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 Edição Outono Ano 03 Nº 006 A Importância da normalização nos dispositivos médicos não-ativos A Importância da normalização nos dispositivos médicos não-ativos TRIZ na Fiação Contaminação em Algodão TRIZ na Fiação Contaminação em Algodão Gerência da Cor Gerência da Cor Novas tecnologias para a indústria de confecção Novas tecnologias para a indústria de confecção

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E d i ç ã o

O u t o n o

Ano 0Nº 00

A Importância da normalizaçãonos dispositivos médicos não-ativosA Importância da normalizaçãonos dispositivos médicos não-ativos

TRIZ na FiaçãoContaminação em AlgodãoTRIZ na FiaçãoContaminação em Algodão

Gerência da CorGerência da Cor

Novas tecnologias para a indústria de confecçãoNovas tecnologias para a indústria de confecção

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P a l a v r a d oP r e s i d e n t e

Revista ABTT 3

Luiz Alberto RodriguesPresidente da ABTT

Estamos a cinco meses do XXI CNTT, nosso acontecimento

máximo, onde concretizamos a idéia de "associação". Com

certeza esses encontros bienais, são os principais pilaresda nossa longevidade, nossos quarenta e um anos são

frutos dessa troca de energia, dessa confraternização,

desse fórum de debates, dessa universidade aberta, doconhecimento que emana da sinergia e, não apenas, das

palestras, cursos ou painéis.Nossos melhores resultados, nesses eventos, na vida

profissional, na cadeia têxtil como um todo, vêm da crençae idéias das pessoas. Mesmo quando a conjuntura é

desfavorável, quando não são evidentes as oportunidades,esses desbravadores se lançam ao espaço, seguros, tãosomente, na certeza de que precisam realizar e a emoção

será o caminho.

Quando nos deparamos com a perda do nosso líder em2001 e, a partir daquele momento, nosso perpétuo

presidente, nos deparamos com um abismo, talvez o

fim de uma era de brilho, mas a missão era prosseguir.

Alguns abnegados se uniram, e a determinação e vontadedessas pessoas especiais fez surgir a ponte.

Hoje, caminhamos para o segundo congresso, nessa"nova fase", como enfatizou nosso conselheiro, RicardoHaydu, em uma conversa comigo por ocasião do New

Têxtil.

Muitos debates foram abertos, inúmeras as críticas, bem

como ácidas. Grande, também, a quantidade de idéias

e a implementação de algumas, de especial qualidade.Estamos conhecendo nossas diferenças, não somos um

grupo homogêneo, somos revolucionários e somos

conservadores. Mas, existe um corpo de líderespreparando o parto de uma nova Associação Brasileira

de Técnicos Têxteis, que nascerá com os novos homensda indústria têxtil, da nova cadeia que será construindo.

Em Natal, no Rio Grande do Norte, estaremos realizandoum evento de nível internacional: no XXI CNTT estarão

presentes 50 palestrantes, de diversos centros depesquisa de todo o mundo. Perfazendo um total de 120palestras; uma feira, a VII FENATÊXTIL, já com quase

totalidade dos espaços vendidos. Enfim, encontraremos

lá "a associação do que melhor fizemos dos nossosquarenta e um anos".

Tendo como tema "O Homem e a Consciência Ambiental

na Cadeia Têxtil", como patrono Dr. Josué Christiano

Gomes da Silva Presidente da COTEMINAS. E, comoestrelas todos os profissionais do mundo têxtil, "você

conosco, no maior encontro de profissionais, nessaconvenção do capital intelectual que transforma, a cadadia, fibras com arte". Juntos, faremos o futuro nesse

Congresso Nacional de Técnicos Têxteis.

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E d i t o r i a l

Revista ABTT4

Reinaldo Aparecido RozzattiVice-Presidente da ABTT

Colegas,

O XXI CNTT está se aproximando e a atividade tecnológicae cultural da cadeia têxtil está em efervescência.

O NURESUL promoveu palestras em parceria com o

Inmetro, que atraíram a atenção de grande público emBlumenau e em Jaraguá do Sul, ambas em Santa

Catarina. Isso mostra que a ABTT faz e pode fazer. Queos Presidentes de Núcleos Regionais atuais e os que

serão eleitos sigam o exemplo: agitem e aglutinem seusNúcleos, oferecendo aos associados da ABTT a

oportunidade de adquirir conhecimento.Vem aí, o XVII Congresso Latino-Americano de QuímicaTêxtil organizado pela ABQCT, em São Paulo, de 4 a 7

de agosto próximos.

De 10 a 13 de agosto a ABTT promoverá o SeminárioTECNOTÊXTIL junto a FEBRATEX em Blumenau - SC.

O XXI CNTT começará no dia 7 de setembro e terminará

no dia 11. Muitas palestras, seminários, fóruns e debates

trarão especialistas nacionais e internacionais à aprazívelcidade de Natal - RN para o evento.

A oportunidade do reencontro dos colegas é única.Também este é um ano de eleições na ABTT.

Os associados devem ter em mente que a escolha de

Presidentes para os Núcleos Regionais é fundamental,

assim a ABTT continuará sendo a grande Associaçãoque nós temos. Vamos preservar este patrimônio cultural

escolhendo os colegas que realmente estarão dispostos

a doar um pouco de sacrifício para nossa grande ABTT.O Estatuto está disponível no site www.abtt.org.br. Vejam

os deveres que cada candidato eleito na ABTT tem.Compareça na sede do seu núcleo no dia da eleição,para que você ajude a escolher o melhor para a ABTT.

E, finalmente, na AGO do XXI CNTT, os Presidentes

Eleitos dos Núcleos Regionais serão referendados, e seráeleita a Diretoria Executiva para o período 2004 - 2006.

Que nossas escolhas sejam as corretas. Que a ABTT

continue grande !

Revista ABTT

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Í n d i c e

Fiação

TRIZ na Fiação

Contaminação em Algodão

pág. 08

ABTT

Recentes novidade da ABTT

pág. 06

Negócios

pág. 19

Confecção

pág. 15

Novas tecnologias para aindústria de confecção

Tecnologia

pág. 12

Gerência da Cor

Não-Tecidos

pág. 17

A importânciada normalizaçãonos dispositivos médicosnão-ativos

Processo 5S e Kanban

Foto da capa:

Uma foto histórica para a ABTT:

De 1 a 4 de novembro de 1962, no CETIQT, realizou-se oPrimeiro Congresso de Técnicos Têxteis. O colega Jessé Antônioe Silva da tribuna, exaltava os técnicos têxteis presentes aparticiparem da criação da ABTT, tendo à mesa os colegas JúlioCaetano Horta Barbosa Cardoso, Teodomiro Firmo da Silva Netoe Joao Pedroza Castelo, bem como os Diretores da Escola, RenatoCardoso e Maurilio Leite de Araújo.

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A B T T

Revista ABTT6

Um sucesso

comprovado:XXI CNTT / II SIENTEX e a 7ª FENATÊXTIL

De 07 a 11 de setembro de 2004 se realizaráem Natal - Rio Grande do Norte - a 7ª FeiraNacional Têxtil e de Confecções, o II SimpósioInternacional de Engenharia Têxtil e o XXICongresso Nacional de Técnicos Têxteis e deConfecções. Os números de empresasparticipantes aumentam face às últimasvendas de estandes: já foram adquiridos umtotal de 122 estandes, que perfazem 1.116m2 de área.

São 26 empresas da área têxtil, com 74estandes; 15 empresas de confecções, com21 estandes e 7 entidades prestadoras deserviços para a área têxtil e de confecção,com 11 estandes. Além disso, serãoreservados 16 estandes para empresas queparticiparem como patrocinadoras. Oscontatos devem ser feitos à empresa ASES,através do seu e-mail: [email protected] outras informações entre em contatoatravés do site: www.xxicntt.com.br.Agradecemos à ASES Associados e Eventos,a MAC Turismo, ao Governo e Prefeiturasdo nosso estado, aos patrocinadores eempresas que compraram seus estandes,pelo apoio a este importante evento da áreatêxtil e de confecções.

O Presidente do XXI CNTT, Iéris Ramalho Cortês.

Informações: Ases Associados (84) 202.5424

Boletim

eletrônicoA ABTT envia, regularmente, notíciasatualizadíssimas sobre acontecimentos nacadeia têxtil e na associação.Para receber, através de seu e-mailautomaticamente, basta atualizar seuendereço eletrônico em www.abtt.org.br ouenviando e-mail para [email protected].

Palestrasno NURESULAs palestras do Inmetro promovidas peloNURESUL - Núcleo Regional Sul da ABTT,presidido pelo Técnico Têxtil CarlosFeliciano, foram um sucesso !Foram realizadas palestras em Blumenau- SC no dia 17 de março pp, e em Jaraguádo Sul - SC no dia 18 do mesmo mês, sobreo tema: "Nova Regulamentação deEtiquetagem Têxtil", ministradas pelo Engº.Adelgício Leite, Engenheiro Têxtil pelaUERJ, fiscal do Inmetro e participante de

comissão para regulamentação têxtil, o quedemonstra o interesse do público presentee a importância do assunto. A quantidadee a qualidade das perguntas foramelevadíssimas.

TECHTÊXTILem AtlantaA terceira edição da feira Techtextil NorthAmerica - Feira Internacional de TecidosTécnicos e Não-tecidos foi realizada emAltanta, E.U.A, nos dias 30.03.04 a01.04.04, no Cobb Galleria Centre. Este ano,a feira estava em um pavilhão de 14.000 m2

e contou com mais de 300 empresasnacionais e internacionais que apresentaramnovas tecnologias e produtos durante três dias.Um seminário internacional com palestrantesde alta qualidade foi realizado ao mesmotempo, focando novos desenvolvimentos,processos e tendências no mercado mundial.

