classificaÇÃo das infraÇÕes penais. existem várias classificações dos crimes, assim optamos...

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CLASSIFICAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS INFRAÇÕES PENAIS

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Page 1: CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS. Existem várias classificações dos crimes, assim optamos em analisar sucintamente, aquelas que apresentam maior interesse

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Existem várias classificações dos Existem várias classificações dos crimes, assim optamos em analisar crimes, assim optamos em analisar sucintamente, aquelas que sucintamente, aquelas que apresentam maior interesse prático.apresentam maior interesse prático.

Assim, os crimes podem ser:Assim, os crimes podem ser:

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Dolosos, Culposos e PreterdolososDolosos, Culposos e Preterdolosos

Essa classificação refere-se ao elemento subjetivo Essa classificação refere-se ao elemento subjetivo do tipo.do tipo.

DolosoDoloso: quando o agente quis o resultado ou : quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (art.18 I, CP);assumiu o risco de produzi-lo (art.18 I, CP);CulposoCulposo: quando o agente deu causa ao resultado : quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia (art.18, II por imprudência, negligência ou imperícia (art.18, II do CP).do CP).PreterdolosoPreterdoloso ou ou PreterintencionalPreterintencional: é o crime : é o crime cujo resultado total é mais grave do que o cujo resultado total é mais grave do que o pretendido pelo agente. Há uma conjugação de dolo pretendido pelo agente. Há uma conjugação de dolo (no antecedente) e de culpa (no subsequente). (no antecedente) e de culpa (no subsequente).

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Crimes comissivo, omissivo e Crimes comissivo, omissivo e comissivo por omissãocomissivo por omissãoComissivoComissivo: consiste na realização de uma : consiste na realização de uma ação positiva visando um resultado ação positiva visando um resultado tipicamente ilícito,ou seja, no fazer o que a tipicamente ilícito,ou seja, no fazer o que a lei proíbe.lei proíbe.Omissivo (próprio)Omissivo (próprio): consiste no fato de o : consiste no fato de o agente deixar de realizar determinada agente deixar de realizar determinada conduta, tendo a obricação jurídica de fazê-conduta, tendo a obricação jurídica de fazê-lo; configura-se com a simples abstenção da lo; configura-se com a simples abstenção da conduta devida,quando podia e devia conduta devida,quando podia e devia realizá-la, independentemente do resultado realizá-la, independentemente do resultado (art.135 – omissão de socorro).(art.135 – omissão de socorro).

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Comissivo por omissão ou Comissivo por omissão ou comissivo-omissivo (omissivo comissivo-omissivo (omissivo impróprio)impróprio): a omissão é o meio : a omissão é o meio através do qual o agente produz o através do qual o agente produz o resultado. Nestes crimes, o agente resultado. Nestes crimes, o agente responde não pela omissão responde não pela omissão simplesmente, mas pelo resultado simplesmente, mas pelo resultado decorrente desta, a que estava, decorrente desta, a que estava, juridicamente obrigado a impedir (art. juridicamente obrigado a impedir (art. 13, §2º do CP).13, §2º do CP).

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Instantâneo, Permanente e Instantâneo, Permanente e Instantâneo de efeitos permanentesInstantâneo de efeitos permanentesInstantâneoInstantâneo: : Crime instantâneo  é Crime instantâneo  é aquele que, quando consumado, encerra-se. aquele que, quando consumado, encerra-se. A consumação ocorre em determinado A consumação ocorre em determinado momento e não mais se prossegue. No momento e não mais se prossegue. No homicídio, por exemplo, o crime é homicídio, por exemplo, o crime é consumado quando da morte da vítima, não consumado quando da morte da vítima, não importando o tempo decorrido entre a ação importando o tempo decorrido entre a ação

e o resultadoe o resultado. . Não significa o crime Não significa o crime praticado rapidamente, mas significa que praticado rapidamente, mas significa que uma vez realizados os seus elementos nada uma vez realizados os seus elementos nada mais se poderá fazer para se impedir sua mais se poderá fazer para se impedir sua ocorrência.ocorrência.

