cinema itinerante definitivo

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CINEMA ITINERANTE: UMA INTERAÇÃO DAS COMUNIDADES COM O CINEMA Aluna: Maryjane Aleluia Oliveira

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Page 1: Cinema Itinerante Definitivo

CINEMA ITINERANTE:

UMA INTERAÇÃO DAS COMUNIDADES

COM O CINEMA

Aluna: Maryjane Aleluia Oliveira

Page 2: Cinema Itinerante Definitivo

Apresentação

• O projeto Cinema Itinerante: Uma interação das comunidades com o

cinema foi desenvolvido durante o ano de 2007, integrado à proposta do

Núcleo de Audiovisuais Educativos - NAVE, da TV UNIFACS e do Grupo de

Pesquisa em Desenvolvimento de Tecnologias Sociais da UNIFACS,

através do projeto Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais

– LTECS dentro da comunidade do bairro de Mata Escura- Salvador, Bahia.

Page 3: Cinema Itinerante Definitivo

Resumo

O projeto cinema itinerante: Uma interação das comunidades com o cinema

tem o objetivo de utilizar a capacidade de comunicação do cinema com as

comunidades locais.

Entendendo o cinema como produção cultural e artística contextual e reflexiva,

o projeto contempla e explora as características contextuais das produções

do cinema nacional a fim de gerar questionamentos e saberes na interação

com as comunidades. O cinema, assim como um vetor entre as relações

entre homem e mundo aparece como elemento artístico “problematizador”

ao desenvolver nos interlocutores destas comunidades o poder de

captação e compreensão e apreensão das múltiplas realidades que lhes

cercam.

Page 4: Cinema Itinerante Definitivo

Introdução e Problema de investigação

Cinema itinerante: uma interação das comunidades com o cinema é uma

pesquisa que pretende analisar a experiência da comunidade local com o

cinema, abordando as diversas realidades vivenciadas por esses

interlocutores. O projeto utiliza, desta forma, as sessões de cinema como

instrumento de educação informal. Dentro desta perspectiva, compreender

como o espectador local absorve e percebe seus próprios contextos e

como essa postura reflete sobre as suas realidades, sejam elas sócio-

econômicas, culturais e ambientais, individuais, históricas.

A escolha do cinema como instrumento de abordagem para esta pesquisa se

justifica pela possibilidade do cinema acrescentar recursos tecnológicos

que tornem a imagem dinâmica, ativa, contemporânea, dialógica.

A imagem, para Jaques Lacan, “efetua a relação do sujeito como o simbólico.

É por intermédio de formações imaginárias que se efetua esta relação entre

Sujeito e Símbolo. Jaques Lacan (1973), apud Jacques Aumont (1995), pág 75).

No século XX, a imagem ganha com o cinema outros recursos técnicos, e a

partir disso sua comunicação e capacidade de interlocução se transforma

como nunca antes se viu.

Page 5: Cinema Itinerante Definitivo

• Em outra abordagem simbólica sobre a contemporaneidade podemos afirmá-locomo a “arte que melhor expressa e faz com que se expresse o vivercontemporâneo urbano: estar só, estando junto. Uma solidão compartilhadacom os personagens na tela. Um estranhamento com os personagens da vidacotidiana”. (ALMEIDA, 1999, p. 11)

• O cinema se coloca, então como linguagem simbólica, estética, material etécnica deste século. Em toda sua capacidade dialógica, simbólica e contextual,o cinema do século XX se integrou no mundo revolucionário, social, político ecultural dos acontecimentos. Aparece o cinema documental, poético, estético,anti-estético, revolucionário. O cinema Novo, inaugura e descortina a anti-colonização, cinema do 3º mundo.

• Glauber Rocha, um dos seus cineastas, representa simbolicamente eesteticamente o terceiromundista lúcido, atento e agitador, certamente umafigura que representou e inspirou as perspectivas sobre esta pesquisa.

• A “fome” metafórica a qual o artista se refere muitas vezes em seu discursodisserta e abre novos questionamentos a fim de que se investigue se lancecada vez mais sobre ela. Esta fome envereda pelos caminhos da expressãopolítica, cultural, pelas lutas de classe, pelo trabalho, pela afirmação cultural,racial, econômica, religiosa.