CongressoABQCT realiza o XVII Congresso Latino-

Americano de Química TêxtilO XVII Congresso Latino-Americano deQuímica Têxtil será realizado entre os dias 4e 7 de Agosto de 2004, no Hotel Gran Meliá,em São Paulo. Trata-se do maior encontrode profissionais do setor na América Latinapromovido pela FLAQT - Federação LatinoAmericana de Química Têxtil. Este ano, cabeà ABQCT a organização e preparação docongresso, que se realiza pela segunda vezno Brasil. A diretoria da ABQCT e a ComissãoOrganizadora do Congresso têm mantidocontatos com as maiores universidades

brasileiras e internacionais e, também, comempresas químicas e de equipamentosbuscando os temas mais atuais para seremapresentados no evento.Para assessorar a organização do Congresso,a ABQCT contratou a empresa CMF Eventose Congressos, que cuidará da secretaria doevento, e a agência de viagens EcologyPassagens e Turismo, que oferecerá facilidadese preços realmente especiais nas diárias doscongressistas. Também está sendo preparadoum farto material informativo, onde serãomencionados programas de conferências,horários e demais detalhes do evento.

A meta dos organizadores é apresentar omais alto nível de conferências técnicas,com enfoque na diversidade tecnológicaatual, nas áreas-chave do beneficiamentotêxtil internacional.O programa oficial do Congresso ainda nãoestá fechado, mas alguns temas já estãoem pauta, como aparece a seguir:

• Ink-Jet Printing/Digital Printing• Tecidos Inteligentes/Nanotecnologia/ 

Encapsulamento• Novos processos de preparação

e tratamento de fibras• Tinturaria/Indigo/Colorimetria/Ecologia• Efeitos de Lavanderia Industrial• Não-tecidos/Tecidos Técnicos/Fibras

XVII CongressoLatino-Americano de Química TêxtilDe 4 a 7 de Agosto de 2004Local: Hotel Gran MeliáAvenida das Nações Unidas, 12551São Paulo - SPInformações: ABQCT - tel. (11) 4195.4931e-mail: [email protected]

Site: www.abqct.com.br

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A B T T

Seminário Tecnotêxtil -FEBRATEX 2004A ABTT-Nacional, através de parceria com a FCEM Feiras,Congressos e Empreendimentos, realizará de 10 a 13 de agosto,o Seminário Tecnológico TECNOTÊXTIL. O evento ocorrerá duranteo período da FEBRATEX - Feira Brasileira para a Indústria Têxtil,nos Pavilhões da PROEB em Blumenau - SC.O TECNOTÊXTIL terá em sua programação técnica 24 palestras queacontecerão nos auditórios do Centro de Convenções "Willie Sievert",no mezanino do Pavilhão C, entrada principal da FEBRATEX 2004.A entrada será franqueada ao público visitante da FEBRATEX 2004,não havendo necessidade de inscrição prévia. A programação daspalestras está sendo divulgada no site www.abtt.org.br .

Eleições na ABTTNeste ano, de acordo com o Estatuto, deverão ocorrer eleiçõespara as composições dos Núcleos Regionais e Diretoria Nacional,para o período de 2004 a 2006.As eleições nos Núcleos Regionais deverão se realizar até o mêsde julho, e os Presidentes dos Núcleos Regionais serão empossadosdurante a AGO no XXI CNTT em Natal - RN.Na AGO do XXI CNTT acontecerão as eleições para a formação daDiretoria Executiva. É recomendada uma verificação dasresponsabilidades de cada ocupante de cargo na ABTT, através deleitura do Estatuto no site www.abtt.org.br .

Sócio-EmpresaA ABTT tem a honra de informar que fazem parte de seu quadroassociativo as empresas:BRATEX - Assessoria e Representações Ltda.Comercial e Representações RESITEX Ltda.CROMOQUIM Produtos Tensoativos Ltda.ERTEX QuímicaINPAL S.A. Indústrias QuímicasKYLY Indústria Têxtil Ltda.PEIXOTO GONÇALVES S.A. Indústria e ComércioPORINI Internacional Ltda.SINTEQUÍMICA do Brasil Ltda.TIQ Tremembé Industrias Químicas Ltda.UQP União Química Paulista - Tanatex S.A.Inscreva sua empresa, e usufrua das vantagens em nosso site:

www.abtt.org.br .

A ABTT parabeniza as empresas associadas que completam,50 anos de atividades em prol de nossa cadeia têxtil:UQP - União Química Paulista - Tanatex S.A.

Fundada em 19 de Janeiro de 1954Sintequímica do Brasil Ltda.Fundada em 09 de Fevereiro de 1954

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F i a ç ã o

Revista ABTT8

A metodologia TRIZ teve o início de seu estudo na Rússia, nadécada de 50 e, só recentemente, chegou ao Ocidente. Estametodologia objetiva aumentar a criatividade técnica através deferramentas que estruturam o pensamento a fim de solucionar umproblema no menor tempo possível.TRIZ é a sigla em russo que significa "Teoria da Solução Inventivade Problemas". Esta metodologia teve início com o engenheiroGenrich Saulovich Altshuller, que tinha por objetivo encontrar umaforma estruturada para facilitar o raciocínio e reduzir o tempo paraa solução de um problema. Altshuller analisou milhares decertificados de patentes do seu país tentando classificá-las porcategorias, não importando o tipo de problema mas, sim, o tipo de

solução utilizada, assim definiu cinco níveis de inovação:

• Nível 1Solução convencional - Inovações pouco inventivas e com poucasmudanças no sistema. Representa 32 % das invenções;• Nível 2Pequenas invenções dentro do paradigma - Oferece pequenasinovações no sistema reduzindo contradições técnicas. Representa45 % das invenções;• Nível 3Invenção substancial em termos de tecnologia - Resolução inventivade uma contradição técnica do sistema, normalmente com aintrodução de um elemento totalmente novo. Representa 18 %das invenções;

• Nível 4A solução é encontrada fora da tecnologia atual, utilizando

princípios totalmente diferentes da função principal, significandoassim uma quebra de paradigma. Representa 4 % das invenções;• Nível 5Este tipo de solução ocorre quando um novo fenômeno é descobertoe aplicado em uma solução inventiva. Representa 1% dasinvenções.Os níveis de descoberta 1, 2 e 3 representam a transferência desolução de uma área para outra. Isto significa que 95 % dassoluções inventivas em qualquer área já foram descobertas emoutras áreas. A maioria das patentes estão divididas em quatroáreas de tecnologia: mecânica, eletromagnética, química etermodinâmica. Devemos procurar no lugar certo, ou então, nãoencontraremos as melhores soluções para os nossos problemas.Por exemplo, se a nossa equipe é formada por especialistas emmecânica, dificilmente utilizaremos uma solução da área química.Altshuller dedicou sua vida ao estudo desta metodologia,desenvolvendo uma série de técnicas e ferramentas às quaischamou de TRIZ. As principais ferramentas são: Conceito deIdealidade, Matriz de Contradições, Análise C-S (Campo-Substância), Uso de Recursos, Leis da Evolução e ARIZ. Estametodologia continuou a ser desenvolvida por outros estudiosose hoje é aplicada em grande empresas, entre elas: Mitsubishi,Ford, Chrysler, Johnson & Jonhson, Xerox.É importante realçar que a metodologia TRIZ oferece o caminhopara a melhor solução de um problema, mas a aplicação prática

ou seja, a transformação desta solução em uma tecnologia ou

TRIZ na Fiação(Theory of Inventive Problem Solving) Aplicação da MetodologiaProf. Luiz Paulo Camargo Vieira Romano

produto, caberá ao designer, engenheiro e técnico.A seguir, estudaremos uma das ferramentas citadas e sua aplicaçãona área de fiação.

Matriz de ContradiçõesA análise das contradições é um poderoso método para encontrarsoluções inventivas, além de ser uma das ferramentas maisutilizadas da metodologia TRIZ. Após formular o problema, devemosidentificar as suas contradições. Todo desafio de um problema podeser expresso em uma contradição técnica ou física.• Contradição Técnica: consiste em um par de requisitos

contraditórios com relação a um mesmo sistema. Por exemplo:

o Passador deve ser rápido para aumentar a produção e deveser lento para melhorar a qualidade;• Contradição Física: consiste em um par de requisitos

contraditórios referentes a um mesmo objeto (elemento de umsistema). Por exemplo: os órgãos da Sala de Abertura devembater no material para abrí-lo, mas não devem bater no materialpois danificam as fibras.

Normalmente, a Contradição Técnica pode ser transformada emuma Contradição Física. Por exemplo:• Contradição Técnica: o pavio na Maçaroqueira, ao receber alta

torção, facilitaria o enrolamento, mas dificultaria a estiragem noFilatório de Anel;

• Contradição Física: o pavio deveria ter alta torção e, ao mesmo

tempo, baixa torção.Altshuller determinou uma Tabela de Contradição com 39parâmetros e uma Tabela de Princípios Inventivos com 40parâmetros.Através do cruzamento dos parâmetros que se deseja melhorar(linhas) e dos parâmetros prejudiciais (colunas) encontraremos,na Matriz de Contradições, os princípios inventivos em ordem defreqüência de uso. As tabelas e a matriz podem ser encontradasno endereço: www.inp.nsk.su/~dolgash/triz/index.html

Aplicação da Matriz de Contradições no Filatório de Anel.É sabido que um dos grandes problemas deste sistema de fiaçãoestá na l imitada velocidade de rotação dos fusos e,consequentemente, na produção da máquina quandocomparados com os novos sistemas de fiação. Esta limitaçãose dá devido ao atrito entre viajante e anel e entre o fio e viajante,gerando calor e fazendo com que o viajante se aqueça. Caso avelocidade do fuso ultrapasse 25.000 rpm o viajante édanificado, chegando a queimar e ser expelido do anel, já que aárea de contato entre viajante e anel não é suficiente paradissipar o calor gerado.A Contradição Técnica encontrada neste sistema está nanecessidade de alta velocidade do viajante para aumentar aprodução e na necessidade de baixa velocidade do viajante paranão danificá-lo. Outra maneira de formular a contradição seria, oatrito é necessário para haver enrolamento e o atrito danifica oviajante. Estas contradições podem ser transformadas em uma

Contradição Física, o viajante precisa girar em alta velocidade e

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ao mesmo tempo em baixa velocidade, sendo o atrito necessário eao mesmo tempo prejudicial.Os parâmetros da Tabela de Contradições que mais se aproximamdos encontrados são: Velocidade (9), Temperatura (17), Produção

(39), Perda de Substância (23), Durabilidade do objeto emmovimento (15).Utilizando a Matriz de Contradições identificaremos os melhoresprincípios inventivos:

Substituição de meios mecânicos (28)• Substituir o sistema mecânico por auditivo, ótico ou olfativo;• Substituir o sistema mecânico por elétrico, magnético ou

eletromagnético;• Substituir o campo;• Utilizar um campo em conjunto com partículas magnéticas.

