando em minha prática, porém adaptando às

vivências de minha classe, (sala de aula); Não, ainda está fora das

necessidades; Não. Só na escola; não. Ele é parâmetro não é intocável, ele

pode e deve ser modificado sempre que houver a necessidade; tento seguir,

porém faço algumas adequações conforme minha clientela. Não posso fugir

muito do que é cobrado pelos supervisores; não. O planejamento oscila,

conforme as dificuldades dos alunos; não. Pois o mesmo é sobrecarregado

de conteúdos, dos quais mesmo tendo uma turma superdotada não daríamos

conta de tudo; não. Procuro seguí-lo dentro da realidade e das

possibilidades do contexto onde a escola está inserida; faço adaptações de

acordo com a necessidade da turma; nem sempre, às vezes mudo alguma

coisa, busco novos caminhos; nem sempre, muitas vezes faço as adaptações

de acordo com a realidade dos meus alunos; não isto varia conforme a

capacidade de aprendizagem da turma dou mais importância p/ leitura e

escrita, porque minhas crianças tem pouco acesso a leitura e escrita em

casa;na maioria das vezes, tem momentos que exploro outros caminhos; não.

Eu o desenvolvo adicionando a ele algumas pesquisas com leituras de

pesquisadores como Magda Soares, Carlos Cagliari, Roxane Rojo, Maria da

Glória Seber. Gosto muito também de Esther Pillar Grossi (Piajetiana); não.

Pois o planejamento oscila conforme o desenvolvimento na aprendizagem

dos alunos; não; procuro seguir todo, porém tenho que em primeiro lugar

ver o que realmente o aluno precisa saber, aprender e entender, não é

simplesmente jogar o conteúdo. Preciso que ele desperte o conhecimento sem

pular etapas. Ex: Se não tem um conteúdo que penso ser importante para

que o aluno entenda outro conteúdo começo daí até alcançar o meu objetivo.

Precisamos ter o olhar de que preciso passar o CONHECIMENTO, não

somente o conteúdo; procuro seguir o currículo, na medida do possível; sigo

na maneira do possível, dentro da realidade das crianças; algumas vezes

sim, na produção e elaboração desse projeto e na fundamentação de projetos

da escola;

Page 174: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

175

APÊNDICE G – Quadro com as temáticas da pesquisa

TEMÁTICAS ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA

CURRÍCULO

ESCOLAR

Concepção de currículo

escolar (1, 2, 6)

Revisão da matriz e

realções de poder

- o que dizem os

professores sobre sua

participação na revisão

da matriz curricular

(18, 23, 26, 30, 35, 36)

- Matriz curricular:

Algumas consdierações

sobre o currículo por

competências

(1) O Você já leu algo sobre currículo escolar? (2) O que você

entende por currículo escolar? (6) Em sua formação

acadêmica, você teve esclarecimentos sobre currículo?

(18) Como é decidido o currículo da série/ano onde você

trabalha? (23) Como tem sido a elaboração do currículo desta

escola? (26) Como se dá o processo de seleção e organização

dos conteúdos? (30) Você se identifica como alguém que

pode participar na organização e decisão do currículo que será

trabalhado? (34) Como você descreve o processo de

organização do currículo escolar do seu município? (35)

Quem participa da definição do currículo do seu município?

(36) Qual a sua participação na definição do currículo para a

escola que você trabalha?

PLANEJAMENTO

Seleção

Seleção de conteúdos

10, 11, 16, 19, 24

Seleção de recursos

pedagógicos

17, 20, 21, 22

Desafios

(12, 13, 25, 27, 28, 29,

31, 32, 37)

(10) Você utiliza os documentos oficiais nacionais para

embasar seu planejamentos? (11) Você utiliza os documentos

oficiais municipais para embasar seus planejamentos? 16)

Como você decide o currículo (conte como você elege

conteúdos, metodologia, etc., a forma de trabalhar com seus

alunos)/ (19) De onde você extrai os conteúdos à serem

trabalhados? (24) O que você acha importante levar em

consideração quando planeja o currículo e a implantação dele

em sua turma?

(17) Você faz uso de quais recursos pedagógicos? (20) Quem

faz a escolha pelo livro didático? (21) O livro escolhido é o

livro que vem para ser trabalhado na escola? (22) Já lhe foi

explicado o motivo para que o livro escolhido não fosse o

eleito?

(12) Você acredita que as características sociais, políticas e

econômicas da cidade interferem na construção do currículo

escolar? (13) Quais as dificuldades percebidas por você na

construção de seu planejamento? (25) Você percebe diferença

entre o currículo escrito e a prática que se faz dele? (27) É

Page 175: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

176

realizada alguma reunião no início ou final do ano letivo para

planejar o começo ou o ano seguinte? (28) Vocês recebem

alguma orientação preliminar da secretaria da educação? (29)

Quando os alunos passam para a próximo ano, os professores

conversam sobre a aprendizagem ou dificuldades dos alunos?

