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. DE CIÊNCIAS AGRARIAS
VOLUME XXII NÚMERO 2 Abril-Jun. 1999
SUMÁRIO
TERESA M. CORREIA. RAMIRO C. V ALENTIM, JORGE AZEVEDO e ALFREDO TEIXEIRA - Acção d o
"Efeito Macho" e do "Efeito Fêmea" sobre Ovelhas da Raça Churra Galega Bragança na
duralllc o Período de Anestro $,lzonal 3
IS ABEL DE. MARIA C. G. MOURÃO ~ Utilização de Filmes PI<Íslicos na Cobertura Directa de
Culturas Olerícolas: II - Efeitos no Crescimento e Desenvolvimento da Couve Bróco\o
(Brwisictl o/eHlcm L. varo llafim Plcnk) 13
H.M.O. AZEVEDO, M.M.P.M. NETO, M. NEVES and A . DE V ARENNES - Cadmium Acculllulation
and Distribution in Threc LCtl llCe Cuhi vars
MAI~IA RAQUEL V ENTURA LUCAS- Caracterização Técnico-Económica dos Sistemas de Produção de Ovinos do Alentejo
CLÁ UDIA CERVEIRA, MÁRIO LouçA, ANTÓN IO FAI3L~O . MANUEL l'v1."'DEIRA e MARGARIDA TOM É -Influência de Técn icas de Instalação e Condução do Eucaliptal na Diversidade da vegetação sob Coberto . .
LUIS GOUL,\O, LLIJS/\ MOt\TE-CORVO, MARIANA MOTA, DULC E SILV,\ e O<'ISlINA OLIVEIR A -Caracterização de Culti vare s de Macieiras (Ma/us pI/mi/a Mil!.) e de Pereiras (Pyrus spp.)
27
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por amplificação aleatória de DNA (RAPD) 65 JOSE PEDRO ARAUJO. JORGE COLAÇO. JÚLIO C!3SAI< LOPES e VASCO CADA VEZ - Utili zação de
ReprodUlores Masculinos de raça Bovina Barrosã e Determinação da sua COllsangui-nidade
TEMAS TROPICAIS
JACINTO CAlmIço - Uso e posse da teITa pelos Sectores Púb licos e privado .
v Á R IA
PEDRO AMAIW, A Protecção llllegrada, Estratégia a Privilegiar em Agricultura Sustent<ívcl
Agrotrópica .. ............ .. ... ......... ...... . Africana Medicine Tradit ionnelle au Centre et a L'üuest de L'Angola . . Taxonomia de Géneros da Tribo GCllislcac
Euro: Uma Realidade Cada Vez Mais Próxima Errata (Vo!. XX , n.o4, 1997)
H3
99
121 139 140 141 143
147 151
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A REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
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.1
ACÇÃO DO "EFEITO MACHO" E DO "EFEITO FÊMEA" SOBRE OVELHAS
DA RAÇA CHURRA GALEGA BRAGANÇANA DURANTE O PERíODO
RESUMO
DE ANESTRO SAZONAL
POR
TERESA M. CORREIA' , RAMIRO C. VALENTIM' , JORGE AZEVEDO ", ALFREDO TEIXEIRA'
Este es tudo teve como princ ipa l objecti vo quantificar a acção re lativa do "efe ito
macho" c do "efe ito femea" sobre a interrupção do ancstro sazonal de ovelhas da raça
Churra Galega Bragançana. Procu rou-se ainda co lher alguma in formação sob re se o
"efeito fê mea" resulta da produção de feromollas feita pelas ovelhas cm c io ou de modifi
cações que estas induzem no comportamento sexual dos carneiros .
Um grupo de 131 ove lhas da raça Chu rra Galega Braga nçana , com idades com
preendidas e ntre 2 e 5 anos , foi inicialmente utili zado na realização deste ensaio . As que
se encontravam em ,mestra sazonal foram div ididas em quat ro grupos e sujeitas a trata
mentos di stintos: A (n=20) - "efe ito macho" , B (11=19) - "e feito macho"+"efe ito
fêmea" : C l n= 19) - "e fe ito macho" +"cfe ito fêmea" (o carne iro foi impedido de entrar
em contacto directo com as ovelhas) e D (n=19) - "efe ito fêmea".