Mudança de parâmetros e propriedades (35)• Alterar as características do objeto, a sua densidade, flexibilidade

ou temperatura;Estes princípios precisam ser adaptados ao nosso problema. Assoluções seriam:• Criar um sistema eletromagnético que substitua o anel e viajante

ou que controle o atrito entre eles;• Utilizar um sistema de lubrificação ou de refrigeração do sistema

anel e viajante ;• Alterar o material utilizado no sistema anel e viajante.

ConclusãoNeste artigo conhecemos um pouco sobre a metodologia TRIZ e aaplicação de uma de suas ferramentas. O exemplo sugerido possuisuas complicações tecnológicas, mas esta ferramenta se aplica

aos casos mais simples com igual sucesso. Por ser uma metodologianova e ainda em desenvolvimento possui sua aplicação limitada aalgumas empresas, mas pode ser amplamente aplicada emqualquer área de atuação, principalmente se for trabalhada emconjunto com o Quality Function Deployment (QFD) e com asferramentas de Engenharia Robusta de Taguchi.

Referência Bibliográfica

1. Altshuller, G. S. (pseudônimo Altov, H.) And Suddenly theInventor Appeared, 1994, Technical Innovation Center, Auburn,Massachussetts.2. Altshuller, G. S. Creativity as na Exact Science, 1988, Gordonand Breach, New York.3. Salamatov Y. TRIZ: The Right Solution at the Right Time, 1999,Insytec,

Tabelas:www.inp.nsk.su/~dolgash/triz/index.html

Prof. Luiz Paulo Camargo Vieira RomanoSENAI / CETIQT

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Revista ABTT10

Contaminação em AlgodãoRuben Guilherme da Fonseca

Qualidade.A este conceito são atribuídos muitossignificados subjetivos e, conseqüentemente,de difícil mensuração. No mundo em quevivemos, cada vez mais pragmático, cartesianoe focado nos índices de rentabilidade dasatividades produtivas, a subjetividade poderepresentar uma ameaça.Nesse contexto, a definição da palavraqualidade como a "adequação ao uso" pareceser a mais simples e completa. Sendo assim,no caso específico do algodão na indústria

têxtil, à pureza da fibra podem ser atribuídosdiferentes graus de criticidade, em funçãodos diversos processos de fiação de fibrasnaturais empregados: anel, open-end, jatode ar e fricção.Diversos autores destacam sete característicasque influenciam, decisivamente, naperformance de fiação: comprimento de fibra,uniformidade de comprimento, resistência àruptura, índice micronaire/finura, alongamentoà ruptura, pureza e cor. A tabela a seguir(tabela 1) ilustra, segundo suas relevâncias,todas essas características.

Tabela 2:Contaminantes (Fonte: ITMF, 2003).

Figura 2:A contaminação no Brasil em relação a outros "players" do

algodão mundial (Fonte: ITMF, 2003).

Figura 1:A escalada global da contaminação (Fonte: ITMF, 2003).

Tabela 1:Qualidade da fibra: Prioridades (Fonte: Rieter, 2002)

Com efeito, pode-se afirmar que osprocessos open-end e fricção são os mais"intolerantes" à contaminação de pluma.Com o propósito de se traçar um diagnósticoda qualidade global do algodão, o ITMF(International Textile ManufacturersFederation) conduz, periodicamente, umapesquisa que é amplamente divulgada acada dois anos.Antes de compartilharmos os dadosapresentados nessa pesquisa, é precisoeliminar, ou pelo menos, reduzir, asubjetividade em relação à caracterizaçãodos contaminantes do algodão aos olhosda indústria. A tabela a seguir (tabela 2)

representa um esforço nesse sentido.

É senso comum, entretanto, que cadalocalidade possui suas especificidades. Háalguns anos, por exemplo, em pesquisaconduzida pelo NCC (Nacional CotamCouncil-EUA) identificou-se que a formade contaminação mais freqüente emdeterminadas regiões produtoras daquelepaís eram as famosas sacolas plásticas(comuns em supermercados, farmáciasetc.). É no treinamento, portanto, quedevem ser concentradas as ações mais

estratégicas de agregação de valor. Eis umgrande desafio !Na referida pesquisa foram avaliadas 75descrições de algodão, consumidas por 220fiações em 23 países. O desenvolvimentotecnológico torna as máquinas mais rápidas e,sensíveis a atos de imperícia, o que torna amanutenção importante fonte de recursos paraos fabricantes de máquinas e equipamentos.Os reflexos deste cenário são muitos, em termosde qualidade de fibra. Dados da referidapesquisa dão conta de que, enquanto no anode 1989 o nível global de contaminação erade 15%, hoje ultrapassa os 25%, ou seja,observa-se um acréscimo nos níveis globaisde contaminação da ordem de 10% em umperíodo de apenas 14 anos.Mais ainda, a partir de 1997 a taxa decontaminação de pluma aumentou de formaainda mais significativa, como pode ser vistona figura a seguir (figura 1).O número de fabricantes de máquinas eequipamentos têxteis no mundo é reduzido,(quanto ao ser humano, o mais importantefator de produção em qualquer sistema dequalidade), somos mais de 6.000.000.000(UNCTAD, 2003) não havendo, jamais, dois

seres idênticos.

A figura a seguir (figura 2) ilustra que,enquanto os níveis gerais de contaminaçãono Brasil evoluem de forma "comportada",na Ásia Central, tal parece estar longe deocorrer. No Egito, observa-se um declínioimportante, enquanto na Turquia e na ÁfricaOcidental ocorre o inverso.

Outra conclusão importante advém daobservação da figura acima: dentre ospaíses relacionados, os EUA e o Brasilsão os que abrigam expressivos índicesde mecanização, comprovando-se que,enquanto a mecanização exerce umainf luência prev is ível , rastreável e,sobretudo limitada, o ser humano padecede treinamento, necessitando ter seus

procedimentos padronizados e rastreados

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Revista ABTT 11

e, quando oportuno, difundidos. O conceitode qualidade total, em qualquer que seja oprocesso produtivo, terá no treinamento ena rastreabilidade os seus alicerces maisimportantes.

Continuemos analisando os demais dadosapresentados na pesquisa. No que dizrespeito à contaminação por matériaorgânica, 50% do algodão consumido noplaneta foi considerado moderado ouseriamente contaminado (39% em 2001).No caso do Brasil, os dados não parecemmuito acurados na medida em que, no anode 1999, a descrição utilizada foi South(Sul). Da mesma forma, em 2001, e parao mesmo tipo de fonte de contaminação, adescrição empregada foi North, ou seja,Norte.

PegajosidadeQuanto à pegajosidade, fenômeno decorrenteda impregnação de açúcares fisiológicos e/ouentomológicos à fibra do algodão, e que podeacarretar importantes perdas em eficiência nafiação, a descrição Acala Sudanesa foiconsiderada, dentre aquelas estudadas, amais seriamente contaminada, com 80% deocorrência. Vale lembrar também que,enquanto a ocorrência de matérias estranhasà fibra do algodão está relacionada aos hábitosprodutivos, a pegajosidade tem entre seusprincipais componentes, fatores tais como:variedade, área de plantio, infestações,

sazonalidades etc., tendo como causas maisfreqüentes a impregnação de néctar de plantase excreções de insetos (Mosca Branca ePulgão) à superfície da fibra e o esmagamentode sementes nas etapas de colheita edescaroçamento (beneficiamento).

Outros contaminantesNa indústria têxtil, também são interpretadoscomo contaminantes (USTER, 2001):• Trash. Caracteriza-se por partículas de

diâmetro (dµm) superior a 500;• Dust. Subdivide-se em: visíveis (20<

dµm<500), microscópicas (15< dµm<20)e respiráveis (dµm<15), estas últimas, asmais nocivas ao ser humano;

• Fibras mortas, de seção transversal"achatada" ou plana, torções desprezíveise compostas basicamente por resíduoscelulares (protoplasma);

• Fibras imaturas. Baixo índice de deposiçãocelulósica anelar, baixo índice de torçõese baixa resistência;

• Fibras curtas, de comprimento inferior a12,7mm, tendem a reduzir o rendimentode matéria-prima, principalmente emprocessos penteados de fiação;

• Neps, minúsculos emaranhados fibrosos,

que ocasionam irregularidades no fio ena igualização do tingimento;

•Neps de casca, minúsculos resíduosprovenientes da planta, que se aderem

intimamente à fibra, aumentando o índicede rupturas e de emendas, dependem daqualidade e da agressividade dosprocessos de colheita e descaroçamento.

Quanto a este último fator de contaminação,registra-se na pesquisa que 44% de todo oalgodão consumido no planeta é moderadoou seriamente contaminado, em 1997 oíndice era inferior a 33%. No Brasil, ondeforam identificados 32% de ocorrência, osíndices são compatíveis com os outros 20produtores mais isentos desta fonteespecífica de contaminação.

Enquanto nos últimos 14 anos a médiamundial de ocorrência de pegajosidade nãomudou significativamente, a fragmentaçãode sementes tem crescido de formaacelerada, como visto na figura acima(figura 3).

ConclusãoO algodão deve ser entendido como umacommodity a ser produzida por profissionais,em todas as etapas que compõem o processoprodutivo, do campo às bolsas mundiais demercadorias. É fundamental a garantia deum alto padrão de qualidade por um prazomaior.Um “check list” contemplando operaçõesbásicas, tais como: remoção de britas ecascalhos da área de colheita (especialmenteem localidades próximas às estradas), asubstituição programada de cordoarias elonas, limpeza e a manutenção freqüente defusos e guarnições de colheitadeiras edescaroçadores, a lubrificação (tipo equantidade) correta, conforme recomendadopelo fabricante de máquinas, etc. Este checklist, quando efetivamente empregado, é umpoderoso instrumento de garantia da

qualidade.