O que é feito a partir dessas informações? (31) O documento

que é utilizado por você atende, consegue dar conta do que

você pretende nas aulas? (32) Sente dificuldade para entender

termos presentes no documento de referência (conteúdos e

habilidades)? (37) Você segue esse currículo tal e qual é

criado?

DOCUMENTOS

OFICIAIS

NACIONAIS E

MUNICIPAIS

Concepção dos

professores

(3, 4, 5, 33)

Documentos nacionais

(LDB, Parecer e

Resolução) e

Documentos

municipais (Projeto

educativo e Matriz de

habilidades)

(07, 14, 15)

Tradução dos

documentos no PPP

(08, 09)

(3)Você conhece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Básica? (4) Você conhece os Parâmetros

Curriculares Nacionais? (5) Como você entende estes

documentos? (33) Você tem conhecimento de todos os

documentos que orientam as séries iniciais do ensino

fundamental incluindo as municipais? Liste.

(7) Você compreende a importância de um currículo pensado

para as séries iniciais do Ensino Fundamental? (14) Você

considera possível gerar um currículo específico para as séries

iniciais do Ensino Fundamental de Itajaí, levando em

consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos da

cidade, da comunidade? (15) Você se disponibilizaria em

reformular sua prática pedagógica, assumindo o que é

proposto pelos documentos oficiais nacionais ou municipais?

(8) Como você percebe a contribuição deste documento para

sua prática pedagógica? (PC) (9) Você percebe se o projeto

pedagógico de sua escola acompanha as tendências propostas

pelos documentos oficiais?

Page 176: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

177

APÊNDICE H – Roteiro de questões da entrevista com os coordenadores

dos GTs

CONCEITO DE CURRRÍCULO

1. Em sua formação acadêmica, você teve contato com a disciplina de currículo?

Como foi?

2. Após sua formação, você leu sobre currículo escolar? Pode citar alguma leitura?

Pode citar autores?

3. Para você o que é currículo escolar?

4. Em sua opinião, o professor sabe, entende o que é currículo escolar?

5. O que te leva a acreditar nisso. Quais são os indicadores disso?

6. Questões relacionadas ao currículo são discutidas com os professores? Em quais

momentos na escola? Se não, você considera ser importante proporcionar-lhes?

Explique.

7. Quanto a parte geral e específica do currículo?

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

8. Em 2012, no início do ano, os professores que estavam na escola receberam a

responsabilidade de construir as expectativas de aprendizagem. Confirma?

Lembro-me da ocasião e que alguns nem sabiam do que se tratava e as

informações sobre a proposta demonstraram que eles não eram os únicos. Você

como supervisora escolar deve ter acompanhado esse momento. Como surgiu

essa proposta, de onde surgiu como foi o processo de construção? O material

elaborado resultou em algo positivo/aproveitável para a Educação? O que foi

feito dele?

GT

9. Gostaria que você falasse sobre o GT (o que é, como começou)

10. O que motivou a organização dos GTs (de quem partiu a orientação/ordem para

essa organização, quando)?

11. Que informações você recebeu? De onde vieram?

12. Como foi organizado o Gt que você coordenou?

13. Como foi feita a divulgação para contar com a participação dos professores? Por

quem? Quando? Que maneira o convite foi feito? Havia um público em

especial/alvo? Foi um convite extensivo a outros profissionais da educação?

Quais?

14. Aqueles que resolveram participar depois do início das atividades nos GTs

tiveram a oportunidade? Se não, explique o motivo. Como foi a adesão dos

professores ao GT? Houve algum momento em que não foi mais possível aceitar

integrantes?

15. Quais foram as orientações, se houveram, para a montagem dos grupos de

trabalho? (datas, quem poderia participar, horários...)

16. Quantos e quais são os participantes do Gt de alfabetização?

17. Em quais decisões participam?

18. Em que consiste sua participação no GT? (responsabilidades)

19. Que maneira o convite foi feito? Foi um convite extensivo a outros profissionais

da educação? Quais?

20. Houve mudanças no documento curricular dos anos iniciais do município

oportunizadas a partir do GT? Quais você pode citar?

Page 177: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

178

21. Houve algum movimento participação de nas escolas para (vai-e-vem) e retorno

para eu o documento preliminar?

BLOG

22. Gostaria que você falasse sobre o ambiente virtual que foi construído no site da

educação.

23. Quem elaborou o blog? De quem/onde veio a orientação? Recebeu ajuda? De

quem? Havia um formato para a construção?

24. Quem é responsável pela atualização do blog?Como é o acesso ao blog?

25. Como é feito o registro de acessos?

26. Qual a finalidade do blog?

27. Alcançou a finalidade a que se propôs?

28. Existiam datas limite para as produções que seriam postadas?

29. Como foi/está sendo a participação dos professores no blog?

30. Você sabe como é registrada a participação dos professores que acessam o blog?

31. Há/houve algum espaço interativo, como uma sala de bate papo na qual

virtualmente os professores possam trocar ideias com o coordenador ou mesmo

com outros professores? Era interativo?

