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CIÊNCIAS DOS MATERIAIS Prof. Dr. André Carlos Silva Universidade Federal de Catalão Capítulo II Ordenação atômica dos materiais

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CIÊNCIAS DOS

MATERIAIS

Prof. Dr. André Carlos SilvaUniversidade Federal de Catalão

Capítulo II Ordenação atômica dos materiais

1. Estruturas cristalinas

⚫ Materiais sólidos podem ser classificados de

acordo com a regularidade com que átomos

ou íons se arranjam entre si.

⚫ Um material cristalino é um material no qual

seus átomos estão situados numa disposição

repetitiva ou periódica ao longo de grandes

distâncias atômicas.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Esta propriedade implica que existe uma ordenação

de grande alcance e que na solidificação os átomos

deste material se posicionarão entre si num modo

tridimensional repetitivo, onde cada átomo está

ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos.

⚫ Todos os metais, muitos materiais cerâmicos, e

certos polímeros formam estruturas cristalinas sob

condições normais de solidificação.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Para aqueles materiais que não se

cristalizam, não existe esta ordenação

atômica de longo alcance.

⚫ Tais materiais não-cristalinos ou amorfos

são discutidos ainda neste curso.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Algumas das propriedades dos sólidoscristalinos depende da estrutura cristalinado material, que é a maneira na qual átomos,íons ou moléculas são espacialmentearranjados.

⚫ Existe um número extremamente grande deestruturas cristalinas diferentes, todas elastendo uma ordenação atômica de longoalcance.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Estas estruturas variam desde estruturas

relativamente simples para metais, até

estruturas excessivamente complexas, como

exibidas por alguns materiais cerâmicos ou

poliméricos.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Quando se descreve estruturas cristalinas,

pensa-se em átomos (ou íons) como sendo

esferas sólidas tendo diâmetros bem

definidos.

⚫ Isto é denominado modelo atômico de

esfera rígida no qual as esferas

representando os átomos vizinhos mais

próximos se tocam entre si.

1. Estruturas cristalinas

⚫ Um exemplo do modelo de esfera rígida para

o arranjo atômico encontrado em alguns dos

metais elementares comuns é exposto na

figura a seguir.

⚫ Neste caso particular todos os átomos são

idênticos.

1. Estruturas cristalinas

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

1. Estruturas cristalinas

⚫ Algumas vezes o termo rede é usado no

contexto de estruturas cristalinas; neste

sentido rede significa um arranjo

tridimensional de pontos coincidindo com as

posições dos átomos (ou seja, os centros

das esferas).

1.1. Células unitárias

⚫ A ordenação atômica em sólidos cristalinos

indica que pequenos grupos de átomos

formam um modelo repetitivo.

⚫ Assim, ao descrever estruturas cristalinas, é

muitas vezes conveniente subdividir a

estrutura em pequenas entidades de

repetição denominadas células unitárias.

1.1. Células unitárias

⚫ As células unitárias para a maioria das

estruturas cristalinas são paralelepípedos ou

prismas tendo 3 conjuntos de faces

paralelas.

⚫ Dentro do agregado de esferas (figura

anterior) está traçada uma célula unitária,

que neste caso consiste de um cubo.

1.1. Células unitárias

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

1.1. Células unitárias

⚫ Uma célula unitária é escolhida para representar a

simetria da estrutura cristalina, dentro do qual todas

as posições dos átomos no cristal podem ser

geradas por translações das distâncias integrais da

célula unitária ao longo de suas arestas.

⚫ Assim a célula unitária é a unidade estrutural básica

ou o tijolo de construção da estrutura cristalina e

define a estrutura cristalina em razão da sua

geometria e das posições dos átomos dentro dela.

1.1. Células unitárias

⚫ A conveniência usualmente dita que os

cantos em paralelepípedo coincidam com

centros dos átomos de esfera rígida.

⚫ Além disso, mais que uma célula unitária

individual pode ser escolhida para uma

particular estrutura cristalina; entretanto

geralmente usa-se a célula unitária de mais

alto nível de simetria geométrica.