Ruben Guilherme da Fonseca é Engenheiro Têxtil (UERJ/ SENAI-CETIQT), Técnico de Nível Superior e Chefe do

Laboratório de Tecnologia de Fibras e Fios do Centro Nacionalde Pesquisa do Algodão, Embrapa Algodão-PB.Contatos: [email protected]

De qualquer modo, se me permitem expressarminha opinião, é preciso um esforço em

conjunto, a fim de se traçar um diagnósticoda contaminação do algodão produzido noBrasil. Em tempos onde o acordo multifibras(world multifibre agreement) vê-se com seusdias contados, a perspectiva é de que osmercados protecionistas lançarão mão, semdúvida nenhuma, de outros instrumentos não-tarifários como forma de preservar ahegemonia de seus mercados, dentre eles,as barreiras ambientais, fitossanitárias e dequalidade.Uma ampla prospecção da atual situaçãoda contaminação do algodão brasileiro, coma interação efetiva de todos os processos(do plantio da semente no campo à mesarevisadora na indústria) nos proporcionariaum cartão de visitas para o mercadointernacional, digamos, invejável.

Referência Bibliográfica

1. ITMF (International Textile ManufacturersFederation). Cotton Contamination Surveys:1999-2001-2003. Cd-Rom, 2003.2. Turati, N.G.Z; Menezes, K.M; Croscato,G.S; Katsuki, M.Y; Santos, C.N; Luiz, J.A;Mizoguchi,E. Proposta de métodos simplesde determinação de açúcar no algodão paraverificação do grau de caramelização.SIENTEX, 2000.3. Zellweger Uster. Uster Statistics, 2001.Cd-Rom.4. Edmisten, Keith L. Faircloth, Joel. CottonContamination. Carolina Cotton Notes, NCSU,2001.

Figura 3:O crescimento na ocorrência de fragmentação de sementes

(Fonte: ITMF, 2003)

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T e c n o l o g i a

Revista ABTT12

Os processos de criação, comercialização eengenharia, atualmente, utilizam cada vezmais os sistemas digitais. As facilidades ebenefícios destes sistemas modificam omodo e as relações da produção,comercialização e desenvolvimento deprojetos e produtos. A padronização econtrole dos processos de produção e dedesenvolvimento de produtos melhoraramsignificativamente através dos meiosdigitais. Estes processos melhoraram odesempenho quanto à agilidade na criação,

combinação, simulação e comunicação dospadrões e formas dos produtos.A comercialização de produtos sofreumodificações significativas com o envio,recebimento e registro de informações. Opróprio acompanhamento da produção deartigos encomendados por clientes já causamodificação nas relações entre produção evendas. Um dos problemas quanto aosprocessos digitais é quanto à padronizaçãoda cor. O objetivo deste artigo é informarsobre alguns aspectos da gerência da cor, arespeito de alguns trabalhos desenvolvidosnesta área e suas implicações nos processos

digitais e na área têxtil.

Alguns aspectos colorimétricosApesar de todas as facilidades e modificaçõesbenéficas que os sistemas digitais trazemaos diversos processos de criação, produçãoe comercialização, algumas situaçõestecnológicas não permitem uma qualidademaior quanto à padronização da cor. Areprodução da cor em impressoras emonitores, e na captação de imagem pormeio digital, demanda grande investimentoda indústria fornecedora de equipamentosdigitais e processadores de imagem.A gerência da cor busca meios de manter umpadrão quanto à transmissão e reproduçãoda cor. A comunicação da cor mesmo emtempo anterior ao da tecnologia digitalsempre trouxe dificuldades. A cor ocorre poruma sensação humana que gera umalinguagem subjetiva. A ciência busca, háalgum tempo, além da explicação atravésde modelos sobre a natureza da cor, tambémcomo organizá-la de forma lógica e objetiva.Um caminho encontrado foi o uso de umsistema cartesiano que compara,objetivamente, duas cores. Este sistema

forma um espaço onde as cores podem serrepresentadas e comparadas.

Gerência da CorPadronização da Cor para o Desenvolvimento de Sistemas Digitais deDesign e Sistemas Colorimétricos. - Leonardo Garcia T. Mendes

A CIE (Commission Internationale del’Eclairage) criou um espaço de referênciade cor através de cálculos e medidas físicas.Pode-se utilizar então o padrão de cor CIEpara comparações ou medidas precisas.A cor pode ser mensurada através de uminstrumento conhecido como espectro-fotômetro.Este instrumento serve para medir a luzabsorvida por um objeto. Tal sistema gerauma curva de reflectância entre valorespróximos de 400 nm e 700 nm (luz

visível). Deve-se observar que a luzcaptada, neste caso, é a luz refletida peloobjeto. Este sistema é conhecido comométodo subtrativo.

Através do método conhecido como aditivopode-se utilizar três fontes de luz querepresentem, através da sua variação deintensidade, o espectro. Pode-se encontrarassim valores que representem coresreconhecidas pelo olho humano. Estesvalores são conhecidos como triestimulus.Pode-se escrever os valores em um sistemacartesiano formando um espaço de cores.Deve-se observar que esta gama de coresnão se distribui por igual no espaço. Assim,a distância informada pela diferença decores no espaço não nos diz quão diferentes

serão as cores mostradas. Sabe-se porém,

Figura 1: Sistema subtrativoFonte: Adams II, R.M. & Weisberg, J.B, 1998,

The GATF practical guide to color management,GATF (Graphic Arts Technical Foundation) press, USA.

precisar objetivamente se duas reproduçõessão iguais entre si e se são semelhantes auma imagem original.O sistema de cor utilizado como referência emdiversos sistemas colorimétricos ou de designé conhecido como CIELAB. Onde L representavalores de 0 a 100 de luminosidade, A o eixovermelho/verde e B o eixo amarelo/azul. O deltaE é a diferença entre duas cores neste sistema.Com isso pode-se criar um valor de tolerânciapara cores reproduzidas comparando-as.

Figura 2: Sistema aditivoFonte: Adams II, R.M. & Weisberg, J.B, 1998,

The GATF practical guide to color management,GATF (Graphic Arts Technical Foundation) press, USA.

Caracterização da cornos equipamentos de entradaPode-se utilizar um padrão para configurarum equipamento de entrada. Este padrão éproduzido pelas três maiores companhiasde filmes fotográficos (Kodak, Fuji e Agfa) eé conhecido como IT8. Este padrão éapresentado como foto ou transparência. Opadrão IT8 mostra o espaço de cor CIELABem 264 amostras de cor com 23 tons decinza. Deve-se observar que existempequenas diferenças entre os padrões dosfornecedores e, também, entre asproduzidas pelos fabricantes. Estes desviosnão causam diferenças significativas naprecisão dos sistemas gerenciais de cor. Ascores são mensuradas e informadas através

de um espectrofotômetro. Os valores RGB

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Revista ABTT 13

produzidos por um "scanner" sãocomparados através do CIELAB. Umsoftware gerencia estes valores formandoum meio de comunicação e comparação das

cores entre os equipamentos. Os valores sópodem ser utilizados nas imagens obtidasatravés deste equipamento. Este sistema éconsiderado como fechado, pois utilizaapenas um "scanner" e sua configuração.As câmeras digitais e "scanners" vêm, emgeral, equipados com softwares queauxiliam ao controle manual do processodigital. O problema neste caso é que paraobtenção de padrões de alta qualidade, asimagens captadas, não necessariamente sãoas mesmas da imagem original, ou seja, areprodução de imagens diferentes pode levara cores diferentes. A configuração oucaracterização da cor pode não capacitaro sistema para toda e qualquer reprodução.A melhor forma de resolver esta situação éidentificar o maior número de configuraçõesde "scanners" tipicamente usados eestabelecer um ambiente ou meio própriopara cada configuração. Pode-se utilizardiferentes configurações como, por exemplo,para tipos de imagens com: baixa, médiaou alta resolução.

Figura 3: Padrão IT8.7 para scanner da ICCInternational Color Consortium

Fonte: Adams II, R.M. & Weisberg, J.B, 1998,

The GATF practical guide to color management,GATF (Graphic Arts Technical Foundation) press, USA.

Câmeras digitaisAs câmeras digitais podem ser configuradascomo os "scanners". A diferença básica éque as câmeras digitais não possuem fontespróprias de luz. Deve-se considerar que afonte de luz e sua geometria não devem seralteradas durante a configuração. Acaracterização da cor ocorre através de um"scanner" onde um padrão fotográfico (IT8)é digitalizado e analisado.

Caracterização da cornos equipamentos de saídaA caracterização de cores para configuraçãode monitores e impressoras que servem para

visualizar a reprodução de imagenscapturadas em "scanners" ou câmeras ou,ainda, criadas em softwares para Designdeve levar em consideração o espaço dacor dos equipamentos de entrada comoreferência.

MonitoresOs monitores convertem sinais digitais RGBem sinais analógicos que controlam aintensidade do fósforo vermelho,verde e azulda tela. Para cada combinação RGB, emcada pixel na tela, produz-se uma sensaçãode cor. A conversão de modo digital paraanalógico da maioria dos monitores ocorrede forma diferente. Segundo Cost [1987]apenas alguns monitores trabalham demodo padronizado, apenas a Sony e aHitachi. Pode-se garantir que a mesma cor,mostrada em dois monitores diferentes, édiferente. Os sistemas gerenciais de corpermitem caracterizar ou relacionar as coresno espaço de cor, garantindo que a cormostrada na tela será a mesma vista porum observador em uma imagem captadapor um "scanner" previamente configurado.Para se configurar um monitor é necessário

utilizar um colorímetro especial. Esteequipamento faz a mensuração da intensidadedo vermelho, azul e verde emitidos na tela. Oprocesso é automatizado na sua maior partee pode ser incluído em um processo derotina. Deve-se observar que as regulagensdo monitor, como brilho e contraste, devemser mantidas.