Aquando do in ício deste trabalho, 58% das ovelhas encontravam-se em anestro sazo
nal. O "e fe ito macho" foi o pr incipal fuc lor desencadeador da inte rrupção do ,lI1estra sazo
na i das ovelhas . O "e fei to fêmea" consti tuiu um fraco indutor da interrupção des te mesmo
tipo ele .mestro. Nes te sentido , as feromonas produzidas pelas ovelhas em c io induzido
pouco efe ito ti ve ram sobre a interrupção do pe ríodo de anestro sazonal.
* Esco la Superior Agdria de Braga!H.;a (Á rea de Zootcen ia).
** Universidade de Trjs-os- Monte ~ C Al to Douro - Secção de Zootec nin - Apart:1.do 202. SOOI Vi lJ Real. Codex - Pon ugal.
Re vista de Ciên cias Agnírias - Vol. XX II - N,O 2 - 1 ~99.
4 RE VISTA DE CIÊNCIAS AGRÁ RI AS
MALE ANO FEMALE EFFECTS ACTION ON CHURRA GALEGA BRAGANÇANA ANOESTRUS EWES
ABSTRACT
The main objective af this slUdy was lO know the imponallce af lhe mate anel remale effecls 011 the interruptioll af lhe seasonal anoestrus af ewes from lhe Churra Galega Bragançana breed.
The oestrou s ac ti vi ty af 131 adult ewes (2-5 years ald) was cvaluated at lhe beginni ng af May. The anoestrus ewes \Vere then divided into faur different groups: A (n=20) - male ctIeel. B (n= 19) - male cffcCI+female effecI, C (n= 19) - male cffeel+fcn,de
cffeeI (lhe difect contacl betwcen lhe ram anel lhe ewes was 110L allowcd) and D (11= 19) -remale effecl.
AI lhe begilllling af th is study, 58% of lhe ewes presenteei no oestrous activ ity. The
male effcct was lhe main factor in volvcd in lhe intcITuption af the seasonal anoestrus of lhe ewes. The fcm ale effect action was qu ite poor.
INTRODUÇÃO
Os estímulos sociais . provenientes de anima is da mesma espécie , podem influenciar a ciclicidade ovárica nos ungulados em geral (GRU13B e JE\VEL, 1973. MARTIN el aI .. 1980 e CHEMINEA U, 1983) e nas ovelhas em particular (UNDER\VOOD ef ai .. 1944, WA YNE ef (II ..
1988 e O'CAUAGAN ef ai., 1994). As ovelhas que não estão sujeitas au est ímulo do roto
período (pinealectomizadas) podem sincronizar o início da sua estação reproduli va com a época normal (WA YNE ef ai. , 1989) , quando em conülclo com aquelas que respondem ao fo toperíodo (CLEGG el ai., 1964 e GRUBB e J EWELL, 1973). Contudo , a longo prazo , a ac ti vidade reproduti va das ovelhas pinealec tol11izadas deixa de ser coincidente com a das ovelhas normais (LINCOLN, 1979, LEGAN e K ARSCH, 1983 e WAYNE el a{" 1988) .
A introdução conjunta de carneiros inteiros e de ovelhas cm cio ("efeito fêm ea"), junto de um rebanho de ovelhas em anestro sazonal. parece melhorar significati vamentc a resposta destas ~I bio-estimul ação (KNIGHT, 1985, ROBI NSON, 1985, KENNAWAY el (lI ..
1987 , W A YNE el a{" 1989 e O 'CALLAGHAN, 1994). Porém, a presença apenas de ovelhas
cm cio (ausência completa de machos) é incapaz de induzi r a actividade ovárica cm ove
lhas anéstricas (KNIGHT 1985). ZARCO el ai. ( 1995) discordam desta afirmação. uma vez que observaram a ex istência de uma estimu lação directa fêmea-fêmea, provavelmente mediada por es tím ul os olfactivos , vi sua is e/ou auditivos. Pnra O'CA LLAGHAN ( 1994), () "efe ito fêmea" resulta fundamentalmente ele estímulos sociai s. No mesmo sent ido. K NIGHT
( 1985) afirma que o pape l das ovelhas em cio é o de estimu lar os machos , que , por seu turno, est imulam de lima forma muito mais efic iente as ovelhas anéstricas. N UGENT c NOTTER (1990) arirmam igualmcmc que este fenómeno resu ha do faelO dos carneiros dispen-
AcçAo DO "EFEITO MACHO"' E DO "EFEITO FI~MEA"' SOBRE OVELHAS 5
derem mais tempo fi procura e a cortejar as ovelhas cm cio, produzindo desta forma UIll
estímulo adic ional sobre a interrupção do anestro sazonal das restantes ovelhas.