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PermanentePermanente: é aquele crime cuja : é aquele crime cuja consumação se alonga no tempo, consumação se alonga no tempo, dependente da atividade do agente, dependente da atividade do agente, que poderá cessar quando este quiser que poderá cessar quando este quiser (Cárcere privado, sequestro).(Cárcere privado, sequestro).Instantâneo de efeitos Instantâneo de efeitos permanentespermanentes:  é aquele em que a :  é aquele em que a permanência do efeito não depende do permanência do efeito não depende do prolongamento da ação do sujeito prolongamento da ação do sujeito ativo, ou seja, ocorre quando, ativo, ou seja, ocorre quando, consumada a infração em dado consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem, momento, os efeitos permanecem, independentemente da vontade do independentemente da vontade do

sujeito.sujeito.

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Crimes de dano e de perigo Crimes de dano e de perigo

     Ainda quanto ao resultado, podem os      Ainda quanto ao resultado, podem os crimes ser divididos em crimes de dano e de crimes ser divididos em crimes de dano e de perigo. perigo.           Crime de danoCrime de dano só se consuma com a só se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico visado (ex.: efetiva lesão do bem jurídico visado (ex.: lesão à vida). lesão à vida).           No crime de perigoNo crime de perigo, o delito consuma-, o delito consuma-se com o simples perigo criado para o bem se com o simples perigo criado para o bem jurídico. O perigo pode ser individual jurídico. O perigo pode ser individual (quando expõe ao risco o interesse de uma (quando expõe ao risco o interesse de uma só ou de um número determinado de só ou de um número determinado de pessoas) ou coletivo (quando ficam expostos pessoas) ou coletivo (quando ficam expostos ao risco os interesses jurídicos de um ao risco os interesses jurídicos de um

número indeterminado de pessoas).número indeterminado de pessoas).

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Obs: os crimes de perigo podem ainda Obs: os crimes de perigo podem ainda ser de perigo concreto e abstrato.ser de perigo concreto e abstrato.ConcretoConcreto é aquele que precisa ser é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada a situação de risco demonstrada a situação de risco ocorrida pelo bem juridicamente ocorrida pelo bem juridicamente protegido.protegido.AbstratoAbstrato é um perigo é um perigo presumidopresumido. Não . Não precisa ser comprovado, pois a lei precisa ser comprovado, pois a lei contenta-se com a simples prática da contenta-se com a simples prática da ação que pressupõe perigosa.ação que pressupõe perigosa.

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Crimes materiais, formais e de mera Crimes materiais, formais e de mera conduta conduta      Os crimes materiais, formais e de      Os crimes materiais, formais e de mera conduta são assim classificados mera conduta são assim classificados em relação ao seu resultado. em relação ao seu resultado.

          Crime materialCrime material é aquele em que é aquele em que há necessidade de um resultado há necessidade de um resultado externo à ação, descrito na lei, e que externo à ação, descrito na lei, e que se destaca lógica e cronologicamente se destaca lógica e cronologicamente da conduta (ex.: homicídio: morte). da conduta (ex.: homicídio: morte).         

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Crime formalCrime formal é aquele em que não é aquele em que não há necessidade de realização daquilo há necessidade de realização daquilo que é pretendido pelo agente e o que é pretendido pelo agente e o resultado jurídico previsto no tipo resultado jurídico previsto no tipo ocorre em concomitância com o ocorre em concomitância com o desenrolar da conduta (ex.: no delito desenrolar da conduta (ex.: no delito de ameaça, a consumação dá-se com de ameaça, a consumação dá-se com a prática do fato, não se exigindo que a prática do fato, não se exigindo que a vítima realmente fique intimidada; a vítima realmente fique intimidada; no de injúria é suficiente que ela no de injúria é suficiente que ela exista, independentemente da reação exista, independentemente da reação psicológica do indivíduo). psicológica do indivíduo).         

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No crime de No crime de mera condutamera conduta a lei não a lei não exige qualquer resultado naturalístico, exige qualquer resultado naturalístico, contentando-se com a ação ou contentando-se com a ação ou omissão do agente. Em outras omissão do agente. Em outras palavras, o crime é classificado como palavras, o crime é classificado como sendo de mera conduta quando não é sendo de mera conduta quando não é relevante o resultado material (ex.: relevante o resultado material (ex.: violação de domicílio, ato obsceno, violação de domicílio, ato obsceno, omissão de notificação de doença e a omissão de notificação de doença e a maioria das contravenções).maioria das contravenções).