1.1. Células unitárias

Estrutura cúbica de face centrada:

(a) representação de uma célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida.

1.1. Células unitáriasRaios atômicos e estruturas cristalinas para 16 metais.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ A estrutura cúbica de face centrada (CFC)é a estrutura cristalina encontrada paramuitos metais têm uma célula untaria degeometria cúbica, com os átomos localizadosem cada um dos cantos e nos centros detodas as faces do cubo.

⚫ Alguns dos metais mais comuns quepossuem esta estrutura cristalina são cobre,alumínio, prata e ouro.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

Estrutura cúbica de face centrada:

(a) representação de uma célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ As esferas ou núcleos de íon se tocam entre

si ao longo de uma diagonal da face, sendo o

comprimento da aresta do cubo a e o raio

atômico R estão relacionados através da

equação:

22Ra =

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ Para a estrutura cristalina CFC, cada átomo do

canto é compartilhado por 8 células unitárias,

enquanto que um átomo de face centrada pertence

a apenas duas células unitárias.

⚫ Portanto, um oitavo de cada um dos oito átomos de

canto e metade de cada um dos 6 átomos faciais,

ou um total de 4 átomos inteiros, podem ser

atribuídos a uma dada célula unitária.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ Duas outras importantes características de

uma estrutura cristalina são o número de

coordenação e o fator de empacotamento

atômico (APF, em inglês).

⚫ Para metais, cada átomo tem o mesmo

número de átomos vizinhos mais próximos

ou que se tocam, que é o número de

coordenação.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ Para estruturas cristalinas cúbicas de face centrada,

o número de coordenação é 12.

⚫ Isto pode ser confirmado analisando a figura a

seguir; o átomo da face frontal tem 4 átomos de

vértice vizinhos mais próximo circundando-o, 4

átomos faciais que se encontram em contato com

ele pela parte traseira, e 4 outros átomos faciais

equivalentes que residem na próxima célula unitária

à frente, que não está mostrada.

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ O APF é a fração do volume de esfera sólida

numa célula unitária, supondo o modelo de

esfera rígida, ou seja:

unitária célula da volume

unitária célula numa átomos de volume=APF

1.2. Estrutura cristalina

cúbica de face centrada (CFC)

⚫ Para a estrutura CFC, o fator de

empacotamento atômico é 0,74, que é o

máximo empacotamento possível para

esferas tendo todas o mesmo diâmetro.

⚫ Metais tipicamente têm fatores de

empacotamento relativamente grandes, afim

de maximizar o escudo fornecido pela nuvem

de elétrons livres.

1.3. Estrutura cristalina cúbica

de corpo centrado (CCC)

⚫ Nesta estrutura átomos do centro e dos

cantos se tocam entre si ao longo das

diagonais do cubo e comprimento da célula

unitária a o raio atômico R estão

relacionados através da equação:

3

4Ra =

1.3. Estrutura cristalina cúbica

de corpo centrado (CCC)

Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado:

(a) representação de célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida, e

(c) um agregado de muitos átomos.

1.3. Estrutura cristalina cúbica

de corpo centrado (CCC)

⚫ Dois átomos estão associados com cadacélula unitária CCC: a equivalência de umátomo a partir dos 8 cantos, cada um dosquais é compartilhado entre 8 célulasunitárias, e o único átomo do centro, queestá integralmente contido dentro da suacélula.

⚫ Em adição, as posições dos átomos no cantoe no centro são equivalentes.

1.3. Estrutura cristalina cúbica

de corpo centrado (CCC)

⚫ O número de coordenação para a estrutura

cristalina CCC é 8; cada átomo do centro tem

como vizinhos mais próximos seus 8 átomos

dos cantos.

⚫ Uma vez que o número de coordenação é

menor do que para a estrutura CFC, também

o é o fator de empacotamento, de 0,68, (CFC

= 0,74).

1.4. Estrutura cristalina

Hexagonal Compacta (HC)

⚫ Nem todos os metais têm células unitárias

com simetria cúbica. Outra estrutura

comumente encontrada denominada de

hexagonal compacta (HC).