32. Os professores chegaram a sugerir mudanças? Por exemplo? Como essas

sugestões são apresentadas, como se toma conhecimento delas? De qual

maneira?

33. Alguma crítica ou sugestão foi considerada durante o processo? Você pode citá-

la?

PROJETO EDUCATIVO

34. Qual era o documento utilizado anteriormente pelos professores? A Matriz de

habilidades? E antes?

35. Você tem conhecimento de qual documento se constitui num referencial

curricular e que apresenta os princípios que irão nortear a elaboração e a

execução dos planejamentos, que abarcam conceitos subjacentes à educação:

conceitos Antropológicos: (relativos à existência humana, conceitos

Epistemológicos: aquisição do conhecimento, conceitos sobre Valores: pessoais,

morais, étnico, político: direcionamento hierárquico, regras..., concepções de

educação, teóricos que orientam, a abordagem adotada?

DOCUMENTOS NACIONAIS E MUNICIPAIS

36. Quais são os documentos oficiais nacionais e municipais que o professor tem

para orientar e planejar sua prática pedagógica?

INSTITUTO AYRTON SENNA

37. Desde o ano tal a SME adota IAS planilhas, matriz, programas. Acabou?

Motivo? A revisão da matriz representa que a matriz adotada do IAS foi

abolida?

MATRIZ

38. Quais foram os critérios para reorganização/revisão da matriz?

Page 178: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

179

39. Mantiveram-se os conteúdos e habilidades. Porque? É conhecida a insatisfação

dos professores quanto à extensão da matriz, o que foi feito nesse sentido?

Porque se manteve o mesmo formato da matriz anterior?

40. O que foi modificado? Quais foram as mudanças significativas? Quais

alterações?

41. Em que justifica a permanência das datas comemorativas?

42. Houve alguma reinvindicação ou sugestão por parte dos professores para

inclusão ou exclusão de conteúdos/habilidades/datas?

43. Como foi resolvido?

44. Qual é o indicador para limite entre considerar a matriz como preliminar/pronta?

45. Houve momento posterior ao contato como o documento preliminar? Como foi?

46. Há continuidade deste trabalho, está em andamento? Quais os próximos

encaminhamentos?

47. Você que é supervisor(a) talvez concorde que por mais preciso que uma matriz

possa ser e do intervencionismo por parte dos profissionais designados a

orientar os professores (supervisores, coordenadores etc) não é possível regular a

prática pedagógica diretamente. Como saber se o documento reformulado está

sendo colocado em prática, adaptado e/ou quanto atende as necessidades?

48. Já foram encontradas fragilidades? Quais?

49. Os professores sugerem mudanças? Por exemplo? Como essas sugestões são

apresentadas, como se toma conhecimento dessas? De qual maneira? Estão

sendo consideradas, ou foram durante o processo ou serão?

50. A rede conta(contou) com algum assessoramento? Qual?

51. Houve alguma resistência por parte dos professores em utilizar a matriz atual?

52. Houve reclamações, insatisfação quanto a matriz antiga? De qual tipo? Por

exemplo

53. Após a reformulação foi submetida a votação, ao crivo de mais alguém ou setor

responsável (SME) professores das diversas áreas? Quando? Como aconteceu?

Foi unânime ou voto de maioria?

54. Além da matriz algum outro documento foi alterado? Os professores tiveram

acesso? Souberam dessas mudanças, como foi divulgado?

PRÁTICA PEDAGÓGICA

55. Onde estão as orientações quanto a prática que se faz deve-se fazer

PLANEJAMENTO DO PROFESSOR

56. Voce percebe quais as principais dificuldades dos professores na construção do

planejamento? Como é resolvido?

57. Como supervisora o que você acha importante que o professor considere no

planejamento e na prática? O que é imprescindível?

58. Os professores seguem o planejamento que é feito? Seguem a matriz? E quando

não dão conta de todas as habilidades e conteúdos o que é feito?

59. Você acha que o documento (matriz) atende todas as necessidades encontradas?

O que você proporia?

60. O livro didático é bem utilizado? Conhece reclamações quanto aos livros

adotados? Porque isso acontece, se são escolhidos?

AVALIAÇÃO

61. Alguns professores apontaram a elaboração de um relatório/perfil dos alunos

que é entregue ao final do ano. Qual a finalidade?

Page 179: CLAUDIA VIDALETTI MATOS NEVES - Univali · 2015. 6. 1. · claudia vidaletti matos neves curriculo e relaÇÕes de poder: um estudo com professores dos anos iniciais de um municipio

180

62. Uma das reclamações dos professores está relacionada às planilhas de avaliação,

geradas pelo Excel, extensa e que avaliam cada habilidade e culmina numa nota.

Como supervisora você tem conhecimento dessa dificuldade apontada? Houve

sugestões para facilitar esse processo? Por exemplo? Essas reclamações são

levadas a conhecimento da SME? Há propostas/promessas para mudança?