A maior parte das cores utilizadas emsistemas de captação de imagens eimpressão é, em geral, apresentada pormonitores configurados. Isto é possívelporque a maior parte das cores é representada

ou inserida no campo de cor gerado pelosmonitores.Uma comparação entre uma imagem obtidaatravés de um "scanner’ou uma fotografia ea mesma imagem digitalizada em ummonitor mostra a dificuldade de se obter asmesmas cores devido à iluminação da telapor uma fonte de luz. O original serve comoum ponto de referência. Deve-se observarque o olho humano rapidamente se adaptaàs variações da cor. Somente por valoresexternos ou padrões caracterizam-se cores.

ImpressorasApesar dos diversos processos de impressãoobservados, os sistemas digitais se utilizamcada vez mais de impressoras jato-de-tinta.Tanto para papel como para tecidosobserva-se um grande investimento porparte da indústria nestes equipamentos. Ascores utilizadas neste caso são as conhecidoscomo magenta, ciano, amarela e preta. Oscorantes ou pigmentos utilizados paraproduzir estas cores não são padronizadosem termos das cores obtidas, ou seja, doisfabricantes podem fornecer dois cianosaparentemente iguais, mas que produzem

um campo de cor diferente.

Figura 4: Diagrama de cromaticidade (CIE)com campos de cor de impressora e monitor

Fonte: Adams II, R.M. & Weisberg, J.B, 1998,The GATF practical guide to color management,

GATF (Graphic Arts Technical Foundation) press, USA.

Figura 5: Um exemplo de otimizador de monitorusado com um colorímetro de emissão.

Fonte: Adams II, R.M. & Weisberg, J.B, 1998,The GATF practical guide to color management,

GATF (Graphic Arts Technical Foundation) press, USA.

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T e c n o l o g i a

Revista ABTT14

Como é mostrado nas figuras, as diferençasentre a cor ideal e a obtida através doscorantes e pigmentos é significativa.

Além da padronização e comportamentodos corantes pode-se observar que osubstrato, o meio de aplicação docorante, os meios tons e a fixação, sãovariáveis que influenciam o campo da cor.O sistema de gerência da cor deve levarem consideração estas questões. Istotornaria o problema quase que insolúvelse o estudo fosse focalizado em cada

variável. Pode-se utilizar uma abordagemonde todas as variáveis são consideradascontrolando-se o campo da cor dosistema no espaço de cor da impressora,imprimindo-o e reproduzindo-o.

Figura 6: Representação das coresmagenta, ciano e amarela ideais e reais.

Fonte: Cost, F., 1997, Digital Printing, Delmar Publishers, USA

Figura 7: Campos de cor de um substrato revestido impresso(Cinza escuro) e um substrato não revestido impresso(Cinza claro) Fonte: Cost, F., 1997, Digital Printing,

Delmar Publishers, USA

Conclusão:os sistemas gerenciais de corExistem limitações óbvias na reprodução,comunicação e apresentação das cores nossistemas digitais. Sabe-se que os limites docampo de cor dos sistemas de impressãonão podem ser transpostos no atual estadoda arte. Logo, sistemas gerenciais de cor,buscam diminuir os desvios e a adaptabilidade

do olho humano na padronização da cor, sema intervenção de um especialista ou de umconhecimento técnico prévio.Programas gerenciais de cor são utilizadosà parte ou acoplados aos diversos sistemasde processamento de imagens. Os principaismercados onde se observa o interesse destapadronização são aqueles onde a reproduçãoda cor, demanda um grande esforço por partede técnicos de diversas áreas.Os sistemas gerenciais da cor buscamfacilitar o uso dos sistemas digitais quanto àpadronização, caracterização, transmissão ereprodução. Atualmente, grandes empresas

buscam soluções tecnológicas para muitasdestas questões que limitam a padronizaçãoe reprodução das cores.Estas questões abrangem um estudomultidisciplinar para superar todas asdificuldades tecnológicas observadas. Umgrande esforço ainda é necessário paraque se chegue a um consenso e a umtermo melhor no gerenciamento da cor.

Figura 8: Campos de cor de um monitor(Cinza escuro) e impressora (Cinza claro)

Fonte: Cost, F., 1997, Digital Printing,Delmar Publishers, USA

Figura 9: Comparação de Campos de cor de duas impressoras.Fonte: Cost, F., 1997, Digital Printing,Delmar Publishers, USA

Leonardo Garcia T. Mendes é do SENAI-CETIQT

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C o n f e c ç ã o

Revista ABTT 15

Novas tecnologias para a indústria de confecçãoPaulo Roberto de Almeida Gonzaga

Tendências das novas tecnologiasNas últimas feiras internacionais e nacionaisnão temos observado revoluções nastecnologias, como foram em outras épocasos sistemas de CAD para modelagem,graduação, encaixe e risco a máquinaautomática de corte ou, ainda, as primeirasmáquinas de costura automáticas.A grande maioria dos fabricantes aperfeiçoaramos equipamentos existentes, tornando-os maisacessíveis ao mercado.Isto não significa dizer que não surgiram

novas tecnologias para o setor, apenas oimpacto delas é bem menor do que oexercido pelos equipamentos citadosanteriormente.Os body-scanners, talvez, possam representaresta nova revolução.A informatização da empresa de confecçãoé uma tendência que alavanca outras quepodem ser agrupadas da seguinte forma:

A produção personalizada em larga escala(Mass customization)A indústria de confecção, ao invés deproduzir em massa, tentando definir um

padrão médio de pessoa, passa a produzira roupa para um indivíduo específico.Discute-se muito preços e custos desteprocesso, fator que inviabiliza a adoção porparte de um número maior de empresas.Esquece-se, porém do custo de manter osestoques, do custo das sobras, das lojas edas fábricas.O segmento da confecção que põe emprática essa forma de trabalho é o queproduz ternos, pois, normalmente, nãoentregam o produto no momento da vendaao cliente e ainda têm custos de ajuste daroupa. Porém, para desenvolver estatendência, com sucesso, é preciso investirem tecnologia.

A flexibilização dos equipamentosUma mesma máquina pode ser programadapara realizar uma seqüência de operaçõesde um mesmo produto, ou mesmo todo oproduto, desde que estas operações tenhamalguma similaridade. Isto se faz necessário,pois, cada vez mais, os lotes de produçãosão menores. Com isso, pode-se otimizar ouso do equipamento e fazer com que oproduto chegue mais rápido ao mercado

consumidor.

O automatismo com flexibilizaçãoÉ cada vez mais freqüente em nossas empresaso uso de equipamentos automáticos, onde ooperador é treinado em pouco tempo e oresultado de qualidade é excepcional. Os novosequipamentos aliam esta condição àflexibilização, ou seja, é possível na mesmamáquina realizar automaticamente diferentespadrões de um mesmo tipo de operação, empoucos minutos, pelo próprio operador, sema necessidade de mecânicos especializados.

Interface entre diversos sistemasEsta interface entre sistemas permite que oponto-de-venda esteja interligado à fábricae vice-versa, podendo assim, imediatamentetransferir as informações de um local parao outro, on-line. Dentre estas informaçõespodem estar as medidas do corpo de umcomprador, ou as vendas de um determinadoproduto.Esta interface permite, ainda, que umaempresa de confecção tenha o CAD demodelagem e risco de um fabricante e a

cortadora de um outro.

Ainda que visto pelo mercado, principalmentepelas grandes empresas de tecnologia comoalgo discutível, temos visto as empresasconsideradas menores, cada vez mais,conseguirem a interface dos seus sistemascom a tecnologia das empresas maiores.

A adequação da tecnologiaao porte do clienteHá algum tempo dizia-se, que um sistemade CAD só era aplicável à um grupoespecífico de empresas, que produziam

acima de um determinado valor. Porém, oque vemos hoje, é que algumas destasnovas tecnologias estão disponíveis paraempresas de qualquer porte, seja elapequena, média ou grande, pois existemsoluções compatíveis com o tamanho decada uma. E, ainda pode-se adquirir novosmódulos à medida que a empresa evolui.Os sistemas de CAD para modelagem,graduação, encaixe e risco, e os de bordadoestão aí para provar isto.

Body ScannersNova tecnologia para o desenvolvimento

das tabelas de tamanhosSabemos que no Brasil não existe umpadrão de medidas que identifique o perfildo nosso povo. Precisamos destas medidaspara que possamos contemplar a nossamodelagem e tornar os nossos produtosmais vendáveis e adequados ao consumidor.Estas tabelas de tamanhos, existentes empaíses mais desenvolvidos são obtidasatravés da pesquisa e medição de váriaspessoas.No Brasil, encontramos dificuldade em realizá-las por vários motivos, tais como: somos umpaís com diferentes tipos físicos, dificuldadesfinanceiras, falta de metodologia e apoio paradesenvolver tais pesquisas.Para facilitar este processo de medição doscorpos, tratamento dos dados representativosde uma população e, conseqüente, adequaçãodos produtos confeccionados, foi desenvolvidoum sistema informatizado que "escanea" ocorpo de uma pessoa, identificando umconjunto de medidas da mesma. Esteprocesso é muito rápido, o que possibilita odesenvolvimento de produções personalizadase de tamanhos mais adequados ao cliente.

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C o n f e c ç ã o

Revista ABTT16

Paulo Roberto de Almeida Gonzaga é Gerente do setor deconfecção industrial do SENAI-CETIQTe-mail: [email protected]

A ABRAVEST tem um projeto para realizaresta medição, no Brasil, com o uso destanova tecnologia.

Novas tecnologias de modelagemAs principais novidades na área demodelagem estão nos sistemas quepermitem individualizar a modelagem.Estes processos funcionam da seguinteforma: têm-se um conjunto de tamanhospreestabelecidos. No ponto-de-venda seidentifica o tamanho básico do cliente, emseguida, se tomam algumas medidas decomprimento e contorno do mesmo. Estesdados são enviados imediatamente à fabricaque, rapidamente, adapta a modelagempara este novo cliente.Uma outra tendência são os sistemas debaixo custo inicial que permitem a umaempresa de pequeno porte desfrutar dasvantagens de um sistema CAD paramodelagem, rodando em um PC, podendoexpandir este sistema a partir do momentoque a empresa cresce.