Neste trabalho procurou·se quantificar a acção relativa do "e feito macho" e do "e feito
rêmea" sobre a interrupção do ;mestro sazonal das ove lhas da raça Churra Galega Bragan
çana . Procurou-se ainda col her alguma informação sobre se o "efeito fêmea" resu lt a ela
produção de feromoll ils real izada pelas ovelhas em cio ou de modificações que es tas indu
zem no componamento sex ual dos carneiros .
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi rea lizado na Qu in ta de Santa Apo lónia. pCrlCnCenle JI Escola Superior
Agrária de Bragança (ESA B: latitude 4 10 49 ' N , longitude 60 40 ' W c alti tu de 720
metros), no mês Maio de 1996. Todos os animais utili zados foram alimentados com fenos
de prado na tu ra l e ul,na média de 300 a 500 g/dia de alimento concentrado come rcial.
Animais
Utilizou-se um grupo de 13! ove lhas da raça Churrn Galega Bragançana , com idades
compreend idas entre os 2 e os 5 anos. Previamente. por um período de tempo superior a
2 meses , Iodas as ovel has roram mantidas totalmente separ~ldas dos machos. Alguns dias
an tes deste trabalho ter tido início, procu roll-se conhecer o es tado fi siológico das ovelhas
seleccionadas. Assim. depois de reti rar do es tudo todas aq uelas que apresentavam actividade oV<.lric;:\ completa. procedeu-se à d ivisão elas restantes em quat ro g rupos di stintos:
A - Vime VI ·eIltas c UIll carnei ro vascctom izado.
B - Dezw/Uve ovelhas. um carne iro vasectomi zado e uma ove lha castrada em c io
induzido.
c - Dezallove o l'clhas. um carne iro vasectom izado e uma ovelha castrada em c io
induzido. Contudo, neste grupo , o carne iro não esteve em contaclO directo com
as ovelhas; roi mantido no compartimento das ovelhas separado destas por cer
cas fe itas com rede de metal.
o - D e:allol'e U\ 'e/l/{l~i e uma ovelha cas trada em cio induzido.
Nas ovelhas cas tradas , o cio foi induzido através da administração intramuscu lar,
cada dois dias. de uma solução oleosa de 5 mg de benzamo de es tradiol (50.000 Unidades
Ben zóicas In ternaciona is). A primeira administração Co i fe ita 24 horas antes deste ensa io
ter tido início. Os carne iros vasectomizados e as ove lhas castradas em cio induzido foram in trodu
zidos nos diferentes grupos por volta elas 9 ho ras da manhã.
6 REV IST A DE CIÊNC IAS AGRÁR IAS
Determinação do estado fisiológico das ovelhas
Com 11 intenção de ve ri ficar se as ovelhas estudadas eSlavam ou não em ;lIles tro sazo
nal , li ma semana ames do início deste trabalho foram fe itas, pe la manhã . com 4 dias de
intervalo, duas recolhas de sangue periférico CO I11 o auxíl io de l ubos de ensaio vacuoni zados e heparinizados , através de punção da veia jugular. Após a centrifugação do sangue , fi 3.000 Lp .m. , durante 15 minutos, procedeu-se à separação do sobrenadante , ou seja, do
plnsma sang uíneo. A técn ica de RIA utili zada na determinação dos níveis plasmát icos de
progesterona foi a indicada pelo fabricant e cios " kits" C" Diagnostic Products Corpo
ration"), Os coefi c ientes médios inter e intra-ensa io observados foram. respectivamente,
de 7.4 e 3.9% . Considerou-se que as ovelhas se encontravam em activ idade sex ual sempre que. em
qua lquer uma das duas recolhas de sangue realizadas . os níve is plasmáticos de proges le
rona se mostrassem superiores a 0 ,5 ng/ml.
Determinaçãô do peso corporal
Semanal mente. as ovelhas for<'ll11 pesadas el11 lima ba lança C0111 jaula (sensibilidade mínima de 100 gramas).