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Obs:De uma forma geral, a doutrina Obs:De uma forma geral, a doutrina tem dificuldades em constatar com tem dificuldades em constatar com precisão a diferença entre o crime precisão a diferença entre o crime formal e de mera conduta.formal e de mera conduta.

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Crimes unissubjetivos e Crimes unissubjetivos e plurissubjetivosplurissubjetivos           Crime Crime unissubjetivounissubjetivo é aquele que poder ser é aquele que poder ser praticado por uma só pessoa, embora nada impeça praticado por uma só pessoa, embora nada impeça a co-autoria ou a participação (ex.: calúnia e a co-autoria ou a participação (ex.: calúnia e estelionato). estelionato).      Crime      Crime plurissubjetivoplurissubjetivo é aquele que, por sua é aquele que, por sua conceituação típica, exige dois ou mais agentes conceituação típica, exige dois ou mais agentes para a prática da conduta criminosa. As condutas para a prática da conduta criminosa. As condutas podem ter o mesmo objetivo, como no crime de podem ter o mesmo objetivo, como no crime de quadrilha, ou divergentes, em que as ações são quadrilha, ou divergentes, em que as ações são dirigidas de uns contra outros, como na rixa. dirigidas de uns contra outros, como na rixa. Crime plurissubjetivo passivo é aquele que Crime plurissubjetivo passivo é aquele que demanda mais de um sujeito passivo na infração, demanda mais de um sujeito passivo na infração,

como ocorre na violação de correspondência.como ocorre na violação de correspondência.

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Crimes unissubsistentes e Crimes unissubsistentes e plurisubsistentesplurisubsistentes           O crime O crime unissubsistenteunissubsistente, como o próprio , como o próprio nome diz, realiza-se apenas com um ato, ou nome diz, realiza-se apenas com um ato, ou seja, a conduta é una e indivisível (ex.: seja, a conduta é una e indivisível (ex.: injúria), coincidindo o ato, temporalmente, injúria), coincidindo o ato, temporalmente, com a consumação, de modo que não com a consumação, de modo que não admitem tentativa. admitem tentativa.      O crime      O crime plurissubsistenteplurissubsistente é, por sua é, por sua vez, composto de vários atos, que integram vez, composto de vários atos, que integram a conduta, ou seja, existem fases que a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, fracionando-se o podem ser separadas, fracionando-se o crime. Admitem a tentativa e constituem a crime. Admitem a tentativa e constituem a maioria dos delitos: homicídio, furto e roubo, maioria dos delitos: homicídio, furto e roubo,

por exemplo.por exemplo.

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Crimes comuns, crimes próprios e de Crimes comuns, crimes próprios e de mão própria mão própria      Crimes      Crimes comunscomuns podem ser praticados podem ser praticados por qualquer pessoa. por qualquer pessoa.      Crimes      Crimes próprios ou especiaispróprios ou especiais são são aqueles que exigem ser o agente portador aqueles que exigem ser o agente portador de capacidade especial. Este assunto está de capacidade especial. Este assunto está situado no campo da tipicidade: é a situado no campo da tipicidade: é a descrição legal que exige, para configuração descrição legal que exige, para configuração do tipo, que haja sujeito ativo específico. do tipo, que haja sujeito ativo específico.      Crimes de      Crimes de mão própriamão própria são passíveis de são passíveis de serem cometidos por qualquer pessoa mas serem cometidos por qualquer pessoa mas não podem ser praticados por intermédio de não podem ser praticados por intermédio de outrem (ex.: falsidade ideológica, falso outrem (ex.: falsidade ideológica, falso

testemuno).testemuno).

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Crimes de ação única, de ação Crimes de ação única, de ação múltipla e de dupla subjevidademúltipla e de dupla subjevidadeAção únicaAção única é aquele que contém somente é aquele que contém somente uma modalidade de conduta, expressa pelo uma modalidade de conduta, expressa pelo verbo núcleo da tipo (matar, subtrair).verbo núcleo da tipo (matar, subtrair).Ação múltiplaAção múltipla ou de conteúdo variado é ou de conteúdo variado é aquele cujo tipo penal contém várias aquele cujo tipo penal contém várias modalidades de conduta, e ainda que seja modalidades de conduta, e ainda que seja praticada mais de uma, haverá somente um praticada mais de uma, haverá somente um único crime.único crime.De De dupla subjetividade passivadupla subjetividade passiva, quando , quando são vítimas, ao mesmo tempo, dois são vítimas, ao mesmo tempo, dois indivíduos, como, por exemplo, a violação indivíduos, como, por exemplo, a violação de correspondência.de correspondência.