⚫ As faces do topo e da base da célula unitária

são formadas por 6 átomos, que formam

hexágonos regulares e circundam um único

átomo no centro.

1.4. Estrutura cristalina

Hexagonal Compacta (HC)

⚫ Um outro plano que fornece 3 átomosadicionais à célula unitária está situado entreos planos do topo e da base.

⚫ A equivalência de 6 átomos está contida emcada célula unitária: 1/6 de cada um dos 12átomos dos cantos das faces do topo e dabase, 1/2 de cada um dos 2 átomos da facecentral, e todos os 3 átomos do planointermediário interior.

1.4. Estrutura cristalina

Hexagonal Compacta (HC)

Estrutura cristalina hexagonal compacta: (a) uma célula unitária de esfera

reduzida (a e c representam os comprimentos das arestas curta e longa,

respectivamente, e (b) um agregado de átomos.

1.4. Estrutura cristalina

Hexagonal Compacta (HC)

⚫ Se a e c representarem, respectivamente, as

dimensões curta e longa da célula unitária, a

razão c/a deveria ser 1,633; entretanto, para

alguns metais HC, esta razão se desvia do

valor ideal.

1.4. Estrutura cristalina

Hexagonal Compacta (HC)

⚫ O número de coordenação e o fator de

empacotamento atômico para a estrutura

cristalina HC são os mesmos daqueles para

a estrutura CFC: 12 e 0,74, respectivamente.

⚫ Os metais HC incluem cádmio, magnésio,

titânio, e zinco.

2. Sistemas cristalinos

⚫ Para descrever a geometria externa ou a

simetria interna dos cristais, adotam-se

sistemas de coordenadas com eixos de

referência, denominados eixos

cristalográficos.

2. Sistemas cristalinos

⚫ Os eixos são, normalmente, paralelos a

arestas de interseção de faces de maior

expressão do cristal.

⚫ Estão condicionados à simetria do cristal,

coincidindo com eixos de simetria ou com

normais a planos de simetria.

2. Sistemas cristalinos

⚫ Considerando-se a estrutura interna, os eixos

são paralelos às arestas da célula unitária e

seus comprimentos são proporcionais às

mesmas.

⚫ Os três eixos cristalográficos são denomina-

dos de a, b e c. Os ângulos entre os eixos (ou

constantes angulares) são α, β e γ.

2. Sistemas cristalinos

⚫ Alterando-se a relação das constantes

angulares e eixos cristalográficos entre si,

deduzem-se os sete sistemas de coordenadas

(e de sistemas cristalinos).

2. Sistemas cristalinos

2.1. Sistema cúbico

⚫ Ou isométrico — fornece quatro eixos ternários de

rotação, o que permite um grande número de

grupos espaciais (36).

⚫ Produz estruturas simples e lineares e é aquele em

que, além de todos os cristais possuírem quatro

eixos ternários de simetria, os eixos cristalográficos

possuem comprimentos iguais e são

perpendiculares entre si.

2.1. Sistema cúbico

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Cubo (6 faces);

⚫ Octaedro (8 faces);

⚫ Rombododecaedro (12 faces

losangulares);

2.1. Sistema cúbico

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Pentadodecaedro (12 faces pentagonais);

⚫ Trapezoedro (24 faces trapezoédricas);

⚫ Hexaoctaedro (48 faces triangulares).

2.2. Sistema tetragonal

⚫ Permite um eixo quaternário de rotação e 68grupos espaciais (o maior número possível emqualquer sistema).

⚫ Todos os cristais deste sistema têm acaracterística de possuírem, para além de umeixo quaternário de simetria, três eixoscristalográficos perpendiculares entre si, sendoos dois horizontais de igual comprimento e overtical de comprimento diferente.

2.2. Sistema tetragonal

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Prismas, pirâmides e bipirâmides

tetragonais (seção transversal

quadrada);

⚫ Prismas, pirâmides e bipirâmides

ditetragonais (seção transversal

octogonal).