Detecção dos cios
A fim de se proceder à detecção das fêmea s CI11 cio (Grupos A e B). equiparam-se os carneiros com arneses marcadores. Estes permaneceram junto das ovelhas durante todo o ensaio .
Determinação da actividade ovárica
Três. dez e vinte dias após a ap licação completa dos tratamentos atrás referidos pro
cedeu-se ao estudo da act ividade ovát ica por laparoscopia. Depois de um jejum de al imentos sólidos de 36 horas e de alimentos líquidos de 24
horas, as fêmeas foram preparadas para a rea lização da laparoscopia. Nes ta preparação inc luiu-se a administração in travenosa de um tranqui lizante fe ito à base de lima solução a
2% de xilazina , na dose de 0 ,3 mI/animaI. a administração em vários planos da parede abdominal de um anestés ico local fei to à base de uma so lução a 2% de lidocaína , na dose de 5 mi/animaL e a admi nistração intra-muscular de tcrram ici na LA, na dose de 5 mi /ani
mal. Posteriurmente , os animais foram colocados, em decúbito dorsal e de cabeça para bai xo, sobre lima maca inclinada a 45 °. Uti li zou-sc UI11 Iaparoscóp io KARL STORZ COI11
fonte de luz fria (modelo 482) e Ullla lenle 2603 IA (O ' ) .
Análise estatística
No sentido de identificar diferenças estatisticamente signi ficativas entre alguns parâ
metros, efectuaram-se anál ises de va riânc ia (STEEL e T ORR IE, 1980). A comparação entre
ACÇÃO DO "EFEITO MACHO" E DO " EFEITO FEMEA" SOBRE OVELHAS 7
médias realizou-se segundo o teste de BonfelTonilDunn (DUNN. 1961) . Com o intuito de
se compararem frequências, utilizou-se o leste do X2 (SNEDEOOR e COCHRAN, 1980) .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No início do mês de Maio, 58% das ovelhas es tudadas estavam em anestro sazonal. No trabalho desenvolvido por CORI~EIA (1996). relati vo a observações realizadas no ano de 1994, com fêmeas da mesma raça . este valor rondou os 65 %. Esta diferença não tem qualquer significado estatístico (X2= I.O; P>O,05). ou seja, a percentagem de ovelhas que no mês de Maio de 1994 se encontravam em ;:mestro foi estat isticamente igual à observada no mesmo mês de 1996.
Acções da idade e do peso corporal
Aquando do início deste trabalho , a idade e o peso corporal médios das ovelhas que constituíam os diferentes grupos eram estatisticamente iguais (P>O,05). Durante o período de estudo , o peso médio das ove lhas pertencentes aos distintos grupos avaliados não variou de forma estatisticamente significativa (P>O ,05).
A idade e o peso corporal nunca afectaram significativamente o número de ove lhas que responderam à aplicação dos tratamentos ou o número de ovelhas que apresentaram cio (1)>0,05).
O efeito conjunto da idade e do peso sobre a ac ti vidade ovárica total (de ambos os ovários) e do ov~írio direito não pode ser determinado, uma vez que a interacção entre estes dois factores foi estatisticamente significariva (P~O ,05). Da aq'ão conjunta da idade e do peso sobre a acti vidade do ovário esquerdo, apenas ao segundo coube um papel estati sti camente significativo (PsD,05). Também indi vidualmente, a idade nunca afectou significarivamente a acti vidade ovárica das ovelhas es tudadas (P>O,05). Indi vidualmente, o peso apenas modificou significativamente a acti vidade do ovário esquerdo (P:s:O,05 ). Tendo em conta o nível de significância encontrado e a não ex istência de uma explicação fisio lógica plausível para a ocorrência deste facto , pensamos que ele é fruto do acaso.
Resposta das ovelhas à aplicação dos tratamentos
A percentagem cle ove lhas pertencentes aos g rupos A (80.0%), B (83,3%) c C (73,7%) que respondeu à apli cação do~ tratamentos n5.o diferiu significativamente (P>O,05). Contudo, o valor desta percentagem observado no grupo D (26 ,3%) diferiu signi ficativamente cios registados nos grupos A (X2=5S.5: P"O.OI) B (X2=65,5: P"O.OO I) e C (X2=46,1: P"O.OO I). Neste senlido , tudo indica que a acção do "efeito macho" sobre o rei níc io da ac ti vidade reprodutora sazona l das ovelhas Churras Bragançanas não fo i significativamente potencializado pela junção simultânea de ove lhas em cio induzido. Por outro lado, isoladamente, o "efeito fêmea" foi o pior inclutor da interrupção do anesIro sazonal.