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Crime tentado e Crime ConsumadoCrime tentado e Crime Consumado

Consuma-seConsuma-se o crime quando o tipo está o crime quando o tipo está inteiramente realizado,ou seja, quando o inteiramente realizado,ou seja, quando o fato concreto se subsume no tipo abstrato fato concreto se subsume no tipo abstrato da lei penal. Quando são preenchidos todos da lei penal. Quando são preenchidos todos os elementos do tipo objetivo.os elementos do tipo objetivo.A A TentativaTentativa é a realização incompleta do é a realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei. Na tipo penal, do modelo descrito na lei. Na tentativa há prática de atos de execução, tentativa há prática de atos de execução, mas o sujeito não chega a consumação por mas o sujeito não chega a consumação por circunstâncias independentes de sua circunstâncias independentes de sua vontade.vontade.

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    O crime consumado não se confunde com O crime consumado não se confunde com o exaurido; o o exaurido; o iter criminisiter criminis se encerra com a se encerra com a

consumaçãoconsumação. .

   O crime é    O crime é exauridoexaurido quando, após a quando, após a consumação, que ocorre quando estiverem consumação, que ocorre quando estiverem preenchidos no fato concreto o tipo objetivo, preenchidos no fato concreto o tipo objetivo, o agente o leva a conseqüências mais o agente o leva a conseqüências mais

lesivas.lesivas.

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Algumas considerações Algumas considerações sobre os crimes sobre os crimes consumadosconsumados

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Nos crimes materias, de ação e resultado, o Nos crimes materias, de ação e resultado, o momento consumativo é o da produção momento consumativo é o da produção deste; assim, consuma-se o homicídio com a deste; assim, consuma-se o homicídio com a morte da vítima.morte da vítima.

Nos crimes culposos a consumação ocorre Nos crimes culposos a consumação ocorre com a produção do resultado; assim, no com a produção do resultado; assim, no homicídio culposo, o momento consumativo homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se verifica a morte da é aquele em que se verifica a morte da vítima.vítima.

Nos crimes de mera conduta a consumação Nos crimes de mera conduta a consumação se dá com a simples ação; na violação de se dá com a simples ação; na violação de domicílio, uma das formas de consumação é domicílio, uma das formas de consumação é a simples entrada.a simples entrada.

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Em se tratando de crimes formais, a Em se tratando de crimes formais, a consumação ocorre com a conduta típica consumação ocorre com a conduta típica imediatamente anterior à fase do evento, imediatamente anterior à fase do evento, independentemente da produção do independentemente da produção do resultado descrito no tipo.resultado descrito no tipo.

Os crimes de perigo consumam-se no Os crimes de perigo consumam-se no momento em que o sujeito passivo, em face momento em que o sujeito passivo, em face da conduta, é exposto ao perigo de dano.da conduta, é exposto ao perigo de dano.

A consumação nos crimes permanentes se A consumação nos crimes permanentes se protrai no tempo desde o instante em que protrai no tempo desde o instante em que se reúnem os seus elementos até que cesse se reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente.o comportamento do agente.

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O crime omissivo próprio, por se tratar de O crime omissivo próprio, por se tratar de

crime que se perfaz com ocrime que se perfaz com o simples simples comportamento negativo (ou ação diversa), comportamento negativo (ou ação diversa), não se condicionando à produção de um não se condicionando à produção de um resultado ulterior. O momento consumativo resultado ulterior. O momento consumativo ocorre no instante da conduta.ocorre no instante da conduta.

No crime omissivo impróprio a consumação No crime omissivo impróprio a consumação se verifica com a produção do resultado, se verifica com a produção do resultado, visto que a simples conduta negativa não o visto que a simples conduta negativa não o perfaz, exigindo-se um evento naturalístico perfaz, exigindo-se um evento naturalístico posterior.posterior.

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Iter CriminisIter Criminis é o conjunto das é o conjunto das fases pelas quais passa o fases pelas quais passa o delito; compõe-se das delito; compõe-se das seguintes etapas:seguintes etapas:

a) cogitação;a) cogitação;b) atos preparatórios;b) atos preparatórios;c) execução;c) execução;d) consumação.d) consumação.