Novas tecnologias para encaixe de peçasPraticamente, todos os sistemas de CADutilizam o encaixe automático comosolução. Na produção personalizada esta éuma ferramenta importantíssima, pois otempo gasto para desenvolver um encaixe

manual passa a ser muito alto. Portanto, oencaixe automático e por analogia (quecopia as condições de um bom encaixepreviamente elaborado) são amplamenteutilizados.Nos sistemas aplicados às empresas depequeno porte, também é possível desenvolverencaixes manuais e automáticos.É possível, ainda, adquirir o programa demodelagem, em alguns casos, separado dode encaixe, permitindo ampliar a capacidadede trabalho apenas com o custo de um hard-lock e de um computador.

Novas tecnologias para risco de peças,modelos ou encaixesO destaque nesta área são os "plotters" jato-de-tinta que imprimem riscos de qualquer naturezaem velocidade contínua, independente dadensidade do mesmo ou do que se desejaescrever de informações sobre as peças quefazem parte do risco.Os sistemas de baixo custo podem utilizar estesmesmos tipos de plotter, mas, para manter esteconceito é comum utilizar impressoras paraimprimir riscos miniaturizados, ou "plotters"mais baratos, entre 90 e 103 cm de largura.

Novas tecnologias de enfestoAs novidades nesta área foi a substituiçãodo corte da beirada de enfesto, normalmentefeito por uma máquina de corte de disco,

por um dispositivo que rasga o tecido no fioexato da trama, muito usado em tecidosxadrezes, listrados ou especiais.Uma outra novidade é a identificação daposição de um defeito no risco, permitindoassim decidir se o mesmo invalida a peçaou não.

Novas tecnologias de corteAssim como nos sistemas de CAD, uma dasgrandes novidades está nos sistemaspersonalizados de produção, ou seja, nasmáquinas que trabalham com corte unitário.Existem alguns modelos: cortadora estática,cortadora com esteira, cortadora comenfesto, cortadora com projetor de encaixe.Outras duas novidades estão na máquinade corte de duas cabeças, o que permiteaumento de 60% da produção, e emmáquinas extra-largas, que permitem cortesde tecidos até 3,30 m.

Novas tecnolgias de etiquetagemEsta tecnologia é pouco difundida no Brasil.Em seu lugar se utiliza o plotter. Umasolução interessante parece-me ser a queacopla o cabeçote de etiquetagem à

máquina de corte. O inconveniente é que aetiqueta é colocada sobre o plástico querecobre o enfesto. Portanto, é necessárioretirar a etiqueta do plástico e passar paracima do tecido (pacote de peças). Para estesistema funcionar bem é importante que amáquina mova o enfesto enquanto corta.

Novas tecnologias de máquinas de costuraAs principais novidades estão relacionadasaos equipamentos automáticos e flexíveis,pois no mesmo posto de trabalho podemser realizadas algumas operações similaresem diferentes produtos e esta adaptação é

realizada em pouquíssimo tempo.Outra novidade são as máquinas programáveisque permitem realizar uma seqüência deoperações de uma mesma peça, como porexemplo, travetes/moscas diferentes numalingerie ou mesmo executar todas asoperações de uma camiseta.Estes processos combinam aumento daprodutividade, alta adaptabilidade aosnovos modelos, redução do tempo detreinamento e redução dos tempos ociosospara mudanças de produtos.

Novas tecnologias de passadoriaAs novidades nesta área são as passadoriasespecializadas por partes do produto ou doproduto completo. O controle do processo

é feito eletronicamente.

Outras novas tecnologias aplicadasà confecçãoSelecionamos algumas tecnologias paracomplementar este nosso trabalho:

• Transporte aéreoUtilizado para agilizar o processo deprodução personalizada.

• LogísticaSistema utilizado para otimização dosespaços em depósito de produtosacabados e expedição.

• Estamparia direta do CADSistema utilizado para fazer pequenasamostras de tecidos estampados diretopara impressora.

• Máquina de costura comandada por vozUtilizada para integrar / reintegrardeficientes físicos ao trabalho.

ConclusãoNão pretendemos com este artigo esgotar

o assunto. Mesmo se quiséssemos nãoconseguiríamos, pois a tecnologia avançaa todo momento. Precisamos sim, estaratentos a estes desenvolvimentos, parapodermos visualizar àquelas que melhor seaplicam às condições da nossa empresa.Não podemos ficar de braços cruzadosachando-as muito caras. Caras são astecnologias que não aplicamos, pois aconcorrência poderá estar utilizando.Não devemos, também, optar pela maisbarata, pois corremos o risco de compraralgo descartável. Lembro sempre que, umempresário quando adquire o seu carro, a

sua casa, ele não opta pelo mais barato e,sim, por aquilo que represente a melhorrelação custo-benefício.

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N ã o - Te c i d o s

Revista ABTT 17

História e evolução do vestuário cirúrgicoA história relata que o vestuário cirúrgicosó começou a fazer parte da indumentáriados médicos a partir do século XX. Nessaaltura, os membros das equipes cirúrgicasutilizavam duas peças, esterilizadas quecobriam todo o corpo. No entanto, sãodesconhecidos os detalhes específicos sobreo material utilizado, relatando-se todavia, quedeveriam ser materiais leves e adequadospara a aplicação em causa.

Quando as técnicas assépticas começarama ter aceitação, os têxteis foram consideradosbarreiras assépticas, utilizadas para protegeras zonas de intervenções cirúrgicasesterilizadas, da invasão de micróbios.Os tecidos, com o seu caráter reutilizável,foram considerados adequados para estaaplicação tornando-se, o tecido de algodãocardado, geralmente referido como musselina,o mais conhecido e utilizado. Este materialera de fácil aquisição, fácil de trabalhar,econômico e parecia ter as característicasnecessárias para ser considerado uma barreiraaceitável. (Belkin, 1993)

Os materiais utilizados na fabricação de bataspara o bloco operatório foram vários ao longodeste século. Os tecidos de algodão com umacontextura apertada (elevado número de fios/ cm) foram e, ainda, são utilizados em blocosoperatórios, pois quando mantidos secos,têm alguma capacidade de resistir àtransmissão de infecções por contato direto.(Newton, 1994)Em 1939, a eficiência deste material foiposta em causa, devido ao sangue esoluções salinas serem capazes de penetrarnas mangas das batas e, por consequência,haver contato com a pele do cirurgião, oque levou os médicos a concluírem que asbactérias podiam passar, de igual modo, docirurgião para o doente. Assim, as mangasforam revestidas, de ambos os lados, comum material de borracha para as tornarimpermeáveis. Contudo, devido não serpossível satisfazer as propriedades deconforto, esta solução foi descartada.Em 1952, um grupo de cirurgiões reconheceuque a musselina seria considerada umabarreira bacteriológica aceitável, quando emestado seco; perdendo as suas capacidadesde barreira, quando em estado molhado,

mesmo quando o material fosse constituído

A importância da normalizaçãonos dispositivos médicos não-ativosM. J. Abreu, M. E. Cabeço Silva, A. A. Cabeço Silva, L. Schacher, D. Adolphe

por camadas múltiplas de tecido.Deste modo, foi iniciada a procura de ummaterial resistente à penetração aquosa e umanova geração de materiais foi desenvolvida.Entre eles, salienta-se o não-tecido de usoúnico, resistente a fluidos e os tecidosreutilizáveis com contextura apertada epropriedades não-absorvente.No entanto, a nova geração de materiaisacendeu uma controversa discussão sobrea utilização de material de uso único ou

reutilizável, sem ter atenção, ao bem-estardo doente e à possibilidade de reduzireficazmente a incidência de infecções pós-operatórias.A AORN - "Association of Operating RoomNurses" foi o primeiro grupo profissional aalertar e a anunciar oficialmente algumaspropriedades para um eficaz desempenho demateriais destinados à proteção. Tendoconhecimento da posição da associaçãoAORN, o ACS (American College of Surgeons)e o CORE (Commitee on the Operating RoomEnvironment), consideraram que a IndústriaTêxtil deveria ser a responsável pelo

desenvolvimento e estudo de parâmetros quetornassem o desempenho do vestuário ecoberturas cirúrgicas eficaz.Assim, a ACS salientou que os métodos deteste e avaliação do desempenho e dacapacidade de atuação desses materiais,deveriam simular as condições normais deutilização no bloco operatório.Considerando todas estas variáveis eparâmetros, independentemente do materialser de uso único ou não e, combinandotodas as propriedades num único produto,é este um dos grandes desafios que se põea qualquer segmento da Indústria Têxtil.Em 1978, foi criado um comitê para estudare desenvolver recomendações de práticasque definissem os materiais e suaspropriedades, prescrevessem métodos deutilização e descrevessem métodos-padrãopara avaliar a respectiva qualidade comomateriais barreira.Este Comitê concluiu que, para além daresistência à penetração líquida, os materiaisdestinados ao vestuário teriam de responderàs propriedades de conforto. A melhoria dacapacidade de resistir à penetração delíquidos só poderia ser alcançada pela

diminuição proporcional da permeabilidade,

tornando o material menos confortáveldurante o seu uso. Por outro lado, o aumentoda permeabilidade ao ar, diminui a capacidadede resistência à penetração. Assim sendo,torna-se necessário encontrar um compromissoentre a resistência à penetração de soluções ea permeabilidade ao ar, de modo a conferirconforto aos materiais (Figura 1).

Em termos de definição de uma barreira, épossível concluir, que os têxteis permeáveisnão são apropriadamente descritos comotal, como inicialmente foi pensado.Em 1991, um grupo de investigadoresestudou a penetração líquida de umacoleção de batas cirúrgicas. Baseados nosresultados destes estudos, consideraramque cada elemento da equipe cirúrgica nãoestá exposto ao mesmo nível de risco, e queo mesmo nível de proteção não é exigidopara cada elemento da equipe.Assim, seria mais adequado exprimir acapacidade de um material em termos doseu nível de resistência, a classificar osmateriais de acordo com a sua resistênciaà penetração líquida, sendo o utilizador a

escolher o nível considerado apropriado para

Figura 1:Escala de Conforto

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N ã o - Te c i d o s

Revista ABTT18

o risco em questão.Atualmente, com o aparecimento de novasdoenças infecto-contagiosas, o mundocientífico e a comunidade têxtil, em particular,

terão de continuar a dedicar os seus esforçospara responder às necessidades e exigênciasdos serviços de cuidados da saúde. Noentanto, esta comunidade deve indicar o nívelde desempenho que a tecnologia têxtil lhesprovidencie, criando deste modo, umainterface constante entre utilizador e indústria/ investigação. (Belkin, 1993)Podemos concluir assim, que os tecidos dealgodão não oferecem a proteção necessáriaao vestuário cirúrgico. Por isso, diferentes tiposde batas de diferentes materiais foramlançadas no mercado, tornando-se necessáriouniformizar e normalizar ensaios, de forma adeterminar o grau de satisfação dos produtosnas suas diferentes situações.Aqui, vamos debruçar-nos sobre anormalização das batas cirúrgicas de usoúnico.