Prisma Tetragonal

Bipirâmide

2.3. Sistema ortorrômbico

⚫ Requer três eixos binários de rotação ou um

eixo de rotação binário e dois planos de

imagem reflexa.

⚫ Permite 59 grupos espaciais e produz

estruturas de grande complexidade tendo

como característica comum a todos os cristais

deste sistema apresentarem ao menos um

eixo binário de simetria.

2.3. Sistema ortorrômbico

⚫ Possuem três eixos

cristalográficos perpendiculares

entre si, todos com comprimentos

diferentes.

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Prismas, pirâmides e bipirâmides

rômbicas (seção transversal

losangular).

Centrado no volume

Centrado na face

Simples

Centrado na base

2.3. Sistema ortorrômbico

2.4. Sistema romboédrico

⚫ Também chamado de trigonal, requer um

eixo ternário de rotação, permitindo 25

grupos espaciais.

2.4. Sistema romboédrico

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Prismas, pirâmides e bipirâmides trigonais (seção

transversal triangular);

⚫ Romboedros;

⚫ Escalenoedros.

2.5. Sistema hexagonal

⚫ Permite um eixo de rotação senário e 27

grupos espaciais, mas é considerado por

vezes como mera variante do sistema

trigonal (por duplicação).

2.5. Sistema hexagonal

⚫ Neste sistema todos os cristais possuem ou

um eixo ternário de simetria, ou um eixo

senário (eixo de ordem seis) de simetria.

⚫ Possuem quatro eixos cristalográficos, dos

quais três são horizontais, com

comprimentos iguais e cruzando-se em

ângulos de 120°, e o quarto é o vertical, com

comprimento diferente dos demais.

2.5. Sistema hexagonal

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Prismas, pirâmides e bipirâmides hexagonais

(seção transversal hexagonal).

2.6. Sistema monoclínico

Simples Centrado

⚫ Requer um eixo de rotação binário e um

plano reflexo. Permite 13 grupos espaciais.

2.6. Sistema monoclínico

⚫ Os cristais deste sistema em geral

apresentam apenas um eixo de simetria

binário, ou um único plano de simetria, ou a

combinação de ambos.

⚫ Possuem três eixos cristalográficos, todos

com comprimentos diferentes.

2.6. Sistema monoclínico

⚫ Dois eixos formam um ângulo oblíquo entre

si, sendo o terceiro perpendicular ao plano

formado pelos outros dois.

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Pinacóide e prismas com faces terminas

inclinadas.

2.7. Sistema triclínico

⚫ Agrupa todos os casos que não podem ser

acomodados em qualquer dos restantes

sistemas, exibindo apenas simetria

translacional ou inversão.

2.7. Sistema triclínico

⚫ Permite apenas 2 grupos espaciais. Os

cristais com este sistema caracterizam-se

pela ausência de eixos ou planos de simetria,

apresentando três eixos cristalográficos com

comprimentos desiguais e oblíquos entre si.

⚫ Dá origem às seguintes formas:

⚫ Pinacóide e pédio.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Para um material cristalino, quando o arranjo

periódico e repetitivo de átomos for perfeito

ou se estende através de toda a amostra

sem interrupção, o resultado é um

monocristal.

⚫ Todas as células unitárias encadeiam-se da

mesma maneira e têm a mesma orientação.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Monocristais existem na natureza, mas eles

podem ser também produzidos

artificialmente.

⚫ Eles são de difícil crescimento, porque o

ambiente deve ser cuidadosamente

controlado.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Se as extremidades de um monocristal forempermitidas crescer sem nenhumconstrangimento externo, o cristal assumiráuma forma geométrica indicativa de suaestrutura cristalina, tendo faces planas, talcomo em algumas gemas.

⚫ Recentemente monocristais cerâmicos têmse tornado extremamente importantes emprodutos tecnológicos.

Fotografia de um monocristal de granada encontrado em Tongbei,

província de Fujian, China.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Muitos dos sólidos cristalinos são compostos

de cristais muito pequenos ou grãos; tais

materiais são denominados policristalinos.