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Na realização do crime há um Na realização do crime há um caminho, um itinerário a caminho, um itinerário a percorrer entre o momento da percorrer entre o momento da idéia de sua realização até idéia de sua realização até aquele em que ocorre a aquele em que ocorre a consumação. A esse caminho consumação. A esse caminho se dá o nome se dá o nome iter criminisiter criminis, que , que é composto de uma fase é composto de uma fase internainterna (cogitação) e de uma (cogitação) e de uma fase fase externaexterna (atos (atos preparatórios, atos de preparatórios, atos de execução e consumação). execução e consumação).

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A A cogitaçãocogitação não é punida, não é punida, segundo a lei: segundo a lei: cogitationis poenan cogitationis poenan nemo patitutur nemo patitutur (Ulpiano). Nem (Ulpiano). Nem mesmo a cogitação externada a mesmo a cogitação externada a terceiros levará a qualquer terceiros levará a qualquer punição, a não ser que constitua, punição, a não ser que constitua, de persi, um fato típico, como de persi, um fato típico, como ocorre no crime de ameaça (art. ocorre no crime de ameaça (art. 147), de incitação ao crime (art. 147), de incitação ao crime (art. 286), de quadrilha286), de quadrilha ou bando (art. ou bando (art. 288) etc.288) etc.

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Os Os atos preparatóriosatos preparatórios são externos são externos ao agente, que passa da cogitação à ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva, como a aquisição de ação objetiva, como a aquisição de arma para a prática de um homicídio arma para a prática de um homicídio ou a de uma chave falsa para o delito ou a de uma chave falsa para o delito de furto, o estudo do local onde se de furto, o estudo do local onde se quer praticar um roubo etc. Também quer praticar um roubo etc. Também escapam, regra geral, a aplicação da escapam, regra geral, a aplicação da lei penal, apesar da opinião dos lei penal, apesar da opinião dos positivistas que reclamavam a punição positivistas que reclamavam a punição como medida de prevenção criminal como medida de prevenção criminal (teoria subjetiva), uma vez que a lei (teoria subjetiva), uma vez que a lei exige o início de execução. exige o início de execução.

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Obs: O legislador transforma esses atos em Obs: O legislador transforma esses atos em tipos penais especiais, quebrando a regra tipos penais especiais, quebrando a regra geral, como nas hipóteses de "petrechos geral, como nas hipóteses de "petrechos para falsificação de moeda" (art. 291), que para falsificação de moeda" (art. 291), que seria apenas ato preparatório do crime de seria apenas ato preparatório do crime de moeda falsa (art. 289); de atribuir-se moeda falsa (art. 289); de atribuir-se falsamente autoridade para celebração de falsamente autoridade para celebração de casamento (art. 238), que seria ato casamento (art. 238), que seria ato preparatório da simulação de casamento preparatório da simulação de casamento (art. 239); de possuir "substância ou (art. 239); de possuir "substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação" (art. ou material destinado à sua fabricação" (art. 253), que pode ser ato preparatório dos 253), que pode ser ato preparatório dos crimes de explosão (art. 251) e de uso de crimes de explosão (art. 251) e de uso de

gás tóxico ou asfixiante (art. 252) etc.gás tóxico ou asfixiante (art. 252) etc.

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ATENÇÃOATENÇÃO::

De qualquer forma, "o ajuste, a De qualquer forma, "o ajuste, a determinação ou instigação e o determinação ou instigação e o

auxílio, salvo disposição expressa auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a o crime não chega, pelo menos, a

ser tentado" (art. 31).ser tentado" (art. 31).