Estrutura Têxtil base de uma bata cirúrgicade uso únicoA estrutura têxtil base de uma bata cirúrgicade uso único é o não-tecido. Nos últimosanos existiu uma procura significativa denão-tecidos, graças ao progresso e àinovação tecnológica dos produtores de

matéria-prima e de equipamento destaestrutura têxtil.A organização Internacional de Normalização(ISO) e o Comité Europeu de Normalização(CEN) adotou uma definição única e oficial(ISO 9092; EN 29092) para não-tecido,como: "As estruturas de tecidos não-tecidosapresentam-se sob a forma de manta, folhade fibras ou de filamentos, orientadosdirecional ou aleatoriamente, produzidos eligados por meios físicos ou químicos,excluindo-se os processos de tecelagem,tricotagem, tufagem, coser-tricotar oufeltragem tradicional."

NormalizaçãoO Comité Europeu de Normalização (CEN)tem um grupo de trabalho CEN/TC 205,responsável pelos Dispositivos Médicos Não-Ativos, em que estão englobadas as batascirúrgicas, sejam elas de uso único oureutilizáveis (Workgroup 14). Estas diretrizestêm especial impacto na Europa.Está prevista a publicação da primeiranorma relevante "Requisitos Gerais para ovestuário e coberturas cirúrgicas utilizadosem unidades de cuidados de saúde", queneste momento circula como Pré-norma

prEN 13795-1.Deste modo, a International StandardOrganization (ISO) tem um grupo detrabalho ISO/TC 38 - Workgroup 9 que

trabalha no desenvolvimento destasmesmas normas.

EDANAEuropean Disposablesand Nonwovens AssociationA EDANA, sediada em Bruxelas, Bélgica -representa as indústrias européias de não-tecidos e de produtos de higiene absorventes,assim como os seus fornecedores.Esta associação representa empresaseuropéias oriundas de 20 países, como:Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,Espanha, Finlândia, França, Grã-Bretanha,Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo,Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia,Suécia, Suíça e Turquia.Esta associação tem como objetivo representare proteger os interesses comuns destasindústrias, bem como promover a aceitaçãodos não-tecidos, representando as indústriasnos respectivos mercados. Por outro lado,acompanha o seu crescimento através dapublicação periódica de estatísticas, darealização de cursos periódicos sobre não-tecidos e produtos de higiene absorventes e,desenvolve métodos de ensaio específicos.

(EDANA, 2002)A EDANA recomenda um conjunto deensaios específicos para a avaliação de

batas cirúrgicas de não-tecidos (EdanaRecommended Evaluation Procedure:EREP 610.0-93).Este documento é um guia fundamental para

potenciais compradores, pois nele seencontram as propriedades mais importantespara não-tecidos utilizados na confecção debatas cirúrgicas de uso único.

Propriedades e métodos de ensaioA maioria dos fabricantes de batas cirúrgicasdesenvolve esforços no sentido de conhecerapenas o comportamento dos materiaissimples após exposição aos agentes letais.O estudo das batas cirúrgicas, enquantomaterial composto, não é considerado. Anormalização a publicar vai impor, numfuturo próximo, estes estudos.Como esta é uma área muito vasta e malconhecida, iremos apresentar todas aspropriedades "barreira", geralmente estudadas,e as relacionadas com o conforto, para aaplicação em causa nesta comunicação.Espera-se, desta forma, poder contribuirsignificativamente para esta área da indústriatêxtil.A relação entre as propriedades e respectivosmétodos de ensaio da EDANA e da INDA,consideradas relevantes, encontram-se noquadro 1.A EDANA e a INDA começaram a criar,

independentemente uma da outra, métodosde ensaio para estas mesmas propriedades.

INDA – The Association of the Nonwoven Fabrics Industry

Em 1968 foi criada a INDA - International Nonwovens and Disposable Association,sediada na Carolina do Norte, Estados Unidos da América.Como o crescimento global das indústrias de não-tecidos foi significativo durantea década de 70, tornou-se evidente que uma única associação não poderia satisfazer

as necessidades destas indústrias em todo o mundo. Assim, esta associação foipromotora de todas as outras associações mundiais que tratam também de não-tecidos, encontrando-se entre estas a EDANA, na Europa, e algumas outras, empaíses asiáticos.O nome da associação foi, então, alterado para Association of the NonwovenFabrics Industry, mantendo-se a mesma sigla, INDA. A INDA tornou-se assim, aolongo do tempo, a maior referência para os continentes americanos, enquantoque, a EDANA ganhou um maior mediatismo na Europa. (INDA, 2002)Esta associação, INDA, também tem descrito um conjunto de ensaios para aavaliação de batas cirúrgicas que devem ser tomados em consideração.

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N ã o - Te c i d o s

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Quadro 1:Propriedades Recomendadas,

Métodos de Ensaio e Referências

N e g ó c i o s

Desde que a atividade de manufatura tornou-se sistematizada, o gerenciamento daqualidade do que é produzido, prestado emserviços e apresentado surgiu. Então, fazer

corretamente e medir o grau de conformidadesão atividades intrinsecamente ligadas.As exigências mercadológicas, as necessidadesde redução de custos e o aumento dacompetição fazem com que mais empresasinvistam em sistemas e programas quemelhorem sua qualidade e produtividade.A grande dificuldade encontrada está nadescontinuidade das ações e não estabelecer-se uma política de agrupamento das diversasações realizadas com a medição eficaz dosresultados obtidos, ou seja, um sistema quegerencie a aplicabilidade, o retorno financeiroe eficácia.

Processo 5S e Kanban.Cesar Ademar Grahl

As empresas tidas como classe mundial sãocategóricas em afirmar que, para cada US$1,00 investido em um sistema de garantiada qualidade, há um retorno de US$ 2,90.

A seguir, iremos analisar dois sistemas quevisam a qualidade e produtividade.

Redefinindo os 5SCom a experiência na implantação, reforçoe reestruturação de programas 5S em váriasempresas, notamos que uma das razões dadificuldade de manutenção está na definiçãodos 5S adotada no Brasil.Os 5S são as iniciais de cinco palavrasjaponesas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu eShitsuke.

Referência Bibliográfica

1. Belkin, Nathan - "The Challenge ofDefining the Effectivness of ProtectiveAseptic Barriers", Technical TextilesInternational, October, 1993, p. 22-26.2. Newton, Geoffrey - "The OperatingTheatre", Textile Horizons, June, 1994, p.40-41.3. EDANA , www.edana.org, 2002.4. INDA , www.inda.org, 2002.

M. J. Abreu1, M. E. Cabeço Silva1, A. A. Cabeço Silva1, L.Schacher2, D. Adolphe2

1 Departamento de Engenharia Têxtil, Universidade doMinho, Guimarães, Portugal2 Ecole Nationale Supérieure des Industries Textiles deMulhouse, Université d´Haute Alsace, França

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No Brasil, na falta de cinco palavras quecomeçassem com "S" com o mesmo sentidofoi adotada a terminologia de "CincoSensos".

1.Senso de Seleção (Utilização): Distinguir onecessário. O senso de seleção significautilizar e selecionar os recursos disponíveisde acordo com a necessidade e adequação,evitando excessos, desperdícios e máutilização,

2.Senso de Arrumação/Ordenação: Ter ascoisas no lugar certo, de maneira aestarem rapidamente à disposição;

3.Senso de limpeza: Limpar sempre,eliminando as causas da sujeira.

4.Senso de Conservação: Estabelecerprocedimentos e ferramentas para garantira manutenção dos sensos de seleção(utilização), arrumação (ordenação) elimpeza;

5.Senso de Autodisciplina: Ter e manter ahabilidade de fazer as coisas certas. Aênfase é na criação de bons modos detrabalho através da repetição constantedas atividades de 5S.

Nesta nomenclatura, a questão da saúde esegurança no trabalho ficam distribuídasnos sensos de seleção e arrumação, àmedida que separamos os materiais

perigosos e arrumamos o ambiente detrabalho. No senso de limpeza, mantendo oambiente sempre limpo e eliminando as causasda sujeira. E no senso de autodisciplina,quando observamos as normas de segurançae higiene da empresa.Estes sensos dependem em muito doenvolvimento direto e motivação de todosna empresa. O senso de Conservação forneceferramentas para manutenção do programaa longo prazo, através da normalização dasatividades de 5S (Seleção, Arrumação eLimpeza) e criação de ferramentas degerenciamento visual, até que se consiga

atingir o senso de Autodisciplina, quedepende de uma mudança cultural naempresa. A implementação do senso deConservação depende em muito da gerênciada empresa, que deve dar instrumentos ecriar as condições necessárias para este fim.Assim, podemos dizer que os três primeirossensos são atividades que devem serincorporadas em nosso dia-a-dia, e o quartosenso é a parte instrumental do programa5S, a chave de ligação entre as atividadede 5S e a autodisciplina. O senso deAutodisciplina é o que perseguimos a longoprazo.

Mantendo o programaA manutenção do programa 5S depende detrês pilares básicos:a) Incorporação das atividades de 5S no

dia-a-dia da empresab)Auditorias/avaliações periódicas de 5Sc) Motivação das pessoas

Estes três pilares estão fundamentados nocomprometimento da alta administração.Assim como um programa de qualidadetotal necessita da implementação de umsistema formal de garantia da qualidade,que dará sustentação ao programa, oprograma 5S necessita de normas claraspara que as pessoas saibam qual suaresponsabilidade e o que deve ser feito.Geralmente, ficamos envolvidos em muitasatividades, às vezes simultâneas, em nossoambiente de trabalho. Com tantas tarefas aexecutar, não temos tempo ou capacidadede ficar observando todos os detalhes paraver se alguma coisa está errada ou fora dolugar.