8 REVI STA DE CIÊNC IAS AGRÁRI AS
QUADRO I
Perccnt~lgcns das ovelhas que apresentaram um primeiro ciclo ovárico de duração normal ou curta, tendu cm conta o grupo a que pertenciam
Grupo J: cido turto I" ciclo nonmll
A 56.2% 43.8%
B 40.0% 60.0%
C 69.2 % 30.8%
D 100.0% 0.0%
CUSf-I\VA el ai. ( 1992), no anigo em que apresenlaram dados recolhidos em Maio de 19:-:7 e 1988 . em Davi s (Califórn ia). com ovelhas Targhee. Mcrino de Rambouitlct.
Merino de Rambouillet x Finnish landrace e Merino de Rambouille t x Dorset, verificaram
que a percentagem ele ovelhas que responderam ao "efeito macho" variou entre 68 c 9 1 % .
No estudo desenvolvido por M ARTIN el aI. ( 1985) cm meados de Junho , cm Nouzi ll y (França), a resposta de ove lhas anéstr icas Romanov e Préa lpes-du-Sud à introdução dos carneiros (feita pela manhã) foi , respecti vamente , de 50 e 96%. Neste sentido. a resposta
das ovelhas Churras Bragançallas anéstr icas ao "efeito macho" Illostrou-se Illuito idêntica às melhores respostas encont rada pelos au tores acima mencionados.
Todas as ovelhas que responderam aos tratamentos ap l icados rea lizaram uma segunda ovulação. Porém. as percentagens re lativas de ovelhas (Quadro 1) que rea li zaram um primeiro ciclo ovárico de duração normal OLl curta variaram cm função do grupo a que
estas pertenciam (X'= 86,8; P"O ,OOO I. Quadro 11 ).
QUADRO II
Valores de X2 3lc3nç~ldos nas comparações das percentagens relativas de ovelhas que realizllram um primeiro ciclo ov:irico de duração normal ou curta
A Il C J)
A I PsO.05 1'>0.05 PsO.OOOI B 5.1 I PsO.OOOI PsO.OOOI C 3.6 17.0 I PsO.OOOI D 56.4 85 .7 36.7 I
A percentagem de ovelhas que apresentaram um primeiro ciclo ovárica de duração normal foi estatisticamente igual nos grupos A e C . A percentagem de ovelhas do grupo B que realizaram o seu primeiro ciclo oVi.lrico de duração norma l l'oi sign ificati vamente superior à observada nos restantes grupos. Todas as ovel has do grupo O apresentaram um primeiro c iclo ovárico de curta du ração. Tendo em conta os resu ltados alcançados . a teoria de NUGENT e NO'ITER (1990). segu ndo a qual a acçJo conjunta do "e feito macho" e do
"efeito fêmea" resulta de modificações que as ovelhas em cio induzido promovem no
ACÇÃO 00 "EFEITO MACHO" E DO "EFEITO FÊMEA" SOBRE OVELHAS 9
co mportamento dos carne iros , não ficou c la rame nte confirmada. Na verdade, se por
um lado a percentagem de ove lhas que respon deram aos tratamentos apli cados foi
es tatisticamente igual nos grupos A. B e C, por outro apenas no grupo cm que foi
permit ida a livre interacção comportamenta l entre o carne iro vasec tomizado e a ovelha
castrada em c io induzido (grupo B) observou-se lima melhoria qua litat iva na respos ta pro
duzida.
Per se. o "efeito fêmea" conduziu a uma resposta algo deficiente. De um modo geral.