⚫ Vários estágios na solidificação de uma

amostra policristalina estão representados

esquematicamente na figura a seguir.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Inicialmente, pequenos cristais ou núcleos se

formam em várias posições.

⚫ Estes têm orientações cristalográficas

aleatórias, como indicadas pelas malhas

quadradas.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Os pequenos grãos crescem por sucessiva

adição a partir do líquido circunvizinho de

átomos para a estrutura de cada grão.

⚫ As extremidades dos grãos adjacentes

colidem uns com os outros à medida em que

o processo de solidificação se aproxima do

término.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Existe também um certo desarranjo (ou

desajuste) atômico dentro da região onde

dois grãos se encontram.

⚫ Esta área é denominada de contorno de

grão e será discutida em detalhes na

próximo capítulo do curso.

Diagramas esquemáticos dos vários estágios da solidificação de um material policristalino (as

malhas quadradas esboçam células unitárias): (a) Núcleos cristalinos pequenos; (b) Crescimento

dos cristalitos, a obstrução de alguns grãos que estão adjacentes entre si também está mostrada;

(c) Ao término da solidificação, grãos tendo formas irregulares se formaram; (d) A estrutura do

grão, como ela apareceria sob microscópio; linhas escuras estão nos contornos dos grãos.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ As propriedades físicas de monocristais de

algumas substâncias dependem da direção

cristalográfica na qual as medições sejam

feitas.

⚫ Por exemplo, o módulo elástico, a

condutividade elétrica, e o índice de refração

podem ter valores diferentes nas direções

[100] e [111].

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Esta direcionalidade das propriedades é

denominada anisotropia e está associada

com a variância do espaçamento atômico ou

iônico de acordo com a direção

cristalográfica observada.

⚫ Substâncias nas quais as propriedades

medidas são independentes da direção de

medição são isotrópicas.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ A extensão e magnitude dosefeitos anisotrópicos emmateriais cristalinos é função dasimetria da estrutura cristalina.

⚫ O grau de anisotropia aumentacom o decréscimo da simetriaestrutural (estruturas triclínicasnormalmente são altamenteanisotrópicas).

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

Valores do módulo de elasticidade para vários metais e orientações cristalográficas.

3. Materiais cristalinos e não-

cristalinos

⚫ Para muitos materiais policristalinos, asorientações cristalográficas dos grãosindividuais são totalmente aleatórias.

⚫ Nestas circunstâncias, mesmo embora cadagrão possa ser anisotrópico, uma amostracomposta de agregados de grãos secomporta isotropicamente, sedo a magnitudede uma propriedade medida representaráuma média dos valores direcionais.

4. Difração de raios-X

⚫ A difração de raios-X é uma das ferramentas

básicas para caracterização de materiais.

⚫ O método baseia-se na interação de ondas

na freqüência de raios-X (geralmente entre

0,70 e 2,30 Å) com os planos de repetição

sistemática do retículo cristalino, como pode

ser visualizado esquematicamente na figura

abaixo.

4. Difração de raios-X

O fenômeno da difração

⚫ Pela própria definição, portanto, aplica-se

apenas a materiais cristalinos, e não a

amorfos.

4. Difração de raios-X

Corte num retículo cúbico

esquemático e representação

de diversos

planos de repetição

sistemática com respectivas

distâncias interplanares di,

detectáveis por difração de

raios-X.

4. Difração de raios-X

⚫ A Lei de Bragg fornece a base teórica do método:

⚫ Onde:

⚫ λ é o comprimento de onda da fonte de raios-X

utilizado;

⚫ d são as distâncias interplanares e

⚫ θ é o ângulo da reflexão.

sin2d=

4. Difração de raios-X

3.3. Difração de raios-X

Espaçamentos da ordem de Å

Vários valores característicos de d para cada estrutura

Para difração, d e devem ser próximos

n = 2d sen

RX

monocromático

Espectro de difração de raios X (linha cheia) de amostra de quartzo, e

posição e contagem relativa do padrão tabulado do mineral.