Page 6: Cinema Itinerante Definitivo

• O cinema novo, por sua vez, vai em busca de questões históricas e

importantes, e problematiza por exemplo a relação entre colonizador Xcolonizado, quando não “é pela lucidez de nosso diálogo mas pelohumanitarismo que nossa informação lhe inspira. Mais uma vez opaternalismo é o método de compreensão para uma linguagem delágrimas ou de sofrimento.” (Glauber Rocha, A Estétika da Fome)

• “A fome latina, por isto, não é somente um sintoma alarmante: é onervo de sua própria sociedade. Aí reside a trágica originalidade doCinema Novo diante do cinema mundial: nossa originalidade é a nossafome e nossa maior miséria é que esta fome, sendo sentida, não écompreendida”. (Glauber Rocha, A Estétika da Fome)

• “Nós compreendemos esta fome que o europeu e o brasileiro namaioria não entende. Para o europeu é um estranho surrealismotropical. Para o brasileiro é uma vergonha nacional. Ele não come, mastem vergonha de dizer isto; e, sobretudo, não sabe de onde vem estafome. Assim, somente uma cultura da fome, minando suas própriasestruturas, pode superar-se qualitativamente. Cinema Novo é umfenômeno dos povos colonizados”. (Glauber Rocha, A Estétika dafome).

Page 7: Cinema Itinerante Definitivo

• A partir das investigações que a pesquisa retratará através dos debates com

a comunidade, a utilização dos contextos, situações e temas abordados nos

filmes torna-se imediata para as discussões sobre as percepções e

prováveis diálogos com seus interlocutores, na medida em que isso

implicará “ num constante ato de desvelamento da realidade, de que resulte

em inserção crítica na realidade. (Freire, 1987, pág 70)

• Ao concordar com a educação problematizadora, o cinema pretende colocar

os espectadores e o mundo juntos, pois apenas “ desafiados , compreendem

o desafio como um problema na própria ação de captá-lo. (Freire, 1987, pág

70)

• Como elemento artístico problematizador, o cinema trará contribuições para

investigar e conhecer as percepções dos espectadores das comunidades em

relação à forma como se vêem e como vêem o outro bem como opina,

analisa, critica e transforma as suas realidades “num plano de totalidade e

não como algo petrificado. A compreensão resultante tende a tornar-se

crescentemente crítica, por isto, cada vez mais desalienada”. ( Freire, 1987,

pág 70)

Page 8: Cinema Itinerante Definitivo

Objetivos

• Investigar a experiência de utilização das sessões de cinema nacional

como instrumento de educação informal nas comunidades.

• Explorar o cinema como produção artística e cultural capaz de gerar

reflexões, aprendizados e produção de saberes e conhecimentos em

relação à linguagem cinematográfica.

• Conhecer, analisar e investigar a interação das comunidades com o

cinema dentro do potencial discursivo e problematizador das vivências

e realidades sociais, culturais, históricas e locais dos moradores.

Page 9: Cinema Itinerante Definitivo

Justificativa

• Construção de espaços de sociabilidade, lazer, cultura e

entretenimento para os moradores das comunidades

• Associar às atividades de entretenimento da comunidade novas

possibilidades de discussão sobre as diversas realidades e vivências

locais.

• Inclusão cultural, estética e artística do cinema como produção cultural

contemporânea.

Page 10: Cinema Itinerante Definitivo

Metodologia

• O método de investigação escolhido para a pesquisa é o método

qualitativo.

• Os métodos escolhidos deverão mensurar, descrever e analisar os

comportamentos, percepções, sentimentos e questionamentos do

público em relação à experiência as sessões e os debates

comunitários.

• Instrumnetos:

• Observação participante, entrevistas-semi-estruturadas, criação de

grupos focais, registro videográfico, fotográfico.

Page 11: Cinema Itinerante Definitivo

Referências

• FREIRE, Paulo. Criando Métodos de Pesquisa Alternativa:

aprendendo a fazê-la melhor através da ação In BRANDÃO, C.R.

(org.) Pesquisa Participante. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1999.

• FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. RJ, Ed. Ed. Paz e Terra

S/A. 1987.

• CZERMAK, R. & SILVA, R.N. Comunicação e produção da

subjetividade In GUARESCHI, P.A. Comunicação e Controle Social.

Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.

• CZERMAK, R. & SILVA, R.N. Comunicação e produção da

subjetividade In GUARESCHI, P.A. Comunicação e Controle Social.

Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.

• ALMEIDA, MILTON JOSÉ DE. Cinema: A arte da memória.

SP: Autores Associados, 1999.