os resu ltados observados neste trabalho es tão de acordo com os alcançados por O'C,\L
LAGHAM el ai. (1994) , mas não vêm ao encontro dos verificados por ZARCO el ai. (1995). Na verdade, O'CALLAGHMvl el ai. ( 1994) observaram que o "efeito macho" induzia a acti·
v idade ovárica n<l fase fi nal do período de anestro sazon<ll. Pe lo contrário, estes autores
veri ficaram que o "eFe ito fêmea" não alte rou s ign ificati vamente este parfl me tro . No traba
lho desenvol vido por ZARCO et 01. ( 1995) . a junção de ovelhas e m c io induzido com ove
lhas anéstricas afectou signi ficativamente a activ idade ovárica e as manifestações de c io
des tas últimas. Em nosso entender , os diferentes resu ltados observados lno nosso trabalho
e no de O'CALLAGHAM el ai . ( 1994). por um lado. e no de ZARCO el ai. (1995), por OU Iro]
poderão estar relacionados com diferenças na pe rcentagem de ove lhas em cio induzido que
fo ram introduzidas junto das ovelhas anéstricas - 5%, 10% e 50%, respect ivamente no
11 0SS0 trabalho. 110 de O'CALLAGHAM el 01. ( 1994) e no de Z ARCO el ai. ( 1995).
Manifestações de cio
Neste ensaio. aq uando da primeira ov ul ação pós· tratamento, ne nhuma das ovelhas
pertencentes aos g rupos A e B manifestou cio. MARTIN et aI. ( 1985) referem que 84% das
ovelhas Préalpes·du-Sud manifestaram c io aquando da primeira ovu lação pós- introdução
do carne iro . Neste sentido , é possível que no decurso do mês de Maio o anestro sazonal
das ovelhas Préalpes-du-Sud seja menos marcado do que o das ovelhas Churras Bragan
çanas. No trabalho reali zado por CORREIA el ai. ( 1996) , no mês de Junho, 41 % das ovelhas
Churras Bragançalléls apresen taram cio aquando da primeira ovulação pós·introduçào cio
carne iro.
Nas ovelhas dos g rupos A e B, a segunda ovulação pós- tratamento, independente
mente de se ter produzido após um prime iro cic lo ovárica curto ou de duração norma l,
nunca fo i acompanhada de c io. No estudo desenvolvido por CORREIA et aI. ( 1996), n
duração do prime iro c iclo ovárica pós· traramcnlo afectou s ign ificali vamente a per
centagem de ovelhas que apresenta ra m s ina is de (ciclo c urto: 18% \IS. c iclo normal:
36% ; X2=4 6; P"Q,Q5) .
De acordo Cam estes resultados, o ancstro sazonal das ovel has Churras Bragançanas
foi mais marcado no mês de Maio de 1996 do que no mês de Junho de 1995. Segundo
CORREIA ( 1996), o anes tro sazonal destas ovelhas é normalme nte mais elevado no mês de
Ma io do que no mês de Junho.
10 REV ISTA DE CIÊNCI AS AGRÁRIAS
Actividade ovárica
Neste ensaio, a taxa ovulatória média total das ovelhas estudadas foi de O.9±O.7. No
trabalho desenvolvido por CORREIA el ai. ( 1996), o valor desta taxa fo i de I ,2±0 ,9. Do ponto de visla estatístico. esta d iferença não é significati va (P>O,05). Tendo presentes todos os dados até aqui refe ridos. fi ca-se com a ideia de que o .mestra sazonal das ovelhas Churr<ls Bragançanas afec ta essencialmente a percentagem de fêmeas que apresentam actividade ovárica e o número das que apresentam sinais de cio. A qualidade da act ividade
ovári cí.l parece ser a menos afectada. No conjunto des te trabalho, a acti vidade do ovário di re ito foi igual à do ovár io
esquerdo (1)>0,05) (Quadro Ill ). As melhores taxas ovulatórias talai e do ovário esquerdo foram observadas após a ocorrênc ia de um primeiro cic lo ovárica curto.
Q UADRO 1II
Taxôls ovulatúrias (total c por ovário) observadas na primeira e segunda ovulação pós-tratamento
Ciclos pôs~tratamcnto
I.a ovu lação
2 .a ovu lação (após 1: cic lo cuno)
2.a ovulação (após 1.° c iclo no rmal) , .
a=a, pam P>O,05 (ellt re ovanos) . x;ty, pnra P:sO,OS (cntre ovulaçõcs) .