Avaliações periódicasMesmo com a normalização das atividadesde 5S e com uma motivação constante parao programa, as pessoas tendem a dar maisatenção às tarefas de curto prazo (produção,por exemplo) ou mais urgentes. Com o

tempo, atividades de limpeza e organizaçãoserão relegadas a segundo plano. Assim,rapidamente e sem perceber, retornaremosao estado de desordem anterior.Auditorias ou avaliações periódicas(Geralmente mensais) são um fatorfundamental para a manutenção doprograma 5S no longo prazo.

Elas são importantes porque:1.Servem de termômetro para verificar o

estado de organização e limpeza.2.Indicam as ações corretivas que devem

ser tomadas para manter e melhorar o

programa. Indicam também áreas críticasque devem ser atacadas.3.Dividindo a empresa em setores de 5S, e

fazendo auditorias individuais em cadasetor, podemos utilizar os resultados parao estabelecimento de uma competiçãosadia entre os setores, mantendo amotivação para o programa.

A preparação, condução e apresentação dosresultados das auditorias são fundamentaispara sua eficiência e, conseqüentemente,para o sucesso do programa 5S.

A motivaçãoO terceiro pilar para a manutenção dos 5Sna empresa é a motivação do pessoal. Amaioria das empresas inicia a implantação

dos 5S com exortações, folhetos explicativosetc., culminando com o “dia da limpeza”,onde todos são envolvidos numa limpezageral nos locais de trabalho.Após este passo inicial, a motivação para oprograma fica muitas vezes esquecida,concentrando-se nas auditorias e competiçãoentre os setores que, com o tempo, torna-serotina e não motiva mais.A preocupação com a motivação para os5S deve ser uma constante por parte dadireção da empresa. A competição entre ossetores é a forma mais comum encontrada,mas ela deve ser acompanhada de outrasações para não se tornar rotina.A presença da alta administração,principalmente do presidente, na premiaçãodo setor vencedor da competição e duranteas auditorias e reuniões de divulgação dosresultados, demonstra a importância que aempresa dá aos 5S.A empresa deve periodicamente promoverpalestras de reforço e para novos funcionários,mantendo o programa na mente das pessoastodo o tempo. A manutenção da motivaçãonão é tarefa fácil, mas deve ser executada.Numa empresa em que fizemos a reestruturação

do programa 5S, vinculamos os resultados aoprograma de participação dos resultados.Dependendo do resultado do programa, ossetores podem ganhar até 10% da gratificaçãoque iriam receber no semestre. Como maneirade medir o resultado, uma auditoria externaé realizada a cada três meses, com a médiado resultado de duas auditorias sendocomputada para fins de participação nosresultados. Se um setor tiver nota maior quequatro (de uma escala de 0 a 5), ele recebemais 10% da gratificação, se tiver abaixode 3, recebe menos 10%, se ficar entre 3 e4, recebe a gratificação normal.

Este processo aumentou a preocupação dossetores para com os 5S. Os auditoresinternos não são mais encarados comdesconfiança, mas como pessoas que vêmpara auxiliar, achar os problemas e prepararo setor para auditoria externa.

ConclusãoSe quisermos ter sucesso, devemos executaratividades de reforço e gerenciamento emtodos os três pilares. A incorporação dasatividades de 5S na rotina das pessoas é aparte mais negligenciada na maioria doscasos. Talvez isto seja falta da explicitação

do senso de Conservação e sua substituição,

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N e g ó c i o s

Revista ABTT 21

no Brasil, pelo senso de Saúde.Por fim, o comprometimento e envolvimentopessoal da alta administração da empresa formao fundamento sobre o qual se assenta todo o

programa 5S. Por mais que trabalhemos os trêspilares de sustentação (Motivação, Rotina eAuditoria), a falta do comprometimento da altaadministração causará, com certeza, o fracassodo programa no longo prazo.

Sistema KanbanKanban é uma técnica japonesa de gestãode materiais e de produção no momentoexato (Just-in-time), que é controladoatravés do movimento de cartão (Kanban).A história começou quando Taiichi Ohno(Toyota) observou que o sistema deprodução em massa, implantado por HenryFord e usado nos E.U.A., era suficiente naredução do custo unitário por produtosmanufaturados durante períodos de altocrescimento e produção. Porém, o sistemaestava mal equipado para os períodos debaixo crescimento (Como o embargo dopetróleo árabe nos anos 70). Ao seu ver, osistema de produção em massa criou um"desperdício" baseado nos excessos deprodução inerentes ao próprio sistema. Suateoria diz que, tudo que existir além daquantidade mínima de materiais, peças/ produtos/serviços, equipamentos e operários

(horas de trabalho) necessária para produzirum produto é "desperdício" e, portanto, sóaumentam os custos em todo o sistema.Nós iremos capitalizar "Kanban" ou usar otermo "Sistema Kanban" para referir-se aossistemas de administração da produção queutilizam, sucessivamente, estes cartões nosseus sistemas de controle.Observa-se que o Sistema Kanban é umsistema manual.No sistema Kanban tanto a "requisição"como a "expedição" são delegados àfabricação. Isto é visto pelos japonesescomo a principal vantagem, porque substitui

o controle imposto pelo escritório centralaos seus próprios serviços pela fábrica.O sistema Kanban é simplesmente um métodode controle da produção; meramente asseguraque existem peças disponíveis para formaçãodo produto numa base horária ou diária. Éum método manual de administração demateriais e controle da produção. O sistemaassegura que a linha de produção fabriqueapenas as peças/produtos/serviços oucomponentes que devem ser usados pelopróximo passo da produção. A produção sóopera quando o processo seguinte usar todoo seu suprimento.

Neste ponto é que entra o Kanban. O famososistema Kanban nas empresas faz o uso decartões (Kanban) para sinalizar a necessidadede mais peças/produtos/serviços. Quando são

necessárias mais peças, o usuário envia ocartão através de um grade/container demovimentação ao ponto de suprimento oumanufatura.O Kanban é baseado, via de regra, no usode 2 cartões: um de movimentação e outropara ordem de produção. A capacidade dafábrica aumenta ou diminui de acordo como número de cartões.O propósito do sistema é mostrar umreduzido fluxo na fábrica via cartões eatravés do acréscimo ou retirada de cartões,ajustar ou solucionar um problema básico.O Kanban de movimentação autoriza omovimento dos suprimentos até o ponto deuso. Ele é uma espécie de passaporte, umarequisição de materiais;O Kanban de produção, autoriza a produçãode peças/produtos/serviços para reposiçãoem estações subseqüentes.Ambos os tipos de cartões Kanban sãofixados nos pallets/grades/containerspadronizados usados para o transporte daspeças/produtos/serviços.O tamanho e tipo do meio de transporte éespecificado para cada item em cadaestação de trabalho.

O nível de inventário do material emprocesso pode ser controlado pelo númerode cartões emitidos para cada peça.Reduzindo o número de cartões existentespara uma peça, o inventário do material emprocesso para a peça também é reduzido.Desta forma, os centros de produção sãointerligados numa corrente pela qual apreparação/produção/corte-costura/  acabamento final coordena a intensidadena qual o material é produzido no sistema,ampliando todos os caminhos de retornoaos supridores.Assim, como uma corrente, os dois Kanbans

têm que existir em muitos processosprecedentes. Como resultado, todo processoreceberá as unidades necessárias nomomento ideal para produção.Os pallets/grades/containers com peças/ produtos/serviços seguem até o ponto deentrada de estoque com os cartões demovimentação afixados. Quando um dessespallets/grades/containers é selecionado parauso, o cartão de movimentação é retirado eenviado ao centro de suprimento paraautorizar a reposição. Cada cartão demovimentação é usado para apenas um tipode peça e circula entre um único par de

centros de produção.

Em cada ponto de saída de estoque ospallets/grades/containers padrão com peças/ produtos/serviços deverão ter os cartões deprodução afixados.

A autorização para um fornecedor enviarmais material também é um cartão Kanban.A ausência de um cartão significa que ofornecedor não está permitido a entregar omaterial. O objetivo de seu relacionamentocom o fornecedor é ter um processo comaquele relacionamento dentro da fábrica.Isto é, lotes pequenos com renovaçõesfreqüentes de materiais.A notificação de problemas na execução é feitamanualmente, a diferença está nas formasdiferentes de comunicar a informação.Algumas empresas empregam o sistemaconhecido como Andon, que se traduz em"luz ou lâmpada".O Andon (Lâmpada/sinalizador) é fixo sobreuma linha de preparação/produção/corte-costura/acabamento final, é grande suficientepara ser vista por toda a fábrica. Se umoperador está tendo problemas em mantera produção necessária, ele assinala seuproblema iluminando sua estação detrabalho em amarelo.Se o problema não for corrigido, rapidamenteele acende sua estação de trabalho emvermelho. Isto é um aviso de que a produçãoirá parar. Obviamente, isto gera atividade

suficiente para fazer com que não ocorrama parada e/ ou que minimize o tempo deinterrupção.Sendo assim, o Kanban é um método quereduz o tempo de espera, diminuindo oestoque e melhorando a produtividadeinterligando todas as operações num fluxouniforme ininterrupto. O principal objetivo:conversão da matéria-prima em produtosacabados com tempos de espera iguais aostempos de processamento, eliminando todoo tempo em fila para o material e todo oestoque ocioso.

Referência Bibliográfica

1. Revistas BQ-Qualidade (1998/1999/ 2000/2001/2002).2. Sistema de Manufatura KANBAN/JUST-IN-TIMEInstituto de Movimentação e Armazenagemde Materiais – IMAM.3. Ferramentas para Qualidade TotalJairo Martins

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Revista ABTT22

E x p e d i e n t e

Revista ABTTé uma publicação da Associação Brasileira de Técnicos Têxteis.Av. Presidente Vargas, 962 - Sala 1012Rio de Janeiro - RJCEP: 20071-000Tel: (0++21) 2263 3439

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