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Atos de execuçãoAtos de execução (ou (ou atos executóriosatos executórios) são os ) são os dirigidos diretamente à prática do crime, "quando o dirigidos diretamente à prática do crime, "quando o autor se põe em relação imediata com a ação autor se põe em relação imediata com a ação típica." A distinção entre atos preparatórios - típica." A distinção entre atos preparatórios - usualmente impunes - e atos de tentativa - usualmente impunes - e atos de tentativa - observam Zaffaroni e Pierangelli - é um dos observam Zaffaroni e Pierangelli - é um dos problemas mais árduos da dogmática e, problemas mais árduos da dogmática e, seguramente, o mais difícil da tentativa. Vários seguramente, o mais difícil da tentativa. Vários critérios são propostos para a diferenciação, critérios são propostos para a diferenciação, considerando-se como atos preparatórios os atos considerando-se como atos preparatórios os atos distantes da consumação e atos de execução como distantes da consumação e atos de execução como os próximos desta; os primeiros não seriam os próximos desta; os primeiros não seriam perigosos em si, enquanto os atos executórios perigosos em si, enquanto os atos executórios colocam em risco o bem jurídico; os atos colocam em risco o bem jurídico; os atos preparatórios seriam equívocos e os de execução preparatórios seriam equívocos e os de execução

inequívocos etc.inequívocos etc.

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Nenhum desses critérios, contudo, é Nenhum desses critérios, contudo, é definitivo, podendo apenas auxiliar a definitivo, podendo apenas auxiliar a distinção em casos concretos. Os distinção em casos concretos. Os critérios mais aceitos são os do ataque critérios mais aceitos são os do ataque ao bem jurídico, critério material, ao bem jurídico, critério material, quando se verifica se houve perigo ao quando se verifica se houve perigo ao bem jurídico, e o do início da bem jurídico, e o do início da realização do tipo, critério formal, em realização do tipo, critério formal, em que se dá pelo reconhecimento da que se dá pelo reconhecimento da execução quando se inicia a realização execução quando se inicia a realização da conduta núcleo do tipo: matar, da conduta núcleo do tipo: matar,

ofender, subtrair etc.ofender, subtrair etc.

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O Código Brasileiro adotou a teoria objetiva O Código Brasileiro adotou a teoria objetiva (formal) e exige que o autor tenha realizado (formal) e exige que o autor tenha realizado de maneira efetiva uma parte da própria de maneira efetiva uma parte da própria conduta típica, penetrando, assim, no conduta típica, penetrando, assim, no "núcleo do tipo", ao dispor, no art. 14, que o "núcleo do tipo", ao dispor, no art. 14, que o crime se diz tentado, "quando, iniciada a crime se diz tentado, "quando, iniciada a execução, não se consuma por execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente". circunstâncias alheias à vontade do agente". O entendimento, porém, é de que a teoria O entendimento, porém, é de que a teoria objetiva necessita de complementação. "A objetiva necessita de complementação. "A complementação mais usual da formulação complementação mais usual da formulação objetiva, através de um critério material, é o objetiva, através de um critério material, é o princípio assentado por Frank, que inclui na princípio assentado por Frank, que inclui na tentativa as ações que, por sua vinculação tentativa as ações que, por sua vinculação necessária com a ação típica, aparecem necessária com a ação típica, aparecem como parte integrante dela, segundo uma como parte integrante dela, segundo uma concepção natural."concepção natural."

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Welzel propôs ainda o critério objetivo-Welzel propôs ainda o critério objetivo-individual, introduzindo um elemento individual, introduzindo um elemento individualizador (subjetivo), que é o plano do individualizador (subjetivo), que é o plano do autor, mas que, por sua natureza, é autor, mas que, por sua natureza, é suscetível de ser valorizada por um terceiro suscetível de ser valorizada por um terceiro elemento, que é a determinação da elemento, que é a determinação da proximidade imediata à ação típica.' A proximidade imediata à ação típica.' A tentativa só pode ser reconhecida quando a tentativa só pode ser reconhecida quando a conduta é de tal natureza que não deixa conduta é de tal natureza que não deixa dúvida quanto à intenção do agente.dúvida quanto à intenção do agente.

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Na hipótese, por exemplo, de ser o Na hipótese, por exemplo, de ser o agente detido no interior de uma agente detido no interior de uma casa de onde pretendia subtrair casa de onde pretendia subtrair objetos, sem que sequer tenha objetos, sem que sequer tenha tocado neles, só impropriamente tocado neles, só impropriamente se pode afirmar que iniciou uma se pode afirmar que iniciou uma "subtração". Como, porém, para a "subtração". Como, porém, para a subtração era necessária a sua subtração era necessária a sua entrada em casa alheia, esta entrada em casa alheia, esta aparece como parte integrante da aparece como parte integrante da

conduta típica "subtrair".conduta típica "subtrair".