O V1írio esquerdo Ovnrio direito
(X±sc) (hse)
O,3:l-'±O,1 O,;:u±O,1
O.7:l,Y±O,1 O,6:1.X ±O ,1
OJa-'±O,1 O.4;l,X±O.l
Total
(x±se)
O.8' ±O.1
I.3>±O,1
O.7x±02
Os tratamentos aplicados alteraram, pontualmente , a actividade ovárica total ou por
ovário das ovelhas Churras Bragançanas (Quadro IV) . No momento em que se produziu a I.a ovu lação pós- tratamento. as ovelhas pertencentes aos grupos A e B ovu laram mais do
que as ovelhas do grupo D (P.:s;O ,05), Esta d iferença desapareceu aquando da realização da
2." ovu lação (pós-cic lo curto : P>O,05). É possível que estes dados reflictam uma maior
dificuldade inicial das ovelhas do grupo D c m responder ao tra tamento ap licado. Contudo.
aque las que acabaram por responder, poste riormente , aquando da 2.a ovulação, passaram a comporlar-se de uma forma idêntica à das ovelhas dos grupos A e B. Na 2.01 ovu lação
(pós-c ic lo normal), as ove lhas pertencentes ao grupo B ovu laram menos do que as ove lhas
dos grupos A e C (P,;O,05 ). Porque não ex iste qualquer explicação fisiológica plausível para este facto , acred itamos que ele é fruto do acaso.
As taxas ovulatórias total e por ovário variaram, pontualmente, em fu nção da ovu la
ção considerada (Quadro IV). As ovelhas do grupo B apresentaram taxas ovulat6rias idênticas na I .a e na 2.;1 ovulação pós-ciclo curto (P>O,05). Nestas a lturas, as ovelhas deste
grupo ovularam mais cio que na 2. iI ovulação pós-c ic lo normal (P.:s;O ,05), Porque também
aqu i não há uma ex plicação f isiológica plausível para a ocorrênci a deste fenómeno , cremos que e le é fruto do acaso .
T
ACÇÃO DO ··EFEITO MACHO·· E DO ··EFEITO FÊMEA·· SOBRE OVELHAS
QUADRO IV
Taxas ovuhltórhls total e por ovário produzidas em resposta aos tratamentos aplicados
Ciclos pós-tratamento
1.'1 ovulação
2.a ovulação (após 1 .. ciclo curto)
2 .a ovulação (após I ." ciclo normal)
O"ário esquerdo Grupo (x±sc)
A
B
C D
A
B
C
D
A
B
C
D
0,2a.x±O,1
O,4'l.X±O.!
O,4a.x±O,l
0,2a.x±O,1
O,6a ··\±0.2
OJa,aO,3
O ,8:1b.x±O, I
Q,8 a ··\±O,5
O,6~l.XY±O,2
0.1 a.x±O.l
1,3b·Y±O,3
Para o mesmo grupo: a:;tb. para P:::;O,05 (entre ovulações). Para a mesma ovulação: x;ty, para P~O,05 (entre ovu lações).
CONCLUSÕES
Ovário direito (X±sc)
O,8a.x±O,1
O.6a··\y±O.l
O,S,I,XY±O,l
O,2a·aO.]
Q,8a ,x±O,1
O.7a.x±0.2
OAa.x±O,2
O,5a ,x±O,3
O,7a.x±O.2
O,3a.x±0.2
O,Oa.x±O.o
Total (x±sc)
l,Ou.x±O,1
1,O'lo.x±O.1
O$l.xy±O,1
0,4a·y±Q,2
1,3 a.x±O.2
1 ja.x±O,2
l.2a.x±O. !
l ,3a.x±OJ
1 JLX±O.2
O,4a·y±O.l
J ,3 b.x±Q,6
II
Tendo em conta as condições em que este trabalho foi desenvolvido. a metodologia
empregue e os resultados conseguidos, pensamos ser possível extrair as segu inte con
clusões:
~ No início do mês de Maio, 58% das ovelhas encontravam-se em anes tro sazonal.
Este anestro era algo marcado.
~ O "efeito macho" foi o principal factor desencadeador da interrupção do ,mestra
sazonal das ovelhas estudadas. ~ Per se. o "efeito fêmea" constituiu um fraco indutor da interrupção do anestro
sazonal das ovelhas Churras Bragançanas. Por outras palavras, as feromonas pro
duzidas pelas ovelhas em c io induzido pouco efeito tiveram sobre a interrupção do
anestro sazonal . - O contacto directo entre o carneiro vasectomizado e a ovelha em cio induzido ape
nas melhorou a resposta das ovelhas anéstricas ao "efeito macho", no que refere à duração do primeiro ciclo ovárica pós-tratamento.
12 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁR IAS
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